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46 Prateep Ungsongtham Hata POR QUE PRATEEP É NOMEADA? Prateep Ungsongtham Hata é nomeada à Heroína dos Direitos da Criança da Década do WCPRC 2009 por sua luta de 40 anos pelos direitos das crianças mais vulneráveis da Tailândia. Desde os 16 anos, Prateep dedica-se integral- mente a oferecer a dezenas de milhares de crianças pobres nas favelas e no campo uma vida melhor e a chance de ir à escola. A organização de Prateep oferece apoio financeiro à crianças, dirige quinze cre- ches, uma escola para crianças com dificuldade de audição, lares para crianças vulneráveis, constrói biblio- tecas escolares, concede empréstimos através do “Banco dos pobres” e dirige “A estação de rádio dos pobres” onde as crianças podem se fazer ouvir. A vida de Prateep é ameaçada por gangues das favelas de Bangkok. Elas não gostam que Prateep dê às crianças pobres a oportunidade de estudar e dizer não ao tra- balho nocivo, às drogas, à prostituição e à criminali- dade. Prateep Ungsongtham Hata nasceu em Klong Toey, a maior favela de Bangkok. Quando tinha dez anos, ela retirava ferru- gem dos navios do porto para sobreviver. Nos sonhos, porém, ela ia à escola... Hoje Prateep tem 56 anos e há 40 vem ajudando milhares de crianças tailandesas pobres a terem uma vida melhor e a frequentarem a escola. A história de Prateep começa antes do seu nascimento, em uma pequena vila de pes- cadores ao sul de Bangkok. Seu pai, o pes- cador Thong You, escu- tou os boatos de que o porto de Bangkok preci- sava de gente para traba- lhar. Decidiu então, mudar-se com toda a família. Gente pobre de todos os lugares do interior se aglomerava no porto com a esperança de ter uma vida melhor na cidade. Eles começaram cons- truindo pequenos barra- cos de chapas de metal, papelão e velhas tábuas. Assim nasceu a favela de Klong Toey. Vendia doces Quando Prateep nasceu, seu pai trabalhava no porto, mas toda a família tinha que ajudar a ganhar dinheiro. – Aos quatro anos, come- cei a perambular e vender doces que mamãe fazia, recorda Prateep. Toda manhã, ela dava água aos patos da família e procurava os ovos que eles botavam. Aqueles ovos que a família não precisava, Prateep vendia na feira. Todo dia, ela também ajuda- va sua mãe a buscar água a dois quilômetros de dis- tância. Sua mãe Suk queria que Prateep frequentasse a esco- la, porém não havia nenhu- ma escola em Klong Toey. E como Prateep, assim como todas as crianças pobres dali, não possuíam uma cer- tidão de nascimento, elas não podiam entrar na escola pública da cidade. Sem certi- dão, as crianças não são consideradas cidadãs tailan- desas e, por isso, não tem direito de ir à escola. Afinal, quando Prateep tinha sete anos, a mãe encontrou uma escola privada barata que aceitaria a filha. – Eu estava felicíssima! O primeiro dia de aula foi o mais feliz da minha vida. Prattep se saiu muito bem na escola. Ela não se importava que os colegas tivessem rou- pas melhores. Estava feliz só de poder ir à escola. De tar- de, Prattep continuava a vender doces. Ela tinha mui- to o que fazer, porém estava feliz. Prateep abriu uma escola em sua casa. Prateep acha uma injustiça que as crianças pobres não possam ir à escola. NOMEADA • Páginas 46–50

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Prateep Ungsongtham Hata nasceu em Klong toey, a maior favela de Bangkok. quando tinha dez anos, ela retirava ferru- gem dos navios do porto para sobreviver. nos sonhos, porém, ela ia à escola... Hoje Prateep tem 56 anos e há 40 vem ajudando milhares de crianças tailandesas pobres a terem uma vida melhor e a frequentarem a escola. cos de chapas de metal, papelão e velhas tábuas. Assim nasceu a favela de Klong Toey. 46 Prateep abriu uma escola em sua casa.

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Prateep Ungsongtham Hata

Por qUe PrateeP é nomeada? Prateep Ungsongtham Hata é nomeada à Heroína dos Direitos da Criança da Década do WCPRC 2009 por sua luta de 40 anos pelos direitos das crianças mais vulneráveis da Tailândia. Desde os 16 anos, Prateep dedica-se integral-mente a oferecer a dezenas de milhares de crianças pobres nas favelas e no campo uma vida melhor e a chance de ir à escola. A organização de Prateep oferece apoio financeiro à crianças, dirige quinze cre-ches, uma escola para crianças com dificuldade de audição, lares para crianças vulneráveis, constrói biblio-tecas escolares, concede empréstimos através do “Banco dos pobres” e dirige “A estação de rádio dos pobres” onde as crianças podem se fazer ouvir. A vida de Prateep é ameaçada por gangues das favelas de Bangkok. Elas não gostam que Prateep dê às crianças pobres a oportunidade de estudar e dizer não ao tra-balho nocivo, às drogas, à prostituição e à criminali-dade.

