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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA POLÍTICA, CALCANHAR DE AQUILES DA EDUCAÇÃO NO BRASIL Por: Cristiano Barbosa Orientador Prof. Pablo Santos Rio de Janeiro 2012

POLÍTICA, CALCANHAR DE AQUILES DA EDUCAÇÃO NO BRASIL · política, tão empreendedora e desenvolvimentista, a qual criaria uma grande quantidade de empregos, explico que defendo

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

POLÍTICA, CALCANHAR DE AQUILES DA

EDUCAÇÃO NO BRASIL

Por: Cristiano Barbosa

Orientador

Prof. Pablo Santos

Rio de Janeiro

2012

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

POLÍTICA, CALCANHAR DE AQUILES DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Docência do Ensino

Superior.

Por: Cristiano Barbosa

3

AGRADECIMENTOS

Além da família e amigos, não poderia

deixar de agradecer aos docentes que

compuseram essa especialização tão

rica em formação acadêmica, pois

foram eles os capazes de despertar o

docente que dormitava em mim.

DEDICATÓRIA

4

Dedico este trabalho à minha esposa

Elaine Sabino da S. Barbosa e à minha

filha Anna Clara S. Barbosa, cujas

importâncias transcenderam todas as

minhas expectativas na busca da

indispensável referência pessoal, na qual

baseei meus objetivos e conclusões.

RESUMO

5

Tendo em vista que a educação pública em nosso país está ancorada e,

tem seu timão dominado pelo poder político nacional, onde, através das mais

diversas vertentes exteriores, tem seus objetos e objetivos baseados nas

obrigações e necessidades de moldar a rota de evolução da sociedade

mundial, traçamos neste trabalho, caminhos e atitudes voltadas a romper os

grilhões que nos detém em nossa busca incessante para liberdade

educacional.

Enquanto, o poder público não enxergar que, mais do que alunos e

números a serem fomentados, suas decisões envolvem o futuro de uma nação

em franco desenvolvimento, ficará complicado de galgarmos o devido espaço

a ser ocupado por nós brasileiros.

Assim, entendo que o primeiro passo para o crescimento educacional,

seria a desvinculação dos projetos educacionais, das teias político-partidárias

arraigadas no nosso processo organizacional.

O objetivo é, a modelo da Petrobrás, uma empresa de economia mista,

encarar os corpos discente e docente brasileiros, como se fossem nosso tão

importante ouro negro, o petróleo e, atrelados à objetivos puramente sócio-

educativos, blindados, pela desvinculação direta, da nossa política tão

capitalista do poder público deste país.

A certeza da autossustentabilidade desta hipótese defendida, advém do

fato, que a educação, uma vez instalada, ao contrário do paradigma aqui

utilizado, que tem matéria-prima limitada, se materializaria em um enorme e

irreversível manancial de cultura e capacitação profissional com sólida base

pura e simplesmente educativa.

METODOLOGIA

6

A metodologia utilizada para a elaboração deste trabalho foi a pesquisa

bibliográfica em livros, jornais, revistas e sites educacionais, como o do

Ministério da educação. Não foram realizadas pesquisas de campo, nem

entrevistas com profissionais da área e todo o material utilizado encontra-se

nas referências bibliográficas citadas no final deste trabalho.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A Constituição Federal de 1988 10

CAPÍTULO II - A Política Educacional 13

CAPÍTULO III – Política, Educação e Legislação 21

CAPÍTULO IV – A Proposta 24

CONCLUSÃO 25

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 26

BIBLIOGRAFIA CITADA (opcional) 27

ÍNDICE 28

INTRODUÇÃO

8

Desde os primórdios da necessidade estrutural da educação humana,

o homem se depara com um ferramenta importantíssima, com a qual terá

grande influencia no direcionamento evolutivo social.

Todo mundo concorda que a educação representa peça fundamental à

formação de toda sociedade que busca a excelência. Assim, por séculos e

mais séculos, a humanidade aprimora todo seu processo de aprendizagem.

