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Conselho Local de Acção Social de Estarreja Núcleo Executivo Abril, 2007

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Conselho Local de Acção Social de Estarreja

Núcleo Executivo Abril, 2007

Eis o primeiro Plano de Desenvolvimento Social de Estarreja!

Este facto histórico revela uma outra dimensão que sublima a indispensável acção de

cada colectividade: a conjugação de visões e de esforços para objectivos comuns.

A vitória desta parceria é a razão do reconhecimento aos membros do Conselho Local

de Acção Social e de agradecimento aos componentes do Núcleo Executivo por terem subido,

degrau a degrau, a escada de uma nova mentalidade e abordagem.

Globalmente assumimos para o Município de Estarreja desde 2002 uma estratégia de

Desenvolvimento Sustentável - Ambiental, Económico e Social – que naturalmente este Plano

completa e integra fortemente.

Apanhados nesta Rede, assumimos a focalização nos três eixos em que assenta a

nossa conjugação futura: alicerce Família, crescente Terceira Idade, maior Empregabilidade e

melhor Qualificação.

Ficamos todos mais responsáveis na concretização das medidas/actividades que

permitirão até 2010 o reforço do Pilar Social na construção da Comunidade - Município de

Estarreja mais estruturada, mais solidária e mais próspera.

Não vamos nem queremos mudar o Mundo. Mas a Nossa Terra pode ser um bocadinho

melhor!

O desafio é de todos.

18.04.2007

O Presidente da Câmara Municipal de Estarreja,

José Eduardo de Matos, Dr.

PPllaannoo ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo SSoocciiaall –– CCLLAASS ddee EEssttaarrrreejjaa

2

Composição do Conselho Local de Acção Social (CLAS) de Estarreja

ADIGESTA - Associação para o Desenvolvimento Integral e Global de Estarreja

Agrupamento de Escolas de Avanca - Prof. Dr. Egas Moniz

Agrupamento de Escolas de Estarreja

Agrupamento de Escolas de Pardilhó - Escola Básica I de Pardilhó

AIDA- Associação Industrial do Distrito de Aveiro

APD - Associação Portuguesa de Deficientes

ASE - Associação de Solidariedade Estarrejense

Associação "Vida Nova" - Lar de Idosos

Associação Artística de Avanca

Associação Atlética de Avanca

Associação Cultural e Recreativa do Roxico

Associação da Quinta do Rezende

Associação de Solidariedade Social Filantrópica Veirense

Associação de Caçadores e Pescadores de Avanca

Associação de Dadores de Sangue das Terras do Antuã

Associação de Moradores da Urbanização da Póvoa de baixo

Associação de Pais e Encarregados de Educação da EB1 de Canelas

Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola da Senhora do Monte

Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola do 1º Ciclo do Ensino Básico e Jardim

de Infância das Laceiras

Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Primária e Pré-primária do Agro

Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Primária do Pinheiro n.º 2 Cabeças-

Veiros

Associação de Pais e Encarregados de Educação Escolas de Avanca

Associação Desportiva Arsenal de Canelas

Associação Desportiva de Santiais

Associação Humanitária de Salreu

Associação Motards Amigos de Avanca

AVANCARTE- Associação Cultural

3

BCN- Ballet Contemporâneo do Norte

Câmara Municipal de Estarreja

Cáritas de Pardilhó

Casa do Povo de Avanca

Centro de Saúde de Estarreja

Centro Distrital de Segurança Social

Centro Educativo de Aveiro /Coord. Concelhia Ensino Recorrente e E. Esc. de Estarreja

Centro Paroquial de Assistência da Freguesia de Pardilhó

Centro Paroquial e Social de Santa Marinha de Avanca

Centro Social de Apoio a Toxicodependentes - Convívios Fraternos II

Centro Social e Paroquial de S. Miguel de Fermelã

Cerciesta - Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas de Estarreja

Cine-Clube de Avanca

Clube Cultural e Desportivo de Veiros

Clube de Campismo de Estarreja

Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Estarreja

Conferência Nossa Senhora do Rosário de Avanca

Conferência S. Vicente de Paulo de Beduido

Conferência Vicentina Santo António de Canelas

Cooperativa Agrícola de Estarreja, CRL

CRESCER- Associação de Pais da Escola Básica da Terra do Monte de Fermelã

Escola Secundária de Estarreja

Estarreja Andebol Clube

Fundação Benjamim Dias Costa

Fundação Cónego Filipe de Figueiredo

Grupo Motard Samaritano de Salreu

Grupo de Cicloturismo de Avanca

Grupo de Música Popular Portuguesa - "A Par d'Ilhós" -

Grupo de Música Tradicional Portuguesa "Ventos da Ria"

Guarda Nacional Republicana

Hospital Visconde de Salreu

4

IDT - DRC - CAT Aveiro

Instituto de Reinserção Social (Delegação de Aveiro)

Instituto do Emprego e Formação Profissional /Centro de Emprego de Aveiro

Junta de Freguesia de Avanca

Junta de Freguesia de Canelas

Junta de Freguesia de Pardilhó

Junta de Freguesia de Veiros

Núcleo da Cruz Vermelha de Estarreja

Rancho Folclórico "As Tricaninhas de S. Miguel de Fermelã"

Rancho Folclórico "As Tricaninhas do Antuã"

REAPN - Rede Europeia Anti- Pobreza - Núcleo Distrital de Aveiro

Santa Casa da Misericórdia de Estarreja

SEMA - Associação Empresarial

Sociedade Columbófila de Estarreja

Composição do Núcleo Executivo do CLAS de Estarreja

Câmara Municipal de Estarreja

Centro Distrital de Segurança Social de Aveiro – Serviço local de Estarreja

Santa Casa da Misericórdia de Estarreja

Associação "Vida Nova" - Lar de Idosos

Agrupamento Escolas de Avanca – Prof. Doutor Egas Moniz

Junta de Freguesia de Pardilhó (Representante das Juntas de Freguesia)

PPllaannoo ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo SSoocciiaall –– CCLLAASS ddee EEssttaarrrreejjaa

6

Índice ........................................................................................................................

6

Glossário.......................................................................................................................................

7

1 – Introdução ..............................................................................................................................

10

2 – Metodologia ............................................................................................................................

14

3 - Plano de Desenvolvimentos Social como processo de Planeamento Estratégico ..........

18

3.1 As vantagens de um Plano de Desenvolvimento Social .................................................... 19 3.2 Princípios do Plano de Desenvolvimento Social ................................................................ 21

4 – Linhas Gerais do Plano de Desenvolvimento Social .........................................................

22

5 – Do Diagnóstico Social à Definição dos Eixos de Intervenção ..........................................

24

5.1 Problemática(s) do Diagnóstico Social, por Eixo de Intervenção ...................................... 25 6 – Plano de Desenvolvimento Social por Eixo de Intervenção/Desenvolvimentos .............

31

7 – Articulação do PDS com Planos Nacionais ........................................................................

39

7.1 PNAI – Plano nacional de Acção para a Inclusão 2006-2008 ........................................... 40 7.2 PNE - Plano Nacional de Emprego 2005-2008 ................................................................. 46

8 – Monitorização e Avaliação ....................................................................................................

53

8.1 Modelo de Avaliação do Plano de Desenvolvimento Social .............................................. 55 8.1.1 Temporalidade ......................................................................................................... 55 8.1.2 Tipo de Avaliação ..................................................................................................... 56

9 – Breves Considerações Finais ..............................................................................................

57

10 - Bibliografia e Fontes de Informação ...................................................................................

59

Anexos ...........................................................................................................................................

61

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7

Glossário

Avaliação –É o processo que permite reflectir sobre uma dinâmica de planeamento, um programa,

uma intervenção, etc., a partir do estabelecimento de um conjunto de critérios de sucesso, de

indicadores e da definição de formas de verificação. Tais critérios devem ser fixados no momento da

definição do plano de intervenção e incidir não só sobre os seus impactos, mas sobre todo o

percurso que vai desde a concepção (objectivos) até ao dispositivo de operacionalização, gestão e

afectação de recursos.

Desenvolvimento Local – Noção de desenvolvimento que se veio propor como alternativa a

perspectivas funcionalistas do desenvolvimento territorial, segundo as quais, o investimento em

determinadas zonas-motor seria gerador do desenvolvimento noutras regiões do país, por

alastrabmento. Este pressuposto não só não se confirmou como em Portugal deu origem a fortes

desequilíbrios territoriais. Em contraposição, o desenvolvimento local passa pela valorização dos

recursos endógenos e pela dinamização das populações e dos actores locais, no sentido da

abertura do campo de oportunidades que é oferecido a uma determinada população. É uma

dinâmica essencialmente territoralizada, mas que não é fechada em si, integrando os recursos e as

oportunidades que são oferecidos ao nível nacional e comunitário.

Exclusão Social – conceito que traduz uma situação oposta à de participação (...) A tradição anglo-

saxónica associa-a a impedimentos que impossibilitam as pessoas de exercer o seu estatuto de

cidadãos e portanto de usufruir de direitos como o direito à habitação, ao emprego, à saúde, à

educação, à posse de uma identidade positiva, etc.. Nos países francófonos ela refere-se à ruptura

dos laços sociais (institucionais com os sistemas de emprego, habitação, etc. e informais, com a

família, com vizinhos e amigos, etc.) e é entendido como um processo que em fases extremas pode

conduzir ao isolamento social. Pode ainda ser entendida como oposto de inclusão ou de

empowerment , isto é, como a privação de capacidade de intervir nas próprias condições de vida, o

que supõe o arredamento dos excluídos dos mecanismos de transformação societal e das decisões,

inclusivamente daquelas que a eles dizem mais directamente respeito.

Indicadores – São elementos observáveis a partir dos quais se pode recolher informação para

efeitos de verificação empírica.

PPllaannoo ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo SSoocciiaall –– CCLLAASS ddee EEssttaarrrreejjaa

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Metodologias participativas – designa uma série de métodos e técnicas com apelo à participação

dos actores implicados num determinado processo. Nestas metodologias a percepção individual dos

actores, bem como a sua interacção e confronto de perspectivas e visões são preponderantes para

a produção de conhecimento sobre uma realidade, problemática, etc..

Monitorização –É o procedimento que permite acompanhar e controlar o processo de intervenção

por forma a identificar eventuais desvios face ao previsto, através da utilização de um sistema de

registo. Este controlo incide geralmente no cumprimento do calendário, na realização das acções

definidas e na utilização dos recursos previstos. Por vezes, pode dizer respeito ao acompanhamento

dos impactos de determinadas intervenções ou medidas.

Parceria – Dinâmica de funcionamento e intervenção, cooperativa e negociada, entre entidades

publicas e privadas e outros actores locais, com o objectivo de potenciar o desenvolvimento local.

Esta forma de funcionamento em que a tomada de decisão é assumida como um compromisso

colectivo, permite uma racionalização das intervenções, reduzindo custos e riscos e promovendo

trocas de experiências, de conhecimentos e de saberes.

Planeamento estratégico – (aplicado à intervenção social) O Planeamento pode entender-se como

um procedimento racional, que traduz a articulação e integração de decisões e através do qual se

formalizam compromissos e estratégias de mudança (social e territorial). Traduz uma forma

participada de pensar, agir e decidir sobre o futuro desejável.

Plano de Acção – É a componente do Plano de Desenvolvimento Social (PDS) que define as

acções e projectos a desenvolver para concretizar os objectivos e estratégias de longo prazo

delineados pelo PDS. É elaborado anualmente e permite definir com mais detalhe, calendários,

recursos humanos e materiais a afectar, permitindo tornar mais claro o tipo de participação de cada

um dos parceiros.

Plano de Desenvolvimento Social – Instrumento da metodologia de implementação do Programa

da Rede Social em que se definem os objectivos e as estratégias, capazes de responder às

necessidades e aos problemas individuais e colectivos prioritários. O PDS é o instrumento no qual

PPllaannoo ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo SSoocciiaall –– CCLLAASS ddee EEssttaarrrreejjaa

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se concebe e desenvolve o quadro estratégico de intervenção do desenvolvimento social concelhio

considerando e gerindo as possibilidades, os recursos, mas também as fragilidades das diferentes

medidas e políticas no terreno, das acções dos diversos sectores e das dinâmicas locais.

Pobreza – Refere-se às deficientes condições materiais de existência, podendo ser relativa quando

a insuficiência de recursos materiais é impeditiva do acesso a condições de vida dignas segundo o

padrão de cada país, ou absoluta quando essa deficiência é inibidora da satisfação de necessidades

de subsistência e impede o desempenho das actividades elementares do quotidiano.

-1-

PPllaannoo ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo SSoocciiaall –– CCLLAASS ddee EEssttaarrrreejjaa 11

1 - Introdução

A noção de desenvolvimento social surgiu a partir de críticas a modelos de desenvolvimento que

valorizavam o crescimento económico e cuja promoção e planificação se fazia de “cima para baixo”.

