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    PROJETO DE LEI N , DE 2011

    (Do Sr. ESPERIDIO AMIN)

    Disciplina o acompanhamento, a

    fiscalizao e a avaliao de parcerias econvnios entre rgos pblicos eorganizaes no governamentais.

    O Congresso Nacional decreta:

    CAPTULO I

    DO OBJETO

    Art. 1. Esta Lei disciplina o acompanhamento, a

    fiscalizao e a avaliao de parcerias e convnios entre de um lado a Unio,

    os Estados, o Distrito Federal ou os Municpios e seus rgos, e, de outro,

    organizaes no governamentais, estabelecendo requisitos,

    responsabilizando agentes pblicos e criando regras de prestao de contas.

    Art. 2. Para os efeitos desta Lei, considera-se

    organizao no governamental toda entidade de direito privado, sem fins

    lucrativos, nacional ou estrangeira, e que tenha como objetivo social,

    exclusivamente, um daqueles constantes nos incisos do art. 3 da Lei n 9.790,

    de 23 de maro de 1999.

    CAPTULO II

    DAS REGRAS DE GOVERNANA COORPORATIVA

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    Seo I

    Dos impedimentos

    Art. 3. Ficam impedidos de ocupar cargos em

    organizaes no governamentais:

    I - os que forem condenados, em deciso transitada em

    julgado ou proferida por rgo judicial colegiado, desde a condenao at o

    transcurso do prazo de oito anos aps o cumprimento da pena, pelos crimes:

    a) contra a economia popular, a f pblica, aadministrao pblica e o patrimnio pblico;

    b) contra o patrimnio privado, o sistema financeiro, o

    mercado de capitais e os previstos na lei que regula a falncia;

    c) contra a vida, o meio ambiente e a sade pblica;

    d) eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de

    liberdade;

    e) de abuso de autoridade, nos casos em que houver

    condenao perda do cargo ou inabilitao para o exerccio de funo

    pblica;

    f) de lavagem ou ocultao de bens, direitos e valores;

    g) de trfico de entorpecentes e drogas afins, racismo,

    tortura, terrorismo e hediondos;

    h) de reduo condio anloga de escravo;

    i) contra a vida e a dignidade sexual;

    j) praticados por organizao criminosa, quadrilha ou

    bando;

    II- os que forem declarados indignos do oficialato, ou comele incompatveis, pelo prazo de oito anos;

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    III - os que tiverem suas contas relativas ao exerccio de

    cargos ou funes pblicas rejeitadas por irregularidade insanvel que

    configure ato doloso de improbidade administrativa, e por deciso irrecorrveldo rgo competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo

    Poder Judicirio, nos oito anos seguintes, contados a partir da data da deciso,

    aplicando-se o disposto no inciso II do art. 71 da Constituio Federal, a todos

    os ordenadores de despesa, sem excluso de mandatrios que houverem

    agido nessa condio;

    IV- os detentores de cargo na administrao pblica

    direta, indireta ou fundacional, que beneficiarem a si ou a terceiros,pelo abuso

    do poder econmico ou poltico, que forem condenados em deciso transitada

    em julgado ou proferida por rgo judicial colegiado, pelo prazo de oito anos.

    Art. 4. As organizaes no governamentais que

    receberem, direta ou indiretamente, inclusive por meio de publicidade, recursos

    pblicos de qualquer espcie, ficam obrigadas a prestar contas ao Tribunal de

    Contas da Unio, bem como divulgar, em stio prprio na internet, as

    informaes relativas utilizao desses valores no prazo de 180 (cento e

    oitenta) dias a contar do seu recebimento.

    Pargrafo nico. O julgamento da prestao de contas

    pelo Tribunal de Contas da Unio como irregulares acarretar a suspenso

    temporria de participao em licitao e o impedimento de receber recursos

    pblicos da administrao pblica pelo perodo de dois anos, alm de se

    aplicar o disposto na Lei n 8.443, de 1992, especialmente os art. 12, 16, 19 e57 a 61.

    Seo II

    Dos recursos pblicos

    Art. 5. Para os fins desta lei, consideram-se recursos

    pblicos quaisquer bens e direitos integrantes do patrimnio de rgo da

    administrao pblica direta, de autarquias, de fundaes, de empresaspblicas, de sociedades de economia mista e de qualquer outra entidade ou

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    empresa direta ou indiretamente controlada pela administrao pblica,

    mantida parcial ou integralmente por recursos pblicos ou sustentada por

    obrigao de natureza financeira ou econmica prevista em lei e de cartercompulsrio.

    Art. 6. As organizaes no governamentais prestaro

    contas anualmente dos recursos recebidos por intermdio de parcerias ou

    convnios ou subvenes pblicas aos Tribunais de Contas,

    independentemente da prestao de contas aos respectivos doadores e ao

    Ministrio Pblico.

