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Introdução Este relatório sobre as opções estratégicas de reutilização de água industrial para o Estado do Rio de Janeiro foi preparado por uma equipe de consultoria da Sol Price School of Public Policy do Sul da Califórnia (USC Price) em cooperação com a Direção Internacional (DINT) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O relatório é o principal produto de um Laboratório Internacional, que é um curso de graduação (PPD 613a, b) oferecido pela USC Price. Este ano o Laboratório Brasil é em si um elemento significativo de uma colaboração institucional em curso mais amplo entre USC Price e a DINT da FGV. As preparações práticas para o Laboratório Brasil 2015 foram encabeçadas enérgica e competentemente pelo professor Yann Duzert da FGV DINT, com orientação perspicaz e apoio do diretor do DINT, professor Bianor Cavalcanti. Outros colegas importantes da FGV - incluindo o Dr. Eduardo Marques, Pedro de Seixas Correa e Lilian Rose Secron de Sant Anna - trabalharam com habilidade e seriedade em nome do projeto. Foi por meio desta colaboração ativa com a DINT da FGV que o Laboratório Brasil 2015 garantiu como seu cliente o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) da Secretaria de Meio Ambiente (SEA) no Estado do Rio de Janeiro. A presidente do INEA, Isaura Maria Ferreira Frega, juntamente com membros da equipe sênior, Rosa Maria Formiga Johnsson e Bruno de Hollanda, eram clientes ideais já que empreenderam um papel ativo na formulação dos termos de referência para este projeto e forneceram informações essenciais e contatos profissionais para facilitar o trabalho do laboratório. A Siemens do Brasil também teve um interesse ativo no laboratório. Somos gratos a Jorge Barros, seu Vice-Presidente de Relações Externas, Governamentais & Assuntos Regulatórios por traduzir este relatório para o português, de forma a facilitar sua circulação mais ampla no Brasil. Eric J. Heikkila, Professor e Diretor de Iniciativas Internacionais USC Price School of Public Policy; University of Southern California Pontapé Inicial na Reutilização da Água

Pontapé Inicial na Reutilização da Água · oferta de água, devido a fatores ambientais e geográficos. À luz da mudança de padrões no ... utilização de água reciclada

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Page 1: Pontapé Inicial na Reutilização da Água · oferta de água, devido a fatores ambientais e geográficos. À luz da mudança de padrões no ... utilização de água reciclada

Introdução

Este relatório sobre as opções estratégicas de reutilização de água industrial para o Estado do

Rio de Janeiro foi preparado por uma equipe de consultoria da Sol Price School of Public Policy

do Sul da Califórnia (USC Price) em cooperação com a Direção Internacional (DINT) da

Fundação Getúlio Vargas (FGV). O relatório é o principal produto de um Laboratório

Internacional, que é um curso de graduação (PPD 613a, b) oferecido pela USC Price. Este ano o

Laboratório Brasil é em si um elemento significativo de uma colaboração institucional em

curso mais amplo entre USC Price e a DINT da FGV. As preparações práticas para o Laboratório

Brasil 2015 foram encabeçadas enérgica e competentemente pelo professor Yann Duzert da

FGV DINT, com orientação perspicaz e apoio do diretor do DINT, professor Bianor Cavalcanti.

Outros colegas importantes da FGV - incluindo o Dr. Eduardo Marques, Pedro de Seixas Correa

e Lilian Rose Secron de Sant Anna - trabalharam com habilidade e seriedade em nome do

projeto.

Foi por meio desta colaboração ativa com a DINT da FGV que o Laboratório Brasil 2015

garantiu como seu cliente o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) da Secretaria de Meio

Ambiente (SEA) no Estado do Rio de Janeiro. A presidente do INEA, Isaura Maria Ferreira

Frega, juntamente com membros da equipe sênior, Rosa Maria Formiga Johnsson e Bruno de

Hollanda, eram clientes ideais já que empreenderam um papel ativo na formulação dos termos

de referência para este projeto e forneceram informações essenciais e contatos profissionais

para facilitar o trabalho do laboratório.

A Siemens do Brasil também teve um interesse ativo no laboratório. Somos gratos a Jorge

Barros, seu Vice-Presidente de Relações Externas, Governamentais & Assuntos Regulatórios

por traduzir este relatório para o português, de forma a facilitar sua circulação mais ampla no

Brasil.

Eric J. Heikkila, Professor e Diretor de Iniciativas Internacionais

USC Price School of Public Policy; University of Southern California

Pontapé Inicial na Reutilização da Água

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Opções Legislativas e Políticas para o Rio de Janeiro

SUMÁRIO EXECUTIVO

A água é um recurso natural essencial cuja oferta e demanda é afetada por fatores ambientais

e uso humano. Uma questão contemporânea para muitos países compreende a resposta à

crescente demanda por água, como resultado do crescimento da população e diminuição da

oferta de água, devido a fatores ambientais e geográficos. À luz da mudança de padrões no

abastecimento e procura de água, uma proporção crescente da população mundial tem sido

forçada a analisar as políticas e regulamentos que abordam o uso prolongado deste recurso.

Metodologias de reaproveitamento de água são as soluções mais sustentáveis em longo prazo.

Iniciativas sustentáveis de reutilização de água requerem uma mudança de paradigma para

garantir soluções em longo prazo, que devem incluir uma maior sensibilização pública,

estratégias de gestão e prestação de contas explícita. Como resultado da diversidade de tipos

de abastecimento de água e condições ambientais que afetam a oferta, as estratégias mais

bem sucedidas tem sido aquelas que desenvolveram e implementaram políticas específicas

para as indústrias e os eleitorados locais em resposta a gestão do uso da água.

Em termos globais, as políticas de reutilização de água e de gestão são avançados

principalmente em nível estadual. Nos Estados Unidos, o estado da Califórnia fornece um

quadro atraente para contextualizar a gestão da água. A Califórnia tem uma longa história de

seca, o que tem dado ao estado tempo para desenvolver, implementar e adaptar as políticas e

legislações que permitem a reforma em curso, o reaproveitamento de água e os esforços de

conservação. Como na Califórnia, a gestão da água está na vanguarda das necessidades da

política no interior do estado do Rio de Janeiro, e no Brasil em geral. Os primeiros passos para

a reforma política incluem uma análise cuidadosa das partes interessadas e os atores-chave

em medidas de reutilização de água. Nos níveis federal, estadual e municipal, há interação

entre as partes interessadas investidos na reforma reuso de água. Por esta razão, identificar

líderes comunitários e industriais em um primeiro estágio, assim como líderes em todas as

facetas da mídia que possam ajudar a disseminar informação, é uma boa consideração.

Os interesses do estado atuais estão se movendo para a reutilização da água no setor de

indústria. A iminente reforma com foco na legislação de reaproveitamento da água industrial

tem o potencial de levar a uma discussão mais ampla no seio das comunidades locais e todos

os setores. Começando com políticas para grandes indústrias e estreitando nas comunidades

locais permite, com o tempo, angariar apoio local e fortalecer as redes que sustentam a

reforma em longo prazo. Essa análise propõe a adoção de legislação no interior do estado do

Rio de Janeiro que permite agências em nível estadual definirem metas claras e esforços de

colaboração, estabelecer padrões de qualidade da água, monitorar e avaliar saída, e criar

incentivos para a participação da indústria e apoio da comunidade. Objetivos amplos para essa

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legislação incluem claramente a definição e partilha de objetivos; a criação de uma força-

tarefa de reciclagem de água industrial; estabelecer mandatos de reutilização da água;

definição de critérios de monitoramento, informação e aplicação de medidas; e formulação de

padrões de preço e qualidade que podem ser apoiadas por incentivos.

Medidas de reforma promulgadas agora evoluirão e apoiarão os esforços futuros. Sucessos

imediatos definem as bases para estratégias de longo prazo, tais como a dessalinização,

reutilização de efluentes e reutilização de água potável.

CONTEXTO CALIFORNIANO

Regulações estatais

A Califórnia está atualmente atravessando a pior seca no último meio século, e, portanto,

desenvolveu soluções reguladoras tanto para reduzir o efeito da seca, como de promover a

utilização de água reciclada. Ao longo dos últimos anos, o Estado tem medidas que capacitam

as agências locais para gerenciar o uso das águas subterrâneas, tais como SB-1168 e AB-1739.1

Além disso, a Lei de Gestão de Águas Subterrâneas Sustentável de 2014 acabou com a antiga

abordagem de gestão descentralizada da água na Califórnia, e, desde então, definiu um

quadro ainda mais verdadeiro para a identificação de bacias hidrográficas prioritárias, uma

agência responsável pela sustentabilidade das águas subterrâneas, e prazos para a criação e

adoção de planos de sustentabilidade de águas compreensíveis, mensuráveis e exequíveis.2

Este ano, a Ordem Executiva B-29-15 do governador Jerry Brown determinou uma redução de

25% do uso da água em todo o estado durante um ano. Agências de água foram habilitadas

para determinar os métodos utilizados para reduzir o uso.3

Ao mesmo tempo, as diretrizes de reutilização de água e regulamentos na Califórnia foram

atualizados para atender a crescente necessidade de reaproveitamento de água. Por exemplo,

a AB 1406 (2007) mudou o Código de Águas da Califórnia para permitir que a água reciclada

para usos indoor (banheiros, torres de refrigeração de edifícios, etc.); a SB 283 (2009) adotou

