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JV – Além da Fuvest, você prestou quais vestibulares? Rodrigo – Minha prioridade era a USP. Como segunda opção, prestei Unicamp, também para Engenharia de Produção, e passei. Como você definiu sua preferência por Engenharia de Produção? Falando com amigos, com gente que trabalha na área. O campo de atuação é grande, você pode trabalhar numa série de áreas. Das Engenharias, dizem que é a mais humana. Envolve um pouco de administração, um pouco de gestão. Por que você escolheu fazer o Semi? Em 2008 resolvi que o Etapa seria o cursinho que eu iria fazer em 2009. Mas não podia começar no início do ano, porque, além do 3º ano na Federal, eu tinha de concluir até o meio do ano o curso técnico de Informática na Etesp. Mas em agosto eu vim para o Semi. Ao começar o cursinho, como você avaliava suas possibilidades no vestibular? Eu tinha passado como treineiro no ano anterior, mas sabia que tinha de melhorar, sabia que precisava estudar. O cursinho me deu mais confiança, mais segurança, para passar longe da nota de corte. Essa confiança se manteve até a época dos vestibulares? Logo que cheguei, fiz um simulado, se não me engano do Enem, e tirei C menos, mas fiquei na frente de muita gente. “Preciso estudar, mas estou no caminho certo.” Com o passar do tempo, minhas notas foram melhorando. C mais, B. No simulado da 2ª fase, eu fiquei no A. Você enfrentou alguma dificuldade nesse período? Um problema era conciliar o Ensino Médio e o cursinho. Querendo ou não, são duas escolas diferentes. Você tem prova lá, simulado aqui, precisa lidar bem com as duas coisas. Tinha de estar focado, prestar atenção a tarde inteira em todas as aulas. Principalmente nas aulas de matérias em que eu tinha um pouco mais de deficiência. Como ficou sua rotina no segundo semestre? Eu entrava às 7 horas na Federal, ficava lá até 15 para meio-dia, almoçava em casa e vinha para cá. As aulas aqui iam até as 6 e meia. Em alguns dias eu ia para casa, mas de vez em quando ficava aqui na Sala de Estudos. Isso foi mais para o fim do ano, perto da 1ª fase da Fuvest, e principalmente no período entre a 1ª e a 2ª fase. Uma vez por semana, na noite de terça-feira, eu fazia curso de Inglês. Sempre fiz, mas no segundo semestre eu preferi um curso mais leve, só de conversação. Além das aulas, quanto tempo você conseguia estudar por dia? Não sobrava muito tempo para estudar em casa. Era uma hora e meia, não muito mais que isso. Qual era seu método de estudo? A ideia era sempre estudar a matéria do dia. Mas como faltava tempo para fazer isso, às vezes eu estudava principalmente as matérias em que tinha mais dificuldade. Quais eram essas matérias? Dedicava um tempo a estudar Química e Matemática, e também História e Geografia. Tive de aprender muitas coisas no cursinho. Não relembrar, mas aprender. Em Português e Inglês eu tinha facilidade. Em Biologia eu conseguia me virar e em Física também não tive muitos problemas. Você treinou Redação regularmente? Quando tinha tempo, eu fazia as redações do Fique Esperto. Não cheguei a fazer todas, acho que fiz a metade delas. Além disso, tinha as redações das provas, tinha a redação do Enem, tinha a da Fuvest. Fiz mais de dez redações nesse período. Quais eram suas notas em Redação? Normalmente C mais. Para mim era uma nota boa. Você ia ao Plantão de Dúvidas? Principalmente na reta final, ia bastante. Em quais matérias você procurava tirar mais dúvidas? Tirava bastante dúvida em Matemática e Química. E o Plantão Virtual, você usava? Bastante, principalmente para as resoluções de Exatas. Você assistiu às palestras sobre as obras indicadas pela Fuvest e Unicamp? Leu os livros? Assisti a boa parte delas, perdi uma ou duas

precisa lidar bem com as duas coisas. Tinha de - ETAPA acima do corte. O que achou desse ... avançado. Elas pediam que você soubesse um pouco de tudo, que tivesse noção geral de

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JV – Além da Fuvest, você prestou quais

vestibulares?