    Seo III

    Da parceria

    Art. 7. O poder pblico somente firmar parceria ou

    convnio com organizao no governamental que cumprir, entre outros, os

    seguintes requisitos:

    I obedecer a padres de governana coorporativa, emconsonncia com o que dispe o art. 11 desta Lei;

    II - funcionar sem subcontratao; sem locao de mo-

    de-obra na sua atividade-fim, ou de qualquer outra forma que a caracterize

    como mera intermediria de prestao de servios;

    III - estar em efetivo funcionamento, no mnimo, h cinco

    anos;

    IV - ter como objeto de parceria ou convnio unicamente

    o objetivo social a que se refere o art. 1 desta Lei;

    V estar includa em cadastro, que conter, entre outras

    informaes, a classificao da ONG, de acordo com nota obtida na avaliao

    dos indicadores previstos nesta Lei.

    Seo IV

    Dos indicadores para efeito de nota de classificao

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    Art. 8. s organizaes no governamentais que

    firmarem parceria ou convnio com rgo pblico ser atribuda nota para

    efeito de classificao segundo indicadores que ponderem:

    I tempo de efetivo funcionamento,

    II nmero de projetos executados;

    III resultados apresentados de parcerias anteriores com

    o poder pblico;

    IV nvel de publicidade de dados sobre suaorganizao, seu funcionamento e seus projetos especficos.

    Art. 9. A parceria ou convnio com a organizao no

    governamental ser por tempo determinado e para desenvolvimento de

    projetos especficos, vedada a prorrogao e a execuo de atividades de

    carter continuado.

    Seo V

    Da definio de governana coorporativa

    Art. 10. Para efeito de aplicao desta Lei, considera-se

    governana coorporativa aquela exercida em consonncia com os seguintes

    requisitos mnimos:

    I no remunerao de seus dirigentes;

    II os dirigentes no podero ser cnjuge, ascendentes,

    descendentes e colaterais at o terceiro grau de autoridades administrativas do

    rgo pblico com o qual for celebrada a parceria;

    III no participao de agentes pblicos na gesto da

    organizao no governamental;

    IV divulgao na internet, no stio da ONG, de

    informaes relativas a todos os projetos executados e em execuo;

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    V - divulgao, na internet, no stio da ONG, de

    informaes relativas a seus dirigentes e suas atribuies especficas;

    VI definio e divulgao dos critrios de

    monitoramento e avaliao de resultados de projetos firmados com o poder

    pblico.

    Seo VI

    Das condies de parceria ou convnio

    Art. 11. Para firmar parcerias ou convnios com o poderpblico, as ONGs ficaro sujeitas, no que couber, Lei n 8.666, de 21 de

    junho de 1993, e a auditorias peridicas para verificao do atendimento ao

    disposto no art. 2 desta Lei.

    Pargrafo nico. Constatado na auditoria o

    descumprimento a qualquer dos incisos do art. 2, o rgo contratante poder

    rescindir a parceria ou o convnio, ficando a ONG sujeita ao pagamento de

    perdas e danos nos termos da lei.

    Art. 12. As entidades estrangeiras constitudas como

    organizaes no governamentais que pretendem exercer atividades

    permanentes ou ter a sede efetiva de sua administrao no territrio nacional

    devero cumprir os requisitos estabelecidos na legislao brasileira e a ela

    ficaro submetidas.

    Art. 13. As organizaes no governamentaisestrangeiras, para atuarem no territrio nacional, dependero de autorizao

    do Governo Federal e da inscrio no Registro Nacional de Organizaes no-

    Governamentais.

    Art. 14. As referidas organizaes devero prestar s

    autoridades brasileiras esclarecimentos sobre a origem principal de seus

    recursos, as suas linhas de ao, os tipos de atividade ou de pesquisa que

    pretendam realizar no Brasil, o modo de emprego de sua receita, a sua poltica

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    de contratao de pessoal ou qualquer outro elemento relevante para a

    avaliao de seus objetivos.

    Art. 15. O valor dos repasses financeiros de qualquer

    rgo pblico federal a Organizaes no Governamentais, no poder

    exceder a 10% (dez por cento) do total destinado pelo rgo aos Estados, aos

    Municpios ou ao Distrito Federal.