Esta visão funcionalista de concepção de desenvolvimento no território (ancorada no pressuposto de

que um nível de crescimento económico satisfatório, alcançado por determinadas regiões, seria o

motor da generalização do bem estar e da prosperidade noutras regiões), provocou vários efeitos

negativos em muitos países, incluindo Portugal, onde se destacam desequilíbrios regionais e sociais.

Este conceito de desenvolvimento ganhou visibilidade e um sentido de concretização prática a

partir da realização da Cimeira Mundial do Desenvolvimento Humano, realizada em Copenhaga, em

1995. Desta Conferência, que Portugal também subscreveu, resultou a necessidade de se

evidenciar os mecanismos geradores de pobreza e exclusão social e a preocupação com

formas de desenvolvimento susceptíveis de contribuir para a igualdade de oportunidades e

garantir condições de vida dignas e direitos de cidadania para todos.

Daqui resultou a necessidade de se considerar como pilares do Desenvolvimento Social1, a

erradicação da pobreza, dando especial urgência às situações de pobreza absoluta, incluindo a

promoção do acesso aos direitos económicos, sociais, culturais e civis e o acesso ao rendimento; a

promoção do emprego, generalizando o direito ao trabalho e dirigindo esforços para a redução do

desemprego e incluindo, particularmente, a promoção do emprego para grupos com necessidades

particulares; e a integração social, entendida como construção de uma sociedade inclusiva,

baseada na defesa dos direitos humanos, na não-discriminação, no respeito pela diversidade, na

igualdade de oportunidades, na solidariedade, na segurança e na participação social, cultural e

política de todos.

Esta concepção implicou a emergência quer da consciencialização colectiva dos problemas sociais

que entravam o desenvolvimento, como também da necessidade de mobilização dos agentes locais

para que, em torno de objectivos concretos, se encontrem estratégias de intervenção mais

1 Plano de Desenvolvimento Social – Programa Rede Social, ISS,IP, 2002

PPllaannoo ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo SSoocciiaall –– CCLLAASS ddee EEssttaarrrreejjaa 12

adequadas à resolução dos problemas, numa perspectiva de desenvolvimento local apoiado nas

forças endógenas e nas redes sociais locais.

É neste contexto de descentralização e territorialização do combate à pobreza e exclusão social e de

promoção do desenvolvimento social, que surge o Programa Rede Social2, como uma medida de

política social activa baseada na responsabilização dos governos locais e mobilização do conjunto

da sociedade para que num esforço conjunto se consiga atingir tais pressupostos.

A Rede Social de Estarreja, no decurso do processo de implementação do programa no concelho

iniciado em Maio de 2005, tem vindo a convergir esforços no sentido de encontrar formas e

dinâmicas de intervenção capazes de combater a pobreza e a exclusão social numa perspectiva

de promoção do desenvolvimento social local, encontrando-se, após a elaboração e aprovação

do Diagnóstico Social do concelho, em Novembro de 2006, noutra fase do planeamento estratégico

– o Plano de Desenvolvimento Social de Estarreja.

O Plano de Desenvolvimento Social de Estarreja é um plano estratégico para 3 anos (de Abril de

2007 a Abril de 2010) onde se concebe e desenvolve o quadro estratégico de intervenção do

desenvolvimento social local, considerando e gerindo as possibilidades, os recursos, mas também

as fragilidades das diferentes medidas e políticas no terreno, das acções dos diversos sectores e

das dinâmicas existentes.

Tem como finalidade a implicação e compromisso dos parceiros e de outras entidades

intervenientes, num projecto global para o concelho. Este traduz-se na convergência de objectivos e

interesses comuns e na contratualização dos mesmos para a implementação das actividades e

afectação de recursos circunscritos nas grandes prioridades diagnosticadas no âmbito do

Diagnóstico Social, e enquadrados no desenvolvimento do concelho.

O Plano de Desenvolvimento Social como instrumento privilegiado de promoção do desenvolvimento

social concelhio, serve, também, de enquadramento a todas as intervenções dirigidas aos indivíduos

2 O referido Programa é criado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 197/97 de 18 de Novembro, como fórum de articulação e congregação de esforços baseado na adesão livre por parte das autarquias e das entidades públicas ou privadas que nela queiram participar, com vista à erradicação da pobreza e da exclusão social numa perspectiva de desenvolvimento social. Os princípios, finalidades e objectivos são consagrados, bem como a constituição, funcionamento e competência dos seus órgãos regulamentados, nove anos depois, através do Decreto-Lei n.º 115/2006, de 14 de Junho.

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e comunidades, quer sejam elaboradas no âmbito da operacionalização do plano pelo Conselho

Local de Acção Social – CLAS (através de Planos de Acção, que têm um carácter anual), ou

elaboradas fora do âmbito do CLAS, que contribuam para esse fim.

A estrutura do presente documento assenta em 11 capítulos, nomeadamente:

1. Introdução

2. Metodologia

3. Plano de Desenvolvimento Social como processo de Planeamento Estratégico

4. Linhas Gerais do Plano de Desenvolvimento Social

5. Do Diagnóstico Social à Definição dos Eixos de Intervenção do Plano de

Desenvolvimento Social

6. Plano de Desenvolvimento Social – por Eixo de Intervenção/Desenvolvimento

7. Articulação do Plano de Desenvolvimento Social com Planos Nacionais

8. Monotorização e Avaliação

9. Breves Considerações Finais

10. Bibliografia

11. Anexos.

-2-

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2 - Metodologia

O presente documento - Plano de Desenvolvimento Social (PDS) do concelho de Estarreja decorre

de um processo de participação activa e constitui um instrumento de definição conjunta e negociada

de objectivos prioritários, estratégias e orientações com as instituições, agentes locais e técnicos,

expressa num conjunto de intervenções previstas para responder às necessidades e aos problemas

diagnosticados no concelho de Estarreja.

Após identificados os problemas prioritários de cada problemática/temática, trabalhadas em

Diagnóstico Social, não pela sua urgência e/ou necessidade, mas em termos de exequibilidade,

estes foram traduzidos e uma forma positiva em Eixos de Intervenção. Em Plenário de CLAS,

realizado no dia 2 de Novembro de 2006, aprovaram-se três Eixos de Intervenção3:

I. Combater e Prevenir Comportamentos de Risco na Família;

II. Criar Respostas Sociais e Alternativas de Apoio à Terceira Idade;

III. Promover a Empregabilidade e Adequar a Qualificação às Necessidades do

Mercado de Trabalho.

Assim, da problemática “Negligência Familiar” resulta o Eixo I, e enquanto que o Eixo II é

consequência directa da problemática “Terceira Idade”. O Eixo III é o resultado da análise conjunta

das temáticas “Empregabilidade Feminina” e “Qualificações Escolares e Profissionais”, porquanto os

problemas identificados em ambas se associam.

No PDS pretende passar-se de um nível de conhecimento para um nível de decisão. Deste modo,

procura-se com este documento traçar as linhas orientadoras de uma situação social desejável e

realista para o concelho, incluindo as estratégias a desenvolver para tornar possível a concretização

desta situação, o que não seria possível sem uma metodologia participativa. Neste sentido, o CLAS

3 No referido Plenário foram definidos e aprovados três Eixos com as seguintes designações: “Família e Crianças”; “Terceira Idade”; e “Qualificação e Emprego”. A reformulação das suas designações, foi sugerida pela Técnica do ISS, IP que procede ao Acompanhamento da Rede Social de Estarreja, tendo a mesma manifestado a sua concordância relativamente às actuais.

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de Estarreja optou pela realização de Sessões de Trabalho por cada Eixo de Intervenção,

possibilitando a recolha de ideias sobre possíveis soluções através de um brainstorming. Para o

prosseguimento destes objectivos foi constituído um Grupo Técnico Nominal por Eixo de

Intervenção, composto por representantes de entidades das várias áreas da comunidade (saúde,

educação, acção social, economia...).

Com o objectivo de se definirem objectivos estratégicos, objectivos específicos, estratégias e

parcerias agendaram-se três sessões de trabalho4 para os Eixos I e II (“Combater e Prevenir

Comportamentos de Risco na Família”, “Criar Respostas Sociais e Alternativas de Apoio à Terceira

Idade”). A metodologia usada nessas sessões teve 3 momentos-chave: num primeiro momento,

abriu-se um espaço à troca de ideias e à reflexão sobre os assuntos em análise, tendo por base os

constrangimentos identificados em Diagnóstico Social; num segundo momento trabalhou-se no

sentido de sistematizar as diversas ideias expressas; por fim, e após o tratamento, por parte do

Núcleo Executivo, da informação recolhida sob a forma de grelhas, apreciou-se e validou-se o

trabalho realizado.

O Eixo III assentou na mesma metodologia tendo, contudo, sofrido contínuas e ligeiras adaptações,

nomeadamente no número de sessões realizadas5. Dada a complexidade deste Eixo, não só por

resultar da agregação de duas temáticas, mas também porque a resolução dos problemas implícitos

pode não passar expressamente pela dinâmica da Rede Social de Estarreja, optou-se por convidar a

técnica do ISS, IP que a acompanha, Dra. Carla de Jesus, para dinamizar as sessões. Por decisão

da técnica, este acompanhamento limitou-se à primeira sessão entendendo que os elementos do

Grupo Técnico Nominal eram suficientemente dinâmicos para levar a efeito as restantes sessões.

O inicio dos trabalhos pautou-se por um brainstorming dinâmico e intenso, mas a ausência de

algumas entidades consideradas chave para este Eixo implicou que esta fase de reflexão se

prolongasse por mais 2 sessões. No final da segunda sessão, o rumo da discussão apontava para a

necessidade incluir no grupo um representante do projecto BIORIA, porquanto a definição de um dos 4 As sessões de trabalho do Eixo I realizaram-se nos dias 24 e 25 de Janeiro e no dia 7 de Fevereiro de 2007, enquanto que as do Eixo II ocorreram nos dias 31 de Janeiro e 2 e 8 de Fevereiro de 2007. 5 Para o Eixo III agendaram-se inicialmente 2 sessões de trabalho, para os dias 7 e 8 de Março de 2007, mas a dinâmica da discussão implicou a realização de mais 2 sessões, nos dias 14 e 19 de Março de 2007.

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objectivos específicos, e sua concretização, dependia do seu envolvimento. A elaboração das

grelhas com a informação resultante da anterior discussão reflexiva, bem como a sua validação, só

foi possível nas terceira e quarta sessões.

O presente documento foi construído, dando já alguns passos na elaboração do 1.º Plano de Acção.

A estratégia metodológica passava, exactamente, por em simultâneo ao PDS, delinear algumas

acções e actividades que consubstanciassem os objectivos inseridos no presente documento,

deixando para uma fase posterior a definição de cronogramas, resultados e indicadores.

Todo este processo de construção do PDS não está isento de constrangimentos, ou não se tratasse,

essencialmente, de um processo de aprendizagem muito específico que requer uma auto-

consciencialização progressiva do papel da Rede Social por parte dos agentes directamente

envolvidos. Durante a elaboração do documento detectaram-se uma série de obstáculos,

ultrapassados graças à dinâmica de participação das entidades. Assim, apraz-nos salientar que, em

todo o processo, muito contribuiu o conhecimento e as experiências que os diferentes intervenientes

sociais locais possuem do contacto directo com a realidade social, e que com o qual podem

contribuir para um melhor funcionamento do programa da Rede Social.

-3-

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3 - O Plano de Desenvolvimento Social como processo de Planeamento

Estratégico

O Plano de Desenvolvimento Social (PDS) insere-se num processo de planeamento estratégico, que

tem as seguintes implicações:

a) Planear de forma integrada, tendo em conta todas as dimensões dos problemas que têm que

ser consideradas nas soluções;

b) Planear não só os objectivos a alcançar, mas dar igual importância às formas de os

alcançar, assegurando a participação efectiva de todos aqueles que nele estarão implicados ou

por ele serão afectados, tendo em conta os recursos humanos, materiais, o calendário para a

implementação, etc..

Para tal procura-se contratualizar:

� uma visão conjunta da situação e das transformações mais urgentes e possíveis a desencadear pelo Plano;

� as atribuições de cada um dos parceiros na fase de implementação; � o modo como serão afectados os recursos comuns e de cada um dos parceiros; � o modo como será feita a gestão da implementação do Plano de Desenvolvimento

Social; � a participação na avaliação dos resultados da intervenção.

c) Planear tendo em conta não só, a realidade presente, mas as oportunidades e ameaças

que se poderão colocar no processo de implementação do plano, de modo a prever formas de

tirar partido delas ou de as contornar, respectivamente.

Tal pressupõe:

� Conhecer as forças e os obstáculos internos da parceria e prever forma de as potenciar ou minorar, respectivamente;

� Antecipar as ameaças e as oportunidades externas, prevendo formas alternativas de funcionamento para tais cenários;

� Articular o Plano de Desenvolvimento Social com outros planos, tentando perspectivar as mudanças que serão produzidas noutros sectores ou a outros níveis de intervenção.

� Planear identificando dimensões prioritárias e mais susceptíveis de produzir mudança na realidade dos concelhos em que se intervém.

