Upload
adriana-ribeiro
View
50
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
7/16/2019 Portfólio 5 semestre
http://slidepdf.com/reader/full/portfolio-5-semestre 1/12
João Pessoa2013
ELISETE ARAÚJO DOS SANTOS SILVA
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADOSERVIÇO SOCIAL
O ENVELHECIMENTO POPULACIONAL
E O IMPACTO NA POLITICA DE SAUDEFRENTE AO SISTEMA ÚNICO DE SAUDE - SUS
7/16/2019 Portfólio 5 semestre
http://slidepdf.com/reader/full/portfolio-5-semestre 2/12
João Pessoa2013
O ENVELHECIMENTO POPULACIONALE O IMPACTO NA POLITICA DE SAUDE
FRENTE AO SISTEMA ÚNICO DE SAUDE - SUS
Atividade de produção textual apresentado àUniversidade Norte do Paraná - UNOPAR, paraobtenção de conceito nas disciplinas do 5º semestre:Trabalho Profissional, Política Social II, Políticas Publicasda Família, Metodologia da Pesquisa e Direito eLegislação Social .
Prof. Clarice da Luz Kernkamp, Valquiria Aparecida DiasCaprioli,Maria Lucimar Pereira, Maria Angela Santini,Rodrigo M. Trigueiro e Jossan Bastitute.
ELISETE ARAÚJO DOS SANTOS SILVA
7/16/2019 Portfólio 5 semestre
http://slidepdf.com/reader/full/portfolio-5-semestre 4/12
3
1. INTRODUÇÃO
O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial que vem crescendoa cada dia. E nos países periféricos esse aumento vem ocorrendo num espaço de tempo
mais curto do que em relação aos países centrais (OMS, 1999).
O aumento da proporção do número de idosos ocorre devido a dois motivos
principais: a diminuição da mortalidade, que provoca um aumento na expectativa de
vida e o outro motivo é a queda da fecundidade.
O envelhecimento é biológico e natural por causa de uma série de
transformações que ocorrem no corpo do indivíduo, porém só este fator é insuficiente para definir a velhice e o seu cunho histórico, sendo também um fenômeno cultural e
social devido ao comportamento psicossocial dos indivíduos ao longo dos tempos,
expressado e estudado através dos comportamentos, culturas, atitudes, gestos e
pensamentos que ocorreram em diferentes épocas.
É necessário perceber a importância do processo de envelhecimento no
Brasil e o perfil de morbidade hospitalar da população idosa e seu impacto na Política
de Saúde e no Sistema Único de Saúde – SUS.
7/16/2019 Portfólio 5 semestre
http://slidepdf.com/reader/full/portfolio-5-semestre 5/12
4
2. DESENVOLVIMENTO
Uma das primeiras dificuldades ao lidar com o conceito de idoso é que
as diferenças individuais dificultam se não impedem a associação do envelhecimento àidade cronológica. Esta fornece uma aproximação do processo de envelhecimento, mas
o organismo humano nem sempre respeita a idade cronológica. É freqüente encontrar
pessoas “idosas” com físico e intelecto “mais jovem” e outras cronologicamente mais
novas com físico e intelecto “mais envelhecido”.
O envelhecimento é associado a um processo biológico de declínio
das capacidades físicas, relacionado a novas fragilidades psicológicas e
comportamentais. Então, o estar saudável deixa de ser relacionado com a idade
cronológica e passa a ser entendido como a capacidade do organismo de responder às
necessidades da vida cotidiana, a capacidade e motivação física e psicológica para
continuar na busca de novos objetivos e conquistas pessoais e familiares. Entretanto, é
convencional considerar-se a existência de uma fronteira, que se situa perto dos 65 anos.
Considerando-se esse corte como adequado, trabalha-se com as despesas e o perfil de
morbidade das pessoas com mais de 60 anos, pois essa é a definição da Política
Nacional do Idoso.
