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7/23/2019 POL_ECO_16_PDF_2013 http://slidepdf.com/reader/full/poleco16pdf2013 1/15 Polícas Econômicas Aula 16 Globalização Objevos Especícos Entender a conjuntura internacional e os fatores que levaram à crise de 2008. Temas Introdução 1 Globalização 2 Mundell-Fleming 3 Comércio Internacional – Acordos Internacionais 4 Fluxo Internacional de Capitais 5 Crise de 2008 e Consequências Considerações nais Referências Ana Borges Professora

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Polícas Econômicas

Aula 16

Globalização

Objevos Especícos

• Entender a conjuntura internacional e os fatores que levaram à crise de 2008.

Temas

Introdução

1 Globalização

2 Mundell-Fleming3 Comércio Internacional – Acordos Internacionais

4 Fluxo Internacional de Capitais

5 Crise de 2008 e Consequências

Considerações nais

Referências

Ana BorgesProfessora

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Introdução

Em 2008, o estouro da bolha imobiliária norte-americana levou à economia mundial

a uma crise comparável ao crash de 1929. A contaminação foi tal que a Europa mergulhou

em uma profunda depressão e governos de diversos países gastaram milhões para evitar a

falência de seu sistema nanceiro. Mas quais são os movos que levaram a crise imobiliária

americana a níveis mundiais do dia para a noite? Por que o problema de um país contamina

todo o mundo rapidamente? Quais os movos que levam a bolsa brasileira a cair quando

as outras bolsas estão em queda? Nesse capítulo veremos o fenômeno da globalização e os

movos de crises nanceiras contaminarem a todos.

1 Globalização

Não há sobra de dúvidas que a palavra globalização dene o comportamento da economia

hoje. As economias são abertas tanto em termos de comércio internacional (importações

e exportações), quanto em termos de mercados nanceiros. Podemos, portanto, denir a

situação atual em uma frase: o dinheiro não tem pátria. Sandroni, no dicionário de economia,

dene globalização da seguinte forma:

Termo que designa o m das economias nacionais e a integração cada vez maior

dos mercados, dos meios de comunicação e dos transportes. Um dos exemplos

mais interessantes do processo de globalização é o global sourcing, isto é, oabastecimento de uma empresa por meio de fornecedores que se encontram em

várias partes do mundo, cada um produzindo e oferecendo as melhores condições

de preço e qualidade naqueles produtos que têm maiores vantagens comparavas.

(SANDRONI, 1999, p. 265).

Em novembro de 2013, a revista americana Time publicou uma matéria em que debate

sobre o m da globalização, ou melhor, a retomada do fenômeno que retorna após a crise

de 2008, ainda mais forte. A reportagem denominada “A globalização não está morta,

está apenas começando” (SCHUMAN, 2013, tradução nossa), vai contra a visão dos mais

pessimistas, a qual acredita que as economias devem se tornar cada vez mais fechadas,

com os fornecimentos locais e não mais de insumos importados. Essa linha de pensamento

defende que a tecnologia em evolução está alterando a indústria de transformação e algumas

empresas dos EUA estão retornando o trabalho da fábrica de volta para os Estados Unidos, de

forma a tornar a produção mais local e menos global.

Mas, ao mesmo tempo, o governo americano está envolvido em um renovado impulso

para o comércio livre com pactos propostos com a União Europeia e um conjunto de

países asiácos e lano-americanos no âmbito da Parceria Trans-Pacíco. Mais importante,

porém, é que a globalização está mudando em alguns aspectos fundamentais. No passado,

a globalização era em grande medida uma rua de mão única: dinheiro e tecnologia uiu

dos EUA e Europa para a China, Índia e outros países de baixa renda, atraindo-os para o

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sistema de comércio global. O processo foi o mesmo com ideias (democracia, capitalismo,

o marxismo) e cultura (música popular, redes sociais,  fastfood , os lmes de Hollywood). Os

países emergentes registraram poucas conexões entre si, e uma inuência limitada sobre a

políca mundial e nanças.

Agora, com a ascensão da China, Índia e outras economias emergentes a globalização

deixou de ser um caminho unilateral para se tornar mullateral. As populações gigantes

de China, Índia e Indonésia passaram a parcipar da globalização, tornando-se mercados

atravos para as grandes corporações. Como resultado, o comércio internacional mudou. A

General Motors, por exemplo, vende mais carros na China do que nos Estados Unidos.