Prateep Ungsongtham Hata nasceu em Klong toey, a maior favela de Bangkok. quando tinha dez anos, ela retirava ferru-gem dos navios do porto para sobreviver. nos sonhos, porém, ela ia à escola... Hoje Prateep tem 56 anos e há 40 vem ajudando milhares de crianças tailandesas pobres a terem uma vida melhor e a frequentarem a escola.

ahistória de Prateep começa antes do seu nascimento, em

uma pequena vila de pes-cadores ao sul de Bangkok. Seu pai, o pes-cador Thong You, escu-tou os boatos de que o porto de Bangkok preci-sava de gente para traba-lhar. Decidiu então, mudar-se com toda a família.

Gente pobre de todos os lugares do interior se aglomerava no porto com a esperança de ter uma vida melhor na cidade. Eles começaram cons-truindo pequenos barra-

cos de chapas de metal, papelão e velhas tábuas. Assim nasceu a favela de Klong Toey.

Vendia doces Quando Prateep nasceu, seu pai trabalhava no porto, mas toda a família tinha que ajudar a ganhar dinheiro.

– Aos quatro anos, come-cei a perambular e vender doces que mamãe fazia, recorda Prateep.

Toda manhã, ela dava água aos patos da família e procurava os ovos que eles botavam. Aqueles ovos que a família não precisava, Prateep vendia na feira. Todo dia, ela também ajuda-

va sua mãe a buscar água a dois quilômetros de dis-tância.

Sua mãe Suk queria que Prateep frequentasse a esco-la, porém não havia nenhu-ma escola em Klong Toey. E como Prateep, assim como todas as crianças pobres dali, não possuíam uma cer-tidão de nascimento, elas não podiam entrar na escola pública da cidade. Sem certi-dão, as crianças não são consideradas cidadãs tailan-desas e, por isso, não tem direito de ir à escola. Afinal, quando Prateep tinha sete anos, a mãe encontrou uma escola privada barata que aceitaria a filha.

– Eu estava felicíssima! O primeiro dia de aula foi o mais feliz da minha vida. Prattep se saiu muito bem na escola. Ela não se importava que os colegas tivessem rou-pas melhores. Estava feliz só de poder ir à escola. De tar-de, Prattep continuava a vender doces. Ela tinha mui-to o que fazer, porém estava feliz.

Prateep abriu uma escola em sua casa.

Prateep acha uma injustiça que as crianças pobres não possam ir à escola.

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O pior diaUm dia, porém, quando Prateep tinha dez anos e aca-bara de concluir a quarta-série, sua mãe disse que eles não tinham mais condições de mantê-la na escola.

– Foi um dos dias mais tris-tes da minha vida. Eu não conseguia parar de chorar.

Primeiro, Prateep come-çou a trabalhar em uma fábrica de fogos de artifício, depois em uma fábrica de panelas. Nos dias em que as fábricas não precisavam de sua mão de obra, ela traba-lhava no cais.

– Eu raspava a ferrugem dos navios de carga. Como era pequena, eu tinha que rastejar debaixo do convés e limpava compartimentos estreitos difíceis para um adulto ter acesso. Era assus-tador e perigoso, pois não tínhamos nenhum equipa-mento de segurança. Às vezes, depois de trabalhar o dia todo, o capataz nos dizia que teríamos que continuar à noite também. Muitas crianças usavam drogas para aguentar o trabalho. Algumas noites, eu também usei. Eu me sentia doente, mas, ao menos, ficava acor-dada.

Numa manhã, no cami-nho para o porto, aconteceu algo que transformou total-mente a vida de Prateep.

– Encontrei meus antigos colegas. Eles iam para a escola vestindo seus belos uniformes. Eu vestia apenas trapos e roupas sujas. Quando me perguntaram por quê eu saí da escola, me senti uma boba e comecei a chorar. Tudo parecia tão injusto. Naquele momento, me decidi. De alguma maneira, eu voltaria para a escola!

Prateep entregava à mãe a maior parte do dinheiro que recebia, porém sempre eco-nomizava um pouco para ela também. Depois de traba-lhar no cais por quatro anos, Prateep conseguiu economi-zar o bastante para pagar uma escola noturna barata na cidade.

– Meu sonho se realizava! Eu estudava à noite e traba-lhava no cais do porto de dia. Vivia quase sempre can-sada e dormia no ônibus no caminho de ida e volta da escola.

Primeira escola!Durante os anos no porto, Prateep conheceu muitas crianças que trabalhavam e tinham uma vida difícil. Nenhuma tinha certidão de nascimento. Prateep pensou que isso era muito injusto. Aos 16 anos, ela decidiu inaugurar sua própria escola!

