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A PERCEPÇÃO DA ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL POR PROFESSORES E ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE UM COLÉGIO DA REDE ESTADUAL DE CURITIBA-PR Sandra Larson * – PUCPR Romilda Teodora Ens ** - PUCPR Resumo A pesquisa objetiva discutir a concepção de professores e alunos frente á orientação profissional no ensino médio. Busca também identificar as perspectivas dos alunos em relação á orientação profissional e descrever a percepção dos educadores que atuam nessa área frente a essa prática. Em sua fundamentação teórica analisa as relações entre o orientador profissional, o professor e o jovem no ensino médio como elementos articuladores da construção e elaboração de estratégias frente a orientação profissional com adolescentes em face as suas decisões com a futura profissão. A adolescência é um processo, no qual o ser humano passa por grandes transformações num estrito espaço de tempo que varia conforme a cultura e a sociedade. Ocorrem transformações físicas e psicológicas que elevam ao alcance da maturidade. Uma questão extremamente importante que surge nesse momento é a escolha profissional. Esta escolha está envolta pelas interferências de fatores sociais, educacionais e familiares. Com apoio teórico em Bohoslavsky (1998), Lisboa (2000), Menezes (1998) e Torres (2001) apresenta-se a importância do trabalho com a orientação profissional no ensino médio. No que se refere ao trabalho de campo, apresenta dados coletados em um Colégio da rede Estadual de Curitiba. Na análise dos dados descreve-se a percepção de educadores e alunos sobre a orientação profissional no ensino médio, partindo de uma análise qualitativa, a qual permite examinar as informações obtidas em múltiplos aspectos envolvendo a questão da orientação profissional no ensino médio. Os resultados apontam que a presença de profissionais qualificados na instituição é de suma importância para a eficácia do trabalho, além da necessidade da orientação profissional estar inserida num projeto coletivo, atendendo a diversidade de situações sociais e mobilizando estratégias a serem adotadas na escola. Palavras-chave: Orientação profissional; Ensino Médio; Trabalho coletivo. * Acadêmica do Curso de Pedagogia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR. Bolsista PIBIC ** Professora do Curso de Pedagogia-PUCPR. Doutoranda em Educação-PUCSP. Orientadora de pesquisa.

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O Brasil e Inclusão Social

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  • A PERCEPO DA ORIENTAO PROFISSIONAL POR PROFESSORES E ALUNOS DO ENSINO MDIO DE UM COLGIO DA REDE ESTADUAL DE

    CURITIBA-PR

    Sandra Larson* PUCPR Romilda Teodora Ens**- PUCPR

    Resumo

    A pesquisa objetiva discutir a concepo de professores e alunos frente orientao profissional no ensino mdio. Busca tambm identificar as perspectivas dos alunos em relao orientao profissional e descrever a percepo dos educadores que atuam nessa rea frente a essa prtica. Em sua fundamentao terica analisa as relaes entre o orientador profissional, o professor e o jovem no ensino mdio como elementos articuladores da construo e elaborao de estratgias frente a orientao profissional com adolescentes em face as suas decises com a futura profisso. A adolescncia um processo, no qual o ser humano passa por grandes transformaes num estrito espao de tempo que varia conforme a cultura e a sociedade. Ocorrem transformaes fsicas e psicolgicas que elevam ao alcance da maturidade. Uma questo extremamente importante que surge nesse momento a escolha profissional. Esta escolha est envolta pelas interferncias de fatores sociais, educacionais e familiares. Com apoio terico em Bohoslavsky (1998), Lisboa (2000), Menezes (1998) e Torres (2001) apresenta-se a importncia do trabalho com a orientao profissional no ensino mdio. No que se refere ao trabalho de campo, apresenta dados coletados em um Colgio da rede Estadual de Curitiba. Na anlise dos dados descreve-se a percepo de educadores e alunos sobre a orientao profissional no ensino mdio, partindo de uma anlise qualitativa, a qual permite examinar as informaes obtidas em mltiplos aspectos envolvendo a questo da orientao profissional no ensino mdio. Os resultados apontam que a presena de profissionais qualificados na instituio de suma importncia para a eficcia do trabalho, alm da necessidade da orientao profissional estar inserida num projeto coletivo, atendendo a diversidade de situaes sociais e mobilizando estratgias a serem adotadas na escola.