Imperioso também lembrar que, por mais que admitamos que toda boa

educação emana do berço familiar, não podemos esquecer que cada

componente daquela respectiva família, está sobremaneira contaminado pela

baixa capacitação disponibilizada à ele, pela educação abrangente naquela

determinada área geográfica, evidenciando assim, o ciclo vicioso educacional,

no qual estamos inseridos.

Tão importante quanto a área geográfica na qual determinada

sociedade está inserida, é a política dominante praticada nessa mesma área e,

entendamos política neste momento, de uma forma bem abrangente no

sentido de ser uma ciência organizacional.

Assim, tendo em vista nosso país se tratar de uma república, nada

mais acertado seria, se nossos eleitores (cidadãos), priorizassem chefes de

Estado comprometidos com a educação a ser desenvolvida neste país. Porém,

muito embora no papel, sejamos uma potência em matéria de decisão, pois o

voto está em nosso poder, nos deparamos com um sistema explicitamente

contrapermissivo a quaisquer atos que venham a preterir as vontades de

poucos em razão da evolução e capacitação de muitos.

Buscando de uma melhor e mais bem articulada política educacional no

Brasil, chegamos com facilidade ao entendimento de que tentar inserir as

9

determinações necessárias ao bom desempenho educacional neste país,

mostra-se uma tarefa árdua e, até certo ponto, politicamente improvável.

Desta feita, resta aos garimpeiros da boa educação, angariar ideias e

colocá-las em prática, para que não digamos simplesmente que estamos

preparando um mundo novo para as crianças de hoje, mas sim, crianças

novas para o mundo de amanhã.

CAPÍTULO I

10

A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

...A busca dos objetivos independe das armas que detemos.1

Segundo Amélia Hamze - educadora (2000), “A constituição de 1988

introduziu os princípios da descentralização e municipalização na gestão e

implementação das políticas sociais públicas”, onde a partir deste momento, os

Municípios foram reconhecidos como esfera administrativa e revestida de

alguma autonomia na gestão social e, consequente influência no sistema de

ensino brasileiro.

Partindo da premissa de que política, quanto mais caminho a percorrer,

maior é a probabilidade dos recursos públicos se esvaírem, essa

descentralização foi mais um passo no sentido contrário a necessária

desvinculação da educação desta fábrica capitalista que é a política neste

país.

A Emenda Constitucional 14/96 e a Lei 9424/96 estabeleceram a

criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental

e de Valorização do Magistério, o famoso FUNDEF. A Lei 9424/96 (que criou o

FUNDEF), determina que 15% do FPE (Fundo de Participação dos Estados)

ou do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), do IPI (imposto sobre

produtos industrializados) e do ICMS (imposto sobre circulação de

mercadorias), devem ser usados no ensino fundamental, de acordo com os

alunos matriculados em cada sistema, vinculado ao custo mínimo anual por

aluno.

As opções dadas aos municípios incluem a constituição de seu sistema

de ensino autônomo ou a integração ao sistema estadual de ensino. Outra

opção dada ao Município é a integração ao sistema estadual.

1 Todas as epígrafes inseridas no início de cada capítulo desta monografia, são de autoria do aprendiz que elaborou a mesma (monografia).

11

Tendo em vista as ramificações derivadas da “busca” de uma melhor

estruturação da indústria educacional, nosso país preso a Constituição

Federal, se vê impedido de traçar outros caminhos adequados às mudanças

advindas com a evolução da ciência e da tecnologia como um todo.

É necessário que todos os cidadãos e organizações se percebam

parceiros e coautores da tarefa de educar, reivindicando a sua participação

como cidadão usuário, a parceria da família e da comunidade. A educação

possui interfaces com as políticas sociais e governamentais, porém,

precisamos romper esses estereótipos para que possamos estruturar a

educação de forma unicamente educacional.

Cabe à sociedade prestar a articulação administrativa e financeira necessárias

aos entes da federação, que são por excelência a base para a construção da

democracia e do desenvolvimento da cidadania.

A ideia de Municipalização do Ensino no Brasil vem de Anísio Teixeira,

ideia essa associada à doutrina política e social da Constituição de 1946.