1 Gies, Erica. (2014, September 3). “As water crisis deepens, California finally passes groundwater regulation. The

Guardian.” Acesso em 24 de março de 2015, em

http://www.theguardian.com/sustainablebusiness/2014/sep/03/california-drought-water-groundwater-regulation-

bill-law-farm

2 Sustainable Groundwater Management Act of 2014.” Association of California Water Agencies. Acesso em 8 de

abril de 2015, em http://www.acwa.com/content/groundwater/groundwater-sustainability

3 Nagourney, Adam. “California Imposes First Mandatory Water Restrictions to Deal with Drought.” The New York

Times. Acesso em 1º de abril de 2015. http://www.nytimes.com/2015/04/02/us/california-imposes-first-ever-

waterrestrictions-to-deal-with-drought.html

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padrões de design em códigos de canalização de estado para equipar edifícios com o conjunto

extra de tubulação de água reciclada e quaisquer sistemas de água recicladas relacionados; a

AB 2398 (2012) e a AB 803 (2013) propuseram simplificar os processos de licenciamento de

águas recicladas. Atualmente, as Orientações de Reutilização de Água da Califórnia

supervisionam os seguintes tipos de reaproveitamento: Reutilização Urbana (restritos e

irrestritos), Reutilização Agrícola (culturas alimentares, culturas alimentares processadas e

culturas não-alimentares), Represamentos (restritos e irrestritos) Reutilização Ambiental,

Reutilização Industrial , Recarga de Água Subterrânea (reutilização não-potável), e Reutilização

Potável Indireta. Até a data, a Califórnia é o único estado que tem regulamentos de base

tecnológica para desinfecção.4

Medidas da Califórnia

Dentro seca atual da Califórnia, medidas sem precedentes tornaram-se necessárias a fim de

frear o uso dos recursos hídricos limitados do estado. A Ordem Executiva (B-29-15), emitida

recentemente pelo governador Brown, determinando uma redução imediata no uso de água

potável urbana em todo o estado, foi adotada como um regulamento de emergência pelo

Comitê de Controle Estadual de Recursos Hídricos em 5 de maio de 2015. Além disso, medidas

mais específicas existem e dizem respeito à reutilização de água a nível nacional, estadual ou

local. Por exemplo, em nível estadual, o Conselho de Águas do Estado da Califórnia emitiu um

medida estadual, em 2009, que dirigiu o aumento de água reciclada “por 200.000 afy (acre-pé

ao ano) até 2020, e por um adicional de 300 mil afy em 2030”.5 Essa resolução identifica

agências específicas para colaboração e esboça a necessidade de defender o financiamento

federal para ser utilizado em novos projetos. A medida de 2009 também inclui a condição de

que quando a água reciclada estiver disponível para uso, a utilização de água potável será

considerada “um uso irrazoável” e a Junta de Água poderá processar os infratores. Outras

medidas em nível estadual estipulam que as instalações de tratamento de água devem

fornecer água de reaproveitada para novos loteamentos industriais e comerciais que estão

dentro de suas áreas de trabalho.6

Além disso, os sistemas de refrigeração da central energética não poderão usar água potável.

Os regulamentos podem também passar a um nível local; por exemplo, no condado de Santa

Bárbara determina-se que campos de golfe, outras áreas extensas e espaços verdes devem ser

irrigados com água reciclada, quando tal água estiver disponível.

4 “2012 Guides for Water Reuse.” United States Environmental Protection Agency. Acesso em 1º de junho de 2015,

em http://nepis.epa.gov/Adobe/PDF/P100FS7K.pdf

5 “Policy for Water Quality Control for Recycled Water, State Water Resources Control Board.” (2013). Acesso em 1º

de junho de 2015, em

http://www.waterboards.ca.gov/water_issues/programs/water_recycling_policy/docs/rwp_revtoc.pdf

6 Baker & McKenzie LLP. “Addressing Water Scarcity Through Recycling and Reuse: A Menu for Policymakers.”

(2008). GE Water & Process Technologies.

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Incentivos da Califórnia

Com a implementação de uma ampla gama de programas de incentivo, a Califórnia está se

movendo em direção a um nível mais sustentável de uso da água. Estes programas de

incentivo oferecem apoio financeiro principalmente para as pessoas envolvidas na reciclagem

de água. Mais recentemente, em março de 2014, o estado aprovou 800 milhões de dólares em

incentivos financeiros para projetos de água reciclada.7 Esses incentivos recentes forneceram

1% de empréstimos para projetos de reciclagem de água que podem ser concluídos no prazo

de três anos. O Conselho Estadual de Águas tem financiado projetos de águas recicladas por

mais de 35 anos. Entre 2011 e 2014, concedeu 400 milhões de dólares em financiamento para

projetos de planejamento de reciclagem de água e construção.8 Outros programas de

incentivo incluem doações que financiam até 50% do custo para estudos de planejamento;

descontos que fornecem apoio financeiro para até 50% dos custos do projeto para as

empresas comerciais, industriais e institucionais que atendam aos critérios mínimos para a

reutilização da água; e pagamentos em escala crescente para agências de água que premiam

em dinheiro por acre-pé de água reciclada.9 Muitos destes programas de incentivo ajudam a

financiar as fases de investigação e desenvolvimento de projetos, um aspecto vital para levar

os projetos a bom termo. Uma variedade de táticas é empregada aos níveis de estado,

condado e município que tem como alvo os usuários de água em todos os setores, de

industrial para residencial.

Alocações de financiamento

Em 2014, a Califórnia aprovou a Water Bond (Lei 1471, Proposição 1), legislação que facilita o

estabelecimento de esforços em longo prazo para lidar com condições de seca por da

promulgação da Lei de Qualidade, Abastecimento e Melhoria da Infraestrutura da Água de

2014. A Lei autoriza 7.120 milhões de dólares para projetos de infraestruturas de

abastecimento de água do Estado, incluindo o armazenamento de água, reciclagem,

tratamento, gestão, proteção e restauração. Para este projeto, 38% do fundo serão gastos em

projetos de armazenamento de água, 23% em reciclagem e tratamento de água, 20% em

proteção de bacias hidrográficas e restauração, e 16% na prevenção de contenção e gestão de

recursos. Para garantir a transparência do dinheiro gasto, o Estado tem normas rigorosas de

7 California Water Boards (2014, March 19). “State Water Board Approves $800 Million in Financial Incentives for

Recycled Water projects to Provide Drought Relief.” Acesso em 1º de junho de 2015, em

http://www.waterboards.ca.gov/press_room/press_releases/2014/pr031914.pdf

8 Ibid.

9 Baker & McKenzie LLP. “Addressing Water Scarcity Through Recycling and Reuse: A Menu for Policymakers.”

(2008). GE Water & Process Technologies.

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responsabilização, incluindo auditorias anuais, fiscalização, divulgação pública e dinheiro do

Fundo Geral a ser apropriado para pagar os títulos.10

Relatórios, Monitoramento e Execução

Seguindo a Lei Federal de Águas Limpas e as diretrizes da Agência de Proteção Ambiental

(EPA), muitos estados criaram estratégias de monitoramento global de longo prazo. A Lei de

Águas Limpas estabeleceu um quadro compreensível para a elaboração de relatórios e

monitoramento. Na Califórnia, as responsabilidades de comunicação, monitoramento e de

execução são do Conselho de Controle de Recursos Hídricos da Califórnia e dos nove

Conselhos Regionais de Controle de Águas. Em 2001, para que o Conselho da Califórnia e os

Conselhos Regionais de cumprissem os dispositivos (e) (I) da Lei Federal de Águas Limpas 106,

que permite a EPA impor aos estados monitorarem a qualidade da água navegável, bem como

compilar e analisar dados sobre qualidade da água, a Califórnia introduziu um extenso

programa de monitoramento: o Programa de Monitoramento de Ambientes de Água de

Superfície (SWAMP). Este programa é uma estratégia de longo prazo, com um plano de

execução de dez anos. Para garantir ainda mais que os Estados cumpram os requisitos

federais, a EPA criou o Programa de Monitoramento e Avaliação dos Elementos da Água de um

Estado, que inclui dez elementos básicos de monitoramento da qualidade da água. O SWAMP

foi projetado para atender e superar as exigências federais obrigatórias e garantir um

enquadramento forte das práticas que melhorem o monitoramento, avaliação e relatório de

qualidade da água da Califórnia.11

Em 2007, a EPA da Califórnia e a Agência de Recursos Naturais da Califórnia assinaram um

Memorando de Entendimento (MOU) para estabelecer a Conselho de Monitoramento de

Qualidade de Águas da Califórnia, determinado pelo Projeto de Lei 1070 da Califórnia,

aprovada em 2006. Ela exige que o Conselho de Fiscalização desenvolva estratégias específicas

para melhorar as estruturas de monitoração existentes, para ter um sistema integrado entre

todas as agências e para melhorar a acessibilidade do público aos acompanhamentos de

dados.12 Para ajudar na elaboração de relatórios e monitoração, entidades federais, estaduais,

municipais e privadas utilizam sistemas de coleta de dados de grande tamanho para monitorar

com precisão a qualidade da água. De tais sistemas, o STORET da EPA é um dos maiores

sistemas de dados sobre a qualidade da água do ambiente.13 Os dispositivos 305 (b) e 303 (d)

10

California Proposition 1, Water Bond (2014).