Ao mesmo tempo, empresas dos mercados emergentes estão se tornando atores

globais igualmente importantes. A principal rival da Apple não é uma empresa europeia ou

mesmo japonesa, mas a Samsung da Coréia do Sul. Quanto às empresas brasileiras que setornaram globais, podemos citar a mineradora Vale, a siderúrgica Gerdau e a fabricante de

ônibus Marcopolo.

A Times destaca que a políca global e as nanças não são mais dominadas por poucos

países poderosos, ao lembrar que o G-8 foi substuído pelo G-20 como o principal fórum

global de discussão, dando mais voz aos países como a Turquia, África do Sul e Brasil. A

reportagem leva-nos a pensar que todas essas tendências devem connuar. Empresas que

você provavelmente nunca ouviu falar de antes poderão um dia lhe ofertar um emprego; o

banco central da Índia vai impactar sua carteira de ações; seus lhos farão o download demúsicas e lmes a parr de todos os cantos do mundo.

A conclusão é de que a globalização está se aprofundando, cada vez mais inclusiva e

mais equilibrada entre as diferentes partes do planeta, introduzindo novas ideias, produtos e

artes. O fenômeno parece ainda estar começando e senmos suas consequências no nosso

dia a dia. Basta vericar aonde foi fabricado o computador que você está ulizando para ler

esse texto. Ao pensar em globalização, precisamos ver como as economias se comportam

quando são abertas, e isso ca claro no modelo Mundell-Fleming.

2 Mundell-Fleming

Esse modelo é derivado das curvas IS e LM. Mas quando estudamos o modelo IS-LM,

simplicamos ao estabelecer que a economia que estávamos avaliando era fechada. Agora,

vamos introduzir o comércio internacional. Lembre-se que anteriormente, que a condição de

equilíbrio de nossa curva IS era:

C + S + T = Y = C + I + G

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Onde

C = Consumo

S = Poupança

T = Tributo

Y = Renda

I = Invesmento

G = Governo

Agora vamos acrescentar o comércio internacional no modelo de equilíbrio, ou seja, o

saldo das exportações (X – M: exportações menos importações).

Assim, temos:

C + S + T = Y = C + I + G + X – M

C + I + G = demanda por bens no mercado interno.

As importações devem ser vistas como a demanda interna por bens produzidos

externamente. Já as exportações devem ser vistas como a demanda externa por bens

produzidos internamente na economia.

Rerando o consumo da equação, chegamos à nossa nova IS:

S + T = I + G + X – M

Precisamos entender agora o que inuencia essas variáveis para construirmos nossa

nova curva IS. As variáveis que irão determinar poupança e invesmento são as mesmas

que vimos no modelo de economia fechada, ou seja, dependem posivamente da renda. Já a

demanda por importações depende de outro fato além da renda: a taxa de câmbio (preço do

real em relação ao valor de moedas estrangeiras).

Enquanto a dependência das importações é posiva com relação à renda, ou seja,

quanto mais dinheiro as pessoas têm, mais consumirão produtos importados, a relação das

importações com a taxa de câmbio é negava. Quanto mais elevada a taxa de câmbio, mais

caros os bens estrangeiros se tornarão, provocando uma queda das importações.

As importações dependem da renda Y: quanto mais alta a renda maiores são as

importações. As importações também dependem da taxa real de câmbio. Lembre-

se que a taxa de câmbio é denida como o preço relavo dos bens estrangeiros emtermos de bens produzidos internamente. Uma taxa de câmbio mais alta torna os bens

estrangeiros relavamente mais caros e, assim, faz com que diminua a quandade de

importações. (BLANCHARD, 2010, p. 399).

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Com relação às exportações, vemos uma dependência posiva da renda mundial e

da taxa de câmbio. Quanto mais valorizado está o real em relação às outras moedas, mais

compevas estarão as mercadorias brasileiras no exterior. “A exportação de um país é, por

denição, a importação de outro”. (BLANCHARD, 2010, p. 399).

Depois de entendermos esses conceitos, temos condições de traçar a curva IS. A curva

permanece negavamente inclinada, pois quanto maior a taxa de juros, menor o invesmento.

Valores altos de taxas de juros resultarão em níveis baixos de invesmentos. Para

sasfazer a equação, nesses níveis altos da taxas de juros, a renda precisa ser baixa

para que os níveis de importações e poupança sejam baixos. Alternavamente,

com níveis baixos da taxa de juros, o que resulta em níveis altos de demanda por

invesmentos, para o equilíbrio do mercado de bens é preciso que a poupança e as

importações sejam altas, portanto, Y deve ser alto. (FROYEN, 2003, p. 582).

