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PLANO DIRETOR MUNICIPAL PROCESSO DE REVISÃO E STUDOS DE CARATERIZAÇÃO E DIAGNÓSTICO DO CONCELHO DE CELORICO DE BASTO DEPARTAMENTO DE PLANEAMENTO E SERVIÇOS SOCIOCULTURAIS CÂMARA MUNICIPAL DE CELORICO DE BASTO Junho 2011

PLANO DIRETOR MUNICIPAL · metros e 10 metros. O rio Tâmega foi erradamente identificado como "curso de água navegável ou flutuável", ao que correspondem margens de 30 metros

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PLANO DIRETOR MUNICIPAL PROCESSO DE REVISÃO

ESTUDOS DE CARATERIZAÇÃO E DIAGNÓSTICO DO CONCELHO DE CELORICO DE BASTO

DEPARTAMENTO DE PLANEAMENTO E SERVIÇOS SOCIOCULTURAIS CÂMARA MUNICIPAL DE CELORICO DE BASTO

Junho

2011

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Ficha Técnica

Titulo: Estudos de Caracterização e Diagnóstico do Concelho de

Celorico de Basto

Autoria: Dep. de Planeamento - Município de Celorico de Basto

Edição: Município de Celorico de Basto

Data de edição: Junho de 2011

Local de Edição: Celorico de Basto

Versão: 5.2

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RETIFICAÇÃO DE INCORREÇÕES

O presente documento foi elaborado em 2011, tendo sido aprovado na 2.ª reunião plenária da

Comissão de Acompanhamento da revisão do PDM (CA) e considerado fechado, sendo a informação

nele contida referente à data da sua elaboração. No entanto, no âmbito da conferência de serviços,

realizada em 17 de outubro de 2013, foram detetados alguns erros neste documento, pelo que se

apresenta a seguir a respetiva retificação.

• Pág. 55-56 - Domínio hídrico

É referido que existem no concelho dois tipos de situações relativas a margens de cursos de água: 30

metros e 10 metros. O rio Tâmega foi erradamente identificado como "curso de água navegável ou

flutuável", ao que correspondem margens de 30 metros. Foi esclarecido pela Agência Portuguesa do

Ambiente que não existe nenhuma situação deste tipo em Celorico de Basto. Esta situação foi

corrigida no capítulo X - Condicionantes do Relatório da Proposta do Plano.

• Pág. 143-145 -Recursos turísticos e pág. 193-199 - Equipamentos

Todas as referências a "praias fluviais" ou "áreas sazonais de banho" devem ser entendidas como

"zonas de lazer", dado que nenhuma delas está oficialmente classificada como zona balnear,

conforme é esclarecido na pág. 199 do presente documento.

• Pág. 147-148 - Oferta turística

As tabelas 40 e 41 encontram-se desatualizadas, referindo alguns empreendimentos turísticos que já

não se encontram em funcionamento e omitindo outros, mais recentes. A identificação correta dos

empreendimentos turísticos existentes em Celorico de Basto é apresentada na tabela 6 do Relatório

da Proposta do Plano.

Abril 2014

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Índice

Retificação de incorreções ....................................................................................................................... 2

1 Introdução ............................................................................................................................................. 13

1.1 Enquadramento dos trabalhos realizados .............................................................................. 14

1.2 Enquadramento Territorial do Concelho ................................................................................ 16

2 Relação do Plano com outros Instrumentos de Gestão Territorial. .................................................. 19

2.1 Âmbito Nacional........................................................................................................................ 19

2.1.1 Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável ...................................................... 19

2.1.2 Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território .............................................. 22

2.1.3 Programa Operacional da Região Norte [ON.2 – O Novo Norte] ........................................... 24

2.1.4 Política das Cidades .................................................................................................................... 26

2.2 Planos Setoriais de Ordenamento do Território ..................................................................... 27

2.2.1 Estratégia Nacional para a Conservação da Natureza e da Biodiversidade ........................... 27

2.2.2 Plano Nacional da Água ............................................................................................................. 28

2.2.3 Programa Nacional Para o uso Eficiente da Água .................................................................... 32

2.2.4 Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais ............... 33

2.2.5 Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos .............................................................. 34

2.2.6 Plano Estratégico Nacional para o Desenvolvimento Rural .................................................... 34

2.2.7 Estratégia Nacional para as Florestas ....................................................................................... 36

2.2.8 Plano de Bacia Hidrográfica do Douro ...................................................................................... 37

2.2.9 Plano Regional de Ordenamento Florestal do Tâmega ........................................................... 40

2.2.10 Plano Setorial da Rede Natura 2000 .................................................................................... 44

2.3 Planos Especiais de Ordenamento do Território .................................................................... 46

2.4 Âmbito Regional ........................................................................................................................ 46

2.4.1 Plano Regional de Ordenamento do Território do Norte........................................................ 46

2.5 Planos Intermunicipais de Ordenamento do Território ......................................................... 49

2.6 Planos Municipais de Ordenamento do Território ................................................................. 49

2.6.1 Plano Diretor Municipal ............................................................................................................. 49

2.6.2 Plano de Urbanização de Celorico de Basto ............................................................................. 49

2.6.3 Planos de Pormenor (PP) ........................................................................................................... 50

2.7 Outros Planos de Âmbito Municipal ........................................................................................ 51

2.7.1 Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios ....................................................... 51

2.7.2 Plano Municipal de Emergência ................................................................................................ 52

2.7.3 Carta Educativa ........................................................................................................................... 53

3 Servidões e Restrições de Utilidade Pública / Outras Condicionantes.............................................. 53

3.1 Recursos Naturais ..................................................................................................................... 55

3.1.1 Domínio Público Hídrico ............................................................................................................ 55

3.1.2 Captação de água subterrânea para abastecimento publico ................................................. 56

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3.2 Recursos Geológicos ................................................................................................................. 56

3.2.1 Pedreiras (massas minerais) ...................................................................................................... 56

3.3 Recursos Agrícolas e Florestais ................................................................................................ 57

3.3.1 Reserva Agrícola Nacional ......................................................................................................... 57

3.3.2 Povoamentos de sobreiros ou azinheiras................................................................................. 59

3.4 Recursos Ecológicos .................................................................................................................. 60

3.4.1 Reserva Ecológica Nacional ....................................................................................................... 60

3.5 Espaços Florestais Percorridos por Incêndios ......................................................................... 63

3.5.1 Ocorrências de Incêndios Florestais ......................................................................................... 63

3.5.2 Enquadramento legal ................................................................................................................. 64

3.6 Património Edificado ................................................................................................................ 65

3.6.1 Imóveis Classificados .................................................................................................................. 65

3.7 Equipamentos ........................................................................................................................... 66

3.7.1 Edifícios escolares....................................................................................................................... 66

3.7.2 Hospitais e centros de saúde ..................................................................................................... 66

3.8 Infraestruturas .......................................................................................................................... 66

3.8.1 Rede rodoviária Nacional e Regional ........................................................................................ 66

3.8.2 Estradas e caminhos Municipais ............................................................................................... 67

3.8.3 Rede Ferroviária ......................................................................................................................... 67

3.9 Marcos Geodésicos ................................................................................................................... 67

4 Caraterização biofísica .......................................................................................................................... 68

4.1 Nota introdutória ...................................................................................................................... 68

4.2 Geomorfologia e Fisiografia ..................................................................................................... 68

4.3 Hidrologia .................................................................................................................................. 71

4.3.1 AnÁlise morfométrica ................................................................................................................ 73

4.3.2 Qualidade da Água ..................................................................................................................... 76

4.4 Clima .......................................................................................................................................... 80

4.4.1 Índices Bioclimáticos .................................................................................................................. 84

4.5 Biodiversidade ........................................................................................................................... 87

4.5.1 Caraterização dos Bosques PlanocaducifÓlias ......................................................................... 90

4.5.2 Valorização da vegetação .......................................................................................................... 92

4.5.3 Árvores notáveis ......................................................................................................................... 94

4.5.4 Ocupação do Solo ....................................................................................................................... 95

4.6 Geologia ..................................................................................................................................... 96

4.6.1 Enquadramento GeoLÓGico e Geomorfológico....................................................................... 96

4.6.2 Tetonoestratigrafia..................................................................................................................... 98

4.6.3 Hidrogeologia............................................................................................................................100

4.6.4 Tetónica.....................................................................................................................................102

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4.6.5 Recursos Geológicos de Interesse Económico .......................................................................103

4.6.6 Recursos Geológicos com Interesse Conservacionista e Patrimonial...................................104

4.6.7 SISMOTETÓNICA E SISMICIDADE.............................................................................................106

4.7 Risco sísmico............................................................................................................................ 107

4.8 Risco de Cheia ......................................................................................................................... 108

4.9 Risco de Movimento de Vertente .......................................................................................... 108

5 Caraterização SocioEconómica .......................................................................................................... 109

5.1 Demografia .............................................................................................................................. 109

5.1.1 Contexto demográfico .............................................................................................................109

5.1.2 População residente.................................................................................................................112

5.1.3 Estimativas Demográficas ........................................................................................................115

5.1.4 Densidade populacional...........................................................................................................117

5.1.5 Índice de Envelhecimento/Juventude ....................................................................................120

5.1.6 Taxa de Natalidade e Mortalidade ..........................................................................................124

5.1.7 Crescimento Natural ................................................................................................................129

5.1.8 Estrutura Etária da População .................................................................................................130

5.2 Nível de Instrução ................................................................................................................... 132

5.2.1 Taxa de analfabetismo .............................................................................................................133

5.2.2 Escolaridade ..............................................................................................................................134

5.3 Atividades Económicas ........................................................................................................... 137

5.3.1 Caraterização Geral das Atividades Económicas....................................................................137

5.3.2 Caraterização Geral do Emprego ............................................................................................139

5.4 Turismo .................................................................................................................................... 143

5.4.1 Identificação dos Recursos Turísticos .....................................................................................144

5.4.2 Oferta Turística .........................................................................................................................147

5.4.3 Definição de uma Estratégia de Promoção e Qualificação do Território para o Turismo e

Execução da mesma ...............................................................................................................................152

5.4.4 Licenciamento dos Empreendimentos Turísticos ..................................................................152

5.5 Estrutura Fundiária ................................................................................................................. 154

5.5.1 Estrutura das Explorações Agrárias.........................................................................................155

5.5.2 Utilização das Terras ................................................................................................................156

5.5.3 População e Mão-de-Obra Agrícola ........................................................................................163

5.5.4 Efetivos Animais .......................................................................................................................164

6 Caraterização da Dinâmica Urbana.................................................................................................... 166

6.1 Acessibilidades ........................................................................................................................ 166

6.1.1 Rede viária actual .....................................................................................................................166

6.1.2 Execução do PDM de 1994 ......................................................................................................169

6.1.3 Vias previstas ............................................................................................................................169

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6.2 Mobilidade .............................................................................................................................. 170

6.2.1 Tempos De Deslocação para o local de Trabalho ou Estudo ................................................173

6.2.2 Meios de Transporte Utilizados ..............................................................................................176

7 Equipamentos...................................................................................................................................... 182

7.1 Administração Pública ............................................................................................................ 182

7.1.1 Administração Central..............................................................................................................182

7.1.2 Administração Local .................................................................................................................182

7.2 Proteção civil e segurança ...................................................................................................... 182

7.3 Educação.................................................................................................................................. 183

7.3.1 Equipamentos existentes e programados ..............................................................................184

7.3.2 Evolução 1994-2010 e execução do PDM ..............................................................................186

7.4 Saúde ....................................................................................................................................... 188

7.4.1 Centro de Saúde .......................................................................................................................188

7.4.2 Farmácias ..................................................................................................................................189

7.4.3 Serviços de apoio municipais...................................................................................................189

7.4.4 Evolução 1994-2010 e execução do PDM ..............................................................................189

7.5 Assistência Social .................................................................................................................... 190

7.5.1 Equipamentos existentes.........................................................................................................190

7.5.2 Evolução 1994-2010 e execução do PDM ..............................................................................193

7.5.3 Equipamentos previstos ..........................................................................................................193

7.6 Desporto .................................................................................................................................. 194

7.6.1 Equipamentos existentes.........................................................................................................194

7.6.2 Evolução 1994-2010 e execução do PDM ..............................................................................195

7.7 Cultura ..................................................................................................................................... 197

7.7.1 Equipamentos existentes.........................................................................................................197

7.7.2 Evolução 1994-2010 e execução do PDM ..............................................................................198

7.7.3 Equipamentos previstos ..........................................................................................................198

7.8 Lazer ......................................................................................................................................... 199

7.8.1 Situação atual ...........................................................................................................................199

7.8.2 Evolução 1994-2010 e execução do PDM ..............................................................................201

8 Infraestruturas e qualidade ambiental .............................................................................................. 203

8.1 Infraestruturas básicas ........................................................................................................... 203

8.1.1 Abastecimento de Água ...........................................................................................................204

8.1.2 Saneamento ..............................................................................................................................206

8.1.3 Execução do PDM de 1994 ......................................................................................................207

8.2 Rede Elétrica............................................................................................................................ 208

8.3 Recursos Energéticos Endógenos .......................................................................................... 211

8.3.1 Energia Hídrica..........................................................................................................................211

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8.3.2 Energia Eólica............................................................................................................................213

8.4 Rede de Gás ............................................................................................................................. 213

8.5 Redes de Telecomunicações .................................................................................................. 214

8.5.1 Rede de Fibra Ótica ..................................................................................................................215

8.6 Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) .......................................................................... 218

ANEXO I – População por grupos etários.................................................................................................... 222

ANEXO II – grau de escolaridade ................................................................................................................. 223

ANEXO III – Atividade económica por grupo etário ................................................................................... 224

ANEXO IV – Efetivos animais ....................................................................................................................... 225

ANEXO V – Explorações agrícolas ................................................................................................................ 226

ANEXO VI – Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios ..................................................... 227

Índice de Tabelas

Tabela 1 - Comparação do Concelho de Celorico de Basto com a Associação de Municípios do Baixo

Tâmega, NUT I, II e III. ....................................................................................................................................... 18

Tabela 2 - Objetivos da ENDS e respetivas prioridades estratégicas............................................................. 20

Tabela 3 - Objetivos específicos do PORN segundo os respetivos eixos estratégicos ................................. 25

Tabela 4 - Matriz de objetivos do PENDR ........................................................................................................ 35

Tabela 5 -Componentes e respetivas opções estratégicas estabelecidas pelo PROT-N .............................. 47

Tabela 6- Objetivos da proposta do Plano de Urbanização de Celorico de Basto........................................ 50

Tabela 7 - Planos de pormenor em vigor......................................................................................................... 50

Tabela 8- Área da REN atual por sistemas ....................................................................................................... 60

Tabela 9 - Tipologias das áreas e integrar na REN no concelho de Celorico de Basto ................................. 61

Tabela 10 - correspondência entre as categorias do DL n.º 93/90 e as do DL n.º 166/2008 ...................... 62

Tabela 11 – Bens culturais imóveis com proteção legal no concelho de Celorico de Basto........................ 65

Tabela 12 - Área e Perímetro de cada bacia hidrográfica principal ............................................................... 74

Tabela 13 - Classes de Classificação da Qualidade da Água ........................................................................... 76

Tabela 14 - Características dos postos udométricos ...................................................................................... 83

Tabela 15 - Índice de mediterranidade ............................................................................................................ 85

Tabela 16 - Índice de termicidade de Rivaz Martinez ..................................................................................... 86

Tabela 17 - Critérios de delimitação dos andares bioclimáticos segundo Rivaz Martinez .......................... 86

Tabela 18 - Árvores integrantes dos bosques mistos planocaducifólios na Península Ibérica e principais

arbustos que aparecem nas clareiras e nas orlas florestais ........................................................................... 91

Tabela 19- Classificação adotada para a elaboração do valor ecológico ...................................................... 93

Tabela 20 - Variação relativa (%) da ocupação do solo entre 1990 e 2006 e distribuição atual (2006) da

ocupação do solo por tipologia (em %) ........................................................................................................... 95

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Tabela 21 - Evolução populacional entre 1991 e 2001 nos concelhos vizinhos ao concelho de Celorico de

Basto .................................................................................................................................................................110

Tabela 22 - População residente, por freguesias do concelho de Celorico de Basto (1991 e 2001) ........113

Tabela 23 - Estimativa anual da evolução da população entre 2001 e 2009 ..............................................116

Tabela 24 - Estimativa anual da evolução da população por grupos etários no concelho de Celorico de

Basto, entre 2001 e 2009 ................................................................................................................................117

Tabela 25 - Evolução da densidade populacional, por freguesias do concelho de Celorico de Basto,

Portugal Continental, Norte e Tâmega (1991 e 2001) ..................................................................................118

Tabela 26 - Evolução do índice de envelhecimento, por freguesias, (1991 e 2001) ..................................120

Tabela 27 - Evolução do índice de juventude, por freguesias do concelho de Celorico de Basto, entre

1991 e 2001 .....................................................................................................................................................122

Tabela 28 - Evolução da taxa de natalidade, por freguesias do concelho de Celorico de Basto, entre 1991

e 2001 ...............................................................................................................................................................126

Tabela 29 - Evolução da taxa de mortalidade, por freguesias, entre 1991 e 2001 ....................................128

Tabela 30 - Taxa de analfabetismo no concelho de Celorico de Basto, nos concelhos limítrofes, Tâmega,

Região Norte e Portugal Continental, entre 1991 e 2001 ............................................................................133

Tabela 31 - População residente por sector de atividade em 1991 e 2001 por freguesias do Concelho de

Celorico de Basto .............................................................................................................................................138

Tabela 32 - Taxa de atividade em 1991 e 2001 por freguesias do Concelho de Celorico de Basto ..........140

Tabela 33 - Lista de recursos de identificados (Património) ........................................................................145

Tabela 34 - Lista de recursos de identificados (Natureza)............................................................................146

Tabela 35 - Lista de recursos de identificados (Parques de Lazer) ..............................................................146

Tabela 36 - Lista de recursos de identificados (Praias) .................................................................................146

Tabela 37 - Lista de recursos de identificados (Gastronomia/Restaurantes) .............................................147

Tabela 38 - Indicadores de hotelaria, total de estabelecimentos e total da capacidade de alojamento

para o Município de Celorico de Basto e municípios vizinhos .....................................................................148

Tabela 39 - Alojamentos identificados pelo Turismo de Portugal ...............................................................148

Tabela 40 - Alojamentos identificados pelo Município ................................................................................149

Tabela 41 - Natureza jurídica dos produtores no concelho de Celorico de Basto, em 1999 .....................155

Tabela 42 - Enquadramento da Superfície Agrícola Utilizada (SAU), em 1989 e 1999 ..............................156

Tabela 43 - Utilização das terras – total de culturas sobcoberto de matas e florestas por freguesia do

concelho de Celorico de Basto, em 1989 e 1999 ..........................................................................................158

Tabela 44 - Superfície Agrícola não Utilizada por freguesia, em 1989 e 1999............................................159

Tabela 45 - Utilização das terras – matas e florestas sem culturas sobcoberto por freguesia do concelho

de Celorico de Basto, em 1989 e 1999 ..........................................................................................................160

Tabela 46 - Utilização das terras – pastagens permanentes em terra limpa, por freguesia do concelho de

Celorico de Basto, em 1989 e 1999................................................................................................................161

Tabela 47 - Utilização das terras no concelho de Celorico de Basto, em 1989 e 1999 ..............................162

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Tabela 48 - Quilometragem das vias classificadas existentes no concelho ................................................167

Tabela 49 - Deslocações dos Residentes em Celorico de Basto, por Concelho, com peso relativo superior

a 1,9% dos Indivíduos (Estudantes e Ativos) .................................................................................................172

Tabela 50 - Deslocações dos Ativos Residentes em Celorico de Basto, por Concelho, segundo o tempo de

Deslocação .......................................................................................................................................................174

Tabela 51 - Deslocações dos Estudantes Residentes em Celorico de Basto, por Concelho, segundo o

tempo de Deslocação ......................................................................................................................................175

Tabela 52 - Deslocações dos Ativos Residentes em Celorico de Basto, por Concelho, segundo o meio de

Transporte (%) .................................................................................................................................................179

Tabela 53 - Deslocações dos Estudantes Residentes em Celorico de Basto, por Concelho, segundo o meio

de Transporte (%) ............................................................................................................................................180

Tabela 54 - Estabelecimentos educativos existentes ...................................................................................186

Tabela 55 - Número de Utentes Inscritos por Unidade de Saúde ...............................................................188

Tabela 56 - Equipamentos Sociais Existentes e Programados - Rede Solidária ..........................................192

Tabela 57 - Equipamentos Desportivos Existentes .......................................................................................195

Tabela 58 - Nível de execução do PDM - Equipamentos desportivos .........................................................196

Tabela 59 - Nível de execução do PDM - Equipamentos culturais ..............................................................198

Tabela 60 - Nível de execução do PDM - Equipamentos de lazer................................................................202

Tabela 61 - Níveis de infraestruturação.........................................................................................................203

Tabela 62 - Consumo de água no concelho de Celorico de Basto ...............................................................205

Tabela 63 - Sistemas de tratamento de águas residuais ..............................................................................207

Tabela 64 - Alojamentos com e sem eletricidade em 1991 e 2001, por freguesia. ...................................210

Tabela 65 - Postos residenciais e acessos telefónicos por 100 habitantes .................................................215

Tabela 66 - Quantidade de resíduos sólidos urbanos recolhidos no concelho...........................................219

Tabela 67 - Percentagem de edifícios servidos por recolha de resíduos sólidos urbanos em Celorico de

