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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS SOCIAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA WAGNER DALLA COSTA FÉLIX O COMEÇO DA HISTÓRIA A consideração da historicidade no pensamento de Heidegger RIO DE JANEIRO 2010

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Pré textuais para entender o que não é óbvio.

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE FILOSOFIA E CINCIAS SOCIAIS

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM FILOSOFIA

    WAGNER DALLA COSTA FLIX

    O COMEO DA HISTRIA

    A considerao da historicidade no pensamento de Heidegger

    RIO DE JANEIRO 2010

  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE FILOSOFIA E CINCIAS SOCIAIS

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM FILOSOFIA

    WAGNER DALLA COSTA FLIX

    O COMEO DA HISTRIA

    A considerao da historicidade no pensamento de Heidegger

    Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Ps- Graduao em Filosofia do Instituto de Filosofia e Cincias Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro como parte dos requisitos necessrios para a obteno do grau de Doutor em Filosofia.

    Orientador: Prof. Dr. Gilvan Fogel

    RIO DE JANEIRO 2010

  • Wagner Dalla Costa Flix

    O Comeo da Histria: A considerao da historicidade no pensamento de Heidegger

    Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Ps- Graduao em Filosofia do Instituto de

    Filosofia e Cincias Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro como parte dos

    requisitos necessrios para a obteno do grau de Doutor em Filosofia.

    Rio de Janeiro, 14 de Junho de 2010

    Aprovada por:

    Presidente, Prof. Dr. Gilvan Luiz Fogel UFRJ

    Prof. Dr. Pedro Costa Rego UFRJ

    Prof. Dr. Cludio Oliveira da Silva UFF

    Prof. Dr. Francisco Jos Dias UFRRJ

    Prof. Dr. Joel Alves de Souza UFPR

  • Para Gabriel e Letcia, que me ensinaram o que o comeo.

  • AGRADECIMENTOS

    Este trabalho nasceu de antigas conversas e encontros. Ele teve incio antes de ser um

    projeto, antes de ter um tema, antes de precisar ser escrito. Pois foi antes preciso aprender a

    conversar, aprender a disciplina do trabalho e do estudo, aprender o que significa o encontro

    em uma conversa. Por isso agradeo ao Marco Antonio e ao Alexandre, ao Libanio e a Flaviana,

    ao Pedro e ao Cludio; a Camila, a Laura, a Gisele. Sou grato aos amigos de outras terras,

    Andreas, Florian, Savina, Mateja, Mai-Lis, Jenny; ao Prof. Gnter Figal pela acolhida na Albert-

    Ludwigs-Universitt Freiburg; minha famlia, pelo apoio e confiana incondicional. Sou

    infinitamente grato ao Gilvan e ao Joel, por colocarem as questes.

    Este trabalho contou com o apoio financeiro da CAPES (Coordenao de

    Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior) e do DAAD (Deutscher Akademischer

    Austausch Dienst).

  • A fatalidade de toda a vida esta: apenas deixar-se apreender depois da delimitao, ansiando do amplo ao estreito (e depois de alcanar o estreito e experiment-lo como tal, ansiar novamente pelo amplo e querer voltar para a tranquilidade do nada onde antes se encontrava e no poder voltar, porque teria de renunciar sua prpria vida). F. W. J. Schelling, Die Weltalter

  • RESUMO

    FLIX, Wagner. O Comeo da Histria: a considerao da historicidade no pensamento de Heidegger.

    Rio de Janeiro, 2010. Tese de Doutorado (Filosofia). Programa de Ps-Graduao em Filosofia,

    Instituto de Filosofia e Cincias Sociais, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

    Nosso propsito nesta tese investigar a questo do nexo entre a ideia de historicidade e a

    pergunta pela essncia da verdade na obra de Martin Heidegger, delimitando o escopo do

    trabalho ao perodo em que a questo da historicidade tratada explicitamente por Heidegger,

    da dcada de 1920 ao comeo da dcada de 1930. Esta delimitao no se faz por ordem

    primariamente cronolgica, mas porque neste perodo do pensamento de Heidegger em que a

    histria emerge da questo da existencialidade do ser-a. medida que a tarefa da analtica

    existencial tornar transparente para si mesmo o ente que ns mesmos somos, no somente a

    constituio historial do ser-a com isso explicitada, mas tambm que tal compreenso e

    apropriao de si mesmo que perfaz cada acontecimento. Ns procuramos explicitar o sentido

    do acontecimento em geral em seus dois traos fundamentais: em primeiro lugar como a

    transmisso de uma herana e legado no sentido da assuno de uma possibilidade fctica de

    ser em vista do poder-ser mais prprio do ser-a; em segundo lugar enquanto todo

    acontecimento significa acontecimento da verdade do ente, ou seja, desvelamento, na

    compreenso de Heidegger. Porque, no entanto, a possibilidade mais prpria a morte, a qual

    absolutamente singular, e no pode ser remetida a um outro ou confiada ao mundo enquanto

    uma possibilidade determinada, preciso perguntar como poderia a herana ser de fato

    resguardada e recuperada. O que de fato se resguarda vem a se mostrar no como um algo

    determinado, mas como um aceno e apelo, presente em toda lida com os entes, tarefa de

    assumir a responsabilidade pela possibilidade em que j sempre nos encontramos. Ns nos

    propomos esclarecer este acontecimento atravs da interpretao heideggeriana da alegoria da

    caverna de Plato, em que torna manifesto que o fenmeno concreto da historicidade a

    transmisso de um legado e a assuno de uma herana a experincia do aprendizado.