Ao traçar a primeira curva IS, vamos manter constantes os níveis de gastos governamentais,

os tributos, a renda externa e a taxa de câmbio. Mas, não podemos esquecer que mudanças

nessas variáveis deslocam a curva IS para a esquerda ou para a direita.

A curva LM não se altera em uma economia aberta, pois o estoque de moeda (oferta)

connua sendo estabelecido pela autoridade monetária de um país.

O estoque de moeda real, que pressupomos ser controlado pelo formulador de

polícas nacional, precisa, no equilíbrio, ser igual à demanda real por moeda. É o

estoque de moeda nominal que o formulador de polícas controla, mas com a

premissa de um nível de preços xo, mudanças no estoque de moeda nominal são

mudanças no estoque de moeda real também. (FROYEN, 2003, p. 581).

Gráco 1 - Taxa de juros

Fonte: Froyen (2003).

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2.1 A curva BP

Além das curvas IS e LM, o modelo Mundell-Fleming contém outra curva de equilíbrio,

denominada de BP (Balanço de Pagamentos).

Essa curva representa todas as combinações de taxa de juros/ renda que resultam

em equilíbrio do balanço de pagamentos para uma dada taxa de câmbio. Equilíbrio

do balanço de pagamentos signica que a variação das reservas internacionais é zero.

(FROYEN, 2003, p. 583).

A equação do balanço de pagamentos pode ser escrita da seguinte forma:

X - M + F = 0

Conforme vimos, os dois primeiros termos (X – M) estão relacionados ao comércio

internacional, ou melhor, compreendem a balança comercial. Já o termo F é a entrada líquida

de capitais autônomos, que segundo Froyen consiste no superávit ou décit na conta capitais

autônomos do balanço de pagamentos.

A entrada de capitais depende posivamente do diferencial da taxa de juros interna

em relação à taxa de juros externa. Uma elevação na taxa de juros interna em relação

à taxa de juros externa leva a um aumento na demanda por avos nanceiros

doméscos (por exemplo, tulos) em lugar de avos estrangeiros e a entrada líquida

de capitais no país aumenta. Uma elevação da taxa de juros externa tem o efeitooposto. (FROYEN, 2003, p. 584).

Desta forma, podemos concluir que a curva BP tem inclinação posiva.

Quando o nível de renda sobe, a demanda por importações também aumenta, mas não a

demanda por exportações. Para manter o equilíbrio do balanço de pagamentos, a entrada de

capital deve aumentar, o que acontecerá se a taxa de juros for mais alta. (FROYEN, 2003, p. 584).

Gracamente, temos:

Fonte: Froyen (2003).

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3 Comércio Internacional – Acordos Internacionais

O comércio internacional não depende somente da demanda dos países e da taxa de

câmbio, ou seja, não ocorre livremente.

Em uma economia aberta, os formuladores da políca econômica tentam manter o

equilíbrio interno (pleno emprego e um nível de preços estável) e o equilíbrio externo

(nível da conta corrente que não seja tão negavo que o país não possa pagar sua

dívida externa, nem tão posivos que os estrangeiros sejam colocados naquela

posição). A denição de equilíbrio externo depende de diversos fatores, incluindo o

regime da taxa de câmbio e as condições econômicas mundiais. Como as polícas

macroeconômicas de cada país têm repercussões no estrangeiro, a capacidade de um

país angir os equilíbrios interno e externo depende das polícas que outros países

adotam. (KRUGMAN, 1999, p. 575).

Os países não querem importar sem limites, pois isso prejudica a balança comercial,

provocando décits e prejudicando a produção interna.

Os governos não gostam de décits comerciais e por boas razões. A principal é: um

país que experimenta um décit comercial constante acumula dívidas com o resto

do mundo e, assim, tem de pagar juros cada vez mais altos para o resto do mundo.

Portanto, não é de surpreender que os países preram aumentos da demanda

estrangeira (que provocam melhoria da balança comercial) a aumentos da demanda

interna (que levam à deterioração do balanço comercial). (BLANCHARD, 2010, p. 407).

Portanto, os países buscarão acordos comerciais e proteção para suas importações. A

busca por coordenar esses interesses é o alvo da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Com sede na Suíça, a organização tem por objevo supervisionar e liberalizar o comércio

internacional. A OMC surgiu ocialmente em janeiro de 1995, após o Acordo de Marrakesh,

e substuiu o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT), que começou em 1948. Desde

então, a OMC tem atuado como a principal instância para administrar o sistema mullateral

de comércio.

