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PM TO - DIREITO PENAL PROF PAULO SÉRGIO ATITUDE FAZ TODA DIFERENÇA. SEJA + . VOCÊ É CAPAZ! IV - INFRAÇÃO PENAL: CRIME E CONTRAVENÇÃO. SUJEITOS DAS INFRAÇÕES. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DE CRIMES. 1 Infração Penal 1.1 – Conceito de infração penal: ato ou efeito de infringir, violar uma lei, ordem ou tratado. Caracteriza-se por ser ato típico e antijurídico. 1.2 – Elementos das infrações penais: verbo que descreve a conduta, objeto material (pessoa ou coisa sobre as quais recai a conduta), objeto jurídico (bem jurídico ou interesse protegido pela norma penal) sujeitos ativo e passivo. 1.3 – Espécies infrações penais: crimes ou delitos e contravenções. 1.4 – Conceito de crime: Dentre outras definições, crime pode ser entendido como fato humano contrário à lei; qualquer ação legalmente punível; ação ou omissão contrária ao direito, a que a lei atribui uma pena. De acordo com o art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal: “considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa”. 1.5.1 – Conceito formal: é um ato típico e antijurídico (ilícito). É, portanto, toda conduta que atente ou colide frontalmente contra a lei penal editada pelo Estado. a) Ato típico: ato material que se amolda perfeitamente aos elementos constantes do modelo previsto na lei penal. b) Ato antijurídico: contrário à lei e por ela reprovado. 1.5.2 – Conceito material: é a ação ou omissão, imputável a uma pessoa, lesiva ou perigosa a interesse penalmente protegido. É, portanto, a ação ou omissão que expõe a perigo um bem jurídico protegido pela lei penal. 1.5.3 – Conceito analítico: ação típica, antijurídica e culpável. A culpabilidade é o juízo de reprovação que se faz sobre a conduta ilícita do agente. São elementos integrantes da culpabilidade: imputabilidade, potencial consciência da ilicitude do fato e exigibilidade de conduta diversa. Aos crimes a lei comina as seguintes penas: a) reclusão b) reclusão e multa c) reclusão ou multa d) detenção e) detenção e multa f) detenção ou multa 1.6 – Conceito de contravenção: infração causadora de menores danos e com sanções de menor gravidade. Nélson Hungria definiu a contravenção como “crime anão”. De acordo ainda com o art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal: “considera-se contravenção, a infração penal a que lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente”. Para as contravenções a lei comina as penas de: a) prisão simples b) prisão simples e multa c) prisão simples ou multa d) multa 1.7 – Diferenças entre crime e contravenção: CRIME CONTRAVENÇÃO Ação pública incondicionada, condicionada ou privada Ação pública sempre incondicionada A peça inicial do processo é a denúncia ou a queixa A peça inicial do processo é sempre a denúncia A tentativa é punível A tentativa não é punível O elemento subjetivo é o dolo ou a culpa Basta a voluntariedade Sujeitos da Infração Penal – Sujeito ativo do crime – é quem pratica o fato descrito na norma penal incriminadora. Só o homem possui capacidade para delinqüir. A lei emprega várias denominações para expressar o sujeito ativo do delito: agente; indiciado

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PM –TO - DIREITO PENAL – PROF PAULO SÉRGIO

ATITUDE FAZ TODA DIFERENÇA. SEJA + . VOCÊ É CAPAZ!

IV - INFRAÇÃO PENAL: CRIME E CONTRAVENÇÃO.

SUJEITOS DAS INFRAÇÕES. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

DE CRIMES.

1 Infração Penal

1.1 – Conceito de infração penal: ato ou efeito de infringir,

violar uma lei, ordem ou tratado. Caracteriza-se por ser ato

típico e antijurídico.

1.2 – Elementos das infrações penais: verbo que descreve a

conduta, objeto material (pessoa ou coisa sobre as quais

recai a conduta), objeto jurídico (bem jurídico ou interesse

protegido pela norma penal) sujeitos ativo e passivo.

1.3 – Espécies infrações penais: crimes ou delitos e

contravenções.

1.4 – Conceito de crime: Dentre outras definições, crime

pode ser entendido como fato humano contrário à lei;

qualquer ação legalmente punível; ação ou omissão

contrária ao direito, a que a lei atribui uma pena.

De acordo com o art. 1º da Lei de Introdução ao Código

Penal: “considera-se crime a infração penal a que a lei

comina pena de reclusão ou de detenção, quer

isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a

pena de multa”.

1.5.1 – Conceito formal: é um ato típico e antijurídico

(ilícito). É, portanto, toda conduta que atente ou colide

frontalmente contra a lei penal editada pelo Estado.

a) Ato típico: ato material que se amolda perfeitamente aos

elementos constantes do modelo previsto na lei penal.

b) Ato antijurídico: contrário à lei e por ela reprovado.

1.5.2 – Conceito material: é a ação ou omissão, imputável a

uma pessoa, lesiva ou perigosa a interesse penalmente

protegido. É, portanto, a ação ou omissão que expõe a

perigo um bem jurídico protegido pela lei penal.

1.5.3 – Conceito analítico: ação típica, antijurídica e

culpável. A culpabilidade é o juízo de reprovação que se faz

sobre a conduta ilícita do agente. São elementos

integrantes da culpabilidade: imputabilidade, potencial

consciência da ilicitude do fato e exigibilidade de conduta

diversa.

Aos crimes a lei comina as seguintes penas:

a) reclusão b) reclusão e multa c) reclusão ou multa d) detenção e) detenção e multa f) detenção ou multa

1.6 – Conceito de contravenção: infração causadora de

menores danos e com sanções de menor gravidade. Nélson

Hungria definiu a contravenção como “crime anão”. De

acordo ainda com o art. 1º da Lei de Introdução ao Código

Penal: “considera-se contravenção, a infração penal a que

lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou

multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente”.

Para as contravenções a lei comina as penas de:

a) prisão simples b) prisão simples e multa c) prisão simples ou multa d) multa

1.7 – Diferenças entre crime e contravenção:

CRIME CONTRAVENÇÃO

Ação pública

incondicionada,

condicionada ou privada

Ação pública sempre

incondicionada

A peça inicial do processo é

a denúncia ou a queixa

A peça inicial do processo é

sempre a denúncia

A tentativa é punível A tentativa não é punível

O elemento subjetivo é o

dolo ou a culpa

Basta a voluntariedade

Sujeitos da Infração Penal

– Sujeito ativo do crime – é quem pratica o fato descrito na

norma penal incriminadora. Só o homem possui capacidade

para delinqüir. A lei emprega várias denominações para

expressar o sujeito ativo do delito: agente; indiciado

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(durante o inquérito policial); acusado ou réu (durante o

processo), sentenciado, preso, condenado, recluso ou

detento (para quem sofreu condenação). Sob o ponto de

vista biopsíquico, recebe o nome de delinqüente.

Obs: a pessoa jurídica também pode ser sujeita ativa de

crime. A Constituição Federal em seus arts. 173, § 5º, e art.

225, § 3,º determina que a legislação ordinária estabeleça a

punição da pessoa jurídica nos atos cometidos contra a

economia popular, a ordem e econômica e financeira e o

meio ambiente. A Lei nº 9.605/98, em seus arts. 3º e 21 a

24, prevê essa responsabilidade com relação aos crimes

ambientais.

– Sujeito passivo do crime – é o titular do bem jurídico

lesado ou ameaçado pela conduta criminosa. Em regra,

toda pessoa humana pode ser sujeito passivo de crime, mas

há casos em que a lei se refere à vítima em suas condições

especiais.

Assim, o sujeito passivo de determinados delitos só pode

ser um incapaz, como o recém-nascido no crime infanticídio

(art. 123); menor em idade escolar no abandono intelectual

(art. 246); a mulher, nos crimes de estupro (art. 213) e

rapto (art. 219); o cônjuge traído no crime de adultério (art.

240); o Estado no crime de peculato (art. 312); a

coletividade no crime de porte de arma (art. 14 da Lei nº

10.826/2003). A pessoa jurídica também pode ser sujeito

passivo do delito, desde que a descrição típica não

pressuponha uma pessoa física. Assim, uma indústria pode

ser vítima de furto, de dano ou de violação de sua

correspondência comercial. Discordam os autores quanto à

possibilidade de a pessoa jurídica ser sujeito passivo de

crime contra honra (calúnia, difamação e injúria). A

doutrina majoritária é no sentido de que a pessoa jurídica

não pode ser vítima de calúnia e injúria, pois não pode ser

sujeito ativo do crime que a calúnia pressupõe, nem possui

honra subjetiva (objeto jurídico da injúria), podendo ser

vítima de difamação em face de possuir, inegavelmente,

reputação, boa fama (honra objetiva). O homem morto não

pode ser sujeito passivo, pois não é titular de direitos,

podendo ser objeto material do delito. À primeira vista,

parece que o morto pode ser vítima de crimes contra a

honra, em face do art. 138, § 2º, do CP dizer que é “punível

a calúnia contra os mortos”. Acontece, porém, que o ultraje

à memória dos mortos reflete nas pessoas de seus

parentes, que são os sujeitos passivos. Nos crimes de

destruição, subtração, ocultação e vilipêndio a cadáver

(arts. 211 e 212 do CP), o sujeito passivo é a coletividade, e,

em particular, a família do morto. O homem pode ser

sujeito passivo antes de nascer, pois o feto tem direito à

vida, sendo esta protegida pela punição do aborto (arts.

124, 125 e 126 do CP). Os animais e as coisas inanimadas

podem ser objeto material do delito, mas não sujeito

passivo. Disso resulta que em caso de lesão a coisas ou

animais, sujeitos passivos são seus proprietários (furto,

dano, etc). Em certos casos é a coletividade, como na

contravenção de crueldade contra animais (LCP, art. 64).

– Objeto jurídico do delito: é o bem ou interesse

que a norma penal tutela. É o bem jurídico, que se

constitui em tudo o que é capaz de satisfazer as

necessidades do homem, como a vida, a integridade

física, a honra, o patrimônio, etc.

– Objeto material do delito: é a pessoa ou coisa

sobre que recai a conduta do sujeito ativo, como o

homem vivo no homicídio, a coisa no furto, o

documento na falsificação. Às vezes, o sujeito

passivo coincide com o objeto material. É o que

ocorre no homicídio, em que o homem é o titular do

objeto jurídico (direito à vida) e, ao mesmo tempo,

objeto material sobre o qual a ação incide

materialmente. Mas, mesmo nesses casos, como

observava Aníbal Bruno, não se confundem as

noções jurídicas do sujeito passivo e do objeto

material do crime. Já no furto, a coisa é o objeto

material; o possuidor, o sujeito passivo.

