202
PLANTAR Melão coleç o ã edição rev. e ampl.

PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos [email protected]

  • Upload
    dodiep

  • View
    226

  • Download
    4

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

PLANTARMelão

coleç oã

ediçãorev. e ampl.

Page 2: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaEmbrapa Semi-ÁridoMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Embrapa Informação TecnológicaBrasília, DF

2008

A CULTURA DO MELÃO

2a ediçãorevista e ampliada

Page 3: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

2

Coleção Plantar, 60

Produção editorial: Embrapa Informação TecnológicaCoordenação editorial: Fernando do Amaral Pereira

Mayara Rosa CarneiroLucilene Maria de Andrade

Revisão de texto: Corina Barra SoaresNormalização bibliográfica: Celina Tomaz de CarvalhoProjeto gráfico da coleção: Textonovo Editora e Serviços Editoriais Ltda.Editoração eletrônica: Mário César Moura de AguiarArte-final da capa: Mário César Moura de AguiarIlustração da capa: Álvaro Evandro X. Nunes

1a edição1a impressão (2001): 2.000 exemplares2a impressão (2005): 2.000 exemplares2a edição1a impressão (2008): 2.000 exemplares

Todos os direitos reservadosA reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou emparte, constitui violação dos direitos autorais (Lei no. 9.610).

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Embrapa Informação Tecnológica

© Embrapa 2008

A cultura do melão / Embrapa Semi-Árido; [editor técnico, NivaldoDuarte Costa]. – 2. ed. rev. ampl. – Brasília, DF : EmbrapaInformação Tecnológica, 2008.191 p. : il. – (Coleção Plantar, 60).

ISBN 978-85-7383-438-3

1. Comercialização. 2. Cultivares. 3. Doença de planta. 4.Irrigação. 5. Praga de planta. I. Costa, Nivaldo Duarte. II.Embrapa Semi-Árido. II. Coleção.

CDD 635.61

Page 4: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

3

Autores

Alessandra Monteiro Salviano MendesEngenheira agrônoma, Dra. em Fertilidade do Solo,pesquisadora da Embrapa Semi-Á[email protected]

Clementino Marcos Batista de FariaEngenheiro agrônomo, M. Sc. em Fertilidade do Solo,pesquisador da Embrapa Semi-Á[email protected]

Daniel TeraoEngenheiro agrônomo, Dr. em Fitopatologia, pesquisadorda Embrapa Semi-Á[email protected]

Davi José SilvaEngenheiro agrônomo, Dr. em Fertilidade do Solo,pesquisador da Embrapa Semi-Á[email protected]

Editor TécnicoNivaldo Duarte CostaEngenheiro agrônomo, M. Sc. em Fitotecnia, pesquisadorda Embrapa Semi-Á[email protected]

Page 5: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

4

Diógenes da Cruz BatistaEngenheiro agrônomo, Dr. em Fitopatologia, pesquisadorda Embrapa Semi-Á[email protected]

Flávia Rabelo Barbosa MoreiraEngenheira agrônoma, Dra. em Entomologia, pesquisadorada Embrapa Semi-Á[email protected]

Geraldo Milanez de ResendeEngenheiro agrônomo, Dr. em Fitotecnia, pesquisador daEmbrapa Semi-Á[email protected]

José Adalberto de AlencarEngenheiro agrônomo, M. Sc. em Entomologia,pesquisador da Embrapa Semi-Á[email protected]

José Eudes de Morais OliveiraEngenheiro agrônomo, Dr. em Entomologia, pesquisadorda Embrapa Semi-Á[email protected]

José Lincoln Pinheiro de AraújoEngenheiro agrônomo, Dr. em Economia Agrícola,pesquisador da Embrapa Semi-Á[email protected]

José Maria PintoEngenheiro agrônomo, Dr. em Irrigação, pesquisador daEmbrapa Semi-Á[email protected]

Page 6: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

5

Leilson Costa GrangeiroEngenheiro agrônomo, Dr. em Fitotecnia, professorda Escola Superior de Agricultura de Mossoró (Esam), [email protected]

Maria Auxiliadora Coelho de LimaEngenheira agrônoma, Dra. em Pós-Colheita, pesquisadorada Embrapa Semi-Á[email protected]

Maria Sonia Lopes da SilvaEngenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo,pesquisadora da Embrapa [email protected]

Mirtes Freitas LimaEngenheira agrônoma, Dra. em Fitopatologia, pesquisadorada Embrapa Semi-Á[email protected]

Nivaldo Duarte CostaEngenheiro agrônomo, M. Sc. em Fitotecnia, pesquisadorda Embrapa Semi-Á[email protected]

Rita de Cássia Souza DiasEngenheira agrônoma, Dra. em Melhoramento Genético,pesquisadora da Embrapa Semi-Á[email protected]

Selma Cavalcante Cruz de Holanda TavaresEngenheira agrônoma, M. Sc. em Fitossanidade,pesquisadora da Embrapa [email protected]

Page 7: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

6

Tony Jarbas Ferreira CunhaEngenheiro agrônomo, Dr. em Solos, pesquisador daEmbrapa Semi-Á[email protected]

Page 8: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

7

Apresentação

Em formato de bolso, ilustrados e escritos emlinguagem objetiva, didática e simples, os títulos daColeção Plantar têm por público-alvo produtores rurais,estudantes, sitiantes, chacareiros, donas de casa edemais interessados em resultados de pesquisa obtidos,testados e validados pela Embrapa.

Cada título desta coleção enfoca aspectos básicosrelacionados ao cultivo de, por exemplo, hortaliça,fruteira, planta medicinal, planta oleaginosa, condimentoe especiaria.

Editada pela Embrapa Informação Tecnológica,em parceria com as demais Unidades de Pesquisada Empresa, esta coleção integra a linha editorialTransferência de Tecnologia, cujo principal objetivo épreencher lacunas de informação técnico-científicaagropecuária direcionada ao pequeno produtor rural e,com isso, contribuir para o aumento da produção dealimentos de melhor qualidade, bem como para a geraçãode mais renda e mais emprego para os brasileiros.

Fernando do Amaral PereiraGerente-Geral

Embrapa Informação Tecnológica

Page 9: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

8

Page 10: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

9

Sumário

Introdução............................................... 11Clima .......................................................17Cultivares ................................................22Solo.........................................................32Calagem e Adubação ..............................38Tratos Culturais.......................................50Irrigação ..................................................55Controle de Pragas .................................76Controle de Doenças ............................124Colheita, Embalagem e Conservação ...164Comercialização ....................................172Rotação de Cultura ...............................183Coeficientes Técnicos ..........................184Referências............................................186

Page 11: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

10

Page 12: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

11

Introdução

O melão (Cucumis melo L.) é uma dasoleráceas mais populares do mundo, tendoocupado, em 2005, uma área de 1,24 milhãode hectares, com produção de 27,5 milhõesde toneladas, o que proporcionou umaprodutividade média de 22,1 t/ha. O maiorprodutor mundial é a China, que, naquele ano,foi responsável por cerca de 55,0 % daprodução mundial, sendo também o país queapresenta a maior superfície cultivada. Outrospaíses – Turquia, Irã, Estados Unidos,Espanha e Índia – destacam-se entre osmaiores produtores do mundo de melão,situando-se o Brasil como o décimo segundomaior produtor. Em termos de produtividade,entre os países que apresentam as maioresáreas de plantio, sobressai a Espanha, cujamaior produtividade média foi de 29,0 t/ha,

Page 13: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

12

seguida dos Estados Unidos da América, daChina e do México (Tabela 1).

Na América do Sul, em 2005, o Brasilocupou o segundo lugar em produção demelão, ficando a Venezuela em primeiro, a

Page 14: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

13

Argentina em terceiro e o Chile em quarto(FAO, 2007).

Em âmbito nacional, no período de1970 a 2005, a área cultivada com melãopassou de 4.777 ha para 15.981 ha(Tabela 2), o que representou um aumentoda ordem de 234,5 %, enquanto oincremento da produção e da produtividadeforam, no mesmo período, de 6.656,2 % e1.924,8 %, respectivamente.

A Região Nordeste respondeu, em2005, por 94,6 % da produção do País(Tabela 3). Entre os estados brasileiros, oRio Grande do Norte tem a liderança em áreae em produção, tendo produzido, em 2005,45,4 % do total produzido no País, seguido,em ordem decrescente, pelos estados doCeará, da Bahia, de Pernambuco e do RioGrande do Sul.

Page 15: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

14

Quanto aos principais municípiosprodutores de melão, no Brasil (Tabela 4),o município de Baraúna, RN, apresenta amaior área plantada com a cultura (2.900 ha),seguido por Quixeré, CE (2.485 ha), e

Page 16: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

15

Tabela 4. Área, produção e produtividade de melão nosprincipais municípios produtores brasileiros, em 2003.

Baraúna, RNQuixeré, CEMossoró, RNAracati, CEIcapuí, CEJuazeiro, BASento Sé, BACuraçá, BASanta Maria da BoaVista, PEUpanema, RN

Área(ha)2.9002.4851.656

820750748400360350

300

Produção(t)

89.90062.12544.71220.50013.12511.220

6.0007.9208.750

9.000

Município/Estado

Rendimento(t/ha)31,0025,0025,0025,0017,5015,0015,0022,0025,00

30,00

Fonte: IBGE (2007).

Page 17: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

16

Mossoró, RN (1.656 ha). No Estado daBahia, destacam-se os municípios deJuazeiro, Curaçá e Sento Sé, e em Per-nambuco, o município de Santa Maria daBoa Vista, como os principais produtores.

O melão é especialmente rico emelementos minerais, em particular potássio,sódio e fósforo (Tabela 5). Já o valor ener-gético é relativamente baixo, de 20 kcal/100 ga 62 kcal/100 g de polpa, e a porçãocomestível representa 55 % do fruto. O frutoé consumido in natura, como ingrediente desaladas de frutas ou de hortaliças, e tambémna forma de suco. O fruto maduro tempropriedades medicinais, sendo consideradocalmante, refrescante, alcalinizante, mine-ralizante, oxidante, diurético, laxante eemoliente. É recomendado, também, nocontrole da gota, do reumatismo, doartritismo, da obesidade, da colite, da atonia

Page 18: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

17

intestinal, da prisão de ventre, das afecçõesrenais, da litíase renal e da nefrite.

Clima

Temperatura

O clima é o principal elemento a afetara cultura do melão, desde a germinação dassementes até a definição da qualidade finaldo produto. Em regiões brasileiras de climasemi-árido, quente e seco, os frutos apre-

Tabela 5. Composição nutritiva do melão por 100 g de polpa.

Composição Conteúdo Composição Conteúdo (mg)

ÁguaCaloriasProteínasGordurasCarboidratosFibraVitamina AVitamina CTiamina

83,0 %62,0 kcal

0,60 g0,10 g15,7 g0,30 g140 UI16,0 mg0,03 mg

RiboflavinaNiacinaCálcio

FósforoSódio

MagnésioPotássio

FerroZinco

0,020,50

10,0012,00

9,0013,10

188,000,300,13

Fonte: Robson e Decker-Walters (1997).

Page 19: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

18

sentam teor de açúcar (°Brix) elevado, alémde sabor agradável, mais aroma e maiorconsistência, características determinantespara a comercialização, principalmente paraa exportação e a conservação pós-colheitado fruto.

As faixas de temperatura, nos diferentesestágios fenológicos da cultura, são: para agerminação, a temperatura pode variar de18 °C a 45 °C, situando-se a ideal entre 25 °Ce 35 °C; para o desenvolvimento da cultura,a faixa ótima é de 25 °C a 30 °C (abaixo de12 °C, seu crescimento é paralisado); para afloração, a temperatura ótima situa-se entre20 °C e 23 °C. Temperaturas elevadas, acimade 35 °C, estimulam a formação de floresmasculinas.

Luminosidade

A intensidade luminosa é outro fatorclimático que exerce influência na cultura do

Page 20: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

19

melão. A redução da intensidade de luz ou oencurtamento do período de iluminaçãoresulta em menor área foliar. Assim, todos osfatores que afetam a fotossíntese síntese desubstâncias orgânicas, mediante a fixação dogás carbônico do ar, pela ação da radiaçãosolar, afetam, também, a qualidade do fruto.

Portanto, é recomendável o plantio domeloeiro em regiões que apresentem ex-posição solar na faixa de 2.000 horas/ano a3.000 horas/ano para garantir o sucesso noagronegócio da cadeia produtiva do melão.

Umidade

Condições de umidade elevada do arpromovem a formação de frutos de baixaqualidade e propiciam a incidência dedoenças na cultura. Os melões produzidosnessas condições são pequenos e de saborinferior ao desejado, geralmente com baixo

Page 21: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

20

teor de açúcares, em virtude da ocorrênciade doenças fúngicas, que causam queda defolhas. A faixa de umidade relativa do ar ótimasitua-se de 65 % a 75 %.

Assim, temperaturas elevadas, associadasa alta luminosidade e baixa umidade relativa,proporcionam as condições climáticasnecessárias ao desenvolvimento saudável,assegurando frutos de ótima qualidade.

Época de plantio

Para cada região, as condições cli-máticas ideais para o desenvolvimento domelão podem ocorrer em diferentes épocasdo ano, de acordo com a localização e aaltitude. Em geral, nas regiões de clima frio,o plantio do melão é feito de outubro afevereiro; nas de clima ameno, de agosto amarço; e nas regiões de clima quente, durante

Page 22: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

21

o ano todo. Deve-se evitar, porém, as épocasde chuvas intensas. No Rio Grande do Nortee no Ceará, estados responsáveis pela maiorárea plantada de melão do País, a época deplantio vai de junho a dezembro, com maiorconcentração no período compreendido entreagosto e outubro. No Vale do São Francisco(Juazeiro e Petrolina), o plantio do melão podeser feito durante o ano todo, com concentraçãono período entre novembro e abril.

Além dos fatores climáticos, é importantelevar em conta a variação estacional de preçosdo produto no mercado. Os plantios reali-zados de dezembro a abril apresentamprodutividade reduzida, em decorrência decondições climáticas desfavoráveis; entre-tanto, é nessa época que o melão obtém osmelhores preços, registrando-se os maioresvalores de março a julho.

Page 23: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

22

Cultivares

Antes de tomar a decisão de produzirmelão, é importante que o produtor considereos seguintes aspectos das cultivares ou doshíbridos disponíveis no mercado:

• Procedência das sementes.

• Qualidades agronômicas.

• Resistência a doenças.

• Conservação pós-colheita.

• Facilidade de comercialização.

• Preferência do consumidor.

O melão mais produzido no Brasil é odo tipo Amarelo (Fig. 1A), do qual fazemparte diversas cultivares e híbridos. Alémdesse, há outros tipos: Pele de Sapo, Gália,Charentais, Cantaloupe e Honey Dew(Fig. 1B, 1C, 1D, 1E e 1F).

Page 24: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

23

Fot

os: M

árci

o Ja

npan

i/Sak

ata

See

d Sud

amér

ica

Fig. 1 A, B, C, D, E e F. Tipos de melão produzidos no Brasil.

Page 25: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

24

Embora tenham alto valor comercial,principalmente no mercado externo, essestipos de melão são pouco cultivados porqueos frutos apresentam baixa resistência aotransporte e são difíceis de conservar na fasepós-colheita. A seguir, são apresentados osprincipais tipos de melão cultivados noBrasil.

Tipo Amarelo

AF-682 – Híbrido, com boa tolerânciaao vírus-do-mosaico-do-mamoeiro, estirpemelancia (PRSV – W), e ao oídio, raça 1.Os frutos têm formato elíptico, cascaamarelada, cavidade interna pequena, sãouniformes e apresentam peso médio de1,20 kg a 2,00 kg e sabor extremamente doce.

Tropical (10/00) – Híbrido com boatolerância ao vírus-do-mosaico-do-mamoeiro, estirpe melancia (PRSV - W), e

Page 26: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

25

ao oídio, raça 1. Os frutos têm formatoelíptico, casca amarelada, cavidade internapequena, são uniformes, apresentam pesomédio de 1,5 kg a 2,5 kg, padrão paramercado interno e bom sabor. Ciclo médio:de 75 a 80 dias.

AF-646 – Híbrido com boa tolerânciaao vírus-do-mosaico-do-mamoeiro, estirpemelancia (PRSV - W), e ao oídio, raça 1.Os frutos têm formato elíptico, cascaamarelada, cavidade interna pequena, sãouniformes, apresentam peso médio de1,20 kg a 1,50 kg e sabor extremamente doce.

Gold Mine – Híbrido muito produtivo,tendo apresentado boa tolerância, emcampo, ao oídio e ao míldio. Os frutos sãouniformes, de cor amarela, com peso médiode aproximadamente 2 kg, pequena cavidadeinterna e Brix médio de 10°.

Page 27: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

26

Vereda – Híbrido de alta produtividade,apresenta plantas com excelente vigor eótima cobertura foliar. Resistente ao oídio,raça 1, e ao vírus-do-mosaico-do-mamoeiro,estirpe melancia (PRSV - W). Os frutospossuem ótimo sabor, cavidade pequena,boa conservação pós-colheita e padrão demercado para exportação. Início da colheita:de 60 a 70 dias.

Goldex – Híbrido de alta produtividade,com plantas vigorosas, com tolerância aFusarium, raças 0 e 2, e ao oídio. Os frutosapresentam polpa branca, com pequenacavidade interna, e casca levemente rugosa, decor amarelo-ouro, e peso médio de 1,4 kg.Alto Brix (de 12 º a 13 º), ideal paraexportação. Início da colheita: de 64 a 70 dias.

Jangada – Híbrido de alta produtividade,com plantas vigorosas, que apresentam frutosde excelente padrão para o mercado interno,

Page 28: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

27

com casca bem vincada, de coloração ama-relo-ouro, e alta resistência ao transporte ea doenças: ao oídio, raça 1, e ao vírus-do-mosaico-do-mamoeiro, estirpe melancia(PRSV - W). Início da colheita: de 60 a 65dias.

Tipo Pele de Sapo

Nilo – Híbrido de frutos de cascavincada, coloração verde, com tendência aamarelo, formato cordiforme, polpaesverdeado-clara, com padrão para omercado interno e o externo. Peso médiodos frutos: de 1,3 kg a 1,5 kg. Resistente aooídio, raça 1, e ao vírus-do-mosaico-do-mamoeiro, estirpe melancia (PRSV - W).Início da colheita: de 60 a 65 dias.

Juazeiro – Híbrido de plantas vigorosas,resistente ao míldio e ao Fusarium, raças0 e 1. Os frutos apresentam formato oval,

Page 29: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

28

casca com suaves estrias e peso médio de3 kg a 4 kg. Boa conservação pós-colheita eBrix elevado. O ciclo vai de médio a tardio.

