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1 ALTERNATIVA SUSTENTÁVEL PARA UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DE PODA PROVENIENTES DA MANUTENÇÃO DAS REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA CRISTIANE LIMA CORTEZ 1 RENATA GRISOLI 1 FABIO GAVIOLI 1 SUANI TEIXEIRA COELHO 1 SILMA CARMELO 2 1. Centro Nacional de Referência em Biomassa (e-mail: [email protected]) 2. AES Eletropaulo (e-mail: [email protected]). Resumo No contexto da questão ambiental, a crescente produção de resíduos sólidos toma espaço devido à escassez de métodos e solução para seu manejo. Este artigo apresenta o projeto que tem por objetivos fazer um levantamento dos impactos causados por resíduos de poda urbana gerados pela AES Eletropaulo, e também desenvolver uma planta experimental de compostagem destes resíduos. Os resultados obtidos referem-se ao levantamento realizado, no qual 50% dos municí- pios da área de concessão da AES Eletropaulo descartam os resíduos em lixões ou aterros sanitá- rios, enquanto que apenas 8% realizam compostagem. Na usina experimental de compostagem construída, o composto orgânico obtido atingiu níveis de qualidade satisfatórios em relação às es- pecificações de qualidade mínima vigentes, porém mostrou que a característica de umidade deve- ria ser melhor controlada. A viabilidade da implementação de uma usina de compostagem foi com- provada, com a ressalva de que quanto maior a produção, melhor será o retorno do investimento inicial. Com base nos conceitos de responsabilidade ambiental e social, espera-se que este traba- lho possa auxiliar os setores civil, público e privado a contribuir com o desenvolvimento sustentá- vel. Abstract In the context of the environmental issue, the increasing production of solid residues seems to be a problem due to scarcity of methods and solutions for the management. This article presents a pro- ject that has as objective to make a survey of the impacts caused by urban pruning residues gener- ated by the electric energy concessionaire AES Eletropaulo, besides developing a method to stan- dardize this residues composting. The obtained results refer to the observation that 50% of the cit- ies that participated on the survey discard the residues in dumps or sanitary landfills, while only 8% perform composting. In the experimental composting plant built, the organic compound obtained reached satisfactory levels of quality with related to the specifications of minimum quality, but showed that humidity should be better controlled. The feasibility of implementing a composting plant was established, with the exception that the higher the production, the better the return on initial investment. Based in the concepts of environmental and social responsibility, we expect that the conclusion of this work can assist the civil, public and private sectors to contribute with the sustain- able development. I. INTRODUÇÃO Sabe-se que a convivência entre as redes de distribuição de energia elétrica e a arborização é um dos grandes desafios para as prefeituras e concessionárias de energia elétrica nos diversos estados brasileiros. Na maioria das vezes este problema se agrava pelo fato de que a arborização e as implantações dos sistemas elétricos de distribuição são planejados e realizados de forma in- dependente, e isso acabou resultando em uma disputa entre as árvores e as redes de distribuição pelo mesmo espaço físico (VELASCO, 2003). Diante disto, surge então a necessidade de poda dessas árvores, para que seja permitida a coe- xistência da vegetação, sem causar prejuízos à distribuição de energia elétrica (PALERMO JR., 1987), quer seja no meio rural ou urbano.

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Alternativa de poda da árvore

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ALTERNATIVA SUSTENTÁVEL PARA UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DE PODA PROVENIENTES DA MANUTENÇÃO DAS REDES DE

DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

CRISTIANE LIMA CORTEZ 1 RENATA GRISOLI 1 FABIO GAVIOLI 1

SUANI TEIXEIRA COELHO1 SILMA CARMELO 2

1. Centro Nacional de Referência em Biomassa (e-mail: [email protected]) 2. AES Eletropaulo (e-mail: [email protected]).

Resumo No contexto da questão ambiental, a crescente produção de resíduos sólidos toma espaço devido à escassez de métodos e solução para seu manejo. Este artigo apresenta o projeto que tem por objetivos fazer um levantamento dos impactos causados por resíduos de poda urbana gerados pela AES Eletropaulo, e também desenvolver uma planta experimental de compostagem destes resíduos. Os resultados obtidos referem-se ao levantamento realizado, no qual 50% dos municí-pios da área de concessão da AES Eletropaulo descartam os resíduos em lixões ou aterros sanitá-rios, enquanto que apenas 8% realizam compostagem. Na usina experimental de compostagem construída, o composto orgânico obtido atingiu níveis de qualidade satisfatórios em relação às es-pecificações de qualidade mínima vigentes, porém mostrou que a característica de umidade deve-ria ser melhor controlada. A viabilidade da implementação de uma usina de compostagem foi com-provada, com a ressalva de que quanto maior a produção, melhor será o retorno do investimento inicial. Com base nos conceitos de responsabilidade ambiental e social, espera-se que este traba-lho possa auxiliar os setores civil, público e privado a contribuir com o desenvolvimento sustentá-vel. Abstract In the context of the environmental issue, the increasing production of solid residues seems to be a problem due to scarcity of methods and solutions for the management. This article presents a pro-ject that has as objective to make a survey of the impacts caused by urban pruning residues gener-ated by the electric energy concessionaire AES Eletropaulo, besides developing a method to stan-dardize this residues composting. The obtained results refer to the observation that 50% of the cit-ies that participated on the survey discard the residues in dumps or sanitary landfills, while only 8% perform composting. In the experimental composting plant built, the organic compound obtained reached satisfactory levels of quality with related to the specifications of minimum quality, but showed that humidity should be better controlled. The feasibility of implementing a composting plant was established, with the exception that the higher the production, the better the return on initial investment. Based in the concepts of environmental and social responsibility, we expect that the conclusion of this work can assist the civil, public and private sectors to contribute with the sustain-able development.

I. INTRODUÇÃO

Sabe-se que a convivência entre as redes de distribuição de energia elétrica e a arborização é um dos grandes desafios para as prefeituras e concessionárias de energia elétrica nos diversos estados brasileiros. Na maioria das vezes este problema se agrava pelo fato de que a arborização e as implantações dos sistemas elétricos de distribuição são planejados e realizados de forma in-dependente, e isso acabou resultando em uma disputa entre as árvores e as redes de distribuição pelo mesmo espaço físico (VELASCO, 2003).

Diante disto, surge então a necessidade de poda dessas árvores, para que seja permitida a coe-xistência da vegetação, sem causar prejuízos à distribuição de energia elétrica (PALERMO JR., 1987), quer seja no meio rural ou urbano.

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Atualmente, os governos municipais de acordo com a Constituição Federal Brasileira, Artigo 30, incisos I e V têm a responsabilidade da gestão dos resíduos sólidos urbanos de origem nos domi-cílios domésticos, comerciais e industriais de pequeno porte, além dos resíduos coletados nos es-paços públicos, o chamado lixo público.

Assim, a realização da poda e destinação dos resíduos são de inteira responsabilidade dos mu-nicípios, sendo que, as concessionárias de energia auxiliam no que diz respeito, para que não haja interferência na qualidade de seu serviço.

De acordo com um levantamento realizado pelo Cenbio (Centro Nacional de Referência em Bi-omassa) no ano de 2006, de uma amostra de 16 municípios atendidos pelas principais concessio-nárias de energia elétrica do país, aproximadamente, 70% descartava os resíduos de poda em lixões ou aterros sanitários (CENBIO, 2007).

Os resíduos de poda, ao serem depositados nos aterros, misturam-se com os outros resíduos sólidos, que podem conter substâncias perigosas e materiais biológicos biodegradáveis, que inte-ragem química e biologicamente, como um reator químico causando impactos sobre a qualidade do ar, do solo e da água.

Em suma, impacto ambiental é caracterizado como qualquer alteração benéfica ou adversa causada por ações, serviços e/ou produtos de uma atividade natural ou antrópica, e um exemplo neste caso específico, que pode agravar o problema de impacto ambiental é a falta de locais apro-priados para a disposição dos resíduos sólidos gerados e técnicas cada vez mais onerosas para seu tratamento que constituem um dos maiores e principais problemas enfrentados pela civilização contemporânea (TAUK, 1991).

Assim, esses resíduos quando acumulados, de forma inadequada, além de causar tais proble-mas de poluição, caracterizam também um desperdício de matéria orgânica que poderia ser reutili-zada.

Baseado nos princípios de desenvolvimento sustentável este paper mostrará os resultados do projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), “Estudo do potencial de utilização da biomassa re-sultante da poda e remoção de árvores na área de concessão da AES Eletropaulo”, realizado pela AES em parceria com o Cenbio. Tal projeto realizou o levantamento da destinação dos resíduos vegetais, provenientes da poda de árvores executada na área de concessão da AES Eletropaulo, assim como a consolidação dos dados levantados e a estimativa da quantidade anual de resíduos.

A área de concessão da AES Eletropaulo é composta por vinte e quatro municípios da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), que abrange 4.526 km² e concentra a região socioeconômica mais importante do país com 5,5 milhões de unidades consumidoras, atendendo cerca de 16,5 milhões de pessoas. Está dividida em cinco unidades administrativas, sendo três na capital: Norte, Leste e Sul e duas na RMSP: ABC e Oeste (AES ELETROPAULO, 2007).

