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POESIA, UM DESAFIO: VIRAR A PÁGINA · Os pais trabalham o dia todo e voltam cansados para as ... carregados de poesia do que o bom senso? Ao sair do sufoco o pai ... do momento composto

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POESIA, UM DESAFIO: VIRAR A PÁGINA!

ELAINE DE LOURDES PEREIRA OLIVEIRA ¹

JUAREZ POLETTO ² AGRADECIMENTO ³

Artigo Final da Profª PDE 2010 na área de Língua Portuguesa, como requisito do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, da SEED-PR, NRE Curitiba, sob a orientação do Prof. Dr. Juarez Poletto

________________ ¹ Professora PDE – 2010, formada em Letras Português – Francês, Especialista no Processo de Ensino – Aprendizagem em Língua Portuguesa. ² Professor Orientador Doutor em Letras, professor do Departamento de Comunicação e Expressão - UTFPR. ³ Agradecimento ao meu orientador professor Dr. Juarez Poletto pelo respeito destinado ao meu projeto e pela participação ativa na trilha de todas as etapas.

Resumo O presente artigo apresenta os resultados e reflexões decorrentes do projeto “Poesia, um desafio: virar a página!”, executado com quatro professoras do Ensino Fundamental e alunos da “8ª C” do Colégio Estadual Professor Lysímaco Ferreira da Costa, Curitiba/PR. Foi utilizado o Método Recepcional para apresentar e estudar a poesia de Cecília Meireles, Mario Quintana, Elias José e Rubem Alves. O objetivo era desmistificar conceitos e preconceitos sobre textos em verso, mostrando a riqueza das palavras e expressões, refletindo a importância da sensibilidade, culminou, no entanto, em produção de poemas, concurso e apresentação de uma peça teatral com pleno envolvimento dos participantes de cada oficina. PALAVRAS-CHAVE: poema; poesia; leitura; escrita; sensibilidade. 1. INTRODUÇÃO

“A primeira tarefa da educação é ensinar a ver. É através dos olhos que as

crianças tomam contato com a beleza e o fascínio do mundo. Os olhos têm de ser

educados para que nossa alegria aumente. A educação se divide em duas partes:

educação das habilidades e educação das sensibilidades, sem a educação das

sensibilidades, todas as habilidades são tolas e sem sentido. Os conhecimentos nos

dão meios para viver. A sabedoria nos dá razões para viver. Quero ensinar as

crianças. Elas ainda têm olhos encantados...” (Rubem Alves, 2000, Correio Popular,

Caderno C.)

Foi pensando na educação das sensibilidades que o projeto: Poesia, um

desafio: virar a página! nasceu. Os professores se preocupam em demasia com os

conteúdos, com a pressa em desenvolvê-los, e muitas vezes os textos poéticos, que

ajudam a percorrer a trilha da sensibilidade, são esquecidos nos livros dentro das

estantes.

Há alguns anos, as casas eram preparadas para o momento da contação de

histórias. Havia sempre alguém com o dom especial de encantar através da fala que

assumia esse papel. Causos eram contados, poesias recitadas ao som de um

instrumento e as pessoas pareciam mais próximas e unidas.

Hoje, devido à correria dos tempos modernos, não existe mais espaço para

esses encontros. Os pais trabalham o dia todo e voltam cansados para as casas.

Muitas crianças não têm sua família estruturada. Sobra à escola preparar os

professores para que saibam utilizar os gêneros discursivos adequadamente, em

sala de aula. Dentre esses gêneros temos o poema, que é um texto escrito em

versos, do qual exala poesia.

O PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional é um programa de

estudos de formação continuada dos professores da rede estadual de ensino do

Estado do Paraná. No trajeto desse programa, que perfaz dois anos, o professor

deve elaborar um plano de trabalho que contemple a produção de material didático-

pedagógico chamada Unidade Didática, que é uma proposta de intervenção na

realidade escolar, para uso nas escolas, e como trabalho final criar um Artigo

Científico, decorrente da pesquisa do professor na escola. É isso que empreendo

agora e cuja motivação acaba de ser expressa. Desejo, pois, depois da saudável

prática, a reflexão, a fim de que o vivenciado por mim alcance outros olhos e possa

se multiplicar.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

No aeroporto o menino perguntou: - E se o avião tropicar num passarinho? O pai ficou torto e não respondeu. O menino perguntou de novo: - E se o avião tropicar num passarinho triste? A mãe teve ternuras e pensou: Será que os absurdos não são as maiores virtudes da poesia? Será que os despropósitos não são mais carregados de poesia do que o bom senso? Ao sair do sufoco o pai refletiu: Com certeza, a liberdade e a poesia a gente aprende com as crianças. E ficou sendo.

