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PRÁTICA - CGU — Ministério da Transparência e ... · PRÁTICA 1) TÍTULO Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação (Siope) 2) DESCRIÇÃO DA PRÁTICA

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PRÁTICA

1) TÍTULO

Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação (Siope)

2) DESCRIÇÃO DA PRÁTICA - limite de 8 (oito) páginas:

O Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação (Siope) é uma

ferramenta de monitoramento que tem como objetivo tornar transparente os investimentos da

educação no País, por meio da disponibilização de informações de natureza orçamentária e

financeira, contemplando as despesas orçadas e realizadas no âmbito da educação dos Estados, do

Distrito Federal e dos Municípios, auxiliando no planejamento, gestão e acompanhamento dos

recursos, mediante divulgação de indicadores educacionais que permitam a aferição de

resultados.

A educação no Brasil encontra-se inserida num processo histórico que envolve as lutas

pela garantia dos direitos fundamentais do cidadão, com educação de qualidade e acesso de todas

as crianças e jovens à escola pública. Nesse processo evolutivo, o financiamento tem papel de

destaque, com a vinculação de recursos provenientes da receita de impostos e transferências à

manutenção e desenvolvimento do ensino, estabelecido como pressuposto básico à oferta de

ensino gratuito, universal e de qualidade, consolidado pela Constituição Federal de 1988.

As definições advindas da Carta de 1988 e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação

situam a responsabilidade educacional como tarefa compartilhada entre a União, os Estados, o

Distrito Federal e os Municípios, sendo organizada sob a forma de regime de colaboração (Arts.

211 da CF e 8º da LDB/1996), tanto da vertente da assistência técnica, quanto financeira. Dessa

forma, os municípios devem atuar prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil

e os estados e o Distrito Federal no ensino fundamental e médio, utilizando-se de no mínimo 25%

de suas receitas de impostos e transferências constitucionais (Arts. 212 da CF e 69 da LDB/1996).

Por outro lado, a União deve destinar 18% de suas receitas líquidas de impostos, para

organizar e financiar seu sistema de ensino e, junto aos Estados, Distrito Federal e Municípios,

prestar assistência técnica e financeira, de forma redistributiva e supletiva, garantindo a

equalização de oportunidades educacionais (Arts. 211 e 212 da CF e 9º e 69 da LDB/1996).

Os impostos e transferências que compõem as fontes de receitas para esses percentuais de

investimentos obrigatórios em educação, conforme estipulado na legislação vigente, são

distribuídos entre os entes federados na forma disposta no Quadro 1:

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Quadro 1: Competências e repartição de impostos e transferências por esfera de governo

Co

mp

.

Arre

c.

Sigla/Denominação

Repartição da receita

União Estado e DF Município Base Legal U

niã

o

II - Imposto sobre Importação

de produtos estrangeiros 100% - -

Art. 153, I, CF

IE - Imposto sobre Exportação

de produtos nacionais ou

nacionalizados

100% - -

Art. 153, II, CF

IR - Imposto sobre Renda e

proventos de qualquer natureza

54%

(*)

21,5% a título de FPE 22,5% + 1% em

julho e em

dezembro, a título

de FPM

Art. 159, I, CF,

LC nº 62 /1989

- 100% sobre

rendimentos pagos pela

administração pública

estadual

100% sobre

rendimentos pagos

pela administração

pública municipal

Art. 153, III,

Art 157, I, e Art.

158, CF

IPI - Imposto sobre Produtos

Industrializados

44%

(*)

