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PLANO DE ATIVIDADES 2020-2021

PLANO DE ATIVIDADES 2020-2021No ano transato o plano de atividades foi apresentado sob o signo do 40.º aniversário do CEJ e das atividades previstas para o celebrar. Ninguém imaginaria

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PLANO DE ATIVIDADES

2020-2021

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Título: Plano de Atividades 2020-2021

Autor: Centro de Estudos Judiciários

Ano de Publicação: 2020

Edição: Centro de Estudos Judiciários

Largo do Limoeiro

1149-048 Lisboa

[email protected]

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Centro de Estudos Judiciários

Plano de Atividades 2020.2021 3

Índice

SUMÁRIO .................................................................................................................... 7

1. APRESENTAÇÃO .......................................................................................................... 9

2. ORIENTAÇÕES GERAIS ............................................................................................... 15

3. PARCERIAS COM OUTRAS ENTIDADES. PRINCIPAIS INDICAÇÕES ....................................... 17

4. ABERTURA AO EXTERIOR E ENRAIZAMENTO NA COMUNIDADE JURÍDICA ........................... 19

5. AS CONFERÊNCIAS DO CENTRO DE ESTUDOS JUDICIÁRIOS ............................................... 21

6. ORGANIZAÇÃO DO 1.º CICLO DA FORMAÇÃO INICIAL (36.º CURSO DE FORMAÇÃO PARA OS

TRIBUNAIS JUDICIAIS E 7.º CURSO DE FORMAÇÃO PARA OS TRIBUNAIS ADMINISTRATIVOS E

FISCAIS) .................................................................................................................. 23

6.1. FORMAÇÃO INICIAL: O PLANO DE ESTUDOS PARA O 1.º CICLO DA FORMAÇÃO INICIAL

(36.º CURSO DE FORMAÇÃO PARA OS TRIBUNAIS JUDICIAIS E 7.º CURSO DE FORMAÇÃO

PARA OS TRIBUNAIS ADMINISTRATIVOS E FISCAIS) ............................................................. 24

6.2. DOCENTES .................................................................................................................... 26

7. ORGANIZAÇÃO DO 2.º CICLO DA FORMAÇÃO INICIAL (35.º CURSO DE FORMAÇÃO PARA OS

TRIBUNAIS JUDICIAIS E 6.º CURSO DE FORMAÇÃO PARA OS TRIBUNAIS ADMINISTRATIVOS E

FISCAIS) .................................................................................................................. 27

7.1. 35.º CURSO DE FORMAÇÃO PARA OS TRIBUNAIS JUDICIAIS ............................................. 27

7.1.1. Aspetos gerais ................................................................................................... 27

7.1.2. Magistratura Judicial .......................................................................................... 29

7.1.3. Magistratura do Ministério Público ..................................................................... 31

7.2. 6.º CURSO DE FORMAÇÃO PARA OS TRIBUNAIS ADMINISTRATIVOS E FISCAIS ..................... 37

8. ORGANIZAÇÃO DA FASE DE ESTÁGIO (34.º CURSO DE FORMAÇÃO PARA OS TRIBUNAIS

JUDICIAIS E 5.º CURSO DE FORMAÇÃO PARA OS TRIBUNAIS ADMINISTRATIVOS E FISCAIS) .. 43

8.1. 34.º CURSO DE FORMAÇÃO PARA OS TRIBUNAIS JUDICIAIS ............................................. 43

8.1.1. Juízes estagiários ............................................................................................... 43

8.1.1.1. Destinatários e considerações gerais ............................................................. 43

8.1.1.2. Objetivos específicos para o estágio de ingresso ............................................. 44

8.1.1.3. Metodologia ................................................................................................. 44

8.1.1.4. Acompanhamento e avaliação do desempenho ............................................. 46

8.1.2. Magistrados do Ministério Público estagiários ..................................................... 48

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8.1.2.1. Destinatários................................................................................................ 48

8.1.2.2. Princípios orientadores ................................................................................. 48

8.1.2.3. Objetivos ...................................................................................................... 49

8.1.2.4. Organização das atividades .......................................................................... 50

8.1.2.5. Ações específicas de índole formativa ............................................................ 51

8.2. 5.º CURSO DE FORMAÇÃO PARA OS TRIBUNAIS ADMINISTRATIVOS E FISCAIS ...................... 52

8.2.1. Destinatários e considerações gerais ................................................................... 52

9. FORMAÇÃO CONTÍNUA .............................................................................................. 53

9.1. AÇÕES DE FORMAÇÃO POR TIPOLOGIA ......................................................................... 54

9.1.1. Cursos Intensivos ............................................................................................... 54

9.1.2. Ações de Formação Contínua Tipo A – Colóquios ................................................. 55

9.1.2.1. Metodologia ................................................................................................. 55

9.1.2.2. Destinatários ............................................................................................... 55

9.1.3. Ações de Formação Contínua Tipo B – Seminários ............................................... 56

9.1.3.1. Metodologia ................................................................................................. 56

9.1.3.2. Destinatários ................................................................................................ 56

9.1.4. Ações de Formação Contínua Tipo C – Cursos de Especialização ........................... 57

9.1.4.1. Metodologia ................................................................................................. 57

9.1.4.2. Destinatários ............................................................................................... 57

9.1.5. Ações de Formação Contínua Tipo D – Workshops ............................................... 57

9.1.5.1. Metodologia ................................................................................................. 57

9.1.5.2. Destinatários................................................................................................ 57

9.1.6. Ações de Formação Contínua Tipo E – Cursos on-line ........................................... 58

9.2. AÇÕES DE FORMAÇÃO ESPECIAIS .................................................................................. 59

9.2.1. Violência doméstica e de género ......................................................................... 59

9.2.2. Tecnologias de Informação e comunicação e sociedade digital ............................. 59

10. DEPARTAMENTO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS ........................................................... 61

10.1. RELAÇÕES BILATERAIS ................................................................................................. 62

10.1.1. Países de Expressão oficial Portuguesa ............................................................. 62

10.1.2. Academia de Direito Europeu ........................................................................... 63

10.2. RELAÇÕES MULTILATERAIS ........................................................................................... 63

10.2.1. Rede Europeia de Formação Judiciária ............................................................ 63

10.2.1.1. O CEJ no Comité de Direção da Rede Europeia de Formação Judiciária ............ 64

10.2.1.2. Participação do CEJ nas atividades formativas da Rede Europeia de Formação

Judiciária ...................................................................................................... 64

10.2.2. Outras Redes de Formação .............................................................................. 65

10.3. COOPERAÇÃO NO QUADRO DO CONSELHO DA EUROPA ............................................ 66

11. ORGANIZAÇÃO INTERNA E CONTROLO DE QUALIDADE .................................................... 67

11.1. DEPARTAMENTO DE APOIO GERAL (DAG) ................................................................. 67

11.1.1. Grandes projetos ............................................................................................. 67

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11.1.2. Competências do DAG no âmbito do apoio jurídico e de recursos humanos,

financeiros, patrimoniais, informáticos e multimédia ........................................ 67

11.1.3. Atividades correntes ........................................................................................ 69

11.1.4. Divisão de Informática e Multimédia ................................................................ 71

11.2. GABINETE DE ESTUDOS JUDICIÁRIOS ............................................................................ 72

11.2.1. Competências ................................................................................................. 72

11.2.2. Atividades ....................................................................................................... 72

11.3. DIVISÃO DO CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO ................................................................ 74

11.3.1. Competências .................................................................................................... 74

11.3.2. Objetivo estratégico e operacionais ..................................................................... 74

11.3.3. Atividades ......................................................................................................... 76

11.3.3.1. Arquivo ........................................................................................................ 76

11.3.3.2. Biblioteca ..................................................................................................... 76

11.3.3.3. Publicações .................................................................................................. 77

11.3.4. Outras atividades .......................................................................................... 77

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Plano de Atividades 2020.2021 7

Sumário

1. APRESENTAÇÃO

2. ORIENTAÇÕES GERAIS

3. PARCERIAS COM OUTRAS ENTIDADES. PRINCIPAIS INDICAÇÕES

4. ABERTURA AO EXTERIOR E ENRAIZAMENTO NA COMUNIDADE JURÍDICA

5. AS CONFERÊNCIAS DO CENTRO DE ESTUDOS JUDICIÁRIOS

6. ORGANIZAÇÃO DO 1.º CICLO DA FORMAÇÃO INICIAL (36.º CURSO DE FORMAÇÃO

PARA OS TRIBUNAIS JUDICIAIS E 7.º CURSO DE FORMAÇÃO PARA OS TRIBUNAIS

ADMINISTRATIVOS E FISCAIS)

7. ORGANIZAÇÃO DO 2.º CICLO DA FORMAÇÃO INICIAL (35.º CURSO DE FORMAÇÃO

PARA OS TRIBUNAIS JUDICIAIS E 6.º CURSO PARA OS TRIBUNAIS

ADMINISTRATIVOS E FISCAIS)

8. FASE DE ESTÁGIO (34.º CURSO DE FORMAÇÃO PARA OS TRIBUNAIS JUDICIAIS E 5.º

CURSO DE FORMAÇÃO PARA OS TRIBUNAIS ADMINISTRATIVOS E FISCAIS)

9. FORMAÇÃO CONTÍNUA

10. DEPARTAMENTO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

11. ORGANIZAÇÃO INTERNA E CONTROLO DE QUALIDADE

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1. Apresentação

No ano transato o plano de atividades foi apresentado sob o signo do 40.º aniversário do CEJ e

das atividades previstas para o celebrar.

Ninguém imaginaria que, um ano depois, seria o espectro da instabilidade e da imprevisibilidade

projetadas pelo impacto da pandemia que assola o país e o mundo, que influenciaria e envolveria de

forma impressiva o Plano que agora se apresenta.

O termo disruptivo afirmou-se e vulgarizou-se na linguagem comum, para expressar a

interrupção de uma atividade ou processo.

A pandemia teve esse efeito.

À interrupção imediata da formação inicial presencial seguiu-se a necessidade de encontrar

respostas também imediatas e num mundo novo para, num quadro de proteção da saúde e da vida de

todos os envolvidos no processo de formação, encontrar sucedâneos credíveis e aceitáveis para

satisfazer os objetivos pretendidos: a continuidade da formação, com a qualidade que o CEJ garante, e

preparar a avaliação dos auditores em formação inicial.

Tudo num quadro de incógnitas tecnológicas.

A formação presencial, inicial e contínua, viu-se transformada em formação à distância.

A avaliação das atividades de formação inicial, desenhada e preparada para ser executada num

quadro de formação presencial, foi também adaptada para um modelo à distância.

A formação (e a avaliação) presencial cedeu perante a exigência intransponível da força das

circunstâncias e transformou-se em formação à distância, para que ninguém estava preparado e onde

as experiências similares, para com elas aprender, não existiam.

Também o recrutamento e seleção de candidatos a auditores de justiça, com um quadro legal

modelado na presencialidade, teve de ser reconfigurado, tendo presente a preservação de valores

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Plano de Atividades 2020.2021 10

relevantes para a vida e saúde dos candidatos, dos membros dos júris e pessoal de apoio balanceadas

com as exigências de preservação do rigor da seleção dos candidatos e do respeito pela equidade do

procedimento e o início do curso no momento mais próximo do estabelecido na lei: 15 de setembro.

O modelo adotado para concluir o concurso compatibilizou um misto de avaliação presencial e à

distância, mantendo a presença física em sala do CEJ de um máximo de sete pessoas - presidente e

mais quatro elementos do júri, sendo dois deles obrigatoriamente um elemento da academia e outro da

advocacia, o candidato e uma pessoa do público, previamente inscrita, nos termos das regras pré-

definidas -, participando os demais elementos do júri à distância.

Aplicado o modelo nas provas orais do concurso de acesso ao 7.º curso de formação para juízes

dos tribunais administrativos e fiscais, os ensinamentos da sua execução prática permitirão melhorá-lo

e replicá-lo em setembro na fase oral do concurso de seleção para auditores de justiça do 36.º curso de

formação de magistrados judiciais e do Ministério Público para os tribunais judiciais.

A situação presente de instabilidade, com larga margem de imprevisibilidade futura, convoca a

presença de um forte grau de racionalidade nas medidas a incluir e a incorporação de espaços de

flexibilidade, para a sua execução adequada.

Neste contexto, o Plano de Atividades para 2020-2021, que se apresenta ao Conselho Geral para

aprovação, em cumprimento do comando legal inscrito no n.º 1 do artigo 4.º da Lei n.º 2/2008, de 14 de

janeiro, tem em conta, nas suas linhas essenciais, a conclusão dos procedimentos concursais do 36.º

curso de formação inicial para as magistraturas judicial e do Ministério Público para os tribunais

judiciais e do 7.º curso de formação para juízes dos tribunais administrativos e fiscais e as subsequentes

atividades de 1.º ciclo, consoante plano ainda a ser aprovado pelo Conselho Pedagógico; as atividades

relativas ao prosseguimento do 2.º ciclo de formação do 35.º Curso de formação para magistrados dos

tribunais judiciais e do 6.º curso de formação de juízes para os tribunais administrativos e fiscais, a

efetivação do estágio dos magistrados oriundos do 34.º Curso de formação para magistrados para os

tribunais judiciais e do 5.º Curso de formação de juízes para os tribunais administrativos e fiscais, a que

acresce a programação de atividades no âmbito da formação contínua, com as alterações que são

propostas.

Dar-se-á também destaque, ao longo do Plano, à programação da cooperação judiciária

internacional no domínio da formação, bilateral e multilateral, no âmbito da CPLP, da União Europeia -

com uma referência à presidência portuguesa do Conselho e seus reflexos no CEJ -, do Conselho da

Europa e da América Latina, e aos projetos e programação relevante no contexto da organização

interna e de controlo de qualidade.

Em circunstâncias normais, o 1.º ciclo da formação inicial do 36.º Curso de formação de

magistrados para os tribunais judiciais, destinado a um universo de 110 auditores de justiça, sendo 45

para a magistratura judicial e 65 para a magistratura do Ministério Público, e do 7.º Curso de formação

para 30 juízes dos tribunais administrativos e fiscais iniciar-se-ia em 15 de setembro p.f., e o

procedimento concursal encontrar-se-ia, neste momento, na fase final de recrutamento dos auditores

de justiça.

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Plano de Atividades 2020.2021 11

Este ano, em razão da suspensão do procedimento ditada pela situação de emergência e

calamidade pública o início irá deslizar para o final do mês de novembro, em razão, por um lado, da

impossibilidade de realização das provas orais em simultâneo, tendo a fase oral do 7.º curso sido

iniciada em julho e a do 36.º só o será em setembro, a que se seguem atos procedimentais ainda em

falta e que não podem ser preteridos, por imperativo legal, entre eles, a avaliação psicológica dos

candidatos, que, pelo elevado número de presenças, obriga a medidas especiais de cautela, mantendo-

se a situação pandémica.

O número de formandos para os tribunais comuns – 40 auditores de justiça para a magistratura

judicial e 65 para a magistratura do Ministério Público – e o número de formandos para os tribunais

administrativos e fiscais (30) esgotarão as vagas postas a concurso.

A preparação dos cursos está a ser planeada com antecedência e tendo presente a inexorável

redução temporal além do encadeamento de cursos futuros, como melhor se explica no ponto 6, e é um

dos casos em que a flexibilidade exigida estará prevista, com recurso aos ensinamentos recolhidos

desde o início da pandemia, prevendo-se a melhor resposta que a situação concreta permita, podendo

ser articulada a formação presencial com a formação à distância em termos que melhor se harmonizem

com uma resposta de qualidade.

A execução do Plano supõe também a adaptação das condições logísticas, nomeadamente a

necessidade de espaços, em especial salas de aula e suas características, bem como os meios humanos

e técnicos, levantamento já efetuado e que se está a tentar adaptar, no circunstancialismo presente.

Acautelaram-se também as necessidades de docentes, tendo sido pedido aos Conselhos

Superiores, após parecer favorável do Conselho Pedagógico, autorização, num caso, para a renovação

excecional de comissão de serviço de magistrada judicial da área penal, e, noutro caso, para a

nomeação em comissão de serviço, de magistrado da área tributária.

No plano da formação contínua, será aproveitada a experiência e seguirá este modelo,

adaptando-o às circunstâncias e especificidades de cada jurisdição, até que seja possível retomar

alguma presencialidade que, neste momento, para além de ser desaconselhável em termos de saúde

pública, seria perturbadora para os/as próprios destinatários/as.

Como mais detalhadamente se refere no local próprio, o CEJ tinha já estabelecido um plano para

iniciar as formações junto dos tribunais superiores, nomeadamente com a Relação de Lisboa, que

circunstâncias várias conjugadas com a realidade pandémica que se abateu sobre todos, atrasaram a

concretização deste objetivo que se retomará.

A seleção das ações de formação esteve condicionada pelo adiamento de cerca de metade das

que foram previstas e não executadas no Plano anterior, mas contou com o enriquecimento das

sugestões dos Conselhos Superiores da Magistratura, dos Tribunais Administrativos e Fiscais e do

Ministério Público, bem assim como de outras entidades.

No contexto de indefinição generalizada que nos envolve, leva a uma opção por objetivos que

ainda assim possam ser cumpridos.

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Assim, inscrevem-se neste Plano as ações que não puderam ser realizadas, acrescentando e

conjugando sugestões que ao longo dos anos vêm sendo formuladas. Paralelamente às ações com

temáticas previamente definidas para os/as magistrados/as a nível nacional, serão feitas formações

adequadas às reais e concretas necessidades de cada Comarca, fazendo intervir neste processo

juízes/as presidentes e coordenadores/as MP, definindo-se posteriormente os respetivos conteúdos,

podendo, no caso de temáticas semelhantes, proceder-se a uma agregação de comarcas, para

majoração da formação e dos meios disponíveis, passando o modelo das ações pela utilização dos

meios informáticos e à distância, mas em casos concretos poderá ser utilizado o modelo workshop

presencial, caso as restrições de saúde pública o permitam.

Assinala-se, de novo, que a transmissão à distância de ações de formação continua a ser uma

inevitabilidade, continuando a prosseguir-se um esforço acrescido na qualidade da transmissão e

receção da imagem e som, de modo a superar todas as deficiências que possam manifestar-se ou

persistir.