(Manoel de Barros)

Nasci em um lar de onde emanavam as mais belas histórias e poesias para

encantar uma menina. Meu pai, um homem simples, mas amante da leitura,

apresentou-me os filósofos, os cientistas, além dos poetas, aprimorando o meu

desenvolvimento cultural, psicológico e social.

Os livros sempre foram meus companheiros nas horas alegres e tristes encorajando

meus passos para a próxima caminhada.

Infelizmente, na escola, não encontrei o mesmo fascínio, os professores se

preocupavam em demasia com os conteúdos, esquecendo-se das leituras feitas

sem obrigação, apenas por prazer. Assim cresci, observando que faltava algo para

as salas de aula serem mais interessantes. Tornei-me professora e fiz da poesia

uma ferramenta pedagógica que muito me auxiliou e aos meus alunos. O Plano de

Desenvolvimento Educacional – PDE – trouxe-me a oportunidade de

aprofundamento teórico devido ao tempo dedicado às leituras e à pesquisa de um

método que pudesse facilitar o trabalho dos professores com a poesia. Foi escolhido

o Método Recepcional organizado por Bordini e Aguiar, que tem como base teórica a

Estética da Recepção, com boa aceitação, visto que está contribuindo para a

melhoria do processo de formação do leitor, ampliando horizontes e permitindo ao

sujeito a descoberta de novas formas de ver e sentir o mundo à sua volta. Além do

que, é o método aconselhado tanto nacionalmente quanto regionalmente para

abordagem dos estudos literários.

Conforme Bordini & Aguiar, a “recepção é concebida, pelos teóricos alemães

da Escola de Constança, como uma concretização pertinente à estrutura da obra,

tanto no momento da sua produção como no da sua leitura, que pode ser

estudada esteticamente” (1993, p.82). Assim, a literatura é concebida como um dos

meios de emancipação da sociedade por meio da “ampliação” constante do

horizonte de expectativas dos leitores devido à natureza também formadora da obra

literária e não apenas reprodutora das estruturas sociais.

As autoras sugerem cinco etapas a ser desenvolvidas:

1. Determinação do horizonte de expectativas;

2. Atendimento do horizonte de expectativas;

3. Ruptura do horizonte de expectativas;

4. Questionamento do horizonte de expectativas; e

5. Ampliação do horizonte de expectativas.

Analisando as cinco etapas do Método Recepcional, é perceptível a

importância de um professor que primeiramente conheça os seus alunos, tendo

empatia suficiente para determinar quais são os horizontes de expectativas e com

isso possa elaborar estratégias de ruptura e transformação desses horizontes.

Na primeira etapa do método: Horizonte de expectativas, o professor deve

considerar o conhecimento de mundo dos alunos, suas preferências e

comportamentos. E isso pode ser detectado por meio de conversas informais com

eles, através da observação de comportamentos em sala e de tipos de brincadeira

na hora do intervalo, ou ainda com entrevistas, questionários e outros procedimentos

conforme o caso.

Tendo detectado as aspirações dos alunos/leitores, necessário é atender a

esses interesses considerando dois aspectos importantes: no primeiro, o professor

oferece aos alunos textos que correspondam ao esperado por eles; e no segundo,

organiza estratégias de ensino que sejam do conhecimento dos alunos para, aos

poucos, acrescentar elementos novos nas atividades desenvolvidas.

Atendido devidamente o Horizonte de expectativas dos alunos/leitores, o

professor iniciará a terceira etapa prevista no método. Textos e atividades que

abalem as certezas e costumes dos alunos serão propostos, sem que haja a ruptura

de todos os elementos de uma só vez. O papel do professor, aqui, é dar condições

para que os próprios alunos percebam que há algo de estranho, de novo, no modo

de proceder no, até então, conhecido.

A próxima etapa é a da Ruptura do horizonte de expectativas pela introdução

de textos e atividades de leitura que abalem os costumes e as certezas dos alunos.

Essa introdução deve dar continuidade à etapa anterior através da apresentação de

textos similares aos anteriores em um aspecto apenas: o tema, o tratamento, a

estrutura ou a linguagem. Os demais recursos precisam ser diferentes, para que o

aluno perceba estar ingressando em um campo desconhecido, mas que sinta

aspectos familiares para não rejeitar a nova experiência.

