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PREFEITURA MUNICIPAL DE VOTORANTIM PLANO MUNICIPAL DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS Votorantim/SP 2014

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PREFEITURA MUNICIPAL DE VOTORANTIM

PLANO MUNICIPAL DE

GERENCIAMENTO INTEGRADO DE

RESÍDUOS SÓLIDOS

Votorantim/SP

2014

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APRESENTAÇÃO

O crescimento populacional desenfreado, unido com o desenvolvimento

industrial e econômico das cidades, faz com que o planejamento urbano seja uma das

principais necessidades em curto prazo, sobretudo no que se refere ao meio ambiente.

Aliado a esse cenário, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída

pela Lei 1.2305 de 02 de agosto de 2010, dispõe sobre seus princípios, objetivos e

instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao

gerenciamento de resíduos sólidos (incluídos os perigosos), às responsabilidades dos

geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis, proibindo ainda

a criação de lixões, nos quais os resíduos são lançados a céu aberto, auxiliando assim a

melhoria nas condições sanitárias e ambientais das cidades.

É introduzida na legislação a "responsabilidade compartilhada", envolvendo

a sociedade, as empresas, as prefeituras e os governos estaduais e federal na gestão dos

resíduos sólidos. Grande parte dos municípios brasileiros apresentam ações voltadas

para a coleta dos resíduos, no entanto, não atendem às necessidades no que se refere ao

tratamento e destinação final adequada.

O presente documento consolida os estudos técnicos relacionados aos

serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos do Município de

Votorantim. Foi desenvolvido em conformidade com a Lei Federal nº 11.445/07, que

estabelece a Política Nacional de Saneamento, bem como com a Lei Federal 12.305/10,

que estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

O horizonte de tempo considerado no presente estudo foi de 20 (anos),

incluindo prognósticos de curto (1 a 4 anos), médio (4 a 8 anos) e longo (8 a 20 anos)

prazos.

Em seu desenvolvimento, o documento foi estruturado de forma a

apresentar o diagnóstico, que retrata a situação atual da gestão integrada dos resíduos

em Votorantim, a proposição dos objetivos, metas e ações, bem como os mecanismos e

procedimentos a serem utilizados visando avaliar de forma sistemática as ações

programadas. Compõem este plano, também, as ações para emergências e contingências

e ainda as proposições relacionadas à forma como se dará o controle social sobre a

gestão integrada dos resíduos sólidos.

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Sumário

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 6

2. OBJETIVOS ............................................................................................................... 7

2.1 OBJETIVOS PRELIMINARES .............................................................................. 8

2.3 OBJETIVOS ESPECIFICOS ................................................................................... 9

2.4 PRINCÍPIOS E DIRETRIZES ............................................................................... 10

3. Metodologias adotadas ............................................................................................ 11

3.1 Classificações dos Resíduos Sólidos .................................................................... 12

3.1.1 Doméstico ou Residencial: ................................................................................ 13

3.1.2 Comerciais: ....................................................................................................... 13

3.1.2.1. Relação das Empresas Consideradas como Grande Geradoras de Resíduos

Sólidos em Votorantim....................................................................................................14

3.1.3. Público ............................................................................................................. 14

3.1.4. Domiciliar Especial .......................................................................................... 15

3.1.5 Fontes Especiais ................................................................................................ 16

4. CARACTERÍSTICAS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................. 20

4.1. Quanto às características físicas ......................................................................... 20

4.2. Quanto às características químicas .................................................................... 21

4.3. Quanto às características biológicas ................................................................... 21

5. O PLANO DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS23

5.1. Interação do Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos

Sólidos com o Plano Diretor Municipal ...................................................................... 23

6. DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE

RESIDUOS SOLIDOS ................................................................................................ 26

6.1. CARACTERIZAÇÃO DOS TIPOS DE RESÍDUOS CONTEMPLADOS ...... 27

6.1.1. Resíduos Sólidos Urbanos .................................................................................. 27

6.1.1.1. Resíduos domiciliares....................................................................................... 27

6.1.1.2. Tipos de coleta e transportes .......................................................................... 29

6.1.2. Coleta Seletiva .................................................................................................... 32

6.1.2.1. Cooperativa dos Catadores de Material Reciclável de Votorantim -

COOPERVOT ............................................................................................................... 33

6.1.3. Outros Serviços ................................................................................................... 36

6.1.3.1. Serviços de roçada e capinação ....................................................................... 36

6.1.4. Aterro sanitário .................................................................................................. 36

6.1.4.1. Estudo investigatório de águas subterrâneas ................................................ 37

6.1.4.2. Resultados do Estudo Investigatório de Águas Superficiais ........................ 38

6.1.4.3. Plano de Monitoramento das Águas Superficiais do córrego Machadinho 39

6.1.4.4. Estudo investigatório de solos ......................................................................... 40

6.1.5. Resíduos dos Serviços de Saúde ......................................................................... 40

6.1.5.1. Tipos/Classes de Resíduos Coletados ............................................................. 41

6.2. UNIDADES DE TRANSBORDO, TRATAMENTO, RECICLAGEM E

DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS ...................................................................... 42

6.2.1. Área de Transbordo ............................................................................................ 42

7. PROGNÓSTICOS .................................................................................................... 43

7.1. DEMOGRAFIA ..................................................................................................... 43

7.2. GERAÇÃO DE RESÍDUOS DOMICILIARES .................................................. 45

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7.3. GERAÇÃO DE RESÍDUOS DA SAÚDE ............................................................ 48

7.4. Geração de Resíduos da Construção Civil

(RCC)..............................................................................................................................49

7.5. Geração de Resíduos da Coleta Seletiva .............................................................. 50

8. PLANO DE METAS E AÇÕES ............................................................................. 52

8.1 ASPECTOS SÓCIO-PARTICIPATIVO .............................................................. 52

8.2. COLETA CONVENCIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS .......... 54

8.2.1. Resíduos Domiciliares ......................................................................................... 54

8.2.2. Resíduos da Varrição e Serviços Complementares .......................................... 55

8.2.3. Coleta Seletiva e Valorização dos Recicláveis .................................................. 57

8.3. COLETA CONVENCIONAL DE RESÍDUOS DE SAÚDE ............................ 58

8.4. COLETAS DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - RCC ...................... 60

8.4.1. Pontos de Descarte de Resíduos Inertes em Votorantim ................................. 65

8.5. NOVAS TECNOLOGIAS DE TRATAMENTO E DESTINAÇÃO FINAL DE

RESÍDUOS .................................................................................................................... 66

9. PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL E INFORMAL ....... 69

9.1. Programas e ações de capacitação técnica ........................................................... 71

9.2. LOGÍSTICA REVERSA (RESÍDUOS ESPECIAIS) ........................................ 73

9.3. ÁREAS DE PASSIVOS AMBIENTAIS .............................................................. 74

10. ESCOPO DOS SERVIÇOS PARA 20 ANOS ...................................................... 78

10.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 78

10.2. ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA DOS SERVIÇOS ............................................ 81

10.2.1. Resíduos Domiciliares e Comerciais ................................................................ 81

10.2.1.1. Coleta Manual e Transporte de Resíduos Sólidos Domiciliares e

Comerciais ..................................................................................................................... 81

10.2.1.2. Varrição Manual de Vias e Logradouros Públicos .................................... 82

10.2.1.3. Coleta domiciliar Conteinerizada ................................................................. 82

10.2.1.4. Serviços Diversos ........................................................................................... 82

10.2.1.5. Coleta Seletiva ................................................................................................ 83

10.2.1.6. Coleta Seletiva Especificada ......................................................................... 85

10.2.2. Resíduos da Saúde ............................................................................................ 99

10.2.3. Recolhimento de Animais Mortos ................................................................. 100

10.2.4. Resíduos Inertes ............................................................................................. 101

10.2.4.1. Unidade de beneficiamento ......................................................................... 101

10.2.4.2. Aterro de inertes .......................................................................................... 101

10.2.4.3. Ecopontos – operação e manutenção .......................................................... 102

10.2.5. Limpeza de bocas de lobo ............................................................................... 104

10.2.6. Lavagem de vias, feiras livres, praças e logradouros ................................... 104

10.2.7. Logradouros Especiais - Cemitérios, Praças, Parques e Várzeas ............... 105

10.2.8. Operação da Unidade de Triagem do Aterro Sanitário .............................. 105

10.2.9. Aterro Sanitário Atual .................................................................................... 106

10.2.9.1. Serviços de Operação ................................................................................... 106

10.2.9.2. Obras de Ampliação ..................................................................................... 107

10.2.9.3. Projeto, Licenciamento e Implantação ....................................................... 107

11. ASPECTOS LEGAIS ........................................................................................... 108

11.1. ÂMBITO FEDERAL ......................................................................................... 108

11.2. ÂMBITO ESTADUAL ...................................................................................... 112

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11.3.ÂMBITO MUNICIPAL ..................................................................................... 113

12. SISTEMA MUNICIPAL DE REGULAÇÃO DA PRESTAÇÃO DOS

SERVIÇOS PÚBLICOS DE MANEJO E DESTINAÇÃO FINAL DE RESÍDUOS

SÓLIDOS ..................................................................................................................... 113

12.1. A Atividade Regulatória e de Fiscalização: Conceito e Características do

Sistema Municipal de Regulação dos Serviços Públicos de Manejo de Resíduos

Sólidos Urbanos e de Limpeza Urbana ..................................................................... 113

12.1.1. A delimitação da abrangência e intensidade da regulação.......................... 116

12.1.1.1. Regulação interna, a abranger....................................................................117

12.1.1.2. Regulação externa, a abranger ................................................................... 118

12.1.2. A questão da alocação institucional de competências regulatórias ............ 118

12.1.3. Modelo institucional da entidade de regulação a ser constituída ............... 122

13. ASPECTOS FINANCEIROS ............................................................................... 124

13.1. INVESTIMENTOS PREVISTOS NO PLANO .............................................. 124

13.1.1. Premissas consideradas para as simulações dos valores ............................. 125

13.2. Fluxo de Caixa dos Resíduos ............................................................................. 126

13.3. ASPECTOS REGULATÓRIOS E MODELOS .............................................. 128

13.4. CONTEXTO SETORIAL ................................................................................. 132

13.5. MODELO PARA A GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM

VOTORANTIM .......................................................................................................... 136

14. PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES ............................................................. 141

14.1. PLANO DE AÇÕES PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL ............ 141

14.2. ESTRUTURAS A SEREM IMPLANTADAS ................................................. 142

14.2.1. Central para o Recebimento dos Resíduos Sólidos Provenientes da Coleta

Domiciliar/Sistema de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos ......................... 142

14.2.2. Transbordo de Resíduos Sólidos Domiciliares ............................................ 143

14.2.3. Sistemas de Transbordo, Tratamento e Disposição Final de Resíduos de

Serviços de Saúde ........................................................................................................ 144

14.2.4. Usina de Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição ......... 145

14.3. PRAZOS PARA O PROCESSO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL .. 145

14.4. UTILIZAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS NO TRATAMENTO DE

RESÍDUOS SÓLIDOS................................................................................................146

15. INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO, CONTROLE E MONITORAMENTO

COM MODELO E PROPOSTA DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE

PARA A GESTÃO DE RSU. ..................................................................................... 147

16. AÇÕES DE EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIAS ........................................ 153

17. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 157

18. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 158

19. ANEXOS ................................................................................................................ 160

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1. INTRODUÇÃO

Os Serviços de Limpeza Urbana são de responsabilidade do Município

conforme o inciso V do artigo 30 da Constituição Federal, e a Lei Federal nº 11.445, de

5 de janeiro de 2007.

Nos últimos anos a Prefeitura Municipal de Votorantim, através do extinto

Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), de 1999 a 2013, e de outros órgãos da

Administração Direta vem desempenhando essa função da melhor maneira possível,

garantindo a realização desses serviços vitais para a limpeza, embelezamento e saúde

pública da cidade. A referência para execução desses serviços é o Plano Diretor de

Resíduos Sólidos de Votorantim, elaborado em 2002, cujo conteúdo serviu de base de

informações para o presente estudo.

Os serviços de limpeza urbana são considerados complexos e tem gerado

despesas e investimentos ao longo do tempo por parte da Prefeitura.

O histórico e a complexidade desses serviços exigem planejamento de longo

prazo para que a articulação dos recursos orçamentários ocorra uniforme e

constantemente e de forma coerente com as demandas da cidade.

É certo que a Administração Municipal não detém, em seu quadro, todos os

recursos técnicos, operacionais e humanos para o desempenho de todas as funções que

lhe são atribuídas na legislação local e federal vigente, como as de coleta e transporte e

principalmente a destinação final dos resíduos sólidos. Por isso, a Prefeitura tem

recorrido à contratação de particulares, em regime de empreitada.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS - Lei 12.305, de 2 de

agosto de 2010, reafirma a definição da Lei 11.145/2007 sobre a obrigatoriedade de

elaboração de Planos de Resíduos Sólidos para todos os municípios brasileiros.

Em seu Art. 14 a Lei 12.305 define como planos de resíduos sólidos:

(i) O Plano Nacional de Resíduos Sólidos; os planos estaduais de resíduos

sólidos;

(ii) os planos microrregionais de resíduos sólidos e os planos de resíduos

sólidos de regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas;

(iii) os planos intermunicipais de resíduos sólidos;

(iv) os planos municipais de gestão integrada de resíduos sólidos; e

(v) os planos de gerenciamento de resíduos sólidos.

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A referida Política Nacional de Resíduos Sólidos condiciona a elaboração

de plano de gestão integrada de resíduos sólidos pelos municípios e o Distrito Federal

para acessar recursos da União, ou por ela controlados, destinado a empreendimentos e

serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem

beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou

fomento para tal finalidade.

Ainda para acesso a recursos federais, a Lei 11.445/2007 prioriza

municípios que implantarem a coleta seletiva com a participação de cooperativas ou

outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis. Estas

devem ser formadas por pessoas físicas de baixa renda e que trabalharem de forma

consorciada. Define ainda em seu Art. 19 as etapas e o conteúdo mínimo obrigatório

para a elaboração do Plano.

A Lei 11.445/2007 também define que a prestação dos serviços públicos de

saneamento básico observará plano, que são indispensáveis e obrigatórios para a

contratação ou concessão dos serviços. Em seu Art. 3º inciso II a lei define a gestão

associada como uma associação voluntária de entes federados, por convênio de

cooperação ou consórcio público, conforme disposto no art. 241 da Constituição

Federal.

O plano deve ser elaborado pelos municípios individualmente ou de forma

regionalizada realizado por meio de consórcio público. O processo de elaboração do

Plano obrigatoriamente deve contar com a participação da comunidade através de

consulta pública e audiências públicas.

2. OBJETIVOS

A falta de gerenciamento dos resíduos em geral, tem sido atualmente alvo

de grandes discussões entre as mais diversas áreas da sociedade. Isto tem ocorrido

devido ao fato dos resíduos representarem uma fonte de riscos à saúde e ao meio

ambiente, principalmente pela falta de adoção de procedimentos técnicos e

ambientalmente adequados no que diz respeito ao seu manejo.

O manejo inadequado dos resíduos pode oferecer uma série de riscos

ambientais, que ultrapassam os limites do município gerador, podendo gerar doenças e

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perda da qualidade de vida da população que, direta ou indiretamente tenha contato com

o material descartado, desde o momento da geração até seu destino final.

O objetivo geral deste documento é consolidar e apresentar os diferentes

aspectos (técnicos, institucionais, administrativos, legais, sociais e econômicos) do

sistema de limpeza urbana, manejo e gestão integrada de resíduos sólidos do município

de Votorantim. Ressaltando que, nos termos da legislação federal, a elaboração do plano

de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do município atende aos preceitos legais da

Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010),

Assim, a mencionada Lei prevê que o Município formulará a respectiva

política pública de Gestão dos seus resíduos entre outras medidas, deverá elaborar o

plano de Gestão integrada de Resíduos sólidos, observando parâmetros para a eficiência

nos processos de não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos

resíduos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

2.1 OBJETIVOS PRELIMINARES

Proteger a saúde pública e a qualidade do meio ambiente;

Definir o papel do setor privado e da sociedade civil na gestão dos resíduos e

suas responsabilidades no cumprimento dos objetivos da política de meio

ambiente da cidade;

Incentivar a coleta seletiva, a reutilização e a reciclagem, garantindo a redução

da geração de resíduos sólidos;

Incentivar a indústria da reciclagem, através do fomento do o uso de matérias-

primas e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados, bem como o

desenvolvimento de novos produtos e processos, com vistas a estimular a

utilização das tecnologias ambientalmente saudáveis;

Garantir a adequada disposição final dos resíduos mediante utilização de

técnicas ambientalmente sustentáveis e propiciadoras do aproveitamento de

energia;

Gerar benefícios sociais e a busca da sustentabilidade econômica dos serviços

ligados ao gerenciamento de resíduos, promovendo o desenvolvimento

sustentável;

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Criar mecanismos de geração de trabalho e de renda promovendo a inclusão

social dos catadores de materiais recicláveis;

Promover a capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos;

Incentivar as parcerias do governo com organizações que permitam aperfeiçoar a

gestão integrada de resíduos sólidos;

Garantir a recuperação de áreas degradadas pela disposição inadequada de

resíduos sólidos e de rejeitos, pela própria municipalidade ou pelo autor da

degradação, quando identificado;

Garantir o acesso da população à informação, à participação e ao controle social

nas questões relativas à gestão integrada de resíduos sólidos;

Garantir a regularidade, a continuidade, a funcionalidade e a universalidade dos

serviços públicos de manejo de resíduos sólidos.

2.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os objetivos específicos deste documento são elaborar e apresentar os

diagnósticos dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos

(conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte,

transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário de varrição

e limpeza de logradouros e vias públicas).

Para tanto, serão levantados e sistematizados os dados disponíveis referentes

ao manejo atual dos resíduos sólidos urbanos gerados no município de Votorantim e,

com base em tais informações:

(i) Formular prognósticos para diferentes temas e diferentes cenários

temporais, de curto (1 a 4 anos), médio (4 a 8 anos) e longo (8 a 20 anos);

(ii) Apresentar o plano de metas (curto, médio e longo prazos) para as

diferentes ações de coleta e disposição final dos resíduos; para a

implementação de programas de educação ambiental formal e informal; para

as ações de coleta seletiva e de logística reversa, entre outras;

(iii) Propor programas, projetos e ações focados: (a) na capacitação técnica;

(b) na educação ambiental voltada às ações de não geração, redução,

reutilização e de reciclagem de resíduos; (c) no controle e fiscalização da

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implementação e operacionalização dos planos de gerenciamento de

resíduos sólidos dos sistemas de logística reversa/responsabilidade

compartilhada;

(iv) Propor instrumentos de avaliação, controle e monitoramento voltados

ao estabelecimento de indicadores de desempenho operacional e ambiental

dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

(v) Propor ações de emergência e contingências embasadas em ações

preventivas e corretivas, incluindo programas de monitoramento, em

especial para aquelas áreas com consolidado passivo ambiental relacionado

aos diferentes tipos de resíduos sólidos;

(vi) Apresentar a hierarquização das áreas de intervenção prioritária, tendo

por base todo o diagnóstico socioambiental realizado e os aspectos

financeiros decorrentes.