Rodrigo – Minha prioridade era a USP. Comosegunda opção, prestei Unicamp, também paraEngenharia de Produção, e passei.

Como você definiu sua preferência por

Engenharia de Produção?

Falando com amigos, com gente que trabalha naárea. O campo de atuação é grande, você podetrabalhar numa série de áreas. Das Engenharias,dizem que é a mais humana. Envolve um poucode administração, um pouco de gestão.

Por que você escolheu fazer o Semi?

Em 2008 resolvi que o Etapa seria o cursinho queeu iria fazer em 2009. Mas não podia começarno início do ano, porque, além do 3º ano naFederal, eu tinha de concluir até o meio do anoo curso técnico de Informática na Etesp. Masem agosto eu vim para o Semi.

Ao começar o cursinho, como você avaliava

suas possibilidades no vestibular?

Eu tinha passado como treineiro no ano anterior,mas sabia que tinha de melhorar, sabia queprecisava estudar. O cursinho me deu maisconfiança, mais segurança, para passar longeda nota de corte.

Essa confiança se manteve até a época dos

vestibulares?

Logo que cheguei, fiz um simulado, se não meengano do Enem, e tirei C menos, mas fiquei nafrente de muita gente. “Preciso estudar, mas estouno caminho certo.” Com o passar do tempo,minhas notas foram melhorando. C mais, B. Nosimulado da 2ª fase, eu fiquei no A.

Você enfrentou alguma dificuldade nesse

período?

Um problema era conciliar o Ensino Médio e ocursinho. Querendo ou não, são duas escolasdiferentes. Você tem prova lá, simulado aqui,

precisa lidar bem com as duas coisas. Tinha deestar focado, prestar atenção a tarde inteira emtodas as aulas. Principalmente nas aulas dematérias em que eu tinha um pouco mais dedeficiência.

Como ficou sua rotina no segundo semestre?

Eu entrava às 7 horas na Federal, ficava lá até 15para meio-dia, almoçava em casa e vinha para cá.As aulas aqui iam até as 6 e meia. Em alguns diaseu ia para casa, mas de vez em quando ficavaaqui na Sala de Estudos. Isso foi mais para o fim doano, perto da 1ª fase da Fuvest, e principalmenteno período entre a 1ª e a 2ª fase. Uma vez porsemana, na noite de terça-feira, eu fazia curso deInglês. Sempre fiz, mas no segundo semestre eupreferi um curso mais leve, só de conversação.

Além das aulas, quanto tempo você

conseguia estudar por dia?

Não sobrava muito tempo para estudar em casa.Era uma hora e meia, não muito mais que isso.

Qual era seu método de estudo?

A ideia era sempre estudar a matéria do dia.Mas como faltava tempo para fazer isso, às vezeseu estudava principalmente as matérias em quetinha mais dificuldade.

Quais eram essas matérias?

Dedicava um tempo a estudar Química eMatemática, e também História e Geografia. Tivede aprender muitas coisas no cursinho. Nãorelembrar, mas aprender. Em Português e Inglêseu tinha facilidade. Em Biologia eu conseguiame virar e em Física também não tive muitosproblemas.

Você treinou Redação regularmente?

Quando tinha tempo, eu fazia as redações doFique Esperto. Não cheguei a fazer todas, achoque fiz a metade delas. Além disso, tinha asredações das provas, tinha a redação do Enem,tinha a da Fuvest. Fiz mais de dez redaçõesnesse período.

Quais eram suas notas em Redação?

Normalmente C mais. Para mim era uma notaboa.

Você ia ao Plantão de Dúvidas?

Principalmente na reta final, ia bastante.

Em quais matérias você procurava tirar mais

dúvidas?

Tirava bastante dúvida em Matemática eQuímica.

E o Plantão Virtual, você usava?

Bastante, principalmente para as resoluções deExatas.

Você assistiu às palestras sobre as obras

indicadas pela Fuvest e Unicamp? Leu os

livros?

Assisti a boa parte delas, perdi uma ou duas

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somente, mas eram sobre livros que tinhalido. E ainda assim peguei as anotaçõescom os amigos. Lógico que não é a mesmacoisa que ver a palestra, mas ajuda. Dos novelivros, li sete. Fiquei sem ler a Antologia poéticae A cidade e as serras. As palestras servirambastante.

