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5/26/2018 PrticaJurdicaI-Vol2-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/pratica-juridica-i-vol-2 1/40 ROTEIRO DE CURSO 2010.1 PRÁTICA JURÍDICA I Autor: Professor Paulo Ricardo Nogueira Machado

Prática Jurídica I-Vol 2

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    ROTEIRO DE CURSO2010.1

    PRTICA JURDICA IAutor: Professor Paulo Ricardo Nogueira Machado

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    Sumrio

    PRTICA JURDICA I

    Plano de Aulas NPJ I2010.1 Prtica Penal: ............................................................................3

    Dicrio ..........................................................................................................................................41 Notitia criminis .................................................................................................4

    2 Queixa-crime ....................................................................................................43 Relaxamento de priso em agrante ....................................................................44 Liberdade provisria .......................................................................................... 55 Resposta acusao (rito ordinrio e sumrio) .....................................................66 Resposta acusao (rito do jri) ........................................................................ 77 Exceo de incompetncia ................................................................................... 78 Exceo de litispendncia .................................................................................... 89 Exceo de ilegitimidade de parte ........................................................................ 810 Exceo de coisa julgada ................................................................................... 911 Memoriais .......................................................................................................9

    12 Embargos de declarao .................................................................................. 1013 Recurso em sentido estrito ............................................................................... 1114 Apelao ....................................................................................................... 1215 Embargos infringentes e de nulidade ...............................................................1316 Carta testemunhvel ...................................................................................... 1417 Agravo de instrumento ................................................................................... 1418 Agravo regimental ..........................................................................................1519 Recurso especial..............................................................................................15

    20 Recurso extraordinrio ................................................................................... 1521 Habeas Corpus ..............................................................................................16

    Coletnea de provas2 fasePenal ...............................................................................................19

    32 Exame de Ordem 2 fasePenal .................................................................... 1933 Exame de Ordem 2 fase Penal .................................................................. 2134 Exame de Ordem 2 fase Penal .................................................................. 2435 Exame de Ordem Penal ................................................................................ 2736 Exame de Ordem 2 fasePenal .................................................................... 3137 Exame de Ordem 2 fase Penal .................................................................. 3438 Exame de Ordem 2 fase Penal ................................................................. 36

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    PLANO DE AULAS NPJ I2010.1 PRTICA PENAL:

    09/04/2010: Aula de Deontologia Jurdica conjunta com o Professor Ga-briel Lacerda.

    16/04/2010: Apresentao do curso e explicao da metodologia de aula;demonstrao do material a ser utilizado; estabelecimento docontedo programtico e a forma de avaliao; anlise dasregras impostas pela CESPE/UnB; procurao; substabeleci-mento; Notitia criminis. Queixa-crime.

    30/04/2010: Entrega da pea simulada pedida na aula anterior; priso; Re-laxamento de priso; Liberdade provisria.

    07/05/2010: Entrega da pea simulada pedida na aula anterior; Defesa pre-liminar; Resposta acusao; Excees.14/05/2010: Entrega da pea simulada pedida na aula anterior; Memoriais;

    Embargos de Declarao.21/05/2010: Entrega da pea simulada pedida na aula anterior; Recur-

    so em Sentido Estrito; Apelao; Embargos Infringentes ede Nulidade.

    28/05/2010: Entrega da pea simulada pedida na aula anterior; Carta tes-temunhvel. Correio parcial. Agravo de Instrumento.

    11/05/2010: Entrega da pea simulada pedida na aula anterior; Recurso

    Especial; Recurso Extraordinrio; Habeas corpus.18/06/2010: Prova25/06/2010: Vista de prova

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    DICRIO

    1 NOTITIA CRIMINIS

    Previso legal:Art. 5, II e 3 e 5, do CPP.Prazo:No h.Endereamento:autoridade policial (Delegado de Polcia).Legitimado:o interessado na medida, conforme o caso.Pedido:Medidas que a autoridade policial entender cabveis.

    2 QUEIXACRIME

    Previso legal:art. 41, CPP.Prazo:Em regra, 6 (seis) meses art. 103, CP e art. 38, CPP.Endereamento:A queixa-crime s pode ser oferecida em juzo, ou seja,

    perante o juiz. Nunca se pode apresentar a queixa ao delegado de polcia ouao membro do Ministrio Pblico.

    Legitimado:O ofendido. Caso este seja menor de 18 anos, a queixa deve-r ser oferecida por seu representante legal (pais, tutores, curadores).

    Em caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por de-ciso judicial, a queixa poder ser oferecida por seu cnjuge, ascendente,descendente ou irmo.

    Pedido:Sendo uma petio inicial, devero ser requeridos: (a) o recebi-mento da ao; (b) a citao do querelado para se ver processado; (c) a con-denao do querelado nas penas de um ou mais artigos especcos; (d) anoticao das testemunhas arroladas.

    3 RELAXAMENTO DE PRISO EM FLAGRANTE

    Previso legal:art. 5, LXV, da CRFB.Cabimento:O relaxamento de priso em agrante cabvel quando o a-

    grante for realizado de maneira irregular, ou seja, em desconformidade com alei. Esses casos podem ser de vcio material ou formal na ocasio da lavraturado Auto de Priso em Flagrante (APF) ou quando houver excesso de prazo.Vejamos alguns exemplos:

    a) Vcios materiais: quando no h situao de agrncia (art. 302.CPP), seja pelo lapso de tempo entre a prtica do crime e a priso,

    apresentao espontnea do suposto autor do fato polcia, agran-te preparado ou provocado, agrante forjado.

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    b) Vcios formais: vcios na lavratura do auto (arts. 304 e 306, CPP:inverso na ordem dos depoimentos, ausncia de assinatura do

    auto), falta ou excesso no prazo da emisso da nota de culpa, au-sncia do encaminhamento da cpia do auto de priso em agrantepara a Defensoria Pblica, nos moldes do art. 306, CPP.

    c) Quando o inqurito policial durar mais de 10 dias a contar da pri-so em agrante (art. 10, CPP).

    Prazo:o pedido pode ser feito em qualquer momento, enquanto o a-grante ilegal estiver sendo mantido.

    Endereamento:ao juiz de 1 instncia.

    Legitimado:a pessoa submetida priso ilegal.Pedido:Deve ser requerido o relaxamento da priso em agrante, com aexpedio de alvar de soltura.

    4 LIBERDADE PROVISRIA

    Previso legal: art. 5, LXVI, da CRFB.Cabimento: Diferentemente do que ocorre no relaxamento de priso em

    agrante, no pedido de liberdade provisria pressupe-se uma priso legal,

    mas que no deve ser mantida, se houver a presena dos requisitos que justi-cam a priso preventiva.

    A liberdade provisria pode ser concedida com ou sem ana.A liberdade provisria ser concedida independentemente de ana, nos

    casos abaixo:a) Infraes de que o ru se livre solto (so aquelas para as quais seja

    cominada somente pena de multa ou infraes para as quais omximo da pena privativa de liberdade no exceda 3 (trs) meses.Nesses casos, a liberdade provisria obrigatria, exceto se o rufor reincidente em crime doloso ou houver prova de que vadio.

    b) Quando a autoridade judiciria (juiz) vericar pelo auto de prisoem agrante (APF) que o ru praticou o fato acobertado por ex-cludente de ilicitude. Aqui, seja o crime inaanvel ou no, pode(faculdade) o juiz conceder a liberdade provisria, independente-mente do pagamento de ana.

    c) Quando o juiz vericar e no ocorre qualquer das hipteses queautorizam a priso preventiva (arts. 312 e 313, CPP). Nesse caso,tambm no importa se o crime ou no inaanvel.

    A liberdade provisria ser obtida com pagamento de ana quando o cri-me for considerado aanvel e o preso preencha determinadas condies:

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    a) Crimes aanveis so aqueles cuja pena mnima no ultrapassedois anos. A lei excetua a contraveno de vadiagem que, apesar de

    a pena cominada ser inferior a dois anos, inaanvel. Excluem-se, ainda, independentemente da pena, os crimes apenados comrecluso que sejam praticados com violncia ou grave ameaa e osque provoquem clamor pblico. No se admite a fiana tambm asprises civil, administrativa ou disciplinar.

    b) O preso nopode ser reincidente em crime doloso.

    No haver concesso de nova ana quando o ru houver, no processo,quebrado a ana. E, ainda, absolutamente vedada a ana ao ru que tiver

    no gozo da suspenso condicional da pena ou de livramento condicional, ano ser que por crime culposo ou contraveno que admita ana.Prazo: o pedido de liberdade provisria pode ser realizado em qualquer

    momento processual, at o trnsito em julgado.Endereamento: Via de regra, dirigido ao juiz de 1 instncia. A auto-

    ridade policial somente pode arbitrar a ana no caso de crime punido comdeteno, mas nesse caso, a pea cabvel ser um simples requerimento aodelegado de polcia.

    *No pode o delegado conceder a liberdade provisria sem ana ou arbi-trar ana nas infraes punidas com recluso.

    Legitimado: a pessoa submetida priso.Pedido: Caso seja hiptese de liberdade provisria sem ana, deve-se re-

    querer a concesso da liberdade com a expedio do alvar de soltura. J sefor caso de ana, pede-se ainda o seu arbitramento.

    5 RESPOSTA ACUSAO RITO ORDINRIO E SUMRIO

    Previso legal: art. 396, CPP.Cabimento: logo aps a citao do acusado.Prazo: 10 dias, a contar da citao pessoal, por hora certa ou, no caso de

    citao por edital, do comparecimento do ru ou seu defensor ao processo.Endereamento: ao juiz que tiver recebido a denncia ou a queixa.Legitimado: o acusado.Pedido: Com as recentes alteraes do Cdigo de Processo Penal, a res-

    posta acusao tem lugar depois do recebimento da denncia e antes daavaliao do juiz sobre a possibilidade de absolvio sumria. Dessa maneira,cabe ao acusado convencer o juiz de que est presente uma das hipteses queautoriza o julgamento antecipado da lide em benefcio do ru (pro reo), sejam

    elas: atipicidade, excludente de ilicitude, excludente de culpabilidade (excetoinimputabilidade) ou extino da punibilidade.

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    Em todos os casos acima, deve ser pedido ao juiz a absolvio sumria doru, com fulcro no art. 397 do CPP e ser arroladas testemunhas.