2.4. Princípios e Diretrizes

O sistema de limpeza urbana de uma cidade deve ser institucionalizado

segundo um modelo de gestão que, na medida do possível e da realidade local, seja

capaz prioritariamente de promover a sustentabilidade econômica das operações;

preservar o meio ambiente e a qualidade de vida da população e, ainda, contribuir para a

solução dos aspectos sociais envolvidos com a questão.

Em todos os segmentos operacionais do sistema de limpeza deverão, então,

ser escolhidas as melhores alternativas que atendam simultaneamente a duas condições

fundamentais: que sejam as mais econômicas e que sejam tecnicamente corretas para o

ambiente e para a saúde da população.

Assim, assume-se no presente estudo, também conforme entendimento de

IBAM (2001), que o modelo de gestão dos resíduos municipais deverá não somente

permitir, mas, sobretudo, facilitar a participação da população na questão da limpeza

urbana da cidade, para que esta se conscientize das várias atividades que compõem o

sistema e dos custos requeridos para sua realização, bem como se conscientize de seu

papel como agente consumidor e, por consequência, gerador de lixo.

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A consequência direta dessa participação popular poderá se traduzir, de fato,

na real possibilidade de se dar pleno atendimento às determinadas diretrizes

previamente estabelecidas pelos gestores públicos, quais sejam:

(i) redução da geração de lixo;

(ii) manutenção dos logradouros limpos;

(iii) acondicionamento e disposição para a coleta adequados, e, como

resultado final,

(iv) operações dos serviços menos onerosas.

Também de encontro ao que recomenda IBAM (2001), entende-se que a

base para a ação política está na satisfação da população com os serviços de limpeza

urbana, cuja qualidade se manifesta na universalidade, regularidade e pontualidade dos

serviços de coleta e limpeza de logradouros, dentro de um padrão de produtividade que

denota preocupação com custos e eficiência operacional.

3. METODOLOGIAS ADOTADAS

A metodologia de construção do plano baseia-se nos dados técnicos

resultantes do Diagnóstico Técnico e Participativo realizados no município, durante um

período de quatro meses com compilação dos dados secundários, levantamentos de

campo, entrevistas com lideranças comunitárias, empresas, entre outros.

O Diagnóstico inicial de caracterização tem por objetivo levantar a situação

dos resíduos sólidos no município, traçando um quadro geral, focado nos problemas

mais frequentemente ocasionados pelos resíduos nas localidades diagnosticadas, com o

registro daqueles com presença (em volume) mais significativa – muito provavelmente

os resíduos urbanos, secos e úmidos, e os resíduos da construção civil.

Será, também, informada a existência de: práticas de coleta seletiva de

embalagens e outros resíduos secos, práticas de compostagem de orgânicos, manejo dos

resíduos da construção; além das alternativas de destinação e disposição final já adotada

pelo município

Assim, a elaboração de cenários de situação atual e futura constitui-se um

dos principais aspectos do planejamento, ou seja, analisar em tempos alternativos,

respondendo as perguntas “como estamos hoje e o que queremos para o futuro,

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objetivando a solução de um problema ou a melhoria de uma condição presente

indesejável ou insatisfatória”.

3.1 Classificações dos Resíduos Sólidos

Os resíduos sólidos são classificados de diversas formas tendo-se por base

determinadas características ou propriedades; entretanto, as mais comuns são:

(i) quanto aos riscos potenciais de contaminação do meio ambiente; e

(ii) quanto à natureza ou origem.

A classificação é relevante para a escolha da estratégia de gerenciamento

mais viável. A ABNT classifica os resíduos sólidos segundo a NBR 10.004, tendo por

base o conceito de “classes de resíduos”, conforme segue:

Resíduos Classe I – Perigosos:

São aqueles que apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente

apresentando uma ou mais das seguintes características: periculosidade,

inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. (ex: baterias,

pilhas, óleo usado, resíduo de tintas e pigmentos, resíduo de serviços de saúde, resíduo

inflamável, etc).

Resíduos Classe II – Não perigosos:

Resíduos Classe II A – Não Inertes: Aqueles que não se enquadram nas

classificações de resíduos classe I – perigosos ou de resíduos classe II B – inertes, nos

termos da NBR 10. 004.

Os resíduos classe II A – Não inertes podem ter propriedades tais como:

biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. (ex: restos de alimentos,

resíduo de varrição não perigoso, sucata de metais ferrosos, borrachas, espumas,

materiais cerâmicos, etc.)

Resíduos Classe II B – Inertes: Quaisquer resíduos que, quando amostrados

de uma forma representativa, segundo ABNT NBR 10.007, e submetidos a um contato

dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente,

conforme ABNT NBR 10.006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados

a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto,

cor, turbidez, dureza e sabor. (ex: rochas, tijolos, vidros, entulho/construção civil, luvas

de borracha, isopor, etc.).

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A origem é o principal elemento para a caracterização dos resíduos sólidos.

De acordo com IBAM (2001), e segundo este critério, os diferentes tipos de lixo podem

ser agrupados em cinco classes, a saber:

(i) Lixo doméstico ou residencial;

(ii) Lixo comercial;

(iii) Lixo público;

(iv) Lixo domiciliar especial, incluindo os entulhos de obras (RCC), pilhas e

baterias, lâmpadas fluorescentes e pneus;

(v) Lixo de fontes especiais, incluindo o lixo industrial, radioativo, de

portos, aeroportos e terminais rodoferroviários, agrícola e os resíduos de

serviços de saúde.

3.1.1. Doméstico ou Residencial

São os resíduos gerados das atividades diária nas residências e também

conhecidos como resíduos domiciliares. Apresentam em torno de 50% a 60% de

composição orgânica (cascas de frutas, verduras e sobras, etc.), sendo o restante

formado por embalagens em geral (jornais e revistas, garrafas, latas, vidros, papel

higiênico, fraldas descartáveis e uma grande variedade de outros itens).

A taxa “média” diária de geração de resíduos domésticos por habitante em

áreas urbanas é de 0,5 a 1 Kg/hab.dia para cada cidadão, dependendo do poder

aquisitivo da população, nível educacional, hábitos e costumes.

3.1.2. Comercial

Os resíduos variam de acordo com a atividade dos estabelecimentos

comerciais e de serviço. No caso de restaurantes, bares e hotéis predominam os resíduos

orgânicos, já os escritórios, bancos e lojas os resíduos predominantes são o papel,

plástico, vidro entre outros.

Os resíduos comerciais podem ser divididos em dois grupos dependendo da

sua quantidade gerada por dia. O “pequeno gerador” de resíduos pode ser considerado

como o estabelecimento que gera até 120 litros por dia; o “grande gerador” é o

estabelecimento que gera um volume superior a esse limite.

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3.1.2.1. Relação das Empresas Consideradas como Grande Geradoras

de Resíduos Sólidos em Votorantim:

• COMPANHIA BRASILEIRA DE ALUMÍNIO - CBA;

• DIXIE TOGA LTDA;

• KALIMO TEXTIL LTDA;

• FIAÇÃO ALPINA LTDA;

• EMPHASIS INDÚSTRIA E COMÉRCIO VOTORANTIM LTDA;

• SEIREN PRODUTOS AUTOMOTIVOS LTDA;

• VOTORANTIM CIMENTOS BRASIL S.A;

• VOTORANTIM ENERGIA LTDA;

• VITOPEL DO BRASIL LTDA;

• FLEXTRONICS INTERNATIONAL TECNOLOGIA LTDA;

• TOYOTA DO BRASIL LTDA;

• FIBRIA;

• CONCESSIONÁRIA ÁGUAS DE VOTORANTIM.

3.1.3. Público

São os resíduos provenientes dos serviços de limpeza urbana (varrição de

vias públicas, limpeza de praias, galerias, córregos e terrenos, restos de podas de

árvores, corpos de animais, etc.), limpeza de feiras livres (restos vegetais diversos,

embalagens em geral, etc.). Também podem ser considerados os resíduos descartados

irregularmente pela própria população, como entulhos, papéis, restos de embalagens e

alimentos.

Importante aqui destacar que, de forma geral, nas atividades de limpeza

urbana, os tipos de lixo "doméstico" e "comercial" constituem o chamado "lixo

domiciliar", que, junto com o lixo “público”, representam a maior parcela dos resíduos

sólidos produzidos nas cidades.

O grupo de lixo comercial, assim como os entulhos de obras, pode ser

dividido em subgrupos chamados de "pequenos geradores" e "grandes geradores". O

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regulamento de limpeza urbana do município poderá definir precisamente os subgrupos

de pequenos e grandes geradores.

Pode-se adotar como parâmetro: (i) pequeno gerador de resíduos comerciais

é o estabelecimento que gera até 120 litros de lixo por dia; e (ii) o grande gerador de

resíduos comerciais é o estabelecimento que gera um volume de resíduos superior a esse

limite.

Analogamente, pequeno gerador de entulho de obras é a pessoa física ou

jurídica que gera até 1.000kg ou 50 sacos de 30 litros por dia, enquanto grande gerador

de entulho é aquele que gera um volume diário de resíduos acima disso.

3.1.4 Domiciliar Especial

Este grupo que compreende os entulhos de obras, as pilhas e baterias, as

lâmpadas fluorescentes, os óleos lubrificantes e os pneus. Destaca-se que os entulhos de

obra, também conhecidos como resíduos da construção civil (RCC), só estão

enquadrados nesta categoria por causa da grande quantidade de sua geração e pela

importância que sua recuperação e reciclagem vêm assumindo no cenário nacional.

No presente estudo os resíduos da construção civil e de demolição (RCD)

são entendidos como uma mistura de materiais inertes provenientes de construções,

reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, tais como tijolos, blocos

cerâmicos, concreto em geral, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados,

forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações,

fiação elétrica etc., frequentemente chamados de entulhos de obras, além daqueles os

resultantes da preparação e da escavação de terrenos(solos e rochas).De acordo com o

CONAMA nº. 307/02, os resíduos da construção civil são classificados:

Classe A: são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:

- De construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras

obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;

- De construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes

cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, entre outros),

argamassa e concreto;

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- De processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em

concreto (blocos, tubos, meios fios, entre outros) produzidas nos canteiros

de obras.

Classe B: são materiais recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos,

papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros.

Classe C: são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou

aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais

como os produtos oriundos do gesso.

Classe D: são os resíduos “perigosos” oriundos do processo de construção, tais como:

tintas, solventes, óleos, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e

reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais.

3.1.5 Fontes Especiais

Os resíduos especiais são assim considerados em função de suas

características tóxicas, radioativas e contaminantes e merecendo, por tal motivo,

cuidados especiais em seu manuseio, acondicionamento, estocagem, transporte e sua

disposição final. Dentro da classe de resíduos de fontes especiais, merecem destaque os

seguintes resíduos: as embalagens de agrotóxicos, os resíduos radioativos e os resíduos

sólidos dos serviços de saúde.

Embalagens de Agrotóxicos: Os agrotóxicos são insumos agrícolas,

produtos químicos usados na lavoura, na pecuária e até mesmo no ambiente doméstico

(inseticidas, fungicidas, acaricidas, nematicidas, herbicidas, bactericidas, vermífugos).

As embalagens de agrotóxicos são resíduos oriundos dessas atividades e possuem

materiais tóxicos que representam grandes riscos para a saúde humana e de

contaminação do meio ambiente.

Radioativo: São resíduos provenientes das atividades nucleares,

relacionadas com urânio, césios, tório, radônio, cobalto, entre outros, que devem ser

manuseados de forma adequada utilizando equipamentos específicos e técnicos

qualificados.

No presente estudo, destaque especial será dado aos resíduos dos serviços

de saúde, e que segundo a Resolução RDC nº 306/04 da ANVISA e a Resolução nº.

358/05 do CONAMA, “são todos aqueles provenientes de atividades relacionados com

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o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive de assistência domiciliar e de

trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios;

funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento; serviços de

medicina legal; drogarias e farmácias inclusive as de manipulação; estabelecimento de

ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de

produtos farmacêuticos; importadores, distribuidores e produtores de materiais e

controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços

de acupuntura; serviços de tatuagem, entre outros similares”.

Ainda de acordo com essas mesmas resoluções, os resíduos de serviços de

saúde são classificados conforme a tabela, a seguir.

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4. CARACTERÍSTICAS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

As características dos resíduos sólidos podem variar em função de aspectos sociais,

econômicos, culturais, geográficos e climáticos, ou seja, os mesmos fatores que também

diferenciam as comunidades entre si e as próprias cidades. A análise do lixo pode ser

realizada segundo suas características físicas, químicas e biológicas.

4.1. Quanto às características físicas

Geração per Capita

A "geração per capita" relaciona a quantidade de resíduos urbanos gerada diariamente

e o número de habitantes de determinada região. Muitos técnicos consideram de 0,5 a

0,8kg/hab./dia como a faixa de variação média para o Brasil.

Composição Gravimétrica

A composição gravimétrica traduz o percentual de cada componente em relação ao

peso total da amostra de lixo analisada.

Peso Específico Aparente

O peso específico aparente é o peso do lixo solto em função do volume ocupado

livremente, sem qualquer compactação, expresso em kg/m3. Sua determinação é

fundamental para o dimensionamento de equipamentos e instalações. Na ausência de dados

mais precisos, podem-se utilizar os valores de 230kg/m3 para o peso específico do lixo

domiciliar, de 280kg/m3 para o peso específico dos resíduos de serviços de saúde e de

1.300kg/m3 para o peso específico de entulho de obras.

Teor de Umidade

O teor de umidade representa a quantidade de água presente no lixo, medida em

percentual do seu peso. Este parâmetro se altera em função das estações do ano e da

incidência de chuvas, podendo-se estimar um teor de umidade variando em torno de 40 a

60%.

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Compressividade

A compressividade é o grau de compactação ou a redução do volume que uma massa

de lixo pode sofrer quando compactada. Submetido a uma pressão de 4kg/cm², o volume

do lixo pode ser reduzido de um terço (1/3) a um quarto (1/4) do seu volume original.

4.2. Quanto às Características Químicas

Poder Calorífico

Esta característica química indica a capacidade potencial de um material desprender

determinada quantidade de calor quando submetido à queima. O poder calorífico médio do

lixo domiciliar se situa na faixa de 5.000kcal/kg.

Potencial Hidrogeniônico (pH)

O potencial hidrogeniônico indica o teor de acidez ou alcalinidade dos resíduos. Em

geral, situa-se na faixa de 5 a 7.

Composição Química

A composição química consiste na determinação dos teores de cinzas, matéria

orgânica, carbono, nitrogênio, potássio, cálcio, fósforo, resíduo mineral total, resíduo

mineral solúvel e gorduras.

Relação Carbono/Nitrogênio (C:N)

A relação carbono/nitrogênio indica o grau de decomposição da matéria orgânica do

lixo nos processos de tratamento/disposição final. Em geral, essa relação encontra-se na

ordem de 35/1 a 20/1.

4.3. Quanto às características biológicas

As características biológicas do lixo são aquelas determinadas pela população

microbiana e dos agentes patogênicos presentes no lixo que, ao lado das suas

características químicas, permitem que sejam selecionados os métodos de tratamento e de

disposição finais mais adequados.

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O conhecimento das características biológicas dos resíduos tem sido muito utilizado

no desenvolvimento de inibidores de cheiro e de retardadores/aceleradores da

decomposição da matéria orgânica, normalmente aplicados no interior de veículos de

coleta para evitar ou minimizar problemas com a população ao longo do percurso dos

veículos.

Da mesma forma, estão em desenvolvimento processos de destinação final e de

recuperação de áreas degradadas com base nas características biológicas dos resíduos.

Apenas a título ilustrativo, apresenta-se a seguir mostrando a importância da plena

caracterização dos resíduos sólidos em relação ao planejamento de um sistema de limpeza

urbana ou sobre o projeto de determinadas unidades que compõem tal sistema.

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5. O PLANO DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

O gerenciamento integrado do lixo municipal, segundo IPT/CEMPRE (2000), “é um

conjunto articulado de ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento que

uma administração municipal desenvolve (com base em critérios sanitários, ambientais e

econômicos), para coletar, segregar, tratar e dispor o lixo de sua cidade”.

Nessa mesma linha de abordagem, IBAM (2001) define o Plano de Gerenciamento

Integrado do Lixo Municipal como sendo “um documento que aponta e descreve as ações

relativas ao seu manejo, contemplando os aspectos referentes à geração, segregação,

acondicionamento, coleta (convencional ou seletiva), armazenamento, transporte,

tratamento e disposição final, bem como proteção à saúde pública”.

De forma sintética, então, o Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos

pode ser entendido como o envolvimento de diferentes órgãos da administração pública e

da sociedade civil com o propósito de realizar a limpeza urbana, a coleta, o tratamento e a

disposição final do lixo, elevando assim a qualidade de vida da população e promovendo o

asseio da cidade, levando em consideração as características das fontes de produção, o

volume e os tipos de resíduos, para a eles ser dado tratamento diferenciado e disposição

final técnica e ambientalmente corretas, as características sociais, culturais e econômicas

dos cidadãos e as peculiaridades demográficas, climáticas e urbanísticas locais.

5.1. Interação do Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos

Sólidos com o Plano Diretor Municipal

O Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos (PMGIRS)

permite à integração das atividades voltadas a gestão dos resíduos sólidos e, portanto, a

manutenção da qualidade ambiental do município de Votorantim, de forma que se associa

ao objetivo principal do Plano Diretor Municipal, conforme definido no Plano Diretor do

Município.

O Plano Diretor do Município de Votorantim foi aprovado em 2006, por meio da lei

complementar nº. 1907/2006 alterada pela Lei 2004/2008, que dispõe sobre o

parcelamento, uso e ocupação do solo no município de Votorantim. De acordo com a

referida lei em seu art. 109 o município de Votorantim é compartimentado inicialmente em

duas grandes áreas.

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A presente Lei determina no território do município a divisão em macrozonas e

setores, a saber:

I. Macro Zona Urbana (ZU) - área contida na delimitação do perímetro urbano do

município e destinada às funções caracteristicamente urbanas de habitação, trabalho,

circulação e recreação, caracterizadas no Art 66 desta lei;

II. Macro Zona Rural (ZRU) - área exterior a delimitação do perímetro urbano do

município e caracterizada pelas funções rurais, quais sejam agricultura, pecuária,

atividades ligadas ao plantio e extração de madeira, mineração e pontos de atração turística

e de recreio.