Classificação doutrinária de crimes

crime instantâneo: é aquele cuja consumação ocorre em

um só instante, sem continuidade temporal. Ex: no crime de

estupro (art. 213), o crime se consuma no instante em que

é praticada a conjunção carnal.

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crime permanente: é aquele cujo momento consumativo se

prolonga no tempo por vontade do agente. Ex: no crime de

seqüestro (art. 148), a consumação ocorre no momento em

que a vítima é privada de sua liberdade, mas a infração

continua consumando-se enquanto a vítima permanecer

em poder do seqüestrador.

crime comissivo: aquele praticado através de uma ação. Ex:

furto (art. 155)

Crime omissivo: aquele que ocorre quando o agente deixa

de praticar alguma ação. Ex: omissão de socorro (art. 135)

crime omissivo impróprio ou comissivo por omissão: é

aquele em que o agente, por uma omissão inicial, dá causa

a um resultado posterior, que tinha o dever jurídico de

evitar. Ex: a mãe, que tinha o dever jurídico de alimentar

seu filho, deixa de fazê-lo, provocando a morte da criança.

A simples conduta de deixar de alimentar não constitui

crime, mas o resultado morte que dela decorre constitui

infração penal.

crimes materiais: são aqueles em relação aos quais a lei

descreve uma ação e um resultado, exige a ocorrência

deste para que o crime esteja consumado. Ex: no

estelionato (art. 171), a lei descreve a ação (empregar

fraude para induzir ou manter alguém em erro) e o

resultado (obter vantagem ilícita em prejuízo alheio), e,

pela forma como está redigido o dispositivo, pode-se

concluir que o estelionato somente se consuma no

momento em que o agente obtém a vantagem ilícita por ele

visada.

crimes formais: são aqueles em relação aos quais a lei

descreve uma ação e um resultado, mas a redação do

dispositivo deixa claro que o crime consuma-se no

momento da ação, sendo o resultado mero exaurimento do

delito. Ex: o art. 159 do Código Penal descreve o crime de

extorsão mediante seqüestro: seqüestrar pessoa (ação)

com o fim de obter qualquer vantagem como condição ou

preço do regaste (resultado). O crime, por ser formal,

consuma-se no exato momento em que a vítima é

seqüestrada. A obtenção do resgate é irrelevante para o fim

da consumação, sendo, portanto, mero exaurimento.

crimes de dano: são aqueles que pressupõem uma efetiva

lesão ao bem jurídico tutelado. Exs: homicídio, furto, etc.

crimes de perigo: são os que se consumam com a mera

situação de risco a que fica exposto o objeto material do

crime. Exs: periclitação da vida e da saúde (art. 132), porte

de arma (art. 14 da Lei nº 10.826/2003), etc.

crimes comuns: são aqueles que podem ser praticados por

qualquer pessoa. Exs: furto, roubo, homicídio, etc.

crimes próprios: são os que só podem ser cometidos por

determinada categoria de pessoas, por exigir o tipo penal

certa qualidade ou característica do sujeito ativo. Exs:

infanticídio (art. 123), que só pode ser praticado pela mãe,

sob a influência do estado puerperal; corrupção passiva

(art. 317), que só pode ser cometido por funcionário

público, etc.

crimes de mão própria: são aquele cuja conduta descrita no

tipo penal só pode ser executada por uma única pessoa e,

por isso, não admitem co-autoria. Somente podem ser

praticados pelo autor em pessoa Exs: falso testemunho (art.

342), pois ninguém pode mandar outrem praticar falso

testemunho em seu lugar, prevaricação (art. 319), dirigir

veículo sem habilitação (art. 309 do CTB), pois só pode ser

cometido por quem está dirigindo o veículo.

crime doloso (art. 18, I do CP): é aquele cujo agente tem

vontade de realizar a conduta e produzir o resultado.

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crime culposo: (art. 18, II do CP): é aquele cujo agente não

quer e nem assume o risco de produzir o resultado, mas a

ele dá causa por imprudência, negligência ou imperícia.

crime consumado (art. 14, I do CP): é aquele que ocorre

quando reúne todos os elementos do tipo incriminador.

crime tentado (art. 14, II do CP): é aquele que ocorre

quando o agente inicia a execução mas não consegue

consumar o crime por circunstâncias alheias à sua vontade.

crime impossível (art. 17 do CP): é aquele cuja conduta do

agente jamais poderia levar o crime à consumação, quer

pela ineficácia absoluta do meio, quer pela impropriedade

absoluta do objeto. É também chamado de quase-crime.

ESTUDO DO CONCEITO ANALÍTICO DO CRIME

Crime é uma conduta que viola gravemente bens jurídicos. (são

bens protegidos pelo Direito – Ex.: vida, liberdade, honra etc.).

Conceito analítico (segundo a teoria finalista- tripartida) Crime é fato típico + antijurídico + culpável.

Cabeça tronco membros

Elementos do crime pelo conceito analítico de crime

Esqueleto do crime:

Fato típico Antijurídico (=

ilicitude)

Culpabilidade

Tem conduta Envolve a legítima defesa Estuda a imputabilidade

Tem resultado Envolve o estado de Estuda o potencial

necessidade conhecimento do ilícito

Tem nexo

causal

Envolve o estrito

cumprimento do dever

legal

Estuda a exigibilidade

de conduta diversa

Tem tipicidade Envolve o exercício

regular do direito

Estudo dos elementos do conceito jurídico analítico de crime

TIPICIDADE - TIPO PENAL

1 – Tipicidade

1.1 – Conceito – é o enquadramento, a correspondência

entre uma conduta praticada pelo agente e o

modelo descrito na lei (tipo penal). Em suma, para

que haja crime, é necessário que o sujeito realize,

no caso concreto, todos os elementos componentes

da descrição típica. Quando ocorre esse

enquadramento existe tipicidade (adequação

típica).

É a subsunção da conduta praticada pelo agente ao

modelo abstrato previsto na lei penal. (tipo penal).

O fato se enquadra na previsão legal.

1.2 – Adequação típica– como já mencionado, é a

possibilidade de se enquadrar a conduta ao tipo legal. A

adequação típica pode dar-se de duas maneiras:

a) Imediata ou direta – quando houver uma

correspondência total da conduta ao tipo. Ela decorre

da autoria (realização da conduta descrita no tipo) e da

consumação do ilícito penal.

b) Mediata ou indireta – quando a materialização da

tipicidade exige a utilização de uma norma de extensão,

sem a qual seria absolutamente impossível enquadrar a

conduta no tipo. É o que ocorre nas hipóteses de

participação (art. 29) e tentativa (art. 14, II).

Com efeito, o art. 121 do Código Penal, ao tratar do

crime de homicídio, descreve a conduta de matar

alguém. Assim, quem efetua um disparo e provoca a

morte da vítima tem uma adequação típica direta ou

imediata, pois ele a matou. Suponha-se, entretanto, que

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alguém tenha apenas emprestado a arma para que o

sujeito matasse a vítima. Ora, quem emprestou a arma

não matou ninguém e, em princípio, não poderia ser

punido. A tipicidade de sua conduta, entretanto, decorre

da norma de extensão do art. 29 do Código Penal:

quem, de qualquer modo concorre para o crime, incide

nas penas a este cominadas, na medida de sua

culpabilidade. Assim, ocorre a adequação típica

mediata ou indireta do partícipe, havendo extensão ao

tipo do art. 121. Da mesma maneira, a tentativa seria

atípica não fosse a norma e extensão do art. 14, II, do

Código Penal, uma vez que o art. 121, em tese, só pune

quem mata e não quem tenta matar mas não consegue.

2 – Tipo penal: é uma norma que descreve condutas

criminosas em abstrato. Quando alguém, na vida real,

comete uma conduta descrita no tipo penal, ocorre a

chamada tipicidade. Os tipos penais estatuem

proibições de condutas na vida em sociedade,

estabelecendo penas àqueles que venham a desrespeitá-

las. Assim, quando o legislador estabelece uma pena de

reclusão, de 6 a 20 anos, para quem mata alguém, está,

em verdade, proibindo a conduta de matar. O tipo

penal, para que consiga descrever a conduta

incriminada, serve-se de elementares e circunstâncias.

2.1 – Elementares – são componentes fundamentais da

figura típica. As elementares estão sempre no caput do

tipo incriminador, por essa razão é chamado de tipo

fundamental. São as seguintes as espécies de

elementares ou elementos:

a) elementos objetivos ou descritivos: são aqueles que

cujo significado se extrai da mera observação. São

elementos que existem concretamente no mundo cujo

significado não demanda nenhum juízo de valor. Exs:

matar (art. 121), coisa móvel (art. 155), conjunção

carnal (art. 213), etc.

b) elementos normativos: são aqueles cujo significado

não se extrai da mera observação, dependendo de uma

interpretação, isto é, de uma valoração. Quando o

significado do elemento depende de um valor moral,

social, consuetudinário, etc, é chamado de elemento

normativo moral ou extrajurídico. Quando o juízo de

valor depende de uma interpretação jurídica, o

elemento é chamado de elemento normativo jurídico.

Exs: mulher honesta (art. 219), dignidade ou decoro

(art. 140) são elementos normativos morais

(extrajurídico); documento público (art. 297), é um

elemento normativo jurídico.

c) elementos subjetivos do tipo: existem quando o tipo

penal exige alguma finalidade específica por parte do

agente ao cometer o crime. É portanto, a finalidade

especial descrita no tipo. Exs: raptar mulher honesta

para fim libidinoso (art. 219): o fim libidinoso é o

elemento subjetivo do crime, é a finalidade especial do

autor do rapto; seqüestrar pessoa com o fim de obter

qualquer vantagem como condição ou preço (art. 159):

a intenção ou preço do resgate em troca da libertação da

vítima é o elemento subjetivo do crime de extorsão

mediante seqüestro.

2.2 – Circunstâncias – são todos os dados acessórios da

figura típica, cuja ausência não a elimina. Sua função

não é constituir o crime, mas tão somente de influir no

montante da pena. Exs: a pena do estupro é aumentada

de ¼ se o agente era casado ao tempo da ação (art. 226,

II); a pena do furto é aumentada de 1/3 se a subtração é

praticada durante o repouso noturno (art. 155, § 1º); a

pena do estelionato é aumentada de 1/3 se o crime é

cometido em detrimento de entidade de direito público

ou de instituto de economia popular, assistência social

ou beneficência (art. 171, § 3º). São, portanto, dados

acessórios que influem na aplicação da pena.

Descriminantes putativas (art. 20, § 1º): Descriminante: é a

causa que descrimina, isto é, que exclui o crime. Em outras

palavras, é causa que exclui a ilicitude do fato típico.