3.1 - As vantagens de um Plano de Desenvolvimento Social (PDS)

O esforço de articulação entre vários sectores e vários parceiros na elaboração do PDS, traz as

importantes vantagens, nomeadamente:

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� Permite integrar no local as medidas e políticas definidas nos vários níveis da Administração

Local, Regional, Nacional e ainda ao nível da União Europeia, favorecendo a sua

adequação aos contextos locais, potenciando as respectivas complementaridades e

detectando as suas fragilidades;

� Permite a racionalização e a adequação de recursos e das iniciativas em curso numa dada

comunidade, através da articulação dos serviços e das organizações;

� Permite rentabilizar os saberes e o conhecimento de terreno dos técnicos e das

organizações locais na identificação dos problemas e soluções e na definição de estratégias

mais adequadas para a sua resolução;

� Permite encontrar soluções inovadoras que a flexibilidade das estruturas mais pequenas e

em contacto com as populações possibilitam.

Ao nível das pessoas e comunidades para as quais se trabalha, o PDS permite:

� Conceber intervenções continuadas e sustentáveis, dando continuidade a “boas práticas” já

implementadas, procurando minorar os efeitos da contingência dos financiamentos a

projectos e assegurando a sustentabilidade de percursos no sentido da inclusão e das

expectativas legitimamente criadas pelas populações alvo de tais projectos;

� Proporcionar respostas às causas e não só às manifestações dos problemas e contribuir

para o desenvolvimento de actuações preventivas das situações de exclusão ou do seu

agravamento;

� Implicar progressivamente as populações a quem se dirige, na procura de soluções

adequadas às situações.

Do ponto de vista das instituições envolvidas, o PDS permite:

� Modificar as culturas institucionais no sentido da introdução de hábitos de planeamento e

avaliação e do aprofundamento do trabalho em parceria;

� Facilitar o acesso a recursos e informação que poderão suportar as suas intervenções,

contribuindo para atenuar algumas das desigualdades existentes;

� Valorizar atribuições específicas, pelo reconhecimento e integração num projecto de

conjunto.

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3.2 - Princípios do Plano de Desenvolvimento Social (PDS)

O processo de implementação e consolidação da Rede Social, pressupõe a adopção de uma

metodologia de planeamento integrado e participado, que se consubstancia no Plano de

Desenvolvimento Social, e se orienta pelos princípios6 inerentes à filosofia de concepção e

desenvolvimento do referido programa, que são os seguintes:

� O Princípio da Subsidiariedade, implica o reconhecimento de que as decisões são

tomadas ao nível mais próximo das populações e só depois de explorados todos os

recursos e competências locais se apela a outros níveis sucessivos de encaminhamento e

resolução de problemas;

� O Princípio da Integração, apela ao desenvolvimento de intervenções integradas,

promovendo a congregação dos recursos da comunidade de forma a se obter uma resposta

mais eficaz aos problemas;

� O Princípio da Articulação, pressupõe o trabalho em parceria, numa lógica de cooperação

e partilha de responsabilidades entre os diferentes interventores sociais;

� O Princípio da Participação, implica o envolvimento dos actores sociais e das populações,

principalmente das mais vulneráveis, e a extensão a todas as acções desenvolvidas;

� O Princípio da Inovação, requer mudança de atitudes e de culturas institucionais e a

aquisição de novos saberes, no desenvolvimento do trabalho em parceria, face às novas

problemáticas e alterações sociais;

� O Princípio da Igualdade de género, contempla ao nível do planeamento e intervenção a

integração da dimensão de género quer nas medidas e acções quer na avaliação do

impacte.

6 Decreto-Lei n.º 115/2006, de 14 de Junho

-4-

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4 - Linhas Gerais do Plano de Desenvolvimento Social

No Plano de Desenvolvimento Social estão inscritas as Linhas Orientadoras do Desenvolvimento

Social: as prioridades de actuação; as metas que se pretendem atingir nas várias áreas, expressas

em termos de finalidades e objectivos (gerais e específicos), e as estratégias, que procuram traduzir

as melhores soluções de afectação dos meios existentes em função dos objectivos propostos.

No Plano de Desenvolvimento Social deverão constar os seguintes elementos7

Eixos de Intervenção/Desenvolvimento; Objectivo(s) Estratégico(s); Estratégia(s);

Objectivo(s) Específico(s)

� Eixos de Intervenção/Desenvolvimento – estes são definidos com base nas problemáticas

identificadas, podendo a designação coincidir com estas ou serem reformuladas numa

perspectiva do desenvolvimento desejado para o concelho.

� Objectivo Estratégico – objectivo de nível superior, devidamente enquadrado num

determinado eixo de desenvolvimento definido, para o qual a nossa intervenção contribui

mas que por si só não consegue garantir. Trata-se de descrever a situação futura após a

solução dos problemas. Ao atingir os objectivos dos projectos que vierem a ser

implementados (inscritos em Plano de Acção) contribui-se de forma determinante para

alcançar o objectivo estratégico.

� Estratégia – apresentação descritiva do caminho a seguir para alcançar o objectivo

estratégico, tendo em linha de conta as opções possíveis para o conseguir. Deve ser feita

uma opção clara e partilhada por todos os parceiros quanto à definição da estratégia para

atingir os objectivos definidos.

� Objectivos Específicos – objectivos que devem ser alcançados com a intervenção e que

contribuem para atingir um objectivo estratégico, ainda que possam não ser suficientes para

tal. Não deve ser definido um conjunto demasiado vasto de objectivos específicos, de forma

a que sejam realistas e exequíveis, sem deixarem de constituir um desafio. Os objectivos

definidos devem traduzir as prioridades identificadas na fase de diagnóstico, sendo estas

que condicionam o planeamento operacional consubstanciado no plano de acção.

7 Guião Prático para a Implementação da Rede Social, 2004, pp. 22

-5-

PPllaannoo ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo SSoocciiaall –– CCLLAASS ddee EEssttaarrrreejjaa 25

5 - Do Diagnóstico Social à Definição dos Eixos de Intervenção do Plano de

Desenvolvimento Social

No âmbito do Diagnóstico Social do concelho de Estarreja foram analisadas individualmente em

Workshop, as quatro áreas temáticas/problemáticas consideradas como de intervenção prioritária:

Negligência Familiar; Terceira Idade; Empregabilidade Feminina e Qualificações Escolares e

Familiares.

Deste modo, realizaram-se 4 Workshops temáticos, sob a orientação de um facilitador externo, com

a participação de um grupo multisectorial, composto por representantes das entidades do CLAS,

técnicos e/ou dirigentes das mesmas e de outros agentes locais, de acordo com as suas áreas de

competência. Consensualmente identificaram os problemas concelhios, que afectam a população,

participaram na estrutura de condicionantes e causalidades que os “provoca”, tendo presente que é

em torno das mesmas que deverá ser enquadrada a intervenção futura de modo a obter o impacte

desejado ao nível da resolução dos problemas.

Assim, com base nas principais sínteses do Diagnóstico Social, ao nível das problemáticas sociais

supra-referidas, o CLAS decidiu estruturar as orientações estratégicas de intervenção prioritária para

o desenvolvimento social do concelho da forma como a seguir se apresenta.

5.1 - Problemática(s) do Diagnóstico Social, por Eixo de Intervenção

Eixo I – Combater e Prevenir Comportamentos de Risco na Família Negligência Familiar

Problemas-Chave:

1. Défice de competências parentais, pessoais e sociais

2. Consumo abusivo de substâncias aditivas, nomeadamente álcool e substâncias ilícitas

3. Reprodução acrítica dos modelos de gestão familiar das gerações anteriores

4. Violência doméstica

5. Dificuldade de inserção profissional e défice de recursos económicos

6. Degradação e tipologia pouco adequada da habitação

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Causas dos Problemas-Chave:

Comportamentos aditivosQuestões do foro psicológicoQuestões de índole sóciocultural que condiciona a vivência e a definição das prioridades e do agregado familiarBaixas qualificações escolares e profissionaisDisponibilidade temporalBaixas competências pessoais e sociaisCondições económicas precárias dos agregados familiares (desemprego, dificuldade no acesso ao crédito, etc.)Falta de motivação e ausência de hábitos de trabalhoTrabalho precárioConjuntura económica do paísBurocracia do sistema de atribuição de apoiosInexistência de um sentimento de propriedade

PROBLEMAS

CAUSAS 1 2 3 4 65

Principais Constrangimentos:

• Défice e pouca diversidade de recursos humanos

• Dificuldades na comunicação formal entre as organizações

• Falta de uma visão estratégica para o desenvolvimento social do concelho

• Défice de monitorização das intervenções

• Não reconhecimento do problema, quer por parte dos dirigentes locais, quer por parte dos

próprios destinatários

• Défice de competências profissionais específicas na área da negligência familiar por parte

dos técnicos que estão no terreno

• Burocracia e demora dos processos de atribuição de prestações sociais e habitação

• Pouca articulação entre os diversos instrumentos de planeamento estratégico de base

territorial

• Dificuldades de comunicação entre o poder local e a administração central

PPllaannoo ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo SSoocciiaall –– CCLLAASS ddee EEssttaarrrreejjaa 27

Eixo II – Criar Respostas Sociais e Alternativas de Apoio à Terceira Idade

Terceira Idade

Problemas-Chave:

1. Idosos com pouco apoio familiar

2. Idosos em situação de dependência

3. Resistência dos idosos a saírem do seu ambiente

4. Idosos em situação de isolamento

5. Falta de apoio para idosos durante a noite

6. Idosos pouco "preparados para a velhice"

7. Idosos que vivem em habitações precárias

8. Baixas qualificações (analfabetismo)

Causas dos Problemas-Chave:

Cultura de propriedadeMás condições habitacionaisSentimento de perda de relaçõesAbandono pela famíliaProblemas de partilhar espaçosVergonhaInexistência de famíliaSentimento de inutilidadeDificuldades financeirasQuestões de doençaNão valorização do idosoImagem negativa das respostas sociaisFalta de actividades de ocupação de tempos livres para idososInsuficientes acessibilidadesFalta de respostas sociais adequadasQuestões culturais e educacionaisFalta de conhecimento de apoios/respostas existentesFalta de resposta formal ao nível da educação

PROBLEMAS

CAUSAS 1 2 3 4 85 6 7

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Principais Constrangimentos:

• Falta de preparação das direcções das organizações

• Estrutura das organizações (Muito centralizadas no “presidente”)

• Falta de formação para técnicos e voluntários para o trabalho com idosos

• Famílias pouco sensibilizadas para o apoio ao idoso

• Falta de recursos disponíveis

• Custos das respostas para os idosos

• Problemas na partilha de saberes

• Burocracia(s) do sistema

• Falta de um sistema de controle das necessidades reais

• Falta de um levantamento das necessidades reais da população idosa.

Eixo III – Promover a Empregabilidade e Adequar a Qualificação às Necessidades do

Mercado de Trabalho

Empregabilidade Feminina

-Problemas-Chave:

1. Falta de uma acção estratégica para o desenvolvimento económico do concelho

2. Défice e alguma desadequação das qualificações escolares e profissionais às necessidades do

mercado de trabalho

3. Diminuição do número de ofertas de emprego

4. Dificuldade na conciliação entre as vidas familiar e profissional

5. Desigualdade de género no acesso e manutenção do emprego

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Causas dos Problemas-Chave:

Cultura organizacional pouco cooperante e pouco estruturadaOpções políticas divergentes e/ou descontinuasDesresponsabiliza-ção de algumas entidadesDesvalorização e/ou desmotivação para a aprendizagem formalDéfice de serviços de psicologia e orientaçãoInexistência de um levantamento de necessidades de formação das entidades empregadorasPouca flexibilidade do sistema educativoMudança tardia de sector de actividadeDeslocalização de empresasFalta de investimento privadoNão modernização das entidades empregadorasFalta de competitividade do paísUtilização excessiva do trabalho temporárioDesajustamento de horários: laboral, de transportes, das escolas e respostas sociaisDéfice de retaguarda da família alargadaRendimentos familiares baixos, desadequados aos peços praticados por vários serviçosDéfice da taxa de cobertura das valências de idososRedrodução acritica dos papéis tardicionais do homem e da mulher

PROBLEMAS

CAUSAS 1 2 3 4 5

Principais Constrangimentos:

• Dificuldades orçamentais das entidades públicas e privadas

• Burocracia e bloqueios orçamentais

• Lentidão dos processos de mudança de mentalidades

• Interesses conflituantes

• Ausência de cultura de trabalho inter-organizacional

• Trabalho pouco voltado para a excelência

• Inexistência de lideranças mobilizadoras

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Qualificações Escolares e Profissionais

Problemas-Chave:

1. Taxas significativas de insucesso, absentismo e abandono escolar

2. Dificuldade de articulação entre as necessidades futuras do mercado de trabalho e as ofertas

formativas e educativas do concelho

3. Défice de orientação escolar e profissional

4. Sistema escolar pouco flexível ao nível dos currículos e métodos

5. Circuitos de comunicação pouco eficazes (entre os jovens e população adulta e as entidades

públicas)

6. Dificuldades de integração escolar das pessoas de etnia cigana

Causas dos Problemas-Chave:

Cultura organizacional pouco cooperante e pouco estruturadaOpções políticas divergentes e/ou descontinuasDesresponsabiliza-ção de algumas entidadesDesvalorização e/ou desmotivação para a aprendizagem formalDéfice de serviços de psicologia e orientaçãoInexistência de um levantamento de necessidades de formação das entidades empregadorasPouca flexibilidade do sistema educativoMudança tardia de sector de actividadeDeslocalização de empresasFalta de investimento privadoNão modernização das entidades empregadorasFalta de competitividade do paísUtilização excessiva do trabalho temporárioDesajustamento de horários: laboral, de transportes, das escolas e respostas sociaisDéfice de retaguarda da família alargadaRendimentos familiares baixos, desadequados aos peços praticados por vários serviçosDéfice da taxa de cobertura das valências de idososRedrodução acritica dos papéis tardicionais do homem e da mulher

PROBLEMAS

CAUSAS 1 2 3 4 5

-6-

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6 – Plano de Desenvolvimento Social (PDS) por Eixo de Intervenção

O Plano de Desenvolvimento Social, estruturado em três Eixos de Intervenção, integra objectivos e

estratégias definidos para o período de 3 anos, que visam a promoção do desenvolvimento social do

concelho de Estarreja.