21,5% a título de FPE

+10% proporcional ao

valor das exportações

22,5% + 1% em

julho e em

dezembro, a título

de FPM

Art. 153, IV, e

Art. 159, II, CF

IIOF - Imposto sobre Operações

de crédito, câmbio e seguro, ou

relativas a títulos ou valores

mobiliários

- 30% 70%

Art. 153, V, CF

ITR - Imposto sobre

Propriedade Territorial Rural 50% - 50%

Art. 153, VI, e

Art. 158, I, CF

IGF - Imposto sobre Grandes

Fortunas 100% - -

Art. 153, VII,

CF

IOFouro - Imposto sobre

Operações de crédito, câmbio e

seguro, ou relativas a títulos ou

valores mobiliários -

- 30% 70%

Art. 153, § 5º,

CF

Est

ad

o

ITCMD - Imposto sobre

Transmissão Causa Mortis e

Doação

- 100% -

Art. 155, I, CF

ICMS - Imposto sobre

Operações Relativas à

Circulação de Mercadorias e

Sobre Prestação de Serviços de

Transporte interestadual e

intermunicipal e de

Comunicação

- 75% 25%

Art. 155, II, e

Art. 158, IV, CF

IPVA - Imposto sobre

Propriedade de Veículos

Automotores

- 50% 50%

Art. 155, III, e

Art. 158, III, CF

Mu

nic

ípio

ITR – Imposto sobre

Propriedade Territorial Rural

(fiscalização e cobrança por

opção do Município)

- - 100%

Art. 153, III, §

4º, e Art. 158,

I, CF

IPTU – Imposto sobre

Propriedade Predial e Territorial

Urbana

- - 100%

Art. 156, I, CF

ITBI – Imposto de Transmissão

“inter vivos” de bens imóveis e

de direitos reais sobre imóveis

- - 100%

Art. 156, II, CF

ISS - Imposto sobre Serviços de

qualquer natureza - - 100%

Art. 156, III, CF

Fonte: Constituição Federal 1988

(*) 3% para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste,

através de suas instituições financeiras de caráter regional.

A partir dessa previsão legal de repartição de recursos e, considerando a necessidade de

atuar na melhoria das condições escolares e na valorização dos profissionais do magistério, foi

instituído, por meio da Emenda Constitucional nº 14/96, o Fundo de Manutenção e

Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), com vistas à

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redistribuição equitativa de recursos entre entes governamentais localizados em um mesmo

estado, sendo sub-vinculado 80% dos 25% das principais receitas de impostos e transferências

estaduais e municipais, que passaram a ser distribuídos automaticamente com base no número de

alunos matriculados no ensino fundamental, para uso obrigatório em despesas com a manutenção

e no desenvolvimento do ensino fundamental (MDE), com destinação de pelo menos 60% para

remuneração dos profissionais do magistério em efetivo exercício.

O Fundef vigorou de 1998 a 2006 e foi substituído pelo Fundo de Manutenção e

Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb),

criado pela Emenda Constitucional nº 53/2006, o qual passou a contemplar toda a educação

básica, incluindo o ensino fundamental, educação infantil e ensino médio, com recursos

ampliados, pela inclusão de novas receitas de impostos e transferências, as quais asseguram

repasses também automáticos, baseados nas matrículas dessas três etapas da educação básica,

concorrendo para a equalização e redução de desigualdade em dois níveis: i) dentro de cada

unidade federada estadual, pela simples consideração da variável matrícula como elemento de

direcionamento de recursos, e ii) entre unidades federadas distintas, pela elevação dos recursos

federais assegurados e sua distribuição, a título de Complementação da União ao Fundo.

O Fundef e o Fundeb são iniciativas nacionais que se caracterizam como estratégia de

cooperação e descentralização, com redistribuição de recursos, demarcação e reafirmação de

competências e responsabilidades, que fortalece o pacto federativo. Dentre essas

responsabilidades, o monitoramento da aplicação dos recursos da educação, por meio de sistema

específico para esse fim, constitui importante mecanismo de apoio técnico relacionado à

aplicação dos recursos da educação, sobretudo do Fundeb, que reúne a mais expressiva parcela

desses recursos.

Nesse intuito, o Ministério da Educação institucionalizou o Siope, por meio da Portaria nº

06, de 20 de junho de 2006, com o objetivo de coletar informações sobre orçamentos e

investimentos públicos realizados na área educacional, pela União, Estados, Distrito Federal e

Municípios e monitorar o cumprimento dos limites legais de aplicação mínima, subsidiando a

implantação, acompanhamento e avaliação de políticas públicas educacionais.