Putativa: origina-se da palavra latina putare, que significa

errar, ou putativum (imaginário). Descriminante putativa é

a causa excludente de ilicitude erroneamente imaginada

pelo agente. Ela não existe na realidade, mas o agente

pensa que sim, porque está errado. Só existe, portanto, na

mente, na imaginação do sujeito. Por essa razão, é também

conhecida como descriminante imaginária ou

erroneamente suposta. Compreende a legítima defesa

putativa (ou imaginária), quando o agente supõe, por

equívoco, estar em legítima defesa; estado de necessidade

putativo (ou imaginário), quando imagina estar em estado

de necessidade; o exercício regular do direito putativo (ou

imaginário) e o estrito cumprimento do dever legal putativo

(ou imaginário), quando erroneamente supostos.

Desistência voluntária e arrependimento eficaz

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Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de

prosseguir na execução ou impede que o resultado se

produza, só responde pelos atos já praticados.

Desistência voluntária (art. 15, 1ª parte) – o agente inicia a

execução do crime e, podendo prosseguir até a

consumação, resolve, por ato voluntário, interromper o iter

criminis. Neste caso, a lei determina que a punição seja em

relação apenas aos fatos já praticados. Ex: visando furtar o

toca-fitas de um automóvel, o agente quebra o vidro deste,

mas, antes de se apossar do bem, desiste de cometer o

crime e vai embora. Não se trata de tentativa, pois para que

ela ocorra é necessário que o agente não tenha conseguido

a consumação por circunstâncias alheias à sua vontade.

Arrependimento eficaz (art. 15, 2ª parte) – o agente, já

tendo realizado todos os atos da execução, mas antes da

consumação, pratica uma nova ação, que evita a produção

do resultado. Neste caso, o agente também não responde

pela tentativa, mas apenas pelos atos já praticados. Ex: o

agente quebra o vidro de um carro para furtar o toca-fitas.

Após retirá-lo do painel, ele imediatamente resolve colocá-

lo de volta no local.

Arrependimento posterior: é causa obrigatória de redução

de pena aplicável (nos termos do art. 16 do Código Penal)

aos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à

pessoa, em que o agente, por ato voluntário, repara o dano

ou restitui a coisa antes do recebimento da denúncia ou

queixa. Ex: o agente quebra o vidro de um carro, furta o

toca-fitas, levando-o consigo, entretanto, antes da denúncia

ou queixa resolve devolvê-lo ao proprietário. Se o agente

resolve reparar dano somente após o recebimento da

denúncia ou queixa, incidirá apenas a atenuante genérica

do art. 65, III, “b”.

Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave

ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até

o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário

do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.

ILICITUDE

Ilicitude (Antijuridicidade) :é a relação de antagonismo,

contrariedade que se estabelece entre o fato típico e o

ordenamento legal. Quando ocorre um fato humano que se

enquadra em um tipo incriminador tem-se presente a

tipicidade. Todo fato típico, em princípio, contraria o

ordenamento jurídico, sendo, portanto, também um fato

ilícito. Todo fato típico indiciariamente é ilícito. A isso dá-se

o nome de caráter indiciário da ilicitude. Assim, cometido

um fato típico, presume-se que ele é ilícito, a menos que

exista alguma causa excludente de antijuridicidade

expressamente prevista em lei.

Causas excludentes de ilicitude (art. 23 do CP): são causas

que permitem ao agente, mesmo cometendo crime, não

seja por ele punido, ou seja, a conduta deixa de ser crime,

perdendo seu ato o caráter de ilícitio. São causam

excludentes de ilicitude:

1- O estado de necessidade; 2- A legítima defesa; 3- O estrito cumprimento do dever legal; 4- O exercício regular do direito.

Estado de necessidade (art. 24) – considera-se em estado

de necessidade quem pratica o fato criminoso para salvar

de perigo atual (que não provocou por sua vontade, nem

podia de outro modo evitar) direito próprio ou alheio, cujo

sacrifício, nas circunstâncias, não seria razoável exigir-se.

Ex1: dois náufragos que estão em alto mar e, existindo

apenas uma bóia, um mata o outro para sobreviver, quando

não existia outra forma para salvar a vida. Ex2: subtrair

pequena quantidade de alimento para não morrer de fome.

Requisitos:

a) o perigo deve ser atual;

b) o perigo deve ameaçar direito próprio ou alheio

c) que a situação não tenha sido causada voluntariamente

pelo agente.

d) inexistência do dever legal de enfrentar o perigo. Ex:

bombeiro.

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Legítima defesa (art. 25) – age em legítima defesa quem,

usando moderadamente dos meios necessários, repele

injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de

outrem. Ex: o agente, para não morrer, mata seu agressor.

Requisitos:

a) existência de uma agressão;

b) a agressão deve ser injusta;

c) a agressão deve ser atual ou iminente;

d) a agressão deve ser dirigida a direito próprio ou de

terceiro;

e) uso moderado dos meios necessários.

Exercício regular do direito (art. 23, III) – consiste na

atuação do agente dentro dos limites conferidos pelo

ordenamento legal. O sujeito não comete o crime por estar

exercitando uma prerrogativa a ele conferida por lei. Ex1:

recusa de depor em juízo por parte de quem tem o dever

de guardar sigilo. Ex2:na intervenção cirúrgica. Ex3:

ofendículos – artefatos colocados como proteção de um

bem jurídico para repelir agressão, como cacos de vidro nos

muros, pontas-de-lança em portões, tela elétrica com

aviso.

Estrito cumprimento do dever legal (art. 23, III) – tal dever

deve constar em lei, decreto, regulamento ou qualquer ato

normativo. Ex1: morte em batalha. Ex 2: prisão legal

efetuada por policiais. Ex3: policial que lesiona assaltante

em fuga. Ex4: oficial de justiça que apreende bens para

penhora.

Obs: Existem tambémexcludentes de ilicitude

específicas, previstas na própria Parte Especial do

Código Penal, e que somente são aplicáveis a

determinados delitos:

a) no aborto para salvar a vida da gestante ou quando a

gravidez resulta de estupro (art. 128, I e II);

b) nos crimes de injúria e difamação, quando a ofensa é

irrogada em juízo na discussão da causa, na opinião

desfavorável da crítica artística, literária ou científica e

no conceito emitido por funcionário público em

informação prestada no desempenho de suas funções;

c) no crime de constrangimento ilegal, se é feita a

intervenção médica ou cirúrgica sem o consentimento

do paciente ou de seu representante legal, se justificada

por iminente perigo de vida, e na coação exercida para

impedir suicídio (art. 146, § 3º, I e II);

d) na violação de domicílio, quando um crime está ali

sendo cometido.

Excesso nas causas justificativas – dispõe o art. 23,

parágrafo único, que o agente responderá pelo excesso

doloso ou culposo nas descriminantes (estado de

necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do

dever legal e exercício regular do direito). Em todas as

justificativas é necessário que o agente não exceda os

limites traçados na lei. Na legítima defesa e no estado

de necessidade, não deve o agente ir além da utilização

do meio necessário e da necessidade da reação para

rechaçar a agressão e na ação para afastar o perigo. No

cumprimento do dever legal e no exercício do direito, é

indispensável que o agente atue de acordo com o

ordenamento jurídico. Se, desnecessariamente, causa

dano maior do que o permitido, não ficam preenchidos

os requisitos das citadas discriminantes, devendo

responder pelas lesões desnecessárias causadas ao bem

jurídico ofendido. O excesso pode ser doloso, hipótese

em que o sujeito, após iniciar sua conduta conforme do

direito, extrapola seus limites na conduta, querendo um

resultado antijurídico desnecessário ou não autorizado

legalmente. Excluída a descriminante quanto a esse

resultado, responderá o agente por crime doloso pelo

evento causado no excesso. Assim, aquele que,

podendo apenas ferir, mata a vítima, responderá pelo

homicídio. É culposo o excesso quando o agente queria

um resultado necessário, proporcional, autorizado e não

excessivo, que é proveniente de sua indisculpável

precipitação, desatenção, etc. Também nesta hipótese o

agente responderá apenas pelo resultado ocorrido em

decorrência do excesso.

CULPABILIDADE:

A culpabilidade é o juízo de reprovação que se faz sobre a

conduta ilícita do agente. São elementos integrantes da

culpabilidade:

1- Imputabilidade; 2- Potencial consciência da ilicitude do fato

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3- Exigibilidade de conduta diversa.

1 - IMPUTABILIDADE PENAL

1.1 – Imputabilidade: é a possibilidade de se atribuir a

alguém a responsabilidade por algum fato, ou seja, o

conjunto de condições pessoais que dá ao agente a

capacidade para ser juridicamente imputada a ele a

prática de uma infração penal.

1.2 – Inimputabilidade (art. 26): Inimputáveis são

aqueles a quem a lei impede a aplicação de pena,

podendo ficar sujeitos a medidas de segurança, como é

o caso dos retardados, doentes mentais e menores de 18

anos. Em princípio, todos são imputáveis, exceto

aqueles abrangidos pelas hipóteses de inimputabilidade

enumeradas na lei, que são as seguintes:

A)doença mental

B) desenvolvimento mental incompleto

(menoridade)

C)desenvolvimento mental retardado

D) embriaguez completa, proveniente de caso

fortuito ou força maior;

a) Critério para a definição da inimputabilidade: 1)

biológico: leva em conta apenas o desenvolvimento

mental do acusado (quer em face de problemas mentais

ou da idade do agente); 2) psicológico: considera

apenas se o agente, ao tempo da ação ou omissão, tinha

a capacidade de entendimento e auto-determinação; 3)

biopsicológico: considera inimputável aquele que, em

razão de sua condição mental (causa), era, ao tempo da

ação ou omissão, totalmente incapaz de entender o

caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com

esse entendimento.

1.3 – Distúrbios mentais – o art. 26, caput, do Código

Penal, adotando o critério biopsicológico, estabelece

que é isento de pena (inimputável) o agente que, por

doença mental ou desenvolvimento mental incompleto

ou retardado, era, ao tempo da ação ou omissão,

inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do

fato ou de determinar-se de acordo com esse

entendimento. São, em verdade, dois requisitos que

devem coexistir:

a) Doença mental ou desenvolvimento mental

incompleto ou retardado: a doença mental abrange a

demência, psicose maníaco-depressiva, histeria,

paranóia, psicose traumática por alcoolismo,

esquizofrenia, etc. O desenvolvimento mental

incompleto ocorre em relação aos menores de idade

(para os quais, entretanto, existe regra própria no art.

27) e silvícolas não adaptados à vida em sociedade.

Desenvolvimento mental retardado é característico em

pessoas oligofrênicas (idiotas, imbecis, débeis mentais)

e nos surdos-mudos, dependendo do caso.

b) Que, ao tempo da ação ou omissão, tenham retirado

do agente toda a capacidade de entendimento e de

autodeterminação: adotou-se, portanto, quanto aos

doentes mentais, o critério biopsicológico.