    CAPTULO III

    DA EXECUO, ACOMPANHAMENTO, FISCALIZAO

    E CONTROLE

    Seo I

    Da responsabilidade pela execuo

    16. So obrigaes do gestor da parceria ou convnio:

    I fiscalizar a execuo da parceria ou convnio;

    II informar ao seu superior hierrquico a existncia de

    fatos que comprometam ou possam comprometer as atividades ou metas da

    parceria, de indcios de irregularidades na gesto dos recursos, bem como as

    providncias adotadas ou que sero adotadas para sanar os problemas

    detectados;

    III atestar ou homologar parecer tcnico que ateste arealizao de etapa na execuo da parceria, como requisito para transferncia

    de recursos para a etapa seguinte;

    IV no caso de parceria ou convnio cuja execuo se d

    em uma nica etapa, atestar ou homologar parecer tcnico, no mnimo em uma

    ocasio, relativo aos atos que j foram realizados, apontando quais so as

    perspectivas de cumprimento do objeto no prazo estabelecido;

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    V emitir ou homologar parecer ao final da execuo da

    parceria ou convnio na forma de relatrio conclusivo, independentemente da

    prestao de contas devida pela entidade parceira ou conveniada.

    Art. 17. O administrador pblico, o gestor da parceria ou

    convnio, a entidade parceira ou conveniada e seus dirigentes respondem

    solidariamente com a ONG pela restituio aos cofres pblicos dos valores

    transferidos cuja aplicao no fique plenamente demonstrada.

    Art. 18. O responsvel por parecer tcnico que atestar a

    capacidade operacional e tcnica de entidade sem fins lucrativos ou concluir

    pela satisfatria execuo do objeto da parceria ou convnio responder civil,administrativa e penalmente, nos termos da legislao pertinente.

    Seo II

    Das despesas vedadas

    Art. 19. As parcerias e convnios devero ser executados

    com estrita observncia das clusulas pactuadas, sendo vedado:

    I realizar despesas a ttulo de taxa de administrao, degerncia ou similar, exceo feita aos valores devidos instituio financeira

    que atuar como mandatria da concedente nos contratos de repasse;

    II pagar, a qualquer ttulo, a servidor ou empregado

    pblico, integrante de quadro de pessoal de rgo ou entidade pblica da

    administrao direta ou indireta, por servios de consultoria ou assistncia

    tcnica;

    III alterar o objeto, exceto no caso de ampliao, ou o

    modo de sua execuo;

    IV utilizar, ainda que em carter emergencial, recursos

    para finalidade diversa da estabelecida no plano de trabalho;

    V realizar despesa em data anterior vigncia da

    parceria ou convnio;

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    VI efetuar pagamento em data posterior vigncia da

    parceria ou convnio, salvo se expressamente autorizado pela autoridade

    competente;

    VII realizar despesas com multas, juros ou correo

    monetria, inclusive referentes a pagamentos ou recolhimentos fora dos

    prazos, salvo se decorrentes de atrasos do concedente na liberao de

    recursos;

    VIII transferir recursos para clubes, associaes de

    servidores ou quaisquer entidades congneres;

    IX realizar despesas com publicidade, salvo as de

    carter educativo, informativo ou de orientao social, das quais no constem

    nomes, smbolos ou imagens que caracterizem promoo pessoal e desde que

    previstas no plano de trabalho.

    1 Quando expressamente previstas no plano de

    trabalho, podero ser parcialmente pagas com os recursos transferidos, na

    proporo associada execuo da parceria ou convnio, as seguintes

    despesas:

    I salrios e encargos sociais e trabalhistas,

    contemporneos ao perodo;

    II pagamento de despesas administrativas associadas

    parceria ou ao convnio, devidamente detalhadas;

    III pagamento de tributos.

    2Para aplicao do disposto neste artigo necessria

    demonstrao da despesa, que dever estar devidamente especificada, ser

    pertinente ao objeto e ao perodo de execuo da parceria ou convnio,

    vedado o seu custeio com recursos provenientes de outra parceria ou

    convnio.

    3 Apenas nos casos autorizados em lei, ou em casos

    excepcionais, devidamente justificados pelo administrador pblico, poder o

    plano de trabalho prever gastos com adequao fsica da ONG ou comaquisio de bens de valor significativo no consumidos na execuo, tais

    como imveis e veculos automotores.

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    4 Somente nos casos previstos em regulamento poder

    o plano de trabalho da parceria ou convnio prever a transferncia da

    totalidade dos recursos de uma nica vez, o que dever ser devidamentejustificado pelo administrador pblico.

    5 As metas da parceria devero ser passveis de

    mensurao quantitativa, no sendo aceitas metas meramente qualitativas.

    Art. 20. A aquisio de bem ou servio por valor superior

    ao de mercado, ainda que em processo licitatrio, implicar o ressarcimento

    aos cofres pblicos da respectiva diferena, cujo valor ser apurado pela

    administrao pblica, em processo administrativo, garantido o contraditrio e aampla defesa.

    Seo III

    Da liberao dos recursos e da execuo da parceria ou

    convnio

    Art. 21. O montante total de transferncias efetuadas

    mensalmente, em razo da parceria ou convnio, no exceder o equivalente a10% (dez por cento) do total destinado pelo mesmo rgo ou entidade aos

    Estados, aos Municpios ou ao Distrito Federal.