    Palavras-chave: Orientao profissional; Ensino Mdio; Trabalho coletivo.

    *

    Acadmica do Curso de Pedagogia da Pontifcia Universidade Catlica do Paran PUCPR. Bolsista PIBIC **

    Professora do Curso de Pedagogia-PUCPR. Doutoranda em Educao-PUCSP. Orientadora de pesquisa.

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    Introduo

    A escolha de uma profisso no tarefa fcil, principalmente para um jovem que em meios as transformaes biolgicas e psicolgicas, pelas quais passam.Geralmente nessa fase, os adolescentes so surpreendidos por vrias indagaes, uma delas referente a escolha profissional. Essas escolhas envolvem a preocupao dos adolescentes em ganhar dinheiro, pois muitas vezes optam por uma profisso sem saber ao menos suas aptides e preferncias.

    Na busca de encontrar caminhos para esses impasses no Brasil, o mais recente compromisso do Estado com a Educao foi normatizado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional(LDB), aprovada em 20 de dezembro de 1996, sob o n 9394/96 que, para Menezes (1998, p.304) estabelece em seus artigos O ensino mdio ter como finalidade a preparao para o trabalho e cidadania do educando.

    Partindo dessas reflexes e tendo clareza que o trabalho com a orientao Profissional no ensino mdio ir contribuir para que os jovens desenvolvam a capacidade de elaborar estratgias e de se posicionar em relao a futura profisso realizou-se esta pesquisa com o objetivo de verificar a percepo da orientao profissional por professores e alunos do ensino mdio de um colgio da rede estadual de ensino.

    Desse modo, justifica-se a presente pesquisa, pois ser pela concepo de professores e alunos que as escolas podero organizar essa orientao que ir facilitar sem dvida a escolha profissional dos adolescentes que buscam encontrar respostas para os seus interesses e habilidades.

    Nesse contexto o papel da escola na insero do indivduo na sociedade e bastante relevante. Assim, delineia-se o sentido da presente pesquisa, a qual pretende contribuir para que a orientao profissional possa beneficiar os jovens na busca de uma profisso, alm de descrever a percepo dos educadores a respeito da orientao profissional, bem como buscar identificar as perspectivas e a percepo dos alunos do ensino mdio em relao orientao profissional.

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    O orientador profissional

    A formao de orientador profissional no Brasil vem se constituindo um processo evolutivo importante. Os cursos que oferecem a possibilidade de formao nessa rea so os de Pedagogia e Psicologia. A preparao de alunos em cursos de Psicologia e de Pedagogia para atuarem como orientadores profissionais vem se desenvolvendo na forma de opo desse profissional. E uma vez diplomado o aluno tem permisso para atuar como orientador profissional independente de ter se dedicado ao estudo dessa rea de conhecimento. Nessa medida torna-se necessria a existncia de cursos de extenso.

    Outro aspecto a ser apontado o desenvolvimento da indstria eletrnica, informtica, robtica como tecnologias de ponta, as quais causam impactos que ultrapassam em muito os limites da estrutura produtiva, apresentando extenses considerveis em termos sciopolticos. Assim, no decurso desse processo galopante, presenciam-se, tambm, profundas mudanas no campo ocupacional. Algumas profisses esto extinguindo-se e dando lugar a outras, novas e revolucionrias, compatveis com o desenvolvimento atual.

    O orientador profissional, hoje mais do que nunca precisa comprometer-se. Ele no pode mais se preocupar em orientar s para o futuro. Cabe a ele estar inserido numa proposta mais globalizante no sentido de conscientizao, a partir do que ocorre atualmente na sociedade em suas vrias dimenses econmicas, poltica, social e educacional.