A organização tem por objevo estabelecer um marco instucional comum para

regular as relações comerciais entre os diversos Membros que a compõem,

estabelecer um mecanismo de solução das controvérsias comerciais, tendo como

base os acordos comerciais atualmente em vigor, e criar um ambiente que permita a

negociação de novos acordos mullaterais e plurilaterais entre os Membros. (hp://

migre.me/gQkNM).

O sistema de solução de controvérsias da Organização Mundial do Comércio (OMC) é

considerado um dos pilares do sistema mullateral de comércio e tem por objevo promover

segurança e previsibilidade nas relações comerciais entre os Membros da OMC. Ele permiteque os Membros da organização resolvam, de forma pacíca, as controvérsias comerciais

existentes, com base nas regras mullaterais em vigor.

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Sua existência é de vital importância para países como o Brasil que dependem de

um sistema de normas para defender seus interesses. Os países em desenvolvimento

são hoje a grande maioria dos Membros desta Organização e só cabe a eles fazer

valer os seus interesses, já que as decisões na OMC são tomadas por consenso.

(DESENVOLVIMENTO, 2013).

Segundo o Ministério da Agricultura, o Brasil parcipa dos processos de consulta e

negociação, cujos principais objevos são o fortalecimento do sistema mullateral de comércio,

inclusive o Mecanismo de Solução de Controvérsias, a m de permir a expansão das trocas

internacionais em ambiente estável, não discriminatório e favorável ao desenvolvimento;

a busca pelo aprimoramento connuo das regras de comércio internacional, inclusive para

buscar disposivos que atendam às necessidades próprias dos países em desenvolvimento

(seja por meio de maior exibilidade na aplicação de determinadas regras e na forma como

se processa a abertura comercial, seja na eliminação de assimetrias prejudiciais a essespaíses); e a garana da crescente abertura dos mercados internacionais para bens e serviços

brasileiros.

4 Fluxo Internacional de Capitais

Não é incomum ouvirmos a frase: o capital não tem pátria. Essa questão é de extrema

importância para entendermos onde se encontra a economia internacional hoje. A livre

mobilidade de capitais implica em como as polícas econômicas de cada país devem ser

levadas em frente. Há constante aumente dos uxos internacionais de capitais diante da

integração dos mercados internacionais, que se intensicou na década de 90. No Brasil, a

plena abertura ocorreu no início dos anos 90, durante o governo Collor.

No que se refere, em especial, às polícas monetária e nanceira, essas mudanças no

quadro nanceiro internacional têm mostrado cada vez mais que há uma diculdade

crescente, por parte dos bancos centrais, de sustentarem determinados pos de

regimes cambiais, principalmente para aqueles regimes que se caracterizam por

ancoragem cambial, isto é, aqueles que estabelecem sistemas ajustáveis de câmbio

xo, prexações, bandas cambiais, dentre outros. (GABRIEL; OREIRO, 2008).

Essa integração dos mercados nanceiros aumentam tanto a dependência das economias

quanto o risco e a instabilidade nanceira. Tais instabilidades caram claras nas diversas crises

na década de 90, ano 2000 e, mais recentemente o grande colapso de 2008. Como exemplo,

podemos citar as crises do México (1994), Ásia (1997), Rússia (1998), Brasil (1999 e 2002),

Turquia (2001) e Argenna (2001). Todas essas crises contaminaram os países emergentes,

como o Brasil, conforme vimos no capítulo anterior.

A Crise Asiáca teve início em 1997, com a desvalorização da moeda tailandesa (baht).

Segundo Krugman (1999), a Tailândia mostrava sinais de tensões nanceiras havia mais de

um ano.

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Primeiramente, o mercado imobiliário do país e, depois o mercado de ações entraram em

declínio. Na primeira metade de 1997, a especulação sobre uma possível desvalorização

do baht levou a uma perda acelerada das reservas cambiais estrangeiras e, em 2 de julho,

o país tentou uma desvalorização controlada de 15%. Mas, como no caso do México em

1994, a desvalorização moderada fugiu ao controle, deagrando especulação em massa

e uma precipitação muito mais profunda. (KRUGMAN, 1999, p. 727).

A Tailândia é uma economia pequena, mas contaminou os países vizinhos. Os invesdores

passaram a especular com as moedas da Indonésia e da Coréia do Sul.

Como consequência direta da depressão da região, houve reduções ou recessões em

diversas economias vizinhas, entre elas Hong Kong, China, Cingapura e Nova Zelândia.

O Japão e até mesmo partes da Europa senam os efeitos. (KRUGMAN, 1999, p. 728).