11 Surface Water “Ambient Monitoring Program. Comprehensive Monitoring and Assessment Strategy: To Protect

and Restore California’s Water Qualify.” (2005, October). State Water Resources Control Board. Acesso em 1º de

junho de 2015, em http://www.waterboards.ca.gov/water_issues/programs/swamp/docs/cw102swampcmas.pdf

12 “California Water Quality Monitoring Council (CA Senate Bill 1070).” CA.Gov. Acesso em 1º de junho de 2015, em

http://www.mywaterquality.ca.gov/monitoring_council/

13 “An Introduction to Water Quality Monitoring.” United State Environmental Protection Agency. Acesso em 1º de

junho de 2015, em http://water.epa.gov/type/watersheds/monitoring/monintr.cfm

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da Lei de Águas Limpas obriga os estados a informarem seus dados à EPA a cada dois anos. A

EPA, por sua vez, compila um relatório para o Congresso Nacional conhecido como o

Inventário Nacional de Qualidade da Água.

Educação e Conscientização Pública na Califórnia

Em fevereiro de 2014, o governador Jerry Brown assinou um pacote de alívio de 687 milhões

de dólares depois de declarar Estado de Emergência na atual seca da Califórnia. No pacote foi

incluído dinheiro destinado para melhorias de infraestrutura e ajuda aos fazendeiros. Além

disso, a medida incluía um milhão de dólares para uma campanha de sensibilização

destacando conservação da água.14 Em 2015, o Salve Nossa Água, uma parceria entre o

Departamento de Recursos Hídricos da Califórnia e a Associação das Agências de Água da

Califórnia (ACWA), lançou uma nova campanha de conscientização pública destacando o

diálogo e o estilo de vida californiano.15 Esta campanha de marketing em todo o estado dispõe

de um site interativo que detalha fatos da seca, notícias atuais e dicas sobre a poupança de

água. O site também inclui um recurso inovador que permite aos usuários calcular relatórios

personalizados de poupança de água. Por último, campanha de mídia social da Salve Nossa

Água apresenta as suas próprias páginas no Facebook, Instagram e Twitter para fácil acesso. A

organização lançou uma série de quatro anúncios de serviço público que incentivam os

residentes da Califórnia a conservarem água. Estes anúncios de serviço público são curtos e

chamativos, com celebridades como Lady Gaga, a fim de promover esforços de conservação.16

O CONTEXTO BRASILEIRO

Estado dos Regulamentos

As discussões iniciais a respeito da formação de um sistema nacional de gerenciamento de

recursos hídricos começaram em 1987 na reunião da Associação Brasileira de Recursos

Hídricos (ABRH). Esta conferência estabeleceu um contexto para discutir a gestão da água. Os

diálogos subsequentes resultaram em uma legislação como a Lei Federal 9.433, uma medida

de 1997, que apelou para a gestão da água descentralizada, estabeleceu várias políticas e criou

várias agências para regular o uso da água. Legislações de nível estadual também foram

promulgada para regulamentar o uso da água, e é mais específica para o local que a

regulamentação federal. Por exemplo, em 1999, a Lei 3.239 reforçou o estabelecimento do

14

Siders, David (2014, March 1). “Jerry Brown Signs Drought Relief Package.” The Sacramento Bee. Acesso em 1º de

junho de 2015, em http://www.sacbee.com/news/politics-government/capitol-alert/article16507031.html

15 “Save Our Water.” Association of California Water Agencies. Acesso em 1º de junho de 2015, em

http://www.acwa.com/spotlight/save-our-water

16 “Lady Gaga Joins Save Our Water Effort With Public Service Announcement.” CA.Gov. Acesso em 1º de junho de

2015, em http://ca.gov/drought/topstory/top-story-10.html

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Políticas de Recursos Hídricos Estadual e do Sistema de Gestão Estadual de Recursos Hídricos

no estado do Rio de Janeiro.17 Embora a Agência Estado Rio de Janeiro esteja buscando

estabelecer um quadro regulamentar para a reutilização da água, atualmente não existe

qualquer regulamentação formal para atender às necessidades crescentes de

reaproveitamento de água.18

Variabilidade de Oferta e Demanda Crescente

O sistema de abastecimento de água no Rio de Janeiro é afetado por uma multiplicidade de

fatores, como a seca, a escassez de água e a diminuição da quantidade de águas residuais à

disposição.1920 Discrepâncias no âmbito da gestão da oferta nos níveis federal, estadual e

municipal também contribuem para variação de abastecimento de água no interior do estado

do Rio de Janeiro e no Brasil como um todo.2122 Isto é, a variabilidade na alimentação é em

grande parte atribuída a discrepâncias no quadro de distribuição. Junto com a oferta, a

demanda por água no Rio de Janeiro está a aumentar. Isto se deve, principalmente, ao

aumento da população, que passou de cerca de 8 milhões em 1980, para aproximadamente 12

milhões em 2014.23

Preço da Água

O preço impacta significativamente na oferta e demanda de água e é um fator importante a

considerar ao estabelecer a regulamentação do uso da água. Além disso, a tarifação da água

afeta a quantidade de água consumida pelo setor industrial. Várias entidades consideraram a

17

“The Brazilian Water Resources Management Policy: Fifteen Years of Success and Challenges,” Water Resources

Management, May 2013, Volume 27, Issue 7, Acesso em 1º de junho de 2015, em

http://www.kysq.org/docs/Veiga.pdf

18 Apresentação “INEA”, segunda-feira, 25 de maio.

19 “Brazil's most populous region facing worst drought in 80 years.” (2015, January 24). BBC. Acesso em 1º de junho

de 2015, em http://www.bbc.com/news/world-latin-america-30962813

20 “Progress on Drinking Water and Sanitation.” (2014). The World Health Organization/UNICEF. Acesso em 1º de

junho de 2015, em http://www.unicef.org/publications/files/JMP_report_2014_webEng.pdf

21 "Water Resources Management in Brazil: Challenges and New Perspectives." World Bank. Acesso em 1º de junho

de 2015, em

http://www.worldbank.org/content/dam/Worldbank/Feature%20Story/SDN/Water/events/Rosa_Formiga_Johnson

_Presentacion_Ingles-3.pdf

22 "Latin American Green City Index: Rio de Janeiro_Brazil." Siemens. Acesso em 1º de junho de 2015, em

http://www.siemens.com/entry/cc/features/greencityindex_international/all/en/pdf/riodejaneiro.pdf

23 “Nissan Launches Comprehensive Strategy For Brazil: All-New Manufacturing Plant to Open in Rio de Janeiro,

Brazil.” (2014). Nissan Auto Corporation. Acesso em 1º de junho de 2015, em

http://www.nissanglobal.com/EN/NEWS/2011/_STORY/111006-02-e.html

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elevação dos preços da água, a fim de diminuir o consumo de água no setor industrial. Além

disso, essas noções também pontuam a discussão sobre o estatuto de descentralização dos

preços desta commodity.

AS PARTES INTERESSADAS

Secretaria de Estado do Meio Ambiente

A Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) prevê a gestão ambiental no estado do Rio de

Janeiro. Sua missão é coordenar e formular uma política de Estado que não só proteja e

conserve o meio ambiente, mas que também ajude na gestão dos recursos hídricos e no

desenvolvimento sustentável no Estado do Rio de Janeiro.24 Enquanto a SEA cria políticas

destinadas a aliviar e regular impactos ambientais nocivos, o Instituto Estadual do Ambiente

(INEA), promulga e aplica estas políticas. A SEA vai necessariamente ser uma das partes

interessadas essenciais ao considerar legislação de reutilização da água, uma vez que a agência

desenha e cria políticas que regulam reaproveitamento de água industrial.

Instituto Estadual do Ambiente

Em 2007, o governo regional do Rio de Janeiro criou uma agência ambiental chamada Instituto

Estadual do Ambiente (INEA). Este órgão do governo protege, preserva e restaura o ambiente.

A infraestrutura da organização inclui nove agências regionais que descentralizam o

licenciamento e relatórios para atender às demandas da sociedade sobre as questões

ambientais em 92 municípios.25 O INEA é responsável por três fases do licenciamento

ambiental (preliminar, instalação e operações) e autorização do uso de água às indústrias no

Rio de Janeiro. Atualmente, não existe legislação estadual ou federal para regular o

fornecimento e/ou utilização de água reutilizada, incluindo água cinza e água de esgoto

tratado. Enquanto indústrias incluem voluntariamente planos de reutilização de água no seu

pedido de licença, o INEA busca uma legislação estadual para regulamentar o uso industrial de

água reciclada para garantir padrões de qualidade, impactos ambientais e o preço da água.

Como uma organização governamental responsável por impactos ambientais e de segurança, o

INEA é investido no desenvolvimento da legislação que regula a reutilização de água industrial

e destaca a consciência pública. Após o estabelecimento de tal legislação, o INEA pode

procurar mão de obra e capacidade adicional para regular reutilização de água industrial que

esteja de acordo com as leis estaduais.