– Eu e minha irmã

Prateep abriu uma escola em sua casa.

No primeiro dia, 29 crianças vieram à escola de Prateep, em pouco tempo havia mais de cem.

Um sexto da população mundial mora em fave-las. Oito milhões delas vivem na Tailândia. Três milhões de crianças tailandesas não têm a opor-tunidade de ir à escola. Muitas são obrigadas a trabalhar e pelo menos 30.000 crianças vivem na prostituição. Para ajudar estas crianças pobres, Prateep e a sua organização Duang Prateep Foundation, a DPF, fazem o seguinte:• 2.500criançaspobresrecebemajudafinanceiraparapoderemfrequentaraescola.

• Nas15crechesdePrateep,ascriançasrecebemleiteealimentaçãonutritiva,alémdetratamentomédicoedentáriogratuito.• Umaescolaparacriançascomdificuldadesauditi-

vas.Asfamíliasnãotêmcondiçõeseconômicasdemandarseusfilhosparaasescolascaraseespe-cializadasparacriançassurdasecomproblemasdeaudição.• Doislaresparaascriançasmaisvulneráveis,víti-

masdeagressão,abusooucomproblemascomdrogas,ondeelastêmumanovachance.

• Constroembibliotecasemvilarejoseapóiamascriançasparaquepossamestudar.Umapoioespecialéoferecidoàsmeninas,paraqueelaspossamobteralgumarendaeassim,permanecernovilarejo.Seasmeninasdeixaremsuavilanatal,corremgranderiscodeterminarnaprostituição.

• O“BancodosPobres'emprestadinheiroaosmaispobres,quenãotemcomoobterempréstimosnosbancostradicionais.• A'EstaçãodeRádiodosPobres'permitequeas

criançassefaçamouvir.

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Prakong organizamos uma sala de aula no único cômo-do do andar de baixo do nosso barraco de palafitas. Depois, avisamos à vizi-nhança que eles poderiam mandar seus filhos à nossa escola por um baht (0,03 dólares) por dia. Já na pri-meira manhã havia crianças que não podiam pagar, mas mesmo assim puderam ficar.

Na primeira semana, Prateep deu aula a 29 crian-ças sentadas em jornais no chão. A notícia sobre a esco-la se espalhou rapidamente. Depois de um mês, 60 crian-ças e, pouco depois, mais de cem estavam na porta da casa de Prateep todas as manhãs.

– Eu lia histórias e ensina-va-lhes a ler, escrever e fazer contas. Percebi que muitos não haviam comido nada antes da escola. Então, mui-tas vezes, eu cozinhava arroz e dava às crianças antes da aula começar.

– Por diversas vezes, eu tentei conseguir a aprovação das autoridades para o fun-cionamento da escola. Eu tinha medo que me obrigas-sem a fechá-la. Já perdi a conta de quantos funcioná-rios visitei só para dizer: “Por favor, as crianças pobres de Klong Toey tam-bém precisam estudar. Nós temos tanto valor quanto qualquer outra criança. Já que não podemos estudar nas escolas públicas, quere-mos que vocês aprovem a nossa escola!' Também pedi ajuda para que nós, crianças pobres, tivéssemos nossas certidões de nascimento.

– A maioria deles ria e me dizia que pobre não é gente de verdade. Eles ameaçavam me prender se eu não paras-se de dar aulas.

Prateep venceu mesmo assim, e sua escola foi apro-

vada pelas autoridades. Mas foram precisos oito anos! Finalmente, as crianças con-seguiram outros professo-res, mais material escolar e até um novo prédio para a escola foi construído.

Ajudou centenas de milhares de criançasAos 26 anos, Prateep rece-beu um prêmio de 20.000 dólares. Prateep não guar-dou para si um tostão, pelo contrário usou todo o dinheiro para criar a Fundação Duang Prateep e, assim ajudar ainda mais crianças.

Hoje, Prateep luta pelos direitos das crianças pobres da Tailândia há 40 anos. Dezenas de milhares de crianças pobres agora têm uma vida melhor e acesso à educação. Entre as cerca de cem pessoas que trabalham na Fundação Duang Prateep, a maioria é de Klong Toey.

– Meu sonho é que todas as crianças da Tailândia tenham uma vida decente, assim a Fundação Duang Prateep não precisará mais existir. Porém, ainda hoje, milhões de crianças preci-sam trabalhar ao invés de ir à escola. Outras são força-das a entrar na prostituição infantil e muitas acabam nas drogas e na criminalidade. Enquanto eu estiver viva irei lutar pelos direitos dessas crianças!

Deuan recebe apoio financeiro para ir à escola de Prateep para crianças com dificuldades de audição.