No contexto da formação contínua, o CEJ continuou a ser solicitado, nomeadamente por

entidades da órbita da Administração da Justiça, em particular dos órgãos de polícia criminal,

manifestando o interesse em participar nas ações de formação organizadas pelo CEJ ou que este

organize ações específicas dirigidas aos técnicos e profissionais de tais entidades, com vista a uma

melhoria da qualidade das respostas.

Relativamente aos países de expressão oficial portuguesa o Centro de Estudos Judiciários

continua a desempenhar uma relevante centralidade, sendo solicitado para a formação inicial e

contínua de magistrados, bem como para o apoio organizacional e técnico à formação judiciária local.

Para além dessas solicitações, desenhadas e executadas em articulação com as autoridades

nacionais e de acordo com o direito nacional do país, e à semelhança do que tem acontecido nos

últimos anos, foi pedida a frequência de magistrados de São Tomé no curso normal de formação de

magistrados para os tribunais judiciais, a iniciar no final deste ano.

Por último, no contexto da formação judiciária no quadro da cooperação entre países de língua

portuguesa, releva sublinhar que continuarão a ser dados passos para consolidar o propósito, cada vez

mais próximo da concretização, da criação de uma rede de escolas de formação no âmbito dos países

de língua oficial portuguesa, englobando escolas de formação da CPLP.

No âmbito Europeu, na dupla dimensão do Conselho da Europa e da União Europeia, e

internacional, o CEJ continuará a prosseguir, como o tem feito, uma muito intensa ação bilateral com a

Academia de Direito Europeu (ERA), e multilateral, no contexto europeu, com a Rede Europeia de

Formação Judiciária (EJTN) e o Conselho da Europa, e ibero-americana, com a Rede Ibero Americana

de Escolas Judiciais (RIAEJ), e no contexto sul-americano, com a Rede de Capacitação do Ministério

Público Ibero-Americano (RECAMPI).

Desenvolvendo um pouco mais, o CEJ continuará a consolidar e reforçar o excelente

relacionamento existente desde há vários anos com a ERA, e a levar à prática, em parceria, diversas

atividades que no local próprio se descrevem.

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Quanto à EJTN, cujo comité diretor integra, a cooperação entre as duas instituições continuará a

desenvolver-se sob três planos essenciais: no primeiro, o CEJ integra e tem participação empenhada

nos órgãos sociais e nas respetivas reuniões em que intervém ao longo do ano, agora ainda mais

fortalecida pela coordenação do grupo de trabalho sobre metodologias; no segundo, nas diversas ações

que a EJTN organiza e em que o CEJ participa, sendo de destacar os programas AIAKOS e THEMIS, e,

no terceiro, no programa de intercâmbios, em que o CEJ participa ativamente, recebendo magistrados

europeus em Portugal e enviando magistrados portugueses para diversos países da União Europa,

situação que poderá conhecer soluções de continuidade em razão da situação pandémica europeia.

No plano do Conselho da Europa, o CEJ, além da sua participação nos diversos grupos de

trabalho que integra, coopera com dois cursos de b-learning, um em matéria de direito do trabalho e

outros de direitos humanos.

Por último, no âmbito da Organização Interna e do Controlo de Qualidade releva assinalar o

esforço constante nesse domínio, assinalando, como mais emblemáticos, além dos grandes projetos

relativos à implementação de um sistema de Gestão Documental, indispensável a uma nova

abordagem de métodos de trabalho e o reforço do digital, a implementação, em 1.ª fase, do projeto de

eficiência energética, que além de criar melhores condições para os utentes do edifício induz

poupanças energéticas significativas, e intervenção de fundo nas salas de sessões, como forma de

responder, de imediato, a exigências de proteção na saúde, quer de docentes e auditores como de

todos os recursos humanos aqui em exercício.

Outros projetos menos ambiciosos, mas não menos necessários para o bom funcionamento e a

modernização do CEJ, devem ser mencionados, entre os quais se mencionam a atualização do

equipamento informático, com reforço do número de portáteis disponíveis e a conclusão da migração

do sítio de internet do CEJ para a Plataforma do Ministério da Justiça, “justiça.gov.pt”, com o que se

disporia de uma ferramenta de melhor comunicação do CEJ, além do reforço constante do acervo

bibliográfico e de publicações periódicas, de modo a oferecer aos utentes do CEJ, em especial os

formandos e formadores, as ferramentas necessárias ao cumprimento da sua missão.

Para uma apreciação em maior detalhe do que é planeado para o próximo ano, no

Departamento de Apoio Geral, no Gabinete de Estudos Judiciários, na Divisão de Informática e

Multimédia, e na Divisão do Centro de Documentação, reenvia-se para as rubricas próprias, nas quais se

descrevem, de forma detalhada, as ações a realizar no próximo ano, e sem as quais e o empenho dos

seus colaboradores a missão do CEJ ficaria comprometida.

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Centro de Estudos Judiciários

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2. Orientações gerais

A ação do Centro de Estudos Judiciários tem-se orientado pelo respeito dos seus objetivos

estruturantes, prosseguidos através de linhas mestras concretizadoras, numa linha de evolução

progressiva onde pontificam: a salvaguarda, bem como o fortalecimento, do prestígio e a credibilidade

do CEJ; o reforço da identidade do CEJ como escola de formação; a abertura do CEJ ao exterior; a

contribuição do CEJ para a confiança nos tribunais e na legitimidade do poder judicial; a

complementaridade das profissões jurídicas; a definição de um projeto pedagógico coerente, assente

nas virtualidades do e-b-learning, e uma cultura de caráter e a independência de espírito.

O Centro de Estudos Judiciários encetou uma reflexão profunda em fase de conclusão sobre o

modelo vigente no seu diploma orgânico e os melhoramentos que poderão ser introduzidos no modelo

em razão dos ensinamentos recolhidos em mais de uma dezena de anos de vigência, não pondo em

causa a arquitetura estrutural do modelo, mas, essencialmente, a superação de assimetrias ao nível do

recrutamento e da seleção dos futuros magistrados, da definição dos pressupostos e das diferenças nas

vias de acesso, além de acertos em matéria de estrutura organizativa.

Assinalar-se-á, reiterando o que já se referiu em anos anteriores, que nas alterações aos Guias do

2.º ciclo (Magistratura Judicial para os Tribunais Judiciais e para a Jurisdição Administrativa e Fiscal e

Magistratura do Ministério Público) têm vindo a ser introduzidas algumas novas regras relativas quer

aos procedimentos de formação quer à avaliação dos auditores de justiça, visando-se a sua adaptação à

nova organização judiciária e o reforço da sua transparência.

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Plano de Atividades 2020.2021 17

3. Parcerias com outras entidades. Principais

indicações

Tem sido preocupação permanente do Centro de Estudos Judiciários abrir a formação judicial à

sociedade e à comunidade jurídica, desse modo contribuindo para o incremento da confiança dos

cidadãos no seu sistema de justiça e, ao mesmo tempo, incentivando o diálogo entre as diversas

profissões jurídicas enquanto peças importantes na estratégia de legitimação do poder judicial.

Tendo presentes esses objetivos a alcançar, o Centro de Estudos Judiciários celebrou novas ou

desenvolveu e reforçou antigas parcerias com entidades externas, tendentes à planificação e execução

dos seus programas de formação inicial e contínua.

Neste âmbito e de entre os projetos em curso, destacam-se os que envolvem as seguintes

entidades:

Ordem dos Advogados

Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução

Entidade Reguladora da Comunicação Social

Autoridade Tributária

Ordem dos Notários

Instituto dos Notários de Portugal, Associação INP

Associação Portuguesa de apoio à Vítima (APAV)

DGAJ

INPI (Propriedade Intelectual)

APODIT (Processo de Trabalho)

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Instituto Nacional da Administração

Direção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT) (Direito do

Trabalho)

Instituto do Direito do Trabalho (Proteção de dados pessoais e Direito do Trabalho)

União das Associações de Juízes dos Países de Língua Portuguesa (Migrações e

Processo Civil) e Escolas de Magistratura do Brasil (Processo Civil)

Instituto Padre António Vieira (Justiça Para Tod@s; Migrações, estrangeiros e

globalização), SEF, CPLP (Migrações, estrangeiros e globalização)

CIG (Violência Doméstica)

CNE, CSM (Processo eleitoral).

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4. Abertura ao exterior e enraizamento na

comunidade jurídica

A abertura ao exterior com enraizamento na comunidade jurídica tem sido uma constante do

CEJ, fomentada não só através da adoção de comportamentos proactivos ao serviço de instituições da

sociedade, da ciência e da cultura, como também através da prossecução de uma política editorial que

passa pela otimização da divulgação de todos os materiais formativos aqui produzidos.

Nesse sentido, apostou-se e continua a fomentar-se a disponibilização de conteúdos de elevada

qualidade e atualidade, como uma forma de afirmação e credibilização da «marca CEJ», através das

publicações próprias, em particular a Revista do CEJ e o Prontuário do Direito do Trabalho, ambas

relançadas e a serem publicadas com a periodicidade respeitada, os e-books, inegavelmente um dos

ativos de maior valia e aceitação produzidos pelo CEJ, pela cadência da produção e diversidade de

temas abordados, a que acrescem os vídeos de conferências produzidas em atividades de formação

contínua, disponibilizados na sua página web.

O aumento das visualizações no país e no estrangeiro, e em particular o descarregamento a

partir dos Países de Língua Oficial Portuguesa e outros territórios, são índice objetivo e seguro da

importância e ampla aceitação desses conteúdos, constituindo ao mesmo tempo fator de estímulo e

crescente responsabilidade na produção de conteúdos específicos para esses países, como já ocorre.

De igual modo, a transmissão de ações de formação contínua e outras atividades, através de

videoconferência e outros meios técnicos para os tribunais ou outros locais de receção, continuará a ser

melhorada, e o momento presente mostra que o digital é uma via que não deve ser negligenciada,

devendo ser encontradas soluções que captem e vão ao encontro dos interesses dos destinatários.

De par com a transmissão de ações de formação contínua, o CEJ continuará a diversificar os

meios e os métodos de divulgação dos conteúdos, recorrendo, quando necessário, aos meios mais

adequados, incluindo a descentralização da sua oferta de formação, que será formatada.

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5. As Conferências do Centro de Estudos

Judiciários

A pandemia gerou nas Conferências do Centro de Estudos Judiciários o mesmo impacto que na

formação contínua tendo obrigado à sua suspensão, e a sua transferência para o ano seguinte.

Sendo das ações mais emblemáticas oferecidas pelo CEJ a toda a comunidade jurídica, pelos

horizontes de saber e conhecimento que divulgam, optou-se pela suspensão, pela impossibilidade de

criar a proximidade que se pretende entre o orador e os participantes.

Contámos com a participação da cientista Elvira Fortunato, da coreógrafa Olga Roriz e do

selecionador nacional Fernando Santos, mas o surgimento e disseminação da pandemia impediu a

realização das conferências de Maria do Rosário Pedreira, Pilar del Rio, Júlio Isidro e o Monsenhor Vitor

Feytor Pinto, que foram já assumidas para o próximo ano, sendo calendarizadas, juntamente com

outras personalidades relevantes dos diversos saberes e atividades, logo que as condições o permitam.

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6. Organização do 1.º ciclo da formação

inicial (36.º Curso de Formação para os

Tribunais Judiciais e 7.º Curso de

Formação para os Tribunais

Administrativos e Fiscais)

Por Despacho proferido ao abrigo do disposto no artigo 8.º da Lei n.º 2/2008, de 14 de janeiro, a

Senhora Ministra da Justiça determinou a abertura de curso de ingresso nas magistraturas para o

preenchimento de um total de 135 vagas, sendo 40 na magistratura judicial para os tribunais judiciais,

65 na magistratura do Ministério Público para os tribunais judiciais e 30 na magistratura judicial para os

tribunais administrativos e fiscais (Despacho n.º 410/2020, de 17 de dezembro de 2019).

O aviso de abertura destes dois cursos foi publicado em 31 de dezembro de 2019 (Aviso n.º

20807/2019, publicado no DR - 2.ª série, n.º 1, de 31 de dezembro de 2019).

O processo de seleção dos candidatos para o preenchimento de tais vagas encontra-se em curso,

prevendo-se a sua conclusão após o verão devido à situação de emergência vivida em Portugal pelo

contexto pandémico COVID-19, desde março de 2020, que atrasou todo o inicial planeamento do

concurso.

O início dos dois cursos – o 36.º para os tribunais judiciais e o 7.º para os tribunais administrativos

e fiscais - está programado para a semana de 30 de novembro de 2020.

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6.1. Formação inicial: o plano de estudos para

o 1.º Ciclo da Formação Inicial (36.º Curso de

Formação para os Tribunais Judiciais e 7.º Curso

de Formação para os Tribunais administrativos e

fiscais)

1. A formação inicial de magistrados para os tribunais judiciais e para os tribunais

administrativos e fiscais compreende um curso de formação teórico-prática, organizado em dois ciclos

sucessivos, e um estágio de ingresso, sendo que o primeiro ciclo desse curso se realiza na sede do CEJ,

com a ressalva dos estágios intercalares de curta duração, que decorrem nos tribunais – tal como se

estabelece nos n.ºs 1 e 2 do artigo 30.º da Lei n.º 2/2008, de 14 de janeiro.

Independentemente das alterações que possam operar-se na legislação orgânica que rege o CEJ,

e que a atual Direção continua a reconhecer como imperativas, o modelo avaliativo atualmente em

vigor será interpretado e aplicado no sentido de acentuar o papel formativo dos docentes e uma ideia

de aprendizagem contínua dos auditores, em que formadores e formandos estejam mais preocupados

com a formação dos futuros magistrados para o seu próximo desempenho funcional, e menos com a

avaliação destes e a sua classificação ou graduação.

Nessa medida, o processo avaliativo tenderá a centrar-se numa prognose da ocorrência dos

requisitos éticos e técnicos que caracterizam um desempenho profissional exemplar. Como se sublinha

no mencionado Projeto Estratégico, a avaliação deve estar «centrada na realização de objetivos claros,

atinentes ao conjunto de requisitos técnicos e morais que caracterizam os bons Magistrados». Ou, dito

de outro modo, respigando diferente trecho, «o regime de avaliação deve contribuir para a orientação

identitária dos magistrados, em especial, pela sua independência e responsabilidade, capacidade de

decisão e de fundamentação».

Consequentemente, e não obstante a necessária individualização dos docentes enquanto

avaliadores responsáveis pela concreta avaliação, nos termos legais estabelecidos em cada momento, o

método de avaliação contínua será convolado para uma avaliação global, em que todos os fatores de

avaliação que relevem para a aferição daqueles requisitos éticos e técnicos sejam considerados e em

que os juízos formulados por todos os docentes que interajam funcionalmente com cada um dos

auditores sejam ponderados, sempre com salvaguarda da total transparência do processo avaliativo.

O CEJ procura evitar a reprodução de modelos académicos ou universitários, pretendendo-se

acentuar a componente prática da formação. Nessa medida, e como ali se salienta, os citados planos de

estudo valorizarão a interdisciplinaridade dos saberes, a complementaridade com o ensino universitário

e a orientação ao estudo do caso concreto.

Trata-se, afinal, de organizar as atividades formativas numa lógica de aquisição de

competências para o saber fazer, numa perspetiva de cumprimento da ética profissional e de respeito

pelo cidadão, enquanto destinatário da atividade dos tribunais, em que têm papel essencial vários

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Plano de Atividades 2020.2021 25

aspetos a desenvolver: formação adequada nos domínios da ética e deontologia profissionais e dos

direitos humanos; estudo e assimilação de boas práticas profissionais; preparação para a

especialização; exercitação das capacidades de compreensão e valoração da prova, e de ponderação e

decisão, segundo o direito e o bom senso; elaboração de materiais de formação comuns dentro de cada

área formativa e dirigidos a todos os auditores; mobilização dos formandos para o seu próprio processo

formativo; valorização da ponderação e análise crítica das matérias e materiais formativos pelos

auditores.

Acresce que, para atingir níveis satisfatórios de desenvolvimento dos aspetos referidos, mostra-

se ainda de particular relevância enquadrar na formação do primeiro ciclo o reforço de uma perspetiva

formativa prática nos contactos com a atividade dos tribunais, aprofundando o modelo de estágio

intercalar já existente (previsto no n.º 1 do artigo 42.º da Lei n.º 2/2008), o estudo integrado (e não

estanque) das matérias das componentes formativas geral e de especialidade, numa lógica de

interdisciplinaridade e complementaridade com as áreas da componente profissional (embora, neste

ponto, com a vantagem de significar a desnecessidade de autonomização de várias daquelas matérias,

que serão tratadas no âmbito das áreas da componente profissional, daí resultando um ganho em

termos de gestão da carga horária).

2. Em circunstâncias normais os Planos de Estudos para estes dois cursos deveriam já encontrar-

-se elaborados, e aprovados pelo Conselho Pedagógico ao abrigo do disposto no artigo 98.º, n.º 4,

alínea a) da Lei n.º 2/2008, de 14 de janeiro, constando de anexo a este Programa de Atividades e dele

fazendo parte integrante.

Todavia, as circunstâncias excecionais do tempo presente justificam que assim não seja.

Essencialmente por três ordens de razões:

A primeira, por se encontrar em discussão no seio do Governo um diploma legislativo que opera

a redução do período de formação inicial dos próximos cursos de formação para os tribunais judiciais,

abrangendo os seus dois ciclos no que concerne aos auditores que se destinam à magistratura do

Ministério Público, e o 1.º ciclo no que se refere aos auditores que optaram pela magistratura judicial.

A segunda, por ser ainda incerta a evolução da situação de pandemia com naturais reflexos nas

opções metodológicas a que o próximo curso deverá obedecer, designadamente no que concerne à

viabilidade do mesmo poder realizar-se integralmente com recurso a sessões presenciais.

Finalmente, face à circunstância de a referida situação epidemiológica ter imposto o adiamento

da realização dos exames orais de acesso ao 36.º curso, o que implica o adiamento do seu início para o

fim do mês de novembro de 2020.