Questionamento do horizonte de expectativas – fase em que serão

comparados os dois momentos anteriores, verificando que conhecimentos escolares

ou vivências pessoais, em qualquer nível, proporcionaram a eles facilidade de

entendimento do texto e/ou abriram-lhes caminhos para atacar os problemas

encontrados;

Ampliação do horizonte de expectativas – última etapa em que os alunos

tomarão consciência das alterações e aquisições, obtidas através da experiência

com a literatura. Conscientes de suas novas possibilidades de manejo com a

literatura partem para a busca de novos textos, que atendam a suas expectativas

ampliadas no tocante a temas e composição mais complexas.

No processo dialético da recepção previsto no Método Recepcional, esta

última etapa coincide com o início de uma nova aplicação do método, porém, com a

grande vantagem de poder contar com a participação dos alunos desde o início do

processo.

No Método Recepcional, assim como na Estética da Recepção, o leitor tem

um papel de destaque. Esta é uma contribuição bastante valiosa, tendo em vista

que, a partir do momento em que se parte do próprio conhecimento dos

alunos/leitores, o interesse pela leitura literária tende a ser cada vez maior. O

nosso objetivo foi trabalhar com as professoras estas etapas do Método Recepcional

para o ensino do gênero discursivo poesia, para que elas tivessem clareza de cada

uma e pudessem aplicá-las em sua sala de aula.

Muitas vezes a literatura, principalmente a poesia, é deixada de lado por falta

de conhecimento, de embasamento teórico/metodológico. Ou outras, ela é apenas

apresentada como uma simples leitura culminando em questões gramaticais.

A literatura está constituída por três componentes indissociáveis: o autor, a obra e o leitor. Cada um deles merece atenção, pois é da sintonia entre eles que a literatura atinge sua realização adequada. O autor, ao construir o texto de imaginação em linguagem criativa, propõe ao leitor um desafio e um contrato. O desafio é viver a aventura de ler e conhecer. O contrato estabelece que o leitor concorda em considerar verossímel o que lê, mesmo sabendo que se trata de um texto ficcional. O texto é, por sua vez, a parte concreta e indispensável ao encontro de dois pensamentos e dois pensadores: o autor e o leitor com seus processos de interpretação do real e da linguagem literária. (MORAIS, 2008, p.65)

Como se pode perceber pelo estudo da teoria da recepção, a literatura vai

muito além das aulas tradicionais em que o professor lia para a sua turma

simplesmente, ou solicitava a leitura oral dos alunos.

A estética da recepção propõe momentos de leitura, reflexão, interação

professor/aluno, aluno/aluno e a conversa do aluno com o texto dando vida e

consistência à obra.

3. ETAPAS DO PROJETO

3.1. Apresentação do Projeto na Escola

Para abertura da semana pedagógica, no segundo semestre de 2011, foi

apresentado o projeto PDE – Poesia, um desafio: virar a página! no Colégio

Estadual Professor Lysímaco Ferreira da Costa/Curitiba, com a presença da direção,

equipe pedagógica, administrativa, corpo docente, orientador professor doutor

Juarez Poletto, professor PDE Nelson Mário Rizzardi, amigos e familiares.

Apresentei em forma de contação de histórias a biografia dos poetas escolhidos e

recitei alguns de seus poemas, com a colaboração de violão e voz do colega PDE

Nelson Mário Rizzardi.

De início, olhos apreensivos me olhavam como que dizendo: “O que vem a

ser isso? O que tem haver com a semana pedagógica de nossa escola?” Afinal, a

poesia é uma trilha de poucos caminhantes e como tal, ela é incompreensível à

primeira vista. Aos poucos, a dinamicidade do momento composto por poemas,

músicas, instrumentos e slides foi favorecendo a integração do grupo espectador.

Quando terminou a apresentação o vice-diretor do Colégio, professor Jailson da

Silva Neco expressou-se espontaneamente dizendo que o Guaíra viera até o

Colégio e que finalmente ele havia entendido que poesia é muito mais que:

“Batatinha quando nasce esparrama pelo chão...”

Neste dia, quatro professoras se inscreveram para participar das oficinas que

ocorreram nos meses: setembro, outubro e novembro.

Priscila, Cláudia, Eliane e Janete Elaine, Juarez Poletto, Beatriz e Nelson

Arquivo Pessoal da Professora PDE 2010

3.2. Descrição das Oficinas

Vamos iniciar com um “dedinho de prosa”.