Basto, 2001 ......................................................................................................................................................221

Índice de Mapas

Mapa 1- Enquadramento de Celorico de Basto no PROF Tâmega ................................................................ 42

Mapa 2 - Risco de incêndio florestal ................................................................................................................ 52

Mapa 3 - RAN em vigor no concelho de Celorico de Basto ............................................................................ 58

Mapa 4 - REN em Vigor no concelho de Celorico de Basto ............................................................................ 61

Mapa 5 – Áreas percorridas por incêndios 2000 a 2008 ................................................................................ 64

Mapa 6 - Hipsometria ....................................................................................................................................... 69

Mapa 7 - Declives .............................................................................................................................................. 70

Mapa 8- Exposição de vertentes ...................................................................................................................... 71

Mapa 9 - Rede hidrográfica .............................................................................................................................. 72

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Mapa 10 - Hierarquização da rede hidrográfica segundo Stralher ................................................................ 74

Mapa 11 – Carta de Valor ecológico ................................................................................................................ 93

Mapa 12 - Árvores notáveis .............................................................................................................................. 94

Mapa 13- Ocupação do solo (2006) ................................................................................................................. 96

Mapa 14- Carta Geológica de Celorico de Basto ............................................................................................. 97

Mapa 15 - Ocorrências de recursos minerais no concelho de Celorico de Basto.......................................104

Mapa 16 - Áreas com interesse geológico no concelho de Celorico de Basto ...........................................105

Mapa 17 - Intensidade sísmica – zona de intensidade máxima (escala internacional 1961-1972) ..........107

Mapa 18 - Sismicidade histórica (escala de Mercalli modificada, 1956) .....................................................107

Mapa 19- Variação relativa da população residente no concelho de Celorico de Basto, entre 1991 e 2001

..........................................................................................................................................................................115

Mapa 20 - População residente no concelho de Celorico de Basto, em 2001............................................115

Mapa 21 - Densidade populacional no concelho de Celorico de Basto, em 2001......................................119

Mapa 22 - Índice de envelhecimento no concelho de Celorico de Basto, entre 1991 e 2001 ..................121

Mapa 23 - Índice de juventude no concelho de Celorico de Basto, entre 1991 e 2001 ............................123

Mapa 24 - Taxa anual média de natalidade no concelho de Celorico de Basto, entre 1991 e 2001 ........125

Mapa 25 - Taxa anual média de mortalidade no concelho de Celorico de Basto, entre 1991 e 2001 .....127

Mapa 26 - Taxas de natalidade e mortalidade no concelho de Celorico de Basto, em 2001 ....................129

Mapa 27 - Saldo Natural no concelho de Celorico de Basto, entre 1991 e 2001 .......................................129

Mapa 28 - Variação da população por grupos etários no concelho de Celorico de Basto (1991 – 2001) 132

Mapa 29 - População por sectores de atividade no concelho de Celorico de Basto, em 2001 .................139

Mapa 30 - População por sectores de atividade no concelho de Celorico de Basto, em 2001 .................141

Mapa 31 - Enquadramento do concelho de Celorico de Basto na região agrária ......................................154

Mapa 32 - Evolução da área e explorações ocupadas por SAU, entre 1989 e 1999 ..................................157

Mapa 33 - Percentagem da SAU na superfície total das freguesias, em 1999 ...........................................157

Mapa 34 - Variação relativa dos efetivos animais no concelho de Celorico de Basto, entre 1989 e 1999

..........................................................................................................................................................................165

Mapa 35 - Reordenamento dos estabelecimentos de ensino pré-escolar .................................................183

Mapa 36 - Reordenamento dos estabelecimentos do 1.º ciclo do ensino básico ......................................184

Mapa 37 - Equipamentos educativos em funcionamento no ano letivo 2010-2011 .................................184

Mapa 38 - Rede Elétrica de 15Kv e 60Kv do concelho de Celorico de Basto ..............................................209

Mapa 39 - Recursos Energéticos Endógenos do concelho de Celorico de Basto .......................................212

Mapa 40 - Redes de gás do concelho de Celorico de Basto .........................................................................214

Mapa 41 - Rede de Telecomunicações do concelho de Celorico de Basto .................................................215

Mapa 42 - Rede de Fibra Ótica existente e prevista no concelho de Celorico de Basto ............................217

Mapa 43 - Distribuição de contentores de RSU em 2007 ............................................................................220

Mapa 44 - Distribuição de contentores de RSU em 2010 ............................................................................220

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Índice de Ilustrações

Ilustração 1 - Extrato da legenda da carta de condicionantes ....................................................................... 55

Ilustração 2 - Distribuição dos valores médios anuais da Temperatura Média do Ar (ºC) e de Precipitação

(mm) em Portugal Continental no período 1961-1990 ............................................................. 81

Ilustração 3- Unidades bioclimáticas mediterrânicas segundo Emberger (1933). Distribuição aproximada

na Península Ibérica (in Castro et al., 2001). .............................................................................. 87

Ilustração 4 -Províncias de vegetação segundo Rivaz Martínez .................................................................... 88

Ilustração 5 - Unidades Hidrogeológicas de Portugal Continental ..............................................................101

Ilustração 6 - Hierarquia da rede viária .........................................................................................................167

Ilustração 7 - Vias mais utilizadas como alternativa às estradas nacionais ................................................168

Ilustração 8 - Redes de abastecimento de água - Evolução 1994-2011 ......................................................204

Ilustração 9 - Redes de drenagem de águas residuais - Evolução 1994-2011 ............................................207

Ilustração 10 – Extracto do Mapa da Rede Nacional de Transporte de Electricidade, 2010 .....................209

Índice de Gráficos

Gráfico 1 – Área ardida e número de ocorrências, entre 2000 e 2009 ...................................................... 63

Gráfico 2 - Percentagem de área ocupada por classe hipsométrica .......................................................... 69

Gráfico 3 - Percentagem de área ocupada por exposição da vertente ...................................................... 70

Gráfico 4 -Evolução da qualidade da água ................................................................................................... 77

Gráfico 5- Número de estações por classe de qualidade da água (2008) .................................................. 77

Gráfico 6- Fontes de poluição urbana ........................................................................................................... 78

Gráfico 7- Qualidade da água na estação da Albufeira do Torrão .............................................................. 78

Gráfico 8 - Percentagem de análises efetuadas em relação ao regulamentar .......................................... 79

Gráfico 9- percentagem de análise em cumprimento VP ........................................................................... 80

Gráfico 10 - Gráfico termopluviométrico ..................................................................................................... 82

Gráfico 11 - Distribuição mensal da precipitação registada nos postos udométricos .............................. 83

Gráfico 12 – Densidade populacional ......................................................................................................... 111

Gráfico 13 - Evolução da população residente no concelho de Celorico de Basto, entre 1900 e 2001 112

Gráfico 14 - Variação absoluta da População Residente entre 1991 e 2001, por freguesias do Concelho de

Celorico de Basto .......................................................................................................................................... 114

Gráfico 15 - Evolução da densidade populacional, entre 1991 e 2001, em Portugal Continental, Norte,

Tâmega e concelho de Celorico de Basto ................................................................................................... 118

Gráfico 16 - Índice de envelhecimento por freguesia do concelho de Celorico de Basto, em 2001...... 122

Gráfico 17 - Índice de juventude por freguesia do concelho de Celorico de Basto, em 2001 ................ 124

Gráfico 18 - Pirâmide etária do concelho de Celorico de Basto, entre 1991 e 2001............................... 130

Gráfico 19 - Estrutura etária das freguesias do concelho de Celorico de Basto, em 2001 ..................... 131

Gráfico 20 - Enquadramento regional da taxa de analfabetismo, entre 1991 e 2001 ............................ 134

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Gráfico 21 - População residente por nível de instrução, entre 1991 e 2001 ......................................... 135

Gráfico 22 - População residente por nível de instrução, por freguesias do concelho de Celorico de Basto,

em 2001 ........................................................................................................................................................ 136

Gráfico 23 - População residente por sector de atividade em Celorico de Basto, em 1991 e 2001 ...... 137

Gráfico 24 - População residente por grupos etários acima dos 15 anos, com ou sem atividade económica,

em 2001 ........................................................................................................................................................ 141

Gráfico 25 - População residente com atividade económica (empregada e desempregada) por grupos

etários acima dos 15 anos (%), em 2001 .................................................................................................... 142

Gráfico 26 - Qualificação da mão-de-obra desempregada (%), em 2001 ................................................ 143

Tabela 37 - Lista de recursos de identificados (Gastronomia/Restaurantes) .......................................... 147

Gráfico 27 - Formas de exploração da Superfície Agrícola Utilizada (SAU), em 1999 ............................. 155

Gráfico 28 - Utilização das terras, por área (ha), no concelho de Celorico de Basto, em 1989 e 1999 . 163

Gráfico 30 - Número de efetivos animais, no concelho de Celorico de Basto, em 1989 e 1999............ 164

Gráfico 31 - Deslocações da população residente no concelho de Celorico de Basto, em 2001 ........... 170

Gráfico 32 - Deslocações da população residente no concelho de Celorico de Basto por NUT ............. 171

Gráfico 33 - Deslocações da população residente no concelho de Celorico de Basto por Distrito........ 172

Gráfico 34 - Tempo de deslocações da população residente no concelho de Celorico de Basto .......... 173

Gráfico 35 - Deslocações da população residente no concelho de Celorico de Basto, por meio de

transporte ..................................................................................................................................................... 177

Gráfico 36 - Deslocações da população residente no concelho de Celorico de Basto para fora do concelho,

por meio de transporte ................................................................................................................................ 177

Gráfico 37 - Deslocações da população residente no concelho de Celorico de Basto dentro do concelho,

por meio de transporte ................................................................................................................................ 178

Gráfico 38 - Evolução do número de alunos, por nível de ensino, entre os anos lectivos de 1999/2000 e

2010/2011..................................................................................................................................................... 187

Gráfico 39 - Consumo total de água por ano (m3) .................................................................................... 205

Gráfico 40 - Consumo médio anual (m3/contador) ................................................................................... 205

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1 INTRODUÇÃO

O Plano Diretor Municipal de Celorico de Basto encontra-se em vigor desde 20 de Setembro de

1994, aquando da publicação em Diário da Republica da Resolução do Conselho de Ministros

n.º 85/94. Este instrumento de gestão do território foi alvo de uma primeira alteração datada

de 16 de Maio de 2001 (Resolução do Concelho de Ministros n.º 50/2001).

Estando o Plano Diretor Municipal em vigor há mais de 16 anos e considerando que a revisão

deste tipo de instrumentos deve ser realizada 10 anos após a sua entrada em vigor, a revisão

deste torna-se uma necessidade legalmente imposta. Para além da imposição legal existe um

conjunto de deficiências, que foram detetadas durante os anos da sua vigência/aplicação, que

necessitam de ser retificadas. Estas deficiências não minimizam a necessidade de garantir um

ordenamento do território mais adequado à realidade atual que o concelho experiencia, assim,

esta realidade dá cobertura aos objetivos que se definiram para a revisão do Plano Diretor

Municipal de Celorico de Basto.

No caso em concreto dos objetivos que se estabeleceram para a revisão do plano, estes

encontram-se agrupados por 5 vetores:

• Vetor Territorial;

• Vetor Económico;

• Vetor Social;

• Vetor Ambiental e Patrimonial;

• Vetor Institucional.

Para cada vetor temos, então, os objetivos para esta revisão do plano:

VETOR TERRITORIAL

• Definição de um modelo territorial que considere a realidade do território e da sua

envolvente por forma a garantir uma evolução territorial harmoniosa, abrangendo as

dimensões da ocupação e gestão do território, da mobilidade e do acesso aos serviços

coletivos de qualidade, com a necessária definição de uma hierarquia urbana que atenda

aos serviços prestados e que se pretende vir prestar em cada um dos aglomerados

urbanos;

• Definição de um conjunto de áreas a serem submetidas a planos de ordem inferiores e

respetivos termos para sua execução garantindo a coerência das soluções urbanísticas a

implantar;

• Garantir a manutenção das condições que permitam o reforço da rede de acessibilidades

estruturais de reforço da conectividade externa.

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VETOR ECONÓMICO

• Melhorar as condições para o desenvolvimento das diferentes actividades económicas

promovendo as condições de atração / acolhimento empresarial no concelho;

• Ajustamento e redimensionamento das zonas industriais e comerciais à atual realidade

económica do concelho e da região;

• Criação de condições que facilitem e promovam o desenvolvimento das fileiras

económicas da vitivinicultura, pecuária e da madeira;

• Criar e/ou manter as condições para que o concelho possa ser considerado destino

turístico, sustentável e diferenciado, baseado na diversidade de recursos e ativos locais e

regionais;

• Garantir o enquadramento das actividades ligadas ao turismo, com particular destaque

para as unidades hoteleiras no contexto das áreas rurais, (não só as unidade de pequena

dimensão - já existentes - mas prevendo a possibilidade/necessidade do aparecimento de

unidades de média dimensão);

• Valorização e proteção das áreas de maior potencial para as actividades agroflorestais.

VETOR SOCIAL

• Garantir a acessibilidade aos serviços de apoio social, observando a rede de equipamentos

existentes;

• Salvaguardar os espaços necessários para os equipamentos a implantar.

VETOR AMBIENTAL E PATRIMONIAL

• Qualificação ambiental, numa perspetiva integrada de valorização das componentes

biofísicas, das áreas verdes, dos espaços públicos e das identidades do concelho;

• Garantir a proteção e valorização dos valores patrimoniais (históricos e culturais) e

paisagísticos;

• Realização de ajustamentos na Reserva Ecológica Nacional (REN) e da Reserva Agrícola

Nacional (RAN) para que estas se adequem, de facto, aos seus objetivos e enquadrem os

ativos existentes no Município que, por princípio, deveriam proteger;

• Definição da Estrutura Ecológica Municipal (EEM) e a determinação das suas funções,

objetivos e medidas regulamentares de salvaguarda, garantindo a inclusão nesta de

elementos patrimoniais e culturais.

VETOR INSTITUCIONAL

• Garantir a proximidade do Município com a sua população através da agilização dos

processos e de uma resposta mais célere por parte do Município.

1.1 ENQUADRAMENTO DOS TRABALHOS REALIZADOS

O Decreto-Lei n.º 380/99, de Setembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 46/2009, de 20 de

Fevereiro, que estabelece as bases da política de ordenamento do território e de urbanismo e

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define o regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial (RJIGT), refere nos seus artigos 85º

e 86º quais são os conteúdos material e documental, respetivamente, dos planos diretores

municipais. O documento que agora se apresenta responde ao exigido no n.º 2 do artigo 86º:

CONTEÚDO DOCUMENTAL:

1 - O plano diretor municipal é constituído por:

a) Regulamento;

b) Planta de ordenamento, que representa que representa o modelo de organização espacial

do território municipal, de acordo com os sistemas estruturantes e a classificação e

qualificação dos solos e ainda as unidades operativas de planeamento e gestão definidas;

c) Planta de condicionantes que identifica as servidões e restrições de utilidade pública em

vigor que possam constituir limitações ou impedimentos a qualquer forma específica de

aproveitamento.

2 - O plano diretor municipal é acompanhado por:

a) Estudos de caracterização do território municipal;

b) Relatório, que explicita os objetivos estratégicos e as opções de base territorial adotadas

para o modelo de organização espacial, bem como a respetiva fundamentação técnica,

suportada na avaliação das condições económicas, sociais, culturais e ambientais para a

sua execução;

c) Relatório ambiental, no qual se identificam, descrevem e avaliam os eventuais efeitos

significativos no ambiente resultantes da aplicação do plano e as suas alternativas

razoáveis que tenham em conta os objetivos e o âmbito de aplicação territorial

respetivos;

d) Programa de execução, contendo designadamente disposições indicativas sobre a

execução das intervenções municipais previstas, bem como sobre os meios de

financiamento das mesmas.

3 - Os demais elementos que acompanham o plano diretor municipal são fixados por portaria do

membro do Governo responsável pelo ordenamento do território.

Este documento versa as temáticas enunciadas no artigo 85º, nomeadamente:

• Caracterização económica, social e biofísica, incluindo da estrutura fundiária da área de

intervenção;

• Definição e caracterização da área de intervenção, identificando as redes urbana, viária, de

transportes e de equipamentos de educação, de saúde, de abastecimento público e de

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segurança, bem como os sistemas de telecomunicações, de abastecimento de energia, de

captação, de tratamento e abastecimento de água, de drenagem e tratamento de efluentes e

de recolha, depósito e tratamento de resíduos;

• Definição dos sistemas de proteção dos valores e recursos naturais, culturais, agrícolas e

florestais, identificando a estrutura ecológica municipal;

• Identificação das áreas e a definição de estratégias de localização, distribuição e

desenvolvimento das actividades industriais, turísticas, comerciais e de serviços;

• Definição de estratégias para o espaço rural, identificando aptidões, potencialidades e

referências aos usos múltiplos possíveis;

• Identificação e a delimitação dos perímetros urbanos, com a definição do sistema urbano

municipal;

• Identificação de condicionantes, designadamente reservas e zonas de proteção, bem como

das necessárias à concretização dos planos de proteção civil de carácter permanente;

• Condições de reconversão das áreas urbanas de génese ilegal;

• Identificação das áreas de interesse público para efeitos de expropriação, bem como a

definição das respetivas regras de gestão;

• Articulação do modelo de organização municipal do território com a disciplina consagrada nos

demais instrumentos de gestão territorial aplicáveis.

O trabalho aqui desenvolvido é de caracterização da realidade concelhia, com a finalidade de

permitir um diagnóstico atual e fiel, que constituirá o suporte para a definição do modelo

territorial futuro, dos objetivos e das estratégias de desenvolvimento e de ordenamento do

território a prosseguir ou a implementar e ainda das propostas de alteração, regulamentares ou

programáticas, a formular.

1.2 ENQUADRAMENTO TERRITORIAL DO CONCELHO

O concelho de Celorico de Basto pertence ao Distrito de Braga e está integrado na NUT III do

Tâmega que abarca os concelhos do Baixo Tâmega e do Vale do Sousa.

Juntamente com os concelhos vizinhos de Cabeceiras de Basto, Mondim de Basto e Ribeira de

Pena, constitui a muito antiga e característica área conhecida por Terras de Basto. Esta zona

centra-se sobre o Rio Tâmega e apresenta uma grande identidade cultural. Estes 4 municípios

estão organizados na associação PROBASTO

Em 2004 o Município de Celorico de Basto integrou-se na Comunidade Urbana do Baixo

Tâmega, criada em cumprimento Lei 11/2003, separando-se dos restantes concelhos de Basto.

Posteriormente, as associações de municípios do Baixo Tâmega e do Vale do Sousa agruparam-

se na Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa (CIM-TS) que abarca 12 concelhos (Baixo

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Tâmega: Celorico, Amarante, Marco de Canaveses, Baião, Cinfães e Resende; Vale do Sousa:

Penafiel, Paredes, Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira e Castelo de Paiva).

Verifica-se, portanto, uma deslocação da área de relacionamento intermunicipal para poente,

da “região de Basto” para o Baixo Tâmega e o Vale do Sousa, talvez para contrariar a

interioridade.

O Concelho tem uma superfície territorial de 18.109 ha (181,09 Km²) e um perímetro de 71.244

metros distribuídos por vinte e duas freguesias: Agilde, Arnoia, Basto S. Clemente, Basto Santa

Tecla, Borba da Montanha, Britelo, Caçarilhe, Canedo de Basto, Carvalho, Codessoso, Corgo,

Fervença, Gagos, Gémeos, Infesta, Molares, Moreira do Castelo, Ourilhe, Rego, Ribas, Vale de

Bouro e Veade.

Trata-se de um concelho marcadamente rural, cujos traços profundos no território e na paisagem

se devem à atividade agrícola, dominante até finais do século passado. A emigração permanente

marcou igualmente o último século, numa primeira fase para o Brasil, depois para França e mais

tarde para a Suíça.

Celorico de Basto está hoje num processo de profundas mudanças. O aparelho económico

tradicional está em profunda transformação. A construção civil, o comércio e os serviços são hoje

os sectores empregadores do concelho e dominantes na população ativa.

A predominância da atividade agrícola até muito tarde e a estrutura fundiária assente na pequena

propriedade de exploração por conta própria determinaram uma estreita relação espacial entre a

habitação e o emprego, que se traduziu na extrema dispersão do parque habitacional. Hoje

começam a ganhar expressão urbana os aglomerados da sede do concelho, das vilas de Fermil e

de Gandarela e do aglomerado da Mota, cujas intervenções de requalificação urbanística e

instalação de equipamentos de utilização coletiva tiveram importante ajuda dos fundos

comunitários.

O centro urbano da sede do concelho está hoje dotado de um conjunto de importantes

equipamentos de utilização coletiva, dos quais se destaca a Biblioteca Municipal Professor

Marcelo Rebelo de Sousa.

A rede pública de abastecimento de água cobre hoje mais de 80% dos alojamentos familiares, na

sua quase totalidade realizada no decurso de segundo e terceiro quadro comunitário de apoio. A

rede de drenagem de águas residuais é ainda muito reduzida, confinada praticamente aos

principais aglomerados urbanos, estando previsto a sua execução no próximo quadro

comunitário.

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O concelho está dotado de uma extensa rede viária municipal, cujas intervenções tiveram lugar na

sua maioria na última década. Grande parte destas obras foi executada com recursos financeiros

da autarquia.

Chegar a Celorico de Basto foi outrora uma aventura. Hoje é muito fácil e rápido aqui chegar. O

centro da Vila fica a poucos minutos do IP4 em Amarante através da Variante do Tâmega e um

pouco mais do nó da A7 / IC5 na cidade de Fafe ou na localidade do Arco de Baúlhe.