A elaboração do PDS resulta de um processo participativo de planeamento de um conjunto de

intervenções orientadas por princípios que privilegiam as intervenções integradas e

multidisciplinares, na perspectiva do território, da parceria interinstitucional e de optimização dos

recursos.

As linhas estratégicas do PDS, integram os três Eixos de intervenção que orientam o PDS e

respectivos objectivos estratégicos.

Eixo I – Combater e Prevenir Comportamentos de Risco na Família

Objectivo Estratégico: Até 2010 criar medidas de formação e intervenção para combater e prevenir

comportamentos de risco na família.

Eixo II – Criar Respostas Sociais e Alternativas de Apoio à Terceira Idade

Objectivo Estratégico: Até 2010 melhorar a qualidade de vida da população idosa, residente no

concelho, no âmbito da prestação de cuidados básicos e de saúde.

Objectivo Estratégico: Até 2010 adequar a rede de respostas sociais institucionais às necessidades

da população idosa, já identificadas.

Eixo III – Promover a Empregabilidade e Adequar a Qualificação às Necessidades do Mercado

de Trabalho

Objectivo Estratégico: Até 2010, promover a empregabilidade no concelho de Estarreja.

Objectivo Estratégico: Até 2010, adequar a qualificação às necessidades do Mercado de Trabalho.

De seguida apresenta-se a constituição dos Grupos Técnicos Nominais, assim como as Grelhas que

integram as grandes linhas orientadoras por Eixo de Intervenção.

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Eixo I - Combater e Prevenir Comportamentos de Risco na Família

Constituição do Grupo de Técnico Nominal8

o Agrupamento de Escolas de Avanca, Prof. Doutor Egas Moniz

o ASE – Associação de Solidariedade Estarrejense

o Associação de Pais e Encarregados de Educação das Escolas de Avanca

o Câmara Municipal de Estarreja

o Centro de Saúde de Estarreja

o Centro Paroquial e de Assistência da Freguesia de Pardilhó

o Cerciesta – Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas de

Estarreja.

o Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Estarreja

o Guarda Nacional Republicana

o Hospital Visconde de Salreu

o Santa Casa da Misericórdia de Estarreja

o Segurança Social – Serviço Local de Estarreja

o Núcleo Executivo do CLAS de Estarreja

8 Para participar neste grupo foram também convidadas as seguintes entidades: Instituto de Reinserção Social de Aveiro e Centro de Atendimento a Toxicodependentes de Aveiro

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Objectivo Estratégico

Objectivos Específicos

Estratégia

Parceria

1.1 - Até 2009, criar uma Equipa de Intervenção em Rede , com cinco Núcleos, cuja acção abranja as famílias das sete freguesias do concelho.

Articulação entre as Entidades concelhias competentes, nomeadamente das áreas da Saúde, Educação, Acção Social, Segurança Pública e outras entidades /Projectos e Programas que se julguem necessários/convenientes.

Instituições Particulares de Solidariedade Social, Hospital Visconde Salreu, Centro de Saúde, Câmara Municipal de Estarreja, Segurança Social, Comissão de Protecção de Crianças e Jovens, Juntas de Freguesia, Agrupamentos de Escolas, Escola Secundária e Guarda Nacional Republicana.

1.2 - Até 2008, criar uma Base de Dados como instrumento de apoio à sistematização do conhecimento das famílias.

Articulação entre a Equipa de Intervenção em Rede, as Entidades concelhias competentes e a Entidade responsável pelo processo de criação/manutenção da Base de Dados.

IPSS’s, Hospital, Centro de Saúde , CME, Segurança Social, CPCJ, Juntas de Freguesia, Agrupamento de Escolas, Escola Secundária e GNR.

1.3 - Até 2010, garantir o acesso a formação na área da Família a todos os técnicos do concelho.

Articulação entre Entidades concelhias e outras de âmbito regional e nacional, consideradas importantes para o efeito.

IPSS’s, Hospital, Centro de Saúde, CME, Segurança Social, CPCJ, Juntas de Freguesia, Agrupamento de Escolas, Escola Secundária, GNR e outros potenciais parceiros.

1.4 - Até 2008, garantir o acesso a acções de sensibilização no âmbito da dinamização de parcerias aos dirigentes das Instituições com intervenção no concelho.

Articulação entre as Instituições com intervenção no concelho e outras consideradas importantes para o efeito.

IPSS’s, Hospital, Centro de Saúde, CME, Segurança Social, Juntas de Freguesia, Agrupamentos de Escolas, Escola Secundária, GNR e outros potenciais parceiros.

1.5 - Até 2010, promover a prevenção de comportamentos aditivos e da violência doméstica, junto da comunidade geral e escolar.

Articulação entre as Entidades concelhias com intervenção directa ou indirecta no combate/prevenção destas problemáticas. Recurso a Entidades extra-concelhias com competência nestas matérias.

IPSS’s, Hospital, Centro de Saúde, CME, Segurança Social, Juntas de Freguesia, Agrupamentos de Escolas, Escola Secundária, GNR e outros potenciais parceiros.

1. Até 2010, criar medidas de formação e interven-ção para combater e prevenir comportamentos de risco na família.

1.6 - Até 2010, criar e/ou potenciar as competências relacionais, melhorando a qualidade das práticas parentais.

Articulação entre as Entidades concelhias com intervenção directa ou indirecta nesta área. Recurso a Entidades extra-concelhias com competência nesta matéria.

IPSS’s, Hospital, Centro de Saúde, CME, Segurança Social, Juntas de Freguesia, Agrupamentos de Escolas, Escola Secundária, GNR e outros potenciais parceiros.

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Eixo II – Criar respostas Sociais e Alternativas de Apoio à Terceira Idade

Constituição do Grupo de Técnico Nominal

o Associação “Vida Nova” – Lar de Idosos

o Associação Humanitária de Salreu

o Associação Quinta do Rezende

o Câmara Municipal de Estarreja

o Centro de Saúde de Estarreja

o Centro Paroquial e Social S. Tomé de Canelas

o Fundação Cónego Filipe de Figueiredo

o Grupo Voluntário “As Mimosas”

o Hospital Visconde de Salreu

o Junta de Freguesia de Beduído

o Junta de Freguesia de Fermelã

o Núcleo Executivo do CLAS de Estarreja

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Objectivo Estratégico

Objectivo Específico

Estratégia

Parceria

1.1 Até 2008 conhecer as necessidades e preferências dos idosos residentes no concelho, no que refere a equipamentos sociais de apoio à 3ª idade.

Articulação entre as instituições concelhias com respostas à Terceira Idade através da constituição de uma equipa de trabalho

Instituições de todo o concelho com resposta à Terceira Idade (designá-las), Juntas de Freguesia de todo o concelho e Câmara Municipal de Estarreja.

1.2 Até 2010 garantir o acesso a formação específica a todos os técnicos de instituições do concelho com resposta à Terceira Idade

Articulação entre o Centro de Saúde, Hospital e Instituições do concelho com resposta à Terceira Idade

Centro de Saúde, Hospital, Instituições do concelho com resposta à Terceira Idade (designá-las)

1.3 Até 2010 promover a qualidade do trabalho dos prestadores de cuidados, formais e informais, que desempenham funções com idosos

Promoção de um Seminário/Jornadas e articulação entre as Instituições do Concelho, aberto aos prestadores de cuidados institucionais e da comunidade em geral

Rede Social, todas as Instituições do concelho com resposta à Terceira Idade (designá-las)

1.4 Até 2008, promover um banco de voluntariado vocacionado para prestar ajudas no domicílio a pessoas idosas

- Sensibilização através de folhetos informativos. - Divulgação na comunicação social local, site da Câmara, site da Rede Social. - Convite às associações concelhias para eventual colaboração

Rede Social, CME: Gabinete de Comunicação, comunicação social local, Rádio Voz Ria

1. Até 2010 melhorar a qualidade de vida da população idosa, residente no concelho, no âmbito da prestação de cuidados básicos e de saúde.

1.5 Até 2010 capacitar as famílias dos idosos mais vulneráveis do concelho, de competências específicas

Articulação entre: Câmara Municipal, Juntas de Freguesia, Segurança Social, Hospital, Centro de Saúde, IPSS’s do concelho, Grupos de Voluntariado (“Mimosas”, Conferências e Cáritas paroquiais)

Câmara Municipal, Juntas de Freguesia, Segurança Social, Hospital, Centro de Saúde, IPSS’s do concelho e Grupos de Voluntariado concelhios (“Mimosas”, Conferências e Cáritas paroquiais)

2.1 Até 2010 diminuir em 20% a lista de espera para a valência de lar, dos idosos do concelho.

Articulação entre as IPSS’s concelhias com resposta à Terceira Idade 2. Até 2010 adequar a rede de

respostas sociais institucionais às necessidades da população idosa, já identificadas.

2.2 Até 2010 criar e alargar respostas sociais no concelho, identificadas como necessidade para a população idosa.

Apresentação de candidaturas a Programas específicos

Rede Social, Segurança Social, IPSS’s do concelho com ou sem resposta activada na área da Terceira Idade.

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Eixo III – Promover a Empregabilidade e Adequar a Formação às Necessidades

do Mercado de Trabalho

Constituição do Grupo de Técnico Nominal9

o Câmara Municipal de Estarreja

o Centro de Emprego de Aveiro

o CN - Centro Novas Oportunidades

o Centro Social e Paroquial Sta. Marinha de Avanca

o Cerciesta – Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas de Estarreja

o Cooperativa Agrícola de Estarreja

o Escola Secundária de Estarreja

o Pacopar – Painel Consultivo Comunitário do Programa de Actuação Responsável-Estarreja

o Santa Casa da Misericórdia de Estarreja

o SEMA – Associação Empresarial

o Agrupamento de Escolas de Avanca-Prof. Doutor Egas Moniz

o Instituto de Segurança Social, IP

o Projecto BIORIA

o Núcleo Executivo do CLAS de Estarreja

9 Para participar neste grupo foram também convidadas as seguintes entidades: Junta de Freguesia de Salreu e Nestlé-Fábrica de Avanca

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Objectivo Estratégico

Objectivos Específicos

Estratégia

Parceria

1. Até 2010, promover a Empregabilidade no concelho de Estarreja

1.1 Até 2010, criar 10 postos de trabalho no âmbito da valorização dos recursos locais associados ao projecto BIORIA, e 10 postos de trabalho no âmbito dos serviços de apoio ao Eco-Parque Empresarial de Estarreja.

Criação de um Núcleo de Empreendedorismo e Micro-crédito de Estarreja

Cooperativa Agrícola de Estarreja/Crédito Agrícola, IEFP, CME, SEMA, Esc. Sec. de Estarreja /CNO, Agrupamentos de Escolas, NLI de Estarreja

2.1 Até 2007, efectuar o levantamento das necessidades e das ofertas de formação/qualificação do mercado de trabalho estarrejense

Articulação da informação existente, complementando-a com novos dados

SEMA, IEFP, CME, Cooperativa Agrícola de Estarreja, AIDA, Esc. Sec. de Estarreja /CNO, Centro Paroquial Sta Marinha de Avanca, Centro P. Assistência da Freguesia de Pardilhó, Santa Casa da Misericórdia de Estarreja, Corporação de Bombeiros de Estarreja, Cruz Vermelha Portuguesa – Núcleo de Estarreja

2.2 Até 2008, criar 1 base de dados, em permanente actualização, das ofertas formativas e de emprego no concelho, que serve de suporte à UNIVA On-line

Envolvência da CME e do IEFP na criação da UNIVA On-line

IEFP, CME, Entidades formadoras e empregadoras do concelho

2.3 Até 2008, realizar um encontro sobre empreendedorismo e micro-crédito, inserido no âmbito da Feira das Actividades Económicas, organizada pela SEMA, com o objectivo de divulgar o potencial económico do concelho

Articulação do Núcleo de Empreendedorismo e Micro-crédito de Estarreja com a SEMA e CME

Núcleo de Empreendedorismo e Micro-crédito de Estarreja, SEMA, CME

2.4 Até 2010 realizar 3 Feiras de Emprego e Orientação/ Formação Profissional

Articulação da CME com os Agrupamentos de Escolas de Estarreja e com a Escola Secundária de Estarreja

CME, Agrupamentos de Escolas de Estarreja, Escola Secundária de Estarreja / CNO, Entidades concelhias e extra-concelhias, Empresas e instituições concelhias

2. Até 2010, adequar a qualificação às necessidades do mercado de trabalho estar-rejense

2.5 Até 2010, aumentar em 5% o número de certificações, em todos os níveis de ensino, do CNO

Divulgação do CNO CME, CNO, Empresas do concelho

-7-

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7 - Articulação do Plano de Desenvolvimento Social (PDS) com Planos Nacionais

A Rede Social, de acordo com o Decreto-Lei n. 115/2006 de 14 de Junho, pretende constituir um

novo tipo de parceria entre entidades públicas e privadas, “baseada na igualdade entre os parceiros,

no respeito pelo conhecimento, pela identidade, potencialidades e valores intrínsecos de cada um,

na partilha, na participação e na colaboração, com vista à consensualização de objectivos, à

concertação das acções desenvolvidas pelos diferentes agentes locais e à optimização dos recursos

endógenos e exógenos ao território”.