As zonas de uso são:

I. ZCP - Zona Comercial Principal - Área de comércio central e uso predominante de

comércio e prestação de serviços, com intensidade de ocupação e densidade demográfica

alta;

II. ZCS - Corredores de Comércio e Serviços; enquadrando-se nesta zona os lotes

linderos as vias de primeira e segunda categoria, conforme “Quadro IV” desta Lei;

III. ZMD1 – Zona Predominantemente Residencial Média Densidade;

IV. ZMD2 – Zona de Uso Residencial Mista de Média Densidade;

V. ZMD3 – Zona Residencial Alta densidade;

VI. ZRL1 – Zona de Recreação e Lazer de Densidade Demográfica Baixa;

VII. ZRL2 - Zona de Recreação e Lazer de Densidade Demográfica Média;

VIII. ZEI - Zona Exclusivamente Industrial;

IX. ZPI - Zona Predominantemente Industrial;

X. ZTR1 - Zona Turística e Recreativa de Densidade Demográfica baixa;

XI. ZTR2 - Zona Turística e Recreativa de Densidade Demográfica média;

XII. ZEIS – Zona Especial de Interesse Social;

(Inciso com Redação alterada pela Lei nº 2004 de 29/09/08)

XIII. ZES - Zonas Especiais.

A partir do momento em que o plano diretor municipal disciplina o uso e ocupação

no território municipal, permitem o desenvolvimento de atividades econômicas e sociais

que acarretam em produção de resíduos sólidos de diferentes naturezas, sejam domésticos,

industriais, hospitalares, entre outros. Ou seja, integra-se de maneira direta com o Plano

Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos (PMGIRS).

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A ZEIS se classificam em:

(Parágrafo acrescido pela Lei 2004 de 29/09/08)

a) ZEIS I – Assentamentos habitacionais consolidados até 31 de dezembro de 2001,

ocupados sem justo título por população da baixa renda em área pública;

b) ZEIS II - Assentamentos habitacionais consolidados até 31 de dezembro de 2001,

ocupados sem justo título por população da baixa renda em área particular;

c) ZEIS III – Áreas de parcelamentos de solo irregulares ou clandestinos

consolidados até 31 de dezembro de 2001, ocupados por população de baixa renda;

d) ZEIS IV – áreas de terras não utilizadas, não edificadas ou subutilizadas,

adequadas à implantação de programas sociais de interesse social onde é possível

identificar os locais e os tipos de resíduos produzidos em cada área.

Cabe aqui destacar que, cada uma destas zonas foi determinada de acordo com as

características físicas do território municipal, presença ou ausência de infraestrutura, de

população, ou seja, densidades demográficas, assim como de acordo com os vetores de

crescimento do município. Portanto, pela descrição destas zonas se identificam as

principais restrições que o meio físico impõe a ocupação e a pela diretriz adotada para cada

uma delas é possível identificar quais são as áreas mais frágeis do município, as quais

necessitam de uma maior proteção e o contrário quais são as mais permissivas, com maior

capacidade de suporte.

De forma que é possível também associar aos tipos e periculosidade de resíduos.

Cabe aqui destacar as definições de periculosidade, nocividade e incomodidade, em

acordo com a norma NBR-13.296, conforme descrição a seguir:

I - periculosidade é a repercussão adversa que se manifesta de forma aguda e

acidental sobre o meio ambiente;

II - nocividade é a alteração adversa de características do meio ambiente que resulte

em dano de qualquer tipo;

III - incomodidade é a alteração adversa de características do meio ambiente que

resulte única e exclusivamente em desconforto ou inconveniência do bem estar público.

É importante informar que o novo Plano Diretor de Votorantim entrará em vigência a

partir do ano de 2015.

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6. DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE

RESÍDUOS SÓLIDOS

Com base na quantidade de resíduos coletada, e considerando que a

população atual do município de Votorantim é de cerca de 115.585 habitantes (IBGE,

2013), deduz-se por uma produção per capita de resíduos de 0,786 kg/dia.hab.

TABELA GERAL DE QUANTIFICAÇÃO DE

RESÍDUOS SÓLIDOS EM VOTORANTIM

GERENCIADOS PELA PREFEITURA E

PARCEIROS. Ano base: 2014

Tipo de Resíduo Qtd

(Ton/ano)

Resíduos Sólidos Urbanos: Domésticos e

Comerciais 28.324,20

Material Reciclável Convencional 1.200

Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) 56

Resíduos da Construção Civil (RCC) 440

Lâmpadas Fluorescentes 1,8

Pneus Inservíveis 88

Eletrônicos, Pilhas e Baterias 2,5

Óleo Comestível 3

Bitucas de Cigarro 1,2

TOTAL 30.116,70

Compostagem (m3) 8 m3

Madeira (m3) 480 m3

Lodo de Esgoto 2808 m3

Lacres de Alumínio (Un.) 850.000

un.

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6.1. CARACTERIZAÇÃO DOS TIPOS DE RESÍDUOS

CONTEMPLADOS

As principais características dos resíduos sólidos de Votorantim estão

referidas nos próximos capítulos. O levantamento e a atualização dos dados foram

realizados através de pesquisa e consultas ao Departamento de Saneamento Básico da

Secretaria de Serviços Públicos (SESP), Secretaria de Meio Ambiente (SEMA),

Secretaria de Obras e Urbanismo (SOURB), Concessionária Águas de Votorantim e

outras organizações e instituições públicas e particulares. Além disso, foram obtidas

informações do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) do

Ministério das Cidades – Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental.

Tem-se para o Município de Votorantim um total de 30.116,70 toneladas de

resíduos sólidos geradas por ano, ou 2.509,7 toneladas/mês.

6.1.1. Resíduos Sólidos Urbanos

6.1.1.1. Resíduos domiciliares

Em geral, as pessoas consideram lixo tudo aquilo que se joga fora e que não

tem mais serventia. Mas, se olharmos com cuidado, veremos que o lixo não é uma

massa indiscriminada de materiais. Ele é composto de vários tipos de resíduos que

precisam de manejo diferenciado. Assim, para efeito de coleta e tratamento, o lixo pode

ser classificado de várias maneiras.

Com base em sua natureza física, o lixo pode ser “seco” ou “molhado”. O

lixo seco é composto por materiais recicláveis (papel, vidro, lata e plástico). Alguns,

porém, não são reciclados por falta de mercado, como é o caso de papéis sujos e vidros

planos. O lixo molhado corresponde à parte orgânica dos resíduos, como as sobras de

alimentos, cascas de frutas, restos de poda, etc., que pode ser usada para compostagem.

Essa classificação é muito usada nos programas de coleta seletiva, por ser de fácil

entendimento para a população.

Outra forma de classificar o lixo é de acordo com sua composição química.

Nesse caso, é denominada matéria orgânica, ou seja, procedente de organismos vivos,

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como plantas e animais, ou matéria inorgânica, que inclui os minerais, materiais

sintéticos e outros.

Quando se leva em conta os riscos potenciais ao meio ambiente, o lixo pode

ser classificado como perigoso ou tóxico; inerte; não inerte; e radioativo.

A Amostra Seletiva realizada no período de 22 a 24 de setembro de 2008,

tendo como origem o lixo colhido nos seguintes bairros: Dia 22 - Partes do Pq Bela

Vista, Vossoroca e Jd Clarice. Dia 23 - Rio Acima, Jd Archila e Vl Irineu. Dia 24 -

Parte do Pq Bela Vista, Paraiso, Jd Icatu, Vl Albertina e Centro, está descrita em

seguida e pode ser considerada realista para o ano de 2014, já que as configurações e as

populações destes bairros pouco se alteraram.

Em média, para o ano de 2014, a cidade de Votorantim envia 77,6 toneladas

de resíduos sólidos por dia para o aterro sanitário municipal. Esse montante representa

os resíduos domésticos e comerciais gerenciados pela prefeitura por meio das viagens

diárias dos caminhões de lixo.

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6.1.1.2. Tipos de coleta e transportes:

Coleta convencional/porta a porta.

Este tipo consiste na coleta, porta a porta ou de forma indireta, dos resíduos

comuns e rejeitos, tais como: papéis sanitários, restos de alimentos, entre outros,

oriundos das residências e comércios do município de Votorantim. Ela é realizada em

todo o perímetro urbano da cidade. A separação, acondicionamento e disposição dos

resíduos para a coleta pública é de responsabilidade do gerador de acordo com os dias

previstos. A coleta regular dos resíduos domiciliares e comerciais é feita diariamente na

região central da cidade e em dias alternados nos bairros e na periferia. O número de

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bairros onde serão coletados os RSDV (Resíduo Sólido Domiciliar e Varrição) é de 35

(trinta e cinco) bairros.

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A coleta dos resíduos sólidos domiciliares e de varrição do município de

Votorantim é efetuada por veículos coletores compactadores de diversas capacidades,

conforme Tabela abaixo.

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Os serviços de varrição são efetuados diariamente, sendo que os resíduos

varridos são acondicionados em sacos plásticos que são disponibilizados para coleta

pelos caminhões compactadores, em dias alternados. São utilizados 12 funcionários que

se utilizam de carrinhos tipo caçamba e ferramentas complementares.

A foto abaixo mostra a atividade de varrição dos logradouros do município de

Votorantim.

6.1.2. Coleta Seletiva

O Plano de Gerenciamento da Coleta Seletiva de que trata a Lei nº 2062/09

tem por finalidade a melhoria da qualidade de vida dos munícipes, através da coleta

seletiva gradativa dos resíduos domiciliares, para que se obtenha uma maior vida útil do

aterro sanitário, desenvolvimento sustentável e ecologicamente correto do ponto de

vista socioambiental e econômico.

A cidade envia 77,6 toneladas de resíduos sólidos por dia para o aterro

sanitário. São comercializados pelos 8 depósitos de sucata da cidade cerca de 150

toneladas de material por mês, existindo 320 catadores que entregam seus materiais para

esses 8 depósitos. A Cooperativa dos Catadores de Material Reciclável de Votorantim

(COOPERVOT) recolhe cerca de 100 toneladas de material por mês. A estimativa de

gerenciamento de materiais recicláveis para Votorantim é de 790 toneladas por mês,

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necessitando para isso a ampliação da abrangência da coleta de material reciclável por

toda a cidade.

6.1.2.1. Cooperativa dos Catadores de Material Reciclável de

Votorantim - Coopervot

A Cooperativa de Reciclagem de Votorantim nasceu em 2001 de uma

parceria envolvendo o CEADEC - Centro de Estudo e Apoio ao Desenvolvimento,

Emprego e Cidadania, Organização Não Governamental, cuja missão principal é a

organização e assessoria aos projetos de geração de emprego e renda, e a Prefeitura

Municipal de Votorantim.

A utilização da reciclagem como forma de geração de renda, foi fruto de

uma série de discussões organizadas pela Prefeitura e o CEADEC com os catadores do

“lixão de Votorantim” e desempregados. Os fatores determinantes, que definiram

trabalhar com os catadores do lixão foram dar uma qualidade de vida melhor e um

rendimento maior para os catadores e catadoras.

Na época tinha a base de 70 famílias entre adultos e crianças trabalhando no

“lixão”, Iniciou-se um cadastro com todos os catadores e catadoras que trabalhavam no

local e começou a ser discutido um projeto piloto de coleta seletiva, sempre dentro dos

princípios da economia solidária, ou seja, em uma Cooperativa, neste momento nasceu a

COOPERVOT – Cooperativa de Reciclagem de Votorantim.

A Cooperativa de Reciclagem de Votorantim, conta hoje em seu quadro,

com 36 trabalhadores catadores, cujas retiradas mensais compreendem entre R$ 600,00

e R$ 1000,00 e coletam aproximadamente, 100 toneladas de materiais recicláveis por

mês.

A cooperativa realiza a Coleta Seletiva em 60% da cidade de Votorantim,

visitando casa a casa uma vez por semana e depositando os materiais coletados em

Centros de Armazenamento, também desenvolve coleta em geradores coletivos, dentre

eles citamos: condomínios residenciais, escolas e indústrias da cidade de Votorantim.

A cooperativa atende a um programa de coleta seletiva apoiado pela

Prefeitura Municipal de Votorantim, através de seus cooperados, equipados com

uniformes, EPIs, dois caminhões, prensas, balança, uma talha elétrica, dois micros

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computadores e mesas, além da Central de Triagem com barracão de aproximadamente

500 m2 na Vila Garcia.

O Programa Municipal de Coleta Seletiva mantida pela Prefeitura de

Votorantim está cada vez mais ganhando adesão da população. O trabalho é executado

pelos integrantes da Cooperativa dos Catadores de Material Reciclável de Votorantim

(Coopervot). A meta da Prefeitura é fazer com que o Programa Municipal de Coleta

Seletiva passe a atender toda a cidade e com isso aumentar a quantidade coletada

mensalmente, que nos últimos meses chegou a média de 100 toneladas. Quanto mais

recicláveis forem coletados juntos às residências, menos material será encaminhado

para o aterro sanitário do município, que passa a contar com maior tempo de vida útil.

Além disso, há geração de renda no município, combatendo o desemprego e auxiliando

o meio ambiente em diversos aspectos.

Diariamente os catadores passam de casa em casa recolhendo o material,

conforme pode ser observado na tabela abaixo.

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35

Para efeito informativo dos materiais comercializados pela Coopervot, no ano de

2010, a cooperativa contava com 42 cooperados e comercializou de maio a julho do mesmo ano

cerca de 143 toneladas de materiais, tal como ilustra a tabela abaixo.

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36

6.1.3. Outros Serviços

6.1.3.1. Serviços de Roçada e Capinação

O serviço de roçada, capinação, “despraguejamento” manual, coleta e

transporte de resíduos oriundos da limpeza das vias públicas de intenso tráfego, vias

conectoras, vias rápidas, entre outras, é executado de segunda-feira a sábado.

6.1.4. Aterro Sanitário

O aterro sanitário é um método de aterramento dos resíduos em terreno

preparado para a colocação do lixo, de maneira a causar o menor impacto ambiental

possível. Veja a seguir algumas das medidas técnicas empregadas para proteger o meio

ambiente:

• o solo é protegido por uma manta isolante, de maneira a impedir que os

líquidos poluentes, lixiviados ou chorume, venham a se infiltrar, atingindo

as águas subterrâneas;

• são colocados dutos (drenos) captadores de gases, para impedir explosões

e combustões espontâneas causadas pela decomposição da matéria orgânica.

Os gases são queimados para evitar sua dispersão na atmosfera;

• é implantado um sistema de captação do chorume, para encaminhamento

desses lixiviado tóxico a lagoas ou outros sistemas de tratamento;

• as camadas de lixo vão sendo compactadas, para redução do volume, e

cobertas com terra, de maneira a impedir a exalação de odores e atração de

animais, roedores e insetos.

• o acesso ao local deve ser controlado, para evitar o aparecimento ou

abandono de resíduos de natureza perigosa, colocados sem controle.

O município possui um Aterro Sanitário localizado às margens do quilômetro

106 da rodovia SP-79 (estrada que liga Votorantim a Piedade), numa área de 90 mil

metros quadrados.

Existe um indicador da qualidade dos aterros, o Índice de Qualidade de Aterros

de Resíduos (IQR), cujas pontuações variam de 0 a 10, sendo que:

• 0,0 a 6,0 - Condições Inadequadas;

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• 6,1 a 8,0 - Condições Controladas;

• 8,1 a 10,0 - Condições Adequadas.

O Aterro Sanitário de Votorantim recebeu a nota de 7,2 (Condições

Controladas), segundo o Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Domiciliares – Ano

2014, elaborado pela CETESB.

Para o ano de 2014, em média, o aterro sanitário recebeu cerca de 28.324,2

toneladas de resíduos sólidos.

6.1.4.1. Estudo investigatório de águas subterrâneas

O extinto SAAE forneceu a seguinte informação, retirada do estudo “Relatório

final de atendimento de exigência para obtenção de licença de instalação” da Nutrenzi:

Foram feitas investigações geotécnicas de subsuperfície e não foram encontrados

níveis de água subterrânea em todas as sondagens realizadas no local, tanto percussivas

quanto elétricas verticais. As sondagens à percussão (SPT) alcançaram a profundidade

de até 16m, em um total de 20 furos, totalizando 170,97m lineares.

Em nenhum dos furos à percussão foi encontrado o nível d’água subterrânea e a

descrição da litologia subjacente ao depósito mostra que abaixo dos níveis de deposição

no aterro, as camadas descritas são de material argilo-arenoso de cores vermelhas,

amarelas, ou argilas de cor cinza. Do total de vinte furos de sondagem, 12 deles

apresentam, no limite inferior de investigação, a descrição de camada de argila/silte

dura cinza-claro. Esta camada intransponível parece ser pela descrição -- cor e dureza, a

pretérita várzea do córrego Machadinho antes de eventos tectônicos de soerguimento

local. Possivelmente o atual córrego deveria estar em área mais plana e com extensa

várzea no entorno. Desta feita pela descrição e presença espacial desta camada de argila

cinza dura pode-se afirmar que esta camada deve formar um selo intransponível para os

percolados advindos das camadas superiores. Esta hipótese corrobora com os resultados

das Sondagens Elétricas Verticais.

Foram feitas 14 Sondagens Elétricas Verticais (SEV’s) que atingiram a

profundidade máxima de 48,3m (SEV 12). Em nenhuma das sondagens foi observada a

presença do lençol freático, seja no local do empreendimento atual, ou no entorno, nem

tampouco na área destinada ao novo aterro sanitário. Do total de 14 sondagens em 10

são apresentadas colunas geoelétricas.

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Os resultados indicam que os locais de deposição no aterro apresentam baixa

resistividade pela presença de material de dejetos inconsolidados (SEV’s 02, 03, 04, 05

e 06) como era de se esperar. Abaixo das camadas de lixo ocorrem camadas de argila

consolidada comprovadas pela sondagem à percussão até os limites amostrados.

O cruzamento de informações entre as Sondagens Elétricas Verticais e as

Sondagens à Percussão mostram que até a profundidade de 48m não foi detectada a

presença de lençol freático. O mais provável é que não haja lençol na área em estudo e

se houver está à profundidades superiores a 50m. De qualquer modo, em tais

profundidades, o risco de contaminação seria inexistente dada a litologia em

subsuperfície que se comporta como camada selante de argila dura na base de toda a

área do aterro.

Esta laje de argila impede a percolação de fluidos para as camadas adjacentes e

como não foi encontrado o nível de lençol freático até os 48m, há que se supor que ele

realmente não ocorra na área de estudo.

Foi feita uma simulação para saber o Índice de Vulnerabilidade e Risco de

Contaminação se, por eventualidade, o aquífero ocorresse abaixo de 50m, considerando-

se as características geológicas e hidrogeológicas do local do empreendimento. O Índice

de Vulnerabilidade Qualitativo de contaminação apurado mostra que o risco para os

recursos hídricos é extremamente reduzido pelas características geológicas e

hidrogeológicas locais.

Desta forma, sugerimos que não sejam construídos os poços de monitoramento

pois há chance de se gastar grandes quantias de recursos financeiros indevidamente,

visto que, as investigações geotécnicas do subsolo levam à premissa de que não há

presença de lençol freático. Outros agravantes em insistir na construção de poços seria a

contaminação dos níveis inferiores pela própria abertura dos mesmos e a instabilidade

das paredes dos poços se perfurados à profundidade superior a 50m. (Sondagens

Elétricas Verticais e as Sondagens à Percussão estão anexadas ao relatório parcial).