O Siope ficou, inicialmente, sob a responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e

Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), passando sua manutenção e operacionalização,

em 2008, para o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), pela Portaria MEC

nº 844, de 08 de julho de 2008, mantendo os seguintes objetivos básicos:

I. constituir base de dados nacional detalhada sobre receitas e investimentos públicos

em educação de todos os entes federativos;

II. estabelecer padrão mínimo de oportunidades educacionais para o ensino, baseado no

cálculo do custo mínimo por aluno, visando assegurar ensino de qualidade para

todos os brasileiros, em atenção ao disposto no artigo 74 da Lei nº 9.394, de 20 de

dezembro de 1996 (LDB);

III. permitir o planejamento e dimensionamento das ações supletivas da União em

educação, em respeito ao comando do parágrafo 1º do artigo 211 da Constituição

Federal;

IV. subsidiar a elaboração de políticas educacionais em todos os níveis de governo;

V. produzir indicadores de eficiência e eficácia dos investimentos públicos em

educação;

VI. assegurar transparência e publicidade à gestão dos recursos públicos destinados à

educação, incrementando os mecanismos de controle legal e social em relação aos

percentuais mínimos de recursos vinculados à educação, e

VII. monitorar a aplicação dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da

Educação Básica e de valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

Trata-se, portanto, de sistema eletrônico, operacionalizado pelo FNDE, instituído para

coleta, processamento, disseminação e acesso público às informações referentes aos orçamentos

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de educação dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, sem prejuízo das atribuições dos

Poderes Legislativos e dos Tribunais de Contas. A inserção dos dados no programa, bem como a

fidedignidade e a veracidade das informações em relação aos demonstrativos contábeis é de

responsabilidade do declarante.

O Sistema apresenta as seguintes características:

permite a declaração, transmissão (mediante utilização de senha), armazenamento e

extração de dados e informações sobre finanças educacionais;

requer, obrigatoriamente, a inserção e a atualização permanente de dados por parte da

União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios;

prevê correspondência entre as informações declaradas e os demonstrativos contábeis

que são peças do balanço, publicados pelos entes da federação, e

possui caráter declaratório, portanto os Poderes Executivos dos estados, Distrito

Federal e municípios, de acordo com suas competências, são responsáveis pela

exatidão e fidedignidade das informações prestadas.

O Siope se encontra organizado em três subsistemas que se complementam:

a) Coleta de Dados: permite a inclusão das informações referentes às receitas totais e aos

investimentos públicos em educação, pélos entes federados;

b) Armazenamento de Dados: amazena os dados declarados e transmitidos pelos entes

governamentais, e

c) Geração de Relatórios: permite o acesso e a impressão das informações oraganizadas

em quadros, tabelas e gráficos.

O processo envolve a instalação do sistema, o preenchimento dos dados e a transmissão

das informações. O Siope é disponibilizado para download, em versão anual, até 30 de dezembro

de cada ano, através da página eletrônica do FNDE. O preenchimento dos dados no sistema é

anual e o prazo de transmissão, sem penalidades, é de até trinta de abril para os municípios e até

trinta e um de maio para estados e DF, em harmonia com o disposto no art. 51 da Lei

Complementar n° 101, de 04/05/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal).

O acesso inicial ao Siope é feito pelo módulo de “Sistemas” no endereço eletrônico

www.fnde.gov.br. As informações são disponibilizadas em links, cujo conteúdo apresenta seus

objetivos e características, materiais de divulgação, legislação que o fundamenta, um conjunto de

relatórios municipais, estaduais e da União, de acesso livre ao público, recibos de transmissão,

manuais e informações de parcerias, conforme apresentado na Figura 2 a seguir:

Figura 2. Sítio do FNDE: Página do Siope

Fonte: Página do FNDE, disponibilizado em <http://www.fnde.gov.br/index.php>. Acesso em 31/08/2015

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Destacam-se os conteúdos para “Downloads” e de “Senha de Transmissão”. O primeiro

coloca à disposição dos responsáveis pela alimentação das informações do sistema (estadual ou

municipal), cópia das versões anuais, para instalação em seu equipamento de informática.

Observa-se a existência de um instalador do Sistema para Municípios e outro instalador para o

Sistema dos Estados e do Distrito Federal, onde os dados devem ser preenchidos. Já o módulo de

“Senha de Transmissão”, orienta a forma de obtenção dessa senha, pelo gestor dos recursos da

educação, nesse caso o Secretário de Educação do respectivo ente governamental.