Você fez o RPE [Reforço para Engenharia]?

Fazia no sábado de manhã.

Qual a diferença entre a aula convencional e

a aula do reforço?

A aula convencional tem a teoria que vocêprecisa para resolver boa parte dos exercíciosou para entender a matéria. O RPE põe naprática tudo que você viu na aula. Você temmuitos exercícios, o professor dá um tempopara fazer, você se esforça, pede ajuda. Depoisele vem, corrige, explica, fala que você poderiater feito de outro jeito. Você aprende técnicasdiferentes de fazer o exercício.

Sobrava algum tempo para relaxar?

Em algumas semanas era difícil, masnormalmente eu descansava no domingo.De manhã jogava futebol, uma coisa que gostode fazer, e à tarde eu descansava.

Você teve que abrir mão de alguma atividade

para se preparar para os vestibulares?

De verdade, não. O que aconteceu foi que tivede lidar melhor com o tempo. Tive menostempo para fazer Inglês, tanto que fiz um cursomais leve, tive menos tempo para jogar bola,menos tempo para sair com a namorada. É questãode você saber o que fazer com seu tempo.Aproveitar bem o tempo livre, descansarquando está precisando e estudar na hora emque tem de estudar.

Na Fuvest, quantos pontos você fez na

1ª fase?

Na 1ª fase do ano anterior eu tinha feito cercade 60 pontos. Na 1ª fase de 2010, com o bônusde escola pública, fiquei com 80, 17 pontosacima do corte.

O que achou desse resultado?

Como fui bem na 1ª fase, achei que tinhachance de ir bem na 2ª.

Da 1ª para a 2ª fase você mudou alguma

coisa no seu método de estudo?

Mudou um pouco. As aulas na Federalacabaram em dezembro, e aí tive um mês parame dedicar totalmente ao cursinho. Vinha maiscedo para cá, umas 9 horas, estudava até omeio-dia, almoçava, assistia às aulas da tarde eainda ficava um pouco à noite estudando.Normalmente eu estudava com um grupo deamigos. Era a maneira que eu considerava amelhor, porque sempre tem um amigo commais facilidade em uma matéria do que você.A gente fazia um grupo de estudos aqui e, seninguém soubesse como resolver o exercício,ainda podíamos recorrer ao Plantão de Dúvidas.

Como foi a 2ª fase?

A primeira prova foi Português e eu achei quetinha ido bem. Talvez não tenha ido tão bemna Redação, não sei, porque não divulgam oresultado separado. Mas a nota foi boa, 72,5pontos em 100. Fiquei muito acima da média.Acredito que foi um dos fatores principais paraeu ter passado, porque em Engenharia vocêespera que todo mundo entenda bastante deExatas. O meu diferencial foi Português e as

outras matérias de Humanas.

Você foi bem na segunda prova da 2ª fase?

Acho que o segundo dia foi o meu melhor. Aprova tinha questões interdisciplinares, a médiade acertos foi 40% e eu fiz 75% da prova. Asquestões não eram de um nível muitoavançado. Elas pediam que você soubesse umpouco de tudo, que tivesse noção geral detodas as matérias. Nisso eu tinha umavantagem: eu sabia dosar, estudava um poucode tudo e acabei indo bem nessa prova.

E na prova do terceiro dia, em que entram as

matérias prioritárias de cada curso?

Nesse dia eu estava com um pouco mais demedo. Apesar de gostar das Exatas, eu tinha umpouco de dificuldade. Mas sabia que seestivesse difícil para mim, estaria difícil para osoutros. Eu tinha estudado, tinha me preparado.Acertei 57% da prova e a média ficou perto de40%. Eu esperava ir um pouco melhor, maserrei umas besteirinhas.

Na escala de 0 a 1000, qual foi sua

pontuação?

746. Como treineiro eu tinha feito cerca de 550pontos. Aumentei 200 pontos.

Sua classificação na carreira?

147º em 2 600 pessoas que passaram para a2ª fase da Engenharia.