Em uma segunda etapa este projeto trabalhou as possibilidades de manejo destes resíduos, en-focando a compostagem, que é um processo de decomposição aeróbia da matéria orgânica em condições específicas.

Sendo assim, pretende-se que os resultados deste projeto sirvam como modelo para futuras a-plicações, pois o crescimento de pesquisas como estas são cada vez mais necessárias, principal-mente as que englobam as questões ambientais e de saúde pública, e propõem formas sustentá-veis de tratamento para os resíduos sólidos, levando em consideração suas características bási-cas, evitando, custos elevados para seu tratamento sanitariamente adequado.

II. RESULTADOS

A. Quantificação dos resíduos de poda na área de concessão da AES Eletropaulo No primeiro ano do projeto foi realizado um levantamento qualitativo da destinação dos resíduos

de poda urbana na área de concessão da AES Eletropaulo. Com isso, obteve-se que os resíduos da poda programada, provenientes das Unidades (Norte, Leste e Sul), localizadas no município de São Paulo são destinados a empresa que os transforma em biomassa para ser utilizada como combustível para caldeira.

Na Unidade ABC, que possui sete municípios, a coleta dos resíduos de poda está sob respon-sabilidade das empresas contratadas para realizar o serviço. Na unidade Oeste, a maior entre to-das as unidades da área sob concessão da Eletropaulo, a mais arborizada e a que engloba o mai-or número de municípios (dezesseis), as empresas são contratadas pela Eletropaulo apenas para a realização da poda. As prefeituras são avisadas quando da realização dos serviços e encami-nham equipe para a coleta dos resíduos e destinação final dos mesmos.

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Apesar da destinação final destes resíduos não ser realizada pelas empresas contratadas pela AES Eletropaulo, a investigação da destinação final dos resíduos de poda se torna pertinente para abranger o processo de disposição em geral.

Conforme gráfico apresentado na Figura 1, o levantamento realizado nos 24 municípios da área de concessão da AES Eletropaulo, correspondente a São Paulo, ABC e a unidade Oeste, mostrou que metade desses municípios utiliza aterros sanitários e lixões para o descarte desses resíduos. Isto é considerado uma forma não sustentável de destinação de resíduos de poda, pois impossibili-ta a utilização do poder calorífico e do teor de matéria orgânica que pode retornar ao solo na forma de composto. Sendo que apenas 8% realizam compostagem.

Destinação Final dos Resíduos de Poda

50%42%

8%

Lixões/aterrosReciclagemCompostagem

Figura 1. Levantamento de dados realizado em 24 municípios da área de concessão da AES Ele-

tropaulo.

Com relação aos 42% dos resíduos que são destinados a reciclagem, isto se refere a biomassa que é utilizada em caldeiras como fonte de energia térmica. Esta reciclagem transforma resíduos em biocombustíveis que substituem os tradicionais combustíveis fósseis, como óleo diesel e gás natural. Sendo assim, esta utilização poderia até fazer parte do mercado de créditos de carbono devido a redução de emissão de CO2 .

B. Manejo dos resíduos De acordo com os dados apresentados na primeira etapa do projeto, se faz necessária a elabo-

ração de uma estratégia para o manejo desses resíduos gerados. Segundo as referências (KIEHL, 1998), (FIALHO et al., 2005) e (CAMPBELL, 1995), o destino mais nobre para resíduos orgânicos é a compostagem, que tem como objetivo principal a valorização e o reaproveitamento dessa ma-téria, originando um produto suficientemente estabilizado, designado “composto”, que pode ser aplicado no solo com várias vantagens sobre os fertilizantes químicos de síntese.

É, portanto uma forma de atenuar o problema dos resíduos sólidos urbanos, dando um destino útil aos resíduos orgânicos, evitando a sua acumulação em aterro e melhorando a estrutura do so-lo, devolvendo à terra os nutrientes de que necessita, aumentando a sua capacidade de retenção de água, permitindo o controle da erosão e evitando o uso de fertilizantes sintéticos (AMCB, 2006). Este processo permite tratar os resíduos orgânicos domésticos (restos de comida e resíduos de jardim) bem como os resíduos provenientes da limpeza de jardins e parques públicos (GEA, 2004).

Como se trata de um processo biológico desenvolvido por microorganismos, há necessidade, de controle sobre alguns fatores (a umidade, oxigenação, temperatura, concentração de nutrientes, tamanho da partícula e o pH (SCHALCH et al., 1995), para propiciar características ótimas de de-gradação, estabilização e humificação da matéria orgânica bruta. Além disso, este controle tem como objetivo viabilizar o potencial de fertilização da matéria orgânica e de evitar potenciais fatores adversos que causam impactos ao meio ambiente.

