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ÀS SEXTAS EM CONJUNTO COM O PÚBLICO POR 1,60 EM FOCO 2 AUTÓDROMO DO ALGARVE PEDE PERDÃO PARCIAL DE DÍVIDA 3 RTP CALA EMISSÃO REGIONAL DE RÁDIO 4 REITOR CONTRA CORTES DE 12% NA VERBA PARA A UALG 5 EMPRESÁRIOS ALGARVIOS E ANDALUZES DO BNI INICIAM TROCAS COMERCIAIS 7 LOULÉ E FARO COM LIMITES DEFINIDOS 9 CLASSIFICADOS 10 Director Henrique Dias Freire • Ano XXV • Edição 1091 • Semanário à sexta-feira • 2 de Novembro de 2012 • Preço 1 PUB > João Guerreiro não admite que corte de 12% nas transferências do Orçamento de Estado para a Uni- versidade do Algarve vingue no Parlamento. Repensar a rede de ensino superior no seu todo é a so- lução por oposição aos cortes ce- gos, advoga o reitor p. 5 Cortes do Governo ameçam deixar UAlg de joelhos Algarve ganha dois Monumentos Nacionais D.R. Autódromo luta para evitar insolvência > Paulo Pinheiro, administrador da Parkalgar mantém silêncio > Perdão da dívida parece ser a solução para a viabilização p. 3 Património: O Forte de S. Sebastião, em Castro Marim (na foto), e as Muralhas e Porta da Almedina, em Silves, são os dois monumentos que vão receber a classificação > 2 Andaluzia passa a ter o primeiro grupo BNI Assine o Descubra as vantagens no interior Ganhe um plano de saúde Belleform Plus com descontos até 60% em medicina dentária, estética e ginásio Veja anúncio pág. 7 PUB CA Soluções Jovens 0-30 PUB > A rede de negócios BNI já deu provas da sua força no Al- garve e agora, com o apoio dos grupos da região, a Andaluzia dá os primeiros passos na aventura de criar os grupos anda- luzes de empresários. Do Algarve para Espanha a experiência de uma forma especial de fazer negócios p. 7 D.R. D.R.

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Cortes do Governo ameçam deixar UAlg de joelhos » Algarve ganha dois Monumentos Nacionais » Autódromo do Algarve pede perdão parcial de dívida » Empresários algarvios e andaluzes do BNI iniciam trocas comerciais » Região vai ter dois novos monumentos nacionais » RTP cala emissão regional de rádio » 16 mil euros para apoiar 40 profissionais impedidos de apanhar bivalves » B Fachada ao vivo em Santo Estêvão » Milhão e meio para recuperar casas ardidas » Lions já doaram 18 mil euros à oncologia do Hospital de Faro » Ciclismo de Tavira estreia-se por terras da China » Loulé e Faro com limites definidos » Glórias da Marinha afundadas em Portimão • E AINDA: Saiba como poupar milhares de euros ao assinar o POSTAL por 30€ anuais com o Plano de Saúde gratuito em medicina dentária, estética e ginásio » E MAIS: 51ª EDIÇÃO do Caderno de Artes Cultura.SUL• NÃO PERCA O POSTAL de dia 23 com o que é indispensável saber sobre o Algarve ☺

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às sextas emconjunto com oPúblico Por €1,60

em foco 2 autódromo do algarve pede perdão parcial de dívida 3 rtp cala emissão regional de rádio 4 reitor contra cortes de 12% na verba

para a ualg 5 empresários algarvios e andaluzes do bni iniciam trocas comerciais 7 loulé e faro com limites definidos 9 classificados 10

Director Henrique Dias Freire • Ano XXV • Edição 1091 • Semanário à sexta-feira • 2 de Novembro de 2012 • Preço € 1

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> João Guerreiro não admite que corte de 12% nas transferências do Orçamento de Estado para a Uni-versidade do Algarve vingue no Parlamento. Repensar a rede de ensino superior no seu todo é a so-lução por oposição aos cortes ce-gos, advoga o reitor p. 5

Cortes do Governo ameçam deixar UAlg de joelhos

Algarve ganha dois Monumentos Nacionais

d.r.

Autódromo luta para evitar insolvência> Paulo Pinheiro, administrador da Parkalgar mantém silêncio

> Perdão da dívida parece ser a solução para a viabilização p. 3

Património: O Forte de S. Sebastião, em Castro Marim (na foto), e as Muralhas e Porta da Almedina, em Silves, são os dois monumentos que vão receber a classificação > 2

Andaluzia passa a ter o primeiro grupo BNI

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> A rede de negócios BNI já deu provas da sua força no Al-garve e agora, com o apoio dos grupos da região, a Andaluzia dá os primeiros passos na aventura de criar os grupos anda-luzes de empresários. Do Algarve para Espanha a experiência de uma forma especial de fazer negócios p. 7

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2 | 2 de Novembro de 2012

em foco

Ricardo [email protected]

O AlgArve vAi cOntAr em breve com dois novos exem-plos de património classifi-cados como Monumento Na-cional, avançou ao POSTAL Dália Paulo, directora regio-nal de Cultura. O Forte de São Sebastião, em Castro Marim, e as Muralhas e Porta da Almedi-na, em Silves, são os dois exem-plos de património edificado algarvio que atingem a mais alta classificação em termos patrimoniais no país.

Com os procedimentos ad-ministrativos concluídos, “a classificação apenas aguarda a homologação, que no caso de monumentos nacionais, tem necessariamente de ser feita pelo Conselho de Ministros”, esclarece a titular regional da pasta da Cultura.

MonuMentos de Interesse PúblIco aguardaM fIM dos Processos Mas nem só de monumentos nacionais se fala quando se trata de património classificado. Nesta matéria também a classificação de Mo-numento de Interesse Público (MIP) constitui uma mais-valia para os locais e edifícios de re-levo patrimonial.

Neste capítulo o Algarve tem sete candidaturas à classifica-ção em processo de conclusão da respectiva consulta pública e tudo aponta para que muito em breve a região vai contar com sete novos MIP.

Na lista dos classificados a muito breve trecho como MIP estão a Igreja Matriz de Pechão e os Mercados Municipais de Olhão, ambos no concelho de Olhão; a Igreja de Nossa Se-nhora da Conceição, a Ermida de São Sebastião e o Palácio Berlmarço, todos no concelho de Faro; a Calçadinha Roma-na, no concelho de São Brás de Alportel, e a Ermida de Nossa

Senhora da Consolação, em Tavira.

De acordo com Dália Paulo, estão também a aguardar ape-nas a homologação pela Direc-ção-Geral do Património Cul-tural, e em breve ascenderão à classificação de MIP outros 15 locais e edifícios de importân-cia patrimonial na região.

A estes somam-se ainda mais 11 que estão prontos para avançar para consulta pública, também estes para a classificação como MIP.

Processos têM que estar Prontos até ao fIM do ano Ao todo 35 locais e edificações receberão “até 31 de Dezem-bro”, refere a directora regio-nal de Cultura, uma classifica-ção, um facto que Dália Paulo encara como importante na medida em que o patrimó-nio classificado fica sujeito a uma protecção muito maior do que aquele cujo relevo patrimonial resulta apenas da compreensão e assumpção ge-rais da respectiva importância monumental.

“A protecção a que o patri-mónio classificado está su-jeita, nomeadamente no que respeita à sua conservação

física e à protecção das zonas envolventes em termos de or-denamento do território, é simultaneamente uma mais--valia para a preservação dos locais e edificados em causa e uma ferramenta para a defesa da sua integridade, salvaguar-dando o seu valor intrínseco e a sua importância patrimo-

nial e cultural”, refere a direc-tora regional.

Quanto ao elevado número de edificados e locais que se-rão classificados até ao final do ano, Dália Paulo esclarece que a sua extensão se deve ao facto do enquadramento legal das classificações ter sido alte-rado em 2009.

“Inicialmente a legislação então aprovada dava até ao fi-nal de 2010 como prazo para que os processos de classifica-ção pendentes nas entidades competentes em todo o país fossem resolvidos”, recorda a responsável algarvia. Depois de dois adiamentos o prazo foi prorrogado até ao final deste ano, pelo que até Dezembro todos os processos pendentes têm de estar solucionados.

De acordo com Dália Pau-lo, a simplificação dos proce-dimentos de candidatura para classificação deu também ori-gem a que mais pedidos fos-sem apresentados pelas várias regiões do país para que os respectivos monumentos fos-sem alvo de classificação.

Não obstante, as candida-turas são sempre “um pro-cesso em contínuo”, sublinha Dália Paulo, que afirma que nada obsta a que sejam apre-sentadas outras candidatu-ras. “O que se passa é que até ao final do ano, num esforço notório de todos os agentes envolvidos no processo de classificação, conseguiremos a nível nacional desbloquear o andamento de todos os pro-cessos que estavam penden-

tes, alguns deles há muitos anos”, remata a responsável pela Cultura no Algarve.

câMaras vêeM MaIs-va-lIas na classIfIcação José Estevens, presidente da Câma-ra de Castro Marim, em decla-rações ao POSTAL, realça que a classificação próxima do Forte de São Sebastião é “o re-conhecimento da importância patrimonial de uma estrutura que foi objecto por parte da autarquia de uma intervenção profunda ao nível da recupe-ração de todo o amuralhado”.

Para o autarca, “o facto de uma terra de reduzida di-mensão como Castro Marim ter dois imóveis classificados como Património Nacional é simultaneamente motivo de orgulho para os castromari-nenses e uma mais-valia em termos turísticos”. José Es-tevens considera “notável” que Castro Marim veja assim “reconhecido o seu valor pa-trimonial e os resultados do esforço de valorização do seu legado histórico pela autar-quia”.

Para António Pina, vere-ador da Cultura da câmara olhanense, que vê os merca-dos locais serem classificados como MIP, “trata-se do reco-nhecimento da importância arquitectónica e histórica de um dos ícones da cidade que são os mercados”.

Segundo o autarca, “em bom tempo a autarquia resol-veu transformar e melhorar os mercados, tendo sido um dos primeiros grandes inves-timentos que fizemos na cida-de, e este é o reconhecimento dessa nossa estratégia e desse objectivo”.

Também no caso olhanense o responsável autárquico des-taca os efeitos positivos que resultam de uma classificação patrimonial em particular ao nível do turismo.

Região vai ter dois novos monumentos nacionaisMapa do património cresce com 35 novos monumentos e locais classificados

dr

Ô O Forte de São Sebastião em Castro Marim foi classificado como Monumento Nacional

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Ô Mercados de Olhão vão ser Monumento de Interesse Público

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região

2 de Novembro de 2012 | 3

Pedro Ruas/Ricardo [email protected]

A PArkAlgAr, dona do Autó-dromo Internacional do Algar-ve (AIA), vai apresentar hoje, sexta-feira, o plano de recupe-ração que passa pelo perdão de 23 milhões de euros nos empréstimos contraídos no banco Millennium-BCP e um desconto de 70% nas dívidas comuns do consórcio, no va-lor de 16,5 milhões de euros.

Segundo notícia avançada pelo jornal i, está ainda previs-ta uma entrada extraordinária de fundos no valor de 10 mi-lhões de euros para a conclu-são do projecto imobiliário do AIA, que engloba um conjun-to de apartamentos turísticos e um hotel como forma de viabi-lizar a estabilização financeira e a consequente revitalização da empresa.

O POSTAL contactou a ad-ministração da Parkalgar, que recusou prestar declarações.

Não obstante, fonte ligada ao processo avançou ao POS-TAL que a apresentação do plano deverá estar garantida, uma vez que “estão reunidos os votos que dão luz verde ao andamento do processo”.

Ao abrigo do Processo Es-pecial de Revitalização (PER), preparado pela Parkalgar e acompanhado por um admi-nistrador judicial provisório, o plano consiste no perdão par-cial do capital em dívida e no perdão total de juros e indem-nizações respectivos, prevendo também o reescalonamento de prazos e alienação de patrimó-nio entregue a credores.

Em relação à dívida ao Es-tado, o i garante que a Parkal-gar pretende ver estendidos os prazos de regularização dos montantes em falta às Finan-ças e à Segurança Social, que perfazem um valor de 614 mil euros e seriam pagos a dez e 12 anos e meio respectivamente.

A mesma fonte refere que, perdoados os 40 milhões de euros, o capital em dívida rema-nescente ronda os 120 milhões de euros, cujos prazos de paga-mento serão alargados de dois anos até um período máximo de 25, estando ainda previstos períodos de carência em relação a determinados créditos.

Processo de revitalização arrancou em Junho Recorde--se que a Parkalgar recorreu ao PER no início do Verão

passado numa tentativa de salvar a viabilidade financeira do projecto. O recurso a este projecto foi “viabilizado pelos dois maiores credores da Pa-rkalgar, o BCP e a Bemposta, para que a estabilização finan-ceira proporcione a conclusão do projecto”, conforme escla-rece o comunicado da empre-sa em Junho passado.

O apoio solicitado surgiu dias depois de um consór-cio liderado pela Siemens ter interposto em tribunal um pedido de insolvência da Pa-rkalgar, por incumprimento

de uma dívida de 1,6 milhões de euros a que já acrescia o va-

lor de um milhão de euros de juros de mora.

Autódromo do Algarve pede perdão parcial de dívidaPlano prevê não pagar 40 milhões de euros aos credores

d.r.

Ô Paulo Pinheiro, administrador da Parkalgar

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CONVOCATÓRIADe acordo com o disposto nos Estatutos, convoco a Assembleia Geral Ordinária para reunir, em 1ª. Convocatória no Salão Nobre do Instituto, no dia 14 de Novembro de 2012, pelas 16.30 horas, com a seguinte:

ORDEM DE TRABALHOS1. - Apreciação e votação do Orçamento e do Programa de Acção para o Ano de 2013.

Não havendo à hora marcada, quorum, convoco desde já a Assembleia Geral Ordinária, em 2.ª Convocatária, para reunir no mesmo dia e local pelas 17.30 horas, com qualquer número de sócios.

Faro, 25 de Outubro de 2012

O Presidente da Mesa da Assembleia

Helder Martins do Carmo

(POSTAL do ALGARVE, nº 1091, de 2 de Novembro de 2012)

Santa Casa da Misericórdia de TaviraInstituição fundada em 1498

ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIACONVOCATÓRIA

De conformidade com o preceituado nos n.º1 do artigo 30º do Compromisso convoco a Assembleia Geral da Santa Casa da Misericórdia de Tavira, para a sessão Ordinária a realizar no próximo dia 15 de Novembro pelas 14:00H no edifício do Lar/Centro de Dia, situado na Rua da Atalaia n.º5 com a seguinte Ordem de Trabalhos:

1-Apreciação e votação da proposta de orçamento e plano de actividades para 2013 (n.º1 do art. 30º);

2-Informações Gerais

Não se encontrando presente à hora indicada a maioria do número legal dos Irmãos, a Assembleia funcionará de acordo com o preceitua-do no n.º2 do art. 28º do Compromisso, uma hora depois, sem segunda convocatória, no mesmo local e com qualquer número de Irmãos.

Para constar e produzir os efeitos legais se passou o presente aviso e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos do costume, publicado em jornal local e informados por escrito os Irmãos da Misericórdia.