Sancho – Híbrido de plantas vigorosas,apresenta resistência ao Fusarium, raças 0 e2, e ao oídio. Os frutos têm formato ovalado,é reticulado e peso médio de 1,8 kg a 2,2 kg.A polpa, fina e muito doce, tem coloraçãocreme. O ciclo médio vai de 75 a 80 dias.

Tendency – Híbrido de plantas vigo-rosas e abundantes, com cobertura foliar queprotege os frutos de queimaduras causadaspelo sol. Alta produtividade. Apresenta frutosde elevada qualidade, formato redondo-ovalado, com peso médio de 1,3 kg, cascaenrugada, de cor verde, com manchas verde-escuras e amarelas; polpa creme-verde-claro,espessa e crocante, pequena cavidadeinterna, excelente sabor e alto Brix. Iníciode colheita: de 55 a 60 dias.

Page 30: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

29

Tipo Cantaloupe

Hy-mark – Híbrido muito produtivo.Os frutos têm peso médio de 1,5 kg, cascarendilhada, de cor verde, e polpa cor de salmão.É resistente ao oídio. A maturação ocorre aos65 dias, aproximadamente, acompanhada doinício de desprendimento do pedúnculo.

Torreon – Híbrido de planta vigorosa,com boa cobertura dos frutos, tolerância aoFusarium, raças 0 e 2, e ao oídio, raças 1 e 2.Frutos de tamanho grande (1,2 kg) e coloraçãointerna cor de salmão, com Brix médio de11 º, excelente rendilhamento e boa resistênciaao transporte. Ciclo de 65 a 70 dias.

Galileu – Híbrido de plantas vigorosas,tolerância ao Fusarium, raças 0 e 2, e aooídio. Frutos redondos, ligeiramenteovalados, com reticulado denso e uniforme,sem suturas, e peso médio de 0,9 kg a

Page 31: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

30

1,1 kg. Polpa firme, de coloração branco-esverdeado-clara. Ciclo de 70 a 75 dias.

Tipo Gália

Solar King – Híbrido com excelenteconservação pós-colheita, por cerca de 8 a12 dias de prateleira, em condições ideais.Suas sementes têm elevado custo emcomparação com as de outros híbridos dotipo Gália.

Tipo Honeydew

Saturno – Híbrido produtivo, plantasvigorosas com alto pegamento de frutos,resistência ao oídio, raças 1 e 2, e aoFusarium, raças 0 e 2. Os frutos têm formatoredondo, casca creme-branco e polpa decoloração creme-esverdeado, com cavidadeinterna pequena. Ciclo de 63 dias.

Page 32: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

31

Orange County – Híbrido produtivo,com plantas vigorosas, padrão de frutosapropriado tanto para o mercado internoquanto para o externo. Os frutos, de formatoredondo, têm peso médio de 1,5 kg a1,8 kg, casca lisa, de coloração creme, epolpa cor laranja-escuro, com cavidadeinterna pequena. Ciclo de 60 a 64 dias.

Honeydew – Cultivar de polinizaçãoaberta, frutos de boa conservação pós-colheita, recomendados para exportação aosEstados Unidos, principalmente. Sua colheitaé tardia, entre 70 e 80 dias. Os frutos nãotêm odor, a casca é bem lisa e de coloraçãobranco-creme-brilhante, têm formatoglobular, peso médio de 1,5 kg, polpaesverdeada, suculenta, de textura fina e doce.Uma característica desse tipo de melão é queo fruto não se destaca da rama, como ocorrecom outros tipos, havendo necessidade deusar a tesoura para colhê-lo.

Page 33: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

32

Tipo Charentais

Kousto RZ – Híbrido monóico,resistente ao oídio, raças 0, 1 e 2. Os frutosapresentam formato arredondado e pesomédio de 1,0 kg a 1,2 kg. A casca é reticuladae a textura da polpa é firme e de coloraçãoalaranjada.

Solo

O solo é constituído pelas fases sólida,líquida e gasosa. A fase sólida é formadapor material mineral e orgânico. A proporçãode cada um desses componentes varia desolo para solo. Um solo ideal para odesenvolvimento das plantas é aquele queapresenta 45 % da parte mineral, 5 % daparte orgânica, 25 % da parte gasosa e 25 %da parte líquida.

Page 34: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

33

A parte mineral constitui-se de partículasunitárias de tamanhos variáveis (areia, silte eargila), originadas do intemperismo dasrochas. É na fração mais fina do solo,complexo coloidal formado pela mistura deargila com matéria orgânica, que se processamas reações de maior importância para anutrição mineral das plantas.

Para ser considerado produtivo, o solodeve ser fértil (rico em nutrientes), ter boascaracterísticas físicas (textura, estrutura,densidade e drenagem), apresentar boascondições de relevo, localizar-se em regiãode boas condições climáticas para o cres-cimento das plantas e não conter elementosou substâncias fitotóxicas.

A cultura do melão adapta-se a diferentestipos de solo, mas não se desenvolve bem emsolos de baixadas úmidas, com má drenagem,assim como em solos muito arenosos e rasos.

Page 35: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

34

O sistema radicular do melão é, nor-malmente, superficial, mas, em solosprofundos e bem arejados, atinge profun-didades consideráveis. Por isso, deve-se darpreferência a terrenos com boa exposiçãoao sol, escolhendo-se os solos férteis, com80 cm ou mais de profundidade, de texturamédia (franco-arenoso ou arenoso-argiloso)e com boa porosidade, que possibilitemmaior desenvolvimento do sistema radicular,melhor infiltração da água e fácil drenagem.

A faixa ideal de pH do solo para omeloeiro está em torno de 6,0 a 7,5. A culturanão tolera solos ácidos.

A salinidade afeta o desenvolvimentodas plantas, provocando decréscimo naprodutividade, de 25 %, quando a con-dutividade elétrica for igual a 4 dS/m, e de50 %, quando igual a 6 dS/m.

Page 36: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

35

Para avaliar a fertilidade do solo,procede-se à análise de solo em laboratório,onde são determinados o valor do pH, osteores dos principais nutrientes exigidos pelasplantas e os dos elementos que são tóxicos(alumínio e sódio), informações essasimportantes para que se possa fazer umaadubação adequada e verificar a necessidadede calagem e os problemas de salinidade.

No entanto, para que a análise representefielmente as condições do solo, é necessárioque se faça uma amostragem bem repre-sentativa da área, separando os solos por:

• Cor.

• Textura (argilosos e arenosos).

• Topografia (baixada, plano, encosta,topo).

Page 37: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

36

• Uso (virgem ou cultivado, adubadoou não adubado).

Para cada tipo de solo, retirar umaamostra, composta conforme explicação aseguir: coletar, no mínimo, 15 amostrassimples, em vários pontos do terreno, a umaprofundidade de 0 cm a 20 cm, colocando aterra numa vasilha (balde de plástico) limpa.Em seguida, misturar bem toda a terracoletada e, da mistura, retirar 0,30 kg de solo,aproximadamente, e colocá-lo num saco deplástico limpo, ou numa caixinha de papelão,que representará a amostra composta.Identificá-la e remetê-la ao laboratório cercade 3 meses antes do plantio. Uma vez, a cada3 anos, é aconselhável repetir a amostragempara a análise de solo.

Não coletar amostras em locais deformigueiro, de monturo, de coivara oupróximos a curral. Antes da coleta, limpar a

Page 38: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

37

superfície do terreno, caso haja mato ourestos vegetais. A amostragem é facilitadaquando o solo está um pouco úmido.

As amostras podem ser coletadas comtrado (Fig. 2), com cano galvanizado de1 polegada ou 3/4 de polegada, ou, então,com enxadeco. Se optar pelo enxadeco, aamostra deverá ser coletada na fatia de 0 cma 20 cm de profundidade.

Fig. 2. Tipos de ferramenta (A) e esquema de coleta desolo (B).Ilustração: José Clétis Bezerra.

A

Superfície do terreno

B Terra retirada do buraco

20 cm

Fatia de solo coletada

Profundidade de coleta

Page 39: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

38

Calagem e Adubação

Calagem – Em solos ácidos, a utilizaçãoda calagem é essencial para promover aneutralização do alumínio trocável, umelemento tóxico às plantas, e aumentar adisponibilidade de fósforo, cálcio, magnésioe molibdênio.

Mesmo em solos que não apresentemproblemas de acidez, mas que contenhamteores baixos de cálcio, é necessária aaplicação de calcário, uma vez que a culturaé exigente nesse nutriente, cuja deficiênciaprejudica a qualidade dos frutos. A plantabem suprida de cálcio produz frutos compolpa mais firme e consistente.

Na escolha do calcário, deve-se darpreferência ao calcário dolomítico, porque,além do cálcio, contém teores elevados demagnésio. É importante, ainda, que o calcário

Page 40: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

39

tenha um PRNT (poder relativo deneutralização total) elevado, igual ou acimade 80 %. A quantidade de calcário, assimcomo a quantidade de fertilizantes a seraplicada, deve ser baseada nos resultadosda análise do solo.

A aplicação de calcário deve ser feita alanço e incorporada ao solo por meio degradagem, com antecedência mínima de30 dias do plantio. Deve-se lembrar que areação do calcário no solo, ao neutralizarsua acidez, somente se processa na presençade umidade, e é tanto mais lenta quantomenor é seu PRNT.

Adubação – Para a adubação orgânicado melão, recomendam-se 20 m3/ha deesterco de curral bem curtido, ou 2 t/ha detorta de mamona, também bem curtida.Como adubação mineral, recomendam-se40 kg/ha de N (nitrogênio) e doses de P

2O

5

Page 41: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

40

(fósforo) e K2O (potássio), conforme a

análise do solo (Tabela 6), a serem aplicadosem fundação, antes do plantio.

Na adubação de fundação, osfertilizantes orgânicos e minerais devem seraplicados em sulco, abaixo e ao lado dasemente ou da muda do melão. É precisomisturar esses fertilizantes, principalmente oorgânico, com a terra do sulco, antes decobri-lo completamente. Isso permite queocorra melhor solubilidade dos fertilizantese melhor distribuição dos nutrientes no

Tabela 6. Adubação com fósforo e potássio baseada na análisedo solo.

Fósforo (P) Potássio (K)

P no solo(mg/dm3)

<66 a 1011 a 20> 20

Dose de P2O

5

(kg/ha)

160120

8040

K no solo(cmol

c/dm3)

< 0,080,08 a 0,150,16 a 0,25> 0,25

Dose de K2O

(kg/ha)

160120

8040

Page 42: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

41

volume de solo úmido que será exploradopelas raízes do melão.

Os fertilizantes minerais mais utilizadossão as fórmulas comerciais, como 6 - 24 - 12 e10 - 10 -10, o sulfato de amônio (20 % de N),a uréia (45 % de N), o superfosfato simples(18 % de P

2O

5), o superfosfato triplo (42 %

de P2O

5), o cloreto de potássio (60 % de K

2O)

e o sulfato de potássio (50 % de K2O).

Em cobertura, recomendam-se 50 kg/hade nitrogênio após 25 dias do plantio. Se osolo for arenoso, a dose de nitrogênio emcobertura deverá ser parcelada em duas: umaaos 20 dias e outra aos 4 dias após o plantio.Nesse caso, a dose de potássio indicada pelaanálise de solo deve ser dividida em duasaplicações: uma metade em fundação e aoutra em cobertura, 40 dias depois doplantio, com a última aplicação de nitrogênio.

Page 43: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

42

A adubação nitrogenada em coberturapode ser feita com uréia ou com sulfato deamônio. Como o nitrogênio pode ser perdidona forma de NH

3 (gás de amônia) para a

atmosfera – processo conhecido comovolatilização –, é conveniente que osfertilizantes nitrogenados sejam aplicados empequenos sulcos e cobertos com terra, e quese faça uma irrigação logo após suaaplicação, para favorecer a movimentaçãodo nitrogênio dentro do solo e seu contatocom as raízes.

Por sua vez, deve-se evitar irrigaçõespesadas para não se provocar perdas denitrogênio na forma de NO

3 (nitrato), por

lixiviação, uma vez que essa forma é muitomóvel no solo, acompanhando toda a águade percolação. Em solos alcalinos (com pHacima de 7,0), deve-se usar o sulfato deamônio em vez da uréia, porque, nessessolos, as possibilidades de perda de

Page 44: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

43

nitrogênio por volatilização da uréia sãomaiores do que as de sulfato de amônio. Sefor recomendada a aplicação de potássio emcobertura, esse deve ser aplicado na formamineral, junto com o fertilizante nitrogenado.

Recomenda-se usar as combinaçõessulfato de amônio e superfosfato triplo, ouuréia e superfosfato simples, para garantir osuprimento de enxofre às plantas. Para opotássio, é aconselhável o uso alternado docloreto com o sulfato de potássio entre oscultivos, porque o excesso de cloreto nosolo concorre para uma mais rápidadeterioração dos frutos depois de colhidos.

Além dos nutrientes absorvidos emgrande quantidade – por isso chamados demacronutrientes, como nitrogênio, fósforo,potássio, cálcio, magnésio e enxofre –, háos micronutrientes, que são absorvidos empequena quantidade, como boro, cobre,

Page 45: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

44

ferro, manganês, molibdênio e zinco. Essesmicronutrientes são determinantes para osprocessos de crescimento, de síntese e detranslocação de açúcares na planta, possi-bilitando maior produtividade e melhorqualidade dos frutos.

Os fertilizantes orgânicos geralmentecontêm esses micronutrientes em quantidadesuficiente para corrigir alguma deficiênciano solo.

Em solos com baixa capacidade deinfiltração – que tenham recebido adubaçãocom sulfato de amônio em doses elevadas –,é comum a deficiência de molibdênio, o queprovoca o amarelecimento das folhas dasplantas do melão, o que, por sua vez, podereduzir drasticamente o crescimentovegetativo e a produtividade de frutos.

A correção dessa deficiência pode serfeita com aplicação foliar de molibdato de

Page 46: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

45

sódio, a 0,05 % (10 g/20 L), assim que surjamos primeiros sintomas. Com duas ou trêspulverizações, a intervalos de uma semana,normalmente os sintomas desaparecem. Emáreas com solo nessas condições, é pre-ferível iniciar essas pulverizações na primeirasemana após a germinação, como medidapreventiva.

Outro método de aplicação de ferti-lizantes é a utilização da fertirrigação, queconsiste em aplicar os fertilizantes via águade irrigação, pelo sistema de gotejamento.

Os fertilizantes mais utilizados nafertirrigação e a indicação da época em quedevem ser aplicados no cultivo do melãoencontram-se na Tabela 7.

Como o MAP (monofosfato deamônio), o ácido fosfórico e o nitrato decálcio são fertilizantes mais caros do que as

Page 47: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

46

outras fontes dos mesmos nutrientes, eles sãoutilizados preferencialmente em sistemas deagricultura que possuam alto nível tecno-lógico. Em sistemas mais simples, aplica-setodo o fósforo em fundação, antes do plantio,sob a forma de superfosfato simples ousuperfosfato triplo; e, na fertirrigação, usam-se apenas a uréia e o cloreto de potássio, ouo sulfato de potássio. Nesse caso, a uréia deveser parcelada em aplicações, no período de3 a 42 dias após a germinação do melão.

Tabela 7. Composição química dos fertilizantes mais utilizadosna fertirrigação e época na qual devem ser aplicados nocultivo do melão.

Fertilizante Composição(%)

Época (dias apósa germinação)

UréiaNitrato de cálcioMAP (monofosfatode amônio)

Ácido fosfóricoCloreto de potássioSulfato de potássio

45 de N14 de N e 19 de Ca

9 de N e 48 de P2O

5

46 a 72 de P2O

5

60 de K2O

50 de K2O

3 a 3031 a 42

3 a 303 a 303 a 553 a 55

Page 48: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

47

Preparo do solo e plantio – Asoperações de aração, gradagem leve e/oupesada, ou qualquer outra que vise aopreparo do solo, devem ser definidas deacordo com as condições da área a serplantada. Em solo com indícios de com-pactação, é recomendável proceder a umasubsolagem da área.

A aração deve ser realizada a umaprofundidade de 20 cm a 40 cm, com oobjetivo de incorporar os restos culturais.Em seguida, é recomendada uma gradagemleve, para nivelar o terreno. Se for precisorealizar correção do solo (calagem), agradagem deverá ser feita após a aplicaçãodo calcário.

O plantio é feito por semeadura direta,utilizando-se, em média, de 0,8 kg a 2,0 kgde sementes por hectare. O semeio é feitocolocando-se duas ou três sementes por

Page 49: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

48

cova, em caso de pequenos produtores queutilizam sementes de polinização aberta,cobrindo-se, em seguida, com terra. No casode híbridos F1, utiliza-se apenas umasemente por cova, em virtude do alto preçoe do bom percentual germinativo dassementes. É recomendável a aplicação deuma lâmina de água antes do plantio, paradeixar o solo bem umedecido.

Outra forma de cultivo é a semeaduraem bandejas de isopor, utilizando-se substratoapropriado e transplantio das mudas porvolta de 10 a 12 dias após a semeadura(principalmente no caso de híbridos).

O espaçamento ideal da cultura depen-de da característica genética da cultivar, donível de tecnologia empregado pelo produtore, principalmente, da exigência do mercadoem relação ao tamanho dos frutos. Empequenas áreas, usa-se, comumente, o

Page 50: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

49

espaçamento de 2 m entre fileiras e de0,3 m a 0,5 m entre plantas (de 10.000 a16.666 plantas por hectare).

Os produtores que cultivam áreasextensas – com alto nível de insumosmodernos – têm adotado espaçamento de2,0 m a 3,0 m, entre fileiras e de 0,12 m a0,5 m, dentro das fileiras de duas a oitoplantas por metro linear, deixando-se,normalmente, uma planta por cova.

Na produção destinada a exportação,quando se desejam frutos menores, épossível fazer o plantio em fileiras duplas,deixando-se uma planta em cada lado dogotejador ou sulco de irrigação. Isso permiteintensa competição entre plantas, queproduzem um maior número de frutos detamanho menor.

Page 51: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

50

Tratos Culturais

Desbaste de plantas – Quando asplantas apresentarem de quatro a cinco folhasdefinitivas, isto é, em torno de 12 a 15 diasda germinação, faz-se o desbaste, eliminandoas mais fracas e mantendo o númeropreestabelecido de plantas por cova, deacordo com o espaçamento e a finalidadedo produto. A eliminação das plantas podeser feita por corte com facas ou tesouras,ou por arranquio manual. Nesse caso, épreferível fazer a tarefa logo após a irrigação,para não danificar as demais plantas.

Poda (capação e desbrota) –A prática da poda ou a condução de ramasé bastante controvertida em se tratando decucurbitáceas. Na cultura do melão, ela temsido sistematicamente usada por pequenosprodutores, em diversas regiões do Brasil.