    Art. 22. As parcelas da parceria ou convnio sero

    liberadas em estrita conformidade com o plano de aplicao aprovado, exceto

    nos seguintes casos, em que ficaro retidas at o saneamento das

    impropriedades ocorrentes:

    I quando no tiver havido comprovao da boa e regularaplicao da parcela anteriormente recebida, na forma da legislao aplicvel,

    inclusive mediante procedimentos de fiscalizao local, realizados

    periodicamente pela entidade ou rgo descentralizador dos recursos, pelo

    rgo competente do sistema de controle interno da administrao pblica ou

    pelo Tribunal de Contas;

    II quando verificado desvio de finalidade na aplicao

    dos recursos, atrasos no justificados no cumprimento das etapas ou fases

    programadas, prticas atentatrias aos princpios fundamentais deadministrao pblica nas contrataes e demais atos praticados na execuo

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    da parceria ou convnio, ou o inadimplemento da entidade parceira ou

    conveniada com relao a outras clusulas bsicas;

    III quando a entidade parceira ou conveniada deixar de

    adotar as medidas saneadoras apontadas pela concedente ou pelos rgos de

    controle interno ou externo;

    Art. 23. Para recebimento de cada parcela dos recursos, a

    entidade parceira ou conveniada dever:

    I comprovar o cumprimento da contrapartida pactuada

    que, se financeira, dever ser depositada na conta bancria especfica da

    parceria;

    II estar em situao regular com a execuo do plano

    de trabalho;

    III apresentar a prestao de contas da etapa anterior;

    IV no ter deixado de preencher os requisitos exigidos

    nesta Lei para celebrao da parceria ou convnio;

    V comprovar ter includo no Sistema de Gesto de

    Convnios e Contratos de Repasse SICONV, mantido pelo Governo Federal,

    todos os dados e informaes exigidos, relativos parceria, abrangendo a

    formalizao, execuo, acompanhamento, prestao de contas e eventuais

    tomadas de contas especiais.

    Seo IV

    Da movimentao e aplicao financeira dos recursos

    Art. 24. Os recursos recebidos em decorrncia da parceria

    ou convnio sero depositados e geridos em conta bancria especfica, em

    instituio financeira pblica e, enquanto no empregados na sua finalidade,

    sero obrigatoriamente aplicados em fundo de aplicao financeira de mercado

    aberto, que dever ser lastreado, no mnimo, em 95% (noventa e cinco por

    cento) da carteira por ttulos da dvida pblica federal ou da unidade federativa

    repassadora de recursos.

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    1 Os rendimentos das aplicaes financeiras sero

    obrigatoriamente aplicados no objeto da parceria, estando sujeitos s mesmas

    condies de prestao de contas exigidas para os recursos transferidos.

    2 As receitas oriundas dos rendimentos da aplicao

    no mercado financeiro no podero ser computadas como contrapartida devida

    pela entidade parceira ou conveniada.

    Art. 25. Quando da concluso, denncia, resciso ou

    extino da parceria ou convnio, os saldos financeiros remanescentes,

    inclusive os provenientes das receitas obtidas das aplicaes financeiras

    realizadas, sero devolvidos entidade ou rgo repassador dos recursos, noprazo improrrogvel de 30 (trinta) dias do evento, sob pena da imediata

    instaurao de tomada de contas especial do responsvel, providenciada pela

    autoridade competente do rgo ou entidade concedente.

    Pargrafo nico. Havendo comprovado interesse pblico,

    e mediante proposta da entidade concedente, os saldos financeiros

    remanescentes podero ser aplicados pela entidade parceira ou conveniada na

    ampliao do objeto da parceria ou convnio.

    Art. 26. Todos os gastos efetuados com recursos pblicos

    transferidos a entidade parceira, bem assim a contrapartida desta, sero

    efetuados exclusivamente mediante emisso de cheque nominal ou outro meio

    que identifique o beneficirio.

    Seo V

    Do acompanhamento, transparncia e publicidade

    Art. 27. Ser registrada e mantida atualizada no Sistema

    de Gesto de Convnios e Contratos de Repasse SICONV, mantido pelo

    Governo Federal, relao de todas as entidades privadas sem fins lucrativos

    aptas a receber transferncias voluntrias de recursos pblicos.

    1 Sero consideradas aptas as entidades privadas sem

    fins lucrativos cujas exigncias previstas no cadastramento tenham sido

    aprovadas pelo rgo ou entidade da administrao pblica federal.

    2 A relao de que trata o caput deste artigo ser

    divulgada no stio do SICONV na internet.

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    Art. 28. O cadastramento de entidade privada sem fins

    lucrativos no SICONV, no que se refere comprovao do requisito constante

    do inciso VI do 2o do art. 3 do Decreto n 6.170, de 2007, ser efetivadosomente aps prvia aprovao do rgo ou entidade concedente.