A educação pública, atualmente, é compreendida como

responsabilidade do Estado, que consequentemente serviria de pano de fundo

para as perspectivas de uma escola única. Ou seja, se a educação é para

todos, então, as classes populares não beneficiadas pelas escolas privadas,

teriam uma escola comum às instituições privadas e assim de forma igualitária.

A defesa da laicidade está relacionada à uma luta travada contra o

ensino religioso, predominante no Brasil em boa parte das escolas existentes,

pelo respeito à personalidade que se forma dentro da escola, longe de

confrontos religiosos e desrespeito pela presença ou não de crenças. Segundo

o Manifesto dos Pioneiros da Educação (1932), a gratuidade é dependente da

obrigatoriedade, pois, o Estado não pode tornar o ensino obrigatório e igual

para todos se este não for gratuito e atender a todos os níveis econômicos e

sociais presentes na nação.

De acordo com os pioneiros, o domínio da evolução social permitiria um

avanço no poder de organização, ou seja, resolveria o estado em que a

12

educação se encontrava e tornaria o educador mais consciente das

capacidades administrativas que deveria desempenhar. Infelizmente, fato é

que no meio do caminho, a ganância e arrogância do ser humano fez que

esses objetivos fossem envenenados e destorcidos.

A educação como uma cadeira ministerial, implica em ferramenta

essencial à corrupção neste país. Assim, políticos atrelam à visibilidade da

bandeira educacional, às suas necessidades perpetuadoras e elitistas. Mesmo

sendo peça fundamental da engrenagem viciosa e criminosa perpetuada no

âmago da história, em detrimento da evolução educacional, tão necessária ao

objetivo desenvolvimentista almejado pela nação.

CAPÍTULO II

A Política Educacional

...Vencer nem sempre significa derrotar o oponente.

13

Ao analisarmos com um pouquinho mais de profundidade nossa política

educacional e, os passos que ela deu e que está dando em direção a uma

democracia mais justa e igualitária para nosso povo, chegamos a evidente

conclusão que, assim como tudo que envolve política neste país, ela também

foi e, vem sempre sendo voltada apenas para o crescimento do país como um

todo, sem que nenhuma vez se refletisse sobre o social e a participação do

povo neste empreendimento desenvolvimentista.

As propostas defendidas por partidos que hoje não dominam o cenário

político, mais que estiveram à frente de nosso país desde que vivemos a

chamada nova democracia brasileira, todas têm um caráter de

desenvolvimento econômico, com a diminuição da carga de tributária para as

empresas, estimulo a criação de indústrias com a política de incentivos ficais

ao qual deixa nosso país a mercê do capital estrangeiro, que fixa suas fábricas

isentas de impostos e ameaçam fechá-las logo que estes incentivos acabam,

sem contar varias outras propostas de criação de mão de obra barata com

criação de escolas técnicas para suprir as necessidades da indústria que

precisa cada vez mais de uma mão de obra especializada.

Antes que alguns me critiquem por essa crítica velada a este tipo de

política, tão empreendedora e desenvolvimentista, a qual criaria uma grande

quantidade de empregos, explico que defendo a tese que em um curto prazo,

medidas como essas seriam de total apoio popular e teriam resultados

tangíveis ainda no governo que os implementassem, entretanto gostaria de ver

um Brasil crescendo de forma verdadeira e sólida não baseada nas esmolas

salariais impostas pelo capital neoliberal, mais sim um crescimento do povo

como individuo transformador de uma sociedade.

Políticas como esta vão sim dar mais empregos, mais que empregos

são estes? Empregos com salários baixos, dentro de uma realidade que não

permite que tenhamos um mínimo, empregos que nos deixem submissos a

14

uma disparidade salarial entre os cargos de chefia e os cargos de menos

prestigio e, por aí vai.

Dentro desta ótica, enfatizo que só há uma saída, saída esta que já foi

comprovada em outros países e que teriam grandes chances de ser bem

sucedida no Brasil, a educação!