Page 52: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

51

Acredita-se que a resposta à poda dasramas em melão varia conforme as variedades.Em variedades do tipo Cantaloupe, nosEstados Unidos da América, essa prática nãotem proporcionado resultados satisfatórios.Por sua vez, nas propriedades onde secultivam áreas extensas com melão, há umatendência a não se efetuar qualquer tipo depoda, sob a alegação de que esse trato culturalonera o custo de produção.

Polinização – As flores masculinaslocalizam-se separadamente das floresfemininas, na mesma planta. O início dafloração acontece de 18 a 25 dias após oplantio, surgindo apenas as flores masculinas;e após 3 a 5 dias, inicia-se o aparecimentosimultâneo das flores masculinas e femininas.A abertura ocorre de uma a duas horas após oaparecimento do sol, e o fechamento, à tarde,permanecendo assim apenas por um dia.

Page 53: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

52

A presença de abelhas durante a fasede florescimento é fundamental, tanto paramelhorar o pegamento dos frutos e aprodutividade, quanto para diminuir onúmero de frutos defeituosos. Recomenda-se evitar pulverizações com inseticidasdurante a fase de florescimento, princi-palmente pela manhã, e instalar colméias nasproximidades da cultura, quando houverpoucas abelhas no local.

Raleamento de frutos – A operaçãode raleio ou desbaste de frutos é uma práticaefetuada com a finalidade de melhorar otamanho e a qualidade dos frutos pro-duzidos. Recomenda-se a eliminação dosfrutos malformados o mais cedo possível.Estresses hídricos e problemas de poli-nização são as principais causas de frutosmalformados. Pragas, doenças e formatoou cicatriz estilar grande também podemprovocar a má-formação.

Page 54: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

53

Nas grandes empresas produtoras demelão, não se faz o raleamento, quando osfrutos são destinados à exportação. Maioresadensamentos de plantas são utilizados paraconseguir frutos pequenos, que são pre-feridos por esse mercado.

Controle de plantas daninhas –O controle de ervas daninhas pode ser feitocom tração animal entre linhas, e ma-nualmente (com enxada) entre as plantas,tantas vezes quantas forem necessárias paramanter a cultura limpa. Com o desen-volvimento da planta, as capinas devem sermanuais (com enxada) e localizadas, paraevitar o manuseio das ramas. Ainda nãoexistem herbicidas seletivos para o melão.

Calçamento dos frutos – É umaprática comum no interior do Estado de SãoPaulo. Consiste em calçar o fruto com doispedaços de bambu, palha ou capim seco, a

Page 55: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

54

fim de impedir o contato direto dos frutoscom o solo, o que facilita o apodrecimento(principalmente na época chuvosa, na fasepróxima à colheita) provocado por pragas,como a broca-das-hastes e a broca-das-cucurbitáceas. Essa prática também reduz amancha-de-encosto.

Distúrbios fisiológicos – A deposiçãodeficiente ou desuniforme de pólen noslóbulos estigmáticos pode promover ocrescimento irregular do ovário, ocasionandomá-formação e tornando o fruto imprestávelpela classificação comercial.

Desequilíbrio hídrico na fase inicial docrescimento do fruto causa o afinamento dofruto na região próxima ao pedúnculo,fenômeno conhecido, vulgarmente, comofruto cabacinha.

Page 56: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

55

Irrigação

A irrigação é a prática agrícola quefavorece o desenvolvimento e a produtividadedo meloeiro. O suprimento de água às plantas,no momento adequado e na quantidadeexigida pela cultura, é decisivo para que sejamobtidos frutos com qualidade, em atendimentoaos diversos mercados.

A escolha do sistema de irrigação devebasear-se em análise técnico-econômica,levando em consideração o tipo de solo, atopografia, o clima, o custo do equipamento,a energia, a qualidade de água disponível e aincidência de pragas e doenças.

Por proporcionar maior produtividadee frutos de melhor qualidade, a irrigação domeloeiro, nas principais regiões produtorasdo Brasil, é feita principalmente por gote-jamento. Na irrigação por gotejamento, a

Page 57: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

56

água é aplicada no volume de solo ocupadopelo sistema radicular da cultura, sem que aparte aérea e a faixa entre fileiras de plantassejam molhadas. As principais vantagens sãoeconomia de água e de mão-de-obra, altaeficiência e possibilidade de fertirrigação.A principal restrição é o maior custo deimplantação por unidade de área. O sistemade irrigação por gotejamento é compostopelo conjunto motobomba, cabeçal decontrole, filtros de areia e disco ou tela,injetor de fertilizantes, válvulas, mangueirasde distribuição de água e emissor de água,podendo ser total ou parcialmente auto-matizado.

A vazão do gotejador pode variarde 0,5 L/h a 4,0 L/h. Gotejadoresautocompensantes apresentam pequenavariação de vazão para diferentes pressões,permitindo, ao sistema, maior unidade dedistribuição de água. Como regra geral, para

Page 58: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

57

o espaçamento entre gotejadores, pode-seadotar de 0,20 m a 0,30 m para solos detextura grossa e de 0,40 m a 0,60 m parasolos de texturas média e fina.

A necessidade de água do meloeiro, doplantio à colheita, varia de 300 mm a 550 mm,dependendo das condições climáticas e dacultivar. O ciclo da cultura, para fins deirrigação, pode ser divido em quatro estádiosdistintos: inicial, vegetativo, frutificação ematuração. A duração de cada estádiodepende, principalmente, das condiçõesclimáticas, do solo e da cultivar.

O estádio inicial da cultura compreendeo período que vai da semeadura até as plantasatingirem 10 % de cobertura do solo.

O estádio vegetativo estende-se do fimdo estádio inicial até o pegamento dos frutos,o que corresponde a aproximadamente 80 %do desenvolvimento máximo da parte aérea.

Page 59: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

58

O estádio de frutificação é o períodoque se estende do pegamento dos frutos aoinício da maturação. É o período mais críticodo meloeiro quanto à deficiência de água nosolo. O manejo inadequado da irrigaçãonesse estádio afeta a produtividade e aqualidade de frutos. A deficiência de águareduz o pegamento e o tamanho de frutos,comprometendo a produtividade, enquantoo excesso favorece a ocorrência de doençase a lixiviação de nutrientes. É o período demáxima necessidade hídrica da cultura, e aumidade do solo deve permanecer próximaà capacidade de campo.

No estádio de maturação – períodocompreendido entre o início da maturaçãodos frutos e a última colheita –, irrigaçõesexcessivas prejudicam a qualidade dosfrutos, reduzindo o teor de sólidos solúveis.

No manejo de irrigação, a reposição deágua no solo, no momento oportuno e na

Page 60: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

59

quantidade adequada, deve considerarparâmetros relacionados com a planta, o soloe o clima. Pode-se escolher um dos trêsmétodos: método do turno de regasimplificado, método do tanque classe A comturno de rega fixo e método do tanque classeA com turno de rega variável.

No cultivo do meloeiro em regiões semi-áridas, com pequena variabilidade daevapotranspiração de um ano para outro, épossível manejar a irrigação com base emdados climáticos históricos. O métodoproposto possibilita estimar valores de turnode rega e lâmina de irrigação, para cada estádiode desenvolvimento do meloeiro, conformeas condições climáticas médias da região.

O método do tanque classe A comturno de rega fixo é baseado no cálculo daevapotranspiração potencial da cultura.Adota-se a seguinte fórmula:

Page 61: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

60

Eto = kp x Eca,

em que:Eto = evatoptranspiração potencial(mm/dia).Kp = coeficiente de tanque (admensional),Tabela 8.Eca = evaporação da tanque classe A(mm/dia).

A adoção do turno de rega fixo, paracada estádio de desenvolvimento da cultura,é um recurso prático de controle da irrigação.Todavia, esse procedimento pode prejudicara eficiência no uso de água. No caso dairrigação por gotejamento, esse problema éminimizado em razão de a freqüência deirrigação ser inferior a 2 dias.

O manejo da irrigação pelo método dotanque classe A com turno de rega variávelaumenta a precisão, pela medida da tensão

Page 62: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

61

Tabe

la 8

. Coe

fici

ente

kp

para

o ta

nque

cla

sse

A.

< 2

2 a

55

a 8

Tanq

ue c

ircu

ndad

o po

r gr

ama

de u

mid

ade

rela

tiva

(%

)

10

1

00B

aixa

< 4

0 %

R(m

)(1)

10

100

Méd

ia 4

0 %

a 7

0 %

R (m

)(1)

10

1

00A

lta

> 70

% R

(m

)(1)

0,65

0,60

0,55

0,75

0,65

0,60

0,75

0,70

0,60

0,80

0,75

0,65

0,85

0,75

0,65

0,85

0,80

0,75

Tanq

ue c

ircu

ndad

o po

r so

lo n

u de

um

idad

e re

lati

va (

%)

Ven

to(m

/s)

Ven

to(m

/s)

< 2

2 a

55

a 8

10

1

00B

aixa

< 4

0 %

R(m

)(1)

10

100

Méd

ia 4

0 %

a 7

0 %

R (m

)(1)

10

1

00A

lta

> 70

% R

(m

)(1)

0,60

0,55

0,50

0,55

0,50

0,45

0,70

0,65

0,55

0,65

0,60

0,55

0,80

0,70

0,65

0,75

0,65

0,60

(1) R

: po

siçã

o do

tan

que

– m

enor

dis

tânc

ia d

o ce

ntro

do

tanq

ue a

o li

mit

e da

bor

dadu

ra.

Page 63: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

62

da água no solo, por meio de tensiômetros.As irrigações devem ser realizadas sempre quea tensão de água no solo estiver entre 10 kPae 15 kPa, para solo de textura grossa, entre15 kPa e 20 kPa para solos de textura média eentre 20 kPa e 25 kPa para os de textura fina.Os tensiômetros devem ser instalados naregião de maior densidade radicular, entre10 cm e 25 cm de profundidade e distanciadode15 cm a 20 cm do colo da planta. Devemser colocados dois tensiômetros em duasprofundidades diferentes; por exemplo, 20 cme 30 cm, em pelo menos três pontosrepresentativos da área.

O tempo de irrigação é calculado paracada estádio de desenvolvimento da cultura,considerando a evapotranspiração da cultura:

Eto.kc.As[A + 0,15(1 – A)]CuaEtc = ,

Page 64: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

63

em que:Etc = evapotranspiração da cultura(mm/dia).Eto = evatoptranspiração potencial(mm/dia).Kc = coeficiente de cultivo (adimensional),Tabela 9.As = área sombreada (m2).A = área molhada (decimal).Cua = coeficiente de uniformidade deaplicação de água (decimal).

Z (cm)

5 a 1010 a 2020 a 3020 a 30

Tabela 9. Coeficiente de cultivo (kc) e profundidade dos sistemaradicular (Z) em cada estádio de desenvolvimento do meloeiro.

Inicial (I)Vegetativo (II)Frutificação (III)Maturação (IV)

Solo nu

0,350,701,000,80

Plástico(1)

0,200,600,900,70

Kc

Gotejamento

Estádio

(1) Plantio em solo com cobertura plástica.

Page 65: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

64

Ti =

em que:Ti = tempo de irrigação (horas).n = número de emissor por planta.q = vazão do emissor (L/h).

Fertirrigação

A fertirrigação na cultura do meloeiropode aumentar significativamente aprodutividade quanto a qualidade de frutos.Em termos práticos, o gotejamento semaplicação de fertilizantes via água de irrigaçãoé pouco eficiente, resultando em baixoincremento da produtividade.

É preciso ter em mente que o sucessoda fertirrigação depende do bom plane-jamento e da execução da irrigação. Irrigaçãoem excesso pode resultar em perda de

60Etcnq

,

Page 66: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

65

nutrientes, principalmente de nitrogênio, oque pode contaminar os aqüíferos sub-terrâneos e superficiais.

Nos injetores tipo Venturi, o fluxo dofertilizante injetado na rede tem relação diretacom a pressão da água na entrada domecanismo, cuja pressão mínima deverá serde 150 kPa. A vazão varia, nos modelos maiscomuns, de 50 L/h a 2.000 L/h. A vazãomínima que deve passar através do “Venturi”depende de sua capacidade e varia de1 m3/h, para os modelos de 1”, a mais de20 m3/h, para Venturi de 2”, de alta capaci-dade de sucção.

A concentração da solução fertilizanteno injetor tipo Venturini é constante nodecorrer do tempo de aplicação. O princípiode funcionamento consiste no estran-gulamento do fluxo da água de irrigação, demodo a provocar aumento de velocidade,

Page 67: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

66

criando-se uma pressão negativa, queprovoca a aspiração da solução fertilizante.

Observe-se que o valor da capacidadede sucção do Venturi indicado pelo fabricantese refere à água pura. Essa capacidade sereduzirá à medida que aumentar a densidadeda solução fertilizante.

A maior vantagem desses injetores defertilizante é a simplicidade que apresentamde operar o dispositivo. Some-se a isso seupreço acessível, a facilidade de manutençãoe a alta durabilidade, além do fato de nãonecessitar de uma fonte de energia especial.Como limitação, pode-se citar a grande perdade carga provocada pelo estrangulamento datubulação, que pode variar de 10 % a 50 %da pressão de entrada, dependendo domodelo.

Entretanto, há soluções para contornaressa limitação, qual seja, por meio da escolha

Page 68: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

67

de um esquema de instalação mais adequado,entre as seguintes formas de instalação:a) instalação do injetor diretamente na linhade irrigação; b) instalação por meio de umaderivação tipo by pass; e c) instalação doinjetor com uma bomba auxiliar.

A instalação diretamente na linha deirrigação, dependendo das condiçõeshidráulicas existentes, pode ser inviável, porconta das elevadas perdas de carga.Normalmente, quando instalado na linhaprincipal, o Venturi é de difícil regulagem,porque a taxa de injeção é muito sensível àvariação de pressão (Fig. 3).

A instalação do Venturi em um esquemaby pass (Fig. 4), a partir da linha de irrigação,utilizando-se uma tubulação de menordiâmetro, reduz a perda de carga localizadae facilita a operação de injeção. Esseesquema permite, ademais, o benefício de

Page 69: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

68

permitir a instalação de um Venturi de baixacapacidade de injeção (pequeno diâmetro)em uma tubulação de irrigação de elevadodiâmetro. Contudo, ainda é necessárioefetuar uma pequena perda de carga, pormeio da instalação de um registro na linhade irrigação, para desviar parte do fluxo deágua para o Venturi.

Fig. 3. Instalação de injetor Venturi na linha de irrigação.

Injetor Venturi

Page 70: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

69

Instalar uma bomba auxiliar paraproporcionar o diferencial de pressão necessáriopara a injeção do fertilizante, por meio do Venturi(Fig. 5), apresenta a desvantagem de elevar ocusto de instalação do sistema. Em muitoscasos, quando se quer evitar grandes perdas decarga, pode-se instalar um pequeno equipamentode bombeamento antes do Venturi.

Fig. 4. Instalação do Venturi em by pass.

Injetor Venturi

Page 71: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

70

Fig. 5. Instalação de Venturi utilizando-se bomba auxiliar.

Injetor Venturi

Injetor Venturi

Bombacentrífuga

Page 72: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

71

Injetor elétrico de fertilizantes –Bombas injetoras com motor elétrico estão,atualmente, em termos de tecnologia, muitodesenvolvidas, tanto porque são utilizadas paraa injeção de fertilizantes, quanto para otratamento de água, nas indústrias petroquímica,orgânica e inorgânica. Nos modelos maisusados, a pressão de injeção varia de4 atmosferas a 12 atmosferas, e os volumesinjetados variam de 1 L/h a 1.500 L/h.

A vazão real é praticamente igual àteórica, desde que o rendimento volumétricoesteja muito próximo de 100 %.

Para modificar a vazão, pode-se alterara velocidade C do pistom ou o número Nde ciclos por hora. O primeiro recurso é omais utilizado e funciona da seguinte forma:as bombas injetoras têm um comandoexterior para regular a vazão (parafusomicrométrico), que atua deslocando a

Page 73: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

72

excêntrica, modificando, assim, a velocidadedo pistom, o qual, por sua vez, regula a vazão.A regulagem pode ser feita estando a bombaparada ou em funcionamento. As bombasinjetoras são definidas por sua vazãonominal, e a regulagem estabelece-se comouma porcentagem dela, geralmente entre10 % e 100 %.

Atualmente, é o sistema mais precisoe desenvolvido de injeção. Além de serautomatizado, suas partida e parada podemser reguladas por um programa de irrigação.

Para problemas de precipitação e,posteriormente, de entupimento, recomenda-se avaliar a compatibilidade entre fertilizantese a água de irrigação a ser utilizada, e tambémcom outros produtos a serem aplicadossimultaneamente. Um teste simples decompatibilidade pode ser feito misturandoum ou mais fertilizantes a serem injetados

Page 74: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

73

com a água de irrigação, em um recipiente,na mesma taxa de diluição a ser utilizada.Nesse caso, deve-se ter o cuidado de usar aprópria água de irrigação para solubilizar osfertilizantes. Agitar a solução por algunsminutos e observar, por pelo menos umahora, a ocorrência de precipitação outurbidez acentuada na solução. Se a soluçãopermanecer clara e transparente, poderão serinjetados os fertilizantes testados.

A aplicação de fertilizantes via água deirrigação comporta três fases. Na primeira,aplicar somente água para manter o equilíbriohidráulico do sistema de irrigação, e permitirmaior uniformidade de distribuição dosfertilizantes. Na segunda, proceder àfertirrigação; e na terceira fase, aplicar águapara lavar o sistema de irrigação. Durante asegunda fase, o fertilizante deverá ser aplicadopor período não inferior a 10 minutos(Tabela 10). A terceira fase deverá durar o

Page 75: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

74

Tabela 10. Distribuição percentual de nitrogênio, potássio,cálcio e fósforo a serem aplicados por fertirrigação, ao longodo ciclo de desenvolvimento do meloeiro, pelo sistema degotejamento.

Ciclo (dias)Nutriente

Solos de textura fina e média202060

100

Solos de textura grossa

NKCaP

Solos de textura fina e média

Solos de textura grossa

0 1–7 8–14 15–21 22–28 29–35 36–42 43–49 50–56

NKCaP

NKCaP

2200

3300

5500

101010 0

202010 0

202010 0

151510 0

5500

10104060

3300

5505

55

105

21211510

21211510

1515100

5500

15151010

202060100

10104060

NKCaP

Nutriente

Nutriente

Nutriente

Page 76: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

75

tempo suficiente para lavar completamenteo sistema de irrigação – minimizando, assim,problemas de corrosão, de entupimento degotejadores e de desenvolvimento demicroorganismos no sistema –, e tambémpara melhorar a incorporação do fertilizantena zona do sistema radicular. Essa reco-mendação, no entanto, deve ser tomadaapenas como guia, e não como regra geral,devendo ser ajustada a cada caso.

