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Prof. Leandro Cadenas Prado

Auditor Fiscal da Receit a Federal

RESUM O DO S TÓ PIC O S M A IS IM PO RTA N TES

PA RA C O N C URSO S PÚBLIC O S

1ª Edição – fevereiro/2005

Atualizada pela EC nº 45/2004

MAIS DE 850 ÍTENS E SUBITENS IMPORTANTESPARA CONCURSOS PÚBLICOS

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O Autor

Leandro Cadenas Prado é Auditor-Fiscal da Receita Federal,aprovado na área de Tributação e Julgamento, 1ª RegiãoFiscal, no concurso de 2.000/2.001, exercendo suas atribuições

em Campo Grande (MS). É Instrutor da Escola deAdministração Fazendária do Ministério da Fazenda(ESAF/MF) e professor de Direito Constitucional, Administrativoe Penal, ministrando aulas em cursos preparatórios paraconcursos públicos. É autor dos livros Servidores Públicos Federais - Lei nº 8.112/90, Ética na Administração Pública  e Resumo de Direito Penal – Parte Geral , todos pela Editora

Impetus, além do Resumo de Direito Constitucional , destamesma série. É também professor colaborador do site www.pontodosconcursos.com.br .

Palavras do Autor:

Após anos lecionando para concursos públicos, e depois do

sucesso do Resumo de Direito Constitucional, a pedido dosalunos preparamos esta obra, com um apanhado dos assuntosrecorrentes no âmbito do Direito Administrativo.

Com o intuito de auxiliar na preparação daqueles que desejamseguir a carreira pública, organizamos os assuntos, de maneiraprática e didática que, acreditamos, deve proporcionar uma boafonte de revisão dos pontos já estudados.

Neste trabalho, estão abrangidas quase que a totalidade detemas cobrados em qualquer das próximas provas de DireitoAdministrativo.

Agora é sua vez. Faça sua parte. Estude. Revise. O sucessovirá!

E-mail : [email protected]  

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RESUMO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

SUMÁRIO

CAPÍTULO ASSUNTO PÁGINA

Capítulo I Conceito, fontes, regime administrativo e princípios 04

Capítulo II Administração Pública 08

Capítulo III Poderes administrativos 14Capítulo IV Atos administrativos 16

Capítulo V Serviços públicos 25

Capítulo VI Regime jurídico dos servidores públicos federais 28

Capítulo VII Responsabilidade civil do Estado 45

Capítulo VIII Controle da Administração Pública 49

Capítulo IX Licitações 58

Capítulo X Contratos administrativos 71

Capítulo XI Parceria público-privada – PPP 80

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RESUMO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

CAPÍTULO I

CONCEITO, FONTES

REGIME ADMINISTRATIVO E PRINCÍPIOS

1. Direito Administrativo é o conjunto dos princípios jurídicos quetratam da Administração Pública, suas entidades, órgãos, agentespúblicos, enfim, tudo o que diz respeito à maneira como se atingir às

finalidades do Estado.2. O Direito Administrativo integra o ramo do Direito Público, cuja principalcaracterística encontramos no fato de haver uma desigualdade jurídicaentre cada uma das partes envolvidas, ou seja, a Administração Pública seencontra num patamar superior ao particular.

3. Esse ramo do Direito regra todas as atividades administrativas doEstado, qualquer que seja o Poder que a exerce, ou o ente estatal a quepertença: se a atividade é administrativa, sujeita-se aos comandos do Direito

Administrativo.4. Quatro são as principais fontes do Direito Administrativo:

a. lei: fonte primária, principal, normalmente abstrata e geral;

b. jurisprudência: conjunto de decisões do Poder Judiciário no mesmosentido, é fonte secundária;

c. doutrina: teoria desenvolvida pelos estudiosos do Direito, é fontesecundária;

d. costumes: reiteração uniforme de determinado comportamento, éfonte secundária.

5. Regime jurídico administrativo é o conjunto das regras que buscamatender aos interesses públicos.

6. São princípios basilares do Direito Administrativo: supremacia dointeresse público sobre o particular e indisponibilidade do interesse público.

7. No Brasil, a Jurisdição é una, cabendo apenas a um órgão acompetência de dizer o Direito de forma definitiva, é dizer, fazendo coisa

 julgada material: Poder Judiciário.

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execução. O interesse público é indisponível, tendo o agente público opoder-dever de agir de acordo com esse princípio.

18. Em face do atributo da presunção de legitimidade, tomam-se comoexistentes os fatos alegados e como legais os atos administrativospraticados, até prova em contrário. É uma presunção relativa, “juris tantum”,ou seja, cabe prova em contrário.

19. O princípio da continuidade estabelece a necessidade de que aAdministração Pública não interrompa a prestação de seus serviços, poisfundamentais e essenciais à coletividade.

20. O princípio da hierarquia determina que haja coordenação esubordinação entre os órgãos da Administração Pública, com a possibilidadede revisão de atos, delegação, avocação e punição.

21. Pelo princípio da auto tutela cabe à Administração Pública rever seuspróprios atos, anulando os ilegais e revogando os inconvenientes ouinoportunos. É controle interno, diferente da tutela, que é controle externo,sujeição exercida por outra pessoa.

22. Qualquer ação tomada dentro da esfera pública deve ser pautada noprincípio da razoabilidade, implicando em coerência entre os meios e osfins, considerando-se todas as situações e circunstâncias que afetem asolução.

23. O princípio da motivação exige que a Administração Públicafundamente todos seus atos adequadamente, sempre vinculando o ato aosmotivos apresentados. Ainda que um ato discricionário esteja entre asexceções de obrigatoriedade de motivação, segundo a Teoria dos MotivosDeterminantes, o motivo alegado se adere e se vincula ao ato: se aquele forinexistente, este também será.

24. Pelo princípio da igualdade, todos devem receber tratamentoisonômico da Administração Pública. Sendo iguais, o tratamento não podeser diferente. As diferenças devem ser consideradas e, atendendo ao

princípio da razoabilidade, adequadamente motivadas.25. Pelo princípio da segurança jurídica, garante-se a estabilidade relativadas relações jurídicas, não passíveis de mudança aleatória pelaAdministração Pública, mas apenas dentro das possibilidades e prazoslegais de alterações.

26. Todo processo, inclusive o administrativo, deve obediência ao devidoprocesso legal (“due process of law”), de onde provém também osprincípios do contraditório e da ampla defesa.

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27. O contraditório assegura que a parte tem o direito de se manifestarsobre todas as provas produzidas e sobre as alegações feitas pela parteadversa.

28. Por ampla defesa entende-se a possibilidade que o acusado tem deusar todos os meios lícitos admitidos para provar o que alega, inclusivemanter-se calado (art. 5º, LXIII, CF/88) e não produzir provas contra si. 

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CAPÍTULO II

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

29. Administração Pública é o Estado; administração pública é a atividadeadministrativa do Estado.

30. Administração Direta/Centralizada: prestação de serviços públicospelos próprios órgãos estatais.

31. Administração Indireta/Descentralizada: prestação de serviçospúblicos por delegação ou outorga do poder público.

32. Descentralização: repasse de atividades de uma pessoa para outra.

33. Desconcentração: repasse de atividades dentro da mesma pessoa jurídica.

34. O repasse de serviço público pode ser feito para pessoas jurídicas dedireto público ou de direito privado.

35. Mesmo as pessoas privadas têm limitações, impostas pela derrogaçãodo direito privado pelo público.

36. A descentralização pode ser via outorga (por lei, da titularidade e daexecução), ou delegação (por contrato/ato, da execução somente).

37. Características das autarquias:

a. criação por lei específica; organização por decreto, regulamento ouestatuto;

b. personalidade jurídica de direito público;

c. auto-administração;

d. atuação em nome próprio;

e. especialização dos fins ou atividades; exercem atividades típicas deEstado;

f. sujeita a controle ou tutela ordinária, preventiva ou repressiva, delegalidade ou de mérito;

g. dotadas de patrimônio próprio, inalienável, impenhorável eimprescritível;

h. admissão de servidores públicos por concurso (art. 37, II, CF/88), sobregime estatutário ou da CLT; admissão sem concurso só na hipótese

de contratação por tempo determinado para atender a necessidadetemporária (art. 37, IX, CF/88);

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i. reclamações trabalhistas processadas perante a Justiça do Trabalho(art. 114, CF/88) se o vínculo for trabalhista, e perante a Justiça Comum,se for estatutário (art. 109, I, CF/88 e Súmula 137/STJ);

 j. impossibilidade, em regra, de seus servidores acumularem cargospúblicos (art. 37, XVI e XVII, CF/88);

k. atos dos dirigentes podem ser questionados por mandado desegurança e ação popular;

l. imunidade (recíproca ou ontológica) de impostos sobre patrimônio,renda e serviços (art. 150, § 2º, CF/88);

m. débitos pagos mediante precatório, exceto os definidos em lei comode pequeno valor (art. 100, §§ 1º e 3º, CF/88);

n. prazos processuais privilegiados: em dobro para recorrer e em

quádruplo para contestar (art. 188, CPC) e garantia do duplo grau de jurisdição obrigatório, quando a sentença lhe for desfavorável (art. 475,II, CPC e Lei nº 9.469/97, art. 10);

o. atos com presunção de legalidade;

p. créditos cobrados via execução fiscal (Lei nº 6.830/80 e art. 578,CPC);

q. responsabilidade objetiva e possibilidade de ação de regresso contraseus servidores (art. 37, § 6º, CF/88);

r. sujeita às regras licitatórias (Lei nº 8.666/93).

38. Autarquia Territorial é a divisão geográfica, com personalidade jurídica própria, criada para prestar serviços genéricos à sociedade (é umaexceção ao princípio da especialização).

39. Autarquia em Regime Especial é uma característica dada a certasautarquias pela lei que as cria, correspondendo apenas a presença de ummaior número de privilégios. Em geral, são subdivididas em: Agências

Reguladoras e Agências Executivas. 40. Agência Reguladora é uma autarquia criada sob regime especial, coma atribuição de exercer o poder normativo das concessões e permissões deserviços públicos, competência essa que, originalmente, é do PoderPúblico.

41. Agência Executiva é uma qualidade ou atributo de pessoa jurídica dedireito público que celebre contrato de gestão. Tal qualidade pode seratribuída tanto às autarquias quanto às fundações, desde que cumpram osrequisitos legais.

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42. Fundação instituída pelo poder público é um patrimônio dotado depersonalidade jurídica, destinado à prestação de atividades públicas na áreasocial. Segundo STF, é espécie do gênero autarquia.

43. Principais características das empresas públicas:

a. criação autorizada por lei específica (art. 37, XIX, CF/88); uma vezautorizada, a criação seguirá o modelo do direito privado, por meio dedecreto; extinção também por lei;

b. podem ser sociedades mercantis, industriais ou de serviços;

c. vinculam-se aos fins previstos na lei;

d. podem prestar serviço público ou explorar atividade econômica emcaráter suplementar, se necessária à segurança nacional ou relevanteinteresse coletivo;

e. sujeitas às regras do direito privado, derrogado (parcialmenterevogado) pelo direito público, quando exploradora de atividadeeconômica e às regras do direito público, com as ressalvasconstitucionais e legais, quando prestadora de serviço público;

f. devem licitar, com regras próprias ou da Lei de Licitações nº8.666/93;

g. capital exclusivamente público (unipessoal se 100% do capital

pertencer a um ente da federação; pluripessoal se dividido entre dois oumais entes);

h. sujeitas às obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributárias;

i. vedados privilégios fiscais não extensivos ao setor privado;

 j. a responsabilidade civil objetiva (art. 37, § 6º, CF/88) somente seaplica àquelas prestadoras de serviços públicos, não às exploradoras deatividades econômicas;

k. admitem qualquer forma societária prevista em direito (sociedadeanônima, de responsabilidade limitada, capital e indústria, comanditaetc);

l. servidores regidos pela CLT, com acesso mediante concurso público(art. 37, II, CF/88), sendo possível mediante seleção simplificada, nocaso de exploradora de atividade econômica;

m. impossibilidade de acumulação de cargos de seus servidores (art. 37,XVI e XVII, CF/88), e equiparados a funcionários públicos para fins

penais (art. 327, CP) e de improbidade administrativa (Lei nº 8.429/92);

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n. sujeição ao teto de remuneração, se receber recursos públicos parapagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral (art. 37, §9º);

o. competente a Justiça do Trabalho nas causas em que a controvérsiaé decorrente de contrato de trabalho (STJ, MAS 1.691/PE, 06/09/91);

p. competente a Justiça Federal, com as exceções do art 109, I, CF/88,no caso das empresas públicas federais, e da Justiça Estadual, no casodas estaduais e municipais. CF, art. 109, I: “Aos juízes federais competeprocessar e julgar as causas em que a União, entidade autárquica ouempresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés,assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes detrabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho. STJ,Súmula nº 15: Compete à Justiça Estadual processar e julgar os litígios

decorrentes de acidente do trabalho.q. atos dos dirigentes podem ser questionados por mandado desegurança (se de natureza pública) e ação popular (se lesivos aopatrimônio público).

44. Sobre falência, tem-se que, se for prestadora de serviço público,não se sujeita a ela, por suas próprias características. Além disso, a Lei nº11.101/2005, previu expressamente que não se aplica à empresa pública e àsociedade de economia mista a recuperação judicial, a recuperação

extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária.45. Características comuns às empresas públicas e às sociedades deeconomia mista: 

a. criação e extinção por lei;

b. personalidade jurídica de direito privado;

c. sujeição parcial ao direito público e ao controle do Estado;

d. atividade de natureza econômica.