    6 RESPOSTA ACUSAO RITO DO JRI

    Previso legal: art. 406, CPP.Cabimento: logo aps a citao do acusado.Prazo: 10 dias, a contar da citao pessoal, por hora certa ou, no caso de

    citao por edital, do comparecimento do ru ou seu defensor ao processo.Endereamento: ao juiz que tiver recebido a denncia ou a queixa, ou

    seja, ao juiz que preside a primeira fase do procedimento do jri.Legitimado: o acusado.Pedido: Nos termos do art. 406, 3, CPP, na resposta, o acusado po-

    der argir preliminares e alegar tudo que interesse a sua defesa, oferecerdocumentos e justicaes, especicar as provas pretendidas e arrolar tes-temunhas, at o mximo de 8, qualicando-as e requerendo sua intimao,quando necessrio.

    No h previso, para este rito, de julgamento antecipado da lide (absolvi-o sumria antes da instruo), embora haja corrente doutrinria que enten-de ser cabvel, uma vez que o art. 397 do CPP determina o cabimento por ser

    parte integrante da fase comum obrigatria a todos os ritos de 1 instncia.Desse modo, nada impede que o advogado opte por argir, neste momento,eventual nulidade (se for relativa, tem que ser argida neste momento mes-mo, sob pena de precluso) ou extino da punibilidade, reservando a tese dedefesa (mrito) para o momento posterior instruo criminal, j que estair ser realizada.

    Caso alegue nulidade, o requerimento deve ser a anulao do processo.Se for alegada a extino da punibilidade, pede-se a sua decretao.Caso venha se alegar questo de mrito, o pedido ser: (a) absolvio su-

    mria (art. 415, CPP); (b) impronncia (art. 414, CPP); (c) desclassicao(art. 419, CPP); (d) desclassicao imprpria (art. 413, CPP).

    7 EXCEO DE INCOMPETNCIA

    Previso legal:Art. 95, II, CPP.Cabimento:A exceo de incompetncia tem cabimento quando a ao

    tiver sido proposta perante juzo incompetente. Veja as regras de competn-cia no art. 69 e seguintes do CPP.

    Prazo: Se a competncia for relativa (territorial), o prazo o da resposta acusao, sob pena de precluso. J se for caso de incompetncia absoluta,

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    pode ser argida a qualquer momento. Neste ltimo caso, no h preclusoe pode ser declarada at mesmo ex offi cio pelo juiz.

    Endereamento: ao juiz da causa.Legitimado: o acusado. O autor da ao no pode op-la. O Ministrio

    Pblico somente poder propor quando estiver na qualidade de scal da lei,ou seja, na ao penal privada.

    Pedido: Devem ser requeridas: a vista ao Ministrio Pblico, a declaraode incompetncia do juzo e a remessa dos autos ao juiz competente.

    8 EXCEO DE LITISPENDNCIA

    Previso legal:Art. 95, III, CPP.Cabimento:A exceo de incompetncia tem cabimento quando houver

    duas aes em curso, em razo do mesmo fato e contra o mesmo acusado.Prazo: Via de regra, esta exceo deve ser alegada no prazo da resposta

    acusao. Porm, em razo de, nesse caso, no haver precluso, pode ser amesma argida a qualquer tempo.

    Endereamento: ao juiz da segunda causa.Legitimados: o acusado ou o MP na qualidade de scal da lei.Pedido: Devem ser requeridas: a declarao de incompetncia e o arqui-

    vamento do processo.

    9 EXCEO DE ILEGITIMIDADE DE PARTE

    Previso legal:Art. 95, IV, CPP.Cabimento:A exceo de ilegitimidade de parte cabvel sempre que a

    ao for proposta por parte ilegtima (legitimidade ad causam titularidadeda ao e ad processum capacidade processual).

    Prazo: Via de regra, esta exceo deve ser alegada no prazo da resposta acusao. Porm, em razo de, nesse caso, no haver precluso, pode ser amesma argida a qualquer tempo.

    Endereamento: ao juiz da causa.Legitimado: o acusado ou o MP na qualidade de scal da lei.Pedido: Devem ser requeridas a declarao da ilegitimidade e a anulao

    do processo desde o incio.

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    10 EXCEO DE COISA JULGADA

    Previso legal:Art. 95, V, CPP.Cabimento:A exceo de coisa julgada tem cabimento quando for pro-

    posta uma ao idntica outra proposta que j foi decida por sentena tran-sitada em julgado.

    Prazo: Via de regra, esta exceo deve ser alegada no prazo da resposta acusao. Porm, em razo de, nesse caso, no haver precluso, pode ser amesma argida a qualquer tempo.

    Endereamento: ao juiz da causa.Legitimado: o acusado ou o MP na qualidade de scal da lei.

    Pedido: Devem ser requeridas: a declarao da coisa julgada e o arquiva-mento do processo.

    11 MEMORIAIS

    Previso legal: Os memoriais tm previso legal no art. 403, 3, e 404,pargrafo nico, todos do CPP.

    Os memoriais constituem exceo, porque podem substituir os debatesorais quando houver convenincia pela complexidade do feito e do nmero

    de rus ou quando, ao nal da instruo processual, houver necessidade derealizao de diligncias, determinadas pelo juiz a requerimento da parte ouex offi cio pelo juiz.

    Perceba que no existe previso de memoriais como substituio dos de-bates orais no rito sumrio nem no rito do jri. Entretanto, a doutrina maisabalizada tem se posicionado a respeito dessa possibilidade, uma vez que odisposto para o rito comum ordinrio tem aplicao subsidiria nos demaisritos no que no for conitante.

    Cabimento:Aps o encerramento da instruo processual, mas se for de-ferida a diligncia eventualmente solicitada, o momento para a apresentaodos memoriais ser aps a realizao da diligncia.

    Prazo: 5 diasEndereamento: ao juiz da causa. Lembre-se de que no rito do jri os

    memoriais so endereados ao juiz da primeira fase do rito e no ao Tribunaldo Jri.

    Legitimados: o Ministrio Pblico ou o querelante; o assistente de acusa-o, se houver; o acusado.

    Pedidos:1 Nos memoriais da acusao, o pedido deve ser a condenao

    do acusado.

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    2 Nos memoriais da defesa, o pedido depender da tese de defe-sa escolhida:

    2.1 se for alegada nulidade processual, o pedido ser a anulaodo processo desde o incio ou a partir do ato viciado;

    2.2 se for alegada a extino da punibilidade, o pedido ser asua decretao;

    2.3 se a defesa alegar falta de justa causa, o pedido dever ser aabsolvio do ru com base em qualquer um dos incisos do art.386 do CPP;

    2.4 se for alegada a falta de justa causa relativa, o pedido deverser a desclassicao do crime ou a reduo da pena.

    No jri, em razo do rito escalonado (bifsico) devem ser pedidos:a) Nos memoriais da acusao, o pedido ser a pronncia do ru;b) Nos memoriais da defesa, os pedidos podero ser, conforme o caso:

    b.1 a anulao do processo, se a defesa alegar nulidade;b.2 a decretao da extino da punibilidade, se esta for a defe-

    sa alegada;b.3 a absolvio sumria, se a defesa alegar atipicidade, excludente

    de ilicitude, excludente de culpabilidade ou a negativa de auto-ria (art. 415, CPP);

    b.4 a impronncia, quando a defesa alegar falta de prova de auto-ria ou de materialidade (art. 414, CPP).

    b.5 a desclassicao, se a defesa alegar a existncia de crime queno seja da competncia do jri (art. 419, CPP).

    b.6 a desclassicao imprpria, se a defesa alegar a existncia decrime que seja da competncia do jri, mas que seja mais levedo que o crime descrito na pea acusatria (ex: desclassicaode homicdio para infanticdio) 413, CPP.

    12 EMBARGOS DE DECLARAO

    Previso legal: Os embargos de declarao em face de acrdo tm previ-so legal no art. 619 do CPP, enquanto que os embargos de declarao nassentenas encontram previso no art. 382 do CPP.

    A Lei n 9.099/95, que criou os Juizados Especiais Criminais, prev esterecurso no seu art. 83.

    Os embargos so opostos em pea nica.Cabimento: Este recurso cabvel para sanar ambigidade, obscuridade,

    contradio ou omisso na sentena ou no acrdo.Prazo: Em regra, 2 dias, No rito sumarssimo, o prazo de 5 dias.

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    Endereamento: ao juiz da causa que proferiu a sentena ou ao relatodo acrdo.

    Legitimados: a defesa e a acusao, inclusive o assistente de acusao, se houver.Pedidos: Deve-se pedir a declarao da sentena ou do acrdo, a m de

    ser sanada a obscuridade, ambigidade, omisso ou contradio.

    13 RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

    Previso legal:Art. 581 e incisos do CPP. Trata-se de um rol taxativo (numerusclausus). H previso de RESE tambm no art. 294 do CTB (Lei n 9.503/97).

    Cabimento: Este recurso cabvel para enfrentar as seguintes decises:a) deciso que rejeitar a denncia ou a queixa: Assim da deciso que asrecebe no cabe recurso, por ausncia de previso legal, podendo,entretanto ser combatida por habeas corpus.

    Ateno: No rito sumarssimo (Lei n 9.099/95), da deciso que re-jeitar a denncia ou a queixa cabe apelao com prazo de 10 dias.

    b) deciso que concluir pela incompetncia do juzo: Do contrrio, dadeciso que concluir pela competncia no cabe recurso por ausn-cia de previso legal, cabendo o combate por via de habeas corpus.

    Assim, no rito do Jri, da deciso que desclassica a infrao para outra queno seja dolosa contra a vida, cabe recurso em sentido estrito (art. 419, CPP).

    c) Deciso que julgar procedentes as excees, salvo a de suspeio:Ento, das decises de rejeio das excees de incompetncia, sus-peio, ilegitimidade, litispendncia e coisa julgada no cabe ne-nhum recurso, mas cabe HC.

    d) Deciso que impronunciar o ru.e) Deciso que conceder, negar, arbitrar, cassar, julgar idnea a ana

    ou ainda que julg-la quebrada ou perdido o seu valor.f ) Deciso que indeferir o pedido de priso preventiva. Este um re-

    curso para a acusao. J se for deferido o pedido de priso preven-tiva (PP), a defesa poder impetrar habeas corpus.

    g) Deciso que conceder liberdade provisria sem arbitramento de an-a. Este tambm um recurso da acusao. J se o juiz negar o reque-rimento de liberdade provisria cabe defesa impetrar habeas corpus.

    h) Deciso que relaxar a priso em agrante. Nesse caso, o recurso para a acusao. Se a priso em agrante ilegal no for relaxada,deve-se impetrar HC.

    i) Deciso que julgar extinta a punibilidade ou que indeferir o pedidode extino da punibilidade.