Celorico de Basto apresenta uma densidade populacional ligeiramente superior à média nacional

mas muito aquém dos valores registados para a Região Norte. Trata-se de um concelho com uma

população onde o peso dos jovens é ainda significativo, muito superior à média nacional e

superior à Região Norte (Tabela 1 - Comparação do Concelho de Celorico de Basto com a

Associação de Municípios do Baixo Tâmega, NUT I, II e III).

Tabela 1 - Comparação do Concelho de Celorico de Basto com a Associação de Municípios do Baixo Tâmega, NUT I, II e III.

UNIDADE TERRITORIAL Área (Km²)

População Residente

2001

Densidade Populacional (hab./Km²)

População 0-19 anos

2001

% População 0-19 anos

2001

Celorico de Basto 181,09 20 466 113 5 773 28,2

Associação de Municípios do Baixo Tâmega

1.272,68 181 297 142 51 223 28,3

Sub-Região Tâmega (NUT III)

2.619,51 551 309 210 158 095 28,7

Região Norte (NUT II)

21.288,15 3 687 293 173 911 472 24,7

Portugal Continental (NUT I)

88.934,63 9 869 343 111 2 206 707 22,4

Fonte: ΧΙII e ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE.

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2 RELAÇÃO DO PLANO COM OUTROS INSTRUMENTOS DE GESTÃO

TERRITORIAL.

2.1 ÂMBITO NACIONAL

2.1.1 ESTRATÉGIA NACIONAL PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

A Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável (ENDS) foi aprovada pela Resolução

do Concelho de Ministros n.º 109/2007, de 20 de Agosto, onde se afirma que “este

instrumento de orientação estratégica, para o horizonte de 2015, visa nortear o processo de

desenvolvimento do País, numa perspetiva de sustentabilidade, em articulação coerente com

os demais instrumentos, planos e programas de ação em vigor ou em preparação, incluindo os

que se referem à aplicação dos fundos comunitários no período de programação até 2013, e

fazendo apelo à iniciativa dos cidadãos e dos diversos agentes económicos e sociais”

(Preâmbulo da RCM n.º 109/2007).

A ENDS define três metas globais transversais que atendem às dimensões do Desenvolvimento

Sustentável (económica, social e ambiental), designadamente pretende-se colocar, em 2015,

Portugal (i) “num patamar de desenvolvimento económico mais próximo da média europeia”,

ao mesmo tempo que o posiciona (ii) “entre os primeiros vinte países de Índice de

Desenvolvimento Humano do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) ”

e regista (iii) “um défice ecológico global inferior ao atual”1.

Para atingir estas metas globais transversais são definidos os seguintes objetivos principais,

segundo as respetivas prioridades estratégicas. A implementação desta estratégia segue a

dinâmica esquematizada na Tabela 2 e conta com os seguintes instrumentos:

• O QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional) e os Programas Operacionais

associados, que enquadram a utilização dos Fundos Estruturais e do Fundo de Coesão da

União Europeia, em conjugação com o FEADER e os fundos públicos e privados nacionais,

além de constituírem os principais instrumentos de financiamento de atuações de carácter

estratégico, com um planeamento plurianual;

1 Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável 2015 e Plano de Implementação, Parte I –

Objectivos, Vectores e Linhas de Orientação da Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável

(Anexo da RCM n.º 109/2007).

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• O PNACE (Programa Nacional de Ação para o Crescimento e o Emprego) que define um

conjunto de atuações que permitem implementar as orientações da Estratégia de Lisboa.

Deste Programa devem destacar-se, pela sua importância, as reformas que

complementam os investimentos do QREN e que permitem extrair deles o máximo de

benefícios, incluindo as que viabilizem a sustentabilidade das Finanças Públicas;

• O PNPOT (Programa Nacional da Política do Ordenamento do Território) define as grandes

orientações para a organização do território e a proteção do Ambiente, sendo pois um

instrumento complementar do PNACE;

• O PNAC (Programa Nacional para as Alterações Climáticas), integra as diferentes políticas e

medidas sectoriais de combate às alterações climáticas, e visa o cumprimento das metas

de emissão de gases com efeito de estufa, assumidas no âmbito do Protocolo de Quioto.

Tabela 2 - Objetivos da ENDS e respetivas prioridades estratégicas

Objetivos Prioridades Estratégicas

Objetivo 1

Preparar Portugal para a

“Sociedade do Conhecimento”

Consolidação do Ensino Básico e expansão da educação e formação de nível

secundário, garantindo a melhoria da qualificação de base

Dinamização da aprendizagem ao longo da vida aumentando os níveis

habilitacionais e de qualificação;

Melhoria da qualidade e estímulo à mobilidade no Ensino Superior

Aceleração do desenvolvimento científico e tecnológico;

Mobilização da sociedade para uma maior criatividade artística e cultural.

Objetivo 2

Crescimento sustentado,

competitividade à escala global

e eficiência energética.

Um novo impulso à inovação empresarial;

Uma economia, competitiva à escala global, orientada para actividades de

futuro e criadora de Emprego;

Uma sociedade e uma economia preparadas para tirar partido das tecnologias

da informação e comunicação;

Crescimento económico mais eficiente no uso de energia e recursos naturais e

com menor impacto no Ambiente, designadamente nas alterações climáticas.

Objetivo 3

Melhor Ambiente e valorização

do Património

Combate às alterações climáticas;

Gestão integrada da água e seu aproveitamento eficiente;

Aproveitamento dos oceanos como fator de diferenciação e desenvolvimento;

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Actividades agrícolas e florestais desenvolvidas em base sustentável,

compatibilizadas com a Conservação da Natureza e a valorização da Paisagem

Conservação da Natureza e da biodiversidade articulada com as políticas

sectoriais e de combate à desertificação;

Gestão integrada do ar;

Gestão integrada de resíduos;

Gestão dos riscos naturais e tecnológicos mobilizando a participação da

população interessada;

Educação, informação e justiça ambientais.

Objetivo 4

Mais equidade, igualdade de

oportunidades e coesão social

Equidade, melhor prestação e sustentabilidade financeira dos sistemas de

proteção social;

Reforço da prevenção e reabilitação orientadas para ganhos em saúde;

Dinâmica de emprego que promova a qualidade de vida no trabalho e a

integração social;

Sociedade inclusiva que promova redes de solidariedade e comunidades

dinâmicas.

Objetivo 5

Melhor conectividade

internacional do país e

valorização equilibrada do

território

Equidade, melhor prestação e sustentabilidade financeira dos sistemas de

proteção social;

Reforço da prevenção e reabilitação orientadas para ganhos em saúde;

Dinâmica de emprego que promova a qualidade de vida no trabalho e a

integração social;

Sociedade inclusiva que promova redes de solidariedade e comunidades

dinâmicas;

Melhor conectividade internacional do país;

Acessibilidades que contribuam para a coesão territorial e para um modelo

territorial mais policêntrico;

Cidades atrativas, acessíveis e sustentáveis.

Objetivo 6

Um papel ativo de Portugal na

Construção Europeia e na

cooperação internacional

Fortalecimento da posição de Portugal no contexto da cooperação para o

desenvolvimento internacional;

Estruturação de uma rede de relações privilegiadas com a Europa;

Reforço das relações com outras regiões inovadoras e dinâmicas do mundo;

Fortalecimento dos laços entre os Estados de língua portuguesa e reforço da

sua intervenção internacional;

Valorização das comunidades portuguesas.

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Objetivo 7

Uma Administração Pública

mais eficiente e modernizada

Domínio de informação e reflexão estratégica;

Reestruturação da administração;

Reforma dos regimes da função pública;

Modernização dos sistemas e processos, com uso intensivo das tecnologias de

informação e comunicação;

Qualificação e valorização do serviço público.

Refira-se ainda outras Estratégias e Programas como a Estratégia Nacional para o Mar e o

Plano Estratégico para o Desenvolvimento Rural e programas mais sectoriais como a Estratégia

Nacional para a Energia ou a Estratégia Nacional para as Florestas que constituem igualmente

instrumentos fundamentais de concretização da Estratégia Nacional de Desenvolvimento

Sustentável.

Ao longo do presente capítulo será dado ênfase aos instrumentos, indicados pela ENDS, que

diretamente se relacionam com os planos municipais de ordenamento do território e, em

particular, com a revisão do PDM de Celorico de Basto

2.1.2 PROGRAMA NACIONAL DA POLÍTICA DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

O Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT), aprovado pela Lei n.º

58/2007 de 4 de Setembro, tem como âmbito o desenvolvimento a nível estratégico do

território nacional. Este Programa constitui um dos instrumentos-chave para a implementação

da ENDS, pondo em relevo o contributo das políticas de ordenamento do território para que

Portugal seja (i) um espaço sustentável e bem ordenado, (ii) uma economia competitiva,

integrada e aberta, (iii) um território equitativo em termos de desenvolvimento e bem-estar,

(iv) uma sociedade criativa e com sentido de cidadania.

Particularmente para a Região Norte estabeleceram-se um conjunto de opções estratégicas

territoriais de forma a promover a valorização integrada das diversidades do território ao

corrigir as assimetrias regionais e ao assegurar a igualdade de oportunidades dos cidadãos

(PNPOT, 2007, pp. 88-89):

• Estruturar o sistema urbano e reforçar o policentrismo, envolvendo: a qualificação

funcional do Porto e da sua área metropolitana, o desenvolvimento de polarizações

estruturantes na conurbação do litoral e o reforço dos polos e eixos urbanos no interior;

• Valorizar as infraestruturas aeroportuárias e portuárias de internacionalização e inserir a

região nas autoestradas do mar de ligação ao Norte da Europa, com uma aposta forte nas

infraestruturas e nos serviços de logística;

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• Reordenar e qualificar os espaços de localização empresarial na lógica de disponibilização

de espaços de qualidade e de concentração de recursos qualificados, para maior

atratividade de investimento direto estrangeiro, de fomento de economias de

aglomeração e de densificação das interações criativas e inovadoras;

• Estruturar a rede de Instituições de Ensino Superior, de I&D, Centros Tecnológicos e Áreas

de Localização Empresarial tendo em vista consolidar polos de competitividade articulados

pelas novas condições de acessibilidade;

• Organizar o sistema de acessibilidades de forma a reforçar o papel dos pontos nodais e a

valorizar o futuro serviço de comboio de alta velocidade na cidade do Porto, incluindo a

ligação a Vigo, no sentido de aumentar o seu potencial na organização das cidades do

Noroeste peninsular;

• Reforçar a rede ferroviária convencional que estrutura os atuais serviços “suburbanos” nas

suas ligações quer à cidade do Porto a partir das sub-regiões envolventes com maiores

problemas de mobilidade, quer das principais cidades da região entre si, no sentido de

diminuir a pressão automóvel sobre os principais centros urbanos, e também como forma

de potenciar a utilização do futuro eixo ferroviário norte-sul em altas prestações na

fachada atlântica do Noroeste peninsular;

• Reforçar a cooperação transfronteiriça e transnacional, valorizando especializações,

complementaridades e sinergias para o desenvolvimento de projetos de dimensão

europeia;

• Valorizar o património cultural, em particular as sinergias resultantes dos valores culturais

inscritos na Lista do Património Mundial (UNESCO): Centros Históricos do Porto e

Guimarães, Alto Douro Vinhateiro, Sítios de Arte Rupestre do Vale do Côa;

• Proteger a paisagem e ordenar os espaços protegidos como um pilar fundamental de

desenvolvimento, de sustentabilidade e de expansão da atividade turística;

• Preservar as condições de exploração das produções agropecuárias de qualidade;

• Desenvolver o cluster florestal, estruturando a rede de empresas e outras organizações

que operam em actividades relacionadas com os recursos florestais e que se pretende que

venham a constituir uma rede estratégica de base tecnológica;

• Assumir como prioridade estratégica a recuperação dos défices ambientais;

• Garantir a concretização de reservas estratégicas de água, com especial incidência na Bacia

Hidrográfica do Douro;

• Explorar as potencialidades no domínio das energias renováveis, em particular de

produção de energia eólica, e da eficiência energética;

• Incentivar o aproveitamento de forma ambientalmente sustentável da riqueza em termos

geológicos, nomeadamente rochas industriais e minérios metálicos.”

Em particular, o PNPOT assume para a região urbano-metropolitana do Noroeste, as seguintes

opções para o desenvolvimento do território (PNPOT, 2007, pp. 89-90):

• Reforçar o papel da metrópole Porto no sentido da sua afirmação como principal centro

terciário do Noroeste peninsular, desenvolvendo as acessibilidades, as funções

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aeroportuárias, portuárias e de plataforma logística intermodal e as funções ligadas à

ciência e à cultura, explorando o potencial das novas tecnologias e qualificando os serviços

urbanos em geral;

• Ordenar o território e estruturar o policentrismo, criando âncoras para o desenvolvimento

de um terciário avançado, dando prioridade, para além da afirmação da metrópole Porto,

ao reforço e organização do triângulo Braga-Guimarães-Vila Nova de Famalicão e apoiando

a emergência de sistemas urbanos sub-regionais, em especial nas áreas mais críticas para a

estruturação do território;

• Reordenar e qualificar os espaços industriais para a transformação das estruturas

empresariais, apostando em espaços de qualidade e em relações de proximidade e forte

interação, o que implica uma rutura com o modelo atual de unidades dispersas e

estruturas industriais locais fortemente especializadas;

• Consolidar uma rede de espaços qualificados de acolhimento de actividades inovadoras e

de base tecnológica;

• Criar redes de cooperação interurbana capazes de promoverem a reorganização espacial

dos serviços não mercantis, de forma a permitir ganhos de eficácia (escala, especialização,

multifuncionalidade) e de qualidade;

• Organizar o sistema territorial de mobilidades, de modo a reforçar polarizações urbanas e

a estruturar sistemas urbanos sub-regionais, e conciliar o serviço público de transporte

rodo e ferroviário com a racionalização do uso do automóvel;

• Qualificar as periferias da AMP, ordenar a implantação de equipamentos e infraestruturas

de referência e promover a operacionalização das redes necessárias à superação dos

défices ambientais;

• Controlar os impactes ambientais da urbanização difusa e dos previsíveis processos de

abandono de algumas instalações industriais, através da valorização do património e dos

espaços públicos.

Segundo o art. 24º do DL n.º 380/99, na redação conferida pelo DL n.º 46/2009, o PNPOT

define (juntamente com os plano regionais) o “quadro estratégico a desenvolver pelos planos

municipais de ordenamento do território”, devendo estes definir a respetiva “política

municipal de gestão territorial de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo programa

nacional da política de ordenamento do território, pelos planos regionais de ordenamento do

território e, sempre que existam, pelos planos intermunicipais de ordenamento do território”.

2.1.3 PROGRAMA OPERACIONAL DA REGIÃO NORTE [ON.2 – O NOVO NORTE]

A iniciativa “Norte 2015” insere-se no próximo período de programação a nível europeu (2007-

2013) e constitui “uma oportunidade e uma exigência para a Região Norte, ao requerer a

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atualização de um diagnóstico prospetivo, o delineamento de uma visão de futuro e a seleção

das prioridades estratégicas para o seu desenvolvimento” 2.

No âmbito da estratégia “Norte 2015”, pretende-se que a Região Norte seja capaz, em 2015,

“de gerar um nível de produção de bens e serviços transacionáveis que permita recuperar a

trajetória de convergência a nível Europeu, assegurando, de forma sustentável, acréscimos de

rendimento e de emprego da sua população e promovendo, por essa via, a coesão económica,

social e territorial” 3.

“O exercício de concertação [necessário para garantir as condições para uma efetiva

programação física e financeira de base territorial e para uma dinamização mais eficiente dos

instrumentos previstos no QREN com incidência no espaço da Região do Norte2] e articulação

intersectorial ao nível nacional conduziu, gradualmente, à definição das principais tipologias de

projetos a enquadrar nos diversos instrumentos de financiamento existentes e, em particular,

no próprio PO da Região do Norte” 4.

O programa ON.2 - O Novo Norte estrutura-se assim em cinco prioridades estratégicas que

“em termos de programação, correspondem aos seguintes seis Eixos Prioritários” 5 e

respetivos objetivos específicos6.

Tabela 3 - Objetivos específicos do PORN segundo os respetivos eixos estratégicos

Eixos prioritários Objetivos específicos

Competitividade, inovação e conhecimento

Consolidação dos serviços coletivos regionais de suporte à inovação e promoção do sistema regional de inovação;

Apoio à criação e consolidação de “clusters” emergentes e de empresas de base tecnológica em sectores que promovam interface com as

competências e capacidades regionais em C&T;

Promoção e desenvolvimento da rede de parques de ciência e tecnologia e de operações integradas de ordenamento e de

acolhimento empresarial;

Requalificação, inovação e reforço das cadeias de valor nos sectores de especialização;

Promoção de ações coletivas de desenvolvimento empresarial;

Promoção da economia digital e da sociedade do conhecimento;

Valorização económica de recursos específicos

Valorização da excelência turística regional (Programa de Promoção da Marca Porto Norte de Portugal e Plano de Desenvolvimento Turístico do

Vale do Douro);

2 Ver Programa Operacional da Região Norte 2007-2013, 2008, pp. 4 3 idem, pp. 54 4 idem, pp. 58 5 idem, pp. 68 6 idem, pp. 56.

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Promoção económica de novos usos do mar;

Valorização de novos territórios de aglomeração de actividades económicas;

Valorização económica de recursos endógenos em espaços de baixa densidade e diversificação da atividade económica do(s) território(s)

rural(is).

Valorização e qualificação ambiental e territorial

Valorização e qualificação (Valorização e gestão de áreas ambientalmente críticas; Otimização da recolha seletiva e da triagem;

Gestão da orla costeira e dos recursos marinhos; e prevenção de riscos naturais, tecnológicos e sanitários);

Gestão ativa da Rede Natura e da Biodiversidade;

Qualificação dos serviços coletivos territoriais de proximidade.

Valorização e qualificação (Valorização e gestão de áreas ambientalmente críticas; Otimização da recolha seletiva e da triagem;

Qualificação do sistema urbano

Promoção de operações para a excelência urbana e de redes para a competitividade e inovação;

Promoção de operações integradas em zonas prioritárias de regeneração urbana;

Promoção da conectividade do sistema urbano regional

Capacitação institucional regional

Modernização do Governo eletrónico e melhoria da relação das empresas e dos cidadãos com a administração desconcentrada e local;

Promoção da capacitação institucional e do desenvolvimento regional e local.

Fonte: Adaptado de Programa Operacional da Região Norte (2008).

2.1.4 POLÍTICA DAS CIDADES

Na apresentação do Quadro de Referencia Estratégico Nacional 2007-2013 (QREN), em 17 de

Janeiro de 2007, o Primeiro-Ministro na sua intervenção apontou como (oitava) prioridade a

valorização do território e a qualidade de vida, destacando como (uma das) linha fundamental

a “prossecução de uma efetiva Política de Cidades centrada na qualificação e revitalização dos

espaços urbanos; no reforço e diferenciação do capital humano, institucional, cultural e

económico de cada cidade; no aumento da integração da cidade na região e na procura de

soluções inovadoras para problemas urbanos, nomeadamente nos domínios dos serviços de

proximidade, mobilidade urbana, segurança e combate à criminalidade, gestão do espaço

público ou eficiência energética e ambiental”7.

7 http://www.desenvolvimentosustentavel.pt/

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Atendendo à estrutura da Política de Cidades POLIS XXI, considere-se os seguintes objetivos

operativos assumidos para o período 2007-2013 (MAOTDR, 2008, pp. 2):

• “Qualificar e integrar os distintos espaços de cada cidade, visando um funcionamento

urbano globalmente inclusivo, coerente e sustentável e mais informado pela participação

dos cidadãos;

• Fortalecer e diferenciar o capital humano, institucional, cultural e económico de cada

cidade, no sentido de aumentar o leque de oportunidades individuais e coletivas e, assim,

reforçar o papel regional, nacional e internacional das aglomerações urbanas;

• Qualificar e intensificar a integração da cidade na região envolvente, de forma a promover

relações de complementaridade mais sustentáveis entre os espaços urbanos e rurais e a

dotar o conjunto de cada cidade-região de um maior potencial de desenvolvimento;

• Inovar nas soluções para a qualificação urbana, promovendo as que se orientem por

princípios de sustentabilidade ambiental, de eficiência e reutilização de infraestruturas e

equipamentos existentes, de exploração das oportunidades oferecidas pelas novas

tecnologias, de capacitação das comunidades e de desenvolvimento de novas formas de

parceria público-privado.”

Os objetivos operacionais que foram assumidos deverão concretizar-se em três eixos de

atuação – Regeneração Urbana, Competitividade/ Diferenciação e Integração Regional –

“traduzindo uma visão de cidade a diferentes escalas territoriais” (MAOTDR, 2008, pp. 2).

Destes eixos, destaca-se a “Regeneração Urbana” que se dirige “a espaços intraurbanos

específicos e visa a coesão e coerência do conjunto da cidade, isto é, das várias comunidades

que a constituem, e a qualificação dos fatores determinantes da qualidade de vida da

população.

Envolve a articulação de diferentes componentes (habitação, reabilitação e revitalização

urbanas, coesão social, ambiente, mobilidade, etc.), no quadro de operações integradas de

regeneração urbana” (idem).

“A concretização da Política de Cidades depende de propostas locais, não havendo uma

predefinição das cidades a apoiar no âmbito de cada um dos instrumentos de política”

(MAOTDR, 2008, pp. 8).

