65
ISSN 1808-9909 Volume 2, Número 2, 2006 Publicação Científica da Associação Brasileira de Cultura de Tecidos de Plantas Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 PLANT CELL CULTURE & MICROPROPAGATION Cultura de Células & Micropropagação de Plantas

PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909

  • Upload
    others

  • View
    5

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909

ISSN 1808-9909 Volume 2 Nuacutemero 2 2006

Publicaccedilatildeo Cientiacutefica da Associaccedilatildeo Brasileira de Cultura de Tecidos de Plantas

Plant Cell Cult Micropropag Lavras MG v

2 n

2 p 53-106 2006

PLANT CELL CULTURE amp

MICROPROPAGATION

Cultura de Ceacutelulas amp

Micropropagaccedilatildeo de Plantas

A revista ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo editada semestralmente pela Editora daUniversidade Federal de Lavras (Editora UFLA) publica artigos cientiacuteficos da aacuterea de cultura de tecidos deplantas por membros da comunidade cientiacutefica nacional e internacional Com uma tiragem de 600 exemplareseacute distribuiacuteda aos membros da ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE CULTURA DE TECIDOS DEPLANTAS (ABCTP) em dia com a anuidade

Para se associar agrave ABCTP consulte o site ltwwwabctpuflabrgt

PERMUTA

A revista ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo deseja fazer permuta com revistas de aacutereas afins

ABCTP

Universidade Federal de Lavras - Departamento de BiologiaSetor de Fisiologia Vegetal - Caixa Postal 3037 - Lavras ndash MG - CEP 37200-000

E-mail abctpuflabr

FICHA CATALOGRAacuteFICA

Plant Cell Culture amp Micropropagation = Cultura de Ceacutelulas amp Micropropagaccedilatildeo de Plantas ndash v 1 n 1 (janjun 2005)- ndash Lavras Ed UFLA 2005- v il

Semestral (junho e dezembro) Publicaccedilatildeo Cientiacutefica da Associaccedilatildeo Brasileira de Cultura de Tecidosde Plantas (ABCTP) ISSN 1808-9909

1 Cultura de Tecidos de Plantas I Associaccedilatildeo Brasileira de Culturade Tecidos de Plantas II Universidade Federal de Lavras Departamen-

to de Biologia Setor de Fisiologia Vegetal

INDEXADO porAGRISAGROBASE

CDD (22ordf ed) 58072405

DIRETORIA

Presidente ndash Renato Paiva ndash UFLA Secretaacuterio ndash Moacir Pasqual ndash UFLA

Secretaacuterio Adjunto ndash Antocircnio Carlos Torres ndash EMBRAPA Hortaliccedilas Tesoureiro ndash Guilherme Augusto Canella Gomes ndash Benger do Brasil

COMISSAtildeO EDITORIAL

EDITOR CHEFE Renato Paiva ndash UFLA

CONSELHO EDITORIAL Antocircnio Carlos Torres ndash EMBRAPA Hortaliccedilas

Moacir Pasqual ndash UFLA Renato Paiva ndash UFLA

REVISAtildeO DE REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Luiz Carlos de Miranda ndash UFLA

NOMENCLATURA CIENTIacuteFICA Manuel Losada Gavilanes ndash UFLA

EDITORACcedilAtildeO Christyane Aparecida Caetano ndash Editora UFLA

Aleacutezia Conceiccedilatildeo Modesto Ribeiro ndash Editora UFLA Luciana Carvalho Costa ndash Editora UFLA

REVISAtildeO DE PORTUGUEcircS Amanda Jackeline Santos Silva

REVISAtildeO DE INGLEcircS Renato Paiva

ndash UFLA

SECRETARIACr ist iano Mar t inot t o ndash UFLA

Daiane Peixot o Var gas ndash UFLA

EDI TORES ASSOCI ADOSEnio Luiz Pedrotti - UFSC

Fr ancisco de Assis Paiva Campos - UFCGilber t o Bar bant e Ker bauy - USP

J oatildeo Bat ist a Teixeir a - EMBRAPA Recur sos Geneacutet icos e Biot ecnologiaJ oseacute Ant ocircnio Pet er s - UFPEL

Kasumit su Mat sumot o- EMBRAPA Recur sos Geneacutet icos e Biot ecnologiaLilia Gomes Willadino - UFRPE

Linda St yer Caldas - UNBLuciana Ribas - UFPR

Magdi Ahmed I br ahim Alouf a - UFRNMar guer it e Ger maine Ghislaine Quoir in- UFPR

Miguel Pedr o Guer r a - UFSCMiklos Gaacutebor Faacuter i ndash Univer sidade de Debr ecen ndash Ungr ia

Otto Jesu Crocomo ndash ESALQ - USPRenat o de Oliveir a Resende - UNB

Schuyler Kor ban ndash Univer sidade de I llinois - Est ados UnidosSilvio Lopes Teixeira - UENF

Ter ezinha Rangel Camar a ndash UFRPEWagner Apar ecido Vendr ame ndash Univer sidade da Floacuter ida ndash Est ados Unidos

Wagner Campos Ot oni ndash UFV

CONSULTORI A CI ENTIacute FI CA (Vol 2 N 2)Alexandr e Hof f mann ndash EMBRAPA Uva e VinhoAlexandr e Mor ais do Amar al ndash EMBRAPA-I AC

Aloisio Xavier ndash UFVAnt ocircnio Chalf un J unior ndash UFLA

Eur ico Eduar do Pint o de Lemos ndash UFALEvar ist o Maur o de Cast r o ndash UFLAGilber t o Bar bant e Ker bauy ndash USP

J oatildeo Bat ist a Teixeir a ndash EMBRAPA Cenar gemJoseacute Raniere F Santana ndash UEFS

Luiz Ant ocircnio Biasi ndash UFPRMiguel Pedr o Guer r a ndash UFSC

Osmar Alves Lameir a ndash EMBRAPA Amazocircnia Or ient alOt t o J esu Cr ocomo ndash ESALQ USP

Ricar do Tadeu de Far ia ndash UELWagner Campos Ot oni ndash UFV

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-106 2006

Plant Cell Culture amp Micropropagation

ISSN 1808-9909

CONTEUacuteDO

01 In vitro propagation of Melissa officinalis L and production of essential oil In vitro propagation of Melissa officinalis L and production of essential oil Simone da Silva Celso Luiz Salgueiro Lage Maria Apparecida Esquibel Rosane Aguiar da Silva San Gil Alice Sato

53

02 Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (ORCHIDACEAE) em diferentes concentraccedilotildees de sais de Knudson C e carvatildeo ativado In vitro growth of Laelia tenebrosa (ORCHIDACEAE) in different concentrations of Knudson C salts and activated charcoal Aparecida Gomes de Araujo Moacir Pasqual Alba Regina Pereira Herminio Souza Rocha 61

03 Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea em diferentes meios de cultura e concentraccedilotildees de citocinina In vitro propagation of orchid plantlets cultivated in different culture media and cytokinin concentrations Aparecida Gomes de Araujo Moacir Pasqual Adriano Bortolotti da Silva Fabiacuteola Villa Hermiacutenio Souza Rocha Fernanda Carvalho Costa 68

04 Efeito do viacuterus das estrias da bananeira na micropropagaccedilatildeo e no crescimento das plantas da cultivar caipira durante a aclimatizaccedilatildeo Effect of banana streak virus on micropropagation and plant growth of cultivar caipira during acclimatization Daniela Garcia Silveira Antocircnio da Silva Souza Paulo Ernesto Meissner Filho Tales Miler Soares Ranulfo Correa Caldas Kaacutetia Regina Barbosa Leatildeo 74

05 Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees de Agapanthus umbellatus var minor multiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria Morphological and physiological characteristics Agapanthus umbellatus var minor of shoots propagated in bioreactor of temporary immersion Luciana Alves Fogaccedila Denilson Dortzbach Antonio Carlos Alves Enio Luiz Pedrotti 80 06 Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro cultivar Santa Clara In vitro regeneration capacity of tomato plant cultivar Santa Clara Glaucia de Fatima Moreira Vieira e Souza Joseacute Magno Queiroz Luz Alcione Silva Arruda Denise Garcia Santana Mariana de Souza e Silva da Costa Teixeira Luciana Londe Adelaide Siqueira Silva Elisacircngela Rodrigues Figueira 88

07 Induccedilatildeo de calos a partir de cultura de anteras de cafeeiro (Coffea arabica L) cv Catuaiacute Vermelho 99 e 44 Callus induction from anther culture of coffee plant (Coffea arabica L) cv Catuaiacute Vermelho 99 and 44 Adelaide Siqueira Silva Joseacute Magno Queiroz Luz Denise Garcia Santana Patriacutecia Crystie Vieira Mustafa Moacir Pasqual Glaucia de Fatima Moreira Vieira e Souza 94

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-106 2006

Plant Cell Culture amp Micropropagation

ISSN 1808-9909

COMUNICACcedilAtildeO CIENTIacuteFICA

08 Proliferaccedilatildeo in vitro de brotos de Curauaacute utilizando diferentes volumes de meio de cultura In vitro shoot proliferation of Ananas erectifolius using different volumes of culture medium Flaacutevia Dioniacutesio Pereira Joseacute Eduardo Brasil Pereira Pinto Helen Cristina de Arruda Rodrigues Luciana Domiciano Silva Rosado Luiz Alberto Beijo Osmar Alves Lameira 102

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 53

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

IN VITRO PROPAGATION OF Melissa officinalis L AND PRODUCTIONOF ESSENTIAL OIL

IN VITRO PROPAGATION OF Melissa officinalis L AND PRODUCTION OFESSENTIAL OIL

SIMONE DA SILVA1 CELSO LUIZ SALGUEIRO LAGE2 MARIA APPARECIDA ESQUIBEL3ROSANE AGUIAR DA SILVA SAN GIL4 ALICE SATO5

1Doutoranda em Biotecnologia Vegetal ndashUFRJIBC Chagas Filho ndash Av Brigadeiro Trompowsky SN Ccs ndash Bloco G ndash Sala G2-050 ndash Cidade Universitaacuteria ndash Laboratoacuterio de Fisiologia Vegetal ndash Ilha do Fundatildeo ndash 21949-900 ndash Rio de Janeiro RJ ndash monybiofufrjbr

2Dr em Biofiacutesica ndashUFRJ ndash Instituto de Biofiacutesica Carlos Chagas Filho ndash Laboratoacuterio de Fisiologia Vegetal ndash Ilha do Fundatildeo ndash 21949-900 ndash Rio de Janeiro RJ ndash clslagebiofufrjbr3Poacutes-Doutorado em Bioeletrogecircnese ndash UFRJ ndash Instituto de Biofiacutesica Carlos Chagas Filho ndash Laboratoacuterio de Fisiologia Vegetal ndash Ilha do Fundatildeo ndash 21949-900 ndash Rio de Janeiro RJ ndash esquibelbiofufrjbr4Dra em Quiacutemica Orgacircnica ndash Ufrj DQO ndash Edifiacutecio do Centro de Tecnologia ndash Bloco A ndash Sala 605 ndash Ilha do Fundatildeo ndash Cidade Universitaacuteria ndash Caixa Postal 068556 ndash 21941-972 ndash Rio de Janeiro RJ ndash rsangilIqufrjbr5Dra em Biotecnologia Vegetal ndash UNIRIODCN ndash Centro de Ciecircncias Bioloacutegicas e da Sauacutede ndash Av Pasteur 458 Preacutedio da ECB ndash 4ordmandar Sala 415 URCA ndash 22290-240 ndash Rio de Janeiro RJ ndash alicesatouniriobr

ABSTRACTThis work presents an efficient protocol for micropropagation

of Melissa officinalis L through axillary bud proliferation obtainedfrom in vitro germinated seeds on basal Murashige amp Skoog medium(MS) The explants were grown on MS supplemented with differentgrowth regulators NAA (05 mM) KIN (05 mM) BA (05 mM)GA

3 (28 microM) and IAA (05 mM) Higher shoot proliferation and

rooting rates were obtained on MS supplemented with 05 microM IAAMicropropagated plants were acclimatized and transferred to soilwith success The essential oil composition in shoots of in vitro andfield-grown (ex vitro) plants was determined by gas chromatographymass spectrometry The major components of essential oils detectedin both plant materials were pujone neral geraniol and geranial Mofficinalis in vitro plantlets developed on MS media showed 14higher proportions of nerol and 41 of geraniol when compared withfield grown plants

Index terms Growth regulators medicinal plant tissue culture

RESUMOEste trabalho apresenta um protocolo raacutepido e eficiente

para propagaccedilatildeo in vitro de Melissa officinalis L atraveacutes daproliferaccedilatildeo de gemas axilares de plantas obtidas de sementesgerminadas em meio basal de Murashige amp Skoog (MS) Os explantesforam cultivados em meio de Murashige amp Skoog (MS) 1962com adiccedilatildeo de diferentes reguladores de crescimento Aacutecido alfa-naftaleno-aceacutetico (ANA ndash 05 mM) Cinetina (KIN ndash 05 mM)Benziladenina (BA ndash 05 mM) Aacutecido Gibereacutelico (GA

3 ndash 28 microM)

e Aacutecido Indolaceacutetico (AIA ndash 05 mM) O alongamento e formaccedilatildeode segmentos nodais maacuteximos foram obtidos com AIA Explantesdesenvolveram 5 novos brotos com 10 cm em meacutedia e 100 deenraizamento em 30 dias de cultura Plantas micropropagadasforam aclimatadas e transferidas para o solo com sucesso Acomposiccedilatildeo do oacuteleo essencial de partes aeacutereas de plantas produzidasin vitro e plantas crescidas em campo (ex vitro) foi determinadapor cromatografia gasosa acoplada agrave espectrometria de massas Os

principais componentes do oacuteleo essencial encontrados em ambosos materiais vegetais foram a pujona neral geraniol e geranial Asplantas de Melissa officinalis desenvolvidas in vitro em MSapresentaram aumento de 14 vezes na proporccedilatildeo do nerol e de 41na de geraniol quando comparadas agraves plantas ex vitro

Termos para indexaccedilatildeo Reguladores de crescimento plantamedicinal cultura de tecidos

INTRODUCTION

Melissa officinalis L (Lamiaceae) is a well-known

herb used to give fragrance to different food and beverage

products It has also been used as a medicinal plant for

treatment of headaches gastrointestinal disorders

nervousness and rheumatism The essential oil is a well-

known antibacterial and antifungal agent and it is also

responsible for the mild depressive and spasmolytic

properties of the plant Literature data pointed out antioxidant

properties of methanolic extracts of Melissa officinalis which

are mostly due to high portion of phenolic acids revealing

significant antimicrobial particularly antibacterial activity of

this essential oil (MIMICA-DUKIC et al 2004)

The chemical composition of the essential oil of

Melissa officinalis leaf (02-1 on dry weight) has been

studied The major compounds (10-40) are citral (neral

and geranial) and these are accompanied by limonene

cineole geraniol szlig-caryophyllene and spathulenol The

(Recebido em 06 de setembro de 2005 e aprovado em 21 de junho de 2006)

SILVA S da et al54

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

leaf also contains polyphenolic compounds

hydroxycinnamic derivatives with verbascoside (53)

flavonoids such as luteolin 7-glucoside and luteolin 7-

diglucuronide (08) These compounds probably

intervene in the antispasmodic activity Iridoid glucosides

were also reported and the infusion contains potassium

(CARNAT et al 1999)

Cultivation of medicinal plants for the purpose of

extraction of active constituents may face certain limitations

such as climate season water availability diseases and

pests and scarcity of naturally growing plants Such

limitations led to the use of tissue culture techniques for

production of the active constituents Tissue culture

provides means of rapid propagation of a large number of

uniform plants while maintaining their genotype Beneficial

uses of tissue culture for the purpose of extraction of

secondary metabolites include avoidance of collection of

endangered wild species production of secondary

metabolites due to rapid growth of cultures in vitro

(ARIKAT et al 2004)

Due to the importance of this plant for multiple

purposes and the difficulty to produce active compounds

in vitro the application of methods that provide higher

number of cloned plants of M officinalis is justified aiming

to select high quality plant lines to extensive culture and

extraction of pharmaceutical products In Brazil M

officinalis is used in phytomedicine by pharmaceutical

industries One of the most critical problems of

phytomedicine is the natural variation of plants chemical

constituents (CURRIER et al 2000) This variation could

be originated from genetical factors or under influence of

environmental characteristics

The use of in vitro systems have been reported as

an effective tool for obtaining genetically uniform plants

which can be the source for less variable pharmaceutical

preparations Plant regeneration of M officinalis has been

achieved using as explants cotyledonary nodes of 10-day-

old Melissa officinalis seedlings (TAVARES et al 1996)

shoot tips from plants cultivated at greenhouse

(MEacuteSZAacuteROS et al 1999) using various types and

concentrations of cytokinins auxins and triacontanol

(TANTOS et al 1999)

The aim of this work is to develop a

micropropagation method in order to obtain a significant

number of monoclonal plants for further field cultivation

comparing the essential oil content and composition

between micropropagated and field-grown plants

MATERIALS AND METHODS

Plant material

Representative specimens from field grown plants

of M officinalis were selected and submitted to Erika Von

Sohsten Medeiros and Angela Vaz (Rio de Janeiro

Botanical Garden) for the taxonomic confirmation A

voucher nordm RB ndash 365926 is deposited at the Herbarium of

Rio de Janeiro Botanic Garden

Melissa officinalis seeds were obtained from

commercial market ISLAR batch Nordm 8250 The seeds were

germinated and grown to the seedling stage in vitro Seeds

were pre-treated by immersion into 2 commercial bleach

solution (Globoacirc) for 20 min and then rinsed thoroughly

in running tap water After that the seeds were surface

sterilized in 70 ethanol for 20 min followed by 15 min in a

20 commercial bleach solution containing 2-3 drops of

Tween 20 under aseptic conditions and rinsed three times

with sterile distilled water The seeds were cultured on MS

(MURASHIGE amp SKOOG 1962) solid medium

supplemented with 30 gL-1 sucrose 148 mM thiamine-

HCl 243 mM pyridoxine-HCl 41 mM nicotinic acid and

06 mM myo-inositol The pH value was adjusted at 58 plusmn

01 before addition of 8 gL-1 of agar and the media were

sterilized in autoclave (120 degC during 15 min) The cultures

were incubed at 25 plusmn 1 degC under a 16 h light 8 h dark

regime at an irradiance of 230 mmolm-sup2s-1 (white light

illumination Sylvaniaacirc fluorescent tubes)

Establishment of in vitro shoot cultures

From in vitro 8-day-old germinated seeds plants

(20-30 cm in length) of three different clones designated

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 55

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

as clones 1 2 e 3 were selected and axillary shoot induction

takes place from nodal segments (1 cm in length)

subcultivated on MS hormone-free media (MS0) These

materials were used as donors of explants to be tested

with different culture media 05mM a-naphthaleneacetic

acid (NAA) 05mM kinetin (KIN) 05mM benzyladenine

(BA) 28 mM gibberellic acid (GA3) and 05mM indole-3-

acetic acid (IAA) Cultures were grown in 300 mL glass

flasks containing 40 ml of media each

Shoot proliferation rate length of both shoots and

roots and calli formation were monitored as growth

parameters Each treatment was replicated 3 times using

100 explants per repetition Subcultures were performed at

30 days intervals

Acclimatization

A total of 60 in vitro rooted microshoots (those grown

on MS + IAA during 30 days with average height of 10 cm

were removed from the medium and the agar washed gently

with tap water They were transferred to 60 cm diameter

plastic pots containing soil and humus (31 vv) and kept at

a greenhouse High humidity environment was provide by

covering the plants with a plastic foil and watering them

one time per day during the first 2 weeks Then plants were

gradually exposed to greenhouse conditions for 1 month

and finally transferred to the field where they were cultivated

during one year until complete life cycle

Extraction

Field-grown and fresh in vitro plantlets aerial parts

(100 g each) were submitted to hydro distillation for 140 h

in a Clevenger type apparatus as recommended by the

Brazilian Pharmacopoeia (1988) in replicate (n = 2) The

time between the isolation and analysis was the same in all

experiments to preclude differences in composition due to

external factors (SILVA et al 2003)

Gas chromatographic and gas chromatography-massspectrometric analysis

Gas chromatography with flame ionization

detection (GCFID) was carried out on a Varian Star Model

3350 instrument using a capillary column coated with DB-

5 (30 m x 025 mm i d 025 mm film thickness J amp W

Scientific Folsom CA USA) The GC oven was heated

using the following program 40 oC to 220 oC at 4 oC min-1

with an initial isothermal period of 1 min splitless The

detector and injector temperatures were held at 280 oC

Hydrogen was used as carrier gas The injection consisted

of 10 microL of distilled oil diluted with hexane The GCMS

analyses were carried out on a Hewlett-Packard (Agilent

Technologies Avondale USA) Model 5972 MSD coupled

to a HP 5890 GC The GC conditions were the same as

above except for the fact that helium was used as carrier

gas The mass spectrometer was operated on electron

impact mode at 70 eV Molecular assignments were

performed with the help of the Wiley 275 standard library

of mass spectra literature data (ADAMS 1995) authentic

geraniol standard (Sigma Part Number G5135) and mass

spectra interpretation besides the comparison with

previously published elution order (KREIS amp MOSAND

1994) Quantification was performed from GC profiles using

area percent since in the literature the FID response factor

for most of monoterpenes is determined as 1 (CARNAT et

al 1999)

Statistical analysis

Data for each experiment were subjected to analysis

of variance (ANOVA) and means were compared using the

Tukey-Kramer test Percent data were submitted to

significance test ndash difference between two percentages

using the Statistica for WindowsTM 50 version A

significance level of 5 was used for all statistical analysis

RESULTS AND DISCUSSION

In vitro multiplication of Melissa officinalis was

followed during four developing cycles Micropropagation

papers usually present an efficient protocol evaluated in

only one developing cycle This kind of protocol however

may fail when the cultures have to be kept during long

time many successive subcultures being necessary in

order to produce large number of clonal plants

SILVA S da et al56

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

In vitro establishment

In this work three different clones of M officinalis

were used and they had shown similar development

responses on in vitro cultures

The clones 1 and 2 had in vitro multiplication rate

lower than the clone 3 which means a decrease in the

absolute number of nodal segments (Fig 1A and B) From

these results the clone 3 was selected to run the tests

The average number of four new nodes was

produced by explant on MS0 after 30 days and this value

was used as a control to evaluate effects of the presence

of growth regulators in the media (Tab 1)

FIGURE 1 ndash Nodal segments development of three clones of Melissa officinalis on MS+ 05 M IAA during 30 daysA) Multiplication rate of in vitro culture from 2nd to 4th subcultures B) Number of nodal segments developed per clone

TABLE 1 ndash Effect of growth regulators in Melissa officinalis axillary segments culture after four weeks of culture

Culture Media

Shoot Explant

xplusmnse

Shoot Length (CM)

Multiplication Rate (ndeg of

Nodal Segment Explant)

Node Plantlet

xplusmnse

Root Frequency

()

Root Number

Explant xplusmnse

Root Length

(CM) xplusmnse

MS0 171B 403 08B 68C 41 B 50 105 11B 30 06B

05 M KIN 111C 349 11C 33D 31 C 50 073 09C 27 07C

28 M GA3 111C 100 03D 22E 21 D 50 071 09C 25 07C

05 M IAA 191B 1000 09A 95B 51 A 100 897 08A 137 08A

05 M NAA

301A 333 16C 90A 31 C 0 0 - 05 M BA 111C 385 54C 33D 31 C 0 0 -

Value are means (x) plusmn standard error (se) n=100 Values in the same column followed by the same letter do not differstatistically at Pdrdquo005

The influence of plant growth regulators and their

interactions on micropropagation of different plant species

have been discussed in detail by Lameira et al (2005) Rout

et al (1989) Rout amp Das (1997ab) Skirvin et al (1990) and

Zieslin et al (1989)

In this work addition of IAA to MS presented the

best results among all tested growth regulators in all

evaluated parameters However to shoot production there

is no statistical difference to the control The analysis of

effects of the other growth regulators shows that only

05mM NAA was able to improve shoot production

although it is not able to promote rhizogenesis

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 57

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

The use of MS plus 05mM Kinetin or 05mM BA

or 05mM NAA promoted the development of three nodal

segments per elongated plant in 30 days culture (Tab

1) However when BA was used these new shoots

exhibited apical necrosis When GA3 (28 mM) was added

to medium there was induction of only one shoot per

explant and after 30 days there were 2 nodes per

elongated shoot

There was no rooting in explants placed on MS

added of NAA and BA In MS medium containing KIN or

GA3

and in basic MS 50 of the shoots developed new

roots in 30 days of culture

The best result of rhizogenesis was presented

by explants cultured in MS plus IAA where 100 of

shoots rooted with more than 8 new roots per explant

(Tab 1) In terms of root length the cultures in MS

supplemented with IAA presented longer roots when

compared with the other media compositions used at

the present work

In short the addition of 05mM of IAA was chosen

as that presenting the best results in all evaluated

parameters (Fig 2A)

The action of IAA on the in vitro plant

development was in accordance to the known effects of

such hormone (CLELAND 1995) Shoot elongation was

obtained concomitantly with rooting in media MS plus

05 mM IAA That is specially interesting once it may

reduce the micropropagation process through nodal

segments explants to only three steps germination

shoot elongation and multiplication concomitant to

rooting this represents gain of time culture medium

and constitutes a quick micropropagation process

Tavares et al (1996) reported a micropropagation

utilizing cotyledonary nodes as explants The highest

average number of shoots in the two inoculations was

obtained with 2 mgL-1 of BA 24 axillary shoots per

explant 7 in the first inoculation and 17 in the second

one Shoots of the two inoculations were excised after

30 and 60 days respectively

Acclimatization

Melissa officinalis leaves are very sensitive to

water loss and this process is irreversible it was necessary

to provide a high humidity environment during the first

acclimatization period plants were covered with a plastic

foil during 2 weeks before being gradually exposed to

greenhouse conditions The acclimatization procedure

used for in vitro plants was successful and a total of 100

survival rate (n=60) was obtained Acclimatized plants

appeared normal and did not exhibit any morphological

abnormalities or variations These results permitted the

soil cultivation (Fig 2B) without chemical defensives

during one year up to the complete vegetative cycle

(flowering)

Essential oils content

Comparative analysis of the chromatographic

profiles showed high percentage of neral and geranial in

relation to nerol and geraniol in field grown (ex vitro)

plantlets and in MS0 (in vitro)

The relative content of the principal components

of essential oil of the aerial parts of M officinalis are

presented as mean peaks area () on Fig 2C geranial

(3813 and 4364) neral (2674 and 317) geraniol (329 and

153) and nerol (116 and 187) in plants cultured ex vitro

and in vitro respectively Plantlets developed in vitro on

MS0 media showed an increase of 14 times in the

proportion of nerol and 41 times of geraniol when

compared with ex vitro cultured plants

Field plants are exposed to considerable more

stressful conditions such as lower relative humidity higher

light levels and herbivory those are the more stressful

The latter conditions tend to favor a greater essential oil

accumulation (TAVARES et al 2004) On other hand

plantlets grown in vitro have been continuously exposed

to a unique microenvironment that has been selected to

provide minimal stress and nearly optimal conditions for

plant multiplication

SILVA S da et al58

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

FIGURE 2 ndash A) In vitro culture of Melissa officinalis on MS + IAA in 30 days of culture B) Ex vitro culture six monthsafter transference to soil maximum height 60 cm C) Composition and percentage of the most abundant essential oilcomponents of Melissa officinalis from aerial parts (100 g Fresh Weight) from in vitro e ex vitro culture

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 59

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

CONCLUSIONS

Melissa officinalis micropropagation can be made

using nodal segments from in vitro plants during 5 weeks

in MS media without growth regulators and posterior

subculture in MS media with 05 mM IAA for a better

development Multiplication rates of 44 and 40 were

obtained at the 3rd and 4th subcultures respectively

It was observed a significant difference between

the effects of auxins IAA and NAA The latter exerted an

unsatisfactory influence on the nodal segment formation

shoot length and rooting when compared with the results

obtained with IAA

The plants produced in vitro were vigorous and

after acclimatization they were well adapted After 1 month

at the greenhouse the survival rate was 100

Considering that the main objective of this work is

to produce monoclonal plants to be used by phytomedicine

industries it is important that the method presents a large

number of buds per explant This result plus an efficient

acclimatization stage can save time and produce

monoclonal plants in sufficient number to be used in

commercial field culture Our results showed a change in

the essential oil composition in the proportion of active

compounds However the characteristics of the oil of in

vitro and ex vitro M officinalis plants were not altered

The manipulation of the culture media composition

is an important biotechnological tool for the optimization

of the essential oils production With this technique this

work developed a protocol for highly production of plants

and productivity in the components (geraniol geranial and

neral) of the oil

ACKNOWLEDGMENTS

This work was supported by ICUNIRIO FAPERJ

and CNPq

REFERENCES

ADAMS R P Identification of essential oil componentsby gas chromatographymass spectroscopy WashiongtonAllured Publishing Corporation 1995 467 p

ARIKAT N A JAWAD F M KARAM N S SHIBLIMicropropagation and accumulation of essential oils inwild sage (Salvia fruticosa Mill) Scientia HorticulturaeAmsterdan v 100 n 14 p 193-202 Mar 2004

CARNAT A CARNAT A P FRAISSE D LAMAISON JD The aromatic and polyphenolic composition of lemonverbena tea Fitoterapia Milano v 70 n 1 p 44-49 Feb 1999

CLELAND R E Auxin and cell elongation In DAVIES PJ Plant hormones and their role in plant growth anddevelopment 2 ed Dordrecht Kluwer 1995 p 214-227

CURRIER S J JOHNSTON P D GORELICK J K HerbalMedicines Science and Medicine Philadeiphia v 7 n 1p 40-43 2000

FARMACOPEacuteIA BRASILEIRA Determinaccedilatildeo de oacuteleosessenciais em drogas vegetais 4 Ed Satildeo Paulo Atheneu1988 Part 1 v426-v427

KREIS P MOSANDL A Chiral compounds of essentialoils Part XVI Enantioselective multidimensional gaschromatography in authenticity control of balm oil (Melissaofficinalis L) Flavour and Fragrance Journal Chichesterv 9 n 5 p 249-256 1994

LAMEIRA O A LOPES S C NOGUEIRA R CCORDEIRO I M C C PINTO J E B P REIS L R SEfeito de diferentes concentraccedilotildees de reguladores decrescimento sobre a micropropagaccedilatildeo de mogno (Swieteniamacrophylla King) por meio de explantes juvenis PlantCell Culture amp Micropropagation Lavras MG v1 n 2 p53-58 2005

MEacuteSZAacuteROS A BELLON A PINTEacuteR A HORVARTHG Micropropagation of lemon balm Plant Cell Tissueand Organ Culture Dordrecht v 57 n 2 p 149-152 1999

MIMICA-DUKIC N BOZIN B SOKOVIC M SIMINN Antimicrobial and Antioxidant Activities of Melissaofficinalis L (Lamiaceae) Essential Oil Journal ofAgricultural and Food Chemistry Washington v 52 n 9p 2485-2489 May 2004

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgrowth and bioassays with tobacco tissue culturesPhysiologia Plantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 Mar 1962

SILVA S da et al60

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

ROUT G R DEBATA B K DAS P In vitro Mass-scalePropagation of Rosa Hybrida cv Landora CurrentScience Bangalore v 58 n 15 p 876-878 Aug 1989

ROUT G R DAS P In vitro Organogenesis in ginger(Zingiber officinale Rosc) Journal of Herbs Spices andMedicinal Plants Bermingham v 4 n 4 p 41-51 1997a

ROUT G R DAS P Techniques of Micropropagation invitro In BOSE T K MITRA S K SADHU M KDAS P (Ed) Propagation of tropical and subtropicalhorticultural crops Calcutta Kalyani Publishers 1997bp 105-116

SILVA S Composiccedilatildeo do oacuteleo essencial de Melissaofficinalis L in vitro sob accedilatildeo de reguladores decrescimento 2003 64 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emBiotecnologia Vegetal) ndash Universidade Federal do Rio deJaneiro Rio de Janeiro

SKIRVIN R M CHU M C YOUNG H J R InAMMIRATO P V EVANS D R SHARP W R BAJAJ

Y P S Editors Handbook of Plant Cell Cultures NewYork Macmillan 1990 v 5 p 716-743

TANTOS Aacute MEacuteSZAROS A KISSIMON J HORVAacuteTHG FARKAS T The Effect of Triacontanol onMicropropagation of Balm Melissa officinalis L Plant CellReports New York v19 n 1 p 88-91 Nov 1999

TAVARES A C PIMENTA M C GONCcedilALVES M TMicropropagation of Melissa officinalis L throughproliferation of axillary shoots Plant Cell Reports NewYork v 15 n 6 p 441-444 Feb 1996

TAVARES E S LOPES D BIZZO H R LAGE C L SLEITAO S G Kinetin Enhanced Linalool Production by invitro Plantlets of Lippia alba Journal of Essential OilResearch Coron Stream v 16 n 5 p 405-408 SeptOct 2004

Zieslin N Starkman f zamski e Growth of rose flowerpeduncles and effects of applied plant growth regulatorsPlant Growth Regulation Dordrecht v 8 n 1 p 65-76Mar 1989

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 61

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

CRESCIMENTO IN VITRO DE Laelia tenebrosa (ORCHIDACEAE)EM DIFERENTES CONCENTRACcedilOtildeES DE SAIS DE KNUDSON C

E CARVAtildeO ATIVADO

IN VITRO GROWTH OF Laelia tenebrosa (ORCHIDACEAE) IN DIFFERENTCONCENTRATIONS OF KNUDSON C SALTS AND ACTIVATED CHARCOAL

APARECIDA GOMES DE ARAUJO1 MOACIR PASQUAL2 ALBA REGINA PEREIRA3HERMINIO SOUZA ROCHA4

1Doutoranda em AgronomiaFitotecnia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash agaraujo2003yahoocombr2Dr Professor Titular do Departamento de Agricultura ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash LavrasMG ndash mpasqualuflabr3Doutoranda no Jardim Botacircnico do Rio de Janeiro ndash ENBTJBRJ ndash Pacheco Leatildeo 915 ndash 22460-030 ndash Rio de Janeiro RJ4Doutorando em AgronomiaFitopatologia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash herminiouflanetcombr

RESUMOObjetivou-se testar diferentes concentraccedilotildees de carvatildeo

ativado adicionado ao meio Knudson C no crescimento in vitrode orquiacutedeas Placircntulas de Laelia tenebrosa (LA Rolfe) LARolfe com 1 a 15 cm de comprimento e contendo raiacutezes foraminoculadas em frascos contendo 40 mL de meio de cultura Ostratamentos consistiram na combinaccedilatildeo de concentraccedilotildees de carvatildeoativado (0 05 10 20 e 40 g L-1) e sais minerais de Knudson C(0 50 100 150 e 200) acrescidos de sacarose (20 g L-1) Omeio foi solidificado com 6 g L-1de aacutegar e o pH ajustado para58plusmn01 antes da autoclavagem a 121degC e 11 atm por 20 minutosApoacutes a inoculaccedilatildeo os frascos foram mantidos sob 25 plusmn 1degCfotoperiacuteodo de 16 horas e 32 mM m-2 s-1 de irradiacircncia Apoacutes 150dias verificou-se que a adiccedilatildeo de 2g L-1 de carvatildeo ativado ao meiocom metade dos sais de Knudson C promoveu melhor crescimentoin vitro das placircntulas de Laelia tenebrosa

Termos para indexaccedilatildeo Orquiacutedea meio de cultura cultura detecidos

ABSTRACTThe objective of this work was to test the effect of

Knudson C medium supplemented with different concentrationsof activated charcoal on the in vitro growth of orchids Plantletsof the Laelia tenebrosa (LA Rolfe) LA Rolfe measuring 1-15cm in length containing roots were inoculated in flasks containing40 mL of culture medium The treatments consisted of differentconcentrations of activated charcoal (0 05 10 20 and 40 g L-

1) combined with Knudson C salts (0 50 100 150 and 200)supplemented with sucrose (20 g L-1) The medium was solidifiedwith agar (6 g L-1) and pH adjusted to 58plusmn01 before autoclavingat 121ordmC and 11 atm during 20 minutes After inoculation theexplants were transferred to culture rooms with temperaturemaintained at 25plusmn1ordmC during a 16 hours photoperiod with a lightintensity of 32 microM m-2s-1 The best in vitro growth rates of

Laelia tenebrosa plantlets were obtained using Knudson C 50supplemented with 2 g L-1 activated charcoal after 150 days ofculture

Index terms Orchid culture medium tissue culture

INTRODUCcedilAtildeO

A produccedilatildeo de orquiacutedeas a partir germinaccedilatildeo

assimbioacutetica eacute uma alternativa viaacutevel para obtenccedilatildeo de

grande nuacutemero de plantas em curto espaccedilo de tempo

suprindo assim a necessidade dos produtores de

orquiacutedeas na aquisiccedilatildeo de mudas

Na cultura de tecidos os meios de cultura

geralmente satildeo compostos de uma fonte de carboidratos

macro e micronutrientes e outras substacircncias como

vitaminas aminoaacutecidos accediluacutecares agente solidificante

reguladores de crescimento (GEORGE amp SHERRINGTON

1984) e eventualmente aditivos como antibioacuteticos carvatildeo

ativado e componentes complexos

Knudson (1922) observou que era possiacutevel o

cultivo de sementes em meio artificial contendo minerais e

accediluacutecar sem a presenccedila de fungos micorriacutezicos

Posteriormente em 1946 ele aperfeiccediloou esse meio de

cultura sendo atualmente o mais utilizado comercialmente

na germinaccedilatildeo e desenvolvimento de orquiacutedeas (ARDITTI

amp ERNST 1992) No entanto satildeo necessaacuterios estudos

(Recebido em 23 de fevereiro de 2006 e aprovado em 10 de julho de 2006)

supplemented with

ARAUJO A G de et al62

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

pois satildeo descritos vaacuterios meios de cultura para muitos

gecircneros e espeacutecies diferentes

No cultivo e subcultivo de placircntulas do gecircnero

Cattleya George et al (1987) sugerem o meio Knudson C

(1946) ou Reinert amp Mohr (1967) Segundo Arditti amp Ernst

(1992) os meios de propagaccedilatildeo para Cattleya Laelia

Laeliocattleya e Brassocattleya podem ser os mesmos

citados anteriormente Villalobos et al (1994) sugerem o

meio Vacin amp Went (1949) para Cattleya Encyclia e

Oncidium suplementado com 25 de aacutegua de coco e o

meio Knudson C suplementado com 60 g L-1 de polpa de

banana para orquiacutedeas do gecircnero Stanhopea

O carvatildeo ativado normalmente eacute adicionado ao meio

de cultura em concentraccedilotildees que variam de 02 a 3

(BEYL 2000) O seu efeito natildeo-seletivo pode proporcionar

resultados negativos na micropropagaccedilatildeo Pesquisas

relatam a adsorccedilatildeo de tiamina aacutecido nicotiacutenico

(WEATHERHEAD et al 1978) piridoxina aacutecido foacutelico

reguladores de crescimento e quelatos de ferro

(JOHANSSON et al 1990) Entre os efeitos proporcionados

pela adiccedilatildeo do carvatildeo ativado ao meio de cultura

principalmente agrave organogecircnese e agrave embriogecircnese estatildeo

escurecimento do meio de cultura favorecendo o

enraizamento adsorccedilatildeo de substacircncias inibitoacuterias

produzidas pelo proacuteprio meio ou explante adsorccedilatildeo de

reguladores de crescimento e outros compostos orgacircnicos

e liberaccedilatildeo de substacircncias naturalmente presentes no

carvatildeo que beneficiariam o crescimento in vitro das culturas

(PAN amp STADEN 1998)

Arena amp Pastur (2001) citam que a adiccedilatildeo de carvatildeo

ativado ao meio de cultura promoveu alongamento das

brotaccedilotildees de Berberis buxifolia mas reduziu o iacutendice de

multiplicaccedilatildeo Hazra et al (2002) relataram o efeito

sinergiacutestico do carvatildeo ativado na multiplicaccedilatildeo e

enraizamento de brotaccedilotildees de algodoeiro Amin amp Jaiswal

(1987) Anderson (1980) e Damiano (1978) relataram o efeito

favoraacutevel do carvatildeo quando utilizado em baixas

concentraccedilotildees no enraizamento de brotaccedilotildees de

morangueiro framboeseira e goiabeira respectivamente

A diversidade de resultados obtidos com a utilizaccedilatildeo de

carvatildeo ativado deve-se principalmente ao genoacutetipo da

espeacutecie em questatildeo agrave adsorccedilatildeo de algumas substacircncias

quiacutemicas e compostos orgacircnicos aleacutem de metaboacutelitos

toacutexicos liberados no cultivo in vitro (Wang amp Huang 1976)

Este trabalho teve como objetivo verificar efeito de

diferentes concentraccedilotildees de sais de Knudson C e carvatildeo

ativado sobre o crescimento in vitro de placircntulas de

orquiacutedea da espeacutecie Laelia tenebrosa (LA Rolfe) LA Rolfe

MATERIAL E MEacuteTODOS

Placircntulas da espeacutecie Laelia tenebrosa com 1 a 15

cm de comprimento oriundas de sementes germinadas in

vitro e contendo raiacutezes foram inoculadas em frascos

contendo 40 mL do meio de cultura Knudson C nas

concentraccedilotildees de 0 (apenas aacutegua destilada e aacutegar) 50 100

(concentraccedilatildeo da formulaccedilatildeo original) 150 e 200 de sais

minerais combinado com carvatildeo ativado (0 05 1 2 e 4

mg L-1) suplementado com sacarose (20 g L-1)

O pH do meio foi ajustado para 58 plusmn 01 antes da

adiccedilatildeo de aacutegar (6 g L-1) O meio foi vertido em frascos de

vidro com capacidade para 250 cm3 vedados com tampas

plaacutesticas transluacutecidas natildeo perfuradas e autoclavados agrave

pressatildeo de 11 atm e agrave temperatura do 121degC durante 20

minutos Apoacutes a inoculaccedilatildeo os frascos contendo os

explantes foram mantidos em sala de crescimento com

irradiacircncia em torno de 32 mmol m-2 s-1 temperatura de 25 plusmn

1degC e fotoperiacuteodo de 16 horas

O delineamento experimental utilizado foi

inteiramente casualizado em esquema fatorial 5 x 5 com

quatro repeticcedilotildees de cinco placircntulas cada uma Decorridos

150 dias avaliou-se a meacutedia do nuacutemero de folhas nuacutemero

de raiacutezes comprimento da maior raiz comprimento da parte

aeacuterea e massa fresca de placircntulas Os dados foram

comparados por meio de regressatildeo polinomial empregando-

se o programa Sisvar (FERREIRA 2000)

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Apenas para a variaacutevel nuacutemero de folhas houve

interaccedilatildeo entre os niacuteveis de sais e carvatildeo ativado Poreacutem

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 63

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

por meio do teste F somente as concentraccedilotildees de 50 e

100 de sais do meio Knudson C foram significativas em

relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees de carvatildeo ativado

Os melhores resultados (65 e 585) foram

verificados com 50 (metade) dos sais de Knudson C

combinado com 275 g L-1 de carvatildeo ativado e 100 de

sais com 4 g L-1 de carvatildeo respectivamente (Figura 1)

Com o aumento da concentraccedilatildeo do meio de cultura haacute

necessidade de maior concentraccedilatildeo de carvatildeo Sendo

assim o meio com 50 de sais aleacutem de proporcionar

melhores resultados eacute menos oneroso

Estes resultados contradizem os de Silva et al

(2003) que verificaram que a adiccedilatildeo de carvatildeo ativado ao

FIGURA 1 ndash Nuacutemero de folhas em placircntulas de Laeliatenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees de saisde Knudson C e carvatildeo ativado

meio de cultura inibe a formaccedilatildeo de folhas em placircntulas de

Brassocattleya lsquoPastoralrsquo x Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo

O efeito natildeo seletivo do carvatildeo ativado pode proporcionar

resultados negativos na micropropagaccedilatildeo (PAN amp

STADEN 1998)

Agrave medida em que aumentaram as concentraccedilotildees de

sais de Knudson C maiores quantidades de raiacutezes foram

formadas (Figura 2A) Observou-se maior nuacutemero de raiz

(43) com 965 de sais Para o fator carvatildeo ativado as

melhores respostas (395 raiacutezes) foram verificadas com a

utilizaccedilatildeo de 304 g L-1 adicionadas ao meio de cultura

(Figura 2B)

Para muitas espeacutecies o enraizamento eacute favorecido

pela adiccedilatildeo de carvatildeo ativado ao meio de cultura Hazra et

al (2002) relataram o efeito sinergiacutestico do carvatildeo ativado

na multiplicaccedilatildeo e enraizamento de brotaccedilotildees de

algodoeiro O meio MS com metade dos sais minerais

acrescido de 20 g L-1 de sacarose 7 g L-1 de aacutegar e 1 g L-1 de

carvatildeo ativado promoveu maior quantidade de raiacutezes em

placircntulas de Cattleya nobilior Rchb f (REIS et al 2003)

Segundo Paiva et al (2005) aleacutem de um equiliacutebrio

hormonal favoraacutevel agrave formaccedilatildeo de raiacutezes outros fatores

internos tecircm sido relacionados com a iniciaccedilatildeo do processo

de enraizamento como presenccedila de sacarose alta relaccedilatildeo

CN e nutrientes minerais (foacutesforo caacutelcio zinco e boro) O

meio Knudson C natildeo possui micronutrientes apresenta

uma concentraccedilatildeo maior de caacutelcio e tem baixas

FIGURA 2 ndash Nuacutemero de raiacutezes em placircntulas de Laelia tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees de sais deKnudson C (A) e concentraccedilotildees de carvatildeo ativado (B)

ARAUJO A G de et al64

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

concentraccedilotildees de N e K em relaccedilatildeo ao MS e WPM o que

provavelmente favoreceu tanto o nuacutemero quanto o

comprimento de raiacutezes (PASQUAL 2001)

O maior comprimento de raiz (331 cm) foi verificado

com a utilizaccedilatildeo de 100 de sais de Knudson C A partir do

ponto maacuteximo (100) houve diminuiccedilatildeo do comprimento

radicular provavelmente devido ao desbalanccedilo nutricional

(Figura 3A) Com o aumento das concentraccedilotildees de carvatildeo

ativado houve um incremento linear no comprimento de

raiacutezes Melhores resultados foram observados com a

utilizaccedilatildeo de 4 g Lndash1 de carvatildeo ativado (Figura 3B) Como a

relaccedilatildeo foi direta pode-se inferir que o efeito estimulante

do carvatildeo ativado no comprimento da maior raiz continuaria

para concentraccedilotildees superiores a 4 g L-1

A adiccedilatildeo de carvatildeo ativado no meio de cultura foi

beneacutefica promovendo tanto o nuacutemero quanto o

crescimento de raiacutezes O carvatildeo conteacutem impurezas que

podem favorecer o crescimento de raiacutezes jaacute existentes e

induzir emissatildeo de novas raiacutezes (PASQUAL 2001)

Melhores resultados para comprimento da parte

aeacuterea (18 cm) foram observados quando se utilizou o

meio Knudson C na concentraccedilatildeo de 121 de sais (Figura

4A) poreacutem na concentraccedilatildeo de 50 obtiveram-se

explantes com 17 cm de comprimento Essa diferenccedila

observada (01 cm) eacute muito pequena o que natildeo justifica a

utilizaccedilatildeo de um meio mais concentrado mas a reduccedilatildeo

do mesmo agrave sua metade

O enraizamento in vitro pode ser favorecido com o

uso de meio de cultura com a metade ou 75 da

concentraccedilatildeo normal de sais Em algumas espeacutecies altas

concentraccedilotildees de sais principalmente a presenccedila de iacuteons

amocircnio favorecem o desenvolvimento de raiacutezes enquanto

que em outras podem ser inibidoras (PASQUAL et al

2001)

O maior comprimento da parte aeacuterea (19 cm) foi

obtido na presenccedila de 4 g Lndash1 de carvatildeo ativado (Figura

4B) a concentraccedilatildeo de 2 g Lndash1 proporcionou um

comprimento de 18 cm Comparando-se os niacuteveis 4 e 2 g Lndash1

de carvatildeo ativado nota-se pequena diferenccedila (01 cm) o

que justifica a utilizaccedilatildeo de 2 g Lndash1

O carvatildeo ativado conteacutem impurezas que quando

liberadas no meio de cultura podem beneficiar ou natildeo o

crescimento in vitro Simotildees et al (1999) verificaram que a

concentraccedilatildeo de 1 g L-1 de carvatildeo ativado acrescida ao

meio Knudson C proporciona o melhor desenvolvimento

de brotos de Epidendrum sp e Dendrobium sp

Maior massa fresca de placircntulas (0144g) foi

verificada com a utilizaccedilatildeo de 50 de sais de Knudson C

ponto a partir do qual houve diminuiccedilatildeo no peso (Figura

5A) Provavelmente essa reduccedilatildeo ocorreu devido agrave

toxidez

A utilizaccedilatildeo de 4 g L-1 de carvatildeo ativado

proporcionou uma massa de 0185 g nas placircntulas frescas

(Figura 5B)

FIGURA 3 ndash Comprimento da maior raiz em placircntulas de Laelia tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees desais de Knudson C (A) e carvatildeo ativado (B)

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 65

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

FIGURA 4 ndash Comprimento da parte aeacuterea em placircntulas de Laelia tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees desais de Knudson C (A) e carvatildeo ativado (B)

FIGURA 5 ndash Massa fresca de placircntulas de L tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees de sais de Knudson C(A) e carvatildeo ativado (B)

O carvatildeo ativado eacute comumente utilizado na cultura

de tecidos de plantas Seu efeito eacute atribuiacutedo agrave adsorccedilatildeo de

substacircncias toacutexicas produzidas pelas plantas adsorccedilatildeo

de fitorreguladores do meio e escurecimento do meio onde

se desenvolvem as raiacutezes das plantas (GEORGE 1993)

O melhor desenvolvimento de Phalaenopsis in

vitro ocorreu na presenccedila de carvatildeo ativado na

concentraccedilatildeo de 2 g L-1 indicando que este possa ser um

elemento importante no processo (BRESSAN et al 1999)

Apesar do carvatildeo ativado na concentraccedilatildeo de 4 g

L-1 ter proporcionado melhores resultados verificou-se que

na concentraccedilatildeo de 2 g L-1 os efeitos apresentam uma

diferenccedila miacutenima Embora o carvatildeo ativado natildeo seja o

componente de maior custo no preparo de meio de cultura

a sua reduccedilatildeo juntamente com os sais minerais eacute

economicamente favoraacutevel especialmente para a produccedilatildeo

comercial de mudas

CONCLUSAtildeO

A adiccedilatildeo de 2 g L-1 de carvatildeo ativado ao meio de

cultura Knudson C com metade (50) de sais minerais

promoveu melhor crescimento em placircntulas de Laelia

tenebrosa cultivadas in vitro

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMIN M N JAISWAL V S Rapid clonal propagationof guava through in vitro shoot proliferation on nodalexplants of mature trees Plant Cell Tissue and OrganCulture Amsterdam v 9 n 3 p 235-243 1987

ARAUJO A G de et al66

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

ANDERSON M W C Tissue culture cultivation of redand black raspberries Rubus idaeus and R occidentalisActa Horticulturae Amsterdam v 20 p 112-113 1980

ARDITTI J ERNST R Micropropagation of orchids NewYork John Wiley 1992 682 p

ARENA L M E PASTUR G M 6-benzylaminopurineand activated charcoal affect in vitro shoot morphogenesisof Berberis buxifolia Revista de la Facultad de AgronomiaBuenos Aires v 21 n 1 p 41-47 2001

BEYL C A Getting started with tissue culture-mediapreparation sterile technique and laboratory equipmentIn TRIGIANO R N GRAY D J (Ed) Plant tissue cultureconcepts and laboratory exercises London CRC Press2000 p 21-38

BRESSAN E A LEE L L SEVERO V S GERALD L TS Desenvolvimento de orquiacutedeas Phalaenopsis in vitro-efeito do carvatildeo In CONGRESSO BRASILEIRO DEFLORICULTURA E PLANTAS ORNAMENTAIS 12 1999Jaboticabal Anais Jaboticabal 1999 p 111

DAMIANO C Il carbone attivo nella coltura in vitro dellafragola Frutticoltura Bologna v 40 n 1 p 49-50 genn 1978

FERREIRA D F Anaacutelises estatiacutesticas por meio do Sisvarpara Windows versatildeo 4 0 In REUNIAtildeO ANUAL DAREGIAtildeO BRASILEIRA DA SOCIEDADEINTERNACIONAL DE BIOMETRIA 45 2000 Satildeo CarlosAnais Satildeo Carlos UFSCar 2000 p 255-258

GEORGE E F Plant propagation by tissue culture part 1- the technology 2 ed Edington Limeted 1993 786 p

GEORGE E F SHERRINGTON P D Plant propagationby tissue culture handbook and directory of commerciallaboratories Eversley Exegetics 1984 593 p

GEORGE E F PUTTOCK D J M GEORGE H J Plantculture media formulations and uses Edington Exegetics1987 v 1 567 p

HAZRA S KULKARNI A BANERJEE A K DHAGEA B AGRAWAL D C KRISHNAMUumlRTTIY K VNALAWADE S M A rapid and simple method for in vitro

plant regeneration from split embryo axes of six cultivarsof cotton Biology Plantarum Dordrecht v 45 n 2 p317-319 2002

JOHANSSON L CALLEBERG E GEDIN A Correlationbetween activated charcoal Fe-EDTA and other organicmedia ingredients in cultures of anthers of Anemonecanadensis Physiologia Plantarum Copenhagen v 80n 2 p 243-249 Oct 1990

KNUDSON L A new nutrient solution for the germinationof orchid seed American Orchid Society Bulletim WestPalm Beach v 14 p 214- 217 1946

KNUDSON L Nonsymbiotic germination of orchid seedsBotanical Gazette Chicago v73 n 1 p 1-25 1922

PAN M J STADEN J Van The use of charcoal in vitroculture ndash A review Plant Growth Regulation Dordrechtv 26 n 3 p 155-163 Dec 1998

PASQUAL M Cultura de tecidosv vegetais meios decultura Lavras UFLAFAEPE 2001 74 p

PASQUAL M CHALFUN N M J RAMOS J D Culturade tecidos vegetais aplicaccedilotildees na propagaccedilatildeo de plantasLavras UFLAFAEPE 2001 81 p

PAIVA R OLIVEIRA L M NOGUEIRA R C SANTOSB R MARTINOTTO C PAIVA P D O MENEGUCCIJ L P Aspectos fisioloacutegicos da produccedilatildeo de flores e plantasornamentais Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v 26n 227 p 12-18 2005

REINERT R A MOHR H C Propagation of Cattleya bytissue culture of lateral bud meristems Proceedings of theAmerican Society for Horticultural Science New Yorkv 91 p 664-671 June 1967

REIS G M C L MELLO C M C MIRANDA G H BEfeito de diversos fatores em meio de cultura nodesenvolvimento de placircntulas de Cattleya nobilior Rchbf (Orchidaceae) In CONGRESSO BRASILEIRO DEFLORICULTURA E PLANTAS ORNAMENTAIS 14CONGRESSO BRASILEIRO DE CULTURA DE TECIDOSDE PLANTAS 1 2003 Lavras Anais Lavras UFLAFAEPE 2003 p 275

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 67

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

SILVA E F PASQUAL M SILVA A B Multiplicaccedilatildeo ecrescimento in vitro de orquiacutedea Brassiocattleya lsquoPastoralrsquox Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo In CONGRESSOBRASILEIRO DE FLORICULTURA E PLANTASORNAMENTAIS 14 CONGRESSO BRASILEIRO DECULTURA DE TECIDOS DE PLANTAS 1 2003 LavrasAnais Lavras UFLAFAEPE 2003 p 321

SIMOtildeES F C PAIVA P D O RODRIGUES T M Efeitode diferentes meios de cultura aacutegua de coco e carvatildeoativado na propagaccedilatildeo in vitro de meristemas deEpidendrum sp e Dendrobium sp In CONGRESSOBRASILEIRO DE FLORICULTURA E PLANTAS

ORNAMENTAIS 12 1999 Jaboticabal AnaisJaboticabal 1999 p 109

VACIN E WENT F W Some pH changes in nutrient solutionBottanical Gazette Chicago v 110 p 605-613 1949

VILLALOBOS A L MUNtildeOZ J M SOSA-MOSS CCultivo de tejidos de orquideas Cattleya EncycliaOncidium y Stanhopea Revista Chapingo SerieHorticultura Chapingo v 1 n 1 p 58-62 1994

WANG P J HUANG L C Beneficial effects of activatedcharcoal on plant tissue and organ cultures In Vitro Largov 12 n 3 p 260-262 1976

WEATHERHEAD M A BURDON J HENSHAW G GSome effects of activated charcoal as an additive to planttissue culture media Zeitschrift fur PflanzenphysiologieJena v 89 n 2 p 141-147 1978

ARAUJO A G de et al68

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

PROPAGACcedilAtildeO IN VITRO DE PLAcircNTULAS DE ORQUIacuteDEA EMDIFERENTES MEIOS DE CULTURA E CONCENTRACcedilOtildeES

DE CITOCININA

IN VITRO PROPAGATION OF ORCHID PLANTLETS CULTIVATED IN DIFFERENTCULTURE MEDIA AND CYTOKININ CONCENTRATIONS

APARECIDA GOMES DE ARAUJO1 MOACIR PASQUAL2 ADRIANO BORTOLOTTI DA SILVA3 FABIacuteOLA VILLA3 HERMIacuteNIO SOUZA ROCHA3 FERNANDA CARVALHO COSTA4

1Doutoranda em AgronomiaFitotecnia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash agaraujo2003yahoocombr2Professor Titular Departamento AgriculturaDAG ndash Universidade Federal de Lavras UFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200000 ndash Lavras MG ndash mpasqualuflabr3Doutorando em Agronomia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200000 ndash Lavras MG4Departamento de AgriculturaDAG ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash fecostapuryahoocombr

RESUMOA taxa de multiplicaccedilatildeo de orquiacutedeas a partir de meacutetodos

convencionais eacute bastante baixa natildeo atendendo as necessidadescomerciais A cultura de tecidos permite maiores taxas demultiplicaccedilatildeo e obtenccedilatildeo de plantas uniformes e sadiasObjetivou-se estudar a influecircncia da citocinina BAP (6-benzilaminopurina) em diferentes meios de cultura napropagaccedilatildeo in vitro de placircntulas hiacutebridas de BrassocattleyalsquoPastoralrsquox Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo Placircntulas comaproximadamente 15plusmn05 cm de comprimento obtidasassimbioticamente foram transferidas para frascos comcapacidade de 250 cm3 contendo 40 mL das formulaccedilotildees salinasde MS WPM e Knudson C combinados com 0 05 10 20 e40 mg L-1 de BAP acrescidos de 2 g L-1 de carvatildeo ativadosolidificado com 6 g L-1 de aacutegar e pH ajustado para 58plusmn01Apoacutes a inoculaccedilatildeo os frascos foram incubados a 25plusmn2oC 35igravemolm-2s-1 de intensidade luminosa e sob fotoperiacuteodo de 16horas Apoacutes 90 dias observou-se que melhores resultados parapropagaccedilatildeo in vitro em placircntulas de orquiacutedea Bc lsquoPastoralrsquo x LclsquoAmber Glowrsquo satildeo obtidos com o meio WPM A suplementaccedilatildeode 4 mg L-1 de BAP no meio WPM favorece o crescimento invitro Para a multiplicaccedilatildeo maior quantidade de brotos eacuteconseguida em meio MS na ausecircncia de BAP

Termos para indexaccedilatildeo Orquiacutedea crescimento in vitrocitocinina

ABSTRACTThe multiplication rate of orchids by conventional

methods is considerably low and does not attend its commercialneeds Tissue culture results in larger multiplication rates andproduces uniform and healthy orchid plantlets The objective ofthis work was to study the influence of the cytokinin BAP (6-benzilaminopurine) in different culture media for ther in vitropropagation of Brassocattleya lsquoPastoralrsquox Laeliocattleya lsquoAmberGlowrsquo hybrid plantlets Plantlets measuring approximately 15plusmn 05 cm length deriving from in vitro germination were inoculated

in flasks of 250 cm3 volume containing 40 mL MS WPM andKnudson C salt formulations combined with BAP (0 05 1 2and 4 mg L-1) supplemented with 2 g L-1 activated charcoalsolidified with 6 g L-1 agar and pH adjusted for 58 plusmn 01 Afterthe inoculation the plantlets maintained in a growth room at25plusmn2ordmC 35 mMol m-2 s-1 light intensity and 16 hoursphotoperiod After 90 days the best results for the in vitropropagation of orchid plantlets Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquowere obtained with half strength WPM The supplementation of4 mg L-1 BAP to the WPM medium favors in vitro growth Forthe multiplication phase the largest number of sprouts is achievedwith full strength MS medium in the absence of BAP

Index terms Orchid in vitro growth cytokinin

INTRODUCcedilAtildeO

As orquiacutedeas satildeo consideradas as plantas

ornamentais haacute mais tempo cultivadas pelo homem

Pertencem agrave famiacutelia Orchidaceae a maior entre as

monocotiledocircneas e tambeacutem entre as plantas ornamentais

com 600 - 800 gecircneros e 25000-35000 espeacutecies (SHEEHAN

1983) totalizando 7 das plantas ornamentais do mundo

(Van Der PIJL amp DODSON 1966)

A propagaccedilatildeo de orquiacutedeas pode ser tanto

vegetativa quanto por meio de sementes Estas embora

produzidas em grande quantidade natildeo possuem

endosperma funcional prescindindo para tanto da

associaccedilatildeo simbioacutetica com fungos micorriacutezicos dentre os

quais a Rhizoctonia que eacute um dos gecircneros mais importante

(PIERIK 1987 SHEEHAN 1983)

(Recebido em 08 de dezembro de 2005 e aprovado em 10 de julho de 2006)

Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea 69

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

Knudson (1922) observou que era possiacutevel o cultivo

de sementes em meio artificial contendo apenas sais

nutritivos e accediluacutecar na ausecircncia de fungos Posteriormente

em 1946 o mesmo autor aperfeiccediloou este meio de cultura

sendo atualmente um dos mais utilizados comercialmente

na germinaccedilatildeo e desenvolvimento de orquiacutedeas (ARDITTI

amp ERNST 1992) No entanto satildeo necessaacuterios estudos

pois satildeo descritos vaacuterios meios de cultura para muitos

gecircneros e espeacutecies diferentes O meio de cultura mais

utilizado na cultura de tecidos em geral eacute o MS (Murashige

amp Skoog 1962) podendo-se encontrar o uso de outros

meios como Knudson C (1946) e WPM (Wood Plant

Medium) de Loyd amp McCown (1980)

Reguladores de crescimento em diferentes

concentraccedilotildees tecircm sido usados conforme a espeacutecie e a

metodologia utilizada Podem ser necessaacuterios para a

germinaccedilatildeo de sementes formaccedilatildeo de calos e brotaccedilotildees

adventiacutecias (GRATTAPAGLIA amp MACHADO 1998

PASQUAL 2001)

O regulador de crescimento BAP (6-

benzilaminopurina) eacute uma citocinina largamente utilizada

para estimular a induccedilatildeo de brotos em plantas ornamentais

Para o cultivo in vitro de orquiacutedeas do grupo Cattleya a

citocinina BAP geralmente eacute utilizada nas concentraccedilotildees

que variam entre 005 e 10 mg L-1 (CARVALHO 2002)

Martini et al (2001) trabalhando com a orquiacutedea

Gongora quinquenervis observaram que a presenccedila do

BAP inibe a multiplicaccedilatildeo de calos e o potencial

organogecircnico Silva (2003) concluiu que para o estaacutedio de

subcultivo de Brassocattleya lsquoPastoralrsquo x Laeliocattleya

lsquoAmber Glowrsquo natildeo haacute necessidade da adiccedilatildeo de BAP como

estiacutemulo ao desenvolvimento geral do explante Melhor

proliferaccedilatildeo de brotos formaccedilatildeo de raiacutezes nuacutemero de

folhas e comprimento de brotos em Dendrobium foram

obtidos com 25 mg L-1 de BAP + 05 mg L-1 de ANA

adicionados ao meio MS (TALUKDER et al 2003)

Aleacutem do tipo de meio outro aspecto importante na

multiplicaccedilatildeo in vitro estaacute relacionado com o tipo de

citocinina e sua concentraccedilatildeo sendo ambos determinantes

no sucesso da micropropagaccedilatildeo (GRATTAPAGLIA amp

MACHADO 1998)

O maior entrave no processo de micropropagaccedilatildeo

de orquiacutedeas estaacute relacionado ao tempo necessaacuterio para a

produccedilatildeo de mudas a partir de plantas hiacutebridas

selecionadas e a utilizaccedilatildeo de meio de cultura adequado

para cada espeacutecie Assim objetivou-se estudar o efeito de

diferentes concentraccedilotildees de BAP e formulaccedilotildees de minerais

nutritivos em meios de cultura na propagaccedilatildeo in vitro de

placircntulas de orquiacutedea oriundas do hiacutebrido Brassocattleya

lsquoPastoralrsquo x Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo

MATERIAL E MEacuteTODOS

Placircntulas hiacutebridas oriundas de sementes

germinadas assimbioticamente em meio Knudson C

obtidas do cruzamento entre Brassocattleya lsquoPastoralrsquo x

Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo com aproximadamente

15plusmn05 cm de comprimento foram transferidas para frascos

de 250 cm3 de capacidade contendo 40 mL de meio de

cultura e vedados com tampas plaacutesticas transluacutecidas Os

tratamentos consistiram de diferentes formulaccedilotildees salinas

(MS WPM e Knudson C em suas formulaccedilotildees originais)

combinadas com 0 05 10 20 e 40 mg L-1 de BAP

acrescidos de 2 g L-1 de carvatildeo ativado solidificado com

6 g L-1 de aacutegar e pH ajustado para 58plusmn01 antes da

autoclavagem obtida a 121ordmC e 1 atm por 20 minutos

Posteriormente agrave inoculaccedilatildeo os frascos foram

transferidos para sala de crescimento com temperatura

de 25plusmn2ordmC fotoperiacuteodo de 16 horas e 35 mmolm-2s-1 de

intensidade luminosa fornecida por lacircmpadas do tipo

(Grow-lux) e luz do dia especial O delineamento

experimental utilizado foi inteiramente casualizado no

esquema fatorial 3 x 5 com cinco repeticcedilotildees de quatro

placircntulas cada sendo cada repeticcedilatildeo composta por um

frasco

Apoacutes 90 dias da instalaccedilatildeo do experimento foram

avaliados nuacutemero meacutedio de brotos comprimento meacutedio

da parte aeacuterea nuacutemero meacutedio de raiacutezes nuacutemero meacutedio de

folhas e meacutedia da massa fresca total de placircntulas

ARAUJO A G de et al70

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Para a variaacutevel nuacutemero de folhas natildeo houve

significacircncia dos fatores isolados nem da interaccedilatildeo entre

eles O nuacutemero de raiacutezes e massa fresca total de placircntulas

apresentaram significacircncia apenas para o fator meio de

cultura enquanto que para nuacutemero de brotos e

comprimento da parte aeacuterea a interaccedilatildeo dos fatores foi

significativa (Tabela 1)

Com relaccedilatildeo ao nuacutemero de brotos observou-se

interaccedilatildeo entre os fatores BAP e os meios de cultura

utilizados (Tabela 1) Poreacutem pelo teste F verificou-se que

apenas o meio MS foi significativo em relaccedilatildeo agraves

concentraccedilotildees de BAP (Figura 1)

O maior nuacutemero de brotos (334) foi registrado na

formulaccedilatildeo de MS adicionado de 40 mg L-1 de BAP

Entretanto na ausecircncia dessa citocinina foi observada a

formaccedilatildeo de 304 brotosplanta (Figura 1) Diante da

pequena diferenccedila na quantidade meacutedia de brotos

formados entre a maior concentraccedilatildeo e o tratamento sem

o regulador de crescimento justifica-se a utilizaccedilatildeo do

meio de cultura sem o BAP Estes resultados concordam

com Silva (2003) que obteve maior nuacutemero de brotos (2

brotos) na ausecircncia de BAP para esse mesmo hiacutebrido

poreacutem em meio Knudson C

A natildeo utilizaccedilatildeo de reguladores de crescimento

adicionados ao meio de cultura vai influenciar na

reduccedilatildeo dos custos de produccedilatildeo de mudas jaacute que esse

eacute um dos componentes mais onerosos Isso eacute

extremamente importante principalmente para

laboratoacuterios comerciais

TABELA 1 ndash Resumo da anaacutelise de variacircncia para as caracteriacutesticas meacutedias de nuacutemero de folhas (NF) nuacutemero de raiacutezes(NR) nuacutemero de brotos (NB) comprimento da parte aeacuterea (CPA) e massa fresca total de placircntulas (MFP) e respectivoscoeficientes de variaccedilatildeo (CV)

significativo a 1 e 5 de probabilidade respectivamente pelo teste F

FIGURA 1 ndash Efeito do meio de cultura MS e concentraccedilotildees de BAP no nuacutemero meacutedio de brotos em placircntulas hiacutebridasde Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo apoacutes 90 dias da incubaccedilatildeo

Fontes de variaccedilatildeo GL Quadrados meacutedios

NF NR NB CPA MFP Meios 2 125683 ns 162740 01483 ns 53139 02372 BAP 4 186198 ns 44693 ns 04408 ns 03373 ns 00075 ns

Meio x BAP 8 243984 ns 13417 ns 17417 13579 00459 ns

Resiacuteduo 45 124475 21329 05055 05961 00662 CV () 3467 3081 2801 2443 5100

Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea 71

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

O estiacutemulo agrave brotaccedilatildeo em placircntulas de Spathoglottis

plicata Griff ocorreu em meio MS suplementado com 10

mg L-1 de BAP e 25 mg L-1 de ANA tendo o enraizamento

estimulado com 20 mg L-1 de AIB (NAYAK et al 1999)

TDZ tambeacutem eacute utilizado em associaccedilatildeo com BAP para

regeneraccedilatildeo de brotos de Rhynchostylis (BUI Le al 1999)

e de Anoectochilus (LI et al 1999) todas orquidaceaes

Observou-se interaccedilatildeo entre o tipo de meio de

cultura e o BAP no que diz respeito ao comprimento de

parte aeacuterea das placircntulas (Tabela 1) Pelo teste de F apenas

o meio WPM foi significativo em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees

de BAP (Figura 2)

O maior comprimento da parte aeacuterea (47 cm) foi

observado quando se utilizou o meio WPM combinado

com 40 mg L-1 de BAP (Figura 2) Como a relaccedilatildeo foi direta

pode-se inferir que o efeito estimulatoacuterio do BAP sobre o

crescimento da parte aeacuterea continuaria mesmo em

concentraccedilotildees maiores que 40 mg L-1 Talukder et al (2003)

obtiveram melhor comprimento de brotos (0472 cm) em

placircntulas de Dendrobium com utilizaccedilatildeo de 25 mg L-1 de

BAP + 05 mg L-1 de ANA adicionados ao meio MS

Relativo ao nuacutemero meacutedio de raiacutezes houve

significacircncia apenas para o fator meio de cultura (Tabela 1)

Na Tabela 2 verifica-se que os maiores valores foram obtidos

com os meios WPM (557) seguido do MS (487) sendo os

menores valores verificados no meio Knudson C (378) A

emissatildeo de novas raiacutezes eacute favorecida pelo caacutelcio e pelo boro

O meio Knudson C apresenta uma concentraccedilatildeo maior de

caacutelcio e menor de boro em relaccedilatildeo aos meios MS e WPM

que possuem concentraccedilotildees semelhantes de ambos

Segundo Pierik (1987) em concentraccedilotildees mais elevadas

(1 a 10 mg L-1) as citocininas podem induzir a formaccedilatildeo de

gemas adventiacutecias quebrando a dominacircncia apical e retardando

a formaccedilatildeo de raiacutezes Talukder et al (2003) encontraram maior

nuacutemero de raiacutezes (193explante) em placircntulas de Dendrobium

com utilizaccedilatildeo de 25 mg L-1 de BAP + 05 mg L-1 de ANA

adicionados ao meio MS O estiacutemulo ao enraizamento em

Spathoglottis plicata ocorreu em meio MS suplementado com

20 mg L-1 de AIB (NAYAK et al 1999)

FIGURA 2 ndash Comprimento meacutedio da parte aeacuterea em placircntulas hiacutebridas Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo cultivadas emmeio de cultura WPM e diferentes concentraccedilotildees de BAP

TABELA 2 ndash Efeito de diferentes meios de cultura sobreo nuacutemero meacutedio de raiacutezes em placircntulas hiacutebridas de BclsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo

Meios de Cultura Nuacutemero meacutedio de raiacutezes

WPM 557 a MS 487 a KC 378 b

Meacutedias seguidas pela mesma letra natildeo diferem entre sipelo teste de Scott-Knott a 5

ARAUJO A G de et al72

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

O efeito ora inibitoacuterio ora estimulatoacuterio dos

fitorreguladores na formaccedilatildeo de brotos e raiacutezes em

diferentes plantas pode estar associado agrave proacutepria

concentraccedilatildeo bem como a absorccedilatildeo dos reguladores de

crescimento pelo substrato (GEORGE 1996) agrave habituaccedilatildeo

(SANTANA amp PAIVA 2001) ou agrave deficiecircncia de proteiacutena

ligante promotora da atuaccedilatildeo das citocininas (TAIZ amp

ZEIGER 1998)

O nuacutemero de folhas natildeo apresentou diferenccedilas

significativas para os tratamentos estudados

isoladamente nem houve interaccedilatildeo entre eles (Tabela 1)

Talukder et al (2003) obtiveram maior nuacutemero de folhas

(425placircntula) em Dendrobium com utilizaccedilatildeo de 25 mg L-

1 de BAP + 05 mg L-1 de ANA adicionados ao meio MS

Para massa fresca de placircntulas houve significacircncia

apenas para o fator meio de cultura isoladamente (Tabela

1) Atraveacutes do teste de meacutedias constatou-se maior massa

de placircntulas frescas nos meios WPM e MS com 0524 e

0503g respectivamente Resultado inferior (0326g) foi

registrado em meio Knudson C (Tabela 3)

TABELA 3 ndash Efeito do meio de cultura na massa frescatotal de placircntulas do hiacutebrido Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmberGlowrsquo

Meios de Cultura Massa fresca total de placircntulas (g)

WPM 0524 a MS 0503 a KC 0326 b

Meacutedias seguidas pela mesma letra natildeo diferem entre sipelo teste de Scott-Knott a 5

Dignart (2003) estudando a germinaccedilatildeo in vitro

de sementes de Cattleya nobilior Rchbf em diferentes

meios de cultura (MS WPM Knudson C e B5 de

GAMBORG et al 1968) observou que natildeo houve

diferenccedilas entre os meios utilizados O BAP adicionado

ao meio de cultura provocou aumento da taxa de brotaccedilatildeo

a partir de 1 igravemolL

Segundo (PASQUAL 2001) os meios MS e WPM

possuem concentraccedilotildees similares de micronutrientes e satildeo

ricos em nitrogecircnio (N) e potaacutessio (K) Jaacute o meio Knudson C

natildeo possui micronutrientes e tem baixas concentraccedilotildees de

N e K em relaccedilatildeo ao MS e WPM Os melhores resultados

para as variaacuteveis analisadas foram observados em meio WPM

e MS Essa resposta provavelmente deveu-se ao fato de

que o meio Knudson C possui diferentes sais minerais e

embora seja muito utilizado na germinaccedilatildeo de sementes de

orquiacutedeas parece natildeo propiciar condiccedilotildees satisfatoacuterias para

o desenvolvimento de placircntulas de algumas espeacutecies de

orquiacutedeas

Sabe-se que existe uma relaccedilatildeo entre o nuacutemero de

brotos e seu tamanho e nessa relaccedilatildeo quanto maior for o

nuacutemero de brotos menor o tamanho dos mesmos

(GEORGE 1996) Essa relaccedilatildeo fez-se presente ateacute a

concentraccedilatildeo de 20 mg L-1 de BAP em Bc lsquoPastoralrsquo x Lc

lsquoAmber Glowrsquo No entanto em concentraccedilotildees superiores

tanto o nuacutemero quanto o comprimento dos brotos

aumentaram Tal diversidade de resultados estaacute

relacionada principalmente ao genoacutetipo da espeacutecie meio

de cultura e possivelmente agrave interferecircncia na accedilatildeo dos

reguladores de crescimento

Segundo Malaure et al (1991) diferentes efeitos

dos reguladores de crescimento podem ocorrer para

diferentes espeacutecies inclusive variaccedilotildees dentro de uma

mesma espeacutecie Em orquiacutedeas o efeito dos reguladores de

crescimento e de meios de cultura satildeo diversificados

principalmente quando se utiliza um hiacutebrido trigeneacuterico

com alto grau de heterozigose

CONCLUSOtildeES

Melhores resultados para propagaccedilatildeo in vitro de

placircntulas de orquiacutedea Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo satildeo

obtidos com o meio WPM A suplementaccedilatildeo de 4 mg L-1 de

BAP no meio WPM favorece o crescimento in vitro Para

a multiplicaccedilatildeo maior quantidade de brotos eacute conseguida

em meio MS na ausecircncia de BAP

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ARDITTI J ERNST R Micropropagation of orchids NewYork John Wiley amp Sons 1992 682 p

Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea 73

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

BUI V L HANG-PHUONG N T ANH-HONG L T TRAN-THANH-VAN K High frequency shoot regeneration fromRhynchostylis gigantea (Orchidaceae) using thin cell layers PlantGrowth Regulation Dordrecht v28 n3 p 179-185 July 1999

CARVALHO V S Morfogecircnese in vitro de orquiacutedeas dogrupo Cattleya 2002 179 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitotecnia) - Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG

DIGNART S L Propagaccedilatildeo in vitro de Cattleya nobiliorRCHB F (Orchidaceae) Cuiabaacute UFMT 2003 55 p(Monografia - Licenciatura em Ciecircncias Bioloacutegicas)

GEORGE E F Plant propagation by tissue culture part 1- The Technology 2 ed Edington Limited 1996 1574 p

GAMBORG O L MILLER R A OJIMA K Nutrientrequeriments of suspension cultures of soybean root cellsExperimental Cell Research San Diego v 50 n 1 p 151-158 1968

GRATTAPAGLIA D MACHADO M MicropropagaccedilatildeoIn TORRES A C et al (Ed) Cultura de tecidos etransformaccedilatildeo de plantas Brasiacutelia EMBRAPACNPH1998 v 1 p 183-260

KNUDSON L Nonsymbiotic germination of orchid seedsBotanical Gazette Chicago v 73 n 1 p 1-25 1922

KNUDSON L A new nutrient solution for the germinationof orchid seed American Orchid Society Bulletim WestPalm Beach v 14 p 214-217 1946

LI Y GE Z LI Y Q GE Z Y Studies on improvement ofthe micropropagation technique and transplantation ofAnoectochilus formosanus Havata Journal of JiangsuForestry and Technology Beijing v 26 n 3 p 32-34 1999

LOYD G McCOWN B Commercially-feasiblemicropropagation of mountain laurel Kalmia latifoliaby use of shoot-tip culture International Plant PropagationSociety Proceedings Washington v 30 p 421-427 1980

MALAURE R S BARCLAY G POWER J B DAVEYM R The prodution of novel plants from florets ofChrysanthemun morifolium using tissue culture 1 Shootregeneration from ray florets and somaclonal variationexhibited by regenerated plants Journal of PlantPhysiology Stuttgart v 139 n 1 p 8-13 Nov 1991

MARTINI C M WILLADINO L ALVES G D DONATOV M T S Propagaccedilatildeo de orquiacutedea Gongora quinquinervispor semeadura in vitro Pesquisa AgropecuaacuteriaBrasileira Brasiacutelia v 36 n 10 p 1319-1324 out 2001

MURASHIGE T SKOOG F A A revised medium for rapidgrowth and bio assays with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 1962

NAYAK NR RATH SP PATNAIK SN Propagationof Spathoglottis plicata BL (Orchidaceae) through in vitroculture of leaf bases Advances in Plant Sciences NewYork v 12 n 2 p 589-592 1999

PASQUAL M Cultura de tecidos vegetais meios decultura Lavras UFLAFAEPE 2001 74 p

PIERIK R L M In vitro culture of higher plants BostonMartinus Nijhoff Publishers 1987 344 p

SANTANA J R F PAIVA R Habituaccedilatildeo Revista ABCTPNotiacutecias Recife n 41 p 4-10 2001

SHEEHAN T J Recent advances in botany propagationand physiology of orchids Horticultural Reviews v 5 p279-315 1983

SILVA E F Multiplicaccedilatildeo e crescimento in vitro deorquiacutedea Brassocattleya ldquoPastoralrdquo x LaeliocattleyaldquoAmber Glowrdquo 2003 62 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitotecnia) - Universidade Federal de Lavras Lavras MG

SINGH F Micropropagation of orchids Spathogloottisplicata and Epidendrum radicans In BAJAJ Y P SBiotechnology in agriculture and forestry high-tech andmicropropagation IV London Springer-Verlag 1992 v 20p223-245

TAIZ L ZEIGER E Plant physiology 2 ed SunderlandMA Sinauer Associates 1998 792 p

TALUKDER S K NASIRUDDIN K M YASMIN SHASSAN L BEGUM R Shoot proliferation of Dendrobiumorchid with BAP and ANA Jounal of Biological SciencesBanghadesh v11 n 3 p 1058-1062 2003

VAN DER PIJL L DODSON CH Orchid flowers theirpollination and evolution Coral Gables University ofMiami Press 1966 214 p

SILVEIRA D G et al74

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

EFEITO DO VIacuteRUS DAS ESTRIAS DA BANANEIRA NAMICROPROPAGACcedilAtildeO E NO CRESCIMENTO DAS PLANTAS DA

CULTIVAR CAIPIRA DURANTE A ACLIMATIZACcedilAtildeO1

EFFECT OF BANANA STREAK VIRUS ON MICROPROPAGATION AND PLANTGROWTH OF CULTIVAR CAIPIRA DURING ACLIMATIZATION

DANIELA GARCIA SILVEIRA2 ANTOcircNIO DA SILVA SOUZA3 PAULO ERNESTO MEISSNER FILHO3TALES MILER SOARES4 RANULFO CORREA CALDAS3 KAacuteTIA REGINA BARBOSA LEAtildeO5

1Parte da Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada pelo primeiro autor ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Agraacuterias da Escola de AgronomiaUFBA ndash Cruz das Almas BA2Doutoranda em Botacircnica ndash Universidade Estadual de Feira de SantanaUEFS ndash Feira de Santana BA ndash danielagsigcombr3Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical ndash Caixa Postal 007 ndash 44380-000 ndash Cruz das Almas BA4Doutorando da Escola Superior Luis de QueirozEsalq ndash Piracicaba SP ndash tmsoaresesalquspbr5Engenheira Agrocircnoma MSc EBDA ndash Cruz das Almas BA ndash 44380-000 ndash krbleaohotmailcom

(Recebido em 12 de abril de 2006 e aprovado em 28 de agosto de 2006)

RESUMOAvaliaram-se os efeitos da infecccedilatildeo pelo viacuterus das estrias

de bananeira (Banana Streak Virus BSV) no desenvolvimento invitro e no crescimento das plantas da cultivar Caipira durante aaclimatizaccedilatildeo Utilizou-se o delineamento experimentalinteiramente casualizado com dois tratamentos plantas sadias eplantas infectadas pelo BSV com respectivamente 24 e 28repeticcedilotildees Os explantes foram desinfestados e estabelecidos emmeio MS baacutesico suplementado com 30 gL de sacarose solidificadocom 2 gL de lsquoPhytagelrsquo e pH ajustado em 58 Foram efetuadoscinco subcultivos em meio com 4 mgL de BAP (6-benzilaminopurina) e as plantas obtidas foram enraizadas nessemesmo meio de cultura sem reguladores de crescimento Apoacutesessa etapa transferiram-se as plantas para a aclimatizaccedilatildeo emcacircmara uacutemida onde permaneceram por 30 dias Avaliaram-se astaxas de multiplicaccedilatildeo a presenccedila in vitro dos sintomas do BSVnos explantes provenientes das plantas infectadas durante amicropropagaccedilatildeo e aclimatizaccedilatildeo as perdas por contaminaccedilatildeoenvolvendo fungos e bacteacuterias nas fases da micropropagaccedilatildeo e aaltura das plantas na fase da aclimatizaccedilatildeo A infecccedilatildeo pelo BSVnatildeo afetou significativamente a multiplicaccedilatildeo e o crescimento invitro das plantas sendo os sintomas do viacuterus visiacuteveis em todasas fases da micropropagaccedilatildeo e na aclimatizaccedilatildeo das plantasinfectadas A maior porcentagem de contaminaccedilatildeo ocorreu nafase de estabelecimento in vitro dos explantes independentementedos tipos de plantas utilizadas Apoacutes 30 dias de aclimatizaccedilatildeo asplantas com BSV apresentaram altura inferior agraves plantas sadiasA presenccedila do viacuterus natildeo influenciou a taxa de multiplicaccedilatildeo dosexplantes poreacutem afetou o crescimento das plantas infectadas

Termos para indexaccedilatildeo Musa BSV cultura de tecidospropagaccedilatildeo in vitro

ABSTRACTThe effects of the banana streak virus (BSV) infection on

in vitro development of the cultivar Caipira were evaluated The

used experimental design was a completely randomized withtwo treatments healthy plants and plants infected by BSV with24 and 28 replications respectively The explants weredisinfected and established in a basic MS medium supplementedwith 30 gL sucrose solidified with 2 gL lsquoPhytagelrsquo and pHadjusted to 58 Five subcultures were carried out in a mediumcontaining 4 mgL BAP (6-benzylaminopurine) and the plantletswere rooted in the same culture medium without growthregulators Afterwards the plantlets were transferred to a humidchamber for acclimatization during a 30-day periodMultiplication rates presence of BSV symptoms on in vitroexplants obtained from plants infected during themicropropagation and acclimatization periods losses caused byfungal and bacterial contamination and plantlet height at theacclimatization stage were evaluated The infection by BSVpresented no significant effect on the multiplication rate and invitro plant growth although the virus symptoms were visible inall the micropropagation phases and during the acclimatizationof infected plants The highest percentage of contaminationoccurred during the in vitro establishment phase regardless theused plants After 30 days of acclimatization the plants withBSV presented a lower height compared to the healthy plantsAlthough the presence of the virus had no influence on the explantmultiplication rate it affected the growth of infected plants

Index terms Musa BSV tissue culture in vitro propagation

INTRODUCcedilAtildeO

As bananeiras estatildeo sujeitas as vaacuterias doenccedilas

causadas por fungos bacteacuterias nematoacuteides e viacuterus que

satildeo limitantes agrave sua capacidade de produccedilatildeo Entre as

viroses que ocorrem no Brasil destaca-se a causada pelo

viacuterus das estrias da bananeira (Banana streak virus BSV)

Efeito do viacuterus das estrias da bananeira 75

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

que eacute particularmente importante para os programas de

melhoramento geneacutetico e de multiplicaccedilatildeo comercial de

cultivares uma vez que pode ser incorporada ao genoma e

transmitida pelas sementes de plantas infectadas

(DANIELLS et al 1995) aleacutem de natildeo existir um meacutetodo

eficiente para limpar uma planta infectada com BSV

(LOCKHART 1994)

Esse viacuterus natildeo eacute transmitido mecanicamente sendo as

mudas infectadas sua principal forma de disseminaccedilatildeo

(LOCKHART amp AUSTREY 1988 LOCKHART 1994) A

transmissatildeo eacute feita de maneira semi-persistente pela cochonilha-

dos-citros Planococcus citri Risso e pela cochonilha-da-cana-

de-accediluacutecar Saccharicoccus sacchari cocherell (LOCKHART

1993 LOCKHART amp AUSTREY 1988)

O BSV inicialmente causa na bananeira um estriado

cloroacutetico de linhas descontiacutenuas dispersas e concentradas

em partes da lacircmina foliar Com o envelhecimento das

folhas o estriado causa necrose de coloraccedilatildeo marrom-cafeacute

a negro (RAMIREZ amp RIVERA 1994) As plantas

infectadas geralmente natildeo mostram sintomas em todas as

folhas (CORDEIRO amp KIMATI 1997 LOCKHART 1986)

Outros sintomas do BSV satildeo a reduccedilatildeo do vigor da planta

e a diminuiccedilatildeo do tamanho dos frutos que tambeacutem ficam

deformados (RAMIREZ amp RIVERA 1994)

Este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos

da infecccedilatildeo pelo BSV na multiplicaccedilatildeo in vitro e no

crescimento durante a aclimatizaccedilatildeo das plantas de

bananeira da cultivar Caipira Aleacutem disso avaliou-se a taxa

de contaminaccedilatildeo por fungos e bacteacuterias na etapas da

micropropagaccedilatildeo devido a importacircncia dessa variaacutevel na

multiplicaccedilatildeo in vitro das plantas

MATERIAL E MEacuteTODOS

O estudo dos efeitos do BSV na micropropagaccedilatildeo

da cultivar Caipira (grupo AAA) foi conduzido no

Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos da Embrapa Mandioca

e Fruticultura Tropical Utilizou-se o delineamento

experimental inteiramente casualizado com dois

tratamentos plantas sadias com 24 repeticcedilotildees coletadas

no Banco de Germoplasma de Bananeira da Embrapa

Mandioca e Fruticultura Tropical e plantas infectadas com

BSV com 28 repeticcedilotildees Foram usadas mudas do tipo

chifrinho sendo que as matrizes infectadas com BSV com

altura meacutedia de 12 cm foram infestadas pela cochonilha

vetora Planacoccus citri Risso alimentadas em folhas de

banana lsquoMysorersquo com sintomas de BSV em casa-de-

vegetaccedilatildeo Aproximadamente 15 dias apoacutes a infestaccedilatildeo

todas as 28 plantas estavam com os sintomas da virose

Para o estabelecimento in vitro realizou-se a limpeza

das matrizes por meio de uma seacuterie de cortes removendo-

se parte do rizoma e do pseudocaule ateacute o tamanho

aproximado de 50 cm de altura por 15 cm de diacircmetro

lavando-se com detergente e aacutegua deionizada A

desinfestaccedilatildeo foi feita em cacircmara de fluxo laminar

imergindo os explantes em soluccedilatildeo de aacutelcool 70 por

cinco minutos e em soluccedilatildeo 11 de aacutegua sanitaacuteria comercial

(2 de cloro ativo) com aacutegua deionizada por 30 minutos

Em seguida foram realizadas trecircs lavagens com aacutegua

deionizada esterilizada e reduzidos os explantes ateacute o

tamanho final de 06 cm de altura por 04 cm de diacircmetro

As etapas de estabelecimento multiplicaccedilatildeo e

enraizamento foram realizadas em meio nutritivo MS baacutesico

(MURASHIGE amp SKOOG 1962) suplementado com 30 g

L de sacarose solidificado com 2 gL de ldquoPhytagelrdquo e pH

ajustado para 58 Apenas na fase de multiplicaccedilatildeo o meio

MS foi suplementado com 4 mgL de 6-benzilaminopurina

(BAP) Em todas as etapas os explantes foram dispostos

sobre 25 mL de meio de cultura em frascos com 12 cm de

altura por 5 cm de diacircmetro

A multiplicaccedilatildeo foi realizada em cinco subcultivos

das gemas e brotos sendo efetuada a subdivisatildeo

longitudinal dos explantes sempre que possiacutevel O

estabelecimento e os cinco subcultivos foram realizados

com intervalos de 30 dias Apoacutes os subcultivos as

plantas permaneceram 30 dias em enraizamento O

estudo foi desenvolvido sob condiccedilotildees de temperatura

de 27 plusmn 1ordmC fotoperiacuteodo de 16 horas e intensidade

luminosa de 22 microEm2s

SILVEIRA D G et al76

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

Apoacutes o enraizamento in vitro 47 plantas sadias e 40

plantas infectadas com BSV foram transferidas para copos

plaacutesticos de 300 cm3 contendo o Plantmaxreg e vermiculita

(21) permanecendo 30 dias sob condiccedilotildees de 85 de umidade

relativa do ar e 60 de sombreamento em casa-de-vegetaccedilatildeo

Na fase de estabelecimento e em cada subcultivo

foram avaliadas as taxas de multiplicaccedilatildeo e a presenccedila dos

sintomas do BSV nos explantes provenientes das plantas

infectadas Na fase de aclimatizaccedilatildeo avaliaram-se a

presenccedila de sintomas nas plantas infectadas e as suas

respectivas alturas As medidas foram tomadas do coleto

ateacute a extremidade apical da folha mais alta

Os dados referentes ao nuacutemero de gemas obtidas

nos cinco subcultivos foram transformados em raiz

quadrada Foi estabelecida uma regressatildeo linear para cada

tratamento em funccedilatildeo dos subcultivos

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A infecccedilatildeo pelo BSV natildeo afetou significativamente

o crescimento e a multiplicaccedilatildeo das plantas sendo que o

nuacutemero de gemas cresceu linearmente em funccedilatildeo dos

subcultivos em ambos os tratamentos Trabalhando com

plantas micropropagadas de bananeira sadias e infectadas

com o viacuterus do topo em leque (Banana bunchy top virus

BBTV) Thomas et al (1995) observaram que aquela virose

tambeacutem natildeo afetou a capacidade das plantas em crescer e

multiplicar Nas anaacutelises de regressatildeo realizadas para os

dois tratamentos (plantas sadias e plantas com BSV) o

acreacutescimo no nuacutemero de gemas em funccedilatildeo dos subcultivos

pode ser explicado por um modelo de regressatildeo linear

(Figura 1) As estimativas da regressatildeo linear para plantas

com BSV e plantas sadias foram altamente significativas e

os coeficientes de determinaccedilatildeo (R2) proacuteximos de 1 Foi

observado que as linhas determinadas a partir das

equaccedilotildees obtidas satildeo quase superpostas evidenciando

um comportamento semelhante entre os dois tratamentos

com relaccedilatildeo ao nuacutemero de gemas por subcultivo

Em todas as fases da micropropagaccedilatildeo os sintomas

do BSV foram visiacuteveis ocorrendo nas folhas das plantas

infectadas estriados cloroacuteticos com linhas descontiacutenuas e

FIGURA 1 ndash Curvas de regressatildeo linear obtidas a partir dosdados de gemas em cada subcultivo da cultivar de bananeiraCaipira sadias e infectadas com BSV Cruz das Almas (BA)Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 2006Dados transformados por x

dispersas (Figura 2) Esses mesmos sintomas foram

observados em plantas de bananeira infectadas com BSV

mantidas a campo (RAMIREZ amp RIVERA 1994)

As contaminaccedilotildees que ocorreram nos materiais

in vitro foram tambeacutem avaliadas As maiores taxas de

contaminaccedilatildeo aconteceram na fase de estabelecimento

in vitro dos explantes obtendo-se niacuteveis de 21 e 32

para as plantas sadias e infectadas com BSV

respectivamente (Figura 3) Os elevados iacutendices de perdas

nesta etapa foram causados principalmente por

contaminaccedilatildeo bacteriana Segundo Oliveira amp Silva

(1997) as maiores contaminaccedilotildees bacterianas dos

explantes de bananeira ocorrem na fase de

estabelecimento in vitro do que nos demais subcultivos

Oliveira et al (2000) trabalhando com plantas livres de

viacuterus obtiveram taxas de contaminaccedilatildeo nesta fase entre

10 e 45 as quais estatildeo proacuteximas agraves obtidas neste

trabalho Durante a fase de multiplicaccedilatildeo as perdas por

contaminaccedilatildeo foram menores variando de 14 a 74

para as plantas sadias e de 0 a 121 no caso das plantas

infectadas com BSV sendo que a maior parte do material

foi contaminada por fungos natildeo-patogecircnicos Estes

valores foram bem inferiores agravequeles obtidos por Oliveira

et al (1999) (131) que utilizaram genoacutetipos diploacuteides

triploacuteides e tetraploacuteides de bananeiras sadias

Efeito do viacuterus das estrias da bananeira 77

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

FIGURA 2 ndash Planta de bananeira lsquoCaipirarsquo infectada com BSV na fase de enraizamento in vitro apresentando estriadoscloroacuteticos com linhas descontiacutenuas e dispersas nas folhas Cruz das Almas (BA) Embrapa Mandioca e FruticulturaTropical 2006

FIGURA 3 ndash Taxas por contaminaccedilatildeo () de explantes dacultivar Caipira na fase de estabelecimento (Est) e ao longode cinco subcultivos (Sub) Cruz das Almas (BA)Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 2006

Durante o enraizamento in vitro natildeo houve

diferenccedila significativa na altura das plantas Poreacutem com

30 dias de aclimatizaccedilatildeo as plantas com BSV apresentaram

altura significativamente inferior agraves plantas sadias (Tabela 1)

Soares et al (2000) cultivaram mudas de bananeira lsquoCaipirarsquo

sadias e infectadas com BSV durante 141 dias em casa-de-

vegetaccedilatildeo e observaram que a infecccedilatildeo pelo viacuterus implicou

em significativa reduccedilatildeo no crescimento inicial afetando

o porte o desenvolvimento do sistema radicular e a aacuterea

fotossintetizante das plantas Verifica-se assim que a

infecccedilatildeo pelo BSV prejudicou o crescimento inicial das

plantas afetando a altura daquelas infectadas mesmo em

um periacuteodo relativamente curto indicando que em periacuteodos

mais longos o prejuiacutezo com relaccedilatildeo ao crescimento pode

ser ainda maior aconteceu no estudo desenvolvido por

Soares et al (2000)

Os sintomas do BSV permaneceram visiacuteveis em

todas as plantas infectadas durante e apoacutes a fase de

aclimatizaccedilatildeo Esse resultado foi diferente ao obtido por

Dahal et al (1999) quando micropropagaram hiacutebridos de

Musa pois os sintomas soacute foram visiacuteveis em plantas com

trecircs meses apoacutes o enraizamento Provavelmente essa

diferenccedila foi devido agraves condiccedilotildees onde os trabalhos foram

conduzidos casa-de-vegetaccedilatildeo e campo respectivamante

bem como aos genoacutetipos estudados Observaccedilotildees

semelhantes foram tambeacutem efetuadas por Gauhl amp Pasberg-

Gauhl (1995) e Ortiz (1996) ao estudarem a incidecircncia de

viroses em diferentes genoacutetipos de bananeira

SILVEIRA D G et al78

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

Alturas (cm) Plantas de bananeira lsquoCaipirarsquo

Enraizamento

in vitro 30 dias de

aclimatizaccedilatildeo

Sadias 637 a 2690 a BSV 728 a 2192 b

TABELA 1 ndash Meacutedias das alturas das plantas apoacutes oenraizamento in vitro e 30 dias de aclimatizaccedilatildeo em casa-de-vegetaccedilatildeo Cruz das Almas (BA) Embrapa Mandiocae Fruticultura Tropical 2006

Meacutedias seguidas pelas mesmas letras nas colunas natildeodiferem estatisticamente entre si pelo teste F ao niacutevel de 5 de significacircncia

CONCLUSOtildeES

A infecccedilatildeo pelo BSV natildeo influenciou a taxa de

multiplicaccedilatildeo dos explantes embora os sintomas do viacuterus

tenham sido visiacuteveis em todas as fases da micropropagaccedilatildeo

e durante os primeiros 30 dias da aclimatizaccedilatildeo das plantas

infectadas Todavia o crescimento das plantas infectadas

foi afetado pela presenccedila do viacuterus

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CORDEIRO Z J M KIMATI H Doenccedilas da bananeiraIn KIMATI H et al (Ed) Manual de fitopatologiadoenccedilas das plantas cultivadas Satildeo Paulo AgronocircmicaCeres 1997 v 2 p 112-136

DAHAL G GAUHL F PASBERG-GAUHL C HUGHESJ drsquoA THOTTAPPILLY G LOCKHART B E L Evalutionof micropropagated plantain and banana (Musa spp) forbanana streak badnavirus incidence under field andgreenhouse conditions in Nigeria Annals of AppliedBiology Warwick v 134 n 2 p 181-191 Apr 1999

DANIELLS J THOMAS J E SMITH M Seedtransmission of banana streak virus confirmed InfoMusaMontpellier v 4 n 1 p 7 1995

GAUHL F PASBERG-GAUHL C Temporal dynamics ofbanana streak badnavirus (BSV) symptoms in Musa clonesin southern Nigeria Phytomedizin Hohenheim v 25 n 1p 27 1995

LOCKHART B E L Banana streak virus (BSV) InINTERNATIONAL NETWORK FOR THE

IMPROVEMENT OF BANANA AND PLANTAIN AnnualReport Montpellier INIBAP 1993 p 29-30

LOCKHART B E L Banana streak virus In PLOETZ RC ZENTMYER G A ANISHIJIMA W T ROHRBACHK G OHR H D (Ed) Compendium of tropical fruitdiseases Saint Paul The American PhytopathologicalSociet 1994 p 19-20

LOCKHART B E L Purification and serology of abaciliform virus associated with banana streak diseasePhytopathology Saint Paul v 76 n 10 p 995-999 Oct1986

LOCKHART B E L AUSTREY L J C Occurrence insugarcane of a bacilliform virus related serologically tobanana streak virus Plant Disease Saint Paul v 72 n 3p 230-233 Mar 1988

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgrowth and biossays with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 1962

OLIVEIRA R P SILVA S O Avaliaccedilatildeo de micropropagaccedilatildeocomercial em bananeira Pesquisa Agropecuaacuteria BrasileiraBrasiacutelia v 32 n 4 p 415-420 abr 1997

OLIVEIRA R P SILVEIRA D G SILVA S O Efeito dadesinfestaccedilatildeo e do uso de meios indicadores decontaminaccedilatildeo na micropropagaccedilatildeo de bananeira RevistaBrasileira de Fruticultura Jaboticabal v 22 n 1 p 57-61 abr 2000

OLIVEIRA R P SILVEIRA D G SILVA S O SILVA KM VILARINHOS A D Avaliaccedilatildeo da micropropagaccedilatildeode genoacutetipos diploacuteides triploacuteides e tetraploacuteides debananeira empregando protocolo utilizado em laboratoacuterioscomerciais Revista Brasileira de FruticulturaJaboticabal v 21 n 3 p 269-273 dez 1999

ORTIZ R The potential of AMMI analysis for fieldassessment of Musa genotypes to virus infectionHortscience Alexandria v 31 n 5 p 829-832 Sept 1996

RAMIREZ P RIVERA C Enfermedades virales in bananay plaacutetano In REUNIAtildeO DE LA ASSOCIACION PARA LACOOPERACION EN INVESTIGACION DE BANANO ENCARIBE Y EN AMERICA TROPICAL 10 1991 TabascoMemorias San Joseacute CORDANA 1994 p 223-230

Efeito do viacuterus das estrias da bananeira 79

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

SOARES T M MEISSNER FILHO P E ROCHA H SEfeitos do viacuterus das estrias da bananeira na cultivar Caipira(AAA) In CONGRESSO BRASILEIRO DEFRUTICULTURA 16 2000 Fortaleza Anais FortalezaSociedade Brasileira de Fruticultura 2000 172 p 1CD-ROM

THOMAS J E SMITH M K KESSLING A G HAMILLS D Incosistent transmission of banana bunchy top virusin micropropagated bananas and its implication forgermplasm screening Australian Journal of AgriculturalResearch Collingwood v 46 n 3 p 663-671 1995

FOGACcedilA L A et al80

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

CARACTERIacuteSTICAS MORFOFISIOLOacuteGICAS DE BROTACcedilOtildeES DEAgapanthus umbellatus var minor MULTIPLICADAS EM

BIORREATOR DE IMERSAtildeO TEMPORAacuteRIA1

MORPHOLOGICAL AND PHYSIOLOGICAL CHARACTERISTICS Agapanthus umbellatus varminor OF SHOOTS PROPAGATED IN BIOREACTOR OF TEMPORARY IMMERSION

LUCIANA ALVES FOGACcedilA2 DENILSON DORTZBACH3 ANTONIO CARLOS ALVES4 ENIO LUIZ PEDROTTI5

1Parte da dissertaccedilatildeo de mestrado do primeiro autor junto ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Recursos Geneacuteticos vegetais CCA UFSC ndash Florianoacutepolis SC2Engenheira Agrocircnoma Mestre em Recursos Geneacuteticos Vegetais ndash CCAUFSC ndash UFSC Trindade ndash Florianoacutepolis SC ndash 88040-900 ndash lufogacapopcombr3Empresa Catarinense de Pesquisa Agropecuaacuteria ndash Rodovia Admar Gonzaga 1340 ndash Bairro Itacorubi Florianoacutepolis SC ndash denilsondtbolcombr4Engenheiro Agrocircnomo Professor Dr Departamento Fitotecnia ndash CCAUFSC ndash UFSC ndash alvesccaufscbr5Engenheiro Agrocircnomo Professor Dr Departamento Fitotecnia ndash CCAUFSC ndash UFSC ndashRodovia Admar Gonzaga 1346 ndash 88 040 900 ndash Florianoacutepolis- SC ndash pedrotticcaufscbr

RESUMOCom o presente trabalho objetivou-se estudar alguns

aspectos morfoloacutegicos e fisioloacutegicos de placircntulas de Agapanthusumbellatus LrsquoHeacuter var minor multiplicadas em biorreatores deimersatildeo temporaacuteria (BIT) Foram testadas quatro concentraccedilotildeesde sacarose no meio de cultura e duas intensidades luminosasem um total de oito tratamentos formando um fatorial 2 x 4 Odelineamento experimental utilizado foi inteiramentecasualizado Os resultados obtidos indicaram que as condiccedilotildeesambientais principalmente luz e concentraccedilatildeo de sacarose domeio de cultura influenciaram o desenvolvimento e o crescimentodas placircntulas quando multiplicadas Observou-se que a ausecircnciade sacarose mesmo no niacutevel mais elevado de intensidadeluminosa natildeo estimulou a fotossiacutentese das placircntulas Acombinaccedilatildeo de 30 gL-1 de sacarose e 70 mMm-2s-1 de luzproporcionou maior numero de folhas massa fresca e secaconcentraccedilatildeo de clorofila a b e total fatores estes que tecircmgrande influecircncia na fase de aclimatizaccedilatildeo

Termos para indexaccedilatildeo Plantas ornamentaismicropropagaccedilatildeo sacarose intensidade luminosa

ABSTRACTThe objective of the present work was to study

morphological and physiological characteristics of Agapanthusumbellatus LrsquoHeacuter var minor plantlets propagated in bioreactorof temporary immersion (BIT) Four sucrose concentrationsand two light intensities were analyzed totalizing eighttreatments The experimental design used was a completelyrandomized with a 2 x 4factorial The results indicated that theenvironment conditions mainly light and sucrose concentrationsof the culture medium influenced plantlets development andgrowth It was observed that the absence of sucrose even inthe highest level of light intensity had no stimuli on plantletphotosynthesis The combination of 30 g L-1 sucrose and 70mM m-2 s-1 light had promoted higher leaf number fresh anddry weight concentration of chlorophyll a b and total

parameters that present high influence during theacclimatizationrsquos phase

Index terms Ornamental plants micropropagation sucroselight intensity

INTRODUCcedilAtildeO

Agapanthus umbellatus var minor tambeacutem

conhecida como Agapantho ou Liacuterio do Nilo eacute uma

angiosperma da famiacutelia Amaryllidaceae pertencente agrave

ordem Liliales (BOTANY 2003) eacute uma espeacutecie ornamental

muito utilizada como flor de corte devido agrave sua durabilidade

No entanto o maior interesse econocircmico nesta espeacutecie

decorre do seu uso como forraccedilatildeo em jardins e praccedilas

(LORENZI amp SOUZA 1995)

Sua propagaccedilatildeo eacute tradicionalmente efetuada

atraveacutes da divisatildeo de touceiras No entanto esta teacutecnica

apresenta uma seacuterie de desvantagens visto que a taxa de

propagaccedilatildeo eacute baixa cerca de dez mudas por planta ao ano

aleacutem de possibilitar a dispersatildeo de pragas e doenccedilas que

poderatildeo ocorrer no viveiro de produccedilatildeo Sendo assim a

micropropagaccedilatildeo pode ser uma ferramenta muito

promissora para esta espeacutecie

O processo de micropropagaccedilatildeo induz a um grande

nuacutemero de mudanccedilas anatocircmicas morfoloacutegicas e

fisioloacutegicas que muitas vezes tem limitado o cultivo in vitro

de algumas espeacutecies (DESJARDINS 1993) A

(Recebido em 18 de julho de 2005 e aprovado em 25 de agosto de 2006)

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 81

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

heterogeneidade de respostas agraves placircntulas que ocorrem

na cultura de tecidos eacute promovida natildeo soacute por fatores

inerentes ao tecido vegetal (geneacuteticos e fisioloacutegicos) mas

tambeacutem por modificaccedilotildees do ambiente in vitro

As modificaccedilotildees do ambiente in vitro envolvem a

qualidade e intensidade de luz fotoperiacuteodo temperatura

umidade reguladores de crescimento exoacutegenos fonte de

carbono e estresse mecacircnico Estes satildeo determinantes na

morfogecircnese no crescimento e no desenvolvimento de

placircntulas in vitro (GEORGE 1996 KOZAI et al 1990

SALISBURY 1981) Aleacutem disso interferem no nuacutemero de

folhas teor de clorofila densidade estomaacutetica (LIAN et

al 2002 PREECE amp SUTTER 1991) na fotossiacutentese e na

fase de aclimatizaccedilatildeo (DESJARDINS et al 1995)

Um dos principais fatores que causam grande

influecircncia na fotossiacutentese de placircntulas cultivadas in vitro

eacute a intensidade luminosa (GALZY amp COMPAN 1992) A

quantidade e a qualidade da luz bem como o fotoperiacuteodo

podem afetar o crescimento e o desenvolvimento de

placircntulas in vivo (SMITH 1982) e placircntulas in vitro

(ECONOMOU amp READ 1987 VLAHOS et al 1992) Esta

influecircncia se deve ao grande impacto sobre o acuacutemulo de

pigmentos biossiacutentese de clorofila diferenciaccedilatildeo de

cloroplastos e anatomia da folha (DESJARDINS et al 1995)

Outro fator que vem sendo estudado e que pode

determinar um papel importante no controle da atividade

fotossinteacutetica de placircntulas in vitro eacute a utilizaccedilatildeo de

carboidratos exoacutegenos pois o crescimento da maioria das

culturas in vitro eacute sustentado pela sacarose ou outros

accediluacutecares adicionados ao meio de cultura (PREECE amp

SUTTER 1991) Estes podem ser utilizados pelas placircntulas

quando a taxa de fotossiacutentese natildeo permite assegurar um

balanccedilo positivo em carbono definindo assim uma nutriccedilatildeo

mixotroacutefica ou heterotroacutefica (GALZY amp COMPAN 1992)

Baseado na hipoacutetese de que a composiccedilatildeo do meio

de cultura e a intensidade luminosa influenciam a

morfologia e a fisiologia de placircntulas micropropagadas o

presente trabalho teve como objetivo estudar aspectos

morfoloacutegicos e fisioloacutegicos de placircntulas de Agapanthus

umbellatus LrsquoHeacuter var minor multiplicadas em biorreator de

imersatildeo temporaacuteria (BIT) Para tanto foi avaliado o

desenvolvimento e o crescimento desta espeacutecie durante a

fase de multiplicaccedilatildeo em funccedilatildeo da variaccedilatildeo de niacuteveis de

sacarose e intensidade luminosa

MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado no Laboratoacuterio de

Morfogecircnese e Bioquiacutemica Vegetal localizado no Centro

de Ciecircncias Agraacuterias da Universidade Federal de Santa

Catarina em Florianoacutepolis - SC

O trabalho consistiu de um ensaio onde foram

utilizadas brotaccedilotildees de Agapanthus umbellatus var minor

obtidas da terceira repicagem mantidas em meio geleificado

MS + 178 mM de BAP Apoacutes serem individualizadas e

padronizadas tendo o seu tamanho variando entre 25 e

30 cm de comprimento as brotaccedilotildees foram transferidas

para o BIT (ETIENNE amp BERTHOULY 2002) contendo 500

mL de meio liacutequido e sais de MS (MURASHIGE amp SKOOG

1962) em condiccedilotildees asseacutepticas suplementado com

concentraccedilatildeo de 89 mM de BAP O pH foi ajustado com

NAOH (1N) em 59 antes da autoclavagem (durante 15

minutos sob 121ordmC e 15 atm de pressatildeo) O delineamento

experimental utilizado no ensaio foi o inteiramente

casualizado Foram testados quatro concentraccedilotildees de

sacarose no meio de cultura (0 15 30 e 45) e duas

intensidades luminosas (70 e 140 mmolm-2s-1) providas

por lacircmpadas brancas fluorescentes (PHILIPS ndash TLT 40W)

em um total de oito tratamentos formando um fatorial 2 x 4

Cada tratamento foi composto por trecircs frascos (repeticcedilatildeo)

contendo 50 plantas cada um

Os frascos foram mantidos em sala de crescimento

com fotoperiacuteodo de 16 horas e temperatura meacutedia de 22ordmC

com variaccedilatildeo de plusmn 2ordmC por um periacuteodo de 60 dias

Apoacutes 60 dias de cultivo foram avaliadas as

seguintes caracteriacutesticas dos explantes nuacutemero e tamanho

das brotaccedilotildees (cm) nuacutemero de folhasbrotaccedilatildeo massa

fresca e seca (g) da parte aeacuterea e raiz utilizando-se amostras

de 25 placircntulas por repeticcedilatildeo escolhidas ao acaso

FOGACcedilA L A et al82

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

A determinaccedilatildeo do conteuacutedo de clorofila ldquoa b e

totalrdquo consistiu na coleta de amostras de 100 mg de massa

fresca As amostras foram incubadas com 70 mL de DMSO

(dimetilsulfoacutexido) sem maceraccedilatildeo por 30 minutos a 65degC

Apoacutes filtragem seu volume foi completado para 10 mL com

DMSO Desses extratos 2 mL foram analisados em

espectrofotocircmetro (UV - visiacutevel SHIMADZU) para os

valores de absorbacircncia entre 645 e 663 nm Os valores obtidos

foram submetidos agrave foacutermula de Arnon (1949) conforme

descrito por Hiscox amp Israelstam (1979) Chl a = (00127 X

D663) ndash (000269 X D645) e Chl b = (00229 X D645) ndash (000468

X D663) A clorofila total foi a soma da ldquoChl a e Chl brdquo de

cada tratamento foram utilizadas 25 amostras

A determinaccedilatildeo da densidade estomaacutetica (nuacutemero

de estocircmatos por mm2 de superfiacutecie foliar) foi realizada nas

amostras das quais extraiu-se a clorofila Apoacutes a extraccedilatildeo

da clorofila as folhas foram cortadas e somente o terccedilo

meacutedio das folhas foi usado para anaacutelise Em seguida foram

fixadas sobre lacircminas histoloacutegicas com a ajuda de uma

lamiacutenula e de algumas gotas de aacutegua esterilizada A

observaccedilatildeo foi realizada na epiderme das faces adaxial e

abaxial da folha com o auxiacutelio de um microscoacutepio oacutetico

(OLYMPUS CH30 ocular WH10 X 22) com um aumento

de 400 vezes e com um campo conhecido de 024 mm2 Para

cada lacircmina foram feitas leituras em cinco campos

Os dados obtidos foram avaliados por meio da

anaacutelise de variacircncia (ANOVA) seguindo o modelo para

experimento bifatorial inteiramente casualizado O nuacutemero

de brotaccedilotildees o nuacutemero de folhas e a densidade estomaacutetica

foram transformados em Oumlx+1 para a anaacutelise As meacutedias

dos tratamentos foram separadas pelo teste de comparaccedilatildeo

de meacutedias de Duncan a 5 de probabilidade conforme

recomendaccedilotildees de Stell amp Torrie (1980)

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A concentraccedilatildeo de sacarose no meio de cultura

apresentou uma accedilatildeo positiva e interativa com a intensidade

luminosa na proliferaccedilatildeo de brotaccedilotildees (Tabela 1) visto

que a ausecircncia de sacarose no meio de cultura resultou

em insucesso no crescimento das placircntulas de Agapantho

principalmente nos primeiros dias Apoacutes o

desenvolvimento inicial (aproximadamente 10 dias) foi

constatada estagnaccedilatildeo no crescimento das placircntulas

seguido de atrofia e necrose das brotaccedilotildees Apoacutes 20 dias

de cultivo ocorreu a morte das brotaccedilotildees Isso mostrou

que folhas de placircntulas de Agapantho natildeo fixaram

carbono suficiente para sustentar seu crescimento na

ausecircncia de sacarose Portanto para a espeacutecie em estudo

foi necessaacuteria a adiccedilatildeo de uma fonte de carbono no meio

de cultura para o seu desenvolvimento in vitro Segundo

Capellades et al (1991) e Desjardins et al (1995) a total

remoccedilatildeo de carboidratos no meio de cultura para algumas

espeacutecies frequumlentemente torna-se prejudicial para o

crescimento das placircntulas o que pode prejudicar o

processo de micropropagaccedilatildeo e aclimatizaccedilatildeo pois

durante o cultivo in vitro as placircntulas perdem

parcialmente o autotrofismo e consequumlentemente

necessitam de uma fonte de carbono

O maior nuacutemero de brotaccedilotildees foi obtido com a

intensidade luminosa de 70 mmolm-2s-1 e a concentraccedilatildeo

de 45 gL-1 de sacarose (Tabela 1) Enquanto que com a

intensidade luminosa de 140 mmolm-2s-1 o maior nuacutemero

de brotaccedilotildees foi obtido com a concentraccedilatildeo de 30 gL-1 de

TABELA 1 ndash Nuacutemero de brotaccedilotildeesexplante de placircntulasde Agapanthus umbellatus var minor multiplicadasbiorreator de imersatildeo temporaacuteria suplementado comdiferentes concentraccedilotildees de sacarose e intensidadesluminosas no periacuteodo de 60 dias

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1)

Concentraccedilatildeo Sacarose (gL-1) 70 1 140 1

0 000 dA 00 dA 15 370 cB 544 cA 30 553 bB 651 aA 45 745 aA 585 bB

CV 67

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula nas colunase maiuacutescula nas linhas natildeo diferem significativamente peloteste de Duncan a 5 de probabilidade1 Observaccedilotildees transformadas segundo ( x+1)

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 83

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

sacarose Isso demonstrou um alto grau de mixotrofia dessa

espeacutecie

O tamanho das brotaccedilotildees e o nuacutemero de folhas

(Tabela 2) foram afetados apenas pelo efeito simples dos

fatores natildeo havendo interaccedilatildeo entre sacarose e luz O

maior tamanho das brotaccedilotildees foi alcanccedilada quando os

explantes foram submetidos a 15 gL-1 de sacarose e 140

mmolm-2s-1 de intensidade luminosa (Tabela 2) Verificou-

se tambeacutem que o aumento da concentraccedilatildeo desse

carboidrato no meio de cultura natildeo favoreceu o

alongamento das brotaccedilotildees Provavelmente o aumento

da intensidade luminosa favoreceu a taxa de fotossiacutentese

das placircntulas permitindo um balanccedilo positivo de carbono

afetando o crescimento e o desenvolvimento de placircntulas

in vitro (LEE et al 1995)

Por outro lado o maior nuacutemero de folhas de

Agapantho foi obtido na concentraccedilatildeo de 30 gL-1 de

sacarose (Tabela 2) A intensidade luminosa natildeo teve

influecircncia sobre essa variaacutevel Contrastando com os dados

obtidos no presente trabalho Konow amp Wang (2001)

determinaram que a intensidade luminosa de 40 mmolm-

2s-1 promoveu um aumento no nuacutemero de folhas de

Phalaenopsis enquanto placircntulas que se desenvolveram

em ambiente com intensidade de 10 e 80 molm-2s-1

apresentaram um menor nuacutemero de folhas Segundo os

autores o aumento no nuacutemero de folhas pode indicar que

TABELA 2 ndash Tamanho de brotaccedilotildees e nuacutemero de folhasbrotaccedilatildeo de placircntulas de Agapanthus umbellatus var minormultiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria suplementado com diferentes concentraccedilotildees de sacarose eintensidades luminosas no periacuteodo de 60 dias

Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas e colunas natildeo diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5 deprobabilidade

houve estiacutemulo da fotossiacutentese in vitro Outro efeito

observado em placircntulas de Agapantho neste trabalho foi

a presenccedila de folhas mais claras e vitrificadas (folhas com

aspecto viacutetreo pouco desenvolvidas aparecircncia suculenta

e translucente) na grande maioria das placircntulas

multiplicadas em meio suplementado com 15 gL-1 de

sacarose e intensidade luminosa de 70 mmolm-2s-1 Estes

resultados podem indicar que o aparato fotossinteacutetico natildeo

tenha se desenvolvido adequadamente (CAPPELADES et

al 1991 DESJARDINS et al 1995) afetando a acumulaccedilatildeo

de massa fresca Possivelmente a presenccedila de folhas

vitrificadas foi influenciada pelo uso de meio liacutequido pois

de acordo com George (1996) e Etienne amp Berthouly (2002)

o meio liacutequido favorece a produccedilatildeo de folhas vitrificadas

quando comparado com meio geleificado No entanto

observou-se que para os demais tratamentos em

concentraccedilotildees maiores de sacarose (30 e 45 gL-1) a

presenccedila de brotaccedilotildees vitrificadas foi rara ou nenhuma

Neste sentido o desenvolvimento de brotaccedilotildees com esta

caracteriacutestica pode estar relacionado agrave concentraccedilatildeo de

sacarose no meio e agrave diferenccedila osmoacutetica entre as brotaccedilotildees

e o meio de cultura (DEBERGH et al 1981) Este resultado

tambeacutem foi obtido na multiplicaccedilatildeo de rosas na qual onde

a reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de sacarose para 10 gL-1 na

fase de multiplicaccedilatildeo promoveu um aumento significativo

na presenccedila de plantas vitrificadas e quando submetidas

Tamanho de brotaccedilotildees (cm)

Nuacutemero de folhasbrotaccedilatildeo

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1) Concentraccedilatildeo Sacarose

(gL-1) 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia

0 000 000 000 d 000 000 000 d 15 275 396 335 a 407 408 408 b 30 295 295 295 b 414 404 409 a 45 245 220 233 c 400 408 404 c

Meacutedia 204 b 228 a 276 a 275 a

CV 2595 467

FOGACcedilA L A et al84

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

a concentraccedilotildees de 30 e 40 gL-1 a presenccedila de placircntulas

vitrificadas foi rara (LANGFORD amp WAINWRIGHT 1987)

Outro fator que possivelmente pode ter

influenciado a presenccedila de placircntulas vitrificadas in vitro

foi a baixa intensidade luminosa (GEORGE 1996) pois

placircntulas de Agapantho multiplicadas sob intensidade de

140 mmolm-2s-1 e 15 gL-1 de sacarose natildeo apresentaram

caracteriacutestica de vitrificaccedilatildeo Estes dados indicaram que o

aumento da intensidade luminosa evitou a presenccedila de

plantas vitrificadas aleacutem de proporcionar um incremento e

estiacutemulo na atividade fotossinteacutetica (GEORGE 1996)

A produccedilatildeo de massa fresca e seca das brotaccedilotildees

foram influenciadas pela interaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo

de sacarose e a intensidade luminosa (Tabela 3) Placircntulas

de Agapantho multiplicadas sob intensidade de 70

mmolm-2s-1 apresentaram a maior produccedilatildeo de massa

fresca e seca dentro das concentraccedilotildees de 30 gL-1 Nas

concentraccedilotildees de 15 e 45 gL-1 os resultados obtidos

foram inferiores (Tabela 3) Por outro lado quando se

aumentou a intensidade para 140 mmolm-2s-1 a melhor

produccedilatildeo de massa fresca e seca ocorreu dentro da

concentraccedilatildeo de 15 gL-1 de sacarose (Tabela 3) Verificou-

se assim que o aumento da concentraccedilatildeo de sacarose no

meio de cultura proporcionou efeitos negativos na

produccedilatildeo de massa fresca e seca quando as placircntulas

foram submetidas agrave intensidade luminosa mais elevada

TABELA 3 ndash Massa fresca e seca de brotaccedilotildees de Agapanthus umbellatus var minor multiplicadas em biorreator de imersatildeotemporaacuteria suplementado com diferentes concentraccedilotildees de sacarose e intensidades luminosas no periacuteodo de 60 dias

Tais resultados corroboram as afirmaccedilotildees feitas referentes

agrave variaacutevel nuacutemero de brotaccedilotildees em que demonstrou-se

que foi possiacutevel reduzir a concentraccedilatildeo de sacarose em

maiores intensidade luminosas confirmando o grau de

mixotrofia

Ao analisar a concentraccedilatildeo de clorofila em

folhas de Agapantho verificou-se que natildeo houve

interaccedilatildeo significativa entre as concentraccedilotildees de

sacarose e intensidade luminosa Os teores de clorofila

a b e total (Tabela 4) foram maiores nas concentraccedilotildees

de 30 gL-1 sacarose Serret et al (1995) mostraram que

o aumento da concentraccedilatildeo de accediluacutecares (30 gL-1) no

meio de cultura promoveu maior produccedilatildeo de clorofila

impedindo a fotoinibiccedilatildeo realizaccedilatildeo de fotossiacutentese e

aumento do ganho de massa em plantas de Gardecircnia

cultivadas in vitro

Em relaccedilatildeo ao efeito da intensidade luminosa natildeo

houve efeito deste fator sobre essas variaacuteveis ainda que

Economou amp Read (1987) Galzy amp Compan (1992) Vlahos

et al (1992) George (1996) tenham observado que a

intensidade luminosa eacute um fator que estaacute estreitamente

relacionado agrave siacutentese de clorofila No entanto no presente

trabalho sugere-se a menor intensidade 70 mmolm-2s-1 com

o objetivo de que natildeo ocorra um aumento na velocidade

de decomposiccedilatildeo da clorofila com intensidade mais

elevada

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula nas colunas e maiuacutescula nas linhas natildeo diferem significativamente peloteste de Duncan a 5 de probabilidade

Massa fresca (g)

Massa seca (g)

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1) Concentraccedilatildeo

Sacarose (gL-1) 70 140 70 140

0 000 dA 00 dA 000 dA 000 dA 15 067 cB 106 aA 0069 cB 0109 aA 30 082 aA 076 bB 0085 aA 0081 bB 45 075 bA 049 cB 0078 bA 0051 cB

CV 2873 2655

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 85

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

TABELA 4 ndash Concentraccedilotildees de clorofila a b e total (mgg massa fresca) em folhas de Agapanthus umbellatus varminor multiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria por um periacuteodo de 60 dias submetidas a 4 concentraccedilotildees desacarose e dois niacuteveis de intensidade luminosa

Clrofila a (mgg massa fresca)

Clrofila b (mgg massa fresca)

Clrofila total (mgg massa fresca)

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1) Concentraccedilatildeo

Sacarose (gL-1) 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia

0 000 000 000 d 000 000 000 d 000 000 000 d 15 211 248 295 c 089 076 083 c 301 325 313 c 30 502 509 505 a 200 211 205 a 703 721 710 a 45 486 420 453 b 195 179 187 b 682 633 658 b

Meacutedia 299 a 294 a 121 a 116 a 421 a 420 a

CV 740 820 850

Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas e colunas natildeo diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5 deprobabilidade

Em relaccedilatildeo aos estocircmatos atraveacutes de

observaccedilatildeo microscoacutepica foi possiacutevel verificar que o

Agapantho possui folhas com caracteriacutest ica

anfiestomaacutetica caracterizada pela presenccedila de

estocircmatos em ambas as faces (face abaxial e adaxial)

Esta caracteriacutestica tem sido considerada como um

mecanismo adaptativo para maximizar a condutacircncia

de CO2 quando luz e aacutegua satildeo fatores limitantes

(KRAMER 1969)

Atraveacutes da anaacutelise estatiacutestica para densidade

estomaacutetica da face adaxial verificou-se que natildeo houve

interaccedilatildeo entre os fatores sacarose e intensidade

luminosa havendo portanto efeito isolado dos fatores A

maior densidade estomaacutetica da face abaxial foi obtida na

concentraccedilatildeo de 45 gL-1 (Tabela 5) Natildeo houve efeito da

intensidade luminosa para essa variaacutevel Por outro lado

a maior densidade estomaacutetica na face adaxial foi obtida

na concentraccedilatildeo de 45 gL-1 de sacarose e 140 mmolm-2s-1

de intensidade luminosa (Tabela 5) verificando a

influecircncia positiva da intensidade luminosa para essa

variaacutevel

As folhas de placircntulas multiplicadas na

concentraccedilatildeo de 15 gL-1 de sacarose apresentaram menor

densidade estomaacutetica em ambas as faces (Tabela 5) com

formato anormal largos e salientes caracteriacutesticas estas

natildeo desejaacuteveis pois segundo Preece amp Sutter (1991)

uma alteraccedilatildeo a niacutevel estrutural eou morfoloacutegico podem

impedir o funcionamento do aparelho estomaacutetico e grande

parte dos estocircmatos assim formados satildeo incapazes de se

fechar

Possivelmente este resultado se deve agraves

caracteriacutesticas de vitrificaccedilatildeo que as folhas do

tratamento 15 gL-1 de sacarose e 70 mmol m-2s-1 de

intensidade luminosa apresentaram (BLANKE amp

BELCHERL 1989) e a falta de energia armazenada no

explante com a falta de carbono que eacute proveniente da

sacarose adicionada ao meio de cultura (DESJARDINS

et al 1995) Estes resultados corroboram os obtidos

por Vintildea et al (2001) que demonstraram que folhas

vitrificadas de abacateiro apresentaram estocircmatos

grandes com saliecircncia ceacutelulas subsidiaacuterias assimeacutetricas

e deformadas e seu ostiacuteolo completamente aberto Tal

anomalia pode ser atribuiacuteda agrave perda da elasticidade das

paredes das ceacutelulas-guarda o que impediria o seu

movimento de abertura e fechamento que

consequumlentemente afeta o desenvolvimento das

placircntulas ao serem transferidas para condiccedilotildees ex vitro

atraveacutes da excessiva perda de aacutegua

FOGACcedilA L A et al86

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

TABELA 5 ndash Densidade estocircmatica (estocircmatosmm2) da face adaxial e abaxial de folhas de Agapanthus umbellatus varminor multiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria suplementado com diferentes concentraccedilotildees de sacarose eintensidade luminosa por um periacuteodo de 60 dias

Densidade estomaacutetica (estocircmatosmm2) Epiderme da face Adaxial Epiderme da face Abaxial

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1)

Concentraccedilatildeo Sacarose(gL1) 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia

0 000 000 000 d 000 000 000 d 15 2587 3026 2802 c 3408 4752 4053 c 30 6524 5628 6064 b 9977 8584 9268 b 45 5412 7016 6188 a 8809 10807 9783 a

Meacutedia 2856 b 3089 a 4256 a 4705 a CV 1474 1206

Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas e colunas natildeo diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5 deprobabilidade

CONCLUSAtildeO

Condiccedilotildees ambientais tais como intensidade

luminosa e concentraccedilatildeo de sacarose adicionada ao meio

de cultura influenciaram no desenvolvimento e

crescimento das placircntulas de Agapanthus umbellatus

var minor quando multiplicadas em meio liacutequido no BIT

Placircntulas de Agapantho foram incapazes de se

desenvolver em meio sem sacarose sendo portanto

necessaacuteria a adiccedilatildeo de uma fonte de carbono visto que a

espeacutecie em estudo apresentou uma taxa de fotossiacutentese

incapaz de assegurar um balanccedilo positivo em carbono

Houve uma grande variaccedilatildeo nas respostas obtidas

no entanto fazendo uma avaliaccedilatildeo em conjunto das

variaacuteveis recomenda-se 30 gL-1 de sacarose e intensidade

luminosa de 70 mmolm-2s-1 No entanto deve-se ressaltar

que estudos mais aprofundados devem ser conduzidos

para verificar o efeito destas combinaccedilotildees sobre o

desempenho de placircntulas durante a fase de aclimatizaccedilatildeo

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BLANKE M M BELCHER A R Stomata of apple leavescultured in vitro Plant Cell Tissue and Organ CultureAmsterdam v 19 n 1 p 85-89 1989

BOTANY Disponiacutevel em lthttpwwwbotanycomgt Acessoem 20 nov 2003

CAPELLADES M LEMEUR R DEBERGH P Effects ofsucrose on starch accumulation and rate of photosynthesisin Rosa cultured in vitro Plant Cell Tissue and OrganCulture Amsterdam v 25 n 1 p 21-26 Apr 1991

DEBERGH P HARBAOUI Y LEMEUR R Masspropagation of globe artichoke (Cynara Scolymus)Evaluation of different hypoteses to overcome vitrificationwith special reference to water potencial PhysiologyPlantarum Copenhagen v 53 n 2 p 181-187 1981

DESJARDINS Y Overevieww of factors influencingphotosynthesis of micropropagated plants and their effecton acclimatization In CARRE F CHAGVARDIEFF P(Ed) Ecophysiology and photosynthetic in vitro culturesFrance CEA 1993 p145-160

DESJARDINS Y HDIDER C RICK J de Carbon nutritionin vitro - regulation and manipulation of carbon assimilationin micropropagated systems In CHRISTIE J A KOZAIT SMITH M A L Automation and environmental controlin plant tissue Culture 1995 p 441-471

ECONOMOU A S READ P E Light treatments toimprove efficiency of in-vitro propagation systemsHortScience Alexandria v 22 n 5 p 751-754 Oct 1987

ETIENNE H BERTHOULY M Temporary immersionsystems in plant micropropagation Plant Cell Tissue andOrgan Culture Amsterdam v 69 n 3 p 215-231 June2002

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 87

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

GALZY R COMPAN D Remarks on mixotrophic andautotrophic carbon nutrition of Vitis plantlets cultured invitro Plant Cell Tissue and Organ Culture Amsterdamv 31 n 3 p 239-244 Dec 1992

GEORGE E F Plant propagation by tissue culture 2 edEversley Exergetics 1996 v2 1361 p

HISCOX J D ISRAELSTAM G F A method for theextration of chlorophyll from leaf tissue without macerationCanadian Journal Botanic Ottawa v 57 n 12 p 1332-1334 1979

KONOW E A WANG Y T Irradiance levels affect invitro and greenhouse growth flowering and phosyntheticbehavior of a hybrid Phalaenopsis Orquid Journal ofAmerican Society for Horticultural Science Alexandriav 126 n 5 p 531-536 Sept 2001

KOZAI T OK H FUJIWARA K Photosyntheticcharacteristic of Cymbidium plantlets in vitro Plant CellTissue and Organ Culture Amsterdam v 22 n 3 p 205-211 Sept 1990

KRAMER P J Plant and soil water relationship modernsynthesis New York Mc Graw Hill 1969 538 p

LANGFORD P J WAINERIGHT H effect of sucroseconcentration on the photosynthetic ability of rose shoots invitro Annals Botany London v 60 n 6 p 663-640 Dec 1987

LEE N WETZSTEIN Y SOMMER H E Effect ofquantum flux density on photosynthesis and chloroplastultrastructure in tissue-cultured plantlets and seelings ofLiquidambar stvraciflua L towards improvedacclimatization and field survival Plant PhysiologyRockville v 78 n 3 p 637-641 1995

LIAN M L MURTHY H N PAEK K Y Culture methodand photosynthetic photon flux affect photosynthesis growthand survival of Limonium ldquoMisty Bluerdquo in vitro ScientiaHorticulture Amsterdam v 95 n 3 p 239-249 Sept 2002

LORENZI H SOUZA H M de Plantas ornamentais noBrasil arbustivas herbaacuteceas e trepadeiras Nova OdessaEditora Plantarum 1995 734 p

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgroth and biossay with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 1962

PREECE J E SUTTER E Acclimatization ofmicropropagated plants to the greenhouse and field InDEBERGH P ZIMMERMAN R (Ed) Micropropagationtechnology and application Dordrecht 1991 p 71-94

SALISBURY F B Responses to photoperiod In PITSONA ZIMMERMANN M H (Ed) Encyclopedia of plantphysiology Berlin Springer-Verlang 1981 p 134-167 (Newseries 12 A)

SERRET M D TRILLAS M I ARAUS J L The effectof sucrose and light levels on stable carbon isotopecomposition and photosynthetic pigments of gardenialeaflets in vitro In CARRE F CHAGVARDIEFF P (Ed)Ecophysiology and photosynthetic in Vitro culturesCadarache CEA 1995 p 169-172

SMITH H Light quality photoperception and plantstrategy Annual Review of Plant Physiology Palo Alto v33 p 481-518 1982

STELL R G D TORRIE J H Principles and preceduresof statistics a biometrical approach 2 ed New YorkMacgraw-Hill 1980 633 p

VLAHOS J C MARTAKIS G F P HEUVELINK EDaylength light quality and temperature influence growthand development of Achumenes HortScience Alexandriav 27 n 12 p 1269-1271 Dec 1992

VINAtilde G de la MUNtildeOZ B ALFARO F P Effect of culturemedia and irradiance level on growth and morphology ofPersea americana Mill microcuttings Plant Cell Tissueand Organ Culture Amsterdam v 65 n 3 p 229-237 2001

SOUZA G de F M V e et al88

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

CAPACIDADE DE REGENERACcedilAtildeO IN VITRO DE TOMATEIROCULTIVAR SANTA CLARA

IN VITRO REGENERATION CAPACITY OF TOMATOPLANT CULTIVAR SANTA CLARA

GLAUCIA DE FATIMA MOREIRA VIEIRA E SOUZA1 JOSEacute MAGNO QUEIROZ LUZ2 ALCIONE SILVA ARRUDA3DENISE GARCIA SANTANA2 MARIANA DE SOUZA E SILVA DA COSTA TEIXEIRA4

LUCIANA LONDE5 ADELAIDE SIQUEIRA SILVA6 ELISAcircNGELA RODRIGUES FIGUEIRA7

1Mestranda em Fitotecnia ndash UFU ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash gfmvsyahoocombr2Professor Dr Instituto de Ciecircncias Agraacuterias ndash UFUICIAG ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash jmagnoumuaramaufubr3Dra em Geneacutetica e Bioquiacutemica Professora contratada da UEG ndash Unidade Universitaacuteria de Ipameri ndash Rodovia GO 330 Km 24 ndash Anel Viaacuterio SN ndash 75780-000 ndash Ipameri GO ndash asarrudahotmailcom4Engenheira Agrocircnoma ndash UFU ndash Conab Sede - SGAS 901 Bloco ldquoArdquo Lote 69 - Asa Sul ndash 70390-010 ndash Brasiacutelia DF ndash marisouza81yahoocombr5Dra em Geneacutetica e Bioquiacutemica ndash IGBUFU ndash Av Paraacute 1720 ndash Campus Umuarama ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash llondebolcombr6Mestranda em AgronomiaFitotecnia ndash UFUICIAG ndash Bolsista FAPEMIG ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash adelaidebioyahoocombr7Mestre em AgronomiaFitotecnia ndash UFUICIAG ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash Elis_figueirayahoocombr

RESUMOA cultivar de tomateiro Santa Clara (Lycopersicon

esculentum Mill) foi avaliada quanto ao seu potencial deregeneraccedilatildeo in vitro a partir de trecircs tipos de explantes e trecircsmeios de cultura seguidos de trecircs repicagens Os explantes foramcotileacutedone decapitado cotileacutedone fendido e cotileacutedone aparadonas extremidades Os meios de cultura foram MI macro emicronutrientes do MS vitaminas B5 de Gamborg et al (1968)suplementado com 30 gL de sacarose e de 8 gL de aacutegar pH 58MII meio MI suplementado com 1 mgL de BAP e 30 gL deglicose MIII meio MI suplementado com 25 mgL de BAP e02 mgL de AIA Para as repicagens foi utilizado o meio MIsuplementado com 05 mgL 08 mgL e 10 mgL de BAP paraa primeira segunda e terceira repicagens respectivamente Noenraizamento foi usado o meio MI suplementado com 05 mgL de AIA e as placircntulas enraizadas foram transferidas parasubstrato comercial Plantimax esterilizado e aclimatadas emlaboratoacuterio A maior induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo tanto de calosquanto de brotos foi observada nos meacutetodos cotileacutedone fendidoe cotileacutedone aparado quando colocados no meio MIII no entantoa induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo foi mais raacutepida quando usado cotileacutedonedecapitado indicando um alto potencial de organogecircneseespontacircnea sendo que o meio MI foi o melhor Os resultadosobtidos com as diferentes concentraccedilotildees de BAP nos trecircs ciclosde repicagem natildeo diferiram entre si e 82 das plantas enraizadasaclimataram-se com sucesso

Termos para indexaccedilatildeo Lycopersicon esculentummelhoramento do tomateiro cultura de tecidos

ABSTRACTThe tomato plant cultivar lsquoSanta Clararsquo (Lycopersicon

esculentum Mill) was evaluated as for its in vitro potential ofregeneration using three types of explants and three culture media

following three pricking-outs The explants were as followsdecapitated cotyledon split cotyledon and rim-trimmedcotyledon The culture media were MI MS macro andmicronutrients vitamins B5 of Gamborg et al (1968)supplemented with 30gL sucrose and 8gL agar pH 58 MIImedium MI supplemented with 1 mgL BAP and 30 gL glucoseMIII medium MI supplemented with 25 mgL BAP and 02mgL IAA For the pricking-outs the media MI wassupplemented with 05 mgL 08 mgL and 10 mgL BAP forthe first second and third pricking out respectively As forrooting the MI medium was supplemented with 05 mgL IAAand the rooted seedlings were transplanted to the sterilizedcommercial substrate Plantimax and then acclimatized inlaboratory Higher callus induction and sprout regeneration wasobserved for the methods of split and rim-trimmed cotyledonplaced into medium MIII Nevertheless the induction forregeneration was much faster when the decapitated cotyledonmethod was used indicating a high potential of spontaneousorganogenesis in which the media MI was the best The resultsobtained with the different concentrations of BAP in the threecycles of pricking-out did not differ among themselves and 82of the rooted plants were acclimatized successfully

Index terms Lycopersicon esculentum tomato breeding tissueculture

INTRODUCcedilAtildeO

O tomate pertence ao gecircnero Lycopersicon e a

espeacutecie cultivada cosmopolita eacute botanicamente

denominada de Lycopersicon esculentum (FILGUEIRA

2000) As cultivares atualmente plantadas podem ser

(Recebido em 03 de outubro de 2003 e aprovado em 04 de setembro de 2006)

Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro 89

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

reunidas em cinco grupos Santa Cruz Salada Cereja

Italiano Agroindustrial No presente trabalho foi utilizada

a cultivar Santa Clara do grupo Santa Cruz pois ela continua

sendo a cultivar mais plantada no Brasil

A tomaticultura estaacute associada a seacuterios problemas

fitossanitaacuterios sobretudo viroses aleacutem do ataque de

fungos bacteacuterias e insetos praga Cria-se com isto a

necessidade de se pesquisar novas alternativas ou

obtenccedilatildeo de novos genoacutetipos com resistecircncia muacuteltipla a

doenccedilas e pragas entre essas os estudos sobre

regeneraccedilatildeo e transformaccedilatildeo geneacutetica (FAacuteRI et al 2000)

A engenharia geneacutetica abriu uma nova perspectiva

para o melhoramento geneacutetico do tomateiro a partir do

final da deacutecada de 80 (WIJBRANDI amp BOTH 1993)

visando aumentar a produtividade e melhorar a qualidade

por meio da obtenccedilatildeo de resistecircncia a estresses bioacuteticos e

abioacuteticos A cultura de tecidos destaca-se durante o

processo de realizaccedilatildeo das teacutecnicas de transformaccedilatildeo

geneacutetica pois eacute necessaacuterio induzir gemas vegetativas e

em seguida regenerar brotos alongados e plantas

completas a partir de ceacutelulas ou tecidos geneticamente

modificados

Para a otimizaccedilatildeo de protocolos para o tomateiro

alguns fatores que afetam a eficiecircncia de transformaccedilatildeo

tecircm sido examinados dentre eles o tamanho do explante e

o tipo de explante hipocoacutetilo ou cotileacutedone (FRARY amp

EARLE 1996)

No Brasil haacute poucos trabalhos na aacuterea de

regeneraccedilatildeo in vitro e de transformaccedilatildeo geneacutetica de

cultivares de tomateiro e pouco se conhece sobre a

capacidade de regeneraccedilatildeo das principais cultivares

brasileiras (FAacuteRI et al 2000) Alguns pesquisadores como

Faria amp Illg (1993) analisaram a regeneraccedilatildeo in vitro de

algumas espeacutecies e cultivares de tomateiro observando

uma baixa capacidade morfogecircnica das cultivares se

comparadas com a espeacutecie selvagem Lycopersicon

pimpinellifolium (L) P Miller

Com este trabalho objetivou-se teve como objetivo

avaliar o potencial de regeneraccedilatildeo in vitro da cultivar Santa

Clara do grupo Santa Cruz a partir de diferentes tipos de

explantes e meios de cultura criando e otimizando

protocolos para sua regeneraccedilatildeo in vitro

MATERIAL E MEacuteTODOS

No Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos Vegetais do

Instituto de Geneacutetica e Bioquiacutemica da Universidade Federal

de Uberlacircndia foi avaliada a capacidade de regeneraccedilatildeo

in vitro do tomateiro cultivar Santa Clara usando trecircs

tipos de explantes e trecircs meios de cultura seguido de trecircs

repicagens O experimento foi realizado em delineamento

em blocos casualizados em esquema fatorial (3x3) com trecircs

repeticcedilotildees As plantas regeneradas foram enraizadas e

aclimatadas em laboratoacuterio

Sementes comerciais da cultivar Santa Clara apoacutes

serem desinfestadas por um minuto em aacutelcool etiacutelico a 96

e em hipoclorito de soacutedio comercial a 20 (vv) com duas

gotas de detergente comercial durante 25 minutos foram

enxaguumladas 5 vezes em aacutegua bidestilada esterilizada e

inoculadas em meio MS 100 (MURASHIGE amp SKOOG

1962) solidificado com 7 g L-1 de aacutegarndashaacutegar por sem

reguladores de crescimento O meio foi distribuiacutedo em

frascos de vidro esteacutereis utilizados para cultura de tecidos

com 30 mL de meio MS As culturas foram mantidas em

sala de crescimento com temperatura de 25+2 ordmC

fotoperiacuteodo de 16 horas e luminosidade de 50 mmol m-2s-

1 As placircntulas obtidas aos 14 15 e 20 dias apoacutes a semeadura

foram usadas como fonte de explantes para os blocos 1 2

e 3 respectivamente Os explantes foram inoculados de

acordo com os meacutetodos descritos a seguir em placas de

Petri devidamente esterilizadas e autoclavadas contendo

30 mL de meio de cultura com 16 unidades por tipo de

explante por meio de cultura utilizado Cada 16 explantes

constituiu uma parcela do experimento sendo composta

por duas placas de Petri cada uma com 8 explantes

Os tipos de explantes foram os seguintes

A - que consistiu na decapitaccedilatildeo de placircntulas onde

essa decapitaccedilatildeo ocorreu diretamente abaixo do noacute do

cotileacutedone ficando o hipocoacutetilo com as radiacuteculas

SOUZA G de F M V e et al90

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

B - meacutetodo de cotileacutedones fendidos os cotileacutedones

foram fendidos ao longo da nervura central da extremidade

ateacute sua metade de acordo com o protocolo de Faacuteri et al

(2000)

C - cotileacutedones foram aparados e seguiu-se o

protocolo descrito por Redenbaugh et al (1992) Os

cotileacutedones aparados nas extremidades distal e proximal

(aacutepice e peciacuteolo) foram inoculados com a face abaxial em

contato com o meio

Foram realizadas trecircs repicagens para alongar os

brotos Cerca de 30 dias apoacutes a inoculaccedilatildeo dos explantes

foi realizada a primeira repicagem Os intervalos entre as

repicagens foram em torno de 5 semanas

Os tratamentos consistiram na inoculaccedilatildeo dos trecircs

tipos de explantes descritos nos trecircs meios de cultura

abaixo com trecircs repeticcedilotildees por tratamento

Meio MI macro e micronutrientes de Murashige amp

Skoog (1962) e vitaminas B5 de Gamborg et al (1968)

suplementado com 30 gL de sacarose e de 8 gL de aacutegar-

aacutegar pH 58 meio MII meio de cultura MI suplementado

com 1 mgL de zeatina e 30 gL de glicose conforme

McCormick (1991) meio MIII meio de cultura MI

suplementado com 25 mgL de BAP e 02 mgL de AIA

segundo Rhim et al (1995)

Para as repicagens foi utilizado o meio MI

suplementado com 05 mgL 08 mgL e 10 mgL de BAP

para a primeira segunda e terceira repicagens

respectivamente

Para enraizamento foi usado o meio MI

suplementado com 05 mgL de AIA As placircntulas

enraizadas foram transferidas para substrato comercial

Plantimax esterilizado e aclimatadas em laboratoacuterio

Os brotos com 2 cm de comprimento foram

transferidos para o meio de enraizamento citado e

permaneciam nesse meio durante 15 dias Apoacutes esse periacuteodo

os brotos eram transplantados para substrato comercial

Plantimax autoclavado irrigados com aacutegua uma a duas

vezes por dia ateacute a aclimataccedilatildeo A aclimataccedilatildeo ocorreu em

torno de 20 dias em condiccedilotildees de laboratoacuterio

Avaliou-se a induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo o

alongamento de brotos e o enraizamento e aclimataccedilatildeo

das plantas regeneradas

Os dados de contagem foram transformados para

50x As anaacutelises de normalidade e homogeneidade

foram realizadas pelo software Prophet Os dados obtidos

foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e as meacutedias

comparadas pelo teste de Tukey ao niacutevel de 5 de

probabilidade pelo software SANEST (ZONTA amp

MACHADO 1989)

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Para cotileacutedone decapitado ocorreu um iniacutecio de

formaccedilatildeo de calosidade por volta de 10 dias apoacutes inoculaccedilatildeo

e o surgimento de brotos ocorreu cerca de 12 dias depois da

inoculaccedilatildeo sem a formaccedilatildeo de calos propriamente ditos A

induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo foi mais raacutepida quando usado esse

tipo de explante indicando um alto potencial de

organogecircnese espontacircnea sendo que o meio MI foi o melhor

para a induccedilatildeo e nuacutemero total de brotos (Tabela 1)

No cotileacutedone fendido o iniacutecio de formaccedilatildeo de

calosidade aconteceu com aproximadamente 10 dias apoacutes

inoculaccedilatildeo Por volta de 18 dias depois da inoculaccedilatildeo

iniciou-se o surgimento de brotos e jaacute existiam calos

formados Para esse tipo de explante nos meios MI e MII

ocorreu apenas a formaccedilatildeo de calos enquanto no meio

MIII ocorreu a formaccedilatildeo de calos e calos com brotos sendo

alto o nuacutemero total de brotos (Tabela 1) Supotildee-se que a

maior superfiacutecie de corte tenha influecircncia significativa

sobre esse fenocircmeno onde a maior superfiacutecie de corte do

cotileacutedone resulta em maior capacidade de regeneraccedilatildeo

(FAacuteRI et al 1995b)

No cotileacutedone aparado com cerca de 10 dias apoacutes

inoculaccedilatildeo ocorreu o iniacutecio de formaccedilatildeo de calos e 20 dias

depois da inoculaccedilatildeo ocorreu o surgimento de brotos e jaacute

existiam calos formados Para esse tipo de explante nos

meios MI MII e MIII ocorreu a formaccedilatildeo de calos no

entanto apenas no meio MIII ocorreu a formaccedilatildeo de calos

com brotos (Tabela 1)

Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro 91

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

TABELA 1 ndash Frequumlecircncia de induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo in vitro da cultivar Santa Clara do grupo Santa Cruz UberlacircndiaUFU 2001

Dados seguidos de mesma letra nas colunas (abc) e nas linhas (AB) natildeo diferem entre si a 5 de probabilidade peloteste de TukeyA diferenccedila entre o nordm de explantes de um meacutetodo para outro eacute devida a parcelas (ou parte delas) perdidas

Nos trecircs ciclos de repicagens a capacidade de

alongamento dos brotos foi igual indicando que as

concentraccedilotildees de BAP natildeo diferiram estatisticamente entre

si dentro de cada tipo de explante Em relaccedilatildeo ao nuacutemero

de brotos alongados na primeira e terceira repicagens o

cotileacutedone decapitado apresentou maior nuacutemero jaacute na

segunda repicagem natildeo houve diferenccedila entre os tipos de

explantes (Tabela 2)

As plantas apoacutes serem enraizadas foram

transferidas para aclimataccedilatildeo obtendo-se 82 de plantas

aclimatadas Cerca de 20 dias apoacutes transplantio para o

substrato as plantas jaacute estavam aclimatadas

Apoacutes a terceira repicagem ainda existiam cerca de

334 brotos para serem novamente repicados e 51 brotos

prontos para serem enraizados perfazendo um total geral

de 549 brotos obtidos ateacute a fase estudada

Para o tipo de explante cotileacutedone decapitado foram

obtidos 181 brotos equivalentes a 174 brotos por explante

Para o explante cotileacutedone fendido o nuacutemero de brotos por

Tipos de Explantes Variaacuteveis Meios Cotileacutedone decapitado Cotileacutedone fendido Cotileacutedone aparado

I 396 aA 050 cB 142 bB II 000 bB 632 bA 672 aA Nordm de explantes

com calos III 000 bB 1599 aA 597 bB I 1095 aA 000 bB 000bB II 050 bA 000 bA 000 bA Nordm de explantes

com brotos III 130 bB 1217 aA 850 aA I 396 aA 050 cB 169 cB II 000 bB 632 bA 645 bA Nordm total de

calos III 000 bB 3630 aA 2655 aA I 1850 aA 000 bB 000 bB II 050 bA 000 bA 000 bA Nordm total de

brotos III 130 bB 2760 aA 2934 aA I 48 32 40 II 32 40 32 Nordm de

explantes III 24 40 48 Total de explantes 104 112 120

explante foi igual a 145 e para o cotileacutedone aparado foram

obtidos 170 brotos por explante Esses resultados foram

semelhantes aos obtidos por Faacuteri et al (2000) para as

cultivares IPA-5 e IPA-6 os quais concluiacuteram que a

utilizaccedilatildeo de cotileacutedones fendidos e cotileacutedones aparados

produziram uma regeneraccedilatildeo alta e onde a maior induccedilatildeo

foi conseguida utilizando-se um meio igual ao MIII utilizado

nesse experimento A induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo tambeacutem foi

mais raacutepida quando usado cotileacutedone decapitado indicando

um alto potencial de organogecircnese espontacircnea A cultivar

Santa Clara mostrou-se mais eficiente na formaccedilatildeo de

brotos alongados observados na primeira repicagem

enquanto as cultivares utilizadas por Faacuteri et al (2000) IPA-

5 e IPA-6 necessitaram de duas repicagens para o

alongamento dos brotos no entanto a cultivar IPA-5

mostrou-se mais eficiente na produccedilatildeo de brotos por

explante Faacuteri et al (2000) utilizaram zeatina durante os trecircs

ciclos de repicagem enquanto nesse experimento foi

utilizado BAP

SOUZA G de F M V e et al92

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

TABELA 2 ndash Capacidade de alongamento e enraizamento de brotos da cultivar Santa Clara durante os trecircs ciclos derepicagem Uberlacircndia UFU 2001

Dados seguidos de mesma letra nas colunas (ab) e nas linhas (AB) natildeo diferem entre si a 5 de probabilidade peloteste de TukeyTipos de explantes A - cotileacutedone decapitado B - cotileacutedone fendido C - cotileacutedone aparado

Os resultados aqui obtidos tambeacutem foram

semelhantes aos de Faacuteri et al (1995b) que trabalhando

com transformaccedilatildeo geneacutetica da berinjela (Solanum

melongena L) observaram que a maior superfiacutecie de corte

do cotileacutedone resultou em maior capacidade de

regeneraccedilatildeo Tambeacutem foram obtidos resultados

semelhantes aos de Nogueira et al (2001) que estudando

a regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro Santa Clara utilizando

como explantes cotileacutedones concluiacuteram que o meio com

uma combinaccedilatildeo adequada de auxina e citocinina (10 mg L-

1 de zeatina e 01 mg L-1 de AIA) promoveu uma maior

meacutedia de regeneraccedilatildeo e um maior nuacutemero meacutedio de brotaccedilotildees

por explante Costa et al (2000) trabalhando com as

cultivares IPA-5 e IPA-6 chegaram a uma conclusatildeo

semelhante onde meio suplementado com 10 mg L-1 de

zeatina + 01 mg L-1 de AIA e meio suplementado com 25

mg L-1 de BAP + 02 mg L-1 de AIA determinaram a maior

frequumlecircncia de regeneraccedilatildeo de explantes cotiledonares e

tambeacutem um maior nuacutemero de brotos alongados por explante

McCormick et al (1986) pesquisando a morfogecircnese

in vitro de L esculentum observaram que a presenccedila de 25

mg L-1 de BAP e 10 mg L-1 de AIA ou 10 mg L-1 de BAP e

02 mg L-1 de AIA produziu um maior nuacutemero de ramos por

explante a partir de explantes de cotileacutedones e hipocoacutetilos

Ohki et al (1978) utilizando segmentos de hipocoacutetilos de L

esculentum sugeriram que o efeito positivo da combinaccedilatildeo

de auxinas e citocininas na regeneraccedilatildeo in vitro pode ser

causado por uma maior capacidade das ceacutelulas dessa espeacutecie

em utilizar e adaptar-se agrave combinaccedilatildeo de auxinas e citocininas

de que somente citocininas Para os mesmos autores a

variabilidade observada nas respostas morfogecircnicas in vitro

para diferentes citocininas pode ser causada pela variaccedilatildeo

na razatildeo de degradaccedilatildeo dessas substacircncias nos tecidos

vegetais ou no meio de cultivo Segundo Caldas et al (1999)

uma alta relaccedilatildeo citocininaauxina normalmente leva a maior

induccedilatildeo de parte aeacuterea (brotos) em explantes in vitro

principalmente quando a citocinina usada eacute o BAP que induz

a formaccedilatildeo de grande nuacutemero de brotos e alta taxa de

multiplicaccedilatildeo em muitos sistemas de micropropagaccedilatildeo

Tanto no presente trabalho quanto nos trabalhos acima

citados foram utilizados meios com pelo menos uma

combinaccedilatildeo com alta relaccedilatildeo citocininaauxina e meios

contendo apenas citocinina

CONCLUSOtildeES

A maior induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo tanto de calos

quanto de brotos foi observada nos meacutetodos cotileacutedone

fendido e cotileacutedone aparado quando colocados no meio

com BAP (25 mgL) e AIA (02 mgL) (MIII) Um ciclo de

repicagem foi suficiente para obtenccedilatildeo de brotos

alongados A maior regeneraccedilatildeo de brotos alongados

ocorreu com o meacutetodo cotileacutedone decapitado

Meios M1 + 05 mgL BAP M1 + 08 mgL BAP M1 + 10 mgL BAP

Repicagem 1 Repicagem 2 Repicagem 3

M1+ 05 mgl AIA

Tipos de Explante

s

Nordm total de brotos

Nordm de brotos

alongados

Nordm total de brotos

Nordm de brotos

alongados

Nordm total de brotos

Nordm de brotos

alongados

Nordm total de placircntulas

enraizadas

Nordm total de

plantas aclimatadas

Nordm total geral de brotos

A 3117 bA 899 aA 3684 bA

866 aA 3174 bA

81 aA 80 67 181 B 536 aA 466 bA 6244 aA 633 aA 5158 aA 450 bA 41 33 163 C 3527 bA 400 bA 4368 bA

566 aA 3928 bA

312 bA 43 35 205

Total 164 135 549

Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro 93

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

AGRADECIMENTOS

Ao Instituto de Geneacutetica e Bioquiacutemica e ao Instituto

de Ciecircncias Agraacuterias da Universidade Federal de

Uberlacircndia pelo financiamento deste projeto e a todos

que auxiliaram direta eou indiretamente

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CALDAS L S HARIDASAN P FERREIRA M E Meiosnutritivos In TORRES A C CALDAS L S BUSO JA Cultura de tecidos e transformaccedilatildeo geneacutetica de plantasBrasiacutelia Embrapa 1999 v 1 509 p

COSTA M NOGUEIRA F T S OTONI W CBROMMONSCHENKEL S H Regeneraccedilatildeo in vitrode cultivares de tomateiro (Lycopersicon esculentumMill ) industr ial lsquoIPA-5rsquoe lsquoIPA-6rsquo Ciecircncia eAgrotecnologia Lavras v 24 n 3 p 671-678 julset2000

FAacuteRI M NAGY I CSAacuteNY M MITYKOacute JANDRAacuteSFALVY A Agrobacterium mediated genetictransformation and plant regeneration viaorganogenesis and somatic embryogenesis from cotyledonleaves in eggplant (Solanum melogena cv Kecskemeacutetilila) Plant Cell Reports Berlin v 15 n 12 p 82-86 Dec1995b

FAacuteRI M RESENDE G M MELO N F Avaliaccedilatildeo dacapacidade de regeneraccedilatildeo in vitro em tomateiro industrialPesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 35 n 8 p1523-1529 ago 2000

FARIA R T ILLG R D Introgressatildeo da capacidade deregeneraccedilatildeo de plantas in vitro no tomateiro (Lycopersiconesculentum) In ENCONTRO BRASILEIRO DEBIOTECNOLOGIA VEGETAL REDBIO Brasiacutelia 1993 v1 p 102

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericulturaagrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeode hortaliccedilas Viccedilosa Editora UFV 2000 402 p

FRARY A EARLE E D An examination of factorsaffecting the efficiency of Agrobacterium-mediatedtransformation of tomato Plant Cell Reports Berlin v 16n 34 235-240 Dec 1996

GAMBORG O L MILLER R A OJIMA K Nutrientrequirementsof suspension cultures of soybean root cellsExperimental Cell Research San Diego v50 n1 p151-158 1968

McCORMICK S NIEDERMEYER J F BARNASON AHORSCH R FRALEY R Leaf disc transformation of cultivatedtomato (L esculentum) using Agrobacterium tumefaciensPlant Cell Reports New York v 5 n 2 p 81-84 1986

McCORMICK S Plant tissue culture manualtransformation of tomato with Agrobacterium tumefaciensNew York Kluwer 1991 p1-9

MURASHIGE T SKOOG F A Revised medium for rapidgrowth and bioessays with tobacco tissue culture PhysiologiaPlantarum Copenhagen v15 n5 p473-497 1962

NOGUEIRA F T S COSTA M G C FIGUEIRA M LOTONI W C FINGER F L Regeneraccedilatildeo in vitro deplantas de tomateiro lsquoSanta Clararsquo e seu mutante naturallsquoFirmersquo Ciecircncia e Agrotecnologia Lavras v 25 n 1 p 63-71 janfev 2001

OHKI S BIGOT C MOUSSEAU J Analysis of shoot-forming capacity in vitro in two lines of tomato(Lycopersicon esculentum Mill) and their hybrids PlantCell Physiology Tokyo v 19 n 1 p 27-42 1978

REDENBAUGH K HIATT W MARTINEAU BKRAMER M SHEEHY R SANDERS R HOUCK CEMLAY D Safety assessment of genetically engineeredfruits and vegetables a case study of the Flavr SavrTMtomato London CRC 1992 267 p

RHIM S L CHO H J KIM B D SCHNETTER WGEIDER K Development of insect resistance in tomatoplant expressing the delta-endotoxin gene of Bacillusthuringiensis subsp tenebrionis Molecular BreedingDordrecht v 1 n 2 p 229-236 1995

WIJBRANDI J BOTH M T J de Temperate vegetablecrops Scientia Horticulturae Amsterdam v 55 n 1 p37-63 1993

ZONTA E P MACHADO A A SANEST - sistema deanaacutelise estatiacutestica Campinas Instituto Agronocircmico deCampinas 1989 Software

SILVA A S et al94

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

INDUCcedilAtildeO DE CALOS A PARTIR DE CULTURA DE ANTERAS DECAFEEIRO (Coffea arabica L) CV CATUAIacute VERMELHO 99 E 44

CALLUS INDUCTION FROM ANTHER CULTURE OF COFFEE PLANT (Coffea arabica L) CV CATUAIacute VERMELHO 99 AND 44

ADELAIDE SIQUEIRA SILVA1 JOSEacute MAGNO QUEIROZ LUZ2 DENISE GARCIA SANTANA2 PATRIacuteCIA CRYSTIE VIEIRA MUSTAFA3 MOACIR PASQUAL4 GLAUCIA DE FATIMA MOREIRA VIEIRA E SOUZA2

1Mestranda do Curso de Agronomia ndash Universidade Federal de UberlacircndiaUFU ndash Av Engenheiro Diniz 1178 ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash adelaidebioyahoocombr2Professor Dr ndash Universidade Federal de UberlacircndiaUFU ndash Instituto de Ciecircncias Agraacuterias ndash Curso de Agronomia ndash AV Paraacute Bloco 2E SALA 14campus Umuarana ndash Caixa-Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG3Bioacuteloga Universidade Federal de UberlacircndiaUFU ndash Centro de Ciecircncias Biomeacutedicas ndash Departamento de Agronomia ndash Rua Amazonas snordm - Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos sala 2E-14 ndash Umuarama ndash 38400920 ndash Uberlandia MG ndash patriciacrystiezipmailcombr

4Doutor Departamento de Adgricultura DAG ndash Universidade Federal de Lavras UFLA ndash Campus universitaacuterio ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash mpasqualuflabr

RESUMONo Brasil o cafeacute ainda apresenta poucos progressos com

relaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo da cultura de tecidos vegetais tornando-se degrande importacircncia o conhecimento sobre a atuaccedilatildeo dosreguladores de crescimento Com este trabalho avaliou-se ocomportamento de duas cultivares de Coffea arabica L CatuaiacuteVermelho LCH-2077-2-5-99 e LCH-2077-2-5-44 denominadasrespectivamente de Catuaiacute Vermelho 99 e Catuaiacute Vermelho 44quanto agrave ausecircncia e presenccedila de luz e quantificou-se a interaccedilatildeoentre os reguladores de crescimento 24-D e BAP O experimentofoi realizado no Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos Vegetais daUniversidade Federal de Uberlacircndia As anteras das cultivaresCatuaiacute Vermelho 99 e 44 foram inoculadas em meio basal MSsuplementado com quatro concentraccedilotildees de 24-D (905 181271 e 362 mM) e duas concentraccedilotildees de BAP (0 e 89 mM) napresenccedila de luz e ausecircncia de luz As avaliaccedilotildees para a oxidaccedilatildeointumescimento e calosidade foram realizadas aos 30 dias apoacutes ainoculaccedilatildeo no meio de cultura e o diacircmetro dos calos aos 45 diasApoacutes 30 dias de cultivo os calos obtidos foram classificados emfriaacuteveis esverdeados esbranquiccedilados e cinza Os resultadosmostraram que para ocorrer intumescimento das anterasformaccedilatildeo e aumento do tamanho dos calos de ambas cultivares eacutenecessaacuterio que haja interaccedilatildeo entre a auxina (24-D) e a citocinina(BAP) Dentre os tipos de calos os de coloraccedilatildeo cinza foram osque apresentaram maior frequumlecircncia para as duas cultivares

Termos para indexaccedilatildeo Melhoramento calos reguladores decrescimento cafeeiro

ABSTRACTIn Brazil coffee still presents little progress regarding

the application of plant tissue culture which turns important theunderstanding of the action of growth regulators This workevaluated the in vitro performance of two Coffea arabica Lcultivars Catuaiacute Vermelho LCH-2077-2-5-99 and LCH-2077-2-5-44 known as Catuaiacute Vermelho 99 and Catuaiacute Vermelho 44respectively in the presence and absence of light and theinteraction of 24-D and BAP The experiment was carried out at

the Plant Tissue Culture Laboratory of the Universidade Federalde Uberlacircndia Anthers from both cultivars were inoculated inMS basal medium supplemented with four concentrations of24-D (905 181 271 and 362 mM) and two concentrations ofBAP (0 or 89 mM) in the presence and absence of lightOxidation intumescences and callus formation evaluations wereobtained 30 days after inoculation and callus diameter measuredat 45 days of inoculation The observed callus was classified asfriable greenish whitish or gray The results showed that antherintumescences callus formation and growth of both cultivarsdemand the interaction between the auxin (24-D) and thecytokinin (BAP) Callus presenting gray color were the mostfrequent for both cultivars

Index terms Plant breeding callus growth regulators coffee plant

INTRODUCcedilAtildeO

O cafeeiro pertence agrave famiacutelia Rubiaceae na qual o

gecircnero Coffea abrange cerca de 60 espeacutecies sendo as mais

comuns no mercado Coffea araacutebica L e Coffea canephora

Pierre ex Froehn Os programas de melhoramento do cafeacute

demandam aproximadamente 25 anos desde a hibridaccedilatildeo

ateacute a obtenccedilatildeo de uma nova cultivar (PASQUAL et al

2002) A cultura de anteras eacute considerada uma ferramenta

importante pois possibilita a obtenccedilatildeo de linhas

homozigoacuteticas em uma uacutenica etapa (ANDRADE 1998)

acelerando drasticamente o processo de obtenccedilatildeo de novas

cultivares Sendo assim a teacutecnica de cultura de anteras

vem auxiliar no melhoramento da cultura pois permite a

obtenccedilatildeo de haploacuteides em geraccedilotildees segregantes o que

leva agrave raacutepida produccedilatildeo de plantas homozigotas por meio

(Recebido em 14 de outubro de 2003 e aprovado em 29 de outubro de 2006)

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 95

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

da duplicaccedilatildeo do nuacutemero de cromossomos numa uacutenica

etapa substituindo as geraccedilotildees de auto fecundaccedilatildeo

Acrescenta-se a isso o fato de os haploacuteides serem livres

dos problemas de dominacircncia e recessividade por possuir

apenas um alelo em cada loco gecircnico

No Brasil Coffea arabica ainda apresenta poucos

progressos com relaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo da cultura de anteras

Daiacute a importacircncia de se produzir mais conhecimentos sobre

a atuaccedilatildeo dos reguladores de crescimento na expressatildeo

androgeneacutetica de Coffea arabica identificaccedilatildeo de

genoacutetipos androgecircnicos bem como a determinaccedilatildeo de

condiccedilotildees fiacutesicas mais adequadas agrave incubaccedilatildeo de anteras

nessa espeacutecie

Nos programas de melhoramento as teacutecnicas

convencionais tecircm apresentado resultados promissores

na cultura do cafeacute no que se refere ao aumento de

produtividade e obtenccedilatildeo de novas cultivares Um fator

importante para o sucesso da cultura de anteras eacute conhecer

o estaacutedio ideal de desenvolvimento dos microacutesporos com

o intuito de se obter uma melhor resposta androgeneacutetica

utilizando microacutesporos receacutem-liberados da teacutetrade meioacutetica

ateacute no maacuteximo o estaacutedio binucleado A fase uninucleada

responde positivamente ao processo embriogecircnico porque

nesta fase os microacutesporos apresentam uma parede celular

delgada o que a torna mais receptiva aos fatores externos

Em estaacutedios mais avanccedilados da microsporogecircnese ocorre

um engrossamento da parede celular sendo esta uma

caracteriacutestica do gratildeo de poacutelen maduro do cafeacute

prejudicando o processo de regeneraccedilatildeo (ASCANIO amp

ARCIA 1994) Os autores Grando amp Moraes Fernandes

(1993) sugerem que o potencial embriogecircnico do gratildeo de

poacutelen pode ser determinado tanto no periacuteodo da meiose

quanto no periacuteodo da preacute-mitose do microacutesporo pois

nestes dois momentos o microacutesporo ainda teria

metabolicamente caracteriacutesticas esporofiacuteticas o que

permite a diferenciaccedilatildeo do gratildeo de poacutelen em embriatildeo e

posterior formaccedilatildeo de uma planta

Segundo Mantell et al (1994) satildeo possiacuteveis vaacuterios

tipos de desenvolvimento do microacutesporo in vitro sendo

que tanto o nuacutecleo generativo quanto o vegetativo pode

se dividir continuamente originando um embrioacuteide

haploacuteide ou ainda a primeira mitose produziria dois nuacutecleos

semelhantes e estes se dividiriam repetidamente resultando

na formaccedilatildeo de embrioacuteides haploacuteides

A composiccedilatildeo do meio de cultura tambeacutem eacute de

grande importacircncia para o sucesso da cultura de anteras

natildeo existindo contudo uma recomendaccedilatildeo generalizada

Na maioria das espeacutecies a androgecircnese se verifica em meios

que conteacutem sais minerais sacarose vitaminas reguladores

de crescimento e aacutegar (MORAES FERNANDES 1990) A

consistecircncia do meio normalmente eacute semi-soacutelida mas os

meios liacutequidos estatildeo sendo cada vez mais usados pois

tecircm vantagens no aumento do rendimento pela maior

obtenccedilatildeo de embriotildees e calos (PIERIK 1987) O

presente trabalho teve como objetivo aplicar a teacutecnica da

cultura de anteras em diferentes cultivares de Coffea

arabica verificando os vaacuterios fatores que influenciam a

induccedilatildeo de calos

MATERIAL E MEacuteTODOS

Experimentos de Induccedilatildeo e Regeneraccedilatildeo de Calos

Esta etapa constituiu-se de dois experimentos cada

um com uma cultivar tendo sido conduzidos no laboratoacuterio

de Cultura de Tecidos Vegetais da Universidade Federal

de Uberlacircndia em Uberlacircndia - Minas Gerais no periacuteodo

de setembro de 2002 a janeiro de 2003

Foram utilizados bototildees florais de duas cultivares

de Coffea araacutebica Catuaiacute Vermelho LCH-2077-2-5-99 e

LCH-2077-2-5-44 denominadas respectivamente de Catuaiacute

Vermelho 99 e Catuaiacute Vermelho 44 plantadas na aacuterea

experimental do Campus Umuarama dessa Universidade

Os bototildees florais foram coletados no periacuteodo de 8 agraves 9

horas da manhatilde e armazenados em placas de Petri contendo

papel de filtro umedecido em aacutegua destilada e colocados

dentro de uma caixa de isopor para evitar a desidrataccedilatildeo

ateacute serem conduzidos ao laboratoacuterio

No laboratoacuterio o comprimento dos bototildees foi

medido com o auxiacutelio de um paquiacutemetro e utilizaram-se

SILVA A S et al96

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

bototildees florais entre 45 a 60 mm de comprimento em todos

os experimentos Os bototildees foram envoltos em gaze

previamente autoclavada e desinfestados em uma soluccedilatildeo

de aacutelcool 70 por alguns segundos e por 10 minutos em

soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio a 02 sob agitaccedilatildeo Em

seguida na cacircmara de fluxo laminar foram lavados 3 vezes

em aacutegua destilada e autoclavada Apoacutes este processo as

anteras foram retiradas dos bototildees com o auxiacutelio de uma

lupa uma pinccedila fina e bisturi nordm 10 sendo os uacuteltimos

flambados para cada botatildeo tomando-se o cuidado para

natildeo ferir as anteras Logo apoacutes as anteras foram imersas

por 1 segundo em soluccedilatildeo de aacutecido ascoacuterbico na

concentraccedilatildeo de 600 mgL-1 hipoclorito de soacutedio 02 e

aacutegua destilada e autoclavada respectivamente

Apoacutes este processo as anteras foram inoculadas

em tubo de ensaio contendo 20 mL do meio MS

(MURASHIGE amp SKOOG 1962) suplementado com aacutecido

24-diclorofenoxiaceacutetico (24-D) e 6- benzilaminopurina

(BAP) em diferentes concentraccedilotildees com pH ajustado para

58 Este meio foi esterilizado em autoclave vertical agrave

temperatura de 121deg C sob pressatildeo de 1 atm por 20 minutos

O delineamento experimental utilizado foi o de

blocos casualizados com 10 repeticcedilotildees em esquema fatorial

4 x 2 x 2 sendo que os fatores foram compostos de quatro

concentraccedilotildees de 24-D (905 181 271 362 mM) duas

concentraccedilotildees de BAP (0 e 89 mM) perfazendo oito

tratamentos incubados na ausecircncia ou presenccedila de luz

em sala de crescimento com temperatura de 25 plusmn 2degC e 16

horas de fotoperiacuteodo Nos dois experimentos cada

tratamento teve 10 repeticcedilotildees sendo um tubo com 10

anteras considerado uma repeticcedilatildeo

Aos 30 dias apoacutes a inoculaccedilatildeo das anteras foram

avaliadas as porcentagens de oxidaccedilatildeo de intumescimento

e de formaccedilatildeo de calos (calosidade) e aos 45 dias foi medido

o diacircmetro dos calos

Os calos obtidos das duas cultivares apoacutes 45 dias

de inoculaccedilatildeo das anteras foram transferidos para o meio

MS suplementado com 30 gL-1 de sacarose 6gL-1 de agar e

de 24-DBAP nas seguintes concentraccedilotildees de 1810 181

2 2710 e 3620 mM com pH ajustado para 58 associando

a ausecircncia e presenccedila de luz

Apoacutes a permanecircncia destes calos no meio de cultura

por 30 dias aqueles provenientes da cultivar Catuaiacute

Vermelho 99 incubados na presenccedila de luz foram

transferidos para o meio de cultura contendo 271 mM de

24-D enquanto que aqueles incubados na ausecircncia de

luz foram transferidos para meio contendo 362 mM de 24-

D Jaacute os calos da cultivar Catuaiacute Vermelho 44 incubados

na presenccedila de luz foram transferidos para meio contendo

181 mM de 24-D e 89 mM de BAP e os incubados na

ausecircncia de luz transferidos para o meio contendo 181

mM de 24-D

Apoacutes 30 dias neste tratamento foram avaliadas as

caracteriacutesticas referentes ao tipo de calo (friaacuteveis

esverdeados esbranquiccedilados e cinza)

Os dados obtidos foram testados quanto agrave

normalidade e agrave homogeneidade necessitando de

transformaccedilatildeo em arco seno para os dados em

porcentagem e raiz quadrada de (x + 05) para os dados

referentes ao diacircmetro dos calos

RESULTADOS

Interaccedilatildeo entre os Reguladores de Crescimento e oFotoperiacuteodo

Para a cultivar Catuaiacute 99 em todas as concentraccedilotildees

de 24-D e independentemente da concentraccedilatildeo de BAP a

oxidaccedilatildeo foi menor na ausecircncia de luz diferindo

estatisticamente da fase em que se tinha presenccedila de luz

No entanto nos calos cultivados nas concentraccedilotildees de

905 e 271 mM de 24-D e 89 mM de BAP na ausecircncia de

luz foi observado um aumento significativo na oxidaccedilatildeo

das anteras o mesmo acontecendo na concentraccedilatildeo de

271 mM de 24-D na presenccedila de luz No entanto resultado

inverso foi observado para a concentraccedilatildeo de 362 mM de

24-D (Tabela 1)

Os resultados do percentual de intumescimento

variaram bastante em funccedilatildeo da luminosidade e

reguladores de crescimento (Tabela 1) Na presenccedila do

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 97

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

BAP e concentraccedilatildeo 89 mM de 24-D tanto na presenccedila

ou ausecircncia de luz o intumescimento dos calos natildeo diferiu

significativamente Jaacute na concentraccedilatildeo de 181 mM de 24-

D na presenccedila de luz se mostrou melhor promovendo um

aumento significativo do intumescimento das anteras

Quanto agraves concentraccedilotildees de 271 e 362 mM de 24-D

cultivados na presenccedila de luz se mostrou melhor ao

intumescimento quando comparado agravequeles cultivados na

ausecircncia de luz (Figura 1)

A presenccedila de calos aumentou significativamente

com a incubaccedilatildeo das anteras na ausecircncia de luz e na

TABELA 1 ndash Meacutedias do nuacutemero de anteras oxidadas intumescidas e com calos e diacircmetro dos calos (mm) em funccedilatildeode diferentes concentraccedilotildees de 24-D e ausecircncia ou presenccedila de BAP em duas condiccedilotildees de luminosidade (presenccedilaou ausecircncia de luz) para anteras do genoacutetipo cv 99

Luminosidade1

Oxidaccedilatildeo () Intumescimento ()

Calosidade () Diacircmetro (mm) 24-D M

BAP M luz Escuro Luz Escuro luz Escuro luz Escuro 0 980 b A 395 a A 000b B 434 a A 000 b A 740 a A 000 b A 309 a A 905

89 999 b A 823 a B 398 a A 327 a B 007 b A 615 a A 000 b A 300 a A 0 999 b A 524 a A 000 b B 447 a A 007 b A 750 a A 000 b B 368 a A

181 89 935 b A 511 a A 614 a A 407 b A 030 b A 720 a A 300 b A 387 a A

0 745 b A 000 a A 534 a A 000 b B 530 a A 000 b B 318 a B 000 b B 271

89 914 b B 590 a B 625 a A 634 a A 708 a A 809 a A 377 a A 298 b A 0 999 b B 440 a A 607 a A 492 b A 097 b B 815 a A 300 a B 277 a A

362 89 813 b A 426 a A 493 a B 527 a A 378 b A 758 a A 398 a A 298 b A

1Meacutedias seguidas por letras diferentes minuacutesculas na linha e maiuacutesculas na coluna dentro de cada concentraccedilatildeo de 2-4-D diferem entre si pelo teste de Tuckey a significacircncia de 5

concentraccedilatildeo de 271 mM de 24-D nas demais

concentraccedilotildees de 24-D independente da concentraccedilatildeo

do BAP a incubaccedilatildeo na ausecircncia de luz apresentou

meacutedias de calosidade significativamente maiores (Figura

2) A presenccedila do BAP promoveu aumento significativo

na calosidade das anteras na concentraccedilatildeo 271 mM de

24-D na ausecircncia de luz e na concentraccedilatildeo de 362 mM

de 24-D na presenccedila de luz Nas demais concentraccedilotildees

natildeo houve diferenccedila significativa entre presenccedila ou

ausecircncia de BAP tanto na ausecircncia ou presenccedila de luz

(Tabela 1)

FIGURA 1 ndash Anteras da cv Catuaiacute Vermelho 99 naconcentraccedilatildeo de 181 M de 24-D na presenccedila de luz

FIGURA 2 ndash Calos de anteras incubadas na ausecircncia deluz e na concentraccedilatildeo de 271 M de 24-D

SILVA A S et al98

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

Quanto ao diacircmetro nas concentraccedilotildees 905 e 181 M

de 24-D a ausecircncia de luz promoveu aumento significativo

no diacircmetro dos calos diferindo-se estatisticamente do

tratamento na presenccedila de luz Somente para a concentraccedilatildeo

de 271 mM de 24-D na ausecircncia do BAP natildeo houve diferenccedila

significativa para a caracteriacutestica independentemente do

fotoperiacuteodo Nas demais concentraccedilotildees de 24-D o tratamento

na presenccedila de luz promoveu um aumento significativo no

diacircmetro dos calos No tratamento em que houve a associaccedilatildeo

da presenccedila de luz e de BAP natildeo diferiu estatisticamente do

tratamento em que houve a ausecircncia de BAP quando a

concentraccedilatildeo de 24-D foi de 905 mM nos demais

proporcionou aumento significativo no diacircmetro dos calos

Para o tratamento na ausecircncia de luz apenas na concentraccedilatildeo

de 271 mM de 24-D a ausecircncia de BAP promoveu diminuiccedilatildeo

significativa no diacircmetro de calos Nas demais concentraccedilotildees

natildeo houve diferenccedila significativa entre presenccedila ou ausecircncia

de BAP (Tabela 1)

Para as variaacuteveis intumescimento e calosidade da

cultivar cv 44 a interaccedilatildeo entre 24-D e BAP natildeo diferiram

estatisticamente quanto presenccedila e ausecircncia de luz nas

concentraccedilotildees 905 e 362 mM de 24-D e que tambeacutem natildeo

difere para o diacircmetro na concentraccedilatildeo de 181 mM de 24-

D Jaacute na concentraccedilatildeo 271 mM de 24-D haacute uma semelhanccedila

quanto ao intumescimento calosidade e diacircmetro que

diferem das demais concentraccedilotildees natildeo apresentando

portanto uma boa interaccedilatildeo

A melhor interaccedilatildeo para intumescimento calosidade

e diacircmetro encontra-se respectivamente na concentraccedilatildeo

905 mM de 24-D na presenccedila de luz na concentraccedilatildeo 181

mM de 24-D na ausecircncia de luz e na concentraccedilatildeo 905

mM de 24-D na ausecircncia de luz Jaacute as piores interaccedilotildees

estatildeo na concentraccedilatildeo 271 mM de 24-D na luz tanto para

o intumescimento quanto para o diacircmetro analisados na

Tabela 2

De acordo com a Tabela 2 observou-se que os

melhores resultados ou seja as interaccedilotildees independem

da presenccedila ou ausecircncia de BAP Na Tabela 3 notou-se

uma maior oxidaccedilatildeo das anteras quando incubadas no claro

estas apresentaram uma maior oxidaccedilatildeo em relaccedilatildeo as que

foram incubadas no escuro tornando-se mais tarde calos

previamente oxidados

TABELA 2 ndash Meacutedias do nuacutemero de anteras intumescidas e com calos diacircmetro dos calos (mm) em funccedilatildeo de diferentesconcentraccedilotildees de 24-D e ausecircncia ou presenccedila de BAP em duas condiccedilotildees de luminosidade (luz e escuro) para anterasdo genoacutetipo cv 44

Luminosidade1

Intumescimento () Calosidade () Diacircmetro (mm) 24-D ( M)

BAP ( M) Luz Escuro Luz Escuro Luz Escuro

0 907 a A 775 a A 779 bA 948 aA 609 bA 800 aA 905 89 843 a A 875 a A 889 aA 946 aA 607 aA 420 bB 0 887 a A 852 a A 939 aA 990 aA 490 aA 466 aA

181 89 906 a A 786 a A 917 aA 959 aA 420 aA 493 aA 0 600 b A 772 a A 694 bA 895 aA 000 bA 373 aA

271 89 022 b B 827 a A 294 bB 837 aA 000 bA 376 aA 0 828 a A 737 a A 928 aA 939 aA 414 bA 595 aA

362 89 866 a A 725 a A 949 aA 866 aA 329 aA 376 aA

1Meacutedias seguidas por letras diferente minuacutesculas na linha e maiuacutesculas na coluna dentro de cada concentraccedilatildeo de 2-4-D diferem entre si pelo teste de Tukey a significacircncia de 5

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 99

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

TABELA 3 ndash Meacutedias de oxidaccedilatildeo das anteras entre asdiferentes concentraccedilotildees de 24-D em duas condiccedilotildeesde luminosidade (luz e escuro) para anteras da cultivarCatuaiacute Vermelho 44

Concentraccedilotildees

24-D ( M ) OXIDACcedilAtildeO ()

Claro Escuro 905 749 a 269 b 181 420 a 270 b 271 999 a 221 b 362 308 a 334 a

1Meacutedias seguidas por letras diferentes minuacutesculas na linhadentro de cada concentraccedilatildeo de 2-4-D diferem entre sipelo teste de Tukey a significacircncia de 5

TABELA 4 ndash Tipos de calos obtidos apoacutes 30 dias em meioMS com 362 M de 24-D na ausecircncia de luz da cultivarCatuaiacute Vermelho 99

Tipos de Calos

Nuacutemero de Calos

Nuacutemero de Calos com diacircmetro acima

de 05 mm Friaacuteveis 03 Esverdeados 13 06 Esbranquiaccedilados

03 Cinza 26

Dados de contagem natildeo transformados O recultivo emmeio MS com 362 M de 24-D na presenccedila de luz teve100 de contaminaccedilatildeo apoacutes sua inoculaccedilatildeo

TABELA 5 ndashTipos de calos obtidos apoacutes 30 dias em meioMS com 181 M de 24D e 89 M de BAP na presenccedilade luz da cultivar Catuaiacute Vermelho 44

TABELA 6 ndash Tipos de calos obtidos apoacutes 30 dias em meioMS com 181 M de 24D na ausecircncia de luz da cultivarCatuaiacute Vermelho 44

Tipos de Calos Nuacutemero de Calos

Nuacutemero de Calos com diacircmetro

acima de 05 mm Friaacuteveis 58 Esverdeados 23 214 Esbranquiaccedilados 94 Cinza 203

Tipos de Calos

Nuacutemero de Calos

Nuacutemero de Calos com diacircmetro

acima de 05 mm Friaacuteveis 25 Esverdeados 11 69 Esbranquiaccedilados 19 Cinza 350

Dados de contagem natildeo transformados Dados de contagem natildeo transformados

Nesta etapa a maioria dos calos encontrados para

as trecircs cultivares apresentaram coloraccedilatildeo cinza (Tabelas 4

5 e 6) A perda gradativa da coloraccedilatildeo natural dos calos

passando de verdes para a cor marrom a diminuiccedilatildeo do

ritmo de crescimento dos mesmos a estagnaccedilatildeo do

processo de formaccedilatildeo de embrioacuteides seguido do

surgimento de aacutereas necrosadas na superfiacutecie satildeo sinais

que caracterizam a senescecircncia da cultura (SILVA 2002)

DISCUSSAtildeO

A resposta das anteras da cultivar Catuaiacute Vermelho 99

com relaccedilatildeo agrave oxidaccedilatildeo indica que a mesma estaacute associada agrave

combinaccedilatildeo entre auxina e citocinina promovendo os menores

iacutendices de oxidaccedilatildeo Agrave medida que se aumentou a

concentraccedilatildeo de 24-D na presenccedila de BAP houve um

aumento gradativo da oxidaccedilatildeo ateacute atingir um ponto maacuteximo

em torno de 80 na dosagem de 271 mM de 24-D Jaacute na

ausecircncia de BAP a oxidaccedilatildeo foi bem maior quando comparada

agrave porcentagem de oxidaccedilatildeo na concentraccedilatildeo de 905 mM de

24-D De acordo com Wang amp Huang (1976) o cultivo in

vitro por um periacuteodo longo induz a formaccedilatildeo de compostos

fenoacutelicos no meio que podem causar necrose e posteriormente

morte dos calos Maciel (2001) e Paluacute (2002) citam que pelos

resultados obtidos para a induccedilatildeo de calogecircnese em anteras

de cafeeiro observa-se que eacute necessaacuteria uma auxina

juntamente com uma citocinina Dentre as auxinas sinteacuteticas

o 24-D eacute sem duacutevida o mais adequado agrave induccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do calo (GAMBORG et al 1976)

Para Thomas amp Ravindra (1997) o maior problema

na iniciaccedilatildeo de culturas lenhosas eacute a ocorrecircncia de

compostos fenoacutelicos que estatildeo ligados com processos de

regulaccedilatildeo de crescimento especialmente com as auxinas

que dependendo da sua concentraccedilatildeo endoacutegena no tecido

resulta na induccedilatildeo desses compostos

SILVA A S et al100

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

O fotoperiacuteodo que estas anteras foram submetidas

influenciou tambeacutem na porcentagem de oxidaccedilatildeo sendo

que no escuro e na presenccedila de 24-D (89 mM) a oxidaccedilatildeo

foi miacutenima Agrave medida que foi aumentando a concentraccedilatildeo

da auxina foi aumentando tambeacutem a oxidaccedilatildeo poreacutem este

aumento foi bem menor quando comparado ao cultivo das

anteras na presenccedila de luz

A oxidaccedilatildeo fenoacutelica tem sido controlada em

diferentes espeacutecies lenhosas pela reduccedilatildeo da intensidade

luminosa (MARKS amp SIMPSON 1990) associada com a

substituiccedilatildeo frequumlente do meio de cultura e dessa forma

as chances de se obter sucesso no estabelecimento e

cultivo de explantes de espeacutecies lenhosas satildeo bastante

elevadas (TEIXEIRA 2001)

Em muitas espeacutecies por razotildees natildeo conhecidas a

embriogecircnese direta eacute rara e as plantas tecircm que ser

diferenciadas a partir de calos Para induccedilatildeo destes

geralmente eacute necessaacuteria uma auxina (MAHESHWARI et

al 1982) Segundo Rocha (1998) para a induccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do calo a maioria das espeacutecies parece

comportar-se diferentemente natildeo soacute quanto aos

reguladores de crescimento podendo ocorrer

independentemente de auxinas e citocininas dependente

de ambas ou dependente de uma ou de outra mas tambeacutem

quanto agrave presenccedila ou ausecircncia de luminosidade Sharp et

al (1973) obtiveram calos atraveacutes do cultivo de sementes

folhas e anteras de C arabica das cultivares Mundo Novo

e Bourbon Amarelo A induccedilatildeo de calos tambeacutem foi mais

eficiente na ausecircncia de luz Aleacutem disso Ascanio amp Arcia

(1994) citam que para o desenvolvimento do calo as

anteras devem ser mantidas no escuro jaacute para o

desenvolvimento do embriatildeo os calos devem ser mantidos

no claro

Natildeo houve a formaccedilatildeo de embriotildees e isto pode ser

devido agraves doses de reguladores ou mesmo de combinaccedilotildees

que natildeo foram apropriadas para estas cultivares

CONCLUSAtildeO

Os resultados mostraram que para ocorrer

intumescimento das anteras formaccedilatildeo e aumento do

tamanho dos calos de ambas as cultivares eacute necessaacuterio

que haja interaccedilatildeo entre a auxina (24-D) e a citocinina

(BAP) e incubaccedilatildeo no escuro

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ANDRADE L M C O Otimizaccedilatildeo de teacutecnicas de culturade tecidos para o cafeeiro (Coffea arabica) 1998 86 pDissertaccedilatildeo (Mestrado em Geneacutetica e Melhoramento dePlantas) - Universidade Federal de Lavras Lavras MG

ASCANIO E C E ARCIA M A M Efecto del estado dedesarrollo de las anteras y de un shock teacutermico sobre laandrogeacutenesis en Coffea arabica L var Garnica Cafeacute CacaoTheacute Paris v 28 n 2 p 75-79 avrjuin 1994

GAMBORG O L MURASHIGE T THORPE T VASILI K Plant tissue culture media In Vitro New York v 12 n7 p 473-478 1976

GRANDO M F MORAES FERNANDES M I B Propostade um modelo para explicar a embriogecircnese do gratildeo depoacutelen in vitro In ENCONTRO BRASILEIRO DEBIOTECNOLOGIA VEGETAL 1993 Brasiacutelia DF AnaisBrasiacutelia 1993 v 1 Resumo 69

MACIEL A L de R Embriogecircnese somaacutetica indireta emCoffea arabica L 2001 60 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitotecnia) ndash Universidade Federal de Lavras Lavras MG

MAHESHWARI S C RASHID A TYAGI A K Haploidsfrom pollen grain Retrospect and Prospect American Journalof Botany Columbus v 69 n 5 p 865-879 May 1982

MANTELL S H MATTHEWS J A McKEE R A Princiacutepiosde biotecnologia em plantas uma introduccedilatildeo agrave engenhariageneacutetica em plantas Ribeiratildeo Preto SBG 1994 333 p

MARKS T R SIMPSON S E Reduced phenolicoxidation at culture initiation in vitro following the exposureof field-grown stockplants to darkness or low levels ofirradiance The Journal of Horticultural Science Londonv 65 n 2 p 103-111 Mar 1990

MORAES FERNANDES M I B Obtenccedilatildeo de plantashaploacuteides atraveacutes da cultura de anteras In TORRES AC CALDAS L S (Ed) Teacutecnicas e aplicaccedilotildees da culturade tecidos de plantas Brasiacutelia ABCTPEMBRAPACNPH1990 p 311-332

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 101

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgrowth and bioassays with tobaco tissue culturesPhysiology PlantarumCopenhagen v 15 n 3 p 473-479Mar 1962

PALUacute E G Induccedilatildeo in vitro de calogecircnese em anteras ebrotaccedilotildees em segmentos nodais de Coffea arabica L 200247 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fisiologia Vegetal) -Universidade Federal de Lavras Lavras MG

PASQUAL M MACIEL A L de R CAMPOS K P deSANTOS E C CAMPOS R J C de Induccedilatildeo de calos emanteras de cafeacute (Coffea arabica L) cultivadas in vitro Ciecircnciae Agrotecnologia Lavras v 26 n 1 p71-76 janfev 2002

PIERIK R L M In vitro culture of higher plantAmsterdam The Netherland MN Publishers 1987 344 p

ROCHA A M M R Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitrode cotileacutedones de cajueiro anatildeo precoce (Anacardiumoccidentale L) o clone CP 76 1998 54 p Dissertaccedilatildeo(Mestrado em Fitotecnia) ndash Universidade Federal do CearaacuteFortaleza

SHARP W R CALDAS L S CROacuteCOMO O JMOcircNACO L C CARVALHO A Production of Coffea

Arabica callus of three ploidy levels and subsequentmorphogenesis Phyton Buenos Aires v 31 n 2 p67-741973

SILVA H E Efeito de Genoacutetipo e de Reguladores deCrescimento na Expressatildeo Androgeneacutetica da Soja 200260 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) ndash UniversidadeEstadual Paulista Jaboticabal

TEIXEIRA J B Limitaccedilotildees ao processo de cultivoin vitro de espeacutecies lenhosas In ENCONTROLATINO-AMERICANO DE BIOTECNOLOGIAVEGETAL 4 2001 Goiacircnia Palestra Goiacircnia2001 p 110-113

THOMAS P RAVINDRA M B Shoot tip culturea inmango influence of medium genotypea explant factorsseason and descontamination treatments on phenolicexudation explant survival and axenic cultureestablishment The Journal of Horticultural ScienceLondon v 72 n 5 p 713-722 sept1997

WANG P J HUANG L C Beneficial effects of activatedcharcoal on plant tissue and organ cultures In VitroJournal of the Tissue Culture New York v 12 n 3 p260-262 1976

PEREIRA F D et al102

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

COMUNICACcedilAtildeO CIENTIacuteFICA

PROLIFERACcedilAtildeO IN VITRO DE BROTOS DE CURAUAacuteUTILIZANDO DIFERENTES VOLUMES DE MEIO DE CULTURA

IN VITRO SHOOT PROLIFERATION OF Ananas erectifolius USING DIFFERENTVOLUMES OF CULTURE MEDIUM

FLAacuteVIA DIONIacuteSIO PEREIRA1 JOSEacute EDUARDO BRASIL PEREIRA PINTO2HELEN CRISTINA DE ARRUDA RODRIGUES3 LUCIANA DOMICIANO SILVA ROSADO3

LUIZ ALBERTO BEIJO4 OSMAR ALVES LAMEIRA5

1Doutoranda em Agronomia ndash Universidade Estadual de Feira de SantanaUEFS ndash Horto Florestal ndash 44055-000 ndash Feira de Santana BA ndash flavia1808hotmailcom

2Doutor em Fisiologia Vegetal ndash Departamento de AgriculturaDAG ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash jeduardouflabr

3Graduanda em Agronomia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG4Doutorado em Agronomia ndash Universidade Federal de AlfenasUNIFAL ndash Departamento de Ciecircncias Exatas ndash Rua Gabriel Monteiro da Silva n deg 714 ndash Centro ndash 37130-000 ndash Alfenas MG ndash luizbeijoyahoocombr5Doutor em Agronomia ndash EMBRAPA ndash Amazocircnia Oriental ndash Trav Dr Eneacuteas Pinheiro sn ndash Bairro Marco ndash 66095-100 ndash Beleacutem PA ndash osmarcpatuembrapabr

RESUMOCurauaacute [Ananas erectifolius LBSm ndash Bromeliaceae] eacute

uma espeacutecie com grande potencial de uso de suas fibras comorevestimento na induacutestria automobiliacutestica Aleacutem disso o poacute dosumo do curauaacute tem sido utilizado no tratamento de cicatrizaccedilatildeode lesotildees cutacircneas Neste trabalho avaliaram-se diferentes volumesde meio MS Os volumes utilizados foram de 10 15 20 25 e 30 mLO delineamento experimental foi inteiramente casualizado (DIC)e cada tratamento continha 19 repeticcedilotildees Aos 30 dias avaliaram-se o nuacutemero e o tamanho de brotaccedilotildees Segundo a anaacutelise devariacircncia houve efeito linear do volume de meio na produccedilatildeo debrotos de curauaacute Agrave medida em que se aumenta o volume domeio aumenta o nuacutemero de brotos Natildeo houve diferenccedilasignificativa nos comprimentos dos brotos

Termos para indexaccedilatildeo Ananas erectifolius fibras vegetaismicropropagaccedilatildeo

ABSTRACTAnanas erectifolius LBSm ndash Bromeliaceae is a species

that presents fibers with great potential to be used as revetmentfor the automobile industry Besides the powder obtained fromits juice has been used in the treatment of skin lesionscicatrisation In this work the effect of different volumes (1015 20 25 and 30 mL) of MS medium during the in vitro cultureof axillary buds was evaluated A completely randomized design(CDR) was used with each treatment containing 19 replicatesAfter 30 days of inoculation shoot number and size wereevaluated The analysis of variance showed a linear effect of theculture medium volume and shoot proliferation Higher shoot

number was observed with the increase of medium volume Nosignificant difference was observed on shoot lenght

Index terms Ananas erectifolius vegetable fibermicropropagation

A produccedilatildeo de fibras vegetais ocupa um papel

relevante na economia agriacutecola mundial mesmo com a

intensa produccedilatildeo de fibras sinteacuteticas Mateacuterias-primas de

origens renovaacuteveis reciclaacuteveis e biodegradaacuteveis satildeo uma

das alternativas para a produccedilatildeo de manufaturados

ecologicamente corretos em consequumlecircncia do acuacutemulo

nos descartes de materiais natildeo biodegradaacuteveis os quais

tendem a aumentar com o crescimento populacional nos

centros urbanos A substituiccedilatildeo de materiais derivados do

petroacuteleo na produccedilatildeo de compostos elastomeacutericos por

mateacuteria-prima renovaacutevel vai ao encontro desses ideais

(ROCHA et al 2003)

As fibras sinteacuteticas destacam-se pela elevada

resistecircncia baixa densidade e elevada produccedilatildeo

Entretanto as fibras animais e vegetais satildeo as de maior

importacircncia principalmente para atender aos apelos

(Recebido em 31 de agosto de 2006 e aprovado em 19 de janeiro de 2007)

Proliferaccedilatildeo in vitro de brotos de curauaacute 103

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

ecoloacutegicos e pelo nuacutemero de plantas e animais produtores

de fibras (SCHREIBER1998)

As plantas produtoras de fibras utilizaacuteveis foram

quantificadas por vaacuterios autores e em diferentes eacutepocas

tendo sido enumeradas 2000 mil plantas fibrosas e o seu

total estimado em 2300 destacando-se as florestas tropicais

que encerram recursos inesgotaacuteveis em potencial

(MEDINA 1959)

O curauaacute [Ananas erectifolius LBSm ndash

Bromeliaceae] utilizado principalmente na fabricaccedilatildeo de

cordas sacos e utensiacutelios domeacutesticos surge como

sucedacircneo para o aproveitamento de fibras O curauaacute eacute

uma bromeliaacutecea distribuiacuteda nos Estados do Paraacute Acre

Mato grosso Goiaacutes e Amazonas e eacute cultivada

principalmente por pequenos produtores da regiatildeo do

Lago Grande de Curuai no municiacutepio de Santareacutem PA

Estudos recentes tecircm demonstrado o grande potencial do

uso das fibras dessa planta como revestimento na induacutestria

automobiliacutestica devido agrave sua resistecircncia maciez e peso

reduzido O grande problema eacute que natildeo haacute suprimento

suficiente de mateacuteria-prima para atender agrave induacutestria

automobiliacutestica pois o curauaacute eacute fiel agraves suas origens amazocircnicas

e soacute se desenvolve em clima quente e uacutemido criando um

problema para a aquisiccedilatildeo de mudas fora desta regiatildeo que

por tal motivo eacute escassa no mercado (SILVA 2004)

A micropropagaccedilatildeo utilizando teacutecnicas de cultura

de tecido tem sido um valioso instrumento na propagaccedilatildeo

de diversos tipos de plantas Embora este processo envolva

diferentes etapas depois de definido um protocolo de

micropropagaccedilatildeo seja qual for a espeacutecie este pode ser

otimizado no intuito de se obter placircntulas de alta qualidade

e com baixo valor de produccedilatildeo O tipo e tamanho de frasco

e a quantidade de meio satildeo variaacuteveis que tecircm recebido

pouca atenccedilatildeo embora afetem diretamente a aacuterea superficial

da interface meio de cultura-atmosfera o volume de ar sobre

o meio de cultura e a sua profundidade Tais fatores tambeacutem

afetam a composiccedilatildeo da fase gasosa do frasco e

consequumlentemente o crescimento e desenvolvimento das

culturas (GRATTAPAGLIA amp MACHADO 1998)

Rodrigues et al (2005) verificaram maior

proliferaccedilatildeo de brotos de Cattleya persivaliana Hort

em frascos contendo 50 mL de meio quando comparados

com aqueles de 25 75 e 100 mL Nicoloso amp Erig (2002)

trabalhando com Pfaffia glomerata (Spreng) Pedersen

verificaram que 10 mL de meio MS (MURASHIGE amp

SKOOG 1962) proporcionaram o melhor crescimento

das placircntulas em biomassa quando cultivadas em tubos

de 20 cm de altura x 2 cm diacircmetro em comparaccedilatildeo com

os de 25 cm de altura x 2 cm 15 cm de altura x 2 cm

Carvalho et al (1995) estudando a influecircncia de fatores

fiacutesicos no desenvolvimento e crescimento in vitro de

batata-doce (Ipomoea batatas L Poir) verificaram que

10 mL de meio de cultura por frasco com explantes

proporcionaram maior formaccedilatildeo de gemas em relaccedilatildeo

aos volumes de 20 e 30 mL

Sendo assim objetivou-se neste trabalho avaliar

o volume de meio apropriado para a propagaccedilatildeo in vitro

de brotaccedilotildees de curauaacute

As brotaccedilotildees utilizadas como fonte de explante

foram fornecidas pela EMBRAPACPATU situada em

Beleacutem do Paraacute Gemas axilares de curauaacute foram

inoculadas em meio MS completo suplementado com

20 mgL de BAP (6-Benzilaminopurina) Apoacutes 30 dias

estas se desenvolveram e as brotaccedilotildees obtidas foram

transferidas para o meio MS sem regulador de

crescimento por 30 dias

Apoacutes este periacuteodo quatro explantes foram

desfolhados completamente ficando apenas porccedilotildees

basais com aproximadamente 1cm de comprimento que

foram inoculadas em meio de cultura baacutesico MS sem

regulador de crescimento em frasco de 12 cm de altura por

5 cm de diacircmetro (volume interno = 300 mL) com volumes

de 10 15 20 25 30 mL Os explantes foram mantidos em

sala de crescimento a uma temperatura de 26plusmn1degC e

fotoperiacuteodo de 16 horas sob uma Irradiacircncia de foacutetons de

25mmol m-2 s-1

O delineamento experimental foi inteiramente

casualizado (DIC) Cada tratamento continha 19 repeticcedilotildees

PEREIRA F D et al104

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

(um frasco por repeticcedilatildeo) Aos 30 dias avaliaram-se o

nuacutemero e o comprimento das brotaccedilotildees O programa

utilizado para anaacutelise dos dados foi o software statistica

(SISVAR) tendo sido submetidas agrave anaacutelise de variacircncia

com aplicaccedilatildeo do teste F a 5 de probabilidade

analisando-se as meacutedias por regressatildeo polinomial

O efeito linear foi o mais adequado para explicar

a evoluccedilatildeo da taxa meacutedia de regeneraccedilatildeo do curauaacute Agrave

medida que o volume do meio de cultura aumenta existe

tendecircncia de aumento do nuacutemero de brotos Com 25

mL de meio produziu-se maior nuacutemero de brotos por

frasco (2557) e com 10 mL de meio produziu-se menor

nuacutemero de brotos (1226) O tratamento com 15 mL de

meio produziu 1765 brotos o com 20 mL 1750 e o com

30 mL 2242 (Figura 1) O volume maior de meio

disponibiliza mais nutrientes e diminui tambeacutem a

competiccedilatildeo entre as placircntulas o que explica a tendecircncia

em se obter um maior nuacutemero de brotos agrave medida que

se aumenta a quantidade do meio de cultura Em todos

os tratamentos as brotaccedilotildees obtidas foram vigorosas

com a coloraccedilatildeo verde-escura caracteriacutestica das

plantas matrizes As brotaccedilotildees tinham tambeacutem rigidez

outra caracteriacutestica da espeacutecie o que eacute devido agrave

presenccedila das fibras nas folhas Observou-se maior

concentraccedilatildeo de raiacutezes nas brotaccedilotildees maiores e natildeo

FIGURA 1 ndash Nuacutemero meacutedio de brotos por frasco de curauaacute(Ananas erectifolius) cultivados em diferentes volumesde meio MS completo 10 15 20 25 e 30

foi observada a presenccedila de calos em nenhum dos

tratamentos (Figura 2)

Resultados semelhantes foram obtidos por Reis

Lameira Reis (2004) trabalhando com curauaacute utilizando

volumes de 5 75 10 e 15 mL do meio liacutequido MS suplementados

com 25 mgL-1 de BAP (6-benzilaminopurina) os melhores

resultados sendo com os tratamentos que continham 10 e

15ml produzindo em meacutedia 121 e 154 brotosexplante

respectivamente

Da mesma forma Reis et al(2003) trabalhando com

ipeca (Psychotria ipecacuanha Stokes) em meio MS

acrescido de 15 mg L-1de BAP nos volumes de 10 20 30

e 40 mL obtiveram melhor resultado com os volumes de 30

e 40 mL (7 e 8 brotosfrasco respectivamente)

Quanto ao comprimento dos brotos natildeo houve

diferenccedila significativa Os brotos t iveram um

crescimento meacutedio de 228 cm sendo que no tratamento

com 10 mL de meio foi 257 cm com 15 mL 222 cm

com 20 mL 224 cm com 25 mL 224 cm e o tratamento

com 30 mL 215 cm Embora natildeo se tenham realizado

estudos mais aprofundados uma das hipoacuteteses

sugeridas para explicar tais resultados possivelmente

estaacute relacionada a fatores nutricionais do explante

Segundo Cappelades et al (1991) e Pereira et al (2001)

porccedilotildees basais satildeo mais robustas apresentando maior

quantidade de reservas acumuladas em seus tecidos

o que poderia levar agrave utilizaccedilatildeo dessas reservas pelas

brotaccedilotildees regeneradas para sustentar seu crescimento

Esta seria uma das causas da uniformidade apresentada

no tamanho das brotaccedilotildees em todos os tratamentos

Resultados iguais foram obtidos em estudos feitos por

Rodrigues et al (2005) quando avaliaram comprimento

meacutedio de duas espeacutecies de orquiacutedeas mantidas em meio

de cultura cujos volumes testados eram de 25 50 75 e

100 mL Portanto verifica-se que eacute muito importante

selecionar material com bom estado fisioloacutegico e

tamanho homogecircneo para se obter melhores

resultados na proliferaccedilatildeo das brotaccedilotildees eou na

morfogecircnese

Proliferaccedilatildeo in vitro de brotos de curauaacute 105

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

FIGURA 2 ndash Brotaccedilotildees de curauaacute (Ananas erectifolius) produzidas in vitro em diferentes volumes de meio MS 1-Repicagem dos brotos 2- 10 mL de meio MS 3- 15 mL de meio MS 4- 20 mL de meio MS 5- 25 mL de meio MS 6- 30mL de meio MS

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CARVALHO R FAVARETTO N PINTO J E B P Influecircnciade fatores fiacutesicos no desenvolvimento e crescimento in vitrode batata-doce (Ipomea batatas (l) Peir Ciecircncia e PraacuteticaLavras v 19 n 2 p 158-164 abrjun 1995

CAPPELADES M LEMEUR R DEBERGH P Effects ofsucrose on starch acumulation and rate of photosyntesisin Rosa cultured in vitro Plant Cell Tissue and OrganCulture Amsterdam v 25 n 1 p 21-26 Apr 1991

GRATTAPAGLIA D MACHADO M A MicropropagaccedilatildeoIn TORRES A C CALDAS L S (Ed) Cultura de tecidos etransformaccedilatildeo geneacutetica de plantas Brasiacutelia EMBRAPA-SPIEMBRAPA-CNPH 1998 p 183-260

MEDINA J C Plantas fibrosas da flora mundialCampinas Instituto agronocircmico 1959 913 p

MURASHIGE T SKOOG F A Revised medium for rapidgrowth and biossays with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-479 1962

PEREIRA F D et al106

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

NICOLOSO F T ERIG A C Efeito do tipo de segmentonodal e tamanho do recipiente no crescimento de plantasde Pfaffia glomerata in vitro Ciecircncia e AgrotecnologiaLavras v 26 p 1499-1506 dez 2002 Ediccedilatildeo especial

PEREIRA F D BRAGA M F SAacute M E L ALCINO OG COLENGHI I C Influecircncia de BAP e NAA namultiplicaccedilatildeo de abacaxi cv Perolera a partir de brotosestiolados in vitro Bioscience Journal Uberlandia v 17n 2 p 49-60 Dec 2001

REIS Eacute S PINTO J E B P CORREcircA R MPEREIRA F D BERTOLUCCI S K V Influecircncia dosmeios MS e WPM associados a diferentesconcentraccedilotildees de Benzilaminopurina na multiplicaccedilatildeode ipeca (Psychotria ipecacuanha (Brot) Stokes InCONGRESSO BRASILEIRO DE CULTURA DE TECIDOSDE PLANTAS 1 2003 Lavras Anais Lavras UFLA2003 p 273

REIS J N R LAMEIRA O M REIS L R S1Aprimoramento de protocolos de propagaccedilatildeo in vitro de

curauaacute Disponiacutevel lthttpwwwbiologocombrgt Acessoem ago 2004

ROCHA E C GHELER JUacuteNIOR J Aproveitamento deresiacuteduos gerados na aglomeraccedilatildeo de fibras de coco comLaacutetex natural Mateacuteria Teacutecnica Disponiacutevel em lthttpwwwbiologocombrgt Acesso em jun 2003

RODRIGUES J D ARAUacuteJO A G ASSIS F A ACAVALLARI L L PASQUAL M Crescimento in vitro deplacircntulas de orquiacutedeas quantidade de meio de cultura enuacutemero de explantes In CONGRESSO DE INICIACcedilAtildeOCIENTIacuteFICA DA UFLA ndash CICESAL 18 2005 Lavras MGAnais Lavras UFLA 2005 1CD-ROM

SILVA C Paiacutes pesquisa mais fibras naturais para carrosDisponiacutevel em lthttpwwwsebrae_sccombrn o v o s _ d e s t a q u e s o p o r t u n i d a d e mostra_mateacuteriaaspcd_noticia=8356gt Acesso em out 2004

SCHREIBER V (Org) Vias de desenvolvimentosustentaacutevel as dimensotildees do desafio Beleacutem UFBANUMAPOEMAIDESP 1998 495 p (POEMA 6)

NORMAS PARA PUBLICACcedilAtildeO DE ARTIGOS E COMUNICACcedilOtildeES CIENTIacuteFICAS

1 Os conceitos e afirmaccedilotildees contidos nos artigos e comunicaccedilotildeesseratildeo de inteira responsabilidade do(s) autor(es)

2 A revista ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo editadasemestralmente pela Editora da Universidade Federal de Lavras(Editora UFLA) publica artigos cientiacuteficos e comunicaccedilotildeescientiacuteficas da aacuterea de cultura de tecidos de plantas elaboradospor membros da comunidade cientiacutefica nacional e internacionalNatildeo eacute cobrada taxa para publicaccedilatildeo de trabalhos Eacute condiccedilatildeofundamental que os artigoscomunicaccedilotildees submetidos agrave apreciaccedilatildeoda revista ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo natildeo forame nem seratildeo publicados simultaneamente em outro lugar Com aaceitaccedilatildeo do artigo para publicaccedilatildeo os editores adquirem amplose exclusivos direitos sobre o artigo para todas as liacutenguas e paiacutesesA publicaccedilatildeo de artigoscomunicaccedilotildees dependeraacute da observacircnciadas Normas Editoriais dos pareceres do Corpo Editorial e daComissatildeo ad hoc Todos os pareceres tecircm caraacuteter sigiloso eimparcial e tanto os autores quanto os membros do CorpoEditorial eou Comissatildeo ad hoc natildeo obtecircm informaccedilotildeesidentificadoras entre si

3 Os artigos e comunicaccedilotildees submetidos para publicaccedilatildeo deveratildeoser apresentados em CD utilizando-se o processador de textoMicrosoft Word for Windows (version 98 2000 XP ou 2003)ser escrito em liacutengua portuguesa inglesa ou espanhola e usarsomente nomenclaturas oficiais e abreviaturas consagradas natildeoempregando abreviaturas no tiacutetulo do artigo Juntamente com oCD deveratildeo ser enviadas 4 (QUATRO) vias sendo uma originale as demais coacutepias omitindo os autores e a chamada de rodapeacute daprimeira paacutegina (para serem enviadas aos consultores cientiacuteficos)impressas em papel branco tipo A4 (21cm x 297cm) ou emformulaacuterio contiacutenuo em uma soacute face espaccedilo duplo entre linhasfonte Times New Roman tamanho 12 observada uma margemde 3 cm para o lado esquerdo e de 2 cm para o direito 25 cm paramargem superior e inferior 25 cm para o cabeccedilalho e 25 cm parao rodapeacute Cada trabalho deveraacute ter no maacuteximo 14 paacuteginas ejunto do mesmo deveraacute ser encaminhado ofiacutecio dirigido ao EditorChefe da revista solicitando a publicaccedilatildeo do artigo Esse ofiacuteciodeveraacute ser assinado por todos os autores constar o endereccedilocompleto telefone e e-mail de todos Qualquer inclusatildeo exclusatildeoou alteraccedilatildeo na ordem dos autores deveraacute ser notificada medianteofiacutecio assinado por todos os autores (inclusive do autor excluiacutedo)

4 O artigo cientiacutefico deveraacute conter os seguintes toacutepicos a)TIacuteTULO suficientemente claro conciso e completo evitandopalavras supeacuterfluas Recomenda-se comeccedilar pelo termo querepresente o aspecto mais importante do trabalho com os demais

termos em ordem decrescente de importacircncia b) TIacuteTULO EMINGLEcircS c) NOME(s) DO(s) AUTOR(es) no maacuteximo 6 (seis)em letras maiuacutesculas um apoacutes o outro centralizados e no rodapeacuteda primeira paacutegina deveratildeo vir a formaccedilatildeo acadecircmica e aInstituiccedilatildeo onde trabalham d) RESUMO (de acordo comNBR6028 da ABNT) O resumo natildeo deve ultrapassar a 250(duzentos e cinquumlenta) palavras e natildeo possuir paraacutegrafos Apoacuteso Resumo devem-se incluir TERMOS PARA INDEXACcedilAtildeO(palavraschave) diferentes daqueles constantes do tiacutetulo eseparados por viacutergula Os termos para indexaccedilatildeo devem estardescritos na forma maiuacutescula e minuacutescula serem expressotildees queidentifiquem o conteuacutedo do artigo ser indicadas entre 3 e 5 e sepossiacutevel extraiacutedas do vocabulaacuterio Thesagro ndash Thesaurus AgriacutecolaNacional desenvolvido pela CENAGRI (indicaccedilatildeo da revistaldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquopara evitar o usode vaacuterios sinocircnimos como termos de indexaccedilatildeo) Se natildeo foremencontrados descritores disponiacuteveis para cobrirem a temaacutetica doartigo poderatildeo ser indicados termos ou expressotildees de usoconhecido e) ABSTRACT incluindo em seguida INDEXTERMS f) INTRODUCcedilAtildeO (incluindo a revisatildeo de literatura)g) MATERIAL E MEacuteTODOS h) RESULTADOS EDISCUSSAtildeO (podendo conter tabelas e figuras) i)CONCLUSOtildeES e j) REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

5 A comunicaccedilatildeo deveraacute conter os seguintes toacutepicos a)TIacuteTULO suficientemente claro conciso e completo evitandopalavras supeacuterfluas Recomenda-se comeccedilar pelo termo querepresente o aspecto mais importante do trabalho com os demaistermos em ordem decrescente de importacircncia Deve serapresentada a versatildeo do tiacutetulo para o idioma inglecircs b) TIacuteTULOEM INGLEcircS c) NOME(s) DO(s) AUTOR(es) no maacuteximo 6(seis) em letras maiuacutesculas um apoacutes o outro centralizados e norodapeacute da primeira paacutegina deveratildeo vir a formaccedilatildeo acadecircmica e aInstituiccedilatildeo onde trabalham d) RESUMO (de acordo comNBR6028 da ABNT) O resumo natildeo deve ultrapassar a 250(duzentos cinquumlenta) palavras e natildeo possuir paraacutegrafos Apoacutes oResumo devem-se incluir TERMOS PARA INDEXACcedilAtildeO(palavras-chave) diferentes daqueles constantes do tiacutetulo eseparados por viacutergula Os termos para indexaccedilatildeo devem estardescritos na forma maiuacutescula e minuacutescula serem expressotildees queidentifiquem o conteuacutedo do artigo ser indicadas entre 3 e 5 e)ABSTRACT incluindo em seguida INDEX TERMS f)TEXTO [sem subdivisatildeo poreacutem com introduccedilatildeo material emeacutetodos resultados e discussatildeo e conclusatildeo subtendidos(podendo conter tabelas ou figuras)] e g) REFEREcircNCIASBIBLIOGRAacuteFICAS

6 AGRADECIMENTOS ao fim do texto e antes das ReferecircnciasBibliograacuteficas poderatildeo vir os agradecimentos a pessoas ouinstituiccedilotildees O estilo tambeacutem aqui deve ser soacutebrio e claroindicando as razotildees pelas quais se fazem os agradecimentos

7 TABELAS E QUADROS deveratildeo ser inseridos apoacutes citaccedilatildeodos mesmos dentro do proacuteprio texto

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS as referecircnciasbibliograacuteficas devem ser citadas conforme a NBR60232002 daABNTA exatidatildeo das referecircncias constantes da listagem e a corretacitaccedilatildeo no texto satildeo de responsabilidade do(s) autor(es) doartigo

Orientaccedilotildees gerais- Deve-se apresentar todos os autores do documento cientiacutefico(fonte)- O nome do perioacutedico deve ser descrito por extenso natildeo deveser abreviado- Em todas as referecircncias deve-se apresentar o local de publicaccedilatildeo(cidade) a ser descrito no lugar adequado para cada tipo dedocumento- As referecircncias devem ser ordenadas alfabeticamente

EXEMPLIFICACcedilAtildeO (TIPOS MAIS COMUNS)

ARTIGO DE PERIOacuteDICO

VIEIRA R F RESENDE M A V de Eacutepocas de plantio deervilha em Patos de Minas Uberaba e Janauacuteba Minas GeraisCiecircncia e Agrotecnologia Lavras v 24 n 1 p 74-80 janmar 2000

LIVRO

a) Livro no todo

STEEL R G D TORRIE J H Principles and procedures ofstatistics New York McGraw-Hill Book l960 481 p

b) Parte de livro com autoria especiacutefica

FLEURY J A Anaacutelise ao niacutevel de empresa dos impactos daautomaccedilatildeo sobre a organizaccedilatildeo da produccedilatildeo de trabalho InSOARES R M S M Gestatildeo da empresa Brasiacutelia IPEAIPLAN 1980 p 149-159

c) Parte de livro sem autoria especiacutefica

MARTIM L C T Nutriccedilatildeo de bovino de corte em confinamentoIn ______ Confinamento de bovino de corte 2 ed Satildeo PauloNobel 1986 cap 3 p 29-89

DISSERTACcedilAtildeO E TESE

GONCcedilALVES R A Preservaccedilatildeo da qualidade tecnoloacutegicade trigo (Triticum aestivum L) e controle de Rhyzoperthadominica (F) durante o armazenamento em atmosferacontrolada com Co2 e N2 1997 52 f Dissertaccedilatildeo (Mestradoem Ciecircncia dos Alimentos) ndash Universidade Federal de LavrasLavras 1997

MATIOLI G P Influecircncia do leite proveniente de vacasmastiacuteticas no rendimento de queijo frescal 2000 55 pDissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias dos Alimentos) - UniversidadeFederal de Lavras Lavras 2000

Nota ldquoA folha eacute composta de duas paacuteginas anverso e versoAlguns trabalhos como teses e dissertaccedilotildees satildeo impressos apenasno anverso e neste caso indica-se frdquo (ABNT NBR60232002p 18)

TRABALHOS DE CONGRESSO E OUTROS EVENTOS

SILVA J N M Possibilidades de produccedilatildeo sustentada de madeiraem floresta densa de terra firme da Amazocircnia brasileira InCONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO 6 1990 Campos doJordatildeo Anais Campos do Jordatildeo SBSSBEF 1990 p 39-45

DOCUMENTOS ELETROcircNICOS

As obras consultadas online satildeo referenciadas conformenormas especiacuteficas para cada tipo de documento (monografia notodo e em parte trabalho apresentado em evento artigo deperioacutedico artigo de jornal etc) acrescidas de informaccedilotildees sobreo endereccedilo eletrocircnico apresentado entre braquetes (lt gt)precedido da expressatildeo ldquoDisponiacutevel emrdquo e da data de acessoao documento precedida da expressatildeo ldquoAcesso emrdquo

Nota ldquoNatildeo se recomenda referenciar material eletrocircnico de curtaduraccedilatildeo nas redesrdquo (ABNT NBR60232000 p 4) Segundopadrotildees internacionais a divisatildeo de endereccedilo eletrocircnico no fimda linha deve ocorrer sempre apoacutes barra ()

Monografia (acesso online)

a) Livro no todo

TAKAHASHI T (Coord) Tecnologia em foco BrasiacuteliaSocinfoMCT 2000 90 p Disponiacutevel em lthttpwwwsocinfoorgbrgt Acesso em 22 ago 2000

b) parte de livro

TAKAHASHI T Mercado trabalho e oportunidades In ______Sociedade da informaccedilatildeo no Brasil livro verde BrasiacuteliaSocinfoMCT 2000 cap 2 p 13-24 Disponiacutevel em lthttpwwwsocinfogovbrgt Acesso em 22 ago 2000

c) Parte de congresso seminaacuterio etc

GIESBRECHT H O Avaliaccedilatildeo de desempenho de institutos depesquisa tecnoloacutegica a experiecircncia de projeto excelecircncia napesquisa tecnoloacutegica In CONGRESSO ABIPTI 2000Fortaleza Gestatildeo de institutos de pesquisa tecnoloacutegicaFortaleza Nutec 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwabiptiorgbrgt Acesso em 01 dez 2000

d) Tese

SILVA E M Arbitrariedade do signo a liacutengua brasileira desinais (LIBRAS) 1997 144 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emLinguumliacutestica Aplicada e Estudo de Liacutengua) - Pontifiacutecia UniversidadeCatoacutelica de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1997 Disponiacutevel em lthttpwwwterracombrvirtualbooks freebookportdid teseshtmgtAcesso em 28 nov 2000

Artigo de perioacutedico (acesso online)

RESENDE A M G Hipertexto tramas e trilhas de um conceitocontemporacircneo Informaccedilatildeo e Sociedade Recife v 10 n 12000 Seccedilatildeo Educaccedilatildeo Disponiacutevel em lthttpwwwinformaccedilatildeoesociedadeufpbbrgt Acesso em 30 nov 2000

CITACcedilAtildeO PELO SISTEMA ALFABEacuteTICO (AUTOR-DATA)(conforme ABNT NBR105202002)Dois autores - Steel amp Torrie (1960) ou (STEEL amp TORRIE1960)Trecircs ou mais autores - Valle et al (l945) ou (VALLE et al 1945)Obs Quando forem citados dois autores de uma mesma obradeve-se separaacute-los pelo sinal amp (comercial)

9 CASO O ARTIGO CONTENHA FOTOGRAFIASGRAacuteFICOS FIGURAS SIacuteMBOLOS E FOacuteRMULASESSAS DEVERAtildeO OBEDECER AgraveS SEGUINTESNORMAS

91 Fotografias deveratildeo ser apresentadas em preto e branconiacutetidas e com contraste inseridas no texto apoacutes a citaccedilatildeo dasmesmas e tambeacutem em um arquivo agrave parte salvas em extensatildeoldquoTIFFrdquo ou ldquoJPEGrdquo com resoluccedilatildeo de 300 dpi

92 Figuras deveratildeo ser apresentadas em preto e branco niacutetidase com contraste inseridas no texto apoacutes a citaccedilatildeo das mesmas etambeacutem em um arquivo agrave parte salvas em extensatildeo ldquoTIFFrdquo ouldquoJPEGrdquo com resoluccedilatildeo de 300 dpi As figuras deveratildeo serelaboradas com letra Times New Roman tamanho 10 semnegrito sem caixa de textos e agrupadas

93 Graacuteficos deveratildeo ser inseridos apoacutes citaccedilatildeo dos mesmosdentro do proacuteprio texto elaborado preferencialmente em Excelcom letra Times New Roman tamanho 10 sem negrito

94 Siacutembolos e Foacutermulas Quiacutemicas deveratildeo ser feitas emprocessador que possibilite a formataccedilatildeo para o programa PageMaker (ex MathType Equation) sem perda de suas formasoriginais

10 O Editor Chefe notificaraacute o autor do recebimento do originale posteriormente o informaraacute sobre sua publicaccedilatildeo Os artigosque necessitarem de modificaccedilotildees seratildeo devolvidos ao autor paraa devida revisatildeo

11 Os artigos natildeo aprovados seratildeo devolvidos

12 Os artigos seratildeo publicados em ordem de aprovaccedilatildeo

13 O natildeo-cumprimento dessas normas implicaraacute na devoluccedilatildeodo artigo ao autor

14 Os casos omissos seratildeo resolvidos pela Comissatildeo Editorial

15 O artigo deveraacute ser enviado para

ABCTPPlant Cell Culture amp MicropropagationUniversidade Federal de LavrasDepartamento de Biologia - Setor de Fisiologia VegetalCaixa Postal 3037Lavras ndash MGCEP 37200-000E-mail abctpuflabr

INSTRUCTIONS FOR AUTHORS

1 Concepts and affirmations included in articles andcommunications are of the entire responsibility of the authors

2 ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo a semestral journaledited by Editora UFLA of the Universidade Federal de Lavraspublishes scientific articles and communications in the area ofplant tissue culture elaborated by researchers of the national andinternational scientific community There are no page charges forpublication Submission of a manuscript implies that it is neitherunder consideration for publication elsewhere nor has appearedpreviously in part or in whole On acceptance for publicationauthors assign to the Editors full copyright of the manuscript inall languages and countries Publications will depend on editorialrules and on the review of experts and ad hoc commissionReviewer and editorial opinions will be anonymouslycommunicated to authors

3 The articles and communication submitted for publicationmust be presented in CD using the program Microsoft Wordfor Windows (version 98 2000 XP or 2003) written inPortuguese English or Spanish using only conventionalnomenclature At the time of submission authors are requiredto submit together with the CD 4 (four) hard copies one originaland three copies without the name(s) of the author(s) as well asthe footnote on the first page (to be used by the reviewers)printed on A4 white paper (21 cm x 297cm) or on continuousform typewritten only on one side double spaced using fontTimes New Roman size 12 with a 3 cm margin on the left handside and 20 cm margin on the right hand side 25 cm upper andlower margin 25 cm for the heading and 25 cm for the footnoteThe manuscript must present a maximum of 14 pages At thetime of submission a cover letter must be sent with themanuscript copies to the Editor requesting publication of thearticle This cover letter must be signed by all authors andalso contain the full address telephone number and e-mail ofthe authors Any inclusion exclusion or alteration in the authorsorder must be notified and signed by all authors including theone excluded

4 Each manuscript must be organized in a) TITLE sufficientlyclear conspicuous and complete without superfluous words Itis recommended to initiate with the term that represent the mostimportant aspect with other terms in decreasing of importanceb) TITLE in Portuguese c) FULL NAME(s) OF THEAUTHOR(s) maximum of 6 (six) in capital letters one after theother in the center of the page with the footnote of the first pagecontaining their professional qualification or academic training

and their work institution d) ABSTRACT written continuouslywithout paragraph It must not exceed 250 words Index termsmust be enclosed after the abstract using terms different fromthose used in the title and separated by comma The index terms(3 to 5) must be described in capital and small letters and expressthe content of the article e) ABSTRACT and INDEX TERMSin Portuguese f) INTRODUCTION (including literaturereview) g) MATERIAL AND METHODS h) RESULTS ANDDISCUSSION (it may include tables and figures) i)CONCLUSIONS and j) REFERENCES

5 Communication must have the following topics a) TITLEsufficiently clear conspicuous and complete without superfluouswords It is recommended to initiate with the term that representthe most important aspect with other terms in decreasing ofimportance The PORTUGUESE version of the title has to bepresented b) TITLE in Portuguese c) FULL NAME(s) OFTHE AUTHOR(s) maximum of 6 (six) in capital letters oneafter the other in the center of the page with the footnote of thefirst page containing their professional qualification or academictraining and their work institution d) ABSTRACT writtencontinuously without paragraph It must not exceed 250 wordsIndex terms must be enclosed after the abstract using termsdifferent from those used in the title and separated by commaThe index terms (3 to 5) must be described in capital and smallletters and express the content of the article e) ABSTRACTand INDEX TERMS in Portuguese f) TEXT (with no divisionbut must include introduction material and methods results anddiscussion and conclusion (it may include tables and figures) andg)REFERENCES

6 ACKNOWLEDGEMENTS Acknowledgements to peopleor institutions might be included at the end of the text priorReferences The written style must be serious and clear indicatingthe reasons of the acknowledgements made

7 TABLES AND FIGURES must be included right after theircitation in the text

8 REFERENCES references must be cited according toNBR60232002 of ABNT All references and their correct citationin the text are of the entire responsibility of the author(s)- Some important orientations all authors of the scientificdocument must be presented (source) the journal must be citedusing its full name all references must present the name of thecity where the journal was published all references must be citedalphabetically

9 PHOTOGRAPHS GRAPHS FIGURES SYMBOLS ORFORMULA CONTAINED IN THE ARTICLE SHOULDOBEY THE FOLLOWING RULES

91 Photographs must be presented in black and whiteclear and with contrast inserted in the text after their citationand also in a separate file (on the same diskette as the article)saved in extension ldquoTIFFrdquo or ldquoJPEGrdquo with resolution of300 dpi

92 Figures must be presented in black and white clear andwith contrast inserted in the text after their citation and also in aseparate file (on the same diskette as the article) saved inextension ldquoTIFFrdquo or ldquoJPEGrdquo with resolution of 300 dpiThey must be elaborated using Times New Roman font size10 without bold without text box and arranged

93 Graphs must be inserted in the text after their citationelaborated preferentially in Excel using Times New Romanfont size 10 without bold

94 Symbols and Chemical Formula must be presented usinga word processor that permits a format for Page Maker (exMathType Equation) without loss of its original form

10 The Brazilian Association of Plant Tissue Culture (ABCTP)will inform the author the receipt of the original manuscript andeventually it will also send information regarding its publicationManuscripts that require modifications will be returned to theauthor for the respective revision andcorrections

11 Manuscripts not approved will be returned to the author

12 Articles will be published according to the order of receiptand approval

13 If any of these rules are not attended the manuscript will bereturned to the author

14 Manuscripts should be sent to the following address

ABCTPPlant Cell Culture amp MicropropagationUniversidade Federal de LavrasDepartamento de Biologia - Setor de Fisiologia VegetalCaixa Postal 3037Lavras ndash MGCEP 37200-000BrazilE-mail abctpuflabr

Page 2: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909

A revista ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo editada semestralmente pela Editora daUniversidade Federal de Lavras (Editora UFLA) publica artigos cientiacuteficos da aacuterea de cultura de tecidos deplantas por membros da comunidade cientiacutefica nacional e internacional Com uma tiragem de 600 exemplareseacute distribuiacuteda aos membros da ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE CULTURA DE TECIDOS DEPLANTAS (ABCTP) em dia com a anuidade

Para se associar agrave ABCTP consulte o site ltwwwabctpuflabrgt

PERMUTA

A revista ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo deseja fazer permuta com revistas de aacutereas afins

ABCTP

Universidade Federal de Lavras - Departamento de BiologiaSetor de Fisiologia Vegetal - Caixa Postal 3037 - Lavras ndash MG - CEP 37200-000

E-mail abctpuflabr

FICHA CATALOGRAacuteFICA

Plant Cell Culture amp Micropropagation = Cultura de Ceacutelulas amp Micropropagaccedilatildeo de Plantas ndash v 1 n 1 (janjun 2005)- ndash Lavras Ed UFLA 2005- v il

Semestral (junho e dezembro) Publicaccedilatildeo Cientiacutefica da Associaccedilatildeo Brasileira de Cultura de Tecidosde Plantas (ABCTP) ISSN 1808-9909

1 Cultura de Tecidos de Plantas I Associaccedilatildeo Brasileira de Culturade Tecidos de Plantas II Universidade Federal de Lavras Departamen-

to de Biologia Setor de Fisiologia Vegetal

INDEXADO porAGRISAGROBASE

CDD (22ordf ed) 58072405

DIRETORIA

Presidente ndash Renato Paiva ndash UFLA Secretaacuterio ndash Moacir Pasqual ndash UFLA

Secretaacuterio Adjunto ndash Antocircnio Carlos Torres ndash EMBRAPA Hortaliccedilas Tesoureiro ndash Guilherme Augusto Canella Gomes ndash Benger do Brasil

COMISSAtildeO EDITORIAL

EDITOR CHEFE Renato Paiva ndash UFLA

CONSELHO EDITORIAL Antocircnio Carlos Torres ndash EMBRAPA Hortaliccedilas

Moacir Pasqual ndash UFLA Renato Paiva ndash UFLA

REVISAtildeO DE REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Luiz Carlos de Miranda ndash UFLA

NOMENCLATURA CIENTIacuteFICA Manuel Losada Gavilanes ndash UFLA

EDITORACcedilAtildeO Christyane Aparecida Caetano ndash Editora UFLA

Aleacutezia Conceiccedilatildeo Modesto Ribeiro ndash Editora UFLA Luciana Carvalho Costa ndash Editora UFLA

REVISAtildeO DE PORTUGUEcircS Amanda Jackeline Santos Silva

REVISAtildeO DE INGLEcircS Renato Paiva

ndash UFLA

SECRETARIACr ist iano Mar t inot t o ndash UFLA

Daiane Peixot o Var gas ndash UFLA

EDI TORES ASSOCI ADOSEnio Luiz Pedrotti - UFSC

Fr ancisco de Assis Paiva Campos - UFCGilber t o Bar bant e Ker bauy - USP

J oatildeo Bat ist a Teixeir a - EMBRAPA Recur sos Geneacutet icos e Biot ecnologiaJ oseacute Ant ocircnio Pet er s - UFPEL

Kasumit su Mat sumot o- EMBRAPA Recur sos Geneacutet icos e Biot ecnologiaLilia Gomes Willadino - UFRPE

Linda St yer Caldas - UNBLuciana Ribas - UFPR

Magdi Ahmed I br ahim Alouf a - UFRNMar guer it e Ger maine Ghislaine Quoir in- UFPR

Miguel Pedr o Guer r a - UFSCMiklos Gaacutebor Faacuter i ndash Univer sidade de Debr ecen ndash Ungr ia

Otto Jesu Crocomo ndash ESALQ - USPRenat o de Oliveir a Resende - UNB

Schuyler Kor ban ndash Univer sidade de I llinois - Est ados UnidosSilvio Lopes Teixeira - UENF

Ter ezinha Rangel Camar a ndash UFRPEWagner Apar ecido Vendr ame ndash Univer sidade da Floacuter ida ndash Est ados Unidos

Wagner Campos Ot oni ndash UFV

CONSULTORI A CI ENTIacute FI CA (Vol 2 N 2)Alexandr e Hof f mann ndash EMBRAPA Uva e VinhoAlexandr e Mor ais do Amar al ndash EMBRAPA-I AC

Aloisio Xavier ndash UFVAnt ocircnio Chalf un J unior ndash UFLA

Eur ico Eduar do Pint o de Lemos ndash UFALEvar ist o Maur o de Cast r o ndash UFLAGilber t o Bar bant e Ker bauy ndash USP

J oatildeo Bat ist a Teixeir a ndash EMBRAPA Cenar gemJoseacute Raniere F Santana ndash UEFS

Luiz Ant ocircnio Biasi ndash UFPRMiguel Pedr o Guer r a ndash UFSC

Osmar Alves Lameir a ndash EMBRAPA Amazocircnia Or ient alOt t o J esu Cr ocomo ndash ESALQ USP

Ricar do Tadeu de Far ia ndash UELWagner Campos Ot oni ndash UFV

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-106 2006

Plant Cell Culture amp Micropropagation

ISSN 1808-9909

CONTEUacuteDO

01 In vitro propagation of Melissa officinalis L and production of essential oil In vitro propagation of Melissa officinalis L and production of essential oil Simone da Silva Celso Luiz Salgueiro Lage Maria Apparecida Esquibel Rosane Aguiar da Silva San Gil Alice Sato

53

02 Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (ORCHIDACEAE) em diferentes concentraccedilotildees de sais de Knudson C e carvatildeo ativado In vitro growth of Laelia tenebrosa (ORCHIDACEAE) in different concentrations of Knudson C salts and activated charcoal Aparecida Gomes de Araujo Moacir Pasqual Alba Regina Pereira Herminio Souza Rocha 61

03 Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea em diferentes meios de cultura e concentraccedilotildees de citocinina In vitro propagation of orchid plantlets cultivated in different culture media and cytokinin concentrations Aparecida Gomes de Araujo Moacir Pasqual Adriano Bortolotti da Silva Fabiacuteola Villa Hermiacutenio Souza Rocha Fernanda Carvalho Costa 68

04 Efeito do viacuterus das estrias da bananeira na micropropagaccedilatildeo e no crescimento das plantas da cultivar caipira durante a aclimatizaccedilatildeo Effect of banana streak virus on micropropagation and plant growth of cultivar caipira during acclimatization Daniela Garcia Silveira Antocircnio da Silva Souza Paulo Ernesto Meissner Filho Tales Miler Soares Ranulfo Correa Caldas Kaacutetia Regina Barbosa Leatildeo 74

05 Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees de Agapanthus umbellatus var minor multiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria Morphological and physiological characteristics Agapanthus umbellatus var minor of shoots propagated in bioreactor of temporary immersion Luciana Alves Fogaccedila Denilson Dortzbach Antonio Carlos Alves Enio Luiz Pedrotti 80 06 Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro cultivar Santa Clara In vitro regeneration capacity of tomato plant cultivar Santa Clara Glaucia de Fatima Moreira Vieira e Souza Joseacute Magno Queiroz Luz Alcione Silva Arruda Denise Garcia Santana Mariana de Souza e Silva da Costa Teixeira Luciana Londe Adelaide Siqueira Silva Elisacircngela Rodrigues Figueira 88

07 Induccedilatildeo de calos a partir de cultura de anteras de cafeeiro (Coffea arabica L) cv Catuaiacute Vermelho 99 e 44 Callus induction from anther culture of coffee plant (Coffea arabica L) cv Catuaiacute Vermelho 99 and 44 Adelaide Siqueira Silva Joseacute Magno Queiroz Luz Denise Garcia Santana Patriacutecia Crystie Vieira Mustafa Moacir Pasqual Glaucia de Fatima Moreira Vieira e Souza 94

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-106 2006

Plant Cell Culture amp Micropropagation

ISSN 1808-9909

COMUNICACcedilAtildeO CIENTIacuteFICA

08 Proliferaccedilatildeo in vitro de brotos de Curauaacute utilizando diferentes volumes de meio de cultura In vitro shoot proliferation of Ananas erectifolius using different volumes of culture medium Flaacutevia Dioniacutesio Pereira Joseacute Eduardo Brasil Pereira Pinto Helen Cristina de Arruda Rodrigues Luciana Domiciano Silva Rosado Luiz Alberto Beijo Osmar Alves Lameira 102

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 53

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

IN VITRO PROPAGATION OF Melissa officinalis L AND PRODUCTIONOF ESSENTIAL OIL

IN VITRO PROPAGATION OF Melissa officinalis L AND PRODUCTION OFESSENTIAL OIL

SIMONE DA SILVA1 CELSO LUIZ SALGUEIRO LAGE2 MARIA APPARECIDA ESQUIBEL3ROSANE AGUIAR DA SILVA SAN GIL4 ALICE SATO5

1Doutoranda em Biotecnologia Vegetal ndashUFRJIBC Chagas Filho ndash Av Brigadeiro Trompowsky SN Ccs ndash Bloco G ndash Sala G2-050 ndash Cidade Universitaacuteria ndash Laboratoacuterio de Fisiologia Vegetal ndash Ilha do Fundatildeo ndash 21949-900 ndash Rio de Janeiro RJ ndash monybiofufrjbr

2Dr em Biofiacutesica ndashUFRJ ndash Instituto de Biofiacutesica Carlos Chagas Filho ndash Laboratoacuterio de Fisiologia Vegetal ndash Ilha do Fundatildeo ndash 21949-900 ndash Rio de Janeiro RJ ndash clslagebiofufrjbr3Poacutes-Doutorado em Bioeletrogecircnese ndash UFRJ ndash Instituto de Biofiacutesica Carlos Chagas Filho ndash Laboratoacuterio de Fisiologia Vegetal ndash Ilha do Fundatildeo ndash 21949-900 ndash Rio de Janeiro RJ ndash esquibelbiofufrjbr4Dra em Quiacutemica Orgacircnica ndash Ufrj DQO ndash Edifiacutecio do Centro de Tecnologia ndash Bloco A ndash Sala 605 ndash Ilha do Fundatildeo ndash Cidade Universitaacuteria ndash Caixa Postal 068556 ndash 21941-972 ndash Rio de Janeiro RJ ndash rsangilIqufrjbr5Dra em Biotecnologia Vegetal ndash UNIRIODCN ndash Centro de Ciecircncias Bioloacutegicas e da Sauacutede ndash Av Pasteur 458 Preacutedio da ECB ndash 4ordmandar Sala 415 URCA ndash 22290-240 ndash Rio de Janeiro RJ ndash alicesatouniriobr

ABSTRACTThis work presents an efficient protocol for micropropagation

of Melissa officinalis L through axillary bud proliferation obtainedfrom in vitro germinated seeds on basal Murashige amp Skoog medium(MS) The explants were grown on MS supplemented with differentgrowth regulators NAA (05 mM) KIN (05 mM) BA (05 mM)GA

3 (28 microM) and IAA (05 mM) Higher shoot proliferation and

rooting rates were obtained on MS supplemented with 05 microM IAAMicropropagated plants were acclimatized and transferred to soilwith success The essential oil composition in shoots of in vitro andfield-grown (ex vitro) plants was determined by gas chromatographymass spectrometry The major components of essential oils detectedin both plant materials were pujone neral geraniol and geranial Mofficinalis in vitro plantlets developed on MS media showed 14higher proportions of nerol and 41 of geraniol when compared withfield grown plants

Index terms Growth regulators medicinal plant tissue culture

RESUMOEste trabalho apresenta um protocolo raacutepido e eficiente

para propagaccedilatildeo in vitro de Melissa officinalis L atraveacutes daproliferaccedilatildeo de gemas axilares de plantas obtidas de sementesgerminadas em meio basal de Murashige amp Skoog (MS) Os explantesforam cultivados em meio de Murashige amp Skoog (MS) 1962com adiccedilatildeo de diferentes reguladores de crescimento Aacutecido alfa-naftaleno-aceacutetico (ANA ndash 05 mM) Cinetina (KIN ndash 05 mM)Benziladenina (BA ndash 05 mM) Aacutecido Gibereacutelico (GA

3 ndash 28 microM)

e Aacutecido Indolaceacutetico (AIA ndash 05 mM) O alongamento e formaccedilatildeode segmentos nodais maacuteximos foram obtidos com AIA Explantesdesenvolveram 5 novos brotos com 10 cm em meacutedia e 100 deenraizamento em 30 dias de cultura Plantas micropropagadasforam aclimatadas e transferidas para o solo com sucesso Acomposiccedilatildeo do oacuteleo essencial de partes aeacutereas de plantas produzidasin vitro e plantas crescidas em campo (ex vitro) foi determinadapor cromatografia gasosa acoplada agrave espectrometria de massas Os

principais componentes do oacuteleo essencial encontrados em ambosos materiais vegetais foram a pujona neral geraniol e geranial Asplantas de Melissa officinalis desenvolvidas in vitro em MSapresentaram aumento de 14 vezes na proporccedilatildeo do nerol e de 41na de geraniol quando comparadas agraves plantas ex vitro

Termos para indexaccedilatildeo Reguladores de crescimento plantamedicinal cultura de tecidos

INTRODUCTION

Melissa officinalis L (Lamiaceae) is a well-known

herb used to give fragrance to different food and beverage

products It has also been used as a medicinal plant for

treatment of headaches gastrointestinal disorders

nervousness and rheumatism The essential oil is a well-

known antibacterial and antifungal agent and it is also

responsible for the mild depressive and spasmolytic

properties of the plant Literature data pointed out antioxidant

properties of methanolic extracts of Melissa officinalis which

are mostly due to high portion of phenolic acids revealing

significant antimicrobial particularly antibacterial activity of

this essential oil (MIMICA-DUKIC et al 2004)

The chemical composition of the essential oil of

Melissa officinalis leaf (02-1 on dry weight) has been

studied The major compounds (10-40) are citral (neral

and geranial) and these are accompanied by limonene

cineole geraniol szlig-caryophyllene and spathulenol The

(Recebido em 06 de setembro de 2005 e aprovado em 21 de junho de 2006)

SILVA S da et al54

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

leaf also contains polyphenolic compounds

hydroxycinnamic derivatives with verbascoside (53)

flavonoids such as luteolin 7-glucoside and luteolin 7-

diglucuronide (08) These compounds probably

intervene in the antispasmodic activity Iridoid glucosides

were also reported and the infusion contains potassium

(CARNAT et al 1999)

Cultivation of medicinal plants for the purpose of

extraction of active constituents may face certain limitations

such as climate season water availability diseases and

pests and scarcity of naturally growing plants Such

limitations led to the use of tissue culture techniques for

production of the active constituents Tissue culture

provides means of rapid propagation of a large number of

uniform plants while maintaining their genotype Beneficial

uses of tissue culture for the purpose of extraction of

secondary metabolites include avoidance of collection of

endangered wild species production of secondary

metabolites due to rapid growth of cultures in vitro

(ARIKAT et al 2004)

Due to the importance of this plant for multiple

purposes and the difficulty to produce active compounds

in vitro the application of methods that provide higher

number of cloned plants of M officinalis is justified aiming

to select high quality plant lines to extensive culture and

extraction of pharmaceutical products In Brazil M

officinalis is used in phytomedicine by pharmaceutical

industries One of the most critical problems of

phytomedicine is the natural variation of plants chemical

constituents (CURRIER et al 2000) This variation could

be originated from genetical factors or under influence of

environmental characteristics

The use of in vitro systems have been reported as

an effective tool for obtaining genetically uniform plants

which can be the source for less variable pharmaceutical

preparations Plant regeneration of M officinalis has been

achieved using as explants cotyledonary nodes of 10-day-

old Melissa officinalis seedlings (TAVARES et al 1996)

shoot tips from plants cultivated at greenhouse

(MEacuteSZAacuteROS et al 1999) using various types and

concentrations of cytokinins auxins and triacontanol

(TANTOS et al 1999)

The aim of this work is to develop a

micropropagation method in order to obtain a significant

number of monoclonal plants for further field cultivation

comparing the essential oil content and composition

between micropropagated and field-grown plants

MATERIALS AND METHODS

Plant material

Representative specimens from field grown plants

of M officinalis were selected and submitted to Erika Von

Sohsten Medeiros and Angela Vaz (Rio de Janeiro

Botanical Garden) for the taxonomic confirmation A

voucher nordm RB ndash 365926 is deposited at the Herbarium of

Rio de Janeiro Botanic Garden

Melissa officinalis seeds were obtained from

commercial market ISLAR batch Nordm 8250 The seeds were

germinated and grown to the seedling stage in vitro Seeds

were pre-treated by immersion into 2 commercial bleach

solution (Globoacirc) for 20 min and then rinsed thoroughly

in running tap water After that the seeds were surface

sterilized in 70 ethanol for 20 min followed by 15 min in a

20 commercial bleach solution containing 2-3 drops of

Tween 20 under aseptic conditions and rinsed three times

with sterile distilled water The seeds were cultured on MS

(MURASHIGE amp SKOOG 1962) solid medium

supplemented with 30 gL-1 sucrose 148 mM thiamine-

HCl 243 mM pyridoxine-HCl 41 mM nicotinic acid and

06 mM myo-inositol The pH value was adjusted at 58 plusmn

01 before addition of 8 gL-1 of agar and the media were

sterilized in autoclave (120 degC during 15 min) The cultures

were incubed at 25 plusmn 1 degC under a 16 h light 8 h dark

regime at an irradiance of 230 mmolm-sup2s-1 (white light

illumination Sylvaniaacirc fluorescent tubes)

Establishment of in vitro shoot cultures

From in vitro 8-day-old germinated seeds plants

(20-30 cm in length) of three different clones designated

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 55

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

as clones 1 2 e 3 were selected and axillary shoot induction

takes place from nodal segments (1 cm in length)

subcultivated on MS hormone-free media (MS0) These

materials were used as donors of explants to be tested

with different culture media 05mM a-naphthaleneacetic

acid (NAA) 05mM kinetin (KIN) 05mM benzyladenine

(BA) 28 mM gibberellic acid (GA3) and 05mM indole-3-

acetic acid (IAA) Cultures were grown in 300 mL glass

flasks containing 40 ml of media each

Shoot proliferation rate length of both shoots and

roots and calli formation were monitored as growth

parameters Each treatment was replicated 3 times using

100 explants per repetition Subcultures were performed at

30 days intervals

Acclimatization

A total of 60 in vitro rooted microshoots (those grown

on MS + IAA during 30 days with average height of 10 cm

were removed from the medium and the agar washed gently

with tap water They were transferred to 60 cm diameter

plastic pots containing soil and humus (31 vv) and kept at

a greenhouse High humidity environment was provide by

covering the plants with a plastic foil and watering them

one time per day during the first 2 weeks Then plants were

gradually exposed to greenhouse conditions for 1 month

and finally transferred to the field where they were cultivated

during one year until complete life cycle

Extraction

Field-grown and fresh in vitro plantlets aerial parts

(100 g each) were submitted to hydro distillation for 140 h

in a Clevenger type apparatus as recommended by the

Brazilian Pharmacopoeia (1988) in replicate (n = 2) The

time between the isolation and analysis was the same in all

experiments to preclude differences in composition due to

external factors (SILVA et al 2003)

Gas chromatographic and gas chromatography-massspectrometric analysis

Gas chromatography with flame ionization

detection (GCFID) was carried out on a Varian Star Model

3350 instrument using a capillary column coated with DB-

5 (30 m x 025 mm i d 025 mm film thickness J amp W

Scientific Folsom CA USA) The GC oven was heated

using the following program 40 oC to 220 oC at 4 oC min-1

with an initial isothermal period of 1 min splitless The

detector and injector temperatures were held at 280 oC

Hydrogen was used as carrier gas The injection consisted

of 10 microL of distilled oil diluted with hexane The GCMS

analyses were carried out on a Hewlett-Packard (Agilent

Technologies Avondale USA) Model 5972 MSD coupled

to a HP 5890 GC The GC conditions were the same as

above except for the fact that helium was used as carrier

gas The mass spectrometer was operated on electron

impact mode at 70 eV Molecular assignments were

performed with the help of the Wiley 275 standard library

of mass spectra literature data (ADAMS 1995) authentic

geraniol standard (Sigma Part Number G5135) and mass

spectra interpretation besides the comparison with

previously published elution order (KREIS amp MOSAND

1994) Quantification was performed from GC profiles using

area percent since in the literature the FID response factor

for most of monoterpenes is determined as 1 (CARNAT et

al 1999)

Statistical analysis

Data for each experiment were subjected to analysis

of variance (ANOVA) and means were compared using the

Tukey-Kramer test Percent data were submitted to

significance test ndash difference between two percentages

using the Statistica for WindowsTM 50 version A

significance level of 5 was used for all statistical analysis

RESULTS AND DISCUSSION

In vitro multiplication of Melissa officinalis was

followed during four developing cycles Micropropagation

papers usually present an efficient protocol evaluated in

only one developing cycle This kind of protocol however

may fail when the cultures have to be kept during long

time many successive subcultures being necessary in

order to produce large number of clonal plants

SILVA S da et al56

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

In vitro establishment

In this work three different clones of M officinalis

were used and they had shown similar development

responses on in vitro cultures

The clones 1 and 2 had in vitro multiplication rate

lower than the clone 3 which means a decrease in the

absolute number of nodal segments (Fig 1A and B) From

these results the clone 3 was selected to run the tests

The average number of four new nodes was

produced by explant on MS0 after 30 days and this value

was used as a control to evaluate effects of the presence

of growth regulators in the media (Tab 1)

FIGURE 1 ndash Nodal segments development of three clones of Melissa officinalis on MS+ 05 M IAA during 30 daysA) Multiplication rate of in vitro culture from 2nd to 4th subcultures B) Number of nodal segments developed per clone

TABLE 1 ndash Effect of growth regulators in Melissa officinalis axillary segments culture after four weeks of culture

Culture Media

Shoot Explant

xplusmnse

Shoot Length (CM)

