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7 - Historia de las Innovaciones y las tecnologias História econômica brasileira do empreendedorismo e inovação potencialidades e impactos no Estado do Rio Grande do Norte. CARVALHO, Zulmara Virgínia de, PANTALEON, Efrain, RODRIGUES, Ramon César, ORRICO, Pablo Pekos Costa, NOBRE, Augusto Cesar Bezerra. Universidade Federal do Rio Grande do Norte [email protected] , [email protected] , [email protected] , [email protected] , [email protected] Resumo Embora seja um país de grande atividade empreendedora, possua ferramentas robustas para inovar e esteja entre os países com maior participação percentual em relação ao total da produção científica, o Brasil ainda apresenta baixos indicadores de produção tecnológica, refletido pelo número reduzido de depósito de patentes na Organização Mundial de Propriedade Industrial. Somado a esse contexto, em 2012, o Brasil está na 84ª posição no índice de desenvolvimento humano. Neste trabalho, uma análise da trajetória histórico- econômica brasileira da inovação e empreendedorismo é feita, contrapondo políticas industriais e de ciência, tecnologia e inovação. Pontualmente, a análise é focada no impacto dos marcos regulatórios de inovação no Rio Grande do Norte, Estado localizado na região Nordeste do país. Dentro desse cenário, gargalos científico-tecnológicos, inovações de ruptura, bem como educação, instituições e mecanismos financeiros de inovação nacionais são avaliados, visando à formulação de um sistema regional de inovação, adaptado a características socioculturais e econômicas do Estado, com base nas suas vocações locais e janelas de oportunidades. A análise aponta para a implantação de ações específicas para o Rio Grande do Norte que gerem alianças estratégicas entre a Academia, Estado e Setor Produtivo, com o objetivo de promover a participação da sociedade em todos os processos de empreendedorismo e de inovações sustentáveis, da educação de base a formação de empreendimentos científico-tecnológicos, capazes de melhorar a dinâmica econômica, com benefícios sócio-ambientais. Palavras-chave: Empreendedorismo. Inovação. Desenvolvimento Socioeconômico. Abstract Although it is a country of great entrepreneurial activity, possesses robust tools to innovate and be among the countries with the highest share in the total scientific output, Brazil still has low indicators of technological production, reflected by the low number of patent applications in World Intellectual Property Organization. Added to this context, in 2012, Brazil is in 84th position in the human development index. In this work, an analysis of the historical Brazilian economic trajectory of innovation and entrepreneurship is made, opposing political and industrial science, technology and innovation. Occasionally, the III Congreso Latinoamericano de Historia Económica y XXIII Jornadas de Historia Económica Mesa general 7: Historia de las Innovaciones y las Tecnologías Sitio web: http://www.aahe.fahce.unlp.edu.ar/Jornadas/iii-cladhe-xxiii-jhe/ San Carlos de Bariloche, 23 al 27 de Octubre de 2012 - ISSN 1853-2543 1

potencialidades e impactos no Estado do Rio Grande do Norte. · Os indicadores do IBGE ainda mostram que a renda média dos 10% mais ricos é 42 vezes maior que a renda dos 10%

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7 - Historia de las Innovaciones y las tecnologias

História econômica brasileira do empreendedorismo e inovação

potencialidades e impactos no Estado do Rio Grande do Norte.

CARVALHO, Zulmara Virgínia de, PANTALEON, Efrain, RODRIGUES, Ramon César,

ORRICO, Pablo Pekos Costa, NOBRE, Augusto Cesar Bezerra.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

[email protected], [email protected], [email protected],

[email protected], [email protected]

Resumo

Embora seja um país de grande atividade empreendedora, possua ferramentas robustas

para inovar e esteja entre os países com maior participação percentual em relação ao total da

produção científica, o Brasil ainda apresenta baixos indicadores de produção tecnológica,

refletido pelo número reduzido de depósito de patentes na Organização Mundial de

Propriedade Industrial. Somado a esse contexto, em 2012, o Brasil está na 84ª posição no

índice de desenvolvimento humano. Neste trabalho, uma análise da trajetória histórico-

econômica brasileira da inovação e empreendedorismo é feita, contrapondo políticas

industriais e de ciência, tecnologia e inovação. Pontualmente, a análise é focada no impacto

dos marcos regulatórios de inovação no Rio Grande do Norte, Estado localizado na região

Nordeste do país. Dentro desse cenário, gargalos científico-tecnológicos, inovações de

ruptura, bem como educação, instituições e mecanismos financeiros de inovação nacionais

são avaliados, visando à formulação de um sistema regional de inovação, adaptado a

características socioculturais e econômicas do Estado, com base nas suas vocações locais e

janelas de oportunidades. A análise aponta para a implantação de ações específicas para o Rio

Grande do Norte que gerem alianças estratégicas entre a Academia, Estado e Setor Produtivo,

com o objetivo de promover a participação da sociedade em todos os processos de

empreendedorismo e de inovações sustentáveis, da educação de base a formação de

empreendimentos científico-tecnológicos, capazes de melhorar a dinâmica econômica, com

benefícios sócio-ambientais.

Palavras-chave: Empreendedorismo. Inovação. Desenvolvimento Socioeconômico.

Abstract

Although it is a country of great entrepreneurial activity, possesses robust tools to

innovate and be among the countries with the highest share in the total scientific output,

Brazil still has low indicators of technological production, reflected by the low number of

patent applications in World Intellectual Property Organization. Added to this context, in

2012, Brazil is in 84th position in the human development index. In this work, an analysis of

the historical Brazilian economic trajectory of innovation and entrepreneurship is made,

opposing political and industrial science, technology and innovation. Occasionally, the

III Congreso Latinoamericano de Historia Económica y XXIII Jornadas de Historia EconómicaMesa general 7: Historia de las Innovaciones y las Tecnologías

Sitio web: http://www.aahe.fahce.unlp.edu.ar/Jornadas/iii-cladhe-xxiii-jhe/San Carlos de Bariloche, 23 al 27 de Octubre de 2012 - ISSN 1853-2543

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analysis is focused on the impact of regulatory innovation in Rio Grande do Norte State

located in the Northeast region of the country. Within this scenario, scientific-technological

bottlenecks, breaking innovations, as well as education, financial institutions and national

innovation mechanisms are evaluated for the formulation of a regional innovation system,

adapted to sociocultural and economic characteristics of the state, based on their local

vocations and windows of opportunity. The analysis points to the implementation of specific

actions to Rio Grande do Norte managing strategic alliances between the Academy, State and

Productive Sector, aiming to promote the participation of society in all processes of

entrepreneurship and sustainable innovation, education basic training of scientific and

technological developments, can improve the dynamic economic, social and environmental

benefits.

Keywords: Entrepreneurship. Innovation. Socioeconomic Development.

Apresentação: o Rio Grande do Norte e seu sistema de inovação

O Rio Grande do Norte é um estado brasileiro localizado na região Nordeste do país, com

um litoral de 410 km e uma área de 52.811,047 km2 (IBGE, portal IBGE, 2013). O Estado

está dividido em 167 municípios, dos quais 130 estão em área do bioma caatinga. O censo

publicado em 2010 pelo IBGE registrou uma população de 3.168.027 habitantes,

predominantemente urbana. A economia norterriograndense é baseada na agroindústria e no

extrativismo, hoje responsável por apenas 1,04% do PIB nacional (Ministério da Integração,

Distribuição de renda no Estado do Rio Grande do Norte, 2012).

No tocante da inovação, recentemente, no dia 27 de dezembro de 2012, o estado do Rio

Grande do Norte sancionou a Lei Estadual n° 478/2012 que dispõe sobre a concessão de

incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica (Governo do Rio Grande do Norte,

portal do Governo do Rio Grande do Norte, 2012). Junto com a data histórica, ainda são

muitos os desafios para transformar conhecimento científico-tecnológico em inovação, que

gerem riqueza socioeconômica, principalmente aqueles voltados ao fortalecimento da

institucionalidade estadual da Ciência Tecnologia e Inovação.

A partir da trajetória histórico-econômica brasileira da inovação e empreendedorismo, este

artigo discute os reflexos do sistema nacional de inovação no sistema estadual

norterriograndense de inovação.