O conteúdo do sistema disponibiliza, ainda, o canal de comunicação “Fale Conosco”, que

permite a realização de contatos permanentes com o FNDE para solicitações de orientações e

esclarecimentos. Por uma área restrita, a equipe técnica do Siope interage com os usuários e

responde aos pedidos, via “Fale Conosco”.

O processo técnico-operacional que envolve o SIOPE se inicia com a alimentação dos

dados requeridos no sistema, que se torna possível após sua instalação, por meio de acesso e

realização de Download diretamente da página do FNDE. Os dados de receitas e despesas devem

ser informados de acordo com o Balanço Geral do ente federado, e apresentadas de forma

desdobrada por categoria, função e subfunção, sendo que as informações relacionadas aos

governos estaduais (Siope Estadual) e aos governos municipais (Siope Municipal) se encontram

organizadas conforme apresentado no Quadro 2:

Quadro 2: Módulos do Siope Estadual X Módulos do Siope Municipal

Fonte: Caderno de Estudos do Siope - FNDE

Com o propósito de obter informações precisas sobre os investimentos no setor

educacional, a consistência dos dados declarados pode ser verificada pelo próprio usuário, que

tem a disposição “filtros de consistência”, visualizado pela “Tela de Críticas”, os quais se

encontram desdobrados em cinco tópicos e objetivam demonstrar a existência de eventuais

inconsistências existentes nos dados apresentados: 1) Dados Gerais; 2) Receitas; 3) Despesas; 4)

Valores calculados, e 5) Declaração de Responsabilidade. A ocorrência de inconsistências e,

consequentemente, a geração de dados inválidos, impedem a transmissão da declaração, situação

que obriga a verificação e a correção das críticas apresentadas. Nesse caso, o sistema apresenta

um facilitador, ao clicar sobre as críticas, aparece o detalhamento da mesma e leva ao módulo e

coluna onde se localiza o problema evidenciado, para que o dado seja alterado, se for o caso.

A figura 3, a seguir, demonstra a tela de acesso às inconsistências verificadas:

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Figura 3. Tela de Críticas no Módulo do Siope

Fonte: Siope Municipal – 2014 Anual – Versão 14.0.0.8 – 20/03/2015

Com a finalização do preenchimento dos dados, os índices educacionais são calculados,

permitindo ao usuário do sistema, antes de transmitir a declaração, verificar o cumprimento dos

limites legais impostos para a educação e conferir as informações, por intermédio do módulo de

consultas e relatórios, que são oferecidos nas seguintes opções:

Demonstrativo do Fundeb;

Anexo 8 – Relatório Resumido de Execução Orçamentária (RREO);

Indicadores;

Quadro Resumo das Despesas;

Quadro Consolidado das Receitas;

Quadro Consolidado de Despesas;

Demonstrativo da Função Educação (Consolidado);

Matrículas e,

Controle de Restos a Pagar.

O preenchimento completo e atualizado dos dados orçamentários e financeiros e o

cumprimento aos limites constitucionais demonstrados nos índices calculados pelo sistema são

condições indispensáveis para a realização de transferências voluntárias e assinatura de convênios

ou termos de cooperação com o FNDE, vinculados ao Plano de Desenvolvimento da Educação

(PDE). Na etapa de transmissão, o Siope apresenta tela com os resultados dos Percentuais dos 4

(quatro) indicadores dos limites legais, descritos no Quadro 3:

Quadro 3. Indicadores educacionais – Limites Legais

Fonte: Caderno de Estudos do Siope - FNDE

Descrição

Percentual de aplicação das receitas de impostos e transferências vinculadas à educação em

MDE (mínimo de 25% para estados, DF e municípios)

Percentual de aplicação do FUNDEF ou FUNDEB na remuneração dos profissionais do

magistério (mínimo de 60%)

Percentual de aplicação do FUNDEF ou FUNDEB em despesas com MDE, que não

remuneração do magistério (máximo de 40%)

Percentual das receitas do FUNDEF ou FUNDEB não aplicadas no exercício (máximo de

5%)

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Após a validação, para transmissão dos dados, é necessário o preenchimento de

Declaração de Responsabilidades, que confirmam a metodologia e o conhecimento da

publicidade das informações. O Siope envia, por e-mail, “Recibo de transmissão”, que também

pode ser emitido pelo usuário, a qualquer momento, via página do sistema.