24

“Environment: Assignments and Environmental Management. Governo Do Rio de Janeiro. Acesso em 1º de junho

de 2015, em http://www.rj.gov.br/web/sea/exibeconteudo?article-id=157524

25 “Superintendents.” Governo Do Rio de Janeiro. Acesso em 1º de junho de 2015, em

http://www.inea.rj.gov.br/Portal/MegaDropDown/Regionais/index.htm&lang=PT-BR

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Companhia Estadual de Águas e Esgotos

A Companhia Estadual de Águas e Esgotos (CEDAE) foi constituída em 1º de agosto de 1975. A

CEDAE foi criada como resultado da fusão da Empresa de Águas do Estado da Guanabara

(CEDAG), da Empresa de Saneamento da Guanabara (ESAG) e da Companhia de Saneamento

do Estado do Rio de Janeiro (SANERJ). A CEDAE é responsável pela exploração e manutenção

da recolha, tratamento e distribuição de redes de água no Rio de Janeiro. Além disso, a CEDAE

coleta, transporta, trata e dá um destino final à água de esgoto desses municípios do Rio de

Janeiro que contratam seus serviços.26 Há vinte e uma estações de tratamento de águas

residuais em todo o estado que tratam coletas de esgotos. Os sete maiores estações recebem

mais de 450L/s, e incluem: a ETE Alegria, a ETE Pavuna, a ETE Sarapuí, a ETE Penha, a ETE Ilha

do Governador, a ETE São Gonçalo e a ETE Barra da Tijuca.27 Das sete maiores estações, Alegria

e Penha fornecem água para reutilização. Atualmente, a Penha fornece água para a Empresa

Municipal de Resíduos Sólidos do Rio de Janeiro, onde é reutilizada na limpeza das ruas. Em

2014, a Penha fornecia 66.000 metros cúbicos de água reciclada. Além disso, Alegria fornece

água reutilizada para o Consórcio Porto Rio, onde é reutilizada para a revitalização do Porto do

Rio Janeiro. No ano passado, a Alegria tratou 8.500 metros cúbicos de água reciclada.

Semelhante ao INEA, a CEDAE também está interessada na regulação de reutilização da água.

Como a CEDAE controla a Guandu, a maior estação de tratamento de água no país, a empresa

está principalmente preocupada com os setores específicos relacionados à qualidade da água

e utilizações específicas. Já que a qualidade da água é uma grande consideração, outro dos

interesses da CEDAE é na política que regula a demanda por água reciclada. Uma vez que as

demandas de água reutilizadas são identificadas, a CEDAE pode precisar investir em

infraestrutura adicional para garantir a segurança do transporte da água reciclada para

indústrias em todo o estado do Rio de Janeiro.

Federação das Indústrias do Rio de Janeiro

A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN) representa os interesses da classe

industrial no Rio de Janeiro. A FIRJAN, em colaboração com o Centro Industrial do Rio de

Janeiro (CIRJ), o Serviço Social da Indústria (SESI), o Serviço Nacional de Aprendizagem

Industrial (SENAI) e Euvaldo Lodi (IEL), trabalha para assegurar o bem social, político e

econômico das indústrias em todo o país.28 A FIRJAN é composta por 80.000 empresas e

realiza pesquisas e projetos que norteiam as ações da indústria e promove o investimento no

estado. Além disso, a organização fornece diretrizes para apoiar as ações das empresas e

procura aumentar a produtividade delas. A FIRJAN está interessada na legislação de

26

“Nova CEDAE.” Governo Do Rio de Janeiro. Acesso em 1º de junho de 2015, em

http://www.cedae.com.br/

27 Apresentação “CEDAE: Rio de Janeiro State Water & Wastewater Company”, quarta-feira, 27 de maio.

28 “Meet the FIRJAN.” Sistema FIRJAN. Acesso em 1º de junho de 2015, em

http://www.firjan.org.br/data/pages/2C908CE9215B0DC401216AFC0AD551E3.htm

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reutilização de água industrial e está principalmente preocupada com a qualidade da água que

é colocada de volta no sistema. Além disso, a FIRJAN está preocupado com a prevenção e a

ação do governo. A federação acredita que a responsabilidade adicional poderia e deveria ser

dada às indústrias a fim de aumentar a atualidade e a prestação de contas. Como resultado, a

FIRJAN provavelmente vai favorecer a legislação específica que incorpora uma plataforma de

negociação de mercado fechado incentivando a comunicação, colaboração e reutilização de

água entre as indústrias.

Secretaria de Estado de Saúde

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Rio de Janeiro é o órgão do governo estadual

responsável pelo cumprimento dos regulamentos estabelecidos pelo governo federal. A SES

também é responsável pela criação, implementação, gerenciamento efetivo e organização dos

planos e políticas públicas de saúde para promover o bem-estar dos cidadãos. A SES cumpre

essas responsabilidades por meio do estabelecimento de programas de saúde e

aconselhamento dos municípios.29 De acordo com os seus objetivos para garantir a segurança

pública e a saúde dos residentes do estado, a SES está especialmente preocupada com a

qualidade da água potável e a higiene urbana, especialmente no que se refere à água

reutilizada. Sua principal preocupação está centrada nas implicações para a saúde sobre o

reaproveitamento de água.

Ambientalistas

Ambientalistas são partes interessadas prioritárias quando se considera a legislação de um

recurso natural como a água. Essas partes interessadas incluem atores locais, estaduais,

nacionais e globais que estão comprometidos com os regulamentos que visam a conservação

do ambiente natural e construído. Dentro do contexto do Rio de Janeiro, ambientalistas

conscientizam a comunidade sobre a gestão da água e práticas de reutilização. A necessidade

de conscientização é propagada pela elevada taxa de contaminação da água dentro de rios e

bacias do Rio de Janeiro.30

Comitê da Bacia do Rio Guandu

No quadro da tarifação da água no Brasil em sua totalidade, as bacias hidrográficas são a única

unidade de planejamento e gestão. No interior do estado do Rio de Janeiro, o Comitê da Bacia

do Rio Guandu é a principal parte interessada que decide o preço da água e onde investir seus

29

Secretaria de Estado de Saúde Official Website. Governo Do Rio de Janeiro. Acesso em 1º de junho de 2015, em

http://www.saude.rj.gov.br/missaovisaoevalores.html

30 Hanbury, Shanna (2015, June 1). “Grassroot Efforts Lead the CleanUp of Brazil's Guanabara Bay” Acesso em 1º de

junho de 2015, em http://www.theguardian.com/global-development-

professionalsnetwork/2015/jun/01/grassroots-efforts-lead-the-clean-up-of-brazils-guanabara-bay

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recursos. A jurisdição do comitê é restrita ao nível estadual, limitando, assim, sua capacidade

de fixar os preços a nível federal. O Comitê da Bacia do Rio Guandu especializa-se na

reutilização da água potável. Com relação ao reaproveitamento de água para fins industriais, o

comitê ressalta que a água para a indústria é uma pequena parte dos problemas hidráulicos

atuais no estado do Rio e no Brasil como um todo. No entanto, a comissão observa ainda que o

estabelecimento de regulamentos para a reutilização de água industrial é um importante

ponto de partida para abordar regulamento de reaproveitamento de água em todos os

setores. Além disso, a comissão considera que uma legislação eficiente reduzirá a demanda

por água e reduzirá a perda de água no interior do estado do sistema atual do Rio. A legislação

sobre o uso da água no setor industrial vai aumentar a conscientização sobre as condições da

água, o ônus de indivíduos para conservar a água e a reutilização de água para fins de

equidade.

Alcance Público e Apoio Comunitário

Enquanto o apoio de agências estatais, parceiros da comunidade e comitês locais é

fundamental para o sucesso de medidas de reforma de reutilização de água, a longevidade e

sustentabilidade de novas políticas de reaproveitamento de água dependem muito do apoio

público. O sucesso ou fracasso de um projeto de reutilização de água pode depender da

percepção da comunidade de como o projeto impacta na saúde pública, nas finanças públicas,

no uso da terra, na proteção ambiental e crescimento econômico.31 Idealmente, a construção

do apoio do público começa antes da implementação do projeto de reforma. Isto permite

tempo suficiente para estabelecer a transparência, educar eleitores e construir a confiança.

Campanhas de conscientização pública que giram em torno da educação e da transparência

tem se mostrado eficazes em reunir apoio de membros da comunidade local. A profundidade

do interesse das pessoas nas decisões públicas se correlaciona com os impactos potenciais

sobre a sua saúde, segurança e qualidade de vida. A reutilização de água potencialmente

impacta todos os três, tornando a sensibilização do público e seu envolvimento essenciais para

o sucesso de programas de reaproveitamento de água.32 Um exemplo de sensibilização da

comunidade que foi ativo no sucesso do projeto ocorreu em Orange County, Califórnia. Ao

longo de vários anos, o Distrito de Águas de Orange County (OCWD) fez apresentações, muitas

em um só dia, a centenas de diversas organizações comunitárias para fornecer educação sobre

um sistema de reabastecimento de água subterrânea proposto antes de solicitar o apoio. O

esforço para educar potenciais apoiadores sobre o objetivo e o valor do programa valeu a

pena, e juntamente com o apoio das organizações majoritárias que acabaram por apoiar o

31

“Public Preferences and Acceptability.” The National Academy of Sciences. Acesso em 1º de junho de 2015, em

http://nas-sites.org/waterreuse/public-preferences-and-acceptability/

32 “2012 Guides for Water Reuse.” United States Environmental Protection Agency. Acesso em 1º de junho de 2015,

em http://nepis.epa.gov/Adobe/PDF/P100FS7K.pdf

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sistema, o OCWD também foi capaz de listar as organizações parceiras em seu site e em

materiais educacionais para solicitar mais apoio.33

Em outro caso, no condado de Los Angeles, o Distrito Municipal de Águas da Bacia do Oeste

(WBMWD) enfrentou o desafio de fornecer cinco tipos diferentes de água reciclada para 17

cidades dentro do condado. O WBMWD enfrentou este desafio elaborando cuidadosamente

suas principais mensagens claras utilizados na sensibilização da comunidade, investindo em

entidades públicas e privadas para informar sobre a água reciclada, a criação de um comitê de

informação pública (constituído por agências locais, serviços públicos de água, municípios e

escritórios legislativos) para educar e receber feedback, e investir em atividades públicas de

assuntos que sediaram seminários globais e aumentaram a conscientização em eventos da

comunidade. O WBMWD cita a interação contínua e educação do público como um

componente vital do sucesso do programa de água reciclada da Bacia do Oeste. A interação

levou a avaliação contínua das preocupações do público, o que garantiu o sucesso do

programa.34 Apesar de campanhas de sensibilização públicas longas e consistentes poderem

levar uma quantidade considerável de tempo e mão de obra, os benefícios que eles oferecem

tornam-se componentes de valor inestimável na formação política e sucesso do projeto.