Nesta base, deve orientar a elaboração e implementação dos seus Planos de Desenvolvimento

Social numa dinâmica de articulação dos objectivos e estratégias locais com o que está estipulado

nos planos nacionais, regionais e locais, de forma a rentabilizar recursos.

Relativamente à articulação da Rede Social com outros planos, o artigo 3.º (conceito e objectivos),

do referido Dec. Lei, nas alíneas d) e e) referem, respectivamente, que a mesma deve “Contribuir

para a concretização, acompanhamento e avaliação dos objectivos do Plano Nacional para a

Inclusão (PNAI)”; e “Integrar os objectivos da promoção da igualdade de género, constantes do

Plano Nacional para a Igualdade (PNI)10, nos instrumentos de planeamento”

7.1 - PNAI – Plano Nacional de Acção para a Inclusão 2006-200811 O art.º 41.º, ponto 1, do supra referido Dec. Lei, cita que “os PDS constituem os instrumentos que

promovem a adequação do PNAI, das políticas e das medidas de âmbito nacional aos problemas e

necessidades locais” .

O Plano Nacional de Acção para a Inclusão (PNAI), para o período de 2006-2008, é o documento,

multisectorial e multidimensional, de coordenação estratégica e operacional das políticas de

combate à pobreza e à exclusão social, em observância da Estratégia de Lisboa e fundado em

objectivos comuns aplicados a todos os Estados da União Europeia.

10 Não é possível fazer a articulação com o PNI, por o último ter decorrido entre 2003-2006 e o 2007-2010 ainda não estar disponível. 11 Aprovado pela Resolução de Conselho de Ministros n.º 166/2006, de 15 de Dezembro

PPllaannoo ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo SSoocciiaall –– CCLLAASS ddee EEssttaarrrreejjaa 41

Constitui um instrumento que visa actuar sobre as causas dos problemas e não apenas sobre as

suas manifestações, intervindo, pois, nas estruturas formais envolvendo o conjunto dos actores

pertinentes dos diversos sectores da Administração Central e Local e da Sociedade Civil.

Tem como novas orientações:

- Reafirmar a importância da dimensão social, coesão e inclusão social da Estratégia de

Lisboa;

- Aumentar a eficácia da implementação dos planos, a nível regional e local, com a

mobilização/participação de todos os actores relevantes;

- Responder à fraca implementação dos Planos Nacionais;

- Melhorar a coordenação com outras estratégias;

- Aumentar o focus estratégico;

- Promover o mainstreaming e a coordenação;

- Manter e reforçar a abordagem multidimensional;

- Fortalecer os mecanismos de governação;

- Melhorar os mecanismos de monitorização e avaliação;

- Impulsionar o intercâmbio de conhecimentos e as aprendizagens.

O PNAI 2006-2008 assume como grande finalidade a inclusão de todas as pessoas, com destaque

para as mais vulneráveis, por via da promoção do seu acesso ao emprego, aos recursos, aos

direitos, aos bens e aos serviços, promovendo a igualdade de oportunidades e a participação social

numa sociedade com melhor qualidade e coesão social, e assenta num conjunto de princípios

orientadores de que se destacam:

- A consagração de direitos básicos de cidadania, que postula o direito ao trabalho e a apoios

básicos com vista à inserção, mas também ao exercício dos direitos cívicos, à cultura, à

educação, à habitação condigna e à participação na vida social e cultural;

- A responsabilização e a mobilização do conjunto da sociedade no esforço de erradicação

das situações de pobreza e exclusão;

- A integração e multidimensionalidade entendidas como convergência das medidas

económicas, sociais e ambientais;

PPllaannoo ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo SSoocciiaall –– CCLLAASS ddee EEssttaarrrreejjaa 42

- A combinação adequada entre a universalidade e a diferenciação positiva, ou seja, a

garantia de que, no cumprimento dos objectivos de inclusão social, todos os cidadãos, são

efectivamente tratados como iguais na base da diversidade das suas situações e

necessidades;

- A territorialização das intervenções como aproximação e adequação às especificidades

locais;

- O reconhecimento da importância da igualdade de oportunidades e da perspectiva de

género, como forma de garantia do exercício dos direitos tanto na esfera pública como na

esfera privada.

Visa, deste modo, a adopção de medidas que permitam combater a pobreza persistente, definindo

três prioridades nacionais:

1. Combater a pobreza das crianças e dos idosos através de medidas que assegurem os

seus direitos básicos sociais de cidadania.

2. Corrigir as desvantagens na educação, formação/qualificação.

3. Ultrapassar as discriminações reforçando a integração das pessoas com deficiência

e imigrantes.

Das três prioridades estratégicas do PNAI, decorrem os seguintes objectivos comuns ao nível da

União Europeia:

a) Garantir o acesso de todos aos recursos, direitos e serviços sociais básicos, necessários à

participação na sociedade, ao mesmo tempo que se encontram respostas para formas

extremas de exclusão e se combatem todas as discriminações conducentes à exclusão.

b) Garantir a inclusão social activa de todos, através da promoção da participação no mercado

de trabalho e do combate à pobreza e à exclusão das pessoas e dos grupos mais

marginalizados;

PPllaannoo ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo SSoocciiaall –– CCLLAASS ddee EEssttaarrrreejjaa 43

c) Garantir que as políticas de inclusão social são bem coordenadas e contam com o

envolvimento de todos os níveis do governo e agentes pertinentes (incluindo as pessoas

que vivem na pobreza), que são eficientes e integradas em todas as políticas públicas

relevantes, designadamente as políticas económicas e orçamentais, de educação e

formação e os programas dos fundos estruturais (nomeadamente o FSE), e que têm em

conta a perspectiva da igualdade entre homens e mulheres.

PPllaannoo ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo SSoocciiaall –– CCLLAASS ddee EEssttaarrrreejjaa 44

Articulação PDS / PNAI

Eixo I –Combater e prevenir comportamentos de risco na família

Eixo II – Criar respostas Sociais e Alternativas de Apoio à Terceira Idade

Eixo III – Promover a Empregabilidade e adequar a qualificação às necessidades do mercado de trabalho PNAI

Obj. Estrat. 1 Obj.Estrat. 2 Obj. Estrat. 1 Obj. Estrat. 2 Obj. Estrat. 1 Obj. Estrat. 2

Garantir o acesso de todos aos recursos, direitos e serviços sociais básicos, necessários à participação na sociedade, ao mesmo tempo que se encontram respostas para formas extremas de exclusão e se combatem todas as discriminações conducentes à exclusão. X X X X X X

Garantir a inclusão social activa de todos, através da promoção da participação no mercado de trabalho e do combate à pobreza e à exclusão das pessoas e dos grupos mais marginalizados

X X X X X X

Garantir que as políticas de inclusão social são bem coordenadas e contam com o envolvimento de todos os níveis do governo e agentes pertinentes (incluindo as pessoas que vivem na pobreza), que são eficientes e integradas em todas as políticas públicas relevantes, designadamente as políticas económicas e orçamentais, de educação e formação e os programas dos fundos estruturais (nomeadamente o FSE), e que têm em conta a perspectiva da igualdade entre homens e mulheres.

X X X X X X

PPllaannoo ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo SSoocciiaall –– CCLLAASS ddee EEssttaarrrreejjaa 45

Com os referidos objectivos, o PNAI pretende atingir os seguintes Resultados/Metas:

- Garantir que 90% dos agregados beneficiários do Rendimento Social de Inserção

estabeleçam Acordos de Inserção, até 2008;

- Intervir no mercado da habitação com vista à reabilitação, requalificação,

realojamento habitacional através da contratualização de mais 13 400 fogos até

2008.

- Garantir o desenvolvimento de projectos de intervenção territorial em 100 concelhos

do país orientados para grupos e territórios em risco de exclusão.

- Abranger 153 000 pessoas com dificuldades de inserção no mercado de trabalho

em acções de formação, qualificação e apoio técnico, até 2008.

- Reforçar a protecção às famílias monoparentais, abrangendo 200 000 titulares do

abono de família a partir de 2007.

- Aumentar em 50% a capacidade instalada em creches, até 2009 (atingir o

compromisso de Barcelona: 33%).

- Promover a desinstitucionalização de 25% das crianças e jovens institucionalizados,

até 2009.

- Garantir a todos os idosos, com 65 e mais anos com baixos recursos, uma

prestação monetária extraordinária, com vista a aumentar os seus rendimentos

globais para um patamar mínimo de 4 200€/ ano (a preços de 2006).

- Reforçar os equipamentos sociais para Idosos, ciando 19 000 novas vagas até

2009.

- Disponibilizar cerca de 6000 lugares em equipamentos da rede de cuidados

continuados integrados, até 2008.

PPllaannoo ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo SSoocciiaall –– CCLLAASS ddee EEssttaarrrreejjaa 46

7.2 – PNE - Plano Nacional de Emprego 2005-200812

O Plano Nacional de Emprego 2005-2008 (PNE), inserido no Plano Nacional de Acção para o

Crescimento e o Emprego (PNACE)13, pretende enfrentar quer as dificuldades conjunturais do país,

quer os constrangimentos de natureza estrutural quer condicionam o desenvolvimento do sistema de

emprego e, consequentemente, o desenvolvimento do país.

São 5 os grandes desafios do PNE 2005-2008:

1. Promover a criação do emprego, prevenir e combater o desemprego;

2. Gerir de forma preventiva e precoce os processos de reestruturação e deslocalização

empresarial;

3. Promover a flexibilidade com segurança no emprego;

4. Reforçar a educação e qualificação da população portuguesa;

5. Modernizar o sistema de protecção social.

Para responder a estes desafios os Governo Português aponta as seguintes metas estratégicas

para o PNE 2005-2008:

a) Aumentar a taxa de emprego global de 67,8%, em 2004, para 69% em 2008 e 70% em

2010;

b) Aumentar a taxa de emprego das mulheres de 61,7% em 2004 para 63% em 2008;

c) Manter a taxa de emprego dos trabalhadores de 55 a 64 anos acima dos 50% em 2010;

d) Garantir que os candidatos a emprego na União Europeia podem consultar todas as ofertas

de trabalho publicitadas nos serviços de emprego dos diferentes Estados Membros;

e) Garantir, até 2010, que, anualmente, pelo menos 25% dos desempregados de longa

duração deverão participar numa medida activa sob forma de formação, reconversão,

experiência profissional, emprego ou outra medida de empregabilidade;

f) Assegurar que cada desempregado inscrito beneficie de uma nova oportunidade antes de

completar 6 (jovens) ou 12 (adultos) meses de desemprego, sob a forma de formação,

reconversão, experiência profissional, emprego ou outra medida que promova a sua

12 Aprovado pela Resolução de Conselho de Ministros n.º 166/2006, de 15 de Dezembro 13 Ver Anexo I

PPllaannoo ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo SSoocciiaall –– CCLLAASS ddee EEssttaarrrreejjaa 47

empregabilidade, (…). Irá ainda ser assegurada uma resposta a todos os desempregados

com qualificações superiores que não tenham ainda um Plano Pessoal de Emprego (PPE)

definido ou que não tenham ainda uma resposta devidamente programada no quadro do

seu PPE (…);

g) Abranger por ano 25.000’ jovens qualificados em Estágios Profissionais até 2009;

h) Aumentar o número de empregos do sector das TIC para 3% do total do emprego até 2010

(…);

i) Aumentar, até 2010, para pelo menos 40% a percentagem de trabalhadores que utilizam

computadores ligados à Internet no emprego (…) ;

j) Garantir que 100% das crianças de 5 anos frequentem em 2009 a educação pré-escolar

(…);

k) Assegurar, até 2010, que 35% das crianças entre os 0 e os 3 anos são cobertas por

serviços de cuidados a crianças (…), aumentando para o efeito em 50% os lugares em

creches ao longo da legislatura;

l) Generalizar o ensino de inglês desde o 1º ciclo do ensino básico, prevendo cobrir 100% dos

alunos do 3º e 4º anos desse ciclo de ensino básico em 2009;

m) Alargar o horário de funcionamento das escolas do 1º ciclo, devendo atingir todas as

escolas em 2009;

n) Reduzir para metade o insucesso escolar nos ensinos básico e secundário;

o) Reduzir a saída escola precoce das pessoas com 18-24 anos para 30% em 2008 e 25% em

2010;

p) Tornar obrigatória a frequência de ensino ou formação profissional para todos os jovens até

aos 18 anos;

q) Aumentar a proporção de pessoas de 22 anos com o ensino secundário (ISCED3), de 49%

em 2004, para 65% em 2010;

r) Abranger 650 mil jovens em cursos técnicos e profissionais de nível secundário até 2010,

prevendo-se abranger 365 mil até 2008;

s) Aumentar a taxa de participação da população dos 25 aos 64 anos em acções de educação

e formação ou do reconhecimento, validação e certificação de competências;

PPllaannoo ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo SSoocciiaall –– CCLLAASS ddee EEssttaarrrreejjaa 48

t) Expandir a Rede de Centros de Reconhecimento, Validação e Certificação de

Competências de modo a atingir 300 Centros em 2008 e 500 em 2010;

u) Aumentar até 2010 o número de novos graduados em áreas científicas e tecnológicas para

12 por 1000 na população com idades entre 20 e 29 anos (8,2 em 2003);

v) Aumentar até 2010 o número de novos doutoramentos em áreas científicas e tecnológicas

para 0.45 por 1000 na população com idades entre os 25 e 34 anos (0,3 em Portugal e 0,55

na UE15, em 2001).