Acrescenta-se, no que se refere ao primeiro ponto acima mencionado que, face à situação de

carência de meios humanos que se regista nas magistraturas judicial e do Ministério Público e o seu

potencial agravamento nos próximos anos - em função do número de juízes e magistrados do

Ministério Público que ficarão em condições de se jubilar -, mas também à imperiosa necessidade de

não desvirtuar os padrões de exigência e de qualidade na seleção e formação que o interesse público

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Plano de Atividades 2020.2021 26

exige, o CEJ tomou a iniciativa de propor ao ministério da justiça uma excecional programação do

recrutamento e formação dos futuros magistrados nos próximos três anos e que passará pelo início de

processos de seleção em setembro de 2021 e em março de 2022.

Assim, e no que se refere especificamente ao 36.º Curso, foi proposto que o 1.º ciclo, se tiver

início a 02 de dezembro de 2020 se prolongue apenas até 15 de julho de 2021, operando-se ainda, como

se disse, uma redução da duração do segundo ciclo no caso da magistratura do Ministério Público –

quer para o 35.º quer para o 36.º Curso -, com a introdução de soluções que visam permitir o acesso

mais rápido à fase de estágio dos auditores de justiça mais qualificados.

Nos três concursos subsequentes que integram esta programação excecional (37.º, 38.º e 39.º), o

1.º ciclo terá uma duração igualmente reduzida (cerca de sete meses) seguindo-se no caso da

magistratura do Ministério Público, e só para esta, uma redução dos períodos de 2.º ciclo e do estágio.

Face ao objetivo que nos é proposto alcançar, o CEJ considera que a solução proposta permite

salvaguardar a qualidade da formação e preservar o valor, que tem por fundamental, plasmado no

princípio da formação conjunta em 1.º ciclo dos futuros magistrados judiciais e do Ministério Público, ao

mesmo tempo que obvia às dificuldades inerentes à formação simultânea de auditores de justiça

destinados à mesma magistratura a diferentes velocidades, e que resultariam da adoção de soluções

identificadas com o que habitualmente se designa pela implementação de cursos especiais que

decorram ao mesmo tempo dos cursos normais.

Nestes termos, os Planos de Estudos serão elaborados logo que possível, ou seja, assim que

existirem elementos mais seguros sobre os diversos pontos a que acima se fez referência.

6.2. Docentes

Dando continuidade ao procedimento iniciado pela primeira vez no ano de 2012, foi aberto – e

encontra-se em desenvolvimento - um procedimento público de seleção de um docente, a tempo

integral, com vista à recomposição do quadro de pessoal docente do Centro de Estudos Judiciários,

agora na área do Direito Tributário.

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7. Organização do 2.º Ciclo da formação

inicial (35.º Curso de Formação para os

Tribunais Judiciais e 6.º Curso de Formação

para os Tribunais Administrativos e Fiscais)

7.1. 35.º Curso de Formação para os Tribunais

Judiciais

7.1.1. Aspetos gerais

1. A formação inicial de magistrados para os tribunais judiciais compreende um curso de

formação teórico-prática, organizado em dois ciclos sucessivos, e um estágio de

ingresso.

2. O 2.º ciclo do curso de formação teórico-prática decorre nos tribunais, nos quais a

formação dos auditores de justiça é assegurada por coordenadores regionais e

Magistrados formadores.

3. No período abrangido pelo Plano de Atividades para 2020-2021, frequentarão o

segundo ciclo de formação, os auditores de justiça que ingressaram no 35.º Curso

Normal de Formação.

4. O n.º 1 do artigo 49.º da Lei n.º 2/2008, de 14 de janeiro, fixa como objetivos específicos

para o 2.º ciclo de formação teórico-prática:

Assegurar a consolidação das exigências deontológicas inerentes ao exercício de

cada magistratura e a compreensão dos respetivos direitos e deveres estatutários;

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Plano de Atividades 2020.2021 28

Proporcionar a experimentação e a compreensão concreta dos conteúdos

funcionais da respetiva magistratura e dos outros agentes do sistema de justiça,

bem como o desenvolvimento de boas práticas no relacionamento com os demais

agentes judiciários;

Apurar o espírito crítico e cultivar atitude de cooperação e de relativização do

saber no debate das questões e no processo de decisão, com progressiva aquisição

de autonomia e personalização na decisão;

Exercitar uma prática multidisciplinar no tratamento dos casos e de realização

efetiva dos direitos fundamentais.

5. O n.º 2 do mesmo preceito legal, ao nível das competências técnicas, estabelece os

seguintes objetivos específicos:

Prosseguir a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos técnico-

jurídicos necessários à aplicação do Direito, mediante intervenção concreta e

simulada em atos processuais e outros da atividade judiciária, apurando a técnica

de elaboração de peças e agilizando os procedimentos processuais, com destaque

para a recolha, produção e valoração da prova;

Proporcionar o conhecimento concreto da missão, atividade e capacidade de

resposta das instâncias judiciárias e não judiciárias intervenientes na

administração da justiça;

Apurar o domínio do processo de decisão, mediante o desenvolvimento das

capacidades de análise e de síntese, do poder de argumentação e da ponderação

de interesses e das consequências práticas da decisão;

Desenvolver as competências de organização e gestão de métodos de trabalho,

com relevo para a gestão do tribunal, do processo, do tempo e da agenda e para a

disciplina dos atos processuais;

Exercitar as técnicas de comunicação para uma boa prática judiciária, incluindo o

recurso otimizado às tecnologias da informação e da comunicação disponíveis.

6. Para a prossecução deste conjunto de objetivos específicos, que constituem o

desenvolvimento dos objetivos gerais consignados no artigo 34.º da Lei n.º 2/2008,

compete aos auditores de justiça, sob orientação dos respetivos formadores,

designadamente:

Elaborar projetos de peças processuais;

Intervir em atos preparatórios do processo;

Coadjuvar o formador nas tarefas de direção e instrução do processo;

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Plano de Atividades 2020.2021 29

Assistir às diversas diligências processuais, em especial no domínio da produção de

prova, da audição de pessoas e da realização de audiências;

Assistir às deliberações dos órgãos jurisdicionais.

7.1.2. Magistratura Judicial

1. Durante a vigência do Plano de Atividades para o ano de 2020-2021 iniciarão a

formação no 2.º ciclo os auditores de justiça provenientes do 35.º Curso Normal de

Formação de Magistrados, cujo acesso ao Centro de Estudos Judiciários ocorreu pelas

vias académica e profissional, previstas na alínea c) do artigo 5.º da Lei n.º 2/2008.

2. Este período de formação destina-se a um universo de 45 auditores de justiça que

optaram pela magistratura judicial e que obtiverem aproveitamento no 1.º ciclo de

formação.

3. O período de formação terá início no dia 1 de setembro de 2020 e terminará no dia 15

de julho de 2021. Excecionalmente, o período de formação poderá ser prorrogado em

função do aproveitamento do auditor de justiça, mediante deliberação do Conselho

Pedagógico, sob proposta do diretor do Centro de Estudos Judiciários.

4. No decurso desta fase de formação, pretende-se que os auditores de justiça, sob

orientação e assistência permanente de um juiz formador, adquiram e aprofundem os

conhecimentos necessários à aplicação prática do Direito no exercício da atividade

judicial em diversas jurisdições.

5. Para a prossecução de tais objetivos, a atividade do auditor de justiça centrar-se-á na

assistência a julgamentos e outras diligências, normalmente mas não necessariamente,

presididas pelo próprio juiz formador, e na simulação de sentenças e despachos judiciais

de todo o tipo, com especial atenção à organização e gestão do expediente diário e da

agenda.

6. Visa-se, desta forma, garantir que, no final do 2.º ciclo de formação, o auditor de justiça

esteja apto a assumir competências próprias enquanto juiz estagiário, já dotado de

conhecimentos teóricos e práticos que lhe permitam, de imediato, desempenhar

funções como juiz em todas as vertentes da intervenção que lhe é própria.

7. Constitui objetivo de idêntica importância o conhecimento e assimilação de regras

éticas e deontológicas, que permitam ao futuro juiz o exercício da magistratura com

perfeita noção das responsabilidades que assume perante a sociedade, atuando sempre

com sentido de responsabilidade, isenção, imparcialidade e respeito pelos direitos

fundamentais.

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Plano de Atividades 2020.2021 30

8. A formação decorrerá predominantemente em juízos de competência local cível e

crime, mediante programação a efetuar pelos respetivos coordenadores regionais em

articulação com os juízes formadores e de acordo com orientações prévias e uniformes.

9. A intervenção nas diversas áreas e nos diferentes processos deverá acontecer, sempre

que as condições o permitam, em simultâneo, com a finalidade de fomentar um

contacto tão constante quanto possível com as jurisdições civil e criminal, ou

obedecendo a um esquema de rotatividade quinzenal ou mensal entre uma e outra

jurisdição, sem prejuízo da conclusão dos trabalhos pendentes.

10. Sem prejuízo do regular acompanhamento dos julgamentos e demais diligências do juiz

formador, deve o auditor de justiça assistir a julgamentos do tribunal coletivo e à

correspondente deliberação, por forma a conhecer outras formas de condução das

audiências e adquirir hábitos de trabalho conjunto com outros colegas de profissão.

11. Os auditores de justiça completarão a sua formação com estágios em juízos de Família

e Menores, Trabalho, Execuções, Comércio e Instrução Criminal, com duração a definir

mas com um mínimo de uma semana, sem prejuízo da preferência por um

acompanhamento ao longo de todo ou parte do ano, sempre que as condições do

tribunal o permitam.

12. Nos termos dos n.ºs 2 e 3 do artigo 51.º da Lei n.º 2/2008, o 2.º ciclo pode compreender

ainda estágios de curta duração junto de entidades e instituições não judiciárias que

desenvolvam atividades com interesse para o exercício da magistratura judicial. Estes

estágios, no mínimo de dois, terão uma duração não superior a dois meses. Podem ser

dispensados da sua frequência os auditores de justiça da via profissional, mediante

deliberação do Conselho Pedagógico, sob proposta do Diretor do Centro de Estudos

Judiciários.

13. A metodologia a seguir neste 2.º ciclo consta do Guia de 2.º ciclo feito para o ano de

2020/2021.

14. As visitas aos locais de formação ocorrerão em datas ajustadas entre os coordenadores

regionais e os juízes formadores, que serão comunicadas com a antecedência possível

aos auditores de justiça - terão lugar, preferencialmente, nas quatro semanas

subsequentes à receção dos trabalhos pelo coordenador regional, que, nessa

oportunidade, serão comentados e debatidos com os respetivos auditores de justiça em

conversa pessoal, na qual também terão oportunidade de suscitar quaisquer questões

relativas à formação.

15. Sem prejuízo das deslocações periódicas aos tribunais onde decorre a formação do 2.º

ciclo, os coordenadores regionais estarão permanentemente disponíveis para

acompanhar e debater com os auditores de justiça e juízes formadores todos os

assuntos relativos à formação, incluindo os assuntos de natureza organizativa e

pedagógica.

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Plano de Atividades 2020.2021 31

16. Os auditores de justiça que frequentem o 2.º ciclo de formação serão avaliados e

classificados, de acordo com os parâmetros previstos nos artigos 52.º a 54.º da Lei n.º

2/2008.

17. O juízo sobre a aptidão para o exercício de funções na magistratura judicial assenta em

dois pilares de importância indissociável: adequação (urbanidade, sociabilidade,

cortesia, maturidade e sensatez) e aproveitamento (capacidade de investigação, de

organização e método, nível de cultura jurídica, capacidade de ponderação e decisão,

uso da língua portuguesa e atitude na formação).

18. A avaliação do desempenho dos auditores de justiça durante o 2.º ciclo processa-se em

regime de avaliação contínua, baseia-se nos elementos colhidos diretamente pelo

coordenador regional e nas informações de desempenho prestadas pelos juízes

formadores e, na sequência de reuniões periódicas, consta de relatórios intercalares e

finais elaborados por aquele.

19. A classificação final será atribuída a cada um dos auditores de justiça por deliberação

conjunta dos quatro coordenadores regionais para a magistratura judicial – que durante

o ano acompanharão os trabalhos e a evolução de todos os auditores de justiça e não

apenas os da sua área geográfica –, em reunião presidida pelo respetivo Diretor-

Adjunto.

20. Para este trabalho de coordenação regional, o CEJ tem, ao seu serviço, 4 juízes

Desembargadores, um a tempo integral e 3 em regime de acumulação de serviço com o

seu labor nas respetivas Relações.

7.1.3. Magistratura do Ministério Público

1. Durante a execução do presente Plano de Atividades iniciar-se-á, também, a formação

correspondente ao segundo ciclo da fase teórico-prática dos auditores de justiça do 35.º Curso Normal

de Formação de Magistrados que optaram pela magistratura do Ministério Público abrangendo um

universo potencial de 66 formandos.

O período de formação terá início no dia 1 de setembro de 2020 encontrando-se o seu termo

previsto, em condições normais (cf. supra 6.1.2.) para o dia 15 de julho de 2021.

A colocação do auditor de justiça nos diversos tribunais onde decorrerá este ciclo compete ao

Diretor-Adjunto do CEJ que atenderá às preferências individualmente expressas, à respetiva graduação

de 1.º ciclo e a quaisquer outros aspetos que, em cada caso concreto, se mostrem relevantes e

exequíveis em função dos recursos disponíveis e dos interesses da formação, designadamente tendo

em conta a duração prevista para a fase de estágio.

Na execução do modelo formativo aplicável aos cursos anteriores, atenta a redução do

subsequente período de estágio para quatro meses operado pelo artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 23/2017,

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Plano de Atividades 2020.2021 32

de 23 de fevereiro, o Conselho Pedagógico do Centro de Estudos Judiciários, na sua reunião de 7 de

julho de 2017, entendeu ser desaconselhável, tendo em vista a otimização da formação, qualquer

mudança do magistrado formador durante o 2.º ciclo e a fase de estágio. Nestes termos, para além de

alargar ao 2.º ciclo a aplicação do regime de incompatibilidades constante do artigo 83.º da Lei n.º

47/86, de 15 de outubro determinou ainda a impossibilidade de realizar o mesmo em qualquer tribunal

onde o auditor tenha exercido funções de funcionário de justiça ou nele tenha tido uma atividade

regular como órgão de policia criminal nos últimos cinco anos.

Sem embargo de não se verificar quanto a este curso o pressuposto fundamental que motivou

tal decisão, o diretor-adjunto propõe-se, no momento de operar a distribuição de lugares em 2.º ciclo,

aconselhar vivamente os auditores de justiça a não requererem a sua colocação em qualquer tribunal

ou juízo em que a) exerçam funções magistrados judiciais ou do Ministério Público ou funcionários de

justiça a que estejam ligados por casamento ou união de facto, parentesco ou afinidade em qualquer

grau da linha reta ou até ao 2.º grau da linha colateral ou em que, nos últimos cinco anos, b) tenha tido

escritório de advogado, tenha exercido funções de funcionário de justiça ou nele tenha tido uma

atividade regular enquanto órgão de policia criminal.

A organização e execução das atividades do 2.º ciclo incumbem também ao diretor-adjunto, que

se espera venha a ser coadjuvado por 6 coordenadores regionais (dois dos quais nomeados a tempo

parcial). Este quadro é completado por cerca de 180 magistrados formadores que desempenham um

papel insubstituível na prossecução dos objetivos a atingir nesta fase de formação.

De facto, durante a sua execução, visa-se que os auditores de justiça acompanhem as atividades

próprias da magistratura do Ministério Público de uma forma gradual e progressiva, tendo em vista

facilitar a aquisição e o aprofundamento dos conhecimentos necessários à aplicação prática do direito

nas diferentes jurisdições.

Com carácter acentuadamente profissionalizante, a formação teórico-prática no 2.º ciclo tem

como objetivos específicos o desenvolvimento quer das qualidades pessoais do formando (cf. infra i) a

vii)) quer das respetivas competências técnicas (cf. infra viii) a xiv)), visando-se assim:

i. Favorecer a experimentação e a compreensão concreta dos conteúdos funcionais das

magistraturas e dos outros agentes do sistema de justiça, bem como dos diversos

modos e objetivos de intervenção judiciária;

ii. Desenvolver as relações humanas na convivência com os demais agentes judiciários e

no respeito pelas competências de cada um;

iii. Favorecer a compreensão e interiorização da realidade orgânica e funcional que é o

tribunal e da sua interdependência com outras entidades intervenientes na realização

da justiça;

iv. Sensibilizar o auditor para a prática judiciária da realização efetiva dos direitos

fundamentais;

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Plano de Atividades 2020.2021 33

v. Salientar a relevância de uma prática multidisciplinar e transdisciplinar na abordagem e

tratamento dos casos submetidos ao judiciário;

vi. Favorecer o apuramento do espírito crítico, do sentido de partilha e de relativização do

saber quer no debate das questões quer no processo de decisão, com progressiva

aquisição de autonomia e personalização na decisão;

vii. Assegurar a vivência e consolidação dos parâmetros éticos e deontológicos inerentes ao

exercício das magistraturas.

viii. Prosseguir a consolidação e aprofundamento dos conhecimentos técnico-jurídicos

necessários à aplicação do direito, mediante a intervenção concreta e simulada em atos

processuais e outros da atividade judiciária;

ix. Desenvolver e sedimentar o método jurídico e judiciário na abordagem, análise e

resolução dos casos, através do exercício simulado das funções próprias da

magistratura do Ministério Público;

x. Desenvolver conhecimentos e técnicas de outras áreas do saber, úteis para a

compreensão judiciária das realidades da vida;

xi. Agilizar a técnica de elaboração de peças e os procedimentos processuais, com

particular destaque para a recolha, produção e valoração da prova;

xii. Apurar, em contexto real, a destreza no processo de decisão, mediante o

desenvolvimento das capacidades de análise e de síntese, do poder de argumentação e

ponderação de interesses e das consequências práticas da decisão;

xiii. Fomentar o domínio das técnicas de comunicação indispensáveis uma adequada prática

judiciária, incluindo o recurso otimizado às tecnologias da informação e comunicação

disponíveis;

xiv. Desenvolver, em ambiente profissional, as competências de organização e gestão de

métodos de trabalho, com relevo para a gestão do tribunal, do processo, do tempo e da

agenda.

Constitui ainda objetivo de não menos importância o conhecimento e assimilação das regras

éticas e deontológicas que permitam ao futuro magistrado do Ministério Público o exercício das suas

funções com perfeita noção das responsabilidades que assume perante a sociedade, atuando sempre

com o sentido de responsabilidade, isenção, imparcialidade e respeito pelos direitos fundamentais que

as mesmas exigem.