Assim, após a finalização dessa etapa de levantamento de dados e visitação aos municípios, ini-ciou-se uma padronização baseada na compostagem, para que esta possa vir a reduzir o proble-ma ambiental de descarte de resíduos e que o produto final sirva como condicionador de solo para nutrição deste.

Para esta etapa de padronização de técnica, houve a distinção entre dois métodos de aeração: revolvimento manual - Fase I (Figura 2 (a)) e sem revolvimento ou aeração estática pela utilização de túneis de vento – Fase II (Figura 2 (b)), os quais permitem a troca de ar contido dentro das lei-ras e o ar exterior.

As leiras foram montadas com a utilização de estruturas de sustentação, as quais foram retira-

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das após 20 a 30 dias (dependendo das condições das leiras), deixando em formas de pilhas (Fa-se I), ou revolvendo o material para cima dos túneis de vento (Fase 2). Tais túneis de vento foram feitos com madeira e telas e foram montados na Oficina do IEE (Instituto de Eletrotécnica e Ener-gia) pela equipe do projeto.

A aeração é necessária porque, enquanto o ar é introduzido no interior das leiras (rico em oxigê-nio), ocorre liberação do ar contido saturado de gás carbônico, produzido pela respiração dos mi-croorganismos.

(a)

(b)

Figura 2. (a) Primeira fase: leiras com revolvimento manual. (b) Segunda fase: leiras com aeração estática.

Essa renovação foi importante, pois o teor de gás carbônico no interior da leira pode chegar a

concentrações cem vezes maiores que seu conteúdo normal no ar atmosférico (KIEHL, 1998). Na falta de oxigênio na leira, há formação e acúmulo de dióxido de carbono e metano, componentes característicos da fermentação anaeróbia, que retarda a degradação da matéria orgânica e é res-ponsável por odores desagradáveis.

Para realização do projeto, foram utilizados dois pátios concretados de 80 m2 localizados no Pro-jeto POMAR1, (um construído e outro cedido pelo Projeto Pomar). Em cada pátio foram montadas 12 leiras (totalizando 24) com quatro tratamentos distintos: sem adição de aditivos (leiras testemu-nha, apenas com resíduos de poda), e as seguintes fontes de Nitrogênio: uréia industrializada, es-terco eqüino, lodo de ETE desidratado2.

O monitoramento do controle da maturação foi realizado com métodos locais (termômetro e ter-mopares de 500, 700 e 1000 mm e pHmetro) e análises nos laboratórios especializados da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), contratados pelo P&D.

a) Temperatura A elevação da temperatura foi a primeira característica indicadora do início do processo de com-

postagem, pois nos dias iniciais, predominam produtos de fácil decomposição microbiológica e, por isso, a atividade é mais intensa, com maior liberação de CO2 e energia na forma de calor.

Nessa ascensão tem-se inicialmente a fase mesófila com temperaturas até cerca de 40ºC, na qual as bactérias são mais eficientes, decompondo mais rapidamente, seguida de outras mais quente denominada termófila, com temperaturas acima de 45ºC, na qual os microrganismos pato-gênicos e as sementes de plantas daninhas são eliminadas com maior segurança.

A estabilização da temperatura das leiras da Fase II é mais rápida do que as da I (Figura 3). Nas duas fases, a maior parte do tempo, as leiras foram mantidas na Fase mesófila, de decompo-sição mais rápida.

1 O Projeto Pomar é um projeto de revegetação das margens do Rio Pinheiros localizado no município de São Paulo, administrado

pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo. 2 O uso deste aditivo apresenta algumas restrições que devem ser verificadas na Resolução CONAMA 375/06

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L - Fase I

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T - Fase II

U - Fase II

E - Fase II

L - Fase II

Ambiente

(b)

Figura 3. Variação da Temperatura ao longo do processo de compostagem (a) Fase I (b) Fase II.

b) pH Notou-se, durante o experimento, que o pH no início é ácido, se eleva à medida que o processo

de compostagem se desenvolve, passando pelo pH 7,0 (neutro) e atingindo pH básico. As leiras da Fase II, atingiram pH superior a 8,0 e as da Fase I, em torno de 7,5. Portanto, o pH final de todas as leiras demonstra que o processo de decomposição foi eficiente, e que o composto orgânico final está maturado ou humificado.

c) Umidade Total A presença de água é essencial para as necessidades fisiológicas dos organismos durante o

processo de compostagem, por se tratar de processo biológico de decomposição. De acordo com Kiehl (1998), umidade abaixo de 40% leva a decomposição aeróbia, mas lenta, com a predomi-nância da ação de fungos, pois as bactérias estariam pouco ativas e acima de 60%, a decomposi-ção pode ser em parte anaeróbia, pois a água ocupa os espaços vazios que deveriam ser ocupa-dos pelo ar, podendo produzir maus odores, e segundo a referência (CAMPBELL, 1995) também lixiviação de nutrientes.