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    j) Deciso que conceder ou negar habeas corpus.Nesse caso, o recurso quando a deciso for do juzo de 1 instncia, pois, quando profe-

    rida pelos tribunais, cabe o Recurso Ordinrio Constitucional.k) Deciso que anular a instruo criminal no todo ou em parte.l) Deciso que incluir ou excluir jurado da lista geral.m) Deciso que denegar a apelao ou julg-la deserta.n) Deciso que ordenar a suspenso do processo por questo prejudi-

    cial. Neste caso, o recurso para a acusao. Da deciso que indefe-re essa suspenso no h previso de nenhum recurso, podendo serimpetrada a ordem de habeas corpus.

    o) Deciso do incidente de falsidade.

    Prazo e forma: O RESE um recurso composto de duas peas, quaissejam: interposio e razes. O prazo para a interposio de 5 dias e para aapresentao das razes de 2 dias. Porm, no caso de recurso contra a deci-so que inclui ou exclui jurado da lista geral, o prazo de 20 dias.

    Endereamento:A interposio dirigida ao juiz da causa que proferiu adeciso. J no caso do recurso contra a deciso que incluir ou excluir juradoda lista geral o endereamento ser para o Presidente do Tribunal.

    As razes so dirigidas ao Tribunal competente.Legitimados: a defesa, a acusao, inclusive o assistente de acusao, se

    houver, de acordo com o interesse.Pedidos: Na pea de interposio devero ser requeridos o recebimento

    e o processamento do recurso, alm da reforma da deciso que se recorre e,caso seja mantida a deciso, a remessa ao tribunal. J nas razes, devem serrequeridas: a reforma da deciso recorrida e o seu direito que fora negadona 1 instncia.

    14 APELAO

    Previso legal:Art. 593 e incisos do CPP e art. 82 da Lei n 9.099/95.Cabimento: Este recurso cabvel para enfrentar as seguintes decises: (a)

    sentenas denitivas condenatrias ou absolutrias proferidas por juiz singu-lar ou pelo Tribunal do Jri; (b) decises denitivas ou com fora de deniti-va, para as quais no esteja previsto recurso em sentido estrito; (c) deciso querejeita a denncia ou a queixa, bem como a deciso que aplica a pena aps oaceite da transao penal, nos casos do rito sumarssimo.

    Prazo: Este recurso tambm composto por uma pea de interposio eoutra de apresentao das razes.

    O prazo para a interposio , em regra, 5 dias. Porm, no caso deapelao por assistente de acusao que no est habilitado, o prazo

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    de 15 dias, iniciando o prazo a partir do trmino do prazo para o Mi-nistrio Pblico.

    O prazo para a apresentao das razes de 8 dias.Ateno: No rito sumarssimo (Lei n 9.099/95), a apelao tem o prazo

    de 10 dias e a pea de interposio j deve trazer tambm as razes.Endereamento:A interposio dirigida ao juiz da causa que proferiu a

    sentena. As razes, ao tribunal competente ou Turma Recursal.Legitimados: a defesa e a acusao (MP ou querelante), inclusive o assis-

    tente de acusao, se houver, conforme os interesses em causa.Pedidos: Na interposio devem ser pedidos: (a) o recebimento do recur-

    so, (b) o seu processamento e (c) a remessa ao tribunal. Nas razes, pede-se a

    reforma da sentena ou deciso.Vejamos alguns pedidos mais comuns:(a) em contrarrazes de apelao, o pedido a manuteno da senten-

    a recorrida;(b) se a tese da defesa for alegar alguma causa de nulidade processual,

    deve-se pedir a anulao do processo a partir do ato nulo;(c) se a tese for pedir o reconhecimento da extino da punibilidade,

    este ser o pedido;(d) se a defesa apelar de sentena absolutria, s poder recorrer para

    alterar o fundamento da absolvio da medida de segurana;

    (e) se a defesa alegar falta de justa causa, pede-se a absolvio.(f ) Se a defesa alegar a desclassicao, reduo da pena ou a excluso

    de alguma agravante ou de causa de aumento de pena, estes seroos pedidos, conforme o caso.

    (g) No Jri, caso se alegue nulidade aps a deciso de pronncia, pede-se a anulao do julgamento.

    (h) No Jri, se for alegada deciso contrria a deciso dos jurados ma-nifestamente contrria s provas dos autos, pede-se que o ru sejasubmetido a novo julgamento pelo jri.

    (i) No Jri, se a sentena do juiz presidente for contrria lei expressaou deciso dos jurados; se houver erro ou injustia em relao aplicao da pena ou da medida de segurana, pede-se que o tribu-nal corrija a sentena ou que altere a pena.

    15 EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE

    Previso legal:Art. 609 e pargrafo nico do CPP.Cabimento: Este recurso cabvel quando o acrdo for contrrio de-

    fesa, desde que proferido em sede de apelao, recurso em sentido estrito ouagravo em execuo e desde que a votao no tenha sido unnime.

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    Infringentes so os embargos que tratam de matria substantiva (mate-rial); de nulidade so os embargos que versam sobre matria processual.

    Prazo: 10 dias.Endereamento: Esse recurso composto de uma pea de interposio e

    de uma pea para apresentao de razes, sendo a de interposio endereadaao relator do acrdo embargado e a de apresentao de razes ao mesmoTribunal que proferiu o acrdo. Veja que, neste caso, o recurso no vai paraa instncia superior.

    Legitimados: um recurso privativo da defesa.Pedidos: Na pea de interposio, deve-se pedir o recebimento, bem como o

    processamento do recurso. Nas razes, pede-se o acolhimento do voto vencido.

    16 CARTA TESTEMUNHVEL

    Previso legal:art. 639 do CPP.Cabimento:A Carta Testemunhvel tem cabimento no combate deciso

    que denegar ou negar seguimento a recurso em sentido estrito e agravo emexecuo. O cabimento residual, tendo em vista que, se couber outro recur-so, no caber a Carta Testemunhvel.

    Prazo:48 horas, para a interposio e dois dias para as razes.

    Endereamento:Como a Carta Testemunhvel composta por duas pe-as, a interposio dirigida ao escrivo do cartrio e as razes ao tribu-nal competente.

    Legitimado:quem interps o recurso denegado.Pedido:Na interposio, pede-se ao escrivo que remeta os autos ao tri-

    bunal. Nas razes, pede-se que o tribunal determine ao juzo a quo receba orecurso antes denegado. Caso a carta esteja devidamente instruda, poder o

    juzo ad quemjulgar diretamente o prprio mrito do recurso antes obstado.

    17 AGRAVO DE INSTRUMENTO

    Previso legal:arts. 544 e seguintes do CPC e art. 28 da Lei n 8.038/90.Cabimento: No processo penal, este recurso tem cabimento contra a deci-

    so que denegar o recurso extraordinrio e o recurso especial.Prazo:5 dias (Smula 699 do STF).Endereamento:Como o Agravo de Instrumento composto por duas

    peas, a interposio dirigida ao Presidente de origem e as razes, ao STJ ouSTF, conforme seja denegao de Resp ou Rext, respectivamente.

    Legitimado:quem interps o recurso denegado.Pedido:O pedido deve ser o julgamento do recurso denegado.

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    18 AGRAVO REGIMENTAL

    Previso legal:Regimento Interno do STF (art. 317) e Regimento Internodo STJ (art. 258).

    Cabimento: Este recurso tem cabimento contra a deciso do respectivoPresidente, Turma ou relator.

    Prazo:5 dias.Endereamento:Ao prolator do despacho impugnado.Legitimado:quem est prejudicado com o despacho agravado.Pedido:O pedido deve ser a reconsiderao da deciso e, na impossibili-

    dade, a submisso do agravo ao rgo competente para julgar o feito.

    19 RECURSO ESPECIAL

    Previso legal:Art. 105, III, a, be c, da CRFB e arts. 26 a 29 da Lei n8.038/90.

    Cabimento: Este recurso cabvel nos casos em que a deciso no com-porta mais recurso ordinrio, quando a deciso contrariar ou negar vignciaa tratado ou lei federal, julgar vlido ato de governo local contestado em facede lei federal ou der lei federal interpretao diversa da que lhe tenha atri-

    budo outro tribunal.Prazo: 15 dias.Endereamento:Esse recurso composto de uma pea de interposio e de uma

    pea para apresentao de razes, sendo a de interposio endereada ao presidentedo Tribunal que proferiu a deciso recorrida e a de apresentao de razes ao STJ.

    Legitimados: MP, assistente de acusao, querelante e defesa.Pedidos: Neste recurso deve-se pedir a reforma da deciso que se recorre e

    o provimento das razes.

    20 RECURSO EXTRAORDINRIO

    Previso legal:Art. 102, III, a, b, c e d, da CRFB e arts. 26 a 29 da Lei n8.038/90.

    Cabimento: Este recurso cabvel nos casos em que a deciso no com-porta mais recurso ordinrio, quando a deciso contrariar dispositivo consti-tucional, julgar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal, julgar vlidalei ou ato de governo local contestado em face da Constituio ou julgarvlida lei local contestada em face de lei federal. Com a EC 45/04, um novo

    requisito passou a ser exigido: a demonstrao da repercusso geral das ques-tes constitucionais debatidas in casu.

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    Prazo: 15 dias.Endereamento: Esse recurso composto de uma pea de interposio e

    de uma pea para apresentao de razes, sendo a de interposio endereadaao presidente do Tribunal que proferiu a deciso recorrida e a de apresentaode razes ao STF.

    Legitimados: MP, assistente de acusao, querelante e defesa.Pedidos: Neste recurso deve-se pedir a reforma da deciso que se recorre e o

    provimento das razes, a m de que no seja ferida a Constituio Federal.

    21 HABEAS CORPUS

    Previso legal:Art. 5, LXVIII, da Constituio Federal e arts. 647 e se-guintes do CPP.

    Cabimento: Sempre que algum sofrer ou se achar na iminncia de so-frer coao ou violncia liberdade de locomoo, em virtude de ilegalidadeou abuso de poder. No art. 648 do CPP, encontramos hipteses de coaoilegal: (a) quando no houver justa causa; (b) quando algum estiver presopor mais tempo do que determina a lei; (c) quando quem ordenar a coaono tiver competncia para faz-lo; (d) quando houver cessado o motivo queautorizou a coao; (e) quando no se admitir ana, nos casos em que a lei

    prev; (f) quando o processo for manifestamente nulo; (g) quando extintaa punibilidade.