Pontapé Legislativo

Em 1991, a Califórnia aprovou a Lei de Reciclagem da Água, que criou o impulso necessário

para reconhecer a importância da reutilização de água e definir o quadro para o

estabelecimento de padrões de reaproveitamento de água e estratégias de implementação. As

recomendações a seguir são baseadas em seções úteis e transferíveis desta lei para efeitos de

criação de um quadro regulamentar no Estado do Rio de Janeiro. Eles foram organizados em

possíveis Artigos da nova legislação com base no aspecto da legislação de reutilização de água

que cobrem. Estas recomendações são completamente flexíveis e sujeitos à consideração dos

legisladores no que é relevante ou útil para o estado atual do Rio de Janeiro.

Uma boa legislação é um ponto de partida fundamental para muitas das mudanças que as

entidades ativas no Rio precisam para afetar reforma reutilização da água. Essa legislação tem

a capacidade de habilitar e capacitar os atores para construir sistemas de reaproveitamento de

água por entidades de nomeação, como os sistemas alternativos / dupla de encanamento em

todos os códigos de canalização de água relevantes, independentemente de a rede pública ter

atingido todas as áreas. Além disso, a legislação de base permite e autoriza os municípios e

distribuidoras de água a se envolverem em estudos de viabilidade uns com os outros,

33

Ibid.

34 “Successful Public Information and Education Strategies Technical Memorandum.” United States Department of

the Interior, Bureau of Reclamation. Acesso em 1º de junho de 2015, em

http://www.usbr.gov/lc/socal/reports/TM_PublicInfoStrategies.pdf

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permitindo-lhes identificar as fontes de fornecimento de água reciclada dentro de sua

jurisdição. Como tal, as leis de reciclagem de água identificam as ações necessárias, bem como

quais as agências ou grupos são responsáveis por eles.

OPÇÕES DE LEGISLAÇÃO

Artigo 1: Intenção, Propósito e Metas para a Reutilização de Água

Recomendamos que a legislação do estado do Rio de Janeiro comece por estabelecer a

intenção da lei e permita o uso de água reciclada. Isto inclui a definição dos objetivos da lei

dentro da introdução do texto, indicando o benefício de reutilizar a água como uso público e

dar o tom do porquê desta legislação ser necessária.35 A legislação pretende promover o uso

eficiente e seguro da água reciclada no Estado do Rio de Janeiro, particularmente no setor

industrial. Ela estabelece que a população do estado do Rio de Janeiro tem interesse em

minimizar os impactos da crescente demanda por água nova em organismos sensíveis à água

natural e complementar o abastecimento de água existente, de modo que o desenvolvimento

de instalações de reciclagem de água possa atender economicamente necessidades futuras de

água no estado. Isso envolve reconhecer a volatilidade existente do abastecimento de água e

aumento da demanda de uso dela. A lei pode estabelecer metas numéricas nas medidas

específicas de utilização de água reciclada pelo setor industrial do Rio de Janeiro em intervalos

de 10 anos, ao longo dos próximos 30 ou mais anos.36 É importante que haja coerência com os

poderes da Secretaria Estadual de Saúde (SES) do Rio de Janeiro e os regulamentos existentes

em matéria de normas e usos potável de qualidade da água, bem como a missão geral de

assegurar a saúde pública.37

Artigo 2: Força-Tarefa de Reciclagem de Água Industrial

Recomendamos o Estado do Rio de Janeiro autorize uma Força-Tarefa no início do processo de

reforma, com representantes de órgãos ambientais, serviços públicos de água, municípios,

líderes da indústria, funcionários de saúde pública e representantes da sociedade civil. Com

ênfase no futuro de uma reutilização mais ampla, as reuniões podem também incluir líderes

dos setores de agricultura, comércio e imobiliária, que participam como observadores. O

benefício precoce desta condição é que eles podem ajudar a espalhar a consciência do

potencial de reciclagem de água em seus próprios setores e, assim, testemunharem como

35

As recomendações são referenciadas a partir do Código de Águas Califórnia e da Lei Reciclagem de Água da

Califórnia de 1991.

36 A recomendação é referenciada a partir do Código de Águas da Califórnia, seção 13577.

37 O Código de Águas da Califórnia, seção 13050 (n) define a água reciclada como “água que, como um resultado do

tratamento de resíduos, é adequada para uma utilização benéfica direta ou um uso controlado que de outro modo

não ocorre e, portanto, é considerada um recurso valioso.”

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precedentes são estabelecidos, com o potencial futuro de participarem em reuniões da Força-

Tarefa, se necessário. Como exemplo, a Força-Tarefa de Reciclagem da Água da Califórnia

original consistia em membros das seguintes agências governamentais e departamentos:

saúde pública, proteção do ambiente, proteção de bacias hidrográficas, alimentos e

agricultura, padrões de construção, universidades, defesa do ambiente, defesa do consumidor,

distribuidores de água, organizações sem fins lucrativos, imobiliário, desenvolvimento da terra,

e os interesses industriais.

A Força-Tarefa terá um grande papel em alcançar as metas políticas de reutilização de água.

Estabelecerá categorias de padrões de qualidade de água reciclada em comparação com os

seus usos dentro de um determinado período de tempo, após o qual apresentará um relatório

ao SEA do seu progresso e suas conclusões. A Força-Tarefa determinará os limiares

diferenciados para tamanhos de empresas industriais, que por sua vez determinam as leis que

devem ser seguidos e com que intensidade. Limiares, que determinam o tamanho de uma

empresa, podem ser baseados em elementos como metragem quadrada, número de

empregados, tipo de designação industrial, e quaisquer outros parâmetros relevantes. A Força-

Tarefa também vai estabelecer um sistema hierárquico para níveis de participação. Nem todas

as indústrias usam tanta água como insumos para seus produtos ou para a limpeza, mas ainda

podem ser capazes de participar da reutilização de água através por meio da água de limpeza,

banheiros, torres de refrigeração, climatização, etc. Ela vai criar os “Critérios de Reciclagem”,

que considera componentes e equipara a qualidade da água com o uso industrial, e assegura a

confiabilidade de água reciclada segura. Para efeitos de controle, será esperado da Força-

Tarefa que responda à Secretaria do Meio Ambiente no SEA e/ou quaisquer comissões

legislativas relevantes em intervalos a serem determinados pela SEA.

Artigo 3: Mandatos

É nossa recomendação que a legislação declare explicitamente que qualquer entidade que se

proponha a usar água reciclada no Rio de Janeiro, ou altere materialmente o caráter da água

reciclada ou a sua utilização, para quaisquer fins industriais para os quais Critérios de

Reciclagem foram estabelecidos, deve preencher um “Requerimento” para aprovação pelo

INEA e outra agência estatal relevante, de acordo com a lei existente.38 Esta legislação afirmará

claramente que nenhuma entidade industrial poderá usar água reciclada para quaisquer fins

industriais que representem danos à saúde pública, para os quais os Critérios de Reciclagem

não foram estabelecidos.

Os candidatos concordarão com as condições do fornecedor sobre o uso de água reciclada,

que podem ser baseadas nos padrões e leis do estado do Rio de Janeiro, ou quaisquer mais

padrões mais rigorosos/eficientes estabelecidos pelo provedor local. Os candidatos serão

obrigados a designar um cargo específico de empregado “Supervisor Local”, o qual verificará o

sistema de reciclagem de água e sua a adesão às normas municipais e estaduais. Eles também

devem apresentar à agência de licenciamento governamental prova de qualificação e

38

A recomendação é referenciada a partir do Código de Águas da Califórnia, seção 13522.5 (a & b).

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formação do Supervisor Local. Os candidatos declarariam o tipo de utilização de água

reciclada, forneceriam mapas com os limites da sua área, os locais dos sistemas de tubulação

de água potável e reciclada, os locais de saídas de água acessíveis ao público, incluindo

abordagens e sistemas para evitar a mistura ou refluxo de água reciclada com água potável.

Recomendamos ao INEA e quaisquer agências governamentais relevantes reforçarem as

melhores práticas para o uso de água reciclada, tais como regulamentos de certificação de

funcionários, zonas-tampão das fontes de água potáveis, fechamento da água reciclada

durante períodos chuvosos, controle de odor e mosquitos, sinalizações adequadas e mais.39 A

lei deve também reforçar ou estabelecer sistemas novos e separados de marcação para tubos

instalados acima ou abaixo do solo, barris usados para o transporte de água reciclada, ou

qualquer outra conduta de água reciclada. Isto é para tornar claros os sistemas de marcação

distintos entre os tipos de água e evitar a perigosa mistura de água reciclada e potável.40

Artigo 4: Monitoramento, Relatórios e Execução

A legislação proposta permitirá o INEA estabelecer e fazer cumprir as regras ou regulamentos,

para os usuários de água reciclada, e administrar a concepção e construção de instalações para

uso de água reciclada, de acordo com os Critérios de Reciclagem sobre as normas de qualidade

da água e uso em ambientes industriais. A legislação pode incentivar a colaboração

intersetorial entre as agências relevantes, incluindo CEDAE e outros serviços públicos de água,

em revisões técnicas de concepção e planos de construção de terceiros para o uso de

instalações de água reciclada.