As consequências dos problemas asiácos rebateram diretamente em dois países: Rússiae Brasil. Em 1997, a Rússia encontrava-se fragilizada. No ano, a economia russa até apresentou

crescimento e certa estabilidade da inação. Entretanto, o governo exibia diculdade de

cobrar impostos e reduzir seus gastos, assim houve um forte endividamento do Estado.

Somada a esse quadro está a queda do preço do petróleo e a redução da exportação de

outros bens de consumo russos. Assim, invesdores passaram a desconar de uma acentuada

desvalorização da moeda russa.

Apesar da relavamente pequena importância da Rússia para a riqueza dos invesdores

internacionais, suas ações criaram pânico no mercado de capitais mundial, à medidaque os invesdores tentavam aumentar sua liquidez vendendo valores mobiliários de

mercados emergentes. (KRUGMAN, 1999, p. 730).

A crise russa, por sua vez, contaminou o Brasil, que entrou em crise no ano de 1999. O

país também exibia problemas de endividamento público.

A especulação connua contra o real havia aumentado as taxas de juros nacionais e engolido

os décits do governo. No m de 1998, a pressão de especulação intensicou-se e as reservas

estrangeiras do Brasil começaram a esvair-se rapidamente. (KRUGMAN, 1999, p. 730).

Conforme se pode notar, as crises nanceiras mundiais são recorrentes diante do

“contágio” de uma crise local provocado pela globalização dos mercados. Atualmente, o

comportamento não é diferente, conforme veremos no estudo da crise americana de 2008

que atravessou os oceanos para angir a Europa, com respingo de emergentes.

5 Crise de 2008 e Consequências

Podemos armar que a crise de 2008, também denominada bolha subprime teve início

quatro anos antes, com a Era do Derivavo (Wall Street). Derivavos são tulos que derivam

de um contrato existente. Nas palavras de Sandroni:

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Operações nanceiras cujo valor de negociação deriva (daí o nome derivavos) de

outros avos, denominados avos-objeto, com a nalidade de assumir, limitar ou

transferir riscos. Abrangem um amplo leque de operações: a termo, futuros, opções

e swaps, tanto de commodies  quanto de avos nanceiros, como taxas de juros,

cotações futuras de índices etc. (SANDRONI, 1999, p. 165).

Nos Estados Unidos, surgiram as CDOs (CollateralizedDebtObligaon  - Obrigação de

Dívida Colateralizada). Esses tulos são extremamente complexos. Podemos denir esses

papéis como uma obrigação de dívida garanda por avos. A palavra colateralizada está

relacionada à transferência de risco e do direito de recebimento dos juros e principal, ou

seja, quem dá o emprésmo, vende para outro o tulo, transferindo a dívida e o risco. Esse

tulo transferido, denominado de recebível, é garando pelo avo adquirido, nesse caso, o

imóvel. Assim, os imóveis eram transferidos para um endade legal que emia a CDO. Em

poucas palavras: os bancos nanciavam as casas, mas pediam “emprestado para emprestar”.

O risco da operação era pracamente zero, pois os imóveis nos Estados Unidos não

desvalorizavam, ao contrário, entre 1997 e 2006, houve um boom de valorização. Segundo

dados do argo “Analisando a Crise do Subprime”, publicado pela Revista do BNDES, em

dezembro de 2008, entre 1997 e 2006, os preços dos imóveis se elevaram de forma connua,

chegando a triplicar de valor. “Esse processo foi, em boa medida, impulsionado pelo aumento

do crédito imobiliário americano, que esteve apoiado em taxas de juros relavamente baixas,

parcularmente após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001”. (BORÇA JUNIOR;

TORRES FILHO, 2008, p. 134).

Assim, houve um forte crescimento do mercado de hipotecas americano, que

movimentou, entre 2001 e 2006, uma média anual de US$ 3 trilhões em novas operações,

angindo um máximo de quase US$ 4 trilhões em 2003.

Dois fatores são responsáveis por explicar a magnitude desses valores. De um lado,

houve uma forte ampliação da escala do mercado hipotecário norte-americano, com

a incorporação de novos potenciais tomadores de nanciamento imobiliário e, de

outro, o crescimento vigoroso do processo de securização desses créditos. (BORÇA

JUNIOR; TORRES FILHO, 2008, p. 135).

Por securização, podemos entender o papel das CDOs nesse processo, explicado

anteriormente.