Visa-se, por esta forma, criar as condições indispensáveis para assegurar que, no final deste ciclo

de formação, o auditor de justiça esteja apto a assumir as competências de procurador da República

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Plano de Atividades 2020.2021 34

estagiário, já dotado dos conhecimentos teóricos e práticos que lhe permitam, de imediato,

desempenhar funções em todas as vertentes da intervenção que lhe é própria.

Para o efeito, nesta fase será proporcionado ao auditor de justiça, em termos que serão objeto

de uma descrição mais detalhada no Manual de 2.º ciclo, o contacto com as diferentes espécies de

processos para que se aperceba dos aspetos essenciais da sua tramitação, designadamente a sequência

dos atos e fases processuais, a intervenção dos demais sujeitos processuais, com destaque para as

diferentes funções e intervenções processuais do Ministério Público.

Para tanto, os auditores de justiça deverão:

a) Assistir os respetivos formadores em atos de inquérito e de instrução criminal;

b) Intervir em atos preparatórios do processo não exclusivos da função jurisdicional,

mormente atos de mero expediente;

c) Elaborar projetos de peças processuais, quer formalmente decisórias, quer de direção

processual e expediente;

d) Assistir às diligências processuais, ou outras, que os formadores entendam úteis para a

formação;

e) Realizar contactos com as entidades (e respetivos profissionais) que colaboram com o

tribunal, num quadro quer institucional quer multidisciplinar da administração da justiça

e da execução das suas decisões, aproveitando para conhecer o conteúdo das suas

funções, a dinâmica da sua atividade, as condições em que a exercem – num processo

de compreensão prática do funcionamento da justiça e de exercitação das relações

interpessoais e interinstitucionais.

f) Estar presentes em reuniões de coordenação da Comarca incluindo a elaboração de

atas respetivas;

g) Acompanhar os serviços de turno agendados para os respetivos formadores.

Mediante programação a efetuar por cada um dos coordenadores regionais, o período de

permanência dos formandos nas diferentes áreas será, em princípio (cf. supra 6.1.2.) tendencialmente,

o seguinte:

a) Na jurisdição de família e menores, um período mínimo de 4 semanas que poderá ser

alargado até às 6, consecutivas ou interpoladas, em função das necessidades individuais

de formação;

b) Na jurisdição laboral, 1 semana.

c) Na jurisdição cível, um período de 3 semanas, que poderá ser alargado até às 5 em

função das necessidades individuais de formação;

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d) Na jurisdição de execução de penas, 1 semana.

e) Na jurisdição de comércio, 1 semana.

f) Na jurisdição de julgamento penal, um período entre as 4 e as 6 semanas.

g) Nos DIAP, o remanescente do tempo disponível, com um mínimo de 20 semanas.

Este ciclo compreenderá ainda, também em principio (cf. supra 6.1.2.) estágios de curta duração

junto de entidades e instituições não judiciárias que exercem uma atividade relevante na perspetiva do

exercício da magistratura do Ministério Público organizadas em parceria com aquelas, que decorrerão

preferencialmente nos respetivos serviços pelo período considerado ajustado ao cumprimento dos

respetivos objetivos pedagógicos. Tais atividades não deverão exceder, contudo, as quatro semanas.

Estes estágios de curta duração serão organizados de forma descentralizada sob impulso,

organização e execução do respetivo coordenador regional, e sob a supervisão do Diretor-Adjunto,

visando-se a prossecução de alguns dos objetivos cuja importância é salientada na Lei n.º 2/2008, de 14

de janeiro, nomeadamente, o de proporcionar a experimentação e a compreensão concreta dos

conteúdos funcionais de outros agentes do sistema de justiça, o desenvolvimento de boas práticas no

relacionamento com os demais agentes judiciários, o conhecimento concreto da missão, atividade e

capacidade de resposta das instâncias judiciárias e não judiciárias intervenientes na administração da

justiça, o promover do apuramento do espírito crítico e reflexivo e de uma atitude de abertura a outros

saberes na análise das questões, sem esquecer a aquisição de conhecimentos e técnicas de áreas não

jurídicas do saber úteis para a compreensão judiciária da realidade social.

Neste âmbito, prevê-se um contacto formativo obrigatório com diversas entidades que

revestem a qualidade de órgãos de polícia criminal.

Durante a respetiva execução, e com vista a aperceberem-se in loco da concreta atividade

prosseguida por cada um deles, do correspondente enquadramento legal e da prática quotidiana dos

OPC, tendo em conta as suas atribuições legais e, nesse contexto, a sua relação funcional com o

Ministério Público, os auditores de justiça serão colocados nos serviços da PJ, PSP, GNR, AT e SEF (dois

dias cada) e ASAE.

Complementarmente, e na medida das possibilidades logísticas disponíveis em cada um dos

locais de estágio, sob proposta dos respetivos coordenadores regionais, uma semana complementar de

estágio poderá ser ainda organizada junto de outras entidades tais como os serviços de reinserção

social, centros de acolhimento temporário de menores, estabelecimentos prisionais, direções distritais

de finanças etc…

Por outro lado, e ainda durante este ciclo, poderão ser organizadas visitas a instituições ou

serviços, de natureza pública ou privada, com interesse para o exercício da função judiciária, tais como

as Conservatórias do Registo Civil, Predial e Comercial, os Cartórios Notariais, Serviços médico-legais,

Comissão para a Dissuasão da Toxicodependência, Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em

Perigo etc…

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Paralelamente, está ainda prevista a realização de encontros com vista à troca de experiências

entre auditores de justiça colocados em diferentes comarcas, bem como a sua participação em

seminários, colóquios e ciclos de debate, enquadrados ou não no âmbito das atividades de formação

contínua do CEJ e que possam contribuir para a sua formação e ainda a realização de um trabalho

temático, a ser elaborado em grupo.

Todas estas atividades deverão, sempre que possível, ser associados à dinâmica de processos ou

expedientes que estejam a correr termos e com os quais o auditor de justiça esteja a ter contacto.

No final deste ciclo será elaborado um juízo individualizado sobre a aptidão de cada auditor para

o exercício das funções de magistrado do Ministério Público e que assentará em dois pilares de

importância indissociável: o da adequação e o do aproveitamento.

Tal juízo será fundado numa análise detalhada da prestação global do auditor e resultará do teor

das informações prestadas quer pelos formadores quer pelos coordenadores regionais, através da

utilização dos índices para tanto oportunamente aprovados pelo Conselho Pedagógico do CEJ, tais

como, a cultura jurídica e geral, a revelada capacidade de ponderação e de decisão, a aptidão para

desempenhar com rigor, equilíbrio, honestidade intelectual e eficiência as diferentes atividades

próprias das funções de magistrado (e.g. condução de diligências processuais, compreensão e

valoração da prova, fundamentação de facto e de direito de decisões) no respeito das regras

substantivas e processuais, e de acordo com as boas práticas de gestão processual e as regras da ética e

deontologia profissional e ainda a manifestada capacidade de investigação, de organização, de

trabalho e de interação com os diferentes intervenientes processuais.

2. Contudo, caso se venha a operar a redução deste 2.º ciclo conforme proposto (cf. 6.3.2.), as

modificações a introduzir na planificação normal acima descrita serão as seguintes:

1. O período de formação decorrerá de 1 de setembro de 2020 a 16 de março de 2021.

2. Não terão lugar as atividades que se integram nos denominados estágios de curta

duração, à exceção dos contactos referidos sob o mesmo item (cf. supra) com algumas

autoridades policiais bem como a presença nas ações de formação contínua, ou outras,

que forem julgadas essenciais.

3. Todos os auditores permanecerão em formação em DIAP nos primeiros três meses de

formação (podendo conjugar a mesma com a formação em jurisdição de julgamento

penal se o serviço atribuído ao respetivo formador assim o permitir).

4. Findas as reuniões intercalares de avaliação que se realizarão no mês de dezembro, o

Diretor-adjunto poderá solicitar ao diretor do CEJ que proponha ao Conselho

Pedagógico a emissão de parecer no sentido de serem nomeados procuradores da

República em regime de estágio, os auditores de justiça que tenham já revelado

adequado aproveitamento e aptidão para o exercício de funções.

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5. Estes auditores serão submetidos a uma formação complementar de pelo menos duas

semanas em cada uma das jurisdições cível, de família e menores e de julgamento penal

antes de ser operada a sua nomeação como procuradores da República estagiários pelo

CSMP. Contudo, caso tenham beneficiado de formação em sede de julgamento penal

durante a sua formação em DIAP, de acordo com o parecer do respetivo coordenador

regional, poderá ser dispensada a sua formação complementar nesta área circunstância

em que o tempo de permanência previsto para esta jurisdição acrescerá às outras duas.

6. O período de estágio para os auditores assim nomeados terminará (como para os

demais) no dia 29 de outubro de 2021.

7. Os auditores não abrangidos pela proposta referida em 4 serão submetidos a formação

por um período mínimo de 4 semanas em cada uma das jurisdições de família e

menores e de julgamento penal, e de 3 semanas, na jurisdição cível. O período

remanescente de 2.º ciclo será ocupado com a formação nas área ou áreas

determinadas pelo respetivo coordenador regional tendo em linha de conta o

aproveitamento evidenciado pelo auditor.

8. Fica eliminada a realização de formação em 2.º ciclo nas jurisdições laboral, de

comércio e de execução de penas.

7.2. 6.º Curso de Formação para os Tribunais

Administrativos e Fiscais

1. A formação inicial de magistrados para os tribunais administrativos e fiscais

compreende um curso de formação teórico-prática, organizado em dois ciclos

sucessivos, e um estágio de ingresso.

2. No âmbito da magistratura dos tribunais administrativos e fiscais, o 2.º ciclo do curso de

formação teórico-prática decorre nos tribunais, nos quais a formação dos auditores de

justiça é assegurada por coordenadores regionais e juízes formadores.

3. No período abrangido pelo Plano de Atividades para 2020-2021, frequentarão o

segundo ciclo de formação, naquela magistratura, os auditores de justiça que

ingressaram no 6.º Curso TAF de Formação.

4. Os auditores de justiça considerados aptos no final do 1.º ciclo do curso de formação

teórico-prática serão graduados, segundo a respetiva classificação, e colocados nos

tribunais administrativos e fiscais, selecionados a partir da lista dos locais de formação

aprovada pelo Conselho Superior dos Tribunais administrativos e fiscais (artigos 47.º e

48.º da Lei n.º 2/2008, de 14 de janeiro).

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Plano de Atividades 2020.2021 38

5. Este período de formação destina-se a um universo potencial de 25 auditores de justiça,

que obtiverem aproveitamento no 1.º ciclo de formação.

6. O período de formação terá início no dia 1 de setembro de 2020 e terminará no dia 15

de julho de 2021. Excecionalmente, o período de formação poderá ser prorrogado em

função do aproveitamento do auditor de justiça, mediante deliberação do Conselho

Pedagógico, sob proposta do Diretor do Centro de Estudos Judiciários.

7. Para garantia duma maior abrangência de matérias, deve permitir-se aos auditores de

justiça o contacto diário ou regular com ambas as áreas da jurisdição.

8. O n.º 1 do artigo 49.º da Lei n.º 2/2008, de 14 de janeiro, fixa como objetivos específicos

para o 2.º ciclo de formação teórico-prática:

Assegurar a consolidação das exigências deontológicas inerentes ao exercício da

magistratura e a compreensão dos respetivos direitos e deveres estatutários;

Proporcionar a experimentação e a compreensão concreta dos conteúdos

funcionais da respetiva magistratura e dos outros agentes do sistema de justiça,

bem como o desenvolvimento de boas práticas no relacionamento com os demais

agentes judiciários;

Apurar o espírito crítico e cultivar atitude de cooperação e de relativização do

saber no debate das questões e no processo de decisão, com progressiva aquisição

de autonomia e personalização na decisão;

Exercitar uma prática multidisciplinar no tratamento dos casos e de realização

efetiva dos direitos fundamentais.

9. O n.º 2 do mesmo preceito legal, ao nível das competências técnicas, estabelece os

seguintes objetivos específicos:

a) Prosseguir a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos técnico-

jurídicos necessários à aplicação do Direito, mediante intervenção concreta e

simulada em atos processuais e outros da atividade judiciária, apurando a técnica

de elaboração de peças e agilizando os procedimentos processuais, com destaque

para a recolha, produção e valoração da prova;

b) Proporcionar o conhecimento concreto da missão, atividade e capacidade de

resposta das instâncias judiciárias e não judiciárias intervenientes na

administração da justiça;

c) Apurar o domínio do processo de decisão, mediante o desenvolvimento das

capacidades de análise e de síntese, do poder de argumentação e da ponderação

de interesses e das consequências práticas da decisão;

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Plano de Atividades 2020.2021 39

d) Desenvolver as competências de organização e gestão de métodos de trabalho,

com relevo para a gestão do tribunal, do processo, do tempo e da agenda e para a

disciplina dos atos processuais;

e) Exercitar as técnicas de comunicação para uma boa prática judiciária, incluindo o

recurso otimizado às tecnologias da informação e da comunicação disponíveis.

10. Para a prossecução deste conjunto de objetivos específicos, que constituem o

desenvolvimento dos objetivos gerais consignados no artigo 34.º da Lei n.º 2/2008,

compete aos auditores de justiça, sob orientação dos respetivos juízes formadores,

designadamente:

Elaborar projetos de decisões processuais;

Intervir em atos preparatórios do processo;

Coadjuvar o formador nas tarefas de direção e instrução do processo;

Assistir às diversas diligências processuais, em especial no domínio da produção de

prova, da audição de pessoas e da realização de audiências;

Assistir às deliberações dos órgãos jurisdicionais.

11. No decurso desta fase de formação, pretende-se que os auditores de justiça, sob

orientação e assistência permanente dum juiz formador, adquiram e aprofundem os

conhecimentos necessários à aplicação prática do Direito no exercício da atividade

judicial nos tribunais administrativos e fiscais.

12. Para a prossecução de tais objetivos, a atividade do auditor de justiça centrar-se-á na

assistência a julgamentos e outras diligências, normalmente mas não necessariamente,

presididas pelo próprio juiz formador, e na simulação de sentenças e despachos judiciais

de todo o tipo, com especial atenção à organização e gestão do expediente diário e da

agenda.

13. Visa-se, desta forma, garantir que, no final do 2.º ciclo de formação, o auditor de justiça

esteja apto a assumir competências próprias enquanto juiz estagiário, já dotado de

conhecimentos teóricos e práticos que lhe permitam, de imediato, desempenhar

funções como juiz em todas as vertentes da intervenção que lhe é própria.

14. Constitui objetivo de idêntica importância o conhecimento e assimilação de regras

éticas e deontológicas, que permitam ao futuro juiz o exercício da magistratura com

perfeita noção das responsabilidades que assume perante a sociedade, atuando sempre

com sentido de responsabilidade, isenção, imparcialidade e respeito pelos direitos

fundamentais.

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Plano de Atividades 2020.2021 40

15. A formação decorrerá em tribunais administrativos e fiscais, mediante programação a

efetuar pelos respetivos coordenadores regionais em articulação com os juízes

formadores e de acordo com orientações prévias e uniformes.

16. Para este trabalho de coordenação regional, o CEJ tem, ao seu serviço, 2 juízes

Desembargadores, ambos em regime de acumulação de serviço com o seu labor nos

respetivos tribunais superiores.

17. A intervenção nas diversas áreas e nos diferentes processos deverá acontecer, sempre

que as condições o permitam, em simultâneo, com a finalidade de fomentar um

contacto tão constante quanto possível com a jurisdição administrativa e fiscal, ou

obedecendo a um esquema de rotatividade [mensal/bimensal ou outro que, em função

das particularidades e especificidades do tribunal, venha a ser definido pelo

coordenador regional, ouvidos os juízes formadores] entre uma e outra área da

jurisdição, sem prejuízo da conclusão dos trabalhos pendentes.

18. Sem prejuízo do regular acompanhamento dos julgamentos e demais diligências do juiz

formador, deve o auditor de justiça assistir a julgamentos de outros juízes no tribunal,

por forma a conhecer outras formas de condução das audiências e adquirir hábitos de

trabalho conjunto com outros colegas de profissão.

19. Os auditores de justiça completarão a sua formação com estágios em tribunais ou

instâncias cíveis, com duração a definir mas com um mínimo de uma semana, sem

prejuízo da preferência por um acompanhamento ao longo de todo ou parte do ano,

sempre que as condições do tribunal o permitam.

20. Nos termos dos n.os

2 e 3 do artigo 51.º da Lei n.º 2/2008, o 2.º ciclo pode compreender

ainda estágios de curta duração junto de entidades e instituições não judiciárias que

desenvolvam atividades com interesse para o exercício da magistratura administrativa

e fiscal. Estes estágios, no mínimo de dois, terão uma duração não superior a dois

meses. Podem ser dispensados da sua frequência os auditores de justiça da via

profissional, mediante deliberação do Conselho Pedagógico, sob proposta do diretor do

Centro de Estudos Judiciários.

21. Sem prejuízo de outros procedimentos que se tenham por adequados e que venham a

ser decididos, o acompanhamento das atividades de formação junto da Magistratura

administrativa e fiscal a desenvolver no 2.º ciclo (atividades nos tribunais) será feito

pessoalmente pelo coordenador de cada uma das duas delegações regionais, Norte e

Sul, do Centro de Estudos Judiciários, em articulação com os juízes formadores, de

acordo com o Guia do 2.º ciclo aprovado para 2019/2020.

22. As visitas aos locais de formação ocorrerão, por regra, em datas ajustadas entre os

coordenadores regionais e os juízes formadores, que serão comunicadas com a

antecedência possível aos auditores de justiça.

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Plano de Atividades 2020.2021 41

23. Sem prejuízo das deslocações periódicas aos tribunais onde decorre a formação do 2.º

ciclo, os coordenadores regionais estarão permanentemente disponíveis para

acompanhar e debater com os auditores de justiça e juízes formadores todos os

assuntos relativos à formação, incluindo os assuntos de natureza organizativa e

pedagógica.

24. Os auditores de justiça que frequentem o 2.º ciclo de formação serão avaliados e

classificados, de acordo com os parâmetros previstos nos artigos 52.º a 54.º da Lei n.º

2/2008.