2.2 PLANOS SETORIAIS DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

2.2.1 ESTRATÉGIA NACIONAL PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E DA

BIODIVERSIDADE

A Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ENCNB), aprovada pela

RCM n.º 152/2001, de 11 de Outubro, estabelece três objetivos gerais (Preâmbulo da RCM n.º

152/2001): (1) “conservar a Natureza e a diversidade biológica, incluindo os elementos

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notáveis da geologia, geomorfologia e paleontologia”; (2) “promover a utilização sustentável

dos recursos biológicos”; e (3) “contribuir para a prossecução dos objetivos visados pelos

processos de cooperação internacional na área da conservação da Natureza em que Portugal

está envolvido (...) designadamente a conservação da biodiversidade, a utilização sustentável

dos seus componentes e a partilha justa e equitativa dos benefícios provenientes da utilização

dos recursos genéticos”. A ENCNB assume assim dez opções estratégicas que deverão

concretizar os objetivos gerais (n.º 12, Capítulo II, RCM n.º 152/2001):

1. “Promover a investigação científica e o conhecimento sobre o património natural, bem

como a monitorização de espécies, habitats e ecossistemas;

2. Constituir a Rede Fundamental de Conservação da Natureza e o Sistema Nacional de

Áreas Classificadas, integrando neste a Rede Nacional de Áreas Protegidas;

3. Promover a valorização das áreas protegidas e assegurar a conservação do seu património

natural, cultural e social;

4. Assegurar a conservação e a valorização do património natural dos sítios e das zonas de

proteção especial integrados no processo da Rede Natura 2000;

5. Desenvolver em todo o território nacional ações específicas de conservação e gestão de

espécies e habitats, bem como de salvaguarda e valorização do património paisagístico e

dos elementos notáveis do património geológico, geomorfológico e paleontológico;

6. Promover a integração da política de conservação da Natureza e do princípio da utilização

sustentável dos recursos biológicos na política de ordenamento do território e nas

diferentes políticas sectoriais;

7. Aperfeiçoar a articulação e a cooperação entre a administração central, regional e local;

8. Promover a educação e a formação em matéria de conservação da Natureza e da

biodiversidade;

9. Assegurar a informação, sensibilização e participação do público, bem como mobilizar e

incentivar a sociedade civil;

10. Intensificar a cooperação internacional”.

2.2.2 PLANO NACIONAL DA ÁGUA

O Plano Nacional da Água (PNA) é o “documento que define orientações de âmbito nacional

para a gestão integrada dos recursos hídricos fundamentadas em diagnóstico atualizado da

situação e na definição de objetivos a alcançar através de medidas e ações, elaborado de

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acordo com o Decreto-Lei n.º 45/94 de 22 de Fevereiro” (PNA, Volume I, capítulo I, pp. 5),

tendo sido aprovado pelo DL n.º 112/2002, de 17 de Abril.

O PNA assume os seguintes objetivos gerais, no contexto “da gestão da procura, da

sustentabilidade ambiental das utilizações atuais e potenciais dos recursos hídricos, da

correção das disfunções ambientais existentes, e, tendo presente o quadro institucional e

legal” (PNA, Volume II, capítulo VI, pp. 3), e sobre os quais foram associados objetivos

específicos que se relacionam com a “resolução de problemas atuais e potenciais identificados

na Caracterização e Diagnóstico” (idem):

• Promover a sustentabilidade ambiental, económica e financeira das utilizações dos

recursos hídricos, como forma de gerir a procura e garantir as melhores condições

ambientais futuras (PNA, Volume II, capítulo VI, pp. 4-7):

o Promover a proteção, a melhoria e a recuperação da qualidade dos meios hídricos

superficiais e subterrâneos, no cumprimento da legislação nacional e comunitária,

nomeadamente através do tratamento e da redução das cargas poluentes tópicas e da

poluição difusa (...);

o Assegurar, através da abordagem integrada e efetiva de todas as vertentes ambientais

no processo de licenciamento, o controlo integrado da poluição da água associada às

actividades industriais contempladas no Anexo I do Decreto-Lei n.º 194/2000, de 21 de

Agosto (...);

o Assegurar, através da aplicação da abordagem combinada pelas autoridades

competentes nos respetivos processos de licenciamento, a prevenção e o controlo

integrado da poluição associada às actividades industriais contempladas no Anexo I do

Decreto-Lei n.º 194/2000, de 21 de Agosto;

o Promover a conservação da natureza e a biodiversidade bem como a salvaguarda da

integridade ecológica dos ecossistemas aquáticos e terrestres associados dependentes

dos meios hídricos (...);

o Promover a preservação e a recuperação de troços de meios hídricos de especial

interesse ambiental, nomeadamente os estuários, os que se inserem em áreas

protegidas e nos sítios da “Lista Nacional", bem como os que contenham espécies e

habitats protegidos pela legislação nacional e comunitária e por acordos internacionais

relevantes (...);

o Evitar a excessiva artificialização do regime hidrológico, assegurar a minimização e a compensação dos impactes ambientais causados pela artificialização dos meios hídricos e garantir o regime de caudais ambientais necessários à manutenção dos sistemas aquáticos fluviais, estuarinos e costeiros (...) ”.

• Assegurar a gestão integrada do domínio hídrico, promovendo a integração da

componente recursos hídricos nas outras políticas sectoriais e assegurando a integridade

hídrica das regiões hidrográficas, bem como a integração dos aspetos da quantidade e da

qualidade da água e dos recursos hídricos subterrâneos e superficiais (PNA, Volume II,

capítulo VI, pp. 8):

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o “Promover a gestão da procura e da oferta de água de acordo com as disponibilidades

existentes em cada bacia hidrográfica e assegurar a gestão integrada das origens de

água superficiais e subterrâneas (...);

o Promover a definição de condicionantes ao uso do solo e às actividades nas albufeiras

e nos troços em que o uso não seja compatível com os objetivos de proteção dos

recursos (...);

o Promover a proteção de recursos hídricos subterrâneos, com prioridade para os

considerados estratégicos como origens de água para produção de água para consumo

humano;

o Assegurar que as utilizações sectoriais da água, nomeadamente para fins agrícolas,

turísticos, industriais, energéticos e de abastecimento urbano, contemplem a

potenciação e a harmonização de objetivos e fins múltiplos incluindo os ambientais;

o Promover a valorização económica dos recursos hídricos, nomeadamente os com

interesse ambiental e paisagístico, cultural, de recreio e lazer, turísticos, energéticos e

outros, desde que contribuam ou sejam compatíveis com a proteção dos meios

hídricos lênticos e lótico;

o Promover o ordenamento das áreas ribeirinhas sujeitas a inundações e a definição de

critérios de regularização e conservação da rede hidrográfica, a consagrar nos planos

de ordenamento, bem como estabelecer soluções de contingência, visando a proteção

de pessoas e bens e a minimização dos prejuízos dos efeitos das cheias, das secas e de

acidentes de poluição;

o Promover o planeamento integrado das zonas costeiras, garantindo uma adequada

articulação com águas interiores”.

• Promover a gestão sustentável da procura de água, baseada na gestão racional dos

recursos e nas disponibilidades existentes em cada bacia hidrográfica e tendo em conta a

proteção a longo prazo dos meios hídricos disponíveis e as perspetivas socioeconómicas

(PNA, Volume II, capítulo VI, pp. 8-10):

o “Garantir a qualidade da água em função dos usos atuais e potenciais (...);

o Garantir a quantidade de água necessária na origem e promover o adequado nível de

abastecimento de água às populações e às actividades económicas (...);

o Assegurar o aumento do nível de atendimento da população com sistemas públicos de

drenagem e tratamento de águas residuais domésticas e promover o tratamento dos

efluentes industriais, com soluções técnicas adequadas (...);

o Promover o estabelecimento de soluções integradas, com dimensão territorial que

assegure uma gestão equilibrada e eficiente da água (...);

o Promover a reutilização da água para fins qualitativamente menos exigentes, sempre

que técnica e economicamente viável (...) ”.

• Promover o aumento do conhecimento, o estudo e a investigação aplicada dos sistemas

hídricos (PNA, Volume II, capítulo VI, pp. 11):

o “Assegurar a existência e operacionalidade de sistemas de informação sobre recursos

hídricos, à escala nacional e da bacia ou região hidrográfica;

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o Garantir a operacionalidade e a atualização da informação das redes de monitorização

de variáveis hidrológicas e climatológicas, de sedimentos e da qualidade química e

ecológica da água (...);

o Promover a existência de cadastros e de inventários atualizados das infraestruturas,

dos usos e das ocupações do domínio hídrico;

o Promover a conceção, a implementação e a atualização de um sistema de informação

estatística relativo ao estado e às utilizações dos recursos hídricos;

o Promover, em cooperação com as instituições de investigação, programas de estudos

e de investigação aplicados à gestão dos meios hídricos”.

• Promover a aplicação efetiva do regime económico-financeiro ao Domínio Público Hídrico,

nomeadamente os princípios do utilizador-pagador e do poluidor-pagador e, ainda,

estabelecer um sistema de preços da água (PNA, Volume II, capítulo VI, pp. 11).

• Promover a racionalização, a otimização e a eficácia do quadro institucional, a adequação

do quadro normativo nacional às novas perspetivas e exigências da gestão e planeamento

em matéria de recursos hídricos e o cumprimento da legislação, nacional, comunitária e

das convenções e acordos internacionais subscritos por Portugal, nomeadamente a

convenção de Albufeira (PNA, Volume II, capítulo VI, pp. 12):

o “Exercer a jurisprudência do Estado sobre o domínio público hídrico titulado ou não

por licença ou concessão (...);

o Adequar a Administração para um desempenho mais eficaz, nomeadamente nas áreas

de obtenção de dados, do licenciamento, da fiscalização, da simplificação e da

racionalização dos processos administrativos, bem como na criação de condições para

proceder à implementação e à aplicação da Diretiva Quadro da Água;

o Promover a melhoria da coordenação intersectorial e constitucional, nomeadamente

no planeamento, no ordenamento do território e nos empreendimentos de fins

múltiplos;

o Promover a gestão integrada dos estuários e das zonas costeiras (...);

o Assegurar o efetivo cumprimento da legislação nacional, comunitária e internacional

relacionada com os recursos hídricos, nomeadamente a Diretiva Quadro da Água;

o Harmonizar e coordenar o planeamento, a monitorização e a permuta de informação

referentes aos recursos hídricos das bacias hidrográficas luso-espanholas no contexto

da Convenção de Albufeira e da Diretiva Quadro da Água;

o Assegurara que, sempre que Portugal verifique que é suscetível de ser fortemente

afetado pelos efeitos de exploração de uma instalação industrial situada em território

transfronteira, possa tomar posição sobre o assunto antes da autoridade competente

do país vizinho tomar uma decisão”.

• Promover a informação e a participação das populações e das suas instituições

representativas nos processos de planeamento e gestão dos recursos hídricos (PNA,

Volume II, capítulo VI, pp. 12-13):

o “Assegurar a disponibilização da informação ao público, tendo em consideração a

convenção de Arhus e o normativo nacional e comunitário, propiciando o

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conhecimento aprofundado do sistema português de participação, informação e

corresponsabilização, no âmbito da água, bem como a sua divulgação;

o Assegurar a dinamização da participação pública, através da representação equitativa

das populações da defesa do direito do ambiente, dos interesses difusos, dos

interesses indiretos e diretos de propriedade, de emprego e de segurança;

o Dinamizar a participação dos utilizadores na implementação do Plano Nacional da

Água e dos Planos de Bacia Hidrográfica, através do reforço continuado da aplicação

dos princípios da participação e da responsabilização nas alterações institucionais;

o Promover a sensibilização das populações e dos agentes para as diversas vertentes do

planeamento e da gestão dos recursos hídricos (...) ”

2.2.3 PROGRAMA NACIONAL PARA O USO EFICIENTE DA ÁGUA

O Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água (PNUEA) foi aprovado pela RCM n.º

113/2005, de 30 de Junho. Neste diploma está expressa a certeza de que “um uso eficiente,

racional e parcimonioso deste recurso [água] e a preservação da sua boa qualidade ecológica

constituem as melhores garantias de que Portugal possa dispor dos recursos hídricos de que

necessita num horizonte transgeracional” (Preâmbulo da RCM n.º 113/2005).

De facto, o objetivo principal do PNUEA é a “promoção do uso eficiente da água em Portugal,

especialmente nos sectores urbano, agrícola e industrial, contribuindo para minimizar os riscos

de escassez hídrica e para melhorar as condições ambientais nos meios hídricos” (n.º 1 da RCM

n.º 113/2005). Além disso, considerando a água como um elemento essencial para alcançar o

desenvolvimento social e económico do País, esta deve ser considerada como um recurso

estratégico, levando consequentemente à necessidade premente de garantir uma elevada

eficiência no seu uso, quer a nível doméstico, como agrícola ou industrial (ver n.º 5 do Anexo

da RCM n.º 113/2005). O PNUEA estabelece as metas, que em seguida passamos a transcrever,

para cada sector de consumo de água8:

• Sector Urbano

o “(...) verifica-se que a eficiência atual de utilização da água é de cerca de 60%. Tendo

em conta as perspetivas de evolução em termos de controlo de perdas, de

procedimentos dos utilizadores e de evolução tecnológica dos equipamentos, propõe-

se atingir, ao fim de um período de 10 anos, uma eficiência de utilização da água de

80% (...) é expectável que esta média nacional possa atingir variações apreciáveis à

escala regional ou local”.

• Agrícola

8 RCM n.º 113/2005 (n.º 7 do Anexo).

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o “ (...) verifica-se que a atual eficiência de utilização da água é de cerca de 60%. Tendo

em conta as perspetivas de evolução em termos de área regada, de procedimentos

dos utilizadores e de evolução tecnológica dos equipamentos, propõe-se atingir a 10

anos uma eficiência de utilização de água de 65% (...) é expectável que esta média

nacional possa atingir variações apreciáveis à escala regional ou local”.

• Industrial

o “ (...) verifica-se que a atual eficiência de utilização da água é de cerca de 70%. Tendo

em conta as perspetivas de evolução em termos de procedimentos dos utilizadores

industriais e de evolução tecnológica dos equipamentos, propõe-se atingir ao fim de

um período de 10 anos uma eficiência de utilização da água de 85%. Tendo em conta a

variabilidade (...) em termos tecnológicos e nos processos nos vários sectores de

atividade industrial, resultando de situações muito diferenciadas, é expectável que

esta média nacional, quando interpretada sectorialmente, possa atingir variações

significativas mas com tendência para reduzir no horizonte do Programa”.

2.2.4 PLANO ESTRATÉGICO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E SANEAMENTO DE

ÁGUAS RESIDUAIS

O diploma legal que aprovou o Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de

Águas Residuais (PEAASAR II), para o período de 2007-2013, foi o Despacho n.º 2339/2007, de

14 de Fevereiro. Este plano estabelece os seguintes objetivos estratégicos:

• A universalidade, a continuidade e a qualidade do serviço;

• A sustentabilidade do sector;

• A proteção dos valores ambientais.

Associados aos objetivos estratégicos encontram-se os seguintes objetivos operacionais de

prossecução da estratégia definida:

• Servir cerca de 95% da população total do País com sistemas públicos de abastecimento de

água;

• Servir cerca de 90% da população total do País com sistemas públicos de saneamento de

águas residuais urbanas, sendo que em cada sistema integrado o nível de atendimento

desejável deve ser de, pelo menos, 70% da população abrangida;

• Garantir a recuperação integral dos custos incorridos dos serviços;

• Contribuir para a dinamização do tecido empresarial privado nacional e local;

• Cumprir os objetivos decorrentes do normativo nacional e comunitário de proteção do

ambiente e saúde pública.

Deve-se ainda destacar a importância do papel das autarquias na operacionalização da

estratégia, “enquanto responsáveis regionais e locais pela prestação de serviços de qualidade

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aos consumidores finais e parceiros decisivos no processo de reorganização do sector”

(PEAASARII, 2007, pp. 83).

2.2.5 PLANO ESTRATÉGICO PARA OS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

O Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU II) nasceu da revisão do PERSUI

(1997), constituindo o novo referencial para os agentes do sector dos Resíduos Sólidos

Urbanos (RSU) no horizonte 2007-2016. O PERSUII foi aprovado pela Portaria n.º 186/2007, de

12 de Fevereiro, e apresenta as seguintes linhas orientadoras estratégicas:

• Reduzir, reutilizar, reciclar;

• Separar na origem;

• Minimizar a deposição em aterro;

• “Waste to Energy” para a fração “resto” (não reciclável);

• “Protocolo de Quioto”: compromisso determinante na política de resíduos;

• Informação validada a tempo de se poderem tomar decisões;

• Estratégia de Lisboa: sustentabilidade dos sistemas de gestão.

Na prossecução destas linhas estratégicas o PERSUII baseia-se nos seguintes eixos de atuação,

a fim de se estruturar e consubstanciar a estratégia aqui preconizada:

• Prevenção: Programa Nacional;

• Sensibilização / Mobilização dos cidadãos;

• Qualificação e otimização da gestão de resíduos;

• Sistema de Informação como pilar de gestão dos RSU;

• Qualificação e otimização da intervenção das entidades públicas no âmbito da gestão de

RSU.

2.2.6 PLANO ESTRATÉGICO NACIONAL PARA O DESENVOLVIMENTO RURAL

O Plano Estratégico Nacional para o Desenvolvimento Rural (PENDR) “estabelece as

prioridades conjuntas da ação do FEADER e de cada Estado Membro, para o período de

programação 2007-2013, conjugando as orientações estratégicas comunitárias e os seus

objetivos específicos com as orientações de política nacional.

Constitui, assim, o instrumento de referência para a preparação da programação do FEADER,

sendo concretizado através dos subsequentes Programas de Desenvolvimento Rural”9.

9 http://www.gppaa.min-agricultura.pt/drural/

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O propósito da estratégia nacional definida para a agricultura e para o desenvolvimento rural é

o de “promover a competitividade do sector agro-florestal e dos territórios rurais de forma

sustentável”, tendo para isso sido definidos “três Objetivos Estratégicos, interligados e

diretamente vocacionados para o desenvolvimento rural, complementados com dois desígnios

nacionais, definidos como Objetivos Transversais, e para os quais aqueles deverão contribuir e

interagir de forma ativa”. Os objetivos estratégicos traduzem-se nos Eixos I a III da Tabela 4 -

Matriz de objetivos do PENDR, enquanto os objetivos transversais [ (1) reforçar a coesão

territorial e social; (2) promover a eficácia da intervenção dos agentes públicos, privados e

associativos na gestão sectorial e territorial] foram compilados no Eixo IV.

Tabela 4 - Matriz de objetivos do PENDR

Eixo Objetivos Estratégicos Objetivos Principais Objetivos Específicos

I Aumentar a

competitividade do sector Agrícola e Florestal

Aumentar o conhecimento e melhorar o potencial humano

Melhorar a formação profissional e desenvolver serviços capacitando os

ativos para o desempenho da atividade;

Rejuvenescer o tecido empresarial;

Assegurar uma alteração estrutural significativa nas explorações

transferidas;

Promover a inovação Desenvolver novos produtos, processos

e tecnologias através da cooperação;

Reestruturar e desenvolver o potencial físico

Melhorar a competitividade das fileiras estratégicas, nomeadamente no sector

do leite;

Melhorar a competitividade das empresas do sector agro-florestal;

Desenvolver as infraestruturas agrícolas e florestais;

Promover o uso eficiente da água;

Melhorar a qualidade da produção e dos produtos

agrícolas

Valorizar os produtos alimentares de qualidade;

Promover a sustentabilidade dos Espaços Rurais e dos

Recursos Naturais

Proteger a biodiversidade e os valores ambientais e

paisagísticos em zonas agrícolas e florestais da Rede Natura 2000 e outras Proteger os recursos hídricos e o solo

Contribuir para a adaptação às das alterações climáticas e para

a sua atenuação

Promover a proteção da biodiversidade e de sistemas de alto valor natural e paisagístico associados aos sistemas

agrícolas e florestais;

Incentivar a introdução ou manutenção de modos de produção compatíveis

com a proteção dos valores ambientais e dos recursos hídricos e do solo no

âmbito da atividade agrícola e florestal;

Melhorar a sustentabilidade dos povoamentos florestais;

Promover a eco-eficiência e reduzir a poluição;

Contribuir para o uso continuado e sustentável das

Preservar a atividade agrícola em zonas desfavorecidas;

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terras agrícolas em zonas desfavorecidas

Revitalizar económica e socialmente as Zonas

Rurais

Diversificar a economia rural Promover a diversificação da economia

e do emprego em meio rural;

Melhorar a qualidade de vida

Promover a melhoria da qualidade de vida nas zonas rurais;

Promover o acesso à Internet de banda larga;

Desenvolver competências nas zonas rurais

Desenvolver competências nas zonas rurais;

Melhorar a governança das Zonas Rurais

Valorizar o potencial de desenvolvimento local

Promover a diversificação de actividades e a qualidade de vida nas

zonas rurais;

Promover a cooperação e as boas práticas

Desenvolver competências nas zonas rurais e Melhorar a

governança local

Aumentar a capacidade de execução da abordagem LEADER;

Fonte: Adaptado de PENDR (2009, pp. 85).