    Art. 29. Ao final da execuo de cada etapa prevista no

    plano de trabalho, ser emitido parecer tcnico sobre o cumprimento das metas

    previstas, a ser atestado ou homologado pelo gestor.

    1 No caso de parceria a ser executada em uma nica

    etapa, ser emitido parecer tcnico, no mnimo em uma ocasio, relativo aos

    atos que j foram realizados, apontando a previso de cumprimento do objetoda parceria no prazo nele estabelecido.

    2 Com a finalidade de obter avaliao prvia quanto

    eficcia e efetividade das aes em execuo, o atestado ou parecer tcnico a

    que se refere este artigo mencionar, de forma objetiva:

    I - os resultados mensurveis obtidos com a execuo da

    parceria ou convnio;

    II comprovao de outros benefcios, impactos

    econmicos ou sociais obtidos.

    Art. 30. Ao final da execuo da parceria ou convnio, o

    gestor emitir parecer tcnico na forma de relatrio conclusivo,

    independentemente da prestao de contas devida pela entidade parceira ou

    conveniada.

    Pargrafo nico. O relatrio conclusivo, sem prejuzo deoutros elementos, dever conter:

    I descrio sumria das atividades e metas

    estabelecidas;

    II valores efetivamente repassados pela concedente,

    valores da contrapartida da entidade parceira ou conveniada efetivamente

    empregados e valores comprovadamente utilizados, valores de eventual sobra

    de recursos e montante devolvido aos cofres pblicos;

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    III anlise dos documentos comprobatrios das

    despesas apresentados pela entidade parceira ou conveniada na prestao de

    contas, ou declarao das medidas tomadas pelo gestor para apresentaodesses documentos;

    IV anlise das auditorias realizadas pelos controles,

    interno e externo, no mbito da fiscalizao preventiva, bem como de suas

    concluses e das medidas que tomou como decorrncia dessas auditorias;

    V anlise das atividades realizadas, cumprimento das

    metas e impacto do benefcio social obtido em razo da execuo da parceria

    ou convnio, bem como quais foram os mtodos utilizados nessas anlises.

    Art. 31. Os rgos e entidades concedentes viabilizaro o

    acompanhamento, pela rede mundial de computadores internet, dos processos

    de liberao de recursos.

    Art. 32. A entidade parceira ou conveniada divulgar, em

    seu stio na rede mundial de computadores internet e em locais visveis de

    suas sedes sociais e dos estabelecimentos em que exera suas aes, todas

    as parcerias e convnios celebrados com o poder pblico, indicando os valoresrecebidos e os propsitos a que se destinam, com detalhamento dos objetivos

    e metas a serem alcanados, bem como prestaes de contas j

    apresentadas.

    Art. 33. Os rgos e entidades concedentes divulgaro

    periodicamente, na internet, o inteiro teor das parcerias e convnios

    celebrados.

    Art. 34. A concedente divulgar pela internet os meiospara apresentao de denncia sobre a aplicao irregular dos recursos

    transferidos.

    Art. 35. Os rgos e entidades concedentes divulgaro

    pela internet informaes contendo, no mnimo, data da assinatura dos

    instrumentos de transferncia voluntria, nome da entidade parceira ou

    conveniada, objeto das transferncias, valor liberado e classificao funcional,

    programtica e econmica do respectivo crdito.

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    Art. 36. O poder pblico divulgar, na internet, a relao

    das ONGS impedidas de celebrar parcerias ou convnios com rgos ou

    entidades da administrao pblica.

    Seo VI

    Da fiscalizao

    Art. 37. Os rgos de controle interno e externo

    elaboraro e executaro plano anual de fiscalizao das parcerias e convnios

    celebrados com ONGs na forma desta Lei.

    Art. 38. O controle interno priorizar a fiscalizaopreventiva, na fase de anlise tcnica das proposies e celebrao dos

    instrumentos, atentando para eventuais desvios de conduta ou negligncia de

    agentes e gestores pblicos, caracterizados pela falta ou insuficincia de

    anlises tcnicas, especialmente quanto aos procedimentos de seleo e

    avaliao da capacidade da entidade parceira ou conveniada para consecuo

    do objeto proposto.

    Art. 39. A execuo do objeto da parceria ou convnioser acompanhada e fiscalizada pelo rgo competente do Poder Pblico, em

    cada nvel de governo.

    1 O acompanhamento e a fiscalizao por parte do

    Conselho de Poltica Pblica, de que trata o art. 11 da Lei n 9.790, de 23 de

    maro de 1999, no podero introduzir nem induziro modificao das

    obrigaes estabelecidas pela parceria ou convnio.

    2 Eventuais recomendaes ou sugestes do conselhosobre o acompanhamento da parceria ou convnio sero encaminhadas

    concedente, para adoo de providncias que entender cabveis.