Tavira, 29 de Outubro de 2011

O Presidente da Assembleia Geral,Victor Manuel Nascimento Minhalma

(POSTAL do ALGARVE, nº 1091, de 2 de Novembro de 2012)

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Ô O PER foi instituído com a Lei 16/2012, de 20 de Abril, que veio alterar o Código de Insolvência e da Recuperação de Empresas.

Criado como processo especial, o PER destina-se a permitir a qualquer devedor que, comprovadamente, se encontre em situação econó-

mica difícil ou em situação de insolvência iminente, mas que ainda seja susceptí-vel de recuperação, estabele-cer negociações com os res-pectivos credores de modo a conduzir à sua revitalização económica, facultando-lhe a possibilidade de se manter activo no giro comercial.

Processo Especial de Revitalização (PER)

Desembarque ilegal de berbigão

Ô A Polícia Marítima im-pediu na passada segun-da-feira, na Praia de Faro, o desembarque de meia tonelada de berbigão cap-turado ilegalmente na Ria Formosa, disse à Lusa fonte do comando da Zona Marí-tima do Sul (ZMS). A situação foi detectada du-rante as primeiras horas da madrugada, altura em que uma antiga embarcação de recreio, não licenciada, se preparava para desembar-car o berbigão. O único tripulante da em-barcação é acusado da prá-tica de captura ilícita não li-cenciada de berbigão e será sujeito a contra-ordenação. A situação foi detectada du-rante as patrulhas regulares nocturnas e que o berbigão foi devolvido à Ria Formosa. As autoridades suspei-tam que o berbigão teria como destino a venda para Espanha.

Lusa

d.r.

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4 | 2 de Novembro de 2012

região

Humberto [email protected]

“Cada vez mais O Algarve está a ser ‘estrangulado’ no sector da comunicação social e a região reduzida à notícia factual do momento ou a ca-sos de visibilidade trágica que a colocam nas bocas do mun-do”, é esta a opinião generali-zada de algumas figuras pú-blicas, contadas pelo POSTAL, a propósito do encerramento da emissão regional da RDP/Algarve que deixou de ter tempo próprio de edição para o Algarve.

A decisão de “calar” o tem-po de antena de 45 minutos exclusivos para o Algarve veio de Lisboa com base em argu-mentos de reorganização das antenas e também justificada com o apoio numa muleta que serve para tudo, a crise.

A medida encurta a voz das regiões, que agora fica-ram subordinadas ao poder editorial do Porto (Portugal em Direto) com escassos 45 minutos de antena para todo o país, com edições onde mal cabem meia dúzia de notícias sobre as regiões.

No caso particular do Al-garve, a região tem perdido voz crítica na comunicação social pública com a redu-ção de tempos de antena, que não permitem debates ou en-trevistas de maior duração, e até o cartaz cultural da região desapareceu.

Modelo anterior considera-do “desajustado” Na opinião de responsáveis coordenado-res da antena regional, o mo-delo anterior de edição estava desajustado em função do nú-mero de jornalistas para traba-lharem as matérias regionais e darem resposta às interven-ções para a antena nacional, incluindo reportagens.

“Muitas vezes para preen-cher os 45 minutos de antena regional era preciso recorrer a compactos alargados de traba-lhos devido ao pouco tempo diário que os jornalistas ti-nham para responderem aos pedidos das antenas de âmbito nacional”, referem.

Falta de condições na rtP Outro grande problema é a fal-ta de condições de trabalho na RTP/RDP/Algarve. As estruturas

físicas e meios das delegações estão degradados e já nem as águas da chuva evitam. A hu-midade nas paredes é visível e os profissionais queixam-se de desconforto e até responsabili-zam o espaço por causar pro-blemas de saúde.

As obras para criar uma redacção única, assim como a reparação do edifício onde funciona a rádio, no Campo da Senhora da Saúde, há mui-

to projectadas, nunca arranca-ram, ao contrário das outras no resto do país, moderniza-das até ao luxo, enquanto o Al-garve foi discriminado e com-pletamente esquecido.

Apesar de todas as contrarie-dades, os profissionais da RTP/RDP desdobram-se em esfor-ços para responderem com notícias e reportagens diversas sobre a região. Os jornalistas lutam ainda com as dificulda-

des em sensibilizar os editores em Lisboa e no Porto, muito selectivos, para dispensarem tempo de antena ao Algarve.

dePendência editorial do Porto criticada Para um an-tigo director de informação da RDP/Algarve, “a dependência editorial do Porto no “Portu-gal em Direto” é uma medida discriminatória e sem sensibi-lidade para proporcionar uma

escolha de notícias ajustadas a cada região”. “O mais lógico e aconselhável seria manter o sistema anterior, - rotação editorial pelas redacções de Lisboa, Porto, Coimbra e Faro - e dar oportunidade selectiva a todos”, refere.

Ouvintes assíduos do servi-ço público de rádio e televisão também deram o seu testemu-nho ao POSTAL sobre a retira-da de antena dos noticiário re-gional e queixam-se de nada, ou pouco, se saber do que se passa no Algarve em termos gerais, incluindo a habitual agenda de eventos promovi-dos na região.

ouvintes descontentes “O que me interessa a mim o que se passa em Lisboa, Porto e lá no norte, se não sei, na proxi-midade, aqui, no Algarve”, re-fere um ouvinte, concluindo que, “agora é só norte”.

“Eu também pago taxa de audiovisual como os outros e também quero saber o que se passa na minha região ou vou pedir à EDP que exclua na mi-nha factura essa taxa”, desaba-fa Manuel Fernandes, agente imobiliário.

RTP cala emissão regional de rádio Comando editorial está entregue ao Porto

d.r.

Ô Portugal em Direto fica com 45 minutos de antena para todo o país

Dezasseis mil euRos PaRa aPoiaR 40 PRofissionais imPeDiDos De aPanHaR bivalves

Governo apoia mariscadores em dificuldadesO GOvernO anunCiOu que vai compensar os mariscadores da Ria Formosa que declaram a actividade e que estiveram impedidos de apanhar bival-ves cerca de um mês devido à presença de toxinas prejudi-ciais à saúde.

O valor disponibilizado pelo Executivo é superior a 16 mil euros para apoiar 40 profis-sionais, que vão receber “uma compensação diária corres-pondente ao seu salário decla-rado”, refere em comunicado o Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Orde-namento do Território.

“As compensações devem chegar à conta dos benefici-ários ainda esta semana e es-tão abrangidos ‘apanhadores, armadores e tripulantes’ que apresentaram as suas candida-turas entre 4 e 22 de Outubro”, acrescenta o ministério.

A mesma fonte refere que a Direcção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Servi-ços Marítimos está “a analisar as candidaturas relativas aos trabalhadores das embarca-ções de pesca com ganchorra e os apanhadores de marisco, num total de 61 trabalhadores e com uma compensação pre-vista de 24,659 euros”.

Este valor será disponibiliza-do através do Fundo de Com-pensação Salarial dos Profis-sionais da Pesca, que recebeu 69 candidaturas e rejeitou oito por não serem elegíveis de acordo com a legislação em vigor.

Mariscadores iMPedidos de exercer actividade duran-te uM Mês Devido às toxinas, que podem provocar diarreias, paralisia e amnésia, os maris-cadores e viveiristas de Faro,

Olhão e Fuzeta estiveram im-pedidos de exercer a sua acti-vidade na Ria Formosa entre 21 de Agosto e 21 de Setem-bro, enquanto os pescadores

da pesca com ganchorra da costa algarvia continuam im-pedidos de trabalhar desde 21 de Agosto.

“A lei prevê a compensação

das perdas de rendimento dos profissionais obrigados a parar a actividade desde que sejam titulares de cédula ma-rítima válida e que exerçam a

sua actividade, em exclusivi-dade, a bordo de embarcações de pesca licenciadas mas tem-porariamente imobilizadas e apresentem declarações da Se-gurança Social e das Finanças”, explicou o ministério.

O anúncio do ministério li-derado por Assunção Cristas surge dois dias depois de de-putados do PS e do PCP eleitos pelo Algarve terem questiona-do o Governo sobre as difíceis condições de vida dos viveiris-tas e os atrasos dos pagamen-tos dos subsídios ao sector.

As perguntas, feitas sepa-radamente, incidiram sobre as cerca de duas mil pessoas afectadas pela interdição da apanha e comercialização de bivalves na Ria Formosa e ou-tras zonas do litoral algarvio, devido à presença de toxinas suscetíveis de provocar diar-reias e paralisias. lusa

d.r.

Ô ministério liderado por assunção Cristas vai compensar mariscadores impedidos de laborar

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região

2 de Novembro de 2012 | 5

Ricardo [email protected]

João Guerreiro afirmou ao POSTAL que se “recusa a admi-tir o cenário de corte de mais de 12% nas verbas das transfe-rências do Orçamento de Esta-do (OE) para o Orçamento da Universidade do Algarve”, re-dução que consta da proposta de Orçamento de Estado para 2013 que começou na passa-da terça-feira a ser discutida no Parlamento.

A serem realidade os cortes previstos o responsável máxi-mo da Universidade do Algar-ve havia já na semana anterior, de acordo com a Agência Lusa, admitido que em 2013 não ha-verá dinheiro para o normal funcionamento da instituição e para pagar salários.

Nas declarações feitas ao POSTAL, o reitor recorda que no exercício de 2012 o corte nas transferências do Estado atingiu 8,5%, um valor que se soma aos cortes já efectua-dos em anos anteriores e que “a Universidade tentou aco-modar recorrendo aos saldos positivos transitados de anos anteriores”, delapidando os supeavits acumulados.

Receitas das univeRsidades em queda O cenário proposto pelo Governo em sede de OE para 2013 soma-se à dificulda-de crescente das universidades em conseguirem ter outras fontes de receita para além das transferências do Estado.

João Guerreiro é claro nes-ta matéria, “a previsão orça-mental anual da Universida-de do Algarve para 2012 em receitas resultantes de pres-tações de serviços conseguiu apenas ser executada em 28% até Setembro”.

Um cenário negro a três meses do fim do exercício que deixará nas contas da instituição de ensino supe-rior um buraco indisfarçável e que de acordo com o respon-sável universitário se deve “às fracas condições do mercado para procurar os serviços pres-tados pelas universidades, uma vez que o sector público e as empresas não estão a contratar serviços e investigação”.

João Guerreiro não esclare-ce se perante um cenário pro-vável de cortes acentuados nas transferência do OE a Univer-sidade do Algarve paralisará. Antes prefere afastar de todo esse cenário não admitindo a sua efectivação, com a convic-ção de que no Parlamento os partidos farão uma revisão dos cortes favorável às instituições de ensino superior.

“As universidades não são caixas de elástico ou caixas de borracha que podem ser comprimidas a bel-prazer”, diz João Guerreiro, afirman-do que quer acreditar que a Assembleia da República (AR) vai alterar a proposta.

O reitor sublinha o reco-nhecimento da universidade quanto aos tempos difíceis que o país atravessa, mas não deixa

de reiterar a sua convicção de que o que importa nesta maté-ria “é ter claras as prioridades”.

O esforço de contenção da despesa tem sido uma realida-de levada a sério pela Univer-sidade do Algarve, nota João Guerreiro, que sublinha no entanto que a acomodação orçamental de um corte de 8,5% num ano – como sucedeu em 2012 – não se compagina com a estrutura orçamental das instituições de ensino su-perior.

Recorde-se que ao abrigo do respectivo estatuto as uni-versidades estão e sempre es-tiveram impossibilitadas de recorrer ao crédito bancário, pelo que a margem de gestão é sempre reduzida em parti-

cular quando se trata de ges-tão de fluxos de tesouraria.

a sustentabilidade do ensino supeRioR O reitor recorda que a questão da sustentabilidade do sistema de ensino superior está em causa “quando se fa-zem cortes cegos” e defende por isso uma reavaliação séria da rede de instituições e o seu dimensionamento para a reali-dade existente, tendo em conta entre outros factores o aumen-to da escolaridade obrigatória e os seus efeitos no acesso ao ensino superior no futuro e os objectivos da União Europeia para a população com ensino superior em 2020, os quais es-tão ainda muito acima da rea-lidade portuguesa.

Reitor contra cortes de 12% na verba para a UAlgProposta consta do Orçamento de Estado para 2013

d.r.

Ô João Guerreiro acredita que AR vai alterar a proposta

Empresários algarvios e andaluzes do BNI iniciam trocas comerciais pág. 7

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MUNICIPIO DE ALJEZURCÂMARA MUNICIPAL

AVISON.º 1/DGUOP/2012

José Manuel Velhinho Amarelinho,Presidente da Câmara Municipal de Aljezur:

Torna público, em cumprimento do disposto no art.º 27.º do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, com a redação que lhe foi conferida pelo Decreto-Lei n.º 26/2010, de 30 de março, que:

Em cumprimento da deliberação camarária de 24 de julho de 2012, encontra-se aberto pelo prazo de 15 dias úteis, contados a partir do oitavo dia após a publicação no Diário da República, o período de Discussão Pública referente à alteração ao n.º 1 da alínea b) do artigo 5.º de regulamento do loteamento titulado pelo alvará n.º 1/99, emitido em 04 de Março de 1999, cujo titular é SAGRIMO – Sociedade Agrícola e Imobiliária, Lda. sito em Cerca do Moinho, Carrapateira, freguesia de Bordeira, concelho de Aljezur.

Os interessados poderão consultar a proposta de alteração ao regulamento na Divisão de Gestão Urbanística e de Obras Particulares nos dias úteis da 9 horas às 15 horas e 30 minutos.

As observações, reclamações ou sugestões a apresentar, deverão ser dirigidas ao Presidente da Câmara Municipal de Aljezur, formuladas por escrito e apresentadas na Divisão de gestão Urbanística e de Obras Particulares desta Câmara Municipal.

Aljezur, 22 de outubro de 2012

Presidente da Câmara,

- José Manuel Velhinho Amarelinho -

(POSTAL do ALGARVE, nº 1091, de 2 de Novembro de 2012)

CAntAUtoRes AnimAm noites nA CAsA do Povo

B Fachada ao vivo em santo estêvão

a Casa do Povo de santo Es-têvão (CPSE), em Tavira, apre-senta hoje, às 22.30 horas, o início de um ciclo de concertos de cantautores que vão aque-cer as noites frias de Outono e Inverno.

O Ciclo de Cantautores da CPSE, arranca esta noite com a presença de B Fachada, nome pelo qual o cantautor e instru-mentista Bernardo Fachada é conhecido no panorama musi-cal e que vem a Santo Estêvão apresentar o seu último traba-lho ‘Criôlo’.

José Barradas, presidente da CPSE, disse ao POSTAL es-perar “casa cheia” nos cinco concertos, agendados pro-positadamente no Inverno, numa tentativa de “inver-são”, uma vez que “nesta al-tura do ano há menos oferta e os artistas aproveitam para dar a conhecer os seus novos trabalhos”.