2.2.7 ESTRATÉGIA NACIONAL PARA AS FLORESTAS

A Estratégia Nacional para as Florestas (ENF) foi aprovada pela RCM n.º 114/2006, de 15 de

Outubro, e constitui “o documento de referência estratégica do sector, de orientação para os

planos sectoriais de nível regional e para os instrumentos de planeamento florestal” (art. 7º do

Anexo do DL n.º 254/2009). A ENF “insere-se na Estratégia Florestal da União Europeia e

concretiza-se desde já com a adoção de medidas no âmbito do Quadro de Referência

Estratégica Nacional (QREN) e do Plano Estratégico Nacional do Desenvolvimento Rural

(PENDR) e em planos e programas especiais, como os da Defesa da Floresta contra Incêndios

(PNDFCI) ou o da Luta contra o Nemátodo do Pinheiro” (Preâmbulo da RCM n.º 114/2006).

As linhas de orientação estratégica assumidas pela ENF apresentam-se no quadro 6 e

pretendem “a curto prazo, diminuir os riscos e, a médio prazo, melhorar a competitividade

(qualidade e eficiência) do sector em áreas e domínios específicos que contribuam para

garantir a sua sustentabilidade e para aumentar o seu valor económico total” (Anexo à RCM

n.º 114/2006).

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37

2.2.8 PLANO DE BACIA HIDROGRÁFICA DO DOURO

O Plano de Bacia Hidrográfica do Douro (PBHD) foi aprovado pelo Decreto Regulamentar n.º

19/2001, de 10 de Dezembro, e estabelece “de forma estruturada e programática uma

estratégia racional de gestão e utilização da bacia hidrográfica do Douro, em articulação com o

ordenamento do território e a conservação e proteção do ambiente”. O PBHD foi programado

segundo objetivos de curto prazo para o ano de 2006 e de médio/ longo prazo para os anos de

2012 e 2020.

Apresentam-se de seguida os objetivos estratégicos definidos pelo PBHD segundo as

diferentes temáticas abordadas (ver DR n.º 19/2001).

PROTEÇÃO DAS ÁGUAS E CONTROLO DA POLUIÇÃO:

• Resolver as carências e atenuar as disfunções ambientais atuais associadas à qualidade dos

meios hídricos resultantes da necessidade de cumprimento da legislação nacional e

comunitária e a de compromissos internacionais aplicáveis;

• Resolver outras carências e atenuar outras disfunções ambientais atuais associadas à

qualidade dos meios hídricos;

• Adaptar as infraestruturas associadas à despoluição dos meios hídricos e os respetivos

meios de controlo à realidade resultante do desenvolvimento socioeconómico e à

necessidade de melhoria progressiva da qualidade da água;

• Proteger e valorizar meios hídricos de especial interesse, com destaque para as origens

destinadas ao consumo humano;

• Caracterizar, controlar e prevenir os riscos de poluição dos meios hídricos;

• Aprofundar o conhecimento relativo a situações cuja especificidade as torna relevantes no

âmbito da qualidade da água;

• Desenvolver e ou aperfeiçoar sistemas de recolha, armazenamento e tratamento de dados

sobre aspetos específicos relevantes em relação aos meios hídricos.

GESTÃO DA PROCURA, ABASTECIMENTO DE ÁGUA ÀS POPULAÇÕES E ACTIVIDADES

ECONÓMICAS:

• Resolver carências de abastecimento, garantindo o fornecimento de água a toda a

população e à indústria;

• Melhorar a qualidade do serviço;

• Adotar soluções integradas de abastecimento e utilizações;

• Aumentar a eficiência da utilização da água para rega;

• Melhorar o aproveitamento das áreas de rega;

• Atenuar a escassez de recursos hídricos;

• Garantir a sustentabilidade económica e financeira do sector;

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• Promover a valorização dos recursos humanos ligados à gestão e condução dos sistemas;

• Encorajar a participação dos utilizadores na gestão da procura e dos sistemas.

PROTEÇÃO DA NATUREZA:

• Estabelecer medidas de proteção dos meios aquáticos e ribeirinhos com interesse

ecológico e que ainda se apresentam atualmente relativamente próximos da situação

pristina;

• Recuperar os habitats e as condições de suporte das espécies que conferem importância a

diversos troços de linhas de água e albufeiras identificadas como áreas de elevada

biodiversidade potencial;

• Recuperar e valorizar os habitats das áreas do estuário identificadas como de interesse

conservacionista;

• Estabelecer caudais ambientais para as diferentes linhas de água, em função da sua

importância e de uma prévia e cuidada definição de critérios.

PROTEÇÃO CONTRA SITUAÇÕES HIDROLÓGICAS EXTREMAS E ACIDENTES DE POLUIÇÃO:

• Preparação de planos de contingência para situações de seca adaptados a cada região;

• Prevenção contra inundações, entendida como o estudo e implementação de medidas no

sentido de evitar o aparecimento de novas zonas críticas de inundação ou reduzir (ou

mesmo eliminar) algumas dessas zonas atualmente existentes;

• Controlo das cheias naturais no curso principal do rio Douro, entendido como o

desenvolvimento de estudos no sentido de analisar a possibilidade de domínio das cheias

no curso principal do Douro, especialmente a jusante da foz do Tua;

• Proteção em caso de ocorrência das cheias, naturais e artificiais, entendido como o estudo

e implementação de medidas no sentido de proteger as pessoas e bens situados em zonas

críticas de inundação;

• Estabelecimento de planos de emergência para situações de contaminação dos meios

hídricos.

VALORIZAÇÃO SOCIAL E ECONÓMICA DOS RECURSOS HÍDRICOS:

• Acréscimo da valia económica e social das actividades diretamente dependentes da

utilização dos recursos hídricos;

• Aproveitamento racional dos recursos hídricos para os mais diversos fins,

compatibilizando, de uma forma integradora: as diferentes utilizações da água e do

domínio hídrico; o desenvolvimento socioeconómico do território; a proteção do ambiente

e a conservação dos valores naturais;

• Necessidade de melhorar as condições de navegabilidade fluvial e fluvio-marítima, avaliar

os impactes socioeconómicos e ambientais do tráfego fluvio-marítimo e garantir que a

qualidade da água do rio Douro não é afetada pela utilização da via navegável pelo tráfego

fluvial e fluvio-marítimo;

• Melhoria progressiva da qualidade das águas e a necessária monitorização;

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• Inventariar, estudar e preservar, para fins educativos e turístico-recreativos, o património

técnico-científico e exemplos de arqueologia industrial.

ARTICULAÇÃO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO COM O ORDENAMENTO DO DOMÍNIO

HÍDRICO:

• Definição de diretrizes de ordenamento conducentes a promover restrições a usos do solo

e actividades potenciadoras de fenómenos de eutrofização na envolvente das albufeiras;

• Definição de diretrizes para libertar a faixa ribeirinha das actividades industriais mais

danosas para o meio;

• Definição de diretrizes para a salvaguarda das áreas ribeirinhas e de recarga de aquíferos

nas zonas de maior dinamismo territorial e expansão urbana;

• Definição de diretrizes de proteção aos recursos hídricos a incorporar no sistema de

planeamento territorial;

• Proteção das áreas de elevada biodiversidade, através do estabelecimento de

condicionantes ao uso do solo na sua envolvente;

• Fomento de usos e actividades ribeirinhas que dependam da boa qualidade da água.

QUADROS NORMATIVO E INSTITUCIONAL:

• Racionalização e simplificação dos procedimentos administrativos, facilitando, desse

modo, a sua apreensão e plena implementação pelas instituições envolvidas;

• Otimização das estruturas das DRAOT, capacitando-as para o pleno exercício das suas

competências;

• Articular as competências das DRAOT com as de outras pessoas coletivas públicas de base

territorial, de modo a evitar duplicação e deserção de competências;

• Criar condições para a efetiva implementação da recente Convenção Luso-Espanhola.

SISTEMA ECONÓMICO-FINANCEIRO:

• O sistema financeiro associado à gestão dos recursos hídricos terá de se constituir como

meio privilegiado de fazer aproximar o custo privado da produção ao seu verdadeiro custo

social;

• Gerir os recursos hídricos como um bem económico de natureza pública, segundo os

princípios da equidade, eficiência e cumprimento das leis da concorrência;

INFORMAÇÃO E PARTICIPAÇÃO DAS POPULAÇÕES E APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO

DOS RECURSOS HÍDRICOS:

• Informar e sensibilizar as populações em relação aos problemas do ambiente e dar

formação adequada e especializada ao pessoal que opera com os sistemas de saneamento

básico.

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2.2.9 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO FLORESTAL DO TÂMEGA

A Lei n.º 33/96, de 17 de Agosto, que estabelece a base das Políticas Florestais, determina que

“a organização dos espaços florestais faz-se, em cada região, através de planos de

ordenamento florestal, numa ótica de uso múltiplo e de forma articulada com os planos

regionais e locais de ordenamento do território” (n.º 1 do art. 5º).

Os Planos Regionais de Ordenamento Florestal foram definidos com base no Decreto-Lei

nº204/99, de 6 de Junho e são planos com uma proximidade espacial próxima das NUT de

nível III. Em termos de ordenamento estes deverão compatibilizar-se com os instrumentos de

território definidos na Lei de Bases do Ordenamento do Território (Lei nº48/98 de 11 de

Agosto). São objetivos destes planos, definição dos espaços florestais, bem como determinar

um conjunto de alternativas e soluções técnicas adotáveis com vista à implementação e

utilização sustentada dos recursos envolvidos nestes espaços.

O concelho de Celorico de Basto integra-se no Plano Regional de Ordenamento Florestal do

Tâmega (PROF-T), aprovado através do Decreto Regulamentar n.º 41/2007, de 10 de Abril,

constituindo assim “o contributo do sector florestal para os outros instrumentos de gestão

territorial, em especial para os planos especiais de ordenamento do território (PEOT) e os

planos municipais de ordenamento do território (PMOT), no que respeita especificamente à

ocupação, uso e transformação do solo nos espaços florestais” (Preâmbulo, DR n.º 41/2007).

Este documento divide a região em 10 sub-regiões homogéneas: Aboboreira, Alvão-Marão,

Cabreira, Douro, Paiva, Ribadouro-Montemuro, Santa Justa-Pias, Tâmega, Tâmega-Sousa e

Xistos Durienses, que apresentam conjuntamente os seguintes objetivos específicos (art. 13º

do Anexo A do DR n.º 41/2007):

a) Diminuir o número de ignições de incêndios florestais;

b) Diminuir a área queimada;

c) Reabilitação de ecossistemas florestais:

i. Proteger os valores fundamentais de solo e água;

ii. Salvaguarda do património arquitetónico e arqueológico;

iii. Melhoria da qualidade paisagística dos espaços florestais;

iv. Promoção do uso múltiplo da floresta;

v. Potenciar a biodiversidade dos espaços florestais;

vi. Recuperação de galerias ripícolas;

vii. Monitorização da vitalidade dos espaços florestais;

viii. Estabelecimento de medidas preventivas contra agentes bióticos;

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ix. Recuperação de área ardidas.

d) Beneficiação de espaços florestais, nomeadamente:

i. Aumento da diversidade da composição dos povoamentos dos espaços florestais;

ii. Promoção do uso múltiplo da floresta;

iii. Redução das áreas abandonadas;

iv. Criação de áreas de gestão única de gestão adequada;

v. Aumentar a incorporação de conhecimentos técnico científicos na gestão.

e) Consolidação da atividade florestal, nomeadamente:

i. Profissionalização da gestão florestal;

ii. Incremento das áreas de espaços florestais sujeitos a gestão profissional;

iii. Promover a implementação de sistemas de gestão sustentáveis e sua certificação;

iv. Promover a diferenciação e valorização dos espaços florestais através do

reconhecimento prestado pela certificação.

f) Aumentar o conhecimento sobre a silvicultura das espécies florestais;

g) Monitorizar o desenvolvimento dos espaços florestais e o cumprimento do plano.

Em particular, o concelho de Celorico de Basto é abrangido pelas sub-regiões homogéneas da

Cabreira, Tâmega-Sousa e Tâmega (ver Mapa 1- Enquadramento de Celorico de Basto no PROF

Tâmega).

A sub-região da Cabreira, que encerra uma área muito reduzida do noroeste do concelho de

Celorico de Basto, tem como principais funcionalidades, por ordem crescente de importância:

a produção; a silvopastorícia; caça e pesca das áreas interiores e proteção.

Por sua vez, a sub-região Tâmega, representativa da maior parte do território concelhio, tem

como principais funcionalidades a proteção; a produção; o recreio e enquadramento estético

da paisagem.

Por fim, a sub-região Tâmega e Sousa, que se concentra no limite Sudeste do Concelho, integra

como principais funcionalidades: a produção; o recreio e enquadramento estético da paisagem

e a proteção.

De salientar o facto de que, no âmbito da certificação florestal, este plano propõe a

constituição da Denominação de Origem Protegida “Pinho do Tâmega”, na sub-região

homogénea do Tâmega, estando o concelho de Celorico de Basto assinalado, como sendo um

dos concelhos desta sub-região, para integrar esta qualificação.

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Mapa 1- Enquadramento de Celorico de Basto no PROF Tâmega

Essas sub-regiões apresentam, individualmente, os objetivos específicos descritos em seguida:

SUB-REGIÃO HOMOGÉNEA DA CABREIRA

Nesta sub-região homogénea visa-se a implementação e incrementação das funções de

produção, de silvopastorícia, caça e pesca das águas interiores e de proteção.

• Aumentar a superfície florestal arborizada com espécies de bom potencial produtivo e

bem adaptadas à região;

• Aumentar a superfície florestal arborizada com carvalhos e outras folhosas com função de

compartimentação do mosaico floresta;

• Adaptar as práticas silvícolas e maior rigor na escolha das espécies, em situações de

elevado risco de erosão;

• Aproveitar e potenciar as situações suscetíveis de uso silvopastoríl;

• Minimizar o conflito entre as actividades silvopastoríl e florestal;

• Potenciar a implementação de espécies florestais autóctones;

• Implementar nos espaços florestais sob gestão da administração pública, planos de gestão

adequados e servindo de exemplos piloto para os proprietários particulares;

• Recorrer ao fogo controlado para reduzir a carga de combustível das áreas arborizadas e

na gestão de matos e pastoreio;

• Ordenar, promover e regulamentar a exploração dos recursos não lenhosos como a pesca,

a apicultura, os cogumelos silvestres, as plantas aromáticas e medicinais, entre outros;

• Adequar os espaços florestais à crescente procura de valores paisagísticos e de actividades

de recreio e lazer.

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43

SUB-REGIÃO HOMOGÉNEA DO TÂMEGA-SOUSA

Nesta sub-região homogénea visa-se a implementação e incrementação das funções de

produção, de recreio, enquadramento e estética da paisagem e de proteção.

• Promover a requalificação dos povoamentos florestais e inverter a degradação destes,

bem como, a sua subexploração;

• Controlar e minimizar o avanço das invasoras lenhosas;

• Compartimentar as áreas arborizadas contínuas e/ou monoespecíficas através do

aproveitamento da regeneração natural de espécies autóctones menos suscetíveis;

• aos incêndios ou ainda pela intercalação de áreas agrícolas ou de pastagens;

• Conceber mecanismos de proteção do solo, devido ao excesso de mobilizações na sua

exploração;

• Criar unidades de gestão com dimensão significativa, com especial incidência no fomento

do associativismo;

• Diversificar a arborização, recorrendo a espécies ecologicamente bem adaptadas e que

garantam áreas de baixo nível de combustível acumulado;

• Promover a defesa do espaço florestal da pressão urbanística, evitando a disseminação da

mesma;

• Fomentar a plantação de árvores produtoras de madeiras nobres nas áreas agrícolas

abandonadas;

• Fomentar a plantação de árvores de não rápido crescimento nos solos de melhor aptidão

florestal, tendo em vista não só a produção de lenho de qualidade, bem como, a

adaptação deste espaço florestal periurbano às necessidades sociais da população

residente;

• Ordenar e promover a exploração dos recursos não lenhosos como a pesca, a apicultura,

os cogumelos silvestres, as plantas aromáticas e medicinais, entre outros;

• Criar zonas de preservação ambiental como objetivos de recreio e lazer e nichos

ecológicos, com especial preocupação em defender e proteger os núcleos de quercíneas e

as manchas ripícolas;

• Promover e estimular a educação ambiental das populações residentes e visitantes.

SUB-REGIÃO HOMOGÉNEA DO TAMÊGA

Nesta sub-região homogénea visa-se a implementação e incrementação das funções de

proteção, de produção e de recreio, enquadramento e estética da paisagem.

• Adaptar as práticas silvícolas e ser mais rigoroso na escolha das espécies, em situações de

elevado risco de erosão;

• Favorecer a requalificação dos povoamentos florestais de forma a minimizar os problemas

fito-sanitários;

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44

• Compartimentar as áreas arborizadas contínuas e/ou monoespecíficas através do

aproveitamento da regeneração natural ou introdução de espécies autóctones menos

suscetíveis aos incêndios ou ainda pela intercalação de áreas agrícolas ou de pastagens;

• Promover o ordenamento da silvopastorícia;

• Proteger os núcleos de quercíneas, e das manchas ripícolas, de elevado valor para a

conservação da biodiversidade de fauna e flora;

• Recorrer ao fogo controlado para reduzir a carga de combustível das áreas arborizadas e

na gestão de matos e pastoreio;

• Ordenar e promover a exploração dos recursos não lenhosos como a pesca, a apicultura,

os cogumelos silvestres, as plantas aromáticas e medicinais, entre outros;

• Promover a produção de madeiras produtoras de lenho de qualidade nas áreas agrícolas

abandonadas;

• Diversificar a arborização utilizando preferencialmente espécies autóctones, que garantam

áreas de baixo nível de combustível acumulado;

• Dinamizar o aproveitamento dos espaços florestais com o objetivo de fomentar o

potencial do turismo em espaço rural e o turismo de natureza, quando aplicável, aliado às

paisagens do Vale do Tâmega;

• Requalificar e proteger as faixas ribeirinhas.

Ao longo do rio Tâmega, elemento físico que demarca a fronteira do concelho de Celorico de

Basto com o seu vizinho Mondim de Basto, está delimitado um corredor ecológico, entendido

como as “faixas que promovam a conexão entre áreas florestais dispersas, favorecendo o

intercâmbio genético, essencial para a manutenção da biodiversidade” (alínea c do art. 4º do

DR n.º 41/2007). Este corredor florestal intercepta as freguesias de Arnoia, Britelo, Canedo de

Basto, Codessoso e Veade, pelo que deverá constituir-se como “objeto de tratamento

específico no âmbito dos planos de gestão florestal e (...) contribuir para a definição da

estrutura ecológica municipal no âmbito dos PMOT” (n.º 3 do art. 10º do DR n.º 41/2007).

2.2.10 PLANO SETORIAL DA REDE NATURA 2000

A rede Natura 2000 é uma rede ecológica europeia formada por áreas de importância

comunitária para a conservação de determinados habitats e espécies, nas quais as actividades

humanas deverão ser compatíveis com a preservação desses valores naturais.

Esta rede foi criada pela Diretiva do Conselho n.º 92/43/CEE, de 21 de Maio, compreendendo

as zonas de proteção especial designadas pelos Estados-Membros, nos termos da Diretiva do

Conselho n.º 79/409/CEE, de 2 de Abril, e que se destinam essencialmente a garantir a

conservação das espécies de aves, e seus habitats, e das espécies de aves migratórias, e que

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ocorram de forma regular. A Diretiva nº 92/43/CEE define nos seus Anexos I e II os tipos de

habitats naturais e das espécies, respetivamente, que devem ser considerados na criação da

rede em cada Estado-Membro. Esta Diretiva foi transposta para o quadro legal português pelo

DL n.º 226/97, de 27 de Agosto, revisto pelo DL n.º 140/99, de 24 de Abril, na sua atual

redação no DL n.º 49/2005, de 24 de Fevereiro.

Segundo o DL n.º 140/99, na redação do DL n.º 49/2005, “a Rede Natura 2000 (...)

compreende as áreas classificadas como ZEC10 e as áreas classificadas como ZPE11” (art. 4º) e a

sua execução deverá ser “objeto de um plano sectorial (...), tendo em conta o

desenvolvimento económico e social das áreas abrangidas e estabelecendo orientações para:

a) a gestão territorial nos sítios da lista nacional de sítios, nos sítios de importância

comunitária, nas ZEC e nas ZPE;

b) as medidas referentes à conservação das espécies da fauna, flora e habitat” (n.º 4 do art. 8º

do DL n.º 140/99 na sua atual redação).

O Plano Sectorial da Rede Natura 2000 (PSRN2000) já está em vigor, tendo sido ratificado pela

RCM n.º 115- A/2008, de 21 de Julho, e constitui “um instrumento de gestão territorial, de

concretização da política nacional de conservação da diversidade biológica, visando a

salvaguarda e valorização dos sítios e das ZPE do território continental, bem como a

manutenção das espécies e habitats num estado de conservação favorável nestas áreas.

Na sua essência, é um instrumento para a gestão da biodiversidade.” (Preâmbulo da RCM n.º

115-A/2008).