    3 A concedente informar ao conselho sobre suas

    atividades de acompanhamento.

    Art. 40. O gestor poder solicitar, a qualquer tempo,

    documentos e informaes relativas execuo da parceria ou convnio,

    fixando prazo para o atendimento exigncia.

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    Seo VII

    Das prestaes de contas e das tomadas de contas

    especiais

    Art. 41. A prestao de contas apresentada pela entidade

    parceira ou conveniada dever conter elementos que permitam ao gestor a

    convico de que o objeto da parceria foi executado como pactuado, com a

    descrio pormenorizada das atividades realizadas e comprovao das metas

    atingidas.

    Art. 42. Sero glosados, nas prestaes de contas, os

    valores que no atenderem ao disposto no caputdeste artigo e os pagamentos

    realizados com recursos sacados diretamente na agncia bancria, quando

    no constatvel, de forma objetiva e clara, o nexo entre eles, a sua real

    destinao e o seu real beneficirio.

    Art. 43. A contabilidade da entidade parceira ou

    conveniada em relao aos recursos transferidos por meio de parcerias dever

    observar as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC), especialmente a NBC

    T 10.4 Fundaes e a NBC T 10.19 Entidades sem finalidade de lucros, bemcomo o Manual de Procedimentos Contbeis para Fundaes e Entidades de

    Interesse Social expedido pelo Conselho Federal de Contabilidade, e normas

    posteriores que venham a substitu-las.

    Art. 44. A entidade parceira ou conveniada prestar

    contas da boa e regular aplicao dos recursos recebidos, no prazo de trinta

    dias, contados da data do ltimo pagamento efetuado com recursos da parceria

    ou convnio, ou do trmino da vigncia.

    Art. 45. A concedente ter prazo de trinta dias para

    apreciar a prestao de contas apresentada, contados da data de seu

    recebimento ou do trmino de vigncia da parceria ou convnio.

    Art. 46. A prestao de contas relativa execuo da

    parceria ou convnio conter:

    I relatrio anual de execuo de atividades, contendo

    especificamente relatrio sobre a execuo do objeto da parceria ou convnio,bem como comparativo entre as metas propostas e os resultados alcanados;

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    II demonstrativo integral da receita e despesa realizadas

    na execuo;

    III entrega do extrato da execuo fsica e financeira;

    IV demonstrao de resultados do exerccio;

    V balano patrimonial;

    VI demonstrao das origens e aplicaes de recursos;

    VII demonstrao das mutaes do patrimnio social;

    VIII notas explicativas das demonstraes contbeis,

    caso necessrio;

    IX parecer e relatrio de auditoria, se for o caso.

    Art. 47. Os responsveis pela fiscalizao da parceria ou

    convnio, ao tomarem conhecimento de ilegalidades na utilizao dos recursos

    pblicos, procedero tomada de contas especial para identificar os

    responsveis e ressarcir o prejuzo ao errio, e daro imediata cincia ao rgode controle interno, ao Tribunal de Contas respectivo e ao Ministrio Pblico,

    sob pena de responsabilidade solidria.

    1 Ficaro impedidas de celebrar novos convnios,

    contratos de repasse ou termos de parceria com a administrao pblica,

    federais, estaduais, do Distrito Federal e dos Municpios, as entidades

    parceiras e conveniadas submetidas a tomada de contas especial.

    2

    o

    Estende-se o impedimento previsto no 1 desteartigo s ONGs que tenham em seu corpo diretivo, dirigente ou ex-dirigente de

    entidade declarada impedida de celebrar convnios, contratos de repasse ou

    termos de parceria com a administrao pblica federal, ainda que tenha sido

    responsvel indiretamente pela irregularidade que ensejou tomada de contas

    especial.

    Art. 48. vedada a transferncia de recursos a ONGs que

    tenham, em suas relaes anteriores com a Unio, incorrido em pelo menos

    uma das seguintes condutas:

    I - omisso no dever de prestar contas;

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    II - descumprimento injustificado do objeto de parcerias ou

    convnios;

    III - desvio de finalidade na aplicao dos recursos

    transferidos;

    IV - ocorrncia de dano ao Errio;

    V - prtica de outros atos ilcitos na execuo de parcerias

    ou convnios.

    Seo VIII

    Da representao e da apurao de irregularidades

    Art. 49. Havendo indcios fundados de malversao de

    bens ou recursos de origem pblica, os responsveis pela fiscalizao devero

    representar perante o Ministrio Pblico e perante o rgo de Advocacia

    Pblica competente, para que adotem as medidas administrativas, civil e

    penais cabveis.

    1 O pedido de sequestro ser processado de acordocom o disposto nos arts. 822 e 825 da Lei n 5.869, de 11 de janeiro de 1973

    (Cdigo de Processo Civil).

