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ÀS SEXTAS EM CONJUNTO COM O PÚBLICO POR 1,60 Director Henrique Dias Freire • Ano XXV • Edição 1093 • Semanário à sexta-feira • 7 de Dezembro de 2012 • Preço 1 PUB > O drama repete-se e as perspectivas não melhoram perante um país destroçado no tecido económico e na vontade. Depois da descida do desemprego nos meses de calor a região prepara-se para enfrentar o Inverno, com data de início marcada para 21 de Dezembro, e soçobrar perante as dificuldades. A míngua, a fome e a pobreza já não se calam e o Al- garve não vê a luz ao fundo do túnel p. 2 34 mil desempregados no último trimestre Algarve precisa acabar com monopólio das low cost D.R. Incubadora Regional de Projectos soma alento à Economia > Passar da teoria à prática, juntar sinergias empresariais sem medos nem rodeios e remar contra as dificuldades é o que se propõe a Incubadora Regional de Projectos com o primeiro de muitos seminários destinados a atingir este objectivo que teve lugar em Faro. p. 3 Vila Real apresenta Presépio Gigante D.R. > Mais um Natal e Vila Real de Santo António renova a tradição com mais um Presépio Gigante e um novo recorde, por terras do Guadiana a tradição ainda é o que era e pode-se ver no Centro Cultural António Aleixo p. 9 Turismo: Frederico Costa (na foto), presidente do Turismo de Portugal, lançou o mote e Desidério Silva, que comanda a Entidade Regional de Turismo do Algarve, secunda a opinião, diversificar os voos e rotas que recebemos é um passo obrigatório > 4 EMPREENDEDORISMO Veja anúncio pág. 12 PUB Ativar é a palvra de ordem e Tavira não baixa os braços > Não parar de lutar para colocar Tavira na mira dos empresá- rios e dos negócios é o desafio e a EMPET - Parques Empresariais de Tavira aposta tudo no ATIVAR para reforçar a posição do concelho. Mais uma das conferências promovidas pela entida- de teve lugar e o POSTAL traz-lhe as novidades p. 7 ECONOMIA E SUSTENTABILIDADE Um ano de portagens > Dia 8 cumpre-se um ano de portagens na Via do Infante, a comissão de utentes assina- la o dia e promete manter a luta pelo Algarve p. 6 EM FOCO 2 INCUBADORA REGIONAL DE PROJECTOS POTENCIA FORÇA EMPRESARIAL 3 ALGARVE QUER CHARTERS 4 DEPUTADOS PREOCUPADOS COM LAGOA DOS SALGADOS 5 ALGARVE CONTRA AS PORTAGENS UM ANO DEPOIS 6 TAVIRA PROMOVE DINAMISMO EMPRESARIAL 7 CLASSIFICADOS 10 D.R. D.R. Boas Festas VIA DO INFANTE

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Algarve precisa acabar com monopólio das low cost e quer charters » 34 mil desempregados no último trimestre: a míngua, a fome e a pobreza já não se calam e o Algarve não vê a luz ao fundo do túnel » Incubadora Regional de Projectos soma alento à Economia » Ativar é a palavra de ordem e Tavira não baixa os braços » Vila Real apresenta Presépio Gigante com mais de 3.500 figuras que batem novo recorde » Um ano de portagens » Ordem dos Médicos Dentistas reúne no Algarve » Algarve recolhe roupa para países africanos » Deputados preocupados com Lagoa dos Salgados » Algarve angaria 173 toneladas de bens alimentares » PS quer obras concluídas em escola de Vila Real • E AINDA Caderno Cultura.SUL • Saiba como poupar milhares de euros ao assinar o POSTAL por 30€ anuais com o Plano de Saúde gratuito em medicina dentária, estética e ginásio » E MAIS: Ganhe convites com o POSTAL e assiste ao concerto de JP Simões • NÃO PERCA O POSTAL de dia 21 com o que é indispensável saber s

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às sextas emconjunto com oPúblico Por €1,60

Director Henrique Dias Freire • Ano XXV • Edição 1093 • Semanário à sexta-feira • 7 de Dezembro de 2012 • Preço € 1

PUB

> O drama repete-se e as perspectivas não melhoram perante um país destroçado no tecido económico e na vontade.Depois da descida do desemprego nos meses de calor a região prepara-se para enfrentar o Inverno, com data de início marcada para 21 de Dezembro, e soçobrar perante as dificuldades.A míngua, a fome e a pobreza já não se calam e o Al-garve não vê a luz ao fundo do túnel p. 2

34 mil desempregados no último trimestre

Algarve precisa acabar com monopólio das low cost

d.r.

Incubadora Regional de Projectossoma alento à Economia

> Passar da teoria à prática, juntar sinergias empresariais sem medos nem rodeios e remar contra as dificuldades é o que se propõe a Incubadora Regional de Projectos com o primeiro de muitos seminários destinados a atingir este objectivo que teve lugar em Faro. p. 3

Vila Real apresenta Presépio Gigante

d.r

.

> Mais um Natal e Vila Real de Santo António renova a tradição com mais um Presépio Gigante e um novo recorde, por terras do Guadiana a tradição ainda é o que era e pode-se ver no Centro Cultural António Aleixo p. 9

Turismo: Frederico Costa (na foto), presidente do Turismo de Portugal, lançou o mote e Desidério Silva, que comanda a Entidade Regional de Turismo do Algarve, secunda a opinião, diversificar os voos e rotas que recebemos é um passo obrigatório > 4

emPreendedorismo

Veja anúncio pág. 12

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Ativar é a palvra de ordem e Tavira não baixa os braços

> Não parar de lutar para colocar Tavira na mira dos empresá-rios e dos negócios é o desafio e a EMPET - Parques Empresariais de Tavira aposta tudo no ATIVAR para reforçar a posição do concelho. Mais uma das conferências promovidas pela entida-de teve lugar e o POSTAL traz-lhe as novidades p. 7

economia e sustentabilidade

Um ano de portagens> Dia 8 cumpre-se um ano de portagens na Via do Infante, a comissão de utentes assina-la o dia e promete manter a luta pelo Algarve p. 6

em foco 2 incubadora regional de projectos potencia força empresarial 3 algarve quer charters 4 deputados preocupados com lagoa dos

salgados 5 algarve contra as portagens um ano depois 6 tavira promove dinamismo empresarial 7 classificados 10

d.r. d.r.

Boas Festas

Via do infante

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2 | 7 de Dezembro de 2012

em foco

Ricardo [email protected]

O desempregO em Portugal não pára de crescer e atingiu, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), 15,8% no final do terceiro tri-mestre deste ano (Agosto a Outubro). Um número que revela uma subida de 3,4 pon-tos percentuais face à taxa de desemprego verificada no perí-odo homólogo de 2011.

O ano de 2012 foi, em termos de taxa de desemprego a nível nacional e de acordo com os da-dos do INE, um desastre quanto ao desemprego. Dum primeiro trimestre com 14,9%, passou-se a um segundo trimestre que somou 15% de desempregados (mais 0,1%) e o terceiro trimes-tre fecha com 15,8% (mais 0,8% do que o trimestre anterior e mais 0,9% do que no primeiro trimestre do ano).

No Algarve os dados apre-sentam um comportamento diferente do todo nacional vistos os números do INE, mas não apresentam uma flutuação que permita an-tever nada de bom, muito pelo contrário.

Taxa de desemprego de 14,7% na região O terceiro trimestre deste ano soma na região uma taxa de desemprego de 14,7%, face a um segundo trimestre de 17,4% (menos 2,7%) e a um primeiro trimestre com 20% (menos 5,3%).

Aquilo que poderia à par-tida ser um bom sinal, e é na medida da descida, não vinga em termos de comportamen-to sustentável, pois na com-paração dos 14,7% do terceiro trimestre de 2012 com o mes-mo período de 2011 (13,3%), verifica-se que o desemprego na região subiu 1,4%.

Mais assustadores são os úl-timos dados disponibilizados pelo Instituto de Emprego e

Formação Profissional (IEFP), relativamente ao Algarve e ao mês de Outubro.

33.453 inscriTos nos cenTros de emprego em ouTubro Em Outubro estavam inscritos nos Centros de Emprego do Algarve 33.453 desemprega-dos, mais 7.827 pessoas que no mesmo mês de 2011. Re-alce-se que no IEFP estão em larga medida inscritos apenas os desempregados que rece-bem subsídio de desemprego e aqueles que procuram activa-mente um trabalho, ficando de fora todos os que já perderam a esperança de regressar ao mercado de trabalho e muitos dos que já não têm subsídio de desemprego e que consideram que os Centros de Emprego não oferecem respostas capa-zes às suas necessidades de empregabilidade.

De destacar é que no Algarve em todos os meses de 2012, ape-nas Junho, Julho, Agosto e Se-tembro tiveram menos desem-pregados inscritos nos Centros de Emprego do que os inscritos no pior mês de 2011 (Janeiro com 30.914 inscritos). Em todos os restantes meses se superou o pior resultado mensal de 2011 e em todos estes meses o núme-ro de inscritos nunca baixou da fasquia dos 32 mil.

O recorde de desemprega-dos inscritos nos Centros de Emprego este ano, até ao mo-mento, estabeleceu-se em Fe-vereiro com 36.575 pessoas a constarem das listagens. Um recorde que bate em 5.661 pessoas o pior mês de 2011.

o flagelo por concelhos Os números de inscritos nos Cen-tros de Emprego por concelho no Algarve permitem aproxi-

mar ainda mais a realidade do drama do desemprego a quem é vítima daquele problema que Pedro Passos Coelho afirma ser uma das principais preocupa-ções do Governo. Albufeira soma 2.806 inscritos, Alcoutim 66, Aljezur 304 e Castro Marim 431. A capital de distrito, Faro, apresenta 4.337 pessoas nas lis-tas do Centro de Emprego local, Lagoa 1.464, Lagos soma 2.290, Loulé 4.377 e Monchique 323.

Já em Olhão o Centro de Emprego conta com 3.191 de-sempregados, enquanto Por-timão soma 4.528, São Brás de Alportel 514 e Silves 2.107. Tavira lista 1.647, Vila do Bispo 204 e Vila Real de Santo Antó-nio 1.600.

Em termos absolutos os concelhos com mais desem-pregados no rol do IEFP são Portimão, Faro e Loulé, por esta ordem, e na cauda da

lista dos concelhos com mais desemprego estão Alcoutim, o que menos tem, seguido de Vila do Bispo e Aljezur.

sem vislumbre do fim Os números são os números e importam na medida do que revelam e permitem antever, mas muito mais do que os nú-meros impressionantes são as pessoas e os dramas pessoais de uma região e de uma co-munidade que não vislumbra o fim do martírio do desem-prego.

O Algarve, revela o INE, tinha no terceiro trimestre deste ano 34 mil desem-pregados, dos quais 19.200 eram homens e 14.800 mu-lheres. São as estatísticas feitas com base em amos-tragens da realidade, mas que decerto não a revelam completamente.

A crise, essa, não dá sinais de abrandamento com o te-cido económico a definhar apesar da luta dos empre-sários em muitos casos. Os encerramentos de empresas e a extinção de postos de trabalho são massivos e dei-xam muitas famílias desam-paradas de forma absoluta, em muitos casos numa si-tuação em que nenhum dos respectivos membros aufere qualquer meio de subsistên-cia oriundo do trabalho.

As medidas governamen-tais de apoio social reduzem a sua extensão e volumetria face à necessidade de con-tenção orçamental sem fim anunciado e perante um fu-turo em que o Estado diz ter de cortar mais 4,5 mil mi-lhões de euros de despesa, referenciando a área social como uma daquelas em que pelo seu peso, será necessa-riamente fundamental vol-tar a cortar.

O país soçobra perante a ausência de perspectivas, o Algarve dobrado sobre o seu próprio infortúnio enquan-to região recebe do Gover-no um plano de alcance e eficiência duvidosos para combater a sazonalidade do emprego e prepara-se para mais um rigoroso Inverno em terras de temperaturas amenas.

A pobreza é que não se ameniza já em muitos casos, a fome é que se já não cala e mesmo a envergonhada já não se esconde, porque não pode. O crescimento e o emprego partiram em re-gra há muito para paragens distantes com um bilhete sem data de volta face a um destino nacional e regional anunciado que muitos tei-maram em ignorar.

A falta de respostas, essa grita a plenos pulmões e ameaça não se calar.

Algarve espera embate do desemprego no InvernoRegião tem 34 mil desempregados segundo o INE

Ô Alcoutim, Vila do Bispo e Aljezur são os concelhos que menos desemprego têm

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Mariana Jesus deu ao Algar-ve, recentemente, os títulos de campeã europeia de kem-po, na modalidade Combate, categoria 7/8 anos, e de vice--campeã da Europa na moda-lidade Kata.

A jovem tavirense, que con-ta apenas oito anos de idade, venceu ambas as medalhas a defender as cores do Dôjo de Santo Estêvão-Tavira/Algarve Kenpo Karate Club.

Apesar da tenra idade, Ma-riana Jesus era já campeã na-cional de Kata, de Kata em grupo e ainda vice-campeã nacional em First Combat e Light Contact. A kempocas

conta assim com um palma-rés composto por seis meda-

lhas, três de ouro e três de prata, a nível nacional e in-ternacional, em apenas três campeonatos realizados.

A mãe da jovem atleta, Só-nia Jesus, ouvida pelo POS-TAL, revela que a filha “adora o que faz” e assegura “o apoio incondicional dos pais”.

Mariana Jesus, que prati-ca kempo desde os seis anos, só começou a participar em campeonatos em Junho des-te ano, e, segundo a mãe da atleta, “está a ser ponderada a possibilidade da Maria-na participar nos mundiais de Boston, em Agosto de 2013”. PR/RC

região

7 de Dezembro de 2012 | 3

ricardo [email protected]

a Faculdade de econoMia da Universidade do Algarve acolheu, terça-feira da pas-sada semana, uma iniciativa inovadora no âmbito da Incu-badora Regional de Projectos, nascida da união de esforços entre a Associação Portugue-sa de Criatividade e Inovação (APGICO) e a Plataforma de Desenvolvimento do Algarve.

A sala dos Actos da Faculda-de de Economia encheu-se para ouvir os intervenientes no semi-nário “Novos produtos para o Algarve”, criado com a finalida-de de gerar projectos para no-vos produtos que aumentem a cadeia de valor das empresas regionais do sector primário.

A grande novidade do semi-nário incidiu na metodologia, com uma primeira fase em que as empresas convidadas expu-seram a sua área de negócio e aquelas que são as linhas de desenvolvimento para a res-pectiva actividade, e uma se-gunda fase em que das ideias

surgidas no primeiro momen-to se seleccionaram algumas para ali mesmo avançarem sob a forma de projectos que unem as empresas convidadas a outras empresas e entidades que possam ser determinantes no ganho de valor.

Entre os convidados da mesa moderada por Henrique Dias Freire, director do POSTAL, es-tavam Humberto Teixeira, da Hubel, Luís Salas, da Necton, Castelão Rodrigues, da Direc-ção Regional de Agricultura, Paulo Bernardo, da Associa-ção Nacional de Jovens Empre-sários – Algarve, Cabral e Sil-va, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade do Algarve, e Fernando de Sousa, em representação da PEDAL e da APGICO.

Em declarações ao POSTAL, Fernando Sousa considera que esta primeira iniciativa se demarcou pelo sucesso. “Mais do que os dois projectos nas-cidos do encontro e que já ar-rancaram, relativos à Hubel e à Necton, entre a assistência tro-caram-se contactos e experiên-

cias que foram os primeiros passos efectivos no encontro de sinergias entre as empre-sas para ideias que permitam aumentar valor às empresas e, por via disso, à economia regional”, refere o principal responsável pela organização.

ApostA no debAte de ideiAs com objectivos O princi-pal destaque da iniciativa vai exactamente para a sua ver-tente prática e para o facto dos intervenientes exporem sem se-gredos e de forma clara aque-las que são as suas necessidades enquanto empresários e quais as mais-valias que podem apor-tar a outros parceiros, no senti-do de que a união de esforços

se torne um verdadeiro caso de “win-win”, uma relação em que todos saiam a ganhar.