Após a transmissão, os dados são recebidos e armazenados. Essas informações permitem

disponibilizar uma série de relatórios na página do Siope na Internet, que permitem a divulgação

e a transparência na gestão de recursos gastos na manutenção e desenvolvimento do ensino. Os

relatórios são separados em municipais e estaduais, são eles:

Situação de entrega dos municípios /UFs;

Municípios/UFs transmitidos por faixa de população;

Municípios transmitidos por UF;

Municípios/UFs que não transmitiram;

Processamento de Arquivos de Transmissão;

Validar Recibo de Transmissão;

Dados informados pelos municípios/UFs;

Demonstrativo Fundef/Fundeb;

Relatório Resumido da Execução Orçamentária – RREO – Anexo X da Lei de

Responsabilidade Fiscal (a partir de 2006);

Demonstrativo da Função Educação;

Indicadores, e

Quadro de Resumo de Despesas.

Dentre os relatórios, destaca-se o Demonstrativo das Receitas e Despesas com

Manutenção e Desenvolvimento do Ensino – MDE – Anexo X, que compõe o Relatório

Resumido da Execução Orçamentária (RREO). Este anexo simultaneamente alimenta o Serviço

Auxiliar de Informações para Transferências Voluntárias (CAUC) da Secretaria do Tesouro

Nacional (STN). O processo é realizado de maneira automática e gera informação acerca do

cumprimento ou não, das vinculações constitucionais, sob a forma de comunicado do FNDE, o

qual é endereçado ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas da unidade federada de

localização do ente governamental, informando a situação.

Além dos indicadores sobre limites legais, são disponibilizados, também, diversos

indicadores educacionais, calculados com base nas informações declaradas pelos entes

governamentais, conforme Quadro 4:

Quadro 4. Indicadores Educacionais do Siope

Indicadores de Dispêndio Financeiro

Percentual dos recursos do FUNDEB aplicados na educação infantil

Percentual dos recursos do FUNDEB aplicados no ensino fundamental

Percentual dos recursos do FUNDEB aplicados no ensino médio

Percentual das despesas com educação infantil em relação à despesa total com educação

Percentual das despesas com ensino fundamental em relação à despesa total com educação

Percentual das despesas com ensino médio em relação à despesa total com educação

Percentual das despesas com educação superior em relação à despesa total com educação

Percentual das despesas em educação em relação às despesas de todas as áreas

Percentual das despesas com alimentação escolar em relação à despesa total com educação

Gasto com material didático por aluno da educação básica

Percentual de despesas correntes em educação em relação à despesa total em MDE

Percentual de investimentos de capital em educação em relação à despesa total em MDE

Indicadores de Dispêndio com Pessoal

Percentual das despesas com aposentadorias e pensões da área educacional em relação às despesas totais com

MDE

Percentual das despesas com pessoal e encargos sociais da área educacional em relação à despesa total com MDE

Percentual das despesas com professores em relação à despesa total com MDE

Percentual das despesas com profissionais não docentes em relação à despesa total com MDE

Indicadores de Investimento por Aluno

Investimento educacional por aluno da educação infantil

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Investimento educacional por aluno do ensino fundamental

Investimento educacional por aluno do ensino médio

Investimento educacional por aluno da educação superior

Investimento educacional por aluno da educação de jovens e adultos

Investimento educacional por aluno da educação especial

Investimento educacional por aluno da educação profissional

Investimento educacional por aluno da educação básica

Investimento educacional por aluno

Despesa com professores por aluno da educação básica

Despesas com profissionais não docentes da área educacional por aluno da educação básica

Percentual de investimento por aluno da educação superior em relação ao investimento por aluno da educação

básica

Indicadores de Desenvolvimento Educacional

Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB - Séries Iniciais

Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB - Séries Finais

Indicadores de Composição da Receita

Percentual das receitas de transferências realizadas pelo FNDE em relação à receita total

Percentual das receitas de impostos em relação à receita total.