A freqüência da fertirrigação depende,entre outros fatores, do tipo de fertilizante edo solo. Fertilizantes com maior potencial delixiviação, como os nitrogenados, devem seraplicados mais freqüentemente que aquelescom menor potencial, como os potássicos.Todavia, na prática, os fertilizantes sãoaplicados com igual peridiocidade. Em solosarenosos, a freqüência da fertirrigação deveser a mesma da irrigação.

Page 77: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

76

Entre os fatores que limitam a produ-tividade do meloeiro, destacam-se os danosocasionados pelas pragas. A seguir, serãoapresentadas as principais pragas da culturado melão no Brasil, os métodos deamostragem, os níveis de ação e as medidasde controle.

Controle de Pragas

MOSCA-BRANCA – Bemisia tabaci(Genn., 1889) biótipo B (Hemiptera:Aleyrodidae)

A mosca-branca é considerada uma daspragas de maior importância econômica paraum grande número de plantas cultivadas,entre as quais estão as cucurbitáceas. Nomelão, acarreta elevados danos, tanto diretoscomo indiretos. Esse inseto apresenta altopotencial biótico e elevada capacidade de

Page 78: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

77

adaptação a novos hospedeiros e a diferentescondições climáticas. O elevado nívelpopulacional atingido, as altas taxas dereprodução, a movimentação constante dosindivíduos entre plantas da mesma área, entreáreas cultivadas e entre plantas invasorashospedeiras, bem como sua capacidade dedesenvolver resistência a inseticidas, tornamdifícil o seu controle.

Aspectos biológicos e comporta-mentais – Os adultos (Fig. 6) da mosca-branca têm corpo amarelo e asas brancas,as quais cobrem todo o corpo do inseto,daí a denominação mosca-branca. Adultose ninfas colonizam preferencialmente a parteabaxial das folhas. Na fase adulta, essesinsetos são muito ativos e ágeis, sendo ovôo realizado principalmente no período damanhã, ao passo que as ninfas (Fig. 7)permanecem imóveis, exceto durante oprimeiro estágio, quando se deslocamlentamente sobre a planta.

Page 79: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

78

A fêmea coloca de 100 a 300 ovosdurante o ciclo de vida; a longevidade e ataxa de oviposição dependem da temperaturado hospedeiro. Do estádio de ovo ao deadulto, o inseto pode levar de 18 a 19 dias, àtemperatura de 32 °C, e até 73 dias, àtemperatura de 15 °C.

Fig. 6. Adultos de Bemisiatabaci, biótipo B.

Foto

: Elia

ne Q

uint

ela

Fig. 7. Ninfas de Bemisiatabaci, biótipo B.

Foto

: Gen

i Litvi

n V

ilas

Bôa

s

Page 80: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

79

O desenvolvimento da mosca-brancaé condicionado por fatores climáticos. Altastemperaturas e baixa umidade relativa do arfavorecem seu desenvolvimento, sendo, porisso, observados surtos na estação seca.A chuva é o fator mais adverso, causandomortalidade nas populações do inseto,principalmente quando são fortes e cons-tantes. A disseminação da praga ocorre maisfreqüentemente pelo transporte de partesvegetais de plantas infestadas, de um localpara outro. A dispersão da praga tambémpode ser favorecida por correntes de vento,podendo os ventos fortes deslocarem oinseto para altitudes muito elevadas.

Danos – A mosca-branca podeocasionar danos diretos e indiretos à culturado melão. Os danos diretos são causadospela sucção da seiva da planta e pelainoculação de toxinas pelo inseto,provocando alterações no desenvolvimento

Page 81: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

80

vegetativo e no reprodutivo da planta,reduzindo o peso, o tamanho e o teor desólidos solúveis (oBrix) dos frutos eprolongando o ciclo da cultura. De acordocom Alencar et al. (2002), em ataquesseveros, pode ser observado o amare-lecimento das folhas mais velhas, enquanto,em plantas jovens, ocorre a seca das folhas,e, dependendo da intensidade da infestação,até mesmo a morte das plantas. Além disso,grande parte do alimento ingerido é excretadana forma de um líquido doce, que serve demeio de crescimento para fungo saprófita,de coloração negra (fumagina), que interferenos processos de fotossíntese e respiraçãoda planta. Contudo, o maior problemacausado pela mosca-branca à cultura domelão está relacionado aos danos indiretos,pela transmissão do vírus causador doamarelão (SANTOS et al., 2002).

Page 82: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

81

BROCA-DAS-CUCURBITÁCEAS –Diaphania nitidalis (Cramer, 1782);Diaphania hyalinata (L., 1758)(Lepidoptera: Pyralidae)

Aspectos biológicos e comporta-mentais – Essas brocas apresentamcaracterísticas similares, tanto emcomportamento quanto em ocorrência.Os adultos são mariposas com 30 mm deenvergadura e 15 mm de comprimento. Aslagartas (Fig. 8) podem atingir 20 mm decomprimento. Contudo, essas duas espéciesdiferem quanto à coloração dos adultos.D. nitidalis tem coloração marrom-violácea,com as asas apresentando área centralamarelada semitransparente e bordosmarrom-violáceos (Fig. 9); já a D. hyalinatatem asas com áreas semitransparentes ebrancas, e a faixa escura dos bordos éretilínea (Fig. 10).

Page 83: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

82

Fig. 8. Lagarta da broca-das-cucurbitáceas.

Fig. 9. Adulto de Diaphanianitidalis.

Fot

o: D

iniz

da

Con

ceiç

ão A

lves

Fot

o: D

iniz

da

Con

ceiç

ão A

lves

Fig. 10. Adulto deDiaphaniahyalinata.

Foto

: Rai

mun

do B

raga

Cou

tinho

Page 84: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

83

A fêmea faz a postura em folhas, ramos,flores e frutos. O período larval é deaproximadamente 10 dias, transformando-se,em seguida, em crisálidas, que permanecempor um período de 12 a 14 dias sobre folhassecas ou no chão, até atingirem o estágio adulto.O ciclo evolutivo completo é de 25 a 30 dias.

Danos – As lagartas atacam folhas,brotos, ramos, flores e frutos. Observa-se queos brotos e as folhas nos ramos atacadossecam. Quando o ataque é severo, ocorreabertura de galerias na polpa dos frutos,inviabilizando-os para a comercialização.A espécie D. nitidalis ataca os frutos emqualquer idade, enquanto a D. hyalinata atacapreferencialmente as folhas, causando desfolhatotal da planta, quando em altas populações(BRAGA SOBRINHO et al., 2003).

Page 85: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

84

PULGÃO – Aphis gossypii Glover, 1877(Hemiptera: Aphididae)

Aspectos biológicos e comporta-mentais – A. gossypii (Fig. 11) mede aproxi-madamente 2 mm de comprimento. As ninfassão de cor amarelo-clara ou marrom. A fêmeaadulta, que também tem coloração amarelo-clara ou marrom, pode ser alada ou áptera.A forma alada possui, contudo, cabeça etórax pretos. No início, os indivíduos sãoápteros, e a população cresce intensamente.Depois, aparecem as formas aladas, que voampara outras plantas, à procura de alimento,onde constituem novas colônias. Apresentamum par de sifúnculos ou cornículos na parteterminal da cauda, que são utilizados para aliberação de feromônio ou cera. Nascondições brasileiras, reproduzem-se porpartenogênese, ou seja, sem a presença demachos (GALLO et al., 2002).

Page 86: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

85

Danos – Os pulgões atacam brotaçõese folhas novas do meloeiro, sugandocontinuamente uma grande quantidade deseiva. Em elevadas infestações, os brotos eas folhas novas tornam-se encarquilhados edeformados, comprometendo o desenvol-vimento das plantas e provocando a reduçãoda produtividade. No entanto, o maior danocausado pela espécie A. gossypii ao meloeiroé a transmissão do vírus-do-mosaico, quecompromete totalmente o desenvolvimentoda planta, principalmente se a transmissãoocorrer nas primeiras fases de desen-volvimento da cultura.

Fig. 11. Colônia depulgão em folha demeloeiro.

Foto

: Din

iz d

a C

once

ição

Alv

es

Page 87: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

86

MOSCA-MINADORA – Liriomyzasativae (Blanchard, 1938), Liriomyzahuidobrensis (Blanchard, 1926)(Diptera: Agromyzidae)

As moscas-minadoras podem causardanos econômicos ao meloeiro, princi-palmente em plantios manejados de maneirainadequada e com plantas debilitadas.

Aspectos biológicos e compor-tamentais – Os adultos da mosca-minadorasão insetos pequenos, com aproximadamente2 mm de comprimento, coloração preta, commanchas amarelo-claras na cabeça e na regiãoentre as asas (Fig. 12). A fêmea apresentapostura endofítica, isto é, coloca os ovosdentro do tecido da folha, diretamente noparênquima foliar. Depois de alguns dias, alarva eclode e começa a se alimentar do tecidoparenquimático, passando por três instares nointerior da mina que cava na folha. A larva da

Page 88: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

87

espécie L. sativae tem coloração amarelo-intensa, ao passo que a larva deL. huidobrensis é branco-creme e é maisrobusta. A maioria das larvas transforma-seem pupa no solo, podendo elas também seremencontradas no interior das galerias por elasconstruídas.

O período chuvoso é mais favorável àmosca-minadora, ocorrendo o inverso emtemperaturas elevadas.

Danos – A fase larval é a que causaprejuízos, pois a larva abre galerias naepiderme das folhas, formando lesões

Fot

o: D

iniz

da

Con

ceiç

ão A

lves

Fig. 12. Adulto deLiriomyza sativae.

Page 89: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

88

esbranquiçadas (Fig. 13). Quando apopulação de larvas na folha é alta, ocorreredução da capacidade fotossintética daplanta pela murcha e queda prematura defolhas, havendo, conseqüentemente, reduçãona produção. Foram detectadas perdas deaté 40 % da produção pelo ataque dessapraga (GUIMARÃES; AZEVEDO, 2004).

A larva de L. sativae forma minasestreitas nas folhas, com traçado que seassemelha a um caminhamento em zigue-

Fig. 13. A - Danos causados pelas larvas de L. sativae; B -Danos causados pelas larvas de L. huidobrensis.

Fot

os:

Jor

ge A

nder

son

Gui

mar

ães

A

A

B

Page 90: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

89

zague, enquanto L. huidobrensis geralmenteinicia o dano pela inserção do pecíolo na folha,consumindo todo o parênquima foliar, e formalongas galerias de forma não definida(ALENCAR et al., 2002; GALLO et al., 2002).

LAGARTA-ROSCA – Agrotis ipsilon(Hufnagel, 1767) (Lepidoptera:Noctuidae)

Aspectos biológicos e compor-tamentais – É uma praga cosmopolita epolífaga, atacando, além do melão, a cebola,o tomate, o algodão, o amendoim, o arroz,o feijão, o fumo, o girassol, a soja, o milho,e outros (ZUCCHI et al., 1993).

Os adultos são mariposas (Fig. 14) quemedem em torno de 35 mm de envergadura,de coloração pardo-escura a marrom, comalgumas manchas escuras nas asas anteriores,e asas posteriores brancas, semitranspa-

Page 91: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

90

rentes, com bordos laterais acinzentados. Esseinseto tem elevado potencial biótico, podendouma fêmea colocar até 1.260 ovos duranteseu ciclo de vida. Os ovos são depositadosno solo, nas folhas e nos caules das plantas,isoladamente ou em massas. As lagartasapresentam coloração variável, de cinza-escuroa marrom-clara, e podem medir de 45 mm a50 mm no seu máximo desenvolvimento.Possuem o hábito de se alimentar durante anoite. Durante o dia, protegem-se sob torrões,na base da planta, ou a poucos centímetrosde profundidade no solo. Em virtude do hábitode se enrolar quando tocadas, são conhecidascomo lagartas-rosca. Passam a fase de pupaem câmaras pupais, construídas pelas larvas,no solo, a pouca profundidade. O ciclobiológico de A. ipsilon é de 34 a 64 dias,sendo de 4 dias o período de ovo, de 20 a40 dias o de lagarta, e de 10 a 20 dias o depupa.

Page 92: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

91

Danos – O principal dano causado pelalagarta-rosca é o corte das plantas jovens naaltura do colo, tendo como conseqüência aredução do estande. Ocorre principalmenteem solos com elevado teor de matériaorgânica. O dano causado pelo inseto serámaior se houver elevada população de lagar-tas grandes. As plantas mais desenvolvidastoleram o dano por mais tempo, porémmurcham e podem sofrer tombamento.É considerada praga secundária na cultura

Fot

o: R

aim

undo

Bra

ga C

outi

nho

Fig. 14. Adulto deAgrotis ipsilon.

Page 93: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

92

do melão (PALUMBO; KERNS, 2008;BRAGA SOBRINHO et al., 2003).

VAQUINHA – Diabrotica speciosa(Germar, 1824) (Coleoptera:Chrysomelidae)

Aspectos biológicos e comporta-mentais – O adulto é um besouro de colora-ção verde, com seis manchas amareladassobre o corpo, e a cabeça apresenta coloraçãocastanha (Fig. 15), medindo de 5 mm a 6 mmde comprimento. A fêmea faz a postura nosolo. A larva mede em torno de 10 mm decomprimento e tem coloração branco-leitosa.

Danos – As larvas alimentam-se dasraízes, enquanto os adultos, das folhas e dasflores, principalmente das folhas novas,reduzindo, assim, a capacidade fotossintéticae o desenvolvimento das plantas.

Page 94: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

93

PERCEVEJO – Leptoglossus(=Theognis) gonagra (Fabri., 1775)(Hemiptera: Coreidae)

Aspectos biológicos e comporta-mentais – Na fase adulta, mede de 15 mm a19 mm de comprimento e tem coloração geralescura. A cabeça tem quatro listraslongitudinais pretas, separadas entre si poruma listra central, e duas laterais alaranjadas.O pronoto é castanho, com uma linhatransversal amarela na parte anterior do tórax.Suas pernas posteriores possuem tíbias, com

Fig. 15. Adulto de Diabrotica speciosa.

Fot

o: D

iniz

da

Con

ceiç

ão A

lves

Page 95: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

94

expansões laterais, que lembram pequenasfolhas, com manchas claras na porção interna(Fig. 16). É conhecido como percevejo-do-melão-de-são-caetano e percevejo-das-frutas.Além do meloeiro, ataca goiaba, abóbora,chuchu, bucha, maracujá, romã, citros, entreoutras plantas (MARICONI; SOUBIHESOBRINHO, 1961; SILVA et al., 1968;MARICONI, 1976; GALLO et al., 2002;MEDINA, 1988).

Danos – L. gonagra danifica brotações,botões florais e frutos. As plantas atacadasficam depauperadas, enquanto os frutosapresentam a área atacada totalmente enrijecida.

Fig. 16. Adulto de Leptoglossus gonagra.

Fot

o: D

iniz

da

Con

ceiç

ão A

lves

Page 96: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

95

LAGARTA-MEDE-PALMO –Trichoplusia ni (Hübner, 1802).(Lepidoptera: Noctuidae)

Aspectos biológicos e comporta-mentais – São mariposas de 25 mm deenvergadura, de coloração parda, apre-sentando, na asa anterior, uma manchabranco-prateada. Suas lagartas são verdes,medem palmo e atingem até 30 mm decomprimento (Fig. 17). Transformam-se empupa na própria folha, envolta por um casulofino de teia branca (GALLO et al., 2002).

Fig. 17. Lagarta de Thricoplusia ni.

Fot

o: C

herr

e S

ade

Page 97: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

96

Danos – Causam desfolha na planta,e, nos primeiros instares, as lagartasalimentam-se da parte abaxial da folha.

ÁCARO-RAJADO – Tetranychusurticae (Acari:Tetranychidae)

Aspectos biológicos e comporta-mentais – Este ácaro (Fig. 18) apresentaacentuada diferença entre os sexos(dimorfismos sexual), tendo as fêmeas0,46 mm e os machos aproximadamente0,25 mm de comprimento. Em geral,apresenta manchas escuras no dorso, umade cada lado. Essa praga forma uma teiasobre e entre as folhas da planta, sendo apágina inferior da folha o local preferido paraas fêmeas colocarem os ovos, que sãoesféricos, de tonalidade amarelada. Possuium elevado potencial biótico, podendo pôrum número grande de ovos sob condições

Page 98: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

97

de elevada temperatura e baixa precipitação.Fertilizantes nitrogenados também propiciamo aumento da população (GALLO et al., 2002).

Danos – Os sintomas do ataque depraga são observados pela torsão nas folhasnovas e por pontuações cloróticas nasdesenvolvidas, que posteriormente caem. Emataque intenso, pode ocorrer redução naprodutividade pelo atraso no desenvolvimentodos frutos e pelo comprometimento da áreafoliar da planta. Sérios danos podem ocorrerno campo, especialmente em épocas quentese secas (ALENCAR et al., 2002).

Fig. 18. Adultos de T. urticae.

Fot

o: D

iniz

da

Con

ceiç

ão A

lves

Page 99: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

98

MOSCA-DAS-FRUTAS – Anastrephagrandis (Macquart, 1845) (Diptera:Tephritidae)

Aspectos biológicos e comporta-mentais – Os adultos são de coloraçãoamarela e medem cerca de 10 mm decomprimento. Apresenta duas manchas nasasas, tendo a mancha anterior o formato de“S”, enquanto a posterior assemelha-se a um“V” invertido (Fig. 19). A fêmea deposita osovos nos frutos ainda em desenvolvimento.Ao eclodir dos ovos, as larvas permanecemno interior do fruto até que seu desenvolvimentoseja completado, quando deixam o fruto epassam à fase de pupa, permanecendo no soloaté a emergência dos adultos (ALENCARet al., 2002). Acredita-se que apenas ascucurbitáceas sejam hospedeiras dessa espéciede mosca-das-frutas, pois diversas e contínuasprospecções foram e estão sendo realizadas

Page 100: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

99

no Brasil, tendo sido verificada a presençade A. grandis em apenas três espécies decucurbitáceas (ZUCCHI, 2000).

Danos – Essa espécie de mosca-das-frutas é de grande relevância econômica paraa cultura do melão, pois sua presença emáreas de produção pode inviabilizar aexportação da fruta. As larvas, além de sealimentarem da polpa dos frutos hospedeiros,danificando-os, facilitam a entrada de pragassecundárias e de patógenos, que reduzem aprodutividade e a qualidade dos frutos,

Fig. 19. Adulto de A. grandis.

Foto

: Den

is C

raw

ford

Page 101: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

100

deixando-os impróprios tanto para oconsumo in natura quanto para aindustrialização. Os frutos atacadosamadurecem prematuramente e passam porprocesso de podridão generalizada, emvirtude da infecção secundária por patógenos(MEDINA, 1988).