6.1.4.2. Resultados do Estudo Investigatório de Águas Superficiais

O extinto SAAE forneceu a seguinte informação, retirada do estudo “Relatório

final de atendimento de exigência para obtenção de licença de instalação” da Nutrenzi:

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39

A jusante da gleba está o córrego Machadinho à distância de aproximadamente

145m do vazadouro, declividade de 10-25% em relação ao atual aterro. Este córrego é

afluente do ribeirão Jurupará, ambos enquadrados como classe 2, de acordo com o

Decreto Estadual Nº 10.755/77. O empreendimento encontra-se na Unidade de

Gerenciamento de Recursos Hídricos no. 10 - Sorocaba/Médio Tietê. O córrego

Machadinho dista 15km (ao sul) da malha urbana do município de Votorantim. Os

resultados das análises das águas do córrego Machadinho apresentados por ocasião do

PRAD, 2003, indicam a influência do empreendimento sobre o mesmo por valores

elevados em relação aos parâmetros para as seguintes substâncias: condutividade, óleos

e graxas, mercúrio, bário, cloretos, ferro solúvel, manganês, nitrato, nitrogênio

amoniacal, índice de fenóis, e coliformes totais.

Os pontos de coleta foram escolhidos de tal forma a permitir uma avaliação

precisa da influência atual do empreendimento sobre o córrego Machadinho. Foram

coletadas: uma amostra à montante próxima à nascente do córrego (amostra AG1 -

431AG1) e duas à jusante (duas amostras AG2 - 431AG2 e AG3 - 431AG3). A escolha

dos pontos de coleta foi feita considerando os pontos estratégicos desde a nascente do

córrego (amostra de montante AG1 - 431AG1), e ponto de saída das águas pluviais no

corpo d’água - ponto de maior influência do vazadouro AG2 - 431AG2 no córrego e o

terceiro ponto mais ao sul do empreendimento AG3 - 431AG3, conforme mostrados em

mapa de localização das amostras e discriminados na tabela abaixo.

6.1.4.3. Plano de Monitoramento das Águas Superficiais do córrego

Machadinho

O extinto SAAE forneceu a seguinte informação, retirada do estudo “Relatório

final de atendimento de exigência para obtenção de licença de instalação” da Nutrenzi:

Considerando a boa qualidade do resultado das análises, a periodicidade de

coleta e análise das águas do córrego Machadinho deverá ser feita semestralmente com

o intuito de se observar a evolução dos níveis de depuração das águas, que já se

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encontram em níveis de qualidade bons e a eficácia das medidas mitigadoras irão

melhorar ainda mais a qualidade das águas do córrego. As características a serem

analisadas serão completas quanto aos aspectos físicos, biológicos e químicos,

conforme feito nesta primeira campanha. O monitoramento deverá ser feito durante os

próximos 20 anos, ou seja, até o ano de 2028.

Espera-se a auto-depuração completa do córrego com o passar dos anos após a

implantação definitiva das medidas mitigadoras.

Quando os resultados das análises semestrais nos dois primeiros anos

apresentarem maior depuração, em relação à esta primeira campanha, a partir de então

as coletas e as análises passarão a ser feitas anualmente durante o período de estiagem.

6.1.4.4. Estudo investigatório de solos

O extinto SAAE forneceu a seguinte informação, retirada do estudo “Relatório

final de atendimento de exigência para obtenção de licença de instalação” da Nutrenzi:

Foram coletadas e analisadas quatro amostras de solo, sendo uma delas coletada

a montante (amostra CSM) do empreendimento e três a jusante (amostras: CSJ1, CSJ2 e

CSJ3). Os pontos de coleta de solo estão mostrados no capítulo de desenhos e

fotografias. As coordenadas geográficas de localização de coleta de amostras estão

listadas na Tabela abaixo.

Os drenos de gás e caixas de chorumes instalados, drenos de águas pluviais, e

outras melhorias promoveram uma considerável diminuição dos níveis de

contaminantes de solo e água que se apresentam atualmente dentro dos limites

estabelecidos pela CETESB.

6.1.5. Resíduos dos Serviços de Saúde

Os resíduos sólidos gerados em estabelecimentos de prestação de serviços de

saúde são extremamente nocivos ao meio ambiente em vista de suas propriedades

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patogênicas. A operação de coleta é necessária e deve ser realizada diariamente em

todos os estabelecimentos de prestação de serviços de saúde, tais como: hospitais,

farmácias, ambulatórios, clinicas, laboratórios e demais estabelecimentos congêneres.

Os RSS devem ser tratados antes de seu descarte sobre o solo, conforme

estabelece a Resolução 05/93 do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA, o

que não ocorre no município de Votorantim. Portanto, deverá ser exigido dos

estabelecimentos de prestação de serviços de saúde a segregação dos seus resíduos, de

forma a separá-los em resíduos infectados e não infectados.

A coleta dos resíduos hospitalares é feita em Votorantim sob a

responsabilidade da Secretaria da Saúde (SESA), que terceirizou junto a empresa

especializada a coleta de RSS, que no ano de 2014 soma 56 toneladas por ano ou 4,6

toneladas por mês, sendo que o valor para o gerenciamento dos RSS é de R$2.190/ton.

Deve-se atentar que a coleta de animais mortos é feita pelo Setor de

Controle de Zoonoses da Secretaria de Saúde.

6.1.5.1. Tipos/Classes de Resíduos Coletados

Os RSS, gerados em função de atividades de suporte à vida e saúde humana

e animal, são classificados conforme sua capacidade de provocar, direta ou

indiretamente, doenças (ABTN BR 10.007). Segundo a norma da ANVISA RDC 306,

os resíduos dos serviços de saúde são classificados como pertencentes aos grupos A, B,

C, D e E.

O modelo de classificação a seguir é baseado na ABNT 12808, bem como na

Resolução CONAMA nº 358 de 29/04/05.

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Resumidamente, observa-se que o grupo A, nessa legislação, reúne os

resíduos com risco biológico. Os resíduos químicos (soluções diversas e medicamentos)

encontram-se no grupo B e no grupo C os resíduos nucleares. Os resíduos do grupo D

são muito similares aos resíduos domiciliares (resíduos comuns) e o grupo E abrange

materiais perfuro cortantes e os escarificantes, como agulhas e bisturis.

Os resíduos dos grupos A, B e E devem sempre ser encaminhados para uma

estação de tratamento para que seja reduzida a sua periculosidade ao mínimo.

Posteriormente, ao processo de tratamento que elimina os microorganismos por meio do

calor, pressão, ondas ou destruição térmica.

6.2. UNIDADES DE TRANSBORDO, TRATAMENTO, RECICLAGEM E

DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS

6.2.1. Área de Transbordo

Considerando a média atual diária de recebimento de resíduos de 77,6 toneladas, é

possível se projetar uma vida útil para este equipamento de mais 10 anos, a partir de

2014.

Com base nas características naturais do terreno onde está implantado o aterro

sanitário municipal, bem como a concepção espacial de ocupação da gleba, que a

operação do aterro sanitário é apoiada por diversos sistemas de proteção ambiental,

conforme concepção do projeto do empreendimento:

• Camada de impermeabilização de base;

• Sistema de drenagem de líquidos percolados;

• Sistema de drenagem de gases;

• Sistema de drenagem de águas pluviais;

• Tratamento de líquidos percolados;

• Controle de admissão de resíduos;

• Acessos controlados;

• Fechamento da gleba e vigilância;

• Manutenção da limpeza das vias de acesso;

• Aspectos operacionais do aterro

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O resíduo é depositado na frente de trabalho, onde é espalhado, compactado e

coberto com camadas de terra. As “células” de resíduos encerradas são cobertas com

argila e terra.

A manutenção das estruturas do aterro sanitário é realizada de forma contínua e

sistemática, consistindo na verificação da eficiência do sistema de drenagem interna de

efluentes líquidos e gases, verificação e manutenção da drenagem de águas pluviais,

manutenção do sistema de tratamento de efluentes e manutenção das vias de acesso e

instalações prediais e de apoio operacional.

O sistema de monitoramento das condições ambientais do aterro inclui:

• Monitoramento do sistema de tratamento de efluentes;

• Monitoramento topográfico e geotécnico;

• Monitoramento da qualidade das águas superficiais;

• Monitoramento da qualidade das águas subterrâneas.

7. PROGNÓSTICOS

7.1. DEMOGRAFIA

Modelo aplicado para projeção populacional de Votorantim – SP.

O crescimento de uma população se deve a uma série de fatores da mais variada

natureza: sociais, econômicas, políticas, geográficas e geomorfológicas e outras

particularidades locais e regionais. A ação integrada destes fatores é que irá determinar,

em última instância, o comportamento das variáveis estritamente demográficas que

comandam a evolução demográfica.

O modelo de projeções adotado no estudo populacional de Votorantim vale-se de

algumas dessas variáveis. As primeiras, de caráter endógeno, dizem respeito à

reprodução populacional, são elas: a natalidade e a mortalidade. A outra, exógena, que

independe do número inicial de habitantes, reflete o intercâmbio demográfico das

regiões, ou seja, expressa o saldo migratório.

A população objeto de estudo deve ter seu comportamento avaliado segundo as

relações de dependência existente entre as áreas que a compõem. O critério de

dependência aqui adotado admite que, na ausência de fatores restritivos, o contingente

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demográfico de uma dada parcela de solo cresce tão mais rapidamente quanto menos

adensada for esta parcela.

A definição das Zonas Homogêneas que compõe o território do município de

Votorantim foi realizada com o apoio de imagens obtidas de satélites, complementadas

por minuciosas observações de campo, e obedecendo às indicações do Plano Diretor do

Município de Votorantim, elaborado por Jorge Wilheim Consultores Associados, ora

em discussão na Câmara Municipal. De acordo com o referido Plano, percebe-se que o

município de Votorantim conta com uma ampla área de expansão dos seus limites

urbanos, fato que conduziu a um alto número de saturação populacional. As áreas em

zona rural com loteamentos já aprovados ou solicitados foram consideradas de expansão

urbana e portanto, foram incluídas na delimitação das zonas homogêneas.

A tabela a seguir apresenta a população estimada para o município de Votorantim

até o ano de 2042, de acordo com o modelo de crescimento populacional adotado:

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7.2. GERAÇÃO DE RESÍDUOS DOMICILIARES

Para estimativa da quantidade de resíduos a ser gerada nos próximos anos, dentro do

horizonte do plano, se considerou a projeção populacional estimada para o município de

Votorantim e a geração per capita de resíduos, entendendo que a geração per capita é a

quantidade média de resíduos gerados por habitante por dia. Tal metodologia foi

baseada segundo o Manual Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólido Urbano

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elaborado pela Secretária Especial de Desenvolvimento Urbano da Presidência da

República.

O cálculo de estimativa da demanda futura foi realizado em função do aumento da

população do município até o horizonte de 20 anos e a quantidade de resíduos

produzidos pelo município.

A partir da determinação da projeção populacional, e da taxa média de geração per

capita de resíduos, usando o ano de 2013 como ano base, calculou-se a quantidade de

resíduos sólidos urbanos a ser gerada em anos futuros. Para tanto, foram consideradas as

seguintes premissas:

- Composição dos resíduos sólidos urbanos não variando com os anos;

- Taxa média de geração per capita de resíduos constante para cenários futuros, igual

à taxa observada para o ano de 2010; neste caso 0,762kg/hab/dia; e

- Projeção populacional estimada com base na metodologia do IBGE.

Multiplicou-se o valor da taxa pela população estimada para cada ano futuro e obteve

a quantidade de resíduos a ser gerada em cada respectivo ano.

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7.3. GERAÇÃO DE RESÍDUOS DA SAÚDE

Optou-se como parâmetro, a geração per capita, considerando para as projeções

futuras uma taxa média de geração per capita de resíduos constante, adotando-se a taxa

do ano de 2010; neste caso 0, 0103 kg/hab/dia, considerando a projeção populacional do

município.

Vale ressaltar que a quantidade total de resíduos corresponde a soma do que foi

produzido pelos pequenos geradores (serviços ligados a saúde que não pertencem a rede

hospitalar) e pelos grandes geradores (hospitais, ambulatórios e maternidades).

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7.4. Geração de Resíduos da Construção Civil (RCC)

A Construção Civil é reconhecida como uma das mais importantes atividades

para o desenvolvimento econômico e social, e, por outro lado, comporta-se, ainda, como

grande geradora de resíduos sólidos.

A estimativa da geração de resíduos da construção civil para os cenários futuros

teve como base o índice de 2,18 kg de RCC per capita diariamente. Neste caso, também,

projetou-se a geração de RCC de forma constante, nos diferentes cenários futuros,

considerando a projeção populacional do município. Ou seja, desconsiderou-se as

eventuais oscilações que poderão ocorrer no mercado da construção civil, entre outros.

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7.5. Geração de Resíduos da Coleta Seletiva

Os serviços de coleta seletiva de resíduos recicláveis atende atualmente 60% da

área urbana do município de Votorantim, coletando cerca de 100 toneladas/mês.

Destaca-se, ainda, que nos municípios com um perfil socioeconômico e porte

populacional semelhantes aos de Votorantim, esse patamar pode atingir um índice

médio de 20%. Ou seja, considerando-se que o município de Votorantim apresenta bons

indicadores de desenvolvimento socioeconômico, entende-se que há um grande

potencial de geração, tanto quantitativo quanto qualitativo de resíduos recicláveis.

Com base nas considerações apresentadas anteriormente e, principalmente, no fato

de que a “composição” do lixo produzido em Votorantim não é conhecida em um nível

de detalhe suficiente para que se possa estabelecer, à priori, a quantidade potencial de

lixo reciclável, assume-se no presente estudo, que para os cenários futuros o Programa

de Coleta Seletiva deverá contemplar minimamente um “potencial” de geração/coleta de

4% em relação ao total de resíduos domiciliares produzidos. Para tanto, há a

necessidade de se considerar uma “potencial geração e coleta de ao menos 0,035

toneladas/“habitantes atendido”/ano e, também, maior participação da população de

35%, 55% e 70%, respectivamente, para os cenários de curto, médio e longo prazo.

Assim sendo, considerando um cenário otimista, onde se prevê o aumento da

participação da população, resultado da ampliação do Programa de Coleta Seletiva e dos

investimentos públicos para o setor, espera-se também o aumento do volume da geração

de resíduos destinados a coleta seletiva.

Neste contexto, é importante aferir que devido ao grande potencial gerador de

resíduos para reciclagem e a atual incipiência do sistema de coleta seletiva de

Votorantim, a produção de resíduos sólidos para esse fim poderá superar os resultados

estimativos do presente relatório.

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8. PLANO DE METAS E AÇÕES

8.1 ASPECTOS SÓCIO-PARTICIPATIVO

Para estudos de cenários e prognósticos para a construção participativa do

PMGIRS o ponto de vista da sociedade é condição básica para assegurar que as decisões

tomadas serão adequadas para as próprias comunidades sendo elas transformadoras da

sua realidade local e suas múltiplas dimensões.

Assim, conhecer as diferentes percepções, visões, expectativas e aspirações

individuais e coletivas do público envolvido é de fundamental importância nesse

processo participativo, uma vez que as decisões passam a ocorrer mediante discussões e

deliberações multilaterais e descentralizadas.

Nesse contexto, torna-se importante conhecer todas as perspectivas dos

conflitos, pois estão diretamente associados à percepção de antigas questões, ora

enunciadas como sociais, ora enunciadas como públicas, como é o caso dos resíduos

sólidos. A investigação sobre a diversidade de percepções ou representações sociais

possibilita a constituição de um processo de discussão e de envolvimento dos diferentes

segmentos sociais, como instrumento de produção de conhecimento, que reflete anseios

e a busca de melhores condições de vida de alcance coletivo, subsidiando um

planejamento adequado e eficiente para a gestão dos resíduos sólidos.

O planejamento realizado, reuniu e sistematizou essas informações

compartilhadas e forneceu uma base confiável e representativa que possibilitou a

seleção acerca de possíveis alternativas, ou seja, tomadas de decisão para atingir metas

específicas em um determinado tempo futuro.

Segundo Franco (2001), a elaboração de cenários de situação atual e futura é um

dos principais aspectos do planejamento, ou seja, analisar em tempos alternativos,

respondendo as perguntas, como estamos hoje? E, o que queremos para o futuro?

objetivando a solução de um problema ou a melhoria de uma condição presente

indesejável ou insatisfatória.

O presente Diagnóstico Participativo foi elaborado com base nesses

pressupostos, cujos stakeholders sociais tiveram sua participação formal, combinando

uma diversidade de conhecimentos que foram construídos interativamente para o

Cenário Atual e Cenário Futuro.

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Na etapa seguinte, procedeu-se a avaliação do Cenário Atual e Cenário Futuro,

bem como, das expectativas e sugestões emanadas das lideranças do município. Os

resultados do Diagnóstico Participativo foram confrontados e integrados ao Diagnóstico

Técnico. Buscou-se eleger e detalhar aquelas consideradas possíveis de ser realizadas e

mais significativas para a melhoria da eficiência do sistema de gerenciamento integrado

de resíduos sólidos, quando então se consolidou o Prognóstico, e respectivas

proposições da vertente Sócio-comunitária.

Dessa forma, o planejamento buscou responder as demandas dos diversos atores

envolvidos, aproximando o futuro desejado do possível de ser realizado, considerando

os aspectos técnicos, operacionais, institucionais, legais, econômicos, geográficos,

culturais e sociais envolvidos. O Prognóstico apresentado antecipa a resolução dos

problemas identificados por meio de um plano de Gestão, contendo as macroações,

diretrizes, atividades e projetos de cada proposição, conforme descrito no item Cenário

Futuro, Vertente Sócio Participativa do presente documento.

Os objetivos, metas, programas, projetos e ações apresentados neste Plano de

Metas, foram definidos para um horizonte de tempo de 20 (vinte) anos, contemplando

cenários de curto (1 a 4 anos), médio (4 a 8 anos) e longo (8 a 20 anos) prazos. Assume-

se no presente estudo que a gestão integrada de resíduos sólidos do município de

Votorantim tem como princípio básico a prevenção, a precaução, o princípio do

poluidor pagador, o desenvolvimento sustentável, a responsabilidade solidária e a

responsabilidade socioambiental.

Como “regras fundamentais” para a gestão dos resíduos, assegurando a saúde da

população e a proteção do ambiente, bem como a garantia de regularidade,

continuidade, funcionalidade e universalização da prestação dos serviços públicos de

limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, adotam-se as seguintes prioridades:

(i) a não geração;

(ii) a redução;

(iii) a minimização;

(iv) o reuso;

(v) a reciclagem;

(vi) a recuperação;

(vii) o tratamento e a destinação final adequadas.

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8.2. COLETA CONVENCIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

8.2.1. Resíduos Domiciliares

A utilização dos serviços de coleta pública por parte da população de Votorantim

apresenta, segundo a Prefeitura Municipal, o índice de 96,18% no ano de 2014, ou 111.177

habitantes atendidos. Nas áreas de difícil acesso para os caminhões coletores o município

disponibiliza a coleta indireta, através do uso de contêineres.