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KEAQuando Kea fi cou órfã, ela foi mal tratada no vilare-jo onde vivia. Ela fugiu para a cidade, entrou para uma gangue e, aos 8 anos, foi condenada a três anos de reclusão numa prisão para jovens. Quando Kea tinha onze anos, sua “madrasta” a vendeu por 50 dólares a um homem. Um tempo terrível a esperava. Hoje, porém, Prateep ajudou Kea a construir uma vida nova.

fugiu do homem malvado

N uma cidade próxima ao nosso vilarejo, encontrei outras

crianças abandonadas, que se tornaram meus amigos. Morávamos na favela. Cuidávamos uns dos outros e os amigos passaram a ser minha família. Muitas vezes, acabávamos brigando com outras gangues da região. Uma vez, minha melhor amiga esfaqueou uma menina, que fi cou gra-vemente ferida. Quando a polícia perguntou quem tinha feito aquilo, eu disse

que tinha sido eu. Eu adora-va minha amiga e ela tinha sua própria família. Eu não tinha ninguém para sentir minha falta se eu fosse pre-sa. A polícia acreditou em mim e fui condenada a três anos de reclusão numa pri-são escola para meninas. Eu nunca pensei que a pena seria tão comprida! Como eu só tinha oito anos, era a mais jovem de todas as inter-nas e as mais velhas toma-vam conta de mim. Na ver-dade, o lugar não era bem uma escola, era mais uma

prisão. Não tivemos uma única lição em três anos.

Vendida por 50 dólaresQuando eu saí da prisão para meninas, retornei aos meus amigos. Alguns dias, porém, eu me sentia tão tris-te e sozinha que comecei a cheirar cola para esquecer. Um dia, uma mulher e sua fi lha se aproximaram para conversar comigo. Ela disse que era a segunda mulher do meu pai e que vinha me pro-curando desde que ele mor-reu. Finalmente, parecia que a minha vida ia melhorar!

Um dia, um amigo da minha “madrasta” veio nos visitar. Ele morava perto de Bangkok e disse que precisa-va de uma doméstica. Minha madrasta sugeriu que eu o acompanhasse e trabalhasse para ele alguns meses para ajudar a trazer dinheiro para

a família. Pensei que estava tudo bem, pois eu sabia que voltaria para casa em breve. Antes de partirmos, o homem deu a minha madras-ta 2.000 baht (50 dólares) adiantados. A principio, eu não achei nada estranho, mas logo depois entendi que tinha sido enganada.

Logo que chegamos na casa do homem, ele se trans-formou em uma pessoa rude. Havia um muro bem alto em torno da casa, que parecia assombrosa quase como uma prisão. Eu fi quei com muito medo. Havia outras meninas da minha idade dentro da casa, mas fui proibida de falar com elas. No inicio não entendi que tipo de lugar era aquele, mas depois de um tempo descobri que todas as noites outros homens vinham visi-tar as outras meninas. Eles entravam nos quartos e for-çavam as meninas a fazer coisas nojentas com eles. Até

Kea “não existe”– Eu não tenho certidão de nascimento, por isso

nunca pude ir a uma escola comum, diz Kea.

Muitas crianças pobres não têm nada que prove

que elas nasceram, por isso não são considera-

das cidadãs tailandesas. Elas não “existem” para

as autoridades e têm os seus direitos, que outras

crianças usufruem, negados.

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então, eu só tinha que ajudar na limpeza, mas vivia com muito medo e não conseguia dormir.

Fuga para sobreviver!Uma noite, o homem que me comprou veio até o meu quarto e disse: 'agora é hora'. Ele tentou fazer coisas feias comigo, mas eu me recusei. Então, ele começou a me bater com um fio elétri-co por todo o meu corpo – no meu rosto, nas minhas pernas e costas. Depois des-se dia, ele e outros homens vinham ao meu quarto com frequência. Eu tentava me defender, mas não era fácil. Eu só tinha onze anos.

– Uma noite, após três meses naquela casa, eu me cansei. Conversei com Pun, que se tornou minha amiga. Decidimos que iríamos fugir na manhã seguinte, enquan-to todos dormiam.

– Silenciosamente, nós ras-tejamos até o muro. Eu subi nos ombros da Pun, já que

eu pesava menos, e escalei até o outro lado. Então, abri o portão pelo lado de fora e nós corremos em fuga.

– Tínhamos dinheiro sufi-ciente para pegar o ônibus até Bangkok.

– Nós fomos até uma feira. Estávamos ali paradas, quando a polícia se aproxi-mou. Eles ficaram desconfia-dos porque tínhamos mar-cas roxas e machucados por todo o rosto depois de tantas surras. Quando eles pergun-taram o que houve, eu come-cei a chorar e contamos nos-sa história.

– Tivemos sorte, pois os policiais eram gentis e toma-ram conta de nós. Como eu não tinha família, tive que ficar com a polícia alguns dias. Mais tarde, entrei em contato com Prateep que prometeu cuidar de mim. Ela me deu uma segunda chance na vida. Ganhei um lar e posso até frequentar uma escola!