Esta seria a base forte que precisamos para dar sustentação cultural a

nosso povo para que aí sim possa se alçar saltos mais altos e conscientes, dar

um direito de escolha para a maioria da nossa população que hoje age por

simples reflexo do que está a sua volta sem ter a consciência do todo, tendo

em vista que nunca teve a oportunidade de obter conhecimento real em um

nível bem acima do que estão acostumados.

A saída pela educação, propiciaria uma nova era de desenvolvimento, a

pesquisa seria seu carro chefe, pois criar é melhor do que comprar. Pensando

assim, gostaria de lançar este alerta, pois todos falam em desenvolvimento

pela educação, mais o que vemos são investimentos insignificantes, perto do

que é investido na indústria, nos bancos e nos empréstimos a fundo perdidos

para agricultura, por exemplo.

Quero sim um Brasil melhor, um Brasil onde primeiro cresça seu povo

para que assim ele cresça junto, fazendo de nós uma potência que há tempos

ouvimos dizer que nos tornaremos. Com a educação melhorando todos os

problemas da nossa sociedade, como a violência, a cultura, a capacidade de

se desenvolver e andar com nossas próprias pernas, iremos sim surgir como

um grande país e consequentemente como uma nova potência. (Volnei Belém

de Barros Neto Historiador e Colunista Brasil Escola.com) .

A Lei, por si, não muda a realidade, mas indica caminhos, orienta o

cidadão e a sociedade dos seus direitos, propiciando a exigência do que nela

está contido.

O Direito Educacional é o conjunto de normas, princípios, leis e

regulamentos que versam sobre as relações de alunos, professores,

15

administradores, especialistas e técnicos, enquanto envolvidos, mediata ou

imediatamente, no processo ensino-aprendizagem. É o conjunto de normas, de

todas as hierarquias: Leis Federais, Estaduais e Municipais, Portarias e

Regimentos que disciplinam as relações entre os envolvidos no processo de

ensino aprendizagem.

O Direito Educacional enfatiza três contornos principais: a) o conjunto de

normas reguladoras dos relacionamentos entre as partes envolvidas no

processo-aprendizagem; b) a faculdade atribuída a todo ser humano e que se

constitui na prerrogativa de aprender, de ensinar e de se aperfeiçoar e c) o

ramo da ciência jurídica especializado na área educacional.

A Educação como Direito Social na Constituição Federal reza no seu

Art. 6º, que são direitos sociais: a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a

segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a

assistência aos desamparados. No Art. 205: A educação, direito de todos e

dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração

da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para

o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A Educação é direito público subjetivo, e isso quer dizer que o acesso ao

ensino fundamental é obrigatório e gratuito; o não oferecimento do ensino

obrigatório pelo Poder Público (federal, estadual, municipal), ou sua oferta

irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.

Poderíamos aqui elencar citações sobre o direito à educação, sem

querer, no entanto “fechar questão”, colocaremos em foco, a necessidade de

proposta de uma política educacional que contemple uma decisiva revisão das

condições salariais dos professores, com aumentos reais para os ativos e

inativos, assim como uma estrutura de apoio que favoreça o desenvolvimento

do trabalho educacional.

Não existe um único espaço por excelência para a política educacional.

Ela se processa onde há pessoas imbuídas da intenção de aos poucos

16

conduzir a criança a ser o modelo social de adolescente e, posteriormente, de

jovem e adulto idealizado pelo grupo social em que está situado.

A intenção de uma política educacional pode ser clara e visível, ou então

obscura e camuflada. Conhecendo a intenção de uma política educacional,

poderá ser compreendido outro aspecto que a envolva. Esse aspecto da

elaboração da política educacional permite associá-la, para uma melhor

interpretação, a duas antiquíssimas e também muito atuais vertentes da práxis

política.

Pelo fato de a política educacional ser estabelecida por meio do poder

de definição do processo pedagógico, em função de um grupo, de uma

comunidade ou de setores dessa comunidade, ela tanto pode ser resultado de

um amplo processo participativo, em que todos os membros envolvidos com a

tarefa pedagógica (professores (as), alunos (as) e seus pais) debatem e

opinem sobre como ela é, como deverá ser e a que fim deverá atender, como

também pode ser imposição de um pequeno grupo que exerce o poder sobre a

grande maioria coletiva.