Com a intensificação dos programas relacionados a gestão dos resíduos sólidos e ações

de sensibilização da população para a disposição adequada dos resíduos considera-se que vem

sendo mantido o atendimento satisfatório neste serviço.

No que se refere à coleta convencional de resíduos a meta prevista neste plano é, então,

de se atingir a plena eficácia da prestação dos serviços promovendo sempre que necessário o

realinhamento dos planos de coleta, garantindo o atendimento a 100% da população.

No ano de 2014, a média de resíduos de coletas domiciliares e comerciais encaminhadas

ao aterro sanitário municipal é de 77,6 toneladas por dia, ou 2.360,35 toneladas/mês.

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8.2.2. Resíduos da Varrição e Serviços Complementares

A execução dos serviços de limpeza urbana atinge, atualmente, 52% dos bairros da cidade

de Votorantim, com frequência variável que vai de uma vez por semana a diária, dependendo da

região da cidade.

A “varrição com calçada”, que abrange todas as avenidas e praças, soma 2.421 km/ano e é

realizada com periodicidade média de 03 vezes por semana. A varrição do “quadrilátero central”

é realizada diariamente e em dois turnos.

Complementarmente aos serviços de varrição manual, também estão aqui incluídos os

serviços de roçada e capinação (média de 350.000 m2/mês); os serviços de limpeza das feiras

livres (média de 20 km/mês); os serviços de pintura de guias e os serviços de trituração de

galhos/resíduos vegetais.

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8.2.3. Coleta Seletiva e Valorização dos Recicláveis

A coleta porta a porta seletiva oferecida pelo município de Votorantim possui uma

abrangência limitada e atinge 60% do território municipal de Votorantim.

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8.3. COLETA CONVENCIONAL DE RESÍDUOS DE SAÚDE

A coleta do RSS é realizada em todo o perímetro urbano da cidade de Votorantim, incluindo

os “pequenos geradores” (que somam aproximadamente 200 pontos de coleta) e os “grandes

geradores” (hospitais, maternidades, unidades básicas de saúde), que somam 49 pontos. A

empresa contratada pela prefeitura Municipal e responsável por esse serviço transporta, trata e

destina cerca de 4,6 toneladas por mês de RSS.

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8.4. COLETAS DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - RCC

No município de Votorantim existia apenas um local para despejo de

resíduos da construção e que nunca foi licenciado (Aterro do Costa). Estima-se que das

100 caçambas recolhidas diariamente na cidade, 75 eram destinadas à área; as demais

restantes têm destino incerto e muito provavelmente são despejadas de forma irregular e

clandestinamente, em diferentes locais da cidade. Até o final do ano de 2012 a área

ainda recebia inúmeros resíduos advindos de diferentes geradores, inclusive de outros

municípios.

Atualmente, no ano de 2014, a Prefeitura de Votorantim estabeleceu uma

parceria com a Empresa Votorantim Cimentos Ltda, para implantar o aterro de resíduos

inertes localizado na Rodovia Raimundo Antunes Soares, Km 105, Bairro Jurupará. A

Prefeitura já tornou público o requerimento de Licença Prévia (LP) e recebeu a Licença

Prévia Nº 6002741 da Companhia Estadual De Tecnologia de Saneamento Básico e

Controle de Poluição das Águas (CETESB). Há previsão de início das instalações para

o final do ano de 2014, estando apenas aguardando a Licença de Instalação (LI) e outras

manifestações da CETESB.

Por meio da instalação do novo Aterro de Inertes em Votorantim, acredita-

se que os inúmeros despejos irregulares de entulho observados na cidade,

principalmente em Áreas de Preservação Permanente, sejam minimizados em função do

município possuir uma área adequada e devidamente licenciada para receber os RCC.

Torna-se imperioso a implantação de um Centro de Reciclagem de Resíduos

da Construção Civil com Licenciamento de Operação junto a CETESB. Deverá ter uma

usina de reciclagem de resíduos da construção civil e inertes, com capacidade de

processamento médio anual de 82.000 toneladas.

Outro aspecto importante a ser considerado é o fato de que grande parte dos

geradores são pessoas comuns; ou seja, moradores e comerciantes que fazem pequenas

obras e reformas. Estes geradores ainda não têm conhecimento e nem estímulo para

lidar de forma adequada com este tipo de resíduo temporário. A prática corrente e

adotada pela grande maioria ainda é a de contratar uma caçamba para deposição de

todos os tipos de resíduos e rejeitos, sem qualquer preocupação com a segregação ou a

destinação destes resíduos.

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Este é, portanto, um dos grandes desafios a ser enfrentado pelo município,

quando se fala no controle do RCC; ou seja, as propostas apresentadas para

desenvolvimento deste tema, deverão contemplar aspectos legais, institucionais,

organizacionais, operacionais, além do componente de educação ambiental, voltado a

informar, esclarecer e capacitar os diferentes atores envolvidos.

Para isso, a Prefeitura de Votorantim, por meio da Secretaria de Meio

Ambiente (SEMA) e Secretaria de Obras e Urbanismo (SOURB), projetaram 24

Ecopontos para toda a cidade. Até o final do ano de 2014 pretende-se instalar 04

Ecopontos nas áreas mais urgentes do município.

Diferentemente dos modelos ultrapassados de Ecopontos, que consistiam

apenas em contêineres isolados onde todo tipo de material era depositado, inclusive

animais mortos, sendo ainda muitas vezes incendiado pela própria população para

diminuir o grande volume acumulado naquele local, causando diversos tipos de

prejuízos ao meio ambiente e à comunidade.

O modelo atual da Prefeitura Municipal consiste em Ecopontos

monitorados, instalados nos locais onde costumeiramente há problemas com depósitos

irregulares de resíduos pela população. Terão uma área de aproximadamente 300 m2,

piso impermeabilizado, cobertura contra chuvas, guarita de monitoramento, iluminação

noturna e baias para acondicionamento de restos de resíduos de poda e jardinagem,

madeira, resíduos da construção civil (RCC), resíduos volumosos (colchão, geladeira,

sofá, etc), pneus inservíveis, lâmpadas fluorescentes, bitucas de cigarro, resíduos

eletrônicos, pilhas, baterias e materiais recicláveis.

Os restos de podas e de vegetação, após passarem pelo triturador de galhos,

serão encaminhados para as composteiras públicas localizadas no Viveiro Municipal e

no Parque do Matão. O excedente deste material deverá ser destinado ao aterro

sanitário. As madeiras serão destinadas às empresas que promovem a sua reciclagem

e/ou reutilização (ex: Empresa Salmeron Ambiental).

Os RCC e os resíduos volumosos serão encaminhados ao próprio aterro de

inertes para triagem, reutilização e devido acondicionamento.

Os resíduos volumosos que forem identificados como reaproveitáveis serão

restaurados pela marcenaria da prefeitura e/ou encaminhados para centros

especializados em reformas de mobília. Os resíduos volumosos elétricos, como

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máquinas domésticas deverão ser encaminhados para a reciclagem ou para centros de

treinamento tecnológicos para serem utilizados como componentes de treinamento.

Por meio do Programa Municipal de Gerenciamento de Pneus Inservíveis,

implementado pela SEMA em parceria com a Empresa Reciclanip, este material será

transportado para o depósito de pneus da SEMA, quando atingido o número mínimo de

dois mil pneus, a empresa é contatada para realizar o transporte dos mesmos para a

devida reciclagem. Além disso, a SEMA trabalha com o reaproveitamento de pneus

para construir lixeiras públicas, brinquedos de playground, bicicletários e jardineiras,

lembrando que todos os pneus são previamente perfurados para impossibilitar o

acúmulo de água.

As lâmpadas fluorescentes deverão ser adequadamente descartadas,

enroladas em jornal, pano ou papelão para serem processadas pelas empresas de

gerenciamento deste material, a fim de separar os materiais recicláveis dos demais

componentes químicos presentes em sua constituição. Atualmente a SEMA estabelece

vínculo com a empresa Bulbless.

As bitucas de cigarro encaminhadas aos Ecopontos pelos munícipes serão

acondicionadas em caixas metálicas e coletadas pela empresa Poiato Recicla para serem

desintoxicadas e preparadas para servirem como constituinte de papel reciclado.

Os resíduos eletrônicos, pilhas e baterias deverão ser acondicionados em

caixas plásticas para serem encaminhadas ao centro municipal de recolhimento destes

materiais, sendo um local arejado, protegido e lacrado para que assim a cooperativa de

catadores possa coletá-lo para separação dos diversos componentes que seguirão para a

reciclagem.

Os materiais recicláveis serão coletados pela Cooperativa dos Catadores de

Material Reciclável de Votorantim (Coopervot) a fim de representarem maiores

possibilidades de renda aos cooperados.

Com isso, espera-se que sejam minimizados os inúmeros despejos

irregulares de entulho observados na cidade, principalmente em Áreas de Preservação

Permanente, pois a população poderá descartar seus rejeitos em locais apropriados e

licenciados, como é o caso dos Ecopontos e do Aterro de Inertes.

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Figura: Modelo de Ecoponto a ser implementado pela Prefeitura Municipal de

Votorantim.

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Figura: Planta do Ecoponto a ser implementado pela Prefeitura Municipal de Votorantim.

Fonte: Secretaria de Obras e Urbanismo (SOURB).

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8.4.1. Pontos de Descarte de Resíduos Inertes em Votorantim

Os principais pontos de descarte de resíduos inertes, estão listados conforme

abaixo:

1 - Jardim São Lucas (Fundos das casas da Rua Lourenço Mouro e Rua Manoel

Vicente Duraes e Rua José Maria de Barros e Rua Bertilha Laureano);

2 - Jardim Europa (Fundos das casas da Rua Emerson Wagner Torres e Rua

Gilberto Tadeu Gonçalves);

3 - Bairro São João (Fundos das casas da Rua Darwin Sbrana e final de todas as

ruas e avenida que terminam na divisa);

4 - Jardim dos Bandeirantes (Divisa com a Rua Adelina Monari);

5 - Bairro Santo Antônio (Continuação da Av. Santo Antônio: Estrada de

Votorantim para a Represa de Itupararanga);

6 - Área Rural: No portão da Empresa Fibria que fica na margem da rodovia

(SP079) que vai para a Santa Helena (um pouco antes do viaduto da Santa Helena) e;

depois do pátio único da Votorantim Cimentos (conhecida como Estrada Velha de

Piedade);

7 – Ao longo da Av. Jaziel de Azeredo Ribeiro, caminho do antigo Aterro do

Costa;

8 – Rua José Celeste, próximo ao Bairro dos Morros;

9 – Ás margens do Rio Sorocaba no Bairro da Chave;

10 – Continuação da Rua Nelson Teixeira, Pq Jataí I;

11 – Bairros: São Matheus, Vl Nova Votorantim, Prómorar, Tatiana, Primavera e

Novo Mundo, entre outras ainda não catalogadas.

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8.5. NOVAS TECNOLOGIAS DE TRATAMENTO E DESTINAÇÃO FINAL DE

RESÍDUOS, CONSÓRCIOS INTERMUNICIPAIS E PARCERIAS PÚBLICO-

PRIVADAS (PPP)

Os rejeitos domiciliares, ou seja, o mínimo acumulado após serem procedidos os

devidos encaminhamentos dos materiais recicláveis e certa parcela de matéria orgânica

para composteiras, poderiam ter como possíveis alternativas de destinação adotadas

pelo município a utilização de novas tecnologias de gerenciamento de resíduos sólidos.

As novas tecnologias para a gestão de resíduos sólidos mais aceitas e viáveis

para o Município de Votorantim, podem ainda gerar energia elétrica e material inerte

destinados à reutilização por indústrias, na construção civil ou na pavimentação de vias

rurais.

Considerando que entre as metas estabelecidas para os “serviços de coleta” de

resíduos domiciliares será buscado o atendimento de 100% da população, entende-se

que esta condição irá se refletir na obrigatoriedade de, também, se promover uma

destinação adequada, em equipamento público, privado ou em parceria público-privada

(PPP), em consórcio intermunicipal ou não, devidamente licenciado, para os 100% dos

resíduos domiciliares coletados.

É importante informar que a Lei Municipal Nº 825/90 autoriza o executivo a

participar de consórcios intermunicipais. E desde o mês de julho de 2014, a Prefeitura

Municipal de Votorantim, por meio do Programa Municipal de Parcerias Público-

Privadas (PPPs) pode atrair investimentos da iniciativa privada para a concretização de

obras ou projetos de interesse municipal.

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9. PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL E INFORMAL

A Política Nacional de Educação Ambiental (Lei Federal 9.795/99)

estabelece como conceito da educação ambiental as ações e práticas educativas voltadas

à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e

participação na defesa da qualidade do meio ambiente, devendo o Poder Público, em

suas diferentes instâncias, incentivar a ampla participação das escolas, das universidades

e de organizações não governamentais na formulação e execução de programas e

atividades vinculadas à educação ambiental não formal.

Dessa forma, a educação ambiental se constitui numa forma abrangente de

educação, que se propõe atingir todos os cidadãos, através de um processo pedagógico

participativo e permanente que procura incutir nos cidadãos uma consciência crítica

sobre a problemática ambiental.

Dentro deste contexto, é clara a necessidade de mudar o comportamento do

homem em relação à natureza, no sentido de promover sob um modelo de

desenvolvimento sustentável (processo que assegura uma gestão responsável dos

recursos do planeta de forma a preservar os interesses das gerações futuras e, ao mesmo

tempo atender as necessidades das gerações atuais), a compatibilização de práticas

econômicas e conservacionistas, com reflexos positivos evidentes junto à qualidade de

vida de todos.

Quando o processo de educação ambiental é institucionalizado, ocorrendo

nas unidades de ensino, é denominado formal. Por outro lado, quando se caracteriza por

realização fora da escola, envolvendo flexibilidade de métodos e de conteúdos e um

público alvo muito variável em suas características (faixa etária, nível de escolaridade,

nível de conhecimento da problemática ambiental, etc) é denominado informal.

Um programa de educação ambiental para ser efetivo deve promover

simultaneamente, o desenvolvimento de conhecimento, de atitudes e de habilidades

necessárias à preservação e melhoria da qualidade ambiental. A aprendizagem será mais

efetiva se a atividade estiver adaptada às situações da vida real da cidade, ou do meio

em que vive a sociedade. Nesta perspectiva, então, a gestão de resíduos sólidos, em seu

conceito mais amplo, estabelece enquanto diretriz para o processo de Educação

Ambiental:

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(i) a necessidade do consumo consciente para a redução da geração de

resíduos,

(ii) a reutilização e encaminhamento para a reciclagem; e

(iii) a destinação ambientalmente adequada dos materiais inservíveis.

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9.1. Programas e Ações de Capacitação Técnica

Ao refletir sobre as questões relacionadas à gestão dos resíduos sólidos, as soluções e

as ações possíveis delineadas sempre apontam para a importância da educação

ambiental.

A visão sistêmica necessária para a gestão de resíduos sólidos (que leve em

consideração as variáveis ambientais, sociais, culturais, econômicas, tecnológicas e de

saúde pública), o senso de corresponsabilidade, cooperação e articulação entre o Poder

Público e os demais segmentos da sociedade, e a garantia do direito à informação são

princípios da PERS, que se coadunam significativamente com os princípios da educação

ambiental.

A Educação Ambiental, como instrumento das PERS e PNRS, fomenta o

envolvimento e a transformação da sociedade com vistas à promoção de padrões

sustentáveis de produção e consumo, à prevenção da poluição e à minimização dos

resíduos na fonte geradora, assim como ao incentivo às práticas ambientalmente

adequadas de redução, reutilização, recuperação e reciclagem de resíduos.

O Poder Público tem a competência de promover a educação ambiental de forma

direta ou, por meio de convênios e parcerias com entidades públicas e privadas, entre

outros.

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No SEAQUA, a Coordenadoria de Educação Ambiental (CEA) da SMA é o órgão

responsável pelo fomento, planejamento, coordenação e proposição de canais de

comunicação e políticas públicas de educação ambiental.

O Decreto Estadual nº57.817, de 28 de fevereiro de 2012, instituiu o Programa

Estadual de Implementação de Projetos de Resíduos Sólidos, que criou uma estrutura de

quatro projetos, entre eles o de Educação Ambiental, para a gestão dos resíduos sólidos

são:

“Artigo 5° (...)

I - fomentar e promover ações de Educação Ambiental sobre resíduos sólidos, em

especial pela capacitação dos professores da rede pública de ensino;

II - promover a disseminação de informações e orientações sobre a participação de

consumidores, comerciantes, distribuidores, fabricantes e importadores nos sistemas

de responsabilidade pós-consumo;

III - sensibilizar e conscientizar a população sobre suas responsabilidades na gestão de

resíduos, em especial na coleta seletiva e nos sistemas de responsabilidade pós-

consumo, visando a difundir e consolidar padrões sustentáveis de produção e

consumo;

IV - elaborar e publicar material de orientação sobre a gestão dos resíduos sólidos.”

O FEHIDRO é, atualmente, o principal fundo estadual de financiamento de projetos

de educação ambiental no estado de São Paulo. Esse fundo atende aos Municípios, a

Organizações da Sociedade Civil e ao próprio Poder Público Estadual.

Dentre as áreas de atuação elegíveis para o financiamento do FEHIDRO encontram-

se a Educação Ambiental para a Gestão Sustentável de Recursos Hídricos que

contempla as seguintes ações:

• Sensibilização, conscientização e mobilização socioambiental;

• Educação voltada à comunicação, difusão e disseminação de informações.

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9.2. LOGÍSTICA REVERSA (RESÍDUOS ESPECIAIS)

O tema “logística reversa” é ainda uma novidade em nosso meio e a sua

efetiva implementação necessita, ainda, ser normatizada de forma plena.

Ainda que já se tenha alguma experiência mais difundida, de forma geral,

com a logística reversa aplicada aos pneus inservíveis, este conceito irá requerer, por

parte dos mais diversos atores envolvidos (ou seja, a cadeia de fabricantes,

importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores) muita reflexão quanto à

“responsabilização compartilhada”.

Por estas particularidades, as propostas ora apresentadas no presente estudo

são, obviamente, bastante preliminares e carentes de maior detalhamento.

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9.3. ÁREAS DE PASSIVOS AMBIENTAIS

De acordo com a CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo)

passivo ambiental pode ser definido como: “O valor monetário necessário para custear a

reparação do acúmulo de danos ambientais causados por um empreendimento, ao longo

de sua operação. Todavia, o termo passivo ambiental tem sido empregado, com

frequência, para conotar, de uma forma mais ampla, não apenas o custo monetário, mas

a totalidade dos custos decorrentes do acúmulo de danos ambientais, incluindo os custos

financeiros, econômicos e sociais”.

Conforme estabelecido na PNRS, em seu Art. 19, os Planos Municipais de

Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – PMGIRS deverão apresentar um conteúdo

mínimo, que inclui a identificação dos passivos ambientais relacionados aos resíduos

sólidos, conforme determinado no inciso XVIII e transcrito a seguir:

XVIII - identificação dos passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos,

incluindo áreas contaminadas, e respectivas medidas saneadoras.