Resultado Financeiro do Exercício

Superávit/Déficit do ente federado no exercício

Saldo financeiro do FUNDEB no exercício atual Fonte: Página eletrônica do FNDE. Siope. Relatórios Municipais – Indicadores. Acesso em 01/09/2015

Esses indicadores permitem a realização de variadas análises, inclusive de perspectiva

histórica, visto que os dados são oferecidos desde 2005, as quais podem contribuir, tanto para

formulação, quanto para o acompanhamento e avaliação de políticas públicas educacionais, dado

o alcance, a diversidade, a visibilidade e transparência assegurados na divulgação dos dados e

informações produzidas. Como exemplo, o Gráfico 1 demonstra o histórico do desempenho dos

indicadores das metas legais, informados no SIOPE no período de 2010 a 2014, que permitem

verificar que, de forma geral, os municípios vem atendendo às determinações constitucionais.

Gráfico 1. Indicadores de Limites Legais – Média Geral dos Municípios que declararam o SIOPE

Fonte: Siope - Gerencial – Indicadores Legais. Acesso em 02/09/2015 Filtro: Dados de todos os 5.564 municípios que preencheram o SIOPE – Período 2010 a 2014.

Dessa forma, o SIOPE se apresenta como uma importante ferramenta de assistência

técnica aos Estados, Distrito Federal e Municípios, capaz de agrupar informações de arrecadação

e de investimentos financeiros, que contribuem para a gestão educacional em todos os níveis de

governança, como também um instrumento de promoção de transparência de informações,

proporcionando a toda à sociedade, o conhecimento necessário para monitorar a efetividade

social das políticas públicas educacionais adotadas pelas esferas de governo, e atuar, de fato, na

mudança da realidade da escola brasileira.

1,0

3

1,1

2

0,9

7

1,2

7

1,1

0

28

,46

28

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29

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26

,04

25

,81

22

,98

21

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21

,47

72

,74

72

,87

76

,04

77

,09

77

,43

,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

2010 2011 2012 2013 2014

Percentual das receitas do FUNDEF ou FUNDEB não aplicadas no exercício (máximo de 5%)

Percentual de aplicação das receitas de impostos e transferências vinculadas à educação em MDE (mínimo de 25% para estados, DF e

municípios)Percentual de aplicação do FUNDEF ou FUNDEB em despesas com MDE, que não remuneração do magistério (máximo de 40%)

Percentual de aplicação do FUNDEF ou FUNDEB na remuneração dos profissionais do magistério (mínimo de 60%)

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3) HISTÓRICO DA IMPLEMENTAÇÃO - limite de 2 (duas) páginas:

O Siope foi disponibilizado pela primeira vez no ano de 2006, contemplando informações

de 2005, para todos os entes governamentais subnacionais, pretendendo colher informações de

quanto se investia na educação pública no País. Nesse primeiro ano, 98,72% dos municípios

declararam seus dados no Siope Municipal. Em 2013, após 9 anos de implantação, verifica-se o

alcance de 99% dos municípios. A Tabela 1 demonstra o desempenho dos municípios com

referência à transmissão de dados do sistema:

Tabela 1. Relatório Municípios Transmitidos por UF - Consolidado

Ano Total Municípios transmitidos

2005

5.562

5.491 98,72%

2006 5.562 5.549 99,77%

2007 5.562 5.541 99,62%

2008 5.563 5.558 99,91%

2009 5.563 5.561 99,96%

2010 5.563 5.560 99,95%

2011 5.563 5.553 99,82%

2012 5.563 5.538 99,55%

2013 5.568 5.521 99,16% Fonte: Página eletrônica do FNDE. Siope. Relatórios Municipais. Acesso em 01/09/2015

Com relação aos Estados, a Figura 6 demonstra que entre o período de 2005 e 2012, todas as

Unidades encaminharam a declaração. No ano de 2013, constata-se que os Estados de Alagoas e do Rio

Grande do Sul ainda não transmitiram seus dados. Observa-se, também, que há Unidades Federadas ainda

pendentes de envio de declarações de 2014, o que ainda pode ocorrer no corrente ano de 2015.