Este ciclo tem mais datas já anunciadas e ainda no mês de Novembro, no dia 17, é a vez de Tcheca, virtuoso músico ca-bo-verdiano, animar os presen-tes com ritmos de batuque ou funaná. JP Simões é o músico convidado no dia 7 de Dezem-

bro, estando ainda marcadas datas para 2013, onde Sebas-tião Antunes, a 12 de Janeiro e Luís Pucarinho, a 23 de Fe-vereiro, encerram o programa. Os bilhetes para o próximo concerto custam cinco euros e estão à venda no local, no próprio dia do concerto.

PR/RC

Ganhe convites para ouvir B Fachada

Ô O POSTAL oferece dois convites duplos aos nossos leitores para assistirem ao concerto de B Fachada, em Santo Estêvão. Para ganhar os bilhetes basta respon-der acertadamente à pergunta: qual o últi-mo trabalho discográ-fico de B Fachada para o e-mail [email protected], com a indi-cação do nome comple-to e do número do car-tão do cidadão/bilhete de identidade.

Ô B Fachada vem a santo estêvão apresentar o seu último trabalho

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6 | 2 de Novembro de 2012

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2 de Novembro de 2012 | 7

regiãoLoulé e Faro com limites definidos pág. 9

Henrique Dias [email protected]

Vinte e oito empresários constituíram um novo Grupo BNI – Business Network Inter-national, o primeiro a ser cons-tituído na Andaluzia.

Depois dos seis grupos al-garvios, coube agora ao Gru-po Innovación, da província de Huelva, fazer a sua apresenta-ção pública que se realizou no passado dia 23 de Outubro em Aljaraque à hora BNI, entre as 6.45 e as 9.10 da manhã.

O lançamento contou com cerca de 300 empresários, dos quais alguns algarvios, e com a presença do presidente do al-cayde de Aljaraque, David Tos-cano, que realçou a vontade dos empregadores de Huelva fazerem face à actual situação

ao revitalizarem e empreen-derem novas formas de fazer negócios.

Para o director executivo do BNI Sul de Portugal e de Huelva, Orlando Caixeirinho, “trata-se de um passo essencial para revitalizar a economia local e as relações comerciais entre as duas regiões ibéricas do sul”.

Um dos membros algarvio do grupo Atitude em Olhão, o advogado Duarte Brito Fi-gueira, é já um dos exemplos da efectivação das relações comerciais que já se inicia-ram entre os dois países com o lançamento do novo grupo BNI de Huelva.

Duarte Brito Figueira inte-grou a comitiva algarvia com os empresários BNI Rui Pontes da Uso Fácil, Dina Fernandes

da Decidir Consultores, Nuno Bértolo da Munditália, Jorge Jesus da Itelmatis, Manuela Sabino da Amour Gourmet e os directores consultores de Área BNI Sul, Mário Neto da MN Consultores TI e Ana Cor-reia dos Restaurantes Natural-mente.

EmprEsários algarvios uni-dos O BNI é a maior organiza-ção empresarial de troca de re-ferências de negócios do mundo e assenta a sua filosofia em Givers Gain, “Ganho aos que dão”, pois as oportunidades de negócio tro-cadas entre os seus membros são graciosas e sem qualquer tipo de comissionamento.

Com apenas um ano de existência na região, a união dos empresários algarvios do BNI têm revelado um cres-

cimento acima da média mundial, muitos deles con-seguindo contrariar a actual tendência de crise ao aumen-

tarem a sua facturação em mais de 20%. Essa dinâmica torna-se agora maior com o novo grupo de Huelva.

Empresários algarvios e andaluzes do BNI iniciam trocas comerciaisBNIs algarvios ajudam a lançar rede de negócios na Andaluzia

Ô O advogado Duarte Brito Figueira, com os empresários algarvios Rui Pontes da Uso Fácil, Dina Fernandes da Decidir Consultores e Nuno Bértolo da Munditália

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ficha técnica

Sede: Rua Dr. Silvestre Falcão, n.º 13 C - 8800-412 Tavira - Algarve Tel: 281 320 900 | Fax: 281 320 909 E-mail: [email protected]: Henrique Dias(CP 3259). Director Comercial: Basílio Pires Editor: Ricardo Claro (CP 9238). Redacção: Cristina Mendonça (CP 3258), Geraldo de Jesus (CO 630), Helga Simão, Humberto Ricardo (CP 388), Pedro Ruas. Design: Profissional Gráfica. Colaboradores fotográficos: José A. N. Encarnação “MIRA” Colaboradores: Beja Santos (defe-sa do consumidor), Nelson Pires (CO76). Departamento Comercial, Publicidade e Assinaturas: Anabela Gonçalves, José Francisco. Propriedade do título: Henrique Manuel Dias Freire, inscrito sob o nº 211 612 no Registo das Empresas Jornalísticas. Edição: Postal do Algarve - Publicações e Editores, Lda. Contribuinte nº 502 597 917. Depósito Legal: nº 20779/88. Registo do Título (dgcs): nº 111 613. Impressão: Naveprinter Distribuição: Banca - Logista, à sexta-feira com o Público/VASP - Sociedade de Transportes e Distribuição, Lda e CTT.

Membro: APCT - Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação; API - Associação Portuguesa de Imprensa.

Tiragem desta edição:9.471 exemplares

AF Imprensa PI 210x285.indd 1 8/17/12 11:32 AM

Prolongamento da CamPanha até 2 de novembro de 2012

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8 | 2 de Novembro de 2012

região

O Lions Clube de Faro conti-nua empenhado em melhorar as condições de conforto dos doentes da unidade oncológi-ca do Hospital de Faro e adqui-riu recentemente três novos televisores para o Hospital de Dia de Oncologia.

A nova acção solidária vem complementar as melhorias que já haviam sido feitas nas instalações do serviço de onco-logia do hospital e que foram inauguradas em Abril passado.

De facto, depois das me-lhorias das instalações, numa obra que custou cerca de 16 mil euros, que serviram para trabalhos de pintura, substi-tuição de chão e instalação de

rodas-macas, o Lions continua o esforço de humanizar os cui-dados de saúde prestados nes-ta unidade e amenizar as con-dições de conforto dos doentes que a ela recorrem.

Segundo informações do Hospital de Faro, o Lions Clube já contribuiu, até ao momento, com cerca de 18 mil euros para o Hospital de Dia de Oncologia.

Presentes na cerimónia de entrega estiveram o presiden-te do Lions, Sá de Matos, bem como o presidente do Conse-lho de Administração do Hos-pital de Faro, Pedro Nunes, e a directora do Serviço de On-cologia, Irene Furtado.

PR/RC

d.r.

Ô Na cerimónia estiveram presentes as entidades envolvidas

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Cartório Notarial em TaviraBruno Filipe Torres Marcos

Notário

Extrato de Escritura de Justificação

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Nota-riado que, por escritura pública de Justificação outorgada em onze de Setembro de dois mil e doze, exarada a folhas cinquenta e três e seguintes do Livro de notas para escritu-ras diversas número Trinta – A, do Cartório Notarial em Tavira, do Notário privado Bruno Filipe Torres Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A, freguesia de Tavira (Santa Maria):

STUART JOHN WOODDISSE, natural de Sheffield, Inglaterra, Reino Unido, e mulher AMANDA LOUISE MCGREGOR, natural de Dublin, Irlanda, ambos de nacionalidade britânica, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes na Malhada do Judeu, caixa postal 114-P, Porto Carvalhoso, Santa Catarina da Fonte do Bispo, Tavira, contribuintes fiscais números 243168330 e 243168586, declararam:

- Que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio urbano composto por casa de habitação térrea, de tipologia T3, com a área total de cento e oitenta e nove metros quadrados, sendo a área coberta de cinquenta e quatro metros quadrados e a área descoberta de cento e trinta e cinco metros quadrados, sito em Malhada do Judeu, freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Ta-vira, que confronta a Norte com caminho público e Ann Van Linden, Sul e Poente com estrada municipal e do Nascente com Zeeta Fitzpatrick, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 3252, com o valor patrimonial tributário de 3.570,00 €, igual ao atribuído, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira.

- Que o outorgante marido adquiriu este imóvel, ainda no estado de solteiro, maior – tendo mais tarde casado com a actual esposa, no referido regime de casamento –, por compra meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, em data que não pode precisar, mas seguramente no ano de mil novecentos e noventa e um, feita a Ann Julia Van Linden, divorciada, residente no referido sítio de Malhada do Judeu.

- Que, assim sendo, não têm título suficiente de aquisição do referido prédio urbano, estando, por isso, impossibilitados de comprovar a referida aquisição pelos meios extra-judiciais normais e de efectuar o correspondente registo a seu favor.

- Que, porém, desde aquele ano, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pa-cífica, contínua e de boa fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de serem os únicos titulares do direito de propriedade sobre o identificado prédio, e assim o julgando as demais pessoas, têm--no possuído – utilizando-o como sua casa de habitação, nele fazendo as necessárias obras de manutenção ou restauro e até de melhoria, como pintando-o e substituindo o telhado –, pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse adquiriram por USUCAPIÃO o referido prédio, o que invocam.

Tavira, 15 de Outubro de 2012.

O Notário,

Bruno Filipe Torres Marcos

Conta registada sob o n.º 2/1527

(POSTAL do ALGARVE, nº 1091, de 2 de Novembro de 2012)

Vidal Fitas e RiCaRdo MestRe dizeM adeus à equiPa

Ciclismo de tavira estreia-se por terras da ChinaPedro Ruas/Ricardo [email protected]

A equipA profissionAl do Clube de Ciclismo de Tavi-ra (CCT) compete, entre os dias 1 e 8 de Novembro, no Tour de Taihu Lake, na China. A prova assinala a estreia da equipa algarvia em território chinês e marca a despedida do director desportivo, Vidal Fitas, e do chefe de fila Ricar-do Mestre, que já assinou con-trato com a equipa espanhola do circuito Pro Tour, Euskatel Euskadi.

Conforme foi dito ao POS-TAL por Ana Jesus, relações públicas do CCT, os objec-tivos da equipa passam por “pelo menos vencer algumas etapas” e garante que a maior dificuldade “é o desconheci-mento das equipas asiáticas em competição, visto que a identificação é menor em comparação com as equipas

europeias e norte-americanas presentes”.

Ricardo Mestre, Diogo Nu-nes, Alejandro Marque, Sa-muel Caldeira, Luís Silva e Valter Pereira são os ciclistas convocados por Vidal Fitas.

RefoRmulação despoRtiva em andamento No que se re-fere às possíveis alterações no planeamento da equipa para a próxima época existe apenas a confirmação de que “Nélson Vitorino e Nentcho Dimitrov vão substituir Vidal Fitas”, que, lembre-se, comanda a for-mação mais antiga do pelotão internacional desde 2005.

Ricardo Mestre, de parti-da para Espanha, e primeiro ciclista da equipa a ingressar numa equipa do Pro Tour, é que ainda não tem substituto anunciado formalmente.

Segundo Ana Jesus, ain-da está a ser feito “o enqua-dramento de patrocinadores

para a próxima época despor-tiva”, daí não poder avançar com mais dados, até porque a direcção do clube já partiu para a Ásia para acompanhar a equipa.

Esta é a última prova do ca-lendário da presente época e a derradeira competição para

Vidal Fitas que, enquanto di-rector desportivo do CCT, con-tribuiu para a vitória de quatro edições da Volta a Portugal, a última das quais, em 2011, vencida por Ricardo Mestre que também cumpre as últi-mas pedaladas com a camisola do seu clube de sempre.

Ô Vidal Fitas abandona comando da equipa tavirense

d.r.

tRês NoVos teleVisoRes equiPaM uNidade

lions já doaram 18 mil euros à oncologia do Hospital de Faro

Milhão e meio para recuperar casas ardidas Habitações destruídas pelos incêndios de São Brás e Tavira vão ser reconstruídaso Governo oficiAlizou uma ajuda financeira no valor de 1,5 milhões de euros para os municípios algarvios de Tavira e São Brás de Alportel, afecta-dos pelo grande incêndio flo-restal de Julho deste ano.

A verba disponibilizada pela tutela consta de um Contrato Local de Desenvolvimento So-cial (CLDS) e terá o valor de 667 mil euros para o municí-pio de Tavira e 844 mil euros para o de São Brás.

O valor acordado resulta de um levantamento feito sobre os prejuízos dos incêndios e soma-se a um apoio anterior, que já tinha sido atribuído, de 188.632 euros.

Os incêndios que atingiram a Serra do Caldeirão, de 18 a 21 de Julho, queimaram uma área aproximada de 24 mil hectares, sobretudo espaços florestais, de acordo com a Autoridade Nacional da Pro-teção Civil.

Em São Brás ficaram 18 ha-bitações destruídas, que vão

ser alvo de intervenção, expli-cou o presidente da Câmara António Eusébio.

“A partir de hoje estamos prontos para lançar o concur-so. São cerca de 460 mil euros de investimento para recons-truir as habitações”, perspeti-vou o autarca.

GoveRno diz que actuou em tempo RecoRde No concelho de Tavira ficaram destruídas sete habitações e o presiden-te da Câmara, Jorge Botelho, garantiu que “num primeiro momento irão ser utilizados cerca de 300 mil euros para reconstruir as casas e depois serão desenvolvidas acções de reintegração, acompanha-mento social e psicológico das famílias afectadas”.

O secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social, Marco António Costa, realçou que o Governo actuou num tempo recorde e afirma que, “desde logo o Estado disse que faria o esforço financeiro

d.r.

Ô Marco antónio Costa, secretário de estado da segurança social

necessário para apoiar as famí-lias e dar-lhes o nível de con-forto que tinham antes desta calamidade”.

Segundo o Instituto da

Conservação da Natureza e das Florestas, este foi o maior fogo deste ano e atingiu cerca de 21% da área florestal ardida em 2012. lusa

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região

2 de Novembro de 2012 | 9

Os presidentes das Câma-ras de Faro e Loulé saudaram a aprovação, na Assembleia da República (AR), dos limites territoriais entre os seus conce-lhos e anunciaram que a regu-larização dos documentos dos habitantes das zonas de indefi-nição será feita gratuitamente nas autarquias.

Os limites territoriais de Loulé e Faro foram na sex-ta-feira da passada semana aprovados na AR em vota-ção final global, com os vo-tos favoráveis do PSD e do CDS e os votos contra das restantes bancadas parla-mentares.

Os presidentes daquelas autarquias assistiram pes-soalmente à votação de um projecto de lei que ambos consideram vital para aca-bar com os transtornos vivi-

dos pelas pessoas que vivem e trabalham nas zonas fron-teiriças dos municípios.

“Só peca por vir tarde”, disse à Lusa o autarca de Loulé, Seruca Emídio, su-blinhando que as divergên-cias neste processo foram mais no sentido do jogo partidário do que da parte da população.

“Agora o que importa é avançar com as questões práticas relacionadas com a vida das pessoas”, disse, por seu turno, o presidente da Câmara de Faro, Macário Correia.

RegulaRização de documen-tos gRatuita Os autarcas des-tacaram que esta aprovação dá o arranque a uma fase de regularização de documentos, registos, moradas de proprie-

dades, cidadãos e empresas e a passagem de infra-estruturas.

Enquanto a passagem de infra-estruturas entre mu-nicípios vai estar a cargo de comissões mistas, o pro-cesso de regularização de documentos dos munícipes será efectuado nas próprias autarquias de forma gratui-ta, asseguraram os autarcas.