25. O juízo sobre a aptidão para o exercício de funções na magistratura da jurisdição

administrativa e fiscal assenta em dois pilares de importância indissociável: adequação

(urbanidade, sociabilidade, cortesia, maturidade e sensatez) e aproveitamento

(capacidade de investigação, de organização e método, nível de cultura jurídica,

capacidade de ponderação e decisão, uso da língua portuguesa e atitude na formação).

26. A avaliação do desempenho dos auditores de justiça durante o 2.º ciclo processa-se em

regime de avaliação contínua, baseia-se nos elementos colhidos diretamente pelo

coordenador regional e nas informações de desempenho prestadas pelos juízes

formadores e, na sequência de reuniões periódicas, consta de relatórios intercalares e

finais elaborados por aquele.

27. A classificação final será atribuída a cada um dos auditores de justiça por deliberação

conjunta dos dois coordenadores regionais para a magistratura da jurisdição

administrativa e fiscal – que durante o ano acompanharão os trabalhos e a evolução de

todos os auditores de justiça e não apenas os da sua área geográfica – em reunião

presidida pelo respetivo diretor-adjunto.

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Plano de Atividades 2020.2021 43

8. Organização da fase de estágio

(34.º Curso de Formação para os Tribunais

Judiciais e 5.º Curso de Formação para os

Tribunais Administrativos e Fiscais)

8.1. 34.º Curso de Formação para os Tribunais

Judiciais

8.1.1. Juízes estagiários

8.1.1.1. Destinatários e considerações gerais

Durante a vigência do Plano de Atividades para o ano de 2020-2021 iniciarão a formação no

estágio de ingresso os juízes estagiários provenientes do 34.º Curso Normal de Formação de

Magistrados, cujo acesso ao Centro de Estudos Judiciários ocorreu pelas vias académica e profissional,

previstas na alínea c) do artigo 5.º da Lei n.º 2/2008.

Este período de formação destina-se a um universo de 45 juízes estagiários que optaram pela

magistratura judicial e que obtiverem aproveitamento no 2.º ciclo de formação, tendo havido, dos 48

iniciais, uma desistência durante o 2.º ciclo e uma suspensão de 2.º ciclo em novembro de 2019.

Uma das auditoras de justiça teve ainda o seu 2.º ciclo prorrogado até 31 de janeiro de 2021.

Os auditores de justiça que foram considerados aptos no final do 2.º ciclo do curso de formação

teórico-prática serão nomeados juízes estagiários e graduados segundo a respetiva classificação final

para efeitos da sua colocação em tribunais judiciais, selecionados a partir da lista dos locais de

formação aprovada pelo Conselho Superior da Magistratura (artigos 55.º e 56.º da Lei n.º 2/2008, de 14

de janeiro).

O estágio de ingresso terá a duração de 12 meses, com início no dia 1 de setembro de 2020.

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Plano de Atividades 2020.2021 44

Na sua base estará um documento denominado “Plano Individual de Estágio” (PIE), validado

pelo Conselho Pedagógico (artigos 70.º da Lei do CEJ e 60.º, n.º 2 do Regulamento Interno do CEJ),

depois de elaborado pelo Centro de Estudos Judiciários, que acompanhará o seu desenvolvimento após

homologação pelo CSM (artigo 60.º, n.º 3 do mesmo Regulamento).

Na sua feitura foram tidos em consideração, designadamente, os relatórios de avaliação dos 1.º

e 2.º ciclos do curso de formação e a respetiva classificação final, constituindo a ligação entre o 2.º ciclo

e o estágio de ingresso no que respeita aos objetivos de melhoria e aperfeiçoamento do novo juiz

estagiário.

8.1.1.2. Objetivos específicos para o estágio de ingresso

O artigo 69.º da Lei n.º 2/2008, de 14 de janeiro, fixa como objetivos específicos para o estágio

de ingresso:

A aplicação prática e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no curso de

formação teórico-prática;

O desenvolvimento do sentido de responsabilidade e da capacidade de ponderação na

tomada de decisão e na avaliação das respetivas consequências práticas;

O apuramento do sentido crítico e o desenvolvimento da autonomia no processo de

decisão;

O desenvolvimento das competências de organização e gestão de método de trabalho,

com relevo para a gestão do tribunal, do processo, do tempo e da agenda, bem como para

a disciplina dos atos processuais;

O desenvolvimento do sentido de responsabilidade nos termos exigíveis para o exercício

das funções da respetiva magistratura;

A construção e afirmação de uma identidade profissional responsável e personalizada.

8.1.1.3. Metodologia

No decurso desta derradeira fase de formação pretende-se que os juízes estagiários, com a

orientação e assistência dum juiz formador mas sob responsabilidade própria, iniciem o pleno exercício

da atividade jurisdicional em diversas áreas, aprofundando e aplicando em tribunal os conhecimentos

que adquiriram durante os 1.º e 2.º ciclos de formação.

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Plano de Atividades 2020.2021 45

Para a prossecução de tais objetivos, a atividade do juiz estagiário centrar-se-á na realização de

julgamentos e na prolação de despachos judiciais de todo o tipo, com especial atenção à organização e

gestão do expediente diário e da agenda.

Desde o início deve existir a preocupação de compatibilizar a realização de julgamentos e outras

diligências com o despacho de expediente diário e a conclusão atempada de sentenças e demais

decisões de fundo.

Visa-se desta forma garantir que, no final do estágio de ingresso, todos estejam aptos, com total

autonomia e responsabilidade, ao pleno e expedito exercício da função jurisdicional num tribunal de

primeiro acesso.

Constitui objetivo de idêntica importância o conhecimento e assimilação de regras éticas e

deontológicas, que permitam ao novo juiz o exercício da magistratura com perfeita noção das

responsabilidades que assume perante a sociedade, atuando sempre com pleno sentido de

responsabilidade, isenção, imparcialidade e respeito pelos direitos fundamentais.

O estágio decorrerá predominantemente em tribunais ou instâncias de competência

especializada cível e crime. A intervenção nas diversas áreas e nos diferentes processos deverá

acontecer, sempre que as condições o permitam, em simultâneo, com a finalidade de fomentar um

contacto intensivo com as jurisdições civil e criminal.

Sem prejuízo da realização dos seus próprios julgamentos e demais diligências, o juiz estagiário

deve participar regularmente nos julgamentos do tribunal coletivo, para tomar contacto com outras

formas de condução das audiências e adquirir hábitos de trabalho conjunto com os demais colegas de

profissão.

O estágio desenvolve-se progressivamente, com complexidade e volume de serviço crescentes,

preferencialmente com a atribuição gradual a cada estagiário de determinado número de processos e

seleção dos julgamentos a realizar ao longo deste período de formação.

Os juízes estagiários completarão a sua formação com estágios em tribunais ou instâncias de

Família e Menores, Trabalho, Execuções, Comércio, Instrução Criminal e Execução de Penas

(eventualmente), com duração a definir mas com um mínimo de uma semana, sem prejuízo da

preferência por um acompanhamento ao longo de todo ou parte do ano, sempre que as condições do

tribunal o permitam.

A formação pode compreender ainda ações de formação específicas para esta fase, bem como

ações conjuntas com profissionais de outras áreas da administração da justiça.

Os juízes estagiários terão acesso no início do ano ao Plano de Formação Contínua para

2020/2021 e poderão elaborar o seu próprio plano individual de participação nas ações de formação aí

previstas, de acordo com as necessidades específicas de cada um, em articulação com os respetivos

juízes formadores e coordenadores regionais.

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Plano de Atividades 2020.2021 46

Poderão ainda ter lugar outras ações de formação, tendo por únicos destinatários os juízes

estagiários, visando questões específicas da atividade desses juízes nessa fase, e relativas a dificuldades

concretamente sentidas pelos mesmos.

Assim, sinalizadas pelos respetivos coordenadores regionais nos seus contactos com juízes

estagiários e formadores, questões de interesse e de relevância que mereçam ser tratadas de forma

mais coletiva, com base nessas informações poderá a direção de estágios determinar que tenham lugar

ações de formação segundo o método de “fóruns presenciais”.

Em tais fóruns as dificuldades sobre as matérias sinalizadas como objeto da formação serão

expostas pelos próprios juízes estagiários a partir das suas próprias experiências concretas; e os

convidados a presidir a tais ações serão chamados, mais que a expor sobre a matéria, a sistematizarem

as questões expostas, dando-lhes a resposta mais coerente com a prática comum dos tribunais ou

apresentando pistas de solução desses problemas.

Ainda, no final do ciclo de estágio, os juízes estagiários terão uma ação de formação com vista à

sua futura inserção no quadro efetivo da magistratura judicial, com informação sobre os aspetos

organizativos referente à orgânica e funcionamento do Conselho Superior da Magistratura e à

atividade das inspeções judiciais, dando-se ainda continuidade a um projeto de sucesso com alguns

anos, no qual colegas do ano anterior vão dar diretrizes e instruções aos estagiários, num diálogo

frutífero entre gerações de magistrados judiciais.

8.1.1.4. Acompanhamento e avaliação do desempenho

O acompanhamento das atividades de formação junto da magistratura judicial será feito

pessoalmente pelo coordenador de cada uma das quatro delegações regionais do Centro de Estudos

Judiciários, em articulação com os juízes formadores, de acordo com o seguinte método:

Durante o período de estágio os juízes estagiários introduzirão na plataforma “moodle” um

relatório mensal das atividades desenvolvidas, até ao dia 7 do mês subsequente, que também

facultarão aos respetivos juízes formadores.

Esse relatório mensal, cujo formulário será fornecido no início do ano, será preenchido de acordo

com os seguintes itens:

A. Julgamentos iniciados e não terminados

B. Julgamentos terminados

C. Providências cautelares

D. Despachos saneadores com enunciação dos temas da prova

E. Sentenças cíveis com produção de prova

F. Sentenças cíveis sem produção de prova

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Plano de Atividades 2020.2021 47

G. Conferências de interessados

H. Assembleias de credores

I. Primeiros interrogatórios judiciais

J. Decisões instrutórias

K. Participações em julgamentos do tribunal coletivo

L. Sentenças criminais

M. Decisões finais em recursos de contraordenação

N. Conferências de pais e outras diligências da jurisdição de família e crianças

O. Sentenças e outras decisões da jurisdição de família e crianças

P. Outros

Do relatório devem constar todos os julgamentos, diligências e decisões de fundo que o

estagiário conclua, com menção do tipo de processo e das matérias a que respeitam.

Na mesma ocasião os juízes estagiários deverão inserir na plataforma dois trabalhos que

considerem relevantes para análise por parte do coordenador regional, tendo em conta,

nomeadamente, o grau de dificuldade das questões ou a extensão da investigação levada a cabo.

O coordenador regional poderá, sempre que o considere necessário, solicitar a remessa de

outros trabalhos ou peças processuais de que careça.

As visitas aos locais de formação ocorrerão em datas ajustadas entre os coordenadores regionais

e os juízes formadores, que serão comunicadas com a antecedência possível aos juízes estagiários.

Terão lugar, preferencialmente, no início do ano para uma planificação específica da distribuição

de trabalho e estágios de curta duração a realizar, seguindo-se uma periodicidade de aproximadamente

dois meses para um acompanhamento regular da evolução do estágio.

Sem prejuízo das deslocações periódicas, os coordenadores regionais estarão

permanentemente disponíveis para acompanhar e debater com os juízes formadores e estagiários

todos os assuntos relativos à formação, incluindo os assuntos de natureza organizativa e pedagógica.

Aos juízes formadores, para além do que reportem periodicamente ao coordenador regional,

serão solicitados relatórios intercalares e finais sobre o desempenho dos juízes estagiários a seu cargo.

Os coordenadores regionais, com base nos relatórios mensais, trabalhos facultados e todos os

demais dados que recolham através dos contactos efetuados, designadamente por ocasião das

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Plano de Atividades 2020.2021 48

deslocações aos locais de estágio, fornecerão informações periódicas e finais sobre a idoneidade, o

mérito e o desempenho do magistrado em estágio.

Tais informações serão prestadas ao diretor-adjunto e, por este, ao diretor do Centro de Estudos

Judiciários, que as transmitirá ao Conselho Superior da Magistratura.

8.1.2. Magistrados do Ministério Público estagiários

8.1.2.1. Destinatários

Durante a vigência do Plano de Atividades para o ano de 2020-2021 iniciarão, no próximo dia 1

de setembro, a sua formação em estágio de ingresso, os 32 procuradores da República estagiários

oriundos do 34.º Curso Normal de Formação de Magistrados.

Após a sua graduação para efeitos de colocação segundo a classificação final obtida, os

auditores de justiça serão nomeados procuradores da República estagiários e subsequentemente

nomeados enquanto tal para os locais de formação existentes nos tribunais constantes da lista

elaborada pelo diretor-adjunto e aprovada pelo Conselho Superior do Ministério Público.

Este estágio, inicialmente previsto para se prolongar até final de julho de 2021, poderá vir a ter a

sua duração reduzida a 4 meses (cf. supra 6.1.2.).

Direcionando os termos em que se processará esta fase estará um documento personalizado

relativo a cada procurador da República estagiário, denominado “Plano Individual de Estágio” (PIE),

elaborado pelo Centro de Estudos Judiciários (que acompanhará o seu desenvolvimento) e que foi já

validado pelo Conselho Pedagógico (artigo 60.º, n.º 2, do Regulamento Interno do CEJ) aguardando

apenas a sua homologação pelo CSMP (artigo 60.º, n.º 3, do mesmo Regulamento).

Para a sua elaboração foram essencialmente tidos em consideração os relatórios de avaliação de

cada um dos auditores durante o 1.º e o 2.º ciclo do curso de formação e as opiniões expressas pelos

senhores coordenadores regionais que, tendo obtido a concordância do Diretor-adjunto, visam a

melhoria da prestação e o aperfeiçoamento das competências do novo procurador-adjunto estagiário.

8.1.2.2. Princípios orientadores

O artigo 71.º da Lei n.º 2/2008, de 14 de janeiro, estabelece que os magistrados em regime de

estágio exercem com a assistência dos formadores, mas sob responsabilidade própria, as funções

inerentes à respetiva magistratura, com os respetivos direitos, deveres e incompatibilidades,

desenvolvendo-se o estágio progressivamente, com complexidade e volume de serviço crescentes.

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Plano de Atividades 2020.2021 49

Resultam, deste modo, como princípios orientadores fundamentais da fase de estágio de

ingresso:

Autorresponsabilização;

Dependência formativa da assistência dos magistrados formadores;

Igualdade estatutária tendencial com os magistrados efetivos;

Exercício progressivo de funções, com complexidade e volume de serviço crescentes;

Dependência pedagógica do Centro de Estudos Judiciários;

Dependência do Conselho Superior do Ministério Público, em termos de gestão, avaliação

e disciplina.

8.1.2.3. Objetivos

Nos termos do artigo 69.º da mesma Lei n.º 2/2008, de 14 de janeiro, constituem objetivos da

fase de estágio os seguintes:

A. A aplicação prática e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no curso de

formação teórico-prática;

B. O desenvolvimento do sentido de responsabilidade e da capacidade de ponderação na

tomada de decisão e na avaliação das respetivas consequências práticas;

C. O apuramento do sentido crítico e o desenvolvimento da autonomia no processo de

decisão;

D. O desenvolvimento das competências de organização e gestão de métodos de

trabalho, com relevo para a gestão do tribunal (do departamento), do processo, do

tempo e da agenda, bem como para a disciplina dos atos processuais;

E. O desenvolvimento do sentido de responsabilidade nos termos exigíveis para o

exercício das funções da respetiva magistratura;

F. A construção e afirmação de uma identidade profissional responsável e personalizada.

Tratando-se da última fase da formação inicial e encontrando-se esta substancialmente

diminuída na sua duração, visou-se planificar os estágios tendo como horizonte a plena aptidão para o

exercício cabal das funções de procurador da República e que terão assim tendencialmente lugar numa

secção de instância central ou local ou num departamento de investigação e ação penal, no âmbito da

Lei n.º 62/2013, de 26 de agosto, que aprova a Lei da Organização do Sistema Judiciário (LOSJ) e que

fixa as disposições enquadradoras da reforma do sistema Judiciário.

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Plano de Atividades 2020.2021 50

8.1.2.4. Organização das atividades

A fase de estágio, traduzindo-se numa fase de formação complementar, reveste-se de

importância equivalente a qualquer das fases anteriores e deve ser encarada como um exercício

gradativo das funções de procurador da República, conferindo tempo para estudar, refletir e

autoavaliar esse exercício, com a efetiva assistência de um magistrado formador.

Daí a conveniência em termos espaciais, que o procurador da República em regime de estágio

esteja instalado no gabinete dos respetivo magistrado formador, devendo ser chamado a intervir nas

diferentes áreas, de forma diversificada e progressiva, tanto em termos de quantidade de serviço como

da sua complexidade, intervenções que deverão ser devidamente registadas.

Nas comarcas de estágio, decorrente das alterações introduzida pela Lei n.º 62/2013, de 26 de

agosto, que aprova a Lei da Organização do Sistema Judiciário (LOSJ), o tempo de permanência em

cada uma das jurisdições será definido caso a caso, em função da sua importância relativa na atividade

futura do procurador da República em regime de estágio, das necessidades específicas detetadas para a

formação deste, das características da própria comarca e, essencialmente, do período que neste caso

específico vier a ser consagrado para o estágio deste curso.

A fase de estágio deve ser orientada de acordo com o mencionado plano individual de estágio

com o objetivo de que a progressiva integração de cada magistrado em regime de estágio no exercício

das respetivas funções seja adequada ao seu nível de conhecimentos, adestramento e desembaraço na

prática judiciária, o que implicará um acompanhamento de proximidade quer dos magistrados

formadores, quer do coordenador regional.

O procurador da República em regime de estágio deve, tendencialmente, ter serviço

genericamente distribuído, em quantidade e complexidade adequados à capacidade já demonstrada, a

qual deve ser objeto de acréscimo progressivo ao longo do período de estágio de ingresso –

responsabilizando-se, assim, pela direção e/ou acompanhamento, pelo despacho dos processos que lhe

foram atribuídos e realização ou participação nos respetivos atos processuais, sem prejuízo de, em face

da observação do trabalho desenvolvido, lhe poder ser determinado o despacho pontual de outros ou a

realização pontual de certas diligências processuais que se mostrem adequadas a uma mais completa e

abrangente formação.

