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Optimização de um sistema de células de robots utilizando o ARENA
Jorge Mendes(a)
, Manuel Martins(b)
, Samuel Ribeiro(c)
, Sérgio Castro(d)
(a)
a56629, (b)
a53760, (c)
a53740, (d)
a56631
ABSTRACT
O trabalho desenvolvido aborda os temas de
planeamento de acontecimentos, fluxo de processo e
diagrama ciclo de actividades, ou seja a Modelação e
Simulação de um conjunto de processos e
acontecimentos. A avaliação do sucesso deste tipo de
simulação é aqui encarada sob uma perspectiva da
ferramenta ARENA com a qual construímos o modelo
lógico e animação respectiva. A finalidade deste
projecto foi encontrar a melhor solução na simulação de
processos e acontecimentos realizando um estudo e
analise para uma selecção de tempos e recursos. Como
resultado obteve-se o mais equilibrado possível
trabalhando com todas as hipóteses de recursos tanto
nos processos e buffers. Todo o processo de utilização
desta aplicação será justificado neste trabalho.
1. INTRODUCTION
Cada vez mais as empresas necessitam dum
planeamento de produção rigoroso visando a qualidade
e profissionalismo. Toda a linha de montagem
empresarial é definida por processos planeados e
concebidos respeitando determinadas regras de
execução. A simulação destes processos ajuda a
perceber todo espaço temporal de fabrico, recursos
necessários e acontecimentos futuros. A simulação tem,
por isso, vindo a assumir um papel cada vez mais
importante no dia-a-dia das organizações.
A ferramenta ARENA garante a perfeita
simulação. Nesta ferramenta o utilizador define o
sistema que pretende criar, parametriza-o e selecciona
as estratégias de controlo a aplicar às entidades e
recursos que o compõem. O modelo, representativo do
sistema real, controla e garante a implementação das
estratégias seleccionadas pelo utilizador. Acoplou-se
um tipo de animação representando todo o modelo
lógico para melhor entender a linha de montagem desde
a chegada de peças, passando pela união delas até o
produto final.
Outra característica importante, é a possibilidade
de estudar alternativas ao nível dos factores
intervenientes do ambiente produtivo bem como das
estratégias que o controlarão sem ter que redesenhar
todo o sistema de cada vez que se pretenda alguma
alteração.
2. SIMULAÇÃO
Na nossa simulação atribuímos aos tempos de duração
do processamento do recurso M1 o número de aluno
mais baixo, ao M2 o segundo menor número, até ao M4
que ficou com o maior número. Foram adicionados 3
buffers M1, M2 e M3. Para os diversos processos assim
como para os diversos buffers os seus atributos foram
constantemente alterados até encontrar a melhor
solução.
3. CONCEPÇÃO E DESENVOLVIMENTO EM
ARENA
O software de simulação Arena possui diversas
ferramentas com funções como analisar dados de
entrada, analisar resultados e visualizar a simulação.
Dentro do tópico dados de entrada entende-se como
sendo as informações do cenário real a serem
submetidas no nosso modelo Arena. Para o
desenvolvimento do modelo foram utilizados diversos
módulos dispostos pelos vários templates. Os templates
usados foram Basic Process, Advanced Transfer,
Advanced Process e Reports. Os módulos usados foram
Create, Dispose, Process, Batch, Assign, Record dentro
do template Basic Process, dentro do template
Advanced Transfer foram usados Station e Route. No
template Advanced Process o Match, Seize e Release
foram os módulos usados no modelo. O template
Reports contém diversos pdf’s que devolvem os
resultados da simulação. Todos estes templates contêm
variadas tabelas para alterar como por exemplo os
recursos usados e a forma das filas de espera.
Inicialmente definiu-se o modelo base de todo o
processo de construção do produto, projectando toda a
simulação real. Numa segunda fase adicionou-se ao
modelo diversos módulos para a construção da
animação, facilitando a compreensão dos processos.
3.1. Modelo Lógico sem Buffers
Neste primeiro exemplo descrevemos os processos do
modelo lógico sem os buffers, será também apresentado
em tabelas as dos resultados normais e optimizados de
conforme a utilização de recursos. Esta primeira figura
mostra s composição do modelo.
Figura 1 - Modelo Lógico sem Buffers
3.1.1. Estado normal
No estado normal são atribuídos um recurso a cada
processo originando o seguinte resultado testado no
Arena.
Tabela 1: Tempo médio de espera
Recursos Tempo médio de espera
M1.Queue 1,3270
M2.Queue 5,9013
M3.Queue 6867,51
M4.Queue 0,01126054
Esta tabela mostra o resultado do tempo médio de
espera em cada fila. Sendo a fila “M3.Queue” aquela
com maior tempo médio de espera.
Tabela 2: Utilização individual
Recursos Utilização
Robo1 0,4967
Robo2 0,7579
Robo3 0,9996
Robo4 0,3639
Nesta tabela está apresentado em percentagem a
utilização de cada recurso. O “Robo3” foi o mais
utilizado.