A indefinição territorial, que já conta com 176 anos de existência, tem atingi-do cerca de 850 habitantes, proprietários e empresários daquela zona em termos fis-cais, cadastrais, de registos e de segurança, entre outros.

A zona em causa tinha dois Planos Directores Mu-nicipais sobrepostos com diferentes autorizações de utilização, ou seja, enquan-to em Loulé as áreas eram

agrícolas, em Faro era uma zona de desenvolvimento económico e industrial.

A nova delimitação, que inclui uma divisão do ter-reno que alberga o Parque das Cidades e o Estádio Al-garve, estipulou a atribuição de 247 hectares de área in-definida a Loulé e de outros 277 hectares a Faro.

Na prática, a nova delimi-tação implicou uma perda de 88 eleitores para a fre-guesia de São Pedro, conce-lho de Faro, um aumento de 50 eleitores para a freguesia de Almancil, concelho de Loulé, e uma transferência de seis quilómetros de tuba-gens de saneamento básico realizado pelo município de Faro para a responsabilida-de da Câmara de Loulé.

Lusa

Loulé e Faro com limites definidosPresidentes das autarquias aplaudem aprovação no Parlamento

dr

Ô Seruca Emídio diz que aprovação só peca por vir tarde

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VENDAALGARVE - TAVIRA

FLORENTINO MATOS LUÍS, Administrador de Insolvência, com escritório na Avenida Almirante Gago Coutinho, 48-A -1700-031 LIS-BOA, nomeado nos Autos de Insolvência nº. 579/11.1TBTVR, a correr termos pelo Tribunal Judicial de Tavira, em que foi declarada insolvente a firma DUJA - Sociedade de Construções, Ldª., faz saber que, por deliberação da Comissão de Credores, vai proceder à venda no estado físico e jurídico em que se encontram, por negociação particular e por meio de propostas que serão remetidas em carta fechada, dos seguintes imóveis:

Verba nº. 203-A

Prédio urbano, designado por Lote 1, sito em Gomeira, com a área de 3.285 m2, descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o nº. 993/20110411 da freguesia de Cabanas de Tavira inscrito na matriz sob o artº. 1822 da mesma freguesia.

Verba nº. 203-B

Prédio urbano, designado por Lote 2, sito em Gomeira, com a área de 5.830 m2, descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o nº. 994/20110411 da freguesia de Cabanas de Tavira, inscrito na matriz sob o artº. 1823 da mesma freguesia.

Verba nº. 203-C

Prédio urbano, designado por Lote 3, sito em Gomeira, com a área de 699 m2, descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o nº. 995/20110411 da freguesia de Cabanas de Tavira, inscrito na matriz sob o artº. 1824 da mesma freguesia.

Verba nº. 203-D

Prédio urbano, designado por Lote 4, sito em Gomeira, com a área de 845 m2, descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o nº. 996/20110411 da freguesia de Cabanas de Tavira, inscrito na matriz sob o artº. 1825 da mesma freguesia.

Estas verbas são vendidas no seu conjunto pelo valor base de ......................................................................................4.100.000,00 €

Para efeito da apresentação das propostas, os bens podem ser vistos mediante marcação através dos telefones 218406953 e 917247040

REGULAMENTO:

As propostas serão remetidas, até ao dia 14/11/2012, que inclui a data do registo de expedição dos CTT, remetidas em envelope fechado, por sua vez introduzido em carta registada, dirigida ao Administrador da Insolvência de DUJA - Sociedade de Construções, Ldª., Florentino Matos Luis, com escritório na Avenida Almirante Gago Coutinho, nº. 48-A, 1700-031 LISBOA, Telef. 218406953.

As propostas deverão ser de valor igual ou superior ao de base de licitação e conter: nome ou denominação completa da entidade pro-ponente; morada ou sede social; número de contribuinte ou de pessoa colectiva; representante, em caso de pessoa colectiva, indicação de telefone e/ou fax de contacto e valor oferecido por extenso.

A abertura das propostas realizar-se-à no dia 19/11/2012, pelas 15H00, na Junta de Freguesia de Conceição de Tavira, sita na Rua 25 de Abril, 7 – Conceição de Tavira, perante o Administrador da Insolvência, os elementos da Comissão de Credores que pretendam assis-tir e os Senhores Credores que se encontrem presentes, onde deverão comparecer os proponentes, condição para que as s/ propostas sejam aceites. Serão excluídas as propostas que não contenham todos os elementos solicitados.

Desde que exista mais que um proponente com propostas válidas serão os mesmos convidados a licitarem entre si a compra dos bens, cujo valor base de licitação será o da melhor proposta recebida, o que se fará (no mesmo local) pelas 15H30 do referido dia 19/11/2012.

Se os bens forem adjudicados, o(s) promitente(s) comprador(es) entregará(ão), um cheque referente a 5% do valor do preço, a título de sinal;

As competentes escrituras de compra e venda dos imóveis, serão realizadas no prazo máximo de 60 dias, em data, hora e local a notifi-car ao comprador, devendo antes da celebração da mesma depositar à ordem da massa insolvente o valor remanescente.

Se não for possível realizar a escritura por razões imputáveis ao promitente comprador, este perderá o sinal já entregue e atrás referido.

Serão de conta do comprador todos os encargos legais decorrentes da compra, designadamente o IMT, escritura e registos. São igual-mente por conta do comprador os encargos de emolumentos com o cancelamento dos ónus existentes.

Caberá ao Meretíssimo Juíz do processo de insolvência, a resolução de todas e quaisquer questões surgidas, que não estejam contem-pladas no presente regulamento.

O Administrador da Insolvência

Florentino Matos Luís

(POSTAL do ALGARVE, nº 1091, de 2 de Novembro de 2012)

CÂMARA MUNICIPAL DE TAVIRAEDITAL Nº 56 /2012

Jorge Manuel do Nascimento Botelho

Presidente da Câmara Municipal de Tavira

TORNA PÚBLICO, que em reunião de Câmara Municipal, realizada no dia 23 de outubro de 2012 foram tomadas as seguintes delibe-rações:

1. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 171/2012/CM, referente à 17ª alterações ao Orçamento;

2. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 172/2012/CM, referente ao Acordo de Colaboração - Atividades de Enriquecimento Curricular e de Apoio à Família 2012-2013 - Adenda;

3. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 173/2012/CM, referente à prescrição de jazigos Municipais em situação de abandono;

4. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 174/2012/CM, referente à atribuição de auxílios escolares a alunos carenciados - 2.ª fase;

5. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 175/2012/CM, referente aos projetos em curso no Departamento de Urbanismo, Projetos e Obras Municipais - DPM - Repartição de encargos;

6. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 176/2012/CM, referente à revisão do PDM e Planos de urbani-zação - Repartição de encargos;

7. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 177/2012/CM, referente à E37/08/AD – Empreitada de abertura de vão e pavimentação no Centro de Saúde de Tavira - Repartição de encargos;

8. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 178/2012/CM, referente à E30/11/AD – Coerciva de passadiço e cais flutuante para a ilha de Cabanas - Repartição de encargos;

9. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 179/2012/CM, referente aos Projetos fórum cultural, R. Capitão Joaquim Soares e Caminhos agrícolas Luz Tavira - Repartição de encargos;

10. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 180/2012/CM, referente à E02/11/CP - Empreitada de Con-servação e Restauro da Igreja de S. Pedro Gonçalves Telmo (Nossa Senhora das Ondas) - Alteração à repartição de encargos inicial;

11. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 181/2012/CM, referente à E37/05/CP - Empreitada de Remo-delação e Ampliação do Centro Paroquial de Cabanas - Repartição de encargos;

12. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 182/2012/CM, referente à E59/05/CP – Empreitada de execu-ção do Pavilhão Desportivo da Luz de Tavira- Repartição de encargos;

13. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 183/2012/CM, referente à E65/09/CP – Empreitada de Cons-trução do Centro Escolar da Horta Carmo (EB1 JI) - Prorrogação de prazo e nova repartição de encargos.

Para constar e produzir efeitos legais se pu-blica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de costume.

Paços do Concelho, 23 de outubro do ano 2012

O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL,

Jorge Manuel Nascimento Botelho

(POSTAL do ALGARVE, nº 1091, de 2 de Novembro de 2012)

Page 10: Postal02NOV1091

anúncios ı classificados

ALBUFEIRA

ARMAÇÃO DE PÊRA

FARO

LAGOA

LAGOS

LOULÉ

MONCHIQUE

OLHÃO

PORTIMÃO

QUARTEIRA

SÃO BART. DE MESSINES

SÃO BRÁS DE ALPORTEL

SILVES

TAVIRA

VILA REAL de STº ANTÓNIO

SEXTA SÁBADO DOMINGO SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA

Piedade Alves Sousa Alves Sousa Alves Sousa Alves Sousa Alves Sousa Alves Sousa

Edite Sousa Coelho Sousa Coelho Sousa Coelho Sousa Coelho Sousa Coelho Sousa Coelho

Helena Alexandre Crespo Palma Almeida Montepio Higiene

Sousa Pires Lagoa Lagoa Lagoa Lagoa Lagoa Lagoa

Silva Telo Neves Ribeiro Lacobrigense Silva Telo

Avenida Martins Chagas Pinheiro Pinto Avenida Martins

Hygia Hygia Hygia Moderna Moderna Moderna Moderna

Olhanense Nobre Brito Rocha Pacheco Progresso Olhanense

Carvalho Rosa Amparo Arade Guilherme Central Mourinha

Mª Paula Miguel Miguel Miguel Miguel Miguel Miguel

Algarve Algarve Algarve Sequeira Sequeira Sequeira Sequeira

Dias Neves S. Brás S. Brás S. Brás Dias Neves S. Brás Dias Neves

Cruz Portugal Cruz Portugal Guerreiro Guerreiro Guerreiro Guerreiro Guerreiro

Sousa Montepio Montepio Mª Aboim Central Felix Sousa

Carmo Pombalina Pombalina Pombalina Pombalina Pombalina Pombalina

Farmácias de Serviço

10 | 2 de Novembro de 2012

ConsultasDias úteis: 9:30 - 12:30 | 15:00 - 20:00Sábado: 9:30 - 13:00

- Horário:

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Tribunal Judicial de Tavira Secção Única

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Telef: 281320970 Fax: 281093519 Mau: [email protected]

2ª. Publicação

ANÚNCIOProcesso: 517/2001

Execução Ordinária

N/Referência: 1329788

Data: 27-09-2012

A Mma Juiz de Direito Dra. Telma Capa de Brito, da Secção Única - Tribunal Judicial de Tavira:

Faz saber que correm éditos de 20 dias para citação dos credores desconhecidos que gozem de garantia real sobre os bens penhorados ao executado abaixo indicado, para reclamarem o paga-mento dos respetivos créditos pelo produto de tais bens, no prazo de 15 dias, findo o dos éditos, que se começará a contar da segunda e última publicação do presente anúncio

Bens penhorados em: 20-03-2012 a:

EXECUTADO: José Martins, Documentos de identificação: Bi - 2381268, NIF - 113145829, Endereço: Sitio das Alcarias Grandes, 8950 Castro Marim

TIPO DE BEM: Outro direito

DESCRIÇAO: Penhora de 1/2 do usufruto que o ora executado detém sobre o Prédio Rústico, sito em Castelhanas, concelho de Castro Marim, descrita na Conservatória do Registo Predial de Castro Marim, sob a ficha n° 988 da freguesia de Azinhal, inscrito na matriz sob o art. 54 secção J

TIPO DE BEM: Outro direito

DESCRIÇAO: Penhora de 1/2 do usufruto que o executado detém sobre o Prédio Rústico, sito em Várzea Larga, concelho de Castro Marim, descrita na Conservatória do Registo Predial de Castro Marim, sob a ficha n°987 da freguesia de Azinhal, inscrito na matriz sob o art. 12 secção L

TIPO DE BEM: Outro direito

DESCRIÇAO: Penhora de 1/2 do usufruto que o executado detém sobre o Prédio Rústico, sito em Lavajo, concelho de Castro Marim, descrita na Conservatória do Registo Predial de Castro Marim, sob a ficha n° 993 da freguesia de Azinhal, inscrito na matriz sob o art. 82 secção BD

TIPO DE BEM: Outro direito

DESCRIÇAO: Penhora de 1/2 do usufruto que o executado detém sobre o Prédio Rústico, sito em Chabouco, concelho de Castro Marim, descrita na Conservatória do Registo Predial de Castro Marim, sob a ficha n° 995 da freguesia de Azinhal, inscrito na matriz sob o art. 69 secção BD

TIPO DE BEM: Outro direito

DESCRIÇAO: Penhora de 1/2 do usufruto que o executado detém sobre o V - Prédio Rústico, sito em Umbrias, concelho de Castro Marim, descrita na Conservatória do Registo Predial de Castro Marim, sob a ficha n° 994 da freguesia de Azinhal, inscrito na matriz sob o art. 36 secção BD

TIPO DE BEM: Outro direito

DESCRIÇAO: Penhora de 1/2 do usufruto que o ora executado detém sobre o Prédio Rústico, sito em Receadas do Monte, concelho de Castro Marim, descrita na Conservatória do Registo Predial de Castro Marim, sob a ficha n°991 da freguesia de Azinhal, inscrito na matriz sob o art. 126 secção AH

TIPO DE BEM: Outro direito

DESCRIÇAO: Penhora de 1/2 do usufruto que o ora executado detém sobre o Prédio Rústico, sito em Receadas do Monte, concelho de Castro Marim, descrita na Conservatória do Registo Predial de Castro Marim, sob a ficha n°990 da freguesia de Azinhal, inscrito na matriz sob o art. 120 secção AH

TIPO DE BEM: Outro direito

DESCRIÇAO: Penhora de 1/2 do usufruto que o ora executado detém sobre o Prédio Rústico, sito em Receadas do Monte, concelho de Castro Marim, descrita na Conservatória do Registo Predial de Castro Marim, sob a ficha n° 1001 da freguesia de Azinhal, inscrito na matriz sob o art. 85 secção AH

TIPO DE BEM: Outro direito

DESCRIÇAO: Penhora de 1/2 do usufruto que o ora executado detém sobre o Prédio Rústico, sito em Receadas do Monte, concelho de Castro Marim, descrita na Conservatória do Registo Predial de Castro Marim, sob a ficha n° 992 da freguesia de Azinhal, inscrito na matriz sob o art. 79 secção AH

TIPO DE BEM: Outro direito

DESCRIÇAO: Penhora de 1/2 do usufruto que o ora executado detém sobre o Prédio Rústico, sito em Cerro da Relva, concelho de Castro Marim, descrita na Conservatória do Registo Predial de Castro Marim, sob a ficha n° 989 da freguesia de Azinhal, inscrito na matriz sob o art. 38 secção AH.

A Juiz de Direito,

Dra. Telma Capa de Brito

O/A Escrivão de Direito,

Noélia Guerreiro

(POSTAL do ALGARVE, nº 1091, de 2 de Novembro de 2012)

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A corvetA oliveirA e cArmo e o navio-patrulha Zambeze, foram afundados na passada quarta-feira, dia 30 de Outu-bro, dando forma ao projecto Ocean Revival, para a criação de um pólo de turismo suba-quático ao largo da costa de Portimão, a 30 metros de pro-fundidade e a cerca de três mi-lhas da Prainha.