O artigo 9º do Estatuto do Idoso (documento que protege e preserva os
direitos dos idosos) assegura que é obrigação do Estado garantir à pessoa idosa a
proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que
permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade. Com o
desenvolvimento tecnológico da medicina, houve um aumento da expectativa de vida do
brasileiro, que hoje é de 68,6 anos. Em 13 anos, estima-se que esse número salte para
70,3. Aprovado pelo Senado Federal em 23 de setembro de 2003, o Estatuto do Idoso
tem como finalidade assegurar os direitos de todos os cidadãos com idade acima de 60
anos. Políticas como atendimento preferencial no Sistema Único de Saúde (SUS) e
transporte gratuito em veículos coletivos são algumas das medidas que entraram em
vigor em função do Estatuto.
Outro ponto importante do Estatuto é a questão da negligência. O artigo 4º
diz que nenhum idoso pode sofrer qualquer tipo de negligência, discriminação e
violência. Mas não é isso o que acontece. Não há dúvidas de que o aumento
considerável da população de idosos ocorridos no Brasil e no mundo fez surgir uma
7/16/2019 Portfólio 5 semestre
http://slidepdf.com/reader/full/portfolio-5-semestre 6/12
5
série de problemas, mas também fez surgir à consciência de que medidas urgentes
precisam ser tomadas sobre a população que envelhece.
A pessoa que envelhece sofre alterações e modificações fisiológicas,
biológicas e culturais. No âmbito da cultura a velhice é um problema social que sofre
com as modificações ocorridas no meio. O idoso vive cercado de preconceitos e tabus,
produzidos por parte dos mais jovens ou dos próprios idosos.
2.1. Aspectos Demográficos do Envelhecimento
De acordo com Moreira (2001), no final do século XX e início do século
XXI, o Brasil marcou um acentuado crescimento de pessoas idosas em relação ao total
da população brasileira. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(2000), as projeções demonstram que a proporção de idosos no país passará de 7,3 %
em 1991 para cerca de 15 % em 2025, que é a atual proporção de idosos da maioria dos
países europeus.
-
1.000.000
2.000.000
3.000.000
4.000.000
5.000.000
6.000.000
7.000.000
8.000.000
9.000.000
1980 1990 2000 2005 2010 2020 2030 2040 2050
Homens
Mulheres
GRÁFICO 01 – População de 80 anos ou mais por sexo entre 1980-2050.
Fonte: IBGE (2000)
2.2. Programas Sociais e Qualidade de Vida
A criação de programas sociais voltados para os idosos, como as
universidades para a terceira idade e os grupos de convivência entre idosos, foi uma
experiência inovadora que tornou a sociedade brasileira mais sensível aos problemas
7/16/2019 Portfólio 5 semestre
http://slidepdf.com/reader/full/portfolio-5-semestre 7/12
6
dos idosos.
Os grupos de convivência foram criados para resgatar a dignidades dos
idosos. Servem como meio de informação, tratando valores e saberes sobre cidadania,
sexualidade, onde também promovem a integração, socialização e o lazer entre eles.
Acontecem vivências com momentos de prazer, de satisfação, de aprendizado, e
também da troca de novas experiências. É maior a participação de mulheres do que de
homens nos grupos de idosos.
De acordo com Moreira (2001), a qualidade de vida em idosos representa
um desafio, pois exige contemplação da experiência do envelhecimento visando a uma
qualidade cotidiana, além das oportunidades oferecidas por acaso. Se os indivíduos
envelhecerem com autonomia e independência, com boa saúde física, desempenhando
papéis sociais, permanecendo ativos e desfrutando de senso de significado pessoal, a
qualidade de vida pode ser muito boa.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (1999), qualidade de vida
é a percepção do indivíduo acerca de sua posição na vida, de acordo com o contexto
cultural e sistema de valor com os quais convive e em relação a seus objetivos,
expectativas, padrões e preocupações.
Qualidade de vida na velhice pode ser definida como a avaliação
multidimensional referenciada a critérios sócio-normativos e intrapessoais, a respeito
das relações atuais, passadas e prospectivas entre o indivíduo maduro ou idoso e o seu
ambiente.