46. Características próprias das empresas públicas: 

a. capital integralmente público;

b. constituída sob qualquer forma admitida em direito.

47. Características próprias das sociedades de economia mista: 

a. capital misto público/privado, com participação majoritária daquele;

b. exclusivamente sob a forma de sociedade anônima.

48. Enquanto a empresa pública tem foros diferentes (Justiça Federal,no caso das empresas públicas federais, e Justiça Estadual, no caso das

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estaduais e municipais), as sociedades de economia mista têm como forosempre a Justiça Estadual.

49. Convênios são ajustes entre pessoas públicas entre si ou entre elas eparticulares para realização de serviços ou obras públicas.

50. Consórcio é o ajuste entre pessoas públicas da mesma espécie (ouseja, entre Estados, entre Municípios) para consecução de interesse comumentre as partes. 

51. Serviços Sociais Autônomos são pessoas jurídicas de direito privadoque colaboram com a Administração Pública, sem fins lucrativos e que, regrageral, se vinculam a categorias profissionais. Atuam nas áreas de educação,saúde, assistência social etc.

52. Organizações Sociais são pessoas jurídicas de direito privado sem

fins lucrativos, voltadas ao desempenho de atividades de interesse público,em especial nas áreas de saúde, cultura, ensino, pesquisa, tecnologia, meioambiente que, declaradas de interesse social ou de utilidade pública,celebram contratos de gestão com a Administração Pública.

53. Os contratos de gestão são acordos entre a Administração PúblicaCentralizada e as entidades da Administração Indireta, ou entre aquela e asorganizações sociais, com o objetivo de estabelecer metas e diretrizes, emcontrapartida de uma maior autonomia administrativa. Se o pacto é entrea Administração Pública e uma organização social, pode haver repasse de

verbas públicas, com o controle estatal de atingimento dos objetivoscontratados.

54. O controle é de resultados e o princípio basilar desses contratos é aeficiência.

55. Pactuado com um órgão, amplia sua autonomia, vinculada aoatingimento das metas estipuladas no mesmo contrato.

56. Celebrado com uma organização social, haverá um aumento no

controle estatal sobre essa entidade, uma vez que passará a lhe fornecerbens e recursos públicos para a consecução dos seus objetivos. 

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CAPÍTULO III

PODERES ADMINISTRATIVOS 

57. A Administração Pública faz uso de seus diversos poderes para que afinalidade de interesse público seja atingida.

58. Para o exercício do Poder Vinculado, devem ser observados todosos contornos traçados pela lei, que não deixa margem de manobra àautoridade responsável. A lei estabelece todos os detalhes, como deve serfeito, quando, por quem etc.

59. São elementos dos atos administrativos: competência, finalidade,forma, motivo e objeto.

60. No exercício do Poder Vinculado, esses cinco requisitos sãoprevistos na lei e de observância obrigatória. Os três primeiros(competência, finalidade e forma) são sempre vinculados, mesmo no âmbitodo Poder Discricionário.

61. No caso do Poder Discricionário, a lei também estabelece uma sériede regras para a prática de um ato, mas deixa certa dose de prerrogativas àautoridade, que poderá optar por um entre vários caminhos igualmenteválidos. Se a lei deixa certo grau de liberdade, diz-se que há

discricionariedade.62. Não existe poder discricionário absoluto, pois sempre a lei fixará oslimites de atuação.

63. Mérito administrativo = conveniência + oportunidade.

64. Não compete ao Judiciário a apreciação do mérito administrativo.Porém, como exceção, o Judiciário pode rever critérios de mérito, masapenas dos seus próprios atos administrativos, ou seja, quando atua emsuas funções secundárias, não jurisdicionais.

65. O Poder Hierárquico advém da estrutura hierarquizada daAdministração Pública, podendo o superior, com relação a seu subordinado:

a. dar ordens: que devem ser obedecidas, exceto quandomanifestamente ilegais;

b. fiscalizar: verificação e acompanhamento das tarefas executadaspelos subordinados;

c. delegar: repasse de atribuições administrativas de responsabilidade

do superior para o subalterno;

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d. avocar: representa o caminho contrário da delegação, é dizer,acontece a avocação quando o superior atrai para si a tarefa deresponsabilidade do subordinado;

e. rever: os atos de seus subordinados, enquanto não for tal atodefinitivo, mantendo-o ou modificando-o.

66. O Poder Disciplinar representa o poder-dever de a AdministraçãoPública punir seus servidores sempre que cometam faltas, apuradasmediante sindicância ou Processo Administrativo Disciplinar, ou o particularsubmetido ao controle estatal, como no caso daquele que descumprecontrato administrativo.

67. O Poder Regulamentar foi conferido pela Constituição Federal aoschefes do Poder Executivo federal, municipal e estadual, cabendo-lhes editar normas gerais e abstratas que, em complemento à lei, a explicam,dando sua correta aplicabilidade. São também chamados de decretos deexecução.

68. A partir da edição da Emenda Constitucional nº 32/2001, que alterou aredação do inciso VI do mesmo art. 84, também é competente o Presidenteda República para dispor, mediante decreto, sobre a organização efuncionamento da Administração federal, quando não implicar aumento dedespesa nem criação ou extinção de órgãos públicos, e a extinção defunções ou cargos públicos, quando vagos. Esse é o chamado decreto

autônomo.69. Poder de Polícia é a faculdade de que dispõe a Administração Públicapara condicionar o uso, o gozo e a disposição da propriedade ou liberdades,em prol da coletividade ou do Estado.

70. Elementos essenciais que caracterizam os atos de polícia: editadopela Administração Pública ou por quem lhe faça as vezes; fundamento numvínculo geral; interesse público e social; incidir sobre a propriedade ou sobrea liberdade.

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CAPÍTULO IV

ATOS ADMINISTRATIVOS 

71. Atos jurídicos são aqueles que produzem efeitos jurídicos, ou seja,interessam ao estudo do Direito. Uma espécie desses é o ato administrativo. 

72. Atos administrativos são aqueles advindos da vontade daAdministração Pública na sua função própria, com supremacia perante oparticular, sob as regras do regime jurídico administrativo, de formaunilateral.

73. Ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade daAdministração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim

imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarardireitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria. 

74. São praticados por todos os Poderes, no exercício da funçãoAdministrativa.

75. Os atos praticados pela Administração Pública, sem a utilização doatributo de império de poder público são ditos atos de gestão.

76. Fatos administrativos são meras ações de implementação da funçãoadministrativa, como manter a cidade limpa ou cortar uma árvore. São os

atos materiais. 

77. Elementos dos atos administrativos:

a. competência;

b. finalidade;

c. forma;

d. motivo;

e. objeto. 

78. Em qualquer ato, seja ele vinculado ou discricionário, os trêsprimeiros requisitos serão de observância obrigatória, ou seja, sempreserão vinculados.

79. Competência é a capacidade, atribuída pela lei, do agente públicopara o exercício de suas atribuições.

80. Quando o agente atua fora dos limites da lei, diz-se que cometeu

excesso de poder, passível de punição.

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81. A competência é obrigatória, intransferível, irrenunciável, imodificável,imprescritível e improrrogável:

a. improrrogável significa dizer que se é incompetente hoje, continuarásendo sempre, exceto por previsão legal expressa em sentido contrário,é dizer, um fato futuro não vai prorrogar, ampliar, a competência doagente.

b. imprescritível é aquela que continua a existir, independente de seunão uso.

c. dizer que é irrenunciável corresponde à impossibilidade de o agentecompetente “abrir mão” de praticá-la. 

d. intransferível, ou inderrogável, é a impossibilidade de se transferir acompetência de um para outro, por interesse das partes.

82. É possível a delegação ou avocação de competência.

a. delegar corresponde ao repasse de atribuições administrativas deresponsabilidade do superior para o subalterno;

b. avocar representa o caminho contrário da delegação, ou seja,acontece a avocação quando o superior atrai para si a tarefa deresponsabilidade do subordinado.

83. A delegação pode ocorrer, não havendo impedimento legal, quando

for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social,econômica, jurídica ou territorial.

84. Está proibida a delegação nos casos de edição de atos de caráternormativo, decisão de recursos administrativos, matérias de competênciaexclusiva do órgão ou autoridade.

85. O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridadedelegante.

86. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantesdevidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída aórgão hierarquicamente inferior.

87. A única e exclusiva finalidade de todo ato administrativo é sempre ointeresse público, jamais podendo ser praticado com a finalidade deatender a interesse privado, caso em que será nulo e eivado de vício dedesvio de finalidade.

88. A forma é o modo através do qual se exterioriza o ato administrativo, éseu revestimento.

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89. Os atos do processo administrativo não dependem de formadeterminada se não quando a lei expressamente a exigir. Nesse caso, aforma será vinculante.

90. O motivo é a circunstância de fato ou de direito que determina ouautoriza a prática do ato.

91. Esse componente do ato nem sempre está previsto na lei. Quando estánela descrito, é vinculante, ou seja, o ato depende da ocorrência dasituação prevista. Em outras ocasiões, a lei defere ao agente a avaliação daoportunidade e conveniência da prática do ato que, nesse caso, serádiscricionário.

92. O mérito administrativo é a análise da oportunidade e da conveniênciaao praticar o ato.

93. Motivação é a série de motivos externados que justificam a realizaçãode determinado ato.

94. Os atos administrativos deverão ser motivados, quando:

a. neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;

b. imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;

c. decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;

d. dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;

e. decidam recursos administrativos;

f. decorram de reexame de ofício;

g. deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão oudiscrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;

h. importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de atoadministrativo.

95. Objeto é o conteúdo do ato. Juntamente com o motivo, pode não estarprevisto expressamente na legislação, cabendo ao agente competente aopção que seja mais oportuna e conveniente ao interesse público,caracterizando, então o exercício do Poder Discricionário.

96. Nos atos discricionários, os objetos e motivos podem ser avaliados,valorados, dentro dos limites legais, pela autoridade responsável por suaprática.

97. Nos atos vinculados, todos os elementos são previstos

expressamente na lei, não deixando margem de manobra ao agente.

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98. Qualquer que seja o ato, vinculado ou discricionário, a competência,finalidade e forma sempre são de observância obrigatória, distinguindo-se um do outro apenas pelo motivo e objeto.

99. Mérito administrativo: verificação do motivo e do objeto, em atençãoà oportunidade e conveniência da prática do ato de uma ou outra maneira.No ato vinculado não existe verificação do mérito, pois a lei já esgotou asregras para sua prática.

100. MÉRITO ADMINISTRATIVO = CONVENIÊNCIA + OPORTUNIDADE

101. Os atos vinculados são analisados do ponto de vista da legalidade;os discricionários, além da legalidade, também são vistos do ponto devista do mérito. 

102. Não há controle judicial do mérito administrativo, quando ato é

praticado dentro dos limites impostos pela lei. Por exceção, pode serapurado o atendimento aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade.

103. Ao Judiciário, no exercício de sua atividade principal, só cabe análisede legalidade do ato.

104. O Judiciário, quando no exercício de sua atividade secundária deadministrador de seus órgãos e servidores, também pratica atos, inclusivediscricionários. Nesse caso, ele mesmo pode rever seus critérios deoportunidade e conveniência.

105. Naqueles em que a motivação não é obrigatória, quando o motivo éexpressamente declarado, vincula-se ao ato, de tal forma que a validadedesse ato dependerá da validade do motivo externado. Essa é a Teoriados Motivos Determinantes.

106. Não se confunde a vinculação do motivo expressado com a práticade um ato vinculado.

107. A discricionariedade está em praticar o ato de uma forma ou outra, emface dos motivos possíveis. Uma vez feita a opção por um dos caminhos, e

declarado o motivo dessa escolha, o ato passa a ter sua existência evalidade diretamente ligada a tal motivo, mas a natureza do ato continuasendo discricionária.

108. Atributos são as características, as qualidades dos atosadministrativos, que os distinguem dos demais atos jurídicos, poissubmetidos ao regime jurídico administrativo.

109. Atributos dos atos administrativos: presunção de legitimidade everacidade; imperatividade; auto-executoriedade; tipicidade.

110. Diz-se que se presume legítimo determinado ato administrativobaseado no princípio de legalidade. Se ao administrador só cabe fazer o

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que a lei admite, e da forma como nela previsto, então, se produziu algumato, presume-se que o fez respeitando a lei.

111. A presunção de veracidade refere-se aos fatos citados pelaAdministração Pública.

112. A presunção é relativa, ou seja, admite prova em contrário.113. Alguns efeitos dessas presunções: 

a. não é necessária prévia manifestação do Judiciário validando oato;

b. todos devem cumpri-lo, enquanto não anulado;

c. cabe prova em contrário, a ser produzida por quem alega o vício,ou seja, há inversão do ônus da prova;

d. não há manifestação judicial de ofício quanto à validade do atoadministrativo, mas somente com provocação do interessado;

e. em obediência ao princípio da auto-tutela, pode/deve aAdministração Pública rever seus próprios atos, de ofício. 

114. Os atos administrativos são imperativos, se impõem aos destinatáriosindependentemente de concordarem ou não com ele. É também chamadoesse atributo de Poder Extroverso. 

115. Esse não é um atributo comum a todos os atos, mas tão somenteaos que impõem obrigações aos administrados.

116. A auto-executoriedade garante que a Administração Pública possafazer executar o ato, por si mesma e imediatamente, independente de ordem judicial.

117. Não significa dizer que esse ato escapa ao controle judicial: poderá ser levado ao crivo desse Poder, se houver provocação da parteinteressada.