Conforme já apresentado e discutido no presente estudo, o crescimento

populacional e o processo de urbanização verificados no município de Votorantim,

aliados a melhoria da renda têm contribuído, sobremaneira, para o aumento da geração

de grandes volumes de resíduos, em especial os da construção civil e demolição (RCC).

Neste cenário, então, podem ser observados atualmente no território municipal de

Votorantim, inúmeros “bolsões” de disposição irregular de RCC (que por vezes estão

misturados aos outros tipos de resíduos não inertes e/ou perigosos), clandestinos. Para

evitar este tipo de problema, espera-se que a instalação dos Ecopontos monitorados,

bem como o licenciamento do novo aterro de inertes possam estabelecer uma nova

perspectiva acerca do gerenciamento deste tipo de resíduo, considerado um dos mais

complexos no município.

Por meio de consulta realizada à Relação de Áreas Contaminadas e Reabilitadas,

de dezembro de 2013, publicada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo –

CETESB, foram relacionadas 05 áreas classificadas como contaminadas em Votorantim

e quatro delas apresentam como fonte de contaminação a armazenagem, ou seja,

nenhuma por deposição de resíduos, são áreas de postos de combustível. Tais áreas se

encontram nas etapas de gerenciamento, compreendendo a investigação confirmatória, a

investigação detalhada e o plano de intervenção. E das quatro áreas, apenas duas

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possuem a etapa de remediação com monitoramento da eficiência e eficácia, possuindo

a seguinte localização:

• Av. 31 de Março,913, centro;

• Av. Octávio Augusto Rangel, 537, Rio Acima;

• Av. 31 de Março,60, centro;

• Av. 31 de Março,724, centro;

A outra área que não foi mencionada tem como atividade principal a indústria,

ela se localiza na rua Moacir Oséas Guitte, 40, centro. Ela já passou por todas as etapas

de gerenciamento e agora se encontra em fase de monitoramento para encerramento. A

principal medida de remediação foi a Extração Multifásica.

No entanto, existe uma área de disposição ambientalmente inadequada de resíduos em

Votorantim que necessitam ser avaliadas quanto ao seu passivo ambiental. Nesse

sentido, com o objetivo de identificar os danos ambientais associados e estabelecer

planos de ação condizentes que procurem sanar a questão dos passivos ambientais do

município de Votorantim, estão sendo levantados os principais pontos críticos, reais e

potenciais, relacionados à disposição final de resíduos sólidos.

O intuito de identificar tais passivos ambientais é buscar apoio e recursos para a

recuperação das situações ambientalmente irregulares e, consequentemente, minimizar

os impactos historicamente pendentes. Salienta-se que há a probabilidade da existência

de passivos ainda não identificados no município. Cabe frisar que a busca pelas formas

de obtenção de recursos financeiros deve garantir o financiamento de projetos

executivos, bem como a recuperação de passivos ambientais, caso seja detectada

futuramente a presença dos mesmos.

Atualmente, a prefeitura contratou uma empresa especializada para proceder o

monitoramento de uma área indevidamente utilizada para deposição de resíduos. Assim,

o local encontra-se em processo de avaliação de passivo ambiental, em atendimento as

exigências da CETESB. Essa área é o antigo Aterro do Costa, que foi utilizada para

deposição, principalmente, de resíduos de construção civil, resíduos volumosos e

resíduos de poda e capina, além de outros tipos de resíduos. Após a avaliação deste

passivo ambiental, será necessário um projeto para a recuperação ambiental dessa área.

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10. ESCOPO DOS SERVIÇOS PARA 20 ANOS

10.1. INTRODUÇÃO

A Prefeitura tem tomado diversas iniciativas no sentido de incrementar o

oferecimento dos serviços e a consecução das finalidades públicas nele envolvidas. No

entanto, todos os estudos elaborados até então apontam numerosas deficiências na

gestão urbana e, apesar da modernização de determinados bens utilizados na prestação

dos serviços, são exatamente aqueles de investimento de longo prazo, sobretudo o aterro

sanitário, que apresentam vida útil de curto prazo.

A contratação de prestação de serviços lastreada no regime de empreitada

estabelecido na Lei Federal nº 8.666/93 não tem surtido o efeito desejado e não

garantem os ganhos de qualidade necessários. Há considerável dificuldade de assegurar

a continuidade dos serviços com a qualidade devida, em função da carência de recursos

humanos, materiais e financeiros.

Ainda, a limitação de prazo prevista no regime da Lei de Licitações e

Contratos (sessenta meses, excepcionalmente prorrogáveis por mais doze) impede que

se transfira para o particular a responsabilidade pelos investimentos de grande vulto e

longo prazo necessários para a modernização e recuperação da infraestrutura básica de

limpeza urbana.

Diante da impossibilidade, enfrentada pelos entes públicos de maneira geral,

de custear diretamente tais investimentos, a lei federal facultou à Administração a

realização de formas de delegação do serviço que possibilitam tais investimentos em

prazo mais longo, amortizados por meio da própria exploração do serviço.

Diante deste quadro, de necessidades de implantação imediata de novos

equipamentos e instalações e do prazo de vencimento dos atuais contratos de limpeza

urbana, que não permitem gerar obrigações de investimentos pelas empresas prestadoras

de serviços, recomenda-se à Administração reestruturar o setor de limpeza urbana no

Município.

O modelo atual, apesar da relativa aprovação do serviço, não é isento de

críticas, o que fundamenta a busca de alternativas.

Dada a alteração do contexto da atividade no território nacional e a alteração

do contexto político, o atual modelo carece de modernização, não só para melhor

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atender às necessidades dos usuários, como também para fomentar o aproveitamento do

potencial econômico da atividade no país.

Decorrido o prazo para a operação e manutenção do atual aterro sanitário,

observa-se que a aplicação da evolução do conceito de limpeza urbana nos últimos 8

anos, apesar de ter implantado a Coleta Seletiva e a Usina de Triagem dos Resíduos,

deixou de implantar serviços e conceitos de limpeza urbana novos que poderiam ajudar

muito a cidade em sua evolução no saneamento ambiental, sendo o caso da implantação

de uma Central de Beneficiamento de Resíduos Inertes, ou uma Unidade de Tratamento

de Resíduos de Saúde, além da conteinerização da coleta dos resíduos domiciliares nas

zonas centrais, entre outros.

A questão da Limpeza Urbana não apresenta avanços, por planejamento

inadequado ou escassez de recursos. Os serviços são executados de modo descontínuo,

como exemplo pode ser citada a varrição das ruas, que ocorre precariamente e tem

tarefas divididas com entre o Setor de Limpeza da Prefeitura provocando, fatos que não

otimizam os recursos empregados, prejudicam o planejamento dos trabalhos e causam

problemas na qualidade da prestação dos serviços e dificuldades para o sistema de

gestão.

Assim para que a situação de limpeza urbana na cidade atinja níveis de

excelência que a população espera e merece usufruir, e que sejam compatíveis com

atual grau de desenvolvimento econômico da cidade, despontando como referência

regional, é necessário que a Prefeitura envide grandes esforços de planejamento,

investimentos em tecnologia e recursos e qualificação dos profissionais envolvidos, nos

próximos anos de execução do Plano.

Para que o Município possa atingir um novo patamar na gestão da Limpeza

Urbana, é necessário um montante expressivo de investimentos no setor, o qual não se

realiza num curto lapso de tempo. Pelo contrário, é cada vez mais assente a ideia de que,

na área de saneamento ambiental, os operadores dos serviços precisam de um longo

prazo para amortização dos investimentos que deles são exigidos. As dimensões do

equacionamento da Limpeza Urbana exigem recursos, os quais, quase sempre, são

ressarcidos ao longo dos anos dos contratos, com as empresas prestadoras dos serviços,

cujos prazos de 5 (cinco) anos que já não conseguem mais resolver a questão dos

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investimentos, que a Limpeza Urbana tanto exige e também não conseguem mais

resolver a questão de amortização desses investimentos.

A Prefeitura deve saber que nos próximos 20 anos deverá investir em

serviços de limpeza urbana valores vultosos, o que deverá comprometer os planos de

investimentos em outros setores carentes também, tais como obras de infraestrutura,

ampliação do saneamento básico, desenvolvimento industrial, educação, saúde,

assistência social, turismo, etc.

Foram escolhidos os serviços mais necessários que a Prefeitura de

Votorantim realiza atualmente, assim essa simulação é uma foto ampliada da

manutenção das necessidades atuais da Limpeza Urbana da cidade. No futuro poderão

surgir outras demandas ocasionadas pela evolução das atividades econômicas da cidade,

e também decorrentes do avanço da tecnologia dos equipamentos e veículos

relacionados a Limpeza Urbana, tais como exploração do biogás de aterro, etc.

Seguem os escopos de serviços:

1) Coleta Manual e Transporte de Resíduos Domiciliares e Comerciais;

2) Coleta e Transporte de Resíduos de Estabelecimento de Saúde;

3) Coleta e Transporte da Coleta Seletiva;

4) Varrição de Vias e Logradouros Públicos;

5) Equipe de Serviços Diversos;

6) Equipe de Coleta Manual de Resíduos Inertes em vias públicas;

7) Equipe de Limpeza de Boca de Lobo;

8) Implantação, operação, manutenção, de Aterro Sanitário;

9) Implantação de Unidade, Operação e Tratamento de Resíduos de Saúde;

10) Reforma, readequação, operação, manutenção da Usina de Triagem;

11) Implantação, operação, manutenção de Ecopontos;

12) Implantação de Usina de Beneficiamento de Resíduos Inertes (RCC);

13) Equipe de Lavagem de Feiras, Vias e Logradouros Públicos;

14) Equipe Especial para Cemitérios e Parques;

15) Implantação, operação, manutenção de Aterro de Inertes;

16) Equipe de recolhimento de animais mortos;

17) Coleta Domiciliar Conteinerizada.

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10.2. ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA DOS SERVIÇOS

Essa especificação destina-se a detalhar como os serviços indicados são

realizados e como foram dimensionados os recursos necessários para tanto. Destina-se,

ainda, a estabelecer as diretrizes técnicas gerais, bem como fornecer valores e

informações referenciais, complementares para a formulação do ensaio de valores

contratuais.

10.2.1. Resíduos Domiciliares e Comerciais

10.2.1.1. Coleta Manual e Transporte de Resíduos Sólidos

Domiciliares e Comerciais

Considerou-se para esta simulação o serviço de coleta de resíduos sólidos

domiciliares e comerciais, provenientes da limpeza pública da área urbana, rural e da

varrição manual correspondendo ao recolhimento regular dos resíduos nas vias públicas,

depositados pelos munícipes-usuários, acondicionados em sacos plásticos.

Os equipamentos de coleta considerados foram caminhões com

equipamentos compactadores com capacidade de 15m³. A frequência utilizada para a

coleta dos resíduos é diária para algumas áreas do centro da cidade e alternada de três

vezes por semana no período diurno e noturno nos bairros. Considerada uma equipe

mínima para a execução dos serviços composta por 01 (um) motorista mais reserva de

10%; 03 (três) coletores mais a reserva de 10%; e 01 caminhão coletor compactador de

15m³, de carga traseira, bem como de ferramentas de trabalho necessárias ao bom

desempenho das funções. Adotou-se inicialmente uma frota de 08 (oito) caminhões

coletores compactadores, para a capacidade atual de carga, já inclusa a reserva técnica.

No ano de 2014, reúnem-se cerca de 100 funcionários alocados nos serviços

de resíduos sólidos urbanos em Votorantim.

A receita orçada com a cobrança de taxas e tarifas referentes à gestão e manejo

de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) no ano de 2013 foi de R$ 4.756.000,00 R$/ano. E a

receita arrecadada com taxas e tarifas referentes à gestão e manejo de RSU foi de R$

4.616.776,99/ano.

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10.2.1.2. Varrição Manual de Vias e Logradouros Públicos

Considerou-se o serviço de varrição como a operação manual de varredura,

recolhimento e ensacamento de todos os resíduos existentes nas vias, logradouros

públicos e papeleiras, conforme o Plano de Trabalho para a Varrição Manual, existente

na Prefeitura, onde consta o nome da cada via a ser varrida, trecho considerado,

metragem, frequência adotada e o período de execução dos serviços. A equipe para a

execução dos serviços de varrição manual é formada por 02 (dois) varredores; 01 (um)

lutocar; utensílios, ferramentas e EPI’s necessárias para a perfeita realização dos

trabalhos. Dimensiona-se a quantidade de equipes pela quilometragem a ser varrida no

mês.

10.2.1.3. Coleta domiciliar conteinerizada

Considerou-se o serviço de coleta domiciliar conteinerizada, como a coleta

dos resíduos de limpeza pública acondicionados em contêineres de 1,20 m³ espalhados

por alguns locais da cidade, principalmente condomínios e locais com muita produção

de resíduo. Adotou-se a coleta de 20 contêineres (20 m³ de resíduo/dia) que serão

renovados anualmente.

Foram considerados veículos de coleta com equipamentos compactadores

de capacidade de 15m³ e sistema de basculamento de contêineres. A frequência utilizada

para a coleta dos resíduos poderá ser diária ou alternada, no período diurno e noturno.

Considerada uma equipe mínima para a execução dos serviços composta por

01 (um) motorista; 02 (dois) coletores; e 01 caminhão coletor compactador de 15m³, de

carga traseira, bem como de ferramentas de trabalho necessárias ao bom desempenho

das funções. Adotou-se uma frota inicial de 2 (dois) caminhões coletores compactadores

na operação e 01 (um) caminhão como reserva técnica.

10.2.1.4. Serviços Diversos

Considerou-se como serviços diversos os correspondentes ao reforço de varrição

de vias nas vias não contempladas pelo serviço, capinação, roçagem, raspagem, pintura

de guias com cal, dentro da área do Município, utilizando as ferramentas necessárias

para a melhor execução dos trabalhos, bem como o recolhimento dos resíduos gerados.

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As equipes destinadas a estes serviços deverão atender ás atividades pré-programadas

pela Prefeitura em forma de mutirão.

A equipe para esses tipos de serviços é formada por 01(um) motorista; 01 (um)

operador de trator; 6 (seis) ajudantes; 02 (dois) operadores de roçadeira costal; 02 (duas)

roçadeira costal; 01 (um) caminhão carroceria de madeira ou similar, com cabine para

transporte de pessoal, equipamento tipo furgão ou similar, ou poderá ser disponibilizado

um veículo utilitário para transporte de pessoal, bem como de ferramentas de trabalho

necessárias ao bom desempenho das funções; 01 (um) trator agrícola acoplado com

roçadeira.

10.2.1.5. Coleta Seletiva Convencional

Considerada a coleta e transporte regular dos materiais recicláveis

disponibilizados pelos domicílios, estabelecimentos comerciais, estabelecimentos

industriais, em vias ou logradouros públicos ou ainda nos próprios locais de

funcionamento dos estabelecimentos. Entende-se como materiais recicláveis todo

material que tenha condições de reutilização, reuso ou de serem reciclados tais como:

papel, papelão, plásticos, vidros, metais, pneus, ferrosos, e não ferrosos e outros.

Consideraram-se as frequências do atual plano de coleta seletiva da Prefeitura.

A equipe mínima utilizada para a execução dos serviços é de 01 (um)

motorista; 02 (dois) coletores; 01 (um) caminhão coletor compactador de 15 m³, de

carga traseira ou 01 (um) caminhão equipado com carroceria de madeira modelo

“gaiola”, bem como de ferramentas de trabalho necessárias ao bom desempenho das

funções. Os equipamentos necessários para as dimensões da cidade de Votorantim são 2

caminhões coletores compactadores de 15 m³ e 2 caminhões equipados com carrocerias

de madeira modelo “gaiola”, já inclusa a reserva técnica.

Por meio da parceria entre a Prefeitura Municipal de Votorantim e a

Cooperativa dos Catadores de Material Reciclável de Votorantim (Coopervot), o

Programa Municipal de Coleta Seletiva se destina à coleta dos materiais recicláveis no

Município.

Para isso, a Coopervot realiza diariamente a coleta, transporte, triagem,

prensagem e o encaminhamento dos materiais às empresas de transformação e

reciclagem.

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São recolhidas em média 100 toneladas ao mês. Dentre os materiais mais

coletados estão o papel somando 50% da coleta, seguido do plástico, sucatas e lixo

eletrônico, além do óleo de cozinha com mais de dois mil litros coletados por mês.

Depois da coleta é feita uma triagem e o material é vendido às empresas

parceiras. Cerca de 60% da cidade é atendido pela Coopervot e a ampliação desta

cobertura está sendo programada.

Para o gerenciamento dos materiais recicláveis no Município de

Votorantim, a Secretaria de meio Ambiente (SEMA) e a Secretaria de Cidadania (SECI)

estabeleceram parceria com a Cooperativa dos Catadores de Material Reciclável de

Votorantim (Coopervot), que conta atualmente com 36 cooperados.

Por meio desta parceria, a Prefeitura Municipal cedeu à Coopervot o terreno

e o galpão utilizado como centro de triagem de materiais recicláveis, bem como cedeu

uma prensa hidráulica e dois caminhões de coleta. Além disso, a Prefeitura custeia

permanentemente o combustível e óleo dos caminhões e arca com os custos da troca dos

pneus quando necessário.

Outra triangulação realizada entre a Prefeitura e as empresas atuantes no

Núcleo de Desenvolvimento Empresarial José Ermírio de Moraes Filho (Empresa

Incubadora Municipal) possibilitou o patrocínio para a confecção das camisetas

utilizadas para a identificação dos cooperados durante os trabalhos de coleta. As

empresas parceiras são a Poiato Recicla, a Braslen Chocolates e a Formigueiro Doces.

Além da coleta diária casa a casa procedida pela Coopervot, a SEMA

instalou dois pontos permanentes de coleta de materiais recicláveis (sede da SEMA e

Parque do Matão), nos quais encontram-se os contêineres devidamente identificados

para o recebimento dos materiais. Frequentemente a SEMA aciona a Coopervot para a

coleta dos materiais ao centro de triagem de materiais recicláveis para

acondicionamento, prensagem e embalagem para a venda.

Outra iniciativa da SEMA para auxiliar a Coopervot na coleta seletiva no

Município, é a instalação de diversos tambores devidamente adesivados e banners

informativos alocados em diversos pontos durante a realização de eventos no

Município, como feiras, shows e festas populares.

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Os pontos de coleta são:

• Eco-Ponto “Materiais Recicláveis” da Secretaria de Meio Ambiente de

Votorantim (SEMA), no Paço Dois, localizado na Avenida Moacir Oséias

Guitti, Nº 41, Centro;

• Parque do Matão. Rua Ângelo Delapasi, N° 117, Parque Bela Vista;

• Cooperativa dos Catadores de Material Reciclável de Votorantim

(Coopervot), localizada na Avenida Jaziel de Azeredo Ribeiro, N° 680, Vila

Garcia;

Os pontos temporários de coleta são:

• Festa Junina de Votorantim, realizada do dia 14 ao dia 29 de junho;

• Demais eventos municipais.