    No cabe HC: (a) contra priso civil; (b) durante o estado de stio (art.138, CF); (c) contra priso disciplinar militar (art. 142, 2,CF); (d) contraomisso de relator de extradio, se fundado em fato ou direito estrangeirocuja prova no constava dos autos, nem foi ele provocado a respeito (Smula692 do STF); (e) contra deciso condenatria pena de multa ou relacionadaa processo em trmite por infrao penal cuja pena pecuniria seja a nica co-minada (Smula 693 do STF); (f ) contra a imposio da pena de excluso demilitar ou de perda de patente ou de funo pblica (Smula 694 do STF);(g) quando extinta a pena privativa de liberdade (Smula 695 do STF).

    Prazo: No h.Endereamento: autoridade imediatamente superior autorida-

    de coatora.- Se a autoridade coatora for delegado de polcia, o HC deve ser enca-

    minhado ao juiz de 1 instncia.- Se a autoridade coatora for membro do Ministrio Pblico que atua

    na primeira instncia, o HC dirigido ao Tribunal (Estadual ou Fede-ral, conforme o caso).

    - Se a autoridade coatora for juiz de 1 instncia, a competncia parajulgar o HC do Tribunal (Estadual ou Federal, conforme o caso).

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    - Se a autoridade coatora for o Tribunal Estadual ou o Tribunal Regio-nal Federal, o HC ser encaminhado ao STJ.

    - Se o paciente for Governador de Estado ou Distrito Federal ou mem-bro do Tribunal de Justia Estadual ou membro do Tribunal RegionalFederal ou membro do Tribunal Regional Eleitoral ou, ainda, membrodo Ministrio Pblico da Unio, o HC deve ser impetrado no STJ.

    - Se a autoridade coatora for o STJ (ou quando o paciente for membrodo STJ), a competncia ser do STF.

    - Se a autoridade coatora for particular, o HC ser julgado pelo juiz de1 instncia.

    - Se a autoridade coatora for a Turma Recursal, o HC ser encami-

    nhado ao TJ ou TRF (por entendimento do STF, embora no estejarevogada expressamente a Smula 690 do STF).

    Legitimados: qualquer pessoa pode impetrar HC (mesmo sem advogado).Pedidos: De um modo geral, o pedido do HC deve ser a solicitao

    pelo juzo das informaes autoridade coatora e a posterior concessoda ordem. Entretanto, outros pedidos especcos iro variar conformea situao:

    a) Se o HC for impetrado por falta de justa causa, seja pela inexis-tncia do crime ou de culpabilidade, seja pela existncia de escusa

    absolutria, deve-se pedir o trancamento da ao ou do inquritopolicial, conforme o caso. Juntamente com esse pedido, pode-serequerer a revogao da priso com a expedio do alvar de solturaou de contramandado de priso.

    b) Caso o paciente esteja preso por mais tempo do que a lei determina,o pedido deve ser a liberdade do paciente com a expedio do alvarde soltura.

    c) Na hiptese do art. 548, VIII, do CPP (coao ordenada por auto-ridade incompetente), pede-se a liberdade (ou a sua manuteno,se estiver solto) com a expedio de alvar de soltura ou de contra-mandado de priso.

    d) Se j no houver o motivo que ensejou a coao, pede-se a liberdadedo paciente com a expedio do alvar de soltura ou do contraman-dado de priso, conforme o caso.

    e) Se for negada a ana, quando cabvel, pede-se o seu arbitramentocom a expedio de alvar de soltura ou contramandado de priso,se pertinente for.

    f ) Quando o processo for manifestamente nulo, pede-se a anulao daao, de acordo com o momento processual da nulidade (a partir

    do ato viciado ou ab initio). Se a nulidade for somente da sentena,esse deve ser o pedido. Juntamente com esse pedido, pode-se reque-

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    rer a revogao da priso com a expedio do alvar de soltura oude contramandado de priso.

    g) Se houver extino da punibilidade, pede-se a decretao da mesma.Se houver necessidade, conforme o caso, cumulativamente com essepedido, pode-se requerer a revogao da priso com a expedio doalvar de soltura ou de contramandado de priso.

    h) No caso de HC preventivo, pede-se, alm do pedido genrico, aexpedio de um salvo-conduto. Em qualquer caso de HC, h possibilidade de pedido liminar

    sempre que houver a presena dofumus boni iurise o periculumin mora.

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    COLETNEA DE PROVAS2 FASEPENAL

    32 EXAME DE ORDEM 2 FASEPENAL

    Pea processual

    Lcio, policial federal acusado de extorquir, no exerccio de suas funes,determinada quantia em dinheiro de servidor pblico federal, encontra-setemporariamente preso h 15 dias, por deciso do juzo da 41. Vara Crimi-nal da Comarca da Capital do Rio de Janeiro, lavrada nos seguintes termos:Os autos do inqurito policial autorizam a suspeita de participao do indi-ciado Lcio na prtica do crime de extorso (art. 158, caput, do CP). Dessaforma, tendo em vista a grande comoo causada pelo crime na sociedade,assim como a necessidade de salvaguarda da imagem do Poder Judicirio antea opinio pblica, como rgo responsvel pela poltica de segurana pblica,decreto a priso temporria do indiciado, pelo prazo de 30 dias. Expea-semandado de priso em seu desfavor.

    Como advogado de Lcio, redija a pea processual adequada aocaso, invocando todos os fundamentos jurdicos relevantes situa-o apresentada.

    1 questo

    Flvio foi denunciado pelo Ministrio Pblico pela prtica do crime a quese refere o artigo 302 da Lei n. 9.503/1997. Segundo a denncia, a causa docrime foi conduta imprudente de Flvio, que trafegava em velocidade muitosuperior velocidade mxima permitida no local do crime. Ao receber os autosconclusos para sentena, o juiz imediatamente condenou Flvio, com base emdepoimento judicial, por conduta negligente, consubstanciada na ausncia demanuteno de seu automvel nas condies ideais de segurana. A decisotransitou em julgado para o Ministrio Pblico. O advogado de Flvio po-ca apelou da sentena com fundamento exclusivo na insucincia das provaspara a condenao.

    Considerando essa situao hipottica, responda, de forma fundamenta-da, s seguintes perguntas.

    a) A sentena dada pelo juiz vlida? Por qu?b) Na sustentao oral do apelo interposto junto ao Tribunal, qual

    seria o pedido a ser formulado na tribuna pelo advogado de Fl-

    vio? Por qu?

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    2 questo

    Caio foi denunciado pelo Ministrio Pblico Federal pela suposta prticados crimes tipicados no artigo 1, III, da Lei n. 8.137/1990, e no artigo 297do Cdigo Penal, em concurso material (artigo 69 do CP). Segundo narra essadenncia, Caio teria emitido nota scal falsa, utilizando-a para reduzir tributopor ele devido, o que causou ao errio prejuzo no valor de R$ 20,00.

    Tal falsidade foi considerada grosseira pelos auditores scais, que a detec-taram primeira vista, lavrando auto de infrao, que foi impugnado ad-ministrativamente, no havendo at hoje deciso denitiva na esfera scalacerca da constituio do crdito tributrio.

    Na qualidade de advogado constitudo por Caio, exponha, de forma fun-damentada, todas as teses defensivas que podem ser inferidas da situaohipottica apresentada.

    3 questo

    Luiz, mdico cirurgio, realizou inciso abdominal em Lenidas. Aps oprocedimento cirrgico, o paciente, como de praxe, foi encaminhado ao cen-tro de tratamento intensivo (CTI) para acompanhamento ps-operatrio,

    onde permaneceu sob os cuidados de Dulio, mdico responsvel pelo CTIdo hospital. Dulio, no entanto, resolveu ir ao Maracan para assistir naldo campeonato estadual. Para tanto, deixou o paciente aos cuidados da m-dica Sandra, membro de sua equipe h mais de cinco anos e a quem conhe-cia por sua competncia e experincia. Sandra, ento, reconheceu Lenidascomo autor de um estupro de que fora vtima.

    Alimentada por sentimento de vingana, Sandra colocou em uma ampolaremdio letal e a entregou enfermeira Poliana, sob o argumento de que setratava de remdio curativo, que deveria ser imediatamente ministrado aopaciente. Lenidas veio a falecer em virtude da droga letal.

    Considerando a situao hipottica apresentada, responda seguinte per-gunta. Quais seriam, respectivamente, as teses defensivas dos advogados deLuiz, Dulio, Sandra e Poliana?

    4 questo

    Elisa, inconformada com o fato de ter sido abandonada no altar por Jorge,contratou um detetive particular para descobrir se o seu ex-noivo tinha uma

    amante. Passados sete meses, Elisa obteve a conrmao de que Jorge vinhamantendo relao amorosa com Ana, com quem, inclusive, estava residindo.

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    Transtornada, imediatamente aps ter recebido a notcia, Elisa escreveuuma carta para Jorge, referindo-se a Ana como destruidora de lares, meretriz

    e interesseira.Ao chegar em casa, Ana viu a carta sobre a cmoda e, antes que Jorge a

    tivesse aberto, decidiu viol-la, a m de ler o que Elisa havia escrito. Ao sedeparar com as referncias desairosas feitas na correspondncia, Ana decidiuoferecer queixa-crime contra Elisa, imputando-lhe a prtica do crime de in-

    jria, instruindo-a apenas com a carta escrita pela querelada.Com base nessa situao hipottica, responda, de forma fundamentada,

    seguinte pergunta: a inicial acusatria apta a dar incio a um proces-so criminal?

    5 questo

    O Ministrio Pblico denunciou Jos, imputando-lhe a prtica do crimeprevisto no artigo 213, combinado com o artigo 224, alnea a, ambos do C-digo Penal. A denncia foi feita porque Jos manteve conjuno carnal comMaria, ento com treze anos de idade, em troca de pagamento em dinheiro.No curso da instruo processual, apurou-se que Maria, apesar da pouca ida-de, era pessoa esclarecida em matria sexual, possua boa situao nanceira,

    pois se prostitua desde os onze anos e, antes da cpula, contou a Jos a suaidade real.

    Na qualidade de advogado de defesa constitudo por Jos, exponha, fun-damentadamente, todas as teses defensivas que podem ser inferidas da situa-o hipottica apresentada.