Figura 6. Relatório de Situação de Entrega das UF’s

Fonte: Página eletrônica do FNDE. Siope. Relatórios Estaduais. Acesso em 01/09/2015

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Outra funcionalidade do Siope, que nos permite avaliar a utilização do Sistema pelos entes

federados, se trata do “Fale Conosco”, quando se constata que, entre 2010 (ano de disponibilização desse

canal de comunicação) e 2015, foram recebidas 954 solicitações de apoio técnico, enviadas pelos Estados

e 24.595 encaminhadas pelos Municípios, conforme detalhado na Tabela 2 a seguir:

Tabela 2. Relatório Consolidado do Siope - Fale Conosco - 2010 a 2015

Assunto SIOPE Estadual SIOPE Municipal

Solicitada Resolvida % Solicitada Resolvida %

Autorização para Declaração

Retificadora 37 36 97% 1.559 1.538 98,7%

Indisponibilidade de informações

oficiais para preencher o SIOPE 10 10 100% 277 275 99,3%

Não consigo transmitir os dados do

SIOPE 72 70 97% 2.211 2.207 99,8%

Outro 176 172 98% 2.467 2.460 99,7%

Problemas com críticas que impedem a

transmissão 587 583 99% 16.076 16.022 99,7%

Senha de transmissão 70 70 100% 1.887 1.884 99,8%

Solicitação de curso do SIOPE - - - 3 3 100,0%

Sugestão 2 2 100% 115 115 100,0%

Total de solicitações 954 943 99% 24.595 24.504 99,6% Fonte: Página eletrônica do FNDE. Área Restrita - SIOPE. Fale Conosco. Acesso em 01/09/2015

Observação: As solicitações não resolvidas no SIOPE - Fale Conosco se encontram nas situações: Em andamento, Aguardando

Resposta do Usuário, Respondida pelo Usuário ou Inválida.

Também, um importante indicador de efetividade do sistema, se trata da utilização de seus

dados, pelos reconhecidos órgãos de pesquisa, monitoramento e avaliação de políticas públicas do

País, como o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o

Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), a Secretaria do Tesouro Nacional (STN), o

Ministério Público da União (MPU), dentre outros. Por exemplo, o Inep utiliza as informações

do SIOPE como fonte para compor os cálculos dos indicadores brasileiros de investimentos

públicos em educação, resultando nos percentuais de investimento em educação em relação ao

Produto Interno Bruto (PIB), de investimento em educação em relação ao Gasto Público Social

(GPS), de investimento em educação por aluno em relação ao PIB per capita e de investimento

público por aluno.

Além disso, vem aumentando o uso das informações disponibilizadas pelo SIOPE para

produção de teses, dissertações, artigos e outros materiais acadêmicos, constatado pelo acesso aos

sistemas de arquivo eletrônico, como a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações

(BDTD), do Instituto Brasileiro de Informação Ciência e Tecnologia (IBCT), o Scientific

Electronic Library Online (SCIELO), onde se encontra documentos acadêmicos que apresentam o

Siope como fonte de informações, utilizada por pesquisadores de diversas Universidades

brasileiras, como a Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), a Universidade

Estadual do Ceará, a Universidade Estadual da Paraíba, a Universidade Federal de Minas Gerais

(UFMG), dentre outras. Publicações com o tema também podem ser encontradas em revistas

acadêmicas de referência, como o “Portal de Periódicos” da CAPES e a revista “Em Aberto” do

Inep.

Dessa forma, a evolução do nível de utilização dos dados e informações do SIOPE, por

órgãos governamentais, instituições de pesquisa e representantes da comunidade em geral,

demonstra que a ferramenta vem contribuindo, tanto no processo de gestão dos investimentos

públicos em Educação, quanto na realização de estudos e pesquisas e no controle social,

concretizado pela sociedade brasileira.

Page 12: PRÁTICA - CGU — Ministério da Transparência e ... · PRÁTICA 1) TÍTULO Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação (Siope) 2) DESCRIÇÃO DA PRÁTICA

4) RELEVÂNCIA DA PRÁTICA EM RELAÇÃO AOS CRITÉRIOS INDICADOS NO ARTIGO

13 DESTE REGULAMENTO - limite de 2 (duas) páginas:

O objetivo principal do Siope é levar ao conhecimento da sociedade o quanto as três

esferas de governo investem efetivamente em educação no Brasil, fortalecendo, assim, os

mecanismos de controle social e monitoramento dos gastos na manutenção e desenvolvimento

do ensino, em especial dos recursos do Fundeb, como principal instrumento de redistribuição de

recursos do setor. Dessa forma, este sistema contribui para garantir maior efetividade e eficácia

das despesas públicas em educação e, em última instância, para a melhoria da qualidade dos

serviços educacionais prestados pelo Estado à sociedade.