Considere-se que o “PSRN2000 vincula as entidades públicas, dele se extraindo orientações

estratégicas e normas programáticas para a atuação da administração central e local, devendo

as medidas e orientações nele previstas ser inseridas nos planos municipais de ordenamento

do território (PMOT) e nos planos especiais (PEOT) ”

No caso do concelho de Celorico de Basto, não existe qualquer sítio classificado como de

importância comunitária, logo a aplicação do presente plano será realizado com base em

propostas do plano, na componente estratégica de preservação, manutenção e recuperação

10 Zona Especial de Conservação – “um sítio de importância comunitária no território nacional em que são aplicadas as medidas necessárias para a manutenção ou o restabelecimento do estado de conservação favorável dos habitats naturais ou das populações das espécies para as quais o sítio é designado” (alínea n) do n.º 1 do art. 3º do DL n.º 140/99, na sua actual redacção)

11 Zona de Protecção Especial – “uma área de importância comunitária no território nacional em que são aplicadas as medidas necessárias para a manutenção ou restabelecimento do estado de conservação das populações de aves selvagens inscritas no anexo A-I e dos seus habitats, bem como das espécies de aves migratórias não referidas neste anexo e cuja ocorrência no território nacional seja regular” (alínea o) do n.º 1 do art. 3º do DL n.º 140/99, na sua actual redacção)

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dos habitats identificados no concelho, de importância local, e que contribuam para alcançar

os seguintes objetivos (n.º 3 do Anexo I da RCM n.º 115-A/2008):

• "Estabelecer o regime de salvaguarda dos recursos e valores naturais dos locais integrados

no processo, fixando os usos e o regime de gestão compatíveis com a utilização

sustentável do território;

• Estabelecer diretrizes para o zonamento das áreas em função das respetivas características

e prioridades de conservação;

• Definir as medidas que garantam a valorização e a manutenção num estado de

conservação favorável dos habitats e espécies, bem como fornecer a tipologia das

restrições ao uso do solo, tendo em conta a distribuição dos habitats a proteger;

• Fornecer orientações sobre a inserção em plano municipal ou especial de ordenamento do

território das medidas e restrições mencionadas nas alíneas anteriores;

• Definir as condições, os critérios e o processo a seguir na realização da avaliação de

impacte ambiental e na análise de incidências ambientais”.

2.3 PLANOS ESPECIAIS DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

O âmbito nacional do Sistema de Gestão Territorial, definido pela Lei de Bases da Política de

Ordenamento do Território e de Urbanismo, Lei n.º 48/98 de 11 de Agosto, alterada pela Lei

n.º 54/2007 de 31 de Agosto, define que os PEOT compreendem “os planos de ordenamento

de áreas protegidas, os planos de ordenamento de albufeiras de águas públicas, os planos de

ordenamento da orla costeira e os planos de ordenamento dos estuários” (art. 33º da Lei n.º

48/98, na redação da Lei n.º 54/2007).

O concelho de Celorico de Basto não apresenta, na data de elaboração do presente

documento, qualquer um dos recursos territoriais passíveis de serem ordenados através de

Planos Especiais de Ordenamento do Território.

2.4 ÂMBITO REGIONAL

2.4.1 PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE

O Plano Regional de Ordenamento do Território do Norte (PROT-N), a aguardar publicação,

teve a decisão de elaboração aprovada pela RCM n.º 29/2006, de 23 de Março, visando os

seguintes objetivos principais “para além dos objetivos estabelecidos no artigo 52º do

Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro” (n.º 2 da RCM n.º 29/2006):

• “Definir as opções estratégicas de base territorial para o desenvolvimento da região do

norte (...);

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• Definir o modelo de organização do território regional (...);

• Identificar os espaços sub-regionais relevantes para a operacionalização do PROT,

nomeadamente considerando as sub-regiões do Minho, de Trás-os-Montes e Alto Douro e

do Grande Porto como unidades territoriais específicas, com critérios de ordenamento e

gestão apropriados às suas características físicas e de ocupação humana, e desenvolver

propostas estratégicas adequadas à valorização das suas especificidades territoriais e à

criação de complementaridades com vista ao reforço conjunto da competitividade e

coesão regionais;

• Definir orientações e propor medidas para contrariar os fenómenos de urbanização e

edificação difusa para fins habitacionais ou instalação de actividades não rurais,

promovendo simultaneamente o planeamento e a constituição de áreas apropriadas para

o desenvolvimento urbano não especulativo e para a localização de actividades

empresariais;

• Definir orientações e propor medidas para um adequado ordenamento agrícola e florestal

do território, bem como de salvaguarda e valorização da paisagem, das áreas classificadas

e de outras áreas ou corredores ecológicos relevantes;

• Propor medidas para a proteção e valorização do património arquitetónico e arqueológico,

condicionando o uso dos espaços inventariados e das suas envolventes;

• Identificar e hierarquizar os principais projetos estruturantes do modelo territorial

proposto, bem como os que contribuam para o desenvolvimento dos sectores a valorizar,

e definir orientações para a racionalização e coerência dos investimentos públicos;

• Contribuir para a formulação da política nacional e regional de ordenamento do território,

harmonizando os diversos interesses públicos com expressão espacial, e servir de quadro

de referência e definir orientações para as decisões da Administração e para a elaboração

de outros instrumentos de gestão territorial;

• Definir mecanismos de monitorização e avaliação da execução das disposições do PROT –

Norte.”

Tendo sido elaborada em cumprimento da RCM n.º 29/2006 e cumprido os requisitos legais

estabelecidos pelo DL n.º 380/99, de 22 de Setembro, na sua atual redação, a proposta do

PROT-N cumpriu o período de discussão pública entre os dias 8 de Julho e 9 de Setembro de

20099. Os objetivos apresentados pela proposta do PROT-N, objeto de discussão pública, são

os que se enumeram na seguinte tabela:

Tabela 5 -Componentes e respetivas opções estratégicas estabelecidas pelo PROT-N

Componentes Estratégicas Opções Estratégicas de Desenvolvimento e Ordenamento do

Território

Consolidação do Sistema Urbano (pontos nodais da estrutura de apropriação do

território) a dois níveis

Estabelecimento de uma matriz policêntrica da rede urbana, com base numa combinação de elementos da hierarquia com

elementos de complementaridade, explorando as virtualidades os efeitos de rede;

Promoção, como componentes essenciais da sua atratividade e competitividade, dos elementos de excelência e dos vetores de qualificação tanto dos meios urbanos propriamente ditos como

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dos nós de especialização funcional (plataformas logísticas, polos de ciência e tecnologia, infraestruturas de acolhimento

empresarial, etc.), de sustentação e fomento das economias de aglomeração, da intensificação tecnológica e da competitividade

da base económica e das actividades da Região, o que inclui a identificação e conformação dos instrumentos de ordenamento territorial, dos instrumentos de planeamento urbanístico e dos instrumentos de intervenção operacional pertinentes em cada

caso.

Conformação e Concretização das Redes e Sistemas Fundamentais de Conectividade

(suportes dos fluxos de pessoas, de bens, de serviços e de informação) centrada na

articulação entre pontos nodais da estrutura territorial da Região e destes com o exterior, como elemento fundamental de fomento da competitividade, do reforço da mobilidade e da promoção de maior equidade territorial

Grandes infraestruturas e interfaces de transporte (portuários e aeroportuários);

Rede rodoviária estruturante;

Redes ferroviárias de alta velocidade e convencional (suburbana/interurbana/regional);

Redes telemáticas;

Sistemas de transportes e de comunicações, tendo em vista garantir níveis adequados de articulação/conexão entre os

centros urbanos e uma acessibilidade alargada a equipamentos e serviços básicos (serviços de proximidade);

Conservação e Valorização do Suporte Territorial, encarando integradamente os seus elementos constitutivos enquanto

valores intrínsecos (dever de preservação da memória e identidade coletiva), enquanto

componentes de uma dinâmica de desenvolvimento sustentado, e enquanto fatores de melhoria da qualidade de vida

Proteção e qualificação dos valores naturais, ambientais e patrimoniais;

Controlo e gestão das situações de riscos naturais e tecnológicos (identificação, medidas de prevenção, monitorização), e

atenuação / eliminação dos passivos ambientais (recuperação de situações degradadas, eliminação / desagravamento de fontes

poluidoras)

Gestão Sustentada dos Recursos Produtivos de dependência territorial (exploração das

potencialidades / atenuação das fragilidades)

Aproveitamento do potencial hídrico numa perspetiva de sustentabilidade do recurso (reserva estratégica de água,

produção de eletricidade, abastecimento, rega, desporto e lazer, valorização paisagística, elemento de atenuação e controle do

risco, reequilíbrio ambiental);

Sustentabilidade energética, na dupla vertente de promoção do aumento da eficácia nos consumos energéticos e de reforço da

componente da produção energética a partir de fontes renováveis (eólica, hídrica, geotérmica, biomassa, …);

Consideração das especificidades da Zona Costeira, em termos da necessária compatibilização das suas potencialidades com as

fragilidades do seu suporte biofísico;

Exploração da fileira dos recursos geológicos e hidrogeológicos;

Exploração das fileiras vitivinícola, agropecuária e silvo-pastoril, com relevo especial para o desenvolvimento de “nichos de

qualidade” (produtos certificados, DOC);

Desenvolvimento sustentável dos recursos florestais e dos espaços associados e ainda dos recursos cinegéticos, apícolas e

aquícolas das águas interiores e outros diretamente associados à floresta e às actividades silvícolas e, a melhoria da

competitividade das indústrias florestais, promovendo a adequada organização e prevenção estrutural dos espaços

florestais;

Exploração da fileira do turismo;

Fonte: PROT-N – Proposta do Plano (2009, pp. 27-29).

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49

Refira-se ainda que a proposta do PROT-N (em fase final de discussão pública) estabelece

várias diretrizes para o ordenamento do território na Região Norte, que concretizam o alcance

e forma de execução das opções assumidas, segundo várias temáticas – Sistema Urbano, Uso

do Solo, Mobilidade, Transportes e Acessibilidades, Infraestruturas e Redes de TIC, Sistema

Energético, Sistema Biofísico e Patrimonial, Património Histórico-Cultural, Sustentabilidade

Hídrica, Zona Costeira, Riscos Naturais e Tecnológicos e Sistemas de Recursos Produtivos.

2.5 PLANOS INTERMUNICIPAIS DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

Não existem Planos Intermunicipais de Ordenamento do Território que abranjam o concelho

de Celorico de Basto.

2.6 PLANOS MUNICIPAIS DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

2.6.1 PLANO DIRETOR MUNICIPAL

O PDM de Celorico de Basto foi ratificado a 20 de Setembro de 1994 pela RCM n.º 85/94, e

alterado pela RCM n.º 20/2001, de 16 de Maio. Constituem objetivos fundamentais do PDM de

Celorico de Basto os seguintes (art. 5º da RCM n.º 85/94):

• “Melhorar a qualidade de vida da população;

• Reforçar a oferta de equipamentos e serviços;

• Preservar e valorizar os recursos e o património concelhio”.

Encontra-se em fase de revisão e o presente documento constitui-se como uma componente

desse processo.

2.6.2 PLANO DE URBANIZAÇÃO DE CELORICO DE BASTO

A Vila de Celorico de Basto tem vigente o Plano Geral de Urbanização de Celorico de Basto

elaborado no final da década de 1940 e registado na Direcção-Geral do Ordenamento do

Território em 8 de Setembro de 1994. Contudo, este encontra-se totalmente desatualizado da

realidade da Vila, sendo o Plano Diretor Municipal vigente desde 1994 o instrumento que

orienta a gestão urbanística.

No sentido de suprimir este desfasamento, o município encetou a elaboração de um "novo"

Plano de Urbanização da Vila de Celorico de Basto, que está em fase avançada de elaboração,

prevendo-se para breve a sua colocação a discussão pública.

A este respeito adiante-se que para a zona abrangida pela proposta de planos de urbanização,

e atendendo a atualidade das soluções propostas e a sua consistência e coerência com o

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modelo de desenvolvimento proposto pelo executivo municipal para o seu território, a

proposta de revisão do plano diretor municipal fará verter os conteúdos e as opções

atualmente vinculadas pela proposta do plano de urbanização nas suas próprias propostas.

Assim, e em termos gerais, os objetivos preconizados na proposta do plano são os

apresentados em seguida:

Tabela 6- Objetivos da proposta do Plano de Urbanização de Celorico de Basto

Domínios De Atuação Estratégicos

Objetivos Específicos

Acessibilidades

Reforço das acessibilidades externas;

Melhorar as circulações viárias e a oferta de estacionamento;

Qualificação Urbana E Ambiental

Melhorar a Imagem da Vila;

Reforçar o Centro tradicional;

Salvaguarda dos valores patrimoniais edificados;

Privilegiar o crescimento em áreas servidas por infraestruturas e equipamentos;

Equipamentos e Infraestruturas

Reforçar o quadro dos Equipamento de utilização coletiva como condição de afirmação de Sede do Concelho

Reforço e manutenção das redes de infraestruturas básicas;

Privilegiar uma política de requalificação dos espaços públicos;

Planeamento das Ações

Territoriais

Definir Áreas a submeter a Plano de Pormenor ou a Projetos de Espaços Públicos;

Programação das expansões.

Fonte: Proposta PU (CMCB, 2010)

2.6.3 PLANOS DE PORMENOR (PP)

Os Planos de Pormenor que se encontram vigentes para Celorico de Basto são os seguintes:

Tabela 7 - Planos de pormenor em vigor

Fonte: DGOTDU, 2010

Instrumento Designação Dinâmica Publicação DR Data

PP Z. INDUSTRIAL DE CELORICO BASTO 1ª PUBLICAÇÃO PORT 585/93 134 IS-B 09-06-1993

PP Z. INDUSTRIAL DA LAMEIRA/REGO 1ª PUBLICAÇÃO DECL 172/98 110 IIS 13-05-1998

PP RECONVERSÃO URBANÍSTICA DA QUINTA DO PRADO 1ª PUBLICAÇÃO DECL 349/98 269 IIS 20-11-1998

PP RECONVERSÃO DA AUGI DA TAPADA DE SÃO JOÃO - OURILHE 1ª PUBLICAÇÃO DECL 190/2001 137 IIS 15-06-2001

PP RECONVERSÃO DA AUGI DE LEIRAS DO MONTEIRO 1ª PUBLICAÇÃO RCM 140/2001 205 IS-B 04-09-2001

PP PÓLO DE SERVIÇOS E ARMAZÉNS DE CRESPOS 1ª PUBLICAÇÃO RCM 156/2003 225 IS-B 29-09-2003

PP SÃO SILVESTRE 1ª PUBLICAÇÃO RCM 172/2003 255 IS-B 04-11-2003

PP Z. DA RIBEIRA 1ª PUBLICAÇÃO RCM 58/2004 100 IS-B 28-04-2004

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2.7 OUTROS PLANOS DE ÂMBITO MUNICIPAL

Incluem-se neste capítulo alguns planos que, apesar de não serem instrumentos de gestão

territorial de acordo com o respetivo regime jurídico, resultam de imposições legais das

respetivas áreas tutelares e assumem um papel importante na gestão municipal.

2.7.1 PLANO MUNICIPAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS

O Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI), em vigor para o concelho

de Celorico de Basto, foi apresentado a Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra

Incêndios em Abril de 2008, tendo obtido parecer favorável da Autoridade Florestal Nacional

em Janeiro de 2009, de acordo com o conteúdo mínimo previsto no n.º 1 do art. 10º do DL n.º

124/2006, de 28 de Junho, e presentemente está a ser elaborada uma nova versão do referido

plano. (ver notas para reflecção no anexo VI)

A existência deste documento tem como principal objetivo dotar o município de um

instrumento/ferramenta de apoio nas questões relacionadas com a temática da proteção da

floresta contra incêndios, seja na vertente de gestão de infraestruturas como na definição de

áreas críticas, estabelecimento de prioridades de defesa, entre outros.

Desta forma, as considerações mais importantes a reter para este estudo têm a ver com a

definição de áreas consideradas prioritárias de defesa contra incêndios, bem como as normas

e regime de usos que foram definidos de forma a valorizar a floresta (através da listagem de

espécies florestais adequadas) e proteger as populações, infraestruturas e equipamentos.

Para tal, um dos aspetos mais importantes está relacionado com a definição de áreas de risco

de incêndio e o modo como determinadas questões poderão assumir força regulamentar

através do PDM.

Relativamente ao risco de incêndio presente no concelho de Celorico de Basto, que resulta de

vários fatores que influenciam a ignição e a propagação do incêndio: quantidade ou carga de

combustível, a humidade deste e o declive, verificamos que, que há um certo predomínio do

grau de risco Baixo (45%), logo seguido do grau de risco Moderado (30%). Apesar deste

predomínio do grau de risco mais baixo, as áreas com risco mais elevado (Moderado a

elevado) ainda tem uma expressão espacial relevante, pois correspondem a 25% do total do

concelho.

A maioria das áreas de maior risco correspondem às zonas com maior incidência de incêndios

florestais a nível temporal, isto é, nessas zonas, desde 1990 tem vindo a ocorrer ciclicamente

fogos florestais. Essas áreas correspondem a Basto S. Clemente, Serra do Viso, Serra de

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Caçarilhe, Serra do Ladário e ao longo do rio Tâmega, principalmente nas freguesias de Britelo

e Veade.

Mapa 2 - Risco de incêndio florestal

INCÊNDIOS FLORESTAIS

As áreas percorridas por incêndios florestais estão sujeitas a restrições de uso, nos termos

legais, pelo que são consideradas no âmbito das condicionantes, sendo este tema adiante

desenvolvido no capítulo 3.5.

2.7.2 PLANO MUNICIPAL DE EMERGÊNCIA

O Plano Municipal de Emergência (PME) de Celorico de Basto data de Dezembro de 2002. O

PME é um instrumento para o desencadeamento das operações de proteção civil, com vista a

possibilitar uma unidade de direção e controlo, para a coordenação das ações a desenvolver e

gestão de meios e recursos mobilizáveis, face a um acidente grave, catástrofe ou calamidade,

tendo em vista minimizar os prejuízos e perdas de vidas e o restabelecimento da normalidade.

A Resolução n.º 25/2008, de 18 de Julho, da Comissão Nacional de Proteção Civil veio aprovar

“a diretiva relativa aos critérios e normas técnicas para a elaboração e operacionalização de

planos de emergência de proteção civil” (n.º 1 da Resolução n.º 25/2008). A referida Diretiva

estabelece que “os planos de emergência que se encontram elaborados à data de aprovação

da presente diretiva devem ser revistos no prazo máximo de dois anos, de forma a ficarem em

conformidade com a presente diretiva” (n.º 3 do art. 10º da Diretiva anexa à Resolução n.º

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25/2008). Registe-se, neste âmbito, que o Município de Celorico de Basto, no contexto da

Associação de Municípios do Baixo Tâmega, viu aprovada a candidatura ao Programa

Operacional Regional do Norte ON.2 (Eixo Prioritário III – Valorização e Qualificação Ambiental

e Territorial, Medida de Prevenção e Gestão de Riscos Naturais e Tecnológicos, Ações

Imateriais) para elaboração do Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil.

2.7.3 CARTA EDUCATIVA

A Carta Educativa é um instrumento de ordenamento e planeamento da rede educativa, que

tem como objetivos “melhorar a educação, o ensino, a formação e a cultura, bem como utilizar

eficazmente os edifícios e equipamentos de um determinado território”. A atual Carta

Educativa do concelho de Celorico de Basto (2007) foi homologada pelo Ministério da

Educação em 18 de Dezembro de 2007, devendo passados 5 anos, ao abrigo do n.º 3 do art.

20º do DL n.º 7/2003, de 15 de Janeiro, ser avaliada a necessidade de revisão da mesma.

Na Carta Educativa de Celorico de Basto “propõe-se a criação de quatro centros escolares (EB1

/ JI) a localizar nos principais centros urbanos do concelho de Celorico de Basto. Os quatro

centros escolares propostos terão de assegurar todas as condições de conforto e segurança,

assegurar o fornecimento de refeições e todo o leque de actividades de complemento

educativo e extracurricular (Centro de Recursos, Biblioteca, cantina ou refeitório,

polidesportivo, salas de informática) ”.

Os resultados atuais destas propostas, ou seja, a atual oferta de equipamentos de ensino,

serão convenientemente descritos mais adiante, no capítulo 7.3.

3 SERVIDÕES E RESTRIÇÕES DE UTILIDADE PÚBLICA / OUTRAS

CONDICIONANTES

Neste capítulo será realizado um exercício de análise das condicionantes ao uso do solo, de

acordo com a legislação em vigor, que terá por objetivo, para além do contribuir para os

trabalhos em curso (diagnóstico) servir também como uma primeira abordagem aos trabalhos

de atualização da carta de condicionantes do concelho de Celorico de Basto, que se encontram

a decorrer.

Na Resolução do Conselho de Ministros12 que retificou o atual plano diretor municipal é

referido que "Na aplicação prática do Plano há ainda a considerar as servidões e restrições de

12 Resolução do Conselho de Ministros n.º 85/94 de 20 de Setembro.

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utilidade pública, constantes da planta de condicionantes, a qual, embora não seja publicada,

constitui elemento fundamental do Plano, a considerar no âmbito da respetiva gestão."

No articulado do regulamento é mencionado (art. 3º do regulamento) que "A elaboração,

apreciação e aprovação de qualquer plano, programa ou projeto, bem como o licenciamento

de qualquer obra ou ação que implique a ocupação, uso ou transformação do solo na área

abrangida pelo PDMCB regem-se pelo disposto no presente Regulamento, pela carta de

ordenamento e pela carta de condicionantes, as quais constituem parte integrante deste

Regulamento, sem prejuízo do estabelecido na lei geral ou especial"

Em particular, as servidões administrativas e restrições de utilidade pública que são

expressamente mencionadas no regulamento são a Reserva Agrícola Nacional (n.º 2 do art.

42º, n.º1 e n.º4 do art.44º e o art. 57º do Regulamento) e a Reserva Ecológica Nacional (art. 59

e no n.º1 do art. 59º do regulamento).