Multiplication Rate (ndeg of

Nodal Segment Explant)

Node Plantlet

xplusmnse

Root Frequency

()

Root Number

Explant xplusmnse

Root Length

(CM) xplusmnse

MS0 171B 403 08B 68C 41 B 50 105 11B 30 06B

05 M KIN 111C 349 11C 33D 31 C 50 073 09C 27 07C

28 M GA3 111C 100 03D 22E 21 D 50 071 09C 25 07C

05 M IAA 191B 1000 09A 95B 51 A 100 897 08A 137 08A

05 M NAA

301A 333 16C 90A 31 C 0 0 - 05 M BA 111C 385 54C 33D 31 C 0 0 -

Value are means (x) plusmn standard error (se) n=100 Values in the same column followed by the same letter do not differstatistically at Pdrdquo005

The influence of plant growth regulators and their

interactions on micropropagation of different plant species

have been discussed in detail by Lameira et al (2005) Rout

et al (1989) Rout amp Das (1997ab) Skirvin et al (1990) and

Zieslin et al (1989)

In this work addition of IAA to MS presented the

best results among all tested growth regulators in all

evaluated parameters However to shoot production there

is no statistical difference to the control The analysis of

effects of the other growth regulators shows that only

05mM NAA was able to improve shoot production

although it is not able to promote rhizogenesis

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 57

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

The use of MS plus 05mM Kinetin or 05mM BA

or 05mM NAA promoted the development of three nodal

segments per elongated plant in 30 days culture (Tab

1) However when BA was used these new shoots

exhibited apical necrosis When GA3 (28 mM) was added

to medium there was induction of only one shoot per

explant and after 30 days there were 2 nodes per

elongated shoot

There was no rooting in explants placed on MS

added of NAA and BA In MS medium containing KIN or

GA3

and in basic MS 50 of the shoots developed new

roots in 30 days of culture

The best result of rhizogenesis was presented

by explants cultured in MS plus IAA where 100 of

shoots rooted with more than 8 new roots per explant

(Tab 1) In terms of root length the cultures in MS

supplemented with IAA presented longer roots when

compared with the other media compositions used at

the present work

In short the addition of 05mM of IAA was chosen

as that presenting the best results in all evaluated

parameters (Fig 2A)

The action of IAA on the in vitro plant

development was in accordance to the known effects of

such hormone (CLELAND 1995) Shoot elongation was

obtained concomitantly with rooting in media MS plus

05 mM IAA That is specially interesting once it may

reduce the micropropagation process through nodal

segments explants to only three steps germination

shoot elongation and multiplication concomitant to

rooting this represents gain of time culture medium

and constitutes a quick micropropagation process

Tavares et al (1996) reported a micropropagation

utilizing cotyledonary nodes as explants The highest

average number of shoots in the two inoculations was

obtained with 2 mgL-1 of BA 24 axillary shoots per

explant 7 in the first inoculation and 17 in the second

one Shoots of the two inoculations were excised after

30 and 60 days respectively

Acclimatization

Melissa officinalis leaves are very sensitive to

water loss and this process is irreversible it was necessary

to provide a high humidity environment during the first

acclimatization period plants were covered with a plastic

foil during 2 weeks before being gradually exposed to

greenhouse conditions The acclimatization procedure

used for in vitro plants was successful and a total of 100

survival rate (n=60) was obtained Acclimatized plants

appeared normal and did not exhibit any morphological

abnormalities or variations These results permitted the

soil cultivation (Fig 2B) without chemical defensives

during one year up to the complete vegetative cycle

(flowering)

Essential oils content

Comparative analysis of the chromatographic

profiles showed high percentage of neral and geranial in

relation to nerol and geraniol in field grown (ex vitro)

plantlets and in MS0 (in vitro)

The relative content of the principal components

of essential oil of the aerial parts of M officinalis are

presented as mean peaks area () on Fig 2C geranial

(3813 and 4364) neral (2674 and 317) geraniol (329 and

153) and nerol (116 and 187) in plants cultured ex vitro

and in vitro respectively Plantlets developed in vitro on

MS0 media showed an increase of 14 times in the

proportion of nerol and 41 times of geraniol when

compared with ex vitro cultured plants

Field plants are exposed to considerable more

stressful conditions such as lower relative humidity higher

light levels and herbivory those are the more stressful

The latter conditions tend to favor a greater essential oil

accumulation (TAVARES et al 2004) On other hand

plantlets grown in vitro have been continuously exposed

to a unique microenvironment that has been selected to

provide minimal stress and nearly optimal conditions for

plant multiplication

SILVA S da et al58

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

FIGURE 2 ndash A) In vitro culture of Melissa officinalis on MS + IAA in 30 days of culture B) Ex vitro culture six monthsafter transference to soil maximum height 60 cm C) Composition and percentage of the most abundant essential oilcomponents of Melissa officinalis from aerial parts (100 g Fresh Weight) from in vitro e ex vitro culture

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 59

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

CONCLUSIONS

Melissa officinalis micropropagation can be made

using nodal segments from in vitro plants during 5 weeks

in MS media without growth regulators and posterior

subculture in MS media with 05 mM IAA for a better

development Multiplication rates of 44 and 40 were

obtained at the 3rd and 4th subcultures respectively

It was observed a significant difference between

the effects of auxins IAA and NAA The latter exerted an

unsatisfactory influence on the nodal segment formation

shoot length and rooting when compared with the results

obtained with IAA

The plants produced in vitro were vigorous and

after acclimatization they were well adapted After 1 month

at the greenhouse the survival rate was 100

Considering that the main objective of this work is

to produce monoclonal plants to be used by phytomedicine

industries it is important that the method presents a large

number of buds per explant This result plus an efficient

acclimatization stage can save time and produce

monoclonal plants in sufficient number to be used in

commercial field culture Our results showed a change in

the essential oil composition in the proportion of active

compounds However the characteristics of the oil of in

vitro and ex vitro M officinalis plants were not altered

The manipulation of the culture media composition

is an important biotechnological tool for the optimization

of the essential oils production With this technique this

work developed a protocol for highly production of plants

and productivity in the components (geraniol geranial and

neral) of the oil

ACKNOWLEDGMENTS

This work was supported by ICUNIRIO FAPERJ

and CNPq

REFERENCES

ADAMS R P Identification of essential oil componentsby gas chromatographymass spectroscopy WashiongtonAllured Publishing Corporation 1995 467 p

ARIKAT N A JAWAD F M KARAM N S SHIBLIMicropropagation and accumulation of essential oils inwild sage (Salvia fruticosa Mill) Scientia HorticulturaeAmsterdan v 100 n 14 p 193-202 Mar 2004

CARNAT A CARNAT A P FRAISSE D LAMAISON JD The aromatic and polyphenolic composition of lemonverbena tea Fitoterapia Milano v 70 n 1 p 44-49 Feb 1999

CLELAND R E Auxin and cell elongation In DAVIES PJ Plant hormones and their role in plant growth anddevelopment 2 ed Dordrecht Kluwer 1995 p 214-227

CURRIER S J JOHNSTON P D GORELICK J K HerbalMedicines Science and Medicine Philadeiphia v 7 n 1p 40-43 2000

FARMACOPEacuteIA BRASILEIRA Determinaccedilatildeo de oacuteleosessenciais em drogas vegetais 4 Ed Satildeo Paulo Atheneu1988 Part 1 v426-v427

KREIS P MOSANDL A Chiral compounds of essentialoils Part XVI Enantioselective multidimensional gaschromatography in authenticity control of balm oil (Melissaofficinalis L) Flavour and Fragrance Journal Chichesterv 9 n 5 p 249-256 1994

LAMEIRA O A LOPES S C NOGUEIRA R CCORDEIRO I M C C PINTO J E B P REIS L R SEfeito de diferentes concentraccedilotildees de reguladores decrescimento sobre a micropropagaccedilatildeo de mogno (Swieteniamacrophylla King) por meio de explantes juvenis PlantCell Culture amp Micropropagation Lavras MG v1 n 2 p53-58 2005

MEacuteSZAacuteROS A BELLON A PINTEacuteR A HORVARTHG Micropropagation of lemon balm Plant Cell Tissueand Organ Culture Dordrecht v 57 n 2 p 149-152 1999

MIMICA-DUKIC N BOZIN B SOKOVIC M SIMINN Antimicrobial and Antioxidant Activities of Melissaofficinalis L (Lamiaceae) Essential Oil Journal ofAgricultural and Food Chemistry Washington v 52 n 9p 2485-2489 May 2004

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgrowth and bioassays with tobacco tissue culturesPhysiologia Plantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 Mar 1962

SILVA S da et al60

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

ROUT G R DEBATA B K DAS P In vitro Mass-scalePropagation of Rosa Hybrida cv Landora CurrentScience Bangalore v 58 n 15 p 876-878 Aug 1989

ROUT G R DAS P In vitro Organogenesis in ginger(Zingiber officinale Rosc) Journal of Herbs Spices andMedicinal Plants Bermingham v 4 n 4 p 41-51 1997a

ROUT G R DAS P Techniques of Micropropagation invitro In BOSE T K MITRA S K SADHU M KDAS P (Ed) Propagation of tropical and subtropicalhorticultural crops Calcutta Kalyani Publishers 1997bp 105-116

SILVA S Composiccedilatildeo do oacuteleo essencial de Melissaofficinalis L in vitro sob accedilatildeo de reguladores decrescimento 2003 64 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emBiotecnologia Vegetal) ndash Universidade Federal do Rio deJaneiro Rio de Janeiro

SKIRVIN R M CHU M C YOUNG H J R InAMMIRATO P V EVANS D R SHARP W R BAJAJ

Y P S Editors Handbook of Plant Cell Cultures NewYork Macmillan 1990 v 5 p 716-743

TANTOS Aacute MEacuteSZAROS A KISSIMON J HORVAacuteTHG FARKAS T The Effect of Triacontanol onMicropropagation of Balm Melissa officinalis L Plant CellReports New York v19 n 1 p 88-91 Nov 1999

TAVARES A C PIMENTA M C GONCcedilALVES M TMicropropagation of Melissa officinalis L throughproliferation of axillary shoots Plant Cell Reports NewYork v 15 n 6 p 441-444 Feb 1996

TAVARES E S LOPES D BIZZO H R LAGE C L SLEITAO S G Kinetin Enhanced Linalool Production by invitro Plantlets of Lippia alba Journal of Essential OilResearch Coron Stream v 16 n 5 p 405-408 SeptOct 2004

Zieslin N Starkman f zamski e Growth of rose flowerpeduncles and effects of applied plant growth regulatorsPlant Growth Regulation Dordrecht v 8 n 1 p 65-76Mar 1989

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 61

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

CRESCIMENTO IN VITRO DE Laelia tenebrosa (ORCHIDACEAE)EM DIFERENTES CONCENTRACcedilOtildeES DE SAIS DE KNUDSON C

E CARVAtildeO ATIVADO

IN VITRO GROWTH OF Laelia tenebrosa (ORCHIDACEAE) IN DIFFERENTCONCENTRATIONS OF KNUDSON C SALTS AND ACTIVATED CHARCOAL

APARECIDA GOMES DE ARAUJO1 MOACIR PASQUAL2 ALBA REGINA PEREIRA3HERMINIO SOUZA ROCHA4

1Doutoranda em AgronomiaFitotecnia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash agaraujo2003yahoocombr2Dr Professor Titular do Departamento de Agricultura ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash LavrasMG ndash mpasqualuflabr3Doutoranda no Jardim Botacircnico do Rio de Janeiro ndash ENBTJBRJ ndash Pacheco Leatildeo 915 ndash 22460-030 ndash Rio de Janeiro RJ4Doutorando em AgronomiaFitopatologia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash herminiouflanetcombr

RESUMOObjetivou-se testar diferentes concentraccedilotildees de carvatildeo

ativado adicionado ao meio Knudson C no crescimento in vitrode orquiacutedeas Placircntulas de Laelia tenebrosa (LA Rolfe) LARolfe com 1 a 15 cm de comprimento e contendo raiacutezes foraminoculadas em frascos contendo 40 mL de meio de cultura Ostratamentos consistiram na combinaccedilatildeo de concentraccedilotildees de carvatildeoativado (0 05 10 20 e 40 g L-1) e sais minerais de Knudson C(0 50 100 150 e 200) acrescidos de sacarose (20 g L-1) Omeio foi solidificado com 6 g L-1de aacutegar e o pH ajustado para58plusmn01 antes da autoclavagem a 121degC e 11 atm por 20 minutosApoacutes a inoculaccedilatildeo os frascos foram mantidos sob 25 plusmn 1degCfotoperiacuteodo de 16 horas e 32 mM m-2 s-1 de irradiacircncia Apoacutes 150dias verificou-se que a adiccedilatildeo de 2g L-1 de carvatildeo ativado ao meiocom metade dos sais de Knudson C promoveu melhor crescimentoin vitro das placircntulas de Laelia tenebrosa

Termos para indexaccedilatildeo Orquiacutedea meio de cultura cultura detecidos

ABSTRACTThe objective of this work was to test the effect of

Knudson C medium supplemented with different concentrationsof activated charcoal on the in vitro growth of orchids Plantletsof the Laelia tenebrosa (LA Rolfe) LA Rolfe measuring 1-15cm in length containing roots were inoculated in flasks containing40 mL of culture medium The treatments consisted of differentconcentrations of activated charcoal (0 05 10 20 and 40 g L-

1) combined with Knudson C salts (0 50 100 150 and 200)supplemented with sucrose (20 g L-1) The medium was solidifiedwith agar (6 g L-1) and pH adjusted to 58plusmn01 before autoclavingat 121ordmC and 11 atm during 20 minutes After inoculation theexplants were transferred to culture rooms with temperaturemaintained at 25plusmn1ordmC during a 16 hours photoperiod with a lightintensity of 32 microM m-2s-1 The best in vitro growth rates of

Laelia tenebrosa plantlets were obtained using Knudson C 50supplemented with 2 g L-1 activated charcoal after 150 days ofculture

Index terms Orchid culture medium tissue culture

INTRODUCcedilAtildeO

A produccedilatildeo de orquiacutedeas a partir germinaccedilatildeo

assimbioacutetica eacute uma alternativa viaacutevel para obtenccedilatildeo de

grande nuacutemero de plantas em curto espaccedilo de tempo

suprindo assim a necessidade dos produtores de

orquiacutedeas na aquisiccedilatildeo de mudas

Na cultura de tecidos os meios de cultura

geralmente satildeo compostos de uma fonte de carboidratos

macro e micronutrientes e outras substacircncias como

vitaminas aminoaacutecidos accediluacutecares agente solidificante

reguladores de crescimento (GEORGE amp SHERRINGTON

1984) e eventualmente aditivos como antibioacuteticos carvatildeo

ativado e componentes complexos

Knudson (1922) observou que era possiacutevel o

cultivo de sementes em meio artificial contendo minerais e

accediluacutecar sem a presenccedila de fungos micorriacutezicos

Posteriormente em 1946 ele aperfeiccediloou esse meio de

cultura sendo atualmente o mais utilizado comercialmente

na germinaccedilatildeo e desenvolvimento de orquiacutedeas (ARDITTI

amp ERNST 1992) No entanto satildeo necessaacuterios estudos

(Recebido em 23 de fevereiro de 2006 e aprovado em 10 de julho de 2006)

supplemented with

ARAUJO A G de et al62

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

pois satildeo descritos vaacuterios meios de cultura para muitos

gecircneros e espeacutecies diferentes

No cultivo e subcultivo de placircntulas do gecircnero

Cattleya George et al (1987) sugerem o meio Knudson C

(1946) ou Reinert amp Mohr (1967) Segundo Arditti amp Ernst

(1992) os meios de propagaccedilatildeo para Cattleya Laelia

Laeliocattleya e Brassocattleya podem ser os mesmos

citados anteriormente Villalobos et al (1994) sugerem o

meio Vacin amp Went (1949) para Cattleya Encyclia e

Oncidium suplementado com 25 de aacutegua de coco e o

meio Knudson C suplementado com 60 g L-1 de polpa de

banana para orquiacutedeas do gecircnero Stanhopea

O carvatildeo ativado normalmente eacute adicionado ao meio

de cultura em concentraccedilotildees que variam de 02 a 3

(BEYL 2000) O seu efeito natildeo-seletivo pode proporcionar

resultados negativos na micropropagaccedilatildeo Pesquisas

relatam a adsorccedilatildeo de tiamina aacutecido nicotiacutenico

(WEATHERHEAD et al 1978) piridoxina aacutecido foacutelico

reguladores de crescimento e quelatos de ferro

(JOHANSSON et al 1990) Entre os efeitos proporcionados

pela adiccedilatildeo do carvatildeo ativado ao meio de cultura

principalmente agrave organogecircnese e agrave embriogecircnese estatildeo

escurecimento do meio de cultura favorecendo o

enraizamento adsorccedilatildeo de substacircncias inibitoacuterias

produzidas pelo proacuteprio meio ou explante adsorccedilatildeo de

reguladores de crescimento e outros compostos orgacircnicos

e liberaccedilatildeo de substacircncias naturalmente presentes no

carvatildeo que beneficiariam o crescimento in vitro das culturas

(PAN amp STADEN 1998)

Arena amp Pastur (2001) citam que a adiccedilatildeo de carvatildeo

ativado ao meio de cultura promoveu alongamento das

brotaccedilotildees de Berberis buxifolia mas reduziu o iacutendice de

multiplicaccedilatildeo Hazra et al (2002) relataram o efeito

sinergiacutestico do carvatildeo ativado na multiplicaccedilatildeo e

enraizamento de brotaccedilotildees de algodoeiro Amin amp Jaiswal

(1987) Anderson (1980) e Damiano (1978) relataram o efeito

favoraacutevel do carvatildeo quando utilizado em baixas

concentraccedilotildees no enraizamento de brotaccedilotildees de

morangueiro framboeseira e goiabeira respectivamente

A diversidade de resultados obtidos com a utilizaccedilatildeo de

carvatildeo ativado deve-se principalmente ao genoacutetipo da

espeacutecie em questatildeo agrave adsorccedilatildeo de algumas substacircncias

quiacutemicas e compostos orgacircnicos aleacutem de metaboacutelitos

toacutexicos liberados no cultivo in vitro (Wang amp Huang 1976)

Este trabalho teve como objetivo verificar efeito de

diferentes concentraccedilotildees de sais de Knudson C e carvatildeo

ativado sobre o crescimento in vitro de placircntulas de

orquiacutedea da espeacutecie Laelia tenebrosa (LA Rolfe) LA Rolfe

MATERIAL E MEacuteTODOS

Placircntulas da espeacutecie Laelia tenebrosa com 1 a 15

cm de comprimento oriundas de sementes germinadas in

vitro e contendo raiacutezes foram inoculadas em frascos

contendo 40 mL do meio de cultura Knudson C nas

concentraccedilotildees de 0 (apenas aacutegua destilada e aacutegar) 50 100

(concentraccedilatildeo da formulaccedilatildeo original) 150 e 200 de sais

minerais combinado com carvatildeo ativado (0 05 1 2 e 4

mg L-1) suplementado com sacarose (20 g L-1)

O pH do meio foi ajustado para 58 plusmn 01 antes da

adiccedilatildeo de aacutegar (6 g L-1) O meio foi vertido em frascos de

vidro com capacidade para 250 cm3 vedados com tampas

plaacutesticas transluacutecidas natildeo perfuradas e autoclavados agrave

pressatildeo de 11 atm e agrave temperatura do 121degC durante 20

minutos Apoacutes a inoculaccedilatildeo os frascos contendo os

explantes foram mantidos em sala de crescimento com

irradiacircncia em torno de 32 mmol m-2 s-1 temperatura de 25 plusmn

1degC e fotoperiacuteodo de 16 horas

O delineamento experimental utilizado foi

inteiramente casualizado em esquema fatorial 5 x 5 com

quatro repeticcedilotildees de cinco placircntulas cada uma Decorridos

150 dias avaliou-se a meacutedia do nuacutemero de folhas nuacutemero

de raiacutezes comprimento da maior raiz comprimento da parte

aeacuterea e massa fresca de placircntulas Os dados foram

comparados por meio de regressatildeo polinomial empregando-

se o programa Sisvar (FERREIRA 2000)

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Apenas para a variaacutevel nuacutemero de folhas houve

interaccedilatildeo entre os niacuteveis de sais e carvatildeo ativado Poreacutem

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 63

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

por meio do teste F somente as concentraccedilotildees de 50 e

100 de sais do meio Knudson C foram significativas em

relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees de carvatildeo ativado

Os melhores resultados (65 e 585) foram

verificados com 50 (metade) dos sais de Knudson C

combinado com 275 g L-1 de carvatildeo ativado e 100 de

sais com 4 g L-1 de carvatildeo respectivamente (Figura 1)

Com o aumento da concentraccedilatildeo do meio de cultura haacute

necessidade de maior concentraccedilatildeo de carvatildeo Sendo

assim o meio com 50 de sais aleacutem de proporcionar

melhores resultados eacute menos oneroso

Estes resultados contradizem os de Silva et al

(2003) que verificaram que a adiccedilatildeo de carvatildeo ativado ao

FIGURA 1 ndash Nuacutemero de folhas em placircntulas de Laeliatenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees de saisde Knudson C e carvatildeo ativado

meio de cultura inibe a formaccedilatildeo de folhas em placircntulas de

Brassocattleya lsquoPastoralrsquo x Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo

O efeito natildeo seletivo do carvatildeo ativado pode proporcionar

resultados negativos na micropropagaccedilatildeo (PAN amp

STADEN 1998)

Agrave medida em que aumentaram as concentraccedilotildees de

sais de Knudson C maiores quantidades de raiacutezes foram

formadas (Figura 2A) Observou-se maior nuacutemero de raiz

(43) com 965 de sais Para o fator carvatildeo ativado as

melhores respostas (395 raiacutezes) foram verificadas com a

utilizaccedilatildeo de 304 g L-1 adicionadas ao meio de cultura

(Figura 2B)

Para muitas espeacutecies o enraizamento eacute favorecido

pela adiccedilatildeo de carvatildeo ativado ao meio de cultura Hazra et

al (2002) relataram o efeito sinergiacutestico do carvatildeo ativado

na multiplicaccedilatildeo e enraizamento de brotaccedilotildees de

algodoeiro O meio MS com metade dos sais minerais

acrescido de 20 g L-1 de sacarose 7 g L-1 de aacutegar e 1 g L-1 de

carvatildeo ativado promoveu maior quantidade de raiacutezes em

placircntulas de Cattleya nobilior Rchb f (REIS et al 2003)

Segundo Paiva et al (2005) aleacutem de um equiliacutebrio

hormonal favoraacutevel agrave formaccedilatildeo de raiacutezes outros fatores

internos tecircm sido relacionados com a iniciaccedilatildeo do processo

de enraizamento como presenccedila de sacarose alta relaccedilatildeo

CN e nutrientes minerais (foacutesforo caacutelcio zinco e boro) O

meio Knudson C natildeo possui micronutrientes apresenta

uma concentraccedilatildeo maior de caacutelcio e tem baixas

FIGURA 2 ndash Nuacutemero de raiacutezes em placircntulas de Laelia tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees de sais deKnudson C (A) e concentraccedilotildees de carvatildeo ativado (B)

ARAUJO A G de et al64

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

concentraccedilotildees de N e K em relaccedilatildeo ao MS e WPM o que

provavelmente favoreceu tanto o nuacutemero quanto o

comprimento de raiacutezes (PASQUAL 2001)

O maior comprimento de raiz (331 cm) foi verificado

com a utilizaccedilatildeo de 100 de sais de Knudson C A partir do

ponto maacuteximo (100) houve diminuiccedilatildeo do comprimento

radicular provavelmente devido ao desbalanccedilo nutricional

(Figura 3A) Com o aumento das concentraccedilotildees de carvatildeo

ativado houve um incremento linear no comprimento de

raiacutezes Melhores resultados foram observados com a

utilizaccedilatildeo de 4 g Lndash1 de carvatildeo ativado (Figura 3B) Como a

relaccedilatildeo foi direta pode-se inferir que o efeito estimulante

do carvatildeo ativado no comprimento da maior raiz continuaria

para concentraccedilotildees superiores a 4 g L-1

A adiccedilatildeo de carvatildeo ativado no meio de cultura foi

beneacutefica promovendo tanto o nuacutemero quanto o

crescimento de raiacutezes O carvatildeo conteacutem impurezas que

podem favorecer o crescimento de raiacutezes jaacute existentes e

induzir emissatildeo de novas raiacutezes (PASQUAL 2001)

Melhores resultados para comprimento da parte

aeacuterea (18 cm) foram observados quando se utilizou o

meio Knudson C na concentraccedilatildeo de 121 de sais (Figura

4A) poreacutem na concentraccedilatildeo de 50 obtiveram-se

explantes com 17 cm de comprimento Essa diferenccedila

observada (01 cm) eacute muito pequena o que natildeo justifica a

utilizaccedilatildeo de um meio mais concentrado mas a reduccedilatildeo

do mesmo agrave sua metade

O enraizamento in vitro pode ser favorecido com o

uso de meio de cultura com a metade ou 75 da

concentraccedilatildeo normal de sais Em algumas espeacutecies altas

concentraccedilotildees de sais principalmente a presenccedila de iacuteons

amocircnio favorecem o desenvolvimento de raiacutezes enquanto

que em outras podem ser inibidoras (PASQUAL et al

2001)

O maior comprimento da parte aeacuterea (19 cm) foi

obtido na presenccedila de 4 g Lndash1 de carvatildeo ativado (Figura

4B) a concentraccedilatildeo de 2 g Lndash1 proporcionou um

comprimento de 18 cm Comparando-se os niacuteveis 4 e 2 g Lndash1

de carvatildeo ativado nota-se pequena diferenccedila (01 cm) o

que justifica a utilizaccedilatildeo de 2 g Lndash1

O carvatildeo ativado conteacutem impurezas que quando

liberadas no meio de cultura podem beneficiar ou natildeo o

crescimento in vitro Simotildees et al (1999) verificaram que a

concentraccedilatildeo de 1 g L-1 de carvatildeo ativado acrescida ao

meio Knudson C proporciona o melhor desenvolvimento

de brotos de Epidendrum sp e Dendrobium sp

Maior massa fresca de placircntulas (0144g) foi

verificada com a utilizaccedilatildeo de 50 de sais de Knudson C

ponto a partir do qual houve diminuiccedilatildeo no peso (Figura

5A) Provavelmente essa reduccedilatildeo ocorreu devido agrave

toxidez

A utilizaccedilatildeo de 4 g L-1 de carvatildeo ativado

proporcionou uma massa de 0185 g nas placircntulas frescas

(Figura 5B)

FIGURA 3 ndash Comprimento da maior raiz em placircntulas de Laelia tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees desais de Knudson C (A) e carvatildeo ativado (B)

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 65

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

FIGURA 4 ndash Comprimento da parte aeacuterea em placircntulas de Laelia tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees desais de Knudson C (A) e carvatildeo ativado (B)

FIGURA 5 ndash Massa fresca de placircntulas de L tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees de sais de Knudson C(A) e carvatildeo ativado (B)

O carvatildeo ativado eacute comumente utilizado na cultura

de tecidos de plantas Seu efeito eacute atribuiacutedo agrave adsorccedilatildeo de

substacircncias toacutexicas produzidas pelas plantas adsorccedilatildeo

de fitorreguladores do meio e escurecimento do meio onde

se desenvolvem as raiacutezes das plantas (GEORGE 1993)

O melhor desenvolvimento de Phalaenopsis in

vitro ocorreu na presenccedila de carvatildeo ativado na

concentraccedilatildeo de 2 g L-1 indicando que este possa ser um

elemento importante no processo (BRESSAN et al 1999)

Apesar do carvatildeo ativado na concentraccedilatildeo de 4 g

L-1 ter proporcionado melhores resultados verificou-se que

na concentraccedilatildeo de 2 g L-1 os efeitos apresentam uma

diferenccedila miacutenima Embora o carvatildeo ativado natildeo seja o

componente de maior custo no preparo de meio de cultura

a sua reduccedilatildeo juntamente com os sais minerais eacute

economicamente favoraacutevel especialmente para a produccedilatildeo

comercial de mudas

CONCLUSAtildeO

A adiccedilatildeo de 2 g L-1 de carvatildeo ativado ao meio de

cultura Knudson C com metade (50) de sais minerais

promoveu melhor crescimento em placircntulas de Laelia

tenebrosa cultivadas in vitro

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMIN M N JAISWAL V S Rapid clonal propagationof guava through in vitro shoot proliferation on nodalexplants of mature trees Plant Cell Tissue and OrganCulture Amsterdam v 9 n 3 p 235-243 1987

ARAUJO A G de et al66

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

ANDERSON M W C Tissue culture cultivation of redand black raspberries Rubus idaeus and R occidentalisActa Horticulturae Amsterdam v 20 p 112-113 1980

ARDITTI J ERNST R Micropropagation of orchids NewYork John Wiley 1992 682 p

ARENA L M E PASTUR G M 6-benzylaminopurineand activated charcoal affect in vitro shoot morphogenesisof Berberis buxifolia Revista de la Facultad de AgronomiaBuenos Aires v 21 n 1 p 41-47 2001

BEYL C A Getting started with tissue culture-mediapreparation sterile technique and laboratory equipmentIn TRIGIANO R N GRAY D J (Ed) Plant tissue cultureconcepts and laboratory exercises London CRC Press2000 p 21-38

BRESSAN E A LEE L L SEVERO V S GERALD L TS Desenvolvimento de orquiacutedeas Phalaenopsis in vitro-efeito do carvatildeo In CONGRESSO BRASILEIRO DEFLORICULTURA E PLANTAS ORNAMENTAIS 12 1999Jaboticabal Anais Jaboticabal 1999 p 111

DAMIANO C Il carbone attivo nella coltura in vitro dellafragola Frutticoltura Bologna v 40 n 1 p 49-50 genn 1978

FERREIRA D F Anaacutelises estatiacutesticas por meio do Sisvarpara Windows versatildeo 4 0 In REUNIAtildeO ANUAL DAREGIAtildeO BRASILEIRA DA SOCIEDADEINTERNACIONAL DE BIOMETRIA 45 2000 Satildeo CarlosAnais Satildeo Carlos UFSCar 2000 p 255-258

GEORGE E F Plant propagation by tissue culture part 1- the technology 2 ed Edington Limeted 1993 786 p

GEORGE E F SHERRINGTON P D Plant propagationby tissue culture handbook and directory of commerciallaboratories Eversley Exegetics 1984 593 p

GEORGE E F PUTTOCK D J M GEORGE H J Plantculture media formulations and uses Edington Exegetics1987 v 1 567 p

HAZRA S KULKARNI A BANERJEE A K DHAGEA B AGRAWAL D C KRISHNAMUumlRTTIY K VNALAWADE S M A rapid and simple method for in vitro

plant regeneration from split embryo axes of six cultivarsof cotton Biology Plantarum Dordrecht v 45 n 2 p317-319 2002

JOHANSSON L CALLEBERG E GEDIN A Correlationbetween activated charcoal Fe-EDTA and other organicmedia ingredients in cultures of anthers of Anemonecanadensis Physiologia Plantarum Copenhagen v 80n 2 p 243-249 Oct 1990

KNUDSON L A new nutrient solution for the germinationof orchid seed American Orchid Society Bulletim WestPalm Beach v 14 p 214- 217 1946

KNUDSON L Nonsymbiotic germination of orchid seedsBotanical Gazette Chicago v73 n 1 p 1-25 1922

PAN M J STADEN J Van The use of charcoal in vitroculture ndash A review Plant Growth Regulation Dordrechtv 26 n 3 p 155-163 Dec 1998

PASQUAL M Cultura de tecidosv vegetais meios decultura Lavras UFLAFAEPE 2001 74 p

PASQUAL M CHALFUN N M J RAMOS J D Culturade tecidos vegetais aplicaccedilotildees na propagaccedilatildeo de plantasLavras UFLAFAEPE 2001 81 p

PAIVA R OLIVEIRA L M NOGUEIRA R C SANTOSB R MARTINOTTO C PAIVA P D O MENEGUCCIJ L P Aspectos fisioloacutegicos da produccedilatildeo de flores e plantasornamentais Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v 26n 227 p 12-18 2005

REINERT R A MOHR H C Propagation of Cattleya bytissue culture of lateral bud meristems Proceedings of theAmerican Society for Horticultural Science New Yorkv 91 p 664-671 June 1967

REIS G M C L MELLO C M C MIRANDA G H BEfeito de diversos fatores em meio de cultura nodesenvolvimento de placircntulas de Cattleya nobilior Rchbf (Orchidaceae) In CONGRESSO BRASILEIRO DEFLORICULTURA E PLANTAS ORNAMENTAIS 14CONGRESSO BRASILEIRO DE CULTURA DE TECIDOSDE PLANTAS 1 2003 Lavras Anais Lavras UFLAFAEPE 2003 p 275

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 67

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

SILVA E F PASQUAL M SILVA A B Multiplicaccedilatildeo ecrescimento in vitro de orquiacutedea Brassiocattleya lsquoPastoralrsquox Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo In CONGRESSOBRASILEIRO DE FLORICULTURA E PLANTASORNAMENTAIS 14 CONGRESSO BRASILEIRO DECULTURA DE TECIDOS DE PLANTAS 1 2003 LavrasAnais Lavras UFLAFAEPE 2003 p 321

SIMOtildeES F C PAIVA P D O RODRIGUES T M Efeitode diferentes meios de cultura aacutegua de coco e carvatildeoativado na propagaccedilatildeo in vitro de meristemas deEpidendrum sp e Dendrobium sp In CONGRESSOBRASILEIRO DE FLORICULTURA E PLANTAS

ORNAMENTAIS 12 1999 Jaboticabal AnaisJaboticabal 1999 p 109

VACIN E WENT F W Some pH changes in nutrient solutionBottanical Gazette Chicago v 110 p 605-613 1949

VILLALOBOS A L MUNtildeOZ J M SOSA-MOSS CCultivo de tejidos de orquideas Cattleya EncycliaOncidium y Stanhopea Revista Chapingo SerieHorticultura Chapingo v 1 n 1 p 58-62 1994

WANG P J HUANG L C Beneficial effects of activatedcharcoal on plant tissue and organ cultures In Vitro Largov 12 n 3 p 260-262 1976

WEATHERHEAD M A BURDON J HENSHAW G GSome effects of activated charcoal as an additive to planttissue culture media Zeitschrift fur PflanzenphysiologieJena v 89 n 2 p 141-147 1978

ARAUJO A G de et al68

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

PROPAGACcedilAtildeO IN VITRO DE PLAcircNTULAS DE ORQUIacuteDEA EMDIFERENTES MEIOS DE CULTURA E CONCENTRACcedilOtildeES

DE CITOCININA

IN VITRO PROPAGATION OF ORCHID PLANTLETS CULTIVATED IN DIFFERENTCULTURE MEDIA AND CYTOKININ CONCENTRATIONS

APARECIDA GOMES DE ARAUJO1 MOACIR PASQUAL2 ADRIANO BORTOLOTTI DA SILVA3 FABIacuteOLA VILLA3 HERMIacuteNIO SOUZA ROCHA3 FERNANDA CARVALHO COSTA4

1Doutoranda em AgronomiaFitotecnia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash agaraujo2003yahoocombr2Professor Titular Departamento AgriculturaDAG ndash Universidade Federal de Lavras UFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200000 ndash Lavras MG ndash mpasqualuflabr3Doutorando em Agronomia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200000 ndash Lavras MG4Departamento de AgriculturaDAG ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash fecostapuryahoocombr

RESUMOA taxa de multiplicaccedilatildeo de orquiacutedeas a partir de meacutetodos

convencionais eacute bastante baixa natildeo atendendo as necessidadescomerciais A cultura de tecidos permite maiores taxas demultiplicaccedilatildeo e obtenccedilatildeo de plantas uniformes e sadiasObjetivou-se estudar a influecircncia da citocinina BAP (6-benzilaminopurina) em diferentes meios de cultura napropagaccedilatildeo in vitro de placircntulas hiacutebridas de BrassocattleyalsquoPastoralrsquox Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo Placircntulas comaproximadamente 15plusmn05 cm de comprimento obtidasassimbioticamente foram transferidas para frascos comcapacidade de 250 cm3 contendo 40 mL das formulaccedilotildees salinasde MS WPM e Knudson C combinados com 0 05 10 20 e40 mg L-1 de BAP acrescidos de 2 g L-1 de carvatildeo ativadosolidificado com 6 g L-1 de aacutegar e pH ajustado para 58plusmn01Apoacutes a inoculaccedilatildeo os frascos foram incubados a 25plusmn2oC 35igravemolm-2s-1 de intensidade luminosa e sob fotoperiacuteodo de 16horas Apoacutes 90 dias observou-se que melhores resultados parapropagaccedilatildeo in vitro em placircntulas de orquiacutedea Bc lsquoPastoralrsquo x LclsquoAmber Glowrsquo satildeo obtidos com o meio WPM A suplementaccedilatildeode 4 mg L-1 de BAP no meio WPM favorece o crescimento invitro Para a multiplicaccedilatildeo maior quantidade de brotos eacuteconseguida em meio MS na ausecircncia de BAP

Termos para indexaccedilatildeo Orquiacutedea crescimento in vitrocitocinina

ABSTRACTThe multiplication rate of orchids by conventional

methods is considerably low and does not attend its commercialneeds Tissue culture results in larger multiplication rates andproduces uniform and healthy orchid plantlets The objective ofthis work was to study the influence of the cytokinin BAP (6-benzilaminopurine) in different culture media for ther in vitropropagation of Brassocattleya lsquoPastoralrsquox Laeliocattleya lsquoAmberGlowrsquo hybrid plantlets Plantlets measuring approximately 15plusmn 05 cm length deriving from in vitro germination were inoculated

in flasks of 250 cm3 volume containing 40 mL MS WPM andKnudson C salt formulations combined with BAP (0 05 1 2and 4 mg L-1) supplemented with 2 g L-1 activated charcoalsolidified with 6 g L-1 agar and pH adjusted for 58 plusmn 01 Afterthe inoculation the plantlets maintained in a growth room at25plusmn2ordmC 35 mMol m-2 s-1 light intensity and 16 hoursphotoperiod After 90 days the best results for the in vitropropagation of orchid plantlets Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquowere obtained with half strength WPM The supplementation of4 mg L-1 BAP to the WPM medium favors in vitro growth Forthe multiplication phase the largest number of sprouts is achievedwith full strength MS medium in the absence of BAP

Index terms Orchid in vitro growth cytokinin

INTRODUCcedilAtildeO

As orquiacutedeas satildeo consideradas as plantas

ornamentais haacute mais tempo cultivadas pelo homem

Pertencem agrave famiacutelia Orchidaceae a maior entre as

monocotiledocircneas e tambeacutem entre as plantas ornamentais

com 600 - 800 gecircneros e 25000-35000 espeacutecies (SHEEHAN

1983) totalizando 7 das plantas ornamentais do mundo

(Van Der PIJL amp DODSON 1966)

A propagaccedilatildeo de orquiacutedeas pode ser tanto

vegetativa quanto por meio de sementes Estas embora

produzidas em grande quantidade natildeo possuem

endosperma funcional prescindindo para tanto da

associaccedilatildeo simbioacutetica com fungos micorriacutezicos dentre os

quais a Rhizoctonia que eacute um dos gecircneros mais importante

(PIERIK 1987 SHEEHAN 1983)

(Recebido em 08 de dezembro de 2005 e aprovado em 10 de julho de 2006)

Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea 69

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

Knudson (1922) observou que era possiacutevel o cultivo

de sementes em meio artificial contendo apenas sais

nutritivos e accediluacutecar na ausecircncia de fungos Posteriormente

em 1946 o mesmo autor aperfeiccediloou este meio de cultura

sendo atualmente um dos mais utilizados comercialmente

na germinaccedilatildeo e desenvolvimento de orquiacutedeas (ARDITTI

amp ERNST 1992) No entanto satildeo necessaacuterios estudos

pois satildeo descritos vaacuterios meios de cultura para muitos

gecircneros e espeacutecies diferentes O meio de cultura mais

utilizado na cultura de tecidos em geral eacute o MS (Murashige

amp Skoog 1962) podendo-se encontrar o uso de outros

meios como Knudson C (1946) e WPM (Wood Plant

Medium) de Loyd amp McCown (1980)

Reguladores de crescimento em diferentes

concentraccedilotildees tecircm sido usados conforme a espeacutecie e a

metodologia utilizada Podem ser necessaacuterios para a

germinaccedilatildeo de sementes formaccedilatildeo de calos e brotaccedilotildees

adventiacutecias (GRATTAPAGLIA amp MACHADO 1998

PASQUAL 2001)

O regulador de crescimento BAP (6-

benzilaminopurina) eacute uma citocinina largamente utilizada

para estimular a induccedilatildeo de brotos em plantas ornamentais

Para o cultivo in vitro de orquiacutedeas do grupo Cattleya a

citocinina BAP geralmente eacute utilizada nas concentraccedilotildees

que variam entre 005 e 10 mg L-1 (CARVALHO 2002)

Martini et al (2001) trabalhando com a orquiacutedea

Gongora quinquenervis observaram que a presenccedila do

BAP inibe a multiplicaccedilatildeo de calos e o potencial

organogecircnico Silva (2003) concluiu que para o estaacutedio de

subcultivo de Brassocattleya lsquoPastoralrsquo x Laeliocattleya

lsquoAmber Glowrsquo natildeo haacute necessidade da adiccedilatildeo de BAP como

estiacutemulo ao desenvolvimento geral do explante Melhor

proliferaccedilatildeo de brotos formaccedilatildeo de raiacutezes nuacutemero de

folhas e comprimento de brotos em Dendrobium foram

obtidos com 25 mg L-1 de BAP + 05 mg L-1 de ANA

adicionados ao meio MS (TALUKDER et al 2003)

Aleacutem do tipo de meio outro aspecto importante na

multiplicaccedilatildeo in vitro estaacute relacionado com o tipo de

citocinina e sua concentraccedilatildeo sendo ambos determinantes

no sucesso da micropropagaccedilatildeo (GRATTAPAGLIA amp

MACHADO 1998)

O maior entrave no processo de micropropagaccedilatildeo

de orquiacutedeas estaacute relacionado ao tempo necessaacuterio para a

produccedilatildeo de mudas a partir de plantas hiacutebridas

selecionadas e a utilizaccedilatildeo de meio de cultura adequado

para cada espeacutecie Assim objetivou-se estudar o efeito de

diferentes concentraccedilotildees de BAP e formulaccedilotildees de minerais

nutritivos em meios de cultura na propagaccedilatildeo in vitro de

placircntulas de orquiacutedea oriundas do hiacutebrido Brassocattleya

lsquoPastoralrsquo x Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo

MATERIAL E MEacuteTODOS

Placircntulas hiacutebridas oriundas de sementes

germinadas assimbioticamente em meio Knudson C

obtidas do cruzamento entre Brassocattleya lsquoPastoralrsquo x

Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo com aproximadamente

15plusmn05 cm de comprimento foram transferidas para frascos

de 250 cm3 de capacidade contendo 40 mL de meio de

cultura e vedados com tampas plaacutesticas transluacutecidas Os

tratamentos consistiram de diferentes formulaccedilotildees salinas

(MS WPM e Knudson C em suas formulaccedilotildees originais)

combinadas com 0 05 10 20 e 40 mg L-1 de BAP

acrescidos de 2 g L-1 de carvatildeo ativado solidificado com

6 g L-1 de aacutegar e pH ajustado para 58plusmn01 antes da

autoclavagem obtida a 121ordmC e 1 atm por 20 minutos

Posteriormente agrave inoculaccedilatildeo os frascos foram

transferidos para sala de crescimento com temperatura

de 25plusmn2ordmC fotoperiacuteodo de 16 horas e 35 mmolm-2s-1 de

intensidade luminosa fornecida por lacircmpadas do tipo

(Grow-lux) e luz do dia especial O delineamento

experimental utilizado foi inteiramente casualizado no

esquema fatorial 3 x 5 com cinco repeticcedilotildees de quatro

placircntulas cada sendo cada repeticcedilatildeo composta por um

frasco

Apoacutes 90 dias da instalaccedilatildeo do experimento foram

avaliados nuacutemero meacutedio de brotos comprimento meacutedio

da parte aeacuterea nuacutemero meacutedio de raiacutezes nuacutemero meacutedio de

folhas e meacutedia da massa fresca total de placircntulas

ARAUJO A G de et al70

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Para a variaacutevel nuacutemero de folhas natildeo houve

significacircncia dos fatores isolados nem da interaccedilatildeo entre

eles O nuacutemero de raiacutezes e massa fresca total de placircntulas

apresentaram significacircncia apenas para o fator meio de

cultura enquanto que para nuacutemero de brotos e

comprimento da parte aeacuterea a interaccedilatildeo dos fatores foi

significativa (Tabela 1)

Com relaccedilatildeo ao nuacutemero de brotos observou-se

interaccedilatildeo entre os fatores BAP e os meios de cultura

utilizados (Tabela 1) Poreacutem pelo teste F verificou-se que

apenas o meio MS foi significativo em relaccedilatildeo agraves

concentraccedilotildees de BAP (Figura 1)

O maior nuacutemero de brotos (334) foi registrado na

formulaccedilatildeo de MS adicionado de 40 mg L-1 de BAP

Entretanto na ausecircncia dessa citocinina foi observada a

formaccedilatildeo de 304 brotosplanta (Figura 1) Diante da

pequena diferenccedila na quantidade meacutedia de brotos

formados entre a maior concentraccedilatildeo e o tratamento sem

o regulador de crescimento justifica-se a utilizaccedilatildeo do

meio de cultura sem o BAP Estes resultados concordam

com Silva (2003) que obteve maior nuacutemero de brotos (2

brotos) na ausecircncia de BAP para esse mesmo hiacutebrido

poreacutem em meio Knudson C

A natildeo utilizaccedilatildeo de reguladores de crescimento

adicionados ao meio de cultura vai influenciar na

reduccedilatildeo dos custos de produccedilatildeo de mudas jaacute que esse

eacute um dos componentes mais onerosos Isso eacute

extremamente importante principalmente para

laboratoacuterios comerciais

TABELA 1 ndash Resumo da anaacutelise de variacircncia para as caracteriacutesticas meacutedias de nuacutemero de folhas (NF) nuacutemero de raiacutezes(NR) nuacutemero de brotos (NB) comprimento da parte aeacuterea (CPA) e massa fresca total de placircntulas (MFP) e respectivoscoeficientes de variaccedilatildeo (CV)

significativo a 1 e 5 de probabilidade respectivamente pelo teste F

FIGURA 1 ndash Efeito do meio de cultura MS e concentraccedilotildees de BAP no nuacutemero meacutedio de brotos em placircntulas hiacutebridasde Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo apoacutes 90 dias da incubaccedilatildeo

Fontes de variaccedilatildeo GL Quadrados meacutedios

NF NR NB CPA MFP Meios 2 125683 ns 162740 01483 ns 53139 02372 BAP 4 186198 ns 44693 ns 04408 ns 03373 ns 00075 ns

Meio x BAP 8 243984 ns 13417 ns 17417 13579 00459 ns

Resiacuteduo 45 124475 21329 05055 05961 00662 CV () 3467 3081 2801 2443 5100

Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea 71

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

O estiacutemulo agrave brotaccedilatildeo em placircntulas de Spathoglottis

plicata Griff ocorreu em meio MS suplementado com 10

mg L-1 de BAP e 25 mg L-1 de ANA tendo o enraizamento

estimulado com 20 mg L-1 de AIB (NAYAK et al 1999)

TDZ tambeacutem eacute utilizado em associaccedilatildeo com BAP para

regeneraccedilatildeo de brotos de Rhynchostylis (BUI Le al 1999)

e de Anoectochilus (LI et al 1999) todas orquidaceaes

Observou-se interaccedilatildeo entre o tipo de meio de

cultura e o BAP no que diz respeito ao comprimento de

parte aeacuterea das placircntulas (Tabela 1) Pelo teste de F apenas

o meio WPM foi significativo em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees

de BAP (Figura 2)

O maior comprimento da parte aeacuterea (47 cm) foi

observado quando se utilizou o meio WPM combinado

com 40 mg L-1 de BAP (Figura 2) Como a relaccedilatildeo foi direta

pode-se inferir que o efeito estimulatoacuterio do BAP sobre o

crescimento da parte aeacuterea continuaria mesmo em

concentraccedilotildees maiores que 40 mg L-1 Talukder et al (2003)

obtiveram melhor comprimento de brotos (0472 cm) em

placircntulas de Dendrobium com utilizaccedilatildeo de 25 mg L-1 de

BAP + 05 mg L-1 de ANA adicionados ao meio MS

Relativo ao nuacutemero meacutedio de raiacutezes houve

significacircncia apenas para o fator meio de cultura (Tabela 1)

Na Tabela 2 verifica-se que os maiores valores foram obtidos

com os meios WPM (557) seguido do MS (487) sendo os

menores valores verificados no meio Knudson C (378) A

emissatildeo de novas raiacutezes eacute favorecida pelo caacutelcio e pelo boro

O meio Knudson C apresenta uma concentraccedilatildeo maior de

caacutelcio e menor de boro em relaccedilatildeo aos meios MS e WPM

que possuem concentraccedilotildees semelhantes de ambos

Segundo Pierik (1987) em concentraccedilotildees mais elevadas

(1 a 10 mg L-1) as citocininas podem induzir a formaccedilatildeo de

gemas adventiacutecias quebrando a dominacircncia apical e retardando

a formaccedilatildeo de raiacutezes Talukder et al (2003) encontraram maior

nuacutemero de raiacutezes (193explante) em placircntulas de Dendrobium

com utilizaccedilatildeo de 25 mg L-1 de BAP + 05 mg L-1 de ANA

adicionados ao meio MS O estiacutemulo ao enraizamento em

Spathoglottis plicata ocorreu em meio MS suplementado com

20 mg L-1 de AIB (NAYAK et al 1999)

FIGURA 2 ndash Comprimento meacutedio da parte aeacuterea em placircntulas hiacutebridas Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo cultivadas emmeio de cultura WPM e diferentes concentraccedilotildees de BAP

TABELA 2 ndash Efeito de diferentes meios de cultura sobreo nuacutemero meacutedio de raiacutezes em placircntulas hiacutebridas de BclsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo

Meios de Cultura Nuacutemero meacutedio de raiacutezes

WPM 557 a MS 487 a KC 378 b

Meacutedias seguidas pela mesma letra natildeo diferem entre sipelo teste de Scott-Knott a 5

ARAUJO A G de et al72

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

O efeito ora inibitoacuterio ora estimulatoacuterio dos

fitorreguladores na formaccedilatildeo de brotos e raiacutezes em

diferentes plantas pode estar associado agrave proacutepria

concentraccedilatildeo bem como a absorccedilatildeo dos reguladores de

crescimento pelo substrato (GEORGE 1996) agrave habituaccedilatildeo

(SANTANA amp PAIVA 2001) ou agrave deficiecircncia de proteiacutena

ligante promotora da atuaccedilatildeo das citocininas (TAIZ amp

ZEIGER 1998)

O nuacutemero de folhas natildeo apresentou diferenccedilas

significativas para os tratamentos estudados

isoladamente nem houve interaccedilatildeo entre eles (Tabela 1)

Talukder et al (2003) obtiveram maior nuacutemero de folhas

(425placircntula) em Dendrobium com utilizaccedilatildeo de 25 mg L-

1 de BAP + 05 mg L-1 de ANA adicionados ao meio MS

Para massa fresca de placircntulas houve significacircncia

apenas para o fator meio de cultura isoladamente (Tabela

1) Atraveacutes do teste de meacutedias constatou-se maior massa

de placircntulas frescas nos meios WPM e MS com 0524 e

0503g respectivamente Resultado inferior (0326g) foi

registrado em meio Knudson C (Tabela 3)

TABELA 3 ndash Efeito do meio de cultura na massa frescatotal de placircntulas do hiacutebrido Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmberGlowrsquo

Meios de Cultura Massa fresca total de placircntulas (g)

WPM 0524 a MS 0503 a KC 0326 b

Meacutedias seguidas pela mesma letra natildeo diferem entre sipelo teste de Scott-Knott a 5

Dignart (2003) estudando a germinaccedilatildeo in vitro

de sementes de Cattleya nobilior Rchbf em diferentes

meios de cultura (MS WPM Knudson C e B5 de

GAMBORG et al 1968) observou que natildeo houve

diferenccedilas entre os meios utilizados O BAP adicionado

ao meio de cultura provocou aumento da taxa de brotaccedilatildeo

a partir de 1 igravemolL

Segundo (PASQUAL 2001) os meios MS e WPM

possuem concentraccedilotildees similares de micronutrientes e satildeo

ricos em nitrogecircnio (N) e potaacutessio (K) Jaacute o meio Knudson C

natildeo possui micronutrientes e tem baixas concentraccedilotildees de

N e K em relaccedilatildeo ao MS e WPM Os melhores resultados

para as variaacuteveis analisadas foram observados em meio WPM

e MS Essa resposta provavelmente deveu-se ao fato de

que o meio Knudson C possui diferentes sais minerais e

embora seja muito utilizado na germinaccedilatildeo de sementes de

orquiacutedeas parece natildeo propiciar condiccedilotildees satisfatoacuterias para

o desenvolvimento de placircntulas de algumas espeacutecies de

orquiacutedeas

Sabe-se que existe uma relaccedilatildeo entre o nuacutemero de

brotos e seu tamanho e nessa relaccedilatildeo quanto maior for o

nuacutemero de brotos menor o tamanho dos mesmos

(GEORGE 1996) Essa relaccedilatildeo fez-se presente ateacute a

concentraccedilatildeo de 20 mg L-1 de BAP em Bc lsquoPastoralrsquo x Lc

lsquoAmber Glowrsquo No entanto em concentraccedilotildees superiores

tanto o nuacutemero quanto o comprimento dos brotos

aumentaram Tal diversidade de resultados estaacute

relacionada principalmente ao genoacutetipo da espeacutecie meio

de cultura e possivelmente agrave interferecircncia na accedilatildeo dos

reguladores de crescimento

Segundo Malaure et al (1991) diferentes efeitos

dos reguladores de crescimento podem ocorrer para

diferentes espeacutecies inclusive variaccedilotildees dentro de uma

mesma espeacutecie Em orquiacutedeas o efeito dos reguladores de

crescimento e de meios de cultura satildeo diversificados

principalmente quando se utiliza um hiacutebrido trigeneacuterico

com alto grau de heterozigose

CONCLUSOtildeES

Melhores resultados para propagaccedilatildeo in vitro de

placircntulas de orquiacutedea Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo satildeo

obtidos com o meio WPM A suplementaccedilatildeo de 4 mg L-1 de

BAP no meio WPM favorece o crescimento in vitro Para

a multiplicaccedilatildeo maior quantidade de brotos eacute conseguida

em meio MS na ausecircncia de BAP

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ARDITTI J ERNST R Micropropagation of orchids NewYork John Wiley amp Sons 1992 682 p

Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea 73

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

BUI V L HANG-PHUONG N T ANH-HONG L T TRAN-THANH-VAN K High frequency shoot regeneration fromRhynchostylis gigantea (Orchidaceae) using thin cell layers PlantGrowth Regulation Dordrecht v28 n3 p 179-185 July 1999

CARVALHO V S Morfogecircnese in vitro de orquiacutedeas dogrupo Cattleya 2002 179 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitotecnia) - Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG

DIGNART S L Propagaccedilatildeo in vitro de Cattleya nobiliorRCHB F (Orchidaceae) Cuiabaacute UFMT 2003 55 p(Monografia - Licenciatura em Ciecircncias Bioloacutegicas)

GEORGE E F Plant propagation by tissue culture part 1- The Technology 2 ed Edington Limited 1996 1574 p

GAMBORG O L MILLER R A OJIMA K Nutrientrequeriments of suspension cultures of soybean root cellsExperimental Cell Research San Diego v 50 n 1 p 151-158 1968

GRATTAPAGLIA D MACHADO M MicropropagaccedilatildeoIn TORRES A C et al (Ed) Cultura de tecidos etransformaccedilatildeo de plantas Brasiacutelia EMBRAPACNPH1998 v 1 p 183-260

KNUDSON L Nonsymbiotic germination of orchid seedsBotanical Gazette Chicago v 73 n 1 p 1-25 1922

KNUDSON L A new nutrient solution for the germinationof orchid seed American Orchid Society Bulletim WestPalm Beach v 14 p 214-217 1946

LI Y GE Z LI Y Q GE Z Y Studies on improvement ofthe micropropagation technique and transplantation ofAnoectochilus formosanus Havata Journal of JiangsuForestry and Technology Beijing v 26 n 3 p 32-34 1999

LOYD G McCOWN B Commercially-feasiblemicropropagation of mountain laurel Kalmia latifoliaby use of shoot-tip culture International Plant PropagationSociety Proceedings Washington v 30 p 421-427 1980

MALAURE R S BARCLAY G POWER J B DAVEYM R The prodution of novel plants from florets ofChrysanthemun morifolium using tissue culture 1 Shootregeneration from ray florets and somaclonal variationexhibited by regenerated plants Journal of PlantPhysiology Stuttgart v 139 n 1 p 8-13 Nov 1991

MARTINI C M WILLADINO L ALVES G D DONATOV M T S Propagaccedilatildeo de orquiacutedea Gongora quinquinervispor semeadura in vitro Pesquisa AgropecuaacuteriaBrasileira Brasiacutelia v 36 n 10 p 1319-1324 out 2001

MURASHIGE T SKOOG F A A revised medium for rapidgrowth and bio assays with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 1962

NAYAK NR RATH SP PATNAIK SN Propagationof Spathoglottis plicata BL (Orchidaceae) through in vitroculture of leaf bases Advances in Plant Sciences NewYork v 12 n 2 p 589-592 1999

PASQUAL M Cultura de tecidos vegetais meios decultura Lavras UFLAFAEPE 2001 74 p

PIERIK R L M In vitro culture of higher plants BostonMartinus Nijhoff Publishers 1987 344 p

SANTANA J R F PAIVA R Habituaccedilatildeo Revista ABCTPNotiacutecias Recife n 41 p 4-10 2001

SHEEHAN T J Recent advances in botany propagationand physiology of orchids Horticultural Reviews v 5 p279-315 1983

SILVA E F Multiplicaccedilatildeo e crescimento in vitro deorquiacutedea Brassocattleya ldquoPastoralrdquo x LaeliocattleyaldquoAmber Glowrdquo 2003 62 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitotecnia) - Universidade Federal de Lavras Lavras MG

SINGH F Micropropagation of orchids Spathogloottisplicata and Epidendrum radicans In BAJAJ Y P SBiotechnology in agriculture and forestry high-tech andmicropropagation IV London Springer-Verlag 1992 v 20p223-245

TAIZ L ZEIGER E Plant physiology 2 ed SunderlandMA Sinauer Associates 1998 792 p

TALUKDER S K NASIRUDDIN K M YASMIN SHASSAN L BEGUM R Shoot proliferation of Dendrobiumorchid with BAP and ANA Jounal of Biological SciencesBanghadesh v11 n 3 p 1058-1062 2003

VAN DER PIJL L DODSON CH Orchid flowers theirpollination and evolution Coral Gables University ofMiami Press 1966 214 p

SILVEIRA D G et al74

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

EFEITO DO VIacuteRUS DAS ESTRIAS DA BANANEIRA NAMICROPROPAGACcedilAtildeO E NO CRESCIMENTO DAS PLANTAS DA

CULTIVAR CAIPIRA DURANTE A ACLIMATIZACcedilAtildeO1

EFFECT OF BANANA STREAK VIRUS ON MICROPROPAGATION AND PLANTGROWTH OF CULTIVAR CAIPIRA DURING ACLIMATIZATION

DANIELA GARCIA SILVEIRA2 ANTOcircNIO DA SILVA SOUZA3 PAULO ERNESTO MEISSNER FILHO3TALES MILER SOARES4 RANULFO CORREA CALDAS3 KAacuteTIA REGINA BARBOSA LEAtildeO5

1Parte da Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada pelo primeiro autor ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Agraacuterias da Escola de AgronomiaUFBA ndash Cruz das Almas BA2Doutoranda em Botacircnica ndash Universidade Estadual de Feira de SantanaUEFS ndash Feira de Santana BA ndash danielagsigcombr3Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical ndash Caixa Postal 007 ndash 44380-000 ndash Cruz das Almas BA4Doutorando da Escola Superior Luis de QueirozEsalq ndash Piracicaba SP ndash tmsoaresesalquspbr5Engenheira Agrocircnoma MSc EBDA ndash Cruz das Almas BA ndash 44380-000 ndash krbleaohotmailcom

(Recebido em 12 de abril de 2006 e aprovado em 28 de agosto de 2006)

RESUMOAvaliaram-se os efeitos da infecccedilatildeo pelo viacuterus das estrias

de bananeira (Banana Streak Virus BSV) no desenvolvimento invitro e no crescimento das plantas da cultivar Caipira durante aaclimatizaccedilatildeo Utilizou-se o delineamento experimentalinteiramente casualizado com dois tratamentos plantas sadias eplantas infectadas pelo BSV com respectivamente 24 e 28repeticcedilotildees Os explantes foram desinfestados e estabelecidos emmeio MS baacutesico suplementado com 30 gL de sacarose solidificadocom 2 gL de lsquoPhytagelrsquo e pH ajustado em 58 Foram efetuadoscinco subcultivos em meio com 4 mgL de BAP (6-benzilaminopurina) e as plantas obtidas foram enraizadas nessemesmo meio de cultura sem reguladores de crescimento Apoacutesessa etapa transferiram-se as plantas para a aclimatizaccedilatildeo emcacircmara uacutemida onde permaneceram por 30 dias Avaliaram-se astaxas de multiplicaccedilatildeo a presenccedila in vitro dos sintomas do BSVnos explantes provenientes das plantas infectadas durante amicropropagaccedilatildeo e aclimatizaccedilatildeo as perdas por contaminaccedilatildeoenvolvendo fungos e bacteacuterias nas fases da micropropagaccedilatildeo e aaltura das plantas na fase da aclimatizaccedilatildeo A infecccedilatildeo pelo BSVnatildeo afetou significativamente a multiplicaccedilatildeo e o crescimento invitro das plantas sendo os sintomas do viacuterus visiacuteveis em todasas fases da micropropagaccedilatildeo e na aclimatizaccedilatildeo das plantasinfectadas A maior porcentagem de contaminaccedilatildeo ocorreu nafase de estabelecimento in vitro dos explantes independentementedos tipos de plantas utilizadas Apoacutes 30 dias de aclimatizaccedilatildeo asplantas com BSV apresentaram altura inferior agraves plantas sadiasA presenccedila do viacuterus natildeo influenciou a taxa de multiplicaccedilatildeo dosexplantes poreacutem afetou o crescimento das plantas infectadas

Termos para indexaccedilatildeo Musa BSV cultura de tecidospropagaccedilatildeo in vitro

ABSTRACTThe effects of the banana streak virus (BSV) infection on

in vitro development of the cultivar Caipira were evaluated The

used experimental design was a completely randomized withtwo treatments healthy plants and plants infected by BSV with24 and 28 replications respectively The explants weredisinfected and established in a basic MS medium supplementedwith 30 gL sucrose solidified with 2 gL lsquoPhytagelrsquo and pHadjusted to 58 Five subcultures were carried out in a mediumcontaining 4 mgL BAP (6-benzylaminopurine) and the plantletswere rooted in the same culture medium without growthregulators Afterwards the plantlets were transferred to a humidchamber for acclimatization during a 30-day periodMultiplication rates presence of BSV symptoms on in vitroexplants obtained from plants infected during themicropropagation and acclimatization periods losses caused byfungal and bacterial contamination and plantlet height at theacclimatization stage were evaluated The infection by BSVpresented no significant effect on the multiplication rate and invitro plant growth although the virus symptoms were visible inall the micropropagation phases and during the acclimatizationof infected plants The highest percentage of contaminationoccurred during the in vitro establishment phase regardless theused plants After 30 days of acclimatization the plants withBSV presented a lower height compared to the healthy plantsAlthough the presence of the virus had no influence on the explantmultiplication rate it affected the growth of infected plants

Index terms Musa BSV tissue culture in vitro propagation

INTRODUCcedilAtildeO

As bananeiras estatildeo sujeitas as vaacuterias doenccedilas

causadas por fungos bacteacuterias nematoacuteides e viacuterus que

satildeo limitantes agrave sua capacidade de produccedilatildeo Entre as

viroses que ocorrem no Brasil destaca-se a causada pelo

viacuterus das estrias da bananeira (Banana streak virus BSV)

Efeito do viacuterus das estrias da bananeira 75

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

que eacute particularmente importante para os programas de

melhoramento geneacutetico e de multiplicaccedilatildeo comercial de

cultivares uma vez que pode ser incorporada ao genoma e

transmitida pelas sementes de plantas infectadas

(DANIELLS et al 1995) aleacutem de natildeo existir um meacutetodo

eficiente para limpar uma planta infectada com BSV

(LOCKHART 1994)

Esse viacuterus natildeo eacute transmitido mecanicamente sendo as

mudas infectadas sua principal forma de disseminaccedilatildeo

(LOCKHART amp AUSTREY 1988 LOCKHART 1994) A

transmissatildeo eacute feita de maneira semi-persistente pela cochonilha-

dos-citros Planococcus citri Risso e pela cochonilha-da-cana-

de-accediluacutecar Saccharicoccus sacchari cocherell (LOCKHART

1993 LOCKHART amp AUSTREY 1988)

O BSV inicialmente causa na bananeira um estriado

cloroacutetico de linhas descontiacutenuas dispersas e concentradas

em partes da lacircmina foliar Com o envelhecimento das

folhas o estriado causa necrose de coloraccedilatildeo marrom-cafeacute

a negro (RAMIREZ amp RIVERA 1994) As plantas

infectadas geralmente natildeo mostram sintomas em todas as

folhas (CORDEIRO amp KIMATI 1997 LOCKHART 1986)

Outros sintomas do BSV satildeo a reduccedilatildeo do vigor da planta

e a diminuiccedilatildeo do tamanho dos frutos que tambeacutem ficam

deformados (RAMIREZ amp RIVERA 1994)

Este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos

da infecccedilatildeo pelo BSV na multiplicaccedilatildeo in vitro e no

crescimento durante a aclimatizaccedilatildeo das plantas de

bananeira da cultivar Caipira Aleacutem disso avaliou-se a taxa

de contaminaccedilatildeo por fungos e bacteacuterias na etapas da

micropropagaccedilatildeo devido a importacircncia dessa variaacutevel na

multiplicaccedilatildeo in vitro das plantas

MATERIAL E MEacuteTODOS

O estudo dos efeitos do BSV na micropropagaccedilatildeo

da cultivar Caipira (grupo AAA) foi conduzido no

Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos da Embrapa Mandioca

e Fruticultura Tropical Utilizou-se o delineamento

experimental inteiramente casualizado com dois

tratamentos plantas sadias com 24 repeticcedilotildees coletadas

no Banco de Germoplasma de Bananeira da Embrapa

Mandioca e Fruticultura Tropical e plantas infectadas com

BSV com 28 repeticcedilotildees Foram usadas mudas do tipo

chifrinho sendo que as matrizes infectadas com BSV com

altura meacutedia de 12 cm foram infestadas pela cochonilha

vetora Planacoccus citri Risso alimentadas em folhas de

banana lsquoMysorersquo com sintomas de BSV em casa-de-

vegetaccedilatildeo Aproximadamente 15 dias apoacutes a infestaccedilatildeo

todas as 28 plantas estavam com os sintomas da virose

Para o estabelecimento in vitro realizou-se a limpeza

das matrizes por meio de uma seacuterie de cortes removendo-

se parte do rizoma e do pseudocaule ateacute o tamanho

aproximado de 50 cm de altura por 15 cm de diacircmetro

lavando-se com detergente e aacutegua deionizada A

desinfestaccedilatildeo foi feita em cacircmara de fluxo laminar

imergindo os explantes em soluccedilatildeo de aacutelcool 70 por

cinco minutos e em soluccedilatildeo 11 de aacutegua sanitaacuteria comercial

(2 de cloro ativo) com aacutegua deionizada por 30 minutos

Em seguida foram realizadas trecircs lavagens com aacutegua

deionizada esterilizada e reduzidos os explantes ateacute o

tamanho final de 06 cm de altura por 04 cm de diacircmetro

As etapas de estabelecimento multiplicaccedilatildeo e

enraizamento foram realizadas em meio nutritivo MS baacutesico

(MURASHIGE amp SKOOG 1962) suplementado com 30 g

L de sacarose solidificado com 2 gL de ldquoPhytagelrdquo e pH

ajustado para 58 Apenas na fase de multiplicaccedilatildeo o meio

MS foi suplementado com 4 mgL de 6-benzilaminopurina

(BAP) Em todas as etapas os explantes foram dispostos

sobre 25 mL de meio de cultura em frascos com 12 cm de

altura por 5 cm de diacircmetro

A multiplicaccedilatildeo foi realizada em cinco subcultivos

das gemas e brotos sendo efetuada a subdivisatildeo

longitudinal dos explantes sempre que possiacutevel O

estabelecimento e os cinco subcultivos foram realizados

com intervalos de 30 dias Apoacutes os subcultivos as

plantas permaneceram 30 dias em enraizamento O

estudo foi desenvolvido sob condiccedilotildees de temperatura

de 27 plusmn 1ordmC fotoperiacuteodo de 16 horas e intensidade

luminosa de 22 microEm2s

SILVEIRA D G et al76

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

Apoacutes o enraizamento in vitro 47 plantas sadias e 40

plantas infectadas com BSV foram transferidas para copos

plaacutesticos de 300 cm3 contendo o Plantmaxreg e vermiculita

(21) permanecendo 30 dias sob condiccedilotildees de 85 de umidade

relativa do ar e 60 de sombreamento em casa-de-vegetaccedilatildeo

Na fase de estabelecimento e em cada subcultivo

foram avaliadas as taxas de multiplicaccedilatildeo e a presenccedila dos

sintomas do BSV nos explantes provenientes das plantas

infectadas Na fase de aclimatizaccedilatildeo avaliaram-se a

presenccedila de sintomas nas plantas infectadas e as suas

respectivas alturas As medidas foram tomadas do coleto

ateacute a extremidade apical da folha mais alta

Os dados referentes ao nuacutemero de gemas obtidas

nos cinco subcultivos foram transformados em raiz

quadrada Foi estabelecida uma regressatildeo linear para cada

tratamento em funccedilatildeo dos subcultivos

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A infecccedilatildeo pelo BSV natildeo afetou significativamente

o crescimento e a multiplicaccedilatildeo das plantas sendo que o

nuacutemero de gemas cresceu linearmente em funccedilatildeo dos

subcultivos em ambos os tratamentos Trabalhando com

plantas micropropagadas de bananeira sadias e infectadas

com o viacuterus do topo em leque (Banana bunchy top virus

BBTV) Thomas et al (1995) observaram que aquela virose

tambeacutem natildeo afetou a capacidade das plantas em crescer e

multiplicar Nas anaacutelises de regressatildeo realizadas para os

dois tratamentos (plantas sadias e plantas com BSV) o

acreacutescimo no nuacutemero de gemas em funccedilatildeo dos subcultivos

pode ser explicado por um modelo de regressatildeo linear

(Figura 1) As estimativas da regressatildeo linear para plantas

com BSV e plantas sadias foram altamente significativas e

os coeficientes de determinaccedilatildeo (R2) proacuteximos de 1 Foi

observado que as linhas determinadas a partir das

equaccedilotildees obtidas satildeo quase superpostas evidenciando

um comportamento semelhante entre os dois tratamentos

com relaccedilatildeo ao nuacutemero de gemas por subcultivo

Em todas as fases da micropropagaccedilatildeo os sintomas

do BSV foram visiacuteveis ocorrendo nas folhas das plantas

infectadas estriados cloroacuteticos com linhas descontiacutenuas e

FIGURA 1 ndash Curvas de regressatildeo linear obtidas a partir dosdados de gemas em cada subcultivo da cultivar de bananeiraCaipira sadias e infectadas com BSV Cruz das Almas (BA)Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 2006Dados transformados por x

dispersas (Figura 2) Esses mesmos sintomas foram

observados em plantas de bananeira infectadas com BSV

mantidas a campo (RAMIREZ amp RIVERA 1994)

As contaminaccedilotildees que ocorreram nos materiais

in vitro foram tambeacutem avaliadas As maiores taxas de

contaminaccedilatildeo aconteceram na fase de estabelecimento

in vitro dos explantes obtendo-se niacuteveis de 21 e 32

para as plantas sadias e infectadas com BSV

respectivamente (Figura 3) Os elevados iacutendices de perdas

nesta etapa foram causados principalmente por

contaminaccedilatildeo bacteriana Segundo Oliveira amp Silva

(1997) as maiores contaminaccedilotildees bacterianas dos

explantes de bananeira ocorrem na fase de

estabelecimento in vitro do que nos demais subcultivos

Oliveira et al (2000) trabalhando com plantas livres de

viacuterus obtiveram taxas de contaminaccedilatildeo nesta fase entre

10 e 45 as quais estatildeo proacuteximas agraves obtidas neste

trabalho Durante a fase de multiplicaccedilatildeo as perdas por

contaminaccedilatildeo foram menores variando de 14 a 74

para as plantas sadias e de 0 a 121 no caso das plantas

infectadas com BSV sendo que a maior parte do material

foi contaminada por fungos natildeo-patogecircnicos Estes

valores foram bem inferiores agravequeles obtidos por Oliveira

et al (1999) (131) que utilizaram genoacutetipos diploacuteides

triploacuteides e tetraploacuteides de bananeiras sadias

Efeito do viacuterus das estrias da bananeira 77

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

FIGURA 2 ndash Planta de bananeira lsquoCaipirarsquo infectada com BSV na fase de enraizamento in vitro apresentando estriadoscloroacuteticos com linhas descontiacutenuas e dispersas nas folhas Cruz das Almas (BA) Embrapa Mandioca e FruticulturaTropical 2006

FIGURA 3 ndash Taxas por contaminaccedilatildeo () de explantes dacultivar Caipira na fase de estabelecimento (Est) e ao longode cinco subcultivos (Sub) Cruz das Almas (BA)Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 2006

Durante o enraizamento in vitro natildeo houve

diferenccedila significativa na altura das plantas Poreacutem com

30 dias de aclimatizaccedilatildeo as plantas com BSV apresentaram

altura significativamente inferior agraves plantas sadias (Tabela 1)

Soares et al (2000) cultivaram mudas de bananeira lsquoCaipirarsquo

sadias e infectadas com BSV durante 141 dias em casa-de-

vegetaccedilatildeo e observaram que a infecccedilatildeo pelo viacuterus implicou

em significativa reduccedilatildeo no crescimento inicial afetando

o porte o desenvolvimento do sistema radicular e a aacuterea

fotossintetizante das plantas Verifica-se assim que a

infecccedilatildeo pelo BSV prejudicou o crescimento inicial das

plantas afetando a altura daquelas infectadas mesmo em

um periacuteodo relativamente curto indicando que em periacuteodos

mais longos o prejuiacutezo com relaccedilatildeo ao crescimento pode

ser ainda maior aconteceu no estudo desenvolvido por

Soares et al (2000)

Os sintomas do BSV permaneceram visiacuteveis em

todas as plantas infectadas durante e apoacutes a fase de

aclimatizaccedilatildeo Esse resultado foi diferente ao obtido por

Dahal et al (1999) quando micropropagaram hiacutebridos de

Musa pois os sintomas soacute foram visiacuteveis em plantas com

trecircs meses apoacutes o enraizamento Provavelmente essa

diferenccedila foi devido agraves condiccedilotildees onde os trabalhos foram

conduzidos casa-de-vegetaccedilatildeo e campo respectivamante

bem como aos genoacutetipos estudados Observaccedilotildees

semelhantes foram tambeacutem efetuadas por Gauhl amp Pasberg-

Gauhl (1995) e Ortiz (1996) ao estudarem a incidecircncia de

viroses em diferentes genoacutetipos de bananeira

SILVEIRA D G et al78

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

Alturas (cm) Plantas de bananeira lsquoCaipirarsquo

Enraizamento

in vitro 30 dias de

aclimatizaccedilatildeo

Sadias 637 a 2690 a BSV 728 a 2192 b

TABELA 1 ndash Meacutedias das alturas das plantas apoacutes oenraizamento in vitro e 30 dias de aclimatizaccedilatildeo em casa-de-vegetaccedilatildeo Cruz das Almas (BA) Embrapa Mandiocae Fruticultura Tropical 2006

Meacutedias seguidas pelas mesmas letras nas colunas natildeodiferem estatisticamente entre si pelo teste F ao niacutevel de 5 de significacircncia

CONCLUSOtildeES

A infecccedilatildeo pelo BSV natildeo influenciou a taxa de

multiplicaccedilatildeo dos explantes embora os sintomas do viacuterus

tenham sido visiacuteveis em todas as fases da micropropagaccedilatildeo

e durante os primeiros 30 dias da aclimatizaccedilatildeo das plantas

infectadas Todavia o crescimento das plantas infectadas

foi afetado pela presenccedila do viacuterus

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CORDEIRO Z J M KIMATI H Doenccedilas da bananeiraIn KIMATI H et al (Ed) Manual de fitopatologiadoenccedilas das plantas cultivadas Satildeo Paulo AgronocircmicaCeres 1997 v 2 p 112-136

DAHAL G GAUHL F PASBERG-GAUHL C HUGHESJ drsquoA THOTTAPPILLY G LOCKHART B E L Evalutionof micropropagated plantain and banana (Musa spp) forbanana streak badnavirus incidence under field andgreenhouse conditions in Nigeria Annals of AppliedBiology Warwick v 134 n 2 p 181-191 Apr 1999

DANIELLS J THOMAS J E SMITH M Seedtransmission of banana streak virus confirmed InfoMusaMontpellier v 4 n 1 p 7 1995

GAUHL F PASBERG-GAUHL C Temporal dynamics ofbanana streak badnavirus (BSV) symptoms in Musa clonesin southern Nigeria Phytomedizin Hohenheim v 25 n 1p 27 1995

LOCKHART B E L Banana streak virus (BSV) InINTERNATIONAL NETWORK FOR THE

IMPROVEMENT OF BANANA AND PLANTAIN AnnualReport Montpellier INIBAP 1993 p 29-30

LOCKHART B E L Banana streak virus In PLOETZ RC ZENTMYER G A ANISHIJIMA W T ROHRBACHK G OHR H D (Ed) Compendium of tropical fruitdiseases Saint Paul The American PhytopathologicalSociet 1994 p 19-20

LOCKHART B E L Purification and serology of abaciliform virus associated with banana streak diseasePhytopathology Saint Paul v 76 n 10 p 995-999 Oct1986

LOCKHART B E L AUSTREY L J C Occurrence insugarcane of a bacilliform virus related serologically tobanana streak virus Plant Disease Saint Paul v 72 n 3p 230-233 Mar 1988

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgrowth and biossays with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 1962

OLIVEIRA R P SILVA S O Avaliaccedilatildeo de micropropagaccedilatildeocomercial em bananeira Pesquisa Agropecuaacuteria BrasileiraBrasiacutelia v 32 n 4 p 415-420 abr 1997

OLIVEIRA R P SILVEIRA D G SILVA S O Efeito dadesinfestaccedilatildeo e do uso de meios indicadores decontaminaccedilatildeo na micropropagaccedilatildeo de bananeira RevistaBrasileira de Fruticultura Jaboticabal v 22 n 1 p 57-61 abr 2000

OLIVEIRA R P SILVEIRA D G SILVA S O SILVA KM VILARINHOS A D Avaliaccedilatildeo da micropropagaccedilatildeode genoacutetipos diploacuteides triploacuteides e tetraploacuteides debananeira empregando protocolo utilizado em laboratoacuterioscomerciais Revista Brasileira de FruticulturaJaboticabal v 21 n 3 p 269-273 dez 1999

ORTIZ R The potential of AMMI analysis for fieldassessment of Musa genotypes to virus infectionHortscience Alexandria v 31 n 5 p 829-832 Sept 1996

RAMIREZ P RIVERA C Enfermedades virales in bananay plaacutetano In REUNIAtildeO DE LA ASSOCIACION PARA LACOOPERACION EN INVESTIGACION DE BANANO ENCARIBE Y EN AMERICA TROPICAL 10 1991 TabascoMemorias San Joseacute CORDANA 1994 p 223-230

Efeito do viacuterus das estrias da bananeira 79

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

SOARES T M MEISSNER FILHO P E ROCHA H SEfeitos do viacuterus das estrias da bananeira na cultivar Caipira(AAA) In CONGRESSO BRASILEIRO DEFRUTICULTURA 16 2000 Fortaleza Anais FortalezaSociedade Brasileira de Fruticultura 2000 172 p 1CD-ROM

THOMAS J E SMITH M K KESSLING A G HAMILLS D Incosistent transmission of banana bunchy top virusin micropropagated bananas and its implication forgermplasm screening Australian Journal of AgriculturalResearch Collingwood v 46 n 3 p 663-671 1995

FOGACcedilA L A et al80

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

CARACTERIacuteSTICAS MORFOFISIOLOacuteGICAS DE BROTACcedilOtildeES DEAgapanthus umbellatus var minor MULTIPLICADAS EM

BIORREATOR DE IMERSAtildeO TEMPORAacuteRIA1

MORPHOLOGICAL AND PHYSIOLOGICAL CHARACTERISTICS Agapanthus umbellatus varminor OF SHOOTS PROPAGATED IN BIOREACTOR OF TEMPORARY IMMERSION

LUCIANA ALVES FOGACcedilA2 DENILSON DORTZBACH3 ANTONIO CARLOS ALVES4 ENIO LUIZ PEDROTTI5

1Parte da dissertaccedilatildeo de mestrado do primeiro autor junto ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Recursos Geneacuteticos vegetais CCA UFSC ndash Florianoacutepolis SC2Engenheira Agrocircnoma Mestre em Recursos Geneacuteticos Vegetais ndash CCAUFSC ndash UFSC Trindade ndash Florianoacutepolis SC ndash 88040-900 ndash lufogacapopcombr3Empresa Catarinense de Pesquisa Agropecuaacuteria ndash Rodovia Admar Gonzaga 1340 ndash Bairro Itacorubi Florianoacutepolis SC ndash denilsondtbolcombr4Engenheiro Agrocircnomo Professor Dr Departamento Fitotecnia ndash CCAUFSC ndash UFSC ndash alvesccaufscbr5Engenheiro Agrocircnomo Professor Dr Departamento Fitotecnia ndash CCAUFSC ndash UFSC ndashRodovia Admar Gonzaga 1346 ndash 88 040 900 ndash Florianoacutepolis- SC ndash pedrotticcaufscbr

RESUMOCom o presente trabalho objetivou-se estudar alguns

aspectos morfoloacutegicos e fisioloacutegicos de placircntulas de Agapanthusumbellatus LrsquoHeacuter var minor multiplicadas em biorreatores deimersatildeo temporaacuteria (BIT) Foram testadas quatro concentraccedilotildeesde sacarose no meio de cultura e duas intensidades luminosasem um total de oito tratamentos formando um fatorial 2 x 4 Odelineamento experimental utilizado foi inteiramentecasualizado Os resultados obtidos indicaram que as condiccedilotildeesambientais principalmente luz e concentraccedilatildeo de sacarose domeio de cultura influenciaram o desenvolvimento e o crescimentodas placircntulas quando multiplicadas Observou-se que a ausecircnciade sacarose mesmo no niacutevel mais elevado de intensidadeluminosa natildeo estimulou a fotossiacutentese das placircntulas Acombinaccedilatildeo de 30 gL-1 de sacarose e 70 mMm-2s-1 de luzproporcionou maior numero de folhas massa fresca e secaconcentraccedilatildeo de clorofila a b e total fatores estes que tecircmgrande influecircncia na fase de aclimatizaccedilatildeo

Termos para indexaccedilatildeo Plantas ornamentaismicropropagaccedilatildeo sacarose intensidade luminosa

ABSTRACTThe objective of the present work was to study

morphological and physiological characteristics of Agapanthusumbellatus LrsquoHeacuter var minor plantlets propagated in bioreactorof temporary immersion (BIT) Four sucrose concentrationsand two light intensities were analyzed totalizing eighttreatments The experimental design used was a completelyrandomized with a 2 x 4factorial The results indicated that theenvironment conditions mainly light and sucrose concentrationsof the culture medium influenced plantlets development andgrowth It was observed that the absence of sucrose even inthe highest level of light intensity had no stimuli on plantletphotosynthesis The combination of 30 g L-1 sucrose and 70mM m-2 s-1 light had promoted higher leaf number fresh anddry weight concentration of chlorophyll a b and total

parameters that present high influence during theacclimatizationrsquos phase

Index terms Ornamental plants micropropagation sucroselight intensity

INTRODUCcedilAtildeO

Agapanthus umbellatus var minor tambeacutem

conhecida como Agapantho ou Liacuterio do Nilo eacute uma

angiosperma da famiacutelia Amaryllidaceae pertencente agrave

ordem Liliales (BOTANY 2003) eacute uma espeacutecie ornamental

muito utilizada como flor de corte devido agrave sua durabilidade

No entanto o maior interesse econocircmico nesta espeacutecie

decorre do seu uso como forraccedilatildeo em jardins e praccedilas

(LORENZI amp SOUZA 1995)

Sua propagaccedilatildeo eacute tradicionalmente efetuada

atraveacutes da divisatildeo de touceiras No entanto esta teacutecnica

apresenta uma seacuterie de desvantagens visto que a taxa de

propagaccedilatildeo eacute baixa cerca de dez mudas por planta ao ano

aleacutem de possibilitar a dispersatildeo de pragas e doenccedilas que

poderatildeo ocorrer no viveiro de produccedilatildeo Sendo assim a

micropropagaccedilatildeo pode ser uma ferramenta muito

promissora para esta espeacutecie

O processo de micropropagaccedilatildeo induz a um grande

nuacutemero de mudanccedilas anatocircmicas morfoloacutegicas e

fisioloacutegicas que muitas vezes tem limitado o cultivo in vitro

de algumas espeacutecies (DESJARDINS 1993) A

(Recebido em 18 de julho de 2005 e aprovado em 25 de agosto de 2006)

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 81

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

heterogeneidade de respostas agraves placircntulas que ocorrem

na cultura de tecidos eacute promovida natildeo soacute por fatores

inerentes ao tecido vegetal (geneacuteticos e fisioloacutegicos) mas

tambeacutem por modificaccedilotildees do ambiente in vitro

As modificaccedilotildees do ambiente in vitro envolvem a

qualidade e intensidade de luz fotoperiacuteodo temperatura

umidade reguladores de crescimento exoacutegenos fonte de

carbono e estresse mecacircnico Estes satildeo determinantes na

morfogecircnese no crescimento e no desenvolvimento de

placircntulas in vitro (GEORGE 1996 KOZAI et al 1990

SALISBURY 1981) Aleacutem disso interferem no nuacutemero de

folhas teor de clorofila densidade estomaacutetica (LIAN et

al 2002 PREECE amp SUTTER 1991) na fotossiacutentese e na

fase de aclimatizaccedilatildeo (DESJARDINS et al 1995)

Um dos principais fatores que causam grande

influecircncia na fotossiacutentese de placircntulas cultivadas in vitro

eacute a intensidade luminosa (GALZY amp COMPAN 1992) A

quantidade e a qualidade da luz bem como o fotoperiacuteodo

podem afetar o crescimento e o desenvolvimento de

placircntulas in vivo (SMITH 1982) e placircntulas in vitro

(ECONOMOU amp READ 1987 VLAHOS et al 1992) Esta

influecircncia se deve ao grande impacto sobre o acuacutemulo de

pigmentos biossiacutentese de clorofila diferenciaccedilatildeo de

cloroplastos e anatomia da folha (DESJARDINS et al 1995)

Outro fator que vem sendo estudado e que pode

determinar um papel importante no controle da atividade

fotossinteacutetica de placircntulas in vitro eacute a utilizaccedilatildeo de

carboidratos exoacutegenos pois o crescimento da maioria das

culturas in vitro eacute sustentado pela sacarose ou outros

accediluacutecares adicionados ao meio de cultura (PREECE amp

SUTTER 1991) Estes podem ser utilizados pelas placircntulas

quando a taxa de fotossiacutentese natildeo permite assegurar um

balanccedilo positivo em carbono definindo assim uma nutriccedilatildeo

mixotroacutefica ou heterotroacutefica (GALZY amp COMPAN 1992)

Baseado na hipoacutetese de que a composiccedilatildeo do meio

de cultura e a intensidade luminosa influenciam a

morfologia e a fisiologia de placircntulas micropropagadas o

presente trabalho teve como objetivo estudar aspectos

morfoloacutegicos e fisioloacutegicos de placircntulas de Agapanthus

umbellatus LrsquoHeacuter var minor multiplicadas em biorreator de

imersatildeo temporaacuteria (BIT) Para tanto foi avaliado o

desenvolvimento e o crescimento desta espeacutecie durante a

fase de multiplicaccedilatildeo em funccedilatildeo da variaccedilatildeo de niacuteveis de

sacarose e intensidade luminosa

MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado no Laboratoacuterio de

Morfogecircnese e Bioquiacutemica Vegetal localizado no Centro

de Ciecircncias Agraacuterias da Universidade Federal de Santa

Catarina em Florianoacutepolis - SC

O trabalho consistiu de um ensaio onde foram

utilizadas brotaccedilotildees de Agapanthus umbellatus var minor

obtidas da terceira repicagem mantidas em meio geleificado

MS + 178 mM de BAP Apoacutes serem individualizadas e

padronizadas tendo o seu tamanho variando entre 25 e

30 cm de comprimento as brotaccedilotildees foram transferidas

para o BIT (ETIENNE amp BERTHOULY 2002) contendo 500

mL de meio liacutequido e sais de MS (MURASHIGE amp SKOOG

1962) em condiccedilotildees asseacutepticas suplementado com

concentraccedilatildeo de 89 mM de BAP O pH foi ajustado com

NAOH (1N) em 59 antes da autoclavagem (durante 15

minutos sob 121ordmC e 15 atm de pressatildeo) O delineamento

experimental utilizado no ensaio foi o inteiramente

casualizado Foram testados quatro concentraccedilotildees de

sacarose no meio de cultura (0 15 30 e 45) e duas

intensidades luminosas (70 e 140 mmolm-2s-1) providas

por lacircmpadas brancas fluorescentes (PHILIPS ndash TLT 40W)

em um total de oito tratamentos formando um fatorial 2 x 4

Cada tratamento foi composto por trecircs frascos (repeticcedilatildeo)

contendo 50 plantas cada um

Os frascos foram mantidos em sala de crescimento

com fotoperiacuteodo de 16 horas e temperatura meacutedia de 22ordmC

com variaccedilatildeo de plusmn 2ordmC por um periacuteodo de 60 dias

Apoacutes 60 dias de cultivo foram avaliadas as

seguintes caracteriacutesticas dos explantes nuacutemero e tamanho

das brotaccedilotildees (cm) nuacutemero de folhasbrotaccedilatildeo massa

fresca e seca (g) da parte aeacuterea e raiz utilizando-se amostras

de 25 placircntulas por repeticcedilatildeo escolhidas ao acaso

FOGACcedilA L A et al82

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

A determinaccedilatildeo do conteuacutedo de clorofila ldquoa b e

totalrdquo consistiu na coleta de amostras de 100 mg de massa

fresca As amostras foram incubadas com 70 mL de DMSO

(dimetilsulfoacutexido) sem maceraccedilatildeo por 30 minutos a 65degC

Apoacutes filtragem seu volume foi completado para 10 mL com

DMSO Desses extratos 2 mL foram analisados em

espectrofotocircmetro (UV - visiacutevel SHIMADZU) para os

valores de absorbacircncia entre 645 e 663 nm Os valores obtidos

foram submetidos agrave foacutermula de Arnon (1949) conforme

descrito por Hiscox amp Israelstam (1979) Chl a = (00127 X

D663) ndash (000269 X D645) e Chl b = (00229 X D645) ndash (000468

X D663) A clorofila total foi a soma da ldquoChl a e Chl brdquo de

cada tratamento foram utilizadas 25 amostras

A determinaccedilatildeo da densidade estomaacutetica (nuacutemero

de estocircmatos por mm2 de superfiacutecie foliar) foi realizada nas

amostras das quais extraiu-se a clorofila Apoacutes a extraccedilatildeo

da clorofila as folhas foram cortadas e somente o terccedilo

meacutedio das folhas foi usado para anaacutelise Em seguida foram

fixadas sobre lacircminas histoloacutegicas com a ajuda de uma

lamiacutenula e de algumas gotas de aacutegua esterilizada A

observaccedilatildeo foi realizada na epiderme das faces adaxial e

abaxial da folha com o auxiacutelio de um microscoacutepio oacutetico

(OLYMPUS CH30 ocular WH10 X 22) com um aumento

de 400 vezes e com um campo conhecido de 024 mm2 Para

cada lacircmina foram feitas leituras em cinco campos

Os dados obtidos foram avaliados por meio da

anaacutelise de variacircncia (ANOVA) seguindo o modelo para

experimento bifatorial inteiramente casualizado O nuacutemero

de brotaccedilotildees o nuacutemero de folhas e a densidade estomaacutetica

foram transformados em Oumlx+1 para a anaacutelise As meacutedias

dos tratamentos foram separadas pelo teste de comparaccedilatildeo

de meacutedias de Duncan a 5 de probabilidade conforme

recomendaccedilotildees de Stell amp Torrie (1980)

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A concentraccedilatildeo de sacarose no meio de cultura

apresentou uma accedilatildeo positiva e interativa com a intensidade

luminosa na proliferaccedilatildeo de brotaccedilotildees (Tabela 1) visto

que a ausecircncia de sacarose no meio de cultura resultou

em insucesso no crescimento das placircntulas de Agapantho

principalmente nos primeiros dias Apoacutes o

desenvolvimento inicial (aproximadamente 10 dias) foi

constatada estagnaccedilatildeo no crescimento das placircntulas

seguido de atrofia e necrose das brotaccedilotildees Apoacutes 20 dias

de cultivo ocorreu a morte das brotaccedilotildees Isso mostrou

que folhas de placircntulas de Agapantho natildeo fixaram

carbono suficiente para sustentar seu crescimento na

ausecircncia de sacarose Portanto para a espeacutecie em estudo

foi necessaacuteria a adiccedilatildeo de uma fonte de carbono no meio

de cultura para o seu desenvolvimento in vitro Segundo

Capellades et al (1991) e Desjardins et al (1995) a total

remoccedilatildeo de carboidratos no meio de cultura para algumas

espeacutecies frequumlentemente torna-se prejudicial para o

crescimento das placircntulas o que pode prejudicar o

processo de micropropagaccedilatildeo e aclimatizaccedilatildeo pois

durante o cultivo in vitro as placircntulas perdem

parcialmente o autotrofismo e consequumlentemente

necessitam de uma fonte de carbono

O maior nuacutemero de brotaccedilotildees foi obtido com a

intensidade luminosa de 70 mmolm-2s-1 e a concentraccedilatildeo

de 45 gL-1 de sacarose (Tabela 1) Enquanto que com a

intensidade luminosa de 140 mmolm-2s-1 o maior nuacutemero

de brotaccedilotildees foi obtido com a concentraccedilatildeo de 30 gL-1 de

TABELA 1 ndash Nuacutemero de brotaccedilotildeesexplante de placircntulasde Agapanthus umbellatus var minor multiplicadasbiorreator de imersatildeo temporaacuteria suplementado comdiferentes concentraccedilotildees de sacarose e intensidadesluminosas no periacuteodo de 60 dias

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1)

Concentraccedilatildeo Sacarose (gL-1) 70 1 140 1

0 000 dA 00 dA 15 370 cB 544 cA 30 553 bB 651 aA 45 745 aA 585 bB

CV 67

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula nas colunase maiuacutescula nas linhas natildeo diferem significativamente peloteste de Duncan a 5 de probabilidade1 Observaccedilotildees transformadas segundo ( x+1)

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 83

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

sacarose Isso demonstrou um alto grau de mixotrofia dessa

espeacutecie

O tamanho das brotaccedilotildees e o nuacutemero de folhas

(Tabela 2) foram afetados apenas pelo efeito simples dos

fatores natildeo havendo interaccedilatildeo entre sacarose e luz O

maior tamanho das brotaccedilotildees foi alcanccedilada quando os

explantes foram submetidos a 15 gL-1 de sacarose e 140

mmolm-2s-1 de intensidade luminosa (Tabela 2) Verificou-

se tambeacutem que o aumento da concentraccedilatildeo desse

carboidrato no meio de cultura natildeo favoreceu o

alongamento das brotaccedilotildees Provavelmente o aumento

da intensidade luminosa favoreceu a taxa de fotossiacutentese

das placircntulas permitindo um balanccedilo positivo de carbono

afetando o crescimento e o desenvolvimento de placircntulas

in vitro (LEE et al 1995)

Por outro lado o maior nuacutemero de folhas de

Agapantho foi obtido na concentraccedilatildeo de 30 gL-1 de

sacarose (Tabela 2) A intensidade luminosa natildeo teve

influecircncia sobre essa variaacutevel Contrastando com os dados

obtidos no presente trabalho Konow amp Wang (2001)

determinaram que a intensidade luminosa de 40 mmolm-

2s-1 promoveu um aumento no nuacutemero de folhas de

Phalaenopsis enquanto placircntulas que se desenvolveram

em ambiente com intensidade de 10 e 80 molm-2s-1

apresentaram um menor nuacutemero de folhas Segundo os

autores o aumento no nuacutemero de folhas pode indicar que

TABELA 2 ndash Tamanho de brotaccedilotildees e nuacutemero de folhasbrotaccedilatildeo de placircntulas de Agapanthus umbellatus var minormultiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria suplementado com diferentes concentraccedilotildees de sacarose eintensidades luminosas no periacuteodo de 60 dias

Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas e colunas natildeo diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5 deprobabilidade

houve estiacutemulo da fotossiacutentese in vitro Outro efeito

observado em placircntulas de Agapantho neste trabalho foi

a presenccedila de folhas mais claras e vitrificadas (folhas com

aspecto viacutetreo pouco desenvolvidas aparecircncia suculenta

e translucente) na grande maioria das placircntulas

multiplicadas em meio suplementado com 15 gL-1 de

sacarose e intensidade luminosa de 70 mmolm-2s-1 Estes

resultados podem indicar que o aparato fotossinteacutetico natildeo

tenha se desenvolvido adequadamente (CAPPELADES et

al 1991 DESJARDINS et al 1995) afetando a acumulaccedilatildeo

de massa fresca Possivelmente a presenccedila de folhas

vitrificadas foi influenciada pelo uso de meio liacutequido pois

de acordo com George (1996) e Etienne amp Berthouly (2002)

o meio liacutequido favorece a produccedilatildeo de folhas vitrificadas

quando comparado com meio geleificado No entanto

observou-se que para os demais tratamentos em

concentraccedilotildees maiores de sacarose (30 e 45 gL-1) a

presenccedila de brotaccedilotildees vitrificadas foi rara ou nenhuma

Neste sentido o desenvolvimento de brotaccedilotildees com esta

caracteriacutestica pode estar relacionado agrave concentraccedilatildeo de

sacarose no meio e agrave diferenccedila osmoacutetica entre as brotaccedilotildees

e o meio de cultura (DEBERGH et al 1981) Este resultado

tambeacutem foi obtido na multiplicaccedilatildeo de rosas na qual onde

a reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de sacarose para 10 gL-1 na

fase de multiplicaccedilatildeo promoveu um aumento significativo

na presenccedila de plantas vitrificadas e quando submetidas

Tamanho de brotaccedilotildees (cm)

Nuacutemero de folhasbrotaccedilatildeo

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1) Concentraccedilatildeo Sacarose

(gL-1) 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia

0 000 000 000 d 000 000 000 d 15 275 396 335 a 407 408 408 b 30 295 295 295 b 414 404 409 a 45 245 220 233 c 400 408 404 c

Meacutedia 204 b 228 a 276 a 275 a

CV 2595 467

FOGACcedilA L A et al84

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

a concentraccedilotildees de 30 e 40 gL-1 a presenccedila de placircntulas

vitrificadas foi rara (LANGFORD amp WAINWRIGHT 1987)

Outro fator que possivelmente pode ter

influenciado a presenccedila de placircntulas vitrificadas in vitro

foi a baixa intensidade luminosa (GEORGE 1996) pois

placircntulas de Agapantho multiplicadas sob intensidade de

140 mmolm-2s-1 e 15 gL-1 de sacarose natildeo apresentaram

caracteriacutestica de vitrificaccedilatildeo Estes dados indicaram que o

aumento da intensidade luminosa evitou a presenccedila de

plantas vitrificadas aleacutem de proporcionar um incremento e

estiacutemulo na atividade fotossinteacutetica (GEORGE 1996)

A produccedilatildeo de massa fresca e seca das brotaccedilotildees

foram influenciadas pela interaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo

de sacarose e a intensidade luminosa (Tabela 3) Placircntulas

de Agapantho multiplicadas sob intensidade de 70

mmolm-2s-1 apresentaram a maior produccedilatildeo de massa

fresca e seca dentro das concentraccedilotildees de 30 gL-1 Nas

concentraccedilotildees de 15 e 45 gL-1 os resultados obtidos

foram inferiores (Tabela 3) Por outro lado quando se

aumentou a intensidade para 140 mmolm-2s-1 a melhor

produccedilatildeo de massa fresca e seca ocorreu dentro da

concentraccedilatildeo de 15 gL-1 de sacarose (Tabela 3) Verificou-

se assim que o aumento da concentraccedilatildeo de sacarose no

meio de cultura proporcionou efeitos negativos na

produccedilatildeo de massa fresca e seca quando as placircntulas

foram submetidas agrave intensidade luminosa mais elevada

TABELA 3 ndash Massa fresca e seca de brotaccedilotildees de Agapanthus umbellatus var minor multiplicadas em biorreator de imersatildeotemporaacuteria suplementado com diferentes concentraccedilotildees de sacarose e intensidades luminosas no periacuteodo de 60 dias

Tais resultados corroboram as afirmaccedilotildees feitas referentes

agrave variaacutevel nuacutemero de brotaccedilotildees em que demonstrou-se

que foi possiacutevel reduzir a concentraccedilatildeo de sacarose em

maiores intensidade luminosas confirmando o grau de

mixotrofia

Ao analisar a concentraccedilatildeo de clorofila em

folhas de Agapantho verificou-se que natildeo houve

interaccedilatildeo significativa entre as concentraccedilotildees de

sacarose e intensidade luminosa Os teores de clorofila

a b e total (Tabela 4) foram maiores nas concentraccedilotildees

de 30 gL-1 sacarose Serret et al (1995) mostraram que

o aumento da concentraccedilatildeo de accediluacutecares (30 gL-1) no

meio de cultura promoveu maior produccedilatildeo de clorofila

impedindo a fotoinibiccedilatildeo realizaccedilatildeo de fotossiacutentese e

aumento do ganho de massa em plantas de Gardecircnia

cultivadas in vitro

Em relaccedilatildeo ao efeito da intensidade luminosa natildeo

houve efeito deste fator sobre essas variaacuteveis ainda que

Economou amp Read (1987) Galzy amp Compan (1992) Vlahos

et al (1992) George (1996) tenham observado que a

intensidade luminosa eacute um fator que estaacute estreitamente

relacionado agrave siacutentese de clorofila No entanto no presente

trabalho sugere-se a menor intensidade 70 mmolm-2s-1 com

o objetivo de que natildeo ocorra um aumento na velocidade

de decomposiccedilatildeo da clorofila com intensidade mais

elevada

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula nas colunas e maiuacutescula nas linhas natildeo diferem significativamente peloteste de Duncan a 5 de probabilidade

Massa fresca (g)

Massa seca (g)

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1) Concentraccedilatildeo

Sacarose (gL-1) 70 140 70 140

0 000 dA 00 dA 000 dA 000 dA 15 067 cB 106 aA 0069 cB 0109 aA 30 082 aA 076 bB 0085 aA 0081 bB 45 075 bA 049 cB 0078 bA 0051 cB

CV 2873 2655

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 85

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

TABELA 4 ndash Concentraccedilotildees de clorofila a b e total (mgg massa fresca) em folhas de Agapanthus umbellatus varminor multiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria por um periacuteodo de 60 dias submetidas a 4 concentraccedilotildees desacarose e dois niacuteveis de intensidade luminosa

Clrofila a (mgg massa fresca)

Clrofila b (mgg massa fresca)

Clrofila total (mgg massa fresca)

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1) Concentraccedilatildeo

Sacarose (gL-1) 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia

0 000 000 000 d 000 000 000 d 000 000 000 d 15 211 248 295 c 089 076 083 c 301 325 313 c 30 502 509 505 a 200 211 205 a 703 721 710 a 45 486 420 453 b 195 179 187 b 682 633 658 b

Meacutedia 299 a 294 a 121 a 116 a 421 a 420 a

CV 740 820 850

Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas e colunas natildeo diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5 deprobabilidade

Em relaccedilatildeo aos estocircmatos atraveacutes de

observaccedilatildeo microscoacutepica foi possiacutevel verificar que o

Agapantho possui folhas com caracteriacutest ica

anfiestomaacutetica caracterizada pela presenccedila de

estocircmatos em ambas as faces (face abaxial e adaxial)

Esta caracteriacutestica tem sido considerada como um

mecanismo adaptativo para maximizar a condutacircncia

de CO2 quando luz e aacutegua satildeo fatores limitantes

(KRAMER 1969)

Atraveacutes da anaacutelise estatiacutestica para densidade

estomaacutetica da face adaxial verificou-se que natildeo houve

interaccedilatildeo entre os fatores sacarose e intensidade

luminosa havendo portanto efeito isolado dos fatores A

maior densidade estomaacutetica da face abaxial foi obtida na

concentraccedilatildeo de 45 gL-1 (Tabela 5) Natildeo houve efeito da

intensidade luminosa para essa variaacutevel Por outro lado

a maior densidade estomaacutetica na face adaxial foi obtida

na concentraccedilatildeo de 45 gL-1 de sacarose e 140 mmolm-2s-1

de intensidade luminosa (Tabela 5) verificando a

influecircncia positiva da intensidade luminosa para essa

variaacutevel

As folhas de placircntulas multiplicadas na

concentraccedilatildeo de 15 gL-1 de sacarose apresentaram menor

densidade estomaacutetica em ambas as faces (Tabela 5) com

formato anormal largos e salientes caracteriacutesticas estas

natildeo desejaacuteveis pois segundo Preece amp Sutter (1991)

uma alteraccedilatildeo a niacutevel estrutural eou morfoloacutegico podem

impedir o funcionamento do aparelho estomaacutetico e grande

parte dos estocircmatos assim formados satildeo incapazes de se

fechar

Possivelmente este resultado se deve agraves

caracteriacutesticas de vitrificaccedilatildeo que as folhas do

tratamento 15 gL-1 de sacarose e 70 mmol m-2s-1 de

intensidade luminosa apresentaram (BLANKE amp

BELCHERL 1989) e a falta de energia armazenada no

explante com a falta de carbono que eacute proveniente da

sacarose adicionada ao meio de cultura (DESJARDINS

et al 1995) Estes resultados corroboram os obtidos

por Vintildea et al (2001) que demonstraram que folhas

vitrificadas de abacateiro apresentaram estocircmatos

grandes com saliecircncia ceacutelulas subsidiaacuterias assimeacutetricas

e deformadas e seu ostiacuteolo completamente aberto Tal

anomalia pode ser atribuiacuteda agrave perda da elasticidade das

paredes das ceacutelulas-guarda o que impediria o seu

movimento de abertura e fechamento que

consequumlentemente afeta o desenvolvimento das

placircntulas ao serem transferidas para condiccedilotildees ex vitro

atraveacutes da excessiva perda de aacutegua

FOGACcedilA L A et al86

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

TABELA 5 ndash Densidade estocircmatica (estocircmatosmm2) da face adaxial e abaxial de folhas de Agapanthus umbellatus varminor multiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria suplementado com diferentes concentraccedilotildees de sacarose eintensidade luminosa por um periacuteodo de 60 dias

Densidade estomaacutetica (estocircmatosmm2) Epiderme da face Adaxial Epiderme da face Abaxial

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1)

Concentraccedilatildeo Sacarose(gL1) 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia

0 000 000 000 d 000 000 000 d 15 2587 3026 2802 c 3408 4752 4053 c 30 6524 5628 6064 b 9977 8584 9268 b 45 5412 7016 6188 a 8809 10807 9783 a

Meacutedia 2856 b 3089 a 4256 a 4705 a CV 1474 1206

Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas e colunas natildeo diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5 deprobabilidade

CONCLUSAtildeO

Condiccedilotildees ambientais tais como intensidade

luminosa e concentraccedilatildeo de sacarose adicionada ao meio

de cultura influenciaram no desenvolvimento e

crescimento das placircntulas de Agapanthus umbellatus

var minor quando multiplicadas em meio liacutequido no BIT

Placircntulas de Agapantho foram incapazes de se

desenvolver em meio sem sacarose sendo portanto

necessaacuteria a adiccedilatildeo de uma fonte de carbono visto que a

espeacutecie em estudo apresentou uma taxa de fotossiacutentese

incapaz de assegurar um balanccedilo positivo em carbono

Houve uma grande variaccedilatildeo nas respostas obtidas

no entanto fazendo uma avaliaccedilatildeo em conjunto das

variaacuteveis recomenda-se 30 gL-1 de sacarose e intensidade

luminosa de 70 mmolm-2s-1 No entanto deve-se ressaltar

que estudos mais aprofundados devem ser conduzidos

para verificar o efeito destas combinaccedilotildees sobre o

desempenho de placircntulas durante a fase de aclimatizaccedilatildeo

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BLANKE M M BELCHER A R Stomata of apple leavescultured in vitro Plant Cell Tissue and Organ CultureAmsterdam v 19 n 1 p 85-89 1989

BOTANY Disponiacutevel em lthttpwwwbotanycomgt Acessoem 20 nov 2003

CAPELLADES M LEMEUR R DEBERGH P Effects ofsucrose on starch accumulation and rate of photosynthesisin Rosa cultured in vitro Plant Cell Tissue and OrganCulture Amsterdam v 25 n 1 p 21-26 Apr 1991

DEBERGH P HARBAOUI Y LEMEUR R Masspropagation of globe artichoke (Cynara Scolymus)Evaluation of different hypoteses to overcome vitrificationwith special reference to water potencial PhysiologyPlantarum Copenhagen v 53 n 2 p 181-187 1981

DESJARDINS Y Overevieww of factors influencingphotosynthesis of micropropagated plants and their effecton acclimatization In CARRE F CHAGVARDIEFF P(Ed) Ecophysiology and photosynthetic in vitro culturesFrance CEA 1993 p145-160

DESJARDINS Y HDIDER C RICK J de Carbon nutritionin vitro - regulation and manipulation of carbon assimilationin micropropagated systems In CHRISTIE J A KOZAIT SMITH M A L Automation and environmental controlin plant tissue Culture 1995 p 441-471

ECONOMOU A S READ P E Light treatments toimprove efficiency of in-vitro propagation systemsHortScience Alexandria v 22 n 5 p 751-754 Oct 1987

ETIENNE H BERTHOULY M Temporary immersionsystems in plant micropropagation Plant Cell Tissue andOrgan Culture Amsterdam v 69 n 3 p 215-231 June2002

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 87

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

GALZY R COMPAN D Remarks on mixotrophic andautotrophic carbon nutrition of Vitis plantlets cultured invitro Plant Cell Tissue and Organ Culture Amsterdamv 31 n 3 p 239-244 Dec 1992

GEORGE E F Plant propagation by tissue culture 2 edEversley Exergetics 1996 v2 1361 p

HISCOX J D ISRAELSTAM G F A method for theextration of chlorophyll from leaf tissue without macerationCanadian Journal Botanic Ottawa v 57 n 12 p 1332-1334 1979

KONOW E A WANG Y T Irradiance levels affect invitro and greenhouse growth flowering and phosyntheticbehavior of a hybrid Phalaenopsis Orquid Journal ofAmerican Society for Horticultural Science Alexandriav 126 n 5 p 531-536 Sept 2001

KOZAI T OK H FUJIWARA K Photosyntheticcharacteristic of Cymbidium plantlets in vitro Plant CellTissue and Organ Culture Amsterdam v 22 n 3 p 205-211 Sept 1990

KRAMER P J Plant and soil water relationship modernsynthesis New York Mc Graw Hill 1969 538 p

LANGFORD P J WAINERIGHT H effect of sucroseconcentration on the photosynthetic ability of rose shoots invitro Annals Botany London v 60 n 6 p 663-640 Dec 1987

LEE N WETZSTEIN Y SOMMER H E Effect ofquantum flux density on photosynthesis and chloroplastultrastructure in tissue-cultured plantlets and seelings ofLiquidambar stvraciflua L towards improvedacclimatization and field survival Plant PhysiologyRockville v 78 n 3 p 637-641 1995

LIAN M L MURTHY H N PAEK K Y Culture methodand photosynthetic photon flux affect photosynthesis growthand survival of Limonium ldquoMisty Bluerdquo in vitro ScientiaHorticulture Amsterdam v 95 n 3 p 239-249 Sept 2002

LORENZI H SOUZA H M de Plantas ornamentais noBrasil arbustivas herbaacuteceas e trepadeiras Nova OdessaEditora Plantarum 1995 734 p

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgroth and biossay with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 1962

PREECE J E SUTTER E Acclimatization ofmicropropagated plants to the greenhouse and field InDEBERGH P ZIMMERMAN R (Ed) Micropropagationtechnology and application Dordrecht 1991 p 71-94

SALISBURY F B Responses to photoperiod In PITSONA ZIMMERMANN M H (Ed) Encyclopedia of plantphysiology Berlin Springer-Verlang 1981 p 134-167 (Newseries 12 A)

SERRET M D TRILLAS M I ARAUS J L The effectof sucrose and light levels on stable carbon isotopecomposition and photosynthetic pigments of gardenialeaflets in vitro In CARRE F CHAGVARDIEFF P (Ed)Ecophysiology and photosynthetic in Vitro culturesCadarache CEA 1995 p 169-172

SMITH H Light quality photoperception and plantstrategy Annual Review of Plant Physiology Palo Alto v33 p 481-518 1982

STELL R G D TORRIE J H Principles and preceduresof statistics a biometrical approach 2 ed New YorkMacgraw-Hill 1980 633 p

VLAHOS J C MARTAKIS G F P HEUVELINK EDaylength light quality and temperature influence growthand development of Achumenes HortScience Alexandriav 27 n 12 p 1269-1271 Dec 1992

VINAtilde G de la MUNtildeOZ B ALFARO F P Effect of culturemedia and irradiance level on growth and morphology ofPersea americana Mill microcuttings Plant Cell Tissueand Organ Culture Amsterdam v 65 n 3 p 229-237 2001

SOUZA G de F M V e et al88

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

CAPACIDADE DE REGENERACcedilAtildeO IN VITRO DE TOMATEIROCULTIVAR SANTA CLARA

IN VITRO REGENERATION CAPACITY OF TOMATOPLANT CULTIVAR SANTA CLARA

GLAUCIA DE FATIMA MOREIRA VIEIRA E SOUZA1 JOSEacute MAGNO QUEIROZ LUZ2 ALCIONE SILVA ARRUDA3DENISE GARCIA SANTANA2 MARIANA DE SOUZA E SILVA DA COSTA TEIXEIRA4

LUCIANA LONDE5 ADELAIDE SIQUEIRA SILVA6 ELISAcircNGELA RODRIGUES FIGUEIRA7

1Mestranda em Fitotecnia ndash UFU ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash gfmvsyahoocombr2Professor Dr Instituto de Ciecircncias Agraacuterias ndash UFUICIAG ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash jmagnoumuaramaufubr3Dra em Geneacutetica e Bioquiacutemica Professora contratada da UEG ndash Unidade Universitaacuteria de Ipameri ndash Rodovia GO 330 Km 24 ndash Anel Viaacuterio SN ndash 75780-000 ndash Ipameri GO ndash asarrudahotmailcom4Engenheira Agrocircnoma ndash UFU ndash Conab Sede - SGAS 901 Bloco ldquoArdquo Lote 69 - Asa Sul ndash 70390-010 ndash Brasiacutelia DF ndash marisouza81yahoocombr5Dra em Geneacutetica e Bioquiacutemica ndash IGBUFU ndash Av Paraacute 1720 ndash Campus Umuarama ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash llondebolcombr6Mestranda em AgronomiaFitotecnia ndash UFUICIAG ndash Bolsista FAPEMIG ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash adelaidebioyahoocombr7Mestre em AgronomiaFitotecnia ndash UFUICIAG ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash Elis_figueirayahoocombr

RESUMOA cultivar de tomateiro Santa Clara (Lycopersicon

esculentum Mill) foi avaliada quanto ao seu potencial deregeneraccedilatildeo in vitro a partir de trecircs tipos de explantes e trecircsmeios de cultura seguidos de trecircs repicagens Os explantes foramcotileacutedone decapitado cotileacutedone fendido e cotileacutedone aparadonas extremidades Os meios de cultura foram MI macro emicronutrientes do MS vitaminas B5 de Gamborg et al (1968)suplementado com 30 gL de sacarose e de 8 gL de aacutegar pH 58MII meio MI suplementado com 1 mgL de BAP e 30 gL deglicose MIII meio MI suplementado com 25 mgL de BAP e02 mgL de AIA Para as repicagens foi utilizado o meio MIsuplementado com 05 mgL 08 mgL e 10 mgL de BAP paraa primeira segunda e terceira repicagens respectivamente Noenraizamento foi usado o meio MI suplementado com 05 mgL de AIA e as placircntulas enraizadas foram transferidas parasubstrato comercial Plantimax esterilizado e aclimatadas emlaboratoacuterio A maior induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo tanto de calosquanto de brotos foi observada nos meacutetodos cotileacutedone fendidoe cotileacutedone aparado quando colocados no meio MIII no entantoa induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo foi mais raacutepida quando usado cotileacutedonedecapitado indicando um alto potencial de organogecircneseespontacircnea sendo que o meio MI foi o melhor Os resultadosobtidos com as diferentes concentraccedilotildees de BAP nos trecircs ciclosde repicagem natildeo diferiram entre si e 82 das plantas enraizadasaclimataram-se com sucesso

Termos para indexaccedilatildeo Lycopersicon esculentummelhoramento do tomateiro cultura de tecidos

ABSTRACTThe tomato plant cultivar lsquoSanta Clararsquo (Lycopersicon

esculentum Mill) was evaluated as for its in vitro potential ofregeneration using three types of explants and three culture media

following three pricking-outs The explants were as followsdecapitated cotyledon split cotyledon and rim-trimmedcotyledon The culture media were MI MS macro andmicronutrients vitamins B5 of Gamborg et al (1968)supplemented with 30gL sucrose and 8gL agar pH 58 MIImedium MI supplemented with 1 mgL BAP and 30 gL glucoseMIII medium MI supplemented with 25 mgL BAP and 02mgL IAA For the pricking-outs the media MI wassupplemented with 05 mgL 08 mgL and 10 mgL BAP forthe first second and third pricking out respectively As forrooting the MI medium was supplemented with 05 mgL IAAand the rooted seedlings were transplanted to the sterilizedcommercial substrate Plantimax and then acclimatized inlaboratory Higher callus induction and sprout regeneration wasobserved for the methods of split and rim-trimmed cotyledonplaced into medium MIII Nevertheless the induction forregeneration was much faster when the decapitated cotyledonmethod was used indicating a high potential of spontaneousorganogenesis in which the media MI was the best The resultsobtained with the different concentrations of BAP in the threecycles of pricking-out did not differ among themselves and 82of the rooted plants were acclimatized successfully

Index terms Lycopersicon esculentum tomato breeding tissueculture

INTRODUCcedilAtildeO

O tomate pertence ao gecircnero Lycopersicon e a

espeacutecie cultivada cosmopolita eacute botanicamente

denominada de Lycopersicon esculentum (FILGUEIRA

2000) As cultivares atualmente plantadas podem ser

(Recebido em 03 de outubro de 2003 e aprovado em 04 de setembro de 2006)

Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro 89

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

reunidas em cinco grupos Santa Cruz Salada Cereja

Italiano Agroindustrial No presente trabalho foi utilizada

a cultivar Santa Clara do grupo Santa Cruz pois ela continua

sendo a cultivar mais plantada no Brasil

A tomaticultura estaacute associada a seacuterios problemas

fitossanitaacuterios sobretudo viroses aleacutem do ataque de

fungos bacteacuterias e insetos praga Cria-se com isto a

necessidade de se pesquisar novas alternativas ou

obtenccedilatildeo de novos genoacutetipos com resistecircncia muacuteltipla a

doenccedilas e pragas entre essas os estudos sobre

regeneraccedilatildeo e transformaccedilatildeo geneacutetica (FAacuteRI et al 2000)

A engenharia geneacutetica abriu uma nova perspectiva

para o melhoramento geneacutetico do tomateiro a partir do

final da deacutecada de 80 (WIJBRANDI amp BOTH 1993)

visando aumentar a produtividade e melhorar a qualidade

por meio da obtenccedilatildeo de resistecircncia a estresses bioacuteticos e

abioacuteticos A cultura de tecidos destaca-se durante o

processo de realizaccedilatildeo das teacutecnicas de transformaccedilatildeo

geneacutetica pois eacute necessaacuterio induzir gemas vegetativas e

em seguida regenerar brotos alongados e plantas

completas a partir de ceacutelulas ou tecidos geneticamente

modificados

Para a otimizaccedilatildeo de protocolos para o tomateiro

alguns fatores que afetam a eficiecircncia de transformaccedilatildeo

tecircm sido examinados dentre eles o tamanho do explante e

o tipo de explante hipocoacutetilo ou cotileacutedone (FRARY amp

EARLE 1996)

No Brasil haacute poucos trabalhos na aacuterea de

regeneraccedilatildeo in vitro e de transformaccedilatildeo geneacutetica de

cultivares de tomateiro e pouco se conhece sobre a

capacidade de regeneraccedilatildeo das principais cultivares

brasileiras (FAacuteRI et al 2000) Alguns pesquisadores como

Faria amp Illg (1993) analisaram a regeneraccedilatildeo in vitro de

algumas espeacutecies e cultivares de tomateiro observando

uma baixa capacidade morfogecircnica das cultivares se

comparadas com a espeacutecie selvagem Lycopersicon

pimpinellifolium (L) P Miller

Com este trabalho objetivou-se teve como objetivo

avaliar o potencial de regeneraccedilatildeo in vitro da cultivar Santa

Clara do grupo Santa Cruz a partir de diferentes tipos de

explantes e meios de cultura criando e otimizando

protocolos para sua regeneraccedilatildeo in vitro

MATERIAL E MEacuteTODOS

No Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos Vegetais do

Instituto de Geneacutetica e Bioquiacutemica da Universidade Federal

de Uberlacircndia foi avaliada a capacidade de regeneraccedilatildeo

in vitro do tomateiro cultivar Santa Clara usando trecircs

tipos de explantes e trecircs meios de cultura seguido de trecircs

repicagens O experimento foi realizado em delineamento

em blocos casualizados em esquema fatorial (3x3) com trecircs

repeticcedilotildees As plantas regeneradas foram enraizadas e

aclimatadas em laboratoacuterio

Sementes comerciais da cultivar Santa Clara apoacutes

serem desinfestadas por um minuto em aacutelcool etiacutelico a 96

e em hipoclorito de soacutedio comercial a 20 (vv) com duas

gotas de detergente comercial durante 25 minutos foram

enxaguumladas 5 vezes em aacutegua bidestilada esterilizada e

inoculadas em meio MS 100 (MURASHIGE amp SKOOG

1962) solidificado com 7 g L-1 de aacutegarndashaacutegar por sem

reguladores de crescimento O meio foi distribuiacutedo em

frascos de vidro esteacutereis utilizados para cultura de tecidos

com 30 mL de meio MS As culturas foram mantidas em

sala de crescimento com temperatura de 25+2 ordmC

fotoperiacuteodo de 16 horas e luminosidade de 50 mmol m-2s-

1 As placircntulas obtidas aos 14 15 e 20 dias apoacutes a semeadura

foram usadas como fonte de explantes para os blocos 1 2

e 3 respectivamente Os explantes foram inoculados de

acordo com os meacutetodos descritos a seguir em placas de

Petri devidamente esterilizadas e autoclavadas contendo

30 mL de meio de cultura com 16 unidades por tipo de

explante por meio de cultura utilizado Cada 16 explantes

constituiu uma parcela do experimento sendo composta

por duas placas de Petri cada uma com 8 explantes

Os tipos de explantes foram os seguintes

A - que consistiu na decapitaccedilatildeo de placircntulas onde

essa decapitaccedilatildeo ocorreu diretamente abaixo do noacute do

cotileacutedone ficando o hipocoacutetilo com as radiacuteculas

SOUZA G de F M V e et al90

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

B - meacutetodo de cotileacutedones fendidos os cotileacutedones

foram fendidos ao longo da nervura central da extremidade

ateacute sua metade de acordo com o protocolo de Faacuteri et al

(2000)

C - cotileacutedones foram aparados e seguiu-se o

protocolo descrito por Redenbaugh et al (1992) Os

cotileacutedones aparados nas extremidades distal e proximal

(aacutepice e peciacuteolo) foram inoculados com a face abaxial em

contato com o meio

Foram realizadas trecircs repicagens para alongar os

brotos Cerca de 30 dias apoacutes a inoculaccedilatildeo dos explantes

foi realizada a primeira repicagem Os intervalos entre as

repicagens foram em torno de 5 semanas

Os tratamentos consistiram na inoculaccedilatildeo dos trecircs

tipos de explantes descritos nos trecircs meios de cultura

abaixo com trecircs repeticcedilotildees por tratamento

Meio MI macro e micronutrientes de Murashige amp

Skoog (1962) e vitaminas B5 de Gamborg et al (1968)

suplementado com 30 gL de sacarose e de 8 gL de aacutegar-

aacutegar pH 58 meio MII meio de cultura MI suplementado

com 1 mgL de zeatina e 30 gL de glicose conforme

McCormick (1991) meio MIII meio de cultura MI

suplementado com 25 mgL de BAP e 02 mgL de AIA

segundo Rhim et al (1995)

Para as repicagens foi utilizado o meio MI

suplementado com 05 mgL 08 mgL e 10 mgL de BAP

para a primeira segunda e terceira repicagens

respectivamente

Para enraizamento foi usado o meio MI

suplementado com 05 mgL de AIA As placircntulas

enraizadas foram transferidas para substrato comercial

Plantimax esterilizado e aclimatadas em laboratoacuterio

Os brotos com 2 cm de comprimento foram

transferidos para o meio de enraizamento citado e

permaneciam nesse meio durante 15 dias Apoacutes esse periacuteodo

os brotos eram transplantados para substrato comercial

Plantimax autoclavado irrigados com aacutegua uma a duas

vezes por dia ateacute a aclimataccedilatildeo A aclimataccedilatildeo ocorreu em

torno de 20 dias em condiccedilotildees de laboratoacuterio

Avaliou-se a induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo o

alongamento de brotos e o enraizamento e aclimataccedilatildeo

das plantas regeneradas

Os dados de contagem foram transformados para

50x As anaacutelises de normalidade e homogeneidade

foram realizadas pelo software Prophet Os dados obtidos

foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e as meacutedias

comparadas pelo teste de Tukey ao niacutevel de 5 de

probabilidade pelo software SANEST (ZONTA amp

MACHADO 1989)

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Para cotileacutedone decapitado ocorreu um iniacutecio de

formaccedilatildeo de calosidade por volta de 10 dias apoacutes inoculaccedilatildeo

e o surgimento de brotos ocorreu cerca de 12 dias depois da

inoculaccedilatildeo sem a formaccedilatildeo de calos propriamente ditos A

induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo foi mais raacutepida quando usado esse

tipo de explante indicando um alto potencial de

organogecircnese espontacircnea sendo que o meio MI foi o melhor

para a induccedilatildeo e nuacutemero total de brotos (Tabela 1)

No cotileacutedone fendido o iniacutecio de formaccedilatildeo de

calosidade aconteceu com aproximadamente 10 dias apoacutes

inoculaccedilatildeo Por volta de 18 dias depois da inoculaccedilatildeo

iniciou-se o surgimento de brotos e jaacute existiam calos

formados Para esse tipo de explante nos meios MI e MII

ocorreu apenas a formaccedilatildeo de calos enquanto no meio

MIII ocorreu a formaccedilatildeo de calos e calos com brotos sendo

alto o nuacutemero total de brotos (Tabela 1) Supotildee-se que a

maior superfiacutecie de corte tenha influecircncia significativa

sobre esse fenocircmeno onde a maior superfiacutecie de corte do

cotileacutedone resulta em maior capacidade de regeneraccedilatildeo

(FAacuteRI et al 1995b)

No cotileacutedone aparado com cerca de 10 dias apoacutes

inoculaccedilatildeo ocorreu o iniacutecio de formaccedilatildeo de calos e 20 dias

depois da inoculaccedilatildeo ocorreu o surgimento de brotos e jaacute

existiam calos formados Para esse tipo de explante nos

meios MI MII e MIII ocorreu a formaccedilatildeo de calos no

entanto apenas no meio MIII ocorreu a formaccedilatildeo de calos

com brotos (Tabela 1)

Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro 91

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

TABELA 1 ndash Frequumlecircncia de induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo in vitro da cultivar Santa Clara do grupo Santa Cruz UberlacircndiaUFU 2001

Dados seguidos de mesma letra nas colunas (abc) e nas linhas (AB) natildeo diferem entre si a 5 de probabilidade peloteste de TukeyA diferenccedila entre o nordm de explantes de um meacutetodo para outro eacute devida a parcelas (ou parte delas) perdidas

Nos trecircs ciclos de repicagens a capacidade de

alongamento dos brotos foi igual indicando que as

concentraccedilotildees de BAP natildeo diferiram estatisticamente entre

si dentro de cada tipo de explante Em relaccedilatildeo ao nuacutemero

de brotos alongados na primeira e terceira repicagens o

cotileacutedone decapitado apresentou maior nuacutemero jaacute na

segunda repicagem natildeo houve diferenccedila entre os tipos de

explantes (Tabela 2)

As plantas apoacutes serem enraizadas foram

transferidas para aclimataccedilatildeo obtendo-se 82 de plantas

aclimatadas Cerca de 20 dias apoacutes transplantio para o

substrato as plantas jaacute estavam aclimatadas

Apoacutes a terceira repicagem ainda existiam cerca de

334 brotos para serem novamente repicados e 51 brotos

prontos para serem enraizados perfazendo um total geral

de 549 brotos obtidos ateacute a fase estudada

Para o tipo de explante cotileacutedone decapitado foram

obtidos 181 brotos equivalentes a 174 brotos por explante

Para o explante cotileacutedone fendido o nuacutemero de brotos por

Tipos de Explantes Variaacuteveis Meios Cotileacutedone decapitado Cotileacutedone fendido Cotileacutedone aparado

I 396 aA 050 cB 142 bB II 000 bB 632 bA 672 aA Nordm de explantes

com calos III 000 bB 1599 aA 597 bB I 1095 aA 000 bB 000bB II 050 bA 000 bA 000 bA Nordm de explantes

com brotos III 130 bB 1217 aA 850 aA I 396 aA 050 cB 169 cB II 000 bB 632 bA 645 bA Nordm total de

calos III 000 bB 3630 aA 2655 aA I 1850 aA 000 bB 000 bB II 050 bA 000 bA 000 bA Nordm total de

brotos III 130 bB 2760 aA 2934 aA I 48 32 40 II 32 40 32 Nordm de

explantes III 24 40 48 Total de explantes 104 112 120

explante foi igual a 145 e para o cotileacutedone aparado foram

obtidos 170 brotos por explante Esses resultados foram

semelhantes aos obtidos por Faacuteri et al (2000) para as

cultivares IPA-5 e IPA-6 os quais concluiacuteram que a

utilizaccedilatildeo de cotileacutedones fendidos e cotileacutedones aparados

produziram uma regeneraccedilatildeo alta e onde a maior induccedilatildeo

foi conseguida utilizando-se um meio igual ao MIII utilizado

nesse experimento A induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo tambeacutem foi

mais raacutepida quando usado cotileacutedone decapitado indicando

um alto potencial de organogecircnese espontacircnea A cultivar

Santa Clara mostrou-se mais eficiente na formaccedilatildeo de

brotos alongados observados na primeira repicagem

enquanto as cultivares utilizadas por Faacuteri et al (2000) IPA-

5 e IPA-6 necessitaram de duas repicagens para o

alongamento dos brotos no entanto a cultivar IPA-5

mostrou-se mais eficiente na produccedilatildeo de brotos por

explante Faacuteri et al (2000) utilizaram zeatina durante os trecircs

ciclos de repicagem enquanto nesse experimento foi

utilizado BAP

SOUZA G de F M V e et al92

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

TABELA 2 ndash Capacidade de alongamento e enraizamento de brotos da cultivar Santa Clara durante os trecircs ciclos derepicagem Uberlacircndia UFU 2001

Dados seguidos de mesma letra nas colunas (ab) e nas linhas (AB) natildeo diferem entre si a 5 de probabilidade peloteste de TukeyTipos de explantes A - cotileacutedone decapitado B - cotileacutedone fendido C - cotileacutedone aparado

Os resultados aqui obtidos tambeacutem foram

semelhantes aos de Faacuteri et al (1995b) que trabalhando

com transformaccedilatildeo geneacutetica da berinjela (Solanum

melongena L) observaram que a maior superfiacutecie de corte

do cotileacutedone resultou em maior capacidade de

regeneraccedilatildeo Tambeacutem foram obtidos resultados

semelhantes aos de Nogueira et al (2001) que estudando

a regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro Santa Clara utilizando

como explantes cotileacutedones concluiacuteram que o meio com

uma combinaccedilatildeo adequada de auxina e citocinina (10 mg L-

1 de zeatina e 01 mg L-1 de AIA) promoveu uma maior

meacutedia de regeneraccedilatildeo e um maior nuacutemero meacutedio de brotaccedilotildees

por explante Costa et al (2000) trabalhando com as

cultivares IPA-5 e IPA-6 chegaram a uma conclusatildeo

semelhante onde meio suplementado com 10 mg L-1 de

zeatina + 01 mg L-1 de AIA e meio suplementado com 25

mg L-1 de BAP + 02 mg L-1 de AIA determinaram a maior

frequumlecircncia de regeneraccedilatildeo de explantes cotiledonares e

tambeacutem um maior nuacutemero de brotos alongados por explante

McCormick et al (1986) pesquisando a morfogecircnese

in vitro de L esculentum observaram que a presenccedila de 25

mg L-1 de BAP e 10 mg L-1 de AIA ou 10 mg L-1 de BAP e

02 mg L-1 de AIA produziu um maior nuacutemero de ramos por

explante a partir de explantes de cotileacutedones e hipocoacutetilos

Ohki et al (1978) utilizando segmentos de hipocoacutetilos de L

esculentum sugeriram que o efeito positivo da combinaccedilatildeo

de auxinas e citocininas na regeneraccedilatildeo in vitro pode ser

causado por uma maior capacidade das ceacutelulas dessa espeacutecie

em utilizar e adaptar-se agrave combinaccedilatildeo de auxinas e citocininas

de que somente citocininas Para os mesmos autores a

variabilidade observada nas respostas morfogecircnicas in vitro

para diferentes citocininas pode ser causada pela variaccedilatildeo

na razatildeo de degradaccedilatildeo dessas substacircncias nos tecidos

vegetais ou no meio de cultivo Segundo Caldas et al (1999)

uma alta relaccedilatildeo citocininaauxina normalmente leva a maior

induccedilatildeo de parte aeacuterea (brotos) em explantes in vitro

principalmente quando a citocinina usada eacute o BAP que induz

a formaccedilatildeo de grande nuacutemero de brotos e alta taxa de

multiplicaccedilatildeo em muitos sistemas de micropropagaccedilatildeo

Tanto no presente trabalho quanto nos trabalhos acima

citados foram utilizados meios com pelo menos uma

combinaccedilatildeo com alta relaccedilatildeo citocininaauxina e meios

contendo apenas citocinina

CONCLUSOtildeES

A maior induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo tanto de calos

quanto de brotos foi observada nos meacutetodos cotileacutedone

fendido e cotileacutedone aparado quando colocados no meio

com BAP (25 mgL) e AIA (02 mgL) (MIII) Um ciclo de

repicagem foi suficiente para obtenccedilatildeo de brotos

alongados A maior regeneraccedilatildeo de brotos alongados

ocorreu com o meacutetodo cotileacutedone decapitado

Meios M1 + 05 mgL BAP M1 + 08 mgL BAP M1 + 10 mgL BAP

Repicagem 1 Repicagem 2 Repicagem 3

M1+ 05 mgl AIA

Tipos de Explante

s

Nordm total de brotos

Nordm de brotos

alongados

Nordm total de brotos

Nordm de brotos

alongados

Nordm total de brotos

Nordm de brotos

alongados

Nordm total de placircntulas

enraizadas

Nordm total de

plantas aclimatadas

Nordm total geral de brotos

A 3117 bA 899 aA 3684 bA

866 aA 3174 bA

81 aA 80 67 181 B 536 aA 466 bA 6244 aA 633 aA 5158 aA 450 bA 41 33 163 C 3527 bA 400 bA 4368 bA

566 aA 3928 bA

312 bA 43 35 205

Total 164 135 549

Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro 93

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

AGRADECIMENTOS

Ao Instituto de Geneacutetica e Bioquiacutemica e ao Instituto

de Ciecircncias Agraacuterias da Universidade Federal de

Uberlacircndia pelo financiamento deste projeto e a todos

que auxiliaram direta eou indiretamente

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CALDAS L S HARIDASAN P FERREIRA M E Meiosnutritivos In TORRES A C CALDAS L S BUSO JA Cultura de tecidos e transformaccedilatildeo geneacutetica de plantasBrasiacutelia Embrapa 1999 v 1 509 p

COSTA M NOGUEIRA F T S OTONI W CBROMMONSCHENKEL S H Regeneraccedilatildeo in vitrode cultivares de tomateiro (Lycopersicon esculentumMill ) industr ial lsquoIPA-5rsquoe lsquoIPA-6rsquo Ciecircncia eAgrotecnologia Lavras v 24 n 3 p 671-678 julset2000

FAacuteRI M NAGY I CSAacuteNY M MITYKOacute JANDRAacuteSFALVY A Agrobacterium mediated genetictransformation and plant regeneration viaorganogenesis and somatic embryogenesis from cotyledonleaves in eggplant (Solanum melogena cv Kecskemeacutetilila) Plant Cell Reports Berlin v 15 n 12 p 82-86 Dec1995b

FAacuteRI M RESENDE G M MELO N F Avaliaccedilatildeo dacapacidade de regeneraccedilatildeo in vitro em tomateiro industrialPesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 35 n 8 p1523-1529 ago 2000

FARIA R T ILLG R D Introgressatildeo da capacidade deregeneraccedilatildeo de plantas in vitro no tomateiro (Lycopersiconesculentum) In ENCONTRO BRASILEIRO DEBIOTECNOLOGIA VEGETAL REDBIO Brasiacutelia 1993 v1 p 102

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericulturaagrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeode hortaliccedilas Viccedilosa Editora UFV 2000 402 p

FRARY A EARLE E D An examination of factorsaffecting the efficiency of Agrobacterium-mediatedtransformation of tomato Plant Cell Reports Berlin v 16n 34 235-240 Dec 1996

GAMBORG O L MILLER R A OJIMA K Nutrientrequirementsof suspension cultures of soybean root cellsExperimental Cell Research San Diego v50 n1 p151-158 1968

McCORMICK S NIEDERMEYER J F BARNASON AHORSCH R FRALEY R Leaf disc transformation of cultivatedtomato (L esculentum) using Agrobacterium tumefaciensPlant Cell Reports New York v 5 n 2 p 81-84 1986

McCORMICK S Plant tissue culture manualtransformation of tomato with Agrobacterium tumefaciensNew York Kluwer 1991 p1-9

MURASHIGE T SKOOG F A Revised medium for rapidgrowth and bioessays with tobacco tissue culture PhysiologiaPlantarum Copenhagen v15 n5 p473-497 1962

NOGUEIRA F T S COSTA M G C FIGUEIRA M LOTONI W C FINGER F L Regeneraccedilatildeo in vitro deplantas de tomateiro lsquoSanta Clararsquo e seu mutante naturallsquoFirmersquo Ciecircncia e Agrotecnologia Lavras v 25 n 1 p 63-71 janfev 2001

OHKI S BIGOT C MOUSSEAU J Analysis of shoot-forming capacity in vitro in two lines of tomato(Lycopersicon esculentum Mill) and their hybrids PlantCell Physiology Tokyo v 19 n 1 p 27-42 1978

REDENBAUGH K HIATT W MARTINEAU BKRAMER M SHEEHY R SANDERS R HOUCK CEMLAY D Safety assessment of genetically engineeredfruits and vegetables a case study of the Flavr SavrTMtomato London CRC 1992 267 p

RHIM S L CHO H J KIM B D SCHNETTER WGEIDER K Development of insect resistance in tomatoplant expressing the delta-endotoxin gene of Bacillusthuringiensis subsp tenebrionis Molecular BreedingDordrecht v 1 n 2 p 229-236 1995

WIJBRANDI J BOTH M T J de Temperate vegetablecrops Scientia Horticulturae Amsterdam v 55 n 1 p37-63 1993

ZONTA E P MACHADO A A SANEST - sistema deanaacutelise estatiacutestica Campinas Instituto Agronocircmico deCampinas 1989 Software

SILVA A S et al94

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

INDUCcedilAtildeO DE CALOS A PARTIR DE CULTURA DE ANTERAS DECAFEEIRO (Coffea arabica L) CV CATUAIacute VERMELHO 99 E 44

CALLUS INDUCTION FROM ANTHER CULTURE OF COFFEE PLANT (Coffea arabica L) CV CATUAIacute VERMELHO 99 AND 44

ADELAIDE SIQUEIRA SILVA1 JOSEacute MAGNO QUEIROZ LUZ2 DENISE GARCIA SANTANA2 PATRIacuteCIA CRYSTIE VIEIRA MUSTAFA3 MOACIR PASQUAL4 GLAUCIA DE FATIMA MOREIRA VIEIRA E SOUZA2

1Mestranda do Curso de Agronomia ndash Universidade Federal de UberlacircndiaUFU ndash Av Engenheiro Diniz 1178 ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash adelaidebioyahoocombr2Professor Dr ndash Universidade Federal de UberlacircndiaUFU ndash Instituto de Ciecircncias Agraacuterias ndash Curso de Agronomia ndash AV Paraacute Bloco 2E SALA 14campus Umuarana ndash Caixa-Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG3Bioacuteloga Universidade Federal de UberlacircndiaUFU ndash Centro de Ciecircncias Biomeacutedicas ndash Departamento de Agronomia ndash Rua Amazonas snordm - Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos sala 2E-14 ndash Umuarama ndash 38400920 ndash Uberlandia MG ndash patriciacrystiezipmailcombr

4Doutor Departamento de Adgricultura DAG ndash Universidade Federal de Lavras UFLA ndash Campus universitaacuterio ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash mpasqualuflabr

RESUMONo Brasil o cafeacute ainda apresenta poucos progressos com

relaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo da cultura de tecidos vegetais tornando-se degrande importacircncia o conhecimento sobre a atuaccedilatildeo dosreguladores de crescimento Com este trabalho avaliou-se ocomportamento de duas cultivares de Coffea arabica L CatuaiacuteVermelho LCH-2077-2-5-99 e LCH-2077-2-5-44 denominadasrespectivamente de Catuaiacute Vermelho 99 e Catuaiacute Vermelho 44quanto agrave ausecircncia e presenccedila de luz e quantificou-se a interaccedilatildeoentre os reguladores de crescimento 24-D e BAP O experimentofoi realizado no Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos Vegetais daUniversidade Federal de Uberlacircndia As anteras das cultivaresCatuaiacute Vermelho 99 e 44 foram inoculadas em meio basal MSsuplementado com quatro concentraccedilotildees de 24-D (905 181271 e 362 mM) e duas concentraccedilotildees de BAP (0 e 89 mM) napresenccedila de luz e ausecircncia de luz As avaliaccedilotildees para a oxidaccedilatildeointumescimento e calosidade foram realizadas aos 30 dias apoacutes ainoculaccedilatildeo no meio de cultura e o diacircmetro dos calos aos 45 diasApoacutes 30 dias de cultivo os calos obtidos foram classificados emfriaacuteveis esverdeados esbranquiccedilados e cinza Os resultadosmostraram que para ocorrer intumescimento das anterasformaccedilatildeo e aumento do tamanho dos calos de ambas cultivares eacutenecessaacuterio que haja interaccedilatildeo entre a auxina (24-D) e a citocinina(BAP) Dentre os tipos de calos os de coloraccedilatildeo cinza foram osque apresentaram maior frequumlecircncia para as duas cultivares

Termos para indexaccedilatildeo Melhoramento calos reguladores decrescimento cafeeiro

ABSTRACTIn Brazil coffee still presents little progress regarding

the application of plant tissue culture which turns important theunderstanding of the action of growth regulators This workevaluated the in vitro performance of two Coffea arabica Lcultivars Catuaiacute Vermelho LCH-2077-2-5-99 and LCH-2077-2-5-44 known as Catuaiacute Vermelho 99 and Catuaiacute Vermelho 44respectively in the presence and absence of light and theinteraction of 24-D and BAP The experiment was carried out at

the Plant Tissue Culture Laboratory of the Universidade Federalde Uberlacircndia Anthers from both cultivars were inoculated inMS basal medium supplemented with four concentrations of24-D (905 181 271 and 362 mM) and two concentrations ofBAP (0 or 89 mM) in the presence and absence of lightOxidation intumescences and callus formation evaluations wereobtained 30 days after inoculation and callus diameter measuredat 45 days of inoculation The observed callus was classified asfriable greenish whitish or gray The results showed that antherintumescences callus formation and growth of both cultivarsdemand the interaction between the auxin (24-D) and thecytokinin (BAP) Callus presenting gray color were the mostfrequent for both cultivars

Index terms Plant breeding callus growth regulators coffee plant

INTRODUCcedilAtildeO

O cafeeiro pertence agrave famiacutelia Rubiaceae na qual o

gecircnero Coffea abrange cerca de 60 espeacutecies sendo as mais

comuns no mercado Coffea araacutebica L e Coffea canephora

Pierre ex Froehn Os programas de melhoramento do cafeacute

demandam aproximadamente 25 anos desde a hibridaccedilatildeo

ateacute a obtenccedilatildeo de uma nova cultivar (PASQUAL et al

2002) A cultura de anteras eacute considerada uma ferramenta

importante pois possibilita a obtenccedilatildeo de linhas

homozigoacuteticas em uma uacutenica etapa (ANDRADE 1998)

acelerando drasticamente o processo de obtenccedilatildeo de novas

cultivares Sendo assim a teacutecnica de cultura de anteras

vem auxiliar no melhoramento da cultura pois permite a

obtenccedilatildeo de haploacuteides em geraccedilotildees segregantes o que

leva agrave raacutepida produccedilatildeo de plantas homozigotas por meio

(Recebido em 14 de outubro de 2003 e aprovado em 29 de outubro de 2006)

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 95

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

da duplicaccedilatildeo do nuacutemero de cromossomos numa uacutenica

etapa substituindo as geraccedilotildees de auto fecundaccedilatildeo

Acrescenta-se a isso o fato de os haploacuteides serem livres

dos problemas de dominacircncia e recessividade por possuir

apenas um alelo em cada loco gecircnico

No Brasil Coffea arabica ainda apresenta poucos

progressos com relaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo da cultura de anteras

Daiacute a importacircncia de se produzir mais conhecimentos sobre

a atuaccedilatildeo dos reguladores de crescimento na expressatildeo

androgeneacutetica de Coffea arabica identificaccedilatildeo de

genoacutetipos androgecircnicos bem como a determinaccedilatildeo de

condiccedilotildees fiacutesicas mais adequadas agrave incubaccedilatildeo de anteras

nessa espeacutecie

Nos programas de melhoramento as teacutecnicas

convencionais tecircm apresentado resultados promissores

na cultura do cafeacute no que se refere ao aumento de

produtividade e obtenccedilatildeo de novas cultivares Um fator

importante para o sucesso da cultura de anteras eacute conhecer

o estaacutedio ideal de desenvolvimento dos microacutesporos com

o intuito de se obter uma melhor resposta androgeneacutetica

utilizando microacutesporos receacutem-liberados da teacutetrade meioacutetica

ateacute no maacuteximo o estaacutedio binucleado A fase uninucleada

responde positivamente ao processo embriogecircnico porque

nesta fase os microacutesporos apresentam uma parede celular

delgada o que a torna mais receptiva aos fatores externos

Em estaacutedios mais avanccedilados da microsporogecircnese ocorre

um engrossamento da parede celular sendo esta uma

caracteriacutestica do gratildeo de poacutelen maduro do cafeacute

prejudicando o processo de regeneraccedilatildeo (ASCANIO amp

ARCIA 1994) Os autores Grando amp Moraes Fernandes

(1993) sugerem que o potencial embriogecircnico do gratildeo de

poacutelen pode ser determinado tanto no periacuteodo da meiose

quanto no periacuteodo da preacute-mitose do microacutesporo pois

nestes dois momentos o microacutesporo ainda teria

metabolicamente caracteriacutesticas esporofiacuteticas o que

permite a diferenciaccedilatildeo do gratildeo de poacutelen em embriatildeo e

posterior formaccedilatildeo de uma planta

Segundo Mantell et al (1994) satildeo possiacuteveis vaacuterios

tipos de desenvolvimento do microacutesporo in vitro sendo

que tanto o nuacutecleo generativo quanto o vegetativo pode

se dividir continuamente originando um embrioacuteide

haploacuteide ou ainda a primeira mitose produziria dois nuacutecleos

semelhantes e estes se dividiriam repetidamente resultando

na formaccedilatildeo de embrioacuteides haploacuteides

A composiccedilatildeo do meio de cultura tambeacutem eacute de

grande importacircncia para o sucesso da cultura de anteras

natildeo existindo contudo uma recomendaccedilatildeo generalizada

Na maioria das espeacutecies a androgecircnese se verifica em meios

que conteacutem sais minerais sacarose vitaminas reguladores

de crescimento e aacutegar (MORAES FERNANDES 1990) A

consistecircncia do meio normalmente eacute semi-soacutelida mas os

meios liacutequidos estatildeo sendo cada vez mais usados pois

tecircm vantagens no aumento do rendimento pela maior

obtenccedilatildeo de embriotildees e calos (PIERIK 1987) O

presente trabalho teve como objetivo aplicar a teacutecnica da

cultura de anteras em diferentes cultivares de Coffea

arabica verificando os vaacuterios fatores que influenciam a

induccedilatildeo de calos

MATERIAL E MEacuteTODOS

Experimentos de Induccedilatildeo e Regeneraccedilatildeo de Calos

Esta etapa constituiu-se de dois experimentos cada

um com uma cultivar tendo sido conduzidos no laboratoacuterio

de Cultura de Tecidos Vegetais da Universidade Federal

de Uberlacircndia em Uberlacircndia - Minas Gerais no periacuteodo

de setembro de 2002 a janeiro de 2003

Foram utilizados bototildees florais de duas cultivares

de Coffea araacutebica Catuaiacute Vermelho LCH-2077-2-5-99 e

LCH-2077-2-5-44 denominadas respectivamente de Catuaiacute

Vermelho 99 e Catuaiacute Vermelho 44 plantadas na aacuterea

experimental do Campus Umuarama dessa Universidade

Os bototildees florais foram coletados no periacuteodo de 8 agraves 9

horas da manhatilde e armazenados em placas de Petri contendo

papel de filtro umedecido em aacutegua destilada e colocados

dentro de uma caixa de isopor para evitar a desidrataccedilatildeo

ateacute serem conduzidos ao laboratoacuterio

No laboratoacuterio o comprimento dos bototildees foi

medido com o auxiacutelio de um paquiacutemetro e utilizaram-se

SILVA A S et al96

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

bototildees florais entre 45 a 60 mm de comprimento em todos

os experimentos Os bototildees foram envoltos em gaze

previamente autoclavada e desinfestados em uma soluccedilatildeo

de aacutelcool 70 por alguns segundos e por 10 minutos em

soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio a 02 sob agitaccedilatildeo Em

seguida na cacircmara de fluxo laminar foram lavados 3 vezes

em aacutegua destilada e autoclavada Apoacutes este processo as

anteras foram retiradas dos bototildees com o auxiacutelio de uma

lupa uma pinccedila fina e bisturi nordm 10 sendo os uacuteltimos

flambados para cada botatildeo tomando-se o cuidado para

natildeo ferir as anteras Logo apoacutes as anteras foram imersas

por 1 segundo em soluccedilatildeo de aacutecido ascoacuterbico na

concentraccedilatildeo de 600 mgL-1 hipoclorito de soacutedio 02 e

aacutegua destilada e autoclavada respectivamente

Apoacutes este processo as anteras foram inoculadas

em tubo de ensaio contendo 20 mL do meio MS

(MURASHIGE amp SKOOG 1962) suplementado com aacutecido

24-diclorofenoxiaceacutetico (24-D) e 6- benzilaminopurina

(BAP) em diferentes concentraccedilotildees com pH ajustado para

58 Este meio foi esterilizado em autoclave vertical agrave

temperatura de 121deg C sob pressatildeo de 1 atm por 20 minutos

O delineamento experimental utilizado foi o de

blocos casualizados com 10 repeticcedilotildees em esquema fatorial

4 x 2 x 2 sendo que os fatores foram compostos de quatro

concentraccedilotildees de 24-D (905 181 271 362 mM) duas

concentraccedilotildees de BAP (0 e 89 mM) perfazendo oito

tratamentos incubados na ausecircncia ou presenccedila de luz

em sala de crescimento com temperatura de 25 plusmn 2degC e 16

horas de fotoperiacuteodo Nos dois experimentos cada

tratamento teve 10 repeticcedilotildees sendo um tubo com 10

anteras considerado uma repeticcedilatildeo

Aos 30 dias apoacutes a inoculaccedilatildeo das anteras foram

avaliadas as porcentagens de oxidaccedilatildeo de intumescimento

e de formaccedilatildeo de calos (calosidade) e aos 45 dias foi medido

o diacircmetro dos calos

Os calos obtidos das duas cultivares apoacutes 45 dias

de inoculaccedilatildeo das anteras foram transferidos para o meio

MS suplementado com 30 gL-1 de sacarose 6gL-1 de agar e

de 24-DBAP nas seguintes concentraccedilotildees de 1810 181

2 2710 e 3620 mM com pH ajustado para 58 associando

a ausecircncia e presenccedila de luz

Apoacutes a permanecircncia destes calos no meio de cultura

por 30 dias aqueles provenientes da cultivar Catuaiacute

Vermelho 99 incubados na presenccedila de luz foram

transferidos para o meio de cultura contendo 271 mM de

24-D enquanto que aqueles incubados na ausecircncia de

luz foram transferidos para meio contendo 362 mM de 24-

D Jaacute os calos da cultivar Catuaiacute Vermelho 44 incubados

na presenccedila de luz foram transferidos para meio contendo

181 mM de 24-D e 89 mM de BAP e os incubados na

ausecircncia de luz transferidos para o meio contendo 181

mM de 24-D

Apoacutes 30 dias neste tratamento foram avaliadas as

caracteriacutesticas referentes ao tipo de calo (friaacuteveis

esverdeados esbranquiccedilados e cinza)

Os dados obtidos foram testados quanto agrave

normalidade e agrave homogeneidade necessitando de

transformaccedilatildeo em arco seno para os dados em

porcentagem e raiz quadrada de (x + 05) para os dados

referentes ao diacircmetro dos calos

RESULTADOS

Interaccedilatildeo entre os Reguladores de Crescimento e oFotoperiacuteodo

Para a cultivar Catuaiacute 99 em todas as concentraccedilotildees

de 24-D e independentemente da concentraccedilatildeo de BAP a

oxidaccedilatildeo foi menor na ausecircncia de luz diferindo

estatisticamente da fase em que se tinha presenccedila de luz

No entanto nos calos cultivados nas concentraccedilotildees de

905 e 271 mM de 24-D e 89 mM de BAP na ausecircncia de

luz foi observado um aumento significativo na oxidaccedilatildeo

das anteras o mesmo acontecendo na concentraccedilatildeo de

271 mM de 24-D na presenccedila de luz No entanto resultado

inverso foi observado para a concentraccedilatildeo de 362 mM de

24-D (Tabela 1)

Os resultados do percentual de intumescimento

variaram bastante em funccedilatildeo da luminosidade e

reguladores de crescimento (Tabela 1) Na presenccedila do

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 97

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

BAP e concentraccedilatildeo 89 mM de 24-D tanto na presenccedila

ou ausecircncia de luz o intumescimento dos calos natildeo diferiu

significativamente Jaacute na concentraccedilatildeo de 181 mM de 24-

D na presenccedila de luz se mostrou melhor promovendo um

aumento significativo do intumescimento das anteras

Quanto agraves concentraccedilotildees de 271 e 362 mM de 24-D

cultivados na presenccedila de luz se mostrou melhor ao

intumescimento quando comparado agravequeles cultivados na

ausecircncia de luz (Figura 1)

A presenccedila de calos aumentou significativamente

com a incubaccedilatildeo das anteras na ausecircncia de luz e na

TABELA 1 ndash Meacutedias do nuacutemero de anteras oxidadas intumescidas e com calos e diacircmetro dos calos (mm) em funccedilatildeode diferentes concentraccedilotildees de 24-D e ausecircncia ou presenccedila de BAP em duas condiccedilotildees de luminosidade (presenccedilaou ausecircncia de luz) para anteras do genoacutetipo cv 99

Luminosidade1

Oxidaccedilatildeo () Intumescimento ()

Calosidade () Diacircmetro (mm) 24-D M

BAP M luz Escuro Luz Escuro luz Escuro luz Escuro 0 980 b A 395 a A 000b B 434 a A 000 b A 740 a A 000 b A 309 a A 905

89 999 b A 823 a B 398 a A 327 a B 007 b A 615 a A 000 b A 300 a A 0 999 b A 524 a A 000 b B 447 a A 007 b A 750 a A 000 b B 368 a A

181 89 935 b A 511 a A 614 a A 407 b A 030 b A 720 a A 300 b A 387 a A

0 745 b A 000 a A 534 a A 000 b B 530 a A 000 b B 318 a B 000 b B 271

89 914 b B 590 a B 625 a A 634 a A 708 a A 809 a A 377 a A 298 b A 0 999 b B 440 a A 607 a A 492 b A 097 b B 815 a A 300 a B 277 a A

362 89 813 b A 426 a A 493 a B 527 a A 378 b A 758 a A 398 a A 298 b A

1Meacutedias seguidas por letras diferentes minuacutesculas na linha e maiuacutesculas na coluna dentro de cada concentraccedilatildeo de 2-4-D diferem entre si pelo teste de Tuckey a significacircncia de 5

concentraccedilatildeo de 271 mM de 24-D nas demais

concentraccedilotildees de 24-D independente da concentraccedilatildeo

do BAP a incubaccedilatildeo na ausecircncia de luz apresentou

meacutedias de calosidade significativamente maiores (Figura

2) A presenccedila do BAP promoveu aumento significativo

na calosidade das anteras na concentraccedilatildeo 271 mM de

24-D na ausecircncia de luz e na concentraccedilatildeo de 362 mM

de 24-D na presenccedila de luz Nas demais concentraccedilotildees

natildeo houve diferenccedila significativa entre presenccedila ou

ausecircncia de BAP tanto na ausecircncia ou presenccedila de luz

(Tabela 1)

FIGURA 1 ndash Anteras da cv Catuaiacute Vermelho 99 naconcentraccedilatildeo de 181 M de 24-D na presenccedila de luz

FIGURA 2 ndash Calos de anteras incubadas na ausecircncia deluz e na concentraccedilatildeo de 271 M de 24-D

SILVA A S et al98

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

Quanto ao diacircmetro nas concentraccedilotildees 905 e 181 M

de 24-D a ausecircncia de luz promoveu aumento significativo

no diacircmetro dos calos diferindo-se estatisticamente do

tratamento na presenccedila de luz Somente para a concentraccedilatildeo

de 271 mM de 24-D na ausecircncia do BAP natildeo houve diferenccedila

significativa para a caracteriacutestica independentemente do

fotoperiacuteodo Nas demais concentraccedilotildees de 24-D o tratamento

na presenccedila de luz promoveu um aumento significativo no

diacircmetro dos calos No tratamento em que houve a associaccedilatildeo

da presenccedila de luz e de BAP natildeo diferiu estatisticamente do

tratamento em que houve a ausecircncia de BAP quando a

concentraccedilatildeo de 24-D foi de 905 mM nos demais

proporcionou aumento significativo no diacircmetro dos calos

Para o tratamento na ausecircncia de luz apenas na concentraccedilatildeo

de 271 mM de 24-D a ausecircncia de BAP promoveu diminuiccedilatildeo

significativa no diacircmetro de calos Nas demais concentraccedilotildees

natildeo houve diferenccedila significativa entre presenccedila ou ausecircncia

de BAP (Tabela 1)

Para as variaacuteveis intumescimento e calosidade da

cultivar cv 44 a interaccedilatildeo entre 24-D e BAP natildeo diferiram

estatisticamente quanto presenccedila e ausecircncia de luz nas

concentraccedilotildees 905 e 362 mM de 24-D e que tambeacutem natildeo

difere para o diacircmetro na concentraccedilatildeo de 181 mM de 24-

D Jaacute na concentraccedilatildeo 271 mM de 24-D haacute uma semelhanccedila

quanto ao intumescimento calosidade e diacircmetro que

diferem das demais concentraccedilotildees natildeo apresentando

portanto uma boa interaccedilatildeo

A melhor interaccedilatildeo para intumescimento calosidade

e diacircmetro encontra-se respectivamente na concentraccedilatildeo

905 mM de 24-D na presenccedila de luz na concentraccedilatildeo 181

mM de 24-D na ausecircncia de luz e na concentraccedilatildeo 905

mM de 24-D na ausecircncia de luz Jaacute as piores interaccedilotildees

estatildeo na concentraccedilatildeo 271 mM de 24-D na luz tanto para

o intumescimento quanto para o diacircmetro analisados na

Tabela 2

De acordo com a Tabela 2 observou-se que os

melhores resultados ou seja as interaccedilotildees independem

da presenccedila ou ausecircncia de BAP Na Tabela 3 notou-se

uma maior oxidaccedilatildeo das anteras quando incubadas no claro

estas apresentaram uma maior oxidaccedilatildeo em relaccedilatildeo as que

foram incubadas no escuro tornando-se mais tarde calos

previamente oxidados

TABELA 2 ndash Meacutedias do nuacutemero de anteras intumescidas e com calos diacircmetro dos calos (mm) em funccedilatildeo de diferentesconcentraccedilotildees de 24-D e ausecircncia ou presenccedila de BAP em duas condiccedilotildees de luminosidade (luz e escuro) para anterasdo genoacutetipo cv 44

Luminosidade1

Intumescimento () Calosidade () Diacircmetro (mm) 24-D ( M)

BAP ( M) Luz Escuro Luz Escuro Luz Escuro

0 907 a A 775 a A 779 bA 948 aA 609 bA 800 aA 905 89 843 a A 875 a A 889 aA 946 aA 607 aA 420 bB 0 887 a A 852 a A 939 aA 990 aA 490 aA 466 aA

181 89 906 a A 786 a A 917 aA 959 aA 420 aA 493 aA 0 600 b A 772 a A 694 bA 895 aA 000 bA 373 aA

271 89 022 b B 827 a A 294 bB 837 aA 000 bA 376 aA 0 828 a A 737 a A 928 aA 939 aA 414 bA 595 aA

362 89 866 a A 725 a A 949 aA 866 aA 329 aA 376 aA

1Meacutedias seguidas por letras diferente minuacutesculas na linha e maiuacutesculas na coluna dentro de cada concentraccedilatildeo de 2-4-D diferem entre si pelo teste de Tukey a significacircncia de 5

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 99

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

TABELA 3 ndash Meacutedias de oxidaccedilatildeo das anteras entre asdiferentes concentraccedilotildees de 24-D em duas condiccedilotildeesde luminosidade (luz e escuro) para anteras da cultivarCatuaiacute Vermelho 44

Concentraccedilotildees

24-D ( M ) OXIDACcedilAtildeO ()

Claro Escuro 905 749 a 269 b 181 420 a 270 b 271 999 a 221 b 362 308 a 334 a

1Meacutedias seguidas por letras diferentes minuacutesculas na linhadentro de cada concentraccedilatildeo de 2-4-D diferem entre sipelo teste de Tukey a significacircncia de 5

TABELA 4 ndash Tipos de calos obtidos apoacutes 30 dias em meioMS com 362 M de 24-D na ausecircncia de luz da cultivarCatuaiacute Vermelho 99

Tipos de Calos

Nuacutemero de Calos

Nuacutemero de Calos com diacircmetro acima

de 05 mm Friaacuteveis 03 Esverdeados 13 06 Esbranquiaccedilados

03 Cinza 26

Dados de contagem natildeo transformados O recultivo emmeio MS com 362 M de 24-D na presenccedila de luz teve100 de contaminaccedilatildeo apoacutes sua inoculaccedilatildeo

TABELA 5 ndashTipos de calos obtidos apoacutes 30 dias em meioMS com 181 M de 24D e 89 M de BAP na presenccedilade luz da cultivar Catuaiacute Vermelho 44

TABELA 6 ndash Tipos de calos obtidos apoacutes 30 dias em meioMS com 181 M de 24D na ausecircncia de luz da cultivarCatuaiacute Vermelho 44

Tipos de Calos Nuacutemero de Calos

Nuacutemero de Calos com diacircmetro

acima de 05 mm Friaacuteveis 58 Esverdeados 23 214 Esbranquiaccedilados 94 Cinza 203

Tipos de Calos

Nuacutemero de Calos

Nuacutemero de Calos com diacircmetro

acima de 05 mm Friaacuteveis 25 Esverdeados 11 69 Esbranquiaccedilados 19 Cinza 350

Dados de contagem natildeo transformados Dados de contagem natildeo transformados

Nesta etapa a maioria dos calos encontrados para

as trecircs cultivares apresentaram coloraccedilatildeo cinza (Tabelas 4

5 e 6) A perda gradativa da coloraccedilatildeo natural dos calos

passando de verdes para a cor marrom a diminuiccedilatildeo do

ritmo de crescimento dos mesmos a estagnaccedilatildeo do

processo de formaccedilatildeo de embrioacuteides seguido do

surgimento de aacutereas necrosadas na superfiacutecie satildeo sinais

que caracterizam a senescecircncia da cultura (SILVA 2002)

DISCUSSAtildeO

A resposta das anteras da cultivar Catuaiacute Vermelho 99

com relaccedilatildeo agrave oxidaccedilatildeo indica que a mesma estaacute associada agrave

combinaccedilatildeo entre auxina e citocinina promovendo os menores

iacutendices de oxidaccedilatildeo Agrave medida que se aumentou a

concentraccedilatildeo de 24-D na presenccedila de BAP houve um

aumento gradativo da oxidaccedilatildeo ateacute atingir um ponto maacuteximo

em torno de 80 na dosagem de 271 mM de 24-D Jaacute na

ausecircncia de BAP a oxidaccedilatildeo foi bem maior quando comparada

agrave porcentagem de oxidaccedilatildeo na concentraccedilatildeo de 905 mM de

24-D De acordo com Wang amp Huang (1976) o cultivo in

vitro por um periacuteodo longo induz a formaccedilatildeo de compostos

fenoacutelicos no meio que podem causar necrose e posteriormente

morte dos calos Maciel (2001) e Paluacute (2002) citam que pelos

resultados obtidos para a induccedilatildeo de calogecircnese em anteras

de cafeeiro observa-se que eacute necessaacuteria uma auxina

juntamente com uma citocinina Dentre as auxinas sinteacuteticas

o 24-D eacute sem duacutevida o mais adequado agrave induccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do calo (GAMBORG et al 1976)

Para Thomas amp Ravindra (1997) o maior problema

na iniciaccedilatildeo de culturas lenhosas eacute a ocorrecircncia de

compostos fenoacutelicos que estatildeo ligados com processos de

regulaccedilatildeo de crescimento especialmente com as auxinas

que dependendo da sua concentraccedilatildeo endoacutegena no tecido

resulta na induccedilatildeo desses compostos

SILVA A S et al100

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

O fotoperiacuteodo que estas anteras foram submetidas

influenciou tambeacutem na porcentagem de oxidaccedilatildeo sendo

que no escuro e na presenccedila de 24-D (89 mM) a oxidaccedilatildeo

foi miacutenima Agrave medida que foi aumentando a concentraccedilatildeo

da auxina foi aumentando tambeacutem a oxidaccedilatildeo poreacutem este

aumento foi bem menor quando comparado ao cultivo das

anteras na presenccedila de luz

A oxidaccedilatildeo fenoacutelica tem sido controlada em

diferentes espeacutecies lenhosas pela reduccedilatildeo da intensidade

luminosa (MARKS amp SIMPSON 1990) associada com a

substituiccedilatildeo frequumlente do meio de cultura e dessa forma

as chances de se obter sucesso no estabelecimento e

cultivo de explantes de espeacutecies lenhosas satildeo bastante

elevadas (TEIXEIRA 2001)

Em muitas espeacutecies por razotildees natildeo conhecidas a

embriogecircnese direta eacute rara e as plantas tecircm que ser

diferenciadas a partir de calos Para induccedilatildeo destes

geralmente eacute necessaacuteria uma auxina (MAHESHWARI et

al 1982) Segundo Rocha (1998) para a induccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do calo a maioria das espeacutecies parece

comportar-se diferentemente natildeo soacute quanto aos

reguladores de crescimento podendo ocorrer

independentemente de auxinas e citocininas dependente

de ambas ou dependente de uma ou de outra mas tambeacutem

quanto agrave presenccedila ou ausecircncia de luminosidade Sharp et

al (1973) obtiveram calos atraveacutes do cultivo de sementes

folhas e anteras de C arabica das cultivares Mundo Novo

e Bourbon Amarelo A induccedilatildeo de calos tambeacutem foi mais

eficiente na ausecircncia de luz Aleacutem disso Ascanio amp Arcia

(1994) citam que para o desenvolvimento do calo as

anteras devem ser mantidas no escuro jaacute para o

desenvolvimento do embriatildeo os calos devem ser mantidos

no claro

Natildeo houve a formaccedilatildeo de embriotildees e isto pode ser

devido agraves doses de reguladores ou mesmo de combinaccedilotildees

que natildeo foram apropriadas para estas cultivares

CONCLUSAtildeO

Os resultados mostraram que para ocorrer

intumescimento das anteras formaccedilatildeo e aumento do

tamanho dos calos de ambas as cultivares eacute necessaacuterio

que haja interaccedilatildeo entre a auxina (24-D) e a citocinina

(BAP) e incubaccedilatildeo no escuro

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ANDRADE L M C O Otimizaccedilatildeo de teacutecnicas de culturade tecidos para o cafeeiro (Coffea arabica) 1998 86 pDissertaccedilatildeo (Mestrado em Geneacutetica e Melhoramento dePlantas) - Universidade Federal de Lavras Lavras MG

ASCANIO E C E ARCIA M A M Efecto del estado dedesarrollo de las anteras y de un shock teacutermico sobre laandrogeacutenesis en Coffea arabica L var Garnica Cafeacute CacaoTheacute Paris v 28 n 2 p 75-79 avrjuin 1994

GAMBORG O L MURASHIGE T THORPE T VASILI K Plant tissue culture media In Vitro New York v 12 n7 p 473-478 1976

GRANDO M F MORAES FERNANDES M I B Propostade um modelo para explicar a embriogecircnese do gratildeo depoacutelen in vitro In ENCONTRO BRASILEIRO DEBIOTECNOLOGIA VEGETAL 1993 Brasiacutelia DF AnaisBrasiacutelia 1993 v 1 Resumo 69

MACIEL A L de R Embriogecircnese somaacutetica indireta emCoffea arabica L 2001 60 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitotecnia) ndash Universidade Federal de Lavras Lavras MG

MAHESHWARI S C RASHID A TYAGI A K Haploidsfrom pollen grain Retrospect and Prospect American Journalof Botany Columbus v 69 n 5 p 865-879 May 1982

MANTELL S H MATTHEWS J A McKEE R A Princiacutepiosde biotecnologia em plantas uma introduccedilatildeo agrave engenhariageneacutetica em plantas Ribeiratildeo Preto SBG 1994 333 p

MARKS T R SIMPSON S E Reduced phenolicoxidation at culture initiation in vitro following the exposureof field-grown stockplants to darkness or low levels ofirradiance The Journal of Horticultural Science Londonv 65 n 2 p 103-111 Mar 1990

MORAES FERNANDES M I B Obtenccedilatildeo de plantashaploacuteides atraveacutes da cultura de anteras In TORRES AC CALDAS L S (Ed) Teacutecnicas e aplicaccedilotildees da culturade tecidos de plantas Brasiacutelia ABCTPEMBRAPACNPH1990 p 311-332

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 101

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgrowth and bioassays with tobaco tissue culturesPhysiology PlantarumCopenhagen v 15 n 3 p 473-479Mar 1962

PALUacute E G Induccedilatildeo in vitro de calogecircnese em anteras ebrotaccedilotildees em segmentos nodais de Coffea arabica L 200247 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fisiologia Vegetal) -Universidade Federal de Lavras Lavras MG

PASQUAL M MACIEL A L de R CAMPOS K P deSANTOS E C CAMPOS R J C de Induccedilatildeo de calos emanteras de cafeacute (Coffea arabica L) cultivadas in vitro Ciecircnciae Agrotecnologia Lavras v 26 n 1 p71-76 janfev 2002

PIERIK R L M In vitro culture of higher plantAmsterdam The Netherland MN Publishers 1987 344 p

ROCHA A M M R Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitrode cotileacutedones de cajueiro anatildeo precoce (Anacardiumoccidentale L) o clone CP 76 1998 54 p Dissertaccedilatildeo(Mestrado em Fitotecnia) ndash Universidade Federal do CearaacuteFortaleza

SHARP W R CALDAS L S CROacuteCOMO O JMOcircNACO L C CARVALHO A Production of Coffea

Arabica callus of three ploidy levels and subsequentmorphogenesis Phyton Buenos Aires v 31 n 2 p67-741973

SILVA H E Efeito de Genoacutetipo e de Reguladores deCrescimento na Expressatildeo Androgeneacutetica da Soja 200260 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) ndash UniversidadeEstadual Paulista Jaboticabal

TEIXEIRA J B Limitaccedilotildees ao processo de cultivoin vitro de espeacutecies lenhosas In ENCONTROLATINO-AMERICANO DE BIOTECNOLOGIAVEGETAL 4 2001 Goiacircnia Palestra Goiacircnia2001 p 110-113

THOMAS P RAVINDRA M B Shoot tip culturea inmango influence of medium genotypea explant factorsseason and descontamination treatments on phenolicexudation explant survival and axenic cultureestablishment The Journal of Horticultural ScienceLondon v 72 n 5 p 713-722 sept1997

WANG P J HUANG L C Beneficial effects of activatedcharcoal on plant tissue and organ cultures In VitroJournal of the Tissue Culture New York v 12 n 3 p260-262 1976

PEREIRA F D et al102

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

COMUNICACcedilAtildeO CIENTIacuteFICA

PROLIFERACcedilAtildeO IN VITRO DE BROTOS DE CURAUAacuteUTILIZANDO DIFERENTES VOLUMES DE MEIO DE CULTURA

IN VITRO SHOOT PROLIFERATION OF Ananas erectifolius USING DIFFERENTVOLUMES OF CULTURE MEDIUM

FLAacuteVIA DIONIacuteSIO PEREIRA1 JOSEacute EDUARDO BRASIL PEREIRA PINTO2HELEN CRISTINA DE ARRUDA RODRIGUES3 LUCIANA DOMICIANO SILVA ROSADO3

LUIZ ALBERTO BEIJO4 OSMAR ALVES LAMEIRA5

1Doutoranda em Agronomia ndash Universidade Estadual de Feira de SantanaUEFS ndash Horto Florestal ndash 44055-000 ndash Feira de Santana BA ndash flavia1808hotmailcom

2Doutor em Fisiologia Vegetal ndash Departamento de AgriculturaDAG ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash jeduardouflabr

3Graduanda em Agronomia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG4Doutorado em Agronomia ndash Universidade Federal de AlfenasUNIFAL ndash Departamento de Ciecircncias Exatas ndash Rua Gabriel Monteiro da Silva n deg 714 ndash Centro ndash 37130-000 ndash Alfenas MG ndash luizbeijoyahoocombr5Doutor em Agronomia ndash EMBRAPA ndash Amazocircnia Oriental ndash Trav Dr Eneacuteas Pinheiro sn ndash Bairro Marco ndash 66095-100 ndash Beleacutem PA ndash osmarcpatuembrapabr

RESUMOCurauaacute [Ananas erectifolius LBSm ndash Bromeliaceae] eacute

uma espeacutecie com grande potencial de uso de suas fibras comorevestimento na induacutestria automobiliacutestica Aleacutem disso o poacute dosumo do curauaacute tem sido utilizado no tratamento de cicatrizaccedilatildeode lesotildees cutacircneas Neste trabalho avaliaram-se diferentes volumesde meio MS Os volumes utilizados foram de 10 15 20 25 e 30 mLO delineamento experimental foi inteiramente casualizado (DIC)e cada tratamento continha 19 repeticcedilotildees Aos 30 dias avaliaram-se o nuacutemero e o tamanho de brotaccedilotildees Segundo a anaacutelise devariacircncia houve efeito linear do volume de meio na produccedilatildeo debrotos de curauaacute Agrave medida em que se aumenta o volume domeio aumenta o nuacutemero de brotos Natildeo houve diferenccedilasignificativa nos comprimentos dos brotos

Termos para indexaccedilatildeo Ananas erectifolius fibras vegetaismicropropagaccedilatildeo

ABSTRACTAnanas erectifolius LBSm ndash Bromeliaceae is a species

that presents fibers with great potential to be used as revetmentfor the automobile industry Besides the powder obtained fromits juice has been used in the treatment of skin lesionscicatrisation In this work the effect of different volumes (1015 20 25 and 30 mL) of MS medium during the in vitro cultureof axillary buds was evaluated A completely randomized design(CDR) was used with each treatment containing 19 replicatesAfter 30 days of inoculation shoot number and size wereevaluated The analysis of variance showed a linear effect of theculture medium volume and shoot proliferation Higher shoot

number was observed with the increase of medium volume Nosignificant difference was observed on shoot lenght

Index terms Ananas erectifolius vegetable fibermicropropagation

A produccedilatildeo de fibras vegetais ocupa um papel

relevante na economia agriacutecola mundial mesmo com a

intensa produccedilatildeo de fibras sinteacuteticas Mateacuterias-primas de

origens renovaacuteveis reciclaacuteveis e biodegradaacuteveis satildeo uma

das alternativas para a produccedilatildeo de manufaturados

ecologicamente corretos em consequumlecircncia do acuacutemulo

nos descartes de materiais natildeo biodegradaacuteveis os quais

tendem a aumentar com o crescimento populacional nos

centros urbanos A substituiccedilatildeo de materiais derivados do

petroacuteleo na produccedilatildeo de compostos elastomeacutericos por

mateacuteria-prima renovaacutevel vai ao encontro desses ideais

(ROCHA et al 2003)

As fibras sinteacuteticas destacam-se pela elevada

resistecircncia baixa densidade e elevada produccedilatildeo

Entretanto as fibras animais e vegetais satildeo as de maior

importacircncia principalmente para atender aos apelos

(Recebido em 31 de agosto de 2006 e aprovado em 19 de janeiro de 2007)

Proliferaccedilatildeo in vitro de brotos de curauaacute 103

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

ecoloacutegicos e pelo nuacutemero de plantas e animais produtores

de fibras (SCHREIBER1998)

As plantas produtoras de fibras utilizaacuteveis foram

quantificadas por vaacuterios autores e em diferentes eacutepocas

tendo sido enumeradas 2000 mil plantas fibrosas e o seu

total estimado em 2300 destacando-se as florestas tropicais

que encerram recursos inesgotaacuteveis em potencial

(MEDINA 1959)

O curauaacute [Ananas erectifolius LBSm ndash

Bromeliaceae] utilizado principalmente na fabricaccedilatildeo de

cordas sacos e utensiacutelios domeacutesticos surge como

sucedacircneo para o aproveitamento de fibras O curauaacute eacute

uma bromeliaacutecea distribuiacuteda nos Estados do Paraacute Acre

Mato grosso Goiaacutes e Amazonas e eacute cultivada

principalmente por pequenos produtores da regiatildeo do

Lago Grande de Curuai no municiacutepio de Santareacutem PA

Estudos recentes tecircm demonstrado o grande potencial do

uso das fibras dessa planta como revestimento na induacutestria

automobiliacutestica devido agrave sua resistecircncia maciez e peso

reduzido O grande problema eacute que natildeo haacute suprimento

suficiente de mateacuteria-prima para atender agrave induacutestria

automobiliacutestica pois o curauaacute eacute fiel agraves suas origens amazocircnicas

e soacute se desenvolve em clima quente e uacutemido criando um

problema para a aquisiccedilatildeo de mudas fora desta regiatildeo que

por tal motivo eacute escassa no mercado (SILVA 2004)

A micropropagaccedilatildeo utilizando teacutecnicas de cultura

de tecido tem sido um valioso instrumento na propagaccedilatildeo

de diversos tipos de plantas Embora este processo envolva

diferentes etapas depois de definido um protocolo de

micropropagaccedilatildeo seja qual for a espeacutecie este pode ser

otimizado no intuito de se obter placircntulas de alta qualidade

e com baixo valor de produccedilatildeo O tipo e tamanho de frasco

e a quantidade de meio satildeo variaacuteveis que tecircm recebido

pouca atenccedilatildeo embora afetem diretamente a aacuterea superficial

da interface meio de cultura-atmosfera o volume de ar sobre

o meio de cultura e a sua profundidade Tais fatores tambeacutem

afetam a composiccedilatildeo da fase gasosa do frasco e

consequumlentemente o crescimento e desenvolvimento das

culturas (GRATTAPAGLIA amp MACHADO 1998)

Rodrigues et al (2005) verificaram maior

proliferaccedilatildeo de brotos de Cattleya persivaliana Hort

em frascos contendo 50 mL de meio quando comparados

com aqueles de 25 75 e 100 mL Nicoloso amp Erig (2002)

trabalhando com Pfaffia glomerata (Spreng) Pedersen

verificaram que 10 mL de meio MS (MURASHIGE amp

SKOOG 1962) proporcionaram o melhor crescimento

das placircntulas em biomassa quando cultivadas em tubos

de 20 cm de altura x 2 cm diacircmetro em comparaccedilatildeo com

os de 25 cm de altura x 2 cm 15 cm de altura x 2 cm

Carvalho et al (1995) estudando a influecircncia de fatores

fiacutesicos no desenvolvimento e crescimento in vitro de

batata-doce (Ipomoea batatas L Poir) verificaram que

10 mL de meio de cultura por frasco com explantes

proporcionaram maior formaccedilatildeo de gemas em relaccedilatildeo

aos volumes de 20 e 30 mL

Sendo assim objetivou-se neste trabalho avaliar

o volume de meio apropriado para a propagaccedilatildeo in vitro

de brotaccedilotildees de curauaacute

As brotaccedilotildees utilizadas como fonte de explante

foram fornecidas pela EMBRAPACPATU situada em

Beleacutem do Paraacute Gemas axilares de curauaacute foram

inoculadas em meio MS completo suplementado com

20 mgL de BAP (6-Benzilaminopurina) Apoacutes 30 dias

estas se desenvolveram e as brotaccedilotildees obtidas foram

transferidas para o meio MS sem regulador de

crescimento por 30 dias

Apoacutes este periacuteodo quatro explantes foram

desfolhados completamente ficando apenas porccedilotildees

basais com aproximadamente 1cm de comprimento que

foram inoculadas em meio de cultura baacutesico MS sem

regulador de crescimento em frasco de 12 cm de altura por

5 cm de diacircmetro (volume interno = 300 mL) com volumes

de 10 15 20 25 30 mL Os explantes foram mantidos em

sala de crescimento a uma temperatura de 26plusmn1degC e

fotoperiacuteodo de 16 horas sob uma Irradiacircncia de foacutetons de

25mmol m-2 s-1

O delineamento experimental foi inteiramente

casualizado (DIC) Cada tratamento continha 19 repeticcedilotildees

PEREIRA F D et al104

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

(um frasco por repeticcedilatildeo) Aos 30 dias avaliaram-se o

nuacutemero e o comprimento das brotaccedilotildees O programa

utilizado para anaacutelise dos dados foi o software statistica

(SISVAR) tendo sido submetidas agrave anaacutelise de variacircncia

com aplicaccedilatildeo do teste F a 5 de probabilidade

analisando-se as meacutedias por regressatildeo polinomial

O efeito linear foi o mais adequado para explicar

a evoluccedilatildeo da taxa meacutedia de regeneraccedilatildeo do curauaacute Agrave

medida que o volume do meio de cultura aumenta existe

tendecircncia de aumento do nuacutemero de brotos Com 25

mL de meio produziu-se maior nuacutemero de brotos por

frasco (2557) e com 10 mL de meio produziu-se menor

nuacutemero de brotos (1226) O tratamento com 15 mL de

meio produziu 1765 brotos o com 20 mL 1750 e o com

30 mL 2242 (Figura 1) O volume maior de meio

disponibiliza mais nutrientes e diminui tambeacutem a

competiccedilatildeo entre as placircntulas o que explica a tendecircncia

em se obter um maior nuacutemero de brotos agrave medida que

se aumenta a quantidade do meio de cultura Em todos

os tratamentos as brotaccedilotildees obtidas foram vigorosas

com a coloraccedilatildeo verde-escura caracteriacutestica das

plantas matrizes As brotaccedilotildees tinham tambeacutem rigidez

outra caracteriacutestica da espeacutecie o que eacute devido agrave

presenccedila das fibras nas folhas Observou-se maior

concentraccedilatildeo de raiacutezes nas brotaccedilotildees maiores e natildeo

FIGURA 1 ndash Nuacutemero meacutedio de brotos por frasco de curauaacute(Ananas erectifolius) cultivados em diferentes volumesde meio MS completo 10 15 20 25 e 30

foi observada a presenccedila de calos em nenhum dos

tratamentos (Figura 2)

Resultados semelhantes foram obtidos por Reis

Lameira Reis (2004) trabalhando com curauaacute utilizando

volumes de 5 75 10 e 15 mL do meio liacutequido MS suplementados

com 25 mgL-1 de BAP (6-benzilaminopurina) os melhores

resultados sendo com os tratamentos que continham 10 e

15ml produzindo em meacutedia 121 e 154 brotosexplante

respectivamente

Da mesma forma Reis et al(2003) trabalhando com

ipeca (Psychotria ipecacuanha Stokes) em meio MS

acrescido de 15 mg L-1de BAP nos volumes de 10 20 30

e 40 mL obtiveram melhor resultado com os volumes de 30

e 40 mL (7 e 8 brotosfrasco respectivamente)

Quanto ao comprimento dos brotos natildeo houve

diferenccedila significativa Os brotos t iveram um

crescimento meacutedio de 228 cm sendo que no tratamento

com 10 mL de meio foi 257 cm com 15 mL 222 cm

com 20 mL 224 cm com 25 mL 224 cm e o tratamento

com 30 mL 215 cm Embora natildeo se tenham realizado

estudos mais aprofundados uma das hipoacuteteses

sugeridas para explicar tais resultados possivelmente

estaacute relacionada a fatores nutricionais do explante

Segundo Cappelades et al (1991) e Pereira et al (2001)

porccedilotildees basais satildeo mais robustas apresentando maior

quantidade de reservas acumuladas em seus tecidos

o que poderia levar agrave utilizaccedilatildeo dessas reservas pelas

brotaccedilotildees regeneradas para sustentar seu crescimento

Esta seria uma das causas da uniformidade apresentada

no tamanho das brotaccedilotildees em todos os tratamentos

Resultados iguais foram obtidos em estudos feitos por

Rodrigues et al (2005) quando avaliaram comprimento

meacutedio de duas espeacutecies de orquiacutedeas mantidas em meio

de cultura cujos volumes testados eram de 25 50 75 e

100 mL Portanto verifica-se que eacute muito importante

selecionar material com bom estado fisioloacutegico e

tamanho homogecircneo para se obter melhores

resultados na proliferaccedilatildeo das brotaccedilotildees eou na

morfogecircnese

Proliferaccedilatildeo in vitro de brotos de curauaacute 105

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

FIGURA 2 ndash Brotaccedilotildees de curauaacute (Ananas erectifolius) produzidas in vitro em diferentes volumes de meio MS 1-Repicagem dos brotos 2- 10 mL de meio MS 3- 15 mL de meio MS 4- 20 mL de meio MS 5- 25 mL de meio MS 6- 30mL de meio MS

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CARVALHO R FAVARETTO N PINTO J E B P Influecircnciade fatores fiacutesicos no desenvolvimento e crescimento in vitrode batata-doce (Ipomea batatas (l) Peir Ciecircncia e PraacuteticaLavras v 19 n 2 p 158-164 abrjun 1995

CAPPELADES M LEMEUR R DEBERGH P Effects ofsucrose on starch acumulation and rate of photosyntesisin Rosa cultured in vitro Plant Cell Tissue and OrganCulture Amsterdam v 25 n 1 p 21-26 Apr 1991

GRATTAPAGLIA D MACHADO M A MicropropagaccedilatildeoIn TORRES A C CALDAS L S (Ed) Cultura de tecidos etransformaccedilatildeo geneacutetica de plantas Brasiacutelia EMBRAPA-SPIEMBRAPA-CNPH 1998 p 183-260

MEDINA J C Plantas fibrosas da flora mundialCampinas Instituto agronocircmico 1959 913 p

MURASHIGE T SKOOG F A Revised medium for rapidgrowth and biossays with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-479 1962

PEREIRA F D et al106

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

NICOLOSO F T ERIG A C Efeito do tipo de segmentonodal e tamanho do recipiente no crescimento de plantasde Pfaffia glomerata in vitro Ciecircncia e AgrotecnologiaLavras v 26 p 1499-1506 dez 2002 Ediccedilatildeo especial

PEREIRA F D BRAGA M F SAacute M E L ALCINO OG COLENGHI I C Influecircncia de BAP e NAA namultiplicaccedilatildeo de abacaxi cv Perolera a partir de brotosestiolados in vitro Bioscience Journal Uberlandia v 17n 2 p 49-60 Dec 2001

REIS Eacute S PINTO J E B P CORREcircA R MPEREIRA F D BERTOLUCCI S K V Influecircncia dosmeios MS e WPM associados a diferentesconcentraccedilotildees de Benzilaminopurina na multiplicaccedilatildeode ipeca (Psychotria ipecacuanha (Brot) Stokes InCONGRESSO BRASILEIRO DE CULTURA DE TECIDOSDE PLANTAS 1 2003 Lavras Anais Lavras UFLA2003 p 273

REIS J N R LAMEIRA O M REIS L R S1Aprimoramento de protocolos de propagaccedilatildeo in vitro de

curauaacute Disponiacutevel lthttpwwwbiologocombrgt Acessoem ago 2004

ROCHA E C GHELER JUacuteNIOR J Aproveitamento deresiacuteduos gerados na aglomeraccedilatildeo de fibras de coco comLaacutetex natural Mateacuteria Teacutecnica Disponiacutevel em lthttpwwwbiologocombrgt Acesso em jun 2003

RODRIGUES J D ARAUacuteJO A G ASSIS F A ACAVALLARI L L PASQUAL M Crescimento in vitro deplacircntulas de orquiacutedeas quantidade de meio de cultura enuacutemero de explantes In CONGRESSO DE INICIACcedilAtildeOCIENTIacuteFICA DA UFLA ndash CICESAL 18 2005 Lavras MGAnais Lavras UFLA 2005 1CD-ROM

SILVA C Paiacutes pesquisa mais fibras naturais para carrosDisponiacutevel em lthttpwwwsebrae_sccombrn o v o s _ d e s t a q u e s o p o r t u n i d a d e mostra_mateacuteriaaspcd_noticia=8356gt Acesso em out 2004

SCHREIBER V (Org) Vias de desenvolvimentosustentaacutevel as dimensotildees do desafio Beleacutem UFBANUMAPOEMAIDESP 1998 495 p (POEMA 6)

NORMAS PARA PUBLICACcedilAtildeO DE ARTIGOS E COMUNICACcedilOtildeES CIENTIacuteFICAS

1 Os conceitos e afirmaccedilotildees contidos nos artigos e comunicaccedilotildeesseratildeo de inteira responsabilidade do(s) autor(es)

2 A revista ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo editadasemestralmente pela Editora da Universidade Federal de Lavras(Editora UFLA) publica artigos cientiacuteficos e comunicaccedilotildeescientiacuteficas da aacuterea de cultura de tecidos de plantas elaboradospor membros da comunidade cientiacutefica nacional e internacionalNatildeo eacute cobrada taxa para publicaccedilatildeo de trabalhos Eacute condiccedilatildeofundamental que os artigoscomunicaccedilotildees submetidos agrave apreciaccedilatildeoda revista ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo natildeo forame nem seratildeo publicados simultaneamente em outro lugar Com aaceitaccedilatildeo do artigo para publicaccedilatildeo os editores adquirem amplose exclusivos direitos sobre o artigo para todas as liacutenguas e paiacutesesA publicaccedilatildeo de artigoscomunicaccedilotildees dependeraacute da observacircnciadas Normas Editoriais dos pareceres do Corpo Editorial e daComissatildeo ad hoc Todos os pareceres tecircm caraacuteter sigiloso eimparcial e tanto os autores quanto os membros do CorpoEditorial eou Comissatildeo ad hoc natildeo obtecircm informaccedilotildeesidentificadoras entre si

3 Os artigos e comunicaccedilotildees submetidos para publicaccedilatildeo deveratildeoser apresentados em CD utilizando-se o processador de textoMicrosoft Word for Windows (version 98 2000 XP ou 2003)ser escrito em liacutengua portuguesa inglesa ou espanhola e usarsomente nomenclaturas oficiais e abreviaturas consagradas natildeoempregando abreviaturas no tiacutetulo do artigo Juntamente com oCD deveratildeo ser enviadas 4 (QUATRO) vias sendo uma originale as demais coacutepias omitindo os autores e a chamada de rodapeacute daprimeira paacutegina (para serem enviadas aos consultores cientiacuteficos)impressas em papel branco tipo A4 (21cm x 297cm) ou emformulaacuterio contiacutenuo em uma soacute face espaccedilo duplo entre linhasfonte Times New Roman tamanho 12 observada uma margemde 3 cm para o lado esquerdo e de 2 cm para o direito 25 cm paramargem superior e inferior 25 cm para o cabeccedilalho e 25 cm parao rodapeacute Cada trabalho deveraacute ter no maacuteximo 14 paacuteginas ejunto do mesmo deveraacute ser encaminhado ofiacutecio dirigido ao EditorChefe da revista solicitando a publicaccedilatildeo do artigo Esse ofiacuteciodeveraacute ser assinado por todos os autores constar o endereccedilocompleto telefone e e-mail de todos Qualquer inclusatildeo exclusatildeoou alteraccedilatildeo na ordem dos autores deveraacute ser notificada medianteofiacutecio assinado por todos os autores (inclusive do autor excluiacutedo)

4 O artigo cientiacutefico deveraacute conter os seguintes toacutepicos a)TIacuteTULO suficientemente claro conciso e completo evitandopalavras supeacuterfluas Recomenda-se comeccedilar pelo termo querepresente o aspecto mais importante do trabalho com os demais

termos em ordem decrescente de importacircncia b) TIacuteTULO EMINGLEcircS c) NOME(s) DO(s) AUTOR(es) no maacuteximo 6 (seis)em letras maiuacutesculas um apoacutes o outro centralizados e no rodapeacuteda primeira paacutegina deveratildeo vir a formaccedilatildeo acadecircmica e aInstituiccedilatildeo onde trabalham d) RESUMO (de acordo comNBR6028 da ABNT) O resumo natildeo deve ultrapassar a 250(duzentos e cinquumlenta) palavras e natildeo possuir paraacutegrafos Apoacuteso Resumo devem-se incluir TERMOS PARA INDEXACcedilAtildeO(palavraschave) diferentes daqueles constantes do tiacutetulo eseparados por viacutergula Os termos para indexaccedilatildeo devem estardescritos na forma maiuacutescula e minuacutescula serem expressotildees queidentifiquem o conteuacutedo do artigo ser indicadas entre 3 e 5 e sepossiacutevel extraiacutedas do vocabulaacuterio Thesagro ndash Thesaurus AgriacutecolaNacional desenvolvido pela CENAGRI (indicaccedilatildeo da revistaldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquopara evitar o usode vaacuterios sinocircnimos como termos de indexaccedilatildeo) Se natildeo foremencontrados descritores disponiacuteveis para cobrirem a temaacutetica doartigo poderatildeo ser indicados termos ou expressotildees de usoconhecido e) ABSTRACT incluindo em seguida INDEXTERMS f) INTRODUCcedilAtildeO (incluindo a revisatildeo de literatura)g) MATERIAL E MEacuteTODOS h) RESULTADOS EDISCUSSAtildeO (podendo conter tabelas e figuras) i)CONCLUSOtildeES e j) REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

5 A comunicaccedilatildeo deveraacute conter os seguintes toacutepicos a)TIacuteTULO suficientemente claro conciso e completo evitandopalavras supeacuterfluas Recomenda-se comeccedilar pelo termo querepresente o aspecto mais importante do trabalho com os demaistermos em ordem decrescente de importacircncia Deve serapresentada a versatildeo do tiacutetulo para o idioma inglecircs b) TIacuteTULOEM INGLEcircS c) NOME(s) DO(s) AUTOR(es) no maacuteximo 6(seis) em letras maiuacutesculas um apoacutes o outro centralizados e norodapeacute da primeira paacutegina deveratildeo vir a formaccedilatildeo acadecircmica e aInstituiccedilatildeo onde trabalham d) RESUMO (de acordo comNBR6028 da ABNT) O resumo natildeo deve ultrapassar a 250(duzentos cinquumlenta) palavras e natildeo possuir paraacutegrafos Apoacutes oResumo devem-se incluir TERMOS PARA INDEXACcedilAtildeO(palavras-chave) diferentes daqueles constantes do tiacutetulo eseparados por viacutergula Os termos para indexaccedilatildeo devem estardescritos na forma maiuacutescula e minuacutescula serem expressotildees queidentifiquem o conteuacutedo do artigo ser indicadas entre 3 e 5 e)ABSTRACT incluindo em seguida INDEX TERMS f)TEXTO [sem subdivisatildeo poreacutem com introduccedilatildeo material emeacutetodos resultados e discussatildeo e conclusatildeo subtendidos(podendo conter tabelas ou figuras)] e g) REFEREcircNCIASBIBLIOGRAacuteFICAS

6 AGRADECIMENTOS ao fim do texto e antes das ReferecircnciasBibliograacuteficas poderatildeo vir os agradecimentos a pessoas ouinstituiccedilotildees O estilo tambeacutem aqui deve ser soacutebrio e claroindicando as razotildees pelas quais se fazem os agradecimentos

7 TABELAS E QUADROS deveratildeo ser inseridos apoacutes citaccedilatildeodos mesmos dentro do proacuteprio texto

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS as referecircnciasbibliograacuteficas devem ser citadas conforme a NBR60232002 daABNTA exatidatildeo das referecircncias constantes da listagem e a corretacitaccedilatildeo no texto satildeo de responsabilidade do(s) autor(es) doartigo

Orientaccedilotildees gerais- Deve-se apresentar todos os autores do documento cientiacutefico(fonte)- O nome do perioacutedico deve ser descrito por extenso natildeo deveser abreviado- Em todas as referecircncias deve-se apresentar o local de publicaccedilatildeo(cidade) a ser descrito no lugar adequado para cada tipo dedocumento- As referecircncias devem ser ordenadas alfabeticamente

EXEMPLIFICACcedilAtildeO (TIPOS MAIS COMUNS)

ARTIGO DE PERIOacuteDICO

VIEIRA R F RESENDE M A V de Eacutepocas de plantio deervilha em Patos de Minas Uberaba e Janauacuteba Minas GeraisCiecircncia e Agrotecnologia Lavras v 24 n 1 p 74-80 janmar 2000

LIVRO

a) Livro no todo

STEEL R G D TORRIE J H Principles and procedures ofstatistics New York McGraw-Hill Book l960 481 p

b) Parte de livro com autoria especiacutefica

FLEURY J A Anaacutelise ao niacutevel de empresa dos impactos daautomaccedilatildeo sobre a organizaccedilatildeo da produccedilatildeo de trabalho InSOARES R M S M Gestatildeo da empresa Brasiacutelia IPEAIPLAN 1980 p 149-159

c) Parte de livro sem autoria especiacutefica

MARTIM L C T Nutriccedilatildeo de bovino de corte em confinamentoIn ______ Confinamento de bovino de corte 2 ed Satildeo PauloNobel 1986 cap 3 p 29-89

DISSERTACcedilAtildeO E TESE

GONCcedilALVES R A Preservaccedilatildeo da qualidade tecnoloacutegicade trigo (Triticum aestivum L) e controle de Rhyzoperthadominica (F) durante o armazenamento em atmosferacontrolada com Co2 e N2 1997 52 f Dissertaccedilatildeo (Mestradoem Ciecircncia dos Alimentos) ndash Universidade Federal de LavrasLavras 1997

MATIOLI G P Influecircncia do leite proveniente de vacasmastiacuteticas no rendimento de queijo frescal 2000 55 pDissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias dos Alimentos) - UniversidadeFederal de Lavras Lavras 2000

Nota ldquoA folha eacute composta de duas paacuteginas anverso e versoAlguns trabalhos como teses e dissertaccedilotildees satildeo impressos apenasno anverso e neste caso indica-se frdquo (ABNT NBR60232002p 18)

TRABALHOS DE CONGRESSO E OUTROS EVENTOS

SILVA J N M Possibilidades de produccedilatildeo sustentada de madeiraem floresta densa de terra firme da Amazocircnia brasileira InCONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO 6 1990 Campos doJordatildeo Anais Campos do Jordatildeo SBSSBEF 1990 p 39-45

DOCUMENTOS ELETROcircNICOS

As obras consultadas online satildeo referenciadas conformenormas especiacuteficas para cada tipo de documento (monografia notodo e em parte trabalho apresentado em evento artigo deperioacutedico artigo de jornal etc) acrescidas de informaccedilotildees sobreo endereccedilo eletrocircnico apresentado entre braquetes (lt gt)precedido da expressatildeo ldquoDisponiacutevel emrdquo e da data de acessoao documento precedida da expressatildeo ldquoAcesso emrdquo

Nota ldquoNatildeo se recomenda referenciar material eletrocircnico de curtaduraccedilatildeo nas redesrdquo (ABNT NBR60232000 p 4) Segundopadrotildees internacionais a divisatildeo de endereccedilo eletrocircnico no fimda linha deve ocorrer sempre apoacutes barra ()

Monografia (acesso online)

a) Livro no todo

TAKAHASHI T (Coord) Tecnologia em foco BrasiacuteliaSocinfoMCT 2000 90 p Disponiacutevel em lthttpwwwsocinfoorgbrgt Acesso em 22 ago 2000

b) parte de livro

TAKAHASHI T Mercado trabalho e oportunidades In ______Sociedade da informaccedilatildeo no Brasil livro verde BrasiacuteliaSocinfoMCT 2000 cap 2 p 13-24 Disponiacutevel em lthttpwwwsocinfogovbrgt Acesso em 22 ago 2000

c) Parte de congresso seminaacuterio etc

GIESBRECHT H O Avaliaccedilatildeo de desempenho de institutos depesquisa tecnoloacutegica a experiecircncia de projeto excelecircncia napesquisa tecnoloacutegica In CONGRESSO ABIPTI 2000Fortaleza Gestatildeo de institutos de pesquisa tecnoloacutegicaFortaleza Nutec 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwabiptiorgbrgt Acesso em 01 dez 2000

d) Tese

SILVA E M Arbitrariedade do signo a liacutengua brasileira desinais (LIBRAS) 1997 144 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emLinguumliacutestica Aplicada e Estudo de Liacutengua) - Pontifiacutecia UniversidadeCatoacutelica de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1997 Disponiacutevel em lthttpwwwterracombrvirtualbooks freebookportdid teseshtmgtAcesso em 28 nov 2000

Artigo de perioacutedico (acesso online)

RESENDE A M G Hipertexto tramas e trilhas de um conceitocontemporacircneo Informaccedilatildeo e Sociedade Recife v 10 n 12000 Seccedilatildeo Educaccedilatildeo Disponiacutevel em lthttpwwwinformaccedilatildeoesociedadeufpbbrgt Acesso em 30 nov 2000

CITACcedilAtildeO PELO SISTEMA ALFABEacuteTICO (AUTOR-DATA)(conforme ABNT NBR105202002)Dois autores - Steel amp Torrie (1960) ou (STEEL amp TORRIE1960)Trecircs ou mais autores - Valle et al (l945) ou (VALLE et al 1945)Obs Quando forem citados dois autores de uma mesma obradeve-se separaacute-los pelo sinal amp (comercial)

9 CASO O ARTIGO CONTENHA FOTOGRAFIASGRAacuteFICOS FIGURAS SIacuteMBOLOS E FOacuteRMULASESSAS DEVERAtildeO OBEDECER AgraveS SEGUINTESNORMAS

91 Fotografias deveratildeo ser apresentadas em preto e branconiacutetidas e com contraste inseridas no texto apoacutes a citaccedilatildeo dasmesmas e tambeacutem em um arquivo agrave parte salvas em extensatildeoldquoTIFFrdquo ou ldquoJPEGrdquo com resoluccedilatildeo de 300 dpi

92 Figuras deveratildeo ser apresentadas em preto e branco niacutetidase com contraste inseridas no texto apoacutes a citaccedilatildeo das mesmas etambeacutem em um arquivo agrave parte salvas em extensatildeo ldquoTIFFrdquo ouldquoJPEGrdquo com resoluccedilatildeo de 300 dpi As figuras deveratildeo serelaboradas com letra Times New Roman tamanho 10 semnegrito sem caixa de textos e agrupadas

93 Graacuteficos deveratildeo ser inseridos apoacutes citaccedilatildeo dos mesmosdentro do proacuteprio texto elaborado preferencialmente em Excelcom letra Times New Roman tamanho 10 sem negrito

94 Siacutembolos e Foacutermulas Quiacutemicas deveratildeo ser feitas emprocessador que possibilite a formataccedilatildeo para o programa PageMaker (ex MathType Equation) sem perda de suas formasoriginais

10 O Editor Chefe notificaraacute o autor do recebimento do originale posteriormente o informaraacute sobre sua publicaccedilatildeo Os artigosque necessitarem de modificaccedilotildees seratildeo devolvidos ao autor paraa devida revisatildeo

11 Os artigos natildeo aprovados seratildeo devolvidos

12 Os artigos seratildeo publicados em ordem de aprovaccedilatildeo

13 O natildeo-cumprimento dessas normas implicaraacute na devoluccedilatildeodo artigo ao autor

14 Os casos omissos seratildeo resolvidos pela Comissatildeo Editorial

15 O artigo deveraacute ser enviado para

ABCTPPlant Cell Culture amp MicropropagationUniversidade Federal de LavrasDepartamento de Biologia - Setor de Fisiologia VegetalCaixa Postal 3037Lavras ndash MGCEP 37200-000E-mail abctpuflabr

INSTRUCTIONS FOR AUTHORS

1 Concepts and affirmations included in articles andcommunications are of the entire responsibility of the authors

2 ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo a semestral journaledited by Editora UFLA of the Universidade Federal de Lavraspublishes scientific articles and communications in the area ofplant tissue culture elaborated by researchers of the national andinternational scientific community There are no page charges forpublication Submission of a manuscript implies that it is neitherunder consideration for publication elsewhere nor has appearedpreviously in part or in whole On acceptance for publicationauthors assign to the Editors full copyright of the manuscript inall languages and countries Publications will depend on editorialrules and on the review of experts and ad hoc commissionReviewer and editorial opinions will be anonymouslycommunicated to authors

3 The articles and communication submitted for publicationmust be presented in CD using the program Microsoft Wordfor Windows (version 98 2000 XP or 2003) written inPortuguese English or Spanish using only conventionalnomenclature At the time of submission authors are requiredto submit together with the CD 4 (four) hard copies one originaland three copies without the name(s) of the author(s) as well asthe footnote on the first page (to be used by the reviewers)printed on A4 white paper (21 cm x 297cm) or on continuousform typewritten only on one side double spaced using fontTimes New Roman size 12 with a 3 cm margin on the left handside and 20 cm margin on the right hand side 25 cm upper andlower margin 25 cm for the heading and 25 cm for the footnoteThe manuscript must present a maximum of 14 pages At thetime of submission a cover letter must be sent with themanuscript copies to the Editor requesting publication of thearticle This cover letter must be signed by all authors andalso contain the full address telephone number and e-mail ofthe authors Any inclusion exclusion or alteration in the authorsorder must be notified and signed by all authors including theone excluded

4 Each manuscript must be organized in a) TITLE sufficientlyclear conspicuous and complete without superfluous words Itis recommended to initiate with the term that represent the mostimportant aspect with other terms in decreasing of importanceb) TITLE in Portuguese c) FULL NAME(s) OF THEAUTHOR(s) maximum of 6 (six) in capital letters one after theother in the center of the page with the footnote of the first pagecontaining their professional qualification or academic training

and their work institution d) ABSTRACT written continuouslywithout paragraph It must not exceed 250 words Index termsmust be enclosed after the abstract using terms different fromthose used in the title and separated by comma The index terms(3 to 5) must be described in capital and small letters and expressthe content of the article e) ABSTRACT and INDEX TERMSin Portuguese f) INTRODUCTION (including literaturereview) g) MATERIAL AND METHODS h) RESULTS ANDDISCUSSION (it may include tables and figures) i)CONCLUSIONS and j) REFERENCES

5 Communication must have the following topics a) TITLEsufficiently clear conspicuous and complete without superfluouswords It is recommended to initiate with the term that representthe most important aspect with other terms in decreasing ofimportance The PORTUGUESE version of the title has to bepresented b) TITLE in Portuguese c) FULL NAME(s) OFTHE AUTHOR(s) maximum of 6 (six) in capital letters oneafter the other in the center of the page with the footnote of thefirst page containing their professional qualification or academictraining and their work institution d) ABSTRACT writtencontinuously without paragraph It must not exceed 250 wordsIndex terms must be enclosed after the abstract using termsdifferent from those used in the title and separated by commaThe index terms (3 to 5) must be described in capital and smallletters and express the content of the article e) ABSTRACTand INDEX TERMS in Portuguese f) TEXT (with no divisionbut must include introduction material and methods results anddiscussion and conclusion (it may include tables and figures) andg)REFERENCES

6 ACKNOWLEDGEMENTS Acknowledgements to peopleor institutions might be included at the end of the text priorReferences The written style must be serious and clear indicatingthe reasons of the acknowledgements made

7 TABLES AND FIGURES must be included right after theircitation in the text

8 REFERENCES references must be cited according toNBR60232002 of ABNT All references and their correct citationin the text are of the entire responsibility of the author(s)- Some important orientations all authors of the scientificdocument must be presented (source) the journal must be citedusing its full name all references must present the name of thecity where the journal was published all references must be citedalphabetically

9 PHOTOGRAPHS GRAPHS FIGURES SYMBOLS ORFORMULA CONTAINED IN THE ARTICLE SHOULDOBEY THE FOLLOWING RULES

91 Photographs must be presented in black and whiteclear and with contrast inserted in the text after their citationand also in a separate file (on the same diskette as the article)saved in extension ldquoTIFFrdquo or ldquoJPEGrdquo with resolution of300 dpi

92 Figures must be presented in black and white clear andwith contrast inserted in the text after their citation and also in aseparate file (on the same diskette as the article) saved inextension ldquoTIFFrdquo or ldquoJPEGrdquo with resolution of 300 dpiThey must be elaborated using Times New Roman font size10 without bold without text box and arranged

93 Graphs must be inserted in the text after their citationelaborated preferentially in Excel using Times New Romanfont size 10 without bold

94 Symbols and Chemical Formula must be presented usinga word processor that permits a format for Page Maker (exMathType Equation) without loss of its original form

10 The Brazilian Association of Plant Tissue Culture (ABCTP)will inform the author the receipt of the original manuscript andeventually it will also send information regarding its publicationManuscripts that require modifications will be returned to theauthor for the respective revision andcorrections

11 Manuscripts not approved will be returned to the author

12 Articles will be published according to the order of receiptand approval

13 If any of these rules are not attended the manuscript will bereturned to the author

14 Manuscripts should be sent to the following address

ABCTPPlant Cell Culture amp MicropropagationUniversidade Federal de LavrasDepartamento de Biologia - Setor de Fisiologia VegetalCaixa Postal 3037Lavras ndash MGCEP 37200-000BrazilE-mail abctpuflabr

Page 3: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909

DIRETORIA

Presidente ndash Renato Paiva ndash UFLA Secretaacuterio ndash Moacir Pasqual ndash UFLA

Secretaacuterio Adjunto ndash Antocircnio Carlos Torres ndash EMBRAPA Hortaliccedilas Tesoureiro ndash Guilherme Augusto Canella Gomes ndash Benger do Brasil

COMISSAtildeO EDITORIAL

EDITOR CHEFE Renato Paiva ndash UFLA

CONSELHO EDITORIAL Antocircnio Carlos Torres ndash EMBRAPA Hortaliccedilas

Moacir Pasqual ndash UFLA Renato Paiva ndash UFLA

REVISAtildeO DE REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS Luiz Carlos de Miranda ndash UFLA

NOMENCLATURA CIENTIacuteFICA Manuel Losada Gavilanes ndash UFLA

EDITORACcedilAtildeO Christyane Aparecida Caetano ndash Editora UFLA

Aleacutezia Conceiccedilatildeo Modesto Ribeiro ndash Editora UFLA Luciana Carvalho Costa ndash Editora UFLA

REVISAtildeO DE PORTUGUEcircS Amanda Jackeline Santos Silva

REVISAtildeO DE INGLEcircS Renato Paiva

ndash UFLA

SECRETARIACr ist iano Mar t inot t o ndash UFLA

Daiane Peixot o Var gas ndash UFLA

EDI TORES ASSOCI ADOSEnio Luiz Pedrotti - UFSC

Fr ancisco de Assis Paiva Campos - UFCGilber t o Bar bant e Ker bauy - USP

J oatildeo Bat ist a Teixeir a - EMBRAPA Recur sos Geneacutet icos e Biot ecnologiaJ oseacute Ant ocircnio Pet er s - UFPEL

Kasumit su Mat sumot o- EMBRAPA Recur sos Geneacutet icos e Biot ecnologiaLilia Gomes Willadino - UFRPE

Linda St yer Caldas - UNBLuciana Ribas - UFPR

Magdi Ahmed I br ahim Alouf a - UFRNMar guer it e Ger maine Ghislaine Quoir in- UFPR

Miguel Pedr o Guer r a - UFSCMiklos Gaacutebor Faacuter i ndash Univer sidade de Debr ecen ndash Ungr ia

Otto Jesu Crocomo ndash ESALQ - USPRenat o de Oliveir a Resende - UNB

Schuyler Kor ban ndash Univer sidade de I llinois - Est ados UnidosSilvio Lopes Teixeira - UENF

Ter ezinha Rangel Camar a ndash UFRPEWagner Apar ecido Vendr ame ndash Univer sidade da Floacuter ida ndash Est ados Unidos

Wagner Campos Ot oni ndash UFV

CONSULTORI A CI ENTIacute FI CA (Vol 2 N 2)Alexandr e Hof f mann ndash EMBRAPA Uva e VinhoAlexandr e Mor ais do Amar al ndash EMBRAPA-I AC

Aloisio Xavier ndash UFVAnt ocircnio Chalf un J unior ndash UFLA

Eur ico Eduar do Pint o de Lemos ndash UFALEvar ist o Maur o de Cast r o ndash UFLAGilber t o Bar bant e Ker bauy ndash USP

J oatildeo Bat ist a Teixeir a ndash EMBRAPA Cenar gemJoseacute Raniere F Santana ndash UEFS

Luiz Ant ocircnio Biasi ndash UFPRMiguel Pedr o Guer r a ndash UFSC

Osmar Alves Lameir a ndash EMBRAPA Amazocircnia Or ient alOt t o J esu Cr ocomo ndash ESALQ USP

Ricar do Tadeu de Far ia ndash UELWagner Campos Ot oni ndash UFV

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-106 2006

Plant Cell Culture amp Micropropagation

ISSN 1808-9909

CONTEUacuteDO

01 In vitro propagation of Melissa officinalis L and production of essential oil In vitro propagation of Melissa officinalis L and production of essential oil Simone da Silva Celso Luiz Salgueiro Lage Maria Apparecida Esquibel Rosane Aguiar da Silva San Gil Alice Sato

53

02 Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (ORCHIDACEAE) em diferentes concentraccedilotildees de sais de Knudson C e carvatildeo ativado In vitro growth of Laelia tenebrosa (ORCHIDACEAE) in different concentrations of Knudson C salts and activated charcoal Aparecida Gomes de Araujo Moacir Pasqual Alba Regina Pereira Herminio Souza Rocha 61

03 Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea em diferentes meios de cultura e concentraccedilotildees de citocinina In vitro propagation of orchid plantlets cultivated in different culture media and cytokinin concentrations Aparecida Gomes de Araujo Moacir Pasqual Adriano Bortolotti da Silva Fabiacuteola Villa Hermiacutenio Souza Rocha Fernanda Carvalho Costa 68

04 Efeito do viacuterus das estrias da bananeira na micropropagaccedilatildeo e no crescimento das plantas da cultivar caipira durante a aclimatizaccedilatildeo Effect of banana streak virus on micropropagation and plant growth of cultivar caipira during acclimatization Daniela Garcia Silveira Antocircnio da Silva Souza Paulo Ernesto Meissner Filho Tales Miler Soares Ranulfo Correa Caldas Kaacutetia Regina Barbosa Leatildeo 74

05 Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees de Agapanthus umbellatus var minor multiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria Morphological and physiological characteristics Agapanthus umbellatus var minor of shoots propagated in bioreactor of temporary immersion Luciana Alves Fogaccedila Denilson Dortzbach Antonio Carlos Alves Enio Luiz Pedrotti 80 06 Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro cultivar Santa Clara In vitro regeneration capacity of tomato plant cultivar Santa Clara Glaucia de Fatima Moreira Vieira e Souza Joseacute Magno Queiroz Luz Alcione Silva Arruda Denise Garcia Santana Mariana de Souza e Silva da Costa Teixeira Luciana Londe Adelaide Siqueira Silva Elisacircngela Rodrigues Figueira 88

07 Induccedilatildeo de calos a partir de cultura de anteras de cafeeiro (Coffea arabica L) cv Catuaiacute Vermelho 99 e 44 Callus induction from anther culture of coffee plant (Coffea arabica L) cv Catuaiacute Vermelho 99 and 44 Adelaide Siqueira Silva Joseacute Magno Queiroz Luz Denise Garcia Santana Patriacutecia Crystie Vieira Mustafa Moacir Pasqual Glaucia de Fatima Moreira Vieira e Souza 94

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-106 2006

Plant Cell Culture amp Micropropagation

ISSN 1808-9909

COMUNICACcedilAtildeO CIENTIacuteFICA

08 Proliferaccedilatildeo in vitro de brotos de Curauaacute utilizando diferentes volumes de meio de cultura In vitro shoot proliferation of Ananas erectifolius using different volumes of culture medium Flaacutevia Dioniacutesio Pereira Joseacute Eduardo Brasil Pereira Pinto Helen Cristina de Arruda Rodrigues Luciana Domiciano Silva Rosado Luiz Alberto Beijo Osmar Alves Lameira 102

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 53

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

IN VITRO PROPAGATION OF Melissa officinalis L AND PRODUCTIONOF ESSENTIAL OIL

IN VITRO PROPAGATION OF Melissa officinalis L AND PRODUCTION OFESSENTIAL OIL

SIMONE DA SILVA1 CELSO LUIZ SALGUEIRO LAGE2 MARIA APPARECIDA ESQUIBEL3ROSANE AGUIAR DA SILVA SAN GIL4 ALICE SATO5

1Doutoranda em Biotecnologia Vegetal ndashUFRJIBC Chagas Filho ndash Av Brigadeiro Trompowsky SN Ccs ndash Bloco G ndash Sala G2-050 ndash Cidade Universitaacuteria ndash Laboratoacuterio de Fisiologia Vegetal ndash Ilha do Fundatildeo ndash 21949-900 ndash Rio de Janeiro RJ ndash monybiofufrjbr

2Dr em Biofiacutesica ndashUFRJ ndash Instituto de Biofiacutesica Carlos Chagas Filho ndash Laboratoacuterio de Fisiologia Vegetal ndash Ilha do Fundatildeo ndash 21949-900 ndash Rio de Janeiro RJ ndash clslagebiofufrjbr3Poacutes-Doutorado em Bioeletrogecircnese ndash UFRJ ndash Instituto de Biofiacutesica Carlos Chagas Filho ndash Laboratoacuterio de Fisiologia Vegetal ndash Ilha do Fundatildeo ndash 21949-900 ndash Rio de Janeiro RJ ndash esquibelbiofufrjbr4Dra em Quiacutemica Orgacircnica ndash Ufrj DQO ndash Edifiacutecio do Centro de Tecnologia ndash Bloco A ndash Sala 605 ndash Ilha do Fundatildeo ndash Cidade Universitaacuteria ndash Caixa Postal 068556 ndash 21941-972 ndash Rio de Janeiro RJ ndash rsangilIqufrjbr5Dra em Biotecnologia Vegetal ndash UNIRIODCN ndash Centro de Ciecircncias Bioloacutegicas e da Sauacutede ndash Av Pasteur 458 Preacutedio da ECB ndash 4ordmandar Sala 415 URCA ndash 22290-240 ndash Rio de Janeiro RJ ndash alicesatouniriobr

ABSTRACTThis work presents an efficient protocol for micropropagation

of Melissa officinalis L through axillary bud proliferation obtainedfrom in vitro germinated seeds on basal Murashige amp Skoog medium(MS) The explants were grown on MS supplemented with differentgrowth regulators NAA (05 mM) KIN (05 mM) BA (05 mM)GA

3 (28 microM) and IAA (05 mM) Higher shoot proliferation and

rooting rates were obtained on MS supplemented with 05 microM IAAMicropropagated plants were acclimatized and transferred to soilwith success The essential oil composition in shoots of in vitro andfield-grown (ex vitro) plants was determined by gas chromatographymass spectrometry The major components of essential oils detectedin both plant materials were pujone neral geraniol and geranial Mofficinalis in vitro plantlets developed on MS media showed 14higher proportions of nerol and 41 of geraniol when compared withfield grown plants

Index terms Growth regulators medicinal plant tissue culture

RESUMOEste trabalho apresenta um protocolo raacutepido e eficiente

para propagaccedilatildeo in vitro de Melissa officinalis L atraveacutes daproliferaccedilatildeo de gemas axilares de plantas obtidas de sementesgerminadas em meio basal de Murashige amp Skoog (MS) Os explantesforam cultivados em meio de Murashige amp Skoog (MS) 1962com adiccedilatildeo de diferentes reguladores de crescimento Aacutecido alfa-naftaleno-aceacutetico (ANA ndash 05 mM) Cinetina (KIN ndash 05 mM)Benziladenina (BA ndash 05 mM) Aacutecido Gibereacutelico (GA

3 ndash 28 microM)

e Aacutecido Indolaceacutetico (AIA ndash 05 mM) O alongamento e formaccedilatildeode segmentos nodais maacuteximos foram obtidos com AIA Explantesdesenvolveram 5 novos brotos com 10 cm em meacutedia e 100 deenraizamento em 30 dias de cultura Plantas micropropagadasforam aclimatadas e transferidas para o solo com sucesso Acomposiccedilatildeo do oacuteleo essencial de partes aeacutereas de plantas produzidasin vitro e plantas crescidas em campo (ex vitro) foi determinadapor cromatografia gasosa acoplada agrave espectrometria de massas Os

principais componentes do oacuteleo essencial encontrados em ambosos materiais vegetais foram a pujona neral geraniol e geranial Asplantas de Melissa officinalis desenvolvidas in vitro em MSapresentaram aumento de 14 vezes na proporccedilatildeo do nerol e de 41na de geraniol quando comparadas agraves plantas ex vitro

Termos para indexaccedilatildeo Reguladores de crescimento plantamedicinal cultura de tecidos

INTRODUCTION

Melissa officinalis L (Lamiaceae) is a well-known

herb used to give fragrance to different food and beverage

products It has also been used as a medicinal plant for

treatment of headaches gastrointestinal disorders

nervousness and rheumatism The essential oil is a well-

known antibacterial and antifungal agent and it is also

responsible for the mild depressive and spasmolytic

properties of the plant Literature data pointed out antioxidant

properties of methanolic extracts of Melissa officinalis which

are mostly due to high portion of phenolic acids revealing

significant antimicrobial particularly antibacterial activity of

this essential oil (MIMICA-DUKIC et al 2004)

The chemical composition of the essential oil of

Melissa officinalis leaf (02-1 on dry weight) has been

studied The major compounds (10-40) are citral (neral

and geranial) and these are accompanied by limonene

cineole geraniol szlig-caryophyllene and spathulenol The

(Recebido em 06 de setembro de 2005 e aprovado em 21 de junho de 2006)

SILVA S da et al54

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

leaf also contains polyphenolic compounds

hydroxycinnamic derivatives with verbascoside (53)

flavonoids such as luteolin 7-glucoside and luteolin 7-

diglucuronide (08) These compounds probably

intervene in the antispasmodic activity Iridoid glucosides

were also reported and the infusion contains potassium

(CARNAT et al 1999)

Cultivation of medicinal plants for the purpose of

extraction of active constituents may face certain limitations

such as climate season water availability diseases and

pests and scarcity of naturally growing plants Such

limitations led to the use of tissue culture techniques for

production of the active constituents Tissue culture

provides means of rapid propagation of a large number of

uniform plants while maintaining their genotype Beneficial

uses of tissue culture for the purpose of extraction of

secondary metabolites include avoidance of collection of

endangered wild species production of secondary

metabolites due to rapid growth of cultures in vitro

(ARIKAT et al 2004)

Due to the importance of this plant for multiple

purposes and the difficulty to produce active compounds

in vitro the application of methods that provide higher

number of cloned plants of M officinalis is justified aiming

to select high quality plant lines to extensive culture and

extraction of pharmaceutical products In Brazil M

officinalis is used in phytomedicine by pharmaceutical

industries One of the most critical problems of

phytomedicine is the natural variation of plants chemical

constituents (CURRIER et al 2000) This variation could

be originated from genetical factors or under influence of

environmental characteristics

The use of in vitro systems have been reported as

an effective tool for obtaining genetically uniform plants

which can be the source for less variable pharmaceutical

preparations Plant regeneration of M officinalis has been

achieved using as explants cotyledonary nodes of 10-day-

old Melissa officinalis seedlings (TAVARES et al 1996)

shoot tips from plants cultivated at greenhouse

(MEacuteSZAacuteROS et al 1999) using various types and

concentrations of cytokinins auxins and triacontanol

(TANTOS et al 1999)

The aim of this work is to develop a

micropropagation method in order to obtain a significant

number of monoclonal plants for further field cultivation

comparing the essential oil content and composition

between micropropagated and field-grown plants

MATERIALS AND METHODS

Plant material

Representative specimens from field grown plants

of M officinalis were selected and submitted to Erika Von

Sohsten Medeiros and Angela Vaz (Rio de Janeiro

Botanical Garden) for the taxonomic confirmation A

voucher nordm RB ndash 365926 is deposited at the Herbarium of

Rio de Janeiro Botanic Garden

Melissa officinalis seeds were obtained from

commercial market ISLAR batch Nordm 8250 The seeds were

germinated and grown to the seedling stage in vitro Seeds

were pre-treated by immersion into 2 commercial bleach

solution (Globoacirc) for 20 min and then rinsed thoroughly

in running tap water After that the seeds were surface

sterilized in 70 ethanol for 20 min followed by 15 min in a

20 commercial bleach solution containing 2-3 drops of

Tween 20 under aseptic conditions and rinsed three times

with sterile distilled water The seeds were cultured on MS

(MURASHIGE amp SKOOG 1962) solid medium

supplemented with 30 gL-1 sucrose 148 mM thiamine-

HCl 243 mM pyridoxine-HCl 41 mM nicotinic acid and

06 mM myo-inositol The pH value was adjusted at 58 plusmn

01 before addition of 8 gL-1 of agar and the media were

sterilized in autoclave (120 degC during 15 min) The cultures

were incubed at 25 plusmn 1 degC under a 16 h light 8 h dark

regime at an irradiance of 230 mmolm-sup2s-1 (white light

illumination Sylvaniaacirc fluorescent tubes)

Establishment of in vitro shoot cultures

From in vitro 8-day-old germinated seeds plants

(20-30 cm in length) of three different clones designated

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 55

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

as clones 1 2 e 3 were selected and axillary shoot induction

takes place from nodal segments (1 cm in length)

subcultivated on MS hormone-free media (MS0) These

materials were used as donors of explants to be tested

with different culture media 05mM a-naphthaleneacetic

acid (NAA) 05mM kinetin (KIN) 05mM benzyladenine

(BA) 28 mM gibberellic acid (GA3) and 05mM indole-3-

acetic acid (IAA) Cultures were grown in 300 mL glass

flasks containing 40 ml of media each

Shoot proliferation rate length of both shoots and

roots and calli formation were monitored as growth

parameters Each treatment was replicated 3 times using

100 explants per repetition Subcultures were performed at

30 days intervals

Acclimatization

A total of 60 in vitro rooted microshoots (those grown

on MS + IAA during 30 days with average height of 10 cm

were removed from the medium and the agar washed gently

with tap water They were transferred to 60 cm diameter

plastic pots containing soil and humus (31 vv) and kept at

a greenhouse High humidity environment was provide by

covering the plants with a plastic foil and watering them

one time per day during the first 2 weeks Then plants were

gradually exposed to greenhouse conditions for 1 month

and finally transferred to the field where they were cultivated

during one year until complete life cycle

Extraction

Field-grown and fresh in vitro plantlets aerial parts

(100 g each) were submitted to hydro distillation for 140 h

in a Clevenger type apparatus as recommended by the

Brazilian Pharmacopoeia (1988) in replicate (n = 2) The

time between the isolation and analysis was the same in all

experiments to preclude differences in composition due to

external factors (SILVA et al 2003)

Gas chromatographic and gas chromatography-massspectrometric analysis

Gas chromatography with flame ionization

detection (GCFID) was carried out on a Varian Star Model

3350 instrument using a capillary column coated with DB-

5 (30 m x 025 mm i d 025 mm film thickness J amp W

Scientific Folsom CA USA) The GC oven was heated

using the following program 40 oC to 220 oC at 4 oC min-1

with an initial isothermal period of 1 min splitless The

detector and injector temperatures were held at 280 oC

Hydrogen was used as carrier gas The injection consisted

of 10 microL of distilled oil diluted with hexane The GCMS

analyses were carried out on a Hewlett-Packard (Agilent

Technologies Avondale USA) Model 5972 MSD coupled

to a HP 5890 GC The GC conditions were the same as

above except for the fact that helium was used as carrier

gas The mass spectrometer was operated on electron

impact mode at 70 eV Molecular assignments were

performed with the help of the Wiley 275 standard library

of mass spectra literature data (ADAMS 1995) authentic

geraniol standard (Sigma Part Number G5135) and mass

spectra interpretation besides the comparison with

previously published elution order (KREIS amp MOSAND

1994) Quantification was performed from GC profiles using

area percent since in the literature the FID response factor

for most of monoterpenes is determined as 1 (CARNAT et

al 1999)

Statistical analysis

Data for each experiment were subjected to analysis

of variance (ANOVA) and means were compared using the

Tukey-Kramer test Percent data were submitted to

significance test ndash difference between two percentages

using the Statistica for WindowsTM 50 version A

significance level of 5 was used for all statistical analysis

RESULTS AND DISCUSSION

In vitro multiplication of Melissa officinalis was

followed during four developing cycles Micropropagation

papers usually present an efficient protocol evaluated in

only one developing cycle This kind of protocol however

may fail when the cultures have to be kept during long

time many successive subcultures being necessary in

order to produce large number of clonal plants

SILVA S da et al56

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

In vitro establishment

In this work three different clones of M officinalis

were used and they had shown similar development

responses on in vitro cultures

The clones 1 and 2 had in vitro multiplication rate

lower than the clone 3 which means a decrease in the

absolute number of nodal segments (Fig 1A and B) From

these results the clone 3 was selected to run the tests

The average number of four new nodes was

produced by explant on MS0 after 30 days and this value

was used as a control to evaluate effects of the presence

of growth regulators in the media (Tab 1)

FIGURE 1 ndash Nodal segments development of three clones of Melissa officinalis on MS+ 05 M IAA during 30 daysA) Multiplication rate of in vitro culture from 2nd to 4th subcultures B) Number of nodal segments developed per clone

TABLE 1 ndash Effect of growth regulators in Melissa officinalis axillary segments culture after four weeks of culture

Culture Media

Shoot Explant

xplusmnse

Shoot Length (CM)

Multiplication Rate (ndeg of

Nodal Segment Explant)

Node Plantlet

xplusmnse

Root Frequency

()

Root Number

Explant xplusmnse

Root Length

(CM) xplusmnse

MS0 171B 403 08B 68C 41 B 50 105 11B 30 06B

05 M KIN 111C 349 11C 33D 31 C 50 073 09C 27 07C

28 M GA3 111C 100 03D 22E 21 D 50 071 09C 25 07C

05 M IAA 191B 1000 09A 95B 51 A 100 897 08A 137 08A

05 M NAA

301A 333 16C 90A 31 C 0 0 - 05 M BA 111C 385 54C 33D 31 C 0 0 -

Value are means (x) plusmn standard error (se) n=100 Values in the same column followed by the same letter do not differstatistically at Pdrdquo005

The influence of plant growth regulators and their

interactions on micropropagation of different plant species

have been discussed in detail by Lameira et al (2005) Rout

et al (1989) Rout amp Das (1997ab) Skirvin et al (1990) and

Zieslin et al (1989)

In this work addition of IAA to MS presented the

best results among all tested growth regulators in all

evaluated parameters However to shoot production there

is no statistical difference to the control The analysis of

effects of the other growth regulators shows that only

05mM NAA was able to improve shoot production

although it is not able to promote rhizogenesis

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 57

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

The use of MS plus 05mM Kinetin or 05mM BA

or 05mM NAA promoted the development of three nodal

segments per elongated plant in 30 days culture (Tab

1) However when BA was used these new shoots

exhibited apical necrosis When GA3 (28 mM) was added

to medium there was induction of only one shoot per

explant and after 30 days there were 2 nodes per

elongated shoot

There was no rooting in explants placed on MS

added of NAA and BA In MS medium containing KIN or

GA3

and in basic MS 50 of the shoots developed new

roots in 30 days of culture

The best result of rhizogenesis was presented

by explants cultured in MS plus IAA where 100 of

shoots rooted with more than 8 new roots per explant

(Tab 1) In terms of root length the cultures in MS

supplemented with IAA presented longer roots when

compared with the other media compositions used at

the present work

In short the addition of 05mM of IAA was chosen

as that presenting the best results in all evaluated

parameters (Fig 2A)

The action of IAA on the in vitro plant

development was in accordance to the known effects of

such hormone (CLELAND 1995) Shoot elongation was

obtained concomitantly with rooting in media MS plus

05 mM IAA That is specially interesting once it may

reduce the micropropagation process through nodal

segments explants to only three steps germination

shoot elongation and multiplication concomitant to

rooting this represents gain of time culture medium

and constitutes a quick micropropagation process

Tavares et al (1996) reported a micropropagation

utilizing cotyledonary nodes as explants The highest

average number of shoots in the two inoculations was

obtained with 2 mgL-1 of BA 24 axillary shoots per

explant 7 in the first inoculation and 17 in the second

one Shoots of the two inoculations were excised after

30 and 60 days respectively

Acclimatization

Melissa officinalis leaves are very sensitive to

water loss and this process is irreversible it was necessary

to provide a high humidity environment during the first

acclimatization period plants were covered with a plastic

foil during 2 weeks before being gradually exposed to

greenhouse conditions The acclimatization procedure

used for in vitro plants was successful and a total of 100

survival rate (n=60) was obtained Acclimatized plants

appeared normal and did not exhibit any morphological

abnormalities or variations These results permitted the

soil cultivation (Fig 2B) without chemical defensives

during one year up to the complete vegetative cycle

(flowering)

Essential oils content

Comparative analysis of the chromatographic

profiles showed high percentage of neral and geranial in

relation to nerol and geraniol in field grown (ex vitro)

plantlets and in MS0 (in vitro)

The relative content of the principal components

of essential oil of the aerial parts of M officinalis are

presented as mean peaks area () on Fig 2C geranial

(3813 and 4364) neral (2674 and 317) geraniol (329 and

153) and nerol (116 and 187) in plants cultured ex vitro

and in vitro respectively Plantlets developed in vitro on

MS0 media showed an increase of 14 times in the

proportion of nerol and 41 times of geraniol when

compared with ex vitro cultured plants

Field plants are exposed to considerable more

stressful conditions such as lower relative humidity higher

light levels and herbivory those are the more stressful

The latter conditions tend to favor a greater essential oil

accumulation (TAVARES et al 2004) On other hand

plantlets grown in vitro have been continuously exposed

to a unique microenvironment that has been selected to

provide minimal stress and nearly optimal conditions for

plant multiplication

SILVA S da et al58

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

FIGURE 2 ndash A) In vitro culture of Melissa officinalis on MS + IAA in 30 days of culture B) Ex vitro culture six monthsafter transference to soil maximum height 60 cm C) Composition and percentage of the most abundant essential oilcomponents of Melissa officinalis from aerial parts (100 g Fresh Weight) from in vitro e ex vitro culture

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 59

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

CONCLUSIONS

Melissa officinalis micropropagation can be made

using nodal segments from in vitro plants during 5 weeks

in MS media without growth regulators and posterior

subculture in MS media with 05 mM IAA for a better

development Multiplication rates of 44 and 40 were

obtained at the 3rd and 4th subcultures respectively

It was observed a significant difference between

the effects of auxins IAA and NAA The latter exerted an

unsatisfactory influence on the nodal segment formation

shoot length and rooting when compared with the results

obtained with IAA

The plants produced in vitro were vigorous and

after acclimatization they were well adapted After 1 month

at the greenhouse the survival rate was 100

Considering that the main objective of this work is

to produce monoclonal plants to be used by phytomedicine

industries it is important that the method presents a large

number of buds per explant This result plus an efficient

acclimatization stage can save time and produce

monoclonal plants in sufficient number to be used in

commercial field culture Our results showed a change in

the essential oil composition in the proportion of active

compounds However the characteristics of the oil of in

vitro and ex vitro M officinalis plants were not altered

The manipulation of the culture media composition

is an important biotechnological tool for the optimization

of the essential oils production With this technique this

work developed a protocol for highly production of plants

and productivity in the components (geraniol geranial and

neral) of the oil

ACKNOWLEDGMENTS

This work was supported by ICUNIRIO FAPERJ

and CNPq

REFERENCES

ADAMS R P Identification of essential oil componentsby gas chromatographymass spectroscopy WashiongtonAllured Publishing Corporation 1995 467 p

ARIKAT N A JAWAD F M KARAM N S SHIBLIMicropropagation and accumulation of essential oils inwild sage (Salvia fruticosa Mill) Scientia HorticulturaeAmsterdan v 100 n 14 p 193-202 Mar 2004

CARNAT A CARNAT A P FRAISSE D LAMAISON JD The aromatic and polyphenolic composition of lemonverbena tea Fitoterapia Milano v 70 n 1 p 44-49 Feb 1999

CLELAND R E Auxin and cell elongation In DAVIES PJ Plant hormones and their role in plant growth anddevelopment 2 ed Dordrecht Kluwer 1995 p 214-227

CURRIER S J JOHNSTON P D GORELICK J K HerbalMedicines Science and Medicine Philadeiphia v 7 n 1p 40-43 2000

FARMACOPEacuteIA BRASILEIRA Determinaccedilatildeo de oacuteleosessenciais em drogas vegetais 4 Ed Satildeo Paulo Atheneu1988 Part 1 v426-v427

KREIS P MOSANDL A Chiral compounds of essentialoils Part XVI Enantioselective multidimensional gaschromatography in authenticity control of balm oil (Melissaofficinalis L) Flavour and Fragrance Journal Chichesterv 9 n 5 p 249-256 1994

LAMEIRA O A LOPES S C NOGUEIRA R CCORDEIRO I M C C PINTO J E B P REIS L R SEfeito de diferentes concentraccedilotildees de reguladores decrescimento sobre a micropropagaccedilatildeo de mogno (Swieteniamacrophylla King) por meio de explantes juvenis PlantCell Culture amp Micropropagation Lavras MG v1 n 2 p53-58 2005

MEacuteSZAacuteROS A BELLON A PINTEacuteR A HORVARTHG Micropropagation of lemon balm Plant Cell Tissueand Organ Culture Dordrecht v 57 n 2 p 149-152 1999

MIMICA-DUKIC N BOZIN B SOKOVIC M SIMINN Antimicrobial and Antioxidant Activities of Melissaofficinalis L (Lamiaceae) Essential Oil Journal ofAgricultural and Food Chemistry Washington v 52 n 9p 2485-2489 May 2004

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgrowth and bioassays with tobacco tissue culturesPhysiologia Plantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 Mar 1962

SILVA S da et al60

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

ROUT G R DEBATA B K DAS P In vitro Mass-scalePropagation of Rosa Hybrida cv Landora CurrentScience Bangalore v 58 n 15 p 876-878 Aug 1989

ROUT G R DAS P In vitro Organogenesis in ginger(Zingiber officinale Rosc) Journal of Herbs Spices andMedicinal Plants Bermingham v 4 n 4 p 41-51 1997a

ROUT G R DAS P Techniques of Micropropagation invitro In BOSE T K MITRA S K SADHU M KDAS P (Ed) Propagation of tropical and subtropicalhorticultural crops Calcutta Kalyani Publishers 1997bp 105-116

SILVA S Composiccedilatildeo do oacuteleo essencial de Melissaofficinalis L in vitro sob accedilatildeo de reguladores decrescimento 2003 64 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emBiotecnologia Vegetal) ndash Universidade Federal do Rio deJaneiro Rio de Janeiro

SKIRVIN R M CHU M C YOUNG H J R InAMMIRATO P V EVANS D R SHARP W R BAJAJ

Y P S Editors Handbook of Plant Cell Cultures NewYork Macmillan 1990 v 5 p 716-743

TANTOS Aacute MEacuteSZAROS A KISSIMON J HORVAacuteTHG FARKAS T The Effect of Triacontanol onMicropropagation of Balm Melissa officinalis L Plant CellReports New York v19 n 1 p 88-91 Nov 1999

TAVARES A C PIMENTA M C GONCcedilALVES M TMicropropagation of Melissa officinalis L throughproliferation of axillary shoots Plant Cell Reports NewYork v 15 n 6 p 441-444 Feb 1996

TAVARES E S LOPES D BIZZO H R LAGE C L SLEITAO S G Kinetin Enhanced Linalool Production by invitro Plantlets of Lippia alba Journal of Essential OilResearch Coron Stream v 16 n 5 p 405-408 SeptOct 2004

Zieslin N Starkman f zamski e Growth of rose flowerpeduncles and effects of applied plant growth regulatorsPlant Growth Regulation Dordrecht v 8 n 1 p 65-76Mar 1989

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 61

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

CRESCIMENTO IN VITRO DE Laelia tenebrosa (ORCHIDACEAE)EM DIFERENTES CONCENTRACcedilOtildeES DE SAIS DE KNUDSON C

E CARVAtildeO ATIVADO

IN VITRO GROWTH OF Laelia tenebrosa (ORCHIDACEAE) IN DIFFERENTCONCENTRATIONS OF KNUDSON C SALTS AND ACTIVATED CHARCOAL

APARECIDA GOMES DE ARAUJO1 MOACIR PASQUAL2 ALBA REGINA PEREIRA3HERMINIO SOUZA ROCHA4

1Doutoranda em AgronomiaFitotecnia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash agaraujo2003yahoocombr2Dr Professor Titular do Departamento de Agricultura ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash LavrasMG ndash mpasqualuflabr3Doutoranda no Jardim Botacircnico do Rio de Janeiro ndash ENBTJBRJ ndash Pacheco Leatildeo 915 ndash 22460-030 ndash Rio de Janeiro RJ4Doutorando em AgronomiaFitopatologia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash herminiouflanetcombr

RESUMOObjetivou-se testar diferentes concentraccedilotildees de carvatildeo

ativado adicionado ao meio Knudson C no crescimento in vitrode orquiacutedeas Placircntulas de Laelia tenebrosa (LA Rolfe) LARolfe com 1 a 15 cm de comprimento e contendo raiacutezes foraminoculadas em frascos contendo 40 mL de meio de cultura Ostratamentos consistiram na combinaccedilatildeo de concentraccedilotildees de carvatildeoativado (0 05 10 20 e 40 g L-1) e sais minerais de Knudson C(0 50 100 150 e 200) acrescidos de sacarose (20 g L-1) Omeio foi solidificado com 6 g L-1de aacutegar e o pH ajustado para58plusmn01 antes da autoclavagem a 121degC e 11 atm por 20 minutosApoacutes a inoculaccedilatildeo os frascos foram mantidos sob 25 plusmn 1degCfotoperiacuteodo de 16 horas e 32 mM m-2 s-1 de irradiacircncia Apoacutes 150dias verificou-se que a adiccedilatildeo de 2g L-1 de carvatildeo ativado ao meiocom metade dos sais de Knudson C promoveu melhor crescimentoin vitro das placircntulas de Laelia tenebrosa

Termos para indexaccedilatildeo Orquiacutedea meio de cultura cultura detecidos

ABSTRACTThe objective of this work was to test the effect of

Knudson C medium supplemented with different concentrationsof activated charcoal on the in vitro growth of orchids Plantletsof the Laelia tenebrosa (LA Rolfe) LA Rolfe measuring 1-15cm in length containing roots were inoculated in flasks containing40 mL of culture medium The treatments consisted of differentconcentrations of activated charcoal (0 05 10 20 and 40 g L-

1) combined with Knudson C salts (0 50 100 150 and 200)supplemented with sucrose (20 g L-1) The medium was solidifiedwith agar (6 g L-1) and pH adjusted to 58plusmn01 before autoclavingat 121ordmC and 11 atm during 20 minutes After inoculation theexplants were transferred to culture rooms with temperaturemaintained at 25plusmn1ordmC during a 16 hours photoperiod with a lightintensity of 32 microM m-2s-1 The best in vitro growth rates of

Laelia tenebrosa plantlets were obtained using Knudson C 50supplemented with 2 g L-1 activated charcoal after 150 days ofculture

Index terms Orchid culture medium tissue culture

INTRODUCcedilAtildeO

A produccedilatildeo de orquiacutedeas a partir germinaccedilatildeo

assimbioacutetica eacute uma alternativa viaacutevel para obtenccedilatildeo de

grande nuacutemero de plantas em curto espaccedilo de tempo

suprindo assim a necessidade dos produtores de

orquiacutedeas na aquisiccedilatildeo de mudas

Na cultura de tecidos os meios de cultura

geralmente satildeo compostos de uma fonte de carboidratos

macro e micronutrientes e outras substacircncias como

vitaminas aminoaacutecidos accediluacutecares agente solidificante

reguladores de crescimento (GEORGE amp SHERRINGTON

1984) e eventualmente aditivos como antibioacuteticos carvatildeo

ativado e componentes complexos

Knudson (1922) observou que era possiacutevel o

cultivo de sementes em meio artificial contendo minerais e

accediluacutecar sem a presenccedila de fungos micorriacutezicos

Posteriormente em 1946 ele aperfeiccediloou esse meio de

cultura sendo atualmente o mais utilizado comercialmente

na germinaccedilatildeo e desenvolvimento de orquiacutedeas (ARDITTI

amp ERNST 1992) No entanto satildeo necessaacuterios estudos

(Recebido em 23 de fevereiro de 2006 e aprovado em 10 de julho de 2006)

supplemented with

ARAUJO A G de et al62

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

pois satildeo descritos vaacuterios meios de cultura para muitos

gecircneros e espeacutecies diferentes

No cultivo e subcultivo de placircntulas do gecircnero

Cattleya George et al (1987) sugerem o meio Knudson C

(1946) ou Reinert amp Mohr (1967) Segundo Arditti amp Ernst

(1992) os meios de propagaccedilatildeo para Cattleya Laelia

Laeliocattleya e Brassocattleya podem ser os mesmos

citados anteriormente Villalobos et al (1994) sugerem o

meio Vacin amp Went (1949) para Cattleya Encyclia e

Oncidium suplementado com 25 de aacutegua de coco e o

meio Knudson C suplementado com 60 g L-1 de polpa de

banana para orquiacutedeas do gecircnero Stanhopea

O carvatildeo ativado normalmente eacute adicionado ao meio

de cultura em concentraccedilotildees que variam de 02 a 3

(BEYL 2000) O seu efeito natildeo-seletivo pode proporcionar

resultados negativos na micropropagaccedilatildeo Pesquisas

relatam a adsorccedilatildeo de tiamina aacutecido nicotiacutenico

(WEATHERHEAD et al 1978) piridoxina aacutecido foacutelico

reguladores de crescimento e quelatos de ferro

(JOHANSSON et al 1990) Entre os efeitos proporcionados

pela adiccedilatildeo do carvatildeo ativado ao meio de cultura

principalmente agrave organogecircnese e agrave embriogecircnese estatildeo

escurecimento do meio de cultura favorecendo o

enraizamento adsorccedilatildeo de substacircncias inibitoacuterias

produzidas pelo proacuteprio meio ou explante adsorccedilatildeo de

reguladores de crescimento e outros compostos orgacircnicos

e liberaccedilatildeo de substacircncias naturalmente presentes no

carvatildeo que beneficiariam o crescimento in vitro das culturas

(PAN amp STADEN 1998)

Arena amp Pastur (2001) citam que a adiccedilatildeo de carvatildeo

ativado ao meio de cultura promoveu alongamento das

brotaccedilotildees de Berberis buxifolia mas reduziu o iacutendice de

multiplicaccedilatildeo Hazra et al (2002) relataram o efeito

sinergiacutestico do carvatildeo ativado na multiplicaccedilatildeo e

enraizamento de brotaccedilotildees de algodoeiro Amin amp Jaiswal

(1987) Anderson (1980) e Damiano (1978) relataram o efeito

favoraacutevel do carvatildeo quando utilizado em baixas

concentraccedilotildees no enraizamento de brotaccedilotildees de

morangueiro framboeseira e goiabeira respectivamente

A diversidade de resultados obtidos com a utilizaccedilatildeo de

carvatildeo ativado deve-se principalmente ao genoacutetipo da

espeacutecie em questatildeo agrave adsorccedilatildeo de algumas substacircncias

quiacutemicas e compostos orgacircnicos aleacutem de metaboacutelitos

toacutexicos liberados no cultivo in vitro (Wang amp Huang 1976)

Este trabalho teve como objetivo verificar efeito de

diferentes concentraccedilotildees de sais de Knudson C e carvatildeo

ativado sobre o crescimento in vitro de placircntulas de

orquiacutedea da espeacutecie Laelia tenebrosa (LA Rolfe) LA Rolfe

MATERIAL E MEacuteTODOS

Placircntulas da espeacutecie Laelia tenebrosa com 1 a 15

cm de comprimento oriundas de sementes germinadas in

vitro e contendo raiacutezes foram inoculadas em frascos

contendo 40 mL do meio de cultura Knudson C nas

concentraccedilotildees de 0 (apenas aacutegua destilada e aacutegar) 50 100

(concentraccedilatildeo da formulaccedilatildeo original) 150 e 200 de sais

minerais combinado com carvatildeo ativado (0 05 1 2 e 4

mg L-1) suplementado com sacarose (20 g L-1)

O pH do meio foi ajustado para 58 plusmn 01 antes da

adiccedilatildeo de aacutegar (6 g L-1) O meio foi vertido em frascos de

vidro com capacidade para 250 cm3 vedados com tampas

plaacutesticas transluacutecidas natildeo perfuradas e autoclavados agrave

pressatildeo de 11 atm e agrave temperatura do 121degC durante 20

minutos Apoacutes a inoculaccedilatildeo os frascos contendo os

explantes foram mantidos em sala de crescimento com

irradiacircncia em torno de 32 mmol m-2 s-1 temperatura de 25 plusmn

1degC e fotoperiacuteodo de 16 horas

O delineamento experimental utilizado foi

inteiramente casualizado em esquema fatorial 5 x 5 com

quatro repeticcedilotildees de cinco placircntulas cada uma Decorridos

150 dias avaliou-se a meacutedia do nuacutemero de folhas nuacutemero

de raiacutezes comprimento da maior raiz comprimento da parte

aeacuterea e massa fresca de placircntulas Os dados foram

comparados por meio de regressatildeo polinomial empregando-

se o programa Sisvar (FERREIRA 2000)

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Apenas para a variaacutevel nuacutemero de folhas houve

interaccedilatildeo entre os niacuteveis de sais e carvatildeo ativado Poreacutem

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 63

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

por meio do teste F somente as concentraccedilotildees de 50 e

100 de sais do meio Knudson C foram significativas em

relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees de carvatildeo ativado

Os melhores resultados (65 e 585) foram

verificados com 50 (metade) dos sais de Knudson C

combinado com 275 g L-1 de carvatildeo ativado e 100 de

sais com 4 g L-1 de carvatildeo respectivamente (Figura 1)

Com o aumento da concentraccedilatildeo do meio de cultura haacute

necessidade de maior concentraccedilatildeo de carvatildeo Sendo

assim o meio com 50 de sais aleacutem de proporcionar

melhores resultados eacute menos oneroso

Estes resultados contradizem os de Silva et al

(2003) que verificaram que a adiccedilatildeo de carvatildeo ativado ao

FIGURA 1 ndash Nuacutemero de folhas em placircntulas de Laeliatenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees de saisde Knudson C e carvatildeo ativado

meio de cultura inibe a formaccedilatildeo de folhas em placircntulas de

Brassocattleya lsquoPastoralrsquo x Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo

O efeito natildeo seletivo do carvatildeo ativado pode proporcionar

resultados negativos na micropropagaccedilatildeo (PAN amp

STADEN 1998)

Agrave medida em que aumentaram as concentraccedilotildees de

sais de Knudson C maiores quantidades de raiacutezes foram

formadas (Figura 2A) Observou-se maior nuacutemero de raiz

(43) com 965 de sais Para o fator carvatildeo ativado as

melhores respostas (395 raiacutezes) foram verificadas com a

utilizaccedilatildeo de 304 g L-1 adicionadas ao meio de cultura

(Figura 2B)

Para muitas espeacutecies o enraizamento eacute favorecido

pela adiccedilatildeo de carvatildeo ativado ao meio de cultura Hazra et

al (2002) relataram o efeito sinergiacutestico do carvatildeo ativado

na multiplicaccedilatildeo e enraizamento de brotaccedilotildees de

algodoeiro O meio MS com metade dos sais minerais

acrescido de 20 g L-1 de sacarose 7 g L-1 de aacutegar e 1 g L-1 de

carvatildeo ativado promoveu maior quantidade de raiacutezes em

placircntulas de Cattleya nobilior Rchb f (REIS et al 2003)

Segundo Paiva et al (2005) aleacutem de um equiliacutebrio

hormonal favoraacutevel agrave formaccedilatildeo de raiacutezes outros fatores

internos tecircm sido relacionados com a iniciaccedilatildeo do processo

de enraizamento como presenccedila de sacarose alta relaccedilatildeo

CN e nutrientes minerais (foacutesforo caacutelcio zinco e boro) O

meio Knudson C natildeo possui micronutrientes apresenta

uma concentraccedilatildeo maior de caacutelcio e tem baixas

FIGURA 2 ndash Nuacutemero de raiacutezes em placircntulas de Laelia tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees de sais deKnudson C (A) e concentraccedilotildees de carvatildeo ativado (B)

ARAUJO A G de et al64

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

concentraccedilotildees de N e K em relaccedilatildeo ao MS e WPM o que

provavelmente favoreceu tanto o nuacutemero quanto o

comprimento de raiacutezes (PASQUAL 2001)

O maior comprimento de raiz (331 cm) foi verificado

com a utilizaccedilatildeo de 100 de sais de Knudson C A partir do

ponto maacuteximo (100) houve diminuiccedilatildeo do comprimento

radicular provavelmente devido ao desbalanccedilo nutricional

(Figura 3A) Com o aumento das concentraccedilotildees de carvatildeo

ativado houve um incremento linear no comprimento de

raiacutezes Melhores resultados foram observados com a

utilizaccedilatildeo de 4 g Lndash1 de carvatildeo ativado (Figura 3B) Como a

relaccedilatildeo foi direta pode-se inferir que o efeito estimulante

do carvatildeo ativado no comprimento da maior raiz continuaria

para concentraccedilotildees superiores a 4 g L-1

A adiccedilatildeo de carvatildeo ativado no meio de cultura foi

beneacutefica promovendo tanto o nuacutemero quanto o

crescimento de raiacutezes O carvatildeo conteacutem impurezas que

podem favorecer o crescimento de raiacutezes jaacute existentes e

induzir emissatildeo de novas raiacutezes (PASQUAL 2001)