As duas ideias que formal-mente saíram do seminário relacionam-se com a alteração do posicionamento da flor de sal face ao consumidor, uma necessidade da Necton, empre-sa algarvia de destaque nesta área de negócio, que deseja ver este seu produto valorizado no

mercado e junto dos consumi-dores por oposição a algumas ideias que vêem o sal como um produto com um pendro pre-judicial, e com a necessidade de aumentar a cadeia de valor associada à produção e comer-cialização de laranjas da varie-dade Encore, um objectivo da Hubel, uma empresa incontor-nável no top das empresas li-gadas à agricultura no Algarve.

No âmbito do avanço destes novos projectos, o caso da Nec-ton avançou já para a criação de uma equipa de trabalho multidisciplinar que inclui cer-ca de 15 profissionais e que es-tudará a forma de melhorar a imagem da flor de sal junto do potencial consumidor, adian-tou ao POSTAL Fernando de Sousa. Segue-se a estruturação da equipa de trabalho para o projecto associado à Hubel.

Certo é que a metodologia destes seminários, a sua ver-tente proactiva e o acompa-nhamento dos projectos de forma integrada parecem ser uma mais-valia inquestionável para responder ao tão procu-rado objectivo de aumento da cadeia de valor económico das empresas e dos sectores de ac-tividade no Algarve.

Incubadora Regional de Projectos potencia força empresarialSeminário faz arrancar projectos para aumentar a cadeia de valor

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Ô Empresários deram a conhecer a sua área de negócio e as linhas de desenvolvimento

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4 | 7 de Dezembro de 2012

região

Algarve quer chartersPrograma pretende acabar com a dependência das low cost

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TAvirA já conTA com conTenTores de recolhA de roupA usAdA

Algarve recolhe roupa para países africanosA CâmArA de TAvirA asso-ciou-se à Associação Humana Portugal (AHP) e procedeu à instalação de 16 contentores de recolha de roupa usada e calçado espalhados pelo con-celho. A iniciativa, que resulta da colaboração entre a autar-quia tavirense e a AHP, desti-na-se, principalmente, a ajudar pessoas carenciadas em Mo-çambique e na Guiné-Bissau.

José Moreno, representante da Associação Humana no Al-garve e Baixo Alentejo, avan-çou ao POSTAL que a inten-ção passa por “ajudar pessoas daqueles países, mas também será concedido apoio local a instituições com o possível excedente nas recolhas”.

A acção alarga-se a todo o

distrito, estando prevista a instalação de 250 contentores, o que, segundo José Moreno, é “uma oportunidade para a região se promover também enquanto solidária, tornando o Algarve mais conhecido pela cooperação humanitária, pelo

que as autarquias envolvidas têm retorno até pela visibili-dade internacional”, refere o responsável.

O presidente da Câmara de Tavira, Jorge Botelho, disse ao POSTAL que “a autarquia aprovou a iniciativa, por esta

ser uma questão social e por Tavira se solidarizar com este tipo de iniciativas”.

A cerimónia protocolar teve lugar no Largo de Santo Ama-ro, no dia 28 de Novembro, onde foi colocado o primeiro dos 16 contentores. Recorde--se que estas acções já ocorre-ram em Loulé, Albufeira e São Brás de Alportel e, brevemente, Faro também vai contar com os contentores verdes.

Cerca de 60% da roupa e cal-çado recolhidos seguem para os referidos países, ao passo que aproximadamente 30% destina-se a comércio bonifi-cado em lojas de roupa usada da Associação Humana e o restante, não aproveitável, vai para reciclagem. pr/rc

Ô iniciativa vai permitir ajudar quem mais precisa

pedro ruas

sAúde denTáriA

ordem dos médicos dentistas reúne no Algarve

OrlAndO mOnTeirO dA SilvA é o novo bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), repetindo assim a eleição para mais um mandato, pouco tem-po depois de no Algarve ter debatido com os colegas de profissão as principais ques-tões que afectam a classe pro-fissional nesta região do país.

Na iniciativa, que contou com a presença de 28 profissionais da área, o bastonário, que tam-bém é presidente da Federação Dentária Internacional, deu re-levo às suas propostas para o novo mandato, garantindo que pugnará pelo reforço da valo-rização do exercício da profis-são, defendendo um aprofun-damento da participação da

OMD nas estratégias de saúde pública no âmbito da promo-ção, prevenção e tratamento das doenças orais e o reforço da re-gulação da profissão e das par-cerias estratégicas da OMD com outras entidades reguladoras.

Neste âmbito, destaque para o trabalho que vem sendo de-senvolvido pelo OMD no com-bate ao exercício ilegal da pro-fissão, uma batalha em que o Algarve funcionou como uma região piloto e que representa um imperativo face à necessi-dade de garantia do cumpri-mento rigoroso de todas as condições necessárias a uma defesa efectiva das condições de saúde oferecidas aos portu-gueses pelo sector.

Ô principais questões que afectam a classe estiveram em debate

Ô desidério silva aponta erros cometidos no passado

d.r.

pedro ruas/ricardo [email protected]

A diSCuSSãO nãO é nOvA, mas está novamente em agen-da e Frederico Costa, presi-dente do Turismo de Portugal, aponta como objectivo “ree-quilibrar o tipo de procura e de operação aérea para alguns dos nossos destinos”, conside-rando existir no Algarve “dema-siada dependência das compa-nhias low cost”, que dominam as rotas comerciais do Aeropor-to Internacional de Faro.

O presidente do Turismo de Portugal salienta a “necessida-de de diversificar mercados” e considera que a prioridade, no caso do Algarve, passa por “cap-tar mais voos charter”.

A propósito da premente ne-cessidade de captação de mais rotas e novos mercados para o país e, em particular, para a re-gião algarvia, Frederico Costa afirma que está em curso um novo programa de captação de rotas que considera como “prio-ritário”, acrescentando que “sem aviões não há turismo”.

O programa de captação de rotas resulta de uma parceria entre a ANA Aeroportos de Por-tugal, o Turismo de Portugal e agências regionais de promoção turística e o financiamento, de 15 milhões de euros, reparte-

-se em somas iguais pelo sector do turismo e pelos aeroportos nacionais. O objectivo deste programa passa por conseguir mais 1,5 milhões de passageiros nos aeroportos portugueses nos próximos três anos.

AlgArve quer chArters pArA diminuir sAzonAlidAde O POSTAL ouviu Desidério Sil-va, presidente da Entidade Re-gional de Turismo do Algarve (ERTA), que partilha da opi-nião de Frederico Costa e vai mais longe, apontando erros cometidos no passado onde “foi tudo entregue às compa-nhias low cost” e subscreve a “necessidade de recuperar al-gumas rotas e angariar novos mercados”.

O presidente da ERTA asse-gura o esforço que está a ser fei-to para dotar a região de mais turistas “o ano inteiro”, consi-derando que é preciso “apostar nos mercados de Inverno e cati-var aqueles que estão no frio”. Desidério Silva sublinha que o objectivo das entidades res-ponsáveis passa por, no âmbito do orçamento da Associação de Turismo do Algarve (ATA) para 2013, “canalizar fundos para reforçar os mercados tradi-cionais, mas sobretudo captar mercados emergentes como são os casos de França, Áustria,

Rússia, Polónia, Canadá e paí-ses escandinavos”.

Sem menosprezar a impor-tância das low cost, particu-larmente para o desenvolvi-mento turístico da região, o também presidente da ATA vislumbra na época baixa uma janela de oportunidade para trazer turistas de países

nórdicos para “uma região onde estão mais de 15 graus de temperatura” e onde “há tanto para fazer, com ofertas diversificadas como o turismo de saúde, natureza ou golfe” e para isso, acrescenta, “é preciso captar também com-panhias de bandeira e voos charter”.

CARTÓRIO NOTARIAL DE OLHÃORua Patrão Joaquim Casaca, lote 1, r/c,

Notário Lic: António Jorge Miquelino da Silva

Certifico narrativamente para efeitos de publicação que por escritura de 20 de Novembro de 2012, exarada a folhas 36 do livro de notas deste Cartório número 93 – A, Elvira Maria Sistina Tagliabó, que também usa apenas Elvira Tagliabó, e marido Ettore Francia, casados sob o regime da comunhão geral de bens, naturais de Milão, Itália, de nacionalidade italiana, residen-tes em Vila Lucano, nº 2, 20135 Milão, em Itália, com domicílio em Portugal na morada abaixo identificada, contribuintes fiscais números 248 509 845 e 254 401 180, declaram-se donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio urbano, destinado a habitação, deno-minado “Apartamento Sessenta e nove”, sito no Aldeamento Pedras d’el Rei II, no sítio da Praia e Cabanas, freguesia de Cabanas de Tavira, concelho de Tavira, composto no primeiro piso por sala, cozinha e escadas, e no segundo piso por dois quartos, casa de banho e acesso da escada, com a superfície coberta de oitenta e dois metros quadrados, a confrontar do Norte e Poente com terrenos da sociedade “Atrium”, do Sul com Apartamento Setenta e um e do Nascente com Apartamento Sessenta e oito, o qual constitui parte a desanexar do descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o número doze mil duzentos e oitenta e nove, a folhas cento e setenta e dois do Libro B – Trinta e um, e ali registada a sua aquisição a favor da sociedade comercial anónima “Atrium – Empreendimentos Urbanos e Turísticos, S.A.”, com sede na Rua Almirante Pessanha, nº 16, 3º dtº, em Lisboa, pela inscrição número dez mil trezentos e quarenta e sete, a folhas cento e cinco, do Livro G – Quinze, inscrito na respectiva matriz, em nome da mulher, sob o número trezentos e oitenta e um, com o valor patrimonial tributável de vinte e sete mil setecentos e setenta euros e trinta e dois cêntimos, igual ao atribuído.

Que, desde logo, entraram na posse do direito a metade do referido prédio, por compra que fizeram à dita sociedade “Atrium – Empreendimentos Urbanos e Turísticos, S.A.” no dia trinta e um de Dezembro de mil novecentos e setenta e quatro, titulada por escritura de compra e venda, exarada a folhas sessenta do livro de notas para escrituras diversas número Trezentos e dezanove – A do ex. Cartório Notarial de Aljustrel.

Que também por essa mesma escritura, a irmã da ora justificante, Antónia Tagliabó, casada sob o regime da comunhão geral de bens com Luigi Gregotti, comprou à referida sociedade o restante direito a metade do prédio.

Nessa escritura elas, compradoras, fizeram-se representar por um gestor de negócios, não ten-do, porém, a sua irmã e cunhada – ao contrário do que sucedeu com a ora justificante mulher – procedido à ratificação da dita gestão de negócios no que a ela respeitava, mas entrando todos, de imediato, na posse da totalidade do imóvel.

Sucede que, quanto ao restante direito a metade do prédio, eles, justificantes, entraram na sua posse por compra e venda verbal que fizeram em data imprecisa do ano de mil novecentos e setenta e seis a sua irmã e cunhado Antónia Tagliabó (entretanto falecida) e seu marido Luigi Gregotti, ele ainda residente em Besnate (Varese), Cascino Boucomosa, Itália.

E que sem qualquer interrupção no tempo desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado eles, justificantes, na posse da totalidade do prédio, cuidando da sua manutenção, habi-tando-o sazonalmente e arrendando-o, pagando as respectivas contribuições e impostos, enfim extraindo todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorarem lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que adquiriram o referido direito a metade do prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito.

Está conforme:

Cartório Notarial de Olhão, sito na Rua Patrão Joaquim Casaca, lote 1, r/c, aos 20 de Novembro de 2012

O Notário

António Jorge Miquelino da Silva

Conta registada sob o nº 2167 / 2012

(POSTAL do ALGARVE, nº 1093, de 7 de Dezembro de 2012)

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Algarve contra as portagens um anos depois pág. 6

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região

7 de Dezembro de 2012 | 5

Os grupOs parlamentares do PSD e CDS-PP recomenda-ram ao Governo que submeta o projecto turístico previsto para a Praia Grande, na Lagoa dos Salgados, a uma Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) como medida preventiva.

O projecto turístico em cau-sa, localizado no concelho de Silves nas zonas limítrofes da Lagoa dos Salgados, é da res-ponsabilidade da empresa Ga-lilei, e prevê uma capacidade de alojamento de quatro mil camas com a construção de três hotéis de quatro e cinco estrelas, dois aldeamentos tu-rísticos e um campo de golfe de 18 buracos.

Em comunicado, os grupos parlamentares do PSD e do CDS-PP referem que, embo-ra não seja obrigatório nos termos da actual legislação, consideram “ajustado aplicar a medida preventiva do exer-cício da AIA, de modo a iden-tificar e conhecer os impactes que resultarão da implemen-tação das infra-estruturas e da componente edificada” do re-

ferido projecto.Como tal, os parlamentares,

entre os quais os deputados daqueles partidos eleitos pelo círculo de Faro, recomendam ao Governo que diligencie junto da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), autorida-de com responsabilidade na matéria, para que o projec-to seja efectivamente sujeito a uma Avaliação de Impacte Ambiental.

BE quEstiona GovErno soBrE protEcção da laGoa Apesar de a área não estar abrangida pela Rede Natura 2000 ou pela rede nacional de Áreas Protegi-das, o que significa que a La-goa dos Salgados não é con-siderada Zona de Protecção Especial, os deputados con-sideram que o projecto pode provocar impactes ambientais que “importa conhecer” para assegurar a sua “sustentabili-dade ambiental e territorial”.

A 8 de Outubro, o secretário de Estado do Ambiente e do Ordenamento do Território tinha já solicitado um parecer

fundamentado à APA acerca da pertinência de estender o procedimento de avaliação ambiental à totalidade do projecto, incluindo não só o campo de golfe, como toda a componente edificada.

O pedido daquele governan-te surgiu poucos dias depois de dois deputados do Bloco de Esquerda terem questionado o Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Orde-namento do Território sobre as

medidas previstas para garan-tir a protecção daquela lagoa, que serve de ‘habitat’ para cer-ca de 150 espécies de aves.

No mesmo requerimento, os deputados do BE questio-navam sobre a possibilidade de impedir a construção do empreendimento turístico que tem sido contestado por várias associações ambientalistas por colocar em causa a Lagoa dos Salgados.

Lusa

Deputados preocupados com Lagoa dos SalgadosParlamentares consideram importante saber impacte de projecto turístico

d.r.

Ô Empreendimento tem sido contestado por ambientalistas

Tavira promove dinamismo empresarial pág. 7

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EnSinar E aprEnDEr

alunos tavirenses visitam o pOSTaL

Os alunOs da Escola Básica do Primeiro Ciclo nº 2 de Ta-vira (Escola da Porta Nova) escolheram o POSTAL para terem um primeiro contacto com a realidade de um jornal e saberem como é a vida dos profissionais que estão por de-trás das notícias.

Os alunos das turmas do 1º PCA e dos 3º e 4º anos, Beatriz Morais, César Garcia, Daniela Machado, Fábio Cabeça, João Correia, Leandro Galhardo, Marco Domingues, Maria Fá-tima, Pedro Matias, Rodrigo Daniel, Simão Mendes, Yuri Ataújo, passaram cerca de uma hora na redacção do POSTAL e puderam testemunhar o pro-cesso de formação da notícia e de produção de um jornal e

não deixaram por mãos alheias a atenção e a curiosidade.

Num início de tarde reche-ado de perguntas, os alunos, acompanhados pelas profes-soras Jovita Ladeira e Luísa Carmon, não deram tréguas à vontade de descobrir os segre-dos da imprensa escrita e pu-deram observar todas as fases de criação de um jornal entre o facto noticioso e a preparação para a impressão.