Em termos de planta de condicionantes, conforme se pode observar no estrato da legenda

podemos constatar que as condicionantes presentes na referida carta são:

• Reserva Ecológica Nacional

• Reserva Agrícola Nacional

• Áreas Ardidas

• Monumentos Nacionais

• Imóveis de Interesse Público

• Marcos Geodésicos

• Estradas Nacionais

• Concessões Mineiras

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Ilustração 1 - Extrato da legenda da carta de condicionantes

3.1 RECURSOS NATURAIS

3.1.1 DOMÍNIO PÚBLICO HÍDRICO

"O domínio público hídrico é constituído pelo conjunto de bens que pela sua natureza são

considerados de uso público e de interesse geral, que justificam o estabelecimento de um

regime de carácter especial aplicável a qualquer utilização ou intervenção nas parcelas de

terreno localizadas nos leitos das águas do mar, correntes de água, lagos e lagoas, bem como

as respetivas margens e zonas adjacentes, a fim de os proteger.

Assim, nos terrenos de domínio público hídrico deverá garantir-se o acesso universal à água e

a passagem ao longo das águas" (DGOTDU, 2005).

O domínio público lacustre e fluvial definido pelo art.º 5º da lei 54/2005 de 15 de Novembro,

que Estabelece a titularidade dos recursos hídricos, que identificas os seguintes casos que se

aplicam ao concelho:

• "Cursos de água navegáveis ou flutuáveis, com os respetivos leitos, e ainda as margens

pertencentes a entes públicos;"

O conceito de margem é igualmente definido pela Lei 54/2005, de 15 de Novembro mas desta

feita no seu artigo 11º que diz que se deve entender por margem uma faixa de terreno

contígua ou sobranceira à linha que limita o leito das águas.

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Considerando o caso do concelho de Celorico de Basto iremos ter dois tipos de situações,

relativas as margens:

• A margem das restantes águas navegáveis ou flutuáveis com a largura de 30 m.

• A margem das águas não navegáveis nem flutuáveis, nomeadamente torrentes, barrancos

e córregos de caudal descontínuo, com a largura de 10 m.

Refira-se, ainda, que são bens patrimoniais sujeitos a servidão administrativa (art.º 12º e 21º

da Lei n.º 54/2005, de 15 de Novembro e art.º 1387º do Código Civil):

• Os leitos e margens das águas públicas não navegáveis nem flutuáveis que atravessem

terrenos particulares;

• As parcelas dos leitos e margens de água do mar e de quaisquer águas navegáveis ou

flutuáveis que tenham sido objeto de desafetação ou tenham sido reconhecidas como

privadas.

No caso do concelho de Celorico de Basto, em relação ao Plano Diretor Municipal em vigor, as

linhas de água encontram-se representadas na cartografia de base (cartografia de referência).

Contudo, estas linhas de água não são referenciadas na carta de condicionantes como sujeitas

a uma servidão administrativa, situação que nos parece ser necessário atualizar.

Atendendo às competências específicas da Administração das Regiões Hidrográficas do Norte,

no que diz respeito a cartografia temática que representa as linhas de água, foi solicitado

parecer sobre a cartografia das linhas de água (representação) que se pretende usar para os

trabalhos de atualização da representação dos elementos associados a esta servidão.

3.1.2 CAPTAÇÃO DE ÁGUA SUBTERRÂNEA PARA ABASTECIMENTO PUBLICO

Importa, ainda, referir as servidões relativas à captação de água subterrânea para

abastecimento público, que é regulamentada pelo Decreto-lei n.382/99, de 22 Setembro.

A este respeito regista-se que nenhuma das captações existentes no concelho de Celorico de

Basto tem os perímetros de proteção estabelecidos.

3.2 RECURSOS GEOLÓGICOS

3.2.1 PEDREIRAS (MASSAS MINERAIS)

A constituição de servidão relativa as massas minerais esta enquadrada pelos Decretos-Lei n.º

90/90, de 16 de Março, e pelo Decreto-Lei n.º 270/2001, de Outubro.

As massas minerais podem ser objeto de propriedade privada ou outros direitos reais, deste

modo, segundo o art.º 35º do Decreto-lei n.º90/90 "o prédio no qual se localize uma pedreira

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e, bem assim, os prédios vizinhos podem ser sujeitos a servidão administrativa, em razão do

interesse económico da exploração."

A pesquisa e a exploração de massas minerais dependem da obtenção de licença de pesquisa

ou de exploração, sendo que a emissão da primeira é da competência da Direção Regional de

Economia e a segunda, conforme a dimensão, pode ser emitida pela Câmara Municipal ou pela

Direção Regional de Economia.

3.3 RECURSOS AGRÍCOLAS E FLORESTAIS

3.3.1 RESERVA AGRÍCOLA NACIONAL

A Reserva Agrícola Nacional (RAN) foi definida com base no diploma legal vigentes à data de

ratificação do mesmo, no caso o DL n.º 196/89, de 14 de Junho13.

Segundo o referido diploma legal, entende-se por RAN o “conjunto das áreas que, em virtude

das suas características morfológicas, climatéricas e sociais, maiores potencialidades

apresentam para a produção de bens agrícolas” (n.º 1 do art.º 3º do DL n.º 196/89, de 14 de

Junho).

A carta da Reserva Agrícola Nacional do concelho de Celorico de Basto foi aprovada e

publicada pela portaria n.º 3/93 de 2 de Janeiro de 1993, ao abrigo do disposto no art.º 5º do

Decreto-Lei n.º 196/89, de 14 de Junho.

Os zonamentos que delimitam a Reserva Agrícola Nacional serviram, igualmente, para

delimitar a classe de espaços agrícolas, segundo o n.º 2 do art.º 42º do regulamento do Plano

Diretor Municipal, refere que a “espaços agrícolas". Estes incluem, para além de outras áreas

de uso agrícola, as áreas do concelho classificadas como Reserva Agrícola Nacional.

A RAN no concelho de Celorico de Basto ocupa 2.553 ha que corresponde a 14,1% da área

total do concelho. A sua distribuição espacial, de grosso modo, concentra-se na parte Este,

mais precisamente nas freguesias nas freguesias de Vale de Bouro, Corgo, Gagos, Molares e

Veade (Mapa 3 - RAN em vigor no concelho de Celorico de Basto). As manchas de maior

dimensão estão situadas nas margens dos rios Freixieiro e Veade, sendo que a mancha situada

nas margens deste ultimo tem a dimensão de 696 ha o que representa 27,2% da área total da

RAN do concelho.

13 Entretanto alterado pelo DL n.º 274/92, de 12 de Dezembro

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Mapa 3 - RAN em vigor no concelho de Celorico de Basto

Em 2009 foi aprovado novo diploma legal redefine o regime jurídico da RAN e que irá orientar

a atualização desta restrição de utilidade pública, trata-se do Decreto-Lei n.º 73/2009, de 31

de Março. Neste diploma está expresso que “as áreas da RAN devem ser afetas à atividade

agrícola e são áreas non aedificandi , numa ótica de uso sustentado e de gestão eficaz do

espaço rural” (n.º 1 do art.º 20º do DL n.º 73/2009). São, portanto, integradas em RAN as áreas

com aptidão agrícola elevada ou muito elevada e, na ausência de classificação face ao nível de

aptidão agrícola dos solos, são incluídas (n.º2 do art.º 8º do DL n.º 73/2009):

• “As áreas com solos das classes de capacidade de uso A, B e Ch20 (...);

• As áreas com unidades de solos classificados como baixas aluvionares e coluviais;

• As áreas em que as classes e unidades referidas nas alíneas a) e b) estejam

maioritariamente representadas, quando em complexo com outras classes e unidades de

solo”.

Estas áreas são reservadas ao uso agrícola, ficando interditas “todas as ações que diminuam ou

destruam as potencialidades para o exercício da atividade agrícola” (art.º 21º do DL n.º

73/2009), designadamente:

• "Operações de loteamento e obras de urbanização, construção ou ampliação, com exceção

das utilizações previstas no artigo seguinte;

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• Lançamento ou depósito de resíduos radioativos, resíduos sólidos urbanos, resíduos

industriais ou outros produtos que contenham substâncias ou microrganismos que possam

alterar e deteriorar as características do solo;

• Aplicação de volumes excessivos de lamas nos termos da legislação aplicável,

designadamente resultantes da utilização indiscriminada de processos de tratamento de

efluentes;

• Intervenções ou utilizações que provoquem a degradação do solo, nomeadamente erosão,

compactação, desprendimento de terras, encharcamento, inundações, excesso de

salinidade, poluição e outros efeitos perniciosos;

• Utilização indevida de técnicas ou produtos fertilizantes e fitofarmacêuticos;

• Deposição, abandono ou depósito de entulhos, sucatas ou quaisquer outros resíduos”.

Contudo, fica em aberto a possibilidade de ocorrerem utilizações não agrícolas em áreas afetas

à RAN desde que “não exista alternativa viável fora das terras ou solos da RAN, no que respeita

às componentes técnica, económica, ambiental e cultural, devendo localizar-se nas terras e

solos classificadas como de menor aptidão” (n.º 1 do art.º 22º do DL n.º 73/2009), e

compreendam as ações mencionadas nas alíneas a) até o) do n.º 1 do art.º 22º do DL n.º

73/2009.

Refira-se ainda que as áreas incluídas em perímetros urbanos identificados em PMOT não

integram a RAN, segundo o art.º. 10º do DL n.º 73/2009. Esta orientação estava já presente no

anterior regime jurídico da RAN, através do art.º 7º do DL n.º 196/89.

NOTA: Para análise das REN e da RAN atual (no que diz respeito, em termos técnicos, à sua

definição e marcação no terreno) ver propostas de redelimitação (respetivas) e documento da

Estrutura Ecológica Municipal.

3.3.2 POVOAMENTOS DE SOBREIROS OU AZINHEIRAS

O regime jurídico de proteção ao sobreiro e à azinheira rege-se pelo Decreto-Lei n.º 254/2009,

de 24 de Setembro, este diploma este Salvaguarda dos povoamentos estabelecendo, entre

outras medidas, a inibição de alteração de uso do solo por 30 anos em áreas ocupadas por

povoamentos que tenham sofrido conversões.

A informação desta condicionante será atualizada / incluída na carta de condicionantes com

recursos a informação do plano municipal de defesa da floresta contra incêndios.

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3.4 RECURSOS ECOLÓGICOS

3.4.1 RESERVA ECOLÓGICA NACIONAL

A Reserva Ecológica Nacional (REN) foi definida com base no diploma legal vigente à data de

ratificação do mesmo, no caso o Decreto-Lei n.º 93/90, de 19 de Março 14.

Segundo o referido diploma legal, entende-se por REN a “estrutura biofísica básica e

diversificada que, através do condicionamento à utilização de áreas com características

ecológicas específicas, garante a proteção de ecossistemas e a permanência e intensificação

dos processos biológicos indispensáveis ao enquadramento equilibrado das actividades

humanas” (art.º 1º do DL n.º 93/90).

A delimitação Reserva Ecológica Nacional do concelho de Celorico de Basto foi aprovada e

publicada Resolução do Conselho de Ministros 177/96, de 22 de Outubro, tendo sido alvo da

Declaração de Retificação n.º 63-B/2008 de 21 de Outubro.

Atualmente a Reserva Ecológica Nacional compreende 6.350,63ha, esta encontra-se

distribuída por diferentes sistemas (áreas de risco de erosão, cabeceiras de linhas de água,

áreas de infiltração máxima), mas concentra-se maioritariamente em dois: as áreas de risco de

erosão e áreas de cabeceiras de linhas de água.

Tabela 8- Área da REN atual por sistemas

Sistemas Área em hectares

Percentagem do ecossistema face à área total de R.E.N.

Percentagem do ecossistema face a área total do concelho.

Áreas Cabeceiras de linhas de água 3226,61 50,8 17,8

Escarpas 27,93 0,4 0,2

Áreas de Máxima Infiltração 316,64 5 1,7

Áreas de Risco de Erosão 3388,13 53,4 18,7

Área total de R.E.N. 6350,13

Verificamos, assim, que 53,4% (18,7% da área total do concelho) correspondem às áreas de

risco elevado e 50,8% (17,8% da área total do concelho) correspondem a áreas de cabeceira de

linhas de água. As áreas de máxima infiltração representam 5% da REN e as zonas de escarpas

afiguram um valor residual de 0,4% correspondendo a 27,93 ha (Tabela 8- Área da REN atual

por sistemas).

14 Entretanto alterado pelo alterado pelo Decreto-Lei n.º 316/90, de 13 de Outubro, e pelo DL n.º

213/92, de 12 de Outubro

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Mapa 4 - REN em Vigor no concelho de Celorico de Basto

A legislação atualmente vigente sobre o regime jurídico da REN é o DL n.º 166/2008, de 22 de

Agosto. De acordo com este diploma legal, as áreas a integrar na REN do concelho de Celorico

de Basto correspondem às seguintes tipologias:

Tabela 9 - Tipologias das áreas e integrar na REN no concelho de Celorico de Basto

Áreas integradas em REN Tipologias

Áreas relevantes para a sustentabilidade do ciclo hidrológico terrestre

“a) Cursos de água e respetivos leitos e margens; b) Lagoas e lagos e respetivos leitos, margens e faixas de proteção;

c) Albufeiras que contribuam para a conectividade e coerência ecológica da REN, bem como os respetivos leitos, margens e faixas

de proteção; d) Áreas estratégicas de proteção e recarga de aquíferos.”

Áreas de prevenção de riscos naturais

“a) Zonas adjacentes; (...) c) Zonas ameaçadas pelas cheias não classificadas como zonas

adjacentes nos termos da Lei da Titularidade dos Recursos Hídricos; d) Áreas de elevado risco de erosão hídrica do solo;

e) Áreas de instabilidade de vertentes.”

Fonte: Adaptado do art.º 4º do DL n.º 166/2008.

O DL n.º 166/2008 lista ainda os “usos e as ações de iniciativa pública ou privada” interditos

nas áreas afetas à REN, designadamente (n.º 1 do art.º 20º do DL n.º 166/2008):

• “Operações de loteamento;

• Obras de urbanização, construção e ampliação;

• Vias de comunicação;

• Escavações e aterros;

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• Destruição do revestimento vegetal, não incluindo as ações necessárias ao normal e

regular desenvolvimento das operações culturais de aproveitamento agrícola do solo e das

operações correntes de condução e exploração dos espaços florestais”.

Desta listagem de usos e ações excetuam-se aqueles que “sejam compatíveis com os objetivos

de proteção ecológica e ambiental e de prevenção e redução de riscos naturais” (n.º 2 do art.º

20º do DL n.º 166/2008). Incluídas nesta exceção encontram-se as operações de loteamento,

desde que as áreas abrangidas por REN “não sejam objeto de fracionamento nem destinadas a

usos ou ações incompatíveis com os objetivos de proteção ecológica e ambiental e de

prevenção e redução de riscos naturais” (n.º 1 do art.º 26º do DL n.º 166/2008). Assim, ao

contrário do estipulado legalmente para a RAN, as áreas de REN podem ocorrer dentro de

perímetros urbanos identificados em PMOT, desde que assumam usos compatíveis com os

seus objetivos.

Apresentamos de seguida a tabela de correspondência entre as áreas definidas pelo DL n.º

93/90 e as categorias abrangidas pelo DL n.º 166/2008 Anexo IV do DL n.º 166/2008):

Tabela 10 - correspondência entre as categorias do DL n.º 93/90 e as do DL n.º 166/2008

Novas categorias de áreas integradas na REN Áreas definidas no Decreto-Lei n.º 93/90, de 19 de Março

Cursos de águas e respetivos leitos e margens. Leitos dos cursos de água (as margens não integravam a REN.)

Ínsuas.

Lagoas e lagos e respetivos leitos, margens e zonas de proteção.

Lagoas, suas margens naturais e zonas húmidas adjacentes e uma faixa de proteção delimitada a partir da linha de máximo

alagamento.

Albufeiras que contribuam para a conectividade e coerência ecológica da REN,

bem como os respetivos leitos margens e faixas de proteção.

Albufeiras e uma faixa de proteção delimitada a partir do regolfo máximo.

Áreas estratégicas de proteção e recarga de aquíferos.

Cabeceiras das linhas de água. Áreas de máxima infiltração.

Zonas adjacentes. Não estavam integradas na REN.

Zonas ameaçadas pelas cheias não classificadas como zonas adjacentes nos termos da Lei da

Titularidade dos Recursos Hídricos Zonas ameaçadas pelas cheias.

Áreas de elevado risco de erosão hídrica do solo.

Áreas com risco de erosão

Áreas de instabilidade de vertentes. Escarpas, sempre que a dimensão do seu desnível e

comprimento o justifiquem, incluindo faixas de proteção delimitadas a partir do rebordo superior e da base.

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3.5 ESPAÇOS FLORESTAIS PERCORRIDOS POR INCÊNDIOS

3.5.1 OCORRÊNCIAS DE INCÊNDIOS FLORESTAIS

De acordo com os dados disponibilizados pela Autoridade Florestal Nacional, entre 2000 e

2009, registaram-se, no concelho de Celorico de Basto, um total de 2936 ocorrências às quais

correspondem uma área ardida 5920 hectares. O ano de 2005 destaca-se claramente quer

pelo número de ignições – 447, quer pela área queimada – 2657 ha, sendo o máximo de área

ardida e número de ocorrências verificadas neste período. Assinala-se, ainda o ano de 2003,

pelo elevado número de ocorrências (422) e o ano de 2009 pelo número elevado de hectares

de floresta queimados (1022,1ha). Inversamente, distingue-se 2008 como sendo ano com

menor número de ignições e área , com 100 ignições e 40,4 hectares ardidos. Em média,

ardem anualmente neste território 592 de floresta em 294 ocorrências.

Gráfico 1 – Área ardida e número de ocorrências, entre 2000 e 2009

O Mapa 5, que representa as áreas ardidas, permite observar a localização dos incêndios

florestais. Desta forma, verifica-se que estes ocorreram por quase todo o Concelho, com

especial na parte Norte e Este deste território, sendo que existem quatro zonas onde se

verifica uma certa incidência espacial, isto é, a existência de ocorrências em períodos distintos

mas no mesmo local:

• Basto S. Clemente, entre os lugares de Vacaria e Pereira;

• Serra do Viso e Caçarilhe;

• Ladário;

• Freguesias de Britelo, Arnoia e Codessoso, junto ao rio Tâmega.

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Ocorrencias

àrea ardida

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Mapa 5 – Áreas percorridas por incêndios 2000 a 2008

3.5.2 ENQUADRAMENTO LEGAL

O Código Florestal (DL n.º 254/2009) define o ordenamento e a recuperação dos espaços

florestais percorridos por incêndios, estabelecendo que “nos espaços florestais percorridos por

incêndios, em solo rural, durante o período de 15 anos a contar da data de ocorrência do

incêndio, não podem ser alteradas, revistas ou suspensas as disposições dos planos municipais

de ordenamento do território ou elaborar-se novos instrumentos de planeamento territorial

que conduzam ao aumento da superfície urbanizável ou da edificação nesses espaços

relativamente ao disposto nos instrumentos em vigor à data do incêndio” (n.º 1 do art.º 22º do

Anexo do DL n.º 254/2009). Fica ainda estabelecido um período de 5 anos para a proibição da

“prática da pastorícia nos espaços florestais arborizados percorridos por incêndios ou nos

espaços florestais integrados em áreas classificadas cuja recuperação seja negativamente

afetada por esta atividade” (n.º 4 do art.º 22º do Anexo do DL n.º 254/2009).

O Código Florestal estabelece ainda a obrigatoriedade dos PMOT em identificar as áreas de

maior risco de incêndio florestal e em estabelecer as medidas de prevenção contra incêndios

em áreas florestais, segundo o disposto no DL n.º 124/2006, alterado pelo DL n.º 17/2009 (ver

n.º 6 e n.º 7 do art.º 22º do Anexo do DL n.º 254/2009).

Os espaços florestais percorridos por incêndios ficam sujeitos à execução de ações de

estabilização de emergência e de reabilitação, de curto e médio prazos, e à execução de ações

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de recuperação estrutural, de longo prazo, segundo o estabelecido pelo Código Florestal, nos

termos dos artigos 21º e 23º do Anexo do DL n.º 254/2009.

O Decreto-Lei n.º 254/2009, de 24 de Setembro, e DL n.º 124/2006, de 28 de Junho, alterado

pelo DL n.º 17/2009, de 14 de Janeiro estabelecem, no seu conjunto, o regime jurídico de

proteção das áreas percorridas por incêndios florestais.

Assim este regime jurídico, entre outros aspetos, estabelece a proibição de alteração, revisão

ou suspensão das disposições dos PMOT num período de 15 anos.

A informação desta condicionante será atualizada/incluída na carta de condicionantes com

recursos a informação do plano municipal de defesa da floresta contra incêndios.

3.6 PATRIMÓNIO EDIFICADO

3.6.1 IMÓVEIS CLASSIFICADOS

O património cultural integra todos os imóveis com valor cultural atendendo aos seus aspetos

históricos, arqueológico, artístico científico, social ou técnico sejam particularmente notáveis.

Assim, a proteção legal dos bens culturais imóveis tem por base a sua classificação e

inventariação (art.º 16º da Lei n.º 107/2001). Deste modo, os bens culturais são classificados,

de acordo com o art.º 15 da Lei n.17/2001, como:

• Interesse nacional quando representam um valor cultural de significativo interesse para a

Nação;

• Interesse público quando representam ainda um valor cultural de importância nacional,

mas para os quais o regime de proteção inerente à classificação como de interesse

nacional de mostra desproporcionado;

• Interesse municipal quando represente um valor cultural de significado predominante para

um determinado município.