Por que os poetas foram escolhidos nesta sequência, para a apresentação

das oficinas com as professoras?

1º- Cecília Meireles foi escolhida para introduzir as oficinas por ter sido

educadora, amava as crianças e para elas organizou a primeira biblioteca infantil do

Rio de Janeiro. Desde pequena gostava de escrever, e pesquisando sua obra

encontrei muitos poemas dedicados aos pequenos. Soube brincar com as palavras

dando a elas musicalidade, lirismo, suavidade. Seus poemas encantam leitores de

todas as idades.

2º- Mario Quintana deu sequência a essa oficina pela linguagem simples,

coloquial, mas bem cuidada de sua obra. Em uma aparente ingenuidade se esconde

uma rede de sentimentos capaz de tornar o leitor reflexivo, encantado, porque ele

perfaz uma trilha em que o lúdico e o irônico se encontram sem atropelos.

3º- Elias José chegou para interligar as duas oficinas, visto que sua obra

constrói uma ponte perfeita em estilo e ludicidade com os poetas Cecília Meireles e

Mario Quintana.

4º- Rubem Alves finalizou as oficinas pela busca constante em seus textos e

palestras de uma educação significativa para os alunos. Seus textos poéticos

serviram de debates, estudos e reflexão contribuindo com a prática pedagógica das

participantes do projeto: Poesia, um desafio: virar a página!

Observe-se, pois, que a sequência tem um propósito e um sentido. O sentido

vai do lúdico ao reflexivo, o propósito é mostrar que a poesia também é coisa séria e

permite a discussão sobre importantes temas da vida, inclusive, pensando nas

professoras envolvidas no projeto, o próprio repensar do fazer de cada professor e a

essencialidade desse fazer para a construção da sensibilidade e da vida das

crianças na escola.

1ª Oficina: Poesia e Chocolate = Saber Saboreando

As professoras foram surpreendidas pela presença do menino-mágico Nicolas

Alessi.

¹ Nicolas e Elaine

Arquivo Pessoal da Professora PDE 2010

² Nicolas e Cláudia

Arquivo Pessoal da Professora PDE 2010

³Janete, Marconi, Priscila, Eliane e Cláudia

Arquivo Pessoal da professora PDE 2010

a. Horizonte de Expectativas – percebendo os gostos, os temas, os poemas

preferidos.

Em uma mesa de canto, estrategicamente, foi posta uma cesta recheada de

barras de chocolate. Nelas havia poemas de Cecília Meireles, Mario Quintana, Elias

José e Rubem Alves. A cada mágica feita por Nicolas, um poema era entregue a

uma das professoras que lia e revelava ao grupo a sua impressão. Foi um momento

bastante significativo, porque o passado veio à tona e lembranças da infância, da

adolescência foram reveladas. Quase uma terapia em grupo ocorreu nesse dia.

No final do encontro as participantes responderam ao questionário a

seguir:

1. O que é poesia para você?

2. Qual a diferença entre poesia e poema?

3. Em sua infância, lembra-se de alguém declamando poema?

4. Há algum poeta ou poetisa que você admira? Por quê?

5. Em sua sala de aula já utilizou esse gênero textual? De que forma?

Observou-se através das respostas que as professoras, mesmo as duas

formadas em Letras, não tinham familiaridade com textos escritos em versos. Não

sabiam diferenciar poema e poesia e pouco haviam trabalhado com seus alunos

esse gênero textual, mas já haviam ouvido falar em Cecília Meireles e Mario

Quintana. Aqui se constatou o que já era hipótese: o distanciamento dos professores

de língua e arte da poesia, o que mais motivou a realização deste projeto, já que

uma de suas principais intenções é a aproximação do professor com a poesia para

que esse aprendizado realize um efeito dominó nos estudantes com os quais lidará

cada professora posteriormente.

2ª Oficina: Poesia e Poetas

Dividida em três momentos de cinquenta minutos.

1º momento: Cecília Meireles

b. Atendimento do Horizonte de Expectativas

Em forma de história, foram relatados momentos especiais da vida dessa

escritora e sua importância no espaço educacional brasileiro.

Distribuiu-se o poema: “Leilão de Jardim” – Cecília Meireles, transformado

em códigos, aguçando a curiosidade das participantes da oficina para descobrirem

qual seria o poema, recuperando a sua forma original. Uma delas, após análise

demorada, percebeu a palavra borboleta e interagindo com as outras, conseguiram

ler a estrofe do texto poético.

“Meuq em arpmoc mu midraj moc serolf?