1.4 – Semi-imputabilidade (art. 26): Se em razão da

doença mental ou do desenvolvimento mental

incompleto ou retardado, o agente, ao tempo da ação ou

omissão, estava parcialmente privado de sua

capacidade de entender o caráter ilícito do fato e de

determinar-se de acordo com tal entendimento, a pena

será reduzida de 1/3 a 2/3. Nesse caso, o agente é

chamado de semi-imputável, pois perde apenas

parcialmente a capacidade de entendimento e de

autodeterminação.

1.5 – Menoridade (art. 27): nos termos do art. 27 do

Código Penal, os menores de 18 anos são inimputáveis,

ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação

especial. Adotou-se, portanto, o critério biológico, que

presume, de forma absoluta, ser o menor de 18 anos

inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do

fato e de determinar-se de acordo com esse

entendimento. A menoridade cessa no primeiro instante

do dia em que o agente completa 18 anos, ou seja, se o

crime é praticado na data do 18º aniversário, o agente é

imputável e responde pelo crime. A legislação especial

que regulamenta as sanções aplicáveis as menores é o

Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90),

que prevê a aplicação de medidas sócio-educativas aos

adolescentes (maiores de 12 e menores de 18 anos),

consistentes em advertência, obrigação de reparar o

dano, prestação de serviços à comunidade, liberdade

assistida, semiliberdade ou internação, e aplicação de

medidas de proteção às crianças ( menores de 12 anos)

que venham a praticar atos definidos como infração

penal.

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1.6 – Emoção e paixão (art. 28, I): estabelece o art. 28,

I do Código Penal, que a emoção e a paixão não

excluem a imputabilidade. Emoção é um estado súbito

e passageiro de instabilidade psíquica, uma perturbação

momentânea da afetividade. A paixão é um sentimento

duradouro, caracterizado por uma afetividade

permanente. A emoção e a paixão, apesar de não

excluírem o crime, podem funcionar como atenuantes

genéricas (art. 65, III, a) ou como causas de diminuição

de pena (art. 121, § 1°).

1.7 – Embriaguez (art. 28, II): é uma intoxicação aguda

e passageira provocada pelo álcool ou por substância de

efeitos análogos (cocaína, maconha, etc) que apresenta

uma fase inicial de euforia, passando pela depressão e

sono, podendo levar até ao coma. A embriaguez pode

ser: não acidental, acidental, patológica e

preordenada.

a) não acidental: voluntária e culposa

- voluntária – o agente quer embriagar-se. Pode ser

completa, quando retira a capacidade de entendimento e

autodeterminação do agente, ou incompleta, quando

não retira tal capacidade.

- culposa – completa ou incompleta. O agente não quer

embriagar-se, mas, agindo imprudentemente, ingere

doses excessivas e acaba embriagando-se.

Nesses casos não há exclusão da imputabilidade nos

termos do art. 28, II do Código Penal, que estabelece

não excluir o crime a embriaguez voluntária ou

culposa. Até na hipótese de embriaguez completa não

fica excluído o crime, pois adotou-se a tese de da

actiolebera in causa (ação livre na causa), segundo a

qual o agente, ao se embriagar, sabia da possibilidade

de praticar o delito e era livre para decidir. A doutrina

ressalva, entretanto, que, excepcionalmente, se nesse

momento inicial, era imprevisível a ocorrência da

situação que o levou à prática do ilícito, fica afastada a

culpabilidade, para que não haja responsabilidade

objetiva.

b) acidental: proveniente de caso fortuito ou força

maior. Se completa, exclui a imputabilidade, desde

que, em razão dela, o agente, ao tempo da ação ou

omissão, tenha ficado inteiramente incapacitado de

entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-

se de acordo com esse entendimento (art. 28, § 1º).

Ocorre caso fortuito, por exemplo, quando o sujeito

está tomando determinado medicamento e,

inadvertidamente, ingere bebida alcoólica, que acaba

tendo seu efeito potencializado em face dos remédios,

fazendo com que uma pequena quantia de bebida o faça

ficar em completo estado de embriaguez. Força maior

existe quando o agente é obrigado a ingerir a bebida. O

art. 28, § 2º do Código Penal, por sua vez, esclarece

que a pena pode ser reduzida de 1/3 a 2/3, se o agente,

por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força

maior, não possuía, ao tempo da ação ou omissão, a

plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou

de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Nesse caso, a embriaguez retira apenas parcialmente a

capacidade de entendimento.

c) patológica (doentia): se, em razão dela, era o agente,

ao tempo da ação ou omissão, inteiramente incapaz de

entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de

acordo com esse entendimento, estará excluída a

imputabilidade (aplica-se a regra do art. 26, caput). Se

houver mera redução dessa capacidade, o agente

responderá pelo crime, mas a pena será reduzida (ar. 26,

parágrafo único).

d) preordenada: quando o agente se embriaga

justamente para tomar coragem para a prática do delito.

Atua como agravante genérica, nos termos do art. 61,

II, “l”, do Código Penal.

1.8 – Dependência de substância entorpecente:

Lei 11.343/2006, Art. 45. É isento de pena o agente

que, em razão da dependência, ou sob o efeito,

proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga,

era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que

tenha sido a infração penal praticada, inteiramente

incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de

determinar-se de acordo com esse entendimento.

Parágrafo único. Quando absolver o agente,

reconhecendo, por força pericial, que este apresentava,

à época do fato previsto neste artigo, as condições

referidas no caput deste artigo, poderá determinar o

juiz, na sentença, o seu encaminhamento para

tratamento médico adequado.

2 - POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE:

caracteriza-se com a possibilidade de o agente ter

ciência que sua conduta é errada e injusta, de acordo

com o senso médio da sociedade. Na consciência

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potencial basta a possibilidade que o agente tinha, no

caso concreto, de alcançar esse conhecimento.

Para merecer uma pena, o sujeito deve ter agido na

consciência de que sua conduta era ilícita. Se não

detiver o necessário conhecimento da proibição (que

não se confunde com desconhecimento da lei, o qual é

inescusável), sua ação ou omissão não terá a mesma

reprovabilidade. Em tal contexto, dar-se-á o ERRO DE

PROIBIÇÃO.

A potencial consciência da ilicitude é excluída pelo

erro de proibição.

Erro sobre a ilicitude do fato – Erro de proibição

Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O

erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de

pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um

terço.

Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o

agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude

do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter

ou atingir essa consciência.

Enquanto que no erro de tipo há erro quanto aos

elementos constitutivos do tipo penal, no erro de

proibição não há essa falsa percepção da realidade,

mas, simplesmente, uma não apreensão do caráter

criminoso do comportamento, ou seja, o agente

careceria da consciência de atuar contrariamente ao

direito (consciência da ilicitude). Assim, por exemplo,

um estrangeiro que portasse pequena quantidade de

entorpecente para consumo pessoal, imaginando que tal

fosse permitido entre nós, à semelhança de seu país de

origem. Há portanto, erro de proibição quando o autor

supõe, por erro, que seu comportamento é lícito. Nessa

hipótese, o agente atua voluntariamente e, portanto,

dolosamente, porque seu erro não incide sobre

elementos do tipo; mas não há culpabilidade, já que

pratica o fato por erro quanto à ilicitude da conduta.

Não é possível censurar-se de culpabilidade o autor de

um fato típico penal quando ele próprio, por não ter

tido sequer a possibilidade de conhecer o injusto de sua

ação, cometeu o fato sem se dar conta de estar

infringindo alguma proibição. O agente, no erro de

proibição, faz um juízo equivocado sobre aquilo que

lhe é permitido fazer na vida em sociedade.

3 - EXIGIBILIDADE DE CONDUTA

DIVERSA:Possibilidade, determinada pelo

ordenamento jurídico, de atuar de uma forma distinta e

melhor do que aquela a que o sujeito se decidiu. (Cury

Urzúa).

A exigibilidade de conduta diversa deixará de

prevalecer quando o agente puder invocar duas

situações dirimentes, a saber: Coação irresistível e

Obediência hierárquica

Coação irresistível: a coação irresistível pode ser:

a) Física: que se dá com o emprego de violência física,

quando uma pessoa obriga outra a praticar um crime.

Ex: forçar a mão da vítima para que ela aperte o gatilho

de um revólver. Nesse caso, a violência física

empregada retira totalmente a voluntariedade da ação,

de modo que o coagido se apresenta como mero

instrumento do coator e, assim, não existe fato típico

(por ausência de seu primeiro requisito – a ação

humana voluntária, a conduta).

b) Moral: é aquela decorrente do emprego de grave

ameaça. A coação moral, por sua vez, pode ser:

- irresistível – é aquela que não poderia ser vencida,

superada pelo agente no caso concreto. Nessa hipótese

há crime, pois existe um resquício de vontade por parte

do coagido, mas o art. 22, 1ª parte, do Código Penal

determina a exclusão da culpabilidade. A grave ameaça

é o anúncio de um mal ao próprio coagido ou à pessoa a

ele ligada. O coagido conserva sua liberdade de ação

sob o aspecto físico, mas permanece psiquicamente

vinculado em face da ameaça recebida. O coator é que

responde pelo crime praticado pelo coagido.

- resistível – há crime e o agente é culpável, havendo

mero reconhecimento da atenuante genérica prevista no

art. 65, III, “c”, do Código Penal.

Obediência hierárquica (art. 22): existe ordem de

superior hierárquico quando um funcionário de

categoria superior determina a um subordinado que

faça algo em termos de ação ou omissão. Se a ordem é

determinada por lei, não existe crime, por estar o agente

no estrito cumprimento do dever legal. Sendo ela ilegal,

duas situações podem ocorrer:

a) se a ordem for manifestamente ilegal (ilegalidade

facilmente perceptível quanto ao seu teor), ambos

responderão pelo crime;

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b) se a ordem não for manifestamente ilegal

(ilegalidade não perceptível, de acordo com o senso

comum), exclui-se a culpabilidade do subordinado,

respondendo pelo crime apenas o superior hierárquico.

A obediência hierárquica a que a lei se refere é aquela

decorrente de relações de direito público, ou seja, a

obediência de um funcionário público a uma ordem

proferida por um funcionário que, na hierarquia

administrativa, lhe é superior.

A exclusão da culpabilidade só existe quando o

subordinado observa estrita obediência à ordem

emanada do superior. Assim, se a ordem era legal, e o

subordinado se excede, vindo a cometer um crime,

apenas ele pratica o delito.

PUNIBILIDADE

Punibilidade: Possibilidade jurídica do Estado impor uma

sanção penal ao autor culpável por um delito.