Monitoramento, amostragem,nível de ação e controle de pragas

Com vista na adoção das medidas decontrole das pragas do meloeiro, faz-senecessário o monitoramento da populaçãodo inseto no campo e a utilização do nívelde ação já estabelecido para as principaispragas dessa cultura, no programa deProdução Integrada do Melão (BRAGASOBRINHO et al., 2003). Contudo, até omomento, não foram desenvolvidosmetodologias de amostragem e níveis deação para lagarta-rosca (Agrotis ipsilon),

Page 102: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

101

vaquinha (Diabrotica speciosa), percevejo(Leptoglossus (= Theognis) gonagra) eácaro-rajado (Tetranychus urticae).

Passos para a realizaçãoda amostragem

Determinação do tamanho da par-cela e número de plantas amostradas –Deve-se levar em consideração a uni-formidade da parcela em relação ao solo, aidade da planta, o manejo e tratos culturais,assim como é preciso certificar-se de queas plantas pertençam à mesma cultivar.Recomenda-se a amostragem de 20 plantas,para parcelas de até 2,5 ha, e de 40 plantas,para parcelas de 2,5 ha a 5 ha, conformeesquema sugerido na Fig. 20.

Pontos e freqüência da amostra-gem – Cada ponto de amostragem é constituídode uma planta (Fig. 20). O primeiro ponto

Page 103: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

102

amostrado será na primeira fileira à esquerdada parcela, saltando-se quatro fileiras para arealização do segundo, e repetindo-se esseprocedimento até a última planta a seravaliada. Amostrar cerca de 40 % dos pontosna bordadura. As vistorias deverão serefetuadas a cada 3 dias, no máximo.

Fig. 20. Caminhamento para amostragem em lavoura de melãoFonte: Braga Sobrinho et al. (2003).

Nível de ação ou de controle – Nívelde controle ou nível de ação refere-se à menordensidade populacional da praga, que indicaa necessidade de aplicação de táticas de

Page 104: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

103

controle, para impedir que uma perda deprodução de valor econômico seja atingida(TORRES; MARQUES, 2000).

MOSCA-BRANCA – Bemisia tabacibiótipo B

Amostragem – Amostrar durante operíodo mais fresco do dia, isto é, das 8h às10h da manhã. Para o adulto, amostrar uma folhado terceiro ou do quarto nó, a partir do ápicedo ramo, observando-se cuidadosamente a parteinferior da folha. Quando as plantas são jovens,antes da emissão dos ramos, amostrar a folhamais velha. Para as ninfas, amostrar uma folhado oitavo ao décimo nó do ramo. Para acontagem das ninfas, deve-se usar uma lupade bolso com aumento 10 vezes. A área deabrangência da lupa, na parte inferior dafolha, deve ser limitada a 2,5 cm x 2,5 cm(6,25 cm2), próxima da nervura central dafolha.

Page 105: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

104

Nível de ação ou controle – Cons-tatados os sintomas do vírus-do-amarelão,deve-se considerar o nível de controle deduas moscas (adultos ou ninfas), em média,nos 20 pontos amostrados. Se não houver,porém, sintomas do amarelão, o nível decontrole deverá ser, em média, de dez insetos(adultos ou ninfas) nos 20 pontosamostrados.

Táticas de manejo e controle –O manejo da mosca-branca em melão éprejudicado pelo modelo de exploração aoqual a cultura é submetida. Como o plantioé feito de forma escalonada, os plantios maisvelhos servem de fonte de infestação paraos posteriores. De acordo com Alencaret al. (2002), o manejo deve ser baseado emmedidas preventivas e curativas. As medidaspreventivas visam dificultar ou retardar aentrada do inseto na área, bem como eliminarsuas fontes de abrigo, alimento e reprodução.

Page 106: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

105

As principais medidas preventivas são:

• Planejar os plantios de forma quesejam feitos na direção contrária àdos ventos predominantes. Assim, osplantios novos serão menos infes-tados pela mosca-branca oriunda doplantio velho.

• Fazer plantios isolados ou utilizar,como cerca-viva, plantas não hos-pedeiras da praga, (como sorgo,capim-elefante, etc.), intercaladas, aoredor do plantio ou do lado do ventopredominante.

• Eliminar fontes de inóculo (plantashospedeiras), como maxixe, abóbora,melancia, ervas daninhas hospedeiras,etc., ao redor da área a ser plantada.

• Iniciar o preparo do solo, mantendoa área limpa, pelo menos 30 dias antesdo plantio.

Page 107: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

106

• Não intercalar o plantio com culturassuscetíveis à praga.

• Fazer rotação de culturas com plantasnão-suscetíveis.

• Após o plantio, manter a área isentade plantas hospedeiras da praga, nointerior e ao redor da cultura.

• Não permitir cultivos abandonadosnas proximidades da área cultivada.

• Eliminar os restos culturais imedia-tamente após a colheita.

Atualmente, as táticas utilizadas nocontrole da mosca-branca resumem-se aouso de inseticidas químicos de síntese, deóleos minerais e vegetais, detergentes esabões. O controle químico é uma dasmedidas que devem ser adotadas em um

Page 108: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

107

programa de manejo integrado da mosca-branca. Contudo, vale enfatizar que o usonão-criterioso e contínuo de inseticidas nãoé eficiente no controle da mosca-branca, massim a associação dos produtos com aexecução de outras medidas, de acordo como conceito de Manejo Integrado de Pragas(MIP). Devem ser utilizados produtosregistrados para a cultura do meloeiro,respeitando-se sempre as dosagensindicadas e o período de carência de cadaproduto (Tabela 11).

Para o uso racional e eficiente dosprodutos químicos, também é importanteatentar para as seguintes observações:

• Selecionar adequadamente e verificara regulagem dos equipamentos paraaplicação ou pulverização dos pro-dutos.

Page 109: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

108

• Aplicar o produto mais indicadoquanto à eficiência, à seletividade e àtoxicidade.

• Levar em consideração o modo deação do produto, o estágio de desen-volvimento da praga e a fase dedesenvolvimento da cultura.

• Considerar o nível de ação da praga,quando existente.

• Verificar a alcalinidade ou a acidez daágua de pulverização, corrigindo opH quando necessário. Recomenda-se manter o pH na faixa de 5,5 a 6,5(ALENCAR; BLEICHER, 2004).

• Efetuar a aplicação apenas nas horasmais frias.

• Utilizar os equipamentos de proteçãoindividual durante o manuseio e aaplicação dos produtos químicos.

Page 110: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

109

Tabe

la 1

1. In

setic

idas

regi

stra

dos

no M

inis

téri

o da

Agr

icul

tura

, Pec

uári

a e

Aba

stec

imen

to(M

apa)

par

a o

cont

role

de

prag

as n

a cu

ltur

a do

mel

ão.

Nom

eté

cnic

oM

arca

com

erci

alG

rupo

qu

ímic

oC

lass

i-fi

caçã

oP

raga

sco

ntr

olad

as

Dim

etoa

to

Fen

itro

tion

a

Fen

tion

a

Imid

aclo

prid

o

Agr

itoa

to 4

00

Sum

ithi

on 5

00 C

E

Leb

ayci

d E

W

Leb

ayci

d 50

0

Pro

vado

200

SC

Con

fido

r 70

0 W

G

Org

anof

osfo

rado

Org

anof

osfo

rado

Org

anof

osfo

rado

Neo

nico

tinó

ide

I II II III

150

150

100

-

-

-

-

350-

500

250

350

Per

ceve

jo (

Lep

togl

ossu

sgo

nagr

a),

pulg

ão(A

. go

ssyp

ii)

Bro

ca-d

as-c

ucur

bitá

ceas

(D.

niti

dali

s),

pulg

ão (

A.

goss

ypii

), b

roca

-gra

nde-

do-f

ruto

(H

elic

over

pa z

ea),

vaqu

inha

(D

iabr

otic

asp

ecio

sa)

Bro

ca-d

as-c

ucur

bitá

ceas

(D.

niti

dali

s),

pulg

ão (

A.

goss

ypii

), m

osca

-das

-fru

tas

(Ana

stre

pha

gran

dis)

,va

quin

ha (

D.

spec

iosa

)

Mos

ca-b

ranc

a (B

emis

iata

baci

B),

pul

gão

(Myz

uspe

rsic

ae),

tri

pes

(Thr

ips

pa

lmi)

g/m

L/1

00 L

g

/mL

/ha

Dos

agem

/pro

du

to

Con

tinua

...

Page 111: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

110

Mal

atio

na

Mev

infó

s

Mal

athi

on 5

00C

E S

ulto

x

Pho

sdri

n 18

5 C

E

Org

anof

osfo

rado

Org

anof

osfo

rado

IV III I

- 400

250

200

250

200

300

200

-

Pul

gão

(A.

Gos

sypi

i),

mos

ca-b

ranc

a(B

emis

ia t

abac

i B

),tr

ipes

(T

hrip

s pa

lmi)

Mos

ca-d

as-f

ruta

s (A

.G

rand

is),

bro

ca-d

as-

cucu

rbit

ácea

s (D

.N

itid

alis

), p

erce

vejo

(L.

Gon

agra

),va

quin

ha (

Dia

brot

ica

spec

iosa

), p

ulgã

o (A

.G

ossy

pii)

Lag

arta

-ros

ca(A

grot

is i

psil

on),

broc

a-da

s-cu

curb

itác

eas

Tabe

la 1

1. C

ontin

uaçã

o.

Nom

eté

cnic

oM

arca

com

erci

alG

rupo

qu

ímic

oC

lass

i-fi

caçã

o g

/mL

/100

L

g/m

L/h

aD

osag

em/p

rod

uto

Con

tinua

...

Pra

gas

con

trol

adas

Page 112: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

111

(D.

Nit

idal

is e

D.

Hia

lina

ta),

pul

gão

(A.

goss

ypii

), p

erce

vejo

(L

.go

nagr

a)

Mos

ca-m

inad

ora

(Lir

iom

yza

sati

vae)

Pul

gão

(A.

goss

ypii

),m

osca

-bra

nca

(Bem

isia

taba

ci B

)

Pul

gão

(A.

goss

ypii

),m

osca

-bra

nca

(Bem

isia

taba

ci B

)

Bro

ca-d

as-c

ucur

bitá

ceas

(D.

niti

dali

s),

broc

a-gr

ande

-do-

frut

o (H

. ze

a)

Tabe

la 1

1. C

ontin

uaçã

o.

Nom

eté

cnic

oM

arca

com

erci

alG

rupo

qu

ímic

oC

lass

i-fi

caçã

o g

/mL

/100

L

g/m

L/h

aD

osag

em/p

rod

uto

Fon

te:

Agr

ofit

(20

07).

Pra

gas

con

trol

adas

150

- - 300

Afu

gan

EC

Cal

ypso

Cal

ypso

480

A

Act

ara

250

WG

Dip

tere

x 50

0

Pir

azof

ós

Tia

clop

rido

Tia

met

oxam

Tri

clof

om

- 150

200

60-6

0060

-120

Fos

foro

tioa

to d

ehe

tero

cicl

o

Neo

nico

tinó

ide

Neo

nico

tinó

ide

Org

anof

osfo

rado

II III II III II

Page 113: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

112

BROCA-DAS-CUCURBITÁCEAS –Diaphania nitidalis, Diaphaniahyalinata

Amostragem – Deverão ser exami-nados 20 pontos, independentemente dotamanho da parcela, onde cada pontocorresponde a um fruto e a uma folha doterceiro nó do ramo, a partir do ápice.

Nível de ação ou de controle – Trêslagartas nos 20 pontos amostrados.

Controle – A ação dos inseticidas nocontrole de D. nitidalis é prejudicada pelapreferência das lagartas pelas flores e frutos,onde penetram rapidamente. As lagartas deD. hyalinata são controladas maisfacilmente, pelo fato de terem preferênciapelas folhas (GALLO et al., 2002). Váriosprincípios ativos são registrados peloMinistério da Agricultura, Pecuária e

Page 114: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

113

Abastecimento (Mapa), para o controledessas lagartas (Tabela 11).

No início do desenvolvimento daslagartas, a pulverização com Bacillusthuringiensis pode apresentar elevadaeficiência, sem acarretar impacto negativosobre os inimigos naturais, bem como sobreo agroecossistema do meloeiro, e sem deixarresíduos nos frutos (ALENCAR et al., 2002).

Como controle cultural, (GALLO et al.2002) recomendam a utilização daabobrinha-italiana (cultivar Caserta) comoplanta-isca, e posterior controle da praga pormeio de inseticidas.

PULGÃO – Aphis gossypii

Amostragem – Deverá ser examinadoum total de 20 pontos, independentementedo tamanho da parcela, onde cada ponto

Page 115: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

114

corresponde a uma folha do quarto nó doramo, a partir do ápice da planta.

Nível de ação ou de controle – Trêsinsetos nos 20 pontos amostrados.

Controle químico – O controlequímico dos pulgões deve ser realizado comprodutos específicos e registrados para omeloeiro (Tabela 11).

Controle biológico – Os pulgões sãoatacados por inimigos naturais generalistas(como coccinelídeos, crisopídeos esirfídeos), por parasitóides, que deixam ospulgões mumificados, e também pelopercevejo Orius insidiosus (Hemiptera:Anthocoridae) (GRAVENA et al., 2005;OLIVEIRA et al., 2006; BESERRA et al.,2006). Em levantamentos realizados porBarbosa et al. (2000), no Vale do SãoFrancisco, foram constatados, como

Page 116: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

115

inimigos naturais do pulgão A. gossipii:Cycloneda sanguinea, Scymnus sp.,aracnídeos, crisopídeos, sirfídeos estafilinídeos. A presença de microi-menópteros parasitóides também é comumno Vale do São Francisco, nos meses dejunho e julho, quando o clima é mais ameno.Realizam a postura no interior do corpo dopulgão, ocorrendo a morte do hospedeirono final do desenvolvimento da larva doparasitóide. Daí em diante, passa à fase depupa, utilizando o exoesqueleto do afídiocomo proteção, de onde emerge o adulto.

Controle cultural – A eliminação deervas daninhas hospedeiras do pulgão éimportante medida de controle cultural.No pólo Petrolina–Juazeiro, constataram-secomo ervas daninhas hospedeiras deA. gossypii: beldroega (Portulaca oleracea L.),bredo (Amaranthus spinosus L.), pega-pinto

Page 117: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

116

(Boerhaavia diffusa L.) e malva-branca(Sida cordifolia L.) (BARBOSA et al., 2000).

As seguintes medidas alternativas decontrole também podem ser adotadas:

• Plantios em sentido contrário aosventos, a fim de evitar ou retardar adispersão do inseto dos plantios maisvelhos para os mais novos.

• Controle dos insetos vetores fora daárea cultivada, pela eliminação deplantas hospedeiras alternativas dapraga, evitando-se, com isso, amigração dos insetos para a cultura.

• Culturas atrativas aos inimigos na-turais, como o sorgo, que é uma dasfontes de desenvolvimento para afauna benéfica.

Page 118: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

117

• Manutenção da vegetação nativa entreos talhões, para preservar a fauna e aflora benéfica.

• Eliminação de plantas atacadas pelovírus-do-mosaico, a fim de reduzir asfontes de inóculo dentro do cultivo.

• Utilização de quebra-vento complantas não-hospedeiras da praga.

MOSCA-MINADORA – Liriomyzasativae, Liriomyza huidobrensis

Amostragem – A amostragem dessapraga deve seguir o mesmo sistema decaminhamento no campo, com um total de20 pontos amostrais, independentemente dotamanho da parcela, onde cada pontocorresponde à folha do terceiro ou do quartonó a partir do ápice da planta. Em plantas

Page 119: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

118

desenvolvidas, com cerca de 30 dias deidade, utiliza-se a mesma folha amostradapara os adultos da mosca-branca. Como osadultos são muito sensíveis à luz e a qualquermovimento, a folha amostrada deve sermanuseada de forma a não expor os insetosdiretamente à luz do sol.

Nível de ação ou de controle – Qua-tro larvas vivas ou dez adultos nos 20 pontosamostrados.

Controle químico – O controlequímico deve ser realizado com produtosespecíficos e registrados para o meloeiro(Tabela 11).

Controle cultural – A destruição dosrestos culturais e a não-implantação do plantiode melão próximo a culturas hospedeiras damosca-minadora (feijão, ervilha, fava,

Page 120: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

119

batatinha, tomate, berinjela, melão, melancia,pimentão) são medidas de grande impor-tância para o controle dessa praga.

LAGARTA-ROSCA – Agrotis ipsilon(Hufnagel, 1767) (Lepidoptera:Noctuidae)

Nível de ação ou de controle – Nãohá nível de ação definido.

Controle químico – Recomenda-se aaplicação de inseticidas (Tabela 11),direcionando-se o jato para o colo da planta.

Controle cultural – Como medidacultural, é importante a destruição dos restosculturais, o revolvimento e a exposição dosolo aos raios solares por ocasião do preparoda área para o plantio.

Page 121: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

120

VAQUINHA – Diabrotica speciosa(Germar, 1824) (Coleoptera:Chrysomelidae)

Nível de ação ou de controle – Nãohá nível de ação definido.

Controle químico – Utilizar produtosregistrados, na dosagem recomendada(Tabela 11).

PERCEVEJO – Leptoglossus(=Theognis) gonagra (Fabri., 1775)(Hemiptera: Coreidae)

Nível de ação ou de controle – Nãohá nível de ação definido.

Controle químico – Normalmente, ospercevejos são mantidos em baixo nívelpopulacional, pelo controle químico daspragas principais. A eliminação de plantashospedeiras é recomendada como medidade controle cultural. Devem ser utilizadosprodutos registrados e na dosagemrecomendada (Tabela 11).

Page 122: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

121

Controle biológico – Lima Filho ePenteado-Dias (2004) verificaram parasitismo deovos de Leptoglossus spp. por seis espécies dehimenópteros – Ooencyrtus sp. (Encyrtidae),Anastatus sp. 1, sp. 2 (Eupelmidae), Neorileyasp. (Eurytomidae), Gryon sp. (Scelionidae) e umaespécie de Torymidae – em goiabeiras cultivadase nativas e em maracujazeiro selvagem.As características biológicas (prolificidade,agressividade, ciclo biológico, longevidade,facilidade de criação) indicaram que Gryon sp. eNeorileya sp. têm potencial de controle deLeptoglossus spp. em condições de campo.

LAGARTA-MEDE-PALMO –Trichoplusia ni

Amostragem – Deverá ser examinadoum total de 20 pontos, independentementedo tamanho da parcela, onde cada pontocorresponde a uma folha do quarto nó doramo, a partir do ápice da planta.