Os magistrados formadores farão a verificação do trabalho executado pelo procurador adjunto

em regime de estágio, de forma ajustada aos objetivos traçados no plano individual de estágio e ao

conhecimento que vai tendo do procurador adjunto em regime de estágio, devendo incentivá-lo e

apoiá-lo na adoção das suas próprias posições, desde que se mostrem sensatas e devidamente

fundamentadas, mesmo que não coincidam com a(s) do(s) magistrado(s) formador(es), que, contudo,

lhe deve dar a conhecer o seu ponto de vista, para que a decisão daquele seja assumida de forma

completamente esclarecida e refletida.

O magistrado estagiário participará igualmente, assistido pelo respetivo formador, nos turnos

de serviço (seja de serviço urgente, de despacho de expediente, de fins de semana ou férias judiciais),

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Plano de Atividades 2020.2021 51

no atendimento ao público, nos contactos com os órgãos de polícia criminal, comissões de proteção de

crianças e jovens e outras entidades cuja atividade se relacione com as competências do Ministério

Público.

Igualmente deve acompanhar os magistrados formadores nas reuniões de trabalhos ao nível dos

coordenadores das comarcas e das diversas áreas de intervenção ou mesmo da procuradoria regional.

Especial preocupação deve merecer as questões respeitantes à integração funcional

(compreensão prática do estatuto e da estrutura orgânica do Ministério Público), ao relacionamento

com os outros profissionais do foro, à postura profissional, à organização e controlo dos serviços e à

auto-organização e método de trabalho.

O procurador da República em regime de estágio poderá ser chamado a ter participação ativa,

em atividades de tratamento, análise e reflexão sobre aspetos selecionados da prática judiciária em que

estejam inseridos, que serão dirigidas por diretores e docentes do Centro de Estudos Judiciários.

Os magistrados formadores devem informar de imediato o respetivo coordenador regional

quando se verifique alguma situação anómala do foro ético ou disciplinar ou de não aproveitamento ou

desinteresse por parte de qualquer procurador adjunto em regime de estágio.

Os coordenadores regionais prestarão, duas vezes por ano, informação sobre a idoneidade, o

mérito e o desempenho de cada procurador adjunto em regime de estágio, que o(a) Diretor(a) do

Centro de Estudos Judiciários transmitirá ao Conselho Superior do Ministério Público.

8.1.2.5. Ações específicas de índole formativa

No decurso do estágio poderão ser organizadas e levadas a efeito visitas e ações de índole

formativa, percorrendo matérias e entidades relacionadas de forma estreita com a atividade da

magistratura do Ministério Público.

Dando cumprimento ao disposto no artigo 70.º, n.º 4, alínea a), e n.º 5, da Lei n.º 2/2008, de 14

de janeiro, o Centro de Estudos Judiciários poderá desenvolver, nos momentos pedagogicamente

adequados e realista e logisticamente realizáveis, ações específicas de formação, remetendo

oportunamente à consideração do Conselho Superior do Ministério Público as propostas respetivas e,

nesse contexto, articulando-se com aquele Conselho, como impõe o n.º 5 da supracitada norma legal.

Todavia, nas circunstâncias específicas em que se presume venha a decorrer o estágio deste 34.º

Curso, designadamente, quanto à sua duração temporal, estas atividades serão reduzidas ao mínimo

tido por indispensável.

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Plano de Atividades 2020.2021 52

8.2. 5.º Curso de Formação para os Tribunais

administrativos e fiscais

8.2.1. Destinatários e considerações gerais

Durante a vigência do Plano de Atividades para o ano de 2020-2021 continuarão a sua formação

no estágio de ingresso os juízes estagiários provenientes do 5.º Curso Normal de Formação para os

Tribunais administrativos e fiscais, cujo acesso ao Centro de Estudos Judiciários ocorreu pelas vias

académica e profissional, previstas na alínea c) do artigo 5.º da Lei n.º 2/2008.

Este período de formação destina-se a um universo de 39 juízes estagiários que optaram pela

magistratura judicial e que obtiverem aproveitamento no 2.º ciclo de formação (ocorreu uma

desistência em 2.º ciclo).

Os auditores de justiça que foram considerados aptos no final do 2.º ciclo do curso de formação

teórico-prática, terminado em 31 de maio de 2020, foram graduados segundo a respetiva classificação

final para efeitos da sua colocação em tribunais administrativos e fiscais, selecionados a partir da lista

dos locais de formação aprovada pelo Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais

(artigos 55.º e 56.º da Lei n.º 2/2008, de 14 de janeiro).

O estágio de ingresso teve início no dia 1 de junho de 2020, terminando a 31 de dezembro de

2020 (por foça da entrada em vigor do encurtamento de estágio de ingresso, levado a cabo pelo

Decreto-Lei n.º 39/2019, de 21 de março).

Na sua base está um documento denominado “Plano Individual de Estágio” (PIE), validado pelo

Conselho Pedagógico (artigos 70.º da Lei do CEJ e 60.º, n.º 2, do Regulamento Interno do CEJ), depois

de elaborado pelo Centro de Estudos Judiciários, que acompanhará o seu desenvolvimento após

homologação pelo CSM (artigo 60.º, n.º 3, do mesmo Regulamento).

Na sua feitura foram tidos em consideração, designadamente, os relatórios de avaliação dos 1.º

e 2.º ciclos do curso de formação e a respetiva classificação final, constituindo a ligação entre o 2.º ciclo

e o estágio de ingresso no que respeita aos objetivos de melhoria e aperfeiçoamento do novo juiz

estagiário.

Os objetivos e metodologia do estágio já constam do Plano de Atividades 2019/2020, para aí se

remetendo.

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Plano de Atividades 2020.2021 53

9. Formação Contínua

No ano académico que agora está a terminar, o Centro de Estudos Judiciários teve de dar

resposta imediata à situação pandémica vivida em Portugal, adaptando o modelo inicialmente definido

e conhecido a um novo modelo que assegurasse, não apenas a continuação da qualidade da formação,

o interesse dos/as destinatários/as e a proteção da saúde dos intervenientes.

Assim, de forma a não colocar em risco de contaminação formadores, formandos e

funcionários, a partir dos primeiros dias de março, todas as formações passaram a ser feitas sem a

presença física dos formandos, mantendo os programas já previamente definidos, utilizando-se o

CANAL CEJ e a Justiça TV, como instrumentos de transmissão. Em algumas situações os oradores

deslocaram-se ao CEJ e de lá transmitiram, noutras vezes fez-se o cruzamento com plataformas como

a Skype, a Zoom e a Webex assegurando a sua transmissão.

A evolução da pandemia levou, com a inerente dificuldade em construir os programas ainda

não completados e em assegurar os já delineados e as próprias condições psicológicas generalizadas

decorrentes do estado de emergência e do tipo de trabalho feito por formandos e formadores, a que o

Plano de Formação 2019-2020 (PFC) fosse suspenso, assumindo-se depois a sua transferência para o

Plano 2020-2021.

Entretanto foi organizado um conjunto de formações sobre os reflexos da COVID 19 na ordem

jurídica portuguesa, em cada uma das jurisdições (Civil, Penal, Família, Trabalho, Administrativa e

Fiscal), que permitiu, com assinalável êxito, a testagem de um modelo (com alguma plasticidade) que

poderá agora ser implementado neste Plano e até que existam condições generalizadas de segurança

sanitária que permitam o regresso a alguma normalidade.

Assim, o cruzamento organizado da Plataforma Webex com a transmissão em streaming tem

permitido que: na primeira, se controlem as presenças dos participantes e haja interação com os/as

formandas; e, na segunda, se possa difundir para todos e todas o conteúdo das sessões.

Neste contexto, o Plano de Formação 2020-2021 aproveitará esta experiência e seguirá este

modelo, adaptando-o às circunstâncias e especificidades de cada jurisdição, até que seja possível

retomar a presencialidade possível que, neste momento, para além de ser desaconselhável em termos

de saúde pública, seria perturbadora para os/as próprios/as destinatários/as.

Sobre os diversos tipos de ações, o CEJ tinha já estabelecido um plano para iniciar as

formações junto dos tribunais superiores, nomeadamente com a Relação de Lisboa. Todavia,

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Plano de Atividades 2020.2021 54

circunstâncias várias conjugadas com a realidade pandémica que se abateu sobre todos, atrasaram a

concretização deste objetivo que agora será retomado.

A escolha das ações de formação esteve fortemente limitada pelo adiamento de cerca de

metade das ações previstas para o PFC 2019-2020, mas contou com o enriquecimento das sugestões

dos Conselhos Superiores da Magistratura, dos Tribunais administrativos e fiscais e do Ministério

Público, bem assim como de outras entidades.

O contexto de indefinição generalizada que nos envolve, leva a uma opção por objetivos que

ainda assim possam ser cumpridos.

Assim, aproveitando e conjugando várias sugestões que ao longo dos anos vêm sendo

formuladas, paralelamente às ações com temáticas previamente definidas para os/as magistrados/as a

nível nacional, serão feitas formações adequadas às reais e concretas necessidades de cada Comarca,

com intervenção neste processo de juízes/as presidentes e coordenadores/as do Ministério Público e

posterior definição dos respetivos conteúdos, podendo, no caso de matérias semelhantes, proceder-se

a uma agregação de comarcas, para majoração da formação e dos meios disponíveis.

Numa fase inicial far-se-á o levantamento junto das Comarcas, numa segunda fase, verificar-

se-ão os conteúdos sugeridos, numa terceira fase serão definidos e numa quarta, serão concretizadas

as ações.

O modelo das ações passará pela utilização dos meios informáticos e à distância, mas em

casos concretos poderá ser utilizado o modelo workshop presencial, caso as restrições de saúde pública

o permitam.

Este novo modelo misto de formação poderá permitir uma maior adequação às necessidades,

conjugando-o com uma maior proximidade aos/as formandos/as.

Serão realizados ainda dois cursos especiais, de grande profundidade, que decorrerão durante

vários meses, um na área da Violência Doméstica e outro na das Ferramentas Informáticas, que adiante

melhor se descrevem.

9.1. Ações de formação por tipologia

9.1.1. Cursos Intensivos

O Centro de Estudos Judiciários tem nos últimos anos desenvolvido cursos intensivos para

magistrados que mudam de jurisdição, quer do Ministério Público, quer da magistratura judicial

O esforço envolvido em termos de meios humanos e logísticos e os resultados concretos (com

uma taxa de presenças muito baixa) levou a que no âmbito do Plano de formação 2018-2019 esses

cursos não viessem previstos. Inscritos novamente em 2019-2010 a situação pandémica inviabilizou a

sua realização no modelo previsto de workshop.

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Plano de Atividades 2020.2021 55

Reinscrevem-se de novo, para execução caso as condições para a sua realização se modifiquem

e permitam concretizá-la, relativamente às seguintes áreas:

- Curso Intensivo Trabalho

- Curso Intensivo Administrativo

- Curso Intensivo Família

- Curso Intensivo Penal

- Curso Intensivo Cível

9.1.2. Ações de Formação Contínua Tipo A – Colóquios

9.1.2.1. Metodologia

Conferências de um dia, seguidas de debate entre os participantes ou intervenções de fundo e

mesas temáticas, com abordagem de matérias e ou questões previamente recolhidas junto dos

magistrados e magistradas judiciais e do Ministério Público inscritos/as. Em alguns casos as ações Tipo

A poderão funcionar em workshop, em parte da sessão.

9.1.2.2. Destinatários

As ações de formação contínua Tipo A são, na sua maioria, destinadas a juízes/as,

magistrados/as do Ministério Público e a outros/as profissionais da área forense.

Estas ações de formação são transmitidas à distância.

Quadro das Ações de Formação Contínua Tipo A

Código Tema da Ação de Formação Contínua

A Crimes Rodoviários

A Cibercriminalidade e prova digital

A Jurisprudência Constitucional – Civil

A Jurisprudência Constitucional – Tributário

A Jurisprudência Constitucional – Penal

A Jurisprudência Constitucional – Administrativo

A Jurisprudência Constitucional – Trabalho

A Discriminação, Racismo e Crimes de ódio

A Ambiente e preservação de habitats

A Violência Doméstica: conceito de maus tratos, namoro, crianças/idosos e recusa em prestar declarações

A Criminalidade Económico-Financeira

A Contratação Pública

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Plano de Atividades 2020.2021 56

Código Tema da Ação de Formação Contínua

A Julgar em Ditadura – Julgar em Democracia

A A Jurisprudência do TEDH em matéria de execução de penas e condições de detenção

A Inteligência Artificial ao… “serviço” da Justiça?

A Direito Europeu do Trabalho

A Contabilidade financeira

A Álcool e Justiça

A Humor, Direito e Liberdade de Expressão

A Contraordenações Laborais e de Segurança Social

A Direito e jurisprudência fiscal internacional e europeia

A Privacidade e Direitos Fundamentais

A Julgar com Perspetiva de Género – constitucionalidade na construção da igualdade

A Direito dos Animais

A Tráfico de Seres Humanos

A Mutilação Genital Feminina

A Ética e Deontologia – Direito Disciplinar

A Estatuto da Vítima

A Direito Penitenciário e Execução das Penas

9.1.3. Ações de Formação Contínua Tipo B – Seminários

9.1.3.1. Metodologia

Nestas ações pretende-se o desenvolvimento de várias vertentes de um mesmo tema central,

tendo como recurso principal o método de conferência, seguido do tratamento de questões práticas

levantadas pelos dinamizadores e pelos participantes e respetivo debate.

9.1.3.2. Destinatários

As ações de formação Tipo B são destinadas a juízes/as, magistrados/as do Ministério Público e

a outros/as profissionais da área forense. Os seminários poderão ser objeto de transmissão à distância e

ter lugar em vários pontos do país.

Quadro das Ações de Formação Contínua Tipo B

Código Tema da Ação de Formação Contínua

B Direito Processual do Trabalho

B Sociedades comerciais – guia para o conhecimento e análise dos elementos de informação financeira

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B Conferência com a OIT

B Responsabilidade civil – o universo dos ilícitos criminais

B Curso Breve de Inglês Jurídico

B Seminário de Direito Comercial (parceria com a Revista de Direito Comercial)

B Cooperação Judiciária em matéria penal (Lei n.º 25/2009, de 05/06 e Lei n.º 88/2009, de 31/08)

9.1.4. Ações de Formação Contínua Tipo C – Cursos de Especialização

9.1.4.1. Metodologia

Estas ações consistem em cursos compreendendo 4 dias de formação que visam o

aprofundamento dos conhecimentos dos participantes nas temáticas a abordar, numa perspetiva da

sua aplicação judiciária.

9.1.4.2. Destinatários

Os Cursos de Especialização (ações de formação contínua Tipo C) são, tendencialmente,

reservados a juízes/as e magistrados/as do Ministério Público, com um dos dias das Ações “Temas de…”

dedicado aos efeitos da pandemia de COVID-19.

Quadro das Ações de Formação Contínua Tipo C

Código Tema da Ação de Formação Contínua

C Temas de Direito Penal e Processual Penal

C Temas de Direito Administrativo

C Curso Intensivo de Direito do Trabalho e de Processo do Trabalho (se solicitado) (4 dias)

C Temas de Direito Tributário (entre outras matérias, Taxas e Contribuições)

C Temas de Direito da Família e das Crianças

9.1.5. Ações de Formação Contínua Tipo D – Workshops

9.1.5.1. Metodologia

As ações de formação contínua do Tipo D consistem em cursos práticos de um dia a

desenvolver em pequenos grupos (e.g. um máximo tendencial de 20/25 participantes) de cariz

essencialmente interativo e que visam o desenvolvimento de competências específicas para o exercício

de funções dos magistrados e a consensualização de boas práticas.

Estes cursos serão concretizados localmente, podendo ser replicados em diversos locais do

país, o que dependerá - fundamentalmente - da capacidade de utilização dos meios humanos

(docentes) do CEJ.

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9.1.5.2. Destinatários

As ações de formação contínua Tipo D são destinadas a juízes/as e magistrados/as do

Ministério Público. Em casos excecionais devidamente justificados poderão também ser abertas a

outros/as profissionais da área forense. Não serão objeto de transmissão à distância.

Quadro das Ações de Formação Contínua Tipo D

Código Tema da Ação de Formação Contínua

D Violência Doméstica c/ a EARHVD

D Títulos de crédito – realização em três locais

D Jurisprudência TJUE Fiscalidade Direta (com Universidade Católica Portuguesa)

D Direito Internacional da Família

D Lei Tutelar Educativa – Crianças em Conflito com a Lei e a sua Educação para o Direito

D Jurisprudência TJUE Fiscalidade Indireta - Parceria com Universidade Católica Portuguesa- Escola de Lisboa

D Cooperação Judiciária Civil em Matéria Civil e Comercial

9.1.6. Ações de Formação Contínua Tipo E – Cursos on-line

Poderão ser realizados e preparados outros cursos no âmbito das Jurisdições Cível, Penal,

Família e Crianças, Trabalho e Empresas e Administrativo e Tributário.

Quadro das Ações de Formação Contínua Tipo E

Código Tema da Ação de Formação Contínua Obs.

E Recuperação de ativos Com avaliação

E Inglês Jurídico b-learning Com sessão presencial final obrigatória

E Contabilidade básica para juristas Com avaliação

E Curso B-Learning (Direito doTrabalho)

E Violência doméstica

E Proteção de dados e direito à privacidade

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9.2. Ações de formação especiais

9.2.1. Violência doméstica e de género

A formação contínua tem assumido um modelo de ações com um máximo de quatro dias que,

muitas vezes não permite um aprofundamento das matérias.

Em articulação com os Conselhos Superiores e, em concreto, na sequência da participação em

vários Grupos de Trabalho com vista a lograr a cada vez maior qualificação das magistraturas em

matéria de Violência Doméstica e de Género (visando, mais do que um acréscimo do conhecimento das

normas substantivas e processuais, uma especial sensibilização e conhecimento do conteúdo dos

conceitos, suas causas, manifestações e consequências), realizar-se-á uma ação de formação que

procurará proporcionar um conhecimento amplo e multidisciplinar sobre a temática, de forma a melhor

habilitar as magistraturas a identificar situações dessa natureza, conhecer as suas formas de

exteriorização e lidar com os diferentes intervenientes, nos seus diferentes aspetos civis e criminais.