1. Introdução: Brasil e seus contrastes econômicos

Indicadores da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) do Ministério de Ciência,

Tecnologia e Inovação (MCTI) defendem que o Brasil tem a maior e mais qualificada

comunidade de Ciência e Tecnologia da América Latina. Em 2007, O Brasil contava com

mais de 50.000 pesquisadores, responsáveis por 1,8% das publicações científicas mundiais,

mas, por outro lado, por apenas 0,2% do registro de cartas patentes. Desde então, o país forma

cerca de 10 mil doutores por ano, refletindo na 13ª posição entre os países com maior

participação percentual, contribuindo com 2,3% das publicações científicas mundiais, mas,

por outro lado, registrando o mesmo baixo desempenho em relação ao número de patentes

concedidas e, como reflexo, a 44ª posição global de inovação (World Economic Forum, Sitio web: http://www.aahe.fahce.unlp.edu.ar/Jornadas/iii-cladhe-xxiii-jhe/San Carlos de Bariloche, 23 al 27 de Octubre de 2012 - ISSN 1853-2543

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Global Competitiveness Report 2011–2012, 2012). Uma vez que a produção científica pouco

impacta na tecnológica, ela pouco muda a dinâmica econômica do país, que ainda é bastante

dependente do conhecimento internacional – o país tem um déficit de U$$ 25 bilhões em

produtos de média-alta tecnologia, e de U$$ 15 bilhões no setor de alta tecnologia (Ministério

das Relações Exteriores, Manual de orientações gerais sobre inovação, 2011).

No levantamento de 2007, a participação do Brasil no PIB mundial era 1,9%. Hoje, o

país ocupa a sexta posição no ranking dos países mais ricos, com um PIB de U$$ 2,42 trilhões

e possui no setor de serviços a base para sua economia, com 69,6% de contribuição para o

PIB, além de 75% dos empregos formais, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatística (IBGE, portal do IBGE, 2012). Por outro lado, o país registra a 84ª colocação no

ranking mundial do índice de desenvolvimento Humano (IDH). Entre os motivos, contribui a

má distribuição de renda. Como exemplo, a cidade de São Paulo, na região Sudeste, arrecada

o dobro do PIB da segunda cidade que mais arrecada, Rio de Janeiro. Os indicadores do IBGE

ainda mostram que a renda média dos 10% mais ricos é 42 vezes maior que a renda dos 10%

mais pobres. Esses dados levam o país a estar com a oitava pior distribuição de renda mundial

e mostram que boa parte da população brasileira ainda é carente das necessidades básicas do

Estado.

Embora possua bons indicadores acadêmicos, o acesso à educação no país é um

gargalo de desenvolvimento. Segundo dados do relatório do IDH da Organização das Nações

Unidas, é esperado que o brasileiro passe em torno de 14 anos na sala de aula, porém o

brasileiro passa apenas 7 anos na escola, tempo insuficiente para adquirir o conhecimento

necessário para o mercado de trabalho (Unesco, relatório sobre ciência, 2010). Outro

indicador crítico é a falta de profissionais com conhecimento suficiente para o

desenvolvimento local: 7,9% da população brasileira possui ensino superior, segundo dados

do IBGE. Nos dados da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico

(OCDE), a média dos países participantes é de 26%.

Esse cenário se reflete na competitividade internacional: falta mão de obra qualificada,

sobretudo nas áreas técnicas (engenheiros, tecnólogos e pesquisadores das áreas exatas). No

país, há uma proporção de 6 engenheiros para mil habitantes. Em países como Estados Unidos

e Japão há 25 para cada mil. Outro importante dado que destaca esta realidade é o número de

engenheiros formados anualmente no Brasil: 50 mil profissionais, dentre esses, apenas 33,1%

irão exercer a profissão, segundo dados do INEP – Instituto Educacional de Pesquisas

Educacionais (INEP, Censo da Educação Superior no Brasil, 2008). Como consequência, as

empresas brasileiras estão contratando mão de obra qualificada estrangeira, pois a quantidade

de engenheiros nacionais não supre a crescente demanda.

1.1. O cenário das patentes no Brasil

De acordo com uma análise realizada pelo DWPI (Thomson Reuters, Índice Mundial

Derwent de Patentes, 2012), embora o país detenha apenas 0,2% das patentes mundiais, os

registros de patentes no Brasil apontam para um crescimento de 64% entre 2001 e 2010.

Nesse mesmo período, Europa e Japão tiveram um declínio médio de aproximadamente 30%

e 25%, respectivamente. Entretanto, esses números representam uma consolidação tardia do

Brasil com relação a importância e participação em processos de transferência de tecnologia.

Uma percepção associada a este fato é a enorme distância estabelecida entre a ciência e o

mercado. Nos Estados Unidos (EUA), de um total de 962.700 (novecentos e sessenta e dois

mil e setecentos) docentes, apenas 13% (treze por cento) estão alocados em Universidades Sitio web: http://www.aahe.fahce.unlp.edu.ar/Jornadas/iii-cladhe-xxiii-jhe/San Carlos de Bariloche, 23 al 27 de Octubre de 2012 - ISSN 1853-2543

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(Federais, Estaduais e Privadas), enquanto que 7% (sete por cento) se encontram em Centros e

Institutos de Pesquisa (sem fins lucrativos) e o percentual restante, 79% (setenta e nove por

cento) realizam suas atividades em centros de pequenas empresas privadas (R&D in Industry,

1998). Por outro lado, de um total de 77.861 docentes no Brasil, 73% se concentram em

Universidades, 16% em Centros e Institutos de Pesquisa (sem lucro) e apenas 11% nos

Centros de Pequenas Empresas privadas, ou seja, com relação à participação de pesquisadores

na Academia e Setor Empresarial, seguimos um padrão inverso aos EUA (MCT, Sinopse do

Ensino Superior 2001 e Indicadores MCT, 2000). Enquanto que nos EUA existe uma

predominância de capital intelectual alocado em centros de pesquisas nas pequenas empresas,

no Brasil, seu maior percentual se encontra na academia, desenvolvendo atividades de ensino,

pesquisa e extensão que não impactam significativamente na transferência de tecnologia.

Quadro I – número de invenções listadas em pedidos de patentes e

patentes deferidas no Brasil entre 2001 e 2010

Número de invenções listadas em pedidos de patentes e patentes deferidas no Brasil entre 2001 a 2010:

Titular Pedidos Percentual

Petrobras 415 31%

Unicamp (Universidade Federal de Campinas) 394 30%

Universidade de São Paulo (USP) 235 18%

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (FAP) 143 11%

Universidade Federal de Minas Gerais 139 10%

Total 1326 100%

Apesar desse contexto, 73% das iniciativas dos registros de patentes são de origem

empresarial, enquanto que 27% são de Universidades. Em 2010, a Petrobrás depositou 50

pedidos de patentes no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual), mantendo a

média de 2010. Das patentes registradas pela empresa, 11% referem-se a tecnologias

desenvolvidas em conjunto com universidades.

1.2. Atividade empreendedora brasileira

O Brasil possui a maior Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA - proporção de

pessoas na faixa etária entre 18 e 64 anos na condição de empreendedores de negócios

nascentes, ou seja, com menos de 42 (quarenta e dois) meses de existência) em 2010 (17,5%),

quando comparado aos 59 países que participaram da pesquisa (Global Entrepreneurship

Monitor, Global Report, 2010). A TEA média brasileira de 2002 a 2010 é de 13,38% o. Os

dados demonstram a vocação empreendedora dos brasileiros, que já somam 21,1 milhões de

empreendedores – número que só fica atrás da China, em indicadores absolutos. Contudo este

elevado indicador reflete, em sua maior parte, empreendimentos por necessidade que, em

geral, desenvolve produtos ou serviços já existentes no mercado com baixos índices de

inovação. Deste, aproximadamente 3,3% dos empreendimentos teria a capacidade de lançar

novos produtos no mercado. Além disso, a taxa de mortalidade desses empreendimentos é da

ordem de 80%, em dois anos.

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2. A trajetória histórico-econômica brasileira da inovação e empreendedorismo

É somente no início do século XX que surgem as primeiras instituições científico-

tecnológicas no Brasil. O Instituto Soroterápico Federal, criado em 1900, responsável pela

fabricação de soros e vacinas contra a peste bubônica, tornou-se a Fundação Oswaldo Cruz

(Fiocruz) – hoje importante instituição voltada à área da saúde. Contemporâneo e com a

mesma missão institucional da Fiocruz surge o Instituto Butantan – hoje um dos maiores

centros de pesquisa biomédica do mundo. Em 1921, a Estação Experimental de Combustíveis

e Minério foi transformada no Instituto Nacional de Tecnologia (INT), enquanto em 1925 é

criado o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) – hoje importantes instituições de serviços

tecnológicos e centros de inovação. É justamente nesse período que surgem os primeiros

cientistas brasileiros com destaque internacional. César Lattes e Adolpho Lutz, como

exemplos.