Satelobrob ed satium seroc,

Sariedaval e sohnirassap,

Sovo sedrev e siuza son sohnin?...”

Após esse momento, recitei o poema: “Ou isto ou aquilo” e houve um

debate sobre as várias possibilidades que a vida nos oferece.

“Ou se tem chuva e não se tem sol,

Ou se tem sol e não se tem chuva!...”

2ª Oficina:

2º Momento: Mario Quintana

Momentos especiais da vida desse poeta foram relatados, bem como suas

obras mais marcantes e sua importância na literatura.

¹ Priscila, Cláudia e Janete

Arquivo Pessoal da Professora PDE 2010

Como forma de interação do grupo foi proposta a dramatização de uma das

entrevistas do escritor e leitura dos depoimentos postados por seus amigos mais

chegados.

Após, as professoras leram nos slides os poemas: As bruxas de pano e Lili

inventa o mundo – Mario Quintana, que serviram de base para o próximo debate.

O início do debate abordou a importância da brincadeira e da construção da

fantasia nas salas de aula. Ampliou-se para o consumismo. Finalizou na reflexão

que as professoras fizeram da importância de se apresentar esses temas em forma

de textos poéticos.

“As bruxas de pano

Tão maternalmente embaladas

Pelas menininhas pobres

São muito mais belas

Do que as bonecas suntuosas

como princesas - orgulho das vitrinas...”

“Lili vive no mundo do faz-de-conta.

Faz de conta que isto é um avião, zum...

Depois aterrizou em pique e virou trem

Tuc, tuc, tuc, tuc...

Entrou pelo túnel chispando...”

2ª Oficina:

3º momento: Elias José

Teve início com a declamação do poema: “Tem tudo a ver”. Os versos

escritos por Elias José deixam clara a importância da poesia na vida dos seres

humanos.

“A poesia tem tudo a ver com tua

dor e alegrias, com as cores, as formas,

os cheiros, os sabores e a música do mundo...”

Em seguida, relatei fatos da vida e obra desse escritor, bem como a sua

importância no espaço educacional brasileiro.

Priscila, Cláudia e Eliane

Arquivo Pessoal da Professora PDE 2010

Em slides, o poema Grilo grilado, que propositadamente estava com as

estrofes em desordem, foi organizado, lido e dramatizado. Desse modo, mostramos

quão lúdico e divertido podem ser trabalhados os sentimentos humanos.

“O grilo, coitado,

anda grilado,

e eu sei o que há...”

3ª Oficina: De Carona com a Poesia

3. Ruptura do Horizonte de Expectativas –

Esta oficina foi importante, porque foram apresentados poemas reflexivos

compostos por temas diferenciados dos que já haviam sido trabalhados.

Poemas recitados: O retrato – Cecília Meireles; Auto-Retrato – Mario

Quintana; Motivo – Cecília Meireles; Das utopias, Poeminha do contra e Do estilo –

Mario Quintana, promovendo momentos de interação do grupo, reflexão sobre a

importância da poesia em sala de aula. O que esses poemas têm em comum? A

passagem do tempo; os sentimentos como: saudade, esperança, amor.

O retrato – Cecília Meireles

"Eu não tinha este rosto de hoje

assim calmo, assim triste,

assim magro, nem estes olhos

tão vazios, nem o lábio amargo...”

O auto-retrato - Mario Quintana

“No retrato que me faço

- traço a traço -

às vezes me pinto nuvem,

às vezes me pinto árvore...”

Motivo – Cecília Meireles

“Eu canto porque o instante existe

e a minha vida está completa

Não sou alegre nem sou triste:

sou poeta...”

Das utopias – Mario Quintana

Se as coisas são inatingíveis... ora!

Não é motivo para não querê-las...

Que tristes os caminhos se não fora

A mágica presença das estrelas!

Poeminha do contra – Mario Quintana

Todos estes que aí estão

Atravancando o meu caminho,

Eles passarão.

Eu passarinho!

Do estilo – Mario Quintana

Fere de leve a frase... E esquece...

Nada convém que se repita...

Só em linguagem amorosa agrada

A mesma coisa cem mil vezes dita.

4. Questionamento do Horizonte de Expectativas: Reflexão sobre os

sentimentos humanos.

Nesta oficina, os sentimentos humanos foram apresentados em poemas de

Quintana e Elias José, a fim de provocar reflexão tanto sobre as etapas

anteriormente já propostas, como para abrir a possibilidade de leituras mais

complexas de poesia.