Esta legislação exigirá que o Supervisor Local apresente um relatório anual resumindo a

quantidade total de água reciclada fornecida e utilizada em cada local industrial que exige a

aprovação de licenças do INEA, incluindo a localização do estabelecimento e a relação com

áreas hidrológicas subjacentes aos locais de uso de água reciclada. Ela permitirá o INEA exigir

que cada estabelecimento industrial licenciado realize inspeções periódicas das instalações de

água recicladas administrados pelo Supervisor Local e fiscalize o cumprimento da qualidade e

usos da água reciclada, como especificada nos Critérios de Reciclagem estabelecidos pela

Força-Tarefa e aprovado pelo do Estado do Rio de Janeiro, e em coordenação com os

regulamentos de saúde da SES do Rio de Janeiro, em que a utilização de água reciclada envolve

a proteção da saúde pública.41

A legislação irá capacitar o INEA, a SES, e quaisquer agências de inspeção competente para

ordenar que quaisquer contaminações identificadas resultantes da utilização de água reciclada

39

As melhores práticas listadas são referenciados a partir do Los Angeles County Sanitation District Recycled Water

Users Handbook, Requirements for Recycled Water Users, Section 5.

40 Referenciado a partir da Lei da Água Potável da Califórnia, Artigo 7°, seção 116815.

41 De acordo com o Código de Águas da Califórnia, Artigo 4º, seção 13521, o Departamento de Serviços de Saúde do

estado estabelece critérios uniformes de reciclagem em todo o estado para cada tipo de variável de utilização de

água reciclada em que o uso envolve a proteção da saúde pública.

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sejam observadas de acordo com remediação ambiental e leis federais existentes. A falta de

apresentação do Requerimento de reciclagem de água resultará na retenção da aprovação do

licenciamento pelo INEA ou outros órgãos de licenciamento relevantes.

Artigo 5: Utilização e Qualidade da Água

A Força-Tarefa estabelecerá quais os níveis de qualidade da água reciclada serão adequados

para os diferentes tipos de uso industrial no estado do Rio de Janeiro. Esta seção fornece

alguns exemplos de usos de águas recicladas, bem como regulamentos de base para a

descarga de água reciclada, o que pode refletir a nova legislação do Rio de Janeiro. A água

reciclada geralmente é submetida a diferentes níveis de tratamento - primário, secundário e

terciário, sendo o terciário o nível mais avançado de tratamento. Os usos para água reciclada

após nível o terciário de tratamento de desinfecção incluem descargas de sanitários e

mictórios; sifões de drenagem; água de processo industrial que possa entrar em contato com

os trabalhadores; estruturas de combate a incêndios; fontes decorativas; lavanderias

comerciais; consolidação de reaterro em torno encanamentos de água potável; uso para

refrigeração industrial, comercial ou ar condicionado que envolva utilização de uma torre de

arrefecimento, um condensador de evaporação, pulverização ou qualquer mecanismo que crie

névoa; e lavagens de caminhões comerciais, incluindo lavagens de mãos, se a água reciclada

não for aquecida, onde o público em geral é excluído do processo de lavagem.

Os seguintes são exemplos de usos para a água reciclada após desinfetada no nível secundário

de tratamento de água reciclada: alimentação de caldeira industrial; combate a incêndios não-

estruturais; consolidação de reaterro em torno de tubulações não potável; compactação do

solo; betonagem; controle de poeira em estradas e ruas; limpeza de estradas, calçadas e áreas

de trabalho ao ar livre; e água de processo industrial que não entrará em contato com os

trabalhadores; e uso para descargas sanitárias.42

A água reciclada dispensada após utilização industrial nos corpos de água estatais deverá

obedecer todos os padrões federais, estaduais, ambientais e de qualidade de saúde existentes.

Água reciclada dispensada após utilização industrial nos sistemas de esgoto e em outros

sistemas de tratamento, fornecimento ou de resíduos devem cumprir com todos os padrões

federais, estaduais, ambientais e de qualidade de saúde existentes.43 Água reciclada após o uso

industrial que seja direcionada a um sistema ou em uma utilização que pode entrar em

contato com seres humanos ou animais deve cumprir com todos os padrões federais,

estaduais, ambientais e de qualidade de saúde existentes.44

42

A recomendação é referenciada a partir do Código de Águas da Califórnia, Artigo 3º. Usos da Água Reciclada,

seções 60306 & 60307.

43 A recomendação é referenciada a partir do Código de Segurança e Saúde da Califórnia, Artigo 7°, seção 116551,

em que é necessária uma avaliação técnica que qualifique a tecnologia de tratamento proposto.

44 A recomendação é referenciada a partir da Lei Federal de Controle de Poluição da Água, seção 311 (b) (2), que

rege a possível descarga de substâncias perigosas em fontes de água superficial ou subterrânea.

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Os Critérios de Reciclagem aderirão às leis de saúde pública em vigor estabelecidas pela

Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro, ou sua equivalente, e as agências pertinentes em que o

uso envolve a proteção da saúde pública. Se a utilização de água reciclada para fins industriais

não for abordada pelos Critérios de Reciclagem estabelecidos pela Força-Tarefa, então o INEA

deve considerar os padrões de uso industrial da água e qualidade adequados, numa orientação

caso a caso.

Artigo 6: Preço e Incentivos

Esta seção avalia incentivos financeiros e questões de preços, a fim de definir o quadro e

metas para alcançar uma utilização generalizada e economicamente viável de reciclagem de

água que será atraente para os usuários.

Nossa legislação proposta afirma explicitamente que o preço da água reciclada deve refletir

uma partilha equitativa dos custos e benefícios associados com o desenvolvimento e a

utilização de água reciclada; e delineará que o objetivo de tarifação da água reciclada deve ser

igual ou abaixo do preço equivalente de água potável para permitir a racionalidade econômica

da indústria e melhorar a atividade econômica.45 Ela estabelecerá que o preço da água

reciclada deve ser composto pela recuperação de custos, fixos e variáveis, geradas pelo

produção, distribuição e administração geral de atividades de águas recicladas.

A legislação deve autorizar os programas estaduais de assistência financeira, tais como

empréstimos ou incentivos econômicos adicionais para instalações de controle de qualidade

da água proporcionando utilização ótima da água reciclada.46 A legislação deve autorizar o

INEA ou outra financeira prestadora de assistência, a identificar incentivos para as zonas

industriais públicas e privadas para reequiparem sistemas de água existentes para a reciclagem

de água. Outras possibilidades incluem um programa de premiação anual, estabelecido pelo

INEA, para reconhecer as empresas e instalações industriais que maximizem a eficiente

reutilização da água reciclada, e uma lista aberta de indústrias ou empresas participantes de

reciclagem de água.

Outras considerações e Ideias

Nem todas as iniciativas de reciclagem de água estarão diretamente relacionada à legislação.

Existem outros programas e opções a considerar ao criar um sistema de reutilização

sustentável da água. Por exemplo, dentro do processo de candidatura para um novo complexo

industrial, a ser revisado e aprovado pelo INEA, informações sobre o volume anual de água

reciclada no local devem ser fornecidas e compartilhadas com CEDAE, em um esforço para

45

A recomendação é referenciada a partir do Código de Águas da Califórnia, seção 13576.

46 A recomendação é referenciada a partir do Código de Águas da Califórnia, seção 13527 (a), e no Capítulo 6,

Artigos 1º e 2º. A Califórnia faz empréstimos a órgãos públicos e fornece assistência financeira para o

abastecimento e utilização de água reciclada.

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coletar dados de demanda de água de reaproveitamento. Isso ajudará serviços de água e

planejadores de reutilização de água a projetarem a demanda futura de água reciclada pela

indústria, o que leva a um melhor planejamento de longo prazo de projetos de capital para a

distribuição em grande escala de água reciclada para locais de indústria. Para a rede de

distribuição de água reciclada ou mercado proposta, operada pela FIRJAN ou outra entidade

adequada, os compradores e vendedores podem confiar em operações de transporte por

caminhão para a locomoção de água reciclada. Como caminhões são grandes emissores, as

empresas podem ser incentivadas por meio de isenções fiscais e reconhecimento, para que

utilizem frotas de combustível eficiente ou caminhões híbridos na sua distribuição de água

reciclada para reduzir emissões de carbono. A SEA, SES, e demais órgãos reguladores da

presente lei podem estabelecer uma agenda de reunião anual ou bianual com a CEDAE e

outros fornecedores de água para coordenação das políticas com competência técnica no

ritmo em que o sistema de água reciclada se expandir. Se mandatado na lei ou não, as

agências governamentais devem reconhecer a responsabilidade governamental na

sensibilização do público, a comunicação e a transparência das operações e identificar

possíveis programas de extensão e educação com as empresas para reutilização de água

industrial.