    O papel do orientador profissional est cada vez mais complexo, pois como afirma Lisboa (2000, p.19) No se trata apenas de escolher uma profisso que satisfaa os desejos de quem escolhe em maior ou menor profundidade para que se tenha chance de inserir o indivduo no mundo de trabalho. E, continua o autor explicitando caber ao orientador no apenas estimular as aes cognitivas do jovem, mas estimular sua curiosidade e a procura pelo novo, a expresso pessoal diante do grupo e a avaliao e a percepo do outro sobre si mesmo, enfim, participar desse processo, favorecendo a maturidade do jovem por meio de situaes experimentais e que por meio disso o orientando possa construir

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    sua auto-imagem e elaborar estratgias em face as suas decises com a futura profisso. (p. 20)

    A orientao profissional no ensino mdio

    O momento da opo do curso superior ocorre no perodo da adolescncia quando os jovens esto vivenciando diversos conflitos inerentes a essa faixa etria. Nesta fase da vida o indivduo no mais uma criana do ponto de vista fsico e mental, embora no tenha ainda atingido o nvel emocional que caracteriza a vida adulta. A adolescncia representa uma fase tpica de dicotomia e dualismo em que o indivduo sentindo-se adulto experimenta a necessidade de maior liberdade e auto-afirmao, mas em sua procura de realizaes sente-se constrangido por uma srie de limitaes pessoais e princpios sociais. , portanto uma fase de ajustes e desajustes e requer grande esforo de adaptao. Ao chegar adolescncia o indivduo comea a sentir a necessidade de ater-se ao que slido e que lhe oferea o sentido da existncia. Sua busca de realizao caracterizada pela procura e conservao de valores entre os quais o mais precioso o eu.

    O momento da escolha profissional coincide com a fase de desenvolvimento na qual o jovem est se descobrindo novamente. quando est definindo sua identidade: quem ele quer ser e quem ele no quer ser. A identidade ocupacional um dos componentes da identidade pessoal, diz respeito a como uma pessoa integra as suas diferentes identificaes. Estes aspectos so confirmados por Bohoslavsky (1998, p. 49) quando diz A escolha ocupacional ento o reflexo de como o jovem lida com sua crise de identidade,que um colocar-se no mundo de forma a responder aos anseios, expectativas e habilidades. Pois, como diz o autor Os aspectos relacionados identidade ocupacional em adolescentes caracterizam a necessidade de o jovem assumir compromissos e colocar-se frente a vida adulta levando a questionamento, dvidas e incertezas (p. 50).

    A esse respeito Lisboa (2000, p.87) complementa A identidade ocupacional estar na interseco com a identidade do adolescente. No entanto, o que se verifica na realidade que a maioria das escolas isenta-se de qualquer

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    responsabilidade sobre as escolhas profissionais de seus alunos e remete s famlias o dever de assisti-los em suas necessidades.

    A princpio comum o jovem se espelhar na profisso do pai, ou da me ou de algum da famlia. natural, pois estas so as profisses que melhor conhece, que est mais em contato, so seus primeiros referencias. natural tambm, que os pais influenciem a perpetuao de suas profisses atravs dos filhos, ou sugiram outras de seus interesses, projetando, talvez, o que eles prprios gostariam de ter feito.

    A esse respeito Oliveira (apud LISBOA, 2000, p.99) assim se posiciona Deve-se realizar um trabalho em conjunto com alunos, pais e o corpo docente da escola. Realizar atividades como reunies com os pais, palestras com profissionais, visitas s universidades e locais de trabalho, feira de profisses, mural e informativos profissionais so indispensveis para o acompanhamento do mercado e mundo do trabalho e dos diferentes cursos e profisses existentes no pas e no exterior. Mas, para que isso ocorra, diz Oliveira (apud LISBOA, 2000 p. 99) necessria a formulao de um plano de orientao profissional especfico para as sries do nvel mdio e seqencial na distribuio de seus contedos.

    A escolha profissional uma etapa muito difcil na vida do jovem, principalmente quando chega o vestibular e entra o processo de deciso. Qual curso irei seguir? Para Oliveira (apud LISBOA, 2000, p.99) esse um momento difcil, pois

    Os critrios utilizados na escolha profissional nem sempre se baseiam na conscincia de uma realidade pessoal, histrica e emocional e tampouco no conhecimento concreto dos cursos superiores existentes no pas com relao aos que so reconhecidos pelo MEC, sendo a maioria com pouca divulgao e conseqentemente desconhecidos pela populao.

    J se foi o tempo em que as profisses giravam em torno de ser mdico, advogado ou professor. Hoje, novos cursos nascem a cada ano e os candidatos ao vestibular precisam estar antenados para essas novidades. Frente a esses desafios que implicam a escolha profissional a orientao profissional um caminho bem iluminado para quem busca auxlio nesta escolha.