O contexto de guerra do início do século XX somado a potencialidades científicas, que

despontavam na academia brasileira, e interesses militares levaram a criação de instituições

como o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), em 1949; o Conselho Nacional de

Pesquisas (CNPq) – atual Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico –

e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ambos em 1951,

que viabilizaram o fortalecimento da pesquisa científica, o Banco Nacional do

Desenvolvimento (BNDES) e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), em 1956.

Conflitos de interesses, entretanto, levaram a um hiato a relação entre os intelectuais

acadêmicos e os militares, durante a época do governo da ditadura militar (1964-1985).

Enquanto isso, as estratégias de crescimento econômico, do pós-guerra ao período do

governo da ditadura militar foram centradas em uma política industrial Estado-Empresário, no

qual o país priorizou o investimento em infraestrutura, indústrias de base, energias e

agroindústria, sem geração de progresso tecnológico no meio empresarial. A Empresa

Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) foi uma das instituições criadas no período.

Nesse cenário, para promover o financiamento institucional para a pesquisa científica, foi

criado, em 1963, o Fundo de Apoio à Tecnologia (Funtec) no âmbito BNDES. Em 1967 é

criada a Financiadora de Estudos de Pojetos (Finep), instituição com o objetivo de financiar a

elaboração de estudos de projetos e programas de desenvolvimento econômico. Quatro anos

depois, o BNDES e Finep financiam a institucionalização da pós-graduação, viabilizando a

formação de pesquisadores e a expansão da pesquisa científica no País. Nesse mesmo período

há a implantação do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

(FNDCT/Finep).

A alta produtividade acadêmica em contraponto a baixa produtividade tecnológica pode

ser um dos reflexos econômicos do hiato entre academia e governo militar, bem como a

política industrial dos anos 1950 a 1970.

Com a redemocratização, surge o Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) com a

missão de ser a governança da ciência e tecnologia brasileira e responsável pelas políticas de

pesquisa (científica, tecnológica e inovação); desenvolvimento de informática e automação;

biossegurança; espacial e nuclear, incorporando as agências de fomento Finep e CNPq. Entre

1999 a 2002, por meio do CNPq, há criação de novos formatos de financiamento (editais

universais, redes de pesquisa, Institutos do Milênio) e, por meio da Finep, há a criação dos

Fundos Setoriais de C&T e início da recuperação do FNDCT, que havia se enfraquecido ao

longo de tempo.

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2.1. Políticas industriais e de ciência, tecnologia e inovação

Ao longo de 50 anos, desde os anos 1950, a frágil articulação entre as políticas

industriais e de ciência e tecnologia brasileiras, levaram a um hiato entre a produção científica

e tecnológica no país. De outro lado, dados do MDIC e do IBGE descrevem que, embora o

Brasil seja um país de grande capacidade inventiva e criativa, as empresas brasileiras ainda

não investem em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), em comparação com seus

pares internacionais, apesar dos mecanismos técnicos e financeiros para inovar existentes.

Parte desse quadro pode ser explicado pela cultura empresarial brasileira, na qual o

licenciamento de tecnologias estrangeiras é uma forma comum de aquisição de novas

tecnologias, ao invés de desenvolvê-las. Outro fator importante é a concentração do capital

intelectual na academia.

Dentro da trajetória histórica do Brasil, as primeiras iniciativas relativas ao

desenvolvimento industrial não vinham do governo, mas da iniciativa privada (Barão de Mauá

e o maquinário da segunda revolução industrial para suas empresas, no século XIX; Delmiro

Gouveia e as máquinas de Coser de sua indústria têxtil no Nordeste do início do século XX).

Até os anos 1930, o Estado não observava a importância de uma política industrial. A partir

dos anos 40, observou-se a necessidade de discussões sobre o assunto, mas sem nenhuma

efetividade (até um plano voltado para o desenvolvimento foi criado, o SALTE, mas sem

sucesso). A partir dos anos 50, as ações do Estado visando o desenvolvimento industrial

tiveram como norte as políticas industriais.

2.1.1. Anos 1950

Durante a década de 50, o Brasil viveu um grande momento de seu progresso devido

aos inúmeros projetos de desenvolvimento da indústria nacional, como a Comissão de

Desenvolvimento Industrial (CDI), projetos de análises das necessidades de desenvolvimento

industrial no país e subsídios a importação de máquinas e equipamentos para a modernização

do setor. Tal fase iniciou-se com a tentativa do presidente Getulio Vargas de implementar as

bases de uma indústria pesada no país, tendo como exemplo a criação de empresas estatais

importantes, como Petrobras, Companhia Siderúrgica Nacional, Companhia Vale do Rio

Doce, Eletrobrás e o BNDES. Tais empresas foram fundamentais para dar suporte para o

crescimento da indústria nacional, pois essas instituições estatais foram fundamentais para o

avanço do país por serem indústrias pesadas ou de produção de bens intermediários. Como

discutido anteriormente, também nessa época surgiram as primeiras ações de

institucionalização da pesquisa acadêmica, com a fundação do CNPq, para promover e

estimular o desenvolvimento da investigação científica e tecnológica em qualquer domínio do

conhecimento, mas com especial interesse no campo da física nuclear, que para a época era a

área crucial para conhecimento, sobretudo para seu uso como energia.

2.1.2. Anos 1960

Após o governo Vargas, o Brasil teve o seu grande período de crescimento com o

governo do presidente Jucelino Kubitschek e de desenvolvimento da indústria e do país. O

governou elaborou um grande projeto de desenvolvimento, o chamado Plano de Metas, o qual

consistiu na coordenação de um programa de investimentos públicos e privados, tanto

nacionais quanto internacionais. No programa existia inúmeras metas parar superar os pontos Sitio web: http://www.aahe.fahce.unlp.edu.ar/Jornadas/iii-cladhe-xxiii-jhe/San Carlos de Bariloche, 23 al 27 de Octubre de 2012 - ISSN 1853-2543

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de estrangulamento da economia brasileira, sendo que os setores de energia, transporte,

siderurgia, construção naval e aeronáutica e refino de petróleo receberiam maior parte dos

investimentos do governo. Além disso, o governo incentivava através de subsídios e estímulos

a expansão e diversificação do setor secundário, produtor de equipamentos e insumos com

alta intensidade de capital.

O governo brasileiro abriu o mercado local para as multinacionais estrangeiras,

gerando alguns problemas, como a incapacidade de concorrência com essas empresas,

detentoras de melhor tecnologia e preço, além do mercado consumidor interno ser incapaz de

absorver a produção industrial. Isso levou a graves problemas econômicos (inflação e

aumento da dívida pública) nos anos seguintes.

2.1.3. Anos 1970

Com isso, na década de 70, o governo tem como objetivo tornar o Brasil uma potência

mundial e, para buscar tal resultado, o governo elaborou diversos planos que abrangessem

todos os setores da indústria. Com isso, por meio do II Plano Nacional de Desenvolvimento

(PND), foram estabelecidas metas setoriais para desenvolver o setor no país. Portanto, o II

PND ampliou o leque de setores para abranger mais empresas de bens de consumo básicos, de

bens de capital e de produtos de tecnologia. Além disso, o governo fez pesados investimentos

e incentivos em infraestrutura, nas indústrias de base, de transformação, equipamentos, bens

duráveis e na agroindústria de alimentos. Exemplos de políticas de incentivo ao

desenvolvimento da indústria no Brasil são: subsídios à importação de máquinas e

equipamentos; subsídios à exportação de produtos nacionais; proteção das indústrias

estratégicas; incentivo das pequenas e medias empresas; intervenção reguladora; e proteção à

indústria nascente.

Para conseguir os objetivos firmados neste plano de desenvolvimento, o regime militar

tentou estimular a formação de profissionais capazes de realizar tais mudanças e assim

fortalecer a economia do governo. Tanto que, já no meio da década anterior, houve o apoio a

formação das instituições de apoio a pesquisa estaduais (em 1962 foi criada a Fundação de

Amparo á Pesquisa de São Paulo – FAPESP, estado motor do desenvolvimento industrial do

país na época) e em 1965 foi regulamentado o ensino de mestrado, graduação e pós-graduação

no país, por meio de Capes, cuja missão institucional era regulamentar, expandir e consolidar

esta formação.

Além das mudanças na gestão das instituições que prestam serviços tecnológicos,

houve a criação de uma instituição para gerir o fundo nacional para apoio à inovação, a Finep,

que anteriormente era gerida pelo BNDES. Esta instituição foi criada em 1967 e em 1971 foi

designada como órgão executivo para financiar a expansão da ciência e tecnologia nacional.