UMA PERSPECTIVA GLOBAL

O Conselho de Recursos Hídricos do Estado da Califórnia estabelece metas políticas na forma

de mandatos para atingir metas mais elevadas de uso de água reciclada por períodos de 10-20

anos.47 Similar ao estado da Califórnia, várias nações dentro da comunidade global tem

regulamentos desenvolvidos para trabalhar a reutilização da água. Algumas dessas

regulamentações globais serão apresentadas.

Mandatos

Na Austrália existem metas específicas relativas à utilização de águas residuais tratadas em

conjunto com mandatos sobre a eficiência da água para novas construções residenciais que

incluem a utilização de reciclagem de água cinza. Exemplos específicos da indústria incluem as

obrigações de reaproveitamento de água do Canadá em projetos propostos em areias

petrolíferas com a obrigação de reutilização de 100%, bem como mandatos da Califórnia em

centrais elétricas.48 Estes tipos de mandatos podem ser encontrados dentro o código de água,

47

“Policy for Water Quality Control for Recycled Water, State Water Resources Control Board.” (2013). Acesso em

1º de junho de 2015, em

http://www.waterboards.ca.gov/water_issues/programs/water_recycling_policy/docs/rwp_revtoc.pdf

48 Esses exemplos são resumidos a partir do “Addressing Water Scarcity Through Recycling and Reuse: A Menu for

Policymakers.” GE Water & Process Technologies, 2008 e “Creating Effective Incentives for Water Reuse and

Recycling.” GE Water & Process Technologies, 2011

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mas também pode ser encontrado em outras leis e códigos de construção sob a jurisdição de

agências diferentes. Junto com a Califórnia, a Espanha também determina o “verdadeiro

custo” e em algumas áreas do Arizona e Califórnia os preços da água potável subsidiam os

custos de água reciclada.49

Incentivos

Considerando os incentivos, a Austrália fornece um crédito de imposto de 10% sobre os custos

de capital inicial elegível para a qualificação de projetos de reutilização de água. Espanha,

Cingapura e México oferecem diferentes níveis de incentivos fiscais também. Dentro dos

Estados Unidos, a Nova Jérsei e o Texas também oferecerem incentivos fiscais. Os descontos

são uma outra forma de incentivo disponível na Austrália, Califórnia, Texas e Colorado nos

custos de instalação de reutilização de água e tecnologias de conservação. Financiamento

através de garantias e/ou subsídios de projetos de maior escala nos setores comerciais e

industriais é oferecido em Nova Jérsei, Flórida, Califórnia, Cingapura, Itália e Austrália.50

Relatórios, Monitoramento e Avaliação

A Cingapura implementou uma tecnologia de reutilização avançada, onde uma porção de água

de reaproveitamento é tratada para utilização potável direta (NEWater), bem como a

utilização potável indireta. A reutilização de água bem sucedida tem sido atribuída a uma

aplicação rigorosa das políticas relacionadas.51 Os relatórios, o monitoramento e fiscalização

são da Agência Nacional do Meio Ambiente, que especificamente monitora descarga de águas

residuais industriais nos cursos de água, enquanto o Conselho de Utilidades Públicas monitora

todas as águas residuais descarregadas no sistema de esgoto público.52 A qualidade da água

também é estritamente regulada pelas Regulações de 2008 da Saúde Pública Ambiental (EPH)

(Qualidade de Água Potável Encanada). Águas residuais industriais que geram grande

quantidade de poluentes obrigam a instalar sistemas de monitoramento para prevenir

poluente efluente em esgotos públicos.

Na Austrália, a qualidade da água industrial tem de ser continuamente verificada, tanto na

fonte como no uso final. Isso envolverá monitoramento e testes, mas apenas o apropriado

(não necessariamente monitoramento online contínuo). Programas de monitoramento e

testes de verificação devem ser desenvolvidos com base na avaliação dos riscos e podem ser

49

“Creating Effective Incentives for Water Reuse and Recycling.” (2011, March). GE Water & Process Technologies.

50 Esses exemplos são resumidos a partir do “Addressing Water Scarcity Through Recycling and Reuse: A Menu for

Policymakers.” GE Water & Process Technologies, 2008 e “Creating Effective Incentives for Water Reuse and

Recycling.” GE Water & Process Technologies, 2011

51 “Dealing with Water Scarcity in Singapore.” (2006). World Bank. Acesso em 1º de junho de 2015, em

http://siteresources.worldbank.org/INTEAPREGTOPENVIRONMENT/Resources/WrM_Singapore_experience_EN.pdf

52 “Singapore.” Global Water Intelligence. Acesso em 1º de junho de 2015, em

http://www.globalwaterintel.com/research/node/regulations/chapter/35-singapore/

Page 21: Pontapé Inicial na Reutilização da Água · oferta de água, devido a fatores ambientais e geográficos. À luz da mudança de padrões no ... utilização de água reciclada

refletidos no documento adequado (por exemplo, tanto por fornecedores como parte de seu

contrato de oferta, ou usuários finais como parte de seu EIP e gestão de riscos).53

CONSIDERAÇÕES FUTURAS

É evidente que o estado do Rio de Janeiro está se estabelecendo como uma entidade global

em reutilização de água. Após análise das iniciativas em curso e o interesse investido de

numerosas agências em níveis múltiplos, as nossas recomendações estão enraizados na

legislação que capacita as partes interessadas a definirem as suas normas e políticas e

acompanhar e aplicá-las em conformidade. Estas partes incluem (apesar de não estarem

limitados) o INEA, a CEDAE, e a FIRJAN. A legislação recomendada permite todas as partes

interessadas definirem claramente políticas e metas de reutilização de água; estabelecer uma

Força-Tarefa dos líderes-chave; definir mandatos de reutilização; permitir o monitoramento

consistente, avaliação e execução; coincidir a qualidade da água com o uso; e criar incentivos e

preços para que as indústrias se beneficiem da reutilização de água. Indivíduos dentro da

Força-Tarefa determinarão todos os detalhes relevantes da legislação, enquanto consideram o

estado da infraestrutura e capacidades atuais do Rio de Janeiro. Além disso, o nível de

envolvimento de cada entidade é variável e depende de preferência.

A opção política mais eficaz é aquela que implementa mudanças tanto de curto prazo como de

longo prazo dentro da regulação de água. Para garantir a sustentabilidade a longo prazo da

reforma do reaproveitamento de água, é necessária uma mudança de perspectiva no Rio que

reduza a demanda global de água e destaque a praticidade e segurança da reutilização de

águas residuais. Essa mudança vai fortalecer medidas legislativas e reforçar o apoio de

programas de reutilização. A troca de paradigma será melhor alcançada através da

implementação de legislação que seja transparente, claramente definida e que sensibilize a

opinião pública através da educação, como evidenciado em conjunto pela análise acima

mencionada.

53

EPA Victoria. “Industrial Waste Resource Guidelines Industrial Water Reuse.” Acesso em 1º de junho de 2015, em

http://www.epa.vic.gov.au/~/media/Publications/IWRG632.pdf

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Page 25: Pontapé Inicial na Reutilização da Água · oferta de água, devido a fatores ambientais e geográficos. À luz da mudança de padrões no ... utilização de água reciclada

Apêndice A: Matriz de Perspectiva Global para Estudos de

Caso54

Legislation Consideration

Tipo País/estado dos EUA Descrição

Força-Tarefa Colaboração das partes interessadas

Canadá Coordenadores de eficiência hídrica trabalham com a indústria e os moradores para fornecerem ideias e recursos.

Fórum WaterReuse da Austrália

Fórum das organizações líderes do país sobre reutilização de água e dessalinização para possibilitar o diálogo entre as partes interessadas.

Mandatos

Crescimento obrigatório da reutilização de água

Califórnia A Califórnia exige que as entidades locais e privadas produzam água reciclada dentro dos limites de uma agência local em 10 anos.

Flórida A lei estadual exige que os distritos de gestão da água avaliem seus recursos hídricos e designem áreas de precaução, onde o abastecimento de água é limitado.

Austrália Restrições de água estão atualmente em vigor em todas as grandes cidades da Austrália.

Hesse State Water Law da Alemanha

A lei exige que os operadores de sistemas de abastecimento público de água tomem medidas para reduzir o consumo de água potável.

Mandatos e Políticas Industriais Específicas

Califórnia Departamento de Serviços Gerais / Departamento de Transportes são necessários para instalar tubulação roxa para projetos de irrigação de paisagem.

Alberta do Canadá O Conselho de Energia e Utilidades impôs a obrigação de 100% de reaproveitamento de água nas areias petrolíferas.

Incentivos Incentivos Fiscais

Austrália

Uma política de eleição do governo recém-eleito envolve um crédito fiscal de 10% sobre a água.

Investimentos ambientais da Espanha

Os investimentos tem direito a uma dedução de imposto corporativo sobre investimentos / bens utilizados para proteger o meio ambiente.

Incentivos de Expansão Econômica da Cingapura

A Cingapura tem um crédito de imposto igual a uma percentagem das despesas de capital fixo em projetos ou atividades que reduzem o consumo de água potável.

Nova Jérsei Créditos fiscais de negócios corporativos são oferecidos para o custo do tratamento e / ou equipamento com a finalidade de reutilização benéfica de águas residuais de efluentes em processos industriais.

Descontos em tecnologias de reutilização de água

Programa Escolar de Descontos em Tanques Pluviais da Austrália

A Austrália oferece descontos para a instalação de tanques de águas pluviais em casas e escolas.