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    O papel do professor na escolha profissional do jovem

    Os professores do Ensino Mdio muitas vezes sem saber, exercem fundamental papel na determinao da escolha profissional do jovem. possvel que a profisso de professor ou a ocupao deste profissional passe a ser igualmente importante para este jovem. bem fcil notar como os alunos apreciam diferentemente as disciplina e atribuem a elas qualidades ou defeitos, especialmente tendo como referncia os professores que as ministram.Tanto assim que, em um ano letivo o aluno gosta de determinada matria e no outro muitas vezes acaba detestando. Quando questionados pode-se constatar que a matria boa ou ruim, conforme o professor. As relaes de amor e dio perpassam esta apreciao.

    Portanto, segundo Torres (2001, p.52) O professor mais que transmissor de contedos tericos, pois ele passa aos seus alunos uma viso do que so e como so os cursos e profisses. provvel que um aluno aprecie ou deprecie um curso ou profisso em decorrncia do que percebe por meio do professor.

    Metodologia

    Com o intuito de descrever a percepo dos educadores respeito da orientao profissional, bem como identificar as perspectivas dos alunos em relao orientao profissional no ensino mdio foram coletados dados em um Colgio da rede Estadual de Ensino no municpio de Curitiba-PR, no perodo noturno.

    Os dados aqui descritos foram obtidos por meio de questionrios respondidos por profissionais da escola (10), entre eles pedagogos e professores, e de alunos (40). Para efeito dessa anlise analisaram-se os dados obtidos entre professores e alunos da instituio.

    As professoras que participaram da pesquisa respondendo ao questionrio, atuam no ensino mdio variando o tempo de atuao que est entre 11 anos e 40 anos de atuao. Em relao ao tempo em que esto atuando no

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    magistrio verificou-se que 80% delas atuam h 23 anos no magistrio e 10% esto atuando h 11 anos e 10%, atua h mais de 40 anos.

    Resultados

    Percepo de professoras

    Em relao ao trabalho de orientao profissional no colgio desenvolvido com os alunos, verificou-se que todas as professoras enfatizaram no haver orientao profissional no colgio. Pelos estudos realizados a partir das pesquisas de Lisboa (2000) verificou-se que a realidade mostra que a maioria das escolas se isenta de qualquer responsabilidade sobre as escolhas profissionais de seus alunos. Nesse sentido, o autor apresenta como fundamental que a escola coloque em prtica as novas exigncias da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (Lei n 9394 de 20 de dezembro de 1996) para qual a educao escolar dever vincular-se ao mundo do trabalho (art.1 e 2), com a finalidade de qualificao (art. 2.).

    Ainda, conforme Oliveira (apud LISBOA, 2000, p.98) O ensino mdio ter como finalidade a preparao para o trabalho e cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade s novas condies de ocupao ou aperfeioamento posterior. A esse respeito Oliveira (apud LISBOA, 2000, p. 99) assim se posiciona: Para que isso ocorra, necessria a formulao de um plano de orientao profissional especfico para as sries do nvel mdio e seqencial na distribuio de seus contedos.

    Os professores do Ensino Mdio muitas vezes sem saber, exercem fundamental papel na determinao da escolha profissional do jovem. Predominantemente durante esta fase, realiza-se o direcionamento ou no a um curso de nvel superior.

    Outro aspecto est nas opinies das professoras sobre as condies necessrias ao desenvolvimento do trabalho com a orientao profissional, em especial com alunos do Ensino Mdio. Elas consideram importante, como diz uma

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    das professoras Sim, com certeza, isso os ajudaria a definir um caminho profissional (professora P3).

    A escolha profissional uma etapa muito difcil na vida do jovem, principalmente quando chega ao vestibular, sendo necessrio decidir para qual curso ir prest-lo. Pois, como diz a professora P4 preciso antes de tudo despertar a auto-estima para depois entrar na capacitao profissional, ou seja, despertar para a utilidade.