2.3. Políticas Públicas e o idoso
As Políticas Públicas são atreladas aos momentos históricos,
econômicos e sociais do país. Ora avançam segundo os mais variados interesses e orarecuam refletindo fragmentação e desorganização dos movimentos sociais.
Por isso é interessante que se reflita sobre Políticas Públicas e idoso,
principalmente as que norteiam a saúde e qualidade de vida deste segmento
populacional. O sistema de saúde vigente no Brasil a partir de 1990 é o SUS (Sistema
Único de Saúde) que tem como princípios fundamentais a universalização da clientela, a
integralidade da assistência, a equidade e a participação dos cidadãos. É o SUS que hoje
norteia as Políticas Públicas de Saúde no Brasil.
7/16/2019 Portfólio 5 semestre
http://slidepdf.com/reader/full/portfolio-5-semestre 8/12
7
A Constituição brasileira pela primeira vez cita o idoso como cidadão
em seus artigos 203, 229, e 230. Em 1994 é promulgada a Lei 8842, ou seja, a Política
Nacional do Idoso (PNI) que representou um marco importante para todos aqueles que
trabalham com a chamada terceira idade, ao ampliar a concepção de velhice e do
processo de envelhecimento. A PNI sinaliza a necessidade do envolvimento da
sociedade como um todo para que se possa enfrentar o desafio de assistir à uma
população que nas últimas décadas tem apresentado um crescimento acentuado em
nosso país.
É um documento que propõe sensíveis mudanças na assistência, na
medida em que chama o idoso, até então cercado de preconceitos e visto como
inoperante e não produtivo, à participação. Ou seja, coloca o idoso como cidadão
também responsável pelo seu destino. Ao mesmo tempo em que lhe dá direitos, cobra
participação e responsabilidades.
Deve ficar claro, ainda, para a sociedade que os problemas decorrentes
do envelhecimento da população é uma questão que extrapola a esfera familiar e a
responsabilidade individual, para alcançar o âmbito público, aqui entendido como o
Estado (nas suas diversas áreas), as organizações governamentais e os diferentes
segmentos sociais. A Política Nacional de Saúde do Idoso tem as seguintes diretrizes:
• promoção do envelhecimento saudável;
• manutenção da capacidade funcional;
• a assistência às necessidades de saúde do idoso;
• a reabilitação da capacidade funcional comprometida;
• a capacitação de recursos humanos especializados;
• apoio ao desenvolvimento de cuidados informais e
• o apoio a estudos e pesquisas.
Salienta-se ainda que a saúde do idoso, na composição dos gastos em
saúde, representa um custo muito alto para o sistema de saúde e para a sociedade, sem
que este gasto se reverta necessariamente em melhor qualidade da assistência para a
população idosa.
7/16/2019 Portfólio 5 semestre
http://slidepdf.com/reader/full/portfolio-5-semestre 9/12
8
O sistema de saúde terá que fazer frente à crescente demanda por
procedimentos que visem o diagnóstico precoce, o controle das doenças crônicas não
transmissíveis, principalmente as cardiovasculares e as degenerativas, que acometem a
população com 60 anos e mais.
2.4. O Idoso e a Saúde
É bem verdade que a saúde, entendida aqui como a prestação de cuidados
médico-hospitalares, direcionada para atividades curativas, exigindo cada vez mais
especialistas e incorporando tecnologias mais dispendiosas, tem-se tornado mais cara
para todas as idades. Entretanto, as pessoas de maior idade possuem um perfil de
morbidade mais dispendioso, por pelo menos três motivos:
a) a morbidade prevalecente nessas faixas etárias é mais cara (doenças crônico-
degenerativas);
b) as taxas de internação em faixas etárias mais avançadas são mais elevadas, ou seja,
essas pessoas tendem a “consumir” mais serviços de saúde; e
c) o custo médio de internação de pessoas idosas é maior do que aquele observado em
faixas etárias mais jovens.
