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PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO PMS 0 PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO DE CURITIBA VOLUME III INFRAESTRUTURA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO DE CURITIBAmultimidia.curitiba.pr.gov.br/2013/00142056.pdf · 2.3.1.3 Landfarming ... de coleta de esgotos sanitários, compreendendo a produção de

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    SANEAMENTO DE CURITIBA

    VOLUME III

    INFRAESTRUTURA DE

    ESGOTAMENTO SANITRIO

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    CURITIBA 2013

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    PREFEITO: GUSTAVO FRUET

    VICE-PREFEITA: MIRIAN GONALVES

    Secretrio Municipal de Abastecimento: Aldo Fernando Klein Nunes

    Fundao de Ao Social: Marcia Oleskovicz Fruet

    Secretria Municipal de Administrao: Fbio Dria Scatolin

    Agncia Curitiba de Desenvolvimento: Gina Gulineli Paladino

    Secretria Antidrogas Municipal: Superintendente Osiris Pontoni Klamas

    Secretria Municipal de Assuntos Metropolitano: Valfrido Eduardo Prado

    Companhia de Habitao Popular de Curitiba: Ubiraci Rodrigues

    Secretrio Municipal de Comunicao Social: Gladimir do Nascimento

    Secretria Municipal da Copa do Mundo da FIFA 2014: Reginaldo Luiz dos S. Cordeiro

    Fundao Cultural de Curitiba: Marcos Cordiolli

    Curitiba S. A.: Clarice Zendron Dias Tanaka

    Secretria Municipal da Defesa Civil: Chefe de Gabinete Jlio Czar Haus

    Secretria Municipal da Educao: Roberlayne de Oliveira Borges Roballo

    Companhia do Esporte, Lazer e Juventude: Aluisio de Oliveira Dutra Junior

    Secretrio Municipal de Finanas: Eleonora Bonato Fruet

    Secretria do Governo Municipal: Ricardo Mac Donald Ghisi

    Secretria Municipal de Poltica Habitacional: Osmar Bertoldi

    Instituto Curitiba de Sade: Wilson Michaelis

    Instituto Municipal de Administrao Pblica: Liana Maria da Frota Carleial

    Instituto Curitiba de Informtica: Renato Jos de Almeida Rodrigues

    Instituto de Previdncia dos Servidores do Municpio de Curitiba: Wilson Luiz P. Mokva

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    Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba: Srgio Pvoa Pires

    Secretria Municipal de Meio Ambiente: Renato Eugenio de Lima

    Secretaria Municipal da Mulher: Roseli Isidoro

    Secretaria Municipal de Obras Pblicas: Srgio Luiz Antoniasse

    Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficincia: Mirella Prosdocimo

    Secretaria Municipal de Planejamento e Gesto: Fbio Dria Scatolin

    Procuradoria Geral do Municpio: Joel Macedo Soares Pereira Neto

    Secretaria Municipal de Recursos Humanos: Meroujy Giacomassi Cavet

    Secretaria Municipal de Relaes com a Comunidade: Carlos Henrique S de Ferrante

    Secretaria Municipal de Relaes Institucionais: Paulo Maia de Oliveira

    Secretria Municipal de Sade: Adriano Massuda

    Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego: Mirian Gonalves

    Secretaria Municipal de Trnsito: Joel Krger

    Urbanizao de Curitiba S. A.: Roberto Gregorio da Silva Junior

    Secretrio Municipal de Turismo: Superintendncia Paulo Roberto Colnaghi Ribeiro

    Secretaria Municipal do Urbanismo: Reginaldo Luiz dos Santos Cordeiro

    CURITIBA 2013

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    COORDENAO E ELABORAO

    SECRETARIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE

    Secretrio

    Renato Eugenio de Lima

    Curitiba

    2013

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    Equipe Tcnica Municipal: Decreto N 671, 15 de abril de 2013.

    Coordenao Geral

    Renato Eugenio de Lima

    Secretrio Municipal de Meio Ambiente

    Coordenao Tcnica

    Marlise Teresa Eggers Jorge

    Diretora do Departamento de Recursos Hdricos e Saneamento Ambiental

    Equipe Tcnica

    Secretaria Municipal do Meio Ambiente

    Claudia Regina Boscardin

    Carlos Eduardo Beltro

    Gisele Martins dos Anjos Taborda Ribas

    Leny Mary de Goes Toniolo

    Secretaria Municipal do Urbanismo

    Rafael Mueller

    Marise Terezinha Hoerner Ivanqui

    Secretaria Municipal de Obras Pblicas

    Vinicios Hyczy do Nascimento

    Janislei da Silva

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    Procuradoria Geral do Municpio

    Barbara Andrzejewski Massuchin Bessa

    Arion Mozart Chagas Junior

    Secretaria Municipal da Sade

    Lucia Isabel de Araujo

    Andre Luis Pasdiora

    Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba

    Geraldo Farias

    Felipe Maia Ehmke

    Secretria Executiva

    Amanda Dutra Ceranto

    A equipe tcnica municipal ficou encarregada das seguintes atribuies e

    responsabilidades conforme as etapas do plano:

    elaborar o Plano Municipal de Saneamento Bsico de forma participativa;

    confeccionar e imprimir relatrios e mapas temticos que se faam necessrios;

    produzir informaes a partir de dados secundrios e dados primrios;

    acompanhar e supervisionar o processo de desenvolvimento do PMS;

    participao em reunies e Audincias Pblicas;

    sensibilizar e mobilizar a comunidade para o processo de elaborao do PMS;

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    DIVISO DO PLANO

    VOLUME I ASPECTOS GERAIS

    VOLUME II INFRAESTRUTURA DE ABASTECIMENTO DE GUA

    VOLUME III NFRAESTRUTURA DE ESGOTAMENTO SANITRIO

    VOLUME IV RIOS, DRENAGEM URBANA E MANEJO DE GUAS PLUVIAIS

    VOLUME V GESTO INTEGRADA DE RESDUOS SLIDOS URBANOS

    VOLUME VI PARTICIPAO SOCIAL, REUNIES E DIVULGAO

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    VOLUME III

    INFRAESTRUTURA DE ESGOTAMENTO SANITRIO

    Curitiba 2013

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    EQUIPE EXECUTORA DO VOLUME III

    Coordenao Geral

    Marlise Teresa Eggers Jorge

    Diretora do Departamento de Recursos Hdricos e Saneamento

    Equipe Tcnica

    Acir Pires Weber

    Andeson Ricardo Magnuski Pinheiro

    Andrea Yamada

    Ana Maria Ribeiro Picheth

    Andr Luiz Nunes

    Carlos Eduardo Beltro

    Celso Luis Thomaz

    Cynthia Hauer De Mello Leitao

    Dante Greca Filho

    Eduardo Emilio Fenianos

    Eduardo Sabino Pegorini

    Elcio Crisanto Pereira

    Ernani Jose Ramme

    Francelino Vieira de Jesus

    Francisco Carlos Vieira Marques

    Francisco Raymundo Cominese Filho

    Giuliano Gaeur

    Dante Greca Filho

    Iara Leida Peters

    Marcos Fernandes Storer

    Mariana Baggio Annibelli

    Murilo Bertolino

    Raphael Rplim de Moura

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    Rita de Cassia Gorny Becher

    Rosngela Maria Azevedo de Bassi

    Roygler Hartmann

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    SUMRIO

    LISTA DE SIGLAS E DEFINIES.......................................................................................... 13

    LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................ 15

    LISTA DE TABELAS ................................................................................................................ 16

    1.1 RESUMO DO CONTRATO DE CONCESSO N 13.543/ 2001 ......................................... 18

    2 CARACTERSTICAS DO ESGOTAMENTO SANITRIO EXISTENTE ................................. 19

    2.1 REDE DE ESGOTOS ......................................................................................................... 19

    2.1.1 Dispositivos das ligaes prediais de esgoto ................................................................... 20

    2.1.2 Estao Elevatria de Recalque ...................................................................................... 24

    2.1.3 Rede Pblica de Esgotos ................................................................................................ 24

    2.1.4 Coletores, Interceptores e Emissrios ............................................................................. 26

    2.2 SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ESGOTOS .................................................................. 26

    2.2.1 Sistema alternativo de tratamento de esgoto ................................................................... 26

    2.2.2 Estaes de Tratamento de Esgotos - ETE ..................................................................... 29

    2.2.3 Sistema Curitiba de Coleta e Tratamento Esgotos Sanitrio (SCCTES) .......................... 30

    2.3 DISPOSIO DO LODO DAS ESTAES DE TRATAMENTO DE ESGOTOS ................ 31

    2.3.1 Alternativas de Disposio Final ...................................................................................... 33

    2.3.1.1 Aterro Sanitrio............................................................................................................. 34

    2.3.1.2 Incinerao ................................................................................................................... 34

    2.3.1.3 Landfarming ................................................................................................................. 35

    2.3.1.4 Reciclagem Agrcola ..................................................................................................... 35

    2.4 DOENAS DE VECULO HDRICA .................................................................................... 36

    3 PROGRAMA, PROJETOS E AES .................................................................................... 39

    3.1 PROGRAMA DE DESPOLUIO HDRICA (PDH) ............................................................ 40

    3.1.1 Objetivos ......................................................................................................................... 40

    3.2 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DE GUAS DOS RIOS ............... 46

    3.2.1 Objetivo ........................................................................................................................... 46

    3.2.1.1 Objetivos especficos .................................................................................................... 46

    3.2.2 REA DE ESTUDO ......................................................................................................... 47

    3.2.3 METODOLOGIA DE TRABALHO .................................................................................... 49

    3.2.3.1 Padres referenciais utilizados ..................................................................................... 50

    3.2.3.2 Cronograma ................................................................................................................. 51

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    3.3 PROTEO, PRESERVAO E RECUPERAO DAS NASCENTES ............................ 53

    3.3.1 Tipos de Nascentes ......................................................................................................... 54

    3.3.2 Legislao ....................................................................................................................... 56

    3.3.2.1 Legislao Estadual e Municipal ................................................................................... 58

    3.3.3 Recuperao das Nascentes ........................................................................................... 59

    3.3.4 Proteo das Nascentes .................................................................................................. 60

    3.3.5 Contaminao de guas superficiais e subterrneas ....................................................... 62

    3.3.6 OBJETIVOS .................................................................................................................... 62

    3.3.6.1 Especficos: .................................................................................................................. 63

    3.3.7 Cadastro de Nascentes ................................................................................................... 64

    3.3.8 Metodologia de Trabalho ................................................................................................. 65

    4 METAS .................................................................................................................................. 67

    4.1 IMEDIATO: De janeiro de 2014 at dezembro de 2017 ...................................................... 67

    4.2 CURTO PRAZO: De janeiro de 2014 a dezembro de 2021 ................................................ 68

    4.3 MDIO PRAZO: De janeiro de 2014 a dezembro de 2026 ................................................. 70

    4.4 LONGO PRAZO: De janeiro de 2014 a dezembro de 2034 ................................................ 71

    5 AES DE EMERGNCIA E CONTINGNCIA APONTADAS PELA CONCESSIONRIA .. 73

    ANEXO A CONTRATO DE CONCESSO N 13.543/2001 ................................................... 80

    ANEXO 1 CRONOGRAMA DE OBRAS DE AMPLIAO DE ESGOTAMENTO SANITRIO

    PARA OS ANOS DE 2014 E 2015 ........................................................................................... 80

    ANEXO 2 REA CENTRAL A SER REVITALIZADA COM REDE DE ESGOTO ................... 80

    CONTRATO DE CONCESSO N 13.543/ 2001 ..................................................................... 82

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    LISTA DE SIGLAS E DEFINIES

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas.