Atualmente, existem duas versões de política educacional

correspondentes às práxis políticas aristotélicas e platônicas. Na linha

platônica, há a política educacional tecnocrática, e, na vertente aristotélica, há

a política educacional municipalizante.

Na vertente platônica, aqueles que elaboram a política educacional são

representantes do Estado – um pequeno grupo de pessoas que também

desenvolve a atividade normativa sobre o sistema de ensino público, sem,

contudo, ser responsável pelo fornecimento do ensino.

Essa elite é conhecida como representante da tecnocracia. Na esfera

educacional, a tecnocracia tem um perfil antidemocrático, já que

continuamente reserva para si o monopólio das virtudes necessárias para a

direção da educação.

17

O planejamento, um instrumento para a concretização da política

educacional, quando é tecnocrático, obedece a uma orientação platônica, ou

seja, não é flexível e não sofre mudanças de acordo com a dinâmica da

realidade.

A legislação educacional é outro instrumento técnico da política

educacional, que garante a homogeneização ideológica na educação e a

centralização administrativa.

Assim, a política educacional tem muito a ver com o contexto e a

organização política de cada sociedade, e o seu perfil depende em grande

parte desse aspecto da sociedade em que ela existe.

Se a cultura de um povo é democrática e ele atua nas decisões

políticas, é provável que sua política educacional acate as sugestões e os

anseios da população, mas em contextos autoritários, nos quais o povo é

subjugado por uma cultura extremamente dominadora, é comum predominar

uma política educacional de cunho platônico. (Eliane da Costa Bruini

Colaboradora Brasil Escola, graduada em pedagogia pelo centro universitário

Salesiano de São Paulo – UNISAL)

Política Educacional pertence ao grupo de Políticas Públicas sociais do

país. Este instrumento de implementação dos movimentos e referenciais

educacionais se faz presente através da Legislação Educacional.

Para que possamos compreender melhor o significado dessa política, se

faz necessário saber o que é Política Pública. Essa Política é de

responsabilidade do Estado, com base em organismos políticos e entidades da

sociedade civil, se estabelece um processo de tomada de decisões que

derivam nas normatizações do país, ou seja, nossa Legislação.

As Políticas Públicas envolvem todos os grupos de necessidades da sociedade

civil, que são as Políticas Sociais, estas determinam o padrão de proteção

social implementado pelo Estado, voltadas em princípio, à redistribuição dos

benefícios sociais (INEP, 2006, p. 165), dentre eles o direito a educação. Para

18

que este direito seja garantido com qualidade e de forma universal é

implementada a Política Educacional.

No decorrer dos anos no Brasil, a Política Educacional fora definida de

formas diferentes, por ser um elemento de normatização do Estado e que

envolve interesses políticos diversos, no entanto, a Política Educacional de um

país deve ser guiada pelo povo, respeitando o direito de cada indivíduo e

assegurando o bem comum.

Compreende-se, que de fato o exercício de construir uma Política, não

trata-se de um trabalho fácil de ser realizado, pois circunda uma nação, seus

anseios, objetivos e valores, e estes elementos não podem ser esquecidos por

aqueles que assim fazem nascer o molde da educação de um povo.

É imperioso que a reforma do sistema educacional no nosso país

precisa passar por melhoras nas condições de trabalho e de salário para os

profissionais da educação. Estudos feitos através da Campanha Nacional pelo

Direito à Educação, desde a criação do Fundo, em 1998, a União vem

destinando menos recursos a estados e municípios, do que o determinado por

lei. Segundo Nota Técnica da Consultoria de Orçamento da Câmara dos

Deputados, entre 1998 e 2002, a União complementou cerca de 12 bilhões de

reais a menos do que deveria. Esse descumprimento denunciado, foi

questionado na campanha “Grande Lobby pela Educação Pública”, que

começou no último dia 19 e foi até o dia 25 deste mês.