A implantação deste sistema se reveste de particular importância para os gestores

educacionais dos estados e municípios, pois pretende auxiliá-los no planejamento das ações,

fornecendo informações atualizadas sobre as receitas públicas e os correspondentes recursos

vinculados à educação. Os indicadores gerados pelo Siope permitem assegurar ainda maior

transparência da gestão desses recursos.

O Siope permite subsidiar a formulação, acompanhamento e avaliação de políticas de

financiamento orientadas para a promoção da inclusão educacional, da igualdade de

oportunidades, da equidade, da efetividade e da qualidade do ensino público. Suas características

demonstram sua capacidade de difusão do conhecimento e relevância para a gestão educacional,

conforme se confere a seguir:

favorece a publicidade das informações declaradas e a consequente transparência na

gestão dos recursos públicos da Educação, pois o acesso às informações é livre, ou

seja, não depende de senhas, e ainda fornece um conjunto de indicadores calculados

automaticamente pelo próprio sistema;

facilita o controle legal, que é a ação de acompanhar e fiscalizar as ações do Estado.

Esse acompanhamento é efetuado pelos órgãos de controle (Controladoria Geral da

União, Tribunais de Contas da União, dos estados, Distrito Federal e municípios, e

Ministérios Públicos Federal, Estadual e Distrital). A competência de fiscalização é

determinada por normas legais;

permite ampliação do controle social, ou seja, da ação de acompanhar e fiscalizar as

ações do Estado, promovida pela sociedade civil organizada por meio de conselhos,

como o Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Fundeb - CACs. A

competência de acompanhamento também é determinada por normas legais;

propicia a pesquisa acadêmica e institucional sobre investimentos públicos na área

educacional;

proporciona condições para planejamento, execução, acompanhamento e avaliação da

ação pública relacionada ao financiamento da educação, mediante a utilização de

informações e indicadores;

possibilita o acompanhamento do gasto público em educação ao longo do tempo, por

intermédio de séries históricas, e

estabelece penalidades (prejuízos) às unidades federadas que se negarem a

disponibilizar as informações requeridas.

Em termos práticos, o Siope é um importante instrumento de monitoramento e

publicidade do investimento da educação pública, em nosso país. Com a divulgação e utilização

das informações disponibilizadas pelo sistema, espera-se que, continuamente:

favoreça a melhoria da qualidade dos serviços educacionais prestados à sociedade pelo

Estado;

permita a utilização dos indicadores, gerados pelo sistema, para subsidiar a definição e

a implementação de políticas públicas educacionais orientadas para a promoção da

inclusão educacional, da igualdade de oportunidades, da equidade, da efetividade e da

Page 13: PRÁTICA - CGU — Ministério da Transparência e ... · PRÁTICA 1) TÍTULO Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação (Siope) 2) DESCRIÇÃO DA PRÁTICA

melhoria da qualidade do ensino público;

facilite o controle legal dos recursos destinados à educação;

fortaleça os mecanismos de acompanhamento e do controle social dos investimentos

públicos em manutenção e desenvolvimento do ensino;

contribua para uma maior eficiência, efetividade e eficácia dos investimentos

efetuados na educação pública;

facilite o processo de capacitação dos gestores educacionais para o uso de informações

gerenciais; e

combata os desvios e a má aplicação dos recursos públicos vinculados à educação.

Tomando por base todo o processo de implantação, execução e utilização do SIOPE, um

banco de dados completo, detalhado e atualizado com informações sobre receitas totais e

investimentos públicos realizados pelos entes federados para a melhoria das condições

educacionais, apresentado de forma resumida nesta ficha, considera-se que se trata de um

instrumento de promoção de transparência ativa e passiva, categoria classificada no presente

concurso.

Observação 1: utilizar espaçamento simples, fonte Times New Roman, tamanho 12.

Observação 2: o limite de páginas nos campos 2, 3 e 4 inclui a possível utilização de gráficos, fotos e

demais elementos visuais.