Os afundamentos foram acompanhados por algumas centenas de pessoas, tanto em terra como a bordo de diversas

embarcações, tendo sido tam-bém transmitidos em direto através da internet.

A partir de agora, e em tem-po oportuno, a Capitania do Porto de Portimão anunciará a abertura dos navios a qualquer tipo de mergulho, incluindo penetração para mergulhado-res devidamente certificados.

As duas embarcações da Ma-rinha Portuguesa compõem o primeiro núcleo do projecto, que num futuro próximo prevê ain-da o afundamento da fragata

Hermenegildo Capelo e do na-vio oceanográfico Almeida Car-valho, criando em simultâneo um recife artificial propício ao desenvolvimento do ecossiste-ma marinho e local subaquático composto por uma frota repre-sentativa de toda uma Armada.

O projecto Ocean Revival está orçado em cerca de três milhões de euros e é da responsabilida-de da empresa Subnauta, con-tando com os apoios da Mari-nha Portuguesa e da Câmara de Portimão.

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Ô Primeiros navios do projecto Ocean Revival foram afundados perante centenas de pessoas

Glórias da Marinha afundadas em PortimãoMuseu subaquático ganha forma

d.r.

Tiragem desta edição:9.471 exemplares

Homem convence empresário a dar-lHe 30 mil euros

Detido burlão das notas negrasA PolíciA JudiciáriA (PJ) anunciou na semana passada a detenção, em Portimão, de um homem que burlou um empresário em 30 mil euros, convencendo-o de que pode-ria transformar notas negras em euros através de um lí-quido.

Em comunicado, a PJ adian-ta que o detido contactou o idoso no final de Maio, pro-

pondo-lhe um “a aquisição de um líquido que supostamen-te produziria euros a partir de notas negras”.

O detido, de 27 anos, actu-ava em conjunto com outro, ainda a monte.

Segundo o responsável pela diretoria do Sul da PJ, Luís Mota Carmo, os homens te-rão abordado o idoso para lhe vender diamantes, falan-

do-lhe também na existência de um líquido que “limpava” notas negras.

Os burlões fizeram uma de-monstração, colocando as no-tas negras num balde com o suposto líquido e passando-as depois por água, num outro balde, do qual saíam “trans-formadas” em notas de 20 e 50 euros. Lusa

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Festa da Pinha: o património imaterial em terras de Estoi p. 11

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Acessibilidades dominam encontro ibérico de profissionais de museus p. 7

NOVEMbRO • Mensalmente com o POSTAL em conjunto com o PúbLiCO www.issuu.com/postaldoalgarve

9.471 ExEMPLARES

Page 14: Postal02NOV1091

02.11.2012 2 Cultura.Sul

Ficha Técnica

Direcção:GORDAAssociação Sócio-Cultural

Editor:Henrique Dias Freire

Paginação: Postal do Algarve

Responsáveis pelas secções:» juventude, artes e ideias: Jady Batista» livro.S: Adriana Nogueira» momento.S: Vítor Correia» panorâmica.S: Ricardo Claro

» patrimónios.S: Isabel Soares

Colaboradores:AGECAL, ALFA, CRIA, Cineclube de-Faro, Cineclube de Tavira, DRCAlg, DREAlg, António Pina, Pedro Jubi-lot. Nesta edição: Ana Lúcia Cruz, Fernanda Zacarias, Maria do Carmo

Loureiro, Miguel Peres dos Santos e Raúl Grade Coelho

Parceiros:Direcção Regional de Cultura do Al-garve, Direcção Regional de Educa-ção do Algarve, Postal do Algarve

e-mail:[email protected]

on-line: www.issuu.com/postaldoalgarve

Tiragem: 9.471 exemplares

Henrique Dias FreireEditor do CULTURA.SUL

A responsabilidade de diri-gir a política cultural do Estado cabe agora a Jorge Barreto Xa-vier, que tomou a 26 de Outubro posse como secretário de Estado da Cultura.

Como vem com uma carreira feita na organização e gestão cultural, alguns acreditam que tem um perfil mais adequado do que o seu antecessor.

Dez dias antes da sua tomada de posse, era garantido na pá-gina on-line do Governo que o Orçamento de Estado (OE) para 2013 iria manter-se nos humi-lhantes 190,2 milhões de euros.

Ainda esta semana, nas actuais circunstâncias de grande conten-ção orçamental, o Governo veio ao Algarve dizer, no Carvoeiro, que é necessário cortar mais quatro mil milhões de euros no actual modelo de organização do Estado, propondo um debate sé-rio sobre as “gorduras” do Estado.

Se é sabido e defendido por qualquer OE que a cultura é um factor de coesão e de identida-de nacional, o novo secretário de Estado tem aqui uma excelente oportunidade para começar a dar o exemplo, de grande valor simbólico, com a própria Secre-taria de Estado da Cultura.

Passar a fazer na “sua Casa” o que qualquer cidadão portu-guês e já muitos governantes e dirigentes de outros países eu-ropeus fazem: utilizar os trans-portes públicos ou viaturas próprias; acabar com o luxo das dezenas de viaturas de serviço e das centenas de motoristas da sua Secretaria de Estado.

No dia em que o exemplo vier de cima, os portugueses serão os primeiros a legitimar os sacrifí-cios exigidos.

Espaço CRIA

Mercados locais, valores sociais

Quase todos os fins de semana faço um esforço para ir aos mercados lo-cais. A promessa de produtos cheios de sabor e cor, sem recorrer ao apoio de pequenos artifícios, é cumprida. Com a carteira nitidamente mais va-zia a felicidade é imensa e por vários motivos: 1) estou a contribuir clara-mente para a prosperidade dos pro-dutores locais; 2) o sabor dos alimen-tos é muito mais intenso e agradável; 3) acabo por passear, ver pessoas e conversar com os produtores. Tudo bons motivos! Existe apenas um pro-blema: o preço.

Desde o aparecimento dos hiper-mercados, com os seus preços alta-mente competitivos e promoções, que levam qualquer um à loucura,

que os mercados municipais estão mais vazios (não estou a contar com os turistas). Mas por “mea” culpa falo.

Acho que já todos sabemos que esta escolha tem um preço para a nossa economia, e por sinal um pre-ço muito alto. Mas provavelmente até isto é questionável! As questões que me coloco como consumidora são: Que escolha fazer? Pouco sabor e preço baixo? Ou muito sabor e preço alto? Acreditem que já fiz a experiên-cia durante alguns meses, mas a ver-dade é que no mercado consigo gas-tar mais dinheiro do que num híper. Mais ou menos, o dobro, por vezes o triplo e nem sequer estou a incluir a carne e o peixe. Mas garanto-vos que o sabor não tem comparação.

De que forma isto está relacionado com o empreendedorismo e inova-ção? A agricultura é o negócio mais antigo do planeta. Ainda que por de base tradicional, os produtores pro-curam agora conjugar o saber fazer e a tradição com a integração de no-vos conhecimentos, quer como forma de diferenciação como na procura de maior rentabilidade do seu negócio. No entanto, o conceito de inovação deverá estar presente em qualquer negócio, e reforço de que quando falo em inovação, não me refiro a maqui-naria ou sistemas complexos. Existem diferentes tipos de inovação, passíveis de serem integrados. Para ser mais es-pecífica, as nossas laranjas são as me-lhores, mas no entanto o sector está em crise e em luta constante pela sua

sobrevivência. No Algarve, esta ativi-dade é caracterizada por pequenos produtores, incapazes de competir com os grandes e, em última instân-cia, com os preços praticados pelos hipermercados. Como tal, os peque-nos produtores têm dificuldade em responder às exigências dos princi-pais agentes de mercado.

Através do projeto ICS - Construin-do um Sistema Cooperativo Mediter-râneo - propõe-se que a solução passe pela adesão às cooperativas. Concor-do. Onde pode então surgir a inova-ção? No modelo de gestão. Segundo Jose Carlos Jiménez Mayordomo (pro-fessor na Escola de Economia Social de Andaluzia), o sistema cooperativo representa uma boa resposta à crise, mas o seu modelo de gestão devia aproximar-se ao modelo empresarial, mantendo contudo os princípios de solidariedade social locais, relacio-nando-os inclusivamente com as li-nhas de ação, a curto e longo prazo, da Cooperativa. Este professor vê as cooperativas como estruturas saudá-veis, capazes de contribuir para uma economia mais justa. Contudo, esta-mos a falar de realidades diferentes. O nosso sistema cooperativo regional tem vindo a perder força, e apesar de alguns casos de sucesso, a verdade é que está pouco valorizado na nossa região, tal como a nossa produção local.

Talvez esta inovação no modelo de gestão funcionasse como um antído-to para relançar o nosso sistema co-

operativo, contribuindo assim para o crescimento da nossa economia.

No entanto, a solução passa tam-bém por nós, consumidores. De um modo geral, ir à praça pode ser mais caro, mas deixo-vos algumas dicas que tenho apreendido nestas mi-nhas jornadas pelos mercados: 1) um molho de salsa ou coentros, dá para distribuir pelo resto da família - vem em maior quantidade que nos hipermercados. Além disso, o cheiri-nho destas ervas aromáticas é muito mais intenso, e podemos congelar; 2) as laranjas são melhores: mais suma-rentas, doces, e garanto-vos que mais baratas. Experimentem no mercado em São Brás de Alportel; 3) os frutos vermelhos são mais baratos; 4) as so-pas embaladas são feitas praticamen-te na hora, as quantidades estão mais ajustadas às nossas necessidades, são mais saborosas e mais baratas; 5) Se-jamos criativos e empreendedores na altura de confecionarmos as nossas refeições. Tudo se aproveita. Façamos a experiência. Pessoalmente, ainda não terminei a minha e sei que este mês vou continuar a alternar entre um híper e os mercados municipais. Mas acredito que vou conseguir mu-dar os meus hábitos ao ponto de fre-quentar apenas o tradicional merca-do semanal. Caso não consiga, não há problema! Afinal, as opções estão lá, só temos de escolher as que melhor se ajustam às nossas necessidades. Além disso, “hoje” pode não ser possível, mas “amanhã” quem sabe.

Juventude, artes e ideias

Crise, crise, crise!… Estou farta de crise!.... Farta de ver/ouvir toda a gente a falar de crise... De viver em crise... De tentar arranjar culpados para a crise…

Para além da crise (ou crises) que sentimos bem na pele, o importante é saber sair dela. É perceber porque e como aqui chegámos, e, sobretu-do, saber que futuro queremos. Para nós e para os nossos filhos.

Ao longo das últimas décadas, fomo-nos deixando arrastar, mais ou menos (in)conscientemente, mais ou menos culpados, para um

mundo de ilusões onde tudo era possível. Fácil. Descartável. Os di-reitos eram nossos. Os deveres dos outros. Quem assim não pensasse era, inexoravelmente, marginaliza-do. Esmagado. Humilhado, às ve-zes. Isto aconteceu em quase tudo o que diz respeito às nossas vidas. No acesso ao crédito fácil. No tra-balho. Na educação. Na relação en-tre as pessoas. No sexo. Em tudo. O importante era o “parecer” e o “ter” ou, até, o “parecer ter”! ... E mais grave ainda, educámos os nossos filhos assim.

Agora, desesperados e aflitos, «apanhados de surpresa», queremos culpados. Para tudo. Para os erros dos «outros» e para os nossos. Ali-ás, a «culpa é sempre dos outros»! Esquecemo-nos, todavia, é de que os verdadeiros culpados não têm rosto e de que nós, tão sábios e tão atentos, permitimos e aplaudimos. Cegamente.

Por isso e pensando nos mais jo-vens, vai sendo tempo de mudar. De os ajudar a vencer os tempos difí-ceis. De os ajudar a aprender a saber PENSAR e saber SER.

Ana Lúcia CruzGestora de Ciência e Tecnologia no CRIA – Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia

Apanhados na/da crise!...

Maria do Carmo LoureiroProfessora do Ensino Secundário

Venha de cima o exemplo!

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02.11.2012  3Cultura.Sul

cinemaCineclube de Tavira

SESSÕES REGULARESCine-Teatro António Pinheiro | 21.30 horas

2 NOV | É na Terra, não é na Lua, Gonçalo Tocha, Portugal 2011 (180’) M/64 NOV | Superclássico... A Minha Mulher Passou-se!, Ole Christian Madsen, Dinamarca 2011 (99’) M/128 NOV | Once Upon a Time in Ana-tolia (Era Uma Vez na Anatólia), Nuri Bilge Ceylan, Turquia/Bósnia Herzegovina 2011 (150’) M/1211 NOV | TED, Seth Macfarlane, E.U.A. 2012 (106’) M/12 15 NOV | Turkwaze (Turc-Quase), Kadir Balci, Bélgica 2010 (96’) M/1218 NOV | Take Shelter (Procurem Abrigo), Jeff Nichols, E.U.A. 2011 (120’) M/1222 NOV | Elena, Andrei Zvyagint-

sev, Rússia 2011 (109’) M/1225 NOV | The Flowers of War (As Flores da Guerra), Zhang Yimou, China/Hong Kong 2011 (146’) M/16

29 NOV | Oslo, 31. August (Oslo, 31 de Agosto), Joachim Trier, No-ruega 2011 (95’) M/12

PROGRAMAÇÃOwww.cineclube-tavira.com 281 320 594 | 965 209 198 | [email protected]

Mais um mês de cinema de quali-dade no cine-teatro tavirense (depois de quase 14 anos de actividades sem interrupção, chegamos ao ponto de programar um mês de cada vez, sem conseguirmos planear o futuro). Os destaques este mês são É NA TERRA, NÃO É NA LUA, um documentário fascinante sobre a Ilha do Corvo nos Açores; ELENA, filme russo do realiza-dor do multi-premiado O REGRESSO, OSLO, 31 DE AGOSTO, do norueguês Joachim Trier, e last but not least TUR-QUAZE (TURCO-QUASE), um filme inédito entré nós, cuja exibição tor-nou-se possível através da gentileza do produtor Dirk Impens (Bélgica). Não percam estas (talvez últimas) sessões do Cineclube de Tavira!

Continuamos a precisar da vossa ajuda na realização da nossa próxi-ma iniciativa para evitar a falência do Cineclube de Tavira: um leilão de obras de arte (cada peça é oferecida ao Cineclube pelo seu autor ou proprietá-rio), que terá lugar na galeria da Casa

das Artes em Tavira, no sábado, 8 de Dezembro, às 21.30 horas. Até à data de hoje recebemos cerca de 24 gravu-ras e pinturas para o leilão. Se tiverem uma(s) peça(s) em casa que possam dispensar (pinturas, desenhos, gravu-ras, litografias, colagens, fotografias – com ou sem moldura – esculturas em qualquer material e de qualquer

tamanho, artesanato, trabalhos de ma-cramé ou malha, até aceitamos moto-rizadas, máquinas de relva, móveis e/ou utensilhos de casa ou de cozinha exclusivamente concebidas e execu-tadas de forma artesanal), tudo será bem vindo. Mais tarde iremos publicar a lista de todos os nossos benfeitores. Agradecemos pelo seu contributo!