Qual é o plano de governo? Esta é, em resumo, a grande pergunta que

o governo ainda não respondeu. Toma-se conhecimento de ideias

espalhafatosas, caras e não factíveis, de se avaliar regularmente todos os

quase 50 milhões de alunos da educação básica e fazer exames semestrais

para os 36 milhões de estudantes do ensino fundamental.

Construir e obter resultados em educação são procedimentos lentos e

difíceis. No entanto, extinguir é rápido e fácil.

19

Embora o sistema de ensino brasileiro preveja um espaço para a

educação do cidadão, essa ainda é uma afirmação retórica. Educar, numa

perspectiva de conquista, é entender que os direitos humanos e a cidadania

significam prática em todas as instâncias de convívio social: na família, na

escola, na igreja, no conjunto da sociedade.

A escola como instituição para o ensino pode ser um lócus excelente

para a construção da cidadania, pois é o lugar institucional do projeto

educacional. Sem negar o valor da educação informal em outros espaços, a

escola é o lugar onde o processo de construção do conhecimento se dá de

forma sistematizada. Por caracterizar-se como a institucionalização das

mediações reais, a escola pode prever que além da intencionalidade, estejam

garantidas as condições objetivas de concretização das ações pedagógicas

impregnadas com as finalidades da cidadania.

Dessa forma, a escola que introduz em seu projeto educacional a luta

pela qualidade da educação para todos, abrangendo a totalidade da ação

educacional como processo político-cultural e técnico-pedagógico de formação

social e de construção, bem como de distribuição de conhecimentos científicos

e tecnológicos socialmente significativos e relevantes para a cidadania, pode

ser chamada de escola cidadã.

No entanto, a escola cidadã, autônoma e participativa, somente se

completa com o desenvolvimento de um projeto político pedagógico capaz de

aglutinar os esforços na busca de melhores resultados para todos os alunos.

É certo que o contexto social em que a escola se encontra é sempre

dinâmico, heterogêneo, conflitivo: de um lado, condiciona o caráter da escola e

restringe as possibilidades de como atuar; de outro, abre brechas que apontam

a direção das potenciais transformações. Mas ao ocupar seu espaço para

realizar seu trabalho educativo, a escola faz mais que adotar diretrizes. Com o

seu projeto, o caminho escolhido ganha a sua marca, a escola assume feição

própria, adquire personalidade.

20

É evidente que a educação não constitui sozinha a cidadania, embora

seja condição indispensável para que essa se constitua. Cidadania é um

conceito em evolução, cujas diversas dimensões adquirem relevância variada

no discurso do tempo e em virtude do desenvolvimento das formações

históricas. Por isso, é necessário que a escola tenha clareza nos objetivos de

seu projeto e que esteja preparada para o inesperado, incluindo a intuição e a

sensibilidade de seus educadores. (Eliane da Costa Bruini

Colaboradora Brasil Escola Pedagoga pelo Centro Universitário Salesiano).

CAPÍTULO III

Política, Educação e Legislação

...Sucesso, é projetar um objetivo e superá-lo.

A busca ao acesso irrestrito do ensino gratuito e obrigatório (ensino

fundamental), preconizado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional 9394/96 (Lei Darci Ribeiro), veio agregar mais lenha na coordenação

da educação neste país, pois nada mais difícil do que administrar uma

21

estrutura complexa, do que administrar esta mesma estrutura de forma

descentralizada, onde cada Ente se preocupa com as suas necessidades

geográficas ou pontuais.

Nos artigos 11 e 18 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

9394/96, há a constatação de que os municípios podem baixar normas

complementares para seu sistema de ensino. A Constituição Federal

estabelece que a União deve usar 18% e os estados e municípios 25%, no

mínimo, da receita resultante dos impostos na manutenção e no

desenvolvimento do ensino.

A palavra educação vem de educare, e quer dizer, ação de amamentar.

Pode também ter origem na raiz latina educere, que pode ser explicada como

a ação de orientar o educando. Hoje em dia, as tendências pedagógicas

abrigam esta etimologia.