Adultos deveriam aprender sobre os direitos da criança! – Aqui, com Prateep, aprendemos muito sobre os direitos da criança. Eu acho muito bom, mas na verdade são os adultos que deveriam aprender sobre nossos direitos. São eles que têm que saber o que é certo e o que é errado, já que são eles que nos prejudicam, diz Kea.

– Aqui não aprendemos apenas a ler e escrever. Também aprendemos a cultivar verduras e a cozinhar, conta Kea.

Direitos da Criança na Rádio das Crianças!– Os adultos não costumam escutar as crianças na Tailândia. Eles só nos dão ordens sem se preocupar sobre o que pensamos, diz Duang, 14 anos.

Em Klong Toey, porém, muitos adultos escutam a rádio comunitária das crianças, que ensina a eles o que são os direitos da criança.

Certamente, os adultos nos levam mais a sério quando falamos na rádio! diz Duang às gargalhadas.

Em criança não se bate! Cerca de 130.000 pessoas moram em Klong Toey, então a rádio de Jib, Som e Duang tem uma grande audiência!

– O rádio é legal porque alcançamos muitas pes-soas ao mesmo tempo. Eu sei que muitas crianças no meu bairro apanham. Através do nosso programa de rádio, podemos explicar a todos em Klong Toey, de uma forma simples, que está errado bater em crianças, diz Som, 13 anos.

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POr quE As DuNgA MOthErs sãO NOMEADAs?As Dunga Mothers (outrora denominadas as Mães de Santa Rita) são nomeadas à Heroínas dos Direitos da Criança da Década do WCPRC 2009 por sua árdua luta não remunerada, para ajudar crianças cujos pais morreram vítimas do HIV/Aids. Sem o apoio que recebem, essas crianças viveriam nas ruas, envolvi-das com drogas, criminali-dade e prostituição. As mães lutam pelos direitos das crianças órfãs e para que tenham as mesmas possibilidades na vida que todas as crianças. Apesar de viverem, em sua grande maioria, com poucos recur-sos, elas fornecem comida, roupas, tratamento médi-co, escola, um lar, novas famílias e amor à 70 órfãos.

Ferdinad nasceu porta-dor do vírus HIV. Ambos os seus pais

eram vítimas do HIV/ Aids e, quando eles morerram, Ferdinand passou a ser cui-dado pela tia. Com o passar dos anos, Ferdinand foi ficando cada vez mais doente.

Apesar disso, o menino insistia na idéia de que eles deveriam tentar ajudar outras crianças, cujos pais também houvessem morrido de HIV/Aids. Desta manei-ra, mais crianças também teriam as mesmas chances de sobrevivência que ele tinha tido. Havia uma quan-tidade cada vez maior de crianças na aldeia que eram deixadas sozinhas, quando os pais morriam de Aids, e muitas delas eram obrigadas a abandonar a escola, pois

não tinham recursos para continuar. Muitas acaba-vam nas ruas da cidade de Kisumu, por não terem outra forma de sobreviver além de pedir esmolas.

Enfim, vinte mães decidi-ram trabalhar juntas para ajudar e cuidar do maior número possível de crianças órfãs. Elas não tinham dinhei-ro nenhum, mas mesmo assim iniciaram o trabalho.

Ferdinand ficou muito feliz. Ele queria muito participar e contribuir, mas não foi possí-vel. Ferdinand morreu quan-do estava na sexta série.

todos ajudamJá no primeiro dia, um gru-po de crianças órfãos chegou. Elas precisavam de comida, roupas, uniforme escolar e um lugar para morar.

No início, as mães não sabiam o que fazer, porque não tinham nenhum dinhei-ro. Algumas começaram a fazer pães e bolos para ven-der na cidade. Outras ven-diam verduras e legumes que plantavam. Depois de um tempo, elas juntaram dinhei-ro suficiente para comprar uma vaca. Então, passaram a vender leite também. Em seguida, elas decidiram que, no primeiro sábado de cada mês, cada uma das mães doaria no mínimo 200 shillings quenianos (US$ 2,68) para ajudar as crianças.

Muitas mães são viúvas, desempregadas e precisam cuidar dos próprios filhos. Para elas, 200 shillings que-

Dunga Mothers

As Dunga Mothers acreditam que as crianças devem viver em família, não em orfanatos. Elas desejam que as crianças tenham uma vida o mais normal possível, e que façam parte da vida comunitária da aldeia. Elas não têm condi-ções de cuidar de todas as crianças órfãs e, por isso, procuram novas famílias para elas. Porém, a grande maioria dos moradores das aldeias é pobre e não tem condições de adotar uma criança.

