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Portifolio de Metodologia

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Page 1: Portifolio de Metodologia

Universidade de Franca - UNIFRAN Portfólio – Metodologia e Técnicas de Pesquisa CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS – 5º SEMESTRE

Ribeirão Preto 2010, Novembro

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A cultura da pesquisa científica e sua importância para a formação de

Administradores.

Plínio Alexandre dos Santos Caetano*, Ana Maria Comparini

i

Universidade de Franca - UNIFRAN

*[email protected]

Resumo

Com uma história bastante recente nos currículos dos cursos

superiores em Administração, disciplinas acerca de metodologia científica e

de pesquisa são imprescindíveis para a formação dos profissionais e sua

atuação no mercado de trabalho.

Nesse ínterim, o administrador deve aprender a se planejar para

chegar a uma dada informação, a partir da proposição de um roteiro de

pesquisa, coleta e análise dos dados e interferência sobre os mesmos para

realizar suas atividades.

Palavras Chave: Formação de Administradores, pesquisa acadêmica,

pesquisa científica.

1. Introdução

Diversas Instituições de Ensino Superior apresentam, a cada ano, a disciplina

de Metodologia e Técnicas de Pesquisa aos estudantes dos cursos de nível superior

nas mais diversas áreas ou, ainda, disciplinas com conteúdo programático

semelhante. O presente trabalho tem por finalidade realizar um estudo da necessidade

desta temática adaptada aos cursos de Administração, a partir de um estudo teórico

de sua importância para a formação de tal profissional e à luz do pensamento de

CASTRO de que “Ter informações não é importante, saber buscá-las é”.

Em analogia à obra de MEDEIROS (2008), pode-se afirmar que existe a

demanda do esclarecimento da referida questão, já antiga da necessidade da

disciplina aos bacharelandos em Administração.

Nestas circunstâncias, tal necessidade tem embasamento no fato de que o

estudante universitário, uma vez que se encontre em processo de formação, não é um

cientista já amadurecido (RUIZ, 2008) necessitando de orientação acerca de como

desenvolver seus trabalhos acadêmicos, garantindo assim aos autores consultados

que sejam assegurados os seus direitos e, mais que isso, para que trabalhem de

forma a propiciar o crescimento da ciência e em conformidade com as normas

acadêmicas.

Além do mais, muitos destes estudantes realizam trabalhos durante todo o

curso ou mesmo monografia de conclusão do mesmo, tornando-se imprescindível o

uso das técnicas especificas para a grafia de tais documentos.

2. Considerações sobre a atuação do Administrador

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Segundo CHIAVENATO (2008), sem a Administração a vida dos diversos

setores da sociedade é extremamente curta e sujeita a altas taxas de mortalidade. O

administrador pode se envolver com as mais diversas áreas de atuação em empresas

e indústrias e, ainda pode – como diversos outros profissionais – focar sua atuação na

área acadêmica, tornando-se pesquisador da área de sociais aplicadas.

A atuação do administrador não pode ser isolada ou tomando-se por

referência apenas os parâmetros mais próximos a atual situação. Muito pelo contrário,

esta ação deve estar vinculada a um todo intrínseco da situação envolvida, a partir das

ações internas e externas (CHIAVENATO, 2008).

Nestas condições, pode-se dizer que a carreira de Administração cuja história

é bastante recente surgiu em razão da necessidade da sociedade por este

profissional, para gerir os mais diversos setores e permitir o desenvolvimento das

instituições (MARTINS, 1994).

3. Busca de Informações

Conforme MARTINS (1994) esclarece, para que se tenha acesso a qualquer

informação se faz necessário que, antes de qualquer pesquisa, o pesquisador se

proponha as seguintes questões: a formulação da questão que pretende responder, a

elaboração de um roteiro ou sequência de passos para que se obtenha a resposta e,

por último, que assuma qual o grau de confiabilidade da resposta alcançada.

Quando do segundo passo, no que tange à maneira pela qual se pretende

buscar a resposta para a questão proposta, na área de sociais aplicadas um caminho

bastante usual – para uma grande gama de assuntos – é o estudo de dados

estatísticos. Esta habilidade, conforme aponta CASTRO deve ser trabalhada no

período em que o estudante ocupa os bancos da universidade, haja vista as

exigências que o mercado lhe cobrará.