Na Unicamp, qual foi sua classificação?

Acho que fiquei entre os 30 primeiros naEngenharia de Produção.

Como você soube de sua aprovação na

Fuvest?

Vim para cá com uns amigos. Eu esperavapassar, mas tinha aquela dúvida, como todomundo, aquela ansiedade. Mas vi meu nomena lista, vi o nome da minha namorada, quetinha vindo para cá na revisão, vi que meusamigos tinham passado. Fiquei muito feliz portodo mundo, tínhamos ficado meses estudandojuntos. E, agora, todo mundo quer continuarjunto na faculdade.

Seus amigos estão na Poli também?

Alguns estão na Poli, alguns passaram na FEA,minha namorada entrou na ECA.

Vocês conseguem se ver na USP?

A gente sempre se encontra. Na hora do almoço,sempre tem um jeito de se encontrar na USP.

Você já conhecia a Poli?

Nunca tinha visitado a USP. É muito grande,muito livre, você tem acesso a várias facilidades.Tem problemas como toda escola pública tem,mas estou gostando bastante.

O que mais chamou sua atenção lá?

Para mim foi a receptividade dos alunos, muitoboa. Tanto o trote foi tranquilo, quanto a semanaseguinte, a primeira semana de aula, quandoteve palestras não só dos professores, mastambém dos alunos. Eles disseram que estão lápara ajudar. Sugeriram que aderíssemos aalguns projetos deles, ao grêmio, à Atlética,para termos alguma atividade extracurricular.

E o que você está fazendo de

extracurricular?

Estou jogando futsal pelo time da Poli.

Que matérias você teve no primeiro

semestre?

Cálculo, Álgebra Linear, que é parecida com

Geometria Analítica, Programação, Física,Introdução à Engenharia, Desenho e Química.

Dessas matérias, qual foi a mais complicada

para você?

Física. É difícil de explicar porque foicomplicada, porque os conceitos são osmesmos do Ensino Médio, só que o nível decomplexidade é um pouco maior. Acho quepela dificuldade de estudar tantas matérias aomesmo tempo, eu acabei deixando de estudarum pouco de Física, e isso acaboucomplicando para mim. Mas no final deu tudocerto, já consegui recuperar. Desenho tambémcomplicou um pouco porque é uma matériaque eu nunca tinha visto, mexe com topografia.Completamente novo.

De qual matéria você mais gostou?

Gostei bastante de Cálculo e Álgebra Linear.Cálculo, apesar de todo mundo falar que é umbicho de sete cabeças, é a matéria que eu maisestudo. Já esperava que seria difícil, entãoestudei bastante e acabei gostando.

Hoje, você se imagina em outra carreira?

Estou na carreira certa. Engenharia de Produçãofoi a melhor escolha. Minhas expectativas seconfirmaram e estou confiante para continuarna área e me dar bem.

O que é importante para ir bem no

vestibular?

Você tem de estudar, aproveitar ao máximo otempo que tem. É lógico que é bom ter umabase, eu tinha, mas o cursinho acabou commuitas de minhas dúvidas e dificuldades.Nestes meses até a prova da 1ª fase, você temde estudar um pouco de tudo para ter umavisão geral, mas principalmente deve focar nassuas dificuldades. Você tem de estudar váriasprovas antigas, saber o que vai ter pela frente.Como a 1ª fase da Fuvest não conta mais namédia final, você tem de estudar bastante paraa 2ª fase. No tipo de questão que eles aplicam,você é obrigado a refletir, a pensar mais. Vocêtem de se adequar ao estilo da Fuvest ou aoestilo do vestibular que está prestando.

Como fica marcado para você o ano

passado?

Fica marcado como um ano de realização.Eu tinha muitas coisas a concluir, tinha determinar o Ensino Médio, terminar o Técnico,começar e terminar o cursinho e passar na Poli.Eram muitas coisas que eu queria fazer, econsegui fazer todas elas, passando por essesdesafios.

O que você diria a quem tentou, não deu, e

vai prestar vestibular de novo este ano?

Não é porque não passou num ano que vaiabaixar a cabeça. Se você tem um sonho, sequer entrar numa faculdade pública, você temde continuar e estudar.