Melhores resultados para comprimento da parte

aeacuterea (18 cm) foram observados quando se utilizou o

meio Knudson C na concentraccedilatildeo de 121 de sais (Figura

4A) poreacutem na concentraccedilatildeo de 50 obtiveram-se

explantes com 17 cm de comprimento Essa diferenccedila

observada (01 cm) eacute muito pequena o que natildeo justifica a

utilizaccedilatildeo de um meio mais concentrado mas a reduccedilatildeo

do mesmo agrave sua metade

O enraizamento in vitro pode ser favorecido com o

uso de meio de cultura com a metade ou 75 da

concentraccedilatildeo normal de sais Em algumas espeacutecies altas

concentraccedilotildees de sais principalmente a presenccedila de iacuteons

amocircnio favorecem o desenvolvimento de raiacutezes enquanto

que em outras podem ser inibidoras (PASQUAL et al

2001)

O maior comprimento da parte aeacuterea (19 cm) foi

obtido na presenccedila de 4 g Lndash1 de carvatildeo ativado (Figura

4B) a concentraccedilatildeo de 2 g Lndash1 proporcionou um

comprimento de 18 cm Comparando-se os niacuteveis 4 e 2 g Lndash1

de carvatildeo ativado nota-se pequena diferenccedila (01 cm) o

que justifica a utilizaccedilatildeo de 2 g Lndash1

O carvatildeo ativado conteacutem impurezas que quando

liberadas no meio de cultura podem beneficiar ou natildeo o

crescimento in vitro Simotildees et al (1999) verificaram que a

concentraccedilatildeo de 1 g L-1 de carvatildeo ativado acrescida ao

meio Knudson C proporciona o melhor desenvolvimento

de brotos de Epidendrum sp e Dendrobium sp

Maior massa fresca de placircntulas (0144g) foi

verificada com a utilizaccedilatildeo de 50 de sais de Knudson C

ponto a partir do qual houve diminuiccedilatildeo no peso (Figura

5A) Provavelmente essa reduccedilatildeo ocorreu devido agrave

toxidez

A utilizaccedilatildeo de 4 g L-1 de carvatildeo ativado

proporcionou uma massa de 0185 g nas placircntulas frescas

(Figura 5B)

FIGURA 3 ndash Comprimento da maior raiz em placircntulas de Laelia tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees desais de Knudson C (A) e carvatildeo ativado (B)

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 65

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

FIGURA 4 ndash Comprimento da parte aeacuterea em placircntulas de Laelia tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees desais de Knudson C (A) e carvatildeo ativado (B)

FIGURA 5 ndash Massa fresca de placircntulas de L tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees de sais de Knudson C(A) e carvatildeo ativado (B)

O carvatildeo ativado eacute comumente utilizado na cultura

de tecidos de plantas Seu efeito eacute atribuiacutedo agrave adsorccedilatildeo de

substacircncias toacutexicas produzidas pelas plantas adsorccedilatildeo

de fitorreguladores do meio e escurecimento do meio onde

se desenvolvem as raiacutezes das plantas (GEORGE 1993)

O melhor desenvolvimento de Phalaenopsis in

vitro ocorreu na presenccedila de carvatildeo ativado na

concentraccedilatildeo de 2 g L-1 indicando que este possa ser um

elemento importante no processo (BRESSAN et al 1999)

Apesar do carvatildeo ativado na concentraccedilatildeo de 4 g

L-1 ter proporcionado melhores resultados verificou-se que

na concentraccedilatildeo de 2 g L-1 os efeitos apresentam uma

diferenccedila miacutenima Embora o carvatildeo ativado natildeo seja o

componente de maior custo no preparo de meio de cultura

a sua reduccedilatildeo juntamente com os sais minerais eacute

economicamente favoraacutevel especialmente para a produccedilatildeo

comercial de mudas

CONCLUSAtildeO

A adiccedilatildeo de 2 g L-1 de carvatildeo ativado ao meio de

cultura Knudson C com metade (50) de sais minerais

promoveu melhor crescimento em placircntulas de Laelia

tenebrosa cultivadas in vitro

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMIN M N JAISWAL V S Rapid clonal propagationof guava through in vitro shoot proliferation on nodalexplants of mature trees Plant Cell Tissue and OrganCulture Amsterdam v 9 n 3 p 235-243 1987

ARAUJO A G de et al66

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

ANDERSON M W C Tissue culture cultivation of redand black raspberries Rubus idaeus and R occidentalisActa Horticulturae Amsterdam v 20 p 112-113 1980

ARDITTI J ERNST R Micropropagation of orchids NewYork John Wiley 1992 682 p

ARENA L M E PASTUR G M 6-benzylaminopurineand activated charcoal affect in vitro shoot morphogenesisof Berberis buxifolia Revista de la Facultad de AgronomiaBuenos Aires v 21 n 1 p 41-47 2001

BEYL C A Getting started with tissue culture-mediapreparation sterile technique and laboratory equipmentIn TRIGIANO R N GRAY D J (Ed) Plant tissue cultureconcepts and laboratory exercises London CRC Press2000 p 21-38

BRESSAN E A LEE L L SEVERO V S GERALD L TS Desenvolvimento de orquiacutedeas Phalaenopsis in vitro-efeito do carvatildeo In CONGRESSO BRASILEIRO DEFLORICULTURA E PLANTAS ORNAMENTAIS 12 1999Jaboticabal Anais Jaboticabal 1999 p 111

DAMIANO C Il carbone attivo nella coltura in vitro dellafragola Frutticoltura Bologna v 40 n 1 p 49-50 genn 1978

FERREIRA D F Anaacutelises estatiacutesticas por meio do Sisvarpara Windows versatildeo 4 0 In REUNIAtildeO ANUAL DAREGIAtildeO BRASILEIRA DA SOCIEDADEINTERNACIONAL DE BIOMETRIA 45 2000 Satildeo CarlosAnais Satildeo Carlos UFSCar 2000 p 255-258

GEORGE E F Plant propagation by tissue culture part 1- the technology 2 ed Edington Limeted 1993 786 p

GEORGE E F SHERRINGTON P D Plant propagationby tissue culture handbook and directory of commerciallaboratories Eversley Exegetics 1984 593 p

GEORGE E F PUTTOCK D J M GEORGE H J Plantculture media formulations and uses Edington Exegetics1987 v 1 567 p

HAZRA S KULKARNI A BANERJEE A K DHAGEA B AGRAWAL D C KRISHNAMUumlRTTIY K VNALAWADE S M A rapid and simple method for in vitro

plant regeneration from split embryo axes of six cultivarsof cotton Biology Plantarum Dordrecht v 45 n 2 p317-319 2002

JOHANSSON L CALLEBERG E GEDIN A Correlationbetween activated charcoal Fe-EDTA and other organicmedia ingredients in cultures of anthers of Anemonecanadensis Physiologia Plantarum Copenhagen v 80n 2 p 243-249 Oct 1990

KNUDSON L A new nutrient solution for the germinationof orchid seed American Orchid Society Bulletim WestPalm Beach v 14 p 214- 217 1946

KNUDSON L Nonsymbiotic germination of orchid seedsBotanical Gazette Chicago v73 n 1 p 1-25 1922

PAN M J STADEN J Van The use of charcoal in vitroculture ndash A review Plant Growth Regulation Dordrechtv 26 n 3 p 155-163 Dec 1998

PASQUAL M Cultura de tecidosv vegetais meios decultura Lavras UFLAFAEPE 2001 74 p

PASQUAL M CHALFUN N M J RAMOS J D Culturade tecidos vegetais aplicaccedilotildees na propagaccedilatildeo de plantasLavras UFLAFAEPE 2001 81 p

PAIVA R OLIVEIRA L M NOGUEIRA R C SANTOSB R MARTINOTTO C PAIVA P D O MENEGUCCIJ L P Aspectos fisioloacutegicos da produccedilatildeo de flores e plantasornamentais Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v 26n 227 p 12-18 2005

REINERT R A MOHR H C Propagation of Cattleya bytissue culture of lateral bud meristems Proceedings of theAmerican Society for Horticultural Science New Yorkv 91 p 664-671 June 1967

REIS G M C L MELLO C M C MIRANDA G H BEfeito de diversos fatores em meio de cultura nodesenvolvimento de placircntulas de Cattleya nobilior Rchbf (Orchidaceae) In CONGRESSO BRASILEIRO DEFLORICULTURA E PLANTAS ORNAMENTAIS 14CONGRESSO BRASILEIRO DE CULTURA DE TECIDOSDE PLANTAS 1 2003 Lavras Anais Lavras UFLAFAEPE 2003 p 275

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 67

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

SILVA E F PASQUAL M SILVA A B Multiplicaccedilatildeo ecrescimento in vitro de orquiacutedea Brassiocattleya lsquoPastoralrsquox Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo In CONGRESSOBRASILEIRO DE FLORICULTURA E PLANTASORNAMENTAIS 14 CONGRESSO BRASILEIRO DECULTURA DE TECIDOS DE PLANTAS 1 2003 LavrasAnais Lavras UFLAFAEPE 2003 p 321

SIMOtildeES F C PAIVA P D O RODRIGUES T M Efeitode diferentes meios de cultura aacutegua de coco e carvatildeoativado na propagaccedilatildeo in vitro de meristemas deEpidendrum sp e Dendrobium sp In CONGRESSOBRASILEIRO DE FLORICULTURA E PLANTAS

ORNAMENTAIS 12 1999 Jaboticabal AnaisJaboticabal 1999 p 109

VACIN E WENT F W Some pH changes in nutrient solutionBottanical Gazette Chicago v 110 p 605-613 1949

VILLALOBOS A L MUNtildeOZ J M SOSA-MOSS CCultivo de tejidos de orquideas Cattleya EncycliaOncidium y Stanhopea Revista Chapingo SerieHorticultura Chapingo v 1 n 1 p 58-62 1994

WANG P J HUANG L C Beneficial effects of activatedcharcoal on plant tissue and organ cultures In Vitro Largov 12 n 3 p 260-262 1976

WEATHERHEAD M A BURDON J HENSHAW G GSome effects of activated charcoal as an additive to planttissue culture media Zeitschrift fur PflanzenphysiologieJena v 89 n 2 p 141-147 1978

ARAUJO A G de et al68

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

PROPAGACcedilAtildeO IN VITRO DE PLAcircNTULAS DE ORQUIacuteDEA EMDIFERENTES MEIOS DE CULTURA E CONCENTRACcedilOtildeES

DE CITOCININA

IN VITRO PROPAGATION OF ORCHID PLANTLETS CULTIVATED IN DIFFERENTCULTURE MEDIA AND CYTOKININ CONCENTRATIONS

APARECIDA GOMES DE ARAUJO1 MOACIR PASQUAL2 ADRIANO BORTOLOTTI DA SILVA3 FABIacuteOLA VILLA3 HERMIacuteNIO SOUZA ROCHA3 FERNANDA CARVALHO COSTA4

1Doutoranda em AgronomiaFitotecnia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash agaraujo2003yahoocombr2Professor Titular Departamento AgriculturaDAG ndash Universidade Federal de Lavras UFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200000 ndash Lavras MG ndash mpasqualuflabr3Doutorando em Agronomia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200000 ndash Lavras MG4Departamento de AgriculturaDAG ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash fecostapuryahoocombr

RESUMOA taxa de multiplicaccedilatildeo de orquiacutedeas a partir de meacutetodos

convencionais eacute bastante baixa natildeo atendendo as necessidadescomerciais A cultura de tecidos permite maiores taxas demultiplicaccedilatildeo e obtenccedilatildeo de plantas uniformes e sadiasObjetivou-se estudar a influecircncia da citocinina BAP (6-benzilaminopurina) em diferentes meios de cultura napropagaccedilatildeo in vitro de placircntulas hiacutebridas de BrassocattleyalsquoPastoralrsquox Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo Placircntulas comaproximadamente 15plusmn05 cm de comprimento obtidasassimbioticamente foram transferidas para frascos comcapacidade de 250 cm3 contendo 40 mL das formulaccedilotildees salinasde MS WPM e Knudson C combinados com 0 05 10 20 e40 mg L-1 de BAP acrescidos de 2 g L-1 de carvatildeo ativadosolidificado com 6 g L-1 de aacutegar e pH ajustado para 58plusmn01Apoacutes a inoculaccedilatildeo os frascos foram incubados a 25plusmn2oC 35igravemolm-2s-1 de intensidade luminosa e sob fotoperiacuteodo de 16horas Apoacutes 90 dias observou-se que melhores resultados parapropagaccedilatildeo in vitro em placircntulas de orquiacutedea Bc lsquoPastoralrsquo x LclsquoAmber Glowrsquo satildeo obtidos com o meio WPM A suplementaccedilatildeode 4 mg L-1 de BAP no meio WPM favorece o crescimento invitro Para a multiplicaccedilatildeo maior quantidade de brotos eacuteconseguida em meio MS na ausecircncia de BAP

Termos para indexaccedilatildeo Orquiacutedea crescimento in vitrocitocinina

ABSTRACTThe multiplication rate of orchids by conventional

methods is considerably low and does not attend its commercialneeds Tissue culture results in larger multiplication rates andproduces uniform and healthy orchid plantlets The objective ofthis work was to study the influence of the cytokinin BAP (6-benzilaminopurine) in different culture media for ther in vitropropagation of Brassocattleya lsquoPastoralrsquox Laeliocattleya lsquoAmberGlowrsquo hybrid plantlets Plantlets measuring approximately 15plusmn 05 cm length deriving from in vitro germination were inoculated

in flasks of 250 cm3 volume containing 40 mL MS WPM andKnudson C salt formulations combined with BAP (0 05 1 2and 4 mg L-1) supplemented with 2 g L-1 activated charcoalsolidified with 6 g L-1 agar and pH adjusted for 58 plusmn 01 Afterthe inoculation the plantlets maintained in a growth room at25plusmn2ordmC 35 mMol m-2 s-1 light intensity and 16 hoursphotoperiod After 90 days the best results for the in vitropropagation of orchid plantlets Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquowere obtained with half strength WPM The supplementation of4 mg L-1 BAP to the WPM medium favors in vitro growth Forthe multiplication phase the largest number of sprouts is achievedwith full strength MS medium in the absence of BAP

Index terms Orchid in vitro growth cytokinin

INTRODUCcedilAtildeO

As orquiacutedeas satildeo consideradas as plantas

ornamentais haacute mais tempo cultivadas pelo homem

Pertencem agrave famiacutelia Orchidaceae a maior entre as

monocotiledocircneas e tambeacutem entre as plantas ornamentais

com 600 - 800 gecircneros e 25000-35000 espeacutecies (SHEEHAN

1983) totalizando 7 das plantas ornamentais do mundo

(Van Der PIJL amp DODSON 1966)

A propagaccedilatildeo de orquiacutedeas pode ser tanto

vegetativa quanto por meio de sementes Estas embora

produzidas em grande quantidade natildeo possuem

endosperma funcional prescindindo para tanto da

associaccedilatildeo simbioacutetica com fungos micorriacutezicos dentre os

quais a Rhizoctonia que eacute um dos gecircneros mais importante

(PIERIK 1987 SHEEHAN 1983)

(Recebido em 08 de dezembro de 2005 e aprovado em 10 de julho de 2006)

Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea 69

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

Knudson (1922) observou que era possiacutevel o cultivo

de sementes em meio artificial contendo apenas sais

nutritivos e accediluacutecar na ausecircncia de fungos Posteriormente

em 1946 o mesmo autor aperfeiccediloou este meio de cultura

sendo atualmente um dos mais utilizados comercialmente

na germinaccedilatildeo e desenvolvimento de orquiacutedeas (ARDITTI

amp ERNST 1992) No entanto satildeo necessaacuterios estudos

pois satildeo descritos vaacuterios meios de cultura para muitos

gecircneros e espeacutecies diferentes O meio de cultura mais

utilizado na cultura de tecidos em geral eacute o MS (Murashige

amp Skoog 1962) podendo-se encontrar o uso de outros

meios como Knudson C (1946) e WPM (Wood Plant

Medium) de Loyd amp McCown (1980)

Reguladores de crescimento em diferentes

concentraccedilotildees tecircm sido usados conforme a espeacutecie e a

metodologia utilizada Podem ser necessaacuterios para a

germinaccedilatildeo de sementes formaccedilatildeo de calos e brotaccedilotildees

adventiacutecias (GRATTAPAGLIA amp MACHADO 1998

PASQUAL 2001)

O regulador de crescimento BAP (6-

benzilaminopurina) eacute uma citocinina largamente utilizada

para estimular a induccedilatildeo de brotos em plantas ornamentais

Para o cultivo in vitro de orquiacutedeas do grupo Cattleya a

citocinina BAP geralmente eacute utilizada nas concentraccedilotildees

que variam entre 005 e 10 mg L-1 (CARVALHO 2002)

Martini et al (2001) trabalhando com a orquiacutedea

Gongora quinquenervis observaram que a presenccedila do

BAP inibe a multiplicaccedilatildeo de calos e o potencial

organogecircnico Silva (2003) concluiu que para o estaacutedio de

subcultivo de Brassocattleya lsquoPastoralrsquo x Laeliocattleya

lsquoAmber Glowrsquo natildeo haacute necessidade da adiccedilatildeo de BAP como

estiacutemulo ao desenvolvimento geral do explante Melhor

proliferaccedilatildeo de brotos formaccedilatildeo de raiacutezes nuacutemero de

folhas e comprimento de brotos em Dendrobium foram

obtidos com 25 mg L-1 de BAP + 05 mg L-1 de ANA

adicionados ao meio MS (TALUKDER et al 2003)

Aleacutem do tipo de meio outro aspecto importante na

multiplicaccedilatildeo in vitro estaacute relacionado com o tipo de

citocinina e sua concentraccedilatildeo sendo ambos determinantes

no sucesso da micropropagaccedilatildeo (GRATTAPAGLIA amp

MACHADO 1998)

O maior entrave no processo de micropropagaccedilatildeo

de orquiacutedeas estaacute relacionado ao tempo necessaacuterio para a

produccedilatildeo de mudas a partir de plantas hiacutebridas

selecionadas e a utilizaccedilatildeo de meio de cultura adequado

para cada espeacutecie Assim objetivou-se estudar o efeito de

diferentes concentraccedilotildees de BAP e formulaccedilotildees de minerais

nutritivos em meios de cultura na propagaccedilatildeo in vitro de

placircntulas de orquiacutedea oriundas do hiacutebrido Brassocattleya

lsquoPastoralrsquo x Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo

MATERIAL E MEacuteTODOS

Placircntulas hiacutebridas oriundas de sementes

germinadas assimbioticamente em meio Knudson C

obtidas do cruzamento entre Brassocattleya lsquoPastoralrsquo x

Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo com aproximadamente

15plusmn05 cm de comprimento foram transferidas para frascos

de 250 cm3 de capacidade contendo 40 mL de meio de

cultura e vedados com tampas plaacutesticas transluacutecidas Os

tratamentos consistiram de diferentes formulaccedilotildees salinas

(MS WPM e Knudson C em suas formulaccedilotildees originais)

combinadas com 0 05 10 20 e 40 mg L-1 de BAP

acrescidos de 2 g L-1 de carvatildeo ativado solidificado com

6 g L-1 de aacutegar e pH ajustado para 58plusmn01 antes da

autoclavagem obtida a 121ordmC e 1 atm por 20 minutos

Posteriormente agrave inoculaccedilatildeo os frascos foram

transferidos para sala de crescimento com temperatura

de 25plusmn2ordmC fotoperiacuteodo de 16 horas e 35 mmolm-2s-1 de

intensidade luminosa fornecida por lacircmpadas do tipo

(Grow-lux) e luz do dia especial O delineamento

experimental utilizado foi inteiramente casualizado no

esquema fatorial 3 x 5 com cinco repeticcedilotildees de quatro

placircntulas cada sendo cada repeticcedilatildeo composta por um

frasco

Apoacutes 90 dias da instalaccedilatildeo do experimento foram

avaliados nuacutemero meacutedio de brotos comprimento meacutedio

da parte aeacuterea nuacutemero meacutedio de raiacutezes nuacutemero meacutedio de

folhas e meacutedia da massa fresca total de placircntulas

ARAUJO A G de et al70

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Para a variaacutevel nuacutemero de folhas natildeo houve

significacircncia dos fatores isolados nem da interaccedilatildeo entre

eles O nuacutemero de raiacutezes e massa fresca total de placircntulas

apresentaram significacircncia apenas para o fator meio de

cultura enquanto que para nuacutemero de brotos e

comprimento da parte aeacuterea a interaccedilatildeo dos fatores foi

significativa (Tabela 1)

Com relaccedilatildeo ao nuacutemero de brotos observou-se

interaccedilatildeo entre os fatores BAP e os meios de cultura

utilizados (Tabela 1) Poreacutem pelo teste F verificou-se que

apenas o meio MS foi significativo em relaccedilatildeo agraves

concentraccedilotildees de BAP (Figura 1)

O maior nuacutemero de brotos (334) foi registrado na

formulaccedilatildeo de MS adicionado de 40 mg L-1 de BAP

Entretanto na ausecircncia dessa citocinina foi observada a

formaccedilatildeo de 304 brotosplanta (Figura 1) Diante da

pequena diferenccedila na quantidade meacutedia de brotos

formados entre a maior concentraccedilatildeo e o tratamento sem

o regulador de crescimento justifica-se a utilizaccedilatildeo do

meio de cultura sem o BAP Estes resultados concordam

com Silva (2003) que obteve maior nuacutemero de brotos (2

brotos) na ausecircncia de BAP para esse mesmo hiacutebrido

poreacutem em meio Knudson C

A natildeo utilizaccedilatildeo de reguladores de crescimento

adicionados ao meio de cultura vai influenciar na

reduccedilatildeo dos custos de produccedilatildeo de mudas jaacute que esse

eacute um dos componentes mais onerosos Isso eacute

extremamente importante principalmente para

laboratoacuterios comerciais

TABELA 1 ndash Resumo da anaacutelise de variacircncia para as caracteriacutesticas meacutedias de nuacutemero de folhas (NF) nuacutemero de raiacutezes(NR) nuacutemero de brotos (NB) comprimento da parte aeacuterea (CPA) e massa fresca total de placircntulas (MFP) e respectivoscoeficientes de variaccedilatildeo (CV)

significativo a 1 e 5 de probabilidade respectivamente pelo teste F

FIGURA 1 ndash Efeito do meio de cultura MS e concentraccedilotildees de BAP no nuacutemero meacutedio de brotos em placircntulas hiacutebridasde Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo apoacutes 90 dias da incubaccedilatildeo

Fontes de variaccedilatildeo GL Quadrados meacutedios

NF NR NB CPA MFP Meios 2 125683 ns 162740 01483 ns 53139 02372 BAP 4 186198 ns 44693 ns 04408 ns 03373 ns 00075 ns

Meio x BAP 8 243984 ns 13417 ns 17417 13579 00459 ns

Resiacuteduo 45 124475 21329 05055 05961 00662 CV () 3467 3081 2801 2443 5100

Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea 71

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

O estiacutemulo agrave brotaccedilatildeo em placircntulas de Spathoglottis

plicata Griff ocorreu em meio MS suplementado com 10

mg L-1 de BAP e 25 mg L-1 de ANA tendo o enraizamento

estimulado com 20 mg L-1 de AIB (NAYAK et al 1999)

TDZ tambeacutem eacute utilizado em associaccedilatildeo com BAP para

regeneraccedilatildeo de brotos de Rhynchostylis (BUI Le al 1999)

e de Anoectochilus (LI et al 1999) todas orquidaceaes

Observou-se interaccedilatildeo entre o tipo de meio de

cultura e o BAP no que diz respeito ao comprimento de

parte aeacuterea das placircntulas (Tabela 1) Pelo teste de F apenas

o meio WPM foi significativo em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees

de BAP (Figura 2)

O maior comprimento da parte aeacuterea (47 cm) foi

observado quando se utilizou o meio WPM combinado

com 40 mg L-1 de BAP (Figura 2) Como a relaccedilatildeo foi direta

pode-se inferir que o efeito estimulatoacuterio do BAP sobre o

crescimento da parte aeacuterea continuaria mesmo em

concentraccedilotildees maiores que 40 mg L-1 Talukder et al (2003)

obtiveram melhor comprimento de brotos (0472 cm) em

placircntulas de Dendrobium com utilizaccedilatildeo de 25 mg L-1 de

BAP + 05 mg L-1 de ANA adicionados ao meio MS

Relativo ao nuacutemero meacutedio de raiacutezes houve

significacircncia apenas para o fator meio de cultura (Tabela 1)

Na Tabela 2 verifica-se que os maiores valores foram obtidos

com os meios WPM (557) seguido do MS (487) sendo os

menores valores verificados no meio Knudson C (378) A

emissatildeo de novas raiacutezes eacute favorecida pelo caacutelcio e pelo boro

O meio Knudson C apresenta uma concentraccedilatildeo maior de

caacutelcio e menor de boro em relaccedilatildeo aos meios MS e WPM

que possuem concentraccedilotildees semelhantes de ambos

Segundo Pierik (1987) em concentraccedilotildees mais elevadas

(1 a 10 mg L-1) as citocininas podem induzir a formaccedilatildeo de

gemas adventiacutecias quebrando a dominacircncia apical e retardando

a formaccedilatildeo de raiacutezes Talukder et al (2003) encontraram maior

nuacutemero de raiacutezes (193explante) em placircntulas de Dendrobium

com utilizaccedilatildeo de 25 mg L-1 de BAP + 05 mg L-1 de ANA

adicionados ao meio MS O estiacutemulo ao enraizamento em

Spathoglottis plicata ocorreu em meio MS suplementado com

20 mg L-1 de AIB (NAYAK et al 1999)

FIGURA 2 ndash Comprimento meacutedio da parte aeacuterea em placircntulas hiacutebridas Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo cultivadas emmeio de cultura WPM e diferentes concentraccedilotildees de BAP

TABELA 2 ndash Efeito de diferentes meios de cultura sobreo nuacutemero meacutedio de raiacutezes em placircntulas hiacutebridas de BclsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo

Meios de Cultura Nuacutemero meacutedio de raiacutezes

WPM 557 a MS 487 a KC 378 b

Meacutedias seguidas pela mesma letra natildeo diferem entre sipelo teste de Scott-Knott a 5

ARAUJO A G de et al72

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

O efeito ora inibitoacuterio ora estimulatoacuterio dos

fitorreguladores na formaccedilatildeo de brotos e raiacutezes em

diferentes plantas pode estar associado agrave proacutepria

concentraccedilatildeo bem como a absorccedilatildeo dos reguladores de

crescimento pelo substrato (GEORGE 1996) agrave habituaccedilatildeo

(SANTANA amp PAIVA 2001) ou agrave deficiecircncia de proteiacutena

ligante promotora da atuaccedilatildeo das citocininas (TAIZ amp

ZEIGER 1998)

O nuacutemero de folhas natildeo apresentou diferenccedilas

significativas para os tratamentos estudados

isoladamente nem houve interaccedilatildeo entre eles (Tabela 1)

Talukder et al (2003) obtiveram maior nuacutemero de folhas

(425placircntula) em Dendrobium com utilizaccedilatildeo de 25 mg L-

1 de BAP + 05 mg L-1 de ANA adicionados ao meio MS

Para massa fresca de placircntulas houve significacircncia

apenas para o fator meio de cultura isoladamente (Tabela

1) Atraveacutes do teste de meacutedias constatou-se maior massa

de placircntulas frescas nos meios WPM e MS com 0524 e

0503g respectivamente Resultado inferior (0326g) foi

registrado em meio Knudson C (Tabela 3)

TABELA 3 ndash Efeito do meio de cultura na massa frescatotal de placircntulas do hiacutebrido Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmberGlowrsquo

Meios de Cultura Massa fresca total de placircntulas (g)

WPM 0524 a MS 0503 a KC 0326 b

Meacutedias seguidas pela mesma letra natildeo diferem entre sipelo teste de Scott-Knott a 5

Dignart (2003) estudando a germinaccedilatildeo in vitro

de sementes de Cattleya nobilior Rchbf em diferentes

meios de cultura (MS WPM Knudson C e B5 de

GAMBORG et al 1968) observou que natildeo houve

diferenccedilas entre os meios utilizados O BAP adicionado

ao meio de cultura provocou aumento da taxa de brotaccedilatildeo

a partir de 1 igravemolL

Segundo (PASQUAL 2001) os meios MS e WPM

possuem concentraccedilotildees similares de micronutrientes e satildeo

ricos em nitrogecircnio (N) e potaacutessio (K) Jaacute o meio Knudson C

natildeo possui micronutrientes e tem baixas concentraccedilotildees de

N e K em relaccedilatildeo ao MS e WPM Os melhores resultados

para as variaacuteveis analisadas foram observados em meio WPM

e MS Essa resposta provavelmente deveu-se ao fato de

que o meio Knudson C possui diferentes sais minerais e

embora seja muito utilizado na germinaccedilatildeo de sementes de

orquiacutedeas parece natildeo propiciar condiccedilotildees satisfatoacuterias para

o desenvolvimento de placircntulas de algumas espeacutecies de

orquiacutedeas

Sabe-se que existe uma relaccedilatildeo entre o nuacutemero de

brotos e seu tamanho e nessa relaccedilatildeo quanto maior for o

nuacutemero de brotos menor o tamanho dos mesmos

(GEORGE 1996) Essa relaccedilatildeo fez-se presente ateacute a

concentraccedilatildeo de 20 mg L-1 de BAP em Bc lsquoPastoralrsquo x Lc

lsquoAmber Glowrsquo No entanto em concentraccedilotildees superiores

tanto o nuacutemero quanto o comprimento dos brotos

aumentaram Tal diversidade de resultados estaacute

relacionada principalmente ao genoacutetipo da espeacutecie meio

de cultura e possivelmente agrave interferecircncia na accedilatildeo dos

reguladores de crescimento

Segundo Malaure et al (1991) diferentes efeitos

dos reguladores de crescimento podem ocorrer para

diferentes espeacutecies inclusive variaccedilotildees dentro de uma

mesma espeacutecie Em orquiacutedeas o efeito dos reguladores de

crescimento e de meios de cultura satildeo diversificados

principalmente quando se utiliza um hiacutebrido trigeneacuterico

com alto grau de heterozigose

CONCLUSOtildeES

Melhores resultados para propagaccedilatildeo in vitro de

placircntulas de orquiacutedea Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo satildeo

obtidos com o meio WPM A suplementaccedilatildeo de 4 mg L-1 de

BAP no meio WPM favorece o crescimento in vitro Para

a multiplicaccedilatildeo maior quantidade de brotos eacute conseguida

em meio MS na ausecircncia de BAP

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ARDITTI J ERNST R Micropropagation of orchids NewYork John Wiley amp Sons 1992 682 p

Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea 73

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

BUI V L HANG-PHUONG N T ANH-HONG L T TRAN-THANH-VAN K High frequency shoot regeneration fromRhynchostylis gigantea (Orchidaceae) using thin cell layers PlantGrowth Regulation Dordrecht v28 n3 p 179-185 July 1999

CARVALHO V S Morfogecircnese in vitro de orquiacutedeas dogrupo Cattleya 2002 179 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitotecnia) - Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG

DIGNART S L Propagaccedilatildeo in vitro de Cattleya nobiliorRCHB F (Orchidaceae) Cuiabaacute UFMT 2003 55 p(Monografia - Licenciatura em Ciecircncias Bioloacutegicas)

GEORGE E F Plant propagation by tissue culture part 1- The Technology 2 ed Edington Limited 1996 1574 p

GAMBORG O L MILLER R A OJIMA K Nutrientrequeriments of suspension cultures of soybean root cellsExperimental Cell Research San Diego v 50 n 1 p 151-158 1968

GRATTAPAGLIA D MACHADO M MicropropagaccedilatildeoIn TORRES A C et al (Ed) Cultura de tecidos etransformaccedilatildeo de plantas Brasiacutelia EMBRAPACNPH1998 v 1 p 183-260

KNUDSON L Nonsymbiotic germination of orchid seedsBotanical Gazette Chicago v 73 n 1 p 1-25 1922

KNUDSON L A new nutrient solution for the germinationof orchid seed American Orchid Society Bulletim WestPalm Beach v 14 p 214-217 1946

LI Y GE Z LI Y Q GE Z Y Studies on improvement ofthe micropropagation technique and transplantation ofAnoectochilus formosanus Havata Journal of JiangsuForestry and Technology Beijing v 26 n 3 p 32-34 1999

LOYD G McCOWN B Commercially-feasiblemicropropagation of mountain laurel Kalmia latifoliaby use of shoot-tip culture International Plant PropagationSociety Proceedings Washington v 30 p 421-427 1980

MALAURE R S BARCLAY G POWER J B DAVEYM R The prodution of novel plants from florets ofChrysanthemun morifolium using tissue culture 1 Shootregeneration from ray florets and somaclonal variationexhibited by regenerated plants Journal of PlantPhysiology Stuttgart v 139 n 1 p 8-13 Nov 1991

MARTINI C M WILLADINO L ALVES G D DONATOV M T S Propagaccedilatildeo de orquiacutedea Gongora quinquinervispor semeadura in vitro Pesquisa AgropecuaacuteriaBrasileira Brasiacutelia v 36 n 10 p 1319-1324 out 2001

MURASHIGE T SKOOG F A A revised medium for rapidgrowth and bio assays with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 1962

NAYAK NR RATH SP PATNAIK SN Propagationof Spathoglottis plicata BL (Orchidaceae) through in vitroculture of leaf bases Advances in Plant Sciences NewYork v 12 n 2 p 589-592 1999

PASQUAL M Cultura de tecidos vegetais meios decultura Lavras UFLAFAEPE 2001 74 p

PIERIK R L M In vitro culture of higher plants BostonMartinus Nijhoff Publishers 1987 344 p

SANTANA J R F PAIVA R Habituaccedilatildeo Revista ABCTPNotiacutecias Recife n 41 p 4-10 2001

SHEEHAN T J Recent advances in botany propagationand physiology of orchids Horticultural Reviews v 5 p279-315 1983

SILVA E F Multiplicaccedilatildeo e crescimento in vitro deorquiacutedea Brassocattleya ldquoPastoralrdquo x LaeliocattleyaldquoAmber Glowrdquo 2003 62 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitotecnia) - Universidade Federal de Lavras Lavras MG

SINGH F Micropropagation of orchids Spathogloottisplicata and Epidendrum radicans In BAJAJ Y P SBiotechnology in agriculture and forestry high-tech andmicropropagation IV London Springer-Verlag 1992 v 20p223-245

TAIZ L ZEIGER E Plant physiology 2 ed SunderlandMA Sinauer Associates 1998 792 p

TALUKDER S K NASIRUDDIN K M YASMIN SHASSAN L BEGUM R Shoot proliferation of Dendrobiumorchid with BAP and ANA Jounal of Biological SciencesBanghadesh v11 n 3 p 1058-1062 2003

VAN DER PIJL L DODSON CH Orchid flowers theirpollination and evolution Coral Gables University ofMiami Press 1966 214 p

SILVEIRA D G et al74

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

EFEITO DO VIacuteRUS DAS ESTRIAS DA BANANEIRA NAMICROPROPAGACcedilAtildeO E NO CRESCIMENTO DAS PLANTAS DA

CULTIVAR CAIPIRA DURANTE A ACLIMATIZACcedilAtildeO1

EFFECT OF BANANA STREAK VIRUS ON MICROPROPAGATION AND PLANTGROWTH OF CULTIVAR CAIPIRA DURING ACLIMATIZATION

DANIELA GARCIA SILVEIRA2 ANTOcircNIO DA SILVA SOUZA3 PAULO ERNESTO MEISSNER FILHO3TALES MILER SOARES4 RANULFO CORREA CALDAS3 KAacuteTIA REGINA BARBOSA LEAtildeO5

1Parte da Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada pelo primeiro autor ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Agraacuterias da Escola de AgronomiaUFBA ndash Cruz das Almas BA2Doutoranda em Botacircnica ndash Universidade Estadual de Feira de SantanaUEFS ndash Feira de Santana BA ndash danielagsigcombr3Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical ndash Caixa Postal 007 ndash 44380-000 ndash Cruz das Almas BA4Doutorando da Escola Superior Luis de QueirozEsalq ndash Piracicaba SP ndash tmsoaresesalquspbr5Engenheira Agrocircnoma MSc EBDA ndash Cruz das Almas BA ndash 44380-000 ndash krbleaohotmailcom

(Recebido em 12 de abril de 2006 e aprovado em 28 de agosto de 2006)

RESUMOAvaliaram-se os efeitos da infecccedilatildeo pelo viacuterus das estrias

de bananeira (Banana Streak Virus BSV) no desenvolvimento invitro e no crescimento das plantas da cultivar Caipira durante aaclimatizaccedilatildeo Utilizou-se o delineamento experimentalinteiramente casualizado com dois tratamentos plantas sadias eplantas infectadas pelo BSV com respectivamente 24 e 28repeticcedilotildees Os explantes foram desinfestados e estabelecidos emmeio MS baacutesico suplementado com 30 gL de sacarose solidificadocom 2 gL de lsquoPhytagelrsquo e pH ajustado em 58 Foram efetuadoscinco subcultivos em meio com 4 mgL de BAP (6-benzilaminopurina) e as plantas obtidas foram enraizadas nessemesmo meio de cultura sem reguladores de crescimento Apoacutesessa etapa transferiram-se as plantas para a aclimatizaccedilatildeo emcacircmara uacutemida onde permaneceram por 30 dias Avaliaram-se astaxas de multiplicaccedilatildeo a presenccedila in vitro dos sintomas do BSVnos explantes provenientes das plantas infectadas durante amicropropagaccedilatildeo e aclimatizaccedilatildeo as perdas por contaminaccedilatildeoenvolvendo fungos e bacteacuterias nas fases da micropropagaccedilatildeo e aaltura das plantas na fase da aclimatizaccedilatildeo A infecccedilatildeo pelo BSVnatildeo afetou significativamente a multiplicaccedilatildeo e o crescimento invitro das plantas sendo os sintomas do viacuterus visiacuteveis em todasas fases da micropropagaccedilatildeo e na aclimatizaccedilatildeo das plantasinfectadas A maior porcentagem de contaminaccedilatildeo ocorreu nafase de estabelecimento in vitro dos explantes independentementedos tipos de plantas utilizadas Apoacutes 30 dias de aclimatizaccedilatildeo asplantas com BSV apresentaram altura inferior agraves plantas sadiasA presenccedila do viacuterus natildeo influenciou a taxa de multiplicaccedilatildeo dosexplantes poreacutem afetou o crescimento das plantas infectadas

Termos para indexaccedilatildeo Musa BSV cultura de tecidospropagaccedilatildeo in vitro

ABSTRACTThe effects of the banana streak virus (BSV) infection on

in vitro development of the cultivar Caipira were evaluated The

used experimental design was a completely randomized withtwo treatments healthy plants and plants infected by BSV with24 and 28 replications respectively The explants weredisinfected and established in a basic MS medium supplementedwith 30 gL sucrose solidified with 2 gL lsquoPhytagelrsquo and pHadjusted to 58 Five subcultures were carried out in a mediumcontaining 4 mgL BAP (6-benzylaminopurine) and the plantletswere rooted in the same culture medium without growthregulators Afterwards the plantlets were transferred to a humidchamber for acclimatization during a 30-day periodMultiplication rates presence of BSV symptoms on in vitroexplants obtained from plants infected during themicropropagation and acclimatization periods losses caused byfungal and bacterial contamination and plantlet height at theacclimatization stage were evaluated The infection by BSVpresented no significant effect on the multiplication rate and invitro plant growth although the virus symptoms were visible inall the micropropagation phases and during the acclimatizationof infected plants The highest percentage of contaminationoccurred during the in vitro establishment phase regardless theused plants After 30 days of acclimatization the plants withBSV presented a lower height compared to the healthy plantsAlthough the presence of the virus had no influence on the explantmultiplication rate it affected the growth of infected plants

Index terms Musa BSV tissue culture in vitro propagation

INTRODUCcedilAtildeO

As bananeiras estatildeo sujeitas as vaacuterias doenccedilas

causadas por fungos bacteacuterias nematoacuteides e viacuterus que

satildeo limitantes agrave sua capacidade de produccedilatildeo Entre as

viroses que ocorrem no Brasil destaca-se a causada pelo

viacuterus das estrias da bananeira (Banana streak virus BSV)

Efeito do viacuterus das estrias da bananeira 75

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

que eacute particularmente importante para os programas de

melhoramento geneacutetico e de multiplicaccedilatildeo comercial de

cultivares uma vez que pode ser incorporada ao genoma e

transmitida pelas sementes de plantas infectadas

(DANIELLS et al 1995) aleacutem de natildeo existir um meacutetodo

eficiente para limpar uma planta infectada com BSV

(LOCKHART 1994)

Esse viacuterus natildeo eacute transmitido mecanicamente sendo as

mudas infectadas sua principal forma de disseminaccedilatildeo

(LOCKHART amp AUSTREY 1988 LOCKHART 1994) A

transmissatildeo eacute feita de maneira semi-persistente pela cochonilha-

dos-citros Planococcus citri Risso e pela cochonilha-da-cana-

de-accediluacutecar Saccharicoccus sacchari cocherell (LOCKHART

1993 LOCKHART amp AUSTREY 1988)

O BSV inicialmente causa na bananeira um estriado

cloroacutetico de linhas descontiacutenuas dispersas e concentradas

em partes da lacircmina foliar Com o envelhecimento das

folhas o estriado causa necrose de coloraccedilatildeo marrom-cafeacute

a negro (RAMIREZ amp RIVERA 1994) As plantas

infectadas geralmente natildeo mostram sintomas em todas as

folhas (CORDEIRO amp KIMATI 1997 LOCKHART 1986)

Outros sintomas do BSV satildeo a reduccedilatildeo do vigor da planta

e a diminuiccedilatildeo do tamanho dos frutos que tambeacutem ficam

deformados (RAMIREZ amp RIVERA 1994)

Este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos

da infecccedilatildeo pelo BSV na multiplicaccedilatildeo in vitro e no

crescimento durante a aclimatizaccedilatildeo das plantas de

bananeira da cultivar Caipira Aleacutem disso avaliou-se a taxa

de contaminaccedilatildeo por fungos e bacteacuterias na etapas da

micropropagaccedilatildeo devido a importacircncia dessa variaacutevel na

multiplicaccedilatildeo in vitro das plantas

MATERIAL E MEacuteTODOS

O estudo dos efeitos do BSV na micropropagaccedilatildeo

da cultivar Caipira (grupo AAA) foi conduzido no

Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos da Embrapa Mandioca

e Fruticultura Tropical Utilizou-se o delineamento

experimental inteiramente casualizado com dois

tratamentos plantas sadias com 24 repeticcedilotildees coletadas

no Banco de Germoplasma de Bananeira da Embrapa

Mandioca e Fruticultura Tropical e plantas infectadas com

BSV com 28 repeticcedilotildees Foram usadas mudas do tipo

chifrinho sendo que as matrizes infectadas com BSV com

altura meacutedia de 12 cm foram infestadas pela cochonilha

vetora Planacoccus citri Risso alimentadas em folhas de

banana lsquoMysorersquo com sintomas de BSV em casa-de-

vegetaccedilatildeo Aproximadamente 15 dias apoacutes a infestaccedilatildeo

todas as 28 plantas estavam com os sintomas da virose

Para o estabelecimento in vitro realizou-se a limpeza

das matrizes por meio de uma seacuterie de cortes removendo-

se parte do rizoma e do pseudocaule ateacute o tamanho

aproximado de 50 cm de altura por 15 cm de diacircmetro

lavando-se com detergente e aacutegua deionizada A

desinfestaccedilatildeo foi feita em cacircmara de fluxo laminar

imergindo os explantes em soluccedilatildeo de aacutelcool 70 por

cinco minutos e em soluccedilatildeo 11 de aacutegua sanitaacuteria comercial

(2 de cloro ativo) com aacutegua deionizada por 30 minutos

Em seguida foram realizadas trecircs lavagens com aacutegua

deionizada esterilizada e reduzidos os explantes ateacute o

tamanho final de 06 cm de altura por 04 cm de diacircmetro

As etapas de estabelecimento multiplicaccedilatildeo e

enraizamento foram realizadas em meio nutritivo MS baacutesico

(MURASHIGE amp SKOOG 1962) suplementado com 30 g

L de sacarose solidificado com 2 gL de ldquoPhytagelrdquo e pH

ajustado para 58 Apenas na fase de multiplicaccedilatildeo o meio

MS foi suplementado com 4 mgL de 6-benzilaminopurina

(BAP) Em todas as etapas os explantes foram dispostos

sobre 25 mL de meio de cultura em frascos com 12 cm de

altura por 5 cm de diacircmetro

A multiplicaccedilatildeo foi realizada em cinco subcultivos

das gemas e brotos sendo efetuada a subdivisatildeo

longitudinal dos explantes sempre que possiacutevel O

estabelecimento e os cinco subcultivos foram realizados

com intervalos de 30 dias Apoacutes os subcultivos as

plantas permaneceram 30 dias em enraizamento O

estudo foi desenvolvido sob condiccedilotildees de temperatura

de 27 plusmn 1ordmC fotoperiacuteodo de 16 horas e intensidade

luminosa de 22 microEm2s

SILVEIRA D G et al76

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

Apoacutes o enraizamento in vitro 47 plantas sadias e 40

plantas infectadas com BSV foram transferidas para copos

plaacutesticos de 300 cm3 contendo o Plantmaxreg e vermiculita

(21) permanecendo 30 dias sob condiccedilotildees de 85 de umidade

relativa do ar e 60 de sombreamento em casa-de-vegetaccedilatildeo

Na fase de estabelecimento e em cada subcultivo

foram avaliadas as taxas de multiplicaccedilatildeo e a presenccedila dos

sintomas do BSV nos explantes provenientes das plantas

infectadas Na fase de aclimatizaccedilatildeo avaliaram-se a

presenccedila de sintomas nas plantas infectadas e as suas

respectivas alturas As medidas foram tomadas do coleto

ateacute a extremidade apical da folha mais alta

Os dados referentes ao nuacutemero de gemas obtidas

nos cinco subcultivos foram transformados em raiz

quadrada Foi estabelecida uma regressatildeo linear para cada

tratamento em funccedilatildeo dos subcultivos

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A infecccedilatildeo pelo BSV natildeo afetou significativamente

o crescimento e a multiplicaccedilatildeo das plantas sendo que o

nuacutemero de gemas cresceu linearmente em funccedilatildeo dos

subcultivos em ambos os tratamentos Trabalhando com

plantas micropropagadas de bananeira sadias e infectadas

com o viacuterus do topo em leque (Banana bunchy top virus

BBTV) Thomas et al (1995) observaram que aquela virose

tambeacutem natildeo afetou a capacidade das plantas em crescer e

multiplicar Nas anaacutelises de regressatildeo realizadas para os

dois tratamentos (plantas sadias e plantas com BSV) o

acreacutescimo no nuacutemero de gemas em funccedilatildeo dos subcultivos

pode ser explicado por um modelo de regressatildeo linear

(Figura 1) As estimativas da regressatildeo linear para plantas

com BSV e plantas sadias foram altamente significativas e

os coeficientes de determinaccedilatildeo (R2) proacuteximos de 1 Foi

observado que as linhas determinadas a partir das

equaccedilotildees obtidas satildeo quase superpostas evidenciando

um comportamento semelhante entre os dois tratamentos

com relaccedilatildeo ao nuacutemero de gemas por subcultivo

Em todas as fases da micropropagaccedilatildeo os sintomas

do BSV foram visiacuteveis ocorrendo nas folhas das plantas

infectadas estriados cloroacuteticos com linhas descontiacutenuas e

FIGURA 1 ndash Curvas de regressatildeo linear obtidas a partir dosdados de gemas em cada subcultivo da cultivar de bananeiraCaipira sadias e infectadas com BSV Cruz das Almas (BA)Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 2006Dados transformados por x

dispersas (Figura 2) Esses mesmos sintomas foram

observados em plantas de bananeira infectadas com BSV

mantidas a campo (RAMIREZ amp RIVERA 1994)

As contaminaccedilotildees que ocorreram nos materiais

in vitro foram tambeacutem avaliadas As maiores taxas de

contaminaccedilatildeo aconteceram na fase de estabelecimento

in vitro dos explantes obtendo-se niacuteveis de 21 e 32

para as plantas sadias e infectadas com BSV

respectivamente (Figura 3) Os elevados iacutendices de perdas

nesta etapa foram causados principalmente por

contaminaccedilatildeo bacteriana Segundo Oliveira amp Silva

(1997) as maiores contaminaccedilotildees bacterianas dos

explantes de bananeira ocorrem na fase de

estabelecimento in vitro do que nos demais subcultivos

Oliveira et al (2000) trabalhando com plantas livres de

viacuterus obtiveram taxas de contaminaccedilatildeo nesta fase entre

10 e 45 as quais estatildeo proacuteximas agraves obtidas neste

trabalho Durante a fase de multiplicaccedilatildeo as perdas por

contaminaccedilatildeo foram menores variando de 14 a 74

para as plantas sadias e de 0 a 121 no caso das plantas

infectadas com BSV sendo que a maior parte do material

foi contaminada por fungos natildeo-patogecircnicos Estes

valores foram bem inferiores agravequeles obtidos por Oliveira

et al (1999) (131) que utilizaram genoacutetipos diploacuteides

triploacuteides e tetraploacuteides de bananeiras sadias

Efeito do viacuterus das estrias da bananeira 77

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

FIGURA 2 ndash Planta de bananeira lsquoCaipirarsquo infectada com BSV na fase de enraizamento in vitro apresentando estriadoscloroacuteticos com linhas descontiacutenuas e dispersas nas folhas Cruz das Almas (BA) Embrapa Mandioca e FruticulturaTropical 2006

FIGURA 3 ndash Taxas por contaminaccedilatildeo () de explantes dacultivar Caipira na fase de estabelecimento (Est) e ao longode cinco subcultivos (Sub) Cruz das Almas (BA)Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 2006

Durante o enraizamento in vitro natildeo houve

diferenccedila significativa na altura das plantas Poreacutem com

30 dias de aclimatizaccedilatildeo as plantas com BSV apresentaram

altura significativamente inferior agraves plantas sadias (Tabela 1)

Soares et al (2000) cultivaram mudas de bananeira lsquoCaipirarsquo

sadias e infectadas com BSV durante 141 dias em casa-de-

vegetaccedilatildeo e observaram que a infecccedilatildeo pelo viacuterus implicou

em significativa reduccedilatildeo no crescimento inicial afetando

o porte o desenvolvimento do sistema radicular e a aacuterea

fotossintetizante das plantas Verifica-se assim que a

infecccedilatildeo pelo BSV prejudicou o crescimento inicial das

plantas afetando a altura daquelas infectadas mesmo em

um periacuteodo relativamente curto indicando que em periacuteodos

mais longos o prejuiacutezo com relaccedilatildeo ao crescimento pode

ser ainda maior aconteceu no estudo desenvolvido por

Soares et al (2000)

Os sintomas do BSV permaneceram visiacuteveis em

todas as plantas infectadas durante e apoacutes a fase de

aclimatizaccedilatildeo Esse resultado foi diferente ao obtido por

Dahal et al (1999) quando micropropagaram hiacutebridos de

Musa pois os sintomas soacute foram visiacuteveis em plantas com

trecircs meses apoacutes o enraizamento Provavelmente essa

diferenccedila foi devido agraves condiccedilotildees onde os trabalhos foram

conduzidos casa-de-vegetaccedilatildeo e campo respectivamante

bem como aos genoacutetipos estudados Observaccedilotildees

semelhantes foram tambeacutem efetuadas por Gauhl amp Pasberg-

Gauhl (1995) e Ortiz (1996) ao estudarem a incidecircncia de

viroses em diferentes genoacutetipos de bananeira

SILVEIRA D G et al78

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

Alturas (cm) Plantas de bananeira lsquoCaipirarsquo

Enraizamento

in vitro 30 dias de

aclimatizaccedilatildeo

Sadias 637 a 2690 a BSV 728 a 2192 b

TABELA 1 ndash Meacutedias das alturas das plantas apoacutes oenraizamento in vitro e 30 dias de aclimatizaccedilatildeo em casa-de-vegetaccedilatildeo Cruz das Almas (BA) Embrapa Mandiocae Fruticultura Tropical 2006

Meacutedias seguidas pelas mesmas letras nas colunas natildeodiferem estatisticamente entre si pelo teste F ao niacutevel de 5 de significacircncia

CONCLUSOtildeES

A infecccedilatildeo pelo BSV natildeo influenciou a taxa de

multiplicaccedilatildeo dos explantes embora os sintomas do viacuterus

tenham sido visiacuteveis em todas as fases da micropropagaccedilatildeo

e durante os primeiros 30 dias da aclimatizaccedilatildeo das plantas

infectadas Todavia o crescimento das plantas infectadas

foi afetado pela presenccedila do viacuterus

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CORDEIRO Z J M KIMATI H Doenccedilas da bananeiraIn KIMATI H et al (Ed) Manual de fitopatologiadoenccedilas das plantas cultivadas Satildeo Paulo AgronocircmicaCeres 1997 v 2 p 112-136

DAHAL G GAUHL F PASBERG-GAUHL C HUGHESJ drsquoA THOTTAPPILLY G LOCKHART B E L Evalutionof micropropagated plantain and banana (Musa spp) forbanana streak badnavirus incidence under field andgreenhouse conditions in Nigeria Annals of AppliedBiology Warwick v 134 n 2 p 181-191 Apr 1999

DANIELLS J THOMAS J E SMITH M Seedtransmission of banana streak virus confirmed InfoMusaMontpellier v 4 n 1 p 7 1995

GAUHL F PASBERG-GAUHL C Temporal dynamics ofbanana streak badnavirus (BSV) symptoms in Musa clonesin southern Nigeria Phytomedizin Hohenheim v 25 n 1p 27 1995

LOCKHART B E L Banana streak virus (BSV) InINTERNATIONAL NETWORK FOR THE

IMPROVEMENT OF BANANA AND PLANTAIN AnnualReport Montpellier INIBAP 1993 p 29-30

LOCKHART B E L Banana streak virus In PLOETZ RC ZENTMYER G A ANISHIJIMA W T ROHRBACHK G OHR H D (Ed) Compendium of tropical fruitdiseases Saint Paul The American PhytopathologicalSociet 1994 p 19-20

LOCKHART B E L Purification and serology of abaciliform virus associated with banana streak diseasePhytopathology Saint Paul v 76 n 10 p 995-999 Oct1986

LOCKHART B E L AUSTREY L J C Occurrence insugarcane of a bacilliform virus related serologically tobanana streak virus Plant Disease Saint Paul v 72 n 3p 230-233 Mar 1988

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgrowth and biossays with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 1962

OLIVEIRA R P SILVA S O Avaliaccedilatildeo de micropropagaccedilatildeocomercial em bananeira Pesquisa Agropecuaacuteria BrasileiraBrasiacutelia v 32 n 4 p 415-420 abr 1997

OLIVEIRA R P SILVEIRA D G SILVA S O Efeito dadesinfestaccedilatildeo e do uso de meios indicadores decontaminaccedilatildeo na micropropagaccedilatildeo de bananeira RevistaBrasileira de Fruticultura Jaboticabal v 22 n 1 p 57-61 abr 2000

OLIVEIRA R P SILVEIRA D G SILVA S O SILVA KM VILARINHOS A D Avaliaccedilatildeo da micropropagaccedilatildeode genoacutetipos diploacuteides triploacuteides e tetraploacuteides debananeira empregando protocolo utilizado em laboratoacuterioscomerciais Revista Brasileira de FruticulturaJaboticabal v 21 n 3 p 269-273 dez 1999

ORTIZ R The potential of AMMI analysis for fieldassessment of Musa genotypes to virus infectionHortscience Alexandria v 31 n 5 p 829-832 Sept 1996

RAMIREZ P RIVERA C Enfermedades virales in bananay plaacutetano In REUNIAtildeO DE LA ASSOCIACION PARA LACOOPERACION EN INVESTIGACION DE BANANO ENCARIBE Y EN AMERICA TROPICAL 10 1991 TabascoMemorias San Joseacute CORDANA 1994 p 223-230

Efeito do viacuterus das estrias da bananeira 79

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

SOARES T M MEISSNER FILHO P E ROCHA H SEfeitos do viacuterus das estrias da bananeira na cultivar Caipira(AAA) In CONGRESSO BRASILEIRO DEFRUTICULTURA 16 2000 Fortaleza Anais FortalezaSociedade Brasileira de Fruticultura 2000 172 p 1CD-ROM

THOMAS J E SMITH M K KESSLING A G HAMILLS D Incosistent transmission of banana bunchy top virusin micropropagated bananas and its implication forgermplasm screening Australian Journal of AgriculturalResearch Collingwood v 46 n 3 p 663-671 1995

FOGACcedilA L A et al80

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

CARACTERIacuteSTICAS MORFOFISIOLOacuteGICAS DE BROTACcedilOtildeES DEAgapanthus umbellatus var minor MULTIPLICADAS EM

BIORREATOR DE IMERSAtildeO TEMPORAacuteRIA1

MORPHOLOGICAL AND PHYSIOLOGICAL CHARACTERISTICS Agapanthus umbellatus varminor OF SHOOTS PROPAGATED IN BIOREACTOR OF TEMPORARY IMMERSION

LUCIANA ALVES FOGACcedilA2 DENILSON DORTZBACH3 ANTONIO CARLOS ALVES4 ENIO LUIZ PEDROTTI5

1Parte da dissertaccedilatildeo de mestrado do primeiro autor junto ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Recursos Geneacuteticos vegetais CCA UFSC ndash Florianoacutepolis SC2Engenheira Agrocircnoma Mestre em Recursos Geneacuteticos Vegetais ndash CCAUFSC ndash UFSC Trindade ndash Florianoacutepolis SC ndash 88040-900 ndash lufogacapopcombr3Empresa Catarinense de Pesquisa Agropecuaacuteria ndash Rodovia Admar Gonzaga 1340 ndash Bairro Itacorubi Florianoacutepolis SC ndash denilsondtbolcombr4Engenheiro Agrocircnomo Professor Dr Departamento Fitotecnia ndash CCAUFSC ndash UFSC ndash alvesccaufscbr5Engenheiro Agrocircnomo Professor Dr Departamento Fitotecnia ndash CCAUFSC ndash UFSC ndashRodovia Admar Gonzaga 1346 ndash 88 040 900 ndash Florianoacutepolis- SC ndash pedrotticcaufscbr

RESUMOCom o presente trabalho objetivou-se estudar alguns

aspectos morfoloacutegicos e fisioloacutegicos de placircntulas de Agapanthusumbellatus LrsquoHeacuter var minor multiplicadas em biorreatores deimersatildeo temporaacuteria (BIT) Foram testadas quatro concentraccedilotildeesde sacarose no meio de cultura e duas intensidades luminosasem um total de oito tratamentos formando um fatorial 2 x 4 Odelineamento experimental utilizado foi inteiramentecasualizado Os resultados obtidos indicaram que as condiccedilotildeesambientais principalmente luz e concentraccedilatildeo de sacarose domeio de cultura influenciaram o desenvolvimento e o crescimentodas placircntulas quando multiplicadas Observou-se que a ausecircnciade sacarose mesmo no niacutevel mais elevado de intensidadeluminosa natildeo estimulou a fotossiacutentese das placircntulas Acombinaccedilatildeo de 30 gL-1 de sacarose e 70 mMm-2s-1 de luzproporcionou maior numero de folhas massa fresca e secaconcentraccedilatildeo de clorofila a b e total fatores estes que tecircmgrande influecircncia na fase de aclimatizaccedilatildeo

Termos para indexaccedilatildeo Plantas ornamentaismicropropagaccedilatildeo sacarose intensidade luminosa

ABSTRACTThe objective of the present work was to study

morphological and physiological characteristics of Agapanthusumbellatus LrsquoHeacuter var minor plantlets propagated in bioreactorof temporary immersion (BIT) Four sucrose concentrationsand two light intensities were analyzed totalizing eighttreatments The experimental design used was a completelyrandomized with a 2 x 4factorial The results indicated that theenvironment conditions mainly light and sucrose concentrationsof the culture medium influenced plantlets development andgrowth It was observed that the absence of sucrose even inthe highest level of light intensity had no stimuli on plantletphotosynthesis The combination of 30 g L-1 sucrose and 70mM m-2 s-1 light had promoted higher leaf number fresh anddry weight concentration of chlorophyll a b and total

parameters that present high influence during theacclimatizationrsquos phase

Index terms Ornamental plants micropropagation sucroselight intensity

INTRODUCcedilAtildeO

Agapanthus umbellatus var minor tambeacutem

conhecida como Agapantho ou Liacuterio do Nilo eacute uma

angiosperma da famiacutelia Amaryllidaceae pertencente agrave

ordem Liliales (BOTANY 2003) eacute uma espeacutecie ornamental

muito utilizada como flor de corte devido agrave sua durabilidade

No entanto o maior interesse econocircmico nesta espeacutecie

decorre do seu uso como forraccedilatildeo em jardins e praccedilas

(LORENZI amp SOUZA 1995)

Sua propagaccedilatildeo eacute tradicionalmente efetuada

atraveacutes da divisatildeo de touceiras No entanto esta teacutecnica

apresenta uma seacuterie de desvantagens visto que a taxa de

propagaccedilatildeo eacute baixa cerca de dez mudas por planta ao ano

aleacutem de possibilitar a dispersatildeo de pragas e doenccedilas que

poderatildeo ocorrer no viveiro de produccedilatildeo Sendo assim a

micropropagaccedilatildeo pode ser uma ferramenta muito

promissora para esta espeacutecie

O processo de micropropagaccedilatildeo induz a um grande

nuacutemero de mudanccedilas anatocircmicas morfoloacutegicas e

fisioloacutegicas que muitas vezes tem limitado o cultivo in vitro

de algumas espeacutecies (DESJARDINS 1993) A

(Recebido em 18 de julho de 2005 e aprovado em 25 de agosto de 2006)

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 81

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

heterogeneidade de respostas agraves placircntulas que ocorrem

na cultura de tecidos eacute promovida natildeo soacute por fatores

inerentes ao tecido vegetal (geneacuteticos e fisioloacutegicos) mas

tambeacutem por modificaccedilotildees do ambiente in vitro

As modificaccedilotildees do ambiente in vitro envolvem a

qualidade e intensidade de luz fotoperiacuteodo temperatura

umidade reguladores de crescimento exoacutegenos fonte de

carbono e estresse mecacircnico Estes satildeo determinantes na

morfogecircnese no crescimento e no desenvolvimento de

placircntulas in vitro (GEORGE 1996 KOZAI et al 1990

SALISBURY 1981) Aleacutem disso interferem no nuacutemero de

folhas teor de clorofila densidade estomaacutetica (LIAN et

al 2002 PREECE amp SUTTER 1991) na fotossiacutentese e na

fase de aclimatizaccedilatildeo (DESJARDINS et al 1995)

Um dos principais fatores que causam grande

influecircncia na fotossiacutentese de placircntulas cultivadas in vitro

eacute a intensidade luminosa (GALZY amp COMPAN 1992) A

quantidade e a qualidade da luz bem como o fotoperiacuteodo

podem afetar o crescimento e o desenvolvimento de

placircntulas in vivo (SMITH 1982) e placircntulas in vitro

(ECONOMOU amp READ 1987 VLAHOS et al 1992) Esta

influecircncia se deve ao grande impacto sobre o acuacutemulo de

pigmentos biossiacutentese de clorofila diferenciaccedilatildeo de

cloroplastos e anatomia da folha (DESJARDINS et al 1995)

Outro fator que vem sendo estudado e que pode

determinar um papel importante no controle da atividade

fotossinteacutetica de placircntulas in vitro eacute a utilizaccedilatildeo de

carboidratos exoacutegenos pois o crescimento da maioria das

culturas in vitro eacute sustentado pela sacarose ou outros

accediluacutecares adicionados ao meio de cultura (PREECE amp

SUTTER 1991) Estes podem ser utilizados pelas placircntulas

quando a taxa de fotossiacutentese natildeo permite assegurar um

balanccedilo positivo em carbono definindo assim uma nutriccedilatildeo

mixotroacutefica ou heterotroacutefica (GALZY amp COMPAN 1992)

Baseado na hipoacutetese de que a composiccedilatildeo do meio

de cultura e a intensidade luminosa influenciam a

morfologia e a fisiologia de placircntulas micropropagadas o

presente trabalho teve como objetivo estudar aspectos

morfoloacutegicos e fisioloacutegicos de placircntulas de Agapanthus

umbellatus LrsquoHeacuter var minor multiplicadas em biorreator de

imersatildeo temporaacuteria (BIT) Para tanto foi avaliado o

desenvolvimento e o crescimento desta espeacutecie durante a

fase de multiplicaccedilatildeo em funccedilatildeo da variaccedilatildeo de niacuteveis de

sacarose e intensidade luminosa

MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado no Laboratoacuterio de

Morfogecircnese e Bioquiacutemica Vegetal localizado no Centro

de Ciecircncias Agraacuterias da Universidade Federal de Santa

Catarina em Florianoacutepolis - SC

O trabalho consistiu de um ensaio onde foram

utilizadas brotaccedilotildees de Agapanthus umbellatus var minor

obtidas da terceira repicagem mantidas em meio geleificado

MS + 178 mM de BAP Apoacutes serem individualizadas e

padronizadas tendo o seu tamanho variando entre 25 e

30 cm de comprimento as brotaccedilotildees foram transferidas

para o BIT (ETIENNE amp BERTHOULY 2002) contendo 500

mL de meio liacutequido e sais de MS (MURASHIGE amp SKOOG

1962) em condiccedilotildees asseacutepticas suplementado com

concentraccedilatildeo de 89 mM de BAP O pH foi ajustado com

NAOH (1N) em 59 antes da autoclavagem (durante 15

minutos sob 121ordmC e 15 atm de pressatildeo) O delineamento

experimental utilizado no ensaio foi o inteiramente

casualizado Foram testados quatro concentraccedilotildees de

sacarose no meio de cultura (0 15 30 e 45) e duas

intensidades luminosas (70 e 140 mmolm-2s-1) providas

por lacircmpadas brancas fluorescentes (PHILIPS ndash TLT 40W)

em um total de oito tratamentos formando um fatorial 2 x 4

Cada tratamento foi composto por trecircs frascos (repeticcedilatildeo)

contendo 50 plantas cada um

Os frascos foram mantidos em sala de crescimento

com fotoperiacuteodo de 16 horas e temperatura meacutedia de 22ordmC

com variaccedilatildeo de plusmn 2ordmC por um periacuteodo de 60 dias

Apoacutes 60 dias de cultivo foram avaliadas as

seguintes caracteriacutesticas dos explantes nuacutemero e tamanho

das brotaccedilotildees (cm) nuacutemero de folhasbrotaccedilatildeo massa

fresca e seca (g) da parte aeacuterea e raiz utilizando-se amostras

de 25 placircntulas por repeticcedilatildeo escolhidas ao acaso

FOGACcedilA L A et al82

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

A determinaccedilatildeo do conteuacutedo de clorofila ldquoa b e

totalrdquo consistiu na coleta de amostras de 100 mg de massa

fresca As amostras foram incubadas com 70 mL de DMSO

(dimetilsulfoacutexido) sem maceraccedilatildeo por 30 minutos a 65degC

Apoacutes filtragem seu volume foi completado para 10 mL com

DMSO Desses extratos 2 mL foram analisados em

espectrofotocircmetro (UV - visiacutevel SHIMADZU) para os

valores de absorbacircncia entre 645 e 663 nm Os valores obtidos

foram submetidos agrave foacutermula de Arnon (1949) conforme

descrito por Hiscox amp Israelstam (1979) Chl a = (00127 X

D663) ndash (000269 X D645) e Chl b = (00229 X D645) ndash (000468

X D663) A clorofila total foi a soma da ldquoChl a e Chl brdquo de

cada tratamento foram utilizadas 25 amostras

A determinaccedilatildeo da densidade estomaacutetica (nuacutemero

de estocircmatos por mm2 de superfiacutecie foliar) foi realizada nas

amostras das quais extraiu-se a clorofila Apoacutes a extraccedilatildeo

da clorofila as folhas foram cortadas e somente o terccedilo

meacutedio das folhas foi usado para anaacutelise Em seguida foram

fixadas sobre lacircminas histoloacutegicas com a ajuda de uma

lamiacutenula e de algumas gotas de aacutegua esterilizada A

observaccedilatildeo foi realizada na epiderme das faces adaxial e

abaxial da folha com o auxiacutelio de um microscoacutepio oacutetico

(OLYMPUS CH30 ocular WH10 X 22) com um aumento

de 400 vezes e com um campo conhecido de 024 mm2 Para

cada lacircmina foram feitas leituras em cinco campos

Os dados obtidos foram avaliados por meio da

anaacutelise de variacircncia (ANOVA) seguindo o modelo para

experimento bifatorial inteiramente casualizado O nuacutemero

de brotaccedilotildees o nuacutemero de folhas e a densidade estomaacutetica

foram transformados em Oumlx+1 para a anaacutelise As meacutedias

dos tratamentos foram separadas pelo teste de comparaccedilatildeo

de meacutedias de Duncan a 5 de probabilidade conforme

recomendaccedilotildees de Stell amp Torrie (1980)

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A concentraccedilatildeo de sacarose no meio de cultura

apresentou uma accedilatildeo positiva e interativa com a intensidade

luminosa na proliferaccedilatildeo de brotaccedilotildees (Tabela 1) visto

que a ausecircncia de sacarose no meio de cultura resultou

em insucesso no crescimento das placircntulas de Agapantho

principalmente nos primeiros dias Apoacutes o

desenvolvimento inicial (aproximadamente 10 dias) foi

constatada estagnaccedilatildeo no crescimento das placircntulas

seguido de atrofia e necrose das brotaccedilotildees Apoacutes 20 dias

de cultivo ocorreu a morte das brotaccedilotildees Isso mostrou

que folhas de placircntulas de Agapantho natildeo fixaram

carbono suficiente para sustentar seu crescimento na

ausecircncia de sacarose Portanto para a espeacutecie em estudo

foi necessaacuteria a adiccedilatildeo de uma fonte de carbono no meio

de cultura para o seu desenvolvimento in vitro Segundo

Capellades et al (1991) e Desjardins et al (1995) a total

remoccedilatildeo de carboidratos no meio de cultura para algumas

espeacutecies frequumlentemente torna-se prejudicial para o

crescimento das placircntulas o que pode prejudicar o

processo de micropropagaccedilatildeo e aclimatizaccedilatildeo pois

durante o cultivo in vitro as placircntulas perdem

parcialmente o autotrofismo e consequumlentemente

necessitam de uma fonte de carbono

O maior nuacutemero de brotaccedilotildees foi obtido com a

intensidade luminosa de 70 mmolm-2s-1 e a concentraccedilatildeo

de 45 gL-1 de sacarose (Tabela 1) Enquanto que com a

intensidade luminosa de 140 mmolm-2s-1 o maior nuacutemero

de brotaccedilotildees foi obtido com a concentraccedilatildeo de 30 gL-1 de

TABELA 1 ndash Nuacutemero de brotaccedilotildeesexplante de placircntulasde Agapanthus umbellatus var minor multiplicadasbiorreator de imersatildeo temporaacuteria suplementado comdiferentes concentraccedilotildees de sacarose e intensidadesluminosas no periacuteodo de 60 dias

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1)

Concentraccedilatildeo Sacarose (gL-1) 70 1 140 1

0 000 dA 00 dA 15 370 cB 544 cA 30 553 bB 651 aA 45 745 aA 585 bB

CV 67

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula nas colunase maiuacutescula nas linhas natildeo diferem significativamente peloteste de Duncan a 5 de probabilidade1 Observaccedilotildees transformadas segundo ( x+1)

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 83

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

sacarose Isso demonstrou um alto grau de mixotrofia dessa

espeacutecie

O tamanho das brotaccedilotildees e o nuacutemero de folhas

(Tabela 2) foram afetados apenas pelo efeito simples dos

fatores natildeo havendo interaccedilatildeo entre sacarose e luz O

maior tamanho das brotaccedilotildees foi alcanccedilada quando os

explantes foram submetidos a 15 gL-1 de sacarose e 140

mmolm-2s-1 de intensidade luminosa (Tabela 2) Verificou-

se tambeacutem que o aumento da concentraccedilatildeo desse

carboidrato no meio de cultura natildeo favoreceu o

alongamento das brotaccedilotildees Provavelmente o aumento

da intensidade luminosa favoreceu a taxa de fotossiacutentese

das placircntulas permitindo um balanccedilo positivo de carbono

afetando o crescimento e o desenvolvimento de placircntulas

in vitro (LEE et al 1995)

Por outro lado o maior nuacutemero de folhas de

Agapantho foi obtido na concentraccedilatildeo de 30 gL-1 de

sacarose (Tabela 2) A intensidade luminosa natildeo teve

influecircncia sobre essa variaacutevel Contrastando com os dados

obtidos no presente trabalho Konow amp Wang (2001)

determinaram que a intensidade luminosa de 40 mmolm-

2s-1 promoveu um aumento no nuacutemero de folhas de

Phalaenopsis enquanto placircntulas que se desenvolveram

em ambiente com intensidade de 10 e 80 molm-2s-1

apresentaram um menor nuacutemero de folhas Segundo os

autores o aumento no nuacutemero de folhas pode indicar que

TABELA 2 ndash Tamanho de brotaccedilotildees e nuacutemero de folhasbrotaccedilatildeo de placircntulas de Agapanthus umbellatus var minormultiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria suplementado com diferentes concentraccedilotildees de sacarose eintensidades luminosas no periacuteodo de 60 dias

Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas e colunas natildeo diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5 deprobabilidade

houve estiacutemulo da fotossiacutentese in vitro Outro efeito

observado em placircntulas de Agapantho neste trabalho foi

a presenccedila de folhas mais claras e vitrificadas (folhas com

aspecto viacutetreo pouco desenvolvidas aparecircncia suculenta

e translucente) na grande maioria das placircntulas

multiplicadas em meio suplementado com 15 gL-1 de

sacarose e intensidade luminosa de 70 mmolm-2s-1 Estes

resultados podem indicar que o aparato fotossinteacutetico natildeo

tenha se desenvolvido adequadamente (CAPPELADES et

al 1991 DESJARDINS et al 1995) afetando a acumulaccedilatildeo

de massa fresca Possivelmente a presenccedila de folhas

vitrificadas foi influenciada pelo uso de meio liacutequido pois

de acordo com George (1996) e Etienne amp Berthouly (2002)

o meio liacutequido favorece a produccedilatildeo de folhas vitrificadas

quando comparado com meio geleificado No entanto

observou-se que para os demais tratamentos em

concentraccedilotildees maiores de sacarose (30 e 45 gL-1) a

presenccedila de brotaccedilotildees vitrificadas foi rara ou nenhuma

Neste sentido o desenvolvimento de brotaccedilotildees com esta

caracteriacutestica pode estar relacionado agrave concentraccedilatildeo de

sacarose no meio e agrave diferenccedila osmoacutetica entre as brotaccedilotildees

e o meio de cultura (DEBERGH et al 1981) Este resultado

tambeacutem foi obtido na multiplicaccedilatildeo de rosas na qual onde

a reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de sacarose para 10 gL-1 na

fase de multiplicaccedilatildeo promoveu um aumento significativo

na presenccedila de plantas vitrificadas e quando submetidas

Tamanho de brotaccedilotildees (cm)

Nuacutemero de folhasbrotaccedilatildeo

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1) Concentraccedilatildeo Sacarose

(gL-1) 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia

0 000 000 000 d 000 000 000 d 15 275 396 335 a 407 408 408 b 30 295 295 295 b 414 404 409 a 45 245 220 233 c 400 408 404 c

Meacutedia 204 b 228 a 276 a 275 a

CV 2595 467

FOGACcedilA L A et al84

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

a concentraccedilotildees de 30 e 40 gL-1 a presenccedila de placircntulas

vitrificadas foi rara (LANGFORD amp WAINWRIGHT 1987)

Outro fator que possivelmente pode ter

influenciado a presenccedila de placircntulas vitrificadas in vitro

foi a baixa intensidade luminosa (GEORGE 1996) pois

placircntulas de Agapantho multiplicadas sob intensidade de

140 mmolm-2s-1 e 15 gL-1 de sacarose natildeo apresentaram

caracteriacutestica de vitrificaccedilatildeo Estes dados indicaram que o

aumento da intensidade luminosa evitou a presenccedila de

plantas vitrificadas aleacutem de proporcionar um incremento e

estiacutemulo na atividade fotossinteacutetica (GEORGE 1996)

A produccedilatildeo de massa fresca e seca das brotaccedilotildees

foram influenciadas pela interaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo

de sacarose e a intensidade luminosa (Tabela 3) Placircntulas

de Agapantho multiplicadas sob intensidade de 70

mmolm-2s-1 apresentaram a maior produccedilatildeo de massa

fresca e seca dentro das concentraccedilotildees de 30 gL-1 Nas

concentraccedilotildees de 15 e 45 gL-1 os resultados obtidos

foram inferiores (Tabela 3) Por outro lado quando se

aumentou a intensidade para 140 mmolm-2s-1 a melhor

produccedilatildeo de massa fresca e seca ocorreu dentro da

concentraccedilatildeo de 15 gL-1 de sacarose (Tabela 3) Verificou-

se assim que o aumento da concentraccedilatildeo de sacarose no

meio de cultura proporcionou efeitos negativos na

produccedilatildeo de massa fresca e seca quando as placircntulas

foram submetidas agrave intensidade luminosa mais elevada

TABELA 3 ndash Massa fresca e seca de brotaccedilotildees de Agapanthus umbellatus var minor multiplicadas em biorreator de imersatildeotemporaacuteria suplementado com diferentes concentraccedilotildees de sacarose e intensidades luminosas no periacuteodo de 60 dias

Tais resultados corroboram as afirmaccedilotildees feitas referentes

agrave variaacutevel nuacutemero de brotaccedilotildees em que demonstrou-se

que foi possiacutevel reduzir a concentraccedilatildeo de sacarose em

maiores intensidade luminosas confirmando o grau de

mixotrofia

Ao analisar a concentraccedilatildeo de clorofila em

folhas de Agapantho verificou-se que natildeo houve

interaccedilatildeo significativa entre as concentraccedilotildees de

sacarose e intensidade luminosa Os teores de clorofila

a b e total (Tabela 4) foram maiores nas concentraccedilotildees

de 30 gL-1 sacarose Serret et al (1995) mostraram que

o aumento da concentraccedilatildeo de accediluacutecares (30 gL-1) no

meio de cultura promoveu maior produccedilatildeo de clorofila

impedindo a fotoinibiccedilatildeo realizaccedilatildeo de fotossiacutentese e

aumento do ganho de massa em plantas de Gardecircnia

cultivadas in vitro

Em relaccedilatildeo ao efeito da intensidade luminosa natildeo

houve efeito deste fator sobre essas variaacuteveis ainda que

Economou amp Read (1987) Galzy amp Compan (1992) Vlahos

et al (1992) George (1996) tenham observado que a

intensidade luminosa eacute um fator que estaacute estreitamente

relacionado agrave siacutentese de clorofila No entanto no presente

trabalho sugere-se a menor intensidade 70 mmolm-2s-1 com

o objetivo de que natildeo ocorra um aumento na velocidade

de decomposiccedilatildeo da clorofila com intensidade mais

elevada

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula nas colunas e maiuacutescula nas linhas natildeo diferem significativamente peloteste de Duncan a 5 de probabilidade

Massa fresca (g)

Massa seca (g)

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1) Concentraccedilatildeo

Sacarose (gL-1) 70 140 70 140

0 000 dA 00 dA 000 dA 000 dA 15 067 cB 106 aA 0069 cB 0109 aA 30 082 aA 076 bB 0085 aA 0081 bB 45 075 bA 049 cB 0078 bA 0051 cB

CV 2873 2655

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 85

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

TABELA 4 ndash Concentraccedilotildees de clorofila a b e total (mgg massa fresca) em folhas de Agapanthus umbellatus varminor multiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria por um periacuteodo de 60 dias submetidas a 4 concentraccedilotildees desacarose e dois niacuteveis de intensidade luminosa

Clrofila a (mgg massa fresca)

Clrofila b (mgg massa fresca)

Clrofila total (mgg massa fresca)

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1) Concentraccedilatildeo

Sacarose (gL-1) 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia

0 000 000 000 d 000 000 000 d 000 000 000 d 15 211 248 295 c 089 076 083 c 301 325 313 c 30 502 509 505 a 200 211 205 a 703 721 710 a 45 486 420 453 b 195 179 187 b 682 633 658 b

Meacutedia 299 a 294 a 121 a 116 a 421 a 420 a

CV 740 820 850

Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas e colunas natildeo diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5 deprobabilidade

Em relaccedilatildeo aos estocircmatos atraveacutes de

observaccedilatildeo microscoacutepica foi possiacutevel verificar que o

Agapantho possui folhas com caracteriacutest ica

anfiestomaacutetica caracterizada pela presenccedila de

estocircmatos em ambas as faces (face abaxial e adaxial)

Esta caracteriacutestica tem sido considerada como um

mecanismo adaptativo para maximizar a condutacircncia

de CO2 quando luz e aacutegua satildeo fatores limitantes

(KRAMER 1969)

Atraveacutes da anaacutelise estatiacutestica para densidade

estomaacutetica da face adaxial verificou-se que natildeo houve

interaccedilatildeo entre os fatores sacarose e intensidade

luminosa havendo portanto efeito isolado dos fatores A

maior densidade estomaacutetica da face abaxial foi obtida na

concentraccedilatildeo de 45 gL-1 (Tabela 5) Natildeo houve efeito da

intensidade luminosa para essa variaacutevel Por outro lado

a maior densidade estomaacutetica na face adaxial foi obtida

na concentraccedilatildeo de 45 gL-1 de sacarose e 140 mmolm-2s-1

de intensidade luminosa (Tabela 5) verificando a

influecircncia positiva da intensidade luminosa para essa

variaacutevel

As folhas de placircntulas multiplicadas na

concentraccedilatildeo de 15 gL-1 de sacarose apresentaram menor

densidade estomaacutetica em ambas as faces (Tabela 5) com

formato anormal largos e salientes caracteriacutesticas estas

natildeo desejaacuteveis pois segundo Preece amp Sutter (1991)

uma alteraccedilatildeo a niacutevel estrutural eou morfoloacutegico podem

impedir o funcionamento do aparelho estomaacutetico e grande

parte dos estocircmatos assim formados satildeo incapazes de se

fechar

Possivelmente este resultado se deve agraves

caracteriacutesticas de vitrificaccedilatildeo que as folhas do

tratamento 15 gL-1 de sacarose e 70 mmol m-2s-1 de

intensidade luminosa apresentaram (BLANKE amp

BELCHERL 1989) e a falta de energia armazenada no

explante com a falta de carbono que eacute proveniente da

sacarose adicionada ao meio de cultura (DESJARDINS

et al 1995) Estes resultados corroboram os obtidos

por Vintildea et al (2001) que demonstraram que folhas

vitrificadas de abacateiro apresentaram estocircmatos

grandes com saliecircncia ceacutelulas subsidiaacuterias assimeacutetricas

e deformadas e seu ostiacuteolo completamente aberto Tal

anomalia pode ser atribuiacuteda agrave perda da elasticidade das

paredes das ceacutelulas-guarda o que impediria o seu

movimento de abertura e fechamento que

consequumlentemente afeta o desenvolvimento das

placircntulas ao serem transferidas para condiccedilotildees ex vitro

atraveacutes da excessiva perda de aacutegua

FOGACcedilA L A et al86

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

TABELA 5 ndash Densidade estocircmatica (estocircmatosmm2) da face adaxial e abaxial de folhas de Agapanthus umbellatus varminor multiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria suplementado com diferentes concentraccedilotildees de sacarose eintensidade luminosa por um periacuteodo de 60 dias

Densidade estomaacutetica (estocircmatosmm2) Epiderme da face Adaxial Epiderme da face Abaxial

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1)

Concentraccedilatildeo Sacarose(gL1) 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia

0 000 000 000 d 000 000 000 d 15 2587 3026 2802 c 3408 4752 4053 c 30 6524 5628 6064 b 9977 8584 9268 b 45 5412 7016 6188 a 8809 10807 9783 a

Meacutedia 2856 b 3089 a 4256 a 4705 a CV 1474 1206

Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas e colunas natildeo diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5 deprobabilidade

CONCLUSAtildeO

Condiccedilotildees ambientais tais como intensidade

luminosa e concentraccedilatildeo de sacarose adicionada ao meio

de cultura influenciaram no desenvolvimento e

crescimento das placircntulas de Agapanthus umbellatus

var minor quando multiplicadas em meio liacutequido no BIT

Placircntulas de Agapantho foram incapazes de se

desenvolver em meio sem sacarose sendo portanto

necessaacuteria a adiccedilatildeo de uma fonte de carbono visto que a

espeacutecie em estudo apresentou uma taxa de fotossiacutentese

incapaz de assegurar um balanccedilo positivo em carbono

Houve uma grande variaccedilatildeo nas respostas obtidas

no entanto fazendo uma avaliaccedilatildeo em conjunto das

variaacuteveis recomenda-se 30 gL-1 de sacarose e intensidade

luminosa de 70 mmolm-2s-1 No entanto deve-se ressaltar

que estudos mais aprofundados devem ser conduzidos

para verificar o efeito destas combinaccedilotildees sobre o

desempenho de placircntulas durante a fase de aclimatizaccedilatildeo

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BLANKE M M BELCHER A R Stomata of apple leavescultured in vitro Plant Cell Tissue and Organ CultureAmsterdam v 19 n 1 p 85-89 1989

BOTANY Disponiacutevel em lthttpwwwbotanycomgt Acessoem 20 nov 2003

CAPELLADES M LEMEUR R DEBERGH P Effects ofsucrose on starch accumulation and rate of photosynthesisin Rosa cultured in vitro Plant Cell Tissue and OrganCulture Amsterdam v 25 n 1 p 21-26 Apr 1991

DEBERGH P HARBAOUI Y LEMEUR R Masspropagation of globe artichoke (Cynara Scolymus)Evaluation of different hypoteses to overcome vitrificationwith special reference to water potencial PhysiologyPlantarum Copenhagen v 53 n 2 p 181-187 1981

DESJARDINS Y Overevieww of factors influencingphotosynthesis of micropropagated plants and their effecton acclimatization In CARRE F CHAGVARDIEFF P(Ed) Ecophysiology and photosynthetic in vitro culturesFrance CEA 1993 p145-160

DESJARDINS Y HDIDER C RICK J de Carbon nutritionin vitro - regulation and manipulation of carbon assimilationin micropropagated systems In CHRISTIE J A KOZAIT SMITH M A L Automation and environmental controlin plant tissue Culture 1995 p 441-471

ECONOMOU A S READ P E Light treatments toimprove efficiency of in-vitro propagation systemsHortScience Alexandria v 22 n 5 p 751-754 Oct 1987

ETIENNE H BERTHOULY M Temporary immersionsystems in plant micropropagation Plant Cell Tissue andOrgan Culture Amsterdam v 69 n 3 p 215-231 June2002

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 87

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

GALZY R COMPAN D Remarks on mixotrophic andautotrophic carbon nutrition of Vitis plantlets cultured invitro Plant Cell Tissue and Organ Culture Amsterdamv 31 n 3 p 239-244 Dec 1992

GEORGE E F Plant propagation by tissue culture 2 edEversley Exergetics 1996 v2 1361 p

HISCOX J D ISRAELSTAM G F A method for theextration of chlorophyll from leaf tissue without macerationCanadian Journal Botanic Ottawa v 57 n 12 p 1332-1334 1979

KONOW E A WANG Y T Irradiance levels affect invitro and greenhouse growth flowering and phosyntheticbehavior of a hybrid Phalaenopsis Orquid Journal ofAmerican Society for Horticultural Science Alexandriav 126 n 5 p 531-536 Sept 2001

KOZAI T OK H FUJIWARA K Photosyntheticcharacteristic of Cymbidium plantlets in vitro Plant CellTissue and Organ Culture Amsterdam v 22 n 3 p 205-211 Sept 1990

KRAMER P J Plant and soil water relationship modernsynthesis New York Mc Graw Hill 1969 538 p

LANGFORD P J WAINERIGHT H effect of sucroseconcentration on the photosynthetic ability of rose shoots invitro Annals Botany London v 60 n 6 p 663-640 Dec 1987

LEE N WETZSTEIN Y SOMMER H E Effect ofquantum flux density on photosynthesis and chloroplastultrastructure in tissue-cultured plantlets and seelings ofLiquidambar stvraciflua L towards improvedacclimatization and field survival Plant PhysiologyRockville v 78 n 3 p 637-641 1995

LIAN M L MURTHY H N PAEK K Y Culture methodand photosynthetic photon flux affect photosynthesis growthand survival of Limonium ldquoMisty Bluerdquo in vitro ScientiaHorticulture Amsterdam v 95 n 3 p 239-249 Sept 2002

LORENZI H SOUZA H M de Plantas ornamentais noBrasil arbustivas herbaacuteceas e trepadeiras Nova OdessaEditora Plantarum 1995 734 p

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgroth and biossay with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 1962

PREECE J E SUTTER E Acclimatization ofmicropropagated plants to the greenhouse and field InDEBERGH P ZIMMERMAN R (Ed) Micropropagationtechnology and application Dordrecht 1991 p 71-94

SALISBURY F B Responses to photoperiod In PITSONA ZIMMERMANN M H (Ed) Encyclopedia of plantphysiology Berlin Springer-Verlang 1981 p 134-167 (Newseries 12 A)

SERRET M D TRILLAS M I ARAUS J L The effectof sucrose and light levels on stable carbon isotopecomposition and photosynthetic pigments of gardenialeaflets in vitro In CARRE F CHAGVARDIEFF P (Ed)Ecophysiology and photosynthetic in Vitro culturesCadarache CEA 1995 p 169-172

SMITH H Light quality photoperception and plantstrategy Annual Review of Plant Physiology Palo Alto v33 p 481-518 1982

STELL R G D TORRIE J H Principles and preceduresof statistics a biometrical approach 2 ed New YorkMacgraw-Hill 1980 633 p

VLAHOS J C MARTAKIS G F P HEUVELINK EDaylength light quality and temperature influence growthand development of Achumenes HortScience Alexandriav 27 n 12 p 1269-1271 Dec 1992

VINAtilde G de la MUNtildeOZ B ALFARO F P Effect of culturemedia and irradiance level on growth and morphology ofPersea americana Mill microcuttings Plant Cell Tissueand Organ Culture Amsterdam v 65 n 3 p 229-237 2001

SOUZA G de F M V e et al88

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

CAPACIDADE DE REGENERACcedilAtildeO IN VITRO DE TOMATEIROCULTIVAR SANTA CLARA

IN VITRO REGENERATION CAPACITY OF TOMATOPLANT CULTIVAR SANTA CLARA

GLAUCIA DE FATIMA MOREIRA VIEIRA E SOUZA1 JOSEacute MAGNO QUEIROZ LUZ2 ALCIONE SILVA ARRUDA3DENISE GARCIA SANTANA2 MARIANA DE SOUZA E SILVA DA COSTA TEIXEIRA4

LUCIANA LONDE5 ADELAIDE SIQUEIRA SILVA6 ELISAcircNGELA RODRIGUES FIGUEIRA7

1Mestranda em Fitotecnia ndash UFU ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash gfmvsyahoocombr2Professor Dr Instituto de Ciecircncias Agraacuterias ndash UFUICIAG ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash jmagnoumuaramaufubr3Dra em Geneacutetica e Bioquiacutemica Professora contratada da UEG ndash Unidade Universitaacuteria de Ipameri ndash Rodovia GO 330 Km 24 ndash Anel Viaacuterio SN ndash 75780-000 ndash Ipameri GO ndash asarrudahotmailcom4Engenheira Agrocircnoma ndash UFU ndash Conab Sede - SGAS 901 Bloco ldquoArdquo Lote 69 - Asa Sul ndash 70390-010 ndash Brasiacutelia DF ndash marisouza81yahoocombr5Dra em Geneacutetica e Bioquiacutemica ndash IGBUFU ndash Av Paraacute 1720 ndash Campus Umuarama ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash llondebolcombr6Mestranda em AgronomiaFitotecnia ndash UFUICIAG ndash Bolsista FAPEMIG ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash adelaidebioyahoocombr7Mestre em AgronomiaFitotecnia ndash UFUICIAG ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash Elis_figueirayahoocombr

RESUMOA cultivar de tomateiro Santa Clara (Lycopersicon

esculentum Mill) foi avaliada quanto ao seu potencial deregeneraccedilatildeo in vitro a partir de trecircs tipos de explantes e trecircsmeios de cultura seguidos de trecircs repicagens Os explantes foramcotileacutedone decapitado cotileacutedone fendido e cotileacutedone aparadonas extremidades Os meios de cultura foram MI macro emicronutrientes do MS vitaminas B5 de Gamborg et al (1968)suplementado com 30 gL de sacarose e de 8 gL de aacutegar pH 58MII meio MI suplementado com 1 mgL de BAP e 30 gL deglicose MIII meio MI suplementado com 25 mgL de BAP e02 mgL de AIA Para as repicagens foi utilizado o meio MIsuplementado com 05 mgL 08 mgL e 10 mgL de BAP paraa primeira segunda e terceira repicagens respectivamente Noenraizamento foi usado o meio MI suplementado com 05 mgL de AIA e as placircntulas enraizadas foram transferidas parasubstrato comercial Plantimax esterilizado e aclimatadas emlaboratoacuterio A maior induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo tanto de calosquanto de brotos foi observada nos meacutetodos cotileacutedone fendidoe cotileacutedone aparado quando colocados no meio MIII no entantoa induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo foi mais raacutepida quando usado cotileacutedonedecapitado indicando um alto potencial de organogecircneseespontacircnea sendo que o meio MI foi o melhor Os resultadosobtidos com as diferentes concentraccedilotildees de BAP nos trecircs ciclosde repicagem natildeo diferiram entre si e 82 das plantas enraizadasaclimataram-se com sucesso

Termos para indexaccedilatildeo Lycopersicon esculentummelhoramento do tomateiro cultura de tecidos

ABSTRACTThe tomato plant cultivar lsquoSanta Clararsquo (Lycopersicon

esculentum Mill) was evaluated as for its in vitro potential ofregeneration using three types of explants and three culture media

following three pricking-outs The explants were as followsdecapitated cotyledon split cotyledon and rim-trimmedcotyledon The culture media were MI MS macro andmicronutrients vitamins B5 of Gamborg et al (1968)supplemented with 30gL sucrose and 8gL agar pH 58 MIImedium MI supplemented with 1 mgL BAP and 30 gL glucoseMIII medium MI supplemented with 25 mgL BAP and 02mgL IAA For the pricking-outs the media MI wassupplemented with 05 mgL 08 mgL and 10 mgL BAP forthe first second and third pricking out respectively As forrooting the MI medium was supplemented with 05 mgL IAAand the rooted seedlings were transplanted to the sterilizedcommercial substrate Plantimax and then acclimatized inlaboratory Higher callus induction and sprout regeneration wasobserved for the methods of split and rim-trimmed cotyledonplaced into medium MIII Nevertheless the induction forregeneration was much faster when the decapitated cotyledonmethod was used indicating a high potential of spontaneousorganogenesis in which the media MI was the best The resultsobtained with the different concentrations of BAP in the threecycles of pricking-out did not differ among themselves and 82of the rooted plants were acclimatized successfully

Index terms Lycopersicon esculentum tomato breeding tissueculture

INTRODUCcedilAtildeO

O tomate pertence ao gecircnero Lycopersicon e a

espeacutecie cultivada cosmopolita eacute botanicamente

denominada de Lycopersicon esculentum (FILGUEIRA

2000) As cultivares atualmente plantadas podem ser

(Recebido em 03 de outubro de 2003 e aprovado em 04 de setembro de 2006)

Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro 89

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

reunidas em cinco grupos Santa Cruz Salada Cereja

Italiano Agroindustrial No presente trabalho foi utilizada

a cultivar Santa Clara do grupo Santa Cruz pois ela continua

sendo a cultivar mais plantada no Brasil

A tomaticultura estaacute associada a seacuterios problemas

fitossanitaacuterios sobretudo viroses aleacutem do ataque de

fungos bacteacuterias e insetos praga Cria-se com isto a

necessidade de se pesquisar novas alternativas ou

obtenccedilatildeo de novos genoacutetipos com resistecircncia muacuteltipla a

doenccedilas e pragas entre essas os estudos sobre

regeneraccedilatildeo e transformaccedilatildeo geneacutetica (FAacuteRI et al 2000)

A engenharia geneacutetica abriu uma nova perspectiva

para o melhoramento geneacutetico do tomateiro a partir do

final da deacutecada de 80 (WIJBRANDI amp BOTH 1993)

visando aumentar a produtividade e melhorar a qualidade

por meio da obtenccedilatildeo de resistecircncia a estresses bioacuteticos e

abioacuteticos A cultura de tecidos destaca-se durante o

processo de realizaccedilatildeo das teacutecnicas de transformaccedilatildeo

geneacutetica pois eacute necessaacuterio induzir gemas vegetativas e

em seguida regenerar brotos alongados e plantas

completas a partir de ceacutelulas ou tecidos geneticamente

modificados

Para a otimizaccedilatildeo de protocolos para o tomateiro

alguns fatores que afetam a eficiecircncia de transformaccedilatildeo

tecircm sido examinados dentre eles o tamanho do explante e

o tipo de explante hipocoacutetilo ou cotileacutedone (FRARY amp

EARLE 1996)

No Brasil haacute poucos trabalhos na aacuterea de

regeneraccedilatildeo in vitro e de transformaccedilatildeo geneacutetica de

cultivares de tomateiro e pouco se conhece sobre a

capacidade de regeneraccedilatildeo das principais cultivares

brasileiras (FAacuteRI et al 2000) Alguns pesquisadores como

Faria amp Illg (1993) analisaram a regeneraccedilatildeo in vitro de

algumas espeacutecies e cultivares de tomateiro observando

uma baixa capacidade morfogecircnica das cultivares se

comparadas com a espeacutecie selvagem Lycopersicon

pimpinellifolium (L) P Miller

Com este trabalho objetivou-se teve como objetivo

avaliar o potencial de regeneraccedilatildeo in vitro da cultivar Santa

Clara do grupo Santa Cruz a partir de diferentes tipos de

explantes e meios de cultura criando e otimizando

protocolos para sua regeneraccedilatildeo in vitro

MATERIAL E MEacuteTODOS

No Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos Vegetais do

Instituto de Geneacutetica e Bioquiacutemica da Universidade Federal

de Uberlacircndia foi avaliada a capacidade de regeneraccedilatildeo

in vitro do tomateiro cultivar Santa Clara usando trecircs

tipos de explantes e trecircs meios de cultura seguido de trecircs

repicagens O experimento foi realizado em delineamento

em blocos casualizados em esquema fatorial (3x3) com trecircs

repeticcedilotildees As plantas regeneradas foram enraizadas e

aclimatadas em laboratoacuterio

Sementes comerciais da cultivar Santa Clara apoacutes

serem desinfestadas por um minuto em aacutelcool etiacutelico a 96

e em hipoclorito de soacutedio comercial a 20 (vv) com duas

gotas de detergente comercial durante 25 minutos foram

enxaguumladas 5 vezes em aacutegua bidestilada esterilizada e

inoculadas em meio MS 100 (MURASHIGE amp SKOOG

1962) solidificado com 7 g L-1 de aacutegarndashaacutegar por sem

reguladores de crescimento O meio foi distribuiacutedo em

frascos de vidro esteacutereis utilizados para cultura de tecidos

com 30 mL de meio MS As culturas foram mantidas em

sala de crescimento com temperatura de 25+2 ordmC

fotoperiacuteodo de 16 horas e luminosidade de 50 mmol m-2s-

1 As placircntulas obtidas aos 14 15 e 20 dias apoacutes a semeadura

foram usadas como fonte de explantes para os blocos 1 2

e 3 respectivamente Os explantes foram inoculados de

acordo com os meacutetodos descritos a seguir em placas de

Petri devidamente esterilizadas e autoclavadas contendo

30 mL de meio de cultura com 16 unidades por tipo de

explante por meio de cultura utilizado Cada 16 explantes

constituiu uma parcela do experimento sendo composta

por duas placas de Petri cada uma com 8 explantes

Os tipos de explantes foram os seguintes

A - que consistiu na decapitaccedilatildeo de placircntulas onde

essa decapitaccedilatildeo ocorreu diretamente abaixo do noacute do

cotileacutedone ficando o hipocoacutetilo com as radiacuteculas

SOUZA G de F M V e et al90

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

B - meacutetodo de cotileacutedones fendidos os cotileacutedones

foram fendidos ao longo da nervura central da extremidade

ateacute sua metade de acordo com o protocolo de Faacuteri et al

(2000)

C - cotileacutedones foram aparados e seguiu-se o

protocolo descrito por Redenbaugh et al (1992) Os

cotileacutedones aparados nas extremidades distal e proximal

(aacutepice e peciacuteolo) foram inoculados com a face abaxial em

contato com o meio

Foram realizadas trecircs repicagens para alongar os

brotos Cerca de 30 dias apoacutes a inoculaccedilatildeo dos explantes

foi realizada a primeira repicagem Os intervalos entre as

repicagens foram em torno de 5 semanas

Os tratamentos consistiram na inoculaccedilatildeo dos trecircs

tipos de explantes descritos nos trecircs meios de cultura

abaixo com trecircs repeticcedilotildees por tratamento

Meio MI macro e micronutrientes de Murashige amp

Skoog (1962) e vitaminas B5 de Gamborg et al (1968)

suplementado com 30 gL de sacarose e de 8 gL de aacutegar-

aacutegar pH 58 meio MII meio de cultura MI suplementado

com 1 mgL de zeatina e 30 gL de glicose conforme

McCormick (1991) meio MIII meio de cultura MI

suplementado com 25 mgL de BAP e 02 mgL de AIA

segundo Rhim et al (1995)

Para as repicagens foi utilizado o meio MI

suplementado com 05 mgL 08 mgL e 10 mgL de BAP

para a primeira segunda e terceira repicagens

respectivamente

Para enraizamento foi usado o meio MI

suplementado com 05 mgL de AIA As placircntulas

enraizadas foram transferidas para substrato comercial

Plantimax esterilizado e aclimatadas em laboratoacuterio

Os brotos com 2 cm de comprimento foram

transferidos para o meio de enraizamento citado e

permaneciam nesse meio durante 15 dias Apoacutes esse periacuteodo

os brotos eram transplantados para substrato comercial

Plantimax autoclavado irrigados com aacutegua uma a duas

vezes por dia ateacute a aclimataccedilatildeo A aclimataccedilatildeo ocorreu em

torno de 20 dias em condiccedilotildees de laboratoacuterio

Avaliou-se a induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo o

alongamento de brotos e o enraizamento e aclimataccedilatildeo

das plantas regeneradas

Os dados de contagem foram transformados para

50x As anaacutelises de normalidade e homogeneidade

foram realizadas pelo software Prophet Os dados obtidos

foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e as meacutedias

comparadas pelo teste de Tukey ao niacutevel de 5 de

probabilidade pelo software SANEST (ZONTA amp

MACHADO 1989)

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Para cotileacutedone decapitado ocorreu um iniacutecio de

formaccedilatildeo de calosidade por volta de 10 dias apoacutes inoculaccedilatildeo

e o surgimento de brotos ocorreu cerca de 12 dias depois da

inoculaccedilatildeo sem a formaccedilatildeo de calos propriamente ditos A

induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo foi mais raacutepida quando usado esse

tipo de explante indicando um alto potencial de

organogecircnese espontacircnea sendo que o meio MI foi o melhor

para a induccedilatildeo e nuacutemero total de brotos (Tabela 1)

No cotileacutedone fendido o iniacutecio de formaccedilatildeo de

calosidade aconteceu com aproximadamente 10 dias apoacutes

inoculaccedilatildeo Por volta de 18 dias depois da inoculaccedilatildeo

iniciou-se o surgimento de brotos e jaacute existiam calos

formados Para esse tipo de explante nos meios MI e MII

ocorreu apenas a formaccedilatildeo de calos enquanto no meio

MIII ocorreu a formaccedilatildeo de calos e calos com brotos sendo

alto o nuacutemero total de brotos (Tabela 1) Supotildee-se que a

maior superfiacutecie de corte tenha influecircncia significativa

sobre esse fenocircmeno onde a maior superfiacutecie de corte do

cotileacutedone resulta em maior capacidade de regeneraccedilatildeo

(FAacuteRI et al 1995b)

No cotileacutedone aparado com cerca de 10 dias apoacutes

inoculaccedilatildeo ocorreu o iniacutecio de formaccedilatildeo de calos e 20 dias

depois da inoculaccedilatildeo ocorreu o surgimento de brotos e jaacute

existiam calos formados Para esse tipo de explante nos

meios MI MII e MIII ocorreu a formaccedilatildeo de calos no

entanto apenas no meio MIII ocorreu a formaccedilatildeo de calos

com brotos (Tabela 1)

Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro 91

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

TABELA 1 ndash Frequumlecircncia de induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo in vitro da cultivar Santa Clara do grupo Santa Cruz UberlacircndiaUFU 2001

Dados seguidos de mesma letra nas colunas (abc) e nas linhas (AB) natildeo diferem entre si a 5 de probabilidade peloteste de TukeyA diferenccedila entre o nordm de explantes de um meacutetodo para outro eacute devida a parcelas (ou parte delas) perdidas

Nos trecircs ciclos de repicagens a capacidade de

alongamento dos brotos foi igual indicando que as

concentraccedilotildees de BAP natildeo diferiram estatisticamente entre

si dentro de cada tipo de explante Em relaccedilatildeo ao nuacutemero

de brotos alongados na primeira e terceira repicagens o

cotileacutedone decapitado apresentou maior nuacutemero jaacute na

segunda repicagem natildeo houve diferenccedila entre os tipos de

explantes (Tabela 2)

As plantas apoacutes serem enraizadas foram

transferidas para aclimataccedilatildeo obtendo-se 82 de plantas

aclimatadas Cerca de 20 dias apoacutes transplantio para o

substrato as plantas jaacute estavam aclimatadas

Apoacutes a terceira repicagem ainda existiam cerca de

334 brotos para serem novamente repicados e 51 brotos

prontos para serem enraizados perfazendo um total geral

de 549 brotos obtidos ateacute a fase estudada

Para o tipo de explante cotileacutedone decapitado foram

obtidos 181 brotos equivalentes a 174 brotos por explante

Para o explante cotileacutedone fendido o nuacutemero de brotos por

Tipos de Explantes Variaacuteveis Meios Cotileacutedone decapitado Cotileacutedone fendido Cotileacutedone aparado

I 396 aA 050 cB 142 bB II 000 bB 632 bA 672 aA Nordm de explantes

com calos III 000 bB 1599 aA 597 bB I 1095 aA 000 bB 000bB II 050 bA 000 bA 000 bA Nordm de explantes

com brotos III 130 bB 1217 aA 850 aA I 396 aA 050 cB 169 cB II 000 bB 632 bA 645 bA Nordm total de

calos III 000 bB 3630 aA 2655 aA I 1850 aA 000 bB 000 bB II 050 bA 000 bA 000 bA Nordm total de

brotos III 130 bB 2760 aA 2934 aA I 48 32 40 II 32 40 32 Nordm de

explantes III 24 40 48 Total de explantes 104 112 120

explante foi igual a 145 e para o cotileacutedone aparado foram

obtidos 170 brotos por explante Esses resultados foram

semelhantes aos obtidos por Faacuteri et al (2000) para as

cultivares IPA-5 e IPA-6 os quais concluiacuteram que a

utilizaccedilatildeo de cotileacutedones fendidos e cotileacutedones aparados

produziram uma regeneraccedilatildeo alta e onde a maior induccedilatildeo

foi conseguida utilizando-se um meio igual ao MIII utilizado

nesse experimento A induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo tambeacutem foi

mais raacutepida quando usado cotileacutedone decapitado indicando

um alto potencial de organogecircnese espontacircnea A cultivar

Santa Clara mostrou-se mais eficiente na formaccedilatildeo de

brotos alongados observados na primeira repicagem

enquanto as cultivares utilizadas por Faacuteri et al (2000) IPA-

5 e IPA-6 necessitaram de duas repicagens para o

alongamento dos brotos no entanto a cultivar IPA-5

mostrou-se mais eficiente na produccedilatildeo de brotos por

explante Faacuteri et al (2000) utilizaram zeatina durante os trecircs

ciclos de repicagem enquanto nesse experimento foi

utilizado BAP

SOUZA G de F M V e et al92

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

TABELA 2 ndash Capacidade de alongamento e enraizamento de brotos da cultivar Santa Clara durante os trecircs ciclos derepicagem Uberlacircndia UFU 2001

Dados seguidos de mesma letra nas colunas (ab) e nas linhas (AB) natildeo diferem entre si a 5 de probabilidade peloteste de TukeyTipos de explantes A - cotileacutedone decapitado B - cotileacutedone fendido C - cotileacutedone aparado

Os resultados aqui obtidos tambeacutem foram

semelhantes aos de Faacuteri et al (1995b) que trabalhando

com transformaccedilatildeo geneacutetica da berinjela (Solanum

melongena L) observaram que a maior superfiacutecie de corte

do cotileacutedone resultou em maior capacidade de

regeneraccedilatildeo Tambeacutem foram obtidos resultados

semelhantes aos de Nogueira et al (2001) que estudando

a regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro Santa Clara utilizando

como explantes cotileacutedones concluiacuteram que o meio com

uma combinaccedilatildeo adequada de auxina e citocinina (10 mg L-

1 de zeatina e 01 mg L-1 de AIA) promoveu uma maior

meacutedia de regeneraccedilatildeo e um maior nuacutemero meacutedio de brotaccedilotildees

por explante Costa et al (2000) trabalhando com as

cultivares IPA-5 e IPA-6 chegaram a uma conclusatildeo

semelhante onde meio suplementado com 10 mg L-1 de

zeatina + 01 mg L-1 de AIA e meio suplementado com 25

mg L-1 de BAP + 02 mg L-1 de AIA determinaram a maior

frequumlecircncia de regeneraccedilatildeo de explantes cotiledonares e

tambeacutem um maior nuacutemero de brotos alongados por explante

McCormick et al (1986) pesquisando a morfogecircnese

in vitro de L esculentum observaram que a presenccedila de 25

mg L-1 de BAP e 10 mg L-1 de AIA ou 10 mg L-1 de BAP e

02 mg L-1 de AIA produziu um maior nuacutemero de ramos por

explante a partir de explantes de cotileacutedones e hipocoacutetilos

Ohki et al (1978) utilizando segmentos de hipocoacutetilos de L

esculentum sugeriram que o efeito positivo da combinaccedilatildeo

de auxinas e citocininas na regeneraccedilatildeo in vitro pode ser

causado por uma maior capacidade das ceacutelulas dessa espeacutecie

em utilizar e adaptar-se agrave combinaccedilatildeo de auxinas e citocininas

de que somente citocininas Para os mesmos autores a

variabilidade observada nas respostas morfogecircnicas in vitro

para diferentes citocininas pode ser causada pela variaccedilatildeo

na razatildeo de degradaccedilatildeo dessas substacircncias nos tecidos

vegetais ou no meio de cultivo Segundo Caldas et al (1999)

uma alta relaccedilatildeo citocininaauxina normalmente leva a maior

induccedilatildeo de parte aeacuterea (brotos) em explantes in vitro

principalmente quando a citocinina usada eacute o BAP que induz

a formaccedilatildeo de grande nuacutemero de brotos e alta taxa de

multiplicaccedilatildeo em muitos sistemas de micropropagaccedilatildeo

Tanto no presente trabalho quanto nos trabalhos acima

citados foram utilizados meios com pelo menos uma

combinaccedilatildeo com alta relaccedilatildeo citocininaauxina e meios

contendo apenas citocinina

CONCLUSOtildeES

A maior induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo tanto de calos

quanto de brotos foi observada nos meacutetodos cotileacutedone

fendido e cotileacutedone aparado quando colocados no meio

com BAP (25 mgL) e AIA (02 mgL) (MIII) Um ciclo de

repicagem foi suficiente para obtenccedilatildeo de brotos

alongados A maior regeneraccedilatildeo de brotos alongados

ocorreu com o meacutetodo cotileacutedone decapitado

Meios M1 + 05 mgL BAP M1 + 08 mgL BAP M1 + 10 mgL BAP

Repicagem 1 Repicagem 2 Repicagem 3

M1+ 05 mgl AIA

Tipos de Explante

s

Nordm total de brotos

Nordm de brotos

alongados

Nordm total de brotos

Nordm de brotos

alongados

Nordm total de brotos

Nordm de brotos

alongados

Nordm total de placircntulas

enraizadas

Nordm total de

plantas aclimatadas

Nordm total geral de brotos

A 3117 bA 899 aA 3684 bA

866 aA 3174 bA

81 aA 80 67 181 B 536 aA 466 bA 6244 aA 633 aA 5158 aA 450 bA 41 33 163 C 3527 bA 400 bA 4368 bA

566 aA 3928 bA

312 bA 43 35 205

Total 164 135 549

Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro 93

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

AGRADECIMENTOS

Ao Instituto de Geneacutetica e Bioquiacutemica e ao Instituto

de Ciecircncias Agraacuterias da Universidade Federal de

Uberlacircndia pelo financiamento deste projeto e a todos

que auxiliaram direta eou indiretamente

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CALDAS L S HARIDASAN P FERREIRA M E Meiosnutritivos In TORRES A C CALDAS L S BUSO JA Cultura de tecidos e transformaccedilatildeo geneacutetica de plantasBrasiacutelia Embrapa 1999 v 1 509 p

COSTA M NOGUEIRA F T S OTONI W CBROMMONSCHENKEL S H Regeneraccedilatildeo in vitrode cultivares de tomateiro (Lycopersicon esculentumMill ) industr ial lsquoIPA-5rsquoe lsquoIPA-6rsquo Ciecircncia eAgrotecnologia Lavras v 24 n 3 p 671-678 julset2000

FAacuteRI M NAGY I CSAacuteNY M MITYKOacute JANDRAacuteSFALVY A Agrobacterium mediated genetictransformation and plant regeneration viaorganogenesis and somatic embryogenesis from cotyledonleaves in eggplant (Solanum melogena cv Kecskemeacutetilila) Plant Cell Reports Berlin v 15 n 12 p 82-86 Dec1995b

FAacuteRI M RESENDE G M MELO N F Avaliaccedilatildeo dacapacidade de regeneraccedilatildeo in vitro em tomateiro industrialPesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 35 n 8 p1523-1529 ago 2000

FARIA R T ILLG R D Introgressatildeo da capacidade deregeneraccedilatildeo de plantas in vitro no tomateiro (Lycopersiconesculentum) In ENCONTRO BRASILEIRO DEBIOTECNOLOGIA VEGETAL REDBIO Brasiacutelia 1993 v1 p 102

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericulturaagrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeode hortaliccedilas Viccedilosa Editora UFV 2000 402 p

FRARY A EARLE E D An examination of factorsaffecting the efficiency of Agrobacterium-mediatedtransformation of tomato Plant Cell Reports Berlin v 16n 34 235-240 Dec 1996

GAMBORG O L MILLER R A OJIMA K Nutrientrequirementsof suspension cultures of soybean root cellsExperimental Cell Research San Diego v50 n1 p151-158 1968

McCORMICK S NIEDERMEYER J F BARNASON AHORSCH R FRALEY R Leaf disc transformation of cultivatedtomato (L esculentum) using Agrobacterium tumefaciensPlant Cell Reports New York v 5 n 2 p 81-84 1986

McCORMICK S Plant tissue culture manualtransformation of tomato with Agrobacterium tumefaciensNew York Kluwer 1991 p1-9

MURASHIGE T SKOOG F A Revised medium for rapidgrowth and bioessays with tobacco tissue culture PhysiologiaPlantarum Copenhagen v15 n5 p473-497 1962

NOGUEIRA F T S COSTA M G C FIGUEIRA M LOTONI W C FINGER F L Regeneraccedilatildeo in vitro deplantas de tomateiro lsquoSanta Clararsquo e seu mutante naturallsquoFirmersquo Ciecircncia e Agrotecnologia Lavras v 25 n 1 p 63-71 janfev 2001

OHKI S BIGOT C MOUSSEAU J Analysis of shoot-forming capacity in vitro in two lines of tomato(Lycopersicon esculentum Mill) and their hybrids PlantCell Physiology Tokyo v 19 n 1 p 27-42 1978

REDENBAUGH K HIATT W MARTINEAU BKRAMER M SHEEHY R SANDERS R HOUCK CEMLAY D Safety assessment of genetically engineeredfruits and vegetables a case study of the Flavr SavrTMtomato London CRC 1992 267 p

RHIM S L CHO H J KIM B D SCHNETTER WGEIDER K Development of insect resistance in tomatoplant expressing the delta-endotoxin gene of Bacillusthuringiensis subsp tenebrionis Molecular BreedingDordrecht v 1 n 2 p 229-236 1995

WIJBRANDI J BOTH M T J de Temperate vegetablecrops Scientia Horticulturae Amsterdam v 55 n 1 p37-63 1993

ZONTA E P MACHADO A A SANEST - sistema deanaacutelise estatiacutestica Campinas Instituto Agronocircmico deCampinas 1989 Software

SILVA A S et al94

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

INDUCcedilAtildeO DE CALOS A PARTIR DE CULTURA DE ANTERAS DECAFEEIRO (Coffea arabica L) CV CATUAIacute VERMELHO 99 E 44

CALLUS INDUCTION FROM ANTHER CULTURE OF COFFEE PLANT (Coffea arabica L) CV CATUAIacute VERMELHO 99 AND 44

ADELAIDE SIQUEIRA SILVA1 JOSEacute MAGNO QUEIROZ LUZ2 DENISE GARCIA SANTANA2 PATRIacuteCIA CRYSTIE VIEIRA MUSTAFA3 MOACIR PASQUAL4 GLAUCIA DE FATIMA MOREIRA VIEIRA E SOUZA2

1Mestranda do Curso de Agronomia ndash Universidade Federal de UberlacircndiaUFU ndash Av Engenheiro Diniz 1178 ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash adelaidebioyahoocombr2Professor Dr ndash Universidade Federal de UberlacircndiaUFU ndash Instituto de Ciecircncias Agraacuterias ndash Curso de Agronomia ndash AV Paraacute Bloco 2E SALA 14campus Umuarana ndash Caixa-Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG3Bioacuteloga Universidade Federal de UberlacircndiaUFU ndash Centro de Ciecircncias Biomeacutedicas ndash Departamento de Agronomia ndash Rua Amazonas snordm - Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos sala 2E-14 ndash Umuarama ndash 38400920 ndash Uberlandia MG ndash patriciacrystiezipmailcombr

4Doutor Departamento de Adgricultura DAG ndash Universidade Federal de Lavras UFLA ndash Campus universitaacuterio ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash mpasqualuflabr

RESUMONo Brasil o cafeacute ainda apresenta poucos progressos com

relaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo da cultura de tecidos vegetais tornando-se degrande importacircncia o conhecimento sobre a atuaccedilatildeo dosreguladores de crescimento Com este trabalho avaliou-se ocomportamento de duas cultivares de Coffea arabica L CatuaiacuteVermelho LCH-2077-2-5-99 e LCH-2077-2-5-44 denominadasrespectivamente de Catuaiacute Vermelho 99 e Catuaiacute Vermelho 44quanto agrave ausecircncia e presenccedila de luz e quantificou-se a interaccedilatildeoentre os reguladores de crescimento 24-D e BAP O experimentofoi realizado no Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos Vegetais daUniversidade Federal de Uberlacircndia As anteras das cultivaresCatuaiacute Vermelho 99 e 44 foram inoculadas em meio basal MSsuplementado com quatro concentraccedilotildees de 24-D (905 181271 e 362 mM) e duas concentraccedilotildees de BAP (0 e 89 mM) napresenccedila de luz e ausecircncia de luz As avaliaccedilotildees para a oxidaccedilatildeointumescimento e calosidade foram realizadas aos 30 dias apoacutes ainoculaccedilatildeo no meio de cultura e o diacircmetro dos calos aos 45 diasApoacutes 30 dias de cultivo os calos obtidos foram classificados emfriaacuteveis esverdeados esbranquiccedilados e cinza Os resultadosmostraram que para ocorrer intumescimento das anterasformaccedilatildeo e aumento do tamanho dos calos de ambas cultivares eacutenecessaacuterio que haja interaccedilatildeo entre a auxina (24-D) e a citocinina(BAP) Dentre os tipos de calos os de coloraccedilatildeo cinza foram osque apresentaram maior frequumlecircncia para as duas cultivares

Termos para indexaccedilatildeo Melhoramento calos reguladores decrescimento cafeeiro

ABSTRACTIn Brazil coffee still presents little progress regarding

the application of plant tissue culture which turns important theunderstanding of the action of growth regulators This workevaluated the in vitro performance of two Coffea arabica Lcultivars Catuaiacute Vermelho LCH-2077-2-5-99 and LCH-2077-2-5-44 known as Catuaiacute Vermelho 99 and Catuaiacute Vermelho 44respectively in the presence and absence of light and theinteraction of 24-D and BAP The experiment was carried out at

the Plant Tissue Culture Laboratory of the Universidade Federalde Uberlacircndia Anthers from both cultivars were inoculated inMS basal medium supplemented with four concentrations of24-D (905 181 271 and 362 mM) and two concentrations ofBAP (0 or 89 mM) in the presence and absence of lightOxidation intumescences and callus formation evaluations wereobtained 30 days after inoculation and callus diameter measuredat 45 days of inoculation The observed callus was classified asfriable greenish whitish or gray The results showed that antherintumescences callus formation and growth of both cultivarsdemand the interaction between the auxin (24-D) and thecytokinin (BAP) Callus presenting gray color were the mostfrequent for both cultivars

Index terms Plant breeding callus growth regulators coffee plant

INTRODUCcedilAtildeO

O cafeeiro pertence agrave famiacutelia Rubiaceae na qual o

gecircnero Coffea abrange cerca de 60 espeacutecies sendo as mais

comuns no mercado Coffea araacutebica L e Coffea canephora

Pierre ex Froehn Os programas de melhoramento do cafeacute

demandam aproximadamente 25 anos desde a hibridaccedilatildeo

ateacute a obtenccedilatildeo de uma nova cultivar (PASQUAL et al

2002) A cultura de anteras eacute considerada uma ferramenta

importante pois possibilita a obtenccedilatildeo de linhas

homozigoacuteticas em uma uacutenica etapa (ANDRADE 1998)

acelerando drasticamente o processo de obtenccedilatildeo de novas

cultivares Sendo assim a teacutecnica de cultura de anteras

vem auxiliar no melhoramento da cultura pois permite a

obtenccedilatildeo de haploacuteides em geraccedilotildees segregantes o que

leva agrave raacutepida produccedilatildeo de plantas homozigotas por meio

(Recebido em 14 de outubro de 2003 e aprovado em 29 de outubro de 2006)

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 95

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

da duplicaccedilatildeo do nuacutemero de cromossomos numa uacutenica

etapa substituindo as geraccedilotildees de auto fecundaccedilatildeo

Acrescenta-se a isso o fato de os haploacuteides serem livres

dos problemas de dominacircncia e recessividade por possuir

apenas um alelo em cada loco gecircnico

No Brasil Coffea arabica ainda apresenta poucos

progressos com relaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo da cultura de anteras

Daiacute a importacircncia de se produzir mais conhecimentos sobre

a atuaccedilatildeo dos reguladores de crescimento na expressatildeo

androgeneacutetica de Coffea arabica identificaccedilatildeo de

genoacutetipos androgecircnicos bem como a determinaccedilatildeo de

condiccedilotildees fiacutesicas mais adequadas agrave incubaccedilatildeo de anteras

nessa espeacutecie

Nos programas de melhoramento as teacutecnicas

convencionais tecircm apresentado resultados promissores

na cultura do cafeacute no que se refere ao aumento de

produtividade e obtenccedilatildeo de novas cultivares Um fator

importante para o sucesso da cultura de anteras eacute conhecer

o estaacutedio ideal de desenvolvimento dos microacutesporos com

o intuito de se obter uma melhor resposta androgeneacutetica

utilizando microacutesporos receacutem-liberados da teacutetrade meioacutetica

ateacute no maacuteximo o estaacutedio binucleado A fase uninucleada

responde positivamente ao processo embriogecircnico porque

nesta fase os microacutesporos apresentam uma parede celular

delgada o que a torna mais receptiva aos fatores externos

Em estaacutedios mais avanccedilados da microsporogecircnese ocorre

um engrossamento da parede celular sendo esta uma

caracteriacutestica do gratildeo de poacutelen maduro do cafeacute

prejudicando o processo de regeneraccedilatildeo (ASCANIO amp

ARCIA 1994) Os autores Grando amp Moraes Fernandes

(1993) sugerem que o potencial embriogecircnico do gratildeo de

poacutelen pode ser determinado tanto no periacuteodo da meiose

quanto no periacuteodo da preacute-mitose do microacutesporo pois

nestes dois momentos o microacutesporo ainda teria

metabolicamente caracteriacutesticas esporofiacuteticas o que

permite a diferenciaccedilatildeo do gratildeo de poacutelen em embriatildeo e

posterior formaccedilatildeo de uma planta

Segundo Mantell et al (1994) satildeo possiacuteveis vaacuterios

tipos de desenvolvimento do microacutesporo in vitro sendo

que tanto o nuacutecleo generativo quanto o vegetativo pode

se dividir continuamente originando um embrioacuteide

haploacuteide ou ainda a primeira mitose produziria dois nuacutecleos

semelhantes e estes se dividiriam repetidamente resultando

na formaccedilatildeo de embrioacuteides haploacuteides

A composiccedilatildeo do meio de cultura tambeacutem eacute de

grande importacircncia para o sucesso da cultura de anteras

natildeo existindo contudo uma recomendaccedilatildeo generalizada

Na maioria das espeacutecies a androgecircnese se verifica em meios

que conteacutem sais minerais sacarose vitaminas reguladores

de crescimento e aacutegar (MORAES FERNANDES 1990) A

consistecircncia do meio normalmente eacute semi-soacutelida mas os

meios liacutequidos estatildeo sendo cada vez mais usados pois

tecircm vantagens no aumento do rendimento pela maior

obtenccedilatildeo de embriotildees e calos (PIERIK 1987) O

presente trabalho teve como objetivo aplicar a teacutecnica da

cultura de anteras em diferentes cultivares de Coffea

arabica verificando os vaacuterios fatores que influenciam a

induccedilatildeo de calos

MATERIAL E MEacuteTODOS

Experimentos de Induccedilatildeo e Regeneraccedilatildeo de Calos

Esta etapa constituiu-se de dois experimentos cada

um com uma cultivar tendo sido conduzidos no laboratoacuterio

de Cultura de Tecidos Vegetais da Universidade Federal

de Uberlacircndia em Uberlacircndia - Minas Gerais no periacuteodo

de setembro de 2002 a janeiro de 2003

Foram utilizados bototildees florais de duas cultivares

de Coffea araacutebica Catuaiacute Vermelho LCH-2077-2-5-99 e

LCH-2077-2-5-44 denominadas respectivamente de Catuaiacute

Vermelho 99 e Catuaiacute Vermelho 44 plantadas na aacuterea

experimental do Campus Umuarama dessa Universidade

Os bototildees florais foram coletados no periacuteodo de 8 agraves 9

horas da manhatilde e armazenados em placas de Petri contendo

papel de filtro umedecido em aacutegua destilada e colocados

dentro de uma caixa de isopor para evitar a desidrataccedilatildeo

ateacute serem conduzidos ao laboratoacuterio

No laboratoacuterio o comprimento dos bototildees foi

medido com o auxiacutelio de um paquiacutemetro e utilizaram-se

SILVA A S et al96

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

bototildees florais entre 45 a 60 mm de comprimento em todos

os experimentos Os bototildees foram envoltos em gaze

previamente autoclavada e desinfestados em uma soluccedilatildeo

de aacutelcool 70 por alguns segundos e por 10 minutos em

soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio a 02 sob agitaccedilatildeo Em

seguida na cacircmara de fluxo laminar foram lavados 3 vezes

em aacutegua destilada e autoclavada Apoacutes este processo as

anteras foram retiradas dos bototildees com o auxiacutelio de uma

lupa uma pinccedila fina e bisturi nordm 10 sendo os uacuteltimos

flambados para cada botatildeo tomando-se o cuidado para

natildeo ferir as anteras Logo apoacutes as anteras foram imersas

por 1 segundo em soluccedilatildeo de aacutecido ascoacuterbico na

concentraccedilatildeo de 600 mgL-1 hipoclorito de soacutedio 02 e

aacutegua destilada e autoclavada respectivamente

Apoacutes este processo as anteras foram inoculadas

em tubo de ensaio contendo 20 mL do meio MS

(MURASHIGE amp SKOOG 1962) suplementado com aacutecido

24-diclorofenoxiaceacutetico (24-D) e 6- benzilaminopurina

(BAP) em diferentes concentraccedilotildees com pH ajustado para

58 Este meio foi esterilizado em autoclave vertical agrave

temperatura de 121deg C sob pressatildeo de 1 atm por 20 minutos

O delineamento experimental utilizado foi o de

blocos casualizados com 10 repeticcedilotildees em esquema fatorial

4 x 2 x 2 sendo que os fatores foram compostos de quatro

concentraccedilotildees de 24-D (905 181 271 362 mM) duas

concentraccedilotildees de BAP (0 e 89 mM) perfazendo oito

tratamentos incubados na ausecircncia ou presenccedila de luz

em sala de crescimento com temperatura de 25 plusmn 2degC e 16

horas de fotoperiacuteodo Nos dois experimentos cada

tratamento teve 10 repeticcedilotildees sendo um tubo com 10

anteras considerado uma repeticcedilatildeo

Aos 30 dias apoacutes a inoculaccedilatildeo das anteras foram

avaliadas as porcentagens de oxidaccedilatildeo de intumescimento

e de formaccedilatildeo de calos (calosidade) e aos 45 dias foi medido

o diacircmetro dos calos

Os calos obtidos das duas cultivares apoacutes 45 dias

de inoculaccedilatildeo das anteras foram transferidos para o meio

MS suplementado com 30 gL-1 de sacarose 6gL-1 de agar e

de 24-DBAP nas seguintes concentraccedilotildees de 1810 181

2 2710 e 3620 mM com pH ajustado para 58 associando

a ausecircncia e presenccedila de luz

Apoacutes a permanecircncia destes calos no meio de cultura

por 30 dias aqueles provenientes da cultivar Catuaiacute

Vermelho 99 incubados na presenccedila de luz foram

transferidos para o meio de cultura contendo 271 mM de

24-D enquanto que aqueles incubados na ausecircncia de

luz foram transferidos para meio contendo 362 mM de 24-

D Jaacute os calos da cultivar Catuaiacute Vermelho 44 incubados

na presenccedila de luz foram transferidos para meio contendo

181 mM de 24-D e 89 mM de BAP e os incubados na

ausecircncia de luz transferidos para o meio contendo 181

mM de 24-D

Apoacutes 30 dias neste tratamento foram avaliadas as

caracteriacutesticas referentes ao tipo de calo (friaacuteveis

esverdeados esbranquiccedilados e cinza)

Os dados obtidos foram testados quanto agrave

normalidade e agrave homogeneidade necessitando de

transformaccedilatildeo em arco seno para os dados em

porcentagem e raiz quadrada de (x + 05) para os dados

referentes ao diacircmetro dos calos

RESULTADOS

Interaccedilatildeo entre os Reguladores de Crescimento e oFotoperiacuteodo

Para a cultivar Catuaiacute 99 em todas as concentraccedilotildees

de 24-D e independentemente da concentraccedilatildeo de BAP a

oxidaccedilatildeo foi menor na ausecircncia de luz diferindo

estatisticamente da fase em que se tinha presenccedila de luz

No entanto nos calos cultivados nas concentraccedilotildees de

905 e 271 mM de 24-D e 89 mM de BAP na ausecircncia de

luz foi observado um aumento significativo na oxidaccedilatildeo

das anteras o mesmo acontecendo na concentraccedilatildeo de

271 mM de 24-D na presenccedila de luz No entanto resultado

inverso foi observado para a concentraccedilatildeo de 362 mM de

24-D (Tabela 1)

Os resultados do percentual de intumescimento

variaram bastante em funccedilatildeo da luminosidade e

reguladores de crescimento (Tabela 1) Na presenccedila do

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 97

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

BAP e concentraccedilatildeo 89 mM de 24-D tanto na presenccedila

ou ausecircncia de luz o intumescimento dos calos natildeo diferiu

significativamente Jaacute na concentraccedilatildeo de 181 mM de 24-

D na presenccedila de luz se mostrou melhor promovendo um

aumento significativo do intumescimento das anteras

Quanto agraves concentraccedilotildees de 271 e 362 mM de 24-D

cultivados na presenccedila de luz se mostrou melhor ao

intumescimento quando comparado agravequeles cultivados na

ausecircncia de luz (Figura 1)

A presenccedila de calos aumentou significativamente

com a incubaccedilatildeo das anteras na ausecircncia de luz e na

TABELA 1 ndash Meacutedias do nuacutemero de anteras oxidadas intumescidas e com calos e diacircmetro dos calos (mm) em funccedilatildeode diferentes concentraccedilotildees de 24-D e ausecircncia ou presenccedila de BAP em duas condiccedilotildees de luminosidade (presenccedilaou ausecircncia de luz) para anteras do genoacutetipo cv 99

Luminosidade1

Oxidaccedilatildeo () Intumescimento ()

Calosidade () Diacircmetro (mm) 24-D M

BAP M luz Escuro Luz Escuro luz Escuro luz Escuro 0 980 b A 395 a A 000b B 434 a A 000 b A 740 a A 000 b A 309 a A 905

89 999 b A 823 a B 398 a A 327 a B 007 b A 615 a A 000 b A 300 a A 0 999 b A 524 a A 000 b B 447 a A 007 b A 750 a A 000 b B 368 a A

181 89 935 b A 511 a A 614 a A 407 b A 030 b A 720 a A 300 b A 387 a A

0 745 b A 000 a A 534 a A 000 b B 530 a A 000 b B 318 a B 000 b B 271

89 914 b B 590 a B 625 a A 634 a A 708 a A 809 a A 377 a A 298 b A 0 999 b B 440 a A 607 a A 492 b A 097 b B 815 a A 300 a B 277 a A

362 89 813 b A 426 a A 493 a B 527 a A 378 b A 758 a A 398 a A 298 b A

1Meacutedias seguidas por letras diferentes minuacutesculas na linha e maiuacutesculas na coluna dentro de cada concentraccedilatildeo de 2-4-D diferem entre si pelo teste de Tuckey a significacircncia de 5

concentraccedilatildeo de 271 mM de 24-D nas demais

concentraccedilotildees de 24-D independente da concentraccedilatildeo

do BAP a incubaccedilatildeo na ausecircncia de luz apresentou

meacutedias de calosidade significativamente maiores (Figura

2) A presenccedila do BAP promoveu aumento significativo

na calosidade das anteras na concentraccedilatildeo 271 mM de

24-D na ausecircncia de luz e na concentraccedilatildeo de 362 mM

de 24-D na presenccedila de luz Nas demais concentraccedilotildees

natildeo houve diferenccedila significativa entre presenccedila ou

ausecircncia de BAP tanto na ausecircncia ou presenccedila de luz

(Tabela 1)

FIGURA 1 ndash Anteras da cv Catuaiacute Vermelho 99 naconcentraccedilatildeo de 181 M de 24-D na presenccedila de luz

FIGURA 2 ndash Calos de anteras incubadas na ausecircncia deluz e na concentraccedilatildeo de 271 M de 24-D

SILVA A S et al98

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

Quanto ao diacircmetro nas concentraccedilotildees 905 e 181 M

de 24-D a ausecircncia de luz promoveu aumento significativo

no diacircmetro dos calos diferindo-se estatisticamente do

tratamento na presenccedila de luz Somente para a concentraccedilatildeo

de 271 mM de 24-D na ausecircncia do BAP natildeo houve diferenccedila

significativa para a caracteriacutestica independentemente do

fotoperiacuteodo Nas demais concentraccedilotildees de 24-D o tratamento

na presenccedila de luz promoveu um aumento significativo no

diacircmetro dos calos No tratamento em que houve a associaccedilatildeo

da presenccedila de luz e de BAP natildeo diferiu estatisticamente do

tratamento em que houve a ausecircncia de BAP quando a

concentraccedilatildeo de 24-D foi de 905 mM nos demais

proporcionou aumento significativo no diacircmetro dos calos

Para o tratamento na ausecircncia de luz apenas na concentraccedilatildeo

de 271 mM de 24-D a ausecircncia de BAP promoveu diminuiccedilatildeo

significativa no diacircmetro de calos Nas demais concentraccedilotildees

natildeo houve diferenccedila significativa entre presenccedila ou ausecircncia

de BAP (Tabela 1)

Para as variaacuteveis intumescimento e calosidade da

cultivar cv 44 a interaccedilatildeo entre 24-D e BAP natildeo diferiram

estatisticamente quanto presenccedila e ausecircncia de luz nas

concentraccedilotildees 905 e 362 mM de 24-D e que tambeacutem natildeo

difere para o diacircmetro na concentraccedilatildeo de 181 mM de 24-

D Jaacute na concentraccedilatildeo 271 mM de 24-D haacute uma semelhanccedila

quanto ao intumescimento calosidade e diacircmetro que

diferem das demais concentraccedilotildees natildeo apresentando

portanto uma boa interaccedilatildeo

A melhor interaccedilatildeo para intumescimento calosidade

e diacircmetro encontra-se respectivamente na concentraccedilatildeo

905 mM de 24-D na presenccedila de luz na concentraccedilatildeo 181

mM de 24-D na ausecircncia de luz e na concentraccedilatildeo 905

mM de 24-D na ausecircncia de luz Jaacute as piores interaccedilotildees

estatildeo na concentraccedilatildeo 271 mM de 24-D na luz tanto para

o intumescimento quanto para o diacircmetro analisados na

Tabela 2

De acordo com a Tabela 2 observou-se que os

melhores resultados ou seja as interaccedilotildees independem

da presenccedila ou ausecircncia de BAP Na Tabela 3 notou-se

uma maior oxidaccedilatildeo das anteras quando incubadas no claro

estas apresentaram uma maior oxidaccedilatildeo em relaccedilatildeo as que

foram incubadas no escuro tornando-se mais tarde calos

previamente oxidados

TABELA 2 ndash Meacutedias do nuacutemero de anteras intumescidas e com calos diacircmetro dos calos (mm) em funccedilatildeo de diferentesconcentraccedilotildees de 24-D e ausecircncia ou presenccedila de BAP em duas condiccedilotildees de luminosidade (luz e escuro) para anterasdo genoacutetipo cv 44

Luminosidade1

Intumescimento () Calosidade () Diacircmetro (mm) 24-D ( M)

BAP ( M) Luz Escuro Luz Escuro Luz Escuro

0 907 a A 775 a A 779 bA 948 aA 609 bA 800 aA 905 89 843 a A 875 a A 889 aA 946 aA 607 aA 420 bB 0 887 a A 852 a A 939 aA 990 aA 490 aA 466 aA

181 89 906 a A 786 a A 917 aA 959 aA 420 aA 493 aA 0 600 b A 772 a A 694 bA 895 aA 000 bA 373 aA

271 89 022 b B 827 a A 294 bB 837 aA 000 bA 376 aA 0 828 a A 737 a A 928 aA 939 aA 414 bA 595 aA

362 89 866 a A 725 a A 949 aA 866 aA 329 aA 376 aA

1Meacutedias seguidas por letras diferente minuacutesculas na linha e maiuacutesculas na coluna dentro de cada concentraccedilatildeo de 2-4-D diferem entre si pelo teste de Tukey a significacircncia de 5

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 99

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

TABELA 3 ndash Meacutedias de oxidaccedilatildeo das anteras entre asdiferentes concentraccedilotildees de 24-D em duas condiccedilotildeesde luminosidade (luz e escuro) para anteras da cultivarCatuaiacute Vermelho 44

Concentraccedilotildees

24-D ( M ) OXIDACcedilAtildeO ()

Claro Escuro 905 749 a 269 b 181 420 a 270 b 271 999 a 221 b 362 308 a 334 a

1Meacutedias seguidas por letras diferentes minuacutesculas na linhadentro de cada concentraccedilatildeo de 2-4-D diferem entre sipelo teste de Tukey a significacircncia de 5

TABELA 4 ndash Tipos de calos obtidos apoacutes 30 dias em meioMS com 362 M de 24-D na ausecircncia de luz da cultivarCatuaiacute Vermelho 99

Tipos de Calos

Nuacutemero de Calos

Nuacutemero de Calos com diacircmetro acima

de 05 mm Friaacuteveis 03 Esverdeados 13 06 Esbranquiaccedilados

03 Cinza 26

Dados de contagem natildeo transformados O recultivo emmeio MS com 362 M de 24-D na presenccedila de luz teve100 de contaminaccedilatildeo apoacutes sua inoculaccedilatildeo

TABELA 5 ndashTipos de calos obtidos apoacutes 30 dias em meioMS com 181 M de 24D e 89 M de BAP na presenccedilade luz da cultivar Catuaiacute Vermelho 44

TABELA 6 ndash Tipos de calos obtidos apoacutes 30 dias em meioMS com 181 M de 24D na ausecircncia de luz da cultivarCatuaiacute Vermelho 44

Tipos de Calos Nuacutemero de Calos

Nuacutemero de Calos com diacircmetro

acima de 05 mm Friaacuteveis 58 Esverdeados 23 214 Esbranquiaccedilados 94 Cinza 203

Tipos de Calos

Nuacutemero de Calos

Nuacutemero de Calos com diacircmetro

acima de 05 mm Friaacuteveis 25 Esverdeados 11 69 Esbranquiaccedilados 19 Cinza 350

Dados de contagem natildeo transformados Dados de contagem natildeo transformados

Nesta etapa a maioria dos calos encontrados para

as trecircs cultivares apresentaram coloraccedilatildeo cinza (Tabelas 4

5 e 6) A perda gradativa da coloraccedilatildeo natural dos calos

passando de verdes para a cor marrom a diminuiccedilatildeo do

ritmo de crescimento dos mesmos a estagnaccedilatildeo do

processo de formaccedilatildeo de embrioacuteides seguido do

surgimento de aacutereas necrosadas na superfiacutecie satildeo sinais

que caracterizam a senescecircncia da cultura (SILVA 2002)

DISCUSSAtildeO

A resposta das anteras da cultivar Catuaiacute Vermelho 99

com relaccedilatildeo agrave oxidaccedilatildeo indica que a mesma estaacute associada agrave

combinaccedilatildeo entre auxina e citocinina promovendo os menores

iacutendices de oxidaccedilatildeo Agrave medida que se aumentou a

concentraccedilatildeo de 24-D na presenccedila de BAP houve um

aumento gradativo da oxidaccedilatildeo ateacute atingir um ponto maacuteximo

em torno de 80 na dosagem de 271 mM de 24-D Jaacute na

ausecircncia de BAP a oxidaccedilatildeo foi bem maior quando comparada

agrave porcentagem de oxidaccedilatildeo na concentraccedilatildeo de 905 mM de

24-D De acordo com Wang amp Huang (1976) o cultivo in

vitro por um periacuteodo longo induz a formaccedilatildeo de compostos

fenoacutelicos no meio que podem causar necrose e posteriormente

morte dos calos Maciel (2001) e Paluacute (2002) citam que pelos

resultados obtidos para a induccedilatildeo de calogecircnese em anteras

de cafeeiro observa-se que eacute necessaacuteria uma auxina

juntamente com uma citocinina Dentre as auxinas sinteacuteticas

o 24-D eacute sem duacutevida o mais adequado agrave induccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do calo (GAMBORG et al 1976)

Para Thomas amp Ravindra (1997) o maior problema

na iniciaccedilatildeo de culturas lenhosas eacute a ocorrecircncia de

compostos fenoacutelicos que estatildeo ligados com processos de

regulaccedilatildeo de crescimento especialmente com as auxinas

que dependendo da sua concentraccedilatildeo endoacutegena no tecido

resulta na induccedilatildeo desses compostos

SILVA A S et al100

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

O fotoperiacuteodo que estas anteras foram submetidas

influenciou tambeacutem na porcentagem de oxidaccedilatildeo sendo

que no escuro e na presenccedila de 24-D (89 mM) a oxidaccedilatildeo

foi miacutenima Agrave medida que foi aumentando a concentraccedilatildeo

da auxina foi aumentando tambeacutem a oxidaccedilatildeo poreacutem este

aumento foi bem menor quando comparado ao cultivo das

anteras na presenccedila de luz

A oxidaccedilatildeo fenoacutelica tem sido controlada em

diferentes espeacutecies lenhosas pela reduccedilatildeo da intensidade

luminosa (MARKS amp SIMPSON 1990) associada com a

substituiccedilatildeo frequumlente do meio de cultura e dessa forma

as chances de se obter sucesso no estabelecimento e

cultivo de explantes de espeacutecies lenhosas satildeo bastante

elevadas (TEIXEIRA 2001)

Em muitas espeacutecies por razotildees natildeo conhecidas a

embriogecircnese direta eacute rara e as plantas tecircm que ser

diferenciadas a partir de calos Para induccedilatildeo destes

geralmente eacute necessaacuteria uma auxina (MAHESHWARI et

al 1982) Segundo Rocha (1998) para a induccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do calo a maioria das espeacutecies parece

comportar-se diferentemente natildeo soacute quanto aos

reguladores de crescimento podendo ocorrer

independentemente de auxinas e citocininas dependente

de ambas ou dependente de uma ou de outra mas tambeacutem

quanto agrave presenccedila ou ausecircncia de luminosidade Sharp et

al (1973) obtiveram calos atraveacutes do cultivo de sementes

folhas e anteras de C arabica das cultivares Mundo Novo

e Bourbon Amarelo A induccedilatildeo de calos tambeacutem foi mais

eficiente na ausecircncia de luz Aleacutem disso Ascanio amp Arcia

(1994) citam que para o desenvolvimento do calo as

anteras devem ser mantidas no escuro jaacute para o

desenvolvimento do embriatildeo os calos devem ser mantidos

no claro

Natildeo houve a formaccedilatildeo de embriotildees e isto pode ser

devido agraves doses de reguladores ou mesmo de combinaccedilotildees

que natildeo foram apropriadas para estas cultivares

CONCLUSAtildeO

Os resultados mostraram que para ocorrer

intumescimento das anteras formaccedilatildeo e aumento do

tamanho dos calos de ambas as cultivares eacute necessaacuterio

que haja interaccedilatildeo entre a auxina (24-D) e a citocinina

(BAP) e incubaccedilatildeo no escuro

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ANDRADE L M C O Otimizaccedilatildeo de teacutecnicas de culturade tecidos para o cafeeiro (Coffea arabica) 1998 86 pDissertaccedilatildeo (Mestrado em Geneacutetica e Melhoramento dePlantas) - Universidade Federal de Lavras Lavras MG

ASCANIO E C E ARCIA M A M Efecto del estado dedesarrollo de las anteras y de un shock teacutermico sobre laandrogeacutenesis en Coffea arabica L var Garnica Cafeacute CacaoTheacute Paris v 28 n 2 p 75-79 avrjuin 1994

GAMBORG O L MURASHIGE T THORPE T VASILI K Plant tissue culture media In Vitro New York v 12 n7 p 473-478 1976

GRANDO M F MORAES FERNANDES M I B Propostade um modelo para explicar a embriogecircnese do gratildeo depoacutelen in vitro In ENCONTRO BRASILEIRO DEBIOTECNOLOGIA VEGETAL 1993 Brasiacutelia DF AnaisBrasiacutelia 1993 v 1 Resumo 69

MACIEL A L de R Embriogecircnese somaacutetica indireta emCoffea arabica L 2001 60 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitotecnia) ndash Universidade Federal de Lavras Lavras MG

MAHESHWARI S C RASHID A TYAGI A K Haploidsfrom pollen grain Retrospect and Prospect American Journalof Botany Columbus v 69 n 5 p 865-879 May 1982

MANTELL S H MATTHEWS J A McKEE R A Princiacutepiosde biotecnologia em plantas uma introduccedilatildeo agrave engenhariageneacutetica em plantas Ribeiratildeo Preto SBG 1994 333 p

MARKS T R SIMPSON S E Reduced phenolicoxidation at culture initiation in vitro following the exposureof field-grown stockplants to darkness or low levels ofirradiance The Journal of Horticultural Science Londonv 65 n 2 p 103-111 Mar 1990

MORAES FERNANDES M I B Obtenccedilatildeo de plantashaploacuteides atraveacutes da cultura de anteras In TORRES AC CALDAS L S (Ed) Teacutecnicas e aplicaccedilotildees da culturade tecidos de plantas Brasiacutelia ABCTPEMBRAPACNPH1990 p 311-332

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 101

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgrowth and bioassays with tobaco tissue culturesPhysiology PlantarumCopenhagen v 15 n 3 p 473-479Mar 1962

PALUacute E G Induccedilatildeo in vitro de calogecircnese em anteras ebrotaccedilotildees em segmentos nodais de Coffea arabica L 200247 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fisiologia Vegetal) -Universidade Federal de Lavras Lavras MG

PASQUAL M MACIEL A L de R CAMPOS K P deSANTOS E C CAMPOS R J C de Induccedilatildeo de calos emanteras de cafeacute (Coffea arabica L) cultivadas in vitro Ciecircnciae Agrotecnologia Lavras v 26 n 1 p71-76 janfev 2002

PIERIK R L M In vitro culture of higher plantAmsterdam The Netherland MN Publishers 1987 344 p

ROCHA A M M R Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitrode cotileacutedones de cajueiro anatildeo precoce (Anacardiumoccidentale L) o clone CP 76 1998 54 p Dissertaccedilatildeo(Mestrado em Fitotecnia) ndash Universidade Federal do CearaacuteFortaleza

SHARP W R CALDAS L S CROacuteCOMO O JMOcircNACO L C CARVALHO A Production of Coffea

Arabica callus of three ploidy levels and subsequentmorphogenesis Phyton Buenos Aires v 31 n 2 p67-741973

SILVA H E Efeito de Genoacutetipo e de Reguladores deCrescimento na Expressatildeo Androgeneacutetica da Soja 200260 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) ndash UniversidadeEstadual Paulista Jaboticabal

TEIXEIRA J B Limitaccedilotildees ao processo de cultivoin vitro de espeacutecies lenhosas In ENCONTROLATINO-AMERICANO DE BIOTECNOLOGIAVEGETAL 4 2001 Goiacircnia Palestra Goiacircnia2001 p 110-113

THOMAS P RAVINDRA M B Shoot tip culturea inmango influence of medium genotypea explant factorsseason and descontamination treatments on phenolicexudation explant survival and axenic cultureestablishment The Journal of Horticultural ScienceLondon v 72 n 5 p 713-722 sept1997

WANG P J HUANG L C Beneficial effects of activatedcharcoal on plant tissue and organ cultures In VitroJournal of the Tissue Culture New York v 12 n 3 p260-262 1976

PEREIRA F D et al102

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

COMUNICACcedilAtildeO CIENTIacuteFICA

PROLIFERACcedilAtildeO IN VITRO DE BROTOS DE CURAUAacuteUTILIZANDO DIFERENTES VOLUMES DE MEIO DE CULTURA

IN VITRO SHOOT PROLIFERATION OF Ananas erectifolius USING DIFFERENTVOLUMES OF CULTURE MEDIUM

FLAacuteVIA DIONIacuteSIO PEREIRA1 JOSEacute EDUARDO BRASIL PEREIRA PINTO2HELEN CRISTINA DE ARRUDA RODRIGUES3 LUCIANA DOMICIANO SILVA ROSADO3

LUIZ ALBERTO BEIJO4 OSMAR ALVES LAMEIRA5

1Doutoranda em Agronomia ndash Universidade Estadual de Feira de SantanaUEFS ndash Horto Florestal ndash 44055-000 ndash Feira de Santana BA ndash flavia1808hotmailcom

2Doutor em Fisiologia Vegetal ndash Departamento de AgriculturaDAG ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash jeduardouflabr

3Graduanda em Agronomia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG4Doutorado em Agronomia ndash Universidade Federal de AlfenasUNIFAL ndash Departamento de Ciecircncias Exatas ndash Rua Gabriel Monteiro da Silva n deg 714 ndash Centro ndash 37130-000 ndash Alfenas MG ndash luizbeijoyahoocombr5Doutor em Agronomia ndash EMBRAPA ndash Amazocircnia Oriental ndash Trav Dr Eneacuteas Pinheiro sn ndash Bairro Marco ndash 66095-100 ndash Beleacutem PA ndash osmarcpatuembrapabr

RESUMOCurauaacute [Ananas erectifolius LBSm ndash Bromeliaceae] eacute

uma espeacutecie com grande potencial de uso de suas fibras comorevestimento na induacutestria automobiliacutestica Aleacutem disso o poacute dosumo do curauaacute tem sido utilizado no tratamento de cicatrizaccedilatildeode lesotildees cutacircneas Neste trabalho avaliaram-se diferentes volumesde meio MS Os volumes utilizados foram de 10 15 20 25 e 30 mLO delineamento experimental foi inteiramente casualizado (DIC)e cada tratamento continha 19 repeticcedilotildees Aos 30 dias avaliaram-se o nuacutemero e o tamanho de brotaccedilotildees Segundo a anaacutelise devariacircncia houve efeito linear do volume de meio na produccedilatildeo debrotos de curauaacute Agrave medida em que se aumenta o volume domeio aumenta o nuacutemero de brotos Natildeo houve diferenccedilasignificativa nos comprimentos dos brotos

Termos para indexaccedilatildeo Ananas erectifolius fibras vegetaismicropropagaccedilatildeo

ABSTRACTAnanas erectifolius LBSm ndash Bromeliaceae is a species

that presents fibers with great potential to be used as revetmentfor the automobile industry Besides the powder obtained fromits juice has been used in the treatment of skin lesionscicatrisation In this work the effect of different volumes (1015 20 25 and 30 mL) of MS medium during the in vitro cultureof axillary buds was evaluated A completely randomized design(CDR) was used with each treatment containing 19 replicatesAfter 30 days of inoculation shoot number and size wereevaluated The analysis of variance showed a linear effect of theculture medium volume and shoot proliferation Higher shoot

number was observed with the increase of medium volume Nosignificant difference was observed on shoot lenght

Index terms Ananas erectifolius vegetable fibermicropropagation

A produccedilatildeo de fibras vegetais ocupa um papel

relevante na economia agriacutecola mundial mesmo com a

intensa produccedilatildeo de fibras sinteacuteticas Mateacuterias-primas de

origens renovaacuteveis reciclaacuteveis e biodegradaacuteveis satildeo uma

das alternativas para a produccedilatildeo de manufaturados

ecologicamente corretos em consequumlecircncia do acuacutemulo

nos descartes de materiais natildeo biodegradaacuteveis os quais

tendem a aumentar com o crescimento populacional nos

centros urbanos A substituiccedilatildeo de materiais derivados do

petroacuteleo na produccedilatildeo de compostos elastomeacutericos por

mateacuteria-prima renovaacutevel vai ao encontro desses ideais

(ROCHA et al 2003)

As fibras sinteacuteticas destacam-se pela elevada

resistecircncia baixa densidade e elevada produccedilatildeo

Entretanto as fibras animais e vegetais satildeo as de maior

importacircncia principalmente para atender aos apelos

(Recebido em 31 de agosto de 2006 e aprovado em 19 de janeiro de 2007)

Proliferaccedilatildeo in vitro de brotos de curauaacute 103

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

ecoloacutegicos e pelo nuacutemero de plantas e animais produtores

de fibras (SCHREIBER1998)

As plantas produtoras de fibras utilizaacuteveis foram

quantificadas por vaacuterios autores e em diferentes eacutepocas

tendo sido enumeradas 2000 mil plantas fibrosas e o seu

total estimado em 2300 destacando-se as florestas tropicais

que encerram recursos inesgotaacuteveis em potencial

(MEDINA 1959)

O curauaacute [Ananas erectifolius LBSm ndash

Bromeliaceae] utilizado principalmente na fabricaccedilatildeo de

cordas sacos e utensiacutelios domeacutesticos surge como

sucedacircneo para o aproveitamento de fibras O curauaacute eacute

uma bromeliaacutecea distribuiacuteda nos Estados do Paraacute Acre

Mato grosso Goiaacutes e Amazonas e eacute cultivada

principalmente por pequenos produtores da regiatildeo do

Lago Grande de Curuai no municiacutepio de Santareacutem PA

Estudos recentes tecircm demonstrado o grande potencial do

uso das fibras dessa planta como revestimento na induacutestria

automobiliacutestica devido agrave sua resistecircncia maciez e peso

reduzido O grande problema eacute que natildeo haacute suprimento

suficiente de mateacuteria-prima para atender agrave induacutestria

automobiliacutestica pois o curauaacute eacute fiel agraves suas origens amazocircnicas

e soacute se desenvolve em clima quente e uacutemido criando um

problema para a aquisiccedilatildeo de mudas fora desta regiatildeo que

por tal motivo eacute escassa no mercado (SILVA 2004)

A micropropagaccedilatildeo utilizando teacutecnicas de cultura

de tecido tem sido um valioso instrumento na propagaccedilatildeo

de diversos tipos de plantas Embora este processo envolva

diferentes etapas depois de definido um protocolo de

micropropagaccedilatildeo seja qual for a espeacutecie este pode ser

otimizado no intuito de se obter placircntulas de alta qualidade

e com baixo valor de produccedilatildeo O tipo e tamanho de frasco

e a quantidade de meio satildeo variaacuteveis que tecircm recebido

pouca atenccedilatildeo embora afetem diretamente a aacuterea superficial

da interface meio de cultura-atmosfera o volume de ar sobre

o meio de cultura e a sua profundidade Tais fatores tambeacutem

afetam a composiccedilatildeo da fase gasosa do frasco e

consequumlentemente o crescimento e desenvolvimento das

culturas (GRATTAPAGLIA amp MACHADO 1998)

Rodrigues et al (2005) verificaram maior

proliferaccedilatildeo de brotos de Cattleya persivaliana Hort

em frascos contendo 50 mL de meio quando comparados

com aqueles de 25 75 e 100 mL Nicoloso amp Erig (2002)

trabalhando com Pfaffia glomerata (Spreng) Pedersen

verificaram que 10 mL de meio MS (MURASHIGE amp

SKOOG 1962) proporcionaram o melhor crescimento

das placircntulas em biomassa quando cultivadas em tubos

de 20 cm de altura x 2 cm diacircmetro em comparaccedilatildeo com

os de 25 cm de altura x 2 cm 15 cm de altura x 2 cm

Carvalho et al (1995) estudando a influecircncia de fatores

fiacutesicos no desenvolvimento e crescimento in vitro de

batata-doce (Ipomoea batatas L Poir) verificaram que

10 mL de meio de cultura por frasco com explantes

proporcionaram maior formaccedilatildeo de gemas em relaccedilatildeo

aos volumes de 20 e 30 mL

Sendo assim objetivou-se neste trabalho avaliar

o volume de meio apropriado para a propagaccedilatildeo in vitro

de brotaccedilotildees de curauaacute

As brotaccedilotildees utilizadas como fonte de explante

foram fornecidas pela EMBRAPACPATU situada em

Beleacutem do Paraacute Gemas axilares de curauaacute foram

inoculadas em meio MS completo suplementado com

20 mgL de BAP (6-Benzilaminopurina) Apoacutes 30 dias

estas se desenvolveram e as brotaccedilotildees obtidas foram

transferidas para o meio MS sem regulador de

crescimento por 30 dias

Apoacutes este periacuteodo quatro explantes foram

desfolhados completamente ficando apenas porccedilotildees

basais com aproximadamente 1cm de comprimento que

foram inoculadas em meio de cultura baacutesico MS sem

regulador de crescimento em frasco de 12 cm de altura por

5 cm de diacircmetro (volume interno = 300 mL) com volumes

de 10 15 20 25 30 mL Os explantes foram mantidos em

sala de crescimento a uma temperatura de 26plusmn1degC e

fotoperiacuteodo de 16 horas sob uma Irradiacircncia de foacutetons de

25mmol m-2 s-1

O delineamento experimental foi inteiramente

casualizado (DIC) Cada tratamento continha 19 repeticcedilotildees

PEREIRA F D et al104

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

(um frasco por repeticcedilatildeo) Aos 30 dias avaliaram-se o

nuacutemero e o comprimento das brotaccedilotildees O programa

utilizado para anaacutelise dos dados foi o software statistica

(SISVAR) tendo sido submetidas agrave anaacutelise de variacircncia

com aplicaccedilatildeo do teste F a 5 de probabilidade

analisando-se as meacutedias por regressatildeo polinomial

O efeito linear foi o mais adequado para explicar

a evoluccedilatildeo da taxa meacutedia de regeneraccedilatildeo do curauaacute Agrave

medida que o volume do meio de cultura aumenta existe

tendecircncia de aumento do nuacutemero de brotos Com 25

mL de meio produziu-se maior nuacutemero de brotos por

frasco (2557) e com 10 mL de meio produziu-se menor

nuacutemero de brotos (1226) O tratamento com 15 mL de

meio produziu 1765 brotos o com 20 mL 1750 e o com

30 mL 2242 (Figura 1) O volume maior de meio

disponibiliza mais nutrientes e diminui tambeacutem a

competiccedilatildeo entre as placircntulas o que explica a tendecircncia

em se obter um maior nuacutemero de brotos agrave medida que

se aumenta a quantidade do meio de cultura Em todos

os tratamentos as brotaccedilotildees obtidas foram vigorosas

com a coloraccedilatildeo verde-escura caracteriacutestica das

plantas matrizes As brotaccedilotildees tinham tambeacutem rigidez

outra caracteriacutestica da espeacutecie o que eacute devido agrave

presenccedila das fibras nas folhas Observou-se maior

concentraccedilatildeo de raiacutezes nas brotaccedilotildees maiores e natildeo

FIGURA 1 ndash Nuacutemero meacutedio de brotos por frasco de curauaacute(Ananas erectifolius) cultivados em diferentes volumesde meio MS completo 10 15 20 25 e 30

foi observada a presenccedila de calos em nenhum dos

tratamentos (Figura 2)

Resultados semelhantes foram obtidos por Reis

Lameira Reis (2004) trabalhando com curauaacute utilizando

volumes de 5 75 10 e 15 mL do meio liacutequido MS suplementados

com 25 mgL-1 de BAP (6-benzilaminopurina) os melhores

resultados sendo com os tratamentos que continham 10 e

15ml produzindo em meacutedia 121 e 154 brotosexplante

respectivamente

Da mesma forma Reis et al(2003) trabalhando com

ipeca (Psychotria ipecacuanha Stokes) em meio MS

acrescido de 15 mg L-1de BAP nos volumes de 10 20 30

e 40 mL obtiveram melhor resultado com os volumes de 30

e 40 mL (7 e 8 brotosfrasco respectivamente)

Quanto ao comprimento dos brotos natildeo houve

diferenccedila significativa Os brotos t iveram um

crescimento meacutedio de 228 cm sendo que no tratamento

com 10 mL de meio foi 257 cm com 15 mL 222 cm

com 20 mL 224 cm com 25 mL 224 cm e o tratamento

com 30 mL 215 cm Embora natildeo se tenham realizado

estudos mais aprofundados uma das hipoacuteteses

sugeridas para explicar tais resultados possivelmente

estaacute relacionada a fatores nutricionais do explante

Segundo Cappelades et al (1991) e Pereira et al (2001)

porccedilotildees basais satildeo mais robustas apresentando maior

quantidade de reservas acumuladas em seus tecidos

o que poderia levar agrave utilizaccedilatildeo dessas reservas pelas

brotaccedilotildees regeneradas para sustentar seu crescimento

Esta seria uma das causas da uniformidade apresentada

no tamanho das brotaccedilotildees em todos os tratamentos

Resultados iguais foram obtidos em estudos feitos por

Rodrigues et al (2005) quando avaliaram comprimento

meacutedio de duas espeacutecies de orquiacutedeas mantidas em meio

de cultura cujos volumes testados eram de 25 50 75 e

100 mL Portanto verifica-se que eacute muito importante

selecionar material com bom estado fisioloacutegico e

tamanho homogecircneo para se obter melhores

resultados na proliferaccedilatildeo das brotaccedilotildees eou na

morfogecircnese

Proliferaccedilatildeo in vitro de brotos de curauaacute 105

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

FIGURA 2 ndash Brotaccedilotildees de curauaacute (Ananas erectifolius) produzidas in vitro em diferentes volumes de meio MS 1-Repicagem dos brotos 2- 10 mL de meio MS 3- 15 mL de meio MS 4- 20 mL de meio MS 5- 25 mL de meio MS 6- 30mL de meio MS

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CARVALHO R FAVARETTO N PINTO J E B P Influecircnciade fatores fiacutesicos no desenvolvimento e crescimento in vitrode batata-doce (Ipomea batatas (l) Peir Ciecircncia e PraacuteticaLavras v 19 n 2 p 158-164 abrjun 1995

CAPPELADES M LEMEUR R DEBERGH P Effects ofsucrose on starch acumulation and rate of photosyntesisin Rosa cultured in vitro Plant Cell Tissue and OrganCulture Amsterdam v 25 n 1 p 21-26 Apr 1991

GRATTAPAGLIA D MACHADO M A MicropropagaccedilatildeoIn TORRES A C CALDAS L S (Ed) Cultura de tecidos etransformaccedilatildeo geneacutetica de plantas Brasiacutelia EMBRAPA-SPIEMBRAPA-CNPH 1998 p 183-260

MEDINA J C Plantas fibrosas da flora mundialCampinas Instituto agronocircmico 1959 913 p

MURASHIGE T SKOOG F A Revised medium for rapidgrowth and biossays with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-479 1962

PEREIRA F D et al106

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

NICOLOSO F T ERIG A C Efeito do tipo de segmentonodal e tamanho do recipiente no crescimento de plantasde Pfaffia glomerata in vitro Ciecircncia e AgrotecnologiaLavras v 26 p 1499-1506 dez 2002 Ediccedilatildeo especial

PEREIRA F D BRAGA M F SAacute M E L ALCINO OG COLENGHI I C Influecircncia de BAP e NAA namultiplicaccedilatildeo de abacaxi cv Perolera a partir de brotosestiolados in vitro Bioscience Journal Uberlandia v 17n 2 p 49-60 Dec 2001

REIS Eacute S PINTO J E B P CORREcircA R MPEREIRA F D BERTOLUCCI S K V Influecircncia dosmeios MS e WPM associados a diferentesconcentraccedilotildees de Benzilaminopurina na multiplicaccedilatildeode ipeca (Psychotria ipecacuanha (Brot) Stokes InCONGRESSO BRASILEIRO DE CULTURA DE TECIDOSDE PLANTAS 1 2003 Lavras Anais Lavras UFLA2003 p 273

REIS J N R LAMEIRA O M REIS L R S1Aprimoramento de protocolos de propagaccedilatildeo in vitro de

curauaacute Disponiacutevel lthttpwwwbiologocombrgt Acessoem ago 2004

ROCHA E C GHELER JUacuteNIOR J Aproveitamento deresiacuteduos gerados na aglomeraccedilatildeo de fibras de coco comLaacutetex natural Mateacuteria Teacutecnica Disponiacutevel em lthttpwwwbiologocombrgt Acesso em jun 2003

RODRIGUES J D ARAUacuteJO A G ASSIS F A ACAVALLARI L L PASQUAL M Crescimento in vitro deplacircntulas de orquiacutedeas quantidade de meio de cultura enuacutemero de explantes In CONGRESSO DE INICIACcedilAtildeOCIENTIacuteFICA DA UFLA ndash CICESAL 18 2005 Lavras MGAnais Lavras UFLA 2005 1CD-ROM

SILVA C Paiacutes pesquisa mais fibras naturais para carrosDisponiacutevel em lthttpwwwsebrae_sccombrn o v o s _ d e s t a q u e s o p o r t u n i d a d e mostra_mateacuteriaaspcd_noticia=8356gt Acesso em out 2004

SCHREIBER V (Org) Vias de desenvolvimentosustentaacutevel as dimensotildees do desafio Beleacutem UFBANUMAPOEMAIDESP 1998 495 p (POEMA 6)

NORMAS PARA PUBLICACcedilAtildeO DE ARTIGOS E COMUNICACcedilOtildeES CIENTIacuteFICAS

1 Os conceitos e afirmaccedilotildees contidos nos artigos e comunicaccedilotildeesseratildeo de inteira responsabilidade do(s) autor(es)

2 A revista ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo editadasemestralmente pela Editora da Universidade Federal de Lavras(Editora UFLA) publica artigos cientiacuteficos e comunicaccedilotildeescientiacuteficas da aacuterea de cultura de tecidos de plantas elaboradospor membros da comunidade cientiacutefica nacional e internacionalNatildeo eacute cobrada taxa para publicaccedilatildeo de trabalhos Eacute condiccedilatildeofundamental que os artigoscomunicaccedilotildees submetidos agrave apreciaccedilatildeoda revista ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo natildeo forame nem seratildeo publicados simultaneamente em outro lugar Com aaceitaccedilatildeo do artigo para publicaccedilatildeo os editores adquirem amplose exclusivos direitos sobre o artigo para todas as liacutenguas e paiacutesesA publicaccedilatildeo de artigoscomunicaccedilotildees dependeraacute da observacircnciadas Normas Editoriais dos pareceres do Corpo Editorial e daComissatildeo ad hoc Todos os pareceres tecircm caraacuteter sigiloso eimparcial e tanto os autores quanto os membros do CorpoEditorial eou Comissatildeo ad hoc natildeo obtecircm informaccedilotildeesidentificadoras entre si

3 Os artigos e comunicaccedilotildees submetidos para publicaccedilatildeo deveratildeoser apresentados em CD utilizando-se o processador de textoMicrosoft Word for Windows (version 98 2000 XP ou 2003)ser escrito em liacutengua portuguesa inglesa ou espanhola e usarsomente nomenclaturas oficiais e abreviaturas consagradas natildeoempregando abreviaturas no tiacutetulo do artigo Juntamente com oCD deveratildeo ser enviadas 4 (QUATRO) vias sendo uma originale as demais coacutepias omitindo os autores e a chamada de rodapeacute daprimeira paacutegina (para serem enviadas aos consultores cientiacuteficos)impressas em papel branco tipo A4 (21cm x 297cm) ou emformulaacuterio contiacutenuo em uma soacute face espaccedilo duplo entre linhasfonte Times New Roman tamanho 12 observada uma margemde 3 cm para o lado esquerdo e de 2 cm para o direito 25 cm paramargem superior e inferior 25 cm para o cabeccedilalho e 25 cm parao rodapeacute Cada trabalho deveraacute ter no maacuteximo 14 paacuteginas ejunto do mesmo deveraacute ser encaminhado ofiacutecio dirigido ao EditorChefe da revista solicitando a publicaccedilatildeo do artigo Esse ofiacuteciodeveraacute ser assinado por todos os autores constar o endereccedilocompleto telefone e e-mail de todos Qualquer inclusatildeo exclusatildeoou alteraccedilatildeo na ordem dos autores deveraacute ser notificada medianteofiacutecio assinado por todos os autores (inclusive do autor excluiacutedo)

4 O artigo cientiacutefico deveraacute conter os seguintes toacutepicos a)TIacuteTULO suficientemente claro conciso e completo evitandopalavras supeacuterfluas Recomenda-se comeccedilar pelo termo querepresente o aspecto mais importante do trabalho com os demais

termos em ordem decrescente de importacircncia b) TIacuteTULO EMINGLEcircS c) NOME(s) DO(s) AUTOR(es) no maacuteximo 6 (seis)em letras maiuacutesculas um apoacutes o outro centralizados e no rodapeacuteda primeira paacutegina deveratildeo vir a formaccedilatildeo acadecircmica e aInstituiccedilatildeo onde trabalham d) RESUMO (de acordo comNBR6028 da ABNT) O resumo natildeo deve ultrapassar a 250(duzentos e cinquumlenta) palavras e natildeo possuir paraacutegrafos Apoacuteso Resumo devem-se incluir TERMOS PARA INDEXACcedilAtildeO(palavraschave) diferentes daqueles constantes do tiacutetulo eseparados por viacutergula Os termos para indexaccedilatildeo devem estardescritos na forma maiuacutescula e minuacutescula serem expressotildees queidentifiquem o conteuacutedo do artigo ser indicadas entre 3 e 5 e sepossiacutevel extraiacutedas do vocabulaacuterio Thesagro ndash Thesaurus AgriacutecolaNacional desenvolvido pela CENAGRI (indicaccedilatildeo da revistaldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquopara evitar o usode vaacuterios sinocircnimos como termos de indexaccedilatildeo) Se natildeo foremencontrados descritores disponiacuteveis para cobrirem a temaacutetica doartigo poderatildeo ser indicados termos ou expressotildees de usoconhecido e) ABSTRACT incluindo em seguida INDEXTERMS f) INTRODUCcedilAtildeO (incluindo a revisatildeo de literatura)g) MATERIAL E MEacuteTODOS h) RESULTADOS EDISCUSSAtildeO (podendo conter tabelas e figuras) i)CONCLUSOtildeES e j) REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

5 A comunicaccedilatildeo deveraacute conter os seguintes toacutepicos a)TIacuteTULO suficientemente claro conciso e completo evitandopalavras supeacuterfluas Recomenda-se comeccedilar pelo termo querepresente o aspecto mais importante do trabalho com os demaistermos em ordem decrescente de importacircncia Deve serapresentada a versatildeo do tiacutetulo para o idioma inglecircs b) TIacuteTULOEM INGLEcircS c) NOME(s) DO(s) AUTOR(es) no maacuteximo 6(seis) em letras maiuacutesculas um apoacutes o outro centralizados e norodapeacute da primeira paacutegina deveratildeo vir a formaccedilatildeo acadecircmica e aInstituiccedilatildeo onde trabalham d) RESUMO (de acordo comNBR6028 da ABNT) O resumo natildeo deve ultrapassar a 250(duzentos cinquumlenta) palavras e natildeo possuir paraacutegrafos Apoacutes oResumo devem-se incluir TERMOS PARA INDEXACcedilAtildeO(palavras-chave) diferentes daqueles constantes do tiacutetulo eseparados por viacutergula Os termos para indexaccedilatildeo devem estardescritos na forma maiuacutescula e minuacutescula serem expressotildees queidentifiquem o conteuacutedo do artigo ser indicadas entre 3 e 5 e)ABSTRACT incluindo em seguida INDEX TERMS f)TEXTO [sem subdivisatildeo poreacutem com introduccedilatildeo material emeacutetodos resultados e discussatildeo e conclusatildeo subtendidos(podendo conter tabelas ou figuras)] e g) REFEREcircNCIASBIBLIOGRAacuteFICAS

6 AGRADECIMENTOS ao fim do texto e antes das ReferecircnciasBibliograacuteficas poderatildeo vir os agradecimentos a pessoas ouinstituiccedilotildees O estilo tambeacutem aqui deve ser soacutebrio e claroindicando as razotildees pelas quais se fazem os agradecimentos

7 TABELAS E QUADROS deveratildeo ser inseridos apoacutes citaccedilatildeodos mesmos dentro do proacuteprio texto

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS as referecircnciasbibliograacuteficas devem ser citadas conforme a NBR60232002 daABNTA exatidatildeo das referecircncias constantes da listagem e a corretacitaccedilatildeo no texto satildeo de responsabilidade do(s) autor(es) doartigo

Orientaccedilotildees gerais- Deve-se apresentar todos os autores do documento cientiacutefico(fonte)- O nome do perioacutedico deve ser descrito por extenso natildeo deveser abreviado- Em todas as referecircncias deve-se apresentar o local de publicaccedilatildeo(cidade) a ser descrito no lugar adequado para cada tipo dedocumento- As referecircncias devem ser ordenadas alfabeticamente

EXEMPLIFICACcedilAtildeO (TIPOS MAIS COMUNS)

ARTIGO DE PERIOacuteDICO

VIEIRA R F RESENDE M A V de Eacutepocas de plantio deervilha em Patos de Minas Uberaba e Janauacuteba Minas GeraisCiecircncia e Agrotecnologia Lavras v 24 n 1 p 74-80 janmar 2000

LIVRO

a) Livro no todo

STEEL R G D TORRIE J H Principles and procedures ofstatistics New York McGraw-Hill Book l960 481 p

b) Parte de livro com autoria especiacutefica

FLEURY J A Anaacutelise ao niacutevel de empresa dos impactos daautomaccedilatildeo sobre a organizaccedilatildeo da produccedilatildeo de trabalho InSOARES R M S M Gestatildeo da empresa Brasiacutelia IPEAIPLAN 1980 p 149-159

c) Parte de livro sem autoria especiacutefica

MARTIM L C T Nutriccedilatildeo de bovino de corte em confinamentoIn ______ Confinamento de bovino de corte 2 ed Satildeo PauloNobel 1986 cap 3 p 29-89

DISSERTACcedilAtildeO E TESE

GONCcedilALVES R A Preservaccedilatildeo da qualidade tecnoloacutegicade trigo (Triticum aestivum L) e controle de Rhyzoperthadominica (F) durante o armazenamento em atmosferacontrolada com Co2 e N2 1997 52 f Dissertaccedilatildeo (Mestradoem Ciecircncia dos Alimentos) ndash Universidade Federal de LavrasLavras 1997

MATIOLI G P Influecircncia do leite proveniente de vacasmastiacuteticas no rendimento de queijo frescal 2000 55 pDissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias dos Alimentos) - UniversidadeFederal de Lavras Lavras 2000

Nota ldquoA folha eacute composta de duas paacuteginas anverso e versoAlguns trabalhos como teses e dissertaccedilotildees satildeo impressos apenasno anverso e neste caso indica-se frdquo (ABNT NBR60232002p 18)

TRABALHOS DE CONGRESSO E OUTROS EVENTOS

SILVA J N M Possibilidades de produccedilatildeo sustentada de madeiraem floresta densa de terra firme da Amazocircnia brasileira InCONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO 6 1990 Campos doJordatildeo Anais Campos do Jordatildeo SBSSBEF 1990 p 39-45

DOCUMENTOS ELETROcircNICOS

As obras consultadas online satildeo referenciadas conformenormas especiacuteficas para cada tipo de documento (monografia notodo e em parte trabalho apresentado em evento artigo deperioacutedico artigo de jornal etc) acrescidas de informaccedilotildees sobreo endereccedilo eletrocircnico apresentado entre braquetes (lt gt)precedido da expressatildeo ldquoDisponiacutevel emrdquo e da data de acessoao documento precedida da expressatildeo ldquoAcesso emrdquo

Nota ldquoNatildeo se recomenda referenciar material eletrocircnico de curtaduraccedilatildeo nas redesrdquo (ABNT NBR60232000 p 4) Segundopadrotildees internacionais a divisatildeo de endereccedilo eletrocircnico no fimda linha deve ocorrer sempre apoacutes barra ()

Monografia (acesso online)

a) Livro no todo

TAKAHASHI T (Coord) Tecnologia em foco BrasiacuteliaSocinfoMCT 2000 90 p Disponiacutevel em lthttpwwwsocinfoorgbrgt Acesso em 22 ago 2000

b) parte de livro

TAKAHASHI T Mercado trabalho e oportunidades In ______Sociedade da informaccedilatildeo no Brasil livro verde BrasiacuteliaSocinfoMCT 2000 cap 2 p 13-24 Disponiacutevel em lthttpwwwsocinfogovbrgt Acesso em 22 ago 2000

c) Parte de congresso seminaacuterio etc

GIESBRECHT H O Avaliaccedilatildeo de desempenho de institutos depesquisa tecnoloacutegica a experiecircncia de projeto excelecircncia napesquisa tecnoloacutegica In CONGRESSO ABIPTI 2000Fortaleza Gestatildeo de institutos de pesquisa tecnoloacutegicaFortaleza Nutec 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwabiptiorgbrgt Acesso em 01 dez 2000

d) Tese

SILVA E M Arbitrariedade do signo a liacutengua brasileira desinais (LIBRAS) 1997 144 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emLinguumliacutestica Aplicada e Estudo de Liacutengua) - Pontifiacutecia UniversidadeCatoacutelica de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1997 Disponiacutevel em lthttpwwwterracombrvirtualbooks freebookportdid teseshtmgtAcesso em 28 nov 2000

Artigo de perioacutedico (acesso online)

RESENDE A M G Hipertexto tramas e trilhas de um conceitocontemporacircneo Informaccedilatildeo e Sociedade Recife v 10 n 12000 Seccedilatildeo Educaccedilatildeo Disponiacutevel em lthttpwwwinformaccedilatildeoesociedadeufpbbrgt Acesso em 30 nov 2000

CITACcedilAtildeO PELO SISTEMA ALFABEacuteTICO (AUTOR-DATA)(conforme ABNT NBR105202002)Dois autores - Steel amp Torrie (1960) ou (STEEL amp TORRIE1960)Trecircs ou mais autores - Valle et al (l945) ou (VALLE et al 1945)Obs Quando forem citados dois autores de uma mesma obradeve-se separaacute-los pelo sinal amp (comercial)

9 CASO O ARTIGO CONTENHA FOTOGRAFIASGRAacuteFICOS FIGURAS SIacuteMBOLOS E FOacuteRMULASESSAS DEVERAtildeO OBEDECER AgraveS SEGUINTESNORMAS

91 Fotografias deveratildeo ser apresentadas em preto e branconiacutetidas e com contraste inseridas no texto apoacutes a citaccedilatildeo dasmesmas e tambeacutem em um arquivo agrave parte salvas em extensatildeoldquoTIFFrdquo ou ldquoJPEGrdquo com resoluccedilatildeo de 300 dpi

92 Figuras deveratildeo ser apresentadas em preto e branco niacutetidase com contraste inseridas no texto apoacutes a citaccedilatildeo das mesmas etambeacutem em um arquivo agrave parte salvas em extensatildeo ldquoTIFFrdquo ouldquoJPEGrdquo com resoluccedilatildeo de 300 dpi As figuras deveratildeo serelaboradas com letra Times New Roman tamanho 10 semnegrito sem caixa de textos e agrupadas

93 Graacuteficos deveratildeo ser inseridos apoacutes citaccedilatildeo dos mesmosdentro do proacuteprio texto elaborado preferencialmente em Excelcom letra Times New Roman tamanho 10 sem negrito

94 Siacutembolos e Foacutermulas Quiacutemicas deveratildeo ser feitas emprocessador que possibilite a formataccedilatildeo para o programa PageMaker (ex MathType Equation) sem perda de suas formasoriginais

10 O Editor Chefe notificaraacute o autor do recebimento do originale posteriormente o informaraacute sobre sua publicaccedilatildeo Os artigosque necessitarem de modificaccedilotildees seratildeo devolvidos ao autor paraa devida revisatildeo

11 Os artigos natildeo aprovados seratildeo devolvidos

12 Os artigos seratildeo publicados em ordem de aprovaccedilatildeo

13 O natildeo-cumprimento dessas normas implicaraacute na devoluccedilatildeodo artigo ao autor

14 Os casos omissos seratildeo resolvidos pela Comissatildeo Editorial

15 O artigo deveraacute ser enviado para

ABCTPPlant Cell Culture amp MicropropagationUniversidade Federal de LavrasDepartamento de Biologia - Setor de Fisiologia VegetalCaixa Postal 3037Lavras ndash MGCEP 37200-000E-mail abctpuflabr

INSTRUCTIONS FOR AUTHORS

1 Concepts and affirmations included in articles andcommunications are of the entire responsibility of the authors

2 ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo a semestral journaledited by Editora UFLA of the Universidade Federal de Lavraspublishes scientific articles and communications in the area ofplant tissue culture elaborated by researchers of the national andinternational scientific community There are no page charges forpublication Submission of a manuscript implies that it is neitherunder consideration for publication elsewhere nor has appearedpreviously in part or in whole On acceptance for publicationauthors assign to the Editors full copyright of the manuscript inall languages and countries Publications will depend on editorialrules and on the review of experts and ad hoc commissionReviewer and editorial opinions will be anonymouslycommunicated to authors

3 The articles and communication submitted for publicationmust be presented in CD using the program Microsoft Wordfor Windows (version 98 2000 XP or 2003) written inPortuguese English or Spanish using only conventionalnomenclature At the time of submission authors are requiredto submit together with the CD 4 (four) hard copies one originaland three copies without the name(s) of the author(s) as well asthe footnote on the first page (to be used by the reviewers)printed on A4 white paper (21 cm x 297cm) or on continuousform typewritten only on one side double spaced using fontTimes New Roman size 12 with a 3 cm margin on the left handside and 20 cm margin on the right hand side 25 cm upper andlower margin 25 cm for the heading and 25 cm for the footnoteThe manuscript must present a maximum of 14 pages At thetime of submission a cover letter must be sent with themanuscript copies to the Editor requesting publication of thearticle This cover letter must be signed by all authors andalso contain the full address telephone number and e-mail ofthe authors Any inclusion exclusion or alteration in the authorsorder must be notified and signed by all authors including theone excluded

4 Each manuscript must be organized in a) TITLE sufficientlyclear conspicuous and complete without superfluous words Itis recommended to initiate with the term that represent the mostimportant aspect with other terms in decreasing of importanceb) TITLE in Portuguese c) FULL NAME(s) OF THEAUTHOR(s) maximum of 6 (six) in capital letters one after theother in the center of the page with the footnote of the first pagecontaining their professional qualification or academic training

and their work institution d) ABSTRACT written continuouslywithout paragraph It must not exceed 250 words Index termsmust be enclosed after the abstract using terms different fromthose used in the title and separated by comma The index terms(3 to 5) must be described in capital and small letters and expressthe content of the article e) ABSTRACT and INDEX TERMSin Portuguese f) INTRODUCTION (including literaturereview) g) MATERIAL AND METHODS h) RESULTS ANDDISCUSSION (it may include tables and figures) i)CONCLUSIONS and j) REFERENCES

5 Communication must have the following topics a) TITLEsufficiently clear conspicuous and complete without superfluouswords It is recommended to initiate with the term that representthe most important aspect with other terms in decreasing ofimportance The PORTUGUESE version of the title has to bepresented b) TITLE in Portuguese c) FULL NAME(s) OFTHE AUTHOR(s) maximum of 6 (six) in capital letters oneafter the other in the center of the page with the footnote of thefirst page containing their professional qualification or academictraining and their work institution d) ABSTRACT writtencontinuously without paragraph It must not exceed 250 wordsIndex terms must be enclosed after the abstract using termsdifferent from those used in the title and separated by commaThe index terms (3 to 5) must be described in capital and smallletters and express the content of the article e) ABSTRACTand INDEX TERMS in Portuguese f) TEXT (with no divisionbut must include introduction material and methods results anddiscussion and conclusion (it may include tables and figures) andg)REFERENCES

6 ACKNOWLEDGEMENTS Acknowledgements to peopleor institutions might be included at the end of the text priorReferences The written style must be serious and clear indicatingthe reasons of the acknowledgements made

7 TABLES AND FIGURES must be included right after theircitation in the text

8 REFERENCES references must be cited according toNBR60232002 of ABNT All references and their correct citationin the text are of the entire responsibility of the author(s)- Some important orientations all authors of the scientificdocument must be presented (source) the journal must be citedusing its full name all references must present the name of thecity where the journal was published all references must be citedalphabetically

9 PHOTOGRAPHS GRAPHS FIGURES SYMBOLS ORFORMULA CONTAINED IN THE ARTICLE SHOULDOBEY THE FOLLOWING RULES

91 Photographs must be presented in black and whiteclear and with contrast inserted in the text after their citationand also in a separate file (on the same diskette as the article)saved in extension ldquoTIFFrdquo or ldquoJPEGrdquo with resolution of300 dpi

92 Figures must be presented in black and white clear andwith contrast inserted in the text after their citation and also in aseparate file (on the same diskette as the article) saved inextension ldquoTIFFrdquo or ldquoJPEGrdquo with resolution of 300 dpiThey must be elaborated using Times New Roman font size10 without bold without text box and arranged

93 Graphs must be inserted in the text after their citationelaborated preferentially in Excel using Times New Romanfont size 10 without bold

94 Symbols and Chemical Formula must be presented usinga word processor that permits a format for Page Maker (exMathType Equation) without loss of its original form

10 The Brazilian Association of Plant Tissue Culture (ABCTP)will inform the author the receipt of the original manuscript andeventually it will also send information regarding its publicationManuscripts that require modifications will be returned to theauthor for the respective revision andcorrections

11 Manuscripts not approved will be returned to the author

12 Articles will be published according to the order of receiptand approval

13 If any of these rules are not attended the manuscript will bereturned to the author

14 Manuscripts should be sent to the following address

ABCTPPlant Cell Culture amp MicropropagationUniversidade Federal de LavrasDepartamento de Biologia - Setor de Fisiologia VegetalCaixa Postal 3037Lavras ndash MGCEP 37200-000BrazilE-mail abctpuflabr

Page 4: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909

SECRETARIACr ist iano Mar t inot t o ndash UFLA

Daiane Peixot o Var gas ndash UFLA

EDI TORES ASSOCI ADOSEnio Luiz Pedrotti - UFSC

Fr ancisco de Assis Paiva Campos - UFCGilber t o Bar bant e Ker bauy - USP

J oatildeo Bat ist a Teixeir a - EMBRAPA Recur sos Geneacutet icos e Biot ecnologiaJ oseacute Ant ocircnio Pet er s - UFPEL

Kasumit su Mat sumot o- EMBRAPA Recur sos Geneacutet icos e Biot ecnologiaLilia Gomes Willadino - UFRPE

Linda St yer Caldas - UNBLuciana Ribas - UFPR

Magdi Ahmed I br ahim Alouf a - UFRNMar guer it e Ger maine Ghislaine Quoir in- UFPR

Miguel Pedr o Guer r a - UFSCMiklos Gaacutebor Faacuter i ndash Univer sidade de Debr ecen ndash Ungr ia

Otto Jesu Crocomo ndash ESALQ - USPRenat o de Oliveir a Resende - UNB

Schuyler Kor ban ndash Univer sidade de I llinois - Est ados UnidosSilvio Lopes Teixeira - UENF

Ter ezinha Rangel Camar a ndash UFRPEWagner Apar ecido Vendr ame ndash Univer sidade da Floacuter ida ndash Est ados Unidos

Wagner Campos Ot oni ndash UFV

CONSULTORI A CI ENTIacute FI CA (Vol 2 N 2)Alexandr e Hof f mann ndash EMBRAPA Uva e VinhoAlexandr e Mor ais do Amar al ndash EMBRAPA-I AC

Aloisio Xavier ndash UFVAnt ocircnio Chalf un J unior ndash UFLA

Eur ico Eduar do Pint o de Lemos ndash UFALEvar ist o Maur o de Cast r o ndash UFLAGilber t o Bar bant e Ker bauy ndash USP

J oatildeo Bat ist a Teixeir a ndash EMBRAPA Cenar gemJoseacute Raniere F Santana ndash UEFS

Luiz Ant ocircnio Biasi ndash UFPRMiguel Pedr o Guer r a ndash UFSC

Osmar Alves Lameir a ndash EMBRAPA Amazocircnia Or ient alOt t o J esu Cr ocomo ndash ESALQ USP

Ricar do Tadeu de Far ia ndash UELWagner Campos Ot oni ndash UFV

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-106 2006

Plant Cell Culture amp Micropropagation

ISSN 1808-9909

CONTEUacuteDO

01 In vitro propagation of Melissa officinalis L and production of essential oil In vitro propagation of Melissa officinalis L and production of essential oil Simone da Silva Celso Luiz Salgueiro Lage Maria Apparecida Esquibel Rosane Aguiar da Silva San Gil Alice Sato

53

02 Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (ORCHIDACEAE) em diferentes concentraccedilotildees de sais de Knudson C e carvatildeo ativado In vitro growth of Laelia tenebrosa (ORCHIDACEAE) in different concentrations of Knudson C salts and activated charcoal Aparecida Gomes de Araujo Moacir Pasqual Alba Regina Pereira Herminio Souza Rocha 61

03 Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea em diferentes meios de cultura e concentraccedilotildees de citocinina In vitro propagation of orchid plantlets cultivated in different culture media and cytokinin concentrations Aparecida Gomes de Araujo Moacir Pasqual Adriano Bortolotti da Silva Fabiacuteola Villa Hermiacutenio Souza Rocha Fernanda Carvalho Costa 68

04 Efeito do viacuterus das estrias da bananeira na micropropagaccedilatildeo e no crescimento das plantas da cultivar caipira durante a aclimatizaccedilatildeo Effect of banana streak virus on micropropagation and plant growth of cultivar caipira during acclimatization Daniela Garcia Silveira Antocircnio da Silva Souza Paulo Ernesto Meissner Filho Tales Miler Soares Ranulfo Correa Caldas Kaacutetia Regina Barbosa Leatildeo 74

05 Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees de Agapanthus umbellatus var minor multiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria Morphological and physiological characteristics Agapanthus umbellatus var minor of shoots propagated in bioreactor of temporary immersion Luciana Alves Fogaccedila Denilson Dortzbach Antonio Carlos Alves Enio Luiz Pedrotti 80 06 Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro cultivar Santa Clara In vitro regeneration capacity of tomato plant cultivar Santa Clara Glaucia de Fatima Moreira Vieira e Souza Joseacute Magno Queiroz Luz Alcione Silva Arruda Denise Garcia Santana Mariana de Souza e Silva da Costa Teixeira Luciana Londe Adelaide Siqueira Silva Elisacircngela Rodrigues Figueira 88

07 Induccedilatildeo de calos a partir de cultura de anteras de cafeeiro (Coffea arabica L) cv Catuaiacute Vermelho 99 e 44 Callus induction from anther culture of coffee plant (Coffea arabica L) cv Catuaiacute Vermelho 99 and 44 Adelaide Siqueira Silva Joseacute Magno Queiroz Luz Denise Garcia Santana Patriacutecia Crystie Vieira Mustafa Moacir Pasqual Glaucia de Fatima Moreira Vieira e Souza 94

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-106 2006

Plant Cell Culture amp Micropropagation

ISSN 1808-9909

COMUNICACcedilAtildeO CIENTIacuteFICA

08 Proliferaccedilatildeo in vitro de brotos de Curauaacute utilizando diferentes volumes de meio de cultura In vitro shoot proliferation of Ananas erectifolius using different volumes of culture medium Flaacutevia Dioniacutesio Pereira Joseacute Eduardo Brasil Pereira Pinto Helen Cristina de Arruda Rodrigues Luciana Domiciano Silva Rosado Luiz Alberto Beijo Osmar Alves Lameira 102

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 53

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

IN VITRO PROPAGATION OF Melissa officinalis L AND PRODUCTIONOF ESSENTIAL OIL

IN VITRO PROPAGATION OF Melissa officinalis L AND PRODUCTION OFESSENTIAL OIL

SIMONE DA SILVA1 CELSO LUIZ SALGUEIRO LAGE2 MARIA APPARECIDA ESQUIBEL3ROSANE AGUIAR DA SILVA SAN GIL4 ALICE SATO5

1Doutoranda em Biotecnologia Vegetal ndashUFRJIBC Chagas Filho ndash Av Brigadeiro Trompowsky SN Ccs ndash Bloco G ndash Sala G2-050 ndash Cidade Universitaacuteria ndash Laboratoacuterio de Fisiologia Vegetal ndash Ilha do Fundatildeo ndash 21949-900 ndash Rio de Janeiro RJ ndash monybiofufrjbr

2Dr em Biofiacutesica ndashUFRJ ndash Instituto de Biofiacutesica Carlos Chagas Filho ndash Laboratoacuterio de Fisiologia Vegetal ndash Ilha do Fundatildeo ndash 21949-900 ndash Rio de Janeiro RJ ndash clslagebiofufrjbr3Poacutes-Doutorado em Bioeletrogecircnese ndash UFRJ ndash Instituto de Biofiacutesica Carlos Chagas Filho ndash Laboratoacuterio de Fisiologia Vegetal ndash Ilha do Fundatildeo ndash 21949-900 ndash Rio de Janeiro RJ ndash esquibelbiofufrjbr4Dra em Quiacutemica Orgacircnica ndash Ufrj DQO ndash Edifiacutecio do Centro de Tecnologia ndash Bloco A ndash Sala 605 ndash Ilha do Fundatildeo ndash Cidade Universitaacuteria ndash Caixa Postal 068556 ndash 21941-972 ndash Rio de Janeiro RJ ndash rsangilIqufrjbr5Dra em Biotecnologia Vegetal ndash UNIRIODCN ndash Centro de Ciecircncias Bioloacutegicas e da Sauacutede ndash Av Pasteur 458 Preacutedio da ECB ndash 4ordmandar Sala 415 URCA ndash 22290-240 ndash Rio de Janeiro RJ ndash alicesatouniriobr

ABSTRACTThis work presents an efficient protocol for micropropagation

of Melissa officinalis L through axillary bud proliferation obtainedfrom in vitro germinated seeds on basal Murashige amp Skoog medium(MS) The explants were grown on MS supplemented with differentgrowth regulators NAA (05 mM) KIN (05 mM) BA (05 mM)GA

3 (28 microM) and IAA (05 mM) Higher shoot proliferation and

rooting rates were obtained on MS supplemented with 05 microM IAAMicropropagated plants were acclimatized and transferred to soilwith success The essential oil composition in shoots of in vitro andfield-grown (ex vitro) plants was determined by gas chromatographymass spectrometry The major components of essential oils detectedin both plant materials were pujone neral geraniol and geranial Mofficinalis in vitro plantlets developed on MS media showed 14higher proportions of nerol and 41 of geraniol when compared withfield grown plants

Index terms Growth regulators medicinal plant tissue culture

RESUMOEste trabalho apresenta um protocolo raacutepido e eficiente

para propagaccedilatildeo in vitro de Melissa officinalis L atraveacutes daproliferaccedilatildeo de gemas axilares de plantas obtidas de sementesgerminadas em meio basal de Murashige amp Skoog (MS) Os explantesforam cultivados em meio de Murashige amp Skoog (MS) 1962com adiccedilatildeo de diferentes reguladores de crescimento Aacutecido alfa-naftaleno-aceacutetico (ANA ndash 05 mM) Cinetina (KIN ndash 05 mM)Benziladenina (BA ndash 05 mM) Aacutecido Gibereacutelico (GA

3 ndash 28 microM)

e Aacutecido Indolaceacutetico (AIA ndash 05 mM) O alongamento e formaccedilatildeode segmentos nodais maacuteximos foram obtidos com AIA Explantesdesenvolveram 5 novos brotos com 10 cm em meacutedia e 100 deenraizamento em 30 dias de cultura Plantas micropropagadasforam aclimatadas e transferidas para o solo com sucesso Acomposiccedilatildeo do oacuteleo essencial de partes aeacutereas de plantas produzidasin vitro e plantas crescidas em campo (ex vitro) foi determinadapor cromatografia gasosa acoplada agrave espectrometria de massas Os

principais componentes do oacuteleo essencial encontrados em ambosos materiais vegetais foram a pujona neral geraniol e geranial Asplantas de Melissa officinalis desenvolvidas in vitro em MSapresentaram aumento de 14 vezes na proporccedilatildeo do nerol e de 41na de geraniol quando comparadas agraves plantas ex vitro

Termos para indexaccedilatildeo Reguladores de crescimento plantamedicinal cultura de tecidos

INTRODUCTION

Melissa officinalis L (Lamiaceae) is a well-known

herb used to give fragrance to different food and beverage

products It has also been used as a medicinal plant for

treatment of headaches gastrointestinal disorders

nervousness and rheumatism The essential oil is a well-

known antibacterial and antifungal agent and it is also

responsible for the mild depressive and spasmolytic

properties of the plant Literature data pointed out antioxidant

properties of methanolic extracts of Melissa officinalis which

are mostly due to high portion of phenolic acids revealing

significant antimicrobial particularly antibacterial activity of

this essential oil (MIMICA-DUKIC et al 2004)

The chemical composition of the essential oil of

Melissa officinalis leaf (02-1 on dry weight) has been

studied The major compounds (10-40) are citral (neral

and geranial) and these are accompanied by limonene

cineole geraniol szlig-caryophyllene and spathulenol The

(Recebido em 06 de setembro de 2005 e aprovado em 21 de junho de 2006)

SILVA S da et al54

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

leaf also contains polyphenolic compounds

hydroxycinnamic derivatives with verbascoside (53)

flavonoids such as luteolin 7-glucoside and luteolin 7-

diglucuronide (08) These compounds probably

intervene in the antispasmodic activity Iridoid glucosides

were also reported and the infusion contains potassium

(CARNAT et al 1999)

Cultivation of medicinal plants for the purpose of

extraction of active constituents may face certain limitations

such as climate season water availability diseases and

pests and scarcity of naturally growing plants Such

limitations led to the use of tissue culture techniques for

production of the active constituents Tissue culture

provides means of rapid propagation of a large number of

uniform plants while maintaining their genotype Beneficial

uses of tissue culture for the purpose of extraction of

secondary metabolites include avoidance of collection of

endangered wild species production of secondary

metabolites due to rapid growth of cultures in vitro

(ARIKAT et al 2004)

Due to the importance of this plant for multiple

purposes and the difficulty to produce active compounds

in vitro the application of methods that provide higher

number of cloned plants of M officinalis is justified aiming

to select high quality plant lines to extensive culture and

extraction of pharmaceutical products In Brazil M

officinalis is used in phytomedicine by pharmaceutical

industries One of the most critical problems of

phytomedicine is the natural variation of plants chemical

constituents (CURRIER et al 2000) This variation could

be originated from genetical factors or under influence of

environmental characteristics

The use of in vitro systems have been reported as

an effective tool for obtaining genetically uniform plants

which can be the source for less variable pharmaceutical

preparations Plant regeneration of M officinalis has been

achieved using as explants cotyledonary nodes of 10-day-

old Melissa officinalis seedlings (TAVARES et al 1996)

shoot tips from plants cultivated at greenhouse

(MEacuteSZAacuteROS et al 1999) using various types and

concentrations of cytokinins auxins and triacontanol

(TANTOS et al 1999)

The aim of this work is to develop a

micropropagation method in order to obtain a significant

number of monoclonal plants for further field cultivation

comparing the essential oil content and composition

between micropropagated and field-grown plants

MATERIALS AND METHODS

Plant material

Representative specimens from field grown plants

of M officinalis were selected and submitted to Erika Von

Sohsten Medeiros and Angela Vaz (Rio de Janeiro

Botanical Garden) for the taxonomic confirmation A

voucher nordm RB ndash 365926 is deposited at the Herbarium of

Rio de Janeiro Botanic Garden

Melissa officinalis seeds were obtained from

commercial market ISLAR batch Nordm 8250 The seeds were

germinated and grown to the seedling stage in vitro Seeds

were pre-treated by immersion into 2 commercial bleach

solution (Globoacirc) for 20 min and then rinsed thoroughly

in running tap water After that the seeds were surface

sterilized in 70 ethanol for 20 min followed by 15 min in a

20 commercial bleach solution containing 2-3 drops of

Tween 20 under aseptic conditions and rinsed three times

with sterile distilled water The seeds were cultured on MS

(MURASHIGE amp SKOOG 1962) solid medium

supplemented with 30 gL-1 sucrose 148 mM thiamine-

HCl 243 mM pyridoxine-HCl 41 mM nicotinic acid and

06 mM myo-inositol The pH value was adjusted at 58 plusmn

01 before addition of 8 gL-1 of agar and the media were

sterilized in autoclave (120 degC during 15 min) The cultures

were incubed at 25 plusmn 1 degC under a 16 h light 8 h dark

regime at an irradiance of 230 mmolm-sup2s-1 (white light

illumination Sylvaniaacirc fluorescent tubes)

Establishment of in vitro shoot cultures

From in vitro 8-day-old germinated seeds plants

(20-30 cm in length) of three different clones designated

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 55

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

as clones 1 2 e 3 were selected and axillary shoot induction

takes place from nodal segments (1 cm in length)

subcultivated on MS hormone-free media (MS0) These

materials were used as donors of explants to be tested

with different culture media 05mM a-naphthaleneacetic

acid (NAA) 05mM kinetin (KIN) 05mM benzyladenine

(BA) 28 mM gibberellic acid (GA3) and 05mM indole-3-

acetic acid (IAA) Cultures were grown in 300 mL glass

flasks containing 40 ml of media each

Shoot proliferation rate length of both shoots and

roots and calli formation were monitored as growth

parameters Each treatment was replicated 3 times using

100 explants per repetition Subcultures were performed at

30 days intervals

Acclimatization

A total of 60 in vitro rooted microshoots (those grown

on MS + IAA during 30 days with average height of 10 cm

were removed from the medium and the agar washed gently

with tap water They were transferred to 60 cm diameter

plastic pots containing soil and humus (31 vv) and kept at

a greenhouse High humidity environment was provide by

covering the plants with a plastic foil and watering them

one time per day during the first 2 weeks Then plants were

gradually exposed to greenhouse conditions for 1 month

and finally transferred to the field where they were cultivated

during one year until complete life cycle

Extraction

Field-grown and fresh in vitro plantlets aerial parts

(100 g each) were submitted to hydro distillation for 140 h

in a Clevenger type apparatus as recommended by the

Brazilian Pharmacopoeia (1988) in replicate (n = 2) The

time between the isolation and analysis was the same in all

experiments to preclude differences in composition due to

external factors (SILVA et al 2003)

Gas chromatographic and gas chromatography-massspectrometric analysis

Gas chromatography with flame ionization

detection (GCFID) was carried out on a Varian Star Model

3350 instrument using a capillary column coated with DB-

5 (30 m x 025 mm i d 025 mm film thickness J amp W

Scientific Folsom CA USA) The GC oven was heated

using the following program 40 oC to 220 oC at 4 oC min-1

with an initial isothermal period of 1 min splitless The

detector and injector temperatures were held at 280 oC

Hydrogen was used as carrier gas The injection consisted

of 10 microL of distilled oil diluted with hexane The GCMS

analyses were carried out on a Hewlett-Packard (Agilent

Technologies Avondale USA) Model 5972 MSD coupled

to a HP 5890 GC The GC conditions were the same as

above except for the fact that helium was used as carrier

gas The mass spectrometer was operated on electron

impact mode at 70 eV Molecular assignments were

performed with the help of the Wiley 275 standard library

of mass spectra literature data (ADAMS 1995) authentic

geraniol standard (Sigma Part Number G5135) and mass

spectra interpretation besides the comparison with

previously published elution order (KREIS amp MOSAND

1994) Quantification was performed from GC profiles using

area percent since in the literature the FID response factor

for most of monoterpenes is determined as 1 (CARNAT et

al 1999)

Statistical analysis

Data for each experiment were subjected to analysis

of variance (ANOVA) and means were compared using the

Tukey-Kramer test Percent data were submitted to

significance test ndash difference between two percentages

using the Statistica for WindowsTM 50 version A

significance level of 5 was used for all statistical analysis

RESULTS AND DISCUSSION

In vitro multiplication of Melissa officinalis was

followed during four developing cycles Micropropagation

papers usually present an efficient protocol evaluated in

only one developing cycle This kind of protocol however

may fail when the cultures have to be kept during long

time many successive subcultures being necessary in

order to produce large number of clonal plants

SILVA S da et al56

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

In vitro establishment

In this work three different clones of M officinalis

were used and they had shown similar development

responses on in vitro cultures

The clones 1 and 2 had in vitro multiplication rate

lower than the clone 3 which means a decrease in the

absolute number of nodal segments (Fig 1A and B) From

these results the clone 3 was selected to run the tests

The average number of four new nodes was

produced by explant on MS0 after 30 days and this value

was used as a control to evaluate effects of the presence

of growth regulators in the media (Tab 1)

FIGURE 1 ndash Nodal segments development of three clones of Melissa officinalis on MS+ 05 M IAA during 30 daysA) Multiplication rate of in vitro culture from 2nd to 4th subcultures B) Number of nodal segments developed per clone

TABLE 1 ndash Effect of growth regulators in Melissa officinalis axillary segments culture after four weeks of culture

Culture Media

Shoot Explant

xplusmnse

Shoot Length (CM)

Multiplication Rate (ndeg of

Nodal Segment Explant)

Node Plantlet

xplusmnse

Root Frequency

()

Root Number

Explant xplusmnse

Root Length

(CM) xplusmnse

MS0 171B 403 08B 68C 41 B 50 105 11B 30 06B

05 M KIN 111C 349 11C 33D 31 C 50 073 09C 27 07C

28 M GA3 111C 100 03D 22E 21 D 50 071 09C 25 07C

05 M IAA 191B 1000 09A 95B 51 A 100 897 08A 137 08A

05 M NAA

301A 333 16C 90A 31 C 0 0 - 05 M BA 111C 385 54C 33D 31 C 0 0 -

Value are means (x) plusmn standard error (se) n=100 Values in the same column followed by the same letter do not differstatistically at Pdrdquo005

The influence of plant growth regulators and their

interactions on micropropagation of different plant species

have been discussed in detail by Lameira et al (2005) Rout

et al (1989) Rout amp Das (1997ab) Skirvin et al (1990) and

Zieslin et al (1989)

In this work addition of IAA to MS presented the

best results among all tested growth regulators in all

evaluated parameters However to shoot production there

is no statistical difference to the control The analysis of

effects of the other growth regulators shows that only

05mM NAA was able to improve shoot production

although it is not able to promote rhizogenesis

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 57

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

The use of MS plus 05mM Kinetin or 05mM BA

or 05mM NAA promoted the development of three nodal

segments per elongated plant in 30 days culture (Tab

1) However when BA was used these new shoots

exhibited apical necrosis When GA3 (28 mM) was added

to medium there was induction of only one shoot per

explant and after 30 days there were 2 nodes per

elongated shoot

There was no rooting in explants placed on MS

added of NAA and BA In MS medium containing KIN or

GA3

and in basic MS 50 of the shoots developed new

roots in 30 days of culture

The best result of rhizogenesis was presented

by explants cultured in MS plus IAA where 100 of

shoots rooted with more than 8 new roots per explant

(Tab 1) In terms of root length the cultures in MS

supplemented with IAA presented longer roots when

compared with the other media compositions used at

the present work

In short the addition of 05mM of IAA was chosen

as that presenting the best results in all evaluated

parameters (Fig 2A)

The action of IAA on the in vitro plant

development was in accordance to the known effects of

such hormone (CLELAND 1995) Shoot elongation was

obtained concomitantly with rooting in media MS plus

05 mM IAA That is specially interesting once it may

reduce the micropropagation process through nodal

segments explants to only three steps germination

shoot elongation and multiplication concomitant to

rooting this represents gain of time culture medium

and constitutes a quick micropropagation process

Tavares et al (1996) reported a micropropagation

utilizing cotyledonary nodes as explants The highest

average number of shoots in the two inoculations was

obtained with 2 mgL-1 of BA 24 axillary shoots per

explant 7 in the first inoculation and 17 in the second

one Shoots of the two inoculations were excised after

30 and 60 days respectively

Acclimatization

Melissa officinalis leaves are very sensitive to

water loss and this process is irreversible it was necessary

to provide a high humidity environment during the first

acclimatization period plants were covered with a plastic

foil during 2 weeks before being gradually exposed to

greenhouse conditions The acclimatization procedure

used for in vitro plants was successful and a total of 100

survival rate (n=60) was obtained Acclimatized plants

appeared normal and did not exhibit any morphological

abnormalities or variations These results permitted the

soil cultivation (Fig 2B) without chemical defensives

during one year up to the complete vegetative cycle

(flowering)

Essential oils content

Comparative analysis of the chromatographic

profiles showed high percentage of neral and geranial in

relation to nerol and geraniol in field grown (ex vitro)

plantlets and in MS0 (in vitro)

The relative content of the principal components

of essential oil of the aerial parts of M officinalis are

presented as mean peaks area () on Fig 2C geranial

(3813 and 4364) neral (2674 and 317) geraniol (329 and

153) and nerol (116 and 187) in plants cultured ex vitro

and in vitro respectively Plantlets developed in vitro on

MS0 media showed an increase of 14 times in the

proportion of nerol and 41 times of geraniol when

compared with ex vitro cultured plants

Field plants are exposed to considerable more

stressful conditions such as lower relative humidity higher

light levels and herbivory those are the more stressful

The latter conditions tend to favor a greater essential oil

accumulation (TAVARES et al 2004) On other hand

plantlets grown in vitro have been continuously exposed

to a unique microenvironment that has been selected to

provide minimal stress and nearly optimal conditions for

plant multiplication

SILVA S da et al58

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

FIGURE 2 ndash A) In vitro culture of Melissa officinalis on MS + IAA in 30 days of culture B) Ex vitro culture six monthsafter transference to soil maximum height 60 cm C) Composition and percentage of the most abundant essential oilcomponents of Melissa officinalis from aerial parts (100 g Fresh Weight) from in vitro e ex vitro culture

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 59

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

CONCLUSIONS

Melissa officinalis micropropagation can be made

using nodal segments from in vitro plants during 5 weeks

in MS media without growth regulators and posterior

subculture in MS media with 05 mM IAA for a better

development Multiplication rates of 44 and 40 were

obtained at the 3rd and 4th subcultures respectively

It was observed a significant difference between

the effects of auxins IAA and NAA The latter exerted an

unsatisfactory influence on the nodal segment formation

shoot length and rooting when compared with the results

obtained with IAA

The plants produced in vitro were vigorous and

after acclimatization they were well adapted After 1 month

at the greenhouse the survival rate was 100

Considering that the main objective of this work is

to produce monoclonal plants to be used by phytomedicine

industries it is important that the method presents a large

number of buds per explant This result plus an efficient

acclimatization stage can save time and produce

monoclonal plants in sufficient number to be used in

commercial field culture Our results showed a change in

the essential oil composition in the proportion of active

compounds However the characteristics of the oil of in

vitro and ex vitro M officinalis plants were not altered

The manipulation of the culture media composition

is an important biotechnological tool for the optimization

of the essential oils production With this technique this

work developed a protocol for highly production of plants

and productivity in the components (geraniol geranial and

neral) of the oil

ACKNOWLEDGMENTS

This work was supported by ICUNIRIO FAPERJ

and CNPq

REFERENCES

ADAMS R P Identification of essential oil componentsby gas chromatographymass spectroscopy WashiongtonAllured Publishing Corporation 1995 467 p

ARIKAT N A JAWAD F M KARAM N S SHIBLIMicropropagation and accumulation of essential oils inwild sage (Salvia fruticosa Mill) Scientia HorticulturaeAmsterdan v 100 n 14 p 193-202 Mar 2004

CARNAT A CARNAT A P FRAISSE D LAMAISON JD The aromatic and polyphenolic composition of lemonverbena tea Fitoterapia Milano v 70 n 1 p 44-49 Feb 1999

CLELAND R E Auxin and cell elongation In DAVIES PJ Plant hormones and their role in plant growth anddevelopment 2 ed Dordrecht Kluwer 1995 p 214-227

CURRIER S J JOHNSTON P D GORELICK J K HerbalMedicines Science and Medicine Philadeiphia v 7 n 1p 40-43 2000

FARMACOPEacuteIA BRASILEIRA Determinaccedilatildeo de oacuteleosessenciais em drogas vegetais 4 Ed Satildeo Paulo Atheneu1988 Part 1 v426-v427

KREIS P MOSANDL A Chiral compounds of essentialoils Part XVI Enantioselective multidimensional gaschromatography in authenticity control of balm oil (Melissaofficinalis L) Flavour and Fragrance Journal Chichesterv 9 n 5 p 249-256 1994

LAMEIRA O A LOPES S C NOGUEIRA R CCORDEIRO I M C C PINTO J E B P REIS L R SEfeito de diferentes concentraccedilotildees de reguladores decrescimento sobre a micropropagaccedilatildeo de mogno (Swieteniamacrophylla King) por meio de explantes juvenis PlantCell Culture amp Micropropagation Lavras MG v1 n 2 p53-58 2005

MEacuteSZAacuteROS A BELLON A PINTEacuteR A HORVARTHG Micropropagation of lemon balm Plant Cell Tissueand Organ Culture Dordrecht v 57 n 2 p 149-152 1999

MIMICA-DUKIC N BOZIN B SOKOVIC M SIMINN Antimicrobial and Antioxidant Activities of Melissaofficinalis L (Lamiaceae) Essential Oil Journal ofAgricultural and Food Chemistry Washington v 52 n 9p 2485-2489 May 2004

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgrowth and bioassays with tobacco tissue culturesPhysiologia Plantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 Mar 1962

SILVA S da et al60

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

ROUT G R DEBATA B K DAS P In vitro Mass-scalePropagation of Rosa Hybrida cv Landora CurrentScience Bangalore v 58 n 15 p 876-878 Aug 1989

ROUT G R DAS P In vitro Organogenesis in ginger(Zingiber officinale Rosc) Journal of Herbs Spices andMedicinal Plants Bermingham v 4 n 4 p 41-51 1997a

ROUT G R DAS P Techniques of Micropropagation invitro In BOSE T K MITRA S K SADHU M KDAS P (Ed) Propagation of tropical and subtropicalhorticultural crops Calcutta Kalyani Publishers 1997bp 105-116

SILVA S Composiccedilatildeo do oacuteleo essencial de Melissaofficinalis L in vitro sob accedilatildeo de reguladores decrescimento 2003 64 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emBiotecnologia Vegetal) ndash Universidade Federal do Rio deJaneiro Rio de Janeiro

SKIRVIN R M CHU M C YOUNG H J R InAMMIRATO P V EVANS D R SHARP W R BAJAJ

Y P S Editors Handbook of Plant Cell Cultures NewYork Macmillan 1990 v 5 p 716-743

TANTOS Aacute MEacuteSZAROS A KISSIMON J HORVAacuteTHG FARKAS T The Effect of Triacontanol onMicropropagation of Balm Melissa officinalis L Plant CellReports New York v19 n 1 p 88-91 Nov 1999

TAVARES A C PIMENTA M C GONCcedilALVES M TMicropropagation of Melissa officinalis L throughproliferation of axillary shoots Plant Cell Reports NewYork v 15 n 6 p 441-444 Feb 1996

TAVARES E S LOPES D BIZZO H R LAGE C L SLEITAO S G Kinetin Enhanced Linalool Production by invitro Plantlets of Lippia alba Journal of Essential OilResearch Coron Stream v 16 n 5 p 405-408 SeptOct 2004

Zieslin N Starkman f zamski e Growth of rose flowerpeduncles and effects of applied plant growth regulatorsPlant Growth Regulation Dordrecht v 8 n 1 p 65-76Mar 1989

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 61

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

CRESCIMENTO IN VITRO DE Laelia tenebrosa (ORCHIDACEAE)EM DIFERENTES CONCENTRACcedilOtildeES DE SAIS DE KNUDSON C

E CARVAtildeO ATIVADO

IN VITRO GROWTH OF Laelia tenebrosa (ORCHIDACEAE) IN DIFFERENTCONCENTRATIONS OF KNUDSON C SALTS AND ACTIVATED CHARCOAL

APARECIDA GOMES DE ARAUJO1 MOACIR PASQUAL2 ALBA REGINA PEREIRA3HERMINIO SOUZA ROCHA4

1Doutoranda em AgronomiaFitotecnia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash agaraujo2003yahoocombr2Dr Professor Titular do Departamento de Agricultura ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash LavrasMG ndash mpasqualuflabr3Doutoranda no Jardim Botacircnico do Rio de Janeiro ndash ENBTJBRJ ndash Pacheco Leatildeo 915 ndash 22460-030 ndash Rio de Janeiro RJ4Doutorando em AgronomiaFitopatologia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash herminiouflanetcombr

RESUMOObjetivou-se testar diferentes concentraccedilotildees de carvatildeo

ativado adicionado ao meio Knudson C no crescimento in vitrode orquiacutedeas Placircntulas de Laelia tenebrosa (LA Rolfe) LARolfe com 1 a 15 cm de comprimento e contendo raiacutezes foraminoculadas em frascos contendo 40 mL de meio de cultura Ostratamentos consistiram na combinaccedilatildeo de concentraccedilotildees de carvatildeoativado (0 05 10 20 e 40 g L-1) e sais minerais de Knudson C(0 50 100 150 e 200) acrescidos de sacarose (20 g L-1) Omeio foi solidificado com 6 g L-1de aacutegar e o pH ajustado para58plusmn01 antes da autoclavagem a 121degC e 11 atm por 20 minutosApoacutes a inoculaccedilatildeo os frascos foram mantidos sob 25 plusmn 1degCfotoperiacuteodo de 16 horas e 32 mM m-2 s-1 de irradiacircncia Apoacutes 150dias verificou-se que a adiccedilatildeo de 2g L-1 de carvatildeo ativado ao meiocom metade dos sais de Knudson C promoveu melhor crescimentoin vitro das placircntulas de Laelia tenebrosa

Termos para indexaccedilatildeo Orquiacutedea meio de cultura cultura detecidos

ABSTRACTThe objective of this work was to test the effect of

Knudson C medium supplemented with different concentrationsof activated charcoal on the in vitro growth of orchids Plantletsof the Laelia tenebrosa (LA Rolfe) LA Rolfe measuring 1-15cm in length containing roots were inoculated in flasks containing40 mL of culture medium The treatments consisted of differentconcentrations of activated charcoal (0 05 10 20 and 40 g L-

1) combined with Knudson C salts (0 50 100 150 and 200)supplemented with sucrose (20 g L-1) The medium was solidifiedwith agar (6 g L-1) and pH adjusted to 58plusmn01 before autoclavingat 121ordmC and 11 atm during 20 minutes After inoculation theexplants were transferred to culture rooms with temperaturemaintained at 25plusmn1ordmC during a 16 hours photoperiod with a lightintensity of 32 microM m-2s-1 The best in vitro growth rates of

Laelia tenebrosa plantlets were obtained using Knudson C 50supplemented with 2 g L-1 activated charcoal after 150 days ofculture

Index terms Orchid culture medium tissue culture

INTRODUCcedilAtildeO

A produccedilatildeo de orquiacutedeas a partir germinaccedilatildeo

assimbioacutetica eacute uma alternativa viaacutevel para obtenccedilatildeo de

grande nuacutemero de plantas em curto espaccedilo de tempo

suprindo assim a necessidade dos produtores de

orquiacutedeas na aquisiccedilatildeo de mudas

Na cultura de tecidos os meios de cultura

geralmente satildeo compostos de uma fonte de carboidratos

macro e micronutrientes e outras substacircncias como

vitaminas aminoaacutecidos accediluacutecares agente solidificante

reguladores de crescimento (GEORGE amp SHERRINGTON

1984) e eventualmente aditivos como antibioacuteticos carvatildeo

ativado e componentes complexos

Knudson (1922) observou que era possiacutevel o

cultivo de sementes em meio artificial contendo minerais e

accediluacutecar sem a presenccedila de fungos micorriacutezicos

Posteriormente em 1946 ele aperfeiccediloou esse meio de

cultura sendo atualmente o mais utilizado comercialmente

na germinaccedilatildeo e desenvolvimento de orquiacutedeas (ARDITTI

amp ERNST 1992) No entanto satildeo necessaacuterios estudos

(Recebido em 23 de fevereiro de 2006 e aprovado em 10 de julho de 2006)

supplemented with

ARAUJO A G de et al62

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

pois satildeo descritos vaacuterios meios de cultura para muitos

gecircneros e espeacutecies diferentes

No cultivo e subcultivo de placircntulas do gecircnero

Cattleya George et al (1987) sugerem o meio Knudson C

(1946) ou Reinert amp Mohr (1967) Segundo Arditti amp Ernst

(1992) os meios de propagaccedilatildeo para Cattleya Laelia

Laeliocattleya e Brassocattleya podem ser os mesmos

citados anteriormente Villalobos et al (1994) sugerem o

meio Vacin amp Went (1949) para Cattleya Encyclia e

Oncidium suplementado com 25 de aacutegua de coco e o

meio Knudson C suplementado com 60 g L-1 de polpa de

banana para orquiacutedeas do gecircnero Stanhopea

O carvatildeo ativado normalmente eacute adicionado ao meio

de cultura em concentraccedilotildees que variam de 02 a 3

(BEYL 2000) O seu efeito natildeo-seletivo pode proporcionar

resultados negativos na micropropagaccedilatildeo Pesquisas

relatam a adsorccedilatildeo de tiamina aacutecido nicotiacutenico

(WEATHERHEAD et al 1978) piridoxina aacutecido foacutelico

reguladores de crescimento e quelatos de ferro

(JOHANSSON et al 1990) Entre os efeitos proporcionados

pela adiccedilatildeo do carvatildeo ativado ao meio de cultura

principalmente agrave organogecircnese e agrave embriogecircnese estatildeo

escurecimento do meio de cultura favorecendo o

enraizamento adsorccedilatildeo de substacircncias inibitoacuterias

produzidas pelo proacuteprio meio ou explante adsorccedilatildeo de

reguladores de crescimento e outros compostos orgacircnicos

e liberaccedilatildeo de substacircncias naturalmente presentes no

carvatildeo que beneficiariam o crescimento in vitro das culturas

(PAN amp STADEN 1998)

Arena amp Pastur (2001) citam que a adiccedilatildeo de carvatildeo

ativado ao meio de cultura promoveu alongamento das

brotaccedilotildees de Berberis buxifolia mas reduziu o iacutendice de

multiplicaccedilatildeo Hazra et al (2002) relataram o efeito

sinergiacutestico do carvatildeo ativado na multiplicaccedilatildeo e

enraizamento de brotaccedilotildees de algodoeiro Amin amp Jaiswal

(1987) Anderson (1980) e Damiano (1978) relataram o efeito

favoraacutevel do carvatildeo quando utilizado em baixas

concentraccedilotildees no enraizamento de brotaccedilotildees de

morangueiro framboeseira e goiabeira respectivamente

A diversidade de resultados obtidos com a utilizaccedilatildeo de

carvatildeo ativado deve-se principalmente ao genoacutetipo da

espeacutecie em questatildeo agrave adsorccedilatildeo de algumas substacircncias

quiacutemicas e compostos orgacircnicos aleacutem de metaboacutelitos

toacutexicos liberados no cultivo in vitro (Wang amp Huang 1976)

Este trabalho teve como objetivo verificar efeito de

diferentes concentraccedilotildees de sais de Knudson C e carvatildeo

ativado sobre o crescimento in vitro de placircntulas de

orquiacutedea da espeacutecie Laelia tenebrosa (LA Rolfe) LA Rolfe

MATERIAL E MEacuteTODOS

Placircntulas da espeacutecie Laelia tenebrosa com 1 a 15

cm de comprimento oriundas de sementes germinadas in

vitro e contendo raiacutezes foram inoculadas em frascos

contendo 40 mL do meio de cultura Knudson C nas

concentraccedilotildees de 0 (apenas aacutegua destilada e aacutegar) 50 100

(concentraccedilatildeo da formulaccedilatildeo original) 150 e 200 de sais

minerais combinado com carvatildeo ativado (0 05 1 2 e 4

mg L-1) suplementado com sacarose (20 g L-1)

O pH do meio foi ajustado para 58 plusmn 01 antes da

adiccedilatildeo de aacutegar (6 g L-1) O meio foi vertido em frascos de

vidro com capacidade para 250 cm3 vedados com tampas

plaacutesticas transluacutecidas natildeo perfuradas e autoclavados agrave

pressatildeo de 11 atm e agrave temperatura do 121degC durante 20

minutos Apoacutes a inoculaccedilatildeo os frascos contendo os

explantes foram mantidos em sala de crescimento com

irradiacircncia em torno de 32 mmol m-2 s-1 temperatura de 25 plusmn

1degC e fotoperiacuteodo de 16 horas

O delineamento experimental utilizado foi

inteiramente casualizado em esquema fatorial 5 x 5 com

quatro repeticcedilotildees de cinco placircntulas cada uma Decorridos

150 dias avaliou-se a meacutedia do nuacutemero de folhas nuacutemero

de raiacutezes comprimento da maior raiz comprimento da parte

aeacuterea e massa fresca de placircntulas Os dados foram

comparados por meio de regressatildeo polinomial empregando-

se o programa Sisvar (FERREIRA 2000)

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Apenas para a variaacutevel nuacutemero de folhas houve

interaccedilatildeo entre os niacuteveis de sais e carvatildeo ativado Poreacutem

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 63

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

por meio do teste F somente as concentraccedilotildees de 50 e

100 de sais do meio Knudson C foram significativas em

relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees de carvatildeo ativado

Os melhores resultados (65 e 585) foram

verificados com 50 (metade) dos sais de Knudson C

combinado com 275 g L-1 de carvatildeo ativado e 100 de

sais com 4 g L-1 de carvatildeo respectivamente (Figura 1)

Com o aumento da concentraccedilatildeo do meio de cultura haacute

necessidade de maior concentraccedilatildeo de carvatildeo Sendo

assim o meio com 50 de sais aleacutem de proporcionar

melhores resultados eacute menos oneroso

Estes resultados contradizem os de Silva et al

(2003) que verificaram que a adiccedilatildeo de carvatildeo ativado ao

FIGURA 1 ndash Nuacutemero de folhas em placircntulas de Laeliatenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees de saisde Knudson C e carvatildeo ativado

meio de cultura inibe a formaccedilatildeo de folhas em placircntulas de

Brassocattleya lsquoPastoralrsquo x Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo

O efeito natildeo seletivo do carvatildeo ativado pode proporcionar

resultados negativos na micropropagaccedilatildeo (PAN amp

STADEN 1998)

Agrave medida em que aumentaram as concentraccedilotildees de

sais de Knudson C maiores quantidades de raiacutezes foram

formadas (Figura 2A) Observou-se maior nuacutemero de raiz

(43) com 965 de sais Para o fator carvatildeo ativado as

melhores respostas (395 raiacutezes) foram verificadas com a

utilizaccedilatildeo de 304 g L-1 adicionadas ao meio de cultura

(Figura 2B)

Para muitas espeacutecies o enraizamento eacute favorecido

pela adiccedilatildeo de carvatildeo ativado ao meio de cultura Hazra et

al (2002) relataram o efeito sinergiacutestico do carvatildeo ativado

na multiplicaccedilatildeo e enraizamento de brotaccedilotildees de

algodoeiro O meio MS com metade dos sais minerais

acrescido de 20 g L-1 de sacarose 7 g L-1 de aacutegar e 1 g L-1 de

carvatildeo ativado promoveu maior quantidade de raiacutezes em

placircntulas de Cattleya nobilior Rchb f (REIS et al 2003)

Segundo Paiva et al (2005) aleacutem de um equiliacutebrio

hormonal favoraacutevel agrave formaccedilatildeo de raiacutezes outros fatores

internos tecircm sido relacionados com a iniciaccedilatildeo do processo

de enraizamento como presenccedila de sacarose alta relaccedilatildeo

CN e nutrientes minerais (foacutesforo caacutelcio zinco e boro) O

meio Knudson C natildeo possui micronutrientes apresenta

uma concentraccedilatildeo maior de caacutelcio e tem baixas

FIGURA 2 ndash Nuacutemero de raiacutezes em placircntulas de Laelia tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees de sais deKnudson C (A) e concentraccedilotildees de carvatildeo ativado (B)

ARAUJO A G de et al64

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

concentraccedilotildees de N e K em relaccedilatildeo ao MS e WPM o que

provavelmente favoreceu tanto o nuacutemero quanto o

comprimento de raiacutezes (PASQUAL 2001)

O maior comprimento de raiz (331 cm) foi verificado

com a utilizaccedilatildeo de 100 de sais de Knudson C A partir do

ponto maacuteximo (100) houve diminuiccedilatildeo do comprimento

radicular provavelmente devido ao desbalanccedilo nutricional

(Figura 3A) Com o aumento das concentraccedilotildees de carvatildeo

ativado houve um incremento linear no comprimento de

raiacutezes Melhores resultados foram observados com a

utilizaccedilatildeo de 4 g Lndash1 de carvatildeo ativado (Figura 3B) Como a

relaccedilatildeo foi direta pode-se inferir que o efeito estimulante

do carvatildeo ativado no comprimento da maior raiz continuaria

para concentraccedilotildees superiores a 4 g L-1

A adiccedilatildeo de carvatildeo ativado no meio de cultura foi

beneacutefica promovendo tanto o nuacutemero quanto o

crescimento de raiacutezes O carvatildeo conteacutem impurezas que

podem favorecer o crescimento de raiacutezes jaacute existentes e

induzir emissatildeo de novas raiacutezes (PASQUAL 2001)

Melhores resultados para comprimento da parte

aeacuterea (18 cm) foram observados quando se utilizou o

meio Knudson C na concentraccedilatildeo de 121 de sais (Figura

4A) poreacutem na concentraccedilatildeo de 50 obtiveram-se

explantes com 17 cm de comprimento Essa diferenccedila

observada (01 cm) eacute muito pequena o que natildeo justifica a

utilizaccedilatildeo de um meio mais concentrado mas a reduccedilatildeo

do mesmo agrave sua metade

O enraizamento in vitro pode ser favorecido com o

uso de meio de cultura com a metade ou 75 da

concentraccedilatildeo normal de sais Em algumas espeacutecies altas

concentraccedilotildees de sais principalmente a presenccedila de iacuteons

amocircnio favorecem o desenvolvimento de raiacutezes enquanto

que em outras podem ser inibidoras (PASQUAL et al

2001)

O maior comprimento da parte aeacuterea (19 cm) foi

obtido na presenccedila de 4 g Lndash1 de carvatildeo ativado (Figura

4B) a concentraccedilatildeo de 2 g Lndash1 proporcionou um

comprimento de 18 cm Comparando-se os niacuteveis 4 e 2 g Lndash1

de carvatildeo ativado nota-se pequena diferenccedila (01 cm) o

que justifica a utilizaccedilatildeo de 2 g Lndash1

O carvatildeo ativado conteacutem impurezas que quando

liberadas no meio de cultura podem beneficiar ou natildeo o

crescimento in vitro Simotildees et al (1999) verificaram que a

concentraccedilatildeo de 1 g L-1 de carvatildeo ativado acrescida ao

meio Knudson C proporciona o melhor desenvolvimento

de brotos de Epidendrum sp e Dendrobium sp

Maior massa fresca de placircntulas (0144g) foi

verificada com a utilizaccedilatildeo de 50 de sais de Knudson C

ponto a partir do qual houve diminuiccedilatildeo no peso (Figura

5A) Provavelmente essa reduccedilatildeo ocorreu devido agrave

toxidez

A utilizaccedilatildeo de 4 g L-1 de carvatildeo ativado

proporcionou uma massa de 0185 g nas placircntulas frescas

(Figura 5B)

FIGURA 3 ndash Comprimento da maior raiz em placircntulas de Laelia tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees desais de Knudson C (A) e carvatildeo ativado (B)

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 65

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

FIGURA 4 ndash Comprimento da parte aeacuterea em placircntulas de Laelia tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees desais de Knudson C (A) e carvatildeo ativado (B)

FIGURA 5 ndash Massa fresca de placircntulas de L tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees de sais de Knudson C(A) e carvatildeo ativado (B)

O carvatildeo ativado eacute comumente utilizado na cultura

de tecidos de plantas Seu efeito eacute atribuiacutedo agrave adsorccedilatildeo de

substacircncias toacutexicas produzidas pelas plantas adsorccedilatildeo

de fitorreguladores do meio e escurecimento do meio onde

se desenvolvem as raiacutezes das plantas (GEORGE 1993)

O melhor desenvolvimento de Phalaenopsis in

vitro ocorreu na presenccedila de carvatildeo ativado na

concentraccedilatildeo de 2 g L-1 indicando que este possa ser um

elemento importante no processo (BRESSAN et al 1999)

Apesar do carvatildeo ativado na concentraccedilatildeo de 4 g

L-1 ter proporcionado melhores resultados verificou-se que

na concentraccedilatildeo de 2 g L-1 os efeitos apresentam uma

diferenccedila miacutenima Embora o carvatildeo ativado natildeo seja o

componente de maior custo no preparo de meio de cultura

a sua reduccedilatildeo juntamente com os sais minerais eacute

economicamente favoraacutevel especialmente para a produccedilatildeo

comercial de mudas

CONCLUSAtildeO

A adiccedilatildeo de 2 g L-1 de carvatildeo ativado ao meio de

cultura Knudson C com metade (50) de sais minerais

promoveu melhor crescimento em placircntulas de Laelia

tenebrosa cultivadas in vitro

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMIN M N JAISWAL V S Rapid clonal propagationof guava through in vitro shoot proliferation on nodalexplants of mature trees Plant Cell Tissue and OrganCulture Amsterdam v 9 n 3 p 235-243 1987

ARAUJO A G de et al66

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

ANDERSON M W C Tissue culture cultivation of redand black raspberries Rubus idaeus and R occidentalisActa Horticulturae Amsterdam v 20 p 112-113 1980

ARDITTI J ERNST R Micropropagation of orchids NewYork John Wiley 1992 682 p

ARENA L M E PASTUR G M 6-benzylaminopurineand activated charcoal affect in vitro shoot morphogenesisof Berberis buxifolia Revista de la Facultad de AgronomiaBuenos Aires v 21 n 1 p 41-47 2001

BEYL C A Getting started with tissue culture-mediapreparation sterile technique and laboratory equipmentIn TRIGIANO R N GRAY D J (Ed) Plant tissue cultureconcepts and laboratory exercises London CRC Press2000 p 21-38

BRESSAN E A LEE L L SEVERO V S GERALD L TS Desenvolvimento de orquiacutedeas Phalaenopsis in vitro-efeito do carvatildeo In CONGRESSO BRASILEIRO DEFLORICULTURA E PLANTAS ORNAMENTAIS 12 1999Jaboticabal Anais Jaboticabal 1999 p 111

DAMIANO C Il carbone attivo nella coltura in vitro dellafragola Frutticoltura Bologna v 40 n 1 p 49-50 genn 1978

FERREIRA D F Anaacutelises estatiacutesticas por meio do Sisvarpara Windows versatildeo 4 0 In REUNIAtildeO ANUAL DAREGIAtildeO BRASILEIRA DA SOCIEDADEINTERNACIONAL DE BIOMETRIA 45 2000 Satildeo CarlosAnais Satildeo Carlos UFSCar 2000 p 255-258

GEORGE E F Plant propagation by tissue culture part 1- the technology 2 ed Edington Limeted 1993 786 p

GEORGE E F SHERRINGTON P D Plant propagationby tissue culture handbook and directory of commerciallaboratories Eversley Exegetics 1984 593 p

GEORGE E F PUTTOCK D J M GEORGE H J Plantculture media formulations and uses Edington Exegetics1987 v 1 567 p

HAZRA S KULKARNI A BANERJEE A K DHAGEA B AGRAWAL D C KRISHNAMUumlRTTIY K VNALAWADE S M A rapid and simple method for in vitro

plant regeneration from split embryo axes of six cultivarsof cotton Biology Plantarum Dordrecht v 45 n 2 p317-319 2002

JOHANSSON L CALLEBERG E GEDIN A Correlationbetween activated charcoal Fe-EDTA and other organicmedia ingredients in cultures of anthers of Anemonecanadensis Physiologia Plantarum Copenhagen v 80n 2 p 243-249 Oct 1990

KNUDSON L A new nutrient solution for the germinationof orchid seed American Orchid Society Bulletim WestPalm Beach v 14 p 214- 217 1946

KNUDSON L Nonsymbiotic germination of orchid seedsBotanical Gazette Chicago v73 n 1 p 1-25 1922

PAN M J STADEN J Van The use of charcoal in vitroculture ndash A review Plant Growth Regulation Dordrechtv 26 n 3 p 155-163 Dec 1998

PASQUAL M Cultura de tecidosv vegetais meios decultura Lavras UFLAFAEPE 2001 74 p

PASQUAL M CHALFUN N M J RAMOS J D Culturade tecidos vegetais aplicaccedilotildees na propagaccedilatildeo de plantasLavras UFLAFAEPE 2001 81 p

PAIVA R OLIVEIRA L M NOGUEIRA R C SANTOSB R MARTINOTTO C PAIVA P D O MENEGUCCIJ L P Aspectos fisioloacutegicos da produccedilatildeo de flores e plantasornamentais Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v 26n 227 p 12-18 2005

REINERT R A MOHR H C Propagation of Cattleya bytissue culture of lateral bud meristems Proceedings of theAmerican Society for Horticultural Science New Yorkv 91 p 664-671 June 1967

REIS G M C L MELLO C M C MIRANDA G H BEfeito de diversos fatores em meio de cultura nodesenvolvimento de placircntulas de Cattleya nobilior Rchbf (Orchidaceae) In CONGRESSO BRASILEIRO DEFLORICULTURA E PLANTAS ORNAMENTAIS 14CONGRESSO BRASILEIRO DE CULTURA DE TECIDOSDE PLANTAS 1 2003 Lavras Anais Lavras UFLAFAEPE 2003 p 275

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 67

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

SILVA E F PASQUAL M SILVA A B Multiplicaccedilatildeo ecrescimento in vitro de orquiacutedea Brassiocattleya lsquoPastoralrsquox Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo In CONGRESSOBRASILEIRO DE FLORICULTURA E PLANTASORNAMENTAIS 14 CONGRESSO BRASILEIRO DECULTURA DE TECIDOS DE PLANTAS 1 2003 LavrasAnais Lavras UFLAFAEPE 2003 p 321

SIMOtildeES F C PAIVA P D O RODRIGUES T M Efeitode diferentes meios de cultura aacutegua de coco e carvatildeoativado na propagaccedilatildeo in vitro de meristemas deEpidendrum sp e Dendrobium sp In CONGRESSOBRASILEIRO DE FLORICULTURA E PLANTAS

ORNAMENTAIS 12 1999 Jaboticabal AnaisJaboticabal 1999 p 109

VACIN E WENT F W Some pH changes in nutrient solutionBottanical Gazette Chicago v 110 p 605-613 1949

VILLALOBOS A L MUNtildeOZ J M SOSA-MOSS CCultivo de tejidos de orquideas Cattleya EncycliaOncidium y Stanhopea Revista Chapingo SerieHorticultura Chapingo v 1 n 1 p 58-62 1994

WANG P J HUANG L C Beneficial effects of activatedcharcoal on plant tissue and organ cultures In Vitro Largov 12 n 3 p 260-262 1976

WEATHERHEAD M A BURDON J HENSHAW G GSome effects of activated charcoal as an additive to planttissue culture media Zeitschrift fur PflanzenphysiologieJena v 89 n 2 p 141-147 1978

ARAUJO A G de et al68

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

PROPAGACcedilAtildeO IN VITRO DE PLAcircNTULAS DE ORQUIacuteDEA EMDIFERENTES MEIOS DE CULTURA E CONCENTRACcedilOtildeES

DE CITOCININA

IN VITRO PROPAGATION OF ORCHID PLANTLETS CULTIVATED IN DIFFERENTCULTURE MEDIA AND CYTOKININ CONCENTRATIONS

APARECIDA GOMES DE ARAUJO1 MOACIR PASQUAL2 ADRIANO BORTOLOTTI DA SILVA3 FABIacuteOLA VILLA3 HERMIacuteNIO SOUZA ROCHA3 FERNANDA CARVALHO COSTA4

1Doutoranda em AgronomiaFitotecnia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash agaraujo2003yahoocombr2Professor Titular Departamento AgriculturaDAG ndash Universidade Federal de Lavras UFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200000 ndash Lavras MG ndash mpasqualuflabr3Doutorando em Agronomia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200000 ndash Lavras MG4Departamento de AgriculturaDAG ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash fecostapuryahoocombr

RESUMOA taxa de multiplicaccedilatildeo de orquiacutedeas a partir de meacutetodos

convencionais eacute bastante baixa natildeo atendendo as necessidadescomerciais A cultura de tecidos permite maiores taxas demultiplicaccedilatildeo e obtenccedilatildeo de plantas uniformes e sadiasObjetivou-se estudar a influecircncia da citocinina BAP (6-benzilaminopurina) em diferentes meios de cultura napropagaccedilatildeo in vitro de placircntulas hiacutebridas de BrassocattleyalsquoPastoralrsquox Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo Placircntulas comaproximadamente 15plusmn05 cm de comprimento obtidasassimbioticamente foram transferidas para frascos comcapacidade de 250 cm3 contendo 40 mL das formulaccedilotildees salinasde MS WPM e Knudson C combinados com 0 05 10 20 e40 mg L-1 de BAP acrescidos de 2 g L-1 de carvatildeo ativadosolidificado com 6 g L-1 de aacutegar e pH ajustado para 58plusmn01Apoacutes a inoculaccedilatildeo os frascos foram incubados a 25plusmn2oC 35igravemolm-2s-1 de intensidade luminosa e sob fotoperiacuteodo de 16horas Apoacutes 90 dias observou-se que melhores resultados parapropagaccedilatildeo in vitro em placircntulas de orquiacutedea Bc lsquoPastoralrsquo x LclsquoAmber Glowrsquo satildeo obtidos com o meio WPM A suplementaccedilatildeode 4 mg L-1 de BAP no meio WPM favorece o crescimento invitro Para a multiplicaccedilatildeo maior quantidade de brotos eacuteconseguida em meio MS na ausecircncia de BAP

Termos para indexaccedilatildeo Orquiacutedea crescimento in vitrocitocinina

ABSTRACTThe multiplication rate of orchids by conventional

methods is considerably low and does not attend its commercialneeds Tissue culture results in larger multiplication rates andproduces uniform and healthy orchid plantlets The objective ofthis work was to study the influence of the cytokinin BAP (6-benzilaminopurine) in different culture media for ther in vitropropagation of Brassocattleya lsquoPastoralrsquox Laeliocattleya lsquoAmberGlowrsquo hybrid plantlets Plantlets measuring approximately 15plusmn 05 cm length deriving from in vitro germination were inoculated

in flasks of 250 cm3 volume containing 40 mL MS WPM andKnudson C salt formulations combined with BAP (0 05 1 2and 4 mg L-1) supplemented with 2 g L-1 activated charcoalsolidified with 6 g L-1 agar and pH adjusted for 58 plusmn 01 Afterthe inoculation the plantlets maintained in a growth room at25plusmn2ordmC 35 mMol m-2 s-1 light intensity and 16 hoursphotoperiod After 90 days the best results for the in vitropropagation of orchid plantlets Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquowere obtained with half strength WPM The supplementation of4 mg L-1 BAP to the WPM medium favors in vitro growth Forthe multiplication phase the largest number of sprouts is achievedwith full strength MS medium in the absence of BAP

Index terms Orchid in vitro growth cytokinin

INTRODUCcedilAtildeO

As orquiacutedeas satildeo consideradas as plantas

ornamentais haacute mais tempo cultivadas pelo homem

Pertencem agrave famiacutelia Orchidaceae a maior entre as

monocotiledocircneas e tambeacutem entre as plantas ornamentais

com 600 - 800 gecircneros e 25000-35000 espeacutecies (SHEEHAN

1983) totalizando 7 das plantas ornamentais do mundo

(Van Der PIJL amp DODSON 1966)

A propagaccedilatildeo de orquiacutedeas pode ser tanto

vegetativa quanto por meio de sementes Estas embora

produzidas em grande quantidade natildeo possuem

endosperma funcional prescindindo para tanto da

associaccedilatildeo simbioacutetica com fungos micorriacutezicos dentre os

quais a Rhizoctonia que eacute um dos gecircneros mais importante

(PIERIK 1987 SHEEHAN 1983)

(Recebido em 08 de dezembro de 2005 e aprovado em 10 de julho de 2006)

Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea 69

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

Knudson (1922) observou que era possiacutevel o cultivo

de sementes em meio artificial contendo apenas sais

nutritivos e accediluacutecar na ausecircncia de fungos Posteriormente

em 1946 o mesmo autor aperfeiccediloou este meio de cultura

sendo atualmente um dos mais utilizados comercialmente

na germinaccedilatildeo e desenvolvimento de orquiacutedeas (ARDITTI

amp ERNST 1992) No entanto satildeo necessaacuterios estudos

pois satildeo descritos vaacuterios meios de cultura para muitos

gecircneros e espeacutecies diferentes O meio de cultura mais

utilizado na cultura de tecidos em geral eacute o MS (Murashige

amp Skoog 1962) podendo-se encontrar o uso de outros

meios como Knudson C (1946) e WPM (Wood Plant

Medium) de Loyd amp McCown (1980)

Reguladores de crescimento em diferentes

concentraccedilotildees tecircm sido usados conforme a espeacutecie e a

metodologia utilizada Podem ser necessaacuterios para a

germinaccedilatildeo de sementes formaccedilatildeo de calos e brotaccedilotildees

adventiacutecias (GRATTAPAGLIA amp MACHADO 1998

PASQUAL 2001)

O regulador de crescimento BAP (6-

benzilaminopurina) eacute uma citocinina largamente utilizada

para estimular a induccedilatildeo de brotos em plantas ornamentais

Para o cultivo in vitro de orquiacutedeas do grupo Cattleya a

citocinina BAP geralmente eacute utilizada nas concentraccedilotildees

que variam entre 005 e 10 mg L-1 (CARVALHO 2002)

Martini et al (2001) trabalhando com a orquiacutedea

Gongora quinquenervis observaram que a presenccedila do

BAP inibe a multiplicaccedilatildeo de calos e o potencial

organogecircnico Silva (2003) concluiu que para o estaacutedio de

subcultivo de Brassocattleya lsquoPastoralrsquo x Laeliocattleya

lsquoAmber Glowrsquo natildeo haacute necessidade da adiccedilatildeo de BAP como

estiacutemulo ao desenvolvimento geral do explante Melhor

proliferaccedilatildeo de brotos formaccedilatildeo de raiacutezes nuacutemero de

folhas e comprimento de brotos em Dendrobium foram

obtidos com 25 mg L-1 de BAP + 05 mg L-1 de ANA

adicionados ao meio MS (TALUKDER et al 2003)

Aleacutem do tipo de meio outro aspecto importante na

multiplicaccedilatildeo in vitro estaacute relacionado com o tipo de

citocinina e sua concentraccedilatildeo sendo ambos determinantes

no sucesso da micropropagaccedilatildeo (GRATTAPAGLIA amp

MACHADO 1998)

O maior entrave no processo de micropropagaccedilatildeo

de orquiacutedeas estaacute relacionado ao tempo necessaacuterio para a

produccedilatildeo de mudas a partir de plantas hiacutebridas

selecionadas e a utilizaccedilatildeo de meio de cultura adequado

para cada espeacutecie Assim objetivou-se estudar o efeito de

diferentes concentraccedilotildees de BAP e formulaccedilotildees de minerais

nutritivos em meios de cultura na propagaccedilatildeo in vitro de

placircntulas de orquiacutedea oriundas do hiacutebrido Brassocattleya

lsquoPastoralrsquo x Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo

MATERIAL E MEacuteTODOS

Placircntulas hiacutebridas oriundas de sementes

germinadas assimbioticamente em meio Knudson C

obtidas do cruzamento entre Brassocattleya lsquoPastoralrsquo x

Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo com aproximadamente

15plusmn05 cm de comprimento foram transferidas para frascos

de 250 cm3 de capacidade contendo 40 mL de meio de

cultura e vedados com tampas plaacutesticas transluacutecidas Os

tratamentos consistiram de diferentes formulaccedilotildees salinas

(MS WPM e Knudson C em suas formulaccedilotildees originais)

combinadas com 0 05 10 20 e 40 mg L-1 de BAP

acrescidos de 2 g L-1 de carvatildeo ativado solidificado com

6 g L-1 de aacutegar e pH ajustado para 58plusmn01 antes da

autoclavagem obtida a 121ordmC e 1 atm por 20 minutos

Posteriormente agrave inoculaccedilatildeo os frascos foram

transferidos para sala de crescimento com temperatura

de 25plusmn2ordmC fotoperiacuteodo de 16 horas e 35 mmolm-2s-1 de

intensidade luminosa fornecida por lacircmpadas do tipo

(Grow-lux) e luz do dia especial O delineamento

experimental utilizado foi inteiramente casualizado no

esquema fatorial 3 x 5 com cinco repeticcedilotildees de quatro

placircntulas cada sendo cada repeticcedilatildeo composta por um

frasco

Apoacutes 90 dias da instalaccedilatildeo do experimento foram

avaliados nuacutemero meacutedio de brotos comprimento meacutedio

da parte aeacuterea nuacutemero meacutedio de raiacutezes nuacutemero meacutedio de

folhas e meacutedia da massa fresca total de placircntulas

ARAUJO A G de et al70

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Para a variaacutevel nuacutemero de folhas natildeo houve

significacircncia dos fatores isolados nem da interaccedilatildeo entre

eles O nuacutemero de raiacutezes e massa fresca total de placircntulas

apresentaram significacircncia apenas para o fator meio de

cultura enquanto que para nuacutemero de brotos e

comprimento da parte aeacuterea a interaccedilatildeo dos fatores foi

significativa (Tabela 1)

Com relaccedilatildeo ao nuacutemero de brotos observou-se

interaccedilatildeo entre os fatores BAP e os meios de cultura

utilizados (Tabela 1) Poreacutem pelo teste F verificou-se que

apenas o meio MS foi significativo em relaccedilatildeo agraves

concentraccedilotildees de BAP (Figura 1)

O maior nuacutemero de brotos (334) foi registrado na

formulaccedilatildeo de MS adicionado de 40 mg L-1 de BAP

Entretanto na ausecircncia dessa citocinina foi observada a

formaccedilatildeo de 304 brotosplanta (Figura 1) Diante da

pequena diferenccedila na quantidade meacutedia de brotos

formados entre a maior concentraccedilatildeo e o tratamento sem

o regulador de crescimento justifica-se a utilizaccedilatildeo do

meio de cultura sem o BAP Estes resultados concordam

com Silva (2003) que obteve maior nuacutemero de brotos (2

brotos) na ausecircncia de BAP para esse mesmo hiacutebrido

poreacutem em meio Knudson C

A natildeo utilizaccedilatildeo de reguladores de crescimento

adicionados ao meio de cultura vai influenciar na

reduccedilatildeo dos custos de produccedilatildeo de mudas jaacute que esse

eacute um dos componentes mais onerosos Isso eacute

extremamente importante principalmente para

laboratoacuterios comerciais

TABELA 1 ndash Resumo da anaacutelise de variacircncia para as caracteriacutesticas meacutedias de nuacutemero de folhas (NF) nuacutemero de raiacutezes(NR) nuacutemero de brotos (NB) comprimento da parte aeacuterea (CPA) e massa fresca total de placircntulas (MFP) e respectivoscoeficientes de variaccedilatildeo (CV)

significativo a 1 e 5 de probabilidade respectivamente pelo teste F

FIGURA 1 ndash Efeito do meio de cultura MS e concentraccedilotildees de BAP no nuacutemero meacutedio de brotos em placircntulas hiacutebridasde Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo apoacutes 90 dias da incubaccedilatildeo

Fontes de variaccedilatildeo GL Quadrados meacutedios

NF NR NB CPA MFP Meios 2 125683 ns 162740 01483 ns 53139 02372 BAP 4 186198 ns 44693 ns 04408 ns 03373 ns 00075 ns

Meio x BAP 8 243984 ns 13417 ns 17417 13579 00459 ns

Resiacuteduo 45 124475 21329 05055 05961 00662 CV () 3467 3081 2801 2443 5100

Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea 71

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

O estiacutemulo agrave brotaccedilatildeo em placircntulas de Spathoglottis

plicata Griff ocorreu em meio MS suplementado com 10

mg L-1 de BAP e 25 mg L-1 de ANA tendo o enraizamento

estimulado com 20 mg L-1 de AIB (NAYAK et al 1999)

TDZ tambeacutem eacute utilizado em associaccedilatildeo com BAP para

regeneraccedilatildeo de brotos de Rhynchostylis (BUI Le al 1999)

e de Anoectochilus (LI et al 1999) todas orquidaceaes

Observou-se interaccedilatildeo entre o tipo de meio de

cultura e o BAP no que diz respeito ao comprimento de

parte aeacuterea das placircntulas (Tabela 1) Pelo teste de F apenas

o meio WPM foi significativo em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees

de BAP (Figura 2)

O maior comprimento da parte aeacuterea (47 cm) foi

observado quando se utilizou o meio WPM combinado

com 40 mg L-1 de BAP (Figura 2) Como a relaccedilatildeo foi direta

pode-se inferir que o efeito estimulatoacuterio do BAP sobre o

crescimento da parte aeacuterea continuaria mesmo em

concentraccedilotildees maiores que 40 mg L-1 Talukder et al (2003)

obtiveram melhor comprimento de brotos (0472 cm) em

placircntulas de Dendrobium com utilizaccedilatildeo de 25 mg L-1 de

BAP + 05 mg L-1 de ANA adicionados ao meio MS

Relativo ao nuacutemero meacutedio de raiacutezes houve

significacircncia apenas para o fator meio de cultura (Tabela 1)

Na Tabela 2 verifica-se que os maiores valores foram obtidos

com os meios WPM (557) seguido do MS (487) sendo os

menores valores verificados no meio Knudson C (378) A

emissatildeo de novas raiacutezes eacute favorecida pelo caacutelcio e pelo boro

O meio Knudson C apresenta uma concentraccedilatildeo maior de

caacutelcio e menor de boro em relaccedilatildeo aos meios MS e WPM

que possuem concentraccedilotildees semelhantes de ambos

Segundo Pierik (1987) em concentraccedilotildees mais elevadas

(1 a 10 mg L-1) as citocininas podem induzir a formaccedilatildeo de

gemas adventiacutecias quebrando a dominacircncia apical e retardando

a formaccedilatildeo de raiacutezes Talukder et al (2003) encontraram maior

nuacutemero de raiacutezes (193explante) em placircntulas de Dendrobium

com utilizaccedilatildeo de 25 mg L-1 de BAP + 05 mg L-1 de ANA

adicionados ao meio MS O estiacutemulo ao enraizamento em

Spathoglottis plicata ocorreu em meio MS suplementado com

20 mg L-1 de AIB (NAYAK et al 1999)