Percorrendo os conceitos fundamentais do jornalismo escrito, a abordagem deixou muito para trabalhar e discutir dentro da sala de aulas, depois de uma visita em que a aposta era a de aguçar o apetite por conhecer a realidade de mais uma profissão. rC

Ô Jovens ficaram a saber como se faz um jornal

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Faro quer poupar na iluminação pública

Ô Depois do corte de ilu-minação durante as madru-gadas que deixa a cidade sem luz mais de uma hora todos os dias e os transeuntes com-pletamente desprotegidos, a Câmara de Faro anunciou que vai instalar mais 40 pro-gramadores digitais no con-celho para reduzir a factura da iluminação pública.A medida, diz a Câmara, visa amenizar o aumento do IVA para 23% e os 40 aparelhos são um reforço aos 125 já ins-talados e que, no último ano, permitiram poupar cerca de 27 mil euros.O aumento do IVA “elevou a factura que temos que pagar ao Estado em 100 mil euros por ano, daí a ne-cessidade de implementar estas medidas”, justifica a autarquia. Lusa

CÂMARA MUNICIPAL DE TAVIRAEDITAL Nº 62/2012

Jorge Manuel do Nascimento Botelho Presidente da Câmara Municipal de Tavira

TORNA PÚBLICO, que em reunião de Câmara Municipal, realizada no dia 04 de dezembro de 2012 foram tomadas as seguintes deliberações:

1. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 219/2012/CM, referente à determinação da taxa da Derrama;

2. Aprovado por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 220/2012/CM, referente à Taxa municipal de direitos de passagem;

3. Aprovado por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 221/2012/CM, referente à Avaliação do ativo imobilizado do Mu-nicípio de Tavira;

4. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 222/2012/CM, referente à Revogação de parte dos auxílios econó-micos atribuídos a alunos do 1º ciclo;

5. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 223/2012/CM, referente à E59/05/CP - Empreitada de execução do Pavilhão Desportivo da Luz de Tavira - Auto de vistoria para liberar de caução;

6. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 224/2012/CM, referente aos apoios ao abrigo do RMAAD;

7. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 225/2012/CM, referente à atribuição de apoio anual á Associação das Obras Assistenciais da Sociedade de São Vicente de Paulo;

8. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 226/2012/CM, referente à E35/10/CP - Parque Verde do Rio Séqua - Relatório Final e Repartição de Encargos;

Para constar e produzir efeitos legais se pu-blica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de costume.

Paços do Concelho, 04 de dezembro do ano 2012

O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL,

Jorge Manuel Nascimento Botelho

(POSTAL do ALGARVE, n.º 1093, de 7 de Dezembro de 2012)

CONVOCATÓRIA DA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIANos termos do nº 2 do artigo 22º e do artigo 24º dos Estatutos da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Sotavento algarvio, CRL, Pessoa Colectiva N.º 501 073 035, com Sede, na Rua Borda D’Água de Aguiar, N.º 1, em TAVIRA, matriculada na Conservatória do Registo Co-mercial de Tavira sob o mesmo número, com o Capital Social realizado de € 15.786.000,00 (variável), convoco os Associados da Caixa Agrícola, no pleno gozo dos seus direitos, a reuni-rem-se em Assembleia Geral, no dia 29 de Dezembro de 2012, pelas 14:00H no Auditório da sua Sede Social em Tavira, para discutir e votar as matérias da seguinte:

Ordem de Trabalhos

1. Discussão e votação do Plano de Actividades e Orçamento para 2013;

2. Deliberação sobre a declaração de política de remuneração dos órgãos de Admi-nistração e Fiscalização da CCAM do Sotavento Algarvio para 2013;

3. Eleição dos titulares dos cargos sociais da CCAM para o triénio 2013/2015 (Mesa da Assembleia Geral, Conselho de Administração e Conselho Fiscal);

4. Dispensa da prestação de caução pelos Membros do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal eleitos;

5. Designação do Revisor Oficial de Contas.

Se à hora marcada, não se encontrar presente ou representado número suficiente de Associados, a Assembleia reunirá, em segunda convocatória, uma hora depois, com qual-quer número.

Tavira, 15 de Novembro de 2012

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral

José Macário Correia

(POSTAL do ALGARVE, n.º 1093, de 7 de Dezembro de 2012)

ricardo claro

Page 6: Postal7DEZ1093

6 | 7 de Dezembro de 2012

região

A Comissão de Utentes da Via do Infante anunciou que vai assinalar o primei-ro ano de portagens no Al-garve com “acções de luta” pela suspensão da cobrança e de alerta para os prejuízos provocados na região.

As actividades vão de-correr ao longo do próxi-mo sábado, exactamente um ano após a introdu-ção das portagens na A22, anteriormente designada por Via do Infante, e in-cluem “acções surpresa” nesta auto-estrada e na EN 125 (Estrada Nacional) e um debate para o qual vão ser convidados vários políticos da região.

A comissão considera que a suspensão das obras

de requalificação da via alternativa, a EN 125, e a anulação da construção das variantes de Lagos, Olhão, Tavira, São Brás de Alportel e Faro são si-tuações que agravam o problema da mobilidade e da dinâmica económica regional.

“Um ano depois, as por-tagens contribuíram e es-tão a contribuir podero-samente para o desastre social e económico da região”, alerta a comis-são num comunicado em que sublinha que a A22 está “cada vez mais vazia e continua a prejudicar os contribuintes em dezenas de milhões de euros”.

O grupo lembra que só

nos primeiros seis meses deste ano “o prejuízo atin-giu a cifra colossal de 19,9 milhões” de euros naquela via, de acordo com um rela-tório da Estradas de Portugal.

O debate está marcado para as 14.30, no restau-rante “Zé do Norte”, loca-lizado na EN 125, perto do cruzamento das Qua-tro-Estradas, no concelho de Loulé, seguindo-se um protesto/buzinão a partir das 16 horas.

A organização espera que o encontro tenha uma participação alargada que permita encontrar e apro-var novas formas de luta pela suspensão das porta-gens na A22.

Lusa

Algarve contra as portagens um ano depoisComissão de utentes alerta para prejuízos na região

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Pedro Ruas/Ricardo [email protected]

A EmprEsA municipAl pAr-quEs EmprEsAriAis dE TA-virA (EMPET) e a Câmara de Tavira continuam a aposta na dinamização económica do concelho. A conferência “Ta-vira Cidade do Futuro” foi o mote para o debate de ques-tões relacionadas com a neces-sidade de desenvolvimento da economia local e regional.

A Biblioteca Municipal Ál-varo de Campos foi o local escolhido para a segunda conferência no âmbito do Ciclo de Conferências Ati-var Tavira.

Os temas abordados e dis-cutidos no encontro passa-ram sobretudo pelas estra-tégias a seguir, no concelho e na região, nas áreas do turismo, do mar e da indús-tria agro-alimentar. Num se-gundo painel discutiram-se, fundamentalmente, formas de financiamento para a im-plementação e desenvolvi-mento empresarial.

João Pedro Rodrigues, presidente do Conselho de Administração da EMPET, lembra o quão recente é o projecto Ativar Tavira, sa-lientando que as conferên-cias servem o propósito de levar a que “os empresários considerem Tavira como opção para a instalação de negócios e que conheçam as nossas infra-estruturas”.

Ao POSTAL, João Pedro Rodrigues, referiu ainda a

importância deste tipo de iniciativas para que se pos-sa debater a estratégia de desenvolvimento económi-co para o concelho e para a região”.

Carlos Vieira, professor universitário e coordena-dor científico das conferên-cias Ativar Tavira, lembrou a “necessidade de resposta ac-tiva e dinâmica no potencial da região”, que, segundo o orador, “são as pessoas”. Optimista quanto ao futu-ro, Carlos Vieira refere que “a verdadeira crise é quando temos recursos, mas não os sabemos usar”. “Só não há luz ao fundo do túnel quan-

do não há iniciativa”, refere.No plano estratégico, o

coordenador alertou que “a economia não são só núme-ros, mas também verdade, pa-lavra e confiança”. “A estraté-gia não passa só por saber o que se quer, mas descobrir o que se pode”. Segundo Carlos Vieira, “cada pessoa é um va-lor e um capital que, quando se juntam e têm uma visão de futuro, com verdade, permi-tem perspectivar um futuro vantajoso”.

Turismo, mar e agro-alimen-Tar Com moderação de Adão Flores, coordenador do gru-po de trabalho de empreen-

dedorismo da Universidade do Algarve, foram chamados a intervir os oradores do pri-meiro painel de debate que integrou as perspectivas do

turismo, do mar e do sector agro-alimentar.

André Dias, vice-presidente da Maralgarve, incidiu a sua in-tervenção sobre os clusters rela-tivos ao mar e na apresentação da plataforma que representa como exemplo da necessidade de reunir esforços no sentido de conjugar os principais sec-tores ligados ao mar.

Já o vice-presidente da Câ-mara de Tavira, Luís Nunes, apresentou a candidatura da Dieta Mediterrânica como for-ma de estimular a produção agro-alimentar e pesqueira, destacando ainda as riquezas do concelho ao nível patri-monial, cultural e social, bem como, as mais-valias da gas-tronomia, ambiente, história e diversidade geográfica, que

considerou representativos da região mediterrânica.

O último interveniente do primeiro painel foi Vítor Neto, presidente da Associação Em-presarial da Região do Algar-ve (NERA), que mostrou a sua preocupação pelas crises que afectam a região como “a crise estruturante, a crise no turis-mo e a crise financeira”.

Suportado por dados do Ins-tituto Nacional de Estatística, Vítor Neto alertou a audiên-cia para a perda de quota de mercado “mundial, europeia e no sul da Europa”, acusando os responsáveis da região de “fal-ta de estratégia e de liderança” como principais factores para o turismo,“o maior exporta-dor do país”, estar em queda no Algarve.

Contudo, Vítor Neto apre-senta um plano B, que passa por “aproveitar os recursos e transformá-los em actividade económica, em criação de em-pregos e na criação de empre-sas exportadoras”.

Financiamento Numa segunda etapa do debate, desta vez moderada por Fer-nando Pessoa, presidente da AGETAV, discutiram-se perspectivas financeiras e de financiamento.

António Ramos, secre-tário técnico do Programa Operacional Algarve 21, abriu a sessão recordando que, naquele mesmo dia, es-tava a ser discutido em Bru-xelas o dinheiro que seria disponibilizado para o Al-garve ao abrigo do quadro comunitário 2014-20.

Resta saber se o Algarve, no âmbito do próximo qua-dro de fundos comunitá-rios, estará em phasing-out do Objectivo Convergência ou não. A diferença passa pela manutenção ou não do acesso da região a determi-nados fundos europeus ca-racterísticos do Objectivo Convergência, aquele que permite uma maior com-participação de financia-mento comunitário.

A João Pires, da Business Angels Algarve, coube apre-sentar a plataforma como facilitadora na criação de “casamentos” entre empre-sários e investidores.

Por fim, foi chamado a in-

tervir o último orador, Luís Nunes, director comercial do Banco Popular, que apre-sentou formas de financia-mento e diponibilidade do banco que representa para conceder crédito a empresá-rios com projectos credíveis.

Jorge BoTelho quer Tavira mais amiga dos empresários Coube ao autarca local, Jorge Botelho, concluir a conferên-cia, salientando a importância dos autarcas da região terem “uma estratégia e uma visão integrada do Algarve”.

“O turismo de sol & mar foi o que fizemos nos últimos 20 anos e aceitámos a sazonalida-de como uma inevitabilidade”, refere, e, segundo o autarca, “é necessário repensar a estraté-gia e apostar nas tradições, di-

versificar ofertas e produtos”.Jorge Botelho garante aos

políticos e aos empresários terem nele “um parceiro para quebrar a monotonia do Al-garve e dinamizar a comu-nidade e as comunidades parceiras contra o facto de sermos maltratados”.

Voltando a referir que “Ta-vira é amiga dos empresários”, o autarca aproveitou a ocasião para lembrar que “a taxa de IMI não vai subir para o valor máximo” e confirmou ainda que, em 2013, “Tavira passa-rá a não ter derrama, o que representa um contributo da autarquia para a fixação de empresas no concelho”.

Também a proposta sobre a taxa turística foi rejeitada pelo edil que garantiu, “não vamos criar mais impostos e queremos manter ou reduzir a nossa política fiscal”.

Como balanço final, João Pedro Rodrigues, da EMPET, considera o resultado das con-ferências “muito positivo, quer em relação aos temas debati-dos, quer nas excelentes inter-venções dos oradores convi-dados, bem como na adesão registada.

7 de Dezembro de 2012 | 7

regiãoPresépio Gigante de Vila Real completa dez anos pág. 9

Tavira promove dinamismo empresarialAtivar Tavira aposta na atracção de empresas para o concelho

fotos de pedro ruas

Ô Jorge Botelho salienta a necessidade de criar uma estratégia para fixar os investidores no concelho

Ô João Pedro Rodrigues, Carlos Vieira e Jorge Botelho no decorrer da conferência

Taxa de IMI não vai subir para o valor máximo em 2013”

Jorge Botelho

“Aproveitar recursos e transformá-los em actividade económica, em criação de empregos e na criação de empresas exportadoras” é o que defende Vítor Neto

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8 | 7 de Dezembro de 2012

região

Banco alimentar contra a Fome contorna a crise

algarve angaria 173 toneladas de bens alimentares

Ô Guias de tavira participaram na recolha de bens alimentares

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Ps quer obras concluídas em escola de Vila realCondições de precariedade afectam funcionamento da instituição

O PS quer Saber se o Gover-no vai continuar com as obras de reabilitação da Escola Se-cundária de Vila Real de Santo António, onde os alunos estão a ter aulas em condições de “precariedade” devido à sus-pensão das obras a cargo da empresa Parque Escolar.

“O Governo tem que dizer o que vai fazer daquela obra, uma vez que faltam três meses de obra, dois milhões de euros de pagamentos”, questionou o deputado socialista, em decla-rações à Lusa.

Miguel Freitas considerou que “a pior coisa que o Estado pode fazer é não dar respostas às pessoas” e defendeu que “o Governo tem que esclarecer quando a obra vai avançar, e se vai dar ou não prioridade ao pavilhão, porque o pior pro-blema é o da Educação Física”.

O socialista apontou três si-tuações que considera serem

prioritárias resolver e que já motivaram as queixas do Con-selho Geral da escola, sendo a principal o fim das deslocações dos alunos sem supervisão para terem Educação Física, a cerca de dois quilómetros da escola.

As outras duas passam pela degradação dos monoblocos que servem de salas de aulas provisórias e a falta do refeitório para servir o número de alunos.

Alunos deslocAm-se dois quilómetros pArA fAzer educAção físicA Miguel Frei-tas criticou que os “alunos te-nham que se deslocar 15 mi-nutos, dois quilómetros, para chegar ao complexo despor-tivo” e quer saber “por que é que o Governo não assegura o transporte destes alunos” enquanto as obras não são concluídas.

“Há também o problema das refeições: não faz sentido

numa escola que tem 845 alu-nos estar a servir 125 refeições, 25 de cada vez. Há uma pro-posta para a contratação de um catering, arranjem uma solução e contratem, sublinha o deputado.

Miguel Freitas dirigiu uma pergunta ao ministro da Edu-cação, Nuno Crato, para ter

resposta a estas questões, e junta-se assim aos colegas do PCP, Paulo Sá, e do Bloco de Esquerda, Cecília Honório, todos eleitos pelo círculo de Faro, que na semana passada também questionaram o Go-verno sobre a conclusão das obras na Escola Secundária de Vila Real. lusa

d.r.

Ô socialistas questionam Governo acerca da continuidade da obra

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MARIA ADELAIDE FONSECA SOARESAgente de Execução

2ª. Publicação

ANÚNCIONº. do Processo: 102/09.8TBTVR

Tavira - Tribunal Judicial - Secção Única

Exequente(s): EUROAÇO - Sociedade Comercial de Ferro, Aço e Materiais de Construção Civil, Lda. e outros

Executado: Algarmassas Soc. Revestimentos, Lda.

Valor: 3.027,93 €

Referência interna: PE/835/2009

Maria Adelaide Fonseca Soares, Solicitadora de Execução, titular da Cédula Profissional n.º 2712, nomeada nos autos de execução comum acima identificados, anuncia, nos termos dos artigos 886.º A e 890.º do Código de Processo Civil, de que se encontra designado o próximo dia 17 de Dezembro de 2012, pelas 09.00 horas, para a venda com abertura de propostas em carta fechada, no processo acima referido, a ter lugar na comarca de TAVIRA – Secção Única, no âmbito do processo de Execução n.º 102/09.8TBTVR, que corre termos pela Secção Única, daquele Tribunal, para a venda do seguinte bem:

Descrição do Bem a Vender:

Veículo automóvel Marca MITSHUBISHI L 300 P 05 matrícula 14-32-CO no valor de 3.500.00 €

As propostas devem ser entregues na secretaria do Tribunal respectivo, acompanhadas nos ter-mos do disposto no nº. 1 do art.º 897.º do C.P.C., como caução, de cheque visado, à ordem do Solicitar de Execução, no valor de 20% do valor base que adiante se indica, ou garantia bancária do mesmo valor:

VALOR PENHORA 3 500.00 €

VALOR BASE: Art.º 889.º n.º 2 do C.P.C. 2 975.00 €

Nos termos do disposto no art.º 891.º do mesmo código durante o prazo dos editais e anúncios é o depositário obrigado a mostrar os bens a quem pretenda examiná-los; mas pode fixar as horas em que, durante o dia, facultará a inspecção, tornando-as conhecidas do público por qualquer meio.