Directrizes do Plano Nacional de Emprego (PNE) 2005-2008

Directriz n.º 17

Executar políticas de emprego para atingir o pleno emprego, melhorar a qualidade e a

produtividade do trabalho e reforçar a coesão social e territorial.

As políticas devem contribuir para atingir uma taxa média de emprego de 70% para a UE no seu

conjunto, uma taxa média de emprego de, pelo menos, 60% para as mulheres e de 50% para os

trabalhadores mais velhos (55 a 64 anos) até 2010 e para reduzir o desemprego e a inactividade.

Directriz n.º 18

Promover uma abordagem do trabalho baseada no ciclo de vida, através de:

− um empenhamento renovado na criação de fileiras profissionais para os jovens e redução

do desemprego dos jovens, como se apela no Pacto para a Juventude;

− acções decisivas para aumentar a participação das mulheres e reduzir as disparidades

existentes entre homens e mulheres a nível de emprego, do desemprego e dos ordenados;

− uma melhor conciliação do trabalho com a vida privada e da disponibilização de estruturas

acessíveis e económicas de acolhimento para crianças e outras pessoas a cargo;

− apoio ao envelhecimento activo, incluindo condições de trabalho apropriadas, uma melhor

situação sanitária (em termos ocupacionais) e incentivos adequados ao trabalho e

desincentivos à reforma antecipada;

PPllaannoo ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo SSoocciiaall –– CCLLAASS ddee EEssttaarrrreejjaa 49

− sistemas modernos de protecção social, incluindo pensões e cuidados de saúde, garantindo

a sua adequabilidade social, viabilidade financeira e capacidade de resposta à alteração das

necessidades, de forma a promover a participação e uma melhor retenção no sistema de

emprego, bem como uma vida activa mais longa.

Directriz n.º 19

Assegurar a existência de mercados de trabalho inclusivos, melhorar a atractividade do

trabalho, e torna-lo mais remunerador para os que procuram emprego, incluindo as pessoas

desfavorecidas e inactivas, através de:

− medidas activas e preventivas no mercado de trabalho, incluindo a identificação antecipada

das necessidades, a assistência na procura de emprego, a orientação e a formação no

âmbito de planos de acção personalizados, a prestação dos serviços sociais necessários

para apoiar a inclusão das pessoas mais afastadas do mercado de trabalho e contribuir para

a erradicação da pobreza

− revisão constante dos incentivos e dos desincentivos resultantes dos sistemas fiscais e de

prestações sociais, nomeadamente no que respeita à gestão e à condicionalidade das

prestações e à redução significativa das taxas de imposto efectivas marginais elevadas,

nomeadamente para as de baixos rendimentos, garantindo ao mesmo tempo níveis

adequados de protecção social

− criação de novas fontes de emprego nos serviços para as pessoas e as empresas,

nomeadamente a nível local.

Directriz n.º 20

Melhorar a resposta às necessidades do mercado de trabalho, através de:

− modernização e reforço das instituições do mercado de trabalho, nomeadamente dos

serviços de emprego, tendo também em vista assegurar uma maior transparência das

oportunidades de emprego e de formação a nível nacional e europeu;

− suprimir os obstáculos à mobilidade dos trabalhadores na Europa no âmbito dos Tratados

da EU;

PPllaannoo ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo SSoocciiaall –– CCLLAASS ddee EEssttaarrrreejjaa 50

− antecipação das necessidades em matéria de competências, bem como das lacunas e dos

bloqueios do mercado de trabalho;

− gestão adequada da migração económica.

Directriz n.º 21

Promover a flexibilidade em conjugação com a segurança do emprego e reduzir a

segmentação do mercado de trabalho, tendo devidamente em conta o papel dos parceiros

sociais, através de:

− adaptação da legislação laboral, revendo, sempre que necessário, as diferentes cláusulas

contratuais e as relativas ao horário de trabalho;

− tratamento da questão do trabalho não declarado;

− melhor antecipação e gestão positiva da mudança, nomeadamente da reestruturação

económica, em especial as alterações ligadas à abertura do comércio, de forma a minimizar

os seus custos sociais e facilitar a adaptação;

− promoção e divulgação de formas inovadoras e adaptáveis de organização do trabalho,

tendo em vista melhorar a qualidade e a produtividade do trabalho, incluindo a saúde e a

segurança;

− apoio às transições do estatuto profissional, incluindo a formação, a actividade por conta

própria, a criação de empresas e a mobilidade geográfica.

Directriz n.º 22

Garantir a evolução dos custos do factor trabalho e mecanismos de fixação dos salários

favoráveis ao emprego, através de:

− incentivo aos parceiros sociais para, no âmbito das suas responsabilidades, fixarem o

quadro adequado para os mecanismos de negociação salarial, de modo a reflectir os

desafios da produtividade e do mercado de trabalho a todos os níveis importantes e evitar

diferenças de salários entre homens e mulheres;

− revisão do impacto sobre o emprego do nível dos custos não salariais do factor trabalho e,

sempre que possível, ajustar a sua estrutura e o seu nível, tendo especialmente em vista

reduzir a carga fiscal das pessoas que auferem remunerações baixas;

PPllaannoo ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo SSoocciiaall –– CCLLAASS ddee EEssttaarrrreejjaa 51

Directriz n.º 23

Alargar e aumentar o investimento em capital humano, através de:

− políticas inclusivas e acções em matéria de educação e formação que facilitem

significativamente o acesso ao ensino profissional básico, ao ensino secundário e ao ensino

superior, nomeadamente através de estágios e da formação em espírito empresarial;

− uma redução significativa do número de casos de saída precoce do sistema educativo;

− elaboração de estratégias eficientes de aprendizagem ao longo da vida abertas a todos nas

escolas, empresas, autoridades públicas e agregados familiares, em conformidade com os

acordos europeus, incluindo incentivos adequados e mecanismos de partilha de custos,

tendo em vista melhorar a participação na formação contínua e no local de trabalho ao longo

da vida, em especial no que respeita aos trabalhadores menos qualificados e aos

trabalhadores mais velhos.

Directriz n.º 24

Adaptar os sistemas de educação e formação por forma a poderem responder às novas

exigências em matéria de competências, através de:

− aumento e da garantia da capacidade de atracção, da abertura e das normas de qualidade

da educação e da formação, do alargamento da oferta de oportunidades de educação e

formação e da garantia de vias curriculares flexíveis e do aumento da mobilidade para

estudantes e formandos;

− facilitação e diversificação do acesso de todos à educação e à formação e ao conhecimento

através da organização do tempo de trabalho, dos serviços de apoio à família, da orientação

profissional e, se adequado, de novas formas de partilha dos custos;

− resposta a novas necessidades ocupacionais, competências essenciais e futuros requisitos

em matéria de competências, melhorando a definição e a transparência das qualificações, o

seu reconhecimento efectivo e a validação da aprendizagem não oficial e informal.

PPllaannoo ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo SSoocciiaall –– CCLLAASS ddee EEssttaarrrreejjaa 52

Articulação do Eixo III do PDS de Estarreja com o Plano Nacional de Emprego

2005-2008

Obj. Estratégico 1Obj. Esp. 1.1 Obj. Esp. 2.1 Obj. Esp. 2.2 Obj. Esp. 2.3 Obj. Esp. 2.4 Obj. Esp. 2.5

Directriz n.º 17

Directriz n.º 18

Directriz n.º 19

Directriz n.º 20

Directriz n.º 21

Directriz n.º 22

Directriz n.º 23

Directriz n.º 24

Obj. Estratégico 2Eixo III - Promover a empregabilidade e adequar a qualificação às necessidades do mercado de trabalho

PNE

-8-

PPllaannoo ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo SSoocciiaall –– CCLLAASS ddee EEssttaarrrreejjaa 54

8 - Monitorização e Avaliação do Plano de Desenvolvimento Social

A avaliação é um elemento integrante do processo de planeamento, pelo que, a elaboração do

Plano de Desenvolvimento Social de Estarreja compreende não só a definição de objectivos e

estratégias de intervenção, traduzidos em orientações e cenários de transformação da realidade

social, em prol da consolidação de um desenvolvimento social integrado, como também pressupõe

um conjunto de procedimentos que se prendem com a implementação do Plano.

A forma de garantir a dinamização deste processo, que envolve o acompanhamento, monitorização

e avaliação do referido Plano, deve ter presente a implicação activa dos parceiros,

corresponsabilizando-os em todas estas fases, e passa pela constituição de uma “Equipa de

Acompanhamento”, que poderá coincidir com o Núcleo Executivo do Conselho Local de Acção

Social, e deverá ser validada por esta estrutura orgânica.

Compete a esta Equipa delinear um Modelo de Monitorização que contemple mecanismos de

controlo e orientação ao nível da prossecução dos objectivos e estratégias traçados no PDS,

implicando rigor e transparência no processo de verificação/comparação ao nível das intervenções

programadas e do quadro global de execução, detectando e informando sobre os desvios (positivos

e negativos) e as respectivas razões, as formas de participação e contributo dos parceiros e ainda

as dificuldades e obstáculos encontrados no decorrer de todo o processo. Assim como garanta uma

dinâmica de interacção com os parceiros do CLAS, apostando-se na cultura do diálogo, onde o

intercâmbio de ideias e de aprendizagem colectiva estejam presentes com vista a favorecer a

consolidação de uma visão de partilha de informação estratégica e de co-responsabilização na

acção.

No que respeita ao processo de avaliação, este deve ser encarado, não como um mecanismo

fiscalizador, mas como um processo de reflexão sobre a dinâmica de planeamento seguida, com o

objectivo de melhorar a qualidade das intervenções, uma vez que constitui um instrumento

imprescindível para o planeamento das intervenções subsequentes, identificando pontos de

reorientação ou reforço de acções.

PPllaannoo ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo SSoocciiaall –– CCLLAASS ddee EEssttaarrrreejjaa 55

Assim, a avaliação “contribui, sem dúvida, para aumentar a racionalidade na tomada de decisões,

identificando problemas, seleccionando alternativas de solução, prevendo – dentro do possível – as

suas consequências, e optimizando a utilização dos recursos disponíveis” (Cohen e Franco, 1993,

pp. 282).

Depreende-se, então, que a avaliação serve para medir os resultados das intervenções

(directos/indirectos, desejados/indesejados) numa perspectiva de melhorar as mesmas, identificando

aspectos positivos e críticos, podendo inclusive levar à introdução de medidas correctivas ou mesmo

orientar para alterações mais profundas que possam implicar o replaneamento do PDS.

É a este nível (resultados e impactos) das intervenções inseridas na implementação do Plano, que

se procede ao balanço das mesmas, ou seja à análise da sua eficácia (que implica o grau de

cumprimento dos objectivos previstos, num determinado período, independentemente dos custos

implicados) e da sua eficiência (situada ao nível da rentabilização dos recursos na obtenção dos

resultados).

Trata-se de um processo que implica, a adopção de uma estratégia metodológica, a selecção das

técnicas de pesquisa mais adequadas, a construção de indicadores e a definição de formas

avaliativas.

8.1 - Modelo de Avaliação do Plano de Desenvolvimento Social

Apresentam-se os dois tipos e momentos de avaliação, para análise e decisão do Conselho Local de

Acção Social.

