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O Queen Elizabeth’s School é, no fun- do, um sonho tornado realidade. Um sonho da sua fundadora, Denise Les- ter, e de todos aqueles que durante 80 anos tornaram possível dar continuidade ao seu trabalho. Denise Lester, como fundadora desta instituição, é “uma referência pela visão, capaci- dade de liderança e pela missão como pedagoga a que dedicou toda a sua vida”. O amor por Portu- gal esteve sempre presente, a par de um orgulho imenso pelo Reino Unido, o seu país de origem. Soube unir estes dois mundos, criando, em 1935, um projeto educativo bilingue inovador em que procurou incutir nas crianças portuguesas o gosto e o interesse pela aprendizagem da língua ingle- sa e cultura anglo-saxónica, nunca preterindo a herança cultural e linguística portuguesa e res- peitando a identidade nacional dos seus alunos, alguns deles falantes nativos de inglês mas com residência permanente em Portugal. É certo que os alunos do Q.E.S. dão sentido, alma e cor- po a esta escola cujo percurso se tem centrado numa busca incessante pela excelência do servi- ço educativo que presta. Mas, as crianças ou “os meninos”, como carinhosamente se pode ouvir pelos corredores da escola, estão sempre sob o olhar atento dos mais velhos, do corpo docen- te e não docente, que fazem com que todos se sintam em casa. Foi com um dos membros da Direção Pedagógica Colegial do Q.E.S. que a Revista Pontos de Vista esteve à conversa, num momento informal, em que teve oportunidade de conhecer com algum detalhe a história desta ins- tituição e o seu crescimento ao longo do tempo, o qual teve sempre como primordial propósito o estreitamento dos laços entre Portugal e o Reino Unido, dois países que têm relações de amizade e cooperação muito arreigadas e são protagonistas da aliança mais antiga do Mundo, com mais de 600 anos de existência, apesar das relações entre os dois países terem sofrido também períodos de desentendimento, os quais foram sempre sendo ultrapassados. Ana Maria Nunes, responsável pela componente cultural e pelas atividades circum-escolares, faz já parte da identidade da escola, tendo tido a “felici- dade” de ter trabalhado ao lado de Denise Lester durante cerca de dez anos. Recorda esses tempos com um brilho especial no olhar. “Sempre senti na sua personalidade que não havia, mesmo que leve, qualquer atitude de supremacia. Tinha uma postura de grande abertura e interesse pelo co- nhecimento da História de Portugal e realidade sócio-educacional portuguesa, quis criar uma Criar um colégio inglês para crianças portuguesas sempre foi o sonho que norteou a vida de Denise Lester, um nome que estará sempre associado à existência desta instituição de ensino, denominada Queen Elizabeth’s School (Q.E.S.). Vir para Portugal era um desejo que a acompanhava desde criança e que se traduziu nas seguintes palavras: “um dia eu vou para aquele país porque tem de haver um grande estreitamento de amizade entre os dois países de navegadores, de descobridores. Um dia eu vou descobrir aquela terra”. Decorridas oito décadas, Denise Lester já não se encontra entre nós mas os ideais que preconizou para esta escola continuam bem vivos através de todos os que continuam a dar corpo a este projeto inovador. Numa conversa com Ana Maria Nunes, Membro da Direção Pedagógica Colegial do Q.E.S., percebemos que esta aliança duradoura entre estes dois países de “navegadores, de descobridores” continua a orientar os destinos desta instituição. UM AMOR INABALÁVEL por Portugal e pelo Reino Unido escola inglesa para crianças portuguesas cujos encarregados de educação pretendessem uma educação inglesa co-extensiva com o currículo nacional português primário, atual 1º ciclo do ensino básico. Pretendia perceber todo o siste- 50 RELAÇÕES BILATERAIS PORTUGAL E REINO UNIDO Por que é que o Q.E.S. deve ser a escola do seu filho? É uma escola que tem 79 anos de história, com um passado que atesta a qualidade do seu projeto educativo. É um estabelecimento de ensino com valência de Berçário, Creche, Educação Pré-Escolar e 1º ciclo do Ensino Bá- sico português, onde o inglês é introduzido precocemente em contexto bilingue, desde os 12 meses de idade. Os alunos do Queen Elizabeth’s School quando completam o seu ciclo de estudos nesta instituição saem com um nível de inglês difícil de igualar neste grupo etário, o nível A2 do Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas, certifi- cado pelos Young Learners English Tests da Universidade de Cambridge - FLYERS - e pelo Integrated Skills in English do Trinity College London - ISE 0. Direção Colegial Queen Elizabeth’s School: Ana Maria Nunes, Maria da Conceição de Oliveira Martins e Maria de Lourdes Cabral