O objetivo do presente Programa é diminuir ao máximo o lançamento de

resíduos no meio ambiente. A destinação dos materiais à reciclagem reduz

consideravelmente o descarte de resíduos em aterros sanitários, ampliando a vida útil

desses locais e reduzindo a contaminação ambiental. Além disso, a coleta seletiva

proporciona ganhos de importância social e econômica envolvidas na venda dos

materiais.

10.2.1.6. Coleta Seletiva Especificada

O Município de Votorantim desenvolve o devido gerenciamento de

diversos tipos de resíduos, grande parte deles inseridos nos sistemas de logística reversa

de que também trata o Plano Nacional de Resíduos Sólidos.

Programas específicos foram elaborados para cada tipo de resíduo, a

saber: lâmpadas fluorescentes; resíduos eletrônicos; pilhas e baterias; pneus inservíveis;

óleo de cozinha; lacres de alumínio; bitucas de cigarro; RCC, madeira, resíduos

volumosos (Programa Cidade Limpa – TV TEM) e matéria orgânica (composteira).

A seguir será detalhado o procedimento para cada tipo dos resíduos

listados acima, que ao todo trabalha com uma média de 7.396 toneladas/ano em

Votorantim.

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• Lâmpadas Fluorescentes:

O Programa se destina ao recolhimento e encaminhamento para o devido

gerenciamento de lâmpadas fluorescentes e similares, a fim de assegurar o destino

correto dos materiais depois de seu uso pelos consumidores, o seu recolhimento,

destinação correta e a reciclagem dos mesmos. Objetivando cada vez mais a

conscientização e a participação da população para o correto descarte deste resíduo.

Para isso, foi alocado na sede da Secretaria de Meio Ambiente (SEMA) o

Ecoponto de Lâmpadas Fluorescentes, onde os munícipes de Votorantim pode descartar

este tipo de material.

Quando há uma considerável quantidade deste material, a SEMA de

Votorantim aciona a Empresa Bulbless, para promover a trituração, separação adequada

dos componentes e encaminhamento aos processos de reciclagem.

A máquina “papa lâmpada”, tritura os materiais vidro e metal das lâmpadas

e separa o elemento mercúrio que passa pelo carvão ativado, onde o mesmo é retirado.

Por meio do Programa de Coleta e Destinação de Lâmpadas Fluorescentes e

Similares, até o primeiro semestre de 2014, a SEMA encaminhou aproximadamente 12

mil lâmpadas fluorescentes para a devida destinação e reciclagem do material.

No Ecoponto de coleta de lâmpadas encontram-se os contêineres

devidamente identificados e adequados para o recebimento do material, que é embalado.

Além dos munícipes que entregam as lâmpadas no Ecoponto, a SEMA

ainda recebe dos departamentos da Prefeitura Municipal as lâmpadas descartadas.

Quando os contêineres encontram-se quase cheios, a Empresa Bulbless é

acionada para proceder aos primeiros processos de gerenciamento dos resíduos, para

depois realizar o transporte dos mesmos até a sede da empresa localizada no Município

de São José dos Campos, SP, onde é devidamente reciclado.

O Eco-Ponto “Lâmpadas Fluorescentes” da Secretaria de Meio Ambiente de

Votorantim (SEMA), localiza-se no Paço Dois, localizado na Avenida Moacir Oséias

Guitti, Nº 41, Centro.

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• Resíduos Eletrônicos, Pilhas e Baterias:

O Programa se destina ao recolhimento e encaminhamento para o devido

gerenciamento de resíduos tecnológicos, pilhas e baterias, objetivando cada vez mais a

conscientização e a participação da população.

Além da sede da Secretaria de Meio Ambiente (SEMA), a Prefeitura

Municipal dispõe de mais outros 14 pontos de coleta de pilhas e baterias distribuídos em

locais estratégicos de fácil acesso e de grande circulação de público, tal como

supermercado, posto de combustível, terminal de ônibus, comércios, entre outros, além

de um Ecoponto para recebimento de materiais eletrônicos na sede da SEMA.

Contudo, é importante destacar que a SEMA, em parceria com a

Concessionária Águas de Votorantim, disponibilizou mais 50 coletores de pilhas e

baterias feitos com tubos de PVC reutilizados para o recebimento destes resíduos em

diversos pontos na cidade, além das Escolas Municipais inscritas no Programa

Municipal “Escola Sustentável”.

Por meio do Programa de Coleta e Destinação de Resíduos Tecnológicos e

do Programa de Coleta de Pilhas, Baterias e Similares, bem como para a devida

destinação e reciclagem destes materiais, a SEMA transportou aproximadamente 2.500

Kg de rejeitos eletrônicos (principalmente computadores e televisores), pilhas e baterias

advindos de cidadãos votorantinenses até o primeiro semestre de 2014.

Para o gerenciamento destes resíduos, a SEMA de Votorantim vem

estabelecendo parceria desde o início desta nova administração com o Núcleo de

Resíduos Eletroeletrônicos de Sorocaba, um projeto de criação da Secretaria Municipal

de Parcerias de Sorocaba, junto à Cooperativa de Coleta Seletiva Reviver e a empresa

Alliance, que faz o transporte dos componentes eletrônicos em quantidade, dando-lhes

tratamento e destinação ambientalmente adequada para outras empresas de reciclagem.

Após reunião realizada com o Núcleo de Sorocaba, representado por seu

sócio fundador o Sr. Júlio César de Andrade, a SEMA de Votorantim vem estudando a

instalação de um centro de triagem e separação de resíduos eletrônicos no município,

capacitando a mão-de-obra dos funcionários da Cooperativa dos Catadores de Material

Reciclável de Votorantim (Coopervot), para que parte do recurso financeiro da venda

deste tipo de resíduo seja repassada aos cooperados.

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Portanto, quanto mais o cidadão evitar o descarte indevido dos rejeitos

eletrônicos, pilhas e baterias, mais estarão contribuindo para a preservação da natureza e

da saúde da população em geral, pois estes materiais possuem inúmeras substâncias

tóxicas, tais como os metais pesados que são biocumulativos e cancerígenos.

Nos pontos de coleta de pilhas e baterias encontram-se os contêineres

devidamente identificados e adequados para o recebimento do material.

Quando os contêineres encontram-se quase cheios, a SEMA é acionada para

proceder o transporte dos mesmos até a sede da Secretaria, que por sua vez armazena os

resíduos em volume considerável para que os funcionários da Cooperativa de Coleta

Seletiva Reviver de Sorocaba procedam sua retirada e o encaminhamento às empresas

de reciclagem envolvidas.

O público envolvido abrange os comerciantes e munícipes em geral que

entregam voluntariamente as pilhas e baterias nos Pontos Definitivos de Coleta e

aqueles que entregam na sede da SEMA os resíduos eletrônicos.

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• Pneus Inservíveis:

A grande problemática que envolve o descarte de pneus vem exigindo cada

vez mais do Município de Votorantim projetos e ações que ofereçam soluções

adequadas a este tipo de resíduo. Nesse sentido, a Secretaria de Meio Ambiente

(SEMA) com o apoio da Secretaria da Saúde (SESA), por meio da Seção de Zoonoses,

estruturou ações no sentido de disponibilizar locais apropriados para que população

possa dispor os pneus que serão encaminhados para a devida reciclagem.

Para isso, são realizadas campanhas educativas permanentes por meio de

matérias para a imprensa e inserção do Programa na realização de palestras.

Estima-se que as ações da SEMA até o primeiro semestre de 2014 com o

Programa de Coleta e Destinação de Pneus Inservíveis resultaram na adequada

reciclagem de aproximadamente 22.000 pneus inservíveis, entre caminhões, carros,

motos e bicicletas, além de milhares de câmaras de ar e tapetes de borracha.

Para o gerenciamento destes resíduos, a SEMA de Votorantim firmou

convênio de cooperação mútua com a Associação Reciclanip, que faz o transporte dos

pneus, dando-lhes destinação ambientalmente adequada para outras empresas de

reciclagem.

Os pneus serão reutilizados ou transformados, em maior parte como

material constituinte de pavimentação para asfaltamento em algumas rodovias do país.

Este produto, conhecido por “asfalto-borracha”, possibilita grandes ganhos econômicos

e socioambientais. Isto porque, em comparação ao asfalto comum, o “asfalto-borracha”

utiliza menos energia em sua fabricação, reduz o uso de matérias-primas não renováveis

e reduz as intervenções e os custos para manutenção das vias, pois aumenta a

durabilidade do pavimento em até 40%, diminuindo ainda as rachaduras e aberturas de

buracos.

Além disso, a utilização deste material reduz a quantidade de pneus

indevidamente depositados em aterros sanitários, fato que aumenta a vida útil destes

locais, e reduz a quantidade de pneus descartados ao ar livre, colaborando para a

despoluição ambiental e diminuição de focos de proliferação do mosquito da dengue.

Nos pontos de coleta, que são a sede da SEMA e a sede do Departamento

Municipal de Zoonoses, encontram-se os locais devidamente cobertos e preparados para

o recebimento e estocagem dos pneus inservíveis.

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A SEMA e a Zoonoses, além de receberem os pneus de munícipes e de

borracharias cadastradas, também procedem a coleta nas vias públicas e demais locais

do território municipal. Todos os pneus recolhidos são encaminhados para a sede da

SEMA e esta por sua vez aciona frequentemente a Empresa Reciclanip, que tem como

parceira a Empresa Policarpo que procede o transporte dos pneus ao centro de

reciclagem localizado no Município de Bragança Paulista para que sejam transformados

em asfalto-borracha.

Os pontos de coleta são:

• Eco-Ponto “Pneus” da Secretaria de Meio Ambiente de Votorantim

(SEMA), no Paço Dois, localizado na Avenida Moacir Oséias Guitti, Nº 41,

Centro;

• Departamento Municipal de Zoonoses, localizado na Avenida Santo

Antônio, s/n°, Bairro Santo Antônio II.

Com isso, objetiva-se diminuir ao máximo o descarte de pneus inservíveis

no meio ambiente, principalmente em Áreas de Preservação Permanente, evitando assim

a poluição física do meio ambiente, bem como auxiliar na redução dos criadouros

propícios à proliferação do mosquito Aedes aegypti transmissor da dengue.

• Óleo de Cozinha:

O Programa se destina ao recolhimento de óleo ou gordura utilizados na

fritura de alimentos domésticos, industriais, em eventos e feiras. São realizadas

campanhas educativas permanentes por meio de matérias para a imprensa, inserção do

Programa na realização de palestras, confecção de panfletos e banners informativos.

É importante destacar que a SEMA disponibilizou caixas de recebimento de

óleo para todas as Escolas Municipais inscritas no Programa Municipal “Escola

Sustentável”.

Estima-se que as ações da SEMA até o primeiro semestre de 2014 com o

Programa Recicla Óleo resultaram na adequada reciclagem de aproximadamente 3.000

litros de óleo usado.

Para o gerenciamento do resíduo, a SEMA de Votorantim firmou convidou

a Cooperativa dos Catadores de Material Reciclável de Votorantim (Coopervot), que

conta com 36 cooperados. A Coopervot encaminha a uma empresa especializada, mais

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de mil litros de óleo inservível por mês, dando-lhes destinação ambientalmente

adequada para que o óleo seja transformado em sabão e outros componentes

detergentes.

De acordo com o Instituto Akatu (www.akatu.org.br), 1 litro de óleo

contamina 1 milhão de litros de água. O óleo que chega intacto aos rios, lagos e às

represas fica na superfície da água e pode impedir a entrada da luz, essencial para a

realização da fotossíntese das algas que são vitais para a cadeia alimentar aquática. Em

contato com a pelagem ou plumagem dos animais aquáticos, o óleo dificulta a natação e

pode matar estes animais por afogamento. Além disso, quando atinge o solo, o óleo tem

a capacidade impermeabilizá-lo, dificultando o escoamento de água das chuvas, o que

pode colaborar na intensidade das enchentes.

O óleo despejado diretamente nas pias e vasos sanitários, entope as

instalações hidráulicas domésticas e com isso atrai ratos, baratas e o seu predador, o

escorpião. Pode ainda, entupir as instalações de captação dos esgotos, contaminar a

água e elevar os custos da estação de tratamento em 40%, custos pagos por todos os

cidadãos.

O óleo dificilmente se decompõe, ele pode contaminar os solos e os lençóis

freáticos que estocam ou repõem as águas mais disponíveis para o consumo humano. A

decomposição do óleo libera metano na atmosfera, esse gás do efeito estufa contribui

para a intensificação do aquecimento global. Portanto, quanto mais o cidadão evitar o

descarte indevido de óleo, mais estará contribuindo para a preservação da natureza.

A melhor forma de descartar o óleo é colocá-lo em um recipiente vedado,

para que não haja riscos de vazar e entregar em qualquer ponto de coleta no Município

de Votorantim.

Nos pontos de coleta encontram-se os contêineres devidamente

identificados e adequados para o recebimento do óleo usado. Foram instaladas telas

finas nos orifícios de recebimento para evitar que outros resíduos misturem-se ao óleo.

Quando os contêineres encontram-se quase cheios, a Coopervot é acionada

para proceder o transporte dos mesmos ao centro de triagem de materiais recicláveis

para acondicionamento do óleo nos tambores de 1.000 litros onde é instalada uma

bomba elétrica que retira devidamente o resíduo para o caminhão de coleta que

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encaminha o material para a central de reciclagem envolvido para que seja transformado

em sabão e outros componentes detergentes.

O objetivo do presente Programa é diminuir ao máximo o lançamento de

óleo vegetal no meio ambiente, principalmente nos encanamentos que ligam a rede

coletora de esgoto, fossa séptica ou qualquer outro equivalente no Município de

Votorantim.

Os pontos de coleta são:

• Eco-Ponto “Recicla Óleo” da Secretaria de Meio Ambiente de Votorantim

(SEMA), no Paço Dois, localizado na Avenida Moacir Oséias Guitti, Nº 41,

Centro;

• Parque do Matão. Rua Ângelo Delapasi, N° 117, Parque Bela Vista;

• Cooperativa dos Catadores de Material Reciclável de Votorantim

(Coopervot), localizada na Avenida Jaziel de Azeredo Ribeiro, N° 680, Vila

Garcia;

• SESI Votorantim, Avenida Cláudio Pinto Nascimento, Nº 140, Jardim

Paraíso.

Os pontos temporários de coleta são:

• Festa Junina de Votorantim, realizada do dia 14 ao dia 29 de junho;

• “Feira da Lua” todas às terças-feiras, localizada na Praça de Eventos Lecy

de Campos.

• Escolas Municipais do Programa Municipal “Escola Sustentável”.

• Lacres de Alumínio:

O Programa de iniciativa da Comissão de Assistência Social (COMAS) e da

CCR ViaOeste, por meio de seu Programa “Lacre Solidário”, se destina à arrecadação

de lacres de latas de alumínio. Para isso, são realizadas ações de conscientização e de

mobilização da população de Votorantim para somar esforços mediante aos

engajamentos de setores públicos, privados, comunitários e individuais.

No ano de 2013, a SEMA auxiliou a COMAS na Campanha de Arrecadação

de Lacres de Latas de Alumínio para troca por cadeiras de rodas. Diante dos esforços

conjuntos, foram até o mês de setembro, arrecadados cerca de 850.000 lacres de

alumínio.

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Para a Campanha de Arrecadação Solidária dos lacres, a Secretaria de Meio

Ambiente de Votorantim (SEMA) auxiliou a COMAS na divulgação da campanha, bem

como disponibilizou todas as infraestruturas a ela envolvidas (Sede da SEMA, Centro

de Educação Ambiental – Sala Verde, Casa do Chapéu, Parque Municipal do Matão e

Viveiro Municipal) como pontos de coleta dos lacres de alumínio.

Professores e coordenadores das unidades escolares têm participado de

oficinas pedagógicas do programa "Estrada para a Cidadania", da CCR ViaOeste, e

também estão sendo convidados a promover ações para arrecadação de lacres nas

escolas, como gincanas e atividades no período do recesso escolar de julho.

As entidades que mantém barracas beneficentes na Festa Junina de

Votorantim foram estimuladas a participar da arrecadação.

Com isso, além da Campanha de Arrecadação de Lacres de Alumínio –

“Lacre Legal” ser uma iniciativa social e inclusiva, é também uma ação ambiental, já

que destina o alumínio para a devida reciclagem.

O objetivo ambiental da presente Campanha é diminuir ao máximo o

lançamento de lacres de alumínio no meio ambiente, inclusive por se tratar de um

material reciclável e valoroso, auxiliando na diminuição de resíduos encaminhados ao

aterro sanitário e incrementando a renda da cooperativa de reciclagem. Além disso, há o

desafio inclusivo e social em possibilitar o auxílio às pessoas necessitadas previamente

cadastradas e impossibilitadas em adquirir as cadeiras de rodas por meios próprios.

Nos pontos de coleta encontram-se as garrafas PET identificadas para a

Campanha de Coleta. Quando as garrafas PET encontram-se quase cheias, a SEMA

transporta as mesmas à Sede da COMAS para que sejam armazenadas e trocadas por

cadeiras de rodas destinadas às pessoas necessitadas previamente cadastradas e

impossibilitadas em adquirir as cadeiras de rodas por meios próprios.

São necessárias 140 garrafas PET de dois litros cheias de lacres de alumínio

para trocar por uma cadeira de rodas. Em cada garrafa encontram-se aproximadamente

3.000 lacres. Por meio desta Campanha, o Município de Votorantim já promoveu a

troca de aproximadamente 280 garrafas PET cheias de lacres de alumínio, que

possibilitou na troca de duas cadeiras de roda. Além disso, a CCR ViaOeste oportunizou

mais uma cadeira de rodas ao Município por este ser o primeiro município a promover a

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primeira troca por cadeira de rodas entre os demais municípios participantes e

envolvidos em sua área de concessão.

Os pontos de coleta são:

• Escolas da Rede Municipal de Ensino de Votorantim;

• Centro de Educação Ambiental – Sala Verde (biblioteca municipal),

Parque Municipal do Matão e Viveiro Municipal;

• Sede da COMAS;

• Prefeitura Municipal de Votorantim;

• Associação Comercial e Empresarial de Votorantim (ACEV).

• Bitucas de Cigarro:

A Prefeitura Municipal de Votorantim, em parceria com a Empresa Poiato

Recicla, possibilitou a instalação de mais de 70 caixas adequadas à coleta de bitucas de

cigarro nas áreas públicas do município.

O resíduo é semanalmente coletado das caixas coletoras e encaminhado à

sede da Poiato Recicla que o remete a uma empresa de soluções ambientais em

Uberlândia, Minas Gerais, para ser triturado, testado sua toxicidade e incorporado ao

adubo orgânico a ser utilizado como insumo para áreas de recomposição florestal,

jardins municipais, etc.

O objetivo do presente Programa é diminuir ao máximo o descarte de

bitucas de cigarro, evitando assim a poluição do meio ambiente, bem como diminuindo

as chances de serem consumidas por diversos animais que as confundem com alimento

e acabam morrendo em virtude do tipo de material e da contaminação por substâncias

tóxicas.

Estima-se que por meio da parceria entre a Prefeitura de Votorantim e a

Empresa Poiato Recicla, foi promovido o adequado recolhimento e reciclagem de

aproximadamente 3,4 milhões de bitucas de cigarro, que foram voluntariamente

depositadas nas caixas coletoras.