Legislação é o ato de constituir leis por meio do poder legislativo. A

legislação em âmbito educacional, refere-se à instrução ou aos procedimentos

de formação que se dão não apenas nas instituições de ensino, mas ocorrem

também em outras instâncias culturais como a família, a igreja, a associação,

os grupos comunitários entre outros. Decorre do latim legislatio, e quer dizer,

exatamente, ação de legislar, direito de fazer, ordenar ou determinar leis. A

legislação é, então, o ato de constituir leis por meio do poder legislativo.

Legislação educacional traduz um conjunto de preceitos legais sobre o tema

educacional.

Ao usarmos a expressão legislação educacional ou legislação da

educação estaremos aludindo à legislação que trata da educação escolar em

seus níveis e modalidades em contorno abrangente, à educação básica

(educação infantil, ensino fundamental e ensino médio) e à educação

superior.

A educação elevou-se à hierarquia de direito público subjetivo a partir da

regulamentação legal do país, instaurada em 1988. Esse ordenamento jurídico

conceitua o direito na educação ou, mais atualmente chamado, o Direito

Educacional.

22

O professor é um cientista educacional,que orienta, coordena, media e

atua como organizador do processo de aprendizagem compartilhando na

ampliação cultural, social e econômico de um país. Apesar de a profissão de

professor não ser abordada com o seu devido valor , pois apreendemos

dificuldades nas escolas, nos salários nas ofertas de emprego, na política de

carreira etc. O cientista educacional, que é uma das tarefas de ser professor,

deve ressaltar, ouvir e direcionar um novo olhar educativo, que privilegia a

aprendizagem centrada no aluno e não enfocada puramente no ensino, pois

ninguém ensina ninguém, no entanto aprende aquele que está motivado e

interessado. Devemos lembrar que a aprendizagem sempre se baseia no

interessante, na utilidade e no que é prazeroso. A pesquisa científica

educacional deve-se iniciar na revelação da sala de aula real enquanto

ambiente democrático , participativo e cooperativo.

Ao ressaltar que a educação é direito público subjetivo (direito social ao

acesso ao ensino fundamental) , dizemos que todos têm direito à educação e

que é na origem da fonte de direito, na Constituição Federal, Estadual ou

Municipal, que habita esse direito.

Os preceitos e ordenamentos jurídicos são influentes no sistema escolar

brasileiro e são responsáveis pela organização e funcionamento do sistema

escolar brasileiro. Isso, quer dizer que o sucesso ou fracasso da instituição

escolar é dependente dos regulamentos jurídicos da sociedade. Por isso, é

essencial a tarefa do professor, como cientista educacional da educação

brasileira, pois a sua vivência e experiência educacional, são fontes

fundamentais no campo do Direito Educacional e na Legislação da Educação.

Daí, a necessidade do professor ser ator e autor do processo

educacional, para colaborar como parceiro na sistematização, enfatizando o

Direito educacional, contribuindo para a significação das capacidades

constitucionais da Educação na medida em que vai decidindo os atores-

parceiros e cooperadores dos processos educativos , consolidando com seu

auxílio e sua interferência o êxito na regulação e ordenamento da legislação do

23

ensino.(Referências: Frederico Pecorelli e Vicente Martins

Autora: Amelia Hamze Educadora Profª UNIFEB/CETEC e FISO – Barretos).

CAPÍTULO IV

A Proposta

...Acredite! Não é porque não enxergas que significa que não existe.

Visando criar uma modalidade de regência educacional diferenciada, na

qual, os principais objetivos foquem única e exclusivamente na educação

propriamente dita, mister se faz partir do atual modelo educacional brasileiro, o

qual está ancorado nos objetivos retrógrados traçados pelos políticos

constituintes da vigente Constituição Federal do Brasil de 1988.