Atualmente existem, no concelho, os seguintes bens culturais imóveis com proteção legal:

Tabela 11 – Bens culturais imóveis com proteção legal no concelho de Celorico de Basto

DESIGNAÇÃO SITUAÇÃO

ATUAL CATEGORIA DE PROTEÇÃO

CATEGORIA TIPOLOGIA

Castelo de Arnoia Classificado Classificado como MN - Monumento

Nacional Castelo

Pelourinho de Castelo Classificado Classificado como IIP - Imóvel de

Interesse Público Pelourinho

Casa da Boavista, incluindo o jardim ...

Classificado Classificado como IIP - Imóvel de

Interesse Público Solar

Casa do Outeiro Classificado Classificado como IIP - Imóvel de

Interesse Público Casa

Estela de Vila Boa Classificado Classificado como IIP - Imóvel de

Interesse Público Estela

Convento de Arnoia, Em Vias de Em Vias de Classificação (com Despacho Convento

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incluindo no seu ... Classificação de Abertura)

Solar do Souto, Jardins e Quinta

Em Vias de Classificação

Em Vias de Classificação (com Despacho de Abertura)

Solar

Casa da Gandarela, Capela de Santo António

Em Vias de Classificação

Em Vias de Classificação (com Despacho de Abertura)

Conjunto Urbano

3.7 EQUIPAMENTOS

3.7.1 EDIFÍCIOS ESCOLARES

O Decreto-Lei n.º 9/2007, de 17 de Janeiro, aprova o regulamento geral do ruído, que no seu

artigo 3º determina como sendo “«Zona sensível» a área definida em plano municipal de

ordenamento do território como vocacionada para uso habitacional, ou para escolas, hospitais

ou similares, ou espaços de lazer, existentes ou previstos, podendo conter pequenas unidades

de comércio e de serviços destinadas a servir a população local, tais como cafés e outros

estabelecimentos de restauração, papelarias e outros estabelecimentos de comércio

tradicional, sem funcionamento no período noturno”. Assim o plano diretor municipal terá de

ter em conta os mapas de ruído e avaliando do cumprimento critério de exposição máxima

definido no regulamento geral do ruido e zonando as áreas ocupadas pelos equipamentos

escolares como zonas sensíveis.

A proibição de erigir qualquer construção a uma distância inferior a 12 metros dos recintos

escolares, que era determinada pelo DL n. 37575, de 8 de Outubro de 1949, foi revogada pelo

Decreto-Lei 80/2010 de 25 de Junho, por se considerar que atualmente os PMOT asseguram o

objetivo de ponderação da localização destes equipamentos.

3.7.2 HOSPITAIS E CENTROS DE SAÚDE

Como já foi referido, anteriormente, para os edifícios escolares, o plano diretor municipal terá

de ter em conta os mapas de ruído e avaliando do cumprimento critério de exposição máxima

definido no regulamento geral do ruído e zonando as áreas ocupadas pelos centros de saúde

como zonas sensíveis.

3.8 INFRAESTRUTURAS

3.8.1 REDE RODOVIÁRIA NACIONAL E REGIONAL

Os terrenos ao longo das estradas nacionais e regionais estão sujeitos a um regime de

servidões que se destina a proteger essas vias de ocupação que podem afetar a visibilidade e a

segurança da circulação assim como manter a possibilidade de futuros alargamentos das vias,

a realização das inerentes obras de beneficiação e a defesa de espaços canais para a

construção das vias projetadas.

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67

O Plano Rodoviário Nacional, revisto e atualizado pelo Decreto-lei n.º 222/98, de 17 de Julho,

alterado pela Lei n.º 98/99 de 26 de Julho e pelo Decreto-Lei n.º 182/2003 define a rede

rodoviária nacional do continente que desempenha função de interesse nacional. No caso do

concelho de Celorico de Basto temos as seguintes vias que integram a referida rede:

• E.N. 101-4, com início na sede do Concelho, liga o mesmo ao Concelho de Felgueiras, mais

concretamente, à cidade da Lixa;

• E.N. 206, atravessa o Concelho, no quadrante Noroeste, permitindo a ligação aos

Concelhos de Fafe e Cabeceiras de Basto, mais especificamente à localidade de Arco de

Baúlhe;

• E.N. 210, percorre o Concelho num eixo Norte-Sul, assegurando a ligação entre os

Concelhos de Amarante e Cabeceiras de Basto.

• E.N. 304, faz a ligação entre as Vilas de Gandarela e de Fermil, permitindo fazer a ligação

ao Concelho de Mondim de Basto.

3.8.2 ESTRADAS E CAMINHOS MUNICIPAIS

As estradas e caminhos municipais têm faixas de proteção que se destinam a garantir a

segurança do trânsito e a permitir a realização de futuros alargamentos e obras de

beneficiação.

A constituição de servidões nas estadas e caminhos municipais segue o regime previsto na Lei

n.º 2110, de 19 de Agosto de 1961.

3.8.3 REDE FERROVIÁRIA

O domínio público ferroviário é constituído por diversos bens que pertencem à infraestrutura

ferroviária. O regime das servidões do domínio público ferroviário resulta do Decreto-Lei n.º

276/2003, de 4 de Novembro.

No caso do concelho, apesar da supressão da circulação ferroviária na linha do Tâmega, o

domínio público ferroviário ainda se aplica.

3.9 MARCOS GEODÉSICOS

A rede Geodésica Nacional é composta por um conjunto de pontos coordenados, Vértices

Geodésicos (marcos geodésicos) que possibilitam a referenciação espacial, assim nas

proximidades destes, só podem ser autorizadas construções ou plantações que não

prejudiquem a sua visibilidade. Esta servidão é instituída a partir do momento da construção

dos marcos segundo o regime previsto pelo Decreto-Lei n.º 143/82 de 26 de Abril.

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4 CARATERIZAÇÃO BIOFÍSICA

4.1 NOTA INTRODUTÓRIA

O estudo que aqui se apresenta consiste na caracterização biofísica do concelho de Celorico de

Basto, elaborado no âmbito da revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) deste Concelho. Esta

é uma etapa importante, uma vez que constitui a base do processo do ordenamento deste

território.

Na caracterização biofísica deste Concelho foram considerados um conjunto de estudos de

elaboração recente que servem de base para os trabalhos aqui desenvolvidos, aos quais se

acrescenta informação e conteúdos que permitem um melhor enquadramento das temáticas

em análise à luz dos objetivos específicos no âmbito da revisão do PDM. Os estudos que

servem de base a esta caracterização são: Plano Municipal de Defesa da Floresta; Versão

Preliminar da Estrutura Ecológica, Estudo sobre o Zonamento da Reserva Ecológica Nacional do

concelho de Celorico de Basto e as Bases de Ordenamento do Plano Regional de Ordenamento

do Florestal do Tâmega.

4.2 GEOMORFOLOGIA E FISIOGRAFIA

O concelho de Celorico de Basto enquadra-se na região de Basto que se encontra encaixada

entre as montanhas do Minho e de Trás-os-Montes, através de uma ampla depressão alinhada

pelo rio Tâmega que na sua parte mais a montante apresenta relevos com origem tectónica

(como a depressão de Chaves) e mais a jusante temos entalhes de vertentes que percorrem

grande parte do curso de água (Mapa 6 - Hipsometria).

A morfologia do concelho é marcada por elevações com alguma importância, nomeadamente,

a Serra do Viso (cota máxima corresponde ao marco geodésico do Viso com 851 metros), Serra

da Queimadela que se encontra a Nordeste da anterior e ronda os 750 a 800 metros e a Serra

de Infesta que se encontra no lado Este da Serra do Viso. A separação destas elevações é feita

através de um vale encaixado formado pela ribeira de Infesta. Todas estas elevações situam-se

na parte central do concelho.

Na parte Norte a Serra do Ladário atinge os 300 a 640 metros, sendo que as suas cumeadas

correspondem ao limite administrativo com o concelho de Cabeceiras de Basto.

A Sul, mais precisamente na parte Sudeste, a elevação mais importante é a Serra do Codessoso

que tem como ponto mais alto o marco geodésico de S. Gruivo a 670 metros de altitude.

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Verifica-se ainda que, a altitude vai diminuindo de Oeste em direção a Este, existindo uma

grande amplitude altimétrica, correspondendo a mais de 750 metros, entre a altitude máxima,

que é registada no marco geodésico do Viso (851m) e as altitudes mais baixas (cerca de 80

metros) que são observadas ao longo do rio Tâmega e que constituem, simultaneamente, o

limite administrativo Este do Concelho (ver Mapa 6).

Mapa 6 - Hipsometria

De acordo com o Gráfico 2, representativo da percentagem da área ocupada por classes de

declives, verificamos que as altitudes se concentram entre os 150 metros e 750 metros, não

existindo um claro predomínio uma classe de altitude específica, no entanto são as classes dos

450 a 600 metros (26,3%) e 150 a 300 metros (25,7%) que registam maior representação no

território em análise. Por sua vez, as classes com menor expressão correspondem aos

extremos, isto é, aos valores mais baixos e mais altos, rondando os 3% de área cada uma.

Gráfico 2 - Percentagem de área ocupada por classe hipsométrica

3%

26%

21%26%

21%

3%

< 150

150-300

300-450

450-600

600-750

> 750

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Mapa 7 - Declives

Observando a exposição das vertentes em relação à radiação solar e aos ventos, verificamos

no território de Celorico de Basto há um predomínio de vertentes orientadas a Este (vertentes

temperadas) e a Sul (vertentes muito quentes). As encostas expostas a Oeste (vertentes

quentes) representam 18% do território e as vertentes mais frias, aquelas que estão voltadas a

Norte correspondem a 16%. As áreas planas ocupam apenas 13% da área concelhia (Gráfico 3 -

Percentagem de área ocupada por exposição da vertente).

Gráfico 3 - Percentagem de área ocupada por exposição da vertente

Quanto à sua distribuição espacial, verificamos que na freguesia de Basto (S. Clemente), a

parte central da freguesia de Vale do Boro e na freguesia de Arnoia, as vertentes orientadas a

Norte têm maior expressão. Por sua vez, as vertentes expostas a Sul e a Oeste têm predomínio

nas freguesias de Corgo, Canedo de Basto e Rego.

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Mapa 8- Exposição de vertentes

4.3 HIDROLOGIA

A análise da hidrografia, no contexto dos trabalhos de revisão do Plano Diretor Municipal, tem

particular importância quando encaramos como sendo uma ferramenta usada para definição

dos usos do solo, onde as questões ligadas à hidrografia devem estar corretamente

enquadradas que numa perspetiva de salvaguarda dos recursos, quer numa perspetiva de

minimizar os riscos que podem estar associados a estes mesmos recursos (e.g. risco de cheia).

Os recursos hídricos “compreendem as águas, abrangendo ainda os respetivos leitos e

margens, zonas adjacentes, zonas de infiltração máxima e zonas protegidas” (n.º 1 do art.º 1º

da Lei n.º 54/2005), que dependendo da sua titularidade compreendem “recursos dominiais,

ou pertencentes ao domínio público, e os recursos patrimoniais, pertencentes a entidades

públicas ou particulares” (n.º 2 do art.º 1º).

Desta forma, pretende-se caracterizar a rede hidrográfica e qualidade da água do concelho de

Celorico de Basto.

O concelho de Celorico de Basto é abrangido por uma densa rede hidrográfica e insere-se nas

bacias hidrográficas: Ave e Douro (mais precisamente na bacia do Ave e Tâmega que constitui

uma sub-bacia da bacia hidrográfica do Douro). Esta última bacia abarca 17248ha,

compreendendo por isso cerca de 95% da área concelhia, a bacia do Ave ocupa os restantes

860ha, tendo por isso pouca expressão neste território (Mapa 9 - Rede hidrográfica).

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Mapa 9 - Rede hidrográfica

Da bacia hidrográfica do Ave, o principal curso de água é o rio Bugio que percorre duas

freguesias: Basto (S. Clemente) e Rego, tendo um sentido N-S até ao Lugar da Ponte em

Argontim (freguesia de Rego) para depois assumir um sentido E-W em direção ao concelho de

Fafe.

O principal curso de água do Concelho é o rio Tâmega, que coincide, simultaneamente, com o

limite administrativo da parte Este, mais precisamente com o concelho de Mondim de Basto.

São quatro os principais afluentes deste curso de água:

• Rio Veade – a Norte, forma o vale que separa a Serra do Ladário (na parte Nordeste) e a

Serra de Caçarilhe (na parte central). As suas cabeceiras localizam-se em redor do marco

geodésico de S. Pedro, no limite com a bacia hidrográfica do rio Ave;

• Rio Freixieiro – que no seu troço inicial assume a designação de Rio da Vila, pois atravessa a

sede concelho. O seu vale separa as elevações da Serra do Viso e Caçarilhe com o Monte de

Calvelo e elevações de Arnoia;

• Ribeira de Santa Natália - tem as suas cabeceiras na Serra do Viso, tendo grande parte do seu

percurso dentro do concelho, indo desaguar ao Tâmega já no concelho de Amarante. Tem uma

orientação inicial E-W até ao Lugar de Perraço na freguesia do Rego, adquirindo

posteriormente uma direção N-S até ao limite concelhio, no lugar de Seixoso (Fervença) para

depois assumir uma direção W-E até à sua foz;

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• Ribeira de Petimão, na parte Norte, fazendo limite com o concelho de Cabeceiras de Basto.

Faz parte de um curso de água que tem a sua origem em Fafe, mas que tem a denominação de

ribeira de Várzea Cova.

Para além destes cursos de água, existem outros com importância local, nomeadamente:

ribeira de Infesta (afluente do rio Freixieiro), que tem uma orientação N-S, separando o seu

vale a Serra de Caçarilhe e a do Viso e as ribeiras de Fiães e Levadoiro que vão desaguar ao rio

Tâmega na freguesia de Codessoso.

A influência do relevo na hidrografia é evidente se associarmos a existência de falhas

tectónicas com a presença dos cursos de água. A mais evidente, como já foi referido

anteriormente, é a falha que atravessa o concelho com direção Norte-Sul, originando o encaixe

da ribeira de Infesta. Quanto ao rio Tâmega verifica-se que se encontra encaixado ao longo do

concelho, acontecendo o mesmo com os outros cursos de água principais, mas somente no

seu percurso inicial.

As bacias de receção dos principais cursos de água estão situadas na banda Oeste do concelho,

área onde se concentram as maiores elevações. As exceções ao anterior enunciado situam-se

na área de S. Gruivo (nas freguesias de Arnoia e Codessoso) e a Norte na Serra do Ladário.

4.3.1 ANÁLISE MORFOMÉTRICA

A análise morfométrica que se apresenta pretende verificar se as estruturas geológicas de

Celorico de Basto influenciam as características das bacias das ribeiras de Chedas, Fiães,

Freixieiro, Sta. Natália e Veade.

Os índices de maior relevância apresentados são os seguintes:

• Propriedades lineares;

• Relação de bifurcação;

• Relação de comprimento;

• Índice de Gravelius;

• Densidade de drenagem;

• Coeficiente de manutenção.

PROPRIEDADES LINEARES

A área da bacia corresponde a toda a área drenada pelo conjunto do sistema fluvial, projetada

num plano horizontal. As áreas das bacias das ribeiras em análise possuem valores diferentes,

variando entre os 42 km2 (Ribeira de Sta. Natália) e os 4 km2 (Ribeira de Fiães), estamos, por

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isso, perante bacias de dimensões distintas (Tabela 12 - Área e Perímetro de cada bacia

hidrográfica principal).

Tabela 12 - Área e Perímetro de cada bacia hidrográfica principal

Ribeiras Área (km2) Perímetro (km)

Chedas 7,4 13,2

Fiães 3,8 12,5

Freixieiro 39,7 31,6

Sta. Natália 41,9 40,8

Veade 39,6 32,4

Fonte: GeoAtributo (2010)

Segundo a classificação de Strahler, nas ribeiras em estudo, o valor máximo de hierarquização

é a 6ª ordem, pertencente à Ribeira do Freixieiro, o máximo para as ribeiras de Sta. Natália e

Veade são a 5ª ordem e Cheadas e Fiães corresponde à 4ªordem (Mapa 10 - Hierarquização da

rede hidrográfica segundo Stralher).

Mapa 10 - Hierarquização da rede hidrográfica segundo Stralher

RELAÇÃO DE BIFURCAÇÃO

Esta análise incidiu sobre os canais de 1ª ordem e de 2ª ordem. Nestes cursos de água, na

determinação da relação de bifurcação da 1ª ordem, concluímos que todos os cursos

pertencem à classe Rb [3 - 5]. Esta classe corresponde a uma estrutura geológica que não

exerce uma influência dominante sobre o padrão de drenagem. Comparativamente à relação

de bifurcação da 2ª ordem, todas as ribeiras, à exceção da ribeira de Chedas, pertencem

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igualmente à classe Rb [3 - 5], o que significa, no caso desta ribeira, que a estrutura geológica

já tem alguma influência na estruturação da rede de canais.

RELAÇÃO DE COMPRIMENTO

A relação de comprimento, também designada por “Lei dos comprimentos” (Horton), classifica

uma bacia hidrográfica segundo a sua ordenação, através de uma série geométrica direta. Esta

lei confirma-se quando o valor dos comprimentos médios se situa entre 1,5 – 3,5.

No caso em estudo, as ribeiras de Chedas, Fiães e Veade seguem uma série geométrica direta,

pois os valores rodam o referido intervalo. Desta forma logo a lei dos comprimentos é

comprovada o que significa, mais uma vez, que a estrutura geológica tem pouca influência na

estruturação da rede de canais. No entanto, o mesmo não se atesta nas ribeiras de Freixieiro e

Sta. Natália, pois são registados valores superiores a 3,5, no caso da relação de comprimento

entre a 5ª/4ª ordem na Ribeira de Sta. Natália (7,4) e na relação de comprimento entre a 6º/5ª

ordem da Ribeira do Freixieiro (7,4), o que indica uma influência lito-estrutural.

ÍNDICE DE GRAVELIUS

Na análise deste coeficiente se o resultado for igual a 1, corresponde a uma bacia compacta,

havendo uma concentração muito rápida das águas na foz durante uma cheia. Nas ribeiras

estudadas o resultado nunca corresponde ao valor 1, logo as ribeiras não são compactas,

detém, pois, uma forma irregular, pelo que durante uma cheia não haverá uma concentração

rápida das águas na foz.

DENSIDADE DE DRENAGEM

Todas as ribeiras analisadas registam valores que se situam na classe [ < 7,5 [, o que significa

que correspondem a ribeiras de densidade de drenagem baixa, logo, possuem uma textura

grosseira, ou seja, existe um espaçamento amplo entre os cursos de água. Esta baixa

densidade pode ser explicada pela litologia, do concelho de Celorico, que é marcada por

terrenos granitoides, ou seja, materiais duros e resistentes à erosão fluvial.

COEFICIENTE DE MANUTENÇÃO

Nas ribeiras estudadas, este valor, varia entre os 154m2 (Ribeira de Veade) e os 198 m2 (Ribeira

de Sta. Natália). Isto significa que, por exemplo, no caso da Ribeira de Sta. Natália, são

necessários, em termos médios de 198 m2 de área mínima para o desenvolvimento de um

metro de canal.

Observando os diferentes parâmetros morfométricos descritos anteriormente, pode-se

concluir que as ribeiras estudadas são diferentes e possuem formas irregulares. A estrutura

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geológica poderá ter pouca influência na organização da rede hidrográfica, comprovada

principalmente pela relação de comprimento e pela relação de bifurcação.

4.3.2 QUALIDADE DA ÁGUA

A enorme dependência do homem relativamente à água, sempre condicionou (e

provavelmente continuará a condicionar) a sua forma de vida. Atualmente, este recurso

natural está presente em várias actividades, e como tal, é utilizado para diversos fins, nos quais

assume maior importância o abastecimento doméstico e público, os usos agrícolas e

industriais e a produção de energia elétrica.

Devido a esta importância extrema, torna-se pertinente a aferição da qualidade da mesma nas

suas várias vertentes. Para tal, recorreu-se à informação existente nas entidades que tutelam

esta matéria, como sendo o Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH) do

Instituto da Água (INAG) e Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR).

No seguimento do descrito anteriormente, importa esclarecer que a abordagem será

direcionada em dois sentidos: recursos hídricos existentes e água destinada ao consumo

humano. No que respeita aos recursos hídricos, o SNIRH classifica a qualidade da água nas

seguintes classes:

Tabela 13 - Classes de Classificação da Qualidade da Água

Excelente Águas com qualidade equivalente às condições naturais, aptas a satisfazer

potencialmente as utilizações mais exigentes em termos de qualidade.

Boa Águas com qualidade ligeiramente inferior à classe A, mas podendo

também satisfazer potencialmente todas as utilizações.

Razoável

Águas com qualidade aceitável, suficiente para irrigação, para usos

industriais e produção de água potável após tratamento rigoroso. Permite a

existência de vida piscícola (espécies menos exigentes) mas com

reprodução aleatória; apta para recreio sem contacto direto.

Má Águas com qualidade medíocre, apenas potencialmente aptas para

irrigação, arrefecimento e navegação. A vida piscícola pode subsistir, mas

de forma aleatória.

Muito Má Águas extremamente poluídas e inadequadas para a maioria dos usos.

Fonte: SNIRH (2010) http://snirh.pt/index.php?idMain=1&idItem=1.5&idISubtem=ANUARIO_BACIA&bacCOD=12

O Gráfico 4 -Evolução da qualidade da água, apresenta a evolução da qualidade da água na

Bacia hidrográfica do Douro, no período compreendido entre 2004 e 2008.