    2 Quando for o caso, o pedido incluir a investigao, o

    exame e o bloqueio de bens, contas bancrias e aplicaes mantidas pelo

    demandado no Pas e no exterior, nos termos da lei e dos tratados

    internacionais.

    3 At o trmino da ao, o poder pblico permanecercomo depositrio e Gestor dos bens e valores sequestrados ou indisponveis e

    velar pela continuidade das atividades sociais da organizao sob

    investigao.

    Art. 50. Qualquer cidado, respeitadas as prerrogativas do

    Ministrio Pblico, parte legtima para requerer, judicial ou

    administrativamente, a decretao da proibio de que determinada entidade

    sem fins lucrativos possa atuar como parceira do poder pblico, nos termos da

    Lei n 4.717, de 29 de junho de 1965.

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    Seo IX

    Da assuno do objeto da parceria pela administrao

    Art. 51. Na hiptese de no execuo ou m execuo da

    parceria ou do convnio, a administrao pblica poder, independentemente

    de autorizao judicial, adotar as seguintes medidas:

    I desapropriar ou requisitar temporariamente bens ou

    servios;

    II retomar os bens pblicos em poder da ONG;

    III assumir ou transferir a responsabilidade pela

    execuo do objeto, no caso de paralisao ou da ocorrncia de fato relevante,

    de modo a evitar sua descontinuidade;

    IV assumir temporariamente contratos mantidos pela

    entidade de direito privado, inclusive contratos com empregados ou

    prestadores de servios, desde que diretamente vinculados parceria ou ao

    convnio.

    CAPTULO IV

    DAS INFRAES ADMINISTRATIVAS

    Art. 52. O art. 10 da Lei n 8.429, de 2 de junho de 1992,

    passa a vigorar acrescido dos seguintes incisos:

    Art. 10...............................................................................

    XVI facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para aincorporao ao patrimnio particular de pessoa fsica ou jurdica, de bens,

    rendas, verbas ou valores pblicos transferidos a entidades privadas sem fins

    lucrativos mediante celebrao de parcerias ou convnios;

    XVII permitir ou concorrer para que pessoa fsica ou

    jurdica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores pblicos transferidos a

    entidade privada sem fins lucrativos mediante celebrao de parcerias ou

    convnios, sem a observncia das formalidades legais ou regulamentaresaplicveis espcie;

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    XVIII celebrar parcerias ou convnios sem a

    observncia das formalidades legais ou regulamentares aplicveis espcie;

    XIX frustrar a licitude de processo seletivo, ou dispens-

    lo indevidamente, para celebrao de parcerias ou convnios;

    XX agir negligentemente na celebrao, fiscalizao e

    anlise das prestaes de contas relativas a parcerias ou convnios;

    XXI liberar recursos de parcelas de parcerias ou

    convnios sem a estrita observncia das normas pertinentes ou influir de

    qualquer forma para a sua aplicao irregular. (NR)

    Art. 53. O art. 11 da Lei n 8.429, de 2 de junho de 1992,

    passa a vigorar acrescido do seguinte inciso:

    Art. 11...........................................................................

    VIII descumprir as normas relativas celebrao,

    fiscalizao aprovao de contas de parcerias ou convnios. (NR)

    CAPTULO VDOS CRIMES E DAS PENAS

    Art. 54. Dispensar, no exigir ou deixar de realizar, ora

    das hipteses legalmente previstas, concurso de projetos ou outro processo

    seletivo requerido em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes

    dispensa ou inexigibilidade:

    Pena deteno, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e

    multa.Pargrafo nico. Na mesma pena incorre aquele que,

    tendo comprovadamente concorrido para a consumao da ilegalidade,

    beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ou no-realizao de processo

    seletivo ilegal, para celebrar parceria ou convnio com o poder pblico.

    Art. 55. Dar causa a qualquer modificao ou vantagem

    em favor da entidade parceira ou conveniada, durante a execuo das

    parcerias ou convnios celebrados com o poder pblico, sem autorizao em

    lei ou nos respectivos instrumentos, ou, ainda, liberar recursos em desacordo

    com a legislao.

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    Pena deteno, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e

    multa.

    Pargrafo nico. Incide na mesma pena o agente que,tendo comprovadamente concorrido para a consumao da ilegalidade, obtm

    vantagem indevida ou se beneficia, injustamente, das modificaes ou

    prorrogaes das parcerias ou convnios.

    Art. 56. Celebrar parceria ou convnio com entidade

    declarada inidnea ou de cuja administrao faa parte profissional declarado

    inidneo.

    Pena deteno, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, emulta. Pargrafo nico.

    Pargrafo nico. Incide na mesma pena aquele que,

    declarado inidneo, venha a celebrar parceria ou convnio com a

    administrao pblica.

    Art. 57. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as

    disposies sobre processo e procedimento judicial disciplinadas na Lei n

    8.666, de 21 de junho de 1993.