Nota-se, na Figura 4, que as leiras de compostagem mantiveram-se acima dos padrões conside-rados ótimos, porém, não houve problemas com mau cheiro, nem com a qualidade final do com-posto produzido.

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Figura 4. Variação da Umidade Total ao longo do processo de compostagem (a) Fase I (b) Fase II.

Desta maneira, é necessário controle mais eficaz da umidade, não ocorrendo a provável lixivia-

ção de nutrientes, o produto final obtido poderia ser de melhor qualidade.

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d) Relação Carbono/Nitrogênio (C/N) A relação C/N é um indicador do grau de estabilização da matéria orgânica, bem como da esta-

bilidade deste material quando colocado no solo (CAMPBELL, 1995). Kiehl (1998) considera produ-to humificado para relação C/N entre 8/1 a 12/1 e entre 13/1 a 18/1 como produto semicurado ou bioestabilizado, podendo ser utilizado sem risco de causar danos às plantas.

Durante o processo de decomposição das leiras, houve significativa diminuição da relação C/N em função do tempo, como pode ser visto na Figura 5. As leiras testemunha foram encerradas com teor relativamente alto (média de 23 e 22, respectivamente para as Fases I e II), não obtive-ram relação C/N satisfatória, sendo que estes compostos ainda estão imaturos, podendo ser adi-cionados ao solo, onde ocorrerá a maturação final, e só depois poderá ser realizada a semeadura ou plantação. Todas as outras leiras produziram compostos orgânicos bioestabilizados.

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Figura 5. Variação da relação C/N ao longo do processo de compostagem (a) Fase I (b) Fase II.

e) Macronutrientes e Micronutrientes Os teores dos macronutrientes (Nitrogênio, Fósforo, Potássio, Cálcio, Magnésio e Enxofre) e mi-

cronutrientes (Boro, Cobre, Ferro, Manganês, Sódio e Zinco) variam com o decorrer do processo de compostagem. Os macro e micronutrientes são essenciais na fase final do composto devido seus efeitos de melhoramento de nutrição das plantas por micronutrientes na forma de quelatos, liberação lenta de fósforo, nitrogênio, enxofre e água, solubilização de nutrientes nos solos mine-rais e outros efeitos. A Tabela I mostra a variação percentual de enriquecimento dos micro e ma-cronutrientes, bem como a composição final.

Tabela I. Variação percentual de enriquecimento dos micro e macronutrientes e sua composição

final.

Total macronu-trientes (% em

peso)

Variação percen-tual (%)

Total micronutri-entes (mg/kg)

Variação percentual (%) Tipos

Fase I Fase II Fase I Fase II Fase I Fase II Fase I Fase II* Fase II**

T 6,96 6,91 39,2% 18,8% 4.436 8.651 106,0% 61,0% 180,0%

U 8,6 9,15 56,4% 32,9% 4.453 11.221 211,0% 16,0% 193,0%

E 9,24 8,41 40,5% 39,2% 4.580 6.899 319,0% 25,0% 344,0%

L 8,8 9,18 47,5% 41,7% 7.600 21.136 440,0% 76,0% 852,0% * em relação aos trinta dias de decomposição finais da Fase II ** em relação aos resultados iniciais da Fase I

O aumento da concentração de nutrientes que ocorre com o processo de compostagem se deve

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ao fato de que durante o processo há grande perda de carbono na forma de dióxido de carbono, ocasionando um aumento relativo da concentração dos elementos inorgânicos (KIEHL, 1998).

Os compostos orgânicos obtidos são condicionadores de solo classe A3 (testemunha, esterco e uréia) e classe D (lodo). A Tabela II apresenta um resumo das características observadas dos condicionadores de solo produzidas na usina experimental de compostagem do P&D para compa-ração junto a Instrução Normativa nº35 de 4 de julho de 2006.

Tabela II. Características dos condicionadores de solo da usina experimental de compostagem.