Os problemas surgiram em pouco tempo, pois os recursos para os investimentos

vieram de empréstimos aos fundos estrangeiros e o país não obteve recursos para pagar. Além

deste acontecimento, a pouca atenção à capacitação para inovação industrial, as crises

internacionais do petróleo e o crescimento vertiginoso dos juros levaram a uma estagnação da

economia brasileira. Essa perspectiva se materializou nos planos de desenvolvimento dos

anos 80, que objetivavam a resolução imediata dos problemas financeiros do país (como

exemplo desse cenário, apenas em 1985 foi criado o MCT, mas já em 1989 foi fundido com o

MDIC). No entanto, a política de desenvolvimento é um instrumento para resultados de longo

prazo e mostrou-se incapaz de resolver os problemas urgentes da nação.

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2.1.4. Anos 1990

Após uma ‘década perdida’, com economia ainda em extrema crise (mais

precisamente a hiperinflação derivada dos empréstimos aos bancos estrangeiros para os

projetos já citados da década de 70), a corrente neoliberal, que se contrapunha as ideias

aplicadas nas políticas anteriores, foi a aplicada nos projetos de desenvolvimento industrial

brasileiro. No governo do presidente Fernando Collor foi gerada a PICE (Política de Indústria

e Comércio Exterior), que tinha como principais diretrizes a prática de métodos toyotistas de

produção com a absorção das tecnologias das multinacionais estrangeiras e o apoio do Estado

a capacitação tecnológica industrial através da oferta de crédito. A partir dessas premissas,

houve uma franca abertura do mercado as indústrias estrangeiras.

O problema é que as empresas brasileiras não tinham condições de competir com as

multinacionais estrangeiras em uma situação de livre concorrência, pois estas ofereciam

produtos e serviços com altos insumos técnicos, o que não era uma característica da indústria

brasileira. Este fato, atenuado pelos seguidos fracassos das políticas monetárias e estruturais

(houve uma nova divisão entre os ministérios, mas desta vez a pauta da Ciência e Tecnologia

era gerida por uma secretaria, a Secretaria de Ciência e Tecnologia. Apenas em 1992, no

governo do presidente Itamar Franco, a pauta do setor voltou a receber um ministério, MCT)

do governo levaram a pior situação industrial da história, com as poucas empresas

‘sobreviventes’ tendo que cooperar (forte surgimento de oligopólios, monopólios, cartéis e

outras relações anti-livre concorrência de mercado na economia brasileira) com as indústrias

estrangeiras para não serem extintas.

Após este governo, veio o mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, e o

sucesso de sua política monetária fez com que as ideias neoliberais fossem as dominantes na

formulação do plano de desenvolvimento brasileiro: ausência do Estado como o agente de

desenvolvimento, entregando essa responsabilidade a iniciativa privada. Assim, o país passou

por um amplo processo de privatização de suas indústrias (Vale do Rio Doce e Telebrás são

alguns exemplos), além da desnacionalização de muitas outras por causa da concorrência

desleal com as multinacionais estrangeiras.

Então, novas formas de atração industrial tomou força no país: os incentivos fiscais,

série de vantagens que se caracterizam na abdicação de alguns impostos cobrados a indústrias,

aliados a mão-de-obra barata e oferecimento de recursos naturais abundantes foram as

‘vitrines’ para a vinda delas aos Estados. Todo esse contexto fez com que a pesquisa voltada

para inovação técnica fosse posta em segundo plano nas prioridades do Estado. O final do

governo foi marcado por uma grave crise econômica, não mais caracterizada pelos problemas

cambiais, mas sim pela fraca estrutura macroeconômica do país, além de uma indústria

carente de qualidade e produtividade, buscando pessoas que as garantissem no mercado

externo.

2.1.5. Anos 2000 – aos dias atuais

Nos primeiros anos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Estado teve

como objetivo resolver os problemas sociais que atrapalhavam o desenvolvimento econômico

nacional: promoveu programas que auxiliavam a distribuição de renda e ao mesmo tempo

formava uma ‘massa de consumo’ que absorvia os produtos das indústrias alocadas aqui.

Esses programas levaram o país a sair de uma grave crise econômica mundial anos depois.

Após este início de governo, em 2004 foi formada a Política Industrial, Tecnológica e

de Comércio Exterior (PITCE) e a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) logo em

seguida, que davam as diretrizes para as ações do Estado para o desenvolvimento industrial Sitio web: http://www.aahe.fahce.unlp.edu.ar/Jornadas/iii-cladhe-xxiii-jhe/San Carlos de Bariloche, 23 al 27 de Octubre de 2012 - ISSN 1853-2543

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brasileiro. Nesta época, houve a reformulação do Ministério de Ciência e Tecnologia,

ganhando em seu nome o aspecto que faltava para pautar as diretrizes das políticas no setor: a

inovação, designado agora MCTI. Suas principais características foram o foco na inovação,

sobretudo em setores estratégicos da economia (fármacos, biocombustíveis, produtos de alto

insumo tecnológico), além de reconstruir as instituições que atuam no apoio ao setor de

inovação, como as universidades, escolas de ensino técnico, fundações de amparo à pesquisa

(um exemplo é a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte - Fapern).

Os problemas eram a falta de conexão entre as instituições de pesquisa e as necessidades da

indústria para seu desenvolvimento técnico, o ainda mal estruturado sistema de Ciência,

Tecnologia & Inovação e as divergências entre a política industrial e o sistema financeiro

nacional (a alta carga tributária).

A atual política de desenvolvimento, já implantada pelo governo da presidente Dilma

Roussef, é denominada PLANO BRASIL MAIOR, e nada mais é que a continuidade e

melhoria das bem sucedidas políticas anteriores: continuidade, pelo fato de colocar o Estado

ainda como uma parte integrante do desenvolvimento nacional, interferindo nos rumos da

economia e destacando setores estratégicos para o país. Melhoria, pois nesse plano tenta-se

observar o apoio de projetos de inovação das empresas brasileiras: além dos marcos

regulatórios já existentes, o investimento do BNDES para apoio a projetos inovadores e o

objetivo de uma maior participação da iniciativa privada nos investimentos em P&D mostram

que a inovação é o ponto de destaque desta política industrial.

O único ponto onde deixa a desejar é a falta de ações de integração entre as

instituições de pesquisa e os setores empresariais, pois pouco adianta investir nas instituições

de pesquisa caso elas não ajudarem a resolver os problemas do país.

Na direção de alavancar a cultura da inovação no Brasil, foi criado em dezembro de

2011, durante o governo Dilma, o programa Ciências Sem Fronteiras, iniciativa do MCTI e

do Ministério da Educação (MEC), que busca estabelecer a consolidação, expansão e

internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competividade brasileira por

meio do intercâmbio e da mobilidade internacional. São enviados para o exterior os

estudantes com melhores índices acadêmicos no país, possibilitando a integração do capital

intelectual brasileiro com as mais diversas instituições. Recentemente, o Brasil firmou

parceria com 1049 instituições de graduação em diversos países, como IIE (Institute of

International Education), Universidade de Harvard dos Estados Unidos da América, o

Ministério de Cultura, Educação, Esportes e Ciência e Tecnologia do Japão, Universidade de

Oxford, na Inglaterra, entre outras instituições. Além das Instituições Científicas e

Tecnológicas (ICTs), existem diversas empresas aliadas ao programa, oferecendo estágio

supervisionado aos participantes do intercâmbio. Destacam-se, as americanas Praxair,

Smithsonian, Dupont e General Electric, a francesa Renault e a coreana Hyundai entre alguns

exemplos do setor produtivo internacional que oferecem vagas. Até 2015, espera-se investir

R$ 3,5 bilhões neste projeto de internacionalização produtiva de mobilidade de ensino e

pesquisa.

2.2. Marcos Regulatórios de Inovação

Na direção reduzir o hiato entre produção científica e tecnológica, o governo federal

sancionou, em 2004, um conjunto de marcos regulatórios voltados à inovação: a lei no 10.973,

a lei de inovação, com o objetivo de oferecer incentivos à inovação e à pesquisa científica e

tecnológica no ambiente produtivo, e a lei no 11.080, que criou a Agência Brasileira de

Desenvolvimento Industrial (ABDI), bem como fortaleceu o texto da lei de informática

(no 10.176/2001) com a lei n

o 11.077. No ano seguinte, sancionou a lei n

o 11.196, lei do bem, Sitio web: http://www.aahe.fahce.unlp.edu.ar/Jornadas/iii-cladhe-xxiii-jhe/

San Carlos de Bariloche, 23 al 27 de Octubre de 2012 - ISSN 1853-25432

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que dispunha sobre incentivos fiscais para a inovação tecnológica e a lei de Biossegurança,

no 11.105. Além desses instrumentos, em 2007, o MCT implantou o Sistema Brasileiro de

Tecnologia (Sibratec) para viabilizar a interação entre Instituições de Ciência e Tecnologia

(ICT) e empresas e criou a lei de regulamentação do FNDCT. A temática ganhou ainda mais

força quando o “I”, de inovação, foi incorporado ao Ministério de Ciência e Tecnologia, em

agosto de 2011, passando a se chamar MCTI. Apesar da existência destes e de outros

instrumentos técnicos e financeiros para inovar (agência de fomento de C,T&I; financiamento

não-reembolsável a Instituições Cientificas e Tecnológicas (ICT); agência de fomento à

inovação; subvenção econômica para empresas; banco de financiamento à inovação; capital

de risco, fundos de aval para empresas), transformar conhecimento em riqueza

socioeconômica é ainda um grande desafio para o país.