O excesso de crédito e as facilidades de invesmento esmularam as famílias a tomarem

emprésmos para a aquisição de novos imóveis ou até mesmo para trocarem sua casa por um

imóvel melhor. Todo esse movimento levou a novas valorizações dos imóveis e a um processo

de “relaxamento” das concessões de crédito, pois os vendedores de hipotecas originais

perceberam que para receber a comissão, basta a assinatura do comprador. A qualidade de

crédito foi deixada de lado. Essas hipotecas foram denominadas de subprime, pois foram

dadas a indivíduos que não denham histórico de crédito ou eram inadimplentes, em geral,

famílias de baixa renda.

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Chegou-se até a criar um nome especíco para esse po de comprador: os ninjas (no

income,no job,orassests  - nenhuma renda, nenhum emprego, nenhum avo). Os ninjas

não nham renda suciente para pagar sua hipoteca, nem documentos para abrir a linha de

crédito. Para vender as hipotecas, foram realizadas “promoções especiais”; nos primeiros

anos as prestações eram extremamente baixas, mas após reajustadas, a inadimplência eraiminente. Os dados da Revista do BNDES dão conta do crescimento do volume das operações

subprime. Ao nal de 2006, o volume angiu US$ 600 bilhões, cerca de 20% do total das

novas hipotecas.

A sustentação do ciclo imobiliário expansionista até o m de 2006 se deve à maior

relevância adquirida pelo segmento subprime a parr de 2004, tanto no que tange

à emissão de novas hipotecas quanto ao seu processo de securização dos créditos

subprimeforamnanciados,basicamente,pelaobtençãode recursoscoma venda

detulosnomercado. Assim, a manutenção da bolha no mercado imobiliário dosEUA foi realizada primordialmente, pela incorporação dessa parte “menos nobre” de

tomadores de hipotecas. (BORÇA JUNIOR; TORRES FILHO, 2008, p. 136).

No livro “Uma Colossal Falta de Bom Senso”, que fala sobre a quebra do banco Leman

Brothers, o ex-vice-presidente da instuição Lawrence G. Mcdonald, lembra que com o

iminente aumento das taxas de juros, ocorreu um aumento da inadimplência (2006), com

as famílias abandonando suas casas. Como consequência, New Century, que vendia US$

5 bilhões mensais em hipotecas (US$ 6,3 bi em 2000 para US$ 60 bi em 2006), declarou

falência em 2007. As corretoras subprime estavam fechando suas portas. Segundo Mcdonald,

em um movimento contra a maré, o banco Lehman Brothers parte para aquisições e alavanca

o capital. Passivo de 40 vezes o capital (dez. 2007).

As possibilidades de manutenção desse ciclo imobiliário expansionista deixaram de exisr

na medida em que a taxa básica de juros norte-americana foi sendo gradavamente

elevada, saindo do patamar de 1% a.a., em maio de 2004, para 5,25% a.a., em junho de

2006. A contraparte desse aperto monetário foi, a parr de 2007, uma sensível queda

dos preços dos imóveis, que inviabilizou a connuidade do processo de renanciamento

das hipotecas e, ao mesmo tempo, provocou uma ampliação dos inadimplementos e

execuções. (BORÇA JUNIOR; TORRES FILHO, 2008, p. 139).

O aumento da inadimplência das taxas de juros americanas, a queda do preço dos

imóveis diante do desaquecimento do mercado imobiliário americano, desencadearam

o início da crise do subprime, em 2007. A elevação dos juros americanos pôs m ao ciclo

vicioso: sem dinheiro fácil, as pessoas deixaram de consumir, cai o número de pedidos dos

produtos chineses e os chineses reduzem as compras de tulos do tesouro norte-americano.

O circo estava formado.

Ao mesmo tempo, os invesdores enxergando o risco das aplicações em fundos

imobiliários passaram a sacar os recursos, deixando os bancos expostos ao risco. Iniciou-se

o problema de liquidez no sistema nanceiro americano e europeu, grandes detentores dos

chamados tulos podres. Ninguém sabia o tamanho do rombo que esteva por vir.

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O crescimento do mercado de hipotecas e a securização dos créditos subprime foram

nanciados, basicamente, pela obtenção de recursos com a venda de tulos no mercado

de capitais por ação de agentes privados. Foi nessa avidade que os grandes bancos e

corretoras veram um papel decisivo. (BORÇA JUNIOR; TORRES FILHO, 2008, p. 140).

A operação envolvia a venda de imóvel para um comprador através do fundo hipotecário,

que “vendia” esses nanciamentos para um fundo CDO, que repassava esses papéis em forma

de derivavos para invesdores de todo o mundo, cujo retorno era proporcional ao risco.