118. O ato administrativo deve corresponder a tipos previamente definidospela lei para produzir os efeitos desejados.

119. CLASSIFICAÇÃO

a. Concretos: são atos produzidos visando um único caso,específico, e nele se encerram.

b. Abstratos: chamados também de normativos, são os que atingema um número indefinido de pessoas, e que podem continuar sendo

aplicados inúmeras vezes.

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c. Ato simples: nasce da manifestação de vontade de apenas umórgão, seja ele unipessoal ou colegiado.

d. Ato complexo: para que seja formado, necessita da manifestaçãode vontade de dois ou mais órgãos diferentes.

e. Ato composto: é aquele que nasce vontade de apenas um órgão,porém, para que produza efeitos, depende da aprovação de outroato, que o homologa.

f. Individuais: são aqueles que têm destinatários certos, nominados.

g. Gerais: os destinatários são muitos, inominados, mas unidos poruma característica em comum, que os faz destinatários do mesmo atoabstrato.

h. Constitutivo: geram uma nova situação jurídica aos

destinatários.i. Declaratório: simplesmente afirmam ou declaram uma situação jáexistente, seja de fato ou de direito. Também é dito enunciativo.

 j. Modificativo: altera a situação já existente, sem que seja extinta,não retirando direitos ou obrigações.

k. Extintivo: pode também ser chamado desconstitutivo, que é o atoque põe termo a um direito ou dever existentes.

l. Internos: destinados a produzir seus efeitos no âmbito interno daAdministração Pública, não atingindo terceiros.

m. Externos: tem como destinatárias pessoas além daAdministração Pública, e, portanto, necessitam de publicidade paraque produzam adequadamente seus efeitos.

n. Vinculado: a lei estabelece todos os contornos do ato, como deveser feito, quando, por quem etc, não deixando ao agente qualquer graude liberdade.

o. Discricionário: a lei também estabelece uma série de regras para aprática de um ato, mas deixa certo grau de liberdade à autoridade, quepoderá optar por um entre vários caminhos igualmente válidos.

p. Válido: é o que atende a todos os requisitos legais: competência,finalidade, forma, motivo e objeto. Pode estar perfeito, pronto paraproduzir seus efeitos ou estar pendente de evento futuro.

q. Nulo: é o que nasce com vício insanável, ou seja, um defeito quenão pode ser corrigido.

r. Anulável: é o ato que contém defeitos, porém, que podem sersanados, convalidados.

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s. Inexistente: é aquele que apenas aparenta ser um atoadministrativo, mas são produzidos por alguém que se faz passar poragente público, sem sê-lo, ou que contém um objeto juridicamenteimpossível.

t. Perfeito: é aquele que completou seu processo de formação,estando apto a produzir seus efeitos.

u. Imperfeito: não completou seu processo de formação, portanto,não está apto a produzir seus efeitos.

v. Pendente: para produzir seus efeitos, sujeita-se a condição outermo, mas já completou seu ciclo de formação, estando apenasaguardando o implemento desse acessório. Condição é evento futuro eincerto; termo é evento futuro e certo.

w. Consumado: é o ato que já produziu todos os seus efeitos, nadamais havendo para realizar.

120. Perfeição: refere-se ao processo de formação do ato, que foi todocumprido.

121. Validade: refere-se à conformidade do ato com a lei.

122. Eficácia: é a capacidade do ato para produzir seus efeitos.

123. Exeqüibilidade: é a capacidade do ato para produzir seus efeitos

imediatamente.124. Um ato é nulo quando afronta a lei, quando foi produzido comalguma ilegalidade. Pode ser declarada pela própria AdministraçãoPública, no exercício de sua auto-tutela, ou pelo Judiciário. Opera efeitosretroativos, “ex tunc”.

125. Revogação é a forma de desfazer um ato válido, legítimo, mas quenão é mais conveniente, útil ou oportuno. Como é um ato perfeito, quenão mais interessa à Administração Pública, só por ela pode ser revogado,não cabendo ao Judiciário fazê-lo, exceto no exercício de sua atividadesecundária administrativa, ou seja, só pode revogar seus próprios atosadministrativos. Seus efeitos são proativos, “ex nunc”.

126. Revogação total = ab-rogação.

127. Revogação parcial = derrogação.

128. Não podem ser revogados, entre outros:

a. os atos vinculados;

b. os já consumados;c. os que geraram direito adquirido.

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129. Convalidar é tornar válido, é efetuar correções no ato administrativo,de forma que ele fique perfeito, atendendo a todas as exigências legais.

130. A convalidação será sempre retroativa, “ex tunc”, lançando seusefeitos sempre à data da realização inicial do ato.

131. A finalidade, o motivo e o objeto nunca podem ser convalidados.132. A forma pode ser convalidada, desde que não seja fundamental àvalidade do ato.

133. Com relação à competência, é possível a convalidação dos atos quenão sejam exclusivos de uma autoridade, quando não pode haver delegaçãoou avocação. Assim, desde que não se trate de matéria exclusiva, pode osuperior ratificar o ato praticado por subordinado incompetente.

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CAPÍTULO V

SERVIÇOS PÚBLICOSS

134. As principais características das concessões e concessionários são:a. é delegação de serviço público, obra ou uso de bem público, feitapelo poder concedente (União, Estados-membros, Distrito Federal ouMunicípios) em cuja competência se encontra o serviço delegado;

b. não transfere a titularidade, somente a execução ou uso;

c. feita através de contrato bilateral, precedido de licitação, namodalidade concorrência (art. 175, CF/88);

d. contrato é de natureza administrativa, ou seja, sujeito às regras dodireito público;

e. cabe à União fixar normas gerais de contratação, em todas asmodalidades (art. 22, XXVII, CF/88);

f. a execução do serviço pelo concessionário é por sua conta e risco, epaga mediante tarifa, com natureza de preço público;

g. concedente fixa normas de prestação do serviço ou uso do bempúblico, fiscaliza, impõe sanções e reajusta tarifas;

h. concessionário tem direito à manutenção do equilíbrio econômico-financeiro da concessão;

i. concessionário se sujeita às obrigações civis, comerciais, trabalhistase tributárias;

 j. a subcontratação é possível desde que prevista no edital e nocontrato, e com prévia anuência da Administração Pública concedente,que não se obriga a tal, ainda que haja previsão no edital e no contrato(Lei nº 8.987/95, art. 26);

k. poderá haver encampação, que é a retomada do serviço pelaAdministração Pública antes do prazo estabelecido, por interessepúblico, com a conseqüente indenização do concessionário. Trata-sede ato unilateral da Administração Pública;

l. por inadimplemento contratual por parte do concessionário, poderáhaver caducidade ou decadência, sem direito à indenização, excetoà parte não amortizada dos equipamentos que reverterão para o poderconcedente; também é ato unilateral;

m. reversão é a incorporação dos bens do concessionário pelo poderpúblico, para prosseguimento na prestação do serviço, nos casos de

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extinção da concessão, com direito à indenização (Lei nº 8.987/95, art.36);

n. a responsabilidade civil objetiva (art. 37, § 6º, CF/88) se aplica aoconcessionário que causa prejuízos a terceiros, em decorrência daprestação de serviço público;

o. em regra, é necessária lei autorizativa para a execução indireta deserviços mediante concessão.

135. Em resumo, temos as seguintes características das permissionárias:

a. é delegação de serviço público ou uso de bem público, feita pelopoder concedente (União, Estados-membros, Distrito Federal ouMunicípios) em cuja competência se encontra o serviço delegado;

b. não transfere a titularidade, somente a execução ou uso;

c. feita através de contrato de adesão, no caso dos serviçospúblicos, precedido de licitação, revogável unilateralmente e precário (art. 175, CF/88);

d. se a permissão é de uso de bem público, será feita por atounilateral, precário;

e. tal contrato é sujeito às regras do direito público;

f. cabe à União fixar normas gerais de contratação, em todas as

modalidades (art. 22, XXVII, CF/88);g. a execução do serviço pelo concessionário é por sua conta e risco, epaga mediante tarifa, com natureza de preço público;

h. concedente fixa normas de prestação do serviço ou uso do bempúblico, fiscaliza, impõe sanções e reajusta tarifas;

i. a responsabilidade civil objetiva (art. 37, § 6º, CF/88) se aplica aopermissionário que causa prejuízos a terceiros, em decorrência daprestação de serviço público;

 j. em regra, é necessária lei autorizativa para a execução indireta deserviços mediante permissão.

136. Entre as principais diferenças com a concessão, destacam-se anecessidade de contrato bilateral para este, bem como licitação namodalidade concorrência e maiores garantias ao contratado 

137. A autorização é ato administrativo precário, discricionário, peloqual a Administração Pública investe o particular na execução e exploração

de serviço público, repassada via termo de autorização, não se exigindolicitação. Tem lugar em situações de urgência e transitórias.

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CAPÍTULO VI

REGIME JURÍDICO DO SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS

138. Regime jurídico é o conjunto de regras que disciplina determinadoinstituto.

139. Essas normas podem ser estabelecidas por lei (regime legal ouestatutário) ou por contrato (regime contratual).

140. O gênero agentes públicos abrange todas as pessoas que, de umaforma ou de outra, mesmo que transitoriamente e sem remuneração,prestam algum tipo de serviço ao Estado.

141. Entre os agentes, encontram-se três espécies principais, quais sejam,os agentes políticos, os agentes em delegação e os servidores públicos.

142. Agentes políticos são os que compõem os altos escalões do Governo(Presidente da República, Governador, Prefeito, Senador, Deputado,Vereador e Magistrado).

143. Agentes em delegação são aqueles particulares que recebem doEstado a competência para executar determinada atividade pública, ouprestação de serviço público ou, ainda, construção de obra pública(leiloeiros, peritos, tradutores, concessionários, permissionários e

autorizatários).144. Servidores públicos (ou agentes administrativos), em sentido amplo,são todos os que prestam serviços ao Estado, incluindo a AdministraçãoPública Indireta, tendo vínculo empregatício e pagos pelos cofres públicos.Nessa classificação estão: servidores estatutários, sujeitos ao regime legal,empregados públicos, do regime contratual, e os temporários, nos termosdo art. 37, IX, da CF/88.

145. Os servidores estatutários (ou funcionários públicos), são os titulares

de cargos públicos e estão sujeitos ao regime legal.146. Empregados públicos são aqueles contratados, seguindo o regimetrabalhista, próprio da iniciativa privada.

147. Os temporários são aqueles contratados para atividades, obviamente,temporárias, submetidos a um regime jurídico especial.

148. O conteúdo original do caput do art. 39 determinava que a União, osEstados, o Distrito Federal e os Municípios deveriam instituir, no âmbito de

sua competência, regime jurídico único (RJU) e planos de carreira para osservidores da administração pública direta, das autarquias e das fundaçõespúblicas.

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149. Não se exigia, obrigatoriamente, o regime estatutário, mas sim ummesmo regime para todos. 

150. Com a EC nº 19/98, alterou-se o texto do artigo 39, deixando de sernecessária a fixação de um único regime jurídico para todos os servidores,passando a ser possível a convivência, numa mesma esfera de governo, demúltiplos regimes jurídicos, cada qual estabelecendo regras de determinadacarreira, com peculiaridades próprias de cada caso. 

151. O Estatuto não é imutável. Ao contrário, não cabe argüir violação aodireito adquirido contra mudanças no regime jurídico. Para o STF, nãohá direito adquirido que garanta imutabilidade do regime jurídico. 

152. Pode a Administração alterar unilateralmente as regras.

153. Quando da mudança unilateral da lei, as situações já consolidadas

devem ser respeitadas.154. Cargo  é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstasna estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. Écriado por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofrespúblicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão: 

a. efetivo: se o preenchimento pressupõe continuidade e permanênciano cargo;

b. em comissão: também chamado de confiança, está atrelado àconfiança que determinada autoridade tem em seu auxiliar, e étemporário. 

155. Ao celetista cabe o emprego público, que também é um conjunto deatribuições, mas que se diferencia exclusivamente pelo vínculo que une seustitulares ao Estado.

156. Funcionário (estatutário) será titular de um cargo; empregado(celetista), titular de um emprego. 

157. Função: refere-se a uma atribuição específica, pelo Poder Público, aum agente. Ou seja, é o acréscimo de algumas atribuições àquelas jádestinadas ao agente, em especial relativas à chefia, direção ouassessoramento. É dita função de confiança.

158. Funções de confiança→ servidores ocupantes de cargo efetivo. 

159. Cargos em comissão (= cargo em confiança) → servidores de carreiraou não. 

160. A investidura em cargo público depende de aprovação prévia em

concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as

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nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação eexoneração.

161. Aprovado em concurso público, dentro do número de vagas, ocandidato ainda não tem direito ao cargo. Porém, tem dois direitosassegurados: o de ver respeitada a ordem de classificação e o de serchamado com prioridade sobre os demais aprovados em concursosubseqüente, dentro do prazo de validade do primeiro.

162. A aprovação em concurso público gera mera expectativa de direito àinvestidura no cargo pleiteado.

163. Exige-se a realização de concurso em atendimento ao princípio daisonomia, ou igualdade, de forma que todos aqueles que atendam aosrequisitos estabelecidos tenham as mesmas condições para concorrer aocargo público. Não é um princípio absoluto. Características peculiares do

cargo podem justificar níveis de exigência ou particularidades específicas emcada caso.

164. Provimento é o ato administrativo pelo qual se preenche o cargo vago.

165. Requisitos básicos para investidura em cargo público:

a. a nacionalidade brasileira;

b. o gozo dos direitos políticos;

c. a quitação com as obrigações militares e eleitorais;d. o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;

e. a idade mínima de dezoito anos;

f. aptidão física e mental.