    Art. Artigo

    CF Constituio Federal

    COHAB Companhia de Habitao Popular de Curitiba

    DBO Demanda Bioqumica de Oxignio

    DQO Demanda Qumica de Oxignio

    DTI Dispositivo Tubular de Inspeo

    EEE Estao Elevatria de Esgoto

    ETA Estao de Tratamento de gua

    ETE Estao de Tratamento de Esgotos

    IPPUC Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba

    MARHS Departamento de Recursos Hdricos e Saneamento

    MCIDADES Ministrio das Cidades.

    NBR Normas Brasileiras da ABNT

    OD Oxignio Dissolvido

    ONU Organizao das Naes Unidas

    PAC Programa de Acelerao do Crescimento

    PDH Programa de Despoluio Hdrica

    PMC Prefeitura Municipal de Curitiba

    PMCADS Plano Municipal de Controle Ambiental e Desenvolvimento

    Sustentvel.

    PMS Plano Municipal de Saneamento

    PMQAR Programa de Monitoramento da Qualidade de gua dos Rios

    PPCS Plano de Ao para Produo e Consumo Sustentveis

    PRONEA Programa Nacional de Educao Ambiental

    RCE Rede Coletora de Esgoto

    RMC Regio Metropolitana de Curitiba

    SCCTES Sistema Curitiba de Coleta e Tratamento de Esgoto Sanitrio

    SMMA Secretaria Municipal do Meio Ambiente

    SST Slidos Suspensos Totais

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    TAC Termo de Compromisso de Ajustamento

    VTA Vistoria Tcnica Ambiental

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1: Esgoto predial ligado rede de coleta pblica de esgoto. ......................................... 20

    Figura 2: Rede coletora de esgoto existente em Curitiba ......................................................... 25

    Figura 3: Demonstrao do sistema de tratamento individual de esgoto. ................................. 27

    Figura 4: Locais das ETEs nas Bacias Hidrogrficas de Curitiba ............................................. 29

    Figura 5: Ligaes Prediais realizadas pela Concessionria cadastradas at dez/2012........... 42

    Figura 6: Lotes sem rede de esgoto em frente ao imvel ......................................................... 44

    Figura 7: Bacias Hidrogrficas divididas em sub bacias. .......................................................... 48

    Figura 8: Nascente de encosta e de fundo de vale, .................................................................. 54

    Figura 9: Nascente de contato .................................................................................................. 55

    Figura 10: Nascente com acmulo inicial ................................................................................. 55

    Figura 11: Nascente de rio subterrneo ................................................................................... 56

    Figura 12: Rio e mata ciliar conservados .................................................................................. 59

    Figura 13: Sistemas antigos de captao ................................................................................. 61

    Figura 14: Nascente assoreada ................................................................................................ 61

    Figura 15. Canalizao irregular da nascente com resduos slidos ........................................ 66

    Figura 16:. Nascente. ............................................................................................................... 66

    Figura 17. Local invadido por plantas invasoras. ...................................................................... 66

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    16

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1: Indice de atendimento com rede de esgoto apresentado pela Concessionria ......... 22

    Tabela 2; Estaes Elevatrias e respectivas vazes .............................................................. 24

    Tabela 3: Dimetro dos coletores com a extenso de rede implantada .................................... 26

    Tabela 4:Estaes de Tratamento de Esgoto com sua respectiva capacidade de tratamento. . 30

    Tabela 5: Comparao entre o Cdigo Florestal Revogado e o atual ....................................... 57

    Tabela 6: Cadastros de nascentes particulares e pblicas ....................................................... 64

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    17

    1 INTRODUO

    O Esgotamento Sanitrio constitudo pelas atividades, infraestruturas e instalaes

    operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposio final adequados de esgotos

    sanitrios, desde as ligaes prediais e incio de redes coletoras de esgoto at o

    lanamento final no meio ambiente, dentro dos parmetros conforme legislao

    existente.

    Segundo o Ministrio das Cidades (BRASIL, 2009) os objetivos setoriais especficos ao

    gerenciamento dos servios de esgotamento sanitrio so os seguintes:

    Resolver carncias de atendimento, garantido o esgotamento a toda a populao e a

    outras atividades urbanas;

    Implantar, ampliar e/ou melhorar a infraestrutura para tratamento de esgoto e

    despoluio dos corpos hdricos;

    Proteger e valorizar os mananciais de especial interesse, com destaque para os

    destinados ao consumo humano;

    Caracterizar, controlar e prevenir os riscos de poluio dos corpos hdricos;

    Reforar a comunicao com a sociedade e promover a educao para a

    sustentabilidade.

    O Municpio de Curitiba concedeu de forma onerosa, Companhia de Saneamento do

    Paran SANEPAR, a explorao dos servios pblicos de abastecimento de gua e

    de coleta de esgotos sanitrios, compreendendo a produo de gua para

    abastecimento, sua distribuio, operao, conservao, manuteno, coleta, remoo

    e tratamento de esgotos sanitrios. O Contrato de Concesso n 13.543, na ntegra,

    encontra-se no ANEXO 1 deste Captulo.

    A Prefeitura Municipal de Curitiba, atravs da Secretaria Municipal do Meio Ambiente

    (SMMA), como rgo gestor do Contrato de Concesso n 13.543, e do Decreto

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    18

    Municipal n1430/2007, atribuiu a coordenao da Comisso de Fiscalizao deste

    Contrato Direo do Departamento de Recursos Hdricos e Saneamento (MARHS).

    1.1 RESUMO DO CONTRATO DE CONCESSO N 13.543/ 2001

    Considerando os termos da Lei Estadual n 4.684, de 23.01.1969, a Lei Municipal n

    6.388, de 17.12.1982 e o relevante interesse do ESTADO DO PARAN na integrao e

    no compartilhamento dos sistemas de abastecimento de gua e de coleta e tratamento

    de esgoto sanitrio dos Municpios, que constituem a Regio Metropolitana de Curitiba,

    resolveram, de comum acordo celebrar o Contrato de Concesso com o Municpio de

    Curitiba (Anexo A), que regido pela Lei Municipal n 10.192, de 28.06.2001.

    Compete Concessionria, com exclusividade, diretamente ou mediante contrato com

    entidade especializada em engenharia sanitria: a) estudar, projetar e executar as

    obras relativas construo, ampliao ou remodelao dos sistemas pblicos de

    abastecimento de gua potvel e de esgotos sanitrios municipais; b) atuar como

    rgo coordenador, executor ou fiscalizador de execuo dos convnios celebrados

    entre o Municpio e rgos Federais ou Estaduais; c) operar, manter, conservar e

    explorar os servios de gua potvel e de esgotos sanitrios; e d) emitir e arrecadar as

    contas dos servios que prestar.

    O servio dever ser executado em estrita obedincia aos parmetros atualmente

    definidos, ou que o venham a ser no futuro, pela legislao que regula o setor de

    saneamento bsico, em especial quanto qualidade e potabilidade da gua para o

    abastecimento pblico, sendo obrigatria a ligao de gua e esgotamento sanitrio

    em todos os imveis com edificaes no territrio do Municpio de Curitiba, em que o

    servio estiver disponvel.

    Para a adequada prestao dos servios pblicos concedidos a Concessionria dever

    atender as seguintes metas de expanso:

    b) elevar o nvel de atendimento com os servios de coleta e tratamento de esgotos

    sanitrios, no mnimo, (i) para 82,1% (oitenta e dois vrgula um por cento) at

    31.12.2004; (ii) para 86,1% (oitenta e seis vrgula um por cento) at 31.12.2015; e

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    19

    (iii) para 90% (noventa por cento) em 31.12.2020, mantendo-se tal nvel durante o

    prazo remanescente da presente concesso.

    A Concessionria, no exerccio de sua atividade, dever realizar suas operaes com o

    objetivo de preservar os ecossistemas envolvidos, observadas todas as normas legais

    e regulamentares sobre a preservao do meio ambiente.

    2 CARACTERSTICAS DO ESGOTAMENTO SANITRIO EXISTENTE

    O lanamento irregular de esgotos a principal causa da poluio dos nossos rios. A

    poluio destes rios est relacionada aos casos de doenas de veculo hdrica.

    Para a preservao da qualidade de gua dos rios e preveno de doenas

    necessrio a ligao do imvel Rede Coletora de Esgotos (RCE) da SANEPAR, para

    que a Concessionria realiza a coleta, tratamento dos efluentes e disposio adequada

    do lodo.

    2.1 REDE DE ESGOTOS

    As guas residurias domsticas, ou esgoto so encaminhadas pelo coletor predial at

    uma rede coletora denominada emissrio de esgoto bruto que passa pelas ruas da

    cidade.

    Essas redes coletoras convertem por meio dos interceptores (tubos de maiores

    dimenses) at a estao de bombeamento ou diretamente estao de tratamento

    dependendo da topografia local.

    Os sistemas de esgoto sanitrio do Municpio de Curitiba so integrados com alguns

    municpios vizinhos, uma vez que a cobertura com esgotamento sanitrio ocorre de

    acordo com as bacias hidrogrficas da regio metropolitana.

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    20

    Todos os imveis com edificao devem estar ligados corretamente rede de esgotos

    existentes. Conforme item 4. METAS, deste Volume, prope-se que a tarifa de esgoto

    ser diferenciada para os imveis que tenham rede de coleta de esgoto e possuem

    irregularidade ou ligao de esgoto predial inexistente.