Quadro II – instrumentos técnicos e financeiros de fomento a inovação

Marco Regulatório Mecanismos

Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991

Alterada pelas leis no 10.176, de 2001 (lei de

informática) e no 11.077, de 2004

Dispõe sobre a capacitação e competitividade

do setor de informática e automação e dá

outras providências.

A partir da aprovação de um plano de P&D dentro dos

Programas de Desenvolvimento Tecnológico Industrial

(PDTI) e Programas de Desenvolvimento Tecnológico

Agropecuário (PDTA) do MCT, era previsto dedução do

Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ), redução do Imposto de Produtos Industrializados (IPI), depreciação

acelerada, redução de Imposto sobre Operações Financeiras

(IOF) e Imposto de Renda Retido na Fonte sobre remessas e

dedução de despesa com Royalties e Assistência Técnica.

A condição para isenção ou redução do IPI era aplicar pelo

menos 4% da receita em P&D; fabricar de acordo com o

Processo Produtivo Básico (PPB) e possuir ISO 9.000.

Lei no 8.661, de 2 de junho de 1993

Revogada pela lei nº 11.196, de 2005 (lei do

bem)

Dispõe sobre os incentivos fiscais para a

capacitação tecnológica da indústria e da agropecuária e dá outras providências.

Isenção ou redução do IPI

Lei no 10.176, de 11 de janeiro de 2001 (lei de

informática)

Alterada pela lei no 11.077, de 2004

Altera a Lei no 8.248, de 23 de outubro de

1991, (...), dispondo sobre a capacitação e

competitividade do setor de tecnologia da

informação.

São beneficiadas as empresas que invistam em atividades de

pesquisa e desenvolvimento (P&D) de tecnologias da

informação e que produzam bens de informática, automação

e telecomunicações atendendo a Processo Produtivo Básico

– PPB, definido pelo MDIC e MCTI (art. 1º do Decr. nº

5.906/06)

Lei no 10.332, de 19 de dezembro de 2001

Institui mecanismo de financiamento para o

Programa de Ciência e Tecnologia para o

Agronegócio, para o Programa de Fomento à

Pesquisa em Saúde, para o Programa

Biotecnologia e Recursos Genéticos – Genoma, para o Programa de Ciência e Tecnologia para

o Setor Aeronáutico e para o Programa de

Inovação para Competitividade, e dá outras

providências.

Destinou ao Fundo Verde Amarelo recursos crescentes do

IPI sobre bens de TI, incentivados pela Lei no 10.176/01,

para equalizar juros de empréstimos para P&D; permitiu

participar no capital de PME; permitiu subvencionar

empresas com PDTI/PDTA (Lei no 8.661/93) e dar liquidez

aos investimentos privados em fundos de risco.

Sitio web: http://www.aahe.fahce.unlp.edu.ar/Jornadas/iii-cladhe-xxiii-jhe/San Carlos de Bariloche, 23 al 27 de Octubre de 2012 - ISSN 1853-2543

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Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004 (lei de inovação)

Dispõe sobre incentivos à inovação e à

pesquisa científica e tecnológica no ambiente

produtivo e dá outras providências.

Autoriza a incubação de empresa dentro de ICTs;

Permite a utilização de laboratórios, equipamentos e

instrumentos, materiais e instalações das ICTs por empresa;

Facilita o licenciamento de patentes e transferência de

tecnologias desenvolvidas pelas ICTs;

Promove a participação dos pesquisadores das ICTs nas

receitas advindas de licenciamento de tecnologias para o

mercado;

Autoriza a concessão de recursos financeiros diretamente

para a empresa (Subvenção Econômica);

Autoriza a participação minoritária do capital de Empresa de

Propósito Específico, cuja atividade principal seja a inovação;

Autoriza a instituição de fundos mútuos de investimento em

empresas cuja atividade principal seja a inovação.

Lei nº 10.637 de 30 de dezembro de 2002

Dispõe sobre (...), a compensação de créditos fiscais, (...), e dá outras providências.

Permitiu abater os gastos em P&D na base de cálculo do

Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e na

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);

permitiu abater em dobro da base de cálculo do IRPJ, gastos

em P&D que derivassem patentes.

Resolução Funtec 1.092/04

Criação do Fundo Tecnológico – Funtec do BNDES para

subvencionar inovação empresarial ou Instituições de

Pesquisa

Lei no 11.077, de 30 de dezembro de 2004

Altera a lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991,

(...), e a lei no 10.176, de 11 de janeiro de 2001, dispondo sobre a capacitação e

competitividade do setor de informática e

automação e dá outras providências.

Isenção ou redução do IPI, válidas até 31/12/2019, para bens

de Tecnologia da Informação (informática, automação e

telecomunicações) produzidos em todas as regiões do País

(exceto a Zona Franca de Manaus, que tem legislação

específica), conforme indicado a seguir (arts. 3º e 4º do

Decr. nº 5.906/06):

Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005 (lei

do bem)

Institui o Regime Especial de Tributação para a

Plataforma de Exportação de Serviços de

Tecnologia da Informação - REPES, o Regime

Especial de Aquisição de Bens de Capital para

Empresas Exportadoras - RECAP e o

Programa de Inclusão Digital; dispõe sobre incentivos fiscais para a inovação tecnológica;

(...); revoga a Lei no 8.661, de 2 de junho de

1993, (...); e dá outras providências.

Viabiliza a concessão de incentivos fiscais a qualquer pessoa jurídica, desde que ela invista em pesquisa e

desenvolvimento para inovação tecnológica;

Prevê novo regime fiscal que facilite e incentive as empresas

a investir em P&D;

2.3. Ambiente de inovação e empreendedorismo

Como discutido anteriormente, no Brasil uma das referências em empreendedorismo

foi o Barão de Mauá, que trouxe para o país uma das primeiras empresas de iluminação

pública, instalou uma empresa para expandir a malha ferroviária, entre outros pontos

estratégicos da economia. Um visionário que encontrava oportunidade onde os outros viam Sitio web: http://www.aahe.fahce.unlp.edu.ar/Jornadas/iii-cladhe-xxiii-jhe/San Carlos de Bariloche, 23 al 27 de Octubre de 2012 - ISSN 1853-2543

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atraso, porém o governo monarquista não compartilhava desta visão empresarial inovadora e

Mauá, sem apoio, foi sucumbindo aos poucos. Hoje o Brasil se encontra em um cenário

totalmente oposto, com um governo mais ativo em relação a este ponto, exemplo destes

tempos é a Embrapa, uma instituição voltada para os agronegócios de maneira diferenciada.

No passado o Governo adotava medidas absurdas como o convênio de Taubaté, no qual se

restringia a produção agrícola, mas hoje com a Embrapa a abordagem é bem diferente. O

modelo que o governo aposta é no desenvolvimento de novas técnicas de manejo de solo, de

novas sementes mais resistentes entre outros avanços no setor. A inovação é a ferramenta

utilizada para dinamizar a economia e fortalecer o setor.

2.3.1. Incubadoras de empresas

É uma iniciativa na qual as empresas de pequeno porte que estão ingressando no

mercado de trabalho, ficam alojadas num local limitado por um determinado tempo. O

objetivo é maximizar a probabilidade de sobrevivência dessas empresas. Estas startups

iniciantes são instaladas em prédios bastante completos que contam com serviços comuns

(fax, serviços de informação etc), bem como de apoio gerencial. A argumentação em torno

das incubadoras é o desenvolvimento da região e a criação de novos empregos.

Iniciado no Brasil na década de 80 por iniciativa do então presidente do CNPq,

professor Lynaldo Cavalcanti, cinco fundações tecnológicas foram criadas, em Campina

Grande (PB), Manaus (AM), São Carlos (SP), Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC). Já

hoje, praticamente todos os Estados possuem incubadoras com intuito de atrair ou

estimular a criação de empresas de vários ramos e em destaque as de base tecnológica. As

incubadoras de empresas de base tecnológica podem fazer parte ou não de um parque

ou de um polo tecnológico.