FIGURA 2 ndash Comprimento meacutedio da parte aeacuterea em placircntulas hiacutebridas Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo cultivadas emmeio de cultura WPM e diferentes concentraccedilotildees de BAP

TABELA 2 ndash Efeito de diferentes meios de cultura sobreo nuacutemero meacutedio de raiacutezes em placircntulas hiacutebridas de BclsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo

Meios de Cultura Nuacutemero meacutedio de raiacutezes

WPM 557 a MS 487 a KC 378 b

Meacutedias seguidas pela mesma letra natildeo diferem entre sipelo teste de Scott-Knott a 5

ARAUJO A G de et al72

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

O efeito ora inibitoacuterio ora estimulatoacuterio dos

fitorreguladores na formaccedilatildeo de brotos e raiacutezes em

diferentes plantas pode estar associado agrave proacutepria

concentraccedilatildeo bem como a absorccedilatildeo dos reguladores de

crescimento pelo substrato (GEORGE 1996) agrave habituaccedilatildeo

(SANTANA amp PAIVA 2001) ou agrave deficiecircncia de proteiacutena

ligante promotora da atuaccedilatildeo das citocininas (TAIZ amp

ZEIGER 1998)

O nuacutemero de folhas natildeo apresentou diferenccedilas

significativas para os tratamentos estudados

isoladamente nem houve interaccedilatildeo entre eles (Tabela 1)

Talukder et al (2003) obtiveram maior nuacutemero de folhas

(425placircntula) em Dendrobium com utilizaccedilatildeo de 25 mg L-

1 de BAP + 05 mg L-1 de ANA adicionados ao meio MS

Para massa fresca de placircntulas houve significacircncia

apenas para o fator meio de cultura isoladamente (Tabela

1) Atraveacutes do teste de meacutedias constatou-se maior massa

de placircntulas frescas nos meios WPM e MS com 0524 e

0503g respectivamente Resultado inferior (0326g) foi

registrado em meio Knudson C (Tabela 3)

TABELA 3 ndash Efeito do meio de cultura na massa frescatotal de placircntulas do hiacutebrido Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmberGlowrsquo

Meios de Cultura Massa fresca total de placircntulas (g)

WPM 0524 a MS 0503 a KC 0326 b

Meacutedias seguidas pela mesma letra natildeo diferem entre sipelo teste de Scott-Knott a 5

Dignart (2003) estudando a germinaccedilatildeo in vitro

de sementes de Cattleya nobilior Rchbf em diferentes

meios de cultura (MS WPM Knudson C e B5 de

GAMBORG et al 1968) observou que natildeo houve

diferenccedilas entre os meios utilizados O BAP adicionado

ao meio de cultura provocou aumento da taxa de brotaccedilatildeo

a partir de 1 igravemolL

Segundo (PASQUAL 2001) os meios MS e WPM

possuem concentraccedilotildees similares de micronutrientes e satildeo

ricos em nitrogecircnio (N) e potaacutessio (K) Jaacute o meio Knudson C

natildeo possui micronutrientes e tem baixas concentraccedilotildees de

N e K em relaccedilatildeo ao MS e WPM Os melhores resultados

para as variaacuteveis analisadas foram observados em meio WPM

e MS Essa resposta provavelmente deveu-se ao fato de

que o meio Knudson C possui diferentes sais minerais e

embora seja muito utilizado na germinaccedilatildeo de sementes de

orquiacutedeas parece natildeo propiciar condiccedilotildees satisfatoacuterias para

o desenvolvimento de placircntulas de algumas espeacutecies de

orquiacutedeas

Sabe-se que existe uma relaccedilatildeo entre o nuacutemero de

brotos e seu tamanho e nessa relaccedilatildeo quanto maior for o

nuacutemero de brotos menor o tamanho dos mesmos

(GEORGE 1996) Essa relaccedilatildeo fez-se presente ateacute a

concentraccedilatildeo de 20 mg L-1 de BAP em Bc lsquoPastoralrsquo x Lc

lsquoAmber Glowrsquo No entanto em concentraccedilotildees superiores

tanto o nuacutemero quanto o comprimento dos brotos

aumentaram Tal diversidade de resultados estaacute

relacionada principalmente ao genoacutetipo da espeacutecie meio

de cultura e possivelmente agrave interferecircncia na accedilatildeo dos

reguladores de crescimento

Segundo Malaure et al (1991) diferentes efeitos

dos reguladores de crescimento podem ocorrer para

diferentes espeacutecies inclusive variaccedilotildees dentro de uma

mesma espeacutecie Em orquiacutedeas o efeito dos reguladores de

crescimento e de meios de cultura satildeo diversificados

principalmente quando se utiliza um hiacutebrido trigeneacuterico

com alto grau de heterozigose

CONCLUSOtildeES

Melhores resultados para propagaccedilatildeo in vitro de

placircntulas de orquiacutedea Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo satildeo

obtidos com o meio WPM A suplementaccedilatildeo de 4 mg L-1 de

BAP no meio WPM favorece o crescimento in vitro Para

a multiplicaccedilatildeo maior quantidade de brotos eacute conseguida

em meio MS na ausecircncia de BAP

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ARDITTI J ERNST R Micropropagation of orchids NewYork John Wiley amp Sons 1992 682 p

Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea 73

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

BUI V L HANG-PHUONG N T ANH-HONG L T TRAN-THANH-VAN K High frequency shoot regeneration fromRhynchostylis gigantea (Orchidaceae) using thin cell layers PlantGrowth Regulation Dordrecht v28 n3 p 179-185 July 1999

CARVALHO V S Morfogecircnese in vitro de orquiacutedeas dogrupo Cattleya 2002 179 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitotecnia) - Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG

DIGNART S L Propagaccedilatildeo in vitro de Cattleya nobiliorRCHB F (Orchidaceae) Cuiabaacute UFMT 2003 55 p(Monografia - Licenciatura em Ciecircncias Bioloacutegicas)

GEORGE E F Plant propagation by tissue culture part 1- The Technology 2 ed Edington Limited 1996 1574 p

GAMBORG O L MILLER R A OJIMA K Nutrientrequeriments of suspension cultures of soybean root cellsExperimental Cell Research San Diego v 50 n 1 p 151-158 1968

GRATTAPAGLIA D MACHADO M MicropropagaccedilatildeoIn TORRES A C et al (Ed) Cultura de tecidos etransformaccedilatildeo de plantas Brasiacutelia EMBRAPACNPH1998 v 1 p 183-260

KNUDSON L Nonsymbiotic germination of orchid seedsBotanical Gazette Chicago v 73 n 1 p 1-25 1922

KNUDSON L A new nutrient solution for the germinationof orchid seed American Orchid Society Bulletim WestPalm Beach v 14 p 214-217 1946

LI Y GE Z LI Y Q GE Z Y Studies on improvement ofthe micropropagation technique and transplantation ofAnoectochilus formosanus Havata Journal of JiangsuForestry and Technology Beijing v 26 n 3 p 32-34 1999

LOYD G McCOWN B Commercially-feasiblemicropropagation of mountain laurel Kalmia latifoliaby use of shoot-tip culture International Plant PropagationSociety Proceedings Washington v 30 p 421-427 1980

MALAURE R S BARCLAY G POWER J B DAVEYM R The prodution of novel plants from florets ofChrysanthemun morifolium using tissue culture 1 Shootregeneration from ray florets and somaclonal variationexhibited by regenerated plants Journal of PlantPhysiology Stuttgart v 139 n 1 p 8-13 Nov 1991

MARTINI C M WILLADINO L ALVES G D DONATOV M T S Propagaccedilatildeo de orquiacutedea Gongora quinquinervispor semeadura in vitro Pesquisa AgropecuaacuteriaBrasileira Brasiacutelia v 36 n 10 p 1319-1324 out 2001

MURASHIGE T SKOOG F A A revised medium for rapidgrowth and bio assays with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 1962

NAYAK NR RATH SP PATNAIK SN Propagationof Spathoglottis plicata BL (Orchidaceae) through in vitroculture of leaf bases Advances in Plant Sciences NewYork v 12 n 2 p 589-592 1999

PASQUAL M Cultura de tecidos vegetais meios decultura Lavras UFLAFAEPE 2001 74 p

PIERIK R L M In vitro culture of higher plants BostonMartinus Nijhoff Publishers 1987 344 p

SANTANA J R F PAIVA R Habituaccedilatildeo Revista ABCTPNotiacutecias Recife n 41 p 4-10 2001

SHEEHAN T J Recent advances in botany propagationand physiology of orchids Horticultural Reviews v 5 p279-315 1983

SILVA E F Multiplicaccedilatildeo e crescimento in vitro deorquiacutedea Brassocattleya ldquoPastoralrdquo x LaeliocattleyaldquoAmber Glowrdquo 2003 62 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitotecnia) - Universidade Federal de Lavras Lavras MG

SINGH F Micropropagation of orchids Spathogloottisplicata and Epidendrum radicans In BAJAJ Y P SBiotechnology in agriculture and forestry high-tech andmicropropagation IV London Springer-Verlag 1992 v 20p223-245

TAIZ L ZEIGER E Plant physiology 2 ed SunderlandMA Sinauer Associates 1998 792 p

TALUKDER S K NASIRUDDIN K M YASMIN SHASSAN L BEGUM R Shoot proliferation of Dendrobiumorchid with BAP and ANA Jounal of Biological SciencesBanghadesh v11 n 3 p 1058-1062 2003

VAN DER PIJL L DODSON CH Orchid flowers theirpollination and evolution Coral Gables University ofMiami Press 1966 214 p

SILVEIRA D G et al74

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

EFEITO DO VIacuteRUS DAS ESTRIAS DA BANANEIRA NAMICROPROPAGACcedilAtildeO E NO CRESCIMENTO DAS PLANTAS DA

CULTIVAR CAIPIRA DURANTE A ACLIMATIZACcedilAtildeO1

EFFECT OF BANANA STREAK VIRUS ON MICROPROPAGATION AND PLANTGROWTH OF CULTIVAR CAIPIRA DURING ACLIMATIZATION

DANIELA GARCIA SILVEIRA2 ANTOcircNIO DA SILVA SOUZA3 PAULO ERNESTO MEISSNER FILHO3TALES MILER SOARES4 RANULFO CORREA CALDAS3 KAacuteTIA REGINA BARBOSA LEAtildeO5

1Parte da Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada pelo primeiro autor ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Agraacuterias da Escola de AgronomiaUFBA ndash Cruz das Almas BA2Doutoranda em Botacircnica ndash Universidade Estadual de Feira de SantanaUEFS ndash Feira de Santana BA ndash danielagsigcombr3Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical ndash Caixa Postal 007 ndash 44380-000 ndash Cruz das Almas BA4Doutorando da Escola Superior Luis de QueirozEsalq ndash Piracicaba SP ndash tmsoaresesalquspbr5Engenheira Agrocircnoma MSc EBDA ndash Cruz das Almas BA ndash 44380-000 ndash krbleaohotmailcom

(Recebido em 12 de abril de 2006 e aprovado em 28 de agosto de 2006)

RESUMOAvaliaram-se os efeitos da infecccedilatildeo pelo viacuterus das estrias

de bananeira (Banana Streak Virus BSV) no desenvolvimento invitro e no crescimento das plantas da cultivar Caipira durante aaclimatizaccedilatildeo Utilizou-se o delineamento experimentalinteiramente casualizado com dois tratamentos plantas sadias eplantas infectadas pelo BSV com respectivamente 24 e 28repeticcedilotildees Os explantes foram desinfestados e estabelecidos emmeio MS baacutesico suplementado com 30 gL de sacarose solidificadocom 2 gL de lsquoPhytagelrsquo e pH ajustado em 58 Foram efetuadoscinco subcultivos em meio com 4 mgL de BAP (6-benzilaminopurina) e as plantas obtidas foram enraizadas nessemesmo meio de cultura sem reguladores de crescimento Apoacutesessa etapa transferiram-se as plantas para a aclimatizaccedilatildeo emcacircmara uacutemida onde permaneceram por 30 dias Avaliaram-se astaxas de multiplicaccedilatildeo a presenccedila in vitro dos sintomas do BSVnos explantes provenientes das plantas infectadas durante amicropropagaccedilatildeo e aclimatizaccedilatildeo as perdas por contaminaccedilatildeoenvolvendo fungos e bacteacuterias nas fases da micropropagaccedilatildeo e aaltura das plantas na fase da aclimatizaccedilatildeo A infecccedilatildeo pelo BSVnatildeo afetou significativamente a multiplicaccedilatildeo e o crescimento invitro das plantas sendo os sintomas do viacuterus visiacuteveis em todasas fases da micropropagaccedilatildeo e na aclimatizaccedilatildeo das plantasinfectadas A maior porcentagem de contaminaccedilatildeo ocorreu nafase de estabelecimento in vitro dos explantes independentementedos tipos de plantas utilizadas Apoacutes 30 dias de aclimatizaccedilatildeo asplantas com BSV apresentaram altura inferior agraves plantas sadiasA presenccedila do viacuterus natildeo influenciou a taxa de multiplicaccedilatildeo dosexplantes poreacutem afetou o crescimento das plantas infectadas

Termos para indexaccedilatildeo Musa BSV cultura de tecidospropagaccedilatildeo in vitro

ABSTRACTThe effects of the banana streak virus (BSV) infection on

in vitro development of the cultivar Caipira were evaluated The

used experimental design was a completely randomized withtwo treatments healthy plants and plants infected by BSV with24 and 28 replications respectively The explants weredisinfected and established in a basic MS medium supplementedwith 30 gL sucrose solidified with 2 gL lsquoPhytagelrsquo and pHadjusted to 58 Five subcultures were carried out in a mediumcontaining 4 mgL BAP (6-benzylaminopurine) and the plantletswere rooted in the same culture medium without growthregulators Afterwards the plantlets were transferred to a humidchamber for acclimatization during a 30-day periodMultiplication rates presence of BSV symptoms on in vitroexplants obtained from plants infected during themicropropagation and acclimatization periods losses caused byfungal and bacterial contamination and plantlet height at theacclimatization stage were evaluated The infection by BSVpresented no significant effect on the multiplication rate and invitro plant growth although the virus symptoms were visible inall the micropropagation phases and during the acclimatizationof infected plants The highest percentage of contaminationoccurred during the in vitro establishment phase regardless theused plants After 30 days of acclimatization the plants withBSV presented a lower height compared to the healthy plantsAlthough the presence of the virus had no influence on the explantmultiplication rate it affected the growth of infected plants

Index terms Musa BSV tissue culture in vitro propagation

INTRODUCcedilAtildeO

As bananeiras estatildeo sujeitas as vaacuterias doenccedilas

causadas por fungos bacteacuterias nematoacuteides e viacuterus que

satildeo limitantes agrave sua capacidade de produccedilatildeo Entre as

viroses que ocorrem no Brasil destaca-se a causada pelo

viacuterus das estrias da bananeira (Banana streak virus BSV)

Efeito do viacuterus das estrias da bananeira 75

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

que eacute particularmente importante para os programas de

melhoramento geneacutetico e de multiplicaccedilatildeo comercial de

cultivares uma vez que pode ser incorporada ao genoma e

transmitida pelas sementes de plantas infectadas

(DANIELLS et al 1995) aleacutem de natildeo existir um meacutetodo

eficiente para limpar uma planta infectada com BSV

(LOCKHART 1994)

Esse viacuterus natildeo eacute transmitido mecanicamente sendo as

mudas infectadas sua principal forma de disseminaccedilatildeo

(LOCKHART amp AUSTREY 1988 LOCKHART 1994) A

transmissatildeo eacute feita de maneira semi-persistente pela cochonilha-

dos-citros Planococcus citri Risso e pela cochonilha-da-cana-

de-accediluacutecar Saccharicoccus sacchari cocherell (LOCKHART

1993 LOCKHART amp AUSTREY 1988)

O BSV inicialmente causa na bananeira um estriado

cloroacutetico de linhas descontiacutenuas dispersas e concentradas

em partes da lacircmina foliar Com o envelhecimento das

folhas o estriado causa necrose de coloraccedilatildeo marrom-cafeacute

a negro (RAMIREZ amp RIVERA 1994) As plantas

infectadas geralmente natildeo mostram sintomas em todas as

folhas (CORDEIRO amp KIMATI 1997 LOCKHART 1986)

Outros sintomas do BSV satildeo a reduccedilatildeo do vigor da planta

e a diminuiccedilatildeo do tamanho dos frutos que tambeacutem ficam

deformados (RAMIREZ amp RIVERA 1994)

Este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos

da infecccedilatildeo pelo BSV na multiplicaccedilatildeo in vitro e no

crescimento durante a aclimatizaccedilatildeo das plantas de

bananeira da cultivar Caipira Aleacutem disso avaliou-se a taxa

de contaminaccedilatildeo por fungos e bacteacuterias na etapas da

micropropagaccedilatildeo devido a importacircncia dessa variaacutevel na

multiplicaccedilatildeo in vitro das plantas

MATERIAL E MEacuteTODOS

O estudo dos efeitos do BSV na micropropagaccedilatildeo

da cultivar Caipira (grupo AAA) foi conduzido no

Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos da Embrapa Mandioca

e Fruticultura Tropical Utilizou-se o delineamento

experimental inteiramente casualizado com dois

tratamentos plantas sadias com 24 repeticcedilotildees coletadas

no Banco de Germoplasma de Bananeira da Embrapa

Mandioca e Fruticultura Tropical e plantas infectadas com

BSV com 28 repeticcedilotildees Foram usadas mudas do tipo

chifrinho sendo que as matrizes infectadas com BSV com

altura meacutedia de 12 cm foram infestadas pela cochonilha

vetora Planacoccus citri Risso alimentadas em folhas de

banana lsquoMysorersquo com sintomas de BSV em casa-de-

vegetaccedilatildeo Aproximadamente 15 dias apoacutes a infestaccedilatildeo

todas as 28 plantas estavam com os sintomas da virose

Para o estabelecimento in vitro realizou-se a limpeza

das matrizes por meio de uma seacuterie de cortes removendo-

se parte do rizoma e do pseudocaule ateacute o tamanho

aproximado de 50 cm de altura por 15 cm de diacircmetro

lavando-se com detergente e aacutegua deionizada A

desinfestaccedilatildeo foi feita em cacircmara de fluxo laminar

imergindo os explantes em soluccedilatildeo de aacutelcool 70 por

cinco minutos e em soluccedilatildeo 11 de aacutegua sanitaacuteria comercial

(2 de cloro ativo) com aacutegua deionizada por 30 minutos

Em seguida foram realizadas trecircs lavagens com aacutegua

deionizada esterilizada e reduzidos os explantes ateacute o

tamanho final de 06 cm de altura por 04 cm de diacircmetro

As etapas de estabelecimento multiplicaccedilatildeo e

enraizamento foram realizadas em meio nutritivo MS baacutesico

(MURASHIGE amp SKOOG 1962) suplementado com 30 g

L de sacarose solidificado com 2 gL de ldquoPhytagelrdquo e pH

ajustado para 58 Apenas na fase de multiplicaccedilatildeo o meio

MS foi suplementado com 4 mgL de 6-benzilaminopurina

(BAP) Em todas as etapas os explantes foram dispostos

sobre 25 mL de meio de cultura em frascos com 12 cm de

altura por 5 cm de diacircmetro

A multiplicaccedilatildeo foi realizada em cinco subcultivos

das gemas e brotos sendo efetuada a subdivisatildeo

longitudinal dos explantes sempre que possiacutevel O

estabelecimento e os cinco subcultivos foram realizados

com intervalos de 30 dias Apoacutes os subcultivos as

plantas permaneceram 30 dias em enraizamento O

estudo foi desenvolvido sob condiccedilotildees de temperatura

de 27 plusmn 1ordmC fotoperiacuteodo de 16 horas e intensidade

luminosa de 22 microEm2s

SILVEIRA D G et al76

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

Apoacutes o enraizamento in vitro 47 plantas sadias e 40

plantas infectadas com BSV foram transferidas para copos

plaacutesticos de 300 cm3 contendo o Plantmaxreg e vermiculita

(21) permanecendo 30 dias sob condiccedilotildees de 85 de umidade

relativa do ar e 60 de sombreamento em casa-de-vegetaccedilatildeo

Na fase de estabelecimento e em cada subcultivo

foram avaliadas as taxas de multiplicaccedilatildeo e a presenccedila dos

sintomas do BSV nos explantes provenientes das plantas

infectadas Na fase de aclimatizaccedilatildeo avaliaram-se a

presenccedila de sintomas nas plantas infectadas e as suas

respectivas alturas As medidas foram tomadas do coleto

ateacute a extremidade apical da folha mais alta

Os dados referentes ao nuacutemero de gemas obtidas

nos cinco subcultivos foram transformados em raiz

quadrada Foi estabelecida uma regressatildeo linear para cada

tratamento em funccedilatildeo dos subcultivos

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A infecccedilatildeo pelo BSV natildeo afetou significativamente

o crescimento e a multiplicaccedilatildeo das plantas sendo que o

nuacutemero de gemas cresceu linearmente em funccedilatildeo dos

subcultivos em ambos os tratamentos Trabalhando com

plantas micropropagadas de bananeira sadias e infectadas

com o viacuterus do topo em leque (Banana bunchy top virus

BBTV) Thomas et al (1995) observaram que aquela virose

tambeacutem natildeo afetou a capacidade das plantas em crescer e

multiplicar Nas anaacutelises de regressatildeo realizadas para os

dois tratamentos (plantas sadias e plantas com BSV) o

acreacutescimo no nuacutemero de gemas em funccedilatildeo dos subcultivos

pode ser explicado por um modelo de regressatildeo linear

(Figura 1) As estimativas da regressatildeo linear para plantas

com BSV e plantas sadias foram altamente significativas e

os coeficientes de determinaccedilatildeo (R2) proacuteximos de 1 Foi

observado que as linhas determinadas a partir das

equaccedilotildees obtidas satildeo quase superpostas evidenciando

um comportamento semelhante entre os dois tratamentos

com relaccedilatildeo ao nuacutemero de gemas por subcultivo

Em todas as fases da micropropagaccedilatildeo os sintomas

do BSV foram visiacuteveis ocorrendo nas folhas das plantas

infectadas estriados cloroacuteticos com linhas descontiacutenuas e

FIGURA 1 ndash Curvas de regressatildeo linear obtidas a partir dosdados de gemas em cada subcultivo da cultivar de bananeiraCaipira sadias e infectadas com BSV Cruz das Almas (BA)Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 2006Dados transformados por x

dispersas (Figura 2) Esses mesmos sintomas foram

observados em plantas de bananeira infectadas com BSV

mantidas a campo (RAMIREZ amp RIVERA 1994)

As contaminaccedilotildees que ocorreram nos materiais

in vitro foram tambeacutem avaliadas As maiores taxas de

contaminaccedilatildeo aconteceram na fase de estabelecimento

in vitro dos explantes obtendo-se niacuteveis de 21 e 32

para as plantas sadias e infectadas com BSV

respectivamente (Figura 3) Os elevados iacutendices de perdas

nesta etapa foram causados principalmente por

contaminaccedilatildeo bacteriana Segundo Oliveira amp Silva

(1997) as maiores contaminaccedilotildees bacterianas dos

explantes de bananeira ocorrem na fase de

estabelecimento in vitro do que nos demais subcultivos

Oliveira et al (2000) trabalhando com plantas livres de

viacuterus obtiveram taxas de contaminaccedilatildeo nesta fase entre

10 e 45 as quais estatildeo proacuteximas agraves obtidas neste

trabalho Durante a fase de multiplicaccedilatildeo as perdas por

contaminaccedilatildeo foram menores variando de 14 a 74

para as plantas sadias e de 0 a 121 no caso das plantas

infectadas com BSV sendo que a maior parte do material

foi contaminada por fungos natildeo-patogecircnicos Estes

valores foram bem inferiores agravequeles obtidos por Oliveira

et al (1999) (131) que utilizaram genoacutetipos diploacuteides

triploacuteides e tetraploacuteides de bananeiras sadias

Efeito do viacuterus das estrias da bananeira 77

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

FIGURA 2 ndash Planta de bananeira lsquoCaipirarsquo infectada com BSV na fase de enraizamento in vitro apresentando estriadoscloroacuteticos com linhas descontiacutenuas e dispersas nas folhas Cruz das Almas (BA) Embrapa Mandioca e FruticulturaTropical 2006

FIGURA 3 ndash Taxas por contaminaccedilatildeo () de explantes dacultivar Caipira na fase de estabelecimento (Est) e ao longode cinco subcultivos (Sub) Cruz das Almas (BA)Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 2006

Durante o enraizamento in vitro natildeo houve

diferenccedila significativa na altura das plantas Poreacutem com

30 dias de aclimatizaccedilatildeo as plantas com BSV apresentaram

altura significativamente inferior agraves plantas sadias (Tabela 1)

Soares et al (2000) cultivaram mudas de bananeira lsquoCaipirarsquo

sadias e infectadas com BSV durante 141 dias em casa-de-

vegetaccedilatildeo e observaram que a infecccedilatildeo pelo viacuterus implicou

em significativa reduccedilatildeo no crescimento inicial afetando

o porte o desenvolvimento do sistema radicular e a aacuterea

fotossintetizante das plantas Verifica-se assim que a

infecccedilatildeo pelo BSV prejudicou o crescimento inicial das

plantas afetando a altura daquelas infectadas mesmo em

um periacuteodo relativamente curto indicando que em periacuteodos

mais longos o prejuiacutezo com relaccedilatildeo ao crescimento pode

ser ainda maior aconteceu no estudo desenvolvido por

Soares et al (2000)

Os sintomas do BSV permaneceram visiacuteveis em

todas as plantas infectadas durante e apoacutes a fase de

aclimatizaccedilatildeo Esse resultado foi diferente ao obtido por

Dahal et al (1999) quando micropropagaram hiacutebridos de

Musa pois os sintomas soacute foram visiacuteveis em plantas com

trecircs meses apoacutes o enraizamento Provavelmente essa

diferenccedila foi devido agraves condiccedilotildees onde os trabalhos foram

conduzidos casa-de-vegetaccedilatildeo e campo respectivamante

bem como aos genoacutetipos estudados Observaccedilotildees

semelhantes foram tambeacutem efetuadas por Gauhl amp Pasberg-

Gauhl (1995) e Ortiz (1996) ao estudarem a incidecircncia de

viroses em diferentes genoacutetipos de bananeira

SILVEIRA D G et al78

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

Alturas (cm) Plantas de bananeira lsquoCaipirarsquo

Enraizamento

in vitro 30 dias de

aclimatizaccedilatildeo

Sadias 637 a 2690 a BSV 728 a 2192 b

TABELA 1 ndash Meacutedias das alturas das plantas apoacutes oenraizamento in vitro e 30 dias de aclimatizaccedilatildeo em casa-de-vegetaccedilatildeo Cruz das Almas (BA) Embrapa Mandiocae Fruticultura Tropical 2006

Meacutedias seguidas pelas mesmas letras nas colunas natildeodiferem estatisticamente entre si pelo teste F ao niacutevel de 5 de significacircncia

CONCLUSOtildeES

A infecccedilatildeo pelo BSV natildeo influenciou a taxa de

multiplicaccedilatildeo dos explantes embora os sintomas do viacuterus

tenham sido visiacuteveis em todas as fases da micropropagaccedilatildeo

e durante os primeiros 30 dias da aclimatizaccedilatildeo das plantas

infectadas Todavia o crescimento das plantas infectadas

foi afetado pela presenccedila do viacuterus

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CORDEIRO Z J M KIMATI H Doenccedilas da bananeiraIn KIMATI H et al (Ed) Manual de fitopatologiadoenccedilas das plantas cultivadas Satildeo Paulo AgronocircmicaCeres 1997 v 2 p 112-136

DAHAL G GAUHL F PASBERG-GAUHL C HUGHESJ drsquoA THOTTAPPILLY G LOCKHART B E L Evalutionof micropropagated plantain and banana (Musa spp) forbanana streak badnavirus incidence under field andgreenhouse conditions in Nigeria Annals of AppliedBiology Warwick v 134 n 2 p 181-191 Apr 1999

DANIELLS J THOMAS J E SMITH M Seedtransmission of banana streak virus confirmed InfoMusaMontpellier v 4 n 1 p 7 1995

GAUHL F PASBERG-GAUHL C Temporal dynamics ofbanana streak badnavirus (BSV) symptoms in Musa clonesin southern Nigeria Phytomedizin Hohenheim v 25 n 1p 27 1995

LOCKHART B E L Banana streak virus (BSV) InINTERNATIONAL NETWORK FOR THE

IMPROVEMENT OF BANANA AND PLANTAIN AnnualReport Montpellier INIBAP 1993 p 29-30

LOCKHART B E L Banana streak virus In PLOETZ RC ZENTMYER G A ANISHIJIMA W T ROHRBACHK G OHR H D (Ed) Compendium of tropical fruitdiseases Saint Paul The American PhytopathologicalSociet 1994 p 19-20

LOCKHART B E L Purification and serology of abaciliform virus associated with banana streak diseasePhytopathology Saint Paul v 76 n 10 p 995-999 Oct1986

LOCKHART B E L AUSTREY L J C Occurrence insugarcane of a bacilliform virus related serologically tobanana streak virus Plant Disease Saint Paul v 72 n 3p 230-233 Mar 1988

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgrowth and biossays with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 1962

OLIVEIRA R P SILVA S O Avaliaccedilatildeo de micropropagaccedilatildeocomercial em bananeira Pesquisa Agropecuaacuteria BrasileiraBrasiacutelia v 32 n 4 p 415-420 abr 1997

OLIVEIRA R P SILVEIRA D G SILVA S O Efeito dadesinfestaccedilatildeo e do uso de meios indicadores decontaminaccedilatildeo na micropropagaccedilatildeo de bananeira RevistaBrasileira de Fruticultura Jaboticabal v 22 n 1 p 57-61 abr 2000

OLIVEIRA R P SILVEIRA D G SILVA S O SILVA KM VILARINHOS A D Avaliaccedilatildeo da micropropagaccedilatildeode genoacutetipos diploacuteides triploacuteides e tetraploacuteides debananeira empregando protocolo utilizado em laboratoacuterioscomerciais Revista Brasileira de FruticulturaJaboticabal v 21 n 3 p 269-273 dez 1999

ORTIZ R The potential of AMMI analysis for fieldassessment of Musa genotypes to virus infectionHortscience Alexandria v 31 n 5 p 829-832 Sept 1996

RAMIREZ P RIVERA C Enfermedades virales in bananay plaacutetano In REUNIAtildeO DE LA ASSOCIACION PARA LACOOPERACION EN INVESTIGACION DE BANANO ENCARIBE Y EN AMERICA TROPICAL 10 1991 TabascoMemorias San Joseacute CORDANA 1994 p 223-230

Efeito do viacuterus das estrias da bananeira 79

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

SOARES T M MEISSNER FILHO P E ROCHA H SEfeitos do viacuterus das estrias da bananeira na cultivar Caipira(AAA) In CONGRESSO BRASILEIRO DEFRUTICULTURA 16 2000 Fortaleza Anais FortalezaSociedade Brasileira de Fruticultura 2000 172 p 1CD-ROM

THOMAS J E SMITH M K KESSLING A G HAMILLS D Incosistent transmission of banana bunchy top virusin micropropagated bananas and its implication forgermplasm screening Australian Journal of AgriculturalResearch Collingwood v 46 n 3 p 663-671 1995

FOGACcedilA L A et al80

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

CARACTERIacuteSTICAS MORFOFISIOLOacuteGICAS DE BROTACcedilOtildeES DEAgapanthus umbellatus var minor MULTIPLICADAS EM

BIORREATOR DE IMERSAtildeO TEMPORAacuteRIA1

MORPHOLOGICAL AND PHYSIOLOGICAL CHARACTERISTICS Agapanthus umbellatus varminor OF SHOOTS PROPAGATED IN BIOREACTOR OF TEMPORARY IMMERSION

LUCIANA ALVES FOGACcedilA2 DENILSON DORTZBACH3 ANTONIO CARLOS ALVES4 ENIO LUIZ PEDROTTI5

1Parte da dissertaccedilatildeo de mestrado do primeiro autor junto ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Recursos Geneacuteticos vegetais CCA UFSC ndash Florianoacutepolis SC2Engenheira Agrocircnoma Mestre em Recursos Geneacuteticos Vegetais ndash CCAUFSC ndash UFSC Trindade ndash Florianoacutepolis SC ndash 88040-900 ndash lufogacapopcombr3Empresa Catarinense de Pesquisa Agropecuaacuteria ndash Rodovia Admar Gonzaga 1340 ndash Bairro Itacorubi Florianoacutepolis SC ndash denilsondtbolcombr4Engenheiro Agrocircnomo Professor Dr Departamento Fitotecnia ndash CCAUFSC ndash UFSC ndash alvesccaufscbr5Engenheiro Agrocircnomo Professor Dr Departamento Fitotecnia ndash CCAUFSC ndash UFSC ndashRodovia Admar Gonzaga 1346 ndash 88 040 900 ndash Florianoacutepolis- SC ndash pedrotticcaufscbr

RESUMOCom o presente trabalho objetivou-se estudar alguns

aspectos morfoloacutegicos e fisioloacutegicos de placircntulas de Agapanthusumbellatus LrsquoHeacuter var minor multiplicadas em biorreatores deimersatildeo temporaacuteria (BIT) Foram testadas quatro concentraccedilotildeesde sacarose no meio de cultura e duas intensidades luminosasem um total de oito tratamentos formando um fatorial 2 x 4 Odelineamento experimental utilizado foi inteiramentecasualizado Os resultados obtidos indicaram que as condiccedilotildeesambientais principalmente luz e concentraccedilatildeo de sacarose domeio de cultura influenciaram o desenvolvimento e o crescimentodas placircntulas quando multiplicadas Observou-se que a ausecircnciade sacarose mesmo no niacutevel mais elevado de intensidadeluminosa natildeo estimulou a fotossiacutentese das placircntulas Acombinaccedilatildeo de 30 gL-1 de sacarose e 70 mMm-2s-1 de luzproporcionou maior numero de folhas massa fresca e secaconcentraccedilatildeo de clorofila a b e total fatores estes que tecircmgrande influecircncia na fase de aclimatizaccedilatildeo

Termos para indexaccedilatildeo Plantas ornamentaismicropropagaccedilatildeo sacarose intensidade luminosa

ABSTRACTThe objective of the present work was to study

morphological and physiological characteristics of Agapanthusumbellatus LrsquoHeacuter var minor plantlets propagated in bioreactorof temporary immersion (BIT) Four sucrose concentrationsand two light intensities were analyzed totalizing eighttreatments The experimental design used was a completelyrandomized with a 2 x 4factorial The results indicated that theenvironment conditions mainly light and sucrose concentrationsof the culture medium influenced plantlets development andgrowth It was observed that the absence of sucrose even inthe highest level of light intensity had no stimuli on plantletphotosynthesis The combination of 30 g L-1 sucrose and 70mM m-2 s-1 light had promoted higher leaf number fresh anddry weight concentration of chlorophyll a b and total

parameters that present high influence during theacclimatizationrsquos phase

Index terms Ornamental plants micropropagation sucroselight intensity

INTRODUCcedilAtildeO

Agapanthus umbellatus var minor tambeacutem

conhecida como Agapantho ou Liacuterio do Nilo eacute uma

angiosperma da famiacutelia Amaryllidaceae pertencente agrave

ordem Liliales (BOTANY 2003) eacute uma espeacutecie ornamental

muito utilizada como flor de corte devido agrave sua durabilidade

No entanto o maior interesse econocircmico nesta espeacutecie

decorre do seu uso como forraccedilatildeo em jardins e praccedilas

(LORENZI amp SOUZA 1995)

Sua propagaccedilatildeo eacute tradicionalmente efetuada

atraveacutes da divisatildeo de touceiras No entanto esta teacutecnica

apresenta uma seacuterie de desvantagens visto que a taxa de

propagaccedilatildeo eacute baixa cerca de dez mudas por planta ao ano

aleacutem de possibilitar a dispersatildeo de pragas e doenccedilas que

poderatildeo ocorrer no viveiro de produccedilatildeo Sendo assim a

micropropagaccedilatildeo pode ser uma ferramenta muito

promissora para esta espeacutecie

O processo de micropropagaccedilatildeo induz a um grande

nuacutemero de mudanccedilas anatocircmicas morfoloacutegicas e

fisioloacutegicas que muitas vezes tem limitado o cultivo in vitro

de algumas espeacutecies (DESJARDINS 1993) A

(Recebido em 18 de julho de 2005 e aprovado em 25 de agosto de 2006)

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 81

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

heterogeneidade de respostas agraves placircntulas que ocorrem

na cultura de tecidos eacute promovida natildeo soacute por fatores

inerentes ao tecido vegetal (geneacuteticos e fisioloacutegicos) mas

tambeacutem por modificaccedilotildees do ambiente in vitro

As modificaccedilotildees do ambiente in vitro envolvem a

qualidade e intensidade de luz fotoperiacuteodo temperatura

umidade reguladores de crescimento exoacutegenos fonte de

carbono e estresse mecacircnico Estes satildeo determinantes na

morfogecircnese no crescimento e no desenvolvimento de

placircntulas in vitro (GEORGE 1996 KOZAI et al 1990

SALISBURY 1981) Aleacutem disso interferem no nuacutemero de

folhas teor de clorofila densidade estomaacutetica (LIAN et

al 2002 PREECE amp SUTTER 1991) na fotossiacutentese e na

fase de aclimatizaccedilatildeo (DESJARDINS et al 1995)

Um dos principais fatores que causam grande

influecircncia na fotossiacutentese de placircntulas cultivadas in vitro

eacute a intensidade luminosa (GALZY amp COMPAN 1992) A

quantidade e a qualidade da luz bem como o fotoperiacuteodo

podem afetar o crescimento e o desenvolvimento de

placircntulas in vivo (SMITH 1982) e placircntulas in vitro

(ECONOMOU amp READ 1987 VLAHOS et al 1992) Esta

influecircncia se deve ao grande impacto sobre o acuacutemulo de

pigmentos biossiacutentese de clorofila diferenciaccedilatildeo de

cloroplastos e anatomia da folha (DESJARDINS et al 1995)

Outro fator que vem sendo estudado e que pode

determinar um papel importante no controle da atividade

fotossinteacutetica de placircntulas in vitro eacute a utilizaccedilatildeo de

carboidratos exoacutegenos pois o crescimento da maioria das

culturas in vitro eacute sustentado pela sacarose ou outros

accediluacutecares adicionados ao meio de cultura (PREECE amp

SUTTER 1991) Estes podem ser utilizados pelas placircntulas

quando a taxa de fotossiacutentese natildeo permite assegurar um

balanccedilo positivo em carbono definindo assim uma nutriccedilatildeo

mixotroacutefica ou heterotroacutefica (GALZY amp COMPAN 1992)

Baseado na hipoacutetese de que a composiccedilatildeo do meio

de cultura e a intensidade luminosa influenciam a

morfologia e a fisiologia de placircntulas micropropagadas o

presente trabalho teve como objetivo estudar aspectos

morfoloacutegicos e fisioloacutegicos de placircntulas de Agapanthus

umbellatus LrsquoHeacuter var minor multiplicadas em biorreator de

imersatildeo temporaacuteria (BIT) Para tanto foi avaliado o

desenvolvimento e o crescimento desta espeacutecie durante a

fase de multiplicaccedilatildeo em funccedilatildeo da variaccedilatildeo de niacuteveis de

sacarose e intensidade luminosa

MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado no Laboratoacuterio de

Morfogecircnese e Bioquiacutemica Vegetal localizado no Centro

de Ciecircncias Agraacuterias da Universidade Federal de Santa

Catarina em Florianoacutepolis - SC

O trabalho consistiu de um ensaio onde foram

utilizadas brotaccedilotildees de Agapanthus umbellatus var minor

obtidas da terceira repicagem mantidas em meio geleificado

MS + 178 mM de BAP Apoacutes serem individualizadas e

padronizadas tendo o seu tamanho variando entre 25 e

30 cm de comprimento as brotaccedilotildees foram transferidas

para o BIT (ETIENNE amp BERTHOULY 2002) contendo 500

mL de meio liacutequido e sais de MS (MURASHIGE amp SKOOG

1962) em condiccedilotildees asseacutepticas suplementado com

concentraccedilatildeo de 89 mM de BAP O pH foi ajustado com

NAOH (1N) em 59 antes da autoclavagem (durante 15

minutos sob 121ordmC e 15 atm de pressatildeo) O delineamento

experimental utilizado no ensaio foi o inteiramente

casualizado Foram testados quatro concentraccedilotildees de

sacarose no meio de cultura (0 15 30 e 45) e duas

intensidades luminosas (70 e 140 mmolm-2s-1) providas

por lacircmpadas brancas fluorescentes (PHILIPS ndash TLT 40W)

em um total de oito tratamentos formando um fatorial 2 x 4

Cada tratamento foi composto por trecircs frascos (repeticcedilatildeo)

contendo 50 plantas cada um

Os frascos foram mantidos em sala de crescimento

com fotoperiacuteodo de 16 horas e temperatura meacutedia de 22ordmC

com variaccedilatildeo de plusmn 2ordmC por um periacuteodo de 60 dias

Apoacutes 60 dias de cultivo foram avaliadas as

seguintes caracteriacutesticas dos explantes nuacutemero e tamanho

das brotaccedilotildees (cm) nuacutemero de folhasbrotaccedilatildeo massa

fresca e seca (g) da parte aeacuterea e raiz utilizando-se amostras

de 25 placircntulas por repeticcedilatildeo escolhidas ao acaso

FOGACcedilA L A et al82

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

A determinaccedilatildeo do conteuacutedo de clorofila ldquoa b e

totalrdquo consistiu na coleta de amostras de 100 mg de massa

fresca As amostras foram incubadas com 70 mL de DMSO

(dimetilsulfoacutexido) sem maceraccedilatildeo por 30 minutos a 65degC

Apoacutes filtragem seu volume foi completado para 10 mL com

DMSO Desses extratos 2 mL foram analisados em

espectrofotocircmetro (UV - visiacutevel SHIMADZU) para os

valores de absorbacircncia entre 645 e 663 nm Os valores obtidos

foram submetidos agrave foacutermula de Arnon (1949) conforme

descrito por Hiscox amp Israelstam (1979) Chl a = (00127 X

D663) ndash (000269 X D645) e Chl b = (00229 X D645) ndash (000468

X D663) A clorofila total foi a soma da ldquoChl a e Chl brdquo de

cada tratamento foram utilizadas 25 amostras

A determinaccedilatildeo da densidade estomaacutetica (nuacutemero

de estocircmatos por mm2 de superfiacutecie foliar) foi realizada nas

amostras das quais extraiu-se a clorofila Apoacutes a extraccedilatildeo

da clorofila as folhas foram cortadas e somente o terccedilo

meacutedio das folhas foi usado para anaacutelise Em seguida foram

fixadas sobre lacircminas histoloacutegicas com a ajuda de uma

lamiacutenula e de algumas gotas de aacutegua esterilizada A

observaccedilatildeo foi realizada na epiderme das faces adaxial e

abaxial da folha com o auxiacutelio de um microscoacutepio oacutetico

(OLYMPUS CH30 ocular WH10 X 22) com um aumento

de 400 vezes e com um campo conhecido de 024 mm2 Para

cada lacircmina foram feitas leituras em cinco campos

Os dados obtidos foram avaliados por meio da

anaacutelise de variacircncia (ANOVA) seguindo o modelo para

experimento bifatorial inteiramente casualizado O nuacutemero

de brotaccedilotildees o nuacutemero de folhas e a densidade estomaacutetica

foram transformados em Oumlx+1 para a anaacutelise As meacutedias

dos tratamentos foram separadas pelo teste de comparaccedilatildeo

de meacutedias de Duncan a 5 de probabilidade conforme

recomendaccedilotildees de Stell amp Torrie (1980)

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A concentraccedilatildeo de sacarose no meio de cultura

apresentou uma accedilatildeo positiva e interativa com a intensidade

luminosa na proliferaccedilatildeo de brotaccedilotildees (Tabela 1) visto

que a ausecircncia de sacarose no meio de cultura resultou

em insucesso no crescimento das placircntulas de Agapantho

principalmente nos primeiros dias Apoacutes o

desenvolvimento inicial (aproximadamente 10 dias) foi

constatada estagnaccedilatildeo no crescimento das placircntulas

seguido de atrofia e necrose das brotaccedilotildees Apoacutes 20 dias

de cultivo ocorreu a morte das brotaccedilotildees Isso mostrou

que folhas de placircntulas de Agapantho natildeo fixaram

carbono suficiente para sustentar seu crescimento na

ausecircncia de sacarose Portanto para a espeacutecie em estudo

foi necessaacuteria a adiccedilatildeo de uma fonte de carbono no meio

de cultura para o seu desenvolvimento in vitro Segundo

Capellades et al (1991) e Desjardins et al (1995) a total

remoccedilatildeo de carboidratos no meio de cultura para algumas

espeacutecies frequumlentemente torna-se prejudicial para o

crescimento das placircntulas o que pode prejudicar o

processo de micropropagaccedilatildeo e aclimatizaccedilatildeo pois

durante o cultivo in vitro as placircntulas perdem

parcialmente o autotrofismo e consequumlentemente

necessitam de uma fonte de carbono

O maior nuacutemero de brotaccedilotildees foi obtido com a

intensidade luminosa de 70 mmolm-2s-1 e a concentraccedilatildeo

de 45 gL-1 de sacarose (Tabela 1) Enquanto que com a

intensidade luminosa de 140 mmolm-2s-1 o maior nuacutemero

de brotaccedilotildees foi obtido com a concentraccedilatildeo de 30 gL-1 de

TABELA 1 ndash Nuacutemero de brotaccedilotildeesexplante de placircntulasde Agapanthus umbellatus var minor multiplicadasbiorreator de imersatildeo temporaacuteria suplementado comdiferentes concentraccedilotildees de sacarose e intensidadesluminosas no periacuteodo de 60 dias

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1)

Concentraccedilatildeo Sacarose (gL-1) 70 1 140 1

0 000 dA 00 dA 15 370 cB 544 cA 30 553 bB 651 aA 45 745 aA 585 bB

CV 67

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula nas colunase maiuacutescula nas linhas natildeo diferem significativamente peloteste de Duncan a 5 de probabilidade1 Observaccedilotildees transformadas segundo ( x+1)

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 83

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

sacarose Isso demonstrou um alto grau de mixotrofia dessa

espeacutecie

O tamanho das brotaccedilotildees e o nuacutemero de folhas

(Tabela 2) foram afetados apenas pelo efeito simples dos

fatores natildeo havendo interaccedilatildeo entre sacarose e luz O

maior tamanho das brotaccedilotildees foi alcanccedilada quando os

explantes foram submetidos a 15 gL-1 de sacarose e 140

mmolm-2s-1 de intensidade luminosa (Tabela 2) Verificou-

se tambeacutem que o aumento da concentraccedilatildeo desse

carboidrato no meio de cultura natildeo favoreceu o

alongamento das brotaccedilotildees Provavelmente o aumento

da intensidade luminosa favoreceu a taxa de fotossiacutentese

das placircntulas permitindo um balanccedilo positivo de carbono

afetando o crescimento e o desenvolvimento de placircntulas

in vitro (LEE et al 1995)

Por outro lado o maior nuacutemero de folhas de

Agapantho foi obtido na concentraccedilatildeo de 30 gL-1 de

sacarose (Tabela 2) A intensidade luminosa natildeo teve

influecircncia sobre essa variaacutevel Contrastando com os dados

obtidos no presente trabalho Konow amp Wang (2001)

determinaram que a intensidade luminosa de 40 mmolm-

2s-1 promoveu um aumento no nuacutemero de folhas de

Phalaenopsis enquanto placircntulas que se desenvolveram

em ambiente com intensidade de 10 e 80 molm-2s-1

apresentaram um menor nuacutemero de folhas Segundo os

autores o aumento no nuacutemero de folhas pode indicar que

TABELA 2 ndash Tamanho de brotaccedilotildees e nuacutemero de folhasbrotaccedilatildeo de placircntulas de Agapanthus umbellatus var minormultiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria suplementado com diferentes concentraccedilotildees de sacarose eintensidades luminosas no periacuteodo de 60 dias

Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas e colunas natildeo diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5 deprobabilidade

houve estiacutemulo da fotossiacutentese in vitro Outro efeito

observado em placircntulas de Agapantho neste trabalho foi

a presenccedila de folhas mais claras e vitrificadas (folhas com

aspecto viacutetreo pouco desenvolvidas aparecircncia suculenta

e translucente) na grande maioria das placircntulas

multiplicadas em meio suplementado com 15 gL-1 de

sacarose e intensidade luminosa de 70 mmolm-2s-1 Estes

resultados podem indicar que o aparato fotossinteacutetico natildeo

tenha se desenvolvido adequadamente (CAPPELADES et

al 1991 DESJARDINS et al 1995) afetando a acumulaccedilatildeo

de massa fresca Possivelmente a presenccedila de folhas

vitrificadas foi influenciada pelo uso de meio liacutequido pois

de acordo com George (1996) e Etienne amp Berthouly (2002)

o meio liacutequido favorece a produccedilatildeo de folhas vitrificadas

quando comparado com meio geleificado No entanto

observou-se que para os demais tratamentos em

concentraccedilotildees maiores de sacarose (30 e 45 gL-1) a

presenccedila de brotaccedilotildees vitrificadas foi rara ou nenhuma

Neste sentido o desenvolvimento de brotaccedilotildees com esta

caracteriacutestica pode estar relacionado agrave concentraccedilatildeo de

sacarose no meio e agrave diferenccedila osmoacutetica entre as brotaccedilotildees

e o meio de cultura (DEBERGH et al 1981) Este resultado

tambeacutem foi obtido na multiplicaccedilatildeo de rosas na qual onde

a reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de sacarose para 10 gL-1 na

fase de multiplicaccedilatildeo promoveu um aumento significativo

na presenccedila de plantas vitrificadas e quando submetidas

Tamanho de brotaccedilotildees (cm)

Nuacutemero de folhasbrotaccedilatildeo

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1) Concentraccedilatildeo Sacarose

(gL-1) 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia

0 000 000 000 d 000 000 000 d 15 275 396 335 a 407 408 408 b 30 295 295 295 b 414 404 409 a 45 245 220 233 c 400 408 404 c

Meacutedia 204 b 228 a 276 a 275 a

CV 2595 467

FOGACcedilA L A et al84

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

a concentraccedilotildees de 30 e 40 gL-1 a presenccedila de placircntulas

vitrificadas foi rara (LANGFORD amp WAINWRIGHT 1987)

Outro fator que possivelmente pode ter

influenciado a presenccedila de placircntulas vitrificadas in vitro

foi a baixa intensidade luminosa (GEORGE 1996) pois

placircntulas de Agapantho multiplicadas sob intensidade de

140 mmolm-2s-1 e 15 gL-1 de sacarose natildeo apresentaram

caracteriacutestica de vitrificaccedilatildeo Estes dados indicaram que o

aumento da intensidade luminosa evitou a presenccedila de

plantas vitrificadas aleacutem de proporcionar um incremento e

estiacutemulo na atividade fotossinteacutetica (GEORGE 1996)

A produccedilatildeo de massa fresca e seca das brotaccedilotildees

foram influenciadas pela interaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo

de sacarose e a intensidade luminosa (Tabela 3) Placircntulas

de Agapantho multiplicadas sob intensidade de 70

mmolm-2s-1 apresentaram a maior produccedilatildeo de massa

fresca e seca dentro das concentraccedilotildees de 30 gL-1 Nas

concentraccedilotildees de 15 e 45 gL-1 os resultados obtidos

foram inferiores (Tabela 3) Por outro lado quando se

aumentou a intensidade para 140 mmolm-2s-1 a melhor

produccedilatildeo de massa fresca e seca ocorreu dentro da

concentraccedilatildeo de 15 gL-1 de sacarose (Tabela 3) Verificou-

se assim que o aumento da concentraccedilatildeo de sacarose no

meio de cultura proporcionou efeitos negativos na

produccedilatildeo de massa fresca e seca quando as placircntulas

foram submetidas agrave intensidade luminosa mais elevada

TABELA 3 ndash Massa fresca e seca de brotaccedilotildees de Agapanthus umbellatus var minor multiplicadas em biorreator de imersatildeotemporaacuteria suplementado com diferentes concentraccedilotildees de sacarose e intensidades luminosas no periacuteodo de 60 dias

Tais resultados corroboram as afirmaccedilotildees feitas referentes

agrave variaacutevel nuacutemero de brotaccedilotildees em que demonstrou-se

que foi possiacutevel reduzir a concentraccedilatildeo de sacarose em

maiores intensidade luminosas confirmando o grau de

mixotrofia

Ao analisar a concentraccedilatildeo de clorofila em

folhas de Agapantho verificou-se que natildeo houve

interaccedilatildeo significativa entre as concentraccedilotildees de

sacarose e intensidade luminosa Os teores de clorofila

a b e total (Tabela 4) foram maiores nas concentraccedilotildees

de 30 gL-1 sacarose Serret et al (1995) mostraram que

o aumento da concentraccedilatildeo de accediluacutecares (30 gL-1) no

meio de cultura promoveu maior produccedilatildeo de clorofila

impedindo a fotoinibiccedilatildeo realizaccedilatildeo de fotossiacutentese e

aumento do ganho de massa em plantas de Gardecircnia

cultivadas in vitro

Em relaccedilatildeo ao efeito da intensidade luminosa natildeo

houve efeito deste fator sobre essas variaacuteveis ainda que

Economou amp Read (1987) Galzy amp Compan (1992) Vlahos

et al (1992) George (1996) tenham observado que a

intensidade luminosa eacute um fator que estaacute estreitamente

relacionado agrave siacutentese de clorofila No entanto no presente

trabalho sugere-se a menor intensidade 70 mmolm-2s-1 com

o objetivo de que natildeo ocorra um aumento na velocidade

de decomposiccedilatildeo da clorofila com intensidade mais

elevada

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula nas colunas e maiuacutescula nas linhas natildeo diferem significativamente peloteste de Duncan a 5 de probabilidade

Massa fresca (g)

Massa seca (g)

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1) Concentraccedilatildeo

Sacarose (gL-1) 70 140 70 140

0 000 dA 00 dA 000 dA 000 dA 15 067 cB 106 aA 0069 cB 0109 aA 30 082 aA 076 bB 0085 aA 0081 bB 45 075 bA 049 cB 0078 bA 0051 cB

CV 2873 2655

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 85

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

TABELA 4 ndash Concentraccedilotildees de clorofila a b e total (mgg massa fresca) em folhas de Agapanthus umbellatus varminor multiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria por um periacuteodo de 60 dias submetidas a 4 concentraccedilotildees desacarose e dois niacuteveis de intensidade luminosa

Clrofila a (mgg massa fresca)

Clrofila b (mgg massa fresca)

Clrofila total (mgg massa fresca)

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1) Concentraccedilatildeo

Sacarose (gL-1) 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia

0 000 000 000 d 000 000 000 d 000 000 000 d 15 211 248 295 c 089 076 083 c 301 325 313 c 30 502 509 505 a 200 211 205 a 703 721 710 a 45 486 420 453 b 195 179 187 b 682 633 658 b

Meacutedia 299 a 294 a 121 a 116 a 421 a 420 a

CV 740 820 850

Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas e colunas natildeo diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5 deprobabilidade

Em relaccedilatildeo aos estocircmatos atraveacutes de

observaccedilatildeo microscoacutepica foi possiacutevel verificar que o

Agapantho possui folhas com caracteriacutest ica

anfiestomaacutetica caracterizada pela presenccedila de

estocircmatos em ambas as faces (face abaxial e adaxial)

Esta caracteriacutestica tem sido considerada como um

mecanismo adaptativo para maximizar a condutacircncia

de CO2 quando luz e aacutegua satildeo fatores limitantes

(KRAMER 1969)

Atraveacutes da anaacutelise estatiacutestica para densidade

estomaacutetica da face adaxial verificou-se que natildeo houve

interaccedilatildeo entre os fatores sacarose e intensidade

luminosa havendo portanto efeito isolado dos fatores A

maior densidade estomaacutetica da face abaxial foi obtida na

concentraccedilatildeo de 45 gL-1 (Tabela 5) Natildeo houve efeito da

intensidade luminosa para essa variaacutevel Por outro lado

a maior densidade estomaacutetica na face adaxial foi obtida

na concentraccedilatildeo de 45 gL-1 de sacarose e 140 mmolm-2s-1

de intensidade luminosa (Tabela 5) verificando a

influecircncia positiva da intensidade luminosa para essa

variaacutevel

As folhas de placircntulas multiplicadas na

concentraccedilatildeo de 15 gL-1 de sacarose apresentaram menor

densidade estomaacutetica em ambas as faces (Tabela 5) com

formato anormal largos e salientes caracteriacutesticas estas

natildeo desejaacuteveis pois segundo Preece amp Sutter (1991)

uma alteraccedilatildeo a niacutevel estrutural eou morfoloacutegico podem

impedir o funcionamento do aparelho estomaacutetico e grande

parte dos estocircmatos assim formados satildeo incapazes de se

fechar

Possivelmente este resultado se deve agraves

caracteriacutesticas de vitrificaccedilatildeo que as folhas do

tratamento 15 gL-1 de sacarose e 70 mmol m-2s-1 de

intensidade luminosa apresentaram (BLANKE amp

BELCHERL 1989) e a falta de energia armazenada no

explante com a falta de carbono que eacute proveniente da

sacarose adicionada ao meio de cultura (DESJARDINS

et al 1995) Estes resultados corroboram os obtidos

por Vintildea et al (2001) que demonstraram que folhas

vitrificadas de abacateiro apresentaram estocircmatos

grandes com saliecircncia ceacutelulas subsidiaacuterias assimeacutetricas

e deformadas e seu ostiacuteolo completamente aberto Tal

anomalia pode ser atribuiacuteda agrave perda da elasticidade das

paredes das ceacutelulas-guarda o que impediria o seu

movimento de abertura e fechamento que

consequumlentemente afeta o desenvolvimento das

placircntulas ao serem transferidas para condiccedilotildees ex vitro

atraveacutes da excessiva perda de aacutegua

FOGACcedilA L A et al86

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

TABELA 5 ndash Densidade estocircmatica (estocircmatosmm2) da face adaxial e abaxial de folhas de Agapanthus umbellatus varminor multiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria suplementado com diferentes concentraccedilotildees de sacarose eintensidade luminosa por um periacuteodo de 60 dias

Densidade estomaacutetica (estocircmatosmm2) Epiderme da face Adaxial Epiderme da face Abaxial

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1)

Concentraccedilatildeo Sacarose(gL1) 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia

0 000 000 000 d 000 000 000 d 15 2587 3026 2802 c 3408 4752 4053 c 30 6524 5628 6064 b 9977 8584 9268 b 45 5412 7016 6188 a 8809 10807 9783 a

Meacutedia 2856 b 3089 a 4256 a 4705 a CV 1474 1206

Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas e colunas natildeo diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5 deprobabilidade

CONCLUSAtildeO

Condiccedilotildees ambientais tais como intensidade

luminosa e concentraccedilatildeo de sacarose adicionada ao meio

de cultura influenciaram no desenvolvimento e

crescimento das placircntulas de Agapanthus umbellatus

var minor quando multiplicadas em meio liacutequido no BIT

Placircntulas de Agapantho foram incapazes de se

desenvolver em meio sem sacarose sendo portanto

necessaacuteria a adiccedilatildeo de uma fonte de carbono visto que a

espeacutecie em estudo apresentou uma taxa de fotossiacutentese

incapaz de assegurar um balanccedilo positivo em carbono

Houve uma grande variaccedilatildeo nas respostas obtidas

no entanto fazendo uma avaliaccedilatildeo em conjunto das

variaacuteveis recomenda-se 30 gL-1 de sacarose e intensidade

luminosa de 70 mmolm-2s-1 No entanto deve-se ressaltar

que estudos mais aprofundados devem ser conduzidos

para verificar o efeito destas combinaccedilotildees sobre o

desempenho de placircntulas durante a fase de aclimatizaccedilatildeo

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BLANKE M M BELCHER A R Stomata of apple leavescultured in vitro Plant Cell Tissue and Organ CultureAmsterdam v 19 n 1 p 85-89 1989

BOTANY Disponiacutevel em lthttpwwwbotanycomgt Acessoem 20 nov 2003

CAPELLADES M LEMEUR R DEBERGH P Effects ofsucrose on starch accumulation and rate of photosynthesisin Rosa cultured in vitro Plant Cell Tissue and OrganCulture Amsterdam v 25 n 1 p 21-26 Apr 1991

DEBERGH P HARBAOUI Y LEMEUR R Masspropagation of globe artichoke (Cynara Scolymus)Evaluation of different hypoteses to overcome vitrificationwith special reference to water potencial PhysiologyPlantarum Copenhagen v 53 n 2 p 181-187 1981

DESJARDINS Y Overevieww of factors influencingphotosynthesis of micropropagated plants and their effecton acclimatization In CARRE F CHAGVARDIEFF P(Ed) Ecophysiology and photosynthetic in vitro culturesFrance CEA 1993 p145-160

DESJARDINS Y HDIDER C RICK J de Carbon nutritionin vitro - regulation and manipulation of carbon assimilationin micropropagated systems In CHRISTIE J A KOZAIT SMITH M A L Automation and environmental controlin plant tissue Culture 1995 p 441-471

ECONOMOU A S READ P E Light treatments toimprove efficiency of in-vitro propagation systemsHortScience Alexandria v 22 n 5 p 751-754 Oct 1987

ETIENNE H BERTHOULY M Temporary immersionsystems in plant micropropagation Plant Cell Tissue andOrgan Culture Amsterdam v 69 n 3 p 215-231 June2002

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 87

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

GALZY R COMPAN D Remarks on mixotrophic andautotrophic carbon nutrition of Vitis plantlets cultured invitro Plant Cell Tissue and Organ Culture Amsterdamv 31 n 3 p 239-244 Dec 1992

GEORGE E F Plant propagation by tissue culture 2 edEversley Exergetics 1996 v2 1361 p

HISCOX J D ISRAELSTAM G F A method for theextration of chlorophyll from leaf tissue without macerationCanadian Journal Botanic Ottawa v 57 n 12 p 1332-1334 1979

KONOW E A WANG Y T Irradiance levels affect invitro and greenhouse growth flowering and phosyntheticbehavior of a hybrid Phalaenopsis Orquid Journal ofAmerican Society for Horticultural Science Alexandriav 126 n 5 p 531-536 Sept 2001

KOZAI T OK H FUJIWARA K Photosyntheticcharacteristic of Cymbidium plantlets in vitro Plant CellTissue and Organ Culture Amsterdam v 22 n 3 p 205-211 Sept 1990

KRAMER P J Plant and soil water relationship modernsynthesis New York Mc Graw Hill 1969 538 p

LANGFORD P J WAINERIGHT H effect of sucroseconcentration on the photosynthetic ability of rose shoots invitro Annals Botany London v 60 n 6 p 663-640 Dec 1987

LEE N WETZSTEIN Y SOMMER H E Effect ofquantum flux density on photosynthesis and chloroplastultrastructure in tissue-cultured plantlets and seelings ofLiquidambar stvraciflua L towards improvedacclimatization and field survival Plant PhysiologyRockville v 78 n 3 p 637-641 1995

LIAN M L MURTHY H N PAEK K Y Culture methodand photosynthetic photon flux affect photosynthesis growthand survival of Limonium ldquoMisty Bluerdquo in vitro ScientiaHorticulture Amsterdam v 95 n 3 p 239-249 Sept 2002

LORENZI H SOUZA H M de Plantas ornamentais noBrasil arbustivas herbaacuteceas e trepadeiras Nova OdessaEditora Plantarum 1995 734 p

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgroth and biossay with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 1962

PREECE J E SUTTER E Acclimatization ofmicropropagated plants to the greenhouse and field InDEBERGH P ZIMMERMAN R (Ed) Micropropagationtechnology and application Dordrecht 1991 p 71-94

SALISBURY F B Responses to photoperiod In PITSONA ZIMMERMANN M H (Ed) Encyclopedia of plantphysiology Berlin Springer-Verlang 1981 p 134-167 (Newseries 12 A)

SERRET M D TRILLAS M I ARAUS J L The effectof sucrose and light levels on stable carbon isotopecomposition and photosynthetic pigments of gardenialeaflets in vitro In CARRE F CHAGVARDIEFF P (Ed)Ecophysiology and photosynthetic in Vitro culturesCadarache CEA 1995 p 169-172

SMITH H Light quality photoperception and plantstrategy Annual Review of Plant Physiology Palo Alto v33 p 481-518 1982

STELL R G D TORRIE J H Principles and preceduresof statistics a biometrical approach 2 ed New YorkMacgraw-Hill 1980 633 p

VLAHOS J C MARTAKIS G F P HEUVELINK EDaylength light quality and temperature influence growthand development of Achumenes HortScience Alexandriav 27 n 12 p 1269-1271 Dec 1992

VINAtilde G de la MUNtildeOZ B ALFARO F P Effect of culturemedia and irradiance level on growth and morphology ofPersea americana Mill microcuttings Plant Cell Tissueand Organ Culture Amsterdam v 65 n 3 p 229-237 2001

SOUZA G de F M V e et al88

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

CAPACIDADE DE REGENERACcedilAtildeO IN VITRO DE TOMATEIROCULTIVAR SANTA CLARA

IN VITRO REGENERATION CAPACITY OF TOMATOPLANT CULTIVAR SANTA CLARA

GLAUCIA DE FATIMA MOREIRA VIEIRA E SOUZA1 JOSEacute MAGNO QUEIROZ LUZ2 ALCIONE SILVA ARRUDA3DENISE GARCIA SANTANA2 MARIANA DE SOUZA E SILVA DA COSTA TEIXEIRA4

LUCIANA LONDE5 ADELAIDE SIQUEIRA SILVA6 ELISAcircNGELA RODRIGUES FIGUEIRA7

1Mestranda em Fitotecnia ndash UFU ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash gfmvsyahoocombr2Professor Dr Instituto de Ciecircncias Agraacuterias ndash UFUICIAG ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash jmagnoumuaramaufubr3Dra em Geneacutetica e Bioquiacutemica Professora contratada da UEG ndash Unidade Universitaacuteria de Ipameri ndash Rodovia GO 330 Km 24 ndash Anel Viaacuterio SN ndash 75780-000 ndash Ipameri GO ndash asarrudahotmailcom4Engenheira Agrocircnoma ndash UFU ndash Conab Sede - SGAS 901 Bloco ldquoArdquo Lote 69 - Asa Sul ndash 70390-010 ndash Brasiacutelia DF ndash marisouza81yahoocombr5Dra em Geneacutetica e Bioquiacutemica ndash IGBUFU ndash Av Paraacute 1720 ndash Campus Umuarama ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash llondebolcombr6Mestranda em AgronomiaFitotecnia ndash UFUICIAG ndash Bolsista FAPEMIG ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash adelaidebioyahoocombr7Mestre em AgronomiaFitotecnia ndash UFUICIAG ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash Elis_figueirayahoocombr

RESUMOA cultivar de tomateiro Santa Clara (Lycopersicon

esculentum Mill) foi avaliada quanto ao seu potencial deregeneraccedilatildeo in vitro a partir de trecircs tipos de explantes e trecircsmeios de cultura seguidos de trecircs repicagens Os explantes foramcotileacutedone decapitado cotileacutedone fendido e cotileacutedone aparadonas extremidades Os meios de cultura foram MI macro emicronutrientes do MS vitaminas B5 de Gamborg et al (1968)suplementado com 30 gL de sacarose e de 8 gL de aacutegar pH 58MII meio MI suplementado com 1 mgL de BAP e 30 gL deglicose MIII meio MI suplementado com 25 mgL de BAP e02 mgL de AIA Para as repicagens foi utilizado o meio MIsuplementado com 05 mgL 08 mgL e 10 mgL de BAP paraa primeira segunda e terceira repicagens respectivamente Noenraizamento foi usado o meio MI suplementado com 05 mgL de AIA e as placircntulas enraizadas foram transferidas parasubstrato comercial Plantimax esterilizado e aclimatadas emlaboratoacuterio A maior induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo tanto de calosquanto de brotos foi observada nos meacutetodos cotileacutedone fendidoe cotileacutedone aparado quando colocados no meio MIII no entantoa induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo foi mais raacutepida quando usado cotileacutedonedecapitado indicando um alto potencial de organogecircneseespontacircnea sendo que o meio MI foi o melhor Os resultadosobtidos com as diferentes concentraccedilotildees de BAP nos trecircs ciclosde repicagem natildeo diferiram entre si e 82 das plantas enraizadasaclimataram-se com sucesso

Termos para indexaccedilatildeo Lycopersicon esculentummelhoramento do tomateiro cultura de tecidos

ABSTRACTThe tomato plant cultivar lsquoSanta Clararsquo (Lycopersicon

esculentum Mill) was evaluated as for its in vitro potential ofregeneration using three types of explants and three culture media

following three pricking-outs The explants were as followsdecapitated cotyledon split cotyledon and rim-trimmedcotyledon The culture media were MI MS macro andmicronutrients vitamins B5 of Gamborg et al (1968)supplemented with 30gL sucrose and 8gL agar pH 58 MIImedium MI supplemented with 1 mgL BAP and 30 gL glucoseMIII medium MI supplemented with 25 mgL BAP and 02mgL IAA For the pricking-outs the media MI wassupplemented with 05 mgL 08 mgL and 10 mgL BAP forthe first second and third pricking out respectively As forrooting the MI medium was supplemented with 05 mgL IAAand the rooted seedlings were transplanted to the sterilizedcommercial substrate Plantimax and then acclimatized inlaboratory Higher callus induction and sprout regeneration wasobserved for the methods of split and rim-trimmed cotyledonplaced into medium MIII Nevertheless the induction forregeneration was much faster when the decapitated cotyledonmethod was used indicating a high potential of spontaneousorganogenesis in which the media MI was the best The resultsobtained with the different concentrations of BAP in the threecycles of pricking-out did not differ among themselves and 82of the rooted plants were acclimatized successfully

Index terms Lycopersicon esculentum tomato breeding tissueculture

INTRODUCcedilAtildeO

O tomate pertence ao gecircnero Lycopersicon e a

espeacutecie cultivada cosmopolita eacute botanicamente

denominada de Lycopersicon esculentum (FILGUEIRA

2000) As cultivares atualmente plantadas podem ser

(Recebido em 03 de outubro de 2003 e aprovado em 04 de setembro de 2006)

Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro 89

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

reunidas em cinco grupos Santa Cruz Salada Cereja

Italiano Agroindustrial No presente trabalho foi utilizada

a cultivar Santa Clara do grupo Santa Cruz pois ela continua

sendo a cultivar mais plantada no Brasil

A tomaticultura estaacute associada a seacuterios problemas

fitossanitaacuterios sobretudo viroses aleacutem do ataque de

fungos bacteacuterias e insetos praga Cria-se com isto a

necessidade de se pesquisar novas alternativas ou

obtenccedilatildeo de novos genoacutetipos com resistecircncia muacuteltipla a

doenccedilas e pragas entre essas os estudos sobre

regeneraccedilatildeo e transformaccedilatildeo geneacutetica (FAacuteRI et al 2000)

A engenharia geneacutetica abriu uma nova perspectiva

para o melhoramento geneacutetico do tomateiro a partir do

final da deacutecada de 80 (WIJBRANDI amp BOTH 1993)

visando aumentar a produtividade e melhorar a qualidade

por meio da obtenccedilatildeo de resistecircncia a estresses bioacuteticos e

abioacuteticos A cultura de tecidos destaca-se durante o

processo de realizaccedilatildeo das teacutecnicas de transformaccedilatildeo

geneacutetica pois eacute necessaacuterio induzir gemas vegetativas e

em seguida regenerar brotos alongados e plantas

completas a partir de ceacutelulas ou tecidos geneticamente

modificados

Para a otimizaccedilatildeo de protocolos para o tomateiro

alguns fatores que afetam a eficiecircncia de transformaccedilatildeo

tecircm sido examinados dentre eles o tamanho do explante e

o tipo de explante hipocoacutetilo ou cotileacutedone (FRARY amp

EARLE 1996)

No Brasil haacute poucos trabalhos na aacuterea de

regeneraccedilatildeo in vitro e de transformaccedilatildeo geneacutetica de

cultivares de tomateiro e pouco se conhece sobre a

capacidade de regeneraccedilatildeo das principais cultivares

brasileiras (FAacuteRI et al 2000) Alguns pesquisadores como

Faria amp Illg (1993) analisaram a regeneraccedilatildeo in vitro de

algumas espeacutecies e cultivares de tomateiro observando

uma baixa capacidade morfogecircnica das cultivares se

comparadas com a espeacutecie selvagem Lycopersicon

pimpinellifolium (L) P Miller

Com este trabalho objetivou-se teve como objetivo

avaliar o potencial de regeneraccedilatildeo in vitro da cultivar Santa

Clara do grupo Santa Cruz a partir de diferentes tipos de

explantes e meios de cultura criando e otimizando

protocolos para sua regeneraccedilatildeo in vitro

MATERIAL E MEacuteTODOS

No Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos Vegetais do

Instituto de Geneacutetica e Bioquiacutemica da Universidade Federal

de Uberlacircndia foi avaliada a capacidade de regeneraccedilatildeo

in vitro do tomateiro cultivar Santa Clara usando trecircs

tipos de explantes e trecircs meios de cultura seguido de trecircs

repicagens O experimento foi realizado em delineamento

em blocos casualizados em esquema fatorial (3x3) com trecircs

repeticcedilotildees As plantas regeneradas foram enraizadas e

aclimatadas em laboratoacuterio

Sementes comerciais da cultivar Santa Clara apoacutes

serem desinfestadas por um minuto em aacutelcool etiacutelico a 96

e em hipoclorito de soacutedio comercial a 20 (vv) com duas

gotas de detergente comercial durante 25 minutos foram

enxaguumladas 5 vezes em aacutegua bidestilada esterilizada e

inoculadas em meio MS 100 (MURASHIGE amp SKOOG

1962) solidificado com 7 g L-1 de aacutegarndashaacutegar por sem

reguladores de crescimento O meio foi distribuiacutedo em

frascos de vidro esteacutereis utilizados para cultura de tecidos

com 30 mL de meio MS As culturas foram mantidas em

sala de crescimento com temperatura de 25+2 ordmC

fotoperiacuteodo de 16 horas e luminosidade de 50 mmol m-2s-

1 As placircntulas obtidas aos 14 15 e 20 dias apoacutes a semeadura

foram usadas como fonte de explantes para os blocos 1 2

e 3 respectivamente Os explantes foram inoculados de

acordo com os meacutetodos descritos a seguir em placas de

Petri devidamente esterilizadas e autoclavadas contendo

30 mL de meio de cultura com 16 unidades por tipo de

explante por meio de cultura utilizado Cada 16 explantes

constituiu uma parcela do experimento sendo composta

por duas placas de Petri cada uma com 8 explantes

Os tipos de explantes foram os seguintes

A - que consistiu na decapitaccedilatildeo de placircntulas onde

essa decapitaccedilatildeo ocorreu diretamente abaixo do noacute do

cotileacutedone ficando o hipocoacutetilo com as radiacuteculas

SOUZA G de F M V e et al90

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

B - meacutetodo de cotileacutedones fendidos os cotileacutedones

foram fendidos ao longo da nervura central da extremidade

ateacute sua metade de acordo com o protocolo de Faacuteri et al

(2000)

C - cotileacutedones foram aparados e seguiu-se o

protocolo descrito por Redenbaugh et al (1992) Os

cotileacutedones aparados nas extremidades distal e proximal

(aacutepice e peciacuteolo) foram inoculados com a face abaxial em

contato com o meio

Foram realizadas trecircs repicagens para alongar os

brotos Cerca de 30 dias apoacutes a inoculaccedilatildeo dos explantes

foi realizada a primeira repicagem Os intervalos entre as

repicagens foram em torno de 5 semanas

Os tratamentos consistiram na inoculaccedilatildeo dos trecircs

tipos de explantes descritos nos trecircs meios de cultura

abaixo com trecircs repeticcedilotildees por tratamento

Meio MI macro e micronutrientes de Murashige amp

Skoog (1962) e vitaminas B5 de Gamborg et al (1968)

suplementado com 30 gL de sacarose e de 8 gL de aacutegar-

aacutegar pH 58 meio MII meio de cultura MI suplementado

com 1 mgL de zeatina e 30 gL de glicose conforme

McCormick (1991) meio MIII meio de cultura MI

suplementado com 25 mgL de BAP e 02 mgL de AIA

segundo Rhim et al (1995)

Para as repicagens foi utilizado o meio MI

suplementado com 05 mgL 08 mgL e 10 mgL de BAP

para a primeira segunda e terceira repicagens

respectivamente

Para enraizamento foi usado o meio MI

suplementado com 05 mgL de AIA As placircntulas

enraizadas foram transferidas para substrato comercial

Plantimax esterilizado e aclimatadas em laboratoacuterio

Os brotos com 2 cm de comprimento foram

transferidos para o meio de enraizamento citado e

permaneciam nesse meio durante 15 dias Apoacutes esse periacuteodo

os brotos eram transplantados para substrato comercial

Plantimax autoclavado irrigados com aacutegua uma a duas

vezes por dia ateacute a aclimataccedilatildeo A aclimataccedilatildeo ocorreu em

torno de 20 dias em condiccedilotildees de laboratoacuterio

Avaliou-se a induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo o

alongamento de brotos e o enraizamento e aclimataccedilatildeo

das plantas regeneradas

Os dados de contagem foram transformados para

50x As anaacutelises de normalidade e homogeneidade

foram realizadas pelo software Prophet Os dados obtidos

foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e as meacutedias

comparadas pelo teste de Tukey ao niacutevel de 5 de

probabilidade pelo software SANEST (ZONTA amp

MACHADO 1989)

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Para cotileacutedone decapitado ocorreu um iniacutecio de

formaccedilatildeo de calosidade por volta de 10 dias apoacutes inoculaccedilatildeo

e o surgimento de brotos ocorreu cerca de 12 dias depois da

inoculaccedilatildeo sem a formaccedilatildeo de calos propriamente ditos A

induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo foi mais raacutepida quando usado esse

tipo de explante indicando um alto potencial de

organogecircnese espontacircnea sendo que o meio MI foi o melhor

para a induccedilatildeo e nuacutemero total de brotos (Tabela 1)

No cotileacutedone fendido o iniacutecio de formaccedilatildeo de

calosidade aconteceu com aproximadamente 10 dias apoacutes

inoculaccedilatildeo Por volta de 18 dias depois da inoculaccedilatildeo

iniciou-se o surgimento de brotos e jaacute existiam calos

formados Para esse tipo de explante nos meios MI e MII

ocorreu apenas a formaccedilatildeo de calos enquanto no meio

MIII ocorreu a formaccedilatildeo de calos e calos com brotos sendo

alto o nuacutemero total de brotos (Tabela 1) Supotildee-se que a

maior superfiacutecie de corte tenha influecircncia significativa

sobre esse fenocircmeno onde a maior superfiacutecie de corte do

cotileacutedone resulta em maior capacidade de regeneraccedilatildeo

(FAacuteRI et al 1995b)

No cotileacutedone aparado com cerca de 10 dias apoacutes

inoculaccedilatildeo ocorreu o iniacutecio de formaccedilatildeo de calos e 20 dias

depois da inoculaccedilatildeo ocorreu o surgimento de brotos e jaacute

existiam calos formados Para esse tipo de explante nos

meios MI MII e MIII ocorreu a formaccedilatildeo de calos no

entanto apenas no meio MIII ocorreu a formaccedilatildeo de calos

com brotos (Tabela 1)

Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro 91

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

TABELA 1 ndash Frequumlecircncia de induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo in vitro da cultivar Santa Clara do grupo Santa Cruz UberlacircndiaUFU 2001

Dados seguidos de mesma letra nas colunas (abc) e nas linhas (AB) natildeo diferem entre si a 5 de probabilidade peloteste de TukeyA diferenccedila entre o nordm de explantes de um meacutetodo para outro eacute devida a parcelas (ou parte delas) perdidas

Nos trecircs ciclos de repicagens a capacidade de

alongamento dos brotos foi igual indicando que as

concentraccedilotildees de BAP natildeo diferiram estatisticamente entre

si dentro de cada tipo de explante Em relaccedilatildeo ao nuacutemero

de brotos alongados na primeira e terceira repicagens o

cotileacutedone decapitado apresentou maior nuacutemero jaacute na

segunda repicagem natildeo houve diferenccedila entre os tipos de

explantes (Tabela 2)

As plantas apoacutes serem enraizadas foram

transferidas para aclimataccedilatildeo obtendo-se 82 de plantas

aclimatadas Cerca de 20 dias apoacutes transplantio para o

substrato as plantas jaacute estavam aclimatadas

Apoacutes a terceira repicagem ainda existiam cerca de

334 brotos para serem novamente repicados e 51 brotos

prontos para serem enraizados perfazendo um total geral

de 549 brotos obtidos ateacute a fase estudada

Para o tipo de explante cotileacutedone decapitado foram

obtidos 181 brotos equivalentes a 174 brotos por explante

Para o explante cotileacutedone fendido o nuacutemero de brotos por

Tipos de Explantes Variaacuteveis Meios Cotileacutedone decapitado Cotileacutedone fendido Cotileacutedone aparado

I 396 aA 050 cB 142 bB II 000 bB 632 bA 672 aA Nordm de explantes

com calos III 000 bB 1599 aA 597 bB I 1095 aA 000 bB 000bB II 050 bA 000 bA 000 bA Nordm de explantes

com brotos III 130 bB 1217 aA 850 aA I 396 aA 050 cB 169 cB II 000 bB 632 bA 645 bA Nordm total de

calos III 000 bB 3630 aA 2655 aA I 1850 aA 000 bB 000 bB II 050 bA 000 bA 000 bA Nordm total de

brotos III 130 bB 2760 aA 2934 aA I 48 32 40 II 32 40 32 Nordm de

explantes III 24 40 48 Total de explantes 104 112 120

explante foi igual a 145 e para o cotileacutedone aparado foram

obtidos 170 brotos por explante Esses resultados foram

semelhantes aos obtidos por Faacuteri et al (2000) para as

cultivares IPA-5 e IPA-6 os quais concluiacuteram que a

utilizaccedilatildeo de cotileacutedones fendidos e cotileacutedones aparados

produziram uma regeneraccedilatildeo alta e onde a maior induccedilatildeo

foi conseguida utilizando-se um meio igual ao MIII utilizado

nesse experimento A induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo tambeacutem foi

mais raacutepida quando usado cotileacutedone decapitado indicando

um alto potencial de organogecircnese espontacircnea A cultivar

Santa Clara mostrou-se mais eficiente na formaccedilatildeo de

brotos alongados observados na primeira repicagem

enquanto as cultivares utilizadas por Faacuteri et al (2000) IPA-

5 e IPA-6 necessitaram de duas repicagens para o

alongamento dos brotos no entanto a cultivar IPA-5

mostrou-se mais eficiente na produccedilatildeo de brotos por

explante Faacuteri et al (2000) utilizaram zeatina durante os trecircs

ciclos de repicagem enquanto nesse experimento foi

utilizado BAP

SOUZA G de F M V e et al92

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

TABELA 2 ndash Capacidade de alongamento e enraizamento de brotos da cultivar Santa Clara durante os trecircs ciclos derepicagem Uberlacircndia UFU 2001

Dados seguidos de mesma letra nas colunas (ab) e nas linhas (AB) natildeo diferem entre si a 5 de probabilidade peloteste de TukeyTipos de explantes A - cotileacutedone decapitado B - cotileacutedone fendido C - cotileacutedone aparado

Os resultados aqui obtidos tambeacutem foram

semelhantes aos de Faacuteri et al (1995b) que trabalhando

com transformaccedilatildeo geneacutetica da berinjela (Solanum

melongena L) observaram que a maior superfiacutecie de corte

do cotileacutedone resultou em maior capacidade de

regeneraccedilatildeo Tambeacutem foram obtidos resultados

semelhantes aos de Nogueira et al (2001) que estudando

a regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro Santa Clara utilizando

como explantes cotileacutedones concluiacuteram que o meio com

uma combinaccedilatildeo adequada de auxina e citocinina (10 mg L-

1 de zeatina e 01 mg L-1 de AIA) promoveu uma maior

meacutedia de regeneraccedilatildeo e um maior nuacutemero meacutedio de brotaccedilotildees

por explante Costa et al (2000) trabalhando com as

cultivares IPA-5 e IPA-6 chegaram a uma conclusatildeo

semelhante onde meio suplementado com 10 mg L-1 de

zeatina + 01 mg L-1 de AIA e meio suplementado com 25

mg L-1 de BAP + 02 mg L-1 de AIA determinaram a maior

frequumlecircncia de regeneraccedilatildeo de explantes cotiledonares e

tambeacutem um maior nuacutemero de brotos alongados por explante

McCormick et al (1986) pesquisando a morfogecircnese

in vitro de L esculentum observaram que a presenccedila de 25

mg L-1 de BAP e 10 mg L-1 de AIA ou 10 mg L-1 de BAP e

02 mg L-1 de AIA produziu um maior nuacutemero de ramos por

explante a partir de explantes de cotileacutedones e hipocoacutetilos

Ohki et al (1978) utilizando segmentos de hipocoacutetilos de L

esculentum sugeriram que o efeito positivo da combinaccedilatildeo

de auxinas e citocininas na regeneraccedilatildeo in vitro pode ser

causado por uma maior capacidade das ceacutelulas dessa espeacutecie

em utilizar e adaptar-se agrave combinaccedilatildeo de auxinas e citocininas

de que somente citocininas Para os mesmos autores a

variabilidade observada nas respostas morfogecircnicas in vitro

para diferentes citocininas pode ser causada pela variaccedilatildeo

na razatildeo de degradaccedilatildeo dessas substacircncias nos tecidos

vegetais ou no meio de cultivo Segundo Caldas et al (1999)

uma alta relaccedilatildeo citocininaauxina normalmente leva a maior

induccedilatildeo de parte aeacuterea (brotos) em explantes in vitro

principalmente quando a citocinina usada eacute o BAP que induz

a formaccedilatildeo de grande nuacutemero de brotos e alta taxa de

multiplicaccedilatildeo em muitos sistemas de micropropagaccedilatildeo

Tanto no presente trabalho quanto nos trabalhos acima

citados foram utilizados meios com pelo menos uma

combinaccedilatildeo com alta relaccedilatildeo citocininaauxina e meios

contendo apenas citocinina

CONCLUSOtildeES

A maior induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo tanto de calos

quanto de brotos foi observada nos meacutetodos cotileacutedone

fendido e cotileacutedone aparado quando colocados no meio

com BAP (25 mgL) e AIA (02 mgL) (MIII) Um ciclo de

repicagem foi suficiente para obtenccedilatildeo de brotos

alongados A maior regeneraccedilatildeo de brotos alongados

ocorreu com o meacutetodo cotileacutedone decapitado

Meios M1 + 05 mgL BAP M1 + 08 mgL BAP M1 + 10 mgL BAP

Repicagem 1 Repicagem 2 Repicagem 3

M1+ 05 mgl AIA

Tipos de Explante

s

Nordm total de brotos

Nordm de brotos

alongados

Nordm total de brotos

Nordm de brotos

alongados

Nordm total de brotos

Nordm de brotos

alongados

Nordm total de placircntulas

enraizadas

Nordm total de

plantas aclimatadas

Nordm total geral de brotos

A 3117 bA 899 aA 3684 bA

866 aA 3174 bA

81 aA 80 67 181 B 536 aA 466 bA 6244 aA 633 aA 5158 aA 450 bA 41 33 163 C 3527 bA 400 bA 4368 bA

566 aA 3928 bA

312 bA 43 35 205

Total 164 135 549

Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro 93

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

AGRADECIMENTOS

Ao Instituto de Geneacutetica e Bioquiacutemica e ao Instituto

de Ciecircncias Agraacuterias da Universidade Federal de

Uberlacircndia pelo financiamento deste projeto e a todos

que auxiliaram direta eou indiretamente

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CALDAS L S HARIDASAN P FERREIRA M E Meiosnutritivos In TORRES A C CALDAS L S BUSO JA Cultura de tecidos e transformaccedilatildeo geneacutetica de plantasBrasiacutelia Embrapa 1999 v 1 509 p

COSTA M NOGUEIRA F T S OTONI W CBROMMONSCHENKEL S H Regeneraccedilatildeo in vitrode cultivares de tomateiro (Lycopersicon esculentumMill ) industr ial lsquoIPA-5rsquoe lsquoIPA-6rsquo Ciecircncia eAgrotecnologia Lavras v 24 n 3 p 671-678 julset2000

FAacuteRI M NAGY I CSAacuteNY M MITYKOacute JANDRAacuteSFALVY A Agrobacterium mediated genetictransformation and plant regeneration viaorganogenesis and somatic embryogenesis from cotyledonleaves in eggplant (Solanum melogena cv Kecskemeacutetilila) Plant Cell Reports Berlin v 15 n 12 p 82-86 Dec1995b

FAacuteRI M RESENDE G M MELO N F Avaliaccedilatildeo dacapacidade de regeneraccedilatildeo in vitro em tomateiro industrialPesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 35 n 8 p1523-1529 ago 2000

FARIA R T ILLG R D Introgressatildeo da capacidade deregeneraccedilatildeo de plantas in vitro no tomateiro (Lycopersiconesculentum) In ENCONTRO BRASILEIRO DEBIOTECNOLOGIA VEGETAL REDBIO Brasiacutelia 1993 v1 p 102

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericulturaagrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeode hortaliccedilas Viccedilosa Editora UFV 2000 402 p

FRARY A EARLE E D An examination of factorsaffecting the efficiency of Agrobacterium-mediatedtransformation of tomato Plant Cell Reports Berlin v 16n 34 235-240 Dec 1996

GAMBORG O L MILLER R A OJIMA K Nutrientrequirementsof suspension cultures of soybean root cellsExperimental Cell Research San Diego v50 n1 p151-158 1968

McCORMICK S NIEDERMEYER J F BARNASON AHORSCH R FRALEY R Leaf disc transformation of cultivatedtomato (L esculentum) using Agrobacterium tumefaciensPlant Cell Reports New York v 5 n 2 p 81-84 1986

McCORMICK S Plant tissue culture manualtransformation of tomato with Agrobacterium tumefaciensNew York Kluwer 1991 p1-9

MURASHIGE T SKOOG F A Revised medium for rapidgrowth and bioessays with tobacco tissue culture PhysiologiaPlantarum Copenhagen v15 n5 p473-497 1962

NOGUEIRA F T S COSTA M G C FIGUEIRA M LOTONI W C FINGER F L Regeneraccedilatildeo in vitro deplantas de tomateiro lsquoSanta Clararsquo e seu mutante naturallsquoFirmersquo Ciecircncia e Agrotecnologia Lavras v 25 n 1 p 63-71 janfev 2001

OHKI S BIGOT C MOUSSEAU J Analysis of shoot-forming capacity in vitro in two lines of tomato(Lycopersicon esculentum Mill) and their hybrids PlantCell Physiology Tokyo v 19 n 1 p 27-42 1978

REDENBAUGH K HIATT W MARTINEAU BKRAMER M SHEEHY R SANDERS R HOUCK CEMLAY D Safety assessment of genetically engineeredfruits and vegetables a case study of the Flavr SavrTMtomato London CRC 1992 267 p

RHIM S L CHO H J KIM B D SCHNETTER WGEIDER K Development of insect resistance in tomatoplant expressing the delta-endotoxin gene of Bacillusthuringiensis subsp tenebrionis Molecular BreedingDordrecht v 1 n 2 p 229-236 1995

WIJBRANDI J BOTH M T J de Temperate vegetablecrops Scientia Horticulturae Amsterdam v 55 n 1 p37-63 1993

ZONTA E P MACHADO A A SANEST - sistema deanaacutelise estatiacutestica Campinas Instituto Agronocircmico deCampinas 1989 Software

SILVA A S et al94

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

INDUCcedilAtildeO DE CALOS A PARTIR DE CULTURA DE ANTERAS DECAFEEIRO (Coffea arabica L) CV CATUAIacute VERMELHO 99 E 44

CALLUS INDUCTION FROM ANTHER CULTURE OF COFFEE PLANT (Coffea arabica L) CV CATUAIacute VERMELHO 99 AND 44

ADELAIDE SIQUEIRA SILVA1 JOSEacute MAGNO QUEIROZ LUZ2 DENISE GARCIA SANTANA2 PATRIacuteCIA CRYSTIE VIEIRA MUSTAFA3 MOACIR PASQUAL4 GLAUCIA DE FATIMA MOREIRA VIEIRA E SOUZA2

1Mestranda do Curso de Agronomia ndash Universidade Federal de UberlacircndiaUFU ndash Av Engenheiro Diniz 1178 ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash adelaidebioyahoocombr2Professor Dr ndash Universidade Federal de UberlacircndiaUFU ndash Instituto de Ciecircncias Agraacuterias ndash Curso de Agronomia ndash AV Paraacute Bloco 2E SALA 14campus Umuarana ndash Caixa-Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG3Bioacuteloga Universidade Federal de UberlacircndiaUFU ndash Centro de Ciecircncias Biomeacutedicas ndash Departamento de Agronomia ndash Rua Amazonas snordm - Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos sala 2E-14 ndash Umuarama ndash 38400920 ndash Uberlandia MG ndash patriciacrystiezipmailcombr

4Doutor Departamento de Adgricultura DAG ndash Universidade Federal de Lavras UFLA ndash Campus universitaacuterio ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash mpasqualuflabr

RESUMONo Brasil o cafeacute ainda apresenta poucos progressos com

relaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo da cultura de tecidos vegetais tornando-se degrande importacircncia o conhecimento sobre a atuaccedilatildeo dosreguladores de crescimento Com este trabalho avaliou-se ocomportamento de duas cultivares de Coffea arabica L CatuaiacuteVermelho LCH-2077-2-5-99 e LCH-2077-2-5-44 denominadasrespectivamente de Catuaiacute Vermelho 99 e Catuaiacute Vermelho 44quanto agrave ausecircncia e presenccedila de luz e quantificou-se a interaccedilatildeoentre os reguladores de crescimento 24-D e BAP O experimentofoi realizado no Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos Vegetais daUniversidade Federal de Uberlacircndia As anteras das cultivaresCatuaiacute Vermelho 99 e 44 foram inoculadas em meio basal MSsuplementado com quatro concentraccedilotildees de 24-D (905 181271 e 362 mM) e duas concentraccedilotildees de BAP (0 e 89 mM) napresenccedila de luz e ausecircncia de luz As avaliaccedilotildees para a oxidaccedilatildeointumescimento e calosidade foram realizadas aos 30 dias apoacutes ainoculaccedilatildeo no meio de cultura e o diacircmetro dos calos aos 45 diasApoacutes 30 dias de cultivo os calos obtidos foram classificados emfriaacuteveis esverdeados esbranquiccedilados e cinza Os resultadosmostraram que para ocorrer intumescimento das anterasformaccedilatildeo e aumento do tamanho dos calos de ambas cultivares eacutenecessaacuterio que haja interaccedilatildeo entre a auxina (24-D) e a citocinina(BAP) Dentre os tipos de calos os de coloraccedilatildeo cinza foram osque apresentaram maior frequumlecircncia para as duas cultivares

Termos para indexaccedilatildeo Melhoramento calos reguladores decrescimento cafeeiro

ABSTRACTIn Brazil coffee still presents little progress regarding

the application of plant tissue culture which turns important theunderstanding of the action of growth regulators This workevaluated the in vitro performance of two Coffea arabica Lcultivars Catuaiacute Vermelho LCH-2077-2-5-99 and LCH-2077-2-5-44 known as Catuaiacute Vermelho 99 and Catuaiacute Vermelho 44respectively in the presence and absence of light and theinteraction of 24-D and BAP The experiment was carried out at

the Plant Tissue Culture Laboratory of the Universidade Federalde Uberlacircndia Anthers from both cultivars were inoculated inMS basal medium supplemented with four concentrations of24-D (905 181 271 and 362 mM) and two concentrations ofBAP (0 or 89 mM) in the presence and absence of lightOxidation intumescences and callus formation evaluations wereobtained 30 days after inoculation and callus diameter measuredat 45 days of inoculation The observed callus was classified asfriable greenish whitish or gray The results showed that antherintumescences callus formation and growth of both cultivarsdemand the interaction between the auxin (24-D) and thecytokinin (BAP) Callus presenting gray color were the mostfrequent for both cultivars

Index terms Plant breeding callus growth regulators coffee plant

INTRODUCcedilAtildeO

O cafeeiro pertence agrave famiacutelia Rubiaceae na qual o

gecircnero Coffea abrange cerca de 60 espeacutecies sendo as mais

comuns no mercado Coffea araacutebica L e Coffea canephora

Pierre ex Froehn Os programas de melhoramento do cafeacute

demandam aproximadamente 25 anos desde a hibridaccedilatildeo

ateacute a obtenccedilatildeo de uma nova cultivar (PASQUAL et al

2002) A cultura de anteras eacute considerada uma ferramenta

importante pois possibilita a obtenccedilatildeo de linhas

homozigoacuteticas em uma uacutenica etapa (ANDRADE 1998)

acelerando drasticamente o processo de obtenccedilatildeo de novas

cultivares Sendo assim a teacutecnica de cultura de anteras

vem auxiliar no melhoramento da cultura pois permite a

obtenccedilatildeo de haploacuteides em geraccedilotildees segregantes o que

leva agrave raacutepida produccedilatildeo de plantas homozigotas por meio

(Recebido em 14 de outubro de 2003 e aprovado em 29 de outubro de 2006)

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 95

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

da duplicaccedilatildeo do nuacutemero de cromossomos numa uacutenica

etapa substituindo as geraccedilotildees de auto fecundaccedilatildeo

Acrescenta-se a isso o fato de os haploacuteides serem livres

dos problemas de dominacircncia e recessividade por possuir

apenas um alelo em cada loco gecircnico

No Brasil Coffea arabica ainda apresenta poucos

progressos com relaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo da cultura de anteras

Daiacute a importacircncia de se produzir mais conhecimentos sobre

a atuaccedilatildeo dos reguladores de crescimento na expressatildeo

androgeneacutetica de Coffea arabica identificaccedilatildeo de

genoacutetipos androgecircnicos bem como a determinaccedilatildeo de

condiccedilotildees fiacutesicas mais adequadas agrave incubaccedilatildeo de anteras

nessa espeacutecie

Nos programas de melhoramento as teacutecnicas

convencionais tecircm apresentado resultados promissores

na cultura do cafeacute no que se refere ao aumento de

produtividade e obtenccedilatildeo de novas cultivares Um fator

importante para o sucesso da cultura de anteras eacute conhecer

o estaacutedio ideal de desenvolvimento dos microacutesporos com

o intuito de se obter uma melhor resposta androgeneacutetica

utilizando microacutesporos receacutem-liberados da teacutetrade meioacutetica

ateacute no maacuteximo o estaacutedio binucleado A fase uninucleada

responde positivamente ao processo embriogecircnico porque

nesta fase os microacutesporos apresentam uma parede celular

delgada o que a torna mais receptiva aos fatores externos

Em estaacutedios mais avanccedilados da microsporogecircnese ocorre

um engrossamento da parede celular sendo esta uma

caracteriacutestica do gratildeo de poacutelen maduro do cafeacute

prejudicando o processo de regeneraccedilatildeo (ASCANIO amp

ARCIA 1994) Os autores Grando amp Moraes Fernandes

(1993) sugerem que o potencial embriogecircnico do gratildeo de

poacutelen pode ser determinado tanto no periacuteodo da meiose

quanto no periacuteodo da preacute-mitose do microacutesporo pois

nestes dois momentos o microacutesporo ainda teria

metabolicamente caracteriacutesticas esporofiacuteticas o que

permite a diferenciaccedilatildeo do gratildeo de poacutelen em embriatildeo e

posterior formaccedilatildeo de uma planta

Segundo Mantell et al (1994) satildeo possiacuteveis vaacuterios

tipos de desenvolvimento do microacutesporo in vitro sendo

que tanto o nuacutecleo generativo quanto o vegetativo pode

se dividir continuamente originando um embrioacuteide

haploacuteide ou ainda a primeira mitose produziria dois nuacutecleos

semelhantes e estes se dividiriam repetidamente resultando

na formaccedilatildeo de embrioacuteides haploacuteides

A composiccedilatildeo do meio de cultura tambeacutem eacute de

grande importacircncia para o sucesso da cultura de anteras

natildeo existindo contudo uma recomendaccedilatildeo generalizada

Na maioria das espeacutecies a androgecircnese se verifica em meios

que conteacutem sais minerais sacarose vitaminas reguladores

de crescimento e aacutegar (MORAES FERNANDES 1990) A

consistecircncia do meio normalmente eacute semi-soacutelida mas os

meios liacutequidos estatildeo sendo cada vez mais usados pois

tecircm vantagens no aumento do rendimento pela maior

obtenccedilatildeo de embriotildees e calos (PIERIK 1987) O

presente trabalho teve como objetivo aplicar a teacutecnica da

cultura de anteras em diferentes cultivares de Coffea

arabica verificando os vaacuterios fatores que influenciam a

induccedilatildeo de calos

MATERIAL E MEacuteTODOS

Experimentos de Induccedilatildeo e Regeneraccedilatildeo de Calos

Esta etapa constituiu-se de dois experimentos cada

um com uma cultivar tendo sido conduzidos no laboratoacuterio

de Cultura de Tecidos Vegetais da Universidade Federal

de Uberlacircndia em Uberlacircndia - Minas Gerais no periacuteodo

de setembro de 2002 a janeiro de 2003

Foram utilizados bototildees florais de duas cultivares

de Coffea araacutebica Catuaiacute Vermelho LCH-2077-2-5-99 e

LCH-2077-2-5-44 denominadas respectivamente de Catuaiacute

Vermelho 99 e Catuaiacute Vermelho 44 plantadas na aacuterea

experimental do Campus Umuarama dessa Universidade

Os bototildees florais foram coletados no periacuteodo de 8 agraves 9

horas da manhatilde e armazenados em placas de Petri contendo

papel de filtro umedecido em aacutegua destilada e colocados

dentro de uma caixa de isopor para evitar a desidrataccedilatildeo

ateacute serem conduzidos ao laboratoacuterio

No laboratoacuterio o comprimento dos bototildees foi

medido com o auxiacutelio de um paquiacutemetro e utilizaram-se

SILVA A S et al96

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

bototildees florais entre 45 a 60 mm de comprimento em todos

os experimentos Os bototildees foram envoltos em gaze

previamente autoclavada e desinfestados em uma soluccedilatildeo

de aacutelcool 70 por alguns segundos e por 10 minutos em

soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio a 02 sob agitaccedilatildeo Em

seguida na cacircmara de fluxo laminar foram lavados 3 vezes

em aacutegua destilada e autoclavada Apoacutes este processo as

anteras foram retiradas dos bototildees com o auxiacutelio de uma

lupa uma pinccedila fina e bisturi nordm 10 sendo os uacuteltimos

flambados para cada botatildeo tomando-se o cuidado para

natildeo ferir as anteras Logo apoacutes as anteras foram imersas

por 1 segundo em soluccedilatildeo de aacutecido ascoacuterbico na

concentraccedilatildeo de 600 mgL-1 hipoclorito de soacutedio 02 e

aacutegua destilada e autoclavada respectivamente

Apoacutes este processo as anteras foram inoculadas

em tubo de ensaio contendo 20 mL do meio MS

(MURASHIGE amp SKOOG 1962) suplementado com aacutecido

24-diclorofenoxiaceacutetico (24-D) e 6- benzilaminopurina

(BAP) em diferentes concentraccedilotildees com pH ajustado para

58 Este meio foi esterilizado em autoclave vertical agrave

temperatura de 121deg C sob pressatildeo de 1 atm por 20 minutos

O delineamento experimental utilizado foi o de

blocos casualizados com 10 repeticcedilotildees em esquema fatorial

4 x 2 x 2 sendo que os fatores foram compostos de quatro

concentraccedilotildees de 24-D (905 181 271 362 mM) duas

concentraccedilotildees de BAP (0 e 89 mM) perfazendo oito

tratamentos incubados na ausecircncia ou presenccedila de luz

em sala de crescimento com temperatura de 25 plusmn 2degC e 16

horas de fotoperiacuteodo Nos dois experimentos cada

tratamento teve 10 repeticcedilotildees sendo um tubo com 10

anteras considerado uma repeticcedilatildeo

Aos 30 dias apoacutes a inoculaccedilatildeo das anteras foram

avaliadas as porcentagens de oxidaccedilatildeo de intumescimento

e de formaccedilatildeo de calos (calosidade) e aos 45 dias foi medido

o diacircmetro dos calos

Os calos obtidos das duas cultivares apoacutes 45 dias

de inoculaccedilatildeo das anteras foram transferidos para o meio

MS suplementado com 30 gL-1 de sacarose 6gL-1 de agar e

de 24-DBAP nas seguintes concentraccedilotildees de 1810 181

2 2710 e 3620 mM com pH ajustado para 58 associando

a ausecircncia e presenccedila de luz

Apoacutes a permanecircncia destes calos no meio de cultura

por 30 dias aqueles provenientes da cultivar Catuaiacute

Vermelho 99 incubados na presenccedila de luz foram

transferidos para o meio de cultura contendo 271 mM de

24-D enquanto que aqueles incubados na ausecircncia de

luz foram transferidos para meio contendo 362 mM de 24-

D Jaacute os calos da cultivar Catuaiacute Vermelho 44 incubados

na presenccedila de luz foram transferidos para meio contendo

181 mM de 24-D e 89 mM de BAP e os incubados na

ausecircncia de luz transferidos para o meio contendo 181

mM de 24-D

Apoacutes 30 dias neste tratamento foram avaliadas as

caracteriacutesticas referentes ao tipo de calo (friaacuteveis

esverdeados esbranquiccedilados e cinza)

Os dados obtidos foram testados quanto agrave

normalidade e agrave homogeneidade necessitando de

transformaccedilatildeo em arco seno para os dados em

porcentagem e raiz quadrada de (x + 05) para os dados

referentes ao diacircmetro dos calos

RESULTADOS

Interaccedilatildeo entre os Reguladores de Crescimento e oFotoperiacuteodo

Para a cultivar Catuaiacute 99 em todas as concentraccedilotildees

de 24-D e independentemente da concentraccedilatildeo de BAP a

oxidaccedilatildeo foi menor na ausecircncia de luz diferindo

estatisticamente da fase em que se tinha presenccedila de luz

No entanto nos calos cultivados nas concentraccedilotildees de

905 e 271 mM de 24-D e 89 mM de BAP na ausecircncia de

luz foi observado um aumento significativo na oxidaccedilatildeo

das anteras o mesmo acontecendo na concentraccedilatildeo de

271 mM de 24-D na presenccedila de luz No entanto resultado

inverso foi observado para a concentraccedilatildeo de 362 mM de

24-D (Tabela 1)

Os resultados do percentual de intumescimento

variaram bastante em funccedilatildeo da luminosidade e

reguladores de crescimento (Tabela 1) Na presenccedila do

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 97

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

BAP e concentraccedilatildeo 89 mM de 24-D tanto na presenccedila

ou ausecircncia de luz o intumescimento dos calos natildeo diferiu

significativamente Jaacute na concentraccedilatildeo de 181 mM de 24-

D na presenccedila de luz se mostrou melhor promovendo um

aumento significativo do intumescimento das anteras

Quanto agraves concentraccedilotildees de 271 e 362 mM de 24-D

cultivados na presenccedila de luz se mostrou melhor ao

intumescimento quando comparado agravequeles cultivados na

ausecircncia de luz (Figura 1)

A presenccedila de calos aumentou significativamente

com a incubaccedilatildeo das anteras na ausecircncia de luz e na

TABELA 1 ndash Meacutedias do nuacutemero de anteras oxidadas intumescidas e com calos e diacircmetro dos calos (mm) em funccedilatildeode diferentes concentraccedilotildees de 24-D e ausecircncia ou presenccedila de BAP em duas condiccedilotildees de luminosidade (presenccedilaou ausecircncia de luz) para anteras do genoacutetipo cv 99

Luminosidade1

Oxidaccedilatildeo () Intumescimento ()

Calosidade () Diacircmetro (mm) 24-D M

BAP M luz Escuro Luz Escuro luz Escuro luz Escuro 0 980 b A 395 a A 000b B 434 a A 000 b A 740 a A 000 b A 309 a A 905

89 999 b A 823 a B 398 a A 327 a B 007 b A 615 a A 000 b A 300 a A 0 999 b A 524 a A 000 b B 447 a A 007 b A 750 a A 000 b B 368 a A

181 89 935 b A 511 a A 614 a A 407 b A 030 b A 720 a A 300 b A 387 a A

0 745 b A 000 a A 534 a A 000 b B 530 a A 000 b B 318 a B 000 b B 271

89 914 b B 590 a B 625 a A 634 a A 708 a A 809 a A 377 a A 298 b A 0 999 b B 440 a A 607 a A 492 b A 097 b B 815 a A 300 a B 277 a A

362 89 813 b A 426 a A 493 a B 527 a A 378 b A 758 a A 398 a A 298 b A

1Meacutedias seguidas por letras diferentes minuacutesculas na linha e maiuacutesculas na coluna dentro de cada concentraccedilatildeo de 2-4-D diferem entre si pelo teste de Tuckey a significacircncia de 5

concentraccedilatildeo de 271 mM de 24-D nas demais

concentraccedilotildees de 24-D independente da concentraccedilatildeo

do BAP a incubaccedilatildeo na ausecircncia de luz apresentou

meacutedias de calosidade significativamente maiores (Figura

2) A presenccedila do BAP promoveu aumento significativo

na calosidade das anteras na concentraccedilatildeo 271 mM de

24-D na ausecircncia de luz e na concentraccedilatildeo de 362 mM

de 24-D na presenccedila de luz Nas demais concentraccedilotildees

natildeo houve diferenccedila significativa entre presenccedila ou

ausecircncia de BAP tanto na ausecircncia ou presenccedila de luz

(Tabela 1)

FIGURA 1 ndash Anteras da cv Catuaiacute Vermelho 99 naconcentraccedilatildeo de 181 M de 24-D na presenccedila de luz

FIGURA 2 ndash Calos de anteras incubadas na ausecircncia deluz e na concentraccedilatildeo de 271 M de 24-D

SILVA A S et al98

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

Quanto ao diacircmetro nas concentraccedilotildees 905 e 181 M

de 24-D a ausecircncia de luz promoveu aumento significativo

no diacircmetro dos calos diferindo-se estatisticamente do

tratamento na presenccedila de luz Somente para a concentraccedilatildeo

de 271 mM de 24-D na ausecircncia do BAP natildeo houve diferenccedila

significativa para a caracteriacutestica independentemente do

fotoperiacuteodo Nas demais concentraccedilotildees de 24-D o tratamento

na presenccedila de luz promoveu um aumento significativo no

diacircmetro dos calos No tratamento em que houve a associaccedilatildeo

da presenccedila de luz e de BAP natildeo diferiu estatisticamente do

tratamento em que houve a ausecircncia de BAP quando a

concentraccedilatildeo de 24-D foi de 905 mM nos demais

proporcionou aumento significativo no diacircmetro dos calos

Para o tratamento na ausecircncia de luz apenas na concentraccedilatildeo

de 271 mM de 24-D a ausecircncia de BAP promoveu diminuiccedilatildeo

significativa no diacircmetro de calos Nas demais concentraccedilotildees

natildeo houve diferenccedila significativa entre presenccedila ou ausecircncia

de BAP (Tabela 1)

Para as variaacuteveis intumescimento e calosidade da

cultivar cv 44 a interaccedilatildeo entre 24-D e BAP natildeo diferiram

estatisticamente quanto presenccedila e ausecircncia de luz nas

concentraccedilotildees 905 e 362 mM de 24-D e que tambeacutem natildeo

difere para o diacircmetro na concentraccedilatildeo de 181 mM de 24-

D Jaacute na concentraccedilatildeo 271 mM de 24-D haacute uma semelhanccedila

quanto ao intumescimento calosidade e diacircmetro que

diferem das demais concentraccedilotildees natildeo apresentando

portanto uma boa interaccedilatildeo

A melhor interaccedilatildeo para intumescimento calosidade

e diacircmetro encontra-se respectivamente na concentraccedilatildeo

905 mM de 24-D na presenccedila de luz na concentraccedilatildeo 181

mM de 24-D na ausecircncia de luz e na concentraccedilatildeo 905

mM de 24-D na ausecircncia de luz Jaacute as piores interaccedilotildees

estatildeo na concentraccedilatildeo 271 mM de 24-D na luz tanto para

o intumescimento quanto para o diacircmetro analisados na

Tabela 2

De acordo com a Tabela 2 observou-se que os

melhores resultados ou seja as interaccedilotildees independem

da presenccedila ou ausecircncia de BAP Na Tabela 3 notou-se

uma maior oxidaccedilatildeo das anteras quando incubadas no claro

estas apresentaram uma maior oxidaccedilatildeo em relaccedilatildeo as que

foram incubadas no escuro tornando-se mais tarde calos

previamente oxidados

TABELA 2 ndash Meacutedias do nuacutemero de anteras intumescidas e com calos diacircmetro dos calos (mm) em funccedilatildeo de diferentesconcentraccedilotildees de 24-D e ausecircncia ou presenccedila de BAP em duas condiccedilotildees de luminosidade (luz e escuro) para anterasdo genoacutetipo cv 44

Luminosidade1

Intumescimento () Calosidade () Diacircmetro (mm) 24-D ( M)

BAP ( M) Luz Escuro Luz Escuro Luz Escuro

0 907 a A 775 a A 779 bA 948 aA 609 bA 800 aA 905 89 843 a A 875 a A 889 aA 946 aA 607 aA 420 bB 0 887 a A 852 a A 939 aA 990 aA 490 aA 466 aA

181 89 906 a A 786 a A 917 aA 959 aA 420 aA 493 aA 0 600 b A 772 a A 694 bA 895 aA 000 bA 373 aA

271 89 022 b B 827 a A 294 bB 837 aA 000 bA 376 aA 0 828 a A 737 a A 928 aA 939 aA 414 bA 595 aA

362 89 866 a A 725 a A 949 aA 866 aA 329 aA 376 aA

1Meacutedias seguidas por letras diferente minuacutesculas na linha e maiuacutesculas na coluna dentro de cada concentraccedilatildeo de 2-4-D diferem entre si pelo teste de Tukey a significacircncia de 5

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 99

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

TABELA 3 ndash Meacutedias de oxidaccedilatildeo das anteras entre asdiferentes concentraccedilotildees de 24-D em duas condiccedilotildeesde luminosidade (luz e escuro) para anteras da cultivarCatuaiacute Vermelho 44

Concentraccedilotildees

24-D ( M ) OXIDACcedilAtildeO ()

Claro Escuro 905 749 a 269 b 181 420 a 270 b 271 999 a 221 b 362 308 a 334 a

1Meacutedias seguidas por letras diferentes minuacutesculas na linhadentro de cada concentraccedilatildeo de 2-4-D diferem entre sipelo teste de Tukey a significacircncia de 5

TABELA 4 ndash Tipos de calos obtidos apoacutes 30 dias em meioMS com 362 M de 24-D na ausecircncia de luz da cultivarCatuaiacute Vermelho 99

Tipos de Calos

Nuacutemero de Calos

Nuacutemero de Calos com diacircmetro acima

de 05 mm Friaacuteveis 03 Esverdeados 13 06 Esbranquiaccedilados

03 Cinza 26

Dados de contagem natildeo transformados O recultivo emmeio MS com 362 M de 24-D na presenccedila de luz teve100 de contaminaccedilatildeo apoacutes sua inoculaccedilatildeo

TABELA 5 ndashTipos de calos obtidos apoacutes 30 dias em meioMS com 181 M de 24D e 89 M de BAP na presenccedilade luz da cultivar Catuaiacute Vermelho 44

TABELA 6 ndash Tipos de calos obtidos apoacutes 30 dias em meioMS com 181 M de 24D na ausecircncia de luz da cultivarCatuaiacute Vermelho 44

Tipos de Calos Nuacutemero de Calos

Nuacutemero de Calos com diacircmetro

acima de 05 mm Friaacuteveis 58 Esverdeados 23 214 Esbranquiaccedilados 94 Cinza 203

Tipos de Calos

Nuacutemero de Calos

Nuacutemero de Calos com diacircmetro

acima de 05 mm Friaacuteveis 25 Esverdeados 11 69 Esbranquiaccedilados 19 Cinza 350

Dados de contagem natildeo transformados Dados de contagem natildeo transformados

Nesta etapa a maioria dos calos encontrados para

as trecircs cultivares apresentaram coloraccedilatildeo cinza (Tabelas 4

5 e 6) A perda gradativa da coloraccedilatildeo natural dos calos

passando de verdes para a cor marrom a diminuiccedilatildeo do

ritmo de crescimento dos mesmos a estagnaccedilatildeo do

processo de formaccedilatildeo de embrioacuteides seguido do

surgimento de aacutereas necrosadas na superfiacutecie satildeo sinais

que caracterizam a senescecircncia da cultura (SILVA 2002)

DISCUSSAtildeO

A resposta das anteras da cultivar Catuaiacute Vermelho 99

com relaccedilatildeo agrave oxidaccedilatildeo indica que a mesma estaacute associada agrave

combinaccedilatildeo entre auxina e citocinina promovendo os menores

iacutendices de oxidaccedilatildeo Agrave medida que se aumentou a

concentraccedilatildeo de 24-D na presenccedila de BAP houve um

aumento gradativo da oxidaccedilatildeo ateacute atingir um ponto maacuteximo

em torno de 80 na dosagem de 271 mM de 24-D Jaacute na

ausecircncia de BAP a oxidaccedilatildeo foi bem maior quando comparada

agrave porcentagem de oxidaccedilatildeo na concentraccedilatildeo de 905 mM de

24-D De acordo com Wang amp Huang (1976) o cultivo in

vitro por um periacuteodo longo induz a formaccedilatildeo de compostos

fenoacutelicos no meio que podem causar necrose e posteriormente

morte dos calos Maciel (2001) e Paluacute (2002) citam que pelos

resultados obtidos para a induccedilatildeo de calogecircnese em anteras

de cafeeiro observa-se que eacute necessaacuteria uma auxina

juntamente com uma citocinina Dentre as auxinas sinteacuteticas

o 24-D eacute sem duacutevida o mais adequado agrave induccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do calo (GAMBORG et al 1976)

Para Thomas amp Ravindra (1997) o maior problema

na iniciaccedilatildeo de culturas lenhosas eacute a ocorrecircncia de

compostos fenoacutelicos que estatildeo ligados com processos de

regulaccedilatildeo de crescimento especialmente com as auxinas

que dependendo da sua concentraccedilatildeo endoacutegena no tecido

resulta na induccedilatildeo desses compostos

SILVA A S et al100

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

O fotoperiacuteodo que estas anteras foram submetidas

influenciou tambeacutem na porcentagem de oxidaccedilatildeo sendo

que no escuro e na presenccedila de 24-D (89 mM) a oxidaccedilatildeo

foi miacutenima Agrave medida que foi aumentando a concentraccedilatildeo

da auxina foi aumentando tambeacutem a oxidaccedilatildeo poreacutem este

aumento foi bem menor quando comparado ao cultivo das

anteras na presenccedila de luz

A oxidaccedilatildeo fenoacutelica tem sido controlada em

diferentes espeacutecies lenhosas pela reduccedilatildeo da intensidade

luminosa (MARKS amp SIMPSON 1990) associada com a

substituiccedilatildeo frequumlente do meio de cultura e dessa forma

as chances de se obter sucesso no estabelecimento e

cultivo de explantes de espeacutecies lenhosas satildeo bastante

elevadas (TEIXEIRA 2001)

Em muitas espeacutecies por razotildees natildeo conhecidas a

embriogecircnese direta eacute rara e as plantas tecircm que ser

diferenciadas a partir de calos Para induccedilatildeo destes

geralmente eacute necessaacuteria uma auxina (MAHESHWARI et

al 1982) Segundo Rocha (1998) para a induccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do calo a maioria das espeacutecies parece

comportar-se diferentemente natildeo soacute quanto aos

reguladores de crescimento podendo ocorrer

independentemente de auxinas e citocininas dependente

de ambas ou dependente de uma ou de outra mas tambeacutem

quanto agrave presenccedila ou ausecircncia de luminosidade Sharp et

al (1973) obtiveram calos atraveacutes do cultivo de sementes

folhas e anteras de C arabica das cultivares Mundo Novo

e Bourbon Amarelo A induccedilatildeo de calos tambeacutem foi mais

eficiente na ausecircncia de luz Aleacutem disso Ascanio amp Arcia

(1994) citam que para o desenvolvimento do calo as

anteras devem ser mantidas no escuro jaacute para o

desenvolvimento do embriatildeo os calos devem ser mantidos

no claro

Natildeo houve a formaccedilatildeo de embriotildees e isto pode ser

devido agraves doses de reguladores ou mesmo de combinaccedilotildees

que natildeo foram apropriadas para estas cultivares

CONCLUSAtildeO

Os resultados mostraram que para ocorrer

intumescimento das anteras formaccedilatildeo e aumento do

tamanho dos calos de ambas as cultivares eacute necessaacuterio

que haja interaccedilatildeo entre a auxina (24-D) e a citocinina

(BAP) e incubaccedilatildeo no escuro

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ANDRADE L M C O Otimizaccedilatildeo de teacutecnicas de culturade tecidos para o cafeeiro (Coffea arabica) 1998 86 pDissertaccedilatildeo (Mestrado em Geneacutetica e Melhoramento dePlantas) - Universidade Federal de Lavras Lavras MG

ASCANIO E C E ARCIA M A M Efecto del estado dedesarrollo de las anteras y de un shock teacutermico sobre laandrogeacutenesis en Coffea arabica L var Garnica Cafeacute CacaoTheacute Paris v 28 n 2 p 75-79 avrjuin 1994

GAMBORG O L MURASHIGE T THORPE T VASILI K Plant tissue culture media In Vitro New York v 12 n7 p 473-478 1976

GRANDO M F MORAES FERNANDES M I B Propostade um modelo para explicar a embriogecircnese do gratildeo depoacutelen in vitro In ENCONTRO BRASILEIRO DEBIOTECNOLOGIA VEGETAL 1993 Brasiacutelia DF AnaisBrasiacutelia 1993 v 1 Resumo 69

MACIEL A L de R Embriogecircnese somaacutetica indireta emCoffea arabica L 2001 60 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitotecnia) ndash Universidade Federal de Lavras Lavras MG

MAHESHWARI S C RASHID A TYAGI A K Haploidsfrom pollen grain Retrospect and Prospect American Journalof Botany Columbus v 69 n 5 p 865-879 May 1982

MANTELL S H MATTHEWS J A McKEE R A Princiacutepiosde biotecnologia em plantas uma introduccedilatildeo agrave engenhariageneacutetica em plantas Ribeiratildeo Preto SBG 1994 333 p

MARKS T R SIMPSON S E Reduced phenolicoxidation at culture initiation in vitro following the exposureof field-grown stockplants to darkness or low levels ofirradiance The Journal of Horticultural Science Londonv 65 n 2 p 103-111 Mar 1990

MORAES FERNANDES M I B Obtenccedilatildeo de plantashaploacuteides atraveacutes da cultura de anteras In TORRES AC CALDAS L S (Ed) Teacutecnicas e aplicaccedilotildees da culturade tecidos de plantas Brasiacutelia ABCTPEMBRAPACNPH1990 p 311-332

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 101

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgrowth and bioassays with tobaco tissue culturesPhysiology PlantarumCopenhagen v 15 n 3 p 473-479Mar 1962

PALUacute E G Induccedilatildeo in vitro de calogecircnese em anteras ebrotaccedilotildees em segmentos nodais de Coffea arabica L 200247 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fisiologia Vegetal) -Universidade Federal de Lavras Lavras MG

PASQUAL M MACIEL A L de R CAMPOS K P deSANTOS E C CAMPOS R J C de Induccedilatildeo de calos emanteras de cafeacute (Coffea arabica L) cultivadas in vitro Ciecircnciae Agrotecnologia Lavras v 26 n 1 p71-76 janfev 2002

PIERIK R L M In vitro culture of higher plantAmsterdam The Netherland MN Publishers 1987 344 p

ROCHA A M M R Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitrode cotileacutedones de cajueiro anatildeo precoce (Anacardiumoccidentale L) o clone CP 76 1998 54 p Dissertaccedilatildeo(Mestrado em Fitotecnia) ndash Universidade Federal do CearaacuteFortaleza

SHARP W R CALDAS L S CROacuteCOMO O JMOcircNACO L C CARVALHO A Production of Coffea

Arabica callus of three ploidy levels and subsequentmorphogenesis Phyton Buenos Aires v 31 n 2 p67-741973

SILVA H E Efeito de Genoacutetipo e de Reguladores deCrescimento na Expressatildeo Androgeneacutetica da Soja 200260 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) ndash UniversidadeEstadual Paulista Jaboticabal

TEIXEIRA J B Limitaccedilotildees ao processo de cultivoin vitro de espeacutecies lenhosas In ENCONTROLATINO-AMERICANO DE BIOTECNOLOGIAVEGETAL 4 2001 Goiacircnia Palestra Goiacircnia2001 p 110-113

THOMAS P RAVINDRA M B Shoot tip culturea inmango influence of medium genotypea explant factorsseason and descontamination treatments on phenolicexudation explant survival and axenic cultureestablishment The Journal of Horticultural ScienceLondon v 72 n 5 p 713-722 sept1997

WANG P J HUANG L C Beneficial effects of activatedcharcoal on plant tissue and organ cultures In VitroJournal of the Tissue Culture New York v 12 n 3 p260-262 1976

PEREIRA F D et al102

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

COMUNICACcedilAtildeO CIENTIacuteFICA

PROLIFERACcedilAtildeO IN VITRO DE BROTOS DE CURAUAacuteUTILIZANDO DIFERENTES VOLUMES DE MEIO DE CULTURA

IN VITRO SHOOT PROLIFERATION OF Ananas erectifolius USING DIFFERENTVOLUMES OF CULTURE MEDIUM

FLAacuteVIA DIONIacuteSIO PEREIRA1 JOSEacute EDUARDO BRASIL PEREIRA PINTO2HELEN CRISTINA DE ARRUDA RODRIGUES3 LUCIANA DOMICIANO SILVA ROSADO3

LUIZ ALBERTO BEIJO4 OSMAR ALVES LAMEIRA5

1Doutoranda em Agronomia ndash Universidade Estadual de Feira de SantanaUEFS ndash Horto Florestal ndash 44055-000 ndash Feira de Santana BA ndash flavia1808hotmailcom

2Doutor em Fisiologia Vegetal ndash Departamento de AgriculturaDAG ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash jeduardouflabr

3Graduanda em Agronomia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG4Doutorado em Agronomia ndash Universidade Federal de AlfenasUNIFAL ndash Departamento de Ciecircncias Exatas ndash Rua Gabriel Monteiro da Silva n deg 714 ndash Centro ndash 37130-000 ndash Alfenas MG ndash luizbeijoyahoocombr5Doutor em Agronomia ndash EMBRAPA ndash Amazocircnia Oriental ndash Trav Dr Eneacuteas Pinheiro sn ndash Bairro Marco ndash 66095-100 ndash Beleacutem PA ndash osmarcpatuembrapabr

RESUMOCurauaacute [Ananas erectifolius LBSm ndash Bromeliaceae] eacute

uma espeacutecie com grande potencial de uso de suas fibras comorevestimento na induacutestria automobiliacutestica Aleacutem disso o poacute dosumo do curauaacute tem sido utilizado no tratamento de cicatrizaccedilatildeode lesotildees cutacircneas Neste trabalho avaliaram-se diferentes volumesde meio MS Os volumes utilizados foram de 10 15 20 25 e 30 mLO delineamento experimental foi inteiramente casualizado (DIC)e cada tratamento continha 19 repeticcedilotildees Aos 30 dias avaliaram-se o nuacutemero e o tamanho de brotaccedilotildees Segundo a anaacutelise devariacircncia houve efeito linear do volume de meio na produccedilatildeo debrotos de curauaacute Agrave medida em que se aumenta o volume domeio aumenta o nuacutemero de brotos Natildeo houve diferenccedilasignificativa nos comprimentos dos brotos

Termos para indexaccedilatildeo Ananas erectifolius fibras vegetaismicropropagaccedilatildeo

ABSTRACTAnanas erectifolius LBSm ndash Bromeliaceae is a species

that presents fibers with great potential to be used as revetmentfor the automobile industry Besides the powder obtained fromits juice has been used in the treatment of skin lesionscicatrisation In this work the effect of different volumes (1015 20 25 and 30 mL) of MS medium during the in vitro cultureof axillary buds was evaluated A completely randomized design(CDR) was used with each treatment containing 19 replicatesAfter 30 days of inoculation shoot number and size wereevaluated The analysis of variance showed a linear effect of theculture medium volume and shoot proliferation Higher shoot

number was observed with the increase of medium volume Nosignificant difference was observed on shoot lenght

Index terms Ananas erectifolius vegetable fibermicropropagation

A produccedilatildeo de fibras vegetais ocupa um papel

relevante na economia agriacutecola mundial mesmo com a

intensa produccedilatildeo de fibras sinteacuteticas Mateacuterias-primas de

origens renovaacuteveis reciclaacuteveis e biodegradaacuteveis satildeo uma

das alternativas para a produccedilatildeo de manufaturados

ecologicamente corretos em consequumlecircncia do acuacutemulo

nos descartes de materiais natildeo biodegradaacuteveis os quais

tendem a aumentar com o crescimento populacional nos

centros urbanos A substituiccedilatildeo de materiais derivados do

petroacuteleo na produccedilatildeo de compostos elastomeacutericos por

mateacuteria-prima renovaacutevel vai ao encontro desses ideais

(ROCHA et al 2003)

As fibras sinteacuteticas destacam-se pela elevada

resistecircncia baixa densidade e elevada produccedilatildeo

Entretanto as fibras animais e vegetais satildeo as de maior

importacircncia principalmente para atender aos apelos

(Recebido em 31 de agosto de 2006 e aprovado em 19 de janeiro de 2007)

Proliferaccedilatildeo in vitro de brotos de curauaacute 103

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

ecoloacutegicos e pelo nuacutemero de plantas e animais produtores

de fibras (SCHREIBER1998)

As plantas produtoras de fibras utilizaacuteveis foram

quantificadas por vaacuterios autores e em diferentes eacutepocas

tendo sido enumeradas 2000 mil plantas fibrosas e o seu

total estimado em 2300 destacando-se as florestas tropicais

que encerram recursos inesgotaacuteveis em potencial

(MEDINA 1959)

O curauaacute [Ananas erectifolius LBSm ndash

Bromeliaceae] utilizado principalmente na fabricaccedilatildeo de

cordas sacos e utensiacutelios domeacutesticos surge como

sucedacircneo para o aproveitamento de fibras O curauaacute eacute

uma bromeliaacutecea distribuiacuteda nos Estados do Paraacute Acre

Mato grosso Goiaacutes e Amazonas e eacute cultivada

principalmente por pequenos produtores da regiatildeo do

Lago Grande de Curuai no municiacutepio de Santareacutem PA

Estudos recentes tecircm demonstrado o grande potencial do

uso das fibras dessa planta como revestimento na induacutestria

automobiliacutestica devido agrave sua resistecircncia maciez e peso

reduzido O grande problema eacute que natildeo haacute suprimento

suficiente de mateacuteria-prima para atender agrave induacutestria

automobiliacutestica pois o curauaacute eacute fiel agraves suas origens amazocircnicas

e soacute se desenvolve em clima quente e uacutemido criando um

problema para a aquisiccedilatildeo de mudas fora desta regiatildeo que

por tal motivo eacute escassa no mercado (SILVA 2004)

A micropropagaccedilatildeo utilizando teacutecnicas de cultura

de tecido tem sido um valioso instrumento na propagaccedilatildeo

de diversos tipos de plantas Embora este processo envolva

diferentes etapas depois de definido um protocolo de

micropropagaccedilatildeo seja qual for a espeacutecie este pode ser

otimizado no intuito de se obter placircntulas de alta qualidade

e com baixo valor de produccedilatildeo O tipo e tamanho de frasco

e a quantidade de meio satildeo variaacuteveis que tecircm recebido

pouca atenccedilatildeo embora afetem diretamente a aacuterea superficial

da interface meio de cultura-atmosfera o volume de ar sobre

o meio de cultura e a sua profundidade Tais fatores tambeacutem

afetam a composiccedilatildeo da fase gasosa do frasco e

consequumlentemente o crescimento e desenvolvimento das

culturas (GRATTAPAGLIA amp MACHADO 1998)

Rodrigues et al (2005) verificaram maior

proliferaccedilatildeo de brotos de Cattleya persivaliana Hort

em frascos contendo 50 mL de meio quando comparados

com aqueles de 25 75 e 100 mL Nicoloso amp Erig (2002)

trabalhando com Pfaffia glomerata (Spreng) Pedersen

verificaram que 10 mL de meio MS (MURASHIGE amp

SKOOG 1962) proporcionaram o melhor crescimento

das placircntulas em biomassa quando cultivadas em tubos

de 20 cm de altura x 2 cm diacircmetro em comparaccedilatildeo com

os de 25 cm de altura x 2 cm 15 cm de altura x 2 cm

Carvalho et al (1995) estudando a influecircncia de fatores

fiacutesicos no desenvolvimento e crescimento in vitro de

batata-doce (Ipomoea batatas L Poir) verificaram que

10 mL de meio de cultura por frasco com explantes

proporcionaram maior formaccedilatildeo de gemas em relaccedilatildeo

aos volumes de 20 e 30 mL

Sendo assim objetivou-se neste trabalho avaliar

o volume de meio apropriado para a propagaccedilatildeo in vitro

de brotaccedilotildees de curauaacute

As brotaccedilotildees utilizadas como fonte de explante

foram fornecidas pela EMBRAPACPATU situada em

Beleacutem do Paraacute Gemas axilares de curauaacute foram

inoculadas em meio MS completo suplementado com

20 mgL de BAP (6-Benzilaminopurina) Apoacutes 30 dias

estas se desenvolveram e as brotaccedilotildees obtidas foram

transferidas para o meio MS sem regulador de

crescimento por 30 dias

Apoacutes este periacuteodo quatro explantes foram

desfolhados completamente ficando apenas porccedilotildees

basais com aproximadamente 1cm de comprimento que

foram inoculadas em meio de cultura baacutesico MS sem

regulador de crescimento em frasco de 12 cm de altura por

5 cm de diacircmetro (volume interno = 300 mL) com volumes

de 10 15 20 25 30 mL Os explantes foram mantidos em

sala de crescimento a uma temperatura de 26plusmn1degC e

fotoperiacuteodo de 16 horas sob uma Irradiacircncia de foacutetons de

25mmol m-2 s-1

O delineamento experimental foi inteiramente

casualizado (DIC) Cada tratamento continha 19 repeticcedilotildees

PEREIRA F D et al104

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

(um frasco por repeticcedilatildeo) Aos 30 dias avaliaram-se o

nuacutemero e o comprimento das brotaccedilotildees O programa

utilizado para anaacutelise dos dados foi o software statistica

(SISVAR) tendo sido submetidas agrave anaacutelise de variacircncia

com aplicaccedilatildeo do teste F a 5 de probabilidade

analisando-se as meacutedias por regressatildeo polinomial

O efeito linear foi o mais adequado para explicar

a evoluccedilatildeo da taxa meacutedia de regeneraccedilatildeo do curauaacute Agrave

medida que o volume do meio de cultura aumenta existe

tendecircncia de aumento do nuacutemero de brotos Com 25

mL de meio produziu-se maior nuacutemero de brotos por

frasco (2557) e com 10 mL de meio produziu-se menor

nuacutemero de brotos (1226) O tratamento com 15 mL de

meio produziu 1765 brotos o com 20 mL 1750 e o com

30 mL 2242 (Figura 1) O volume maior de meio

disponibiliza mais nutrientes e diminui tambeacutem a

competiccedilatildeo entre as placircntulas o que explica a tendecircncia

em se obter um maior nuacutemero de brotos agrave medida que

se aumenta a quantidade do meio de cultura Em todos

os tratamentos as brotaccedilotildees obtidas foram vigorosas

com a coloraccedilatildeo verde-escura caracteriacutestica das

plantas matrizes As brotaccedilotildees tinham tambeacutem rigidez

outra caracteriacutestica da espeacutecie o que eacute devido agrave

presenccedila das fibras nas folhas Observou-se maior

concentraccedilatildeo de raiacutezes nas brotaccedilotildees maiores e natildeo

FIGURA 1 ndash Nuacutemero meacutedio de brotos por frasco de curauaacute(Ananas erectifolius) cultivados em diferentes volumesde meio MS completo 10 15 20 25 e 30

foi observada a presenccedila de calos em nenhum dos

tratamentos (Figura 2)

Resultados semelhantes foram obtidos por Reis

Lameira Reis (2004) trabalhando com curauaacute utilizando

volumes de 5 75 10 e 15 mL do meio liacutequido MS suplementados

com 25 mgL-1 de BAP (6-benzilaminopurina) os melhores

resultados sendo com os tratamentos que continham 10 e

15ml produzindo em meacutedia 121 e 154 brotosexplante

respectivamente

Da mesma forma Reis et al(2003) trabalhando com

ipeca (Psychotria ipecacuanha Stokes) em meio MS

acrescido de 15 mg L-1de BAP nos volumes de 10 20 30

e 40 mL obtiveram melhor resultado com os volumes de 30

e 40 mL (7 e 8 brotosfrasco respectivamente)

Quanto ao comprimento dos brotos natildeo houve

diferenccedila significativa Os brotos t iveram um

crescimento meacutedio de 228 cm sendo que no tratamento

com 10 mL de meio foi 257 cm com 15 mL 222 cm

com 20 mL 224 cm com 25 mL 224 cm e o tratamento

com 30 mL 215 cm Embora natildeo se tenham realizado

estudos mais aprofundados uma das hipoacuteteses

sugeridas para explicar tais resultados possivelmente

estaacute relacionada a fatores nutricionais do explante

Segundo Cappelades et al (1991) e Pereira et al (2001)

porccedilotildees basais satildeo mais robustas apresentando maior

quantidade de reservas acumuladas em seus tecidos

o que poderia levar agrave utilizaccedilatildeo dessas reservas pelas

brotaccedilotildees regeneradas para sustentar seu crescimento

Esta seria uma das causas da uniformidade apresentada

no tamanho das brotaccedilotildees em todos os tratamentos

Resultados iguais foram obtidos em estudos feitos por

Rodrigues et al (2005) quando avaliaram comprimento

meacutedio de duas espeacutecies de orquiacutedeas mantidas em meio

de cultura cujos volumes testados eram de 25 50 75 e

100 mL Portanto verifica-se que eacute muito importante

selecionar material com bom estado fisioloacutegico e

tamanho homogecircneo para se obter melhores

resultados na proliferaccedilatildeo das brotaccedilotildees eou na

morfogecircnese

Proliferaccedilatildeo in vitro de brotos de curauaacute 105

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

FIGURA 2 ndash Brotaccedilotildees de curauaacute (Ananas erectifolius) produzidas in vitro em diferentes volumes de meio MS 1-Repicagem dos brotos 2- 10 mL de meio MS 3- 15 mL de meio MS 4- 20 mL de meio MS 5- 25 mL de meio MS 6- 30mL de meio MS

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CARVALHO R FAVARETTO N PINTO J E B P Influecircnciade fatores fiacutesicos no desenvolvimento e crescimento in vitrode batata-doce (Ipomea batatas (l) Peir Ciecircncia e PraacuteticaLavras v 19 n 2 p 158-164 abrjun 1995

CAPPELADES M LEMEUR R DEBERGH P Effects ofsucrose on starch acumulation and rate of photosyntesisin Rosa cultured in vitro Plant Cell Tissue and OrganCulture Amsterdam v 25 n 1 p 21-26 Apr 1991

GRATTAPAGLIA D MACHADO M A MicropropagaccedilatildeoIn TORRES A C CALDAS L S (Ed) Cultura de tecidos etransformaccedilatildeo geneacutetica de plantas Brasiacutelia EMBRAPA-SPIEMBRAPA-CNPH 1998 p 183-260

MEDINA J C Plantas fibrosas da flora mundialCampinas Instituto agronocircmico 1959 913 p

MURASHIGE T SKOOG F A Revised medium for rapidgrowth and biossays with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-479 1962

PEREIRA F D et al106

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

NICOLOSO F T ERIG A C Efeito do tipo de segmentonodal e tamanho do recipiente no crescimento de plantasde Pfaffia glomerata in vitro Ciecircncia e AgrotecnologiaLavras v 26 p 1499-1506 dez 2002 Ediccedilatildeo especial

PEREIRA F D BRAGA M F SAacute M E L ALCINO OG COLENGHI I C Influecircncia de BAP e NAA namultiplicaccedilatildeo de abacaxi cv Perolera a partir de brotosestiolados in vitro Bioscience Journal Uberlandia v 17n 2 p 49-60 Dec 2001

REIS Eacute S PINTO J E B P CORREcircA R MPEREIRA F D BERTOLUCCI S K V Influecircncia dosmeios MS e WPM associados a diferentesconcentraccedilotildees de Benzilaminopurina na multiplicaccedilatildeode ipeca (Psychotria ipecacuanha (Brot) Stokes InCONGRESSO BRASILEIRO DE CULTURA DE TECIDOSDE PLANTAS 1 2003 Lavras Anais Lavras UFLA2003 p 273

REIS J N R LAMEIRA O M REIS L R S1Aprimoramento de protocolos de propagaccedilatildeo in vitro de

curauaacute Disponiacutevel lthttpwwwbiologocombrgt Acessoem ago 2004

ROCHA E C GHELER JUacuteNIOR J Aproveitamento deresiacuteduos gerados na aglomeraccedilatildeo de fibras de coco comLaacutetex natural Mateacuteria Teacutecnica Disponiacutevel em lthttpwwwbiologocombrgt Acesso em jun 2003

RODRIGUES J D ARAUacuteJO A G ASSIS F A ACAVALLARI L L PASQUAL M Crescimento in vitro deplacircntulas de orquiacutedeas quantidade de meio de cultura enuacutemero de explantes In CONGRESSO DE INICIACcedilAtildeOCIENTIacuteFICA DA UFLA ndash CICESAL 18 2005 Lavras MGAnais Lavras UFLA 2005 1CD-ROM

SILVA C Paiacutes pesquisa mais fibras naturais para carrosDisponiacutevel em lthttpwwwsebrae_sccombrn o v o s _ d e s t a q u e s o p o r t u n i d a d e mostra_mateacuteriaaspcd_noticia=8356gt Acesso em out 2004

SCHREIBER V (Org) Vias de desenvolvimentosustentaacutevel as dimensotildees do desafio Beleacutem UFBANUMAPOEMAIDESP 1998 495 p (POEMA 6)

NORMAS PARA PUBLICACcedilAtildeO DE ARTIGOS E COMUNICACcedilOtildeES CIENTIacuteFICAS

1 Os conceitos e afirmaccedilotildees contidos nos artigos e comunicaccedilotildeesseratildeo de inteira responsabilidade do(s) autor(es)

2 A revista ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo editadasemestralmente pela Editora da Universidade Federal de Lavras(Editora UFLA) publica artigos cientiacuteficos e comunicaccedilotildeescientiacuteficas da aacuterea de cultura de tecidos de plantas elaboradospor membros da comunidade cientiacutefica nacional e internacionalNatildeo eacute cobrada taxa para publicaccedilatildeo de trabalhos Eacute condiccedilatildeofundamental que os artigoscomunicaccedilotildees submetidos agrave apreciaccedilatildeoda revista ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo natildeo forame nem seratildeo publicados simultaneamente em outro lugar Com aaceitaccedilatildeo do artigo para publicaccedilatildeo os editores adquirem amplose exclusivos direitos sobre o artigo para todas as liacutenguas e paiacutesesA publicaccedilatildeo de artigoscomunicaccedilotildees dependeraacute da observacircnciadas Normas Editoriais dos pareceres do Corpo Editorial e daComissatildeo ad hoc Todos os pareceres tecircm caraacuteter sigiloso eimparcial e tanto os autores quanto os membros do CorpoEditorial eou Comissatildeo ad hoc natildeo obtecircm informaccedilotildeesidentificadoras entre si

3 Os artigos e comunicaccedilotildees submetidos para publicaccedilatildeo deveratildeoser apresentados em CD utilizando-se o processador de textoMicrosoft Word for Windows (version 98 2000 XP ou 2003)ser escrito em liacutengua portuguesa inglesa ou espanhola e usarsomente nomenclaturas oficiais e abreviaturas consagradas natildeoempregando abreviaturas no tiacutetulo do artigo Juntamente com oCD deveratildeo ser enviadas 4 (QUATRO) vias sendo uma originale as demais coacutepias omitindo os autores e a chamada de rodapeacute daprimeira paacutegina (para serem enviadas aos consultores cientiacuteficos)impressas em papel branco tipo A4 (21cm x 297cm) ou emformulaacuterio contiacutenuo em uma soacute face espaccedilo duplo entre linhasfonte Times New Roman tamanho 12 observada uma margemde 3 cm para o lado esquerdo e de 2 cm para o direito 25 cm paramargem superior e inferior 25 cm para o cabeccedilalho e 25 cm parao rodapeacute Cada trabalho deveraacute ter no maacuteximo 14 paacuteginas ejunto do mesmo deveraacute ser encaminhado ofiacutecio dirigido ao EditorChefe da revista solicitando a publicaccedilatildeo do artigo Esse ofiacuteciodeveraacute ser assinado por todos os autores constar o endereccedilocompleto telefone e e-mail de todos Qualquer inclusatildeo exclusatildeoou alteraccedilatildeo na ordem dos autores deveraacute ser notificada medianteofiacutecio assinado por todos os autores (inclusive do autor excluiacutedo)

4 O artigo cientiacutefico deveraacute conter os seguintes toacutepicos a)TIacuteTULO suficientemente claro conciso e completo evitandopalavras supeacuterfluas Recomenda-se comeccedilar pelo termo querepresente o aspecto mais importante do trabalho com os demais

termos em ordem decrescente de importacircncia b) TIacuteTULO EMINGLEcircS c) NOME(s) DO(s) AUTOR(es) no maacuteximo 6 (seis)em letras maiuacutesculas um apoacutes o outro centralizados e no rodapeacuteda primeira paacutegina deveratildeo vir a formaccedilatildeo acadecircmica e aInstituiccedilatildeo onde trabalham d) RESUMO (de acordo comNBR6028 da ABNT) O resumo natildeo deve ultrapassar a 250(duzentos e cinquumlenta) palavras e natildeo possuir paraacutegrafos Apoacuteso Resumo devem-se incluir TERMOS PARA INDEXACcedilAtildeO(palavraschave) diferentes daqueles constantes do tiacutetulo eseparados por viacutergula Os termos para indexaccedilatildeo devem estardescritos na forma maiuacutescula e minuacutescula serem expressotildees queidentifiquem o conteuacutedo do artigo ser indicadas entre 3 e 5 e sepossiacutevel extraiacutedas do vocabulaacuterio Thesagro ndash Thesaurus AgriacutecolaNacional desenvolvido pela CENAGRI (indicaccedilatildeo da revistaldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquopara evitar o usode vaacuterios sinocircnimos como termos de indexaccedilatildeo) Se natildeo foremencontrados descritores disponiacuteveis para cobrirem a temaacutetica doartigo poderatildeo ser indicados termos ou expressotildees de usoconhecido e) ABSTRACT incluindo em seguida INDEXTERMS f) INTRODUCcedilAtildeO (incluindo a revisatildeo de literatura)g) MATERIAL E MEacuteTODOS h) RESULTADOS EDISCUSSAtildeO (podendo conter tabelas e figuras) i)CONCLUSOtildeES e j) REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

5 A comunicaccedilatildeo deveraacute conter os seguintes toacutepicos a)TIacuteTULO suficientemente claro conciso e completo evitandopalavras supeacuterfluas Recomenda-se comeccedilar pelo termo querepresente o aspecto mais importante do trabalho com os demaistermos em ordem decrescente de importacircncia Deve serapresentada a versatildeo do tiacutetulo para o idioma inglecircs b) TIacuteTULOEM INGLEcircS c) NOME(s) DO(s) AUTOR(es) no maacuteximo 6(seis) em letras maiuacutesculas um apoacutes o outro centralizados e norodapeacute da primeira paacutegina deveratildeo vir a formaccedilatildeo acadecircmica e aInstituiccedilatildeo onde trabalham d) RESUMO (de acordo comNBR6028 da ABNT) O resumo natildeo deve ultrapassar a 250(duzentos cinquumlenta) palavras e natildeo possuir paraacutegrafos Apoacutes oResumo devem-se incluir TERMOS PARA INDEXACcedilAtildeO(palavras-chave) diferentes daqueles constantes do tiacutetulo eseparados por viacutergula Os termos para indexaccedilatildeo devem estardescritos na forma maiuacutescula e minuacutescula serem expressotildees queidentifiquem o conteuacutedo do artigo ser indicadas entre 3 e 5 e)ABSTRACT incluindo em seguida INDEX TERMS f)TEXTO [sem subdivisatildeo poreacutem com introduccedilatildeo material emeacutetodos resultados e discussatildeo e conclusatildeo subtendidos(podendo conter tabelas ou figuras)] e g) REFEREcircNCIASBIBLIOGRAacuteFICAS

6 AGRADECIMENTOS ao fim do texto e antes das ReferecircnciasBibliograacuteficas poderatildeo vir os agradecimentos a pessoas ouinstituiccedilotildees O estilo tambeacutem aqui deve ser soacutebrio e claroindicando as razotildees pelas quais se fazem os agradecimentos

7 TABELAS E QUADROS deveratildeo ser inseridos apoacutes citaccedilatildeodos mesmos dentro do proacuteprio texto

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS as referecircnciasbibliograacuteficas devem ser citadas conforme a NBR60232002 daABNTA exatidatildeo das referecircncias constantes da listagem e a corretacitaccedilatildeo no texto satildeo de responsabilidade do(s) autor(es) doartigo

Orientaccedilotildees gerais- Deve-se apresentar todos os autores do documento cientiacutefico(fonte)- O nome do perioacutedico deve ser descrito por extenso natildeo deveser abreviado- Em todas as referecircncias deve-se apresentar o local de publicaccedilatildeo(cidade) a ser descrito no lugar adequado para cada tipo dedocumento- As referecircncias devem ser ordenadas alfabeticamente

EXEMPLIFICACcedilAtildeO (TIPOS MAIS COMUNS)

ARTIGO DE PERIOacuteDICO

VIEIRA R F RESENDE M A V de Eacutepocas de plantio deervilha em Patos de Minas Uberaba e Janauacuteba Minas GeraisCiecircncia e Agrotecnologia Lavras v 24 n 1 p 74-80 janmar 2000

LIVRO

a) Livro no todo

STEEL R G D TORRIE J H Principles and procedures ofstatistics New York McGraw-Hill Book l960 481 p

b) Parte de livro com autoria especiacutefica

FLEURY J A Anaacutelise ao niacutevel de empresa dos impactos daautomaccedilatildeo sobre a organizaccedilatildeo da produccedilatildeo de trabalho InSOARES R M S M Gestatildeo da empresa Brasiacutelia IPEAIPLAN 1980 p 149-159

c) Parte de livro sem autoria especiacutefica

MARTIM L C T Nutriccedilatildeo de bovino de corte em confinamentoIn ______ Confinamento de bovino de corte 2 ed Satildeo PauloNobel 1986 cap 3 p 29-89

DISSERTACcedilAtildeO E TESE

GONCcedilALVES R A Preservaccedilatildeo da qualidade tecnoloacutegicade trigo (Triticum aestivum L) e controle de Rhyzoperthadominica (F) durante o armazenamento em atmosferacontrolada com Co2 e N2 1997 52 f Dissertaccedilatildeo (Mestradoem Ciecircncia dos Alimentos) ndash Universidade Federal de LavrasLavras 1997

MATIOLI G P Influecircncia do leite proveniente de vacasmastiacuteticas no rendimento de queijo frescal 2000 55 pDissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias dos Alimentos) - UniversidadeFederal de Lavras Lavras 2000

Nota ldquoA folha eacute composta de duas paacuteginas anverso e versoAlguns trabalhos como teses e dissertaccedilotildees satildeo impressos apenasno anverso e neste caso indica-se frdquo (ABNT NBR60232002p 18)

TRABALHOS DE CONGRESSO E OUTROS EVENTOS

SILVA J N M Possibilidades de produccedilatildeo sustentada de madeiraem floresta densa de terra firme da Amazocircnia brasileira InCONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO 6 1990 Campos doJordatildeo Anais Campos do Jordatildeo SBSSBEF 1990 p 39-45

DOCUMENTOS ELETROcircNICOS

As obras consultadas online satildeo referenciadas conformenormas especiacuteficas para cada tipo de documento (monografia notodo e em parte trabalho apresentado em evento artigo deperioacutedico artigo de jornal etc) acrescidas de informaccedilotildees sobreo endereccedilo eletrocircnico apresentado entre braquetes (lt gt)precedido da expressatildeo ldquoDisponiacutevel emrdquo e da data de acessoao documento precedida da expressatildeo ldquoAcesso emrdquo

Nota ldquoNatildeo se recomenda referenciar material eletrocircnico de curtaduraccedilatildeo nas redesrdquo (ABNT NBR60232000 p 4) Segundopadrotildees internacionais a divisatildeo de endereccedilo eletrocircnico no fimda linha deve ocorrer sempre apoacutes barra ()

Monografia (acesso online)

a) Livro no todo

TAKAHASHI T (Coord) Tecnologia em foco BrasiacuteliaSocinfoMCT 2000 90 p Disponiacutevel em lthttpwwwsocinfoorgbrgt Acesso em 22 ago 2000

b) parte de livro

TAKAHASHI T Mercado trabalho e oportunidades In ______Sociedade da informaccedilatildeo no Brasil livro verde BrasiacuteliaSocinfoMCT 2000 cap 2 p 13-24 Disponiacutevel em lthttpwwwsocinfogovbrgt Acesso em 22 ago 2000

c) Parte de congresso seminaacuterio etc

GIESBRECHT H O Avaliaccedilatildeo de desempenho de institutos depesquisa tecnoloacutegica a experiecircncia de projeto excelecircncia napesquisa tecnoloacutegica In CONGRESSO ABIPTI 2000Fortaleza Gestatildeo de institutos de pesquisa tecnoloacutegicaFortaleza Nutec 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwabiptiorgbrgt Acesso em 01 dez 2000

d) Tese

SILVA E M Arbitrariedade do signo a liacutengua brasileira desinais (LIBRAS) 1997 144 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emLinguumliacutestica Aplicada e Estudo de Liacutengua) - Pontifiacutecia UniversidadeCatoacutelica de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1997 Disponiacutevel em lthttpwwwterracombrvirtualbooks freebookportdid teseshtmgtAcesso em 28 nov 2000

Artigo de perioacutedico (acesso online)

RESENDE A M G Hipertexto tramas e trilhas de um conceitocontemporacircneo Informaccedilatildeo e Sociedade Recife v 10 n 12000 Seccedilatildeo Educaccedilatildeo Disponiacutevel em lthttpwwwinformaccedilatildeoesociedadeufpbbrgt Acesso em 30 nov 2000

CITACcedilAtildeO PELO SISTEMA ALFABEacuteTICO (AUTOR-DATA)(conforme ABNT NBR105202002)Dois autores - Steel amp Torrie (1960) ou (STEEL amp TORRIE1960)Trecircs ou mais autores - Valle et al (l945) ou (VALLE et al 1945)Obs Quando forem citados dois autores de uma mesma obradeve-se separaacute-los pelo sinal amp (comercial)

9 CASO O ARTIGO CONTENHA FOTOGRAFIASGRAacuteFICOS FIGURAS SIacuteMBOLOS E FOacuteRMULASESSAS DEVERAtildeO OBEDECER AgraveS SEGUINTESNORMAS

91 Fotografias deveratildeo ser apresentadas em preto e branconiacutetidas e com contraste inseridas no texto apoacutes a citaccedilatildeo dasmesmas e tambeacutem em um arquivo agrave parte salvas em extensatildeoldquoTIFFrdquo ou ldquoJPEGrdquo com resoluccedilatildeo de 300 dpi

92 Figuras deveratildeo ser apresentadas em preto e branco niacutetidase com contraste inseridas no texto apoacutes a citaccedilatildeo das mesmas etambeacutem em um arquivo agrave parte salvas em extensatildeo ldquoTIFFrdquo ouldquoJPEGrdquo com resoluccedilatildeo de 300 dpi As figuras deveratildeo serelaboradas com letra Times New Roman tamanho 10 semnegrito sem caixa de textos e agrupadas

93 Graacuteficos deveratildeo ser inseridos apoacutes citaccedilatildeo dos mesmosdentro do proacuteprio texto elaborado preferencialmente em Excelcom letra Times New Roman tamanho 10 sem negrito

94 Siacutembolos e Foacutermulas Quiacutemicas deveratildeo ser feitas emprocessador que possibilite a formataccedilatildeo para o programa PageMaker (ex MathType Equation) sem perda de suas formasoriginais

10 O Editor Chefe notificaraacute o autor do recebimento do originale posteriormente o informaraacute sobre sua publicaccedilatildeo Os artigosque necessitarem de modificaccedilotildees seratildeo devolvidos ao autor paraa devida revisatildeo

11 Os artigos natildeo aprovados seratildeo devolvidos

12 Os artigos seratildeo publicados em ordem de aprovaccedilatildeo

13 O natildeo-cumprimento dessas normas implicaraacute na devoluccedilatildeodo artigo ao autor

14 Os casos omissos seratildeo resolvidos pela Comissatildeo Editorial

15 O artigo deveraacute ser enviado para

ABCTPPlant Cell Culture amp MicropropagationUniversidade Federal de LavrasDepartamento de Biologia - Setor de Fisiologia VegetalCaixa Postal 3037Lavras ndash MGCEP 37200-000E-mail abctpuflabr

INSTRUCTIONS FOR AUTHORS

1 Concepts and affirmations included in articles andcommunications are of the entire responsibility of the authors

2 ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo a semestral journaledited by Editora UFLA of the Universidade Federal de Lavraspublishes scientific articles and communications in the area ofplant tissue culture elaborated by researchers of the national andinternational scientific community There are no page charges forpublication Submission of a manuscript implies that it is neitherunder consideration for publication elsewhere nor has appearedpreviously in part or in whole On acceptance for publicationauthors assign to the Editors full copyright of the manuscript inall languages and countries Publications will depend on editorialrules and on the review of experts and ad hoc commissionReviewer and editorial opinions will be anonymouslycommunicated to authors

3 The articles and communication submitted for publicationmust be presented in CD using the program Microsoft Wordfor Windows (version 98 2000 XP or 2003) written inPortuguese English or Spanish using only conventionalnomenclature At the time of submission authors are requiredto submit together with the CD 4 (four) hard copies one originaland three copies without the name(s) of the author(s) as well asthe footnote on the first page (to be used by the reviewers)printed on A4 white paper (21 cm x 297cm) or on continuousform typewritten only on one side double spaced using fontTimes New Roman size 12 with a 3 cm margin on the left handside and 20 cm margin on the right hand side 25 cm upper andlower margin 25 cm for the heading and 25 cm for the footnoteThe manuscript must present a maximum of 14 pages At thetime of submission a cover letter must be sent with themanuscript copies to the Editor requesting publication of thearticle This cover letter must be signed by all authors andalso contain the full address telephone number and e-mail ofthe authors Any inclusion exclusion or alteration in the authorsorder must be notified and signed by all authors including theone excluded

4 Each manuscript must be organized in a) TITLE sufficientlyclear conspicuous and complete without superfluous words Itis recommended to initiate with the term that represent the mostimportant aspect with other terms in decreasing of importanceb) TITLE in Portuguese c) FULL NAME(s) OF THEAUTHOR(s) maximum of 6 (six) in capital letters one after theother in the center of the page with the footnote of the first pagecontaining their professional qualification or academic training

and their work institution d) ABSTRACT written continuouslywithout paragraph It must not exceed 250 words Index termsmust be enclosed after the abstract using terms different fromthose used in the title and separated by comma The index terms(3 to 5) must be described in capital and small letters and expressthe content of the article e) ABSTRACT and INDEX TERMSin Portuguese f) INTRODUCTION (including literaturereview) g) MATERIAL AND METHODS h) RESULTS ANDDISCUSSION (it may include tables and figures) i)CONCLUSIONS and j) REFERENCES

5 Communication must have the following topics a) TITLEsufficiently clear conspicuous and complete without superfluouswords It is recommended to initiate with the term that representthe most important aspect with other terms in decreasing ofimportance The PORTUGUESE version of the title has to bepresented b) TITLE in Portuguese c) FULL NAME(s) OFTHE AUTHOR(s) maximum of 6 (six) in capital letters oneafter the other in the center of the page with the footnote of thefirst page containing their professional qualification or academictraining and their work institution d) ABSTRACT writtencontinuously without paragraph It must not exceed 250 wordsIndex terms must be enclosed after the abstract using termsdifferent from those used in the title and separated by commaThe index terms (3 to 5) must be described in capital and smallletters and express the content of the article e) ABSTRACTand INDEX TERMS in Portuguese f) TEXT (with no divisionbut must include introduction material and methods results anddiscussion and conclusion (it may include tables and figures) andg)REFERENCES

6 ACKNOWLEDGEMENTS Acknowledgements to peopleor institutions might be included at the end of the text priorReferences The written style must be serious and clear indicatingthe reasons of the acknowledgements made

7 TABLES AND FIGURES must be included right after theircitation in the text

8 REFERENCES references must be cited according toNBR60232002 of ABNT All references and their correct citationin the text are of the entire responsibility of the author(s)- Some important orientations all authors of the scientificdocument must be presented (source) the journal must be citedusing its full name all references must present the name of thecity where the journal was published all references must be citedalphabetically

9 PHOTOGRAPHS GRAPHS FIGURES SYMBOLS ORFORMULA CONTAINED IN THE ARTICLE SHOULDOBEY THE FOLLOWING RULES

91 Photographs must be presented in black and whiteclear and with contrast inserted in the text after their citationand also in a separate file (on the same diskette as the article)saved in extension ldquoTIFFrdquo or ldquoJPEGrdquo with resolution of300 dpi

92 Figures must be presented in black and white clear andwith contrast inserted in the text after their citation and also in aseparate file (on the same diskette as the article) saved inextension ldquoTIFFrdquo or ldquoJPEGrdquo with resolution of 300 dpiThey must be elaborated using Times New Roman font size10 without bold without text box and arranged

93 Graphs must be inserted in the text after their citationelaborated preferentially in Excel using Times New Romanfont size 10 without bold

94 Symbols and Chemical Formula must be presented usinga word processor that permits a format for Page Maker (exMathType Equation) without loss of its original form

10 The Brazilian Association of Plant Tissue Culture (ABCTP)will inform the author the receipt of the original manuscript andeventually it will also send information regarding its publicationManuscripts that require modifications will be returned to theauthor for the respective revision andcorrections

11 Manuscripts not approved will be returned to the author

12 Articles will be published according to the order of receiptand approval

13 If any of these rules are not attended the manuscript will bereturned to the author

14 Manuscripts should be sent to the following address

ABCTPPlant Cell Culture amp MicropropagationUniversidade Federal de LavrasDepartamento de Biologia - Setor de Fisiologia VegetalCaixa Postal 3037Lavras ndash MGCEP 37200-000BrazilE-mail abctpuflabr

Page 5: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-106 2006

Plant Cell Culture amp Micropropagation

ISSN 1808-9909

CONTEUacuteDO

01 In vitro propagation of Melissa officinalis L and production of essential oil In vitro propagation of Melissa officinalis L and production of essential oil Simone da Silva Celso Luiz Salgueiro Lage Maria Apparecida Esquibel Rosane Aguiar da Silva San Gil Alice Sato

53

02 Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (ORCHIDACEAE) em diferentes concentraccedilotildees de sais de Knudson C e carvatildeo ativado In vitro growth of Laelia tenebrosa (ORCHIDACEAE) in different concentrations of Knudson C salts and activated charcoal Aparecida Gomes de Araujo Moacir Pasqual Alba Regina Pereira Herminio Souza Rocha 61

03 Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea em diferentes meios de cultura e concentraccedilotildees de citocinina In vitro propagation of orchid plantlets cultivated in different culture media and cytokinin concentrations Aparecida Gomes de Araujo Moacir Pasqual Adriano Bortolotti da Silva Fabiacuteola Villa Hermiacutenio Souza Rocha Fernanda Carvalho Costa 68

04 Efeito do viacuterus das estrias da bananeira na micropropagaccedilatildeo e no crescimento das plantas da cultivar caipira durante a aclimatizaccedilatildeo Effect of banana streak virus on micropropagation and plant growth of cultivar caipira during acclimatization Daniela Garcia Silveira Antocircnio da Silva Souza Paulo Ernesto Meissner Filho Tales Miler Soares Ranulfo Correa Caldas Kaacutetia Regina Barbosa Leatildeo 74

05 Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees de Agapanthus umbellatus var minor multiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria Morphological and physiological characteristics Agapanthus umbellatus var minor of shoots propagated in bioreactor of temporary immersion Luciana Alves Fogaccedila Denilson Dortzbach Antonio Carlos Alves Enio Luiz Pedrotti 80 06 Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro cultivar Santa Clara In vitro regeneration capacity of tomato plant cultivar Santa Clara Glaucia de Fatima Moreira Vieira e Souza Joseacute Magno Queiroz Luz Alcione Silva Arruda Denise Garcia Santana Mariana de Souza e Silva da Costa Teixeira Luciana Londe Adelaide Siqueira Silva Elisacircngela Rodrigues Figueira 88

07 Induccedilatildeo de calos a partir de cultura de anteras de cafeeiro (Coffea arabica L) cv Catuaiacute Vermelho 99 e 44 Callus induction from anther culture of coffee plant (Coffea arabica L) cv Catuaiacute Vermelho 99 and 44 Adelaide Siqueira Silva Joseacute Magno Queiroz Luz Denise Garcia Santana Patriacutecia Crystie Vieira Mustafa Moacir Pasqual Glaucia de Fatima Moreira Vieira e Souza 94

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-106 2006

Plant Cell Culture amp Micropropagation

ISSN 1808-9909

COMUNICACcedilAtildeO CIENTIacuteFICA

08 Proliferaccedilatildeo in vitro de brotos de Curauaacute utilizando diferentes volumes de meio de cultura In vitro shoot proliferation of Ananas erectifolius using different volumes of culture medium Flaacutevia Dioniacutesio Pereira Joseacute Eduardo Brasil Pereira Pinto Helen Cristina de Arruda Rodrigues Luciana Domiciano Silva Rosado Luiz Alberto Beijo Osmar Alves Lameira 102

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 53

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

IN VITRO PROPAGATION OF Melissa officinalis L AND PRODUCTIONOF ESSENTIAL OIL

IN VITRO PROPAGATION OF Melissa officinalis L AND PRODUCTION OFESSENTIAL OIL

SIMONE DA SILVA1 CELSO LUIZ SALGUEIRO LAGE2 MARIA APPARECIDA ESQUIBEL3ROSANE AGUIAR DA SILVA SAN GIL4 ALICE SATO5

1Doutoranda em Biotecnologia Vegetal ndashUFRJIBC Chagas Filho ndash Av Brigadeiro Trompowsky SN Ccs ndash Bloco G ndash Sala G2-050 ndash Cidade Universitaacuteria ndash Laboratoacuterio de Fisiologia Vegetal ndash Ilha do Fundatildeo ndash 21949-900 ndash Rio de Janeiro RJ ndash monybiofufrjbr

2Dr em Biofiacutesica ndashUFRJ ndash Instituto de Biofiacutesica Carlos Chagas Filho ndash Laboratoacuterio de Fisiologia Vegetal ndash Ilha do Fundatildeo ndash 21949-900 ndash Rio de Janeiro RJ ndash clslagebiofufrjbr3Poacutes-Doutorado em Bioeletrogecircnese ndash UFRJ ndash Instituto de Biofiacutesica Carlos Chagas Filho ndash Laboratoacuterio de Fisiologia Vegetal ndash Ilha do Fundatildeo ndash 21949-900 ndash Rio de Janeiro RJ ndash esquibelbiofufrjbr4Dra em Quiacutemica Orgacircnica ndash Ufrj DQO ndash Edifiacutecio do Centro de Tecnologia ndash Bloco A ndash Sala 605 ndash Ilha do Fundatildeo ndash Cidade Universitaacuteria ndash Caixa Postal 068556 ndash 21941-972 ndash Rio de Janeiro RJ ndash rsangilIqufrjbr5Dra em Biotecnologia Vegetal ndash UNIRIODCN ndash Centro de Ciecircncias Bioloacutegicas e da Sauacutede ndash Av Pasteur 458 Preacutedio da ECB ndash 4ordmandar Sala 415 URCA ndash 22290-240 ndash Rio de Janeiro RJ ndash alicesatouniriobr

ABSTRACTThis work presents an efficient protocol for micropropagation

of Melissa officinalis L through axillary bud proliferation obtainedfrom in vitro germinated seeds on basal Murashige amp Skoog medium(MS) The explants were grown on MS supplemented with differentgrowth regulators NAA (05 mM) KIN (05 mM) BA (05 mM)GA

3 (28 microM) and IAA (05 mM) Higher shoot proliferation and

rooting rates were obtained on MS supplemented with 05 microM IAAMicropropagated plants were acclimatized and transferred to soilwith success The essential oil composition in shoots of in vitro andfield-grown (ex vitro) plants was determined by gas chromatographymass spectrometry The major components of essential oils detectedin both plant materials were pujone neral geraniol and geranial Mofficinalis in vitro plantlets developed on MS media showed 14higher proportions of nerol and 41 of geraniol when compared withfield grown plants

Index terms Growth regulators medicinal plant tissue culture

RESUMOEste trabalho apresenta um protocolo raacutepido e eficiente

para propagaccedilatildeo in vitro de Melissa officinalis L atraveacutes daproliferaccedilatildeo de gemas axilares de plantas obtidas de sementesgerminadas em meio basal de Murashige amp Skoog (MS) Os explantesforam cultivados em meio de Murashige amp Skoog (MS) 1962com adiccedilatildeo de diferentes reguladores de crescimento Aacutecido alfa-naftaleno-aceacutetico (ANA ndash 05 mM) Cinetina (KIN ndash 05 mM)Benziladenina (BA ndash 05 mM) Aacutecido Gibereacutelico (GA

3 ndash 28 microM)

e Aacutecido Indolaceacutetico (AIA ndash 05 mM) O alongamento e formaccedilatildeode segmentos nodais maacuteximos foram obtidos com AIA Explantesdesenvolveram 5 novos brotos com 10 cm em meacutedia e 100 deenraizamento em 30 dias de cultura Plantas micropropagadasforam aclimatadas e transferidas para o solo com sucesso Acomposiccedilatildeo do oacuteleo essencial de partes aeacutereas de plantas produzidasin vitro e plantas crescidas em campo (ex vitro) foi determinadapor cromatografia gasosa acoplada agrave espectrometria de massas Os

principais componentes do oacuteleo essencial encontrados em ambosos materiais vegetais foram a pujona neral geraniol e geranial Asplantas de Melissa officinalis desenvolvidas in vitro em MSapresentaram aumento de 14 vezes na proporccedilatildeo do nerol e de 41na de geraniol quando comparadas agraves plantas ex vitro

Termos para indexaccedilatildeo Reguladores de crescimento plantamedicinal cultura de tecidos

INTRODUCTION

Melissa officinalis L (Lamiaceae) is a well-known

herb used to give fragrance to different food and beverage

products It has also been used as a medicinal plant for

treatment of headaches gastrointestinal disorders

nervousness and rheumatism The essential oil is a well-

known antibacterial and antifungal agent and it is also

responsible for the mild depressive and spasmolytic

properties of the plant Literature data pointed out antioxidant

properties of methanolic extracts of Melissa officinalis which

are mostly due to high portion of phenolic acids revealing

significant antimicrobial particularly antibacterial activity of

this essential oil (MIMICA-DUKIC et al 2004)

The chemical composition of the essential oil of

Melissa officinalis leaf (02-1 on dry weight) has been

studied The major compounds (10-40) are citral (neral

and geranial) and these are accompanied by limonene

cineole geraniol szlig-caryophyllene and spathulenol The

(Recebido em 06 de setembro de 2005 e aprovado em 21 de junho de 2006)

SILVA S da et al54

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

leaf also contains polyphenolic compounds

hydroxycinnamic derivatives with verbascoside (53)

flavonoids such as luteolin 7-glucoside and luteolin 7-

diglucuronide (08) These compounds probably

intervene in the antispasmodic activity Iridoid glucosides

were also reported and the infusion contains potassium

(CARNAT et al 1999)

Cultivation of medicinal plants for the purpose of

extraction of active constituents may face certain limitations

such as climate season water availability diseases and

pests and scarcity of naturally growing plants Such

limitations led to the use of tissue culture techniques for

production of the active constituents Tissue culture

provides means of rapid propagation of a large number of

uniform plants while maintaining their genotype Beneficial

uses of tissue culture for the purpose of extraction of

secondary metabolites include avoidance of collection of

endangered wild species production of secondary

metabolites due to rapid growth of cultures in vitro

(ARIKAT et al 2004)

Due to the importance of this plant for multiple

purposes and the difficulty to produce active compounds

in vitro the application of methods that provide higher

number of cloned plants of M officinalis is justified aiming

to select high quality plant lines to extensive culture and

extraction of pharmaceutical products In Brazil M

officinalis is used in phytomedicine by pharmaceutical

industries One of the most critical problems of

phytomedicine is the natural variation of plants chemical

constituents (CURRIER et al 2000) This variation could

be originated from genetical factors or under influence of

environmental characteristics

The use of in vitro systems have been reported as

an effective tool for obtaining genetically uniform plants

which can be the source for less variable pharmaceutical

preparations Plant regeneration of M officinalis has been

achieved using as explants cotyledonary nodes of 10-day-

old Melissa officinalis seedlings (TAVARES et al 1996)

shoot tips from plants cultivated at greenhouse

(MEacuteSZAacuteROS et al 1999) using various types and

concentrations of cytokinins auxins and triacontanol

(TANTOS et al 1999)

The aim of this work is to develop a

micropropagation method in order to obtain a significant

number of monoclonal plants for further field cultivation

comparing the essential oil content and composition

between micropropagated and field-grown plants

MATERIALS AND METHODS

Plant material

Representative specimens from field grown plants

of M officinalis were selected and submitted to Erika Von

Sohsten Medeiros and Angela Vaz (Rio de Janeiro

Botanical Garden) for the taxonomic confirmation A

voucher nordm RB ndash 365926 is deposited at the Herbarium of

Rio de Janeiro Botanic Garden

Melissa officinalis seeds were obtained from

commercial market ISLAR batch Nordm 8250 The seeds were

germinated and grown to the seedling stage in vitro Seeds

were pre-treated by immersion into 2 commercial bleach

solution (Globoacirc) for 20 min and then rinsed thoroughly

in running tap water After that the seeds were surface

sterilized in 70 ethanol for 20 min followed by 15 min in a

20 commercial bleach solution containing 2-3 drops of

Tween 20 under aseptic conditions and rinsed three times

with sterile distilled water The seeds were cultured on MS

(MURASHIGE amp SKOOG 1962) solid medium

supplemented with 30 gL-1 sucrose 148 mM thiamine-

HCl 243 mM pyridoxine-HCl 41 mM nicotinic acid and

06 mM myo-inositol The pH value was adjusted at 58 plusmn

01 before addition of 8 gL-1 of agar and the media were

sterilized in autoclave (120 degC during 15 min) The cultures

were incubed at 25 plusmn 1 degC under a 16 h light 8 h dark

regime at an irradiance of 230 mmolm-sup2s-1 (white light

illumination Sylvaniaacirc fluorescent tubes)

Establishment of in vitro shoot cultures

From in vitro 8-day-old germinated seeds plants

(20-30 cm in length) of three different clones designated

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 55

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

as clones 1 2 e 3 were selected and axillary shoot induction

takes place from nodal segments (1 cm in length)

subcultivated on MS hormone-free media (MS0) These

materials were used as donors of explants to be tested

with different culture media 05mM a-naphthaleneacetic

acid (NAA) 05mM kinetin (KIN) 05mM benzyladenine

(BA) 28 mM gibberellic acid (GA3) and 05mM indole-3-

acetic acid (IAA) Cultures were grown in 300 mL glass

flasks containing 40 ml of media each

Shoot proliferation rate length of both shoots and

roots and calli formation were monitored as growth

parameters Each treatment was replicated 3 times using

100 explants per repetition Subcultures were performed at

30 days intervals

Acclimatization

A total of 60 in vitro rooted microshoots (those grown

on MS + IAA during 30 days with average height of 10 cm

were removed from the medium and the agar washed gently

with tap water They were transferred to 60 cm diameter

plastic pots containing soil and humus (31 vv) and kept at

a greenhouse High humidity environment was provide by

covering the plants with a plastic foil and watering them

one time per day during the first 2 weeks Then plants were

gradually exposed to greenhouse conditions for 1 month

and finally transferred to the field where they were cultivated

during one year until complete life cycle

Extraction

Field-grown and fresh in vitro plantlets aerial parts

(100 g each) were submitted to hydro distillation for 140 h

in a Clevenger type apparatus as recommended by the

Brazilian Pharmacopoeia (1988) in replicate (n = 2) The

time between the isolation and analysis was the same in all

experiments to preclude differences in composition due to

external factors (SILVA et al 2003)

Gas chromatographic and gas chromatography-massspectrometric analysis

Gas chromatography with flame ionization

detection (GCFID) was carried out on a Varian Star Model

3350 instrument using a capillary column coated with DB-

5 (30 m x 025 mm i d 025 mm film thickness J amp W

Scientific Folsom CA USA) The GC oven was heated

using the following program 40 oC to 220 oC at 4 oC min-1

with an initial isothermal period of 1 min splitless The

detector and injector temperatures were held at 280 oC

Hydrogen was used as carrier gas The injection consisted

of 10 microL of distilled oil diluted with hexane The GCMS

analyses were carried out on a Hewlett-Packard (Agilent

Technologies Avondale USA) Model 5972 MSD coupled

to a HP 5890 GC The GC conditions were the same as

above except for the fact that helium was used as carrier

gas The mass spectrometer was operated on electron

impact mode at 70 eV Molecular assignments were

performed with the help of the Wiley 275 standard library

of mass spectra literature data (ADAMS 1995) authentic

geraniol standard (Sigma Part Number G5135) and mass

spectra interpretation besides the comparison with

previously published elution order (KREIS amp MOSAND

1994) Quantification was performed from GC profiles using

area percent since in the literature the FID response factor

for most of monoterpenes is determined as 1 (CARNAT et

al 1999)

Statistical analysis

Data for each experiment were subjected to analysis

of variance (ANOVA) and means were compared using the

Tukey-Kramer test Percent data were submitted to

significance test ndash difference between two percentages

using the Statistica for WindowsTM 50 version A

significance level of 5 was used for all statistical analysis

RESULTS AND DISCUSSION

In vitro multiplication of Melissa officinalis was

followed during four developing cycles Micropropagation

papers usually present an efficient protocol evaluated in

only one developing cycle This kind of protocol however

may fail when the cultures have to be kept during long

time many successive subcultures being necessary in

order to produce large number of clonal plants

SILVA S da et al56

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

In vitro establishment

In this work three different clones of M officinalis

were used and they had shown similar development

responses on in vitro cultures

The clones 1 and 2 had in vitro multiplication rate

lower than the clone 3 which means a decrease in the

absolute number of nodal segments (Fig 1A and B) From

these results the clone 3 was selected to run the tests

The average number of four new nodes was

produced by explant on MS0 after 30 days and this value

was used as a control to evaluate effects of the presence

of growth regulators in the media (Tab 1)

FIGURE 1 ndash Nodal segments development of three clones of Melissa officinalis on MS+ 05 M IAA during 30 daysA) Multiplication rate of in vitro culture from 2nd to 4th subcultures B) Number of nodal segments developed per clone

TABLE 1 ndash Effect of growth regulators in Melissa officinalis axillary segments culture after four weeks of culture

Culture Media

Shoot Explant

xplusmnse

Shoot Length (CM)

Multiplication Rate (ndeg of

Nodal Segment Explant)

Node Plantlet

xplusmnse

Root Frequency

()

Root Number

Explant xplusmnse

Root Length

(CM) xplusmnse

MS0 171B 403 08B 68C 41 B 50 105 11B 30 06B

05 M KIN 111C 349 11C 33D 31 C 50 073 09C 27 07C

28 M GA3 111C 100 03D 22E 21 D 50 071 09C 25 07C

05 M IAA 191B 1000 09A 95B 51 A 100 897 08A 137 08A

05 M NAA

301A 333 16C 90A 31 C 0 0 - 05 M BA 111C 385 54C 33D 31 C 0 0 -

Value are means (x) plusmn standard error (se) n=100 Values in the same column followed by the same letter do not differstatistically at Pdrdquo005

The influence of plant growth regulators and their

interactions on micropropagation of different plant species

have been discussed in detail by Lameira et al (2005) Rout

et al (1989) Rout amp Das (1997ab) Skirvin et al (1990) and

Zieslin et al (1989)

In this work addition of IAA to MS presented the

best results among all tested growth regulators in all

evaluated parameters However to shoot production there

is no statistical difference to the control The analysis of

effects of the other growth regulators shows that only

05mM NAA was able to improve shoot production

although it is not able to promote rhizogenesis

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 57

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

The use of MS plus 05mM Kinetin or 05mM BA

or 05mM NAA promoted the development of three nodal

segments per elongated plant in 30 days culture (Tab

1) However when BA was used these new shoots

exhibited apical necrosis When GA3 (28 mM) was added

to medium there was induction of only one shoot per

explant and after 30 days there were 2 nodes per

elongated shoot

There was no rooting in explants placed on MS

added of NAA and BA In MS medium containing KIN or

GA3

and in basic MS 50 of the shoots developed new

roots in 30 days of culture

The best result of rhizogenesis was presented

by explants cultured in MS plus IAA where 100 of

shoots rooted with more than 8 new roots per explant

(Tab 1) In terms of root length the cultures in MS

supplemented with IAA presented longer roots when

compared with the other media compositions used at

the present work

In short the addition of 05mM of IAA was chosen

as that presenting the best results in all evaluated

parameters (Fig 2A)

The action of IAA on the in vitro plant

development was in accordance to the known effects of

such hormone (CLELAND 1995) Shoot elongation was

obtained concomitantly with rooting in media MS plus

05 mM IAA That is specially interesting once it may

reduce the micropropagation process through nodal

segments explants to only three steps germination

shoot elongation and multiplication concomitant to

rooting this represents gain of time culture medium

and constitutes a quick micropropagation process

Tavares et al (1996) reported a micropropagation

utilizing cotyledonary nodes as explants The highest

average number of shoots in the two inoculations was

obtained with 2 mgL-1 of BA 24 axillary shoots per

explant 7 in the first inoculation and 17 in the second

one Shoots of the two inoculations were excised after

30 and 60 days respectively

Acclimatization

Melissa officinalis leaves are very sensitive to

water loss and this process is irreversible it was necessary

to provide a high humidity environment during the first

acclimatization period plants were covered with a plastic

foil during 2 weeks before being gradually exposed to

greenhouse conditions The acclimatization procedure

used for in vitro plants was successful and a total of 100

survival rate (n=60) was obtained Acclimatized plants

appeared normal and did not exhibit any morphological

abnormalities or variations These results permitted the

soil cultivation (Fig 2B) without chemical defensives

during one year up to the complete vegetative cycle

(flowering)

Essential oils content

Comparative analysis of the chromatographic

profiles showed high percentage of neral and geranial in

relation to nerol and geraniol in field grown (ex vitro)

plantlets and in MS0 (in vitro)

The relative content of the principal components

of essential oil of the aerial parts of M officinalis are

presented as mean peaks area () on Fig 2C geranial

(3813 and 4364) neral (2674 and 317) geraniol (329 and

153) and nerol (116 and 187) in plants cultured ex vitro

and in vitro respectively Plantlets developed in vitro on

MS0 media showed an increase of 14 times in the

proportion of nerol and 41 times of geraniol when

compared with ex vitro cultured plants

Field plants are exposed to considerable more

stressful conditions such as lower relative humidity higher

light levels and herbivory those are the more stressful

The latter conditions tend to favor a greater essential oil

accumulation (TAVARES et al 2004) On other hand

plantlets grown in vitro have been continuously exposed

to a unique microenvironment that has been selected to

provide minimal stress and nearly optimal conditions for

plant multiplication

SILVA S da et al58

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

FIGURE 2 ndash A) In vitro culture of Melissa officinalis on MS + IAA in 30 days of culture B) Ex vitro culture six monthsafter transference to soil maximum height 60 cm C) Composition and percentage of the most abundant essential oilcomponents of Melissa officinalis from aerial parts (100 g Fresh Weight) from in vitro e ex vitro culture

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 59

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

CONCLUSIONS

Melissa officinalis micropropagation can be made

using nodal segments from in vitro plants during 5 weeks

in MS media without growth regulators and posterior

subculture in MS media with 05 mM IAA for a better

development Multiplication rates of 44 and 40 were

obtained at the 3rd and 4th subcultures respectively

It was observed a significant difference between

the effects of auxins IAA and NAA The latter exerted an

unsatisfactory influence on the nodal segment formation

shoot length and rooting when compared with the results

obtained with IAA

The plants produced in vitro were vigorous and

after acclimatization they were well adapted After 1 month

at the greenhouse the survival rate was 100

Considering that the main objective of this work is

to produce monoclonal plants to be used by phytomedicine

industries it is important that the method presents a large

number of buds per explant This result plus an efficient

acclimatization stage can save time and produce

monoclonal plants in sufficient number to be used in

commercial field culture Our results showed a change in

the essential oil composition in the proportion of active

compounds However the characteristics of the oil of in

vitro and ex vitro M officinalis plants were not altered

The manipulation of the culture media composition

is an important biotechnological tool for the optimization

of the essential oils production With this technique this

work developed a protocol for highly production of plants

and productivity in the components (geraniol geranial and

neral) of the oil

ACKNOWLEDGMENTS

This work was supported by ICUNIRIO FAPERJ

and CNPq

REFERENCES

ADAMS R P Identification of essential oil componentsby gas chromatographymass spectroscopy WashiongtonAllured Publishing Corporation 1995 467 p

ARIKAT N A JAWAD F M KARAM N S SHIBLIMicropropagation and accumulation of essential oils inwild sage (Salvia fruticosa Mill) Scientia HorticulturaeAmsterdan v 100 n 14 p 193-202 Mar 2004

CARNAT A CARNAT A P FRAISSE D LAMAISON JD The aromatic and polyphenolic composition of lemonverbena tea Fitoterapia Milano v 70 n 1 p 44-49 Feb 1999

CLELAND R E Auxin and cell elongation In DAVIES PJ Plant hormones and their role in plant growth anddevelopment 2 ed Dordrecht Kluwer 1995 p 214-227

CURRIER S J JOHNSTON P D GORELICK J K HerbalMedicines Science and Medicine Philadeiphia v 7 n 1p 40-43 2000

FARMACOPEacuteIA BRASILEIRA Determinaccedilatildeo de oacuteleosessenciais em drogas vegetais 4 Ed Satildeo Paulo Atheneu1988 Part 1 v426-v427

KREIS P MOSANDL A Chiral compounds of essentialoils Part XVI Enantioselective multidimensional gaschromatography in authenticity control of balm oil (Melissaofficinalis L) Flavour and Fragrance Journal Chichesterv 9 n 5 p 249-256 1994

LAMEIRA O A LOPES S C NOGUEIRA R CCORDEIRO I M C C PINTO J E B P REIS L R SEfeito de diferentes concentraccedilotildees de reguladores decrescimento sobre a micropropagaccedilatildeo de mogno (Swieteniamacrophylla King) por meio de explantes juvenis PlantCell Culture amp Micropropagation Lavras MG v1 n 2 p53-58 2005

MEacuteSZAacuteROS A BELLON A PINTEacuteR A HORVARTHG Micropropagation of lemon balm Plant Cell Tissueand Organ Culture Dordrecht v 57 n 2 p 149-152 1999

MIMICA-DUKIC N BOZIN B SOKOVIC M SIMINN Antimicrobial and Antioxidant Activities of Melissaofficinalis L (Lamiaceae) Essential Oil Journal ofAgricultural and Food Chemistry Washington v 52 n 9p 2485-2489 May 2004

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgrowth and bioassays with tobacco tissue culturesPhysiologia Plantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 Mar 1962

SILVA S da et al60

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

ROUT G R DEBATA B K DAS P In vitro Mass-scalePropagation of Rosa Hybrida cv Landora CurrentScience Bangalore v 58 n 15 p 876-878 Aug 1989

ROUT G R DAS P In vitro Organogenesis in ginger(Zingiber officinale Rosc) Journal of Herbs Spices andMedicinal Plants Bermingham v 4 n 4 p 41-51 1997a

ROUT G R DAS P Techniques of Micropropagation invitro In BOSE T K MITRA S K SADHU M KDAS P (Ed) Propagation of tropical and subtropicalhorticultural crops Calcutta Kalyani Publishers 1997bp 105-116

SILVA S Composiccedilatildeo do oacuteleo essencial de Melissaofficinalis L in vitro sob accedilatildeo de reguladores decrescimento 2003 64 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emBiotecnologia Vegetal) ndash Universidade Federal do Rio deJaneiro Rio de Janeiro

SKIRVIN R M CHU M C YOUNG H J R InAMMIRATO P V EVANS D R SHARP W R BAJAJ

Y P S Editors Handbook of Plant Cell Cultures NewYork Macmillan 1990 v 5 p 716-743

TANTOS Aacute MEacuteSZAROS A KISSIMON J HORVAacuteTHG FARKAS T The Effect of Triacontanol onMicropropagation of Balm Melissa officinalis L Plant CellReports New York v19 n 1 p 88-91 Nov 1999

TAVARES A C PIMENTA M C GONCcedilALVES M TMicropropagation of Melissa officinalis L throughproliferation of axillary shoots Plant Cell Reports NewYork v 15 n 6 p 441-444 Feb 1996

TAVARES E S LOPES D BIZZO H R LAGE C L SLEITAO S G Kinetin Enhanced Linalool Production by invitro Plantlets of Lippia alba Journal of Essential OilResearch Coron Stream v 16 n 5 p 405-408 SeptOct 2004

Zieslin N Starkman f zamski e Growth of rose flowerpeduncles and effects of applied plant growth regulatorsPlant Growth Regulation Dordrecht v 8 n 1 p 65-76Mar 1989

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 61

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

CRESCIMENTO IN VITRO DE Laelia tenebrosa (ORCHIDACEAE)EM DIFERENTES CONCENTRACcedilOtildeES DE SAIS DE KNUDSON C

E CARVAtildeO ATIVADO

IN VITRO GROWTH OF Laelia tenebrosa (ORCHIDACEAE) IN DIFFERENTCONCENTRATIONS OF KNUDSON C SALTS AND ACTIVATED CHARCOAL

APARECIDA GOMES DE ARAUJO1 MOACIR PASQUAL2 ALBA REGINA PEREIRA3HERMINIO SOUZA ROCHA4

1Doutoranda em AgronomiaFitotecnia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash agaraujo2003yahoocombr2Dr Professor Titular do Departamento de Agricultura ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash LavrasMG ndash mpasqualuflabr3Doutoranda no Jardim Botacircnico do Rio de Janeiro ndash ENBTJBRJ ndash Pacheco Leatildeo 915 ndash 22460-030 ndash Rio de Janeiro RJ4Doutorando em AgronomiaFitopatologia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash herminiouflanetcombr

RESUMOObjetivou-se testar diferentes concentraccedilotildees de carvatildeo

ativado adicionado ao meio Knudson C no crescimento in vitrode orquiacutedeas Placircntulas de Laelia tenebrosa (LA Rolfe) LARolfe com 1 a 15 cm de comprimento e contendo raiacutezes foraminoculadas em frascos contendo 40 mL de meio de cultura Ostratamentos consistiram na combinaccedilatildeo de concentraccedilotildees de carvatildeoativado (0 05 10 20 e 40 g L-1) e sais minerais de Knudson C(0 50 100 150 e 200) acrescidos de sacarose (20 g L-1) Omeio foi solidificado com 6 g L-1de aacutegar e o pH ajustado para58plusmn01 antes da autoclavagem a 121degC e 11 atm por 20 minutosApoacutes a inoculaccedilatildeo os frascos foram mantidos sob 25 plusmn 1degCfotoperiacuteodo de 16 horas e 32 mM m-2 s-1 de irradiacircncia Apoacutes 150dias verificou-se que a adiccedilatildeo de 2g L-1 de carvatildeo ativado ao meiocom metade dos sais de Knudson C promoveu melhor crescimentoin vitro das placircntulas de Laelia tenebrosa

Termos para indexaccedilatildeo Orquiacutedea meio de cultura cultura detecidos

ABSTRACTThe objective of this work was to test the effect of

Knudson C medium supplemented with different concentrationsof activated charcoal on the in vitro growth of orchids Plantletsof the Laelia tenebrosa (LA Rolfe) LA Rolfe measuring 1-15cm in length containing roots were inoculated in flasks containing40 mL of culture medium The treatments consisted of differentconcentrations of activated charcoal (0 05 10 20 and 40 g L-

1) combined with Knudson C salts (0 50 100 150 and 200)supplemented with sucrose (20 g L-1) The medium was solidifiedwith agar (6 g L-1) and pH adjusted to 58plusmn01 before autoclavingat 121ordmC and 11 atm during 20 minutes After inoculation theexplants were transferred to culture rooms with temperaturemaintained at 25plusmn1ordmC during a 16 hours photoperiod with a lightintensity of 32 microM m-2s-1 The best in vitro growth rates of

Laelia tenebrosa plantlets were obtained using Knudson C 50supplemented with 2 g L-1 activated charcoal after 150 days ofculture

Index terms Orchid culture medium tissue culture

INTRODUCcedilAtildeO

A produccedilatildeo de orquiacutedeas a partir germinaccedilatildeo

assimbioacutetica eacute uma alternativa viaacutevel para obtenccedilatildeo de

grande nuacutemero de plantas em curto espaccedilo de tempo

suprindo assim a necessidade dos produtores de

orquiacutedeas na aquisiccedilatildeo de mudas

Na cultura de tecidos os meios de cultura

geralmente satildeo compostos de uma fonte de carboidratos

macro e micronutrientes e outras substacircncias como

vitaminas aminoaacutecidos accediluacutecares agente solidificante

reguladores de crescimento (GEORGE amp SHERRINGTON

1984) e eventualmente aditivos como antibioacuteticos carvatildeo

ativado e componentes complexos

Knudson (1922) observou que era possiacutevel o

cultivo de sementes em meio artificial contendo minerais e

accediluacutecar sem a presenccedila de fungos micorriacutezicos

Posteriormente em 1946 ele aperfeiccediloou esse meio de

cultura sendo atualmente o mais utilizado comercialmente

na germinaccedilatildeo e desenvolvimento de orquiacutedeas (ARDITTI

amp ERNST 1992) No entanto satildeo necessaacuterios estudos

(Recebido em 23 de fevereiro de 2006 e aprovado em 10 de julho de 2006)

supplemented with

ARAUJO A G de et al62

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

pois satildeo descritos vaacuterios meios de cultura para muitos

gecircneros e espeacutecies diferentes

No cultivo e subcultivo de placircntulas do gecircnero

Cattleya George et al (1987) sugerem o meio Knudson C

(1946) ou Reinert amp Mohr (1967) Segundo Arditti amp Ernst

(1992) os meios de propagaccedilatildeo para Cattleya Laelia

Laeliocattleya e Brassocattleya podem ser os mesmos

citados anteriormente Villalobos et al (1994) sugerem o

meio Vacin amp Went (1949) para Cattleya Encyclia e

Oncidium suplementado com 25 de aacutegua de coco e o

meio Knudson C suplementado com 60 g L-1 de polpa de

banana para orquiacutedeas do gecircnero Stanhopea

O carvatildeo ativado normalmente eacute adicionado ao meio

de cultura em concentraccedilotildees que variam de 02 a 3

(BEYL 2000) O seu efeito natildeo-seletivo pode proporcionar

resultados negativos na micropropagaccedilatildeo Pesquisas

relatam a adsorccedilatildeo de tiamina aacutecido nicotiacutenico

(WEATHERHEAD et al 1978) piridoxina aacutecido foacutelico

reguladores de crescimento e quelatos de ferro

(JOHANSSON et al 1990) Entre os efeitos proporcionados

pela adiccedilatildeo do carvatildeo ativado ao meio de cultura

principalmente agrave organogecircnese e agrave embriogecircnese estatildeo

escurecimento do meio de cultura favorecendo o

enraizamento adsorccedilatildeo de substacircncias inibitoacuterias

produzidas pelo proacuteprio meio ou explante adsorccedilatildeo de

reguladores de crescimento e outros compostos orgacircnicos

e liberaccedilatildeo de substacircncias naturalmente presentes no

carvatildeo que beneficiariam o crescimento in vitro das culturas

(PAN amp STADEN 1998)

Arena amp Pastur (2001) citam que a adiccedilatildeo de carvatildeo

ativado ao meio de cultura promoveu alongamento das

brotaccedilotildees de Berberis buxifolia mas reduziu o iacutendice de

multiplicaccedilatildeo Hazra et al (2002) relataram o efeito

sinergiacutestico do carvatildeo ativado na multiplicaccedilatildeo e

enraizamento de brotaccedilotildees de algodoeiro Amin amp Jaiswal

(1987) Anderson (1980) e Damiano (1978) relataram o efeito

favoraacutevel do carvatildeo quando utilizado em baixas

concentraccedilotildees no enraizamento de brotaccedilotildees de

morangueiro framboeseira e goiabeira respectivamente

A diversidade de resultados obtidos com a utilizaccedilatildeo de

carvatildeo ativado deve-se principalmente ao genoacutetipo da

espeacutecie em questatildeo agrave adsorccedilatildeo de algumas substacircncias

quiacutemicas e compostos orgacircnicos aleacutem de metaboacutelitos

toacutexicos liberados no cultivo in vitro (Wang amp Huang 1976)

Este trabalho teve como objetivo verificar efeito de

diferentes concentraccedilotildees de sais de Knudson C e carvatildeo

ativado sobre o crescimento in vitro de placircntulas de

orquiacutedea da espeacutecie Laelia tenebrosa (LA Rolfe) LA Rolfe

MATERIAL E MEacuteTODOS

Placircntulas da espeacutecie Laelia tenebrosa com 1 a 15

cm de comprimento oriundas de sementes germinadas in

vitro e contendo raiacutezes foram inoculadas em frascos

contendo 40 mL do meio de cultura Knudson C nas

concentraccedilotildees de 0 (apenas aacutegua destilada e aacutegar) 50 100

(concentraccedilatildeo da formulaccedilatildeo original) 150 e 200 de sais

minerais combinado com carvatildeo ativado (0 05 1 2 e 4

mg L-1) suplementado com sacarose (20 g L-1)

O pH do meio foi ajustado para 58 plusmn 01 antes da

adiccedilatildeo de aacutegar (6 g L-1) O meio foi vertido em frascos de

vidro com capacidade para 250 cm3 vedados com tampas

plaacutesticas transluacutecidas natildeo perfuradas e autoclavados agrave

pressatildeo de 11 atm e agrave temperatura do 121degC durante 20

minutos Apoacutes a inoculaccedilatildeo os frascos contendo os

explantes foram mantidos em sala de crescimento com

irradiacircncia em torno de 32 mmol m-2 s-1 temperatura de 25 plusmn

1degC e fotoperiacuteodo de 16 horas

O delineamento experimental utilizado foi

inteiramente casualizado em esquema fatorial 5 x 5 com

quatro repeticcedilotildees de cinco placircntulas cada uma Decorridos

150 dias avaliou-se a meacutedia do nuacutemero de folhas nuacutemero

de raiacutezes comprimento da maior raiz comprimento da parte

aeacuterea e massa fresca de placircntulas Os dados foram

comparados por meio de regressatildeo polinomial empregando-

se o programa Sisvar (FERREIRA 2000)

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Apenas para a variaacutevel nuacutemero de folhas houve

interaccedilatildeo entre os niacuteveis de sais e carvatildeo ativado Poreacutem

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 63

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

por meio do teste F somente as concentraccedilotildees de 50 e

100 de sais do meio Knudson C foram significativas em

relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees de carvatildeo ativado

Os melhores resultados (65 e 585) foram

verificados com 50 (metade) dos sais de Knudson C

combinado com 275 g L-1 de carvatildeo ativado e 100 de

sais com 4 g L-1 de carvatildeo respectivamente (Figura 1)

Com o aumento da concentraccedilatildeo do meio de cultura haacute

necessidade de maior concentraccedilatildeo de carvatildeo Sendo

assim o meio com 50 de sais aleacutem de proporcionar

melhores resultados eacute menos oneroso

Estes resultados contradizem os de Silva et al

(2003) que verificaram que a adiccedilatildeo de carvatildeo ativado ao

FIGURA 1 ndash Nuacutemero de folhas em placircntulas de Laeliatenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees de saisde Knudson C e carvatildeo ativado

meio de cultura inibe a formaccedilatildeo de folhas em placircntulas de

Brassocattleya lsquoPastoralrsquo x Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo

O efeito natildeo seletivo do carvatildeo ativado pode proporcionar

resultados negativos na micropropagaccedilatildeo (PAN amp

STADEN 1998)

Agrave medida em que aumentaram as concentraccedilotildees de

sais de Knudson C maiores quantidades de raiacutezes foram

formadas (Figura 2A) Observou-se maior nuacutemero de raiz

(43) com 965 de sais Para o fator carvatildeo ativado as

melhores respostas (395 raiacutezes) foram verificadas com a

utilizaccedilatildeo de 304 g L-1 adicionadas ao meio de cultura

(Figura 2B)

Para muitas espeacutecies o enraizamento eacute favorecido

pela adiccedilatildeo de carvatildeo ativado ao meio de cultura Hazra et

al (2002) relataram o efeito sinergiacutestico do carvatildeo ativado

na multiplicaccedilatildeo e enraizamento de brotaccedilotildees de

algodoeiro O meio MS com metade dos sais minerais

acrescido de 20 g L-1 de sacarose 7 g L-1 de aacutegar e 1 g L-1 de

carvatildeo ativado promoveu maior quantidade de raiacutezes em

placircntulas de Cattleya nobilior Rchb f (REIS et al 2003)

Segundo Paiva et al (2005) aleacutem de um equiliacutebrio

hormonal favoraacutevel agrave formaccedilatildeo de raiacutezes outros fatores

internos tecircm sido relacionados com a iniciaccedilatildeo do processo

de enraizamento como presenccedila de sacarose alta relaccedilatildeo

CN e nutrientes minerais (foacutesforo caacutelcio zinco e boro) O

meio Knudson C natildeo possui micronutrientes apresenta

uma concentraccedilatildeo maior de caacutelcio e tem baixas

FIGURA 2 ndash Nuacutemero de raiacutezes em placircntulas de Laelia tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees de sais deKnudson C (A) e concentraccedilotildees de carvatildeo ativado (B)

ARAUJO A G de et al64

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

concentraccedilotildees de N e K em relaccedilatildeo ao MS e WPM o que

provavelmente favoreceu tanto o nuacutemero quanto o

comprimento de raiacutezes (PASQUAL 2001)

O maior comprimento de raiz (331 cm) foi verificado

com a utilizaccedilatildeo de 100 de sais de Knudson C A partir do

ponto maacuteximo (100) houve diminuiccedilatildeo do comprimento

radicular provavelmente devido ao desbalanccedilo nutricional

(Figura 3A) Com o aumento das concentraccedilotildees de carvatildeo

ativado houve um incremento linear no comprimento de

raiacutezes Melhores resultados foram observados com a

utilizaccedilatildeo de 4 g Lndash1 de carvatildeo ativado (Figura 3B) Como a

relaccedilatildeo foi direta pode-se inferir que o efeito estimulante

do carvatildeo ativado no comprimento da maior raiz continuaria

para concentraccedilotildees superiores a 4 g L-1

A adiccedilatildeo de carvatildeo ativado no meio de cultura foi

beneacutefica promovendo tanto o nuacutemero quanto o

crescimento de raiacutezes O carvatildeo conteacutem impurezas que

podem favorecer o crescimento de raiacutezes jaacute existentes e

induzir emissatildeo de novas raiacutezes (PASQUAL 2001)

Melhores resultados para comprimento da parte

aeacuterea (18 cm) foram observados quando se utilizou o

meio Knudson C na concentraccedilatildeo de 121 de sais (Figura

4A) poreacutem na concentraccedilatildeo de 50 obtiveram-se

explantes com 17 cm de comprimento Essa diferenccedila

observada (01 cm) eacute muito pequena o que natildeo justifica a

utilizaccedilatildeo de um meio mais concentrado mas a reduccedilatildeo

do mesmo agrave sua metade

O enraizamento in vitro pode ser favorecido com o

uso de meio de cultura com a metade ou 75 da

concentraccedilatildeo normal de sais Em algumas espeacutecies altas

concentraccedilotildees de sais principalmente a presenccedila de iacuteons

amocircnio favorecem o desenvolvimento de raiacutezes enquanto

que em outras podem ser inibidoras (PASQUAL et al

2001)

O maior comprimento da parte aeacuterea (19 cm) foi

obtido na presenccedila de 4 g Lndash1 de carvatildeo ativado (Figura

4B) a concentraccedilatildeo de 2 g Lndash1 proporcionou um

comprimento de 18 cm Comparando-se os niacuteveis 4 e 2 g Lndash1

de carvatildeo ativado nota-se pequena diferenccedila (01 cm) o

que justifica a utilizaccedilatildeo de 2 g Lndash1

O carvatildeo ativado conteacutem impurezas que quando

liberadas no meio de cultura podem beneficiar ou natildeo o

crescimento in vitro Simotildees et al (1999) verificaram que a

concentraccedilatildeo de 1 g L-1 de carvatildeo ativado acrescida ao

meio Knudson C proporciona o melhor desenvolvimento

de brotos de Epidendrum sp e Dendrobium sp

Maior massa fresca de placircntulas (0144g) foi

verificada com a utilizaccedilatildeo de 50 de sais de Knudson C

ponto a partir do qual houve diminuiccedilatildeo no peso (Figura

5A) Provavelmente essa reduccedilatildeo ocorreu devido agrave

toxidez

A utilizaccedilatildeo de 4 g L-1 de carvatildeo ativado

proporcionou uma massa de 0185 g nas placircntulas frescas

(Figura 5B)

FIGURA 3 ndash Comprimento da maior raiz em placircntulas de Laelia tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees desais de Knudson C (A) e carvatildeo ativado (B)

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 65

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

FIGURA 4 ndash Comprimento da parte aeacuterea em placircntulas de Laelia tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees desais de Knudson C (A) e carvatildeo ativado (B)

FIGURA 5 ndash Massa fresca de placircntulas de L tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees de sais de Knudson C(A) e carvatildeo ativado (B)

O carvatildeo ativado eacute comumente utilizado na cultura

de tecidos de plantas Seu efeito eacute atribuiacutedo agrave adsorccedilatildeo de

substacircncias toacutexicas produzidas pelas plantas adsorccedilatildeo

de fitorreguladores do meio e escurecimento do meio onde

se desenvolvem as raiacutezes das plantas (GEORGE 1993)

O melhor desenvolvimento de Phalaenopsis in

vitro ocorreu na presenccedila de carvatildeo ativado na

concentraccedilatildeo de 2 g L-1 indicando que este possa ser um

elemento importante no processo (BRESSAN et al 1999)

Apesar do carvatildeo ativado na concentraccedilatildeo de 4 g

L-1 ter proporcionado melhores resultados verificou-se que

na concentraccedilatildeo de 2 g L-1 os efeitos apresentam uma

diferenccedila miacutenima Embora o carvatildeo ativado natildeo seja o

componente de maior custo no preparo de meio de cultura

a sua reduccedilatildeo juntamente com os sais minerais eacute

economicamente favoraacutevel especialmente para a produccedilatildeo

comercial de mudas

CONCLUSAtildeO

A adiccedilatildeo de 2 g L-1 de carvatildeo ativado ao meio de

cultura Knudson C com metade (50) de sais minerais

promoveu melhor crescimento em placircntulas de Laelia

tenebrosa cultivadas in vitro

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMIN M N JAISWAL V S Rapid clonal propagationof guava through in vitro shoot proliferation on nodalexplants of mature trees Plant Cell Tissue and OrganCulture Amsterdam v 9 n 3 p 235-243 1987

ARAUJO A G de et al66

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

ANDERSON M W C Tissue culture cultivation of redand black raspberries Rubus idaeus and R occidentalisActa Horticulturae Amsterdam v 20 p 112-113 1980

ARDITTI J ERNST R Micropropagation of orchids NewYork John Wiley 1992 682 p

ARENA L M E PASTUR G M 6-benzylaminopurineand activated charcoal affect in vitro shoot morphogenesisof Berberis buxifolia Revista de la Facultad de AgronomiaBuenos Aires v 21 n 1 p 41-47 2001

BEYL C A Getting started with tissue culture-mediapreparation sterile technique and laboratory equipmentIn TRIGIANO R N GRAY D J (Ed) Plant tissue cultureconcepts and laboratory exercises London CRC Press2000 p 21-38

BRESSAN E A LEE L L SEVERO V S GERALD L TS Desenvolvimento de orquiacutedeas Phalaenopsis in vitro-efeito do carvatildeo In CONGRESSO BRASILEIRO DEFLORICULTURA E PLANTAS ORNAMENTAIS 12 1999Jaboticabal Anais Jaboticabal 1999 p 111

DAMIANO C Il carbone attivo nella coltura in vitro dellafragola Frutticoltura Bologna v 40 n 1 p 49-50 genn 1978

FERREIRA D F Anaacutelises estatiacutesticas por meio do Sisvarpara Windows versatildeo 4 0 In REUNIAtildeO ANUAL DAREGIAtildeO BRASILEIRA DA SOCIEDADEINTERNACIONAL DE BIOMETRIA 45 2000 Satildeo CarlosAnais Satildeo Carlos UFSCar 2000 p 255-258

GEORGE E F Plant propagation by tissue culture part 1- the technology 2 ed Edington Limeted 1993 786 p

GEORGE E F SHERRINGTON P D Plant propagationby tissue culture handbook and directory of commerciallaboratories Eversley Exegetics 1984 593 p

GEORGE E F PUTTOCK D J M GEORGE H J Plantculture media formulations and uses Edington Exegetics1987 v 1 567 p

HAZRA S KULKARNI A BANERJEE A K DHAGEA B AGRAWAL D C KRISHNAMUumlRTTIY K VNALAWADE S M A rapid and simple method for in vitro

plant regeneration from split embryo axes of six cultivarsof cotton Biology Plantarum Dordrecht v 45 n 2 p317-319 2002

JOHANSSON L CALLEBERG E GEDIN A Correlationbetween activated charcoal Fe-EDTA and other organicmedia ingredients in cultures of anthers of Anemonecanadensis Physiologia Plantarum Copenhagen v 80n 2 p 243-249 Oct 1990

KNUDSON L A new nutrient solution for the germinationof orchid seed American Orchid Society Bulletim WestPalm Beach v 14 p 214- 217 1946

KNUDSON L Nonsymbiotic germination of orchid seedsBotanical Gazette Chicago v73 n 1 p 1-25 1922

PAN M J STADEN J Van The use of charcoal in vitroculture ndash A review Plant Growth Regulation Dordrechtv 26 n 3 p 155-163 Dec 1998

PASQUAL M Cultura de tecidosv vegetais meios decultura Lavras UFLAFAEPE 2001 74 p

PASQUAL M CHALFUN N M J RAMOS J D Culturade tecidos vegetais aplicaccedilotildees na propagaccedilatildeo de plantasLavras UFLAFAEPE 2001 81 p

PAIVA R OLIVEIRA L M NOGUEIRA R C SANTOSB R MARTINOTTO C PAIVA P D O MENEGUCCIJ L P Aspectos fisioloacutegicos da produccedilatildeo de flores e plantasornamentais Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v 26n 227 p 12-18 2005

REINERT R A MOHR H C Propagation of Cattleya bytissue culture of lateral bud meristems Proceedings of theAmerican Society for Horticultural Science New Yorkv 91 p 664-671 June 1967

REIS G M C L MELLO C M C MIRANDA G H BEfeito de diversos fatores em meio de cultura nodesenvolvimento de placircntulas de Cattleya nobilior Rchbf (Orchidaceae) In CONGRESSO BRASILEIRO DEFLORICULTURA E PLANTAS ORNAMENTAIS 14CONGRESSO BRASILEIRO DE CULTURA DE TECIDOSDE PLANTAS 1 2003 Lavras Anais Lavras UFLAFAEPE 2003 p 275

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 67

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

SILVA E F PASQUAL M SILVA A B Multiplicaccedilatildeo ecrescimento in vitro de orquiacutedea Brassiocattleya lsquoPastoralrsquox Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo In CONGRESSOBRASILEIRO DE FLORICULTURA E PLANTASORNAMENTAIS 14 CONGRESSO BRASILEIRO DECULTURA DE TECIDOS DE PLANTAS 1 2003 LavrasAnais Lavras UFLAFAEPE 2003 p 321

SIMOtildeES F C PAIVA P D O RODRIGUES T M Efeitode diferentes meios de cultura aacutegua de coco e carvatildeoativado na propagaccedilatildeo in vitro de meristemas deEpidendrum sp e Dendrobium sp In CONGRESSOBRASILEIRO DE FLORICULTURA E PLANTAS

ORNAMENTAIS 12 1999 Jaboticabal AnaisJaboticabal 1999 p 109

VACIN E WENT F W Some pH changes in nutrient solutionBottanical Gazette Chicago v 110 p 605-613 1949

VILLALOBOS A L MUNtildeOZ J M SOSA-MOSS CCultivo de tejidos de orquideas Cattleya EncycliaOncidium y Stanhopea Revista Chapingo SerieHorticultura Chapingo v 1 n 1 p 58-62 1994

WANG P J HUANG L C Beneficial effects of activatedcharcoal on plant tissue and organ cultures In Vitro Largov 12 n 3 p 260-262 1976

WEATHERHEAD M A BURDON J HENSHAW G GSome effects of activated charcoal as an additive to planttissue culture media Zeitschrift fur PflanzenphysiologieJena v 89 n 2 p 141-147 1978

ARAUJO A G de et al68

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

PROPAGACcedilAtildeO IN VITRO DE PLAcircNTULAS DE ORQUIacuteDEA EMDIFERENTES MEIOS DE CULTURA E CONCENTRACcedilOtildeES

DE CITOCININA

IN VITRO PROPAGATION OF ORCHID PLANTLETS CULTIVATED IN DIFFERENTCULTURE MEDIA AND CYTOKININ CONCENTRATIONS

APARECIDA GOMES DE ARAUJO1 MOACIR PASQUAL2 ADRIANO BORTOLOTTI DA SILVA3 FABIacuteOLA VILLA3 HERMIacuteNIO SOUZA ROCHA3 FERNANDA CARVALHO COSTA4

1Doutoranda em AgronomiaFitotecnia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash agaraujo2003yahoocombr2Professor Titular Departamento AgriculturaDAG ndash Universidade Federal de Lavras UFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200000 ndash Lavras MG ndash mpasqualuflabr3Doutorando em Agronomia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200000 ndash Lavras MG4Departamento de AgriculturaDAG ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash fecostapuryahoocombr

RESUMOA taxa de multiplicaccedilatildeo de orquiacutedeas a partir de meacutetodos

convencionais eacute bastante baixa natildeo atendendo as necessidadescomerciais A cultura de tecidos permite maiores taxas demultiplicaccedilatildeo e obtenccedilatildeo de plantas uniformes e sadiasObjetivou-se estudar a influecircncia da citocinina BAP (6-benzilaminopurina) em diferentes meios de cultura napropagaccedilatildeo in vitro de placircntulas hiacutebridas de BrassocattleyalsquoPastoralrsquox Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo Placircntulas comaproximadamente 15plusmn05 cm de comprimento obtidasassimbioticamente foram transferidas para frascos comcapacidade de 250 cm3 contendo 40 mL das formulaccedilotildees salinasde MS WPM e Knudson C combinados com 0 05 10 20 e40 mg L-1 de BAP acrescidos de 2 g L-1 de carvatildeo ativadosolidificado com 6 g L-1 de aacutegar e pH ajustado para 58plusmn01Apoacutes a inoculaccedilatildeo os frascos foram incubados a 25plusmn2oC 35igravemolm-2s-1 de intensidade luminosa e sob fotoperiacuteodo de 16horas Apoacutes 90 dias observou-se que melhores resultados parapropagaccedilatildeo in vitro em placircntulas de orquiacutedea Bc lsquoPastoralrsquo x LclsquoAmber Glowrsquo satildeo obtidos com o meio WPM A suplementaccedilatildeode 4 mg L-1 de BAP no meio WPM favorece o crescimento invitro Para a multiplicaccedilatildeo maior quantidade de brotos eacuteconseguida em meio MS na ausecircncia de BAP

Termos para indexaccedilatildeo Orquiacutedea crescimento in vitrocitocinina

ABSTRACTThe multiplication rate of orchids by conventional

methods is considerably low and does not attend its commercialneeds Tissue culture results in larger multiplication rates andproduces uniform and healthy orchid plantlets The objective ofthis work was to study the influence of the cytokinin BAP (6-benzilaminopurine) in different culture media for ther in vitropropagation of Brassocattleya lsquoPastoralrsquox Laeliocattleya lsquoAmberGlowrsquo hybrid plantlets Plantlets measuring approximately 15plusmn 05 cm length deriving from in vitro germination were inoculated

in flasks of 250 cm3 volume containing 40 mL MS WPM andKnudson C salt formulations combined with BAP (0 05 1 2and 4 mg L-1) supplemented with 2 g L-1 activated charcoalsolidified with 6 g L-1 agar and pH adjusted for 58 plusmn 01 Afterthe inoculation the plantlets maintained in a growth room at25plusmn2ordmC 35 mMol m-2 s-1 light intensity and 16 hoursphotoperiod After 90 days the best results for the in vitropropagation of orchid plantlets Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquowere obtained with half strength WPM The supplementation of4 mg L-1 BAP to the WPM medium favors in vitro growth Forthe multiplication phase the largest number of sprouts is achievedwith full strength MS medium in the absence of BAP

Index terms Orchid in vitro growth cytokinin

INTRODUCcedilAtildeO

As orquiacutedeas satildeo consideradas as plantas

ornamentais haacute mais tempo cultivadas pelo homem

Pertencem agrave famiacutelia Orchidaceae a maior entre as

monocotiledocircneas e tambeacutem entre as plantas ornamentais

com 600 - 800 gecircneros e 25000-35000 espeacutecies (SHEEHAN

1983) totalizando 7 das plantas ornamentais do mundo

(Van Der PIJL amp DODSON 1966)

A propagaccedilatildeo de orquiacutedeas pode ser tanto

vegetativa quanto por meio de sementes Estas embora

produzidas em grande quantidade natildeo possuem

endosperma funcional prescindindo para tanto da

associaccedilatildeo simbioacutetica com fungos micorriacutezicos dentre os

quais a Rhizoctonia que eacute um dos gecircneros mais importante

(PIERIK 1987 SHEEHAN 1983)

(Recebido em 08 de dezembro de 2005 e aprovado em 10 de julho de 2006)

Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea 69

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

Knudson (1922) observou que era possiacutevel o cultivo

de sementes em meio artificial contendo apenas sais

nutritivos e accediluacutecar na ausecircncia de fungos Posteriormente

em 1946 o mesmo autor aperfeiccediloou este meio de cultura

sendo atualmente um dos mais utilizados comercialmente

na germinaccedilatildeo e desenvolvimento de orquiacutedeas (ARDITTI

amp ERNST 1992) No entanto satildeo necessaacuterios estudos

pois satildeo descritos vaacuterios meios de cultura para muitos

gecircneros e espeacutecies diferentes O meio de cultura mais

utilizado na cultura de tecidos em geral eacute o MS (Murashige

amp Skoog 1962) podendo-se encontrar o uso de outros

meios como Knudson C (1946) e WPM (Wood Plant

Medium) de Loyd amp McCown (1980)

Reguladores de crescimento em diferentes

concentraccedilotildees tecircm sido usados conforme a espeacutecie e a

metodologia utilizada Podem ser necessaacuterios para a

germinaccedilatildeo de sementes formaccedilatildeo de calos e brotaccedilotildees

adventiacutecias (GRATTAPAGLIA amp MACHADO 1998

PASQUAL 2001)

O regulador de crescimento BAP (6-

benzilaminopurina) eacute uma citocinina largamente utilizada

para estimular a induccedilatildeo de brotos em plantas ornamentais

Para o cultivo in vitro de orquiacutedeas do grupo Cattleya a

citocinina BAP geralmente eacute utilizada nas concentraccedilotildees

que variam entre 005 e 10 mg L-1 (CARVALHO 2002)

Martini et al (2001) trabalhando com a orquiacutedea

Gongora quinquenervis observaram que a presenccedila do

BAP inibe a multiplicaccedilatildeo de calos e o potencial

organogecircnico Silva (2003) concluiu que para o estaacutedio de

subcultivo de Brassocattleya lsquoPastoralrsquo x Laeliocattleya

lsquoAmber Glowrsquo natildeo haacute necessidade da adiccedilatildeo de BAP como

estiacutemulo ao desenvolvimento geral do explante Melhor

proliferaccedilatildeo de brotos formaccedilatildeo de raiacutezes nuacutemero de

folhas e comprimento de brotos em Dendrobium foram

obtidos com 25 mg L-1 de BAP + 05 mg L-1 de ANA

adicionados ao meio MS (TALUKDER et al 2003)

Aleacutem do tipo de meio outro aspecto importante na

multiplicaccedilatildeo in vitro estaacute relacionado com o tipo de

citocinina e sua concentraccedilatildeo sendo ambos determinantes

no sucesso da micropropagaccedilatildeo (GRATTAPAGLIA amp

MACHADO 1998)

O maior entrave no processo de micropropagaccedilatildeo

de orquiacutedeas estaacute relacionado ao tempo necessaacuterio para a

produccedilatildeo de mudas a partir de plantas hiacutebridas

selecionadas e a utilizaccedilatildeo de meio de cultura adequado

para cada espeacutecie Assim objetivou-se estudar o efeito de

diferentes concentraccedilotildees de BAP e formulaccedilotildees de minerais

nutritivos em meios de cultura na propagaccedilatildeo in vitro de

placircntulas de orquiacutedea oriundas do hiacutebrido Brassocattleya

lsquoPastoralrsquo x Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo

MATERIAL E MEacuteTODOS

Placircntulas hiacutebridas oriundas de sementes

germinadas assimbioticamente em meio Knudson C

obtidas do cruzamento entre Brassocattleya lsquoPastoralrsquo x

Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo com aproximadamente

15plusmn05 cm de comprimento foram transferidas para frascos

de 250 cm3 de capacidade contendo 40 mL de meio de

cultura e vedados com tampas plaacutesticas transluacutecidas Os

tratamentos consistiram de diferentes formulaccedilotildees salinas

(MS WPM e Knudson C em suas formulaccedilotildees originais)

combinadas com 0 05 10 20 e 40 mg L-1 de BAP

acrescidos de 2 g L-1 de carvatildeo ativado solidificado com

6 g L-1 de aacutegar e pH ajustado para 58plusmn01 antes da

autoclavagem obtida a 121ordmC e 1 atm por 20 minutos

Posteriormente agrave inoculaccedilatildeo os frascos foram

transferidos para sala de crescimento com temperatura

de 25plusmn2ordmC fotoperiacuteodo de 16 horas e 35 mmolm-2s-1 de

intensidade luminosa fornecida por lacircmpadas do tipo

(Grow-lux) e luz do dia especial O delineamento

experimental utilizado foi inteiramente casualizado no

esquema fatorial 3 x 5 com cinco repeticcedilotildees de quatro

placircntulas cada sendo cada repeticcedilatildeo composta por um

frasco

Apoacutes 90 dias da instalaccedilatildeo do experimento foram

avaliados nuacutemero meacutedio de brotos comprimento meacutedio

da parte aeacuterea nuacutemero meacutedio de raiacutezes nuacutemero meacutedio de

folhas e meacutedia da massa fresca total de placircntulas

ARAUJO A G de et al70

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Para a variaacutevel nuacutemero de folhas natildeo houve

significacircncia dos fatores isolados nem da interaccedilatildeo entre

eles O nuacutemero de raiacutezes e massa fresca total de placircntulas

apresentaram significacircncia apenas para o fator meio de

cultura enquanto que para nuacutemero de brotos e

comprimento da parte aeacuterea a interaccedilatildeo dos fatores foi

significativa (Tabela 1)

Com relaccedilatildeo ao nuacutemero de brotos observou-se

interaccedilatildeo entre os fatores BAP e os meios de cultura

utilizados (Tabela 1) Poreacutem pelo teste F verificou-se que

apenas o meio MS foi significativo em relaccedilatildeo agraves

concentraccedilotildees de BAP (Figura 1)

O maior nuacutemero de brotos (334) foi registrado na

formulaccedilatildeo de MS adicionado de 40 mg L-1 de BAP

Entretanto na ausecircncia dessa citocinina foi observada a

formaccedilatildeo de 304 brotosplanta (Figura 1) Diante da

pequena diferenccedila na quantidade meacutedia de brotos

formados entre a maior concentraccedilatildeo e o tratamento sem

o regulador de crescimento justifica-se a utilizaccedilatildeo do

meio de cultura sem o BAP Estes resultados concordam

com Silva (2003) que obteve maior nuacutemero de brotos (2

brotos) na ausecircncia de BAP para esse mesmo hiacutebrido

poreacutem em meio Knudson C

A natildeo utilizaccedilatildeo de reguladores de crescimento

adicionados ao meio de cultura vai influenciar na

reduccedilatildeo dos custos de produccedilatildeo de mudas jaacute que esse

eacute um dos componentes mais onerosos Isso eacute

extremamente importante principalmente para

laboratoacuterios comerciais

TABELA 1 ndash Resumo da anaacutelise de variacircncia para as caracteriacutesticas meacutedias de nuacutemero de folhas (NF) nuacutemero de raiacutezes(NR) nuacutemero de brotos (NB) comprimento da parte aeacuterea (CPA) e massa fresca total de placircntulas (MFP) e respectivoscoeficientes de variaccedilatildeo (CV)

significativo a 1 e 5 de probabilidade respectivamente pelo teste F

FIGURA 1 ndash Efeito do meio de cultura MS e concentraccedilotildees de BAP no nuacutemero meacutedio de brotos em placircntulas hiacutebridasde Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo apoacutes 90 dias da incubaccedilatildeo

Fontes de variaccedilatildeo GL Quadrados meacutedios

NF NR NB CPA MFP Meios 2 125683 ns 162740 01483 ns 53139 02372 BAP 4 186198 ns 44693 ns 04408 ns 03373 ns 00075 ns

Meio x BAP 8 243984 ns 13417 ns 17417 13579 00459 ns

Resiacuteduo 45 124475 21329 05055 05961 00662 CV () 3467 3081 2801 2443 5100

Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea 71

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

O estiacutemulo agrave brotaccedilatildeo em placircntulas de Spathoglottis

plicata Griff ocorreu em meio MS suplementado com 10

mg L-1 de BAP e 25 mg L-1 de ANA tendo o enraizamento

estimulado com 20 mg L-1 de AIB (NAYAK et al 1999)

TDZ tambeacutem eacute utilizado em associaccedilatildeo com BAP para

regeneraccedilatildeo de brotos de Rhynchostylis (BUI Le al 1999)

e de Anoectochilus (LI et al 1999) todas orquidaceaes

Observou-se interaccedilatildeo entre o tipo de meio de

cultura e o BAP no que diz respeito ao comprimento de

parte aeacuterea das placircntulas (Tabela 1) Pelo teste de F apenas

o meio WPM foi significativo em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees

de BAP (Figura 2)

O maior comprimento da parte aeacuterea (47 cm) foi

observado quando se utilizou o meio WPM combinado

com 40 mg L-1 de BAP (Figura 2) Como a relaccedilatildeo foi direta

pode-se inferir que o efeito estimulatoacuterio do BAP sobre o

crescimento da parte aeacuterea continuaria mesmo em

concentraccedilotildees maiores que 40 mg L-1 Talukder et al (2003)

obtiveram melhor comprimento de brotos (0472 cm) em

placircntulas de Dendrobium com utilizaccedilatildeo de 25 mg L-1 de

BAP + 05 mg L-1 de ANA adicionados ao meio MS

Relativo ao nuacutemero meacutedio de raiacutezes houve

significacircncia apenas para o fator meio de cultura (Tabela 1)

Na Tabela 2 verifica-se que os maiores valores foram obtidos

com os meios WPM (557) seguido do MS (487) sendo os

menores valores verificados no meio Knudson C (378) A

emissatildeo de novas raiacutezes eacute favorecida pelo caacutelcio e pelo boro

O meio Knudson C apresenta uma concentraccedilatildeo maior de

caacutelcio e menor de boro em relaccedilatildeo aos meios MS e WPM

que possuem concentraccedilotildees semelhantes de ambos

Segundo Pierik (1987) em concentraccedilotildees mais elevadas

(1 a 10 mg L-1) as citocininas podem induzir a formaccedilatildeo de

gemas adventiacutecias quebrando a dominacircncia apical e retardando

a formaccedilatildeo de raiacutezes Talukder et al (2003) encontraram maior

nuacutemero de raiacutezes (193explante) em placircntulas de Dendrobium

com utilizaccedilatildeo de 25 mg L-1 de BAP + 05 mg L-1 de ANA

adicionados ao meio MS O estiacutemulo ao enraizamento em

Spathoglottis plicata ocorreu em meio MS suplementado com

20 mg L-1 de AIB (NAYAK et al 1999)

FIGURA 2 ndash Comprimento meacutedio da parte aeacuterea em placircntulas hiacutebridas Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo cultivadas emmeio de cultura WPM e diferentes concentraccedilotildees de BAP

TABELA 2 ndash Efeito de diferentes meios de cultura sobreo nuacutemero meacutedio de raiacutezes em placircntulas hiacutebridas de BclsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo

Meios de Cultura Nuacutemero meacutedio de raiacutezes

WPM 557 a MS 487 a KC 378 b

Meacutedias seguidas pela mesma letra natildeo diferem entre sipelo teste de Scott-Knott a 5

ARAUJO A G de et al72

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

O efeito ora inibitoacuterio ora estimulatoacuterio dos

fitorreguladores na formaccedilatildeo de brotos e raiacutezes em

diferentes plantas pode estar associado agrave proacutepria

concentraccedilatildeo bem como a absorccedilatildeo dos reguladores de

crescimento pelo substrato (GEORGE 1996) agrave habituaccedilatildeo

(SANTANA amp PAIVA 2001) ou agrave deficiecircncia de proteiacutena

ligante promotora da atuaccedilatildeo das citocininas (TAIZ amp

ZEIGER 1998)

O nuacutemero de folhas natildeo apresentou diferenccedilas

significativas para os tratamentos estudados

isoladamente nem houve interaccedilatildeo entre eles (Tabela 1)

Talukder et al (2003) obtiveram maior nuacutemero de folhas

(425placircntula) em Dendrobium com utilizaccedilatildeo de 25 mg L-

1 de BAP + 05 mg L-1 de ANA adicionados ao meio MS

Para massa fresca de placircntulas houve significacircncia

apenas para o fator meio de cultura isoladamente (Tabela

1) Atraveacutes do teste de meacutedias constatou-se maior massa

de placircntulas frescas nos meios WPM e MS com 0524 e

0503g respectivamente Resultado inferior (0326g) foi

registrado em meio Knudson C (Tabela 3)

TABELA 3 ndash Efeito do meio de cultura na massa frescatotal de placircntulas do hiacutebrido Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmberGlowrsquo

Meios de Cultura Massa fresca total de placircntulas (g)

WPM 0524 a MS 0503 a KC 0326 b

Meacutedias seguidas pela mesma letra natildeo diferem entre sipelo teste de Scott-Knott a 5

Dignart (2003) estudando a germinaccedilatildeo in vitro

de sementes de Cattleya nobilior Rchbf em diferentes

meios de cultura (MS WPM Knudson C e B5 de

GAMBORG et al 1968) observou que natildeo houve

diferenccedilas entre os meios utilizados O BAP adicionado

ao meio de cultura provocou aumento da taxa de brotaccedilatildeo

a partir de 1 igravemolL

Segundo (PASQUAL 2001) os meios MS e WPM

possuem concentraccedilotildees similares de micronutrientes e satildeo

ricos em nitrogecircnio (N) e potaacutessio (K) Jaacute o meio Knudson C

natildeo possui micronutrientes e tem baixas concentraccedilotildees de

N e K em relaccedilatildeo ao MS e WPM Os melhores resultados

para as variaacuteveis analisadas foram observados em meio WPM

e MS Essa resposta provavelmente deveu-se ao fato de

que o meio Knudson C possui diferentes sais minerais e

embora seja muito utilizado na germinaccedilatildeo de sementes de

orquiacutedeas parece natildeo propiciar condiccedilotildees satisfatoacuterias para

o desenvolvimento de placircntulas de algumas espeacutecies de

orquiacutedeas

Sabe-se que existe uma relaccedilatildeo entre o nuacutemero de

brotos e seu tamanho e nessa relaccedilatildeo quanto maior for o

nuacutemero de brotos menor o tamanho dos mesmos

(GEORGE 1996) Essa relaccedilatildeo fez-se presente ateacute a

concentraccedilatildeo de 20 mg L-1 de BAP em Bc lsquoPastoralrsquo x Lc

lsquoAmber Glowrsquo No entanto em concentraccedilotildees superiores

tanto o nuacutemero quanto o comprimento dos brotos

aumentaram Tal diversidade de resultados estaacute

relacionada principalmente ao genoacutetipo da espeacutecie meio

de cultura e possivelmente agrave interferecircncia na accedilatildeo dos

reguladores de crescimento

Segundo Malaure et al (1991) diferentes efeitos

dos reguladores de crescimento podem ocorrer para

diferentes espeacutecies inclusive variaccedilotildees dentro de uma

mesma espeacutecie Em orquiacutedeas o efeito dos reguladores de

crescimento e de meios de cultura satildeo diversificados

principalmente quando se utiliza um hiacutebrido trigeneacuterico

com alto grau de heterozigose

CONCLUSOtildeES

Melhores resultados para propagaccedilatildeo in vitro de

placircntulas de orquiacutedea Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo satildeo

obtidos com o meio WPM A suplementaccedilatildeo de 4 mg L-1 de

BAP no meio WPM favorece o crescimento in vitro Para

a multiplicaccedilatildeo maior quantidade de brotos eacute conseguida

em meio MS na ausecircncia de BAP

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ARDITTI J ERNST R Micropropagation of orchids NewYork John Wiley amp Sons 1992 682 p

Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea 73

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

BUI V L HANG-PHUONG N T ANH-HONG L T TRAN-THANH-VAN K High frequency shoot regeneration fromRhynchostylis gigantea (Orchidaceae) using thin cell layers PlantGrowth Regulation Dordrecht v28 n3 p 179-185 July 1999

CARVALHO V S Morfogecircnese in vitro de orquiacutedeas dogrupo Cattleya 2002 179 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitotecnia) - Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG

DIGNART S L Propagaccedilatildeo in vitro de Cattleya nobiliorRCHB F (Orchidaceae) Cuiabaacute UFMT 2003 55 p(Monografia - Licenciatura em Ciecircncias Bioloacutegicas)

GEORGE E F Plant propagation by tissue culture part 1- The Technology 2 ed Edington Limited 1996 1574 p

GAMBORG O L MILLER R A OJIMA K Nutrientrequeriments of suspension cultures of soybean root cellsExperimental Cell Research San Diego v 50 n 1 p 151-158 1968

GRATTAPAGLIA D MACHADO M MicropropagaccedilatildeoIn TORRES A C et al (Ed) Cultura de tecidos etransformaccedilatildeo de plantas Brasiacutelia EMBRAPACNPH1998 v 1 p 183-260

KNUDSON L Nonsymbiotic germination of orchid seedsBotanical Gazette Chicago v 73 n 1 p 1-25 1922

KNUDSON L A new nutrient solution for the germinationof orchid seed American Orchid Society Bulletim WestPalm Beach v 14 p 214-217 1946

LI Y GE Z LI Y Q GE Z Y Studies on improvement ofthe micropropagation technique and transplantation ofAnoectochilus formosanus Havata Journal of JiangsuForestry and Technology Beijing v 26 n 3 p 32-34 1999

LOYD G McCOWN B Commercially-feasiblemicropropagation of mountain laurel Kalmia latifoliaby use of shoot-tip culture International Plant PropagationSociety Proceedings Washington v 30 p 421-427 1980

MALAURE R S BARCLAY G POWER J B DAVEYM R The prodution of novel plants from florets ofChrysanthemun morifolium using tissue culture 1 Shootregeneration from ray florets and somaclonal variationexhibited by regenerated plants Journal of PlantPhysiology Stuttgart v 139 n 1 p 8-13 Nov 1991

MARTINI C M WILLADINO L ALVES G D DONATOV M T S Propagaccedilatildeo de orquiacutedea Gongora quinquinervispor semeadura in vitro Pesquisa AgropecuaacuteriaBrasileira Brasiacutelia v 36 n 10 p 1319-1324 out 2001

MURASHIGE T SKOOG F A A revised medium for rapidgrowth and bio assays with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 1962

NAYAK NR RATH SP PATNAIK SN Propagationof Spathoglottis plicata BL (Orchidaceae) through in vitroculture of leaf bases Advances in Plant Sciences NewYork v 12 n 2 p 589-592 1999

PASQUAL M Cultura de tecidos vegetais meios decultura Lavras UFLAFAEPE 2001 74 p

PIERIK R L M In vitro culture of higher plants BostonMartinus Nijhoff Publishers 1987 344 p

SANTANA J R F PAIVA R Habituaccedilatildeo Revista ABCTPNotiacutecias Recife n 41 p 4-10 2001

SHEEHAN T J Recent advances in botany propagationand physiology of orchids Horticultural Reviews v 5 p279-315 1983

SILVA E F Multiplicaccedilatildeo e crescimento in vitro deorquiacutedea Brassocattleya ldquoPastoralrdquo x LaeliocattleyaldquoAmber Glowrdquo 2003 62 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitotecnia) - Universidade Federal de Lavras Lavras MG

SINGH F Micropropagation of orchids Spathogloottisplicata and Epidendrum radicans In BAJAJ Y P SBiotechnology in agriculture and forestry high-tech andmicropropagation IV London Springer-Verlag 1992 v 20p223-245

TAIZ L ZEIGER E Plant physiology 2 ed SunderlandMA Sinauer Associates 1998 792 p

TALUKDER S K NASIRUDDIN K M YASMIN SHASSAN L BEGUM R Shoot proliferation of Dendrobiumorchid with BAP and ANA Jounal of Biological SciencesBanghadesh v11 n 3 p 1058-1062 2003

VAN DER PIJL L DODSON CH Orchid flowers theirpollination and evolution Coral Gables University ofMiami Press 1966 214 p

SILVEIRA D G et al74

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

EFEITO DO VIacuteRUS DAS ESTRIAS DA BANANEIRA NAMICROPROPAGACcedilAtildeO E NO CRESCIMENTO DAS PLANTAS DA

CULTIVAR CAIPIRA DURANTE A ACLIMATIZACcedilAtildeO1

EFFECT OF BANANA STREAK VIRUS ON MICROPROPAGATION AND PLANTGROWTH OF CULTIVAR CAIPIRA DURING ACLIMATIZATION

DANIELA GARCIA SILVEIRA2 ANTOcircNIO DA SILVA SOUZA3 PAULO ERNESTO MEISSNER FILHO3TALES MILER SOARES4 RANULFO CORREA CALDAS3 KAacuteTIA REGINA BARBOSA LEAtildeO5

1Parte da Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada pelo primeiro autor ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Agraacuterias da Escola de AgronomiaUFBA ndash Cruz das Almas BA2Doutoranda em Botacircnica ndash Universidade Estadual de Feira de SantanaUEFS ndash Feira de Santana BA ndash danielagsigcombr3Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical ndash Caixa Postal 007 ndash 44380-000 ndash Cruz das Almas BA4Doutorando da Escola Superior Luis de QueirozEsalq ndash Piracicaba SP ndash tmsoaresesalquspbr5Engenheira Agrocircnoma MSc EBDA ndash Cruz das Almas BA ndash 44380-000 ndash krbleaohotmailcom

(Recebido em 12 de abril de 2006 e aprovado em 28 de agosto de 2006)

RESUMOAvaliaram-se os efeitos da infecccedilatildeo pelo viacuterus das estrias

de bananeira (Banana Streak Virus BSV) no desenvolvimento invitro e no crescimento das plantas da cultivar Caipira durante aaclimatizaccedilatildeo Utilizou-se o delineamento experimentalinteiramente casualizado com dois tratamentos plantas sadias eplantas infectadas pelo BSV com respectivamente 24 e 28repeticcedilotildees Os explantes foram desinfestados e estabelecidos emmeio MS baacutesico suplementado com 30 gL de sacarose solidificadocom 2 gL de lsquoPhytagelrsquo e pH ajustado em 58 Foram efetuadoscinco subcultivos em meio com 4 mgL de BAP (6-benzilaminopurina) e as plantas obtidas foram enraizadas nessemesmo meio de cultura sem reguladores de crescimento Apoacutesessa etapa transferiram-se as plantas para a aclimatizaccedilatildeo emcacircmara uacutemida onde permaneceram por 30 dias Avaliaram-se astaxas de multiplicaccedilatildeo a presenccedila in vitro dos sintomas do BSVnos explantes provenientes das plantas infectadas durante amicropropagaccedilatildeo e aclimatizaccedilatildeo as perdas por contaminaccedilatildeoenvolvendo fungos e bacteacuterias nas fases da micropropagaccedilatildeo e aaltura das plantas na fase da aclimatizaccedilatildeo A infecccedilatildeo pelo BSVnatildeo afetou significativamente a multiplicaccedilatildeo e o crescimento invitro das plantas sendo os sintomas do viacuterus visiacuteveis em todasas fases da micropropagaccedilatildeo e na aclimatizaccedilatildeo das plantasinfectadas A maior porcentagem de contaminaccedilatildeo ocorreu nafase de estabelecimento in vitro dos explantes independentementedos tipos de plantas utilizadas Apoacutes 30 dias de aclimatizaccedilatildeo asplantas com BSV apresentaram altura inferior agraves plantas sadiasA presenccedila do viacuterus natildeo influenciou a taxa de multiplicaccedilatildeo dosexplantes poreacutem afetou o crescimento das plantas infectadas

Termos para indexaccedilatildeo Musa BSV cultura de tecidospropagaccedilatildeo in vitro

ABSTRACTThe effects of the banana streak virus (BSV) infection on

in vitro development of the cultivar Caipira were evaluated The

used experimental design was a completely randomized withtwo treatments healthy plants and plants infected by BSV with24 and 28 replications respectively The explants weredisinfected and established in a basic MS medium supplementedwith 30 gL sucrose solidified with 2 gL lsquoPhytagelrsquo and pHadjusted to 58 Five subcultures were carried out in a mediumcontaining 4 mgL BAP (6-benzylaminopurine) and the plantletswere rooted in the same culture medium without growthregulators Afterwards the plantlets were transferred to a humidchamber for acclimatization during a 30-day periodMultiplication rates presence of BSV symptoms on in vitroexplants obtained from plants infected during themicropropagation and acclimatization periods losses caused byfungal and bacterial contamination and plantlet height at theacclimatization stage were evaluated The infection by BSVpresented no significant effect on the multiplication rate and invitro plant growth although the virus symptoms were visible inall the micropropagation phases and during the acclimatizationof infected plants The highest percentage of contaminationoccurred during the in vitro establishment phase regardless theused plants After 30 days of acclimatization the plants withBSV presented a lower height compared to the healthy plantsAlthough the presence of the virus had no influence on the explantmultiplication rate it affected the growth of infected plants

Index terms Musa BSV tissue culture in vitro propagation

INTRODUCcedilAtildeO

As bananeiras estatildeo sujeitas as vaacuterias doenccedilas

causadas por fungos bacteacuterias nematoacuteides e viacuterus que

satildeo limitantes agrave sua capacidade de produccedilatildeo Entre as

viroses que ocorrem no Brasil destaca-se a causada pelo

viacuterus das estrias da bananeira (Banana streak virus BSV)

Efeito do viacuterus das estrias da bananeira 75

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

que eacute particularmente importante para os programas de

melhoramento geneacutetico e de multiplicaccedilatildeo comercial de

cultivares uma vez que pode ser incorporada ao genoma e

transmitida pelas sementes de plantas infectadas

(DANIELLS et al 1995) aleacutem de natildeo existir um meacutetodo

eficiente para limpar uma planta infectada com BSV

(LOCKHART 1994)

Esse viacuterus natildeo eacute transmitido mecanicamente sendo as

mudas infectadas sua principal forma de disseminaccedilatildeo

(LOCKHART amp AUSTREY 1988 LOCKHART 1994) A

transmissatildeo eacute feita de maneira semi-persistente pela cochonilha-

dos-citros Planococcus citri Risso e pela cochonilha-da-cana-

de-accediluacutecar Saccharicoccus sacchari cocherell (LOCKHART

1993 LOCKHART amp AUSTREY 1988)

O BSV inicialmente causa na bananeira um estriado

cloroacutetico de linhas descontiacutenuas dispersas e concentradas

em partes da lacircmina foliar Com o envelhecimento das

folhas o estriado causa necrose de coloraccedilatildeo marrom-cafeacute

a negro (RAMIREZ amp RIVERA 1994) As plantas

infectadas geralmente natildeo mostram sintomas em todas as

folhas (CORDEIRO amp KIMATI 1997 LOCKHART 1986)

Outros sintomas do BSV satildeo a reduccedilatildeo do vigor da planta

e a diminuiccedilatildeo do tamanho dos frutos que tambeacutem ficam

deformados (RAMIREZ amp RIVERA 1994)

Este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos

da infecccedilatildeo pelo BSV na multiplicaccedilatildeo in vitro e no

crescimento durante a aclimatizaccedilatildeo das plantas de

bananeira da cultivar Caipira Aleacutem disso avaliou-se a taxa

de contaminaccedilatildeo por fungos e bacteacuterias na etapas da

micropropagaccedilatildeo devido a importacircncia dessa variaacutevel na

multiplicaccedilatildeo in vitro das plantas

MATERIAL E MEacuteTODOS

O estudo dos efeitos do BSV na micropropagaccedilatildeo

da cultivar Caipira (grupo AAA) foi conduzido no

Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos da Embrapa Mandioca

e Fruticultura Tropical Utilizou-se o delineamento

experimental inteiramente casualizado com dois

tratamentos plantas sadias com 24 repeticcedilotildees coletadas

no Banco de Germoplasma de Bananeira da Embrapa

Mandioca e Fruticultura Tropical e plantas infectadas com

BSV com 28 repeticcedilotildees Foram usadas mudas do tipo

chifrinho sendo que as matrizes infectadas com BSV com

altura meacutedia de 12 cm foram infestadas pela cochonilha

vetora Planacoccus citri Risso alimentadas em folhas de

banana lsquoMysorersquo com sintomas de BSV em casa-de-

vegetaccedilatildeo Aproximadamente 15 dias apoacutes a infestaccedilatildeo

todas as 28 plantas estavam com os sintomas da virose

Para o estabelecimento in vitro realizou-se a limpeza

das matrizes por meio de uma seacuterie de cortes removendo-

se parte do rizoma e do pseudocaule ateacute o tamanho

aproximado de 50 cm de altura por 15 cm de diacircmetro

lavando-se com detergente e aacutegua deionizada A

desinfestaccedilatildeo foi feita em cacircmara de fluxo laminar

imergindo os explantes em soluccedilatildeo de aacutelcool 70 por

cinco minutos e em soluccedilatildeo 11 de aacutegua sanitaacuteria comercial

(2 de cloro ativo) com aacutegua deionizada por 30 minutos

Em seguida foram realizadas trecircs lavagens com aacutegua

deionizada esterilizada e reduzidos os explantes ateacute o

tamanho final de 06 cm de altura por 04 cm de diacircmetro

As etapas de estabelecimento multiplicaccedilatildeo e

enraizamento foram realizadas em meio nutritivo MS baacutesico

(MURASHIGE amp SKOOG 1962) suplementado com 30 g

L de sacarose solidificado com 2 gL de ldquoPhytagelrdquo e pH

ajustado para 58 Apenas na fase de multiplicaccedilatildeo o meio

MS foi suplementado com 4 mgL de 6-benzilaminopurina

(BAP) Em todas as etapas os explantes foram dispostos

sobre 25 mL de meio de cultura em frascos com 12 cm de

altura por 5 cm de diacircmetro

A multiplicaccedilatildeo foi realizada em cinco subcultivos

das gemas e brotos sendo efetuada a subdivisatildeo

longitudinal dos explantes sempre que possiacutevel O

estabelecimento e os cinco subcultivos foram realizados

com intervalos de 30 dias Apoacutes os subcultivos as

plantas permaneceram 30 dias em enraizamento O

estudo foi desenvolvido sob condiccedilotildees de temperatura

de 27 plusmn 1ordmC fotoperiacuteodo de 16 horas e intensidade

luminosa de 22 microEm2s

SILVEIRA D G et al76

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

Apoacutes o enraizamento in vitro 47 plantas sadias e 40

plantas infectadas com BSV foram transferidas para copos

plaacutesticos de 300 cm3 contendo o Plantmaxreg e vermiculita

(21) permanecendo 30 dias sob condiccedilotildees de 85 de umidade

relativa do ar e 60 de sombreamento em casa-de-vegetaccedilatildeo

Na fase de estabelecimento e em cada subcultivo

foram avaliadas as taxas de multiplicaccedilatildeo e a presenccedila dos

sintomas do BSV nos explantes provenientes das plantas

infectadas Na fase de aclimatizaccedilatildeo avaliaram-se a

presenccedila de sintomas nas plantas infectadas e as suas

respectivas alturas As medidas foram tomadas do coleto

ateacute a extremidade apical da folha mais alta

Os dados referentes ao nuacutemero de gemas obtidas

nos cinco subcultivos foram transformados em raiz

quadrada Foi estabelecida uma regressatildeo linear para cada

tratamento em funccedilatildeo dos subcultivos

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A infecccedilatildeo pelo BSV natildeo afetou significativamente

o crescimento e a multiplicaccedilatildeo das plantas sendo que o

nuacutemero de gemas cresceu linearmente em funccedilatildeo dos

subcultivos em ambos os tratamentos Trabalhando com

plantas micropropagadas de bananeira sadias e infectadas

com o viacuterus do topo em leque (Banana bunchy top virus

BBTV) Thomas et al (1995) observaram que aquela virose

tambeacutem natildeo afetou a capacidade das plantas em crescer e

multiplicar Nas anaacutelises de regressatildeo realizadas para os

dois tratamentos (plantas sadias e plantas com BSV) o

acreacutescimo no nuacutemero de gemas em funccedilatildeo dos subcultivos

pode ser explicado por um modelo de regressatildeo linear

(Figura 1) As estimativas da regressatildeo linear para plantas

com BSV e plantas sadias foram altamente significativas e

os coeficientes de determinaccedilatildeo (R2) proacuteximos de 1 Foi

observado que as linhas determinadas a partir das

equaccedilotildees obtidas satildeo quase superpostas evidenciando

um comportamento semelhante entre os dois tratamentos

com relaccedilatildeo ao nuacutemero de gemas por subcultivo

Em todas as fases da micropropagaccedilatildeo os sintomas

do BSV foram visiacuteveis ocorrendo nas folhas das plantas

infectadas estriados cloroacuteticos com linhas descontiacutenuas e

FIGURA 1 ndash Curvas de regressatildeo linear obtidas a partir dosdados de gemas em cada subcultivo da cultivar de bananeiraCaipira sadias e infectadas com BSV Cruz das Almas (BA)Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 2006Dados transformados por x

dispersas (Figura 2) Esses mesmos sintomas foram

observados em plantas de bananeira infectadas com BSV

mantidas a campo (RAMIREZ amp RIVERA 1994)

As contaminaccedilotildees que ocorreram nos materiais

in vitro foram tambeacutem avaliadas As maiores taxas de

contaminaccedilatildeo aconteceram na fase de estabelecimento

in vitro dos explantes obtendo-se niacuteveis de 21 e 32

para as plantas sadias e infectadas com BSV

respectivamente (Figura 3) Os elevados iacutendices de perdas

nesta etapa foram causados principalmente por

contaminaccedilatildeo bacteriana Segundo Oliveira amp Silva

(1997) as maiores contaminaccedilotildees bacterianas dos

explantes de bananeira ocorrem na fase de

estabelecimento in vitro do que nos demais subcultivos

Oliveira et al (2000) trabalhando com plantas livres de

viacuterus obtiveram taxas de contaminaccedilatildeo nesta fase entre

10 e 45 as quais estatildeo proacuteximas agraves obtidas neste

trabalho Durante a fase de multiplicaccedilatildeo as perdas por

contaminaccedilatildeo foram menores variando de 14 a 74

para as plantas sadias e de 0 a 121 no caso das plantas

infectadas com BSV sendo que a maior parte do material

foi contaminada por fungos natildeo-patogecircnicos Estes

valores foram bem inferiores agravequeles obtidos por Oliveira

et al (1999) (131) que utilizaram genoacutetipos diploacuteides

triploacuteides e tetraploacuteides de bananeiras sadias

Efeito do viacuterus das estrias da bananeira 77

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

FIGURA 2 ndash Planta de bananeira lsquoCaipirarsquo infectada com BSV na fase de enraizamento in vitro apresentando estriadoscloroacuteticos com linhas descontiacutenuas e dispersas nas folhas Cruz das Almas (BA) Embrapa Mandioca e FruticulturaTropical 2006

FIGURA 3 ndash Taxas por contaminaccedilatildeo () de explantes dacultivar Caipira na fase de estabelecimento (Est) e ao longode cinco subcultivos (Sub) Cruz das Almas (BA)Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 2006

Durante o enraizamento in vitro natildeo houve

diferenccedila significativa na altura das plantas Poreacutem com

30 dias de aclimatizaccedilatildeo as plantas com BSV apresentaram

altura significativamente inferior agraves plantas sadias (Tabela 1)

Soares et al (2000) cultivaram mudas de bananeira lsquoCaipirarsquo

sadias e infectadas com BSV durante 141 dias em casa-de-

vegetaccedilatildeo e observaram que a infecccedilatildeo pelo viacuterus implicou

em significativa reduccedilatildeo no crescimento inicial afetando

o porte o desenvolvimento do sistema radicular e a aacuterea

fotossintetizante das plantas Verifica-se assim que a

infecccedilatildeo pelo BSV prejudicou o crescimento inicial das

plantas afetando a altura daquelas infectadas mesmo em

um periacuteodo relativamente curto indicando que em periacuteodos

mais longos o prejuiacutezo com relaccedilatildeo ao crescimento pode

ser ainda maior aconteceu no estudo desenvolvido por

Soares et al (2000)

Os sintomas do BSV permaneceram visiacuteveis em

todas as plantas infectadas durante e apoacutes a fase de

aclimatizaccedilatildeo Esse resultado foi diferente ao obtido por

Dahal et al (1999) quando micropropagaram hiacutebridos de

Musa pois os sintomas soacute foram visiacuteveis em plantas com

trecircs meses apoacutes o enraizamento Provavelmente essa

diferenccedila foi devido agraves condiccedilotildees onde os trabalhos foram

conduzidos casa-de-vegetaccedilatildeo e campo respectivamante

bem como aos genoacutetipos estudados Observaccedilotildees

semelhantes foram tambeacutem efetuadas por Gauhl amp Pasberg-

Gauhl (1995) e Ortiz (1996) ao estudarem a incidecircncia de

viroses em diferentes genoacutetipos de bananeira

SILVEIRA D G et al78

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

Alturas (cm) Plantas de bananeira lsquoCaipirarsquo

Enraizamento

in vitro 30 dias de

aclimatizaccedilatildeo

Sadias 637 a 2690 a BSV 728 a 2192 b

TABELA 1 ndash Meacutedias das alturas das plantas apoacutes oenraizamento in vitro e 30 dias de aclimatizaccedilatildeo em casa-de-vegetaccedilatildeo Cruz das Almas (BA) Embrapa Mandiocae Fruticultura Tropical 2006

Meacutedias seguidas pelas mesmas letras nas colunas natildeodiferem estatisticamente entre si pelo teste F ao niacutevel de 5 de significacircncia

CONCLUSOtildeES

A infecccedilatildeo pelo BSV natildeo influenciou a taxa de

multiplicaccedilatildeo dos explantes embora os sintomas do viacuterus

tenham sido visiacuteveis em todas as fases da micropropagaccedilatildeo

e durante os primeiros 30 dias da aclimatizaccedilatildeo das plantas

infectadas Todavia o crescimento das plantas infectadas

foi afetado pela presenccedila do viacuterus

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CORDEIRO Z J M KIMATI H Doenccedilas da bananeiraIn KIMATI H et al (Ed) Manual de fitopatologiadoenccedilas das plantas cultivadas Satildeo Paulo AgronocircmicaCeres 1997 v 2 p 112-136

DAHAL G GAUHL F PASBERG-GAUHL C HUGHESJ drsquoA THOTTAPPILLY G LOCKHART B E L Evalutionof micropropagated plantain and banana (Musa spp) forbanana streak badnavirus incidence under field andgreenhouse conditions in Nigeria Annals of AppliedBiology Warwick v 134 n 2 p 181-191 Apr 1999