Page 123: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

122

Nível de ação ou de controle –Quatro lagartas nos 20 pontos amostrados.

Controle – Utilizar produto registrado,na dosagem recomendada (Tabela 11).

ÁCARO-RAJADO – Tetranychus urticae

Nível de ação ou de controle – Nãohá nível de ação definido.

Controle químico – O controlequímico deve ser realizado com produtoespecífico e registrado para o meloeiro(Tabela 11).

Controle biológico – Os predadoresdesse ácaro são os mesmos daqueles dosdemais tetraniquídeos, ou seja, tripesScolothrips sexmmaculatus, joaninhaStethorus picipes, percevejo Orius spp. eoácaros predadores, especialmente aqueles

Page 124: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

123

pertencentes à família Phytoseiidae (GAVENA,2005; PALUMBO; KERNS, 2008).

Controle cultural – É fundamental

manter a área limpa e não implantar o cultivo

próximo de plantios hospedeiros da praga

(ALENCAR et al., 2002).

A adubação nitrogenada, quando não

aplicada adequadamente, pode aumentar a

população da praga (ALENCAR et al., 2002;

GALLO et al., 2002).

MOSCA-DAS-FRUTAS – Anastrephagrandis

Amostragem – A. grandis deve sermonitorada com o uso de armadilhas do tipoMcPhail. Devem ser utilizadas três armadilhaspor hectare, tendo, como atrativo alimentar,

Page 125: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

124

proteína hidrolisada, na proporção de500 mL para 10 L de água, e 200 mL dessasolução por armadilha.

Nível de ação ou de controle – Nãohá nível de ação definido.

Controle químico – Utilizar produtosregistrados, na dosagem recomendada(Tabela 11).

Controle de Doenças

O cultivo do melão é uma atividade degrande expressão econômica no Nordeste doBrasil, principalmente no Submédio do ValeSão Francisco, uma das mais importantesregiões produtoras e exportadoras de melãono País. Entretanto, problemas fitossanitários,causados por fungos, bactérias, vírus enematóides, têm causado perdas significativasna produção do meloeiro, com reflexos no

Page 126: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

125

agronegócio do pólo Petrolina–Juazeiro,onde está concentrada a maior área produtivadessa região. O conhecimento dosproblemas fitossanitários que afetam acultura do melão, assim como as estratégiasa serem adotadas no seu manejo, sãoextremamente importantes para se obteremníveis satisfatórios de controle, quepropiciarão elevada produtividade e frutoscom qualidade superior, aumentado, assim,a competitividade dos frutos nos mercadosinterno e externo. As principais doençasdessa cultura são discutidas a seguir.

Doenças causadas por fungos

Cancro-das-hastes, crestamento-gomoso ou podridão-de-micosferela –Dydimella bryoniae [sin. Mycosphaerellamelonis (Pass.) Chiu & Walter] (anamorfo:Ascochyta cucumis Fautrey & Roum.)

Page 127: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

126

A doença afeta folhas, hastes e frutos domeloeiro em qualquer fase de desenvolvimentoda planta. Os sintomas surgem na forma demanchas necróticas no caule e nas hastes, queevoluem para cancros, apresentandoexsudação de goma de coloração marrom-escura (Fig. 21). Em virtude do estrangulamentodo colo da planta, ocasionado pela infecçãoem condições de alta umidade, ocorre omurchamento da parte aérea, a seca de folhase, finalmente, a morte da planta.

O patógeno sobrevive em restos decultura, e também em sementes e no solo.

Fot

o: F

ranc

isco

Mar

to P

into

Via

na

Fig. 21. Cancro-das-hastes.

Page 128: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

127

A disseminação da doença ocorre prin-cipalmente por meio de sementes conta-minadas, mudas infectadas e restos de culturaremanescentes no solo. A dispersão do fungose faz por meio de água de irrigação e pelovento. Altas temperaturas e umidade do soloelevada favorecem a ocorrência e aseveridade da doença. A amontoa predispõea planta à infecção, por criar condiçõesfavoráveis para seu desenvolvimento. Essaprática dificulta a detecção dos sintomasiniciais da doença e compromete a tomadade decisão quanto às medidas a seremutilizadas no controle da doença.

Para o manejo dessa doença, asseguintes medidas de controle sãorecomendadas:

• Não utilizar sementes provenientes deplantios anteriores, mas apenassementes sadias e/ou tratadas.

Page 129: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

128

• Estabelecer os novos plantios demelão distante de plantios mais velhose infectados.

• Fazer as covas de plantio a umadistância de pelo menos 15 cm dalinha do sulco de irrigação, demaneira a evitar o molhamento docolo da planta.

• Ao fazer a amontoa das plantas, nãodeixar o colo da planta exposto àradiação solar.

• Controlar a incidência de insetos, afimde evitar que eles causem ferimentosàs plantas.

• Fazer rotação de culturas com espé-cies que não sejam cucurbitáceas.

• Manter o solo bem drenado.

Page 130: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

129

• Fazer o plantio em locais que nãoestejam sujeitos a encharcamentos.

• Manter a área de cultivo livre deplantas invasoras.

• Destruir os restos de cultura logoapós a colheita.

• Fazer a aração do solo 10 dias antesdo plantio, para expor as estruturasdos fungos remanescentes no solo àradiação solar.

• Os fungicidas registrados para ocontrole da doença na cultura domelão são: bitertanol, metconazol,tebuconazole, mancozeb + oxicloretode cobre, pirimetanil, difenoconazole procimidona. A aplicação dosprodutos deve obedecer às recomen-dações do fabricante, constantes dorótulo do produto, considerando-se,

Page 131: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

130

entre as aplicações, a alternância entrediferentes princípios ativos.

Podridão-do-colo – Macrophominaphaseolina (Tassi) Goidanich

O patógeno afeta principalmente a regiãodo colo da planta e a parte basaldos ramos. Os sintomas causados porM. phaseolina (Fig. 22) são similares aossintomas observados no cancro-das-hastes.Lesões aquosas e escurecidas, nas quais seobservam exsudações, surgem no talo e nosramos das plantas. As regiões afetadas secame tornam-se cobertas com frutificações dofungo. Em corte longitudinal de hastes e emramos afetados pela doença, sintomasde descoloração vascular podem serobservados. Em decorrência da morte dosramos, os frutos ficam expostos àsqueimaduras de sol. Manchas necróticastambém podem surgir nas folhas, reduzindoa área fotossinteticamente ativa e afetando a

Page 132: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

131

produção. Em frutos, o fungo freqüentementepenetra por meio do pedúnculo, podendoocasionar podridão e seca da polpa, logoabaixo do ponto de infecção. Nesse caso, ossintomas podem surgir após a colheita.

As condições favoráveis ao desenvol-vimento da infecção são altas temperaturase baixa umidade relativa, fatores quepredispõem as plantas à infecção.

O fungo é transmitido pelas sementes,principal meio de disseminação. Entretanto,

Foto

: Rui

Sal

es J

únio

rFig. 22. Sintomas de podridão-do-colo causados porMacrophomina phaseolina.

Page 133: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

132

a disseminação também ocorre por meio deesporos e escleródios transportados pelaágua de irrigação e pelo movimento de solo.Os escleródios podem permanecer no solopor um período de 2 a 3 anos.

As medidas recomendadas para ocontrole do cancro-das-hastes são as mesmaspara o controle da podridão-do-colo.

Oídio – Podosphaera xanthii (Castag.)U. Braun & N. Shish [=Sphaerothecafuliginea (Schlechtend: Fr.) Pollacci] eGolovinomyces cichoracearum (Erysiphecichoracearum DC. ex Merat)

No Brasil, apenas a primeira espécie,P. xanthii, já foi relatada em meloeiro, sendogeralmente encontrada na forma imperfeita(Oidium sp.). Essa é uma das doenças maisconhecidas pelos produtores, em virtude dotipo de sintomas que causa nas folhas. Essessintomas consistem em pequenas manchas

Page 134: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

133

pulverulentas no limbo foliar, nas quais seobservam micélio e as demais estruturasdo fungo, como conidióforos e conídios(Fig. 23). Essas manchas eventualmenteaumentam de tamanho e coalescem,tomando grandes extensões do limbo foliar.

Esta doença é mais comum em condiçõesambientais de alta temperatura e de baixaumidade relativa do ar, que são favoráveis aodesenvolvimento do fungo. A ocorrência dechuvas intensas desfavorecem o patógeno, pois

Fig. 23. Sintomas de oídio.

Foto

: A

nton

io A

polia

no S

anto

s

Page 135: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

134

danificam as estruturas fúngicas presentes nasuperfície das folhas. A disseminação dofungo é verificada principalmente por meiodo transporte de esporos, pelo vento.A doença afeta tanto as cucurbitáceascultivadas quanto as selvagens.

As recomendações para o manejo dadoença são:

• Escalonar os plantios de novas áreas,na direção contrária aos ventos, demodo que plantios novos nãorecebam ventos provenientes deplantios mais velhos afetados peladoença.

• Eliminar os restos de cultura ime-diatamente após a colheita.

• Eliminar plantas voluntárias e cu-curbitáceas silvestres, hospedeiras dofungo.

Page 136: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

135

• Fazer rotação de culturas com es-pécies não-hospedeiras do fungo,para reduzir o nível do inóculo.

• Fazer o controle químico, interca-lando os produtos de contato (en-xofre) com os fungicidas sistêmicos(ciproconazol, pirazofós, azoxistro-bina, triadimefom e clorotalonil),visando à proteção da planta. Naaplicação dos produtos, seguir ri-gorosamente todas as recomen-dações dos fabricantes constantes dorótulo do produto.

Míldio – Pseudoperonospora cubensis(Berk et Curtis) Rostowzev

Esta é uma das doenças mais destrutivasdas cucubitáceas, em razão de sua naturezapolicíclica, e quando as condições ambientaissão favoráveis ao seu desenvolvimento.

Page 137: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

136

Os sintomas iniciais surgem nas folhas.Na sua face superior, sob a forma demanchas cloróticas, delimitadas pelasnervuras (Fig. 24A e 24B). E na face inferior,

Foto

s: F

ranc

isco

Mar

to P

into

Via

na

Fig. 24. Sintomasde míldio.

A

B

Page 138: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

137

correspondente à região da lesão, emeflorescências do fungo, representadas poresporangióforos e esporângios. As manchasnecróticas podem coalescer e ocasionar odesfolhamento precoce da planta, afetandoseu desenvolvimento e sua produção.

A disseminação do míldio ocorreprincipalmente por meio de esporângiosproduzidos na superfície dos órgãosafetados, que são facilmente transportadospelo vento, e também por respingos d’água.Respingos de chuva, água de irrigação eimplementos agrícolas também podem causardispersão das estruturas do fungo. O seudesenvolvimento é favorecido em condiçõesde temperaturas entre 18 ºC e 22 ºC e sobalta umidade relativa. O orvalho ou a chuvafavorece a germinação dos esporângios e,conseqüentemente, a ocorrência de infecção.Embora, nas condições semi-áridas da RegiãoNordeste, predominem altas temperaturas

Page 139: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

138

diurnas, a ocorrência de baixas temperaturasnoturnas, associadas à presença de orvalhona superfície das folhas, é suficiente para quedesencadear a infecção. O fungo sobrevivena forma de oósporos formados em tecidosvegetais mais velhos, infectados.

As medidas de manejo da doença são:

• Evitar o uso de áreas de baixadas oude áreas mal drenadas, condições quepodem favorecer o desenvolvimentoda doença.

• Evitar estabelecer cultivos de melãoem épocas de chuvas.

• Evitar estabelecer plantios adensadosque possam favorecer a formação demicroclima e o desenvolvimento dainfecção.

• Verificar a posição dos ventos antesde demarcar as novas áreas de plantio.

Page 140: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

139

Plantios novos não devem receberventos que passam por cultivos maisvelhos e infectados de cucurbitáceas.

• Eliminar plantas severamente afetadas.

• Eliminar os restos de cultura logoapós a colheita, para evitar asobrevivência do fungo na forma deoósporos.

• Fazer o controle químico comfungicidas registrados para a cultura:oxicloreto de cobre, mancozeb,clorothalonil, metiram + piraclostrobina,fenamidona e piraclostrobina. Utilizaros produtos segundo a recomendaçãodo fabricante do produto e fazer aalternância de princípios ativos.

Antracnose – Colletotrichumgloeosporioides f. sp. cucurbitae (Berk etMont) Menten et Kimati (sin. C. lagenarium)

Page 141: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

140

A antracnose é muito freqüente emplantios de cucubitáceas, às quais causa sériosprejuízos. O patógeno pode infectar toda aparte aérea da planta, causando desfolhaprecoce e morte da planta. Em folhas, ossintomas são manchas encharcadas, que setornam necrosadas e de coloração parda, comou sem halo, e com centro claro. Em hastes,pecíolos e frutos, as lesões são elípticas oucirculares, deprimidas, de cor cinza a parda.As frutificações do fungo podem serobservadas no centro da lesão, em estágiosmais avançados de infecção. A doença trazconseqüências econômicas na pós-colheita.

A incidência da doença é maior emcondições de temperatura entre 21 ºC e27 ºC, em épocas chuvosas e em plantioscom alta densidade de plantas. O fungo podesobreviver em restos de cultura, servindocomo fonte de inóculo para os cultivosposteriores. A sua disseminação ocorre

Page 142: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

141

principalmente por meio de água de irrigaçãopor aspersão ou respingos de chuva e porventos.

Para o manejo da doença, são reco-mendadas as seguintes medidas:

• Utilizar sementes sadias.

• Plantar em épocas do ano que nãosejam favoráveis à ocorrência dadoença.

• Selecionar áreas de plantio quepropiciem o arejamento da cutura eque não sejam sujeitas a enchar-camento.

• Evitar o estabelecimento de novosplantios próximo a áreas cultivadascom cucurbitáceas e afetadas por altoíndice da doença.

• Eliminar os restos de cultura logoapós a colheita.

Page 143: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

142

• Fazer rotação de culturas comdiferentes espécies de cucurbitáceas.

• Pulverizar as plantas com fungicidasregistrados para a cultura, quando ascondições ambientais forem favoráveisà infecção e quando da ocorrência dechuvas freqüentes.

Murcha-de-fusário – Fusariumoxysporum Schlechtend.:Fr. f. sp. melonis(Leach & Currence) W.C. Snyder & H. N. Hans.

O fungo pode infectar as plantas emqualquer estádio de desenvolvimento. Emplântulas, o fungo pode provocar tom-bamento. Em plantas mais velhas, a doençamanifesta-se sob a forma de murcha dealgumas ramas ou de toda a planta, e/ouamarelecimento das folhas mais velhas(Fig. 25). Plantas afetadas pela doençaapresentam descoloração vascular, obser-vada em corte longitudinal dos ramos.

Page 144: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

143

A penetração do fungo nas plantasocorre através das raízes. A disseminaçãodo patógeno é feita por sementes conta-minadas, pelo movimento de solo infestado,e em restos de cultura. No solo, o fungosobrevive na forma de clamidósporos.

As seguintes medidas para o manejoda doença são recomendadas:

• Usar sementes comprovadamentesadias, evitando utilizar sementes deplantios anteriores.

Fig. 25. Sintoma de murcha-de-fusário.

Foto

: Fra

ncis

co M

arto

Pin

to V

iana

Page 145: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

144

• Evitar causar ferimentos nas raízespor ocasião das capinas.

• Evitar o revolvimento do solo emáreas de ocorrência de plantassintomáticas, para não dispersar oinóculo na área de plantio.

• Eliminar as plantas com sintomas demurcha, inclusive as raízes.

• Eliminar os restos de cultura logoapós a colheita.

• Evitar adubações nitrogenadaspesadas e plantio em solos arenosose levemente ácidos (pH = 5,0 a 5,5),condições que favorecem odesenvolvimento da doença.

• Fazer adubação equilibrada conformeanálise de solo.

• Utilizar adubos nitrogenados naforma de nitrato, para não reduzir opH do solo.

Page 146: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

145

• Evitar o sistema de irrigação porsulco, quando possível, para nãodisseminar o inóculo na área deplantio.

• Evitar o plantio em áreas comhistórico da doença, considerandoque o fungo sobrevive no solo naausência do hospedeiro, por umlongo período, na forma deescleródios, que são estruturas deresistência.

Doenças causadas por bactérias

Mancha-aquosa ou mancha-bac-teriana-do-fruto – Acidovorax avenaesubsp. citrulli (Schaad et al.)

No Brasil, esta doença foi, inicialmente,relatada em plantios de meloeiro do Estadodo Rio Grande do Norte, em 1997, causando

Page 147: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

146

perdas de 40 % a 50 % na produção.Entretanto, a incidência atingiu 100 % emplantios desse estado. Em Juazeiro, BA,observou-se incidência de 33 %. Nos últimosanos, essa doença tem ganhado importância.A disseminação da bactéria ocorre por meiode sementes infectadas. Depois de infectada,a disseminação do patógeno na planta éfavorecida pela irrigação sobrecopa.A bactéria permanece em restos de culturaremanescentes do cultivo anterior, quepodem servir de fonte de inóculo para opróximo cultivo. Os sintomas podem serobservados em plântulas, em virtude doinóculo da bactéria proveniente de sementesinfectadas, e também em folhas e frutos,principalmente quando maduros, antes dacolheita. Plântulas infectadas apresentammanchas encharcadas de coloração escura.As lesões no hipocótilo resultam emtombamento da plântula.

Page 148: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

147

Nas folhas, surgem manchas pequenas,de aspecto oleoso e coloração verde-clara,que se tornan, posteriormente, necróticas,com ou sem halo. As lesões tambémaparecem ao longo das nervuras ou nosbordos das folhas. Esses sintomaspodem se estender a todo o limbo foliar.Os sintomas mais importantes aparecem nosfrutos. As manchas possuem aspecto aquosoe de coloração verde-oliva, medindo de1 mm a 5 mm de diâmetro (Fig. 26). Com odesenvolvimento da infecção, essas manchascoalescem e tornam-se escurecidas. Naslesões, podem ocorrer rachaduras edescoloração da polpa (Fig. 27), queevoluem para uma podridão seca, decoloração marrom-avermelhada.

As seguintes medidas de controle sãorecomendadas:

• Usar sementes sadias e não plantarsementes de plantios anteriores.

Page 149: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

148

Foto

: Mirt

es F

reitas

Lim

a

Fig. 26. Sintomas de mancha-aquosa.

Foto

: Fra

ncis

co M

arto

Pin

to V

iana

Fig. 27. Sintomas causados por Acidovorax avenaesubsp. citrulli em polpa de fruto de melão.

Page 150: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

149

• Evitar plantar em áreas de baixada ousujeitas a encharcamento e em épocasfavoráveis à ocorrência da doença,como nos períodos chuvosos.