As duas causas mais frequentes de internação, para ambos os sexos,
são a insuficiência cardíaca e coronariana e as doenças pulmonares, que se revezam
como a primeira e a segunda causa. O AVC agudo, a crise hipertensiva, as
enteroinfecções, a desnutrição, a desidratação e a anemia estão sempre presentes como
causas intermediárias. Porém, os acometimentos do envelhecimento não devem ser
explicados por uma única doença. A iatrogenia é frequente em pacientes idosos
hospitalizados, podendo determinar manifestações graves, e mesmo fatais.
O idoso consome mais serviços de saúde, as internações hospitalares
são mais frequentes e o tempo de ocupação do leito é maior do que o de outras faixas
etárias. Em geral, as doenças dos idosos perduram por vários anos e exigem
acompanhamento médico e de equipes multidisciplinares permanentes, além de
intervenções contínuas. fica evidente o impacto que o envelhecimento da população
brasileira produz no setor de saúde, principalmente no sistema hospitalar. Os gestores de
saúde no país devem estar atentos para esse fato e para o crescimento da população que
estará envelhecendo nas quatro próximas décadas. Isso representa um grande desafio
7/16/2019 Portfólio 5 semestre
http://slidepdf.com/reader/full/portfolio-5-semestre 10/12
9
para o sistema de saúde, que poderá ter seus leitos hospitalares bloqueados e, pior, sem
responder adequadamente às necessidades de saúde dessa população. Acrescentam-se a
esse desafio o pequeno número de profissionais de saúde capacitados para o
atendimento de idosos (geriatras e gerontólogos) e a falta da fisioterapia como
prioridade dentre as alternativas eficientes ao atendimento à saúde dessa população.
O Sistema Único de Saúde apresenta atualmente como estratégia o
Plano Nacional de Saúde, traduzidos em objetivos, diretrizes e metas que possam
responder às necessidades da população e que se constituam como referência para os
gestores e para o controle social do próprio SUS. Cabe ressaltar também que, para a
operacionalização do Plano Nacional, são fundamentais as definições das
responsabilidades de cada ente governamental, de cada nível do sistema e de cada
serviço, de modo a se produzirem ações integrais consoantes com as necessidades das
respectivas populações e de promoção da equidade social.
7/16/2019 Portfólio 5 semestre
http://slidepdf.com/reader/full/portfolio-5-semestre 11/12
10
3. CONCLUSÃO
As políticas públicas aplicadas na prática podem contribuir para aelevação do nível de qualidade de vida das populações, especialmente a idosa.
Qualidade de vida entendida como: idoso que consiga gozar de envelhecimento ativo,
saudável e com capacidade funcional preservada. A autonomia do idoso deve ser
mantida pelo maior tempo possível. Só assim estaremos contribuindo para que ele
realize suas capacidades, como cidadão.
A sociedade brasileira foi capaz de produzir leis avançadas e que, se
colocadas em prática, mostrará que, nos constituímos de fato numa sociedade que não
só preza seus idosos, como lhes devolve o direito a ter direito.
7/16/2019 Portfólio 5 semestre
http://slidepdf.com/reader/full/portfolio-5-semestre 12/12
11
4. REFERENCIAS
MINISTÉRIO DA SAÚDE – PROGRAMA SAÚDE DO IDOSO. Envelhecimentoativo: uma política de saúde. Disponível em:
<http://www.portal.saude.gov.br/portal/arquivos/ pdf/envelhecimento_ativo.pdf>.
Acesso em 14 jan 2007.
SISTEMA IBGE DE RECUPERAÇÃO AUTOMÁTICA – SIDRA. Censo
demográfico 2000. Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/cd/default.asp>.
Acesso em 15 mar 2007.
MOREIRA, C. A. Atividade física na maturidade. Rio de Janeiro: Shape, 2001.
INSTITUTOBRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Projeção da
população do Brasil: 1980 – 2050. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao
/projecao_da_populacao/default.shtm>. Acesso em 15 mar 2007.