Crianças precisam de família

tudo começou com Ferdinand e sua mãe, rita, na aldeia Dunga, às margens do lago Victoria, no quênia. Ambos morreram de Aids, mas antes da morte de Ferdinand, o menino tinha sugerido que um grupo se unisse para ajudar as crianças que tivessem ficado órfãs por causa da Aids. O grupo se chamaria Mães de santa rita, em homenagem à sua mãe. hoje, a maioria dessas mães constituíram as Dunga Mothers. Apesar de serem pobres, elas vêm trabalhando arduamente há dez anos, para ajudar as crianças órfãs.

Rita

Ferdinand

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nianos é muito dinheiro. Contudo, todas deram o que podiam, e aquelas que não podiam ajudar com dinhei-ro, ajudavam de outras maneiras. Algumas lavavam as roupas e faziam a comida das crianças. Outras se tor-naram mães adotivas e per-mitiram que algumas crian-ças se mudassem para suas casas.

O direito de toda criançaHá dez anos, as Dunga Mothers trabalham ardua-mente para oferecer às crian-

ças órfãs uma vida melhor. 70 crianças recebem comi-da, roupas, tratamento médico, escola, um lar, novas famílias e amor das mães.

– Todas as crianças têm o direito de serem amadas. Se não as ajudarmos, elas aca-barão nas ruas da cidade, envolvidas com drogas, cri-minalidade e prostituição. Não poderão ir à escola e, com isso, não terão um futu-ro melhor. As crianças são da nossa aldeia, por isso é nosso dever ajudar e dar a

elas um bom início de vida. Gostaríamos de oferecer a todas as crianças um almoço de verdade todos os dias, assim elas poderiam ter pelo menos uma refeição nutriti-va por dia. Há cerca de 1.500 crianças órfãs na nos-sa comunidade.

– Nosso maior sonho é que um dia encontrem uma cura para a Aids, para que assim, muitas crianças possam con-tinuar a viver com seus pró-prios pais. Então, já não pre-cisariam mais de nosso tra-balho. Porém, não passa

uma semana sem que novas crianças batam em nossas portas pedindo ajuda. Sempre tentamos ajudar, mesmo com poucos recur-sos. Nunca mandamos uma criança embora.

O Quênia é um dos países mais atingidos com o HIV/Aids. Acredita-se que lá, há 1,3 milhão de crianças órfãs do HIV/Aids. A região mais atingida está no oeste do Quênia, ao redor do grande lago Victoria, onde a aldeia Dunga está situada.

“Eu percorro a aldeia, visitando as crianças que cuidamos. Eu sento e converso com elas para assegurar que tudo está bem. Se as crianças precisam de qualquer coisa, nós mães trazemos as demandas quando nos encontramos, buscan-do ajudar o máximo que podemos. Me sinto pés-sima quando vejo uma criança sofrer. Como mui-tas das crianças vivenciaram situações terríveis, acredito que o melhor que podemos fazer por elas é oferecer amor e esperança”.Judith Kondiek

Visita as crianças

Vende peixeMary Okinda

Colhe papiro para vender Birgita Were Mbola

Ajuda três meninosLucia Auma Okore

Faz pão e conversa com as crianças Martha Adhiambo

Brinca e conversa com as crianças Rose Adhiambo

Cuida de três irmãos Mary Awino

Cuida de cinco criançasJerusa Ade Yogo

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Penina LUO SWAHILI

1. Achiel Moja2. Ariyo Mbili3. Adek Tatu4. Ang'wen Nne5. Abich Tano6. Auchiel Sita7. Abiryo Saba8. Aboro Nane9. Ochiko Tisa10. Apar Kumi

Conte até dez em luo e swahili!No Quênia, há mais de 40 etnias e línguas. A língua ofi cial é o swahili, mas as crianças sobre as quais você leu fazem parte da etnia luo e falam a língua luo. Aprenda a contar até dez em luo e swahili:

Escute as crianças contan-do em luo e swahili no www.worldschildrensprize.org

Queimada! De tarde, Penina brinca com os irmãos e os amigos de um jogo parecido com a queimada. Eles fazem uma bola de meia, recheada de sacos plásticos. Duas crianças fi cam no meio, o truque é evitar ser atingido quando uma das duas arre-messadoras inesperadamente jogarem a bola nas crianças do meio, ao invés de lançá-la para os outros. Se uma das crianças é acertada pela bola, sai do jogo.

Bola de meia Encha uma meia com sacos plásti-cos. Assim, você já estará pronto para jogar queimada ou futebol.

Apesar de Penina sentir muitas saudades da mãe e de pensar nela todos os dias, sente-se feliz com a ajuda das Dunga Mothers. Graças a elas, a menina e os irmãos podem morar juntos e ir à escola.

Penina costuma se sen-tar sozinha e pensar na mãe.

– À noite, ela costumava cantar e contar histórias para mim e meus irmãos. Não tínhamos muito dinhei-ro, mas tínhamos uns aos outros.