    2.1.1 Dispositivos das ligaes prediais de esgoto

    O sistema de esgoto sanitrio conta com 392.481 ligaes de esgoto e 635.579

    economias residncias de esgoto atendidas (Sistema de Informaes da Sanepar - SIS

    WEB, ref. 12/2012).

    A Figura 1 exemplifica a ligao predial de esgotos e descreve os dispositivos

    necessrios correta conduo dos efluentes dos ramais internos at a rede coletora

    de esgotos da Concessionria.

    Figura 1: Esgoto predial ligado rede de coleta pblica de esgoto. Fonte: SMMA, 2013

    1) Caixa de Gordura: Retm a gordura que entra pelo ralo da pia da cozinha. Deve ser

    construda, conforme a NBR 8160/99 da ABNT, na sada das pias de cozinha e

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    21

    churrasqueiras. Sua tampa deve ser mvel para fazer sua limpeza peridica, no

    mnimo a cada seis meses e sempre que houver necessidade. A gordura retirada

    deve ser descartada juntamente com o lixo orgnico. A falta da caixa de gordura

    pode causar o entupimento da RCE e o refluxo do esgoto para a rua ou para o

    imvel;

    2) Caixa de Passagem: usada para verificao de falhas e manuteno do ramal

    interno. Deve ser construda sempre que houver mudana de direo do cano ou a

    cada 25 metros;

    3) Caixa de inspeo: caixa de passagem que deve ser construda perto do muro. No

    pode ser lacrada porque usada para manuteno da rede em benefcio do

    cidado;

    4) Cano da ligao: ltimo canal do ramal interno, na sada da caixa de inspeo. Deve

    ser colocado em linha reta at o Dispositivo Tubular de Inspeo (DTI);

    5) Dispositivo Tubular de Inspeo (DTI): instalado pela Concessiopnria e

    demonstra que o imvel atendido por Rede Coletora de Esgoto (RCE). Serve para

    inspecionar a ligao do imvel RCE. Se no houver DTI em frente ao imvel,

    deve-se solicitar a instalao, ou informaes Concessionria, por meio do

    telefone 115;

    6) Drenagem (guas de chuva): O sistema de drenagem deve ser executado para

    captar as guas da chuva e destin-las Galeria de guas Pluviais, sempre que

    possvel, a um corpo dgua ou, em ltimo caso, sarjeta. Em nenhuma hiptese a

    gua de chuva pode ser destinada Rede Coletora de Esgoto.

    7) Rede Coletora de Esgoto: a rede instalada pela Concessionria que coleta o

    esgoto domstico e leva, atravs de coletores, at uma Estao de Tratamento de

    Esgoto;

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    22

    8) Galeria de guas Pluviais da Prefeitura: So tubulaes que recebem as guas de

    chuva da rua, atravs das bocas de lobo e das casas, conduzindo-as at um corpo

    dgua (rio, crrego etc).

    Conforme o Sistema de Informaes da Concessionria (SIS WEB, 12/2012), os

    sistemas de esgotamento sanitrio de Curitiba atendem a 90,52% dos imveis com

    rede coletora de esgoto sendo que deste montante somente 65% esto interligados de

    forma correta ao sistema. Na tabela 1 so demonstrados os ndices de atendimento

    com rede coletora de esgoto nos bairros de Curitiba, sendo que no item 4. METAS

    deste Volume, a PMC prope o aferimento do cadastro geral de esgotamento sanitrio.

    Tabela 1: Indice de atendimento com rede de esgoto apresentado pela Concessionria Cdigo do

    Bairro Descrio do bairro

    ndice de atendimento com rede coletora de esgoto

    01 CENTRO 99,5%

    02 SAO FRANCISCO 100%

    03 CENTRO CIVICO 100%

    04 ALTO DA GLORIA 100%

    05 ALTO DA RUA XV 100%

    06 CRISTO REI 100%

    07 JARDIM BOTANICO 97,2%

    08 REBOUCAS 100%

    09 AGUA VERDE 100%

    10 BATEL 100%

    11 BIGORRILHO 100%

    12 MERCES 97,5%

    13 BOM RETIRO 98,0%

    14 AHU 100%

    15 JUVEVE 100%

    16 CABRAL 100%

    17 HUGO LANGE 98,7%

    18 JARDIM SOCIAL 99,2%

    19 TARUMA 98,2%

    20 CAPAO DA IMBUIA 95,4%

    21 CAJURU 94,3%

    22 JARDIM DAS AMERICAS 97,8%

    23 GUABIROTUBA 92,5%

    24 PRADO VELHO 97,1%

    25 PAROLIN 83,5%

    26 GUAIRA 98,9%

    27 PORTAO 95,1%

    28 VILA IZABEL 99,0%

    29 SEMINARIO 96,6%

    30 CAMP.DO SIQUEIRA 97,7%

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    31 VISTA ALEGRE 89,3%

    32 PILARZINHO 69,7%

    33 SAO LOURENCO 93,2%

    34 BOA VISTA 99,9%

    35 BACACHERI 98,5%

    36 BAIRRO ALTO 94,2%

    37 UBERABA 74,8%

    38 HAUER 98,9%

    39 FANNY 97,1%

    40 LINDOIA 92,3%

    41 NOVO MUNDO 95,2%

    42 FAZENDINHA 93,0%

    43 SANTA QUITERIA 95,7%

    44 CAMPO COMPRIDO 90,6%

    45 MOSSUNGUE 99,7%

    46 SANTO INACIO 67,8%

    47 CASCATINHA 79,7%

    48 SAO JOAO 66,5%

    49 TABOAO 24,0%

    50 ABRANCHES 52,7%

    51 CACHOEIRA 28,1%

    52 BARREIRINHA 85,9%

    53 SANTA CANDIDA 50,7%

    54 TINGUI 88,9%

    55 ATUBA 44,0%

    56 BOQUEIRAO 92,0%

    57 XAXIM 90,1%

    58 CAPAO RASO 90,8%

    59 ORLEANS 92,5%

    60 SAO BRAZ 89,9%

    61 BUTIATUVINHA 66,3%

    62 LAMENHA PEQUENA 0,3%

    63 SANTA FELICIDADE 83,7%

    64 ALTO BOQUEIRAO 84,1%

    65 SITIO CERCADO 97,2%

    66 PINHEIRINHO 90,0%

    67 SAO MIGUEL 49,5%

    68 AUGUSTA 86,8%

    69 RIVIERA 1,3%

    70 CAXIMBA 0,1%

    71 CAMPO DE SANTANA 84,4%

    72 GANCHINHO 83,7%

    73 UMBARA 45,6%

    74 TATUQUARA 82,8%

    75/76/77/78 CIDADE INDUSTRIAL 92,8%

    Fonte: SANEPAR, 2013

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    2.1.2 Estao Elevatria de Recalque

    Os sistemas de esgoto sanitrio que atendem cidade de Curitiba contam com 11

    (onze) Estaes Elevatrias de Esgotos (EEE) localizadas na capital, conforme pode

    ser observado na Tabela 2:

    Tabela 2; Estaes Elevatrias e respectivas vazes NOME DA EEE EXTENSO DA LINHA DE

    RECALQUE (m)

    VAZO NOMINAL

    (l/s)

    CECLIA 852 41,50

    ECOVILLE 234 5,83

    JD. PARANAENSE 336 4,30

    MUF 2.702 31,90

    PASSANA 867 75,00

    PONTA GROSSA 899 25,00

    RIO BONITO 1.367 82,50

    SO JOS DO PASSANA 2.069 7,70

    TRS MARIAS I 512 13,50

    TRS MARIAS II 907 20,30

    VISTA ALEGRE 174 40,00

    TOTAL 10.919 347,53

    Fonte: SANEPAR, 2013

    2.1.3 Rede Pblica de Esgotos

    A rede coletora de esgoto composta por 5.739.128 metros de tubulaes com

    dimetros variando entre DN150mm e DN250mm, que atendem a todas as bacias

    hidrogrficas do municpio. A Figura 2 apresenta a rede pblica de coleta de esgotos.

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    Figura 2: Rede coletora de esgoto existente em Curitiba Fonte: SANEPAR, 2013

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    2.1.4 Coletores, Interceptores e Emissrios

    As extenses e os dimetros dos coletores, interceptores e emissrios de esgoto que

    atendem aos sistemas de esgotamento sanitrio localizados em Curitiba esto

    relacionados na Tabela 3 abaixo:

    Tabela 3: Dimetro dos coletores com a extenso de rede implantada DIMETRO (mm) EXTENSO (m)

    300 71.485

    315 1.025

    350 5.688

    355 2.597

    400 57.769

    450 363

    500 41.223

    600 24.557

    700 9.627

    800 19.243

    900 7.316

    1000 4.581

    1100 110

    1200 8.664

    1300 496

    1500 21.098

    2000 1.744

    2200 4.319

    TOTAL 281.906

    Fonte: SANEPAR, 2013.

    2.2 SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ESGOTOS

    2.2.1 Sistema alternativo de tratamento de esgoto

    Todos os imveis com edificao que no possuem rede de coleta de esgoto ofertada

    e sem a previso de atendimento pela Concessionria para os prximos anos, devem

    possuir sistemas alternativos de tratamento de esgotos. Os interessados antes de

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    27

    iniciar a contratao do projeto, devero consultar a Concessionria de modo a obter a

    informao prvia da no possibilidade de atendimento de rede.

    Para a implantao dos sistemas alternativos de tratamento de esgotos domsticos,

    comerciais e industriais, o muncipe dever apresentar o projeto no Departamento de

    Recursos Hdricos e Saneamento (MARHS), conforme as Normas Tcnicas da

    Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) para anlise e aprovao, com o

    parecer da Concessionria que no h possibilidade de atendimento de implantao de

    rede.

    A Figura 3 exemplifica o sistema alternativo de tratamento de esgoto predial de esgotos

    e descreve os dispositivos necessrios correta conduo dos efluentes dos ramais

    internos.