Tipo ph

Carbono Orgânico

(%) N

(%) NPK (%)

Relação C/N

Umidade Total (%) CTC

I II I II I II I II I II I II II

T 7,3 7,4 36,8 37,0 1,94 2,15 2,61 2,97 23/1 22/1 69,1 69,7 237,8

U 7,4 7,6 36,8 34,9 2,73 2,87 3,84 3,9 16/1 15/1 71,9 78,0 371,3

E 7,5 7,7 36,6 36,8 2,59 2,62 4,44 3,32 18/1 18/1 72,7 75,9 376,0

L 7,1 7,1 36,7 34,9 2,37 2,78 3,88 4,23 18/1 15/1 71,5 74,3 -x-

Instrução Normativa nº35 de 4 de julho de 2006

Classe A 6,0 Mín 15 1 Conforme

declarado Máx 18 Máx 50 Mín 200

Classe D 6,0 Mín 15 1 Conforme

declarado Máx 18 Máx 70 Mín 200

Dentre todos os parâmetros das especificações mínimas vigentes para condicionadores de solo

destaca-se que a umidade total máxima, que deveria ser 50%, não foi atingida nesse processo de compostagem. Os outros parâmetros como NPK, N, pH, relação C/N e matéria orgânica se encon-tram dentro da normativa para o composto produzido na usina experimental de compostagem, com exceção da relação C/N para os tratamentos testemunhas, mas que já era de se esperar devido à escassez de nitrogênio desse tratamento controle.

Realizou-se pesquisa de mercado e notou-se que muitos condicionadores de solo são comercia-lizados sem a menção das especificações técnicas do produto. Sabe-se que em 5 de março de 2008, a Portaria nº 42 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, iniciou uma consulta pública para atualizar e estabelecer as definições e normas sobre as especificações, as garantias, as tolerâncias, o registro, a embalagem e a rotulagem dos fertilizantes orgânicos simples, mistos, compostos, organominerais e biofertilizantes destinados à agricultura.

Assim, espera-se que em pouco tempo haja a estruturação de uma nova instrução que regule definitivamente as características que permeiam este setor, e principalmente, haja fiscalização.

III. AVALIAÇÃO ECONÔMICA

O valor agrícola dos compostos orgânicos está comprovado, porém seu valor comercial não está efetivamente descrito e ainda não há políticas de preços para este tipo de fertilizante (PEREIRA NETO, 1999).

Para isso, primeiramente, utilizou-se o método de valoração sugerido por Kiehl (1998) e ampla-mente utilizado por Pereira Neto (1999), no qual o valor comercial dos nutrientes NPK dos compos-tos orgânicos é atribuído em relação ao valor comercial de fertilizantes minerais. O N (Nitrogênio) é relacionado à uréia, o Fósforo (P) tem relação com Superfosfato Simples e o Potássio (K) com Clo-reto de Potássio.

A Matéria Orgânica (M.O.) pode ser valorada de duas maneiras. Na primeira, calcula-se o valor do NPK do composto e atribui-se 50% deste valor para a M.O. No segundo método, a M.O. é valo-

2 Por definição, condicionador de solo é “produto que promove a melhoria das propriedades físicas, físico-químicas ou atividade bi-

ológica do solo, podendo recuperar solos degradados ou desequilibrados nutricionalmente” (Instrução Normativa nº35, de 4 de julho de 2006 que completa o Decreto nº 4.954 de 14 de janeiro de 2004 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)).

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rada em relação a algum insumo rico em matéria orgânica como farelo de mamona ou cama de frango. Neste caso, utilizou-se farelo de mamona.

Na Tabela III é possível identificar os resultados da valoração de todos os condicionadores de solo obtidos nas duas Fases do projeto, para todos os tratamentos. Em comparação com pesquisa de preços realizada no mercado em março de 2008 (R$75,00 a R$ 180,00 por tonelada), os valo-res obtidos no método 1 estão dentro de uma faixa aceitável.

Também, efetuou-se o cálculo da quantidade de condicionador de solo produzido necessária pa-ra fornecer a mesma quantidade de NPK que uma tonelada de fertilizantes minerais nas formula-ções (4-14-8), (10-10-10) e (4-20-20), com preços médios de mercado em março de 2008.

De acordo com informações coletadas no mercado para comparação de valor, o agricultor gas-taria em torno de R$ 1.134,00; R$ 1.168,00 e R$ 1.736,00 a preços médios de março de 2008 para estas respectivas configurações de produto.

Tabela III. Valoração dos condicionadores de solo das Fases I e II (NPK e M.O.)