    A respeito da existncia de uma proposta de orientao profissional na escola, a professora P3 enfatiza que palestras seriam uma das possveis solues ao dizer se tivesse o maior nmero possvel de palestras explicativas e ilustrativas com o mximo de profisses e suas implicaes

    O professor poder debater com seus alunos sobre profisses e sobre a realidade que ocupam tais profisses no mercado de trabalho. de suma importncia que professor e escola possam promover e buscar com os alunos as oportunidades de saber sobre diferentes profisses e cursos, sejam estes tcnicos, profissionalizantes ou universitrios.

    Constata-se, a partir das falas das professoras ser possvel desenvolver no estabelecimento de ensino palestras com profissionais convidados a fim de realizar esclarecimentos aos estudantes. O importante que a escola proponha atividades, experincias e situaes de aprendizagem com o intuito de guiar o desenvolvimento do interesse profissional dos alunos, favorecendo, assim, o uso de elementos cognitivos e afetivos, to importantes nessa orientao de escolha profissional.

    Percepo de alunos

    A respeito da percepo dos alunos frente orientao profissional pode-se inferir que para 85% dos alunos que responderam ao questionrio, a Orientao Profissional entendida como auxlio, uma ajuda para pessoas que iro escolher uma profisso.

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    Conforme afirma Pelletier (apud LISBOA, 2000, p.151) o orientador define tradicionalmente seu papel como o de um conselheiro na escolha do indivduo. Sem recusar este papel, acredita-se ser possvel no apenas ajudar o aluno a escolher, mas tambm ser necessrio instrumentaliz-lo em sua explorao por uma profisso.

    J, os outros 15% no souberam opinar a respeito da orientao profissional.

    Ao lhe ser perguntado se j haviam recebido algum tipo de orientao profissional na escola. Verificou-se que 70% deles afirmaram que no e 30% que sim. Ressalta-se, no entanto que nem todos queriam ingressar no Ensino Superior.

    Pode-se inferir que, a orientao profissional e orientao para o trabalho apesar de estar inserida na Lei 9394/96, no esta sendo implantada nessa escola. Assim, o papel dessa escola na insero do indivduo no espao profissional vem se fazendo sentir como despreparado apesar de ser bastante relevante, como diz Soares (apud LISBOA 2000, p.25) papel da escola ... no s fornecer conhecimentos tericos, mas preparar para o trabalho oferecendo uma formao adequada para o ingresso no mundo profissional.

    Sobre a influncia dos familiares na escolha da profisso, 75%, dos alunos desejam seguir a profisso do pai, da me ou de algum familiar e 25% afirmaram que no. Com esses dados, vale refletir sobre o papel que a escola est desempenhando frente orientao profissional no sentido de orientar e capacitar o jovem para o futuro profissional.

    Escolher decidir. Cada escolha feita faz parte de um projeto de vida que vai se realizando. Esse aspecto confirmado por Lisboa (2000, p.87) quando afirma: . A vida define-se pelo futuro que se quer alcanar.

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    Consideraes finais

    Da investigao realizada sobre a orientao profissional no ensino mdio foi possvel constatar que o trabalho com a orientao profissional na escola, campo de pesquisa, no poder continuar restrito prescrio da LDB (20 de dezembro de 1996) e sim ser colocado em prtica, proporcionando aos alunos uma orientao profissional adequada e significativa, com o intuito de orient-los para futuras profisses e a entrada no mercado de trabalho.

    Nesse sentido a presena de profissionais qualificados na instituio de suma importncia para que o trabalho com a orientao profissional possa surtir efeito. Quanto ao papel dos educadores o que se percebe que alguns professores alegam no ser sua responsabilidade, mas a orientao profissional no espao da escola um projeto coletivo.

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    Referncias

    BOHOSLAVSKY, R. Orientao vocacional a estratgia clnica. So Paulo: Martins Fontes, 1998.

    COSTA, C. R. Momentos da psicologia escolar.Curitiba: Pinha, 1995.

    LIMA, L. P. Prtica da psicologia moderna. 4. ed. So Paulo: Honor,1972.

    LISBOA, M. D. Orientao profissional em ao. So Paulo: Summus, 2000.

    MENEZES. J. G, Estrutura e funcionamento da educao bsica. So Paulo: Pioneira, 1998.

    TORRES, M. L. C Orientao profissional clnica. Belo Horizonte: Autntica, 2001.