Interveniente associado ao Bem Executado Algarmassas Soc. Revestimentos, Lda, com sede em Rua Bartolomeu Dias – Tavira

Depositário Judicial: Constantino Amâncio Fernandes Gonçalves Pereira com domícilio na sede da executada.

Não está pendente oposição à execução.

Não está pendente oposição à penhora.

DATA E ASSINATURA

20-11-2012

O Agente de Execução

MARIA ADELAIDE FONSECA SOARES

Cédula Profissional: 2712

(POSTAL do ALGARVE, nº 1093, de 7 de Dezembro de 2012)

Tribunal Judicial de Tavira Secção Única

Rua Dr. Silvestre Falcão - 8800-412 Tavira

Telef: 281320970 Fax: 281093519 Mau: [email protected]

2ª Publicação

ANÚNCIOProcesso: 65/09.0TBTVR-A

Habilitação de Herdeiros

N/Referência: 1343096

Data: 22-10-2012

Requerente: António Amadeu Martins Lucas, Endereço: Rua da Corujeira Pequena, N.º 15, 8800 TAVIRA

Requerido: Incertos

Falecido: Joaquim Francisco Inácio, nascido(a) em 15-05-1921, concelho de Odemira, freguesia de São Luís [Odemira], BI - 4624795, Endereço: Rua José Maria Filipe Nº 27 – Br Avo S Luís, São Luís, 7630-431 São Luís

Nos autos acima identificados, correm éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publicação do anúncio, citando os herdeiros ou sucessores incertos de Joaquim Francisco Inácio, para no prazo dos éditos virem à causa principal (Acção de Processo Ordinário nº 65/09.0TBTVR em que são partes: Autor: António Amadeu Martins Lucas, Réu: Joaquim Francisco Inácio), requerer a sua habilitação como sucessores do falecido, sob pena de não o fazendo, o processo prosseguir com o Ministério Público, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à dispo-sição do citando.

O Juiz de Direito,

Dr(a). Rodolfo Santos de Serpa

O Oficial de Justiça,

Noélia Guerreiro

Notas:

- Solicita-se que na resposta seja indicada a referência deste documento

- As férias judiciais decorrem de 22 de Dezembro a 3 de Janeiro; de domingo de Ramos à segunda-feira de Páscoa e de 16 de Julho a 31 de Agosto

- Nos termos do art.º 32.º do CPC, é obrigatória a constituição de advogado nas causas da competência de tribunais com alçada, em que seja admissível recurso ordinário; nas causas em que seja admissível recurso, independentemente do valor; nos recursos e nas causas propostas nos tribunais superiores.

(POSTAL do ALGARVE, nº 1093, de 7 de Dezembro de 2012)

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a última camPanha de reco-lha do Banco Alimentar contra a Fome do Algarve resultou na angariação de 173 toneladas de comida que visam apoiar mais de 15 mil pessoas com carên-cias alimentares, de um conjun-to de cerca de 70 instituições de solidariedade social da região.

A campanha, que decorreu durante o passado fim-de-se-mana, contou com a participa-ção de 1.100 voluntários espa-lhados por 135 supermercados no Algarve.

Os resultados da campanha foram, segundo o responsável do Banco Alimentar no Algar-ve, “bastante positivos”. Ouvido pelo POSTAL, Nuno Alves faz o paralelo entre a campanha des-te ano e a do período homólogo do ano passado e garante que “houve um aumento de 2% em relação a Dezembro de 2011”.

“Ao manter o volume de angariações é possível conti-nuar a apoiar as instituições com quem colaboramos des-de o início do ano”, assegura Nuno Alves, concluíndo que “a crise não se fez sentir no total das doações recolhidas, embo-ra haja a percepção de que as

pessoas dão em menor quan-tidade”.

No resto do país o volume de recolha de bens alimentares atingiu quase três mil tonela-das, que se destinam a apoiar 373 mil pessoas, através de mais de 2.300 instituições de solidariedade social.

o pApel dos voluntários Ao todo, o número de voluntários que participaram na campa-nha do passado fim-de-semana atinge o número de 38,5 mil pessoas, segundo dados do Ban-co Alimentar Contra a Fome, o que, ao nível da dimensão, “não tem qualquer paralelo no nosso país”, conforme se pode ler no sítio da instituição. “As tarefas de recolha nos estabelecimen-tos comerciais, o transporte, pesagem e separação dos pro-dutos foram totalmente assegu-radas por voluntários”.

Em Tavira, por exemplo, as Guias, em mais uma acção so-lidária que as caracteriza, tive-ram um fim-de-semana pre-enchido na recolha de bens alimentares, num supermer-cado local.

Pr/rc

d.r.

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ZZZ pág. ## região

Quando conhecemos alguém há décadas, é nor-mal conhecermos tam-bém todas as suas estórias memoráveis e episódios releventes, sabendo de cada pormenor e detalhe. Quando as amizades, laços familiares e relacionamen-tos são duradouros e pre-sentes, não só conhecemos quase todos os pedacinhos da vida do outro, como so-mos protagonistas cons-tantes das histórias que têm para contar.

Mas mais: quando co-nhecemos alguém há tempo suficiente, há mui-tas coisas que não preci-sam ser ditas; há olhares cúmplices; entendimen-tos imediatos; humores inatingíveis pelos demais. Desenvolve-se um tipo de comunicação sublimi-nar e extra-sensorial que só se atinge com um co-nhecimento profundo, alimentado pela energia eternamente renovável da ligação que têm certas al-mas. É junto dessas pessoas que conquistamos os mais incríveis privilégios. É pe-rante elas que podemos ser verdadeiramente nós mes-mos. É com elas que não sentimos medo do ridícu-lo e nos deixamos levar. É ao seu lado que o mo-mento mais banal ganha contornos épicos e que as preocupações se esbatem numa névoa sem sentido. São elas que nos conferem a mais perfeita sensação de aceitação e pertença.

Há as pessoas que “nada nos dizem” e passam sem marca; há as pessoas que nos tocam muito mas que, por alguma razão, não te-mos capacidade para man-ter sempre perto; e depois há as outras… as Pessoas da Nossa Vida. E são es-tas que, aconteça o que acontecer, estão sempre à distância do mais simples sorriso.

OPINIãO

Pessoas da Nossa Vida

Ana Amorim Dias - [email protected]

ficha técnica

Sede: Rua Dr. Silvestre Falcão, n.º 13 C - 8800-412 Tavira - Algarve Tel: 281 320 900 | Fax: 281 320 909 E-mail: [email protected]

Director: Henrique Dias(CP 3259).

Director Comercial: Basílio Pires Editor: Ricardo Claro (CP 9238). Redacção: Cristina Mendonça (CP 3258), Geraldo de Jesus (CO 630), Helga Simão, Humberto Ricardo (CP 388), Pedro Ruas. Design: Profissional Gráfica. Colaboradores fotográficos: José A. N. Encarnação “MIRA” Colaboradores: Beja Santos (defe-sa do consumidor), Nelson Pires (CO76). Departamento Comercial, Publicidade e Assinaturas: Anabela Gonçalves, José Francisco. Propriedade do título: Henrique Manuel Dias Freire, inscrito sob o nº 211 612 no Registo das Empresas Jornalísticas. Edição: Postal do Algarve - Publicações e Editores, Lda. Contribuinte nº 502 597 917. Depósito Legal: nº 20779/88. Registo do Título (dgcs): nº 111 613. Impressão: Naveprinter Distribuição: Banca - Logista, à sexta-feira com o Público/VASP - Sociedade de Transportes e Distribuição, Lda e CTT.

Membro: APCT - Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação; API - Associação Portuguesa de Imprensa.

Tiragem desta edição:8.783 exemplares

7 de Dezembro de 2012 | 9

FRAgRânCIAS oRIgInAIS A PREçoS IMbATívEIS

Perfumaria farense abre portas com preços baixosAbriu em FAro a primeira loja de equivalência de perfumes, também a primeira no Algar-ve. Um conceito que promete revolucionar o mercado das fragrâncias de alto custo com preços competitivos e com ga-rantia absoluta de qualidade original.

Equivalenza é o nome do novo espaço, recentemente inaugurado e que utiliza um novo conceito comercial que reduz substancialmente o cus-to de um perfume das grandes marcas para preços acessíveis a qualquer bolsa.

Situada na Praça dos Poetas em Faro, a nova perfumaria reúne todas as fragrâncias de renome do mercado que são comercializadas avulso com dispensa das embalagens es-peciais utilizadas pelas marcas, factores que levam ao encareci-mento do produto, permitindo vendas de baixo custo.

Se o cliente tem por hábito usar determinado perfume, seja qual for a marca, a Equi-valenza, utilizando um siste-ma de referências, fornece a mesma fragrância em reci-pientes próprios e a preços baixos.

O conceito é semelhante ao

dos medicamentos genéricos que produzem o mesmo efeito e têm custos muito inferiores aos de marca que utilizam cai-xas ‘fantasiadas’ e vasta divul-gação publicitária.

O novo espaço foi inaugu-rado recentemente pelo pre-sidente da Câmara de Faro,

Macário Correia, e promete revolucionar o mercado dos perfumes, assumindo-se, não como uma loja low cost, mas sim como um espaço comer-cial onde o cliente leva a quan-tidade que quer da fragrância desejada, seja para homem, mulher ou criança.

Ô Macário Correia inaugurou o novo espaço

o presépio gigAnte de Vila Real de Santo António re-gressou ao Centro Cultural António Aleixo, na passada quinta-feirs, com cenários e peças renovadas e mais um recorde no número de figu-ras em exposição.

Nesta, que é a sua décima edição, o presépio gigante comporta mais de 16 tonela-das de areia e pó de pedra e dois mil quilos de cortiça. A esta lista junta-se uma estrutu-ra de madeira de 190 metros quadrados, em parte coberta por 100 metros quadrados de musgo.

O presépio foi construído, ao longo de um mês, por Au-gusto Rosa e Teresa Marques, dois funcionários autárquicos que contaram com a ajuda de outros três colaboradores, Joa-quim Soares, Telmo Crispim e João Gomes. Ao todo, foram in-vestidas mais de 1.500 horas na construção daquela estrutura.

Uma das razões do sucesso deste presépio está nas carac-terísticas das mais de 3.500 figuras que lhe dão vida, muitas delas mecanizadas, fator que contribui para a sua diferenciação.

De acordo com os seus men-tores, além da colecção perten-cente à autarquia vila-realense, somam-se outras tantas peças adquiridas pelos próprios ao longo dos anos, o que faz com que o presépio tenha sempre crescido na última década.

Um dos locais obrigatórios para essa aquisição tem sido a tradicional Feria del Belén, em Sevilha, realizada no início de Novembro, onde os organiza-dores marcam sempre presença.

Para o vice-presidente da Câmara, José Carlos Barros, os milhares de visitantes anuais do presépio “transformam-no na atracção mais procurada da cidade e num dos eventos mais carismáticos da quadra natalí-cia no Algarve”.

À semelhança do ano pas-sado, as entradas no presépio têm o valor simbólico de cin-

quenta cêntimos, verba que se destina a suportar os custos re-lacionados com a montagem e manutenção.

O valor remanescente rever-terá a favor da Guadi – Centro de Animais, associação que tem por finalidade a defesa de animais abandonados no concelho de VRSA, levando a cabo um conjunto de iniciati-

vas para assegurar a manuten-ção do canil/gatil intermunici-pal sem abate.

O presépio gigante de Vila Real de Santo António está pa-tente ao público até ao próxi-mo dia 6 de Janeiro. Pode ser diariamente visitado entre as 10 e as 13 e das 14,30 às 19 horas. No dia 1 de Janeiro está aberto das 14.30 às 19 horas.

Presépio gigante de vila Real completa dez anos Mais de 3.500 figuras batem novo recorde

d.r.

Ô Presépio levou um mês a ser contruído por Augusto Rosa, Teresa Marques e alguns colaboradores

d.r.

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10 | 7 de Dezembro de 2012

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MISSA DO 2º ANIVERSÁRIO DE FALECIMENTO

A sua família informa que será celebrada Missa do 2º Aniversário de Falecimento, terça-feira, dia 18 de De-zembro, pelas 9 horas, na Igreja de Santiago em Tavira. Agradecem desde já a quem comparecer ao acto.

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Sousa Coelho Edite Edite Edite Edite Edite Edite

Crespo Palma Almeida Montepio Higiene Caniné Pereira

José Maceta Sousa Pires Sousa Pires Sousa Pires Sousa Pires Sousa Pires Sousa Pires

Silva Telo Neves Ribeiro Lacobrigense Silva Telo

Avenida Martins Chagas Pinheiro Pinto Avenida Martins

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AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

SANTA CATARINA DA FONTEDO BISPO

AVELINO MARTINS

79 ANOSAGRADECIMENTO

A sua querida família cumpre o doloroso dever de agradecer reconhecidamente a todas as pessoas que assistiram ao funeral do seu ente querido, realizado no dia 23 de Novembro, para o Cemitério de Santa Catarina da Fonte do Bispo, bem como a todos os amigos que manifestaram o seu pesar e solidariedade. Agradecem também a todos os que rezaram Missa do 7º Dia, pelo seu eterno descanso, dia 2 de Dezembro de 2012, domingo, pelas 11.30 horas, na Igreja Paroquial de Santa Catarina da Fonte do Bispo, agradecendo solenemente a todos familiares e amigos que assistam a tão piedoso acto

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pedindo 3 desejos, ao 9º dia publique

este aviso, cumprir-se-á mesmo que não

acredite. R.P.

SANTA CATARINA DA FONTEDO BISPO

AVELINO MARTINS

AGRADECIMENTOsA família de Avelino Martins, natural de Tavira, falecido a 22 de Novembro de 2012, agradece os cuidados prestados ao seu familiar, às equipas dos Cuidados Paliativos do Centro Saúde de Tavira e Hospital de Faro.

“Paz à sua Alma”“Serviços Fúnebres efectuados

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O COmplexO DespOrtivO De vila real De santO antóniO foi, no passado dia 24 de No-vembro, distinguido pela Fe-deração Portuguesa de Atletis-mo (FPA) pelas “excepcionais

condições de treino e de com-petição proporcionadas ao atletismo europeu, nacional e distrital”.

A cerimónia contou com a participação do presidente da FPA, Fernando Mota, que destacou o investimento da autarquia “em infra-estruturas desportivas capazes de compe-tir com os melhores exemplos europeus”.

“É com grande orgulho que, em diversas reuniões da fede-ração, destacamos as excelen-tes condições do Complexo Desportivo de Vila Real, mo-tivo que nos leva a entregar este galardão que apenas atri-buímos de forma muito parci-moniosa”, afirmou Fernando Mota.

Para a FPA, o complexo des-portivo é ainda exemplo de um equipamento que tem sa-bido expandir-se ao longo dos anos, possuindo hoje uma di-mensão ao nível do atletismo

total e não apenas do fundo ou meio fundo.

No mesmo dia, as infra--estruturas desportivas vila--realenses voltaram a ser agraciadas pela Associação de Atletismo do Algarve que atri-buiu uma medalha de honra à Câmara de Vila Real.

Além da recente amplia-ção das piscinas municipais, o complexo desportivo prepara--se para receber novos investi-

mentos ao nível da medicina desportiva, devendo, em breve, inaugurar um centro médico de reabilitação, conjugando o desporto e a saúde.

“Trata-se de uma forma de valorizar ainda mais este equi-pamento que tem sido respon-sável pelos bons níveis de ocu-pação hoteleira e contribuído para diminuir a sazonalidade”, conclui o presidente da Câma-ra de Vila Real, Luís Gomes.

última

Ô Condições de treino e competição reconhecidas

Atletismo nacional homenageia Complexo Desportivo de Vila RealInfra-estrutura vai contar com centro médico de reabilitaçãoPRAzo de apoio em Silves até final do mês

O prazo para a apresentação das candidaturas aos apoios finan-ceiros do Estado às populações de Silves afectadas pelo tornado decorre até 31 de Dezembro.Concedidos pelo Governo, os apoios destinam-se a auxiliar pessoas com manifesta insuficiência económica na reparação das habitações, partes comuns de edifícios e na aquisição de equipamento doméstico essencial não segurado. Lusa

d.r.

