Universidade Federal do Paraná

Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação

20º EVINCI – Outubro 2012

Contribuições para o Planejamento Urbano Contemporâneo

Plano de Paris

Antonella Arcoverde Gobbo

INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PESQUISA VOLUNTÁRIA 2012

Prof. Dr. Antonio Manoel Nunes Castelnou, neto Departamento de Arquitetura e Urbanismo – UFPR

Orientador

Arquitetura e Sustentabilidade: Bases Conceituais para o Projeto Ecológico

BANPESQ/THALES: 2007021212

Título do projeto

INTRODUÇÃO

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•Atuamente, Paris é a maior cidade francesa e uma das áreas

de maior concentração urbana da Europa, que – devido à sua

estratégica posição territorial e favorecida por terras férteis e

rotas comerciais – prosperou a partir do período medieval e

tornou-se um importante centro político, econômico e cultural

da Renascença até a Era Contemporânea.

•Desde o século XVI, já havia certa preocupação com os

limites da cidade. Porém, com a Revolução Industrial (1750-

1830), medidas urbanísticas tornaram-se cada vez mais

necessárias, o que fez surgirem planos de

grandes reformas urbanas no século XIX.

Plano de Paris: Contribuições para o planejamento urbano contemporâneo

OBJETIVOS

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•Caracterizar a evolução histórica e o desenvolvimento

socioeconômico de Paris, descrevendo o contexto de

sua industrialização e apontando as diretrizes

utilizadas na sua planificação.

•Descrever o plano do Barão de Haussmann para Paris e

apontar seus principais elementos funcionais, técnicos e

estéticos, destacando suas maiores contribuições

para o futuro daquela cidade como também

ao planejamento contemporâneo.

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METODOLOGIA

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•De caráter teórico e exploratório, esta pesquisa de

iniciação científica foi baseada na revisão web e bibliográfica,

tendo as seguintes etapas:

- Levantamento, seleção e coleta de fontes impressas

nacionais e internacionais; ou ainda publicadas on line;

- Leitura e fichamento de textos com seleção de ilustrações;

- Descrição e análise de imagens;

- Redação e montagem da apresentação oral.

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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•Entre os séculos XVIII e XIX, com a Revolução Industrial,

mais gente passou a viver nas cidades, o que gerou

problemas ligados à saúde, com a proliferação de doenças

devido a moradias insalubres e saneamento precário.

•Surgiu a necessidade de medidas urbanísticas ligadas

à higiene e salubridade dos núcleos antigos,

promovendo medidas, tais como: iluminação e

pavimentação urbana; criação de sistemas de esgoto e

saneamento público, isolamento de curtumes e

matadouros em subúrbios, além da transferência de

cemitérios para longe dos aglomerados populacionais.

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•Foi nestes termos que, em 1840,

decretour-se na França a Lei de

Expropriação; e, em 1850,

a Lei Sanitária, que tinham o intuito

de regular o espaço urbano com fins

voltados à salubridade.

•Isto acabou influenciando um

conjunto de grandes reformas

empreendidas na segunda

metade do século XIX, pelo

Barão de Haussmann (1808-91).

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• Assumindo a Prefeitura do Sena, o engenheiro

Georges -Eugène Haussmann (1808-91) colocou em prática

uma ampla reforma urbana, entre 1853 e 1869,

o qual pode ser caracterizado como um

plano de caráter estético, técnico e higienista.

•Haussmann criou uma vasta rede de grandes artérias que

cortaram toda a cidade, formando entroncamentos radiais (em

estrela) e boulevards (vias largas e arborizadas), a partir da

demolição de grandes áreas da cidade antiga: foram destruídos

cerca de 50km de vias antigas e construídos 165km de novas,

todas dotadas de sistemas de esgoto e escoamento pluvial.

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Planta de Paris em 1853,

antes do plano de Haussmann.

Esquema das aberturas

realizadas por Haussmann:

• em branco, as ruas e

espaços já existentes;

• em negro, as vias

criadas durante o

Segundo Império (1851/70);

• em quadrícula,

os novos bairros;

•em hachurado,

as áreas verdes.

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RESULTADOS

Planta esquemática das intervenções do Plano de Paris (1853/69) 09/17

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• As vias criadas por Haussmann seguiam a estética

classicista: eram retilíneas e regulares, criando eixos de

perspectiva para os monumentos, mas tinham, ainda,

caráter militar, pois facilitariam a circulação também das

forças armadas, para controle de revoltas e rebeliões

•Além do sistema viário, também se construiu

redes de esgotos, aquedutos e sistemas

de distribuição de gás e iluminação.

•Houve a construção de mercados cobertos, feiras, escolas,

prefeituras, estações, casernas, prisões e hospitais.

Somaram-se a isto diversos espaços verdes – praças e

parques – assim como a arborização urbana (boulevards).

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A Place de L’Étoile, atual Charles de Gaulle.

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Duas ruas traçadas por Haussmann: Avenue de Wagram e Avenue Foch, vistas

do alto do Arco do Triunfo.

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Planta esquemática, perspectiva e fotografia da abertura da Avenue de L’Opera, em

Paris, entre 1864 e 1876, segundo as propostas de Haussmann. 13/17

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• O Plano de Paris (1853/69) influenciou planos posteriores de

cidades no mundo todo, a exemplo de Florença (1864, Itália), Marselha (1865, França), Estocolmo (1866, Suécia)

e de Toulouse (1868, França);

•A valorização de edifícios monumentais, que reforça suas função

como marcos perspectivos e simbólicos, influenciou nas concepções do City Beautiful Movement – importante movimento de

higienização e embelezamento das cidades dos EUA.

•Houve também repercussões na América do Sul, como a abertura da Avenida del Mayo, em Buenos Aires; e as reformas urbanas de

Pereira Passos no Rio de Janeiro, no início do século XX.

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Esquema da Avenida de Mayo,

aberta em 1907, Buenos Aires

Avenida Central (atual Av. Rio Branco),

destacando-se o Teatro Municipal do Rio

de Janeiro, criados entre 1902 e 1906.

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CONCLUSÕES

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•As maiores contribuições do Plano de Paris foram: a melhoria da

funcionalidade, circulação, e, principalmente, saneamento e higienização da cidade, tendo sido precursor na implantação de sistemas públicos em larga escala, no dimensionamento de vias,

no embelezamento paisagístico e na criação de áreas verdes, o que influenciou muitas outras cidades no mundo.

•Porém, a homogeneização promovida por Haussmann também pode

ser vista negativamente, pois levou à destruição de espaços antigos, com perda patrimonial irrecuperável. Além disso, intensificou a

separação das categorias sociais em Paris; e, com o advento e expansão do automóvel, novas alterações se fizeram necessárias.

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BIBLIOGRAFIA BÁSICA

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BENEVOLO, L. História da arquitetura moderna. 3. ed.

São Paulo: Perspectiva, 1998.

_____. História da cidade. São Paulo: Perspectiva, 2001.

GOITIA, F. C. Breve história do urbanismo.

5. ed. Lisboa: Editorial Presença, 2003.

GUIMARÃES, P. P. Configuração urbana: evolução,

avaliação, planejamento e urbanização.

São Paulo: ProLivros, 2004.

HAROUEL, J. L. História do urbanismo.

Campinas: Papirus, 1998.

MUMFORD, L. A cidade na história: suas origens,

transformações e perspectivas. 5. ed. São Paulo: Martins

Fontes, 2001.

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