DANIELLS J THOMAS J E SMITH M Seedtransmission of banana streak virus confirmed InfoMusaMontpellier v 4 n 1 p 7 1995

GAUHL F PASBERG-GAUHL C Temporal dynamics ofbanana streak badnavirus (BSV) symptoms in Musa clonesin southern Nigeria Phytomedizin Hohenheim v 25 n 1p 27 1995

LOCKHART B E L Banana streak virus (BSV) InINTERNATIONAL NETWORK FOR THE

IMPROVEMENT OF BANANA AND PLANTAIN AnnualReport Montpellier INIBAP 1993 p 29-30

LOCKHART B E L Banana streak virus In PLOETZ RC ZENTMYER G A ANISHIJIMA W T ROHRBACHK G OHR H D (Ed) Compendium of tropical fruitdiseases Saint Paul The American PhytopathologicalSociet 1994 p 19-20

LOCKHART B E L Purification and serology of abaciliform virus associated with banana streak diseasePhytopathology Saint Paul v 76 n 10 p 995-999 Oct1986

LOCKHART B E L AUSTREY L J C Occurrence insugarcane of a bacilliform virus related serologically tobanana streak virus Plant Disease Saint Paul v 72 n 3p 230-233 Mar 1988

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgrowth and biossays with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 1962

OLIVEIRA R P SILVA S O Avaliaccedilatildeo de micropropagaccedilatildeocomercial em bananeira Pesquisa Agropecuaacuteria BrasileiraBrasiacutelia v 32 n 4 p 415-420 abr 1997

OLIVEIRA R P SILVEIRA D G SILVA S O Efeito dadesinfestaccedilatildeo e do uso de meios indicadores decontaminaccedilatildeo na micropropagaccedilatildeo de bananeira RevistaBrasileira de Fruticultura Jaboticabal v 22 n 1 p 57-61 abr 2000

OLIVEIRA R P SILVEIRA D G SILVA S O SILVA KM VILARINHOS A D Avaliaccedilatildeo da micropropagaccedilatildeode genoacutetipos diploacuteides triploacuteides e tetraploacuteides debananeira empregando protocolo utilizado em laboratoacuterioscomerciais Revista Brasileira de FruticulturaJaboticabal v 21 n 3 p 269-273 dez 1999

ORTIZ R The potential of AMMI analysis for fieldassessment of Musa genotypes to virus infectionHortscience Alexandria v 31 n 5 p 829-832 Sept 1996

RAMIREZ P RIVERA C Enfermedades virales in bananay plaacutetano In REUNIAtildeO DE LA ASSOCIACION PARA LACOOPERACION EN INVESTIGACION DE BANANO ENCARIBE Y EN AMERICA TROPICAL 10 1991 TabascoMemorias San Joseacute CORDANA 1994 p 223-230

Efeito do viacuterus das estrias da bananeira 79

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

SOARES T M MEISSNER FILHO P E ROCHA H SEfeitos do viacuterus das estrias da bananeira na cultivar Caipira(AAA) In CONGRESSO BRASILEIRO DEFRUTICULTURA 16 2000 Fortaleza Anais FortalezaSociedade Brasileira de Fruticultura 2000 172 p 1CD-ROM

THOMAS J E SMITH M K KESSLING A G HAMILLS D Incosistent transmission of banana bunchy top virusin micropropagated bananas and its implication forgermplasm screening Australian Journal of AgriculturalResearch Collingwood v 46 n 3 p 663-671 1995

FOGACcedilA L A et al80

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

CARACTERIacuteSTICAS MORFOFISIOLOacuteGICAS DE BROTACcedilOtildeES DEAgapanthus umbellatus var minor MULTIPLICADAS EM

BIORREATOR DE IMERSAtildeO TEMPORAacuteRIA1

MORPHOLOGICAL AND PHYSIOLOGICAL CHARACTERISTICS Agapanthus umbellatus varminor OF SHOOTS PROPAGATED IN BIOREACTOR OF TEMPORARY IMMERSION

LUCIANA ALVES FOGACcedilA2 DENILSON DORTZBACH3 ANTONIO CARLOS ALVES4 ENIO LUIZ PEDROTTI5

1Parte da dissertaccedilatildeo de mestrado do primeiro autor junto ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Recursos Geneacuteticos vegetais CCA UFSC ndash Florianoacutepolis SC2Engenheira Agrocircnoma Mestre em Recursos Geneacuteticos Vegetais ndash CCAUFSC ndash UFSC Trindade ndash Florianoacutepolis SC ndash 88040-900 ndash lufogacapopcombr3Empresa Catarinense de Pesquisa Agropecuaacuteria ndash Rodovia Admar Gonzaga 1340 ndash Bairro Itacorubi Florianoacutepolis SC ndash denilsondtbolcombr4Engenheiro Agrocircnomo Professor Dr Departamento Fitotecnia ndash CCAUFSC ndash UFSC ndash alvesccaufscbr5Engenheiro Agrocircnomo Professor Dr Departamento Fitotecnia ndash CCAUFSC ndash UFSC ndashRodovia Admar Gonzaga 1346 ndash 88 040 900 ndash Florianoacutepolis- SC ndash pedrotticcaufscbr

RESUMOCom o presente trabalho objetivou-se estudar alguns

aspectos morfoloacutegicos e fisioloacutegicos de placircntulas de Agapanthusumbellatus LrsquoHeacuter var minor multiplicadas em biorreatores deimersatildeo temporaacuteria (BIT) Foram testadas quatro concentraccedilotildeesde sacarose no meio de cultura e duas intensidades luminosasem um total de oito tratamentos formando um fatorial 2 x 4 Odelineamento experimental utilizado foi inteiramentecasualizado Os resultados obtidos indicaram que as condiccedilotildeesambientais principalmente luz e concentraccedilatildeo de sacarose domeio de cultura influenciaram o desenvolvimento e o crescimentodas placircntulas quando multiplicadas Observou-se que a ausecircnciade sacarose mesmo no niacutevel mais elevado de intensidadeluminosa natildeo estimulou a fotossiacutentese das placircntulas Acombinaccedilatildeo de 30 gL-1 de sacarose e 70 mMm-2s-1 de luzproporcionou maior numero de folhas massa fresca e secaconcentraccedilatildeo de clorofila a b e total fatores estes que tecircmgrande influecircncia na fase de aclimatizaccedilatildeo

Termos para indexaccedilatildeo Plantas ornamentaismicropropagaccedilatildeo sacarose intensidade luminosa

ABSTRACTThe objective of the present work was to study

morphological and physiological characteristics of Agapanthusumbellatus LrsquoHeacuter var minor plantlets propagated in bioreactorof temporary immersion (BIT) Four sucrose concentrationsand two light intensities were analyzed totalizing eighttreatments The experimental design used was a completelyrandomized with a 2 x 4factorial The results indicated that theenvironment conditions mainly light and sucrose concentrationsof the culture medium influenced plantlets development andgrowth It was observed that the absence of sucrose even inthe highest level of light intensity had no stimuli on plantletphotosynthesis The combination of 30 g L-1 sucrose and 70mM m-2 s-1 light had promoted higher leaf number fresh anddry weight concentration of chlorophyll a b and total

parameters that present high influence during theacclimatizationrsquos phase

Index terms Ornamental plants micropropagation sucroselight intensity

INTRODUCcedilAtildeO

Agapanthus umbellatus var minor tambeacutem

conhecida como Agapantho ou Liacuterio do Nilo eacute uma

angiosperma da famiacutelia Amaryllidaceae pertencente agrave

ordem Liliales (BOTANY 2003) eacute uma espeacutecie ornamental

muito utilizada como flor de corte devido agrave sua durabilidade

No entanto o maior interesse econocircmico nesta espeacutecie

decorre do seu uso como forraccedilatildeo em jardins e praccedilas

(LORENZI amp SOUZA 1995)

Sua propagaccedilatildeo eacute tradicionalmente efetuada

atraveacutes da divisatildeo de touceiras No entanto esta teacutecnica

apresenta uma seacuterie de desvantagens visto que a taxa de

propagaccedilatildeo eacute baixa cerca de dez mudas por planta ao ano

aleacutem de possibilitar a dispersatildeo de pragas e doenccedilas que

poderatildeo ocorrer no viveiro de produccedilatildeo Sendo assim a

micropropagaccedilatildeo pode ser uma ferramenta muito

promissora para esta espeacutecie

O processo de micropropagaccedilatildeo induz a um grande

nuacutemero de mudanccedilas anatocircmicas morfoloacutegicas e

fisioloacutegicas que muitas vezes tem limitado o cultivo in vitro

de algumas espeacutecies (DESJARDINS 1993) A

(Recebido em 18 de julho de 2005 e aprovado em 25 de agosto de 2006)

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 81

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

heterogeneidade de respostas agraves placircntulas que ocorrem

na cultura de tecidos eacute promovida natildeo soacute por fatores

inerentes ao tecido vegetal (geneacuteticos e fisioloacutegicos) mas

tambeacutem por modificaccedilotildees do ambiente in vitro

As modificaccedilotildees do ambiente in vitro envolvem a

qualidade e intensidade de luz fotoperiacuteodo temperatura

umidade reguladores de crescimento exoacutegenos fonte de

carbono e estresse mecacircnico Estes satildeo determinantes na

morfogecircnese no crescimento e no desenvolvimento de

placircntulas in vitro (GEORGE 1996 KOZAI et al 1990

SALISBURY 1981) Aleacutem disso interferem no nuacutemero de

folhas teor de clorofila densidade estomaacutetica (LIAN et

al 2002 PREECE amp SUTTER 1991) na fotossiacutentese e na

fase de aclimatizaccedilatildeo (DESJARDINS et al 1995)

Um dos principais fatores que causam grande

influecircncia na fotossiacutentese de placircntulas cultivadas in vitro

eacute a intensidade luminosa (GALZY amp COMPAN 1992) A

quantidade e a qualidade da luz bem como o fotoperiacuteodo

podem afetar o crescimento e o desenvolvimento de

placircntulas in vivo (SMITH 1982) e placircntulas in vitro

(ECONOMOU amp READ 1987 VLAHOS et al 1992) Esta

influecircncia se deve ao grande impacto sobre o acuacutemulo de

pigmentos biossiacutentese de clorofila diferenciaccedilatildeo de

cloroplastos e anatomia da folha (DESJARDINS et al 1995)

Outro fator que vem sendo estudado e que pode

determinar um papel importante no controle da atividade

fotossinteacutetica de placircntulas in vitro eacute a utilizaccedilatildeo de

carboidratos exoacutegenos pois o crescimento da maioria das

culturas in vitro eacute sustentado pela sacarose ou outros

accediluacutecares adicionados ao meio de cultura (PREECE amp

SUTTER 1991) Estes podem ser utilizados pelas placircntulas

quando a taxa de fotossiacutentese natildeo permite assegurar um

balanccedilo positivo em carbono definindo assim uma nutriccedilatildeo

mixotroacutefica ou heterotroacutefica (GALZY amp COMPAN 1992)

Baseado na hipoacutetese de que a composiccedilatildeo do meio

de cultura e a intensidade luminosa influenciam a

morfologia e a fisiologia de placircntulas micropropagadas o

presente trabalho teve como objetivo estudar aspectos

morfoloacutegicos e fisioloacutegicos de placircntulas de Agapanthus

umbellatus LrsquoHeacuter var minor multiplicadas em biorreator de

imersatildeo temporaacuteria (BIT) Para tanto foi avaliado o

desenvolvimento e o crescimento desta espeacutecie durante a

fase de multiplicaccedilatildeo em funccedilatildeo da variaccedilatildeo de niacuteveis de

sacarose e intensidade luminosa

MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado no Laboratoacuterio de

Morfogecircnese e Bioquiacutemica Vegetal localizado no Centro

de Ciecircncias Agraacuterias da Universidade Federal de Santa

Catarina em Florianoacutepolis - SC

O trabalho consistiu de um ensaio onde foram

utilizadas brotaccedilotildees de Agapanthus umbellatus var minor

obtidas da terceira repicagem mantidas em meio geleificado

MS + 178 mM de BAP Apoacutes serem individualizadas e

padronizadas tendo o seu tamanho variando entre 25 e

30 cm de comprimento as brotaccedilotildees foram transferidas

para o BIT (ETIENNE amp BERTHOULY 2002) contendo 500

mL de meio liacutequido e sais de MS (MURASHIGE amp SKOOG

1962) em condiccedilotildees asseacutepticas suplementado com

concentraccedilatildeo de 89 mM de BAP O pH foi ajustado com

NAOH (1N) em 59 antes da autoclavagem (durante 15

minutos sob 121ordmC e 15 atm de pressatildeo) O delineamento

experimental utilizado no ensaio foi o inteiramente

casualizado Foram testados quatro concentraccedilotildees de

sacarose no meio de cultura (0 15 30 e 45) e duas

intensidades luminosas (70 e 140 mmolm-2s-1) providas

por lacircmpadas brancas fluorescentes (PHILIPS ndash TLT 40W)

em um total de oito tratamentos formando um fatorial 2 x 4

Cada tratamento foi composto por trecircs frascos (repeticcedilatildeo)

contendo 50 plantas cada um

Os frascos foram mantidos em sala de crescimento

com fotoperiacuteodo de 16 horas e temperatura meacutedia de 22ordmC

com variaccedilatildeo de plusmn 2ordmC por um periacuteodo de 60 dias

Apoacutes 60 dias de cultivo foram avaliadas as

seguintes caracteriacutesticas dos explantes nuacutemero e tamanho

das brotaccedilotildees (cm) nuacutemero de folhasbrotaccedilatildeo massa

fresca e seca (g) da parte aeacuterea e raiz utilizando-se amostras

de 25 placircntulas por repeticcedilatildeo escolhidas ao acaso

FOGACcedilA L A et al82

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

A determinaccedilatildeo do conteuacutedo de clorofila ldquoa b e

totalrdquo consistiu na coleta de amostras de 100 mg de massa

fresca As amostras foram incubadas com 70 mL de DMSO

(dimetilsulfoacutexido) sem maceraccedilatildeo por 30 minutos a 65degC

Apoacutes filtragem seu volume foi completado para 10 mL com

DMSO Desses extratos 2 mL foram analisados em

espectrofotocircmetro (UV - visiacutevel SHIMADZU) para os

valores de absorbacircncia entre 645 e 663 nm Os valores obtidos

foram submetidos agrave foacutermula de Arnon (1949) conforme

descrito por Hiscox amp Israelstam (1979) Chl a = (00127 X

D663) ndash (000269 X D645) e Chl b = (00229 X D645) ndash (000468

X D663) A clorofila total foi a soma da ldquoChl a e Chl brdquo de

cada tratamento foram utilizadas 25 amostras

A determinaccedilatildeo da densidade estomaacutetica (nuacutemero

de estocircmatos por mm2 de superfiacutecie foliar) foi realizada nas

amostras das quais extraiu-se a clorofila Apoacutes a extraccedilatildeo

da clorofila as folhas foram cortadas e somente o terccedilo

meacutedio das folhas foi usado para anaacutelise Em seguida foram

fixadas sobre lacircminas histoloacutegicas com a ajuda de uma

lamiacutenula e de algumas gotas de aacutegua esterilizada A

observaccedilatildeo foi realizada na epiderme das faces adaxial e

abaxial da folha com o auxiacutelio de um microscoacutepio oacutetico

(OLYMPUS CH30 ocular WH10 X 22) com um aumento

de 400 vezes e com um campo conhecido de 024 mm2 Para

cada lacircmina foram feitas leituras em cinco campos

Os dados obtidos foram avaliados por meio da

anaacutelise de variacircncia (ANOVA) seguindo o modelo para

experimento bifatorial inteiramente casualizado O nuacutemero

de brotaccedilotildees o nuacutemero de folhas e a densidade estomaacutetica

foram transformados em Oumlx+1 para a anaacutelise As meacutedias

dos tratamentos foram separadas pelo teste de comparaccedilatildeo

de meacutedias de Duncan a 5 de probabilidade conforme

recomendaccedilotildees de Stell amp Torrie (1980)

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A concentraccedilatildeo de sacarose no meio de cultura

apresentou uma accedilatildeo positiva e interativa com a intensidade

luminosa na proliferaccedilatildeo de brotaccedilotildees (Tabela 1) visto

que a ausecircncia de sacarose no meio de cultura resultou

em insucesso no crescimento das placircntulas de Agapantho

principalmente nos primeiros dias Apoacutes o

desenvolvimento inicial (aproximadamente 10 dias) foi

constatada estagnaccedilatildeo no crescimento das placircntulas

seguido de atrofia e necrose das brotaccedilotildees Apoacutes 20 dias

de cultivo ocorreu a morte das brotaccedilotildees Isso mostrou

que folhas de placircntulas de Agapantho natildeo fixaram

carbono suficiente para sustentar seu crescimento na

ausecircncia de sacarose Portanto para a espeacutecie em estudo

foi necessaacuteria a adiccedilatildeo de uma fonte de carbono no meio

de cultura para o seu desenvolvimento in vitro Segundo

Capellades et al (1991) e Desjardins et al (1995) a total

remoccedilatildeo de carboidratos no meio de cultura para algumas

espeacutecies frequumlentemente torna-se prejudicial para o

crescimento das placircntulas o que pode prejudicar o

processo de micropropagaccedilatildeo e aclimatizaccedilatildeo pois

durante o cultivo in vitro as placircntulas perdem

parcialmente o autotrofismo e consequumlentemente

necessitam de uma fonte de carbono

O maior nuacutemero de brotaccedilotildees foi obtido com a

intensidade luminosa de 70 mmolm-2s-1 e a concentraccedilatildeo

de 45 gL-1 de sacarose (Tabela 1) Enquanto que com a

intensidade luminosa de 140 mmolm-2s-1 o maior nuacutemero

de brotaccedilotildees foi obtido com a concentraccedilatildeo de 30 gL-1 de

TABELA 1 ndash Nuacutemero de brotaccedilotildeesexplante de placircntulasde Agapanthus umbellatus var minor multiplicadasbiorreator de imersatildeo temporaacuteria suplementado comdiferentes concentraccedilotildees de sacarose e intensidadesluminosas no periacuteodo de 60 dias

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1)

Concentraccedilatildeo Sacarose (gL-1) 70 1 140 1

0 000 dA 00 dA 15 370 cB 544 cA 30 553 bB 651 aA 45 745 aA 585 bB

CV 67

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula nas colunase maiuacutescula nas linhas natildeo diferem significativamente peloteste de Duncan a 5 de probabilidade1 Observaccedilotildees transformadas segundo ( x+1)

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 83

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

sacarose Isso demonstrou um alto grau de mixotrofia dessa

espeacutecie

O tamanho das brotaccedilotildees e o nuacutemero de folhas

(Tabela 2) foram afetados apenas pelo efeito simples dos

fatores natildeo havendo interaccedilatildeo entre sacarose e luz O

maior tamanho das brotaccedilotildees foi alcanccedilada quando os

explantes foram submetidos a 15 gL-1 de sacarose e 140

mmolm-2s-1 de intensidade luminosa (Tabela 2) Verificou-

se tambeacutem que o aumento da concentraccedilatildeo desse

carboidrato no meio de cultura natildeo favoreceu o

alongamento das brotaccedilotildees Provavelmente o aumento

da intensidade luminosa favoreceu a taxa de fotossiacutentese

das placircntulas permitindo um balanccedilo positivo de carbono

afetando o crescimento e o desenvolvimento de placircntulas

in vitro (LEE et al 1995)

Por outro lado o maior nuacutemero de folhas de

Agapantho foi obtido na concentraccedilatildeo de 30 gL-1 de

sacarose (Tabela 2) A intensidade luminosa natildeo teve

influecircncia sobre essa variaacutevel Contrastando com os dados

obtidos no presente trabalho Konow amp Wang (2001)

determinaram que a intensidade luminosa de 40 mmolm-

2s-1 promoveu um aumento no nuacutemero de folhas de

Phalaenopsis enquanto placircntulas que se desenvolveram

em ambiente com intensidade de 10 e 80 molm-2s-1

apresentaram um menor nuacutemero de folhas Segundo os

autores o aumento no nuacutemero de folhas pode indicar que

TABELA 2 ndash Tamanho de brotaccedilotildees e nuacutemero de folhasbrotaccedilatildeo de placircntulas de Agapanthus umbellatus var minormultiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria suplementado com diferentes concentraccedilotildees de sacarose eintensidades luminosas no periacuteodo de 60 dias

Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas e colunas natildeo diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5 deprobabilidade

houve estiacutemulo da fotossiacutentese in vitro Outro efeito

observado em placircntulas de Agapantho neste trabalho foi

a presenccedila de folhas mais claras e vitrificadas (folhas com

aspecto viacutetreo pouco desenvolvidas aparecircncia suculenta

e translucente) na grande maioria das placircntulas

multiplicadas em meio suplementado com 15 gL-1 de

sacarose e intensidade luminosa de 70 mmolm-2s-1 Estes

resultados podem indicar que o aparato fotossinteacutetico natildeo

tenha se desenvolvido adequadamente (CAPPELADES et

al 1991 DESJARDINS et al 1995) afetando a acumulaccedilatildeo

de massa fresca Possivelmente a presenccedila de folhas

vitrificadas foi influenciada pelo uso de meio liacutequido pois

de acordo com George (1996) e Etienne amp Berthouly (2002)

o meio liacutequido favorece a produccedilatildeo de folhas vitrificadas

quando comparado com meio geleificado No entanto

observou-se que para os demais tratamentos em

concentraccedilotildees maiores de sacarose (30 e 45 gL-1) a

presenccedila de brotaccedilotildees vitrificadas foi rara ou nenhuma

Neste sentido o desenvolvimento de brotaccedilotildees com esta

caracteriacutestica pode estar relacionado agrave concentraccedilatildeo de

sacarose no meio e agrave diferenccedila osmoacutetica entre as brotaccedilotildees

e o meio de cultura (DEBERGH et al 1981) Este resultado

tambeacutem foi obtido na multiplicaccedilatildeo de rosas na qual onde

a reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de sacarose para 10 gL-1 na

fase de multiplicaccedilatildeo promoveu um aumento significativo

na presenccedila de plantas vitrificadas e quando submetidas

Tamanho de brotaccedilotildees (cm)

Nuacutemero de folhasbrotaccedilatildeo

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1) Concentraccedilatildeo Sacarose

(gL-1) 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia

0 000 000 000 d 000 000 000 d 15 275 396 335 a 407 408 408 b 30 295 295 295 b 414 404 409 a 45 245 220 233 c 400 408 404 c

Meacutedia 204 b 228 a 276 a 275 a

CV 2595 467

FOGACcedilA L A et al84

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

a concentraccedilotildees de 30 e 40 gL-1 a presenccedila de placircntulas

vitrificadas foi rara (LANGFORD amp WAINWRIGHT 1987)

Outro fator que possivelmente pode ter

influenciado a presenccedila de placircntulas vitrificadas in vitro

foi a baixa intensidade luminosa (GEORGE 1996) pois

placircntulas de Agapantho multiplicadas sob intensidade de

140 mmolm-2s-1 e 15 gL-1 de sacarose natildeo apresentaram

caracteriacutestica de vitrificaccedilatildeo Estes dados indicaram que o

aumento da intensidade luminosa evitou a presenccedila de

plantas vitrificadas aleacutem de proporcionar um incremento e

estiacutemulo na atividade fotossinteacutetica (GEORGE 1996)

A produccedilatildeo de massa fresca e seca das brotaccedilotildees

foram influenciadas pela interaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo

de sacarose e a intensidade luminosa (Tabela 3) Placircntulas

de Agapantho multiplicadas sob intensidade de 70

mmolm-2s-1 apresentaram a maior produccedilatildeo de massa

fresca e seca dentro das concentraccedilotildees de 30 gL-1 Nas

concentraccedilotildees de 15 e 45 gL-1 os resultados obtidos

foram inferiores (Tabela 3) Por outro lado quando se

aumentou a intensidade para 140 mmolm-2s-1 a melhor

produccedilatildeo de massa fresca e seca ocorreu dentro da

concentraccedilatildeo de 15 gL-1 de sacarose (Tabela 3) Verificou-

se assim que o aumento da concentraccedilatildeo de sacarose no

meio de cultura proporcionou efeitos negativos na

produccedilatildeo de massa fresca e seca quando as placircntulas

foram submetidas agrave intensidade luminosa mais elevada

TABELA 3 ndash Massa fresca e seca de brotaccedilotildees de Agapanthus umbellatus var minor multiplicadas em biorreator de imersatildeotemporaacuteria suplementado com diferentes concentraccedilotildees de sacarose e intensidades luminosas no periacuteodo de 60 dias

Tais resultados corroboram as afirmaccedilotildees feitas referentes

agrave variaacutevel nuacutemero de brotaccedilotildees em que demonstrou-se

que foi possiacutevel reduzir a concentraccedilatildeo de sacarose em

maiores intensidade luminosas confirmando o grau de

mixotrofia

Ao analisar a concentraccedilatildeo de clorofila em

folhas de Agapantho verificou-se que natildeo houve

interaccedilatildeo significativa entre as concentraccedilotildees de

sacarose e intensidade luminosa Os teores de clorofila

a b e total (Tabela 4) foram maiores nas concentraccedilotildees

de 30 gL-1 sacarose Serret et al (1995) mostraram que

o aumento da concentraccedilatildeo de accediluacutecares (30 gL-1) no

meio de cultura promoveu maior produccedilatildeo de clorofila

impedindo a fotoinibiccedilatildeo realizaccedilatildeo de fotossiacutentese e

aumento do ganho de massa em plantas de Gardecircnia

cultivadas in vitro

Em relaccedilatildeo ao efeito da intensidade luminosa natildeo

houve efeito deste fator sobre essas variaacuteveis ainda que

Economou amp Read (1987) Galzy amp Compan (1992) Vlahos

et al (1992) George (1996) tenham observado que a

intensidade luminosa eacute um fator que estaacute estreitamente

relacionado agrave siacutentese de clorofila No entanto no presente

trabalho sugere-se a menor intensidade 70 mmolm-2s-1 com

o objetivo de que natildeo ocorra um aumento na velocidade

de decomposiccedilatildeo da clorofila com intensidade mais

elevada

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula nas colunas e maiuacutescula nas linhas natildeo diferem significativamente peloteste de Duncan a 5 de probabilidade

Massa fresca (g)

Massa seca (g)

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1) Concentraccedilatildeo

Sacarose (gL-1) 70 140 70 140

0 000 dA 00 dA 000 dA 000 dA 15 067 cB 106 aA 0069 cB 0109 aA 30 082 aA 076 bB 0085 aA 0081 bB 45 075 bA 049 cB 0078 bA 0051 cB

CV 2873 2655

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 85

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

TABELA 4 ndash Concentraccedilotildees de clorofila a b e total (mgg massa fresca) em folhas de Agapanthus umbellatus varminor multiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria por um periacuteodo de 60 dias submetidas a 4 concentraccedilotildees desacarose e dois niacuteveis de intensidade luminosa

Clrofila a (mgg massa fresca)

Clrofila b (mgg massa fresca)

Clrofila total (mgg massa fresca)

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1) Concentraccedilatildeo

Sacarose (gL-1) 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia

0 000 000 000 d 000 000 000 d 000 000 000 d 15 211 248 295 c 089 076 083 c 301 325 313 c 30 502 509 505 a 200 211 205 a 703 721 710 a 45 486 420 453 b 195 179 187 b 682 633 658 b

Meacutedia 299 a 294 a 121 a 116 a 421 a 420 a

CV 740 820 850

Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas e colunas natildeo diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5 deprobabilidade

Em relaccedilatildeo aos estocircmatos atraveacutes de

observaccedilatildeo microscoacutepica foi possiacutevel verificar que o

Agapantho possui folhas com caracteriacutest ica

anfiestomaacutetica caracterizada pela presenccedila de

estocircmatos em ambas as faces (face abaxial e adaxial)

Esta caracteriacutestica tem sido considerada como um

mecanismo adaptativo para maximizar a condutacircncia

de CO2 quando luz e aacutegua satildeo fatores limitantes

(KRAMER 1969)

Atraveacutes da anaacutelise estatiacutestica para densidade

estomaacutetica da face adaxial verificou-se que natildeo houve

interaccedilatildeo entre os fatores sacarose e intensidade

luminosa havendo portanto efeito isolado dos fatores A

maior densidade estomaacutetica da face abaxial foi obtida na

concentraccedilatildeo de 45 gL-1 (Tabela 5) Natildeo houve efeito da

intensidade luminosa para essa variaacutevel Por outro lado

a maior densidade estomaacutetica na face adaxial foi obtida

na concentraccedilatildeo de 45 gL-1 de sacarose e 140 mmolm-2s-1

de intensidade luminosa (Tabela 5) verificando a

influecircncia positiva da intensidade luminosa para essa

variaacutevel

As folhas de placircntulas multiplicadas na

concentraccedilatildeo de 15 gL-1 de sacarose apresentaram menor

densidade estomaacutetica em ambas as faces (Tabela 5) com

formato anormal largos e salientes caracteriacutesticas estas

natildeo desejaacuteveis pois segundo Preece amp Sutter (1991)

uma alteraccedilatildeo a niacutevel estrutural eou morfoloacutegico podem

impedir o funcionamento do aparelho estomaacutetico e grande

parte dos estocircmatos assim formados satildeo incapazes de se

fechar

Possivelmente este resultado se deve agraves

caracteriacutesticas de vitrificaccedilatildeo que as folhas do

tratamento 15 gL-1 de sacarose e 70 mmol m-2s-1 de

intensidade luminosa apresentaram (BLANKE amp

BELCHERL 1989) e a falta de energia armazenada no

explante com a falta de carbono que eacute proveniente da

sacarose adicionada ao meio de cultura (DESJARDINS

et al 1995) Estes resultados corroboram os obtidos

por Vintildea et al (2001) que demonstraram que folhas

vitrificadas de abacateiro apresentaram estocircmatos

grandes com saliecircncia ceacutelulas subsidiaacuterias assimeacutetricas

e deformadas e seu ostiacuteolo completamente aberto Tal

anomalia pode ser atribuiacuteda agrave perda da elasticidade das

paredes das ceacutelulas-guarda o que impediria o seu

movimento de abertura e fechamento que

consequumlentemente afeta o desenvolvimento das

placircntulas ao serem transferidas para condiccedilotildees ex vitro

atraveacutes da excessiva perda de aacutegua

FOGACcedilA L A et al86

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

TABELA 5 ndash Densidade estocircmatica (estocircmatosmm2) da face adaxial e abaxial de folhas de Agapanthus umbellatus varminor multiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria suplementado com diferentes concentraccedilotildees de sacarose eintensidade luminosa por um periacuteodo de 60 dias

Densidade estomaacutetica (estocircmatosmm2) Epiderme da face Adaxial Epiderme da face Abaxial

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1)

Concentraccedilatildeo Sacarose(gL1) 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia

0 000 000 000 d 000 000 000 d 15 2587 3026 2802 c 3408 4752 4053 c 30 6524 5628 6064 b 9977 8584 9268 b 45 5412 7016 6188 a 8809 10807 9783 a

Meacutedia 2856 b 3089 a 4256 a 4705 a CV 1474 1206

Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas e colunas natildeo diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5 deprobabilidade

CONCLUSAtildeO

Condiccedilotildees ambientais tais como intensidade

luminosa e concentraccedilatildeo de sacarose adicionada ao meio

de cultura influenciaram no desenvolvimento e

crescimento das placircntulas de Agapanthus umbellatus

var minor quando multiplicadas em meio liacutequido no BIT

Placircntulas de Agapantho foram incapazes de se

desenvolver em meio sem sacarose sendo portanto

necessaacuteria a adiccedilatildeo de uma fonte de carbono visto que a

espeacutecie em estudo apresentou uma taxa de fotossiacutentese

incapaz de assegurar um balanccedilo positivo em carbono

Houve uma grande variaccedilatildeo nas respostas obtidas

no entanto fazendo uma avaliaccedilatildeo em conjunto das

variaacuteveis recomenda-se 30 gL-1 de sacarose e intensidade

luminosa de 70 mmolm-2s-1 No entanto deve-se ressaltar

que estudos mais aprofundados devem ser conduzidos

para verificar o efeito destas combinaccedilotildees sobre o

desempenho de placircntulas durante a fase de aclimatizaccedilatildeo

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BLANKE M M BELCHER A R Stomata of apple leavescultured in vitro Plant Cell Tissue and Organ CultureAmsterdam v 19 n 1 p 85-89 1989

BOTANY Disponiacutevel em lthttpwwwbotanycomgt Acessoem 20 nov 2003

CAPELLADES M LEMEUR R DEBERGH P Effects ofsucrose on starch accumulation and rate of photosynthesisin Rosa cultured in vitro Plant Cell Tissue and OrganCulture Amsterdam v 25 n 1 p 21-26 Apr 1991

DEBERGH P HARBAOUI Y LEMEUR R Masspropagation of globe artichoke (Cynara Scolymus)Evaluation of different hypoteses to overcome vitrificationwith special reference to water potencial PhysiologyPlantarum Copenhagen v 53 n 2 p 181-187 1981

DESJARDINS Y Overevieww of factors influencingphotosynthesis of micropropagated plants and their effecton acclimatization In CARRE F CHAGVARDIEFF P(Ed) Ecophysiology and photosynthetic in vitro culturesFrance CEA 1993 p145-160

DESJARDINS Y HDIDER C RICK J de Carbon nutritionin vitro - regulation and manipulation of carbon assimilationin micropropagated systems In CHRISTIE J A KOZAIT SMITH M A L Automation and environmental controlin plant tissue Culture 1995 p 441-471

ECONOMOU A S READ P E Light treatments toimprove efficiency of in-vitro propagation systemsHortScience Alexandria v 22 n 5 p 751-754 Oct 1987

ETIENNE H BERTHOULY M Temporary immersionsystems in plant micropropagation Plant Cell Tissue andOrgan Culture Amsterdam v 69 n 3 p 215-231 June2002

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 87

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

GALZY R COMPAN D Remarks on mixotrophic andautotrophic carbon nutrition of Vitis plantlets cultured invitro Plant Cell Tissue and Organ Culture Amsterdamv 31 n 3 p 239-244 Dec 1992

GEORGE E F Plant propagation by tissue culture 2 edEversley Exergetics 1996 v2 1361 p

HISCOX J D ISRAELSTAM G F A method for theextration of chlorophyll from leaf tissue without macerationCanadian Journal Botanic Ottawa v 57 n 12 p 1332-1334 1979

KONOW E A WANG Y T Irradiance levels affect invitro and greenhouse growth flowering and phosyntheticbehavior of a hybrid Phalaenopsis Orquid Journal ofAmerican Society for Horticultural Science Alexandriav 126 n 5 p 531-536 Sept 2001

KOZAI T OK H FUJIWARA K Photosyntheticcharacteristic of Cymbidium plantlets in vitro Plant CellTissue and Organ Culture Amsterdam v 22 n 3 p 205-211 Sept 1990

KRAMER P J Plant and soil water relationship modernsynthesis New York Mc Graw Hill 1969 538 p

LANGFORD P J WAINERIGHT H effect of sucroseconcentration on the photosynthetic ability of rose shoots invitro Annals Botany London v 60 n 6 p 663-640 Dec 1987

LEE N WETZSTEIN Y SOMMER H E Effect ofquantum flux density on photosynthesis and chloroplastultrastructure in tissue-cultured plantlets and seelings ofLiquidambar stvraciflua L towards improvedacclimatization and field survival Plant PhysiologyRockville v 78 n 3 p 637-641 1995

LIAN M L MURTHY H N PAEK K Y Culture methodand photosynthetic photon flux affect photosynthesis growthand survival of Limonium ldquoMisty Bluerdquo in vitro ScientiaHorticulture Amsterdam v 95 n 3 p 239-249 Sept 2002

LORENZI H SOUZA H M de Plantas ornamentais noBrasil arbustivas herbaacuteceas e trepadeiras Nova OdessaEditora Plantarum 1995 734 p

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgroth and biossay with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 1962

PREECE J E SUTTER E Acclimatization ofmicropropagated plants to the greenhouse and field InDEBERGH P ZIMMERMAN R (Ed) Micropropagationtechnology and application Dordrecht 1991 p 71-94

SALISBURY F B Responses to photoperiod In PITSONA ZIMMERMANN M H (Ed) Encyclopedia of plantphysiology Berlin Springer-Verlang 1981 p 134-167 (Newseries 12 A)

SERRET M D TRILLAS M I ARAUS J L The effectof sucrose and light levels on stable carbon isotopecomposition and photosynthetic pigments of gardenialeaflets in vitro In CARRE F CHAGVARDIEFF P (Ed)Ecophysiology and photosynthetic in Vitro culturesCadarache CEA 1995 p 169-172

SMITH H Light quality photoperception and plantstrategy Annual Review of Plant Physiology Palo Alto v33 p 481-518 1982

STELL R G D TORRIE J H Principles and preceduresof statistics a biometrical approach 2 ed New YorkMacgraw-Hill 1980 633 p

VLAHOS J C MARTAKIS G F P HEUVELINK EDaylength light quality and temperature influence growthand development of Achumenes HortScience Alexandriav 27 n 12 p 1269-1271 Dec 1992

VINAtilde G de la MUNtildeOZ B ALFARO F P Effect of culturemedia and irradiance level on growth and morphology ofPersea americana Mill microcuttings Plant Cell Tissueand Organ Culture Amsterdam v 65 n 3 p 229-237 2001

SOUZA G de F M V e et al88

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

CAPACIDADE DE REGENERACcedilAtildeO IN VITRO DE TOMATEIROCULTIVAR SANTA CLARA

IN VITRO REGENERATION CAPACITY OF TOMATOPLANT CULTIVAR SANTA CLARA

GLAUCIA DE FATIMA MOREIRA VIEIRA E SOUZA1 JOSEacute MAGNO QUEIROZ LUZ2 ALCIONE SILVA ARRUDA3DENISE GARCIA SANTANA2 MARIANA DE SOUZA E SILVA DA COSTA TEIXEIRA4

LUCIANA LONDE5 ADELAIDE SIQUEIRA SILVA6 ELISAcircNGELA RODRIGUES FIGUEIRA7

1Mestranda em Fitotecnia ndash UFU ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash gfmvsyahoocombr2Professor Dr Instituto de Ciecircncias Agraacuterias ndash UFUICIAG ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash jmagnoumuaramaufubr3Dra em Geneacutetica e Bioquiacutemica Professora contratada da UEG ndash Unidade Universitaacuteria de Ipameri ndash Rodovia GO 330 Km 24 ndash Anel Viaacuterio SN ndash 75780-000 ndash Ipameri GO ndash asarrudahotmailcom4Engenheira Agrocircnoma ndash UFU ndash Conab Sede - SGAS 901 Bloco ldquoArdquo Lote 69 - Asa Sul ndash 70390-010 ndash Brasiacutelia DF ndash marisouza81yahoocombr5Dra em Geneacutetica e Bioquiacutemica ndash IGBUFU ndash Av Paraacute 1720 ndash Campus Umuarama ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash llondebolcombr6Mestranda em AgronomiaFitotecnia ndash UFUICIAG ndash Bolsista FAPEMIG ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash adelaidebioyahoocombr7Mestre em AgronomiaFitotecnia ndash UFUICIAG ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash Elis_figueirayahoocombr

RESUMOA cultivar de tomateiro Santa Clara (Lycopersicon

esculentum Mill) foi avaliada quanto ao seu potencial deregeneraccedilatildeo in vitro a partir de trecircs tipos de explantes e trecircsmeios de cultura seguidos de trecircs repicagens Os explantes foramcotileacutedone decapitado cotileacutedone fendido e cotileacutedone aparadonas extremidades Os meios de cultura foram MI macro emicronutrientes do MS vitaminas B5 de Gamborg et al (1968)suplementado com 30 gL de sacarose e de 8 gL de aacutegar pH 58MII meio MI suplementado com 1 mgL de BAP e 30 gL deglicose MIII meio MI suplementado com 25 mgL de BAP e02 mgL de AIA Para as repicagens foi utilizado o meio MIsuplementado com 05 mgL 08 mgL e 10 mgL de BAP paraa primeira segunda e terceira repicagens respectivamente Noenraizamento foi usado o meio MI suplementado com 05 mgL de AIA e as placircntulas enraizadas foram transferidas parasubstrato comercial Plantimax esterilizado e aclimatadas emlaboratoacuterio A maior induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo tanto de calosquanto de brotos foi observada nos meacutetodos cotileacutedone fendidoe cotileacutedone aparado quando colocados no meio MIII no entantoa induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo foi mais raacutepida quando usado cotileacutedonedecapitado indicando um alto potencial de organogecircneseespontacircnea sendo que o meio MI foi o melhor Os resultadosobtidos com as diferentes concentraccedilotildees de BAP nos trecircs ciclosde repicagem natildeo diferiram entre si e 82 das plantas enraizadasaclimataram-se com sucesso

Termos para indexaccedilatildeo Lycopersicon esculentummelhoramento do tomateiro cultura de tecidos

ABSTRACTThe tomato plant cultivar lsquoSanta Clararsquo (Lycopersicon

esculentum Mill) was evaluated as for its in vitro potential ofregeneration using three types of explants and three culture media

following three pricking-outs The explants were as followsdecapitated cotyledon split cotyledon and rim-trimmedcotyledon The culture media were MI MS macro andmicronutrients vitamins B5 of Gamborg et al (1968)supplemented with 30gL sucrose and 8gL agar pH 58 MIImedium MI supplemented with 1 mgL BAP and 30 gL glucoseMIII medium MI supplemented with 25 mgL BAP and 02mgL IAA For the pricking-outs the media MI wassupplemented with 05 mgL 08 mgL and 10 mgL BAP forthe first second and third pricking out respectively As forrooting the MI medium was supplemented with 05 mgL IAAand the rooted seedlings were transplanted to the sterilizedcommercial substrate Plantimax and then acclimatized inlaboratory Higher callus induction and sprout regeneration wasobserved for the methods of split and rim-trimmed cotyledonplaced into medium MIII Nevertheless the induction forregeneration was much faster when the decapitated cotyledonmethod was used indicating a high potential of spontaneousorganogenesis in which the media MI was the best The resultsobtained with the different concentrations of BAP in the threecycles of pricking-out did not differ among themselves and 82of the rooted plants were acclimatized successfully

Index terms Lycopersicon esculentum tomato breeding tissueculture

INTRODUCcedilAtildeO

O tomate pertence ao gecircnero Lycopersicon e a

espeacutecie cultivada cosmopolita eacute botanicamente

denominada de Lycopersicon esculentum (FILGUEIRA

2000) As cultivares atualmente plantadas podem ser

(Recebido em 03 de outubro de 2003 e aprovado em 04 de setembro de 2006)

Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro 89

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

reunidas em cinco grupos Santa Cruz Salada Cereja

Italiano Agroindustrial No presente trabalho foi utilizada

a cultivar Santa Clara do grupo Santa Cruz pois ela continua

sendo a cultivar mais plantada no Brasil

A tomaticultura estaacute associada a seacuterios problemas

fitossanitaacuterios sobretudo viroses aleacutem do ataque de

fungos bacteacuterias e insetos praga Cria-se com isto a

necessidade de se pesquisar novas alternativas ou

obtenccedilatildeo de novos genoacutetipos com resistecircncia muacuteltipla a

doenccedilas e pragas entre essas os estudos sobre

regeneraccedilatildeo e transformaccedilatildeo geneacutetica (FAacuteRI et al 2000)

A engenharia geneacutetica abriu uma nova perspectiva

para o melhoramento geneacutetico do tomateiro a partir do

final da deacutecada de 80 (WIJBRANDI amp BOTH 1993)

visando aumentar a produtividade e melhorar a qualidade

por meio da obtenccedilatildeo de resistecircncia a estresses bioacuteticos e

abioacuteticos A cultura de tecidos destaca-se durante o

processo de realizaccedilatildeo das teacutecnicas de transformaccedilatildeo

geneacutetica pois eacute necessaacuterio induzir gemas vegetativas e

em seguida regenerar brotos alongados e plantas

completas a partir de ceacutelulas ou tecidos geneticamente

modificados

Para a otimizaccedilatildeo de protocolos para o tomateiro

alguns fatores que afetam a eficiecircncia de transformaccedilatildeo

tecircm sido examinados dentre eles o tamanho do explante e

o tipo de explante hipocoacutetilo ou cotileacutedone (FRARY amp

EARLE 1996)

No Brasil haacute poucos trabalhos na aacuterea de

regeneraccedilatildeo in vitro e de transformaccedilatildeo geneacutetica de

cultivares de tomateiro e pouco se conhece sobre a

capacidade de regeneraccedilatildeo das principais cultivares

brasileiras (FAacuteRI et al 2000) Alguns pesquisadores como

Faria amp Illg (1993) analisaram a regeneraccedilatildeo in vitro de

algumas espeacutecies e cultivares de tomateiro observando

uma baixa capacidade morfogecircnica das cultivares se

comparadas com a espeacutecie selvagem Lycopersicon

pimpinellifolium (L) P Miller

Com este trabalho objetivou-se teve como objetivo

avaliar o potencial de regeneraccedilatildeo in vitro da cultivar Santa

Clara do grupo Santa Cruz a partir de diferentes tipos de

explantes e meios de cultura criando e otimizando

protocolos para sua regeneraccedilatildeo in vitro

MATERIAL E MEacuteTODOS

No Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos Vegetais do

Instituto de Geneacutetica e Bioquiacutemica da Universidade Federal

de Uberlacircndia foi avaliada a capacidade de regeneraccedilatildeo

in vitro do tomateiro cultivar Santa Clara usando trecircs

tipos de explantes e trecircs meios de cultura seguido de trecircs

repicagens O experimento foi realizado em delineamento

em blocos casualizados em esquema fatorial (3x3) com trecircs

repeticcedilotildees As plantas regeneradas foram enraizadas e

aclimatadas em laboratoacuterio

Sementes comerciais da cultivar Santa Clara apoacutes

serem desinfestadas por um minuto em aacutelcool etiacutelico a 96

e em hipoclorito de soacutedio comercial a 20 (vv) com duas

gotas de detergente comercial durante 25 minutos foram

enxaguumladas 5 vezes em aacutegua bidestilada esterilizada e

inoculadas em meio MS 100 (MURASHIGE amp SKOOG

1962) solidificado com 7 g L-1 de aacutegarndashaacutegar por sem

reguladores de crescimento O meio foi distribuiacutedo em

frascos de vidro esteacutereis utilizados para cultura de tecidos

com 30 mL de meio MS As culturas foram mantidas em

sala de crescimento com temperatura de 25+2 ordmC

fotoperiacuteodo de 16 horas e luminosidade de 50 mmol m-2s-

1 As placircntulas obtidas aos 14 15 e 20 dias apoacutes a semeadura

foram usadas como fonte de explantes para os blocos 1 2

e 3 respectivamente Os explantes foram inoculados de

acordo com os meacutetodos descritos a seguir em placas de

Petri devidamente esterilizadas e autoclavadas contendo

30 mL de meio de cultura com 16 unidades por tipo de

explante por meio de cultura utilizado Cada 16 explantes

constituiu uma parcela do experimento sendo composta

por duas placas de Petri cada uma com 8 explantes

Os tipos de explantes foram os seguintes

A - que consistiu na decapitaccedilatildeo de placircntulas onde

essa decapitaccedilatildeo ocorreu diretamente abaixo do noacute do

cotileacutedone ficando o hipocoacutetilo com as radiacuteculas

SOUZA G de F M V e et al90

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

B - meacutetodo de cotileacutedones fendidos os cotileacutedones

foram fendidos ao longo da nervura central da extremidade

ateacute sua metade de acordo com o protocolo de Faacuteri et al

(2000)

C - cotileacutedones foram aparados e seguiu-se o

protocolo descrito por Redenbaugh et al (1992) Os

cotileacutedones aparados nas extremidades distal e proximal

(aacutepice e peciacuteolo) foram inoculados com a face abaxial em

contato com o meio

Foram realizadas trecircs repicagens para alongar os

brotos Cerca de 30 dias apoacutes a inoculaccedilatildeo dos explantes

foi realizada a primeira repicagem Os intervalos entre as

repicagens foram em torno de 5 semanas

Os tratamentos consistiram na inoculaccedilatildeo dos trecircs

tipos de explantes descritos nos trecircs meios de cultura

abaixo com trecircs repeticcedilotildees por tratamento

Meio MI macro e micronutrientes de Murashige amp

Skoog (1962) e vitaminas B5 de Gamborg et al (1968)

suplementado com 30 gL de sacarose e de 8 gL de aacutegar-

aacutegar pH 58 meio MII meio de cultura MI suplementado

com 1 mgL de zeatina e 30 gL de glicose conforme

McCormick (1991) meio MIII meio de cultura MI

suplementado com 25 mgL de BAP e 02 mgL de AIA

segundo Rhim et al (1995)

Para as repicagens foi utilizado o meio MI

suplementado com 05 mgL 08 mgL e 10 mgL de BAP

para a primeira segunda e terceira repicagens

respectivamente

Para enraizamento foi usado o meio MI

suplementado com 05 mgL de AIA As placircntulas

enraizadas foram transferidas para substrato comercial

Plantimax esterilizado e aclimatadas em laboratoacuterio

Os brotos com 2 cm de comprimento foram

transferidos para o meio de enraizamento citado e

permaneciam nesse meio durante 15 dias Apoacutes esse periacuteodo

os brotos eram transplantados para substrato comercial

Plantimax autoclavado irrigados com aacutegua uma a duas

vezes por dia ateacute a aclimataccedilatildeo A aclimataccedilatildeo ocorreu em

torno de 20 dias em condiccedilotildees de laboratoacuterio

Avaliou-se a induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo o

alongamento de brotos e o enraizamento e aclimataccedilatildeo

das plantas regeneradas

Os dados de contagem foram transformados para

50x As anaacutelises de normalidade e homogeneidade

foram realizadas pelo software Prophet Os dados obtidos

foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e as meacutedias

comparadas pelo teste de Tukey ao niacutevel de 5 de

probabilidade pelo software SANEST (ZONTA amp

MACHADO 1989)

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Para cotileacutedone decapitado ocorreu um iniacutecio de

formaccedilatildeo de calosidade por volta de 10 dias apoacutes inoculaccedilatildeo

e o surgimento de brotos ocorreu cerca de 12 dias depois da

inoculaccedilatildeo sem a formaccedilatildeo de calos propriamente ditos A

induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo foi mais raacutepida quando usado esse

tipo de explante indicando um alto potencial de

organogecircnese espontacircnea sendo que o meio MI foi o melhor

para a induccedilatildeo e nuacutemero total de brotos (Tabela 1)

No cotileacutedone fendido o iniacutecio de formaccedilatildeo de

calosidade aconteceu com aproximadamente 10 dias apoacutes

inoculaccedilatildeo Por volta de 18 dias depois da inoculaccedilatildeo

iniciou-se o surgimento de brotos e jaacute existiam calos

formados Para esse tipo de explante nos meios MI e MII

ocorreu apenas a formaccedilatildeo de calos enquanto no meio

MIII ocorreu a formaccedilatildeo de calos e calos com brotos sendo

alto o nuacutemero total de brotos (Tabela 1) Supotildee-se que a

maior superfiacutecie de corte tenha influecircncia significativa

sobre esse fenocircmeno onde a maior superfiacutecie de corte do

cotileacutedone resulta em maior capacidade de regeneraccedilatildeo

(FAacuteRI et al 1995b)

No cotileacutedone aparado com cerca de 10 dias apoacutes

inoculaccedilatildeo ocorreu o iniacutecio de formaccedilatildeo de calos e 20 dias

depois da inoculaccedilatildeo ocorreu o surgimento de brotos e jaacute

existiam calos formados Para esse tipo de explante nos

meios MI MII e MIII ocorreu a formaccedilatildeo de calos no

entanto apenas no meio MIII ocorreu a formaccedilatildeo de calos

com brotos (Tabela 1)

Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro 91

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

TABELA 1 ndash Frequumlecircncia de induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo in vitro da cultivar Santa Clara do grupo Santa Cruz UberlacircndiaUFU 2001

Dados seguidos de mesma letra nas colunas (abc) e nas linhas (AB) natildeo diferem entre si a 5 de probabilidade peloteste de TukeyA diferenccedila entre o nordm de explantes de um meacutetodo para outro eacute devida a parcelas (ou parte delas) perdidas

Nos trecircs ciclos de repicagens a capacidade de

alongamento dos brotos foi igual indicando que as

concentraccedilotildees de BAP natildeo diferiram estatisticamente entre

si dentro de cada tipo de explante Em relaccedilatildeo ao nuacutemero

de brotos alongados na primeira e terceira repicagens o

cotileacutedone decapitado apresentou maior nuacutemero jaacute na

segunda repicagem natildeo houve diferenccedila entre os tipos de

explantes (Tabela 2)

As plantas apoacutes serem enraizadas foram

transferidas para aclimataccedilatildeo obtendo-se 82 de plantas

aclimatadas Cerca de 20 dias apoacutes transplantio para o

substrato as plantas jaacute estavam aclimatadas

Apoacutes a terceira repicagem ainda existiam cerca de

334 brotos para serem novamente repicados e 51 brotos

prontos para serem enraizados perfazendo um total geral

de 549 brotos obtidos ateacute a fase estudada

Para o tipo de explante cotileacutedone decapitado foram

obtidos 181 brotos equivalentes a 174 brotos por explante

Para o explante cotileacutedone fendido o nuacutemero de brotos por

Tipos de Explantes Variaacuteveis Meios Cotileacutedone decapitado Cotileacutedone fendido Cotileacutedone aparado

I 396 aA 050 cB 142 bB II 000 bB 632 bA 672 aA Nordm de explantes

com calos III 000 bB 1599 aA 597 bB I 1095 aA 000 bB 000bB II 050 bA 000 bA 000 bA Nordm de explantes

com brotos III 130 bB 1217 aA 850 aA I 396 aA 050 cB 169 cB II 000 bB 632 bA 645 bA Nordm total de

calos III 000 bB 3630 aA 2655 aA I 1850 aA 000 bB 000 bB II 050 bA 000 bA 000 bA Nordm total de

brotos III 130 bB 2760 aA 2934 aA I 48 32 40 II 32 40 32 Nordm de

explantes III 24 40 48 Total de explantes 104 112 120

explante foi igual a 145 e para o cotileacutedone aparado foram

obtidos 170 brotos por explante Esses resultados foram

semelhantes aos obtidos por Faacuteri et al (2000) para as

cultivares IPA-5 e IPA-6 os quais concluiacuteram que a

utilizaccedilatildeo de cotileacutedones fendidos e cotileacutedones aparados

produziram uma regeneraccedilatildeo alta e onde a maior induccedilatildeo

foi conseguida utilizando-se um meio igual ao MIII utilizado

nesse experimento A induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo tambeacutem foi

mais raacutepida quando usado cotileacutedone decapitado indicando

um alto potencial de organogecircnese espontacircnea A cultivar

Santa Clara mostrou-se mais eficiente na formaccedilatildeo de

brotos alongados observados na primeira repicagem

enquanto as cultivares utilizadas por Faacuteri et al (2000) IPA-

5 e IPA-6 necessitaram de duas repicagens para o

alongamento dos brotos no entanto a cultivar IPA-5

mostrou-se mais eficiente na produccedilatildeo de brotos por

explante Faacuteri et al (2000) utilizaram zeatina durante os trecircs

ciclos de repicagem enquanto nesse experimento foi

utilizado BAP

SOUZA G de F M V e et al92

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

TABELA 2 ndash Capacidade de alongamento e enraizamento de brotos da cultivar Santa Clara durante os trecircs ciclos derepicagem Uberlacircndia UFU 2001

Dados seguidos de mesma letra nas colunas (ab) e nas linhas (AB) natildeo diferem entre si a 5 de probabilidade peloteste de TukeyTipos de explantes A - cotileacutedone decapitado B - cotileacutedone fendido C - cotileacutedone aparado

Os resultados aqui obtidos tambeacutem foram

semelhantes aos de Faacuteri et al (1995b) que trabalhando

com transformaccedilatildeo geneacutetica da berinjela (Solanum

melongena L) observaram que a maior superfiacutecie de corte

do cotileacutedone resultou em maior capacidade de

regeneraccedilatildeo Tambeacutem foram obtidos resultados

semelhantes aos de Nogueira et al (2001) que estudando

a regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro Santa Clara utilizando

como explantes cotileacutedones concluiacuteram que o meio com

uma combinaccedilatildeo adequada de auxina e citocinina (10 mg L-

1 de zeatina e 01 mg L-1 de AIA) promoveu uma maior

meacutedia de regeneraccedilatildeo e um maior nuacutemero meacutedio de brotaccedilotildees

por explante Costa et al (2000) trabalhando com as

cultivares IPA-5 e IPA-6 chegaram a uma conclusatildeo

semelhante onde meio suplementado com 10 mg L-1 de

zeatina + 01 mg L-1 de AIA e meio suplementado com 25

mg L-1 de BAP + 02 mg L-1 de AIA determinaram a maior

frequumlecircncia de regeneraccedilatildeo de explantes cotiledonares e

tambeacutem um maior nuacutemero de brotos alongados por explante

McCormick et al (1986) pesquisando a morfogecircnese

in vitro de L esculentum observaram que a presenccedila de 25

mg L-1 de BAP e 10 mg L-1 de AIA ou 10 mg L-1 de BAP e

02 mg L-1 de AIA produziu um maior nuacutemero de ramos por

explante a partir de explantes de cotileacutedones e hipocoacutetilos

Ohki et al (1978) utilizando segmentos de hipocoacutetilos de L

esculentum sugeriram que o efeito positivo da combinaccedilatildeo

de auxinas e citocininas na regeneraccedilatildeo in vitro pode ser

causado por uma maior capacidade das ceacutelulas dessa espeacutecie

em utilizar e adaptar-se agrave combinaccedilatildeo de auxinas e citocininas

de que somente citocininas Para os mesmos autores a

variabilidade observada nas respostas morfogecircnicas in vitro

para diferentes citocininas pode ser causada pela variaccedilatildeo

na razatildeo de degradaccedilatildeo dessas substacircncias nos tecidos

vegetais ou no meio de cultivo Segundo Caldas et al (1999)

uma alta relaccedilatildeo citocininaauxina normalmente leva a maior

induccedilatildeo de parte aeacuterea (brotos) em explantes in vitro

principalmente quando a citocinina usada eacute o BAP que induz

a formaccedilatildeo de grande nuacutemero de brotos e alta taxa de

multiplicaccedilatildeo em muitos sistemas de micropropagaccedilatildeo

Tanto no presente trabalho quanto nos trabalhos acima

citados foram utilizados meios com pelo menos uma

combinaccedilatildeo com alta relaccedilatildeo citocininaauxina e meios

contendo apenas citocinina

CONCLUSOtildeES

A maior induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo tanto de calos

quanto de brotos foi observada nos meacutetodos cotileacutedone

fendido e cotileacutedone aparado quando colocados no meio

com BAP (25 mgL) e AIA (02 mgL) (MIII) Um ciclo de

repicagem foi suficiente para obtenccedilatildeo de brotos

alongados A maior regeneraccedilatildeo de brotos alongados

ocorreu com o meacutetodo cotileacutedone decapitado

Meios M1 + 05 mgL BAP M1 + 08 mgL BAP M1 + 10 mgL BAP

Repicagem 1 Repicagem 2 Repicagem 3

M1+ 05 mgl AIA

Tipos de Explante

s

Nordm total de brotos

Nordm de brotos

alongados

Nordm total de brotos

Nordm de brotos

alongados

Nordm total de brotos

Nordm de brotos

alongados

Nordm total de placircntulas

enraizadas

Nordm total de

plantas aclimatadas

Nordm total geral de brotos

A 3117 bA 899 aA 3684 bA

866 aA 3174 bA

81 aA 80 67 181 B 536 aA 466 bA 6244 aA 633 aA 5158 aA 450 bA 41 33 163 C 3527 bA 400 bA 4368 bA

566 aA 3928 bA

312 bA 43 35 205

Total 164 135 549

Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro 93

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

AGRADECIMENTOS

Ao Instituto de Geneacutetica e Bioquiacutemica e ao Instituto

de Ciecircncias Agraacuterias da Universidade Federal de

Uberlacircndia pelo financiamento deste projeto e a todos

que auxiliaram direta eou indiretamente

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CALDAS L S HARIDASAN P FERREIRA M E Meiosnutritivos In TORRES A C CALDAS L S BUSO JA Cultura de tecidos e transformaccedilatildeo geneacutetica de plantasBrasiacutelia Embrapa 1999 v 1 509 p

COSTA M NOGUEIRA F T S OTONI W CBROMMONSCHENKEL S H Regeneraccedilatildeo in vitrode cultivares de tomateiro (Lycopersicon esculentumMill ) industr ial lsquoIPA-5rsquoe lsquoIPA-6rsquo Ciecircncia eAgrotecnologia Lavras v 24 n 3 p 671-678 julset2000

FAacuteRI M NAGY I CSAacuteNY M MITYKOacute JANDRAacuteSFALVY A Agrobacterium mediated genetictransformation and plant regeneration viaorganogenesis and somatic embryogenesis from cotyledonleaves in eggplant (Solanum melogena cv Kecskemeacutetilila) Plant Cell Reports Berlin v 15 n 12 p 82-86 Dec1995b

FAacuteRI M RESENDE G M MELO N F Avaliaccedilatildeo dacapacidade de regeneraccedilatildeo in vitro em tomateiro industrialPesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 35 n 8 p1523-1529 ago 2000

FARIA R T ILLG R D Introgressatildeo da capacidade deregeneraccedilatildeo de plantas in vitro no tomateiro (Lycopersiconesculentum) In ENCONTRO BRASILEIRO DEBIOTECNOLOGIA VEGETAL REDBIO Brasiacutelia 1993 v1 p 102

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericulturaagrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeode hortaliccedilas Viccedilosa Editora UFV 2000 402 p

FRARY A EARLE E D An examination of factorsaffecting the efficiency of Agrobacterium-mediatedtransformation of tomato Plant Cell Reports Berlin v 16n 34 235-240 Dec 1996

GAMBORG O L MILLER R A OJIMA K Nutrientrequirementsof suspension cultures of soybean root cellsExperimental Cell Research San Diego v50 n1 p151-158 1968

McCORMICK S NIEDERMEYER J F BARNASON AHORSCH R FRALEY R Leaf disc transformation of cultivatedtomato (L esculentum) using Agrobacterium tumefaciensPlant Cell Reports New York v 5 n 2 p 81-84 1986

McCORMICK S Plant tissue culture manualtransformation of tomato with Agrobacterium tumefaciensNew York Kluwer 1991 p1-9

MURASHIGE T SKOOG F A Revised medium for rapidgrowth and bioessays with tobacco tissue culture PhysiologiaPlantarum Copenhagen v15 n5 p473-497 1962

NOGUEIRA F T S COSTA M G C FIGUEIRA M LOTONI W C FINGER F L Regeneraccedilatildeo in vitro deplantas de tomateiro lsquoSanta Clararsquo e seu mutante naturallsquoFirmersquo Ciecircncia e Agrotecnologia Lavras v 25 n 1 p 63-71 janfev 2001

OHKI S BIGOT C MOUSSEAU J Analysis of shoot-forming capacity in vitro in two lines of tomato(Lycopersicon esculentum Mill) and their hybrids PlantCell Physiology Tokyo v 19 n 1 p 27-42 1978

REDENBAUGH K HIATT W MARTINEAU BKRAMER M SHEEHY R SANDERS R HOUCK CEMLAY D Safety assessment of genetically engineeredfruits and vegetables a case study of the Flavr SavrTMtomato London CRC 1992 267 p

RHIM S L CHO H J KIM B D SCHNETTER WGEIDER K Development of insect resistance in tomatoplant expressing the delta-endotoxin gene of Bacillusthuringiensis subsp tenebrionis Molecular BreedingDordrecht v 1 n 2 p 229-236 1995

WIJBRANDI J BOTH M T J de Temperate vegetablecrops Scientia Horticulturae Amsterdam v 55 n 1 p37-63 1993

ZONTA E P MACHADO A A SANEST - sistema deanaacutelise estatiacutestica Campinas Instituto Agronocircmico deCampinas 1989 Software

SILVA A S et al94

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

INDUCcedilAtildeO DE CALOS A PARTIR DE CULTURA DE ANTERAS DECAFEEIRO (Coffea arabica L) CV CATUAIacute VERMELHO 99 E 44

CALLUS INDUCTION FROM ANTHER CULTURE OF COFFEE PLANT (Coffea arabica L) CV CATUAIacute VERMELHO 99 AND 44

ADELAIDE SIQUEIRA SILVA1 JOSEacute MAGNO QUEIROZ LUZ2 DENISE GARCIA SANTANA2 PATRIacuteCIA CRYSTIE VIEIRA MUSTAFA3 MOACIR PASQUAL4 GLAUCIA DE FATIMA MOREIRA VIEIRA E SOUZA2

1Mestranda do Curso de Agronomia ndash Universidade Federal de UberlacircndiaUFU ndash Av Engenheiro Diniz 1178 ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash adelaidebioyahoocombr2Professor Dr ndash Universidade Federal de UberlacircndiaUFU ndash Instituto de Ciecircncias Agraacuterias ndash Curso de Agronomia ndash AV Paraacute Bloco 2E SALA 14campus Umuarana ndash Caixa-Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG3Bioacuteloga Universidade Federal de UberlacircndiaUFU ndash Centro de Ciecircncias Biomeacutedicas ndash Departamento de Agronomia ndash Rua Amazonas snordm - Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos sala 2E-14 ndash Umuarama ndash 38400920 ndash Uberlandia MG ndash patriciacrystiezipmailcombr

4Doutor Departamento de Adgricultura DAG ndash Universidade Federal de Lavras UFLA ndash Campus universitaacuterio ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash mpasqualuflabr

RESUMONo Brasil o cafeacute ainda apresenta poucos progressos com

relaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo da cultura de tecidos vegetais tornando-se degrande importacircncia o conhecimento sobre a atuaccedilatildeo dosreguladores de crescimento Com este trabalho avaliou-se ocomportamento de duas cultivares de Coffea arabica L CatuaiacuteVermelho LCH-2077-2-5-99 e LCH-2077-2-5-44 denominadasrespectivamente de Catuaiacute Vermelho 99 e Catuaiacute Vermelho 44quanto agrave ausecircncia e presenccedila de luz e quantificou-se a interaccedilatildeoentre os reguladores de crescimento 24-D e BAP O experimentofoi realizado no Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos Vegetais daUniversidade Federal de Uberlacircndia As anteras das cultivaresCatuaiacute Vermelho 99 e 44 foram inoculadas em meio basal MSsuplementado com quatro concentraccedilotildees de 24-D (905 181271 e 362 mM) e duas concentraccedilotildees de BAP (0 e 89 mM) napresenccedila de luz e ausecircncia de luz As avaliaccedilotildees para a oxidaccedilatildeointumescimento e calosidade foram realizadas aos 30 dias apoacutes ainoculaccedilatildeo no meio de cultura e o diacircmetro dos calos aos 45 diasApoacutes 30 dias de cultivo os calos obtidos foram classificados emfriaacuteveis esverdeados esbranquiccedilados e cinza Os resultadosmostraram que para ocorrer intumescimento das anterasformaccedilatildeo e aumento do tamanho dos calos de ambas cultivares eacutenecessaacuterio que haja interaccedilatildeo entre a auxina (24-D) e a citocinina(BAP) Dentre os tipos de calos os de coloraccedilatildeo cinza foram osque apresentaram maior frequumlecircncia para as duas cultivares

Termos para indexaccedilatildeo Melhoramento calos reguladores decrescimento cafeeiro

ABSTRACTIn Brazil coffee still presents little progress regarding

the application of plant tissue culture which turns important theunderstanding of the action of growth regulators This workevaluated the in vitro performance of two Coffea arabica Lcultivars Catuaiacute Vermelho LCH-2077-2-5-99 and LCH-2077-2-5-44 known as Catuaiacute Vermelho 99 and Catuaiacute Vermelho 44respectively in the presence and absence of light and theinteraction of 24-D and BAP The experiment was carried out at

the Plant Tissue Culture Laboratory of the Universidade Federalde Uberlacircndia Anthers from both cultivars were inoculated inMS basal medium supplemented with four concentrations of24-D (905 181 271 and 362 mM) and two concentrations ofBAP (0 or 89 mM) in the presence and absence of lightOxidation intumescences and callus formation evaluations wereobtained 30 days after inoculation and callus diameter measuredat 45 days of inoculation The observed callus was classified asfriable greenish whitish or gray The results showed that antherintumescences callus formation and growth of both cultivarsdemand the interaction between the auxin (24-D) and thecytokinin (BAP) Callus presenting gray color were the mostfrequent for both cultivars

Index terms Plant breeding callus growth regulators coffee plant

INTRODUCcedilAtildeO

O cafeeiro pertence agrave famiacutelia Rubiaceae na qual o

gecircnero Coffea abrange cerca de 60 espeacutecies sendo as mais

comuns no mercado Coffea araacutebica L e Coffea canephora

Pierre ex Froehn Os programas de melhoramento do cafeacute

demandam aproximadamente 25 anos desde a hibridaccedilatildeo

ateacute a obtenccedilatildeo de uma nova cultivar (PASQUAL et al

2002) A cultura de anteras eacute considerada uma ferramenta

importante pois possibilita a obtenccedilatildeo de linhas

homozigoacuteticas em uma uacutenica etapa (ANDRADE 1998)

acelerando drasticamente o processo de obtenccedilatildeo de novas

cultivares Sendo assim a teacutecnica de cultura de anteras

vem auxiliar no melhoramento da cultura pois permite a

obtenccedilatildeo de haploacuteides em geraccedilotildees segregantes o que

leva agrave raacutepida produccedilatildeo de plantas homozigotas por meio

(Recebido em 14 de outubro de 2003 e aprovado em 29 de outubro de 2006)

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 95

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

da duplicaccedilatildeo do nuacutemero de cromossomos numa uacutenica

etapa substituindo as geraccedilotildees de auto fecundaccedilatildeo

Acrescenta-se a isso o fato de os haploacuteides serem livres

dos problemas de dominacircncia e recessividade por possuir

apenas um alelo em cada loco gecircnico

No Brasil Coffea arabica ainda apresenta poucos

progressos com relaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo da cultura de anteras

Daiacute a importacircncia de se produzir mais conhecimentos sobre

a atuaccedilatildeo dos reguladores de crescimento na expressatildeo

androgeneacutetica de Coffea arabica identificaccedilatildeo de

genoacutetipos androgecircnicos bem como a determinaccedilatildeo de

condiccedilotildees fiacutesicas mais adequadas agrave incubaccedilatildeo de anteras

nessa espeacutecie

Nos programas de melhoramento as teacutecnicas

convencionais tecircm apresentado resultados promissores

na cultura do cafeacute no que se refere ao aumento de

produtividade e obtenccedilatildeo de novas cultivares Um fator

importante para o sucesso da cultura de anteras eacute conhecer

o estaacutedio ideal de desenvolvimento dos microacutesporos com

o intuito de se obter uma melhor resposta androgeneacutetica

utilizando microacutesporos receacutem-liberados da teacutetrade meioacutetica

ateacute no maacuteximo o estaacutedio binucleado A fase uninucleada

responde positivamente ao processo embriogecircnico porque

nesta fase os microacutesporos apresentam uma parede celular

delgada o que a torna mais receptiva aos fatores externos

Em estaacutedios mais avanccedilados da microsporogecircnese ocorre

um engrossamento da parede celular sendo esta uma

caracteriacutestica do gratildeo de poacutelen maduro do cafeacute

prejudicando o processo de regeneraccedilatildeo (ASCANIO amp

ARCIA 1994) Os autores Grando amp Moraes Fernandes

(1993) sugerem que o potencial embriogecircnico do gratildeo de

poacutelen pode ser determinado tanto no periacuteodo da meiose

quanto no periacuteodo da preacute-mitose do microacutesporo pois

nestes dois momentos o microacutesporo ainda teria

metabolicamente caracteriacutesticas esporofiacuteticas o que

permite a diferenciaccedilatildeo do gratildeo de poacutelen em embriatildeo e

posterior formaccedilatildeo de uma planta

Segundo Mantell et al (1994) satildeo possiacuteveis vaacuterios

tipos de desenvolvimento do microacutesporo in vitro sendo

que tanto o nuacutecleo generativo quanto o vegetativo pode

se dividir continuamente originando um embrioacuteide

haploacuteide ou ainda a primeira mitose produziria dois nuacutecleos

semelhantes e estes se dividiriam repetidamente resultando

na formaccedilatildeo de embrioacuteides haploacuteides

A composiccedilatildeo do meio de cultura tambeacutem eacute de

grande importacircncia para o sucesso da cultura de anteras

natildeo existindo contudo uma recomendaccedilatildeo generalizada

Na maioria das espeacutecies a androgecircnese se verifica em meios

que conteacutem sais minerais sacarose vitaminas reguladores

de crescimento e aacutegar (MORAES FERNANDES 1990) A

consistecircncia do meio normalmente eacute semi-soacutelida mas os

meios liacutequidos estatildeo sendo cada vez mais usados pois

tecircm vantagens no aumento do rendimento pela maior

obtenccedilatildeo de embriotildees e calos (PIERIK 1987) O

presente trabalho teve como objetivo aplicar a teacutecnica da

cultura de anteras em diferentes cultivares de Coffea

arabica verificando os vaacuterios fatores que influenciam a

induccedilatildeo de calos

MATERIAL E MEacuteTODOS

Experimentos de Induccedilatildeo e Regeneraccedilatildeo de Calos

Esta etapa constituiu-se de dois experimentos cada

um com uma cultivar tendo sido conduzidos no laboratoacuterio

de Cultura de Tecidos Vegetais da Universidade Federal

de Uberlacircndia em Uberlacircndia - Minas Gerais no periacuteodo

de setembro de 2002 a janeiro de 2003

Foram utilizados bototildees florais de duas cultivares

de Coffea araacutebica Catuaiacute Vermelho LCH-2077-2-5-99 e

LCH-2077-2-5-44 denominadas respectivamente de Catuaiacute

Vermelho 99 e Catuaiacute Vermelho 44 plantadas na aacuterea

experimental do Campus Umuarama dessa Universidade

Os bototildees florais foram coletados no periacuteodo de 8 agraves 9

horas da manhatilde e armazenados em placas de Petri contendo

papel de filtro umedecido em aacutegua destilada e colocados

dentro de uma caixa de isopor para evitar a desidrataccedilatildeo

ateacute serem conduzidos ao laboratoacuterio

No laboratoacuterio o comprimento dos bototildees foi

medido com o auxiacutelio de um paquiacutemetro e utilizaram-se

SILVA A S et al96

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

bototildees florais entre 45 a 60 mm de comprimento em todos

os experimentos Os bototildees foram envoltos em gaze

previamente autoclavada e desinfestados em uma soluccedilatildeo

de aacutelcool 70 por alguns segundos e por 10 minutos em

soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio a 02 sob agitaccedilatildeo Em

seguida na cacircmara de fluxo laminar foram lavados 3 vezes

em aacutegua destilada e autoclavada Apoacutes este processo as

anteras foram retiradas dos bototildees com o auxiacutelio de uma

lupa uma pinccedila fina e bisturi nordm 10 sendo os uacuteltimos

flambados para cada botatildeo tomando-se o cuidado para

natildeo ferir as anteras Logo apoacutes as anteras foram imersas

por 1 segundo em soluccedilatildeo de aacutecido ascoacuterbico na

concentraccedilatildeo de 600 mgL-1 hipoclorito de soacutedio 02 e

aacutegua destilada e autoclavada respectivamente

Apoacutes este processo as anteras foram inoculadas

em tubo de ensaio contendo 20 mL do meio MS

(MURASHIGE amp SKOOG 1962) suplementado com aacutecido

24-diclorofenoxiaceacutetico (24-D) e 6- benzilaminopurina

(BAP) em diferentes concentraccedilotildees com pH ajustado para

58 Este meio foi esterilizado em autoclave vertical agrave

temperatura de 121deg C sob pressatildeo de 1 atm por 20 minutos

O delineamento experimental utilizado foi o de

blocos casualizados com 10 repeticcedilotildees em esquema fatorial

4 x 2 x 2 sendo que os fatores foram compostos de quatro

concentraccedilotildees de 24-D (905 181 271 362 mM) duas

concentraccedilotildees de BAP (0 e 89 mM) perfazendo oito

tratamentos incubados na ausecircncia ou presenccedila de luz

em sala de crescimento com temperatura de 25 plusmn 2degC e 16

horas de fotoperiacuteodo Nos dois experimentos cada

tratamento teve 10 repeticcedilotildees sendo um tubo com 10

anteras considerado uma repeticcedilatildeo

Aos 30 dias apoacutes a inoculaccedilatildeo das anteras foram

avaliadas as porcentagens de oxidaccedilatildeo de intumescimento

e de formaccedilatildeo de calos (calosidade) e aos 45 dias foi medido

o diacircmetro dos calos

Os calos obtidos das duas cultivares apoacutes 45 dias

de inoculaccedilatildeo das anteras foram transferidos para o meio

MS suplementado com 30 gL-1 de sacarose 6gL-1 de agar e

de 24-DBAP nas seguintes concentraccedilotildees de 1810 181

2 2710 e 3620 mM com pH ajustado para 58 associando

a ausecircncia e presenccedila de luz

Apoacutes a permanecircncia destes calos no meio de cultura

por 30 dias aqueles provenientes da cultivar Catuaiacute

Vermelho 99 incubados na presenccedila de luz foram

transferidos para o meio de cultura contendo 271 mM de

24-D enquanto que aqueles incubados na ausecircncia de

luz foram transferidos para meio contendo 362 mM de 24-

D Jaacute os calos da cultivar Catuaiacute Vermelho 44 incubados

na presenccedila de luz foram transferidos para meio contendo

181 mM de 24-D e 89 mM de BAP e os incubados na

ausecircncia de luz transferidos para o meio contendo 181

mM de 24-D

Apoacutes 30 dias neste tratamento foram avaliadas as

caracteriacutesticas referentes ao tipo de calo (friaacuteveis

esverdeados esbranquiccedilados e cinza)

Os dados obtidos foram testados quanto agrave

normalidade e agrave homogeneidade necessitando de

transformaccedilatildeo em arco seno para os dados em

porcentagem e raiz quadrada de (x + 05) para os dados

referentes ao diacircmetro dos calos

RESULTADOS

Interaccedilatildeo entre os Reguladores de Crescimento e oFotoperiacuteodo

Para a cultivar Catuaiacute 99 em todas as concentraccedilotildees

de 24-D e independentemente da concentraccedilatildeo de BAP a

oxidaccedilatildeo foi menor na ausecircncia de luz diferindo

estatisticamente da fase em que se tinha presenccedila de luz

No entanto nos calos cultivados nas concentraccedilotildees de

905 e 271 mM de 24-D e 89 mM de BAP na ausecircncia de

luz foi observado um aumento significativo na oxidaccedilatildeo

das anteras o mesmo acontecendo na concentraccedilatildeo de

271 mM de 24-D na presenccedila de luz No entanto resultado

inverso foi observado para a concentraccedilatildeo de 362 mM de

24-D (Tabela 1)

Os resultados do percentual de intumescimento

variaram bastante em funccedilatildeo da luminosidade e

reguladores de crescimento (Tabela 1) Na presenccedila do

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 97

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

BAP e concentraccedilatildeo 89 mM de 24-D tanto na presenccedila

ou ausecircncia de luz o intumescimento dos calos natildeo diferiu

significativamente Jaacute na concentraccedilatildeo de 181 mM de 24-

D na presenccedila de luz se mostrou melhor promovendo um

aumento significativo do intumescimento das anteras

Quanto agraves concentraccedilotildees de 271 e 362 mM de 24-D

cultivados na presenccedila de luz se mostrou melhor ao

intumescimento quando comparado agravequeles cultivados na

ausecircncia de luz (Figura 1)

A presenccedila de calos aumentou significativamente

com a incubaccedilatildeo das anteras na ausecircncia de luz e na

TABELA 1 ndash Meacutedias do nuacutemero de anteras oxidadas intumescidas e com calos e diacircmetro dos calos (mm) em funccedilatildeode diferentes concentraccedilotildees de 24-D e ausecircncia ou presenccedila de BAP em duas condiccedilotildees de luminosidade (presenccedilaou ausecircncia de luz) para anteras do genoacutetipo cv 99

Luminosidade1

Oxidaccedilatildeo () Intumescimento ()

Calosidade () Diacircmetro (mm) 24-D M

BAP M luz Escuro Luz Escuro luz Escuro luz Escuro 0 980 b A 395 a A 000b B 434 a A 000 b A 740 a A 000 b A 309 a A 905

89 999 b A 823 a B 398 a A 327 a B 007 b A 615 a A 000 b A 300 a A 0 999 b A 524 a A 000 b B 447 a A 007 b A 750 a A 000 b B 368 a A

181 89 935 b A 511 a A 614 a A 407 b A 030 b A 720 a A 300 b A 387 a A

0 745 b A 000 a A 534 a A 000 b B 530 a A 000 b B 318 a B 000 b B 271

89 914 b B 590 a B 625 a A 634 a A 708 a A 809 a A 377 a A 298 b A 0 999 b B 440 a A 607 a A 492 b A 097 b B 815 a A 300 a B 277 a A

362 89 813 b A 426 a A 493 a B 527 a A 378 b A 758 a A 398 a A 298 b A

1Meacutedias seguidas por letras diferentes minuacutesculas na linha e maiuacutesculas na coluna dentro de cada concentraccedilatildeo de 2-4-D diferem entre si pelo teste de Tuckey a significacircncia de 5

concentraccedilatildeo de 271 mM de 24-D nas demais

concentraccedilotildees de 24-D independente da concentraccedilatildeo

do BAP a incubaccedilatildeo na ausecircncia de luz apresentou

meacutedias de calosidade significativamente maiores (Figura

2) A presenccedila do BAP promoveu aumento significativo

na calosidade das anteras na concentraccedilatildeo 271 mM de

24-D na ausecircncia de luz e na concentraccedilatildeo de 362 mM

de 24-D na presenccedila de luz Nas demais concentraccedilotildees

natildeo houve diferenccedila significativa entre presenccedila ou

ausecircncia de BAP tanto na ausecircncia ou presenccedila de luz

(Tabela 1)

FIGURA 1 ndash Anteras da cv Catuaiacute Vermelho 99 naconcentraccedilatildeo de 181 M de 24-D na presenccedila de luz

FIGURA 2 ndash Calos de anteras incubadas na ausecircncia deluz e na concentraccedilatildeo de 271 M de 24-D

SILVA A S et al98

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

Quanto ao diacircmetro nas concentraccedilotildees 905 e 181 M

de 24-D a ausecircncia de luz promoveu aumento significativo

no diacircmetro dos calos diferindo-se estatisticamente do

tratamento na presenccedila de luz Somente para a concentraccedilatildeo

de 271 mM de 24-D na ausecircncia do BAP natildeo houve diferenccedila

significativa para a caracteriacutestica independentemente do

fotoperiacuteodo Nas demais concentraccedilotildees de 24-D o tratamento

na presenccedila de luz promoveu um aumento significativo no

diacircmetro dos calos No tratamento em que houve a associaccedilatildeo

da presenccedila de luz e de BAP natildeo diferiu estatisticamente do

tratamento em que houve a ausecircncia de BAP quando a

concentraccedilatildeo de 24-D foi de 905 mM nos demais

proporcionou aumento significativo no diacircmetro dos calos

Para o tratamento na ausecircncia de luz apenas na concentraccedilatildeo

de 271 mM de 24-D a ausecircncia de BAP promoveu diminuiccedilatildeo

significativa no diacircmetro de calos Nas demais concentraccedilotildees

natildeo houve diferenccedila significativa entre presenccedila ou ausecircncia

de BAP (Tabela 1)

Para as variaacuteveis intumescimento e calosidade da

cultivar cv 44 a interaccedilatildeo entre 24-D e BAP natildeo diferiram

estatisticamente quanto presenccedila e ausecircncia de luz nas

concentraccedilotildees 905 e 362 mM de 24-D e que tambeacutem natildeo

difere para o diacircmetro na concentraccedilatildeo de 181 mM de 24-

D Jaacute na concentraccedilatildeo 271 mM de 24-D haacute uma semelhanccedila

quanto ao intumescimento calosidade e diacircmetro que

diferem das demais concentraccedilotildees natildeo apresentando

portanto uma boa interaccedilatildeo

A melhor interaccedilatildeo para intumescimento calosidade

e diacircmetro encontra-se respectivamente na concentraccedilatildeo

905 mM de 24-D na presenccedila de luz na concentraccedilatildeo 181

mM de 24-D na ausecircncia de luz e na concentraccedilatildeo 905

mM de 24-D na ausecircncia de luz Jaacute as piores interaccedilotildees

estatildeo na concentraccedilatildeo 271 mM de 24-D na luz tanto para

o intumescimento quanto para o diacircmetro analisados na

Tabela 2

De acordo com a Tabela 2 observou-se que os

melhores resultados ou seja as interaccedilotildees independem

da presenccedila ou ausecircncia de BAP Na Tabela 3 notou-se

uma maior oxidaccedilatildeo das anteras quando incubadas no claro

estas apresentaram uma maior oxidaccedilatildeo em relaccedilatildeo as que

foram incubadas no escuro tornando-se mais tarde calos

previamente oxidados

TABELA 2 ndash Meacutedias do nuacutemero de anteras intumescidas e com calos diacircmetro dos calos (mm) em funccedilatildeo de diferentesconcentraccedilotildees de 24-D e ausecircncia ou presenccedila de BAP em duas condiccedilotildees de luminosidade (luz e escuro) para anterasdo genoacutetipo cv 44

Luminosidade1

Intumescimento () Calosidade () Diacircmetro (mm) 24-D ( M)

BAP ( M) Luz Escuro Luz Escuro Luz Escuro

0 907 a A 775 a A 779 bA 948 aA 609 bA 800 aA 905 89 843 a A 875 a A 889 aA 946 aA 607 aA 420 bB 0 887 a A 852 a A 939 aA 990 aA 490 aA 466 aA

181 89 906 a A 786 a A 917 aA 959 aA 420 aA 493 aA 0 600 b A 772 a A 694 bA 895 aA 000 bA 373 aA

271 89 022 b B 827 a A 294 bB 837 aA 000 bA 376 aA 0 828 a A 737 a A 928 aA 939 aA 414 bA 595 aA

362 89 866 a A 725 a A 949 aA 866 aA 329 aA 376 aA

1Meacutedias seguidas por letras diferente minuacutesculas na linha e maiuacutesculas na coluna dentro de cada concentraccedilatildeo de 2-4-D diferem entre si pelo teste de Tukey a significacircncia de 5

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 99

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

TABELA 3 ndash Meacutedias de oxidaccedilatildeo das anteras entre asdiferentes concentraccedilotildees de 24-D em duas condiccedilotildeesde luminosidade (luz e escuro) para anteras da cultivarCatuaiacute Vermelho 44

Concentraccedilotildees

24-D ( M ) OXIDACcedilAtildeO ()

Claro Escuro 905 749 a 269 b 181 420 a 270 b 271 999 a 221 b 362 308 a 334 a

1Meacutedias seguidas por letras diferentes minuacutesculas na linhadentro de cada concentraccedilatildeo de 2-4-D diferem entre sipelo teste de Tukey a significacircncia de 5

TABELA 4 ndash Tipos de calos obtidos apoacutes 30 dias em meioMS com 362 M de 24-D na ausecircncia de luz da cultivarCatuaiacute Vermelho 99

Tipos de Calos

Nuacutemero de Calos

Nuacutemero de Calos com diacircmetro acima

de 05 mm Friaacuteveis 03 Esverdeados 13 06 Esbranquiaccedilados

03 Cinza 26

Dados de contagem natildeo transformados O recultivo emmeio MS com 362 M de 24-D na presenccedila de luz teve100 de contaminaccedilatildeo apoacutes sua inoculaccedilatildeo

TABELA 5 ndashTipos de calos obtidos apoacutes 30 dias em meioMS com 181 M de 24D e 89 M de BAP na presenccedilade luz da cultivar Catuaiacute Vermelho 44

TABELA 6 ndash Tipos de calos obtidos apoacutes 30 dias em meioMS com 181 M de 24D na ausecircncia de luz da cultivarCatuaiacute Vermelho 44

Tipos de Calos Nuacutemero de Calos

Nuacutemero de Calos com diacircmetro

acima de 05 mm Friaacuteveis 58 Esverdeados 23 214 Esbranquiaccedilados 94 Cinza 203

Tipos de Calos

Nuacutemero de Calos

Nuacutemero de Calos com diacircmetro

acima de 05 mm Friaacuteveis 25 Esverdeados 11 69 Esbranquiaccedilados 19 Cinza 350

Dados de contagem natildeo transformados Dados de contagem natildeo transformados

Nesta etapa a maioria dos calos encontrados para

as trecircs cultivares apresentaram coloraccedilatildeo cinza (Tabelas 4

5 e 6) A perda gradativa da coloraccedilatildeo natural dos calos

passando de verdes para a cor marrom a diminuiccedilatildeo do

ritmo de crescimento dos mesmos a estagnaccedilatildeo do

processo de formaccedilatildeo de embrioacuteides seguido do

surgimento de aacutereas necrosadas na superfiacutecie satildeo sinais

que caracterizam a senescecircncia da cultura (SILVA 2002)

DISCUSSAtildeO

A resposta das anteras da cultivar Catuaiacute Vermelho 99

com relaccedilatildeo agrave oxidaccedilatildeo indica que a mesma estaacute associada agrave

combinaccedilatildeo entre auxina e citocinina promovendo os menores

iacutendices de oxidaccedilatildeo Agrave medida que se aumentou a

concentraccedilatildeo de 24-D na presenccedila de BAP houve um

aumento gradativo da oxidaccedilatildeo ateacute atingir um ponto maacuteximo

em torno de 80 na dosagem de 271 mM de 24-D Jaacute na

ausecircncia de BAP a oxidaccedilatildeo foi bem maior quando comparada

agrave porcentagem de oxidaccedilatildeo na concentraccedilatildeo de 905 mM de

24-D De acordo com Wang amp Huang (1976) o cultivo in

vitro por um periacuteodo longo induz a formaccedilatildeo de compostos

fenoacutelicos no meio que podem causar necrose e posteriormente

morte dos calos Maciel (2001) e Paluacute (2002) citam que pelos

resultados obtidos para a induccedilatildeo de calogecircnese em anteras

de cafeeiro observa-se que eacute necessaacuteria uma auxina

juntamente com uma citocinina Dentre as auxinas sinteacuteticas

o 24-D eacute sem duacutevida o mais adequado agrave induccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do calo (GAMBORG et al 1976)

Para Thomas amp Ravindra (1997) o maior problema

na iniciaccedilatildeo de culturas lenhosas eacute a ocorrecircncia de

compostos fenoacutelicos que estatildeo ligados com processos de

regulaccedilatildeo de crescimento especialmente com as auxinas

que dependendo da sua concentraccedilatildeo endoacutegena no tecido

resulta na induccedilatildeo desses compostos

SILVA A S et al100

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

O fotoperiacuteodo que estas anteras foram submetidas

influenciou tambeacutem na porcentagem de oxidaccedilatildeo sendo

que no escuro e na presenccedila de 24-D (89 mM) a oxidaccedilatildeo

foi miacutenima Agrave medida que foi aumentando a concentraccedilatildeo

da auxina foi aumentando tambeacutem a oxidaccedilatildeo poreacutem este

aumento foi bem menor quando comparado ao cultivo das

anteras na presenccedila de luz

A oxidaccedilatildeo fenoacutelica tem sido controlada em

diferentes espeacutecies lenhosas pela reduccedilatildeo da intensidade

luminosa (MARKS amp SIMPSON 1990) associada com a

substituiccedilatildeo frequumlente do meio de cultura e dessa forma

as chances de se obter sucesso no estabelecimento e

cultivo de explantes de espeacutecies lenhosas satildeo bastante

elevadas (TEIXEIRA 2001)

Em muitas espeacutecies por razotildees natildeo conhecidas a

embriogecircnese direta eacute rara e as plantas tecircm que ser

diferenciadas a partir de calos Para induccedilatildeo destes

geralmente eacute necessaacuteria uma auxina (MAHESHWARI et

al 1982) Segundo Rocha (1998) para a induccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do calo a maioria das espeacutecies parece

comportar-se diferentemente natildeo soacute quanto aos

reguladores de crescimento podendo ocorrer

independentemente de auxinas e citocininas dependente

de ambas ou dependente de uma ou de outra mas tambeacutem

quanto agrave presenccedila ou ausecircncia de luminosidade Sharp et

al (1973) obtiveram calos atraveacutes do cultivo de sementes

folhas e anteras de C arabica das cultivares Mundo Novo

e Bourbon Amarelo A induccedilatildeo de calos tambeacutem foi mais

eficiente na ausecircncia de luz Aleacutem disso Ascanio amp Arcia

(1994) citam que para o desenvolvimento do calo as

anteras devem ser mantidas no escuro jaacute para o

desenvolvimento do embriatildeo os calos devem ser mantidos

no claro

Natildeo houve a formaccedilatildeo de embriotildees e isto pode ser

devido agraves doses de reguladores ou mesmo de combinaccedilotildees

que natildeo foram apropriadas para estas cultivares

CONCLUSAtildeO

Os resultados mostraram que para ocorrer

intumescimento das anteras formaccedilatildeo e aumento do

tamanho dos calos de ambas as cultivares eacute necessaacuterio

que haja interaccedilatildeo entre a auxina (24-D) e a citocinina

(BAP) e incubaccedilatildeo no escuro

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ANDRADE L M C O Otimizaccedilatildeo de teacutecnicas de culturade tecidos para o cafeeiro (Coffea arabica) 1998 86 pDissertaccedilatildeo (Mestrado em Geneacutetica e Melhoramento dePlantas) - Universidade Federal de Lavras Lavras MG

ASCANIO E C E ARCIA M A M Efecto del estado dedesarrollo de las anteras y de un shock teacutermico sobre laandrogeacutenesis en Coffea arabica L var Garnica Cafeacute CacaoTheacute Paris v 28 n 2 p 75-79 avrjuin 1994

GAMBORG O L MURASHIGE T THORPE T VASILI K Plant tissue culture media In Vitro New York v 12 n7 p 473-478 1976

GRANDO M F MORAES FERNANDES M I B Propostade um modelo para explicar a embriogecircnese do gratildeo depoacutelen in vitro In ENCONTRO BRASILEIRO DEBIOTECNOLOGIA VEGETAL 1993 Brasiacutelia DF AnaisBrasiacutelia 1993 v 1 Resumo 69

MACIEL A L de R Embriogecircnese somaacutetica indireta emCoffea arabica L 2001 60 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitotecnia) ndash Universidade Federal de Lavras Lavras MG

MAHESHWARI S C RASHID A TYAGI A K Haploidsfrom pollen grain Retrospect and Prospect American Journalof Botany Columbus v 69 n 5 p 865-879 May 1982

MANTELL S H MATTHEWS J A McKEE R A Princiacutepiosde biotecnologia em plantas uma introduccedilatildeo agrave engenhariageneacutetica em plantas Ribeiratildeo Preto SBG 1994 333 p

MARKS T R SIMPSON S E Reduced phenolicoxidation at culture initiation in vitro following the exposureof field-grown stockplants to darkness or low levels ofirradiance The Journal of Horticultural Science Londonv 65 n 2 p 103-111 Mar 1990

MORAES FERNANDES M I B Obtenccedilatildeo de plantashaploacuteides atraveacutes da cultura de anteras In TORRES AC CALDAS L S (Ed) Teacutecnicas e aplicaccedilotildees da culturade tecidos de plantas Brasiacutelia ABCTPEMBRAPACNPH1990 p 311-332

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 101

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgrowth and bioassays with tobaco tissue culturesPhysiology PlantarumCopenhagen v 15 n 3 p 473-479Mar 1962

PALUacute E G Induccedilatildeo in vitro de calogecircnese em anteras ebrotaccedilotildees em segmentos nodais de Coffea arabica L 200247 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fisiologia Vegetal) -Universidade Federal de Lavras Lavras MG

PASQUAL M MACIEL A L de R CAMPOS K P deSANTOS E C CAMPOS R J C de Induccedilatildeo de calos emanteras de cafeacute (Coffea arabica L) cultivadas in vitro Ciecircnciae Agrotecnologia Lavras v 26 n 1 p71-76 janfev 2002

PIERIK R L M In vitro culture of higher plantAmsterdam The Netherland MN Publishers 1987 344 p

ROCHA A M M R Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitrode cotileacutedones de cajueiro anatildeo precoce (Anacardiumoccidentale L) o clone CP 76 1998 54 p Dissertaccedilatildeo(Mestrado em Fitotecnia) ndash Universidade Federal do CearaacuteFortaleza

SHARP W R CALDAS L S CROacuteCOMO O JMOcircNACO L C CARVALHO A Production of Coffea

Arabica callus of three ploidy levels and subsequentmorphogenesis Phyton Buenos Aires v 31 n 2 p67-741973

SILVA H E Efeito de Genoacutetipo e de Reguladores deCrescimento na Expressatildeo Androgeneacutetica da Soja 200260 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) ndash UniversidadeEstadual Paulista Jaboticabal

TEIXEIRA J B Limitaccedilotildees ao processo de cultivoin vitro de espeacutecies lenhosas In ENCONTROLATINO-AMERICANO DE BIOTECNOLOGIAVEGETAL 4 2001 Goiacircnia Palestra Goiacircnia2001 p 110-113

THOMAS P RAVINDRA M B Shoot tip culturea inmango influence of medium genotypea explant factorsseason and descontamination treatments on phenolicexudation explant survival and axenic cultureestablishment The Journal of Horticultural ScienceLondon v 72 n 5 p 713-722 sept1997

WANG P J HUANG L C Beneficial effects of activatedcharcoal on plant tissue and organ cultures In VitroJournal of the Tissue Culture New York v 12 n 3 p260-262 1976

PEREIRA F D et al102

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

COMUNICACcedilAtildeO CIENTIacuteFICA

PROLIFERACcedilAtildeO IN VITRO DE BROTOS DE CURAUAacuteUTILIZANDO DIFERENTES VOLUMES DE MEIO DE CULTURA

IN VITRO SHOOT PROLIFERATION OF Ananas erectifolius USING DIFFERENTVOLUMES OF CULTURE MEDIUM

FLAacuteVIA DIONIacuteSIO PEREIRA1 JOSEacute EDUARDO BRASIL PEREIRA PINTO2HELEN CRISTINA DE ARRUDA RODRIGUES3 LUCIANA DOMICIANO SILVA ROSADO3

LUIZ ALBERTO BEIJO4 OSMAR ALVES LAMEIRA5

1Doutoranda em Agronomia ndash Universidade Estadual de Feira de SantanaUEFS ndash Horto Florestal ndash 44055-000 ndash Feira de Santana BA ndash flavia1808hotmailcom

2Doutor em Fisiologia Vegetal ndash Departamento de AgriculturaDAG ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash jeduardouflabr

3Graduanda em Agronomia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG4Doutorado em Agronomia ndash Universidade Federal de AlfenasUNIFAL ndash Departamento de Ciecircncias Exatas ndash Rua Gabriel Monteiro da Silva n deg 714 ndash Centro ndash 37130-000 ndash Alfenas MG ndash luizbeijoyahoocombr5Doutor em Agronomia ndash EMBRAPA ndash Amazocircnia Oriental ndash Trav Dr Eneacuteas Pinheiro sn ndash Bairro Marco ndash 66095-100 ndash Beleacutem PA ndash osmarcpatuembrapabr

RESUMOCurauaacute [Ananas erectifolius LBSm ndash Bromeliaceae] eacute

uma espeacutecie com grande potencial de uso de suas fibras comorevestimento na induacutestria automobiliacutestica Aleacutem disso o poacute dosumo do curauaacute tem sido utilizado no tratamento de cicatrizaccedilatildeode lesotildees cutacircneas Neste trabalho avaliaram-se diferentes volumesde meio MS Os volumes utilizados foram de 10 15 20 25 e 30 mLO delineamento experimental foi inteiramente casualizado (DIC)e cada tratamento continha 19 repeticcedilotildees Aos 30 dias avaliaram-se o nuacutemero e o tamanho de brotaccedilotildees Segundo a anaacutelise devariacircncia houve efeito linear do volume de meio na produccedilatildeo debrotos de curauaacute Agrave medida em que se aumenta o volume domeio aumenta o nuacutemero de brotos Natildeo houve diferenccedilasignificativa nos comprimentos dos brotos

Termos para indexaccedilatildeo Ananas erectifolius fibras vegetaismicropropagaccedilatildeo

ABSTRACTAnanas erectifolius LBSm ndash Bromeliaceae is a species

that presents fibers with great potential to be used as revetmentfor the automobile industry Besides the powder obtained fromits juice has been used in the treatment of skin lesionscicatrisation In this work the effect of different volumes (1015 20 25 and 30 mL) of MS medium during the in vitro cultureof axillary buds was evaluated A completely randomized design(CDR) was used with each treatment containing 19 replicatesAfter 30 days of inoculation shoot number and size wereevaluated The analysis of variance showed a linear effect of theculture medium volume and shoot proliferation Higher shoot

number was observed with the increase of medium volume Nosignificant difference was observed on shoot lenght

Index terms Ananas erectifolius vegetable fibermicropropagation

A produccedilatildeo de fibras vegetais ocupa um papel

relevante na economia agriacutecola mundial mesmo com a

intensa produccedilatildeo de fibras sinteacuteticas Mateacuterias-primas de

origens renovaacuteveis reciclaacuteveis e biodegradaacuteveis satildeo uma

das alternativas para a produccedilatildeo de manufaturados

ecologicamente corretos em consequumlecircncia do acuacutemulo

nos descartes de materiais natildeo biodegradaacuteveis os quais

tendem a aumentar com o crescimento populacional nos

centros urbanos A substituiccedilatildeo de materiais derivados do

petroacuteleo na produccedilatildeo de compostos elastomeacutericos por

mateacuteria-prima renovaacutevel vai ao encontro desses ideais

(ROCHA et al 2003)

As fibras sinteacuteticas destacam-se pela elevada

resistecircncia baixa densidade e elevada produccedilatildeo

Entretanto as fibras animais e vegetais satildeo as de maior

importacircncia principalmente para atender aos apelos

(Recebido em 31 de agosto de 2006 e aprovado em 19 de janeiro de 2007)

Proliferaccedilatildeo in vitro de brotos de curauaacute 103

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

ecoloacutegicos e pelo nuacutemero de plantas e animais produtores

de fibras (SCHREIBER1998)

As plantas produtoras de fibras utilizaacuteveis foram

quantificadas por vaacuterios autores e em diferentes eacutepocas

tendo sido enumeradas 2000 mil plantas fibrosas e o seu

total estimado em 2300 destacando-se as florestas tropicais

que encerram recursos inesgotaacuteveis em potencial

(MEDINA 1959)

O curauaacute [Ananas erectifolius LBSm ndash

Bromeliaceae] utilizado principalmente na fabricaccedilatildeo de

cordas sacos e utensiacutelios domeacutesticos surge como

sucedacircneo para o aproveitamento de fibras O curauaacute eacute

uma bromeliaacutecea distribuiacuteda nos Estados do Paraacute Acre

Mato grosso Goiaacutes e Amazonas e eacute cultivada

principalmente por pequenos produtores da regiatildeo do

Lago Grande de Curuai no municiacutepio de Santareacutem PA

Estudos recentes tecircm demonstrado o grande potencial do

uso das fibras dessa planta como revestimento na induacutestria

automobiliacutestica devido agrave sua resistecircncia maciez e peso

reduzido O grande problema eacute que natildeo haacute suprimento

suficiente de mateacuteria-prima para atender agrave induacutestria

automobiliacutestica pois o curauaacute eacute fiel agraves suas origens amazocircnicas

e soacute se desenvolve em clima quente e uacutemido criando um

problema para a aquisiccedilatildeo de mudas fora desta regiatildeo que

por tal motivo eacute escassa no mercado (SILVA 2004)

A micropropagaccedilatildeo utilizando teacutecnicas de cultura

de tecido tem sido um valioso instrumento na propagaccedilatildeo

de diversos tipos de plantas Embora este processo envolva

diferentes etapas depois de definido um protocolo de

micropropagaccedilatildeo seja qual for a espeacutecie este pode ser

otimizado no intuito de se obter placircntulas de alta qualidade

e com baixo valor de produccedilatildeo O tipo e tamanho de frasco

e a quantidade de meio satildeo variaacuteveis que tecircm recebido

pouca atenccedilatildeo embora afetem diretamente a aacuterea superficial

da interface meio de cultura-atmosfera o volume de ar sobre

o meio de cultura e a sua profundidade Tais fatores tambeacutem

afetam a composiccedilatildeo da fase gasosa do frasco e

consequumlentemente o crescimento e desenvolvimento das

culturas (GRATTAPAGLIA amp MACHADO 1998)

Rodrigues et al (2005) verificaram maior

proliferaccedilatildeo de brotos de Cattleya persivaliana Hort

em frascos contendo 50 mL de meio quando comparados

com aqueles de 25 75 e 100 mL Nicoloso amp Erig (2002)

trabalhando com Pfaffia glomerata (Spreng) Pedersen

verificaram que 10 mL de meio MS (MURASHIGE amp

SKOOG 1962) proporcionaram o melhor crescimento

das placircntulas em biomassa quando cultivadas em tubos

de 20 cm de altura x 2 cm diacircmetro em comparaccedilatildeo com

os de 25 cm de altura x 2 cm 15 cm de altura x 2 cm

Carvalho et al (1995) estudando a influecircncia de fatores

fiacutesicos no desenvolvimento e crescimento in vitro de

batata-doce (Ipomoea batatas L Poir) verificaram que

10 mL de meio de cultura por frasco com explantes

proporcionaram maior formaccedilatildeo de gemas em relaccedilatildeo

aos volumes de 20 e 30 mL

Sendo assim objetivou-se neste trabalho avaliar

o volume de meio apropriado para a propagaccedilatildeo in vitro

de brotaccedilotildees de curauaacute

As brotaccedilotildees utilizadas como fonte de explante

foram fornecidas pela EMBRAPACPATU situada em

Beleacutem do Paraacute Gemas axilares de curauaacute foram

inoculadas em meio MS completo suplementado com

20 mgL de BAP (6-Benzilaminopurina) Apoacutes 30 dias

estas se desenvolveram e as brotaccedilotildees obtidas foram

transferidas para o meio MS sem regulador de

crescimento por 30 dias

Apoacutes este periacuteodo quatro explantes foram

desfolhados completamente ficando apenas porccedilotildees

basais com aproximadamente 1cm de comprimento que

foram inoculadas em meio de cultura baacutesico MS sem

regulador de crescimento em frasco de 12 cm de altura por

5 cm de diacircmetro (volume interno = 300 mL) com volumes

de 10 15 20 25 30 mL Os explantes foram mantidos em

sala de crescimento a uma temperatura de 26plusmn1degC e

fotoperiacuteodo de 16 horas sob uma Irradiacircncia de foacutetons de

25mmol m-2 s-1

O delineamento experimental foi inteiramente

casualizado (DIC) Cada tratamento continha 19 repeticcedilotildees

PEREIRA F D et al104

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

(um frasco por repeticcedilatildeo) Aos 30 dias avaliaram-se o

nuacutemero e o comprimento das brotaccedilotildees O programa

utilizado para anaacutelise dos dados foi o software statistica

(SISVAR) tendo sido submetidas agrave anaacutelise de variacircncia

com aplicaccedilatildeo do teste F a 5 de probabilidade

analisando-se as meacutedias por regressatildeo polinomial

O efeito linear foi o mais adequado para explicar

a evoluccedilatildeo da taxa meacutedia de regeneraccedilatildeo do curauaacute Agrave

medida que o volume do meio de cultura aumenta existe

tendecircncia de aumento do nuacutemero de brotos Com 25

mL de meio produziu-se maior nuacutemero de brotos por

frasco (2557) e com 10 mL de meio produziu-se menor

nuacutemero de brotos (1226) O tratamento com 15 mL de

meio produziu 1765 brotos o com 20 mL 1750 e o com

30 mL 2242 (Figura 1) O volume maior de meio

disponibiliza mais nutrientes e diminui tambeacutem a

competiccedilatildeo entre as placircntulas o que explica a tendecircncia

em se obter um maior nuacutemero de brotos agrave medida que

se aumenta a quantidade do meio de cultura Em todos

os tratamentos as brotaccedilotildees obtidas foram vigorosas

com a coloraccedilatildeo verde-escura caracteriacutestica das

plantas matrizes As brotaccedilotildees tinham tambeacutem rigidez

outra caracteriacutestica da espeacutecie o que eacute devido agrave

presenccedila das fibras nas folhas Observou-se maior

concentraccedilatildeo de raiacutezes nas brotaccedilotildees maiores e natildeo

FIGURA 1 ndash Nuacutemero meacutedio de brotos por frasco de curauaacute(Ananas erectifolius) cultivados em diferentes volumesde meio MS completo 10 15 20 25 e 30

foi observada a presenccedila de calos em nenhum dos

tratamentos (Figura 2)

Resultados semelhantes foram obtidos por Reis

Lameira Reis (2004) trabalhando com curauaacute utilizando

volumes de 5 75 10 e 15 mL do meio liacutequido MS suplementados

com 25 mgL-1 de BAP (6-benzilaminopurina) os melhores

resultados sendo com os tratamentos que continham 10 e

15ml produzindo em meacutedia 121 e 154 brotosexplante

respectivamente

Da mesma forma Reis et al(2003) trabalhando com

ipeca (Psychotria ipecacuanha Stokes) em meio MS

acrescido de 15 mg L-1de BAP nos volumes de 10 20 30

e 40 mL obtiveram melhor resultado com os volumes de 30

e 40 mL (7 e 8 brotosfrasco respectivamente)

Quanto ao comprimento dos brotos natildeo houve

diferenccedila significativa Os brotos t iveram um

crescimento meacutedio de 228 cm sendo que no tratamento

com 10 mL de meio foi 257 cm com 15 mL 222 cm

com 20 mL 224 cm com 25 mL 224 cm e o tratamento

com 30 mL 215 cm Embora natildeo se tenham realizado

estudos mais aprofundados uma das hipoacuteteses

sugeridas para explicar tais resultados possivelmente

estaacute relacionada a fatores nutricionais do explante

Segundo Cappelades et al (1991) e Pereira et al (2001)

porccedilotildees basais satildeo mais robustas apresentando maior

quantidade de reservas acumuladas em seus tecidos

o que poderia levar agrave utilizaccedilatildeo dessas reservas pelas

brotaccedilotildees regeneradas para sustentar seu crescimento

Esta seria uma das causas da uniformidade apresentada

no tamanho das brotaccedilotildees em todos os tratamentos

Resultados iguais foram obtidos em estudos feitos por

Rodrigues et al (2005) quando avaliaram comprimento

meacutedio de duas espeacutecies de orquiacutedeas mantidas em meio

de cultura cujos volumes testados eram de 25 50 75 e

100 mL Portanto verifica-se que eacute muito importante

selecionar material com bom estado fisioloacutegico e

tamanho homogecircneo para se obter melhores

resultados na proliferaccedilatildeo das brotaccedilotildees eou na

morfogecircnese

Proliferaccedilatildeo in vitro de brotos de curauaacute 105

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

FIGURA 2 ndash Brotaccedilotildees de curauaacute (Ananas erectifolius) produzidas in vitro em diferentes volumes de meio MS 1-Repicagem dos brotos 2- 10 mL de meio MS 3- 15 mL de meio MS 4- 20 mL de meio MS 5- 25 mL de meio MS 6- 30mL de meio MS

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CARVALHO R FAVARETTO N PINTO J E B P Influecircnciade fatores fiacutesicos no desenvolvimento e crescimento in vitrode batata-doce (Ipomea batatas (l) Peir Ciecircncia e PraacuteticaLavras v 19 n 2 p 158-164 abrjun 1995

CAPPELADES M LEMEUR R DEBERGH P Effects ofsucrose on starch acumulation and rate of photosyntesisin Rosa cultured in vitro Plant Cell Tissue and OrganCulture Amsterdam v 25 n 1 p 21-26 Apr 1991

GRATTAPAGLIA D MACHADO M A MicropropagaccedilatildeoIn TORRES A C CALDAS L S (Ed) Cultura de tecidos etransformaccedilatildeo geneacutetica de plantas Brasiacutelia EMBRAPA-SPIEMBRAPA-CNPH 1998 p 183-260

MEDINA J C Plantas fibrosas da flora mundialCampinas Instituto agronocircmico 1959 913 p

MURASHIGE T SKOOG F A Revised medium for rapidgrowth and biossays with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-479 1962

PEREIRA F D et al106

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

NICOLOSO F T ERIG A C Efeito do tipo de segmentonodal e tamanho do recipiente no crescimento de plantasde Pfaffia glomerata in vitro Ciecircncia e AgrotecnologiaLavras v 26 p 1499-1506 dez 2002 Ediccedilatildeo especial

PEREIRA F D BRAGA M F SAacute M E L ALCINO OG COLENGHI I C Influecircncia de BAP e NAA namultiplicaccedilatildeo de abacaxi cv Perolera a partir de brotosestiolados in vitro Bioscience Journal Uberlandia v 17n 2 p 49-60 Dec 2001

REIS Eacute S PINTO J E B P CORREcircA R MPEREIRA F D BERTOLUCCI S K V Influecircncia dosmeios MS e WPM associados a diferentesconcentraccedilotildees de Benzilaminopurina na multiplicaccedilatildeode ipeca (Psychotria ipecacuanha (Brot) Stokes InCONGRESSO BRASILEIRO DE CULTURA DE TECIDOSDE PLANTAS 1 2003 Lavras Anais Lavras UFLA2003 p 273

REIS J N R LAMEIRA O M REIS L R S1Aprimoramento de protocolos de propagaccedilatildeo in vitro de

curauaacute Disponiacutevel lthttpwwwbiologocombrgt Acessoem ago 2004

ROCHA E C GHELER JUacuteNIOR J Aproveitamento deresiacuteduos gerados na aglomeraccedilatildeo de fibras de coco comLaacutetex natural Mateacuteria Teacutecnica Disponiacutevel em lthttpwwwbiologocombrgt Acesso em jun 2003

RODRIGUES J D ARAUacuteJO A G ASSIS F A ACAVALLARI L L PASQUAL M Crescimento in vitro deplacircntulas de orquiacutedeas quantidade de meio de cultura enuacutemero de explantes In CONGRESSO DE INICIACcedilAtildeOCIENTIacuteFICA DA UFLA ndash CICESAL 18 2005 Lavras MGAnais Lavras UFLA 2005 1CD-ROM

SILVA C Paiacutes pesquisa mais fibras naturais para carrosDisponiacutevel em lthttpwwwsebrae_sccombrn o v o s _ d e s t a q u e s o p o r t u n i d a d e mostra_mateacuteriaaspcd_noticia=8356gt Acesso em out 2004

SCHREIBER V (Org) Vias de desenvolvimentosustentaacutevel as dimensotildees do desafio Beleacutem UFBANUMAPOEMAIDESP 1998 495 p (POEMA 6)

NORMAS PARA PUBLICACcedilAtildeO DE ARTIGOS E COMUNICACcedilOtildeES CIENTIacuteFICAS

1 Os conceitos e afirmaccedilotildees contidos nos artigos e comunicaccedilotildeesseratildeo de inteira responsabilidade do(s) autor(es)

2 A revista ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo editadasemestralmente pela Editora da Universidade Federal de Lavras(Editora UFLA) publica artigos cientiacuteficos e comunicaccedilotildeescientiacuteficas da aacuterea de cultura de tecidos de plantas elaboradospor membros da comunidade cientiacutefica nacional e internacionalNatildeo eacute cobrada taxa para publicaccedilatildeo de trabalhos Eacute condiccedilatildeofundamental que os artigoscomunicaccedilotildees submetidos agrave apreciaccedilatildeoda revista ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo natildeo forame nem seratildeo publicados simultaneamente em outro lugar Com aaceitaccedilatildeo do artigo para publicaccedilatildeo os editores adquirem amplose exclusivos direitos sobre o artigo para todas as liacutenguas e paiacutesesA publicaccedilatildeo de artigoscomunicaccedilotildees dependeraacute da observacircnciadas Normas Editoriais dos pareceres do Corpo Editorial e daComissatildeo ad hoc Todos os pareceres tecircm caraacuteter sigiloso eimparcial e tanto os autores quanto os membros do CorpoEditorial eou Comissatildeo ad hoc natildeo obtecircm informaccedilotildeesidentificadoras entre si

3 Os artigos e comunicaccedilotildees submetidos para publicaccedilatildeo deveratildeoser apresentados em CD utilizando-se o processador de textoMicrosoft Word for Windows (version 98 2000 XP ou 2003)ser escrito em liacutengua portuguesa inglesa ou espanhola e usarsomente nomenclaturas oficiais e abreviaturas consagradas natildeoempregando abreviaturas no tiacutetulo do artigo Juntamente com oCD deveratildeo ser enviadas 4 (QUATRO) vias sendo uma originale as demais coacutepias omitindo os autores e a chamada de rodapeacute daprimeira paacutegina (para serem enviadas aos consultores cientiacuteficos)impressas em papel branco tipo A4 (21cm x 297cm) ou emformulaacuterio contiacutenuo em uma soacute face espaccedilo duplo entre linhasfonte Times New Roman tamanho 12 observada uma margemde 3 cm para o lado esquerdo e de 2 cm para o direito 25 cm paramargem superior e inferior 25 cm para o cabeccedilalho e 25 cm parao rodapeacute Cada trabalho deveraacute ter no maacuteximo 14 paacuteginas ejunto do mesmo deveraacute ser encaminhado ofiacutecio dirigido ao EditorChefe da revista solicitando a publicaccedilatildeo do artigo Esse ofiacuteciodeveraacute ser assinado por todos os autores constar o endereccedilocompleto telefone e e-mail de todos Qualquer inclusatildeo exclusatildeoou alteraccedilatildeo na ordem dos autores deveraacute ser notificada medianteofiacutecio assinado por todos os autores (inclusive do autor excluiacutedo)

4 O artigo cientiacutefico deveraacute conter os seguintes toacutepicos a)TIacuteTULO suficientemente claro conciso e completo evitandopalavras supeacuterfluas Recomenda-se comeccedilar pelo termo querepresente o aspecto mais importante do trabalho com os demais

termos em ordem decrescente de importacircncia b) TIacuteTULO EMINGLEcircS c) NOME(s) DO(s) AUTOR(es) no maacuteximo 6 (seis)em letras maiuacutesculas um apoacutes o outro centralizados e no rodapeacuteda primeira paacutegina deveratildeo vir a formaccedilatildeo acadecircmica e aInstituiccedilatildeo onde trabalham d) RESUMO (de acordo comNBR6028 da ABNT) O resumo natildeo deve ultrapassar a 250(duzentos e cinquumlenta) palavras e natildeo possuir paraacutegrafos Apoacuteso Resumo devem-se incluir TERMOS PARA INDEXACcedilAtildeO(palavraschave) diferentes daqueles constantes do tiacutetulo eseparados por viacutergula Os termos para indexaccedilatildeo devem estardescritos na forma maiuacutescula e minuacutescula serem expressotildees queidentifiquem o conteuacutedo do artigo ser indicadas entre 3 e 5 e sepossiacutevel extraiacutedas do vocabulaacuterio Thesagro ndash Thesaurus AgriacutecolaNacional desenvolvido pela CENAGRI (indicaccedilatildeo da revistaldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquopara evitar o usode vaacuterios sinocircnimos como termos de indexaccedilatildeo) Se natildeo foremencontrados descritores disponiacuteveis para cobrirem a temaacutetica doartigo poderatildeo ser indicados termos ou expressotildees de usoconhecido e) ABSTRACT incluindo em seguida INDEXTERMS f) INTRODUCcedilAtildeO (incluindo a revisatildeo de literatura)g) MATERIAL E MEacuteTODOS h) RESULTADOS EDISCUSSAtildeO (podendo conter tabelas e figuras) i)CONCLUSOtildeES e j) REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

5 A comunicaccedilatildeo deveraacute conter os seguintes toacutepicos a)TIacuteTULO suficientemente claro conciso e completo evitandopalavras supeacuterfluas Recomenda-se comeccedilar pelo termo querepresente o aspecto mais importante do trabalho com os demaistermos em ordem decrescente de importacircncia Deve serapresentada a versatildeo do tiacutetulo para o idioma inglecircs b) TIacuteTULOEM INGLEcircS c) NOME(s) DO(s) AUTOR(es) no maacuteximo 6(seis) em letras maiuacutesculas um apoacutes o outro centralizados e norodapeacute da primeira paacutegina deveratildeo vir a formaccedilatildeo acadecircmica e aInstituiccedilatildeo onde trabalham d) RESUMO (de acordo comNBR6028 da ABNT) O resumo natildeo deve ultrapassar a 250(duzentos cinquumlenta) palavras e natildeo possuir paraacutegrafos Apoacutes oResumo devem-se incluir TERMOS PARA INDEXACcedilAtildeO(palavras-chave) diferentes daqueles constantes do tiacutetulo eseparados por viacutergula Os termos para indexaccedilatildeo devem estardescritos na forma maiuacutescula e minuacutescula serem expressotildees queidentifiquem o conteuacutedo do artigo ser indicadas entre 3 e 5 e)ABSTRACT incluindo em seguida INDEX TERMS f)TEXTO [sem subdivisatildeo poreacutem com introduccedilatildeo material emeacutetodos resultados e discussatildeo e conclusatildeo subtendidos(podendo conter tabelas ou figuras)] e g) REFEREcircNCIASBIBLIOGRAacuteFICAS

6 AGRADECIMENTOS ao fim do texto e antes das ReferecircnciasBibliograacuteficas poderatildeo vir os agradecimentos a pessoas ouinstituiccedilotildees O estilo tambeacutem aqui deve ser soacutebrio e claroindicando as razotildees pelas quais se fazem os agradecimentos

7 TABELAS E QUADROS deveratildeo ser inseridos apoacutes citaccedilatildeodos mesmos dentro do proacuteprio texto

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS as referecircnciasbibliograacuteficas devem ser citadas conforme a NBR60232002 daABNTA exatidatildeo das referecircncias constantes da listagem e a corretacitaccedilatildeo no texto satildeo de responsabilidade do(s) autor(es) doartigo

Orientaccedilotildees gerais- Deve-se apresentar todos os autores do documento cientiacutefico(fonte)- O nome do perioacutedico deve ser descrito por extenso natildeo deveser abreviado- Em todas as referecircncias deve-se apresentar o local de publicaccedilatildeo(cidade) a ser descrito no lugar adequado para cada tipo dedocumento- As referecircncias devem ser ordenadas alfabeticamente

EXEMPLIFICACcedilAtildeO (TIPOS MAIS COMUNS)

ARTIGO DE PERIOacuteDICO

VIEIRA R F RESENDE M A V de Eacutepocas de plantio deervilha em Patos de Minas Uberaba e Janauacuteba Minas GeraisCiecircncia e Agrotecnologia Lavras v 24 n 1 p 74-80 janmar 2000

LIVRO

a) Livro no todo

STEEL R G D TORRIE J H Principles and procedures ofstatistics New York McGraw-Hill Book l960 481 p

b) Parte de livro com autoria especiacutefica

FLEURY J A Anaacutelise ao niacutevel de empresa dos impactos daautomaccedilatildeo sobre a organizaccedilatildeo da produccedilatildeo de trabalho InSOARES R M S M Gestatildeo da empresa Brasiacutelia IPEAIPLAN 1980 p 149-159

c) Parte de livro sem autoria especiacutefica

MARTIM L C T Nutriccedilatildeo de bovino de corte em confinamentoIn ______ Confinamento de bovino de corte 2 ed Satildeo PauloNobel 1986 cap 3 p 29-89

DISSERTACcedilAtildeO E TESE

GONCcedilALVES R A Preservaccedilatildeo da qualidade tecnoloacutegicade trigo (Triticum aestivum L) e controle de Rhyzoperthadominica (F) durante o armazenamento em atmosferacontrolada com Co2 e N2 1997 52 f Dissertaccedilatildeo (Mestradoem Ciecircncia dos Alimentos) ndash Universidade Federal de LavrasLavras 1997

MATIOLI G P Influecircncia do leite proveniente de vacasmastiacuteticas no rendimento de queijo frescal 2000 55 pDissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias dos Alimentos) - UniversidadeFederal de Lavras Lavras 2000

Nota ldquoA folha eacute composta de duas paacuteginas anverso e versoAlguns trabalhos como teses e dissertaccedilotildees satildeo impressos apenasno anverso e neste caso indica-se frdquo (ABNT NBR60232002p 18)

TRABALHOS DE CONGRESSO E OUTROS EVENTOS

SILVA J N M Possibilidades de produccedilatildeo sustentada de madeiraem floresta densa de terra firme da Amazocircnia brasileira InCONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO 6 1990 Campos doJordatildeo Anais Campos do Jordatildeo SBSSBEF 1990 p 39-45

DOCUMENTOS ELETROcircNICOS

As obras consultadas online satildeo referenciadas conformenormas especiacuteficas para cada tipo de documento (monografia notodo e em parte trabalho apresentado em evento artigo deperioacutedico artigo de jornal etc) acrescidas de informaccedilotildees sobreo endereccedilo eletrocircnico apresentado entre braquetes (lt gt)precedido da expressatildeo ldquoDisponiacutevel emrdquo e da data de acessoao documento precedida da expressatildeo ldquoAcesso emrdquo

Nota ldquoNatildeo se recomenda referenciar material eletrocircnico de curtaduraccedilatildeo nas redesrdquo (ABNT NBR60232000 p 4) Segundopadrotildees internacionais a divisatildeo de endereccedilo eletrocircnico no fimda linha deve ocorrer sempre apoacutes barra ()

Monografia (acesso online)

a) Livro no todo

TAKAHASHI T (Coord) Tecnologia em foco BrasiacuteliaSocinfoMCT 2000 90 p Disponiacutevel em lthttpwwwsocinfoorgbrgt Acesso em 22 ago 2000

b) parte de livro

TAKAHASHI T Mercado trabalho e oportunidades In ______Sociedade da informaccedilatildeo no Brasil livro verde BrasiacuteliaSocinfoMCT 2000 cap 2 p 13-24 Disponiacutevel em lthttpwwwsocinfogovbrgt Acesso em 22 ago 2000

c) Parte de congresso seminaacuterio etc

GIESBRECHT H O Avaliaccedilatildeo de desempenho de institutos depesquisa tecnoloacutegica a experiecircncia de projeto excelecircncia napesquisa tecnoloacutegica In CONGRESSO ABIPTI 2000Fortaleza Gestatildeo de institutos de pesquisa tecnoloacutegicaFortaleza Nutec 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwabiptiorgbrgt Acesso em 01 dez 2000

d) Tese

SILVA E M Arbitrariedade do signo a liacutengua brasileira desinais (LIBRAS) 1997 144 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emLinguumliacutestica Aplicada e Estudo de Liacutengua) - Pontifiacutecia UniversidadeCatoacutelica de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1997 Disponiacutevel em lthttpwwwterracombrvirtualbooks freebookportdid teseshtmgtAcesso em 28 nov 2000

Artigo de perioacutedico (acesso online)

RESENDE A M G Hipertexto tramas e trilhas de um conceitocontemporacircneo Informaccedilatildeo e Sociedade Recife v 10 n 12000 Seccedilatildeo Educaccedilatildeo Disponiacutevel em lthttpwwwinformaccedilatildeoesociedadeufpbbrgt Acesso em 30 nov 2000

CITACcedilAtildeO PELO SISTEMA ALFABEacuteTICO (AUTOR-DATA)(conforme ABNT NBR105202002)Dois autores - Steel amp Torrie (1960) ou (STEEL amp TORRIE1960)Trecircs ou mais autores - Valle et al (l945) ou (VALLE et al 1945)Obs Quando forem citados dois autores de uma mesma obradeve-se separaacute-los pelo sinal amp (comercial)

9 CASO O ARTIGO CONTENHA FOTOGRAFIASGRAacuteFICOS FIGURAS SIacuteMBOLOS E FOacuteRMULASESSAS DEVERAtildeO OBEDECER AgraveS SEGUINTESNORMAS

91 Fotografias deveratildeo ser apresentadas em preto e branconiacutetidas e com contraste inseridas no texto apoacutes a citaccedilatildeo dasmesmas e tambeacutem em um arquivo agrave parte salvas em extensatildeoldquoTIFFrdquo ou ldquoJPEGrdquo com resoluccedilatildeo de 300 dpi

92 Figuras deveratildeo ser apresentadas em preto e branco niacutetidase com contraste inseridas no texto apoacutes a citaccedilatildeo das mesmas etambeacutem em um arquivo agrave parte salvas em extensatildeo ldquoTIFFrdquo ouldquoJPEGrdquo com resoluccedilatildeo de 300 dpi As figuras deveratildeo serelaboradas com letra Times New Roman tamanho 10 semnegrito sem caixa de textos e agrupadas

93 Graacuteficos deveratildeo ser inseridos apoacutes citaccedilatildeo dos mesmosdentro do proacuteprio texto elaborado preferencialmente em Excelcom letra Times New Roman tamanho 10 sem negrito

94 Siacutembolos e Foacutermulas Quiacutemicas deveratildeo ser feitas emprocessador que possibilite a formataccedilatildeo para o programa PageMaker (ex MathType Equation) sem perda de suas formasoriginais

10 O Editor Chefe notificaraacute o autor do recebimento do originale posteriormente o informaraacute sobre sua publicaccedilatildeo Os artigosque necessitarem de modificaccedilotildees seratildeo devolvidos ao autor paraa devida revisatildeo

11 Os artigos natildeo aprovados seratildeo devolvidos

12 Os artigos seratildeo publicados em ordem de aprovaccedilatildeo

13 O natildeo-cumprimento dessas normas implicaraacute na devoluccedilatildeodo artigo ao autor

14 Os casos omissos seratildeo resolvidos pela Comissatildeo Editorial

15 O artigo deveraacute ser enviado para

ABCTPPlant Cell Culture amp MicropropagationUniversidade Federal de LavrasDepartamento de Biologia - Setor de Fisiologia VegetalCaixa Postal 3037Lavras ndash MGCEP 37200-000E-mail abctpuflabr

INSTRUCTIONS FOR AUTHORS

1 Concepts and affirmations included in articles andcommunications are of the entire responsibility of the authors

2 ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo a semestral journaledited by Editora UFLA of the Universidade Federal de Lavraspublishes scientific articles and communications in the area ofplant tissue culture elaborated by researchers of the national andinternational scientific community There are no page charges forpublication Submission of a manuscript implies that it is neitherunder consideration for publication elsewhere nor has appearedpreviously in part or in whole On acceptance for publicationauthors assign to the Editors full copyright of the manuscript inall languages and countries Publications will depend on editorialrules and on the review of experts and ad hoc commissionReviewer and editorial opinions will be anonymouslycommunicated to authors

3 The articles and communication submitted for publicationmust be presented in CD using the program Microsoft Wordfor Windows (version 98 2000 XP or 2003) written inPortuguese English or Spanish using only conventionalnomenclature At the time of submission authors are requiredto submit together with the CD 4 (four) hard copies one originaland three copies without the name(s) of the author(s) as well asthe footnote on the first page (to be used by the reviewers)printed on A4 white paper (21 cm x 297cm) or on continuousform typewritten only on one side double spaced using fontTimes New Roman size 12 with a 3 cm margin on the left handside and 20 cm margin on the right hand side 25 cm upper andlower margin 25 cm for the heading and 25 cm for the footnoteThe manuscript must present a maximum of 14 pages At thetime of submission a cover letter must be sent with themanuscript copies to the Editor requesting publication of thearticle This cover letter must be signed by all authors andalso contain the full address telephone number and e-mail ofthe authors Any inclusion exclusion or alteration in the authorsorder must be notified and signed by all authors including theone excluded

4 Each manuscript must be organized in a) TITLE sufficientlyclear conspicuous and complete without superfluous words Itis recommended to initiate with the term that represent the mostimportant aspect with other terms in decreasing of importanceb) TITLE in Portuguese c) FULL NAME(s) OF THEAUTHOR(s) maximum of 6 (six) in capital letters one after theother in the center of the page with the footnote of the first pagecontaining their professional qualification or academic training

and their work institution d) ABSTRACT written continuouslywithout paragraph It must not exceed 250 words Index termsmust be enclosed after the abstract using terms different fromthose used in the title and separated by comma The index terms(3 to 5) must be described in capital and small letters and expressthe content of the article e) ABSTRACT and INDEX TERMSin Portuguese f) INTRODUCTION (including literaturereview) g) MATERIAL AND METHODS h) RESULTS ANDDISCUSSION (it may include tables and figures) i)CONCLUSIONS and j) REFERENCES

5 Communication must have the following topics a) TITLEsufficiently clear conspicuous and complete without superfluouswords It is recommended to initiate with the term that representthe most important aspect with other terms in decreasing ofimportance The PORTUGUESE version of the title has to bepresented b) TITLE in Portuguese c) FULL NAME(s) OFTHE AUTHOR(s) maximum of 6 (six) in capital letters oneafter the other in the center of the page with the footnote of thefirst page containing their professional qualification or academictraining and their work institution d) ABSTRACT writtencontinuously without paragraph It must not exceed 250 wordsIndex terms must be enclosed after the abstract using termsdifferent from those used in the title and separated by commaThe index terms (3 to 5) must be described in capital and smallletters and express the content of the article e) ABSTRACTand INDEX TERMS in Portuguese f) TEXT (with no divisionbut must include introduction material and methods results anddiscussion and conclusion (it may include tables and figures) andg)REFERENCES

6 ACKNOWLEDGEMENTS Acknowledgements to peopleor institutions might be included at the end of the text priorReferences The written style must be serious and clear indicatingthe reasons of the acknowledgements made

7 TABLES AND FIGURES must be included right after theircitation in the text

8 REFERENCES references must be cited according toNBR60232002 of ABNT All references and their correct citationin the text are of the entire responsibility of the author(s)- Some important orientations all authors of the scientificdocument must be presented (source) the journal must be citedusing its full name all references must present the name of thecity where the journal was published all references must be citedalphabetically

9 PHOTOGRAPHS GRAPHS FIGURES SYMBOLS ORFORMULA CONTAINED IN THE ARTICLE SHOULDOBEY THE FOLLOWING RULES

91 Photographs must be presented in black and whiteclear and with contrast inserted in the text after their citationand also in a separate file (on the same diskette as the article)saved in extension ldquoTIFFrdquo or ldquoJPEGrdquo with resolution of300 dpi

92 Figures must be presented in black and white clear andwith contrast inserted in the text after their citation and also in aseparate file (on the same diskette as the article) saved inextension ldquoTIFFrdquo or ldquoJPEGrdquo with resolution of 300 dpiThey must be elaborated using Times New Roman font size10 without bold without text box and arranged

93 Graphs must be inserted in the text after their citationelaborated preferentially in Excel using Times New Romanfont size 10 without bold

94 Symbols and Chemical Formula must be presented usinga word processor that permits a format for Page Maker (exMathType Equation) without loss of its original form

10 The Brazilian Association of Plant Tissue Culture (ABCTP)will inform the author the receipt of the original manuscript andeventually it will also send information regarding its publicationManuscripts that require modifications will be returned to theauthor for the respective revision andcorrections

11 Manuscripts not approved will be returned to the author

12 Articles will be published according to the order of receiptand approval

13 If any of these rules are not attended the manuscript will bereturned to the author

14 Manuscripts should be sent to the following address

ABCTPPlant Cell Culture amp MicropropagationUniversidade Federal de LavrasDepartamento de Biologia - Setor de Fisiologia VegetalCaixa Postal 3037Lavras ndash MGCEP 37200-000BrazilE-mail abctpuflabr

Page 6: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-106 2006

Plant Cell Culture amp Micropropagation

ISSN 1808-9909

COMUNICACcedilAtildeO CIENTIacuteFICA

08 Proliferaccedilatildeo in vitro de brotos de Curauaacute utilizando diferentes volumes de meio de cultura In vitro shoot proliferation of Ananas erectifolius using different volumes of culture medium Flaacutevia Dioniacutesio Pereira Joseacute Eduardo Brasil Pereira Pinto Helen Cristina de Arruda Rodrigues Luciana Domiciano Silva Rosado Luiz Alberto Beijo Osmar Alves Lameira 102

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 53

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

IN VITRO PROPAGATION OF Melissa officinalis L AND PRODUCTIONOF ESSENTIAL OIL

IN VITRO PROPAGATION OF Melissa officinalis L AND PRODUCTION OFESSENTIAL OIL

SIMONE DA SILVA1 CELSO LUIZ SALGUEIRO LAGE2 MARIA APPARECIDA ESQUIBEL3ROSANE AGUIAR DA SILVA SAN GIL4 ALICE SATO5

1Doutoranda em Biotecnologia Vegetal ndashUFRJIBC Chagas Filho ndash Av Brigadeiro Trompowsky SN Ccs ndash Bloco G ndash Sala G2-050 ndash Cidade Universitaacuteria ndash Laboratoacuterio de Fisiologia Vegetal ndash Ilha do Fundatildeo ndash 21949-900 ndash Rio de Janeiro RJ ndash monybiofufrjbr

2Dr em Biofiacutesica ndashUFRJ ndash Instituto de Biofiacutesica Carlos Chagas Filho ndash Laboratoacuterio de Fisiologia Vegetal ndash Ilha do Fundatildeo ndash 21949-900 ndash Rio de Janeiro RJ ndash clslagebiofufrjbr3Poacutes-Doutorado em Bioeletrogecircnese ndash UFRJ ndash Instituto de Biofiacutesica Carlos Chagas Filho ndash Laboratoacuterio de Fisiologia Vegetal ndash Ilha do Fundatildeo ndash 21949-900 ndash Rio de Janeiro RJ ndash esquibelbiofufrjbr4Dra em Quiacutemica Orgacircnica ndash Ufrj DQO ndash Edifiacutecio do Centro de Tecnologia ndash Bloco A ndash Sala 605 ndash Ilha do Fundatildeo ndash Cidade Universitaacuteria ndash Caixa Postal 068556 ndash 21941-972 ndash Rio de Janeiro RJ ndash rsangilIqufrjbr5Dra em Biotecnologia Vegetal ndash UNIRIODCN ndash Centro de Ciecircncias Bioloacutegicas e da Sauacutede ndash Av Pasteur 458 Preacutedio da ECB ndash 4ordmandar Sala 415 URCA ndash 22290-240 ndash Rio de Janeiro RJ ndash alicesatouniriobr

ABSTRACTThis work presents an efficient protocol for micropropagation

of Melissa officinalis L through axillary bud proliferation obtainedfrom in vitro germinated seeds on basal Murashige amp Skoog medium(MS) The explants were grown on MS supplemented with differentgrowth regulators NAA (05 mM) KIN (05 mM) BA (05 mM)GA

3 (28 microM) and IAA (05 mM) Higher shoot proliferation and

rooting rates were obtained on MS supplemented with 05 microM IAAMicropropagated plants were acclimatized and transferred to soilwith success The essential oil composition in shoots of in vitro andfield-grown (ex vitro) plants was determined by gas chromatographymass spectrometry The major components of essential oils detectedin both plant materials were pujone neral geraniol and geranial Mofficinalis in vitro plantlets developed on MS media showed 14higher proportions of nerol and 41 of geraniol when compared withfield grown plants

Index terms Growth regulators medicinal plant tissue culture

RESUMOEste trabalho apresenta um protocolo raacutepido e eficiente

para propagaccedilatildeo in vitro de Melissa officinalis L atraveacutes daproliferaccedilatildeo de gemas axilares de plantas obtidas de sementesgerminadas em meio basal de Murashige amp Skoog (MS) Os explantesforam cultivados em meio de Murashige amp Skoog (MS) 1962com adiccedilatildeo de diferentes reguladores de crescimento Aacutecido alfa-naftaleno-aceacutetico (ANA ndash 05 mM) Cinetina (KIN ndash 05 mM)Benziladenina (BA ndash 05 mM) Aacutecido Gibereacutelico (GA

3 ndash 28 microM)

e Aacutecido Indolaceacutetico (AIA ndash 05 mM) O alongamento e formaccedilatildeode segmentos nodais maacuteximos foram obtidos com AIA Explantesdesenvolveram 5 novos brotos com 10 cm em meacutedia e 100 deenraizamento em 30 dias de cultura Plantas micropropagadasforam aclimatadas e transferidas para o solo com sucesso Acomposiccedilatildeo do oacuteleo essencial de partes aeacutereas de plantas produzidasin vitro e plantas crescidas em campo (ex vitro) foi determinadapor cromatografia gasosa acoplada agrave espectrometria de massas Os

principais componentes do oacuteleo essencial encontrados em ambosos materiais vegetais foram a pujona neral geraniol e geranial Asplantas de Melissa officinalis desenvolvidas in vitro em MSapresentaram aumento de 14 vezes na proporccedilatildeo do nerol e de 41na de geraniol quando comparadas agraves plantas ex vitro

Termos para indexaccedilatildeo Reguladores de crescimento plantamedicinal cultura de tecidos

INTRODUCTION

Melissa officinalis L (Lamiaceae) is a well-known

herb used to give fragrance to different food and beverage

products It has also been used as a medicinal plant for

treatment of headaches gastrointestinal disorders

nervousness and rheumatism The essential oil is a well-

known antibacterial and antifungal agent and it is also

responsible for the mild depressive and spasmolytic

properties of the plant Literature data pointed out antioxidant

properties of methanolic extracts of Melissa officinalis which

are mostly due to high portion of phenolic acids revealing

significant antimicrobial particularly antibacterial activity of

this essential oil (MIMICA-DUKIC et al 2004)

The chemical composition of the essential oil of

Melissa officinalis leaf (02-1 on dry weight) has been

studied The major compounds (10-40) are citral (neral

and geranial) and these are accompanied by limonene

cineole geraniol szlig-caryophyllene and spathulenol The

(Recebido em 06 de setembro de 2005 e aprovado em 21 de junho de 2006)

SILVA S da et al54

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

leaf also contains polyphenolic compounds

hydroxycinnamic derivatives with verbascoside (53)

flavonoids such as luteolin 7-glucoside and luteolin 7-

diglucuronide (08) These compounds probably

intervene in the antispasmodic activity Iridoid glucosides

were also reported and the infusion contains potassium

(CARNAT et al 1999)

Cultivation of medicinal plants for the purpose of

extraction of active constituents may face certain limitations

such as climate season water availability diseases and

pests and scarcity of naturally growing plants Such

limitations led to the use of tissue culture techniques for

production of the active constituents Tissue culture

provides means of rapid propagation of a large number of

uniform plants while maintaining their genotype Beneficial

uses of tissue culture for the purpose of extraction of

secondary metabolites include avoidance of collection of

endangered wild species production of secondary

metabolites due to rapid growth of cultures in vitro

(ARIKAT et al 2004)

Due to the importance of this plant for multiple

purposes and the difficulty to produce active compounds

in vitro the application of methods that provide higher

number of cloned plants of M officinalis is justified aiming

to select high quality plant lines to extensive culture and

extraction of pharmaceutical products In Brazil M

officinalis is used in phytomedicine by pharmaceutical

industries One of the most critical problems of

phytomedicine is the natural variation of plants chemical

constituents (CURRIER et al 2000) This variation could

be originated from genetical factors or under influence of

environmental characteristics

The use of in vitro systems have been reported as

an effective tool for obtaining genetically uniform plants

which can be the source for less variable pharmaceutical

preparations Plant regeneration of M officinalis has been

achieved using as explants cotyledonary nodes of 10-day-

old Melissa officinalis seedlings (TAVARES et al 1996)

shoot tips from plants cultivated at greenhouse

(MEacuteSZAacuteROS et al 1999) using various types and

concentrations of cytokinins auxins and triacontanol

(TANTOS et al 1999)

The aim of this work is to develop a

micropropagation method in order to obtain a significant

number of monoclonal plants for further field cultivation

comparing the essential oil content and composition

between micropropagated and field-grown plants

MATERIALS AND METHODS

Plant material

Representative specimens from field grown plants

of M officinalis were selected and submitted to Erika Von

Sohsten Medeiros and Angela Vaz (Rio de Janeiro

Botanical Garden) for the taxonomic confirmation A

voucher nordm RB ndash 365926 is deposited at the Herbarium of

Rio de Janeiro Botanic Garden

Melissa officinalis seeds were obtained from

commercial market ISLAR batch Nordm 8250 The seeds were

germinated and grown to the seedling stage in vitro Seeds

were pre-treated by immersion into 2 commercial bleach

solution (Globoacirc) for 20 min and then rinsed thoroughly

in running tap water After that the seeds were surface

sterilized in 70 ethanol for 20 min followed by 15 min in a

20 commercial bleach solution containing 2-3 drops of

Tween 20 under aseptic conditions and rinsed three times

with sterile distilled water The seeds were cultured on MS

(MURASHIGE amp SKOOG 1962) solid medium

supplemented with 30 gL-1 sucrose 148 mM thiamine-

HCl 243 mM pyridoxine-HCl 41 mM nicotinic acid and

06 mM myo-inositol The pH value was adjusted at 58 plusmn

01 before addition of 8 gL-1 of agar and the media were

sterilized in autoclave (120 degC during 15 min) The cultures

were incubed at 25 plusmn 1 degC under a 16 h light 8 h dark

regime at an irradiance of 230 mmolm-sup2s-1 (white light

illumination Sylvaniaacirc fluorescent tubes)

Establishment of in vitro shoot cultures

From in vitro 8-day-old germinated seeds plants

(20-30 cm in length) of three different clones designated

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 55

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

as clones 1 2 e 3 were selected and axillary shoot induction

takes place from nodal segments (1 cm in length)

subcultivated on MS hormone-free media (MS0) These

materials were used as donors of explants to be tested

with different culture media 05mM a-naphthaleneacetic

acid (NAA) 05mM kinetin (KIN) 05mM benzyladenine

(BA) 28 mM gibberellic acid (GA3) and 05mM indole-3-

acetic acid (IAA) Cultures were grown in 300 mL glass

flasks containing 40 ml of media each

Shoot proliferation rate length of both shoots and

roots and calli formation were monitored as growth

parameters Each treatment was replicated 3 times using

100 explants per repetition Subcultures were performed at

30 days intervals

Acclimatization

A total of 60 in vitro rooted microshoots (those grown

on MS + IAA during 30 days with average height of 10 cm

were removed from the medium and the agar washed gently

with tap water They were transferred to 60 cm diameter

plastic pots containing soil and humus (31 vv) and kept at

a greenhouse High humidity environment was provide by

covering the plants with a plastic foil and watering them

one time per day during the first 2 weeks Then plants were

gradually exposed to greenhouse conditions for 1 month

and finally transferred to the field where they were cultivated

during one year until complete life cycle

Extraction

Field-grown and fresh in vitro plantlets aerial parts

(100 g each) were submitted to hydro distillation for 140 h

in a Clevenger type apparatus as recommended by the

Brazilian Pharmacopoeia (1988) in replicate (n = 2) The

time between the isolation and analysis was the same in all

experiments to preclude differences in composition due to

external factors (SILVA et al 2003)

Gas chromatographic and gas chromatography-massspectrometric analysis

Gas chromatography with flame ionization

detection (GCFID) was carried out on a Varian Star Model

3350 instrument using a capillary column coated with DB-

5 (30 m x 025 mm i d 025 mm film thickness J amp W

Scientific Folsom CA USA) The GC oven was heated

using the following program 40 oC to 220 oC at 4 oC min-1

with an initial isothermal period of 1 min splitless The

detector and injector temperatures were held at 280 oC

Hydrogen was used as carrier gas The injection consisted

of 10 microL of distilled oil diluted with hexane The GCMS

analyses were carried out on a Hewlett-Packard (Agilent

Technologies Avondale USA) Model 5972 MSD coupled

to a HP 5890 GC The GC conditions were the same as

above except for the fact that helium was used as carrier

gas The mass spectrometer was operated on electron

impact mode at 70 eV Molecular assignments were

performed with the help of the Wiley 275 standard library

of mass spectra literature data (ADAMS 1995) authentic

geraniol standard (Sigma Part Number G5135) and mass

spectra interpretation besides the comparison with

previously published elution order (KREIS amp MOSAND

1994) Quantification was performed from GC profiles using

area percent since in the literature the FID response factor

for most of monoterpenes is determined as 1 (CARNAT et

al 1999)

Statistical analysis

Data for each experiment were subjected to analysis

of variance (ANOVA) and means were compared using the

Tukey-Kramer test Percent data were submitted to

significance test ndash difference between two percentages

using the Statistica for WindowsTM 50 version A

significance level of 5 was used for all statistical analysis

RESULTS AND DISCUSSION

In vitro multiplication of Melissa officinalis was

followed during four developing cycles Micropropagation

papers usually present an efficient protocol evaluated in

only one developing cycle This kind of protocol however

may fail when the cultures have to be kept during long

time many successive subcultures being necessary in

order to produce large number of clonal plants

SILVA S da et al56

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

In vitro establishment

In this work three different clones of M officinalis

were used and they had shown similar development

responses on in vitro cultures

The clones 1 and 2 had in vitro multiplication rate

lower than the clone 3 which means a decrease in the

absolute number of nodal segments (Fig 1A and B) From

these results the clone 3 was selected to run the tests

The average number of four new nodes was

produced by explant on MS0 after 30 days and this value

was used as a control to evaluate effects of the presence

of growth regulators in the media (Tab 1)

FIGURE 1 ndash Nodal segments development of three clones of Melissa officinalis on MS+ 05 M IAA during 30 daysA) Multiplication rate of in vitro culture from 2nd to 4th subcultures B) Number of nodal segments developed per clone

TABLE 1 ndash Effect of growth regulators in Melissa officinalis axillary segments culture after four weeks of culture

Culture Media

Shoot Explant

xplusmnse

Shoot Length (CM)

Multiplication Rate (ndeg of

Nodal Segment Explant)

Node Plantlet

xplusmnse

Root Frequency

()

Root Number

Explant xplusmnse

Root Length

(CM) xplusmnse

MS0 171B 403 08B 68C 41 B 50 105 11B 30 06B

05 M KIN 111C 349 11C 33D 31 C 50 073 09C 27 07C

28 M GA3 111C 100 03D 22E 21 D 50 071 09C 25 07C

05 M IAA 191B 1000 09A 95B 51 A 100 897 08A 137 08A

05 M NAA

301A 333 16C 90A 31 C 0 0 - 05 M BA 111C 385 54C 33D 31 C 0 0 -

Value are means (x) plusmn standard error (se) n=100 Values in the same column followed by the same letter do not differstatistically at Pdrdquo005

The influence of plant growth regulators and their

interactions on micropropagation of different plant species

have been discussed in detail by Lameira et al (2005) Rout

et al (1989) Rout amp Das (1997ab) Skirvin et al (1990) and

Zieslin et al (1989)

In this work addition of IAA to MS presented the

best results among all tested growth regulators in all

evaluated parameters However to shoot production there

is no statistical difference to the control The analysis of

effects of the other growth regulators shows that only

05mM NAA was able to improve shoot production

although it is not able to promote rhizogenesis

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 57

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

The use of MS plus 05mM Kinetin or 05mM BA

or 05mM NAA promoted the development of three nodal

segments per elongated plant in 30 days culture (Tab

1) However when BA was used these new shoots

exhibited apical necrosis When GA3 (28 mM) was added

to medium there was induction of only one shoot per

explant and after 30 days there were 2 nodes per

elongated shoot

There was no rooting in explants placed on MS

added of NAA and BA In MS medium containing KIN or

GA3

and in basic MS 50 of the shoots developed new

roots in 30 days of culture

The best result of rhizogenesis was presented

by explants cultured in MS plus IAA where 100 of

shoots rooted with more than 8 new roots per explant

(Tab 1) In terms of root length the cultures in MS

supplemented with IAA presented longer roots when

compared with the other media compositions used at

the present work

In short the addition of 05mM of IAA was chosen

as that presenting the best results in all evaluated

parameters (Fig 2A)

The action of IAA on the in vitro plant

development was in accordance to the known effects of

such hormone (CLELAND 1995) Shoot elongation was

obtained concomitantly with rooting in media MS plus

05 mM IAA That is specially interesting once it may

reduce the micropropagation process through nodal

segments explants to only three steps germination

shoot elongation and multiplication concomitant to

rooting this represents gain of time culture medium

and constitutes a quick micropropagation process

Tavares et al (1996) reported a micropropagation

utilizing cotyledonary nodes as explants The highest

average number of shoots in the two inoculations was

obtained with 2 mgL-1 of BA 24 axillary shoots per

explant 7 in the first inoculation and 17 in the second

one Shoots of the two inoculations were excised after

30 and 60 days respectively

Acclimatization

Melissa officinalis leaves are very sensitive to

water loss and this process is irreversible it was necessary

to provide a high humidity environment during the first

acclimatization period plants were covered with a plastic

foil during 2 weeks before being gradually exposed to

greenhouse conditions The acclimatization procedure

used for in vitro plants was successful and a total of 100

survival rate (n=60) was obtained Acclimatized plants

appeared normal and did not exhibit any morphological

abnormalities or variations These results permitted the

soil cultivation (Fig 2B) without chemical defensives

during one year up to the complete vegetative cycle

(flowering)

Essential oils content

Comparative analysis of the chromatographic

profiles showed high percentage of neral and geranial in

relation to nerol and geraniol in field grown (ex vitro)

plantlets and in MS0 (in vitro)

The relative content of the principal components

of essential oil of the aerial parts of M officinalis are

presented as mean peaks area () on Fig 2C geranial

(3813 and 4364) neral (2674 and 317) geraniol (329 and

153) and nerol (116 and 187) in plants cultured ex vitro

and in vitro respectively Plantlets developed in vitro on

MS0 media showed an increase of 14 times in the

proportion of nerol and 41 times of geraniol when

compared with ex vitro cultured plants

Field plants are exposed to considerable more

stressful conditions such as lower relative humidity higher

light levels and herbivory those are the more stressful

The latter conditions tend to favor a greater essential oil

accumulation (TAVARES et al 2004) On other hand

plantlets grown in vitro have been continuously exposed

to a unique microenvironment that has been selected to

provide minimal stress and nearly optimal conditions for

plant multiplication

SILVA S da et al58

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

FIGURE 2 ndash A) In vitro culture of Melissa officinalis on MS + IAA in 30 days of culture B) Ex vitro culture six monthsafter transference to soil maximum height 60 cm C) Composition and percentage of the most abundant essential oilcomponents of Melissa officinalis from aerial parts (100 g Fresh Weight) from in vitro e ex vitro culture

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 59

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

CONCLUSIONS

Melissa officinalis micropropagation can be made

using nodal segments from in vitro plants during 5 weeks

in MS media without growth regulators and posterior

subculture in MS media with 05 mM IAA for a better

development Multiplication rates of 44 and 40 were

obtained at the 3rd and 4th subcultures respectively

It was observed a significant difference between

the effects of auxins IAA and NAA The latter exerted an

unsatisfactory influence on the nodal segment formation

shoot length and rooting when compared with the results

obtained with IAA

The plants produced in vitro were vigorous and

after acclimatization they were well adapted After 1 month

at the greenhouse the survival rate was 100

Considering that the main objective of this work is

to produce monoclonal plants to be used by phytomedicine

industries it is important that the method presents a large

number of buds per explant This result plus an efficient

acclimatization stage can save time and produce

monoclonal plants in sufficient number to be used in

commercial field culture Our results showed a change in

the essential oil composition in the proportion of active

compounds However the characteristics of the oil of in

vitro and ex vitro M officinalis plants were not altered

The manipulation of the culture media composition

is an important biotechnological tool for the optimization

of the essential oils production With this technique this

work developed a protocol for highly production of plants

and productivity in the components (geraniol geranial and

neral) of the oil

ACKNOWLEDGMENTS

This work was supported by ICUNIRIO FAPERJ

and CNPq

REFERENCES

ADAMS R P Identification of essential oil componentsby gas chromatographymass spectroscopy WashiongtonAllured Publishing Corporation 1995 467 p

ARIKAT N A JAWAD F M KARAM N S SHIBLIMicropropagation and accumulation of essential oils inwild sage (Salvia fruticosa Mill) Scientia HorticulturaeAmsterdan v 100 n 14 p 193-202 Mar 2004

CARNAT A CARNAT A P FRAISSE D LAMAISON JD The aromatic and polyphenolic composition of lemonverbena tea Fitoterapia Milano v 70 n 1 p 44-49 Feb 1999

CLELAND R E Auxin and cell elongation In DAVIES PJ Plant hormones and their role in plant growth anddevelopment 2 ed Dordrecht Kluwer 1995 p 214-227

CURRIER S J JOHNSTON P D GORELICK J K HerbalMedicines Science and Medicine Philadeiphia v 7 n 1p 40-43 2000

FARMACOPEacuteIA BRASILEIRA Determinaccedilatildeo de oacuteleosessenciais em drogas vegetais 4 Ed Satildeo Paulo Atheneu1988 Part 1 v426-v427

KREIS P MOSANDL A Chiral compounds of essentialoils Part XVI Enantioselective multidimensional gaschromatography in authenticity control of balm oil (Melissaofficinalis L) Flavour and Fragrance Journal Chichesterv 9 n 5 p 249-256 1994

LAMEIRA O A LOPES S C NOGUEIRA R CCORDEIRO I M C C PINTO J E B P REIS L R SEfeito de diferentes concentraccedilotildees de reguladores decrescimento sobre a micropropagaccedilatildeo de mogno (Swieteniamacrophylla King) por meio de explantes juvenis PlantCell Culture amp Micropropagation Lavras MG v1 n 2 p53-58 2005

MEacuteSZAacuteROS A BELLON A PINTEacuteR A HORVARTHG Micropropagation of lemon balm Plant Cell Tissueand Organ Culture Dordrecht v 57 n 2 p 149-152 1999

MIMICA-DUKIC N BOZIN B SOKOVIC M SIMINN Antimicrobial and Antioxidant Activities of Melissaofficinalis L (Lamiaceae) Essential Oil Journal ofAgricultural and Food Chemistry Washington v 52 n 9p 2485-2489 May 2004

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgrowth and bioassays with tobacco tissue culturesPhysiologia Plantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 Mar 1962

SILVA S da et al60

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

ROUT G R DEBATA B K DAS P In vitro Mass-scalePropagation of Rosa Hybrida cv Landora CurrentScience Bangalore v 58 n 15 p 876-878 Aug 1989

ROUT G R DAS P In vitro Organogenesis in ginger(Zingiber officinale Rosc) Journal of Herbs Spices andMedicinal Plants Bermingham v 4 n 4 p 41-51 1997a

ROUT G R DAS P Techniques of Micropropagation invitro In BOSE T K MITRA S K SADHU M KDAS P (Ed) Propagation of tropical and subtropicalhorticultural crops Calcutta Kalyani Publishers 1997bp 105-116

SILVA S Composiccedilatildeo do oacuteleo essencial de Melissaofficinalis L in vitro sob accedilatildeo de reguladores decrescimento 2003 64 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emBiotecnologia Vegetal) ndash Universidade Federal do Rio deJaneiro Rio de Janeiro

SKIRVIN R M CHU M C YOUNG H J R InAMMIRATO P V EVANS D R SHARP W R BAJAJ

Y P S Editors Handbook of Plant Cell Cultures NewYork Macmillan 1990 v 5 p 716-743

TANTOS Aacute MEacuteSZAROS A KISSIMON J HORVAacuteTHG FARKAS T The Effect of Triacontanol onMicropropagation of Balm Melissa officinalis L Plant CellReports New York v19 n 1 p 88-91 Nov 1999

TAVARES A C PIMENTA M C GONCcedilALVES M TMicropropagation of Melissa officinalis L throughproliferation of axillary shoots Plant Cell Reports NewYork v 15 n 6 p 441-444 Feb 1996

TAVARES E S LOPES D BIZZO H R LAGE C L SLEITAO S G Kinetin Enhanced Linalool Production by invitro Plantlets of Lippia alba Journal of Essential OilResearch Coron Stream v 16 n 5 p 405-408 SeptOct 2004

Zieslin N Starkman f zamski e Growth of rose flowerpeduncles and effects of applied plant growth regulatorsPlant Growth Regulation Dordrecht v 8 n 1 p 65-76Mar 1989

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 61

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

CRESCIMENTO IN VITRO DE Laelia tenebrosa (ORCHIDACEAE)EM DIFERENTES CONCENTRACcedilOtildeES DE SAIS DE KNUDSON C

E CARVAtildeO ATIVADO

IN VITRO GROWTH OF Laelia tenebrosa (ORCHIDACEAE) IN DIFFERENTCONCENTRATIONS OF KNUDSON C SALTS AND ACTIVATED CHARCOAL

APARECIDA GOMES DE ARAUJO1 MOACIR PASQUAL2 ALBA REGINA PEREIRA3HERMINIO SOUZA ROCHA4

1Doutoranda em AgronomiaFitotecnia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash agaraujo2003yahoocombr2Dr Professor Titular do Departamento de Agricultura ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash LavrasMG ndash mpasqualuflabr3Doutoranda no Jardim Botacircnico do Rio de Janeiro ndash ENBTJBRJ ndash Pacheco Leatildeo 915 ndash 22460-030 ndash Rio de Janeiro RJ4Doutorando em AgronomiaFitopatologia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash herminiouflanetcombr

RESUMOObjetivou-se testar diferentes concentraccedilotildees de carvatildeo

ativado adicionado ao meio Knudson C no crescimento in vitrode orquiacutedeas Placircntulas de Laelia tenebrosa (LA Rolfe) LARolfe com 1 a 15 cm de comprimento e contendo raiacutezes foraminoculadas em frascos contendo 40 mL de meio de cultura Ostratamentos consistiram na combinaccedilatildeo de concentraccedilotildees de carvatildeoativado (0 05 10 20 e 40 g L-1) e sais minerais de Knudson C(0 50 100 150 e 200) acrescidos de sacarose (20 g L-1) Omeio foi solidificado com 6 g L-1de aacutegar e o pH ajustado para58plusmn01 antes da autoclavagem a 121degC e 11 atm por 20 minutosApoacutes a inoculaccedilatildeo os frascos foram mantidos sob 25 plusmn 1degCfotoperiacuteodo de 16 horas e 32 mM m-2 s-1 de irradiacircncia Apoacutes 150dias verificou-se que a adiccedilatildeo de 2g L-1 de carvatildeo ativado ao meiocom metade dos sais de Knudson C promoveu melhor crescimentoin vitro das placircntulas de Laelia tenebrosa

Termos para indexaccedilatildeo Orquiacutedea meio de cultura cultura detecidos

ABSTRACTThe objective of this work was to test the effect of

Knudson C medium supplemented with different concentrationsof activated charcoal on the in vitro growth of orchids Plantletsof the Laelia tenebrosa (LA Rolfe) LA Rolfe measuring 1-15cm in length containing roots were inoculated in flasks containing40 mL of culture medium The treatments consisted of differentconcentrations of activated charcoal (0 05 10 20 and 40 g L-

1) combined with Knudson C salts (0 50 100 150 and 200)supplemented with sucrose (20 g L-1) The medium was solidifiedwith agar (6 g L-1) and pH adjusted to 58plusmn01 before autoclavingat 121ordmC and 11 atm during 20 minutes After inoculation theexplants were transferred to culture rooms with temperaturemaintained at 25plusmn1ordmC during a 16 hours photoperiod with a lightintensity of 32 microM m-2s-1 The best in vitro growth rates of

Laelia tenebrosa plantlets were obtained using Knudson C 50supplemented with 2 g L-1 activated charcoal after 150 days ofculture

Index terms Orchid culture medium tissue culture

INTRODUCcedilAtildeO

A produccedilatildeo de orquiacutedeas a partir germinaccedilatildeo

assimbioacutetica eacute uma alternativa viaacutevel para obtenccedilatildeo de

grande nuacutemero de plantas em curto espaccedilo de tempo

suprindo assim a necessidade dos produtores de

orquiacutedeas na aquisiccedilatildeo de mudas

Na cultura de tecidos os meios de cultura

geralmente satildeo compostos de uma fonte de carboidratos

macro e micronutrientes e outras substacircncias como

vitaminas aminoaacutecidos accediluacutecares agente solidificante

reguladores de crescimento (GEORGE amp SHERRINGTON

1984) e eventualmente aditivos como antibioacuteticos carvatildeo

ativado e componentes complexos

Knudson (1922) observou que era possiacutevel o

cultivo de sementes em meio artificial contendo minerais e

accediluacutecar sem a presenccedila de fungos micorriacutezicos

Posteriormente em 1946 ele aperfeiccediloou esse meio de

cultura sendo atualmente o mais utilizado comercialmente

na germinaccedilatildeo e desenvolvimento de orquiacutedeas (ARDITTI

amp ERNST 1992) No entanto satildeo necessaacuterios estudos

(Recebido em 23 de fevereiro de 2006 e aprovado em 10 de julho de 2006)

supplemented with

ARAUJO A G de et al62

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

pois satildeo descritos vaacuterios meios de cultura para muitos

gecircneros e espeacutecies diferentes

No cultivo e subcultivo de placircntulas do gecircnero

Cattleya George et al (1987) sugerem o meio Knudson C

(1946) ou Reinert amp Mohr (1967) Segundo Arditti amp Ernst

(1992) os meios de propagaccedilatildeo para Cattleya Laelia

Laeliocattleya e Brassocattleya podem ser os mesmos

citados anteriormente Villalobos et al (1994) sugerem o

meio Vacin amp Went (1949) para Cattleya Encyclia e

Oncidium suplementado com 25 de aacutegua de coco e o

meio Knudson C suplementado com 60 g L-1 de polpa de

banana para orquiacutedeas do gecircnero Stanhopea

O carvatildeo ativado normalmente eacute adicionado ao meio

de cultura em concentraccedilotildees que variam de 02 a 3

(BEYL 2000) O seu efeito natildeo-seletivo pode proporcionar

resultados negativos na micropropagaccedilatildeo Pesquisas

relatam a adsorccedilatildeo de tiamina aacutecido nicotiacutenico

(WEATHERHEAD et al 1978) piridoxina aacutecido foacutelico

reguladores de crescimento e quelatos de ferro

(JOHANSSON et al 1990) Entre os efeitos proporcionados

pela adiccedilatildeo do carvatildeo ativado ao meio de cultura

principalmente agrave organogecircnese e agrave embriogecircnese estatildeo

escurecimento do meio de cultura favorecendo o

enraizamento adsorccedilatildeo de substacircncias inibitoacuterias

produzidas pelo proacuteprio meio ou explante adsorccedilatildeo de

reguladores de crescimento e outros compostos orgacircnicos

e liberaccedilatildeo de substacircncias naturalmente presentes no

carvatildeo que beneficiariam o crescimento in vitro das culturas

(PAN amp STADEN 1998)

Arena amp Pastur (2001) citam que a adiccedilatildeo de carvatildeo

ativado ao meio de cultura promoveu alongamento das

brotaccedilotildees de Berberis buxifolia mas reduziu o iacutendice de

multiplicaccedilatildeo Hazra et al (2002) relataram o efeito

sinergiacutestico do carvatildeo ativado na multiplicaccedilatildeo e

enraizamento de brotaccedilotildees de algodoeiro Amin amp Jaiswal

(1987) Anderson (1980) e Damiano (1978) relataram o efeito

favoraacutevel do carvatildeo quando utilizado em baixas

concentraccedilotildees no enraizamento de brotaccedilotildees de

morangueiro framboeseira e goiabeira respectivamente

A diversidade de resultados obtidos com a utilizaccedilatildeo de

carvatildeo ativado deve-se principalmente ao genoacutetipo da

espeacutecie em questatildeo agrave adsorccedilatildeo de algumas substacircncias

quiacutemicas e compostos orgacircnicos aleacutem de metaboacutelitos

toacutexicos liberados no cultivo in vitro (Wang amp Huang 1976)

Este trabalho teve como objetivo verificar efeito de

diferentes concentraccedilotildees de sais de Knudson C e carvatildeo

ativado sobre o crescimento in vitro de placircntulas de

orquiacutedea da espeacutecie Laelia tenebrosa (LA Rolfe) LA Rolfe

MATERIAL E MEacuteTODOS

Placircntulas da espeacutecie Laelia tenebrosa com 1 a 15

cm de comprimento oriundas de sementes germinadas in

vitro e contendo raiacutezes foram inoculadas em frascos

contendo 40 mL do meio de cultura Knudson C nas

concentraccedilotildees de 0 (apenas aacutegua destilada e aacutegar) 50 100

(concentraccedilatildeo da formulaccedilatildeo original) 150 e 200 de sais

minerais combinado com carvatildeo ativado (0 05 1 2 e 4

mg L-1) suplementado com sacarose (20 g L-1)

O pH do meio foi ajustado para 58 plusmn 01 antes da

adiccedilatildeo de aacutegar (6 g L-1) O meio foi vertido em frascos de

vidro com capacidade para 250 cm3 vedados com tampas

plaacutesticas transluacutecidas natildeo perfuradas e autoclavados agrave

pressatildeo de 11 atm e agrave temperatura do 121degC durante 20

minutos Apoacutes a inoculaccedilatildeo os frascos contendo os

explantes foram mantidos em sala de crescimento com

irradiacircncia em torno de 32 mmol m-2 s-1 temperatura de 25 plusmn

1degC e fotoperiacuteodo de 16 horas

O delineamento experimental utilizado foi

inteiramente casualizado em esquema fatorial 5 x 5 com

quatro repeticcedilotildees de cinco placircntulas cada uma Decorridos

150 dias avaliou-se a meacutedia do nuacutemero de folhas nuacutemero

de raiacutezes comprimento da maior raiz comprimento da parte

aeacuterea e massa fresca de placircntulas Os dados foram

comparados por meio de regressatildeo polinomial empregando-

se o programa Sisvar (FERREIRA 2000)

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Apenas para a variaacutevel nuacutemero de folhas houve

interaccedilatildeo entre os niacuteveis de sais e carvatildeo ativado Poreacutem

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 63

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

por meio do teste F somente as concentraccedilotildees de 50 e

100 de sais do meio Knudson C foram significativas em

relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees de carvatildeo ativado

Os melhores resultados (65 e 585) foram

verificados com 50 (metade) dos sais de Knudson C

combinado com 275 g L-1 de carvatildeo ativado e 100 de

sais com 4 g L-1 de carvatildeo respectivamente (Figura 1)

Com o aumento da concentraccedilatildeo do meio de cultura haacute

necessidade de maior concentraccedilatildeo de carvatildeo Sendo

assim o meio com 50 de sais aleacutem de proporcionar

melhores resultados eacute menos oneroso

Estes resultados contradizem os de Silva et al

(2003) que verificaram que a adiccedilatildeo de carvatildeo ativado ao

FIGURA 1 ndash Nuacutemero de folhas em placircntulas de Laeliatenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees de saisde Knudson C e carvatildeo ativado

meio de cultura inibe a formaccedilatildeo de folhas em placircntulas de

Brassocattleya lsquoPastoralrsquo x Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo

O efeito natildeo seletivo do carvatildeo ativado pode proporcionar

resultados negativos na micropropagaccedilatildeo (PAN amp

STADEN 1998)

Agrave medida em que aumentaram as concentraccedilotildees de

sais de Knudson C maiores quantidades de raiacutezes foram

formadas (Figura 2A) Observou-se maior nuacutemero de raiz

(43) com 965 de sais Para o fator carvatildeo ativado as

melhores respostas (395 raiacutezes) foram verificadas com a

utilizaccedilatildeo de 304 g L-1 adicionadas ao meio de cultura

(Figura 2B)

Para muitas espeacutecies o enraizamento eacute favorecido

pela adiccedilatildeo de carvatildeo ativado ao meio de cultura Hazra et

al (2002) relataram o efeito sinergiacutestico do carvatildeo ativado

na multiplicaccedilatildeo e enraizamento de brotaccedilotildees de

algodoeiro O meio MS com metade dos sais minerais

acrescido de 20 g L-1 de sacarose 7 g L-1 de aacutegar e 1 g L-1 de

carvatildeo ativado promoveu maior quantidade de raiacutezes em

placircntulas de Cattleya nobilior Rchb f (REIS et al 2003)

Segundo Paiva et al (2005) aleacutem de um equiliacutebrio

hormonal favoraacutevel agrave formaccedilatildeo de raiacutezes outros fatores

internos tecircm sido relacionados com a iniciaccedilatildeo do processo

de enraizamento como presenccedila de sacarose alta relaccedilatildeo

CN e nutrientes minerais (foacutesforo caacutelcio zinco e boro) O

meio Knudson C natildeo possui micronutrientes apresenta

uma concentraccedilatildeo maior de caacutelcio e tem baixas

FIGURA 2 ndash Nuacutemero de raiacutezes em placircntulas de Laelia tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees de sais deKnudson C (A) e concentraccedilotildees de carvatildeo ativado (B)

ARAUJO A G de et al64

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

concentraccedilotildees de N e K em relaccedilatildeo ao MS e WPM o que

provavelmente favoreceu tanto o nuacutemero quanto o

comprimento de raiacutezes (PASQUAL 2001)

O maior comprimento de raiz (331 cm) foi verificado

com a utilizaccedilatildeo de 100 de sais de Knudson C A partir do

ponto maacuteximo (100) houve diminuiccedilatildeo do comprimento

radicular provavelmente devido ao desbalanccedilo nutricional

(Figura 3A) Com o aumento das concentraccedilotildees de carvatildeo

ativado houve um incremento linear no comprimento de

raiacutezes Melhores resultados foram observados com a

utilizaccedilatildeo de 4 g Lndash1 de carvatildeo ativado (Figura 3B) Como a

relaccedilatildeo foi direta pode-se inferir que o efeito estimulante

do carvatildeo ativado no comprimento da maior raiz continuaria

para concentraccedilotildees superiores a 4 g L-1

A adiccedilatildeo de carvatildeo ativado no meio de cultura foi

beneacutefica promovendo tanto o nuacutemero quanto o

crescimento de raiacutezes O carvatildeo conteacutem impurezas que

podem favorecer o crescimento de raiacutezes jaacute existentes e

induzir emissatildeo de novas raiacutezes (PASQUAL 2001)

Melhores resultados para comprimento da parte

aeacuterea (18 cm) foram observados quando se utilizou o

meio Knudson C na concentraccedilatildeo de 121 de sais (Figura

4A) poreacutem na concentraccedilatildeo de 50 obtiveram-se

explantes com 17 cm de comprimento Essa diferenccedila

observada (01 cm) eacute muito pequena o que natildeo justifica a

utilizaccedilatildeo de um meio mais concentrado mas a reduccedilatildeo

do mesmo agrave sua metade

O enraizamento in vitro pode ser favorecido com o

uso de meio de cultura com a metade ou 75 da

concentraccedilatildeo normal de sais Em algumas espeacutecies altas

concentraccedilotildees de sais principalmente a presenccedila de iacuteons

amocircnio favorecem o desenvolvimento de raiacutezes enquanto

que em outras podem ser inibidoras (PASQUAL et al

2001)

O maior comprimento da parte aeacuterea (19 cm) foi

obtido na presenccedila de 4 g Lndash1 de carvatildeo ativado (Figura

4B) a concentraccedilatildeo de 2 g Lndash1 proporcionou um

comprimento de 18 cm Comparando-se os niacuteveis 4 e 2 g Lndash1

de carvatildeo ativado nota-se pequena diferenccedila (01 cm) o

que justifica a utilizaccedilatildeo de 2 g Lndash1

O carvatildeo ativado conteacutem impurezas que quando

liberadas no meio de cultura podem beneficiar ou natildeo o

crescimento in vitro Simotildees et al (1999) verificaram que a

concentraccedilatildeo de 1 g L-1 de carvatildeo ativado acrescida ao

meio Knudson C proporciona o melhor desenvolvimento

de brotos de Epidendrum sp e Dendrobium sp

Maior massa fresca de placircntulas (0144g) foi

verificada com a utilizaccedilatildeo de 50 de sais de Knudson C

ponto a partir do qual houve diminuiccedilatildeo no peso (Figura

5A) Provavelmente essa reduccedilatildeo ocorreu devido agrave

toxidez

A utilizaccedilatildeo de 4 g L-1 de carvatildeo ativado

proporcionou uma massa de 0185 g nas placircntulas frescas

(Figura 5B)

FIGURA 3 ndash Comprimento da maior raiz em placircntulas de Laelia tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees desais de Knudson C (A) e carvatildeo ativado (B)

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 65

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

FIGURA 4 ndash Comprimento da parte aeacuterea em placircntulas de Laelia tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees desais de Knudson C (A) e carvatildeo ativado (B)

FIGURA 5 ndash Massa fresca de placircntulas de L tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees de sais de Knudson C(A) e carvatildeo ativado (B)

O carvatildeo ativado eacute comumente utilizado na cultura

de tecidos de plantas Seu efeito eacute atribuiacutedo agrave adsorccedilatildeo de

substacircncias toacutexicas produzidas pelas plantas adsorccedilatildeo

de fitorreguladores do meio e escurecimento do meio onde

se desenvolvem as raiacutezes das plantas (GEORGE 1993)

O melhor desenvolvimento de Phalaenopsis in

vitro ocorreu na presenccedila de carvatildeo ativado na

concentraccedilatildeo de 2 g L-1 indicando que este possa ser um

elemento importante no processo (BRESSAN et al 1999)

Apesar do carvatildeo ativado na concentraccedilatildeo de 4 g

L-1 ter proporcionado melhores resultados verificou-se que

na concentraccedilatildeo de 2 g L-1 os efeitos apresentam uma

diferenccedila miacutenima Embora o carvatildeo ativado natildeo seja o

componente de maior custo no preparo de meio de cultura

a sua reduccedilatildeo juntamente com os sais minerais eacute

economicamente favoraacutevel especialmente para a produccedilatildeo

comercial de mudas

CONCLUSAtildeO

A adiccedilatildeo de 2 g L-1 de carvatildeo ativado ao meio de

cultura Knudson C com metade (50) de sais minerais

promoveu melhor crescimento em placircntulas de Laelia

tenebrosa cultivadas in vitro

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMIN M N JAISWAL V S Rapid clonal propagationof guava through in vitro shoot proliferation on nodalexplants of mature trees Plant Cell Tissue and OrganCulture Amsterdam v 9 n 3 p 235-243 1987

ARAUJO A G de et al66

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

ANDERSON M W C Tissue culture cultivation of redand black raspberries Rubus idaeus and R occidentalisActa Horticulturae Amsterdam v 20 p 112-113 1980

ARDITTI J ERNST R Micropropagation of orchids NewYork John Wiley 1992 682 p

ARENA L M E PASTUR G M 6-benzylaminopurineand activated charcoal affect in vitro shoot morphogenesisof Berberis buxifolia Revista de la Facultad de AgronomiaBuenos Aires v 21 n 1 p 41-47 2001

BEYL C A Getting started with tissue culture-mediapreparation sterile technique and laboratory equipmentIn TRIGIANO R N GRAY D J (Ed) Plant tissue cultureconcepts and laboratory exercises London CRC Press2000 p 21-38

BRESSAN E A LEE L L SEVERO V S GERALD L TS Desenvolvimento de orquiacutedeas Phalaenopsis in vitro-efeito do carvatildeo In CONGRESSO BRASILEIRO DEFLORICULTURA E PLANTAS ORNAMENTAIS 12 1999Jaboticabal Anais Jaboticabal 1999 p 111

DAMIANO C Il carbone attivo nella coltura in vitro dellafragola Frutticoltura Bologna v 40 n 1 p 49-50 genn 1978

FERREIRA D F Anaacutelises estatiacutesticas por meio do Sisvarpara Windows versatildeo 4 0 In REUNIAtildeO ANUAL DAREGIAtildeO BRASILEIRA DA SOCIEDADEINTERNACIONAL DE BIOMETRIA 45 2000 Satildeo CarlosAnais Satildeo Carlos UFSCar 2000 p 255-258

GEORGE E F Plant propagation by tissue culture part 1- the technology 2 ed Edington Limeted 1993 786 p

GEORGE E F SHERRINGTON P D Plant propagationby tissue culture handbook and directory of commerciallaboratories Eversley Exegetics 1984 593 p

GEORGE E F PUTTOCK D J M GEORGE H J Plantculture media formulations and uses Edington Exegetics1987 v 1 567 p

HAZRA S KULKARNI A BANERJEE A K DHAGEA B AGRAWAL D C KRISHNAMUumlRTTIY K VNALAWADE S M A rapid and simple method for in vitro

plant regeneration from split embryo axes of six cultivarsof cotton Biology Plantarum Dordrecht v 45 n 2 p317-319 2002

JOHANSSON L CALLEBERG E GEDIN A Correlationbetween activated charcoal Fe-EDTA and other organicmedia ingredients in cultures of anthers of Anemonecanadensis Physiologia Plantarum Copenhagen v 80n 2 p 243-249 Oct 1990

KNUDSON L A new nutrient solution for the germinationof orchid seed American Orchid Society Bulletim WestPalm Beach v 14 p 214- 217 1946

KNUDSON L Nonsymbiotic germination of orchid seedsBotanical Gazette Chicago v73 n 1 p 1-25 1922

PAN M J STADEN J Van The use of charcoal in vitroculture ndash A review Plant Growth Regulation Dordrechtv 26 n 3 p 155-163 Dec 1998

PASQUAL M Cultura de tecidosv vegetais meios decultura Lavras UFLAFAEPE 2001 74 p

PASQUAL M CHALFUN N M J RAMOS J D Culturade tecidos vegetais aplicaccedilotildees na propagaccedilatildeo de plantasLavras UFLAFAEPE 2001 81 p

PAIVA R OLIVEIRA L M NOGUEIRA R C SANTOSB R MARTINOTTO C PAIVA P D O MENEGUCCIJ L P Aspectos fisioloacutegicos da produccedilatildeo de flores e plantasornamentais Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v 26n 227 p 12-18 2005

REINERT R A MOHR H C Propagation of Cattleya bytissue culture of lateral bud meristems Proceedings of theAmerican Society for Horticultural Science New Yorkv 91 p 664-671 June 1967

REIS G M C L MELLO C M C MIRANDA G H BEfeito de diversos fatores em meio de cultura nodesenvolvimento de placircntulas de Cattleya nobilior Rchbf (Orchidaceae) In CONGRESSO BRASILEIRO DEFLORICULTURA E PLANTAS ORNAMENTAIS 14CONGRESSO BRASILEIRO DE CULTURA DE TECIDOSDE PLANTAS 1 2003 Lavras Anais Lavras UFLAFAEPE 2003 p 275

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 67

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

SILVA E F PASQUAL M SILVA A B Multiplicaccedilatildeo ecrescimento in vitro de orquiacutedea Brassiocattleya lsquoPastoralrsquox Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo In CONGRESSOBRASILEIRO DE FLORICULTURA E PLANTASORNAMENTAIS 14 CONGRESSO BRASILEIRO DECULTURA DE TECIDOS DE PLANTAS 1 2003 LavrasAnais Lavras UFLAFAEPE 2003 p 321

SIMOtildeES F C PAIVA P D O RODRIGUES T M Efeitode diferentes meios de cultura aacutegua de coco e carvatildeoativado na propagaccedilatildeo in vitro de meristemas deEpidendrum sp e Dendrobium sp In CONGRESSOBRASILEIRO DE FLORICULTURA E PLANTAS

ORNAMENTAIS 12 1999 Jaboticabal AnaisJaboticabal 1999 p 109

VACIN E WENT F W Some pH changes in nutrient solutionBottanical Gazette Chicago v 110 p 605-613 1949

VILLALOBOS A L MUNtildeOZ J M SOSA-MOSS CCultivo de tejidos de orquideas Cattleya EncycliaOncidium y Stanhopea Revista Chapingo SerieHorticultura Chapingo v 1 n 1 p 58-62 1994

WANG P J HUANG L C Beneficial effects of activatedcharcoal on plant tissue and organ cultures In Vitro Largov 12 n 3 p 260-262 1976

WEATHERHEAD M A BURDON J HENSHAW G GSome effects of activated charcoal as an additive to planttissue culture media Zeitschrift fur PflanzenphysiologieJena v 89 n 2 p 141-147 1978

ARAUJO A G de et al68

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

PROPAGACcedilAtildeO IN VITRO DE PLAcircNTULAS DE ORQUIacuteDEA EMDIFERENTES MEIOS DE CULTURA E CONCENTRACcedilOtildeES

DE CITOCININA

IN VITRO PROPAGATION OF ORCHID PLANTLETS CULTIVATED IN DIFFERENTCULTURE MEDIA AND CYTOKININ CONCENTRATIONS

APARECIDA GOMES DE ARAUJO1 MOACIR PASQUAL2 ADRIANO BORTOLOTTI DA SILVA3 FABIacuteOLA VILLA3 HERMIacuteNIO SOUZA ROCHA3 FERNANDA CARVALHO COSTA4

1Doutoranda em AgronomiaFitotecnia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash agaraujo2003yahoocombr2Professor Titular Departamento AgriculturaDAG ndash Universidade Federal de Lavras UFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200000 ndash Lavras MG ndash mpasqualuflabr3Doutorando em Agronomia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200000 ndash Lavras MG4Departamento de AgriculturaDAG ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash fecostapuryahoocombr

RESUMOA taxa de multiplicaccedilatildeo de orquiacutedeas a partir de meacutetodos

convencionais eacute bastante baixa natildeo atendendo as necessidadescomerciais A cultura de tecidos permite maiores taxas demultiplicaccedilatildeo e obtenccedilatildeo de plantas uniformes e sadiasObjetivou-se estudar a influecircncia da citocinina BAP (6-benzilaminopurina) em diferentes meios de cultura napropagaccedilatildeo in vitro de placircntulas hiacutebridas de BrassocattleyalsquoPastoralrsquox Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo Placircntulas comaproximadamente 15plusmn05 cm de comprimento obtidasassimbioticamente foram transferidas para frascos comcapacidade de 250 cm3 contendo 40 mL das formulaccedilotildees salinasde MS WPM e Knudson C combinados com 0 05 10 20 e40 mg L-1 de BAP acrescidos de 2 g L-1 de carvatildeo ativadosolidificado com 6 g L-1 de aacutegar e pH ajustado para 58plusmn01Apoacutes a inoculaccedilatildeo os frascos foram incubados a 25plusmn2oC 35igravemolm-2s-1 de intensidade luminosa e sob fotoperiacuteodo de 16horas Apoacutes 90 dias observou-se que melhores resultados parapropagaccedilatildeo in vitro em placircntulas de orquiacutedea Bc lsquoPastoralrsquo x LclsquoAmber Glowrsquo satildeo obtidos com o meio WPM A suplementaccedilatildeode 4 mg L-1 de BAP no meio WPM favorece o crescimento invitro Para a multiplicaccedilatildeo maior quantidade de brotos eacuteconseguida em meio MS na ausecircncia de BAP

Termos para indexaccedilatildeo Orquiacutedea crescimento in vitrocitocinina

ABSTRACTThe multiplication rate of orchids by conventional

methods is considerably low and does not attend its commercialneeds Tissue culture results in larger multiplication rates andproduces uniform and healthy orchid plantlets The objective ofthis work was to study the influence of the cytokinin BAP (6-benzilaminopurine) in different culture media for ther in vitropropagation of Brassocattleya lsquoPastoralrsquox Laeliocattleya lsquoAmberGlowrsquo hybrid plantlets Plantlets measuring approximately 15plusmn 05 cm length deriving from in vitro germination were inoculated

in flasks of 250 cm3 volume containing 40 mL MS WPM andKnudson C salt formulations combined with BAP (0 05 1 2and 4 mg L-1) supplemented with 2 g L-1 activated charcoalsolidified with 6 g L-1 agar and pH adjusted for 58 plusmn 01 Afterthe inoculation the plantlets maintained in a growth room at25plusmn2ordmC 35 mMol m-2 s-1 light intensity and 16 hoursphotoperiod After 90 days the best results for the in vitropropagation of orchid plantlets Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquowere obtained with half strength WPM The supplementation of4 mg L-1 BAP to the WPM medium favors in vitro growth Forthe multiplication phase the largest number of sprouts is achievedwith full strength MS medium in the absence of BAP

Index terms Orchid in vitro growth cytokinin

INTRODUCcedilAtildeO

As orquiacutedeas satildeo consideradas as plantas

ornamentais haacute mais tempo cultivadas pelo homem

Pertencem agrave famiacutelia Orchidaceae a maior entre as

monocotiledocircneas e tambeacutem entre as plantas ornamentais

com 600 - 800 gecircneros e 25000-35000 espeacutecies (SHEEHAN

1983) totalizando 7 das plantas ornamentais do mundo

(Van Der PIJL amp DODSON 1966)

A propagaccedilatildeo de orquiacutedeas pode ser tanto

vegetativa quanto por meio de sementes Estas embora

produzidas em grande quantidade natildeo possuem

endosperma funcional prescindindo para tanto da

associaccedilatildeo simbioacutetica com fungos micorriacutezicos dentre os

quais a Rhizoctonia que eacute um dos gecircneros mais importante

(PIERIK 1987 SHEEHAN 1983)

(Recebido em 08 de dezembro de 2005 e aprovado em 10 de julho de 2006)

Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea 69

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

Knudson (1922) observou que era possiacutevel o cultivo

de sementes em meio artificial contendo apenas sais

nutritivos e accediluacutecar na ausecircncia de fungos Posteriormente

em 1946 o mesmo autor aperfeiccediloou este meio de cultura

sendo atualmente um dos mais utilizados comercialmente

na germinaccedilatildeo e desenvolvimento de orquiacutedeas (ARDITTI

amp ERNST 1992) No entanto satildeo necessaacuterios estudos

pois satildeo descritos vaacuterios meios de cultura para muitos

gecircneros e espeacutecies diferentes O meio de cultura mais

utilizado na cultura de tecidos em geral eacute o MS (Murashige

amp Skoog 1962) podendo-se encontrar o uso de outros

meios como Knudson C (1946) e WPM (Wood Plant

Medium) de Loyd amp McCown (1980)

Reguladores de crescimento em diferentes

concentraccedilotildees tecircm sido usados conforme a espeacutecie e a

metodologia utilizada Podem ser necessaacuterios para a

germinaccedilatildeo de sementes formaccedilatildeo de calos e brotaccedilotildees

adventiacutecias (GRATTAPAGLIA amp MACHADO 1998

PASQUAL 2001)

O regulador de crescimento BAP (6-

benzilaminopurina) eacute uma citocinina largamente utilizada

para estimular a induccedilatildeo de brotos em plantas ornamentais

Para o cultivo in vitro de orquiacutedeas do grupo Cattleya a

citocinina BAP geralmente eacute utilizada nas concentraccedilotildees

que variam entre 005 e 10 mg L-1 (CARVALHO 2002)

Martini et al (2001) trabalhando com a orquiacutedea

Gongora quinquenervis observaram que a presenccedila do

BAP inibe a multiplicaccedilatildeo de calos e o potencial

organogecircnico Silva (2003) concluiu que para o estaacutedio de

subcultivo de Brassocattleya lsquoPastoralrsquo x Laeliocattleya

lsquoAmber Glowrsquo natildeo haacute necessidade da adiccedilatildeo de BAP como

estiacutemulo ao desenvolvimento geral do explante Melhor

proliferaccedilatildeo de brotos formaccedilatildeo de raiacutezes nuacutemero de

folhas e comprimento de brotos em Dendrobium foram

obtidos com 25 mg L-1 de BAP + 05 mg L-1 de ANA

adicionados ao meio MS (TALUKDER et al 2003)

Aleacutem do tipo de meio outro aspecto importante na

multiplicaccedilatildeo in vitro estaacute relacionado com o tipo de

citocinina e sua concentraccedilatildeo sendo ambos determinantes

no sucesso da micropropagaccedilatildeo (GRATTAPAGLIA amp

MACHADO 1998)

O maior entrave no processo de micropropagaccedilatildeo

de orquiacutedeas estaacute relacionado ao tempo necessaacuterio para a

produccedilatildeo de mudas a partir de plantas hiacutebridas

selecionadas e a utilizaccedilatildeo de meio de cultura adequado

para cada espeacutecie Assim objetivou-se estudar o efeito de

diferentes concentraccedilotildees de BAP e formulaccedilotildees de minerais

nutritivos em meios de cultura na propagaccedilatildeo in vitro de

placircntulas de orquiacutedea oriundas do hiacutebrido Brassocattleya

lsquoPastoralrsquo x Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo

MATERIAL E MEacuteTODOS

Placircntulas hiacutebridas oriundas de sementes

germinadas assimbioticamente em meio Knudson C

obtidas do cruzamento entre Brassocattleya lsquoPastoralrsquo x

Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo com aproximadamente

15plusmn05 cm de comprimento foram transferidas para frascos

de 250 cm3 de capacidade contendo 40 mL de meio de

cultura e vedados com tampas plaacutesticas transluacutecidas Os

tratamentos consistiram de diferentes formulaccedilotildees salinas

(MS WPM e Knudson C em suas formulaccedilotildees originais)

combinadas com 0 05 10 20 e 40 mg L-1 de BAP

acrescidos de 2 g L-1 de carvatildeo ativado solidificado com

6 g L-1 de aacutegar e pH ajustado para 58plusmn01 antes da

autoclavagem obtida a 121ordmC e 1 atm por 20 minutos

Posteriormente agrave inoculaccedilatildeo os frascos foram

transferidos para sala de crescimento com temperatura

de 25plusmn2ordmC fotoperiacuteodo de 16 horas e 35 mmolm-2s-1 de

intensidade luminosa fornecida por lacircmpadas do tipo

(Grow-lux) e luz do dia especial O delineamento

experimental utilizado foi inteiramente casualizado no

esquema fatorial 3 x 5 com cinco repeticcedilotildees de quatro

placircntulas cada sendo cada repeticcedilatildeo composta por um

frasco

Apoacutes 90 dias da instalaccedilatildeo do experimento foram

avaliados nuacutemero meacutedio de brotos comprimento meacutedio

da parte aeacuterea nuacutemero meacutedio de raiacutezes nuacutemero meacutedio de

folhas e meacutedia da massa fresca total de placircntulas

ARAUJO A G de et al70

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Para a variaacutevel nuacutemero de folhas natildeo houve

significacircncia dos fatores isolados nem da interaccedilatildeo entre

eles O nuacutemero de raiacutezes e massa fresca total de placircntulas

apresentaram significacircncia apenas para o fator meio de

cultura enquanto que para nuacutemero de brotos e

comprimento da parte aeacuterea a interaccedilatildeo dos fatores foi

significativa (Tabela 1)

Com relaccedilatildeo ao nuacutemero de brotos observou-se

interaccedilatildeo entre os fatores BAP e os meios de cultura

utilizados (Tabela 1) Poreacutem pelo teste F verificou-se que

apenas o meio MS foi significativo em relaccedilatildeo agraves

concentraccedilotildees de BAP (Figura 1)

O maior nuacutemero de brotos (334) foi registrado na

formulaccedilatildeo de MS adicionado de 40 mg L-1 de BAP

Entretanto na ausecircncia dessa citocinina foi observada a

formaccedilatildeo de 304 brotosplanta (Figura 1) Diante da

pequena diferenccedila na quantidade meacutedia de brotos

formados entre a maior concentraccedilatildeo e o tratamento sem

o regulador de crescimento justifica-se a utilizaccedilatildeo do

meio de cultura sem o BAP Estes resultados concordam

com Silva (2003) que obteve maior nuacutemero de brotos (2

brotos) na ausecircncia de BAP para esse mesmo hiacutebrido

poreacutem em meio Knudson C

A natildeo utilizaccedilatildeo de reguladores de crescimento

adicionados ao meio de cultura vai influenciar na

reduccedilatildeo dos custos de produccedilatildeo de mudas jaacute que esse

eacute um dos componentes mais onerosos Isso eacute

extremamente importante principalmente para

laboratoacuterios comerciais

TABELA 1 ndash Resumo da anaacutelise de variacircncia para as caracteriacutesticas meacutedias de nuacutemero de folhas (NF) nuacutemero de raiacutezes(NR) nuacutemero de brotos (NB) comprimento da parte aeacuterea (CPA) e massa fresca total de placircntulas (MFP) e respectivoscoeficientes de variaccedilatildeo (CV)

significativo a 1 e 5 de probabilidade respectivamente pelo teste F

FIGURA 1 ndash Efeito do meio de cultura MS e concentraccedilotildees de BAP no nuacutemero meacutedio de brotos em placircntulas hiacutebridasde Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo apoacutes 90 dias da incubaccedilatildeo

Fontes de variaccedilatildeo GL Quadrados meacutedios

NF NR NB CPA MFP Meios 2 125683 ns 162740 01483 ns 53139 02372 BAP 4 186198 ns 44693 ns 04408 ns 03373 ns 00075 ns

Meio x BAP 8 243984 ns 13417 ns 17417 13579 00459 ns

Resiacuteduo 45 124475 21329 05055 05961 00662 CV () 3467 3081 2801 2443 5100

Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea 71

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

O estiacutemulo agrave brotaccedilatildeo em placircntulas de Spathoglottis

plicata Griff ocorreu em meio MS suplementado com 10

mg L-1 de BAP e 25 mg L-1 de ANA tendo o enraizamento

estimulado com 20 mg L-1 de AIB (NAYAK et al 1999)

TDZ tambeacutem eacute utilizado em associaccedilatildeo com BAP para

regeneraccedilatildeo de brotos de Rhynchostylis (BUI Le al 1999)

e de Anoectochilus (LI et al 1999) todas orquidaceaes

Observou-se interaccedilatildeo entre o tipo de meio de

cultura e o BAP no que diz respeito ao comprimento de

parte aeacuterea das placircntulas (Tabela 1) Pelo teste de F apenas

o meio WPM foi significativo em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees

de BAP (Figura 2)

O maior comprimento da parte aeacuterea (47 cm) foi

observado quando se utilizou o meio WPM combinado

com 40 mg L-1 de BAP (Figura 2) Como a relaccedilatildeo foi direta

pode-se inferir que o efeito estimulatoacuterio do BAP sobre o

crescimento da parte aeacuterea continuaria mesmo em

concentraccedilotildees maiores que 40 mg L-1 Talukder et al (2003)

obtiveram melhor comprimento de brotos (0472 cm) em

placircntulas de Dendrobium com utilizaccedilatildeo de 25 mg L-1 de

BAP + 05 mg L-1 de ANA adicionados ao meio MS

Relativo ao nuacutemero meacutedio de raiacutezes houve

significacircncia apenas para o fator meio de cultura (Tabela 1)

Na Tabela 2 verifica-se que os maiores valores foram obtidos

com os meios WPM (557) seguido do MS (487) sendo os

menores valores verificados no meio Knudson C (378) A

emissatildeo de novas raiacutezes eacute favorecida pelo caacutelcio e pelo boro

O meio Knudson C apresenta uma concentraccedilatildeo maior de

caacutelcio e menor de boro em relaccedilatildeo aos meios MS e WPM

que possuem concentraccedilotildees semelhantes de ambos

Segundo Pierik (1987) em concentraccedilotildees mais elevadas

(1 a 10 mg L-1) as citocininas podem induzir a formaccedilatildeo de

gemas adventiacutecias quebrando a dominacircncia apical e retardando

a formaccedilatildeo de raiacutezes Talukder et al (2003) encontraram maior

nuacutemero de raiacutezes (193explante) em placircntulas de Dendrobium

com utilizaccedilatildeo de 25 mg L-1 de BAP + 05 mg L-1 de ANA

adicionados ao meio MS O estiacutemulo ao enraizamento em

Spathoglottis plicata ocorreu em meio MS suplementado com

20 mg L-1 de AIB (NAYAK et al 1999)

FIGURA 2 ndash Comprimento meacutedio da parte aeacuterea em placircntulas hiacutebridas Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo cultivadas emmeio de cultura WPM e diferentes concentraccedilotildees de BAP

TABELA 2 ndash Efeito de diferentes meios de cultura sobreo nuacutemero meacutedio de raiacutezes em placircntulas hiacutebridas de BclsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo

Meios de Cultura Nuacutemero meacutedio de raiacutezes

WPM 557 a MS 487 a KC 378 b

Meacutedias seguidas pela mesma letra natildeo diferem entre sipelo teste de Scott-Knott a 5

ARAUJO A G de et al72

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

O efeito ora inibitoacuterio ora estimulatoacuterio dos

fitorreguladores na formaccedilatildeo de brotos e raiacutezes em

diferentes plantas pode estar associado agrave proacutepria

concentraccedilatildeo bem como a absorccedilatildeo dos reguladores de

crescimento pelo substrato (GEORGE 1996) agrave habituaccedilatildeo

(SANTANA amp PAIVA 2001) ou agrave deficiecircncia de proteiacutena

ligante promotora da atuaccedilatildeo das citocininas (TAIZ amp

ZEIGER 1998)

O nuacutemero de folhas natildeo apresentou diferenccedilas

significativas para os tratamentos estudados

isoladamente nem houve interaccedilatildeo entre eles (Tabela 1)

Talukder et al (2003) obtiveram maior nuacutemero de folhas

(425placircntula) em Dendrobium com utilizaccedilatildeo de 25 mg L-

1 de BAP + 05 mg L-1 de ANA adicionados ao meio MS

Para massa fresca de placircntulas houve significacircncia

apenas para o fator meio de cultura isoladamente (Tabela

1) Atraveacutes do teste de meacutedias constatou-se maior massa

de placircntulas frescas nos meios WPM e MS com 0524 e

0503g respectivamente Resultado inferior (0326g) foi

registrado em meio Knudson C (Tabela 3)

TABELA 3 ndash Efeito do meio de cultura na massa frescatotal de placircntulas do hiacutebrido Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmberGlowrsquo

Meios de Cultura Massa fresca total de placircntulas (g)

WPM 0524 a MS 0503 a KC 0326 b

Meacutedias seguidas pela mesma letra natildeo diferem entre sipelo teste de Scott-Knott a 5

Dignart (2003) estudando a germinaccedilatildeo in vitro

de sementes de Cattleya nobilior Rchbf em diferentes

meios de cultura (MS WPM Knudson C e B5 de

GAMBORG et al 1968) observou que natildeo houve

diferenccedilas entre os meios utilizados O BAP adicionado

ao meio de cultura provocou aumento da taxa de brotaccedilatildeo

a partir de 1 igravemolL

Segundo (PASQUAL 2001) os meios MS e WPM

possuem concentraccedilotildees similares de micronutrientes e satildeo

ricos em nitrogecircnio (N) e potaacutessio (K) Jaacute o meio Knudson C

natildeo possui micronutrientes e tem baixas concentraccedilotildees de

N e K em relaccedilatildeo ao MS e WPM Os melhores resultados

para as variaacuteveis analisadas foram observados em meio WPM

e MS Essa resposta provavelmente deveu-se ao fato de

que o meio Knudson C possui diferentes sais minerais e

embora seja muito utilizado na germinaccedilatildeo de sementes de

orquiacutedeas parece natildeo propiciar condiccedilotildees satisfatoacuterias para

o desenvolvimento de placircntulas de algumas espeacutecies de

orquiacutedeas

Sabe-se que existe uma relaccedilatildeo entre o nuacutemero de

brotos e seu tamanho e nessa relaccedilatildeo quanto maior for o

nuacutemero de brotos menor o tamanho dos mesmos

(GEORGE 1996) Essa relaccedilatildeo fez-se presente ateacute a

concentraccedilatildeo de 20 mg L-1 de BAP em Bc lsquoPastoralrsquo x Lc

lsquoAmber Glowrsquo No entanto em concentraccedilotildees superiores

tanto o nuacutemero quanto o comprimento dos brotos

aumentaram Tal diversidade de resultados estaacute

relacionada principalmente ao genoacutetipo da espeacutecie meio

de cultura e possivelmente agrave interferecircncia na accedilatildeo dos

reguladores de crescimento

Segundo Malaure et al (1991) diferentes efeitos

dos reguladores de crescimento podem ocorrer para

diferentes espeacutecies inclusive variaccedilotildees dentro de uma

mesma espeacutecie Em orquiacutedeas o efeito dos reguladores de

crescimento e de meios de cultura satildeo diversificados

principalmente quando se utiliza um hiacutebrido trigeneacuterico

com alto grau de heterozigose

CONCLUSOtildeES

Melhores resultados para propagaccedilatildeo in vitro de

placircntulas de orquiacutedea Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo satildeo

obtidos com o meio WPM A suplementaccedilatildeo de 4 mg L-1 de

BAP no meio WPM favorece o crescimento in vitro Para

a multiplicaccedilatildeo maior quantidade de brotos eacute conseguida

em meio MS na ausecircncia de BAP

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ARDITTI J ERNST R Micropropagation of orchids NewYork John Wiley amp Sons 1992 682 p

Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea 73

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

BUI V L HANG-PHUONG N T ANH-HONG L T TRAN-THANH-VAN K High frequency shoot regeneration fromRhynchostylis gigantea (Orchidaceae) using thin cell layers PlantGrowth Regulation Dordrecht v28 n3 p 179-185 July 1999

CARVALHO V S Morfogecircnese in vitro de orquiacutedeas dogrupo Cattleya 2002 179 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitotecnia) - Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG

DIGNART S L Propagaccedilatildeo in vitro de Cattleya nobiliorRCHB F (Orchidaceae) Cuiabaacute UFMT 2003 55 p(Monografia - Licenciatura em Ciecircncias Bioloacutegicas)

GEORGE E F Plant propagation by tissue culture part 1- The Technology 2 ed Edington Limited 1996 1574 p

GAMBORG O L MILLER R A OJIMA K Nutrientrequeriments of suspension cultures of soybean root cellsExperimental Cell Research San Diego v 50 n 1 p 151-158 1968

GRATTAPAGLIA D MACHADO M MicropropagaccedilatildeoIn TORRES A C et al (Ed) Cultura de tecidos etransformaccedilatildeo de plantas Brasiacutelia EMBRAPACNPH1998 v 1 p 183-260

KNUDSON L Nonsymbiotic germination of orchid seedsBotanical Gazette Chicago v 73 n 1 p 1-25 1922

KNUDSON L A new nutrient solution for the germinationof orchid seed American Orchid Society Bulletim WestPalm Beach v 14 p 214-217 1946

LI Y GE Z LI Y Q GE Z Y Studies on improvement ofthe micropropagation technique and transplantation ofAnoectochilus formosanus Havata Journal of JiangsuForestry and Technology Beijing v 26 n 3 p 32-34 1999

LOYD G McCOWN B Commercially-feasiblemicropropagation of mountain laurel Kalmia latifoliaby use of shoot-tip culture International Plant PropagationSociety Proceedings Washington v 30 p 421-427 1980

MALAURE R S BARCLAY G POWER J B DAVEYM R The prodution of novel plants from florets ofChrysanthemun morifolium using tissue culture 1 Shootregeneration from ray florets and somaclonal variationexhibited by regenerated plants Journal of PlantPhysiology Stuttgart v 139 n 1 p 8-13 Nov 1991

MARTINI C M WILLADINO L ALVES G D DONATOV M T S Propagaccedilatildeo de orquiacutedea Gongora quinquinervispor semeadura in vitro Pesquisa AgropecuaacuteriaBrasileira Brasiacutelia v 36 n 10 p 1319-1324 out 2001

MURASHIGE T SKOOG F A A revised medium for rapidgrowth and bio assays with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 1962

NAYAK NR RATH SP PATNAIK SN Propagationof Spathoglottis plicata BL (Orchidaceae) through in vitroculture of leaf bases Advances in Plant Sciences NewYork v 12 n 2 p 589-592 1999

PASQUAL M Cultura de tecidos vegetais meios decultura Lavras UFLAFAEPE 2001 74 p

PIERIK R L M In vitro culture of higher plants BostonMartinus Nijhoff Publishers 1987 344 p

SANTANA J R F PAIVA R Habituaccedilatildeo Revista ABCTPNotiacutecias Recife n 41 p 4-10 2001

SHEEHAN T J Recent advances in botany propagationand physiology of orchids Horticultural Reviews v 5 p279-315 1983

SILVA E F Multiplicaccedilatildeo e crescimento in vitro deorquiacutedea Brassocattleya ldquoPastoralrdquo x LaeliocattleyaldquoAmber Glowrdquo 2003 62 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitotecnia) - Universidade Federal de Lavras Lavras MG

SINGH F Micropropagation of orchids Spathogloottisplicata and Epidendrum radicans In BAJAJ Y P SBiotechnology in agriculture and forestry high-tech andmicropropagation IV London Springer-Verlag 1992 v 20p223-245

TAIZ L ZEIGER E Plant physiology 2 ed SunderlandMA Sinauer Associates 1998 792 p

TALUKDER S K NASIRUDDIN K M YASMIN SHASSAN L BEGUM R Shoot proliferation of Dendrobiumorchid with BAP and ANA Jounal of Biological SciencesBanghadesh v11 n 3 p 1058-1062 2003

VAN DER PIJL L DODSON CH Orchid flowers theirpollination and evolution Coral Gables University ofMiami Press 1966 214 p

SILVEIRA D G et al74

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

EFEITO DO VIacuteRUS DAS ESTRIAS DA BANANEIRA NAMICROPROPAGACcedilAtildeO E NO CRESCIMENTO DAS PLANTAS DA

CULTIVAR CAIPIRA DURANTE A ACLIMATIZACcedilAtildeO1

EFFECT OF BANANA STREAK VIRUS ON MICROPROPAGATION AND PLANTGROWTH OF CULTIVAR CAIPIRA DURING ACLIMATIZATION

DANIELA GARCIA SILVEIRA2 ANTOcircNIO DA SILVA SOUZA3 PAULO ERNESTO MEISSNER FILHO3TALES MILER SOARES4 RANULFO CORREA CALDAS3 KAacuteTIA REGINA BARBOSA LEAtildeO5

1Parte da Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada pelo primeiro autor ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Agraacuterias da Escola de AgronomiaUFBA ndash Cruz das Almas BA2Doutoranda em Botacircnica ndash Universidade Estadual de Feira de SantanaUEFS ndash Feira de Santana BA ndash danielagsigcombr3Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical ndash Caixa Postal 007 ndash 44380-000 ndash Cruz das Almas BA4Doutorando da Escola Superior Luis de QueirozEsalq ndash Piracicaba SP ndash tmsoaresesalquspbr5Engenheira Agrocircnoma MSc EBDA ndash Cruz das Almas BA ndash 44380-000 ndash krbleaohotmailcom

(Recebido em 12 de abril de 2006 e aprovado em 28 de agosto de 2006)

RESUMOAvaliaram-se os efeitos da infecccedilatildeo pelo viacuterus das estrias

de bananeira (Banana Streak Virus BSV) no desenvolvimento invitro e no crescimento das plantas da cultivar Caipira durante aaclimatizaccedilatildeo Utilizou-se o delineamento experimentalinteiramente casualizado com dois tratamentos plantas sadias eplantas infectadas pelo BSV com respectivamente 24 e 28repeticcedilotildees Os explantes foram desinfestados e estabelecidos emmeio MS baacutesico suplementado com 30 gL de sacarose solidificadocom 2 gL de lsquoPhytagelrsquo e pH ajustado em 58 Foram efetuadoscinco subcultivos em meio com 4 mgL de BAP (6-benzilaminopurina) e as plantas obtidas foram enraizadas nessemesmo meio de cultura sem reguladores de crescimento Apoacutesessa etapa transferiram-se as plantas para a aclimatizaccedilatildeo emcacircmara uacutemida onde permaneceram por 30 dias Avaliaram-se astaxas de multiplicaccedilatildeo a presenccedila in vitro dos sintomas do BSVnos explantes provenientes das plantas infectadas durante amicropropagaccedilatildeo e aclimatizaccedilatildeo as perdas por contaminaccedilatildeoenvolvendo fungos e bacteacuterias nas fases da micropropagaccedilatildeo e aaltura das plantas na fase da aclimatizaccedilatildeo A infecccedilatildeo pelo BSVnatildeo afetou significativamente a multiplicaccedilatildeo e o crescimento invitro das plantas sendo os sintomas do viacuterus visiacuteveis em todasas fases da micropropagaccedilatildeo e na aclimatizaccedilatildeo das plantasinfectadas A maior porcentagem de contaminaccedilatildeo ocorreu nafase de estabelecimento in vitro dos explantes independentementedos tipos de plantas utilizadas Apoacutes 30 dias de aclimatizaccedilatildeo asplantas com BSV apresentaram altura inferior agraves plantas sadiasA presenccedila do viacuterus natildeo influenciou a taxa de multiplicaccedilatildeo dosexplantes poreacutem afetou o crescimento das plantas infectadas

Termos para indexaccedilatildeo Musa BSV cultura de tecidospropagaccedilatildeo in vitro

ABSTRACTThe effects of the banana streak virus (BSV) infection on

in vitro development of the cultivar Caipira were evaluated The

used experimental design was a completely randomized withtwo treatments healthy plants and plants infected by BSV with24 and 28 replications respectively The explants weredisinfected and established in a basic MS medium supplementedwith 30 gL sucrose solidified with 2 gL lsquoPhytagelrsquo and pHadjusted to 58 Five subcultures were carried out in a mediumcontaining 4 mgL BAP (6-benzylaminopurine) and the plantletswere rooted in the same culture medium without growthregulators Afterwards the plantlets were transferred to a humidchamber for acclimatization during a 30-day periodMultiplication rates presence of BSV symptoms on in vitroexplants obtained from plants infected during themicropropagation and acclimatization periods losses caused byfungal and bacterial contamination and plantlet height at theacclimatization stage were evaluated The infection by BSVpresented no significant effect on the multiplication rate and invitro plant growth although the virus symptoms were visible inall the micropropagation phases and during the acclimatizationof infected plants The highest percentage of contaminationoccurred during the in vitro establishment phase regardless theused plants After 30 days of acclimatization the plants withBSV presented a lower height compared to the healthy plantsAlthough the presence of the virus had no influence on the explantmultiplication rate it affected the growth of infected plants

Index terms Musa BSV tissue culture in vitro propagation

INTRODUCcedilAtildeO

As bananeiras estatildeo sujeitas as vaacuterias doenccedilas

causadas por fungos bacteacuterias nematoacuteides e viacuterus que

satildeo limitantes agrave sua capacidade de produccedilatildeo Entre as

viroses que ocorrem no Brasil destaca-se a causada pelo

viacuterus das estrias da bananeira (Banana streak virus BSV)

Efeito do viacuterus das estrias da bananeira 75

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

que eacute particularmente importante para os programas de

melhoramento geneacutetico e de multiplicaccedilatildeo comercial de

cultivares uma vez que pode ser incorporada ao genoma e

transmitida pelas sementes de plantas infectadas

(DANIELLS et al 1995) aleacutem de natildeo existir um meacutetodo

eficiente para limpar uma planta infectada com BSV

(LOCKHART 1994)

Esse viacuterus natildeo eacute transmitido mecanicamente sendo as

mudas infectadas sua principal forma de disseminaccedilatildeo

(LOCKHART amp AUSTREY 1988 LOCKHART 1994) A

transmissatildeo eacute feita de maneira semi-persistente pela cochonilha-

dos-citros Planococcus citri Risso e pela cochonilha-da-cana-

de-accediluacutecar Saccharicoccus sacchari cocherell (LOCKHART

1993 LOCKHART amp AUSTREY 1988)

O BSV inicialmente causa na bananeira um estriado

cloroacutetico de linhas descontiacutenuas dispersas e concentradas

em partes da lacircmina foliar Com o envelhecimento das

folhas o estriado causa necrose de coloraccedilatildeo marrom-cafeacute

a negro (RAMIREZ amp RIVERA 1994) As plantas

infectadas geralmente natildeo mostram sintomas em todas as

folhas (CORDEIRO amp KIMATI 1997 LOCKHART 1986)

Outros sintomas do BSV satildeo a reduccedilatildeo do vigor da planta

e a diminuiccedilatildeo do tamanho dos frutos que tambeacutem ficam

deformados (RAMIREZ amp RIVERA 1994)

Este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos

da infecccedilatildeo pelo BSV na multiplicaccedilatildeo in vitro e no

crescimento durante a aclimatizaccedilatildeo das plantas de

bananeira da cultivar Caipira Aleacutem disso avaliou-se a taxa

de contaminaccedilatildeo por fungos e bacteacuterias na etapas da

micropropagaccedilatildeo devido a importacircncia dessa variaacutevel na

multiplicaccedilatildeo in vitro das plantas

MATERIAL E MEacuteTODOS

O estudo dos efeitos do BSV na micropropagaccedilatildeo

da cultivar Caipira (grupo AAA) foi conduzido no

Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos da Embrapa Mandioca

e Fruticultura Tropical Utilizou-se o delineamento

experimental inteiramente casualizado com dois

tratamentos plantas sadias com 24 repeticcedilotildees coletadas

no Banco de Germoplasma de Bananeira da Embrapa

Mandioca e Fruticultura Tropical e plantas infectadas com

BSV com 28 repeticcedilotildees Foram usadas mudas do tipo

chifrinho sendo que as matrizes infectadas com BSV com

altura meacutedia de 12 cm foram infestadas pela cochonilha

vetora Planacoccus citri Risso alimentadas em folhas de

banana lsquoMysorersquo com sintomas de BSV em casa-de-

vegetaccedilatildeo Aproximadamente 15 dias apoacutes a infestaccedilatildeo

todas as 28 plantas estavam com os sintomas da virose

Para o estabelecimento in vitro realizou-se a limpeza

das matrizes por meio de uma seacuterie de cortes removendo-

se parte do rizoma e do pseudocaule ateacute o tamanho

aproximado de 50 cm de altura por 15 cm de diacircmetro

lavando-se com detergente e aacutegua deionizada A

desinfestaccedilatildeo foi feita em cacircmara de fluxo laminar

imergindo os explantes em soluccedilatildeo de aacutelcool 70 por

cinco minutos e em soluccedilatildeo 11 de aacutegua sanitaacuteria comercial

(2 de cloro ativo) com aacutegua deionizada por 30 minutos

Em seguida foram realizadas trecircs lavagens com aacutegua

deionizada esterilizada e reduzidos os explantes ateacute o

tamanho final de 06 cm de altura por 04 cm de diacircmetro

As etapas de estabelecimento multiplicaccedilatildeo e

enraizamento foram realizadas em meio nutritivo MS baacutesico

(MURASHIGE amp SKOOG 1962) suplementado com 30 g

L de sacarose solidificado com 2 gL de ldquoPhytagelrdquo e pH

ajustado para 58 Apenas na fase de multiplicaccedilatildeo o meio

MS foi suplementado com 4 mgL de 6-benzilaminopurina

(BAP) Em todas as etapas os explantes foram dispostos

sobre 25 mL de meio de cultura em frascos com 12 cm de

altura por 5 cm de diacircmetro

A multiplicaccedilatildeo foi realizada em cinco subcultivos

das gemas e brotos sendo efetuada a subdivisatildeo

longitudinal dos explantes sempre que possiacutevel O

estabelecimento e os cinco subcultivos foram realizados

com intervalos de 30 dias Apoacutes os subcultivos as

plantas permaneceram 30 dias em enraizamento O

estudo foi desenvolvido sob condiccedilotildees de temperatura

de 27 plusmn 1ordmC fotoperiacuteodo de 16 horas e intensidade

luminosa de 22 microEm2s

SILVEIRA D G et al76

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

Apoacutes o enraizamento in vitro 47 plantas sadias e 40

plantas infectadas com BSV foram transferidas para copos

plaacutesticos de 300 cm3 contendo o Plantmaxreg e vermiculita

(21) permanecendo 30 dias sob condiccedilotildees de 85 de umidade

relativa do ar e 60 de sombreamento em casa-de-vegetaccedilatildeo

Na fase de estabelecimento e em cada subcultivo

foram avaliadas as taxas de multiplicaccedilatildeo e a presenccedila dos

sintomas do BSV nos explantes provenientes das plantas

infectadas Na fase de aclimatizaccedilatildeo avaliaram-se a

presenccedila de sintomas nas plantas infectadas e as suas

respectivas alturas As medidas foram tomadas do coleto

ateacute a extremidade apical da folha mais alta

Os dados referentes ao nuacutemero de gemas obtidas

nos cinco subcultivos foram transformados em raiz

quadrada Foi estabelecida uma regressatildeo linear para cada

tratamento em funccedilatildeo dos subcultivos

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A infecccedilatildeo pelo BSV natildeo afetou significativamente

o crescimento e a multiplicaccedilatildeo das plantas sendo que o

nuacutemero de gemas cresceu linearmente em funccedilatildeo dos

subcultivos em ambos os tratamentos Trabalhando com

plantas micropropagadas de bananeira sadias e infectadas

com o viacuterus do topo em leque (Banana bunchy top virus

BBTV) Thomas et al (1995) observaram que aquela virose

tambeacutem natildeo afetou a capacidade das plantas em crescer e

multiplicar Nas anaacutelises de regressatildeo realizadas para os

dois tratamentos (plantas sadias e plantas com BSV) o

acreacutescimo no nuacutemero de gemas em funccedilatildeo dos subcultivos

pode ser explicado por um modelo de regressatildeo linear

(Figura 1) As estimativas da regressatildeo linear para plantas

com BSV e plantas sadias foram altamente significativas e

os coeficientes de determinaccedilatildeo (R2) proacuteximos de 1 Foi

observado que as linhas determinadas a partir das

equaccedilotildees obtidas satildeo quase superpostas evidenciando

um comportamento semelhante entre os dois tratamentos

com relaccedilatildeo ao nuacutemero de gemas por subcultivo

Em todas as fases da micropropagaccedilatildeo os sintomas

do BSV foram visiacuteveis ocorrendo nas folhas das plantas

infectadas estriados cloroacuteticos com linhas descontiacutenuas e

FIGURA 1 ndash Curvas de regressatildeo linear obtidas a partir dosdados de gemas em cada subcultivo da cultivar de bananeiraCaipira sadias e infectadas com BSV Cruz das Almas (BA)Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 2006Dados transformados por x

dispersas (Figura 2) Esses mesmos sintomas foram

observados em plantas de bananeira infectadas com BSV

mantidas a campo (RAMIREZ amp RIVERA 1994)

As contaminaccedilotildees que ocorreram nos materiais

in vitro foram tambeacutem avaliadas As maiores taxas de

contaminaccedilatildeo aconteceram na fase de estabelecimento

in vitro dos explantes obtendo-se niacuteveis de 21 e 32

para as plantas sadias e infectadas com BSV

respectivamente (Figura 3) Os elevados iacutendices de perdas

nesta etapa foram causados principalmente por

contaminaccedilatildeo bacteriana Segundo Oliveira amp Silva

(1997) as maiores contaminaccedilotildees bacterianas dos

explantes de bananeira ocorrem na fase de

estabelecimento in vitro do que nos demais subcultivos

Oliveira et al (2000) trabalhando com plantas livres de

viacuterus obtiveram taxas de contaminaccedilatildeo nesta fase entre

10 e 45 as quais estatildeo proacuteximas agraves obtidas neste

trabalho Durante a fase de multiplicaccedilatildeo as perdas por

contaminaccedilatildeo foram menores variando de 14 a 74

para as plantas sadias e de 0 a 121 no caso das plantas

infectadas com BSV sendo que a maior parte do material

foi contaminada por fungos natildeo-patogecircnicos Estes

valores foram bem inferiores agravequeles obtidos por Oliveira

et al (1999) (131) que utilizaram genoacutetipos diploacuteides

triploacuteides e tetraploacuteides de bananeiras sadias

Efeito do viacuterus das estrias da bananeira 77

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

FIGURA 2 ndash Planta de bananeira lsquoCaipirarsquo infectada com BSV na fase de enraizamento in vitro apresentando estriadoscloroacuteticos com linhas descontiacutenuas e dispersas nas folhas Cruz das Almas (BA) Embrapa Mandioca e FruticulturaTropical 2006

FIGURA 3 ndash Taxas por contaminaccedilatildeo () de explantes dacultivar Caipira na fase de estabelecimento (Est) e ao longode cinco subcultivos (Sub) Cruz das Almas (BA)Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 2006

Durante o enraizamento in vitro natildeo houve

diferenccedila significativa na altura das plantas Poreacutem com

30 dias de aclimatizaccedilatildeo as plantas com BSV apresentaram

altura significativamente inferior agraves plantas sadias (Tabela 1)

Soares et al (2000) cultivaram mudas de bananeira lsquoCaipirarsquo

sadias e infectadas com BSV durante 141 dias em casa-de-

vegetaccedilatildeo e observaram que a infecccedilatildeo pelo viacuterus implicou

em significativa reduccedilatildeo no crescimento inicial afetando

o porte o desenvolvimento do sistema radicular e a aacuterea

fotossintetizante das plantas Verifica-se assim que a

infecccedilatildeo pelo BSV prejudicou o crescimento inicial das

plantas afetando a altura daquelas infectadas mesmo em

um periacuteodo relativamente curto indicando que em periacuteodos

mais longos o prejuiacutezo com relaccedilatildeo ao crescimento pode

ser ainda maior aconteceu no estudo desenvolvido por

Soares et al (2000)

Os sintomas do BSV permaneceram visiacuteveis em

todas as plantas infectadas durante e apoacutes a fase de

aclimatizaccedilatildeo Esse resultado foi diferente ao obtido por

Dahal et al (1999) quando micropropagaram hiacutebridos de

Musa pois os sintomas soacute foram visiacuteveis em plantas com

trecircs meses apoacutes o enraizamento Provavelmente essa

diferenccedila foi devido agraves condiccedilotildees onde os trabalhos foram

conduzidos casa-de-vegetaccedilatildeo e campo respectivamante

bem como aos genoacutetipos estudados Observaccedilotildees

semelhantes foram tambeacutem efetuadas por Gauhl amp Pasberg-

Gauhl (1995) e Ortiz (1996) ao estudarem a incidecircncia de

viroses em diferentes genoacutetipos de bananeira

SILVEIRA D G et al78

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

Alturas (cm) Plantas de bananeira lsquoCaipirarsquo

Enraizamento

in vitro 30 dias de

aclimatizaccedilatildeo

Sadias 637 a 2690 a BSV 728 a 2192 b

TABELA 1 ndash Meacutedias das alturas das plantas apoacutes oenraizamento in vitro e 30 dias de aclimatizaccedilatildeo em casa-de-vegetaccedilatildeo Cruz das Almas (BA) Embrapa Mandiocae Fruticultura Tropical 2006

Meacutedias seguidas pelas mesmas letras nas colunas natildeodiferem estatisticamente entre si pelo teste F ao niacutevel de 5 de significacircncia

CONCLUSOtildeES

A infecccedilatildeo pelo BSV natildeo influenciou a taxa de

multiplicaccedilatildeo dos explantes embora os sintomas do viacuterus

tenham sido visiacuteveis em todas as fases da micropropagaccedilatildeo

e durante os primeiros 30 dias da aclimatizaccedilatildeo das plantas

infectadas Todavia o crescimento das plantas infectadas

foi afetado pela presenccedila do viacuterus

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CORDEIRO Z J M KIMATI H Doenccedilas da bananeiraIn KIMATI H et al (Ed) Manual de fitopatologiadoenccedilas das plantas cultivadas Satildeo Paulo AgronocircmicaCeres 1997 v 2 p 112-136

DAHAL G GAUHL F PASBERG-GAUHL C HUGHESJ drsquoA THOTTAPPILLY G LOCKHART B E L Evalutionof micropropagated plantain and banana (Musa spp) forbanana streak badnavirus incidence under field andgreenhouse conditions in Nigeria Annals of AppliedBiology Warwick v 134 n 2 p 181-191 Apr 1999

DANIELLS J THOMAS J E SMITH M Seedtransmission of banana streak virus confirmed InfoMusaMontpellier v 4 n 1 p 7 1995

GAUHL F PASBERG-GAUHL C Temporal dynamics ofbanana streak badnavirus (BSV) symptoms in Musa clonesin southern Nigeria Phytomedizin Hohenheim v 25 n 1p 27 1995

LOCKHART B E L Banana streak virus (BSV) InINTERNATIONAL NETWORK FOR THE

IMPROVEMENT OF BANANA AND PLANTAIN AnnualReport Montpellier INIBAP 1993 p 29-30

LOCKHART B E L Banana streak virus In PLOETZ RC ZENTMYER G A ANISHIJIMA W T ROHRBACHK G OHR H D (Ed) Compendium of tropical fruitdiseases Saint Paul The American PhytopathologicalSociet 1994 p 19-20

LOCKHART B E L Purification and serology of abaciliform virus associated with banana streak diseasePhytopathology Saint Paul v 76 n 10 p 995-999 Oct1986

LOCKHART B E L AUSTREY L J C Occurrence insugarcane of a bacilliform virus related serologically tobanana streak virus Plant Disease Saint Paul v 72 n 3p 230-233 Mar 1988

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgrowth and biossays with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 1962

OLIVEIRA R P SILVA S O Avaliaccedilatildeo de micropropagaccedilatildeocomercial em bananeira Pesquisa Agropecuaacuteria BrasileiraBrasiacutelia v 32 n 4 p 415-420 abr 1997

OLIVEIRA R P SILVEIRA D G SILVA S O Efeito dadesinfestaccedilatildeo e do uso de meios indicadores decontaminaccedilatildeo na micropropagaccedilatildeo de bananeira RevistaBrasileira de Fruticultura Jaboticabal v 22 n 1 p 57-61 abr 2000

OLIVEIRA R P SILVEIRA D G SILVA S O SILVA KM VILARINHOS A D Avaliaccedilatildeo da micropropagaccedilatildeode genoacutetipos diploacuteides triploacuteides e tetraploacuteides debananeira empregando protocolo utilizado em laboratoacuterioscomerciais Revista Brasileira de FruticulturaJaboticabal v 21 n 3 p 269-273 dez 1999

ORTIZ R The potential of AMMI analysis for fieldassessment of Musa genotypes to virus infectionHortscience Alexandria v 31 n 5 p 829-832 Sept 1996

RAMIREZ P RIVERA C Enfermedades virales in bananay plaacutetano In REUNIAtildeO DE LA ASSOCIACION PARA LACOOPERACION EN INVESTIGACION DE BANANO ENCARIBE Y EN AMERICA TROPICAL 10 1991 TabascoMemorias San Joseacute CORDANA 1994 p 223-230

Efeito do viacuterus das estrias da bananeira 79

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

SOARES T M MEISSNER FILHO P E ROCHA H SEfeitos do viacuterus das estrias da bananeira na cultivar Caipira(AAA) In CONGRESSO BRASILEIRO DEFRUTICULTURA 16 2000 Fortaleza Anais FortalezaSociedade Brasileira de Fruticultura 2000 172 p 1CD-ROM

THOMAS J E SMITH M K KESSLING A G HAMILLS D Incosistent transmission of banana bunchy top virusin micropropagated bananas and its implication forgermplasm screening Australian Journal of AgriculturalResearch Collingwood v 46 n 3 p 663-671 1995

FOGACcedilA L A et al80

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

CARACTERIacuteSTICAS MORFOFISIOLOacuteGICAS DE BROTACcedilOtildeES DEAgapanthus umbellatus var minor MULTIPLICADAS EM

BIORREATOR DE IMERSAtildeO TEMPORAacuteRIA1

MORPHOLOGICAL AND PHYSIOLOGICAL CHARACTERISTICS Agapanthus umbellatus varminor OF SHOOTS PROPAGATED IN BIOREACTOR OF TEMPORARY IMMERSION

LUCIANA ALVES FOGACcedilA2 DENILSON DORTZBACH3 ANTONIO CARLOS ALVES4 ENIO LUIZ PEDROTTI5

1Parte da dissertaccedilatildeo de mestrado do primeiro autor junto ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Recursos Geneacuteticos vegetais CCA UFSC ndash Florianoacutepolis SC2Engenheira Agrocircnoma Mestre em Recursos Geneacuteticos Vegetais ndash CCAUFSC ndash UFSC Trindade ndash Florianoacutepolis SC ndash 88040-900 ndash lufogacapopcombr3Empresa Catarinense de Pesquisa Agropecuaacuteria ndash Rodovia Admar Gonzaga 1340 ndash Bairro Itacorubi Florianoacutepolis SC ndash denilsondtbolcombr4Engenheiro Agrocircnomo Professor Dr Departamento Fitotecnia ndash CCAUFSC ndash UFSC ndash alvesccaufscbr5Engenheiro Agrocircnomo Professor Dr Departamento Fitotecnia ndash CCAUFSC ndash UFSC ndashRodovia Admar Gonzaga 1346 ndash 88 040 900 ndash Florianoacutepolis- SC ndash pedrotticcaufscbr

RESUMOCom o presente trabalho objetivou-se estudar alguns

aspectos morfoloacutegicos e fisioloacutegicos de placircntulas de Agapanthusumbellatus LrsquoHeacuter var minor multiplicadas em biorreatores deimersatildeo temporaacuteria (BIT) Foram testadas quatro concentraccedilotildeesde sacarose no meio de cultura e duas intensidades luminosasem um total de oito tratamentos formando um fatorial 2 x 4 Odelineamento experimental utilizado foi inteiramentecasualizado Os resultados obtidos indicaram que as condiccedilotildeesambientais principalmente luz e concentraccedilatildeo de sacarose domeio de cultura influenciaram o desenvolvimento e o crescimentodas placircntulas quando multiplicadas Observou-se que a ausecircnciade sacarose mesmo no niacutevel mais elevado de intensidadeluminosa natildeo estimulou a fotossiacutentese das placircntulas Acombinaccedilatildeo de 30 gL-1 de sacarose e 70 mMm-2s-1 de luzproporcionou maior numero de folhas massa fresca e secaconcentraccedilatildeo de clorofila a b e total fatores estes que tecircmgrande influecircncia na fase de aclimatizaccedilatildeo

Termos para indexaccedilatildeo Plantas ornamentaismicropropagaccedilatildeo sacarose intensidade luminosa

ABSTRACTThe objective of the present work was to study

morphological and physiological characteristics of Agapanthusumbellatus LrsquoHeacuter var minor plantlets propagated in bioreactorof temporary immersion (BIT) Four sucrose concentrationsand two light intensities were analyzed totalizing eighttreatments The experimental design used was a completelyrandomized with a 2 x 4factorial The results indicated that theenvironment conditions mainly light and sucrose concentrationsof the culture medium influenced plantlets development andgrowth It was observed that the absence of sucrose even inthe highest level of light intensity had no stimuli on plantletphotosynthesis The combination of 30 g L-1 sucrose and 70mM m-2 s-1 light had promoted higher leaf number fresh anddry weight concentration of chlorophyll a b and total

parameters that present high influence during theacclimatizationrsquos phase

Index terms Ornamental plants micropropagation sucroselight intensity

INTRODUCcedilAtildeO

Agapanthus umbellatus var minor tambeacutem

conhecida como Agapantho ou Liacuterio do Nilo eacute uma

angiosperma da famiacutelia Amaryllidaceae pertencente agrave

ordem Liliales (BOTANY 2003) eacute uma espeacutecie ornamental

muito utilizada como flor de corte devido agrave sua durabilidade

No entanto o maior interesse econocircmico nesta espeacutecie

decorre do seu uso como forraccedilatildeo em jardins e praccedilas

(LORENZI amp SOUZA 1995)

Sua propagaccedilatildeo eacute tradicionalmente efetuada

atraveacutes da divisatildeo de touceiras No entanto esta teacutecnica

apresenta uma seacuterie de desvantagens visto que a taxa de

propagaccedilatildeo eacute baixa cerca de dez mudas por planta ao ano

aleacutem de possibilitar a dispersatildeo de pragas e doenccedilas que

poderatildeo ocorrer no viveiro de produccedilatildeo Sendo assim a

micropropagaccedilatildeo pode ser uma ferramenta muito

promissora para esta espeacutecie

O processo de micropropagaccedilatildeo induz a um grande

nuacutemero de mudanccedilas anatocircmicas morfoloacutegicas e

fisioloacutegicas que muitas vezes tem limitado o cultivo in vitro

de algumas espeacutecies (DESJARDINS 1993) A

(Recebido em 18 de julho de 2005 e aprovado em 25 de agosto de 2006)

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 81

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

heterogeneidade de respostas agraves placircntulas que ocorrem

na cultura de tecidos eacute promovida natildeo soacute por fatores

inerentes ao tecido vegetal (geneacuteticos e fisioloacutegicos) mas

tambeacutem por modificaccedilotildees do ambiente in vitro

As modificaccedilotildees do ambiente in vitro envolvem a

qualidade e intensidade de luz fotoperiacuteodo temperatura

umidade reguladores de crescimento exoacutegenos fonte de

carbono e estresse mecacircnico Estes satildeo determinantes na

morfogecircnese no crescimento e no desenvolvimento de

placircntulas in vitro (GEORGE 1996 KOZAI et al 1990

SALISBURY 1981) Aleacutem disso interferem no nuacutemero de

folhas teor de clorofila densidade estomaacutetica (LIAN et

al 2002 PREECE amp SUTTER 1991) na fotossiacutentese e na

fase de aclimatizaccedilatildeo (DESJARDINS et al 1995)

Um dos principais fatores que causam grande

influecircncia na fotossiacutentese de placircntulas cultivadas in vitro

eacute a intensidade luminosa (GALZY amp COMPAN 1992) A

quantidade e a qualidade da luz bem como o fotoperiacuteodo

podem afetar o crescimento e o desenvolvimento de

placircntulas in vivo (SMITH 1982) e placircntulas in vitro

(ECONOMOU amp READ 1987 VLAHOS et al 1992) Esta

influecircncia se deve ao grande impacto sobre o acuacutemulo de

pigmentos biossiacutentese de clorofila diferenciaccedilatildeo de

cloroplastos e anatomia da folha (DESJARDINS et al 1995)

Outro fator que vem sendo estudado e que pode

determinar um papel importante no controle da atividade

fotossinteacutetica de placircntulas in vitro eacute a utilizaccedilatildeo de

carboidratos exoacutegenos pois o crescimento da maioria das

culturas in vitro eacute sustentado pela sacarose ou outros

accediluacutecares adicionados ao meio de cultura (PREECE amp

SUTTER 1991) Estes podem ser utilizados pelas placircntulas

quando a taxa de fotossiacutentese natildeo permite assegurar um

balanccedilo positivo em carbono definindo assim uma nutriccedilatildeo

mixotroacutefica ou heterotroacutefica (GALZY amp COMPAN 1992)

Baseado na hipoacutetese de que a composiccedilatildeo do meio

de cultura e a intensidade luminosa influenciam a

morfologia e a fisiologia de placircntulas micropropagadas o

presente trabalho teve como objetivo estudar aspectos

morfoloacutegicos e fisioloacutegicos de placircntulas de Agapanthus

umbellatus LrsquoHeacuter var minor multiplicadas em biorreator de

imersatildeo temporaacuteria (BIT) Para tanto foi avaliado o

desenvolvimento e o crescimento desta espeacutecie durante a

fase de multiplicaccedilatildeo em funccedilatildeo da variaccedilatildeo de niacuteveis de

sacarose e intensidade luminosa

MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado no Laboratoacuterio de

Morfogecircnese e Bioquiacutemica Vegetal localizado no Centro

de Ciecircncias Agraacuterias da Universidade Federal de Santa

Catarina em Florianoacutepolis - SC

O trabalho consistiu de um ensaio onde foram

utilizadas brotaccedilotildees de Agapanthus umbellatus var minor

obtidas da terceira repicagem mantidas em meio geleificado

MS + 178 mM de BAP Apoacutes serem individualizadas e

padronizadas tendo o seu tamanho variando entre 25 e

30 cm de comprimento as brotaccedilotildees foram transferidas

para o BIT (ETIENNE amp BERTHOULY 2002) contendo 500

mL de meio liacutequido e sais de MS (MURASHIGE amp SKOOG

1962) em condiccedilotildees asseacutepticas suplementado com

concentraccedilatildeo de 89 mM de BAP O pH foi ajustado com

NAOH (1N) em 59 antes da autoclavagem (durante 15

minutos sob 121ordmC e 15 atm de pressatildeo) O delineamento

experimental utilizado no ensaio foi o inteiramente

casualizado Foram testados quatro concentraccedilotildees de

sacarose no meio de cultura (0 15 30 e 45) e duas

intensidades luminosas (70 e 140 mmolm-2s-1) providas

por lacircmpadas brancas fluorescentes (PHILIPS ndash TLT 40W)

em um total de oito tratamentos formando um fatorial 2 x 4

Cada tratamento foi composto por trecircs frascos (repeticcedilatildeo)

contendo 50 plantas cada um

Os frascos foram mantidos em sala de crescimento

com fotoperiacuteodo de 16 horas e temperatura meacutedia de 22ordmC

com variaccedilatildeo de plusmn 2ordmC por um periacuteodo de 60 dias

Apoacutes 60 dias de cultivo foram avaliadas as

seguintes caracteriacutesticas dos explantes nuacutemero e tamanho

das brotaccedilotildees (cm) nuacutemero de folhasbrotaccedilatildeo massa

fresca e seca (g) da parte aeacuterea e raiz utilizando-se amostras

de 25 placircntulas por repeticcedilatildeo escolhidas ao acaso

FOGACcedilA L A et al82

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

A determinaccedilatildeo do conteuacutedo de clorofila ldquoa b e

totalrdquo consistiu na coleta de amostras de 100 mg de massa

fresca As amostras foram incubadas com 70 mL de DMSO

(dimetilsulfoacutexido) sem maceraccedilatildeo por 30 minutos a 65degC

Apoacutes filtragem seu volume foi completado para 10 mL com

DMSO Desses extratos 2 mL foram analisados em

espectrofotocircmetro (UV - visiacutevel SHIMADZU) para os

valores de absorbacircncia entre 645 e 663 nm Os valores obtidos

foram submetidos agrave foacutermula de Arnon (1949) conforme

descrito por Hiscox amp Israelstam (1979) Chl a = (00127 X

D663) ndash (000269 X D645) e Chl b = (00229 X D645) ndash (000468

X D663) A clorofila total foi a soma da ldquoChl a e Chl brdquo de

cada tratamento foram utilizadas 25 amostras

A determinaccedilatildeo da densidade estomaacutetica (nuacutemero

de estocircmatos por mm2 de superfiacutecie foliar) foi realizada nas

amostras das quais extraiu-se a clorofila Apoacutes a extraccedilatildeo

da clorofila as folhas foram cortadas e somente o terccedilo

meacutedio das folhas foi usado para anaacutelise Em seguida foram

fixadas sobre lacircminas histoloacutegicas com a ajuda de uma

lamiacutenula e de algumas gotas de aacutegua esterilizada A

observaccedilatildeo foi realizada na epiderme das faces adaxial e

abaxial da folha com o auxiacutelio de um microscoacutepio oacutetico

(OLYMPUS CH30 ocular WH10 X 22) com um aumento

de 400 vezes e com um campo conhecido de 024 mm2 Para

cada lacircmina foram feitas leituras em cinco campos

Os dados obtidos foram avaliados por meio da

anaacutelise de variacircncia (ANOVA) seguindo o modelo para

experimento bifatorial inteiramente casualizado O nuacutemero

de brotaccedilotildees o nuacutemero de folhas e a densidade estomaacutetica

foram transformados em Oumlx+1 para a anaacutelise As meacutedias

dos tratamentos foram separadas pelo teste de comparaccedilatildeo

de meacutedias de Duncan a 5 de probabilidade conforme

recomendaccedilotildees de Stell amp Torrie (1980)

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A concentraccedilatildeo de sacarose no meio de cultura

apresentou uma accedilatildeo positiva e interativa com a intensidade

luminosa na proliferaccedilatildeo de brotaccedilotildees (Tabela 1) visto

que a ausecircncia de sacarose no meio de cultura resultou

em insucesso no crescimento das placircntulas de Agapantho

principalmente nos primeiros dias Apoacutes o

desenvolvimento inicial (aproximadamente 10 dias) foi

constatada estagnaccedilatildeo no crescimento das placircntulas

seguido de atrofia e necrose das brotaccedilotildees Apoacutes 20 dias

de cultivo ocorreu a morte das brotaccedilotildees Isso mostrou

que folhas de placircntulas de Agapantho natildeo fixaram

carbono suficiente para sustentar seu crescimento na

ausecircncia de sacarose Portanto para a espeacutecie em estudo

foi necessaacuteria a adiccedilatildeo de uma fonte de carbono no meio

de cultura para o seu desenvolvimento in vitro Segundo

Capellades et al (1991) e Desjardins et al (1995) a total

remoccedilatildeo de carboidratos no meio de cultura para algumas

espeacutecies frequumlentemente torna-se prejudicial para o

crescimento das placircntulas o que pode prejudicar o

processo de micropropagaccedilatildeo e aclimatizaccedilatildeo pois

durante o cultivo in vitro as placircntulas perdem

parcialmente o autotrofismo e consequumlentemente

necessitam de uma fonte de carbono

O maior nuacutemero de brotaccedilotildees foi obtido com a

intensidade luminosa de 70 mmolm-2s-1 e a concentraccedilatildeo

de 45 gL-1 de sacarose (Tabela 1) Enquanto que com a

intensidade luminosa de 140 mmolm-2s-1 o maior nuacutemero

de brotaccedilotildees foi obtido com a concentraccedilatildeo de 30 gL-1 de

TABELA 1 ndash Nuacutemero de brotaccedilotildeesexplante de placircntulasde Agapanthus umbellatus var minor multiplicadasbiorreator de imersatildeo temporaacuteria suplementado comdiferentes concentraccedilotildees de sacarose e intensidadesluminosas no periacuteodo de 60 dias

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1)

Concentraccedilatildeo Sacarose (gL-1) 70 1 140 1

0 000 dA 00 dA 15 370 cB 544 cA 30 553 bB 651 aA 45 745 aA 585 bB

CV 67

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula nas colunase maiuacutescula nas linhas natildeo diferem significativamente peloteste de Duncan a 5 de probabilidade1 Observaccedilotildees transformadas segundo ( x+1)

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 83

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

sacarose Isso demonstrou um alto grau de mixotrofia dessa

espeacutecie

O tamanho das brotaccedilotildees e o nuacutemero de folhas

(Tabela 2) foram afetados apenas pelo efeito simples dos

fatores natildeo havendo interaccedilatildeo entre sacarose e luz O

maior tamanho das brotaccedilotildees foi alcanccedilada quando os

explantes foram submetidos a 15 gL-1 de sacarose e 140

mmolm-2s-1 de intensidade luminosa (Tabela 2) Verificou-

se tambeacutem que o aumento da concentraccedilatildeo desse

carboidrato no meio de cultura natildeo favoreceu o

alongamento das brotaccedilotildees Provavelmente o aumento

da intensidade luminosa favoreceu a taxa de fotossiacutentese

das placircntulas permitindo um balanccedilo positivo de carbono

afetando o crescimento e o desenvolvimento de placircntulas

in vitro (LEE et al 1995)

Por outro lado o maior nuacutemero de folhas de

Agapantho foi obtido na concentraccedilatildeo de 30 gL-1 de

sacarose (Tabela 2) A intensidade luminosa natildeo teve

influecircncia sobre essa variaacutevel Contrastando com os dados

obtidos no presente trabalho Konow amp Wang (2001)

determinaram que a intensidade luminosa de 40 mmolm-

2s-1 promoveu um aumento no nuacutemero de folhas de

Phalaenopsis enquanto placircntulas que se desenvolveram

em ambiente com intensidade de 10 e 80 molm-2s-1

apresentaram um menor nuacutemero de folhas Segundo os

autores o aumento no nuacutemero de folhas pode indicar que

TABELA 2 ndash Tamanho de brotaccedilotildees e nuacutemero de folhasbrotaccedilatildeo de placircntulas de Agapanthus umbellatus var minormultiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria suplementado com diferentes concentraccedilotildees de sacarose eintensidades luminosas no periacuteodo de 60 dias

Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas e colunas natildeo diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5 deprobabilidade

houve estiacutemulo da fotossiacutentese in vitro Outro efeito

observado em placircntulas de Agapantho neste trabalho foi

a presenccedila de folhas mais claras e vitrificadas (folhas com

aspecto viacutetreo pouco desenvolvidas aparecircncia suculenta

e translucente) na grande maioria das placircntulas

multiplicadas em meio suplementado com 15 gL-1 de

sacarose e intensidade luminosa de 70 mmolm-2s-1 Estes

resultados podem indicar que o aparato fotossinteacutetico natildeo

tenha se desenvolvido adequadamente (CAPPELADES et

al 1991 DESJARDINS et al 1995) afetando a acumulaccedilatildeo

de massa fresca Possivelmente a presenccedila de folhas

vitrificadas foi influenciada pelo uso de meio liacutequido pois

de acordo com George (1996) e Etienne amp Berthouly (2002)

o meio liacutequido favorece a produccedilatildeo de folhas vitrificadas

quando comparado com meio geleificado No entanto

observou-se que para os demais tratamentos em

concentraccedilotildees maiores de sacarose (30 e 45 gL-1) a

presenccedila de brotaccedilotildees vitrificadas foi rara ou nenhuma

Neste sentido o desenvolvimento de brotaccedilotildees com esta

caracteriacutestica pode estar relacionado agrave concentraccedilatildeo de

sacarose no meio e agrave diferenccedila osmoacutetica entre as brotaccedilotildees

e o meio de cultura (DEBERGH et al 1981) Este resultado

tambeacutem foi obtido na multiplicaccedilatildeo de rosas na qual onde

a reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de sacarose para 10 gL-1 na

fase de multiplicaccedilatildeo promoveu um aumento significativo

na presenccedila de plantas vitrificadas e quando submetidas

Tamanho de brotaccedilotildees (cm)

Nuacutemero de folhasbrotaccedilatildeo

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1) Concentraccedilatildeo Sacarose

(gL-1) 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia

0 000 000 000 d 000 000 000 d 15 275 396 335 a 407 408 408 b 30 295 295 295 b 414 404 409 a 45 245 220 233 c 400 408 404 c

Meacutedia 204 b 228 a 276 a 275 a

CV 2595 467

FOGACcedilA L A et al84

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

a concentraccedilotildees de 30 e 40 gL-1 a presenccedila de placircntulas

vitrificadas foi rara (LANGFORD amp WAINWRIGHT 1987)

Outro fator que possivelmente pode ter

influenciado a presenccedila de placircntulas vitrificadas in vitro

foi a baixa intensidade luminosa (GEORGE 1996) pois

placircntulas de Agapantho multiplicadas sob intensidade de

140 mmolm-2s-1 e 15 gL-1 de sacarose natildeo apresentaram

caracteriacutestica de vitrificaccedilatildeo Estes dados indicaram que o

aumento da intensidade luminosa evitou a presenccedila de

plantas vitrificadas aleacutem de proporcionar um incremento e

estiacutemulo na atividade fotossinteacutetica (GEORGE 1996)

A produccedilatildeo de massa fresca e seca das brotaccedilotildees

foram influenciadas pela interaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo

de sacarose e a intensidade luminosa (Tabela 3) Placircntulas

de Agapantho multiplicadas sob intensidade de 70

mmolm-2s-1 apresentaram a maior produccedilatildeo de massa

fresca e seca dentro das concentraccedilotildees de 30 gL-1 Nas

concentraccedilotildees de 15 e 45 gL-1 os resultados obtidos

foram inferiores (Tabela 3) Por outro lado quando se

aumentou a intensidade para 140 mmolm-2s-1 a melhor

produccedilatildeo de massa fresca e seca ocorreu dentro da

concentraccedilatildeo de 15 gL-1 de sacarose (Tabela 3) Verificou-

se assim que o aumento da concentraccedilatildeo de sacarose no

meio de cultura proporcionou efeitos negativos na

produccedilatildeo de massa fresca e seca quando as placircntulas

foram submetidas agrave intensidade luminosa mais elevada

TABELA 3 ndash Massa fresca e seca de brotaccedilotildees de Agapanthus umbellatus var minor multiplicadas em biorreator de imersatildeotemporaacuteria suplementado com diferentes concentraccedilotildees de sacarose e intensidades luminosas no periacuteodo de 60 dias

Tais resultados corroboram as afirmaccedilotildees feitas referentes

agrave variaacutevel nuacutemero de brotaccedilotildees em que demonstrou-se

que foi possiacutevel reduzir a concentraccedilatildeo de sacarose em

maiores intensidade luminosas confirmando o grau de

mixotrofia

Ao analisar a concentraccedilatildeo de clorofila em

folhas de Agapantho verificou-se que natildeo houve

interaccedilatildeo significativa entre as concentraccedilotildees de

sacarose e intensidade luminosa Os teores de clorofila

a b e total (Tabela 4) foram maiores nas concentraccedilotildees

de 30 gL-1 sacarose Serret et al (1995) mostraram que

o aumento da concentraccedilatildeo de accediluacutecares (30 gL-1) no

meio de cultura promoveu maior produccedilatildeo de clorofila

impedindo a fotoinibiccedilatildeo realizaccedilatildeo de fotossiacutentese e

aumento do ganho de massa em plantas de Gardecircnia

cultivadas in vitro

Em relaccedilatildeo ao efeito da intensidade luminosa natildeo

houve efeito deste fator sobre essas variaacuteveis ainda que

Economou amp Read (1987) Galzy amp Compan (1992) Vlahos

et al (1992) George (1996) tenham observado que a

intensidade luminosa eacute um fator que estaacute estreitamente

relacionado agrave siacutentese de clorofila No entanto no presente

trabalho sugere-se a menor intensidade 70 mmolm-2s-1 com

o objetivo de que natildeo ocorra um aumento na velocidade

de decomposiccedilatildeo da clorofila com intensidade mais

elevada

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula nas colunas e maiuacutescula nas linhas natildeo diferem significativamente peloteste de Duncan a 5 de probabilidade

Massa fresca (g)

Massa seca (g)

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1) Concentraccedilatildeo

Sacarose (gL-1) 70 140 70 140

0 000 dA 00 dA 000 dA 000 dA 15 067 cB 106 aA 0069 cB 0109 aA 30 082 aA 076 bB 0085 aA 0081 bB 45 075 bA 049 cB 0078 bA 0051 cB

CV 2873 2655

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 85

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

TABELA 4 ndash Concentraccedilotildees de clorofila a b e total (mgg massa fresca) em folhas de Agapanthus umbellatus varminor multiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria por um periacuteodo de 60 dias submetidas a 4 concentraccedilotildees desacarose e dois niacuteveis de intensidade luminosa

Clrofila a (mgg massa fresca)

Clrofila b (mgg massa fresca)

Clrofila total (mgg massa fresca)

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1) Concentraccedilatildeo

Sacarose (gL-1) 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia

0 000 000 000 d 000 000 000 d 000 000 000 d 15 211 248 295 c 089 076 083 c 301 325 313 c 30 502 509 505 a 200 211 205 a 703 721 710 a 45 486 420 453 b 195 179 187 b 682 633 658 b

Meacutedia 299 a 294 a 121 a 116 a 421 a 420 a

CV 740 820 850

Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas e colunas natildeo diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5 deprobabilidade

Em relaccedilatildeo aos estocircmatos atraveacutes de

observaccedilatildeo microscoacutepica foi possiacutevel verificar que o

Agapantho possui folhas com caracteriacutest ica

anfiestomaacutetica caracterizada pela presenccedila de

estocircmatos em ambas as faces (face abaxial e adaxial)

Esta caracteriacutestica tem sido considerada como um

mecanismo adaptativo para maximizar a condutacircncia

de CO2 quando luz e aacutegua satildeo fatores limitantes

(KRAMER 1969)

Atraveacutes da anaacutelise estatiacutestica para densidade

estomaacutetica da face adaxial verificou-se que natildeo houve

interaccedilatildeo entre os fatores sacarose e intensidade

luminosa havendo portanto efeito isolado dos fatores A

maior densidade estomaacutetica da face abaxial foi obtida na

concentraccedilatildeo de 45 gL-1 (Tabela 5) Natildeo houve efeito da

intensidade luminosa para essa variaacutevel Por outro lado

a maior densidade estomaacutetica na face adaxial foi obtida

na concentraccedilatildeo de 45 gL-1 de sacarose e 140 mmolm-2s-1

de intensidade luminosa (Tabela 5) verificando a

influecircncia positiva da intensidade luminosa para essa

variaacutevel

As folhas de placircntulas multiplicadas na

concentraccedilatildeo de 15 gL-1 de sacarose apresentaram menor

densidade estomaacutetica em ambas as faces (Tabela 5) com

formato anormal largos e salientes caracteriacutesticas estas

natildeo desejaacuteveis pois segundo Preece amp Sutter (1991)

uma alteraccedilatildeo a niacutevel estrutural eou morfoloacutegico podem

impedir o funcionamento do aparelho estomaacutetico e grande

parte dos estocircmatos assim formados satildeo incapazes de se

fechar

Possivelmente este resultado se deve agraves

caracteriacutesticas de vitrificaccedilatildeo que as folhas do

tratamento 15 gL-1 de sacarose e 70 mmol m-2s-1 de

intensidade luminosa apresentaram (BLANKE amp

BELCHERL 1989) e a falta de energia armazenada no

explante com a falta de carbono que eacute proveniente da

sacarose adicionada ao meio de cultura (DESJARDINS

et al 1995) Estes resultados corroboram os obtidos

por Vintildea et al (2001) que demonstraram que folhas

vitrificadas de abacateiro apresentaram estocircmatos

grandes com saliecircncia ceacutelulas subsidiaacuterias assimeacutetricas

e deformadas e seu ostiacuteolo completamente aberto Tal

anomalia pode ser atribuiacuteda agrave perda da elasticidade das

paredes das ceacutelulas-guarda o que impediria o seu

movimento de abertura e fechamento que

consequumlentemente afeta o desenvolvimento das

placircntulas ao serem transferidas para condiccedilotildees ex vitro

atraveacutes da excessiva perda de aacutegua

FOGACcedilA L A et al86

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

TABELA 5 ndash Densidade estocircmatica (estocircmatosmm2) da face adaxial e abaxial de folhas de Agapanthus umbellatus varminor multiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria suplementado com diferentes concentraccedilotildees de sacarose eintensidade luminosa por um periacuteodo de 60 dias