A punibilidade é uma consequência natural da prática de

uma conduta típica, ilícita e culpável levada a efeito pelo

agente. Toda vez que o agente pratica uma infração penal,

isto é, toda vez que infringe o nosso direito penal objetivo,

abre-se a possibilidade para o Estado de fazer valer o seu

jus puniendi (Rogério Greco)

Extinção da punibilidade

É o desaparecimento da pretensão punitiva ou

executória do Estado, em razão de específicos

obstáculos previstos em lei, de acordo com o Código

Penal, temos as seguintes causas:

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:

I - pela morte do agente;

II - pela anistia, graça ou indulto;

III - pela retroatividade de lei que não mais

considera o fato como criminoso;

IV - pela prescrição, decadência ou

perempção;

V - pela renúncia do direito de queixa ou

pelo perdão aceito, nos crimes de ação

privada;

VI - pela retratação do agente, nos casos

em que a lei a admite;

VII - revogado

VIII - revogado

IX - pelo perdão judicial, nos casos

previstos em lei.

Art. 108 - A extinção da punibilidade de

crime que é pressuposto, elemento

constitutivo ou circunstância agravante de

outro não se estende a este. Nos crimes

conexos, a extinção da punibilidade de um

deles não impede, quanto aos outros, a

agravação da pena resultante da conexão.

Análise sucinta sobre as causas de extinção da

punibilidade:

1) Morte do agente – mors omniasolvit. 2) Anistia, Graça e Indulto

(1) Anistia - é a declaração legal (em sentido estrito) de que determinados fatos se tornam impuníveis por motivo de utilidade social. Volta-se a fatos e não a pessoas. Possui efeitos extunc, apagando o crime e os efeitos penais da sentença condenatória.

(2) Graça (indulto individual) – é a clemência destinada a uma pessoa determinada, não dizendo respeito a fatos criminosos. É concedida pelo Presidente da República.

(3) Indulto (coletivo) – é a clemência destinada a um grupo de sentenciados, tendo em vista a duração das penas aplicadas. Também é concedida pelo Presidente da República.

Atenção! Quando a Graça e o Indulto são parciais, vale

dizer, quando não extinguem propriamente a punibilidade,

apenas diminuindo ou substituindo a pena por uma mais

branda, são chamados de comutação.

3. Abolitio Criminis – dá-se quando lei nova deixa de considerar determinada conduta como crime.

4. Prescrição, Decadência ou perempção (1) Decadência – trata-se da perda do direito

de ingressar com ação privada ou de

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representação por não ter sido exercido no prazo legal, vide regra geral do art. 103, CP.

(2) Perempção – trata-se de uma sanção processual pela inércia do particular na condução da ação penal privada, impedindo-o de prosseguir na demanda.

5) Renúncia e Perdão. (1) Renúncia – é a desistência da propositura

da ação penal privada. (2) Perdão – é a desistência do

prosseguimento da ação penal privada propriamente dita.

6) Retratação – é o ato pelo qual o agente reconhece o erro que cometeu e o denuncia à autoridade, retirando o que anteriormente havia dito.

7) Perdão judicial – é a clemência do Estado para determinadas situações expressamente prevista em lei, quando não se aplica a pena prevista para determinados crimes. Trata-se de verdadeira escusa absolutória, que não pode ser recusada pelo réu.

Prescrição

É a perda do direito de punir do Estado pelo não

exercício em determinado lapso de tempo. O Estado

demonstra não ter mais interesse na repressão do crime em

face do decurso do tempo e porque o infrator não reincide,

readaptando-se à vida social.

Atenção! Somente não se dá prescrição em dois tipos

de crimes, em face de determinação constitucional,

racismo e a ação de grupos armados, civis ou

militares, contra a ordem constitucional e o Estado

Democrático(art. 5º, XLII e XLIV da CF/88)

Até agora, focamos nosso estudo na

doutrina sobre o Direito Penal, doravante iremos

concentrar os estudos diretamente no código e nas

leis indicadas no edital do concurso, visando mais

celeridade.

PARTE II – LEGISLAÇÃO

TÍTULO II DO CRIME

Relação de causalidade Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do

crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. Superveniência de causa independente § 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. Relevância da omissão § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. Art. 14 - Diz-se o crime: Crime consumado I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; Tentativa II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Pena de tentativa Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. Desistência voluntária e arrependimento eficaz Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de

prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. Arrependimento posterior Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave

ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. Crime impossível Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia

absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. Art. 18 - Diz-se o crime: Crime doloso I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; Crime culposo II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. Agravação pelo resultado

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Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a

pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente. Erro sobre elementos do tipo Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo

legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. Descriminantes putativas § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. Erro determinado por terceiro § 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. Erro sobre a pessoa § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. Erro sobre a ilicitude do fato Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O

erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. Coação irresistível e obediência hierárquica Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível

ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. Exclusão de ilicitude Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. Excesso punível Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. Estado de necessidade Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade

quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. Legítima defesa Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando

moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

TÍTULO III DA IMPUTABILIDADE PENAL

Inimputáveis Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença

mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Redução de pena Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Menores de dezoito anos Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são

penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. Emoção e paixão Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:

I - a emoção ou a paixão; Embriaguez II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. § 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

PARTE ESPECIAL

TÍTULO I DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

CAPÍTULO I DOS CRIMES CONTRA A VIDA

Homicídio simples Art. 121. Matar alguem: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Caso de diminuição de pena § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Homicídio qualificado § 2° Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por motivo futil; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido; V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

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Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)

VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:

VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do

sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo

até terceiro grau, em razão dessa condição: (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)

Pena - reclusão, de doze a trinta anos. § 2o-A Considera-se que há razões de condição de

sexo feminino quando o crime envolve: I - violência doméstica e familiar; II - menosprezo ou discriminação à condição de

mulher. Homicídio culposo § 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611,

de 1965) Pena - detenção, de um a três anos. Aumento de pena § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá

deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. § 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por

grupo de extermínio. (Incluído pela Lei nº 12.720, de

2012) § 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um

terço) até a metade se o crime for praticado: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)

I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;

II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência;

III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima.

Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. Parágrafo único - A pena é duplicada: Aumento de pena I - se o crime é praticado por motivo egoístico; II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. Infanticídio

Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena - detenção, de dois a seis anos. Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento

Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir

que outrem lho provoque: (Vide ADPF 54) Pena - detenção, de um a três anos. Aborto provocado por terceiro

Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de três a dez anos. Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da

gestante: (Vide ADPF 54) Pena - reclusão, de um a quatro anos. Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência Forma qualificada

Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por

médico: (Vide ADPF 54)

Aborto necessário

I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso de gravidez resultante de estupro

II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. CAPÍTULO II DAS LESÕES CORPORAIS Lesão corporal Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. Lesão corporal de natureza grave § 1º Se resulta: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; II - perigo de vida; III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV - aceleração de parto: Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 2° Se resulta: I - Incapacidade permanente para o trabalho; II - enfermidade incuravel; III perda ou inutilização do membro, sentido ou função; IV - deformidade permanente; V - aborto: Pena - reclusão, de dois a oito anos. Lesão corporal seguida de morte § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quís o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Diminuição de pena

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§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Substituição da pena § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis: I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; II - se as lesões são recíprocas. Lesão corporal culposa § 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de

1965) Pena - detenção, de dois meses a um ano. Aumento de pena § 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste Código. § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do

art. 121. Violência Doméstica § 9o Se a lesão for praticada contra ascendente,

descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem

conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o

agente das relações domésticas, de coabitação ou de

hospitalidade:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.

§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). § 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra

pessoa portadora de deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006)

§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou

agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força

Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços.

CAPÍTULO III

DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE Perigo de contágio venéreo

Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. § 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 2º - Somente se procede mediante representação. Perigo de contágio de moléstia grave

Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Perigo para a vida ou saúde de outrem

Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.

Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a

um terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais. Abandono de incapaz Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono: Pena - detenção, de seis meses a três anos. § 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Aumento de pena

§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço: I - se o abandono ocorre em lugar ermo; II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima.

III – se a vítima é maior de 60 (sessenta)

anos (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003) Exposição ou abandono de recém-nascido

Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - detenção, de um a três anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - detenção, de dois a seis anos. Omissão de socorro

Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o

atendimento médico-hospitalar emergencial: (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012). Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de atendimento resulta lesão corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a morte. Maus-tratos

Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de

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educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina: Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a quatro anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é

praticado contra pessoa menor de 14 (catorze)

anos. (Incluído pela Lei nº 8.069, de 1990) CAPÍTULO IV DA RIXA Rixa

Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores: Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos. CAPÍTULO V DOS CRIMES CONTRA A HONRA

Calúnia

Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga. § 2º - É punível a calúnia contra os mortos. Exceção da verdade

§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141; III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. Difamação

Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Exceção da verdade

Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções. Injúria

Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.

§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: Pena - reclusão de um a três anos e multa. Disposições comuns Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; II - contra funcionário público, em razão de suas funções; III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.

IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou

portadora de deficiência, exceto no caso de

injúria. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003) Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro. Exclusão do crime

Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível: I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador; II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar; III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício. Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade. Retratação

Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena. Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa. Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa. Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal. Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código. CAPÍTULO VI DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL SEÇÃO I DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL Constrangimento ilegal Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda:

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Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Aumento de pena

§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas. § 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência. § 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo: I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida; II - a coação exercida para impedir suicídio. Ameaça

Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único - Somente se procede mediante representação. Seqüestro e cárcere privado

Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante

seqüestro ou cárcere privado: (Vide Lei nº 10.446, de 2002) Pena - reclusão, de um a três anos. § 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta)

anos; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital; III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias. IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; V – se o crime é praticado com fins libidinosos. § 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral: Pena - reclusão, de dois a oito anos. Redução a condição análoga à de escravo

Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o

empregador ou preposto: (Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da

pena correspondente à violência. (Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) § 1o Nas mesmas penas incorre quem: I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de

trabalho; (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003) II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho. § 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: I – contra criança ou adolescente;

II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. ( Tráfico de Pessoas Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de:

I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo;

II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo;

III - submetê-la a qualquer tipo de servidão; IV - adoção ilegal; ou V - exploração sexual. Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e

multa. § 1o A pena é aumentada de um terço até a metade

se: I - o crime for cometido por funcionário público no

exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las;

II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com deficiência;

III - o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de dependência econômica, de autoridade ou de superioridade hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função; ou

IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional.

§ 2o A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for primário e não integrar organização criminosa.

SEÇÃO II DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO

DOMICÍLIO

Violação de domicílio

Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. § 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência. § 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder. § 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências: I - durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra diligência; II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser. § 4º - A expressão "casa" compreende: I - qualquer compartimento habitado; II - aposento ocupado de habitação coletiva; III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade. § 5º - Não se compreendem na expressão "casa":

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I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do parágrafo anterior; II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.