Da amizade entre as mulheres – Mario Quintana

Dizem-se amigas... Beijam-se... Mas qual!

Haverá quem nisso creia!

Salvo se uma das duas, por sinal,

For muito velha, ou muito feia...

Da observação – Mario Quintana

Não te irrites, por mais que te fizerem...

Estuda, a frio, o coração alheio.

Farás, assim, do mal que eles te querem,

Teu mais amável e sutil recreio...

Os poemas – Mario Quintana “Os poemas são pássaros que chegam

não se sabe de onde e pousam

no livro que lês.

Quando fechas o livro, eles alçam voo

como de um alçapão...”

A caixa mágica de surpresa – Elias José

“Um livro

É uma beleza,

É uma caixa mágica

Só de surpresa...”

Priscila, Cláudia e Eliane Priscila, Cláudia e Eliane

Arquivo Pessoal da Professora PDE 2010

4ª Oficina: Poesia e Educação 5.Ampliação do Horizonte de Expectativas –

Apresentação da vida de Rubem Alves através de uma crônica escrita por

ele: “Que bom que eles se casaram”.

Em seguida, recitei o texto poético: Há escolas que são gaiolas e há escolas

que são asas – Rubem Alves. As professoras não souberam interpretar a

mensagem. Foram unânimes em dizer que elas gostariam que os alunos estivessem

em uma gaiola, que fossem comportados, obedientes, mas eles têm asas e voam

durante as explicações em sala de aula. Essas questões oportunizaram um debate

reflexivo sobre quem é o professor, quem é o aluno que ele tem em suas aulas, o

que se entende por educação. Nesse momento se tornou patente a importância da

leitura da poesia e se evidenciou o seu envolvimento com a vida, pois permitiu às

professoras do projeto que rompessem com a própria visão sobre o processo

educacional e redimensionassem os limites de ação da leitura, em especial da

poesia.

“Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas

Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo.

Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode

levá-los para onde quiser...”

Em círculo, foi lido o texto “Se fosse ensinar uma criança” – Rubem Alves

complementado com o texto de Charles Chaplin: “Se acaso me houvesse alertado

o interesse”.

“Se fosse ensinar a uma criança a arte da leitura não começaria com as letras e as

sílabas. Simplesmente leria as histórias mais fascinantes que a fariam entrar no

mundo encantado da fantasia...”

“Se acaso alguém me houvesse alertado o interesse, se antes de cada matéria lesse

algum prefácio estimulante que me despertasse a inteligência, me oferecesse

fantasias em lugar de fatos...”

Esta oficina proporcionou uma conversa franca entre mim e as participantes

do projeto. Elas desabafaram sobre o pouco conhecimento que tinham a respeito de

poesia e por esse motivo não exploravam esses textos com seus alunos. A

professora Priscila – Arte, no Dia do Professor, propôs aos seus alunos um trabalho

sobre Acróstico. Pude observar a curiosidade com que os professores procuravam

seus nomes no grande mural afixado no quadro de avisos e a troca de fatos

pitorescos sobre as características citadas pelos alunos a seu respeito. Isso gerou

interação entre professores e alunos. A simples curiosidade dos professores em

saber o que os alunos pensam deles é sinal de que se importam, mas talvez a

distância entre eles, por ausência de uma sensibilização mais ativa, os deixe em

polos diversos do processo educacional, o que não beneficia nem um nem outro.

Julianne Christine Hoepfner

Arquivo Pessoal da Professora PDE 2010

Concomitantemente ao trabalho realizado com as professoras, apresentei a

poesia também aos meus alunos da 8ª C.

Foi assim...

A poesia entrou na vida de meus alunos da 8ª C num dia chuvoso em que as

goteiras impossibilitaram nossa aula de Língua Portuguesa na sala de aula e fomos

ao salão nobre do CE Professor Lysímaco Ferreira da Costa. O conteúdo do dia

estava inserido em um pendrive que precisaria da TV Multimídia para trabalhá-lo. O

professor deve ser criativo e ter uma “carta na manga” caso haja um imprevisto. E

assim modifiquei o meu planejamento.

Havia trinta (30) alunos, formamos um círculo e iniciamos uma roda de

conversa. Comecei recitando a poesia de Cecília Meireles – Lua Adversa: “Tenho

fases como a lua, fases de andar escondida, fases de vir para a rua...” Lembro-me

que alguns meninos se olharam e riram, outros se acotovelaram, atitudes

concebíveis a essa fase da vida. Seria pelo inusitado da situação? Declamação de

poesia sem ser dia das mães? Ou seria algo mais altamente significativo: se se

acotovelavam é por que haviam compreendido algo do poema que lhes suscitava a

manifestação?