166. A relação dos requisitos é meramente exemplificativa, podendo a leiexigir outros, de acordo com as atribuições do cargo.

167. Duas são as formas de provimento de cargo público: originário e

derivado. Aquele se refere a um vínculo inicial do servidor ao cargo, estedepende de vínculo anterior dele com a Administração Pública.

168. A única forma de provimento originário possível atualmente é anomeação.

169. O acesso, ou ascensão, que seria provimento sem concurso público,representando a passagem de uma carreira para outra, foi julgadoinconstitucional pelo STF.

170. A transferência, que é a passagem de servidor de um cargo paraoutro, pertencente a quadro de pessoal diverso, sem o indispensávelconcurso público, foi também declarada inconstitucional.

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171. A nomeação, única possibilidade de provimento originário de cargopúblico diante da atual Carta Política, é precedida necessariamente deconcurso público, exceto nos casos de cargos em comissão, preenchidos porpessoas de confiança da autoridade competente e nas hipóteses depromoção na mesma carreira.

172. A promoção é um movimento ascendente dentro da mesma carreira,com acréscimo de vencimentos e de responsabilidades. Dá-se pormerecimento ou antiguidade.

173. Por readaptação entende-se a investidura do servidor em cargo deatribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenhasofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica.Em não havendo vaga, o readaptado entrará em exercício como excedente.

174. Reversão: o aposentado tem duas formas de retorno à ativa porprovimento derivado. A primeira é daquele aposentado por invalidez quedeixou de ser inválido, declarada essa situação por junta médica. Nestecaso, como é de interesse da Administração Pública, encontrando-se providoo cargo, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até aocorrência de vaga. A segunda possibilidade de ocorrência de reversãodá-se no interesse da Administração, desde que sejam atendidos, peloaposentado, os seguintes requisitos:

a. tenha solicitado a reversão;

b. a aposentadoria tenha sido voluntária;c. estável quando na atividade;

d. a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores àsolicitação;

e. haja cargo vago.

175. Aproveitamento é o retorno ao serviço público daquele que estava emdisponibilidade. Enquanto em disponibilidade, é remunerado

proporcionalmente ao tempo de serviço, e não tempo de contribuição,como é o caso dos proventos de aposentadoria (art. 40, §§ 1º e 9º, CF/88). Adisponibilidade é exclusividade de servidor estável.

176. Quando um servidor é ilegalmente desligado de seu cargo, deverá serreintegrado, com o conseqüente ressarcimento de todos os prejuízossofridos.

177. Na hipótese de estar provido o cargo, aquele que foi nomeado paraesse cargo do reintegrado poderá seguir três caminhos distintos, desde que

seja estável (art. 41, § 2º, CF/88):a. reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização;

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b. aproveitado em outro cargo;

c. posto em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempode serviço.

178. Se não estável, o ocupante do cargo do reintegrado será exonerado.

179. Duas são as possibilidades de provimento derivado via recondução:

a. inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;

b. reintegração do anterior ocupante.

180. Segundo a Súmula Administrativa AGU nº 16, de 19/06/2002, oservidor poderá desistir do estágio probatório e pedir recondução ao cargoanteriormente ocupado.

181. Promoção é, a um só tempo, vacância num cargo inferior e provimentonoutro cargo, superior, ambos dentro da mesma carreira, por motivos demerecimento ou antiguidade.

182. Em resumo, temos os seguintes casos de provimento de formaderivada:

a. Readaptação: de quem sofreu limitação física ou mental;

b. Reversão: do aposentado por invalidez, que deixou de ser inválido,ou a pedido;

c. Reintegração: do injustamente demitido;d. Recondução: do reprovado em estágio probatório em outro cargo oude quem ocupava o cargo do reintegrado;

e. Aproveitamento: daquele que está em disponibilidade;

f. Promoção: movimento ascendente dentro da mesma carreira.

183. Cargo de provimento efetivo é aquele assim definido em lei, que serápreenchido via concurso público e que garante ao nomeado estabilidade

após três anos de efetivo exercício.184. Cargo de provimento vitalício também gera direito à estabilidade,sendo duas as principais diferenças entre este e o cargo efetivo:

a. a Carta Magna estabeleceu os cargos que devem assim ser providos,não cabendo à legislação infraconstitucional ampliar esse rol;

b. a perda do cargo só se dará por sentença judicial transitada em julgado.

185. A vitaliciedade constitui uma exceção à regra da estabilidade, dandomais garantias aos titulares dos cargos com essa prerrogativa, quais sejam,membros da Magistratura (art. 95, I, CF/88), do Tribunal de Contas (art. 73, §

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3º, CF/88) e do Ministério Público (art. 128, 5º, ‘a’, CF/88). Outracaracterística própria, no caso dos juízes (primeiro grau) é o tempo paraadquirir a vitaliciedade, que será de dois anos de exercício, sendo obrigatóriaa participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional deformação e aperfeiçoamento de magistrados para processo de

vitaliciamento. O mesmo ocorre com os membros do Ministério Público.186. Os cargos em comissão são os de livre nomeação e exoneração, nãonecessitam de concurso público e não oferecem qualquer garantia depermanência ao seu titular, posto que transitórios.

187. Enquanto a nomeação é ato unilateral da Administração Pública, aser praticado segundo sua conveniência, mas dentro do prazo de validade doconcurso, a posse é ato bilateral entre o aprovado em concurso público eAdministração. A iniciativa é do nomeado, também de acordo com sua

conveniência, no prazo improrrogável de trinta dias.188. A posse poderá ocorrer mediante procuração específica.

189. O prazo é de quinze dias para o servidor empossado em cargopúblico entrar em exercício, contados da data da posse.

190. Estágio probatório é o período a que se submete todo o servidornomeado para cargo de provimento efetivo, durante o qual a sua aptidão ecapacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo.

191. O estágio probatório, no Poder Executivo Federal, é de 3 anos (Parecer nº AGU/MC-01/2004).

192. Segundo a ESAF, o período de duração do estágio probatório dosservidores públicos é igual ao tempo necessário para a aquisição daestabilidade (3 anos).

193. Fatores a serem observados durante o estágio probatório:

a. assiduidade;

b. disciplina;c. capacidade de iniciativa;

d. produtividade;

e. responsabilidade.

194. O estágio servirá para a confirmação das qualidades do servidor para odesempenho das atividades próprias do cargo. Indispensável que, a cadanova nomeação originária seja ele submetido a novo período probatório, hajavista que a avaliação é para o cargo.

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195. A estabilidade é uma garantia de ordem constitucional deferida aosocupantes de cargos públicos de provimento efetivo, com o intuito deassegurar sua permanência no cargo, enquanto atendidos os requisitoslegais.

196. São quatro as possibilidades de perda do cargo do servidorestável:

a. em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

b. mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampladefesa;

c. mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho;

d. para o cumprimento dos limites com a despesa com pessoal ativo einativo.

197. Vacância é a situação do cargo público que está vago, ou seja, semtitular, e pode decorrer de:

a. exoneração;

b. demissão;

c. promoção;

d. readaptação;

e. aposentadoria;f. posse em outro cargo inacumulável;

g. falecimento;

h. recondução: o estatuto não a inclui no rol de vacâncias. Contudo, naprática, quando de sua ocorrência, há provimento de um cargo e, aomesmo tempo, outro fica vago.

198. A um só tempo, são formas de provimento e vacância do cargo público:

a. segundo o Estatuto - promoção e readaptação;

b. segundo a doutrina - promoção, readaptação e recondução.

199. Demissão é sanção, penalidade disciplinar a ser aplicada nos casoslegalmente previstos.

200. Não se confunde com exoneração, que não é sanção. São muitos oscasos de exoneração, mas nunca decorrentes de alguma falta grave, como:

a. a pedido (art. 34, caput );

b. reprovação em estágio probatório (artigos 20, § 2º e 34, I);

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c. quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício noprazo estabelecido (art. 34, II);

d. desempenho insuficiente mediante procedimento de avaliaçãoperiódica (art. 41, § 1º, III, CF/88);

e. excesso de despesas com pessoal ativo e inativo (art. 169, § 4º,CF/88);

f. do ocupante do cargo do reintegrado, se não era estável (art. 41, §2º, CF/88);

g. para o caso específico de cargo em comissão, há exoneração a juízoda autoridade competente ou também a pedido do próprio servidor.

201. Promoção é, a um só tempo, vacância num cargo inferior e provimentonoutro cargo, superior, ambos dentro da mesma carreira, por motivos de

merecimento ou antiguidade.202. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições eresponsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em suacapacidade física ou mental, verificada em inspeção médica.

203. Aposentadoria se refere à passagem do servidor da atividade para ainatividade, segundo as regras próprias.

204. Transferência é a passagem do servidor estável de cargo efetivo para

outro de igual denominação, pertencente a quadro de pessoal diverso, deórgão ou instituição do mesmo Poder, e foi considerada inconstitucional,visto que não exige concurso público para provimento.

205. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, noâmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. Não é forma deprovimento ou vacância.

206. O servidor é dito removido quando é deslocado, dentro do mesmoquadro de servidores, de um lugar para outro, que pode ser dentro damesma cidade, ou entre cidades distintas.

207. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo,ocupado ou vago, no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ouentidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão central doSistema de Pessoal Civil da Administração Federal.

208. Substituição: os servidores investidos em cargo ou função de direçãoou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substitutosindicados no regimento interno ou, no caso de omissão, previamentedesignados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade.

209. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público,com valor fixado em lei.

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210. O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráterpermanente, é irredutível. O vencimento mais essas vantagens também édito “vencimentos”.

211. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido dasvantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. A remuneração évariável, e pode ser reduzida a depender das parcelas que a compõem,como o adicional noturno ou hora-extra.

212. Subsídio é modalidade de remuneração conferida a certos cargos efixada em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação,adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécieremuneratória.

213. É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de atribuiçõesiguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre servidores dos trêsPoderes, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas ànatureza ou ao local de trabalho.

214. Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa,aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia.

215. Teto remuneratório:

a. Municípios: o subsídio do Prefeito;

b. Estados e Distrito Federal:

I. no âmbito do Poder Executivo: o subsídio mensal do Governador;

II. no âmbito do Poder Legislativo: o subsídio dos DeputadosEstaduais e Distritais;

III. no âmbito do Poder Judiciário: o subsídio dos Desembargadoresdo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cincocentésimos por cento (90,25%) do subsídio mensal, em espécie,dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicável este limite aosmembros do Ministério Público, aos Procuradores e aos DefensoresPúblicos;

c. União: o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do SupremoTribunal Federal. Este limite, além de vincular a União, é também geral,valendo para todos os entes, que também têm limites individuais.

216. Considerações importantes sobre o teto das remunerações esubsídios:

a. engloba tanto os que recebem remuneração quanto os que recebem

subsídio; tanto os estatutários quanto os celetistas;

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b. inclui servidores da Administração Direta, autárquica, fundacional (art.37, XI, CF/88), bem como as empresas públicas e as sociedades deeconomia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos daUnião, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios parapagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral (art. 37,

§ 9º, CF/88). No que se refere às empresas públicas e às sociedades deeconomia mista, e suas subsidiárias, a regra é própria. Assim, só sesujeitam ao limite imposto se receberem recursos estatais parapagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral;

c. o limite relativo ao subsídio do Ministro do STF vale para todos osservidores dos três Poderes da União, Estados, Distrito Federal eMunicípios, bem como seus agentes políticos, sendo previstos limitesdiferenciados para cada ente;

d. as aposentadorias e pensões também estão limitadas a esses tetos;e. em caso de acumulação permitida, a soma das remunerações nãopoderá ultrapassar os limites de cada ente. Em sessão administrativa, oSTF fixou, por unanimidade, o entendimento de que, no caso específicoda acumulação dos cargos de Ministro do Supremo Tribunal Federal eMinistro do Tribunal Superior Eleitoral, determinada pelo artigo 119,inciso I, letra ‘a’ da Constituição, não se aplica a cumulação dasremunerações para fins de incidência do limite estabelecido peloinciso XI do artigo 37, CF/88. Assim, receberão ambos os subsídios

cumulativamente.217. Há garantia constitucional de revisão geral anual e na mesma datapara todos, sem distinção de índices, não alcançando, no entanto, asempresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas.

218. O servidor perderá a remuneração:

a. do dia em que faltar ao serviço, sem motivo justificado;

b. a parcela diária, proporcional aos atrasos, ausências justificadas e as

saídas antecipadas, salvo na hipótese de compensação de horário, atéo mês subseqüente ao da ocorrência, a ser estabelecida pela chefiaimediata.

219. Compete à justiça comum processar e julgar causas de interesse deservidor público submetido ao regime jurídico único e relativas a vantagensdesse regime.

220. Hipóteses de indenização:

a. ajuda de custo;

b. diária;

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c. transporte.

221. Ajuda de custo: destina-se a compensar as despesas de suainstalação, inclusive com transporte do servidor e de sua família,compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais, quando o  servidor,no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudançade domicílio em caráter permanente.

222. Diária: indenização a que faz jus o servidor deslocado da sede, emcaráter eventual ou transitório, para outro ponto do território nacional ou parao exterior, por razões do serviço, para fazer face aos custos desseafastamento, ou seja, passagens e diárias destinadas a cobrir as parcelas dedespesas extraordinárias com pousada, alimentação e locomoção urbana.

223. A indenização de transporte é devida ao servidor que realizardespesas com a utilização de meio próprio de locomoção para a execução

de serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo.