    33 EXAME DE ORDEM 2 FASE PENAL

    Pea processual

    Em 7/8/2005, Caio foi condenado, pelo Juzo da 9 Vara Federal Criminalda Seo Judiciria do Rio de Janeiro, a pena de dois anos de recluso e multapela prtica do crime previsto no artigo 171, 3, do Cdigo Penal, porqueteria recebido, fraudulentamente, benefcio previdencirio, no valor de R$5.000,00, em prejuzo do INSS, por meio de saque da quantia no caixa ban-crio, com o uso de documento de identidade que pertencia a benecirio jfalecido. O fato ocorreu em 8/5/2004. A sentena determinou o cumprimentoda pena em regime aberto, negando expressamente a sua substituio por pena

    restritiva de direitos por considerar que o ru no preenchia o requisito do ar-tigo 44, III, do Cdigo Penal, por se encontrar indiciado em outros inquritos

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    por fatos anlogos. O apelo interposto pela defesa de Caio teve provimentonegado pela 3 Turma do Tribunal Regional Federal da 2 Regio, por maioria

    de votos. Na ocasio, restou vencido o desembargador federal Tcio, que (A)acolhia a preliminar de nulidade da sentena pela ausncia de exame pericial nodocumento utilizado por Caio; (B) no mrito, reformava a sentena condena-tria para absolver Caio por insucincia de provas para a condenao, a qualfoi baseada no testemunho judicial da autoridade policial que ociou na fasedo inqurito, informando ter chegado a Caio por meio de denncia annima,corroborada por consso policial, sendo certo que Caio foi submetido pelo

    juzo a reconhecimento pelo caixa do banco, de acordo com o procedimentoprevisto no artigo 226 do Cdigo de Processo Penal, que restou negativo; (C)

    autorizava a substituio da pena por pena restritiva de direitos, mesmo haven-do na folha de antecedentes criminais de Caio diversas anotaes relativas ainquritos policiais, em andamento, por outras fraudes contra o INSS.

    Redija a pea processual adequada situao descrita, invocando todos osfundamentos jurdicos pertinentes. Ao nal, assine como advogado, utilizan-do o nome Jos da Silva, inscrio OAB/RJ 0001.

    1 questo

    O astucioso Joo, pretendendo que seu desafeto Carlos levasse uma surraem razo de desentendimentos anteriores, induziu-o a agredir lvaro, pessoaque Joo sabia ser extraordinariamente forte, truculenta e versada em artesmarciais. Carlos, ento, tentou agredir lvaro com socos, mas foi repelidocom um nico golpe que o derrubou e lhe causou traumatismo craniencef-lico, o que resultou em risco de morte. A inteno de Joo foi a de lesionarCarlos, em nenhum momento assumindo o risco de produzir a sua morte.

    Considerando a situao hipottica narrada, esclarea, citando os institu-tos jurdico-penais pertinentes, se houve:

    a) a prtica de algum crime por parte de Joo;b) concurso de agentes, na hiptese.

    2 questo

    Iago e Otelo associaram-se e promoveram a introduo, no Pas, de 100.000pacotes de cigarros destinados exclusivamente exportao. Os cigarros fo-ram adquiridos no Paraguai do importador Hamlet. Iago e Otelo cruzaram afronteira na cidade de Foz do Iguau PR, onde venderam a mercadoria para

    Desdmona, pelo valor de R$ 1.000.000,00. Apurou-se, tambm, que Iagoguardara, dentro de um cofre, em sua casa, os R$ 500.000,00 que lhe coube-

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    ram, ao passo que Otelo depositara R$ 250.000,00 na conta corrente de suanamorada e comprara aes de empresas de energia, petrleo e minerao, no

    valor de R$ 250.000,00. Essas aes foram, posteriormente, trocadas por umapartamento na Tijuca, registrado em nome de um primo de Otelo.

    Considerando a situao hipottica acima, esclarea, de forma juridica-mente fundamentada:

    a) quais foram os crimes praticados por Iago e Otelo;b) qual o juzo criminal competente para processar e julgar os fa-

    tos descritos.

    3 questo

    Hattori Hanzo teve decretada sua priso temporria no curso de um inquritoem que se investigava o crime de sonegao scal (artigo 1 da Lei 8.137/90) pra-ticado por uma quadrilha de fraudadores. Segundo os policiais que realizaram ainvestigao, Hattori Hanzo era o intermedirio da quadrilha, aquele que captavaclientela interessada em beneciar-se das fraudes e contatava os servidores pbli-cos responsveis por implementar a fraude nos sistemas de dados do INSS.

    Ao ser preso, Hattori Hanzo foi interrogado pela autoridade policial, ocasioem que se recusou a prestar depoimento, invocando seu direito constitucional

    de permanecer em silncio. Passados quinze dias da priso, a autoridade policialno lograra obter nenhuma prova do crime nem indcios da autoria de outroscriminosos. Assim, no dcimo quinto dia, a autoridade policial retornou celade Hattori Hanzo e indagou-lhe se pretendia continuar a exercer seu direito decalar ou preferia prestar novo depoimento e colaborar com a justia. HattoriHanzo prestou um novo depoimento, no qual confessou as fraudes que prati-cara, apontando, inclusive, os co-autores. Com base nesse depoimento, foramfeitas novas investigaes, descobrindo-se provas que no teriam sido descober-tas sem que Hattori Hanzo tivesse colaborado com sua consso.

    Considerando a situao hipottica acima narrada, responda, de formajuridicamente fundamentada, aos seguintes questionamentos.

    a) vlido o segundo depoimento prestado em sede policial por Hat-tori Hanzo?

    b) As provas obtidas podero servir de suporte ao oferecimento de de-nncia contra os outros co-autores do crime?

    4 questo

    Joo foi condenado a 12 anos de recluso pela prtica de crime de homic-dio doloso qualicado contra a vtima Paulo e a dois meses de deteno pela

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    prtica do crime de leso corporal culposa contra a vtima Maria, ambos osfatos resultantes da exploso de uma bomba caseira detonada por Joo. O

    magistrado, ao proferir seu decreto condenatrio, fez incidir a norma estam-pada no caputdo artigo 70 do Cdigo Penal, tornando a pena de Joo de-nitiva, em 14 anos de priso. Para tanto, ele usou o seguinte critrio: 12 anospelo cometimento do crime de homicdio, aumentados em 1/6, em razo daregra do caputdo artigo 70 do Cdigo Penal.

    Na condio de advogado contratado para elaborar as razes de apelaode Joo, exponha, de forma juridicamente fundamentada, tese defensiva noque diz respeito unicamente ao quantumde pena aplicado.

    5 questo

    Lear possui trs lhas Goneril, Regan e Cordlia , que, encontrando-secom ele em local pblico, no dia 5/3/2007, chamaram-no, em razo de desaven-as familiares, deserdado, p-de-chinelo, p-rapado, na presena de outraspessoas. Lear, inconformado com as ofensas assacadas contra si, constituiu ad-vogado que ajuizou queixa-crime, no dia 5/9/2007, contra todas as trs lhas deLear, imputando-lhes o crime de injria (artigo 140 do Cdigo Penal).

    Durante a fase de instruo processual, Lear celebrou suas bodas de ouro

    matrimoniais com grande festa, para a qual convidou somente Goneril eRegan. A primeira aceitou o convite, comparecendo ao evento e se reconci-liando com o pai. A segunda no aceitou o convite, tendo optado por manterrompidas suas relaes com Lear.

    Na qualidade de advogado constitudo por Cordlia, exponha, de formajuridicamente fundamentada, as duas teses jurdicas defensivas que podemser inferidas do enunciado da questo.

    34 EXAME DE ORDEM 2 FASE PENAL

    Pea processual

    O Ministrio Pblico ofereceu denncia contra Alexandre Silva, brasilei-ro, casado, taxista, nascido em 21/01/1986, pela prtica de infrao previstano art. 121, caput, do CP.

    Consta, na denncia, que, no dia 10/10/2006, aproximadamente s 21 horas,em via pblica da cidade de Braslia DF, o acusado teria efetuado um disparocontra a pessoa de Filipe Santos, que, em razo dos ferimentos, veio a bito.

    No laudo de exame cadavrico acostado aos autos, os peritos do InstitutoMdico Legal registraram a seguinte concluso: morte decorrente de anemia

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    aguda, devido a hemorragia interna determinada por transxao do pulmopor ao de instrumento perfurocontundente (projtil de arma de fogo).

    Consta da folha de antecedentes penais de Alexandre, um inqurito policialpor crime de porte de arma, anterior data dos fatos e ainda em apurao.

    No interrogatrio judicial, o acusado armou que, no horrio dos fatos,encontrava-se em casa com sua esposa e dois lhos; que s saiu por volta das22 horas para comprar refrigerante, oportunidade em que foi preso quandoadentrava no bar; que conhecia a vtima apenas de vista; que no responde anenhum processo.

    Na instruo criminal, Paulo Costa, testemunha arrolada pelo Ministrio P-blico, em certo trecho do seu depoimento, disse que era amigo de Filipe, que apa-

    rentemente a vtima no tinha inimigos; que deve ter sido um assalto; que estava aaproximadamente cinqenta metros de distncia e no viu o rosto da pessoa queatirou em Filipe, mas que certamente era alto e forte, da mesma compleio fsicado acusado; que no tem condies de reconhecer com certeza o ora acusado.

    Andr Gomes, tambm arrolado pela acusao, disse que a noite estavamuito escura e o local no tinha iluminao pblica; que estava prximo davtima, mas havia bebido; que hoje no tem condies de reconhecer o autordos disparos, mas tem a impresso de que o acusado tinha o mesmo portefsico do assassino.

    Breno Oliveira, policial militar, testemunha comum, armou que prendeu

    o acusado porque ele estava prximo ao local dos fatos e suas caractersticasfsicas correspondiam descrio dada pelas pessoas que teriam presenciadoos fatos; que, pela descrio, o autor do disparo era alto, forte, moreno claro,vestia cala jeans e camiseta branca; que o cu estava encoberto, o que deixavaa rua muito escura, principalmente porque no havia iluminao pblica;que, na delegacia, o acusado permaneceu em silncio; que a arma do crimeno foi encontrada.

    Mara Silva, esposa de Alexandre, arrolada pela defesa, conrmou, em seudepoimento, que o marido permanecera em casa a noite toda, s tendo sadopara comprar refrigerante, oportunidade em que foi preso e no mais voltoupara casa; que s tomou conhecimento da acusao na delegacia e, de

    imediato, disse ao delegado que aquilo no era possvel, mas este no acre-ditou; que o acusado vestia cala e camiseta clara no dia dos fatos; que Ale-xandre um bom marido, trabalhador e excelente pai.

    Aps a audincia, o juiz abriu vista dos autos ao Ministrio Pblico, querequereu a pronncia do ru nos termos da denncia.

    Com base na situao hipottica apresentada, redija, na qualidade de advo-gado de Alexandre, a pea processual, privativa de advogado, pertinente defesado ru; inclua a fundamentao legal e jurdica, explore a tese defensiva cabvel

    nesse momento processual e date a petio no ltimo dia do prazo para protoco-lo, considerando que a intimao ocorra no dia 3/3/2008, segunda-feira.