Quando terminei, a primeira pergunta foi: “Como a senhora consegue decorar

isso tudo?” Relatei a eles um pouco de minha infância, adolescência e de que modo

a poesia passou a ser importante em minha vida. Depois de várias perguntas, de

uma interação inesperada, pedi que abrissem o caderno e escrevessem o que

quisessem em forma de versos. Era algo novo para eles. Houve silêncio, quebrado

apenas pelo barulho dos pingos de chuva no telhado do salão. Quarenta minutos...

E partiu deles a vontade de ler seus escritos. Confesso que não esperava ouvir o

que ouvi. Os temas escolhidos foram: valorização à vida, amor, música, lembranças.

Fui para casa com muitas ideias fervilhando minha cabeça. Escrevi um e-mail

ao meu orientador professor doutor Juarez Poletto. Encaminhei-lhe os poemas

para que ele classificasse do 1º ao 5º lugar.

O concurso ocorreu com a participação da equipe diretiva do CE. Professor

Lysímaco Ferreira da Costa. O primeiro lugar foi premiado com uma cesta recheada

de bombons e barras de chocolate, do segundo ao quinto lugares receberam

chocolates diversos finamente embalados. O restante da sala foi contemplado com

uma barra de chocolate.

Elaine,

Sobre os 5 poemas, se fosse escolher uma sequência do mais interessante

ao menos (embora considere todos um ótimo exercício de poesia), essa

seria a ordem:

1. Linha de montagem

2. A sala vazia

3. A vida em forma de música

4. O rock

5. A música

Confesso que tenho dúvidas entre o primeiro e o segundo, que se

destacam dos demais. o primeiro pelo pensamento engajado e participante,

o segundo pela proposição subjetiva e existencial.

Dê uma lembrança para os cinco.

Abraço grande

Juarez

E-mail do orientador professor Dr. Juarez Poletto

1ª colocada: A linha de montagem – Julianne Christine Hoepfner

A vida é como uma montanha russa.

Você pode fechar os olhos e gritar.

Ou pode jogar as mãos para cima e curtir.

Poucas pessoas vivem a vida.

A maioria segue as regras.

Como robôs do dia-a-dia.

Como relógios que fazem o mesmo caminho.

Como máquinas do trabalho.

Os mesmos movimentos.

Os mesmos passos.

As mesmas regras.

A mesma frieza.

E o mesmo fracasso.

Tudo acaba igual.

Nada irá se repetir.

Foi o caminho que escolheu.

O caminho mais longo.

A caminhada mais entediante.

O lugar mais cinza e sonolento.

Os robôs escravos.

Com os mesmos sentimentos.

Feche seus olhos e grite.

Você é só mais um.

2ª classificada: A sala vazia – Felipe Ribeiro

Em uma casa muita antiga

esquecida no tempo

existia uma sala que estava vazia,

com algumas tábuas soltas

e uma janela quebrada.

Mas aos meus olhos

era uma sala cheia,

cheia de silêncio e abandono.

Aquela sala me assustava

e me intrigava ao mesmo tempo.

Era tão quieta, que era como se

estivesse parada no tempo.

Lá estava ela uma sala vazia

na qual era impossível

dizer algo ou imaginar.

O som do silêncio presente nela

era tão alto quanto o do rock.

Uma sala vazia

cheia de vozes e fantasmas do passado.

Tão deprimente quanto um drama do cinema.

E eu estava lá, sozinho,

perdido nela para sempre.

Considerações Finais

Aristóteles começa a sua Metafísica: “Todos os homens, enquanto crianças

têm, por natureza, desejo de conhecer...”

Como conhecer poesia se em casa muitos pais não sabem o que seja, e na

escola os professores também desconhecem o seu poder humanizador, capaz de

ensinar os olhos das crianças a verem beleza e refletirem sobre mundo o que as

rodeia?

O processo não foi fácil, havia descrença inicial nos olhos e nas atitudes tanto

dos alunos quanto das professoras, afinal, o desconhecido sempre é assustador.

Mas o método recepcional, que traz em seu bojo o tempo necessário de apropriação

de novos conceitos, ajudou-me a desenvolver o projeto.

O objetivo inicial foi mostrar a riqueza dos poemas dos quatro poetas. No

entanto, tomou outro rumo, porque as participantes acabaram escrevendo poemas.