• Eliminar os restos de cultura logoapós a colheita, considerando-se queo patógeno pode sobreviver asso-ciado aos restos de cultura.

• Fazer rotação de culturas em áreascom alta incidência da doença.

• Não há produtos registrados para omeloeiro para o controle da mancha-aquosa.

Doenças causadas por nematóides

Galhas – Meloidogyne incognita(Kofoid & White) Chitwood, M. javanica(Treub) Chitwood e M. arenaria (Neal)

Page 151: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

150

As doenças causadas por nematóidessão consideradas sérias e de difícil controle.Os nematóides do gênero Meloidogyne sãomais comuns nas áreas produtoras,causando prejuízos significativos ao me-loeiro. Plantas afetadas pela doença podemapresentar perda de vigor e redução dodesenvolvimento da parte áerea, além desintomas de deficiência mineral e, conse-qüentemente, redução da produção e daqualidade dos frutos. Nas raízes, sãoobservadas galhas e entumescimentos(Fig. 28). No campo, as plantas afetadas peladoença ocorrem em reboleiras.

Foto

: Fra

ncis

co M

arto

Pin

to V

iana

Fig. 28. Sintoma de nematóide no meloeiro.

Page 152: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

151

Esses patógenos sobrevivem no solo,mesmo na ausência de plantas hospedeiras, einfectam um grande número de espécies vegetais.

O controle desses nematóides ébaseado em um conjunto de medidas quevisam reduzir o nível populacional dessespatógenos na área cultivada:

• Plantar em áreas sem histórico dadoença.

• Fazer rotação de culturas com es-pécies não-hospedeiras do nema-tóide, como gramíneas, mucuna-pretae as plantas-armadilha Crotalariaspectabilis, visando reduzir a suadensidade populacional no solo.

• Fazer a solarização do solo.

• Fazer o pousio, mantendo o solo semvegetação e irrigação, e revolven-do-o periodicamente.

Page 153: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

152

A ocorrência dos nematóidesRotylenchulus reniformis Linford & Oliveirae Pratylenchus brachyurus (Godfrey) foiregistrada em áreas cultivadas com melão, nosmunicípios de Mossoró e Açu, no Estado doRio Grande do Norte, afetando a produtividadee a qualidade dos frutos. Entretanto, essesnematóides ainda não foram detectados na regiãoprodutora de cucurbitáceas do Semi-Árido.

Doenças causadas por vírus

Vírus transmitidos por afídeos:

• Vírus -da -mancha-ane la r -do -mamoeiro (Papaya ringspot virus –type watermelon – PRSV-w).

• Vírus-do-mosaico-amarelo-da-abobrinha (Zucchini yellow mosaicvirus – ZYMV).

Page 154: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

153

• Vírus-do-mosaico-da-melancia(Watermelon mosaic virus – WMV).

• Vírus-do-mosa ico-do-pepino(Cucumber mosaic virus – CMV).

Diversos vírus infectam o meloeiro naregião semi-árida do Nordeste brasileiro, dosquais o vírus-em-anel-do-mamoeiro, estirpemelancia (PRSV-w), o vírus-do-mosaico-amarelo-da-abobrinha (ZYMV), o vírus-do-mosaico-da-melancia (WMV) e o vírus-do-mosaico-do-pepino (CMV) são transmitidospor espécies de afídeos (pulgões)pertencentes a diferentes gêneros, entre osquais destacam-se os gêneros Aphis e Myzus.

O PRSV-w é o principal vírus asso-ciado às cucurbitáceas, principalmente emregiões tropicais, sendo transmitido por maisde 20 espécies de afídeos, em 11 gêneros.

Page 155: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

154

Esse vírus é restrito às cucurbitáceas.O ZYMV é muito importante em cucur-bitáceas porque causa severos prejuízoseconômicos, expressos nas perdas deprodutividade e de qualidade dos frutos. Noveespécies de afídeos pertencentes a diferentesgêneros transmitem o ZYMV. O WMV é maiscomum em regiões temperadas. Possui umagama de plantas hospedeiras, podendoinfectar espécies pertencentes a pelo menostrês famílias, além das cucurbitáceas. Já oCMV tem pequena importância em meloeiro,por ter baixa incidência nessa cultura. O CMVé transmitido por mais de 60 espécies deafídeos, entretanto, Myzus persicae e Aphisgossypii são as espécies mais comuns. Essevírus pode infectar mais de 800 espécies deplantas.

Entre os sintomas, destacam-se aredução e a deformação do limbo foliar, oembolhamento e o clareamento das nervuras.

Page 156: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

155

Os sintomas causados por esses vírusem plantas infectadas consistem em clorose,mosqueado, mosaico, deformação, embo-lhamento e redução do limbo foliar(Fig. 29, 30 e 31). Em plantas afetadaspor essas doenças, há redução do desen-volvimento da planta e, conseqüentemente,diminuição da produção e da qualidade dosfrutos. Esses vírus podem limitar aprodução, principalmente quando a infecçãoocorre na fase inicial de desenvolvimento dasplantas.

Muito freqüentemente, as plantassão infectadas por mais de um vírus.A ocorrência dessas viroses depende dasuscetibilidade da cucurbitácea plantada, dapresença de insetos vetores e da fonte deinóculo no campo, que são reservatórios devírus.

Page 157: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

156

Fig. 29. Sintomas causados por Papaya ringspotvirus – estirpe melancia, em plantas de melão.

Foto

: Ant

onio

Apo

liano

dos

San

tos

Fig. 30. Sintomas de descoloração internerval causadospelo vírus-do-mosaico-amarelo-da-abobrinha em plantade melão.

Foto

: Ant

onio

Apo

liano

dos

San

tos

Page 158: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

157

A transmissão desses vírus por afídeosnão ocorre de maneira persistente. Pulgõessadios adquirem partículas dos vírus ao sealimentarem, por alguns segundos, de umaplanta infectada, na denominada “picada deprova”. Os pulgões passam, então, atransmitir o vírus. Essa transmissão éconsiderada altamente eficiente, consi-derando-se a rapidez na aquisição e na

Foto

: Ant

onio

Apo

liano

dos

San

tos

Fig. 31. Sintomas causados pelo vírus-do- mosaico-do-pepino em folhas de plantas de melão.

Page 159: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

158

transmissão das partículas virais pelo vetor.Não compensa fazer a aplicação de inse-ticidas para controle dos pulgões, visandolimitar a disseminação dos vírus a partir dosfocos iniciais de infecção, já que a trans-missão do vírus pode ter ocorrido antes queo inseticida exercesse algum efeito sobre oinseto.

Vírus transmitido por besouros

Vírus-do-mosaico-da-abóbora (Squashmosaic virus – SqMV) – Este vírus é bastantefreqüente em cucurbitáceas do Nordeste doBrasil. A infecção por esse vírus causa aredução do número de frutos por planta eretarda a sua maturação. Sintomas demosaico, deformação e embolhamentocausados por SqMV em meloeiro podem serobservados na Fig. 32. O vírus é transmitidopor sementes e por coleópteros dos gênerosDiabrotica e Epilachma, de maneira

Page 160: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

159

persistente. Nesse tipo de transmissão, osbesouros adquirem o vírus ao se alimentaremde plantas infectadas, e permanecemvirulíferos por algum tempo, porém o vírusnão se multiplica no besouro vetor.

Vírus transmitido por mosca-branca

Vírus-associado-ao-amarelão-do-melão(Melon yellowing-associated virus –MYaV) – Nos últimos anos, uma nova virosetem sido detectada em meloeiro, na Região

Fig. 32. Sintomas de mosaico causados pelo vírus-do-mosaico-da-abóbora em meloeiro.

Foto

: Ant

onio

Apo

liano

dos

San

tos

Page 161: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

160

Nordeste. O “amarelão”, nome pelo qual adoença é popularmente conhecida, é causadopor um vírus denominado de vírus-associado-ao-amarelecimento-do-melão(MYaV). O vírus é transmitido pela mosca-branca (Bemisia argentifolii) e também porenxertia. Os sintomas iniciais surgem naforma de clareamento do limbo foliar entreas nervuras, evoluindo para o amarelecimentototal da folha. Esses sintomas sãoobservados, geralmente, nas folhas maisvelhas (Fig. 33A e 33B). Plantas comsintomas ocorrem em reboleira, em plantioscom mais de 30 dias.

Considerando que não há medidascurativas para as viroses, o controle dedoenças causadas por vírus deve ser feitode maneira preventiva, segundo as seguintesrecomendações:

• Plantar cultivares resistentes, quandopossível. Os híbridos AF-522, Nice

Page 162: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

161

Fig. 33. A - Sintomas do amarelão em meloeiro, em finalde ciclo; B - Sintomas iniciais em plantas no campo.

Foto

s: M

irtes

Fre

itas

Lim

a

A

B

Page 163: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

162

e Eldorado 300 são tolerantes aoPRSV-w.

• Utilizar sementes com sanidadecomprovada, evitando o plantio desementes de plantios anteriores.

• Selecionar a época de cultivo, deforma a evitar períodos favoráveis àspopulações dos vetores, como ospulgões e a mosca-branca.

• Fazer o controle químico dos ve-tores, no caso da mosca-branca e debesouros.

• Evitar o estabelecimento de plantiosnovos próximos aos plantios maisvelhos e infectados, de cucurbitáceas.

• Eliminar os hospedeiros alternativosdo vírus e do vetor.

Page 164: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

163

• Construir barreiras em volta da áreade plantio, com milho, para evitar aentrada de insetos vetores na área deplantio.

• Eliminar plantas sintomáticas, parareduzir a fonte de inóculo.

• Controlar a incidência de plantas in-vasoras, fazendo capinas periódicas.

• Eliminar os restos de cultura logoapós a colheita.

Vírus transmitido por tripes

Zucchini lethal chlorosis virus (ZLCV)– O vírus-da-clorose-letal-da-abóbora,também transmitido por afídeos, ocorre emcucurbitáceas do Estado de São Paulo.O ZLCV é transmitido por tripes, de maneirapersistente e propagativa.

Page 165: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

164

Os defensivos químicos recomendadospara o controle de doenças em meloeiroforam aprovados pelo Ministério daAgricultura, Pecuária e Abastecimento(Mapa). Esses produtos devem ser utilizadosde acordo com as recomendações feitas pelofabricante, constantes do rótulo do produto,obedecendo aos prazos de carência.

Colheita, Embalageme Conservação

Conhecer o momento ideal para fazera colheita contribui significativamente paragarantir a qualidade do melão. A principalrazão é que o melão não se torna mais docedepois que é colhido. É necessário que acolheita seja realizada quando tenhaalcançado as características ideais para acomercialização e o consumo.

Page 166: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

165

Alguns elementos podem ser usadospara auxiliar na decisão da colheita:

a) Número de dias após o plantio: paraos híbridos ou cultivares mais plantados noBrasil, esse período pode variar de 60 a65 dias. Porém, os mais precoces,dependendo da região ou da época de cultivo,podem ser colhidos aos 50 dias ou menos.

b) Cor e aspecto da casca: como existeuma grande variedade de cores entre osdiferentes tipos de melão e, algumas vezes,entre híbridos ou cultivares de um mesmogrupo, não é possível fazer uma reco-mendação geral para a colheita. O importanteé observar que, no momento da colheita, acoloração da casca deve ser uniforme ecaracterística do híbrido ou da cultivar.

c) Teor de sólidos solúveis: para suamedição, utiliza-se um refratômetro, que

Page 167: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

166

fornece os valores em ºBrix. O teor mínimode sólidos solúveis para a colheita do melãoé de 9 ºBrix. Mas teores maiores sãopreferidos e aumentam seu valor comercial.Dessa forma, para melões amareloscomercializados para o mercado externo, porexemplo, o teor de sólidos solúveis deve estarem torno de 10 ºBrix a 12 ºBrix. Para o melãoCantaloupe, recomenda-se que a colheita sejafeita quando o fruto apresentar 10 ºBrix. ParaOrange Flesh, os valores devem ser de10 ºBrix a 13 ºBrix, e para o Gália, de12 ºBrix a 14 ºBrix.

d) Firmeza da polpa: é determinadausando um penetrômetro e constitui umaimportante medida da resistência do frutoao transporte e da sua conservação pós-colheita. Os valores de firmeza reco-mendados para a colheita dependem dascaracterísticas dos híbridos ou cultivares.Para o melão Orange Flesh, a firmeza da

Page 168: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

167

polpa no momento da colheita deve ser de30 N. O mesmo valor é recomendado para omelão Cantaloupe, híbrido Hy Mark, e para ohíbrido Solar King (tipo Gália). Entre os melõesAmarelos, o Gold Mine deve ser colhido comfirmeza de polpa igual a 40 N, enquanto, parao AF 646, o valor é 24 N.

Deve-se mencionar, ainda, que, com aevolução do amadurecimento, alguns tipos demelão, como Cantaloupe e Gália, desenvolvemuma rachadura em torno do pedúnculo. Essarachadura prejudica a conservação dos frutos,uma vez que favorece a contaminação.Portanto, a colheita deve ser feita antes queessa rachadura se apresente ou ainda esteja noseu início.

Nos melões cantaloupensis e reticulatus,a observação da mudança de cor na região deinserção do pedúnculo ao fruto também auxiliaa decidir pelo momento da colheita.

Page 169: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

168

De maneira geral, é recomendável o usode mais de um dos indicadores citados. Naprática, a coloração da casca e o teor desólidos solúveis são os mais utilizados.

Reconhecido o ponto ideal de colheita,essa operação deve ser realizada nas horasmais frescas do dia. Para o corte, deve-seusar uma tesoura ou faca afiada. O corte deveser feito de forma a deixar o pedúnculo compelo menos 1 cm de comprimento e, nomáximo, 4 cm.

Os frutos colhidos devem ficar pro-tegidos do sol, pela sombra das folhas, atéo momento do transporte para o local deembalagem.

O manuseio durante a colheita deve sercuidadoso, evitando-se danos que possamprejudicar a conservação do fruto. O mesmocuidado deve ser observado durante o

Page 170: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

169

transporte, evitando-se velocidade alta eestradas irregulares.

Cuidados especiais devem ser obser-vados quando se realiza a primeira colheita,a fim de não danificar a planta ou os frutos,que, por não terem atingido os requisitosmínimos para o consumo, serão colhidosnuma segunda cata.

Antes de serem embalados, os frutosdevem ser limpos e devem ser retirados osresíduos de terra, as folhas ou outros agentesde contaminação. Nesse momento, já épossível a realização de uma seleção prévia,quando serão eliminados frutos queapresentem os defeitos comerciais maisgraves. Uma seleção mais criteriosa deve serfeita com os frutos limpos, observando-seo atendimento aos padrões de qualidadeespecíficos para o mercado de destino.

Page 171: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

170

Depois de selecionados, os melõesserão classificados e acondicionados emcaixas. A classificação mais comumconsidera a capacidade de cada caixa, ouseja, o número de melões por caixa. Assim,são classificados em tipos de 3 a 14.

As caixas usadas para embalagemdevem ser papelão. Para o mercado interno,elas têm capacidade para 13 kg, e apreferência é por frutos dos tipos de 5 a 10.

As caixas usadas para exportaçãopodem ter capacidade para 5 kg, 10 kg ou12 kg. Para os melões Amarelo e Pele deSapo, as mais usadas são as de 10 kg (de 5a 14 frutos) e de 12 kg (de 3 a 5 frutos).Os melões Orange Flesh, Gália, Cantaloupee Charantais são geralmente embalados emcaixas de 5 kg (de 4 a 9 frutos).

Para o mercado exterior, também écomum o uso de sacolas de plástico depolietileno, principalmente nas caixas dos

Page 172: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

171

melões Gália e Cantaloupe, a fim de assegurarvida útil e qualidade compatíveis com o períodode comercialização e distribuição.

Uma vez embalados, os frutos destinadosà exportação são paletizados e submetidos aum resfriamento rápido, em túneis de ar forçado.O objetivo é baixar a temperatura o mais rápidopossível, até alcançar aquela que seja ideal parao armazenamento do tipo específico de melão.

A temperatura ideal para resfriamentorápido e posterior armazenamento em câmarafria varia conforme o tipo de melão. O melãoAmarelo, por exemplo, deve ser armazenado a10 ºC; os melões Cantaloupe, de 4 ºC a 6 ºC; eo Gália, a 7 ºC.

As condições de umidade relativa nacâmara fria também devem ser observadas, deforma que sejam assegurados valores de 85 %a 95 %.

Page 173: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

172

A temperatura de transporte tambémdeve atender às mesmas recomendaçõesadotadas para o armazenamento refrigerado.Porém, geralmente são aplicadas aos frutosexportados. Aqueles que se destinam aomercado interno em geral são transportadosem caminhões comuns.

O período entre a colheita e o consumodo melão é bastante variável, conforme,principalmente, as práticas de pós-colheita eo híbrido ou cultivar. Mas, tão logo sejamfornecidas as condições adequadas paramanuseio, armazenamento e transporte, épossível aumentar esse período.

Comercialização

Um dos elos da cadeia produtiva maisimportante para a obtenção da eficiênciaeconômica das explorações agrícolas é a

Page 174: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

173

comercialização, uma vez que essa atividadeestá diretamente associada à estabilidade eao nível de renda dos produtores.

Mercado interno

No mercado interno, o melão écomercializado nos mercados local, regionale nacional.

O mercado local é constituído pelascidades que estão situadas próximo aospólos de produção. Os frutos são comer-cializados a granel têm qualidade inferior.

O mercado regional corresponde àregião geopolítica onde o pólo de produçãoestá assentado. Os pólos de Mossoró e Açu,do Baixo Jaguaribe, e do Submédio SãoFrancisco são os principais pólos deprodução de melão do País. Seus mercados

Page 175: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

174

regionais correspondem às capitais e àsprincipais cidades da Região Nordeste.Nesse mercado, os frutos também sãocomercializados a granel e com qualidadeinferior, embora existam, na região, nichosde mercado que exigem um produto de maiorqualidade e encaixado.

O mercado nacional é representado,principalmente, pelos grandes centrosconsumidores da Região Centro-Sul do País(São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizontee Brasília). Tais centros de consumo estãose organizando cada vez mais, nos moldesdos grandes mercados internacionais deprodutos hortifrutícolas, que exigem frutosencaixados e de alta qualidade.

No tocante à distribuição do melão nomercado doméstico, os atacadistas são osprincipais agentes do processo. Comprame vendem o produto a granel, ou em caixas,

Page 176: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

175

e, muitas vezes, realizam outras funções,como a de classificação, a de padronizaçãoe a de embalagem.

Há vários tipos de atacadista, depen-dendo da área de atuação e das funções decomercialização que assumem. Entre eles,destacam-se os atacadistas nacionais,representados, principalmente, pelosatacadistas das Centrais Estaduais deAbastecimento S. A. (Ceasas), principaisintermediadores dos produtos hortifrutícolasdo País.