224. Retribuições, gratificações e adicionais:

a. retribuição pelo exercício de função de direção, chefia eassessoramento;

b. gratificação natalina;

c. adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas oupenosas;

d. adicional pela prestação de serviço extraordinário;

e. adicional noturno;

f. adicional de férias;

g. outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.

225. A função se refere a uma atribuição específica, pelo Poder Público, aum agente, sendo o acréscimo de algumas atribuições àquelas já destinadasao agente. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em função dedireção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou deNatureza Especial é devida retribuição pelo seu exercício.

226. Importante destacar as diferenças conceituais entre as retribuições porfunção e por cargo em comissão. Na primeira situação, exige-se que seutitular seja servidor público efetivo, recebendo, em conseqüência, acréscimoà sua remuneração ordinária. No segundo caso, a retribuição não é parte daremuneração, pois não se exige que seja servidor. Assim, o titular de umcargo em comissão recebe o valor correspondente a esse cargo, e é essa a

retribuição prevista. Todo o valor recebido por este refere-se ao cargo emcomissão. No caso da função de confiança, parte do valor recebido por seutitular é devido em face dela e parte em face de seu cargo efetivo.

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227. Insalubre: trabalho que provoca riscos à saúde.

228. Perigoso: aquele que causa risco à vida.

229. Penoso: o relativo ao local de trabalho, com condições impróprias parao desempenho das funções.

230. Serviço extraordinário: é aquele realizado após o horário normal detrabalho ou antes dele começar. Será permitido apenas para atender asituações excepcionais e temporárias, respeitado o limite máximo de 2(duas) horas por jornada e será remunerado com acréscimo de 50%(cinqüenta por cento) em relação à hora normal de trabalho.

231. Horário noturno: serviço prestado em horário compreendido entre 22(vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte,computando-se cada hora como cinqüenta e dois minutos e trinta segundos.

Assim, durante esse período, a carga de trabalho efetiva é de 7 (sete) horas,mas considerada como se fosse de 8 (oito) horas. O valor-hora seráacrescido de 25% (vinte e cinco por cento).

232. Licenças que poderão ser concedidas ao servidor:

a. por motivo de doença em pessoa da família;

b. por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;

c. para o serviço militar;

d. para atividade política;e. para capacitação;

f. para tratar de interesses particulares;

g. para desempenho de mandato classista.

233. Considera-se pessoa da família:

a. o cônjuge ou companheiro;

b. os pais;c. os filhos;

d. o padrasto ou madrasta;

e. o enteado;

f. o dependente que viva às expensas do servidor e conste do seuassentamento funcional.

234. Possibilidades de afastamento:

a. para servir a outro órgão ou entidade;

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b. para exercício de mandato eletivo;

c. para estudo ou missão no exterior.

235. A Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações deiniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os

direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.236. Os benefícios do Plano de Seguridade Social do servidorcompreendem:

a. quanto ao servidor:

I. aposentadoria;

II. auxílio-natalidade;

III. salário-família;

IV. licença para tratamento de saúde;

V. licença à gestante, à adotante e licença-paternidade;

VI. licença por acidente em serviço;

VII. assistência à saúde;

VIII. garantia de condições individuais e ambientais de trabalhosatisfatórias;

b. quanto ao dependente:I. pensão vitalícia e temporária;

II. auxílio-funeral;

III. auxílio-reclusão;

IV. assistência à saúde.

237. O Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) dos servidorespúblicos segue os dispositivos do art. 40 da CF/88, com a redação

inicialmente alterada pela EC nº 20/98 e atualmente dada pela EC nº41/2003.

238. A norma atual acabou com a aposentadoria com proventosintegrais para aqueles que ingressaram a partir da publicação da EC nº41/2003 (31/12/2003) e instituiu contribuição previdenciária aosaposentados e pensionistas que percebam valores superiores adeterminado patamar.

239. O regime de previdência é de caráter contributivo e também solidário. 

240. Os servidores abrangidos por esse regime de previdência terãocalculados os seus proventos a partir da média dos valores de sua

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remuneração num determinado período, a ser fixado por lei. Assim, acaba aaposentadoria com proventos integrais. 

241. A garantia de paridade entre ativos e aposentados foi suprimida.

242. Cada um dos entes pode instituir regime de previdência

complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargoefetivo, podendo fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a seremconcedidas por esse regime próprio, o limite máximo estabelecido para osbenefícios do regime geral de previdência social.

243. Modalidades para a aposentadoria:

a. por invalidez permanente;

b. compulsória: será aos setenta anos de idade, com proventosproporcionais ao tempo de contribuição;

c. voluntária: desde que cumprido tempo mínimo de dez anos deefetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivoem que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições:

I. sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, sehomem, e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição,se mulher. Os proventos serão calculados sobre a média atualizadadas contribuições, na forma que a lei estabelecer;

II. sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos deidade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo decontribuição.

244. Abono de permanência: instituído para beneficiar e incentivar aquelesque, tendo cumprido todos os requisitos para a aposentadoria, permanecemlaborando. Receberão a mais o equivalente ao valor da sua contribuiçãoprevidenciária, até completar as exigências para aposentadoria compulsória.

245. Pensões: podem ser vitalícias ou temporárias (até a maioridade ou, nocaso dos inválidos, enquanto permanecer a invalidez).

246. A garantia de paridade de reajustes entre as pensões e a remuneraçãodos servidores foi suprimida pela EC nº 41/2003.

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CAPÍTULO VII

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 

247. Responsabilidade civil do Estado é a obrigação que este tem dereparar os danos causados a terceiros em face de comportamento imputávelaos seus agentes. Independe se houve ação ou omissão, se foi legal ouilegal, material ou jurídica: basta a ocorrência de um ônus maior que onormal para aquela situação.

248. Responsabilidade civil refere-se à esfera econômica, indenizaçãofinanceira, em face de um prejuízo causado a outrem. Não se confunde comas esferas penal e administrativa.

249. Fases:a. irresponsabilidade do Estado;

b. responsabilidade subjetiva do Estado;

c. responsabilidade objetiva do Estado;

d. risco integral.

250. Responsabilidade subjetiva, ou teoria da culpa civil: o Estado seequiparava ao indivíduo, obrigando a ambos da mesma forma, é dizer,

sempre que houvesse culpa, haveria o dever de indenizar.251. Responsabilidade objetiva, ou teoria do risco administrativo: emhavendo um dano provocado pela Administração, ele deve ser reparado,independente de dolo ou culpa desta.

252. Há o inversão do ônus da prova: ao prejudicado, basta a prova dodano e do nexo causal deste com a conduta do agente público; aAdministração Pública terá que provar a culpa do particular, situação emque se livrará da responsabilidade pelos danos, ou a culpa concorrente,

quando terá minimizada sua responsabilidade.253. Exceções à responsabilidade objetiva do Estado: culpa exclusivado prejudicado, culpa de terceiro e força maior.

254. Exceção dentro da exceção: se há força maior, afasta-se aresponsabilidade. No entanto, se esse evento se une à omissão estatal paraprovocar o dano, há o dever de indenizar.

255. Responsabilidade por atos legislativos e jurisdicionais: em ambosos casos, a regra é a irresponsabilidade estatal por esses atos. No entanto,entende-se como possível a responsabilização do Estado no caso deedição de leis inconstitucionais ou leis de efeitos concretos. No que

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pertine aos atos jurisdicionais, a própria Carta Maior prevê aresponsabilização estatal, mas apenas na esfera penal (art. 5º, LXXV).

256. Teoria do risco integral: a Administração Pública sempre responderiapelos danos causados aos particulares, sem qualquer exceção.

257. No Brasil, há duas teorias previstas no art. 37, § 6º, CF/88:a. teoria da responsabilidade objetiva do Estado;

b. teoria da responsabilidade subjetiva do agente.

258. Outras regras importantes:

a. atinge tanto as pessoas jurídicas de direito público quanto de direitoprivado, desde que prestadoras de serviços públicos, como empresaspúblicas, permissionárias ou concessionárias. Se desempenham

atividade econômica de natureza privada, ficarão sujeitas àresponsabilidade própria do direito privado;

b. necessidade de nexo causal entre a ação pública e o dano aoparticular;

c. que o agente aja na condição de agente público, independente desua ação ser legal, legítima, dentro de suas competências ou finalidadespúblicas. Havendo atuação na qualidade de agente público, haverádever de indenizar eventuais danos.

d. a expressão “agente” inclui toda sorte de colaboradores, sejam elesservidores efetivos ou contratados, em comissão, políticos, particulares,desde que prestando serviços públicos.

e. a responsabilidade objetiva alcança os atos praticados, não aomissão Estatal. A responsabilidade objetiva, baseada no riscoadministrativo, tem lugar perante a ação estatal, enquanto que aomissão, como visto acima, é parte da responsabilidade subjetiva,havendo necessidade de comprovação de que o Estado deveria teragido e foi omisso.

259. Reconhecido o dano pelo Poder Público, e havendo acordo entre aspartes, pode haver indenização diretamente pela via administrativa. 

260. Não havendo acordo entre as partes, o particular pode interpor açãode reparação de danos, junto ao Judiciário, contra a pessoa jurídicacausadora do dano.

261. Ação de indenização. Resumo os caminhos possíveis:

a. acordo administrativo;

b. ação judicial:

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I. contra a Administração Pública, somente;

II. contra a Administração Pública em litisconsórcio passivofacultativo com o agente;

III. contra o agente, somente.

262. O direito de requerer a indenização prescreve em cinco anos, eaplica-se tanto à Administração Pública quanto às pessoas privadasprestadoras de serviços públicos.

263. Quando há participação dolosa ou culposa do agente na ocorrência dodano, este deverá responder perante a Administração Pública.

264. Cabe ao Estado cobrar de seu agente o prejuízo que teve com aindenização, sempre que provado que houve dolo ou culpa: é a chamadaresponsabilidade subjetiva do agente. Essa responsabilização é efetivada

através da ação de regresso, ou ação regressiva.

265. Em ação regressiva, o Estado indeniza o terceiro e o servidor indenizao Estado.

266. Requisitos fundamentais para o exercício do direito de regresso:

a. que haja dano ao particular indenizado pela Administração Públicacom base em sua responsabilidade objetiva;

b. que o agente tenha agido com dolo ou culpa no surgimento desse

dano. 267. Pode haver punição administrativa, civil e penal, advindas de ummesmo ato.

268. O agente poderá escapar da responsabilidade quando, na esferapenal, for absolvido por um dos seguintes motivos: negativa de autoria ounegativa da existência do fato.

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CAPÍTULO VIII

CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

269. Controle é o poder/dever de fiscalização, controle, acompanhamento,revisão, correção da atuação administrativa, feita por si mesma ou por outroPoder com legitimidade para tal, com vistas à sua confirmação oudesfazimento.

270. O controle da Administração Pública está embasado no princípio dalegalidade.

271. Classificação:

272. Quanto à origem do controle:

a. interno;

b. externo;

c. popular.

273. Quanto ao momento em que se realiza:

a. prévio;

b. concomitante;

c. posterior.

274. Com relação ao órgão que o exerce:

a. administrativo;

b. legislativo, ou parlamentar;

c. judiciário.

275. Chama-se controle interno o exercido no âmbito interno do mesmo

Poder, por órgãos presentes em sua estrutura. Dá-se sobre a legalidade,eficiência e mérito dos seus atos.

276. Diz-se controle externo o exercido de um Poder sobre outro,relativamente a atos administrativos. Para a Professora Maria Sylvia Z. DiPietro, também é externo “o controle da Administração Direta sobre aIndireta”.

277. Além do controle efetivado pelos Poderes da República, cabe tambémo controle popular, posto que a finalidade de todo ato administrativo é o

atendimento às necessidades públicas. Então, defere-se à coletividade apossibilidade de fiscalizar a Administração Pública.

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278. Se é efetivado antes do início ou da conclusão do ato, chama-sepreventivo, prévio, ou “a priori”.

279. O controle durante a realização do ato é o denominadoconcomitante, como o realizado durante a execução do orçamento ou dasfases de uma licitação, ou do cumprimento de um contrato de gestão.

280. O chamado controle posterior, subseqüente ou corretivo, tem lugarapós a finalização do ato. Seu objetivo é desfazê-lo, se ilegal, inconvenienteou inoportuno, corrigi-lo ou, ainda, confirmá-lo.

281. Cada um dos Poderes, no exercício de suas atribuiçõesadministrativas, exerce sobre seus próprios atos o chamado controleadministrativo, com relação a aspectos de legalidade e de mérito, deforma provocada ou por iniciativa própria (“ex officio”).

282. No âmbito da Administração Pública Direta, tal controle é baseado nopoder de autotutela, que possibilita a anulação dos atos ilegais, e arevogação dos inoportunos e inconvenientes, por iniciativa própria.

283. A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados devícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ourevogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados osdireitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

284. O controle sobre a Administração Indireta é fruto do poder de tutela,

exercido nos limites da lei, respeitada a autonomia de cada entidade.285. Controle administrativo – espécies:

a. hierárquico próprio: realizado pelos órgãos superiores, sobre osinferiores, ou dos chefes sobre os subordinados.

b. hierárquico impróprio: realizado entre órgãos onde não háhierarquia direta, mas sim competências diversas atribuídas a cada umdeles, de forma que a um compete julgar recursos relativos a atosrealizados por outro.

c. finalístico: é a chamada supervisão ministerial, baseada navinculação entre a Administração Pública Direta e a Indireta (autarquias,fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economiamista). Não há subordinação, mas sim controle finalístico, dentro doslimites legais, como já citado, em face da autonomia que essas pessoas jurídicas têm.