A finalização do projeto coube às professoras que apresentaram seus poemas, dos

poetas trabalhados, músicas e dramatização do que apreenderam nas oficinas no

salão nobre do Colégio Lysímaco, tendo como público: alguns professores, alunos e

pais de alunos.

Poesia 1º Encontro Priscila Quilles B.Guimarães Primeiro encontro... Quanta surpresa! Mágico, Mágicas,

carinho, doçura sem travessuras. Envolvimento e emoção... sobrou até pra direção. Momentos mágicos! Mágicas lembranças!

Grande e pequeno Priscila Quilles B. Guimarães Eu sou pequena... As pessoas são grandes... E os insetos? De tão pequeninos cabem na palma da minha mão.

E as montanhas? De tão grandes... Só cabem na imaginação E meu Deus... é grande, grande mas cabe no meu pequeno coração.

Janete, Priscila e Cláudia Janete, Priscila e Cláudia

Arquivo Pessoal Professora PDE 2010

Depoimentos colhidos através de um questionário proposto às professoras

Professora: Cláudia Mottin Andrade Cunha – Língua Portuguesa

1. O que entendia por poesia antes do projeto?

Achava que poesia e poema representavam o mesmo significado. Após o

projeto, a poesia ocupou um lugar de destaque, despertou certa emoção.

2. O que o projeto: Poesia, um desafio: virar a página! acrescentou sem sua vida.

Por quê?

Passei a dar mais valor às composições poéticas, comecei a ler mais poesias

para meus alunos, solicitei a construção de algumas poesias, pedindo para que

houvesse algumas palavras que coloquei no quadro. Os alunos aceitaram e fizeram

belas composições.

O trabalho (projeto) realizado pela professora Elaine foi muito gratificante para

os meus conhecimentos. Sua forma de transmitir suas ideias tinha carinho,

sentimentos e conseguia “acalmar”, após um dia de trabalho. Excelente!

Professora: Janete Iara Kososky - Arte

1. O que entendia por poesia antes do projeto?

Que poesia era liberar os sentimentos através do pensamento.

2. O que o projeto: Poesia, um desafio: virar a página! acrescentou em sua vida.

Por quê?

Me trouxe amigos inigualáveis. Hoje, quero ainda mais ler e viver poesia. Nos

identificamos com nossos corações, sonhos e poesia, parece que somamos uma

com a outra.

Professora: Priscila Q. Boldassare Guimarães - Arte

1. O que entendia por poesia antes do projeto?

Algo mágico, mas distante para mim ou de mim.

2. O que o projeto: Poesia, um desafio: virar a página! acrescentou em sua

vida. Por quê?

Me despertou. Acordei para o mundo da poesia, li muitas e já contagiei alguns

alunos também. Mostra que escrever pode ser divertido e significativo.

Professora: Eliane de Souza – Língua Portuguesa/Inglês

Participou de três oficinas com dinamismo, dedicação, lendo, dramatizando

escrevendo poemas. Infelizmente, não pode terminar o projeto por motivos de

doença.

Ao iniciar este projeto, tinha como meta sensibilizar professores para o uso

adequado da poesia em sala de aula. Parti da hipótese de que pouco se fazia a esse

respeito e de que os professores não utilizavam a poesia por se sentirem inseguros

de seu uso e até de sua importância e significação. A hipótese se confirmou já nos

primeiros contatos com os professores, o que tornou minha responsabilidade ainda

maior perante meu objetivo e a comunidade escolar envolvida.

Aplicado o método proposto, porém, as expectativas foram superadas, pois além

de desenvolver o gosto das participantes pela poesia, ampliou-se seu conhecimento

e sua prática. Prova disso foi a atuação delas em sala com a promoção da criação

da poesia por parte dos estudantes. Teria sido suficiente motivá-las, mas vê-las em

ação, ainda antes de o projeto terminar, foi prova de que não é necessário muito

para alterar procedimentos educacionais, basta o método adequado, a motivação e

sensibilidade para sua execução.

As fotos que postei abaixo fazem parte da etapa final do projeto que foi

organizada, planejada e apresentada pela professora Priscila e seus alunos de Arte,

professora Cláudia de Língua Portuguesa e professora Janete de Arte, no salão

nobre do Colégio Estadual Professor Lysímaco Ferreira da Costa.

Arquivo Pessoal da Professora PDE 2010

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Arquivo Pessoal da Professora PDE 2010

Arquivo Pessoal da Professora PDE 2010

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