O curso desenvolver-se-á em diversos módulos, onde serão abordados, mas não apenas estes

temas: a caracterização dos conceitos e especificação das suas manifestações, os instrumentos

internacionais de âmbito universal e regional relevantes, a dimensão constitucional, a par de

abordagens essenciais de conhecimentos básicos de Psicologia, Sexologia e Medicina Legal sobre a

caracterização psicossomática e perfil psicológico do agressor e da vítima, além de aspetos

substantivos do enquadramento jurídico-penal dos crimes sexuais e de violência doméstica, bem como

dos crimes de perseguição (“stalking”), mutilação genital feminina e assédio sexual (face ao disposto na

Convenção de Istambul), além das peculiaridades da produção, apreciação e valoração da prova em

matéria de violência de género e violência doméstica.

9.2.2. Tecnologias de Informação e comunicação e sociedade digital

A Resolução do Conselho de Ministros n.º 30/2020, publicada no Diário da República n.º 78/2020,

1ª Série, de 21 de abril de 2020, elege a transição digital um dos instrumentos essenciais da estratégia

de desenvolvimento do País, e a construção de uma sociedade digital é identificada como uma

oportunidade para reinventar o funcionamento e organização do Estado, orientando-o mais para o

cidadão.

O desenvolvimento tecnológico influencia significativamente o direito, e este constitui-se em

elemento regulador do seu desenvolvimento, donde decorre que é imperioso os aplicadores do direito

conhecerem, compreenderem e, de algum modo, estarem familiarizados com os conceitos

tecnológicos pressupostos na atual legislação.

É fundamental que sejam fomentados esforços no sentido do reforço de competências neste

domínio, superando lacunas que o sistema de ensino do direito contempla, apetrechando os

magistrados com ferramentas essenciais ao exercício das suas funções.

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O manuseio e compreensão de conceitos como cloud computing, darknet, bitcoins, Litecoin, a

XRP, a Therer, a Ether botnets, encriptação, P2P, blockchain, clearwell, etc. são indispensáveis,

nomeadamente, para responder a necessidades de investigação e julgamento de crimes cometidos

através de meios tecnológicos.

O curso desenvolver-se-á de forma gradativa e sequencial permitindo a capacitação permanente

e de proximidade de magistrados, garantindo a sua adaptação constante, fazendo a ponte entre os

conceitos tecnológicos e o direito a aplicar.

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10. Departamento de Relações Internacionais

São propostos como objetivos estratégicos, que deverão nortear a atuação do Departamento de

Relações Internacionais do Centro de Estudos Judiciários durante o ano 2020/2021, os seguintes:

1. Cumprir os acordos e protocolos anteriormente celebrados no âmbito de relações

bilaterais, diretamente pelo CEJ ou por intermédio do Estado Português;

2. Reforçar a cooperação com as instituições congéneres dos países africanos,

designadamente divulgando, disponibilizando e levando à prática cursos de formação

de magistrados à medida dos pedidos e necessidades expressos por aqueles países;

3. Recuperar e/ou manter laços de cooperação bilateral, no que toca à concretização de

atividades de formação inicial e contínua, v.g. com instituições congéneres, com o

Centro de Formação Jurídica e Judiciária de Macau e com a Academia de Direito

Europeu de Trier;

4. Continuar a promover a intervenção ativa de elementos do CEJ na estrutura

organizativa da REFJ, a participação de docentes e outros magistrados portugueses no

planeamento e execução de programas internacionais de formação realizados no seu

quadro institucional e ainda a comparência em seminários e outras ações de formação

desta Rede;

5. Honrar os compromissos assumidos no âmbito das Redes Internacionais das Escolas de

Formação, nomeadamente no que concerne à Rede Ibero Americana de Escolas

Judiciais, RECAMPI e Rede Europeia de Formação Judiciária;

6. Reforçar a cooperação que se vem estabelecendo no âmbito do Conselho da Europa

com os países que não pertencem à União Europeia, nomeadamente no que toca à

execução de projetos de formação de formadores e ao acolhimento das diversas

delegações que nos visitam.

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10.1. Relações Bilaterais

10.1.1. Países de Expressão oficial Portuguesa

No que toca à colaboração com os países de expressão oficial portuguesa, definem-se como

prioridades para 2020/2021:

a) Cooperar na formação dos magistrados ou candidatos a magistrados africanos nos

termos que vierem a ser solicitados ou acordados, a exemplo do que sucedeu com um

curso de formação de formadores, destinado a formadores permanentes do Centro

Nacional de Formação Judiciária (CENFOJ) da Guiné Bissau que teve lugar no CEJ em

julho de 2019 e que foi integrado numa missão de diagnóstico ao CENFOJ igualmente

desenvolvida pelo CEJ. Teve também lugar no CEJ entre 18-22 novembro de 2019 um

curso sobre “Insolvência, Recuperação de Ativos e Tramitação do Processo Executivo”,

solicitado pelo Tribunal Judicial da Província de Maputo. Realizou-se ainda no CEJ um

curso de formação inicial de juízes e magistrados do Ministério Público de Cabo Verde

no primeiro semestre de 2020, apesar da pandemia COVID-19 (a fase final do curso

decorreu já on-line).

O “Projeto de Apoio à Consolidação do Estado de Direito” (PACED), conheceu

igualmente vicissitudes diversas no seu andamento devido à pandemia, pelo que a sua

terceira e última fase terá lugar já em 2021. Entretanto, entre 22 e 24 de setembro de

2020, realizar-se-á em Moçambique um encontro de escolas de formação e dos

representantes dos Ministérios da Justiça dos países de língua oficial portuguesa em

torno da execução da “Plataforma”, como é conhecido o instrumento de comunicação

e formação, de cariz colaborativo, entre os organismos da justiça de todos os países de

língua oficial portuguesa, que assumirá o maior relevo na área da formação de

magistrados e de outros profissionais da área da justiça. A Plataforma, sendo embora

propriedade dos Ministros da Justiça, estará sediada no CEJ.

b) Colaborar com as instituições congéneres dos países africanos em sentido amplo, no

mais variado tipo de ações de formação que vier a ser considerado útil, incluindo

formação de formadores;

c) Colaborar com as universidades, escolas e instituições congéneres do Brasil, v.g., em

encontros, ações de formação e outras iniciativas pedagógicas, nos termos que vierem

a ser solicitados ou acordados;

d) Cooperar na formação de magistrados Judiciais e do Ministério Público e ainda na de

defensores públicos de Timor-Leste, nos termos que vierem a ser solicitados,

designadamente no âmbito de protocolos/contratos que venham a ser propostos pelo

Ministério da Justiça de Timor Leste e pela DGPJ. A título exemplificativo, teve lugar

entre setembro de 2019 e março de 2020 o 1.º Curso Teórico-prático para formação de

cinco juízes daquele país;

e) Prestar neste âmbito a demais colaboração que vier a ser solicitada pelo Ministério da

Justiça.

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10.1.2. Academia de Direito Europeu

No que concerne às relações de cooperação com a Academia de Direito Europeu de Trier, deve

realçar-se o excelente entendimento institucional que existe, há largos anos, entre o CEJ e essa

Academia.

Não obstante, a atual crise sanitária mundial provocada pela pandemia Covid-19 tem gerado

constrangimentos ao nível da organização de eventos formativos, forçando o reagendamento e/ou

cancelamento de diversas atividades presenciais e mesmo a sua transformação, sempre que possível,

em atividades à distância com recurso a plataformas on-line.

Destarte, no quadro dos projetos assumidos em parceria com a ERA e previstos para o ano de

2020/2021, salientamos as seguintes atividades a decorrer no CEJ:

- seminário Transposition of the PIF Directive into National Legislation: inicialmente agendado

para 15 e 16 de outubro de 2020, o seminário foi recalendarizado para 25 e 26 de fevereiro de 2021

depois de obtida a devida autorização do Organismo Europeu de Luta Antifraude (OLAF) para a

extensão do prazo de implementação do projeto

- Practice-oriented Training on the Prevention of Child Sexual Abuse Material On-line: 31 maio – 01

junho 2021

- seminário Training for National Judges in EU Competition Law – training programme for

Portuguese and German Judiciary: agendado para 22 e 23 de outubro de 2020, a determinação de nova

data de realização aguarda luz-verde da Comissão Europeia, entidade financiadora do projeto.

Em outubro de 2020, em data a confirmar, prevê-se igualmente a realização da 29.ª reunião do

Conselho de Administração da ERA, na qual o CEJ se fará representar por um elemento da sua Direção.

10.2. Relações Multilaterais

10.2.1. Rede Europeia de Formação Judiciária

Na reunião anual da Assembleia Geral da REFJ de junho de 2019, tiveram lugar as eleições para

os órgãos diretivos da Rede, bem como para a coordenação e composição dos seus Grupos de

Trabalho.

Os mandatos resultantes destas eleições entraram em vigor em janeiro de 2020 e prolongar-se-

ão até 2022, momento em que decorrerão novas eleições.

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10.2.1.1. O CEJ no Comité de Direção da Rede Europeia de Formação Judiciária

Na sua qualidade de membro fundador da REFJ, o CEJ apresentou candidatura, e foi eleito,

para membro do Comité de Direção, coordenador do Grupo de Trabalho “Metodologias de Formação”,

membro dos Grupos de Trabalho “Programas”, “Intercâmbios”, e ainda dos Subgrupos “Civil”, “Penal”,

“Direitos Humanos” e “Administrativo”, mantendo desta forma uma participação ativa tanto na

estrutura da organização propriamente dita, como nas atividades formativas por esta organizadas e

nos programas de intercâmbio para magistrados.

Em consequência da pandemia Covid-19, as reuniões dos diferentes órgãos e grupos de

trabalho têm decorrido on-line. Ainda assim, até final de 2020 salientam-se os seguintes encontros, nos

quais o CEJ participará seguramente, independentemente do formato em que venham a concretizar-se:

- Grupo de Trabalho “Metodologias de Formação”, 21-22 setembro;

- Comité de Direção, 29-30 setembro;

- Grupo “Programa de Intercâmbios”, 08-09 outubro;

- Grupo “Metodologias de Formação”, 10-11 outubro, Polónia;

- Grupo “Programas”, data a confirmar em outubro;

- Comité de Direção, 10-11 novembro.

Em 2021, caberá ao CEJ a organização e acolhimento da reunião anual da Assembleia Geral da

REFJ, no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia. O encontro está agendado

para os dias 17 e 18 de junho e contará com a presença de representantes das 36 escolas de formação

europeias membros da REFJ, dos 16 membros observadores e das 16 instituições parceiras da Rede.

Será antecedido, como sempre, por uma reunião do Comité de Direção da REFJ.

10.2.1.2. Participação do CEJ nas atividades formativas da Rede Europeia de Formação

Judiciária

No que às atividades formativas diz respeito e à semelhança dos anos anteriores, será realizada

a seleção das atividades que, constando do nosso programa de ações de formação contínua para

2020/2021, serão abertas à participação de magistrados estrangeiros e cuja divulgação, por todos os

membros da Rede, se operará através dos respetivos “Catálogos” (Catálogo Geral e Catálogo +).

Para 2021, antecipa-se também ser possível acolher no CEJ a realização de diversos seminários

de formação contínua organizados pelos grupos de trabalho em que o CEJ participa.

No que diz respeito às atividades direcionadas para a formação inicial, o CEJ tem o firme

propósito de manter a sua participação no concurso THEMIS e no programa AIAKOS, que no atual

contexto sanitário se viu um pouco alterada face aos padrões habituais.

Em 2020, o CEJ concorre com quatro equipas de auditores de justiça do 35.º Curso Normal ao E-

THEMIS, assim excecionalmente denominado uma vez que todas as meias-finais têm lugar on-line. Este

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Plano de Atividades 2020.2021 65

novo formato, bem como os meios técnicos e o novo calendário que o mesmo impõe, resulta num

esforço acrescido para as equipas concorrentes.

Já quanto ao programa AIAKOS, agendado para novembro de 2020, o CEJ não se fará

representar com a habitual delegação de cerca de 40 auditores de justiça portugueses, que visitariam

outras instituições de formação europeias, nem acolherá em Lisboa um grupo homólogo de

magistrados europeus em formação inicial ou em início de carreira.

Entendemos, para além do mais, que os objetivos do programa AIAKOS - sessões de trabalho e

visitas de estudo a tribunais, prisões, estabelecimentos educativos, sede da Polícia Judiciária, Instituto

Nacional de Medicina Legal, destinadas a um melhor conhecimento da prática judiciária europeia – não

se compaginam com a sua realização on-line, dado que esta comprometeria de forma significativa os

conteúdos a abordar e a inteira sintonia dos auditores de justiça portugueses com os seus colegas

estrangeiros, numa semana que seria inteiramente dedicada a este programa internacional de

intercâmbio.

Refira-se ainda que, excecionalmente, terá lugar entre 7-11 dezembro de 2020, no CEJ, o

programa de formação de formadores da REFJ (TtT) que esteve inicialmente agendado para a primeira

semana de julho de 2020 e que teve de ser adiado devido à pandemia Covid-19, para um período que se

espera mais propício, atentas as características interativas do programa.

Programa de Intercâmbios – Exchange Programme (ExP)

No que concerne aos programas de intercâmbio de magistrados, o CEJ participará ativamente

no Programa de Intercâmbios (Exchange Programme) promovido pela REFJ, recebendo magistrados

europeus em Portugal e enviando magistrados portugueses para diversos países da União Europa,

conforme já definido previamente na declaração de parceria assinada com a REFJ.

Antecipam-se algumas complexidades na realização do programa decorrentes das posições dos

diferentes países europeus face à pandemia, pelo que o CEJ disponibilizará, como sempre, todo o apoio

aos magistrados portugueses selecionados para estágios de curta duração no estrangeiro (uma ou duas

semanas) ou para visitas de estudo a instituições europeias, ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos,

ao Tribunal de Justiça da União Europeia, à EUROJUST, à Conferência da Haia e à Agência para os

Direitos Fundamentais da UE.

10.2.2. Outras Redes de Formação

No que se refere à nossa participação nos trabalhos da RECAMPI e da Rede Ibero Americana de

Escolas Judiciais (RIAEJ), a definição concreta do respetivo conteúdo estará dependente dos meios

financeiros para esse efeito disponíveis e tendo sempre presente, necessariamente, a sua relevância

numa hierarquia de prioridades da nossa atuação.

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Plano de Atividades 2020.2021 66

De qualquer forma, será nossa intenção assegurar a presença nas respetivas Assembleias-Gerais

anuais e, sendo possível, de acordo com os parâmetros atrás definidos, responder às solicitações que

forem sugeridas nesta área.

10.3. Cooperação no quadro do Conselho da Europa

O Centro de Estudos Judiciários continuará a privilegiar a cooperação com os Estados membros

do Conselho da Europa nos termos que nos forem por este solicitados, designadamente mantendo a

sua disponibilidade para integrar, através do seu corpo docente ou de magistrados por si

expressamente convidados, grupos internacionais de peritos ou para participar ativamente em

atividades de intercâmbio de experiências entre diferentes culturas judiciárias.

No âmbito do programa HELP (“European Programme for Human Rights Education for Legal

Professionals”), promovido pelo Conselho da Europa, o CEJ tem participado ativamente nas diversas

atividades implementadas, nomeadamente ao nível da formação de formadores, prevendo-se a

integração de alguns destes cursos de formação, nomeadamente no que diz respeito à violência

doméstica, no quadro da formação contínua do CEJ no primeiro semestre de 2021.

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11. Organização interna e controlo de

qualidade

11.1. Departamento de Apoio Geral (DAG)

11.1.1. Grandes projetos

Implementação de um sistema de Gestão Documental;

1.ª fase da implementação do projeto de eficiência energética;

Intervenção de fundo nas salas de sessões exteriores.

11.1.2. Competências do DAG no âmbito do apoio jurídico e de recursos humanos, financeiros, patrimoniais, informáticos e multimédia

O Departamento de Apoio Geral integra a Divisão de Informática e Multimédia e ainda as

Secções de Pessoal e Expediente e de Património e Contabilidade.

Ao nível do apoio jurídico, da gestão de recursos humanos e da gestão financeira e patrimonial

compete ao DAG, em especial:

a) Emitir pareceres, elaborar informações e proceder a estudos sobre assuntos que lhe

sejam submetidos;

b) Preparar a intervenção do CEJ em processos judiciais, intervir nestes, acompanhar o seu

andamento e organizar os respetivos processos administrativos;

c) Conceber o sistema de produção normativa do CEJ e coordenar o seu funcionamento;

d) Avaliar o desempenho dos serviços do CEJ na perspetiva económica e financeira;

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Plano de Atividades 2020.2021 68

e) Assegurar os procedimentos administrativos necessários ao desenvolvimento de

processos de recrutamento, seleção, admissão e gestão de pessoal, de mobilidade e

aposentação;

f) Manter o diagnóstico da situação dos recursos humanos do CEJ em função dos

objetivos e dos indicadores de gestão e elaborar o balanço social;

g) Organizar e promover as tarefas respeitantes à receção e encaminhamento de utentes

e visitantes;

h) Assegurar a receção, distribuição, expedição e arquivo de correspondência e outros

documentos.

i) Propor, acompanhar e avaliar a aplicação de regulamentos e orientações em matéria de

gestão de pessoal;

j) Acompanhar a aplicação dos instrumentos de apreciação do mérito no desempenho de

funções e avaliar e promover as necessárias adequações;

k) Acompanhar a situação do CEJ em matéria de saúde, higiene, segurança no trabalho e

propor medidas que assegurem o cumprimento da legislação em vigor sobre a matéria;

l) Organizar, informar e manter atualizados os processo administrativos individuais do

pessoal;

m) Assegurar as inscrições e demais procedimentos inerentes à efetivação de direitos e

benefícios sociais, e a gestão corrente de ficheiros e arquivos de pessoal, manuais e

automatizados, mantendo os processos individuais devidamente organizados

assegurando a preparação e elaboração das respetivas certidões;

n) Processar remunerações e outros abonos.

o) Assegurar o funcionamento do sistema de contabilidade e inventário;

p) Realizar as tarefas necessárias à articulação do CEJ com o IGFEJ na elaboração dos

planos financeiros plurianuais;

q) Preparar e apresentar projetos de orçamento;

r) Assegurar a execução orçamental nas vertentes da receita e da despesa nas diferentes

fases;

s) Acompanhar e reportar periodicamente a execução do orçamento;

t) Controlar os movimentos e as disponibilidades financeiras e de tesouraria;

u) Assegurar a prática dos atos e procedimentos inerentes à aquisição de bens e serviços;

v) Providenciar pela obtenção de autorizações de despesa e de pagamento e emitir meios

de pagamento;

w) Controlar os movimentos do fundo de maneio e as transferências bancárias;

x) Elaborar a conta de gerência;

y) Identificar as necessidades, manter em depósito e disponibilizar, mediante requisição

autorizada, o material de uso corrente indispensável ao regular funcionamento dos

serviços;

z) Zelar pela vigilância, segurança e estado de conservação das instalações, dos

equipamentos e do material.