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    Jos foi preso em agrante pela prtica de crime de roubo. Concludono prazo previsto em lei, o inqurito policial foi encaminhado ao juiz, queconsiderou a priso em agrante legal e remeteu-o ao Ministrio Pblico. Orepresentante do Ministrio Pblico, aps dez dias de vistas, no ofereceudenncia, tendo solicitado que os autos fossem encaminhados delegacia depolcia para o cumprimento de mais diligncias. O requerimento foi deferidopelo juiz, que manteve a priso de Jos.

    Considerando a situao hipottica acima, redija um texto dissertativo,avaliando a legalidade da priso de Jos e indicando, justicadamente, quemedida judicial seria a mais adequada para impugnar essa priso.

    2 questo

    Pedro, nascido no dia 16/10/1980, foi indiciado pela subtrao de umautomvel Fiat, no valor de R$ 7.000,00, que foi vendido em outro estadoda Federao. O fato ocorreu em 20/8/2001. A denncia foi recebida em25/10/2007, imputando a Pedro a prtica da conduta descrita no art. 155, 5, do CP. O interrogatrio judicial ocorreu um ms depois, na presena

    do defensor, oportunidade em que Pedro negou a autoria do delito, tendoindicado sua sogra como testemunha. Foi dada vista dos autos defesa parase manifestar no prazo legal.

    Considerando a situao hipottica apresentada, redija um texto disserta-tivo, indicando:

    a) a pea, privativa de advogado, que deve ser apresentada;b) a preliminar que deve ser argida, com a devida justicativa.

    3 questo

    Jlio foi condenado a doze anos de recluso em regime integralmente fe-chado, pela prtica de homicdio qualicado pela torpeza. Apenas a defesa doacusado recorreu, por entender que a deciso dos jurados foi manifestamentecontrria prova dos autos. O tribunal ad quemdeu provimento ao recursoe determinou que Jlio fosse submetido a novo jri.

    Com base na situao hipottica apresentada e no princpio constitucionalda soberania dos veredictos, redija, na qualidade de advogado de Jlio, umtexto, orientando-o a respeito da aplicao do princpio non reformatio in

    pejus, no novo julgamento, em relao aos jurados e ao juiz presidente.

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    Maria, primria e com bons antecedentes, aps encontrar na rua uma fo-lha de cheque em branco pertencente a Joaquim, dirigiu-se a uma loja de ele-trodomsticos, onde, mediante falsicao da assinatura no cheque, adquiriudiversos aparelhos eletroeletrnicos no valor de R$ 3.000,00, tendo retiradoos objetos no momento da compra.

    Com base na situao hipottica descrita, tipique a conduta de Maria eaponte o procedimento processual penal cabvel espcie.

    5 questo

    Carlos lesionou Messias em uma briga. Os dois foram conduzidos dele-gacia de polcia, que os encaminhou ao Juizado Especial Criminal. Frustradaa conciliao, Messias apresentou representao criminal contra Carlos. Orepresentante do Ministrio Pblico fez a proposta de transao penal, queno foi aceita. A ao penal foi iniciada e, ao nal, Carlos foi absolvido porter agido em legtima defesa prpria. A deciso transitou em julgado. Passa-dos dois meses, Carlos recebeu um mandado de citao relativo a processoem curso junto ao tribunal do jri, no qual a denncia narra o mesmo fato,

    Messias, gurando como vtima e a acusao de tentativa de homicdio.Com base na situao hipottica apresentada, redija um texto dissertati-vo, especicando:

    a) a providncia, privativa de advogado, que deve ser adotada nesseprocesso pelo advogado de Carlos e seu fundamento;

    b) os requisitos e a conseqncia do acolhimento dessa medida.

    35 EXAME DE ORDEM PENAL

    Pea processual

    Mariano Pereira, brasileiro, solteiro, nascido em 20/1/1987, foi denuncia-do pela prtica de infrao prevista no art. 157, 2., incisos I e II, do Cdi-go Penal, porque, no dia 19/2/2007, por volta das 17 h 40 min, em conjuntocom outras duas pessoas, ainda no identicadas, teria subtrado, mediante oemprego de arma de fogo, a quantia de aproximadamente R$ 20.000,00 deagncia do banco Zeta, localizada em Braslia DF.

    Consta na denncia que, no dia dos fatos, os autores se dirigiram at o local e

    convenceram o vigia a permitir sua entrada na agncia aps o horrio de encerra-mento do atendimento ao pblico, oportunidade em que anunciaram o assalto.

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    Alm do vigia, apenas uma bancria, Maria Santos, encontrava-se no locale entregou o dinheiro que estava disponvel, enquanto Mariano, o nico que

    estava armado, apontava sua arma para o vigia. Fugiram em seguida pelaentrada da agncia.

    Durante o inqurito, o vigia, Manoel Alves, foi ouvido e declarou:que abriu a porta porque um dos ladres disse que era irmo da funcio-nria; que, aps destravar a porta e o primeiro ladro entrar, os outrosapareceram e no conseguiu mais travar a porta; que apenas um estavaarmado e ficou apontando a arma o tempo todo para ele; que nenhumdisparo foi efetuado nem sofreram qualquer violncia; que levaram mui-to dinheiro; que a agncia estava sendo desativada e no havia muito

    movimento no local.O vigia fez retrato falado dos ladres, que foi divulgado pela imprensa, e,por intermdio de uma denncia annima, a polcia conseguiu chegar atMariano. O vigia Manoel reconheceu o indiciado na delegacia e faleceu antesde ser ouvido em juzo.

    Regularmente denunciado e citado, em seu interrogatrio judicial, acom-panhado pelo advogado, Mariano negou a autoria do delito. A defesa noapresentou alegaes preliminares.

    Durante a instruo criminal, a bancria Maria Santos armou: que noconsegue reconhecer o ru; que cou muito nervosa durante o assalto porque

    tem depresso; que o assalto no demorou nem 5 minutos; que no houveviolncia nem viu a arma; que o Sr. Manoel faleceu poucos meses aps ofato; que ele fez o retrato falado e reconheceu o acusado; que o sistema devigilncia da agncia estava com defeito e por isso no houve lmagem; queo sistema no foi consertado porque a agncia estava sendo desativada; que oSr. Manoel era meio distrado e ela acredita que ele deixou o primeiro ladroentrar por boa f; que sempre cava at mais tarde no banco e um de seus5 irmos ia busc-la aps as 18 h; que, por car at mais tarde, muitas vezesfechava o caixa dos colegas, conferia malotes etc.; que a quantia levada foi dequase vinte mil reais.

    O policial Pedro Domingos tambm prestou o seguinte depoimento emjuzo: que o retrato falado foi feito pelo vigia e muito divulgado na imprensa;que, por uma denncia annima, chegaram at Mariano e ele foi reconhe-cido; que o ru negou participao no roubo, mas no explicou como com-prou uma moto nova vista j que est desempregado; que os assaltantesprovavelmente vigiaram a agncia e notaram a pouca segurana, os horrios ehbitos dos empregados do banco Zeta; que no recuperaram o dinheiro; quenenhuma arma foi apreendida em poder de Mariano; que os outros autoresno foram identicados; que, pela sua experincia, tem plena convico da

    participao do acusado no roubo.

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    Na fase de requerimento de diligncias, a folha de antecedentes penais doru foi juntada e consta um inqurito em curso pela prtica de crime contra

    o patrimnio.Na fase seguinte, a acusao pediu a condenao nos termos da denncia.Em face da situao hipottica apresentada, redija, na qualidade de advogado(a)

    de Mariano, a pea processual, privativa de advogado, pertinente defesa doacusado. Inclua, em seu texto, a fundamentao legal e jurdica, explore as tesesdefensivas possveis e date no ltimo dia do prazo para protocolo, considerandoque a intimao tenha ocorrido no dia 23/6/2008, segunda-feira.

    1 questo

    Asplnio, funcionrio pblico federal, no horrio de expediente, solicitoua Tarso a quantia de R$ 2.000,00, em espcie, como condio para extraviarautos de processo criminal. Nesse momento, Asplnio foi preso em agrante,antes de extraviar o processo que se encontrava na seo onde est lotado.

    Sabe-se, ainda, que Asplnio primrio e tem bons antecedentes.Com base na situao hipottica apresentada, responda, de forma funda-

    mentada, s perguntas a seguir.a) Asplnio cometeu crime aanvel?

    b) Que pedido, privativo de advogado, deve ser formulado para Aspl-nio ser solto?

    2 questo

    Lauro foi denunciado e, posteriormente, pronunciado pela prtica doscrimes previstos no art. 121, 2., incisos II e IV, em concurso material como art. 211, todos do Cdigo Penal Brasileiro (CPB). Em 24/6/2008, Laurofoi regularmente submetido a julgamento perante o tribunal do jri. A tesede negativa de autoria no foi acolhida pelo conselho de sentena e Laurofoi condenado pelos dois crimes, tendo o juiz xado a pena em 16 anos pelohomicdio qualicado e, em 3 anos, pela ocultao de cadver. O MinistrioPblico no recorreu da deciso. A defesa cou inconformada com o resul-tado do julgamento, por entender que havia prova da inocncia do ru emrelao aos dois crimes e que a pena imposta foi injusta.

    Considerando a situao hipottica apresentada, indique, com os devidosfundamentos jurdicos:

    a) o recurso cabvel defesa de Lauro;

    b) a providncia jurdica cabvel na hiptese de o juiz denegar o recurso.

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    3 questo

    Em 11/1/2008, Celso foi preso em agrante pela prtica do crimeprevisto no art. 213 do Cdigo Penal. Regularmente processado, foi con-denado a 6 anos de recluso, em regime inicialmente fechado. Somentea defesa recorreu da deciso e, logo aps a interposio do recurso, Celsofugiu da priso.

    Considerando essa situao hipottica, redija um texto dissertativo acercada situao processual de Celso, indicando, com a devida fundamentaolegal e com base nos princpios constitucionais:

    a) o recurso interposto pela defesa;b) a possibilidade de conhecimento e de julgamento do recurso inter-

    posto em face da fuga de Celso.

    4 questo

    Jos acusado da prtica de pedolia. Na denncia, o Ministrio Pbli-co arrolou, entre as testemunhas, Jlia, me de uma das vtimas. H notcianos autos de que algumas mes recebiam dinheiro ou drogas para permitirque as vtimas se encontrassem com o acusado. Durante a oitiva de Jlia,

    testemunha compromissada, o promotor de justia fez perguntas acerca deseu possvel conhecimento e consentimento em relao aos fatos narradosna denncia.