SEÇÃO III DOS CRIMES CONTRA A

INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA

Violação de correspondência

Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a outrem: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Sonegação ou destruição de correspondência

§ 1º - Na mesma pena incorre: I - quem se apossa indevidamente de correspondência alheia, embora não fechada e, no todo ou em parte, a sonega ou destrói; Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou

telefônica

II - quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza abusivamente comunicação telegráfica ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação telefônica entre outras pessoas; III - quem impede a comunicação ou a conversação referidas no número anterior; IV - quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétrico, sem observância de disposição legal. § 2º - As penas aumentam-se de metade, se há dano para outrem. § 3º - Se o agente comete o crime, com abuso de função em serviço postal, telegráfico, radioelétrico ou telefônico: Pena - detenção, de um a três anos. § 4º - Somente se procede mediante representação, salvo nos casos do § 1º, IV, e do § 3º. Correspondência comercial Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou empregado de estabelecimento comercial ou industrial para, no todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir correspondência, ou revelar a estranho seu conteúdo: Pena - detenção, de três meses a dois anos. Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.

SEÇÃO IV DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS

SEGREDOS Divulgação de segredo

Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a outrem: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. § 1º Somente se procede mediante representação. § 1o-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, assim definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de informações ou banco de dados da

Administração Pública: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. § 2o Quando resultar prejuízo para a Administração

Pública, a ação penal será incondicionada. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Violação do segredo profissional

Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.

Invasão de dispositivo informático (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência

Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita;

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

§ 1o Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta

definida no caput. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência

§ 2o Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se

da invasão resulta prejuízo econômico. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência

§ 3o Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido:

Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais grave.

(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência

§ 4o Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver divulgação, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou

informações obtidos. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência

§ 5o Aumenta-se a pena de um terço à metade se o

crime for praticado contra: (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência

I - Presidente da República, governadores e prefeitos;

II - Presidente do Supremo Tribunal Federal; III - Presidente da Câmara dos Deputados, do

Senado Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara

Municipal; ou (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência

IV - dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal.

(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência

Ação penal Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A,

somente se procede mediante representação, salvo se o crime é cometido contra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias

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de serviços públicos. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência

TÍTULO XI DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CAPÍTULO I DOS CRIMES PRATICADOS

POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Peculato Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. Peculato culposo § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. Peculato mediante erro de outrem Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Inserção de dados falsos em sistema de

informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado,

a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar

dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)) Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. Modificação ou alteração não autorizada de sistema de

informações

Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema

de informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado. Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente: Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave. Emprego irregular de verbas ou rendas públicas

Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Concussão Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. Excesso de exação § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso,

que a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Corrupção passiva Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Facilitação de contrabando ou descaminho Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art. 334): Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. Prevaricação Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o

ambiente externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007). Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. Condescendência criminosa Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. Advocacia administrativa Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:

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Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa. Violência arbitrária Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la: Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência. Abandono de função Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. § 1º - Se do fato resulta prejuízo público: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. § 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira: Pena - detenção, de um a três anos, e multa. Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. Violação de sigilo funcional Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave. § 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre

quem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Administração

Pública; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) II – se utiliza, indevidamente, do acesso

restrito. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e

multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Violação do sigilo de proposta de concorrência Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa. Funcionário público Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da

Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando

os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação

instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)

CAPÍTULO II DOS CRIMES PRATICADOS POR

PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL Usurpação de função pública Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem: Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. Resistência Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Pena - detenção, de dois meses a dois anos. § 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: Pena - reclusão, de um a três anos. § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência. Desobediência Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público: Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa. Desacato Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou

para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público

no exercício da função: (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e

multa. (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é também

destinada ao funcionário. (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) Corrupção ativa Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e

multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. Descaminho

Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo

consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

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Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)

anos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

§ 1o Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

II - pratica fato assimilado, em lei especial, a

descaminho; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina no território nacional ou de

importação fraudulenta por parte de outrem; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de documentação legal ou acompanhada de documentos

que sabe serem falsos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

§ 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o

exercido em residências. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em transporte aéreo, marítimo ou

fluvial. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

Contrabando Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria

proibida: (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco)

anos. (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) § 1o Incorre na mesma pena quem: (Incluído pela

Lei nº 13.008, de 26.6.2014) I - pratica fato assimilado, em lei especial, a

contrabando; (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de registro, análise ou autorização de órgão

público competente; (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

III - reinsere no território nacional mercadoria

brasileira destinada à exportação; (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria

proibida pela lei brasileira; (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)

V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial,

mercadoria proibida pela lei brasileira. (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)§ 2º - Equipara-se às

atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em

residências. (Incluído pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)

§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em transporte aéreo, marítimo ou

fluvial. (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) Impedimento, perturbação ou fraude de

concorrência Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência

pública ou venda em hasta pública, promovida pela administração federal, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da pena correspondente à violência.

Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abstém de concorrer ou licitar, em razão da vantagem oferecida.

Inutilização de edital ou de sinal Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou

conspurcar edital afixado por ordem de funcionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por determinação legal ou por ordem de funcionário público, para identificar ou cerrar qualquer objeto:

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. Subtração ou inutilização de livro ou documento Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente,

livro oficial, processo ou documento confiado à custódia de funcionário, em razão de ofício, ou de particular em serviço público:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Sonegação de contribuição previdenciária (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social

previdenciária e qualquer acessório, mediante as seguintes

condutas: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de

documento de informações previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este

equiparado que lhe prestem serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador

de serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros

auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais

previdenciárias: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e

multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

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§ 1o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento,

antes do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

§ 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de

bons antecedentes, desde que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

I – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções

fiscais.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) § 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua

folha de pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a de

multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) § 4o O valor a que se refere o parágrafo anterior será

reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices do

reajuste dos benefícios da previdência social. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

LEI DO ABUSO DE

AUTORIDADE

LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1965.

Regula o Direito de

Representação e o processo de

Responsabilidade Administrativa

Civil e Penal, nos casos de

abuso de autoridade.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o

Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º O direito de representação e o processo de

responsabilidade administrativa civil e penal, contra as

autoridades que, no exercício de suas funções,

cometerem abusos, são regulados pela presente lei.

Art. 2º O direito de representação será exercido por

meio de petição:

a) dirigida à autoridade superior que tiver competência

legal para aplicar, à autoridade civil ou militar culpada, a

respectiva sanção;

b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver

competência para iniciar processo-crime contra a autoridade

culpada.

Parágrafo único. A representação será feita em duas

vias e conterá a exposição do fato constitutivo do abuso de

autoridade, com todas as suas circunstâncias, a qualificação

do acusado e o rol de testemunhas, no máximo de três, se

as houver.

Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer

atentado:

a) à liberdade de locomoção;

b) à inviolabilidade do domicílio;

c) ao sigilo da correspondência;

d) à liberdade de consciência e de crença;

e) ao livre exercício do culto religioso;

f) à liberdade de associação;

g) aos direitos e garantias legais assegurados ao

exercício do voto;

h) ao direito de reunião;

i) à incolumidade física do indivíduo;

j) aos direitos e garantias legais assegurados ao

exercício profissional. (Incluído pela Lei nº 6.657,de

05/06/79)

Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:

a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade

individual, sem as formalidades legais ou com abuso de

poder;

b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a

vexame ou a constrangimento não autorizado em lei;

c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz

competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa;

d) deixar o

Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção

ilegal que lhe seja comunicada;

e) levar à prisão e nela deter quem quer que se

proponha a prestar fiança, permitida em lei;

f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial

carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra

despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei,

quer quanto à espécie quer quanto ao seu valor;

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g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade

policial recibo de importância recebida a título de

carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra

despesa;

h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa

natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio

de poder ou sem competência legal;

i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena

ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo

oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de

liberdade. (Incluído pela Lei nº 7.960, de 21/12/89)

Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta

lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de

natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem

remuneração.

Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à

sanção administrativa civil e penal.

§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo

com a gravidade do abuso cometido e consistirá em:

a) advertência;

b) repreensão;

c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de

cinco a cento e oitenta dias, com perda de vencimentos e

vantagens;

d) destituição de função;

e) demissão;

f) demissão, a bem do serviço público.

§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor

do dano, consistirá no pagamento de uma indenização de

quinhentos a dez mil cruzeiros.

§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as

regras dos artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá em:

a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;

b) detenção por dez dias a seis meses;

c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de

qualquer outra função pública por prazo até três anos.

§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão

ser aplicadas autônoma ou cumulativamente.

§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de

autoridade policial, civil ou militar, de qualquer categoria,

poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de

não poder o acusado exercer funções de natureza policial

ou militar no município da culpa, por prazo de um a cinco

anos.

art. 7º recebida a representação em que for solicitada

a aplicação de sanção administrativa, a autoridade civil ou

militar competente determinará a instauração de inquérito

para apurar o fato.

§ 1º O inquérito administrativo obedecerá às normas

estabelecidas nas leis municipais, estaduais ou federais,

civis ou militares, que estabeleçam o respectivo processo.

§ 2º não existindo no município no Estado ou na

legislação militar normas reguladoras do inquérito

administrativo serão aplicadas supletivamente, as

disposições dos arts. 219 a 225 da Lei nº 1.711, de 28 de

outubro de 1952 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis

da União).

§ 3º O processo administrativo não poderá ser

sobrestado para o fim de aguardar a decisão da ação penal

ou civil.

Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha

funcional da autoridade civil ou militar.

Art. 9º Simultaneamente com a representação dirigida

à autoridade administrativa ou independentemente dela,

poderá ser promovida pela vítima do abuso, a

responsabilidade civil ou penal ou ambas, da autoridade

culpada.

Art. 10. Vetado

Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do

Código de Processo Civil.

Art. 12. A ação penal será iniciada,

independentemente de inquérito policial ou justificação por

denúncia do Ministério Público, instruída com a

representação da vítima do abuso.

Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a

representação da vítima, aquele, no prazo de quarenta e

oito horas, denunciará o réu, desde que o fato narrado

constitua abuso de autoridade, e requererá ao Juiz a sua

citação, e, bem assim, a designação de audiência de

instrução e julgamento.

§ 1º A denúncia do Ministério Público será

apresentada em duas vias.

Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de

autoridade houver deixado vestígios o ofendido ou o

acusado poderá:

a) promover a comprovação da existência de tais

vestígios, por meio de duas testemunhas qualificadas;

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b) requerer ao Juiz, até setenta e duas horas antes da

audiência de instrução e julgamento, a designação de um

perito para fazer as verificações necessárias.

§ 1º O perito ou as testemunhas farão o seu relatório

e prestarão seus depoimentos verbalmente, ou o

apresentarão por escrito, querendo, na audiência de

instrução e julgamento.