Densidade estomaacutetica (estocircmatosmm2) Epiderme da face Adaxial Epiderme da face Abaxial

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1)

Concentraccedilatildeo Sacarose(gL1) 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia

0 000 000 000 d 000 000 000 d 15 2587 3026 2802 c 3408 4752 4053 c 30 6524 5628 6064 b 9977 8584 9268 b 45 5412 7016 6188 a 8809 10807 9783 a

Meacutedia 2856 b 3089 a 4256 a 4705 a CV 1474 1206

Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas e colunas natildeo diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5 deprobabilidade

CONCLUSAtildeO

Condiccedilotildees ambientais tais como intensidade

luminosa e concentraccedilatildeo de sacarose adicionada ao meio

de cultura influenciaram no desenvolvimento e

crescimento das placircntulas de Agapanthus umbellatus

var minor quando multiplicadas em meio liacutequido no BIT

Placircntulas de Agapantho foram incapazes de se

desenvolver em meio sem sacarose sendo portanto

necessaacuteria a adiccedilatildeo de uma fonte de carbono visto que a

espeacutecie em estudo apresentou uma taxa de fotossiacutentese

incapaz de assegurar um balanccedilo positivo em carbono

Houve uma grande variaccedilatildeo nas respostas obtidas

no entanto fazendo uma avaliaccedilatildeo em conjunto das

variaacuteveis recomenda-se 30 gL-1 de sacarose e intensidade

luminosa de 70 mmolm-2s-1 No entanto deve-se ressaltar

que estudos mais aprofundados devem ser conduzidos

para verificar o efeito destas combinaccedilotildees sobre o

desempenho de placircntulas durante a fase de aclimatizaccedilatildeo

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BLANKE M M BELCHER A R Stomata of apple leavescultured in vitro Plant Cell Tissue and Organ CultureAmsterdam v 19 n 1 p 85-89 1989

BOTANY Disponiacutevel em lthttpwwwbotanycomgt Acessoem 20 nov 2003

CAPELLADES M LEMEUR R DEBERGH P Effects ofsucrose on starch accumulation and rate of photosynthesisin Rosa cultured in vitro Plant Cell Tissue and OrganCulture Amsterdam v 25 n 1 p 21-26 Apr 1991

DEBERGH P HARBAOUI Y LEMEUR R Masspropagation of globe artichoke (Cynara Scolymus)Evaluation of different hypoteses to overcome vitrificationwith special reference to water potencial PhysiologyPlantarum Copenhagen v 53 n 2 p 181-187 1981

DESJARDINS Y Overevieww of factors influencingphotosynthesis of micropropagated plants and their effecton acclimatization In CARRE F CHAGVARDIEFF P(Ed) Ecophysiology and photosynthetic in vitro culturesFrance CEA 1993 p145-160

DESJARDINS Y HDIDER C RICK J de Carbon nutritionin vitro - regulation and manipulation of carbon assimilationin micropropagated systems In CHRISTIE J A KOZAIT SMITH M A L Automation and environmental controlin plant tissue Culture 1995 p 441-471

ECONOMOU A S READ P E Light treatments toimprove efficiency of in-vitro propagation systemsHortScience Alexandria v 22 n 5 p 751-754 Oct 1987

ETIENNE H BERTHOULY M Temporary immersionsystems in plant micropropagation Plant Cell Tissue andOrgan Culture Amsterdam v 69 n 3 p 215-231 June2002

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 87

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

GALZY R COMPAN D Remarks on mixotrophic andautotrophic carbon nutrition of Vitis plantlets cultured invitro Plant Cell Tissue and Organ Culture Amsterdamv 31 n 3 p 239-244 Dec 1992

GEORGE E F Plant propagation by tissue culture 2 edEversley Exergetics 1996 v2 1361 p

HISCOX J D ISRAELSTAM G F A method for theextration of chlorophyll from leaf tissue without macerationCanadian Journal Botanic Ottawa v 57 n 12 p 1332-1334 1979

KONOW E A WANG Y T Irradiance levels affect invitro and greenhouse growth flowering and phosyntheticbehavior of a hybrid Phalaenopsis Orquid Journal ofAmerican Society for Horticultural Science Alexandriav 126 n 5 p 531-536 Sept 2001

KOZAI T OK H FUJIWARA K Photosyntheticcharacteristic of Cymbidium plantlets in vitro Plant CellTissue and Organ Culture Amsterdam v 22 n 3 p 205-211 Sept 1990

KRAMER P J Plant and soil water relationship modernsynthesis New York Mc Graw Hill 1969 538 p

LANGFORD P J WAINERIGHT H effect of sucroseconcentration on the photosynthetic ability of rose shoots invitro Annals Botany London v 60 n 6 p 663-640 Dec 1987

LEE N WETZSTEIN Y SOMMER H E Effect ofquantum flux density on photosynthesis and chloroplastultrastructure in tissue-cultured plantlets and seelings ofLiquidambar stvraciflua L towards improvedacclimatization and field survival Plant PhysiologyRockville v 78 n 3 p 637-641 1995

LIAN M L MURTHY H N PAEK K Y Culture methodand photosynthetic photon flux affect photosynthesis growthand survival of Limonium ldquoMisty Bluerdquo in vitro ScientiaHorticulture Amsterdam v 95 n 3 p 239-249 Sept 2002

LORENZI H SOUZA H M de Plantas ornamentais noBrasil arbustivas herbaacuteceas e trepadeiras Nova OdessaEditora Plantarum 1995 734 p

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgroth and biossay with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 1962

PREECE J E SUTTER E Acclimatization ofmicropropagated plants to the greenhouse and field InDEBERGH P ZIMMERMAN R (Ed) Micropropagationtechnology and application Dordrecht 1991 p 71-94

SALISBURY F B Responses to photoperiod In PITSONA ZIMMERMANN M H (Ed) Encyclopedia of plantphysiology Berlin Springer-Verlang 1981 p 134-167 (Newseries 12 A)

SERRET M D TRILLAS M I ARAUS J L The effectof sucrose and light levels on stable carbon isotopecomposition and photosynthetic pigments of gardenialeaflets in vitro In CARRE F CHAGVARDIEFF P (Ed)Ecophysiology and photosynthetic in Vitro culturesCadarache CEA 1995 p 169-172

SMITH H Light quality photoperception and plantstrategy Annual Review of Plant Physiology Palo Alto v33 p 481-518 1982

STELL R G D TORRIE J H Principles and preceduresof statistics a biometrical approach 2 ed New YorkMacgraw-Hill 1980 633 p

VLAHOS J C MARTAKIS G F P HEUVELINK EDaylength light quality and temperature influence growthand development of Achumenes HortScience Alexandriav 27 n 12 p 1269-1271 Dec 1992

VINAtilde G de la MUNtildeOZ B ALFARO F P Effect of culturemedia and irradiance level on growth and morphology ofPersea americana Mill microcuttings Plant Cell Tissueand Organ Culture Amsterdam v 65 n 3 p 229-237 2001

SOUZA G de F M V e et al88

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

CAPACIDADE DE REGENERACcedilAtildeO IN VITRO DE TOMATEIROCULTIVAR SANTA CLARA

IN VITRO REGENERATION CAPACITY OF TOMATOPLANT CULTIVAR SANTA CLARA

GLAUCIA DE FATIMA MOREIRA VIEIRA E SOUZA1 JOSEacute MAGNO QUEIROZ LUZ2 ALCIONE SILVA ARRUDA3DENISE GARCIA SANTANA2 MARIANA DE SOUZA E SILVA DA COSTA TEIXEIRA4

LUCIANA LONDE5 ADELAIDE SIQUEIRA SILVA6 ELISAcircNGELA RODRIGUES FIGUEIRA7

1Mestranda em Fitotecnia ndash UFU ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash gfmvsyahoocombr2Professor Dr Instituto de Ciecircncias Agraacuterias ndash UFUICIAG ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash jmagnoumuaramaufubr3Dra em Geneacutetica e Bioquiacutemica Professora contratada da UEG ndash Unidade Universitaacuteria de Ipameri ndash Rodovia GO 330 Km 24 ndash Anel Viaacuterio SN ndash 75780-000 ndash Ipameri GO ndash asarrudahotmailcom4Engenheira Agrocircnoma ndash UFU ndash Conab Sede - SGAS 901 Bloco ldquoArdquo Lote 69 - Asa Sul ndash 70390-010 ndash Brasiacutelia DF ndash marisouza81yahoocombr5Dra em Geneacutetica e Bioquiacutemica ndash IGBUFU ndash Av Paraacute 1720 ndash Campus Umuarama ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash llondebolcombr6Mestranda em AgronomiaFitotecnia ndash UFUICIAG ndash Bolsista FAPEMIG ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash adelaidebioyahoocombr7Mestre em AgronomiaFitotecnia ndash UFUICIAG ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash Elis_figueirayahoocombr

RESUMOA cultivar de tomateiro Santa Clara (Lycopersicon

esculentum Mill) foi avaliada quanto ao seu potencial deregeneraccedilatildeo in vitro a partir de trecircs tipos de explantes e trecircsmeios de cultura seguidos de trecircs repicagens Os explantes foramcotileacutedone decapitado cotileacutedone fendido e cotileacutedone aparadonas extremidades Os meios de cultura foram MI macro emicronutrientes do MS vitaminas B5 de Gamborg et al (1968)suplementado com 30 gL de sacarose e de 8 gL de aacutegar pH 58MII meio MI suplementado com 1 mgL de BAP e 30 gL deglicose MIII meio MI suplementado com 25 mgL de BAP e02 mgL de AIA Para as repicagens foi utilizado o meio MIsuplementado com 05 mgL 08 mgL e 10 mgL de BAP paraa primeira segunda e terceira repicagens respectivamente Noenraizamento foi usado o meio MI suplementado com 05 mgL de AIA e as placircntulas enraizadas foram transferidas parasubstrato comercial Plantimax esterilizado e aclimatadas emlaboratoacuterio A maior induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo tanto de calosquanto de brotos foi observada nos meacutetodos cotileacutedone fendidoe cotileacutedone aparado quando colocados no meio MIII no entantoa induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo foi mais raacutepida quando usado cotileacutedonedecapitado indicando um alto potencial de organogecircneseespontacircnea sendo que o meio MI foi o melhor Os resultadosobtidos com as diferentes concentraccedilotildees de BAP nos trecircs ciclosde repicagem natildeo diferiram entre si e 82 das plantas enraizadasaclimataram-se com sucesso

Termos para indexaccedilatildeo Lycopersicon esculentummelhoramento do tomateiro cultura de tecidos

ABSTRACTThe tomato plant cultivar lsquoSanta Clararsquo (Lycopersicon

esculentum Mill) was evaluated as for its in vitro potential ofregeneration using three types of explants and three culture media

following three pricking-outs The explants were as followsdecapitated cotyledon split cotyledon and rim-trimmedcotyledon The culture media were MI MS macro andmicronutrients vitamins B5 of Gamborg et al (1968)supplemented with 30gL sucrose and 8gL agar pH 58 MIImedium MI supplemented with 1 mgL BAP and 30 gL glucoseMIII medium MI supplemented with 25 mgL BAP and 02mgL IAA For the pricking-outs the media MI wassupplemented with 05 mgL 08 mgL and 10 mgL BAP forthe first second and third pricking out respectively As forrooting the MI medium was supplemented with 05 mgL IAAand the rooted seedlings were transplanted to the sterilizedcommercial substrate Plantimax and then acclimatized inlaboratory Higher callus induction and sprout regeneration wasobserved for the methods of split and rim-trimmed cotyledonplaced into medium MIII Nevertheless the induction forregeneration was much faster when the decapitated cotyledonmethod was used indicating a high potential of spontaneousorganogenesis in which the media MI was the best The resultsobtained with the different concentrations of BAP in the threecycles of pricking-out did not differ among themselves and 82of the rooted plants were acclimatized successfully

Index terms Lycopersicon esculentum tomato breeding tissueculture

INTRODUCcedilAtildeO

O tomate pertence ao gecircnero Lycopersicon e a

espeacutecie cultivada cosmopolita eacute botanicamente

denominada de Lycopersicon esculentum (FILGUEIRA

2000) As cultivares atualmente plantadas podem ser

(Recebido em 03 de outubro de 2003 e aprovado em 04 de setembro de 2006)

Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro 89

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

reunidas em cinco grupos Santa Cruz Salada Cereja

Italiano Agroindustrial No presente trabalho foi utilizada

a cultivar Santa Clara do grupo Santa Cruz pois ela continua

sendo a cultivar mais plantada no Brasil

A tomaticultura estaacute associada a seacuterios problemas

fitossanitaacuterios sobretudo viroses aleacutem do ataque de

fungos bacteacuterias e insetos praga Cria-se com isto a

necessidade de se pesquisar novas alternativas ou

obtenccedilatildeo de novos genoacutetipos com resistecircncia muacuteltipla a

doenccedilas e pragas entre essas os estudos sobre

regeneraccedilatildeo e transformaccedilatildeo geneacutetica (FAacuteRI et al 2000)

A engenharia geneacutetica abriu uma nova perspectiva

para o melhoramento geneacutetico do tomateiro a partir do

final da deacutecada de 80 (WIJBRANDI amp BOTH 1993)

visando aumentar a produtividade e melhorar a qualidade

por meio da obtenccedilatildeo de resistecircncia a estresses bioacuteticos e

abioacuteticos A cultura de tecidos destaca-se durante o

processo de realizaccedilatildeo das teacutecnicas de transformaccedilatildeo

geneacutetica pois eacute necessaacuterio induzir gemas vegetativas e

em seguida regenerar brotos alongados e plantas

completas a partir de ceacutelulas ou tecidos geneticamente

modificados

Para a otimizaccedilatildeo de protocolos para o tomateiro

alguns fatores que afetam a eficiecircncia de transformaccedilatildeo

tecircm sido examinados dentre eles o tamanho do explante e

o tipo de explante hipocoacutetilo ou cotileacutedone (FRARY amp

EARLE 1996)

No Brasil haacute poucos trabalhos na aacuterea de

regeneraccedilatildeo in vitro e de transformaccedilatildeo geneacutetica de

cultivares de tomateiro e pouco se conhece sobre a

capacidade de regeneraccedilatildeo das principais cultivares

brasileiras (FAacuteRI et al 2000) Alguns pesquisadores como

Faria amp Illg (1993) analisaram a regeneraccedilatildeo in vitro de

algumas espeacutecies e cultivares de tomateiro observando

uma baixa capacidade morfogecircnica das cultivares se

comparadas com a espeacutecie selvagem Lycopersicon

pimpinellifolium (L) P Miller

Com este trabalho objetivou-se teve como objetivo

avaliar o potencial de regeneraccedilatildeo in vitro da cultivar Santa

Clara do grupo Santa Cruz a partir de diferentes tipos de

explantes e meios de cultura criando e otimizando

protocolos para sua regeneraccedilatildeo in vitro

MATERIAL E MEacuteTODOS

No Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos Vegetais do

Instituto de Geneacutetica e Bioquiacutemica da Universidade Federal

de Uberlacircndia foi avaliada a capacidade de regeneraccedilatildeo

in vitro do tomateiro cultivar Santa Clara usando trecircs

tipos de explantes e trecircs meios de cultura seguido de trecircs

repicagens O experimento foi realizado em delineamento

em blocos casualizados em esquema fatorial (3x3) com trecircs

repeticcedilotildees As plantas regeneradas foram enraizadas e

aclimatadas em laboratoacuterio

Sementes comerciais da cultivar Santa Clara apoacutes

serem desinfestadas por um minuto em aacutelcool etiacutelico a 96

e em hipoclorito de soacutedio comercial a 20 (vv) com duas

gotas de detergente comercial durante 25 minutos foram

enxaguumladas 5 vezes em aacutegua bidestilada esterilizada e

inoculadas em meio MS 100 (MURASHIGE amp SKOOG

1962) solidificado com 7 g L-1 de aacutegarndashaacutegar por sem

reguladores de crescimento O meio foi distribuiacutedo em

frascos de vidro esteacutereis utilizados para cultura de tecidos

com 30 mL de meio MS As culturas foram mantidas em

sala de crescimento com temperatura de 25+2 ordmC

fotoperiacuteodo de 16 horas e luminosidade de 50 mmol m-2s-

1 As placircntulas obtidas aos 14 15 e 20 dias apoacutes a semeadura

foram usadas como fonte de explantes para os blocos 1 2

e 3 respectivamente Os explantes foram inoculados de

acordo com os meacutetodos descritos a seguir em placas de

Petri devidamente esterilizadas e autoclavadas contendo

30 mL de meio de cultura com 16 unidades por tipo de

explante por meio de cultura utilizado Cada 16 explantes

constituiu uma parcela do experimento sendo composta

por duas placas de Petri cada uma com 8 explantes

Os tipos de explantes foram os seguintes

A - que consistiu na decapitaccedilatildeo de placircntulas onde

essa decapitaccedilatildeo ocorreu diretamente abaixo do noacute do

cotileacutedone ficando o hipocoacutetilo com as radiacuteculas

SOUZA G de F M V e et al90

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

B - meacutetodo de cotileacutedones fendidos os cotileacutedones

foram fendidos ao longo da nervura central da extremidade

ateacute sua metade de acordo com o protocolo de Faacuteri et al

(2000)

C - cotileacutedones foram aparados e seguiu-se o

protocolo descrito por Redenbaugh et al (1992) Os

cotileacutedones aparados nas extremidades distal e proximal

(aacutepice e peciacuteolo) foram inoculados com a face abaxial em

contato com o meio

Foram realizadas trecircs repicagens para alongar os

brotos Cerca de 30 dias apoacutes a inoculaccedilatildeo dos explantes

foi realizada a primeira repicagem Os intervalos entre as

repicagens foram em torno de 5 semanas

Os tratamentos consistiram na inoculaccedilatildeo dos trecircs

tipos de explantes descritos nos trecircs meios de cultura

abaixo com trecircs repeticcedilotildees por tratamento

Meio MI macro e micronutrientes de Murashige amp

Skoog (1962) e vitaminas B5 de Gamborg et al (1968)

suplementado com 30 gL de sacarose e de 8 gL de aacutegar-

aacutegar pH 58 meio MII meio de cultura MI suplementado

com 1 mgL de zeatina e 30 gL de glicose conforme

McCormick (1991) meio MIII meio de cultura MI

suplementado com 25 mgL de BAP e 02 mgL de AIA

segundo Rhim et al (1995)

Para as repicagens foi utilizado o meio MI

suplementado com 05 mgL 08 mgL e 10 mgL de BAP

para a primeira segunda e terceira repicagens

respectivamente

Para enraizamento foi usado o meio MI

suplementado com 05 mgL de AIA As placircntulas

enraizadas foram transferidas para substrato comercial

Plantimax esterilizado e aclimatadas em laboratoacuterio

Os brotos com 2 cm de comprimento foram

transferidos para o meio de enraizamento citado e

permaneciam nesse meio durante 15 dias Apoacutes esse periacuteodo

os brotos eram transplantados para substrato comercial

Plantimax autoclavado irrigados com aacutegua uma a duas

vezes por dia ateacute a aclimataccedilatildeo A aclimataccedilatildeo ocorreu em

torno de 20 dias em condiccedilotildees de laboratoacuterio

Avaliou-se a induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo o

alongamento de brotos e o enraizamento e aclimataccedilatildeo

das plantas regeneradas

Os dados de contagem foram transformados para

50x As anaacutelises de normalidade e homogeneidade

foram realizadas pelo software Prophet Os dados obtidos

foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e as meacutedias

comparadas pelo teste de Tukey ao niacutevel de 5 de

probabilidade pelo software SANEST (ZONTA amp

MACHADO 1989)

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Para cotileacutedone decapitado ocorreu um iniacutecio de

formaccedilatildeo de calosidade por volta de 10 dias apoacutes inoculaccedilatildeo

e o surgimento de brotos ocorreu cerca de 12 dias depois da

inoculaccedilatildeo sem a formaccedilatildeo de calos propriamente ditos A

induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo foi mais raacutepida quando usado esse

tipo de explante indicando um alto potencial de

organogecircnese espontacircnea sendo que o meio MI foi o melhor

para a induccedilatildeo e nuacutemero total de brotos (Tabela 1)

No cotileacutedone fendido o iniacutecio de formaccedilatildeo de

calosidade aconteceu com aproximadamente 10 dias apoacutes

inoculaccedilatildeo Por volta de 18 dias depois da inoculaccedilatildeo

iniciou-se o surgimento de brotos e jaacute existiam calos

formados Para esse tipo de explante nos meios MI e MII

ocorreu apenas a formaccedilatildeo de calos enquanto no meio

MIII ocorreu a formaccedilatildeo de calos e calos com brotos sendo

alto o nuacutemero total de brotos (Tabela 1) Supotildee-se que a

maior superfiacutecie de corte tenha influecircncia significativa

sobre esse fenocircmeno onde a maior superfiacutecie de corte do

cotileacutedone resulta em maior capacidade de regeneraccedilatildeo

(FAacuteRI et al 1995b)

No cotileacutedone aparado com cerca de 10 dias apoacutes

inoculaccedilatildeo ocorreu o iniacutecio de formaccedilatildeo de calos e 20 dias

depois da inoculaccedilatildeo ocorreu o surgimento de brotos e jaacute

existiam calos formados Para esse tipo de explante nos

meios MI MII e MIII ocorreu a formaccedilatildeo de calos no

entanto apenas no meio MIII ocorreu a formaccedilatildeo de calos

com brotos (Tabela 1)

Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro 91

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

TABELA 1 ndash Frequumlecircncia de induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo in vitro da cultivar Santa Clara do grupo Santa Cruz UberlacircndiaUFU 2001

Dados seguidos de mesma letra nas colunas (abc) e nas linhas (AB) natildeo diferem entre si a 5 de probabilidade peloteste de TukeyA diferenccedila entre o nordm de explantes de um meacutetodo para outro eacute devida a parcelas (ou parte delas) perdidas

Nos trecircs ciclos de repicagens a capacidade de

alongamento dos brotos foi igual indicando que as

concentraccedilotildees de BAP natildeo diferiram estatisticamente entre

si dentro de cada tipo de explante Em relaccedilatildeo ao nuacutemero

de brotos alongados na primeira e terceira repicagens o

cotileacutedone decapitado apresentou maior nuacutemero jaacute na

segunda repicagem natildeo houve diferenccedila entre os tipos de

explantes (Tabela 2)

As plantas apoacutes serem enraizadas foram

transferidas para aclimataccedilatildeo obtendo-se 82 de plantas

aclimatadas Cerca de 20 dias apoacutes transplantio para o

substrato as plantas jaacute estavam aclimatadas

Apoacutes a terceira repicagem ainda existiam cerca de

334 brotos para serem novamente repicados e 51 brotos

prontos para serem enraizados perfazendo um total geral

de 549 brotos obtidos ateacute a fase estudada

Para o tipo de explante cotileacutedone decapitado foram

obtidos 181 brotos equivalentes a 174 brotos por explante

Para o explante cotileacutedone fendido o nuacutemero de brotos por

Tipos de Explantes Variaacuteveis Meios Cotileacutedone decapitado Cotileacutedone fendido Cotileacutedone aparado

I 396 aA 050 cB 142 bB II 000 bB 632 bA 672 aA Nordm de explantes

com calos III 000 bB 1599 aA 597 bB I 1095 aA 000 bB 000bB II 050 bA 000 bA 000 bA Nordm de explantes

com brotos III 130 bB 1217 aA 850 aA I 396 aA 050 cB 169 cB II 000 bB 632 bA 645 bA Nordm total de

calos III 000 bB 3630 aA 2655 aA I 1850 aA 000 bB 000 bB II 050 bA 000 bA 000 bA Nordm total de

brotos III 130 bB 2760 aA 2934 aA I 48 32 40 II 32 40 32 Nordm de

explantes III 24 40 48 Total de explantes 104 112 120

explante foi igual a 145 e para o cotileacutedone aparado foram

obtidos 170 brotos por explante Esses resultados foram

semelhantes aos obtidos por Faacuteri et al (2000) para as

cultivares IPA-5 e IPA-6 os quais concluiacuteram que a

utilizaccedilatildeo de cotileacutedones fendidos e cotileacutedones aparados

produziram uma regeneraccedilatildeo alta e onde a maior induccedilatildeo

foi conseguida utilizando-se um meio igual ao MIII utilizado

nesse experimento A induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo tambeacutem foi

mais raacutepida quando usado cotileacutedone decapitado indicando

um alto potencial de organogecircnese espontacircnea A cultivar

Santa Clara mostrou-se mais eficiente na formaccedilatildeo de

brotos alongados observados na primeira repicagem

enquanto as cultivares utilizadas por Faacuteri et al (2000) IPA-

5 e IPA-6 necessitaram de duas repicagens para o

alongamento dos brotos no entanto a cultivar IPA-5

mostrou-se mais eficiente na produccedilatildeo de brotos por

explante Faacuteri et al (2000) utilizaram zeatina durante os trecircs

ciclos de repicagem enquanto nesse experimento foi

utilizado BAP

SOUZA G de F M V e et al92

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

TABELA 2 ndash Capacidade de alongamento e enraizamento de brotos da cultivar Santa Clara durante os trecircs ciclos derepicagem Uberlacircndia UFU 2001

Dados seguidos de mesma letra nas colunas (ab) e nas linhas (AB) natildeo diferem entre si a 5 de probabilidade peloteste de TukeyTipos de explantes A - cotileacutedone decapitado B - cotileacutedone fendido C - cotileacutedone aparado

Os resultados aqui obtidos tambeacutem foram

semelhantes aos de Faacuteri et al (1995b) que trabalhando

com transformaccedilatildeo geneacutetica da berinjela (Solanum

melongena L) observaram que a maior superfiacutecie de corte

do cotileacutedone resultou em maior capacidade de

regeneraccedilatildeo Tambeacutem foram obtidos resultados

semelhantes aos de Nogueira et al (2001) que estudando

a regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro Santa Clara utilizando

como explantes cotileacutedones concluiacuteram que o meio com

uma combinaccedilatildeo adequada de auxina e citocinina (10 mg L-

1 de zeatina e 01 mg L-1 de AIA) promoveu uma maior

meacutedia de regeneraccedilatildeo e um maior nuacutemero meacutedio de brotaccedilotildees

por explante Costa et al (2000) trabalhando com as

cultivares IPA-5 e IPA-6 chegaram a uma conclusatildeo

semelhante onde meio suplementado com 10 mg L-1 de

zeatina + 01 mg L-1 de AIA e meio suplementado com 25

mg L-1 de BAP + 02 mg L-1 de AIA determinaram a maior

frequumlecircncia de regeneraccedilatildeo de explantes cotiledonares e

tambeacutem um maior nuacutemero de brotos alongados por explante

McCormick et al (1986) pesquisando a morfogecircnese

in vitro de L esculentum observaram que a presenccedila de 25

mg L-1 de BAP e 10 mg L-1 de AIA ou 10 mg L-1 de BAP e

02 mg L-1 de AIA produziu um maior nuacutemero de ramos por

explante a partir de explantes de cotileacutedones e hipocoacutetilos

Ohki et al (1978) utilizando segmentos de hipocoacutetilos de L

esculentum sugeriram que o efeito positivo da combinaccedilatildeo

de auxinas e citocininas na regeneraccedilatildeo in vitro pode ser

causado por uma maior capacidade das ceacutelulas dessa espeacutecie

em utilizar e adaptar-se agrave combinaccedilatildeo de auxinas e citocininas

de que somente citocininas Para os mesmos autores a

variabilidade observada nas respostas morfogecircnicas in vitro

para diferentes citocininas pode ser causada pela variaccedilatildeo

na razatildeo de degradaccedilatildeo dessas substacircncias nos tecidos

vegetais ou no meio de cultivo Segundo Caldas et al (1999)

uma alta relaccedilatildeo citocininaauxina normalmente leva a maior

induccedilatildeo de parte aeacuterea (brotos) em explantes in vitro

principalmente quando a citocinina usada eacute o BAP que induz

a formaccedilatildeo de grande nuacutemero de brotos e alta taxa de

multiplicaccedilatildeo em muitos sistemas de micropropagaccedilatildeo

Tanto no presente trabalho quanto nos trabalhos acima

citados foram utilizados meios com pelo menos uma

combinaccedilatildeo com alta relaccedilatildeo citocininaauxina e meios

contendo apenas citocinina

CONCLUSOtildeES

A maior induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo tanto de calos

quanto de brotos foi observada nos meacutetodos cotileacutedone

fendido e cotileacutedone aparado quando colocados no meio

com BAP (25 mgL) e AIA (02 mgL) (MIII) Um ciclo de

repicagem foi suficiente para obtenccedilatildeo de brotos

alongados A maior regeneraccedilatildeo de brotos alongados

ocorreu com o meacutetodo cotileacutedone decapitado

Meios M1 + 05 mgL BAP M1 + 08 mgL BAP M1 + 10 mgL BAP

Repicagem 1 Repicagem 2 Repicagem 3

M1+ 05 mgl AIA

Tipos de Explante

s

Nordm total de brotos

Nordm de brotos

alongados

Nordm total de brotos

Nordm de brotos

alongados

Nordm total de brotos

Nordm de brotos

alongados

Nordm total de placircntulas

enraizadas

Nordm total de

plantas aclimatadas

Nordm total geral de brotos

A 3117 bA 899 aA 3684 bA

866 aA 3174 bA

81 aA 80 67 181 B 536 aA 466 bA 6244 aA 633 aA 5158 aA 450 bA 41 33 163 C 3527 bA 400 bA 4368 bA

566 aA 3928 bA

312 bA 43 35 205

Total 164 135 549

Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro 93

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

AGRADECIMENTOS

Ao Instituto de Geneacutetica e Bioquiacutemica e ao Instituto

de Ciecircncias Agraacuterias da Universidade Federal de

Uberlacircndia pelo financiamento deste projeto e a todos

que auxiliaram direta eou indiretamente

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CALDAS L S HARIDASAN P FERREIRA M E Meiosnutritivos In TORRES A C CALDAS L S BUSO JA Cultura de tecidos e transformaccedilatildeo geneacutetica de plantasBrasiacutelia Embrapa 1999 v 1 509 p

COSTA M NOGUEIRA F T S OTONI W CBROMMONSCHENKEL S H Regeneraccedilatildeo in vitrode cultivares de tomateiro (Lycopersicon esculentumMill ) industr ial lsquoIPA-5rsquoe lsquoIPA-6rsquo Ciecircncia eAgrotecnologia Lavras v 24 n 3 p 671-678 julset2000

FAacuteRI M NAGY I CSAacuteNY M MITYKOacute JANDRAacuteSFALVY A Agrobacterium mediated genetictransformation and plant regeneration viaorganogenesis and somatic embryogenesis from cotyledonleaves in eggplant (Solanum melogena cv Kecskemeacutetilila) Plant Cell Reports Berlin v 15 n 12 p 82-86 Dec1995b

FAacuteRI M RESENDE G M MELO N F Avaliaccedilatildeo dacapacidade de regeneraccedilatildeo in vitro em tomateiro industrialPesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 35 n 8 p1523-1529 ago 2000

FARIA R T ILLG R D Introgressatildeo da capacidade deregeneraccedilatildeo de plantas in vitro no tomateiro (Lycopersiconesculentum) In ENCONTRO BRASILEIRO DEBIOTECNOLOGIA VEGETAL REDBIO Brasiacutelia 1993 v1 p 102

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericulturaagrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeode hortaliccedilas Viccedilosa Editora UFV 2000 402 p

FRARY A EARLE E D An examination of factorsaffecting the efficiency of Agrobacterium-mediatedtransformation of tomato Plant Cell Reports Berlin v 16n 34 235-240 Dec 1996

GAMBORG O L MILLER R A OJIMA K Nutrientrequirementsof suspension cultures of soybean root cellsExperimental Cell Research San Diego v50 n1 p151-158 1968

McCORMICK S NIEDERMEYER J F BARNASON AHORSCH R FRALEY R Leaf disc transformation of cultivatedtomato (L esculentum) using Agrobacterium tumefaciensPlant Cell Reports New York v 5 n 2 p 81-84 1986

McCORMICK S Plant tissue culture manualtransformation of tomato with Agrobacterium tumefaciensNew York Kluwer 1991 p1-9

MURASHIGE T SKOOG F A Revised medium for rapidgrowth and bioessays with tobacco tissue culture PhysiologiaPlantarum Copenhagen v15 n5 p473-497 1962

NOGUEIRA F T S COSTA M G C FIGUEIRA M LOTONI W C FINGER F L Regeneraccedilatildeo in vitro deplantas de tomateiro lsquoSanta Clararsquo e seu mutante naturallsquoFirmersquo Ciecircncia e Agrotecnologia Lavras v 25 n 1 p 63-71 janfev 2001

OHKI S BIGOT C MOUSSEAU J Analysis of shoot-forming capacity in vitro in two lines of tomato(Lycopersicon esculentum Mill) and their hybrids PlantCell Physiology Tokyo v 19 n 1 p 27-42 1978

REDENBAUGH K HIATT W MARTINEAU BKRAMER M SHEEHY R SANDERS R HOUCK CEMLAY D Safety assessment of genetically engineeredfruits and vegetables a case study of the Flavr SavrTMtomato London CRC 1992 267 p

RHIM S L CHO H J KIM B D SCHNETTER WGEIDER K Development of insect resistance in tomatoplant expressing the delta-endotoxin gene of Bacillusthuringiensis subsp tenebrionis Molecular BreedingDordrecht v 1 n 2 p 229-236 1995

WIJBRANDI J BOTH M T J de Temperate vegetablecrops Scientia Horticulturae Amsterdam v 55 n 1 p37-63 1993

ZONTA E P MACHADO A A SANEST - sistema deanaacutelise estatiacutestica Campinas Instituto Agronocircmico deCampinas 1989 Software

SILVA A S et al94

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

INDUCcedilAtildeO DE CALOS A PARTIR DE CULTURA DE ANTERAS DECAFEEIRO (Coffea arabica L) CV CATUAIacute VERMELHO 99 E 44

CALLUS INDUCTION FROM ANTHER CULTURE OF COFFEE PLANT (Coffea arabica L) CV CATUAIacute VERMELHO 99 AND 44

ADELAIDE SIQUEIRA SILVA1 JOSEacute MAGNO QUEIROZ LUZ2 DENISE GARCIA SANTANA2 PATRIacuteCIA CRYSTIE VIEIRA MUSTAFA3 MOACIR PASQUAL4 GLAUCIA DE FATIMA MOREIRA VIEIRA E SOUZA2

1Mestranda do Curso de Agronomia ndash Universidade Federal de UberlacircndiaUFU ndash Av Engenheiro Diniz 1178 ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash adelaidebioyahoocombr2Professor Dr ndash Universidade Federal de UberlacircndiaUFU ndash Instituto de Ciecircncias Agraacuterias ndash Curso de Agronomia ndash AV Paraacute Bloco 2E SALA 14campus Umuarana ndash Caixa-Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG3Bioacuteloga Universidade Federal de UberlacircndiaUFU ndash Centro de Ciecircncias Biomeacutedicas ndash Departamento de Agronomia ndash Rua Amazonas snordm - Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos sala 2E-14 ndash Umuarama ndash 38400920 ndash Uberlandia MG ndash patriciacrystiezipmailcombr

4Doutor Departamento de Adgricultura DAG ndash Universidade Federal de Lavras UFLA ndash Campus universitaacuterio ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash mpasqualuflabr

RESUMONo Brasil o cafeacute ainda apresenta poucos progressos com

relaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo da cultura de tecidos vegetais tornando-se degrande importacircncia o conhecimento sobre a atuaccedilatildeo dosreguladores de crescimento Com este trabalho avaliou-se ocomportamento de duas cultivares de Coffea arabica L CatuaiacuteVermelho LCH-2077-2-5-99 e LCH-2077-2-5-44 denominadasrespectivamente de Catuaiacute Vermelho 99 e Catuaiacute Vermelho 44quanto agrave ausecircncia e presenccedila de luz e quantificou-se a interaccedilatildeoentre os reguladores de crescimento 24-D e BAP O experimentofoi realizado no Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos Vegetais daUniversidade Federal de Uberlacircndia As anteras das cultivaresCatuaiacute Vermelho 99 e 44 foram inoculadas em meio basal MSsuplementado com quatro concentraccedilotildees de 24-D (905 181271 e 362 mM) e duas concentraccedilotildees de BAP (0 e 89 mM) napresenccedila de luz e ausecircncia de luz As avaliaccedilotildees para a oxidaccedilatildeointumescimento e calosidade foram realizadas aos 30 dias apoacutes ainoculaccedilatildeo no meio de cultura e o diacircmetro dos calos aos 45 diasApoacutes 30 dias de cultivo os calos obtidos foram classificados emfriaacuteveis esverdeados esbranquiccedilados e cinza Os resultadosmostraram que para ocorrer intumescimento das anterasformaccedilatildeo e aumento do tamanho dos calos de ambas cultivares eacutenecessaacuterio que haja interaccedilatildeo entre a auxina (24-D) e a citocinina(BAP) Dentre os tipos de calos os de coloraccedilatildeo cinza foram osque apresentaram maior frequumlecircncia para as duas cultivares

Termos para indexaccedilatildeo Melhoramento calos reguladores decrescimento cafeeiro

ABSTRACTIn Brazil coffee still presents little progress regarding

the application of plant tissue culture which turns important theunderstanding of the action of growth regulators This workevaluated the in vitro performance of two Coffea arabica Lcultivars Catuaiacute Vermelho LCH-2077-2-5-99 and LCH-2077-2-5-44 known as Catuaiacute Vermelho 99 and Catuaiacute Vermelho 44respectively in the presence and absence of light and theinteraction of 24-D and BAP The experiment was carried out at

the Plant Tissue Culture Laboratory of the Universidade Federalde Uberlacircndia Anthers from both cultivars were inoculated inMS basal medium supplemented with four concentrations of24-D (905 181 271 and 362 mM) and two concentrations ofBAP (0 or 89 mM) in the presence and absence of lightOxidation intumescences and callus formation evaluations wereobtained 30 days after inoculation and callus diameter measuredat 45 days of inoculation The observed callus was classified asfriable greenish whitish or gray The results showed that antherintumescences callus formation and growth of both cultivarsdemand the interaction between the auxin (24-D) and thecytokinin (BAP) Callus presenting gray color were the mostfrequent for both cultivars

Index terms Plant breeding callus growth regulators coffee plant

INTRODUCcedilAtildeO

O cafeeiro pertence agrave famiacutelia Rubiaceae na qual o

gecircnero Coffea abrange cerca de 60 espeacutecies sendo as mais

comuns no mercado Coffea araacutebica L e Coffea canephora

Pierre ex Froehn Os programas de melhoramento do cafeacute

demandam aproximadamente 25 anos desde a hibridaccedilatildeo

ateacute a obtenccedilatildeo de uma nova cultivar (PASQUAL et al

2002) A cultura de anteras eacute considerada uma ferramenta

importante pois possibilita a obtenccedilatildeo de linhas

homozigoacuteticas em uma uacutenica etapa (ANDRADE 1998)

acelerando drasticamente o processo de obtenccedilatildeo de novas

cultivares Sendo assim a teacutecnica de cultura de anteras

vem auxiliar no melhoramento da cultura pois permite a

obtenccedilatildeo de haploacuteides em geraccedilotildees segregantes o que

leva agrave raacutepida produccedilatildeo de plantas homozigotas por meio

(Recebido em 14 de outubro de 2003 e aprovado em 29 de outubro de 2006)

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 95

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

da duplicaccedilatildeo do nuacutemero de cromossomos numa uacutenica

etapa substituindo as geraccedilotildees de auto fecundaccedilatildeo

Acrescenta-se a isso o fato de os haploacuteides serem livres

dos problemas de dominacircncia e recessividade por possuir

apenas um alelo em cada loco gecircnico

No Brasil Coffea arabica ainda apresenta poucos

progressos com relaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo da cultura de anteras

Daiacute a importacircncia de se produzir mais conhecimentos sobre

a atuaccedilatildeo dos reguladores de crescimento na expressatildeo

androgeneacutetica de Coffea arabica identificaccedilatildeo de

genoacutetipos androgecircnicos bem como a determinaccedilatildeo de

condiccedilotildees fiacutesicas mais adequadas agrave incubaccedilatildeo de anteras

nessa espeacutecie

Nos programas de melhoramento as teacutecnicas

convencionais tecircm apresentado resultados promissores

na cultura do cafeacute no que se refere ao aumento de

produtividade e obtenccedilatildeo de novas cultivares Um fator

importante para o sucesso da cultura de anteras eacute conhecer

o estaacutedio ideal de desenvolvimento dos microacutesporos com

o intuito de se obter uma melhor resposta androgeneacutetica

utilizando microacutesporos receacutem-liberados da teacutetrade meioacutetica

ateacute no maacuteximo o estaacutedio binucleado A fase uninucleada

responde positivamente ao processo embriogecircnico porque

nesta fase os microacutesporos apresentam uma parede celular

delgada o que a torna mais receptiva aos fatores externos

Em estaacutedios mais avanccedilados da microsporogecircnese ocorre

um engrossamento da parede celular sendo esta uma

caracteriacutestica do gratildeo de poacutelen maduro do cafeacute

prejudicando o processo de regeneraccedilatildeo (ASCANIO amp

ARCIA 1994) Os autores Grando amp Moraes Fernandes

(1993) sugerem que o potencial embriogecircnico do gratildeo de

poacutelen pode ser determinado tanto no periacuteodo da meiose

quanto no periacuteodo da preacute-mitose do microacutesporo pois

nestes dois momentos o microacutesporo ainda teria

metabolicamente caracteriacutesticas esporofiacuteticas o que

permite a diferenciaccedilatildeo do gratildeo de poacutelen em embriatildeo e

posterior formaccedilatildeo de uma planta

Segundo Mantell et al (1994) satildeo possiacuteveis vaacuterios

tipos de desenvolvimento do microacutesporo in vitro sendo

que tanto o nuacutecleo generativo quanto o vegetativo pode

se dividir continuamente originando um embrioacuteide

haploacuteide ou ainda a primeira mitose produziria dois nuacutecleos

semelhantes e estes se dividiriam repetidamente resultando

na formaccedilatildeo de embrioacuteides haploacuteides

A composiccedilatildeo do meio de cultura tambeacutem eacute de

grande importacircncia para o sucesso da cultura de anteras

natildeo existindo contudo uma recomendaccedilatildeo generalizada

Na maioria das espeacutecies a androgecircnese se verifica em meios

que conteacutem sais minerais sacarose vitaminas reguladores

de crescimento e aacutegar (MORAES FERNANDES 1990) A

consistecircncia do meio normalmente eacute semi-soacutelida mas os

meios liacutequidos estatildeo sendo cada vez mais usados pois

tecircm vantagens no aumento do rendimento pela maior

obtenccedilatildeo de embriotildees e calos (PIERIK 1987) O

presente trabalho teve como objetivo aplicar a teacutecnica da

cultura de anteras em diferentes cultivares de Coffea

arabica verificando os vaacuterios fatores que influenciam a

induccedilatildeo de calos

MATERIAL E MEacuteTODOS

Experimentos de Induccedilatildeo e Regeneraccedilatildeo de Calos

Esta etapa constituiu-se de dois experimentos cada

um com uma cultivar tendo sido conduzidos no laboratoacuterio

de Cultura de Tecidos Vegetais da Universidade Federal

de Uberlacircndia em Uberlacircndia - Minas Gerais no periacuteodo

de setembro de 2002 a janeiro de 2003

Foram utilizados bototildees florais de duas cultivares

de Coffea araacutebica Catuaiacute Vermelho LCH-2077-2-5-99 e

LCH-2077-2-5-44 denominadas respectivamente de Catuaiacute

Vermelho 99 e Catuaiacute Vermelho 44 plantadas na aacuterea

experimental do Campus Umuarama dessa Universidade

Os bototildees florais foram coletados no periacuteodo de 8 agraves 9

horas da manhatilde e armazenados em placas de Petri contendo

papel de filtro umedecido em aacutegua destilada e colocados

dentro de uma caixa de isopor para evitar a desidrataccedilatildeo

ateacute serem conduzidos ao laboratoacuterio

No laboratoacuterio o comprimento dos bototildees foi

medido com o auxiacutelio de um paquiacutemetro e utilizaram-se

SILVA A S et al96

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

bototildees florais entre 45 a 60 mm de comprimento em todos

os experimentos Os bototildees foram envoltos em gaze

previamente autoclavada e desinfestados em uma soluccedilatildeo

de aacutelcool 70 por alguns segundos e por 10 minutos em

soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio a 02 sob agitaccedilatildeo Em

seguida na cacircmara de fluxo laminar foram lavados 3 vezes

em aacutegua destilada e autoclavada Apoacutes este processo as

anteras foram retiradas dos bototildees com o auxiacutelio de uma

lupa uma pinccedila fina e bisturi nordm 10 sendo os uacuteltimos

flambados para cada botatildeo tomando-se o cuidado para

natildeo ferir as anteras Logo apoacutes as anteras foram imersas

por 1 segundo em soluccedilatildeo de aacutecido ascoacuterbico na

concentraccedilatildeo de 600 mgL-1 hipoclorito de soacutedio 02 e

aacutegua destilada e autoclavada respectivamente

Apoacutes este processo as anteras foram inoculadas

em tubo de ensaio contendo 20 mL do meio MS

(MURASHIGE amp SKOOG 1962) suplementado com aacutecido

24-diclorofenoxiaceacutetico (24-D) e 6- benzilaminopurina

(BAP) em diferentes concentraccedilotildees com pH ajustado para

58 Este meio foi esterilizado em autoclave vertical agrave

temperatura de 121deg C sob pressatildeo de 1 atm por 20 minutos

O delineamento experimental utilizado foi o de

blocos casualizados com 10 repeticcedilotildees em esquema fatorial

4 x 2 x 2 sendo que os fatores foram compostos de quatro

concentraccedilotildees de 24-D (905 181 271 362 mM) duas

concentraccedilotildees de BAP (0 e 89 mM) perfazendo oito

tratamentos incubados na ausecircncia ou presenccedila de luz

em sala de crescimento com temperatura de 25 plusmn 2degC e 16

horas de fotoperiacuteodo Nos dois experimentos cada

tratamento teve 10 repeticcedilotildees sendo um tubo com 10

anteras considerado uma repeticcedilatildeo

Aos 30 dias apoacutes a inoculaccedilatildeo das anteras foram

avaliadas as porcentagens de oxidaccedilatildeo de intumescimento

e de formaccedilatildeo de calos (calosidade) e aos 45 dias foi medido

o diacircmetro dos calos

Os calos obtidos das duas cultivares apoacutes 45 dias

de inoculaccedilatildeo das anteras foram transferidos para o meio

MS suplementado com 30 gL-1 de sacarose 6gL-1 de agar e

de 24-DBAP nas seguintes concentraccedilotildees de 1810 181

2 2710 e 3620 mM com pH ajustado para 58 associando

a ausecircncia e presenccedila de luz

Apoacutes a permanecircncia destes calos no meio de cultura

por 30 dias aqueles provenientes da cultivar Catuaiacute

Vermelho 99 incubados na presenccedila de luz foram

transferidos para o meio de cultura contendo 271 mM de

24-D enquanto que aqueles incubados na ausecircncia de

luz foram transferidos para meio contendo 362 mM de 24-

D Jaacute os calos da cultivar Catuaiacute Vermelho 44 incubados

na presenccedila de luz foram transferidos para meio contendo

181 mM de 24-D e 89 mM de BAP e os incubados na

ausecircncia de luz transferidos para o meio contendo 181

mM de 24-D

Apoacutes 30 dias neste tratamento foram avaliadas as

caracteriacutesticas referentes ao tipo de calo (friaacuteveis

esverdeados esbranquiccedilados e cinza)

Os dados obtidos foram testados quanto agrave

normalidade e agrave homogeneidade necessitando de

transformaccedilatildeo em arco seno para os dados em

porcentagem e raiz quadrada de (x + 05) para os dados

referentes ao diacircmetro dos calos

RESULTADOS

Interaccedilatildeo entre os Reguladores de Crescimento e oFotoperiacuteodo

Para a cultivar Catuaiacute 99 em todas as concentraccedilotildees

de 24-D e independentemente da concentraccedilatildeo de BAP a

oxidaccedilatildeo foi menor na ausecircncia de luz diferindo

estatisticamente da fase em que se tinha presenccedila de luz

No entanto nos calos cultivados nas concentraccedilotildees de

905 e 271 mM de 24-D e 89 mM de BAP na ausecircncia de

luz foi observado um aumento significativo na oxidaccedilatildeo

das anteras o mesmo acontecendo na concentraccedilatildeo de

271 mM de 24-D na presenccedila de luz No entanto resultado

inverso foi observado para a concentraccedilatildeo de 362 mM de

24-D (Tabela 1)

Os resultados do percentual de intumescimento

variaram bastante em funccedilatildeo da luminosidade e

reguladores de crescimento (Tabela 1) Na presenccedila do

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 97

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

BAP e concentraccedilatildeo 89 mM de 24-D tanto na presenccedila

ou ausecircncia de luz o intumescimento dos calos natildeo diferiu

significativamente Jaacute na concentraccedilatildeo de 181 mM de 24-

D na presenccedila de luz se mostrou melhor promovendo um

aumento significativo do intumescimento das anteras

Quanto agraves concentraccedilotildees de 271 e 362 mM de 24-D

cultivados na presenccedila de luz se mostrou melhor ao

intumescimento quando comparado agravequeles cultivados na

ausecircncia de luz (Figura 1)

A presenccedila de calos aumentou significativamente

com a incubaccedilatildeo das anteras na ausecircncia de luz e na

TABELA 1 ndash Meacutedias do nuacutemero de anteras oxidadas intumescidas e com calos e diacircmetro dos calos (mm) em funccedilatildeode diferentes concentraccedilotildees de 24-D e ausecircncia ou presenccedila de BAP em duas condiccedilotildees de luminosidade (presenccedilaou ausecircncia de luz) para anteras do genoacutetipo cv 99

Luminosidade1

Oxidaccedilatildeo () Intumescimento ()

Calosidade () Diacircmetro (mm) 24-D M

BAP M luz Escuro Luz Escuro luz Escuro luz Escuro 0 980 b A 395 a A 000b B 434 a A 000 b A 740 a A 000 b A 309 a A 905

89 999 b A 823 a B 398 a A 327 a B 007 b A 615 a A 000 b A 300 a A 0 999 b A 524 a A 000 b B 447 a A 007 b A 750 a A 000 b B 368 a A

181 89 935 b A 511 a A 614 a A 407 b A 030 b A 720 a A 300 b A 387 a A

0 745 b A 000 a A 534 a A 000 b B 530 a A 000 b B 318 a B 000 b B 271

89 914 b B 590 a B 625 a A 634 a A 708 a A 809 a A 377 a A 298 b A 0 999 b B 440 a A 607 a A 492 b A 097 b B 815 a A 300 a B 277 a A

362 89 813 b A 426 a A 493 a B 527 a A 378 b A 758 a A 398 a A 298 b A

1Meacutedias seguidas por letras diferentes minuacutesculas na linha e maiuacutesculas na coluna dentro de cada concentraccedilatildeo de 2-4-D diferem entre si pelo teste de Tuckey a significacircncia de 5

concentraccedilatildeo de 271 mM de 24-D nas demais

concentraccedilotildees de 24-D independente da concentraccedilatildeo

do BAP a incubaccedilatildeo na ausecircncia de luz apresentou

meacutedias de calosidade significativamente maiores (Figura

2) A presenccedila do BAP promoveu aumento significativo

na calosidade das anteras na concentraccedilatildeo 271 mM de

24-D na ausecircncia de luz e na concentraccedilatildeo de 362 mM

de 24-D na presenccedila de luz Nas demais concentraccedilotildees

natildeo houve diferenccedila significativa entre presenccedila ou

ausecircncia de BAP tanto na ausecircncia ou presenccedila de luz

(Tabela 1)

FIGURA 1 ndash Anteras da cv Catuaiacute Vermelho 99 naconcentraccedilatildeo de 181 M de 24-D na presenccedila de luz

FIGURA 2 ndash Calos de anteras incubadas na ausecircncia deluz e na concentraccedilatildeo de 271 M de 24-D

SILVA A S et al98

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

Quanto ao diacircmetro nas concentraccedilotildees 905 e 181 M

de 24-D a ausecircncia de luz promoveu aumento significativo

no diacircmetro dos calos diferindo-se estatisticamente do

tratamento na presenccedila de luz Somente para a concentraccedilatildeo

de 271 mM de 24-D na ausecircncia do BAP natildeo houve diferenccedila

significativa para a caracteriacutestica independentemente do

fotoperiacuteodo Nas demais concentraccedilotildees de 24-D o tratamento

na presenccedila de luz promoveu um aumento significativo no

diacircmetro dos calos No tratamento em que houve a associaccedilatildeo

da presenccedila de luz e de BAP natildeo diferiu estatisticamente do

tratamento em que houve a ausecircncia de BAP quando a

concentraccedilatildeo de 24-D foi de 905 mM nos demais

proporcionou aumento significativo no diacircmetro dos calos

Para o tratamento na ausecircncia de luz apenas na concentraccedilatildeo

de 271 mM de 24-D a ausecircncia de BAP promoveu diminuiccedilatildeo

significativa no diacircmetro de calos Nas demais concentraccedilotildees

natildeo houve diferenccedila significativa entre presenccedila ou ausecircncia

de BAP (Tabela 1)

Para as variaacuteveis intumescimento e calosidade da

cultivar cv 44 a interaccedilatildeo entre 24-D e BAP natildeo diferiram

estatisticamente quanto presenccedila e ausecircncia de luz nas

concentraccedilotildees 905 e 362 mM de 24-D e que tambeacutem natildeo

difere para o diacircmetro na concentraccedilatildeo de 181 mM de 24-

D Jaacute na concentraccedilatildeo 271 mM de 24-D haacute uma semelhanccedila

quanto ao intumescimento calosidade e diacircmetro que

diferem das demais concentraccedilotildees natildeo apresentando

portanto uma boa interaccedilatildeo

A melhor interaccedilatildeo para intumescimento calosidade

e diacircmetro encontra-se respectivamente na concentraccedilatildeo

905 mM de 24-D na presenccedila de luz na concentraccedilatildeo 181

mM de 24-D na ausecircncia de luz e na concentraccedilatildeo 905

mM de 24-D na ausecircncia de luz Jaacute as piores interaccedilotildees

estatildeo na concentraccedilatildeo 271 mM de 24-D na luz tanto para

o intumescimento quanto para o diacircmetro analisados na

Tabela 2

De acordo com a Tabela 2 observou-se que os

melhores resultados ou seja as interaccedilotildees independem

da presenccedila ou ausecircncia de BAP Na Tabela 3 notou-se

uma maior oxidaccedilatildeo das anteras quando incubadas no claro

estas apresentaram uma maior oxidaccedilatildeo em relaccedilatildeo as que

foram incubadas no escuro tornando-se mais tarde calos

previamente oxidados

TABELA 2 ndash Meacutedias do nuacutemero de anteras intumescidas e com calos diacircmetro dos calos (mm) em funccedilatildeo de diferentesconcentraccedilotildees de 24-D e ausecircncia ou presenccedila de BAP em duas condiccedilotildees de luminosidade (luz e escuro) para anterasdo genoacutetipo cv 44

Luminosidade1

Intumescimento () Calosidade () Diacircmetro (mm) 24-D ( M)

BAP ( M) Luz Escuro Luz Escuro Luz Escuro

0 907 a A 775 a A 779 bA 948 aA 609 bA 800 aA 905 89 843 a A 875 a A 889 aA 946 aA 607 aA 420 bB 0 887 a A 852 a A 939 aA 990 aA 490 aA 466 aA

181 89 906 a A 786 a A 917 aA 959 aA 420 aA 493 aA 0 600 b A 772 a A 694 bA 895 aA 000 bA 373 aA

271 89 022 b B 827 a A 294 bB 837 aA 000 bA 376 aA 0 828 a A 737 a A 928 aA 939 aA 414 bA 595 aA

362 89 866 a A 725 a A 949 aA 866 aA 329 aA 376 aA

1Meacutedias seguidas por letras diferente minuacutesculas na linha e maiuacutesculas na coluna dentro de cada concentraccedilatildeo de 2-4-D diferem entre si pelo teste de Tukey a significacircncia de 5

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 99

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

TABELA 3 ndash Meacutedias de oxidaccedilatildeo das anteras entre asdiferentes concentraccedilotildees de 24-D em duas condiccedilotildeesde luminosidade (luz e escuro) para anteras da cultivarCatuaiacute Vermelho 44

Concentraccedilotildees

24-D ( M ) OXIDACcedilAtildeO ()

Claro Escuro 905 749 a 269 b 181 420 a 270 b 271 999 a 221 b 362 308 a 334 a

1Meacutedias seguidas por letras diferentes minuacutesculas na linhadentro de cada concentraccedilatildeo de 2-4-D diferem entre sipelo teste de Tukey a significacircncia de 5

TABELA 4 ndash Tipos de calos obtidos apoacutes 30 dias em meioMS com 362 M de 24-D na ausecircncia de luz da cultivarCatuaiacute Vermelho 99

Tipos de Calos

Nuacutemero de Calos

Nuacutemero de Calos com diacircmetro acima

de 05 mm Friaacuteveis 03 Esverdeados 13 06 Esbranquiaccedilados

03 Cinza 26

Dados de contagem natildeo transformados O recultivo emmeio MS com 362 M de 24-D na presenccedila de luz teve100 de contaminaccedilatildeo apoacutes sua inoculaccedilatildeo

TABELA 5 ndashTipos de calos obtidos apoacutes 30 dias em meioMS com 181 M de 24D e 89 M de BAP na presenccedilade luz da cultivar Catuaiacute Vermelho 44

TABELA 6 ndash Tipos de calos obtidos apoacutes 30 dias em meioMS com 181 M de 24D na ausecircncia de luz da cultivarCatuaiacute Vermelho 44

Tipos de Calos Nuacutemero de Calos

Nuacutemero de Calos com diacircmetro

acima de 05 mm Friaacuteveis 58 Esverdeados 23 214 Esbranquiaccedilados 94 Cinza 203

Tipos de Calos

Nuacutemero de Calos

Nuacutemero de Calos com diacircmetro

acima de 05 mm Friaacuteveis 25 Esverdeados 11 69 Esbranquiaccedilados 19 Cinza 350

Dados de contagem natildeo transformados Dados de contagem natildeo transformados

Nesta etapa a maioria dos calos encontrados para

as trecircs cultivares apresentaram coloraccedilatildeo cinza (Tabelas 4

5 e 6) A perda gradativa da coloraccedilatildeo natural dos calos

passando de verdes para a cor marrom a diminuiccedilatildeo do

ritmo de crescimento dos mesmos a estagnaccedilatildeo do

processo de formaccedilatildeo de embrioacuteides seguido do

surgimento de aacutereas necrosadas na superfiacutecie satildeo sinais

que caracterizam a senescecircncia da cultura (SILVA 2002)

DISCUSSAtildeO

A resposta das anteras da cultivar Catuaiacute Vermelho 99

com relaccedilatildeo agrave oxidaccedilatildeo indica que a mesma estaacute associada agrave

combinaccedilatildeo entre auxina e citocinina promovendo os menores

iacutendices de oxidaccedilatildeo Agrave medida que se aumentou a

concentraccedilatildeo de 24-D na presenccedila de BAP houve um

aumento gradativo da oxidaccedilatildeo ateacute atingir um ponto maacuteximo

em torno de 80 na dosagem de 271 mM de 24-D Jaacute na

ausecircncia de BAP a oxidaccedilatildeo foi bem maior quando comparada

agrave porcentagem de oxidaccedilatildeo na concentraccedilatildeo de 905 mM de

24-D De acordo com Wang amp Huang (1976) o cultivo in

vitro por um periacuteodo longo induz a formaccedilatildeo de compostos

fenoacutelicos no meio que podem causar necrose e posteriormente

morte dos calos Maciel (2001) e Paluacute (2002) citam que pelos

resultados obtidos para a induccedilatildeo de calogecircnese em anteras

de cafeeiro observa-se que eacute necessaacuteria uma auxina

juntamente com uma citocinina Dentre as auxinas sinteacuteticas

o 24-D eacute sem duacutevida o mais adequado agrave induccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do calo (GAMBORG et al 1976)

Para Thomas amp Ravindra (1997) o maior problema

na iniciaccedilatildeo de culturas lenhosas eacute a ocorrecircncia de

compostos fenoacutelicos que estatildeo ligados com processos de

regulaccedilatildeo de crescimento especialmente com as auxinas

que dependendo da sua concentraccedilatildeo endoacutegena no tecido

resulta na induccedilatildeo desses compostos

SILVA A S et al100

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

O fotoperiacuteodo que estas anteras foram submetidas

influenciou tambeacutem na porcentagem de oxidaccedilatildeo sendo

que no escuro e na presenccedila de 24-D (89 mM) a oxidaccedilatildeo

foi miacutenima Agrave medida que foi aumentando a concentraccedilatildeo

da auxina foi aumentando tambeacutem a oxidaccedilatildeo poreacutem este

aumento foi bem menor quando comparado ao cultivo das

anteras na presenccedila de luz

A oxidaccedilatildeo fenoacutelica tem sido controlada em

diferentes espeacutecies lenhosas pela reduccedilatildeo da intensidade

luminosa (MARKS amp SIMPSON 1990) associada com a

substituiccedilatildeo frequumlente do meio de cultura e dessa forma

as chances de se obter sucesso no estabelecimento e

cultivo de explantes de espeacutecies lenhosas satildeo bastante

elevadas (TEIXEIRA 2001)

Em muitas espeacutecies por razotildees natildeo conhecidas a

embriogecircnese direta eacute rara e as plantas tecircm que ser

diferenciadas a partir de calos Para induccedilatildeo destes

geralmente eacute necessaacuteria uma auxina (MAHESHWARI et

al 1982) Segundo Rocha (1998) para a induccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do calo a maioria das espeacutecies parece

comportar-se diferentemente natildeo soacute quanto aos

reguladores de crescimento podendo ocorrer

independentemente de auxinas e citocininas dependente

de ambas ou dependente de uma ou de outra mas tambeacutem

quanto agrave presenccedila ou ausecircncia de luminosidade Sharp et

al (1973) obtiveram calos atraveacutes do cultivo de sementes

folhas e anteras de C arabica das cultivares Mundo Novo

e Bourbon Amarelo A induccedilatildeo de calos tambeacutem foi mais

eficiente na ausecircncia de luz Aleacutem disso Ascanio amp Arcia

(1994) citam que para o desenvolvimento do calo as

anteras devem ser mantidas no escuro jaacute para o

desenvolvimento do embriatildeo os calos devem ser mantidos

no claro

Natildeo houve a formaccedilatildeo de embriotildees e isto pode ser

devido agraves doses de reguladores ou mesmo de combinaccedilotildees

que natildeo foram apropriadas para estas cultivares

CONCLUSAtildeO

Os resultados mostraram que para ocorrer

intumescimento das anteras formaccedilatildeo e aumento do

tamanho dos calos de ambas as cultivares eacute necessaacuterio

que haja interaccedilatildeo entre a auxina (24-D) e a citocinina

(BAP) e incubaccedilatildeo no escuro

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ANDRADE L M C O Otimizaccedilatildeo de teacutecnicas de culturade tecidos para o cafeeiro (Coffea arabica) 1998 86 pDissertaccedilatildeo (Mestrado em Geneacutetica e Melhoramento dePlantas) - Universidade Federal de Lavras Lavras MG

ASCANIO E C E ARCIA M A M Efecto del estado dedesarrollo de las anteras y de un shock teacutermico sobre laandrogeacutenesis en Coffea arabica L var Garnica Cafeacute CacaoTheacute Paris v 28 n 2 p 75-79 avrjuin 1994

GAMBORG O L MURASHIGE T THORPE T VASILI K Plant tissue culture media In Vitro New York v 12 n7 p 473-478 1976

GRANDO M F MORAES FERNANDES M I B Propostade um modelo para explicar a embriogecircnese do gratildeo depoacutelen in vitro In ENCONTRO BRASILEIRO DEBIOTECNOLOGIA VEGETAL 1993 Brasiacutelia DF AnaisBrasiacutelia 1993 v 1 Resumo 69

MACIEL A L de R Embriogecircnese somaacutetica indireta emCoffea arabica L 2001 60 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitotecnia) ndash Universidade Federal de Lavras Lavras MG

MAHESHWARI S C RASHID A TYAGI A K Haploidsfrom pollen grain Retrospect and Prospect American Journalof Botany Columbus v 69 n 5 p 865-879 May 1982

MANTELL S H MATTHEWS J A McKEE R A Princiacutepiosde biotecnologia em plantas uma introduccedilatildeo agrave engenhariageneacutetica em plantas Ribeiratildeo Preto SBG 1994 333 p

MARKS T R SIMPSON S E Reduced phenolicoxidation at culture initiation in vitro following the exposureof field-grown stockplants to darkness or low levels ofirradiance The Journal of Horticultural Science Londonv 65 n 2 p 103-111 Mar 1990

MORAES FERNANDES M I B Obtenccedilatildeo de plantashaploacuteides atraveacutes da cultura de anteras In TORRES AC CALDAS L S (Ed) Teacutecnicas e aplicaccedilotildees da culturade tecidos de plantas Brasiacutelia ABCTPEMBRAPACNPH1990 p 311-332

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 101

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgrowth and bioassays with tobaco tissue culturesPhysiology PlantarumCopenhagen v 15 n 3 p 473-479Mar 1962

PALUacute E G Induccedilatildeo in vitro de calogecircnese em anteras ebrotaccedilotildees em segmentos nodais de Coffea arabica L 200247 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fisiologia Vegetal) -Universidade Federal de Lavras Lavras MG

PASQUAL M MACIEL A L de R CAMPOS K P deSANTOS E C CAMPOS R J C de Induccedilatildeo de calos emanteras de cafeacute (Coffea arabica L) cultivadas in vitro Ciecircnciae Agrotecnologia Lavras v 26 n 1 p71-76 janfev 2002

PIERIK R L M In vitro culture of higher plantAmsterdam The Netherland MN Publishers 1987 344 p

ROCHA A M M R Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitrode cotileacutedones de cajueiro anatildeo precoce (Anacardiumoccidentale L) o clone CP 76 1998 54 p Dissertaccedilatildeo(Mestrado em Fitotecnia) ndash Universidade Federal do CearaacuteFortaleza

SHARP W R CALDAS L S CROacuteCOMO O JMOcircNACO L C CARVALHO A Production of Coffea

Arabica callus of three ploidy levels and subsequentmorphogenesis Phyton Buenos Aires v 31 n 2 p67-741973

SILVA H E Efeito de Genoacutetipo e de Reguladores deCrescimento na Expressatildeo Androgeneacutetica da Soja 200260 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) ndash UniversidadeEstadual Paulista Jaboticabal

TEIXEIRA J B Limitaccedilotildees ao processo de cultivoin vitro de espeacutecies lenhosas In ENCONTROLATINO-AMERICANO DE BIOTECNOLOGIAVEGETAL 4 2001 Goiacircnia Palestra Goiacircnia2001 p 110-113

THOMAS P RAVINDRA M B Shoot tip culturea inmango influence of medium genotypea explant factorsseason and descontamination treatments on phenolicexudation explant survival and axenic cultureestablishment The Journal of Horticultural ScienceLondon v 72 n 5 p 713-722 sept1997

WANG P J HUANG L C Beneficial effects of activatedcharcoal on plant tissue and organ cultures In VitroJournal of the Tissue Culture New York v 12 n 3 p260-262 1976

PEREIRA F D et al102

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

COMUNICACcedilAtildeO CIENTIacuteFICA

PROLIFERACcedilAtildeO IN VITRO DE BROTOS DE CURAUAacuteUTILIZANDO DIFERENTES VOLUMES DE MEIO DE CULTURA

IN VITRO SHOOT PROLIFERATION OF Ananas erectifolius USING DIFFERENTVOLUMES OF CULTURE MEDIUM

FLAacuteVIA DIONIacuteSIO PEREIRA1 JOSEacute EDUARDO BRASIL PEREIRA PINTO2HELEN CRISTINA DE ARRUDA RODRIGUES3 LUCIANA DOMICIANO SILVA ROSADO3

LUIZ ALBERTO BEIJO4 OSMAR ALVES LAMEIRA5

1Doutoranda em Agronomia ndash Universidade Estadual de Feira de SantanaUEFS ndash Horto Florestal ndash 44055-000 ndash Feira de Santana BA ndash flavia1808hotmailcom

2Doutor em Fisiologia Vegetal ndash Departamento de AgriculturaDAG ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash jeduardouflabr

3Graduanda em Agronomia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG4Doutorado em Agronomia ndash Universidade Federal de AlfenasUNIFAL ndash Departamento de Ciecircncias Exatas ndash Rua Gabriel Monteiro da Silva n deg 714 ndash Centro ndash 37130-000 ndash Alfenas MG ndash luizbeijoyahoocombr5Doutor em Agronomia ndash EMBRAPA ndash Amazocircnia Oriental ndash Trav Dr Eneacuteas Pinheiro sn ndash Bairro Marco ndash 66095-100 ndash Beleacutem PA ndash osmarcpatuembrapabr

RESUMOCurauaacute [Ananas erectifolius LBSm ndash Bromeliaceae] eacute

uma espeacutecie com grande potencial de uso de suas fibras comorevestimento na induacutestria automobiliacutestica Aleacutem disso o poacute dosumo do curauaacute tem sido utilizado no tratamento de cicatrizaccedilatildeode lesotildees cutacircneas Neste trabalho avaliaram-se diferentes volumesde meio MS Os volumes utilizados foram de 10 15 20 25 e 30 mLO delineamento experimental foi inteiramente casualizado (DIC)e cada tratamento continha 19 repeticcedilotildees Aos 30 dias avaliaram-se o nuacutemero e o tamanho de brotaccedilotildees Segundo a anaacutelise devariacircncia houve efeito linear do volume de meio na produccedilatildeo debrotos de curauaacute Agrave medida em que se aumenta o volume domeio aumenta o nuacutemero de brotos Natildeo houve diferenccedilasignificativa nos comprimentos dos brotos

Termos para indexaccedilatildeo Ananas erectifolius fibras vegetaismicropropagaccedilatildeo

ABSTRACTAnanas erectifolius LBSm ndash Bromeliaceae is a species

that presents fibers with great potential to be used as revetmentfor the automobile industry Besides the powder obtained fromits juice has been used in the treatment of skin lesionscicatrisation In this work the effect of different volumes (1015 20 25 and 30 mL) of MS medium during the in vitro cultureof axillary buds was evaluated A completely randomized design(CDR) was used with each treatment containing 19 replicatesAfter 30 days of inoculation shoot number and size wereevaluated The analysis of variance showed a linear effect of theculture medium volume and shoot proliferation Higher shoot

number was observed with the increase of medium volume Nosignificant difference was observed on shoot lenght

Index terms Ananas erectifolius vegetable fibermicropropagation

A produccedilatildeo de fibras vegetais ocupa um papel

relevante na economia agriacutecola mundial mesmo com a

intensa produccedilatildeo de fibras sinteacuteticas Mateacuterias-primas de

origens renovaacuteveis reciclaacuteveis e biodegradaacuteveis satildeo uma

das alternativas para a produccedilatildeo de manufaturados

ecologicamente corretos em consequumlecircncia do acuacutemulo

nos descartes de materiais natildeo biodegradaacuteveis os quais

tendem a aumentar com o crescimento populacional nos

centros urbanos A substituiccedilatildeo de materiais derivados do

petroacuteleo na produccedilatildeo de compostos elastomeacutericos por

mateacuteria-prima renovaacutevel vai ao encontro desses ideais

(ROCHA et al 2003)

As fibras sinteacuteticas destacam-se pela elevada

resistecircncia baixa densidade e elevada produccedilatildeo

Entretanto as fibras animais e vegetais satildeo as de maior

importacircncia principalmente para atender aos apelos

(Recebido em 31 de agosto de 2006 e aprovado em 19 de janeiro de 2007)

Proliferaccedilatildeo in vitro de brotos de curauaacute 103

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

ecoloacutegicos e pelo nuacutemero de plantas e animais produtores

de fibras (SCHREIBER1998)

As plantas produtoras de fibras utilizaacuteveis foram

quantificadas por vaacuterios autores e em diferentes eacutepocas

tendo sido enumeradas 2000 mil plantas fibrosas e o seu

total estimado em 2300 destacando-se as florestas tropicais

que encerram recursos inesgotaacuteveis em potencial

(MEDINA 1959)

O curauaacute [Ananas erectifolius LBSm ndash

Bromeliaceae] utilizado principalmente na fabricaccedilatildeo de

cordas sacos e utensiacutelios domeacutesticos surge como

sucedacircneo para o aproveitamento de fibras O curauaacute eacute

uma bromeliaacutecea distribuiacuteda nos Estados do Paraacute Acre

Mato grosso Goiaacutes e Amazonas e eacute cultivada

principalmente por pequenos produtores da regiatildeo do

Lago Grande de Curuai no municiacutepio de Santareacutem PA

Estudos recentes tecircm demonstrado o grande potencial do

uso das fibras dessa planta como revestimento na induacutestria

automobiliacutestica devido agrave sua resistecircncia maciez e peso

reduzido O grande problema eacute que natildeo haacute suprimento

suficiente de mateacuteria-prima para atender agrave induacutestria

automobiliacutestica pois o curauaacute eacute fiel agraves suas origens amazocircnicas

e soacute se desenvolve em clima quente e uacutemido criando um

problema para a aquisiccedilatildeo de mudas fora desta regiatildeo que

por tal motivo eacute escassa no mercado (SILVA 2004)

A micropropagaccedilatildeo utilizando teacutecnicas de cultura

de tecido tem sido um valioso instrumento na propagaccedilatildeo

de diversos tipos de plantas Embora este processo envolva

diferentes etapas depois de definido um protocolo de

micropropagaccedilatildeo seja qual for a espeacutecie este pode ser

otimizado no intuito de se obter placircntulas de alta qualidade

e com baixo valor de produccedilatildeo O tipo e tamanho de frasco

e a quantidade de meio satildeo variaacuteveis que tecircm recebido

pouca atenccedilatildeo embora afetem diretamente a aacuterea superficial

da interface meio de cultura-atmosfera o volume de ar sobre

o meio de cultura e a sua profundidade Tais fatores tambeacutem

afetam a composiccedilatildeo da fase gasosa do frasco e

consequumlentemente o crescimento e desenvolvimento das

culturas (GRATTAPAGLIA amp MACHADO 1998)

Rodrigues et al (2005) verificaram maior

proliferaccedilatildeo de brotos de Cattleya persivaliana Hort

em frascos contendo 50 mL de meio quando comparados

com aqueles de 25 75 e 100 mL Nicoloso amp Erig (2002)

trabalhando com Pfaffia glomerata (Spreng) Pedersen

verificaram que 10 mL de meio MS (MURASHIGE amp

SKOOG 1962) proporcionaram o melhor crescimento

das placircntulas em biomassa quando cultivadas em tubos

de 20 cm de altura x 2 cm diacircmetro em comparaccedilatildeo com

os de 25 cm de altura x 2 cm 15 cm de altura x 2 cm

Carvalho et al (1995) estudando a influecircncia de fatores

fiacutesicos no desenvolvimento e crescimento in vitro de

batata-doce (Ipomoea batatas L Poir) verificaram que

10 mL de meio de cultura por frasco com explantes

proporcionaram maior formaccedilatildeo de gemas em relaccedilatildeo

aos volumes de 20 e 30 mL

Sendo assim objetivou-se neste trabalho avaliar

o volume de meio apropriado para a propagaccedilatildeo in vitro

de brotaccedilotildees de curauaacute

As brotaccedilotildees utilizadas como fonte de explante

foram fornecidas pela EMBRAPACPATU situada em

Beleacutem do Paraacute Gemas axilares de curauaacute foram

inoculadas em meio MS completo suplementado com

20 mgL de BAP (6-Benzilaminopurina) Apoacutes 30 dias

estas se desenvolveram e as brotaccedilotildees obtidas foram

transferidas para o meio MS sem regulador de

crescimento por 30 dias

Apoacutes este periacuteodo quatro explantes foram

desfolhados completamente ficando apenas porccedilotildees

basais com aproximadamente 1cm de comprimento que

foram inoculadas em meio de cultura baacutesico MS sem

regulador de crescimento em frasco de 12 cm de altura por

5 cm de diacircmetro (volume interno = 300 mL) com volumes

de 10 15 20 25 30 mL Os explantes foram mantidos em

sala de crescimento a uma temperatura de 26plusmn1degC e

fotoperiacuteodo de 16 horas sob uma Irradiacircncia de foacutetons de

25mmol m-2 s-1

O delineamento experimental foi inteiramente

casualizado (DIC) Cada tratamento continha 19 repeticcedilotildees

PEREIRA F D et al104

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

(um frasco por repeticcedilatildeo) Aos 30 dias avaliaram-se o

nuacutemero e o comprimento das brotaccedilotildees O programa

utilizado para anaacutelise dos dados foi o software statistica

(SISVAR) tendo sido submetidas agrave anaacutelise de variacircncia

com aplicaccedilatildeo do teste F a 5 de probabilidade

analisando-se as meacutedias por regressatildeo polinomial

O efeito linear foi o mais adequado para explicar

a evoluccedilatildeo da taxa meacutedia de regeneraccedilatildeo do curauaacute Agrave

medida que o volume do meio de cultura aumenta existe

tendecircncia de aumento do nuacutemero de brotos Com 25

mL de meio produziu-se maior nuacutemero de brotos por

frasco (2557) e com 10 mL de meio produziu-se menor

nuacutemero de brotos (1226) O tratamento com 15 mL de

meio produziu 1765 brotos o com 20 mL 1750 e o com

30 mL 2242 (Figura 1) O volume maior de meio

disponibiliza mais nutrientes e diminui tambeacutem a

competiccedilatildeo entre as placircntulas o que explica a tendecircncia

em se obter um maior nuacutemero de brotos agrave medida que

se aumenta a quantidade do meio de cultura Em todos

os tratamentos as brotaccedilotildees obtidas foram vigorosas

com a coloraccedilatildeo verde-escura caracteriacutestica das

plantas matrizes As brotaccedilotildees tinham tambeacutem rigidez

outra caracteriacutestica da espeacutecie o que eacute devido agrave

presenccedila das fibras nas folhas Observou-se maior

concentraccedilatildeo de raiacutezes nas brotaccedilotildees maiores e natildeo

FIGURA 1 ndash Nuacutemero meacutedio de brotos por frasco de curauaacute(Ananas erectifolius) cultivados em diferentes volumesde meio MS completo 10 15 20 25 e 30

foi observada a presenccedila de calos em nenhum dos

tratamentos (Figura 2)

Resultados semelhantes foram obtidos por Reis

Lameira Reis (2004) trabalhando com curauaacute utilizando

volumes de 5 75 10 e 15 mL do meio liacutequido MS suplementados

com 25 mgL-1 de BAP (6-benzilaminopurina) os melhores

resultados sendo com os tratamentos que continham 10 e

15ml produzindo em meacutedia 121 e 154 brotosexplante

respectivamente

Da mesma forma Reis et al(2003) trabalhando com

ipeca (Psychotria ipecacuanha Stokes) em meio MS

acrescido de 15 mg L-1de BAP nos volumes de 10 20 30

e 40 mL obtiveram melhor resultado com os volumes de 30

e 40 mL (7 e 8 brotosfrasco respectivamente)

Quanto ao comprimento dos brotos natildeo houve

diferenccedila significativa Os brotos t iveram um

crescimento meacutedio de 228 cm sendo que no tratamento

com 10 mL de meio foi 257 cm com 15 mL 222 cm

com 20 mL 224 cm com 25 mL 224 cm e o tratamento

com 30 mL 215 cm Embora natildeo se tenham realizado

estudos mais aprofundados uma das hipoacuteteses

sugeridas para explicar tais resultados possivelmente

estaacute relacionada a fatores nutricionais do explante

Segundo Cappelades et al (1991) e Pereira et al (2001)

porccedilotildees basais satildeo mais robustas apresentando maior

quantidade de reservas acumuladas em seus tecidos

o que poderia levar agrave utilizaccedilatildeo dessas reservas pelas

brotaccedilotildees regeneradas para sustentar seu crescimento

Esta seria uma das causas da uniformidade apresentada

no tamanho das brotaccedilotildees em todos os tratamentos

Resultados iguais foram obtidos em estudos feitos por

Rodrigues et al (2005) quando avaliaram comprimento

meacutedio de duas espeacutecies de orquiacutedeas mantidas em meio

de cultura cujos volumes testados eram de 25 50 75 e

100 mL Portanto verifica-se que eacute muito importante

selecionar material com bom estado fisioloacutegico e

tamanho homogecircneo para se obter melhores

resultados na proliferaccedilatildeo das brotaccedilotildees eou na

morfogecircnese

Proliferaccedilatildeo in vitro de brotos de curauaacute 105

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

FIGURA 2 ndash Brotaccedilotildees de curauaacute (Ananas erectifolius) produzidas in vitro em diferentes volumes de meio MS 1-Repicagem dos brotos 2- 10 mL de meio MS 3- 15 mL de meio MS 4- 20 mL de meio MS 5- 25 mL de meio MS 6- 30mL de meio MS

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CARVALHO R FAVARETTO N PINTO J E B P Influecircnciade fatores fiacutesicos no desenvolvimento e crescimento in vitrode batata-doce (Ipomea batatas (l) Peir Ciecircncia e PraacuteticaLavras v 19 n 2 p 158-164 abrjun 1995

CAPPELADES M LEMEUR R DEBERGH P Effects ofsucrose on starch acumulation and rate of photosyntesisin Rosa cultured in vitro Plant Cell Tissue and OrganCulture Amsterdam v 25 n 1 p 21-26 Apr 1991

GRATTAPAGLIA D MACHADO M A MicropropagaccedilatildeoIn TORRES A C CALDAS L S (Ed) Cultura de tecidos etransformaccedilatildeo geneacutetica de plantas Brasiacutelia EMBRAPA-SPIEMBRAPA-CNPH 1998 p 183-260

MEDINA J C Plantas fibrosas da flora mundialCampinas Instituto agronocircmico 1959 913 p

MURASHIGE T SKOOG F A Revised medium for rapidgrowth and biossays with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-479 1962

PEREIRA F D et al106

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

NICOLOSO F T ERIG A C Efeito do tipo de segmentonodal e tamanho do recipiente no crescimento de plantasde Pfaffia glomerata in vitro Ciecircncia e AgrotecnologiaLavras v 26 p 1499-1506 dez 2002 Ediccedilatildeo especial

PEREIRA F D BRAGA M F SAacute M E L ALCINO OG COLENGHI I C Influecircncia de BAP e NAA namultiplicaccedilatildeo de abacaxi cv Perolera a partir de brotosestiolados in vitro Bioscience Journal Uberlandia v 17n 2 p 49-60 Dec 2001

REIS Eacute S PINTO J E B P CORREcircA R MPEREIRA F D BERTOLUCCI S K V Influecircncia dosmeios MS e WPM associados a diferentesconcentraccedilotildees de Benzilaminopurina na multiplicaccedilatildeode ipeca (Psychotria ipecacuanha (Brot) Stokes InCONGRESSO BRASILEIRO DE CULTURA DE TECIDOSDE PLANTAS 1 2003 Lavras Anais Lavras UFLA2003 p 273

REIS J N R LAMEIRA O M REIS L R S1Aprimoramento de protocolos de propagaccedilatildeo in vitro de

curauaacute Disponiacutevel lthttpwwwbiologocombrgt Acessoem ago 2004

ROCHA E C GHELER JUacuteNIOR J Aproveitamento deresiacuteduos gerados na aglomeraccedilatildeo de fibras de coco comLaacutetex natural Mateacuteria Teacutecnica Disponiacutevel em lthttpwwwbiologocombrgt Acesso em jun 2003

RODRIGUES J D ARAUacuteJO A G ASSIS F A ACAVALLARI L L PASQUAL M Crescimento in vitro deplacircntulas de orquiacutedeas quantidade de meio de cultura enuacutemero de explantes In CONGRESSO DE INICIACcedilAtildeOCIENTIacuteFICA DA UFLA ndash CICESAL 18 2005 Lavras MGAnais Lavras UFLA 2005 1CD-ROM

SILVA C Paiacutes pesquisa mais fibras naturais para carrosDisponiacutevel em lthttpwwwsebrae_sccombrn o v o s _ d e s t a q u e s o p o r t u n i d a d e mostra_mateacuteriaaspcd_noticia=8356gt Acesso em out 2004

SCHREIBER V (Org) Vias de desenvolvimentosustentaacutevel as dimensotildees do desafio Beleacutem UFBANUMAPOEMAIDESP 1998 495 p (POEMA 6)

NORMAS PARA PUBLICACcedilAtildeO DE ARTIGOS E COMUNICACcedilOtildeES CIENTIacuteFICAS

1 Os conceitos e afirmaccedilotildees contidos nos artigos e comunicaccedilotildeesseratildeo de inteira responsabilidade do(s) autor(es)

2 A revista ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo editadasemestralmente pela Editora da Universidade Federal de Lavras(Editora UFLA) publica artigos cientiacuteficos e comunicaccedilotildeescientiacuteficas da aacuterea de cultura de tecidos de plantas elaboradospor membros da comunidade cientiacutefica nacional e internacionalNatildeo eacute cobrada taxa para publicaccedilatildeo de trabalhos Eacute condiccedilatildeofundamental que os artigoscomunicaccedilotildees submetidos agrave apreciaccedilatildeoda revista ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo natildeo forame nem seratildeo publicados simultaneamente em outro lugar Com aaceitaccedilatildeo do artigo para publicaccedilatildeo os editores adquirem amplose exclusivos direitos sobre o artigo para todas as liacutenguas e paiacutesesA publicaccedilatildeo de artigoscomunicaccedilotildees dependeraacute da observacircnciadas Normas Editoriais dos pareceres do Corpo Editorial e daComissatildeo ad hoc Todos os pareceres tecircm caraacuteter sigiloso eimparcial e tanto os autores quanto os membros do CorpoEditorial eou Comissatildeo ad hoc natildeo obtecircm informaccedilotildeesidentificadoras entre si

3 Os artigos e comunicaccedilotildees submetidos para publicaccedilatildeo deveratildeoser apresentados em CD utilizando-se o processador de textoMicrosoft Word for Windows (version 98 2000 XP ou 2003)ser escrito em liacutengua portuguesa inglesa ou espanhola e usarsomente nomenclaturas oficiais e abreviaturas consagradas natildeoempregando abreviaturas no tiacutetulo do artigo Juntamente com oCD deveratildeo ser enviadas 4 (QUATRO) vias sendo uma originale as demais coacutepias omitindo os autores e a chamada de rodapeacute daprimeira paacutegina (para serem enviadas aos consultores cientiacuteficos)impressas em papel branco tipo A4 (21cm x 297cm) ou emformulaacuterio contiacutenuo em uma soacute face espaccedilo duplo entre linhasfonte Times New Roman tamanho 12 observada uma margemde 3 cm para o lado esquerdo e de 2 cm para o direito 25 cm paramargem superior e inferior 25 cm para o cabeccedilalho e 25 cm parao rodapeacute Cada trabalho deveraacute ter no maacuteximo 14 paacuteginas ejunto do mesmo deveraacute ser encaminhado ofiacutecio dirigido ao EditorChefe da revista solicitando a publicaccedilatildeo do artigo Esse ofiacuteciodeveraacute ser assinado por todos os autores constar o endereccedilocompleto telefone e e-mail de todos Qualquer inclusatildeo exclusatildeoou alteraccedilatildeo na ordem dos autores deveraacute ser notificada medianteofiacutecio assinado por todos os autores (inclusive do autor excluiacutedo)

4 O artigo cientiacutefico deveraacute conter os seguintes toacutepicos a)TIacuteTULO suficientemente claro conciso e completo evitandopalavras supeacuterfluas Recomenda-se comeccedilar pelo termo querepresente o aspecto mais importante do trabalho com os demais

termos em ordem decrescente de importacircncia b) TIacuteTULO EMINGLEcircS c) NOME(s) DO(s) AUTOR(es) no maacuteximo 6 (seis)em letras maiuacutesculas um apoacutes o outro centralizados e no rodapeacuteda primeira paacutegina deveratildeo vir a formaccedilatildeo acadecircmica e aInstituiccedilatildeo onde trabalham d) RESUMO (de acordo comNBR6028 da ABNT) O resumo natildeo deve ultrapassar a 250(duzentos e cinquumlenta) palavras e natildeo possuir paraacutegrafos Apoacuteso Resumo devem-se incluir TERMOS PARA INDEXACcedilAtildeO(palavraschave) diferentes daqueles constantes do tiacutetulo eseparados por viacutergula Os termos para indexaccedilatildeo devem estardescritos na forma maiuacutescula e minuacutescula serem expressotildees queidentifiquem o conteuacutedo do artigo ser indicadas entre 3 e 5 e sepossiacutevel extraiacutedas do vocabulaacuterio Thesagro ndash Thesaurus AgriacutecolaNacional desenvolvido pela CENAGRI (indicaccedilatildeo da revistaldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquopara evitar o usode vaacuterios sinocircnimos como termos de indexaccedilatildeo) Se natildeo foremencontrados descritores disponiacuteveis para cobrirem a temaacutetica doartigo poderatildeo ser indicados termos ou expressotildees de usoconhecido e) ABSTRACT incluindo em seguida INDEXTERMS f) INTRODUCcedilAtildeO (incluindo a revisatildeo de literatura)g) MATERIAL E MEacuteTODOS h) RESULTADOS EDISCUSSAtildeO (podendo conter tabelas e figuras) i)CONCLUSOtildeES e j) REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

5 A comunicaccedilatildeo deveraacute conter os seguintes toacutepicos a)TIacuteTULO suficientemente claro conciso e completo evitandopalavras supeacuterfluas Recomenda-se comeccedilar pelo termo querepresente o aspecto mais importante do trabalho com os demaistermos em ordem decrescente de importacircncia Deve serapresentada a versatildeo do tiacutetulo para o idioma inglecircs b) TIacuteTULOEM INGLEcircS c) NOME(s) DO(s) AUTOR(es) no maacuteximo 6(seis) em letras maiuacutesculas um apoacutes o outro centralizados e norodapeacute da primeira paacutegina deveratildeo vir a formaccedilatildeo acadecircmica e aInstituiccedilatildeo onde trabalham d) RESUMO (de acordo comNBR6028 da ABNT) O resumo natildeo deve ultrapassar a 250(duzentos cinquumlenta) palavras e natildeo possuir paraacutegrafos Apoacutes oResumo devem-se incluir TERMOS PARA INDEXACcedilAtildeO(palavras-chave) diferentes daqueles constantes do tiacutetulo eseparados por viacutergula Os termos para indexaccedilatildeo devem estardescritos na forma maiuacutescula e minuacutescula serem expressotildees queidentifiquem o conteuacutedo do artigo ser indicadas entre 3 e 5 e)ABSTRACT incluindo em seguida INDEX TERMS f)TEXTO [sem subdivisatildeo poreacutem com introduccedilatildeo material emeacutetodos resultados e discussatildeo e conclusatildeo subtendidos(podendo conter tabelas ou figuras)] e g) REFEREcircNCIASBIBLIOGRAacuteFICAS

6 AGRADECIMENTOS ao fim do texto e antes das ReferecircnciasBibliograacuteficas poderatildeo vir os agradecimentos a pessoas ouinstituiccedilotildees O estilo tambeacutem aqui deve ser soacutebrio e claroindicando as razotildees pelas quais se fazem os agradecimentos

7 TABELAS E QUADROS deveratildeo ser inseridos apoacutes citaccedilatildeodos mesmos dentro do proacuteprio texto

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS as referecircnciasbibliograacuteficas devem ser citadas conforme a NBR60232002 daABNTA exatidatildeo das referecircncias constantes da listagem e a corretacitaccedilatildeo no texto satildeo de responsabilidade do(s) autor(es) doartigo

Orientaccedilotildees gerais- Deve-se apresentar todos os autores do documento cientiacutefico(fonte)- O nome do perioacutedico deve ser descrito por extenso natildeo deveser abreviado- Em todas as referecircncias deve-se apresentar o local de publicaccedilatildeo(cidade) a ser descrito no lugar adequado para cada tipo dedocumento- As referecircncias devem ser ordenadas alfabeticamente

EXEMPLIFICACcedilAtildeO (TIPOS MAIS COMUNS)

ARTIGO DE PERIOacuteDICO

VIEIRA R F RESENDE M A V de Eacutepocas de plantio deervilha em Patos de Minas Uberaba e Janauacuteba Minas GeraisCiecircncia e Agrotecnologia Lavras v 24 n 1 p 74-80 janmar 2000

LIVRO

a) Livro no todo

STEEL R G D TORRIE J H Principles and procedures ofstatistics New York McGraw-Hill Book l960 481 p

b) Parte de livro com autoria especiacutefica

FLEURY J A Anaacutelise ao niacutevel de empresa dos impactos daautomaccedilatildeo sobre a organizaccedilatildeo da produccedilatildeo de trabalho InSOARES R M S M Gestatildeo da empresa Brasiacutelia IPEAIPLAN 1980 p 149-159

c) Parte de livro sem autoria especiacutefica

MARTIM L C T Nutriccedilatildeo de bovino de corte em confinamentoIn ______ Confinamento de bovino de corte 2 ed Satildeo PauloNobel 1986 cap 3 p 29-89

DISSERTACcedilAtildeO E TESE

GONCcedilALVES R A Preservaccedilatildeo da qualidade tecnoloacutegicade trigo (Triticum aestivum L) e controle de Rhyzoperthadominica (F) durante o armazenamento em atmosferacontrolada com Co2 e N2 1997 52 f Dissertaccedilatildeo (Mestradoem Ciecircncia dos Alimentos) ndash Universidade Federal de LavrasLavras 1997

MATIOLI G P Influecircncia do leite proveniente de vacasmastiacuteticas no rendimento de queijo frescal 2000 55 pDissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias dos Alimentos) - UniversidadeFederal de Lavras Lavras 2000

Nota ldquoA folha eacute composta de duas paacuteginas anverso e versoAlguns trabalhos como teses e dissertaccedilotildees satildeo impressos apenasno anverso e neste caso indica-se frdquo (ABNT NBR60232002p 18)

TRABALHOS DE CONGRESSO E OUTROS EVENTOS

SILVA J N M Possibilidades de produccedilatildeo sustentada de madeiraem floresta densa de terra firme da Amazocircnia brasileira InCONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO 6 1990 Campos doJordatildeo Anais Campos do Jordatildeo SBSSBEF 1990 p 39-45

DOCUMENTOS ELETROcircNICOS

As obras consultadas online satildeo referenciadas conformenormas especiacuteficas para cada tipo de documento (monografia notodo e em parte trabalho apresentado em evento artigo deperioacutedico artigo de jornal etc) acrescidas de informaccedilotildees sobreo endereccedilo eletrocircnico apresentado entre braquetes (lt gt)precedido da expressatildeo ldquoDisponiacutevel emrdquo e da data de acessoao documento precedida da expressatildeo ldquoAcesso emrdquo

Nota ldquoNatildeo se recomenda referenciar material eletrocircnico de curtaduraccedilatildeo nas redesrdquo (ABNT NBR60232000 p 4) Segundopadrotildees internacionais a divisatildeo de endereccedilo eletrocircnico no fimda linha deve ocorrer sempre apoacutes barra ()

Monografia (acesso online)

a) Livro no todo

TAKAHASHI T (Coord) Tecnologia em foco BrasiacuteliaSocinfoMCT 2000 90 p Disponiacutevel em lthttpwwwsocinfoorgbrgt Acesso em 22 ago 2000

b) parte de livro

TAKAHASHI T Mercado trabalho e oportunidades In ______Sociedade da informaccedilatildeo no Brasil livro verde BrasiacuteliaSocinfoMCT 2000 cap 2 p 13-24 Disponiacutevel em lthttpwwwsocinfogovbrgt Acesso em 22 ago 2000

c) Parte de congresso seminaacuterio etc

GIESBRECHT H O Avaliaccedilatildeo de desempenho de institutos depesquisa tecnoloacutegica a experiecircncia de projeto excelecircncia napesquisa tecnoloacutegica In CONGRESSO ABIPTI 2000Fortaleza Gestatildeo de institutos de pesquisa tecnoloacutegicaFortaleza Nutec 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwabiptiorgbrgt Acesso em 01 dez 2000

d) Tese

SILVA E M Arbitrariedade do signo a liacutengua brasileira desinais (LIBRAS) 1997 144 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emLinguumliacutestica Aplicada e Estudo de Liacutengua) - Pontifiacutecia UniversidadeCatoacutelica de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1997 Disponiacutevel em lthttpwwwterracombrvirtualbooks freebookportdid teseshtmgtAcesso em 28 nov 2000

Artigo de perioacutedico (acesso online)

RESENDE A M G Hipertexto tramas e trilhas de um conceitocontemporacircneo Informaccedilatildeo e Sociedade Recife v 10 n 12000 Seccedilatildeo Educaccedilatildeo Disponiacutevel em lthttpwwwinformaccedilatildeoesociedadeufpbbrgt Acesso em 30 nov 2000

CITACcedilAtildeO PELO SISTEMA ALFABEacuteTICO (AUTOR-DATA)(conforme ABNT NBR105202002)Dois autores - Steel amp Torrie (1960) ou (STEEL amp TORRIE1960)Trecircs ou mais autores - Valle et al (l945) ou (VALLE et al 1945)Obs Quando forem citados dois autores de uma mesma obradeve-se separaacute-los pelo sinal amp (comercial)

9 CASO O ARTIGO CONTENHA FOTOGRAFIASGRAacuteFICOS FIGURAS SIacuteMBOLOS E FOacuteRMULASESSAS DEVERAtildeO OBEDECER AgraveS SEGUINTESNORMAS

91 Fotografias deveratildeo ser apresentadas em preto e branconiacutetidas e com contraste inseridas no texto apoacutes a citaccedilatildeo dasmesmas e tambeacutem em um arquivo agrave parte salvas em extensatildeoldquoTIFFrdquo ou ldquoJPEGrdquo com resoluccedilatildeo de 300 dpi

92 Figuras deveratildeo ser apresentadas em preto e branco niacutetidase com contraste inseridas no texto apoacutes a citaccedilatildeo das mesmas etambeacutem em um arquivo agrave parte salvas em extensatildeo ldquoTIFFrdquo ouldquoJPEGrdquo com resoluccedilatildeo de 300 dpi As figuras deveratildeo serelaboradas com letra Times New Roman tamanho 10 semnegrito sem caixa de textos e agrupadas

93 Graacuteficos deveratildeo ser inseridos apoacutes citaccedilatildeo dos mesmosdentro do proacuteprio texto elaborado preferencialmente em Excelcom letra Times New Roman tamanho 10 sem negrito

94 Siacutembolos e Foacutermulas Quiacutemicas deveratildeo ser feitas emprocessador que possibilite a formataccedilatildeo para o programa PageMaker (ex MathType Equation) sem perda de suas formasoriginais

10 O Editor Chefe notificaraacute o autor do recebimento do originale posteriormente o informaraacute sobre sua publicaccedilatildeo Os artigosque necessitarem de modificaccedilotildees seratildeo devolvidos ao autor paraa devida revisatildeo

11 Os artigos natildeo aprovados seratildeo devolvidos

12 Os artigos seratildeo publicados em ordem de aprovaccedilatildeo

13 O natildeo-cumprimento dessas normas implicaraacute na devoluccedilatildeodo artigo ao autor

14 Os casos omissos seratildeo resolvidos pela Comissatildeo Editorial

15 O artigo deveraacute ser enviado para

ABCTPPlant Cell Culture amp MicropropagationUniversidade Federal de LavrasDepartamento de Biologia - Setor de Fisiologia VegetalCaixa Postal 3037Lavras ndash MGCEP 37200-000E-mail abctpuflabr

INSTRUCTIONS FOR AUTHORS

1 Concepts and affirmations included in articles andcommunications are of the entire responsibility of the authors

2 ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo a semestral journaledited by Editora UFLA of the Universidade Federal de Lavraspublishes scientific articles and communications in the area ofplant tissue culture elaborated by researchers of the national andinternational scientific community There are no page charges forpublication Submission of a manuscript implies that it is neitherunder consideration for publication elsewhere nor has appearedpreviously in part or in whole On acceptance for publicationauthors assign to the Editors full copyright of the manuscript inall languages and countries Publications will depend on editorialrules and on the review of experts and ad hoc commissionReviewer and editorial opinions will be anonymouslycommunicated to authors

3 The articles and communication submitted for publicationmust be presented in CD using the program Microsoft Wordfor Windows (version 98 2000 XP or 2003) written inPortuguese English or Spanish using only conventionalnomenclature At the time of submission authors are requiredto submit together with the CD 4 (four) hard copies one originaland three copies without the name(s) of the author(s) as well asthe footnote on the first page (to be used by the reviewers)printed on A4 white paper (21 cm x 297cm) or on continuousform typewritten only on one side double spaced using fontTimes New Roman size 12 with a 3 cm margin on the left handside and 20 cm margin on the right hand side 25 cm upper andlower margin 25 cm for the heading and 25 cm for the footnoteThe manuscript must present a maximum of 14 pages At thetime of submission a cover letter must be sent with themanuscript copies to the Editor requesting publication of thearticle This cover letter must be signed by all authors andalso contain the full address telephone number and e-mail ofthe authors Any inclusion exclusion or alteration in the authorsorder must be notified and signed by all authors including theone excluded

4 Each manuscript must be organized in a) TITLE sufficientlyclear conspicuous and complete without superfluous words Itis recommended to initiate with the term that represent the mostimportant aspect with other terms in decreasing of importanceb) TITLE in Portuguese c) FULL NAME(s) OF THEAUTHOR(s) maximum of 6 (six) in capital letters one after theother in the center of the page with the footnote of the first pagecontaining their professional qualification or academic training

and their work institution d) ABSTRACT written continuouslywithout paragraph It must not exceed 250 words Index termsmust be enclosed after the abstract using terms different fromthose used in the title and separated by comma The index terms(3 to 5) must be described in capital and small letters and expressthe content of the article e) ABSTRACT and INDEX TERMSin Portuguese f) INTRODUCTION (including literaturereview) g) MATERIAL AND METHODS h) RESULTS ANDDISCUSSION (it may include tables and figures) i)CONCLUSIONS and j) REFERENCES

5 Communication must have the following topics a) TITLEsufficiently clear conspicuous and complete without superfluouswords It is recommended to initiate with the term that representthe most important aspect with other terms in decreasing ofimportance The PORTUGUESE version of the title has to bepresented b) TITLE in Portuguese c) FULL NAME(s) OFTHE AUTHOR(s) maximum of 6 (six) in capital letters oneafter the other in the center of the page with the footnote of thefirst page containing their professional qualification or academictraining and their work institution d) ABSTRACT writtencontinuously without paragraph It must not exceed 250 wordsIndex terms must be enclosed after the abstract using termsdifferent from those used in the title and separated by commaThe index terms (3 to 5) must be described in capital and smallletters and express the content of the article e) ABSTRACTand INDEX TERMS in Portuguese f) TEXT (with no divisionbut must include introduction material and methods results anddiscussion and conclusion (it may include tables and figures) andg)REFERENCES

6 ACKNOWLEDGEMENTS Acknowledgements to peopleor institutions might be included at the end of the text priorReferences The written style must be serious and clear indicatingthe reasons of the acknowledgements made

7 TABLES AND FIGURES must be included right after theircitation in the text

8 REFERENCES references must be cited according toNBR60232002 of ABNT All references and their correct citationin the text are of the entire responsibility of the author(s)- Some important orientations all authors of the scientificdocument must be presented (source) the journal must be citedusing its full name all references must present the name of thecity where the journal was published all references must be citedalphabetically

9 PHOTOGRAPHS GRAPHS FIGURES SYMBOLS ORFORMULA CONTAINED IN THE ARTICLE SHOULDOBEY THE FOLLOWING RULES

91 Photographs must be presented in black and whiteclear and with contrast inserted in the text after their citationand also in a separate file (on the same diskette as the article)saved in extension ldquoTIFFrdquo or ldquoJPEGrdquo with resolution of300 dpi

92 Figures must be presented in black and white clear andwith contrast inserted in the text after their citation and also in aseparate file (on the same diskette as the article) saved inextension ldquoTIFFrdquo or ldquoJPEGrdquo with resolution of 300 dpiThey must be elaborated using Times New Roman font size10 without bold without text box and arranged

93 Graphs must be inserted in the text after their citationelaborated preferentially in Excel using Times New Romanfont size 10 without bold

94 Symbols and Chemical Formula must be presented usinga word processor that permits a format for Page Maker (exMathType Equation) without loss of its original form

10 The Brazilian Association of Plant Tissue Culture (ABCTP)will inform the author the receipt of the original manuscript andeventually it will also send information regarding its publicationManuscripts that require modifications will be returned to theauthor for the respective revision andcorrections

11 Manuscripts not approved will be returned to the author

12 Articles will be published according to the order of receiptand approval

13 If any of these rules are not attended the manuscript will bereturned to the author

14 Manuscripts should be sent to the following address

ABCTPPlant Cell Culture amp MicropropagationUniversidade Federal de LavrasDepartamento de Biologia - Setor de Fisiologia VegetalCaixa Postal 3037Lavras ndash MGCEP 37200-000BrazilE-mail abctpuflabr

Page 7: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 53

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

IN VITRO PROPAGATION OF Melissa officinalis L AND PRODUCTIONOF ESSENTIAL OIL

IN VITRO PROPAGATION OF Melissa officinalis L AND PRODUCTION OFESSENTIAL OIL

SIMONE DA SILVA1 CELSO LUIZ SALGUEIRO LAGE2 MARIA APPARECIDA ESQUIBEL3ROSANE AGUIAR DA SILVA SAN GIL4 ALICE SATO5

1Doutoranda em Biotecnologia Vegetal ndashUFRJIBC Chagas Filho ndash Av Brigadeiro Trompowsky SN Ccs ndash Bloco G ndash Sala G2-050 ndash Cidade Universitaacuteria ndash Laboratoacuterio de Fisiologia Vegetal ndash Ilha do Fundatildeo ndash 21949-900 ndash Rio de Janeiro RJ ndash monybiofufrjbr

2Dr em Biofiacutesica ndashUFRJ ndash Instituto de Biofiacutesica Carlos Chagas Filho ndash Laboratoacuterio de Fisiologia Vegetal ndash Ilha do Fundatildeo ndash 21949-900 ndash Rio de Janeiro RJ ndash clslagebiofufrjbr3Poacutes-Doutorado em Bioeletrogecircnese ndash UFRJ ndash Instituto de Biofiacutesica Carlos Chagas Filho ndash Laboratoacuterio de Fisiologia Vegetal ndash Ilha do Fundatildeo ndash 21949-900 ndash Rio de Janeiro RJ ndash esquibelbiofufrjbr4Dra em Quiacutemica Orgacircnica ndash Ufrj DQO ndash Edifiacutecio do Centro de Tecnologia ndash Bloco A ndash Sala 605 ndash Ilha do Fundatildeo ndash Cidade Universitaacuteria ndash Caixa Postal 068556 ndash 21941-972 ndash Rio de Janeiro RJ ndash rsangilIqufrjbr5Dra em Biotecnologia Vegetal ndash UNIRIODCN ndash Centro de Ciecircncias Bioloacutegicas e da Sauacutede ndash Av Pasteur 458 Preacutedio da ECB ndash 4ordmandar Sala 415 URCA ndash 22290-240 ndash Rio de Janeiro RJ ndash alicesatouniriobr

ABSTRACTThis work presents an efficient protocol for micropropagation

of Melissa officinalis L through axillary bud proliferation obtainedfrom in vitro germinated seeds on basal Murashige amp Skoog medium(MS) The explants were grown on MS supplemented with differentgrowth regulators NAA (05 mM) KIN (05 mM) BA (05 mM)GA

3 (28 microM) and IAA (05 mM) Higher shoot proliferation and

rooting rates were obtained on MS supplemented with 05 microM IAAMicropropagated plants were acclimatized and transferred to soilwith success The essential oil composition in shoots of in vitro andfield-grown (ex vitro) plants was determined by gas chromatographymass spectrometry The major components of essential oils detectedin both plant materials were pujone neral geraniol and geranial Mofficinalis in vitro plantlets developed on MS media showed 14higher proportions of nerol and 41 of geraniol when compared withfield grown plants

Index terms Growth regulators medicinal plant tissue culture

RESUMOEste trabalho apresenta um protocolo raacutepido e eficiente

para propagaccedilatildeo in vitro de Melissa officinalis L atraveacutes daproliferaccedilatildeo de gemas axilares de plantas obtidas de sementesgerminadas em meio basal de Murashige amp Skoog (MS) Os explantesforam cultivados em meio de Murashige amp Skoog (MS) 1962com adiccedilatildeo de diferentes reguladores de crescimento Aacutecido alfa-naftaleno-aceacutetico (ANA ndash 05 mM) Cinetina (KIN ndash 05 mM)Benziladenina (BA ndash 05 mM) Aacutecido Gibereacutelico (GA

3 ndash 28 microM)

e Aacutecido Indolaceacutetico (AIA ndash 05 mM) O alongamento e formaccedilatildeode segmentos nodais maacuteximos foram obtidos com AIA Explantesdesenvolveram 5 novos brotos com 10 cm em meacutedia e 100 deenraizamento em 30 dias de cultura Plantas micropropagadasforam aclimatadas e transferidas para o solo com sucesso Acomposiccedilatildeo do oacuteleo essencial de partes aeacutereas de plantas produzidasin vitro e plantas crescidas em campo (ex vitro) foi determinadapor cromatografia gasosa acoplada agrave espectrometria de massas Os

principais componentes do oacuteleo essencial encontrados em ambosos materiais vegetais foram a pujona neral geraniol e geranial Asplantas de Melissa officinalis desenvolvidas in vitro em MSapresentaram aumento de 14 vezes na proporccedilatildeo do nerol e de 41na de geraniol quando comparadas agraves plantas ex vitro

Termos para indexaccedilatildeo Reguladores de crescimento plantamedicinal cultura de tecidos

INTRODUCTION

Melissa officinalis L (Lamiaceae) is a well-known

herb used to give fragrance to different food and beverage

products It has also been used as a medicinal plant for

treatment of headaches gastrointestinal disorders

nervousness and rheumatism The essential oil is a well-

known antibacterial and antifungal agent and it is also

responsible for the mild depressive and spasmolytic

properties of the plant Literature data pointed out antioxidant

properties of methanolic extracts of Melissa officinalis which

are mostly due to high portion of phenolic acids revealing

significant antimicrobial particularly antibacterial activity of

this essential oil (MIMICA-DUKIC et al 2004)

The chemical composition of the essential oil of

Melissa officinalis leaf (02-1 on dry weight) has been

studied The major compounds (10-40) are citral (neral

and geranial) and these are accompanied by limonene

cineole geraniol szlig-caryophyllene and spathulenol The

(Recebido em 06 de setembro de 2005 e aprovado em 21 de junho de 2006)

SILVA S da et al54

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

leaf also contains polyphenolic compounds

hydroxycinnamic derivatives with verbascoside (53)

flavonoids such as luteolin 7-glucoside and luteolin 7-

diglucuronide (08) These compounds probably

intervene in the antispasmodic activity Iridoid glucosides

were also reported and the infusion contains potassium

(CARNAT et al 1999)

Cultivation of medicinal plants for the purpose of

extraction of active constituents may face certain limitations

such as climate season water availability diseases and

pests and scarcity of naturally growing plants Such

limitations led to the use of tissue culture techniques for

production of the active constituents Tissue culture

provides means of rapid propagation of a large number of

uniform plants while maintaining their genotype Beneficial

uses of tissue culture for the purpose of extraction of

secondary metabolites include avoidance of collection of

endangered wild species production of secondary

metabolites due to rapid growth of cultures in vitro

(ARIKAT et al 2004)

Due to the importance of this plant for multiple

purposes and the difficulty to produce active compounds

in vitro the application of methods that provide higher

number of cloned plants of M officinalis is justified aiming

to select high quality plant lines to extensive culture and

extraction of pharmaceutical products In Brazil M

officinalis is used in phytomedicine by pharmaceutical

industries One of the most critical problems of

phytomedicine is the natural variation of plants chemical

constituents (CURRIER et al 2000) This variation could

be originated from genetical factors or under influence of

environmental characteristics

The use of in vitro systems have been reported as

an effective tool for obtaining genetically uniform plants

which can be the source for less variable pharmaceutical

preparations Plant regeneration of M officinalis has been

achieved using as explants cotyledonary nodes of 10-day-

old Melissa officinalis seedlings (TAVARES et al 1996)

shoot tips from plants cultivated at greenhouse

(MEacuteSZAacuteROS et al 1999) using various types and

concentrations of cytokinins auxins and triacontanol

(TANTOS et al 1999)

The aim of this work is to develop a

micropropagation method in order to obtain a significant

number of monoclonal plants for further field cultivation

comparing the essential oil content and composition

between micropropagated and field-grown plants

MATERIALS AND METHODS

Plant material

Representative specimens from field grown plants

of M officinalis were selected and submitted to Erika Von

Sohsten Medeiros and Angela Vaz (Rio de Janeiro

Botanical Garden) for the taxonomic confirmation A

voucher nordm RB ndash 365926 is deposited at the Herbarium of

Rio de Janeiro Botanic Garden

Melissa officinalis seeds were obtained from

commercial market ISLAR batch Nordm 8250 The seeds were

germinated and grown to the seedling stage in vitro Seeds

were pre-treated by immersion into 2 commercial bleach

solution (Globoacirc) for 20 min and then rinsed thoroughly

in running tap water After that the seeds were surface

sterilized in 70 ethanol for 20 min followed by 15 min in a

20 commercial bleach solution containing 2-3 drops of

Tween 20 under aseptic conditions and rinsed three times

with sterile distilled water The seeds were cultured on MS

(MURASHIGE amp SKOOG 1962) solid medium

supplemented with 30 gL-1 sucrose 148 mM thiamine-

HCl 243 mM pyridoxine-HCl 41 mM nicotinic acid and

06 mM myo-inositol The pH value was adjusted at 58 plusmn

01 before addition of 8 gL-1 of agar and the media were

sterilized in autoclave (120 degC during 15 min) The cultures

were incubed at 25 plusmn 1 degC under a 16 h light 8 h dark

regime at an irradiance of 230 mmolm-sup2s-1 (white light

illumination Sylvaniaacirc fluorescent tubes)

Establishment of in vitro shoot cultures

From in vitro 8-day-old germinated seeds plants

(20-30 cm in length) of three different clones designated

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 55

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

as clones 1 2 e 3 were selected and axillary shoot induction

takes place from nodal segments (1 cm in length)

subcultivated on MS hormone-free media (MS0) These

materials were used as donors of explants to be tested

with different culture media 05mM a-naphthaleneacetic

acid (NAA) 05mM kinetin (KIN) 05mM benzyladenine

(BA) 28 mM gibberellic acid (GA3) and 05mM indole-3-

acetic acid (IAA) Cultures were grown in 300 mL glass

flasks containing 40 ml of media each

Shoot proliferation rate length of both shoots and

roots and calli formation were monitored as growth

parameters Each treatment was replicated 3 times using

100 explants per repetition Subcultures were performed at

30 days intervals

Acclimatization

A total of 60 in vitro rooted microshoots (those grown

on MS + IAA during 30 days with average height of 10 cm

were removed from the medium and the agar washed gently

with tap water They were transferred to 60 cm diameter

plastic pots containing soil and humus (31 vv) and kept at

a greenhouse High humidity environment was provide by

covering the plants with a plastic foil and watering them

one time per day during the first 2 weeks Then plants were

gradually exposed to greenhouse conditions for 1 month

and finally transferred to the field where they were cultivated

during one year until complete life cycle

Extraction

Field-grown and fresh in vitro plantlets aerial parts

(100 g each) were submitted to hydro distillation for 140 h

in a Clevenger type apparatus as recommended by the

Brazilian Pharmacopoeia (1988) in replicate (n = 2) The

time between the isolation and analysis was the same in all

experiments to preclude differences in composition due to

external factors (SILVA et al 2003)

Gas chromatographic and gas chromatography-massspectrometric analysis

Gas chromatography with flame ionization

detection (GCFID) was carried out on a Varian Star Model

3350 instrument using a capillary column coated with DB-

5 (30 m x 025 mm i d 025 mm film thickness J amp W

Scientific Folsom CA USA) The GC oven was heated

using the following program 40 oC to 220 oC at 4 oC min-1

with an initial isothermal period of 1 min splitless The

detector and injector temperatures were held at 280 oC

Hydrogen was used as carrier gas The injection consisted

of 10 microL of distilled oil diluted with hexane The GCMS

analyses were carried out on a Hewlett-Packard (Agilent

Technologies Avondale USA) Model 5972 MSD coupled

to a HP 5890 GC The GC conditions were the same as

above except for the fact that helium was used as carrier

gas The mass spectrometer was operated on electron

impact mode at 70 eV Molecular assignments were

performed with the help of the Wiley 275 standard library

of mass spectra literature data (ADAMS 1995) authentic

geraniol standard (Sigma Part Number G5135) and mass

spectra interpretation besides the comparison with

previously published elution order (KREIS amp MOSAND

1994) Quantification was performed from GC profiles using

area percent since in the literature the FID response factor

for most of monoterpenes is determined as 1 (CARNAT et

al 1999)

Statistical analysis

Data for each experiment were subjected to analysis

of variance (ANOVA) and means were compared using the

Tukey-Kramer test Percent data were submitted to

significance test ndash difference between two percentages

using the Statistica for WindowsTM 50 version A

significance level of 5 was used for all statistical analysis

RESULTS AND DISCUSSION

In vitro multiplication of Melissa officinalis was

followed during four developing cycles Micropropagation

papers usually present an efficient protocol evaluated in

only one developing cycle This kind of protocol however

may fail when the cultures have to be kept during long

time many successive subcultures being necessary in

order to produce large number of clonal plants

SILVA S da et al56

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

In vitro establishment

In this work three different clones of M officinalis

were used and they had shown similar development

responses on in vitro cultures

The clones 1 and 2 had in vitro multiplication rate

lower than the clone 3 which means a decrease in the

absolute number of nodal segments (Fig 1A and B) From

these results the clone 3 was selected to run the tests

The average number of four new nodes was

produced by explant on MS0 after 30 days and this value

was used as a control to evaluate effects of the presence

of growth regulators in the media (Tab 1)

FIGURE 1 ndash Nodal segments development of three clones of Melissa officinalis on MS+ 05 M IAA during 30 daysA) Multiplication rate of in vitro culture from 2nd to 4th subcultures B) Number of nodal segments developed per clone

TABLE 1 ndash Effect of growth regulators in Melissa officinalis axillary segments culture after four weeks of culture

Culture Media

Shoot Explant

xplusmnse

Shoot Length (CM)

Multiplication Rate (ndeg of

Nodal Segment Explant)

Node Plantlet

xplusmnse

Root Frequency

()

Root Number

Explant xplusmnse

Root Length

(CM) xplusmnse

MS0 171B 403 08B 68C 41 B 50 105 11B 30 06B

05 M KIN 111C 349 11C 33D 31 C 50 073 09C 27 07C

28 M GA3 111C 100 03D 22E 21 D 50 071 09C 25 07C

05 M IAA 191B 1000 09A 95B 51 A 100 897 08A 137 08A

05 M NAA

301A 333 16C 90A 31 C 0 0 - 05 M BA 111C 385 54C 33D 31 C 0 0 -

Value are means (x) plusmn standard error (se) n=100 Values in the same column followed by the same letter do not differstatistically at Pdrdquo005

The influence of plant growth regulators and their

interactions on micropropagation of different plant species

have been discussed in detail by Lameira et al (2005) Rout

et al (1989) Rout amp Das (1997ab) Skirvin et al (1990) and

Zieslin et al (1989)

In this work addition of IAA to MS presented the

best results among all tested growth regulators in all

evaluated parameters However to shoot production there

is no statistical difference to the control The analysis of

effects of the other growth regulators shows that only

05mM NAA was able to improve shoot production

although it is not able to promote rhizogenesis

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 57

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

The use of MS plus 05mM Kinetin or 05mM BA

or 05mM NAA promoted the development of three nodal

segments per elongated plant in 30 days culture (Tab

1) However when BA was used these new shoots

exhibited apical necrosis When GA3 (28 mM) was added

to medium there was induction of only one shoot per

explant and after 30 days there were 2 nodes per

elongated shoot

There was no rooting in explants placed on MS

added of NAA and BA In MS medium containing KIN or

GA3

and in basic MS 50 of the shoots developed new

roots in 30 days of culture

The best result of rhizogenesis was presented

by explants cultured in MS plus IAA where 100 of

shoots rooted with more than 8 new roots per explant

(Tab 1) In terms of root length the cultures in MS

supplemented with IAA presented longer roots when

compared with the other media compositions used at

the present work

In short the addition of 05mM of IAA was chosen

as that presenting the best results in all evaluated

parameters (Fig 2A)

The action of IAA on the in vitro plant

development was in accordance to the known effects of

such hormone (CLELAND 1995) Shoot elongation was

obtained concomitantly with rooting in media MS plus

05 mM IAA That is specially interesting once it may

reduce the micropropagation process through nodal

segments explants to only three steps germination

shoot elongation and multiplication concomitant to

rooting this represents gain of time culture medium

and constitutes a quick micropropagation process

Tavares et al (1996) reported a micropropagation

utilizing cotyledonary nodes as explants The highest

average number of shoots in the two inoculations was

obtained with 2 mgL-1 of BA 24 axillary shoots per

explant 7 in the first inoculation and 17 in the second

one Shoots of the two inoculations were excised after

30 and 60 days respectively

Acclimatization

Melissa officinalis leaves are very sensitive to

water loss and this process is irreversible it was necessary

to provide a high humidity environment during the first

acclimatization period plants were covered with a plastic

foil during 2 weeks before being gradually exposed to

greenhouse conditions The acclimatization procedure

used for in vitro plants was successful and a total of 100

survival rate (n=60) was obtained Acclimatized plants

appeared normal and did not exhibit any morphological

abnormalities or variations These results permitted the

soil cultivation (Fig 2B) without chemical defensives

during one year up to the complete vegetative cycle

(flowering)

Essential oils content

Comparative analysis of the chromatographic

profiles showed high percentage of neral and geranial in

relation to nerol and geraniol in field grown (ex vitro)

plantlets and in MS0 (in vitro)

The relative content of the principal components

of essential oil of the aerial parts of M officinalis are

presented as mean peaks area () on Fig 2C geranial

(3813 and 4364) neral (2674 and 317) geraniol (329 and

153) and nerol (116 and 187) in plants cultured ex vitro

and in vitro respectively Plantlets developed in vitro on

MS0 media showed an increase of 14 times in the

proportion of nerol and 41 times of geraniol when

compared with ex vitro cultured plants

Field plants are exposed to considerable more

stressful conditions such as lower relative humidity higher

light levels and herbivory those are the more stressful

The latter conditions tend to favor a greater essential oil

accumulation (TAVARES et al 2004) On other hand

plantlets grown in vitro have been continuously exposed

to a unique microenvironment that has been selected to

provide minimal stress and nearly optimal conditions for

plant multiplication

SILVA S da et al58

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

FIGURE 2 ndash A) In vitro culture of Melissa officinalis on MS + IAA in 30 days of culture B) Ex vitro culture six monthsafter transference to soil maximum height 60 cm C) Composition and percentage of the most abundant essential oilcomponents of Melissa officinalis from aerial parts (100 g Fresh Weight) from in vitro e ex vitro culture

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 59

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

CONCLUSIONS

Melissa officinalis micropropagation can be made

using nodal segments from in vitro plants during 5 weeks

in MS media without growth regulators and posterior

subculture in MS media with 05 mM IAA for a better

development Multiplication rates of 44 and 40 were

obtained at the 3rd and 4th subcultures respectively

It was observed a significant difference between

the effects of auxins IAA and NAA The latter exerted an

unsatisfactory influence on the nodal segment formation

shoot length and rooting when compared with the results

obtained with IAA

The plants produced in vitro were vigorous and

after acclimatization they were well adapted After 1 month

at the greenhouse the survival rate was 100

Considering that the main objective of this work is

to produce monoclonal plants to be used by phytomedicine

industries it is important that the method presents a large

number of buds per explant This result plus an efficient

acclimatization stage can save time and produce

monoclonal plants in sufficient number to be used in

commercial field culture Our results showed a change in

the essential oil composition in the proportion of active

compounds However the characteristics of the oil of in

vitro and ex vitro M officinalis plants were not altered

The manipulation of the culture media composition

is an important biotechnological tool for the optimization

of the essential oils production With this technique this

work developed a protocol for highly production of plants

and productivity in the components (geraniol geranial and

neral) of the oil

ACKNOWLEDGMENTS

This work was supported by ICUNIRIO FAPERJ

and CNPq

REFERENCES

ADAMS R P Identification of essential oil componentsby gas chromatographymass spectroscopy WashiongtonAllured Publishing Corporation 1995 467 p

ARIKAT N A JAWAD F M KARAM N S SHIBLIMicropropagation and accumulation of essential oils inwild sage (Salvia fruticosa Mill) Scientia HorticulturaeAmsterdan v 100 n 14 p 193-202 Mar 2004

CARNAT A CARNAT A P FRAISSE D LAMAISON JD The aromatic and polyphenolic composition of lemonverbena tea Fitoterapia Milano v 70 n 1 p 44-49 Feb 1999

CLELAND R E Auxin and cell elongation In DAVIES PJ Plant hormones and their role in plant growth anddevelopment 2 ed Dordrecht Kluwer 1995 p 214-227

CURRIER S J JOHNSTON P D GORELICK J K HerbalMedicines Science and Medicine Philadeiphia v 7 n 1p 40-43 2000

FARMACOPEacuteIA BRASILEIRA Determinaccedilatildeo de oacuteleosessenciais em drogas vegetais 4 Ed Satildeo Paulo Atheneu1988 Part 1 v426-v427

KREIS P MOSANDL A Chiral compounds of essentialoils Part XVI Enantioselective multidimensional gaschromatography in authenticity control of balm oil (Melissaofficinalis L) Flavour and Fragrance Journal Chichesterv 9 n 5 p 249-256 1994

LAMEIRA O A LOPES S C NOGUEIRA R CCORDEIRO I M C C PINTO J E B P REIS L R SEfeito de diferentes concentraccedilotildees de reguladores decrescimento sobre a micropropagaccedilatildeo de mogno (Swieteniamacrophylla King) por meio de explantes juvenis PlantCell Culture amp Micropropagation Lavras MG v1 n 2 p53-58 2005

MEacuteSZAacuteROS A BELLON A PINTEacuteR A HORVARTHG Micropropagation of lemon balm Plant Cell Tissueand Organ Culture Dordrecht v 57 n 2 p 149-152 1999

MIMICA-DUKIC N BOZIN B SOKOVIC M SIMINN Antimicrobial and Antioxidant Activities of Melissaofficinalis L (Lamiaceae) Essential Oil Journal ofAgricultural and Food Chemistry Washington v 52 n 9p 2485-2489 May 2004

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgrowth and bioassays with tobacco tissue culturesPhysiologia Plantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 Mar 1962

SILVA S da et al60

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

ROUT G R DEBATA B K DAS P In vitro Mass-scalePropagation of Rosa Hybrida cv Landora CurrentScience Bangalore v 58 n 15 p 876-878 Aug 1989

ROUT G R DAS P In vitro Organogenesis in ginger(Zingiber officinale Rosc) Journal of Herbs Spices andMedicinal Plants Bermingham v 4 n 4 p 41-51 1997a

ROUT G R DAS P Techniques of Micropropagation invitro In BOSE T K MITRA S K SADHU M KDAS P (Ed) Propagation of tropical and subtropicalhorticultural crops Calcutta Kalyani Publishers 1997bp 105-116

SILVA S Composiccedilatildeo do oacuteleo essencial de Melissaofficinalis L in vitro sob accedilatildeo de reguladores decrescimento 2003 64 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emBiotecnologia Vegetal) ndash Universidade Federal do Rio deJaneiro Rio de Janeiro

SKIRVIN R M CHU M C YOUNG H J R InAMMIRATO P V EVANS D R SHARP W R BAJAJ

Y P S Editors Handbook of Plant Cell Cultures NewYork Macmillan 1990 v 5 p 716-743

TANTOS Aacute MEacuteSZAROS A KISSIMON J HORVAacuteTHG FARKAS T The Effect of Triacontanol onMicropropagation of Balm Melissa officinalis L Plant CellReports New York v19 n 1 p 88-91 Nov 1999

TAVARES A C PIMENTA M C GONCcedilALVES M TMicropropagation of Melissa officinalis L throughproliferation of axillary shoots Plant Cell Reports NewYork v 15 n 6 p 441-444 Feb 1996

TAVARES E S LOPES D BIZZO H R LAGE C L SLEITAO S G Kinetin Enhanced Linalool Production by invitro Plantlets of Lippia alba Journal of Essential OilResearch Coron Stream v 16 n 5 p 405-408 SeptOct 2004

Zieslin N Starkman f zamski e Growth of rose flowerpeduncles and effects of applied plant growth regulatorsPlant Growth Regulation Dordrecht v 8 n 1 p 65-76Mar 1989

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 61

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

CRESCIMENTO IN VITRO DE Laelia tenebrosa (ORCHIDACEAE)EM DIFERENTES CONCENTRACcedilOtildeES DE SAIS DE KNUDSON C

E CARVAtildeO ATIVADO

IN VITRO GROWTH OF Laelia tenebrosa (ORCHIDACEAE) IN DIFFERENTCONCENTRATIONS OF KNUDSON C SALTS AND ACTIVATED CHARCOAL

APARECIDA GOMES DE ARAUJO1 MOACIR PASQUAL2 ALBA REGINA PEREIRA3HERMINIO SOUZA ROCHA4

1Doutoranda em AgronomiaFitotecnia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash agaraujo2003yahoocombr2Dr Professor Titular do Departamento de Agricultura ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash LavrasMG ndash mpasqualuflabr3Doutoranda no Jardim Botacircnico do Rio de Janeiro ndash ENBTJBRJ ndash Pacheco Leatildeo 915 ndash 22460-030 ndash Rio de Janeiro RJ4Doutorando em AgronomiaFitopatologia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash herminiouflanetcombr

RESUMOObjetivou-se testar diferentes concentraccedilotildees de carvatildeo

ativado adicionado ao meio Knudson C no crescimento in vitrode orquiacutedeas Placircntulas de Laelia tenebrosa (LA Rolfe) LARolfe com 1 a 15 cm de comprimento e contendo raiacutezes foraminoculadas em frascos contendo 40 mL de meio de cultura Ostratamentos consistiram na combinaccedilatildeo de concentraccedilotildees de carvatildeoativado (0 05 10 20 e 40 g L-1) e sais minerais de Knudson C(0 50 100 150 e 200) acrescidos de sacarose (20 g L-1) Omeio foi solidificado com 6 g L-1de aacutegar e o pH ajustado para58plusmn01 antes da autoclavagem a 121degC e 11 atm por 20 minutosApoacutes a inoculaccedilatildeo os frascos foram mantidos sob 25 plusmn 1degCfotoperiacuteodo de 16 horas e 32 mM m-2 s-1 de irradiacircncia Apoacutes 150dias verificou-se que a adiccedilatildeo de 2g L-1 de carvatildeo ativado ao meiocom metade dos sais de Knudson C promoveu melhor crescimentoin vitro das placircntulas de Laelia tenebrosa

Termos para indexaccedilatildeo Orquiacutedea meio de cultura cultura detecidos

ABSTRACTThe objective of this work was to test the effect of

Knudson C medium supplemented with different concentrationsof activated charcoal on the in vitro growth of orchids Plantletsof the Laelia tenebrosa (LA Rolfe) LA Rolfe measuring 1-15cm in length containing roots were inoculated in flasks containing40 mL of culture medium The treatments consisted of differentconcentrations of activated charcoal (0 05 10 20 and 40 g L-

1) combined with Knudson C salts (0 50 100 150 and 200)supplemented with sucrose (20 g L-1) The medium was solidifiedwith agar (6 g L-1) and pH adjusted to 58plusmn01 before autoclavingat 121ordmC and 11 atm during 20 minutes After inoculation theexplants were transferred to culture rooms with temperaturemaintained at 25plusmn1ordmC during a 16 hours photoperiod with a lightintensity of 32 microM m-2s-1 The best in vitro growth rates of

Laelia tenebrosa plantlets were obtained using Knudson C 50supplemented with 2 g L-1 activated charcoal after 150 days ofculture

Index terms Orchid culture medium tissue culture

INTRODUCcedilAtildeO

A produccedilatildeo de orquiacutedeas a partir germinaccedilatildeo

assimbioacutetica eacute uma alternativa viaacutevel para obtenccedilatildeo de

grande nuacutemero de plantas em curto espaccedilo de tempo

suprindo assim a necessidade dos produtores de

orquiacutedeas na aquisiccedilatildeo de mudas

Na cultura de tecidos os meios de cultura

geralmente satildeo compostos de uma fonte de carboidratos

macro e micronutrientes e outras substacircncias como

vitaminas aminoaacutecidos accediluacutecares agente solidificante

reguladores de crescimento (GEORGE amp SHERRINGTON

1984) e eventualmente aditivos como antibioacuteticos carvatildeo

ativado e componentes complexos

Knudson (1922) observou que era possiacutevel o

cultivo de sementes em meio artificial contendo minerais e

accediluacutecar sem a presenccedila de fungos micorriacutezicos

Posteriormente em 1946 ele aperfeiccediloou esse meio de

cultura sendo atualmente o mais utilizado comercialmente

na germinaccedilatildeo e desenvolvimento de orquiacutedeas (ARDITTI

amp ERNST 1992) No entanto satildeo necessaacuterios estudos

(Recebido em 23 de fevereiro de 2006 e aprovado em 10 de julho de 2006)

supplemented with

ARAUJO A G de et al62

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

pois satildeo descritos vaacuterios meios de cultura para muitos

gecircneros e espeacutecies diferentes

No cultivo e subcultivo de placircntulas do gecircnero

Cattleya George et al (1987) sugerem o meio Knudson C

(1946) ou Reinert amp Mohr (1967) Segundo Arditti amp Ernst

(1992) os meios de propagaccedilatildeo para Cattleya Laelia

Laeliocattleya e Brassocattleya podem ser os mesmos

citados anteriormente Villalobos et al (1994) sugerem o

meio Vacin amp Went (1949) para Cattleya Encyclia e

Oncidium suplementado com 25 de aacutegua de coco e o

meio Knudson C suplementado com 60 g L-1 de polpa de

banana para orquiacutedeas do gecircnero Stanhopea

O carvatildeo ativado normalmente eacute adicionado ao meio

de cultura em concentraccedilotildees que variam de 02 a 3

(BEYL 2000) O seu efeito natildeo-seletivo pode proporcionar

resultados negativos na micropropagaccedilatildeo Pesquisas

relatam a adsorccedilatildeo de tiamina aacutecido nicotiacutenico

(WEATHERHEAD et al 1978) piridoxina aacutecido foacutelico

reguladores de crescimento e quelatos de ferro

(JOHANSSON et al 1990) Entre os efeitos proporcionados

pela adiccedilatildeo do carvatildeo ativado ao meio de cultura

principalmente agrave organogecircnese e agrave embriogecircnese estatildeo

escurecimento do meio de cultura favorecendo o

enraizamento adsorccedilatildeo de substacircncias inibitoacuterias

produzidas pelo proacuteprio meio ou explante adsorccedilatildeo de

reguladores de crescimento e outros compostos orgacircnicos

e liberaccedilatildeo de substacircncias naturalmente presentes no

carvatildeo que beneficiariam o crescimento in vitro das culturas

(PAN amp STADEN 1998)

Arena amp Pastur (2001) citam que a adiccedilatildeo de carvatildeo

ativado ao meio de cultura promoveu alongamento das

brotaccedilotildees de Berberis buxifolia mas reduziu o iacutendice de

multiplicaccedilatildeo Hazra et al (2002) relataram o efeito

sinergiacutestico do carvatildeo ativado na multiplicaccedilatildeo e

enraizamento de brotaccedilotildees de algodoeiro Amin amp Jaiswal

(1987) Anderson (1980) e Damiano (1978) relataram o efeito

favoraacutevel do carvatildeo quando utilizado em baixas

concentraccedilotildees no enraizamento de brotaccedilotildees de

morangueiro framboeseira e goiabeira respectivamente

A diversidade de resultados obtidos com a utilizaccedilatildeo de

carvatildeo ativado deve-se principalmente ao genoacutetipo da

espeacutecie em questatildeo agrave adsorccedilatildeo de algumas substacircncias

quiacutemicas e compostos orgacircnicos aleacutem de metaboacutelitos

toacutexicos liberados no cultivo in vitro (Wang amp Huang 1976)

Este trabalho teve como objetivo verificar efeito de

diferentes concentraccedilotildees de sais de Knudson C e carvatildeo

ativado sobre o crescimento in vitro de placircntulas de

orquiacutedea da espeacutecie Laelia tenebrosa (LA Rolfe) LA Rolfe

MATERIAL E MEacuteTODOS

Placircntulas da espeacutecie Laelia tenebrosa com 1 a 15

cm de comprimento oriundas de sementes germinadas in

vitro e contendo raiacutezes foram inoculadas em frascos

contendo 40 mL do meio de cultura Knudson C nas

concentraccedilotildees de 0 (apenas aacutegua destilada e aacutegar) 50 100

(concentraccedilatildeo da formulaccedilatildeo original) 150 e 200 de sais

minerais combinado com carvatildeo ativado (0 05 1 2 e 4

mg L-1) suplementado com sacarose (20 g L-1)

O pH do meio foi ajustado para 58 plusmn 01 antes da

adiccedilatildeo de aacutegar (6 g L-1) O meio foi vertido em frascos de

vidro com capacidade para 250 cm3 vedados com tampas

plaacutesticas transluacutecidas natildeo perfuradas e autoclavados agrave

pressatildeo de 11 atm e agrave temperatura do 121degC durante 20

minutos Apoacutes a inoculaccedilatildeo os frascos contendo os

explantes foram mantidos em sala de crescimento com

irradiacircncia em torno de 32 mmol m-2 s-1 temperatura de 25 plusmn

1degC e fotoperiacuteodo de 16 horas

O delineamento experimental utilizado foi

inteiramente casualizado em esquema fatorial 5 x 5 com

quatro repeticcedilotildees de cinco placircntulas cada uma Decorridos

150 dias avaliou-se a meacutedia do nuacutemero de folhas nuacutemero

de raiacutezes comprimento da maior raiz comprimento da parte

aeacuterea e massa fresca de placircntulas Os dados foram

comparados por meio de regressatildeo polinomial empregando-

se o programa Sisvar (FERREIRA 2000)

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Apenas para a variaacutevel nuacutemero de folhas houve

interaccedilatildeo entre os niacuteveis de sais e carvatildeo ativado Poreacutem

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 63

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

por meio do teste F somente as concentraccedilotildees de 50 e

100 de sais do meio Knudson C foram significativas em

relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees de carvatildeo ativado

Os melhores resultados (65 e 585) foram

verificados com 50 (metade) dos sais de Knudson C

combinado com 275 g L-1 de carvatildeo ativado e 100 de

sais com 4 g L-1 de carvatildeo respectivamente (Figura 1)

Com o aumento da concentraccedilatildeo do meio de cultura haacute

necessidade de maior concentraccedilatildeo de carvatildeo Sendo

assim o meio com 50 de sais aleacutem de proporcionar

melhores resultados eacute menos oneroso

Estes resultados contradizem os de Silva et al

(2003) que verificaram que a adiccedilatildeo de carvatildeo ativado ao

FIGURA 1 ndash Nuacutemero de folhas em placircntulas de Laeliatenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees de saisde Knudson C e carvatildeo ativado

meio de cultura inibe a formaccedilatildeo de folhas em placircntulas de

Brassocattleya lsquoPastoralrsquo x Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo

O efeito natildeo seletivo do carvatildeo ativado pode proporcionar

resultados negativos na micropropagaccedilatildeo (PAN amp

STADEN 1998)

Agrave medida em que aumentaram as concentraccedilotildees de

sais de Knudson C maiores quantidades de raiacutezes foram

formadas (Figura 2A) Observou-se maior nuacutemero de raiz

(43) com 965 de sais Para o fator carvatildeo ativado as

melhores respostas (395 raiacutezes) foram verificadas com a

utilizaccedilatildeo de 304 g L-1 adicionadas ao meio de cultura

(Figura 2B)

Para muitas espeacutecies o enraizamento eacute favorecido

pela adiccedilatildeo de carvatildeo ativado ao meio de cultura Hazra et

al (2002) relataram o efeito sinergiacutestico do carvatildeo ativado

na multiplicaccedilatildeo e enraizamento de brotaccedilotildees de

algodoeiro O meio MS com metade dos sais minerais

acrescido de 20 g L-1 de sacarose 7 g L-1 de aacutegar e 1 g L-1 de

carvatildeo ativado promoveu maior quantidade de raiacutezes em

placircntulas de Cattleya nobilior Rchb f (REIS et al 2003)

Segundo Paiva et al (2005) aleacutem de um equiliacutebrio

hormonal favoraacutevel agrave formaccedilatildeo de raiacutezes outros fatores

internos tecircm sido relacionados com a iniciaccedilatildeo do processo

de enraizamento como presenccedila de sacarose alta relaccedilatildeo

CN e nutrientes minerais (foacutesforo caacutelcio zinco e boro) O

meio Knudson C natildeo possui micronutrientes apresenta

uma concentraccedilatildeo maior de caacutelcio e tem baixas

FIGURA 2 ndash Nuacutemero de raiacutezes em placircntulas de Laelia tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees de sais deKnudson C (A) e concentraccedilotildees de carvatildeo ativado (B)

ARAUJO A G de et al64

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

concentraccedilotildees de N e K em relaccedilatildeo ao MS e WPM o que

provavelmente favoreceu tanto o nuacutemero quanto o

comprimento de raiacutezes (PASQUAL 2001)

O maior comprimento de raiz (331 cm) foi verificado

com a utilizaccedilatildeo de 100 de sais de Knudson C A partir do

ponto maacuteximo (100) houve diminuiccedilatildeo do comprimento

radicular provavelmente devido ao desbalanccedilo nutricional

(Figura 3A) Com o aumento das concentraccedilotildees de carvatildeo

ativado houve um incremento linear no comprimento de

raiacutezes Melhores resultados foram observados com a

utilizaccedilatildeo de 4 g Lndash1 de carvatildeo ativado (Figura 3B) Como a

relaccedilatildeo foi direta pode-se inferir que o efeito estimulante

do carvatildeo ativado no comprimento da maior raiz continuaria

para concentraccedilotildees superiores a 4 g L-1

A adiccedilatildeo de carvatildeo ativado no meio de cultura foi

beneacutefica promovendo tanto o nuacutemero quanto o

crescimento de raiacutezes O carvatildeo conteacutem impurezas que

podem favorecer o crescimento de raiacutezes jaacute existentes e

induzir emissatildeo de novas raiacutezes (PASQUAL 2001)

Melhores resultados para comprimento da parte

aeacuterea (18 cm) foram observados quando se utilizou o

meio Knudson C na concentraccedilatildeo de 121 de sais (Figura

4A) poreacutem na concentraccedilatildeo de 50 obtiveram-se

explantes com 17 cm de comprimento Essa diferenccedila

observada (01 cm) eacute muito pequena o que natildeo justifica a

utilizaccedilatildeo de um meio mais concentrado mas a reduccedilatildeo

do mesmo agrave sua metade

O enraizamento in vitro pode ser favorecido com o

uso de meio de cultura com a metade ou 75 da

concentraccedilatildeo normal de sais Em algumas espeacutecies altas

concentraccedilotildees de sais principalmente a presenccedila de iacuteons

amocircnio favorecem o desenvolvimento de raiacutezes enquanto

que em outras podem ser inibidoras (PASQUAL et al

2001)

O maior comprimento da parte aeacuterea (19 cm) foi

obtido na presenccedila de 4 g Lndash1 de carvatildeo ativado (Figura

4B) a concentraccedilatildeo de 2 g Lndash1 proporcionou um

comprimento de 18 cm Comparando-se os niacuteveis 4 e 2 g Lndash1

de carvatildeo ativado nota-se pequena diferenccedila (01 cm) o

que justifica a utilizaccedilatildeo de 2 g Lndash1

O carvatildeo ativado conteacutem impurezas que quando

liberadas no meio de cultura podem beneficiar ou natildeo o

crescimento in vitro Simotildees et al (1999) verificaram que a

concentraccedilatildeo de 1 g L-1 de carvatildeo ativado acrescida ao

meio Knudson C proporciona o melhor desenvolvimento

de brotos de Epidendrum sp e Dendrobium sp

Maior massa fresca de placircntulas (0144g) foi

verificada com a utilizaccedilatildeo de 50 de sais de Knudson C

ponto a partir do qual houve diminuiccedilatildeo no peso (Figura

5A) Provavelmente essa reduccedilatildeo ocorreu devido agrave

toxidez

A utilizaccedilatildeo de 4 g L-1 de carvatildeo ativado

proporcionou uma massa de 0185 g nas placircntulas frescas

(Figura 5B)

FIGURA 3 ndash Comprimento da maior raiz em placircntulas de Laelia tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees desais de Knudson C (A) e carvatildeo ativado (B)

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 65

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

FIGURA 4 ndash Comprimento da parte aeacuterea em placircntulas de Laelia tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees desais de Knudson C (A) e carvatildeo ativado (B)

FIGURA 5 ndash Massa fresca de placircntulas de L tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees de sais de Knudson C(A) e carvatildeo ativado (B)

O carvatildeo ativado eacute comumente utilizado na cultura

de tecidos de plantas Seu efeito eacute atribuiacutedo agrave adsorccedilatildeo de

substacircncias toacutexicas produzidas pelas plantas adsorccedilatildeo

de fitorreguladores do meio e escurecimento do meio onde

se desenvolvem as raiacutezes das plantas (GEORGE 1993)

O melhor desenvolvimento de Phalaenopsis in

vitro ocorreu na presenccedila de carvatildeo ativado na

concentraccedilatildeo de 2 g L-1 indicando que este possa ser um

elemento importante no processo (BRESSAN et al 1999)

Apesar do carvatildeo ativado na concentraccedilatildeo de 4 g

L-1 ter proporcionado melhores resultados verificou-se que

na concentraccedilatildeo de 2 g L-1 os efeitos apresentam uma

diferenccedila miacutenima Embora o carvatildeo ativado natildeo seja o

componente de maior custo no preparo de meio de cultura

a sua reduccedilatildeo juntamente com os sais minerais eacute

economicamente favoraacutevel especialmente para a produccedilatildeo

comercial de mudas

CONCLUSAtildeO

A adiccedilatildeo de 2 g L-1 de carvatildeo ativado ao meio de

cultura Knudson C com metade (50) de sais minerais

promoveu melhor crescimento em placircntulas de Laelia

tenebrosa cultivadas in vitro

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMIN M N JAISWAL V S Rapid clonal propagationof guava through in vitro shoot proliferation on nodalexplants of mature trees Plant Cell Tissue and OrganCulture Amsterdam v 9 n 3 p 235-243 1987

ARAUJO A G de et al66

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

ANDERSON M W C Tissue culture cultivation of redand black raspberries Rubus idaeus and R occidentalisActa Horticulturae Amsterdam v 20 p 112-113 1980

ARDITTI J ERNST R Micropropagation of orchids NewYork John Wiley 1992 682 p

ARENA L M E PASTUR G M 6-benzylaminopurineand activated charcoal affect in vitro shoot morphogenesisof Berberis buxifolia Revista de la Facultad de AgronomiaBuenos Aires v 21 n 1 p 41-47 2001

BEYL C A Getting started with tissue culture-mediapreparation sterile technique and laboratory equipmentIn TRIGIANO R N GRAY D J (Ed) Plant tissue cultureconcepts and laboratory exercises London CRC Press2000 p 21-38

BRESSAN E A LEE L L SEVERO V S GERALD L TS Desenvolvimento de orquiacutedeas Phalaenopsis in vitro-efeito do carvatildeo In CONGRESSO BRASILEIRO DEFLORICULTURA E PLANTAS ORNAMENTAIS 12 1999Jaboticabal Anais Jaboticabal 1999 p 111

DAMIANO C Il carbone attivo nella coltura in vitro dellafragola Frutticoltura Bologna v 40 n 1 p 49-50 genn 1978

FERREIRA D F Anaacutelises estatiacutesticas por meio do Sisvarpara Windows versatildeo 4 0 In REUNIAtildeO ANUAL DAREGIAtildeO BRASILEIRA DA SOCIEDADEINTERNACIONAL DE BIOMETRIA 45 2000 Satildeo CarlosAnais Satildeo Carlos UFSCar 2000 p 255-258

GEORGE E F Plant propagation by tissue culture part 1- the technology 2 ed Edington Limeted 1993 786 p

GEORGE E F SHERRINGTON P D Plant propagationby tissue culture handbook and directory of commerciallaboratories Eversley Exegetics 1984 593 p

GEORGE E F PUTTOCK D J M GEORGE H J Plantculture media formulations and uses Edington Exegetics1987 v 1 567 p

HAZRA S KULKARNI A BANERJEE A K DHAGEA B AGRAWAL D C KRISHNAMUumlRTTIY K VNALAWADE S M A rapid and simple method for in vitro

plant regeneration from split embryo axes of six cultivarsof cotton Biology Plantarum Dordrecht v 45 n 2 p317-319 2002

JOHANSSON L CALLEBERG E GEDIN A Correlationbetween activated charcoal Fe-EDTA and other organicmedia ingredients in cultures of anthers of Anemonecanadensis Physiologia Plantarum Copenhagen v 80n 2 p 243-249 Oct 1990

KNUDSON L A new nutrient solution for the germinationof orchid seed American Orchid Society Bulletim WestPalm Beach v 14 p 214- 217 1946

KNUDSON L Nonsymbiotic germination of orchid seedsBotanical Gazette Chicago v73 n 1 p 1-25 1922

PAN M J STADEN J Van The use of charcoal in vitroculture ndash A review Plant Growth Regulation Dordrechtv 26 n 3 p 155-163 Dec 1998

PASQUAL M Cultura de tecidosv vegetais meios decultura Lavras UFLAFAEPE 2001 74 p

PASQUAL M CHALFUN N M J RAMOS J D Culturade tecidos vegetais aplicaccedilotildees na propagaccedilatildeo de plantasLavras UFLAFAEPE 2001 81 p

PAIVA R OLIVEIRA L M NOGUEIRA R C SANTOSB R MARTINOTTO C PAIVA P D O MENEGUCCIJ L P Aspectos fisioloacutegicos da produccedilatildeo de flores e plantasornamentais Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v 26n 227 p 12-18 2005

REINERT R A MOHR H C Propagation of Cattleya bytissue culture of lateral bud meristems Proceedings of theAmerican Society for Horticultural Science New Yorkv 91 p 664-671 June 1967

REIS G M C L MELLO C M C MIRANDA G H BEfeito de diversos fatores em meio de cultura nodesenvolvimento de placircntulas de Cattleya nobilior Rchbf (Orchidaceae) In CONGRESSO BRASILEIRO DEFLORICULTURA E PLANTAS ORNAMENTAIS 14CONGRESSO BRASILEIRO DE CULTURA DE TECIDOSDE PLANTAS 1 2003 Lavras Anais Lavras UFLAFAEPE 2003 p 275

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 67

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

SILVA E F PASQUAL M SILVA A B Multiplicaccedilatildeo ecrescimento in vitro de orquiacutedea Brassiocattleya lsquoPastoralrsquox Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo In CONGRESSOBRASILEIRO DE FLORICULTURA E PLANTASORNAMENTAIS 14 CONGRESSO BRASILEIRO DECULTURA DE TECIDOS DE PLANTAS 1 2003 LavrasAnais Lavras UFLAFAEPE 2003 p 321

SIMOtildeES F C PAIVA P D O RODRIGUES T M Efeitode diferentes meios de cultura aacutegua de coco e carvatildeoativado na propagaccedilatildeo in vitro de meristemas deEpidendrum sp e Dendrobium sp In CONGRESSOBRASILEIRO DE FLORICULTURA E PLANTAS

ORNAMENTAIS 12 1999 Jaboticabal AnaisJaboticabal 1999 p 109

VACIN E WENT F W Some pH changes in nutrient solutionBottanical Gazette Chicago v 110 p 605-613 1949

VILLALOBOS A L MUNtildeOZ J M SOSA-MOSS CCultivo de tejidos de orquideas Cattleya EncycliaOncidium y Stanhopea Revista Chapingo SerieHorticultura Chapingo v 1 n 1 p 58-62 1994

WANG P J HUANG L C Beneficial effects of activatedcharcoal on plant tissue and organ cultures In Vitro Largov 12 n 3 p 260-262 1976

WEATHERHEAD M A BURDON J HENSHAW G GSome effects of activated charcoal as an additive to planttissue culture media Zeitschrift fur PflanzenphysiologieJena v 89 n 2 p 141-147 1978

ARAUJO A G de et al68

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

PROPAGACcedilAtildeO IN VITRO DE PLAcircNTULAS DE ORQUIacuteDEA EMDIFERENTES MEIOS DE CULTURA E CONCENTRACcedilOtildeES

DE CITOCININA

IN VITRO PROPAGATION OF ORCHID PLANTLETS CULTIVATED IN DIFFERENTCULTURE MEDIA AND CYTOKININ CONCENTRATIONS

APARECIDA GOMES DE ARAUJO1 MOACIR PASQUAL2 ADRIANO BORTOLOTTI DA SILVA3 FABIacuteOLA VILLA3 HERMIacuteNIO SOUZA ROCHA3 FERNANDA CARVALHO COSTA4

1Doutoranda em AgronomiaFitotecnia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash agaraujo2003yahoocombr2Professor Titular Departamento AgriculturaDAG ndash Universidade Federal de Lavras UFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200000 ndash Lavras MG ndash mpasqualuflabr3Doutorando em Agronomia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200000 ndash Lavras MG4Departamento de AgriculturaDAG ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash fecostapuryahoocombr

RESUMOA taxa de multiplicaccedilatildeo de orquiacutedeas a partir de meacutetodos

convencionais eacute bastante baixa natildeo atendendo as necessidadescomerciais A cultura de tecidos permite maiores taxas demultiplicaccedilatildeo e obtenccedilatildeo de plantas uniformes e sadiasObjetivou-se estudar a influecircncia da citocinina BAP (6-benzilaminopurina) em diferentes meios de cultura napropagaccedilatildeo in vitro de placircntulas hiacutebridas de BrassocattleyalsquoPastoralrsquox Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo Placircntulas comaproximadamente 15plusmn05 cm de comprimento obtidasassimbioticamente foram transferidas para frascos comcapacidade de 250 cm3 contendo 40 mL das formulaccedilotildees salinasde MS WPM e Knudson C combinados com 0 05 10 20 e40 mg L-1 de BAP acrescidos de 2 g L-1 de carvatildeo ativadosolidificado com 6 g L-1 de aacutegar e pH ajustado para 58plusmn01Apoacutes a inoculaccedilatildeo os frascos foram incubados a 25plusmn2oC 35igravemolm-2s-1 de intensidade luminosa e sob fotoperiacuteodo de 16horas Apoacutes 90 dias observou-se que melhores resultados parapropagaccedilatildeo in vitro em placircntulas de orquiacutedea Bc lsquoPastoralrsquo x LclsquoAmber Glowrsquo satildeo obtidos com o meio WPM A suplementaccedilatildeode 4 mg L-1 de BAP no meio WPM favorece o crescimento invitro Para a multiplicaccedilatildeo maior quantidade de brotos eacuteconseguida em meio MS na ausecircncia de BAP

Termos para indexaccedilatildeo Orquiacutedea crescimento in vitrocitocinina

ABSTRACTThe multiplication rate of orchids by conventional

methods is considerably low and does not attend its commercialneeds Tissue culture results in larger multiplication rates andproduces uniform and healthy orchid plantlets The objective ofthis work was to study the influence of the cytokinin BAP (6-benzilaminopurine) in different culture media for ther in vitropropagation of Brassocattleya lsquoPastoralrsquox Laeliocattleya lsquoAmberGlowrsquo hybrid plantlets Plantlets measuring approximately 15plusmn 05 cm length deriving from in vitro germination were inoculated

in flasks of 250 cm3 volume containing 40 mL MS WPM andKnudson C salt formulations combined with BAP (0 05 1 2and 4 mg L-1) supplemented with 2 g L-1 activated charcoalsolidified with 6 g L-1 agar and pH adjusted for 58 plusmn 01 Afterthe inoculation the plantlets maintained in a growth room at25plusmn2ordmC 35 mMol m-2 s-1 light intensity and 16 hoursphotoperiod After 90 days the best results for the in vitropropagation of orchid plantlets Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquowere obtained with half strength WPM The supplementation of4 mg L-1 BAP to the WPM medium favors in vitro growth Forthe multiplication phase the largest number of sprouts is achievedwith full strength MS medium in the absence of BAP

Index terms Orchid in vitro growth cytokinin

INTRODUCcedilAtildeO

As orquiacutedeas satildeo consideradas as plantas

ornamentais haacute mais tempo cultivadas pelo homem

Pertencem agrave famiacutelia Orchidaceae a maior entre as

monocotiledocircneas e tambeacutem entre as plantas ornamentais

com 600 - 800 gecircneros e 25000-35000 espeacutecies (SHEEHAN

1983) totalizando 7 das plantas ornamentais do mundo

(Van Der PIJL amp DODSON 1966)

A propagaccedilatildeo de orquiacutedeas pode ser tanto

vegetativa quanto por meio de sementes Estas embora

produzidas em grande quantidade natildeo possuem

endosperma funcional prescindindo para tanto da

associaccedilatildeo simbioacutetica com fungos micorriacutezicos dentre os

quais a Rhizoctonia que eacute um dos gecircneros mais importante

(PIERIK 1987 SHEEHAN 1983)

(Recebido em 08 de dezembro de 2005 e aprovado em 10 de julho de 2006)

Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea 69

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

Knudson (1922) observou que era possiacutevel o cultivo

de sementes em meio artificial contendo apenas sais

nutritivos e accediluacutecar na ausecircncia de fungos Posteriormente

em 1946 o mesmo autor aperfeiccediloou este meio de cultura

sendo atualmente um dos mais utilizados comercialmente

na germinaccedilatildeo e desenvolvimento de orquiacutedeas (ARDITTI

amp ERNST 1992) No entanto satildeo necessaacuterios estudos

pois satildeo descritos vaacuterios meios de cultura para muitos

gecircneros e espeacutecies diferentes O meio de cultura mais

utilizado na cultura de tecidos em geral eacute o MS (Murashige

amp Skoog 1962) podendo-se encontrar o uso de outros

meios como Knudson C (1946) e WPM (Wood Plant

Medium) de Loyd amp McCown (1980)

Reguladores de crescimento em diferentes

concentraccedilotildees tecircm sido usados conforme a espeacutecie e a

metodologia utilizada Podem ser necessaacuterios para a

germinaccedilatildeo de sementes formaccedilatildeo de calos e brotaccedilotildees

adventiacutecias (GRATTAPAGLIA amp MACHADO 1998

PASQUAL 2001)

O regulador de crescimento BAP (6-

benzilaminopurina) eacute uma citocinina largamente utilizada

para estimular a induccedilatildeo de brotos em plantas ornamentais

Para o cultivo in vitro de orquiacutedeas do grupo Cattleya a

citocinina BAP geralmente eacute utilizada nas concentraccedilotildees

que variam entre 005 e 10 mg L-1 (CARVALHO 2002)

Martini et al (2001) trabalhando com a orquiacutedea

Gongora quinquenervis observaram que a presenccedila do

BAP inibe a multiplicaccedilatildeo de calos e o potencial

organogecircnico Silva (2003) concluiu que para o estaacutedio de

subcultivo de Brassocattleya lsquoPastoralrsquo x Laeliocattleya

lsquoAmber Glowrsquo natildeo haacute necessidade da adiccedilatildeo de BAP como

estiacutemulo ao desenvolvimento geral do explante Melhor

proliferaccedilatildeo de brotos formaccedilatildeo de raiacutezes nuacutemero de

folhas e comprimento de brotos em Dendrobium foram

obtidos com 25 mg L-1 de BAP + 05 mg L-1 de ANA

adicionados ao meio MS (TALUKDER et al 2003)

Aleacutem do tipo de meio outro aspecto importante na

multiplicaccedilatildeo in vitro estaacute relacionado com o tipo de

citocinina e sua concentraccedilatildeo sendo ambos determinantes

no sucesso da micropropagaccedilatildeo (GRATTAPAGLIA amp

MACHADO 1998)

O maior entrave no processo de micropropagaccedilatildeo

de orquiacutedeas estaacute relacionado ao tempo necessaacuterio para a

produccedilatildeo de mudas a partir de plantas hiacutebridas

selecionadas e a utilizaccedilatildeo de meio de cultura adequado

para cada espeacutecie Assim objetivou-se estudar o efeito de

diferentes concentraccedilotildees de BAP e formulaccedilotildees de minerais

nutritivos em meios de cultura na propagaccedilatildeo in vitro de

placircntulas de orquiacutedea oriundas do hiacutebrido Brassocattleya

lsquoPastoralrsquo x Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo

MATERIAL E MEacuteTODOS

Placircntulas hiacutebridas oriundas de sementes

germinadas assimbioticamente em meio Knudson C

obtidas do cruzamento entre Brassocattleya lsquoPastoralrsquo x

Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo com aproximadamente

15plusmn05 cm de comprimento foram transferidas para frascos

de 250 cm3 de capacidade contendo 40 mL de meio de

cultura e vedados com tampas plaacutesticas transluacutecidas Os

tratamentos consistiram de diferentes formulaccedilotildees salinas

(MS WPM e Knudson C em suas formulaccedilotildees originais)

combinadas com 0 05 10 20 e 40 mg L-1 de BAP

acrescidos de 2 g L-1 de carvatildeo ativado solidificado com

6 g L-1 de aacutegar e pH ajustado para 58plusmn01 antes da

autoclavagem obtida a 121ordmC e 1 atm por 20 minutos

Posteriormente agrave inoculaccedilatildeo os frascos foram

transferidos para sala de crescimento com temperatura

de 25plusmn2ordmC fotoperiacuteodo de 16 horas e 35 mmolm-2s-1 de

intensidade luminosa fornecida por lacircmpadas do tipo

(Grow-lux) e luz do dia especial O delineamento

experimental utilizado foi inteiramente casualizado no

esquema fatorial 3 x 5 com cinco repeticcedilotildees de quatro

placircntulas cada sendo cada repeticcedilatildeo composta por um

frasco

Apoacutes 90 dias da instalaccedilatildeo do experimento foram

avaliados nuacutemero meacutedio de brotos comprimento meacutedio

da parte aeacuterea nuacutemero meacutedio de raiacutezes nuacutemero meacutedio de

folhas e meacutedia da massa fresca total de placircntulas

ARAUJO A G de et al70

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Para a variaacutevel nuacutemero de folhas natildeo houve

significacircncia dos fatores isolados nem da interaccedilatildeo entre

eles O nuacutemero de raiacutezes e massa fresca total de placircntulas

apresentaram significacircncia apenas para o fator meio de

cultura enquanto que para nuacutemero de brotos e

comprimento da parte aeacuterea a interaccedilatildeo dos fatores foi

significativa (Tabela 1)

Com relaccedilatildeo ao nuacutemero de brotos observou-se

interaccedilatildeo entre os fatores BAP e os meios de cultura

utilizados (Tabela 1) Poreacutem pelo teste F verificou-se que

apenas o meio MS foi significativo em relaccedilatildeo agraves

concentraccedilotildees de BAP (Figura 1)

O maior nuacutemero de brotos (334) foi registrado na

formulaccedilatildeo de MS adicionado de 40 mg L-1 de BAP

Entretanto na ausecircncia dessa citocinina foi observada a

formaccedilatildeo de 304 brotosplanta (Figura 1) Diante da

pequena diferenccedila na quantidade meacutedia de brotos

formados entre a maior concentraccedilatildeo e o tratamento sem

o regulador de crescimento justifica-se a utilizaccedilatildeo do

meio de cultura sem o BAP Estes resultados concordam

com Silva (2003) que obteve maior nuacutemero de brotos (2

brotos) na ausecircncia de BAP para esse mesmo hiacutebrido

poreacutem em meio Knudson C

A natildeo utilizaccedilatildeo de reguladores de crescimento

adicionados ao meio de cultura vai influenciar na

reduccedilatildeo dos custos de produccedilatildeo de mudas jaacute que esse

eacute um dos componentes mais onerosos Isso eacute

extremamente importante principalmente para

laboratoacuterios comerciais

TABELA 1 ndash Resumo da anaacutelise de variacircncia para as caracteriacutesticas meacutedias de nuacutemero de folhas (NF) nuacutemero de raiacutezes(NR) nuacutemero de brotos (NB) comprimento da parte aeacuterea (CPA) e massa fresca total de placircntulas (MFP) e respectivoscoeficientes de variaccedilatildeo (CV)

significativo a 1 e 5 de probabilidade respectivamente pelo teste F

FIGURA 1 ndash Efeito do meio de cultura MS e concentraccedilotildees de BAP no nuacutemero meacutedio de brotos em placircntulas hiacutebridasde Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo apoacutes 90 dias da incubaccedilatildeo

Fontes de variaccedilatildeo GL Quadrados meacutedios

NF NR NB CPA MFP Meios 2 125683 ns 162740 01483 ns 53139 02372 BAP 4 186198 ns 44693 ns 04408 ns 03373 ns 00075 ns

Meio x BAP 8 243984 ns 13417 ns 17417 13579 00459 ns

Resiacuteduo 45 124475 21329 05055 05961 00662 CV () 3467 3081 2801 2443 5100

Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea 71

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

O estiacutemulo agrave brotaccedilatildeo em placircntulas de Spathoglottis

plicata Griff ocorreu em meio MS suplementado com 10

mg L-1 de BAP e 25 mg L-1 de ANA tendo o enraizamento

estimulado com 20 mg L-1 de AIB (NAYAK et al 1999)

TDZ tambeacutem eacute utilizado em associaccedilatildeo com BAP para

regeneraccedilatildeo de brotos de Rhynchostylis (BUI Le al 1999)

e de Anoectochilus (LI et al 1999) todas orquidaceaes

Observou-se interaccedilatildeo entre o tipo de meio de

cultura e o BAP no que diz respeito ao comprimento de

parte aeacuterea das placircntulas (Tabela 1) Pelo teste de F apenas

o meio WPM foi significativo em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees

de BAP (Figura 2)

O maior comprimento da parte aeacuterea (47 cm) foi

observado quando se utilizou o meio WPM combinado

com 40 mg L-1 de BAP (Figura 2) Como a relaccedilatildeo foi direta

pode-se inferir que o efeito estimulatoacuterio do BAP sobre o

crescimento da parte aeacuterea continuaria mesmo em

concentraccedilotildees maiores que 40 mg L-1 Talukder et al (2003)

obtiveram melhor comprimento de brotos (0472 cm) em

placircntulas de Dendrobium com utilizaccedilatildeo de 25 mg L-1 de

BAP + 05 mg L-1 de ANA adicionados ao meio MS

Relativo ao nuacutemero meacutedio de raiacutezes houve

significacircncia apenas para o fator meio de cultura (Tabela 1)

Na Tabela 2 verifica-se que os maiores valores foram obtidos

com os meios WPM (557) seguido do MS (487) sendo os

menores valores verificados no meio Knudson C (378) A

emissatildeo de novas raiacutezes eacute favorecida pelo caacutelcio e pelo boro

O meio Knudson C apresenta uma concentraccedilatildeo maior de

caacutelcio e menor de boro em relaccedilatildeo aos meios MS e WPM

que possuem concentraccedilotildees semelhantes de ambos

Segundo Pierik (1987) em concentraccedilotildees mais elevadas

(1 a 10 mg L-1) as citocininas podem induzir a formaccedilatildeo de

gemas adventiacutecias quebrando a dominacircncia apical e retardando

a formaccedilatildeo de raiacutezes Talukder et al (2003) encontraram maior

nuacutemero de raiacutezes (193explante) em placircntulas de Dendrobium

com utilizaccedilatildeo de 25 mg L-1 de BAP + 05 mg L-1 de ANA

adicionados ao meio MS O estiacutemulo ao enraizamento em

Spathoglottis plicata ocorreu em meio MS suplementado com

20 mg L-1 de AIB (NAYAK et al 1999)

FIGURA 2 ndash Comprimento meacutedio da parte aeacuterea em placircntulas hiacutebridas Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo cultivadas emmeio de cultura WPM e diferentes concentraccedilotildees de BAP

TABELA 2 ndash Efeito de diferentes meios de cultura sobreo nuacutemero meacutedio de raiacutezes em placircntulas hiacutebridas de BclsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo

Meios de Cultura Nuacutemero meacutedio de raiacutezes

WPM 557 a MS 487 a KC 378 b

Meacutedias seguidas pela mesma letra natildeo diferem entre sipelo teste de Scott-Knott a 5

ARAUJO A G de et al72

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

O efeito ora inibitoacuterio ora estimulatoacuterio dos

fitorreguladores na formaccedilatildeo de brotos e raiacutezes em

diferentes plantas pode estar associado agrave proacutepria

concentraccedilatildeo bem como a absorccedilatildeo dos reguladores de

crescimento pelo substrato (GEORGE 1996) agrave habituaccedilatildeo

(SANTANA amp PAIVA 2001) ou agrave deficiecircncia de proteiacutena

ligante promotora da atuaccedilatildeo das citocininas (TAIZ amp

ZEIGER 1998)

O nuacutemero de folhas natildeo apresentou diferenccedilas

significativas para os tratamentos estudados

isoladamente nem houve interaccedilatildeo entre eles (Tabela 1)

Talukder et al (2003) obtiveram maior nuacutemero de folhas

(425placircntula) em Dendrobium com utilizaccedilatildeo de 25 mg L-

1 de BAP + 05 mg L-1 de ANA adicionados ao meio MS

Para massa fresca de placircntulas houve significacircncia

apenas para o fator meio de cultura isoladamente (Tabela

1) Atraveacutes do teste de meacutedias constatou-se maior massa

de placircntulas frescas nos meios WPM e MS com 0524 e

0503g respectivamente Resultado inferior (0326g) foi

registrado em meio Knudson C (Tabela 3)

TABELA 3 ndash Efeito do meio de cultura na massa frescatotal de placircntulas do hiacutebrido Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmberGlowrsquo

Meios de Cultura Massa fresca total de placircntulas (g)

WPM 0524 a MS 0503 a KC 0326 b

Meacutedias seguidas pela mesma letra natildeo diferem entre sipelo teste de Scott-Knott a 5

Dignart (2003) estudando a germinaccedilatildeo in vitro

de sementes de Cattleya nobilior Rchbf em diferentes

meios de cultura (MS WPM Knudson C e B5 de

GAMBORG et al 1968) observou que natildeo houve

diferenccedilas entre os meios utilizados O BAP adicionado

ao meio de cultura provocou aumento da taxa de brotaccedilatildeo

a partir de 1 igravemolL

Segundo (PASQUAL 2001) os meios MS e WPM

possuem concentraccedilotildees similares de micronutrientes e satildeo

ricos em nitrogecircnio (N) e potaacutessio (K) Jaacute o meio Knudson C

natildeo possui micronutrientes e tem baixas concentraccedilotildees de

N e K em relaccedilatildeo ao MS e WPM Os melhores resultados

para as variaacuteveis analisadas foram observados em meio WPM

e MS Essa resposta provavelmente deveu-se ao fato de

que o meio Knudson C possui diferentes sais minerais e

embora seja muito utilizado na germinaccedilatildeo de sementes de

orquiacutedeas parece natildeo propiciar condiccedilotildees satisfatoacuterias para

o desenvolvimento de placircntulas de algumas espeacutecies de

orquiacutedeas

Sabe-se que existe uma relaccedilatildeo entre o nuacutemero de

brotos e seu tamanho e nessa relaccedilatildeo quanto maior for o

nuacutemero de brotos menor o tamanho dos mesmos

(GEORGE 1996) Essa relaccedilatildeo fez-se presente ateacute a

concentraccedilatildeo de 20 mg L-1 de BAP em Bc lsquoPastoralrsquo x Lc

lsquoAmber Glowrsquo No entanto em concentraccedilotildees superiores

tanto o nuacutemero quanto o comprimento dos brotos

aumentaram Tal diversidade de resultados estaacute

relacionada principalmente ao genoacutetipo da espeacutecie meio

de cultura e possivelmente agrave interferecircncia na accedilatildeo dos

reguladores de crescimento

Segundo Malaure et al (1991) diferentes efeitos

dos reguladores de crescimento podem ocorrer para

diferentes espeacutecies inclusive variaccedilotildees dentro de uma

mesma espeacutecie Em orquiacutedeas o efeito dos reguladores de

crescimento e de meios de cultura satildeo diversificados

principalmente quando se utiliza um hiacutebrido trigeneacuterico

com alto grau de heterozigose

CONCLUSOtildeES

Melhores resultados para propagaccedilatildeo in vitro de

placircntulas de orquiacutedea Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo satildeo

obtidos com o meio WPM A suplementaccedilatildeo de 4 mg L-1 de

BAP no meio WPM favorece o crescimento in vitro Para

a multiplicaccedilatildeo maior quantidade de brotos eacute conseguida

em meio MS na ausecircncia de BAP

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ARDITTI J ERNST R Micropropagation of orchids NewYork John Wiley amp Sons 1992 682 p

Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea 73

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

BUI V L HANG-PHUONG N T ANH-HONG L T TRAN-THANH-VAN K High frequency shoot regeneration fromRhynchostylis gigantea (Orchidaceae) using thin cell layers PlantGrowth Regulation Dordrecht v28 n3 p 179-185 July 1999

CARVALHO V S Morfogecircnese in vitro de orquiacutedeas dogrupo Cattleya 2002 179 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitotecnia) - Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG

DIGNART S L Propagaccedilatildeo in vitro de Cattleya nobiliorRCHB F (Orchidaceae) Cuiabaacute UFMT 2003 55 p(Monografia - Licenciatura em Ciecircncias Bioloacutegicas)

GEORGE E F Plant propagation by tissue culture part 1- The Technology 2 ed Edington Limited 1996 1574 p

GAMBORG O L MILLER R A OJIMA K Nutrientrequeriments of suspension cultures of soybean root cellsExperimental Cell Research San Diego v 50 n 1 p 151-158 1968

GRATTAPAGLIA D MACHADO M MicropropagaccedilatildeoIn TORRES A C et al (Ed) Cultura de tecidos etransformaccedilatildeo de plantas Brasiacutelia EMBRAPACNPH1998 v 1 p 183-260

KNUDSON L Nonsymbiotic germination of orchid seedsBotanical Gazette Chicago v 73 n 1 p 1-25 1922

KNUDSON L A new nutrient solution for the germinationof orchid seed American Orchid Society Bulletim WestPalm Beach v 14 p 214-217 1946

LI Y GE Z LI Y Q GE Z Y Studies on improvement ofthe micropropagation technique and transplantation ofAnoectochilus formosanus Havata Journal of JiangsuForestry and Technology Beijing v 26 n 3 p 32-34 1999

LOYD G McCOWN B Commercially-feasiblemicropropagation of mountain laurel Kalmia latifoliaby use of shoot-tip culture International Plant PropagationSociety Proceedings Washington v 30 p 421-427 1980

MALAURE R S BARCLAY G POWER J B DAVEYM R The prodution of novel plants from florets ofChrysanthemun morifolium using tissue culture 1 Shootregeneration from ray florets and somaclonal variationexhibited by regenerated plants Journal of PlantPhysiology Stuttgart v 139 n 1 p 8-13 Nov 1991

MARTINI C M WILLADINO L ALVES G D DONATOV M T S Propagaccedilatildeo de orquiacutedea Gongora quinquinervispor semeadura in vitro Pesquisa AgropecuaacuteriaBrasileira Brasiacutelia v 36 n 10 p 1319-1324 out 2001

MURASHIGE T SKOOG F A A revised medium for rapidgrowth and bio assays with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 1962

NAYAK NR RATH SP PATNAIK SN Propagationof Spathoglottis plicata BL (Orchidaceae) through in vitroculture of leaf bases Advances in Plant Sciences NewYork v 12 n 2 p 589-592 1999

PASQUAL M Cultura de tecidos vegetais meios decultura Lavras UFLAFAEPE 2001 74 p

PIERIK R L M In vitro culture of higher plants BostonMartinus Nijhoff Publishers 1987 344 p

SANTANA J R F PAIVA R Habituaccedilatildeo Revista ABCTPNotiacutecias Recife n 41 p 4-10 2001

SHEEHAN T J Recent advances in botany propagationand physiology of orchids Horticultural Reviews v 5 p279-315 1983

SILVA E F Multiplicaccedilatildeo e crescimento in vitro deorquiacutedea Brassocattleya ldquoPastoralrdquo x LaeliocattleyaldquoAmber Glowrdquo 2003 62 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitotecnia) - Universidade Federal de Lavras Lavras MG

SINGH F Micropropagation of orchids Spathogloottisplicata and Epidendrum radicans In BAJAJ Y P SBiotechnology in agriculture and forestry high-tech andmicropropagation IV London Springer-Verlag 1992 v 20p223-245

TAIZ L ZEIGER E Plant physiology 2 ed SunderlandMA Sinauer Associates 1998 792 p

TALUKDER S K NASIRUDDIN K M YASMIN SHASSAN L BEGUM R Shoot proliferation of Dendrobiumorchid with BAP and ANA Jounal of Biological SciencesBanghadesh v11 n 3 p 1058-1062 2003

VAN DER PIJL L DODSON CH Orchid flowers theirpollination and evolution Coral Gables University ofMiami Press 1966 214 p

SILVEIRA D G et al74

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

EFEITO DO VIacuteRUS DAS ESTRIAS DA BANANEIRA NAMICROPROPAGACcedilAtildeO E NO CRESCIMENTO DAS PLANTAS DA

CULTIVAR CAIPIRA DURANTE A ACLIMATIZACcedilAtildeO1

EFFECT OF BANANA STREAK VIRUS ON MICROPROPAGATION AND PLANTGROWTH OF CULTIVAR CAIPIRA DURING ACLIMATIZATION

DANIELA GARCIA SILVEIRA2 ANTOcircNIO DA SILVA SOUZA3 PAULO ERNESTO MEISSNER FILHO3TALES MILER SOARES4 RANULFO CORREA CALDAS3 KAacuteTIA REGINA BARBOSA LEAtildeO5

1Parte da Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada pelo primeiro autor ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Agraacuterias da Escola de AgronomiaUFBA ndash Cruz das Almas BA2Doutoranda em Botacircnica ndash Universidade Estadual de Feira de SantanaUEFS ndash Feira de Santana BA ndash danielagsigcombr3Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical ndash Caixa Postal 007 ndash 44380-000 ndash Cruz das Almas BA4Doutorando da Escola Superior Luis de QueirozEsalq ndash Piracicaba SP ndash tmsoaresesalquspbr5Engenheira Agrocircnoma MSc EBDA ndash Cruz das Almas BA ndash 44380-000 ndash krbleaohotmailcom

(Recebido em 12 de abril de 2006 e aprovado em 28 de agosto de 2006)

RESUMOAvaliaram-se os efeitos da infecccedilatildeo pelo viacuterus das estrias

de bananeira (Banana Streak Virus BSV) no desenvolvimento invitro e no crescimento das plantas da cultivar Caipira durante aaclimatizaccedilatildeo Utilizou-se o delineamento experimentalinteiramente casualizado com dois tratamentos plantas sadias eplantas infectadas pelo BSV com respectivamente 24 e 28repeticcedilotildees Os explantes foram desinfestados e estabelecidos emmeio MS baacutesico suplementado com 30 gL de sacarose solidificadocom 2 gL de lsquoPhytagelrsquo e pH ajustado em 58 Foram efetuadoscinco subcultivos em meio com 4 mgL de BAP (6-benzilaminopurina) e as plantas obtidas foram enraizadas nessemesmo meio de cultura sem reguladores de crescimento Apoacutesessa etapa transferiram-se as plantas para a aclimatizaccedilatildeo emcacircmara uacutemida onde permaneceram por 30 dias Avaliaram-se astaxas de multiplicaccedilatildeo a presenccedila in vitro dos sintomas do BSVnos explantes provenientes das plantas infectadas durante amicropropagaccedilatildeo e aclimatizaccedilatildeo as perdas por contaminaccedilatildeoenvolvendo fungos e bacteacuterias nas fases da micropropagaccedilatildeo e aaltura das plantas na fase da aclimatizaccedilatildeo A infecccedilatildeo pelo BSVnatildeo afetou significativamente a multiplicaccedilatildeo e o crescimento invitro das plantas sendo os sintomas do viacuterus visiacuteveis em todasas fases da micropropagaccedilatildeo e na aclimatizaccedilatildeo das plantasinfectadas A maior porcentagem de contaminaccedilatildeo ocorreu nafase de estabelecimento in vitro dos explantes independentementedos tipos de plantas utilizadas Apoacutes 30 dias de aclimatizaccedilatildeo asplantas com BSV apresentaram altura inferior agraves plantas sadiasA presenccedila do viacuterus natildeo influenciou a taxa de multiplicaccedilatildeo dosexplantes poreacutem afetou o crescimento das plantas infectadas

Termos para indexaccedilatildeo Musa BSV cultura de tecidospropagaccedilatildeo in vitro

ABSTRACTThe effects of the banana streak virus (BSV) infection on

in vitro development of the cultivar Caipira were evaluated The

used experimental design was a completely randomized withtwo treatments healthy plants and plants infected by BSV with24 and 28 replications respectively The explants weredisinfected and established in a basic MS medium supplementedwith 30 gL sucrose solidified with 2 gL lsquoPhytagelrsquo and pHadjusted to 58 Five subcultures were carried out in a mediumcontaining 4 mgL BAP (6-benzylaminopurine) and the plantletswere rooted in the same culture medium without growthregulators Afterwards the plantlets were transferred to a humidchamber for acclimatization during a 30-day periodMultiplication rates presence of BSV symptoms on in vitroexplants obtained from plants infected during themicropropagation and acclimatization periods losses caused byfungal and bacterial contamination and plantlet height at theacclimatization stage were evaluated The infection by BSVpresented no significant effect on the multiplication rate and invitro plant growth although the virus symptoms were visible inall the micropropagation phases and during the acclimatizationof infected plants The highest percentage of contaminationoccurred during the in vitro establishment phase regardless theused plants After 30 days of acclimatization the plants withBSV presented a lower height compared to the healthy plantsAlthough the presence of the virus had no influence on the explantmultiplication rate it affected the growth of infected plants

Index terms Musa BSV tissue culture in vitro propagation

INTRODUCcedilAtildeO

As bananeiras estatildeo sujeitas as vaacuterias doenccedilas

causadas por fungos bacteacuterias nematoacuteides e viacuterus que

satildeo limitantes agrave sua capacidade de produccedilatildeo Entre as

viroses que ocorrem no Brasil destaca-se a causada pelo

viacuterus das estrias da bananeira (Banana streak virus BSV)

Efeito do viacuterus das estrias da bananeira 75

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

que eacute particularmente importante para os programas de

melhoramento geneacutetico e de multiplicaccedilatildeo comercial de

cultivares uma vez que pode ser incorporada ao genoma e

transmitida pelas sementes de plantas infectadas

(DANIELLS et al 1995) aleacutem de natildeo existir um meacutetodo

eficiente para limpar uma planta infectada com BSV

(LOCKHART 1994)

Esse viacuterus natildeo eacute transmitido mecanicamente sendo as

mudas infectadas sua principal forma de disseminaccedilatildeo

(LOCKHART amp AUSTREY 1988 LOCKHART 1994) A

transmissatildeo eacute feita de maneira semi-persistente pela cochonilha-

dos-citros Planococcus citri Risso e pela cochonilha-da-cana-

de-accediluacutecar Saccharicoccus sacchari cocherell (LOCKHART

1993 LOCKHART amp AUSTREY 1988)

O BSV inicialmente causa na bananeira um estriado

cloroacutetico de linhas descontiacutenuas dispersas e concentradas

em partes da lacircmina foliar Com o envelhecimento das

folhas o estriado causa necrose de coloraccedilatildeo marrom-cafeacute

a negro (RAMIREZ amp RIVERA 1994) As plantas

infectadas geralmente natildeo mostram sintomas em todas as

folhas (CORDEIRO amp KIMATI 1997 LOCKHART 1986)

Outros sintomas do BSV satildeo a reduccedilatildeo do vigor da planta

e a diminuiccedilatildeo do tamanho dos frutos que tambeacutem ficam

deformados (RAMIREZ amp RIVERA 1994)

Este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos

da infecccedilatildeo pelo BSV na multiplicaccedilatildeo in vitro e no

crescimento durante a aclimatizaccedilatildeo das plantas de

bananeira da cultivar Caipira Aleacutem disso avaliou-se a taxa

de contaminaccedilatildeo por fungos e bacteacuterias na etapas da

micropropagaccedilatildeo devido a importacircncia dessa variaacutevel na

multiplicaccedilatildeo in vitro das plantas

MATERIAL E MEacuteTODOS

O estudo dos efeitos do BSV na micropropagaccedilatildeo

da cultivar Caipira (grupo AAA) foi conduzido no

Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos da Embrapa Mandioca

e Fruticultura Tropical Utilizou-se o delineamento

experimental inteiramente casualizado com dois

tratamentos plantas sadias com 24 repeticcedilotildees coletadas

no Banco de Germoplasma de Bananeira da Embrapa

Mandioca e Fruticultura Tropical e plantas infectadas com

BSV com 28 repeticcedilotildees Foram usadas mudas do tipo

chifrinho sendo que as matrizes infectadas com BSV com

altura meacutedia de 12 cm foram infestadas pela cochonilha

vetora Planacoccus citri Risso alimentadas em folhas de

banana lsquoMysorersquo com sintomas de BSV em casa-de-

vegetaccedilatildeo Aproximadamente 15 dias apoacutes a infestaccedilatildeo

todas as 28 plantas estavam com os sintomas da virose

Para o estabelecimento in vitro realizou-se a limpeza

das matrizes por meio de uma seacuterie de cortes removendo-

se parte do rizoma e do pseudocaule ateacute o tamanho

aproximado de 50 cm de altura por 15 cm de diacircmetro

lavando-se com detergente e aacutegua deionizada A

desinfestaccedilatildeo foi feita em cacircmara de fluxo laminar

imergindo os explantes em soluccedilatildeo de aacutelcool 70 por

cinco minutos e em soluccedilatildeo 11 de aacutegua sanitaacuteria comercial

(2 de cloro ativo) com aacutegua deionizada por 30 minutos

Em seguida foram realizadas trecircs lavagens com aacutegua

deionizada esterilizada e reduzidos os explantes ateacute o

tamanho final de 06 cm de altura por 04 cm de diacircmetro

As etapas de estabelecimento multiplicaccedilatildeo e

enraizamento foram realizadas em meio nutritivo MS baacutesico

(MURASHIGE amp SKOOG 1962) suplementado com 30 g

L de sacarose solidificado com 2 gL de ldquoPhytagelrdquo e pH

ajustado para 58 Apenas na fase de multiplicaccedilatildeo o meio

MS foi suplementado com 4 mgL de 6-benzilaminopurina

(BAP) Em todas as etapas os explantes foram dispostos

sobre 25 mL de meio de cultura em frascos com 12 cm de

altura por 5 cm de diacircmetro

A multiplicaccedilatildeo foi realizada em cinco subcultivos

das gemas e brotos sendo efetuada a subdivisatildeo

longitudinal dos explantes sempre que possiacutevel O

estabelecimento e os cinco subcultivos foram realizados

com intervalos de 30 dias Apoacutes os subcultivos as

plantas permaneceram 30 dias em enraizamento O

estudo foi desenvolvido sob condiccedilotildees de temperatura

de 27 plusmn 1ordmC fotoperiacuteodo de 16 horas e intensidade

luminosa de 22 microEm2s

SILVEIRA D G et al76

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

Apoacutes o enraizamento in vitro 47 plantas sadias e 40

plantas infectadas com BSV foram transferidas para copos

plaacutesticos de 300 cm3 contendo o Plantmaxreg e vermiculita

(21) permanecendo 30 dias sob condiccedilotildees de 85 de umidade

relativa do ar e 60 de sombreamento em casa-de-vegetaccedilatildeo

Na fase de estabelecimento e em cada subcultivo

foram avaliadas as taxas de multiplicaccedilatildeo e a presenccedila dos

sintomas do BSV nos explantes provenientes das plantas

infectadas Na fase de aclimatizaccedilatildeo avaliaram-se a

presenccedila de sintomas nas plantas infectadas e as suas

respectivas alturas As medidas foram tomadas do coleto

ateacute a extremidade apical da folha mais alta

Os dados referentes ao nuacutemero de gemas obtidas

nos cinco subcultivos foram transformados em raiz

quadrada Foi estabelecida uma regressatildeo linear para cada

tratamento em funccedilatildeo dos subcultivos

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A infecccedilatildeo pelo BSV natildeo afetou significativamente

o crescimento e a multiplicaccedilatildeo das plantas sendo que o

nuacutemero de gemas cresceu linearmente em funccedilatildeo dos

subcultivos em ambos os tratamentos Trabalhando com

plantas micropropagadas de bananeira sadias e infectadas

com o viacuterus do topo em leque (Banana bunchy top virus

BBTV) Thomas et al (1995) observaram que aquela virose

tambeacutem natildeo afetou a capacidade das plantas em crescer e

multiplicar Nas anaacutelises de regressatildeo realizadas para os

dois tratamentos (plantas sadias e plantas com BSV) o

acreacutescimo no nuacutemero de gemas em funccedilatildeo dos subcultivos

pode ser explicado por um modelo de regressatildeo linear

(Figura 1) As estimativas da regressatildeo linear para plantas

com BSV e plantas sadias foram altamente significativas e

os coeficientes de determinaccedilatildeo (R2) proacuteximos de 1 Foi

observado que as linhas determinadas a partir das

equaccedilotildees obtidas satildeo quase superpostas evidenciando

um comportamento semelhante entre os dois tratamentos

com relaccedilatildeo ao nuacutemero de gemas por subcultivo

Em todas as fases da micropropagaccedilatildeo os sintomas

do BSV foram visiacuteveis ocorrendo nas folhas das plantas

infectadas estriados cloroacuteticos com linhas descontiacutenuas e

FIGURA 1 ndash Curvas de regressatildeo linear obtidas a partir dosdados de gemas em cada subcultivo da cultivar de bananeiraCaipira sadias e infectadas com BSV Cruz das Almas (BA)Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 2006Dados transformados por x

dispersas (Figura 2) Esses mesmos sintomas foram

observados em plantas de bananeira infectadas com BSV

mantidas a campo (RAMIREZ amp RIVERA 1994)

As contaminaccedilotildees que ocorreram nos materiais

in vitro foram tambeacutem avaliadas As maiores taxas de

contaminaccedilatildeo aconteceram na fase de estabelecimento

in vitro dos explantes obtendo-se niacuteveis de 21 e 32

para as plantas sadias e infectadas com BSV

respectivamente (Figura 3) Os elevados iacutendices de perdas

nesta etapa foram causados principalmente por

contaminaccedilatildeo bacteriana Segundo Oliveira amp Silva

(1997) as maiores contaminaccedilotildees bacterianas dos

explantes de bananeira ocorrem na fase de

estabelecimento in vitro do que nos demais subcultivos

Oliveira et al (2000) trabalhando com plantas livres de

viacuterus obtiveram taxas de contaminaccedilatildeo nesta fase entre

10 e 45 as quais estatildeo proacuteximas agraves obtidas neste

trabalho Durante a fase de multiplicaccedilatildeo as perdas por

contaminaccedilatildeo foram menores variando de 14 a 74

para as plantas sadias e de 0 a 121 no caso das plantas

infectadas com BSV sendo que a maior parte do material

foi contaminada por fungos natildeo-patogecircnicos Estes

valores foram bem inferiores agravequeles obtidos por Oliveira

et al (1999) (131) que utilizaram genoacutetipos diploacuteides

triploacuteides e tetraploacuteides de bananeiras sadias

Efeito do viacuterus das estrias da bananeira 77

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

FIGURA 2 ndash Planta de bananeira lsquoCaipirarsquo infectada com BSV na fase de enraizamento in vitro apresentando estriadoscloroacuteticos com linhas descontiacutenuas e dispersas nas folhas Cruz das Almas (BA) Embrapa Mandioca e FruticulturaTropical 2006

FIGURA 3 ndash Taxas por contaminaccedilatildeo () de explantes dacultivar Caipira na fase de estabelecimento (Est) e ao longode cinco subcultivos (Sub) Cruz das Almas (BA)Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 2006

Durante o enraizamento in vitro natildeo houve

diferenccedila significativa na altura das plantas Poreacutem com

30 dias de aclimatizaccedilatildeo as plantas com BSV apresentaram

altura significativamente inferior agraves plantas sadias (Tabela 1)

Soares et al (2000) cultivaram mudas de bananeira lsquoCaipirarsquo

sadias e infectadas com BSV durante 141 dias em casa-de-

vegetaccedilatildeo e observaram que a infecccedilatildeo pelo viacuterus implicou

em significativa reduccedilatildeo no crescimento inicial afetando

o porte o desenvolvimento do sistema radicular e a aacuterea

fotossintetizante das plantas Verifica-se assim que a

infecccedilatildeo pelo BSV prejudicou o crescimento inicial das

plantas afetando a altura daquelas infectadas mesmo em

um periacuteodo relativamente curto indicando que em periacuteodos

mais longos o prejuiacutezo com relaccedilatildeo ao crescimento pode

ser ainda maior aconteceu no estudo desenvolvido por

Soares et al (2000)

Os sintomas do BSV permaneceram visiacuteveis em

todas as plantas infectadas durante e apoacutes a fase de

aclimatizaccedilatildeo Esse resultado foi diferente ao obtido por

Dahal et al (1999) quando micropropagaram hiacutebridos de

Musa pois os sintomas soacute foram visiacuteveis em plantas com

trecircs meses apoacutes o enraizamento Provavelmente essa

diferenccedila foi devido agraves condiccedilotildees onde os trabalhos foram

conduzidos casa-de-vegetaccedilatildeo e campo respectivamante

bem como aos genoacutetipos estudados Observaccedilotildees

semelhantes foram tambeacutem efetuadas por Gauhl amp Pasberg-

Gauhl (1995) e Ortiz (1996) ao estudarem a incidecircncia de

viroses em diferentes genoacutetipos de bananeira

SILVEIRA D G et al78

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

Alturas (cm) Plantas de bananeira lsquoCaipirarsquo

Enraizamento

in vitro 30 dias de

aclimatizaccedilatildeo

Sadias 637 a 2690 a BSV 728 a 2192 b

TABELA 1 ndash Meacutedias das alturas das plantas apoacutes oenraizamento in vitro e 30 dias de aclimatizaccedilatildeo em casa-de-vegetaccedilatildeo Cruz das Almas (BA) Embrapa Mandiocae Fruticultura Tropical 2006

Meacutedias seguidas pelas mesmas letras nas colunas natildeodiferem estatisticamente entre si pelo teste F ao niacutevel de 5 de significacircncia

CONCLUSOtildeES

A infecccedilatildeo pelo BSV natildeo influenciou a taxa de

multiplicaccedilatildeo dos explantes embora os sintomas do viacuterus

tenham sido visiacuteveis em todas as fases da micropropagaccedilatildeo

e durante os primeiros 30 dias da aclimatizaccedilatildeo das plantas

infectadas Todavia o crescimento das plantas infectadas

foi afetado pela presenccedila do viacuterus

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CORDEIRO Z J M KIMATI H Doenccedilas da bananeiraIn KIMATI H et al (Ed) Manual de fitopatologiadoenccedilas das plantas cultivadas Satildeo Paulo AgronocircmicaCeres 1997 v 2 p 112-136

DAHAL G GAUHL F PASBERG-GAUHL C HUGHESJ drsquoA THOTTAPPILLY G LOCKHART B E L Evalutionof micropropagated plantain and banana (Musa spp) forbanana streak badnavirus incidence under field andgreenhouse conditions in Nigeria Annals of AppliedBiology Warwick v 134 n 2 p 181-191 Apr 1999

DANIELLS J THOMAS J E SMITH M Seedtransmission of banana streak virus confirmed InfoMusaMontpellier v 4 n 1 p 7 1995

GAUHL F PASBERG-GAUHL C Temporal dynamics ofbanana streak badnavirus (BSV) symptoms in Musa clonesin southern Nigeria Phytomedizin Hohenheim v 25 n 1p 27 1995

LOCKHART B E L Banana streak virus (BSV) InINTERNATIONAL NETWORK FOR THE

IMPROVEMENT OF BANANA AND PLANTAIN AnnualReport Montpellier INIBAP 1993 p 29-30

LOCKHART B E L Banana streak virus In PLOETZ RC ZENTMYER G A ANISHIJIMA W T ROHRBACHK G OHR H D (Ed) Compendium of tropical fruitdiseases Saint Paul The American PhytopathologicalSociet 1994 p 19-20

LOCKHART B E L Purification and serology of abaciliform virus associated with banana streak diseasePhytopathology Saint Paul v 76 n 10 p 995-999 Oct1986

LOCKHART B E L AUSTREY L J C Occurrence insugarcane of a bacilliform virus related serologically tobanana streak virus Plant Disease Saint Paul v 72 n 3p 230-233 Mar 1988

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgrowth and biossays with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 1962

OLIVEIRA R P SILVA S O Avaliaccedilatildeo de micropropagaccedilatildeocomercial em bananeira Pesquisa Agropecuaacuteria BrasileiraBrasiacutelia v 32 n 4 p 415-420 abr 1997

OLIVEIRA R P SILVEIRA D G SILVA S O Efeito dadesinfestaccedilatildeo e do uso de meios indicadores decontaminaccedilatildeo na micropropagaccedilatildeo de bananeira RevistaBrasileira de Fruticultura Jaboticabal v 22 n 1 p 57-61 abr 2000

OLIVEIRA R P SILVEIRA D G SILVA S O SILVA KM VILARINHOS A D Avaliaccedilatildeo da micropropagaccedilatildeode genoacutetipos diploacuteides triploacuteides e tetraploacuteides debananeira empregando protocolo utilizado em laboratoacuterioscomerciais Revista Brasileira de FruticulturaJaboticabal v 21 n 3 p 269-273 dez 1999

ORTIZ R The potential of AMMI analysis for fieldassessment of Musa genotypes to virus infectionHortscience Alexandria v 31 n 5 p 829-832 Sept 1996

RAMIREZ P RIVERA C Enfermedades virales in bananay plaacutetano In REUNIAtildeO DE LA ASSOCIACION PARA LACOOPERACION EN INVESTIGACION DE BANANO ENCARIBE Y EN AMERICA TROPICAL 10 1991 TabascoMemorias San Joseacute CORDANA 1994 p 223-230

Efeito do viacuterus das estrias da bananeira 79

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

SOARES T M MEISSNER FILHO P E ROCHA H SEfeitos do viacuterus das estrias da bananeira na cultivar Caipira(AAA) In CONGRESSO BRASILEIRO DEFRUTICULTURA 16 2000 Fortaleza Anais FortalezaSociedade Brasileira de Fruticultura 2000 172 p 1CD-ROM

THOMAS J E SMITH M K KESSLING A G HAMILLS D Incosistent transmission of banana bunchy top virusin micropropagated bananas and its implication forgermplasm screening Australian Journal of AgriculturalResearch Collingwood v 46 n 3 p 663-671 1995

FOGACcedilA L A et al80

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

CARACTERIacuteSTICAS MORFOFISIOLOacuteGICAS DE BROTACcedilOtildeES DEAgapanthus umbellatus var minor MULTIPLICADAS EM

BIORREATOR DE IMERSAtildeO TEMPORAacuteRIA1

MORPHOLOGICAL AND PHYSIOLOGICAL CHARACTERISTICS Agapanthus umbellatus varminor OF SHOOTS PROPAGATED IN BIOREACTOR OF TEMPORARY IMMERSION

LUCIANA ALVES FOGACcedilA2 DENILSON DORTZBACH3 ANTONIO CARLOS ALVES4 ENIO LUIZ PEDROTTI5

1Parte da dissertaccedilatildeo de mestrado do primeiro autor junto ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Recursos Geneacuteticos vegetais CCA UFSC ndash Florianoacutepolis SC2Engenheira Agrocircnoma Mestre em Recursos Geneacuteticos Vegetais ndash CCAUFSC ndash UFSC Trindade ndash Florianoacutepolis SC ndash 88040-900 ndash lufogacapopcombr3Empresa Catarinense de Pesquisa Agropecuaacuteria ndash Rodovia Admar Gonzaga 1340 ndash Bairro Itacorubi Florianoacutepolis SC ndash denilsondtbolcombr4Engenheiro Agrocircnomo Professor Dr Departamento Fitotecnia ndash CCAUFSC ndash UFSC ndash alvesccaufscbr5Engenheiro Agrocircnomo Professor Dr Departamento Fitotecnia ndash CCAUFSC ndash UFSC ndashRodovia Admar Gonzaga 1346 ndash 88 040 900 ndash Florianoacutepolis- SC ndash pedrotticcaufscbr

RESUMOCom o presente trabalho objetivou-se estudar alguns

aspectos morfoloacutegicos e fisioloacutegicos de placircntulas de Agapanthusumbellatus LrsquoHeacuter var minor multiplicadas em biorreatores deimersatildeo temporaacuteria (BIT) Foram testadas quatro concentraccedilotildeesde sacarose no meio de cultura e duas intensidades luminosasem um total de oito tratamentos formando um fatorial 2 x 4 Odelineamento experimental utilizado foi inteiramentecasualizado Os resultados obtidos indicaram que as condiccedilotildeesambientais principalmente luz e concentraccedilatildeo de sacarose domeio de cultura influenciaram o desenvolvimento e o crescimentodas placircntulas quando multiplicadas Observou-se que a ausecircnciade sacarose mesmo no niacutevel mais elevado de intensidadeluminosa natildeo estimulou a fotossiacutentese das placircntulas Acombinaccedilatildeo de 30 gL-1 de sacarose e 70 mMm-2s-1 de luzproporcionou maior numero de folhas massa fresca e secaconcentraccedilatildeo de clorofila a b e total fatores estes que tecircmgrande influecircncia na fase de aclimatizaccedilatildeo

Termos para indexaccedilatildeo Plantas ornamentaismicropropagaccedilatildeo sacarose intensidade luminosa

ABSTRACTThe objective of the present work was to study

morphological and physiological characteristics of Agapanthusumbellatus LrsquoHeacuter var minor plantlets propagated in bioreactorof temporary immersion (BIT) Four sucrose concentrationsand two light intensities were analyzed totalizing eighttreatments The experimental design used was a completelyrandomized with a 2 x 4factorial The results indicated that theenvironment conditions mainly light and sucrose concentrationsof the culture medium influenced plantlets development andgrowth It was observed that the absence of sucrose even inthe highest level of light intensity had no stimuli on plantletphotosynthesis The combination of 30 g L-1 sucrose and 70mM m-2 s-1 light had promoted higher leaf number fresh anddry weight concentration of chlorophyll a b and total

parameters that present high influence during theacclimatizationrsquos phase

Index terms Ornamental plants micropropagation sucroselight intensity

INTRODUCcedilAtildeO

Agapanthus umbellatus var minor tambeacutem

conhecida como Agapantho ou Liacuterio do Nilo eacute uma

angiosperma da famiacutelia Amaryllidaceae pertencente agrave

ordem Liliales (BOTANY 2003) eacute uma espeacutecie ornamental

muito utilizada como flor de corte devido agrave sua durabilidade

No entanto o maior interesse econocircmico nesta espeacutecie

decorre do seu uso como forraccedilatildeo em jardins e praccedilas

(LORENZI amp SOUZA 1995)

Sua propagaccedilatildeo eacute tradicionalmente efetuada

atraveacutes da divisatildeo de touceiras No entanto esta teacutecnica

apresenta uma seacuterie de desvantagens visto que a taxa de

propagaccedilatildeo eacute baixa cerca de dez mudas por planta ao ano

aleacutem de possibilitar a dispersatildeo de pragas e doenccedilas que

poderatildeo ocorrer no viveiro de produccedilatildeo Sendo assim a

micropropagaccedilatildeo pode ser uma ferramenta muito

promissora para esta espeacutecie

O processo de micropropagaccedilatildeo induz a um grande

nuacutemero de mudanccedilas anatocircmicas morfoloacutegicas e

fisioloacutegicas que muitas vezes tem limitado o cultivo in vitro

de algumas espeacutecies (DESJARDINS 1993) A

(Recebido em 18 de julho de 2005 e aprovado em 25 de agosto de 2006)

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 81

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

heterogeneidade de respostas agraves placircntulas que ocorrem

na cultura de tecidos eacute promovida natildeo soacute por fatores

inerentes ao tecido vegetal (geneacuteticos e fisioloacutegicos) mas

tambeacutem por modificaccedilotildees do ambiente in vitro

As modificaccedilotildees do ambiente in vitro envolvem a

qualidade e intensidade de luz fotoperiacuteodo temperatura

umidade reguladores de crescimento exoacutegenos fonte de

carbono e estresse mecacircnico Estes satildeo determinantes na

morfogecircnese no crescimento e no desenvolvimento de

placircntulas in vitro (GEORGE 1996 KOZAI et al 1990

SALISBURY 1981) Aleacutem disso interferem no nuacutemero de

folhas teor de clorofila densidade estomaacutetica (LIAN et

al 2002 PREECE amp SUTTER 1991) na fotossiacutentese e na

fase de aclimatizaccedilatildeo (DESJARDINS et al 1995)

Um dos principais fatores que causam grande

influecircncia na fotossiacutentese de placircntulas cultivadas in vitro

eacute a intensidade luminosa (GALZY amp COMPAN 1992) A

quantidade e a qualidade da luz bem como o fotoperiacuteodo

podem afetar o crescimento e o desenvolvimento de

placircntulas in vivo (SMITH 1982) e placircntulas in vitro

(ECONOMOU amp READ 1987 VLAHOS et al 1992) Esta

influecircncia se deve ao grande impacto sobre o acuacutemulo de

pigmentos biossiacutentese de clorofila diferenciaccedilatildeo de

cloroplastos e anatomia da folha (DESJARDINS et al 1995)

Outro fator que vem sendo estudado e que pode

determinar um papel importante no controle da atividade

fotossinteacutetica de placircntulas in vitro eacute a utilizaccedilatildeo de

carboidratos exoacutegenos pois o crescimento da maioria das

culturas in vitro eacute sustentado pela sacarose ou outros

accediluacutecares adicionados ao meio de cultura (PREECE amp

SUTTER 1991) Estes podem ser utilizados pelas placircntulas

quando a taxa de fotossiacutentese natildeo permite assegurar um

balanccedilo positivo em carbono definindo assim uma nutriccedilatildeo

mixotroacutefica ou heterotroacutefica (GALZY amp COMPAN 1992)

Baseado na hipoacutetese de que a composiccedilatildeo do meio

de cultura e a intensidade luminosa influenciam a

morfologia e a fisiologia de placircntulas micropropagadas o

presente trabalho teve como objetivo estudar aspectos

morfoloacutegicos e fisioloacutegicos de placircntulas de Agapanthus

umbellatus LrsquoHeacuter var minor multiplicadas em biorreator de

imersatildeo temporaacuteria (BIT) Para tanto foi avaliado o

desenvolvimento e o crescimento desta espeacutecie durante a

fase de multiplicaccedilatildeo em funccedilatildeo da variaccedilatildeo de niacuteveis de

sacarose e intensidade luminosa

MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado no Laboratoacuterio de

Morfogecircnese e Bioquiacutemica Vegetal localizado no Centro

de Ciecircncias Agraacuterias da Universidade Federal de Santa

Catarina em Florianoacutepolis - SC

O trabalho consistiu de um ensaio onde foram

utilizadas brotaccedilotildees de Agapanthus umbellatus var minor

obtidas da terceira repicagem mantidas em meio geleificado

MS + 178 mM de BAP Apoacutes serem individualizadas e

padronizadas tendo o seu tamanho variando entre 25 e

30 cm de comprimento as brotaccedilotildees foram transferidas

para o BIT (ETIENNE amp BERTHOULY 2002) contendo 500

mL de meio liacutequido e sais de MS (MURASHIGE amp SKOOG

1962) em condiccedilotildees asseacutepticas suplementado com

concentraccedilatildeo de 89 mM de BAP O pH foi ajustado com

NAOH (1N) em 59 antes da autoclavagem (durante 15

minutos sob 121ordmC e 15 atm de pressatildeo) O delineamento

experimental utilizado no ensaio foi o inteiramente

casualizado Foram testados quatro concentraccedilotildees de

sacarose no meio de cultura (0 15 30 e 45) e duas

intensidades luminosas (70 e 140 mmolm-2s-1) providas

por lacircmpadas brancas fluorescentes (PHILIPS ndash TLT 40W)

em um total de oito tratamentos formando um fatorial 2 x 4

Cada tratamento foi composto por trecircs frascos (repeticcedilatildeo)

contendo 50 plantas cada um

Os frascos foram mantidos em sala de crescimento

com fotoperiacuteodo de 16 horas e temperatura meacutedia de 22ordmC

com variaccedilatildeo de plusmn 2ordmC por um periacuteodo de 60 dias

Apoacutes 60 dias de cultivo foram avaliadas as

seguintes caracteriacutesticas dos explantes nuacutemero e tamanho

das brotaccedilotildees (cm) nuacutemero de folhasbrotaccedilatildeo massa

fresca e seca (g) da parte aeacuterea e raiz utilizando-se amostras

de 25 placircntulas por repeticcedilatildeo escolhidas ao acaso

FOGACcedilA L A et al82

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

A determinaccedilatildeo do conteuacutedo de clorofila ldquoa b e

totalrdquo consistiu na coleta de amostras de 100 mg de massa

fresca As amostras foram incubadas com 70 mL de DMSO

(dimetilsulfoacutexido) sem maceraccedilatildeo por 30 minutos a 65degC

Apoacutes filtragem seu volume foi completado para 10 mL com

DMSO Desses extratos 2 mL foram analisados em

espectrofotocircmetro (UV - visiacutevel SHIMADZU) para os

valores de absorbacircncia entre 645 e 663 nm Os valores obtidos

foram submetidos agrave foacutermula de Arnon (1949) conforme

descrito por Hiscox amp Israelstam (1979) Chl a = (00127 X

D663) ndash (000269 X D645) e Chl b = (00229 X D645) ndash (000468

X D663) A clorofila total foi a soma da ldquoChl a e Chl brdquo de

cada tratamento foram utilizadas 25 amostras

A determinaccedilatildeo da densidade estomaacutetica (nuacutemero

de estocircmatos por mm2 de superfiacutecie foliar) foi realizada nas

amostras das quais extraiu-se a clorofila Apoacutes a extraccedilatildeo

da clorofila as folhas foram cortadas e somente o terccedilo

meacutedio das folhas foi usado para anaacutelise Em seguida foram

fixadas sobre lacircminas histoloacutegicas com a ajuda de uma

lamiacutenula e de algumas gotas de aacutegua esterilizada A

observaccedilatildeo foi realizada na epiderme das faces adaxial e

abaxial da folha com o auxiacutelio de um microscoacutepio oacutetico

(OLYMPUS CH30 ocular WH10 X 22) com um aumento

de 400 vezes e com um campo conhecido de 024 mm2 Para

cada lacircmina foram feitas leituras em cinco campos

Os dados obtidos foram avaliados por meio da

anaacutelise de variacircncia (ANOVA) seguindo o modelo para

experimento bifatorial inteiramente casualizado O nuacutemero

de brotaccedilotildees o nuacutemero de folhas e a densidade estomaacutetica

foram transformados em Oumlx+1 para a anaacutelise As meacutedias

dos tratamentos foram separadas pelo teste de comparaccedilatildeo

de meacutedias de Duncan a 5 de probabilidade conforme

recomendaccedilotildees de Stell amp Torrie (1980)

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A concentraccedilatildeo de sacarose no meio de cultura

apresentou uma accedilatildeo positiva e interativa com a intensidade

luminosa na proliferaccedilatildeo de brotaccedilotildees (Tabela 1) visto

que a ausecircncia de sacarose no meio de cultura resultou

em insucesso no crescimento das placircntulas de Agapantho

principalmente nos primeiros dias Apoacutes o

desenvolvimento inicial (aproximadamente 10 dias) foi

constatada estagnaccedilatildeo no crescimento das placircntulas

seguido de atrofia e necrose das brotaccedilotildees Apoacutes 20 dias

de cultivo ocorreu a morte das brotaccedilotildees Isso mostrou

que folhas de placircntulas de Agapantho natildeo fixaram

carbono suficiente para sustentar seu crescimento na

ausecircncia de sacarose Portanto para a espeacutecie em estudo

foi necessaacuteria a adiccedilatildeo de uma fonte de carbono no meio

de cultura para o seu desenvolvimento in vitro Segundo

Capellades et al (1991) e Desjardins et al (1995) a total

remoccedilatildeo de carboidratos no meio de cultura para algumas

espeacutecies frequumlentemente torna-se prejudicial para o

crescimento das placircntulas o que pode prejudicar o

processo de micropropagaccedilatildeo e aclimatizaccedilatildeo pois

durante o cultivo in vitro as placircntulas perdem

parcialmente o autotrofismo e consequumlentemente

necessitam de uma fonte de carbono

O maior nuacutemero de brotaccedilotildees foi obtido com a

intensidade luminosa de 70 mmolm-2s-1 e a concentraccedilatildeo

de 45 gL-1 de sacarose (Tabela 1) Enquanto que com a

intensidade luminosa de 140 mmolm-2s-1 o maior nuacutemero

de brotaccedilotildees foi obtido com a concentraccedilatildeo de 30 gL-1 de

TABELA 1 ndash Nuacutemero de brotaccedilotildeesexplante de placircntulasde Agapanthus umbellatus var minor multiplicadasbiorreator de imersatildeo temporaacuteria suplementado comdiferentes concentraccedilotildees de sacarose e intensidadesluminosas no periacuteodo de 60 dias

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1)

Concentraccedilatildeo Sacarose (gL-1) 70 1 140 1

0 000 dA 00 dA 15 370 cB 544 cA 30 553 bB 651 aA 45 745 aA 585 bB

CV 67

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula nas colunase maiuacutescula nas linhas natildeo diferem significativamente peloteste de Duncan a 5 de probabilidade1 Observaccedilotildees transformadas segundo ( x+1)

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 83

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

sacarose Isso demonstrou um alto grau de mixotrofia dessa

espeacutecie

O tamanho das brotaccedilotildees e o nuacutemero de folhas

(Tabela 2) foram afetados apenas pelo efeito simples dos

fatores natildeo havendo interaccedilatildeo entre sacarose e luz O

maior tamanho das brotaccedilotildees foi alcanccedilada quando os

explantes foram submetidos a 15 gL-1 de sacarose e 140

mmolm-2s-1 de intensidade luminosa (Tabela 2) Verificou-

se tambeacutem que o aumento da concentraccedilatildeo desse

carboidrato no meio de cultura natildeo favoreceu o

alongamento das brotaccedilotildees Provavelmente o aumento

da intensidade luminosa favoreceu a taxa de fotossiacutentese

das placircntulas permitindo um balanccedilo positivo de carbono

afetando o crescimento e o desenvolvimento de placircntulas

in vitro (LEE et al 1995)

Por outro lado o maior nuacutemero de folhas de

Agapantho foi obtido na concentraccedilatildeo de 30 gL-1 de

sacarose (Tabela 2) A intensidade luminosa natildeo teve

influecircncia sobre essa variaacutevel Contrastando com os dados

obtidos no presente trabalho Konow amp Wang (2001)

determinaram que a intensidade luminosa de 40 mmolm-

2s-1 promoveu um aumento no nuacutemero de folhas de

Phalaenopsis enquanto placircntulas que se desenvolveram

em ambiente com intensidade de 10 e 80 molm-2s-1

apresentaram um menor nuacutemero de folhas Segundo os

autores o aumento no nuacutemero de folhas pode indicar que

TABELA 2 ndash Tamanho de brotaccedilotildees e nuacutemero de folhasbrotaccedilatildeo de placircntulas de Agapanthus umbellatus var minormultiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria suplementado com diferentes concentraccedilotildees de sacarose eintensidades luminosas no periacuteodo de 60 dias

Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas e colunas natildeo diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5 deprobabilidade

houve estiacutemulo da fotossiacutentese in vitro Outro efeito

observado em placircntulas de Agapantho neste trabalho foi

a presenccedila de folhas mais claras e vitrificadas (folhas com

aspecto viacutetreo pouco desenvolvidas aparecircncia suculenta

e translucente) na grande maioria das placircntulas

multiplicadas em meio suplementado com 15 gL-1 de

sacarose e intensidade luminosa de 70 mmolm-2s-1 Estes

resultados podem indicar que o aparato fotossinteacutetico natildeo

tenha se desenvolvido adequadamente (CAPPELADES et

al 1991 DESJARDINS et al 1995) afetando a acumulaccedilatildeo

de massa fresca Possivelmente a presenccedila de folhas

vitrificadas foi influenciada pelo uso de meio liacutequido pois

de acordo com George (1996) e Etienne amp Berthouly (2002)

o meio liacutequido favorece a produccedilatildeo de folhas vitrificadas

quando comparado com meio geleificado No entanto

observou-se que para os demais tratamentos em

concentraccedilotildees maiores de sacarose (30 e 45 gL-1) a

presenccedila de brotaccedilotildees vitrificadas foi rara ou nenhuma

Neste sentido o desenvolvimento de brotaccedilotildees com esta

caracteriacutestica pode estar relacionado agrave concentraccedilatildeo de

sacarose no meio e agrave diferenccedila osmoacutetica entre as brotaccedilotildees

e o meio de cultura (DEBERGH et al 1981) Este resultado

tambeacutem foi obtido na multiplicaccedilatildeo de rosas na qual onde

a reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de sacarose para 10 gL-1 na

fase de multiplicaccedilatildeo promoveu um aumento significativo

na presenccedila de plantas vitrificadas e quando submetidas

Tamanho de brotaccedilotildees (cm)

Nuacutemero de folhasbrotaccedilatildeo

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1) Concentraccedilatildeo Sacarose

(gL-1) 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia

0 000 000 000 d 000 000 000 d 15 275 396 335 a 407 408 408 b 30 295 295 295 b 414 404 409 a 45 245 220 233 c 400 408 404 c

Meacutedia 204 b 228 a 276 a 275 a

CV 2595 467

FOGACcedilA L A et al84

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

a concentraccedilotildees de 30 e 40 gL-1 a presenccedila de placircntulas

vitrificadas foi rara (LANGFORD amp WAINWRIGHT 1987)

Outro fator que possivelmente pode ter

influenciado a presenccedila de placircntulas vitrificadas in vitro

foi a baixa intensidade luminosa (GEORGE 1996) pois

placircntulas de Agapantho multiplicadas sob intensidade de

140 mmolm-2s-1 e 15 gL-1 de sacarose natildeo apresentaram

caracteriacutestica de vitrificaccedilatildeo Estes dados indicaram que o

aumento da intensidade luminosa evitou a presenccedila de

plantas vitrificadas aleacutem de proporcionar um incremento e

estiacutemulo na atividade fotossinteacutetica (GEORGE 1996)

A produccedilatildeo de massa fresca e seca das brotaccedilotildees

foram influenciadas pela interaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo

de sacarose e a intensidade luminosa (Tabela 3) Placircntulas

de Agapantho multiplicadas sob intensidade de 70

mmolm-2s-1 apresentaram a maior produccedilatildeo de massa

fresca e seca dentro das concentraccedilotildees de 30 gL-1 Nas

concentraccedilotildees de 15 e 45 gL-1 os resultados obtidos

foram inferiores (Tabela 3) Por outro lado quando se

aumentou a intensidade para 140 mmolm-2s-1 a melhor

produccedilatildeo de massa fresca e seca ocorreu dentro da

concentraccedilatildeo de 15 gL-1 de sacarose (Tabela 3) Verificou-

se assim que o aumento da concentraccedilatildeo de sacarose no

meio de cultura proporcionou efeitos negativos na

produccedilatildeo de massa fresca e seca quando as placircntulas

foram submetidas agrave intensidade luminosa mais elevada

TABELA 3 ndash Massa fresca e seca de brotaccedilotildees de Agapanthus umbellatus var minor multiplicadas em biorreator de imersatildeotemporaacuteria suplementado com diferentes concentraccedilotildees de sacarose e intensidades luminosas no periacuteodo de 60 dias

Tais resultados corroboram as afirmaccedilotildees feitas referentes

agrave variaacutevel nuacutemero de brotaccedilotildees em que demonstrou-se

que foi possiacutevel reduzir a concentraccedilatildeo de sacarose em

maiores intensidade luminosas confirmando o grau de

mixotrofia

Ao analisar a concentraccedilatildeo de clorofila em

folhas de Agapantho verificou-se que natildeo houve

interaccedilatildeo significativa entre as concentraccedilotildees de

sacarose e intensidade luminosa Os teores de clorofila

a b e total (Tabela 4) foram maiores nas concentraccedilotildees

de 30 gL-1 sacarose Serret et al (1995) mostraram que

o aumento da concentraccedilatildeo de accediluacutecares (30 gL-1) no

meio de cultura promoveu maior produccedilatildeo de clorofila

impedindo a fotoinibiccedilatildeo realizaccedilatildeo de fotossiacutentese e

aumento do ganho de massa em plantas de Gardecircnia

cultivadas in vitro

Em relaccedilatildeo ao efeito da intensidade luminosa natildeo

houve efeito deste fator sobre essas variaacuteveis ainda que

Economou amp Read (1987) Galzy amp Compan (1992) Vlahos

et al (1992) George (1996) tenham observado que a

intensidade luminosa eacute um fator que estaacute estreitamente

relacionado agrave siacutentese de clorofila No entanto no presente

trabalho sugere-se a menor intensidade 70 mmolm-2s-1 com

o objetivo de que natildeo ocorra um aumento na velocidade

de decomposiccedilatildeo da clorofila com intensidade mais

elevada

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula nas colunas e maiuacutescula nas linhas natildeo diferem significativamente peloteste de Duncan a 5 de probabilidade

Massa fresca (g)

Massa seca (g)

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1) Concentraccedilatildeo

Sacarose (gL-1) 70 140 70 140

0 000 dA 00 dA 000 dA 000 dA 15 067 cB 106 aA 0069 cB 0109 aA 30 082 aA 076 bB 0085 aA 0081 bB 45 075 bA 049 cB 0078 bA 0051 cB

CV 2873 2655

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 85

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

TABELA 4 ndash Concentraccedilotildees de clorofila a b e total (mgg massa fresca) em folhas de Agapanthus umbellatus varminor multiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria por um periacuteodo de 60 dias submetidas a 4 concentraccedilotildees desacarose e dois niacuteveis de intensidade luminosa

Clrofila a (mgg massa fresca)

Clrofila b (mgg massa fresca)

Clrofila total (mgg massa fresca)

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1) Concentraccedilatildeo

Sacarose (gL-1) 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia

0 000 000 000 d 000 000 000 d 000 000 000 d 15 211 248 295 c 089 076 083 c 301 325 313 c 30 502 509 505 a 200 211 205 a 703 721 710 a 45 486 420 453 b 195 179 187 b 682 633 658 b

Meacutedia 299 a 294 a 121 a 116 a 421 a 420 a

CV 740 820 850

Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas e colunas natildeo diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5 deprobabilidade

Em relaccedilatildeo aos estocircmatos atraveacutes de

observaccedilatildeo microscoacutepica foi possiacutevel verificar que o

Agapantho possui folhas com caracteriacutest ica

anfiestomaacutetica caracterizada pela presenccedila de

estocircmatos em ambas as faces (face abaxial e adaxial)

Esta caracteriacutestica tem sido considerada como um

mecanismo adaptativo para maximizar a condutacircncia

de CO2 quando luz e aacutegua satildeo fatores limitantes

(KRAMER 1969)

Atraveacutes da anaacutelise estatiacutestica para densidade

estomaacutetica da face adaxial verificou-se que natildeo houve

interaccedilatildeo entre os fatores sacarose e intensidade

luminosa havendo portanto efeito isolado dos fatores A

maior densidade estomaacutetica da face abaxial foi obtida na

concentraccedilatildeo de 45 gL-1 (Tabela 5) Natildeo houve efeito da

intensidade luminosa para essa variaacutevel Por outro lado

a maior densidade estomaacutetica na face adaxial foi obtida

na concentraccedilatildeo de 45 gL-1 de sacarose e 140 mmolm-2s-1

de intensidade luminosa (Tabela 5) verificando a

influecircncia positiva da intensidade luminosa para essa

variaacutevel

As folhas de placircntulas multiplicadas na

concentraccedilatildeo de 15 gL-1 de sacarose apresentaram menor

densidade estomaacutetica em ambas as faces (Tabela 5) com

formato anormal largos e salientes caracteriacutesticas estas

natildeo desejaacuteveis pois segundo Preece amp Sutter (1991)

uma alteraccedilatildeo a niacutevel estrutural eou morfoloacutegico podem

impedir o funcionamento do aparelho estomaacutetico e grande

parte dos estocircmatos assim formados satildeo incapazes de se

fechar

Possivelmente este resultado se deve agraves

caracteriacutesticas de vitrificaccedilatildeo que as folhas do

tratamento 15 gL-1 de sacarose e 70 mmol m-2s-1 de

intensidade luminosa apresentaram (BLANKE amp

BELCHERL 1989) e a falta de energia armazenada no

explante com a falta de carbono que eacute proveniente da

sacarose adicionada ao meio de cultura (DESJARDINS

et al 1995) Estes resultados corroboram os obtidos

por Vintildea et al (2001) que demonstraram que folhas

vitrificadas de abacateiro apresentaram estocircmatos

grandes com saliecircncia ceacutelulas subsidiaacuterias assimeacutetricas

e deformadas e seu ostiacuteolo completamente aberto Tal

anomalia pode ser atribuiacuteda agrave perda da elasticidade das

paredes das ceacutelulas-guarda o que impediria o seu

movimento de abertura e fechamento que

consequumlentemente afeta o desenvolvimento das

placircntulas ao serem transferidas para condiccedilotildees ex vitro

atraveacutes da excessiva perda de aacutegua

FOGACcedilA L A et al86

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

TABELA 5 ndash Densidade estocircmatica (estocircmatosmm2) da face adaxial e abaxial de folhas de Agapanthus umbellatus varminor multiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria suplementado com diferentes concentraccedilotildees de sacarose eintensidade luminosa por um periacuteodo de 60 dias

Densidade estomaacutetica (estocircmatosmm2) Epiderme da face Adaxial Epiderme da face Abaxial

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1)

Concentraccedilatildeo Sacarose(gL1) 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia

0 000 000 000 d 000 000 000 d 15 2587 3026 2802 c 3408 4752 4053 c 30 6524 5628 6064 b 9977 8584 9268 b 45 5412 7016 6188 a 8809 10807 9783 a

Meacutedia 2856 b 3089 a 4256 a 4705 a CV 1474 1206

Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas e colunas natildeo diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5 deprobabilidade

CONCLUSAtildeO

Condiccedilotildees ambientais tais como intensidade

luminosa e concentraccedilatildeo de sacarose adicionada ao meio

de cultura influenciaram no desenvolvimento e

crescimento das placircntulas de Agapanthus umbellatus

var minor quando multiplicadas em meio liacutequido no BIT

Placircntulas de Agapantho foram incapazes de se

desenvolver em meio sem sacarose sendo portanto

necessaacuteria a adiccedilatildeo de uma fonte de carbono visto que a

espeacutecie em estudo apresentou uma taxa de fotossiacutentese

incapaz de assegurar um balanccedilo positivo em carbono

Houve uma grande variaccedilatildeo nas respostas obtidas

no entanto fazendo uma avaliaccedilatildeo em conjunto das

variaacuteveis recomenda-se 30 gL-1 de sacarose e intensidade

luminosa de 70 mmolm-2s-1 No entanto deve-se ressaltar

que estudos mais aprofundados devem ser conduzidos

para verificar o efeito destas combinaccedilotildees sobre o

desempenho de placircntulas durante a fase de aclimatizaccedilatildeo

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BLANKE M M BELCHER A R Stomata of apple leavescultured in vitro Plant Cell Tissue and Organ CultureAmsterdam v 19 n 1 p 85-89 1989

BOTANY Disponiacutevel em lthttpwwwbotanycomgt Acessoem 20 nov 2003

CAPELLADES M LEMEUR R DEBERGH P Effects ofsucrose on starch accumulation and rate of photosynthesisin Rosa cultured in vitro Plant Cell Tissue and OrganCulture Amsterdam v 25 n 1 p 21-26 Apr 1991

DEBERGH P HARBAOUI Y LEMEUR R Masspropagation of globe artichoke (Cynara Scolymus)Evaluation of different hypoteses to overcome vitrificationwith special reference to water potencial PhysiologyPlantarum Copenhagen v 53 n 2 p 181-187 1981

DESJARDINS Y Overevieww of factors influencingphotosynthesis of micropropagated plants and their effecton acclimatization In CARRE F CHAGVARDIEFF P(Ed) Ecophysiology and photosynthetic in vitro culturesFrance CEA 1993 p145-160

DESJARDINS Y HDIDER C RICK J de Carbon nutritionin vitro - regulation and manipulation of carbon assimilationin micropropagated systems In CHRISTIE J A KOZAIT SMITH M A L Automation and environmental controlin plant tissue Culture 1995 p 441-471

ECONOMOU A S READ P E Light treatments toimprove efficiency of in-vitro propagation systemsHortScience Alexandria v 22 n 5 p 751-754 Oct 1987

ETIENNE H BERTHOULY M Temporary immersionsystems in plant micropropagation Plant Cell Tissue andOrgan Culture Amsterdam v 69 n 3 p 215-231 June2002

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 87

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

GALZY R COMPAN D Remarks on mixotrophic andautotrophic carbon nutrition of Vitis plantlets cultured invitro Plant Cell Tissue and Organ Culture Amsterdamv 31 n 3 p 239-244 Dec 1992

GEORGE E F Plant propagation by tissue culture 2 edEversley Exergetics 1996 v2 1361 p

HISCOX J D ISRAELSTAM G F A method for theextration of chlorophyll from leaf tissue without macerationCanadian Journal Botanic Ottawa v 57 n 12 p 1332-1334 1979

KONOW E A WANG Y T Irradiance levels affect invitro and greenhouse growth flowering and phosyntheticbehavior of a hybrid Phalaenopsis Orquid Journal ofAmerican Society for Horticultural Science Alexandriav 126 n 5 p 531-536 Sept 2001

KOZAI T OK H FUJIWARA K Photosyntheticcharacteristic of Cymbidium plantlets in vitro Plant CellTissue and Organ Culture Amsterdam v 22 n 3 p 205-211 Sept 1990

KRAMER P J Plant and soil water relationship modernsynthesis New York Mc Graw Hill 1969 538 p

LANGFORD P J WAINERIGHT H effect of sucroseconcentration on the photosynthetic ability of rose shoots invitro Annals Botany London v 60 n 6 p 663-640 Dec 1987

LEE N WETZSTEIN Y SOMMER H E Effect ofquantum flux density on photosynthesis and chloroplastultrastructure in tissue-cultured plantlets and seelings ofLiquidambar stvraciflua L towards improvedacclimatization and field survival Plant PhysiologyRockville v 78 n 3 p 637-641 1995

LIAN M L MURTHY H N PAEK K Y Culture methodand photosynthetic photon flux affect photosynthesis growthand survival of Limonium ldquoMisty Bluerdquo in vitro ScientiaHorticulture Amsterdam v 95 n 3 p 239-249 Sept 2002

LORENZI H SOUZA H M de Plantas ornamentais noBrasil arbustivas herbaacuteceas e trepadeiras Nova OdessaEditora Plantarum 1995 734 p

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgroth and biossay with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 1962

PREECE J E SUTTER E Acclimatization ofmicropropagated plants to the greenhouse and field InDEBERGH P ZIMMERMAN R (Ed) Micropropagationtechnology and application Dordrecht 1991 p 71-94

SALISBURY F B Responses to photoperiod In PITSONA ZIMMERMANN M H (Ed) Encyclopedia of plantphysiology Berlin Springer-Verlang 1981 p 134-167 (Newseries 12 A)

SERRET M D TRILLAS M I ARAUS J L The effectof sucrose and light levels on stable carbon isotopecomposition and photosynthetic pigments of gardenialeaflets in vitro In CARRE F CHAGVARDIEFF P (Ed)Ecophysiology and photosynthetic in Vitro culturesCadarache CEA 1995 p 169-172

SMITH H Light quality photoperception and plantstrategy Annual Review of Plant Physiology Palo Alto v33 p 481-518 1982

STELL R G D TORRIE J H Principles and preceduresof statistics a biometrical approach 2 ed New YorkMacgraw-Hill 1980 633 p

VLAHOS J C MARTAKIS G F P HEUVELINK EDaylength light quality and temperature influence growthand development of Achumenes HortScience Alexandriav 27 n 12 p 1269-1271 Dec 1992

VINAtilde G de la MUNtildeOZ B ALFARO F P Effect of culturemedia and irradiance level on growth and morphology ofPersea americana Mill microcuttings Plant Cell Tissueand Organ Culture Amsterdam v 65 n 3 p 229-237 2001

SOUZA G de F M V e et al88

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

CAPACIDADE DE REGENERACcedilAtildeO IN VITRO DE TOMATEIROCULTIVAR SANTA CLARA

IN VITRO REGENERATION CAPACITY OF TOMATOPLANT CULTIVAR SANTA CLARA

GLAUCIA DE FATIMA MOREIRA VIEIRA E SOUZA1 JOSEacute MAGNO QUEIROZ LUZ2 ALCIONE SILVA ARRUDA3DENISE GARCIA SANTANA2 MARIANA DE SOUZA E SILVA DA COSTA TEIXEIRA4

LUCIANA LONDE5 ADELAIDE SIQUEIRA SILVA6 ELISAcircNGELA RODRIGUES FIGUEIRA7

1Mestranda em Fitotecnia ndash UFU ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash gfmvsyahoocombr2Professor Dr Instituto de Ciecircncias Agraacuterias ndash UFUICIAG ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash jmagnoumuaramaufubr3Dra em Geneacutetica e Bioquiacutemica Professora contratada da UEG ndash Unidade Universitaacuteria de Ipameri ndash Rodovia GO 330 Km 24 ndash Anel Viaacuterio SN ndash 75780-000 ndash Ipameri GO ndash asarrudahotmailcom4Engenheira Agrocircnoma ndash UFU ndash Conab Sede - SGAS 901 Bloco ldquoArdquo Lote 69 - Asa Sul ndash 70390-010 ndash Brasiacutelia DF ndash marisouza81yahoocombr5Dra em Geneacutetica e Bioquiacutemica ndash IGBUFU ndash Av Paraacute 1720 ndash Campus Umuarama ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash llondebolcombr6Mestranda em AgronomiaFitotecnia ndash UFUICIAG ndash Bolsista FAPEMIG ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash adelaidebioyahoocombr7Mestre em AgronomiaFitotecnia ndash UFUICIAG ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash Elis_figueirayahoocombr

RESUMOA cultivar de tomateiro Santa Clara (Lycopersicon

esculentum Mill) foi avaliada quanto ao seu potencial deregeneraccedilatildeo in vitro a partir de trecircs tipos de explantes e trecircsmeios de cultura seguidos de trecircs repicagens Os explantes foramcotileacutedone decapitado cotileacutedone fendido e cotileacutedone aparadonas extremidades Os meios de cultura foram MI macro emicronutrientes do MS vitaminas B5 de Gamborg et al (1968)suplementado com 30 gL de sacarose e de 8 gL de aacutegar pH 58MII meio MI suplementado com 1 mgL de BAP e 30 gL deglicose MIII meio MI suplementado com 25 mgL de BAP e02 mgL de AIA Para as repicagens foi utilizado o meio MIsuplementado com 05 mgL 08 mgL e 10 mgL de BAP paraa primeira segunda e terceira repicagens respectivamente Noenraizamento foi usado o meio MI suplementado com 05 mgL de AIA e as placircntulas enraizadas foram transferidas parasubstrato comercial Plantimax esterilizado e aclimatadas emlaboratoacuterio A maior induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo tanto de calosquanto de brotos foi observada nos meacutetodos cotileacutedone fendidoe cotileacutedone aparado quando colocados no meio MIII no entantoa induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo foi mais raacutepida quando usado cotileacutedonedecapitado indicando um alto potencial de organogecircneseespontacircnea sendo que o meio MI foi o melhor Os resultadosobtidos com as diferentes concentraccedilotildees de BAP nos trecircs ciclosde repicagem natildeo diferiram entre si e 82 das plantas enraizadasaclimataram-se com sucesso

Termos para indexaccedilatildeo Lycopersicon esculentummelhoramento do tomateiro cultura de tecidos

ABSTRACTThe tomato plant cultivar lsquoSanta Clararsquo (Lycopersicon

esculentum Mill) was evaluated as for its in vitro potential ofregeneration using three types of explants and three culture media

following three pricking-outs The explants were as followsdecapitated cotyledon split cotyledon and rim-trimmedcotyledon The culture media were MI MS macro andmicronutrients vitamins B5 of Gamborg et al (1968)supplemented with 30gL sucrose and 8gL agar pH 58 MIImedium MI supplemented with 1 mgL BAP and 30 gL glucoseMIII medium MI supplemented with 25 mgL BAP and 02mgL IAA For the pricking-outs the media MI wassupplemented with 05 mgL 08 mgL and 10 mgL BAP forthe first second and third pricking out respectively As forrooting the MI medium was supplemented with 05 mgL IAAand the rooted seedlings were transplanted to the sterilizedcommercial substrate Plantimax and then acclimatized inlaboratory Higher callus induction and sprout regeneration wasobserved for the methods of split and rim-trimmed cotyledonplaced into medium MIII Nevertheless the induction forregeneration was much faster when the decapitated cotyledonmethod was used indicating a high potential of spontaneousorganogenesis in which the media MI was the best The resultsobtained with the different concentrations of BAP in the threecycles of pricking-out did not differ among themselves and 82of the rooted plants were acclimatized successfully

Index terms Lycopersicon esculentum tomato breeding tissueculture

INTRODUCcedilAtildeO

O tomate pertence ao gecircnero Lycopersicon e a

espeacutecie cultivada cosmopolita eacute botanicamente

denominada de Lycopersicon esculentum (FILGUEIRA

2000) As cultivares atualmente plantadas podem ser

(Recebido em 03 de outubro de 2003 e aprovado em 04 de setembro de 2006)

Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro 89

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

reunidas em cinco grupos Santa Cruz Salada Cereja

Italiano Agroindustrial No presente trabalho foi utilizada

a cultivar Santa Clara do grupo Santa Cruz pois ela continua

sendo a cultivar mais plantada no Brasil

A tomaticultura estaacute associada a seacuterios problemas

fitossanitaacuterios sobretudo viroses aleacutem do ataque de

fungos bacteacuterias e insetos praga Cria-se com isto a

necessidade de se pesquisar novas alternativas ou

obtenccedilatildeo de novos genoacutetipos com resistecircncia muacuteltipla a

doenccedilas e pragas entre essas os estudos sobre

regeneraccedilatildeo e transformaccedilatildeo geneacutetica (FAacuteRI et al 2000)

A engenharia geneacutetica abriu uma nova perspectiva

para o melhoramento geneacutetico do tomateiro a partir do

final da deacutecada de 80 (WIJBRANDI amp BOTH 1993)

visando aumentar a produtividade e melhorar a qualidade

por meio da obtenccedilatildeo de resistecircncia a estresses bioacuteticos e

abioacuteticos A cultura de tecidos destaca-se durante o

processo de realizaccedilatildeo das teacutecnicas de transformaccedilatildeo

geneacutetica pois eacute necessaacuterio induzir gemas vegetativas e

em seguida regenerar brotos alongados e plantas

completas a partir de ceacutelulas ou tecidos geneticamente

modificados

Para a otimizaccedilatildeo de protocolos para o tomateiro

alguns fatores que afetam a eficiecircncia de transformaccedilatildeo

tecircm sido examinados dentre eles o tamanho do explante e

o tipo de explante hipocoacutetilo ou cotileacutedone (FRARY amp

EARLE 1996)

No Brasil haacute poucos trabalhos na aacuterea de

regeneraccedilatildeo in vitro e de transformaccedilatildeo geneacutetica de

cultivares de tomateiro e pouco se conhece sobre a

capacidade de regeneraccedilatildeo das principais cultivares

brasileiras (FAacuteRI et al 2000) Alguns pesquisadores como

Faria amp Illg (1993) analisaram a regeneraccedilatildeo in vitro de

algumas espeacutecies e cultivares de tomateiro observando

uma baixa capacidade morfogecircnica das cultivares se

comparadas com a espeacutecie selvagem Lycopersicon

pimpinellifolium (L) P Miller

Com este trabalho objetivou-se teve como objetivo

avaliar o potencial de regeneraccedilatildeo in vitro da cultivar Santa

Clara do grupo Santa Cruz a partir de diferentes tipos de

explantes e meios de cultura criando e otimizando

protocolos para sua regeneraccedilatildeo in vitro

MATERIAL E MEacuteTODOS

No Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos Vegetais do

Instituto de Geneacutetica e Bioquiacutemica da Universidade Federal

de Uberlacircndia foi avaliada a capacidade de regeneraccedilatildeo

in vitro do tomateiro cultivar Santa Clara usando trecircs

tipos de explantes e trecircs meios de cultura seguido de trecircs

repicagens O experimento foi realizado em delineamento

em blocos casualizados em esquema fatorial (3x3) com trecircs

repeticcedilotildees As plantas regeneradas foram enraizadas e

aclimatadas em laboratoacuterio

Sementes comerciais da cultivar Santa Clara apoacutes

serem desinfestadas por um minuto em aacutelcool etiacutelico a 96

e em hipoclorito de soacutedio comercial a 20 (vv) com duas

gotas de detergente comercial durante 25 minutos foram

enxaguumladas 5 vezes em aacutegua bidestilada esterilizada e

inoculadas em meio MS 100 (MURASHIGE amp SKOOG

1962) solidificado com 7 g L-1 de aacutegarndashaacutegar por sem

reguladores de crescimento O meio foi distribuiacutedo em

frascos de vidro esteacutereis utilizados para cultura de tecidos

com 30 mL de meio MS As culturas foram mantidas em

sala de crescimento com temperatura de 25+2 ordmC

fotoperiacuteodo de 16 horas e luminosidade de 50 mmol m-2s-

1 As placircntulas obtidas aos 14 15 e 20 dias apoacutes a semeadura

foram usadas como fonte de explantes para os blocos 1 2

e 3 respectivamente Os explantes foram inoculados de

acordo com os meacutetodos descritos a seguir em placas de

Petri devidamente esterilizadas e autoclavadas contendo

30 mL de meio de cultura com 16 unidades por tipo de

explante por meio de cultura utilizado Cada 16 explantes

constituiu uma parcela do experimento sendo composta

por duas placas de Petri cada uma com 8 explantes

Os tipos de explantes foram os seguintes

A - que consistiu na decapitaccedilatildeo de placircntulas onde

essa decapitaccedilatildeo ocorreu diretamente abaixo do noacute do

cotileacutedone ficando o hipocoacutetilo com as radiacuteculas

SOUZA G de F M V e et al90

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

B - meacutetodo de cotileacutedones fendidos os cotileacutedones

foram fendidos ao longo da nervura central da extremidade

ateacute sua metade de acordo com o protocolo de Faacuteri et al

(2000)

C - cotileacutedones foram aparados e seguiu-se o

protocolo descrito por Redenbaugh et al (1992) Os

cotileacutedones aparados nas extremidades distal e proximal

(aacutepice e peciacuteolo) foram inoculados com a face abaxial em

contato com o meio

Foram realizadas trecircs repicagens para alongar os

brotos Cerca de 30 dias apoacutes a inoculaccedilatildeo dos explantes

foi realizada a primeira repicagem Os intervalos entre as

repicagens foram em torno de 5 semanas

Os tratamentos consistiram na inoculaccedilatildeo dos trecircs

tipos de explantes descritos nos trecircs meios de cultura

abaixo com trecircs repeticcedilotildees por tratamento

Meio MI macro e micronutrientes de Murashige amp

Skoog (1962) e vitaminas B5 de Gamborg et al (1968)

suplementado com 30 gL de sacarose e de 8 gL de aacutegar-

aacutegar pH 58 meio MII meio de cultura MI suplementado

com 1 mgL de zeatina e 30 gL de glicose conforme

McCormick (1991) meio MIII meio de cultura MI

suplementado com 25 mgL de BAP e 02 mgL de AIA

segundo Rhim et al (1995)

Para as repicagens foi utilizado o meio MI

suplementado com 05 mgL 08 mgL e 10 mgL de BAP

para a primeira segunda e terceira repicagens

respectivamente

Para enraizamento foi usado o meio MI

suplementado com 05 mgL de AIA As placircntulas

enraizadas foram transferidas para substrato comercial

Plantimax esterilizado e aclimatadas em laboratoacuterio

Os brotos com 2 cm de comprimento foram

transferidos para o meio de enraizamento citado e

permaneciam nesse meio durante 15 dias Apoacutes esse periacuteodo

os brotos eram transplantados para substrato comercial

Plantimax autoclavado irrigados com aacutegua uma a duas

vezes por dia ateacute a aclimataccedilatildeo A aclimataccedilatildeo ocorreu em

torno de 20 dias em condiccedilotildees de laboratoacuterio

Avaliou-se a induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo o

alongamento de brotos e o enraizamento e aclimataccedilatildeo

das plantas regeneradas

Os dados de contagem foram transformados para

50x As anaacutelises de normalidade e homogeneidade

foram realizadas pelo software Prophet Os dados obtidos

foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e as meacutedias

comparadas pelo teste de Tukey ao niacutevel de 5 de

probabilidade pelo software SANEST (ZONTA amp

MACHADO 1989)

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Para cotileacutedone decapitado ocorreu um iniacutecio de

formaccedilatildeo de calosidade por volta de 10 dias apoacutes inoculaccedilatildeo

e o surgimento de brotos ocorreu cerca de 12 dias depois da

inoculaccedilatildeo sem a formaccedilatildeo de calos propriamente ditos A

induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo foi mais raacutepida quando usado esse

tipo de explante indicando um alto potencial de

organogecircnese espontacircnea sendo que o meio MI foi o melhor

para a induccedilatildeo e nuacutemero total de brotos (Tabela 1)

No cotileacutedone fendido o iniacutecio de formaccedilatildeo de

calosidade aconteceu com aproximadamente 10 dias apoacutes

inoculaccedilatildeo Por volta de 18 dias depois da inoculaccedilatildeo

iniciou-se o surgimento de brotos e jaacute existiam calos

formados Para esse tipo de explante nos meios MI e MII

ocorreu apenas a formaccedilatildeo de calos enquanto no meio

MIII ocorreu a formaccedilatildeo de calos e calos com brotos sendo

alto o nuacutemero total de brotos (Tabela 1) Supotildee-se que a

maior superfiacutecie de corte tenha influecircncia significativa

sobre esse fenocircmeno onde a maior superfiacutecie de corte do

cotileacutedone resulta em maior capacidade de regeneraccedilatildeo

(FAacuteRI et al 1995b)

No cotileacutedone aparado com cerca de 10 dias apoacutes

inoculaccedilatildeo ocorreu o iniacutecio de formaccedilatildeo de calos e 20 dias

depois da inoculaccedilatildeo ocorreu o surgimento de brotos e jaacute

existiam calos formados Para esse tipo de explante nos

meios MI MII e MIII ocorreu a formaccedilatildeo de calos no

entanto apenas no meio MIII ocorreu a formaccedilatildeo de calos

com brotos (Tabela 1)

Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro 91

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

TABELA 1 ndash Frequumlecircncia de induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo in vitro da cultivar Santa Clara do grupo Santa Cruz UberlacircndiaUFU 2001

Dados seguidos de mesma letra nas colunas (abc) e nas linhas (AB) natildeo diferem entre si a 5 de probabilidade peloteste de TukeyA diferenccedila entre o nordm de explantes de um meacutetodo para outro eacute devida a parcelas (ou parte delas) perdidas

Nos trecircs ciclos de repicagens a capacidade de

alongamento dos brotos foi igual indicando que as

concentraccedilotildees de BAP natildeo diferiram estatisticamente entre

si dentro de cada tipo de explante Em relaccedilatildeo ao nuacutemero

de brotos alongados na primeira e terceira repicagens o

cotileacutedone decapitado apresentou maior nuacutemero jaacute na

segunda repicagem natildeo houve diferenccedila entre os tipos de

explantes (Tabela 2)

As plantas apoacutes serem enraizadas foram

transferidas para aclimataccedilatildeo obtendo-se 82 de plantas

aclimatadas Cerca de 20 dias apoacutes transplantio para o

substrato as plantas jaacute estavam aclimatadas

Apoacutes a terceira repicagem ainda existiam cerca de

334 brotos para serem novamente repicados e 51 brotos

prontos para serem enraizados perfazendo um total geral

de 549 brotos obtidos ateacute a fase estudada

Para o tipo de explante cotileacutedone decapitado foram

obtidos 181 brotos equivalentes a 174 brotos por explante

Para o explante cotileacutedone fendido o nuacutemero de brotos por

Tipos de Explantes Variaacuteveis Meios Cotileacutedone decapitado Cotileacutedone fendido Cotileacutedone aparado

I 396 aA 050 cB 142 bB II 000 bB 632 bA 672 aA Nordm de explantes

com calos III 000 bB 1599 aA 597 bB I 1095 aA 000 bB 000bB II 050 bA 000 bA 000 bA Nordm de explantes

com brotos III 130 bB 1217 aA 850 aA I 396 aA 050 cB 169 cB II 000 bB 632 bA 645 bA Nordm total de

calos III 000 bB 3630 aA 2655 aA I 1850 aA 000 bB 000 bB II 050 bA 000 bA 000 bA Nordm total de

brotos III 130 bB 2760 aA 2934 aA I 48 32 40 II 32 40 32 Nordm de

explantes III 24 40 48 Total de explantes 104 112 120

explante foi igual a 145 e para o cotileacutedone aparado foram

obtidos 170 brotos por explante Esses resultados foram

semelhantes aos obtidos por Faacuteri et al (2000) para as

cultivares IPA-5 e IPA-6 os quais concluiacuteram que a

utilizaccedilatildeo de cotileacutedones fendidos e cotileacutedones aparados

produziram uma regeneraccedilatildeo alta e onde a maior induccedilatildeo

foi conseguida utilizando-se um meio igual ao MIII utilizado

nesse experimento A induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo tambeacutem foi

mais raacutepida quando usado cotileacutedone decapitado indicando

um alto potencial de organogecircnese espontacircnea A cultivar

Santa Clara mostrou-se mais eficiente na formaccedilatildeo de

brotos alongados observados na primeira repicagem

enquanto as cultivares utilizadas por Faacuteri et al (2000) IPA-

5 e IPA-6 necessitaram de duas repicagens para o

alongamento dos brotos no entanto a cultivar IPA-5

mostrou-se mais eficiente na produccedilatildeo de brotos por

explante Faacuteri et al (2000) utilizaram zeatina durante os trecircs

ciclos de repicagem enquanto nesse experimento foi

utilizado BAP

SOUZA G de F M V e et al92

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

TABELA 2 ndash Capacidade de alongamento e enraizamento de brotos da cultivar Santa Clara durante os trecircs ciclos derepicagem Uberlacircndia UFU 2001

Dados seguidos de mesma letra nas colunas (ab) e nas linhas (AB) natildeo diferem entre si a 5 de probabilidade peloteste de TukeyTipos de explantes A - cotileacutedone decapitado B - cotileacutedone fendido C - cotileacutedone aparado

Os resultados aqui obtidos tambeacutem foram

semelhantes aos de Faacuteri et al (1995b) que trabalhando

com transformaccedilatildeo geneacutetica da berinjela (Solanum

melongena L) observaram que a maior superfiacutecie de corte

do cotileacutedone resultou em maior capacidade de

regeneraccedilatildeo Tambeacutem foram obtidos resultados

semelhantes aos de Nogueira et al (2001) que estudando

a regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro Santa Clara utilizando

como explantes cotileacutedones concluiacuteram que o meio com

uma combinaccedilatildeo adequada de auxina e citocinina (10 mg L-

1 de zeatina e 01 mg L-1 de AIA) promoveu uma maior

meacutedia de regeneraccedilatildeo e um maior nuacutemero meacutedio de brotaccedilotildees

por explante Costa et al (2000) trabalhando com as

cultivares IPA-5 e IPA-6 chegaram a uma conclusatildeo

semelhante onde meio suplementado com 10 mg L-1 de

zeatina + 01 mg L-1 de AIA e meio suplementado com 25

mg L-1 de BAP + 02 mg L-1 de AIA determinaram a maior

frequumlecircncia de regeneraccedilatildeo de explantes cotiledonares e

tambeacutem um maior nuacutemero de brotos alongados por explante

McCormick et al (1986) pesquisando a morfogecircnese

in vitro de L esculentum observaram que a presenccedila de 25

mg L-1 de BAP e 10 mg L-1 de AIA ou 10 mg L-1 de BAP e

02 mg L-1 de AIA produziu um maior nuacutemero de ramos por

explante a partir de explantes de cotileacutedones e hipocoacutetilos

Ohki et al (1978) utilizando segmentos de hipocoacutetilos de L

esculentum sugeriram que o efeito positivo da combinaccedilatildeo

de auxinas e citocininas na regeneraccedilatildeo in vitro pode ser

causado por uma maior capacidade das ceacutelulas dessa espeacutecie

em utilizar e adaptar-se agrave combinaccedilatildeo de auxinas e citocininas

de que somente citocininas Para os mesmos autores a

variabilidade observada nas respostas morfogecircnicas in vitro

para diferentes citocininas pode ser causada pela variaccedilatildeo

na razatildeo de degradaccedilatildeo dessas substacircncias nos tecidos

vegetais ou no meio de cultivo Segundo Caldas et al (1999)

uma alta relaccedilatildeo citocininaauxina normalmente leva a maior

induccedilatildeo de parte aeacuterea (brotos) em explantes in vitro

principalmente quando a citocinina usada eacute o BAP que induz

a formaccedilatildeo de grande nuacutemero de brotos e alta taxa de

multiplicaccedilatildeo em muitos sistemas de micropropagaccedilatildeo

Tanto no presente trabalho quanto nos trabalhos acima

citados foram utilizados meios com pelo menos uma

combinaccedilatildeo com alta relaccedilatildeo citocininaauxina e meios

contendo apenas citocinina

CONCLUSOtildeES

A maior induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo tanto de calos

quanto de brotos foi observada nos meacutetodos cotileacutedone

fendido e cotileacutedone aparado quando colocados no meio

com BAP (25 mgL) e AIA (02 mgL) (MIII) Um ciclo de

repicagem foi suficiente para obtenccedilatildeo de brotos

alongados A maior regeneraccedilatildeo de brotos alongados

ocorreu com o meacutetodo cotileacutedone decapitado

Meios M1 + 05 mgL BAP M1 + 08 mgL BAP M1 + 10 mgL BAP

Repicagem 1 Repicagem 2 Repicagem 3

M1+ 05 mgl AIA

Tipos de Explante

s

Nordm total de brotos

Nordm de brotos

alongados

Nordm total de brotos

Nordm de brotos

alongados

Nordm total de brotos

Nordm de brotos

alongados

Nordm total de placircntulas

enraizadas

Nordm total de

plantas aclimatadas

Nordm total geral de brotos

A 3117 bA 899 aA 3684 bA

866 aA 3174 bA

81 aA 80 67 181 B 536 aA 466 bA 6244 aA 633 aA 5158 aA 450 bA 41 33 163 C 3527 bA 400 bA 4368 bA

566 aA 3928 bA

312 bA 43 35 205

Total 164 135 549

Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro 93

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

AGRADECIMENTOS

Ao Instituto de Geneacutetica e Bioquiacutemica e ao Instituto

de Ciecircncias Agraacuterias da Universidade Federal de

Uberlacircndia pelo financiamento deste projeto e a todos

que auxiliaram direta eou indiretamente

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CALDAS L S HARIDASAN P FERREIRA M E Meiosnutritivos In TORRES A C CALDAS L S BUSO JA Cultura de tecidos e transformaccedilatildeo geneacutetica de plantasBrasiacutelia Embrapa 1999 v 1 509 p

COSTA M NOGUEIRA F T S OTONI W CBROMMONSCHENKEL S H Regeneraccedilatildeo in vitrode cultivares de tomateiro (Lycopersicon esculentumMill ) industr ial lsquoIPA-5rsquoe lsquoIPA-6rsquo Ciecircncia eAgrotecnologia Lavras v 24 n 3 p 671-678 julset2000

FAacuteRI M NAGY I CSAacuteNY M MITYKOacute JANDRAacuteSFALVY A Agrobacterium mediated genetictransformation and plant regeneration viaorganogenesis and somatic embryogenesis from cotyledonleaves in eggplant (Solanum melogena cv Kecskemeacutetilila) Plant Cell Reports Berlin v 15 n 12 p 82-86 Dec1995b

FAacuteRI M RESENDE G M MELO N F Avaliaccedilatildeo dacapacidade de regeneraccedilatildeo in vitro em tomateiro industrialPesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 35 n 8 p1523-1529 ago 2000