“ELEMENTOS DA VIDA”Até 25 NOV | Galeria de Artes da Praça do Mar - QuarteiraExposição de pintura de José Capitão-Mor. Artista autodidacta nunca frequentou uma escola de pintura, mas a curiosidade e o gos-to levaram-no a experimentar várias técnicas e materiais

“CONCERTO COM TRIO DE CORDAS”Dia 22 NOV | 21.30 | Centro Culturalde LagosO Trio de Cordas da Academia de Música de Lagos é composto por João Pedro Cunha, em violino; Sunita Mamtani, em violoncelo; e Gina Grigore, viola d’arcode

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Redes culturais: potenciar a cooperação e a diversificação

Espaço AGECAL

As redes culturais são um territó-rio cultural, realidade ao nível euro-peu já com muitos anos. Em Portu-gal intensificaram-se nos primeiros anos do século XXI, sobretudo por organização e colaboração entre programadores, associações ou ins-

tituições culturais. Ao verificarmos as potenciali-

dades destas estruturas, formais e informais, concluímos que permi-tem criar um discurso e programas comuns entre os profissionais da cultura e criadores de diversas ori-gens e proveniências, permitindo o desenvolvimento de uma pro-dução cultural diversificada assim como a sua divulgação, com uma nova abrangência social e diálogo intercultural. As redes podem ainda funcionar de forma especializada, agrupadas para gerar intercâmbios de conhecimentos, maior influência, presença e representação junto de organismos públicos.

As redes culturais deverão orien-tar-se para a cooperação aplicada

e inovadora, centrar iniciativas na promoção e diversificação da oferta mediante a criação de ações e pro-dutos que potenciem melhor os re-cursos, nomeadamente no turismo cultural, de modo a que tenham melhor rentabilização. Estas redes podem ainda assumir o risco de produção no âmbito da criação de cultura contemporânea, contribuin-do em parceria com os municípios (que deverão ser os seus principais impulsionadores) para programas de responsabilização social e cultu-ral, criando estratégias locais e re-gionais, para estimular a criativida-de, criação de cidadãos formados e novos públicos.

No Algarve ao longo de anos fo-ram interlocutores com os agentes

culturais, sobretudo as Câmaras Municipais e também a Direção Regional de Cultura, mas o final da primeira década deste século ficou marcado pelo surgimento de redes culturais de iniciativa municipal, como é o caso da Rede de Museus do Algarve, que promo-ve o desenvolvimento de projetos de cooperação (como a premiada exposição conjunta “Algarve, do Reino à Região”) e formação entre museus da região, ações que pro-moveram uma melhor eficácia dos meios, através da partilha equili-brada dos recursos disponíveis, ou a Rede Movimenta-te, que reúne os cinco municípios que compõe o Algarve Central, que pretende a criação de pontes entre a identi-

dade cultural local e as artes per-formativas contemporâneas.

Ainda será necessário percorrer um grande caminho, através do entendimento entre as institui-ções públicas e privadas, grupos culturais, associações, criadores e cidadãos.

Só através do debate e da coo-peração, será possível organizar operações e estratégias para con-ceção de programas territoriais e ações conjuntas, que impulsionem o desenvolvimento e a diversidade artística, agora mais afetada com a grave crise económica que o País e o Algarve atravessam, evitando assim a estagnação ou mesmo o desaparecimento da “oferta” cul-tural da região.

Apanhados na/da crise!...

Miguel Peres dos SantosMestrando em Gestão Cultural– Universidade do AlgarveSócio da AGECAL – Associaçãode Gestores Culturais do Algarve

Um mês de cada vez...

Cena do filme Elena

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02.11.2012 4 Cultura.Sul

•Museologia

Alcoutim acolhe Encontro Internacional de Profissionais de Museus

O I Encontro Transfronteiriço de Profissionais de Museus (ETPM) teve lugar no Castelo de Alcoutim nos passados dias 18 e 19 de Ou-tubro e juntou cerca de 50 pro-fissionais da área da museologia do Algarve e da Andaluzia onde o tema principal foi ‘Museus e Aces-sibilidades’.

O encontro, organizado pela Associação Portuguesa de Muse-ologia (APOM) e pela Associação de Museólogos e Museógrafos da Andaluzia (AMMA), contou com a colaboração e co-organização da Associação Transfronteiriça Alcou-tim Sanlúcar (ATAS), bem como da Direcção Regional de Cultura do Algarve.

Os profissionais de museus do Algarve e da Andaluzia utiliza-ram o encontro com o intuito de conhecer e partilhar as boas prá-ticas que ambas as regiões têm vindo a desenvolver em prol da melhoria dos espaços museoló-gicos de cada lado da fronteira, sobretudo no campo das acessibi-lidades. Esta temática foi o ponto comum de discussão nas dez pa-lestras realizadas.

Dália Paulo, directora regional de Cultura, ouvida pelo POSTAL, sublinhou a importância deste evento enquanto celebração do trabalho realizado durante o ano pelos profissionais de museus de ambas as regiões. A “troca de expe-riências, perceber as metodologias utilizadas e de que maneira nos podemos entreajudar é o princi-pal propósito deste encontro, as-sim como definir parcerias entre os museus do Algarve e da Anda-luzia para projectos concretos”, observou.

Elena Gil, directora da AMMA, em declarações ao POSTAL, falou da “importância de perceber aqui-lo que está a ser feito de cada lado da fronteira e se nos deparamos com as mesmas dificuldades”. “O objectivo é que o património cul-tural de ambas as regiões fique acessível a mais gente”, revela esta responsável.

Maria Luísa Figueiredo, delega-da regional da APOM e membro da ATAS, confirmou ao POSTAL que os objectivos do ETPM “foram concre-tizados” e considera que “a aproxi-mação permitiu conhecer melhor a realidade museológica de ambos os países através dos testemunhos e imagens trazidos pelos oradores, com os estimulantes contributos lançados durante os momentos de debate”.

Novas tecnologias chamam jovens aos museus

Quanto à tríade de acessibilida-des discutidas durante o encontro,

Dália Paulo revela a importância das vertentes propostas à discussão no evento e garante que a acessibili-dade física é sempre uma preocupa-ção, até porque “a maior parte dos

nossos museus está em edifícios históricos e tem algumas limitações que são necessárias ultrapassar”.

Não obstante, esclarece que a acessibilidade aos museus não

fica por ali e reitera a importância da acessibilidade de conteúdos, no sentido de os “trabalhar para o público em geral”, com a comu-nicação visual a assumir também bastante relevo no sentido de “or-ganizar exposições de forma a che-gar a todos os públicos”.

As novas tecnologias como ferra-mentas fundamentais no propósito de melhorar a acessibilidade dos espaços museológicos ao público foi outra vertente explorada pelos especialistas convidados.

Elena Gil afirma que “há preocu-pação com o facto dos jovens não se interessarem por museus” e vê nas novas plataformas como “as redes sociais, as aplicações móveis e as páginas web”, uma forma de os seduzir. Neste campo, também Dália Paulo vê nas novas tecnolo-gias uma forma de chegar a mais públicos, partilhando a opinião de que “se as pessoas não vêm ter connosco, vamos nós ter com elas ao seu quotidiano” e que com as novas plataformas sociais é possí-vel “chamar os jovens aos museus e comunicar com eles fora do res-pectivo espaço físico”.

Finalizado o I Encontro Trans-fronteiriço vão ser publicadas as actas, cuja responsabilidade fica a cargo da AMMA e está previsto a realização de novo encontro, em 2013, na Andaluzia.

Sessão inaugural do encontro

Alcoutim enquanto terra de fronteira e apostada em explorar, preservar e partilhar os vários nú-cleos museológicos que tem para oferecer foi escolhida para receber o I Encontro Transfronteiriço de Profissionais de Museus.

O Castelo de Alcoutim, local onde decorreu o evento, remonta ao século XIV e aquele que outrora foi mandado construir como de-fesa de fronteira foi agora palco de partilha entre portugueses e espanhóis.

Mas há mais para ver em Alcou-tim, que tem sabido conservar im-portantes testemunhos da presença humana desde a pré-história.

Antas e menires neolíticos, acha-dos referentes à actividade mineira, e restos arqueológicos de povoados fortificados tornam o roteiro ar-queológico local numa experiência

panorâmica

Alcoutim conta cinco mil anos de História

que atravessa mais de cinco mil anos de história.

Francisco Amaral, presidente da Câmara de Alcoutim, disse ao POSTAL estar “muito orgulhoso com a escolha de Alcoutim para receber o encontro” e sublinha que a decisão “premeia a nossa forte aposta na museologia”.

O autarca lembra que “o Guadiana é a razão principal para que haja tantos vestígios arqueológicos no concelho” e garante que em Alcoutim se tem “recuperado muito material arqueológico, que tem sido res-taurado”, o que obrigou, segun-do o edil, a “uma ampliação do Museu de Arqueologia no Verão passado”.

No que se refere ao tema das acessibilidades aos espaços muse-ológicos, Francisco Amaral parti-

lha a preocupação e garante que o seu executivo “tem trabalhado no sentido de tornar os espaços

museológicos do concelho mais acessíveis do ponto de vista físico e comunicacional”.

Menir do Lavajo

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02.11.2012  5Cultura.Sul

panorâmica Ricardo Claro/Pedro Ruas

O I Encontro Transfronteiriço de Profissionais de Museus realizado nos passados dias 19 e 20 de Outubro em Alcoutim juntou cerca de meia cen-tena de profissionais das mais varia-das instituições públicas e privadas, e diferentes localizações geográficas, nomeadamente do Algarve, Alente-jo e Andaluzia, assim como de várias cidades, como Porto, Lisboa, Madrid, Granada e Sevilha. 

Foi num ambiente de partilha de conhecimentos, experiências profis-sionais e pessoais, de estreitamento de laços de proximidade e amiza-de entre os participantes de Portugal e Espanha que decorreu este Encon-tro Transfronteiriço de Profissionais de Museus organizado pela Asso-ciação Portuguesa de Museologia (APOM) e pela Associação de Muse-ólogos e Museógrafos da Andaluzia (AMMA) e coorganizado pela Asso-ciação Transfronteiriça Alcoutim San-lúcar (ATAS) e Direcção Regional de Cultura do Algarve.

O evento procurou promover a aproximação entre profissionais de Museologia de ambos os lados da fronteira com o objectivo de trocar opiniões, apresentar projectos e dia-logar sobre a problemática das aces-sibilidades na sociedade actual. E foi o que aconteceu durante dois dias distribuídos por duas conferências especializadas e três mesas redondas, muito participadas e com excelente nível de debate por parte de um pú-blico altamente especializado.

Os oradores foram escolhidos en-tre alguns dos melhores especialistas nas temáticas da acessibilidade física, acessibilidade virtual e acessibilidade de conteúdos e comunicação pública nos Museus de Portugal e Espanha. As comunicações apresentadas fo-

ram todas apoiadas por projecção de imagens, o que valorizou e enfa-tizou uma temática que tem vertentes muito práticas.

Três vertentes da acessibilidade

A reflexão e problematização so-bre os programas de acessibilidades nos museus estiveram presentes na conferência inaugural onde foram partilhadas experiências realizadas, com vários grupos de trabalho, em diferentes locais da Andaluzia. Segui-ram-se as mesas redondas, nomeada-mente sobre a temática da legislação europeia e conceitos chave sobre acessibilidade física nos museus; a temática de acessibilidade virtual

nos museus onde se debateram as redes sociais, projectos de guias vir-tuais e o acesso online às colecções dos museus; e por último, a temáti-ca das acessibilidades de conteúdos e comunicação pública nos museus, cuja apresentação de projectos e vi-sões sobre a problemática de acesso à informação de pessoas com dife-rentes tipos de incapacidades gerou um interessante debate sobre dife-rentes experiências e conhecimento de questões sobre desenho de expo-sições, mensagens acessíveis a todos e sobre as dificuldades que os próprios profissionais enfrentam no dia a dia. A conferência de encerramento in-cidiu sobre os desafios de trabalhar num ambiente em constante trans-

formação, principalmente quando os museus procuram ser autossustentá-veis e acessíveis a todos os públicos.

Este I Encontro Transfronteiriço de Profissionais de Museus não foi com-posto só de conferências e debates, realizaram-se também visitas a vá-rios espaços museológicos, onde se puderam constatar algumas das so-luções apresentadas para alguns de-safios. Sem dúvida que ainda têm de ser trabalhadas muitas das questões debatidas para melhorar as acessibi-lidades nas três vertentes e alcançar todos os públicos, daí a importância do encontro ter tido visitas a espa-ços museológicos. Foram visitados o Núcleo de Museológico do Castelo de Alcoutim, o Núcleo Museológico Islâ-

mico e o Palácio da Galeria de Tavira.

Novas pontes para futurosprojectos

Os profissionais de Portugal e Es-panha discutiram sobre uma proble-mática que é idêntica em ambos os países, mas que muitas vezes parece tão distante e diferente. Debatidos os problemas e dificuldades, abriram--se novas perspectivas e novas vias de comunicação entre os museólogos de ambos os países, estes procuram agora novos projectos e colaborações sobre as acessibilidades nos museus.

A organização e coorganização consideram que o objectivo foi con-cretizado, sendo que ficou em aberto a possibilidade de realizar o II Encon-tro Transfronteiriço de Profissionais de Museus, provavelmente do outro lado da fronteira. A concretização deste primeiro encontro numa fase tão complexa a nível social e eco-nómico de ambos os países, foi um imenso desafio, mas acima de tudo um prazer observar a partilha de ex-periências e preocupações. Acredi-tamos que se criaram novas pontes para futuros projectos em comum.

O I Encontro Transfronteiriço de Profissionais de Museus contou com o apoio da Câmara Municipal de Al-coutim, da Junta da Andaluzia, com o patrocínio da empresa M&A Digital e da Segafredo e com a colaboração da Escola de Hotelaria e Turismo de Vila Real de Santo António, da Rede Museus do Algarve e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Re-gional do Algarve.