Esta é uma iniciativa das Bibliotecas Paula Nogueira do Agrupamento de Escolas Professor Paula Nogueira (Olhão) em parceria com a Casa da Juventude de olhão e o PoSTAL, que semanalmente divulga os problemas e as soluções deste jogo. Várias escolas do Algarve já aderiram à iniciativa: AE Professor Paula Nogueira (Olhão) / AE da Sé (Faro) / AE D. Afonso III (Faro) / AE Dr. Alberto Iria (Olhão) / Colégio Bernardette Romeira (Olhão) / AE Dr. João Lúcio (Fuseta) / AE de Estoi (Faro) / AE Joaquim Magalhães (Faro) / AE do Montenegro (Faro) / AE de Castro Marim (Vila Real de St. António) / AE Professora Diamantina Negrão / (Albufeira) / Agrupamento de Escolas José Belchior Viegas (Mega Agrupamento de São Brás de Alportel) / Escola Secundária João de Deus (Faro) / Agrupamento de Escolas D. Paio Peres Correia (Tavira) / Casa da Juventude (Olhão) / Postal do Algarve. Convidamos todas as escolas e bibliotecas, interessadas em aderir ao Jogo da Língua Portuguesa e receber os materiais para o mesmo, a contactar: [email protected] ou [email protected].

Segundo o novo acordo ortográfico deve escrever-se:

Tiragem desta edição:8.783 exemplares

o PoSTAL regressa no dia 21

>> SoLução da semana passada

Segundo o novo acordo ortográfico deve escrever-se:

>> ASSiNALe A fRASe CoRReTA

tel 281 325 647 • fax 281 325 781 • tlm 917 811 380 • [email protected] Baltazar G. Lobato, 4-A (em frente às Escolas Primárias da Estação da CP) 8800-743 Tavira

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� Os alunos fizeram uma foto-reportagem da visita de

estudo.

� Os alunos fizeram uma fotorreportagem da visita de

estudo.A frase correta é: os alunos cumprimentam o senhor professor à entrada da escola.

Segundo o novo acordo ortográfico usa-se minúscula nas formas de tratamento mesmo as que denotam cortesia.

;os alunos cumprimentam o senhor professor à entrada da escola. �Os alunos cumprimentam o Senhor Professor à entrada da escola.

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50 anos de escrita com a assinatura de Vasco Graça Moura

p. 10

dez

| 201

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8.783 ExEMPLARES

Page 14: Postal7DEZ1093

07.12.2012 2 Cultura.Sul

Ficha Técnica

Direcção:GORDAAssociação Sócio-Cultural

Director:Henrique Dias Freire

Editor: Ricardo Claro

Paginação: Postal do Algarve

Responsáveis pelas secções:» juventude, artes e ideias: Jady Batista» livro.S: Adriana Nogueira

» momento.S: Vítor Correia» panorâmica.S: Ricardo Claro» patrimónios.S: Isabel Soares

Colaboradores:AGECAL, ALFA, CRIA, Cineclube de-Faro, Cineclube de Tavira, DRCAlg, DREAlg, António Pina, Pedro Jubi-

lot. Nesta edição: Artur Jorge Vieira de Jesus, Elsa Parreira, Hugo Barros, Jorge Queiroz e José Filipe Sobral

Parceiros:Direcção Regional de Cultura do Al-garve, Direcção Regional de Educa-ção do Algarve, Postal do Algarve

e-mail:[email protected]

on-line: www.issuu.com/postaldoalgarve

Tiragem: 8.783 exemplares

Henrique Dias FreireEx-editor do CULTURA.SUL

Com mais de quatro anos de existência, o Cultura.Sul prepa-ra-se para encarar o novo ano de 2013 com optimismo.

Como Caderno de Artes & Letras temos um compromisso assumido com as pessoas e a nossa Região.

Apesar de todas as crescentes dificuldades, graças ao empe-nho gracioso de todos os nos-sos colaboradores, o Cultura.Sul tem mantido a sua periodicida-de mensal.

Após quase um ano e meio como editor, chegou o momen-to do jornalista Ricardo Claro me substituir na tarefa.

A necessidade de ter que as-sumir outros tipos de compro-missos, por um lado, e a grande mais-valia da edição passar para a responsabilidade deste talen-toso colega garantem a conti-nuidade e uma nova chama aos nossos projectos.

O Ricardo Claro está na ori-gem e fundação do próprio tí-tulo Cultura.Sul, tal como eu.

Com a presente edição, o Cul-tura.Sul entra numa nova fase, onde o empenho de todos nós nunca será de mais.

Colaboradores e leitores, es-tamos certos de que o contribu-to do Cultura.Sul para as nossas gentes e Região, um dia, será devidamente reconhecido, as-sim como aqueles que tiveram a clarividência de estimular e apoiar esta publicação.

Mas mais importante do que ser reconhecido é deixar raízes e valores para que o mundo fique pelo menos um pouco melhor do que aquele que encontrá-mos. Bem-hajam!

Espaço CRIA

Inovar Algarve valoriza conhecimento produzido na região

Um discurso dominante no que diz respeito às Universidades é que o Conhecimento por elas produzi-do tem que seguir um caminho que necessariamente conduza à sua valorização.

Neste enquadramento, a valoriza-ção do Conhecimento tem assumi-do uma posição de destaque como estratégia para o desenvolvimento regional e nacional, nomeadamen-te através do impulso a uma econo-mia mais sólida e especializada, e ao aumento das qualificações dos recursos humanos que compõem

o mercado de trabalho. Contudo, o caminho traçado nem

sempre é linear, existindo muito por fazer e um esforço permanen-te por parte das entidades públicas e privadas, nomeadamente na me-lhoria da articulação entre a inves-tigação produzida e as necessidades das empresas.

Este configura um dos pontos ful-crais no qual a Universidade do Al-garve (UAlg), através da Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia (CRIA), tem procu-rado melhorar a sua performance, fomentando e potenciando ações de cooperação entre investigadores e empresas, com vista a estimular a criação de projetos de I&DT em conjunto.

Neste sentido, e com o intuito de evidenciar o potencial de comercia-lização do Conhecimento produzi-do na região do Algarve, a UAlg or-ganiza a INOVAR ALGARVE.

A INOVAR ALGARVE foi estrutu-rada em duas fases: a primeira, a decorrer entre 5 e 7 de dezembro de 2012, corresponde a um Ciclo de Conferências destinado a fortalecer a relação entre a Universidade e o tecido empresarial, promovendo o debate em torno de temáticas como Inovação, Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia, e em

simultâneo, promover o potencial de cooperação entre empreendedo-res, empresas e investigadores; a se-gunda, consistindo numa Mostra de Conhecimento e Tecnologia na qual a UAlg, nos dias 31 janeiro e 1 de fe-vereiro de 2013, terá oportunidade de mobilizar os seus recursos para expor a sua capacidade de oferta de serviços de I&D, fomentando o

aumento da competitividade da re-gião e do país.

É por isso tempo de nos dedicar-mos a estimular uma maior aplica-ção do Conhecimento produzido no tecido empresarial, para que seja possível minimizar os efeitos de uma cultura desgastada pela pas-sividade da relação Universidade--Empresa.

Juventude, artes e ideias

Frequentemente ouve-se dizer: é uma questão de mentalidade. Ou ainda: é uma questão cultural. A cultura e a mentalidade são po-derosas alavancas da ação social e educativa. De facto, o indivíduo vive num determinado contexto social e cultural e foi-se fazendo na família, na escola, nas organizações em que foi trabalhando. As pessoas não nas-cem como são; constroem-se ao lon-go da vida nas diversas interações que vão realizando, nas adversida-des que vão ultrapassando.

Por outro lado, não há mudança

sem pessoas. As pessoas – por exem-plo, na escola, os professores e os alunos – são imprescindíveis a um processo de melhoria das práticas educativas. Mas as transformações só acontecem quando eu mudo o meu pensar, a minha forma de me pensar e de pensar os outros. E vejo que essa mudança me é benéfica e por isso me disponibilizo para alterar a mentali-dade e a ação. E são estas alterações de modos de pensar e de agir que por sua vez fazem evoluir a cultura.

E é por isso que a reforma de pensamento é tão importante. E

decisivas as políticas que fazem as pessoas quererem mudar de modos de pensar.

Mudar não é fácil. Todas as mu-danças, por pequenas que sejam, provocam desconforto. A mudan-ça exige adaptação. Traz dúvidas, medos e ansiedades. Mas, se não se tentar mudar aquilo em que não se acredita, nunca se poderá dizer que se tentou tudo!

Já Kant dizia que “toda a reforma interior e toda a mudança para me-lhor, dependem exclusivamente da aplicação do nosso próprio esforço”.

Hugo BarrosCoordenador Executivo do CRIA – Divi-são de Empreendedorismo e Transferên-cia de Tecnologia

Reformar o pensamento

Elsa ParreiraDiretora do AVE Professor Paula Nogueira

Novo editor, nova dinâmica

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07.12.2012  3Cultura.Sul

cinema

Cineclube de Tavira

SESSÕES REGULARESCine-Teatro António Pinheiro | 21.30 horas

8 DEZ | Casa das Artes em Tavira - 21.30 horas: Leilão de Obras de Arte, cuja receita total reverte ao vosso ci-neclube (entrada gratuita)Cineclube de Tavira - Portugal 2012 (120’) Todas as idades!

9 DEZ | The Iron Lady (A Dama de Ferro), Phyllida Lloyd – Reino Unido/França 2011 (105’) M/1213 DEZ | Swept Away - Travolti da un Insolito... (Por um Destino Insólito),

Lina Wertmuller - Itália 1974 (116’) M/12 (entrada gratuita)16 DEZ | Seeking a Friend for the End of the World (Até que o Fim do Mundo nos Separe), Lorene Scafaria – E.U.A./Singap/Maleisia/Indones. 2012 (101’) M/1220 DEZ | Shut Up and Play the Hits (O Fim dos LCD Soundsystem), Will Love-lace & Dylan Southern – Reino Unido 2012 (108’) M/1223 DEZ | Les Enfants du Paradis (Os Rapazes da Geral), Marcel Carné – França 1945 (190’) M/12 (entrada gratuita)27 DEZ | Cesare deve Morire (César deve Morrer), Paolo e Vittorio Taviani – Itália 2012 (76’) M/1230 DEZ | To Rome with Love (Para Roma com Amor), Woody Allen – E.U.A./Itália/Espanha 2012 (112’) M/12

PROGRAMAÇÃOwww.cineclube-tavira.com 281 320 594 | 965 209 198 | [email protected]

Pois, estamos com alguma dificul-dade em manter a cabecinha fora da água, essa não é nenhuma novidade. No próximo sábado, dia 8, às 21.30 horas, na Galeria Casa das Artes, em Tavira, iremos organizar um leilão de obras de arte. Todas as obras a leiloar (86) foram oferecidas ao cineclube pelos seus autores ou proprietá-rios. Temos uma grande variedade de peças: pinturas a óleo e acrílico; desenhos; águas-fortes; litografias; estampas antigas; esculturas, etc..., entre as quais peças antigas e valio-sas, a mais antiga data de 1845! O intuito é angariar fundos para con-seguirmos continuar com as nossas actividades regulares, numa época de inexistência de qualquer apoio ou subsídio autárquico ou institu-cional. Tudo será vendido, a qual-quer valor que seja, iniciaremos a

venda de cada peça com uma lici-tação mínima.

Para acabar este ano de 2012 em beleza, programámos mais um mês de cinema de grande qualidade no cine-teatro tavirense, e a melhor

notícia neste tempo de “crise” é que podem ver três destas maravilhas a custo zero, gratuito, à borlita. Um presente de Natal do vosso cineclu-be, esperamos que não o recusem! Até breve e boas entradas!

“ESCULTURA DE PEDRO FIGUEIREDO”Até 28 DEZ | Foyer do Auditório Municipal de OlhãoNa presente exposição encontramos uma ten-dência para a fantasia, para o universo imagi-nário e para a depuração da figura em que a reprodução do real não é a direcção plástica da sua obra

“PRESÉPIOS DE MARIA CAVACO SILVA”Até 5 JAN | Convento de Santo António - LouléA colecção de presépios da Primeira-Dama nas-ce de uma antiga paixão, construída ao longo dos anos, e que é fruto de uma recolha infor-mada e afectiva

dest

aque

O turismo e a gestão culturalEspaço AGECAL

As relações entre turismo e cultu-ra expressam muitas afinidades mas apresentam também alguns equívo-cos e contradições, resultado da exces-siva autonomização dos respectivos domínios.

Turismo e cultura, como outros fe-nómenos sociais, são realidades dinâ-micas, em permanente evolução nos seus conceitos, valores e modelos de intervenção.

Um equívoco mais frequente resi-

de no facto do turismo ter criado e induzido sistemas e lógicas de gestão, uma indústria que estabeleceu os seus próprios discursos e modelos ideoló-gicos que sobrevalorizaram aspectos quantitativos.

Durante o Séc. XX esta perspectiva colidiu com dimensões essenciais do desenvolvimento como a sustentabili-dade dos territórios, a gestão racional dos recursos naturais, a preservação de equilíbrios sociais e das culturas locais. Criaram-se áreas de “densificação lito-ralizada”, abandonos e “vazios demo-gráficos” nas zonas rurais

O turismo pressupõe condições pré-vias à sua existência, nomeadamente naturais e culturais.

Durante o século XX, acompa-nhando o processo de globalização, afirmou-se uma nova formulação que tudo considerava como “produtos tu-rísticos”, também as manifestações e práticas culturais de uma determi-nada comunidade, propondo e pro-movendo alterações de conveniência e introduzindo novos elementos for-mais e expressivos, com substituição

de designações histórico-identitárias e estrangeirismos vários,..

A “turistificação” é um fenómeno normalmente ligado à promoção de actividades de animação turística, utilizando recursos culturais descon-textualizados e deficientemente inter-pretados, com “espectacularização” da forma e secundarização dos conteúdos.

Foram estudados muitos casosde “invenção da tradição”

Nos últimos anos surgiram, também em Portugal, bons exemplos de coope-ração estratégica em turismo cultural, projectos que se fundamentam na ge-nuinidade, no conhecimento histórico e artístico, na integração de visitantes nas comunidades com respeito pelos valores locais, projectos de ecologia, de interpretação de patrimónios, de ciência e também de turismo solidário.

A Gestão Cultural, disciplina cientí-fica surgida nas últimas décadas como resposta aos problemas do desenvolvi-mento social, da gestão de infraestru-turas e das indústrias culturais, centra

a sua acção na investigação aplicada, na formação profissional e na gestão dos recursos culturais em sintonia com as convenções e recomendações da UNESCO, nomeadamente quanto à protecção da diversidade cultural do planeta.

A constituição da Economia da Cul-tura como ramo disciplinar autónomo no âmbito da Gestão Cultural, colocou em evidência realidades que transcen-dem a tradicional e errada visão da cul-tura como sector “não produtivo” ou meramente “espiritual”, subsidiado e complementar.

A especificidade dos bens culturais e valores associados, a forma como a sociedade os interpreta, valoriza e (re)produz, as relações entre oferta e pro-cura, a mensurabilidade da produção e recepção cultural, o impacto das in-dustrias culturais na formação do PIB nacional e na criação de empregos, são novas variáveis a ter em conta.

A Gestão Cultural para o Turismo é neste contexto um domínio do co-nhecimento adequado às necessidades actuais. Esta disciplina deveria ser in-

troduzida nas Universidades portugue-sas e sobretudo utilizada pelas regiões turísticas.

Encontramo-nos hoje perante uma acelerada mudança de paradigmas.

Por esgotamento de recursos e ina-dequação estratégica, as políticas auto--centradas e monoprodutivas serão a curto prazo inviáveis. O Algarve neces-sita reequacionar estratégias, valorizar o seu potencial, promover a gestão conjunta e coordenada de recursos ambientais, turísticos e culturais, com participação de investigadores, gestores de áreas de conhecimento e sobretudo das comunidades locais.

A riqueza cultural do Algarve, mate-rial e imaterial, sublinha a necessidade de complementaridades estratégicas entre as cidades algarvias e regiões vizinhas, com a valorização dos pro-dutos do mar e do mundo rural, subli-nhando identidades que evoluíram ao longo de muitos séculos e que podem ajudar a construir uma contempora-neidade personalizada, humanizada e equilibrada, por isso mais atractiva e sustentável.