286. Chama-se controle parlamentar, ou legislativo, aquele realizado peloPoder Legislativo sobre alguns atos da Administração Pública, com

observância obrigatória das previsões constitucionais, em face da separaçãodos Poderes, não cabendo à legislação ordinária a ampliação dessassituações. Exercido sob os aspectos político e financeiro. 

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287. Meios de controle legislativo:

a. Comissão Parlamentar de Inquérito: tem por objetivo apurar fatocerto ocorrido no âmbito administrativo, com poderes de investigaçãopróprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nosregimentos das respectivas Casas. A CPI não tem poder sancionatório,mas apenas investigatório, e seus atos são suscetíveis de revisão judicial. Pode a CPI, mediante decisão fundamentada:

I. convocar testemunhas e investigados para depor;

II. quebrar o sigilo bancário, fiscal e telefônico de pessoa – física ou jurídica – sob a sua investigação;

III. requisitar informações e documentos de repartições públicas.

É defeso à CPI:

I. editar leis;

II. decretar: busca e apreensão domiciliar de documentos,interceptação telefônica (escuta), proibição de o investigado seausentar do país, proibição de o investigado se comunicar com oseu advogado durante a sua inquirição, seqüestro ouindisponibilidade de bens, prisão, exceto em flagrante delito;

III. exigir de testemunha que responda a pergunta que não tenhapertinência com o objeto da CPI ou que envolva assunto protegidopelo sigilo profissional;

IV. convocar magistrados para manifestação acerca de suaatividade juridicional.

b. convocação de autoridades e pedido de informação: a Câmarados Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões,poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãosdiretamente subordinados à Presidência da República para prestarem,pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado.

c. participação na função administrativa: apesar de essa atividadeser típica do Executivo, por vezes a Constituição cita a necessidade deaprovação ou autorização pelo Legislativo, de atos praticados poraquele Poder.

d. função jurisdicional: em casos específicos, foi prevista acompetência do Poder Legislativo para fazer alguns julgamentos, comoé o caso das contas presidenciais pelo Congresso Nacional; doPresidente e do Vice-Presidente da República, dos Ministros do

Supremo Tribunal Federal, dos membros do Conselho Nacional deJustiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, do Procurador-

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estão sujeitas ao duplo grau de jurisdição obrigatório as sentençasproferidas contra a União, suas autarquias e fundações públicas,quando, a respeito da controvérsia, o Advogado-Geral da União ou outroórgão administrativo competente houver editado súmula ou instruçãonormativa determinando a não-interposição de recurso voluntário”.

d. processo de execução próprio: com exceção dos créditos denatureza alimentícia e daqueles definidos como de pequeno valor, ospagamentos devidos pela Fazenda Federal, Estadual ou Municipal, emvirtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordemcronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditosrespectivos.

e. restrições à concessão de liminar, à tutela antecipada e àexecução provisória: em alguns casos específicos previstos na

legislação, não é possível ao juiz conceder liminar ou antecipação detutela contrária à Administração Pública.

290. Os meios de controle judicial são conhecidos como “remédiosconstitucionais”. 291. O “Habeas Corpus” tem por escopo proteger a liberdade individual delocomoção (direito de ir, vir, ficar, permanecer). 292. Espécies de HC:

a. preventivo: também dito salvo conduto, utilizado quando alguémestiver sendo ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdadede locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

b. liberatório: ou repressivo, ajuizado quando já tiver sofrido violênciaou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso depoder, de forma a fazer cessar essa limitação irregular à liberdade delocomoção.

293. O “Habeas Data” é ação constitucional gratuita, destinada a asseguraro conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantesde registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráterpúblico, retificação de dados e, nos termos do art. 7º, III, da Lei nº 9.507/97,anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicaçãosobre dado verdadeiro, mas justificável, e que esteja sob pendência judicialou amigável.

294. Não cabe o “habeas data” se não houve recusa de informações porparte da autoridade administrativa (CF, art. 5º, LXXII, letra ‘a’).

295. O Mandado de Segurança visa à proteção de direito líquido e certo

em face de ilegalidade ou abuso de poder, quando o responsável é

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autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuiçõesdo Poder Público. 

296. Direito líquido e certo é aquele verificável de plano, comdocumentação inequívoca, apresentada logo na impetração da ação, ouseja, as provas devem ser pré-constituídas. Deve ser manifesto na suaexistência, delimitado na sua extensão e exercitável quando do ajuizamento.

297. Ilegalidade e abuso de poder designam, respectivamente, a violaçãoda norma jurídica no ato vinculado e o transbordamento dos limites dadiscricionariedade, nos atos que admitem certa liberdade da autoridadequanto ao exame de sua conveniência e/ou oportunidade (méritoadministrativo).

298. Autoridade é a pessoa que praticou o ato ou o ordenou. Podem ser‘autoridade’, para o fim de ser parte passiva, não só aqueles que exerçam

funções nos entes federados (União, Estados, Municípios, Distrito Federal),mas também os administradores ou representantes de autarquias,paraestatais e pessoas naturais ou jurídicas com funções delegadas, nostermos do texto constitucional.

299. São espécies de MS:

a. preventivo: utilizado quando houver ameaça ao direito líquido ecerto do impetrante, por ato ainda não praticado, como, por exemplo,para impedir que autoridade tributária venha a exigir tributo indevido;

b. repressivo: ajuizado quando se faça necessário reverter ato ilegal oucom abuso de poder, já cometido.

300. O prazo para interposição do Mandado de Segurança é decadencial de 120 (cento e vinte) dias, contados do dia em que o interessado temconhecimento do ato violador de seu direito líquido e certo.

301. É possível a concessão de liminar em Mandado de Segurança, apedido, suspendendo o ato que deu motivo à impetração, quando forrelevante o fundamento e do ato impugnado puder resultar a ineficácia damedida, caso seja deferida. Dois são os requisitos: 

a. “fummus boni iuris”  (fumaça do bom direito): indícios de direito, édizer, relevância do fundamento e plausibilidade do pedido;

b. “periculum in mora” (perigo na demora): possibilidade de a lesãotornar-se irreversível ou ineficácia da medida em face da demora. 

302. Não cabe Mandado de Segurança, entre outros:

a. lei em tese;

b. decisão judicial transitada em julgado;

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c. atos legislativos interna corporis ;

d. atos jurisdicionais do STF;

e. extensão de vantagens pecuniárias concedidas a uma categoria paraoutra;

f. ato de que caiba recurso administrativo com efeito suspensivo;

g. ato judicial passível de recurso, desde que com efeito suspensivo;

h. ato disciplinar, exceto se praticado por autoridade incompetente oucom inobservância de formalidade essencial.

303. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a. partido político com representação no Congresso Nacional;

b. organização sindical, entidade de classe ou associação legalmenteconstituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dosinteresses de seus membros ou associados.

304. O Mandado de Injunção surgiu para impedir que a falta de normaregulamentadora tornasse inviável o exercício dos direitos e liberdadesconstitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania eà cidadania, sendo possível a concessão de liminar.

305. A Ação Popular, que segue o rito ordinário,  pode ser impetrada porqualquer cidadão para anular ato lesivo ao patrimônio público ou entidade deque o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente ou aopatrimônio histórico e cultural.

306. Requisitos da Ação Popular:

a. interposta por cidadão: é aquele titular de direitos políticos, inclusiveo maior de 16 anos, que pode votar, e o português equiparado, quetambém goze de seus direitos políticos. Justifica-se essa limitaçãoatravés do princípio da simetria, uma vez que só o cidadão pode elegerseus representantes, só ele pode fiscalizar seus atos por meio dessetipo de ação;

b. existência de ato ilegal ou ilegítimo, independente de haver prejuízofinanceiro. A ilegalidade do comportamento, por si só, causa o dano.Dispensável a existência de lesão. É possível a concessão de medidaliminar a fim de suspender o ato impugnado.

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CAPÍTULO IX

LICITAÇÕES

307. Licitação é um procedimento administrativo que objetiva a seleção damelhor proposta entre aquelas apresentadas, seguindo as regras objetivasdo certame, respeitada a isonomia entre os participantes.

308. Todos os entes da federação foram abarcados pelas “normas gerais”fixadas pela Lei nº 8.666/1.993.

309. A licitação destina-se a garantir a observância do princípioconstitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosapara a Administração.

310. Princípios:

a. legalidade;

b. impessoalidade;

c. moralidade;

d. igualdade;

e. publicidade;

f. probidade administrativa;g. vinculação ao instrumento convocatório;

h. julgamento objetivo.

311. Outros princípios doutrinários:

a. padronização;

b. competitividade;

c. adjudicação obrigatória ao vencedor;d. fiscalização da licitação.

312. É obrigatória a licitação para os contratos de obras, serviços,compras e alienações, além de concessão e permissão de serviços públicos.

313. Em resumo, temos o seguinte:

a. como regra, é obrigatória a licitação;

b. por exceção pode haver inexigibilidade e dispensa. Esta é divididaem: dispensável e dispensada. Os atos administrativos deverão ser

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motivados sempre que se dispense ou declare a inexigibilidade deprocesso licitatório:

I. inexigível: é a licitação quando não é possível a competição.A Lei enumera alguns exemplos, deixando tal rol em aberto (art. 25:fornecedor único, serviços técnicos profissionais, exceto nos casosde serviços de publicidade e divulgação, contratação de artistasconsagrados). Três são os requisitos: serviço elencado no art. 13(estudos, projetos, pareceres, perícias, avaliações, assessorias,consultorias, auditorias, fiscalização, supervisão ou gerenciamentode obras ou serviços, patrocínio ou defesa de causas judiciais ouadministrativas, treinamento, restauração de obras de arte ...), ternatureza singular e ser realizado por profissional ou empresa denotória especialização;

II. dispensa: há possibilidade de licitação, mas a Lei libera aAdministração desse dever. O rol é taxativo, exaustivo, nãopodendo ser ampliado pela Administração;

III. dispensável: a Lei autoriza a dispensa, ficando a critério doresponsável (art. 24: pequeno valor, situações emergenciais,intervenção da União no domínio econômico, gêneros perecíveis...);

IV. dispensada: a Lei diretamente a dispensa, não cabendo outrocaminho (art. 17). art. 17, “numerus clausus”, e se referem a bens,móveis e imóveis.

314. Modalidades de licitação:

a. concorrência;

b. tomada de preços;

c. convite;

d. concurso;

e. leilão;f. pregão;

g. consulta.

315. Tipos de licitação (regra geral):

a. menor preço;

b. melhor técnica;

c. técnica e preço;d. maior lance ou oferta.

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316. Limites tendo em vista o valor estimado da contratação:

a. obras e serviços de engenharia:

I. convite - até R$ 150.000,00;

II. tomada de preços - até R$ 1.500.000,00;

III. concorrência - acima de R$ 1.500.000,00.

b. compras e serviços não referidos no item anterior:

I. convite - até R$ 80.000,00;

II. tomada de preços - até R$ 650.000,00;

III. concorrência - acima de R$ 650.000,00

317. Onde cabe convite, pode-se usar a tomada de preços ou a

concorrência; onde cabe a tomada de preços, pode-se usar a concorrência.318. Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquerinteressados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovempossuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital paraexecução de seu objeto; é a modalidade mais solene.

319. Características:

a. destina-se a contratos de grande vulto, registro de preços, alienações

imobiliárias, concessões de uso, de serviço e obra pública;b. ampla publicidade;

c. participação de qualquer interessado;

d. habilitação no início do procedimento.

320. Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessadosdevidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidaspara cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento daspropostas, observada a necessária qualificação.

321. Características: 

a. destina-se a contratos de vulto médio;

b. participação exclusiva de interessados previamente cadastrados ouhabilitados até o terceiro dia anterior à data do recebimento daspropostas, preenchidas todas as condições exigidas paracadastramento;

c. ampla publicidade;

d. qualificação prévia dos interessados.

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322. Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramopertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados emnúmero mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, emlocal apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aosdemais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu

interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentaçãodas propostas. É a modalidade mais simples, criada para fazer face aoscontratos de menor valor, podendo ser substituída pela tomada de preçoou pela concorrência, se assim desejar a autoridade competente (art. 23, §4º).

323. Características: 

a. destina-se a contratos de pequeno valor;

b. presença de três licitantes, no mínimo, escolhidos pela

Administração;c. possível a participação de qualquer interessado cadastrado nacorrespondente especialidade, desde que manifeste seu interesse comantecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação daspropostas;

d. a habilitação é presumida;

e. dispensada publicidade em diário oficial.

324. Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessadospara escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante ainstituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critériosconstantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínimade 45 (quarenta e cinco) dias.

325. Características: 

a. destina-se à escolha de trabalho técnico, científico ou artístico;

b. participação de qualquer interessado;

c. outorga de prêmios ou remuneração aos vencedores;

d. ampla publicidade;

e. exige regulamento próprio e comissão de julgamento especial.

326. Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para avenda de bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtoslegalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bensimóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de

procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, a quem oferecer omaior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.

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327. Características: 

a. destina-se à venda de bens móveis inservíveis, produtos legalmenteapreendidos ou penhorados, alienação de bens imóveis cuja aquisiçãohaja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento;

b. participação de qualquer interessado;c. ampla publicidade;

d. em regra, dispensada a habilitação.

328. Pregão é a modalidade de licitação em que a disputa pelofornecimento de bens ou serviços comuns é feita em sessão pública, pormeio de propostas de preços escritas e lances verbais.

329. Características: 

a. para aquisição de bens e execução de serviços comuns;b. critério de menor preço;

c. inversão da ordem de abertura dos envelopes: primeiro das ofertas,depois da habilitação;

d. existência de propostas escritas e lances verbais.