Assim e, não menos importante, imperioso relembrar a estrutura

organizacional vigente, a qual fundi-se aos escassos recursos liberados à

24

educação em todas as suas vertentes. Ainda neste sentido, a particularização

da educação, trazida pela incompetência de alguns, atrelada a métodos

puramente comerciais, os quais resumem-se em criar dificuldades para vender

facilidades e, ainda, a alta competitividade disputada por instituições sem

qualquer nível de excelência.

Diante da realidade dicotômica estabelecida neste país, entre as

necessidades evolutivas coletivas e as individuais, a proposta aqui exposta

parte da premissa socialista, na qual tudo é de todos e para todos.

Desta feita, necessário seria a total desvinculação da estrutura

organizacional dos domínios políticos existentes, para a implementação de um

poder paralelo, isonômico, AUTÔNOMO e totalmente imparcial, mesmo que

para isso, essa organização fosse sedimentada entre parcerias público-

privadas, mas para que se obtivesse os esperados e buscados frutos, todas as

gerências e estruturas tomadoras de decisões precisariam ser fomentadas e

dominadas por profissionais da atuantes e acadêmicos da área da educação.

CONCLUSÃO

O movimento contínuo e ascendente que domina o entendimento dos

partícipes da área educacional, demonstra o quão insatisfeito estão os

mesmos.

É este movimento que desencadeia um outro movimento de resistência

por parte dos educadores, devido os mesmos a todo momento se depararem

contra um sistema de proporções inimagináveis, repleto de todo tipo de vícios

e malefícios arraigados da cultura do próprio umbigo de cada “cidadão” e por

consequência de cada “político” e cada “gestor educacional”.

Na busca incessante da excelência, pessoas com maior nível cultural,

aguardam a oportunidade de passarem-lhes a voz, para que neste momento, o

destino da educação neste país possa começar a ser salva.

E nesse salvamento sem precedentes, um dos papeis mais

importantes, será “interpretados” por nós, cidadãos (aprendizes e educadores),

pois afinal de contas, não adianta chegar um navio, uma lancha e cinco

25

helicópteros para tentar salvar um incrédulo que não se solte do telhado da

conveniência e da usurpação.

26

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

INEP/MEC. Enciclopédia de pedagogia universitária: glossário vol. 2 /

Editora-chefe: Marilia Costa Morosoni. – Brasília: Instituto Nacional de Estudos

e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2006.

http://www.mec.gov.br

http://educador.brasilescola.com/politica-educacional/politica-educacional1.htm

http://educador.brasilescola.com/politica-educacional.htm

http://educador.brasilescola.com/politica-educacional/descentralizacao.htm

http://educador.brasilescola.com/politica-educacional/municipalizacaoeducaca

http://www.infoescola.com/educacao/manifestodospioneirosdaeducacaonova/

http://www.recantodasletras.com.br/artigos/1450508

http://educador.brasilescola.com/politica-educacional/ppp-escola-cidadania.ht

http://educador.brasilescola.com/politica-educacional/o-direito-educacional.htm

http://educador.brasilescola.com/politica-educacional/politica-educacao.htm

27

BIBLIOGRAFIA CITADA

1 - BOTH, Ivo José Municipalização da Educação, Ed. Papirus,1997. BRASIL.

2 - SANDER, B. Administração da Educação no Brasil: genealogia do

conhecimento. Brasília: Liber Livro, 2007a.

3 - SAVIANI, Dermeval. História das ideias pedagógicas no Brasil. –

Campinas, SP: Autores Associados, 2007. – (Coleção memória da educação).

4 - As Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)

• LEI Nº 4.024, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1961 - Fixa as Diretrizes e

Bases da Educação Nacional.

• LEI Nº 5.692, de 11 de agosto de 1971 - Fixa Diretrizes e Bases para o

Ensino de 1º e 2º graus, e dá outras providências.

• LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996 - Estabelece as

Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

ÍNDICE

28

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - A Constituição Federal de 1988 10

CAPÍTULO II - A Política Educacional 13

CAPÍTULO III – Política, Educação e Legislação 21

CAPÍTULO IV – A Proposta 24

CONCLUSÃO 25

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 26

BIBLIOGRAFIA CITADA (opcional) 27

ÍNDICE 28