Programa de Tecnologias de Água Eficientes da Califórnia

Descontos a empresas institucionais comerciais / industriais são oferecidos para reduzir a descarga de águas residuais.

Programa de Incentivo Comercial do Texas

Oferece descontos para os usuários de água industriais, comerciais e institucionais para instalar novos equipamentos e processos que conservem água em instalações existentes.

54

Esses exemplos são resumidos a partir do “Addressing Water Scarcity Through Recycling and Reuse: A Menu for

Policymakers.” (2008). GE Water & Process Technologies, e “Creating Effective Incentives for Water Reuse and

Recycling.” (2011). GE Water & Process Technologies.

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Colorado Usuários de água industrial e comercial podem receber descontos para instalar novos equipamentos de poupança de água ou introduzir aplicações de reutilização da água.

Financiamento e Subvenções

Austrália Subsídios para aprovação de dessalinização, reciclagem de água, e os principais projetos de captura de águas pluviais são desenvolvidos pelo setor privado, os governos locais e os governos estaduais.

Cingapura NEWater é vendida a preços mais baixos do que a água regular. Impostos Conservação de Água e taxas de tratamento de água não se aplicam à venda de NEWater.

Região Emilia Romagna da Itália

Emilia Romagna oferece subsídios para a adoção de reutilização de água e tecnologias relacionadas no setor petroquímico.

Califórnia O estado oferece subsídios para instalações planejando estudos para determinar a viabilidade da utilização de água reciclada.

Programa de Financiamento de Infraestrutura Ambiental

da Nova Jérsei

Programas de empréstimo rotativo fornecem empréstimos às unidades do governo local para até metade dos custos dos projetos admissíveis e um empréstimo de taxa de mercado para os restantes custos admissíveis.

Programa de Premiação

Prêmio Watermark, Prêmio da Água de Lee Kuan Yew, etc. da Cingapura

Vários prêmios dados por diferentes entidades (PUB / NEA) são concedidos em reconhecimento do uso e conservação da água.

United States (USEPA) Water Efficiency Award

Programas de prêmios e distinções anuais reconhecem as entidades públicas e privadas pelos esforços de conservação e reciclagem de água.

Preços Verdadeiro Custo de Preços

Reutilização Consciente da Água de Nova Iorque

O Programa de Reutilização Consciente de Água de Nova York criou um subsídio indireto eficaz para sistemas de reutilização de água privadas.

Regiões Nacionais / Autônomas da Espanha

O preço cobrado aos consumidores de água por água fresca / coleta e tratamento de águas residuais devem refletir os custos reais.

Água reutilizada subsidiada pelo preço potável

Arizona Taxas de água recuperada restauram 73-85% dos custos do serviço, e os usuários de água potável pagam o valor restante.

LADWP da Califórnia Los Angeles firmou contratos para o fornecimento de água reciclada cobrando de 80% da água potável.

Outros Consciência e Educação Comunitária (destinado à comunidade pública e/ou empresarial)

Programa de Água Reciclada da Califórnia

Programa de Água Reciclada da Califórnia fornece informações para empresas de paisagismo, industriais e agrícolas sobre os usos de água reciclada.

Guia Hídrico de Planejamento e Equipamentos Eficientes do Texas

Este guia fornece informações sobre o equipamento e planejamento de práticas que conduzam à economia de água acima dos requisitos regulatórios. A informação é dirigida a novos negócios comerciais e de construção institucional.

Programa de Divisão de Qualidade da Água de Reutilização de Águas Residuais de Nova Jérsei

Este site contém informações reutilização de água, incluindo diretrizes detalhadas, tais como, o "Manual Técnico de Água Reaproveitada para Reutilização Benéfica."

Comissão Nacional de Águas do México

CONAGUA é uma Comissão Nacional de Águas composta por ambos os sistemas de serviços públicos de água estaduais e municipais. Desenvolve programas de segurança de reutilização de água pública.

Educação e Informação Pública da Cingapura

A Cingapura utiliza uma variedade de programas de sensibilização e de divulgação,

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incluindo funcionários públicos que bebem água recuperada.

Campanhas de Sensibilização do Público da

Espanha

Campanhas referentes ao uso racional foram lançados em jornais e outros meios de comunicação pelo Ministério do Meio Ambiente.

Hesse Water Laws da

Alemanha Hesse Water Laws exigem a sensibilização do público e campanhas de conservação de água fornecidas por operadores públicos de água.

Dessalinização Israel55

25% do abastecimento de água de Israel vem de dessalinização na maior usina de dessalinização do mundo, que produz 627,000m³ de água diariamente.

Califórnia56

A Califórnia está construindo atualmente uma usina de dessalinização que fornecerá 50 milhões de litros de água potável por dia.

55

MIT Technology Review. “Megascale Desalination.” Acesso em 4 de junho de 2015, em

http://www.technologyreview.com/featuredstory/534996/megascale-desalination/

56 Nash, James. (2014, February 12). “Israel Desalination Shows California Not to Fear Drought.” Acesso em 4 de

junho de 2015, em http://www.bloomberg.com/news/articles/2014-02-13/israel-desalination-shows-california-not-

tofear-drought

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WATER REUSEregulations &policy

mandates

incentives

communityengagement

25%

$$$

informs &utilizes

bols t e r

m o t i vat es

authori

zes

allo w s f o r

Cooperation &collaboration

inea CEDAEFIRJAN

Task Force

informs

supports

monitoring,reporting &

enforcement

sustains

Kick Starting Water ReuseLegislation and Policy Options for Rio de Janeiro

Globally, water reuse and management poli-

cies are primarily advanced at the state level. Within the United

States, the state of Califor-nia provides a compelling

framework by which to contextual-ize water management. California has a long history of drought, which has permitted the state time to develop, implement, and adapt

policies and legislation that enable ongoing reform, water reuse, and conservation efforts. As with California, water management is at the fore-

front of policy needs within the state of Rio de Janeiro, and the country of Brazil at large. The first

steps in policy reform include careful analysis of stakeholders and key players in water reuse mea-sures. At the federal, state, and municipal levels,

there is interplay between vested stakeholders in water reuse reform. For this reason, identifying

and engaging community and industry leaders at an early stage, as well as leaders in all facets of media, is a key step in the establishment of an

equitable and efficient water reuse system.

C urrent state interests are

moving towards water reuse in the

industry sector. Approaching reform with

a focus on industrial water reuse legislation has the

potential to lead to a broader discussion within local communities

and across all sectors. Beginning with policies for big industries and narrowing

down into local communities allows for time to garner local support and strengthen networks that sustain long-term reform. This analysis proposes to enact legislation within the state of Rio de Janeiro that enables agencies at a state level to set clear goals and collaborative efforts, establish water quality standards, monitor and evaluate output, and create incentives for industry participation and community support. Broad goals for this legislation include clearly defining and sharing objectives; creating an industrial water recycling task force; establishing mandate; defining criteria for monitoring, reporting, and enforcing measures; and formulating pricing and quality standards that can be supported by incentives.

David [email protected]

Barbara [email protected]

Beth [email protected]

Rachel [email protected]

Vincent [email protected]

Dr. Eric [email protected]

Avery [email protected]

Kazuo [email protected]

Rhea [email protected]

Ling [email protected]

Appendix B: Leave Behind from Presentation Given June 3rd, 2015

Page 29: Pontapé Inicial na Reutilização da Água · oferta de água, devido a fatores ambientais e geográficos. À luz da mudança de padrões no ... utilização de água reciclada

POLICY MENURecommendations Rooted in the California & Global Experience

Intent, Purpose and Goals

Establish a Task Force

Mandates

Legislation should promote the efficient and safe use of recycled water.

Mandates should minimize demand and supplement existing water supplies.

Policies should recognize the volatility of water supply and increasing demand of water use.

Laws should establish numerical goals & target dates.

Water Quality & Use Water quality matches specific industrial uses.

Advanced disinfected tertiary levels of treat-ment include: Flushing toilets and urinals, prim-ing drain traps, industrial process water that may come in contact with workers etc.

Disinfected secondary levels of treatment include: Industrial boiler feed, nonstructural fire fighting, backfill consolidation around non-pota-ble piping etc.

Legislation should address discharged recy-cled water compliance.

Legislation should require industries to submit an application to INEA.

Policy should mandates industries to appoint a site supervisor responsible for overseeing the water recycling system.

Laws should establish a separate marking system or “purple pipes” to carry recycled water.

Monitoring, Reporting, & Enforcement Legislation should authorize agencies to regulate and enforce water recycling.

Laws should set time periods for reporting and inspection.

Policies should enable licensing agencies to suspend license approvals.

Task Force should include members represent-ing the environment, water utilities and munici-palities, industrial leaders, public health officials, and civil society.

Members of the task force should determine water quality standards, uses, and participation.

The Task Force should report periodically with intervals set by INEA.

Incentives & Pricing Legislation should reflect an equitable sharing of costs and benefits associated with the devel-opment and use of recycled water.

Reused water prices reflect recovery costs.

Prices of reused water should be at or below alternative prices.

Incentive preferences value optimization.

Applicant information shared with CEDAE can aid in projecting future reused water demands and long-term planning.

A recycled water marketplace regulated by FIRJAN Can provide a platform for buying and selling reused water.

As reused water systems expand, ongoing stakeholder meetings can provide a forum to exchange technical expertise.

Outreach and public awareness campaigns are essential to long-term water conservation.

Other Considerations

For further details, examples, and references of legislation refer to California Water Code Section 13575-13583