    Figura 3: Demonstrao do sistema de tratamento individual de esgoto. Fonte: SMMA, 2013

    1) Caixa de Gordura: Retm a gordura que entra pelo ralo da pia da cozinha. Deve ser

    construda, conforme a NBR 8160/99 da ABNT, na sada das pias de cozinha e

    churrasqueiras. Sua tampa deve ser mvel para fazer sua limpeza peridica, no

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    28

    mnimo a cada seis meses e sempre que houver necessidade. A gordura retirada

    deve ser descartada juntamente com o lixo orgnico. A falta da caixa de gordura

    pode causar o entupimento da RCE e o refluxo do esgoto para a rua ou para o

    imvel;

    2) Caixa de Passagem: usada para verificao de falhas e manuteno do ramal

    interno. Deve ser construda sempre que houver mudana de direo do cano ou a

    cada 25 metros;

    3) Fossa Sptica: Deve ser construda conforme NBR 7.229/93, da ABNT, para receber

    o esgoto da caixa de gordura e os demais esgotos gerados no imvel. um tanque

    impermeabilizado onde os compostos se depositam no fundo (processo de

    decantao). As gorduras e espumas biam, enquanto parte da poluio da poluio

    do esgoto decomposta por bactrias. O lquido que sai da fossa ainda no 100%

    despoludo e precisa passar pelo filtro anaerbico. Sua limpeza deve ser feita no

    mnimo anualmente e sempre que houver necessidade;

    4) Filtro anaerbico: Deve ser construdo conforme a NBR 13.969/97, da ABNT, para

    receber, pela parte de baixo, o lquido que sai da fossa sptica. um tanque

    preenchido por brita (n 3 ou 4) que retm a maioria dos poluentes, podendo, em

    conjunto com a fossa, reduzir em 90% a contaminao do esgoto. Sua limpeza deve

    ser feita no mnimo anualmente e sempre que houver necessidade;

    5) Sumidouro: Deve ser construdo conforme a NBR 13.969/97, da ABNT, em razo do

    nmero de habitantes e da permeabilidade do solo. um tanque que faz com que o

    lquido filtrado seja absorvido pelo solo que trata naturalmente os vestgios

    poluentes. O sumidouro deve estar afastado quanto possvel dos muros de divisa

    dos terrenos e a pelo menos 15 metros de qualquer corpo dgua;

    6) Drenagem das guas da chuva: O sistema de drenagem deve ser executado para

    captar as guas da chuva e destin-las Galeria de guas Pluviais, sempre que

    possvel, a um corpo dgua ou, em ltimo caso, sarjeta. Em nenhuma hiptese a

    gua de chuva pode ser destinada Rede Coletora de Esgoto.

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    29

    2.2.2 Estaes de Tratamento de Esgotos - ETE

    Basicamente, uma estao de tratamento convencional, tem a finalidade de promover

    um tratamento dos esgotos domsticos, tornando-os condies de serem lanados aos

    rios, riachos, lagos ou corpo aqutico.

    Os esgotos so encaminhados a ETE onde, inicialmente, so retiradas as impurezas

    mais grosseiras (slidos, gorduras e areia), para depois, ser removida a matria

    orgnica completando-se o tratamento, eventualmente, com a adio de cloro, para

    que ocorra a desinfeco da gua. Os efluentes so lanados, ento, por um

    emissrio, ao seu destino final, com um elevado ndice de purificao.

    A estrutura atual de esgotamento sanitrio para o municpio de Curitiba composta por

    05 estaes de Tratamento, com capacidade total de 3.290 l/s, destacando-se a ETE

    Belm, ETE Santa Quitria, ETE Padilha, ETE CIC e ETE Atuba Sul, conforme Figura

    5.

    Figura 4: Locais das ETEs nas Bacias Hidrogrficas de Curitiba Fonte: IPPUC, 2005.

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    A Tabela 4 apresenta a Estaes de Tratamento de Esgoto com sua respectiva

    capacidade de tratamento.

    Tabela 4:Estaes de Tratamento de Esgoto com sua respectiva capacidade de tratamento.

    NOME DA ETE CAPACIDADE DE TRATAMENTO (l/s)

    ATUBA SUL 1.120

    BELM 840

    CIC XISTO 490

    PADILHA 420

    SANTA QUITRIA 420

    TOTAL 3.290

    Fonte: SANEPAR, 2013

    OBSERVAO: O Diagnstico, dados, informaes e demais assuntos

    pertinentes s ETEs de Curitiba, esto em fase final de elaborao e sero

    adicionadas a este volume durante a consulta pblica.

    2.2.3 Sistema Curitiba de Coleta e Tratamento Esgotos Sanitrio (SCCTES)

    O Sistema Curitiba de Coleta e Tratamento de Esgotos Sanitrios (SCCTES) foi

    implantado pela Prefeitura Municipal de Curitiba em reas carentes de esgotamento

    sanitrio com as seguintes condies: famlias de baixa renda, locais sem previso de

    atendimento pela Concessionria num perodo de 10 anos, existncia de valetas a cu

    aberto, e sem custo para a populao beneficiada.

    O SCCTES era sistema alternativo de tratamento de esgoto domstico visando a coleta

    e o tratamento preliminar dos esgotos coletados. A concepo deste sistema foi

    idealizada nos anos 90, pela extinta Secretaria Municipal de Saneamento, com o

    objetivo de melhoria das condies de saneamento de forma que as comunidades no

    tivessem acesso a esgoto a cu aberto em frente as suas residncias.

    A metodologia aplicada foi a instalao de rede coletora de esgoto no incio de um

    quarteiro e a implantao de uma fossa sptica no final desta face de quarteiro. O

    efluente da fossa era dirigido para a drenagem existente.

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    31

    Foram vrias SCCTES implantados em diversos locais e no dia 03 de fevereiro de

    2006, a Prefeitura Municipal de Curitiba e a Companhia Estadual de Saneamento

    (SANEPAR) celebram o aditamento ao Contrato de Concesso n 13.543 de 06 de

    dezembro de 2001, na qual este sistema passa integrar ao sistema de coleta e

    tratamento de esgoto sanitrio da SANEPAR e ser operado pela Concessionria.

    Aps a assinatura do aditivo do Contrato de Concesso n 13.543/1 foi firmado um

    Termo de Compromisso de Ajustamento (TAC) que teve como objetivo o ajustamento

    de conduta para a operao, manuteno, interligao e desativao dos Sistemas

    Curitiba de Coleta e Tratamento de Esgoto Sanitrio, tendo em vista a encampao

    desses sistemas pela Concessionria.

    Atualmente, existem poucos SCCTES ainda em operao, pois maioria j foi eliminada

    devido a expanso de redes de coletas de esgoto ocorrida nos ltimos anos, e no item

    4. METAS, deste Volume, apresenta a proposta da eliminao destas fossas restantes

    e a integrao final ao sistema de coleta e tratamento da Concessionria.

    2.3 DISPOSIO DO LODO DAS ESTAES DE TRATAMENTO DE ESGOTOS

    A quantidade e qualidade do lodo produzido por uma Estao de Tratamento de Esgoto

    (ETE) dependem da vazo de esgoto tratado, das caractersticas do esgoto, do tipo de

    tratamento e da operao da ETE. Assim, a quantidade de lodo produzido por um

    sistema pode ser considerada como um referencial da eficincia de operao dos

    sistemas, os quais prevem um determinado volume de descarte de lodo. Se o

    descarte estiver acima ou abaixo deste ideal, reduz a eficincia do sistema.

    O que ocorre que em geral, os sistemas so operados com pouca freqncia,

    retirando-se pequenas quantidades de lodo, comprometendo todo o sistema. Existe

    portanto, uma relao entre a qualidade do afluente, a produo de lodo e a quantidade

    do efluente tratado.

    Outro aspecto ligado ao processo de tratamento do esgoto e que influi na produo de

    lodo a eficincia do processo de pr-tratamento, principalmente se o efluente carrear

    altos teores de areia e outros materiais de origem mineral.

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    32

    O correto tratamento e disposio do lodo de esgoto deve fazer parte de todo o

    programa de tratamento de efluentes urbanos e industriais, para que os objetivos do

    saneamento sejam efetivamente atingidos.

    A estabilizao de lodos de esgoto envolve processos fsicos, qumicos e biolgicos.

    No processo de reciclagem agrcola objetiva a atenuao ou eliminao de algumas

    caractersticas negativas do lodo, principalmente o odor e a atrao de insetos.

    Tambm pela concentrao de patgenos, porm, este, pode ser controlado pela

    desinfeco.

    O lodo bruto proveniente do processo de tratamento primrio das Estaes de

    Tratamento, obtido por sedimentao ou flotao e possui colorao acinzentada,

    pegajoso, de odor ofensivo e facilmente fermentvel.

    O lodo digerido aquele que sofreu processo de estabilizao biolgica obtida por

    biodigestores anaerbios ou aerbios, com reduo de SSV superior a 40%. O lodo

    digerido anaerbio de cor marrom escura.

    Em funo da presena de oxignio livre no processo de tratamento bioqumico do

    lodo, pode ser realizado atravs das seguintes modalidades:

    digesto aerbia

    digesto anaerbia

    Digesto Anaerbia

    um processo bioqumico complexo onde diversos grupos de organismos anaerbio e

    facultativos assimilam e destroem simultaneamente a matria orgnica. Normalmente

    os slidos em suspenso, fixo e voltil, so removidos da massa lquida afluente ETE

    e encaminhado para serem processados em digestores, reatores biolgicos ou

    biodigestores, onde decomposto anaerobicamente, caracterizando o processo de

    digesto anaerbia.

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    33

    Apresenta como objetivos principais a reduo ou destruio dos agentes patognicos,

    estabilizao da matria orgnica, reduo do volume do lodo e dota o lodo com

    caractersticas favorveis reduo de umidade, atravs dos processos de separao

    slido-lquido.

    Digesto Aerbia

    um processo de oxidao bioqumica dos slidos biodegradveis contidos nos

    esgotos, na presena de oxignio dissolvido em toda a massa lquida, favorecendo,

    assim, a atividade das bactrias aerbias na formao do lodo digerido, do gs

    carbnico e da gua. Objetiva principalmente a reduo dos slidos biodegradveis e

    odores, bem como deixa o lodo em condies favorveis desidratao.

    A eficincia da digesto aerbia igual, ou maior, do que a digesto anaerbia no que

    se refere reduo dos resduos volteis contidos no lodo de esgoto. Outras

    vantagens ainda so apresentadas pela digesto aerbia como: mais vivel

    economicamente no que se refere implantao; reduo de material graxo, odores e

    organismos patognicos; reduo na taxa de respirao do lodo.

    O processo apresenta como desvantagem maior custo operacional, no permitindo o

    aproveitamento do gs e por apresentar menor infiltrabilidade o lodo seca com maior

    dificuldade que no processo anaerbio.

    2.3.1 Alternativas de Disposio Final

    Existem vrias alternativas tecnicamente aceitveis para o tratamento e disposio final

    do lodo. A mais comum envolve a digesto anaerbia que pode ser seguida pela

    destinao final em aterros sanitrios exclusivos, seguida de outras alternativas como o

    landfarming, aterro sanitrio, lagoas de armazenagem, a incinerao ou a reciclagem

    agrcola.