§ 2º No caso previsto na letra a deste artigo a

representação poderá conter a indicação de mais duas

testemunhas.

Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de

apresentar a denúncia requerer o arquivamento da

representação, o Juiz, no caso de considerar improcedentes

as razões invocadas, fará remessa da representação ao

Procurador-Geral e este oferecerá a denúncia, ou designará

outro órgão do Ministério Público para oferecê-la ou insistirá

no arquivamento, ao qual só então deverá o Juiz atender.

Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não oferecer

a denúncia no prazo fixado nesta lei, será admitida ação

privada. O órgão do Ministério Público poderá, porém, aditar

a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva e

intervir em todos os termos do processo, interpor recursos

e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante,

retomar a ação como parte principal.

Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo

de quarenta e oito horas, proferirá despacho, recebendo ou

rejeitando a denúncia.

§ 1º No despacho em que receber a denúncia, o Juiz

designará, desde logo, dia e hora para a audiência de

instrução e julgamento, que deverá ser realizada,

improrrogavelmente. dentro de cinco dias.

§ 2º A citação do réu para se ver processar, até

julgamento final e para comparecer à audiência de instrução

e julgamento, será feita por mandado sucinto que, será

acompanhado da segunda via da representação e da

denúncia.

Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa

poderão ser apresentada em juízo, independentemente de

intimação.

Parágrafo único. Não serão deferidos pedidos de

precatória para a audiência ou a intimação de testemunhas

ou, salvo o caso previsto no artigo 14, letra "b",

requerimentos para a realização de diligências, perícias ou

exames, a não ser que o Juiz, em despacho motivado,

considere indispensáveis tais providências.

Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o

porteiro dos auditórios ou o oficial de justiça declare aberta

a audiência, apregoando em seguida o réu, as testemunhas,

o perito, o representante do Ministério Público ou o

advogado que tenha subscrito a queixa e o advogado ou

defensor do réu.

Parágrafo único. A audiência somente deixará de

realizar-se se ausente o Juiz.

Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada o

Juiz não houver comparecido, os presentes poderão retirar-

se, devendo o ocorrido constar do livro de termos de

audiência.

Art. 21. A audiência de instrução e julgamento será

pública, se contrariamente não dispuser o Juiz, e realizar-

se-á em dia útil, entre dez (10) e dezoito (18) horas, na sede

do Juízo ou, excepcionalmente, no local que o Juiz

designar.

Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e

o interrogatório do réu, se estiver presente.

Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu

advogado, o Juiz nomeará imediatamente defensor para

funcionar na audiência e nos ulteriores termos do processo.

Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito,

o Juiz dará a palavra sucessivamente, ao Ministério Público

ou ao advogado que houver subscrito a queixa e ao

advogado ou defensor do réu, pelo prazo de quinze minutos

para cada um, prorrogável por mais dez (10), a critério do

Juiz.

Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá

imediatamente a sentença.

Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no

livro próprio, ditado pelo Juiz, termo que conterá, em

resumo, os depoimentos e as alegações da acusação e da

defesa, os requerimentos e, por extenso, os despachos e a

sentença.

Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o representante

do Ministério Público ou o advogado que houver subscrito a

queixa, o advogado ou defensor do réu e o escrivão.

Art. 27. Nas comarcas onde os meios de transporte

forem difíceis e não permitirem a observância dos prazos

fixados nesta lei, o juiz poderá aumentá-las, sempre

motivadamente, até o dobro.

Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis as

normas do Código de Processo Penal, sempre que

compatíveis com o sistema de instrução e julgamento

regulado por esta lei.

Parágrafo único. Das decisões, despachos e

sentenças, caberão os recursos e apelações previstas no

Código de Processo Penal.

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PM –TO - DIREITO PENAL – PROF PAULO SÉRGIO

ATITUDE FAZ TODA DIFERENÇA. SEJA + . VOCÊ É CAPAZ!

Art. 29. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 9 de dezembro de 1965; 144º da

Independência e 77º da República.

H. CASTELLO BRANCO

Juracy Magalhães

LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990. (LEI

DE CRIMES HEDIONDOS)

Mensagem de veto

Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, inciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados:

I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, incisos I, II, III, IV, V, VI e VII);

I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito

nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição;

II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine);

III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o);

IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); (

V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o,

2o, 3o e 4o); VII - epidemia com resultado morte (art. 267,

§ 1o). VII-A – (VETADO) ( VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou

alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e §

1o-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998). (

VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de

vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). Parágrafo único. Consideram-se também hediondos o

crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956, e o de posse ou

porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no art. 16 da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003,

todos tentados ou consumados. Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da

tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: (Vide Súmula Vinculante)

I - anistia, graça e indulto; II - fiança. § 1o A pena por crime previsto neste artigo será

cumprida inicialmente em regime fechado. § 2o A progressão de regime, no caso dos condenados

aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o

cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado

for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente.

§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz

decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em

liberdade.

§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei

no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes

previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias,

prorrogável por igual período em caso de extrema e

comprovada necessidade.

Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima, destinados ao cumprimento de penas impostas a condenados de alta periculosidade, cuja permanência em presídios estaduais ponha em risco a ordem ou incolumidade pública.

Art. 4º (Vetado). Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é

acrescido o seguinte inciso: "Art. 83. .............................................................. ........................................................................ V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza."

Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; 214; 223, caput e seu parágrafo único; 267, caput e 270; caput, todos do

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ATITUDE FAZ TODA DIFERENÇA. SEJA + . VOCÊ É CAPAZ!

Código Penal, passam a vigorar com a seguinte redação: "Art. 157. ............................................................. § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de cinco a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. ........................................................................ Art. 159. ............................................................... Pena - reclusão, de oito a quinze anos. § 1º ................................................................. Pena - reclusão, de doze a vinte anos. § 2º ................................................................. Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. § 3º ................................................................. Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. ........................................................................ Art. 213. ............................................................... Pena - reclusão, de seis a dez anos. Art. 214. ............................................................... Pena - reclusão, de seis a dez anos. ........................................................................ Art. 223. ............................................................... Pena - reclusão, de oito a doze anos. Parágrafo único. ........................................................ Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos. ........................................................................ Art. 267. ............................................................... Pena - reclusão, de dez a quinze anos. ........................................................................ Art. 270. ............................................................... Pena - reclusão, de dez a quinze anos. ......................................................................."

Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte parágrafo: "Art. 159. .............................................................. ........................................................................ § 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o co-autor que denunciá-lo à autoridade, facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços."

Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.

Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços.

Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, todos do Código Penal, são acrescidas de metade, respeitado o limite superior de trinta anos de reclusão, estando a vítima em qualquer das hipóteses referidas no art. 224 também do Código Penal.

Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a vigorar acrescido de parágrafo único, com a seguinte redação: "Art. 35. ................................................................ Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítulo serão contados em dobro quando se tratar dos crimes previstos nos arts. 12, 13 e 14."

Art. 11. (Vetado). Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de

sua publicação. Art. 13. Revogam-se as disposições em

contrário. Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da

Independência e 102º da República. FERNANDO COLLOR Bernardo Cabral Este texto não substitui o publicado no DOU de 26.7.1990

EXERCÍCOS SERÃO ENTREGUES EM SALA

PARTE III - EXERCÍCIOS

1-A lei dos crimes hediondos estabeleceu

progressão de regime após o cumprimento de 2/5

(dois quintos) da pena, se o apenado for primário,

e de 3/5 (três quintos), se reincidente, nos

seguintes crimes, exceto:

a)Extorsão seguida de morte; b) Tortura c)

Estupro de vulnerável;

d) Latrocínio; e) Crimes dolosos contra a vida.

2-Pula Muro é casado com Bestildadedadó desde

2002. Em 2004 manteve um romance extra conjugal

com Zefa, mulher de Zezim, praticando assim, o

crime de adultério. Em 2005, foi revogado o art. 240

do Código Penal que criminalizava a conduta,

dessa forma, Pula Muro não poderá ser condenado

em 2013 pelo fato, vez que ocorreu:

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a)Excludente de ilicitude b) dirimente da

imputabilidade c) extinção da punibilidade; d)

anistia e) inexigibilidade de conduta diversa

3-(PM-GO)Sobre o crime de homicídio e suas

qualificadoras, verifica-se que

a) a premeditação é considerada qualificadora.

b) motivo torpe é aquele pequeno demais, de somenos

importância, desproporcional.

c) dissimulação é o ocultamento do agente, que

surpreende a vítima quando ela passa pelo local

escolhidopara a prática do crime.

d) o motivo fútil tem natureza subjetiva.

4 - (PM-GO)A Constituição Federal dispõe, no

artigo 144, que a segurança pública é dever do

Estado, direito eresponsabilidade de todos, sendo

exercida para a preservação da ordem, a

incolumidade das pessoas e dopatrimônio,

atribuindo a seguinte competência:

a) cabe à polícia militar apurar as infrações penais em

detrimento de bens, serviços e interesses da União.

b) cabe à polícia civil a função de polícia judiciária e a

apuração de infrações penais, exceto as militares.

c) cabe à polícia militar exercer as funções de polícia

judiciária, atuando junto à União e aos estados.

d) cabe à polícia federal apurar infrações penais

militares e as que ocorrem em detrimento dos bens da

União.

5 - (PM-GO)É crime hediondo:

a) o crime praticado em razão de preconceito de raça

ou de cor (racismo).

b) o homicídio, em qualquer hipótese.

c) o roubo praticado com emprego de arma de fogo.

d) a tentativa de latrocínio e o latrocínio consumado.

6 - (Ag. Pen- RN- consulplan)Sobre a

imputabilidade penal, marque aalternativa

INCORRETA:

A) Tem sua pena diminuída o Agente que, pordoença

mental ou desenvolvimento mentalincompleto ou

retardado era, ao tempo da açãoou da omissão,

inteiramente incapaz de entendero caráter ilícito do

fato ou de determinar-se deacordo com esse

entendimento.

B) Não exclui a imputabilidade penal a

embriaguezvoluntária ou culposa, pelo álcool ou

substânciade efeitos análogos.

C) Não excluem a imputabilidade penal, a emoçãoou a

paixão.

D) Os menores de 18(dezoito) anos são

penalmenteinimputáveis, ficando sujeitos às

normasestabelecidas na legislação especial.

E) É isento de pena o Agente que, por

embriaguezcompleta, proveniente de caso fortuito ou

forçamaior era, ao tempo da ação ou da

omissão,inteiramente incapaz de entender o caráter

ilícitodo fato ou de determinar-se de acordo com

esseentendimento.

7 - (Ag. Pen- RN- consulplan)Marque a afirmativa

INCORRETA:

A) Ocorre o crime de prevaricação, quando o Agente

retarda ou deixa de praticar, indevidamente, ato de

ofício, ou o pratica contra disposição expressa em lei,

para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.