FARIA R T ILLG R D Introgressatildeo da capacidade deregeneraccedilatildeo de plantas in vitro no tomateiro (Lycopersiconesculentum) In ENCONTRO BRASILEIRO DEBIOTECNOLOGIA VEGETAL REDBIO Brasiacutelia 1993 v1 p 102

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericulturaagrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeode hortaliccedilas Viccedilosa Editora UFV 2000 402 p

FRARY A EARLE E D An examination of factorsaffecting the efficiency of Agrobacterium-mediatedtransformation of tomato Plant Cell Reports Berlin v 16n 34 235-240 Dec 1996

GAMBORG O L MILLER R A OJIMA K Nutrientrequirementsof suspension cultures of soybean root cellsExperimental Cell Research San Diego v50 n1 p151-158 1968

McCORMICK S NIEDERMEYER J F BARNASON AHORSCH R FRALEY R Leaf disc transformation of cultivatedtomato (L esculentum) using Agrobacterium tumefaciensPlant Cell Reports New York v 5 n 2 p 81-84 1986

McCORMICK S Plant tissue culture manualtransformation of tomato with Agrobacterium tumefaciensNew York Kluwer 1991 p1-9

MURASHIGE T SKOOG F A Revised medium for rapidgrowth and bioessays with tobacco tissue culture PhysiologiaPlantarum Copenhagen v15 n5 p473-497 1962

NOGUEIRA F T S COSTA M G C FIGUEIRA M LOTONI W C FINGER F L Regeneraccedilatildeo in vitro deplantas de tomateiro lsquoSanta Clararsquo e seu mutante naturallsquoFirmersquo Ciecircncia e Agrotecnologia Lavras v 25 n 1 p 63-71 janfev 2001

OHKI S BIGOT C MOUSSEAU J Analysis of shoot-forming capacity in vitro in two lines of tomato(Lycopersicon esculentum Mill) and their hybrids PlantCell Physiology Tokyo v 19 n 1 p 27-42 1978

REDENBAUGH K HIATT W MARTINEAU BKRAMER M SHEEHY R SANDERS R HOUCK CEMLAY D Safety assessment of genetically engineeredfruits and vegetables a case study of the Flavr SavrTMtomato London CRC 1992 267 p

RHIM S L CHO H J KIM B D SCHNETTER WGEIDER K Development of insect resistance in tomatoplant expressing the delta-endotoxin gene of Bacillusthuringiensis subsp tenebrionis Molecular BreedingDordrecht v 1 n 2 p 229-236 1995

WIJBRANDI J BOTH M T J de Temperate vegetablecrops Scientia Horticulturae Amsterdam v 55 n 1 p37-63 1993

ZONTA E P MACHADO A A SANEST - sistema deanaacutelise estatiacutestica Campinas Instituto Agronocircmico deCampinas 1989 Software

SILVA A S et al94

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

INDUCcedilAtildeO DE CALOS A PARTIR DE CULTURA DE ANTERAS DECAFEEIRO (Coffea arabica L) CV CATUAIacute VERMELHO 99 E 44

CALLUS INDUCTION FROM ANTHER CULTURE OF COFFEE PLANT (Coffea arabica L) CV CATUAIacute VERMELHO 99 AND 44

ADELAIDE SIQUEIRA SILVA1 JOSEacute MAGNO QUEIROZ LUZ2 DENISE GARCIA SANTANA2 PATRIacuteCIA CRYSTIE VIEIRA MUSTAFA3 MOACIR PASQUAL4 GLAUCIA DE FATIMA MOREIRA VIEIRA E SOUZA2

1Mestranda do Curso de Agronomia ndash Universidade Federal de UberlacircndiaUFU ndash Av Engenheiro Diniz 1178 ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash adelaidebioyahoocombr2Professor Dr ndash Universidade Federal de UberlacircndiaUFU ndash Instituto de Ciecircncias Agraacuterias ndash Curso de Agronomia ndash AV Paraacute Bloco 2E SALA 14campus Umuarana ndash Caixa-Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG3Bioacuteloga Universidade Federal de UberlacircndiaUFU ndash Centro de Ciecircncias Biomeacutedicas ndash Departamento de Agronomia ndash Rua Amazonas snordm - Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos sala 2E-14 ndash Umuarama ndash 38400920 ndash Uberlandia MG ndash patriciacrystiezipmailcombr

4Doutor Departamento de Adgricultura DAG ndash Universidade Federal de Lavras UFLA ndash Campus universitaacuterio ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash mpasqualuflabr

RESUMONo Brasil o cafeacute ainda apresenta poucos progressos com

relaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo da cultura de tecidos vegetais tornando-se degrande importacircncia o conhecimento sobre a atuaccedilatildeo dosreguladores de crescimento Com este trabalho avaliou-se ocomportamento de duas cultivares de Coffea arabica L CatuaiacuteVermelho LCH-2077-2-5-99 e LCH-2077-2-5-44 denominadasrespectivamente de Catuaiacute Vermelho 99 e Catuaiacute Vermelho 44quanto agrave ausecircncia e presenccedila de luz e quantificou-se a interaccedilatildeoentre os reguladores de crescimento 24-D e BAP O experimentofoi realizado no Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos Vegetais daUniversidade Federal de Uberlacircndia As anteras das cultivaresCatuaiacute Vermelho 99 e 44 foram inoculadas em meio basal MSsuplementado com quatro concentraccedilotildees de 24-D (905 181271 e 362 mM) e duas concentraccedilotildees de BAP (0 e 89 mM) napresenccedila de luz e ausecircncia de luz As avaliaccedilotildees para a oxidaccedilatildeointumescimento e calosidade foram realizadas aos 30 dias apoacutes ainoculaccedilatildeo no meio de cultura e o diacircmetro dos calos aos 45 diasApoacutes 30 dias de cultivo os calos obtidos foram classificados emfriaacuteveis esverdeados esbranquiccedilados e cinza Os resultadosmostraram que para ocorrer intumescimento das anterasformaccedilatildeo e aumento do tamanho dos calos de ambas cultivares eacutenecessaacuterio que haja interaccedilatildeo entre a auxina (24-D) e a citocinina(BAP) Dentre os tipos de calos os de coloraccedilatildeo cinza foram osque apresentaram maior frequumlecircncia para as duas cultivares

Termos para indexaccedilatildeo Melhoramento calos reguladores decrescimento cafeeiro

ABSTRACTIn Brazil coffee still presents little progress regarding

the application of plant tissue culture which turns important theunderstanding of the action of growth regulators This workevaluated the in vitro performance of two Coffea arabica Lcultivars Catuaiacute Vermelho LCH-2077-2-5-99 and LCH-2077-2-5-44 known as Catuaiacute Vermelho 99 and Catuaiacute Vermelho 44respectively in the presence and absence of light and theinteraction of 24-D and BAP The experiment was carried out at

the Plant Tissue Culture Laboratory of the Universidade Federalde Uberlacircndia Anthers from both cultivars were inoculated inMS basal medium supplemented with four concentrations of24-D (905 181 271 and 362 mM) and two concentrations ofBAP (0 or 89 mM) in the presence and absence of lightOxidation intumescences and callus formation evaluations wereobtained 30 days after inoculation and callus diameter measuredat 45 days of inoculation The observed callus was classified asfriable greenish whitish or gray The results showed that antherintumescences callus formation and growth of both cultivarsdemand the interaction between the auxin (24-D) and thecytokinin (BAP) Callus presenting gray color were the mostfrequent for both cultivars

Index terms Plant breeding callus growth regulators coffee plant

INTRODUCcedilAtildeO

O cafeeiro pertence agrave famiacutelia Rubiaceae na qual o

gecircnero Coffea abrange cerca de 60 espeacutecies sendo as mais

comuns no mercado Coffea araacutebica L e Coffea canephora

Pierre ex Froehn Os programas de melhoramento do cafeacute

demandam aproximadamente 25 anos desde a hibridaccedilatildeo

ateacute a obtenccedilatildeo de uma nova cultivar (PASQUAL et al

2002) A cultura de anteras eacute considerada uma ferramenta

importante pois possibilita a obtenccedilatildeo de linhas

homozigoacuteticas em uma uacutenica etapa (ANDRADE 1998)

acelerando drasticamente o processo de obtenccedilatildeo de novas

cultivares Sendo assim a teacutecnica de cultura de anteras

vem auxiliar no melhoramento da cultura pois permite a

obtenccedilatildeo de haploacuteides em geraccedilotildees segregantes o que

leva agrave raacutepida produccedilatildeo de plantas homozigotas por meio

(Recebido em 14 de outubro de 2003 e aprovado em 29 de outubro de 2006)

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 95

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

da duplicaccedilatildeo do nuacutemero de cromossomos numa uacutenica

etapa substituindo as geraccedilotildees de auto fecundaccedilatildeo

Acrescenta-se a isso o fato de os haploacuteides serem livres

dos problemas de dominacircncia e recessividade por possuir

apenas um alelo em cada loco gecircnico

No Brasil Coffea arabica ainda apresenta poucos

progressos com relaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo da cultura de anteras

Daiacute a importacircncia de se produzir mais conhecimentos sobre

a atuaccedilatildeo dos reguladores de crescimento na expressatildeo

androgeneacutetica de Coffea arabica identificaccedilatildeo de

genoacutetipos androgecircnicos bem como a determinaccedilatildeo de

condiccedilotildees fiacutesicas mais adequadas agrave incubaccedilatildeo de anteras

nessa espeacutecie

Nos programas de melhoramento as teacutecnicas

convencionais tecircm apresentado resultados promissores

na cultura do cafeacute no que se refere ao aumento de

produtividade e obtenccedilatildeo de novas cultivares Um fator

importante para o sucesso da cultura de anteras eacute conhecer

o estaacutedio ideal de desenvolvimento dos microacutesporos com

o intuito de se obter uma melhor resposta androgeneacutetica

utilizando microacutesporos receacutem-liberados da teacutetrade meioacutetica

ateacute no maacuteximo o estaacutedio binucleado A fase uninucleada

responde positivamente ao processo embriogecircnico porque

nesta fase os microacutesporos apresentam uma parede celular

delgada o que a torna mais receptiva aos fatores externos

Em estaacutedios mais avanccedilados da microsporogecircnese ocorre

um engrossamento da parede celular sendo esta uma

caracteriacutestica do gratildeo de poacutelen maduro do cafeacute

prejudicando o processo de regeneraccedilatildeo (ASCANIO amp

ARCIA 1994) Os autores Grando amp Moraes Fernandes

(1993) sugerem que o potencial embriogecircnico do gratildeo de

poacutelen pode ser determinado tanto no periacuteodo da meiose

quanto no periacuteodo da preacute-mitose do microacutesporo pois

nestes dois momentos o microacutesporo ainda teria

metabolicamente caracteriacutesticas esporofiacuteticas o que

permite a diferenciaccedilatildeo do gratildeo de poacutelen em embriatildeo e

posterior formaccedilatildeo de uma planta

Segundo Mantell et al (1994) satildeo possiacuteveis vaacuterios

tipos de desenvolvimento do microacutesporo in vitro sendo

que tanto o nuacutecleo generativo quanto o vegetativo pode

se dividir continuamente originando um embrioacuteide

haploacuteide ou ainda a primeira mitose produziria dois nuacutecleos

semelhantes e estes se dividiriam repetidamente resultando

na formaccedilatildeo de embrioacuteides haploacuteides

A composiccedilatildeo do meio de cultura tambeacutem eacute de

grande importacircncia para o sucesso da cultura de anteras

natildeo existindo contudo uma recomendaccedilatildeo generalizada

Na maioria das espeacutecies a androgecircnese se verifica em meios

que conteacutem sais minerais sacarose vitaminas reguladores

de crescimento e aacutegar (MORAES FERNANDES 1990) A

consistecircncia do meio normalmente eacute semi-soacutelida mas os

meios liacutequidos estatildeo sendo cada vez mais usados pois

tecircm vantagens no aumento do rendimento pela maior

obtenccedilatildeo de embriotildees e calos (PIERIK 1987) O

presente trabalho teve como objetivo aplicar a teacutecnica da

cultura de anteras em diferentes cultivares de Coffea

arabica verificando os vaacuterios fatores que influenciam a

induccedilatildeo de calos

MATERIAL E MEacuteTODOS

Experimentos de Induccedilatildeo e Regeneraccedilatildeo de Calos

Esta etapa constituiu-se de dois experimentos cada

um com uma cultivar tendo sido conduzidos no laboratoacuterio

de Cultura de Tecidos Vegetais da Universidade Federal

de Uberlacircndia em Uberlacircndia - Minas Gerais no periacuteodo

de setembro de 2002 a janeiro de 2003

Foram utilizados bototildees florais de duas cultivares

de Coffea araacutebica Catuaiacute Vermelho LCH-2077-2-5-99 e

LCH-2077-2-5-44 denominadas respectivamente de Catuaiacute

Vermelho 99 e Catuaiacute Vermelho 44 plantadas na aacuterea

experimental do Campus Umuarama dessa Universidade

Os bototildees florais foram coletados no periacuteodo de 8 agraves 9

horas da manhatilde e armazenados em placas de Petri contendo

papel de filtro umedecido em aacutegua destilada e colocados

dentro de uma caixa de isopor para evitar a desidrataccedilatildeo

ateacute serem conduzidos ao laboratoacuterio

No laboratoacuterio o comprimento dos bototildees foi

medido com o auxiacutelio de um paquiacutemetro e utilizaram-se

SILVA A S et al96

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

bototildees florais entre 45 a 60 mm de comprimento em todos

os experimentos Os bototildees foram envoltos em gaze

previamente autoclavada e desinfestados em uma soluccedilatildeo

de aacutelcool 70 por alguns segundos e por 10 minutos em

soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio a 02 sob agitaccedilatildeo Em

seguida na cacircmara de fluxo laminar foram lavados 3 vezes

em aacutegua destilada e autoclavada Apoacutes este processo as

anteras foram retiradas dos bototildees com o auxiacutelio de uma

lupa uma pinccedila fina e bisturi nordm 10 sendo os uacuteltimos

flambados para cada botatildeo tomando-se o cuidado para

natildeo ferir as anteras Logo apoacutes as anteras foram imersas

por 1 segundo em soluccedilatildeo de aacutecido ascoacuterbico na

concentraccedilatildeo de 600 mgL-1 hipoclorito de soacutedio 02 e

aacutegua destilada e autoclavada respectivamente

Apoacutes este processo as anteras foram inoculadas

em tubo de ensaio contendo 20 mL do meio MS

(MURASHIGE amp SKOOG 1962) suplementado com aacutecido

24-diclorofenoxiaceacutetico (24-D) e 6- benzilaminopurina

(BAP) em diferentes concentraccedilotildees com pH ajustado para

58 Este meio foi esterilizado em autoclave vertical agrave

temperatura de 121deg C sob pressatildeo de 1 atm por 20 minutos

O delineamento experimental utilizado foi o de

blocos casualizados com 10 repeticcedilotildees em esquema fatorial

4 x 2 x 2 sendo que os fatores foram compostos de quatro

concentraccedilotildees de 24-D (905 181 271 362 mM) duas

concentraccedilotildees de BAP (0 e 89 mM) perfazendo oito

tratamentos incubados na ausecircncia ou presenccedila de luz

em sala de crescimento com temperatura de 25 plusmn 2degC e 16

horas de fotoperiacuteodo Nos dois experimentos cada

tratamento teve 10 repeticcedilotildees sendo um tubo com 10

anteras considerado uma repeticcedilatildeo

Aos 30 dias apoacutes a inoculaccedilatildeo das anteras foram

avaliadas as porcentagens de oxidaccedilatildeo de intumescimento

e de formaccedilatildeo de calos (calosidade) e aos 45 dias foi medido

o diacircmetro dos calos

Os calos obtidos das duas cultivares apoacutes 45 dias

de inoculaccedilatildeo das anteras foram transferidos para o meio

MS suplementado com 30 gL-1 de sacarose 6gL-1 de agar e

de 24-DBAP nas seguintes concentraccedilotildees de 1810 181

2 2710 e 3620 mM com pH ajustado para 58 associando

a ausecircncia e presenccedila de luz

Apoacutes a permanecircncia destes calos no meio de cultura

por 30 dias aqueles provenientes da cultivar Catuaiacute

Vermelho 99 incubados na presenccedila de luz foram

transferidos para o meio de cultura contendo 271 mM de

24-D enquanto que aqueles incubados na ausecircncia de

luz foram transferidos para meio contendo 362 mM de 24-

D Jaacute os calos da cultivar Catuaiacute Vermelho 44 incubados

na presenccedila de luz foram transferidos para meio contendo

181 mM de 24-D e 89 mM de BAP e os incubados na

ausecircncia de luz transferidos para o meio contendo 181

mM de 24-D

Apoacutes 30 dias neste tratamento foram avaliadas as

caracteriacutesticas referentes ao tipo de calo (friaacuteveis

esverdeados esbranquiccedilados e cinza)

Os dados obtidos foram testados quanto agrave

normalidade e agrave homogeneidade necessitando de

transformaccedilatildeo em arco seno para os dados em

porcentagem e raiz quadrada de (x + 05) para os dados

referentes ao diacircmetro dos calos

RESULTADOS

Interaccedilatildeo entre os Reguladores de Crescimento e oFotoperiacuteodo

Para a cultivar Catuaiacute 99 em todas as concentraccedilotildees

de 24-D e independentemente da concentraccedilatildeo de BAP a

oxidaccedilatildeo foi menor na ausecircncia de luz diferindo

estatisticamente da fase em que se tinha presenccedila de luz

No entanto nos calos cultivados nas concentraccedilotildees de

905 e 271 mM de 24-D e 89 mM de BAP na ausecircncia de

luz foi observado um aumento significativo na oxidaccedilatildeo

das anteras o mesmo acontecendo na concentraccedilatildeo de

271 mM de 24-D na presenccedila de luz No entanto resultado

inverso foi observado para a concentraccedilatildeo de 362 mM de

24-D (Tabela 1)

Os resultados do percentual de intumescimento

variaram bastante em funccedilatildeo da luminosidade e

reguladores de crescimento (Tabela 1) Na presenccedila do

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 97

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

BAP e concentraccedilatildeo 89 mM de 24-D tanto na presenccedila

ou ausecircncia de luz o intumescimento dos calos natildeo diferiu

significativamente Jaacute na concentraccedilatildeo de 181 mM de 24-

D na presenccedila de luz se mostrou melhor promovendo um

aumento significativo do intumescimento das anteras

Quanto agraves concentraccedilotildees de 271 e 362 mM de 24-D

cultivados na presenccedila de luz se mostrou melhor ao

intumescimento quando comparado agravequeles cultivados na

ausecircncia de luz (Figura 1)

A presenccedila de calos aumentou significativamente

com a incubaccedilatildeo das anteras na ausecircncia de luz e na

TABELA 1 ndash Meacutedias do nuacutemero de anteras oxidadas intumescidas e com calos e diacircmetro dos calos (mm) em funccedilatildeode diferentes concentraccedilotildees de 24-D e ausecircncia ou presenccedila de BAP em duas condiccedilotildees de luminosidade (presenccedilaou ausecircncia de luz) para anteras do genoacutetipo cv 99

Luminosidade1

Oxidaccedilatildeo () Intumescimento ()

Calosidade () Diacircmetro (mm) 24-D M

BAP M luz Escuro Luz Escuro luz Escuro luz Escuro 0 980 b A 395 a A 000b B 434 a A 000 b A 740 a A 000 b A 309 a A 905

89 999 b A 823 a B 398 a A 327 a B 007 b A 615 a A 000 b A 300 a A 0 999 b A 524 a A 000 b B 447 a A 007 b A 750 a A 000 b B 368 a A

181 89 935 b A 511 a A 614 a A 407 b A 030 b A 720 a A 300 b A 387 a A

0 745 b A 000 a A 534 a A 000 b B 530 a A 000 b B 318 a B 000 b B 271

89 914 b B 590 a B 625 a A 634 a A 708 a A 809 a A 377 a A 298 b A 0 999 b B 440 a A 607 a A 492 b A 097 b B 815 a A 300 a B 277 a A

362 89 813 b A 426 a A 493 a B 527 a A 378 b A 758 a A 398 a A 298 b A

1Meacutedias seguidas por letras diferentes minuacutesculas na linha e maiuacutesculas na coluna dentro de cada concentraccedilatildeo de 2-4-D diferem entre si pelo teste de Tuckey a significacircncia de 5

concentraccedilatildeo de 271 mM de 24-D nas demais

concentraccedilotildees de 24-D independente da concentraccedilatildeo

do BAP a incubaccedilatildeo na ausecircncia de luz apresentou

meacutedias de calosidade significativamente maiores (Figura

2) A presenccedila do BAP promoveu aumento significativo

na calosidade das anteras na concentraccedilatildeo 271 mM de

24-D na ausecircncia de luz e na concentraccedilatildeo de 362 mM

de 24-D na presenccedila de luz Nas demais concentraccedilotildees

natildeo houve diferenccedila significativa entre presenccedila ou

ausecircncia de BAP tanto na ausecircncia ou presenccedila de luz

(Tabela 1)

FIGURA 1 ndash Anteras da cv Catuaiacute Vermelho 99 naconcentraccedilatildeo de 181 M de 24-D na presenccedila de luz

FIGURA 2 ndash Calos de anteras incubadas na ausecircncia deluz e na concentraccedilatildeo de 271 M de 24-D

SILVA A S et al98

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

Quanto ao diacircmetro nas concentraccedilotildees 905 e 181 M

de 24-D a ausecircncia de luz promoveu aumento significativo

no diacircmetro dos calos diferindo-se estatisticamente do

tratamento na presenccedila de luz Somente para a concentraccedilatildeo

de 271 mM de 24-D na ausecircncia do BAP natildeo houve diferenccedila

significativa para a caracteriacutestica independentemente do

fotoperiacuteodo Nas demais concentraccedilotildees de 24-D o tratamento

na presenccedila de luz promoveu um aumento significativo no

diacircmetro dos calos No tratamento em que houve a associaccedilatildeo

da presenccedila de luz e de BAP natildeo diferiu estatisticamente do

tratamento em que houve a ausecircncia de BAP quando a

concentraccedilatildeo de 24-D foi de 905 mM nos demais

proporcionou aumento significativo no diacircmetro dos calos

Para o tratamento na ausecircncia de luz apenas na concentraccedilatildeo

de 271 mM de 24-D a ausecircncia de BAP promoveu diminuiccedilatildeo

significativa no diacircmetro de calos Nas demais concentraccedilotildees

natildeo houve diferenccedila significativa entre presenccedila ou ausecircncia

de BAP (Tabela 1)

Para as variaacuteveis intumescimento e calosidade da

cultivar cv 44 a interaccedilatildeo entre 24-D e BAP natildeo diferiram

estatisticamente quanto presenccedila e ausecircncia de luz nas

concentraccedilotildees 905 e 362 mM de 24-D e que tambeacutem natildeo

difere para o diacircmetro na concentraccedilatildeo de 181 mM de 24-

D Jaacute na concentraccedilatildeo 271 mM de 24-D haacute uma semelhanccedila

quanto ao intumescimento calosidade e diacircmetro que

diferem das demais concentraccedilotildees natildeo apresentando

portanto uma boa interaccedilatildeo

A melhor interaccedilatildeo para intumescimento calosidade

e diacircmetro encontra-se respectivamente na concentraccedilatildeo

905 mM de 24-D na presenccedila de luz na concentraccedilatildeo 181

mM de 24-D na ausecircncia de luz e na concentraccedilatildeo 905

mM de 24-D na ausecircncia de luz Jaacute as piores interaccedilotildees

estatildeo na concentraccedilatildeo 271 mM de 24-D na luz tanto para

o intumescimento quanto para o diacircmetro analisados na

Tabela 2

De acordo com a Tabela 2 observou-se que os

melhores resultados ou seja as interaccedilotildees independem

da presenccedila ou ausecircncia de BAP Na Tabela 3 notou-se

uma maior oxidaccedilatildeo das anteras quando incubadas no claro

estas apresentaram uma maior oxidaccedilatildeo em relaccedilatildeo as que

foram incubadas no escuro tornando-se mais tarde calos

previamente oxidados

TABELA 2 ndash Meacutedias do nuacutemero de anteras intumescidas e com calos diacircmetro dos calos (mm) em funccedilatildeo de diferentesconcentraccedilotildees de 24-D e ausecircncia ou presenccedila de BAP em duas condiccedilotildees de luminosidade (luz e escuro) para anterasdo genoacutetipo cv 44

Luminosidade1

Intumescimento () Calosidade () Diacircmetro (mm) 24-D ( M)

BAP ( M) Luz Escuro Luz Escuro Luz Escuro

0 907 a A 775 a A 779 bA 948 aA 609 bA 800 aA 905 89 843 a A 875 a A 889 aA 946 aA 607 aA 420 bB 0 887 a A 852 a A 939 aA 990 aA 490 aA 466 aA

181 89 906 a A 786 a A 917 aA 959 aA 420 aA 493 aA 0 600 b A 772 a A 694 bA 895 aA 000 bA 373 aA

271 89 022 b B 827 a A 294 bB 837 aA 000 bA 376 aA 0 828 a A 737 a A 928 aA 939 aA 414 bA 595 aA

362 89 866 a A 725 a A 949 aA 866 aA 329 aA 376 aA

1Meacutedias seguidas por letras diferente minuacutesculas na linha e maiuacutesculas na coluna dentro de cada concentraccedilatildeo de 2-4-D diferem entre si pelo teste de Tukey a significacircncia de 5

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 99

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

TABELA 3 ndash Meacutedias de oxidaccedilatildeo das anteras entre asdiferentes concentraccedilotildees de 24-D em duas condiccedilotildeesde luminosidade (luz e escuro) para anteras da cultivarCatuaiacute Vermelho 44

Concentraccedilotildees

24-D ( M ) OXIDACcedilAtildeO ()

Claro Escuro 905 749 a 269 b 181 420 a 270 b 271 999 a 221 b 362 308 a 334 a

1Meacutedias seguidas por letras diferentes minuacutesculas na linhadentro de cada concentraccedilatildeo de 2-4-D diferem entre sipelo teste de Tukey a significacircncia de 5

TABELA 4 ndash Tipos de calos obtidos apoacutes 30 dias em meioMS com 362 M de 24-D na ausecircncia de luz da cultivarCatuaiacute Vermelho 99

Tipos de Calos

Nuacutemero de Calos

Nuacutemero de Calos com diacircmetro acima

de 05 mm Friaacuteveis 03 Esverdeados 13 06 Esbranquiaccedilados

03 Cinza 26

Dados de contagem natildeo transformados O recultivo emmeio MS com 362 M de 24-D na presenccedila de luz teve100 de contaminaccedilatildeo apoacutes sua inoculaccedilatildeo

TABELA 5 ndashTipos de calos obtidos apoacutes 30 dias em meioMS com 181 M de 24D e 89 M de BAP na presenccedilade luz da cultivar Catuaiacute Vermelho 44

TABELA 6 ndash Tipos de calos obtidos apoacutes 30 dias em meioMS com 181 M de 24D na ausecircncia de luz da cultivarCatuaiacute Vermelho 44

Tipos de Calos Nuacutemero de Calos

Nuacutemero de Calos com diacircmetro

acima de 05 mm Friaacuteveis 58 Esverdeados 23 214 Esbranquiaccedilados 94 Cinza 203

Tipos de Calos

Nuacutemero de Calos

Nuacutemero de Calos com diacircmetro

acima de 05 mm Friaacuteveis 25 Esverdeados 11 69 Esbranquiaccedilados 19 Cinza 350

Dados de contagem natildeo transformados Dados de contagem natildeo transformados

Nesta etapa a maioria dos calos encontrados para

as trecircs cultivares apresentaram coloraccedilatildeo cinza (Tabelas 4

5 e 6) A perda gradativa da coloraccedilatildeo natural dos calos

passando de verdes para a cor marrom a diminuiccedilatildeo do

ritmo de crescimento dos mesmos a estagnaccedilatildeo do

processo de formaccedilatildeo de embrioacuteides seguido do

surgimento de aacutereas necrosadas na superfiacutecie satildeo sinais

que caracterizam a senescecircncia da cultura (SILVA 2002)

DISCUSSAtildeO

A resposta das anteras da cultivar Catuaiacute Vermelho 99

com relaccedilatildeo agrave oxidaccedilatildeo indica que a mesma estaacute associada agrave

combinaccedilatildeo entre auxina e citocinina promovendo os menores

iacutendices de oxidaccedilatildeo Agrave medida que se aumentou a

concentraccedilatildeo de 24-D na presenccedila de BAP houve um

aumento gradativo da oxidaccedilatildeo ateacute atingir um ponto maacuteximo

em torno de 80 na dosagem de 271 mM de 24-D Jaacute na

ausecircncia de BAP a oxidaccedilatildeo foi bem maior quando comparada

agrave porcentagem de oxidaccedilatildeo na concentraccedilatildeo de 905 mM de

24-D De acordo com Wang amp Huang (1976) o cultivo in

vitro por um periacuteodo longo induz a formaccedilatildeo de compostos

fenoacutelicos no meio que podem causar necrose e posteriormente

morte dos calos Maciel (2001) e Paluacute (2002) citam que pelos

resultados obtidos para a induccedilatildeo de calogecircnese em anteras

de cafeeiro observa-se que eacute necessaacuteria uma auxina

juntamente com uma citocinina Dentre as auxinas sinteacuteticas

o 24-D eacute sem duacutevida o mais adequado agrave induccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do calo (GAMBORG et al 1976)

Para Thomas amp Ravindra (1997) o maior problema

na iniciaccedilatildeo de culturas lenhosas eacute a ocorrecircncia de

compostos fenoacutelicos que estatildeo ligados com processos de

regulaccedilatildeo de crescimento especialmente com as auxinas

que dependendo da sua concentraccedilatildeo endoacutegena no tecido

resulta na induccedilatildeo desses compostos

SILVA A S et al100

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

O fotoperiacuteodo que estas anteras foram submetidas

influenciou tambeacutem na porcentagem de oxidaccedilatildeo sendo

que no escuro e na presenccedila de 24-D (89 mM) a oxidaccedilatildeo

foi miacutenima Agrave medida que foi aumentando a concentraccedilatildeo

da auxina foi aumentando tambeacutem a oxidaccedilatildeo poreacutem este

aumento foi bem menor quando comparado ao cultivo das

anteras na presenccedila de luz

A oxidaccedilatildeo fenoacutelica tem sido controlada em

diferentes espeacutecies lenhosas pela reduccedilatildeo da intensidade

luminosa (MARKS amp SIMPSON 1990) associada com a

substituiccedilatildeo frequumlente do meio de cultura e dessa forma

as chances de se obter sucesso no estabelecimento e

cultivo de explantes de espeacutecies lenhosas satildeo bastante

elevadas (TEIXEIRA 2001)

Em muitas espeacutecies por razotildees natildeo conhecidas a

embriogecircnese direta eacute rara e as plantas tecircm que ser

diferenciadas a partir de calos Para induccedilatildeo destes

geralmente eacute necessaacuteria uma auxina (MAHESHWARI et

al 1982) Segundo Rocha (1998) para a induccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do calo a maioria das espeacutecies parece

comportar-se diferentemente natildeo soacute quanto aos

reguladores de crescimento podendo ocorrer

independentemente de auxinas e citocininas dependente

de ambas ou dependente de uma ou de outra mas tambeacutem

quanto agrave presenccedila ou ausecircncia de luminosidade Sharp et

al (1973) obtiveram calos atraveacutes do cultivo de sementes

folhas e anteras de C arabica das cultivares Mundo Novo

e Bourbon Amarelo A induccedilatildeo de calos tambeacutem foi mais

eficiente na ausecircncia de luz Aleacutem disso Ascanio amp Arcia

(1994) citam que para o desenvolvimento do calo as

anteras devem ser mantidas no escuro jaacute para o

desenvolvimento do embriatildeo os calos devem ser mantidos

no claro

Natildeo houve a formaccedilatildeo de embriotildees e isto pode ser

devido agraves doses de reguladores ou mesmo de combinaccedilotildees

que natildeo foram apropriadas para estas cultivares

CONCLUSAtildeO

Os resultados mostraram que para ocorrer

intumescimento das anteras formaccedilatildeo e aumento do

tamanho dos calos de ambas as cultivares eacute necessaacuterio

que haja interaccedilatildeo entre a auxina (24-D) e a citocinina

(BAP) e incubaccedilatildeo no escuro

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ANDRADE L M C O Otimizaccedilatildeo de teacutecnicas de culturade tecidos para o cafeeiro (Coffea arabica) 1998 86 pDissertaccedilatildeo (Mestrado em Geneacutetica e Melhoramento dePlantas) - Universidade Federal de Lavras Lavras MG

ASCANIO E C E ARCIA M A M Efecto del estado dedesarrollo de las anteras y de un shock teacutermico sobre laandrogeacutenesis en Coffea arabica L var Garnica Cafeacute CacaoTheacute Paris v 28 n 2 p 75-79 avrjuin 1994

GAMBORG O L MURASHIGE T THORPE T VASILI K Plant tissue culture media In Vitro New York v 12 n7 p 473-478 1976

GRANDO M F MORAES FERNANDES M I B Propostade um modelo para explicar a embriogecircnese do gratildeo depoacutelen in vitro In ENCONTRO BRASILEIRO DEBIOTECNOLOGIA VEGETAL 1993 Brasiacutelia DF AnaisBrasiacutelia 1993 v 1 Resumo 69

MACIEL A L de R Embriogecircnese somaacutetica indireta emCoffea arabica L 2001 60 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitotecnia) ndash Universidade Federal de Lavras Lavras MG

MAHESHWARI S C RASHID A TYAGI A K Haploidsfrom pollen grain Retrospect and Prospect American Journalof Botany Columbus v 69 n 5 p 865-879 May 1982

MANTELL S H MATTHEWS J A McKEE R A Princiacutepiosde biotecnologia em plantas uma introduccedilatildeo agrave engenhariageneacutetica em plantas Ribeiratildeo Preto SBG 1994 333 p

MARKS T R SIMPSON S E Reduced phenolicoxidation at culture initiation in vitro following the exposureof field-grown stockplants to darkness or low levels ofirradiance The Journal of Horticultural Science Londonv 65 n 2 p 103-111 Mar 1990

MORAES FERNANDES M I B Obtenccedilatildeo de plantashaploacuteides atraveacutes da cultura de anteras In TORRES AC CALDAS L S (Ed) Teacutecnicas e aplicaccedilotildees da culturade tecidos de plantas Brasiacutelia ABCTPEMBRAPACNPH1990 p 311-332

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 101

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgrowth and bioassays with tobaco tissue culturesPhysiology PlantarumCopenhagen v 15 n 3 p 473-479Mar 1962

PALUacute E G Induccedilatildeo in vitro de calogecircnese em anteras ebrotaccedilotildees em segmentos nodais de Coffea arabica L 200247 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fisiologia Vegetal) -Universidade Federal de Lavras Lavras MG

PASQUAL M MACIEL A L de R CAMPOS K P deSANTOS E C CAMPOS R J C de Induccedilatildeo de calos emanteras de cafeacute (Coffea arabica L) cultivadas in vitro Ciecircnciae Agrotecnologia Lavras v 26 n 1 p71-76 janfev 2002

PIERIK R L M In vitro culture of higher plantAmsterdam The Netherland MN Publishers 1987 344 p

ROCHA A M M R Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitrode cotileacutedones de cajueiro anatildeo precoce (Anacardiumoccidentale L) o clone CP 76 1998 54 p Dissertaccedilatildeo(Mestrado em Fitotecnia) ndash Universidade Federal do CearaacuteFortaleza

SHARP W R CALDAS L S CROacuteCOMO O JMOcircNACO L C CARVALHO A Production of Coffea

Arabica callus of three ploidy levels and subsequentmorphogenesis Phyton Buenos Aires v 31 n 2 p67-741973

SILVA H E Efeito de Genoacutetipo e de Reguladores deCrescimento na Expressatildeo Androgeneacutetica da Soja 200260 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) ndash UniversidadeEstadual Paulista Jaboticabal

TEIXEIRA J B Limitaccedilotildees ao processo de cultivoin vitro de espeacutecies lenhosas In ENCONTROLATINO-AMERICANO DE BIOTECNOLOGIAVEGETAL 4 2001 Goiacircnia Palestra Goiacircnia2001 p 110-113

THOMAS P RAVINDRA M B Shoot tip culturea inmango influence of medium genotypea explant factorsseason and descontamination treatments on phenolicexudation explant survival and axenic cultureestablishment The Journal of Horticultural ScienceLondon v 72 n 5 p 713-722 sept1997

WANG P J HUANG L C Beneficial effects of activatedcharcoal on plant tissue and organ cultures In VitroJournal of the Tissue Culture New York v 12 n 3 p260-262 1976

PEREIRA F D et al102

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

COMUNICACcedilAtildeO CIENTIacuteFICA

PROLIFERACcedilAtildeO IN VITRO DE BROTOS DE CURAUAacuteUTILIZANDO DIFERENTES VOLUMES DE MEIO DE CULTURA

IN VITRO SHOOT PROLIFERATION OF Ananas erectifolius USING DIFFERENTVOLUMES OF CULTURE MEDIUM

FLAacuteVIA DIONIacuteSIO PEREIRA1 JOSEacute EDUARDO BRASIL PEREIRA PINTO2HELEN CRISTINA DE ARRUDA RODRIGUES3 LUCIANA DOMICIANO SILVA ROSADO3

LUIZ ALBERTO BEIJO4 OSMAR ALVES LAMEIRA5

1Doutoranda em Agronomia ndash Universidade Estadual de Feira de SantanaUEFS ndash Horto Florestal ndash 44055-000 ndash Feira de Santana BA ndash flavia1808hotmailcom

2Doutor em Fisiologia Vegetal ndash Departamento de AgriculturaDAG ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash jeduardouflabr

3Graduanda em Agronomia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG4Doutorado em Agronomia ndash Universidade Federal de AlfenasUNIFAL ndash Departamento de Ciecircncias Exatas ndash Rua Gabriel Monteiro da Silva n deg 714 ndash Centro ndash 37130-000 ndash Alfenas MG ndash luizbeijoyahoocombr5Doutor em Agronomia ndash EMBRAPA ndash Amazocircnia Oriental ndash Trav Dr Eneacuteas Pinheiro sn ndash Bairro Marco ndash 66095-100 ndash Beleacutem PA ndash osmarcpatuembrapabr

RESUMOCurauaacute [Ananas erectifolius LBSm ndash Bromeliaceae] eacute

uma espeacutecie com grande potencial de uso de suas fibras comorevestimento na induacutestria automobiliacutestica Aleacutem disso o poacute dosumo do curauaacute tem sido utilizado no tratamento de cicatrizaccedilatildeode lesotildees cutacircneas Neste trabalho avaliaram-se diferentes volumesde meio MS Os volumes utilizados foram de 10 15 20 25 e 30 mLO delineamento experimental foi inteiramente casualizado (DIC)e cada tratamento continha 19 repeticcedilotildees Aos 30 dias avaliaram-se o nuacutemero e o tamanho de brotaccedilotildees Segundo a anaacutelise devariacircncia houve efeito linear do volume de meio na produccedilatildeo debrotos de curauaacute Agrave medida em que se aumenta o volume domeio aumenta o nuacutemero de brotos Natildeo houve diferenccedilasignificativa nos comprimentos dos brotos

Termos para indexaccedilatildeo Ananas erectifolius fibras vegetaismicropropagaccedilatildeo

ABSTRACTAnanas erectifolius LBSm ndash Bromeliaceae is a species

that presents fibers with great potential to be used as revetmentfor the automobile industry Besides the powder obtained fromits juice has been used in the treatment of skin lesionscicatrisation In this work the effect of different volumes (1015 20 25 and 30 mL) of MS medium during the in vitro cultureof axillary buds was evaluated A completely randomized design(CDR) was used with each treatment containing 19 replicatesAfter 30 days of inoculation shoot number and size wereevaluated The analysis of variance showed a linear effect of theculture medium volume and shoot proliferation Higher shoot

number was observed with the increase of medium volume Nosignificant difference was observed on shoot lenght

Index terms Ananas erectifolius vegetable fibermicropropagation

A produccedilatildeo de fibras vegetais ocupa um papel

relevante na economia agriacutecola mundial mesmo com a

intensa produccedilatildeo de fibras sinteacuteticas Mateacuterias-primas de

origens renovaacuteveis reciclaacuteveis e biodegradaacuteveis satildeo uma

das alternativas para a produccedilatildeo de manufaturados

ecologicamente corretos em consequumlecircncia do acuacutemulo

nos descartes de materiais natildeo biodegradaacuteveis os quais

tendem a aumentar com o crescimento populacional nos

centros urbanos A substituiccedilatildeo de materiais derivados do

petroacuteleo na produccedilatildeo de compostos elastomeacutericos por

mateacuteria-prima renovaacutevel vai ao encontro desses ideais

(ROCHA et al 2003)

As fibras sinteacuteticas destacam-se pela elevada

resistecircncia baixa densidade e elevada produccedilatildeo

Entretanto as fibras animais e vegetais satildeo as de maior

importacircncia principalmente para atender aos apelos

(Recebido em 31 de agosto de 2006 e aprovado em 19 de janeiro de 2007)

Proliferaccedilatildeo in vitro de brotos de curauaacute 103

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

ecoloacutegicos e pelo nuacutemero de plantas e animais produtores

de fibras (SCHREIBER1998)

As plantas produtoras de fibras utilizaacuteveis foram

quantificadas por vaacuterios autores e em diferentes eacutepocas

tendo sido enumeradas 2000 mil plantas fibrosas e o seu

total estimado em 2300 destacando-se as florestas tropicais

que encerram recursos inesgotaacuteveis em potencial

(MEDINA 1959)

O curauaacute [Ananas erectifolius LBSm ndash

Bromeliaceae] utilizado principalmente na fabricaccedilatildeo de

cordas sacos e utensiacutelios domeacutesticos surge como

sucedacircneo para o aproveitamento de fibras O curauaacute eacute

uma bromeliaacutecea distribuiacuteda nos Estados do Paraacute Acre

Mato grosso Goiaacutes e Amazonas e eacute cultivada

principalmente por pequenos produtores da regiatildeo do

Lago Grande de Curuai no municiacutepio de Santareacutem PA

Estudos recentes tecircm demonstrado o grande potencial do

uso das fibras dessa planta como revestimento na induacutestria

automobiliacutestica devido agrave sua resistecircncia maciez e peso

reduzido O grande problema eacute que natildeo haacute suprimento

suficiente de mateacuteria-prima para atender agrave induacutestria

automobiliacutestica pois o curauaacute eacute fiel agraves suas origens amazocircnicas

e soacute se desenvolve em clima quente e uacutemido criando um

problema para a aquisiccedilatildeo de mudas fora desta regiatildeo que

por tal motivo eacute escassa no mercado (SILVA 2004)

A micropropagaccedilatildeo utilizando teacutecnicas de cultura

de tecido tem sido um valioso instrumento na propagaccedilatildeo

de diversos tipos de plantas Embora este processo envolva

diferentes etapas depois de definido um protocolo de

micropropagaccedilatildeo seja qual for a espeacutecie este pode ser

otimizado no intuito de se obter placircntulas de alta qualidade

e com baixo valor de produccedilatildeo O tipo e tamanho de frasco

e a quantidade de meio satildeo variaacuteveis que tecircm recebido

pouca atenccedilatildeo embora afetem diretamente a aacuterea superficial

da interface meio de cultura-atmosfera o volume de ar sobre

o meio de cultura e a sua profundidade Tais fatores tambeacutem

afetam a composiccedilatildeo da fase gasosa do frasco e

consequumlentemente o crescimento e desenvolvimento das

culturas (GRATTAPAGLIA amp MACHADO 1998)

Rodrigues et al (2005) verificaram maior

proliferaccedilatildeo de brotos de Cattleya persivaliana Hort

em frascos contendo 50 mL de meio quando comparados

com aqueles de 25 75 e 100 mL Nicoloso amp Erig (2002)

trabalhando com Pfaffia glomerata (Spreng) Pedersen

verificaram que 10 mL de meio MS (MURASHIGE amp

SKOOG 1962) proporcionaram o melhor crescimento

das placircntulas em biomassa quando cultivadas em tubos

de 20 cm de altura x 2 cm diacircmetro em comparaccedilatildeo com

os de 25 cm de altura x 2 cm 15 cm de altura x 2 cm

Carvalho et al (1995) estudando a influecircncia de fatores

fiacutesicos no desenvolvimento e crescimento in vitro de

batata-doce (Ipomoea batatas L Poir) verificaram que

10 mL de meio de cultura por frasco com explantes

proporcionaram maior formaccedilatildeo de gemas em relaccedilatildeo

aos volumes de 20 e 30 mL

Sendo assim objetivou-se neste trabalho avaliar

o volume de meio apropriado para a propagaccedilatildeo in vitro

de brotaccedilotildees de curauaacute

As brotaccedilotildees utilizadas como fonte de explante

foram fornecidas pela EMBRAPACPATU situada em

Beleacutem do Paraacute Gemas axilares de curauaacute foram

inoculadas em meio MS completo suplementado com

20 mgL de BAP (6-Benzilaminopurina) Apoacutes 30 dias

estas se desenvolveram e as brotaccedilotildees obtidas foram

transferidas para o meio MS sem regulador de

crescimento por 30 dias

Apoacutes este periacuteodo quatro explantes foram

desfolhados completamente ficando apenas porccedilotildees

basais com aproximadamente 1cm de comprimento que

foram inoculadas em meio de cultura baacutesico MS sem

regulador de crescimento em frasco de 12 cm de altura por

5 cm de diacircmetro (volume interno = 300 mL) com volumes

de 10 15 20 25 30 mL Os explantes foram mantidos em

sala de crescimento a uma temperatura de 26plusmn1degC e

fotoperiacuteodo de 16 horas sob uma Irradiacircncia de foacutetons de

25mmol m-2 s-1

O delineamento experimental foi inteiramente

casualizado (DIC) Cada tratamento continha 19 repeticcedilotildees

PEREIRA F D et al104

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

(um frasco por repeticcedilatildeo) Aos 30 dias avaliaram-se o

nuacutemero e o comprimento das brotaccedilotildees O programa

utilizado para anaacutelise dos dados foi o software statistica

(SISVAR) tendo sido submetidas agrave anaacutelise de variacircncia

com aplicaccedilatildeo do teste F a 5 de probabilidade

analisando-se as meacutedias por regressatildeo polinomial

O efeito linear foi o mais adequado para explicar

a evoluccedilatildeo da taxa meacutedia de regeneraccedilatildeo do curauaacute Agrave

medida que o volume do meio de cultura aumenta existe

tendecircncia de aumento do nuacutemero de brotos Com 25

mL de meio produziu-se maior nuacutemero de brotos por

frasco (2557) e com 10 mL de meio produziu-se menor

nuacutemero de brotos (1226) O tratamento com 15 mL de

meio produziu 1765 brotos o com 20 mL 1750 e o com

30 mL 2242 (Figura 1) O volume maior de meio

disponibiliza mais nutrientes e diminui tambeacutem a

competiccedilatildeo entre as placircntulas o que explica a tendecircncia

em se obter um maior nuacutemero de brotos agrave medida que

se aumenta a quantidade do meio de cultura Em todos

os tratamentos as brotaccedilotildees obtidas foram vigorosas

com a coloraccedilatildeo verde-escura caracteriacutestica das

plantas matrizes As brotaccedilotildees tinham tambeacutem rigidez

outra caracteriacutestica da espeacutecie o que eacute devido agrave

presenccedila das fibras nas folhas Observou-se maior

concentraccedilatildeo de raiacutezes nas brotaccedilotildees maiores e natildeo

FIGURA 1 ndash Nuacutemero meacutedio de brotos por frasco de curauaacute(Ananas erectifolius) cultivados em diferentes volumesde meio MS completo 10 15 20 25 e 30

foi observada a presenccedila de calos em nenhum dos

tratamentos (Figura 2)

Resultados semelhantes foram obtidos por Reis

Lameira Reis (2004) trabalhando com curauaacute utilizando

volumes de 5 75 10 e 15 mL do meio liacutequido MS suplementados

com 25 mgL-1 de BAP (6-benzilaminopurina) os melhores

resultados sendo com os tratamentos que continham 10 e

15ml produzindo em meacutedia 121 e 154 brotosexplante

respectivamente

Da mesma forma Reis et al(2003) trabalhando com

ipeca (Psychotria ipecacuanha Stokes) em meio MS

acrescido de 15 mg L-1de BAP nos volumes de 10 20 30

e 40 mL obtiveram melhor resultado com os volumes de 30

e 40 mL (7 e 8 brotosfrasco respectivamente)

Quanto ao comprimento dos brotos natildeo houve

diferenccedila significativa Os brotos t iveram um

crescimento meacutedio de 228 cm sendo que no tratamento

com 10 mL de meio foi 257 cm com 15 mL 222 cm

com 20 mL 224 cm com 25 mL 224 cm e o tratamento

com 30 mL 215 cm Embora natildeo se tenham realizado

estudos mais aprofundados uma das hipoacuteteses

sugeridas para explicar tais resultados possivelmente

estaacute relacionada a fatores nutricionais do explante

Segundo Cappelades et al (1991) e Pereira et al (2001)

porccedilotildees basais satildeo mais robustas apresentando maior

quantidade de reservas acumuladas em seus tecidos

o que poderia levar agrave utilizaccedilatildeo dessas reservas pelas

brotaccedilotildees regeneradas para sustentar seu crescimento

Esta seria uma das causas da uniformidade apresentada

no tamanho das brotaccedilotildees em todos os tratamentos

Resultados iguais foram obtidos em estudos feitos por

Rodrigues et al (2005) quando avaliaram comprimento

meacutedio de duas espeacutecies de orquiacutedeas mantidas em meio

de cultura cujos volumes testados eram de 25 50 75 e

100 mL Portanto verifica-se que eacute muito importante

selecionar material com bom estado fisioloacutegico e

tamanho homogecircneo para se obter melhores

resultados na proliferaccedilatildeo das brotaccedilotildees eou na

morfogecircnese

Proliferaccedilatildeo in vitro de brotos de curauaacute 105

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

FIGURA 2 ndash Brotaccedilotildees de curauaacute (Ananas erectifolius) produzidas in vitro em diferentes volumes de meio MS 1-Repicagem dos brotos 2- 10 mL de meio MS 3- 15 mL de meio MS 4- 20 mL de meio MS 5- 25 mL de meio MS 6- 30mL de meio MS

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CARVALHO R FAVARETTO N PINTO J E B P Influecircnciade fatores fiacutesicos no desenvolvimento e crescimento in vitrode batata-doce (Ipomea batatas (l) Peir Ciecircncia e PraacuteticaLavras v 19 n 2 p 158-164 abrjun 1995

CAPPELADES M LEMEUR R DEBERGH P Effects ofsucrose on starch acumulation and rate of photosyntesisin Rosa cultured in vitro Plant Cell Tissue and OrganCulture Amsterdam v 25 n 1 p 21-26 Apr 1991

GRATTAPAGLIA D MACHADO M A MicropropagaccedilatildeoIn TORRES A C CALDAS L S (Ed) Cultura de tecidos etransformaccedilatildeo geneacutetica de plantas Brasiacutelia EMBRAPA-SPIEMBRAPA-CNPH 1998 p 183-260

MEDINA J C Plantas fibrosas da flora mundialCampinas Instituto agronocircmico 1959 913 p

MURASHIGE T SKOOG F A Revised medium for rapidgrowth and biossays with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-479 1962

PEREIRA F D et al106

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

NICOLOSO F T ERIG A C Efeito do tipo de segmentonodal e tamanho do recipiente no crescimento de plantasde Pfaffia glomerata in vitro Ciecircncia e AgrotecnologiaLavras v 26 p 1499-1506 dez 2002 Ediccedilatildeo especial

PEREIRA F D BRAGA M F SAacute M E L ALCINO OG COLENGHI I C Influecircncia de BAP e NAA namultiplicaccedilatildeo de abacaxi cv Perolera a partir de brotosestiolados in vitro Bioscience Journal Uberlandia v 17n 2 p 49-60 Dec 2001

REIS Eacute S PINTO J E B P CORREcircA R MPEREIRA F D BERTOLUCCI S K V Influecircncia dosmeios MS e WPM associados a diferentesconcentraccedilotildees de Benzilaminopurina na multiplicaccedilatildeode ipeca (Psychotria ipecacuanha (Brot) Stokes InCONGRESSO BRASILEIRO DE CULTURA DE TECIDOSDE PLANTAS 1 2003 Lavras Anais Lavras UFLA2003 p 273

REIS J N R LAMEIRA O M REIS L R S1Aprimoramento de protocolos de propagaccedilatildeo in vitro de

curauaacute Disponiacutevel lthttpwwwbiologocombrgt Acessoem ago 2004

ROCHA E C GHELER JUacuteNIOR J Aproveitamento deresiacuteduos gerados na aglomeraccedilatildeo de fibras de coco comLaacutetex natural Mateacuteria Teacutecnica Disponiacutevel em lthttpwwwbiologocombrgt Acesso em jun 2003

RODRIGUES J D ARAUacuteJO A G ASSIS F A ACAVALLARI L L PASQUAL M Crescimento in vitro deplacircntulas de orquiacutedeas quantidade de meio de cultura enuacutemero de explantes In CONGRESSO DE INICIACcedilAtildeOCIENTIacuteFICA DA UFLA ndash CICESAL 18 2005 Lavras MGAnais Lavras UFLA 2005 1CD-ROM

SILVA C Paiacutes pesquisa mais fibras naturais para carrosDisponiacutevel em lthttpwwwsebrae_sccombrn o v o s _ d e s t a q u e s o p o r t u n i d a d e mostra_mateacuteriaaspcd_noticia=8356gt Acesso em out 2004

SCHREIBER V (Org) Vias de desenvolvimentosustentaacutevel as dimensotildees do desafio Beleacutem UFBANUMAPOEMAIDESP 1998 495 p (POEMA 6)

NORMAS PARA PUBLICACcedilAtildeO DE ARTIGOS E COMUNICACcedilOtildeES CIENTIacuteFICAS

1 Os conceitos e afirmaccedilotildees contidos nos artigos e comunicaccedilotildeesseratildeo de inteira responsabilidade do(s) autor(es)

2 A revista ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo editadasemestralmente pela Editora da Universidade Federal de Lavras(Editora UFLA) publica artigos cientiacuteficos e comunicaccedilotildeescientiacuteficas da aacuterea de cultura de tecidos de plantas elaboradospor membros da comunidade cientiacutefica nacional e internacionalNatildeo eacute cobrada taxa para publicaccedilatildeo de trabalhos Eacute condiccedilatildeofundamental que os artigoscomunicaccedilotildees submetidos agrave apreciaccedilatildeoda revista ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo natildeo forame nem seratildeo publicados simultaneamente em outro lugar Com aaceitaccedilatildeo do artigo para publicaccedilatildeo os editores adquirem amplose exclusivos direitos sobre o artigo para todas as liacutenguas e paiacutesesA publicaccedilatildeo de artigoscomunicaccedilotildees dependeraacute da observacircnciadas Normas Editoriais dos pareceres do Corpo Editorial e daComissatildeo ad hoc Todos os pareceres tecircm caraacuteter sigiloso eimparcial e tanto os autores quanto os membros do CorpoEditorial eou Comissatildeo ad hoc natildeo obtecircm informaccedilotildeesidentificadoras entre si

3 Os artigos e comunicaccedilotildees submetidos para publicaccedilatildeo deveratildeoser apresentados em CD utilizando-se o processador de textoMicrosoft Word for Windows (version 98 2000 XP ou 2003)ser escrito em liacutengua portuguesa inglesa ou espanhola e usarsomente nomenclaturas oficiais e abreviaturas consagradas natildeoempregando abreviaturas no tiacutetulo do artigo Juntamente com oCD deveratildeo ser enviadas 4 (QUATRO) vias sendo uma originale as demais coacutepias omitindo os autores e a chamada de rodapeacute daprimeira paacutegina (para serem enviadas aos consultores cientiacuteficos)impressas em papel branco tipo A4 (21cm x 297cm) ou emformulaacuterio contiacutenuo em uma soacute face espaccedilo duplo entre linhasfonte Times New Roman tamanho 12 observada uma margemde 3 cm para o lado esquerdo e de 2 cm para o direito 25 cm paramargem superior e inferior 25 cm para o cabeccedilalho e 25 cm parao rodapeacute Cada trabalho deveraacute ter no maacuteximo 14 paacuteginas ejunto do mesmo deveraacute ser encaminhado ofiacutecio dirigido ao EditorChefe da revista solicitando a publicaccedilatildeo do artigo Esse ofiacuteciodeveraacute ser assinado por todos os autores constar o endereccedilocompleto telefone e e-mail de todos Qualquer inclusatildeo exclusatildeoou alteraccedilatildeo na ordem dos autores deveraacute ser notificada medianteofiacutecio assinado por todos os autores (inclusive do autor excluiacutedo)

4 O artigo cientiacutefico deveraacute conter os seguintes toacutepicos a)TIacuteTULO suficientemente claro conciso e completo evitandopalavras supeacuterfluas Recomenda-se comeccedilar pelo termo querepresente o aspecto mais importante do trabalho com os demais

termos em ordem decrescente de importacircncia b) TIacuteTULO EMINGLEcircS c) NOME(s) DO(s) AUTOR(es) no maacuteximo 6 (seis)em letras maiuacutesculas um apoacutes o outro centralizados e no rodapeacuteda primeira paacutegina deveratildeo vir a formaccedilatildeo acadecircmica e aInstituiccedilatildeo onde trabalham d) RESUMO (de acordo comNBR6028 da ABNT) O resumo natildeo deve ultrapassar a 250(duzentos e cinquumlenta) palavras e natildeo possuir paraacutegrafos Apoacuteso Resumo devem-se incluir TERMOS PARA INDEXACcedilAtildeO(palavraschave) diferentes daqueles constantes do tiacutetulo eseparados por viacutergula Os termos para indexaccedilatildeo devem estardescritos na forma maiuacutescula e minuacutescula serem expressotildees queidentifiquem o conteuacutedo do artigo ser indicadas entre 3 e 5 e sepossiacutevel extraiacutedas do vocabulaacuterio Thesagro ndash Thesaurus AgriacutecolaNacional desenvolvido pela CENAGRI (indicaccedilatildeo da revistaldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquopara evitar o usode vaacuterios sinocircnimos como termos de indexaccedilatildeo) Se natildeo foremencontrados descritores disponiacuteveis para cobrirem a temaacutetica doartigo poderatildeo ser indicados termos ou expressotildees de usoconhecido e) ABSTRACT incluindo em seguida INDEXTERMS f) INTRODUCcedilAtildeO (incluindo a revisatildeo de literatura)g) MATERIAL E MEacuteTODOS h) RESULTADOS EDISCUSSAtildeO (podendo conter tabelas e figuras) i)CONCLUSOtildeES e j) REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

5 A comunicaccedilatildeo deveraacute conter os seguintes toacutepicos a)TIacuteTULO suficientemente claro conciso e completo evitandopalavras supeacuterfluas Recomenda-se comeccedilar pelo termo querepresente o aspecto mais importante do trabalho com os demaistermos em ordem decrescente de importacircncia Deve serapresentada a versatildeo do tiacutetulo para o idioma inglecircs b) TIacuteTULOEM INGLEcircS c) NOME(s) DO(s) AUTOR(es) no maacuteximo 6(seis) em letras maiuacutesculas um apoacutes o outro centralizados e norodapeacute da primeira paacutegina deveratildeo vir a formaccedilatildeo acadecircmica e aInstituiccedilatildeo onde trabalham d) RESUMO (de acordo comNBR6028 da ABNT) O resumo natildeo deve ultrapassar a 250(duzentos cinquumlenta) palavras e natildeo possuir paraacutegrafos Apoacutes oResumo devem-se incluir TERMOS PARA INDEXACcedilAtildeO(palavras-chave) diferentes daqueles constantes do tiacutetulo eseparados por viacutergula Os termos para indexaccedilatildeo devem estardescritos na forma maiuacutescula e minuacutescula serem expressotildees queidentifiquem o conteuacutedo do artigo ser indicadas entre 3 e 5 e)ABSTRACT incluindo em seguida INDEX TERMS f)TEXTO [sem subdivisatildeo poreacutem com introduccedilatildeo material emeacutetodos resultados e discussatildeo e conclusatildeo subtendidos(podendo conter tabelas ou figuras)] e g) REFEREcircNCIASBIBLIOGRAacuteFICAS

6 AGRADECIMENTOS ao fim do texto e antes das ReferecircnciasBibliograacuteficas poderatildeo vir os agradecimentos a pessoas ouinstituiccedilotildees O estilo tambeacutem aqui deve ser soacutebrio e claroindicando as razotildees pelas quais se fazem os agradecimentos

7 TABELAS E QUADROS deveratildeo ser inseridos apoacutes citaccedilatildeodos mesmos dentro do proacuteprio texto

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS as referecircnciasbibliograacuteficas devem ser citadas conforme a NBR60232002 daABNTA exatidatildeo das referecircncias constantes da listagem e a corretacitaccedilatildeo no texto satildeo de responsabilidade do(s) autor(es) doartigo

Orientaccedilotildees gerais- Deve-se apresentar todos os autores do documento cientiacutefico(fonte)- O nome do perioacutedico deve ser descrito por extenso natildeo deveser abreviado- Em todas as referecircncias deve-se apresentar o local de publicaccedilatildeo(cidade) a ser descrito no lugar adequado para cada tipo dedocumento- As referecircncias devem ser ordenadas alfabeticamente

EXEMPLIFICACcedilAtildeO (TIPOS MAIS COMUNS)

ARTIGO DE PERIOacuteDICO

VIEIRA R F RESENDE M A V de Eacutepocas de plantio deervilha em Patos de Minas Uberaba e Janauacuteba Minas GeraisCiecircncia e Agrotecnologia Lavras v 24 n 1 p 74-80 janmar 2000

LIVRO

a) Livro no todo

STEEL R G D TORRIE J H Principles and procedures ofstatistics New York McGraw-Hill Book l960 481 p

b) Parte de livro com autoria especiacutefica

FLEURY J A Anaacutelise ao niacutevel de empresa dos impactos daautomaccedilatildeo sobre a organizaccedilatildeo da produccedilatildeo de trabalho InSOARES R M S M Gestatildeo da empresa Brasiacutelia IPEAIPLAN 1980 p 149-159

c) Parte de livro sem autoria especiacutefica

MARTIM L C T Nutriccedilatildeo de bovino de corte em confinamentoIn ______ Confinamento de bovino de corte 2 ed Satildeo PauloNobel 1986 cap 3 p 29-89

DISSERTACcedilAtildeO E TESE

GONCcedilALVES R A Preservaccedilatildeo da qualidade tecnoloacutegicade trigo (Triticum aestivum L) e controle de Rhyzoperthadominica (F) durante o armazenamento em atmosferacontrolada com Co2 e N2 1997 52 f Dissertaccedilatildeo (Mestradoem Ciecircncia dos Alimentos) ndash Universidade Federal de LavrasLavras 1997

MATIOLI G P Influecircncia do leite proveniente de vacasmastiacuteticas no rendimento de queijo frescal 2000 55 pDissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias dos Alimentos) - UniversidadeFederal de Lavras Lavras 2000

Nota ldquoA folha eacute composta de duas paacuteginas anverso e versoAlguns trabalhos como teses e dissertaccedilotildees satildeo impressos apenasno anverso e neste caso indica-se frdquo (ABNT NBR60232002p 18)

TRABALHOS DE CONGRESSO E OUTROS EVENTOS

SILVA J N M Possibilidades de produccedilatildeo sustentada de madeiraem floresta densa de terra firme da Amazocircnia brasileira InCONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO 6 1990 Campos doJordatildeo Anais Campos do Jordatildeo SBSSBEF 1990 p 39-45

DOCUMENTOS ELETROcircNICOS

As obras consultadas online satildeo referenciadas conformenormas especiacuteficas para cada tipo de documento (monografia notodo e em parte trabalho apresentado em evento artigo deperioacutedico artigo de jornal etc) acrescidas de informaccedilotildees sobreo endereccedilo eletrocircnico apresentado entre braquetes (lt gt)precedido da expressatildeo ldquoDisponiacutevel emrdquo e da data de acessoao documento precedida da expressatildeo ldquoAcesso emrdquo

Nota ldquoNatildeo se recomenda referenciar material eletrocircnico de curtaduraccedilatildeo nas redesrdquo (ABNT NBR60232000 p 4) Segundopadrotildees internacionais a divisatildeo de endereccedilo eletrocircnico no fimda linha deve ocorrer sempre apoacutes barra ()

Monografia (acesso online)

a) Livro no todo

TAKAHASHI T (Coord) Tecnologia em foco BrasiacuteliaSocinfoMCT 2000 90 p Disponiacutevel em lthttpwwwsocinfoorgbrgt Acesso em 22 ago 2000

b) parte de livro

TAKAHASHI T Mercado trabalho e oportunidades In ______Sociedade da informaccedilatildeo no Brasil livro verde BrasiacuteliaSocinfoMCT 2000 cap 2 p 13-24 Disponiacutevel em lthttpwwwsocinfogovbrgt Acesso em 22 ago 2000

c) Parte de congresso seminaacuterio etc

GIESBRECHT H O Avaliaccedilatildeo de desempenho de institutos depesquisa tecnoloacutegica a experiecircncia de projeto excelecircncia napesquisa tecnoloacutegica In CONGRESSO ABIPTI 2000Fortaleza Gestatildeo de institutos de pesquisa tecnoloacutegicaFortaleza Nutec 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwabiptiorgbrgt Acesso em 01 dez 2000

d) Tese

SILVA E M Arbitrariedade do signo a liacutengua brasileira desinais (LIBRAS) 1997 144 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emLinguumliacutestica Aplicada e Estudo de Liacutengua) - Pontifiacutecia UniversidadeCatoacutelica de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1997 Disponiacutevel em lthttpwwwterracombrvirtualbooks freebookportdid teseshtmgtAcesso em 28 nov 2000

Artigo de perioacutedico (acesso online)

RESENDE A M G Hipertexto tramas e trilhas de um conceitocontemporacircneo Informaccedilatildeo e Sociedade Recife v 10 n 12000 Seccedilatildeo Educaccedilatildeo Disponiacutevel em lthttpwwwinformaccedilatildeoesociedadeufpbbrgt Acesso em 30 nov 2000

CITACcedilAtildeO PELO SISTEMA ALFABEacuteTICO (AUTOR-DATA)(conforme ABNT NBR105202002)Dois autores - Steel amp Torrie (1960) ou (STEEL amp TORRIE1960)Trecircs ou mais autores - Valle et al (l945) ou (VALLE et al 1945)Obs Quando forem citados dois autores de uma mesma obradeve-se separaacute-los pelo sinal amp (comercial)

9 CASO O ARTIGO CONTENHA FOTOGRAFIASGRAacuteFICOS FIGURAS SIacuteMBOLOS E FOacuteRMULASESSAS DEVERAtildeO OBEDECER AgraveS SEGUINTESNORMAS

91 Fotografias deveratildeo ser apresentadas em preto e branconiacutetidas e com contraste inseridas no texto apoacutes a citaccedilatildeo dasmesmas e tambeacutem em um arquivo agrave parte salvas em extensatildeoldquoTIFFrdquo ou ldquoJPEGrdquo com resoluccedilatildeo de 300 dpi

92 Figuras deveratildeo ser apresentadas em preto e branco niacutetidase com contraste inseridas no texto apoacutes a citaccedilatildeo das mesmas etambeacutem em um arquivo agrave parte salvas em extensatildeo ldquoTIFFrdquo ouldquoJPEGrdquo com resoluccedilatildeo de 300 dpi As figuras deveratildeo serelaboradas com letra Times New Roman tamanho 10 semnegrito sem caixa de textos e agrupadas

93 Graacuteficos deveratildeo ser inseridos apoacutes citaccedilatildeo dos mesmosdentro do proacuteprio texto elaborado preferencialmente em Excelcom letra Times New Roman tamanho 10 sem negrito

94 Siacutembolos e Foacutermulas Quiacutemicas deveratildeo ser feitas emprocessador que possibilite a formataccedilatildeo para o programa PageMaker (ex MathType Equation) sem perda de suas formasoriginais

10 O Editor Chefe notificaraacute o autor do recebimento do originale posteriormente o informaraacute sobre sua publicaccedilatildeo Os artigosque necessitarem de modificaccedilotildees seratildeo devolvidos ao autor paraa devida revisatildeo

11 Os artigos natildeo aprovados seratildeo devolvidos

12 Os artigos seratildeo publicados em ordem de aprovaccedilatildeo

13 O natildeo-cumprimento dessas normas implicaraacute na devoluccedilatildeodo artigo ao autor

14 Os casos omissos seratildeo resolvidos pela Comissatildeo Editorial

15 O artigo deveraacute ser enviado para

ABCTPPlant Cell Culture amp MicropropagationUniversidade Federal de LavrasDepartamento de Biologia - Setor de Fisiologia VegetalCaixa Postal 3037Lavras ndash MGCEP 37200-000E-mail abctpuflabr

INSTRUCTIONS FOR AUTHORS

1 Concepts and affirmations included in articles andcommunications are of the entire responsibility of the authors

2 ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo a semestral journaledited by Editora UFLA of the Universidade Federal de Lavraspublishes scientific articles and communications in the area ofplant tissue culture elaborated by researchers of the national andinternational scientific community There are no page charges forpublication Submission of a manuscript implies that it is neitherunder consideration for publication elsewhere nor has appearedpreviously in part or in whole On acceptance for publicationauthors assign to the Editors full copyright of the manuscript inall languages and countries Publications will depend on editorialrules and on the review of experts and ad hoc commissionReviewer and editorial opinions will be anonymouslycommunicated to authors

3 The articles and communication submitted for publicationmust be presented in CD using the program Microsoft Wordfor Windows (version 98 2000 XP or 2003) written inPortuguese English or Spanish using only conventionalnomenclature At the time of submission authors are requiredto submit together with the CD 4 (four) hard copies one originaland three copies without the name(s) of the author(s) as well asthe footnote on the first page (to be used by the reviewers)printed on A4 white paper (21 cm x 297cm) or on continuousform typewritten only on one side double spaced using fontTimes New Roman size 12 with a 3 cm margin on the left handside and 20 cm margin on the right hand side 25 cm upper andlower margin 25 cm for the heading and 25 cm for the footnoteThe manuscript must present a maximum of 14 pages At thetime of submission a cover letter must be sent with themanuscript copies to the Editor requesting publication of thearticle This cover letter must be signed by all authors andalso contain the full address telephone number and e-mail ofthe authors Any inclusion exclusion or alteration in the authorsorder must be notified and signed by all authors including theone excluded

4 Each manuscript must be organized in a) TITLE sufficientlyclear conspicuous and complete without superfluous words Itis recommended to initiate with the term that represent the mostimportant aspect with other terms in decreasing of importanceb) TITLE in Portuguese c) FULL NAME(s) OF THEAUTHOR(s) maximum of 6 (six) in capital letters one after theother in the center of the page with the footnote of the first pagecontaining their professional qualification or academic training

and their work institution d) ABSTRACT written continuouslywithout paragraph It must not exceed 250 words Index termsmust be enclosed after the abstract using terms different fromthose used in the title and separated by comma The index terms(3 to 5) must be described in capital and small letters and expressthe content of the article e) ABSTRACT and INDEX TERMSin Portuguese f) INTRODUCTION (including literaturereview) g) MATERIAL AND METHODS h) RESULTS ANDDISCUSSION (it may include tables and figures) i)CONCLUSIONS and j) REFERENCES

5 Communication must have the following topics a) TITLEsufficiently clear conspicuous and complete without superfluouswords It is recommended to initiate with the term that representthe most important aspect with other terms in decreasing ofimportance The PORTUGUESE version of the title has to bepresented b) TITLE in Portuguese c) FULL NAME(s) OFTHE AUTHOR(s) maximum of 6 (six) in capital letters oneafter the other in the center of the page with the footnote of thefirst page containing their professional qualification or academictraining and their work institution d) ABSTRACT writtencontinuously without paragraph It must not exceed 250 wordsIndex terms must be enclosed after the abstract using termsdifferent from those used in the title and separated by commaThe index terms (3 to 5) must be described in capital and smallletters and express the content of the article e) ABSTRACTand INDEX TERMS in Portuguese f) TEXT (with no divisionbut must include introduction material and methods results anddiscussion and conclusion (it may include tables and figures) andg)REFERENCES

6 ACKNOWLEDGEMENTS Acknowledgements to peopleor institutions might be included at the end of the text priorReferences The written style must be serious and clear indicatingthe reasons of the acknowledgements made

7 TABLES AND FIGURES must be included right after theircitation in the text

8 REFERENCES references must be cited according toNBR60232002 of ABNT All references and their correct citationin the text are of the entire responsibility of the author(s)- Some important orientations all authors of the scientificdocument must be presented (source) the journal must be citedusing its full name all references must present the name of thecity where the journal was published all references must be citedalphabetically

9 PHOTOGRAPHS GRAPHS FIGURES SYMBOLS ORFORMULA CONTAINED IN THE ARTICLE SHOULDOBEY THE FOLLOWING RULES

91 Photographs must be presented in black and whiteclear and with contrast inserted in the text after their citationand also in a separate file (on the same diskette as the article)saved in extension ldquoTIFFrdquo or ldquoJPEGrdquo with resolution of300 dpi

92 Figures must be presented in black and white clear andwith contrast inserted in the text after their citation and also in aseparate file (on the same diskette as the article) saved inextension ldquoTIFFrdquo or ldquoJPEGrdquo with resolution of 300 dpiThey must be elaborated using Times New Roman font size10 without bold without text box and arranged

93 Graphs must be inserted in the text after their citationelaborated preferentially in Excel using Times New Romanfont size 10 without bold

94 Symbols and Chemical Formula must be presented usinga word processor that permits a format for Page Maker (exMathType Equation) without loss of its original form

10 The Brazilian Association of Plant Tissue Culture (ABCTP)will inform the author the receipt of the original manuscript andeventually it will also send information regarding its publicationManuscripts that require modifications will be returned to theauthor for the respective revision andcorrections

11 Manuscripts not approved will be returned to the author

12 Articles will be published according to the order of receiptand approval

13 If any of these rules are not attended the manuscript will bereturned to the author

14 Manuscripts should be sent to the following address

ABCTPPlant Cell Culture amp MicropropagationUniversidade Federal de LavrasDepartamento de Biologia - Setor de Fisiologia VegetalCaixa Postal 3037Lavras ndash MGCEP 37200-000BrazilE-mail abctpuflabr

Page 8: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909

SILVA S da et al54

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

leaf also contains polyphenolic compounds

hydroxycinnamic derivatives with verbascoside (53)

flavonoids such as luteolin 7-glucoside and luteolin 7-

diglucuronide (08) These compounds probably

intervene in the antispasmodic activity Iridoid glucosides

were also reported and the infusion contains potassium

(CARNAT et al 1999)

Cultivation of medicinal plants for the purpose of

extraction of active constituents may face certain limitations

such as climate season water availability diseases and

pests and scarcity of naturally growing plants Such

limitations led to the use of tissue culture techniques for

production of the active constituents Tissue culture

provides means of rapid propagation of a large number of

uniform plants while maintaining their genotype Beneficial

uses of tissue culture for the purpose of extraction of

secondary metabolites include avoidance of collection of

endangered wild species production of secondary

metabolites due to rapid growth of cultures in vitro

(ARIKAT et al 2004)

Due to the importance of this plant for multiple

purposes and the difficulty to produce active compounds

in vitro the application of methods that provide higher

number of cloned plants of M officinalis is justified aiming

to select high quality plant lines to extensive culture and

extraction of pharmaceutical products In Brazil M

officinalis is used in phytomedicine by pharmaceutical

industries One of the most critical problems of

phytomedicine is the natural variation of plants chemical

constituents (CURRIER et al 2000) This variation could

be originated from genetical factors or under influence of

environmental characteristics

The use of in vitro systems have been reported as

an effective tool for obtaining genetically uniform plants

which can be the source for less variable pharmaceutical

preparations Plant regeneration of M officinalis has been

achieved using as explants cotyledonary nodes of 10-day-

old Melissa officinalis seedlings (TAVARES et al 1996)

shoot tips from plants cultivated at greenhouse

(MEacuteSZAacuteROS et al 1999) using various types and

concentrations of cytokinins auxins and triacontanol

(TANTOS et al 1999)

The aim of this work is to develop a

micropropagation method in order to obtain a significant

number of monoclonal plants for further field cultivation

comparing the essential oil content and composition

between micropropagated and field-grown plants

MATERIALS AND METHODS

Plant material

Representative specimens from field grown plants

of M officinalis were selected and submitted to Erika Von

Sohsten Medeiros and Angela Vaz (Rio de Janeiro

Botanical Garden) for the taxonomic confirmation A

voucher nordm RB ndash 365926 is deposited at the Herbarium of

Rio de Janeiro Botanic Garden

Melissa officinalis seeds were obtained from

commercial market ISLAR batch Nordm 8250 The seeds were

germinated and grown to the seedling stage in vitro Seeds

were pre-treated by immersion into 2 commercial bleach

solution (Globoacirc) for 20 min and then rinsed thoroughly

in running tap water After that the seeds were surface

sterilized in 70 ethanol for 20 min followed by 15 min in a

20 commercial bleach solution containing 2-3 drops of

Tween 20 under aseptic conditions and rinsed three times

with sterile distilled water The seeds were cultured on MS

(MURASHIGE amp SKOOG 1962) solid medium

supplemented with 30 gL-1 sucrose 148 mM thiamine-

HCl 243 mM pyridoxine-HCl 41 mM nicotinic acid and

06 mM myo-inositol The pH value was adjusted at 58 plusmn

01 before addition of 8 gL-1 of agar and the media were

sterilized in autoclave (120 degC during 15 min) The cultures

were incubed at 25 plusmn 1 degC under a 16 h light 8 h dark

regime at an irradiance of 230 mmolm-sup2s-1 (white light

illumination Sylvaniaacirc fluorescent tubes)

Establishment of in vitro shoot cultures

From in vitro 8-day-old germinated seeds plants

(20-30 cm in length) of three different clones designated

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 55

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

as clones 1 2 e 3 were selected and axillary shoot induction

takes place from nodal segments (1 cm in length)

subcultivated on MS hormone-free media (MS0) These

materials were used as donors of explants to be tested

with different culture media 05mM a-naphthaleneacetic

acid (NAA) 05mM kinetin (KIN) 05mM benzyladenine

(BA) 28 mM gibberellic acid (GA3) and 05mM indole-3-

acetic acid (IAA) Cultures were grown in 300 mL glass

flasks containing 40 ml of media each

Shoot proliferation rate length of both shoots and

roots and calli formation were monitored as growth

parameters Each treatment was replicated 3 times using

100 explants per repetition Subcultures were performed at

30 days intervals

Acclimatization

A total of 60 in vitro rooted microshoots (those grown

on MS + IAA during 30 days with average height of 10 cm

were removed from the medium and the agar washed gently

with tap water They were transferred to 60 cm diameter

plastic pots containing soil and humus (31 vv) and kept at

a greenhouse High humidity environment was provide by

covering the plants with a plastic foil and watering them

one time per day during the first 2 weeks Then plants were

gradually exposed to greenhouse conditions for 1 month

and finally transferred to the field where they were cultivated

during one year until complete life cycle

Extraction

Field-grown and fresh in vitro plantlets aerial parts

(100 g each) were submitted to hydro distillation for 140 h

in a Clevenger type apparatus as recommended by the

Brazilian Pharmacopoeia (1988) in replicate (n = 2) The

time between the isolation and analysis was the same in all

experiments to preclude differences in composition due to

external factors (SILVA et al 2003)

Gas chromatographic and gas chromatography-massspectrometric analysis

Gas chromatography with flame ionization

detection (GCFID) was carried out on a Varian Star Model

3350 instrument using a capillary column coated with DB-

5 (30 m x 025 mm i d 025 mm film thickness J amp W

Scientific Folsom CA USA) The GC oven was heated

using the following program 40 oC to 220 oC at 4 oC min-1

with an initial isothermal period of 1 min splitless The

detector and injector temperatures were held at 280 oC

Hydrogen was used as carrier gas The injection consisted

of 10 microL of distilled oil diluted with hexane The GCMS

analyses were carried out on a Hewlett-Packard (Agilent

Technologies Avondale USA) Model 5972 MSD coupled

to a HP 5890 GC The GC conditions were the same as

above except for the fact that helium was used as carrier

gas The mass spectrometer was operated on electron

impact mode at 70 eV Molecular assignments were

performed with the help of the Wiley 275 standard library

of mass spectra literature data (ADAMS 1995) authentic

geraniol standard (Sigma Part Number G5135) and mass

spectra interpretation besides the comparison with

previously published elution order (KREIS amp MOSAND

1994) Quantification was performed from GC profiles using

area percent since in the literature the FID response factor

for most of monoterpenes is determined as 1 (CARNAT et

al 1999)

Statistical analysis

Data for each experiment were subjected to analysis

of variance (ANOVA) and means were compared using the

Tukey-Kramer test Percent data were submitted to

significance test ndash difference between two percentages

using the Statistica for WindowsTM 50 version A

significance level of 5 was used for all statistical analysis

RESULTS AND DISCUSSION

In vitro multiplication of Melissa officinalis was

followed during four developing cycles Micropropagation

papers usually present an efficient protocol evaluated in

only one developing cycle This kind of protocol however

may fail when the cultures have to be kept during long

time many successive subcultures being necessary in

order to produce large number of clonal plants

SILVA S da et al56

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

In vitro establishment

In this work three different clones of M officinalis

were used and they had shown similar development

responses on in vitro cultures

The clones 1 and 2 had in vitro multiplication rate

lower than the clone 3 which means a decrease in the

absolute number of nodal segments (Fig 1A and B) From

these results the clone 3 was selected to run the tests

The average number of four new nodes was

produced by explant on MS0 after 30 days and this value

was used as a control to evaluate effects of the presence

of growth regulators in the media (Tab 1)

FIGURE 1 ndash Nodal segments development of three clones of Melissa officinalis on MS+ 05 M IAA during 30 daysA) Multiplication rate of in vitro culture from 2nd to 4th subcultures B) Number of nodal segments developed per clone

TABLE 1 ndash Effect of growth regulators in Melissa officinalis axillary segments culture after four weeks of culture

Culture Media

Shoot Explant

xplusmnse

Shoot Length (CM)

Multiplication Rate (ndeg of

Nodal Segment Explant)

Node Plantlet

xplusmnse

Root Frequency

()

Root Number

Explant xplusmnse

Root Length

(CM) xplusmnse

MS0 171B 403 08B 68C 41 B 50 105 11B 30 06B

05 M KIN 111C 349 11C 33D 31 C 50 073 09C 27 07C

28 M GA3 111C 100 03D 22E 21 D 50 071 09C 25 07C

05 M IAA 191B 1000 09A 95B 51 A 100 897 08A 137 08A

05 M NAA

301A 333 16C 90A 31 C 0 0 - 05 M BA 111C 385 54C 33D 31 C 0 0 -

Value are means (x) plusmn standard error (se) n=100 Values in the same column followed by the same letter do not differstatistically at Pdrdquo005

The influence of plant growth regulators and their

interactions on micropropagation of different plant species

have been discussed in detail by Lameira et al (2005) Rout

et al (1989) Rout amp Das (1997ab) Skirvin et al (1990) and

Zieslin et al (1989)

In this work addition of IAA to MS presented the

best results among all tested growth regulators in all

evaluated parameters However to shoot production there

is no statistical difference to the control The analysis of

effects of the other growth regulators shows that only

05mM NAA was able to improve shoot production

although it is not able to promote rhizogenesis

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 57

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

The use of MS plus 05mM Kinetin or 05mM BA

or 05mM NAA promoted the development of three nodal

segments per elongated plant in 30 days culture (Tab

1) However when BA was used these new shoots

exhibited apical necrosis When GA3 (28 mM) was added

to medium there was induction of only one shoot per

explant and after 30 days there were 2 nodes per

elongated shoot

There was no rooting in explants placed on MS

added of NAA and BA In MS medium containing KIN or

GA3

and in basic MS 50 of the shoots developed new

roots in 30 days of culture

The best result of rhizogenesis was presented

by explants cultured in MS plus IAA where 100 of

shoots rooted with more than 8 new roots per explant

(Tab 1) In terms of root length the cultures in MS

supplemented with IAA presented longer roots when

compared with the other media compositions used at

the present work

In short the addition of 05mM of IAA was chosen

as that presenting the best results in all evaluated

parameters (Fig 2A)

The action of IAA on the in vitro plant

development was in accordance to the known effects of

such hormone (CLELAND 1995) Shoot elongation was

obtained concomitantly with rooting in media MS plus

05 mM IAA That is specially interesting once it may

reduce the micropropagation process through nodal

segments explants to only three steps germination

shoot elongation and multiplication concomitant to

rooting this represents gain of time culture medium

and constitutes a quick micropropagation process

Tavares et al (1996) reported a micropropagation

utilizing cotyledonary nodes as explants The highest

average number of shoots in the two inoculations was

obtained with 2 mgL-1 of BA 24 axillary shoots per

explant 7 in the first inoculation and 17 in the second

one Shoots of the two inoculations were excised after

30 and 60 days respectively

Acclimatization

Melissa officinalis leaves are very sensitive to

water loss and this process is irreversible it was necessary

to provide a high humidity environment during the first

acclimatization period plants were covered with a plastic

foil during 2 weeks before being gradually exposed to

greenhouse conditions The acclimatization procedure

used for in vitro plants was successful and a total of 100

survival rate (n=60) was obtained Acclimatized plants

appeared normal and did not exhibit any morphological

abnormalities or variations These results permitted the

soil cultivation (Fig 2B) without chemical defensives

during one year up to the complete vegetative cycle

(flowering)

Essential oils content

Comparative analysis of the chromatographic

profiles showed high percentage of neral and geranial in

relation to nerol and geraniol in field grown (ex vitro)

plantlets and in MS0 (in vitro)

The relative content of the principal components

of essential oil of the aerial parts of M officinalis are

presented as mean peaks area () on Fig 2C geranial

(3813 and 4364) neral (2674 and 317) geraniol (329 and

153) and nerol (116 and 187) in plants cultured ex vitro

and in vitro respectively Plantlets developed in vitro on

MS0 media showed an increase of 14 times in the

proportion of nerol and 41 times of geraniol when

compared with ex vitro cultured plants

Field plants are exposed to considerable more

stressful conditions such as lower relative humidity higher

light levels and herbivory those are the more stressful

The latter conditions tend to favor a greater essential oil

accumulation (TAVARES et al 2004) On other hand

plantlets grown in vitro have been continuously exposed

to a unique microenvironment that has been selected to

provide minimal stress and nearly optimal conditions for

plant multiplication

SILVA S da et al58

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

FIGURE 2 ndash A) In vitro culture of Melissa officinalis on MS + IAA in 30 days of culture B) Ex vitro culture six monthsafter transference to soil maximum height 60 cm C) Composition and percentage of the most abundant essential oilcomponents of Melissa officinalis from aerial parts (100 g Fresh Weight) from in vitro e ex vitro culture

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 59

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

CONCLUSIONS

Melissa officinalis micropropagation can be made

using nodal segments from in vitro plants during 5 weeks

in MS media without growth regulators and posterior

subculture in MS media with 05 mM IAA for a better

development Multiplication rates of 44 and 40 were

obtained at the 3rd and 4th subcultures respectively

It was observed a significant difference between

the effects of auxins IAA and NAA The latter exerted an

unsatisfactory influence on the nodal segment formation

shoot length and rooting when compared with the results

obtained with IAA

The plants produced in vitro were vigorous and

after acclimatization they were well adapted After 1 month

at the greenhouse the survival rate was 100

Considering that the main objective of this work is

to produce monoclonal plants to be used by phytomedicine

industries it is important that the method presents a large

number of buds per explant This result plus an efficient

acclimatization stage can save time and produce

monoclonal plants in sufficient number to be used in

commercial field culture Our results showed a change in

the essential oil composition in the proportion of active

compounds However the characteristics of the oil of in

vitro and ex vitro M officinalis plants were not altered

The manipulation of the culture media composition

is an important biotechnological tool for the optimization

of the essential oils production With this technique this

work developed a protocol for highly production of plants

and productivity in the components (geraniol geranial and

neral) of the oil

ACKNOWLEDGMENTS

This work was supported by ICUNIRIO FAPERJ

and CNPq

REFERENCES

ADAMS R P Identification of essential oil componentsby gas chromatographymass spectroscopy WashiongtonAllured Publishing Corporation 1995 467 p

ARIKAT N A JAWAD F M KARAM N S SHIBLIMicropropagation and accumulation of essential oils inwild sage (Salvia fruticosa Mill) Scientia HorticulturaeAmsterdan v 100 n 14 p 193-202 Mar 2004

CARNAT A CARNAT A P FRAISSE D LAMAISON JD The aromatic and polyphenolic composition of lemonverbena tea Fitoterapia Milano v 70 n 1 p 44-49 Feb 1999

CLELAND R E Auxin and cell elongation In DAVIES PJ Plant hormones and their role in plant growth anddevelopment 2 ed Dordrecht Kluwer 1995 p 214-227

CURRIER S J JOHNSTON P D GORELICK J K HerbalMedicines Science and Medicine Philadeiphia v 7 n 1p 40-43 2000

FARMACOPEacuteIA BRASILEIRA Determinaccedilatildeo de oacuteleosessenciais em drogas vegetais 4 Ed Satildeo Paulo Atheneu1988 Part 1 v426-v427

KREIS P MOSANDL A Chiral compounds of essentialoils Part XVI Enantioselective multidimensional gaschromatography in authenticity control of balm oil (Melissaofficinalis L) Flavour and Fragrance Journal Chichesterv 9 n 5 p 249-256 1994

LAMEIRA O A LOPES S C NOGUEIRA R CCORDEIRO I M C C PINTO J E B P REIS L R SEfeito de diferentes concentraccedilotildees de reguladores decrescimento sobre a micropropagaccedilatildeo de mogno (Swieteniamacrophylla King) por meio de explantes juvenis PlantCell Culture amp Micropropagation Lavras MG v1 n 2 p53-58 2005

MEacuteSZAacuteROS A BELLON A PINTEacuteR A HORVARTHG Micropropagation of lemon balm Plant Cell Tissueand Organ Culture Dordrecht v 57 n 2 p 149-152 1999

MIMICA-DUKIC N BOZIN B SOKOVIC M SIMINN Antimicrobial and Antioxidant Activities of Melissaofficinalis L (Lamiaceae) Essential Oil Journal ofAgricultural and Food Chemistry Washington v 52 n 9p 2485-2489 May 2004

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgrowth and bioassays with tobacco tissue culturesPhysiologia Plantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 Mar 1962

SILVA S da et al60

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

ROUT G R DEBATA B K DAS P In vitro Mass-scalePropagation of Rosa Hybrida cv Landora CurrentScience Bangalore v 58 n 15 p 876-878 Aug 1989

ROUT G R DAS P In vitro Organogenesis in ginger(Zingiber officinale Rosc) Journal of Herbs Spices andMedicinal Plants Bermingham v 4 n 4 p 41-51 1997a

ROUT G R DAS P Techniques of Micropropagation invitro In BOSE T K MITRA S K SADHU M KDAS P (Ed) Propagation of tropical and subtropicalhorticultural crops Calcutta Kalyani Publishers 1997bp 105-116

SILVA S Composiccedilatildeo do oacuteleo essencial de Melissaofficinalis L in vitro sob accedilatildeo de reguladores decrescimento 2003 64 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emBiotecnologia Vegetal) ndash Universidade Federal do Rio deJaneiro Rio de Janeiro

SKIRVIN R M CHU M C YOUNG H J R InAMMIRATO P V EVANS D R SHARP W R BAJAJ

Y P S Editors Handbook of Plant Cell Cultures NewYork Macmillan 1990 v 5 p 716-743

TANTOS Aacute MEacuteSZAROS A KISSIMON J HORVAacuteTHG FARKAS T The Effect of Triacontanol onMicropropagation of Balm Melissa officinalis L Plant CellReports New York v19 n 1 p 88-91 Nov 1999

TAVARES A C PIMENTA M C GONCcedilALVES M TMicropropagation of Melissa officinalis L throughproliferation of axillary shoots Plant Cell Reports NewYork v 15 n 6 p 441-444 Feb 1996

TAVARES E S LOPES D BIZZO H R LAGE C L SLEITAO S G Kinetin Enhanced Linalool Production by invitro Plantlets of Lippia alba Journal of Essential OilResearch Coron Stream v 16 n 5 p 405-408 SeptOct 2004

Zieslin N Starkman f zamski e Growth of rose flowerpeduncles and effects of applied plant growth regulatorsPlant Growth Regulation Dordrecht v 8 n 1 p 65-76Mar 1989

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 61

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

CRESCIMENTO IN VITRO DE Laelia tenebrosa (ORCHIDACEAE)EM DIFERENTES CONCENTRACcedilOtildeES DE SAIS DE KNUDSON C

E CARVAtildeO ATIVADO

IN VITRO GROWTH OF Laelia tenebrosa (ORCHIDACEAE) IN DIFFERENTCONCENTRATIONS OF KNUDSON C SALTS AND ACTIVATED CHARCOAL

APARECIDA GOMES DE ARAUJO1 MOACIR PASQUAL2 ALBA REGINA PEREIRA3HERMINIO SOUZA ROCHA4

1Doutoranda em AgronomiaFitotecnia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash agaraujo2003yahoocombr2Dr Professor Titular do Departamento de Agricultura ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash LavrasMG ndash mpasqualuflabr3Doutoranda no Jardim Botacircnico do Rio de Janeiro ndash ENBTJBRJ ndash Pacheco Leatildeo 915 ndash 22460-030 ndash Rio de Janeiro RJ4Doutorando em AgronomiaFitopatologia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash herminiouflanetcombr

RESUMOObjetivou-se testar diferentes concentraccedilotildees de carvatildeo

ativado adicionado ao meio Knudson C no crescimento in vitrode orquiacutedeas Placircntulas de Laelia tenebrosa (LA Rolfe) LARolfe com 1 a 15 cm de comprimento e contendo raiacutezes foraminoculadas em frascos contendo 40 mL de meio de cultura Ostratamentos consistiram na combinaccedilatildeo de concentraccedilotildees de carvatildeoativado (0 05 10 20 e 40 g L-1) e sais minerais de Knudson C(0 50 100 150 e 200) acrescidos de sacarose (20 g L-1) Omeio foi solidificado com 6 g L-1de aacutegar e o pH ajustado para58plusmn01 antes da autoclavagem a 121degC e 11 atm por 20 minutosApoacutes a inoculaccedilatildeo os frascos foram mantidos sob 25 plusmn 1degCfotoperiacuteodo de 16 horas e 32 mM m-2 s-1 de irradiacircncia Apoacutes 150dias verificou-se que a adiccedilatildeo de 2g L-1 de carvatildeo ativado ao meiocom metade dos sais de Knudson C promoveu melhor crescimentoin vitro das placircntulas de Laelia tenebrosa

Termos para indexaccedilatildeo Orquiacutedea meio de cultura cultura detecidos

ABSTRACTThe objective of this work was to test the effect of

Knudson C medium supplemented with different concentrationsof activated charcoal on the in vitro growth of orchids Plantletsof the Laelia tenebrosa (LA Rolfe) LA Rolfe measuring 1-15cm in length containing roots were inoculated in flasks containing40 mL of culture medium The treatments consisted of differentconcentrations of activated charcoal (0 05 10 20 and 40 g L-

1) combined with Knudson C salts (0 50 100 150 and 200)supplemented with sucrose (20 g L-1) The medium was solidifiedwith agar (6 g L-1) and pH adjusted to 58plusmn01 before autoclavingat 121ordmC and 11 atm during 20 minutes After inoculation theexplants were transferred to culture rooms with temperaturemaintained at 25plusmn1ordmC during a 16 hours photoperiod with a lightintensity of 32 microM m-2s-1 The best in vitro growth rates of

Laelia tenebrosa plantlets were obtained using Knudson C 50supplemented with 2 g L-1 activated charcoal after 150 days ofculture

Index terms Orchid culture medium tissue culture

INTRODUCcedilAtildeO

A produccedilatildeo de orquiacutedeas a partir germinaccedilatildeo

assimbioacutetica eacute uma alternativa viaacutevel para obtenccedilatildeo de

grande nuacutemero de plantas em curto espaccedilo de tempo

suprindo assim a necessidade dos produtores de

orquiacutedeas na aquisiccedilatildeo de mudas

Na cultura de tecidos os meios de cultura

geralmente satildeo compostos de uma fonte de carboidratos

macro e micronutrientes e outras substacircncias como

vitaminas aminoaacutecidos accediluacutecares agente solidificante

reguladores de crescimento (GEORGE amp SHERRINGTON

1984) e eventualmente aditivos como antibioacuteticos carvatildeo

ativado e componentes complexos

Knudson (1922) observou que era possiacutevel o

cultivo de sementes em meio artificial contendo minerais e

accediluacutecar sem a presenccedila de fungos micorriacutezicos

Posteriormente em 1946 ele aperfeiccediloou esse meio de

cultura sendo atualmente o mais utilizado comercialmente

na germinaccedilatildeo e desenvolvimento de orquiacutedeas (ARDITTI

amp ERNST 1992) No entanto satildeo necessaacuterios estudos

(Recebido em 23 de fevereiro de 2006 e aprovado em 10 de julho de 2006)

supplemented with

ARAUJO A G de et al62

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

pois satildeo descritos vaacuterios meios de cultura para muitos

gecircneros e espeacutecies diferentes

No cultivo e subcultivo de placircntulas do gecircnero

Cattleya George et al (1987) sugerem o meio Knudson C

(1946) ou Reinert amp Mohr (1967) Segundo Arditti amp Ernst

(1992) os meios de propagaccedilatildeo para Cattleya Laelia

Laeliocattleya e Brassocattleya podem ser os mesmos

citados anteriormente Villalobos et al (1994) sugerem o

meio Vacin amp Went (1949) para Cattleya Encyclia e

Oncidium suplementado com 25 de aacutegua de coco e o

meio Knudson C suplementado com 60 g L-1 de polpa de

banana para orquiacutedeas do gecircnero Stanhopea

O carvatildeo ativado normalmente eacute adicionado ao meio

de cultura em concentraccedilotildees que variam de 02 a 3

(BEYL 2000) O seu efeito natildeo-seletivo pode proporcionar

resultados negativos na micropropagaccedilatildeo Pesquisas

relatam a adsorccedilatildeo de tiamina aacutecido nicotiacutenico

(WEATHERHEAD et al 1978) piridoxina aacutecido foacutelico

reguladores de crescimento e quelatos de ferro

(JOHANSSON et al 1990) Entre os efeitos proporcionados

pela adiccedilatildeo do carvatildeo ativado ao meio de cultura

principalmente agrave organogecircnese e agrave embriogecircnese estatildeo

escurecimento do meio de cultura favorecendo o

enraizamento adsorccedilatildeo de substacircncias inibitoacuterias

produzidas pelo proacuteprio meio ou explante adsorccedilatildeo de

reguladores de crescimento e outros compostos orgacircnicos

e liberaccedilatildeo de substacircncias naturalmente presentes no

carvatildeo que beneficiariam o crescimento in vitro das culturas

(PAN amp STADEN 1998)

Arena amp Pastur (2001) citam que a adiccedilatildeo de carvatildeo

ativado ao meio de cultura promoveu alongamento das

brotaccedilotildees de Berberis buxifolia mas reduziu o iacutendice de

multiplicaccedilatildeo Hazra et al (2002) relataram o efeito

sinergiacutestico do carvatildeo ativado na multiplicaccedilatildeo e

enraizamento de brotaccedilotildees de algodoeiro Amin amp Jaiswal

(1987) Anderson (1980) e Damiano (1978) relataram o efeito

favoraacutevel do carvatildeo quando utilizado em baixas

concentraccedilotildees no enraizamento de brotaccedilotildees de

morangueiro framboeseira e goiabeira respectivamente

A diversidade de resultados obtidos com a utilizaccedilatildeo de

carvatildeo ativado deve-se principalmente ao genoacutetipo da

espeacutecie em questatildeo agrave adsorccedilatildeo de algumas substacircncias

quiacutemicas e compostos orgacircnicos aleacutem de metaboacutelitos

toacutexicos liberados no cultivo in vitro (Wang amp Huang 1976)

Este trabalho teve como objetivo verificar efeito de

diferentes concentraccedilotildees de sais de Knudson C e carvatildeo

ativado sobre o crescimento in vitro de placircntulas de

orquiacutedea da espeacutecie Laelia tenebrosa (LA Rolfe) LA Rolfe

MATERIAL E MEacuteTODOS

Placircntulas da espeacutecie Laelia tenebrosa com 1 a 15

cm de comprimento oriundas de sementes germinadas in

vitro e contendo raiacutezes foram inoculadas em frascos

contendo 40 mL do meio de cultura Knudson C nas

concentraccedilotildees de 0 (apenas aacutegua destilada e aacutegar) 50 100

(concentraccedilatildeo da formulaccedilatildeo original) 150 e 200 de sais

minerais combinado com carvatildeo ativado (0 05 1 2 e 4

mg L-1) suplementado com sacarose (20 g L-1)

O pH do meio foi ajustado para 58 plusmn 01 antes da

adiccedilatildeo de aacutegar (6 g L-1) O meio foi vertido em frascos de

vidro com capacidade para 250 cm3 vedados com tampas

plaacutesticas transluacutecidas natildeo perfuradas e autoclavados agrave

pressatildeo de 11 atm e agrave temperatura do 121degC durante 20

minutos Apoacutes a inoculaccedilatildeo os frascos contendo os

explantes foram mantidos em sala de crescimento com

irradiacircncia em torno de 32 mmol m-2 s-1 temperatura de 25 plusmn

1degC e fotoperiacuteodo de 16 horas

O delineamento experimental utilizado foi

inteiramente casualizado em esquema fatorial 5 x 5 com

quatro repeticcedilotildees de cinco placircntulas cada uma Decorridos

150 dias avaliou-se a meacutedia do nuacutemero de folhas nuacutemero

de raiacutezes comprimento da maior raiz comprimento da parte

aeacuterea e massa fresca de placircntulas Os dados foram

comparados por meio de regressatildeo polinomial empregando-

se o programa Sisvar (FERREIRA 2000)

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Apenas para a variaacutevel nuacutemero de folhas houve

interaccedilatildeo entre os niacuteveis de sais e carvatildeo ativado Poreacutem

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 63

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

por meio do teste F somente as concentraccedilotildees de 50 e

100 de sais do meio Knudson C foram significativas em

relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees de carvatildeo ativado

Os melhores resultados (65 e 585) foram

verificados com 50 (metade) dos sais de Knudson C

combinado com 275 g L-1 de carvatildeo ativado e 100 de

sais com 4 g L-1 de carvatildeo respectivamente (Figura 1)

Com o aumento da concentraccedilatildeo do meio de cultura haacute

necessidade de maior concentraccedilatildeo de carvatildeo Sendo

assim o meio com 50 de sais aleacutem de proporcionar

melhores resultados eacute menos oneroso

Estes resultados contradizem os de Silva et al

(2003) que verificaram que a adiccedilatildeo de carvatildeo ativado ao

FIGURA 1 ndash Nuacutemero de folhas em placircntulas de Laeliatenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees de saisde Knudson C e carvatildeo ativado

meio de cultura inibe a formaccedilatildeo de folhas em placircntulas de

Brassocattleya lsquoPastoralrsquo x Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo

O efeito natildeo seletivo do carvatildeo ativado pode proporcionar

resultados negativos na micropropagaccedilatildeo (PAN amp

STADEN 1998)

Agrave medida em que aumentaram as concentraccedilotildees de

sais de Knudson C maiores quantidades de raiacutezes foram

formadas (Figura 2A) Observou-se maior nuacutemero de raiz

(43) com 965 de sais Para o fator carvatildeo ativado as

melhores respostas (395 raiacutezes) foram verificadas com a

utilizaccedilatildeo de 304 g L-1 adicionadas ao meio de cultura

(Figura 2B)

Para muitas espeacutecies o enraizamento eacute favorecido

pela adiccedilatildeo de carvatildeo ativado ao meio de cultura Hazra et

al (2002) relataram o efeito sinergiacutestico do carvatildeo ativado

na multiplicaccedilatildeo e enraizamento de brotaccedilotildees de

algodoeiro O meio MS com metade dos sais minerais

acrescido de 20 g L-1 de sacarose 7 g L-1 de aacutegar e 1 g L-1 de

carvatildeo ativado promoveu maior quantidade de raiacutezes em

placircntulas de Cattleya nobilior Rchb f (REIS et al 2003)

Segundo Paiva et al (2005) aleacutem de um equiliacutebrio

hormonal favoraacutevel agrave formaccedilatildeo de raiacutezes outros fatores

internos tecircm sido relacionados com a iniciaccedilatildeo do processo

de enraizamento como presenccedila de sacarose alta relaccedilatildeo

CN e nutrientes minerais (foacutesforo caacutelcio zinco e boro) O

meio Knudson C natildeo possui micronutrientes apresenta

uma concentraccedilatildeo maior de caacutelcio e tem baixas

FIGURA 2 ndash Nuacutemero de raiacutezes em placircntulas de Laelia tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees de sais deKnudson C (A) e concentraccedilotildees de carvatildeo ativado (B)

ARAUJO A G de et al64

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

concentraccedilotildees de N e K em relaccedilatildeo ao MS e WPM o que

provavelmente favoreceu tanto o nuacutemero quanto o

comprimento de raiacutezes (PASQUAL 2001)

O maior comprimento de raiz (331 cm) foi verificado

com a utilizaccedilatildeo de 100 de sais de Knudson C A partir do

ponto maacuteximo (100) houve diminuiccedilatildeo do comprimento

radicular provavelmente devido ao desbalanccedilo nutricional

(Figura 3A) Com o aumento das concentraccedilotildees de carvatildeo

ativado houve um incremento linear no comprimento de

raiacutezes Melhores resultados foram observados com a

utilizaccedilatildeo de 4 g Lndash1 de carvatildeo ativado (Figura 3B) Como a

relaccedilatildeo foi direta pode-se inferir que o efeito estimulante

do carvatildeo ativado no comprimento da maior raiz continuaria

para concentraccedilotildees superiores a 4 g L-1

A adiccedilatildeo de carvatildeo ativado no meio de cultura foi

beneacutefica promovendo tanto o nuacutemero quanto o

crescimento de raiacutezes O carvatildeo conteacutem impurezas que

podem favorecer o crescimento de raiacutezes jaacute existentes e

induzir emissatildeo de novas raiacutezes (PASQUAL 2001)

Melhores resultados para comprimento da parte

aeacuterea (18 cm) foram observados quando se utilizou o

meio Knudson C na concentraccedilatildeo de 121 de sais (Figura

4A) poreacutem na concentraccedilatildeo de 50 obtiveram-se

explantes com 17 cm de comprimento Essa diferenccedila

observada (01 cm) eacute muito pequena o que natildeo justifica a

utilizaccedilatildeo de um meio mais concentrado mas a reduccedilatildeo

do mesmo agrave sua metade

O enraizamento in vitro pode ser favorecido com o

uso de meio de cultura com a metade ou 75 da

concentraccedilatildeo normal de sais Em algumas espeacutecies altas

concentraccedilotildees de sais principalmente a presenccedila de iacuteons

amocircnio favorecem o desenvolvimento de raiacutezes enquanto

que em outras podem ser inibidoras (PASQUAL et al

2001)

O maior comprimento da parte aeacuterea (19 cm) foi

obtido na presenccedila de 4 g Lndash1 de carvatildeo ativado (Figura

4B) a concentraccedilatildeo de 2 g Lndash1 proporcionou um

comprimento de 18 cm Comparando-se os niacuteveis 4 e 2 g Lndash1

de carvatildeo ativado nota-se pequena diferenccedila (01 cm) o

que justifica a utilizaccedilatildeo de 2 g Lndash1

O carvatildeo ativado conteacutem impurezas que quando

liberadas no meio de cultura podem beneficiar ou natildeo o

crescimento in vitro Simotildees et al (1999) verificaram que a

concentraccedilatildeo de 1 g L-1 de carvatildeo ativado acrescida ao

meio Knudson C proporciona o melhor desenvolvimento

de brotos de Epidendrum sp e Dendrobium sp

Maior massa fresca de placircntulas (0144g) foi

verificada com a utilizaccedilatildeo de 50 de sais de Knudson C

ponto a partir do qual houve diminuiccedilatildeo no peso (Figura

5A) Provavelmente essa reduccedilatildeo ocorreu devido agrave

toxidez

A utilizaccedilatildeo de 4 g L-1 de carvatildeo ativado

proporcionou uma massa de 0185 g nas placircntulas frescas

(Figura 5B)

FIGURA 3 ndash Comprimento da maior raiz em placircntulas de Laelia tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees desais de Knudson C (A) e carvatildeo ativado (B)

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 65

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

FIGURA 4 ndash Comprimento da parte aeacuterea em placircntulas de Laelia tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees desais de Knudson C (A) e carvatildeo ativado (B)

FIGURA 5 ndash Massa fresca de placircntulas de L tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees de sais de Knudson C(A) e carvatildeo ativado (B)

O carvatildeo ativado eacute comumente utilizado na cultura

de tecidos de plantas Seu efeito eacute atribuiacutedo agrave adsorccedilatildeo de

substacircncias toacutexicas produzidas pelas plantas adsorccedilatildeo

de fitorreguladores do meio e escurecimento do meio onde

se desenvolvem as raiacutezes das plantas (GEORGE 1993)

O melhor desenvolvimento de Phalaenopsis in

vitro ocorreu na presenccedila de carvatildeo ativado na

concentraccedilatildeo de 2 g L-1 indicando que este possa ser um

elemento importante no processo (BRESSAN et al 1999)

Apesar do carvatildeo ativado na concentraccedilatildeo de 4 g

L-1 ter proporcionado melhores resultados verificou-se que

na concentraccedilatildeo de 2 g L-1 os efeitos apresentam uma

diferenccedila miacutenima Embora o carvatildeo ativado natildeo seja o

componente de maior custo no preparo de meio de cultura

a sua reduccedilatildeo juntamente com os sais minerais eacute

economicamente favoraacutevel especialmente para a produccedilatildeo

comercial de mudas

CONCLUSAtildeO

A adiccedilatildeo de 2 g L-1 de carvatildeo ativado ao meio de

cultura Knudson C com metade (50) de sais minerais

promoveu melhor crescimento em placircntulas de Laelia

tenebrosa cultivadas in vitro

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMIN M N JAISWAL V S Rapid clonal propagationof guava through in vitro shoot proliferation on nodalexplants of mature trees Plant Cell Tissue and OrganCulture Amsterdam v 9 n 3 p 235-243 1987

ARAUJO A G de et al66

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

ANDERSON M W C Tissue culture cultivation of redand black raspberries Rubus idaeus and R occidentalisActa Horticulturae Amsterdam v 20 p 112-113 1980

ARDITTI J ERNST R Micropropagation of orchids NewYork John Wiley 1992 682 p

ARENA L M E PASTUR G M 6-benzylaminopurineand activated charcoal affect in vitro shoot morphogenesisof Berberis buxifolia Revista de la Facultad de AgronomiaBuenos Aires v 21 n 1 p 41-47 2001

BEYL C A Getting started with tissue culture-mediapreparation sterile technique and laboratory equipmentIn TRIGIANO R N GRAY D J (Ed) Plant tissue cultureconcepts and laboratory exercises London CRC Press2000 p 21-38

BRESSAN E A LEE L L SEVERO V S GERALD L TS Desenvolvimento de orquiacutedeas Phalaenopsis in vitro-efeito do carvatildeo In CONGRESSO BRASILEIRO DEFLORICULTURA E PLANTAS ORNAMENTAIS 12 1999Jaboticabal Anais Jaboticabal 1999 p 111

DAMIANO C Il carbone attivo nella coltura in vitro dellafragola Frutticoltura Bologna v 40 n 1 p 49-50 genn 1978

FERREIRA D F Anaacutelises estatiacutesticas por meio do Sisvarpara Windows versatildeo 4 0 In REUNIAtildeO ANUAL DAREGIAtildeO BRASILEIRA DA SOCIEDADEINTERNACIONAL DE BIOMETRIA 45 2000 Satildeo CarlosAnais Satildeo Carlos UFSCar 2000 p 255-258

GEORGE E F Plant propagation by tissue culture part 1- the technology 2 ed Edington Limeted 1993 786 p

GEORGE E F SHERRINGTON P D Plant propagationby tissue culture handbook and directory of commerciallaboratories Eversley Exegetics 1984 593 p

GEORGE E F PUTTOCK D J M GEORGE H J Plantculture media formulations and uses Edington Exegetics1987 v 1 567 p

HAZRA S KULKARNI A BANERJEE A K DHAGEA B AGRAWAL D C KRISHNAMUumlRTTIY K VNALAWADE S M A rapid and simple method for in vitro

plant regeneration from split embryo axes of six cultivarsof cotton Biology Plantarum Dordrecht v 45 n 2 p317-319 2002

JOHANSSON L CALLEBERG E GEDIN A Correlationbetween activated charcoal Fe-EDTA and other organicmedia ingredients in cultures of anthers of Anemonecanadensis Physiologia Plantarum Copenhagen v 80n 2 p 243-249 Oct 1990

KNUDSON L A new nutrient solution for the germinationof orchid seed American Orchid Society Bulletim WestPalm Beach v 14 p 214- 217 1946

KNUDSON L Nonsymbiotic germination of orchid seedsBotanical Gazette Chicago v73 n 1 p 1-25 1922

PAN M J STADEN J Van The use of charcoal in vitroculture ndash A review Plant Growth Regulation Dordrechtv 26 n 3 p 155-163 Dec 1998

PASQUAL M Cultura de tecidosv vegetais meios decultura Lavras UFLAFAEPE 2001 74 p

PASQUAL M CHALFUN N M J RAMOS J D Culturade tecidos vegetais aplicaccedilotildees na propagaccedilatildeo de plantasLavras UFLAFAEPE 2001 81 p

PAIVA R OLIVEIRA L M NOGUEIRA R C SANTOSB R MARTINOTTO C PAIVA P D O MENEGUCCIJ L P Aspectos fisioloacutegicos da produccedilatildeo de flores e plantasornamentais Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v 26n 227 p 12-18 2005

REINERT R A MOHR H C Propagation of Cattleya bytissue culture of lateral bud meristems Proceedings of theAmerican Society for Horticultural Science New Yorkv 91 p 664-671 June 1967

REIS G M C L MELLO C M C MIRANDA G H BEfeito de diversos fatores em meio de cultura nodesenvolvimento de placircntulas de Cattleya nobilior Rchbf (Orchidaceae) In CONGRESSO BRASILEIRO DEFLORICULTURA E PLANTAS ORNAMENTAIS 14CONGRESSO BRASILEIRO DE CULTURA DE TECIDOSDE PLANTAS 1 2003 Lavras Anais Lavras UFLAFAEPE 2003 p 275

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 67

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

SILVA E F PASQUAL M SILVA A B Multiplicaccedilatildeo ecrescimento in vitro de orquiacutedea Brassiocattleya lsquoPastoralrsquox Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo In CONGRESSOBRASILEIRO DE FLORICULTURA E PLANTASORNAMENTAIS 14 CONGRESSO BRASILEIRO DECULTURA DE TECIDOS DE PLANTAS 1 2003 LavrasAnais Lavras UFLAFAEPE 2003 p 321

SIMOtildeES F C PAIVA P D O RODRIGUES T M Efeitode diferentes meios de cultura aacutegua de coco e carvatildeoativado na propagaccedilatildeo in vitro de meristemas deEpidendrum sp e Dendrobium sp In CONGRESSOBRASILEIRO DE FLORICULTURA E PLANTAS

ORNAMENTAIS 12 1999 Jaboticabal AnaisJaboticabal 1999 p 109

VACIN E WENT F W Some pH changes in nutrient solutionBottanical Gazette Chicago v 110 p 605-613 1949

VILLALOBOS A L MUNtildeOZ J M SOSA-MOSS CCultivo de tejidos de orquideas Cattleya EncycliaOncidium y Stanhopea Revista Chapingo SerieHorticultura Chapingo v 1 n 1 p 58-62 1994

WANG P J HUANG L C Beneficial effects of activatedcharcoal on plant tissue and organ cultures In Vitro Largov 12 n 3 p 260-262 1976

WEATHERHEAD M A BURDON J HENSHAW G GSome effects of activated charcoal as an additive to planttissue culture media Zeitschrift fur PflanzenphysiologieJena v 89 n 2 p 141-147 1978

ARAUJO A G de et al68

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

PROPAGACcedilAtildeO IN VITRO DE PLAcircNTULAS DE ORQUIacuteDEA EMDIFERENTES MEIOS DE CULTURA E CONCENTRACcedilOtildeES

DE CITOCININA

IN VITRO PROPAGATION OF ORCHID PLANTLETS CULTIVATED IN DIFFERENTCULTURE MEDIA AND CYTOKININ CONCENTRATIONS

APARECIDA GOMES DE ARAUJO1 MOACIR PASQUAL2 ADRIANO BORTOLOTTI DA SILVA3 FABIacuteOLA VILLA3 HERMIacuteNIO SOUZA ROCHA3 FERNANDA CARVALHO COSTA4

1Doutoranda em AgronomiaFitotecnia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash agaraujo2003yahoocombr2Professor Titular Departamento AgriculturaDAG ndash Universidade Federal de Lavras UFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200000 ndash Lavras MG ndash mpasqualuflabr3Doutorando em Agronomia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200000 ndash Lavras MG4Departamento de AgriculturaDAG ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash fecostapuryahoocombr

RESUMOA taxa de multiplicaccedilatildeo de orquiacutedeas a partir de meacutetodos

convencionais eacute bastante baixa natildeo atendendo as necessidadescomerciais A cultura de tecidos permite maiores taxas demultiplicaccedilatildeo e obtenccedilatildeo de plantas uniformes e sadiasObjetivou-se estudar a influecircncia da citocinina BAP (6-benzilaminopurina) em diferentes meios de cultura napropagaccedilatildeo in vitro de placircntulas hiacutebridas de BrassocattleyalsquoPastoralrsquox Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo Placircntulas comaproximadamente 15plusmn05 cm de comprimento obtidasassimbioticamente foram transferidas para frascos comcapacidade de 250 cm3 contendo 40 mL das formulaccedilotildees salinasde MS WPM e Knudson C combinados com 0 05 10 20 e40 mg L-1 de BAP acrescidos de 2 g L-1 de carvatildeo ativadosolidificado com 6 g L-1 de aacutegar e pH ajustado para 58plusmn01Apoacutes a inoculaccedilatildeo os frascos foram incubados a 25plusmn2oC 35igravemolm-2s-1 de intensidade luminosa e sob fotoperiacuteodo de 16horas Apoacutes 90 dias observou-se que melhores resultados parapropagaccedilatildeo in vitro em placircntulas de orquiacutedea Bc lsquoPastoralrsquo x LclsquoAmber Glowrsquo satildeo obtidos com o meio WPM A suplementaccedilatildeode 4 mg L-1 de BAP no meio WPM favorece o crescimento invitro Para a multiplicaccedilatildeo maior quantidade de brotos eacuteconseguida em meio MS na ausecircncia de BAP

Termos para indexaccedilatildeo Orquiacutedea crescimento in vitrocitocinina

ABSTRACTThe multiplication rate of orchids by conventional

methods is considerably low and does not attend its commercialneeds Tissue culture results in larger multiplication rates andproduces uniform and healthy orchid plantlets The objective ofthis work was to study the influence of the cytokinin BAP (6-benzilaminopurine) in different culture media for ther in vitropropagation of Brassocattleya lsquoPastoralrsquox Laeliocattleya lsquoAmberGlowrsquo hybrid plantlets Plantlets measuring approximately 15plusmn 05 cm length deriving from in vitro germination were inoculated

in flasks of 250 cm3 volume containing 40 mL MS WPM andKnudson C salt formulations combined with BAP (0 05 1 2and 4 mg L-1) supplemented with 2 g L-1 activated charcoalsolidified with 6 g L-1 agar and pH adjusted for 58 plusmn 01 Afterthe inoculation the plantlets maintained in a growth room at25plusmn2ordmC 35 mMol m-2 s-1 light intensity and 16 hoursphotoperiod After 90 days the best results for the in vitropropagation of orchid plantlets Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquowere obtained with half strength WPM The supplementation of4 mg L-1 BAP to the WPM medium favors in vitro growth Forthe multiplication phase the largest number of sprouts is achievedwith full strength MS medium in the absence of BAP

Index terms Orchid in vitro growth cytokinin

INTRODUCcedilAtildeO

As orquiacutedeas satildeo consideradas as plantas

ornamentais haacute mais tempo cultivadas pelo homem

Pertencem agrave famiacutelia Orchidaceae a maior entre as

monocotiledocircneas e tambeacutem entre as plantas ornamentais

com 600 - 800 gecircneros e 25000-35000 espeacutecies (SHEEHAN

1983) totalizando 7 das plantas ornamentais do mundo

(Van Der PIJL amp DODSON 1966)

A propagaccedilatildeo de orquiacutedeas pode ser tanto

vegetativa quanto por meio de sementes Estas embora

produzidas em grande quantidade natildeo possuem

endosperma funcional prescindindo para tanto da

associaccedilatildeo simbioacutetica com fungos micorriacutezicos dentre os

quais a Rhizoctonia que eacute um dos gecircneros mais importante

(PIERIK 1987 SHEEHAN 1983)

(Recebido em 08 de dezembro de 2005 e aprovado em 10 de julho de 2006)

Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea 69

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

Knudson (1922) observou que era possiacutevel o cultivo

de sementes em meio artificial contendo apenas sais

nutritivos e accediluacutecar na ausecircncia de fungos Posteriormente

em 1946 o mesmo autor aperfeiccediloou este meio de cultura

sendo atualmente um dos mais utilizados comercialmente

na germinaccedilatildeo e desenvolvimento de orquiacutedeas (ARDITTI

amp ERNST 1992) No entanto satildeo necessaacuterios estudos

pois satildeo descritos vaacuterios meios de cultura para muitos

gecircneros e espeacutecies diferentes O meio de cultura mais

utilizado na cultura de tecidos em geral eacute o MS (Murashige

amp Skoog 1962) podendo-se encontrar o uso de outros

meios como Knudson C (1946) e WPM (Wood Plant

Medium) de Loyd amp McCown (1980)

Reguladores de crescimento em diferentes

concentraccedilotildees tecircm sido usados conforme a espeacutecie e a

metodologia utilizada Podem ser necessaacuterios para a

germinaccedilatildeo de sementes formaccedilatildeo de calos e brotaccedilotildees

adventiacutecias (GRATTAPAGLIA amp MACHADO 1998

PASQUAL 2001)

O regulador de crescimento BAP (6-

benzilaminopurina) eacute uma citocinina largamente utilizada

para estimular a induccedilatildeo de brotos em plantas ornamentais

Para o cultivo in vitro de orquiacutedeas do grupo Cattleya a

citocinina BAP geralmente eacute utilizada nas concentraccedilotildees

que variam entre 005 e 10 mg L-1 (CARVALHO 2002)

Martini et al (2001) trabalhando com a orquiacutedea

Gongora quinquenervis observaram que a presenccedila do

BAP inibe a multiplicaccedilatildeo de calos e o potencial

organogecircnico Silva (2003) concluiu que para o estaacutedio de

subcultivo de Brassocattleya lsquoPastoralrsquo x Laeliocattleya

lsquoAmber Glowrsquo natildeo haacute necessidade da adiccedilatildeo de BAP como

estiacutemulo ao desenvolvimento geral do explante Melhor

proliferaccedilatildeo de brotos formaccedilatildeo de raiacutezes nuacutemero de

folhas e comprimento de brotos em Dendrobium foram

obtidos com 25 mg L-1 de BAP + 05 mg L-1 de ANA

adicionados ao meio MS (TALUKDER et al 2003)

Aleacutem do tipo de meio outro aspecto importante na

multiplicaccedilatildeo in vitro estaacute relacionado com o tipo de

citocinina e sua concentraccedilatildeo sendo ambos determinantes

no sucesso da micropropagaccedilatildeo (GRATTAPAGLIA amp

MACHADO 1998)

O maior entrave no processo de micropropagaccedilatildeo

de orquiacutedeas estaacute relacionado ao tempo necessaacuterio para a

produccedilatildeo de mudas a partir de plantas hiacutebridas

selecionadas e a utilizaccedilatildeo de meio de cultura adequado

para cada espeacutecie Assim objetivou-se estudar o efeito de

diferentes concentraccedilotildees de BAP e formulaccedilotildees de minerais

nutritivos em meios de cultura na propagaccedilatildeo in vitro de

placircntulas de orquiacutedea oriundas do hiacutebrido Brassocattleya

lsquoPastoralrsquo x Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo

MATERIAL E MEacuteTODOS

Placircntulas hiacutebridas oriundas de sementes

germinadas assimbioticamente em meio Knudson C

obtidas do cruzamento entre Brassocattleya lsquoPastoralrsquo x

Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo com aproximadamente

15plusmn05 cm de comprimento foram transferidas para frascos

de 250 cm3 de capacidade contendo 40 mL de meio de

cultura e vedados com tampas plaacutesticas transluacutecidas Os

tratamentos consistiram de diferentes formulaccedilotildees salinas

(MS WPM e Knudson C em suas formulaccedilotildees originais)

combinadas com 0 05 10 20 e 40 mg L-1 de BAP

acrescidos de 2 g L-1 de carvatildeo ativado solidificado com

6 g L-1 de aacutegar e pH ajustado para 58plusmn01 antes da

autoclavagem obtida a 121ordmC e 1 atm por 20 minutos

Posteriormente agrave inoculaccedilatildeo os frascos foram

transferidos para sala de crescimento com temperatura

de 25plusmn2ordmC fotoperiacuteodo de 16 horas e 35 mmolm-2s-1 de

intensidade luminosa fornecida por lacircmpadas do tipo

(Grow-lux) e luz do dia especial O delineamento

experimental utilizado foi inteiramente casualizado no

esquema fatorial 3 x 5 com cinco repeticcedilotildees de quatro

placircntulas cada sendo cada repeticcedilatildeo composta por um

frasco

Apoacutes 90 dias da instalaccedilatildeo do experimento foram

avaliados nuacutemero meacutedio de brotos comprimento meacutedio

da parte aeacuterea nuacutemero meacutedio de raiacutezes nuacutemero meacutedio de

folhas e meacutedia da massa fresca total de placircntulas

ARAUJO A G de et al70

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Para a variaacutevel nuacutemero de folhas natildeo houve

significacircncia dos fatores isolados nem da interaccedilatildeo entre

eles O nuacutemero de raiacutezes e massa fresca total de placircntulas

apresentaram significacircncia apenas para o fator meio de

cultura enquanto que para nuacutemero de brotos e

comprimento da parte aeacuterea a interaccedilatildeo dos fatores foi

significativa (Tabela 1)

Com relaccedilatildeo ao nuacutemero de brotos observou-se

interaccedilatildeo entre os fatores BAP e os meios de cultura

utilizados (Tabela 1) Poreacutem pelo teste F verificou-se que

apenas o meio MS foi significativo em relaccedilatildeo agraves

concentraccedilotildees de BAP (Figura 1)

O maior nuacutemero de brotos (334) foi registrado na

formulaccedilatildeo de MS adicionado de 40 mg L-1 de BAP

Entretanto na ausecircncia dessa citocinina foi observada a

formaccedilatildeo de 304 brotosplanta (Figura 1) Diante da

pequena diferenccedila na quantidade meacutedia de brotos

formados entre a maior concentraccedilatildeo e o tratamento sem

o regulador de crescimento justifica-se a utilizaccedilatildeo do

meio de cultura sem o BAP Estes resultados concordam

com Silva (2003) que obteve maior nuacutemero de brotos (2

brotos) na ausecircncia de BAP para esse mesmo hiacutebrido

poreacutem em meio Knudson C

A natildeo utilizaccedilatildeo de reguladores de crescimento

adicionados ao meio de cultura vai influenciar na

reduccedilatildeo dos custos de produccedilatildeo de mudas jaacute que esse

eacute um dos componentes mais onerosos Isso eacute

extremamente importante principalmente para

laboratoacuterios comerciais

TABELA 1 ndash Resumo da anaacutelise de variacircncia para as caracteriacutesticas meacutedias de nuacutemero de folhas (NF) nuacutemero de raiacutezes(NR) nuacutemero de brotos (NB) comprimento da parte aeacuterea (CPA) e massa fresca total de placircntulas (MFP) e respectivoscoeficientes de variaccedilatildeo (CV)

significativo a 1 e 5 de probabilidade respectivamente pelo teste F

FIGURA 1 ndash Efeito do meio de cultura MS e concentraccedilotildees de BAP no nuacutemero meacutedio de brotos em placircntulas hiacutebridasde Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo apoacutes 90 dias da incubaccedilatildeo

Fontes de variaccedilatildeo GL Quadrados meacutedios

NF NR NB CPA MFP Meios 2 125683 ns 162740 01483 ns 53139 02372 BAP 4 186198 ns 44693 ns 04408 ns 03373 ns 00075 ns

Meio x BAP 8 243984 ns 13417 ns 17417 13579 00459 ns

Resiacuteduo 45 124475 21329 05055 05961 00662 CV () 3467 3081 2801 2443 5100

Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea 71

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

O estiacutemulo agrave brotaccedilatildeo em placircntulas de Spathoglottis

plicata Griff ocorreu em meio MS suplementado com 10

mg L-1 de BAP e 25 mg L-1 de ANA tendo o enraizamento

estimulado com 20 mg L-1 de AIB (NAYAK et al 1999)

TDZ tambeacutem eacute utilizado em associaccedilatildeo com BAP para

regeneraccedilatildeo de brotos de Rhynchostylis (BUI Le al 1999)

e de Anoectochilus (LI et al 1999) todas orquidaceaes

Observou-se interaccedilatildeo entre o tipo de meio de

cultura e o BAP no que diz respeito ao comprimento de

parte aeacuterea das placircntulas (Tabela 1) Pelo teste de F apenas

o meio WPM foi significativo em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees

de BAP (Figura 2)

O maior comprimento da parte aeacuterea (47 cm) foi

observado quando se utilizou o meio WPM combinado

com 40 mg L-1 de BAP (Figura 2) Como a relaccedilatildeo foi direta

pode-se inferir que o efeito estimulatoacuterio do BAP sobre o

crescimento da parte aeacuterea continuaria mesmo em

concentraccedilotildees maiores que 40 mg L-1 Talukder et al (2003)

obtiveram melhor comprimento de brotos (0472 cm) em

placircntulas de Dendrobium com utilizaccedilatildeo de 25 mg L-1 de

BAP + 05 mg L-1 de ANA adicionados ao meio MS

Relativo ao nuacutemero meacutedio de raiacutezes houve

significacircncia apenas para o fator meio de cultura (Tabela 1)

Na Tabela 2 verifica-se que os maiores valores foram obtidos

com os meios WPM (557) seguido do MS (487) sendo os

menores valores verificados no meio Knudson C (378) A

emissatildeo de novas raiacutezes eacute favorecida pelo caacutelcio e pelo boro

O meio Knudson C apresenta uma concentraccedilatildeo maior de

caacutelcio e menor de boro em relaccedilatildeo aos meios MS e WPM

que possuem concentraccedilotildees semelhantes de ambos

Segundo Pierik (1987) em concentraccedilotildees mais elevadas

(1 a 10 mg L-1) as citocininas podem induzir a formaccedilatildeo de

gemas adventiacutecias quebrando a dominacircncia apical e retardando

a formaccedilatildeo de raiacutezes Talukder et al (2003) encontraram maior

nuacutemero de raiacutezes (193explante) em placircntulas de Dendrobium

com utilizaccedilatildeo de 25 mg L-1 de BAP + 05 mg L-1 de ANA

adicionados ao meio MS O estiacutemulo ao enraizamento em

Spathoglottis plicata ocorreu em meio MS suplementado com

20 mg L-1 de AIB (NAYAK et al 1999)

FIGURA 2 ndash Comprimento meacutedio da parte aeacuterea em placircntulas hiacutebridas Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo cultivadas emmeio de cultura WPM e diferentes concentraccedilotildees de BAP

TABELA 2 ndash Efeito de diferentes meios de cultura sobreo nuacutemero meacutedio de raiacutezes em placircntulas hiacutebridas de BclsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo

Meios de Cultura Nuacutemero meacutedio de raiacutezes

WPM 557 a MS 487 a KC 378 b

Meacutedias seguidas pela mesma letra natildeo diferem entre sipelo teste de Scott-Knott a 5

ARAUJO A G de et al72

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

O efeito ora inibitoacuterio ora estimulatoacuterio dos

fitorreguladores na formaccedilatildeo de brotos e raiacutezes em

diferentes plantas pode estar associado agrave proacutepria

concentraccedilatildeo bem como a absorccedilatildeo dos reguladores de

crescimento pelo substrato (GEORGE 1996) agrave habituaccedilatildeo

(SANTANA amp PAIVA 2001) ou agrave deficiecircncia de proteiacutena

ligante promotora da atuaccedilatildeo das citocininas (TAIZ amp

ZEIGER 1998)

O nuacutemero de folhas natildeo apresentou diferenccedilas

significativas para os tratamentos estudados

isoladamente nem houve interaccedilatildeo entre eles (Tabela 1)

Talukder et al (2003) obtiveram maior nuacutemero de folhas

(425placircntula) em Dendrobium com utilizaccedilatildeo de 25 mg L-

1 de BAP + 05 mg L-1 de ANA adicionados ao meio MS

Para massa fresca de placircntulas houve significacircncia

apenas para o fator meio de cultura isoladamente (Tabela

1) Atraveacutes do teste de meacutedias constatou-se maior massa

de placircntulas frescas nos meios WPM e MS com 0524 e

0503g respectivamente Resultado inferior (0326g) foi

registrado em meio Knudson C (Tabela 3)

TABELA 3 ndash Efeito do meio de cultura na massa frescatotal de placircntulas do hiacutebrido Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmberGlowrsquo

Meios de Cultura Massa fresca total de placircntulas (g)

WPM 0524 a MS 0503 a KC 0326 b

Meacutedias seguidas pela mesma letra natildeo diferem entre sipelo teste de Scott-Knott a 5

Dignart (2003) estudando a germinaccedilatildeo in vitro

de sementes de Cattleya nobilior Rchbf em diferentes

meios de cultura (MS WPM Knudson C e B5 de

GAMBORG et al 1968) observou que natildeo houve

diferenccedilas entre os meios utilizados O BAP adicionado

ao meio de cultura provocou aumento da taxa de brotaccedilatildeo

a partir de 1 igravemolL

Segundo (PASQUAL 2001) os meios MS e WPM

possuem concentraccedilotildees similares de micronutrientes e satildeo

ricos em nitrogecircnio (N) e potaacutessio (K) Jaacute o meio Knudson C

natildeo possui micronutrientes e tem baixas concentraccedilotildees de

N e K em relaccedilatildeo ao MS e WPM Os melhores resultados

para as variaacuteveis analisadas foram observados em meio WPM

e MS Essa resposta provavelmente deveu-se ao fato de

que o meio Knudson C possui diferentes sais minerais e

embora seja muito utilizado na germinaccedilatildeo de sementes de

orquiacutedeas parece natildeo propiciar condiccedilotildees satisfatoacuterias para

o desenvolvimento de placircntulas de algumas espeacutecies de

orquiacutedeas

Sabe-se que existe uma relaccedilatildeo entre o nuacutemero de

brotos e seu tamanho e nessa relaccedilatildeo quanto maior for o

nuacutemero de brotos menor o tamanho dos mesmos

(GEORGE 1996) Essa relaccedilatildeo fez-se presente ateacute a

concentraccedilatildeo de 20 mg L-1 de BAP em Bc lsquoPastoralrsquo x Lc

lsquoAmber Glowrsquo No entanto em concentraccedilotildees superiores

tanto o nuacutemero quanto o comprimento dos brotos

aumentaram Tal diversidade de resultados estaacute

relacionada principalmente ao genoacutetipo da espeacutecie meio

de cultura e possivelmente agrave interferecircncia na accedilatildeo dos

reguladores de crescimento

Segundo Malaure et al (1991) diferentes efeitos

dos reguladores de crescimento podem ocorrer para

diferentes espeacutecies inclusive variaccedilotildees dentro de uma

mesma espeacutecie Em orquiacutedeas o efeito dos reguladores de

crescimento e de meios de cultura satildeo diversificados

principalmente quando se utiliza um hiacutebrido trigeneacuterico

com alto grau de heterozigose

CONCLUSOtildeES

Melhores resultados para propagaccedilatildeo in vitro de

placircntulas de orquiacutedea Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo satildeo

obtidos com o meio WPM A suplementaccedilatildeo de 4 mg L-1 de

BAP no meio WPM favorece o crescimento in vitro Para

a multiplicaccedilatildeo maior quantidade de brotos eacute conseguida

em meio MS na ausecircncia de BAP

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ARDITTI J ERNST R Micropropagation of orchids NewYork John Wiley amp Sons 1992 682 p

Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea 73

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

BUI V L HANG-PHUONG N T ANH-HONG L T TRAN-THANH-VAN K High frequency shoot regeneration fromRhynchostylis gigantea (Orchidaceae) using thin cell layers PlantGrowth Regulation Dordrecht v28 n3 p 179-185 July 1999

CARVALHO V S Morfogecircnese in vitro de orquiacutedeas dogrupo Cattleya 2002 179 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitotecnia) - Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG

DIGNART S L Propagaccedilatildeo in vitro de Cattleya nobiliorRCHB F (Orchidaceae) Cuiabaacute UFMT 2003 55 p(Monografia - Licenciatura em Ciecircncias Bioloacutegicas)

GEORGE E F Plant propagation by tissue culture part 1- The Technology 2 ed Edington Limited 1996 1574 p

GAMBORG O L MILLER R A OJIMA K Nutrientrequeriments of suspension cultures of soybean root cellsExperimental Cell Research San Diego v 50 n 1 p 151-158 1968

GRATTAPAGLIA D MACHADO M MicropropagaccedilatildeoIn TORRES A C et al (Ed) Cultura de tecidos etransformaccedilatildeo de plantas Brasiacutelia EMBRAPACNPH1998 v 1 p 183-260

KNUDSON L Nonsymbiotic germination of orchid seedsBotanical Gazette Chicago v 73 n 1 p 1-25 1922

KNUDSON L A new nutrient solution for the germinationof orchid seed American Orchid Society Bulletim WestPalm Beach v 14 p 214-217 1946

LI Y GE Z LI Y Q GE Z Y Studies on improvement ofthe micropropagation technique and transplantation ofAnoectochilus formosanus Havata Journal of JiangsuForestry and Technology Beijing v 26 n 3 p 32-34 1999

LOYD G McCOWN B Commercially-feasiblemicropropagation of mountain laurel Kalmia latifoliaby use of shoot-tip culture International Plant PropagationSociety Proceedings Washington v 30 p 421-427 1980

MALAURE R S BARCLAY G POWER J B DAVEYM R The prodution of novel plants from florets ofChrysanthemun morifolium using tissue culture 1 Shootregeneration from ray florets and somaclonal variationexhibited by regenerated plants Journal of PlantPhysiology Stuttgart v 139 n 1 p 8-13 Nov 1991

MARTINI C M WILLADINO L ALVES G D DONATOV M T S Propagaccedilatildeo de orquiacutedea Gongora quinquinervispor semeadura in vitro Pesquisa AgropecuaacuteriaBrasileira Brasiacutelia v 36 n 10 p 1319-1324 out 2001

MURASHIGE T SKOOG F A A revised medium for rapidgrowth and bio assays with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 1962

NAYAK NR RATH SP PATNAIK SN Propagationof Spathoglottis plicata BL (Orchidaceae) through in vitroculture of leaf bases Advances in Plant Sciences NewYork v 12 n 2 p 589-592 1999

PASQUAL M Cultura de tecidos vegetais meios decultura Lavras UFLAFAEPE 2001 74 p

PIERIK R L M In vitro culture of higher plants BostonMartinus Nijhoff Publishers 1987 344 p

SANTANA J R F PAIVA R Habituaccedilatildeo Revista ABCTPNotiacutecias Recife n 41 p 4-10 2001

SHEEHAN T J Recent advances in botany propagationand physiology of orchids Horticultural Reviews v 5 p279-315 1983

SILVA E F Multiplicaccedilatildeo e crescimento in vitro deorquiacutedea Brassocattleya ldquoPastoralrdquo x LaeliocattleyaldquoAmber Glowrdquo 2003 62 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitotecnia) - Universidade Federal de Lavras Lavras MG

SINGH F Micropropagation of orchids Spathogloottisplicata and Epidendrum radicans In BAJAJ Y P SBiotechnology in agriculture and forestry high-tech andmicropropagation IV London Springer-Verlag 1992 v 20p223-245

TAIZ L ZEIGER E Plant physiology 2 ed SunderlandMA Sinauer Associates 1998 792 p

TALUKDER S K NASIRUDDIN K M YASMIN SHASSAN L BEGUM R Shoot proliferation of Dendrobiumorchid with BAP and ANA Jounal of Biological SciencesBanghadesh v11 n 3 p 1058-1062 2003

VAN DER PIJL L DODSON CH Orchid flowers theirpollination and evolution Coral Gables University ofMiami Press 1966 214 p

SILVEIRA D G et al74

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

EFEITO DO VIacuteRUS DAS ESTRIAS DA BANANEIRA NAMICROPROPAGACcedilAtildeO E NO CRESCIMENTO DAS PLANTAS DA

CULTIVAR CAIPIRA DURANTE A ACLIMATIZACcedilAtildeO1

EFFECT OF BANANA STREAK VIRUS ON MICROPROPAGATION AND PLANTGROWTH OF CULTIVAR CAIPIRA DURING ACLIMATIZATION

DANIELA GARCIA SILVEIRA2 ANTOcircNIO DA SILVA SOUZA3 PAULO ERNESTO MEISSNER FILHO3TALES MILER SOARES4 RANULFO CORREA CALDAS3 KAacuteTIA REGINA BARBOSA LEAtildeO5

1Parte da Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada pelo primeiro autor ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Agraacuterias da Escola de AgronomiaUFBA ndash Cruz das Almas BA2Doutoranda em Botacircnica ndash Universidade Estadual de Feira de SantanaUEFS ndash Feira de Santana BA ndash danielagsigcombr3Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical ndash Caixa Postal 007 ndash 44380-000 ndash Cruz das Almas BA4Doutorando da Escola Superior Luis de QueirozEsalq ndash Piracicaba SP ndash tmsoaresesalquspbr5Engenheira Agrocircnoma MSc EBDA ndash Cruz das Almas BA ndash 44380-000 ndash krbleaohotmailcom

(Recebido em 12 de abril de 2006 e aprovado em 28 de agosto de 2006)

RESUMOAvaliaram-se os efeitos da infecccedilatildeo pelo viacuterus das estrias

de bananeira (Banana Streak Virus BSV) no desenvolvimento invitro e no crescimento das plantas da cultivar Caipira durante aaclimatizaccedilatildeo Utilizou-se o delineamento experimentalinteiramente casualizado com dois tratamentos plantas sadias eplantas infectadas pelo BSV com respectivamente 24 e 28repeticcedilotildees Os explantes foram desinfestados e estabelecidos emmeio MS baacutesico suplementado com 30 gL de sacarose solidificadocom 2 gL de lsquoPhytagelrsquo e pH ajustado em 58 Foram efetuadoscinco subcultivos em meio com 4 mgL de BAP (6-benzilaminopurina) e as plantas obtidas foram enraizadas nessemesmo meio de cultura sem reguladores de crescimento Apoacutesessa etapa transferiram-se as plantas para a aclimatizaccedilatildeo emcacircmara uacutemida onde permaneceram por 30 dias Avaliaram-se astaxas de multiplicaccedilatildeo a presenccedila in vitro dos sintomas do BSVnos explantes provenientes das plantas infectadas durante amicropropagaccedilatildeo e aclimatizaccedilatildeo as perdas por contaminaccedilatildeoenvolvendo fungos e bacteacuterias nas fases da micropropagaccedilatildeo e aaltura das plantas na fase da aclimatizaccedilatildeo A infecccedilatildeo pelo BSVnatildeo afetou significativamente a multiplicaccedilatildeo e o crescimento invitro das plantas sendo os sintomas do viacuterus visiacuteveis em todasas fases da micropropagaccedilatildeo e na aclimatizaccedilatildeo das plantasinfectadas A maior porcentagem de contaminaccedilatildeo ocorreu nafase de estabelecimento in vitro dos explantes independentementedos tipos de plantas utilizadas Apoacutes 30 dias de aclimatizaccedilatildeo asplantas com BSV apresentaram altura inferior agraves plantas sadiasA presenccedila do viacuterus natildeo influenciou a taxa de multiplicaccedilatildeo dosexplantes poreacutem afetou o crescimento das plantas infectadas

Termos para indexaccedilatildeo Musa BSV cultura de tecidospropagaccedilatildeo in vitro

ABSTRACTThe effects of the banana streak virus (BSV) infection on

in vitro development of the cultivar Caipira were evaluated The

used experimental design was a completely randomized withtwo treatments healthy plants and plants infected by BSV with24 and 28 replications respectively The explants weredisinfected and established in a basic MS medium supplementedwith 30 gL sucrose solidified with 2 gL lsquoPhytagelrsquo and pHadjusted to 58 Five subcultures were carried out in a mediumcontaining 4 mgL BAP (6-benzylaminopurine) and the plantletswere rooted in the same culture medium without growthregulators Afterwards the plantlets were transferred to a humidchamber for acclimatization during a 30-day periodMultiplication rates presence of BSV symptoms on in vitroexplants obtained from plants infected during themicropropagation and acclimatization periods losses caused byfungal and bacterial contamination and plantlet height at theacclimatization stage were evaluated The infection by BSVpresented no significant effect on the multiplication rate and invitro plant growth although the virus symptoms were visible inall the micropropagation phases and during the acclimatizationof infected plants The highest percentage of contaminationoccurred during the in vitro establishment phase regardless theused plants After 30 days of acclimatization the plants withBSV presented a lower height compared to the healthy plantsAlthough the presence of the virus had no influence on the explantmultiplication rate it affected the growth of infected plants

Index terms Musa BSV tissue culture in vitro propagation

INTRODUCcedilAtildeO

As bananeiras estatildeo sujeitas as vaacuterias doenccedilas

causadas por fungos bacteacuterias nematoacuteides e viacuterus que

satildeo limitantes agrave sua capacidade de produccedilatildeo Entre as

viroses que ocorrem no Brasil destaca-se a causada pelo

viacuterus das estrias da bananeira (Banana streak virus BSV)

Efeito do viacuterus das estrias da bananeira 75

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

que eacute particularmente importante para os programas de

melhoramento geneacutetico e de multiplicaccedilatildeo comercial de

cultivares uma vez que pode ser incorporada ao genoma e

transmitida pelas sementes de plantas infectadas

(DANIELLS et al 1995) aleacutem de natildeo existir um meacutetodo

eficiente para limpar uma planta infectada com BSV

(LOCKHART 1994)

Esse viacuterus natildeo eacute transmitido mecanicamente sendo as

mudas infectadas sua principal forma de disseminaccedilatildeo

(LOCKHART amp AUSTREY 1988 LOCKHART 1994) A

transmissatildeo eacute feita de maneira semi-persistente pela cochonilha-

dos-citros Planococcus citri Risso e pela cochonilha-da-cana-

de-accediluacutecar Saccharicoccus sacchari cocherell (LOCKHART

1993 LOCKHART amp AUSTREY 1988)

O BSV inicialmente causa na bananeira um estriado

cloroacutetico de linhas descontiacutenuas dispersas e concentradas

em partes da lacircmina foliar Com o envelhecimento das

folhas o estriado causa necrose de coloraccedilatildeo marrom-cafeacute

a negro (RAMIREZ amp RIVERA 1994) As plantas

infectadas geralmente natildeo mostram sintomas em todas as

folhas (CORDEIRO amp KIMATI 1997 LOCKHART 1986)

Outros sintomas do BSV satildeo a reduccedilatildeo do vigor da planta

e a diminuiccedilatildeo do tamanho dos frutos que tambeacutem ficam

deformados (RAMIREZ amp RIVERA 1994)

Este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos

da infecccedilatildeo pelo BSV na multiplicaccedilatildeo in vitro e no

crescimento durante a aclimatizaccedilatildeo das plantas de

bananeira da cultivar Caipira Aleacutem disso avaliou-se a taxa

de contaminaccedilatildeo por fungos e bacteacuterias na etapas da

micropropagaccedilatildeo devido a importacircncia dessa variaacutevel na

multiplicaccedilatildeo in vitro das plantas

MATERIAL E MEacuteTODOS

O estudo dos efeitos do BSV na micropropagaccedilatildeo

da cultivar Caipira (grupo AAA) foi conduzido no

Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos da Embrapa Mandioca

e Fruticultura Tropical Utilizou-se o delineamento

experimental inteiramente casualizado com dois

tratamentos plantas sadias com 24 repeticcedilotildees coletadas

no Banco de Germoplasma de Bananeira da Embrapa

Mandioca e Fruticultura Tropical e plantas infectadas com

BSV com 28 repeticcedilotildees Foram usadas mudas do tipo

chifrinho sendo que as matrizes infectadas com BSV com

altura meacutedia de 12 cm foram infestadas pela cochonilha

vetora Planacoccus citri Risso alimentadas em folhas de

banana lsquoMysorersquo com sintomas de BSV em casa-de-

vegetaccedilatildeo Aproximadamente 15 dias apoacutes a infestaccedilatildeo

todas as 28 plantas estavam com os sintomas da virose

Para o estabelecimento in vitro realizou-se a limpeza

das matrizes por meio de uma seacuterie de cortes removendo-

se parte do rizoma e do pseudocaule ateacute o tamanho

aproximado de 50 cm de altura por 15 cm de diacircmetro

lavando-se com detergente e aacutegua deionizada A

desinfestaccedilatildeo foi feita em cacircmara de fluxo laminar

imergindo os explantes em soluccedilatildeo de aacutelcool 70 por

cinco minutos e em soluccedilatildeo 11 de aacutegua sanitaacuteria comercial

(2 de cloro ativo) com aacutegua deionizada por 30 minutos

Em seguida foram realizadas trecircs lavagens com aacutegua

deionizada esterilizada e reduzidos os explantes ateacute o

tamanho final de 06 cm de altura por 04 cm de diacircmetro

As etapas de estabelecimento multiplicaccedilatildeo e

enraizamento foram realizadas em meio nutritivo MS baacutesico

(MURASHIGE amp SKOOG 1962) suplementado com 30 g

L de sacarose solidificado com 2 gL de ldquoPhytagelrdquo e pH

ajustado para 58 Apenas na fase de multiplicaccedilatildeo o meio

MS foi suplementado com 4 mgL de 6-benzilaminopurina

(BAP) Em todas as etapas os explantes foram dispostos

sobre 25 mL de meio de cultura em frascos com 12 cm de

altura por 5 cm de diacircmetro

A multiplicaccedilatildeo foi realizada em cinco subcultivos

das gemas e brotos sendo efetuada a subdivisatildeo

longitudinal dos explantes sempre que possiacutevel O

estabelecimento e os cinco subcultivos foram realizados

com intervalos de 30 dias Apoacutes os subcultivos as

plantas permaneceram 30 dias em enraizamento O

estudo foi desenvolvido sob condiccedilotildees de temperatura

de 27 plusmn 1ordmC fotoperiacuteodo de 16 horas e intensidade

luminosa de 22 microEm2s

SILVEIRA D G et al76

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

Apoacutes o enraizamento in vitro 47 plantas sadias e 40

plantas infectadas com BSV foram transferidas para copos

plaacutesticos de 300 cm3 contendo o Plantmaxreg e vermiculita

(21) permanecendo 30 dias sob condiccedilotildees de 85 de umidade

relativa do ar e 60 de sombreamento em casa-de-vegetaccedilatildeo

Na fase de estabelecimento e em cada subcultivo

foram avaliadas as taxas de multiplicaccedilatildeo e a presenccedila dos

sintomas do BSV nos explantes provenientes das plantas

infectadas Na fase de aclimatizaccedilatildeo avaliaram-se a

presenccedila de sintomas nas plantas infectadas e as suas

respectivas alturas As medidas foram tomadas do coleto

ateacute a extremidade apical da folha mais alta

Os dados referentes ao nuacutemero de gemas obtidas

nos cinco subcultivos foram transformados em raiz

quadrada Foi estabelecida uma regressatildeo linear para cada

tratamento em funccedilatildeo dos subcultivos

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A infecccedilatildeo pelo BSV natildeo afetou significativamente

o crescimento e a multiplicaccedilatildeo das plantas sendo que o

nuacutemero de gemas cresceu linearmente em funccedilatildeo dos

subcultivos em ambos os tratamentos Trabalhando com

plantas micropropagadas de bananeira sadias e infectadas

com o viacuterus do topo em leque (Banana bunchy top virus

BBTV) Thomas et al (1995) observaram que aquela virose

tambeacutem natildeo afetou a capacidade das plantas em crescer e

multiplicar Nas anaacutelises de regressatildeo realizadas para os

dois tratamentos (plantas sadias e plantas com BSV) o

acreacutescimo no nuacutemero de gemas em funccedilatildeo dos subcultivos

pode ser explicado por um modelo de regressatildeo linear

(Figura 1) As estimativas da regressatildeo linear para plantas

com BSV e plantas sadias foram altamente significativas e

os coeficientes de determinaccedilatildeo (R2) proacuteximos de 1 Foi

observado que as linhas determinadas a partir das

equaccedilotildees obtidas satildeo quase superpostas evidenciando

um comportamento semelhante entre os dois tratamentos

com relaccedilatildeo ao nuacutemero de gemas por subcultivo

Em todas as fases da micropropagaccedilatildeo os sintomas

do BSV foram visiacuteveis ocorrendo nas folhas das plantas

infectadas estriados cloroacuteticos com linhas descontiacutenuas e

FIGURA 1 ndash Curvas de regressatildeo linear obtidas a partir dosdados de gemas em cada subcultivo da cultivar de bananeiraCaipira sadias e infectadas com BSV Cruz das Almas (BA)Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 2006Dados transformados por x

dispersas (Figura 2) Esses mesmos sintomas foram

observados em plantas de bananeira infectadas com BSV

mantidas a campo (RAMIREZ amp RIVERA 1994)

As contaminaccedilotildees que ocorreram nos materiais

in vitro foram tambeacutem avaliadas As maiores taxas de

contaminaccedilatildeo aconteceram na fase de estabelecimento

in vitro dos explantes obtendo-se niacuteveis de 21 e 32

para as plantas sadias e infectadas com BSV

respectivamente (Figura 3) Os elevados iacutendices de perdas

nesta etapa foram causados principalmente por

contaminaccedilatildeo bacteriana Segundo Oliveira amp Silva

(1997) as maiores contaminaccedilotildees bacterianas dos

explantes de bananeira ocorrem na fase de

estabelecimento in vitro do que nos demais subcultivos

Oliveira et al (2000) trabalhando com plantas livres de

viacuterus obtiveram taxas de contaminaccedilatildeo nesta fase entre

10 e 45 as quais estatildeo proacuteximas agraves obtidas neste

trabalho Durante a fase de multiplicaccedilatildeo as perdas por

contaminaccedilatildeo foram menores variando de 14 a 74

para as plantas sadias e de 0 a 121 no caso das plantas

infectadas com BSV sendo que a maior parte do material

foi contaminada por fungos natildeo-patogecircnicos Estes

valores foram bem inferiores agravequeles obtidos por Oliveira

et al (1999) (131) que utilizaram genoacutetipos diploacuteides

triploacuteides e tetraploacuteides de bananeiras sadias

Efeito do viacuterus das estrias da bananeira 77

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

FIGURA 2 ndash Planta de bananeira lsquoCaipirarsquo infectada com BSV na fase de enraizamento in vitro apresentando estriadoscloroacuteticos com linhas descontiacutenuas e dispersas nas folhas Cruz das Almas (BA) Embrapa Mandioca e FruticulturaTropical 2006

FIGURA 3 ndash Taxas por contaminaccedilatildeo () de explantes dacultivar Caipira na fase de estabelecimento (Est) e ao longode cinco subcultivos (Sub) Cruz das Almas (BA)Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 2006

Durante o enraizamento in vitro natildeo houve

diferenccedila significativa na altura das plantas Poreacutem com

30 dias de aclimatizaccedilatildeo as plantas com BSV apresentaram

altura significativamente inferior agraves plantas sadias (Tabela 1)

Soares et al (2000) cultivaram mudas de bananeira lsquoCaipirarsquo

sadias e infectadas com BSV durante 141 dias em casa-de-

vegetaccedilatildeo e observaram que a infecccedilatildeo pelo viacuterus implicou

em significativa reduccedilatildeo no crescimento inicial afetando

o porte o desenvolvimento do sistema radicular e a aacuterea

fotossintetizante das plantas Verifica-se assim que a

infecccedilatildeo pelo BSV prejudicou o crescimento inicial das

plantas afetando a altura daquelas infectadas mesmo em

um periacuteodo relativamente curto indicando que em periacuteodos

mais longos o prejuiacutezo com relaccedilatildeo ao crescimento pode

ser ainda maior aconteceu no estudo desenvolvido por

Soares et al (2000)

Os sintomas do BSV permaneceram visiacuteveis em

todas as plantas infectadas durante e apoacutes a fase de

aclimatizaccedilatildeo Esse resultado foi diferente ao obtido por

Dahal et al (1999) quando micropropagaram hiacutebridos de

Musa pois os sintomas soacute foram visiacuteveis em plantas com

trecircs meses apoacutes o enraizamento Provavelmente essa

diferenccedila foi devido agraves condiccedilotildees onde os trabalhos foram

conduzidos casa-de-vegetaccedilatildeo e campo respectivamante

bem como aos genoacutetipos estudados Observaccedilotildees

semelhantes foram tambeacutem efetuadas por Gauhl amp Pasberg-

Gauhl (1995) e Ortiz (1996) ao estudarem a incidecircncia de

viroses em diferentes genoacutetipos de bananeira

SILVEIRA D G et al78

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

Alturas (cm) Plantas de bananeira lsquoCaipirarsquo

Enraizamento

in vitro 30 dias de

aclimatizaccedilatildeo

Sadias 637 a 2690 a BSV 728 a 2192 b

TABELA 1 ndash Meacutedias das alturas das plantas apoacutes oenraizamento in vitro e 30 dias de aclimatizaccedilatildeo em casa-de-vegetaccedilatildeo Cruz das Almas (BA) Embrapa Mandiocae Fruticultura Tropical 2006

Meacutedias seguidas pelas mesmas letras nas colunas natildeodiferem estatisticamente entre si pelo teste F ao niacutevel de 5 de significacircncia

CONCLUSOtildeES

A infecccedilatildeo pelo BSV natildeo influenciou a taxa de

multiplicaccedilatildeo dos explantes embora os sintomas do viacuterus

tenham sido visiacuteveis em todas as fases da micropropagaccedilatildeo

e durante os primeiros 30 dias da aclimatizaccedilatildeo das plantas

infectadas Todavia o crescimento das plantas infectadas

foi afetado pela presenccedila do viacuterus

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CORDEIRO Z J M KIMATI H Doenccedilas da bananeiraIn KIMATI H et al (Ed) Manual de fitopatologiadoenccedilas das plantas cultivadas Satildeo Paulo AgronocircmicaCeres 1997 v 2 p 112-136

DAHAL G GAUHL F PASBERG-GAUHL C HUGHESJ drsquoA THOTTAPPILLY G LOCKHART B E L Evalutionof micropropagated plantain and banana (Musa spp) forbanana streak badnavirus incidence under field andgreenhouse conditions in Nigeria Annals of AppliedBiology Warwick v 134 n 2 p 181-191 Apr 1999

DANIELLS J THOMAS J E SMITH M Seedtransmission of banana streak virus confirmed InfoMusaMontpellier v 4 n 1 p 7 1995

GAUHL F PASBERG-GAUHL C Temporal dynamics ofbanana streak badnavirus (BSV) symptoms in Musa clonesin southern Nigeria Phytomedizin Hohenheim v 25 n 1p 27 1995

LOCKHART B E L Banana streak virus (BSV) InINTERNATIONAL NETWORK FOR THE

IMPROVEMENT OF BANANA AND PLANTAIN AnnualReport Montpellier INIBAP 1993 p 29-30

LOCKHART B E L Banana streak virus In PLOETZ RC ZENTMYER G A ANISHIJIMA W T ROHRBACHK G OHR H D (Ed) Compendium of tropical fruitdiseases Saint Paul The American PhytopathologicalSociet 1994 p 19-20

LOCKHART B E L Purification and serology of abaciliform virus associated with banana streak diseasePhytopathology Saint Paul v 76 n 10 p 995-999 Oct1986

LOCKHART B E L AUSTREY L J C Occurrence insugarcane of a bacilliform virus related serologically tobanana streak virus Plant Disease Saint Paul v 72 n 3p 230-233 Mar 1988

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgrowth and biossays with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 1962

OLIVEIRA R P SILVA S O Avaliaccedilatildeo de micropropagaccedilatildeocomercial em bananeira Pesquisa Agropecuaacuteria BrasileiraBrasiacutelia v 32 n 4 p 415-420 abr 1997

OLIVEIRA R P SILVEIRA D G SILVA S O Efeito dadesinfestaccedilatildeo e do uso de meios indicadores decontaminaccedilatildeo na micropropagaccedilatildeo de bananeira RevistaBrasileira de Fruticultura Jaboticabal v 22 n 1 p 57-61 abr 2000

OLIVEIRA R P SILVEIRA D G SILVA S O SILVA KM VILARINHOS A D Avaliaccedilatildeo da micropropagaccedilatildeode genoacutetipos diploacuteides triploacuteides e tetraploacuteides debananeira empregando protocolo utilizado em laboratoacuterioscomerciais Revista Brasileira de FruticulturaJaboticabal v 21 n 3 p 269-273 dez 1999

ORTIZ R The potential of AMMI analysis for fieldassessment of Musa genotypes to virus infectionHortscience Alexandria v 31 n 5 p 829-832 Sept 1996

RAMIREZ P RIVERA C Enfermedades virales in bananay plaacutetano In REUNIAtildeO DE LA ASSOCIACION PARA LACOOPERACION EN INVESTIGACION DE BANANO ENCARIBE Y EN AMERICA TROPICAL 10 1991 TabascoMemorias San Joseacute CORDANA 1994 p 223-230

Efeito do viacuterus das estrias da bananeira 79

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

SOARES T M MEISSNER FILHO P E ROCHA H SEfeitos do viacuterus das estrias da bananeira na cultivar Caipira(AAA) In CONGRESSO BRASILEIRO DEFRUTICULTURA 16 2000 Fortaleza Anais FortalezaSociedade Brasileira de Fruticultura 2000 172 p 1CD-ROM

THOMAS J E SMITH M K KESSLING A G HAMILLS D Incosistent transmission of banana bunchy top virusin micropropagated bananas and its implication forgermplasm screening Australian Journal of AgriculturalResearch Collingwood v 46 n 3 p 663-671 1995

FOGACcedilA L A et al80

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

CARACTERIacuteSTICAS MORFOFISIOLOacuteGICAS DE BROTACcedilOtildeES DEAgapanthus umbellatus var minor MULTIPLICADAS EM

BIORREATOR DE IMERSAtildeO TEMPORAacuteRIA1

MORPHOLOGICAL AND PHYSIOLOGICAL CHARACTERISTICS Agapanthus umbellatus varminor OF SHOOTS PROPAGATED IN BIOREACTOR OF TEMPORARY IMMERSION

LUCIANA ALVES FOGACcedilA2 DENILSON DORTZBACH3 ANTONIO CARLOS ALVES4 ENIO LUIZ PEDROTTI5

1Parte da dissertaccedilatildeo de mestrado do primeiro autor junto ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Recursos Geneacuteticos vegetais CCA UFSC ndash Florianoacutepolis SC2Engenheira Agrocircnoma Mestre em Recursos Geneacuteticos Vegetais ndash CCAUFSC ndash UFSC Trindade ndash Florianoacutepolis SC ndash 88040-900 ndash lufogacapopcombr3Empresa Catarinense de Pesquisa Agropecuaacuteria ndash Rodovia Admar Gonzaga 1340 ndash Bairro Itacorubi Florianoacutepolis SC ndash denilsondtbolcombr4Engenheiro Agrocircnomo Professor Dr Departamento Fitotecnia ndash CCAUFSC ndash UFSC ndash alvesccaufscbr5Engenheiro Agrocircnomo Professor Dr Departamento Fitotecnia ndash CCAUFSC ndash UFSC ndashRodovia Admar Gonzaga 1346 ndash 88 040 900 ndash Florianoacutepolis- SC ndash pedrotticcaufscbr

RESUMOCom o presente trabalho objetivou-se estudar alguns

aspectos morfoloacutegicos e fisioloacutegicos de placircntulas de Agapanthusumbellatus LrsquoHeacuter var minor multiplicadas em biorreatores deimersatildeo temporaacuteria (BIT) Foram testadas quatro concentraccedilotildeesde sacarose no meio de cultura e duas intensidades luminosasem um total de oito tratamentos formando um fatorial 2 x 4 Odelineamento experimental utilizado foi inteiramentecasualizado Os resultados obtidos indicaram que as condiccedilotildeesambientais principalmente luz e concentraccedilatildeo de sacarose domeio de cultura influenciaram o desenvolvimento e o crescimentodas placircntulas quando multiplicadas Observou-se que a ausecircnciade sacarose mesmo no niacutevel mais elevado de intensidadeluminosa natildeo estimulou a fotossiacutentese das placircntulas Acombinaccedilatildeo de 30 gL-1 de sacarose e 70 mMm-2s-1 de luzproporcionou maior numero de folhas massa fresca e secaconcentraccedilatildeo de clorofila a b e total fatores estes que tecircmgrande influecircncia na fase de aclimatizaccedilatildeo

Termos para indexaccedilatildeo Plantas ornamentaismicropropagaccedilatildeo sacarose intensidade luminosa

ABSTRACTThe objective of the present work was to study

morphological and physiological characteristics of Agapanthusumbellatus LrsquoHeacuter var minor plantlets propagated in bioreactorof temporary immersion (BIT) Four sucrose concentrationsand two light intensities were analyzed totalizing eighttreatments The experimental design used was a completelyrandomized with a 2 x 4factorial The results indicated that theenvironment conditions mainly light and sucrose concentrationsof the culture medium influenced plantlets development andgrowth It was observed that the absence of sucrose even inthe highest level of light intensity had no stimuli on plantletphotosynthesis The combination of 30 g L-1 sucrose and 70mM m-2 s-1 light had promoted higher leaf number fresh anddry weight concentration of chlorophyll a b and total

parameters that present high influence during theacclimatizationrsquos phase

Index terms Ornamental plants micropropagation sucroselight intensity

INTRODUCcedilAtildeO

Agapanthus umbellatus var minor tambeacutem

conhecida como Agapantho ou Liacuterio do Nilo eacute uma

angiosperma da famiacutelia Amaryllidaceae pertencente agrave

ordem Liliales (BOTANY 2003) eacute uma espeacutecie ornamental

muito utilizada como flor de corte devido agrave sua durabilidade

No entanto o maior interesse econocircmico nesta espeacutecie

decorre do seu uso como forraccedilatildeo em jardins e praccedilas

(LORENZI amp SOUZA 1995)

Sua propagaccedilatildeo eacute tradicionalmente efetuada

atraveacutes da divisatildeo de touceiras No entanto esta teacutecnica

apresenta uma seacuterie de desvantagens visto que a taxa de

propagaccedilatildeo eacute baixa cerca de dez mudas por planta ao ano

aleacutem de possibilitar a dispersatildeo de pragas e doenccedilas que

poderatildeo ocorrer no viveiro de produccedilatildeo Sendo assim a

micropropagaccedilatildeo pode ser uma ferramenta muito

promissora para esta espeacutecie

O processo de micropropagaccedilatildeo induz a um grande

nuacutemero de mudanccedilas anatocircmicas morfoloacutegicas e

fisioloacutegicas que muitas vezes tem limitado o cultivo in vitro

de algumas espeacutecies (DESJARDINS 1993) A

(Recebido em 18 de julho de 2005 e aprovado em 25 de agosto de 2006)

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 81

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

heterogeneidade de respostas agraves placircntulas que ocorrem

na cultura de tecidos eacute promovida natildeo soacute por fatores

inerentes ao tecido vegetal (geneacuteticos e fisioloacutegicos) mas

tambeacutem por modificaccedilotildees do ambiente in vitro

As modificaccedilotildees do ambiente in vitro envolvem a

qualidade e intensidade de luz fotoperiacuteodo temperatura

umidade reguladores de crescimento exoacutegenos fonte de

carbono e estresse mecacircnico Estes satildeo determinantes na

morfogecircnese no crescimento e no desenvolvimento de

placircntulas in vitro (GEORGE 1996 KOZAI et al 1990

SALISBURY 1981) Aleacutem disso interferem no nuacutemero de

folhas teor de clorofila densidade estomaacutetica (LIAN et

al 2002 PREECE amp SUTTER 1991) na fotossiacutentese e na

fase de aclimatizaccedilatildeo (DESJARDINS et al 1995)

Um dos principais fatores que causam grande

influecircncia na fotossiacutentese de placircntulas cultivadas in vitro

eacute a intensidade luminosa (GALZY amp COMPAN 1992) A

quantidade e a qualidade da luz bem como o fotoperiacuteodo

podem afetar o crescimento e o desenvolvimento de

placircntulas in vivo (SMITH 1982) e placircntulas in vitro

(ECONOMOU amp READ 1987 VLAHOS et al 1992) Esta

influecircncia se deve ao grande impacto sobre o acuacutemulo de

pigmentos biossiacutentese de clorofila diferenciaccedilatildeo de

cloroplastos e anatomia da folha (DESJARDINS et al 1995)

Outro fator que vem sendo estudado e que pode

determinar um papel importante no controle da atividade

fotossinteacutetica de placircntulas in vitro eacute a utilizaccedilatildeo de

carboidratos exoacutegenos pois o crescimento da maioria das

culturas in vitro eacute sustentado pela sacarose ou outros

accediluacutecares adicionados ao meio de cultura (PREECE amp

SUTTER 1991) Estes podem ser utilizados pelas placircntulas

quando a taxa de fotossiacutentese natildeo permite assegurar um

balanccedilo positivo em carbono definindo assim uma nutriccedilatildeo

mixotroacutefica ou heterotroacutefica (GALZY amp COMPAN 1992)

Baseado na hipoacutetese de que a composiccedilatildeo do meio

de cultura e a intensidade luminosa influenciam a

morfologia e a fisiologia de placircntulas micropropagadas o

presente trabalho teve como objetivo estudar aspectos

morfoloacutegicos e fisioloacutegicos de placircntulas de Agapanthus

umbellatus LrsquoHeacuter var minor multiplicadas em biorreator de

imersatildeo temporaacuteria (BIT) Para tanto foi avaliado o

desenvolvimento e o crescimento desta espeacutecie durante a

fase de multiplicaccedilatildeo em funccedilatildeo da variaccedilatildeo de niacuteveis de

sacarose e intensidade luminosa

MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado no Laboratoacuterio de

Morfogecircnese e Bioquiacutemica Vegetal localizado no Centro

de Ciecircncias Agraacuterias da Universidade Federal de Santa

Catarina em Florianoacutepolis - SC

O trabalho consistiu de um ensaio onde foram

utilizadas brotaccedilotildees de Agapanthus umbellatus var minor

obtidas da terceira repicagem mantidas em meio geleificado

MS + 178 mM de BAP Apoacutes serem individualizadas e

padronizadas tendo o seu tamanho variando entre 25 e

30 cm de comprimento as brotaccedilotildees foram transferidas

para o BIT (ETIENNE amp BERTHOULY 2002) contendo 500

mL de meio liacutequido e sais de MS (MURASHIGE amp SKOOG

1962) em condiccedilotildees asseacutepticas suplementado com

concentraccedilatildeo de 89 mM de BAP O pH foi ajustado com

NAOH (1N) em 59 antes da autoclavagem (durante 15

minutos sob 121ordmC e 15 atm de pressatildeo) O delineamento

experimental utilizado no ensaio foi o inteiramente

casualizado Foram testados quatro concentraccedilotildees de

sacarose no meio de cultura (0 15 30 e 45) e duas

intensidades luminosas (70 e 140 mmolm-2s-1) providas

por lacircmpadas brancas fluorescentes (PHILIPS ndash TLT 40W)

em um total de oito tratamentos formando um fatorial 2 x 4

Cada tratamento foi composto por trecircs frascos (repeticcedilatildeo)

contendo 50 plantas cada um

Os frascos foram mantidos em sala de crescimento

com fotoperiacuteodo de 16 horas e temperatura meacutedia de 22ordmC

com variaccedilatildeo de plusmn 2ordmC por um periacuteodo de 60 dias

Apoacutes 60 dias de cultivo foram avaliadas as

seguintes caracteriacutesticas dos explantes nuacutemero e tamanho

das brotaccedilotildees (cm) nuacutemero de folhasbrotaccedilatildeo massa

fresca e seca (g) da parte aeacuterea e raiz utilizando-se amostras

de 25 placircntulas por repeticcedilatildeo escolhidas ao acaso

FOGACcedilA L A et al82

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

A determinaccedilatildeo do conteuacutedo de clorofila ldquoa b e

totalrdquo consistiu na coleta de amostras de 100 mg de massa

fresca As amostras foram incubadas com 70 mL de DMSO

(dimetilsulfoacutexido) sem maceraccedilatildeo por 30 minutos a 65degC

Apoacutes filtragem seu volume foi completado para 10 mL com

DMSO Desses extratos 2 mL foram analisados em

espectrofotocircmetro (UV - visiacutevel SHIMADZU) para os

valores de absorbacircncia entre 645 e 663 nm Os valores obtidos

foram submetidos agrave foacutermula de Arnon (1949) conforme

descrito por Hiscox amp Israelstam (1979) Chl a = (00127 X

D663) ndash (000269 X D645) e Chl b = (00229 X D645) ndash (000468

X D663) A clorofila total foi a soma da ldquoChl a e Chl brdquo de

cada tratamento foram utilizadas 25 amostras

A determinaccedilatildeo da densidade estomaacutetica (nuacutemero

de estocircmatos por mm2 de superfiacutecie foliar) foi realizada nas

amostras das quais extraiu-se a clorofila Apoacutes a extraccedilatildeo

da clorofila as folhas foram cortadas e somente o terccedilo

meacutedio das folhas foi usado para anaacutelise Em seguida foram

fixadas sobre lacircminas histoloacutegicas com a ajuda de uma

lamiacutenula e de algumas gotas de aacutegua esterilizada A

observaccedilatildeo foi realizada na epiderme das faces adaxial e

abaxial da folha com o auxiacutelio de um microscoacutepio oacutetico

(OLYMPUS CH30 ocular WH10 X 22) com um aumento

de 400 vezes e com um campo conhecido de 024 mm2 Para

cada lacircmina foram feitas leituras em cinco campos

Os dados obtidos foram avaliados por meio da

anaacutelise de variacircncia (ANOVA) seguindo o modelo para

experimento bifatorial inteiramente casualizado O nuacutemero

de brotaccedilotildees o nuacutemero de folhas e a densidade estomaacutetica

foram transformados em Oumlx+1 para a anaacutelise As meacutedias

dos tratamentos foram separadas pelo teste de comparaccedilatildeo

de meacutedias de Duncan a 5 de probabilidade conforme

recomendaccedilotildees de Stell amp Torrie (1980)

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A concentraccedilatildeo de sacarose no meio de cultura

apresentou uma accedilatildeo positiva e interativa com a intensidade

luminosa na proliferaccedilatildeo de brotaccedilotildees (Tabela 1) visto

que a ausecircncia de sacarose no meio de cultura resultou

em insucesso no crescimento das placircntulas de Agapantho

principalmente nos primeiros dias Apoacutes o

desenvolvimento inicial (aproximadamente 10 dias) foi

constatada estagnaccedilatildeo no crescimento das placircntulas

seguido de atrofia e necrose das brotaccedilotildees Apoacutes 20 dias

de cultivo ocorreu a morte das brotaccedilotildees Isso mostrou

que folhas de placircntulas de Agapantho natildeo fixaram

carbono suficiente para sustentar seu crescimento na

ausecircncia de sacarose Portanto para a espeacutecie em estudo

foi necessaacuteria a adiccedilatildeo de uma fonte de carbono no meio

de cultura para o seu desenvolvimento in vitro Segundo

Capellades et al (1991) e Desjardins et al (1995) a total

remoccedilatildeo de carboidratos no meio de cultura para algumas

espeacutecies frequumlentemente torna-se prejudicial para o

crescimento das placircntulas o que pode prejudicar o

processo de micropropagaccedilatildeo e aclimatizaccedilatildeo pois

durante o cultivo in vitro as placircntulas perdem

parcialmente o autotrofismo e consequumlentemente

necessitam de uma fonte de carbono

O maior nuacutemero de brotaccedilotildees foi obtido com a

intensidade luminosa de 70 mmolm-2s-1 e a concentraccedilatildeo

de 45 gL-1 de sacarose (Tabela 1) Enquanto que com a

intensidade luminosa de 140 mmolm-2s-1 o maior nuacutemero

de brotaccedilotildees foi obtido com a concentraccedilatildeo de 30 gL-1 de

TABELA 1 ndash Nuacutemero de brotaccedilotildeesexplante de placircntulasde Agapanthus umbellatus var minor multiplicadasbiorreator de imersatildeo temporaacuteria suplementado comdiferentes concentraccedilotildees de sacarose e intensidadesluminosas no periacuteodo de 60 dias

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1)

Concentraccedilatildeo Sacarose (gL-1) 70 1 140 1

0 000 dA 00 dA 15 370 cB 544 cA 30 553 bB 651 aA 45 745 aA 585 bB

CV 67

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula nas colunase maiuacutescula nas linhas natildeo diferem significativamente peloteste de Duncan a 5 de probabilidade1 Observaccedilotildees transformadas segundo ( x+1)

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 83

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

sacarose Isso demonstrou um alto grau de mixotrofia dessa

espeacutecie

O tamanho das brotaccedilotildees e o nuacutemero de folhas

(Tabela 2) foram afetados apenas pelo efeito simples dos

fatores natildeo havendo interaccedilatildeo entre sacarose e luz O

maior tamanho das brotaccedilotildees foi alcanccedilada quando os

explantes foram submetidos a 15 gL-1 de sacarose e 140

mmolm-2s-1 de intensidade luminosa (Tabela 2) Verificou-

se tambeacutem que o aumento da concentraccedilatildeo desse

carboidrato no meio de cultura natildeo favoreceu o

alongamento das brotaccedilotildees Provavelmente o aumento

da intensidade luminosa favoreceu a taxa de fotossiacutentese

das placircntulas permitindo um balanccedilo positivo de carbono

afetando o crescimento e o desenvolvimento de placircntulas

in vitro (LEE et al 1995)

Por outro lado o maior nuacutemero de folhas de

Agapantho foi obtido na concentraccedilatildeo de 30 gL-1 de

sacarose (Tabela 2) A intensidade luminosa natildeo teve

influecircncia sobre essa variaacutevel Contrastando com os dados

obtidos no presente trabalho Konow amp Wang (2001)

determinaram que a intensidade luminosa de 40 mmolm-

2s-1 promoveu um aumento no nuacutemero de folhas de

Phalaenopsis enquanto placircntulas que se desenvolveram

em ambiente com intensidade de 10 e 80 molm-2s-1

apresentaram um menor nuacutemero de folhas Segundo os

autores o aumento no nuacutemero de folhas pode indicar que

TABELA 2 ndash Tamanho de brotaccedilotildees e nuacutemero de folhasbrotaccedilatildeo de placircntulas de Agapanthus umbellatus var minormultiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria suplementado com diferentes concentraccedilotildees de sacarose eintensidades luminosas no periacuteodo de 60 dias

Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas e colunas natildeo diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5 deprobabilidade

houve estiacutemulo da fotossiacutentese in vitro Outro efeito

observado em placircntulas de Agapantho neste trabalho foi

a presenccedila de folhas mais claras e vitrificadas (folhas com

aspecto viacutetreo pouco desenvolvidas aparecircncia suculenta

e translucente) na grande maioria das placircntulas

multiplicadas em meio suplementado com 15 gL-1 de

sacarose e intensidade luminosa de 70 mmolm-2s-1 Estes

resultados podem indicar que o aparato fotossinteacutetico natildeo

tenha se desenvolvido adequadamente (CAPPELADES et

al 1991 DESJARDINS et al 1995) afetando a acumulaccedilatildeo

de massa fresca Possivelmente a presenccedila de folhas

vitrificadas foi influenciada pelo uso de meio liacutequido pois

de acordo com George (1996) e Etienne amp Berthouly (2002)

o meio liacutequido favorece a produccedilatildeo de folhas vitrificadas

quando comparado com meio geleificado No entanto

observou-se que para os demais tratamentos em

concentraccedilotildees maiores de sacarose (30 e 45 gL-1) a

presenccedila de brotaccedilotildees vitrificadas foi rara ou nenhuma

Neste sentido o desenvolvimento de brotaccedilotildees com esta

caracteriacutestica pode estar relacionado agrave concentraccedilatildeo de

sacarose no meio e agrave diferenccedila osmoacutetica entre as brotaccedilotildees

e o meio de cultura (DEBERGH et al 1981) Este resultado

tambeacutem foi obtido na multiplicaccedilatildeo de rosas na qual onde

a reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de sacarose para 10 gL-1 na

fase de multiplicaccedilatildeo promoveu um aumento significativo

na presenccedila de plantas vitrificadas e quando submetidas

Tamanho de brotaccedilotildees (cm)

Nuacutemero de folhasbrotaccedilatildeo

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1) Concentraccedilatildeo Sacarose

(gL-1) 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia

0 000 000 000 d 000 000 000 d 15 275 396 335 a 407 408 408 b 30 295 295 295 b 414 404 409 a 45 245 220 233 c 400 408 404 c

Meacutedia 204 b 228 a 276 a 275 a

CV 2595 467

FOGACcedilA L A et al84

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

a concentraccedilotildees de 30 e 40 gL-1 a presenccedila de placircntulas

vitrificadas foi rara (LANGFORD amp WAINWRIGHT 1987)

Outro fator que possivelmente pode ter

influenciado a presenccedila de placircntulas vitrificadas in vitro

foi a baixa intensidade luminosa (GEORGE 1996) pois

placircntulas de Agapantho multiplicadas sob intensidade de

140 mmolm-2s-1 e 15 gL-1 de sacarose natildeo apresentaram

caracteriacutestica de vitrificaccedilatildeo Estes dados indicaram que o

aumento da intensidade luminosa evitou a presenccedila de

plantas vitrificadas aleacutem de proporcionar um incremento e

estiacutemulo na atividade fotossinteacutetica (GEORGE 1996)

A produccedilatildeo de massa fresca e seca das brotaccedilotildees

foram influenciadas pela interaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo

de sacarose e a intensidade luminosa (Tabela 3) Placircntulas

de Agapantho multiplicadas sob intensidade de 70

mmolm-2s-1 apresentaram a maior produccedilatildeo de massa

fresca e seca dentro das concentraccedilotildees de 30 gL-1 Nas

concentraccedilotildees de 15 e 45 gL-1 os resultados obtidos

foram inferiores (Tabela 3) Por outro lado quando se

aumentou a intensidade para 140 mmolm-2s-1 a melhor

produccedilatildeo de massa fresca e seca ocorreu dentro da

concentraccedilatildeo de 15 gL-1 de sacarose (Tabela 3) Verificou-

se assim que o aumento da concentraccedilatildeo de sacarose no

meio de cultura proporcionou efeitos negativos na

produccedilatildeo de massa fresca e seca quando as placircntulas

foram submetidas agrave intensidade luminosa mais elevada

TABELA 3 ndash Massa fresca e seca de brotaccedilotildees de Agapanthus umbellatus var minor multiplicadas em biorreator de imersatildeotemporaacuteria suplementado com diferentes concentraccedilotildees de sacarose e intensidades luminosas no periacuteodo de 60 dias

Tais resultados corroboram as afirmaccedilotildees feitas referentes

agrave variaacutevel nuacutemero de brotaccedilotildees em que demonstrou-se

que foi possiacutevel reduzir a concentraccedilatildeo de sacarose em

maiores intensidade luminosas confirmando o grau de

mixotrofia

Ao analisar a concentraccedilatildeo de clorofila em

folhas de Agapantho verificou-se que natildeo houve

interaccedilatildeo significativa entre as concentraccedilotildees de

sacarose e intensidade luminosa Os teores de clorofila

a b e total (Tabela 4) foram maiores nas concentraccedilotildees

de 30 gL-1 sacarose Serret et al (1995) mostraram que

o aumento da concentraccedilatildeo de accediluacutecares (30 gL-1) no

meio de cultura promoveu maior produccedilatildeo de clorofila

impedindo a fotoinibiccedilatildeo realizaccedilatildeo de fotossiacutentese e

aumento do ganho de massa em plantas de Gardecircnia

cultivadas in vitro

Em relaccedilatildeo ao efeito da intensidade luminosa natildeo

houve efeito deste fator sobre essas variaacuteveis ainda que

Economou amp Read (1987) Galzy amp Compan (1992) Vlahos

et al (1992) George (1996) tenham observado que a

intensidade luminosa eacute um fator que estaacute estreitamente

relacionado agrave siacutentese de clorofila No entanto no presente

trabalho sugere-se a menor intensidade 70 mmolm-2s-1 com

o objetivo de que natildeo ocorra um aumento na velocidade

de decomposiccedilatildeo da clorofila com intensidade mais

elevada

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula nas colunas e maiuacutescula nas linhas natildeo diferem significativamente peloteste de Duncan a 5 de probabilidade

Massa fresca (g)

Massa seca (g)

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1) Concentraccedilatildeo

Sacarose (gL-1) 70 140 70 140

0 000 dA 00 dA 000 dA 000 dA 15 067 cB 106 aA 0069 cB 0109 aA 30 082 aA 076 bB 0085 aA 0081 bB 45 075 bA 049 cB 0078 bA 0051 cB

CV 2873 2655

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 85

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

TABELA 4 ndash Concentraccedilotildees de clorofila a b e total (mgg massa fresca) em folhas de Agapanthus umbellatus varminor multiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria por um periacuteodo de 60 dias submetidas a 4 concentraccedilotildees desacarose e dois niacuteveis de intensidade luminosa

Clrofila a (mgg massa fresca)

Clrofila b (mgg massa fresca)

Clrofila total (mgg massa fresca)

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1) Concentraccedilatildeo

Sacarose (gL-1) 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia

0 000 000 000 d 000 000 000 d 000 000 000 d 15 211 248 295 c 089 076 083 c 301 325 313 c 30 502 509 505 a 200 211 205 a 703 721 710 a 45 486 420 453 b 195 179 187 b 682 633 658 b

Meacutedia 299 a 294 a 121 a 116 a 421 a 420 a

CV 740 820 850

Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas e colunas natildeo diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5 deprobabilidade

Em relaccedilatildeo aos estocircmatos atraveacutes de

observaccedilatildeo microscoacutepica foi possiacutevel verificar que o

Agapantho possui folhas com caracteriacutest ica

anfiestomaacutetica caracterizada pela presenccedila de

estocircmatos em ambas as faces (face abaxial e adaxial)

Esta caracteriacutestica tem sido considerada como um

mecanismo adaptativo para maximizar a condutacircncia

de CO2 quando luz e aacutegua satildeo fatores limitantes

(KRAMER 1969)

Atraveacutes da anaacutelise estatiacutestica para densidade

estomaacutetica da face adaxial verificou-se que natildeo houve

interaccedilatildeo entre os fatores sacarose e intensidade

luminosa havendo portanto efeito isolado dos fatores A

maior densidade estomaacutetica da face abaxial foi obtida na

concentraccedilatildeo de 45 gL-1 (Tabela 5) Natildeo houve efeito da

intensidade luminosa para essa variaacutevel Por outro lado

a maior densidade estomaacutetica na face adaxial foi obtida

na concentraccedilatildeo de 45 gL-1 de sacarose e 140 mmolm-2s-1

de intensidade luminosa (Tabela 5) verificando a

influecircncia positiva da intensidade luminosa para essa

variaacutevel

As folhas de placircntulas multiplicadas na

concentraccedilatildeo de 15 gL-1 de sacarose apresentaram menor

densidade estomaacutetica em ambas as faces (Tabela 5) com

formato anormal largos e salientes caracteriacutesticas estas

natildeo desejaacuteveis pois segundo Preece amp Sutter (1991)

uma alteraccedilatildeo a niacutevel estrutural eou morfoloacutegico podem

impedir o funcionamento do aparelho estomaacutetico e grande

parte dos estocircmatos assim formados satildeo incapazes de se

fechar

Possivelmente este resultado se deve agraves

caracteriacutesticas de vitrificaccedilatildeo que as folhas do

tratamento 15 gL-1 de sacarose e 70 mmol m-2s-1 de

intensidade luminosa apresentaram (BLANKE amp

BELCHERL 1989) e a falta de energia armazenada no

explante com a falta de carbono que eacute proveniente da

sacarose adicionada ao meio de cultura (DESJARDINS

et al 1995) Estes resultados corroboram os obtidos

por Vintildea et al (2001) que demonstraram que folhas

vitrificadas de abacateiro apresentaram estocircmatos

grandes com saliecircncia ceacutelulas subsidiaacuterias assimeacutetricas

e deformadas e seu ostiacuteolo completamente aberto Tal

anomalia pode ser atribuiacuteda agrave perda da elasticidade das

paredes das ceacutelulas-guarda o que impediria o seu

movimento de abertura e fechamento que

consequumlentemente afeta o desenvolvimento das

placircntulas ao serem transferidas para condiccedilotildees ex vitro

atraveacutes da excessiva perda de aacutegua

FOGACcedilA L A et al86

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

TABELA 5 ndash Densidade estocircmatica (estocircmatosmm2) da face adaxial e abaxial de folhas de Agapanthus umbellatus varminor multiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria suplementado com diferentes concentraccedilotildees de sacarose eintensidade luminosa por um periacuteodo de 60 dias

Densidade estomaacutetica (estocircmatosmm2) Epiderme da face Adaxial Epiderme da face Abaxial

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1)

Concentraccedilatildeo Sacarose(gL1) 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia

0 000 000 000 d 000 000 000 d 15 2587 3026 2802 c 3408 4752 4053 c 30 6524 5628 6064 b 9977 8584 9268 b 45 5412 7016 6188 a 8809 10807 9783 a

Meacutedia 2856 b 3089 a 4256 a 4705 a CV 1474 1206

Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas e colunas natildeo diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5 deprobabilidade

CONCLUSAtildeO

Condiccedilotildees ambientais tais como intensidade

luminosa e concentraccedilatildeo de sacarose adicionada ao meio

de cultura influenciaram no desenvolvimento e

crescimento das placircntulas de Agapanthus umbellatus

var minor quando multiplicadas em meio liacutequido no BIT

Placircntulas de Agapantho foram incapazes de se

desenvolver em meio sem sacarose sendo portanto

necessaacuteria a adiccedilatildeo de uma fonte de carbono visto que a

espeacutecie em estudo apresentou uma taxa de fotossiacutentese

incapaz de assegurar um balanccedilo positivo em carbono

Houve uma grande variaccedilatildeo nas respostas obtidas

no entanto fazendo uma avaliaccedilatildeo em conjunto das

variaacuteveis recomenda-se 30 gL-1 de sacarose e intensidade

luminosa de 70 mmolm-2s-1 No entanto deve-se ressaltar

que estudos mais aprofundados devem ser conduzidos

para verificar o efeito destas combinaccedilotildees sobre o

desempenho de placircntulas durante a fase de aclimatizaccedilatildeo

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BLANKE M M BELCHER A R Stomata of apple leavescultured in vitro Plant Cell Tissue and Organ CultureAmsterdam v 19 n 1 p 85-89 1989

BOTANY Disponiacutevel em lthttpwwwbotanycomgt Acessoem 20 nov 2003

CAPELLADES M LEMEUR R DEBERGH P Effects ofsucrose on starch accumulation and rate of photosynthesisin Rosa cultured in vitro Plant Cell Tissue and OrganCulture Amsterdam v 25 n 1 p 21-26 Apr 1991

DEBERGH P HARBAOUI Y LEMEUR R Masspropagation of globe artichoke (Cynara Scolymus)Evaluation of different hypoteses to overcome vitrificationwith special reference to water potencial PhysiologyPlantarum Copenhagen v 53 n 2 p 181-187 1981

DESJARDINS Y Overevieww of factors influencingphotosynthesis of micropropagated plants and their effecton acclimatization In CARRE F CHAGVARDIEFF P(Ed) Ecophysiology and photosynthetic in vitro culturesFrance CEA 1993 p145-160

DESJARDINS Y HDIDER C RICK J de Carbon nutritionin vitro - regulation and manipulation of carbon assimilationin micropropagated systems In CHRISTIE J A KOZAIT SMITH M A L Automation and environmental controlin plant tissue Culture 1995 p 441-471

ECONOMOU A S READ P E Light treatments toimprove efficiency of in-vitro propagation systemsHortScience Alexandria v 22 n 5 p 751-754 Oct 1987

ETIENNE H BERTHOULY M Temporary immersionsystems in plant micropropagation Plant Cell Tissue andOrgan Culture Amsterdam v 69 n 3 p 215-231 June2002

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 87

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

GALZY R COMPAN D Remarks on mixotrophic andautotrophic carbon nutrition of Vitis plantlets cultured invitro Plant Cell Tissue and Organ Culture Amsterdamv 31 n 3 p 239-244 Dec 1992

GEORGE E F Plant propagation by tissue culture 2 edEversley Exergetics 1996 v2 1361 p

HISCOX J D ISRAELSTAM G F A method for theextration of chlorophyll from leaf tissue without macerationCanadian Journal Botanic Ottawa v 57 n 12 p 1332-1334 1979

KONOW E A WANG Y T Irradiance levels affect invitro and greenhouse growth flowering and phosyntheticbehavior of a hybrid Phalaenopsis Orquid Journal ofAmerican Society for Horticultural Science Alexandriav 126 n 5 p 531-536 Sept 2001

KOZAI T OK H FUJIWARA K Photosyntheticcharacteristic of Cymbidium plantlets in vitro Plant CellTissue and Organ Culture Amsterdam v 22 n 3 p 205-211 Sept 1990

KRAMER P J Plant and soil water relationship modernsynthesis New York Mc Graw Hill 1969 538 p

LANGFORD P J WAINERIGHT H effect of sucroseconcentration on the photosynthetic ability of rose shoots invitro Annals Botany London v 60 n 6 p 663-640 Dec 1987

LEE N WETZSTEIN Y SOMMER H E Effect ofquantum flux density on photosynthesis and chloroplastultrastructure in tissue-cultured plantlets and seelings ofLiquidambar stvraciflua L towards improvedacclimatization and field survival Plant PhysiologyRockville v 78 n 3 p 637-641 1995

LIAN M L MURTHY H N PAEK K Y Culture methodand photosynthetic photon flux affect photosynthesis growthand survival of Limonium ldquoMisty Bluerdquo in vitro ScientiaHorticulture Amsterdam v 95 n 3 p 239-249 Sept 2002

LORENZI H SOUZA H M de Plantas ornamentais noBrasil arbustivas herbaacuteceas e trepadeiras Nova OdessaEditora Plantarum 1995 734 p

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgroth and biossay with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 1962

PREECE J E SUTTER E Acclimatization ofmicropropagated plants to the greenhouse and field InDEBERGH P ZIMMERMAN R (Ed) Micropropagationtechnology and application Dordrecht 1991 p 71-94

SALISBURY F B Responses to photoperiod In PITSONA ZIMMERMANN M H (Ed) Encyclopedia of plantphysiology Berlin Springer-Verlang 1981 p 134-167 (Newseries 12 A)

SERRET M D TRILLAS M I ARAUS J L The effectof sucrose and light levels on stable carbon isotopecomposition and photosynthetic pigments of gardenialeaflets in vitro In CARRE F CHAGVARDIEFF P (Ed)Ecophysiology and photosynthetic in Vitro culturesCadarache CEA 1995 p 169-172

SMITH H Light quality photoperception and plantstrategy Annual Review of Plant Physiology Palo Alto v33 p 481-518 1982

STELL R G D TORRIE J H Principles and preceduresof statistics a biometrical approach 2 ed New YorkMacgraw-Hill 1980 633 p

VLAHOS J C MARTAKIS G F P HEUVELINK EDaylength light quality and temperature influence growthand development of Achumenes HortScience Alexandriav 27 n 12 p 1269-1271 Dec 1992

VINAtilde G de la MUNtildeOZ B ALFARO F P Effect of culturemedia and irradiance level on growth and morphology ofPersea americana Mill microcuttings Plant Cell Tissueand Organ Culture Amsterdam v 65 n 3 p 229-237 2001

SOUZA G de F M V e et al88

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

CAPACIDADE DE REGENERACcedilAtildeO IN VITRO DE TOMATEIROCULTIVAR SANTA CLARA

IN VITRO REGENERATION CAPACITY OF TOMATOPLANT CULTIVAR SANTA CLARA

GLAUCIA DE FATIMA MOREIRA VIEIRA E SOUZA1 JOSEacute MAGNO QUEIROZ LUZ2 ALCIONE SILVA ARRUDA3DENISE GARCIA SANTANA2 MARIANA DE SOUZA E SILVA DA COSTA TEIXEIRA4

LUCIANA LONDE5 ADELAIDE SIQUEIRA SILVA6 ELISAcircNGELA RODRIGUES FIGUEIRA7

1Mestranda em Fitotecnia ndash UFU ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash gfmvsyahoocombr2Professor Dr Instituto de Ciecircncias Agraacuterias ndash UFUICIAG ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash jmagnoumuaramaufubr3Dra em Geneacutetica e Bioquiacutemica Professora contratada da UEG ndash Unidade Universitaacuteria de Ipameri ndash Rodovia GO 330 Km 24 ndash Anel Viaacuterio SN ndash 75780-000 ndash Ipameri GO ndash asarrudahotmailcom4Engenheira Agrocircnoma ndash UFU ndash Conab Sede - SGAS 901 Bloco ldquoArdquo Lote 69 - Asa Sul ndash 70390-010 ndash Brasiacutelia DF ndash marisouza81yahoocombr5Dra em Geneacutetica e Bioquiacutemica ndash IGBUFU ndash Av Paraacute 1720 ndash Campus Umuarama ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash llondebolcombr6Mestranda em AgronomiaFitotecnia ndash UFUICIAG ndash Bolsista FAPEMIG ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash adelaidebioyahoocombr7Mestre em AgronomiaFitotecnia ndash UFUICIAG ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash Elis_figueirayahoocombr

RESUMOA cultivar de tomateiro Santa Clara (Lycopersicon

esculentum Mill) foi avaliada quanto ao seu potencial deregeneraccedilatildeo in vitro a partir de trecircs tipos de explantes e trecircsmeios de cultura seguidos de trecircs repicagens Os explantes foramcotileacutedone decapitado cotileacutedone fendido e cotileacutedone aparadonas extremidades Os meios de cultura foram MI macro emicronutrientes do MS vitaminas B5 de Gamborg et al (1968)suplementado com 30 gL de sacarose e de 8 gL de aacutegar pH 58MII meio MI suplementado com 1 mgL de BAP e 30 gL deglicose MIII meio MI suplementado com 25 mgL de BAP e02 mgL de AIA Para as repicagens foi utilizado o meio MIsuplementado com 05 mgL 08 mgL e 10 mgL de BAP paraa primeira segunda e terceira repicagens respectivamente Noenraizamento foi usado o meio MI suplementado com 05 mgL de AIA e as placircntulas enraizadas foram transferidas parasubstrato comercial Plantimax esterilizado e aclimatadas emlaboratoacuterio A maior induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo tanto de calosquanto de brotos foi observada nos meacutetodos cotileacutedone fendidoe cotileacutedone aparado quando colocados no meio MIII no entantoa induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo foi mais raacutepida quando usado cotileacutedonedecapitado indicando um alto potencial de organogecircneseespontacircnea sendo que o meio MI foi o melhor Os resultadosobtidos com as diferentes concentraccedilotildees de BAP nos trecircs ciclosde repicagem natildeo diferiram entre si e 82 das plantas enraizadasaclimataram-se com sucesso

Termos para indexaccedilatildeo Lycopersicon esculentummelhoramento do tomateiro cultura de tecidos

ABSTRACTThe tomato plant cultivar lsquoSanta Clararsquo (Lycopersicon

esculentum Mill) was evaluated as for its in vitro potential ofregeneration using three types of explants and three culture media

following three pricking-outs The explants were as followsdecapitated cotyledon split cotyledon and rim-trimmedcotyledon The culture media were MI MS macro andmicronutrients vitamins B5 of Gamborg et al (1968)supplemented with 30gL sucrose and 8gL agar pH 58 MIImedium MI supplemented with 1 mgL BAP and 30 gL glucoseMIII medium MI supplemented with 25 mgL BAP and 02mgL IAA For the pricking-outs the media MI wassupplemented with 05 mgL 08 mgL and 10 mgL BAP forthe first second and third pricking out respectively As forrooting the MI medium was supplemented with 05 mgL IAAand the rooted seedlings were transplanted to the sterilizedcommercial substrate Plantimax and then acclimatized inlaboratory Higher callus induction and sprout regeneration wasobserved for the methods of split and rim-trimmed cotyledonplaced into medium MIII Nevertheless the induction forregeneration was much faster when the decapitated cotyledonmethod was used indicating a high potential of spontaneousorganogenesis in which the media MI was the best The resultsobtained with the different concentrations of BAP in the threecycles of pricking-out did not differ among themselves and 82of the rooted plants were acclimatized successfully

Index terms Lycopersicon esculentum tomato breeding tissueculture

INTRODUCcedilAtildeO

O tomate pertence ao gecircnero Lycopersicon e a

espeacutecie cultivada cosmopolita eacute botanicamente

denominada de Lycopersicon esculentum (FILGUEIRA

2000) As cultivares atualmente plantadas podem ser

(Recebido em 03 de outubro de 2003 e aprovado em 04 de setembro de 2006)

Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro 89

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

reunidas em cinco grupos Santa Cruz Salada Cereja

Italiano Agroindustrial No presente trabalho foi utilizada

a cultivar Santa Clara do grupo Santa Cruz pois ela continua

sendo a cultivar mais plantada no Brasil

A tomaticultura estaacute associada a seacuterios problemas

fitossanitaacuterios sobretudo viroses aleacutem do ataque de

fungos bacteacuterias e insetos praga Cria-se com isto a

necessidade de se pesquisar novas alternativas ou

obtenccedilatildeo de novos genoacutetipos com resistecircncia muacuteltipla a

doenccedilas e pragas entre essas os estudos sobre

regeneraccedilatildeo e transformaccedilatildeo geneacutetica (FAacuteRI et al 2000)

A engenharia geneacutetica abriu uma nova perspectiva

para o melhoramento geneacutetico do tomateiro a partir do

final da deacutecada de 80 (WIJBRANDI amp BOTH 1993)

visando aumentar a produtividade e melhorar a qualidade

por meio da obtenccedilatildeo de resistecircncia a estresses bioacuteticos e

abioacuteticos A cultura de tecidos destaca-se durante o

processo de realizaccedilatildeo das teacutecnicas de transformaccedilatildeo

geneacutetica pois eacute necessaacuterio induzir gemas vegetativas e

em seguida regenerar brotos alongados e plantas

completas a partir de ceacutelulas ou tecidos geneticamente

modificados

Para a otimizaccedilatildeo de protocolos para o tomateiro

alguns fatores que afetam a eficiecircncia de transformaccedilatildeo

tecircm sido examinados dentre eles o tamanho do explante e

o tipo de explante hipocoacutetilo ou cotileacutedone (FRARY amp

EARLE 1996)

No Brasil haacute poucos trabalhos na aacuterea de

regeneraccedilatildeo in vitro e de transformaccedilatildeo geneacutetica de

cultivares de tomateiro e pouco se conhece sobre a

capacidade de regeneraccedilatildeo das principais cultivares

brasileiras (FAacuteRI et al 2000) Alguns pesquisadores como

Faria amp Illg (1993) analisaram a regeneraccedilatildeo in vitro de

algumas espeacutecies e cultivares de tomateiro observando

uma baixa capacidade morfogecircnica das cultivares se

comparadas com a espeacutecie selvagem Lycopersicon

pimpinellifolium (L) P Miller

Com este trabalho objetivou-se teve como objetivo

avaliar o potencial de regeneraccedilatildeo in vitro da cultivar Santa

Clara do grupo Santa Cruz a partir de diferentes tipos de

explantes e meios de cultura criando e otimizando

protocolos para sua regeneraccedilatildeo in vitro

MATERIAL E MEacuteTODOS

No Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos Vegetais do

Instituto de Geneacutetica e Bioquiacutemica da Universidade Federal

de Uberlacircndia foi avaliada a capacidade de regeneraccedilatildeo

in vitro do tomateiro cultivar Santa Clara usando trecircs

tipos de explantes e trecircs meios de cultura seguido de trecircs

repicagens O experimento foi realizado em delineamento

em blocos casualizados em esquema fatorial (3x3) com trecircs

repeticcedilotildees As plantas regeneradas foram enraizadas e

aclimatadas em laboratoacuterio

Sementes comerciais da cultivar Santa Clara apoacutes

serem desinfestadas por um minuto em aacutelcool etiacutelico a 96

e em hipoclorito de soacutedio comercial a 20 (vv) com duas

gotas de detergente comercial durante 25 minutos foram

enxaguumladas 5 vezes em aacutegua bidestilada esterilizada e

inoculadas em meio MS 100 (MURASHIGE amp SKOOG

1962) solidificado com 7 g L-1 de aacutegarndashaacutegar por sem

reguladores de crescimento O meio foi distribuiacutedo em

frascos de vidro esteacutereis utilizados para cultura de tecidos

com 30 mL de meio MS As culturas foram mantidas em

sala de crescimento com temperatura de 25+2 ordmC

fotoperiacuteodo de 16 horas e luminosidade de 50 mmol m-2s-

1 As placircntulas obtidas aos 14 15 e 20 dias apoacutes a semeadura

foram usadas como fonte de explantes para os blocos 1 2

e 3 respectivamente Os explantes foram inoculados de

acordo com os meacutetodos descritos a seguir em placas de

Petri devidamente esterilizadas e autoclavadas contendo

30 mL de meio de cultura com 16 unidades por tipo de

explante por meio de cultura utilizado Cada 16 explantes

constituiu uma parcela do experimento sendo composta

por duas placas de Petri cada uma com 8 explantes

Os tipos de explantes foram os seguintes

A - que consistiu na decapitaccedilatildeo de placircntulas onde

essa decapitaccedilatildeo ocorreu diretamente abaixo do noacute do

cotileacutedone ficando o hipocoacutetilo com as radiacuteculas

SOUZA G de F M V e et al90

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

B - meacutetodo de cotileacutedones fendidos os cotileacutedones

foram fendidos ao longo da nervura central da extremidade

ateacute sua metade de acordo com o protocolo de Faacuteri et al

(2000)

C - cotileacutedones foram aparados e seguiu-se o

protocolo descrito por Redenbaugh et al (1992) Os

cotileacutedones aparados nas extremidades distal e proximal

(aacutepice e peciacuteolo) foram inoculados com a face abaxial em

contato com o meio

Foram realizadas trecircs repicagens para alongar os

brotos Cerca de 30 dias apoacutes a inoculaccedilatildeo dos explantes

foi realizada a primeira repicagem Os intervalos entre as

repicagens foram em torno de 5 semanas

Os tratamentos consistiram na inoculaccedilatildeo dos trecircs

tipos de explantes descritos nos trecircs meios de cultura

abaixo com trecircs repeticcedilotildees por tratamento

Meio MI macro e micronutrientes de Murashige amp

Skoog (1962) e vitaminas B5 de Gamborg et al (1968)

suplementado com 30 gL de sacarose e de 8 gL de aacutegar-

aacutegar pH 58 meio MII meio de cultura MI suplementado

com 1 mgL de zeatina e 30 gL de glicose conforme

McCormick (1991) meio MIII meio de cultura MI

suplementado com 25 mgL de BAP e 02 mgL de AIA

segundo Rhim et al (1995)

Para as repicagens foi utilizado o meio MI

suplementado com 05 mgL 08 mgL e 10 mgL de BAP

para a primeira segunda e terceira repicagens

respectivamente

Para enraizamento foi usado o meio MI

suplementado com 05 mgL de AIA As placircntulas

enraizadas foram transferidas para substrato comercial

Plantimax esterilizado e aclimatadas em laboratoacuterio

Os brotos com 2 cm de comprimento foram

transferidos para o meio de enraizamento citado e

permaneciam nesse meio durante 15 dias Apoacutes esse periacuteodo

os brotos eram transplantados para substrato comercial

Plantimax autoclavado irrigados com aacutegua uma a duas

vezes por dia ateacute a aclimataccedilatildeo A aclimataccedilatildeo ocorreu em

torno de 20 dias em condiccedilotildees de laboratoacuterio

Avaliou-se a induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo o

alongamento de brotos e o enraizamento e aclimataccedilatildeo

das plantas regeneradas

Os dados de contagem foram transformados para

50x As anaacutelises de normalidade e homogeneidade

foram realizadas pelo software Prophet Os dados obtidos

foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e as meacutedias

comparadas pelo teste de Tukey ao niacutevel de 5 de

probabilidade pelo software SANEST (ZONTA amp

MACHADO 1989)

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Para cotileacutedone decapitado ocorreu um iniacutecio de

formaccedilatildeo de calosidade por volta de 10 dias apoacutes inoculaccedilatildeo

e o surgimento de brotos ocorreu cerca de 12 dias depois da

inoculaccedilatildeo sem a formaccedilatildeo de calos propriamente ditos A

induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo foi mais raacutepida quando usado esse

tipo de explante indicando um alto potencial de

organogecircnese espontacircnea sendo que o meio MI foi o melhor

para a induccedilatildeo e nuacutemero total de brotos (Tabela 1)

No cotileacutedone fendido o iniacutecio de formaccedilatildeo de

calosidade aconteceu com aproximadamente 10 dias apoacutes

inoculaccedilatildeo Por volta de 18 dias depois da inoculaccedilatildeo

iniciou-se o surgimento de brotos e jaacute existiam calos

formados Para esse tipo de explante nos meios MI e MII

ocorreu apenas a formaccedilatildeo de calos enquanto no meio

MIII ocorreu a formaccedilatildeo de calos e calos com brotos sendo

alto o nuacutemero total de brotos (Tabela 1) Supotildee-se que a

maior superfiacutecie de corte tenha influecircncia significativa

sobre esse fenocircmeno onde a maior superfiacutecie de corte do

cotileacutedone resulta em maior capacidade de regeneraccedilatildeo

(FAacuteRI et al 1995b)

No cotileacutedone aparado com cerca de 10 dias apoacutes

inoculaccedilatildeo ocorreu o iniacutecio de formaccedilatildeo de calos e 20 dias

depois da inoculaccedilatildeo ocorreu o surgimento de brotos e jaacute

existiam calos formados Para esse tipo de explante nos

meios MI MII e MIII ocorreu a formaccedilatildeo de calos no

entanto apenas no meio MIII ocorreu a formaccedilatildeo de calos

com brotos (Tabela 1)

Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro 91

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

TABELA 1 ndash Frequumlecircncia de induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo in vitro da cultivar Santa Clara do grupo Santa Cruz UberlacircndiaUFU 2001

Dados seguidos de mesma letra nas colunas (abc) e nas linhas (AB) natildeo diferem entre si a 5 de probabilidade peloteste de TukeyA diferenccedila entre o nordm de explantes de um meacutetodo para outro eacute devida a parcelas (ou parte delas) perdidas

Nos trecircs ciclos de repicagens a capacidade de

alongamento dos brotos foi igual indicando que as

concentraccedilotildees de BAP natildeo diferiram estatisticamente entre

si dentro de cada tipo de explante Em relaccedilatildeo ao nuacutemero

de brotos alongados na primeira e terceira repicagens o

cotileacutedone decapitado apresentou maior nuacutemero jaacute na

segunda repicagem natildeo houve diferenccedila entre os tipos de

explantes (Tabela 2)

As plantas apoacutes serem enraizadas foram

transferidas para aclimataccedilatildeo obtendo-se 82 de plantas

aclimatadas Cerca de 20 dias apoacutes transplantio para o

substrato as plantas jaacute estavam aclimatadas

Apoacutes a terceira repicagem ainda existiam cerca de

334 brotos para serem novamente repicados e 51 brotos

prontos para serem enraizados perfazendo um total geral

de 549 brotos obtidos ateacute a fase estudada

Para o tipo de explante cotileacutedone decapitado foram

obtidos 181 brotos equivalentes a 174 brotos por explante

Para o explante cotileacutedone fendido o nuacutemero de brotos por

Tipos de Explantes Variaacuteveis Meios Cotileacutedone decapitado Cotileacutedone fendido Cotileacutedone aparado

I 396 aA 050 cB 142 bB II 000 bB 632 bA 672 aA Nordm de explantes

com calos III 000 bB 1599 aA 597 bB I 1095 aA 000 bB 000bB II 050 bA 000 bA 000 bA Nordm de explantes

com brotos III 130 bB 1217 aA 850 aA I 396 aA 050 cB 169 cB II 000 bB 632 bA 645 bA Nordm total de

calos III 000 bB 3630 aA 2655 aA I 1850 aA 000 bB 000 bB II 050 bA 000 bA 000 bA Nordm total de

brotos III 130 bB 2760 aA 2934 aA I 48 32 40 II 32 40 32 Nordm de

explantes III 24 40 48 Total de explantes 104 112 120

explante foi igual a 145 e para o cotileacutedone aparado foram

obtidos 170 brotos por explante Esses resultados foram

semelhantes aos obtidos por Faacuteri et al (2000) para as

cultivares IPA-5 e IPA-6 os quais concluiacuteram que a

utilizaccedilatildeo de cotileacutedones fendidos e cotileacutedones aparados

produziram uma regeneraccedilatildeo alta e onde a maior induccedilatildeo

foi conseguida utilizando-se um meio igual ao MIII utilizado

nesse experimento A induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo tambeacutem foi

mais raacutepida quando usado cotileacutedone decapitado indicando

um alto potencial de organogecircnese espontacircnea A cultivar

Santa Clara mostrou-se mais eficiente na formaccedilatildeo de

brotos alongados observados na primeira repicagem

enquanto as cultivares utilizadas por Faacuteri et al (2000) IPA-

5 e IPA-6 necessitaram de duas repicagens para o

alongamento dos brotos no entanto a cultivar IPA-5

mostrou-se mais eficiente na produccedilatildeo de brotos por

explante Faacuteri et al (2000) utilizaram zeatina durante os trecircs

ciclos de repicagem enquanto nesse experimento foi

utilizado BAP

SOUZA G de F M V e et al92

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

TABELA 2 ndash Capacidade de alongamento e enraizamento de brotos da cultivar Santa Clara durante os trecircs ciclos derepicagem Uberlacircndia UFU 2001

Dados seguidos de mesma letra nas colunas (ab) e nas linhas (AB) natildeo diferem entre si a 5 de probabilidade peloteste de TukeyTipos de explantes A - cotileacutedone decapitado B - cotileacutedone fendido C - cotileacutedone aparado

Os resultados aqui obtidos tambeacutem foram

semelhantes aos de Faacuteri et al (1995b) que trabalhando

com transformaccedilatildeo geneacutetica da berinjela (Solanum

melongena L) observaram que a maior superfiacutecie de corte

do cotileacutedone resultou em maior capacidade de

regeneraccedilatildeo Tambeacutem foram obtidos resultados

semelhantes aos de Nogueira et al (2001) que estudando

a regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro Santa Clara utilizando

como explantes cotileacutedones concluiacuteram que o meio com

uma combinaccedilatildeo adequada de auxina e citocinina (10 mg L-

1 de zeatina e 01 mg L-1 de AIA) promoveu uma maior

meacutedia de regeneraccedilatildeo e um maior nuacutemero meacutedio de brotaccedilotildees

por explante Costa et al (2000) trabalhando com as

cultivares IPA-5 e IPA-6 chegaram a uma conclusatildeo

semelhante onde meio suplementado com 10 mg L-1 de

zeatina + 01 mg L-1 de AIA e meio suplementado com 25

mg L-1 de BAP + 02 mg L-1 de AIA determinaram a maior

frequumlecircncia de regeneraccedilatildeo de explantes cotiledonares e

tambeacutem um maior nuacutemero de brotos alongados por explante

McCormick et al (1986) pesquisando a morfogecircnese

in vitro de L esculentum observaram que a presenccedila de 25

mg L-1 de BAP e 10 mg L-1 de AIA ou 10 mg L-1 de BAP e

02 mg L-1 de AIA produziu um maior nuacutemero de ramos por

explante a partir de explantes de cotileacutedones e hipocoacutetilos

Ohki et al (1978) utilizando segmentos de hipocoacutetilos de L

esculentum sugeriram que o efeito positivo da combinaccedilatildeo

de auxinas e citocininas na regeneraccedilatildeo in vitro pode ser

causado por uma maior capacidade das ceacutelulas dessa espeacutecie

em utilizar e adaptar-se agrave combinaccedilatildeo de auxinas e citocininas

de que somente citocininas Para os mesmos autores a

variabilidade observada nas respostas morfogecircnicas in vitro

para diferentes citocininas pode ser causada pela variaccedilatildeo

na razatildeo de degradaccedilatildeo dessas substacircncias nos tecidos

vegetais ou no meio de cultivo Segundo Caldas et al (1999)

uma alta relaccedilatildeo citocininaauxina normalmente leva a maior

induccedilatildeo de parte aeacuterea (brotos) em explantes in vitro

principalmente quando a citocinina usada eacute o BAP que induz

a formaccedilatildeo de grande nuacutemero de brotos e alta taxa de

multiplicaccedilatildeo em muitos sistemas de micropropagaccedilatildeo

Tanto no presente trabalho quanto nos trabalhos acima

citados foram utilizados meios com pelo menos uma

combinaccedilatildeo com alta relaccedilatildeo citocininaauxina e meios

contendo apenas citocinina

CONCLUSOtildeES

A maior induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo tanto de calos

quanto de brotos foi observada nos meacutetodos cotileacutedone

fendido e cotileacutedone aparado quando colocados no meio

com BAP (25 mgL) e AIA (02 mgL) (MIII) Um ciclo de

repicagem foi suficiente para obtenccedilatildeo de brotos

alongados A maior regeneraccedilatildeo de brotos alongados

ocorreu com o meacutetodo cotileacutedone decapitado

Meios M1 + 05 mgL BAP M1 + 08 mgL BAP M1 + 10 mgL BAP

Repicagem 1 Repicagem 2 Repicagem 3

M1+ 05 mgl AIA

Tipos de Explante

s

Nordm total de brotos

Nordm de brotos

alongados

Nordm total de brotos

Nordm de brotos

alongados

Nordm total de brotos

Nordm de brotos

alongados

Nordm total de placircntulas

enraizadas

Nordm total de

plantas aclimatadas

Nordm total geral de brotos

A 3117 bA 899 aA 3684 bA

866 aA 3174 bA

81 aA 80 67 181 B 536 aA 466 bA 6244 aA 633 aA 5158 aA 450 bA 41 33 163 C 3527 bA 400 bA 4368 bA

566 aA 3928 bA

312 bA 43 35 205

Total 164 135 549

Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro 93

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

AGRADECIMENTOS

Ao Instituto de Geneacutetica e Bioquiacutemica e ao Instituto

de Ciecircncias Agraacuterias da Universidade Federal de

Uberlacircndia pelo financiamento deste projeto e a todos

que auxiliaram direta eou indiretamente

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CALDAS L S HARIDASAN P FERREIRA M E Meiosnutritivos In TORRES A C CALDAS L S BUSO JA Cultura de tecidos e transformaccedilatildeo geneacutetica de plantasBrasiacutelia Embrapa 1999 v 1 509 p

COSTA M NOGUEIRA F T S OTONI W CBROMMONSCHENKEL S H Regeneraccedilatildeo in vitrode cultivares de tomateiro (Lycopersicon esculentumMill ) industr ial lsquoIPA-5rsquoe lsquoIPA-6rsquo Ciecircncia eAgrotecnologia Lavras v 24 n 3 p 671-678 julset2000

FAacuteRI M NAGY I CSAacuteNY M MITYKOacute JANDRAacuteSFALVY A Agrobacterium mediated genetictransformation and plant regeneration viaorganogenesis and somatic embryogenesis from cotyledonleaves in eggplant (Solanum melogena cv Kecskemeacutetilila) Plant Cell Reports Berlin v 15 n 12 p 82-86 Dec1995b

FAacuteRI M RESENDE G M MELO N F Avaliaccedilatildeo dacapacidade de regeneraccedilatildeo in vitro em tomateiro industrialPesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 35 n 8 p1523-1529 ago 2000

FARIA R T ILLG R D Introgressatildeo da capacidade deregeneraccedilatildeo de plantas in vitro no tomateiro (Lycopersiconesculentum) In ENCONTRO BRASILEIRO DEBIOTECNOLOGIA VEGETAL REDBIO Brasiacutelia 1993 v1 p 102

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericulturaagrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeode hortaliccedilas Viccedilosa Editora UFV 2000 402 p

FRARY A EARLE E D An examination of factorsaffecting the efficiency of Agrobacterium-mediatedtransformation of tomato Plant Cell Reports Berlin v 16n 34 235-240 Dec 1996

GAMBORG O L MILLER R A OJIMA K Nutrientrequirementsof suspension cultures of soybean root cellsExperimental Cell Research San Diego v50 n1 p151-158 1968

McCORMICK S NIEDERMEYER J F BARNASON AHORSCH R FRALEY R Leaf disc transformation of cultivatedtomato (L esculentum) using Agrobacterium tumefaciensPlant Cell Reports New York v 5 n 2 p 81-84 1986

McCORMICK S Plant tissue culture manualtransformation of tomato with Agrobacterium tumefaciensNew York Kluwer 1991 p1-9

MURASHIGE T SKOOG F A Revised medium for rapidgrowth and bioessays with tobacco tissue culture PhysiologiaPlantarum Copenhagen v15 n5 p473-497 1962

NOGUEIRA F T S COSTA M G C FIGUEIRA M LOTONI W C FINGER F L Regeneraccedilatildeo in vitro deplantas de tomateiro lsquoSanta Clararsquo e seu mutante naturallsquoFirmersquo Ciecircncia e Agrotecnologia Lavras v 25 n 1 p 63-71 janfev 2001

OHKI S BIGOT C MOUSSEAU J Analysis of shoot-forming capacity in vitro in two lines of tomato(Lycopersicon esculentum Mill) and their hybrids PlantCell Physiology Tokyo v 19 n 1 p 27-42 1978

REDENBAUGH K HIATT W MARTINEAU BKRAMER M SHEEHY R SANDERS R HOUCK CEMLAY D Safety assessment of genetically engineeredfruits and vegetables a case study of the Flavr SavrTMtomato London CRC 1992 267 p

RHIM S L CHO H J KIM B D SCHNETTER WGEIDER K Development of insect resistance in tomatoplant expressing the delta-endotoxin gene of Bacillusthuringiensis subsp tenebrionis Molecular BreedingDordrecht v 1 n 2 p 229-236 1995

WIJBRANDI J BOTH M T J de Temperate vegetablecrops Scientia Horticulturae Amsterdam v 55 n 1 p37-63 1993

ZONTA E P MACHADO A A SANEST - sistema deanaacutelise estatiacutestica Campinas Instituto Agronocircmico deCampinas 1989 Software

SILVA A S et al94

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

INDUCcedilAtildeO DE CALOS A PARTIR DE CULTURA DE ANTERAS DECAFEEIRO (Coffea arabica L) CV CATUAIacute VERMELHO 99 E 44

CALLUS INDUCTION FROM ANTHER CULTURE OF COFFEE PLANT (Coffea arabica L) CV CATUAIacute VERMELHO 99 AND 44

ADELAIDE SIQUEIRA SILVA1 JOSEacute MAGNO QUEIROZ LUZ2 DENISE GARCIA SANTANA2 PATRIacuteCIA CRYSTIE VIEIRA MUSTAFA3 MOACIR PASQUAL4 GLAUCIA DE FATIMA MOREIRA VIEIRA E SOUZA2

1Mestranda do Curso de Agronomia ndash Universidade Federal de UberlacircndiaUFU ndash Av Engenheiro Diniz 1178 ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash adelaidebioyahoocombr2Professor Dr ndash Universidade Federal de UberlacircndiaUFU ndash Instituto de Ciecircncias Agraacuterias ndash Curso de Agronomia ndash AV Paraacute Bloco 2E SALA 14campus Umuarana ndash Caixa-Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG3Bioacuteloga Universidade Federal de UberlacircndiaUFU ndash Centro de Ciecircncias Biomeacutedicas ndash Departamento de Agronomia ndash Rua Amazonas snordm - Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos sala 2E-14 ndash Umuarama ndash 38400920 ndash Uberlandia MG ndash patriciacrystiezipmailcombr

4Doutor Departamento de Adgricultura DAG ndash Universidade Federal de Lavras UFLA ndash Campus universitaacuterio ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash mpasqualuflabr

RESUMONo Brasil o cafeacute ainda apresenta poucos progressos com

relaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo da cultura de tecidos vegetais tornando-se degrande importacircncia o conhecimento sobre a atuaccedilatildeo dosreguladores de crescimento Com este trabalho avaliou-se ocomportamento de duas cultivares de Coffea arabica L CatuaiacuteVermelho LCH-2077-2-5-99 e LCH-2077-2-5-44 denominadasrespectivamente de Catuaiacute Vermelho 99 e Catuaiacute Vermelho 44quanto agrave ausecircncia e presenccedila de luz e quantificou-se a interaccedilatildeoentre os reguladores de crescimento 24-D e BAP O experimentofoi realizado no Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos Vegetais daUniversidade Federal de Uberlacircndia As anteras das cultivaresCatuaiacute Vermelho 99 e 44 foram inoculadas em meio basal MSsuplementado com quatro concentraccedilotildees de 24-D (905 181271 e 362 mM) e duas concentraccedilotildees de BAP (0 e 89 mM) napresenccedila de luz e ausecircncia de luz As avaliaccedilotildees para a oxidaccedilatildeointumescimento e calosidade foram realizadas aos 30 dias apoacutes ainoculaccedilatildeo no meio de cultura e o diacircmetro dos calos aos 45 diasApoacutes 30 dias de cultivo os calos obtidos foram classificados emfriaacuteveis esverdeados esbranquiccedilados e cinza Os resultadosmostraram que para ocorrer intumescimento das anterasformaccedilatildeo e aumento do tamanho dos calos de ambas cultivares eacutenecessaacuterio que haja interaccedilatildeo entre a auxina (24-D) e a citocinina(BAP) Dentre os tipos de calos os de coloraccedilatildeo cinza foram osque apresentaram maior frequumlecircncia para as duas cultivares

Termos para indexaccedilatildeo Melhoramento calos reguladores decrescimento cafeeiro

ABSTRACTIn Brazil coffee still presents little progress regarding

the application of plant tissue culture which turns important theunderstanding of the action of growth regulators This workevaluated the in vitro performance of two Coffea arabica Lcultivars Catuaiacute Vermelho LCH-2077-2-5-99 and LCH-2077-2-5-44 known as Catuaiacute Vermelho 99 and Catuaiacute Vermelho 44respectively in the presence and absence of light and theinteraction of 24-D and BAP The experiment was carried out at

the Plant Tissue Culture Laboratory of the Universidade Federalde Uberlacircndia Anthers from both cultivars were inoculated inMS basal medium supplemented with four concentrations of24-D (905 181 271 and 362 mM) and two concentrations ofBAP (0 or 89 mM) in the presence and absence of lightOxidation intumescences and callus formation evaluations wereobtained 30 days after inoculation and callus diameter measuredat 45 days of inoculation The observed callus was classified asfriable greenish whitish or gray The results showed that antherintumescences callus formation and growth of both cultivarsdemand the interaction between the auxin (24-D) and thecytokinin (BAP) Callus presenting gray color were the mostfrequent for both cultivars

Index terms Plant breeding callus growth regulators coffee plant

INTRODUCcedilAtildeO

O cafeeiro pertence agrave famiacutelia Rubiaceae na qual o

gecircnero Coffea abrange cerca de 60 espeacutecies sendo as mais

comuns no mercado Coffea araacutebica L e Coffea canephora

Pierre ex Froehn Os programas de melhoramento do cafeacute

demandam aproximadamente 25 anos desde a hibridaccedilatildeo

ateacute a obtenccedilatildeo de uma nova cultivar (PASQUAL et al

2002) A cultura de anteras eacute considerada uma ferramenta

importante pois possibilita a obtenccedilatildeo de linhas

homozigoacuteticas em uma uacutenica etapa (ANDRADE 1998)

acelerando drasticamente o processo de obtenccedilatildeo de novas

cultivares Sendo assim a teacutecnica de cultura de anteras

vem auxiliar no melhoramento da cultura pois permite a

obtenccedilatildeo de haploacuteides em geraccedilotildees segregantes o que

leva agrave raacutepida produccedilatildeo de plantas homozigotas por meio

(Recebido em 14 de outubro de 2003 e aprovado em 29 de outubro de 2006)

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 95

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

da duplicaccedilatildeo do nuacutemero de cromossomos numa uacutenica

etapa substituindo as geraccedilotildees de auto fecundaccedilatildeo

Acrescenta-se a isso o fato de os haploacuteides serem livres

dos problemas de dominacircncia e recessividade por possuir

apenas um alelo em cada loco gecircnico

No Brasil Coffea arabica ainda apresenta poucos

progressos com relaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo da cultura de anteras

Daiacute a importacircncia de se produzir mais conhecimentos sobre

a atuaccedilatildeo dos reguladores de crescimento na expressatildeo

androgeneacutetica de Coffea arabica identificaccedilatildeo de

genoacutetipos androgecircnicos bem como a determinaccedilatildeo de

condiccedilotildees fiacutesicas mais adequadas agrave incubaccedilatildeo de anteras

nessa espeacutecie

Nos programas de melhoramento as teacutecnicas

convencionais tecircm apresentado resultados promissores

na cultura do cafeacute no que se refere ao aumento de

produtividade e obtenccedilatildeo de novas cultivares Um fator

importante para o sucesso da cultura de anteras eacute conhecer

o estaacutedio ideal de desenvolvimento dos microacutesporos com

o intuito de se obter uma melhor resposta androgeneacutetica

utilizando microacutesporos receacutem-liberados da teacutetrade meioacutetica

ateacute no maacuteximo o estaacutedio binucleado A fase uninucleada

responde positivamente ao processo embriogecircnico porque

nesta fase os microacutesporos apresentam uma parede celular

delgada o que a torna mais receptiva aos fatores externos

Em estaacutedios mais avanccedilados da microsporogecircnese ocorre

um engrossamento da parede celular sendo esta uma

caracteriacutestica do gratildeo de poacutelen maduro do cafeacute

prejudicando o processo de regeneraccedilatildeo (ASCANIO amp

ARCIA 1994) Os autores Grando amp Moraes Fernandes

(1993) sugerem que o potencial embriogecircnico do gratildeo de

poacutelen pode ser determinado tanto no periacuteodo da meiose

quanto no periacuteodo da preacute-mitose do microacutesporo pois

nestes dois momentos o microacutesporo ainda teria

metabolicamente caracteriacutesticas esporofiacuteticas o que

permite a diferenciaccedilatildeo do gratildeo de poacutelen em embriatildeo e

posterior formaccedilatildeo de uma planta

Segundo Mantell et al (1994) satildeo possiacuteveis vaacuterios

tipos de desenvolvimento do microacutesporo in vitro sendo

que tanto o nuacutecleo generativo quanto o vegetativo pode

se dividir continuamente originando um embrioacuteide

haploacuteide ou ainda a primeira mitose produziria dois nuacutecleos

semelhantes e estes se dividiriam repetidamente resultando

na formaccedilatildeo de embrioacuteides haploacuteides

A composiccedilatildeo do meio de cultura tambeacutem eacute de

grande importacircncia para o sucesso da cultura de anteras

natildeo existindo contudo uma recomendaccedilatildeo generalizada

Na maioria das espeacutecies a androgecircnese se verifica em meios

que conteacutem sais minerais sacarose vitaminas reguladores

de crescimento e aacutegar (MORAES FERNANDES 1990) A

consistecircncia do meio normalmente eacute semi-soacutelida mas os

meios liacutequidos estatildeo sendo cada vez mais usados pois

tecircm vantagens no aumento do rendimento pela maior

obtenccedilatildeo de embriotildees e calos (PIERIK 1987) O

presente trabalho teve como objetivo aplicar a teacutecnica da

cultura de anteras em diferentes cultivares de Coffea

arabica verificando os vaacuterios fatores que influenciam a

induccedilatildeo de calos

MATERIAL E MEacuteTODOS

Experimentos de Induccedilatildeo e Regeneraccedilatildeo de Calos

Esta etapa constituiu-se de dois experimentos cada

um com uma cultivar tendo sido conduzidos no laboratoacuterio

de Cultura de Tecidos Vegetais da Universidade Federal

de Uberlacircndia em Uberlacircndia - Minas Gerais no periacuteodo

de setembro de 2002 a janeiro de 2003

Foram utilizados bototildees florais de duas cultivares

de Coffea araacutebica Catuaiacute Vermelho LCH-2077-2-5-99 e

LCH-2077-2-5-44 denominadas respectivamente de Catuaiacute

Vermelho 99 e Catuaiacute Vermelho 44 plantadas na aacuterea

experimental do Campus Umuarama dessa Universidade

Os bototildees florais foram coletados no periacuteodo de 8 agraves 9

horas da manhatilde e armazenados em placas de Petri contendo

papel de filtro umedecido em aacutegua destilada e colocados

dentro de uma caixa de isopor para evitar a desidrataccedilatildeo

ateacute serem conduzidos ao laboratoacuterio

No laboratoacuterio o comprimento dos bototildees foi

medido com o auxiacutelio de um paquiacutemetro e utilizaram-se

SILVA A S et al96

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

bototildees florais entre 45 a 60 mm de comprimento em todos

os experimentos Os bototildees foram envoltos em gaze

previamente autoclavada e desinfestados em uma soluccedilatildeo

de aacutelcool 70 por alguns segundos e por 10 minutos em

soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio a 02 sob agitaccedilatildeo Em

seguida na cacircmara de fluxo laminar foram lavados 3 vezes

em aacutegua destilada e autoclavada Apoacutes este processo as

anteras foram retiradas dos bototildees com o auxiacutelio de uma

lupa uma pinccedila fina e bisturi nordm 10 sendo os uacuteltimos

flambados para cada botatildeo tomando-se o cuidado para

natildeo ferir as anteras Logo apoacutes as anteras foram imersas

por 1 segundo em soluccedilatildeo de aacutecido ascoacuterbico na

concentraccedilatildeo de 600 mgL-1 hipoclorito de soacutedio 02 e

aacutegua destilada e autoclavada respectivamente

Apoacutes este processo as anteras foram inoculadas

em tubo de ensaio contendo 20 mL do meio MS

(MURASHIGE amp SKOOG 1962) suplementado com aacutecido

24-diclorofenoxiaceacutetico (24-D) e 6- benzilaminopurina

(BAP) em diferentes concentraccedilotildees com pH ajustado para

58 Este meio foi esterilizado em autoclave vertical agrave

temperatura de 121deg C sob pressatildeo de 1 atm por 20 minutos

O delineamento experimental utilizado foi o de

blocos casualizados com 10 repeticcedilotildees em esquema fatorial

4 x 2 x 2 sendo que os fatores foram compostos de quatro

concentraccedilotildees de 24-D (905 181 271 362 mM) duas

concentraccedilotildees de BAP (0 e 89 mM) perfazendo oito

tratamentos incubados na ausecircncia ou presenccedila de luz

em sala de crescimento com temperatura de 25 plusmn 2degC e 16

horas de fotoperiacuteodo Nos dois experimentos cada

tratamento teve 10 repeticcedilotildees sendo um tubo com 10

anteras considerado uma repeticcedilatildeo

Aos 30 dias apoacutes a inoculaccedilatildeo das anteras foram

avaliadas as porcentagens de oxidaccedilatildeo de intumescimento

e de formaccedilatildeo de calos (calosidade) e aos 45 dias foi medido

o diacircmetro dos calos

Os calos obtidos das duas cultivares apoacutes 45 dias

de inoculaccedilatildeo das anteras foram transferidos para o meio

MS suplementado com 30 gL-1 de sacarose 6gL-1 de agar e

de 24-DBAP nas seguintes concentraccedilotildees de 1810 181

2 2710 e 3620 mM com pH ajustado para 58 associando

a ausecircncia e presenccedila de luz

Apoacutes a permanecircncia destes calos no meio de cultura

por 30 dias aqueles provenientes da cultivar Catuaiacute

Vermelho 99 incubados na presenccedila de luz foram

transferidos para o meio de cultura contendo 271 mM de

24-D enquanto que aqueles incubados na ausecircncia de

luz foram transferidos para meio contendo 362 mM de 24-

D Jaacute os calos da cultivar Catuaiacute Vermelho 44 incubados

na presenccedila de luz foram transferidos para meio contendo

181 mM de 24-D e 89 mM de BAP e os incubados na

ausecircncia de luz transferidos para o meio contendo 181

mM de 24-D

Apoacutes 30 dias neste tratamento foram avaliadas as

caracteriacutesticas referentes ao tipo de calo (friaacuteveis

esverdeados esbranquiccedilados e cinza)

Os dados obtidos foram testados quanto agrave

normalidade e agrave homogeneidade necessitando de

transformaccedilatildeo em arco seno para os dados em

porcentagem e raiz quadrada de (x + 05) para os dados

referentes ao diacircmetro dos calos

RESULTADOS

Interaccedilatildeo entre os Reguladores de Crescimento e oFotoperiacuteodo

Para a cultivar Catuaiacute 99 em todas as concentraccedilotildees

de 24-D e independentemente da concentraccedilatildeo de BAP a

oxidaccedilatildeo foi menor na ausecircncia de luz diferindo

estatisticamente da fase em que se tinha presenccedila de luz

No entanto nos calos cultivados nas concentraccedilotildees de

905 e 271 mM de 24-D e 89 mM de BAP na ausecircncia de

luz foi observado um aumento significativo na oxidaccedilatildeo

das anteras o mesmo acontecendo na concentraccedilatildeo de

271 mM de 24-D na presenccedila de luz No entanto resultado

inverso foi observado para a concentraccedilatildeo de 362 mM de

24-D (Tabela 1)

Os resultados do percentual de intumescimento

variaram bastante em funccedilatildeo da luminosidade e

reguladores de crescimento (Tabela 1) Na presenccedila do

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 97

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

BAP e concentraccedilatildeo 89 mM de 24-D tanto na presenccedila

ou ausecircncia de luz o intumescimento dos calos natildeo diferiu

significativamente Jaacute na concentraccedilatildeo de 181 mM de 24-

D na presenccedila de luz se mostrou melhor promovendo um

aumento significativo do intumescimento das anteras

Quanto agraves concentraccedilotildees de 271 e 362 mM de 24-D

cultivados na presenccedila de luz se mostrou melhor ao

intumescimento quando comparado agravequeles cultivados na

ausecircncia de luz (Figura 1)

A presenccedila de calos aumentou significativamente

com a incubaccedilatildeo das anteras na ausecircncia de luz e na

TABELA 1 ndash Meacutedias do nuacutemero de anteras oxidadas intumescidas e com calos e diacircmetro dos calos (mm) em funccedilatildeode diferentes concentraccedilotildees de 24-D e ausecircncia ou presenccedila de BAP em duas condiccedilotildees de luminosidade (presenccedilaou ausecircncia de luz) para anteras do genoacutetipo cv 99

Luminosidade1

Oxidaccedilatildeo () Intumescimento ()

Calosidade () Diacircmetro (mm) 24-D M

BAP M luz Escuro Luz Escuro luz Escuro luz Escuro 0 980 b A 395 a A 000b B 434 a A 000 b A 740 a A 000 b A 309 a A 905

89 999 b A 823 a B 398 a A 327 a B 007 b A 615 a A 000 b A 300 a A 0 999 b A 524 a A 000 b B 447 a A 007 b A 750 a A 000 b B 368 a A

181 89 935 b A 511 a A 614 a A 407 b A 030 b A 720 a A 300 b A 387 a A

0 745 b A 000 a A 534 a A 000 b B 530 a A 000 b B 318 a B 000 b B 271

89 914 b B 590 a B 625 a A 634 a A 708 a A 809 a A 377 a A 298 b A 0 999 b B 440 a A 607 a A 492 b A 097 b B 815 a A 300 a B 277 a A

362 89 813 b A 426 a A 493 a B 527 a A 378 b A 758 a A 398 a A 298 b A

1Meacutedias seguidas por letras diferentes minuacutesculas na linha e maiuacutesculas na coluna dentro de cada concentraccedilatildeo de 2-4-D diferem entre si pelo teste de Tuckey a significacircncia de 5

concentraccedilatildeo de 271 mM de 24-D nas demais

concentraccedilotildees de 24-D independente da concentraccedilatildeo

do BAP a incubaccedilatildeo na ausecircncia de luz apresentou

meacutedias de calosidade significativamente maiores (Figura

2) A presenccedila do BAP promoveu aumento significativo

na calosidade das anteras na concentraccedilatildeo 271 mM de

24-D na ausecircncia de luz e na concentraccedilatildeo de 362 mM

de 24-D na presenccedila de luz Nas demais concentraccedilotildees

natildeo houve diferenccedila significativa entre presenccedila ou

ausecircncia de BAP tanto na ausecircncia ou presenccedila de luz

(Tabela 1)

FIGURA 1 ndash Anteras da cv Catuaiacute Vermelho 99 naconcentraccedilatildeo de 181 M de 24-D na presenccedila de luz

FIGURA 2 ndash Calos de anteras incubadas na ausecircncia deluz e na concentraccedilatildeo de 271 M de 24-D

SILVA A S et al98

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

Quanto ao diacircmetro nas concentraccedilotildees 905 e 181 M

de 24-D a ausecircncia de luz promoveu aumento significativo

no diacircmetro dos calos diferindo-se estatisticamente do

tratamento na presenccedila de luz Somente para a concentraccedilatildeo

de 271 mM de 24-D na ausecircncia do BAP natildeo houve diferenccedila

significativa para a caracteriacutestica independentemente do

fotoperiacuteodo Nas demais concentraccedilotildees de 24-D o tratamento

na presenccedila de luz promoveu um aumento significativo no

diacircmetro dos calos No tratamento em que houve a associaccedilatildeo

da presenccedila de luz e de BAP natildeo diferiu estatisticamente do

tratamento em que houve a ausecircncia de BAP quando a

concentraccedilatildeo de 24-D foi de 905 mM nos demais

proporcionou aumento significativo no diacircmetro dos calos

Para o tratamento na ausecircncia de luz apenas na concentraccedilatildeo

de 271 mM de 24-D a ausecircncia de BAP promoveu diminuiccedilatildeo

significativa no diacircmetro de calos Nas demais concentraccedilotildees

natildeo houve diferenccedila significativa entre presenccedila ou ausecircncia

de BAP (Tabela 1)

Para as variaacuteveis intumescimento e calosidade da

cultivar cv 44 a interaccedilatildeo entre 24-D e BAP natildeo diferiram

estatisticamente quanto presenccedila e ausecircncia de luz nas

concentraccedilotildees 905 e 362 mM de 24-D e que tambeacutem natildeo

difere para o diacircmetro na concentraccedilatildeo de 181 mM de 24-

D Jaacute na concentraccedilatildeo 271 mM de 24-D haacute uma semelhanccedila

quanto ao intumescimento calosidade e diacircmetro que

diferem das demais concentraccedilotildees natildeo apresentando

portanto uma boa interaccedilatildeo

A melhor interaccedilatildeo para intumescimento calosidade

e diacircmetro encontra-se respectivamente na concentraccedilatildeo

905 mM de 24-D na presenccedila de luz na concentraccedilatildeo 181

mM de 24-D na ausecircncia de luz e na concentraccedilatildeo 905

mM de 24-D na ausecircncia de luz Jaacute as piores interaccedilotildees

estatildeo na concentraccedilatildeo 271 mM de 24-D na luz tanto para

o intumescimento quanto para o diacircmetro analisados na

Tabela 2

De acordo com a Tabela 2 observou-se que os

melhores resultados ou seja as interaccedilotildees independem

da presenccedila ou ausecircncia de BAP Na Tabela 3 notou-se

uma maior oxidaccedilatildeo das anteras quando incubadas no claro

estas apresentaram uma maior oxidaccedilatildeo em relaccedilatildeo as que

foram incubadas no escuro tornando-se mais tarde calos

previamente oxidados

TABELA 2 ndash Meacutedias do nuacutemero de anteras intumescidas e com calos diacircmetro dos calos (mm) em funccedilatildeo de diferentesconcentraccedilotildees de 24-D e ausecircncia ou presenccedila de BAP em duas condiccedilotildees de luminosidade (luz e escuro) para anterasdo genoacutetipo cv 44

Luminosidade1

Intumescimento () Calosidade () Diacircmetro (mm) 24-D ( M)

BAP ( M) Luz Escuro Luz Escuro Luz Escuro

0 907 a A 775 a A 779 bA 948 aA 609 bA 800 aA 905 89 843 a A 875 a A 889 aA 946 aA 607 aA 420 bB 0 887 a A 852 a A 939 aA 990 aA 490 aA 466 aA

181 89 906 a A 786 a A 917 aA 959 aA 420 aA 493 aA 0 600 b A 772 a A 694 bA 895 aA 000 bA 373 aA

271 89 022 b B 827 a A 294 bB 837 aA 000 bA 376 aA 0 828 a A 737 a A 928 aA 939 aA 414 bA 595 aA

362 89 866 a A 725 a A 949 aA 866 aA 329 aA 376 aA

1Meacutedias seguidas por letras diferente minuacutesculas na linha e maiuacutesculas na coluna dentro de cada concentraccedilatildeo de 2-4-D diferem entre si pelo teste de Tukey a significacircncia de 5

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 99

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

TABELA 3 ndash Meacutedias de oxidaccedilatildeo das anteras entre asdiferentes concentraccedilotildees de 24-D em duas condiccedilotildeesde luminosidade (luz e escuro) para anteras da cultivarCatuaiacute Vermelho 44

Concentraccedilotildees

24-D ( M ) OXIDACcedilAtildeO ()

Claro Escuro 905 749 a 269 b 181 420 a 270 b 271 999 a 221 b 362 308 a 334 a

1Meacutedias seguidas por letras diferentes minuacutesculas na linhadentro de cada concentraccedilatildeo de 2-4-D diferem entre sipelo teste de Tukey a significacircncia de 5

TABELA 4 ndash Tipos de calos obtidos apoacutes 30 dias em meioMS com 362 M de 24-D na ausecircncia de luz da cultivarCatuaiacute Vermelho 99

Tipos de Calos

Nuacutemero de Calos

Nuacutemero de Calos com diacircmetro acima

de 05 mm Friaacuteveis 03 Esverdeados 13 06 Esbranquiaccedilados

03 Cinza 26

Dados de contagem natildeo transformados O recultivo emmeio MS com 362 M de 24-D na presenccedila de luz teve100 de contaminaccedilatildeo apoacutes sua inoculaccedilatildeo

TABELA 5 ndashTipos de calos obtidos apoacutes 30 dias em meioMS com 181 M de 24D e 89 M de BAP na presenccedilade luz da cultivar Catuaiacute Vermelho 44

TABELA 6 ndash Tipos de calos obtidos apoacutes 30 dias em meioMS com 181 M de 24D na ausecircncia de luz da cultivarCatuaiacute Vermelho 44

Tipos de Calos Nuacutemero de Calos

Nuacutemero de Calos com diacircmetro

acima de 05 mm Friaacuteveis 58 Esverdeados 23 214 Esbranquiaccedilados 94 Cinza 203

Tipos de Calos

Nuacutemero de Calos

Nuacutemero de Calos com diacircmetro

acima de 05 mm Friaacuteveis 25 Esverdeados 11 69 Esbranquiaccedilados 19 Cinza 350

Dados de contagem natildeo transformados Dados de contagem natildeo transformados

Nesta etapa a maioria dos calos encontrados para

as trecircs cultivares apresentaram coloraccedilatildeo cinza (Tabelas 4

5 e 6) A perda gradativa da coloraccedilatildeo natural dos calos

passando de verdes para a cor marrom a diminuiccedilatildeo do

ritmo de crescimento dos mesmos a estagnaccedilatildeo do

processo de formaccedilatildeo de embrioacuteides seguido do

surgimento de aacutereas necrosadas na superfiacutecie satildeo sinais

que caracterizam a senescecircncia da cultura (SILVA 2002)

DISCUSSAtildeO

A resposta das anteras da cultivar Catuaiacute Vermelho 99

com relaccedilatildeo agrave oxidaccedilatildeo indica que a mesma estaacute associada agrave

combinaccedilatildeo entre auxina e citocinina promovendo os menores

iacutendices de oxidaccedilatildeo Agrave medida que se aumentou a

concentraccedilatildeo de 24-D na presenccedila de BAP houve um

aumento gradativo da oxidaccedilatildeo ateacute atingir um ponto maacuteximo

em torno de 80 na dosagem de 271 mM de 24-D Jaacute na

ausecircncia de BAP a oxidaccedilatildeo foi bem maior quando comparada

agrave porcentagem de oxidaccedilatildeo na concentraccedilatildeo de 905 mM de

24-D De acordo com Wang amp Huang (1976) o cultivo in

vitro por um periacuteodo longo induz a formaccedilatildeo de compostos

fenoacutelicos no meio que podem causar necrose e posteriormente

morte dos calos Maciel (2001) e Paluacute (2002) citam que pelos

resultados obtidos para a induccedilatildeo de calogecircnese em anteras

de cafeeiro observa-se que eacute necessaacuteria uma auxina

juntamente com uma citocinina Dentre as auxinas sinteacuteticas

o 24-D eacute sem duacutevida o mais adequado agrave induccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do calo (GAMBORG et al 1976)

Para Thomas amp Ravindra (1997) o maior problema

na iniciaccedilatildeo de culturas lenhosas eacute a ocorrecircncia de

compostos fenoacutelicos que estatildeo ligados com processos de

regulaccedilatildeo de crescimento especialmente com as auxinas

que dependendo da sua concentraccedilatildeo endoacutegena no tecido

resulta na induccedilatildeo desses compostos

SILVA A S et al100

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

O fotoperiacuteodo que estas anteras foram submetidas

influenciou tambeacutem na porcentagem de oxidaccedilatildeo sendo

que no escuro e na presenccedila de 24-D (89 mM) a oxidaccedilatildeo

foi miacutenima Agrave medida que foi aumentando a concentraccedilatildeo

da auxina foi aumentando tambeacutem a oxidaccedilatildeo poreacutem este

aumento foi bem menor quando comparado ao cultivo das

anteras na presenccedila de luz

A oxidaccedilatildeo fenoacutelica tem sido controlada em

diferentes espeacutecies lenhosas pela reduccedilatildeo da intensidade

luminosa (MARKS amp SIMPSON 1990) associada com a

substituiccedilatildeo frequumlente do meio de cultura e dessa forma

as chances de se obter sucesso no estabelecimento e

cultivo de explantes de espeacutecies lenhosas satildeo bastante

elevadas (TEIXEIRA 2001)

Em muitas espeacutecies por razotildees natildeo conhecidas a

embriogecircnese direta eacute rara e as plantas tecircm que ser

diferenciadas a partir de calos Para induccedilatildeo destes

geralmente eacute necessaacuteria uma auxina (MAHESHWARI et

al 1982) Segundo Rocha (1998) para a induccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do calo a maioria das espeacutecies parece

comportar-se diferentemente natildeo soacute quanto aos

reguladores de crescimento podendo ocorrer

independentemente de auxinas e citocininas dependente

de ambas ou dependente de uma ou de outra mas tambeacutem

quanto agrave presenccedila ou ausecircncia de luminosidade Sharp et

al (1973) obtiveram calos atraveacutes do cultivo de sementes

folhas e anteras de C arabica das cultivares Mundo Novo

e Bourbon Amarelo A induccedilatildeo de calos tambeacutem foi mais

eficiente na ausecircncia de luz Aleacutem disso Ascanio amp Arcia

(1994) citam que para o desenvolvimento do calo as

anteras devem ser mantidas no escuro jaacute para o

desenvolvimento do embriatildeo os calos devem ser mantidos

no claro

Natildeo houve a formaccedilatildeo de embriotildees e isto pode ser

devido agraves doses de reguladores ou mesmo de combinaccedilotildees

que natildeo foram apropriadas para estas cultivares

CONCLUSAtildeO

Os resultados mostraram que para ocorrer

intumescimento das anteras formaccedilatildeo e aumento do

tamanho dos calos de ambas as cultivares eacute necessaacuterio

que haja interaccedilatildeo entre a auxina (24-D) e a citocinina

(BAP) e incubaccedilatildeo no escuro

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ANDRADE L M C O Otimizaccedilatildeo de teacutecnicas de culturade tecidos para o cafeeiro (Coffea arabica) 1998 86 pDissertaccedilatildeo (Mestrado em Geneacutetica e Melhoramento dePlantas) - Universidade Federal de Lavras Lavras MG

ASCANIO E C E ARCIA M A M Efecto del estado dedesarrollo de las anteras y de un shock teacutermico sobre laandrogeacutenesis en Coffea arabica L var Garnica Cafeacute CacaoTheacute Paris v 28 n 2 p 75-79 avrjuin 1994

GAMBORG O L MURASHIGE T THORPE T VASILI K Plant tissue culture media In Vitro New York v 12 n7 p 473-478 1976

GRANDO M F MORAES FERNANDES M I B Propostade um modelo para explicar a embriogecircnese do gratildeo depoacutelen in vitro In ENCONTRO BRASILEIRO DEBIOTECNOLOGIA VEGETAL 1993 Brasiacutelia DF AnaisBrasiacutelia 1993 v 1 Resumo 69

MACIEL A L de R Embriogecircnese somaacutetica indireta emCoffea arabica L 2001 60 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitotecnia) ndash Universidade Federal de Lavras Lavras MG

MAHESHWARI S C RASHID A TYAGI A K Haploidsfrom pollen grain Retrospect and Prospect American Journalof Botany Columbus v 69 n 5 p 865-879 May 1982

MANTELL S H MATTHEWS J A McKEE R A Princiacutepiosde biotecnologia em plantas uma introduccedilatildeo agrave engenhariageneacutetica em plantas Ribeiratildeo Preto SBG 1994 333 p

MARKS T R SIMPSON S E Reduced phenolicoxidation at culture initiation in vitro following the exposureof field-grown stockplants to darkness or low levels ofirradiance The Journal of Horticultural Science Londonv 65 n 2 p 103-111 Mar 1990

MORAES FERNANDES M I B Obtenccedilatildeo de plantashaploacuteides atraveacutes da cultura de anteras In TORRES AC CALDAS L S (Ed) Teacutecnicas e aplicaccedilotildees da culturade tecidos de plantas Brasiacutelia ABCTPEMBRAPACNPH1990 p 311-332

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 101

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgrowth and bioassays with tobaco tissue culturesPhysiology PlantarumCopenhagen v 15 n 3 p 473-479Mar 1962

PALUacute E G Induccedilatildeo in vitro de calogecircnese em anteras ebrotaccedilotildees em segmentos nodais de Coffea arabica L 200247 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fisiologia Vegetal) -Universidade Federal de Lavras Lavras MG

PASQUAL M MACIEL A L de R CAMPOS K P deSANTOS E C CAMPOS R J C de Induccedilatildeo de calos emanteras de cafeacute (Coffea arabica L) cultivadas in vitro Ciecircnciae Agrotecnologia Lavras v 26 n 1 p71-76 janfev 2002

PIERIK R L M In vitro culture of higher plantAmsterdam The Netherland MN Publishers 1987 344 p

ROCHA A M M R Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitrode cotileacutedones de cajueiro anatildeo precoce (Anacardiumoccidentale L) o clone CP 76 1998 54 p Dissertaccedilatildeo(Mestrado em Fitotecnia) ndash Universidade Federal do CearaacuteFortaleza

SHARP W R CALDAS L S CROacuteCOMO O JMOcircNACO L C CARVALHO A Production of Coffea

Arabica callus of three ploidy levels and subsequentmorphogenesis Phyton Buenos Aires v 31 n 2 p67-741973

SILVA H E Efeito de Genoacutetipo e de Reguladores deCrescimento na Expressatildeo Androgeneacutetica da Soja 200260 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) ndash UniversidadeEstadual Paulista Jaboticabal

TEIXEIRA J B Limitaccedilotildees ao processo de cultivoin vitro de espeacutecies lenhosas In ENCONTROLATINO-AMERICANO DE BIOTECNOLOGIAVEGETAL 4 2001 Goiacircnia Palestra Goiacircnia2001 p 110-113

THOMAS P RAVINDRA M B Shoot tip culturea inmango influence of medium genotypea explant factorsseason and descontamination treatments on phenolicexudation explant survival and axenic cultureestablishment The Journal of Horticultural ScienceLondon v 72 n 5 p 713-722 sept1997

WANG P J HUANG L C Beneficial effects of activatedcharcoal on plant tissue and organ cultures In VitroJournal of the Tissue Culture New York v 12 n 3 p260-262 1976

PEREIRA F D et al102

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

COMUNICACcedilAtildeO CIENTIacuteFICA

PROLIFERACcedilAtildeO IN VITRO DE BROTOS DE CURAUAacuteUTILIZANDO DIFERENTES VOLUMES DE MEIO DE CULTURA

IN VITRO SHOOT PROLIFERATION OF Ananas erectifolius USING DIFFERENTVOLUMES OF CULTURE MEDIUM