    Considerando a situao hipottica apresentada, responda, de formafundamentada, se Jlia obrigada a responder s perguntas formuladaspela acusao, abordando, necessariamente, o fato de ela ser testemu-nha compromissada.

    5 questo

    O detento Getlio envolveu, com o eltrico, o pescoo de Paulo Tirso,policial militar que trabalha no complexo penitencirio, e o ameaou comestilete, exigindo ser transferido do pavilho A para o pavilho B.

    Em face da situao hipottica apresentada, responda, fundamentada-mente, s seguintes perguntas:

    a) Que crime foi praticado pelo detento Getlio?b) Que procedimento/rito processual deve ser observado?

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    36 EXAME DE ORDEM 2 FASEPENAL

    Pea processual

    Odilon Coutinho, brasileiro, com 71 anos de idade, residente e domicilia-do em Rio Preto da Eva AM, foi denunciado pelo Ministrio Pblico, nosseguintes termos:

    No dia 17 de setembro de 2007, por volta das 19 h 30 min, na cidade ecomarca de Manaus AM, o denunciado, Odilon Coutinho, juntamente comoutro no identicado, imbudos do propsito de assenhoreamento denitivo,quebraram a janela do prdio onde funciona agncia dos Correios e de l subtra-ram quatro computadores da marca Lunation, no valor de R$ 5.980,00; 120 cai-xas de encomenda do tipo 3, no valor de R$ 540,00; e 200 caixas de encomendado tipo 4, no valor de R$ 1.240,00 (cf. auto de avaliao indireta s s.).

    Assim agindo, incorreu o denunciado na prtica do art. 155, 1. e 4.,incs. I e IV, do Cdigo Penal (CP), combinado com os arts. 29 e 69, todosdo CP, motivo pelo qual oferecida a presente denncia, requerendo-se oprocessamento at nal julgamento.

    O magistrado recebeu a exordial em 1. de outubro de 2007, acolhendo aimputao em seus termos. Aps o interrogatrio e a consso de Odilon Cou-tinho, ocorridos em 7 de dezembro de 2007, na presena de advogado ad hoc,

    embora j houvesse advogado constitudo no intimado para o ato, a instruoseguiu, fase em que o magistrado, alegando que o fato j estava sucientemen-te esclarecido, no permitiu a oitiva de uma testemunha arrolada, tempestiva-mente, pela defesa. O policial Jediel Soares, responsvel pelo monitoramento dasconversas telefnicas de Odilon, foi inquirido em juzo, tendo esclarecido que,inicialmente, a escuta telefnica fora realizada por conta, segundo ele, porquehavia diversas denncias annimas, na regio de Manaus, acerca de um sujeitoconhecido como Vov, que invadia agncias dos Correios com o propsito desubtrair caixas e embalagens para us-las no trco de animais silvestres. Jediele seu colega Nestor, nas diligncias por eles efetuadas, suspeitaram da pessoa deOdilon, senhor de longa barba branca, e decidiram realizar a escuta telefnica.

    Superada a fase de alegaes nais, apresentadas pelas partes em fevereirode 2008, os autos foram conclusos para sentena, em maro de 2008, tendoo magistrado, com base em toda a prova colhida, condenado o ru, de acordocom o art. 155, 1. e 4., incs. I e IV, do CP, pena privativa de liberdadede 8 anos de recluso (a pena-base foi xada em 5 anos de recluso), cumula-da com 30 dias-multa, no valor de 1/30 do salrio mnimo, cada dia. Fixou,ainda, para Odilon Coutinho, ru primrio, o regime fechado de cumpri-mento de pena. O Ministrio Pblico no interps recurso.

    Em face da situao hipottica acima apresentada, na qualidade de advogado(a)constitudo(a) de Odilon Coutinho, e supondo que, intimado(a) da sentena

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    condenatria, voc tenha manifestado seu desacordo em relao aos termos dareferida deciso e que, em 13 de outubro de 2008, tenha sido intimado(a) a

    apresentar as razes de seu inconformismo, elabore a pea processual cabvel,endereando-a ao juzo competente, enfrentando todas as matrias pertinentes edatando o documento no ltimo dia do prazo para apresentao.

    1 questo

    Pietro, acusado de ter atropelado fatalmente Jlia, esposa de Maurcio, foi ab-solvido, aps o regular trmite processual, por falta de provas da autoria. Inconfor-mado, Maurcio continuou a investigar o fato e, cerca de um ano aps o trnsitoem julgado da deciso, conseguiu reunir novas provas da autoria de Pietro.

    Considerando a situao hipottica apresentada, na qualidade deadvogado(a) consultado(a) por Maurcio, elabore parecer acerca da possibi-lidade de Maurcio se habilitar como assistente da acusao e de Pietro sernovamente processado.

    2 questo

    Ivan, Caio e Luiz, reunidos na residncia de Caio, em So Jos PR,planejaram subtrair, mediante grave ameaa, bens e valores da agncia de umbanco privado localizado em Piraquara PR. Para tanto, ainda em So Jos,adquiriram armas de uso restrito e, na cidade de Curitiba PR, subtraram,sem grave ameaa ou violncia pessoa, o automvel que, posteriormente,foi utilizado durante a ao.

    Consumado o crime, os agentes foram presos em agrante, aps persegui-o policial, no municpio de Quatro Barras PR.

    Considerando a situao hipottica acima apresentada e supondo que to-dos os municpios mencionados sejam sede de comarca da justia estadual,responda, com o devido fundamento legal, s perguntas a seguir.

    a) Que crimes cometeram Ivan, Caio e Luiz?b) Qual o juzo competente para julg-los?

    3 questo

    Enilton, brasileiro, com 23 anos de idade, casado, previamente combi-nado com Lcia, brasileira, solteira, com 19 anos de idade, e tendo contado

    com o apoio efetivo desta, enganou Soa, brasileira, com13 anos de idade,dizendo-se curandeiro, e, a pretexto de cur-la de uma suposta sncope, com

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    ela manteve conjuno carnal consentida, o que acarretou a perda da virgin-dade da adolescente.

    Ato contnuo, enquanto Lcia segurava a adolescente, Enilton, contra avontade da garota, praticava vrios atos libidinosos diversos da conjunocarnal, o que provocou, embora inexistente a inteno de lesionar, a incapa-cidade de Soa, por mais de 30 dias, para as ocupaes habituais.

    Considerando a situao hipottica apresentada, tipique a(s) conduta(s)de Enilton e Lcia.

    4 questo

    Jos, policial militar responsvel pelo controle do trnsito, abordou Gon-alo, pedindo-lhe que retirasse o veculo da via por este estar mal estacionado,oportunidade em que Gonalo retrucou-lhe: Quero ver o militarzinho bor-ra-botas que homem para me fazer tirar o carro!. Jos conduziu Gonaloat a delegacia mais prxima, onde a autoridade efetuou os procedimentoscabveis e encaminhou as partes para o juzo criminal competente. Na audi-ncia preliminar, Gonalo conrmou as ofensas proferidas e pediu desculpasa Jos, que as aceitou, ocorrendo a conciliao nos termos previstos em lei.

    Em face da situao hipottica apresentada e considerando que Gonalo

    no tenha antecedentes criminais, responda, de forma fundamentada, s per-guntas a seguir.

    a) Que crime Gonalo praticou?b) Em face do crime praticado, o representante do Ministrio Pblico

    tem legitimidade para tomar alguma providncia legal?

    5 questo

    Penlope, grvida de 6 meses, foi atingida por disparo de arma de fogoefetuado por Teobaldo, cuja inteno era matar a gestante e o feto. Socorridapor populares, a vtima foi levada ao hospital e, em decorrncia das lesessofridas, perdeu o rim direito. O produto da concepo veio ao mundo e,alguns dias depois, em virtude dessas circunstncias, morreu.

    Considerando a situao hipottica apresentada, tipique a(s) conduta(s)de Teobaldo.

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    37 EXAME DE ORDEM 2 FASE PENAL

    Pea processual

    Alessandro, de 22 anos de idade, foi denunciado pelo Ministrio Pblicocomo incurso nas penas previstas no art. 213, c/c art. 224, alnea b, do CdigoPenal, por crime praticado contra Geisa, de 20 anos de idade. Na pea acusat-ria, a conduta delitiva atribuda ao acusado foi narrada nos seguintes termos:

    No ms de agosto de 2000, em dia no determinado, Alessandro dirigiu-se residncia de Geisa, ora vtima, para assistir, pela televiso, a um jogo defutebol. Naquela ocasio, aproveitando-se do fato de estar a ss com Geisa, odenunciado constrangeu-a a manter com ele conjuno carnal, fato que oca-sionou a gravidez da vtima, atestada em laudo de exame de corpo de delito.Certo que, embora no se tenha valido de violncia real ou de grave ameaapara constranger a vtima a com ele manter conjuno carnal, o denuncian-do aproveitou-se do fato de Geisa ser incapaz de oferecer resistncia aos seuspropsitos libidinosos assim como de dar validamente o seu consentimento,visto que deciente mental, incapaz de reger a si mesma.

    Nos autos, havia somente a pea inicial acusatria, os depoimentos prestadosna fase do inqurito e a folha de antecedentes penais do acusado. O juiz da 2.Vara Criminal do Estado XX recebeu a denncia e determinou a citao do ru

    para se defender no prazo legal, tendo sido a citao efetivada em 18/11/2008.Alessandro procurou, no mesmo dia, a ajuda de um prossional e outorgou-lheprocurao ad juditiacom a nalidade especca de ver-se defendido na aopenal em apreo. Disse, ento, a seu advogado que no sabia que a vtima eradeciente mental, que j a namorava havia algum tempo, que sua av materna,Romilda, e sua me, Geralda, que moram com ele, sabiam do namoro e quetodas as relaes que manteve com a vtima eram consentidas. Disse, ainda, quenem a vtima nem a famlia dela quiseram dar ensejo ao penal, tendo o pro-motor, segundo o ru, agido por conta prpria. Por m, Alessandro informouque no havia qualquer prova da debilidade mental da vtima.

    Em face da situao hipottica apresentada, redija, na qualidade deadvogado(a) constitudo(a) pelo acusado, a pea processual, privativa de ad-vogado, pertinente defesa de seu cliente. Em seu texto, no crie fatos novos,inclua a fundamentao legal e jurdica, explore as teses defensivas e date odocumento no ltimo dia do prazo para protocolo.

    1 questo

    Roberto e outras pessoas organizaram e participaram da marcha da ma-conha, passeata com o objetivo de conscientizar parlamentares a respeito da

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    tese de descriminalizao do uso dessa substncia entorpecente. No dia dapasseata, policiais militares prenderam Roberto em agrante, tendo o delega-

    do o indiciado pela prtica de apologia ao crime.Considerando a situao hipottica apresentada, responda, com funda-

    mento na lei e na doutrina, se a conduta dos policiais em relao prisode Roberto foi correta e se a tipicao feita est de acordo com a condutapraticada por ele.