Maria Luísa FranciscoDelegada Regional da Associação

Portuguesa de Museologia

Comunicação de Pedro Homem de Gouveia, arquitecto da Câmara Municipal de Lisboa

Museus e acessibilidade em análise

Visita ao Palácio da Galeria em TaviraInteracção com a mesa digital promovida pela M&A Digital

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02.11.2012  7Cultura.Sul

momento Vítor Correia

“Manif

anti-Troika

e pela

Cultura”

Espaço ALFA

O Natal fotográfico

Existem várias razões que ligam a fotografia à época festiva que se apro-xima da maioria dos lares, o nosso conhecido Natal. É uma festa de cariz religioso que assinala o nascimento de Jesus Cristo fazendo a nossa me-mória recuar no tempo recordando os tempos passados em amena ale-gria com os familiares e amigos. Ora bem, é precisamente nisso que se insere a fotografia. Fotografar para mais tarde recordar aqueles momen-tos tão preciosos passados entre as pessoas mais queridas e em paz. Exis-tem também as chamadas compras de Natal e é nessa área que mais uma

vez a fotografia se insere de diversas formas. Há sempre quem tenha a ideia de oferecer uma máquina fo-tográfica que em poucos momentos passou a ser uma peça fundamental de companhia da pessoa a quem foi oferecida. Aliada também à célebre árvore de Natal onde se colocam os presentes há também as próprias fo-tografias. Estas são oferecidas na sua maioria em molduras que servem para embelezar a sala onde se coloca a imagem e para sempre servirem de recordação quando as pessoas ami-gas reparam em tal objecto ilustrati-vo. Nos tempos de hoje há mais uma coisa que pode ofecerer a si próprio ou a qualquer amigo. Ser membro da ALFA – Associação Livre Fotógra-fos do Algarve que lhe permite ter conhecimentos mais aprofundados da máquina fotográfica que ofereceu ou lhe foi oferecida. Contribui assim para dar um colorido especial ao Na-tal que muitas vezes está conotado com o célebre Pai Natal que no seu espírito alegre oferece a tal máquina fotográfica. Mais magia de Natal em www.alfa.pt.

Raúl Grade CoelhoVice-presidente da Assembleia Geral da ALFA

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02.11.2012 8 Cultura.Sul

O ano letivo 2012-2013 iniciou--se com a entrada em vigor da Lei nº 51/2012, de 5 de Setembro, que aprovou o Estatuto do Aluno e Éti-ca Escolar e estabelece os direitos e deveres do aluno dos ensinos básico e secundário e o compromisso dos pais ou encarregados de educação e dos restantes membros da comu-nidade educativa na sua educação e formação, revogando a Lei nº 30/2002, de 20 de dezembro, alte-rada pelas Leis nºs 3/2008, de 18 de janeiro e 39/2012, de 2 de setembro. Altera, ainda, os artigos 26º e 27º do Decreto-Lei nº 301/93, de 31 de Agosto, e considera remetidas para disposições homólogas ou equiva-lentes do presente Estatuto todas as remissões feitas em legislação anterior para o estatuto do aluno dos Ensinos Básico e Secundário ora revogado.

No essencial, a Lei 51/2012 intro-duz mudanças que vão na direção de um novo equilíbrio entre direi-tos e responsabilidades e entre o poder dos alunos, dos encarregados de educação e dos professores. Pre-coniza o reforço da autoridade dos professores e enfatiza os deveres dos discentes e responsabilidades dos encarregados de educação, procu-rando implementar uma cultura de disciplina, de exigência e de promo-ção do mérito dos alunos.

Trata-se de um documento im-portante e cujas implicações na vida da escola necessitam e obri-gam a análise e debate por toda a comunidade escolar, o que tem es-tado a acontecer, tendo em vista a adaptação/atualização dos Regula-mentos Internos, enquanto instru-mentos normativos da autonomia das escolas.

O Estatuto do Aluno e Ética Es-colar responsabiliza os alunos pelo exercício dos seus direitos (art.º 7º) e pelo cumprimento dos deveres (art.º 10º) e dá enfâse ao respeito pela au-toridade do professor e à integrida-de física e psicológica de todos os membros da comunidade educativa.

Adaptado às exigências do mun-do atual e com impacto na vida es-colar, o Estatuto vem atualizar, em

termos de enunciação, deveres que têm a ver com a não utilização de quaisquer equipamentos tecnoló-gicos, designadamente telemóveis, equipamentos, programas ou apli-cações informáticas, a não captação de sons ou imagens nos locais onde decorram aulas ou outras atividades formativas, e a não difusão, na esco-la ou fora dela, nomeadamente, via internet ou através de outros meios de comunicação, de sons ou ima-gens captados nos momentos leti-vos e não letivos, sem autorização do respetivo professor e/ou diretor da escola.

Outro dos deveres do aluno é a re-paração dos danos por si causados a qualquer membro da comunidade educativa ou em equipamentos ou instalações da escola ou outras onde decorram quaisquer atividades as-sociadas à vida escolar e, não sendo possível ou suficiente a reparação,

indemnizar os lesados relativamente aos prejuízos causados.

O novo Estatuto, para além de evidenciar o desenvolvimento dos valores nacionais e a cultura de ci-dadania, vem garantir os direitos do aluno a beneficiar de medidas adequadas à recuperação de apren-dizagens, a usufruir de prémios ou apoios e meios complementares que reconheçam e distingam o mérito, a ver salvaguardada a segurança na escola e a beneficiar, designadamen-te, da especial proteção consagrada na lei penal para os membros da co-munidade escolar.

O acesso a medidas adequadas à recuperação das aprendizagens em falta obriga a que as situações de ausência às atividades escolares se-jam justificadas, devendo o Regula-

mento Interno da Escola explicitar a tramitação conducente à aceita-ção da justificação, bem como as consequências do seu eventual in-cumprimento e os procedimentos a adoptar.

A ultrapassagem dos limites de faltas injustificadas constitui vio-lação dos deveres de frequência e assiduidade e obriga o aluno fal-toso ao cumprimento de medidas de recuperação e ou corretivas es-pecíficas podendo, no caso de in-cumprimento reiterado, conduzir à aplicação de medidas disciplina-res sancionatórias previstas no pre-sente Estatuto.

Todas as medidas disciplinares corretivas e sancionatórias pros-seguem finalidades pedagógicas, preventivas, dissuasoras e de in-tegração, visando de uma forma sustentada, o cumprimento dos deveres do aluno, o respeito pelos

docentes e demais funcionários, bem como a segurança de toda a comunidade educativa. Devem, pois, estas medidas ser aplicadas em coerência com as necessidades educativas do aluno e com os obje-tivos da sua educação e formação, por referência ao desenvolvimento do projeto educativo da escola e nos termos do respetivo regula-mento interno.

Neste sentido, o Estatuto do Alu-no e Ética Escolar ao responsabi-lizar os alunos e corresponsabili-zar os encarregados de educação, prevendo inclusive a aplicação de coimas, torna importante que to-dos o conheçam bem como o Re-gulamento Interno da escola para que o compromisso, explicitado através de declaração de aceitação anual, contribua para que o cum-primento integral seja assumido de forma consciente e responsável.

Estatuto do Aluno e Ética Escolar:conduta centrada em normas e regras

Espaço Educação

“FORMAS DE TERRA E FOGO”Até 25 NOV | Museu de PortimãoEm exposição esculturas de Sara Navarro (re)cria-das pela arte do fogo, que transmitem algo de pri-mitivo, pré-histórico ou arqueológico, e evocam a arte e a cultura de outros tempos, de outros lugares

“PORTUGAL EUROPEU: MEIO SÉCULODE HISTÓRIA”Entre 3 e 26 NOV | Galeria de Arte Pintor Sa-mora Barros - AlbufeiraExposição reúne um conjunto significativo de imagens de documentos, fotografias de época, citações e referências da história diplomática portuguesa contemporâneade

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02.11.2012  9Cultura.Sul

Contos de Outono na Ria Formosa

A Visita

São quase três da tarde e há muito barulho no antigo café do centro da cidade onde espero o Jaime. Entrete-nho-me a ler uma revista do jornal de domingo enquanto ele não vem. Pouco depois chega. Toma uma bica, acende um cigarro lights e diz sim-plesmente: Vamos?!

Vamos visitar os pais como qua-se todas as quartas à tarde. Também costumo ir sozinho quando me apetece. Acho que ele faz o mesmo. Deixamos os carros estacionados no centro, junto às ruas das lojas e dos cafés. Fazemos o caminho a pé. Por-que é perto e porque gostamos de ir assim um ao lado do outro, vagaro-samente, conversando.

Amanhã é dia um. Deve vir muita gente, comenta o Jaime.

Pois. É feriado. É natural. É o dia de Todos-os-Santos e as pessoas gos-tam dos festejos… dos dias…, vou murmurando.

Então e que tal de semana? Não tra-balhas hoje, pois não!? Ontem pensei que não me ias ligar, que tivesses ido para Lisboa, Sevilha ou…

Não ! Não!Continuas sem ser aumentado… pre-

cisas que te empreste algum?Não!, respondo de novo. Que tens hoje? Estás aborrecido? Apenas sonolência de meio de tarde

neste clima esquisito. Foste sair ontem à noite, é o que é,

diz sorrindo. Sim. E depois fiquei a ler até quase

de manhã, confirmo-lhe.Chegamos ao portão. Já cá estão

muitas bancas a vender flores e lam-parinas e outras coisas que não sei o que são.

Quase nunca trazemos flores. Queres levar flores?

Não! Mas dá qualquer coisa àquele homem ali. Aponto-o com um gesto de cabeça.

O homem disse obrigado e mais qualquer coisa que não entendi ao Jaime e continuamos o trajec-to até à campa onde estão enter-rados juntos. Sentamo-nos numa pedra ali ao lado e cada um de nós deixa-se ficar a falar com eles em silêncio. Às vezes também falamos os dois em voz alta, mas hoje está muita gente em volta. E apenas nos despedimos:

Adeus pai! Adeus mãe! Até depois.

Que o meu irmão repete. E vamos embora.

Lá fora confesso-lhe: Tive muitas saudades dos dois esta

semana, mais do que nunca.O Jaime não responde e passado

um bocado pergunta-me se já não ando com aquela rapariga que co-nheceu há uns meses.

Não! Foi trabalhar para Lisboa, informo-o.

Queres ir lá jantar hoje?Recuso o convite. Vou jantar fora

com o Mário e o Filipe…Então aparece lá amanhã.

Está bem. Depois telefono-te.Ele entra no carro, baixa o vidro

automático e dá-me um cd. Eu agra-deço enquanto ele liga o motor. De-pois diz:

Ah! É verdade… a Carla foi hoje ao médico. Vou agora buscá-la. Acha que está grávida.

Não temos primos, tios nem avós. Isso acontece. Não estou a divagar, nem a inventar. É de facto assim. Ele tem a mulher com quem vive. São uma família. Eu tenho-o a ele. Mesmo só duas pessoas podem ser uma família.

Pedro [email protected]

O Cine-Teatro Louletano recebe, entre os próximos dias 15 e 17, a pri-meira edição da LUSODOC - Mostra de Cinema Documental de Loulé.

O cinema realizado nos países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) é geral-mente pouco conhecido em Portugal. Exibido quase sempre fora dos gran-des circuitos comerciais, constitui um desafio reflectir acerca da sua impor-tância na sociedade e na memória colectiva. Assim, o principal objetivo desta Mostra de Cinema Documental de Loulé é olhar o filme documentá-rio como uma janela sobre o mundo.

Nesta primeira edição vão estar representados o Brasil, Angola e Moçambique.

O evento divide-se entre painéis teóricos e de debate promovidos pelos convidados e a posterior exi-

bição de documentários. Assim, no dia 15, pelas 16 horas, acontece o primeiro painel, dedicado ao Brasil, com a presença de Mirian Tavares, coordenadora do CIAC (Centro de Investigação em Artes e Comuni-cação), e da realizadora brasileira Liliana Sulzbach. Pelas 18 horas é apresentado o documentário “A In-venção da Infância” e, pelas 21.30 horas, “O Cárcere e a Rua”, ambos desta realizadora.

Na sexta-feira, 16 de Novembro, o destaque vai para Moçambique. Às 16 horas, Sílvia Vieira, investigadora do Centro de Investigação em Artes e Comunicação (CIAC) do Algarve, e Pedro Pimenta, que para além de outras funções na sétima arte é actu-almente membro do júri de festivais internacionais como o FESPACO, o FilmRio, o Festival Cinéma du Réel

e DocsLisboa, apresentam um painel de debate. Às18 e 21.30 horas, vão ser apresentados, respetivamente os documentários moçambicanos “Salani”, de Isabel Noronha e Vivian Altman, e “Hóspedes da Noite”, de

Licínio Azevedo.No encerramento da LUSODOC, a

17 de Novembro, o dia é dedicado a Angola. Paulo Cunha, investigador da área da programação de Cinema e Audiovisual da Capital Europeia da

Cultura 2012, e o realizador angola-no, Kiluanje Liberdade, são os apre-sentadores do painel, que decorre a partir das 16 horas. “Oxalá Cresçam Pitangas”, documentário de Kiluan-je Liberdade e Ondjaki, e “A Minha Banda e Eu”, também de Kiluanje Li-berdade, serão exibidos às 18 e 21.30 horas.

Para a organização, esta Mostra reveste-se de grande importância para a Lusofonia, bem como para a projecção do cinema dos países de língua oficial portuguesa, servindo como mais um exemplo dos laços culturais que unem estes países.

Os bilhetes para os documentá-rios têm um custo de dois euros e a entrada é livre para estudantes, me-diante a apresentação de cartão de estudante. Os painéis de debate têm entrada livre.

LUSODOC estreia-se no cine-teatro de Loulé

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02.11.2012 10 Cultura.Sul

A literatura é tão mais interessante quanto a capacidade que tem de nos fazer ver a realidade, que pensávamos conhecida e confortável, de outra for-ma, por vezes bem inquietante.

Falo hoje de um livro que, sem me dar conta, despertou-me para uma si-tuação em que já tinha reparado, mas não tinha tomado consciência com tanta intensidade. Já explico mais adiante, pois ainda não apresentei o autor, Michel Houellebecq, fran-cês, com uma longa obra, de onde se destaca a poesia, os artigos, os contos, os argumentos de cinema e os seus 5 romances, três deles premiados. Em 2010 ganhou o Goncourt, o mais im-portante galardão da língua francesa.

No entanto, Michel Houellebecq cria polémica à sua volta, de cada vez que publica, pois a sua causticidade incomoda, não deixando ninguém indiferente às suas opiniões.

O(s) Futuro(s)

No romance A possibilidade de uma ilha (de 2005, traduzido e publicado pela Dom Quixote em 2006) também o leitor não consegue ficar indiferente à perspetiva de futuro que nos apre-senta Houellebecq: o romance inter-cala a narrativa de Daniel, um hu-morista, «um observador acerbo da realidade contemporânea», que conta a história da sua vida, com as narrati-vas dos seus clones Daniel 24 e Daniel 25, que vivem mais de mil anos de-pois, num mundo de neo-humanos, que dos humanos guardaram as me-mórias mas não as emoções. Apenas os clones dos animais (aqui um cão, chamado Fox) as mantêm: «A bonda-de, a compaixão, a fidelidade, o altru-ísmo permanecem, pois, perto de nós como mistérios impenetráveis, em-bora contidos no espaço limitado do invólucro corporal de um cão» (p.67). Porém, estes clones aguardam o ad-vento dos Futuros, de quem falam como a salvação da raça.

O mundo onde estes clones habi-tam é também povoado por selva-gens, humanos que não se deixaram clonar, e são caçados e mortos quan-do apanhados. Contudo, para alguns neo-humanos exercem um grande fascínio… mas sobre isto não posso escrever, pois não devo estragar o pra-zer da vossa leitura.

Regressando à estrutura da obra:

pode parecer um livro de ficção cien-tífica (um género de que ainda não falei nestas páginas), mas não me lembraria de assim o classificar. Tal-vez porque as narrativas dos clones, ao longo das primeiras 352 páginas, serem mínimas: duas ou três contras-tando com cada capítulo do Daniel 1, alguns com 40 páginas.