Jorge QueirozSociólogo. Gestor CulturalPresidente da Direcção da AGECAL Associação de Gestores Culturais do Algarve

Leilão ajuda cineclube

Cena do filme Les Enfants du Paradis

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07.12.2012 4 Cultura.Sul

O Algarve continua a ser profícuo em novos talentos e a música não é excepção. O fado desde cedo apai-xonou Márcio Gonçalves que, agora com 25 anos, tem vindo a ganhar espaço e visibilidade, quer no pa-norama musical local, quer no resto do país.

O Cultura.Sul foi ao encontro de Márcio Gonçalves e ouviu aquilo que a voz do fadista tem para dizer sem ser a cantar.

Márcio Gonçalves, fadista, licen-ciado em Ciências da Comunicação, pela Universidade do Algarve, mas também presidente de uma asso-ciação sócio-cultural, iniciou-se nas lides do canto aos nove anos, num grupo coral tavirense onde, como contou ao Cultura.Sul, começou por “aprender a cantar, a colocar a voz e a ganhar afinação”. Ainda jovem foi o karaoke que o manteve perto da sua paixão, a música. O fado surge naturalmente dado o gosto de Márcio pela música portuguesa, mas também, porque não raras ve-zes nesses mesmos karaokes lhe pe-diam “canta lá um fadinho” e assim nascia o fadista.

Certa noite e enquanto ouvia ao vivo a fadista Raquel Peters e o gui-tarrista Vítor do Carmo, foi lançado o repto à audiência para que se lhe juntassem e cantassem um fado, Márcio acedeu, começando a en-cantar logo ali. Findo o espectáculo, surge a proposta para marcar pre-sença num concurso de fado ama-dor, o que o jovem fadista aceitou e onde chegou à final.

Ganhou-lhe o gosto, garante, e durante “três ou quatro anos par-ticipei em concursos de fado um

pouco por todo o Algarve”, diz o fadista. Neste período conheceu pessoas ligadas ao meio e “comecei a trabalhar um repertório de fados com os quais me identificava e que, regra geral, são do conhecimento do público”.

Falar de um fadista é falar de um cantor, mas também dos músicos que o acompanham e Márcio Gon-çaves tem-se feito ouvir ao lado de Ricardo Martins (guitarra portugue-sa), a quem reconhece ser “um jo-vem prodígio da guitarra portugue-sa, quiçá o melhor do Algarve neste momento”, mas também de Aníbal Vinhas e Nuno Martins, ambos na viola de fado e de António Correia, no contrabaixo.

Com referências musicais como “António Zambujo, Marco Rodri-gues, Camané ou Carlos do Carmo”, Márcio Gonçalves diz que, apesar de cantar “fados tradicionais, com mú-sicas antigas, prefere contudo letris-tas contemporâneos que escrevam letras que façam sentido cantar, como amostra da realidade actual, sem esquecer os temas relacionados com o fado como a saudade ou o amor”, revela.

Ponto de viragem

Um dos momentos de viragem na sua carreira musical foi, segundo Márcio Gonçalves, a participação no concurso televisivo Grande Prémio do Fado RTP/Rádio Amália, onde venceu todas as etapas, semanal, mensal e trimestral e onde a 6 de Outubro de 2012, no Casino Esto-ril, participou na grande final. Esta

experiência foi, segundo o intérpre-te, “excelente e permitiu-me um pri-meiro contacto com o mundo tele-visivo onde conheci muitos músicos

e produtores”, tendo ainda sentido que este concurso lhe deu “mais vi-sibilidade, um maior interesse por parte do meio artístico pelo seu trabalho e consequentemente mais convites para trabalhar”.

Faltava contudo um novo e am-bicionado passo, o lançamento do seu primeiro álbum, “Falta escrever na lua”, que “compila alguns fados que achei que fazia sentido estarem juntos”. Segundo Márcio Gonçalves, há no disco “a tentativa de inovar e dar uma nova roupagem, numa fusão ibérica que reflecte diferentes estilos musicais”.

O fadista reconhece alguns riscos associados a este passo, contudo afirma que “apesar de não apresen-tar ainda um nível de maturidade elevado, esta é a compilação daqui-lo que aprendi até ao momento” e espera um dia mais tarde, “aquando do meu segundo trabalho, ver que evoluí enquanto artista”. Para Már-cio Gonçalves a identidade enquan-

to fadista é um processo contínuo, sobre a qual trabalha a cada dia, a cada espectáculo e que “mais tarde ou mais cedo saberei definir”.

Um motivo que muito orgulho traz ao jovem fadista passa pelo facto do álbum ter sido, todo ele, produzido na sua terra. “Todo o processo, o projecto, a produção fotográfica e a produção em estú-dio foi toda feita cá, por pessoas de cá”, afirma.

Perspectivas de futuro

Tecendo algumas críticas quan-to à escassez de oportunidades que um fadista pode almejar no Algar-ve, Márcio Gonçaves garante que “a grande massa fadista está em Lis-boa”, ao que acrescenta, “as pesso-as mais influentes e que podem dar credibilidade a um projecto mais sério e mais coeso passam sempre pela capital”.

Apesar do relevo que o fado teve aquando da classificação de patri-mónio imaterial da humanidade, pela UNESCO, Márcio Gonçalves encontra apenas um aspecto que considera ser mais positivo e que passa pelo facto de ajudar a “aguçar o interesse do público estrangeiro”, o que agrada ao cantor por ver neles “um público mais curioso”.

Não obstante, “por cá pouco mudou e todos os caminhos do fado profissional vão dar a Lis-boa”, revela o fadista, que, apesar de entender o chavão do “fado estar na moda”, considera que tal não resultou da classificação atri-buída pela UNESCO, mas sim “do trabalho que os fadistas tiveram para que este género musical es-tivesse novamente na moda e a classificação é apenas uma conse-quência disso mesmo”.

No futuro Márcio Gonçalves quer continuar a busca da sua identida-de enquanto artista e considera a hipótese de “arriscar um projecto de originais que me traga mais va-lias enquanto artista, quer a nível pessoal, quer a nível profissional”.

Para já, o jovem fadista algarvio actua semanalmente numa tasca santaluziense e entre espectáculos para os quais é convidado ou galas solidárias em que participa, tem já perspectivados concertos no Al-garve, Alentejo e Espanha, estando ainda aberta a possibilidade de vir a actuar em França e na Bélgica em 2013.

Márcio Gonçalves apaixonou-se desde cedo pelo fado

•Novo taleNto do Fado à coNversa

Márcio Gonçalves estreia-se com “Falta escrever na lua”

A guitarra portuguesa e a viola de fado a ladearem Márcio Gonçalves

panorâmica Ricardo Claro/Pedro Ruas

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07.12.2012  5Cultura.Sul

panorâmica •Música

O mundo intimista de Nanook

Nanook assume a expressão do vagabundo neste segundo disco. O vagabundo no sentido daquele que calcorreia “itinerante” um mundo próprio cheio de diversidade e de “intimismo” e que propõe letras e sonoridades várias que interpretam a vida como só um vagabundo faz, de forma diferente.

Nem tudo são intimismos neste novo disco de Tércio Freire, os temas são diversos na métrica, na atitude e na persona que os interpreta. A melódica, influenciada pelos blues e pelo folk rock, tem ritmos inespe-rados de tango e traços diversos, de singularidade interpretativa.

Nascido nos Açores, ao Cultura.Sul Nanook reconhece no álbum traços do lamento próprio de ser ilhéu, apesar de confessar “nunca ter pensado nessa perspectiva e sempre na de quem assume uma posição de intimismo com o público”.

Mas as raízes não perdoam e as-sume que se sente verdadeiramen-te ilhéu. “Há na minha vida a noção do olhar para dentro e de lamentar qualquer coisa que não se sabe bem o que é”, diz como quem reconhece na vivência quotidiana a força bruta de uma identidade subliminar im-posta pela terra rodeada do imenso Atlântico.

Mundo XXI, o título do novo ál-bum, tem a marca dos arcanos. A úl-tima carta do tarot, arcano maior, não é uma escolha acidental.

“É a minha carta preferida do tarot”, diz Nanook que a entende como simbólica “da esperança” e “do acreditar que tudo vai ficar me-lhor”. Uma “fé” que o cantautor há muito fixado no Algarve reconhece como sua também, muito embora se diga “não religioso”.

Num trabalho em que Nanook sublinha o valor das letras, todas de sua autoria, bem como as melo-dias, o intérprete não esconde que este foi um enorme desafio imposto

a si mesmo. “Escrever em por-tuguês foi uma opção e um desafio

que me coloquei”, apesar de ter, con-fessa, “poucas influências da música portuguesa no seu registo”.

Na calha das influências, junto a nomes como Bob Dylan e Tom Waits, surgem os Entre Aspas e Vi-viane, António Variações e Heróis do Mar.

O álbum

O CD assume na imagem o intimis-

mo que se quer nota dominante na visão que Nanook faz do seu trabalho. As imagens carregadas de grão e ple-nas de cinzas e sépias, os caminhos e os horizontes solitários foram a visão do todo musical feita imagem fotográfica.

Por detrás dos instrumentos que ro-bustecem o corpo do álbum estão no-mes como Zé Eduardo, Pedro Gil, Elísio Donas, Sónia “Little B” Cabrita e Marco

Martins, respectivamente no contrabaixo, guitarra

eléctrica, teclados, ba-teria e baixo eléctrico.

Nanook ao comando assume a voz , a gui-tarra, a harmónica e

a percurssão num registo, que todos já conhecem no intér-

prete, de verdadeira “one man band”.

Tó Viegas e Tiago Lopes na grava-ção realizada nos estúdios ZipMix em Olhão, juntaram a sua mestria a Peer Neumann, que masterizou a obra em Berlim, na Alemanha, nos estúdios da Mainberlin Audioproduktion. Realce para a experiência de Viviane que Na-nook reconhece fundamental no tri-lhar deste novo momento da carreira.

O alinhamento inclui dez temas e

a edição de autor pode ser adquirida através dos sítios habituais na inter-net – iTunes, cdbaby, Amazon, iMusic – ou através de pedido directo para o facebook http://www.facebook.com/Nanook.ovagabundo.

Para ouvir alguns dos temas basta viajar na internet até www.coundcloud/nanook-o-vagabundo ou passar pelo sítio http://pt.myspace.com/nanookspace.

Nanook, o simbolismo

Tudo está carregado de simbolis-mo neste novo trabalho de Nanook (Tércio Freire). Se a escolha do Vaga-bundo para consubstanciar a con-ceptualização do ideário musical de destino do álbum não foi um aciden-te e se a imagem seguiu um trilho condicente, menos se não poderia esperar do próprio nome, “Nanook”.

A palavra da língua inuktitut, fala-da pelos inuits, povos das terras ge-ladas canadianas, tem entre os seus

múltiplos significados, diz Nanook, o sentido de solitário, ideia identi-tária em que o cantautor se revê e que se une no caso deste álbum ao Vagabundo enquanto solitário itine-rante que entende o mundo numa perspectiva única que importa parti-lhar por entre letras e acordes, notas e versos.

“Nanook é também - relembra

com um sorriso - urso polar, um animal de que gosto desde sempre”, uma referência ao lado biólogo do intérprete que deixou a licenciatura em Biologia Marinha “numa prate-leira bem guardadinha”.

Longe do Tércio que nos dá músi-cas pelos mais diversos espaços do Algarve, noite dentro em sucessivas versões de grandes temas da música anglo-saxónica, Nanook é em tudo diferente, feito reencarnação de um outro eu que habita um lado mais inquinado de sombras e de refúgios do homem que aos dez anos teve a guitarra como escolha longe de saber que a tinha já então como destino.

Mais do que cantor de bares, do que professor de música - que leccio-na desde 2005 -, muito para além do letrista e do músico, Nanook é uma fiel expressão do eu numa das suas múltiplas facetas e convida a uma experiência diferente num álbum que se afirma a si próprio longe de

comparações ou tendências mais ou menos seguidistas.

Para ouvir e repetir, porque se es-tranha e depois se entranha, a sono-ridade proposta por Nanook é a de um composto único, nascido, ilhéu, feito a pulso e vivido, em larga medi-da, algarvio. Sugestivo? Só falta ouvir e deixar-se arrebatar pelo som vaga-bundo de Mundo XXI.

Nanook, o Vagabundo, apresenta o seu segundo trabalho discográfico, Mundo XXI

Os temas de Mundo XXI:

1. A triste procura da alegria2. Mais perto só3. Tango do vagabundo4. Quem tem coração não ouve a razão5. Valsa Sombria6. Espero por amanhã7. Traça o mundo8. Corrente subterrânea9. Gastei10. Canção do velhinho

A capa de Mundo XXI

Ricardo Claro

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Sugestões de Natal

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07.12.2012  7Cultura.Sul

momento Vítor Correia

Feira de

S. Martinho

Espaço ALFA

Captar os fogos-de-artifício com gosto pela fotografia nocturna

É um projecto que este ano irei experimentar para capturar os mo-mentos com muita luz de várias co-res produzidas no fogo-de-artifício que serão lançados no Algarve. É uma sugestão que dirijo às pessoas que captem estes momentos nos vá-rios sítios de destaque como Tavira ou Albufeira.

Este ano vou tentar captar bem e melhor os fogos-de-artifício através de um programa que existe para a Canon que se chama Magic Lantern, disponível gratuitamente na inter-net. É um programa que permite ter mais opções na câmara fotográfica

do que aquelas que traz de origem. Por exemplo, tem a detecção de mo-vimentos que é excelente para os fogos-de-artifício. Calcula-se onde o fogo irá rebentar, aponta-se para a zona a máquina fotográfica, é feita a pré-focagem e depois o programa vai detectar os movimentos que ac-tuam pelas variações de luz. A câ-mara fotográfica acaba por captar a imagem no momento certo.

Outro tipo de fotografia que gosto são as nocturnas dentro das cidades. A iluminação dá outro impacto no ambiente. Durante o dia não se re-para em determinados elementos porque a luz é mais dispersa. A luz é importante tanto de dia como de noite mas dá outro impacto, revela outros pormenores, outros detalhes que não se verificam de dia e que eu vou tentar captar à noite nos últimos momentos do ano.

Outra coisa também importante são as fotografias HDR – Alta Gama Dinâmica. Para ter uma boa foto HDR tem que captar várias fotografias com

exposições diferentes. Depois tem que se juntar as imagens captadas e vai dar uma imagem muito mais detalhada de pormenores e sombras, dando ou-

tro impacto à fotografia.Acrescento que gosto muito das

formações e dos passeios promovi-dos pela ALFA – Associação Livre Fo-

tógrafos do Algarve e aproveito para anunciar que este ano haverá ainda mais actividades. É uma questão de espreitar em www.alfa.pt.

José Filipe SobralSuplente da Direção da ALFA – Associação Livre Fotógrafos do Algarve

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07.12.2012 8 Cultura.Sul

Na edição anterior foram evi-denciados os aspetos inovadores do atual Estatuto do Aluno e Éti-ca Escolar, aprovado pela Lei n.º 51/2012, de 5 de setembro, valori-zando-se os aspetos gerais e peda-gógicos das medidas de recupera-ção e de integração e o papel dos pais/encarregados de educação no cumprimento das mesmas.

Na presente abordaremos as medidas utilizadas na correção de comportamentos e reposição da disciplina, sendo que tanto as medidas corretivas como as san-cionatórias prosseguem finalida-des pedagógicas, preventivas, dis-suasoras e de integração e visam o cumprimento dos deveres do alu-no, o respeito pela autoridade dos professores e demais funcionários, bem como a segurança de toda a comunidade educativa.

O incumprimento e a ineficácia das medidas de recuperação e de integração ou a impossibilidade de atuação determina a comuni-cação obrigatória à respetiva co-missão de proteção de crianças e jovens ou, na falta desta, ao Minis-tério Público junto do tribunal de família e menores territorialmente competente, de forma a procurar encontrar com a colaboração da escola e, sempre que possível, com autorização e corresponsabilização dos pais/encarregados de educação, uma solução adequada ao processo formativo do aluno e à sua inserção social.

A violação pelo aluno de alguns dos deveres consagrados no Esta-tuto ou no regulamento interno da escola, de forma reiterada e/ou em termos que se revelem perturbado-res do funcionamento normal das atividades escolares ou das relações na comunidade educativa, consti-tui infração disciplinar passível da aplicação de medidas disciplinares corretivas e sancionatórias, confor-me se indica:

Ao nível do elenco das medidas disciplinares corretivas, a novidade reside na possibilidade de ser apli-cada ao docente a medida corretiva de realização de tarefas e ativida-

des de integração na comunidade, ou seja, fora do espaço escolar, a qual deverá ser executada em perí-odo suplementar ao horário letivo do aluno, sob supervisão da esco-

la, mas com o acompanhamento dos pais/encarregados de educa-

ção, ou de entidades locais, estas últimas mediante protocolo escrito a celebrar com o estabelecimento de ensino.