A incubação de empresas, no Brasil, ainda não é um assunto unânime, mas vem se

difundindo aos poucos já que tem bastantes casos de sucesso em alguns Estados do país,

como por exemplo, o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (C.E.S.A.R) que

está localizado em Pernambuco (PE) e é responsável por mais de 3% de seu PIB (Brasil

Maior, 2012). Mesmo assim, pouco são os estudos e pesquisas realizados para desenvolver

as práticas de incubadoras de empresas.

Existem alguns estudos já publicados, como: a “Incubadora de inovação: que

nova espécie é essa” (2005) de Conceição Vedovello e Paulo N. Figueiredo, “Rede de

Relacionamento em Pequenas Empresas de Base Tecnológica (EBT’s) Incubadoras: um

estudo da sua importância para o desempenho organizacional na percepção dos

empreendedores” (2009) da autoria de Alessandra Vasconcelos Gallon, Sandra Rolim

Ensslin e Amelia Silveira.

Pesquisas desse gênero possibilitam a criação de novos ambientes de

empreendedorismo e inovação direcionados principalmente às necessidades regionais e

locais por meio da articulação do conhecimento científico-tecnológico concentrando nas

Universidades, e da demanda empresarial que busca vantagem competitiva para

sobrevivência no mercado.

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) vêm trabalhando muito bem no

que se diz respeito as pesquisas que desenvolvem registros de inovação e

empreendedorismo. É missão atribuída à Agência de Inovação da Unicamp: "Ampliar o

impacto do ensino, pesquisa e extensão da Unicamp por meio do desenvolvimento de

parcerias e iniciativas que estimulem a inovação e o empreendedorismo em benefício da Sitio web: http://www.aahe.fahce.unlp.edu.ar/Jornadas/iii-cladhe-xxiii-jhe/San Carlos de Bariloche, 23 al 27 de Octubre de 2012 - ISSN 1853-2543

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sociedade.", (Inovação Unicamp, 2012).

É de sua competência auxiliar os pesquisadores no licenciamento das inovações e na

redação e depósito da patente, no registro de software e de outras formas de propriedade

intelectual (PI), na identificação de produtos ou processos patenteáveis e licenciáveis,

procurando reforçar a cultura de proteção da tecnologia e simplificando os procedimentos

de comercialização e de registro de PI; responsabilizando-se também pelas atividades de

parceria com o governo e setor privado no estímulo ao surgimento de empresas de base

tecnológica e no fortalecimento das atividades de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) do

setor privado, através do trabalho conjunto com agências de fomento e investidores

privados de capital de risco, bem como pela ação de incubação de empresas e atuando, em

nome da Unicamp, na implantação e no desenvolvimento do parque tecnológico do entorno

da universidade.

A Universidade de São Paulo (USP), referência no Brasil e no mundo, estando entre

as 100 universidades com melhor reputação (World Reputation Ranking, 2012), atua

fortemente oferecendo suporte aos seus docentes, discentes e servidores na elaboração de

projetos, inserindo parcerias estratégicas em seu escopo que possibilitam eficientes

interações com os setores empresariais, desenvolvendo novas tecnologias, bem como,

promovendo divulgação científica voltada para os impactos e benefícios das inovações

guiadas pelo resultado de seus pesquisadores.

2.3.2. Instituição Científica Tecnológica e o Núcleo de Inovação Tecnológica

É definido pela Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004 – Lei de Inovação, que uma

Institução Científica Tecnológica (ICT) é representada por um órgão ou entidade de

administração pública que tenha por missão institucional, dentre outras, executar atividades

de pesquisa básica ou aplicada de caráter científico ou tecnológico; o Núcleo de Inovação

Tecnológica (NIT) tem por finalidade gerir sua política de inovação e pode ser definido

como um órgão, núcleo ou ainda constituído por uma ou mais ICTs. Existem diferentes

casos de NIT, à depender das peculiaridades de cada ICT e de suas políticas de transferência

de tecnologia. O Núcleo de Inovação Tecnológica da UFRN foi pela Resolução nº 04/2007 -

CONSUNI de 28 de Setembro de 2007, estando em conformidade com a Lei de Inovação

(Lei nº 10.973 de 02/12/2004 e regulamentada pelo Decreto nº 5.563 de 11/10/2005),

vinculado à Pró-Reitoria de Pesquisa (Propesq). Dentro de suas atividades, destacam-se a

avaliação de produtos, registro a propriedade intelectual, transferência de tecnologia,

estímulo das atividades de empreendedorismo, promoção de eventos relacionados às

práticas de inovação da UFRN e prestação das consultorias em mecanismos de viabilização

de patentes. Na área de P&D, existe a possibilidade da construção de inovação em parceria

com empresas privadas e institutos de pesquisa, onde a participação do NIT deve assegurar

os interesses da ICT junto às negociações entre os agentes envolvidos.

2.3.3. Parques Tecnológicos

O Brasil possuia cerca de 75 parques tecnológicos distribuídos por todo o país. O

estudo os classifica em três grupos: operação, implantação e projeto (ANPROTEC - Portfolio

de Parques Tecnológicos no Brasil, 2008). É observado que existe um equilíbrio relativo

entre os estágios citados anteriormente, porém, o maior percentual está em fase de projeto. Sitio web: http://www.aahe.fahce.unlp.edu.ar/Jornadas/iii-cladhe-xxiii-jhe/San Carlos de Bariloche, 23 al 27 de Octubre de 2012 - ISSN 1853-2543

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Com relação à distribuição geográfica, existe uma maior concentração nas regiões Sul e

Sudeste, causada possivelmente pela quantidade de produções técno-científicas. A região

Sudeste é identificada como a de maior concentração de Parques Tecnológicos em fase de

projeto. O Nordeste, apesar de estar entre as regiões com menor participação, apresenta a

maior quantidade relativa em operação, em um total de sete parques tecnológicos, cinco

estão classificados nessa categoria, restando outros dois em fase de projeto/implantação.

Quadro III - parques tecnológicos distribuídos pelo NE e suas respectivas fases

Nome do parque Cidade UF Fase

Parque Tecnológico do Nutec – PARTEC Fortaleza CE Operação

Parque Tecnológico de Bodocongó – PaqTcPB Campina Grande PB Operação

Núcleo de Gestão do Porto Digital Recife PE Operação

Parque Tecnológico de Eletro-Eletrônica ParqTel Recife PE Operação

Sergipe Parque Tecnológico Aracajú SE Operação

Parque Tecnológico de Salvador – TECNOVIA Salvador BA Implantação

Parque Tecnológico de Alagoas – PTAL Maceió AL Projeto

Baseado no número total de parques tecnológicos, foram identificadas

aproximadamente 520 empresas em fase de operação, cuja receita produzida vale cerca

de R$ 1,68 bilhões com volume de exportação e geração de impostos estimados na

ordem de R$ 116 e R$ 119 milhões, respectivamente. Outro parâmetro significativo a

partir da participação dessas 520 empresas é o de geração de postos de trabalho, 26.233,

com forte concentração de profissionais de nível superior (55%) e com pós-graduação

(27%).

Sobre os investimentos em parques tecnológicos no Brasil, foram investidos

R$ 1.308.727,00 que corresponde a 24% do necessário para a implantação desses

projetos. De acordo com documento oficial do estudo, as estimativas precisam ser

melhoradas, uma vez que os tipos de investimentos nos parques não obedecem a um

mesmo padrão de projeto para projeto (Anprotec, Portfólio de Parques Tecnológicos no

Brasil, 2008).