3.1.2. Estado optimizado
Após o teste no estado normal, tentou-se optimizar
aumentando o número de recursos no robô 3 para o
dobro. O resultado foi bastante positivo, visto que o
tempo médio de espera de cada fila diminuiu, excepto a
fila M4, equilibrando o tempo médio entre as filas. Esta
foi a melhor optimização conseguida para este modelo
lógico. Um maior aumento dos recursos traria uma
diminuição no tempo de espera das filas, no entanto, os
recursos iriam ficar num estado de sub aproveitamento.
Tabela 3: Tempo médio de espera optimizado
Recursos Tempo médio de espera
M1.Queue 1,2917
M2.Queue 5,6424
M3.Queue 1,4723
M4.Queue 0,3968
Em comparação com a tabela anterior referente ao
tempo médio de espera, este caso está bastante melhor,
notando-se uma maior diferença na fila M3.
Tabela 4: Utilização individual optimizada
Recursos Utilização
Robo1 50%
Robo2 74%
Robo3 68%
Robo4 49%
O recurso no processo de optimização foi alterados
no “Robo3” para dois recursos diminuindo a sua
utilização individual para 68%. Desta forma a utilização
de
3.2. Modelo Lógico com Buffers
Na composição do modelo definiu-se como pontos de
chegada “Chegada Front” e “Chegada Rear” através dos
módulos Create. Nestes acontecimentos foram
definidos processos M1 e M2 podendo variar os seus
atributos no número de atributos e tempos envolventes.
No processo M1 o tempo de processamento ficou
definido como Uniform entre 0 e 4, quanto ao processo
M2 o tempo definido foi Uniform entre 0 e 6. Acoplou-
se a este acontecimento os módulos Seize e Release, o
Seize correspondente à ocupação dos buffers M1 e M2
enquanto que o Release ficará encarregue de libertar as
peças dos processos M1 e M2.
Para efeitos de poupança de imagem retiraram-se os
módulos Station, Route, Assign e Record. Mostrando só
os módulos essenciais
Figura 2: M1, M2, Buffer M1 e Buffer M2
Posteriormente a estes processos e à libertação das
peças, foi iniciada a unificação das peças. Os módulos
usados foram o Match para sincronizar e o Batch que
tem como função juntar as peças. Utilizou-se também
um módulo Seize designado como “Seize M3” e logo de
seguida um Release para libertar os Buffers M1 e M2.
Atribui-se também a este modelo o processo M3
com um tempo de processamento Uniform entre 2 e 9
definido como acontecimento actual Delay.
Figura 3: União de peças
Após estes passos, introduziu-se um módulo Seize
denominado por “Seize Buffer M3” definindo como
reservado o buffer M3 e em simultâneo a libertação do
processo M3. Na fase final e após a libertação do M3
reserva-se o processo M4 assim como a libertação do
buffer M3. Deu-se por terminado o modelo após o
último processo da simulação o M4.
Figura 4: Fase final
3.2.1. Animação em ARENA
O ARENA tem a grande vantagem de relacionar o
modelo construído com uma animação demonstrativa.
Esta funcionalidade favorece o utilizador e analisador
do modelo.
Neste caso para que a animação ocorre-se foram
necessários módulos Station, Rote e Assign.
Foram criados inicialmente dois módulos Station,
Station M1 e M2, que indicam o local físico do inicio
dos processos M1 e M2. Os módulos Assign
correspondentes a M1 e M2 têm como objectivo a
atribuição de imagens às peças após a sua passagem
pelos módulos Process. Logo de seguida são acoplados
dois módulos Record atribuindo-lhes as funções Count
com o objectivo de contabilizar todas as peças que
passam em cada processo. A Route Fim M1 e Fim M2
indicam as próximas Station. A próxima figura mostra
esses processos.
Figura 5: Station, Assign e Route
Indicadas as Station, as peças seguem para os
Buffers M1 e M2 indicados pelas Station Buffer_M1 e
Buffer_M2. São também definidos os “Fim Buffer_M1”
e “Fim Buffer_M2” indicando as próximas Station.
Figura 6: Station e Route
Posteriormente, são declaradas as Station para a
junção das peças, a criação de um Assign para modificar
a imagem do objecto e mais um Record para o count
das peças que passam no processo M3.
Figura 7: Station, Assign e Route
Na Station seguinte indicada pela Route “Fim M3”,
é declarado a reserva do “Buffer M3” e a libertação do
robô M3.
Figura 8: Station e Route
A Route “Fim Buffer M3” indica a Station “Station
M4”, nesta estação foi acoplada também um módulo
Assign modificando a imagem do objecto. O modelo
processual com animação termina com uma Station
“Station Fim” indicando o módulo Dispose.
Figura 9: Station, Assign e Route
A animação resultante da aplicação de todos os
módulos está demonstrada na figura seguinte.
Figura 10: Animação demonstrativa
4. ALTERNATIVAS DE DESEMPENHO
A unidade de tempo usada nestes exemplos foi em
horas. O espaço de tempo usado foi de 50000 horas.