8.1.1 - Temporalidade

Avaliação ex-post do Plano de Desenvolvimento Social

É a estratégia de avaliação accionada no final da intervenção. É particularmente indicada para

produção de informação sobre os resultados das intervenções em termos da sua eficácia e

eficiência, sendo por isso, o principal nível de análise, o dos efeitos. Serve para estruturar ideias,

reformular objectivos, redesenhar estratégias e eixos de intervenção, constituindo assim um suporte

de orientação à construção do PDS posterior.

PPllaannoo ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo SSoocciiaall –– CCLLAASS ddee EEssttaarrrreejjaa 56

Avaliação On-going do Plano de Desenvolvimento Social

Acompanha o percurso da intervenção, ou seja, a avaliação e intervenção coincidem

temporalmente. É uma avaliação de acompanhamento que possibilita a auto-correcção do processo

de intervenção, visando a melhoria da sua eficácia e eficiência, bem como a adesão dos agentes

envolvidos. Situa-se ao nível da operacionalização e da execução.

8.1.2 - Tipo de Avaliação

Auto-avaliação (interna)14 - Trata-se de um tipo de avaliação assumido internamente pela Equipa

responsável pela monitorização do PDS, que terá como função principal envolver todos os

intervenientes directos e indirectos na reflexão crítica sobre a intervenção, fornecendo os

instrumentos técnicos e metodológicos necessários.

Avaliação Mista15 – Compreende um processo de avaliação com recurso a avaliador externo, que

em articulação com a equipa responsável pela monitorização do PDS, traçarão um plano que

integrará os critérios e indicadores necessários e adequados à avaliação de todo o processo de

implementação do Plano de Desenvolvimento Social.

O Núcleo Executivo do CLAS considera a Avaliação Mista como a mais adequada para o processo

de avaliação face às vantagens que apresenta, nomeadamente, o distanciamento necessário que se

deve a uma boa prática avaliativa, a formação específica na área e a não acumulação de funções da

equipa, de avaliação e de intervenção, que prejudiquem os dois processos. No entanto, há a

considerar o factor económico dado que implica disponibilização de verba para pagamento ao

avaliador externo.

14 Tem como vantagens, a facilidade com que as aprendizagens e os contributos da avaliação se incorporam nos agentes e o profundo conhecimento das intervenções e o volume de informação que é possível recolher. Como desvantagens, destacamos o risco de um envolvimento tão acentuado que se confunda intervenção com avaliação e esta se torne auto-justificação da primeira; a dificuldade em envolver os diversos intervenientes devido ao menor reconhecimento da autoridade do avaliado e a menor disponibilidade de tempo dedicada às actividades avaliativas que se acumulam com as interventivas. 15 Identificam-se como vantagens deste tipo de avaliação as apresentadas na anterior opção, superando as suas limitações. Ou seja, combina a riqueza da informação disponível e a interiorização do processo avaliativo e dos seus resultados por parte de executores e gestores com a distanciação crítica, a autoridade, o rigor metodológico e a clara distinção entre objectivos da intervenção e objectivos da avaliação

-9-

PPllaannoo ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo SSoocciiaall –– CCLLAASS ddee EEssttaarrrreejjaa 58

9 – Breves Considerações Finais

No decurso do processo de implementação do Programa Rede Social, no concelho de Estarreja,

tem-se vindo a assistir a um notável envolvimento dos parceiros, tendo nesta fase de elaboração do

Plano de Desenvolvimento Social do concelho - plano estratégico para os próximos três anos

(2007/2010), ganho maior consistência, com a cooperação destes e de outros agentes locais,

através da partilha de opiniões e de contributos consideráveis para que num esforço conjunto se

encontrem formas e dinâmicas de intervenção capazes de combater a pobreza e a exclusão social

numa perspectiva de promoção do desenvolvimento social local.

Passou-se, então, de uma fase de diagnóstico da realidade social para uma etapa complementar da

antecedente, onde a programação, o planeamento e a tomada de decisões assumem o papel

estratégico e consolidante do desenvolvimento social integrado e sistemático, constituindo este, com

o trabalho de uma parceria responsável e activa, o grande objectivo do Programa Rede Social.

Perspectivando já a fase posterior, que respeita à elaboração do primeiro Plano de Acção Anual,

crê-se que o Conselho Local de Acção Social de Estarreja, instância congregadora das diferentes

visões locais, continuará a confiar na intervenção em rede como grande promotora do

desenvolvimento do território estarrejense.

Não há dúvida que esta aposta implica uma nova cultura de intervenção social, e

consequentemente, mudança de atitudes e procedimentos face às questões sociais. Daí a apologia

de dinâmicas de trabalho que valorizem fortemente os recursos e competências locais, estabeleçam

a interacção necessária e adequada com recursos exógenos potenciadores do desenvolvimento

local, e defendam princípios de inclusão e coesão social.

Assim, Estarreja deverá continuar a assumir, através da Rede Social o exercício de processos

vinculativos de promoção de um desenvolvimento, onde as intervenções sociais programadas,

presentes e vindouras, incluam a melhoria das condições de vida da população, numa perspectiva

de equidade e inclusão social.

-10-

PPllaannoo ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo SSoocciiaall –– CCLLAASS ddee EEssttaarrrreejjaa 60

Bibliografia “Diagnóstico Social de Estarreja”, Conselho Local de Acção Social, 2006

“Guião Prático para a Implementação da Rede Social”, ISS, 2004

“Metodologias de Avaliação de Intervenções Sociais – Unidade Modular”, Módulos PROFISS,

IEFP/IGFSS, 2000

“Plano de Desenvolvimento Social - Programa da Rede Social”, IDS/MTSS, 2003

Plano Nacional de Emprego, 2005-2008

Plano Nacional para a Inclusão, 2006-2008

Quadro de Referência Estratégica Nacional, 2007-2010

Fontes de Informação:

www.gov.min.pt

www.pnai.pt

www.planotecnologico.pt

www.pne.pt

Legislação

Decreto-Lei n.º 115/2006, de 14 de Junho (Regulamenta os princípios, finalidades e objectivos da

Rede Social bem como a constituição, funcionamento e competência dos seus órgãos).

Resolução de Conselho de Ministros nº 12/2005, de 18 de Janeiro (PNE 2005-2008)

Resolução do Conselho de Ministros n.º 183/2005, de 28 de Novembro (PNACE 2005-2008)

Resolução de Conselho de Ministros nº 25/2006, de 10 de Março (QREN 2007-2010)

Resolução de Conselho de Ministros nº 166/2006, de 15 de Dezembro (PNAI 2007-2010)

Anexo I

QREN – Quadro de Referência Estratégica Nacional 2007-2013

O QREN é o documento de direcção estratégica e operacional dos instrumentos financeiros de

carácter estrutural que apoiam a concretização de componentes importantes da política de

desenvolvimento de Portugal no período de 2007-2013.

O carácter eminentemente estratégico do QREN e dos programas operacionais (PO) que o

compõem, bem como a sua relevância no financiamento das políticas de desenvolvimento,

implicaram a definição de orientações políticas e consequentemente a prossecução de prioridades

estratégicas por parte do QREN e de todos os PO, que se mencionam:

- Promover a qualificação dos portugueses, desenvolvendo e estimulando o

conhecimento, a ciência, a tecnologia, a inovação, a educação e a cultura como principal

garantia do desenvolvimento do País e do aumento da sua competitividade;

- Promover o crescimento sustentado através, especialmente, dos objectivos do aumento

da competitividade dos territórios e das empresas, da redução dos custos públicos de

contexto, incluindo os da administração da justiça, da qualificação do emprego e da

melhoria da produtividade e da atracção e estímulo ao investimento empresarial qualificante;

- Garantir a coesão social actuando, em particular, nos objectivos do aumento do emprego

e do reforço da empregabilidade e do empreendedorismo, da melhoria da qualificação

escolar e profissional, do estímulo às dinâmicas culturais, e assegurando a inclusão social,

nomeadamente desenvolvendo o carácter inclusivo do mercado de trabalho, promovendo a

igualdade de oportunidades para todos e a igualdade de género, bem como práticas de

cidadania inclusiva, reabilitação e reinserção social, conciliação entre a vida profissional,

familiar e pessoal e a valorização da saúde como factor de produtividade e medida de

inclusão social;

- Assegurar a qualificação do território e das cidades traduzida, em especial, nos

objectivos de assegurar ganhos ambientais, promover um melhor ordenamento do território,

estimular a descentralização regional da actividade científica e tecnológica, prevenir riscos

naturais e tecnológicos e, ainda, melhorar a conectividade do território e consolidar o reforço

do sistema urbano, tendo presente a redução das assimetrias regionais de

desenvolvimento;

- Aumentar a eficiência da governação privilegiando, através de intervenções transversais

nos Programas Operacionais relevantes, os objectivos de modernizar as instituições

públicas e a eficiência e qualidade dos grandes sistemas sociais e colectivos, com reforço

da sociedade civil e melhoria da regulação.

O QREN 2007-2013 assume, assim, como grande desígnio estratégico a qualificação dos

portugueses, valorizando o conhecimento, a ciência, a tecnologia e a inovação, bem como a

promoção de níveis elevados e sustentados de desenvolvimento económico e sócio-cultural e de

qualificação territorial, num quadro de valorização da igualdade de oportunidades e, bem assim, do

aumento da eficiência e qualidade das instituições públicas.

A prossecução deste desígnio estratégico é assegurada pela concretização (com o apoio dos

Fundos Estruturais e do Fundo de Coesão, por todos os Programas Operacionais) de três Agendas

Operacionais Temáticas:

• Agenda Operacional para o Potencial Humano – que congrega o conjunto das

intervenções visando a promoção das qualificações escolares e profissionais dos

portugueses e a promoção do emprego e da inclusão social, bem como as condições para a

valorização da igualdade de género e da cidadania plena.

Integra as seguintes dimensões de intervenção: Qualificação Inicial, Adaptabilidade e

Aprendizagem ao Longo da Vida, Gestão e Aperfeiçoamento Profissional, Formação

Avançada para a Competitividade, Apoio ao Empreendedorismo e à Transição para a Vida

Activa, Cidadania, Inclusão e Desenvolvimento Social, Promoção da Igualdade de Género.

• Agenda Operacional para os Factores de Competitividade – que abrange as intervenções

que visam estimular a qualificação do tecido produtivo, por via da inovação, do

desenvolvimento tecnológico e do estímulo do empreendedorismo, bem como da melhoria das

diversas componentes da envolvente da actividade empresarial, com relevo para a redução

dos custos públicos de contexto.

Integra os seguintes vectores de intervenção: Estímulos à Produção do Conhecimento e

Desenvolvimento Tecnológico, Incentivos à Inovação e Renovação do Modelo Empresarial e

do Padrão de Especialização, Instrumentos de Engenharia Financeira para o Financiamento e

Partilha de Risco na Inovação, Intervenções Integradas para a Redução dos Custos Públicos

de Contexto, Acções Colectivas de Desenvolvimento Empresarial, Estímulos ao

Desenvolvimento da Sociedade da Informação, Redes e Infra-estruturas de Apoio à

Competitividade Regional e Acções Integradas de Valorização Económica dos Territórios

menos Competitivos.

• Agenda Operacional para a Valorização do Território – que, visando dotar o país e as suas

regiões e sub-regiões de melhores condições de atractividade para o investimento produtivo e

de condições de vida para as populações, abrange as intervenções de natureza infra-

estrutural e de dotação de equipamentos essenciais à qualificação dos territórios e ao reforço

da coesão económica, social e territorial.

Integra os seguintes domínios de intervenção: Reforço da Conectividade Internacional, das

Acessibilidades e da Mobilidade, Protecção e Valorização do Ambiente, Política de Cidades e

Redes, Infra-estruturas e Equipamentos para a Coesão Territorial e Social.

A concretização destas três Agendas Temáticas é operacionalizada pelos seguintes Programas

Operacionais:

- Programas Operacionais Temáticos Potencial Humano, Factores de Competitividade e

Valorização do Território, co-financiados respectivamente pelo Fundo Social Europeu,

pelo FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional) e pelo FEDER e Fundo de

Coesão.

- Programas Operacionais Regionais do Continente – co-financiados pelo FEDER

Estes são estruturados territorialmente de acordo com as NUTS II, sendo

consequentemente os seguintes:

- Programa Operacional Regional Norte

- Programa Operacional Regional Centro

- Programa Operacional Regional Lisboa

- Programa Operacional Regional Alentejo

- Programa Operacional Regional Algarve

- Programas Operacionais das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, co-

financiados pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional e pelo Fundo Social

Europeu.

- Programas Operacionais de Assistência Técnica, co-financiados pelo Fundo Europeu de

Desenvolvimento Regional e pelo Fundo Social Europeu.

Em coerência com as prioridades estratégicas e operacionais, a execução do QREN e dos

respectivos Programas Operacionais é viabilizada pela mobilização de significativos recursos

comunitários (cerca de 21,5 mil milhões de Euros), cuja utilização respeitará três orientações

principais:

- Reforço das dotações destinadas à Qualificação dos Recursos Humanos, passando o

FSE a representar cerca de 37% do conjunto dos Fundos Estruturais no Continente,

aumentando 10 pontos percentuais a sua posição relativa face ao QCA III.