2.3.4. Políticas de Apoio ao ambiente empreendedor

No Brasil, foram lançadas em 1984, as primeiras políticas de apoio aos parques

tecnológicos e incubadoras de empresas, no âmbito do CNPq. Nos anos 2000, o total de

incubadoras em operação no país era de 135, em um intervalo de 6 anos, a taxa de

crescimento foi de 279% resultando em 377 empresas. Mesmo assim, a capacidade de

apoio aos empreendimentos de base tecnológica está muito aquém das necessidades do

Brasil, país com grandes dimensões geográficas e econômicas. A taxa de mortalidade

das empresas geradas incubadas é de 20%, percentual abaixo das empresas tradicionais

que se aproximam dos 50% nos dois primeiros anos de operação (Sebrae, Taxa de

sobrevivência das empresas no Brasil, 2009). Segundo pesquisas realizadas entre 2001 e Sitio web: http://www.aahe.fahce.unlp.edu.ar/Jornadas/iii-cladhe-xxiii-jhe/San Carlos de Bariloche, 23 al 27 de Octubre de 2012 - ISSN 1853-2543

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2008, o Brasil aparece com o terceiro maior índice de empreendedores no mundo,

ficando atrás apenas para Estados Unidos e China, entretanto, o empreendedorismo

brasileiro é interpretado como “de necessidade”, que em geral, desenvolve produtos ou

serviços já existentes no mercado com baixos índices de inovação-, nesse cenário, apenas

3,3% desses empreendimentos teriam a capacidade de lançar novos produtos no mercado

(Global Entrepreneurship Monitor, Global Report, 2010). Para combater esse cenário, é

necessário que ocorra uma integração entre as políticas já existentes, como o Programa

Nacional de Apoio às Incubadoras de Parques Tecnológicos (PNI) e o Plano de Inovação do

Brasil (PIB), por meio de um novo sistema de gestão, de avaliação contínua e

armazenamento de indicadores confiáveis, capaz de criar um forte sistema brasileiro de

apoio à inovação, da estrutura de apoio formal à elaboração, orientação e

acompanhamento de projetos e da estrutura de financiamento às empresas.

3. Reflexos das políticas nacionais no Estado do Rio Grande do Norte

As ações do Estado do Rio Grande do Norte referente ao desenvolvimento industrial

tiveram pequena representatividade. Até os anos 1970, o Rio Grande do Norte se

caracterizava por possuir uma economia sustentada por três culturas: a pecuária, a açucareira

e a cotonicultura. Esta última foi a responsável pela inserção do Estado no setor industrial,

pois, além de ter um bom investimento do setor privado, favoreceu a vinda de diversas

indústrias nacionais (Guararapes, Coteminas são exemplos) e, consequentemente, a formação

de parques de indústria têxtil no Estado. Esse desenvolvimento foi consequência das ações do

governo de Cortêz Pereira, que por meio da Superintedência de Desenvolvimento do Nordeste

(Sudene), tentou implantar alguns projetos que visavam o desenvolvimento do Estado, como a

construção de vilas rurais que se sustentavam na fruticultura, o desenvolvimento da

carcinicultura e a formação de uma indústria de minério que unia todas as potencialidades do

estado: o sal, a energia (gás natural) e a terra, composta por arenito. Essa união geraria a

barrilha, importante álcali, matéria-prima de aproximadamente 40 derivados, desde a

fabricação de vidros a chips de computador. Contudo, a demora de resultados, associada ao

mau gerenciamento, levou ao fracasso deste importante projeto.

Após esta época, a ciência e tecnologia só veio voltar à pauta de desenvolvimento do

Estado no final dos anos 90, no governo Garibaldi. Por meio da Secretaria de Comércio,

Ciência e Tecnologia, as primeiras iniciativas institucionais voltadas para o apoio da inovação

tomaram forma: a criação do Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia, além da

regularização do fundo de desenvolvimento científico e tecnológico e a criação da Fundação

de Amparo a Pesquisa do Rio Grande do norte (a Fapesp possui 50 anos - para efeito de

comparação) foram o pontapé inicial visando o desenvolvimento industrial estadual.

Uma característica das pesquisas industriais no Estado é a exploração dos potenciais

naturais do local, com o apoio do governo em incentivos como o Centro Tecnológico do

Queijo, do Camarão, da Apicultura e do Agronegócio. Algum tempo depois, houve a

formação de Arranjos Produtivos Locais, que objetivam o compartilhamento de tecnologia

entre as empresas locais e com isso o crescimento técnico mútuo.

Atualmente, a política de Ciência, Tecnologia e Inovação local objetiva resolver um

problema que também se reflete em âmbito nacional: a distância entre a universidade e as

necessidades da sociedade como um todo, destacando a economia e a necessidade de

pesquisas aplicadas a inovação nos diversos setores da indústria. Como reflexo, a criação do

Instituto Metrópole Digital, projeto iniciado em 2009 que visa à formação de mão-de-obra em Sitio web: http://www.aahe.fahce.unlp.edu.ar/Jornadas/iii-cladhe-xxiii-jhe/San Carlos de Bariloche, 23 al 27 de Octubre de 2012 - ISSN 1853-2543

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Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), além de um pólo tecnológico do setor no

Estado.

Atualmente, o Rio Grande do Norte integra as principais iniciativas de inovação brasileira

por meio da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), participa da Mobilização

Empresarial pela Inovação, com a criação do Núcleo de Apoio à Gestão da Inovação e por

meio da Fapern, que gerencia os editais nacionais de fomento à Ciência, Tecnologia e

Inovação (CT&I). Além disso, em parceria com outras instituições de ensino superior, foi

articulada, junto à Fapern, a rede norteriograndense de inovação (RNi). O Governo do Estado

criou o Instituto Internacional de Tecnologia em Energias Renováveis do Estado do Rio

Grande do Norte (IITEERN), que será um Instituto de excelência voltado à pesquisa em

Energias Renováveis, com foco na energia eólica, atuando com Pesquisa, Ensino, Serviços e

Treinamento (formação).

No âmbito universitário, em resposta à lei de inovação, a Universidade Federal do Rio

Grande do Norte (UFRN) criou o seu Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), em 2007, e seu

programa de incubação de empreendimentos, Nata (2011), bem como o estímulo a criação de

empresas júniores nos cursos de graduação.

3.1. O cenário da Inovação e Empreendedorismo no Rio Grande do Norte

O Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação brasileiro conta com 366

Instituições de Ciência e Tecnologia (ICT) e 85.000 doutores, dos quais 2,2% estão no Rio

Grande do Norte. No cenário da Pesquisa Científica-Tecnológica norteriograndense, o

Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação possui um Instituto Federal e quatro

Universidades (três públicas e uma privada): o Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), a Universidade do Estado do Rio Grande do

Norte (UERN), a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a Universidade

Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) e a Universidade Potiguar (UnP); 13 incubadoras;

55 Núcleos de Excelência; três Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT):

Interface Cérebro–Máquina, In Espaço e Comunicação sem Fio, participando de outros

dezoito INCT; uma rede de extensão tecnológica do Sibratec, um instituto de pesquisa do

MCTI: o Centro Regional do Nordeste do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais; quatro

Centros Vocacionais Tecnológicos (CVT): aquicultura, agrícola de Jundiaí, do agronegócio e

mineral; uma Fundação de Apoio à Pesquisa (Fapern); doze Arranjos Produtivos Locais

(APL): quatro com atividades formalizadas (da cadeia produtiva do petróleo e gás, têxtil-

confecções, carcinicultura e fruticultura), seis com atividades parcialmente formalizadas

(apicultura, mandioca, cerâmica estrutural, ovinocaprinocultura, bovinocultura e laticínios) e

duas com atividades não formalizadas (bordados e flores e plantas ornamentais) e, no âmbito

empresarial, conta com Petrobrás, Agência Nacional do Petróleo (ANP), Companhia Hidro

Elétrica do São Francisco (Chesf), bem como da ordem de 9.000 micro e pequenas empresas

(Sebrae, Cadastro Empresarial do Rio Grande do Norte, 2012).

Estas instituições de ensino possuem 5.015 professores, sendo 1.894 doutores; 478 grupos

de pesquisa, com 3.000 projetos; 98 cursos de pós-graduação, sendo 65 de mestrado e 33 de

doutorado com 69.381 alunos de graduação; 2.794 de Ensino a Distância (EaD); 6.502 de

especialização; 4.309 de pós-graduação, em uma demanda de 19.000 alunos no ensino médio.

Apesar de uma bem estruturada base de ciência e tecnologia, a principal fonte de geração

de empregos formais no Estado do Rio Grande do Norte é micro e pequenas empresas, Sitio web: http://www.aahe.fahce.unlp.edu.ar/Jornadas/iii-cladhe-xxiii-jhe/San Carlos de Bariloche, 23 al 27 de Octubre de 2012 - ISSN 1853-2543

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principalmente na área de serviços, comércio e construção civil (Sebrae, Cadastro Empresarial

do Rio Grande do Norte, 2012)

Quadro IV - infraestrutura educacional do sistema de inovação norteriograndese

Instituição

Alunos Professores

Doutores

Grupos

de

Pesquisa

Programas de Pós-

Graduação

Graduação Pós-

Graduação Doutorado Mestrado

IFRN 3.300 120 14,12% 70

UERN 10.763 330 162 15,36% 60 1 4

UFRN 26.368 3.602 1.297 66,72% 237 30 52

UFERSA 4.040 317 200 60,61% 42 2 7

UnP 24.910 60 115 13,05% 69 2

Total 69.381 4.309 1.894 37,17% 478 33 65

3.2. Gargalos e Oportunidades

O Rio Grande do Norte representa 3% do território brasileiro, com 52.796,791 de

quilômetros quadrados e uma população de 3.168.027 habitantes, sendo 78% urbana, com

uma renda mensal média das famílias da ordem de R$ 1.203,00 (IBGE, 2010). Além disso,

possui a décima nona posição no ranking estadual do Produto Interno Bruto (PIB), a sexta

economia da região Nordeste. Apenas três empresas locais estão entre as mil maiores do

Brasil em volume de receita líquida, sendo uma estatal. Estes dados destacam a fragilidade da

economia local, evidenciando a necessidade de levantamentos e análises de gargalos e

potencialidades de desenvolvimento.