“Um fundo CDO formado apenas de hipotecas residenciais podia, assim, ser formado por

direitos sobre milhares de contratos, agrupados de diferentes formas e, por meio dos mais

diversos instrumentos”. (BORÇA JUNIOR; TORRES FILHO, 2008, p. 142).

Desta forma, o risco era diluído e deixava de ser das instuições originadoras para ser

desnado aos mais diversos pos de invesdores. Assim, os invesdores avessos ao risco

acabavam por adquirir avos lastreados em hipotecas subprime acreditando que não havia

risco algum. Segundo o IEDI, em 2008, foram emidos US$ 186,7 bilhões de CDOs e em 2007

US$ 177,6 bilhões. Entre 2000 e 2007, o total de CDOs emidas somou US$ 652,9 bilhões.

Com o desaquecimento do mercado imobiliário, os preços dos imóveis passaram a ceder

a parr de 2007, elevando a inadimplência e as execuções das hipotecas. Ao mesmo tempo,

não havia mais compradores. Os atrasos das prestações comprometeram as receitas dos

fundos e novas colocações, assim os invesdores “pulam fora” das CDOs: a porta de saída

passa a ser estreita demais. Concomitante a esse movimento, os bancos viram seus custos de

captação tornaram-se mais altos. O setor nanceiro americano como um todo corria fortes

riscos de falência.

Como consequência, os bancos americanos começam a decretar falência em 2008. O

IndyMac, sémo maior banco originador de hipotecas, decreta falência em julho, com um

rombo esmado entre US$ 4 e 8 bilhões. Duas gigantes hipotecárias dos EUA, a Fannie Mae

e a Freddie Mac, também quebraram, pois denham quase a metade dos US$ 12 trilhões em

hipotecas no país. As duas registraram rombos de US$ 5,2 trilhões, com alavancagem de 65

vezes. Houve uma queda assombrosa das ações: Fannie Mae, de US$ 70 para US$ 6,82. As

duas sofreram intervenção do governo norte-americano em setembro de 2008.

Em março de 2008, o banco norte-americano Bear Stearns pediu falência e foi vendido

por US$ 236 milhões para o JP Morgan, com a ajuda do governo americano, milhões, ou

US$ 2 por ação. Um ano antes, o papel era negociado a US$ 70. Meses depois foi a vez

do Merrill Lynch e o Lehman Brothers, o terceiro e quarto maiores bancos de invesmento

dos Estados Unidos. Para salvar o primeiro, o Bank of America anunciou a compra do banco

de invesmentos Merril Lynch por cerca de US$ 44 bilhões. O preço de venda representou

uma avaliação de US$ 29 por ação, cerca de dois terços do valor que o Merrill nha há um

ano. “Inicialmente, o Bank of America nha proposto comprar o Lehman, possivelmente em

colaboração com outras instuições nanceiras, mas nalmente se jogou atrás perante a

resistência do Governo dos Estados Unidos a apresentar nanciamento”. (FOLHA DE S. PAULO,

14 set. 2008). A compra do Merrill decretou a morte do Lehman.

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A quebra do Lehman Brothers, no dia 15 de setembro de 2008, foi um divisor de águas com

consequências desastrosas para a economia mundial. O banco havia invesdo fortemente em

tulos ligados ao mercado do chamado subprime e sua carteira era em grande parte ancorada

em valores hipotecários. O temor de que o valor da carteira era menor do que o esmado

minaram a conança na instuição. Em um ano, as ações despencarem mais de 95% (US$ 82para menos de US$ 4). Nos três primeiros trimestres de 2008, o banco havia anunciado uma

baixa contábil de US$ 7,8 bilhões, levando ao maior prejuízo líquido de sua história. O banco

também admiu que ainda possuía US$ 54 bilhões em invesmentos atrelados ao mercado

imobiliário com risco potencial de dicil avaliação.

No dia seguinte à quebra do Lehman, a AIG, uma das maiores seguradoras do mundo

“anunciou sua quebra”, evitada pelo governo americano. O Federal Reserve, o banco central

dos Estados Unidos, anunciou um emprésmo de US$ 85 bilhões para tentar evitar a falência

da seguradora, em troca de 80% das suas ações. A instuição vendia seguros não apenaspara pessoas comuns, mas também para grandes empresas, especialmente bancos no caso

de seus negócios darem errado. A AIG estava sob forte pressão nanceira depois de ter

registrado perdas em três trimestres consecuvos que totalizaram US$ 18,5 bilhões. A AIG,

uma das maiores seguradoras do mundo, perdeu 80% de seu valor de mercado em apenas

um dia, antes de ser socorrido pelo governo americano com um pacote bilionário de dólares.