FLAacuteVIA DIONIacuteSIO PEREIRA1 JOSEacute EDUARDO BRASIL PEREIRA PINTO2HELEN CRISTINA DE ARRUDA RODRIGUES3 LUCIANA DOMICIANO SILVA ROSADO3

LUIZ ALBERTO BEIJO4 OSMAR ALVES LAMEIRA5

1Doutoranda em Agronomia ndash Universidade Estadual de Feira de SantanaUEFS ndash Horto Florestal ndash 44055-000 ndash Feira de Santana BA ndash flavia1808hotmailcom

2Doutor em Fisiologia Vegetal ndash Departamento de AgriculturaDAG ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash jeduardouflabr

3Graduanda em Agronomia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG4Doutorado em Agronomia ndash Universidade Federal de AlfenasUNIFAL ndash Departamento de Ciecircncias Exatas ndash Rua Gabriel Monteiro da Silva n deg 714 ndash Centro ndash 37130-000 ndash Alfenas MG ndash luizbeijoyahoocombr5Doutor em Agronomia ndash EMBRAPA ndash Amazocircnia Oriental ndash Trav Dr Eneacuteas Pinheiro sn ndash Bairro Marco ndash 66095-100 ndash Beleacutem PA ndash osmarcpatuembrapabr

RESUMOCurauaacute [Ananas erectifolius LBSm ndash Bromeliaceae] eacute

uma espeacutecie com grande potencial de uso de suas fibras comorevestimento na induacutestria automobiliacutestica Aleacutem disso o poacute dosumo do curauaacute tem sido utilizado no tratamento de cicatrizaccedilatildeode lesotildees cutacircneas Neste trabalho avaliaram-se diferentes volumesde meio MS Os volumes utilizados foram de 10 15 20 25 e 30 mLO delineamento experimental foi inteiramente casualizado (DIC)e cada tratamento continha 19 repeticcedilotildees Aos 30 dias avaliaram-se o nuacutemero e o tamanho de brotaccedilotildees Segundo a anaacutelise devariacircncia houve efeito linear do volume de meio na produccedilatildeo debrotos de curauaacute Agrave medida em que se aumenta o volume domeio aumenta o nuacutemero de brotos Natildeo houve diferenccedilasignificativa nos comprimentos dos brotos

Termos para indexaccedilatildeo Ananas erectifolius fibras vegetaismicropropagaccedilatildeo

ABSTRACTAnanas erectifolius LBSm ndash Bromeliaceae is a species

that presents fibers with great potential to be used as revetmentfor the automobile industry Besides the powder obtained fromits juice has been used in the treatment of skin lesionscicatrisation In this work the effect of different volumes (1015 20 25 and 30 mL) of MS medium during the in vitro cultureof axillary buds was evaluated A completely randomized design(CDR) was used with each treatment containing 19 replicatesAfter 30 days of inoculation shoot number and size wereevaluated The analysis of variance showed a linear effect of theculture medium volume and shoot proliferation Higher shoot

number was observed with the increase of medium volume Nosignificant difference was observed on shoot lenght

Index terms Ananas erectifolius vegetable fibermicropropagation

A produccedilatildeo de fibras vegetais ocupa um papel

relevante na economia agriacutecola mundial mesmo com a

intensa produccedilatildeo de fibras sinteacuteticas Mateacuterias-primas de

origens renovaacuteveis reciclaacuteveis e biodegradaacuteveis satildeo uma

das alternativas para a produccedilatildeo de manufaturados

ecologicamente corretos em consequumlecircncia do acuacutemulo

nos descartes de materiais natildeo biodegradaacuteveis os quais

tendem a aumentar com o crescimento populacional nos

centros urbanos A substituiccedilatildeo de materiais derivados do

petroacuteleo na produccedilatildeo de compostos elastomeacutericos por

mateacuteria-prima renovaacutevel vai ao encontro desses ideais

(ROCHA et al 2003)

As fibras sinteacuteticas destacam-se pela elevada

resistecircncia baixa densidade e elevada produccedilatildeo

Entretanto as fibras animais e vegetais satildeo as de maior

importacircncia principalmente para atender aos apelos

(Recebido em 31 de agosto de 2006 e aprovado em 19 de janeiro de 2007)

Proliferaccedilatildeo in vitro de brotos de curauaacute 103

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

ecoloacutegicos e pelo nuacutemero de plantas e animais produtores

de fibras (SCHREIBER1998)

As plantas produtoras de fibras utilizaacuteveis foram

quantificadas por vaacuterios autores e em diferentes eacutepocas

tendo sido enumeradas 2000 mil plantas fibrosas e o seu

total estimado em 2300 destacando-se as florestas tropicais

que encerram recursos inesgotaacuteveis em potencial

(MEDINA 1959)

O curauaacute [Ananas erectifolius LBSm ndash

Bromeliaceae] utilizado principalmente na fabricaccedilatildeo de

cordas sacos e utensiacutelios domeacutesticos surge como

sucedacircneo para o aproveitamento de fibras O curauaacute eacute

uma bromeliaacutecea distribuiacuteda nos Estados do Paraacute Acre

Mato grosso Goiaacutes e Amazonas e eacute cultivada

principalmente por pequenos produtores da regiatildeo do

Lago Grande de Curuai no municiacutepio de Santareacutem PA

Estudos recentes tecircm demonstrado o grande potencial do

uso das fibras dessa planta como revestimento na induacutestria

automobiliacutestica devido agrave sua resistecircncia maciez e peso

reduzido O grande problema eacute que natildeo haacute suprimento

suficiente de mateacuteria-prima para atender agrave induacutestria

automobiliacutestica pois o curauaacute eacute fiel agraves suas origens amazocircnicas

e soacute se desenvolve em clima quente e uacutemido criando um

problema para a aquisiccedilatildeo de mudas fora desta regiatildeo que

por tal motivo eacute escassa no mercado (SILVA 2004)

A micropropagaccedilatildeo utilizando teacutecnicas de cultura

de tecido tem sido um valioso instrumento na propagaccedilatildeo

de diversos tipos de plantas Embora este processo envolva

diferentes etapas depois de definido um protocolo de

micropropagaccedilatildeo seja qual for a espeacutecie este pode ser

otimizado no intuito de se obter placircntulas de alta qualidade

e com baixo valor de produccedilatildeo O tipo e tamanho de frasco

e a quantidade de meio satildeo variaacuteveis que tecircm recebido

pouca atenccedilatildeo embora afetem diretamente a aacuterea superficial

da interface meio de cultura-atmosfera o volume de ar sobre

o meio de cultura e a sua profundidade Tais fatores tambeacutem

afetam a composiccedilatildeo da fase gasosa do frasco e

consequumlentemente o crescimento e desenvolvimento das

culturas (GRATTAPAGLIA amp MACHADO 1998)

Rodrigues et al (2005) verificaram maior

proliferaccedilatildeo de brotos de Cattleya persivaliana Hort

em frascos contendo 50 mL de meio quando comparados

com aqueles de 25 75 e 100 mL Nicoloso amp Erig (2002)

trabalhando com Pfaffia glomerata (Spreng) Pedersen

verificaram que 10 mL de meio MS (MURASHIGE amp

SKOOG 1962) proporcionaram o melhor crescimento

das placircntulas em biomassa quando cultivadas em tubos

de 20 cm de altura x 2 cm diacircmetro em comparaccedilatildeo com

os de 25 cm de altura x 2 cm 15 cm de altura x 2 cm

Carvalho et al (1995) estudando a influecircncia de fatores

fiacutesicos no desenvolvimento e crescimento in vitro de

batata-doce (Ipomoea batatas L Poir) verificaram que

10 mL de meio de cultura por frasco com explantes

proporcionaram maior formaccedilatildeo de gemas em relaccedilatildeo

aos volumes de 20 e 30 mL

Sendo assim objetivou-se neste trabalho avaliar

o volume de meio apropriado para a propagaccedilatildeo in vitro

de brotaccedilotildees de curauaacute

As brotaccedilotildees utilizadas como fonte de explante

foram fornecidas pela EMBRAPACPATU situada em

Beleacutem do Paraacute Gemas axilares de curauaacute foram

inoculadas em meio MS completo suplementado com

20 mgL de BAP (6-Benzilaminopurina) Apoacutes 30 dias

estas se desenvolveram e as brotaccedilotildees obtidas foram

transferidas para o meio MS sem regulador de

crescimento por 30 dias

Apoacutes este periacuteodo quatro explantes foram

desfolhados completamente ficando apenas porccedilotildees

basais com aproximadamente 1cm de comprimento que

foram inoculadas em meio de cultura baacutesico MS sem

regulador de crescimento em frasco de 12 cm de altura por

5 cm de diacircmetro (volume interno = 300 mL) com volumes

de 10 15 20 25 30 mL Os explantes foram mantidos em

sala de crescimento a uma temperatura de 26plusmn1degC e

fotoperiacuteodo de 16 horas sob uma Irradiacircncia de foacutetons de

25mmol m-2 s-1

O delineamento experimental foi inteiramente

casualizado (DIC) Cada tratamento continha 19 repeticcedilotildees

PEREIRA F D et al104

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

(um frasco por repeticcedilatildeo) Aos 30 dias avaliaram-se o

nuacutemero e o comprimento das brotaccedilotildees O programa

utilizado para anaacutelise dos dados foi o software statistica

(SISVAR) tendo sido submetidas agrave anaacutelise de variacircncia

com aplicaccedilatildeo do teste F a 5 de probabilidade

analisando-se as meacutedias por regressatildeo polinomial

O efeito linear foi o mais adequado para explicar

a evoluccedilatildeo da taxa meacutedia de regeneraccedilatildeo do curauaacute Agrave

medida que o volume do meio de cultura aumenta existe

tendecircncia de aumento do nuacutemero de brotos Com 25

mL de meio produziu-se maior nuacutemero de brotos por

frasco (2557) e com 10 mL de meio produziu-se menor

nuacutemero de brotos (1226) O tratamento com 15 mL de

meio produziu 1765 brotos o com 20 mL 1750 e o com

30 mL 2242 (Figura 1) O volume maior de meio

disponibiliza mais nutrientes e diminui tambeacutem a

competiccedilatildeo entre as placircntulas o que explica a tendecircncia

em se obter um maior nuacutemero de brotos agrave medida que

se aumenta a quantidade do meio de cultura Em todos

os tratamentos as brotaccedilotildees obtidas foram vigorosas

com a coloraccedilatildeo verde-escura caracteriacutestica das

plantas matrizes As brotaccedilotildees tinham tambeacutem rigidez

outra caracteriacutestica da espeacutecie o que eacute devido agrave

presenccedila das fibras nas folhas Observou-se maior

concentraccedilatildeo de raiacutezes nas brotaccedilotildees maiores e natildeo

FIGURA 1 ndash Nuacutemero meacutedio de brotos por frasco de curauaacute(Ananas erectifolius) cultivados em diferentes volumesde meio MS completo 10 15 20 25 e 30

foi observada a presenccedila de calos em nenhum dos

tratamentos (Figura 2)

Resultados semelhantes foram obtidos por Reis

Lameira Reis (2004) trabalhando com curauaacute utilizando

volumes de 5 75 10 e 15 mL do meio liacutequido MS suplementados

com 25 mgL-1 de BAP (6-benzilaminopurina) os melhores

resultados sendo com os tratamentos que continham 10 e

15ml produzindo em meacutedia 121 e 154 brotosexplante

respectivamente

Da mesma forma Reis et al(2003) trabalhando com

ipeca (Psychotria ipecacuanha Stokes) em meio MS

acrescido de 15 mg L-1de BAP nos volumes de 10 20 30

e 40 mL obtiveram melhor resultado com os volumes de 30

e 40 mL (7 e 8 brotosfrasco respectivamente)

Quanto ao comprimento dos brotos natildeo houve

diferenccedila significativa Os brotos t iveram um

crescimento meacutedio de 228 cm sendo que no tratamento

com 10 mL de meio foi 257 cm com 15 mL 222 cm

com 20 mL 224 cm com 25 mL 224 cm e o tratamento

com 30 mL 215 cm Embora natildeo se tenham realizado

estudos mais aprofundados uma das hipoacuteteses

sugeridas para explicar tais resultados possivelmente

estaacute relacionada a fatores nutricionais do explante

Segundo Cappelades et al (1991) e Pereira et al (2001)

porccedilotildees basais satildeo mais robustas apresentando maior

quantidade de reservas acumuladas em seus tecidos

o que poderia levar agrave utilizaccedilatildeo dessas reservas pelas

brotaccedilotildees regeneradas para sustentar seu crescimento

Esta seria uma das causas da uniformidade apresentada

no tamanho das brotaccedilotildees em todos os tratamentos

Resultados iguais foram obtidos em estudos feitos por

Rodrigues et al (2005) quando avaliaram comprimento

meacutedio de duas espeacutecies de orquiacutedeas mantidas em meio

de cultura cujos volumes testados eram de 25 50 75 e

100 mL Portanto verifica-se que eacute muito importante

selecionar material com bom estado fisioloacutegico e

tamanho homogecircneo para se obter melhores

resultados na proliferaccedilatildeo das brotaccedilotildees eou na

morfogecircnese

Proliferaccedilatildeo in vitro de brotos de curauaacute 105

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

FIGURA 2 ndash Brotaccedilotildees de curauaacute (Ananas erectifolius) produzidas in vitro em diferentes volumes de meio MS 1-Repicagem dos brotos 2- 10 mL de meio MS 3- 15 mL de meio MS 4- 20 mL de meio MS 5- 25 mL de meio MS 6- 30mL de meio MS

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CARVALHO R FAVARETTO N PINTO J E B P Influecircnciade fatores fiacutesicos no desenvolvimento e crescimento in vitrode batata-doce (Ipomea batatas (l) Peir Ciecircncia e PraacuteticaLavras v 19 n 2 p 158-164 abrjun 1995

CAPPELADES M LEMEUR R DEBERGH P Effects ofsucrose on starch acumulation and rate of photosyntesisin Rosa cultured in vitro Plant Cell Tissue and OrganCulture Amsterdam v 25 n 1 p 21-26 Apr 1991

GRATTAPAGLIA D MACHADO M A MicropropagaccedilatildeoIn TORRES A C CALDAS L S (Ed) Cultura de tecidos etransformaccedilatildeo geneacutetica de plantas Brasiacutelia EMBRAPA-SPIEMBRAPA-CNPH 1998 p 183-260

MEDINA J C Plantas fibrosas da flora mundialCampinas Instituto agronocircmico 1959 913 p

MURASHIGE T SKOOG F A Revised medium for rapidgrowth and biossays with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-479 1962

PEREIRA F D et al106

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

NICOLOSO F T ERIG A C Efeito do tipo de segmentonodal e tamanho do recipiente no crescimento de plantasde Pfaffia glomerata in vitro Ciecircncia e AgrotecnologiaLavras v 26 p 1499-1506 dez 2002 Ediccedilatildeo especial

PEREIRA F D BRAGA M F SAacute M E L ALCINO OG COLENGHI I C Influecircncia de BAP e NAA namultiplicaccedilatildeo de abacaxi cv Perolera a partir de brotosestiolados in vitro Bioscience Journal Uberlandia v 17n 2 p 49-60 Dec 2001

REIS Eacute S PINTO J E B P CORREcircA R MPEREIRA F D BERTOLUCCI S K V Influecircncia dosmeios MS e WPM associados a diferentesconcentraccedilotildees de Benzilaminopurina na multiplicaccedilatildeode ipeca (Psychotria ipecacuanha (Brot) Stokes InCONGRESSO BRASILEIRO DE CULTURA DE TECIDOSDE PLANTAS 1 2003 Lavras Anais Lavras UFLA2003 p 273

REIS J N R LAMEIRA O M REIS L R S1Aprimoramento de protocolos de propagaccedilatildeo in vitro de

curauaacute Disponiacutevel lthttpwwwbiologocombrgt Acessoem ago 2004

ROCHA E C GHELER JUacuteNIOR J Aproveitamento deresiacuteduos gerados na aglomeraccedilatildeo de fibras de coco comLaacutetex natural Mateacuteria Teacutecnica Disponiacutevel em lthttpwwwbiologocombrgt Acesso em jun 2003

RODRIGUES J D ARAUacuteJO A G ASSIS F A ACAVALLARI L L PASQUAL M Crescimento in vitro deplacircntulas de orquiacutedeas quantidade de meio de cultura enuacutemero de explantes In CONGRESSO DE INICIACcedilAtildeOCIENTIacuteFICA DA UFLA ndash CICESAL 18 2005 Lavras MGAnais Lavras UFLA 2005 1CD-ROM

SILVA C Paiacutes pesquisa mais fibras naturais para carrosDisponiacutevel em lthttpwwwsebrae_sccombrn o v o s _ d e s t a q u e s o p o r t u n i d a d e mostra_mateacuteriaaspcd_noticia=8356gt Acesso em out 2004

SCHREIBER V (Org) Vias de desenvolvimentosustentaacutevel as dimensotildees do desafio Beleacutem UFBANUMAPOEMAIDESP 1998 495 p (POEMA 6)

NORMAS PARA PUBLICACcedilAtildeO DE ARTIGOS E COMUNICACcedilOtildeES CIENTIacuteFICAS

1 Os conceitos e afirmaccedilotildees contidos nos artigos e comunicaccedilotildeesseratildeo de inteira responsabilidade do(s) autor(es)

2 A revista ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo editadasemestralmente pela Editora da Universidade Federal de Lavras(Editora UFLA) publica artigos cientiacuteficos e comunicaccedilotildeescientiacuteficas da aacuterea de cultura de tecidos de plantas elaboradospor membros da comunidade cientiacutefica nacional e internacionalNatildeo eacute cobrada taxa para publicaccedilatildeo de trabalhos Eacute condiccedilatildeofundamental que os artigoscomunicaccedilotildees submetidos agrave apreciaccedilatildeoda revista ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo natildeo forame nem seratildeo publicados simultaneamente em outro lugar Com aaceitaccedilatildeo do artigo para publicaccedilatildeo os editores adquirem amplose exclusivos direitos sobre o artigo para todas as liacutenguas e paiacutesesA publicaccedilatildeo de artigoscomunicaccedilotildees dependeraacute da observacircnciadas Normas Editoriais dos pareceres do Corpo Editorial e daComissatildeo ad hoc Todos os pareceres tecircm caraacuteter sigiloso eimparcial e tanto os autores quanto os membros do CorpoEditorial eou Comissatildeo ad hoc natildeo obtecircm informaccedilotildeesidentificadoras entre si

3 Os artigos e comunicaccedilotildees submetidos para publicaccedilatildeo deveratildeoser apresentados em CD utilizando-se o processador de textoMicrosoft Word for Windows (version 98 2000 XP ou 2003)ser escrito em liacutengua portuguesa inglesa ou espanhola e usarsomente nomenclaturas oficiais e abreviaturas consagradas natildeoempregando abreviaturas no tiacutetulo do artigo Juntamente com oCD deveratildeo ser enviadas 4 (QUATRO) vias sendo uma originale as demais coacutepias omitindo os autores e a chamada de rodapeacute daprimeira paacutegina (para serem enviadas aos consultores cientiacuteficos)impressas em papel branco tipo A4 (21cm x 297cm) ou emformulaacuterio contiacutenuo em uma soacute face espaccedilo duplo entre linhasfonte Times New Roman tamanho 12 observada uma margemde 3 cm para o lado esquerdo e de 2 cm para o direito 25 cm paramargem superior e inferior 25 cm para o cabeccedilalho e 25 cm parao rodapeacute Cada trabalho deveraacute ter no maacuteximo 14 paacuteginas ejunto do mesmo deveraacute ser encaminhado ofiacutecio dirigido ao EditorChefe da revista solicitando a publicaccedilatildeo do artigo Esse ofiacuteciodeveraacute ser assinado por todos os autores constar o endereccedilocompleto telefone e e-mail de todos Qualquer inclusatildeo exclusatildeoou alteraccedilatildeo na ordem dos autores deveraacute ser notificada medianteofiacutecio assinado por todos os autores (inclusive do autor excluiacutedo)

4 O artigo cientiacutefico deveraacute conter os seguintes toacutepicos a)TIacuteTULO suficientemente claro conciso e completo evitandopalavras supeacuterfluas Recomenda-se comeccedilar pelo termo querepresente o aspecto mais importante do trabalho com os demais

termos em ordem decrescente de importacircncia b) TIacuteTULO EMINGLEcircS c) NOME(s) DO(s) AUTOR(es) no maacuteximo 6 (seis)em letras maiuacutesculas um apoacutes o outro centralizados e no rodapeacuteda primeira paacutegina deveratildeo vir a formaccedilatildeo acadecircmica e aInstituiccedilatildeo onde trabalham d) RESUMO (de acordo comNBR6028 da ABNT) O resumo natildeo deve ultrapassar a 250(duzentos e cinquumlenta) palavras e natildeo possuir paraacutegrafos Apoacuteso Resumo devem-se incluir TERMOS PARA INDEXACcedilAtildeO(palavraschave) diferentes daqueles constantes do tiacutetulo eseparados por viacutergula Os termos para indexaccedilatildeo devem estardescritos na forma maiuacutescula e minuacutescula serem expressotildees queidentifiquem o conteuacutedo do artigo ser indicadas entre 3 e 5 e sepossiacutevel extraiacutedas do vocabulaacuterio Thesagro ndash Thesaurus AgriacutecolaNacional desenvolvido pela CENAGRI (indicaccedilatildeo da revistaldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquopara evitar o usode vaacuterios sinocircnimos como termos de indexaccedilatildeo) Se natildeo foremencontrados descritores disponiacuteveis para cobrirem a temaacutetica doartigo poderatildeo ser indicados termos ou expressotildees de usoconhecido e) ABSTRACT incluindo em seguida INDEXTERMS f) INTRODUCcedilAtildeO (incluindo a revisatildeo de literatura)g) MATERIAL E MEacuteTODOS h) RESULTADOS EDISCUSSAtildeO (podendo conter tabelas e figuras) i)CONCLUSOtildeES e j) REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

5 A comunicaccedilatildeo deveraacute conter os seguintes toacutepicos a)TIacuteTULO suficientemente claro conciso e completo evitandopalavras supeacuterfluas Recomenda-se comeccedilar pelo termo querepresente o aspecto mais importante do trabalho com os demaistermos em ordem decrescente de importacircncia Deve serapresentada a versatildeo do tiacutetulo para o idioma inglecircs b) TIacuteTULOEM INGLEcircS c) NOME(s) DO(s) AUTOR(es) no maacuteximo 6(seis) em letras maiuacutesculas um apoacutes o outro centralizados e norodapeacute da primeira paacutegina deveratildeo vir a formaccedilatildeo acadecircmica e aInstituiccedilatildeo onde trabalham d) RESUMO (de acordo comNBR6028 da ABNT) O resumo natildeo deve ultrapassar a 250(duzentos cinquumlenta) palavras e natildeo possuir paraacutegrafos Apoacutes oResumo devem-se incluir TERMOS PARA INDEXACcedilAtildeO(palavras-chave) diferentes daqueles constantes do tiacutetulo eseparados por viacutergula Os termos para indexaccedilatildeo devem estardescritos na forma maiuacutescula e minuacutescula serem expressotildees queidentifiquem o conteuacutedo do artigo ser indicadas entre 3 e 5 e)ABSTRACT incluindo em seguida INDEX TERMS f)TEXTO [sem subdivisatildeo poreacutem com introduccedilatildeo material emeacutetodos resultados e discussatildeo e conclusatildeo subtendidos(podendo conter tabelas ou figuras)] e g) REFEREcircNCIASBIBLIOGRAacuteFICAS

6 AGRADECIMENTOS ao fim do texto e antes das ReferecircnciasBibliograacuteficas poderatildeo vir os agradecimentos a pessoas ouinstituiccedilotildees O estilo tambeacutem aqui deve ser soacutebrio e claroindicando as razotildees pelas quais se fazem os agradecimentos

7 TABELAS E QUADROS deveratildeo ser inseridos apoacutes citaccedilatildeodos mesmos dentro do proacuteprio texto

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS as referecircnciasbibliograacuteficas devem ser citadas conforme a NBR60232002 daABNTA exatidatildeo das referecircncias constantes da listagem e a corretacitaccedilatildeo no texto satildeo de responsabilidade do(s) autor(es) doartigo

Orientaccedilotildees gerais- Deve-se apresentar todos os autores do documento cientiacutefico(fonte)- O nome do perioacutedico deve ser descrito por extenso natildeo deveser abreviado- Em todas as referecircncias deve-se apresentar o local de publicaccedilatildeo(cidade) a ser descrito no lugar adequado para cada tipo dedocumento- As referecircncias devem ser ordenadas alfabeticamente

EXEMPLIFICACcedilAtildeO (TIPOS MAIS COMUNS)

ARTIGO DE PERIOacuteDICO

VIEIRA R F RESENDE M A V de Eacutepocas de plantio deervilha em Patos de Minas Uberaba e Janauacuteba Minas GeraisCiecircncia e Agrotecnologia Lavras v 24 n 1 p 74-80 janmar 2000

LIVRO

a) Livro no todo

STEEL R G D TORRIE J H Principles and procedures ofstatistics New York McGraw-Hill Book l960 481 p

b) Parte de livro com autoria especiacutefica

FLEURY J A Anaacutelise ao niacutevel de empresa dos impactos daautomaccedilatildeo sobre a organizaccedilatildeo da produccedilatildeo de trabalho InSOARES R M S M Gestatildeo da empresa Brasiacutelia IPEAIPLAN 1980 p 149-159

c) Parte de livro sem autoria especiacutefica

MARTIM L C T Nutriccedilatildeo de bovino de corte em confinamentoIn ______ Confinamento de bovino de corte 2 ed Satildeo PauloNobel 1986 cap 3 p 29-89

DISSERTACcedilAtildeO E TESE

GONCcedilALVES R A Preservaccedilatildeo da qualidade tecnoloacutegicade trigo (Triticum aestivum L) e controle de Rhyzoperthadominica (F) durante o armazenamento em atmosferacontrolada com Co2 e N2 1997 52 f Dissertaccedilatildeo (Mestradoem Ciecircncia dos Alimentos) ndash Universidade Federal de LavrasLavras 1997

MATIOLI G P Influecircncia do leite proveniente de vacasmastiacuteticas no rendimento de queijo frescal 2000 55 pDissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias dos Alimentos) - UniversidadeFederal de Lavras Lavras 2000

Nota ldquoA folha eacute composta de duas paacuteginas anverso e versoAlguns trabalhos como teses e dissertaccedilotildees satildeo impressos apenasno anverso e neste caso indica-se frdquo (ABNT NBR60232002p 18)

TRABALHOS DE CONGRESSO E OUTROS EVENTOS

SILVA J N M Possibilidades de produccedilatildeo sustentada de madeiraem floresta densa de terra firme da Amazocircnia brasileira InCONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO 6 1990 Campos doJordatildeo Anais Campos do Jordatildeo SBSSBEF 1990 p 39-45

DOCUMENTOS ELETROcircNICOS

As obras consultadas online satildeo referenciadas conformenormas especiacuteficas para cada tipo de documento (monografia notodo e em parte trabalho apresentado em evento artigo deperioacutedico artigo de jornal etc) acrescidas de informaccedilotildees sobreo endereccedilo eletrocircnico apresentado entre braquetes (lt gt)precedido da expressatildeo ldquoDisponiacutevel emrdquo e da data de acessoao documento precedida da expressatildeo ldquoAcesso emrdquo

Nota ldquoNatildeo se recomenda referenciar material eletrocircnico de curtaduraccedilatildeo nas redesrdquo (ABNT NBR60232000 p 4) Segundopadrotildees internacionais a divisatildeo de endereccedilo eletrocircnico no fimda linha deve ocorrer sempre apoacutes barra ()

Monografia (acesso online)

a) Livro no todo

TAKAHASHI T (Coord) Tecnologia em foco BrasiacuteliaSocinfoMCT 2000 90 p Disponiacutevel em lthttpwwwsocinfoorgbrgt Acesso em 22 ago 2000

b) parte de livro

TAKAHASHI T Mercado trabalho e oportunidades In ______Sociedade da informaccedilatildeo no Brasil livro verde BrasiacuteliaSocinfoMCT 2000 cap 2 p 13-24 Disponiacutevel em lthttpwwwsocinfogovbrgt Acesso em 22 ago 2000

c) Parte de congresso seminaacuterio etc

GIESBRECHT H O Avaliaccedilatildeo de desempenho de institutos depesquisa tecnoloacutegica a experiecircncia de projeto excelecircncia napesquisa tecnoloacutegica In CONGRESSO ABIPTI 2000Fortaleza Gestatildeo de institutos de pesquisa tecnoloacutegicaFortaleza Nutec 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwabiptiorgbrgt Acesso em 01 dez 2000

d) Tese

SILVA E M Arbitrariedade do signo a liacutengua brasileira desinais (LIBRAS) 1997 144 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emLinguumliacutestica Aplicada e Estudo de Liacutengua) - Pontifiacutecia UniversidadeCatoacutelica de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1997 Disponiacutevel em lthttpwwwterracombrvirtualbooks freebookportdid teseshtmgtAcesso em 28 nov 2000

Artigo de perioacutedico (acesso online)

RESENDE A M G Hipertexto tramas e trilhas de um conceitocontemporacircneo Informaccedilatildeo e Sociedade Recife v 10 n 12000 Seccedilatildeo Educaccedilatildeo Disponiacutevel em lthttpwwwinformaccedilatildeoesociedadeufpbbrgt Acesso em 30 nov 2000

CITACcedilAtildeO PELO SISTEMA ALFABEacuteTICO (AUTOR-DATA)(conforme ABNT NBR105202002)Dois autores - Steel amp Torrie (1960) ou (STEEL amp TORRIE1960)Trecircs ou mais autores - Valle et al (l945) ou (VALLE et al 1945)Obs Quando forem citados dois autores de uma mesma obradeve-se separaacute-los pelo sinal amp (comercial)

9 CASO O ARTIGO CONTENHA FOTOGRAFIASGRAacuteFICOS FIGURAS SIacuteMBOLOS E FOacuteRMULASESSAS DEVERAtildeO OBEDECER AgraveS SEGUINTESNORMAS

91 Fotografias deveratildeo ser apresentadas em preto e branconiacutetidas e com contraste inseridas no texto apoacutes a citaccedilatildeo dasmesmas e tambeacutem em um arquivo agrave parte salvas em extensatildeoldquoTIFFrdquo ou ldquoJPEGrdquo com resoluccedilatildeo de 300 dpi

92 Figuras deveratildeo ser apresentadas em preto e branco niacutetidase com contraste inseridas no texto apoacutes a citaccedilatildeo das mesmas etambeacutem em um arquivo agrave parte salvas em extensatildeo ldquoTIFFrdquo ouldquoJPEGrdquo com resoluccedilatildeo de 300 dpi As figuras deveratildeo serelaboradas com letra Times New Roman tamanho 10 semnegrito sem caixa de textos e agrupadas

93 Graacuteficos deveratildeo ser inseridos apoacutes citaccedilatildeo dos mesmosdentro do proacuteprio texto elaborado preferencialmente em Excelcom letra Times New Roman tamanho 10 sem negrito

94 Siacutembolos e Foacutermulas Quiacutemicas deveratildeo ser feitas emprocessador que possibilite a formataccedilatildeo para o programa PageMaker (ex MathType Equation) sem perda de suas formasoriginais

10 O Editor Chefe notificaraacute o autor do recebimento do originale posteriormente o informaraacute sobre sua publicaccedilatildeo Os artigosque necessitarem de modificaccedilotildees seratildeo devolvidos ao autor paraa devida revisatildeo

11 Os artigos natildeo aprovados seratildeo devolvidos

12 Os artigos seratildeo publicados em ordem de aprovaccedilatildeo

13 O natildeo-cumprimento dessas normas implicaraacute na devoluccedilatildeodo artigo ao autor

14 Os casos omissos seratildeo resolvidos pela Comissatildeo Editorial

15 O artigo deveraacute ser enviado para

ABCTPPlant Cell Culture amp MicropropagationUniversidade Federal de LavrasDepartamento de Biologia - Setor de Fisiologia VegetalCaixa Postal 3037Lavras ndash MGCEP 37200-000E-mail abctpuflabr

INSTRUCTIONS FOR AUTHORS

1 Concepts and affirmations included in articles andcommunications are of the entire responsibility of the authors

2 ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo a semestral journaledited by Editora UFLA of the Universidade Federal de Lavraspublishes scientific articles and communications in the area ofplant tissue culture elaborated by researchers of the national andinternational scientific community There are no page charges forpublication Submission of a manuscript implies that it is neitherunder consideration for publication elsewhere nor has appearedpreviously in part or in whole On acceptance for publicationauthors assign to the Editors full copyright of the manuscript inall languages and countries Publications will depend on editorialrules and on the review of experts and ad hoc commissionReviewer and editorial opinions will be anonymouslycommunicated to authors

3 The articles and communication submitted for publicationmust be presented in CD using the program Microsoft Wordfor Windows (version 98 2000 XP or 2003) written inPortuguese English or Spanish using only conventionalnomenclature At the time of submission authors are requiredto submit together with the CD 4 (four) hard copies one originaland three copies without the name(s) of the author(s) as well asthe footnote on the first page (to be used by the reviewers)printed on A4 white paper (21 cm x 297cm) or on continuousform typewritten only on one side double spaced using fontTimes New Roman size 12 with a 3 cm margin on the left handside and 20 cm margin on the right hand side 25 cm upper andlower margin 25 cm for the heading and 25 cm for the footnoteThe manuscript must present a maximum of 14 pages At thetime of submission a cover letter must be sent with themanuscript copies to the Editor requesting publication of thearticle This cover letter must be signed by all authors andalso contain the full address telephone number and e-mail ofthe authors Any inclusion exclusion or alteration in the authorsorder must be notified and signed by all authors including theone excluded

4 Each manuscript must be organized in a) TITLE sufficientlyclear conspicuous and complete without superfluous words Itis recommended to initiate with the term that represent the mostimportant aspect with other terms in decreasing of importanceb) TITLE in Portuguese c) FULL NAME(s) OF THEAUTHOR(s) maximum of 6 (six) in capital letters one after theother in the center of the page with the footnote of the first pagecontaining their professional qualification or academic training

and their work institution d) ABSTRACT written continuouslywithout paragraph It must not exceed 250 words Index termsmust be enclosed after the abstract using terms different fromthose used in the title and separated by comma The index terms(3 to 5) must be described in capital and small letters and expressthe content of the article e) ABSTRACT and INDEX TERMSin Portuguese f) INTRODUCTION (including literaturereview) g) MATERIAL AND METHODS h) RESULTS ANDDISCUSSION (it may include tables and figures) i)CONCLUSIONS and j) REFERENCES

5 Communication must have the following topics a) TITLEsufficiently clear conspicuous and complete without superfluouswords It is recommended to initiate with the term that representthe most important aspect with other terms in decreasing ofimportance The PORTUGUESE version of the title has to bepresented b) TITLE in Portuguese c) FULL NAME(s) OFTHE AUTHOR(s) maximum of 6 (six) in capital letters oneafter the other in the center of the page with the footnote of thefirst page containing their professional qualification or academictraining and their work institution d) ABSTRACT writtencontinuously without paragraph It must not exceed 250 wordsIndex terms must be enclosed after the abstract using termsdifferent from those used in the title and separated by commaThe index terms (3 to 5) must be described in capital and smallletters and express the content of the article e) ABSTRACTand INDEX TERMS in Portuguese f) TEXT (with no divisionbut must include introduction material and methods results anddiscussion and conclusion (it may include tables and figures) andg)REFERENCES

6 ACKNOWLEDGEMENTS Acknowledgements to peopleor institutions might be included at the end of the text priorReferences The written style must be serious and clear indicatingthe reasons of the acknowledgements made

7 TABLES AND FIGURES must be included right after theircitation in the text

8 REFERENCES references must be cited according toNBR60232002 of ABNT All references and their correct citationin the text are of the entire responsibility of the author(s)- Some important orientations all authors of the scientificdocument must be presented (source) the journal must be citedusing its full name all references must present the name of thecity where the journal was published all references must be citedalphabetically

9 PHOTOGRAPHS GRAPHS FIGURES SYMBOLS ORFORMULA CONTAINED IN THE ARTICLE SHOULDOBEY THE FOLLOWING RULES

91 Photographs must be presented in black and whiteclear and with contrast inserted in the text after their citationand also in a separate file (on the same diskette as the article)saved in extension ldquoTIFFrdquo or ldquoJPEGrdquo with resolution of300 dpi

92 Figures must be presented in black and white clear andwith contrast inserted in the text after their citation and also in aseparate file (on the same diskette as the article) saved inextension ldquoTIFFrdquo or ldquoJPEGrdquo with resolution of 300 dpiThey must be elaborated using Times New Roman font size10 without bold without text box and arranged

93 Graphs must be inserted in the text after their citationelaborated preferentially in Excel using Times New Romanfont size 10 without bold

94 Symbols and Chemical Formula must be presented usinga word processor that permits a format for Page Maker (exMathType Equation) without loss of its original form

10 The Brazilian Association of Plant Tissue Culture (ABCTP)will inform the author the receipt of the original manuscript andeventually it will also send information regarding its publicationManuscripts that require modifications will be returned to theauthor for the respective revision andcorrections

11 Manuscripts not approved will be returned to the author

12 Articles will be published according to the order of receiptand approval

13 If any of these rules are not attended the manuscript will bereturned to the author

14 Manuscripts should be sent to the following address

ABCTPPlant Cell Culture amp MicropropagationUniversidade Federal de LavrasDepartamento de Biologia - Setor de Fisiologia VegetalCaixa Postal 3037Lavras ndash MGCEP 37200-000BrazilE-mail abctpuflabr

Page 9: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 55

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

as clones 1 2 e 3 were selected and axillary shoot induction

takes place from nodal segments (1 cm in length)

subcultivated on MS hormone-free media (MS0) These

materials were used as donors of explants to be tested

with different culture media 05mM a-naphthaleneacetic

acid (NAA) 05mM kinetin (KIN) 05mM benzyladenine

(BA) 28 mM gibberellic acid (GA3) and 05mM indole-3-

acetic acid (IAA) Cultures were grown in 300 mL glass

flasks containing 40 ml of media each

Shoot proliferation rate length of both shoots and

roots and calli formation were monitored as growth

parameters Each treatment was replicated 3 times using

100 explants per repetition Subcultures were performed at

30 days intervals

Acclimatization

A total of 60 in vitro rooted microshoots (those grown

on MS + IAA during 30 days with average height of 10 cm

were removed from the medium and the agar washed gently

with tap water They were transferred to 60 cm diameter

plastic pots containing soil and humus (31 vv) and kept at

a greenhouse High humidity environment was provide by

covering the plants with a plastic foil and watering them

one time per day during the first 2 weeks Then plants were

gradually exposed to greenhouse conditions for 1 month

and finally transferred to the field where they were cultivated

during one year until complete life cycle

Extraction

Field-grown and fresh in vitro plantlets aerial parts

(100 g each) were submitted to hydro distillation for 140 h

in a Clevenger type apparatus as recommended by the

Brazilian Pharmacopoeia (1988) in replicate (n = 2) The

time between the isolation and analysis was the same in all

experiments to preclude differences in composition due to

external factors (SILVA et al 2003)

Gas chromatographic and gas chromatography-massspectrometric analysis

Gas chromatography with flame ionization

detection (GCFID) was carried out on a Varian Star Model

3350 instrument using a capillary column coated with DB-

5 (30 m x 025 mm i d 025 mm film thickness J amp W

Scientific Folsom CA USA) The GC oven was heated

using the following program 40 oC to 220 oC at 4 oC min-1

with an initial isothermal period of 1 min splitless The

detector and injector temperatures were held at 280 oC

Hydrogen was used as carrier gas The injection consisted

of 10 microL of distilled oil diluted with hexane The GCMS

analyses were carried out on a Hewlett-Packard (Agilent

Technologies Avondale USA) Model 5972 MSD coupled

to a HP 5890 GC The GC conditions were the same as

above except for the fact that helium was used as carrier

gas The mass spectrometer was operated on electron

impact mode at 70 eV Molecular assignments were

performed with the help of the Wiley 275 standard library

of mass spectra literature data (ADAMS 1995) authentic

geraniol standard (Sigma Part Number G5135) and mass

spectra interpretation besides the comparison with

previously published elution order (KREIS amp MOSAND

1994) Quantification was performed from GC profiles using

area percent since in the literature the FID response factor

for most of monoterpenes is determined as 1 (CARNAT et

al 1999)

Statistical analysis

Data for each experiment were subjected to analysis

of variance (ANOVA) and means were compared using the

Tukey-Kramer test Percent data were submitted to

significance test ndash difference between two percentages

using the Statistica for WindowsTM 50 version A

significance level of 5 was used for all statistical analysis

RESULTS AND DISCUSSION

In vitro multiplication of Melissa officinalis was

followed during four developing cycles Micropropagation

papers usually present an efficient protocol evaluated in

only one developing cycle This kind of protocol however

may fail when the cultures have to be kept during long

time many successive subcultures being necessary in

order to produce large number of clonal plants

SILVA S da et al56

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

In vitro establishment

In this work three different clones of M officinalis

were used and they had shown similar development

responses on in vitro cultures

The clones 1 and 2 had in vitro multiplication rate

lower than the clone 3 which means a decrease in the

absolute number of nodal segments (Fig 1A and B) From

these results the clone 3 was selected to run the tests

The average number of four new nodes was

produced by explant on MS0 after 30 days and this value

was used as a control to evaluate effects of the presence

of growth regulators in the media (Tab 1)

FIGURE 1 ndash Nodal segments development of three clones of Melissa officinalis on MS+ 05 M IAA during 30 daysA) Multiplication rate of in vitro culture from 2nd to 4th subcultures B) Number of nodal segments developed per clone

TABLE 1 ndash Effect of growth regulators in Melissa officinalis axillary segments culture after four weeks of culture

Culture Media

Shoot Explant

xplusmnse

Shoot Length (CM)

Multiplication Rate (ndeg of

Nodal Segment Explant)

Node Plantlet

xplusmnse

Root Frequency

()

Root Number

Explant xplusmnse

Root Length

(CM) xplusmnse

MS0 171B 403 08B 68C 41 B 50 105 11B 30 06B

05 M KIN 111C 349 11C 33D 31 C 50 073 09C 27 07C

28 M GA3 111C 100 03D 22E 21 D 50 071 09C 25 07C

05 M IAA 191B 1000 09A 95B 51 A 100 897 08A 137 08A

05 M NAA

301A 333 16C 90A 31 C 0 0 - 05 M BA 111C 385 54C 33D 31 C 0 0 -

Value are means (x) plusmn standard error (se) n=100 Values in the same column followed by the same letter do not differstatistically at Pdrdquo005

The influence of plant growth regulators and their

interactions on micropropagation of different plant species

have been discussed in detail by Lameira et al (2005) Rout

et al (1989) Rout amp Das (1997ab) Skirvin et al (1990) and

Zieslin et al (1989)

In this work addition of IAA to MS presented the

best results among all tested growth regulators in all

evaluated parameters However to shoot production there

is no statistical difference to the control The analysis of

effects of the other growth regulators shows that only

05mM NAA was able to improve shoot production

although it is not able to promote rhizogenesis

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 57

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

The use of MS plus 05mM Kinetin or 05mM BA

or 05mM NAA promoted the development of three nodal

segments per elongated plant in 30 days culture (Tab

1) However when BA was used these new shoots

exhibited apical necrosis When GA3 (28 mM) was added

to medium there was induction of only one shoot per

explant and after 30 days there were 2 nodes per

elongated shoot

There was no rooting in explants placed on MS

added of NAA and BA In MS medium containing KIN or

GA3

and in basic MS 50 of the shoots developed new

roots in 30 days of culture

The best result of rhizogenesis was presented

by explants cultured in MS plus IAA where 100 of

shoots rooted with more than 8 new roots per explant

(Tab 1) In terms of root length the cultures in MS

supplemented with IAA presented longer roots when

compared with the other media compositions used at

the present work

In short the addition of 05mM of IAA was chosen

as that presenting the best results in all evaluated

parameters (Fig 2A)

The action of IAA on the in vitro plant

development was in accordance to the known effects of

such hormone (CLELAND 1995) Shoot elongation was

obtained concomitantly with rooting in media MS plus

05 mM IAA That is specially interesting once it may

reduce the micropropagation process through nodal

segments explants to only three steps germination

shoot elongation and multiplication concomitant to

rooting this represents gain of time culture medium

and constitutes a quick micropropagation process

Tavares et al (1996) reported a micropropagation

utilizing cotyledonary nodes as explants The highest

average number of shoots in the two inoculations was

obtained with 2 mgL-1 of BA 24 axillary shoots per

explant 7 in the first inoculation and 17 in the second

one Shoots of the two inoculations were excised after

30 and 60 days respectively

Acclimatization

Melissa officinalis leaves are very sensitive to

water loss and this process is irreversible it was necessary

to provide a high humidity environment during the first

acclimatization period plants were covered with a plastic

foil during 2 weeks before being gradually exposed to

greenhouse conditions The acclimatization procedure

used for in vitro plants was successful and a total of 100

survival rate (n=60) was obtained Acclimatized plants

appeared normal and did not exhibit any morphological

abnormalities or variations These results permitted the

soil cultivation (Fig 2B) without chemical defensives

during one year up to the complete vegetative cycle

(flowering)

Essential oils content

Comparative analysis of the chromatographic

profiles showed high percentage of neral and geranial in

relation to nerol and geraniol in field grown (ex vitro)

plantlets and in MS0 (in vitro)

The relative content of the principal components

of essential oil of the aerial parts of M officinalis are

presented as mean peaks area () on Fig 2C geranial

(3813 and 4364) neral (2674 and 317) geraniol (329 and

153) and nerol (116 and 187) in plants cultured ex vitro

and in vitro respectively Plantlets developed in vitro on

MS0 media showed an increase of 14 times in the

proportion of nerol and 41 times of geraniol when

compared with ex vitro cultured plants

Field plants are exposed to considerable more

stressful conditions such as lower relative humidity higher

light levels and herbivory those are the more stressful

The latter conditions tend to favor a greater essential oil

accumulation (TAVARES et al 2004) On other hand

plantlets grown in vitro have been continuously exposed

to a unique microenvironment that has been selected to

provide minimal stress and nearly optimal conditions for

plant multiplication

SILVA S da et al58

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

FIGURE 2 ndash A) In vitro culture of Melissa officinalis on MS + IAA in 30 days of culture B) Ex vitro culture six monthsafter transference to soil maximum height 60 cm C) Composition and percentage of the most abundant essential oilcomponents of Melissa officinalis from aerial parts (100 g Fresh Weight) from in vitro e ex vitro culture

In vitro propagation of Melissa officinalis L and production 59

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

CONCLUSIONS

Melissa officinalis micropropagation can be made

using nodal segments from in vitro plants during 5 weeks

in MS media without growth regulators and posterior

subculture in MS media with 05 mM IAA for a better

development Multiplication rates of 44 and 40 were

obtained at the 3rd and 4th subcultures respectively

It was observed a significant difference between

the effects of auxins IAA and NAA The latter exerted an

unsatisfactory influence on the nodal segment formation

shoot length and rooting when compared with the results

obtained with IAA

The plants produced in vitro were vigorous and

after acclimatization they were well adapted After 1 month

at the greenhouse the survival rate was 100

Considering that the main objective of this work is

to produce monoclonal plants to be used by phytomedicine

industries it is important that the method presents a large

number of buds per explant This result plus an efficient

acclimatization stage can save time and produce

monoclonal plants in sufficient number to be used in

commercial field culture Our results showed a change in

the essential oil composition in the proportion of active

compounds However the characteristics of the oil of in

vitro and ex vitro M officinalis plants were not altered

The manipulation of the culture media composition

is an important biotechnological tool for the optimization

of the essential oils production With this technique this

work developed a protocol for highly production of plants

and productivity in the components (geraniol geranial and

neral) of the oil

ACKNOWLEDGMENTS

This work was supported by ICUNIRIO FAPERJ

and CNPq

REFERENCES

ADAMS R P Identification of essential oil componentsby gas chromatographymass spectroscopy WashiongtonAllured Publishing Corporation 1995 467 p

ARIKAT N A JAWAD F M KARAM N S SHIBLIMicropropagation and accumulation of essential oils inwild sage (Salvia fruticosa Mill) Scientia HorticulturaeAmsterdan v 100 n 14 p 193-202 Mar 2004

CARNAT A CARNAT A P FRAISSE D LAMAISON JD The aromatic and polyphenolic composition of lemonverbena tea Fitoterapia Milano v 70 n 1 p 44-49 Feb 1999

CLELAND R E Auxin and cell elongation In DAVIES PJ Plant hormones and their role in plant growth anddevelopment 2 ed Dordrecht Kluwer 1995 p 214-227

CURRIER S J JOHNSTON P D GORELICK J K HerbalMedicines Science and Medicine Philadeiphia v 7 n 1p 40-43 2000

FARMACOPEacuteIA BRASILEIRA Determinaccedilatildeo de oacuteleosessenciais em drogas vegetais 4 Ed Satildeo Paulo Atheneu1988 Part 1 v426-v427

KREIS P MOSANDL A Chiral compounds of essentialoils Part XVI Enantioselective multidimensional gaschromatography in authenticity control of balm oil (Melissaofficinalis L) Flavour and Fragrance Journal Chichesterv 9 n 5 p 249-256 1994

LAMEIRA O A LOPES S C NOGUEIRA R CCORDEIRO I M C C PINTO J E B P REIS L R SEfeito de diferentes concentraccedilotildees de reguladores decrescimento sobre a micropropagaccedilatildeo de mogno (Swieteniamacrophylla King) por meio de explantes juvenis PlantCell Culture amp Micropropagation Lavras MG v1 n 2 p53-58 2005

MEacuteSZAacuteROS A BELLON A PINTEacuteR A HORVARTHG Micropropagation of lemon balm Plant Cell Tissueand Organ Culture Dordrecht v 57 n 2 p 149-152 1999

MIMICA-DUKIC N BOZIN B SOKOVIC M SIMINN Antimicrobial and Antioxidant Activities of Melissaofficinalis L (Lamiaceae) Essential Oil Journal ofAgricultural and Food Chemistry Washington v 52 n 9p 2485-2489 May 2004

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgrowth and bioassays with tobacco tissue culturesPhysiologia Plantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 Mar 1962

SILVA S da et al60

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 53-60 2006

ROUT G R DEBATA B K DAS P In vitro Mass-scalePropagation of Rosa Hybrida cv Landora CurrentScience Bangalore v 58 n 15 p 876-878 Aug 1989

ROUT G R DAS P In vitro Organogenesis in ginger(Zingiber officinale Rosc) Journal of Herbs Spices andMedicinal Plants Bermingham v 4 n 4 p 41-51 1997a

ROUT G R DAS P Techniques of Micropropagation invitro In BOSE T K MITRA S K SADHU M KDAS P (Ed) Propagation of tropical and subtropicalhorticultural crops Calcutta Kalyani Publishers 1997bp 105-116

SILVA S Composiccedilatildeo do oacuteleo essencial de Melissaofficinalis L in vitro sob accedilatildeo de reguladores decrescimento 2003 64 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emBiotecnologia Vegetal) ndash Universidade Federal do Rio deJaneiro Rio de Janeiro

SKIRVIN R M CHU M C YOUNG H J R InAMMIRATO P V EVANS D R SHARP W R BAJAJ

Y P S Editors Handbook of Plant Cell Cultures NewYork Macmillan 1990 v 5 p 716-743

TANTOS Aacute MEacuteSZAROS A KISSIMON J HORVAacuteTHG FARKAS T The Effect of Triacontanol onMicropropagation of Balm Melissa officinalis L Plant CellReports New York v19 n 1 p 88-91 Nov 1999

TAVARES A C PIMENTA M C GONCcedilALVES M TMicropropagation of Melissa officinalis L throughproliferation of axillary shoots Plant Cell Reports NewYork v 15 n 6 p 441-444 Feb 1996

TAVARES E S LOPES D BIZZO H R LAGE C L SLEITAO S G Kinetin Enhanced Linalool Production by invitro Plantlets of Lippia alba Journal of Essential OilResearch Coron Stream v 16 n 5 p 405-408 SeptOct 2004

Zieslin N Starkman f zamski e Growth of rose flowerpeduncles and effects of applied plant growth regulatorsPlant Growth Regulation Dordrecht v 8 n 1 p 65-76Mar 1989

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 61

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

CRESCIMENTO IN VITRO DE Laelia tenebrosa (ORCHIDACEAE)EM DIFERENTES CONCENTRACcedilOtildeES DE SAIS DE KNUDSON C

E CARVAtildeO ATIVADO

IN VITRO GROWTH OF Laelia tenebrosa (ORCHIDACEAE) IN DIFFERENTCONCENTRATIONS OF KNUDSON C SALTS AND ACTIVATED CHARCOAL

APARECIDA GOMES DE ARAUJO1 MOACIR PASQUAL2 ALBA REGINA PEREIRA3HERMINIO SOUZA ROCHA4

1Doutoranda em AgronomiaFitotecnia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash agaraujo2003yahoocombr2Dr Professor Titular do Departamento de Agricultura ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash LavrasMG ndash mpasqualuflabr3Doutoranda no Jardim Botacircnico do Rio de Janeiro ndash ENBTJBRJ ndash Pacheco Leatildeo 915 ndash 22460-030 ndash Rio de Janeiro RJ4Doutorando em AgronomiaFitopatologia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash herminiouflanetcombr

RESUMOObjetivou-se testar diferentes concentraccedilotildees de carvatildeo

ativado adicionado ao meio Knudson C no crescimento in vitrode orquiacutedeas Placircntulas de Laelia tenebrosa (LA Rolfe) LARolfe com 1 a 15 cm de comprimento e contendo raiacutezes foraminoculadas em frascos contendo 40 mL de meio de cultura Ostratamentos consistiram na combinaccedilatildeo de concentraccedilotildees de carvatildeoativado (0 05 10 20 e 40 g L-1) e sais minerais de Knudson C(0 50 100 150 e 200) acrescidos de sacarose (20 g L-1) Omeio foi solidificado com 6 g L-1de aacutegar e o pH ajustado para58plusmn01 antes da autoclavagem a 121degC e 11 atm por 20 minutosApoacutes a inoculaccedilatildeo os frascos foram mantidos sob 25 plusmn 1degCfotoperiacuteodo de 16 horas e 32 mM m-2 s-1 de irradiacircncia Apoacutes 150dias verificou-se que a adiccedilatildeo de 2g L-1 de carvatildeo ativado ao meiocom metade dos sais de Knudson C promoveu melhor crescimentoin vitro das placircntulas de Laelia tenebrosa

Termos para indexaccedilatildeo Orquiacutedea meio de cultura cultura detecidos

ABSTRACTThe objective of this work was to test the effect of

Knudson C medium supplemented with different concentrationsof activated charcoal on the in vitro growth of orchids Plantletsof the Laelia tenebrosa (LA Rolfe) LA Rolfe measuring 1-15cm in length containing roots were inoculated in flasks containing40 mL of culture medium The treatments consisted of differentconcentrations of activated charcoal (0 05 10 20 and 40 g L-

1) combined with Knudson C salts (0 50 100 150 and 200)supplemented with sucrose (20 g L-1) The medium was solidifiedwith agar (6 g L-1) and pH adjusted to 58plusmn01 before autoclavingat 121ordmC and 11 atm during 20 minutes After inoculation theexplants were transferred to culture rooms with temperaturemaintained at 25plusmn1ordmC during a 16 hours photoperiod with a lightintensity of 32 microM m-2s-1 The best in vitro growth rates of

Laelia tenebrosa plantlets were obtained using Knudson C 50supplemented with 2 g L-1 activated charcoal after 150 days ofculture

Index terms Orchid culture medium tissue culture

INTRODUCcedilAtildeO

A produccedilatildeo de orquiacutedeas a partir germinaccedilatildeo

assimbioacutetica eacute uma alternativa viaacutevel para obtenccedilatildeo de

grande nuacutemero de plantas em curto espaccedilo de tempo

suprindo assim a necessidade dos produtores de

orquiacutedeas na aquisiccedilatildeo de mudas

Na cultura de tecidos os meios de cultura

geralmente satildeo compostos de uma fonte de carboidratos

macro e micronutrientes e outras substacircncias como

vitaminas aminoaacutecidos accediluacutecares agente solidificante

reguladores de crescimento (GEORGE amp SHERRINGTON

1984) e eventualmente aditivos como antibioacuteticos carvatildeo

ativado e componentes complexos

Knudson (1922) observou que era possiacutevel o

cultivo de sementes em meio artificial contendo minerais e

accediluacutecar sem a presenccedila de fungos micorriacutezicos

Posteriormente em 1946 ele aperfeiccediloou esse meio de

cultura sendo atualmente o mais utilizado comercialmente

na germinaccedilatildeo e desenvolvimento de orquiacutedeas (ARDITTI

amp ERNST 1992) No entanto satildeo necessaacuterios estudos

(Recebido em 23 de fevereiro de 2006 e aprovado em 10 de julho de 2006)

supplemented with

ARAUJO A G de et al62

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

pois satildeo descritos vaacuterios meios de cultura para muitos

gecircneros e espeacutecies diferentes

No cultivo e subcultivo de placircntulas do gecircnero

Cattleya George et al (1987) sugerem o meio Knudson C

(1946) ou Reinert amp Mohr (1967) Segundo Arditti amp Ernst

(1992) os meios de propagaccedilatildeo para Cattleya Laelia

Laeliocattleya e Brassocattleya podem ser os mesmos

citados anteriormente Villalobos et al (1994) sugerem o

meio Vacin amp Went (1949) para Cattleya Encyclia e

Oncidium suplementado com 25 de aacutegua de coco e o

meio Knudson C suplementado com 60 g L-1 de polpa de

banana para orquiacutedeas do gecircnero Stanhopea

O carvatildeo ativado normalmente eacute adicionado ao meio

de cultura em concentraccedilotildees que variam de 02 a 3

(BEYL 2000) O seu efeito natildeo-seletivo pode proporcionar

resultados negativos na micropropagaccedilatildeo Pesquisas

relatam a adsorccedilatildeo de tiamina aacutecido nicotiacutenico

(WEATHERHEAD et al 1978) piridoxina aacutecido foacutelico

reguladores de crescimento e quelatos de ferro

(JOHANSSON et al 1990) Entre os efeitos proporcionados

pela adiccedilatildeo do carvatildeo ativado ao meio de cultura

principalmente agrave organogecircnese e agrave embriogecircnese estatildeo

escurecimento do meio de cultura favorecendo o

enraizamento adsorccedilatildeo de substacircncias inibitoacuterias

produzidas pelo proacuteprio meio ou explante adsorccedilatildeo de

reguladores de crescimento e outros compostos orgacircnicos

e liberaccedilatildeo de substacircncias naturalmente presentes no

carvatildeo que beneficiariam o crescimento in vitro das culturas

(PAN amp STADEN 1998)

Arena amp Pastur (2001) citam que a adiccedilatildeo de carvatildeo

ativado ao meio de cultura promoveu alongamento das

brotaccedilotildees de Berberis buxifolia mas reduziu o iacutendice de

multiplicaccedilatildeo Hazra et al (2002) relataram o efeito

sinergiacutestico do carvatildeo ativado na multiplicaccedilatildeo e

enraizamento de brotaccedilotildees de algodoeiro Amin amp Jaiswal

(1987) Anderson (1980) e Damiano (1978) relataram o efeito

favoraacutevel do carvatildeo quando utilizado em baixas

concentraccedilotildees no enraizamento de brotaccedilotildees de

morangueiro framboeseira e goiabeira respectivamente

A diversidade de resultados obtidos com a utilizaccedilatildeo de

carvatildeo ativado deve-se principalmente ao genoacutetipo da

espeacutecie em questatildeo agrave adsorccedilatildeo de algumas substacircncias

quiacutemicas e compostos orgacircnicos aleacutem de metaboacutelitos

toacutexicos liberados no cultivo in vitro (Wang amp Huang 1976)

Este trabalho teve como objetivo verificar efeito de

diferentes concentraccedilotildees de sais de Knudson C e carvatildeo

ativado sobre o crescimento in vitro de placircntulas de

orquiacutedea da espeacutecie Laelia tenebrosa (LA Rolfe) LA Rolfe

MATERIAL E MEacuteTODOS

Placircntulas da espeacutecie Laelia tenebrosa com 1 a 15

cm de comprimento oriundas de sementes germinadas in

vitro e contendo raiacutezes foram inoculadas em frascos

contendo 40 mL do meio de cultura Knudson C nas

concentraccedilotildees de 0 (apenas aacutegua destilada e aacutegar) 50 100

(concentraccedilatildeo da formulaccedilatildeo original) 150 e 200 de sais

minerais combinado com carvatildeo ativado (0 05 1 2 e 4

mg L-1) suplementado com sacarose (20 g L-1)

O pH do meio foi ajustado para 58 plusmn 01 antes da

adiccedilatildeo de aacutegar (6 g L-1) O meio foi vertido em frascos de

vidro com capacidade para 250 cm3 vedados com tampas

plaacutesticas transluacutecidas natildeo perfuradas e autoclavados agrave

pressatildeo de 11 atm e agrave temperatura do 121degC durante 20

minutos Apoacutes a inoculaccedilatildeo os frascos contendo os

explantes foram mantidos em sala de crescimento com

irradiacircncia em torno de 32 mmol m-2 s-1 temperatura de 25 plusmn

1degC e fotoperiacuteodo de 16 horas

O delineamento experimental utilizado foi

inteiramente casualizado em esquema fatorial 5 x 5 com

quatro repeticcedilotildees de cinco placircntulas cada uma Decorridos

150 dias avaliou-se a meacutedia do nuacutemero de folhas nuacutemero

de raiacutezes comprimento da maior raiz comprimento da parte

aeacuterea e massa fresca de placircntulas Os dados foram

comparados por meio de regressatildeo polinomial empregando-

se o programa Sisvar (FERREIRA 2000)

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Apenas para a variaacutevel nuacutemero de folhas houve

interaccedilatildeo entre os niacuteveis de sais e carvatildeo ativado Poreacutem

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 63

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

por meio do teste F somente as concentraccedilotildees de 50 e

100 de sais do meio Knudson C foram significativas em

relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees de carvatildeo ativado

Os melhores resultados (65 e 585) foram

verificados com 50 (metade) dos sais de Knudson C

combinado com 275 g L-1 de carvatildeo ativado e 100 de

sais com 4 g L-1 de carvatildeo respectivamente (Figura 1)

Com o aumento da concentraccedilatildeo do meio de cultura haacute

necessidade de maior concentraccedilatildeo de carvatildeo Sendo

assim o meio com 50 de sais aleacutem de proporcionar

melhores resultados eacute menos oneroso

Estes resultados contradizem os de Silva et al

(2003) que verificaram que a adiccedilatildeo de carvatildeo ativado ao

FIGURA 1 ndash Nuacutemero de folhas em placircntulas de Laeliatenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees de saisde Knudson C e carvatildeo ativado

meio de cultura inibe a formaccedilatildeo de folhas em placircntulas de

Brassocattleya lsquoPastoralrsquo x Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo

O efeito natildeo seletivo do carvatildeo ativado pode proporcionar

resultados negativos na micropropagaccedilatildeo (PAN amp

STADEN 1998)

Agrave medida em que aumentaram as concentraccedilotildees de

sais de Knudson C maiores quantidades de raiacutezes foram

formadas (Figura 2A) Observou-se maior nuacutemero de raiz

(43) com 965 de sais Para o fator carvatildeo ativado as

melhores respostas (395 raiacutezes) foram verificadas com a

utilizaccedilatildeo de 304 g L-1 adicionadas ao meio de cultura

(Figura 2B)

Para muitas espeacutecies o enraizamento eacute favorecido

pela adiccedilatildeo de carvatildeo ativado ao meio de cultura Hazra et

al (2002) relataram o efeito sinergiacutestico do carvatildeo ativado

na multiplicaccedilatildeo e enraizamento de brotaccedilotildees de

algodoeiro O meio MS com metade dos sais minerais

acrescido de 20 g L-1 de sacarose 7 g L-1 de aacutegar e 1 g L-1 de

carvatildeo ativado promoveu maior quantidade de raiacutezes em

placircntulas de Cattleya nobilior Rchb f (REIS et al 2003)

Segundo Paiva et al (2005) aleacutem de um equiliacutebrio

hormonal favoraacutevel agrave formaccedilatildeo de raiacutezes outros fatores

internos tecircm sido relacionados com a iniciaccedilatildeo do processo

de enraizamento como presenccedila de sacarose alta relaccedilatildeo

CN e nutrientes minerais (foacutesforo caacutelcio zinco e boro) O

meio Knudson C natildeo possui micronutrientes apresenta

uma concentraccedilatildeo maior de caacutelcio e tem baixas

FIGURA 2 ndash Nuacutemero de raiacutezes em placircntulas de Laelia tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees de sais deKnudson C (A) e concentraccedilotildees de carvatildeo ativado (B)

ARAUJO A G de et al64

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

concentraccedilotildees de N e K em relaccedilatildeo ao MS e WPM o que

provavelmente favoreceu tanto o nuacutemero quanto o

comprimento de raiacutezes (PASQUAL 2001)

O maior comprimento de raiz (331 cm) foi verificado

com a utilizaccedilatildeo de 100 de sais de Knudson C A partir do

ponto maacuteximo (100) houve diminuiccedilatildeo do comprimento

radicular provavelmente devido ao desbalanccedilo nutricional

(Figura 3A) Com o aumento das concentraccedilotildees de carvatildeo

ativado houve um incremento linear no comprimento de

raiacutezes Melhores resultados foram observados com a

utilizaccedilatildeo de 4 g Lndash1 de carvatildeo ativado (Figura 3B) Como a

relaccedilatildeo foi direta pode-se inferir que o efeito estimulante

do carvatildeo ativado no comprimento da maior raiz continuaria

para concentraccedilotildees superiores a 4 g L-1

A adiccedilatildeo de carvatildeo ativado no meio de cultura foi

beneacutefica promovendo tanto o nuacutemero quanto o

crescimento de raiacutezes O carvatildeo conteacutem impurezas que

podem favorecer o crescimento de raiacutezes jaacute existentes e

induzir emissatildeo de novas raiacutezes (PASQUAL 2001)

Melhores resultados para comprimento da parte

aeacuterea (18 cm) foram observados quando se utilizou o

meio Knudson C na concentraccedilatildeo de 121 de sais (Figura

4A) poreacutem na concentraccedilatildeo de 50 obtiveram-se

explantes com 17 cm de comprimento Essa diferenccedila

observada (01 cm) eacute muito pequena o que natildeo justifica a

utilizaccedilatildeo de um meio mais concentrado mas a reduccedilatildeo

do mesmo agrave sua metade

O enraizamento in vitro pode ser favorecido com o

uso de meio de cultura com a metade ou 75 da

concentraccedilatildeo normal de sais Em algumas espeacutecies altas

concentraccedilotildees de sais principalmente a presenccedila de iacuteons

amocircnio favorecem o desenvolvimento de raiacutezes enquanto

que em outras podem ser inibidoras (PASQUAL et al

2001)

O maior comprimento da parte aeacuterea (19 cm) foi

obtido na presenccedila de 4 g Lndash1 de carvatildeo ativado (Figura

4B) a concentraccedilatildeo de 2 g Lndash1 proporcionou um

comprimento de 18 cm Comparando-se os niacuteveis 4 e 2 g Lndash1

de carvatildeo ativado nota-se pequena diferenccedila (01 cm) o

que justifica a utilizaccedilatildeo de 2 g Lndash1

O carvatildeo ativado conteacutem impurezas que quando

liberadas no meio de cultura podem beneficiar ou natildeo o

crescimento in vitro Simotildees et al (1999) verificaram que a

concentraccedilatildeo de 1 g L-1 de carvatildeo ativado acrescida ao

meio Knudson C proporciona o melhor desenvolvimento

de brotos de Epidendrum sp e Dendrobium sp

Maior massa fresca de placircntulas (0144g) foi

verificada com a utilizaccedilatildeo de 50 de sais de Knudson C

ponto a partir do qual houve diminuiccedilatildeo no peso (Figura

5A) Provavelmente essa reduccedilatildeo ocorreu devido agrave

toxidez

A utilizaccedilatildeo de 4 g L-1 de carvatildeo ativado

proporcionou uma massa de 0185 g nas placircntulas frescas

(Figura 5B)

FIGURA 3 ndash Comprimento da maior raiz em placircntulas de Laelia tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees desais de Knudson C (A) e carvatildeo ativado (B)

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 65

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

FIGURA 4 ndash Comprimento da parte aeacuterea em placircntulas de Laelia tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees desais de Knudson C (A) e carvatildeo ativado (B)

FIGURA 5 ndash Massa fresca de placircntulas de L tenebrosa cultivadas em diferentes concentraccedilotildees de sais de Knudson C(A) e carvatildeo ativado (B)

O carvatildeo ativado eacute comumente utilizado na cultura

de tecidos de plantas Seu efeito eacute atribuiacutedo agrave adsorccedilatildeo de

substacircncias toacutexicas produzidas pelas plantas adsorccedilatildeo

de fitorreguladores do meio e escurecimento do meio onde

se desenvolvem as raiacutezes das plantas (GEORGE 1993)

O melhor desenvolvimento de Phalaenopsis in

vitro ocorreu na presenccedila de carvatildeo ativado na

concentraccedilatildeo de 2 g L-1 indicando que este possa ser um

elemento importante no processo (BRESSAN et al 1999)

Apesar do carvatildeo ativado na concentraccedilatildeo de 4 g

L-1 ter proporcionado melhores resultados verificou-se que

na concentraccedilatildeo de 2 g L-1 os efeitos apresentam uma

diferenccedila miacutenima Embora o carvatildeo ativado natildeo seja o

componente de maior custo no preparo de meio de cultura

a sua reduccedilatildeo juntamente com os sais minerais eacute

economicamente favoraacutevel especialmente para a produccedilatildeo

comercial de mudas

CONCLUSAtildeO

A adiccedilatildeo de 2 g L-1 de carvatildeo ativado ao meio de

cultura Knudson C com metade (50) de sais minerais

promoveu melhor crescimento em placircntulas de Laelia

tenebrosa cultivadas in vitro

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

AMIN M N JAISWAL V S Rapid clonal propagationof guava through in vitro shoot proliferation on nodalexplants of mature trees Plant Cell Tissue and OrganCulture Amsterdam v 9 n 3 p 235-243 1987

ARAUJO A G de et al66

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

ANDERSON M W C Tissue culture cultivation of redand black raspberries Rubus idaeus and R occidentalisActa Horticulturae Amsterdam v 20 p 112-113 1980

ARDITTI J ERNST R Micropropagation of orchids NewYork John Wiley 1992 682 p

ARENA L M E PASTUR G M 6-benzylaminopurineand activated charcoal affect in vitro shoot morphogenesisof Berberis buxifolia Revista de la Facultad de AgronomiaBuenos Aires v 21 n 1 p 41-47 2001

BEYL C A Getting started with tissue culture-mediapreparation sterile technique and laboratory equipmentIn TRIGIANO R N GRAY D J (Ed) Plant tissue cultureconcepts and laboratory exercises London CRC Press2000 p 21-38

BRESSAN E A LEE L L SEVERO V S GERALD L TS Desenvolvimento de orquiacutedeas Phalaenopsis in vitro-efeito do carvatildeo In CONGRESSO BRASILEIRO DEFLORICULTURA E PLANTAS ORNAMENTAIS 12 1999Jaboticabal Anais Jaboticabal 1999 p 111

DAMIANO C Il carbone attivo nella coltura in vitro dellafragola Frutticoltura Bologna v 40 n 1 p 49-50 genn 1978

FERREIRA D F Anaacutelises estatiacutesticas por meio do Sisvarpara Windows versatildeo 4 0 In REUNIAtildeO ANUAL DAREGIAtildeO BRASILEIRA DA SOCIEDADEINTERNACIONAL DE BIOMETRIA 45 2000 Satildeo CarlosAnais Satildeo Carlos UFSCar 2000 p 255-258

GEORGE E F Plant propagation by tissue culture part 1- the technology 2 ed Edington Limeted 1993 786 p

GEORGE E F SHERRINGTON P D Plant propagationby tissue culture handbook and directory of commerciallaboratories Eversley Exegetics 1984 593 p

GEORGE E F PUTTOCK D J M GEORGE H J Plantculture media formulations and uses Edington Exegetics1987 v 1 567 p

HAZRA S KULKARNI A BANERJEE A K DHAGEA B AGRAWAL D C KRISHNAMUumlRTTIY K VNALAWADE S M A rapid and simple method for in vitro

plant regeneration from split embryo axes of six cultivarsof cotton Biology Plantarum Dordrecht v 45 n 2 p317-319 2002

JOHANSSON L CALLEBERG E GEDIN A Correlationbetween activated charcoal Fe-EDTA and other organicmedia ingredients in cultures of anthers of Anemonecanadensis Physiologia Plantarum Copenhagen v 80n 2 p 243-249 Oct 1990

KNUDSON L A new nutrient solution for the germinationof orchid seed American Orchid Society Bulletim WestPalm Beach v 14 p 214- 217 1946

KNUDSON L Nonsymbiotic germination of orchid seedsBotanical Gazette Chicago v73 n 1 p 1-25 1922

PAN M J STADEN J Van The use of charcoal in vitroculture ndash A review Plant Growth Regulation Dordrechtv 26 n 3 p 155-163 Dec 1998

PASQUAL M Cultura de tecidosv vegetais meios decultura Lavras UFLAFAEPE 2001 74 p

PASQUAL M CHALFUN N M J RAMOS J D Culturade tecidos vegetais aplicaccedilotildees na propagaccedilatildeo de plantasLavras UFLAFAEPE 2001 81 p

PAIVA R OLIVEIRA L M NOGUEIRA R C SANTOSB R MARTINOTTO C PAIVA P D O MENEGUCCIJ L P Aspectos fisioloacutegicos da produccedilatildeo de flores e plantasornamentais Informe Agropecuaacuterio Belo Horizonte v 26n 227 p 12-18 2005

REINERT R A MOHR H C Propagation of Cattleya bytissue culture of lateral bud meristems Proceedings of theAmerican Society for Horticultural Science New Yorkv 91 p 664-671 June 1967

REIS G M C L MELLO C M C MIRANDA G H BEfeito de diversos fatores em meio de cultura nodesenvolvimento de placircntulas de Cattleya nobilior Rchbf (Orchidaceae) In CONGRESSO BRASILEIRO DEFLORICULTURA E PLANTAS ORNAMENTAIS 14CONGRESSO BRASILEIRO DE CULTURA DE TECIDOSDE PLANTAS 1 2003 Lavras Anais Lavras UFLAFAEPE 2003 p 275

Crescimento in vitro de Laelia tenebrosa (Orchidaceae) 67

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 61-67 2006

SILVA E F PASQUAL M SILVA A B Multiplicaccedilatildeo ecrescimento in vitro de orquiacutedea Brassiocattleya lsquoPastoralrsquox Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo In CONGRESSOBRASILEIRO DE FLORICULTURA E PLANTASORNAMENTAIS 14 CONGRESSO BRASILEIRO DECULTURA DE TECIDOS DE PLANTAS 1 2003 LavrasAnais Lavras UFLAFAEPE 2003 p 321

SIMOtildeES F C PAIVA P D O RODRIGUES T M Efeitode diferentes meios de cultura aacutegua de coco e carvatildeoativado na propagaccedilatildeo in vitro de meristemas deEpidendrum sp e Dendrobium sp In CONGRESSOBRASILEIRO DE FLORICULTURA E PLANTAS

ORNAMENTAIS 12 1999 Jaboticabal AnaisJaboticabal 1999 p 109

VACIN E WENT F W Some pH changes in nutrient solutionBottanical Gazette Chicago v 110 p 605-613 1949

VILLALOBOS A L MUNtildeOZ J M SOSA-MOSS CCultivo de tejidos de orquideas Cattleya EncycliaOncidium y Stanhopea Revista Chapingo SerieHorticultura Chapingo v 1 n 1 p 58-62 1994

WANG P J HUANG L C Beneficial effects of activatedcharcoal on plant tissue and organ cultures In Vitro Largov 12 n 3 p 260-262 1976

WEATHERHEAD M A BURDON J HENSHAW G GSome effects of activated charcoal as an additive to planttissue culture media Zeitschrift fur PflanzenphysiologieJena v 89 n 2 p 141-147 1978

ARAUJO A G de et al68

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

PROPAGACcedilAtildeO IN VITRO DE PLAcircNTULAS DE ORQUIacuteDEA EMDIFERENTES MEIOS DE CULTURA E CONCENTRACcedilOtildeES

DE CITOCININA

IN VITRO PROPAGATION OF ORCHID PLANTLETS CULTIVATED IN DIFFERENTCULTURE MEDIA AND CYTOKININ CONCENTRATIONS

APARECIDA GOMES DE ARAUJO1 MOACIR PASQUAL2 ADRIANO BORTOLOTTI DA SILVA3 FABIacuteOLA VILLA3 HERMIacuteNIO SOUZA ROCHA3 FERNANDA CARVALHO COSTA4

1Doutoranda em AgronomiaFitotecnia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash agaraujo2003yahoocombr2Professor Titular Departamento AgriculturaDAG ndash Universidade Federal de Lavras UFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200000 ndash Lavras MG ndash mpasqualuflabr3Doutorando em Agronomia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200000 ndash Lavras MG4Departamento de AgriculturaDAG ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash fecostapuryahoocombr

RESUMOA taxa de multiplicaccedilatildeo de orquiacutedeas a partir de meacutetodos

convencionais eacute bastante baixa natildeo atendendo as necessidadescomerciais A cultura de tecidos permite maiores taxas demultiplicaccedilatildeo e obtenccedilatildeo de plantas uniformes e sadiasObjetivou-se estudar a influecircncia da citocinina BAP (6-benzilaminopurina) em diferentes meios de cultura napropagaccedilatildeo in vitro de placircntulas hiacutebridas de BrassocattleyalsquoPastoralrsquox Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo Placircntulas comaproximadamente 15plusmn05 cm de comprimento obtidasassimbioticamente foram transferidas para frascos comcapacidade de 250 cm3 contendo 40 mL das formulaccedilotildees salinasde MS WPM e Knudson C combinados com 0 05 10 20 e40 mg L-1 de BAP acrescidos de 2 g L-1 de carvatildeo ativadosolidificado com 6 g L-1 de aacutegar e pH ajustado para 58plusmn01Apoacutes a inoculaccedilatildeo os frascos foram incubados a 25plusmn2oC 35igravemolm-2s-1 de intensidade luminosa e sob fotoperiacuteodo de 16horas Apoacutes 90 dias observou-se que melhores resultados parapropagaccedilatildeo in vitro em placircntulas de orquiacutedea Bc lsquoPastoralrsquo x LclsquoAmber Glowrsquo satildeo obtidos com o meio WPM A suplementaccedilatildeode 4 mg L-1 de BAP no meio WPM favorece o crescimento invitro Para a multiplicaccedilatildeo maior quantidade de brotos eacuteconseguida em meio MS na ausecircncia de BAP

Termos para indexaccedilatildeo Orquiacutedea crescimento in vitrocitocinina

ABSTRACTThe multiplication rate of orchids by conventional

methods is considerably low and does not attend its commercialneeds Tissue culture results in larger multiplication rates andproduces uniform and healthy orchid plantlets The objective ofthis work was to study the influence of the cytokinin BAP (6-benzilaminopurine) in different culture media for ther in vitropropagation of Brassocattleya lsquoPastoralrsquox Laeliocattleya lsquoAmberGlowrsquo hybrid plantlets Plantlets measuring approximately 15plusmn 05 cm length deriving from in vitro germination were inoculated

in flasks of 250 cm3 volume containing 40 mL MS WPM andKnudson C salt formulations combined with BAP (0 05 1 2and 4 mg L-1) supplemented with 2 g L-1 activated charcoalsolidified with 6 g L-1 agar and pH adjusted for 58 plusmn 01 Afterthe inoculation the plantlets maintained in a growth room at25plusmn2ordmC 35 mMol m-2 s-1 light intensity and 16 hoursphotoperiod After 90 days the best results for the in vitropropagation of orchid plantlets Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquowere obtained with half strength WPM The supplementation of4 mg L-1 BAP to the WPM medium favors in vitro growth Forthe multiplication phase the largest number of sprouts is achievedwith full strength MS medium in the absence of BAP

Index terms Orchid in vitro growth cytokinin

INTRODUCcedilAtildeO

As orquiacutedeas satildeo consideradas as plantas

ornamentais haacute mais tempo cultivadas pelo homem

Pertencem agrave famiacutelia Orchidaceae a maior entre as

monocotiledocircneas e tambeacutem entre as plantas ornamentais

com 600 - 800 gecircneros e 25000-35000 espeacutecies (SHEEHAN

1983) totalizando 7 das plantas ornamentais do mundo

(Van Der PIJL amp DODSON 1966)

A propagaccedilatildeo de orquiacutedeas pode ser tanto

vegetativa quanto por meio de sementes Estas embora

produzidas em grande quantidade natildeo possuem

endosperma funcional prescindindo para tanto da

associaccedilatildeo simbioacutetica com fungos micorriacutezicos dentre os

quais a Rhizoctonia que eacute um dos gecircneros mais importante

(PIERIK 1987 SHEEHAN 1983)

(Recebido em 08 de dezembro de 2005 e aprovado em 10 de julho de 2006)

Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea 69

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

Knudson (1922) observou que era possiacutevel o cultivo

de sementes em meio artificial contendo apenas sais

nutritivos e accediluacutecar na ausecircncia de fungos Posteriormente

em 1946 o mesmo autor aperfeiccediloou este meio de cultura

sendo atualmente um dos mais utilizados comercialmente

na germinaccedilatildeo e desenvolvimento de orquiacutedeas (ARDITTI

amp ERNST 1992) No entanto satildeo necessaacuterios estudos

pois satildeo descritos vaacuterios meios de cultura para muitos

gecircneros e espeacutecies diferentes O meio de cultura mais

utilizado na cultura de tecidos em geral eacute o MS (Murashige

amp Skoog 1962) podendo-se encontrar o uso de outros

meios como Knudson C (1946) e WPM (Wood Plant

Medium) de Loyd amp McCown (1980)

Reguladores de crescimento em diferentes

concentraccedilotildees tecircm sido usados conforme a espeacutecie e a

metodologia utilizada Podem ser necessaacuterios para a

germinaccedilatildeo de sementes formaccedilatildeo de calos e brotaccedilotildees

adventiacutecias (GRATTAPAGLIA amp MACHADO 1998

PASQUAL 2001)

O regulador de crescimento BAP (6-

benzilaminopurina) eacute uma citocinina largamente utilizada

para estimular a induccedilatildeo de brotos em plantas ornamentais

Para o cultivo in vitro de orquiacutedeas do grupo Cattleya a

citocinina BAP geralmente eacute utilizada nas concentraccedilotildees

que variam entre 005 e 10 mg L-1 (CARVALHO 2002)

Martini et al (2001) trabalhando com a orquiacutedea

Gongora quinquenervis observaram que a presenccedila do

BAP inibe a multiplicaccedilatildeo de calos e o potencial

organogecircnico Silva (2003) concluiu que para o estaacutedio de

subcultivo de Brassocattleya lsquoPastoralrsquo x Laeliocattleya

lsquoAmber Glowrsquo natildeo haacute necessidade da adiccedilatildeo de BAP como

estiacutemulo ao desenvolvimento geral do explante Melhor

proliferaccedilatildeo de brotos formaccedilatildeo de raiacutezes nuacutemero de

folhas e comprimento de brotos em Dendrobium foram

obtidos com 25 mg L-1 de BAP + 05 mg L-1 de ANA

adicionados ao meio MS (TALUKDER et al 2003)

Aleacutem do tipo de meio outro aspecto importante na

multiplicaccedilatildeo in vitro estaacute relacionado com o tipo de

citocinina e sua concentraccedilatildeo sendo ambos determinantes

no sucesso da micropropagaccedilatildeo (GRATTAPAGLIA amp

MACHADO 1998)

O maior entrave no processo de micropropagaccedilatildeo

de orquiacutedeas estaacute relacionado ao tempo necessaacuterio para a

produccedilatildeo de mudas a partir de plantas hiacutebridas

selecionadas e a utilizaccedilatildeo de meio de cultura adequado

para cada espeacutecie Assim objetivou-se estudar o efeito de

diferentes concentraccedilotildees de BAP e formulaccedilotildees de minerais

nutritivos em meios de cultura na propagaccedilatildeo in vitro de

placircntulas de orquiacutedea oriundas do hiacutebrido Brassocattleya

lsquoPastoralrsquo x Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo

MATERIAL E MEacuteTODOS

Placircntulas hiacutebridas oriundas de sementes

germinadas assimbioticamente em meio Knudson C

obtidas do cruzamento entre Brassocattleya lsquoPastoralrsquo x

Laeliocattleya lsquoAmber Glowrsquo com aproximadamente

15plusmn05 cm de comprimento foram transferidas para frascos

de 250 cm3 de capacidade contendo 40 mL de meio de

cultura e vedados com tampas plaacutesticas transluacutecidas Os

tratamentos consistiram de diferentes formulaccedilotildees salinas

(MS WPM e Knudson C em suas formulaccedilotildees originais)

combinadas com 0 05 10 20 e 40 mg L-1 de BAP

acrescidos de 2 g L-1 de carvatildeo ativado solidificado com

6 g L-1 de aacutegar e pH ajustado para 58plusmn01 antes da

autoclavagem obtida a 121ordmC e 1 atm por 20 minutos

Posteriormente agrave inoculaccedilatildeo os frascos foram

transferidos para sala de crescimento com temperatura

de 25plusmn2ordmC fotoperiacuteodo de 16 horas e 35 mmolm-2s-1 de

intensidade luminosa fornecida por lacircmpadas do tipo

(Grow-lux) e luz do dia especial O delineamento

experimental utilizado foi inteiramente casualizado no

esquema fatorial 3 x 5 com cinco repeticcedilotildees de quatro

placircntulas cada sendo cada repeticcedilatildeo composta por um

frasco

Apoacutes 90 dias da instalaccedilatildeo do experimento foram

avaliados nuacutemero meacutedio de brotos comprimento meacutedio

da parte aeacuterea nuacutemero meacutedio de raiacutezes nuacutemero meacutedio de

folhas e meacutedia da massa fresca total de placircntulas

ARAUJO A G de et al70

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Para a variaacutevel nuacutemero de folhas natildeo houve

significacircncia dos fatores isolados nem da interaccedilatildeo entre

eles O nuacutemero de raiacutezes e massa fresca total de placircntulas

apresentaram significacircncia apenas para o fator meio de

cultura enquanto que para nuacutemero de brotos e

comprimento da parte aeacuterea a interaccedilatildeo dos fatores foi

significativa (Tabela 1)

Com relaccedilatildeo ao nuacutemero de brotos observou-se

interaccedilatildeo entre os fatores BAP e os meios de cultura

utilizados (Tabela 1) Poreacutem pelo teste F verificou-se que

apenas o meio MS foi significativo em relaccedilatildeo agraves

concentraccedilotildees de BAP (Figura 1)

O maior nuacutemero de brotos (334) foi registrado na

formulaccedilatildeo de MS adicionado de 40 mg L-1 de BAP

Entretanto na ausecircncia dessa citocinina foi observada a

formaccedilatildeo de 304 brotosplanta (Figura 1) Diante da

pequena diferenccedila na quantidade meacutedia de brotos

formados entre a maior concentraccedilatildeo e o tratamento sem

o regulador de crescimento justifica-se a utilizaccedilatildeo do

meio de cultura sem o BAP Estes resultados concordam

com Silva (2003) que obteve maior nuacutemero de brotos (2

brotos) na ausecircncia de BAP para esse mesmo hiacutebrido

poreacutem em meio Knudson C

A natildeo utilizaccedilatildeo de reguladores de crescimento

adicionados ao meio de cultura vai influenciar na

reduccedilatildeo dos custos de produccedilatildeo de mudas jaacute que esse

eacute um dos componentes mais onerosos Isso eacute

extremamente importante principalmente para

laboratoacuterios comerciais

TABELA 1 ndash Resumo da anaacutelise de variacircncia para as caracteriacutesticas meacutedias de nuacutemero de folhas (NF) nuacutemero de raiacutezes(NR) nuacutemero de brotos (NB) comprimento da parte aeacuterea (CPA) e massa fresca total de placircntulas (MFP) e respectivoscoeficientes de variaccedilatildeo (CV)

significativo a 1 e 5 de probabilidade respectivamente pelo teste F

FIGURA 1 ndash Efeito do meio de cultura MS e concentraccedilotildees de BAP no nuacutemero meacutedio de brotos em placircntulas hiacutebridasde Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo apoacutes 90 dias da incubaccedilatildeo

Fontes de variaccedilatildeo GL Quadrados meacutedios

NF NR NB CPA MFP Meios 2 125683 ns 162740 01483 ns 53139 02372 BAP 4 186198 ns 44693 ns 04408 ns 03373 ns 00075 ns

Meio x BAP 8 243984 ns 13417 ns 17417 13579 00459 ns

Resiacuteduo 45 124475 21329 05055 05961 00662 CV () 3467 3081 2801 2443 5100

Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea 71

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

O estiacutemulo agrave brotaccedilatildeo em placircntulas de Spathoglottis

plicata Griff ocorreu em meio MS suplementado com 10

mg L-1 de BAP e 25 mg L-1 de ANA tendo o enraizamento

estimulado com 20 mg L-1 de AIB (NAYAK et al 1999)

TDZ tambeacutem eacute utilizado em associaccedilatildeo com BAP para

regeneraccedilatildeo de brotos de Rhynchostylis (BUI Le al 1999)

e de Anoectochilus (LI et al 1999) todas orquidaceaes

Observou-se interaccedilatildeo entre o tipo de meio de

cultura e o BAP no que diz respeito ao comprimento de

parte aeacuterea das placircntulas (Tabela 1) Pelo teste de F apenas

o meio WPM foi significativo em relaccedilatildeo agraves concentraccedilotildees

de BAP (Figura 2)

O maior comprimento da parte aeacuterea (47 cm) foi

observado quando se utilizou o meio WPM combinado

com 40 mg L-1 de BAP (Figura 2) Como a relaccedilatildeo foi direta

pode-se inferir que o efeito estimulatoacuterio do BAP sobre o

crescimento da parte aeacuterea continuaria mesmo em

concentraccedilotildees maiores que 40 mg L-1 Talukder et al (2003)

obtiveram melhor comprimento de brotos (0472 cm) em

placircntulas de Dendrobium com utilizaccedilatildeo de 25 mg L-1 de

BAP + 05 mg L-1 de ANA adicionados ao meio MS

Relativo ao nuacutemero meacutedio de raiacutezes houve

significacircncia apenas para o fator meio de cultura (Tabela 1)

Na Tabela 2 verifica-se que os maiores valores foram obtidos

com os meios WPM (557) seguido do MS (487) sendo os

menores valores verificados no meio Knudson C (378) A

emissatildeo de novas raiacutezes eacute favorecida pelo caacutelcio e pelo boro

O meio Knudson C apresenta uma concentraccedilatildeo maior de

caacutelcio e menor de boro em relaccedilatildeo aos meios MS e WPM

que possuem concentraccedilotildees semelhantes de ambos

Segundo Pierik (1987) em concentraccedilotildees mais elevadas

(1 a 10 mg L-1) as citocininas podem induzir a formaccedilatildeo de

gemas adventiacutecias quebrando a dominacircncia apical e retardando

a formaccedilatildeo de raiacutezes Talukder et al (2003) encontraram maior

nuacutemero de raiacutezes (193explante) em placircntulas de Dendrobium

com utilizaccedilatildeo de 25 mg L-1 de BAP + 05 mg L-1 de ANA

adicionados ao meio MS O estiacutemulo ao enraizamento em

Spathoglottis plicata ocorreu em meio MS suplementado com

20 mg L-1 de AIB (NAYAK et al 1999)

FIGURA 2 ndash Comprimento meacutedio da parte aeacuterea em placircntulas hiacutebridas Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo cultivadas emmeio de cultura WPM e diferentes concentraccedilotildees de BAP

TABELA 2 ndash Efeito de diferentes meios de cultura sobreo nuacutemero meacutedio de raiacutezes em placircntulas hiacutebridas de BclsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo

Meios de Cultura Nuacutemero meacutedio de raiacutezes

WPM 557 a MS 487 a KC 378 b

Meacutedias seguidas pela mesma letra natildeo diferem entre sipelo teste de Scott-Knott a 5

ARAUJO A G de et al72

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

O efeito ora inibitoacuterio ora estimulatoacuterio dos

fitorreguladores na formaccedilatildeo de brotos e raiacutezes em

diferentes plantas pode estar associado agrave proacutepria

concentraccedilatildeo bem como a absorccedilatildeo dos reguladores de

crescimento pelo substrato (GEORGE 1996) agrave habituaccedilatildeo

(SANTANA amp PAIVA 2001) ou agrave deficiecircncia de proteiacutena

ligante promotora da atuaccedilatildeo das citocininas (TAIZ amp

ZEIGER 1998)

O nuacutemero de folhas natildeo apresentou diferenccedilas

significativas para os tratamentos estudados

isoladamente nem houve interaccedilatildeo entre eles (Tabela 1)

Talukder et al (2003) obtiveram maior nuacutemero de folhas

(425placircntula) em Dendrobium com utilizaccedilatildeo de 25 mg L-

1 de BAP + 05 mg L-1 de ANA adicionados ao meio MS

Para massa fresca de placircntulas houve significacircncia

apenas para o fator meio de cultura isoladamente (Tabela

1) Atraveacutes do teste de meacutedias constatou-se maior massa

de placircntulas frescas nos meios WPM e MS com 0524 e

0503g respectivamente Resultado inferior (0326g) foi

registrado em meio Knudson C (Tabela 3)

TABELA 3 ndash Efeito do meio de cultura na massa frescatotal de placircntulas do hiacutebrido Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmberGlowrsquo

Meios de Cultura Massa fresca total de placircntulas (g)

WPM 0524 a MS 0503 a KC 0326 b

Meacutedias seguidas pela mesma letra natildeo diferem entre sipelo teste de Scott-Knott a 5

Dignart (2003) estudando a germinaccedilatildeo in vitro

de sementes de Cattleya nobilior Rchbf em diferentes

meios de cultura (MS WPM Knudson C e B5 de

GAMBORG et al 1968) observou que natildeo houve

diferenccedilas entre os meios utilizados O BAP adicionado

ao meio de cultura provocou aumento da taxa de brotaccedilatildeo

a partir de 1 igravemolL

Segundo (PASQUAL 2001) os meios MS e WPM

possuem concentraccedilotildees similares de micronutrientes e satildeo

ricos em nitrogecircnio (N) e potaacutessio (K) Jaacute o meio Knudson C

natildeo possui micronutrientes e tem baixas concentraccedilotildees de

N e K em relaccedilatildeo ao MS e WPM Os melhores resultados

para as variaacuteveis analisadas foram observados em meio WPM

e MS Essa resposta provavelmente deveu-se ao fato de

que o meio Knudson C possui diferentes sais minerais e

embora seja muito utilizado na germinaccedilatildeo de sementes de

orquiacutedeas parece natildeo propiciar condiccedilotildees satisfatoacuterias para

o desenvolvimento de placircntulas de algumas espeacutecies de

orquiacutedeas

Sabe-se que existe uma relaccedilatildeo entre o nuacutemero de

brotos e seu tamanho e nessa relaccedilatildeo quanto maior for o

nuacutemero de brotos menor o tamanho dos mesmos

(GEORGE 1996) Essa relaccedilatildeo fez-se presente ateacute a

concentraccedilatildeo de 20 mg L-1 de BAP em Bc lsquoPastoralrsquo x Lc

lsquoAmber Glowrsquo No entanto em concentraccedilotildees superiores

tanto o nuacutemero quanto o comprimento dos brotos

aumentaram Tal diversidade de resultados estaacute

relacionada principalmente ao genoacutetipo da espeacutecie meio

de cultura e possivelmente agrave interferecircncia na accedilatildeo dos

reguladores de crescimento

Segundo Malaure et al (1991) diferentes efeitos

dos reguladores de crescimento podem ocorrer para

diferentes espeacutecies inclusive variaccedilotildees dentro de uma

mesma espeacutecie Em orquiacutedeas o efeito dos reguladores de

crescimento e de meios de cultura satildeo diversificados

principalmente quando se utiliza um hiacutebrido trigeneacuterico

com alto grau de heterozigose

CONCLUSOtildeES

Melhores resultados para propagaccedilatildeo in vitro de

placircntulas de orquiacutedea Bc lsquoPastoralrsquo x Lc lsquoAmber Glowrsquo satildeo

obtidos com o meio WPM A suplementaccedilatildeo de 4 mg L-1 de

BAP no meio WPM favorece o crescimento in vitro Para

a multiplicaccedilatildeo maior quantidade de brotos eacute conseguida

em meio MS na ausecircncia de BAP

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ARDITTI J ERNST R Micropropagation of orchids NewYork John Wiley amp Sons 1992 682 p

Propagaccedilatildeo in vitro de placircntulas de orquiacutedea 73

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 68-73 2006

BUI V L HANG-PHUONG N T ANH-HONG L T TRAN-THANH-VAN K High frequency shoot regeneration fromRhynchostylis gigantea (Orchidaceae) using thin cell layers PlantGrowth Regulation Dordrecht v28 n3 p 179-185 July 1999

CARVALHO V S Morfogecircnese in vitro de orquiacutedeas dogrupo Cattleya 2002 179 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitotecnia) - Universidade Federal de Viccedilosa Viccedilosa MG

DIGNART S L Propagaccedilatildeo in vitro de Cattleya nobiliorRCHB F (Orchidaceae) Cuiabaacute UFMT 2003 55 p(Monografia - Licenciatura em Ciecircncias Bioloacutegicas)

GEORGE E F Plant propagation by tissue culture part 1- The Technology 2 ed Edington Limited 1996 1574 p

GAMBORG O L MILLER R A OJIMA K Nutrientrequeriments of suspension cultures of soybean root cellsExperimental Cell Research San Diego v 50 n 1 p 151-158 1968

GRATTAPAGLIA D MACHADO M MicropropagaccedilatildeoIn TORRES A C et al (Ed) Cultura de tecidos etransformaccedilatildeo de plantas Brasiacutelia EMBRAPACNPH1998 v 1 p 183-260

KNUDSON L Nonsymbiotic germination of orchid seedsBotanical Gazette Chicago v 73 n 1 p 1-25 1922

KNUDSON L A new nutrient solution for the germinationof orchid seed American Orchid Society Bulletim WestPalm Beach v 14 p 214-217 1946

LI Y GE Z LI Y Q GE Z Y Studies on improvement ofthe micropropagation technique and transplantation ofAnoectochilus formosanus Havata Journal of JiangsuForestry and Technology Beijing v 26 n 3 p 32-34 1999

LOYD G McCOWN B Commercially-feasiblemicropropagation of mountain laurel Kalmia latifoliaby use of shoot-tip culture International Plant PropagationSociety Proceedings Washington v 30 p 421-427 1980

MALAURE R S BARCLAY G POWER J B DAVEYM R The prodution of novel plants from florets ofChrysanthemun morifolium using tissue culture 1 Shootregeneration from ray florets and somaclonal variationexhibited by regenerated plants Journal of PlantPhysiology Stuttgart v 139 n 1 p 8-13 Nov 1991

MARTINI C M WILLADINO L ALVES G D DONATOV M T S Propagaccedilatildeo de orquiacutedea Gongora quinquinervispor semeadura in vitro Pesquisa AgropecuaacuteriaBrasileira Brasiacutelia v 36 n 10 p 1319-1324 out 2001

MURASHIGE T SKOOG F A A revised medium for rapidgrowth and bio assays with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 1962

NAYAK NR RATH SP PATNAIK SN Propagationof Spathoglottis plicata BL (Orchidaceae) through in vitroculture of leaf bases Advances in Plant Sciences NewYork v 12 n 2 p 589-592 1999

PASQUAL M Cultura de tecidos vegetais meios decultura Lavras UFLAFAEPE 2001 74 p

PIERIK R L M In vitro culture of higher plants BostonMartinus Nijhoff Publishers 1987 344 p

SANTANA J R F PAIVA R Habituaccedilatildeo Revista ABCTPNotiacutecias Recife n 41 p 4-10 2001

SHEEHAN T J Recent advances in botany propagationand physiology of orchids Horticultural Reviews v 5 p279-315 1983

SILVA E F Multiplicaccedilatildeo e crescimento in vitro deorquiacutedea Brassocattleya ldquoPastoralrdquo x LaeliocattleyaldquoAmber Glowrdquo 2003 62 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitotecnia) - Universidade Federal de Lavras Lavras MG

SINGH F Micropropagation of orchids Spathogloottisplicata and Epidendrum radicans In BAJAJ Y P SBiotechnology in agriculture and forestry high-tech andmicropropagation IV London Springer-Verlag 1992 v 20p223-245

TAIZ L ZEIGER E Plant physiology 2 ed SunderlandMA Sinauer Associates 1998 792 p

TALUKDER S K NASIRUDDIN K M YASMIN SHASSAN L BEGUM R Shoot proliferation of Dendrobiumorchid with BAP and ANA Jounal of Biological SciencesBanghadesh v11 n 3 p 1058-1062 2003

VAN DER PIJL L DODSON CH Orchid flowers theirpollination and evolution Coral Gables University ofMiami Press 1966 214 p

SILVEIRA D G et al74

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

EFEITO DO VIacuteRUS DAS ESTRIAS DA BANANEIRA NAMICROPROPAGACcedilAtildeO E NO CRESCIMENTO DAS PLANTAS DA

CULTIVAR CAIPIRA DURANTE A ACLIMATIZACcedilAtildeO1

EFFECT OF BANANA STREAK VIRUS ON MICROPROPAGATION AND PLANTGROWTH OF CULTIVAR CAIPIRA DURING ACLIMATIZATION

DANIELA GARCIA SILVEIRA2 ANTOcircNIO DA SILVA SOUZA3 PAULO ERNESTO MEISSNER FILHO3TALES MILER SOARES4 RANULFO CORREA CALDAS3 KAacuteTIA REGINA BARBOSA LEAtildeO5

1Parte da Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada pelo primeiro autor ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Agraacuterias da Escola de AgronomiaUFBA ndash Cruz das Almas BA2Doutoranda em Botacircnica ndash Universidade Estadual de Feira de SantanaUEFS ndash Feira de Santana BA ndash danielagsigcombr3Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical ndash Caixa Postal 007 ndash 44380-000 ndash Cruz das Almas BA4Doutorando da Escola Superior Luis de QueirozEsalq ndash Piracicaba SP ndash tmsoaresesalquspbr5Engenheira Agrocircnoma MSc EBDA ndash Cruz das Almas BA ndash 44380-000 ndash krbleaohotmailcom

(Recebido em 12 de abril de 2006 e aprovado em 28 de agosto de 2006)

RESUMOAvaliaram-se os efeitos da infecccedilatildeo pelo viacuterus das estrias

de bananeira (Banana Streak Virus BSV) no desenvolvimento invitro e no crescimento das plantas da cultivar Caipira durante aaclimatizaccedilatildeo Utilizou-se o delineamento experimentalinteiramente casualizado com dois tratamentos plantas sadias eplantas infectadas pelo BSV com respectivamente 24 e 28repeticcedilotildees Os explantes foram desinfestados e estabelecidos emmeio MS baacutesico suplementado com 30 gL de sacarose solidificadocom 2 gL de lsquoPhytagelrsquo e pH ajustado em 58 Foram efetuadoscinco subcultivos em meio com 4 mgL de BAP (6-benzilaminopurina) e as plantas obtidas foram enraizadas nessemesmo meio de cultura sem reguladores de crescimento Apoacutesessa etapa transferiram-se as plantas para a aclimatizaccedilatildeo emcacircmara uacutemida onde permaneceram por 30 dias Avaliaram-se astaxas de multiplicaccedilatildeo a presenccedila in vitro dos sintomas do BSVnos explantes provenientes das plantas infectadas durante amicropropagaccedilatildeo e aclimatizaccedilatildeo as perdas por contaminaccedilatildeoenvolvendo fungos e bacteacuterias nas fases da micropropagaccedilatildeo e aaltura das plantas na fase da aclimatizaccedilatildeo A infecccedilatildeo pelo BSVnatildeo afetou significativamente a multiplicaccedilatildeo e o crescimento invitro das plantas sendo os sintomas do viacuterus visiacuteveis em todasas fases da micropropagaccedilatildeo e na aclimatizaccedilatildeo das plantasinfectadas A maior porcentagem de contaminaccedilatildeo ocorreu nafase de estabelecimento in vitro dos explantes independentementedos tipos de plantas utilizadas Apoacutes 30 dias de aclimatizaccedilatildeo asplantas com BSV apresentaram altura inferior agraves plantas sadiasA presenccedila do viacuterus natildeo influenciou a taxa de multiplicaccedilatildeo dosexplantes poreacutem afetou o crescimento das plantas infectadas

Termos para indexaccedilatildeo Musa BSV cultura de tecidospropagaccedilatildeo in vitro

ABSTRACTThe effects of the banana streak virus (BSV) infection on

in vitro development of the cultivar Caipira were evaluated The

used experimental design was a completely randomized withtwo treatments healthy plants and plants infected by BSV with24 and 28 replications respectively The explants weredisinfected and established in a basic MS medium supplementedwith 30 gL sucrose solidified with 2 gL lsquoPhytagelrsquo and pHadjusted to 58 Five subcultures were carried out in a mediumcontaining 4 mgL BAP (6-benzylaminopurine) and the plantletswere rooted in the same culture medium without growthregulators Afterwards the plantlets were transferred to a humidchamber for acclimatization during a 30-day periodMultiplication rates presence of BSV symptoms on in vitroexplants obtained from plants infected during themicropropagation and acclimatization periods losses caused byfungal and bacterial contamination and plantlet height at theacclimatization stage were evaluated The infection by BSVpresented no significant effect on the multiplication rate and invitro plant growth although the virus symptoms were visible inall the micropropagation phases and during the acclimatizationof infected plants The highest percentage of contaminationoccurred during the in vitro establishment phase regardless theused plants After 30 days of acclimatization the plants withBSV presented a lower height compared to the healthy plantsAlthough the presence of the virus had no influence on the explantmultiplication rate it affected the growth of infected plants

Index terms Musa BSV tissue culture in vitro propagation

INTRODUCcedilAtildeO

As bananeiras estatildeo sujeitas as vaacuterias doenccedilas

causadas por fungos bacteacuterias nematoacuteides e viacuterus que

satildeo limitantes agrave sua capacidade de produccedilatildeo Entre as

viroses que ocorrem no Brasil destaca-se a causada pelo

viacuterus das estrias da bananeira (Banana streak virus BSV)

Efeito do viacuterus das estrias da bananeira 75

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

que eacute particularmente importante para os programas de

melhoramento geneacutetico e de multiplicaccedilatildeo comercial de

cultivares uma vez que pode ser incorporada ao genoma e

transmitida pelas sementes de plantas infectadas

(DANIELLS et al 1995) aleacutem de natildeo existir um meacutetodo

eficiente para limpar uma planta infectada com BSV

(LOCKHART 1994)

Esse viacuterus natildeo eacute transmitido mecanicamente sendo as

mudas infectadas sua principal forma de disseminaccedilatildeo

(LOCKHART amp AUSTREY 1988 LOCKHART 1994) A

transmissatildeo eacute feita de maneira semi-persistente pela cochonilha-

dos-citros Planococcus citri Risso e pela cochonilha-da-cana-

de-accediluacutecar Saccharicoccus sacchari cocherell (LOCKHART

1993 LOCKHART amp AUSTREY 1988)

O BSV inicialmente causa na bananeira um estriado

cloroacutetico de linhas descontiacutenuas dispersas e concentradas

em partes da lacircmina foliar Com o envelhecimento das

folhas o estriado causa necrose de coloraccedilatildeo marrom-cafeacute

a negro (RAMIREZ amp RIVERA 1994) As plantas

infectadas geralmente natildeo mostram sintomas em todas as

folhas (CORDEIRO amp KIMATI 1997 LOCKHART 1986)

Outros sintomas do BSV satildeo a reduccedilatildeo do vigor da planta

e a diminuiccedilatildeo do tamanho dos frutos que tambeacutem ficam

deformados (RAMIREZ amp RIVERA 1994)

Este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos

da infecccedilatildeo pelo BSV na multiplicaccedilatildeo in vitro e no

crescimento durante a aclimatizaccedilatildeo das plantas de

bananeira da cultivar Caipira Aleacutem disso avaliou-se a taxa

de contaminaccedilatildeo por fungos e bacteacuterias na etapas da

micropropagaccedilatildeo devido a importacircncia dessa variaacutevel na

multiplicaccedilatildeo in vitro das plantas

MATERIAL E MEacuteTODOS

O estudo dos efeitos do BSV na micropropagaccedilatildeo

da cultivar Caipira (grupo AAA) foi conduzido no

Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos da Embrapa Mandioca

e Fruticultura Tropical Utilizou-se o delineamento

experimental inteiramente casualizado com dois

tratamentos plantas sadias com 24 repeticcedilotildees coletadas

no Banco de Germoplasma de Bananeira da Embrapa

Mandioca e Fruticultura Tropical e plantas infectadas com

BSV com 28 repeticcedilotildees Foram usadas mudas do tipo

chifrinho sendo que as matrizes infectadas com BSV com

altura meacutedia de 12 cm foram infestadas pela cochonilha

vetora Planacoccus citri Risso alimentadas em folhas de

banana lsquoMysorersquo com sintomas de BSV em casa-de-

vegetaccedilatildeo Aproximadamente 15 dias apoacutes a infestaccedilatildeo

todas as 28 plantas estavam com os sintomas da virose

Para o estabelecimento in vitro realizou-se a limpeza

das matrizes por meio de uma seacuterie de cortes removendo-

se parte do rizoma e do pseudocaule ateacute o tamanho

aproximado de 50 cm de altura por 15 cm de diacircmetro

lavando-se com detergente e aacutegua deionizada A

desinfestaccedilatildeo foi feita em cacircmara de fluxo laminar

imergindo os explantes em soluccedilatildeo de aacutelcool 70 por

cinco minutos e em soluccedilatildeo 11 de aacutegua sanitaacuteria comercial

(2 de cloro ativo) com aacutegua deionizada por 30 minutos

Em seguida foram realizadas trecircs lavagens com aacutegua

deionizada esterilizada e reduzidos os explantes ateacute o

tamanho final de 06 cm de altura por 04 cm de diacircmetro

As etapas de estabelecimento multiplicaccedilatildeo e

enraizamento foram realizadas em meio nutritivo MS baacutesico

(MURASHIGE amp SKOOG 1962) suplementado com 30 g

L de sacarose solidificado com 2 gL de ldquoPhytagelrdquo e pH

ajustado para 58 Apenas na fase de multiplicaccedilatildeo o meio

MS foi suplementado com 4 mgL de 6-benzilaminopurina

(BAP) Em todas as etapas os explantes foram dispostos

sobre 25 mL de meio de cultura em frascos com 12 cm de

altura por 5 cm de diacircmetro

A multiplicaccedilatildeo foi realizada em cinco subcultivos

das gemas e brotos sendo efetuada a subdivisatildeo

longitudinal dos explantes sempre que possiacutevel O

estabelecimento e os cinco subcultivos foram realizados

com intervalos de 30 dias Apoacutes os subcultivos as

plantas permaneceram 30 dias em enraizamento O

estudo foi desenvolvido sob condiccedilotildees de temperatura

de 27 plusmn 1ordmC fotoperiacuteodo de 16 horas e intensidade

luminosa de 22 microEm2s

SILVEIRA D G et al76

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

Apoacutes o enraizamento in vitro 47 plantas sadias e 40

plantas infectadas com BSV foram transferidas para copos

plaacutesticos de 300 cm3 contendo o Plantmaxreg e vermiculita

(21) permanecendo 30 dias sob condiccedilotildees de 85 de umidade

relativa do ar e 60 de sombreamento em casa-de-vegetaccedilatildeo

Na fase de estabelecimento e em cada subcultivo

foram avaliadas as taxas de multiplicaccedilatildeo e a presenccedila dos

sintomas do BSV nos explantes provenientes das plantas

infectadas Na fase de aclimatizaccedilatildeo avaliaram-se a

presenccedila de sintomas nas plantas infectadas e as suas

respectivas alturas As medidas foram tomadas do coleto

ateacute a extremidade apical da folha mais alta

Os dados referentes ao nuacutemero de gemas obtidas

nos cinco subcultivos foram transformados em raiz

quadrada Foi estabelecida uma regressatildeo linear para cada

tratamento em funccedilatildeo dos subcultivos

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A infecccedilatildeo pelo BSV natildeo afetou significativamente

o crescimento e a multiplicaccedilatildeo das plantas sendo que o

nuacutemero de gemas cresceu linearmente em funccedilatildeo dos

subcultivos em ambos os tratamentos Trabalhando com

plantas micropropagadas de bananeira sadias e infectadas

com o viacuterus do topo em leque (Banana bunchy top virus

BBTV) Thomas et al (1995) observaram que aquela virose

tambeacutem natildeo afetou a capacidade das plantas em crescer e

multiplicar Nas anaacutelises de regressatildeo realizadas para os

dois tratamentos (plantas sadias e plantas com BSV) o

acreacutescimo no nuacutemero de gemas em funccedilatildeo dos subcultivos

pode ser explicado por um modelo de regressatildeo linear

(Figura 1) As estimativas da regressatildeo linear para plantas

com BSV e plantas sadias foram altamente significativas e

os coeficientes de determinaccedilatildeo (R2) proacuteximos de 1 Foi

observado que as linhas determinadas a partir das

equaccedilotildees obtidas satildeo quase superpostas evidenciando

um comportamento semelhante entre os dois tratamentos

com relaccedilatildeo ao nuacutemero de gemas por subcultivo

Em todas as fases da micropropagaccedilatildeo os sintomas

do BSV foram visiacuteveis ocorrendo nas folhas das plantas

infectadas estriados cloroacuteticos com linhas descontiacutenuas e

FIGURA 1 ndash Curvas de regressatildeo linear obtidas a partir dosdados de gemas em cada subcultivo da cultivar de bananeiraCaipira sadias e infectadas com BSV Cruz das Almas (BA)Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 2006Dados transformados por x

dispersas (Figura 2) Esses mesmos sintomas foram

observados em plantas de bananeira infectadas com BSV

mantidas a campo (RAMIREZ amp RIVERA 1994)

As contaminaccedilotildees que ocorreram nos materiais

in vitro foram tambeacutem avaliadas As maiores taxas de

contaminaccedilatildeo aconteceram na fase de estabelecimento

in vitro dos explantes obtendo-se niacuteveis de 21 e 32

para as plantas sadias e infectadas com BSV

respectivamente (Figura 3) Os elevados iacutendices de perdas

nesta etapa foram causados principalmente por

contaminaccedilatildeo bacteriana Segundo Oliveira amp Silva

(1997) as maiores contaminaccedilotildees bacterianas dos

explantes de bananeira ocorrem na fase de

estabelecimento in vitro do que nos demais subcultivos

Oliveira et al (2000) trabalhando com plantas livres de

viacuterus obtiveram taxas de contaminaccedilatildeo nesta fase entre

10 e 45 as quais estatildeo proacuteximas agraves obtidas neste

trabalho Durante a fase de multiplicaccedilatildeo as perdas por

contaminaccedilatildeo foram menores variando de 14 a 74

para as plantas sadias e de 0 a 121 no caso das plantas

infectadas com BSV sendo que a maior parte do material

foi contaminada por fungos natildeo-patogecircnicos Estes

valores foram bem inferiores agravequeles obtidos por Oliveira

et al (1999) (131) que utilizaram genoacutetipos diploacuteides

triploacuteides e tetraploacuteides de bananeiras sadias

Efeito do viacuterus das estrias da bananeira 77

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

FIGURA 2 ndash Planta de bananeira lsquoCaipirarsquo infectada com BSV na fase de enraizamento in vitro apresentando estriadoscloroacuteticos com linhas descontiacutenuas e dispersas nas folhas Cruz das Almas (BA) Embrapa Mandioca e FruticulturaTropical 2006

FIGURA 3 ndash Taxas por contaminaccedilatildeo () de explantes dacultivar Caipira na fase de estabelecimento (Est) e ao longode cinco subcultivos (Sub) Cruz das Almas (BA)Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical 2006

Durante o enraizamento in vitro natildeo houve

diferenccedila significativa na altura das plantas Poreacutem com

30 dias de aclimatizaccedilatildeo as plantas com BSV apresentaram

altura significativamente inferior agraves plantas sadias (Tabela 1)

Soares et al (2000) cultivaram mudas de bananeira lsquoCaipirarsquo

sadias e infectadas com BSV durante 141 dias em casa-de-

vegetaccedilatildeo e observaram que a infecccedilatildeo pelo viacuterus implicou

em significativa reduccedilatildeo no crescimento inicial afetando

o porte o desenvolvimento do sistema radicular e a aacuterea

fotossintetizante das plantas Verifica-se assim que a

infecccedilatildeo pelo BSV prejudicou o crescimento inicial das

plantas afetando a altura daquelas infectadas mesmo em

um periacuteodo relativamente curto indicando que em periacuteodos

mais longos o prejuiacutezo com relaccedilatildeo ao crescimento pode

ser ainda maior aconteceu no estudo desenvolvido por

Soares et al (2000)

Os sintomas do BSV permaneceram visiacuteveis em

todas as plantas infectadas durante e apoacutes a fase de

aclimatizaccedilatildeo Esse resultado foi diferente ao obtido por

Dahal et al (1999) quando micropropagaram hiacutebridos de

Musa pois os sintomas soacute foram visiacuteveis em plantas com

trecircs meses apoacutes o enraizamento Provavelmente essa

diferenccedila foi devido agraves condiccedilotildees onde os trabalhos foram

conduzidos casa-de-vegetaccedilatildeo e campo respectivamante

bem como aos genoacutetipos estudados Observaccedilotildees

semelhantes foram tambeacutem efetuadas por Gauhl amp Pasberg-

Gauhl (1995) e Ortiz (1996) ao estudarem a incidecircncia de

viroses em diferentes genoacutetipos de bananeira

SILVEIRA D G et al78

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

Alturas (cm) Plantas de bananeira lsquoCaipirarsquo

Enraizamento

in vitro 30 dias de

aclimatizaccedilatildeo

Sadias 637 a 2690 a BSV 728 a 2192 b

TABELA 1 ndash Meacutedias das alturas das plantas apoacutes oenraizamento in vitro e 30 dias de aclimatizaccedilatildeo em casa-de-vegetaccedilatildeo Cruz das Almas (BA) Embrapa Mandiocae Fruticultura Tropical 2006

Meacutedias seguidas pelas mesmas letras nas colunas natildeodiferem estatisticamente entre si pelo teste F ao niacutevel de 5 de significacircncia

CONCLUSOtildeES

A infecccedilatildeo pelo BSV natildeo influenciou a taxa de

multiplicaccedilatildeo dos explantes embora os sintomas do viacuterus

tenham sido visiacuteveis em todas as fases da micropropagaccedilatildeo

e durante os primeiros 30 dias da aclimatizaccedilatildeo das plantas

infectadas Todavia o crescimento das plantas infectadas

foi afetado pela presenccedila do viacuterus

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CORDEIRO Z J M KIMATI H Doenccedilas da bananeiraIn KIMATI H et al (Ed) Manual de fitopatologiadoenccedilas das plantas cultivadas Satildeo Paulo AgronocircmicaCeres 1997 v 2 p 112-136

DAHAL G GAUHL F PASBERG-GAUHL C HUGHESJ drsquoA THOTTAPPILLY G LOCKHART B E L Evalutionof micropropagated plantain and banana (Musa spp) forbanana streak badnavirus incidence under field andgreenhouse conditions in Nigeria Annals of AppliedBiology Warwick v 134 n 2 p 181-191 Apr 1999

DANIELLS J THOMAS J E SMITH M Seedtransmission of banana streak virus confirmed InfoMusaMontpellier v 4 n 1 p 7 1995

GAUHL F PASBERG-GAUHL C Temporal dynamics ofbanana streak badnavirus (BSV) symptoms in Musa clonesin southern Nigeria Phytomedizin Hohenheim v 25 n 1p 27 1995

LOCKHART B E L Banana streak virus (BSV) InINTERNATIONAL NETWORK FOR THE

IMPROVEMENT OF BANANA AND PLANTAIN AnnualReport Montpellier INIBAP 1993 p 29-30

LOCKHART B E L Banana streak virus In PLOETZ RC ZENTMYER G A ANISHIJIMA W T ROHRBACHK G OHR H D (Ed) Compendium of tropical fruitdiseases Saint Paul The American PhytopathologicalSociet 1994 p 19-20

LOCKHART B E L Purification and serology of abaciliform virus associated with banana streak diseasePhytopathology Saint Paul v 76 n 10 p 995-999 Oct1986

LOCKHART B E L AUSTREY L J C Occurrence insugarcane of a bacilliform virus related serologically tobanana streak virus Plant Disease Saint Paul v 72 n 3p 230-233 Mar 1988

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgrowth and biossays with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 1962

OLIVEIRA R P SILVA S O Avaliaccedilatildeo de micropropagaccedilatildeocomercial em bananeira Pesquisa Agropecuaacuteria BrasileiraBrasiacutelia v 32 n 4 p 415-420 abr 1997

OLIVEIRA R P SILVEIRA D G SILVA S O Efeito dadesinfestaccedilatildeo e do uso de meios indicadores decontaminaccedilatildeo na micropropagaccedilatildeo de bananeira RevistaBrasileira de Fruticultura Jaboticabal v 22 n 1 p 57-61 abr 2000

OLIVEIRA R P SILVEIRA D G SILVA S O SILVA KM VILARINHOS A D Avaliaccedilatildeo da micropropagaccedilatildeode genoacutetipos diploacuteides triploacuteides e tetraploacuteides debananeira empregando protocolo utilizado em laboratoacuterioscomerciais Revista Brasileira de FruticulturaJaboticabal v 21 n 3 p 269-273 dez 1999

ORTIZ R The potential of AMMI analysis for fieldassessment of Musa genotypes to virus infectionHortscience Alexandria v 31 n 5 p 829-832 Sept 1996

RAMIREZ P RIVERA C Enfermedades virales in bananay plaacutetano In REUNIAtildeO DE LA ASSOCIACION PARA LACOOPERACION EN INVESTIGACION DE BANANO ENCARIBE Y EN AMERICA TROPICAL 10 1991 TabascoMemorias San Joseacute CORDANA 1994 p 223-230

Efeito do viacuterus das estrias da bananeira 79

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 74-79 2006

SOARES T M MEISSNER FILHO P E ROCHA H SEfeitos do viacuterus das estrias da bananeira na cultivar Caipira(AAA) In CONGRESSO BRASILEIRO DEFRUTICULTURA 16 2000 Fortaleza Anais FortalezaSociedade Brasileira de Fruticultura 2000 172 p 1CD-ROM

THOMAS J E SMITH M K KESSLING A G HAMILLS D Incosistent transmission of banana bunchy top virusin micropropagated bananas and its implication forgermplasm screening Australian Journal of AgriculturalResearch Collingwood v 46 n 3 p 663-671 1995

FOGACcedilA L A et al80

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

CARACTERIacuteSTICAS MORFOFISIOLOacuteGICAS DE BROTACcedilOtildeES DEAgapanthus umbellatus var minor MULTIPLICADAS EM

BIORREATOR DE IMERSAtildeO TEMPORAacuteRIA1

MORPHOLOGICAL AND PHYSIOLOGICAL CHARACTERISTICS Agapanthus umbellatus varminor OF SHOOTS PROPAGATED IN BIOREACTOR OF TEMPORARY IMMERSION

LUCIANA ALVES FOGACcedilA2 DENILSON DORTZBACH3 ANTONIO CARLOS ALVES4 ENIO LUIZ PEDROTTI5

1Parte da dissertaccedilatildeo de mestrado do primeiro autor junto ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Recursos Geneacuteticos vegetais CCA UFSC ndash Florianoacutepolis SC2Engenheira Agrocircnoma Mestre em Recursos Geneacuteticos Vegetais ndash CCAUFSC ndash UFSC Trindade ndash Florianoacutepolis SC ndash 88040-900 ndash lufogacapopcombr3Empresa Catarinense de Pesquisa Agropecuaacuteria ndash Rodovia Admar Gonzaga 1340 ndash Bairro Itacorubi Florianoacutepolis SC ndash denilsondtbolcombr4Engenheiro Agrocircnomo Professor Dr Departamento Fitotecnia ndash CCAUFSC ndash UFSC ndash alvesccaufscbr5Engenheiro Agrocircnomo Professor Dr Departamento Fitotecnia ndash CCAUFSC ndash UFSC ndashRodovia Admar Gonzaga 1346 ndash 88 040 900 ndash Florianoacutepolis- SC ndash pedrotticcaufscbr

RESUMOCom o presente trabalho objetivou-se estudar alguns

aspectos morfoloacutegicos e fisioloacutegicos de placircntulas de Agapanthusumbellatus LrsquoHeacuter var minor multiplicadas em biorreatores deimersatildeo temporaacuteria (BIT) Foram testadas quatro concentraccedilotildeesde sacarose no meio de cultura e duas intensidades luminosasem um total de oito tratamentos formando um fatorial 2 x 4 Odelineamento experimental utilizado foi inteiramentecasualizado Os resultados obtidos indicaram que as condiccedilotildeesambientais principalmente luz e concentraccedilatildeo de sacarose domeio de cultura influenciaram o desenvolvimento e o crescimentodas placircntulas quando multiplicadas Observou-se que a ausecircnciade sacarose mesmo no niacutevel mais elevado de intensidadeluminosa natildeo estimulou a fotossiacutentese das placircntulas Acombinaccedilatildeo de 30 gL-1 de sacarose e 70 mMm-2s-1 de luzproporcionou maior numero de folhas massa fresca e secaconcentraccedilatildeo de clorofila a b e total fatores estes que tecircmgrande influecircncia na fase de aclimatizaccedilatildeo

Termos para indexaccedilatildeo Plantas ornamentaismicropropagaccedilatildeo sacarose intensidade luminosa

ABSTRACTThe objective of the present work was to study

morphological and physiological characteristics of Agapanthusumbellatus LrsquoHeacuter var minor plantlets propagated in bioreactorof temporary immersion (BIT) Four sucrose concentrationsand two light intensities were analyzed totalizing eighttreatments The experimental design used was a completelyrandomized with a 2 x 4factorial The results indicated that theenvironment conditions mainly light and sucrose concentrationsof the culture medium influenced plantlets development andgrowth It was observed that the absence of sucrose even inthe highest level of light intensity had no stimuli on plantletphotosynthesis The combination of 30 g L-1 sucrose and 70mM m-2 s-1 light had promoted higher leaf number fresh anddry weight concentration of chlorophyll a b and total

parameters that present high influence during theacclimatizationrsquos phase

Index terms Ornamental plants micropropagation sucroselight intensity

INTRODUCcedilAtildeO

Agapanthus umbellatus var minor tambeacutem

conhecida como Agapantho ou Liacuterio do Nilo eacute uma

angiosperma da famiacutelia Amaryllidaceae pertencente agrave

ordem Liliales (BOTANY 2003) eacute uma espeacutecie ornamental

muito utilizada como flor de corte devido agrave sua durabilidade

No entanto o maior interesse econocircmico nesta espeacutecie

decorre do seu uso como forraccedilatildeo em jardins e praccedilas

(LORENZI amp SOUZA 1995)

Sua propagaccedilatildeo eacute tradicionalmente efetuada

atraveacutes da divisatildeo de touceiras No entanto esta teacutecnica

apresenta uma seacuterie de desvantagens visto que a taxa de

propagaccedilatildeo eacute baixa cerca de dez mudas por planta ao ano

aleacutem de possibilitar a dispersatildeo de pragas e doenccedilas que

poderatildeo ocorrer no viveiro de produccedilatildeo Sendo assim a

micropropagaccedilatildeo pode ser uma ferramenta muito

promissora para esta espeacutecie

O processo de micropropagaccedilatildeo induz a um grande

nuacutemero de mudanccedilas anatocircmicas morfoloacutegicas e

fisioloacutegicas que muitas vezes tem limitado o cultivo in vitro

de algumas espeacutecies (DESJARDINS 1993) A

(Recebido em 18 de julho de 2005 e aprovado em 25 de agosto de 2006)

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 81

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

heterogeneidade de respostas agraves placircntulas que ocorrem

na cultura de tecidos eacute promovida natildeo soacute por fatores

inerentes ao tecido vegetal (geneacuteticos e fisioloacutegicos) mas

tambeacutem por modificaccedilotildees do ambiente in vitro

As modificaccedilotildees do ambiente in vitro envolvem a

qualidade e intensidade de luz fotoperiacuteodo temperatura

umidade reguladores de crescimento exoacutegenos fonte de

carbono e estresse mecacircnico Estes satildeo determinantes na

morfogecircnese no crescimento e no desenvolvimento de

placircntulas in vitro (GEORGE 1996 KOZAI et al 1990

SALISBURY 1981) Aleacutem disso interferem no nuacutemero de

folhas teor de clorofila densidade estomaacutetica (LIAN et

al 2002 PREECE amp SUTTER 1991) na fotossiacutentese e na

fase de aclimatizaccedilatildeo (DESJARDINS et al 1995)

Um dos principais fatores que causam grande

influecircncia na fotossiacutentese de placircntulas cultivadas in vitro

eacute a intensidade luminosa (GALZY amp COMPAN 1992) A

quantidade e a qualidade da luz bem como o fotoperiacuteodo

podem afetar o crescimento e o desenvolvimento de

placircntulas in vivo (SMITH 1982) e placircntulas in vitro

(ECONOMOU amp READ 1987 VLAHOS et al 1992) Esta

influecircncia se deve ao grande impacto sobre o acuacutemulo de

pigmentos biossiacutentese de clorofila diferenciaccedilatildeo de

cloroplastos e anatomia da folha (DESJARDINS et al 1995)

Outro fator que vem sendo estudado e que pode

determinar um papel importante no controle da atividade

fotossinteacutetica de placircntulas in vitro eacute a utilizaccedilatildeo de

carboidratos exoacutegenos pois o crescimento da maioria das

culturas in vitro eacute sustentado pela sacarose ou outros

accediluacutecares adicionados ao meio de cultura (PREECE amp

SUTTER 1991) Estes podem ser utilizados pelas placircntulas

quando a taxa de fotossiacutentese natildeo permite assegurar um

balanccedilo positivo em carbono definindo assim uma nutriccedilatildeo

mixotroacutefica ou heterotroacutefica (GALZY amp COMPAN 1992)

Baseado na hipoacutetese de que a composiccedilatildeo do meio

de cultura e a intensidade luminosa influenciam a

morfologia e a fisiologia de placircntulas micropropagadas o

presente trabalho teve como objetivo estudar aspectos

morfoloacutegicos e fisioloacutegicos de placircntulas de Agapanthus

umbellatus LrsquoHeacuter var minor multiplicadas em biorreator de

imersatildeo temporaacuteria (BIT) Para tanto foi avaliado o

desenvolvimento e o crescimento desta espeacutecie durante a

fase de multiplicaccedilatildeo em funccedilatildeo da variaccedilatildeo de niacuteveis de

sacarose e intensidade luminosa

MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado no Laboratoacuterio de

Morfogecircnese e Bioquiacutemica Vegetal localizado no Centro

de Ciecircncias Agraacuterias da Universidade Federal de Santa

Catarina em Florianoacutepolis - SC

O trabalho consistiu de um ensaio onde foram

utilizadas brotaccedilotildees de Agapanthus umbellatus var minor

obtidas da terceira repicagem mantidas em meio geleificado

MS + 178 mM de BAP Apoacutes serem individualizadas e

padronizadas tendo o seu tamanho variando entre 25 e

30 cm de comprimento as brotaccedilotildees foram transferidas

para o BIT (ETIENNE amp BERTHOULY 2002) contendo 500

mL de meio liacutequido e sais de MS (MURASHIGE amp SKOOG

1962) em condiccedilotildees asseacutepticas suplementado com

concentraccedilatildeo de 89 mM de BAP O pH foi ajustado com

NAOH (1N) em 59 antes da autoclavagem (durante 15

minutos sob 121ordmC e 15 atm de pressatildeo) O delineamento

experimental utilizado no ensaio foi o inteiramente

casualizado Foram testados quatro concentraccedilotildees de

sacarose no meio de cultura (0 15 30 e 45) e duas

intensidades luminosas (70 e 140 mmolm-2s-1) providas

por lacircmpadas brancas fluorescentes (PHILIPS ndash TLT 40W)

em um total de oito tratamentos formando um fatorial 2 x 4

Cada tratamento foi composto por trecircs frascos (repeticcedilatildeo)

contendo 50 plantas cada um

Os frascos foram mantidos em sala de crescimento

com fotoperiacuteodo de 16 horas e temperatura meacutedia de 22ordmC

com variaccedilatildeo de plusmn 2ordmC por um periacuteodo de 60 dias

Apoacutes 60 dias de cultivo foram avaliadas as

seguintes caracteriacutesticas dos explantes nuacutemero e tamanho

das brotaccedilotildees (cm) nuacutemero de folhasbrotaccedilatildeo massa

fresca e seca (g) da parte aeacuterea e raiz utilizando-se amostras

de 25 placircntulas por repeticcedilatildeo escolhidas ao acaso

FOGACcedilA L A et al82

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

A determinaccedilatildeo do conteuacutedo de clorofila ldquoa b e

totalrdquo consistiu na coleta de amostras de 100 mg de massa

fresca As amostras foram incubadas com 70 mL de DMSO

(dimetilsulfoacutexido) sem maceraccedilatildeo por 30 minutos a 65degC

Apoacutes filtragem seu volume foi completado para 10 mL com

DMSO Desses extratos 2 mL foram analisados em

espectrofotocircmetro (UV - visiacutevel SHIMADZU) para os

valores de absorbacircncia entre 645 e 663 nm Os valores obtidos

foram submetidos agrave foacutermula de Arnon (1949) conforme

descrito por Hiscox amp Israelstam (1979) Chl a = (00127 X

D663) ndash (000269 X D645) e Chl b = (00229 X D645) ndash (000468

X D663) A clorofila total foi a soma da ldquoChl a e Chl brdquo de

cada tratamento foram utilizadas 25 amostras

A determinaccedilatildeo da densidade estomaacutetica (nuacutemero

de estocircmatos por mm2 de superfiacutecie foliar) foi realizada nas

amostras das quais extraiu-se a clorofila Apoacutes a extraccedilatildeo

da clorofila as folhas foram cortadas e somente o terccedilo

meacutedio das folhas foi usado para anaacutelise Em seguida foram

fixadas sobre lacircminas histoloacutegicas com a ajuda de uma

lamiacutenula e de algumas gotas de aacutegua esterilizada A

observaccedilatildeo foi realizada na epiderme das faces adaxial e

abaxial da folha com o auxiacutelio de um microscoacutepio oacutetico

(OLYMPUS CH30 ocular WH10 X 22) com um aumento

de 400 vezes e com um campo conhecido de 024 mm2 Para

cada lacircmina foram feitas leituras em cinco campos

Os dados obtidos foram avaliados por meio da

anaacutelise de variacircncia (ANOVA) seguindo o modelo para

experimento bifatorial inteiramente casualizado O nuacutemero

de brotaccedilotildees o nuacutemero de folhas e a densidade estomaacutetica

foram transformados em Oumlx+1 para a anaacutelise As meacutedias

dos tratamentos foram separadas pelo teste de comparaccedilatildeo

de meacutedias de Duncan a 5 de probabilidade conforme

recomendaccedilotildees de Stell amp Torrie (1980)

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

A concentraccedilatildeo de sacarose no meio de cultura

apresentou uma accedilatildeo positiva e interativa com a intensidade

luminosa na proliferaccedilatildeo de brotaccedilotildees (Tabela 1) visto

que a ausecircncia de sacarose no meio de cultura resultou

em insucesso no crescimento das placircntulas de Agapantho

principalmente nos primeiros dias Apoacutes o

desenvolvimento inicial (aproximadamente 10 dias) foi

constatada estagnaccedilatildeo no crescimento das placircntulas

seguido de atrofia e necrose das brotaccedilotildees Apoacutes 20 dias

de cultivo ocorreu a morte das brotaccedilotildees Isso mostrou

que folhas de placircntulas de Agapantho natildeo fixaram

carbono suficiente para sustentar seu crescimento na

ausecircncia de sacarose Portanto para a espeacutecie em estudo

foi necessaacuteria a adiccedilatildeo de uma fonte de carbono no meio

de cultura para o seu desenvolvimento in vitro Segundo

Capellades et al (1991) e Desjardins et al (1995) a total

remoccedilatildeo de carboidratos no meio de cultura para algumas

espeacutecies frequumlentemente torna-se prejudicial para o

crescimento das placircntulas o que pode prejudicar o

processo de micropropagaccedilatildeo e aclimatizaccedilatildeo pois

durante o cultivo in vitro as placircntulas perdem

parcialmente o autotrofismo e consequumlentemente

necessitam de uma fonte de carbono

O maior nuacutemero de brotaccedilotildees foi obtido com a

intensidade luminosa de 70 mmolm-2s-1 e a concentraccedilatildeo

de 45 gL-1 de sacarose (Tabela 1) Enquanto que com a

intensidade luminosa de 140 mmolm-2s-1 o maior nuacutemero

de brotaccedilotildees foi obtido com a concentraccedilatildeo de 30 gL-1 de

TABELA 1 ndash Nuacutemero de brotaccedilotildeesexplante de placircntulasde Agapanthus umbellatus var minor multiplicadasbiorreator de imersatildeo temporaacuteria suplementado comdiferentes concentraccedilotildees de sacarose e intensidadesluminosas no periacuteodo de 60 dias

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1)

Concentraccedilatildeo Sacarose (gL-1) 70 1 140 1

0 000 dA 00 dA 15 370 cB 544 cA 30 553 bB 651 aA 45 745 aA 585 bB

CV 67

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula nas colunase maiuacutescula nas linhas natildeo diferem significativamente peloteste de Duncan a 5 de probabilidade1 Observaccedilotildees transformadas segundo ( x+1)

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 83

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

sacarose Isso demonstrou um alto grau de mixotrofia dessa

espeacutecie

O tamanho das brotaccedilotildees e o nuacutemero de folhas

(Tabela 2) foram afetados apenas pelo efeito simples dos

fatores natildeo havendo interaccedilatildeo entre sacarose e luz O

maior tamanho das brotaccedilotildees foi alcanccedilada quando os

explantes foram submetidos a 15 gL-1 de sacarose e 140

mmolm-2s-1 de intensidade luminosa (Tabela 2) Verificou-

se tambeacutem que o aumento da concentraccedilatildeo desse

carboidrato no meio de cultura natildeo favoreceu o

alongamento das brotaccedilotildees Provavelmente o aumento

da intensidade luminosa favoreceu a taxa de fotossiacutentese

das placircntulas permitindo um balanccedilo positivo de carbono

afetando o crescimento e o desenvolvimento de placircntulas

in vitro (LEE et al 1995)

Por outro lado o maior nuacutemero de folhas de

Agapantho foi obtido na concentraccedilatildeo de 30 gL-1 de

sacarose (Tabela 2) A intensidade luminosa natildeo teve

influecircncia sobre essa variaacutevel Contrastando com os dados

obtidos no presente trabalho Konow amp Wang (2001)

determinaram que a intensidade luminosa de 40 mmolm-

2s-1 promoveu um aumento no nuacutemero de folhas de

Phalaenopsis enquanto placircntulas que se desenvolveram

em ambiente com intensidade de 10 e 80 molm-2s-1

apresentaram um menor nuacutemero de folhas Segundo os

autores o aumento no nuacutemero de folhas pode indicar que

TABELA 2 ndash Tamanho de brotaccedilotildees e nuacutemero de folhasbrotaccedilatildeo de placircntulas de Agapanthus umbellatus var minormultiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria suplementado com diferentes concentraccedilotildees de sacarose eintensidades luminosas no periacuteodo de 60 dias

Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas e colunas natildeo diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5 deprobabilidade

houve estiacutemulo da fotossiacutentese in vitro Outro efeito

observado em placircntulas de Agapantho neste trabalho foi

a presenccedila de folhas mais claras e vitrificadas (folhas com

aspecto viacutetreo pouco desenvolvidas aparecircncia suculenta

e translucente) na grande maioria das placircntulas

multiplicadas em meio suplementado com 15 gL-1 de

sacarose e intensidade luminosa de 70 mmolm-2s-1 Estes

resultados podem indicar que o aparato fotossinteacutetico natildeo

tenha se desenvolvido adequadamente (CAPPELADES et

al 1991 DESJARDINS et al 1995) afetando a acumulaccedilatildeo

de massa fresca Possivelmente a presenccedila de folhas

vitrificadas foi influenciada pelo uso de meio liacutequido pois

de acordo com George (1996) e Etienne amp Berthouly (2002)

o meio liacutequido favorece a produccedilatildeo de folhas vitrificadas

quando comparado com meio geleificado No entanto

observou-se que para os demais tratamentos em

concentraccedilotildees maiores de sacarose (30 e 45 gL-1) a

presenccedila de brotaccedilotildees vitrificadas foi rara ou nenhuma

Neste sentido o desenvolvimento de brotaccedilotildees com esta

caracteriacutestica pode estar relacionado agrave concentraccedilatildeo de

sacarose no meio e agrave diferenccedila osmoacutetica entre as brotaccedilotildees

e o meio de cultura (DEBERGH et al 1981) Este resultado

tambeacutem foi obtido na multiplicaccedilatildeo de rosas na qual onde

a reduccedilatildeo na concentraccedilatildeo de sacarose para 10 gL-1 na

fase de multiplicaccedilatildeo promoveu um aumento significativo

na presenccedila de plantas vitrificadas e quando submetidas

Tamanho de brotaccedilotildees (cm)

Nuacutemero de folhasbrotaccedilatildeo

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1) Concentraccedilatildeo Sacarose

(gL-1) 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia

0 000 000 000 d 000 000 000 d 15 275 396 335 a 407 408 408 b 30 295 295 295 b 414 404 409 a 45 245 220 233 c 400 408 404 c

Meacutedia 204 b 228 a 276 a 275 a

CV 2595 467

FOGACcedilA L A et al84

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

a concentraccedilotildees de 30 e 40 gL-1 a presenccedila de placircntulas

vitrificadas foi rara (LANGFORD amp WAINWRIGHT 1987)

Outro fator que possivelmente pode ter

influenciado a presenccedila de placircntulas vitrificadas in vitro

foi a baixa intensidade luminosa (GEORGE 1996) pois

placircntulas de Agapantho multiplicadas sob intensidade de

140 mmolm-2s-1 e 15 gL-1 de sacarose natildeo apresentaram

caracteriacutestica de vitrificaccedilatildeo Estes dados indicaram que o

aumento da intensidade luminosa evitou a presenccedila de

plantas vitrificadas aleacutem de proporcionar um incremento e

estiacutemulo na atividade fotossinteacutetica (GEORGE 1996)

A produccedilatildeo de massa fresca e seca das brotaccedilotildees

foram influenciadas pela interaccedilatildeo entre a concentraccedilatildeo

de sacarose e a intensidade luminosa (Tabela 3) Placircntulas

de Agapantho multiplicadas sob intensidade de 70

mmolm-2s-1 apresentaram a maior produccedilatildeo de massa

fresca e seca dentro das concentraccedilotildees de 30 gL-1 Nas

concentraccedilotildees de 15 e 45 gL-1 os resultados obtidos

foram inferiores (Tabela 3) Por outro lado quando se

aumentou a intensidade para 140 mmolm-2s-1 a melhor

produccedilatildeo de massa fresca e seca ocorreu dentro da

concentraccedilatildeo de 15 gL-1 de sacarose (Tabela 3) Verificou-

se assim que o aumento da concentraccedilatildeo de sacarose no

meio de cultura proporcionou efeitos negativos na

produccedilatildeo de massa fresca e seca quando as placircntulas

foram submetidas agrave intensidade luminosa mais elevada

TABELA 3 ndash Massa fresca e seca de brotaccedilotildees de Agapanthus umbellatus var minor multiplicadas em biorreator de imersatildeotemporaacuteria suplementado com diferentes concentraccedilotildees de sacarose e intensidades luminosas no periacuteodo de 60 dias

Tais resultados corroboram as afirmaccedilotildees feitas referentes

agrave variaacutevel nuacutemero de brotaccedilotildees em que demonstrou-se

que foi possiacutevel reduzir a concentraccedilatildeo de sacarose em

maiores intensidade luminosas confirmando o grau de

mixotrofia

Ao analisar a concentraccedilatildeo de clorofila em

folhas de Agapantho verificou-se que natildeo houve

interaccedilatildeo significativa entre as concentraccedilotildees de

sacarose e intensidade luminosa Os teores de clorofila

a b e total (Tabela 4) foram maiores nas concentraccedilotildees

de 30 gL-1 sacarose Serret et al (1995) mostraram que

o aumento da concentraccedilatildeo de accediluacutecares (30 gL-1) no

meio de cultura promoveu maior produccedilatildeo de clorofila

impedindo a fotoinibiccedilatildeo realizaccedilatildeo de fotossiacutentese e

aumento do ganho de massa em plantas de Gardecircnia

cultivadas in vitro

Em relaccedilatildeo ao efeito da intensidade luminosa natildeo

houve efeito deste fator sobre essas variaacuteveis ainda que

Economou amp Read (1987) Galzy amp Compan (1992) Vlahos

et al (1992) George (1996) tenham observado que a

intensidade luminosa eacute um fator que estaacute estreitamente

relacionado agrave siacutentese de clorofila No entanto no presente

trabalho sugere-se a menor intensidade 70 mmolm-2s-1 com

o objetivo de que natildeo ocorra um aumento na velocidade

de decomposiccedilatildeo da clorofila com intensidade mais

elevada

Meacutedias seguidas pela mesma letra minuacutescula nas colunas e maiuacutescula nas linhas natildeo diferem significativamente peloteste de Duncan a 5 de probabilidade

Massa fresca (g)

Massa seca (g)

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1) Concentraccedilatildeo

Sacarose (gL-1) 70 140 70 140

0 000 dA 00 dA 000 dA 000 dA 15 067 cB 106 aA 0069 cB 0109 aA 30 082 aA 076 bB 0085 aA 0081 bB 45 075 bA 049 cB 0078 bA 0051 cB

CV 2873 2655

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 85

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

TABELA 4 ndash Concentraccedilotildees de clorofila a b e total (mgg massa fresca) em folhas de Agapanthus umbellatus varminor multiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria por um periacuteodo de 60 dias submetidas a 4 concentraccedilotildees desacarose e dois niacuteveis de intensidade luminosa

Clrofila a (mgg massa fresca)

Clrofila b (mgg massa fresca)

Clrofila total (mgg massa fresca)

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1) Concentraccedilatildeo

Sacarose (gL-1) 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia

0 000 000 000 d 000 000 000 d 000 000 000 d 15 211 248 295 c 089 076 083 c 301 325 313 c 30 502 509 505 a 200 211 205 a 703 721 710 a 45 486 420 453 b 195 179 187 b 682 633 658 b

Meacutedia 299 a 294 a 121 a 116 a 421 a 420 a

CV 740 820 850

Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas e colunas natildeo diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5 deprobabilidade

Em relaccedilatildeo aos estocircmatos atraveacutes de

observaccedilatildeo microscoacutepica foi possiacutevel verificar que o

Agapantho possui folhas com caracteriacutest ica

anfiestomaacutetica caracterizada pela presenccedila de

estocircmatos em ambas as faces (face abaxial e adaxial)

Esta caracteriacutestica tem sido considerada como um

mecanismo adaptativo para maximizar a condutacircncia

de CO2 quando luz e aacutegua satildeo fatores limitantes

(KRAMER 1969)

Atraveacutes da anaacutelise estatiacutestica para densidade

estomaacutetica da face adaxial verificou-se que natildeo houve

interaccedilatildeo entre os fatores sacarose e intensidade

luminosa havendo portanto efeito isolado dos fatores A

maior densidade estomaacutetica da face abaxial foi obtida na

concentraccedilatildeo de 45 gL-1 (Tabela 5) Natildeo houve efeito da

intensidade luminosa para essa variaacutevel Por outro lado

a maior densidade estomaacutetica na face adaxial foi obtida

na concentraccedilatildeo de 45 gL-1 de sacarose e 140 mmolm-2s-1

de intensidade luminosa (Tabela 5) verificando a

influecircncia positiva da intensidade luminosa para essa

variaacutevel

As folhas de placircntulas multiplicadas na

concentraccedilatildeo de 15 gL-1 de sacarose apresentaram menor

densidade estomaacutetica em ambas as faces (Tabela 5) com

formato anormal largos e salientes caracteriacutesticas estas

natildeo desejaacuteveis pois segundo Preece amp Sutter (1991)

uma alteraccedilatildeo a niacutevel estrutural eou morfoloacutegico podem

impedir o funcionamento do aparelho estomaacutetico e grande

parte dos estocircmatos assim formados satildeo incapazes de se

fechar

Possivelmente este resultado se deve agraves

caracteriacutesticas de vitrificaccedilatildeo que as folhas do

tratamento 15 gL-1 de sacarose e 70 mmol m-2s-1 de

intensidade luminosa apresentaram (BLANKE amp

BELCHERL 1989) e a falta de energia armazenada no

explante com a falta de carbono que eacute proveniente da

sacarose adicionada ao meio de cultura (DESJARDINS

et al 1995) Estes resultados corroboram os obtidos

por Vintildea et al (2001) que demonstraram que folhas

vitrificadas de abacateiro apresentaram estocircmatos

grandes com saliecircncia ceacutelulas subsidiaacuterias assimeacutetricas

e deformadas e seu ostiacuteolo completamente aberto Tal

anomalia pode ser atribuiacuteda agrave perda da elasticidade das

paredes das ceacutelulas-guarda o que impediria o seu

movimento de abertura e fechamento que

consequumlentemente afeta o desenvolvimento das

placircntulas ao serem transferidas para condiccedilotildees ex vitro

atraveacutes da excessiva perda de aacutegua

FOGACcedilA L A et al86

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

TABELA 5 ndash Densidade estocircmatica (estocircmatosmm2) da face adaxial e abaxial de folhas de Agapanthus umbellatus varminor multiplicadas em biorreator de imersatildeo temporaacuteria suplementado com diferentes concentraccedilotildees de sacarose eintensidade luminosa por um periacuteodo de 60 dias

Densidade estomaacutetica (estocircmatosmm2) Epiderme da face Adaxial Epiderme da face Abaxial

Intensidade Luminosa ( molm-2s-1)

Concentraccedilatildeo Sacarose(gL1) 70 140 Meacutedia 70 140 Meacutedia

0 000 000 000 d 000 000 000 d 15 2587 3026 2802 c 3408 4752 4053 c 30 6524 5628 6064 b 9977 8584 9268 b 45 5412 7016 6188 a 8809 10807 9783 a

Meacutedia 2856 b 3089 a 4256 a 4705 a CV 1474 1206

Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas e colunas natildeo diferem significativamente pelo teste de Duncan a 5 deprobabilidade

CONCLUSAtildeO

Condiccedilotildees ambientais tais como intensidade

luminosa e concentraccedilatildeo de sacarose adicionada ao meio

de cultura influenciaram no desenvolvimento e

crescimento das placircntulas de Agapanthus umbellatus

var minor quando multiplicadas em meio liacutequido no BIT

Placircntulas de Agapantho foram incapazes de se

desenvolver em meio sem sacarose sendo portanto

necessaacuteria a adiccedilatildeo de uma fonte de carbono visto que a

espeacutecie em estudo apresentou uma taxa de fotossiacutentese

incapaz de assegurar um balanccedilo positivo em carbono

Houve uma grande variaccedilatildeo nas respostas obtidas

no entanto fazendo uma avaliaccedilatildeo em conjunto das

variaacuteveis recomenda-se 30 gL-1 de sacarose e intensidade

luminosa de 70 mmolm-2s-1 No entanto deve-se ressaltar

que estudos mais aprofundados devem ser conduzidos

para verificar o efeito destas combinaccedilotildees sobre o

desempenho de placircntulas durante a fase de aclimatizaccedilatildeo

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

BLANKE M M BELCHER A R Stomata of apple leavescultured in vitro Plant Cell Tissue and Organ CultureAmsterdam v 19 n 1 p 85-89 1989

BOTANY Disponiacutevel em lthttpwwwbotanycomgt Acessoem 20 nov 2003

CAPELLADES M LEMEUR R DEBERGH P Effects ofsucrose on starch accumulation and rate of photosynthesisin Rosa cultured in vitro Plant Cell Tissue and OrganCulture Amsterdam v 25 n 1 p 21-26 Apr 1991

DEBERGH P HARBAOUI Y LEMEUR R Masspropagation of globe artichoke (Cynara Scolymus)Evaluation of different hypoteses to overcome vitrificationwith special reference to water potencial PhysiologyPlantarum Copenhagen v 53 n 2 p 181-187 1981

DESJARDINS Y Overevieww of factors influencingphotosynthesis of micropropagated plants and their effecton acclimatization In CARRE F CHAGVARDIEFF P(Ed) Ecophysiology and photosynthetic in vitro culturesFrance CEA 1993 p145-160

DESJARDINS Y HDIDER C RICK J de Carbon nutritionin vitro - regulation and manipulation of carbon assimilationin micropropagated systems In CHRISTIE J A KOZAIT SMITH M A L Automation and environmental controlin plant tissue Culture 1995 p 441-471

ECONOMOU A S READ P E Light treatments toimprove efficiency of in-vitro propagation systemsHortScience Alexandria v 22 n 5 p 751-754 Oct 1987

ETIENNE H BERTHOULY M Temporary immersionsystems in plant micropropagation Plant Cell Tissue andOrgan Culture Amsterdam v 69 n 3 p 215-231 June2002

Caracteriacutesticas morfofisioloacutegicas de brotaccedilotildees 87

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 80-87 2006

GALZY R COMPAN D Remarks on mixotrophic andautotrophic carbon nutrition of Vitis plantlets cultured invitro Plant Cell Tissue and Organ Culture Amsterdamv 31 n 3 p 239-244 Dec 1992

GEORGE E F Plant propagation by tissue culture 2 edEversley Exergetics 1996 v2 1361 p

HISCOX J D ISRAELSTAM G F A method for theextration of chlorophyll from leaf tissue without macerationCanadian Journal Botanic Ottawa v 57 n 12 p 1332-1334 1979

KONOW E A WANG Y T Irradiance levels affect invitro and greenhouse growth flowering and phosyntheticbehavior of a hybrid Phalaenopsis Orquid Journal ofAmerican Society for Horticultural Science Alexandriav 126 n 5 p 531-536 Sept 2001

KOZAI T OK H FUJIWARA K Photosyntheticcharacteristic of Cymbidium plantlets in vitro Plant CellTissue and Organ Culture Amsterdam v 22 n 3 p 205-211 Sept 1990

KRAMER P J Plant and soil water relationship modernsynthesis New York Mc Graw Hill 1969 538 p

LANGFORD P J WAINERIGHT H effect of sucroseconcentration on the photosynthetic ability of rose shoots invitro Annals Botany London v 60 n 6 p 663-640 Dec 1987

LEE N WETZSTEIN Y SOMMER H E Effect ofquantum flux density on photosynthesis and chloroplastultrastructure in tissue-cultured plantlets and seelings ofLiquidambar stvraciflua L towards improvedacclimatization and field survival Plant PhysiologyRockville v 78 n 3 p 637-641 1995

LIAN M L MURTHY H N PAEK K Y Culture methodand photosynthetic photon flux affect photosynthesis growthand survival of Limonium ldquoMisty Bluerdquo in vitro ScientiaHorticulture Amsterdam v 95 n 3 p 239-249 Sept 2002

LORENZI H SOUZA H M de Plantas ornamentais noBrasil arbustivas herbaacuteceas e trepadeiras Nova OdessaEditora Plantarum 1995 734 p

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgroth and biossay with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-497 1962

PREECE J E SUTTER E Acclimatization ofmicropropagated plants to the greenhouse and field InDEBERGH P ZIMMERMAN R (Ed) Micropropagationtechnology and application Dordrecht 1991 p 71-94

SALISBURY F B Responses to photoperiod In PITSONA ZIMMERMANN M H (Ed) Encyclopedia of plantphysiology Berlin Springer-Verlang 1981 p 134-167 (Newseries 12 A)

SERRET M D TRILLAS M I ARAUS J L The effectof sucrose and light levels on stable carbon isotopecomposition and photosynthetic pigments of gardenialeaflets in vitro In CARRE F CHAGVARDIEFF P (Ed)Ecophysiology and photosynthetic in Vitro culturesCadarache CEA 1995 p 169-172

SMITH H Light quality photoperception and plantstrategy Annual Review of Plant Physiology Palo Alto v33 p 481-518 1982

STELL R G D TORRIE J H Principles and preceduresof statistics a biometrical approach 2 ed New YorkMacgraw-Hill 1980 633 p

VLAHOS J C MARTAKIS G F P HEUVELINK EDaylength light quality and temperature influence growthand development of Achumenes HortScience Alexandriav 27 n 12 p 1269-1271 Dec 1992

VINAtilde G de la MUNtildeOZ B ALFARO F P Effect of culturemedia and irradiance level on growth and morphology ofPersea americana Mill microcuttings Plant Cell Tissueand Organ Culture Amsterdam v 65 n 3 p 229-237 2001

SOUZA G de F M V e et al88

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

CAPACIDADE DE REGENERACcedilAtildeO IN VITRO DE TOMATEIROCULTIVAR SANTA CLARA

IN VITRO REGENERATION CAPACITY OF TOMATOPLANT CULTIVAR SANTA CLARA

GLAUCIA DE FATIMA MOREIRA VIEIRA E SOUZA1 JOSEacute MAGNO QUEIROZ LUZ2 ALCIONE SILVA ARRUDA3DENISE GARCIA SANTANA2 MARIANA DE SOUZA E SILVA DA COSTA TEIXEIRA4

LUCIANA LONDE5 ADELAIDE SIQUEIRA SILVA6 ELISAcircNGELA RODRIGUES FIGUEIRA7

1Mestranda em Fitotecnia ndash UFU ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash gfmvsyahoocombr2Professor Dr Instituto de Ciecircncias Agraacuterias ndash UFUICIAG ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash jmagnoumuaramaufubr3Dra em Geneacutetica e Bioquiacutemica Professora contratada da UEG ndash Unidade Universitaacuteria de Ipameri ndash Rodovia GO 330 Km 24 ndash Anel Viaacuterio SN ndash 75780-000 ndash Ipameri GO ndash asarrudahotmailcom4Engenheira Agrocircnoma ndash UFU ndash Conab Sede - SGAS 901 Bloco ldquoArdquo Lote 69 - Asa Sul ndash 70390-010 ndash Brasiacutelia DF ndash marisouza81yahoocombr5Dra em Geneacutetica e Bioquiacutemica ndash IGBUFU ndash Av Paraacute 1720 ndash Campus Umuarama ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash llondebolcombr6Mestranda em AgronomiaFitotecnia ndash UFUICIAG ndash Bolsista FAPEMIG ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash adelaidebioyahoocombr7Mestre em AgronomiaFitotecnia ndash UFUICIAG ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash Elis_figueirayahoocombr

RESUMOA cultivar de tomateiro Santa Clara (Lycopersicon

esculentum Mill) foi avaliada quanto ao seu potencial deregeneraccedilatildeo in vitro a partir de trecircs tipos de explantes e trecircsmeios de cultura seguidos de trecircs repicagens Os explantes foramcotileacutedone decapitado cotileacutedone fendido e cotileacutedone aparadonas extremidades Os meios de cultura foram MI macro emicronutrientes do MS vitaminas B5 de Gamborg et al (1968)suplementado com 30 gL de sacarose e de 8 gL de aacutegar pH 58MII meio MI suplementado com 1 mgL de BAP e 30 gL deglicose MIII meio MI suplementado com 25 mgL de BAP e02 mgL de AIA Para as repicagens foi utilizado o meio MIsuplementado com 05 mgL 08 mgL e 10 mgL de BAP paraa primeira segunda e terceira repicagens respectivamente Noenraizamento foi usado o meio MI suplementado com 05 mgL de AIA e as placircntulas enraizadas foram transferidas parasubstrato comercial Plantimax esterilizado e aclimatadas emlaboratoacuterio A maior induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo tanto de calosquanto de brotos foi observada nos meacutetodos cotileacutedone fendidoe cotileacutedone aparado quando colocados no meio MIII no entantoa induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo foi mais raacutepida quando usado cotileacutedonedecapitado indicando um alto potencial de organogecircneseespontacircnea sendo que o meio MI foi o melhor Os resultadosobtidos com as diferentes concentraccedilotildees de BAP nos trecircs ciclosde repicagem natildeo diferiram entre si e 82 das plantas enraizadasaclimataram-se com sucesso

Termos para indexaccedilatildeo Lycopersicon esculentummelhoramento do tomateiro cultura de tecidos

ABSTRACTThe tomato plant cultivar lsquoSanta Clararsquo (Lycopersicon

esculentum Mill) was evaluated as for its in vitro potential ofregeneration using three types of explants and three culture media

following three pricking-outs The explants were as followsdecapitated cotyledon split cotyledon and rim-trimmedcotyledon The culture media were MI MS macro andmicronutrients vitamins B5 of Gamborg et al (1968)supplemented with 30gL sucrose and 8gL agar pH 58 MIImedium MI supplemented with 1 mgL BAP and 30 gL glucoseMIII medium MI supplemented with 25 mgL BAP and 02mgL IAA For the pricking-outs the media MI wassupplemented with 05 mgL 08 mgL and 10 mgL BAP forthe first second and third pricking out respectively As forrooting the MI medium was supplemented with 05 mgL IAAand the rooted seedlings were transplanted to the sterilizedcommercial substrate Plantimax and then acclimatized inlaboratory Higher callus induction and sprout regeneration wasobserved for the methods of split and rim-trimmed cotyledonplaced into medium MIII Nevertheless the induction forregeneration was much faster when the decapitated cotyledonmethod was used indicating a high potential of spontaneousorganogenesis in which the media MI was the best The resultsobtained with the different concentrations of BAP in the threecycles of pricking-out did not differ among themselves and 82of the rooted plants were acclimatized successfully

Index terms Lycopersicon esculentum tomato breeding tissueculture

INTRODUCcedilAtildeO

O tomate pertence ao gecircnero Lycopersicon e a

espeacutecie cultivada cosmopolita eacute botanicamente

denominada de Lycopersicon esculentum (FILGUEIRA

2000) As cultivares atualmente plantadas podem ser

(Recebido em 03 de outubro de 2003 e aprovado em 04 de setembro de 2006)

Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro 89

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

reunidas em cinco grupos Santa Cruz Salada Cereja

Italiano Agroindustrial No presente trabalho foi utilizada

a cultivar Santa Clara do grupo Santa Cruz pois ela continua

sendo a cultivar mais plantada no Brasil

A tomaticultura estaacute associada a seacuterios problemas

fitossanitaacuterios sobretudo viroses aleacutem do ataque de

fungos bacteacuterias e insetos praga Cria-se com isto a

necessidade de se pesquisar novas alternativas ou

obtenccedilatildeo de novos genoacutetipos com resistecircncia muacuteltipla a

doenccedilas e pragas entre essas os estudos sobre

regeneraccedilatildeo e transformaccedilatildeo geneacutetica (FAacuteRI et al 2000)

A engenharia geneacutetica abriu uma nova perspectiva

para o melhoramento geneacutetico do tomateiro a partir do

final da deacutecada de 80 (WIJBRANDI amp BOTH 1993)

visando aumentar a produtividade e melhorar a qualidade

por meio da obtenccedilatildeo de resistecircncia a estresses bioacuteticos e

abioacuteticos A cultura de tecidos destaca-se durante o

processo de realizaccedilatildeo das teacutecnicas de transformaccedilatildeo

geneacutetica pois eacute necessaacuterio induzir gemas vegetativas e

em seguida regenerar brotos alongados e plantas

completas a partir de ceacutelulas ou tecidos geneticamente

modificados

Para a otimizaccedilatildeo de protocolos para o tomateiro

alguns fatores que afetam a eficiecircncia de transformaccedilatildeo

tecircm sido examinados dentre eles o tamanho do explante e

o tipo de explante hipocoacutetilo ou cotileacutedone (FRARY amp

EARLE 1996)

No Brasil haacute poucos trabalhos na aacuterea de

regeneraccedilatildeo in vitro e de transformaccedilatildeo geneacutetica de

cultivares de tomateiro e pouco se conhece sobre a

capacidade de regeneraccedilatildeo das principais cultivares

brasileiras (FAacuteRI et al 2000) Alguns pesquisadores como

Faria amp Illg (1993) analisaram a regeneraccedilatildeo in vitro de

algumas espeacutecies e cultivares de tomateiro observando

uma baixa capacidade morfogecircnica das cultivares se

comparadas com a espeacutecie selvagem Lycopersicon

pimpinellifolium (L) P Miller

Com este trabalho objetivou-se teve como objetivo

avaliar o potencial de regeneraccedilatildeo in vitro da cultivar Santa

Clara do grupo Santa Cruz a partir de diferentes tipos de

explantes e meios de cultura criando e otimizando

protocolos para sua regeneraccedilatildeo in vitro

MATERIAL E MEacuteTODOS

No Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos Vegetais do

Instituto de Geneacutetica e Bioquiacutemica da Universidade Federal

de Uberlacircndia foi avaliada a capacidade de regeneraccedilatildeo

in vitro do tomateiro cultivar Santa Clara usando trecircs

tipos de explantes e trecircs meios de cultura seguido de trecircs

repicagens O experimento foi realizado em delineamento

em blocos casualizados em esquema fatorial (3x3) com trecircs

repeticcedilotildees As plantas regeneradas foram enraizadas e

aclimatadas em laboratoacuterio

Sementes comerciais da cultivar Santa Clara apoacutes

serem desinfestadas por um minuto em aacutelcool etiacutelico a 96

e em hipoclorito de soacutedio comercial a 20 (vv) com duas

gotas de detergente comercial durante 25 minutos foram

enxaguumladas 5 vezes em aacutegua bidestilada esterilizada e

inoculadas em meio MS 100 (MURASHIGE amp SKOOG

1962) solidificado com 7 g L-1 de aacutegarndashaacutegar por sem

reguladores de crescimento O meio foi distribuiacutedo em

frascos de vidro esteacutereis utilizados para cultura de tecidos

com 30 mL de meio MS As culturas foram mantidas em

sala de crescimento com temperatura de 25+2 ordmC

fotoperiacuteodo de 16 horas e luminosidade de 50 mmol m-2s-

1 As placircntulas obtidas aos 14 15 e 20 dias apoacutes a semeadura

foram usadas como fonte de explantes para os blocos 1 2

e 3 respectivamente Os explantes foram inoculados de

acordo com os meacutetodos descritos a seguir em placas de

Petri devidamente esterilizadas e autoclavadas contendo

30 mL de meio de cultura com 16 unidades por tipo de

explante por meio de cultura utilizado Cada 16 explantes

constituiu uma parcela do experimento sendo composta

por duas placas de Petri cada uma com 8 explantes

Os tipos de explantes foram os seguintes

A - que consistiu na decapitaccedilatildeo de placircntulas onde

essa decapitaccedilatildeo ocorreu diretamente abaixo do noacute do

cotileacutedone ficando o hipocoacutetilo com as radiacuteculas

SOUZA G de F M V e et al90

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

B - meacutetodo de cotileacutedones fendidos os cotileacutedones

foram fendidos ao longo da nervura central da extremidade

ateacute sua metade de acordo com o protocolo de Faacuteri et al

(2000)

C - cotileacutedones foram aparados e seguiu-se o

protocolo descrito por Redenbaugh et al (1992) Os

cotileacutedones aparados nas extremidades distal e proximal

(aacutepice e peciacuteolo) foram inoculados com a face abaxial em

contato com o meio

Foram realizadas trecircs repicagens para alongar os

brotos Cerca de 30 dias apoacutes a inoculaccedilatildeo dos explantes

foi realizada a primeira repicagem Os intervalos entre as

repicagens foram em torno de 5 semanas

Os tratamentos consistiram na inoculaccedilatildeo dos trecircs

tipos de explantes descritos nos trecircs meios de cultura

abaixo com trecircs repeticcedilotildees por tratamento

Meio MI macro e micronutrientes de Murashige amp

Skoog (1962) e vitaminas B5 de Gamborg et al (1968)

suplementado com 30 gL de sacarose e de 8 gL de aacutegar-

aacutegar pH 58 meio MII meio de cultura MI suplementado

com 1 mgL de zeatina e 30 gL de glicose conforme

McCormick (1991) meio MIII meio de cultura MI

suplementado com 25 mgL de BAP e 02 mgL de AIA

segundo Rhim et al (1995)

Para as repicagens foi utilizado o meio MI

suplementado com 05 mgL 08 mgL e 10 mgL de BAP

para a primeira segunda e terceira repicagens

respectivamente

Para enraizamento foi usado o meio MI

suplementado com 05 mgL de AIA As placircntulas

enraizadas foram transferidas para substrato comercial

Plantimax esterilizado e aclimatadas em laboratoacuterio

Os brotos com 2 cm de comprimento foram

transferidos para o meio de enraizamento citado e

permaneciam nesse meio durante 15 dias Apoacutes esse periacuteodo

os brotos eram transplantados para substrato comercial

Plantimax autoclavado irrigados com aacutegua uma a duas

vezes por dia ateacute a aclimataccedilatildeo A aclimataccedilatildeo ocorreu em

torno de 20 dias em condiccedilotildees de laboratoacuterio

Avaliou-se a induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo o

alongamento de brotos e o enraizamento e aclimataccedilatildeo

das plantas regeneradas

Os dados de contagem foram transformados para

50x As anaacutelises de normalidade e homogeneidade

foram realizadas pelo software Prophet Os dados obtidos

foram submetidos agrave anaacutelise de variacircncia e as meacutedias

comparadas pelo teste de Tukey ao niacutevel de 5 de

probabilidade pelo software SANEST (ZONTA amp

MACHADO 1989)

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Para cotileacutedone decapitado ocorreu um iniacutecio de

formaccedilatildeo de calosidade por volta de 10 dias apoacutes inoculaccedilatildeo

e o surgimento de brotos ocorreu cerca de 12 dias depois da

inoculaccedilatildeo sem a formaccedilatildeo de calos propriamente ditos A

induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo foi mais raacutepida quando usado esse

tipo de explante indicando um alto potencial de

organogecircnese espontacircnea sendo que o meio MI foi o melhor

para a induccedilatildeo e nuacutemero total de brotos (Tabela 1)

No cotileacutedone fendido o iniacutecio de formaccedilatildeo de

calosidade aconteceu com aproximadamente 10 dias apoacutes

inoculaccedilatildeo Por volta de 18 dias depois da inoculaccedilatildeo

iniciou-se o surgimento de brotos e jaacute existiam calos

formados Para esse tipo de explante nos meios MI e MII

ocorreu apenas a formaccedilatildeo de calos enquanto no meio

MIII ocorreu a formaccedilatildeo de calos e calos com brotos sendo

alto o nuacutemero total de brotos (Tabela 1) Supotildee-se que a

maior superfiacutecie de corte tenha influecircncia significativa

sobre esse fenocircmeno onde a maior superfiacutecie de corte do

cotileacutedone resulta em maior capacidade de regeneraccedilatildeo

(FAacuteRI et al 1995b)

No cotileacutedone aparado com cerca de 10 dias apoacutes

inoculaccedilatildeo ocorreu o iniacutecio de formaccedilatildeo de calos e 20 dias

depois da inoculaccedilatildeo ocorreu o surgimento de brotos e jaacute

existiam calos formados Para esse tipo de explante nos

meios MI MII e MIII ocorreu a formaccedilatildeo de calos no

entanto apenas no meio MIII ocorreu a formaccedilatildeo de calos

com brotos (Tabela 1)

Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro 91

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

TABELA 1 ndash Frequumlecircncia de induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo in vitro da cultivar Santa Clara do grupo Santa Cruz UberlacircndiaUFU 2001

Dados seguidos de mesma letra nas colunas (abc) e nas linhas (AB) natildeo diferem entre si a 5 de probabilidade peloteste de TukeyA diferenccedila entre o nordm de explantes de um meacutetodo para outro eacute devida a parcelas (ou parte delas) perdidas

Nos trecircs ciclos de repicagens a capacidade de

alongamento dos brotos foi igual indicando que as

concentraccedilotildees de BAP natildeo diferiram estatisticamente entre

si dentro de cada tipo de explante Em relaccedilatildeo ao nuacutemero

de brotos alongados na primeira e terceira repicagens o

cotileacutedone decapitado apresentou maior nuacutemero jaacute na

segunda repicagem natildeo houve diferenccedila entre os tipos de

explantes (Tabela 2)

As plantas apoacutes serem enraizadas foram

transferidas para aclimataccedilatildeo obtendo-se 82 de plantas

aclimatadas Cerca de 20 dias apoacutes transplantio para o

substrato as plantas jaacute estavam aclimatadas

Apoacutes a terceira repicagem ainda existiam cerca de

334 brotos para serem novamente repicados e 51 brotos

prontos para serem enraizados perfazendo um total geral

de 549 brotos obtidos ateacute a fase estudada

Para o tipo de explante cotileacutedone decapitado foram

obtidos 181 brotos equivalentes a 174 brotos por explante

Para o explante cotileacutedone fendido o nuacutemero de brotos por

Tipos de Explantes Variaacuteveis Meios Cotileacutedone decapitado Cotileacutedone fendido Cotileacutedone aparado

I 396 aA 050 cB 142 bB II 000 bB 632 bA 672 aA Nordm de explantes

com calos III 000 bB 1599 aA 597 bB I 1095 aA 000 bB 000bB II 050 bA 000 bA 000 bA Nordm de explantes

com brotos III 130 bB 1217 aA 850 aA I 396 aA 050 cB 169 cB II 000 bB 632 bA 645 bA Nordm total de

calos III 000 bB 3630 aA 2655 aA I 1850 aA 000 bB 000 bB II 050 bA 000 bA 000 bA Nordm total de

brotos III 130 bB 2760 aA 2934 aA I 48 32 40 II 32 40 32 Nordm de

explantes III 24 40 48 Total de explantes 104 112 120

explante foi igual a 145 e para o cotileacutedone aparado foram

obtidos 170 brotos por explante Esses resultados foram

semelhantes aos obtidos por Faacuteri et al (2000) para as

cultivares IPA-5 e IPA-6 os quais concluiacuteram que a

utilizaccedilatildeo de cotileacutedones fendidos e cotileacutedones aparados

produziram uma regeneraccedilatildeo alta e onde a maior induccedilatildeo

foi conseguida utilizando-se um meio igual ao MIII utilizado

nesse experimento A induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo tambeacutem foi

mais raacutepida quando usado cotileacutedone decapitado indicando

um alto potencial de organogecircnese espontacircnea A cultivar

Santa Clara mostrou-se mais eficiente na formaccedilatildeo de

brotos alongados observados na primeira repicagem

enquanto as cultivares utilizadas por Faacuteri et al (2000) IPA-

5 e IPA-6 necessitaram de duas repicagens para o

alongamento dos brotos no entanto a cultivar IPA-5

mostrou-se mais eficiente na produccedilatildeo de brotos por

explante Faacuteri et al (2000) utilizaram zeatina durante os trecircs

ciclos de repicagem enquanto nesse experimento foi

utilizado BAP

SOUZA G de F M V e et al92

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

TABELA 2 ndash Capacidade de alongamento e enraizamento de brotos da cultivar Santa Clara durante os trecircs ciclos derepicagem Uberlacircndia UFU 2001

Dados seguidos de mesma letra nas colunas (ab) e nas linhas (AB) natildeo diferem entre si a 5 de probabilidade peloteste de TukeyTipos de explantes A - cotileacutedone decapitado B - cotileacutedone fendido C - cotileacutedone aparado

Os resultados aqui obtidos tambeacutem foram

semelhantes aos de Faacuteri et al (1995b) que trabalhando

com transformaccedilatildeo geneacutetica da berinjela (Solanum

melongena L) observaram que a maior superfiacutecie de corte

do cotileacutedone resultou em maior capacidade de

regeneraccedilatildeo Tambeacutem foram obtidos resultados

semelhantes aos de Nogueira et al (2001) que estudando

a regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro Santa Clara utilizando

como explantes cotileacutedones concluiacuteram que o meio com

uma combinaccedilatildeo adequada de auxina e citocinina (10 mg L-

1 de zeatina e 01 mg L-1 de AIA) promoveu uma maior

meacutedia de regeneraccedilatildeo e um maior nuacutemero meacutedio de brotaccedilotildees

por explante Costa et al (2000) trabalhando com as

cultivares IPA-5 e IPA-6 chegaram a uma conclusatildeo

semelhante onde meio suplementado com 10 mg L-1 de

zeatina + 01 mg L-1 de AIA e meio suplementado com 25

mg L-1 de BAP + 02 mg L-1 de AIA determinaram a maior

frequumlecircncia de regeneraccedilatildeo de explantes cotiledonares e

tambeacutem um maior nuacutemero de brotos alongados por explante

McCormick et al (1986) pesquisando a morfogecircnese

in vitro de L esculentum observaram que a presenccedila de 25

mg L-1 de BAP e 10 mg L-1 de AIA ou 10 mg L-1 de BAP e

02 mg L-1 de AIA produziu um maior nuacutemero de ramos por

explante a partir de explantes de cotileacutedones e hipocoacutetilos

Ohki et al (1978) utilizando segmentos de hipocoacutetilos de L

esculentum sugeriram que o efeito positivo da combinaccedilatildeo

de auxinas e citocininas na regeneraccedilatildeo in vitro pode ser

causado por uma maior capacidade das ceacutelulas dessa espeacutecie

em utilizar e adaptar-se agrave combinaccedilatildeo de auxinas e citocininas

de que somente citocininas Para os mesmos autores a

variabilidade observada nas respostas morfogecircnicas in vitro

para diferentes citocininas pode ser causada pela variaccedilatildeo

na razatildeo de degradaccedilatildeo dessas substacircncias nos tecidos

vegetais ou no meio de cultivo Segundo Caldas et al (1999)

uma alta relaccedilatildeo citocininaauxina normalmente leva a maior

induccedilatildeo de parte aeacuterea (brotos) em explantes in vitro

principalmente quando a citocinina usada eacute o BAP que induz

a formaccedilatildeo de grande nuacutemero de brotos e alta taxa de

multiplicaccedilatildeo em muitos sistemas de micropropagaccedilatildeo

Tanto no presente trabalho quanto nos trabalhos acima

citados foram utilizados meios com pelo menos uma

combinaccedilatildeo com alta relaccedilatildeo citocininaauxina e meios

contendo apenas citocinina

CONCLUSOtildeES

A maior induccedilatildeo de regeneraccedilatildeo tanto de calos

quanto de brotos foi observada nos meacutetodos cotileacutedone

fendido e cotileacutedone aparado quando colocados no meio

com BAP (25 mgL) e AIA (02 mgL) (MIII) Um ciclo de

repicagem foi suficiente para obtenccedilatildeo de brotos

alongados A maior regeneraccedilatildeo de brotos alongados

ocorreu com o meacutetodo cotileacutedone decapitado

Meios M1 + 05 mgL BAP M1 + 08 mgL BAP M1 + 10 mgL BAP

Repicagem 1 Repicagem 2 Repicagem 3

M1+ 05 mgl AIA

Tipos de Explante

s

Nordm total de brotos

Nordm de brotos

alongados

Nordm total de brotos

Nordm de brotos

alongados

Nordm total de brotos

Nordm de brotos

alongados

Nordm total de placircntulas

enraizadas

Nordm total de

plantas aclimatadas

Nordm total geral de brotos

A 3117 bA 899 aA 3684 bA

866 aA 3174 bA

81 aA 80 67 181 B 536 aA 466 bA 6244 aA 633 aA 5158 aA 450 bA 41 33 163 C 3527 bA 400 bA 4368 bA

566 aA 3928 bA

312 bA 43 35 205

Total 164 135 549

Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitro de tomateiro 93

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 88-93 2006

AGRADECIMENTOS

Ao Instituto de Geneacutetica e Bioquiacutemica e ao Instituto

de Ciecircncias Agraacuterias da Universidade Federal de

Uberlacircndia pelo financiamento deste projeto e a todos

que auxiliaram direta eou indiretamente

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CALDAS L S HARIDASAN P FERREIRA M E Meiosnutritivos In TORRES A C CALDAS L S BUSO JA Cultura de tecidos e transformaccedilatildeo geneacutetica de plantasBrasiacutelia Embrapa 1999 v 1 509 p

COSTA M NOGUEIRA F T S OTONI W CBROMMONSCHENKEL S H Regeneraccedilatildeo in vitrode cultivares de tomateiro (Lycopersicon esculentumMill ) industr ial lsquoIPA-5rsquoe lsquoIPA-6rsquo Ciecircncia eAgrotecnologia Lavras v 24 n 3 p 671-678 julset2000

FAacuteRI M NAGY I CSAacuteNY M MITYKOacute JANDRAacuteSFALVY A Agrobacterium mediated genetictransformation and plant regeneration viaorganogenesis and somatic embryogenesis from cotyledonleaves in eggplant (Solanum melogena cv Kecskemeacutetilila) Plant Cell Reports Berlin v 15 n 12 p 82-86 Dec1995b

FAacuteRI M RESENDE G M MELO N F Avaliaccedilatildeo dacapacidade de regeneraccedilatildeo in vitro em tomateiro industrialPesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 35 n 8 p1523-1529 ago 2000

FARIA R T ILLG R D Introgressatildeo da capacidade deregeneraccedilatildeo de plantas in vitro no tomateiro (Lycopersiconesculentum) In ENCONTRO BRASILEIRO DEBIOTECNOLOGIA VEGETAL REDBIO Brasiacutelia 1993 v1 p 102

FILGUEIRA F A R Novo manual de olericulturaagrotecnologia moderna na produccedilatildeo e comercializaccedilatildeode hortaliccedilas Viccedilosa Editora UFV 2000 402 p

FRARY A EARLE E D An examination of factorsaffecting the efficiency of Agrobacterium-mediatedtransformation of tomato Plant Cell Reports Berlin v 16n 34 235-240 Dec 1996

GAMBORG O L MILLER R A OJIMA K Nutrientrequirementsof suspension cultures of soybean root cellsExperimental Cell Research San Diego v50 n1 p151-158 1968

McCORMICK S NIEDERMEYER J F BARNASON AHORSCH R FRALEY R Leaf disc transformation of cultivatedtomato (L esculentum) using Agrobacterium tumefaciensPlant Cell Reports New York v 5 n 2 p 81-84 1986

McCORMICK S Plant tissue culture manualtransformation of tomato with Agrobacterium tumefaciensNew York Kluwer 1991 p1-9

MURASHIGE T SKOOG F A Revised medium for rapidgrowth and bioessays with tobacco tissue culture PhysiologiaPlantarum Copenhagen v15 n5 p473-497 1962

NOGUEIRA F T S COSTA M G C FIGUEIRA M LOTONI W C FINGER F L Regeneraccedilatildeo in vitro deplantas de tomateiro lsquoSanta Clararsquo e seu mutante naturallsquoFirmersquo Ciecircncia e Agrotecnologia Lavras v 25 n 1 p 63-71 janfev 2001

OHKI S BIGOT C MOUSSEAU J Analysis of shoot-forming capacity in vitro in two lines of tomato(Lycopersicon esculentum Mill) and their hybrids PlantCell Physiology Tokyo v 19 n 1 p 27-42 1978

REDENBAUGH K HIATT W MARTINEAU BKRAMER M SHEEHY R SANDERS R HOUCK CEMLAY D Safety assessment of genetically engineeredfruits and vegetables a case study of the Flavr SavrTMtomato London CRC 1992 267 p

RHIM S L CHO H J KIM B D SCHNETTER WGEIDER K Development of insect resistance in tomatoplant expressing the delta-endotoxin gene of Bacillusthuringiensis subsp tenebrionis Molecular BreedingDordrecht v 1 n 2 p 229-236 1995

WIJBRANDI J BOTH M T J de Temperate vegetablecrops Scientia Horticulturae Amsterdam v 55 n 1 p37-63 1993

ZONTA E P MACHADO A A SANEST - sistema deanaacutelise estatiacutestica Campinas Instituto Agronocircmico deCampinas 1989 Software

SILVA A S et al94

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

INDUCcedilAtildeO DE CALOS A PARTIR DE CULTURA DE ANTERAS DECAFEEIRO (Coffea arabica L) CV CATUAIacute VERMELHO 99 E 44

CALLUS INDUCTION FROM ANTHER CULTURE OF COFFEE PLANT (Coffea arabica L) CV CATUAIacute VERMELHO 99 AND 44

ADELAIDE SIQUEIRA SILVA1 JOSEacute MAGNO QUEIROZ LUZ2 DENISE GARCIA SANTANA2 PATRIacuteCIA CRYSTIE VIEIRA MUSTAFA3 MOACIR PASQUAL4 GLAUCIA DE FATIMA MOREIRA VIEIRA E SOUZA2

1Mestranda do Curso de Agronomia ndash Universidade Federal de UberlacircndiaUFU ndash Av Engenheiro Diniz 1178 ndash Caixa Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG ndash adelaidebioyahoocombr2Professor Dr ndash Universidade Federal de UberlacircndiaUFU ndash Instituto de Ciecircncias Agraacuterias ndash Curso de Agronomia ndash AV Paraacute Bloco 2E SALA 14campus Umuarana ndash Caixa-Postal 593 ndash 38400-902 ndash Uberlacircndia MG3Bioacuteloga Universidade Federal de UberlacircndiaUFU ndash Centro de Ciecircncias Biomeacutedicas ndash Departamento de Agronomia ndash Rua Amazonas snordm - Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos sala 2E-14 ndash Umuarama ndash 38400920 ndash Uberlandia MG ndash patriciacrystiezipmailcombr

4Doutor Departamento de Adgricultura DAG ndash Universidade Federal de Lavras UFLA ndash Campus universitaacuterio ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash mpasqualuflabr

RESUMONo Brasil o cafeacute ainda apresenta poucos progressos com

relaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo da cultura de tecidos vegetais tornando-se degrande importacircncia o conhecimento sobre a atuaccedilatildeo dosreguladores de crescimento Com este trabalho avaliou-se ocomportamento de duas cultivares de Coffea arabica L CatuaiacuteVermelho LCH-2077-2-5-99 e LCH-2077-2-5-44 denominadasrespectivamente de Catuaiacute Vermelho 99 e Catuaiacute Vermelho 44quanto agrave ausecircncia e presenccedila de luz e quantificou-se a interaccedilatildeoentre os reguladores de crescimento 24-D e BAP O experimentofoi realizado no Laboratoacuterio de Cultura de Tecidos Vegetais daUniversidade Federal de Uberlacircndia As anteras das cultivaresCatuaiacute Vermelho 99 e 44 foram inoculadas em meio basal MSsuplementado com quatro concentraccedilotildees de 24-D (905 181271 e 362 mM) e duas concentraccedilotildees de BAP (0 e 89 mM) napresenccedila de luz e ausecircncia de luz As avaliaccedilotildees para a oxidaccedilatildeointumescimento e calosidade foram realizadas aos 30 dias apoacutes ainoculaccedilatildeo no meio de cultura e o diacircmetro dos calos aos 45 diasApoacutes 30 dias de cultivo os calos obtidos foram classificados emfriaacuteveis esverdeados esbranquiccedilados e cinza Os resultadosmostraram que para ocorrer intumescimento das anterasformaccedilatildeo e aumento do tamanho dos calos de ambas cultivares eacutenecessaacuterio que haja interaccedilatildeo entre a auxina (24-D) e a citocinina(BAP) Dentre os tipos de calos os de coloraccedilatildeo cinza foram osque apresentaram maior frequumlecircncia para as duas cultivares

Termos para indexaccedilatildeo Melhoramento calos reguladores decrescimento cafeeiro

ABSTRACTIn Brazil coffee still presents little progress regarding

the application of plant tissue culture which turns important theunderstanding of the action of growth regulators This workevaluated the in vitro performance of two Coffea arabica Lcultivars Catuaiacute Vermelho LCH-2077-2-5-99 and LCH-2077-2-5-44 known as Catuaiacute Vermelho 99 and Catuaiacute Vermelho 44respectively in the presence and absence of light and theinteraction of 24-D and BAP The experiment was carried out at

the Plant Tissue Culture Laboratory of the Universidade Federalde Uberlacircndia Anthers from both cultivars were inoculated inMS basal medium supplemented with four concentrations of24-D (905 181 271 and 362 mM) and two concentrations ofBAP (0 or 89 mM) in the presence and absence of lightOxidation intumescences and callus formation evaluations wereobtained 30 days after inoculation and callus diameter measuredat 45 days of inoculation The observed callus was classified asfriable greenish whitish or gray The results showed that antherintumescences callus formation and growth of both cultivarsdemand the interaction between the auxin (24-D) and thecytokinin (BAP) Callus presenting gray color were the mostfrequent for both cultivars

Index terms Plant breeding callus growth regulators coffee plant

INTRODUCcedilAtildeO

O cafeeiro pertence agrave famiacutelia Rubiaceae na qual o

gecircnero Coffea abrange cerca de 60 espeacutecies sendo as mais

comuns no mercado Coffea araacutebica L e Coffea canephora

Pierre ex Froehn Os programas de melhoramento do cafeacute

demandam aproximadamente 25 anos desde a hibridaccedilatildeo

ateacute a obtenccedilatildeo de uma nova cultivar (PASQUAL et al

2002) A cultura de anteras eacute considerada uma ferramenta

importante pois possibilita a obtenccedilatildeo de linhas

homozigoacuteticas em uma uacutenica etapa (ANDRADE 1998)

acelerando drasticamente o processo de obtenccedilatildeo de novas

cultivares Sendo assim a teacutecnica de cultura de anteras

vem auxiliar no melhoramento da cultura pois permite a

obtenccedilatildeo de haploacuteides em geraccedilotildees segregantes o que

leva agrave raacutepida produccedilatildeo de plantas homozigotas por meio

(Recebido em 14 de outubro de 2003 e aprovado em 29 de outubro de 2006)

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 95

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

da duplicaccedilatildeo do nuacutemero de cromossomos numa uacutenica

etapa substituindo as geraccedilotildees de auto fecundaccedilatildeo

Acrescenta-se a isso o fato de os haploacuteides serem livres

dos problemas de dominacircncia e recessividade por possuir

apenas um alelo em cada loco gecircnico

No Brasil Coffea arabica ainda apresenta poucos

progressos com relaccedilatildeo agrave aplicaccedilatildeo da cultura de anteras

Daiacute a importacircncia de se produzir mais conhecimentos sobre

a atuaccedilatildeo dos reguladores de crescimento na expressatildeo

androgeneacutetica de Coffea arabica identificaccedilatildeo de

genoacutetipos androgecircnicos bem como a determinaccedilatildeo de

condiccedilotildees fiacutesicas mais adequadas agrave incubaccedilatildeo de anteras

nessa espeacutecie

Nos programas de melhoramento as teacutecnicas

convencionais tecircm apresentado resultados promissores

na cultura do cafeacute no que se refere ao aumento de

produtividade e obtenccedilatildeo de novas cultivares Um fator

importante para o sucesso da cultura de anteras eacute conhecer

o estaacutedio ideal de desenvolvimento dos microacutesporos com

o intuito de se obter uma melhor resposta androgeneacutetica

utilizando microacutesporos receacutem-liberados da teacutetrade meioacutetica

ateacute no maacuteximo o estaacutedio binucleado A fase uninucleada

responde positivamente ao processo embriogecircnico porque

nesta fase os microacutesporos apresentam uma parede celular

delgada o que a torna mais receptiva aos fatores externos

Em estaacutedios mais avanccedilados da microsporogecircnese ocorre

um engrossamento da parede celular sendo esta uma

caracteriacutestica do gratildeo de poacutelen maduro do cafeacute

prejudicando o processo de regeneraccedilatildeo (ASCANIO amp

ARCIA 1994) Os autores Grando amp Moraes Fernandes

(1993) sugerem que o potencial embriogecircnico do gratildeo de

poacutelen pode ser determinado tanto no periacuteodo da meiose

quanto no periacuteodo da preacute-mitose do microacutesporo pois

nestes dois momentos o microacutesporo ainda teria

metabolicamente caracteriacutesticas esporofiacuteticas o que

permite a diferenciaccedilatildeo do gratildeo de poacutelen em embriatildeo e

posterior formaccedilatildeo de uma planta

Segundo Mantell et al (1994) satildeo possiacuteveis vaacuterios

tipos de desenvolvimento do microacutesporo in vitro sendo

que tanto o nuacutecleo generativo quanto o vegetativo pode

se dividir continuamente originando um embrioacuteide

haploacuteide ou ainda a primeira mitose produziria dois nuacutecleos

semelhantes e estes se dividiriam repetidamente resultando

na formaccedilatildeo de embrioacuteides haploacuteides

A composiccedilatildeo do meio de cultura tambeacutem eacute de

grande importacircncia para o sucesso da cultura de anteras

natildeo existindo contudo uma recomendaccedilatildeo generalizada

Na maioria das espeacutecies a androgecircnese se verifica em meios

que conteacutem sais minerais sacarose vitaminas reguladores

de crescimento e aacutegar (MORAES FERNANDES 1990) A

consistecircncia do meio normalmente eacute semi-soacutelida mas os

meios liacutequidos estatildeo sendo cada vez mais usados pois

tecircm vantagens no aumento do rendimento pela maior

obtenccedilatildeo de embriotildees e calos (PIERIK 1987) O

presente trabalho teve como objetivo aplicar a teacutecnica da

cultura de anteras em diferentes cultivares de Coffea

arabica verificando os vaacuterios fatores que influenciam a

induccedilatildeo de calos

MATERIAL E MEacuteTODOS

Experimentos de Induccedilatildeo e Regeneraccedilatildeo de Calos

Esta etapa constituiu-se de dois experimentos cada

um com uma cultivar tendo sido conduzidos no laboratoacuterio

de Cultura de Tecidos Vegetais da Universidade Federal

de Uberlacircndia em Uberlacircndia - Minas Gerais no periacuteodo

de setembro de 2002 a janeiro de 2003

Foram utilizados bototildees florais de duas cultivares

de Coffea araacutebica Catuaiacute Vermelho LCH-2077-2-5-99 e

LCH-2077-2-5-44 denominadas respectivamente de Catuaiacute

Vermelho 99 e Catuaiacute Vermelho 44 plantadas na aacuterea

experimental do Campus Umuarama dessa Universidade

Os bototildees florais foram coletados no periacuteodo de 8 agraves 9

horas da manhatilde e armazenados em placas de Petri contendo

papel de filtro umedecido em aacutegua destilada e colocados

dentro de uma caixa de isopor para evitar a desidrataccedilatildeo

ateacute serem conduzidos ao laboratoacuterio

No laboratoacuterio o comprimento dos bototildees foi

medido com o auxiacutelio de um paquiacutemetro e utilizaram-se

SILVA A S et al96

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

bototildees florais entre 45 a 60 mm de comprimento em todos

os experimentos Os bototildees foram envoltos em gaze

previamente autoclavada e desinfestados em uma soluccedilatildeo

de aacutelcool 70 por alguns segundos e por 10 minutos em

soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio a 02 sob agitaccedilatildeo Em

seguida na cacircmara de fluxo laminar foram lavados 3 vezes

em aacutegua destilada e autoclavada Apoacutes este processo as

anteras foram retiradas dos bototildees com o auxiacutelio de uma

lupa uma pinccedila fina e bisturi nordm 10 sendo os uacuteltimos

flambados para cada botatildeo tomando-se o cuidado para

natildeo ferir as anteras Logo apoacutes as anteras foram imersas

por 1 segundo em soluccedilatildeo de aacutecido ascoacuterbico na

concentraccedilatildeo de 600 mgL-1 hipoclorito de soacutedio 02 e

aacutegua destilada e autoclavada respectivamente

Apoacutes este processo as anteras foram inoculadas

em tubo de ensaio contendo 20 mL do meio MS

(MURASHIGE amp SKOOG 1962) suplementado com aacutecido

24-diclorofenoxiaceacutetico (24-D) e 6- benzilaminopurina

(BAP) em diferentes concentraccedilotildees com pH ajustado para

58 Este meio foi esterilizado em autoclave vertical agrave

temperatura de 121deg C sob pressatildeo de 1 atm por 20 minutos

O delineamento experimental utilizado foi o de

blocos casualizados com 10 repeticcedilotildees em esquema fatorial

4 x 2 x 2 sendo que os fatores foram compostos de quatro

concentraccedilotildees de 24-D (905 181 271 362 mM) duas

concentraccedilotildees de BAP (0 e 89 mM) perfazendo oito

tratamentos incubados na ausecircncia ou presenccedila de luz

em sala de crescimento com temperatura de 25 plusmn 2degC e 16

horas de fotoperiacuteodo Nos dois experimentos cada

tratamento teve 10 repeticcedilotildees sendo um tubo com 10

anteras considerado uma repeticcedilatildeo

Aos 30 dias apoacutes a inoculaccedilatildeo das anteras foram

avaliadas as porcentagens de oxidaccedilatildeo de intumescimento

e de formaccedilatildeo de calos (calosidade) e aos 45 dias foi medido

o diacircmetro dos calos

Os calos obtidos das duas cultivares apoacutes 45 dias

de inoculaccedilatildeo das anteras foram transferidos para o meio

MS suplementado com 30 gL-1 de sacarose 6gL-1 de agar e

de 24-DBAP nas seguintes concentraccedilotildees de 1810 181

2 2710 e 3620 mM com pH ajustado para 58 associando

a ausecircncia e presenccedila de luz

Apoacutes a permanecircncia destes calos no meio de cultura

por 30 dias aqueles provenientes da cultivar Catuaiacute

Vermelho 99 incubados na presenccedila de luz foram

transferidos para o meio de cultura contendo 271 mM de

24-D enquanto que aqueles incubados na ausecircncia de

luz foram transferidos para meio contendo 362 mM de 24-

D Jaacute os calos da cultivar Catuaiacute Vermelho 44 incubados

na presenccedila de luz foram transferidos para meio contendo

181 mM de 24-D e 89 mM de BAP e os incubados na

ausecircncia de luz transferidos para o meio contendo 181

mM de 24-D

Apoacutes 30 dias neste tratamento foram avaliadas as

caracteriacutesticas referentes ao tipo de calo (friaacuteveis

esverdeados esbranquiccedilados e cinza)

Os dados obtidos foram testados quanto agrave

normalidade e agrave homogeneidade necessitando de

transformaccedilatildeo em arco seno para os dados em

porcentagem e raiz quadrada de (x + 05) para os dados

referentes ao diacircmetro dos calos

RESULTADOS

Interaccedilatildeo entre os Reguladores de Crescimento e oFotoperiacuteodo

Para a cultivar Catuaiacute 99 em todas as concentraccedilotildees

de 24-D e independentemente da concentraccedilatildeo de BAP a

oxidaccedilatildeo foi menor na ausecircncia de luz diferindo

estatisticamente da fase em que se tinha presenccedila de luz

No entanto nos calos cultivados nas concentraccedilotildees de

905 e 271 mM de 24-D e 89 mM de BAP na ausecircncia de

luz foi observado um aumento significativo na oxidaccedilatildeo

das anteras o mesmo acontecendo na concentraccedilatildeo de

271 mM de 24-D na presenccedila de luz No entanto resultado

inverso foi observado para a concentraccedilatildeo de 362 mM de

24-D (Tabela 1)

Os resultados do percentual de intumescimento

variaram bastante em funccedilatildeo da luminosidade e

reguladores de crescimento (Tabela 1) Na presenccedila do

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 97

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

BAP e concentraccedilatildeo 89 mM de 24-D tanto na presenccedila

ou ausecircncia de luz o intumescimento dos calos natildeo diferiu

significativamente Jaacute na concentraccedilatildeo de 181 mM de 24-

D na presenccedila de luz se mostrou melhor promovendo um

aumento significativo do intumescimento das anteras

Quanto agraves concentraccedilotildees de 271 e 362 mM de 24-D

cultivados na presenccedila de luz se mostrou melhor ao

intumescimento quando comparado agravequeles cultivados na

ausecircncia de luz (Figura 1)

A presenccedila de calos aumentou significativamente

com a incubaccedilatildeo das anteras na ausecircncia de luz e na

TABELA 1 ndash Meacutedias do nuacutemero de anteras oxidadas intumescidas e com calos e diacircmetro dos calos (mm) em funccedilatildeode diferentes concentraccedilotildees de 24-D e ausecircncia ou presenccedila de BAP em duas condiccedilotildees de luminosidade (presenccedilaou ausecircncia de luz) para anteras do genoacutetipo cv 99

Luminosidade1

Oxidaccedilatildeo () Intumescimento ()

Calosidade () Diacircmetro (mm) 24-D M

BAP M luz Escuro Luz Escuro luz Escuro luz Escuro 0 980 b A 395 a A 000b B 434 a A 000 b A 740 a A 000 b A 309 a A 905

89 999 b A 823 a B 398 a A 327 a B 007 b A 615 a A 000 b A 300 a A 0 999 b A 524 a A 000 b B 447 a A 007 b A 750 a A 000 b B 368 a A

181 89 935 b A 511 a A 614 a A 407 b A 030 b A 720 a A 300 b A 387 a A

0 745 b A 000 a A 534 a A 000 b B 530 a A 000 b B 318 a B 000 b B 271

89 914 b B 590 a B 625 a A 634 a A 708 a A 809 a A 377 a A 298 b A 0 999 b B 440 a A 607 a A 492 b A 097 b B 815 a A 300 a B 277 a A

362 89 813 b A 426 a A 493 a B 527 a A 378 b A 758 a A 398 a A 298 b A

1Meacutedias seguidas por letras diferentes minuacutesculas na linha e maiuacutesculas na coluna dentro de cada concentraccedilatildeo de 2-4-D diferem entre si pelo teste de Tuckey a significacircncia de 5

concentraccedilatildeo de 271 mM de 24-D nas demais

concentraccedilotildees de 24-D independente da concentraccedilatildeo

do BAP a incubaccedilatildeo na ausecircncia de luz apresentou

meacutedias de calosidade significativamente maiores (Figura

2) A presenccedila do BAP promoveu aumento significativo

na calosidade das anteras na concentraccedilatildeo 271 mM de

24-D na ausecircncia de luz e na concentraccedilatildeo de 362 mM

de 24-D na presenccedila de luz Nas demais concentraccedilotildees

natildeo houve diferenccedila significativa entre presenccedila ou

ausecircncia de BAP tanto na ausecircncia ou presenccedila de luz

(Tabela 1)

FIGURA 1 ndash Anteras da cv Catuaiacute Vermelho 99 naconcentraccedilatildeo de 181 M de 24-D na presenccedila de luz

FIGURA 2 ndash Calos de anteras incubadas na ausecircncia deluz e na concentraccedilatildeo de 271 M de 24-D

SILVA A S et al98

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

Quanto ao diacircmetro nas concentraccedilotildees 905 e 181 M

de 24-D a ausecircncia de luz promoveu aumento significativo

no diacircmetro dos calos diferindo-se estatisticamente do

tratamento na presenccedila de luz Somente para a concentraccedilatildeo

de 271 mM de 24-D na ausecircncia do BAP natildeo houve diferenccedila

significativa para a caracteriacutestica independentemente do

fotoperiacuteodo Nas demais concentraccedilotildees de 24-D o tratamento

na presenccedila de luz promoveu um aumento significativo no

diacircmetro dos calos No tratamento em que houve a associaccedilatildeo

da presenccedila de luz e de BAP natildeo diferiu estatisticamente do

tratamento em que houve a ausecircncia de BAP quando a

concentraccedilatildeo de 24-D foi de 905 mM nos demais

proporcionou aumento significativo no diacircmetro dos calos

Para o tratamento na ausecircncia de luz apenas na concentraccedilatildeo

de 271 mM de 24-D a ausecircncia de BAP promoveu diminuiccedilatildeo

significativa no diacircmetro de calos Nas demais concentraccedilotildees

natildeo houve diferenccedila significativa entre presenccedila ou ausecircncia

de BAP (Tabela 1)

Para as variaacuteveis intumescimento e calosidade da

cultivar cv 44 a interaccedilatildeo entre 24-D e BAP natildeo diferiram

estatisticamente quanto presenccedila e ausecircncia de luz nas

concentraccedilotildees 905 e 362 mM de 24-D e que tambeacutem natildeo

difere para o diacircmetro na concentraccedilatildeo de 181 mM de 24-

D Jaacute na concentraccedilatildeo 271 mM de 24-D haacute uma semelhanccedila

quanto ao intumescimento calosidade e diacircmetro que

diferem das demais concentraccedilotildees natildeo apresentando

portanto uma boa interaccedilatildeo

A melhor interaccedilatildeo para intumescimento calosidade

e diacircmetro encontra-se respectivamente na concentraccedilatildeo

905 mM de 24-D na presenccedila de luz na concentraccedilatildeo 181

mM de 24-D na ausecircncia de luz e na concentraccedilatildeo 905

mM de 24-D na ausecircncia de luz Jaacute as piores interaccedilotildees

estatildeo na concentraccedilatildeo 271 mM de 24-D na luz tanto para

o intumescimento quanto para o diacircmetro analisados na

Tabela 2

De acordo com a Tabela 2 observou-se que os

melhores resultados ou seja as interaccedilotildees independem

da presenccedila ou ausecircncia de BAP Na Tabela 3 notou-se

uma maior oxidaccedilatildeo das anteras quando incubadas no claro

estas apresentaram uma maior oxidaccedilatildeo em relaccedilatildeo as que

foram incubadas no escuro tornando-se mais tarde calos

previamente oxidados

TABELA 2 ndash Meacutedias do nuacutemero de anteras intumescidas e com calos diacircmetro dos calos (mm) em funccedilatildeo de diferentesconcentraccedilotildees de 24-D e ausecircncia ou presenccedila de BAP em duas condiccedilotildees de luminosidade (luz e escuro) para anterasdo genoacutetipo cv 44

Luminosidade1

Intumescimento () Calosidade () Diacircmetro (mm) 24-D ( M)

BAP ( M) Luz Escuro Luz Escuro Luz Escuro

0 907 a A 775 a A 779 bA 948 aA 609 bA 800 aA 905 89 843 a A 875 a A 889 aA 946 aA 607 aA 420 bB 0 887 a A 852 a A 939 aA 990 aA 490 aA 466 aA

181 89 906 a A 786 a A 917 aA 959 aA 420 aA 493 aA 0 600 b A 772 a A 694 bA 895 aA 000 bA 373 aA

271 89 022 b B 827 a A 294 bB 837 aA 000 bA 376 aA 0 828 a A 737 a A 928 aA 939 aA 414 bA 595 aA

362 89 866 a A 725 a A 949 aA 866 aA 329 aA 376 aA

1Meacutedias seguidas por letras diferente minuacutesculas na linha e maiuacutesculas na coluna dentro de cada concentraccedilatildeo de 2-4-D diferem entre si pelo teste de Tukey a significacircncia de 5

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 99

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

TABELA 3 ndash Meacutedias de oxidaccedilatildeo das anteras entre asdiferentes concentraccedilotildees de 24-D em duas condiccedilotildeesde luminosidade (luz e escuro) para anteras da cultivarCatuaiacute Vermelho 44

Concentraccedilotildees

24-D ( M ) OXIDACcedilAtildeO ()

Claro Escuro 905 749 a 269 b 181 420 a 270 b 271 999 a 221 b 362 308 a 334 a

1Meacutedias seguidas por letras diferentes minuacutesculas na linhadentro de cada concentraccedilatildeo de 2-4-D diferem entre sipelo teste de Tukey a significacircncia de 5

TABELA 4 ndash Tipos de calos obtidos apoacutes 30 dias em meioMS com 362 M de 24-D na ausecircncia de luz da cultivarCatuaiacute Vermelho 99

Tipos de Calos

Nuacutemero de Calos

Nuacutemero de Calos com diacircmetro acima

de 05 mm Friaacuteveis 03 Esverdeados 13 06 Esbranquiaccedilados

03 Cinza 26

Dados de contagem natildeo transformados O recultivo emmeio MS com 362 M de 24-D na presenccedila de luz teve100 de contaminaccedilatildeo apoacutes sua inoculaccedilatildeo

TABELA 5 ndashTipos de calos obtidos apoacutes 30 dias em meioMS com 181 M de 24D e 89 M de BAP na presenccedilade luz da cultivar Catuaiacute Vermelho 44

TABELA 6 ndash Tipos de calos obtidos apoacutes 30 dias em meioMS com 181 M de 24D na ausecircncia de luz da cultivarCatuaiacute Vermelho 44

Tipos de Calos Nuacutemero de Calos

Nuacutemero de Calos com diacircmetro

acima de 05 mm Friaacuteveis 58 Esverdeados 23 214 Esbranquiaccedilados 94 Cinza 203

Tipos de Calos

Nuacutemero de Calos

Nuacutemero de Calos com diacircmetro

acima de 05 mm Friaacuteveis 25 Esverdeados 11 69 Esbranquiaccedilados 19 Cinza 350

Dados de contagem natildeo transformados Dados de contagem natildeo transformados

Nesta etapa a maioria dos calos encontrados para

as trecircs cultivares apresentaram coloraccedilatildeo cinza (Tabelas 4

5 e 6) A perda gradativa da coloraccedilatildeo natural dos calos

passando de verdes para a cor marrom a diminuiccedilatildeo do

ritmo de crescimento dos mesmos a estagnaccedilatildeo do

processo de formaccedilatildeo de embrioacuteides seguido do

surgimento de aacutereas necrosadas na superfiacutecie satildeo sinais

que caracterizam a senescecircncia da cultura (SILVA 2002)

DISCUSSAtildeO

A resposta das anteras da cultivar Catuaiacute Vermelho 99

com relaccedilatildeo agrave oxidaccedilatildeo indica que a mesma estaacute associada agrave

combinaccedilatildeo entre auxina e citocinina promovendo os menores

iacutendices de oxidaccedilatildeo Agrave medida que se aumentou a

concentraccedilatildeo de 24-D na presenccedila de BAP houve um

aumento gradativo da oxidaccedilatildeo ateacute atingir um ponto maacuteximo

em torno de 80 na dosagem de 271 mM de 24-D Jaacute na

ausecircncia de BAP a oxidaccedilatildeo foi bem maior quando comparada

agrave porcentagem de oxidaccedilatildeo na concentraccedilatildeo de 905 mM de

24-D De acordo com Wang amp Huang (1976) o cultivo in

vitro por um periacuteodo longo induz a formaccedilatildeo de compostos

fenoacutelicos no meio que podem causar necrose e posteriormente

morte dos calos Maciel (2001) e Paluacute (2002) citam que pelos

resultados obtidos para a induccedilatildeo de calogecircnese em anteras

de cafeeiro observa-se que eacute necessaacuteria uma auxina

juntamente com uma citocinina Dentre as auxinas sinteacuteticas

o 24-D eacute sem duacutevida o mais adequado agrave induccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do calo (GAMBORG et al 1976)

Para Thomas amp Ravindra (1997) o maior problema

na iniciaccedilatildeo de culturas lenhosas eacute a ocorrecircncia de

compostos fenoacutelicos que estatildeo ligados com processos de

regulaccedilatildeo de crescimento especialmente com as auxinas

que dependendo da sua concentraccedilatildeo endoacutegena no tecido

resulta na induccedilatildeo desses compostos

SILVA A S et al100

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

O fotoperiacuteodo que estas anteras foram submetidas

influenciou tambeacutem na porcentagem de oxidaccedilatildeo sendo

que no escuro e na presenccedila de 24-D (89 mM) a oxidaccedilatildeo

foi miacutenima Agrave medida que foi aumentando a concentraccedilatildeo

da auxina foi aumentando tambeacutem a oxidaccedilatildeo poreacutem este

aumento foi bem menor quando comparado ao cultivo das

anteras na presenccedila de luz

A oxidaccedilatildeo fenoacutelica tem sido controlada em

diferentes espeacutecies lenhosas pela reduccedilatildeo da intensidade

luminosa (MARKS amp SIMPSON 1990) associada com a

substituiccedilatildeo frequumlente do meio de cultura e dessa forma

as chances de se obter sucesso no estabelecimento e

cultivo de explantes de espeacutecies lenhosas satildeo bastante

elevadas (TEIXEIRA 2001)

Em muitas espeacutecies por razotildees natildeo conhecidas a

embriogecircnese direta eacute rara e as plantas tecircm que ser

diferenciadas a partir de calos Para induccedilatildeo destes

geralmente eacute necessaacuteria uma auxina (MAHESHWARI et

al 1982) Segundo Rocha (1998) para a induccedilatildeo e

manutenccedilatildeo do calo a maioria das espeacutecies parece

comportar-se diferentemente natildeo soacute quanto aos

reguladores de crescimento podendo ocorrer

independentemente de auxinas e citocininas dependente

de ambas ou dependente de uma ou de outra mas tambeacutem

quanto agrave presenccedila ou ausecircncia de luminosidade Sharp et

al (1973) obtiveram calos atraveacutes do cultivo de sementes

folhas e anteras de C arabica das cultivares Mundo Novo

e Bourbon Amarelo A induccedilatildeo de calos tambeacutem foi mais

eficiente na ausecircncia de luz Aleacutem disso Ascanio amp Arcia

(1994) citam que para o desenvolvimento do calo as

anteras devem ser mantidas no escuro jaacute para o

desenvolvimento do embriatildeo os calos devem ser mantidos

no claro

Natildeo houve a formaccedilatildeo de embriotildees e isto pode ser

devido agraves doses de reguladores ou mesmo de combinaccedilotildees

que natildeo foram apropriadas para estas cultivares

CONCLUSAtildeO

Os resultados mostraram que para ocorrer

intumescimento das anteras formaccedilatildeo e aumento do

tamanho dos calos de ambas as cultivares eacute necessaacuterio

que haja interaccedilatildeo entre a auxina (24-D) e a citocinina

(BAP) e incubaccedilatildeo no escuro

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ANDRADE L M C O Otimizaccedilatildeo de teacutecnicas de culturade tecidos para o cafeeiro (Coffea arabica) 1998 86 pDissertaccedilatildeo (Mestrado em Geneacutetica e Melhoramento dePlantas) - Universidade Federal de Lavras Lavras MG

ASCANIO E C E ARCIA M A M Efecto del estado dedesarrollo de las anteras y de un shock teacutermico sobre laandrogeacutenesis en Coffea arabica L var Garnica Cafeacute CacaoTheacute Paris v 28 n 2 p 75-79 avrjuin 1994

GAMBORG O L MURASHIGE T THORPE T VASILI K Plant tissue culture media In Vitro New York v 12 n7 p 473-478 1976

GRANDO M F MORAES FERNANDES M I B Propostade um modelo para explicar a embriogecircnese do gratildeo depoacutelen in vitro In ENCONTRO BRASILEIRO DEBIOTECNOLOGIA VEGETAL 1993 Brasiacutelia DF AnaisBrasiacutelia 1993 v 1 Resumo 69

MACIEL A L de R Embriogecircnese somaacutetica indireta emCoffea arabica L 2001 60 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitotecnia) ndash Universidade Federal de Lavras Lavras MG

MAHESHWARI S C RASHID A TYAGI A K Haploidsfrom pollen grain Retrospect and Prospect American Journalof Botany Columbus v 69 n 5 p 865-879 May 1982

MANTELL S H MATTHEWS J A McKEE R A Princiacutepiosde biotecnologia em plantas uma introduccedilatildeo agrave engenhariageneacutetica em plantas Ribeiratildeo Preto SBG 1994 333 p

MARKS T R SIMPSON S E Reduced phenolicoxidation at culture initiation in vitro following the exposureof field-grown stockplants to darkness or low levels ofirradiance The Journal of Horticultural Science Londonv 65 n 2 p 103-111 Mar 1990

MORAES FERNANDES M I B Obtenccedilatildeo de plantashaploacuteides atraveacutes da cultura de anteras In TORRES AC CALDAS L S (Ed) Teacutecnicas e aplicaccedilotildees da culturade tecidos de plantas Brasiacutelia ABCTPEMBRAPACNPH1990 p 311-332

Induccedilatildeo de calos a partir de cultura 101

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 94-101 2006

MURASHIGE T SKOOG F A revised medium for rapidgrowth and bioassays with tobaco tissue culturesPhysiology PlantarumCopenhagen v 15 n 3 p 473-479Mar 1962

PALUacute E G Induccedilatildeo in vitro de calogecircnese em anteras ebrotaccedilotildees em segmentos nodais de Coffea arabica L 200247 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fisiologia Vegetal) -Universidade Federal de Lavras Lavras MG

PASQUAL M MACIEL A L de R CAMPOS K P deSANTOS E C CAMPOS R J C de Induccedilatildeo de calos emanteras de cafeacute (Coffea arabica L) cultivadas in vitro Ciecircnciae Agrotecnologia Lavras v 26 n 1 p71-76 janfev 2002

PIERIK R L M In vitro culture of higher plantAmsterdam The Netherland MN Publishers 1987 344 p

ROCHA A M M R Capacidade de regeneraccedilatildeo in vitrode cotileacutedones de cajueiro anatildeo precoce (Anacardiumoccidentale L) o clone CP 76 1998 54 p Dissertaccedilatildeo(Mestrado em Fitotecnia) ndash Universidade Federal do CearaacuteFortaleza

SHARP W R CALDAS L S CROacuteCOMO O JMOcircNACO L C CARVALHO A Production of Coffea

Arabica callus of three ploidy levels and subsequentmorphogenesis Phyton Buenos Aires v 31 n 2 p67-741973

SILVA H E Efeito de Genoacutetipo e de Reguladores deCrescimento na Expressatildeo Androgeneacutetica da Soja 200260 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Agronomia) ndash UniversidadeEstadual Paulista Jaboticabal

TEIXEIRA J B Limitaccedilotildees ao processo de cultivoin vitro de espeacutecies lenhosas In ENCONTROLATINO-AMERICANO DE BIOTECNOLOGIAVEGETAL 4 2001 Goiacircnia Palestra Goiacircnia2001 p 110-113

THOMAS P RAVINDRA M B Shoot tip culturea inmango influence of medium genotypea explant factorsseason and descontamination treatments on phenolicexudation explant survival and axenic cultureestablishment The Journal of Horticultural ScienceLondon v 72 n 5 p 713-722 sept1997

WANG P J HUANG L C Beneficial effects of activatedcharcoal on plant tissue and organ cultures In VitroJournal of the Tissue Culture New York v 12 n 3 p260-262 1976

PEREIRA F D et al102

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

COMUNICACcedilAtildeO CIENTIacuteFICA

PROLIFERACcedilAtildeO IN VITRO DE BROTOS DE CURAUAacuteUTILIZANDO DIFERENTES VOLUMES DE MEIO DE CULTURA

IN VITRO SHOOT PROLIFERATION OF Ananas erectifolius USING DIFFERENTVOLUMES OF CULTURE MEDIUM

FLAacuteVIA DIONIacuteSIO PEREIRA1 JOSEacute EDUARDO BRASIL PEREIRA PINTO2HELEN CRISTINA DE ARRUDA RODRIGUES3 LUCIANA DOMICIANO SILVA ROSADO3

LUIZ ALBERTO BEIJO4 OSMAR ALVES LAMEIRA5

1Doutoranda em Agronomia ndash Universidade Estadual de Feira de SantanaUEFS ndash Horto Florestal ndash 44055-000 ndash Feira de Santana BA ndash flavia1808hotmailcom

2Doutor em Fisiologia Vegetal ndash Departamento de AgriculturaDAG ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG ndash jeduardouflabr

3Graduanda em Agronomia ndash Universidade Federal de LavrasUFLA ndash Caixa Postal 3037 ndash 37200-000 ndash Lavras MG4Doutorado em Agronomia ndash Universidade Federal de AlfenasUNIFAL ndash Departamento de Ciecircncias Exatas ndash Rua Gabriel Monteiro da Silva n deg 714 ndash Centro ndash 37130-000 ndash Alfenas MG ndash luizbeijoyahoocombr5Doutor em Agronomia ndash EMBRAPA ndash Amazocircnia Oriental ndash Trav Dr Eneacuteas Pinheiro sn ndash Bairro Marco ndash 66095-100 ndash Beleacutem PA ndash osmarcpatuembrapabr

RESUMOCurauaacute [Ananas erectifolius LBSm ndash Bromeliaceae] eacute

uma espeacutecie com grande potencial de uso de suas fibras comorevestimento na induacutestria automobiliacutestica Aleacutem disso o poacute dosumo do curauaacute tem sido utilizado no tratamento de cicatrizaccedilatildeode lesotildees cutacircneas Neste trabalho avaliaram-se diferentes volumesde meio MS Os volumes utilizados foram de 10 15 20 25 e 30 mLO delineamento experimental foi inteiramente casualizado (DIC)e cada tratamento continha 19 repeticcedilotildees Aos 30 dias avaliaram-se o nuacutemero e o tamanho de brotaccedilotildees Segundo a anaacutelise devariacircncia houve efeito linear do volume de meio na produccedilatildeo debrotos de curauaacute Agrave medida em que se aumenta o volume domeio aumenta o nuacutemero de brotos Natildeo houve diferenccedilasignificativa nos comprimentos dos brotos

Termos para indexaccedilatildeo Ananas erectifolius fibras vegetaismicropropagaccedilatildeo

ABSTRACTAnanas erectifolius LBSm ndash Bromeliaceae is a species

that presents fibers with great potential to be used as revetmentfor the automobile industry Besides the powder obtained fromits juice has been used in the treatment of skin lesionscicatrisation In this work the effect of different volumes (1015 20 25 and 30 mL) of MS medium during the in vitro cultureof axillary buds was evaluated A completely randomized design(CDR) was used with each treatment containing 19 replicatesAfter 30 days of inoculation shoot number and size wereevaluated The analysis of variance showed a linear effect of theculture medium volume and shoot proliferation Higher shoot

number was observed with the increase of medium volume Nosignificant difference was observed on shoot lenght

Index terms Ananas erectifolius vegetable fibermicropropagation

A produccedilatildeo de fibras vegetais ocupa um papel

relevante na economia agriacutecola mundial mesmo com a

intensa produccedilatildeo de fibras sinteacuteticas Mateacuterias-primas de

origens renovaacuteveis reciclaacuteveis e biodegradaacuteveis satildeo uma

das alternativas para a produccedilatildeo de manufaturados

ecologicamente corretos em consequumlecircncia do acuacutemulo

nos descartes de materiais natildeo biodegradaacuteveis os quais

tendem a aumentar com o crescimento populacional nos

centros urbanos A substituiccedilatildeo de materiais derivados do

petroacuteleo na produccedilatildeo de compostos elastomeacutericos por

mateacuteria-prima renovaacutevel vai ao encontro desses ideais

(ROCHA et al 2003)

As fibras sinteacuteticas destacam-se pela elevada

resistecircncia baixa densidade e elevada produccedilatildeo

Entretanto as fibras animais e vegetais satildeo as de maior

importacircncia principalmente para atender aos apelos

(Recebido em 31 de agosto de 2006 e aprovado em 19 de janeiro de 2007)

Proliferaccedilatildeo in vitro de brotos de curauaacute 103

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

ecoloacutegicos e pelo nuacutemero de plantas e animais produtores

de fibras (SCHREIBER1998)

As plantas produtoras de fibras utilizaacuteveis foram

quantificadas por vaacuterios autores e em diferentes eacutepocas

tendo sido enumeradas 2000 mil plantas fibrosas e o seu

total estimado em 2300 destacando-se as florestas tropicais

que encerram recursos inesgotaacuteveis em potencial

(MEDINA 1959)

O curauaacute [Ananas erectifolius LBSm ndash

Bromeliaceae] utilizado principalmente na fabricaccedilatildeo de

cordas sacos e utensiacutelios domeacutesticos surge como

sucedacircneo para o aproveitamento de fibras O curauaacute eacute

uma bromeliaacutecea distribuiacuteda nos Estados do Paraacute Acre

Mato grosso Goiaacutes e Amazonas e eacute cultivada

principalmente por pequenos produtores da regiatildeo do

Lago Grande de Curuai no municiacutepio de Santareacutem PA

Estudos recentes tecircm demonstrado o grande potencial do

uso das fibras dessa planta como revestimento na induacutestria

automobiliacutestica devido agrave sua resistecircncia maciez e peso

reduzido O grande problema eacute que natildeo haacute suprimento

suficiente de mateacuteria-prima para atender agrave induacutestria

automobiliacutestica pois o curauaacute eacute fiel agraves suas origens amazocircnicas

e soacute se desenvolve em clima quente e uacutemido criando um

problema para a aquisiccedilatildeo de mudas fora desta regiatildeo que

por tal motivo eacute escassa no mercado (SILVA 2004)

A micropropagaccedilatildeo utilizando teacutecnicas de cultura

de tecido tem sido um valioso instrumento na propagaccedilatildeo

de diversos tipos de plantas Embora este processo envolva

diferentes etapas depois de definido um protocolo de

micropropagaccedilatildeo seja qual for a espeacutecie este pode ser

otimizado no intuito de se obter placircntulas de alta qualidade

e com baixo valor de produccedilatildeo O tipo e tamanho de frasco

e a quantidade de meio satildeo variaacuteveis que tecircm recebido

pouca atenccedilatildeo embora afetem diretamente a aacuterea superficial

da interface meio de cultura-atmosfera o volume de ar sobre

o meio de cultura e a sua profundidade Tais fatores tambeacutem

afetam a composiccedilatildeo da fase gasosa do frasco e

consequumlentemente o crescimento e desenvolvimento das

culturas (GRATTAPAGLIA amp MACHADO 1998)

Rodrigues et al (2005) verificaram maior

proliferaccedilatildeo de brotos de Cattleya persivaliana Hort

em frascos contendo 50 mL de meio quando comparados

com aqueles de 25 75 e 100 mL Nicoloso amp Erig (2002)

trabalhando com Pfaffia glomerata (Spreng) Pedersen

verificaram que 10 mL de meio MS (MURASHIGE amp

SKOOG 1962) proporcionaram o melhor crescimento

das placircntulas em biomassa quando cultivadas em tubos

de 20 cm de altura x 2 cm diacircmetro em comparaccedilatildeo com

os de 25 cm de altura x 2 cm 15 cm de altura x 2 cm

Carvalho et al (1995) estudando a influecircncia de fatores

fiacutesicos no desenvolvimento e crescimento in vitro de

batata-doce (Ipomoea batatas L Poir) verificaram que

10 mL de meio de cultura por frasco com explantes

proporcionaram maior formaccedilatildeo de gemas em relaccedilatildeo

aos volumes de 20 e 30 mL

Sendo assim objetivou-se neste trabalho avaliar

o volume de meio apropriado para a propagaccedilatildeo in vitro

de brotaccedilotildees de curauaacute

As brotaccedilotildees utilizadas como fonte de explante

foram fornecidas pela EMBRAPACPATU situada em

Beleacutem do Paraacute Gemas axilares de curauaacute foram

inoculadas em meio MS completo suplementado com

20 mgL de BAP (6-Benzilaminopurina) Apoacutes 30 dias

estas se desenvolveram e as brotaccedilotildees obtidas foram

transferidas para o meio MS sem regulador de

crescimento por 30 dias

Apoacutes este periacuteodo quatro explantes foram

desfolhados completamente ficando apenas porccedilotildees

basais com aproximadamente 1cm de comprimento que

foram inoculadas em meio de cultura baacutesico MS sem

regulador de crescimento em frasco de 12 cm de altura por

5 cm de diacircmetro (volume interno = 300 mL) com volumes

de 10 15 20 25 30 mL Os explantes foram mantidos em

sala de crescimento a uma temperatura de 26plusmn1degC e

fotoperiacuteodo de 16 horas sob uma Irradiacircncia de foacutetons de

25mmol m-2 s-1

O delineamento experimental foi inteiramente

casualizado (DIC) Cada tratamento continha 19 repeticcedilotildees

PEREIRA F D et al104

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

(um frasco por repeticcedilatildeo) Aos 30 dias avaliaram-se o

nuacutemero e o comprimento das brotaccedilotildees O programa

utilizado para anaacutelise dos dados foi o software statistica

(SISVAR) tendo sido submetidas agrave anaacutelise de variacircncia

com aplicaccedilatildeo do teste F a 5 de probabilidade

analisando-se as meacutedias por regressatildeo polinomial

O efeito linear foi o mais adequado para explicar

a evoluccedilatildeo da taxa meacutedia de regeneraccedilatildeo do curauaacute Agrave

medida que o volume do meio de cultura aumenta existe

tendecircncia de aumento do nuacutemero de brotos Com 25

mL de meio produziu-se maior nuacutemero de brotos por

frasco (2557) e com 10 mL de meio produziu-se menor

nuacutemero de brotos (1226) O tratamento com 15 mL de

meio produziu 1765 brotos o com 20 mL 1750 e o com

30 mL 2242 (Figura 1) O volume maior de meio

disponibiliza mais nutrientes e diminui tambeacutem a

competiccedilatildeo entre as placircntulas o que explica a tendecircncia

em se obter um maior nuacutemero de brotos agrave medida que

se aumenta a quantidade do meio de cultura Em todos

os tratamentos as brotaccedilotildees obtidas foram vigorosas

com a coloraccedilatildeo verde-escura caracteriacutestica das

plantas matrizes As brotaccedilotildees tinham tambeacutem rigidez

outra caracteriacutestica da espeacutecie o que eacute devido agrave

presenccedila das fibras nas folhas Observou-se maior

concentraccedilatildeo de raiacutezes nas brotaccedilotildees maiores e natildeo

FIGURA 1 ndash Nuacutemero meacutedio de brotos por frasco de curauaacute(Ananas erectifolius) cultivados em diferentes volumesde meio MS completo 10 15 20 25 e 30

foi observada a presenccedila de calos em nenhum dos

tratamentos (Figura 2)

Resultados semelhantes foram obtidos por Reis

Lameira Reis (2004) trabalhando com curauaacute utilizando

volumes de 5 75 10 e 15 mL do meio liacutequido MS suplementados

com 25 mgL-1 de BAP (6-benzilaminopurina) os melhores

resultados sendo com os tratamentos que continham 10 e

15ml produzindo em meacutedia 121 e 154 brotosexplante

respectivamente

Da mesma forma Reis et al(2003) trabalhando com

ipeca (Psychotria ipecacuanha Stokes) em meio MS

acrescido de 15 mg L-1de BAP nos volumes de 10 20 30

e 40 mL obtiveram melhor resultado com os volumes de 30

e 40 mL (7 e 8 brotosfrasco respectivamente)

Quanto ao comprimento dos brotos natildeo houve

diferenccedila significativa Os brotos t iveram um

crescimento meacutedio de 228 cm sendo que no tratamento

com 10 mL de meio foi 257 cm com 15 mL 222 cm

com 20 mL 224 cm com 25 mL 224 cm e o tratamento

com 30 mL 215 cm Embora natildeo se tenham realizado

estudos mais aprofundados uma das hipoacuteteses

sugeridas para explicar tais resultados possivelmente

estaacute relacionada a fatores nutricionais do explante

Segundo Cappelades et al (1991) e Pereira et al (2001)

porccedilotildees basais satildeo mais robustas apresentando maior

quantidade de reservas acumuladas em seus tecidos

o que poderia levar agrave utilizaccedilatildeo dessas reservas pelas

brotaccedilotildees regeneradas para sustentar seu crescimento

Esta seria uma das causas da uniformidade apresentada

no tamanho das brotaccedilotildees em todos os tratamentos

Resultados iguais foram obtidos em estudos feitos por

Rodrigues et al (2005) quando avaliaram comprimento

meacutedio de duas espeacutecies de orquiacutedeas mantidas em meio

de cultura cujos volumes testados eram de 25 50 75 e

100 mL Portanto verifica-se que eacute muito importante

selecionar material com bom estado fisioloacutegico e

tamanho homogecircneo para se obter melhores

resultados na proliferaccedilatildeo das brotaccedilotildees eou na

morfogecircnese

Proliferaccedilatildeo in vitro de brotos de curauaacute 105

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

FIGURA 2 ndash Brotaccedilotildees de curauaacute (Ananas erectifolius) produzidas in vitro em diferentes volumes de meio MS 1-Repicagem dos brotos 2- 10 mL de meio MS 3- 15 mL de meio MS 4- 20 mL de meio MS 5- 25 mL de meio MS 6- 30mL de meio MS

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

CARVALHO R FAVARETTO N PINTO J E B P Influecircnciade fatores fiacutesicos no desenvolvimento e crescimento in vitrode batata-doce (Ipomea batatas (l) Peir Ciecircncia e PraacuteticaLavras v 19 n 2 p 158-164 abrjun 1995

CAPPELADES M LEMEUR R DEBERGH P Effects ofsucrose on starch acumulation and rate of photosyntesisin Rosa cultured in vitro Plant Cell Tissue and OrganCulture Amsterdam v 25 n 1 p 21-26 Apr 1991

GRATTAPAGLIA D MACHADO M A MicropropagaccedilatildeoIn TORRES A C CALDAS L S (Ed) Cultura de tecidos etransformaccedilatildeo geneacutetica de plantas Brasiacutelia EMBRAPA-SPIEMBRAPA-CNPH 1998 p 183-260

MEDINA J C Plantas fibrosas da flora mundialCampinas Instituto agronocircmico 1959 913 p

MURASHIGE T SKOOG F A Revised medium for rapidgrowth and biossays with tobacco tissue cultures PhysiologiaPlantarum Copenhagen v 15 n 3 p 473-479 1962

PEREIRA F D et al106

Plant Cell Cult Micropropag Lavras v 2 n 2 p 102-106 2006

NICOLOSO F T ERIG A C Efeito do tipo de segmentonodal e tamanho do recipiente no crescimento de plantasde Pfaffia glomerata in vitro Ciecircncia e AgrotecnologiaLavras v 26 p 1499-1506 dez 2002 Ediccedilatildeo especial

PEREIRA F D BRAGA M F SAacute M E L ALCINO OG COLENGHI I C Influecircncia de BAP e NAA namultiplicaccedilatildeo de abacaxi cv Perolera a partir de brotosestiolados in vitro Bioscience Journal Uberlandia v 17n 2 p 49-60 Dec 2001

REIS Eacute S PINTO J E B P CORREcircA R MPEREIRA F D BERTOLUCCI S K V Influecircncia dosmeios MS e WPM associados a diferentesconcentraccedilotildees de Benzilaminopurina na multiplicaccedilatildeode ipeca (Psychotria ipecacuanha (Brot) Stokes InCONGRESSO BRASILEIRO DE CULTURA DE TECIDOSDE PLANTAS 1 2003 Lavras Anais Lavras UFLA2003 p 273

REIS J N R LAMEIRA O M REIS L R S1Aprimoramento de protocolos de propagaccedilatildeo in vitro de

curauaacute Disponiacutevel lthttpwwwbiologocombrgt Acessoem ago 2004

ROCHA E C GHELER JUacuteNIOR J Aproveitamento deresiacuteduos gerados na aglomeraccedilatildeo de fibras de coco comLaacutetex natural Mateacuteria Teacutecnica Disponiacutevel em lthttpwwwbiologocombrgt Acesso em jun 2003

RODRIGUES J D ARAUacuteJO A G ASSIS F A ACAVALLARI L L PASQUAL M Crescimento in vitro deplacircntulas de orquiacutedeas quantidade de meio de cultura enuacutemero de explantes In CONGRESSO DE INICIACcedilAtildeOCIENTIacuteFICA DA UFLA ndash CICESAL 18 2005 Lavras MGAnais Lavras UFLA 2005 1CD-ROM

SILVA C Paiacutes pesquisa mais fibras naturais para carrosDisponiacutevel em lthttpwwwsebrae_sccombrn o v o s _ d e s t a q u e s o p o r t u n i d a d e mostra_mateacuteriaaspcd_noticia=8356gt Acesso em out 2004

SCHREIBER V (Org) Vias de desenvolvimentosustentaacutevel as dimensotildees do desafio Beleacutem UFBANUMAPOEMAIDESP 1998 495 p (POEMA 6)

NORMAS PARA PUBLICACcedilAtildeO DE ARTIGOS E COMUNICACcedilOtildeES CIENTIacuteFICAS

1 Os conceitos e afirmaccedilotildees contidos nos artigos e comunicaccedilotildeesseratildeo de inteira responsabilidade do(s) autor(es)

2 A revista ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo editadasemestralmente pela Editora da Universidade Federal de Lavras(Editora UFLA) publica artigos cientiacuteficos e comunicaccedilotildeescientiacuteficas da aacuterea de cultura de tecidos de plantas elaboradospor membros da comunidade cientiacutefica nacional e internacionalNatildeo eacute cobrada taxa para publicaccedilatildeo de trabalhos Eacute condiccedilatildeofundamental que os artigoscomunicaccedilotildees submetidos agrave apreciaccedilatildeoda revista ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo natildeo forame nem seratildeo publicados simultaneamente em outro lugar Com aaceitaccedilatildeo do artigo para publicaccedilatildeo os editores adquirem amplose exclusivos direitos sobre o artigo para todas as liacutenguas e paiacutesesA publicaccedilatildeo de artigoscomunicaccedilotildees dependeraacute da observacircnciadas Normas Editoriais dos pareceres do Corpo Editorial e daComissatildeo ad hoc Todos os pareceres tecircm caraacuteter sigiloso eimparcial e tanto os autores quanto os membros do CorpoEditorial eou Comissatildeo ad hoc natildeo obtecircm informaccedilotildeesidentificadoras entre si

3 Os artigos e comunicaccedilotildees submetidos para publicaccedilatildeo deveratildeoser apresentados em CD utilizando-se o processador de textoMicrosoft Word for Windows (version 98 2000 XP ou 2003)ser escrito em liacutengua portuguesa inglesa ou espanhola e usarsomente nomenclaturas oficiais e abreviaturas consagradas natildeoempregando abreviaturas no tiacutetulo do artigo Juntamente com oCD deveratildeo ser enviadas 4 (QUATRO) vias sendo uma originale as demais coacutepias omitindo os autores e a chamada de rodapeacute daprimeira paacutegina (para serem enviadas aos consultores cientiacuteficos)impressas em papel branco tipo A4 (21cm x 297cm) ou emformulaacuterio contiacutenuo em uma soacute face espaccedilo duplo entre linhasfonte Times New Roman tamanho 12 observada uma margemde 3 cm para o lado esquerdo e de 2 cm para o direito 25 cm paramargem superior e inferior 25 cm para o cabeccedilalho e 25 cm parao rodapeacute Cada trabalho deveraacute ter no maacuteximo 14 paacuteginas ejunto do mesmo deveraacute ser encaminhado ofiacutecio dirigido ao EditorChefe da revista solicitando a publicaccedilatildeo do artigo Esse ofiacuteciodeveraacute ser assinado por todos os autores constar o endereccedilocompleto telefone e e-mail de todos Qualquer inclusatildeo exclusatildeoou alteraccedilatildeo na ordem dos autores deveraacute ser notificada medianteofiacutecio assinado por todos os autores (inclusive do autor excluiacutedo)

4 O artigo cientiacutefico deveraacute conter os seguintes toacutepicos a)TIacuteTULO suficientemente claro conciso e completo evitandopalavras supeacuterfluas Recomenda-se comeccedilar pelo termo querepresente o aspecto mais importante do trabalho com os demais

termos em ordem decrescente de importacircncia b) TIacuteTULO EMINGLEcircS c) NOME(s) DO(s) AUTOR(es) no maacuteximo 6 (seis)em letras maiuacutesculas um apoacutes o outro centralizados e no rodapeacuteda primeira paacutegina deveratildeo vir a formaccedilatildeo acadecircmica e aInstituiccedilatildeo onde trabalham d) RESUMO (de acordo comNBR6028 da ABNT) O resumo natildeo deve ultrapassar a 250(duzentos e cinquumlenta) palavras e natildeo possuir paraacutegrafos Apoacuteso Resumo devem-se incluir TERMOS PARA INDEXACcedilAtildeO(palavraschave) diferentes daqueles constantes do tiacutetulo eseparados por viacutergula Os termos para indexaccedilatildeo devem estardescritos na forma maiuacutescula e minuacutescula serem expressotildees queidentifiquem o conteuacutedo do artigo ser indicadas entre 3 e 5 e sepossiacutevel extraiacutedas do vocabulaacuterio Thesagro ndash Thesaurus AgriacutecolaNacional desenvolvido pela CENAGRI (indicaccedilatildeo da revistaldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquopara evitar o usode vaacuterios sinocircnimos como termos de indexaccedilatildeo) Se natildeo foremencontrados descritores disponiacuteveis para cobrirem a temaacutetica doartigo poderatildeo ser indicados termos ou expressotildees de usoconhecido e) ABSTRACT incluindo em seguida INDEXTERMS f) INTRODUCcedilAtildeO (incluindo a revisatildeo de literatura)g) MATERIAL E MEacuteTODOS h) RESULTADOS EDISCUSSAtildeO (podendo conter tabelas e figuras) i)CONCLUSOtildeES e j) REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

5 A comunicaccedilatildeo deveraacute conter os seguintes toacutepicos a)TIacuteTULO suficientemente claro conciso e completo evitandopalavras supeacuterfluas Recomenda-se comeccedilar pelo termo querepresente o aspecto mais importante do trabalho com os demaistermos em ordem decrescente de importacircncia Deve serapresentada a versatildeo do tiacutetulo para o idioma inglecircs b) TIacuteTULOEM INGLEcircS c) NOME(s) DO(s) AUTOR(es) no maacuteximo 6(seis) em letras maiuacutesculas um apoacutes o outro centralizados e norodapeacute da primeira paacutegina deveratildeo vir a formaccedilatildeo acadecircmica e aInstituiccedilatildeo onde trabalham d) RESUMO (de acordo comNBR6028 da ABNT) O resumo natildeo deve ultrapassar a 250(duzentos cinquumlenta) palavras e natildeo possuir paraacutegrafos Apoacutes oResumo devem-se incluir TERMOS PARA INDEXACcedilAtildeO(palavras-chave) diferentes daqueles constantes do tiacutetulo eseparados por viacutergula Os termos para indexaccedilatildeo devem estardescritos na forma maiuacutescula e minuacutescula serem expressotildees queidentifiquem o conteuacutedo do artigo ser indicadas entre 3 e 5 e)ABSTRACT incluindo em seguida INDEX TERMS f)TEXTO [sem subdivisatildeo poreacutem com introduccedilatildeo material emeacutetodos resultados e discussatildeo e conclusatildeo subtendidos(podendo conter tabelas ou figuras)] e g) REFEREcircNCIASBIBLIOGRAacuteFICAS

6 AGRADECIMENTOS ao fim do texto e antes das ReferecircnciasBibliograacuteficas poderatildeo vir os agradecimentos a pessoas ouinstituiccedilotildees O estilo tambeacutem aqui deve ser soacutebrio e claroindicando as razotildees pelas quais se fazem os agradecimentos

7 TABELAS E QUADROS deveratildeo ser inseridos apoacutes citaccedilatildeodos mesmos dentro do proacuteprio texto

8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS as referecircnciasbibliograacuteficas devem ser citadas conforme a NBR60232002 daABNTA exatidatildeo das referecircncias constantes da listagem e a corretacitaccedilatildeo no texto satildeo de responsabilidade do(s) autor(es) doartigo

Orientaccedilotildees gerais- Deve-se apresentar todos os autores do documento cientiacutefico(fonte)- O nome do perioacutedico deve ser descrito por extenso natildeo deveser abreviado- Em todas as referecircncias deve-se apresentar o local de publicaccedilatildeo(cidade) a ser descrito no lugar adequado para cada tipo dedocumento- As referecircncias devem ser ordenadas alfabeticamente

EXEMPLIFICACcedilAtildeO (TIPOS MAIS COMUNS)

ARTIGO DE PERIOacuteDICO

VIEIRA R F RESENDE M A V de Eacutepocas de plantio deervilha em Patos de Minas Uberaba e Janauacuteba Minas GeraisCiecircncia e Agrotecnologia Lavras v 24 n 1 p 74-80 janmar 2000

LIVRO

a) Livro no todo

STEEL R G D TORRIE J H Principles and procedures ofstatistics New York McGraw-Hill Book l960 481 p

b) Parte de livro com autoria especiacutefica

FLEURY J A Anaacutelise ao niacutevel de empresa dos impactos daautomaccedilatildeo sobre a organizaccedilatildeo da produccedilatildeo de trabalho InSOARES R M S M Gestatildeo da empresa Brasiacutelia IPEAIPLAN 1980 p 149-159

c) Parte de livro sem autoria especiacutefica

MARTIM L C T Nutriccedilatildeo de bovino de corte em confinamentoIn ______ Confinamento de bovino de corte 2 ed Satildeo PauloNobel 1986 cap 3 p 29-89

DISSERTACcedilAtildeO E TESE

GONCcedilALVES R A Preservaccedilatildeo da qualidade tecnoloacutegicade trigo (Triticum aestivum L) e controle de Rhyzoperthadominica (F) durante o armazenamento em atmosferacontrolada com Co2 e N2 1997 52 f Dissertaccedilatildeo (Mestradoem Ciecircncia dos Alimentos) ndash Universidade Federal de LavrasLavras 1997

MATIOLI G P Influecircncia do leite proveniente de vacasmastiacuteticas no rendimento de queijo frescal 2000 55 pDissertaccedilatildeo (Mestrado em Ciecircncias dos Alimentos) - UniversidadeFederal de Lavras Lavras 2000

Nota ldquoA folha eacute composta de duas paacuteginas anverso e versoAlguns trabalhos como teses e dissertaccedilotildees satildeo impressos apenasno anverso e neste caso indica-se frdquo (ABNT NBR60232002p 18)

TRABALHOS DE CONGRESSO E OUTROS EVENTOS

SILVA J N M Possibilidades de produccedilatildeo sustentada de madeiraem floresta densa de terra firme da Amazocircnia brasileira InCONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO 6 1990 Campos doJordatildeo Anais Campos do Jordatildeo SBSSBEF 1990 p 39-45

DOCUMENTOS ELETROcircNICOS

As obras consultadas online satildeo referenciadas conformenormas especiacuteficas para cada tipo de documento (monografia notodo e em parte trabalho apresentado em evento artigo deperioacutedico artigo de jornal etc) acrescidas de informaccedilotildees sobreo endereccedilo eletrocircnico apresentado entre braquetes (lt gt)precedido da expressatildeo ldquoDisponiacutevel emrdquo e da data de acessoao documento precedida da expressatildeo ldquoAcesso emrdquo

Nota ldquoNatildeo se recomenda referenciar material eletrocircnico de curtaduraccedilatildeo nas redesrdquo (ABNT NBR60232000 p 4) Segundopadrotildees internacionais a divisatildeo de endereccedilo eletrocircnico no fimda linha deve ocorrer sempre apoacutes barra ()

Monografia (acesso online)

a) Livro no todo

TAKAHASHI T (Coord) Tecnologia em foco BrasiacuteliaSocinfoMCT 2000 90 p Disponiacutevel em lthttpwwwsocinfoorgbrgt Acesso em 22 ago 2000

b) parte de livro

TAKAHASHI T Mercado trabalho e oportunidades In ______Sociedade da informaccedilatildeo no Brasil livro verde BrasiacuteliaSocinfoMCT 2000 cap 2 p 13-24 Disponiacutevel em lthttpwwwsocinfogovbrgt Acesso em 22 ago 2000

c) Parte de congresso seminaacuterio etc

GIESBRECHT H O Avaliaccedilatildeo de desempenho de institutos depesquisa tecnoloacutegica a experiecircncia de projeto excelecircncia napesquisa tecnoloacutegica In CONGRESSO ABIPTI 2000Fortaleza Gestatildeo de institutos de pesquisa tecnoloacutegicaFortaleza Nutec 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwabiptiorgbrgt Acesso em 01 dez 2000

d) Tese

SILVA E M Arbitrariedade do signo a liacutengua brasileira desinais (LIBRAS) 1997 144 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado emLinguumliacutestica Aplicada e Estudo de Liacutengua) - Pontifiacutecia UniversidadeCatoacutelica de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 1997 Disponiacutevel em lthttpwwwterracombrvirtualbooks freebookportdid teseshtmgtAcesso em 28 nov 2000

Artigo de perioacutedico (acesso online)

RESENDE A M G Hipertexto tramas e trilhas de um conceitocontemporacircneo Informaccedilatildeo e Sociedade Recife v 10 n 12000 Seccedilatildeo Educaccedilatildeo Disponiacutevel em lthttpwwwinformaccedilatildeoesociedadeufpbbrgt Acesso em 30 nov 2000

CITACcedilAtildeO PELO SISTEMA ALFABEacuteTICO (AUTOR-DATA)(conforme ABNT NBR105202002)Dois autores - Steel amp Torrie (1960) ou (STEEL amp TORRIE1960)Trecircs ou mais autores - Valle et al (l945) ou (VALLE et al 1945)Obs Quando forem citados dois autores de uma mesma obradeve-se separaacute-los pelo sinal amp (comercial)

9 CASO O ARTIGO CONTENHA FOTOGRAFIASGRAacuteFICOS FIGURAS SIacuteMBOLOS E FOacuteRMULASESSAS DEVERAtildeO OBEDECER AgraveS SEGUINTESNORMAS

91 Fotografias deveratildeo ser apresentadas em preto e branconiacutetidas e com contraste inseridas no texto apoacutes a citaccedilatildeo dasmesmas e tambeacutem em um arquivo agrave parte salvas em extensatildeoldquoTIFFrdquo ou ldquoJPEGrdquo com resoluccedilatildeo de 300 dpi

92 Figuras deveratildeo ser apresentadas em preto e branco niacutetidase com contraste inseridas no texto apoacutes a citaccedilatildeo das mesmas etambeacutem em um arquivo agrave parte salvas em extensatildeo ldquoTIFFrdquo ouldquoJPEGrdquo com resoluccedilatildeo de 300 dpi As figuras deveratildeo serelaboradas com letra Times New Roman tamanho 10 semnegrito sem caixa de textos e agrupadas

93 Graacuteficos deveratildeo ser inseridos apoacutes citaccedilatildeo dos mesmosdentro do proacuteprio texto elaborado preferencialmente em Excelcom letra Times New Roman tamanho 10 sem negrito

94 Siacutembolos e Foacutermulas Quiacutemicas deveratildeo ser feitas emprocessador que possibilite a formataccedilatildeo para o programa PageMaker (ex MathType Equation) sem perda de suas formasoriginais

10 O Editor Chefe notificaraacute o autor do recebimento do originale posteriormente o informaraacute sobre sua publicaccedilatildeo Os artigosque necessitarem de modificaccedilotildees seratildeo devolvidos ao autor paraa devida revisatildeo

11 Os artigos natildeo aprovados seratildeo devolvidos

12 Os artigos seratildeo publicados em ordem de aprovaccedilatildeo

13 O natildeo-cumprimento dessas normas implicaraacute na devoluccedilatildeodo artigo ao autor

14 Os casos omissos seratildeo resolvidos pela Comissatildeo Editorial

15 O artigo deveraacute ser enviado para

ABCTPPlant Cell Culture amp MicropropagationUniversidade Federal de LavrasDepartamento de Biologia - Setor de Fisiologia VegetalCaixa Postal 3037Lavras ndash MGCEP 37200-000E-mail abctpuflabr

INSTRUCTIONS FOR AUTHORS

1 Concepts and affirmations included in articles andcommunications are of the entire responsibility of the authors

2 ldquoPlant Cell Culture amp Micropropagationrdquo a semestral journaledited by Editora UFLA of the Universidade Federal de Lavraspublishes scientific articles and communications in the area ofplant tissue culture elaborated by researchers of the national andinternational scientific community There are no page charges forpublication Submission of a manuscript implies that it is neitherunder consideration for publication elsewhere nor has appearedpreviously in part or in whole On acceptance for publicationauthors assign to the Editors full copyright of the manuscript inall languages and countries Publications will depend on editorialrules and on the review of experts and ad hoc commissionReviewer and editorial opinions will be anonymouslycommunicated to authors

3 The articles and communication submitted for publicationmust be presented in CD using the program Microsoft Wordfor Windows (version 98 2000 XP or 2003) written inPortuguese English or Spanish using only conventionalnomenclature At the time of submission authors are requiredto submit together with the CD 4 (four) hard copies one originaland three copies without the name(s) of the author(s) as well asthe footnote on the first page (to be used by the reviewers)printed on A4 white paper (21 cm x 297cm) or on continuousform typewritten only on one side double spaced using fontTimes New Roman size 12 with a 3 cm margin on the left handside and 20 cm margin on the right hand side 25 cm upper andlower margin 25 cm for the heading and 25 cm for the footnoteThe manuscript must present a maximum of 14 pages At thetime of submission a cover letter must be sent with themanuscript copies to the Editor requesting publication of thearticle This cover letter must be signed by all authors andalso contain the full address telephone number and e-mail ofthe authors Any inclusion exclusion or alteration in the authorsorder must be notified and signed by all authors including theone excluded

4 Each manuscript must be organized in a) TITLE sufficientlyclear conspicuous and complete without superfluous words Itis recommended to initiate with the term that represent the mostimportant aspect with other terms in decreasing of importanceb) TITLE in Portuguese c) FULL NAME(s) OF THEAUTHOR(s) maximum of 6 (six) in capital letters one after theother in the center of the page with the footnote of the first pagecontaining their professional qualification or academic training

and their work institution d) ABSTRACT written continuouslywithout paragraph It must not exceed 250 words Index termsmust be enclosed after the abstract using terms different fromthose used in the title and separated by comma The index terms(3 to 5) must be described in capital and small letters and expressthe content of the article e) ABSTRACT and INDEX TERMSin Portuguese f) INTRODUCTION (including literaturereview) g) MATERIAL AND METHODS h) RESULTS ANDDISCUSSION (it may include tables and figures) i)CONCLUSIONS and j) REFERENCES

5 Communication must have the following topics a) TITLEsufficiently clear conspicuous and complete without superfluouswords It is recommended to initiate with the term that representthe most important aspect with other terms in decreasing ofimportance The PORTUGUESE version of the title has to bepresented b) TITLE in Portuguese c) FULL NAME(s) OFTHE AUTHOR(s) maximum of 6 (six) in capital letters oneafter the other in the center of the page with the footnote of thefirst page containing their professional qualification or academictraining and their work institution d) ABSTRACT writtencontinuously without paragraph It must not exceed 250 wordsIndex terms must be enclosed after the abstract using termsdifferent from those used in the title and separated by commaThe index terms (3 to 5) must be described in capital and smallletters and express the content of the article e) ABSTRACTand INDEX TERMS in Portuguese f) TEXT (with no divisionbut must include introduction material and methods results anddiscussion and conclusion (it may include tables and figures) andg)REFERENCES

6 ACKNOWLEDGEMENTS Acknowledgements to peopleor institutions might be included at the end of the text priorReferences The written style must be serious and clear indicatingthe reasons of the acknowledgements made

7 TABLES AND FIGURES must be included right after theircitation in the text

8 REFERENCES references must be cited according toNBR60232002 of ABNT All references and their correct citationin the text are of the entire responsibility of the author(s)- Some important orientations all authors of the scientificdocument must be presented (source) the journal must be citedusing its full name all references must present the name of thecity where the journal was published all references must be citedalphabetically

9 PHOTOGRAPHS GRAPHS FIGURES SYMBOLS ORFORMULA CONTAINED IN THE ARTICLE SHOULDOBEY THE FOLLOWING RULES

91 Photographs must be presented in black and whiteclear and with contrast inserted in the text after their citationand also in a separate file (on the same diskette as the article)saved in extension ldquoTIFFrdquo or ldquoJPEGrdquo with resolution of300 dpi

92 Figures must be presented in black and white clear andwith contrast inserted in the text after their citation and also in aseparate file (on the same diskette as the article) saved inextension ldquoTIFFrdquo or ldquoJPEGrdquo with resolution of 300 dpiThey must be elaborated using Times New Roman font size10 without bold without text box and arranged

93 Graphs must be inserted in the text after their citationelaborated preferentially in Excel using Times New Romanfont size 10 without bold

94 Symbols and Chemical Formula must be presented usinga word processor that permits a format for Page Maker (exMathType Equation) without loss of its original form

10 The Brazilian Association of Plant Tissue Culture (ABCTP)will inform the author the receipt of the original manuscript andeventually it will also send information regarding its publicationManuscripts that require modifications will be returned to theauthor for the respective revision andcorrections

11 Manuscripts not approved will be returned to the author

12 Articles will be published according to the order of receiptand approval

13 If any of these rules are not attended the manuscript will bereturned to the author

14 Manuscripts should be sent to the following address

ABCTPPlant Cell Culture amp MicropropagationUniversidade Federal de LavrasDepartamento de Biologia - Setor de Fisiologia VegetalCaixa Postal 3037Lavras ndash MGCEP 37200-000BrazilE-mail abctpuflabr

Page 10: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 11: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 12: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 13: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 14: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 15: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 16: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 17: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 18: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 19: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 20: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 21: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 22: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 23: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 24: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 25: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 26: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 27: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 28: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 29: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 30: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 31: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 32: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 33: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 34: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 35: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 36: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 37: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 38: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 39: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 40: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 41: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 42: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 43: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 44: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 45: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 46: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 47: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 48: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 49: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 50: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 51: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 52: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 53: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 54: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 55: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 56: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 57: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 58: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 59: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 60: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 61: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 62: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 63: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 64: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909
Page 65: PLANT CELL CULTURE MICROPROPAGATIONabctp.org.br/revista/v2n2.pdfPlant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v. 2, n. 2, p. 53-106, 2006 Plant Cell Culture & Micropropagation ISSN 1808-9909