B) Ocorre o crime de abandono de função, quando o

Agente abandona o cargo público, fora dos casos

permitidos em lei.

C) Ocorre o crime de concussão, quando o Agente

solicita, para si ou para outrem, direta ou

indiretamente, ainda que fora da função ou antes da

assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.

D) Ocorre o crime de peculato mediante erro de

outrem, quando o Agente apropria-se de dinheiro ou

qualquer utilidade que, no exercício de cargo, recebeu

por erro de outrem.

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E) Ocorre o crime de emprego irregular de verbas ou

rendas públicas, quando o Agente dá às verbas ou

rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em

lei.

8 - (Ag. Pen- RN- consulplan) Sobre a Lei de Abuso

de Autoridade (Lei nº.4.898, de 9 de dezembro de

1965, publicada noD.O.U. em 13 de dezembro de

1965), marque aalternativa INCORRETA:

A) Considera-se autoridade, para os efeitos da Lei,

quem exerce cargo, emprego ou função pública, de

natureza civil ou militar, ainda que transitoriamente e

sem remuneração.

B) Constitui abuso de autoridade ordenar ou executar

medida privativa de liberdadeindividual, sem as

formalidades legais ou com abuso de poder.

C) O abuso de autoridade sujeitará o seu autor apenas

à sanção administrativa e penal.

D) Constitui abuso de autoridade qualquer atentado à

liberdade de locomoção.

E) Constitui abuso de autoridade recusar, ocarcereiro

ou Agente de autoridade policial,recibo de importância

recebida a título de carceragem, custas, emolumentos

ou de qualquer outra despesa.

9 - (Ag. Pen- RN- consulplan) De acordo com o

Código Penal, extingue-se a punibilidade,

EXCETO:

A) Pela morte do Agente.

B) Pelo perdão judicial, desde que aceito.

C) Pela anistia, graça ou indulto.

D) Pela retratação do Agente, nos casos em que a Lei

a admite.

E) Pela prescrição, decadência ou perempção.

10 - (Ag. Pen- RN- consulplan)A segurança pública,

dever do Estado, direito e responsabilidade de

todos, é exercida para a preservação da ordem

pública e da incolumidade das pessoas e do

patrimônio, através de vários órgãos. Sobre o

tema, marque a alternativa INCORRETA:

A) Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia

de carreira, incumbem, ressalvada a competência da

União, a função de polícia judiciária e a apuração de

infrações penais, exceto as militares.

B) Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a

preservação da ordem pública.

C) Aos corpos de bombeiros militares, além das

atribuições definidas em lei, incumbe a execução de

atividades de defesa civil.

D) Os Municípios poderão constituir guardas

municipais destinadas à proteção dos bens, serviços e

instalações pertencentes à União, Estados e

Municípios.

E) A Polícia Rodoviária Federal, órgão permanente,

organizado e mantido pela União e estruturado em

carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento

ostensivo das rodovias federais.

21) (MP-MG-2007) Constitui crime inafiançável e

imprescritível:

a) a prática do racismo; b) o tráfico ilícito de entorpecentes

e drogas afins;

c) o terrorismo; d)a prática da tortura;

27) Segundo a CF/88, são penalmente inimputáveis os

menores de _______, sujeitos às normas da legislação

especial. Qual idade completa a lacuna.

a) dezoito anos; b) dezesseis anos;

c) vinte e um anos; d) vinte anos;

CÓDIGO PENAL (ART. 312 A 326).

1) LarapildoGatunoso é servidor público do Detran-TO

e, aproveitando-se que estava de plantão no fim de

semana, trocou os pneus carecas de seu carro por

quatro pneus novinhos de um carro que estava

apreendido no pátio da repartição onde trabalha.

Praticou o crime de:

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a)Concussão;

b) Peculato;

c) Prevaricação;

d) Corrupção ativa;

2) No curso de ambientação dos novos auditores fiscais

do Tocantins, o instrutor avisa aos novatos: Cuidado,

vocês não podem exigir imposto, taxa ou emolumento

que sabe indevido, ou, quando devido, empregar na

cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não

autoriza, pois estarão praticando o crime de:

a) Violência arbitrária;

b) Concussão;

c) Excesso de exação;

d) Corrupção passiva;

3) Um servidor público que retarda a entrega de certidão

de um candidato, motivado pelo fato de que o candidato

é seu adversário político, caracteriza a prática do crime

de:

a) Exercício arbitrário das próprias razões;

b) advocacia administrativa;

c) violação de sigilo funcional;

d) prevaricação;

4) Deixar o funcionário, por indulgência, de

responsabilizar subordinado que cometeu infração no

exercício do cargo ou, quando lhe falte competência,

não levar o fato ao conhecimento da autoridade

competente. O texto refere-se ao crime de:

a) Condescendência criminosa;

b) Indulgência criminosa;

c) Complacência criminosa:

d) Benevolência criminosa:

5) Uma pessoa é aprovada para o cargo de Fiscal das

Relações de Consumo e, aproveitando-se do fato que a

notícia se espalhou na pequena cidade onde mora,

começa a solicitar mercadoria aos comerciantes, a

pretexto de não fiscalizá-los quando assumir o cargo

público para o qual foi aprovado. Da situação acima

podemos afirmar:

a) Praticou o crime de corrupção passiva;

b) Praticou o crime de corrupção ativa, pois foi ele que

solicitou a vantagem;

c) Não praticou crime, pois ainda não é servidor público;

d) Praticou o crime de exercício funcional ilegalmente

antecipado;

LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE - ( Lei 4.898/65):

1) Carrasco Valente é agente penitenciário e exerce suas

funções em Taguatinga-TO. Certo dia, recebeu um alvará

de soltura de um preso que era seu desafeto, por ser uma

sexta feira e considerando que Carrasco pretendia passar

o final de semana acampado na região do Rio Azuis,

deixou para soltar o preso apenas na segunda feira, nessa

situação, podemos afirmar:

a) caracteriza abuso de autoridade

b) caracteriza tortura

c) Não é crime, sendo mera irregularidade administrativa.

d) o servidor não poderá ser punido nas esferas

administrativa e penal pelo mesmo fato, por caracterizar o

“bis in idem” (pagar duas vezes pelo mesmo fato) que é

proibido pelo ordenamento jurídico brasileiro.

2) Autoritarius Ameaçante é policial e cometeu crimes

previstos na Lei de Abuso de Autoridade, fatos ocorridos

na cidade de Axixá. O Promotor de Justiça Celso Custodio

ingressou com ação penal e pediu a condenação, inclusive

pediu ao Juiz que determinasse a proibição de que

Autoritarius viesse a exercer suas atividades em Axixá pelo

período de um a cinco anos, tendo em vista que as vítimas

eram pessoas vulneráveis e residentes naquela cidade

nortense. Marque a alternativa correta:

a) O Ministério Público não tem legitimidade para ingressar

com ação penal no crime de Abuso de Autoridade, pois a

lei concede somente à vitima legitimidade para tanto.

b) O pedido não pode ser deferido, pois a Constituição veda

a pena de banimento.

c) O pedido é viável e contem previsão expressa na Lei de

Abuso de Autoridade;

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d) Enquanto tramitar a ação penal, eventual processo

administrativo relacionado ao mesmo fato deverá ficar

sobrestado.

3) Analise as assertivas abaixo e informe quantas são

correspondentes a crimes previstos na Lei de Abuso de

Autoridade:

I - ordenar ou executar medida privativa da liberdade

individual, sem as formalidades legais ou com abuso de

poder;

II - submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame

ou a constrangimento não autorizado em lei;

III - deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente

a prisão ou detenção de qualquer pessoa;

IV - cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial

carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra

despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei,

quer quanto à espécie quer quanto ao seu valor;

V - levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a

prestar fiança, permitida em lei;

a)I, II e V; b) I, II e IV; c) III, IV e V;

d) todas

4) Não constituem sanções administrativas previstas na Lei

de Abuso de Autoridade:

a) advertência e demissão

b) repreensão e demissão, a bem do serviço público.

c) proibição de dirigir e limitação de fim de semana

d) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco

a cento e oitenta dias, com perda de vencimentos e

vantagense destituição de função;

5) Marque a alternativa que esteja em desacordo com a

Lei de Abuso de Autoridade ( Lei 4.898/65):

a) Considera-se autoridade, para os efeitos da Lei

4.898/65, quem exerce cargo, emprego ou função pública,

de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e

sem remuneração.

b) O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção

administrativa civil e penal.As penas previstas anteriormente

poderão ser aplicadas autônoma ou cumulativamente.

c) Apresentada ao Ministério Público a representação da

vítima, aquele, no prazo de quarenta e oito horas,

denunciará o réu, desde que o fato narrado constitua abuso

de autoridade, e requererá ao Juiz a sua citação, e, bem

assim, a designação de audiência de instrução e

julgamento.

d) A sanção aplicada não poderá ser anotada na ficha

funcional da autoridade civil ou militar, pois poderá denegrir

sua imagem, causando dano moral, inclusive a Lei 4.898/65

determina a regra geral de que a audiência de instrução e

julgamento será sigilosa com a finalidade de proteger a

imagem das autoridades envolvidas.

LEI DE CRIMES HEDIONDOS

1) A progressão de regime nos crimes hediondos e

equiparados dar-se-á após o cumprimento de:

a) 1/4 (um quarto) da pena, se o apenado for primário, e de 2/5

(dois quintos), se reincidente

b) 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5

(três quintos), se reincidente

c) 1/3 (um terço) da pena, se o apenado for primário, e de 2/3 (dois

terços), se reincidente

d) 1/5 (um quinto) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5

(três quintos), se reincidente

5) Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o

naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes

da naturalização, ou de comprovado envolvimento

em....:

a) tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins; b)

racismo;

c) terrorismo; d) crimes hediondos; e)

Grupos de extermínio

6) Não é considerado hediondo ou equiparado o crime de:

a) Latrocínio; b) Corrupção ativa; c)

Estupro de vulnerável

d) Epidemia com resultado morte; e) Genocídio

7) (PC-PE – Cespe) A respeito do que dispõe a

Constituição Federal de 1988 e a Lei n.º

8.072/1990, assinale a opção correta.

a) O Agente que pratica homicídio simples,

consumado ou tentado, não comete crime hediondo;

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b) A prática do racismo constitui crime hediondo,

inafiançável e imprescritível;

c) A tortura é crime inafiançável, imprescritível e

insuscetível de graça ou anistia;

d) O crime de lesão corporal dolosa de natureza

gravíssima é hediondo quando praticado contra

parente consanguíneo até o quarto grau de agente da

segurança pública, em razão dessa condição;

e) A lei penal e a processual penal retroagem para

beneficiar o réu.