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Plano de Atividades 2020.2021 69

11.1.3. Atividades correntes

Área de recursos humanos e expediente

Assegurar o processamento de vencimentos e outros abonos dos trabalhadores do CEJ,

das bolsas de formação, bem como proceder à liquidação dos respetivos descontos;

Organizar, informar e manter atualizados os processos individuais do pessoal do CEJ e

garantir que acesso é reservado;

Elaborar o mapa de pessoal do CEJ que reflita as necessidades reais de recursos

humanos, garantir que seja legalmente aprovado e promover à sua publicitação;

Desenvolver os procedimentos necessários ao recrutamento de trabalhadores, de

acordo com o Mapa de Pessoal;

Elaborar e publicitar o Balanço Social;

Controlar a assiduidade dos trabalhadores, garantindo o cumprimento do regulamento

interno de funcionamento, atendimento e horário de trabalho do CEJ;

Dar seguimento a todo o expediente relativo a aposentações, inscrições, reinscrições,

emissão de notas biográficas, guias de vencimento, declarações e certidões;

Acompanhar a aplicação Sistema de Avaliação do Desempenho (SIADAP 2 e 3), desde

a abertura e organização do processo até ao reporte das avaliações à Secretaria - Geral

do Ministério da Justiça;

Gerir a formação do pessoal do CEJ, através da identificação das necessidades

formativas e garantir a inscrição dos trabalhadores nas ações de formação planeadas;

Elaborar o plano da formação dos trabalhadores para 2020 e submetê-lo à aprovação

do diretor do CEJ;

Assegurar o processamento de remunerações dos formadores nos Tribunais;

Assegurar o processamento de ajudas de custo e deslocações dos formadores no CEJ e

dos formadores nos Tribunais;

Elaborar o relatório anual da formação, a enviar à Secretaria - Geral do Ministério da

Justiça;

Disponibilizar informação na Intranet do CEJ e assegurar a sua atualização.

Proceder aos reportes obrigatórios aos diferentes organismos, relativos aos

movimentos de pessoal;

Digitalizar e encaminhar toda a correspondência entrada no CEJ;

Área financeira e patrimonial:

Elaborar, no âmbito da preparação do Orçamento do Estado, o projeto de orçamento

do CEJ;

Assegurar a execução do orçamento nas vertentes da receita e da despesa, nas várias

fases, bem como propor e instruir as alterações orçamentais necessárias;

Elaborar periodicamente os reportes orçamentais do CEJ;

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Plano de Atividades 2020.2021 70

Elaborar e apresentar a conta de gerência do CEJ;

Assegurar a constituição, reconstituição, liquidação e pagamento do fundo de maneio;

Assegurar o pagamento de honorários, deslocações e ajudas de custo dos formadores

nos Tribunais e no CEJ;

Assegurar a prestação da informação obrigatória às diferentes entidades;

Atualizar o cadastro e inventário dos bens móveis;

Identificar as necessidades e gerir o stock do material de uso corrente indispensável ao

regular funcionamento dos serviços;

Assegurar os procedimentos de contratação pública não abrangidos pelos sistemas de

compras centralizadas, de acordo com os procedimentos legais;

Fazer o levantamento de necessidades para os procedimentos centralizados na unidade

de compras do Ministério da Justiça fornecer todos os elementos necessários e efetuar

o acompanhamento dos procedimentos;

Elaborar informação, processo de despesa e contratos após a conclusão dos

procedimentos centralizados;

Acompanhar a execução dos contratos de fornecimento de bens e serviços;

Zelar pela vigilância, segurança e estado de conservação das instalações e dos

equipamentos do CEJ.

Apoio jurídico

Assegurar o apoio jurídico necessário à direção do CEJ, mediante a emissão de estudos,

pareceres e informações, com a profundidade e o rigor necessários;

Preparar projetos de diplomas legais, de regulamentos e outros instrumentos

normativos, elaborando os necessários estudos, bem como pronunciar-se sobre

projetos de diplomas;

Promover estudos de avaliação e impacto legislativo relativos à aplicação de legislação,

que não se inscrevam nas atribuições e competências de outras unidades orgânicas do

Centro de Estudos Judiciários;

Contribuir para fixar a interpretação dos diplomas próprios que regem a atividade do

Centro de Estudos Judiciários, bem como preparar normas e instruções destinadas a

assegurar a sua aplicação, sem prejuízo das competências de outras unidades

orgânicas;

Acompanhar os processos jurisdicionais e graciosos em que o Centro de Estudos

Judiciários seja interveniente através da elaboração, atempada e com a fundamentação

e a qualidade adequadas, de peças processuais e jurídicas;

Elaborar informações e prestar esclarecimentos visando assegurar a correta execução

das decisões judiciais;

Acompanhar as impugnações administrativas e os processos jurisdicionais em que o

Centro de Estudos Judiciários seja interveniente através da elaboração de peças

jurídicas e processuais, bem como os processos de execução de decisões judiciais

condenatórias;

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Plano de Atividades 2020.2021 71

Prestar o apoio jurídico necessário à prossecução das atribuições das demais unidades

orgânicas do CEJ.

11.1.4. Divisão de Informática e Multimédia

Competências

De acordo com as competências atribuídas, compete à Divisão de Informática e Multimédia:

Disponibilizar atendimento, na área da informática e multimédia, a todos os

utilizadores do CEJ;

Identificar necessidades de equipamento, estudar e apresentar propostas tendentes à

sua aquisição;

Apoiar a conceção, tratamento e atualização da informação referente ao CEJ na

Internet e na Intranet;

Assegurar a administração dos sistemas informáticos;

Zelar pelo estado de conservação do equipamento informático e multimédia;

Gerir e assegurar a operacionalidade das infraestruturas tecnológicas, os meios

informáticos e de comunicação e os recursos de rede, garantindo a disponibilização, a

circulação, a segurança, a confidencialidade e a integridade da informação.

Atividades

No âmbito das competências definidas, propomo-nos desenvolver as seguintes ações:

Modernizar o equipamento informático e aumentar o número de portáteis disponíveis;

Implementar solução de Gestão Documental;

Garantir a disponibilidade da rede com e sem fios do CEJ, assegurando o

funcionamento dos equipamentos de comunicações;

Gerir e administrar os sistemas informáticos existentes, Windows e Linux;

Administrar, gerir e manter a plataforma de e-learning. Criar áreas, disciplinas e

utilizadores para os cursos ministrados pelo CEJ;

Garantir a disponibilidade e bom funcionamento das aplicações instaladas nos

servidores do CEJ;

Gerir software e equipamento de impressão;

Concluir a migração do sítio de internet do CEJ para a Plataforma do Ministério da

Justiça, “justiça.gov.pt”

Filmar, editar e produzir em formato digital as ações do plano de formação contínua,

nas suas várias tipologias: conferências, seminários, colóquios, workshops, cursos de

especialização e cursos on-line, e posteriormente disponibilizar na plataforma;

Assegurar a transmissão por videoconferência e/ou canal CEJ das ações de formação

emitidas pelo CEJ;

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Plano de Atividades 2020.2021 72

Assegurar o funcionamento dos equipamentos de apoio às atividades, designadamente

projetores, câmaras digitais e material de apoio à videoconferência;

Apoio de Helpdesk:

- Atender, gerir e resolver pedidos de apoio técnico;

- Registar a marcação de recursos informáticos e audiovisuais;

- Apoiar a criação e publicação de conteúdos digitais.

11.2. Gabinete de Estudos Judiciários

11.2.1. Competências

Nos termos do n.º 1 do artigo 3.º dos Estatutos do Centro de Estudos Judiciários, aprovados pela

Portaria n.º 965/2008, de 29 de agosto, o Gabinete de Estudos Judiciários (GAEJ) é a unidade

genericamente responsável pela investigação e pelo estudo no âmbito judiciário que constituem

missão do CEJ, competindo-lhe em especial:

a) Apoiar as atividades de formação do CEJ através do desenvolvimento de estudos e

investigação, jurídica e judiciária, bem como em áreas e matérias de interesse para a

atividade judiciária;

b) Promover ou apoiar, em articulação com o DEF, a realização de seminários, colóquios,

conferências e cursos relativos às matérias referidas na alínea a);

c) Assegurar a publicação, difusão e comercialização de estudos efetuados pelo CEJ;

d) Cooperar com entidades nacionais, estrangeiras e internacionais em matéria de

documentação e informação;

e) Coordenar e avaliar a aplicação de indicadores de gestão e de dados estatísticos sobre a

atividade desenvolvida no CEJ.”

11.2.2. Atividades

Desenvolver, em conjunto o DAG, o Balanço Social e o Relatório de Atividades de

Formação;

Realizar os estudos de caracterização sociográfica dos cursos de formação inicial de

Magistrados para os Tribunais Judiciais e para os Tribunais administrativos e fiscais

que se iniciarem no período em questão e organizar a respetiva apresentação

pública.

Colaborar com o DRI na 3.ª fase da Ação 2211 - Formação de Formadores PACED na

Área Penal do Projeto de Apoio à Consolidação do Estado de Direito (PACED)

PALOP TL, tanto ao nível pedagógico (formação de formadores e tutoria), como ao

nível da gestão pedagógica e respetiva avaliação;

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Plano de Atividades 2020.2021 73

Organizar uma a duas edições do Open Day CEJ, evento que visa contribuir para

aumentar a imagem e o prestígio do CEJ, dando a conhecer os seus espaços e

atividades (incluindo alguns que, normalmente, não são tão conhecidos) e

consistem em abrir as portas do CEJ a um público em geral mas especialmente aos

estudantes e licenciados em Direito, mostrando o CEJ, a sua organização e

atividades, com particular destaque para os processos de recrutamento, seleção e

formação inicial, bem como a história do Limoeiro.

Colaborar na elaboração e execução gráfica dos Planos de Atividades e do Relatório

de Atividades;

Apoiar e colaborar na organização de várias atividades formativas no âmbito de

formação inicial e contínua de magistrados, nomeadamente, conferências,

seminários, colóquios, cursos e visitas de estudo;

Tratamento e apresentação dos dados relativos à avaliação da formação inicial de

magistrados e de outros eventos formativos realizados pelo CEJ;

Prestação de informação estatística relativa à atividade formativa do CEJ a outras

entidades;

Prestação de informação avulsa de suporte à decisão para a Direção do CEJ;

Organização de eventos e atividades culturais (exposições de artes plásticas,

apresentações, lançamentos de livros e recitais musicais);

Organização e acompanhamento de visitas de estudo e culturais às instalações do

CEJ no Limoeiro;

Colaboração na organização dos concursos de ingresso na formação inicial de

magistrados;

Colaborar na divulgação pública e junto da comunicação social das atividades e

eventos do CEJ;

Colaborar na organização de sessões protocolares;

Participação em grupos e equipas de trabalho específicos, tanto no CEJ, como no

Ministério da Justiça (Grupo de Trabalho para a Gestão Documental, no CEJ, Equipa

Interdepartamental do Ministério da Justiça para a Igualdade de Género, ou ligados

à segurança e saúde no trabalho);

Integração em júris de procedimentos concursais para seleção e recrutamento de

pessoal;

Realização de Entrevistas de Avaliação de Competências no âmbito de

procedimentos concursais para seleção e recrutamento de pessoal que venham a

realizar-se.

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Plano de Atividades 2020.2021 74

11.3. Divisão do Centro de Documentação

11.3.1. Competências

No âmbito das competências definidas nos Estatutos do CEJ (Portaria n.º 965/2008, de 29 de

agosto) e nos termos previstos no Regulamento do CEDOC (aprovado em 21 de setembro de 2009) são

as seguintes atribuições:

1 – Em geral:

a) Prestar apoio documental e técnico e informação aos utilizadores;

b) Prestar a colaboração que lhe for solicitada pelos órgãos, dirigentes, agentes da

formação e serviços do CEJ.

2 – Na valência de biblioteca:

a) Disponibilizar aos utilizadores o acesso ao respetivo fundo bibliográfico e a bases de

dados exteriores, no âmbito das atribuições do CEJ;

b) Assegurar o funcionamento de serviços de consulta e empréstimo de espécies do seu

acervo documental aos utilizadores;

c) Promover o intercâmbio com bibliotecas de outras instituições;

3 – Na valência de arquivo:

a) Propor e assegurar o sistema de gestão de documentos, desde o momento da sua

produção ou receção;

b) Realizar a incorporação, tratamento e conservação da documentação do seu âmbito,

bem como a respetiva avaliação, seleção e eliminação.

c) Assegurar o funcionamento de serviços de consulta;

d) Propor a celebração de acordos e protocolos com outras instituições e entidades, com

vista ao aperfeiçoamento do tratamento documental.

11.3.2. Objetivo estratégico e operacionais

Objetivo estratégico

Melhorar os sistemas e procedimentos internos com vista a uma gestão de qualidade

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Plano de Atividades 2020.2021 75

Objetivos operacionais

Implementar o Plano de Classificação e Avaliação do Ministério da Justiça (PCAMJ) no CEJ1

Indicadores Metas Ações

% da execução das atividades 65% Realizar ações de formação/sensibilização por

todos os trabalhadores do CEJ, para que a

partir de 1 de janeiro de 2022 todos os

documentos recebidos e produzidos sejam

classificados.

Formação dos utilizadores da Biblioteca CEJ

Indicadores Metas Ações

% da execução das atividades 70% Promover uma sessão de formação

obrigatória para todos os auditores de

justiça. Em que serão apresentados os

serviços disponibilizados pela Biblioteca, o

OPAC e outros recursos disponíveis on-line. E

numa segunda parte, algumas noções de

como elaborar referências bibliográficas, com

base na 2.ª edição do e-book Referências

bibliográficas - Manual das normas

portuguesas NP 405.

Aumentar o nível de satisfação dos utilizadores externos e internos da biblioteca

Indicadores Metas Ações

% de satisfação dos utilizadores 70% Elaboração de um inquérito para aferir

do grau de satisfação dos utilizadores, a

fim de melhorar a eficácia

1 Relativamente a este objetivo, proposto para 2019-2020 e que não foi cumprido, o plano para 2020-2021 prevê a sua

implementação.

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Plano de Atividades 2020.2021 76

11.3.3. Atividades

11.3.3.1. Arquivo

Tratamento documental do acervo arquivístico

Atividades a desenvolver Indicadores

Garantir a gestão do arquivo e o tratamento de acervos documentais à sua guarda (descrição, informatização e elaboração de IDD

2)

N.º de catálogos revistos e migrados para o AtoM;

Conclusão da 2.ª edição do Guia do Arquivo Histórico do Ministério da Justiça – Centro de Estudos Judiciários.

Satisfação dos pedidos de consulta (internos e externos)

Atividades a desenvolver Indicadores

Garantir os procedimentos técnicos relativos aos pedidos de consulta, garantindo em simultâneo o acesso aos documentos administrativos e salvaguardando a proteção de dados pessoais

N.º consultas realizadas Média de tempo na resposta a pedidos

11.3.3.2. Biblioteca

Tratamento documental do fundo bibliográfico

Atividades a desenvolver Indicadores

Atualizar o fundo bibliográfico, designadamente em temáticas atuais

Efetuar o tratamento documental de todo o fundo bibliográfico adquirido

Avaliar, tratar e disponibilizar no catálogo bibliográfico as ofertas e acervo bibliográfico antigo em depósito

N.º de títulos de monografias N.º de periódicos N.º de artigos de monografias e

periódicos; N.º de material não livro; N.º de recursos eletrónicos

Divulgação de informação

Atividades a desenvolver Indicadores

Proceder à divulgação de novidades e documentação tratada retrospetivamente

Gerir e manter a base de dados

N.º de boletins bibliográficos elaborados, incluindo os temáticos;

Até 24h, em tempo útil, da resolução de problemas.

2 Instrumentos de Descrição Documental

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Plano de Atividades 2020.2021 77

Satisfação dos pedidos (utilizadores internos e externos)

Atividades a desenvolver Indicadores

Garantir os procedimentos necessários para assegurar a resposta aos pedidos, presenciais ou via e-mai

N.º empréstimos domiciliários realizados N.º de reservas realizadas N.º leitura em presença realizadas N.º empréstimos interbibliotecas realizados

11.3.3.3. Publicações

Gestão de publicações

Atividades a desenvolver Indicadores

Assegurar a preparação, distribuição e controle da Revista do CEJ, Prontuário de Direito do Trabalho e monografias editados pelo CEJ;

Permutar as publicações editadas pelo CEJ com outras instituições, de forma avulsa.J

Até 1 semana, em tempo útil, para o envio a autores e a permutas;

Até 1 mês o restante envio. N.º de publicações novas, entradas no espólio

da biblioteca do CEJ.

11.3.4. Outras atividades

Realização de atividades de divulgação do património histórico /intelectual do CEJ

(documentos e recursos existentes na Biblioteca e Arquivo);

Dinamizar a divulgação e preservação do fundo antigo da biblioteca do CEJ;

Criação de oportunidades para a (re)qualificação dos Técnicos, promovendo mais

formação para os recursos humanos;

Revisão e atualização do Manual de Procedimentos da Divisão do Centro de

Documentação;

Implementação de melhorias no software do Programa de Gestão Documental

BiblioNet, tanto ao nível do OPAC como do backoffice, promovendo o

aperfeiçoamento dos módulos e novas funcionalidade, designadamente do ficheiro

de autoridade;

Promoção de ações de sensibilização/divulgação do Serviço de Empréstimo

Interbibliotecas junto dos utilizadores internos a fim de dar a conhecer a sua

importância.

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