Ainda segundo CASTRO, “O mercado não encontra grande diferença entre o

engenheiro, o contador e o advogado. Mas premia a pessoa bem informada”, razão

esta a da necessidade do ensinar do pensar cientificamente quando ainda no

processo de formação de um profissional.

Assim sendo, a informação é proveniente de uma situação problema que lhe

cobre resultados. Faz-se necessária a existência deste problema para que um roteiro

ou procedimento estabelecido chegue aos dados relevantes que, analisados,

culminarão em uma resposta. Não obstante, é ainda necessária a demonstração de

que esta informação é proveniente do procedimento empregado e que foi obtida nas

circunstâncias adequadas (MARTINS, 1998).

4. Pesquisa Científica em Administração no Brasil

COSTA nos indica que a pesquisa científica na área de Administração no

Brasil teve seu início por volta dos anos 1920, sendo que para os cursos superiores

em nível de graduação só começou a ser levada a sério realmente a partir da década

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de 1990 quando do surgimento dos trabalhos de conclusão de curso, projetos de

conclusão ou monografias.

CARNEIRO (1998) apud COSTA entende que o nível de graduação deve

incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, tendo por finalidade o

desenvolvimento científico e tecnológico, bem como a criação e disseminação da

cultura. Ora pois, em conformidade com o supracitado, a pesquisa científica em

administração é bastante recente no cenário nacional e, dentro dos cursos de

Administração ainda tem buscado estabelecer um modelo de formação alinhado aos

requisitos científicos e práticos que não apenas focando a atuação profissional, mas

ainda, o desenvolvimento intelectual de seus estudantes (COSTA).

Ainda segundo COSTA, percebe-se que os estudantes tem uma certa

resistência às disciplinas inseridas em sua grade com tal proposição e, torna-se

necessária a avaliação do posicionamento destes quando egressos de seus cursos ou

ainda, atuantes na formação de outros profissionais de nível técnico ou superior.

Quanto à forma de desenvolvimento das atividades de pesquisa durante a

graduação, MARTINS (1994) aponta que pode ser pelos métodos fenomenológico e

crítico-dialético, por meio de uma infinidade de técnicas (estudo de caso, pesquisa de

avaliação, entrevista em profundidade, entrevista de grupo, entrevista não diretiva,

dentre outras).

5. Conclusão

Em conformidade com o que nos aponta CASTRO, o conhecimento por si só

não é importante, mas, igualmente, a forma pela qual o mesmo é alcançado. Nos

cursos superiores em Administração brasileiros já algum tempo tem sido, por

intermédio da inclusão de disciplinas de Metodologia Científica, inseridas tais questões

de modo a estabelecer a formação crítica dos estudantes.

Ainda que tais disciplinas não sejam encaradas de forma positiva pelos

estudantes, são responsáveis pela reflexão constante sobre a formação e, ainda, pelo

posicionamento do mesmo como cientista frente a sociedade.

6. Referenciais Teóricos

CASTRO, Cláudio de Moura. Universitários dirigindo táxi? Disponível em:

<http://veja.abril.com.br/090998/p_029.html>. Acesso em: 19 Nov. 2010.

CHIAVENATO, Idalberto. Cartas a um jovem Administrador: O futuro está na

Administração. 3ª Edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. 137p.

COSTA, Francisco José da; SOARES, Alexandre Araújo Cavalcante. Uma analise da

formacao cientifica em cursos de graduacao em administracao: a perspectiva dos

alunos. Revista de Gestão da USP – REGE-USP. Disponível em:

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<http://www.thefreelibrary.com/Uma+analise+da+formacao+cientifica+em+cursos+de+

graduacao+em...-a0196825599>. Acesso em: 19 Nov. 2010.

MARTINS, Gilberto de Andrade. Metodologias Convencionais e Não Convencionais e

a Pesquisa em Administração. Caderno de Pesquisas em Administração. São Paulo,

V. 00, nº. 0, p. 1-6, 1994.

MEDEIROS, João Bosco. Redação Científica: A prática de fichamentos, resumos,

resenhas. 11ª Edição. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2009. 321p.

RUIZ, João Álvaro. Metodologia Científica: guia para eficiência nos estudos. 6ª Edição.

São Paulo: Atlas, 2008. 180p.

i Professora da Disciplina de Metodologia e Técnicas de Pesquisa, ofertada de forma optativa

aos estudantes de Administração pela Universidade de Franca (UNIFRAN).