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    Tlio, sabendo que Romero praticava habitualmente crimes contra crian-as e adolescentes, adentrou o local de trabalho dele e dali subtraiu diver-sas fotograas nas quais eram retratadas crianas nuas e mantendo relaessexuais. De posse do material incriminador, Tlio passou a exigir dinheirode Romero, sob a ameaa de entregar as fotograas polcia. Recusada aexigncia, as fotos foram efetivamente encaminhadas autoridade policial,tendo o Ministrio Pblico denunciado Romero, com base, exclusivamente,nessas provas.

    Em face dessa situao hipottica, responda, de forma fundamentada, aosseguintes questionamentos: vlida a denncia? Houve violao dos direitos

    humanos fundamentais de Romero? Se houve, de que direitos? Romero po-der ser condenado? Caso a resposta seja armativa, por qual crime?

    3 questo

    O Ministrio Pblico, com fundamento no art. 4. da Lei n. 7.492/1986,combinado com o art. 29 do Cdigo Penal, denunciou Roberto, por ele ter,supostamente, com a ajuda do gerente do banco XYZ, aberto vrias contascorrentes sem documentos comprobatrios de endereo, de identicao ede renda, o que causou prejuzos instituio bancria.

    Em face dessa situao hipottica, exponha, com a devida fundamentaolegal, o argumento adequado defesa de Roberto.

    4 questo

    Francisco, funcionrio pblico, agente penitencirio de segurana, lotadoem penitenciria de determinado estado da Federao e usual substituto do

    diretor de segurana e disciplina da referida unidade prisional, valendo-sedessa funo, concedeu aos detentos regalias contrrias disciplina do pres-

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    dio, bem como permitiu a entrada de substncias entorpecentes a eles desti-nadas. Para tanto, acertou o recebimento da quantia de R$ 20 mil, que efeti-

    vamente foi paga por interlocutores dos sentenciados. Ainda como forma deretribuio quantia recebida, Francisco passou a informar, previamente, ossentenciados acerca da realizao de revistas no estabelecimento, a m de lhespermitir a ocultao das drogas.

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    Joo praticou crime de leso corporal contra sua progenitora, com quemresidia havia 4 anos, tendo sido regularmente processado por tal fato. Aonal, Joo foi condenado a deteno de 2 anos, tendo o magistrado feito in-cidir, sobre a pena, a agravante do parentesco (art. 61, II, e, do Cdigo Penal)e a referente s relaes domsticas (art. 61, II, f, do Cdigo Penal).

    Considerando a situao hipottica apresentada, responda, de forma fun-damentada, se agiu corretamente o magistrado ao aplicar a pena bem comose possvel a suspenso condicional do processo.

    38 EXAME DE ORDEM 2 FASE PENAL

    Pea processual

    Agnaldo, que reside com sua esposa, ngela, e seus dois lhos na cidade dePorto Alegre RS, pretendendo fazer uma reforma na casa onde mora com afamlia, dirigiu-se a uma loja de material de construo para vericar as opesde crdito existentes. Entre as opes que o vendedor da loja apresentou, a maisadequada ao seu oramento familiar era a emisso de cheques pr-datados comogarantia da dvida. Como no possui conta-corrente em agncia bancria, Ag-naldo pediu a seu cunhado e vizinho, Firmino, que lhe emprestasse seis chequespara a aquisio do referido material, pedido prontamente atendido. Com oemprstimo, retornou ao estabelecimento comercial e realizou a compra, dei-xando como garantia da dvida os seis cheques assinados pelo cunhado.

    Dias depois, Firmino, que tivera seu talonrio de cheques furtado, sustoutodos os cheques que havia emitido, entre eles, os emprestados a Agnaldo.Diante da sustao, o empresrio, na delegacia de polcia mais prxima, ale-gou que havia sido fraudado em uma transao comercial, uma vez que Fir-mino frustrara o pagamento dos cheques pr-datados.

    Diante das alegaes, o delegado de polcia instaurou inqurito policial para

    apurar o caso, indiciando Firmino, por entender que havia indcios de ele tercometido o crime previsto no inciso VI do 2. do art. 171 do Cdigo Penal.

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    Inconformado, Firmino impetrou habeas corpus perante a 1. Vara Cri-minal da Comarca de Porto Alegre, tendo o juiz denegado a ordem.

    Considerando essa situao hipottica, na condio de advogado(a)contratado(a) por Firmino, interponha a pea judicial cabvel, privativa deadvogado, em favor de seu cliente.

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    Pedro, estudante de 23 anos de idade, namorava Ana havia um ms. Am-bos sonhavam realizar uma viagem para o exterior e, como dispunham depoucos recursos materiais, Pedro decidiu subtra-los de algum. Dirigiu-se,armado com um estilete, a uma estao de metr e, ao avistar uma pessoaidosa, ameaou-a com o referido objeto, na presena de diversas testemu-nhas, e subtraiu-lhe cerca de R$ 3.000,00. Havia, nas proximidades, policiaisque, ao perceberem o ocorrido, deram-lhe ordem de priso. Pedro tentoufugir, mas foi preso, e, como conseguira livrar-se do estilete, no foi possvela apreenso do objeto.

    Considerando a situao hipottica acima apresentada, responda, de for-ma fundamentada, s seguintes perguntas.

    a) Que delito Pedro cometeu?

    b) Sem a apreenso do estilete, pode haver causa de aumento de pena?c) H, na situao, circunstncias agravantes e atenuantes?

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    Paulo apresentou declarao de pobreza, com o m de obter o benefcioda gratuidade judiciria, para o ajuizamento de ao de indenizao contradeterminada empresa area nacional, por ter perdido conexo internacionalem virtude do atraso de um voo domstico. O juiz indeferiu o pedido, tendoem vista a situao econmica do requerente, que lhe permitia pagar as custasdo processo e os honorrios advocatcios. Com o indeferimento, Paulo reali-zou o pagamento das custas processuais.

    Considerando a situao hipottica acima apresentada, responda, de formafundamentada, se pode ser imputado a Paulo o crime de falsidade ideolgica.

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    Bruno foi condenado a trs anos de recluso e ao pagamento de cem dias-multa por portar cdulas falsas Cdigo Penal (CP), art. 289, 1.. O

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    requerimento feito pela defesa, que pretendia converter a pena privativa deliberdade em restritiva de direitos, foi denegado pelo magistrado de primeiro

    grau, em virtude da existncia de condenao anterior, j transitada em jul-gado, pelo crime de estelionato (CP, art. 171).

    Considerando essa situao hipottica, responda, de forma fundamenta-da, se cabvel, em tese, a pretendida substituio da pena privativa de liber-dade por restritiva de direitos.

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    Flix, ru primrio, foi condenado a 10 meses de deteno e a trinta dias-multa pela prtica do delito previsto no art. 29, caput, da Lei n. 9.605/1998.Durante a instruo do feito, comprovou-se que as circunstncias descritasno art. 44, III, do Cdigo Penal eram favorveis a Flix. Nesse contexto, o

    juiz sentenciante converteu a pena privativa de liberdade em pena restritivade direitos, consistente na prestao de servios comunidade, por igual pra-zo. O advogado contratado pelo ru apresentou o recurso apropriado, plei-teando a converso da pena privativa de liberdade em multa, uma vez que aprestao de servios comunidade era medida mais gravosa ao seu cliente.Nessa situao hipottica, plausvel a pretenso recursal da defesa de Flix?

    Fundamente sua resposta.

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    Suponha que Ismael seja secretrio de segurana do estado de Minas Ge-rais e, nessa condio, tenha cometido delito de homicdio doloso contraRicardo. Nessa situao hipottica, dado que a Constituio mineira asseguraprerrogativa de foro aos secretrios estaduais, de quem a competncia paraprocessar e julgar Ismael? Justique sua resposta com base no Cdigo de Pro-cesso Penal e na jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal.

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    PAULO RICARDO NOGUEIRA MACHADO

    Advogado criminalista. Ps-graduado em Advocacia Criminal pela Uni-versidade Candido Mendes (RJ) e Mestrando em Direito pelo ISDC (RJ).Professor de Deontologia Jurdica e Direito Processual Penal da Universi-dade Candido Mendes (Centro/RJ). Professor de Deontologia Jurdica daEscola Superior da Advocacia (ESA/RJ). Professor de Deontologia Jurdicados cursos: Cepad (RJ), Praetorium/Frum (RJ), Ideia (RJ), Foco (RJ), Le-xus (RJ), Iuris (RJ), Adec (RJ), CEJ 11 de Agosto (RJ), Ces (RJ), Centro deEstudos Jurdicos de Salvador - Cejus (BA), Centro de Estudos Jurdicosde Juiz de Fora - Cejjuf (MG) e Supremo Concursos (SAT/MG). Membroda Sociedade dos Advogados Criminalistas do Estado do Rio de Janeiro(Sacerj). Membro do Instituto de Estudos Criminais do Estado do Rio deJaneiro (Iecerj).

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    Fundao Getulio Vargas

    Carlos Ivan Simonsen LealPRESIDENTE

    FGV DIREITO RIO

    Joaquim FalcoDIRETOR

    Fernando PenteadoVICE-DIRETOR DA GRADUAO

    Lus Fernando SchuartzVICE-DIRETOR ACADMICO

    Srgio GuerraVICE-DIRETOR DE PS-GRADUAO

    Luiz Roberto AyoubPROFESSOR COORDENADOR DO PROGRAMA DE CAPACITAO EM PODER JUDICIRIO

    Ronaldo LemosCOORDENADOR CENTRO DE TECNOLOGIA E SOCIEDADE

    Evandro Menezes de CarvalhoCOORDENADOR DA GRADUAO

    Rogrio Barcelos AlvesCOORDENADOR DE METODOLOGIA E MATERIAL DIDTICO

    Paula SpielerCOORDENADORA DE ATIVIDADES COMPLEMENTARES

    Daniela Silva Fontoura de BarcellosCOORDENADORA DE TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO

    Lgia Fabris e Thiago Bottino do AmaralCOORDENADORES DO NCLEO DE PRTICA JURDICA

    Wania TorresCOORDENADORA DE SECRETARIA DE GRADUAO

    Diogo PinheiroCOORDENADOR DE FINANAS

    Milena BrantCOORDENADORA DE MARKETING ESTRATGICO E PLANEJAMENTO

    FICHA TCNICA