    Palavras-chave: 1. Filosofia Contempornea; 2. Heidegger; 3. Histria; 4. Verdade.

  • ABSTRACT

    FLIX, Wagner. O Comeo da Histria: a considerao da historicidade no pensamento de Heidegger.

    Rio de Janeiro, 2010. PhD Thesis (Philosophy). Programa de Ps-Graduao em Filosofia,

    Instituto de Filosofia e Cincias Sociais, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

    The objective of this thesis is to investigate the connection between the idea of historicity and

    the question on the essence of truth in the work of Martin Heidegger, restricting the range of

    the research to the decades of 1920 and beginning of the 1930s, during which the subject of

    historicity is explicitly addressed by Heidegger. This restriction is not intended to be primarily

    chronological, but it is suggested as the period of Heideggers thought in which the question on

    historicity emerges from the existential analysis of Dasein. Insofar as the task of the existential

    analysis is to render the being we ourselves are transparent to itself, not only the constitution of

    the historicality of Dasein is demonstrated, but also that such comprehension and appropriation

    of itself comprises each event. We intend to demonstrate the meaning of the event in general

    through two fundamental characteristics. First, the manner in which the transmission of

    heritage and legacy occurs as undertake of a factic possibility in the sake of the most proper

    possibility of its being. Second, we intend to demonstrate that each event means the event of

    truth, i.e., unconcealment, according to Heidegger. However, because the most proper

    possibility of Dasein is death, which is absolutely singular and cannot be remitted to anyone else

    or trusted to the care of the world as a determined possibility, we must ask how would the

    heritage be in fact preserved and retrieved. What is factually preserved becomes manifest not as

    something determined, as an entity, but as a nod and a calling, present in each relation with

    beings, in respect to the task of undertaking the responsibility for the possibility in which we

    already find ourselves. With the purpose to clearly articulate such an event, we refer to the

    heideggerian interpretation of Platos Allegory of the Cave, in which the tangible phenomenon

    of historicity the transmission of a legacy and undertake of a heritage becomes evident as

    the experience of learning.

    Keywords: 1. Contemporary Philosophy; 2. Heidegger; 3. History; 4. Truth.

  • SUMRIO

    INTRODUO .................... 10

    CAPTULO I A Situao Hermenutica .................... 14

    I.1 O carter provisrio de Ser e Tempo .................... 18

    CAPTULO II Possibilidade .................... 32

    II.1 Apreenso de si em Yorck von Wartenburg e Husserl .................... 35

    II.2 Ser para a morte e totalidade .................... 47

    II.3 Temporalidade prpria e imprpria .................... 58

    CAPTULO III Historicidade .................... 75

    III.1 Histria e Temporalidade .................... 75

    III.2 Histria como assuno da herana .................... 82

    CAPTULO IV Disposio .................... 100

    IV.1 A historicidade das disposies .................... 100

    CAPTULO V Acontecimento .................... 120

    V.1 A pergunta pela essncia da verdade .................... 120

    V.2 A interpretao heideggeriana da Alegoria da Caverna de Plato .................... 124

    CONCLUSO .................... 156

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .................... 164

  • LISTA DE SIGLAS DAS OBRAS CITADAS

    As obras de Heidegger sero citadas, em regra, a partir das edies alems da Gesamtausgabe

    (GA) e das obras publicadas em separado segundo a seguinte conveno:

    GA 5: Holzwege

    GA 9: Wegmarken

    GA 14: Zur Sache des Denkens

    GA 17: Einfhrung in die phnomenologische Forschung

    GA 21: Logik: Die Frage nach der Wahrheit

    GA 24: Die Grundprobleme der Phnomenologie

    GA 28: Der Deutsche Idealismus (Fichte, Schelling, Hegel) und die philosophische Problemlage der

    Gegenwart GA 29/30: Die Grundbegriffe der Metaphysik. Welt - Endlichkeit - Einsamkeit

    GA 32: Hegels Phnomenologie des Geistes

    GA 34: Vom Wesen der Wahrheit: Zu Platons Hhlengleichnis und Thetet

    GA 39: Hlderlins Hymne Germanien und Der Rhein

    GA 41: Die Frage nach dem Ding. Zu Kants Lehre von den transzendentalen Grundstzen

    GA 49: Die Metaphysik des deutschen Idealismus. GA 53: Hlderlins Hymne Der Ister

    GA 63: Ontologie (Hermeneutik der Faktizitt)

    GA 64: Der Begriff der Zeit

    GA 65: Beitrge zur Philosophie (vom Ereignis)

    GA 67: Metaphysik und Nihilismus 1. Die berwindung der Metaphysik (1938/39) 2. Das Wesen des

    Nihilismus (1946-1948) GA 77: Feldweg-Gesprche (1944/45)

    SZ: Sein und Zeit

    N I/II: Nietzsche Bd. I/II (GA 6.1/2)

    US: Unterwegs zur Sprache (GA 12)

    VA: Vortrge und Aufstze (GA 7)

    WD: Was heit Denken? Q I/II: Questions I et II (traduo francesa de textos seletos de Heidegger) Q III/IV: Questions III et IV (traduo francesa de textos seletos de Heidegger) A citao de obras de Edmund Husserl seguiro a seguinte conveno:

    IL: Investigaes Lgicas

    Lies: Lies para uma fenomenologia da conscincia interna do tempo

    Ideias I: Ideias para uma fenomenologia pura e para uma filosofia fenomenolgica: introduo geral

    fenomenologia pura