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    34

    2.3.1.1 Aterro Sanitrio

    O lodo simplesmente confinado em clulas e recoberto com terra. A ausncia de

    oxignio leva biodegradao anaerbia, o que implica em menor velocidade de

    degradao da matria orgnica e produo de metano.

    uma alternativa que requer cuidadosos estudos de implantao, necessitando de

    dispositivos de controle ambiental avanados. O lodo uma vez disposto no aterro deve

    ser recoberto no mesmo dia para evitar problema de odores, atrao de insetos,

    pssaros, etc.

    Os aterros produzem percolados, seja devido ao excesso de gua do lodo, ou

    infiltrao da gua da chuva. Caso este percolado atinja o lenol fretico, ele pode

    carrear metais pesados, contaminantes orgnicos , etc. No caso de atingir as guas

    superficiais, a contaminao tambm pode incluir nutrientes, o que provoca

    eutrofizao das guas.

    Os gases resultantes da biodegradao tambm devem ser drenados de dentro do

    aterro e depois queimados ou liberados na atmosfera.

    A exigncia de reas para os aterros sanitrios grande. Por exemplo, uma cidade

    gerando 25 t/dia de lodo em base seca (300.000 - 500.000 habitantes), dependendo da

    tecnologia de aterro utilizada necessitar de 2 a 20 ha/ano para dispor seu lodo.

    Durante seu funcionamento, o aterro deve ter um programa de monitoramento

    ambiental, que deve prosseguir, inclusive, aps o encerramento do aterro. A rea aps

    o encerramento pode ser utilizada para vrias finalidades como parques, campos de

    tnis, reas de lazer , etc.

    2.3.1.2 Incinerao

    um mtodo de tratamento que se utiliza da decomposio trmica via oxidao, com

    o objetivo de tornar um resduo menos volumoso, menos txico ou atxico, ou ainda

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    35

    elimin-lo. uma alternativa que apresenta elevado custo por tonelada tratada e

    problemas secundrios de poluio atmosfrica, restando ainda nesse processo a

    destinao final das cinzas. Requer cuidados operacionais sofisticados, mostrando- se

    mais adequada grandes centros ou em situaes onde a qualidade do lodo impede

    sua reciclagem agrcola, geralmente relacionado ao seu contedo de metais pesados.

    2.3.1.3 Landfarming

    Neste sistema uma rea recebe doses elevadas de lodo por vrios anos. O objetivo

    desta prtica utilizar o solo como um sistema de tratamento. O solo passa a ser o

    suporte da atividade biolgica, reteno de metais, local de exposio ao sol e

    bioxidao, o que provocar a degradao da matria orgnica. Neste caso no h

    interesse a utilizao dos nutrientes do lodo.

    As doses de aplicao variam de 60-70 t/ano em base seca para as reas que no tem

    impermeabilizao da camada inferior a 300-600 t/ ano / ha, quando o processo feito

    dentro de critrios de landfarming, com impermeabilizao da camada de solo a 60-80

    cm de profundidade. Assim que o lodo espalhado sobre o solo ele deve ser

    incorporado superficialmente para facilitar os processos de biodegradao e minimizar

    o problema de odor e eventual atrao de moscas.

    uma alternativa de baixo custo se bem instalada e monitorada, incua ao meio

    ambiente e de simples execuo. No h preocupao em reciclar os nutrientes do

    lodo, apenas decompor a matria orgnica no solo. considerada como uma boa

    alternativa para um plano de emergncia.

    2.3.1.4 Reciclagem Agrcola

    A reciclagem agrcola alia baixo custo e impacto ambiental positivo quando realizado

    dentro de critrios seguros. Ambientalmente a soluo mais correta, pois promove o

    retorno dos nutrientes ao solo, colaborando para o fechamento no ciclo dos elementos.

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    36

    O valor agrcola dos lodos como insumo agrcola, a sazonalidade das demandas e os

    custos envolvidos no seu beneficiamento e transporte, assim como um plano gerencial

    para a atividade e monitoramento ambiental so aspectos relevantes para a anlise

    desta alternativa.

    A reciclagem agrcola deve, necessariamente, estar condicionada a regras que definam

    as exigncias de qualidade do material a ser reciclado e aos cuidados exigidos para

    estabilizao, desinfeco e normas de utilizao que incluam as restries de uso.

    Assim, a regulamentao de uso um pr-requisito bsico para a utilizao desta

    prtica que apresenta grandes dificuldades para sua correta definio, de forma a

    garantir o uso seguro sem, contudo, inviabilizar o processo pelo excesso de exigncias.

    Segundo EVANS (1998), mais de 50.000 artigos cientficos sobre a reciclagem agrcola

    de esgoto j foram publicados, e nenhum efeito adverso do uso controlado do insumo

    foi encontrado. As regulamentaes de uso asseguram a proteo sade animal e

    humana, a qualidade das colheitas, do solo e do meio ambiente em todo o mundo.

    uma alternativa particularmente promissora para pases como o Brasil, onde se faz

    necessria a reposio do estoque de matria orgnica dos solos devido ao intenso

    intemperismo das nossas condies climticas.

    No item 4.METAS, encontra-se a proposta para o monitoramento da Disposio

    Adequado do Lodo das Estaes de Tratamento (ETEs).

    2.4 DOENAS DE VECULO HDRICA

    As doenas de veiculao hdrica so caracterizadas como aquelas causadas por

    substncias e ou agentes patognicos, que no fazem parte da composio da gua,

    encontrando-se a acidentalmente.

    A contaminao por agentes patognicos (vrus, bactrias, parasitos), metais trao e

    produtos qumicos txicos de produo humana; introduo de espcies invasoras; e

    as alteraes de acidez, temperatura e salinidade da gua podem prejudicar o

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    ecossistema aqutico, comprometendo a sade da flora, fauna e seres humanos

    (CARR e NEARY, 2008).

    Existem diversos microrganismos patognicos, endmicos em certas reas que, uma

    vez introduzidos so capazes de colonizar novos ambientes, estes, como algumas

    espcies de bactrias do tipo vibrio e alguns tipos de ameba, podem provocar

    gravssimos problemas de sade nas pessoas expostas, causando inclusive infeces

    intestinais, encefalite amebiana, meningite amebiana, podendo levar a bito. (OMS,

    2008).

    A gua utilizada nas atividades dirias, aps ser eliminada, passa a ser denominada

    esgoto. A origem do esgoto pode ser domstica, pluvial e industrial. Este quando no

    passa por processos de tratamento adequado, ao atingir corpos dgua podem causar

    enormes prejuzos sade pblica.

    A contaminao da gua por agentes patognicos (vrus, bactrias, protozorios e

    helmintos); a presena de insetos transmissores e ou veiculadores de enfermidade e

    de outros animais, como ratos; metais trao (como arsnio, zinco, cobre e selnio);

    produtos txicos e altas concentraes de nutrientes (que alteram a acidez,

    temperatura e salinidade da gua), presentes na gua comprometem o ecossistema e

    apresentam graves riscos sade humana.

    As doenas desencadeadas devido contaminantes e poluentes na gua podem

    desencadear simples sintomas at srias doenas que podem levar a bito. Citamos

    entre elas as enterites, faringite, hepatite infecciosa, clera, diarria infantil por

    rotavirus, disenteria bacilar, febre tifide, gastrenterite, leptospirose, disenteria

    amebiana, giardase, criptosporoidase, siguelose, ascarase, tricurase, fasciolose,

    ancilostomase, esquistossomose, estrongiloidose, febre amarela, filarioses, malria,

    tripanosomase, sndrome do beb azul (metaglobulinemia) cnceres, disturbios de

    tireide, defeitos congnitos, entre outras.

    Existem ainda outros contaminantes emergentes, entre eles disruptores endcrinos

    (hormnios) e produtos farmacuticos e de cuidados pessoais, que no so removidos

    durante os processos mais comuns de tratamento de efluentes e que acabam entrando

    nos sistemas de gua doce.

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    As principais doenas de veiculao hdrica verificadas no municpio de Curitiba

    durante o perodo de 2005 a 2007 so a leptospirose, com 367 casos e a hepatite A,

    com 764, distribudos nos Distritos Sanitrios de Boa Vista, Bairro Novo, Boqueiro,

    Cajuru, CIC, Matriz, Pinheirinho, Porto e Santa Felicidade (Fonte: PMRH, 2008).

    A falta de tratamento de esgoto resulta na maioria das doenas entricas e diarricas

    causadas por bactrias, parasitas e vrus, tais como vibrio colrico, Giardia sp,

    Salmonella typhi, Shigella e Cryptosporidium. As causas mais comuns de graves

    doenas diarricas incluem: rotavrus, E. coli, Campylobacter jejuni e protozorios

    parasitas. A principal causa de diarria em crianas o rotavrus (UNICEF, 2008).

    Metais trao, como arsnio, zinco, cobre e selnio, podem estar naturalmente presente

    na gua, em funo de atividades como minerao, indstria e agricultura, bem como

    contaminantes qumicos e outras toxinas produzidas pelo homem. Porm, exposies

    prolongadas a altos teores destes componentes podem acarretar srias conseqncias

    a vrios organismos aquticos e ao ser humano.

    Altas concentraes de nutrientes podem apresentar graves riscos sade humana.

    Entre os muitos efeitos potenciais dos nitratos sobre a sade destacam-se:

    metemoglobinemia (sndrome do beb azul), cnceres, distrbios de tireide e defeitos

    cognitos.

    Existem ainda outros contaminantes emergentes, entre eles disruptores endcrinos

    (hormnios) e produtos farmacuticos e de cuidados pessoais, que no so removidos

    durante os processos mais comuns de tratamento de efluentes e que acabam entrando

    nos sistemas de gua doce.

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    3 PROGRAMA, PROJETOS E AES

    O Departamento de Recursos Hdricos e Saneamento (MARHS) atua no

    desenvolvimento de planejamento, controle e monitoramento da utilizao dos recursos

    hdricos, permitindo implementar polticas de recuperao e proteo da gua,

    norteando um aproveitamento sustentvel da utilizao da gua, assim como enfrentar

    futuros desafios.