330. Consulta:

a. modalidade criada para atender às peculiaridades das AgênciasReguladoras;

b. objeto: fornecimento de bens e serviços não compreendidos entre oscasos de pregão previsto na Lei.

331. Quanto às exigências gerais nas licitações, são vedadas:

a. garantia de proposta;

b. aquisição do edital pelos licitantes, como condição para participaçãono certame;

c. pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes afornecimento do edital, que não serão superiores ao custo de suareprodução gráfica, e aos custos de utilização de recursos de tecnologiada informação, quando for o caso.

332. Procedimento é a seqüência de atos preparatórios para atingir umobjetivo final, um ato administrativo. A licitação consiste num procedimentocomposto de uma série de atos e fatos, tanto da Administração quanto dolicitante.

333. Comissão permanente ou especial: composta  de, no mínimo, 3(três) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles servidores qualificados

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pertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da Administraçãoresponsáveis pela licitação. A habilitação preliminar, a inscrição em registrocadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as propostas serãoprocessadas e julgadas por ela.

334. No caso de convite, a Comissão de licitação, excepcionalmente, naspequenas unidades administrativas e em face da exigüidade de pessoaldisponível, poderá ser substituída por servidor formalmente designado pelaautoridade competente.

335. No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissãoespecial integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecidoconhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não.

336. No caso do pregão, a autoridade competente designará, dentre osservidores do órgão ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e

respectiva equipe de apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, orecebimento das propostas e lances, a análise de sua aceitabilidade e suaclassificação, bem como a habilitação e a adjudicação do objeto do certameao licitante vencedor. Somente pode assumir essa função de pregoeiro oservidor que tenha realizado capacitação específica para tal atribuição.

337. Os membros das Comissões de licitação respondem solidariamentepor todos os atos praticados pela Comissão, salvo se posição individualdivergente estiver devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na

reunião em que tiver sido tomada a decisão.338. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura deprocesso administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado,contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e dorecurso próprio para a despesa.

339. Seqüência normal dos procedimentos (relembre-se que algumasmodalidades têm procedimentos próprios, como é o caso do pregão):

a. abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à

habilitação dos concorrentes, e sua apreciação;b. devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados,contendo as respectivas propostas, desde que não tenha havido recursoou após sua denegação;

c. abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrenteshabilitados, desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso,ou tenha havido desistência expressa, ou após o julgamento dosrecursos interpostos;

d. verificação da conformidade de cada proposta com os requisitosdo edital e, conforme o caso, com os preços correntes no mercado ou

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fixados por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes dosistema de registro de preços, os quais deverão ser devidamenteregistrados na ata de julgamento, promovendo-se a desclassificação daspropostas desconformes ou incompatíveis;

e. julgamento e classificação das propostas de acordo com oscritérios de avaliação constantes do edital;

f. deliberação da autoridade competente quanto à homologação eadjudicação do objeto da licitação.

340. Procedimentos na concorrência (fases): 

a. edital: através dele há divulgação da abertura da concorrência, coma fixação dos requisitos, objeto e condições do contrato. Deve serdada a devida publicidade ao mesmo, com antecedência de quarenta e

cinco ou trinta dias, a depender do caso. Poderá ser impugnado.b. habilitação: documentação relativa a habilitação jurídica, qualificaçãotécnica, qualificação econômico-financeira, regularidade fiscal e ocumprimento da proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre amenores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseisanos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.

c. classificação: abrem-se os envelopes das propostas dos licitanteshabilitados, Verifica-se a conformidade de cada proposta com osrequisitos do edital, seguindo-se o julgamento e classificação daspropostas de acordo com os critérios de avaliação objetivos tambémconstantes do edital, em conformidade com os tipos de licitação, oscritérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordocom os fatores exclusivamente nele referidos.

d. homologação: é a aprovação de todo o procedimento, levada acabo pela autoridade competente.

e. adjudicação: é a atribuição do objeto ao vencedor do certame, feitapela mesma autoridade que homologa o procedimento. São efeitos da

adjudicação:I. aquisição do direito de contratar com a Administração nos termos

em que vencida a licitação;

II. vinculação do vencedor a todos os encargos previstos no edital eaos prometidos na proposta;

III. sujeição às penalidades previstas no edital e perda de eventuaisgarantias ofertadas, se deixar de assinar o contrato no prazo econdições estabelecidas;

IV. impedimento de a Administração contratar o objeto licitado comqualquer outro;

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V. liberação dos vencidos dos encargos da licitação.

341. Procedimentos  na tomada de preços (fases): praticamente tem omesmo procedimento da concorrência, com as seguintes peculiaridades:

a. edital: antecedência de trinta ou quinze dias, a depender do caso.

b. habilitação: prévia ao procedimento de licitação, para oscadastrados, e durante o procedimento para os que atenderem a todasas condições exigidas para cadastramento, até o terceiro dia anterior àdata do recebimento das propostas, observada a necessáriaqualificação.

342. Procedimentos  no convite (fases): é simplificado, sem aobrigatoriedade de comissão:

a. carta-convite: é enviada a pelo menos três licitantes, com cinco dias

úteis de antecedência. Também deve ser afixada, em local apropriado,cópia do instrumento convocatório, não se exigindo publicação no DiárioOficial, que é facultada.

b. habilitação: prévia, através de cadastro próprio. Poderão tambémparticipar os demais cadastrados na correspondente especialidade quemanifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte equatro) horas da apresentação das propostas.

c. classificação, homologação e adjudicação: com o recebimento

das propostas e posterior verificação do vencedor.343. Procedimentos  no concurso: cada concurso terá seu próprioregulamento, que deverá indicar:

a. a qualificação exigida dos participantes;

b. as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;

c. as condições de realização do concurso e os prêmios a seremconcedidos;

d. o prêmio ou remuneração ao vencedor, não havendo correlação entreesse valor e a qualidade do trabalho vencedor.

344. O edital do concurso deve ser publicado com antecedência mínima dequarenta e cinco dias.

345. Procedimentos  no leilão: de maneira semelhante à anterior, a Leitambém remete à “legislação pertinente” as regras procedimentais. Exigedemonstração do interesse público e prévia avaliação, que será consideradacomo preço mínimo para arrematação. A publicação do edital deve ser feita

com antecedência mínima de quinze dias. O edital de leilão deve seramplamente divulgado, principalmente no município em que se realizará.

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346. Procedimentos no pregão (fases):

a. interna ou preparatória: justificativa da necessidade de contratação,definição do objeto do certame, fixação das exigências de habilitação,critérios de aceitação das propostas, sanções por inadimplemento ecláusulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos parafornecimento.

b. externa: 

I. edital: publicação em diário oficial do respectivo ente federadoou, não existindo, em jornal de circulação local, fixando um prazopara a apresentação das propostas, contado a partir da publicaçãodo aviso, que não será inferior a 8 (oito) dias úteis.

II. julgamento e classificação: em sessão pública, com entrega

dos envelopes com o preço oferecido, que serão abertos econferidos com as regras do edital. Após a verificação daspropostas escritas, iniciam-se as ofertas verbais, sucessivas edecrescentes. Participam dessa fase apenas o que ofertou o menorvalor e os autores das ofertas com preços até 10% superioresàquele. Não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nessas condições,poderão os autores das melhores propostas, até o máximo de 3(três), oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer quesejam os preços oferecidos. Para julgamento e classificação daspropostas, será adotado o critério de menor preço, observados osprazos máximos para fornecimento, as especificações técnicas eparâmetros mínimos de desempenho e qualidade definidos noedital.

III. habilitação do vencedor: ocorre após a classificação daspropostas. Procede-se à abertura do envelope da documentação dovencedor, apenas. Deverá apresentar o que estiver expresso noedital, incluindo, necessariamente, comprovação de que está emsituação regular perante a Fazenda Nacional, a Seguridade Social e

o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, e as FazendasEstaduais e Municipais, bem como habilitação jurídica equalificações técnica e econômico-financeira. Poderão deixar deapresentar os documentos de habilitação que já constem decadastros de fornecedores específicos.

IV. adjudicação: é a atribuição do objeto ao licitante vencedor,feita pela autoridade competente, logo após a decisão dos recursos.

V. homologação: é a última fase do pregão, de competência daautoridade competente, confirmando a regularidade de todo oprocedimento e convocando o adjudicatário para assinar o contratono prazo definido em edital. Se o licitante vencedor, convocado

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dentro do prazo de validade da sua proposta, não celebrar ocontrato, o pregoeiro examinará as ofertas subseqüentes e aqualificação dos licitantes, na ordem de classificação, e assimsucessivamente, até a apuração de uma que atenda ao edital,sendo o respectivo licitante declarado vencedor. 

347. A autoridade competente para a aprovação do procedimento somentepoderá revogar a licitação por razões de interesse público, decorrente defato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou porprovocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamentefundamentado. 

348. Poderá também ser revogada a licitação quando o convocado nãoassinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento

equivalente no prazo e condições estabelecidos.349. A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade nãogera obrigação de indenizar, em regra, mas será cabível se a ilegalidade éimputável à própria Administração, que deve responsabilizar os culpados.

350. O fato de já ter sido celebrado e consumado não afasta a possibilidadeda decretação de sua nulidade.

351. Quando exista anulação ou revogação da licitação, é possível ainterposição de recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, a contar da

intimação, com possibilidade de ser concedido efeito suspensivo pelaautoridade competente, por decisão devidamente motivada e presentesrazões de interesse público.

352. A declaração de nulidade do contrato administrativo operaretroativamente (“ex tunc”).

353. Cabe recurso, a ser interposto no prazo de 5 (cinco) dias úteis, acontar da intimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos de:

a. habilitação ou inabilitação do licitante;

b. julgamento das propostas;

c. anulação ou revogação da licitação;

d. indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, suaalteração ou cancelamento;

e. rescisão do contrato, quando determinada por ato unilateral e escritoda Administração (nos casos previstos no inciso I do art. 79);

f. aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou demulta.

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354. Os dois primeiros do item anterior terão sempre efeito suspensivo. Osdemais poderão ter esse mesmo efeito, atribuído pela autoridadecompetente, motivadamente e presentes razões de interesse público.

355. Quando não couber recurso, poderá interpor representação, no prazode 5 (cinco) dias úteis após intimado da decisão relacionada com o objeto dalicitação ou do contrato.

356. Cabe pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de Estado,ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, na hipótese dedeclaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a AdministraçãoPública, no prazo de 10 (dez) dias úteis da intimação do ato.

357. No caso do pregão, declarado o vencedor, qualquer licitante poderámanifestar imediata e motivadamente a intenção de recorrer, quando lheserá concedido o prazo de 3 (três) dias para apresentação das razões dorecurso.

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CAPÍTULO X

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

358. Contrato é um acordo de vontades entre as partes, com o fim deadquirir, resguardar, transferir, modificar, conservar, ou extinguir direitos. Sãobilaterais, com manifestações livres de ambas as partes. Não podem ferir alegislação, devem ter objeto lícito e possível, e contratantes capazes.

359. São contratos da Administração todos aqueles efetivados pelaAdministração Pública, seja qual for o regime.

360. Dentre esses, uma das espécies é o contrato administrativo,expressão reservada para designar tão-somente os ajustes que a

Administração, nessa qualidade, celebra com pessoas físicas oujurídicas, públicas ou privadas, para a consecução de fins públicos,segundo regime jurídico de direito público. 

361. Os contratos administrativos propriamente ditos são aqueles emque a Administração atua com supremacia sobre o particular, seguindoregras do direito público, em face da supremacia do interesse público sobreo particular e da indisponibilidade desse interesse público.

362. Esses contratos administrativos, em regra, são formais, onerosos,

comutativos, “intuitu personae” (celebrados em função das característicaspessoais do contratado) e precedidos de licitação, exceto se dispensávelou inexigível.

363. Têm presente a Administração, na qualidade de Poder Público,atendem ao interesse público e às regras formais previstas na lei.

364. Contratos de adesão são aqueles nos quais as cláusulas sãopropostas por uma das partes (a Administração Pública), e à outra cabeaceitar ou não as condições impostas, não podendo alterar, incluir ousuprimir cláusulas.

365. Em regra, é proibida a subcontratação. Mas o contratado, na execuçãodo contrato, sem prejuízo das responsabilidades contratuais e legais, poderásubcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido,em cada caso, pela Administração. A proibição é absoluta no caso deempresa de prestação de serviços técnicos especializados que apresenterelação de integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatório oucomo elemento de justificação de dispensa ou inexigibilidade de licitação.

366. Cláusulas exorbitantes são as que caracterizam os contratosadministrativos, em prol do interesse público. Elas ultrapassam os limites dodireito privado, onde são mesmo inadmissíveis. Neste tipo de contrato, onde

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há supremacia estatal, são obrigatórias. Nos contratos privados, proibidas,pois colocam uma parte em posição privilegiada.

367. São algumas cláusulas exorbitantes: exigência de garantia,alteração unilateral, rescisão unilateral, poder de fiscalização, aplicação depenalidades, restrições ao uso da “exceptio non adimpleti contractus”,retomada do objeto.

368. Exigência de garantia: tem como principal objetivo assegurar ocumprimento do contrato. Pode ser:

a. caução em dinheiro ou títulos da dívida pública;

b. seguro-garantia;

c. fiança bancária.

369. A Administração, e somente ela, tem o poder de alterarunilateralmente o contrato, para melhor adequação às finalidades deinteresse público, respeitados os direitos do contratado:

a. quando houver modificação do projeto ou das especificações, paramelhor adequação técnica aos seus objetivos;

b. quando necessária a modificação do valor contratual em decorrênciade acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limitespermitidos pela Lei.