Todas as optimizações foram feitas dentro deste espaço
de tempo.
4.1. Estado Normal
A simulação no seu estado normal tem pontos críticos,
nomeadamente ao nível do tempo de espera médio e
percentagem de utilização dos recursos.
Tabela 5: Estado normal, tempo médio de espera
Fila de espera Tempo médio (hora)
M1.Queue 9590,81
M2.Queue 9462,19
Seize Buffer M1.Queue 3,5297
Seize Buffer M2.Queue 2,5373
Seize Buffer M3.Queue 0,00
Seize M3.Queue 5,1353
Seize M4.Queue 0,00
O número de recursos associados a cada fila de
espera neste caso foi de um recurso. Portanto o
resultado obtido foi de um tempo médio de espera
bastante elevado nas filas de espera “M1.Queue” e
“M2.Queue”, destacando-se também as filas de espera
“Seize Buffer M1.Queue”, “Seize M3.Queue” e “Seize
Buffer M2.Queue”.
Tabela 6: Utilização individual
Recursos Utilização
Buffer_M1 99%
Buffer_M2 94%
Buffer_M3 15%
Robo1 100%
Robo2 100%
Robo3 100%
Robo4 31%
Como o número de recursos usados estavam
reduzidos à unidade, as percentagens de utilização
foram de 100% em alguns dos casos e em outros muito
próximo desse valor. É claro que este resultado é
negativo, por isso fizeram-se diversas tentativas
modificando o número de recursos em cada caso.
4.2. Primeira optimização
Na primeira optimização aumentou-se o para o dobro
número de recursos do robo1, robo2 e robo3 e
aumentou-se os buffers 1 e 2 para cinco recursos. Desta
forma, tentamos reduzir a utilização dos robôs. Os
valores encontrados são bastante positivos, sendo que o
sistema não tem grandes filas de espera. O seguinte
gráfico demonstra os valores de espera médios
Figura 11: Tempo médio de espera
O gráfico seguinte mostra a percentagem de utilização
dos vários recursos da simulação. Como podemos
verificar com esta optimização conseguimos diminuir a
percentagem de utilização dos recursos
significativamente. O objectivo desta optimização,
reduzir a percentagem de utilização e tempos de espera
foi atingido, no entanto, não queremos ter valores muito
baixos de utilização, pois isso indica sub
aproveitamento dos recursos. Com esta optimização
chegamos a bons valores, no entanto pretendemos
diminuir o tempo médio de espera em M1, pois tem um
valor muito elevado em comparação com a fila de
espera de M2.
Figura 12: Utilização de recursos
4.3. Segunda optimização
Para diminuirmos a fila de espera em M2 tivemos que
proceder a grandes alterações noutros recursos. Os
recursos robô 1 e 2 ficaram com ambos com uma
capacidade de três. O robô 3 com dois de capacidade e o
robô 4 manteve-se com um. Uma das formas para
diminuir o tempo de espera nas estações de
processamento consiste em aumentar a capacidade dos
buffers, desta forma mais robôs podem ser libertados,
pois têm espaço no buffer e, consequentemente diminui
as filas de espera. Concluindo, aumentamos o buffer de
M1 para uma capacidade de 16 e o buffer de M2 para
12. O buffer de M3 manteve-se com apenas um espaço
de capacidade. Desta forma, conseguimos diminuir o
tempo de espera em M1, mas em contrapartida
aumentou em M2. Apesar do aumento de M2 o valor
máximo é menor que na optimização anterior.
Figura 13: Tempo médio de espera
No caso da percentagem de utilização esta optimização
não foi muito boa, pois tanto o recurso Robô 1 e Buffer
M1 estão com valores muito baixos, o que indica que
está a haver sub aproveitamento do robô 1 e do buffer
M1. Mas através das várias simulações que se
diminuíssemos ou o buffer M1 ou o número de robôs 1,
então a fila de espera aumentaria drasticamente.
Resultando outra vez em valores muito elevados.
Figura 14: Utilização dos recursos
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho teve como principal objectivo a
criação de uma simulação com o intuito de encontrar a
melhor solução para a produção de peças.
Sendo assim a primeira fase focou-se na criação do
modelo composto por processos e acontecimentos e
uma segunda pela animação.
Na fase das optimizações, depois de muitas tentativas
chegamos à conclusão que a primeira optimização foi a
mais bem conseguida das nossas tentativas, pois
conseguimos diminuir tanto os tempos médios de espera
para valores razoáveis, mantendo uma percentagem de
utilização dos recursos dentro do razoável, o que mostra
que está a ser feita uma boa gestão.
Para aumentarmos o número de produtos finais,
podemos aumentar os recursos, mas como verificamos,
não compensa pois vai diminuir bastante a percentagem
de utilização.
Através deste trabalho e da utilização do ARENA
conseguimos criar novas capacidades na área de
produção, nomeadamente, na optimização de células de
robôs num ambiente de produção. Tivemos algumas
dificuldades em assimilar e processar os resultados que
eram devolvidos pelo ARENA no fim da simulação.