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O Queen Elizabeth’s School é, no fun-do, um sonho tornado realidade. Um sonho da sua fundadora, Denise Les-ter, e de todos aqueles que durante 80

anos tornaram possível dar continuidade ao seu trabalho. Denise Lester, como fundadora desta instituição, é “uma referência pela visão, capaci-dade de liderança e pela missão como pedagoga a que dedicou toda a sua vida”. O amor por Portu-gal esteve sempre presente, a par de um orgulho imenso pelo Reino Unido, o seu país de origem. Soube unir estes dois mundos, criando, em 1935, um projeto educativo bilingue inovador em que procurou incutir nas crianças portuguesas o gosto e o interesse pela aprendizagem da língua ingle-sa e cultura anglo-saxónica, nunca preterindo a herança cultural e linguística portuguesa e res-peitando a identidade nacional dos seus alunos, alguns deles falantes nativos de inglês mas com residência permanente em Portugal. É certo que os alunos do Q.E.S. dão sentido, alma e cor-po a esta escola cujo percurso se tem centrado numa busca incessante pela excelência do servi-ço educativo que presta. Mas, as crianças ou “os meninos”, como carinhosamente se pode ouvir pelos corredores da escola, estão sempre sob o olhar atento dos mais velhos, do corpo docen-

te e não docente, que fazem com que todos se sintam em casa. Foi com um dos membros da Direção Pedagógica Colegial do Q.E.S. que a Revista Pontos de Vista esteve à conversa, num momento informal, em que teve oportunidade de conhecer com algum detalhe a história desta ins-tituição e o seu crescimento ao longo do tempo, o qual teve sempre como primordial propósito o estreitamento dos laços entre Portugal e o Reino Unido, dois países que têm relações de amizade e cooperação muito arreigadas e são protagonistas da aliança mais antiga do Mundo, com mais de 600 anos de existência, apesar das relações entre os dois países terem sofrido também períodos de desentendimento, os quais foram sempre sendo ultrapassados.Ana Maria Nunes, responsável pela componente cultural e pelas atividades circum-escolares, faz já parte da identidade da escola, tendo tido a “felici-dade” de ter trabalhado ao lado de Denise Lester durante cerca de dez anos. Recorda esses tempos com um brilho especial no olhar. “Sempre senti na sua personalidade que não havia, mesmo que leve, qualquer atitude de supremacia. Tinha uma postura de grande abertura e interesse pelo co-nhecimento da História de Portugal e realidade sócio-educacional portuguesa, quis criar uma

Criar um colégio inglês para crianças portuguesas sempre foi o sonho que norteou a vida de Denise Lester, um nome que estará sempre associado à existência desta instituição de ensino, denominada Queen Elizabeth’s School (Q.E.S.). Vir para Portugal era um

desejo que a acompanhava desde criança e que se traduziu nas seguintes palavras: “um dia eu vou para aquele país porque tem de haver um grande estreitamento de amizade entre os dois países de navegadores, de descobridores. Um dia eu vou descobrir aquela terra”. Decorridas oito décadas, Denise Lester já não se encontra entre nós mas os ideais que preconizou para esta escola continuam bem vivos através de todos os que continuam a dar corpo a este projeto inovador. Numa conversa com Ana Maria Nunes, Membro

da Direção Pedagógica Colegial do Q.E.S., percebemos que esta aliança duradoura entre estes dois países de “navegadores, de descobridores” continua a orientar os destinos desta instituição.

Um amor inabalávelpor Portugal e pelo Reino Unido

escola inglesa para crianças portuguesas cujos encarregados de educação pretendessem uma educação inglesa co-extensiva com o currículo nacional português primário, atual 1º ciclo do ensino básico. Pretendia perceber todo o siste-

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RELAÇÕES BILATERAISPORTUGAL E REINO UNIDO

Por que é que o Q.E.S. deve ser a escola do seu filho?É uma escola que tem 79 anos de história, com um passado que atesta a qualidade do seu projeto educativo. É um estabelecimento de ensino com valência de Berçário, Creche, Educação Pré-Escolar e 1º ciclo do Ensino Bá-sico português, onde o inglês é introduzido precocemente em contexto bilingue, desde os 12 meses de idade. Os alunos do Queen Elizabeth’s School quando completam o seu ciclo de estudos nesta instituição saem com um nível de inglês difícil de igualar neste grupo etário, o nível A2 do Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas, certifi-cado pelos Young Learners English Tests da Universidade de Cambridge - FLYERS - e pelo Integrated Skills in English do Trinity College London - ISE 0.