    Os Programas, Projetos e Aes esto inseridos dentro das finalidades e atribuies

    legais do MARHS, conforme Decreto Municipal n1430/2007, que estabelece:

    Art. 2 O Departamento de Recursos Hdricos e Saneamento, sigla MARHS, ter como finalidade elaborar e implementar a poltica municipal de recursos hdricos, fiscalizar e monitorar a qualidade dos recursos hdricos; elaborar, propor e executar normas, padres, projetos e programas que visam a melhoria da qualidade ambiental dos recursos hdricos, o controle da poluio hdrica causada por efluentes sanitrios, bem como sensibilizar a populao atravs de programas e aes de educao ambiental voltados ao uso e conservao da gua. Para tal tem as seguintes atribuies: I fiscalizar, exercendo o poder de polcia, em defesa dos recursos hdricos; II fiscalizar o lanamento de efluentes sanitrios em corpos hdricos, em galerias de guas pluviais e na rede coletora; II monitorar a qualidade de recursos hdricos no Municpio; IV realizar e fomentar estudos e pesquisas voltadas proteo e recuperao dos recursos hdricos; V participar na gesto e fiscalizao do contrato de concesso do servio de coleta e tratamento de efluentes sanitrios; VI administrar o cadastro de dados referentes qualidade dos recursos hdricos e situao do esgotamento sanitrio; VII manter intercmbios cientficos, tcnicos e operacionais com entidades nacionais e internacionais de saneamento e proteo dos recursos hdricos.

    Sendo assim, conforme elencado no Decreto Municipal, as finalidades e atribuies do

    MARHS justificam a criao e implementao dos seguintes programas:

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    3.1 PROGRAMA DE DESPOLUIO HDRICA (PDH)

    Programa de Despoluio Hdrica (PDH) visa realizao do inventrio da situao da

    coleta e tratamento de esgotos no municpio, principalmente, atravs da fiscalizao

    das ligaes irregulares de esgoto, propondo medidas de correo, visando garantir a

    preservao e conservao dos recursos hdricos no municpio como forma de

    melhoria da qualidade de vida da populao.

    A estruturao do Programa de Despoluio Hdrica (PDH) e sua a implantao est

    na Secretaria Municipal de Meio Ambiente, no Departamento de Recursos Hdricos e

    Saneamento.

    A Concessionria utiliza um Programa de Despoluio Hdrica equivalente ao PDH

    denominado VTA (Vistoria Tcnica Ambiental). Ambos possuem a mesma metodologia

    e objetivos.

    3.1.1 Objetivos

    Fiscalizar as ligaes prediais irregulares domiciliares, comerciais e industriais;

    Fiscalizar as ligaes irregulares com lanamentos in natura de redes de esgotos

    implantadas pela Concessionria;

    Encaminhar Concessionria as demandas de implantao das redes de coleta e a

    conduo dos efluentes para tratamento nas atuais estaes;

    Despoluir cursos dgua;

    Criar e manter atualizado cadastro das redes de coleta e tratamento de esgotos e

    das ligaes prediais.

    A implantao do Programa de Despoluio Hdrica requer aes estratgicas para

    obteno de impactos imediatos. A forma de atuao das aes foram divididas em

    trs temas com aes estratgicas para o PDH:

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    3.1.1.1 Fiscalizao no lote para verificao da regularidade da ligao predial:

    Solicitar Concessionria os resultados das vistorias j realizadas, anualmente, ao

    final de cada ano corrente;

    Planejar reas para atuao de equipes terceirizadas;

    Distribuir tarefas e locais de vistorias para as equipes de campo;

    Distribuir tarefas e locais de vistorias para as equipes permanentes de fiscalizao

    da SMMA;

    Fiscalizar e aplicar corante no sistema domiciliar de coleta de esgoto, para

    verificao das condies das ligaes;

    Aplicao de notificao, pelos Fiscais da PMC, de regularizao para as economias

    vistoriadas que estejam em condies irregulares;

    Retorno aos lotes irregulares aps prazo transcorrido da notificao. Caso

    continuem irregulares ser aplicada multa;

    Atualizao do Sistema Georreferenciado na SMMA, mensalmente, tanto para os

    casos regularizados, quanto para os lotes irregulares;

    Verificao das solicitaes e reclamaes provenientes de chamadas de telefone

    do 156 (servio de relao da PMC com a populao) e demais solicitaes

    provenientes, por outros meios;

    So consideradas irregularidades das ligaes prediais:

    a) No estar ligado a rede de esgoto existente da Concessionria;

    b) Ligao das guas de chuva na rede de esgoto predial ou na rede coletora de

    esgotos da Concessionria;

    c) Ausncia de caixa de gordura ou sem reteno de lama, graxa ou leo;

    d) Uso de sistemas alternativos (fossas, sumidouros, etc) quando existir rede coletora

    de esgotos da Concessionria;

    e) Rede de esgoto predial conectada nas galerias de guas pluviais ou nos rios e

    crregos;

    f) Ligaes prediais executadas por cima do Dispositivo de Terminal de Inspeo

    (DTI);

    g) Ramais prediais internos obstrudos;

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    A Figura 5 apresenta o levantamento preliminar das ligaes prediais realizadas pela

    Concessionria, sendo estas devero ser aferidas conforme a Metas no item 4.

    Figura 5: Ligaes Prediais realizadas pela Concessionria cadastradas at dez/2012 Fonte: SANEPAR, 2013.

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    3.1.1.2 Lotes sem cobertura de rede pblica de esgoto:

    Mapeamento dos lotes que no possuem rede de coleta e tratamento de esgotos

    pela Concessionria;

    Listagem dos locais sem rede de esgoto;

    Fiscalizao em campo dos locais identificados no mapeamento;

    Encaminhar Concessionria ofcios dos locais com inexistncia de rede de esgoto,

    para incluso em Planos de Obras e regularizao dos lotes sem rede de esgoto;

    A implantao de redes de esgoto solicitadas pela PMC dever ser atendida num

    prazo de atendimento de, no mximo, 24 meses;

    Concessionria dever comunicar oficialmente ao MARHS, os locais com

    atendimento de redes novas;

    Fiscalizao dos locais com implantao de rede nova, para que no ocorram

    lanamentos de coleta de esgotos pela Concessionria, em fundo de vale ou

    crregos;

    Atualizao do Sistema Georreferenciado no MARHS, anualmente.

    A Figura 6 apresenta o levantamento preliminar dos lotes que no possuem a oferta da

    rede coletora no ano de 2008, sendo esta informao dever ser atualizada conforme a

    Metas no item 4.

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    Figura 6: Lotes sem rede de esgoto em frente ao imvel Fonte: SANEPAR, 2008 Elaborao: IPPUC, 2010.

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    3.1.1.2 Pontos de lanamento irregulares da rede de esgoto da Concessionria:

    Solicitar Concessionria o cadastro de rede de esgoto existente no Municpio;

    Mapeamento dos locais possveis de lanamento irregulares em Sistema de

    Informao Georreferenciado, onde a Concessionria coleta e lana em drenagem

    ou em corpos aquticos;

    Fiscalizao em campo dos locais identificados no mapeamento;

    Encaminhar Concessionria solicitao regularizao, podendo ser aplicada a

    multa devido ao lanamento de esgoto irregular pela Concessionria, devendo esta,

    regularizar a situao mediante prazo de 20 dias;

    Atualizao do Sistema Georreferenciado na SMMA, mensalmente;

    Aplicao de sanes cabveis Concessionria (aviso, notificao e multa).

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    3.2 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DE GUAS DOS RIOS

    A concentrao urbana e os impactos sobre os recursos hdricos no municpio de

    Curitiba so visveis. Resultados das simulaes de qualidade da gua mostram que as

    descargas de matria orgnica por fontes pontuais e difusas, feita ao longo da Bacia do

    Rio Iguau, tem acarretado na poluio dos corpos hdricos em nveis muito acima dos

    limites crticos aceitveis pela legislao nacional, conforme apresentado no

    Diagnostico da Bacia do Alto Iguau (2011).

    A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) e Departamento de Recursos

    Hdricos (MARHS) concentram esforos para colher informaes que permitem auxiliar

    no direcionamento da implementao de polticas de uso da gua, na rea de

    abrangncia do municpio de Curitiba.

    3.2.1 Objetivo

    Avaliar a qualidade da gua dos rios de Curitiba, mediante implantao de Programa

    de Monitoramento da Qualidade de gua dos Rios de Curitiba (PMQAR), pelo

    Departamento de Recursos Hdricos e Saneamento (MARHS).

    3.2.1.1 Objetivos especficos

    diagnosticar a qualidade de cursos dgua em tributrios que alimentam os principais

    rios de Curitiba, por meio de anlises da gua de acordo com parmetros CONAMA;

    criar banco de dados, que permite elaborar planejamentos de gesto em recursos

    hdricos no municpio;

    planejar trabalho de despoluio de cursos dgua nas reas diagnosticadas;

    fiscalizar e notificar contribuintes cujas ligaes prediais estejam irregulares,

    conforme apontadas no PDH, nos cursos dgua nas reas analisadas;

    conscientizar, orientar e informar a populao, por meio de folders e explicaes

    verbais, sobre as formas adequadas das ligaes prediais ou de sistemas

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    alternativos de tratamento de esgoto, onde no houver a disponibilidade de rede

    coletora de esgotos;

    subsidiar a comisso de fiscalizao do contrato de concesso N. 13.543/2001.

    3.2.2 REA DE ESTUDO

    Este programa abranger todas as bacias e subbacias do municpio de Curitiba. A

    cidade de Curitiba est localizada margem direita e a leste da maior subbacia do Rio

    Paran (Bacia Hidrogrfica do Alto Iguau) e hidrograficamente constitudo por seis

    bacias formadas pelos rios: Atuba, Belm, Barigi, Passana, Ribeiro dos Padilha e

    Iguau.

    Embora os recursos hdricos em Curitiba sejam abundantes, sua qualidade est

    comprometida devido diversos fatores, incluindo-se: infraestrutura insuficiente de

    esgotamento sanitrio, incidncia de ocupaes irregulares nas margens dos rios,

    presena de lixo, assoreamento dos rios por motivos diversos, dentre outras.

    A sociedade, por meio de diferentes formas de manifestao, solicita a ateno dos

    rgos pblicos para cuidados com aparncia e odor das guas de rios e crregos, em

    reas especficas do municpio.

    A falta de informaes da qualidade da gua em subbacias e micro bacias do municpio

    justifica o monitoramento em trechos de importncia para o meio antrpico. Atualmente

    o monitoramento da qualidade da gua realizado em apenas 20 estaes de

    amostragem no municpio de Curitiba (IAP, 2012) e localizam-se nos leitos principais

    dos rios: Passana, Barigi, Belm, Atuba e do Ribeiro dos Padilha, ou na foz de seus

    principais afluentes.