Entre os gargalos de desenvolvimento, está o fraco sistema logístico norteriograndense,

importante instrumento para a agilidade do fluxo de pessoas e mercadorias. Embora o Estado

esteja geograficamente localizado em um ponto estratégico, no extremo leste do país, o que

leva o Rio Grande do Norte a ser o Estado brasileiro mais próximo da Europa, África e Ásia,

no estado existe um aeroporto internacional, cedido pela Base Aérea de Natal, com

capacidade insuficiente para a demanda local; dois portos, sendo que um destinado apenas

para o escoamento de sal marinho e uma defasada malha viária e ferroviária. Este cenário

contribui, por exemplo, na inviabilidade de implantação de uma refinaria de petróleo e gás

natural da Petrobrás, gigante do setor petrolífero. A empresa preferiu implantar o

empreendimento na cidade de Abreu e Lima, no Estado de Pernambuco, que possui um porto

com estrutura e capacidade de escoar a demanda produzida pela refinaria, o porto de Suape.

Contudo, os mesmos gargalos podem ser interpretados como oportunidades: há projeto de

expansão do porto de Natal, já em andamento, visando conseguir escoar todos os produtos

norteriograndenses (atualmente toda produção do Estado é escoado por portos de Estados

vizinhos ou da cidade de Areia Branca). Outro projeto estruturante em andamento é a

construção do Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante, com vistas no fluxo

gerado pela copa do mundo de 2014, com perspectivas de ser um terminal com alta

capacidade de processamento de cargas. Além disso, também em fase de construção está a

Sitio web: http://www.aahe.fahce.unlp.edu.ar/Jornadas/iii-cladhe-xxiii-jhe/San Carlos de Bariloche, 23 al 27 de Octubre de 2012 - ISSN 1853-2543

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duplicação da principal rodovia do estado, a BR-101, rodovia com o maior fluxo do Estado,

que possui grande extensão, levando as principais cidades do país.

Outro ponto crítico para o desenvolvimento do Estado é a fragilidade na governança de

CT&I. Embora o Rio Grande do Norte possua Universidades que estão entre as melhores do

país; destaque-se em pesquisas em setores estratégicos como energia, gestão, saúde, fármacos,

entre outros; forme profissionais com alto capital intelectual para o mercado de trabalho; bem

como possua instituições que objetivem serem pontes entre a sociedade e a academia, como o

Núcleo de Inovação Tecnológica, o Núcleo de Aplicação de Tecnologias Avançadas, o

Instituto Metrópole Digital, o Núcleo de Pesquisa em Alimentos e Medicamentos, os Núcleos

de Práticas Jurídicas, entre outros, ainda não existe uma articulação sólida entre academia,

sociedade e empresas.

A falta de articulação entre academia, Governo e setor empresarial se reflete na

dinâmica econômica do Estado. As exportações locais caracterizam-se por produtos de baixo

valor agregado, enquanto as importações são de produtos de médio valor agregado, o que leva

a balança comercial a valores baixos. Os principais produtos exportados pelo Rio Grande do

Norte são combustível, pescados, produtos agrícolas (açúcar; álcool; banana; castanha de

caju; cera de carnaúba; mamão; manga; melancia e melão); produtos da indústria de extração

(ferro; granito; sal e tungstênio) e produtos têxteis (roupa de cama e tecidos), cujos principais

destinos são Nigéria, Portugal, Alemanha, China, Reuni Unido, Argentina, Mauritânia,

Holanda, Espanha e Estados Unidos da América (MDIC, 2012).

Entre as razões desse cenário, há a contribuição da falta de um bem estruturado

sistema local de inovação. No Rio Grande do Norte não há uma secretaria de Estado apenas

para a Ciência, Tecnologia e Inovação, fazendo com que a temática divida pauta com outras

necessidades da Secretaria de Desenvolvimento Econômico.

Apesar desse cenário, o Rio Grande do Norte possui vantagens que o diferenciam nas

suas potencialidades econômicas. Uma delas é a sua localização geográfica, que o beneficia

não só com a já citada distância para o exterior, mas também com a facilidade e a diversidade

de se obter energias: no Estado é possível se obter energia eólica, solar e petróleo com

facilidade, o que levou o Estado a, em 2008, declarar autossuficiência em energia elétrica.

Além disso, há também a potencialidades geológicas: a composição de terras

norteriograndenses, aliada a boa bacia hidrográfica em algumas regiões, leva a uma excelente

capacidade agrícola (a fruticultura irrigada gera a maior quantidade de produtos para a pauta

de exportação), além de uma rica diversidade mineral.

4. Conclusões: consolidação de um Sistema Regional de Inovação

A partir da análise do cenário do Estado, evidenciado pelos aspectos estruturais da

economia e inovação, pontua-se a importância da consolidação de um Sistema Regional de

Inovação. Este instrumento tem por objetivo unir três forças importantes para o

desenvolvimento do país: a academia, formadora de ‘mente-de-obra’; o setor produtivo,

necessitado de inovação para desenvolver-se e de mão-de-obra capacitada para isso; e o

Estado, que precisa de uma economia sólida e dinâmica, capaz de suprir as necessidades de

emprego e renda para sua população.

Como já discutido, o Rio Grande do Norte possui uma sólida estrutura acadêmica, com

bons profissionais formados, um apoio à inovação tanto estadual quanto nacional, com seus

planos de desenvolvimento e um bem estruturado setor empresarial, com diversos setores com Sitio web: http://www.aahe.fahce.unlp.edu.ar/Jornadas/iii-cladhe-xxiii-jhe/San Carlos de Bariloche, 23 al 27 de Octubre de 2012 - ISSN 1853-2543

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empresas locais competindo no mercado. Porém, estes três setores não estão articulados, ou

seja, não existe uma sólida estrutura que os direcionem a ações conjuntas, apenas projetos ou

ações pontuais. A proposta é criar uma governança, que gere desenvolvimento multilateral,

impactando a sociedade com benefícios nos setores sociais, ambientais e econômicos.

A sua estrutura de gestão contaria com os três setores: o Estado entraria com a Secretaria

de Ciência, Tecnologia & Inovação (instrumento ainda em pauta de votação na assembleia

legislativa. Atualmente pauta de CT&I estadual é vinculada à Secretaria de Estado de

Desenvolvimento Econômico); as instituições de ensino contariam com representantes das

universidades públicas e particulares; e as empresas participariam com os representantes do

Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Federação das

Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (Fiern). As decisões deste conselho seriam

conjuntas, as quais só seriam aprovadas se os três setores estivessem de acordo.

A estrutura tem como objetivo o desenvolvimento com base nas potencialidades locais.

Para isso, as universidades locais devem objetivar os seus estudos na exploração daquelas

com sustentabilidade, aspecto que ainda é carente na realidade: Dos 194 grupos cadastrados

na CNPq, apenas 16 objetivam esta importante necessidade. Outra realidade da academia é a

falta de conhecimento sobre a estrutura econômica local – nos cursos das ciências exatas não

há alguma disciplina que contemple o estudo do Estado. Esta realidade resulta em cada vez

menos esforços e pesquisas visando o desenvolvimento do Rio Grande do Norte.

Outra importante ação a ser tomada pelo grupo é a formação de uma cultura inovadora nas

empresas locais. Apesar do grande número de empresas no Estado (51.361, segundo dados do

IBGE), existe uma baixa taxa de sobrevivência empresarial (74,9% das empresas continuam

funcionando após dois anos, índice segundo pior da região Nordeste e abaixo do ideal – 80%)

e problemas de desemprego, demonstrados pelo saldo negativo de empregos formais no

primeiro semestre de 2012. Isto se dá pela falta de competitividade das nossas empresas, que

em sua maioria estão no setor de serviços e não investem em inovação para desenvolverem-

se. Para que esta realidade seja mudada, a universidade se integrará com o setor por meio de

seus Núcleos de Inovação Tecnológica e suas incubadoras.

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