Para além da correção do com-portamento perturbador, podem ser aplicadas medidas disciplinares sancionatórias, dada a relevância e qualidade da infração praticada. A novidade reside na possibilidade de aplicar ao aluno a expulsão de es-cola, sendo que esta só poderá ser aplicada ao aluno maior de idade e quando se constate não haver ou-tra medida ou modo de responsabi-lização no sentido do cumprimento dos seus deveres.

Existe também a possibilidade do diretor da escola/agrupamen-to decidir sobre a reparação dos danos ou a substituição dos bens lesados ou, na sua impossibilidade, sobre a indemnização dos prejuízos

causados pelo aluno à escola ou a terceiros.

Reforça-se, assim, a responsabi-lidade dos pais/encarregados de educação, co-responsabilizando--os pelo incumprimento dos deve-res a que os seus educandos estão obrigados a respeitar no seio da comunidade educativa, bem como pelos efeitos pedagógicos e educa-tivos das medidas disciplinares que venham a ser aplicadas pela escola.

Para além da indemnização pe-los danos patrimoniais causados, o Estatuto consagra ainda expres-samente como deveres dos pais/encarregados de educação, os se-guintes:

- reconhecer e respeitar a autori-dade dos professores e incutir nos seus filhos ou educandos o dever de respeito para com os professores e demais membros da comunidade educativa;

- participar em todos os atos e procedimentos para os quais sejam notificados no âmbito de procedi-mento disciplinar;

- manter atualizados os seus contatos telefónicos, endereço postal e eletrónico, bem como os do seu educando, quando sejam diferentes.

Importa, ainda, referir que o não cumprimento pelos pais/encarre-gados de educação dos deveres gerais de acompanhamento e par-ticipação no processo educativo e formativo dos seus educandos, de-termina a comunicação aos serviços do Ministério Público e à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, para efeitos de eventual promoção de sessões de capacitação parental, sendo que poderá implicar a reava-liação dos apoios sociais atribuídos que se relacionem com a frequência escolar dos alunos.

O incumprimento reiterado dos pais/encarregados de educação dos deveres a que estão obrigados, pode dar origem à instauração de processos de contraordenação, com aplicação de coimas, cujo montan-te varia em função dos valores dos apoios da ação social escolar para aquisição de manuais escolares.

Estatuto do Aluno e Ética Escolar - promoção da disciplina

Espaço Educação

“CONCERTO COM A BANDA SINFÓNICA DA PSP”8 DEZ | 21.30 | Centro Cultural de LagosEste evento destina-se a obter fundos para a com-pra de uma cadeira de rodas, ou outras ajudas téc-nicas adequadas ao Pedro, um jovem que reside em Bensafrim, no concelho de Lagos, e que sofre de paralisia cerebral

“SEAREIROS DA RIA FORMOSA”Até 28 DEZ | Foyer do Auditório Municipal de OlhãoTelma Veríssimo é fotógrafa free-lancer desde 1993, mantendo colaborações regulares com publicações regionais e nacionais e diversas entidades públicas e culturais da regiãode

staque

MEDIDAS DISCIPLINARES CORRETIVAS

Advertência

Ordem de saída da sala de aula e demais locais onde se desenvolva o trabalho escolar

Realização de tarefas e actividades

de integração na escola ou na comunidade

Condicionamento no acesso a certos espaços escolares

ou na utilização de certos materiais e equipamentos

Mudança de turma

MEDIDAS DISCIPLINARES SANCIONATÓRIAS

Repreensão registada

Suspensão da escola até 3 dias úteis

Suspensão da escola entre 4 e 12 dias úteis

Transferência de escola

Expulsão da escola

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07.12.2012  9Cultura.Sul

Contos de Natal na Ria Formosa

E mesmo assim…. o Natal

Terminados os dias de maior calor do ano, aqueles em que é recolhida à superfície da salina uma finíssima película de cristais de sal, chega o sempre difícil mês de Setembro. Os dias começam a ficar mais pequenos, as noites mais frescas. Há que acostu-mar de novo a ficar em casa, porque já se regressou ao trabalho e é tempo de refazer horários de sono. É preciso preparar o regresso das crianças à vida escolar. Todos os anos esta mudança causava a Álvaro um pouco de ansie-dade, que este ano se agravara devido aos problemas surgidos no trabalho.

No caminho de regresso a casa, como fazia todos os dias, conduziu vagarosamente o seu antigo carro de estimação até ao fim da estrada que vai acompanhando o rio desde a ci-dade até à foz. Saiu para contemplar a paisagem, sentir a aragem mais fresca e observar o curso das quatro correntes que ali naquele lugar se en-contram. Aquelas águas que ali fluem e confluem e que eram como que a imagem da sua própria vida, estavam hoje paradas no seu olhar, como se de uma lagoa estagnada se tratasse. Um amigo dos tempos de juventude que ali passava de barco, cumprimentou-o:

‘Eh! Alvinhas, queres ir à pesca?’. Apenas lhe acenou quase sem per-

ceber quem era que lhe falava, mas só assim realizou que tinha que sair dali e daqueles sórdidos pensamentos para onde a sua mente o estava a le-var, pois esperavam-no os outros três afluentes da sua vida.

Abriu a porta de casa mas sentou--se logo no cadeirão da sala mesmo sem despir o casaco. Tinha frio, estava exausto, arrasado, estoirado. Ele nun-ca tinha pensado que a crise global que todos os dias é anunciada pelos telejornais pudesse saltar do pequeno ecrã para a sua casa, para o seu sofá, para dentro de si. Mas chegara hoje esse dia, em que a sua empresa, uma pme como lhes chamam na imprensa, não resistiu…

Assim, o sr. Caetano, 45 anos, re-centemente apanhado na teia do de-semprego, começou a ficar cada vez mais tenso à medida que o Natal se fazia anunciar por todo o lado - na televisão, nas luzes brilhando na sua

própria rua, e sobretudo nas crianças lá de casa que começavam já a esbo-çar as cartas de pedidos de presentes. Como extremoso pai, da sua família, ocupava todo o tempo que agora já tinha, a magicar um modo de poder presentear os seus pequenos filhos, na próxima quadra natalícia. Os biscates que ia arranjando mal davam para a comida diária, mas o empreendedor Álvaro lembrou-se de algo que lhe po-dia ainda vir ajudar a salvar o Natal. Começou por contactar alguns ami-gos e conhecidos no sentido de averi-guar do interesse nos mágicos serviços que estaria disposto a prestar-lhes, ou caso não precisassem, que transmitis-sem a sua luminosa ideia a conheci-dos seus. Passada uma semana, apesar da sua actual baixa auto-estima, tinha como réstia de esperança qualquer coisa que se arranjaria. Mas não podia prever que a sua tarefa seria tão bem recebida quanto requisitada.

Então, já noite de 24, com a ajuda da mulher Isabel tentava por tudo despachar João e Filipe para a cama, com promessas de surpresas que surgiriam de caixas coloridas e enla-çadas, que pela manhã cedo seriam depositadas junto à lareira entre o pequeno presépio e a grande árvore de natal decorada a rigor. Assim que a sempre difícil missão foi consegui-da, Álvaro começou a vestir o fato de Pai Natal com que se dirigiria às casas dos seus efémeros clientes para distri-buir as aguardadas prendas da praxe, misturadas com as gargalhadas que a surpresa suscitaria nalguns, e mesmo por vezes pequenos choros nos mais pequenotes. A seguir a esses quinze minutos de magia e muitos flashes, partiria com mais trinta euros no bolso, para a morada seguinte onde repetiria o acto até às primeiras ho-ras do dia. Era mesmo bom para o negócio ter conseguido conciliar os diferentes horários a que as pessoas faziam a consoada e a que gostavam de receber os presentes, ou com a hora a que regressavam da missa do galo. Há muito que não se sentia assim tão

activo e prestável. Não tinha perdido o jeito. Deste modo conseguiria dinhei-ro para subsistir durante alguns dias e pagar algumas das prendas para os miúdos e para os familiares.

Quando voltou a casa ainda Isabel o esperava acordada para saber como tinha corrido a operação ‘barbas bran-cas’ e colocarem os presentes para os filhos junto à lareira, como prometi-do. Aí pela primeira vez se sentiu um verdadeiro Pai Natal. Apesar do mau jeito que a vestimenta dava, mes-mo assim vestido foi descansar um pouco. E pouco pareceu porque daí a duas horas o despertador do tele-móvel tocou para que se desse inicio à segunda ronda do seu percurso. Agora, para aqueles que gostavam de ser acordados pelo São Nicolau, a desejar-lhes um ‘Feliz e Santo Natal’, anunciando que os seus ajudantes duendes, já teriam ali deixado as prendas há poucos segundos atrás,

e que os meninos e meninas já po-diam ir a correr desembrulhar tudo. O velho transportador de sonhos ti-nha de partir.

Quando por fim regressava à casa, ao sair do carro, arrancou a barba pos-tiça que Isabel lhe havia colado à cara há já demasiadas horas, quando repa-rou no homem dentro do jipe topo de gama estacionado a seu lado. Tinha uma garrafa de whisky quase vazia na mão e meteu-se com ele: ‘Oh, oh! Oh! Oh!’

Ao que Álvaro retorquiu: ‘Bom dia amigo, se anda à procura dum Pai Natal, saiba que este já está a sair de turno.’

‘Eh! Alvinhas, és tu pá?! Ganda farra amigo, já despachaste as renas… E eu que pensava que era o único pai per-dido na noite de Natal.’

‘Não, não venho de nenhuma far-ra, fui só fazer um pequeno favor ao meu cunhado, uma brincadeira para os miúdos.’

‘Nã me venhas com tretas pá, tu tens lá algum cunhado. Conta lá onde é que largaste as… renas… Oh! Oh!... Ouh’

‘Bom, tenho que me ir embora’.‘Ena pá !?..., não digas mais nada,…

já percebi. Vens mesmo do trabalho. Não me digas que és tu o Pai Natal que o Casimiro e o Tó Vieira contra-taram… ainda estás sem nada?, eles disseram-me que tinhas ido ao fun-do… porque é que não falaste comigo, arranjava-se qualquer coisa, lá no sal, e tu que gostas tanto daquilo pá…’

‘Está bem, depois falo contigo. É muito fixe o teu novo jipão. Gostei de te ver Castro! Feliz Natal!’

‘Feliz Natal o caraças! Porque é que achas que estou para aqui na rua a esta hora. É o meu primeiro Natal sem os putos. Foram passar as festas a Lisboa com a mãe. Ela agora vive lá. Estou sozinho. A minha mãe está lá, para onde quer que Deus a tenha levado. O meu pai lá no lar mal me reconhece. O meu irmão continua em França, não quer saber desta por-ra de terra para nada… e eu estou para

aqui, com a bomba de 75.000 euros… como é que o Natal pode ser feliz…’

De repente, Álvaro olhou para o seu prédio e pareceu-lhe ver alguém sentado à sua porta. Era no mínimo estranho, àquela hora da madrugada. Dirigiu-se para casa seguido pelo ami-go. Álvaro ficou tão surpreendido que nem foi capaz de se zangar:

‘Joãozinho… querido… o que fazes aqui?

‘Estava a ver se o Pai Natal passava…’‘Onde estão a mamã e o maninho?’‘Ainda estavam os dois a dormir,

pai. …Pai? Tu não és o Pai Natal, pois não?’

‘Não! Claro que não! Esta roupa… estava só a experimentá-la para ver se ainda estava boa… para emprestar aqui ao meu amigo Castro. Toma Cas-tro! Agora é tua, pode ser que precises dela. Usa-a bem. Bom dia. E vê se des-cansas! …E nós João, vamos ver se já chegaram as nossas prendas.’

Álvaro e João entraram em casa, mesmo ao tempo que Isabel e Filipe saltavam da cama. Foram todos ver as prendas. Mas o que Álvaro precisa-va mesmo era de um duche quente,

uma chávena de chá, e de um pouco de descanso até à hora do almoço que juntaria toda a família. Esse teria de ser um dia feliz. Também porque teria pouco tempo para pensar na sua situ-ação actual e futura. E à noite, cansa-do de tudo, dormiria melhor do que nos dias antecedentes, e com toda a certeza sem dar tantas voltas na cama antes de adormecer, em busca de uma solução.

Com o novo ano já entrado e sem os miúdos que o entretinham, pois já haviam regressado à escola, tudo voltava ao normal nesta nova vida de Álvaro, que era sentir-se cada vez mais desanimado com a sua situação. Tive-ra uma ideia tão boa, mas tão sazonal que até se irritava de a ter tido. Afinal o Natal não depende da vontade do homem. Nada como ligar a televisão para repartir desgraças. Nisto o telefo-ne toca e ele atende.‘Estou!?’

‘Eh! Alvinhas!? Atão pá, como é que vai isso ?

‘Tudo bem, quer dizer, tudo na mes-ma. E tu, já estás melhor?’

‘Nem imaginas o bem que me fizes-te. Vesti o fato que me deste, fui para Lisboa, convenci os putos e também a Iara a irem comigo passar o révellion a Paris, para conhecerem o meu irmão e os únicos primos que têm. Foi fantásti-co, pá. Estamos todos juntos outra vez, vou ficar cá em cima por uns tempos para ver se as coisas se recompõem en-tre nós, tás a ver. Obrigado, Alvinhas!... Tá, Alvinhas !? Ainda tás aí, pá?

‘Sim Castro, estou a ouvir. Ainda bem que assim é. Fico feliz por ti.’

‘Ah! Já me esquecia, aparece ama-nhã aí no meu escritório. Estão à tua espera para me ires substituir. És o novo director da Sal.Sul. Não te es-queças pá, conto contigo. Há imenso trabalho. Depois falamos, tchau!’ E desligou.

Voltou então de novo a percorrer o caminho que sempre fazia no final de cada dia de trabalho, pela estrada cujas bermas se abrem de ambos os lados para as salinas que dão a flor mais branca, húmida e cristalina do país e quem sabe, como alguns dizem, de todo o mundo. Dum céu carregado de nuvens muito densas e escuras chovia com pouca intensida-de, mas o vento soprava de tal modo forte de oeste que a água sobre as salinas se começava a ondular. Já era noite quando chegou junto ao cais de embarque. Os poucos clientes do pequeno bar de madeira, abrigavam--se junto ao balcão para uma última bebida. Olhando para o lado esquer-do, já se acendiam as luzes da peque-na torre da igreja da unidade hote-leira, mas que outrora era o arraial que serviu de apoio aos pescadores da armação de atum que estava ali instalada. As gaivotas voavam sobre a terra sinalizando o mau tempo no mar. Mas mesmo assim Álvaro podia voltar a sorrir mais uma vez.

Pedro [email protected]

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07.12.2012 10 Cultura.Sul

Este ano comemoraram-se os 50 anos de vida literária de Vasco Graça Moura, poeta, tradutor, romancista, crítico, político, gestor, melómano, enfim, um homem dos sete ofícios, todos eles exercidos de modo a não deixar ninguém indiferente.

Para estas colunas trago a sua fic-ção narrativa, os seus contos e roman-ces, em número superior à dezena. Todos os títulos estão disponíveis, a preços extremamente acessíveis, mas quase exclusivamente por encomen-da, pois, se formos a uma livraria (fiz a experiência há pouco tempo), um dos poucos que encontramos (nor-malmente o único) é Partida de So-fonisba às seis e doze da manhã, ree-ditado neste 2012 (pela Quetzal, que publica a maior parte destas obras), 19 anos depois da primeira edição. Se tivermos sorte, numa prateleira ou outra também se encontram alguns dos volumes da trilogia «O vermelho e as sombras» (O Pequeno-Almoço do Sargento Beauchamp (2008), O Mes-tre de Música (2010) e Os Desman-dos de Violante (2011), em edição da Alêtheia), conjunto de pequenos romances situados em Portugal, du-rante as Invasões Francesas. São três livros que se leem de uma assentada, com um humor cortante e descon-certante, cujas personagens, de uma amoralidade generalizada, se tornam o alvo da nossa crítica daqueles cos-tumes, influenciados pela narração, que, mais ou menos discretamente, nos leva a isso. Tome-se um exemplo, a propósito da sociedade britânica, mas que, facilmente, se aplicaria à portuguesa: casada com um general inglês, Joana «aprendera a regra de ouro das damas da alta-roda inglesa: casavam e tinham um ou dois filhos, para assegurarem a continuidade fa-miliar. E depois, desde que fossem discretas e não dessem escândalo, podiam fazer tudo o que lhes des-se na real gana, muito em especial ter os amantes que lhes apetecesse. Assim, tivera várias aventuras sem consequência, à imagem do que se ia passando com outras suas amigas da boa sociedade londrina, muito mais altamente colocadas do que ela» (O Mestre de Música, p. 50). O tipo de linguagem deste narrador aproxima-o de alguém também sem muitos escrúpulos, que usa metáforas populares, como «dar na real gana»,

referido atrás, ou «ser desgraçada por alguém», com o sentido de ser viola-da: Violante fora para Lisboa, «após ter sido desgraçada pelo padre-cura da aldeia»; ou «pôr com dono», no sentido de ser abandonada: «quando ele a pôs com dono, por a ter trocado por outra»; ou ficar «ao deus-dará», no sentido de ficar abandonado: «soube também que a rapariga ia fi-car desamparada e ao deus-dará», e aí por diante.