    A figura 7 representa as Bacias Hidrogrficas de Curitiba, divididas em 214 subbacias,

    a serem monitoradas iniciando-se em 2013.

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    Figura 7: Bacias Hidrogrficas divididas em sub bacias. Fonte: MARHS, 2013.

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    3.2.3 METODOLOGIA DE TRABALHO

    O Programa de Monitoramento da Qualidade das guas dos Rios de Curitiba, criado

    em maro de 2013, teve incio em maio de 2013 com a coleta e anlise de gua em

    pontos previamente programados. Para os anos de 2013 a 2018 esto previstas o

    monitoramento das 214 sub bacias, com a finalidade de tornar o Rio Limpo.

    A metodologia consiste em coletar as amostras para anlise da qualidade da gua, em

    afluentes que desembocam prximos aos principais rios das Bacias Hidrogrficas, que

    cortam o municpio de Curitiba.

    As aes de saneamento integradas ao monitoramento sero desenvolvidas nas

    seguintes etapas:

    1) Mapeamento dos pontos de coleta de cada subbacia;

    2) realizao as coletas e anlises por laboratrios credenciados pela PMC,

    previamente planejadas e agendadas;

    3) Anlise dos resultados pelo MARHS;

    4) Elaborao do mapeamento das ligaes prediais irregulares e as correspondentes

    indicaes fiscais dos lotes, por sub bacias, provenientes do PDH e VTA;

    5) Notificao aos contribuintes irregulares via Aviso de Recebimento (AR), pelos

    Correios, para adequao dentro de prazo mximo de 60 dias;

    6) Passado o prazo de adequao, o contribuinte dever comprovar a ligao predial

    regularizada por meio de laudo emitido pela Concessionrias Cpia deste laudo

    dever ser encaminhado para o MARHS, para cadastro da regularizao do lote;

    7) Casos de no atendimento notificao sero multados conforme PDH, item

    3.1.1.1, seguindo trmite administrativo prprio da PMC;

    8) Nova coleta ser realizada para averiguar melhoria dos parmetros de qualidade da

    gua;

    9) Perodo de equalizao do Rio (4 meses);

    10) Incio de vistorias da rede de coleta de esgoto da Concessionria, utilizando

    procedimentos do PDH, item 3.1.1.1;

    11) Nova coleta, incio do ciclo, comprovando-se melhorias, ou no, nos parmetros

    analisados;

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    12) Em no havendo melhorias nas amostras, buscar-se- identificar outras fontes

    poluidoras (rede de esgotos obstruda ou irregular, resduos slidos, efluentes de

    cemitrios ou comerciais ou industriais, ligaes clandestinas de difcil acesso etc.);

    13) Anlise e tabulao dos dados, com elaborao de relatrio anual de

    monitoramento, a ser realizado nos meses de dezembro.

    No MARHS encontra-se o arquivamento do monitoramento das informaes obtidas e

    resultados alcanados, por subbacia, para fins de controle e tabulao de dados.

    Para as situaes de assentamento irregulares, em fase de regularizaes ou em lotes

    sem acesso coleta de esgoto, sero vistoriadas e incorporadas a este programa a

    partir do ano de 2018, pois muitas destas situaes no possuem indicao fiscal e/ou

    rede coletora de esgoto, cuja incluso dever constar na primeira reviso deste Plano.

    3.2.3.1 Padres referenciais utilizados

    Nas amostras primrias de gua sero analisados os seguintes parmetros fsico-

    qumicos do CONAMA:

    OD Oxignio Dissolvido (mg O2/ l);

    T Temperatura (Graus Celcius)

    DBO Demanda Bioqumica de Oxignio (5 dias a 20C), (mg O2/l);

    DQO Demanda Qumica de Oxignio (mg O2/l);

    NA Nitrognio Amoniacal (mg N/l);

    RS Resduos Suspensos a 103C (mg/l);

    OG leos e Graxas (20mg/m);

    pH Potencial Hidrogeninico (Unidades de pH);

    CF Coliformes fecais (NM/100ml).

    Quando houver necessidade, haver solicitao de anlises complementares com

    resultados especficos:

    Identificao de metais atravs de espectrofotometria de absoro atmica;

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    Identificao de produtos orgnicos atravs de cromatografia;

    Qualidade Bacteriolgica;

    Qualidade Eco toxicolgica;

    3.2.3.2 Cronograma

    1. O monitoramento da qualidade da gua, em cada subbacia, ser quadrimestral e

    conforme se apresentem os resultados, as anlises sero monitoradas

    semestralmente, at alcanar os objetivos dos parmetros avaliados, na busca da

    melhoria da qualidade da gua e mudana de classe (assunto citado no Volume II,

    Infraestrutura do Abastecimento de gua, item 3.1) dos rios e conforme Plano das

    Bacias do Alto Iguau e Afluentes do Alto Ribeira concludo em julho de 2003 pelo

    Instituto das guas do Paran, Governo do Estado do Paran.

    2. A melhoria gradativa dos rios tributrios (214 subbacias do PMQAR) proporcionar a

    melhoria na qualidade da gua dos rios principais que cortam Curitiba (rio Belem, rio

    Atuba, Ribeiro dos Padilha, rio Passana, rio Barigui e rio Iguau) que so

    subbacias da bacia do Alto Iguau. Conforme as o Item 4 , METAS do PMS, ate o

    ano de 2018, todas as 214 subbacias do PMQAR devero estar monitoradas.

    2.2.3 RAZES PARA A QUALIDADE AMBIENTAL E RESULTADOS ESPERADOS

    1) Razo de sade pblica: Reduzir o nmero de organismos patognicos e

    susbstncias txicas presentes nos rios e cursos dgua provenientes de esgotos e

    lanamentos irregulares, evitando o risco de transmisso de doenas de veiculao

    hdrica.

    2) Razo ecolgica: Evitar a degradao ambiental, protegendo a vida vegetal e

    animal.

    3) Razo econmica: Reduzir o custo do tratamento da gua e evitar a falta desse

    recurso hdrico para diversos usos, dentre eles o consumo humano, industrial,

    comercial, assim como para as comunidades.

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    4) Razo esttica: Evitar prejuzos ao lazer e ao turismo, pelo mau aspecto, cheiro,

    presena de lixo e animais transmissores de doenas.

    5) Razo legal: Evitar a depreciao dos patrimnios, pois os proprietrios de reas a

    jusante dos lanamentos de esgotos tm direitos legais ao uso da gua em seu

    estado natural.

    Considerando-se os procedimentos elencados espera-se atingir os seguintes

    resultados:

    1) Alcanar o percentual de 98% a 100% das ligaes prediais regularizadas, onde a

    rede de coleta de esgoto ofertada por subbacia;

    2) Municiar a Concessionria com informaes detalhadas, auxiliando na promoo da

    ampliao da rede de saneamento no mbito municipal;

    3) Atingir a melhoria gradativa na classificao da qualidade da gua por subbacia,

    conforme CONAMA e Plano das Bacias do Alto Iguau e Afluentes do Alto Ribeira

    concludo em julho de 2003 pelo Instituto das guas do Paran, Governo do Estado

    do Paran. ;

    4) Atingir o objetivo final que o Rio Limpo e a melhoria na qualidade de vida e na

    qualidade ambiental.

    Com esses estudos MARHS e SMMA tero como base um banco de dados suficiente

    para a tomada de decises para planejar gesto sustentvel na rea de saneamento, o

    que inclui neste processo desafios em diferentes nveis institucionais com programas a

    curto, mdio e longo prazo para manuteno dos cursos dgua em padres aceitveis

    de qualidade.

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    53

    3.3 PROTEO, PRESERVAO E RECUPERAO DAS NASCENTES

    A nascente o local onde se inicia um curso de gua, proveniente de descarga de

    aquferos. Atualmente e principalmente em reas urbanas, assim como em reas

    rurais, as nascentes vm diminuindo suas vazes e em muitos casos secando.

    Os crregos, rios e demais cursos de gua sofrem os mesmos problemas, pois

    dependem das nascentes para sua manuteno e sobrevivncia. fundamental

    reconhecer a importncia vital das nascentes sua fragilidade diante das agresses s

    quais esto sujeitas principalmente em decorrncia da ao antrpica.

    As alteraes no uso e ocupao do solo nas cidades interferem nesses ambientes; de

    maneira que as nascentes so comumente drenadas, aterradas ou diretamente

    conectadas s galerias de drenagem pluvial (FELIPPE, 2009; GENRICH, 2002),

    promovendo severos impactos em todo o sistema fluvial.

    Assim, devido as suas caractersticas geolgicas, geomorfolgicas e climticas,

    Curitiba uma cidade privilegiada em quantidade de nascentes e apesar de uma

    urbanizao acelerada que se imprime cidade, muitas nascentes encontram-se ainda

    preservadas ou em condies de recuperao (LEITO, 2010).

    A SMMA preocupada com a quantidade e qualidade dos rios est realizando um

    diagnstico a partir das nascentes, com a finalidade de promover polticas de proteo

    e preservao implementando o Programa Preservando Nascentes, conforme a Lei

    Federal 9.433/97 (BRASIL, 1997).

    Dados referentes localizao, georreferenciamento e diagnstico da situao local de

    cada nascente identificada permearo o desenvolvimento das aes cabveis, realizada

    em parceria com os diferentes setores da Prefeitura Municipal e a comunidade de

    Curitiba.

    Nas METAS, item 4 deste Volume, prope-se o cadastramento das nascentes a partir

    de dados iniciais da SMMA.

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    54

    3.3.1 Tipos de Nascentes

    As nascentes localizam-se em encostas ou depresses do terreno ou ainda no nvel de

    base representado pelo curso dgua local, podem ser perenes (de fluxo contnuo),

    temporrias (de fluxo apenas na estao chuvosa) e efmeras (surgem durante a

    chuva, permanecendo por apenas alguns dias ou horas).

    As nascentes que apresentarem vazo de menos de um litro por minuto, no quer dizer

    que elas sejam insignificantes, ainda sim, so responsveis pelo surgimento do

    primeiro pequeno crrego de um grande rio. Os rios somente sero perenes se

    sustentados por mananciais tambm perenes.

    As nascentes so divididas, de acordo com LINDSLEY e FRANZINI, 1978, quanto

    sua formao:

    1. quando a descarga de um aqufero concentra-se em uma pequena rea localizada,

    tem-se a nascente ou olho dgua. So exemplos desse tipo as nascentes de encosta e

    de contato, conforme Figura 8 e Figura 9:

    Figura 8: Nascente de encosta e de fundo de vale, Fonte: LINSLEY e FRANZINI, 1978.