Fase Condicionador Método 1 Método 2 T R$ 129,24 R$ 483,73 U R$ 186,80 R$ 515,80 E R$ 235,61 R$ 555,13

I

L R$ 208,37 R$ 514,19 T R$ 152,00 R$ 507,95 U R$ 195,56 R$ 518,18 E R$ 170,28 R$ 518,74

II

L R$ 229,95 R$ 502,08 O custo médio de se utilizar composto orgânico é de R$ 1.397,63, representando em média

23,3% a mais do que o uso de fertilizantes minerais (4-14-8) que forneceriam a mesma quantidade de NPK ao solo, R$ 1.637,42, 40,2% a mais para os (10-10-10) e R$ 2.354,41, 35,6% a mais para os (4-20-20).

De acordo Kiehl (1998), a adubação com composto orgânico proporciona ao solo, propriedades e características que nenhum fertilizante mineral conseguiria proporcionar, pois esses não contêm matéria orgânica, fato que explica essa variação na valoração do composto e demonstra a sua vi-abilidade de produção.

A partir da obtenção dos resultados da valoração do composto produzido foi realizada a análise econômica, mostrando os gastos com a produção do composto e a sua viabilidade no mercado. Adotou-se uma metodologia de análise para facilitar e dividir os custos caso algum dos municípios ou indústria tenha o interesse de implantar projetos desta natureza.

Para realização da análise econômica optou-se por dividir os custos em 16 cenários diferentes (4 tratamentos, 2 tipos de aeração, 2 casos – com e sem subsídios da AES Eletropaulo).

Os custos relacionados como subsidiados pela AES se referem aos custos que não foram utili-zados pelo projeto, pois estavam relacionados com o apoio da AES Eletropaulo, no que diz respei-to, principalmente, a equipamentos e serviços. A análise econômica se refere a implementação do projeto e manutenção até a produção do composto final. Para a metodologia do pátio com revolvi-mento manual considerou-se 6 meses de operação para a obtenção do produto final, enquanto que para o pátio com leiras utilizando túneis de vento foram considerados 5 meses.

A análise foi dividida entre investimento inicial (implementação do projeto) e custos de manuten-ção. Para o investimento inicial foram considerados os gastos com triturador; construção do pátio concretado; material para estrutura das leiras; bomba 0,75 CV (para chorume); equipamentos de manutenção e equipe para montagem das leiras.

Para manutenção dos pátios foram calculados os gastos com abastecimento de água; Equipa-mentos de Proteção Individual (EPI´s); mão-de-obra para manutenção das leiras; custo do aditivo uréia; combustível para o triturador; transporte do material de poda e transporte dos aditivos lodo e esterco; embalagens para o produto final e análise de laboratório do composto final.

A partir dos cenários obtidos é possível verificar que os subsídios da AES se tornam extrema-mente positivos para redução de custos, revelando uma economia de 45% nos casos de metodo-logia com leiras de revolvimento manual e aproximadamente 33% nos casos da metodologia com o túnel de vento. Isto pode ser explicado se observado o custo do triturador de material de poda, que chega a representar quase 70% do orçamento para investimento inicial.

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A Figura 6 indica a relação de custo total para a produção do composto, na qual se verifica que os custos utilizando a metodologia dos túneis de vento são menores. Portanto, tal metodologia po-de ser considerada mais competitiva para o preço final do composto, pois apesar de ter um gasto extra com materiais para a confecção do túnel, este valor não se mostra significante quanto com-parado com a mão-de-obra e tempo de maturação dos casos que utilizam revolvimento manual das leiras. A partir dos dados relacionados referentes aos custos de manutenção, descontando o investimento inicial, obteve-se o valor de produção por tonelada de cada composto com os diferen-tes tratamentos e na ausência ou presença de subsídios.

Custo para produção de composto

R$ 0,00

R$ 20.000,00

R$ 40.000,00

R$ 60.000,00

R$ 80.000,00

R$ 100.000,00

AES PátioRevolvido

AES Túnel devento

Sem AESPátio

Revolvido

Sem AESTúnel de Vento

Metodologias

Val

ores

TestemunhaUréiaLodo Esterco

Figura 6. Comparação de custos para produção do composto final

Baseado no cálculo utilizando a metodologia 2 de valoração do composto, com valores de

R$507,95 a R$ 518,74, observou-se que o custo de produção foi viável para a produção de com-posto com subsídio da AES e usando o pátio de túneis de vento, com exceção do tratamento com lodo. Os valores utilizando essa metodologia no pátio para os três cenários permaneceram de R$ 484,60 a R$ 521,70. Nota-se que tais valores estão acima dos praticados no mercado.