Em muitos dos romances encontra-mos marcas de classe na linguagem (como o uso de «beiços» em vez do popular «lábios», com consciência de que o seu uso se restringe a uma clas-se alta «sendo o termo “beiço”, com toda a evidência, muito mais bcbg». Morte no Retrovisor, 2008, p.23), o realce do valor que se dá à educação e à cortesia («aprendi […a] comer sem falar com a boca cheia, […a] oferecer o lugar às senhoras nos carros eléctri-cos, nas salas de espera, ou onde quer que elas precisem de lugar» (Partida de Sofonisba às seis e doze da manhã p.302), revelando uma cuidada ins-trução e cultura através das inúmeras referências, explícitas ou implícitas, à literatura, música, arte, entre outras áreas, não impedindo essa erudição que o leitor comum frua tanto o aspe-to literário como as histórias que são contadas. Sim, porque Vasco Graça Moura é um excelente contador de histórias, que nos consegue prender na narrativa e surpreender-nos com o desfecho que encontra.

Mas nos seus romances há mais do que histórias: há opiniões, teorias, ideias sobre as quais as personagens vão discorrendo e que também nos fazem pensar e, algumas vezes, tomar partido, outras vezes, rejeitar. É uma escrita que não nos deixa indiferentes e que dá vontade de ler mais.

E essa é outra boa surpresa destes romances. Apesar de se encontrarem linhas mestras que se repetem (a pre-sença de referências à literatura, à arte e ao amor), este autor consegue ser sempre diferente nas abordagens. No entanto, destacaria um tema im-possível de não notar na sua escrita: o amor por e o conhecimento de mú-sica. O seu primeiro romance, Quatro últimas canções (1987), é construído ao som das composições homónimas de Richard Strauss e eu aconselho o/a leitor/a a fazer o exercício – e verá que é um prazer – de ouvir estas peças an-tes, durante e/ou depois de ler o livro.

Descrever uma música não é fácil, pois os sons apelam a sentimentos e estes são o que mais individualiza-do existe. Mas Vasco Graça Moura consegue com mestria fazer aquilo a

que eu chamaria uma écfrase musi-cal (por extensão do significado de écfrase – descrição de uma pintura). Apresento um pequeno exemplo, re-tirado do livro de contos Morte no Retrovisor (que tem como subtítu-lo o nome que dei a esta crónica. E não, não é um livro policial, apesar do nome fazer pensar nesse género): «O acordeão sustentava algumas no-tas, fazia tremoli e glissandi noutras, retomava a melodia num rodopio, enriquecendo-a de acordes a coinci-direm com os tempos fortes marca-dos pela guitarra e pelo contrabaixo, enquanto a voz do cantor se entrega-va a melismas convencionais e quase segregados numa toada a ressumar transes de paixão, nostalgia rioplati-na e engates de putas melancólicas» (p.170). Nas suas palavras, até um ressonar (do deputado Araújo, per-sonagem secundária de Quatro Últi-mas Canções), durante um concerto, tem graça: «o seu ressonar, a prin-cípio um fino zumbido de besouro no cio, e depois, adequadamente ao contexto, um espesso contrabaixo em merencórias surdinas (…), estertores súbitos de motor a gasóleo em fase de arranque e velas sujas.»

Como não vou poder falar de todos

os seus romances, vou destacar ape-nas mais dois: A Morte de Ninguém (1998) e Naufrágio de Sepúlveda (1988).

A Morte de Ninguém começa e termina com uma carta sobre uns escritos de um falecido professor. No centro, a narrativa desenvolve-se na primeira pessoa, sendo este profes-sor a personagem que narra e conta duas outras histórias a um interlo-cutor que nunca aparece. Na verda-de, estamos perante um monólogo, mas a estrutura variada das histórias contadas não o dá a entender, pois intercala a correspondência de um seu irmão (que esteve na guerra de África) com uma amiga (mais uma conhecida) que vivia nos EUA, com os seus apontamentos sobre um es-pião inglês na 2ª Guerra, em Lisboa. As duas histórias, tão diferentes, vão--se cruzando nas memórias e palavras do narrador, que de uma salta para a outra, por fios que só ele tão bem sabe entrelaçar.

Pelo Naufrágio de Sepúlveda te-nho um carinho especial, por ter sido o primeiro livro que li de Graça Moura. Na altura, tinha acabado de ler a História Trágico-Marítima (re-lações de naufrágios do séc. XVI e

XVII, compiladas por Bernardo Go-mes de Brito, no séc. XVIII) e a his-tória do capitão Manuel de Sousa Sepúlveda e de sua mulher Leonor estava ainda fresca na minha memó-ria. O que penso do livro é descrito pelo próprio narrador (um diretor da Imprensa Nacional-Casa da Moe-da e, também ele, político e escritor, tal como), no final, quando descre-ve uma conversa que teve com a sua editora: «Disse-lhe que ainda tencio-nava escrever um texto ondulante de tempos encadeados sem costuras nem pausas, como um músculo de mar cujas vagas cinzentas continua-mente trariam à praia um latido re-moto, golfadas de figuras, espumas, fragmentos, ventos, sons, enlaçados nas algas, encalhados na rebentação, deixados à vista da ressaca ao longo das páginas, como detritos, seixos, acidentes nos declives de um areal em que a água, ao retirar-se, dividida por eles, fizesse represas de memó-rias, músicas, vozes, e que tudo isto se tornaria num fluxo e refluxo in-cessante sob a chuva, sob cortinas de chuva a desabarem ao longo de todo o texto. E será um romance?, pergun-tou ela. Tudo é ficção, respondi.»

Boas Festas, com muito boas leituras!

Vasco Graça Moura: 50 anos de ficções e quase ficções

Adriana NogueiraClassicistaProfessora da Universidade do [email protected]

livro

Vasco Graça Moura, personagem polifacetada da Cultura

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07.12.2012  11Cultura.Sul

A reflexão que aqui propomos é o reconhecimento da Pessoa enquanto valor cultural. Poderá parecer absur-do, mas ao olharmos com mais aten-ção a nossa realidade, verificamos que, por entre o frenesim do mundo atual, ao Ser Humano é dado, normalmente, pouco valor. Cruzamo-nos com muitas pessoas diariamente, muitos circulam apressadamente, outros estão senta-dos em jardins, largos ou conversan-do em cafés, outros, ainda, jazem des-prezados e isolados, de forma mais ou menos escondida. Todos nós achamos uma certa graça aos idosos, isolados, ou em grupo, que encontramos nas localidades do mundo extraurbano. Contudo, esquecemo-nos de questio-nar o que está por detrás de uma pele enrugada e queimada pelo sol, ou de alguns dos olhares tristes e vazios, ou até de versos que cantam e até dos seus animados jogos. É aqui que os investigadores das Ciências Sociais e Humanas (sociólogos, antropólogos, museólogos, historiadores, etc.) têm um papel fulcral.

A Pessoa, numa sociedade materia-

lista e desumanizada, precisa urgen-temente de ser escutada. É imperativo efetuar a recolha dos seus depoimen-tos, das suas experiências de vida, do seu saber que é único, enriquecedor e que não se encontra em nenhuma das mais apetrechadas bibliotecas ou ar-quivos deste planeta. Desprezar essas fontes vivas de conhecimento é atirar para o terrível abismo da ignorância séculos de história e de memória coletivas e isso, especialmente num país tão culturalmente rico como é o

nosso, é uma tragédia. As Pessoas já não nos poderão ser úteis depois de partirem. No caso que apresentamos em seguida, a principal protagonista já não se encontra entre nós, mas foi possível ouvir o que nos quis trans-mitir atempadamente.

A Praia da Salema, em Vila do Bispo

Se não nos tivéssemos norteado pela ideia do valor da Pessoa e não

lhe dedicássemos parte do nosso tem-po livre, por exemplo, num serão na casa da Sra. Madalena de Jesus, habi-tante da Salema, então com 80 anos, realizado a 02.06.2007, na companhia da sua filha e genro, provavelmente, nunca saberíamos alguns pormeno-res relevantes. Se naturalmente não é nenhuma novidade que as origens da localidade estão relacionadas com a atividade piscatória - o tempo das Armações -, tendo-se estabelecido na zona famílias vindas de Quartei-ra, Albufeira e Alvor, por exemplo, o facto é que nem só da pesca viveu a Salema: “Tudo tinha bocadinhos de terra para semear umas favas, umas ervilhas para comer” e quem “…não tinha campo e tinha muitos filhos, era muita dificuldade. Muitos casais tinham seis e sete filhos e para se sus-tentarem iam às lapas, aos mexilhões para vender ou para trocar por figos (torrados) para os filhos”. Recordou--se que antes da chegada do Turis-mo “…o que começou a melhorar a aldeia foi o limo”. Ou seja, a apanha do limo, atividade dura que trouxe alguma prosperidade. Segundo o seu genro, José Modesto da Luz Correia, com 59 anos, o limo “Servia para os medicamentos e para a cosmética, basicamente. Era uma atividade ar-riscada. As pessoas dirigiam-se para as Furnas e Ponta da Torre muitas vezes com mau tempo. Era o ouro--negro naquela altura”, lembrou. As

embarcações com o limo eram des-carregadas em terra e as mulheres ajudavam nas tarefas seguintes: “…levavam-no em canastras e cestos, e depois punham-no a secar nos mon-tes e nos cerros”. O trabalho era cui-dadoso, pois o limo tinha de secar totalmente. Depois eram feitos far-dos, pesados e comprados. “A vida começou a melhorar para algumas pessoas: compraram-se terrenos, ele-trodomésticos, etc”.

Imagens de uma espiritualidade

Nesta arca de memórias que tive-mos a felicidade de abrir, ficámos a saber, também, algumas referências respeitantes à vivência espiritual das pessoas. Segundo a filha da D.ª Ma-dalena, Maria Margarida Correia (57 anos), o facto de na Salema não exis-tir nenhuma igreja tornava difícil a ligação dos locais com a religião: “Ia--se à igreja a Budens”. Recordou que com o aparecimento da “…Casa dos Pescadores houve mais cuidado nesse âmbito. Ensinava-se religião e moral.

A professora Maria Helena Águas (de Lagos) foi muito importante…”, promovendo “…muitas iniciativas”. E, assim, começou a vir um padre à escola (atual Clube da Salema) ce-lebrar missa”. Existiam “crenças” e “havia um senhor que vendia qua-dros e imagens nas ruas e as pesso-as compravam-lhe. Alguns herda-ram pequenos oratórios de família, mas isso não era muito frequente. A aquisição de uma imagem era uma atitude considerada religio-sa”. Mãe e filha recordaram, ainda, a importância do culto de N.ª Sra. de Guadalupe: “Chegaram a haver deslocações a pé para pedir água à senhora em períodos de seca. Várias vezes”. Na Salema: “A iniciativa era da Sra. Castanheira, que organizava a procissão e iam à Guadalupe pedir água para as colheitas…”.

Estes são apenas alguns dos ex-traordinários fragmentos da nossa memória e cultura locais que estão guardados numa Pessoa. E aqui fica o desafio: porque não começarmos nas nossas próprias casas o registo destas memórias?

•ViVências no algarVe - Património cultural imaterial

A Pessoa e o Património Cultural – uma reflexão

Artur Jorge Vieira de JesusLicenciado em HistóriaCâmara Municipal de Vila do Bispo

património

Salema: uma povoação intimamente ligada ao Mar

“CONCERTO DE NATAL”16 DEZ | 16.00 | Igreja de São Pedro do Mar - QuarteiraA Orquestra do Algarve apresenta um re-portório com algumas surpresas. Samuel Coleridge-Taylor, Berlioz, Rimsky-Korsakov, J.S. Bach, Prokofiev, entre outros, são os com-positores que protagonizam este programa

“O MEU OLHAR FOTOGRÁFICO”Até 31 JAN | Casa do Despacho da Igrejada Misericórdia de TaviraGeraldo de Jesus expõe 150 fotografias e apresenta temas como: idosos; pessoas di-ferentes, mas iguais; património; desporto; rostos; um modo diferente de usar a máqui-na fotográfica sob o olhar atento do autorde

staq

ue

fotos: Artur de jesus

O Campo: um valor complementar

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07.12.2012 12

Lugares Mágicos marca a diferença no acesso à Cultura

Há projectos assim, que respiram envolvimento, de-dicação, enlevo no criar e no fazer, no pensar e no agir. Os “Lugares Mágicos”, pro-jecto de educação artística e patrimonial da Direcção Re-gional de Cultura do Algarve (DRCAlg), em parceria com o Atelier Educativo, é um caso destes, especial.

Sexta-feira da passada se-mana a Biblioteca Municipal de Faro foi o palco escolhido para receber o fórum de de-bate “Mesas em palco”, que analisou o trabalho desenvol-vido nas duas edições (2010 e 2012) deste projecto singular que pretende levar a Cultura até às franjas mais desfavoreci-das da sociedade algarvia, em particular às crianças e jovens institucionalizados.

Os trabalhos que se prolon-garam ao longo do dia deram prova da entrega de artistas, instituições e seus profissio-nais e dos inúmeros agentes que, lado-a-lado com a DR-CAlg e com o Atelier Educa-tivo, souberam levar a bom porto este ambicioso projecto de divulgação cultural.

Ambicioso porque raro, como reconheceu Teresa Ri-cou, líder do projecto Chapi-tô, convidada a participar no último painel do dia e que se surpreendeu com a latitude da iniciativa e com a sua impor-tância para uma maior igual-dade de acesso à Cultura.

Ambicioso, também, por-que o sonho não tem limites quando a vontade ultrapassa

as fronteiras das resistências e, em resumo, vencedor face aos resultados apresentados pelos agentes envolvidos.

Ouvir falar de como uma criança isolada se liberta das amarras dos seus ‘medos e contigências’ e regressa ao convívio com o outro, de como a rebeldia e a revolta se calam, sem se perderem no que delas deve existir em cada jovem, e ganham forma de armas maio-res para o desenvolvimento sócio-cultural de cada um, surpreende.

É disso mesmo que se tra-ta, quando se fala dos Luga-res Mágicos, é dessa magia de tornar a dificuldade mais-valia que se discorre e é nessa ambi-ção que se trabalha.

Pintores, fotógrafos, cera-mistas, arqueólogos, museó-logos e artistas e profissionais desse imenso mundo que é a Cultura assumem o papel chave face a quem mais im-porta no projecto, as crianças e jovens, numa união que se apresenta rara e que só peca

por não ser universal. A discriminação positiva no

acesso à Cultura é aqui a arma de arremesso para quebrar o fosso entre quem está institu-cionalizado e o mundo cultu-ral, e por via disso a pedra de toque de mais uma estratégia de integração.

Inestimável arma que se en-tende positiva mas que, neces-sariamente, deveria tornar-se também estratégia definida para os públicos jovens em geral. As técnicas e aborda-gens utilizadas com mestria por quem estabelece a pon-te entre a Cultura e os jovens neste projecto, nunca seriam de somenos importância se se generalizassem, pese embora o reconhecimento do esforço que para tal seria necessário. Não obstante o grande es-forço seria aqui um ‘menor trabalho’ face à importância que consubstancia a garantia pró-activa do acesso geral da-queles que constituem o nosso futuro à Cultura.

Ricardo Claro

Cultura.Sul

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Projecto pretende levar a Cultura às classes mais desfavorecidas