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    Figura 9: Nascente de contato Fonte: LINSLEY e FRANZINI, 1978.

    2. - quando a superfcie fretica ou um aqufero artesiano interceptar a superfcie do

    terreno e o escoamento for espraiado numa rea o afloramento tender a ser difuso

    formando um grande nmero de pequenas nascentes por todo o terreno, originando as

    veredas.

    Quando a vazo for pequena poder apenas molhar o terreno e quando for grande

    pode originar o tipo com acmulo inicial (Figura 10) comum quando a camada

    impermevel fica paralela a parte mais baixa do terreno e, estando prximo

    superfcie, acaba por formar um lago.

    Figura 10: Nascente com acmulo inicial Fonte: SMMA, 2012

    Corte esquemtico de uma nascente do tipo acmulo inicial e exemplos deste tipo so

    as nascentes de fundo de vale e as originrias de rios subterrneos (Figura 11),

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    Figura 11: Nascente de rio subterrneo Fonte: LINSLEY e FRANZINI, 1978.

    3.3.2 Legislao

    Cerca de 12% da populao brasileira se abastece de mananciais de sub superfcie

    (nascentes/fontes) (MMA, 2000).

    Segundo a Lei Federal 12.651/2012, que substituiu a Lei Federal 4.771/1965,

    apresenta as alteraes com relao as exigncias das reas de Preservao

    Permanente (APP) e Reserva Legal.

    Toda interveno em nascente, bem como em outros casos de APP (o mesmo se

    aplica para rios, crregos e lagos) deve ser precedida de consulta e respectiva

    autorizao por parte dos rgos competentes de controle, orientao e fiscalizao

    das atividades de uso e explorao dos recursos naturais.

    A autorizao pleiteada, se concedida, ser condicionada ao cumprimento por parte do

    interessado de um Termo de Compromisso de Recuperao Ambiental, contemplando

    o reflorestamento da APP da nascente com mudas de rvores de espcies nativas

    regionais diversas, adaptadas para cada tipo de ambiente, sobretudo relacionado com

    as possveis ocorrncias do curso dgua (enchentes).

    A Tabela 5 apresenta a comparao do Cdigo Florestal de 1965 revogado, e novo

    Cdigo Florestal (Lei Federal 12.651/12, com alteraes da Lei Federal 12.727/12).

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    Tabela 5: Comparao entre o Cdigo Florestal Revogado e o atual

    Principais aspectos Cdigo Florestal Revogado (Lei Federal n4771/1965)

    Novo Cdigo Florestal (Lei Federal 12.651/12, com alteraes da Lei Federal 12.727/12)

    rea No Desmatada rea desmatada at 2008

    Reserva Legal

    Geral

    20% , excluindo-se APP 20%, incluindo-se APP De 0% a 20%, incluindo-se APP, a depender do tamanho do imvel (mdulos ruruais) e da data do desmatamento

    Amaznia Legal

    De 35% a 80%, excluindo-se APP 20% em reas de campos gerais, incluindo-se APP; 35% em reas de cerrado, incluindo-se APP; 80% em reas de florestas, incluindo-se APP.

    De 0% a 80%, incluindo-se APP, a depender do tamanho do imvel, data do desmatamento, existncia de ZEE, tamanho de reas protegidas no municpio ou estado

    APP

    Rios < 10 m 30 metros Rios 10MF APP de 30 a 100 metros

    Rios entre 10m e 50 m

    50 metros Rios 600 m

    500 metros

    reas urbanas: 30 metros

    reas rurais: 100 metros. Exceo: corpos dgua com at 20 h de superfcie: 50 metros

    Nascentes APP em um raio de 50 metros do seu entorno

    APP em um raio de 50 metros do seu entorno

    Perenes: 50 metros

    Topos de morro, montes, montanhas e serras

    Protegidos, no tero superior

    Com altura mnima de 100 metros e inclinao mdia maior que 25, reas delimitadas a partir da curva de nvel correspondente a 2/3 da altura mnima da elevao, com relao base.

    No protegidos

    Encostas Protegidas, acima de 45

    Protegidas acima de 45, equivalente 100% da linha de maior declive

    No protegidos

    Fonte: Lei Federal 12.651/12, com alteraes da Lei Federal 12.727/12 Elaborao: MARHS, 2013.

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    3.3.2.1 Legislao Estadual e Municipal

    Com o objetivo de evitar que interferncias sem critrios nas nascentes e ao longo dos

    cursos dgua venham causar danos irreversveis rede natural de drenagem, deve-se

    respeitar e atender a legislao especfica de recursos hdricos. Os objetivos destas

    Leis visam preservar os recursos hdricos para o bem do ambiente como um todo.

    A assinatura do termo de COOPERAO TCNICA NASCENTES PROTEGIDAS,

    firmados, pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente - SEMA, Res. 041/2010 -

    Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hdricos e Instituto Ambiental do

    Paran, Instituto das guas do Paran, Empresa Paranaense de Assistncia Tcnica e

    Extenso Rural e Organizao das Cooperativas do Paran, DIOE n 8277em 04/2010,

    apresentam a necessidade de proteo e recuperao das nascentes.

    O Artigo 2, 1, determina que a recuperao voluntria de nascentes, visando a

    regularizao de fluxo hdrico ou desassoreamento com recuperao ou no da rea

    de proteo permanente adjacente, dever ser comunicada aos rgos gestores

    ambientais do Estado do Paran por meio do preenchimento do Cadastro de

    Nascentes.

    No Artigo 4 autoriza o uso do formulrio de CADASTRO de nascentes como

    requerimento de dispensa de outorga para pequenos usos de gua proveniente de

    nascentes exclusivamente, tendo em vista a necessidade de atendimento das

    disposies da RESOLUO N 039/04 SEMA, devendo o mesmo ser protocolado

    no Instituto das guas do Paran.

    O Plano Diretor de Curitiba, Lei n 11.266, de 16 de dezembro de 2004, que dispe

    sobre a adequao do Plano Diretor de Curitiba ao Estatuto da Cidade, para orientao

    e controle do desenvolvimento integrado do Municpio, elenca, em seu artigo 20,

    dentre as diretrizes gerais da poltica municipal de meio ambiente, em seu inciso IV, a

    de definir de forma integrada as reas prioritrias de ao governamental, visando

    proteo, preservao e recuperao da qualidade ambiental e do equilbrio ecolgico;

    e em seu inciso VI, elenca como outra diretriz a de estabelecer normas especficas

    para a proteo de recursos hdricos, por meio de planos de uso e ocupao de reas

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    de manancial e bacias hidrogrficas. Alm disso, estabelece como exceo ao

    parcelamento e edificaes compulsrias, os imveis com reas de preservao

    permanente, conforme estabelecido no Cdigo Florestal Brasileiro, onde o ndice de

    comprometimento dessas reas sejam igual ou superior a 50% (cinquenta por cento)

    da rea do imvel, conforme determina seu artigo 52, IV.

    Assim, tem-se que tanto o Plano Diretor Municipal, quanto as resolues da SEMA e o

    termo de Cooperao Tcnica elencados, subsidiam juridicamente as aes do

    presente projeto.

    3.3.3 Recuperao das Nascentes

    No processo de recuperao de nascentes devem ser desenvolvidas aes como:

    Aumentar a capacidade de infiltrao do solo. A cobertura permanente do solo por

    plantas ou resduos vegetais, alm de conter o escoamento superficial favorece a

    infiltrao da gua no solo, minimiza as perdas de gua por evaporao e auxilia a sua

    depurao, em face da capacidade de filtro que o solo possui.

    Proteo das reas ciliares s nascentes e rios. A reposio da floresta nas reas de

    preservao permanente (APP) e outras reas so fundamentais na proteo e

    produo de gua (Figura 12). A preservao e a recuperao da APP e a manuteno

    de reas florestadas no deve ser entendida como medida para atender a legislao,

    mas uma ao imprescindvel para a manuteno da vida.

    Figura 12: Rio e mata ciliar conservados

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    Fonte: MARHS, 2012

    Controle da eroso hdrica. Chuvas de elevada intensidade acarretam formao de

    enxurrada carreando sedimentos e contaminantes para as nascentes e cursos dgua.

    Os solos geralmente no possuem permeabilidade para infiltrar toda a gua da chuva.

    Ferramentas fundamentais no controle da eroso hdrica como sistema de

    terraceamento corretamente dimensionado, readequao de estradas em bases

    conservacioniostas e conteno das guas pluviais diminuem os efeitos das

    enxurradas.

    A conteno da enxurrada trs como benefcios o controle da contaminao das guas

    das nascentes e rios; controle do soterramento de nascentes e assoreamento dos rios;

    aumento do volume de gua infiltrada no solo uma vez que ser contido no canal dos

    terraos (CALADO, 2010).

    Controle da contaminao ambiental. O sistema de terraceamento e a readequao de

    estradas em bases conservacionistas cumprem tambm a funo de evitar que

    agrotxicos alcancem as nascentes e rios atravs de enxurradas. O gerenciamento

    adequado de efluentes domsticos e industriais e o destino correto do lixo e esgotos

    so prticas que auxiliam na qualidade ambiental.

    3.3.4 Proteo das Nascentes

    Havia um entendimento de que as nascentes podiam ser abertas e protegidas apenas

    com a construo de caixas ou pequenas barragens abertas diretamente sobre o olho

    da gua, para manter as condies de escoamento e captao da gua (Figura 13).

    Hoje, sabe-se que a consequncia desta prtica a ramificao da nascente

    transformando o local em um banhado devido ao assoreamento por deposio de

    sedimentos sobre a nascente (SEMA- 2010), (Figura 14).

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    Figura 13: Sistemas antigos de captao Fonte: SEMA, 2010

    Figura 14: Nascente assoreada Fonte: SEMA, 2010

    Sugestes de tcnicas para conservao da fonte de nascentes de acordo com SEMA,

    PR, 2010 e SAMAE, Caxias do Sul, RS, 2011, englobam: a limpeza manual local, sem

    utilizar mquinas ou veculos para evitar danos vegetao e fazer abertura de vala

    para escoamento da gua represada; a construo da estrutura de proteo do entorno

    e da nascente; a desinfeco da nascente, quando houver aproveitamento da gua

    para abastecimento; construo de cerca no entorno da nascente (conforme a

    Legislao), bem como, evitar a entrada de animais que possam contaminar a gua e

    destruir a vegetao da mata ciliar.

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