370. Limites de alterações:

a. regra geral: acréscimos ou supressões de até 25% (vinte e cincopor cento) do valor inicial atualizado do contrato;

b. reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50%(cinqüenta por cento) para os seus acréscimos, permanecendo osmesmos 25% (vinte e cinco por cento) para supressões;

c. por acordo entre os contratantes: qualquer percentual para

supressões (note-se que aqui não se trata de cláusula exorbitante, poisprevê acordo entre as partes). Devem sempre respeitar o equilíbrioeconômico-financeiro do contrato.

371. Poderá a Administração rescindir os contratos, unilateralmente epor escrito, nos casos seguintes:

a. não cumprimento ou cumprimento irregular do mesmo;

b. lentidão do seu cumprimento;

c. atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento, ou asua paralisação sem justa causa e prévia comunicação àAdministração;

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d. subcontratação total ou parcial do seu objeto, associação docontratado com outrem, cessão ou transferência, total ou parcial, bemcomo fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e nocontrato;

e. desatendimento das determinações regulares da autoridadedesignada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como asde seus superiores;

f. cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas emregistro próprio, pelo representante da Administração;

g. decretação de falência ou instauração de insolvência civil;

h. dissolução da sociedade ou falecimento do contratado;

i. alteração social ou modificação da finalidade ou da estrutura daempresa, que prejudique a execução do contrato;

 j. razões de interesse público, de alta relevância e amploconhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autoridade daesfera administrativa a que está subordinado o contratante e exaradasno processo administrativo a que se refere o contrato;

k. ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmentecomprovada, impeditiva da execução do contrato.

372. A rescisão será sempre motivada nos autos do processo,assegurado o contraditório e a ampla defesa. Em alguns casos, sem culpado contratado, poderá haver indenização (j e k retro).

373. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por umrepresentante da Administração especialmente designado, permitida acontratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informaçõespertinentes a essa atribuição.

374. A Administração tem o poder de aplicar penas pelas faltas verificadas

no decorrer da execução contratual.375. Sanções:

a. advertência;

b. multa;

c. suspensão temporária de participação em licitação e impedimento decontratar com a Administração, por prazo não superior a 2(dois) anos;

d. declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com aAdministração Pública, enquanto perdurarem os motivos determinantes

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da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própriaautoridade que aplicou a penalidade. Essa reabilitação será concedidasempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízosresultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base noitem anterior.

376. Restrições ao uso da “exceptio non adimpleti contractus”: essaexceção não pode ser oposta à Administração, ou seja, ainda que eladeixe de cumprir sua parte, cabe ao contratado continuar cumprindo a sua,em obediência ao princípio da continuidade do serviço público. Essaprerrogativa é temporária, pois o contratado está impedido de usar esse meiode defesa apenas durante os primeiros noventa dias de atraso. Após esseprazo, poderá interromper a execução do contrato ou rescindi-lo, com direitoà indenização.

377. “Pacta sunt servanda”: os pactos devem ser cumpridos comocombinado. Não é uma exclusividade do particular, mas sim de ambas aspartes, que respondem pelas conseqüências da inexecução total ou parcialdo contrato.

378. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente àAdministração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execuçãodo contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalizaçãoou o acompanhamento pelo órgão interessado. A presença da fiscalizaçãonão retira do contratado a responsabilidade por seus atos, mas apenas

acompanha a execução, orientando e, se for o caso, intervindo e atéinterditando a obra ou serviço.

379. É de sua responsabilidade também os encargos trabalhistas,previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.

380. A forma natural de extinção do contrato é o cumprimento do seuobjeto, seja a construção da obra contratada, a entrega dos bens adquiridos,o fim do prazo de prestação de determinado serviço etc. Nesses casos, há oadimplemento do contrato.

381. Outras formas de extinção do contrato: anulação e revogação.

382. A anulação tem lugar a qualquer tempo, tanto administrativamentequanto pelo Judiciário, sempre que for identificada ilegalidade. A anulaçãoda licitação macula de nulidade também o contrato. Não gera direito dereceber indenização. No entanto, o contratado deve receber pelo que houverexecutado, até a data em que ela for declarada, e por outros prejuízosregularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável,promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

383. A rescisão extingue o contrato antes de seu término, e pode serunilateral, pela Administração, amigável, por acordo entre as partes, ou,

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ainda, judicial. Como regra geral, a parte que deu causa à rescisão deveindenizar a parte inocente.

384. A inexecução poderá ser culposa ou sem culpa (em sentido amplo)das partes. Neste segundo caso, haverá sempre uma justificativa admitidapelo Direito, desonerando as partes de suas responsabilidades (Teoria daImprevisão).

385. Se a inexecução foi culposa, cabe aplicação das penalidades previstana legislação e no contrato. Além disso, se advém do contratado, é motivopara rescisão unilateral do contrato e demais conseqüências previstas na lei.Por outro lado, se é da Administração, cabe indenização ao contratado, bemassim a devolução da garantia, os pagamentos devidos pela execução docontrato, até a data da rescisão, e ressarcimento do custo dadesmobilização.

386. Teoria da imprevisão (“rebus sic stantibus”). Requisitos:

a. imprevisibilidade. Se previsível, deve ser de conseqüênciasincalculáveis;

b. independência de participação culposa ou dolosa das partes.

387. Espécies:

a. força maior;

b. caso fortuito;c. fato do príncipe;

d. fato da administração.

388. Força maior e caso fortuito: acontecimentos imprevisíveis einevitáveis que geram a possibilidade de revisão contratual para restabelecero equilíbrio econômico e financeiro do contrato, quando oneremdemasiadamente o pacto inicial. Se impossível o cumprimento do acordado,haverá rescisão sem culpa das partes.

389. Podem ser eventos da natureza (terremoto, furacão, enchente nãoprevisíveis) ou humanos (guerra, revolução, greve).

390. Tem-se um fato do príncipe sempre que uma determinação estatal,não diretamente relacionada com o contrato, atinja-o de forma a onerardemasiadamente ou impossibilitar seu cumprimento. Assim, é um ato deautoridade geral que, pela via transversa, atinge o contrato (aumento nãoprevisto de tributo, proibição de importação de mercadoria fundamental paracumprimento do objeto etc).

391. É considerado fato da administração a ordem ou omissão estatalque diretamente atinge o contrato, inviabilizando seu regular cumprimento

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ou tornando-o exageradamente oneroso (não liberação, por parte daAdministração, de área para execução de obra).

392. Contratos de concessão: subdividem-se em concessão de serviçospúblicos, obras públicas ou uso de bem público. Consubstanciam-se noajuste entre o particular e a Administração, através do qual esta delega aoconcessionário a execução remunerada de um serviço público ou de obrapública, ou, ainda, concede-lhe o uso de bem público, que o explora por suaconta e risco, durante o prazo e sob as condições da lei e do contrato.

393. São cláusulas essenciais do contrato de concessão as relativas:

a. ao objeto, à área e ao prazo da concessão;

b. ao modo, forma e condições de prestação do serviço;

c. aos critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros definidores daqualidade do serviço;

d. ao preço do serviço e aos critérios e procedimentos para o reajuste ea revisão das tarifas;

e. aos direitos, garantias e obrigações do poder concedente e daconcessionária, inclusive os relacionados às previsíveis necessidadesde futura alteração e expansão do serviço e conseqüente modernização,aperfeiçoamento e ampliação dos equipamentos e das instalações;

f. aos direitos e deveres dos usuários para obtenção e utilização doserviço;

g. à forma de fiscalização das instalações, dos equipamentos, dosmétodos e práticas de execução do serviço, bem como a indicação dosórgãos competentes para exercê-la;

h. às penalidades contratuais e administrativas a que se sujeita aconcessionária e sua forma de aplicação;

i. aos casos de extinção da concessão;

 j. aos bens reversíveis;

k. aos critérios para o cálculo e a forma de pagamento das indenizaçõesdevidas à concessionária, quando for o caso;

l. às condições para prorrogação do contrato;

m. à obrigatoriedade, forma e periodicidade da prestação de contasda concessionária ao poder concedente;

n. à exigência da publicação de demonstrações financeiras periódicasda concessionária; e

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o. ao foro e ao modo amigável de solução das divergências contratuais.

394. Os contratos relativos à concessão de serviço público precedido daexecução de obra pública deverão, adicionalmente:

a. estipular os cronogramas físico-financeiros de execução das obras

vinculadas à concessão; eb. exigir garantia do fiel cumprimento, pela concessionária, dasobrigações relativas às obras vinculadas à concessão.

395. Permissão de serviço público é a delegação, a título precário,mediante licitação da prestação de serviços públicos, feita pelo poderconcedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seudesempenho, por sua conta e risco. Será formalizada mediante contrato deadesão, que observará os termos da lei, das demais normas pertinentes e

do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidadeunilateral do contrato pelo poder concedente.

396. Permissão: dar-se-á apenas através de contrato de adesão, precárioe revogável unilateralmente. 

397. Contrato de obra pública: é o ajuste entre a Administração e oparticular para construir, reformar, fabricar, recuperar ou ampliar bemmóvel ou imóvel, por execução direta ou indireta.

a. Direta: feita pelos órgãos e entidades da Administração, pelospróprios meios.

b. Indireta: órgão ou entidade contrata com terceiros sob quaisquer dosseguintes regimes:

I. empreitada por preço global: quando se contrata a execuçãoda obra ou do serviço por preço certo e total;

II. empreitada por preço unitário: quando se contrata a execuçãoda obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas;

III. tarefa: quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhospor preço certo, com ou sem fornecimento de materiais;

IV. empreitada integral: quando se contrata um empreendimentoem sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras,serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade dacontratada até a sua entrega ao contratante em condições deentrada em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais parasua utilização em condições de segurança estrutural e operacional

e com as características adequadas às finalidades para que foicontratada.

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398. Contrato de serviços: envolve toda atividade destinada a obterdeterminada utilidade de interesse para a Administração, tais como:demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação,reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens,publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais.

399. O contrato que tiver por objeto a aquisição de coisas móveis, comopapel, computadores, gasolina, é dito de fornecimento.

400. Poderá ser contratado o fornecimento integral, feito de uma única vez,e assemelhado ao contrato de compra e venda. Também poderá serestipulado que a entrega será parcelada, sabendo-se a quantidade totalcontratada, como contrato para fornecer dez automóveis, um por mês. Porfim, pode, ainda, ser estipulado que o fornecimento seja contínuo, situaçãona qual há entrega de certo bem durante o tempo de vigência do contrato,

como combustível durante um ano. 

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CAPÍTULO XI

PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS – PPP

401. Parceria público-privada – PPP: é nova modalidade derelacionamento entre o setor público e o privado (Lei nº 11.079/2004). Tal Leiinstitui normas gerais para licitação, contratação e execução de obraspúblicas pelo setor privado, em todos os entes da federação. Aplica-se aosórgãos da Administração Pública direta, aos fundos especiais, às autarquias,às fundações públicas, às empresas públicas, às sociedades de economiamista e às demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União,Estados, Distrito Federal e Municípios.

402. Parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão

nas seguintes modalidades:a. Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou deobras públicas tratadas pela Lei no 8.987/95 (Lei das concessões epermissões), quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dosusuários, contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiroprivado;

b. Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços deque a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que

envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens.403. É vedada a celebração de contrato de parceria público-privada:

a. valores do contrato inferiores a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões dereais);

b. período de prestação do serviço inferior a 5 (cinco) anos;

c. contrato que tenha como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de

obra pública.404. O prazo de vigência do contrato, que é cláusula obrigatória, será de,no mínimo, 5 (cinco) anos, não podendo ser superior a 35 (trinta e cinco)anos, incluindo eventual prorrogação, devendo observar período compatívelcom a amortização dos investimentos realizados.

405. O julgamento poderá ser precedido de etapa de qualificação depropostas técnicas, desclassificando-se os licitantes que não alcançarem apontuação mínima, os quais não participarão das etapas seguintes.

406. Poderá adotar como critérios:

a. menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado;

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b. melhor proposta em razão da combinação dos critérios de menorvalor da tarifa do serviço público a ser prestado com o de melhortécnica;

c. menor valor da contraprestação a ser paga pela AdministraçãoPública;

d. melhor proposta em razão da combinação do critério anterior com ode melhor técnica, de acordo com os pesos estabelecidos no edital.

407. O edital definirá a forma de apresentação das propostaseconômicas, admitindo-se:

a. propostas escritas em envelopes lacrados; ou

b. propostas escritas, seguidas de lances em viva voz, que serãosempre oferecidos na ordem inversa da classificação das propostasescritas, sendo vedado ao edital limitar a quantidade de lances. Noentanto, poderá restringir a apresentação de lances em viva voz aoslicitantes cuja proposta escrita for no máximo 20% (vinte por cento)maior que o valor da melhor proposta.

408. O edital também poderá prever a inversão da ordem das fases dehabilitação e julgamento. Nessa hipótese, valem as seguintes regras:

a. encerrada a fase de classificação das propostas ou o oferecimento delances, será aberto o invólucro com os documentos de habilitação dolicitante mais bem classificado, para verificação do atendimento dascondições fixadas no edital;

b. verificado o atendimento das exigências do edital, o licitante serádeclarado vencedor;

c. inabilitado o licitante melhor classificado, serão analisados osdocumentos habilitatórios do licitante com a proposta classificada em 2º(segundo) lugar, e assim, sucessivamente, até que um licitanteclassificado atenda às condições fixadas no edital;

d. proclamado o resultado final do certame, o objeto será adjudicado aovencedor nas condições técnicas e econômicas por ele ofertadas.