No entanto, há de se esclarecer que um dos principais quesitos para o encarecimento da produ-ção está relacionado com a demanda de mão-de-obra, que por vezes chega a representar quase 90% do custo de manutenção no pátio com revolvimento manual, e cerca de 70% nos casos com utilização de túneis de vento. Na manutenção, a demanda por trabalho fica restrita ao revolvimento das leiras, quando necessário, e umedecimento das mesmas. Assim, para aumentar a viabilidade do projeto poderia haver um remanejamento temporário do quadro de funcionários para atender às demandas desse processo.

Por fim, observou-se que o aumento da viabilidade econômica é diretamente proporcional à quantidade de composto produzido, e inversamente, ao tempo de decomposição da matéria orgâ-nica. A utilização de ativadores comerciais não utilizados neste projeto podem acelerar o processo de maturação do composto e tornar a compostagem mais atrativa.

IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Acredita-se que, com os resultados finais deste projeto, foi possível mostrar e comparar duas metodologias de compostagem, a partir do controle de características como temperatura, pH, umi-dade total e relação carbono/nitrogênio.

O estudo experimental da usina demonstrou que as leiras com aeração estática decompõem de maneira mais rápida quando comparadas com as leiras de revolvimento manual, obtendo-se as-sim, uma metodologia eficaz para o processo de compostagem, levando em consideração os as-pectos de manejo de resíduos, além das características físico-químicas dos compostos finais obti-dos, que atendem as especificações de garantias mínimas vigente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

A avaliação econômica mostra que as leiras com aeração estática também possuem custos o-peracionais menores, e, portanto, mais viáveis economicamente. Além disso, se houver uma ade-quação ao meio rural é possível que o processo de compostagem se torne mais competitivo do que aquele realizado no meio urbano, por conta da diminuição de gastos relacionados com a ob-tenção e transporte de matérias-primas (aditivos e resíduos de poda).

Por fim, a implementação de usinas de compostagem que utilizem resíduos de poda deve servir

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como modelo para futuras aplicações baseadas nos conceitos de desenvolvimento sustentável, assegurando a mitigação de impactos ambientais e diminuindo a dependência de fertilizantes in-dustriais.

Palavras-chave— compostagem; poda; resíduos sólidos.

V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] A. Palermo Jr., “Planejamento da arborização urbana visando a eletrificação e as redes de dis-

tribuição”. In: Encontro Nacional de Arborização Urbana, 2., Maringá, 1987. Anais. Maringá: Prefeitura do Município de Maringá, 1987. p. 68-71

[2] AES Eletropaulo. 2007. [Online]. Disponível em: www.eletropaulo.com.br [3] Associação de Municípios Cova da Beira. Central de Compostagem, 2006. [Online]. Disponível

em http://www.amcb.pt/ [4] Cenbio, 3º Relatório parcial do projeto Fortalecimento Institucional do Centro nacional de Refe-

rência em Biomassa, 2007. [5] E. J. Kiehl, Manual de Compostagem: maturação e qualidade do composto. Piracicaba, 1998. [6] G. D. N. Velasco, Arborização viária x sistemas de distribuição de energia elétrica: avaliação

dos custos, estudo das podas e levantamento de problemas fitotécnicos. Piracicaba, 2003. 94 p.

[7] GEA - Grupo de Estudos Ambientais da Escola Superior de Biotecnologia, 2004. [Online]. Dis-ponível em http://www.escolasverdes.org/compostagem/compost/intro2.html

[8] J. T. Pereira Neto, Quanto vale o nosso lixo, Belo Horizonte: IEF, 1999. [9] L. C. Azevedo, Estudo ambiental/econômico do composto orgânico do sistema de beneficia-

mento de resíduos sólidos urbanos da usina de Irajá, município do rio de janeiro. Dissertação Mestrado. Pós graduação em Geociências da Universidade Federal Fluminense. Área de Con-centração: Geoquímica Ambiental, 2000.

[10] L. L Fialho, W. T. L. Silva, D. M. B. P. Milori, M. L. Simões, L. M., NETO, Circular técnica: Moni-toramento químico e físico do processo de compostagem de diferentes resíduos orgânicos. São Carlos: Embrapa, 2005.

[11] S. Campbell, Manual de Compostagem para Hortas e Jardins. São Paulo: Nobel, 1995. [12] S. M. Tauk, Análise Ambiental: Uma visão multidisciplinar. São Paulo: Unesp, 1991, p. 206. [13] V. Schalch, L. W. C. Almeida, E. M. Aguiar, “Gerenciamento integrado de resíduos sólidos”. In:

Anais do World - Wide Symposium Pollution in Large Cities – science and Technology for Planning Environmental Quality; 1995 febr 22-25; Venice/Padova, italy. ANDIS; 1995. p.311-318.