Os atacadistas regionais e locaistambém são elementos relevantes noprocesso de comercialização de melão, nomercado interno. Os primeiros sãoresponsáveis pela distribuição do melão nosprincipais centros de consumo da regiãogeopolítica onde está inserido o pólo deprodução, e os últimos agrupam a produção

Page 177: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

176

do pólo onde atuam e a repassam para osatacadistas regionais e nacionais.

Os principais clientes dos atacadistassão as casas tradicionais de frutas, os“sacolões”, feirantes de mercados mu-nicipais e de feiras livres, além de mini-mercados de bairros.

Outro segmento que vem ampliando suaparticipação na distribuição do melão e dosdemais produtos hortifrutícolas no mercadodoméstico são as grandes redes desupermercado. Tais instituições, seguindo oexemplo das redes de supermercadoseuropéias – que hoje já controlam adistribuição dos produtos hortifrutícolas naEuropa –, estão implantando centrais decompra e distribuição, responsáveis pelarecepção do produto diretamente da empresaprodutora, produto este que é distribuídopara as demais lojas de sua área de atuação.

Page 178: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

177

O período de maior concentração daoferta de melão no mercado domésticoconcentra-se entre os meses de outubro efevereiro, período em que os pólos deprodução de Mossoró e Açu, no Rio Grandedo Norte, e do Baixo Jaguaribe, no Ceará –responsáveis, respectivamente, por 55,05 %e 28,47 % do melão produzido no País –,escoam grande parte de suas produções.

Nos principais mercados consumidoresdo País, a época do ano de baixa oferta domelão compreende o período entre os mesesde março e julho, quando há pouca ofertade melão potiguar e cearense no mercado.

Esse fenômeno é explicado peladificuldade de produzir melão naquelas zonasde produção, durante a estação das chuvas(de janeiro a maio), fato que permite que osprodutores de melão do Submédio SãoFrancisco alcancem, com mais fluidez, os

Page 179: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

178

grandes mercados consumidores, já que oclima da região permite que se cultive o melãopraticamente durante todos os meses do ano.

Mercado externo

O melão é o produto que mais ampliousua participação nas exportações brasileirasde frutas nos últimos 15 anos, passando de7 mil toneladas, em 1985, para 150 miltoneladas, em 2004.

Outra característica importante domelão, em relação ao mercado externo, é queé a fruta brasileira mais típica de exportação,pelo fato de destinar maior percentual de suaprodução ao mercado externo, chegando,em algumas safras, a ultrapassar os 40 % dovolume comercializado, ao passo que amaioria das outras frutas não ultrapassa os5 %. Praticamente todo o melão exportadopelo Brasil sai dos pólos de produção de

Page 180: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

179

Mossoró e Açu e do Baixo Jaguaribe,alcançando o mercado internacional,principalmente a União Européia, mercadoque absorve cerca de 90 % das exportaçõesbrasileiras de melão, entre os meses desetembro e março, época que correspondeàs estações de outono e de inverno naEuropa.

Dentro do macromercado europeu, oprincipal cliente do Brasil é o Reino Unido;em seguida, vem a Holanda, que atuacomo mercado reexportador, distribuindoo produto para os demais países docontinente. Finlândia, Bélgica, Alemanha eEspanha também se destacam comoimportantes centros importadores do melãobrasileiro.

No mundo, já foi detectada a tendênciade excepcional crescimento de demanda demelão no mercado. Na década de 1970, o

Page 181: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

180

crescimento mundial do consumo de melãofoi de 3 %; na de 1980, de 4,1 %; na de1990, de 4,8 %; e, na metade da primeiradécada de 2000, já se registra um crescimentode 4,3 %. Esse crescimento aceleradoindica que os mercados não estão aindaconsolidados e recebem novos consu-midores. A União Européia, principalmercado importador do Brasil, mostraaumento em suas importações de melãodesde a década de 1980, quando cresceuanualmente a uma taxa de 8,2 %. Essecrescimento acelerou para 10,7 % ao ano nadécada de 1990. É preciso explicar que aprincipal causa para o aumento do consumodo melão na União Européia está no fato deesse produto, nesse mercado, estar passandoda tradicional fase de produto de consumode temporada para uma fase de produto deconsumo contínuo. Com efeito, essecrescimento está ocorrendo principalmente

Page 182: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

181

no outono e no inverno, época que, tradi-cionalmente, era de baixo consumo.

Com relação à forma de organizaçãodo mercado internacional de melão,principalmente do mercado europeu, queabsorve cerca de 90 % das importaçõesbrasileiras, constata-se que nele a distribuiçãoestá concentrada nas mãos das grandesredes de supermercados, que vêm exigindo,com intensidade crescente, alto nível dequalidade, tanto no tocante às característicasintrínsecas do produto (consistência, uni-formidade de forma, tamanho e cor, teor deaçúcar, etc.) quanto no serviço que oacompanha.

No que se refere às preferências dosconsumidores europeus pelo melão,constata-se, atualmente, que, na maioria dospaíses que compõem o macromercado daUnião Européia, a preferência é por frutos

Page 183: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

182

de tamanho pequeno (pesando em torno de1 kg) e de forma arredondada. A únicaexceção ocorre no mercado espanhol, queprefere melões grandes e de forma elípticaou ovulada.

Nesse contexto, as empresas brasileirasprodutoras e exportadoras de melão estãorecebendo uma excelente oportunidade deampliação das exportações, graças aoaumento do consumo do fruto na Europa,nos períodos de outono e inverno, épocaem que acontecem as exportações brasileiraspara aquele mercado. Entretanto, como ostipos de melão exportados pelo Brasil(Amarelo e Pele-de-Sapo) não atendem, emtamanho e forma, às preferências doconsumidor europeu (tamanho de médio agrande e formas elípticas ou ovaladas), ecomo a qualidade do fruto ainda nãocorresponde aos padrões exigidos pelosgrandes operadores internacionais, o setorbrasileiro exportador de melão vive, também,

Page 184: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

183

uma forte ameaça de perda de cota demercado para outros países que entram nomercado europeu na mesma época dasexportações do Brasil, apresentando, porém,frutos de melhor qualidade e de dimensõesmais adequadas ao gosto dos europeus,como é o caso da Costa Rica.

Tal situação exige que produtores eexportadores brasileiros reformulem, o maisrápido possível, suas estratégias produtivase comerciais, se quiserem se manter e atémesmo ampliar sua participação nessemercado.

Rotação de Cultura

Depois da colheita do melão, deve-seplantar outra cultura de espécie e famíliadiferentes, ou seja, não se deve plantarmelancia, abóbora, maxixe ou pepino namesma área onde havia sido colhido o melão.Deve-se optar, de preferência, pelo cultivo

Page 185: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

184

de feijão, cebola, milho, tomate, além deoutras. A sucessão de plantas da mesmafamília, na mesma área, tem efeitos negativossobre a produção e favorece, ademais, oataque de pragas e doenças.

Coeficientes Técnicos

O conhecimento da estrutura de custode produção oferece valiosos subsídios aosprodutores, por indicar os fatores que maisoneram a produção. É justamente nos itensque mais absorvem recursos financeiros queos produtores devem concentrar-se aodecidirem sobre um projeto de produção.O conhecimento dos custos indica tambémse o retorno econômico que obtêm em suaatividade é ou não compensador. Isso podeser tomado como regra geral para todas asatividades agrícolas.

Na Tabela 12, a seguir, são indicadas aquantidade de horas de trabalho de máquina,

Page 186: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

185

a de mão-de-obra e a de insumos necessáriospara o cultivo de 1 ha de melão irrigado noVale do São Francisco. A quantidade deunidades de trabalho e a de insumosapresentadas nessa tabela são baseadas nosistema recomendado. Entretanto, há fatoresque podem variar conforme a região,conforme o sistema de produção adotadopelo produtor e até mesmo conforme ascondições climáticas de cada ano agrícola.

Tabela 12. Coeficientes técnicos para 1 ha de melão irrigadono Vale do São Francisco(1).

Item Unidade Quantidade Participação (%)

4,0847,0018,944,08

11,665,713,672,94

31,4217,5

7,0-

12,5101,07,07,07,621.925100,0

h/m(2)

-1 milm3

tL/kgL/kg

1 mil/m3

Caixad/h(3)

MecanizaçãoInsumos Sementes Esterco Fertilizantes Inseticidas Fungicidas ÁguaEmbalagemMão-de-obra(1) Produtividade: 20 t/ha; (2) Hora-máquina; (3) Dia-homem.

Page 187: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

186

Referências

AGROFIT. Sistemas de agrotóxicosfitossanitários. Disponível em: <http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons>. Acesso em: 20 ago. 2007.

ALENCAR, J. A. de.; BLEICHER, E. Maximizaçãodo controle químico da mosca-branca. In: HAJI, F.N. P.; BLEICHER, E. (Ed.). Avanços no manejoda mosca-branca Bemisia tabaci biótipo B(Hemiptera: Aleyrodidae). Petrolina: EmbrapaSemi-Árido, 2004. Cap. 12, p. 171-186.

ALENCAR, J. A. de.; BLEICHER, E.; HAJI, F. N.P.; BARBOSA, F. R. Pragas- Tecnologia no manejode controle. In: TAVARES, S. C. C. de H. (Ed.).Melão: fitossanidade. Brasília, DF: EmbrapaInformação Tecnológica, 2002. Cap. 8, p. 51-74.(Frutas do Brasil, 25).

BARBOSA, F. R.; SIQUEIRA, K. M. M.;MOREIRA, W. A.; HAJI, F. N. P.; ALENCAR, J. A.Estratégias de controle do pulgão da acerola em

Page 188: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

187

plantios irrigados no Submédio São Francisco.Petrolina: Embrapa Semi-Árido, 2000. 5 p. il.(Embrapa Semi-Árido. Instruções Técnicas, 34).

BESERRA, V. A.; SANTOS, P. H. R. dos; TOGNI,P. H. B.; PIRES, C. S. S.; FONTES, E. M. G.;SUJII, E. R. Capacidade de predação e potencial dejoaninhas (Coleóptera: Coccinelidae) para o controledo pulgão Aphis gossypii no algodoeiro. In:CONGRESSO BRASILEIRO DEENTOMOLOGIA, 21., 2006, Recife. Resumos...Recife: SEB. 2006. 1 CD-ROM.

BRAGA SOBRINHO, R.; GUIMARÃES, J. A.;MESQUITA, A. L. M.; CHAGAS, M. C. M.;FERNANDES, O. A.; FREITAS, J. A. D. de.Monitoramento de pragas na ProduçãoIntegrada do meloeiro. Fortaleza, CE: EmbrapaAgroindústria Tropical, 2003. 25 p. il. (EmbrapaAgroindústria Tropical. Documentos, 69).

FAO. Faostat. Disponível em: <http://faostat.fao.org/faostat/servlet>. Acesso em: 12 jun. 2007.

GALLO, D.; NAKANO, O; SILVEIRA NETO, S.;CARVALHO, R. P. L.; BAPTISTA, G. C. de;

Page 189: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

188

BERTI FILHO, E.; PARRA, J. R. P.; ZUCCHI, R.A.; ALVES, S. B.; VENDRAMIN, J. D.;MARCHINI, L. C.; LOPES, J. R. S.; OMOTO, C.Entomologia agrícola. Piracicaba, SP: Livroceres,2002. v. 10, 920 p.

GRAVENA, S.; GRAVENA, R.; GRAVENA, A.R.; BENVENGA, S. R.; SILVA, J. L.; AMORIM,L. C. de S.; ARAUJO JÚNIOR, N. de. As pragas.In: GRAVENA, S. (Ed.). Manual prático demanejo ecológico de pragas de citros.Jaboticabal: S. Gravena, 2005. cap. 2, p. 69-219.

GUIMARÃES, J. A.; AZEVEDO,F. R. de;TERAO, D.; PINHEIRO NETO, L. G.; FREITAS,J. A. D. de. Comportamento de distribuição espacialde larvas da mosca-minadora Liriomyza sativae(Diptera: Agromyzidae) no meloeiro eestabelecimento da folha amostral. In: SEMINÁRIOBRASILEIRO DE PRODUÇÃO INTEGRADA DEFRUTAS, 6., 2004, Petrolina, PE. Resumos...Petrolina: PIF, 2004. 1 CD-ROM..

IBGE. Base de Dados Agregados. Disponível em:<http://www.sidra.ibge.gov.br/bda>. Acesso em: 12jun. 2007.

Page 190: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

189

LIMA FILHO, M.; PENTEADO-DIAS, A. M.Ocorrência de parasitóides de ovos de Leptoglossusspp. (Hemiptera: Coreidae) e seu potencial deutilização no controle biológico em goiabeirascultivadas nas regiões norte e noroeste do Estado doRio de Janeiro. In: CONGRESSO BRASILEIRODE ENTOMOLOGIA, 10., 2004, Gramado, RS.Resumos... Gramado: SEB, 2004. 1 CD-ROM.

MARICONI, F. A. M. Inseticidas e seu empregono combate às pragas. São Paulo: Nobel. 1976. v.2, 466 p.

MARICONI, F. A. M.; SOUBIHE SOBRINHO, J.Contribuição para o conhecimento de algunsinsetos que depredam a goiabeira (Psidiumguajava L.). Piracicaba: USP-Esalq-Instituto deGenética, 1961. 57 p.

MEDINA, J. C. Goiaba: cultura, matéria-prima,processamento e aspectos econômicos. 2. ed.Campinas: ITAL, 1988. 224 p. (ITAL. FrutasTropicais, 6).

OLIVEIRA, J. E. de M.; BORTOLI, S. A. de;SANTOS, R. F. dos; SILVEIRA, L. C. P. Tabelas

Page 191: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

190

de vida de Orius insidiosus (Say) predando Aphisgossypii glover em diferentes cultivares dealgodoeiro. In: CONGRESSO BRASILEIRO DEENTOMOLOGIA, 21., 2006, Recife. Resumos...Recife: SEB, 2006. 1 CD-ROM.

PALUMBO, J. C., KERNS, D. L. Melon IPM:Southwestern USA. Radcliffe’s IPM WorldTextbook. University of Minnesota. Disponível em:<http://ipmworld.umn.edu/chapters/palumbo.htm>Acesso em: 10 out. 2008.

ROBSON, R. W.; DECKER-WALTERS, D. S.Cucurbits. New York: CAB Internacional, 1997. 226 p.

SANTOS, A. A. dos; CARDOSO, J. E.;CARDOSO, J. W.; OLIVEIRA. J. N. de. Algumascucurbitáceas hospedeiras do amarelão-do-meloeiro. Fortaleza, CE: Embrapa AgroindústriaTropical, 2002. 2 p. il. (Embrapa AgroindústriaTropical. Comunicado Técnico, 73).

SILVA, A. G. A.; GONÇALVES, C. R.; GALVÃO.D. M.; GONÇALVES, A. J. L.; GOMES, J.;SILVA. M. N.; SIMONI, L. da. Quarto catálogo

Page 192: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

191

dos insetos que vivem nas plantas do Brasil:seus parasitas e predadores. Rio de Janeiro:Ministério da Agricultura-Serviço de Defesa SanitáriaVegetal, 1968. 622 p.

TORRES, J. B.; MARQUES, E. J. Tomada dedecisão: um desafio para o manejo integrado depragas. In: TORRES, J. B.; MICHEREFF, S. J.(Ed.). Desafios do manejo integrado de pragas edoenças. Recife: UFRPE, 2000. p. 152-173.

ZUCCHI, R. A. Espécies de Anastrepha,sinonímias, plantas hospedeiras e parasitóides. In:MALAVASI, A.; ZUCCHI, R. A. (Ed.). Moscas-das-frutas de importância econômica no Brasil:conhecimento básico e aplicado. Ribeirão Preto:Holos, 2000. Cap. 4, p. 41-48.

ZUCCHI, R. A.; SILVEIRA NETO, S.;NAKANO, O. Guia de identificação de pragasagrícolas. Piracicaba: Fealq, 1993. 139 p. il.

Page 193: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br
Page 194: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

Endereços

Embrapa Informação TecnológicaParque Estação Biológica (PqEB)

Av. W3 Norte (final)70770-901 Brasília, DFFone: (61) 3340-9999Fax: (61) 3340-2753

[email protected]/liv

Embrapa Semi-ÁridoRodovia BR 428, km 152

Caixa Postal 2356302-970 Petrolina, PE

Fone: (87) 3862-1711Fax: (87) 3862-1744

[email protected]

Page 195: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br
Page 196: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

Coleção Plantar

Títulos Lançados

A cultura do alhoAs culturas da ervilha e da lentilhaA cultura da mandioquinha-salsa

O cultivo de hortaliçasA cultura do tomateiro (para mesa)

A cultura do pêssegoA cultura do morangoA cultura do aspargoA cultura da ameixeiraA cultura do chuchu

A cultura da maçãA cultura do urucum

A cultura da castanha-do-brasilA cultura do cupuaçuA cultura da pupunha

A cultura do açaíA cultura da goiaba

A cultura do mangostãoA cultura do guaraná

A cultura da batata-doceA cultura da graviolaA cultura do dendêA cultura do caju

A cultura da amora-preta (2ª edição)

Page 197: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

A cultura do mamão (2ª edição)A cultura do limão-taiti (2ª edição)

A cultura da acerola (2ª edição)A cultura da batata

A cultura da cenouraA cultura do melãoA cultura da cebolaA cultura do sapoti

A cultura do coqueiro: mudasA cultura do coco

A cultura do abacaxi (2ª edição)A cultura do gergelim

A cultura do maracujá (3ª edição)Propagação do abacaxizeiro (2ª edição)

A cultura da manga (2ª edição)Produção de mudas de manga (2ª edição)A cultura da pimenta-do-reino (2ª edição)

A cultura da banana (3ª edição)A cultura da melancia (2ª edição)

A cultura da pêraA cultura do milho-verde

Page 198: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br
Page 199: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br
Page 200: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br
Page 201: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

Impressão e AcabamentoEmbrapa Informação Tecnológica

O papel utilizado nesta publicação foi produzido conformea certificação da Bureau Veritas Quality International (BVQI) de Manejo Florestal.

Page 202: PLANTAR coleç o ã - Infoteca-e: Página inicial · Maria Sonia Lopes da Silva Engenheira agrônoma, Dra. em Manejo de Solo, pesquisadora da Embrapa Solos sonia@uep.cnps.embrapa.br

A

coloca em suas mãos

as tecnologias geradas e

testadas em 35 anos de pesquisa.

As informações de que você

precisa para o crescimento

e desenvolvimento da

agropecuária estão à

sua disposição.

Consulte-nos.

Embrapa

Semi-Árido

CG

PE7206

9788573834383

ISB

N9

78

-85

-73

83

-43

8-3