– Quando eu estava na segunda série, minha vida mudou totalmente. Mamãe adoeceu. Às vezes, eu era obrigada a faltar à escola por muitas semanas. Eu cui-dava da minha mãe, ao invés dela cuidar de mim. Eu dava banho na mamãe, penteava seus cabelos e tinha que levá-la ao banhei-ro várias vezes por dia.

– Dormíamos na mesma cama e, com frequência, ela me acordava no meio da noite sussurrando que preci-sava de beber água. Muitas vezes tive que consolá-la. Eu estava muito triste, porém não queria preocupá-la. Só chorava quando mamãe não estava presente.

Penina nunca irá se esque-cer quando sua mãe morreu.

– Naquela noite, eu e meus irmãos nos sentamos do lado de fora de casa e chora-mos muito. Eric, o meu irmão mais velho, tentava, em vão, nos consolar.

Penina sentia uma falta terrível da mãe. De madru-gada, ela se sentava fora de casa e fi tava o infi nito, ao invés de dormir.

Alguns meses depois, Penina voltou a frequentar a escola. No princípio, ela sentia difi culdades em se concentrar, mas com o tem-po foi melhorando. Eric, o irmão mais velho, pescava e tentava conseguir o maior número possível de traba-lhos para sustentar os irmãos. Porém, Eric sabia que era impossível sustentar sozinho os quatro irmãos e irmãs menores.

A salvaçãoOutras crianças da aldeia contaram à Penina que esta-vam sendo ajudadas pelas Dunga Mothers. Penina tomou coragem e pediu aju-da. Desde então, Penina e seus irmãos vêm recebendo auxílio para quase tudo o que necessitam.

– Todos nós estamos na esco-la e se nos falta comida, recebe-mos ajuda. Se precisamos de remédios contra a malária ou outra doença

podemos buscá-los na far-mácia, que as mães pagam.

Porém, o mais importante é que, com o apoio das mães, Penina e seus irmãos podem continuar morando juntos em sua aldeia natal.

– É importante nos man-termos unidos agora que perdemos mãe e pai. Não estaríamos tão bem se esti-véssemos em um orfanato. Aqui, ainda somos uma família. Adoro as mães e, atualmente, chamo todas de “mamães'. Quando eu fi car mais velha, quero ser como elas e ajudar outras crianças órfãs.

quer ser como as mães

Colhe papiro para vender Birgita Were Mbola

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Recebemos ajuda das mães

Sem ajuda com as lições

Papai era meu melhor amigo

Mamãe, como é o céu?

“Mamãe morreu quando eu era pequena, por isso não me lembro bem dela. Já o papai, morreu no ano passa-do e tenho muitas saudades dele. Adorava estudar com o papai. Ele me ajudava com os deveres, espe-cialmente de matemática. Era muito bom para explicar coisas complicadas de uma forma que eu entendesse. Agora, ninguém me ajuda, por isso tenho dificuldade em acompanhar as aulas e fico atrasada em relação aos meus colegas.

Não tenho nenhum objeto de recordação dos meus pais, o que é uma pena. Adoraria ter alguma lembran-ça, mas a mulher do papai levou tudo que era dele. A mesa, as cadeiras, as ferramentas, tudo...”Maritha Awuor, 13

“Papai morreu quando eu tinha nove anos, mas às vezes ainda choro quando vejo sua fotografia. Tenho muitas sau-dades dele. Juntos, nós plantávamos milho, cana-de-acúcar e outros vegetais. Conversávamos muito enquanto traba-lhávamos. Se eu tinha algum problema na escola, sempre podia contar para ele e logo me sentia melhor.

Depois de trabalhar na plantação costumávamos ir até o lago nadar. Era super divertido! Eu tenho tantas saudades. Papai era meu melhor amigo.

Minha mãe está viva, mas está quase sempre doente. Tenho muito medo de que ela também morra e eu e meus irmãos fiquemos sozinhos no mundo...”Victor Otieno, 14

“Papai morreu antes de eu nascer e mamãe, quando eu tinha quatro anos. Já faz tanto tempo, que se não houvesse uma fotografia eu não me lembraria de como ela era. A foto é da minha tia, mas eu pos-so olhá-la de vez em quando. Eu e minha mãe somos muito parecidas e me sinto bem com isso, pois ela era muito bonita.