Até meados de outubro de 2008, os prejuízos trazidos a público decorrentes da crise

do suprime alcançavam cerca de US$ 660 bilhões. Segundo a revista do BNDES, as perdas

estavam concentradas em cinco instuições: Wachovia, Cigroup, Merrill Lynch, WashingtonMutual e UBS. Com o colapso iminente de seu sistema nanceiro, o Tesouro americano

anuncia uma série de medidas para evitar o pior. O mesmo foi feito por outras economias

europeias. O plano do governo dos EUA era de ulizar US$ 700 bilhões para comprar os

tulos hipotecários que perderam valor e ameaçavam os bancos em crise. O plano salva:

Cibank, Bank of America, GM, Goldman Sachs e Morgan Stanley.

Logo em seguida (18 de setembro), os seis principais bancos centrais do mundo

anunciam uma “medida coordenada”, quando o Banco Central Europeu (BCE) anunciou que

liberaria US$ 40 bilhões. A Grã-Bretanha também se comprometeu com US$ 40 bilhões. Em12 de outubro de 2008, os 15 países da União Europeia concordaram em adotar um plano

conjunto contra a crise, que colocaria até US$ 2,5 trilhões à disposição de suas instuições

nanceiras. À frente da ação, ainda em outubro, o governo britânico aprovou um plano para

estabilizar o sistema bancário, com injeção cerca de 62 bilhões de euros. O banco central

britânico prometeu ainda mais 259 bilhões de euros em forma de créditos em curto prazo,

uma maneira de aumentar a liquidez de bancos e instuições hipotecárias.

Já o banco do Japão injetou bilhões de dólares na economia, em caráter de emergência,

na tentava de animar o mercado nacional. Os valores somaram um total de US$ 332,172bilhões de 15 de setembro a 10 de outubro. Ao nal de outubro foi lançado um pacote de

cerca de US$ 277 bilhões em cortes de impostos, ajuda direta ao consumidor e crédito a

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pequenas empresas, além de medidas como a diminuição nos pedágios de estradas. E olha

que a economia japonesa já vinha mal antes da crise. A China ingressou nos megapacotes ao

nal de outubro e anunciou um plano de US$ 292 bilhões para a construção de ferrovias até

2020. A ação não foi suciente para afastar temores de que a China vesse se contaminado

com a crise iniciada nos EUA. O país observou uma desaceleração no crescimento do PIB e,novembro, lançou novo pacote, no total de US$ 584 bilhões a serem usados até 2010 para

reaquecer a economia.

Como consequência das ajudas e da crise que assolava o sistema nanceiro nacional, o

PIB da Zona do Euro teve uma queda de 1,5% no quarto trimestre de 2008, em relação ao

trimestre anterior, a maior contração da história da economia da zona. Os governos injetaram

trilhões de dólares nas economias dos países mais afetados. E, no caso da Europa, a iniciava

agravou os décits nacionais.

Em fevereiro de 2010, uma reportagem do “The New York Times” revelou que a Grécia

teria fechado acordos com o banco Goldman Sachs para esconder parte de sua dívida pública.

A nocia levou a Comissão Europeia a invesgar o assunto e desencadeou uma onda de

desconança nos mercados. O clima de pessimismo foi agravado em abril pelo rebaixamento

das agências de classicação de risco, das notas dos tulos soberanos de Grécia, Espanha e

Portugal.

Os PIIG - Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha - atuaram de forma mais indisciplinada

nos gastos públicos e se endividaram excessivamente. Além de elevada relação dívida/ PIB,mostraram pesados décits orçamentários. A crise fulminou o orçamento dos PIIGS, porque

exigiu mais gastos em um momento em que caía a arrecadação e aumento do décit desses

países. A Zona do Euro, assim, mergulhou em forte crise no contexto da globalização.

Considerações finais

Nesse capítulo vimos como a globalização dos mercados nanceiros e a abertura

econômica das economias inuenciam os países. Vimos os riscos do sistema econômico atual

e abrodamos as principais crises econômicas que assolaram a economia internacional, com

consequências para as economias dos países emergentes e desenvolvidos. Ainda senmos

as consequências da crise de 2008. O mundo, quatro anos depois começa a enganhar, com

mudanças nas teorias econômicas e aumento da regulamentação do mercado nanceiro.

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