Direção Colegial Queen Elizabeth’s School: Ana Maria Nunes,Maria da Conceição de Oliveira Martins e Maria de Lourdes Cabral

ma educacional português e estabelecer um in-tercâmbio cultural e de experiências educativas entre estes dois países”, explicou. Denise Lester sempre fez questão que os professores de inglês fossem falantes nativos, o que, para Ana Maria Nunes, era mais uma prova do seu espírito ino-vador e empreendedor. Esta é igualmente uma forma de manter viva a chama das tradições e da cultura britânica que esta escola sempre quis preservar, em paralelo com a identidade cultu-ral portuguesa. E é precisamente nos pequenos gestos do dia a dia, em que se encontra presente esta constante preocupação em reforçar os laços de amizade entre estes dois países. Há assim uma

série de tradições britânicas que são incutidas às crianças para lhes dar a conhecer melhor o Rei-no Unido, como a celebração do “Guy Fawkes”, o “Poppy Appeal”, o Dia do Desporto ou o Dia de São Jorge, o santo patrono do Reino Unido. Com um domínio fluente da língua inglesa, uma língua franca das mais faladas no mundo, viver, estudar ou trabalhar noutro país, torna-se bem mais fácil. Perante esta nova vaga de emigração de portugueses que apostam em carreiras inter-nacionais, o Q.E.S. afigura-se, mais uma vez, como uma escolha educativa apropriada. “Esta escola também é procurada por estrangeiros que pretendam fixar a sua residência em Portugal e por portugueses que trabalharam noutros países e que pretendam regressar a Portugal, cujos filhos tenham frequentado escolas internacionais em que o inglês era a língua falada”, ressalvou Ana Maria Nunes.O Projeto Educativo do Queen Elizabeth’s School assenta no culto da Aliança Luso-Britâ-nica e no ensino bilingue português-inglês, nas valências de Berçário, Creche, Educação Pré--Escolar e num modelo integrado do ensino do inglês no currículo do 1º Ciclo do Ensino Básico Português, tendo sido implementado no corrente ano letivo em complementaridade com o currí-culo oficial nacional neste nível de ensino o Programa Primário Internacional de Edu-cação da Universidade de Cambridge, consi-derado de excelência a nível internacional que é uma mais valia e um fator de diferen-ciação para os alunos desta escola.

REINO UNIDO E PORTUGAL: O QUEAPROxIMA? O QUE AFASTA?

Denise Lester construiu aquele que era o seu so-nho de criança. Com o Reino Unido e Portugal no coração, a pedagoga de vocação sabia que o seu caminho deveria ser norteado pela missão de formar crianças que tivessem a oportunidade de conhecer a realidade de dois sistemas educativos diferentes - o português e o inglês que coexistiam nesta instituição de ensino nos primeiros anos de vida desta escola - tendo em vista incutir nos seus alunos o reforço dos laços históricos, culturais e atlânticos entre estes dois países com uma relação bilateral com séculos de história. Quanto ao futuro, torna-se complicado prevê-lo, bem como falar dos desafios que o Q.E.S. terá pela frente numa sociedade com uma economia globalizada em constante mutação e desenvol-vimento tecnológico. Mas a garantia é deixada: “esta é uma escola com um pulsar muito intenso e dinâmica. Apostamos fortemente na formação contínua do nosso corpo docente e não docen-te, numa cultura de escola que se caracteriza por apostar na valorização dos seus recursos huma-nos e na aprendizagem ao longo da vida. Ensinar é uma missão, tem que se gostar e sentir vocação”, concluiu Ana Nunes.

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O logótipo e o nome da escola“O logótipo da escola é uma rosa vermelha que a fundadora desta escola Miss Denise Lester associou à rosa heráldica que representa a Casa de Lencastre, de cuja família era descendente D. Filipa de Lencastre, casada com D. João I, matrimónio este que deu origem à Dinastia de Avis e que veio consolidar a Aliança Luso-Britânica, firmada formalmente a 9 de maio de 1386, no Tratado de Windsor. A ligação dos Lencastre com Portugal floresceu principalmente na pessoa do Infante D. Henrique, pioneiro da expansão marítima de Portugal no mundo. Os filhos de D. João I e D. Filipa de Lencastre sobressaíram-se pelo seu elevado grau de educação, sendo os Infantes seus descendentes designados por Ínclita geração”.“Admito que fui bastante obstinada acerca do nome e da rosa. Escolhi o nome Queen Elizabeth (Tudor – Rainha Isabel I) porque ela foi uma das maiores Rai-nhas que a Inglaterra alguma vez teve: no seu reinado deu-se a grande expan-são do Império Britânico…também houve uma famosa Rainha da Áustria que foi Santa e que fez o Milagre das Rosas. A mesma lenda conta-se acerca da sua bisneta, St.ª Isabel de Portugal (a Rainha Santa, Isabel de Aragão, casada com D. Dinis I), e pela mesma razão; tinha o costume de dar pão aos pobres, o que irritava os maridos de ambas, que fizeram questão em ver o que levavam nos seus cestos. Ao abri-los, encontraram-nos cheios de rosas. A Rosa Vermelha está associada tanto à história de Inglaterra como de Portugal

Denise Lester