Mamãe deixou alguns vestidos dela para mim. Não vejo a hora de poder usá-los. Gosto de ter alguma coisa que tenha sido da minha mãe, mas ao mesmo tempo acho triste. Eu acredito que a mamãe esteja bem lá no céu. Tento falar com ela

quando eu rezo e sonho com o dia em que nós vamos nos encontrar novamente. O primeiro que eu vou dizer é “Jambo!' (Oi). Depois vou perguntar como ela está. Também vou lhe contar que sinto muitas saudades dela, mas que apesar de tudo vivo bastante bem. Vou lhe contar que as Dunga Mothers me ajudam a comprar o uniforme escolar e os livros, assim posso ir à escola, e que também me dão comida sempre que preciso.”Winnie Awino, 9

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Mamãe contava histórias

Papai comprava chocolate

“Eu era tão pequeno quando meu pai morreu que qua-se não me lembro dele. Mas me lembro nitidamente da mamãe, pois quando ela morreu, eu tinha dez anos. Ela tecia tapetes de papiro e os vendia. Enquanto tra-balhava, contava histórias pra mim e meus irmãos. Nós ríamos muito e eu sinto muitas saudades daqueles momentos.

Penso muito nas dificuldades por que passamos e às vezes fico doente de tanto pensar e me preocupar. O pior é quando estou sozinho. Todos os pensamen-tos vêm à tona e fico triste. Se eu pudesse dizer algu-ma coisa à minha mãe, diria que gostaria que ela esti-vesse aqui, assim poderíamos conversar um pouco. Então, eu lhe diria que a amo e que sinto falta dela.” Erick Odhiambo, 14

“Meu pai morreu quando eu tinha dez anos e estava na quarta-série. Mamãe morreu quando eu ia começar a quinta-série. Quando eles estavam vivos costu-mávamos ir à cidade nos fins de semana. Papai sempre comprava chocolates. Eu adorava! Às vezes ele até comprava um vestido ou umas calças jeans para mim. Íamos ao restaurante comer carne e beber refrigerante. Eu era tão feliz!

Tomávamos um táxi-bicicleta ou um ônibus da nossa aldeia para a cidade. Hoje em dia, se tenho que ir à cidade, sou obrigada a andar, pois o ônibus é muito caro. São mais de quatro horas de caminhada, ida e volta. Eu tenho algumas peças de roupa da mamãe de recorda-ção. Olho para as roupas e me lembro dela. Sinto mais falta da mamãe e do papai quando alguém é rude comigo. Se eu pudesse falar com a mamãe, diria que voltasse para tomar conta de mim. Então, minha vida seria muito mais fácil e feliz do que é agora.” Winnie Anyango, 13

“Mamãe morreu quando eu tinha 11 anos e papai, quando eu tinha 12. Quando mamãe estava viva íamos ao mercado juntos. Eu queria ajudar e sem-pre carregava a cesta de tomates, cebo-las e outras verduras que ela comprava. Papai me levava aos jogos de futebol na cidade quase todos os sábados. Esses foram os melhores momentos da minha vida. Minha melhor recordação foi o dia em que meu time favorito, o Gor Mayia, ganhou do Telecom por 2 a 1.

Papai tinha uma bicicleta e me levava na garupa até a cidade todas as vezes que havia jogo. Eu nunca mais fui a um jogo desde que meu pai morreu. Não tenho nem bicicleta nem dinheiro para tomar ônibus ou táxi-bicicleta até o está-dio. Tomar um táxi-bicicleta até a cidade custa 25 shillings quenianos (US$ 0,30). É caro demais para mim.

Eu ganhei esta blusa do papai. É a úni-ca lembrança que tenho dele. Quando estou com ela penso nele.”Dennis Otieno, 14

Aids faz muitas vítimas

Futebol com papai

Recebemos ajuda das mães

Papai era meu melhor amigo

Mortos por Aids:Adultos: 25 milhõesCrianças: 4 milhões

Portadores do HIV/Aids:No mundo: 33,2 milhões África (sul do Saara): 22 milhõesÁsia: 5 milhõesAmérica Latina: 1,7 milhãoEuropa Oriental e Ásia Central: 1,5 milhãoAmérica do Norte: 1,2 milhãoEuropa Central e Ocidental: 730 milOriente Médio e África do Norte: 380 mil Outros países: 690 mil

Quantas pessoas são contaminadas?No mundo: 7400 pessoas por dia (2,7 milhões de pessoas por ano).1013 são crianças menores de 15 anos (370 mil crianças por ano).

Crianças Portadoras do HIV/Aids:No mundo: 2,1 milhões África (sul do Saara): 1,8 milhão

Órfãos da Aids :No mundo: 15 milhões de criançasÁfrica (sul do Saara): 11,6 milhões de criançasOutros países: 3,4 milhões de crianças

Golpe duro no QuêniaTotal de portadores HIV positivo: 1, 7 milhãoCrianças portadoras do HIV: 160 milMorte devido à Aids: 110 mil pessoas por anoTotal de mortos pela Aids: 1, 5 milhãoNúmero de crianças órfãs da Aids: 1, 1 milhão

Quantas pessoas morrem de AIDS ?5500 morrem de Aids todos os dias (2 milhões por ano)Uma criança morre de Aids a cada minuto (290 mil crianças por ano)

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