- Reforço dos financiamentos dirigidos à Promoção do Crescimento Sustentado da

Economia Portuguesa, que recebe uma dotação superior a 5,5 mil milhões de Euros,

envolvendo o PO Temático Factores de Competitividade e os PO Regionais; as

correspondentes intervenções, co-financiadas pelo FEDER, passam a representar cerca de

66% deste Fundo Estrutural (aumentando 12 pontos percentuais face a valores equivalentes

no QCA III).

- Reforço da relevância financeira dos Programas Operacionais Regionais do

Continente, exclusivamente co-financiados pelo FEDER, que passam a representar 55% do

total de FEDER a mobilizar no Continente (aumentando 9 pontos percentuais a sua

importância relativa face aos valores equivalentes no QCA III), assinalando-se que a

dotação financeira dos PO Regionais das regiões Convergência do Continente (Norte,

Centro e Alentejo) aumentará 10% em termos reais face ao valor equivalente do QCA III.

Princípios orientadores do QREN, na prossecução do desígnio estratégico definido, na superação

dos constrangimentos estruturais e a adopção consistente das prioridades assumidas e na eficiência

na utilização dos recursos:

- A concentração das intervenções, dos recursos, e das tipologias de acção, especialmente

prosseguida através da consagração de um número reduzido de Programas Operacionais

Temáticos e de uma estruturação temática dos Programas Operacionais Regionais do

Continente (que propiciam o estabelecimento de sinergias e complementaridades entre

instrumentos de política pública) e, bem assim, de lógicas de atribuição de recursos e de

priorização de domínios de actuação directamente associados às prioridades estratégicas a

prosseguir;

- A selectividade e focalização dos investimentos e acções de desenvolvimento, a

concretizar pela utilização de critérios rigorosos de selecção e de hierarquização de

candidaturas que efectivamente contribuam para a prossecução da estratégia de

desenvolvimento adoptada;

- A viabilidade económica e a sustentabilidade financeira das actuações dirigidas à

satisfação do interesse público, através da consideração dos respectivos efeitos sobre a

despesa pública actual e futura;

- A coesão e valorização territoriais que potenciem os factores de progresso económico,

sócio-cultural e ambiental de cada região e as suas diversificadas potencialidades de

desenvolvimento, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e regionalmente

equilibrado do país;

- A gestão e monitorização estratégica das intervenções, que garanta a prossecução

eficiente e eficaz do desígnio e da orientação estratégica definidos e propicie condições

para que a selecção de candidaturas aos Programas Operacionais tome em particular

atenção os seus contributos para a prossecução das metas e prioridades estratégicas

estabelecidas.

No quadro de coerência estratégica e operacional, salienta-se as sinergias e interacções que devem

ser promovidas entre o QREN e outros importantes instrumentos (de programação ou de

financiamento de políticas públicas), a concretizar no mesmo período, destacando-se os seguintes:

- Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (ENDS)

- Plano Nacional de Acção para o Crescimento e Emprego (PNACE)

- Plano Nacional de Emprego (PNE)

- Iniciativa Novas Oportunidades (INO)

- Programa de Reorganização da Administração Central do Estado (PRACE)

- Plano Nacional de Acção para a Inclusão (PNAI)

- Plano Nacional para a Igualdade (PNI)

- Plano Nacional para a Integração das Pessoas com Deficiências ou Incapacidade

- Plano Tecnológico

- Programa de Simplificação Administrativa e Legislativa (SIMPLEX)

- Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT)

PNACE - Programa Nacional de Acção para o Crescimento e o Emprego 2005-

2008

O Programa Nacional de Acção para o Crescimento e o Emprego 2005-2008 é um programa

integrado que Portugal vai desenvolver no contexto da União Europeia, face aos desafios colocados

pela economia e pela sociedade globalizada.

É um referencial de governação estratégica que visa assegurar o crescimento económico e a criação

de emprego, num quadro de sustentatibilidade das contas públicas, coesão social, competitividade e

desenvolvimento sustentável.

Constitui, assim, um guia para a concretização de uma estratégia nacional de reformas e

modernização concebida no quadro das referências e prioridades da Estratégia de Lisboa,

assumindo-se como uma resposta global às linhas de orientação aprovadas pelo Conselho Europeu,

nas suas dimensões macro-económica, microeconomia e de emprego.

O PNACE engloba de forma coerente os diversos programas e planos de acção com incidência no

crescimento económico e criação de emprego. Enquadra, em particular, o Programa de Estabilidade

e Crescimento (PEC), na dimensão macro-económica, o Plano Tecnológico, na dimensão de

competitividade e qualificação, e o Plano Nacional de Emprego (PNE), na dimensão de emprego. E

abrange ainda as linhas de orientação do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN 2007-

2013), enquanto documento de enquadramento para as intervenções apoiadas pelos fundos

estruturais e de coesão, e dos Planos Nacionais para a Igualdade (PNI) 2003-2006 e 2007-2010

(ainda não disponível).

Constitui-se, assim, como um programa de iniciativa pública cuja concretização se fará em

parceria activa com a sociedade civil e com a iniciativa privada e em que as políticas públicas se

assumem como catalisadoras do processo de modernização e mudança.

Com a implementação do PNACE, Portugal pretende atingir quatro objectivos estratégicos:

1. Reforçar a credibilidade, consolidando as contas públicas e apostando em políticas fortes

capazes de ultrapassar os pontos críticos que limitam o desenvolvimento do país;

2. Apostar na confiança, fomentando o crescimento económico, melhorando o contexto jurídico e

legal, afirmando políticas públicas coerentes e estrategicamente enquadradas, atraindo o

investimento privado e apoiando a modernização do tecido empresarial;

3. Assumir os desafios da competitividade, implementando um plano tecnológico que acresça a

capacidade de gerar valor das pessoas, das empresas e das instituições;

4. Reforçar a coesão social, territorial e ambiental como factores de competitividade e

desenvolvimento sustentável, promover o emprego, combater o desemprego e reforçar a

educação e qualificação da população portuguesa numa óptica de aprendizagem ao longo da

vida.

Estes objectivos estratégicos articulam-se e são complementados pelas prioridades estratégicas do

QREN 2007-2013.

Principais Desafios do PNACE:

� Articular e garantir a coerência na formulação e na implementação entre as políticas do

domínio macroeconómico, microeconómico e da qualificação, emprego e coesão social;

� Conjugar em simultâneo a consolidação orçamental com o esforço de investimento necessário

para dar consistência às políticas públicas de modernização e reforço da competitividade,

promovendo uma afectação de recursos públicos favorável ao crescimento, à inovação, à

qualificação, à saúde, ao emprego e ao ambiente;

� Promover a desburocratização de procedimentos nos serviços públicos, agilizar o sistema de

justiça e aumentar a eficiência dos mercados;

� Aumentar a confiança dos investidores e dos consumidores no processo de evolução da

economia portuguesa , num contexto de contenção da despesa pública e de redução de

custos;

� Compatibilizar a necessidade de focalizar as políticas públicas de referência em projectos e

programas com elevado impacte no crescimento e na produtividade da economia, com o

objectivo de combater as assimetrias regionais e fomentar a coesão social e territorial;

� Modernizar o sistema de protecção social no quadro de uma sociedade demograficamente

envelhecida, antecipando e garantindo a resposta a novas necessidades, tornando-o mais

amigável ao emprego, combatendo a pobreza e a sua inércia reprodutiva, promovendo a

equidade e a coesão social e territorial e garantindo em simultâneo a sua sustentabilidade

financeira, no quadro global das contas públicas;

� Reforçar a cooperação entre o tecido empresarial e as universidades, os centros de

investigação e as instituições culturais;

� Disseminar o acesso à sociedade da informação de forma inclusiva, promovendo a

flexibilidade e a mobilidade e protegendo a segurança e os direitos de privacidade dos

indivíduos;

� Desenvolver parcerias para a inovação e o emprego, de base sectorial ou regional, e fomentar

o empreendedorismo e as competências de gestão das pequenas e médias empresas (PME)

de forma a esbater as desvantagens competitivas;

� Apostar na qualificação dos Portugueses, com avaliação e certificação, promovendo uma

cultura de aprendizagem ao longo da vida que reduza o défice de qualificações existentes,

que reforce a equidade, estimule e responda à necessidade de reforçar a inovação e o

empreendedorismo e reduza as disparidades de competências no mercado de trabalho;

� Aumentar a eficiência do sistema educativo e reduzir drasticamente as taxas de saída precoce

e o insucesso escolar, através de uma cultura de rigor e de exigência e de uma melhor

adequação do sistema de ensino ao contexto social, envolvendo de forma acrescida a

comunidade, as famílias e os educadores na definição dos projectos escolares específicos, e

de um acréscimo de eficácia dos sistemas de protecção social e de promoção da saúde;

� Conciliar a promoção do emprego e o combate ao desemprego com a melhoria da

produtividade e da qualidade do trabalho e o reforço da coesão social e territorial num

contexto de deslocalizações e reestruturações profundas;

� Elevar a adaptabilidade dos trabalhadores e das empresas, conjugando flexibilidade com

segurança, reduzindo a segmentação do mercado de trabalho e reforçando o diálogo e a

concertação social;

� Incentivar a concertação social para o crescimento, o emprego e a competitividade,

dinamizando processos de negociação aberta entre parceiros;

Face a estes desafios, e atendo às linhas de orientação da U.E., colocam as seguintes prioridades

para aplicação da Estratégia de Lisboa a Portugal, no âmbito do PNACE 2005-2008:

Domínio Macroeconómico

√ Fomentar o crescimento, consolidar as contas públicas e controlar o défice externo;

√ Reorientar a aplicação dos recursos públicos dando prioridade aos investimentos indutores de

crescimento e criadores de emprego;

√ Garantir a equidade e a sustentabilidade do sistema de protecção social;

√ Desburocratizar os procedimentos no âmbito da função reguladora e fiscalizadora do Estado e

melhorar as condições de livre concorrência;

√ Promover a concertação estratégica no domínio das relações laborais e das grandes opções

de desenvolvimento do País;

√ Retomar um processo de convergência real com os níveis médios de rendimento da EU;

Domínio Microeconómico

√ Criar um ambiente de negócios mais atractivo para a iniciativa privada num contexto de

regulação reforçada, desburocratizando procedimentos e desenvolvendo a cultura empresarial;

√ Incentivar o investimento em investigação e desenvolvimento, quer de origem pública quer de

origem privada, e promover a incorporação dos resultados nos processos produtivos,

aumentando a competitividade das empresas portuguesas;

√ Promover s inovação, disseminar o acesso às tecnologias da informação de forma inclusiva,

explorar vantagens competitivas e reforçar a capacidade de criação de valor pelas empresas;

√ Melhorar a eficiência dos mercados e, em particular, a regulamentação dos serviços,

garantindo maior concorrência efectiva, maior competitividade e acesso a inputs produtivos em

condições mais favoráveis;

√ Promover um uso mais sustentável dos recursos naturais;

√ Preservar um Estado social dinâmico e evolutivo, promovendo a coesão social, territorial e

ambiental;

Domínio da Qualificação, emprego e coesão social

√ Reforçar a educação e a qualificação dos Portugueses e adaptar os sistemas de educação e

formação às necessidades de criação de novas competências;

√ Promover a criação de emprego e atrair e reter o maior número de pessoas no emprego,

prevenindo e combatendo o desemprego, nomeadamente de jovens e de longa duração;

√ Gerir de forma preventiva e precoce os processos de reestruturação e deslocalização

empresarial;

√ Promover a flexibilidade com segurança no emprego num quadro de reforço do diálogo e

concertação social;

√ Modernizar o sistema de protecção social;

√ Desenvolver o carácter inclusivo do mercado de trabalho, promovendo a igualdade de

oportunidades para todos, a reabilitação e a reinserção, a conciliação entre a vida social e

profissional e a igualdade de género.

Anexo II Recursos Endógenos e Exógenos Consultar: www.cm-estarreja.pt/accao_social/rede_social.php

“Pré-Diagnóstico Social do Concelho de Estarreja”, capítulo G (Acção Social), CLAS, Abril 2006 “Diagnóstico Social do concelho de Estarreja” , Anexos I (Recursos e Serviços concelhios) e II (Recursos Exógenos do concelho), CLAS, Novembro 2006

www.seg-social.pt

Programas no âmbito da Protecção/Acção Social

www.portugal.gov.pt

Programas Comunitários no âmbito da acção social e emprego PROGRESS – Programa Comunitário para o Emprego e a Solidariedade (2007-2013)

(Entre Outros)

www.portugal.gov.pt/Portal/PT/Areas_de_Acçao_Politicas_Sociais/ Planos, Programas e Medidas Nacionais Plano Nacional de Acção para a Inclusão

Plano Nacional de Acção para o Crescimento e Emprego

Plano Nacional de Emprego

Plano Nacional para a Igualdade

Plano Tecnológico

Quadro de Referência Estratégica Nacional

(Entre Outros)