    Art. 58. O Decreto-Lei n 2.848, de 7 de dezembro de

    1940 (Cdigo Penal Brasileiro), passa a vigorar acrescido do seguinte artigo:

    Art. 359-I. Dar aos recursos pblicos recebidos mediante

    celebrao de parcerias ou convnios aplicao diversa da estabelecida em lei,

    regulamento ou instrumento de parceria ou convnio.

    Penarecluso de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

    CAPTULO VI

    DAS DISPOSIES FINAIS

    Art. 59. Esta Lei entra em vigor na data de sua

    publicao.

    Art. 60. A organizaes no governamentais que

    estiverem em processo de execuo de parceria ou convnio com rgo

    pblico tero o prazo de cento e oitenta dias para se adaptarem s regrascontidas nesta Lei sob pena de extino da parceria.

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    JUSTIFICAO

    Esta proposio busca responder com regras adequadas

    a reclamos que a relao entre administrao pblica e participao

    comunitria apresenta. Resulta de uma consolidao de diversos projetos que

    tramitam nesta Casa sobre organizaes no governamentais e tambm da

    proposta apresentada pela CPI das ONGs do Senado Federal.

    Busca aproximar essas propostas, aproveitando os

    pontos mais sensveis desses projetos, na tentativa de uma sistematizao

    dessa matria em um nico texto, que contemple as regras referentes

    formao, ao funcionamento, realizao de parceria com o poder pblico e

    fiscalizao dos recursos pblicos repassados a essas entidades.

    Conceitua, inicialmente, a organizao no

    governamental e estabelece regras de governana coorporativa, sem as quais

    impossvel que os termos de parceria funcionem adequadamente.

    Para os fins desta Lei, definem-se os requisitos que

    compem o conceito de governana coorporativa, com o objetivo de moralizar

    a atuao das organizaes e balizar os atos da administrao pblica que

    formam parceria com esses entes.

    Lana-se o embrio da atribuio de uma nota de

    avaliao para efeito de classificao dessas ONGS, de acordo com

    indicadores que ponderem o tempo de efetivo funcionamento, o nmero de

    projetos executados, os resultados apresentados de parcerias anteriores com o

    poder pblico e o nvel de publicidade de dados dessas organizaes. Procura-

    se, pois, indicar um caminho para distinguir e premiar as melhores parcerias.

    Outro aspecto importante para que a moralidade pblica

    seja observada nessas parcerias com ONGs a vedao de que agentes

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    pblicos participem da sua gesto, assim como cnjuge, ascendentes,

    descendentes e colaterais at o terceiro grau de autoridades administrativas do

    rgo pblico com o qual for celebrada a parceria.

    Estabelecem-se, igualmente, diversas condies para a

    realizao da parceria, incluindo a obrigao da ONG de publicar balanos no

    Dirio Oficial da Unio e em jornais de grande circulao. Para efeito de

    publicidade, define-se a obrigao de a ONG divulgar na internetinformaes

    relativas a todos os projetos executados e em execuo, bem como

    informaes relativas aos seus dirigentes e suas atribuies especficas.

    Com o regramento proposto neste Projeto, espera-se

    conter a onda de corrupo que tem envolvido ONGs e setores do poder

    pblico, com graves prejuzos para a Nao brasileira, que muito tem a ganhar

    com a parceria bem conduzida.

    No raro, a coisa pblica, ao longo dos tempos, tem sido

    tratada como se fosse patrimnio privado, com agentes pblicos e privados se

    adonando do bem pblico como se lhe pertencesse, esquecendo-se dosprincpios constitucionais que regem a atividade pblica e sua relao com a

    atividade privada.

    O gestor pblico no pode fazer aquilo que bem entende

    com o bem pblico, devendo se submeter aos princpios constitucionais e

    infraconstitucionais prprios. Entre estes, destacam-se as insculpidas no art. 37

    da Constituio Federal, a saber: legalidade, impessoalidade, moralidade,

    publicidade e eficincia. o corolrio da assertiva bsica que nos ensina: ao

    administrador privado facultado fazer o que a lei no probe, enquanto ao

    gestor pblico s o que a lei expressamente autoriza ou determina dado

    fazer.

    O objetivo desta proposta , justamente, enquadrar a

    administrao pblica e as organizaes no governamentais nesse modelo de

    gesto estabelecido pela Constituio Federal. Assim fazendo, estaremos

    resguardando o interesse pblico, que deve prevalecer sobre o interesse

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    privado, nunca desprezando a inestimvel contribuio da participao da

    comunidade no esforo de promover o bem comum.

    Dessa forma, contamos com o apoio de nossos ilustres

    Pares para o bom andamento e aprovao deste Projeto de Lei.

    Sala das Sesses, em de de 2011.

    Deputado ESPERIDIO AMIN