A realidade dos nossos dias é mos-trada pelos clones de uma manei-ra assustadora. Referindo-se à vaga de calor que matou muitas pessoas em França, em 2003, diz Daniel 24: «Nas semanas que se seguiram, este mesmo jornal [Libération] publicou uma série de reportagens atrozes, ilustradas por fotografias dignas dos campos de concentração, relatando a agonia dos velhos amontoados em salas comuns, nus em cima das ca-mas, de fraldas, gemendo ao longo do dia sem que ninguém fosse re-hi-dratá-los ou estender-lhe um copo de água (…). “Cenas indignas de um país moderno”, escrevia o jornalista, sem se aperceber de que elas eram a pro-va, justamente, de que a França esta-va a tornar-se num país moderno, de que só um país autenticamente mo-derno seria capaz de tratar os velhos como puros dejetos, e que tamanho desprezo pelos antepassados teria sido inconcebível em África ou num país da Ásia tradicional. A enérgica indignação suscitada por estas ima-gens desapareceu rapidamente, e o desenvolvimento da eutanásia provo-cada – ou, cada vez com mais frequên-cia, livremente consentida – viria, ao longo das décadas que se seguiram, resolver o problema». (p.78)

O narrador aborda outros assun-tos sensíveis do nosso mundo: para além da eutanásia ou falência da sociedade em cuidar dos seus mais velhos, como aqui mencionado, o sexo e a religião são outras matérias que ele trata sem tabus e com alguma violência. Uma seita que defende que fomos criados por extraterrestres faz tudo, sem escrúpulos de alguma espé-cie, para conseguir impor-se como a religião dominante.

Daniel, na verdade, não é uma personagem muito simpática: ego-ísta, sem grande consideração pe-las pessoas, cru, defensor de ideias indefensáveis, politicamente mui-to pouco correto… Porém, se con-seguirmos ultrapassar a eventual resistência que estas características nos possam provocar, vamos conse-guir ver nele um crítico mordaz da hipocrisia da sociedade, que narra os acontecimentos e sentimentos da sua vida de um modo sincero e sem falsas autocomiserações.

Lolitas

Mas o que me fez escolher este livro para este mês foi uma série de factos que se sucederam e que para ele con-vergiram. Passo a explicar:

Como optei, há muitos anos, por não ter televisão, sempre que algu-ma circunstância mo permite, vejo os canais com curiosidade. A distância temporal dá-me também distância de análise. Foi assim que, num quarto de hotel, a fazer as malas no regresso de um colóquio, vejo num programa da manhã uma senhora a fazer sugestões de adereços para esta estação do ano. Expressões como «que divertido!», «que engraçado!», «não são só as nossas filhas que podem usar! Nós também!», enquanto mostrava pro-tetores de orelhas «muito fofinhos!», óculos cor-de-rosa, em forma de co-ração, «muito divertidos!», gorros com olhinhos e orelhinhas, os quais a apresentadora ia colocando, com visível gozo, e perguntando: «mas isto não é para a nossa idade, pois não?». A outra insistia: «Por que não? Nós também podemos usar estas coisas! São muito divertidas!», enquanto lo-litas iam entrando, com saltos altís-simos desconjuntados nos seus cor-pos quase infantis, mostrando esses adereços por cima de roupas pretas coladas ao corpo.

Fez-se um clique. Eu sabia que já tinha lido uma descrição daquilo a que estava a assistir. «Michel Houel-lebecq!», teria eu gritado, se estives-

se alguém comigo para me ouvir. E apressei-me a apanhar um transpor-te para casa, para verificar no livro o texto exato.

Na viagem, a CP gentilmente ofere-ceu-me uma revista cor-de-rosa, que fui folheando, cheia de gente a posar para as câmaras, depois de galas e ou-tras festas. E é nesse momento que me salta à vista uma modelo, vestida por um estilista português, de calção curtíssimo, blusa com folhos, e uns brincos enormes, com uns ursinhos ou um bonequinho do género!

«Houellebecq! Preciso de ler o Houellebecq!»

Numa outra folha, depois de anún-cios de cremes que fazem uma se-nhora de 60 parecer 35 anos, está uma mãe de cabedal preto a modelar o corpo, e a filha a contrastar, vestida como uma adulta séria. Noutra pági-na, depois de anúncios de mais cremes de rejuvenescimento, uma mãe que di-zia que a filha era mais clássica do que ela, que gosta de roupa juvenil.

Horas depois cheguei a casa, fui à estante e abri A possibilidade de uma ilha. Felizmente tinha uma ideia de onde estava o que procurava. Isa-belle, que vem a casar com Daniel, era chefe de redação de uma revista chamada Lolita e já tinha dirigido uma outra chamada 20 Ans. Quando se conhecem, falam sobre esta e ou-tras revistas, inclusive masculinas. Mas a questão que se punha era a mesma: «cuidados a ter com o cor-po, tratamentos de beleza, tendên-

cias. Nem um pelo de cultura, nem um grama de atualidade; nenhum humor» (p. 34). E Isabelle conta como foi contratada, por um mi-lionário discreto, dos que mandam mas não aparecem nas revistas que dominam: «a 20 Ans era uma revista comprada essencialmente por rapa-rigas de quinze, dezasseis anos, que queriam mostrar-se à vontade em tudo, em particular no sexo; com Lolita, ele pretendia efetuar o des-fasamento inverso. “O nosso alvo começa aos dez anos… disse ele; mas não há um limite superior”. Apostava no facto de que as mães tenderiam cada vez mais a copiar as filhas. Como é evidente, há qualquer coisa de ridículo numa mulher de trinta anos que compra uma revis-ta chamada Lolita; mas não mais do que um top justo ao corpo, ou uns mini-shorts. Apostava no facto de que o sentimento de ridículo, que fora tão forte entre as mulheres, em particular entre as francesas, desa-pareceria aos poucos, em benefício do puro fascínio por uma juventude sem limites. O mínimo que se pode dizer é que ganhou a aposta. A idade média das nossas leitoras é de vinte e oito anos – e aumenta praticamen-te todos os meses. (…) É natural que as pessoas sintam medo de envelhe-cer, sobretudo as mulheres, sempre assim foi, mas agora… Ultrapassam tudo o que se possa imaginar; creio que enlouqueceram por completo».

Não é ficção.

«Existe no meio do tempo a possibilidade de uma ilha»

Adriana NogueiraClassicistaProfessora da Universidade do [email protected]

livro

O escritor francês Michel Houellebecq

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02.11.2012  11Cultura.Sul

As festas populares fazem parte da especificidade cultural das comunida-des, representam manifestos das suas vivências, usos e costumes, transmitidos de geração em geração e são recriadas ao longo dos tempos por essas mesmas comunidades.

Todos os anos, nos dias 2 e 3 de Maio, na Aldeia de Estoi, no Concelho de Faro, é celebrada a Festa da Pinha, uma tradição secular, que segundo fontes orais remonta a mais de dois séculos. Na sua génese podemos en-contrar uma vertente religiosa e outra de carácter pagão.

A Génese

Terão sido os almocreves, parceiros comerciais do Morgado do Ludo, os prenunciadores desta festa.

As viagens dos almocreves efetua-das por caminhos hostis e perigosos tinham como meio de transporte as carroças puxadas por mulas ou cava-los e eram efetuadas entre o Algarve e o Alentejo, tendo como finalidade a permuta de produtos regionais. Do Algarve levavam frutos secos (figos, al-farroba e amêndoa), peixe e produtos importados que chegavam via maríti-ma aos portos do Algarve. Do Alentejo traziam cereais e cortiça.

Aquando destas viagens, eram con-frontados com inúmeros obstáculos que punham em risco as suas vidas:

Salteadores e lobos eram alguns dos perigos com que muitas vezes se de-paravam.

Segundo rezam os mais antigos, a gé-nese da festa remonta a tempos ime-moriais, quando um grupo de almocre-ves numa das suas viagens de regresso à aldeia pernoitou num acampamento, sendo aqui cercados por uma alcateia de lobos. Desesperados, rezaram à Nos-sa Senhora do Pé da Cruz suplicando--lhe auxílio, o que para eles seria um milagre. A súplica foi atendida e em agradecimento concretizaram uma festa em homenagem a Nossa Senhora do Pé da Cruz, a cuja ermida chegaram já noite cerrada à luz de archotes. Aí, acenderam uma fogueira como forma de gratidão para com a sua padroeira. Desde então, a festa passou a fazer par-te de uma tradição que perdura até aos dias de hoje.

Era para o Ludo, lugar onde havia

um importante porto marítimo desig-nado de Farrobilhas, que os almocreves se deslocavam para acertar contas com o Morgado do Ludo e festejavam o su-cesso das transações, comendo, beben-do e divertindo-se através das abarcas, lutas efetuadas entre duas pessoas em que o vencedor era aquele que primei-ro conseguisse derrubar o outro.

Ao cair da noite, cumprindo a tradi-ção, regressavam à aldeia empunhando enormes tochas de rama de pinheiro acesas. O cortejo terminava junto à Er-mida do Pé da Cruz, onde faziam uma enorme fogueira em agradecimento à sua padroeira.

A organização social da festa

A festa que inicialmente era exe-cutada pelos almocreves, passou em tempos mais recentes a ser organiza-da, primeiramente por uma comissão

constituída propositadamente para o efeito, após o 25 de Abril, pela As-sociação dos Jograis António Aleixo e posteriormente, pela Junta de Fre-guesia de Estoi.

A Festa da Pinha é um aconteci-mento que marca fortemente o senti-mento de pertença desta comunidade às suas tradições. Nos dias que ante-cedem o evento, começam os prepa-rativos: a ornamentação dos carros e dos animais que irão fazer parte do cortejo, com palmas e flores vistosas e multicolores, em que prima a ori-ginalidade de cada um. Ao mesmo tempo, preparam-se os comes e bebes que irão fazer parte do piquenique que terá lugar no sítio do Ludo em Almancil.

A festa inicia-se pela manhã do dia 2 de Maio, no Largo do Mercado, com a concentração dos participantes do desfile formado pelos cavaleiros tra-

jados a rigor (calça preta, cinta preta ou vermelha, colete, camisa branca, lenço vermelho ao pescoço e chapéu preto) à frente e atrás, por carroças, camiões e tratores vistosamente de-corados, que desfilam para o público, gritando entusiasticamente: “Viva à Pinha!”. Em seguida, partem em dire-ção ao Ludo, local onde se irá realizar o piquenique, formado por diversas iguarias e bebidas e um convívio animado por espetáculos de música e dança.

É ao final do dia que se inicia o re-gresso à aldeia. Nesta altura, já bas-tante alegres e empunhando enormes archotes, partem em direção a Estoi, chegando já noite cerrada. No Largo da Liberdade, frente à igreja matriz, são recebidos por uma enorme mul-tidão e por um espetáculo composto por música e fogo-de-artifício. Em seguida, desfilam pela aldeia dando “Vivas à Pinha”, até à Ermida do Pé da Cruz, onde lançam os archotes e alecrim para uma fogueira acendida em homenagem à sua padroeira.

A festa continua com música, dan-ça e muita alegria até de madrugada, terminando no dia 3 de Maio, dia de Vera Cruz, com uma missa de Ação de Graças a Nossa Senhora do Pé da Cruz.

A festa como promotora de novos contextos sociais,

económicos e culturais

Um dos eventos culturais associados à Festa da Pinha desde finais da década de 60 do século XX, é o concurso dos jogos florais, um concurso dedicado à poesia, composto por modalidades diversas dentro desta temática.

A festa também serviu de motiva-ção para o aparecimento recente de um mercado de produtos regionais e artesanais, permitindo desta forma, di-namizar mais a freguesia, a nível social cultural e económico.

Promover e preservar a tradição no contexto das gerações mais jovens deu origem a um novo evento festivo: A “Festa da Pinha Infantil”, uma recriação recente da festa tradicional, que se efe-tua habitualmente no dia 25 de Abril e onde as crianças são os intervenientes.

A Festa da Pinha, uma manifestação do património imaterial de Estoi

Fernanda ZacariasAntropóloga

património •ViVências no algarVe - património cultural imaterial

Cavaleiros trajados a rigor desfilam pelas ruas de Estoi

“DEUSAS PAGÃS E OUTRAS”Até 24 NOV | Galeria Municipalde AlbufeiraExposição de pintura de Carmen Santos que surgiu de uma vontade de honrar e glorificar o elemento feminino da criação

“ORQUESTRA DE SOPROS DO ALGARVE”Dia 24 NOV | 21.30 | Centro Cultural de LagosConcerto junta a Orquestra de Sopros do Algarve ao conhecido músico algarvio Beto Kalulu.

dest

aque

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02.11.2012 12

Espaço Cultura

Ser mais acessívelO auditório do Castelo da

vila fronteiriça de Alcoutim acolheu nos passados dias 19 e 20 de Outubro mais de meia centena de profissionais, por-tugueses e espanhóis, que, durante duas jornadas de in-tensa troca de experiências e de apresentação de projetos inovadores, debateram sobre Museus e Acessibilidades – o tema do 1.º Encontro Trans-fronteiriço de Profissionais de Museus do Algarve e An-daluzia.

O Encontro, uma inicia-tiva conjunta da AMMA / Asociación de Museólogos y Museógrafos de Andalucía e da APOM / Associação Portu-guesa de Museologia, contou com o patrocínio da ATAS / Associação Transfronteiriça Alcoutim Sanlúcar e da Di-reção Regional de Cultura do Algarve, e teve um am-plo apoio do Município de Alcoutim.

Os temas em debate di-zem respeito a toda a so-

ciedade e envolvem a mais ampla gama de museus e de monumentos visitáveis: a superação das barreiras físicas (particularmente em edifícios históricos com um elevado grau de proteção); as tecnologias de informação e comunicação como fator decisivo para que as pesso-as portadoras de deficiência possam desenvolver-se so-cial e culturalmente com to-tal normalidade; e, ainda, as formas de comunicar com os diferentes utentes, prestan-do do modo mais adequado

a cada caso a informação que cada qual requer.

A presença de credencia-dos técnicos, todos eles com uma larga e diversificada ex-periência, que exercem a sua atividade nos museus nos domínios da museologia e da museografia, de académi-cos, docentes e investigadores da ciência dos museus, e de estudantes de museologia, permitiu uma multifacetada abordagem dos temas em discussão e enriqueceu os debates, mais centrados na preocupação com as pessoas

e na sustentabilidade das so-luções do que em propostas tecnicamente sofisticadas e desajustadas dos meios usu-almente disponíveis.

O Encontro integrou ain-da visitas comentadas ao Núcleo de Arqueologia do Museu de Alcoutim e, por cortesia do Município de Tavira, ao Palácio da Gale-ria / Museu da Cidade e ao Núcleo Islâmico do Museu Municipal de Tavira.

Direção Regional de Cultura do Algarve

«A vila fronteiriça de Alcoutim acolheu durante dois dias mais de meia centena de profissionais dos museus,

que debateram entre si como tornar estas instituições mais acessíveis, adequando as atenções dispensados

aos diferentes tipos de utentes e elevando o nível dos serviços prestados à sociedade.

Cultura.Sul

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