É importante informar que esta parceria promove estrategicamente intensas

e diversas iniciativas de educação ambiental para a população. Além de ações

educativas, como seminários, palestras e exposições, ambos os parceiros também

elaboram materiais informativos impressos para serem mensalmente fixados nas caixas

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coletoras instaladas na cidade a fim de melhor conscientizar os cidadãos sobre as

consequências negativas do tabagismo para a saúde e para o meio ambiente.

As bitucas foram descartadas nas caixas coletoras exclusivamente pelos atos

voluntários conscientes dos cidadãos, referendando as ações de educação ambiental

aplicadas por este Projeto.

O resultado desse processo é que as bitucas são descartadas em locais

adequados e não geram malefício algum para o meio ambiente. Outro dado interessante

é que o resíduo, que antes demoraria até 20 anos para se decompor no meio ambiente,

transforma-se em adubo praticamente em 40 dias, objetivando um fim nobre para o

resíduo, que é o de enriquecer o solo em áreas degradadas e em projetos paisagísticos.

Além disso, a Empresa Poiato Recicla conquistou em 2013 a Certificação

ISSO 14001. E a partir de julho de 2013, quando a SEMA assumiu a responsabilidade

técnica da Cooperativa dos Catadores de Material Reciclável de Votorantim

(Coopervot), a Poiato Recicla, por sugestão da SEMA, passou a patrocinar as camisetas

e bonés para os cooperados.

Depois de recolhidas das caixas coletoras, as bitucas de cigarro passam por

uma pré-triagem na própria Poiato Recicla e todo o material coletado é pesado para ser

mensurado o volume coletado. O processo é controlado por um gestor ambiental

devidamente qualificado que irá certificar as empresas parceiras. A Poiato Recicla é a

primeira empresa de coleta e triagem de bitucas de cigarro do Brasil.

Toda bituca coletada é enviada ao Município de Uberlândia, BH, para

empresa parceira (Conspizza Soluções Ambientais) responsável pelo processamento

destes resíduos, onde são submetidas a um processo que elimina os metais pesados e

toxinas, sendo assim misturadas com outros insumos (resíduos vegetais, compostos

orgânicos, etc) e após processo de compostagem são descartados em adubos utilizados

exclusivamente em recuperação de áreas degradadas e paisagismo.

Os pontos de coleta são:

• 70 locais públicos de grande circulação de pessoas com caixas coletoras de

bitucas de cigarro instaladas.

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• RCC, Madeira, Resíduos Volumosos - Programa Cidade Limpa - TV

TEM:

Desde o ano de 2010 a Prefeitura Municipal não mais realizava o Programa

Cidade Limpa de iniciativa da TV TEM (Rede Globo) no Município de Votorantim. Em

função disso, a administração municipal decidiu promover o Programa Cidade Limpa a

fim de “desafogar” e dar vazão a imensa quantidade de resíduos volumosos em posse da

população e que muitas vezes se encontravam descartados e espalhados em áreas

públicas e Áreas de Preservação Permanente, poluindo o meio ambiente e causando

transtornos à população municipal.

Dentre os resíduos mais disponibilizados pela população, encontram-se as

geladeiras e fogões quebrados, mobílias usadas, colchões, grande quantidade de

madeira, pneus, eletroeletrônicos, materiais recicláveis (plástico, papel, vidro, metais) e

sucatas em geral, entre muitos outros resíduos.

Todas as ações de planejamento e de execução dos processos de coleta

foram gerenciadas pelas Secretarias Municipais de Meio Ambiente e de Serviços

Públicos, que juntas disponibilizaram oito caminhões e mais de quarenta funcionários

para a realização dos serviços de coleta. A divulgação da programação coube à TV

TEM e à Secretaria Municipal de Comunicação (SECOM).

Exceto os materiais recicláveis, sucatas, madeiras e os pneus inservíveis,

que foram disponibilizados aos programas de gerenciamento pertinentes, todos os

demais itens coletados pelos caminhões da Prefeitura Municipal foram encaminhados a

uma área pública de transbordo temporário. Isso porque, a atual administração pública

municipal, está promovendo tramitação avançada do processo de licenciamento de uma

nova área para o aterro de inertes do município, sendo que já foi divulgado o edital de

licitação para licenciar o novo espaço para construção do aterro de inertes.

Concomitantemente aos laudos e ao projeto técnico deste novo processo, a

empresa contratada por licitação realizará a execução do projeto de encerramento do

antigo aterro de inertes.

Para otimizar o correto gerenciamento destes resíduos, a SEMA convidou a

Coopervot para coletar os materiais recicláveis e firmou parceria com a Empresa

Salmeron Ambiental para o gerenciamento da madeira.

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Além de coletarem os materiais recicláveis em frente às residências durante

o mesmo cronograma do Programa Cidade Limpa, a Coopervot procedeu a coleta dos

recicláveis na área de transbordo temporária, a fim de diminuir a quantidade dos

resíduos no local.

A Empresa Salmeron Ambiental foi acionada para dar destinação correta às

madeiras e às mobílias descartadas durante o Programa.

Ao fim de todo o processo, foi realizado o encaminhamento de

aproximadamente 480 m3 de madeira usada (mobília) para a devida destinação e

reciclagem do material por meio da parceria com a Empresa Salmeron Ambiental.

A Coopervot encaminhou cerca de 15 toneladas de materiais recicláveis ao

fim do Programa.

O total do restante de resíduos coletados pelo Programa Cidade Limpa, que

serão encaminhados ao novo Aterro de Inertes de Votorantim, é estimado em

aproximadamente 200 toneladas ou mais.

Conforme o cronograma planejado pela Prefeitura Municipal de

Votorantim, os moradores de todo o município dispuseram seus resíduos em frente às

suas residências.

O objetivo do presente Projeto é diminuir ao máximo o lançamento de

Resíduos Volumosos no meio ambiente, principalmente em Áreas de Preservação

Permanente, evitando assim a contaminação do meio ambiente. Visa ainda conscientizar

a população sobre os riscos provocados pelo acúmulo de lixo, motivando a comunidade

a participar de um grande mutirão de limpeza, gerando mais segurança e melhoria da

qualidade de vida.

Além disso, a existência de materiais inservíveis nas residências também

expõe as crianças a riscos de acidentes e, na estação das chuvas, podem entupir bueiros,

provocando inundações.

Inicialmente, as ações estavam programadas para acontecerem durante os

dias 19/08/2013 até o dia 23/08/2013. A Prefeitura disponibilizou oito caminhões e mais

de quarenta funcionários para a realização dos serviços de coleta. Porém, diante da

intensa demanda de transporte dos materiais, tendo inclusive casos que uma única

residência lotava um caminhão inteiro, a Prefeitura Municipal estendeu as ações para

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mais duas semanas, repetindo todos os itinerários e totalizando três semanas de intensa

coleta.

Nas residências em que os munícipes disponibilizaram os resíduos fora das

datas previamente programadas, a SEMA listou todos os endereços para oportunizar as

coletas pontuais em cada solicitação.

• Matéria Orgânica (composteira):

A compostagem é uma técnica alternativa disposta na Política Nacional de

Resíduos sólidos e também na Lei Municipal 2065/09, que tem como objetivo gerenciar

de maneira mais adequada os resíduos orgânicos, foi inserida no município de

Votorantim em 2013 para administrar materiais oriundos de restos vegetais.

Essa ação é grande aliada para a redução de resíduos dispostos em lugares

inadequados e para gerar uma economia financeira relacionada com a compra de

adubos, fertilizantes e terra, pois o produto desta ação é o composto orgânico, material

rico em nutrientes que pode ser usado nos tratos culturais dos plantios municipais sejam

eles reflorestamentos ou jardins, além de também ser usado como substrato para a

produção de mudas no viveiro municipal.

As composteiras do município de Votorantim foram construídas, como já

dito anteriormente em 2013, e estão localizadas nas dependências do Viveiro Municipal

e do Parque do Matão. Foram construídas para gerir uma parte dos restos vegetais

produzidos pelo município através de atividades de poda e corte de árvores. Nelas

então, são depositados resíduos de restos vegetais e neles são aplicados, seguindo o

método tradicional de compostagem, os tratos necessários, tais como revolvimento do

material, manutenção de sua umidade e pH, assim no final do processo, após 90 a 120

dias esse composto poderá ser utilizado.

Através da aplicação da lei municipal 2065/09, a Prefeitura Municipal

desenvolveu, as composteiras que recebem parte dos resíduos vegetais oriundos das

podas e cortes de árvores, ações essas realizadas pela própria Prefeitura Municipal

através da Secretaria de Meio Ambiente (SEMA). Assim, por meio desta técnica, o

município gerencia de maneira adequada os resíduos vegetais, desenvolvendo o mesmo

ao ciclo orgânico e utilizando seu produto posteriormente.

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As composteiras possuem atualmente capacidade de aproximadamente 4m3,

no entanto, essa capacidade será aumentada subindo o nível de sua altura. Também tem-

se a intenção de implantar mais composteiras seguindo esses moldes. Assim, espera-se,

em um futuro próximo (utilizando a composteira já construída) proceder ao

armazenamento de aproximadamente 8m3 de compostagem.

Mas, principalmente, almeja-se em longa data atender 100% dos resíduos de

restos vegetais gerados a partir de podas e cortes de árvores realizados pela Prefeitura

Municipal, a serem utilizados na recuperação ambiental.

As podas e cortes de árvores são realizadas pela Secretaria de Meio

Ambiente de Votorantim com a utilização de um caminhão para coletar os restos

vegetais, assim após a produção destes restos vegetais que são triturados, os mesmos

são levados para a composteira que se localizam no viveiro municipal e no Parque do

Matão.

É importante destacar que a SEMA disponibilizou três caixas de

recebimento de matéria orgânica para todas as Escolas Municipais inscritas no

Programa Municipal “Escola Sustentável”.

O objetivo é destinar de maneira adequada os resíduos de restos de poda e

corte de árvores do município e assim gerar produto (composto orgânico) altamente

importante para a manutenção de tratos culturais e substrato para produção de mudas,

diminuindo o gasto público com a compra de adubos, fertilizantes e terras.

10.2.2. Resíduos da Saúde

Consistem em serviços de coleta e transporte de resíduos sépticos de

serviços de saúde (RSSS), gerados em hospitais, prontos-socorros, laboratórios de

análises clínicas, farmácias, drogarias, zoonoses, biotérios, centros e postos de saúde,

consultórios médicos e odontológicos, ambulatórios e demais geradores públicos de

resíduos sépticos do município.

O serviço segue a norma NBR-14652/2001, como também as Resoluções

RDC-306/2004 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA e a 358/2005

do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, no que se referem aos resíduos

sólidos das classes A e E.A coleta é realizada nos pontos relacionados no plano de

coleta da Prefeitura.

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Foi considerada a equipe mínima para a execução dos serviços formada por

01 (um) motorista; 01 (um) coletor; 01 (um) veículo coletor com carroceria isolada da

cabine do motorista, estanque e com dispositivos de captação de líquidos percolados,

bem como ferramentas de trabalho necessárias ao bom desempenho das funções.

O serviço constitui em dar o destino final correto ao resíduo sólido de

serviço de saúde coletado, em unidades licenciadas pelo órgão ambiental, podendo a

qualquer momento licenciar, implantar e operar um sistema de tratamento de resíduos

sépticos no município de VOTORANTIM, em área a ser definida pela Prefeitura.

A unidade deverá ser dimensionada para atender a totalidade dos Resíduos

Sólidos de Serviços de Saúde gerados na cidade de VOTORANTIM, ou seja a

quantidade gerada nas instituições públicas e privadas estimada em uma quantidade

total em torno de 10 t/mês, sendo que somente 4 t/mês é coletada de estabelecimentos

públicos e tratados pela Prefeitura. Até que seja implantada a Unidade de Tratamento

dos resíduos infectantes de serviços de saúde, deverá ser encontrada uma solução de

tratamento dos RSSS, na forma, no local em conformidade com as condições

estabelecidas na legislação. O serviço será realizado de segunda a sexta-feira no período

diurno, operada por 02 operadores e 02 ajudantes. O sistema foi dimensionado para

permitir o tratamento da totalidade dos RSSS.

10.2.3. Recolhimento de Animais Mortos

O serviço consiste na coleta e transporte dos animais mortos na cidade

durante o horário diurno. Os animais coletados serão armazenados em local definido

pelo escritório da ANVISA da cidade para posterior transporte até o local de tratamento

e destinação final. O local de destinação final deverá ter licença do órgão ambiental para

realizar o serviço de destinação final.

A equipe para esse serviço foi estimada em (dois) motoristas, 02 (dois)

ajudantes, 01 (um) operador de trator de esteira e 01 (um) caminhão basculante, 01 (um)

trator de esteira D6 e 1 (um) caminhão irrigadeira, e ferramentas necessárias para a

realização dos trabalhos. O serviço foi dimensionado para uma quantidade de coleta de

4 t/mês de animais mortos. A quantidade de 4 t/mês que foi estimada, poderá se alterar.

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10.2.4. Resíduos Inertes

Considerou-se como serviço de coleta manual e mecanizada, e transporte de

resíduos inertes dispostos nas vias e logradouros públicos, o recolhimento e posterior

transporte ao destino final, no local indicado, de quaisquer resíduos ou detritos

provenientes de entulhos, restos de construção civil, restos de bens inservíveis e

resíduos volumosos de um modo geral, dispostos em terrenos baldios, vias e

logradouros públicos. Considerou-se uma equipe para esse serviço formada por 03 (três)

motoristas; 03 (três) ajudantes; 01 (um) caminhão dotado de carroceria basculante, com

capacidade pra 6 m³; 02 (dois) caminhões dotados de carroceria basculante, com

capacidade pra 10 m³, ferramentas de trabalho necessárias; 01 (um) Operador de Pá

Carregadeira; 01 (uma) Pá Carregadeira de pneus.

10.2.4.1. Unidade de beneficiamento

O serviço é composto pela realização do projeto, licenciamento e

implantação de uma Usina de Beneficiamento de Resíduos oriundos da Construção

Civil, para a produção de agregados a serem utilizados em usos específicos. A usina foi

dimensionada para processar 500 Ton/mês de resíduos previamente triados e escolhidos.

Os materiais beneficiados (agregados) serão de propriedade da Prefeitura,

que irá designar o destino específico de sua aplicação. Até esta definição, o material

ficará estocado provisoriamente em pátios separados na própria área da Usina de

Beneficiamento.

Além do sistema de reciclagem, dos britadores e de seus respectivos

acessórios, a equipe deverá ser a necessária para a operação do sistema - 01 (um)

encarregado; 01 (um) operador de quadro de britagem; 02 (dois) auxiliares de operação;

03 (três) selecionadores do material a reciclar; 01 (um) operador de pá carregadeira; 01

(uma) pá carregadeira; 02 (dois) motorista, 02 (dois) caminhões basculantes. O

funcionamento previsto será de 8 horas diária.

10.2.4.2. Aterro de inertes

O serviço consiste na implantação de um aterro para receber materiais

inertes não aproveitáveis gerados nos vários locais do município, tais como na Unidade

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de Beneficiamento de RCC, obras e construções, Ecopontos, coletados em vias e

logradouros pela equipe de coleta, etc.

Atualmente, no ano de 2014, a Prefeitura de Votorantim estabeleceu uma

parceria com a Empresa Votorantim Cimentos Ltda, para implantar o aterro de resíduos

inertes localizado na Rodovia Raimundo Antunes Soares, Km 105, Bairro Jurupará. A

Prefeitura já tornou público o requerimento de Licença Prévia (LP) e recebeu a Licença

Prévia Nº 6002741 da Companhia Estadual De Tecnologia de Saneamento Básico e

Controle de Poluição das Águas (CETESB). Há previsão de início das instalações para

o final do ano de 2014, estando apenas aguardando a Licença de Instalação (LI) e outras

manifestações da CETESB.

A equipe para esse serviço foi estimada em 01 (um) motorista, 02 (dois)

ajudantes, e 01 (um) caminhão basculante, 01 (um) trator de esteira D6 e 1 (um)

caminhão irrigadeira, e ferramentas necessárias para a realização dos trabalhos. O

dimensionamento será revisto conforme a evolução do recebimento de inertes, e

conforme as características do local.

10.2.4.3. Ecopontos – operação e manutenção

A Prefeitura de Votorantim, por meio da Secretaria de Meio Ambiente

(SEMA) e Secretaria de Obras e Urbanismo (SOURB), projetaram 24 Ecopontos para

toda a cidade.

O modelo atual da Prefeitura Municipal consiste em Ecopontos

monitorados, instalados nos locais onde costumeiramente há problemas com depósitos

irregulares de resíduos pela população. Terão uma área de aproximadamente 300 m2,

piso impermeabilizado, cobertura contra chuvas, guarita de monitoramento, iluminação

noturna e baias para acondicionamento de restos de resíduos de poda e jardinagem,

madeira, resíduos da construção civil (RCC), resíduos volumosos (colchão, geladeira,

sofá, etc), pneus inservíveis, lâmpadas fluorescentes, bitucas de cigarro, resíduos

eletrônicos, pilhas, baterias e materiais recicláveis.

Os restos de podas e de vegetação, após passarem pelo triturador de galhos,

serão encaminhados para as composteiras públicas localizadas no Viveiro Municipal e

no Parque do Matão. O excedente deste material deverá ser destinado ao aterro de

sanitário.

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As madeiras serão destinadas às empresas que promovem a sua reciclagem

e/ou reutilização. Atualmente a SEMA estabelece parceria com a empresa Salmeron

Ambiental.

Os RCC e os resíduos volumosos serão encaminhados ao próprio aterro de

inertes para triagem, reutilização e devido acondicionamento.

Os resíduos volumosos que forem identificados como reaproveitáveis serão

restaurados pela marcenaria da prefeitura e/ou encaminhados para centros

especializados em reformas de mobília. Os resíduos volumosos elétricos, como

geladeiras e máquinas domésticas deverão ser encaminhados para a reciclagem ou para

centros de treinamento tecnológicos para serem utilizados como componentes de

treinamento.

Por meio do Programa Municipal de Gerenciamento de Pneus Inservíveis,

implementado pela SEMA em parceria com a Empresa Reciclanip, este material será

transportado para o depósito de pneus da SEMA, quando atingido o número mínimo de

dois mil pneus, a empresa é contatada para realizar o transporte dos mesmos para a

devida reciclagem. Além disso, a SEMA trabalha com o reaproveitamento de pneus

para construir lixeiras públicas, brinquedos de playground, bicicletários e jardineiras,

lembrando que todos os pneus são previamente perfurados para impossibilitar o

acúmulo de água.

As lâmpadas fluorescentes deverão ser adequadamente descartadas,

enroladas em jornal, pano ou papelão para serem processadas pelas empresas de

gerenciamento deste material, a fim de separar os materiais recicláveis dos demais

componentes químicos presentes em sua constituição. Atualmente a SEMA estabelece

vínculo com a empresa Bulbless.

As bitucas de cigarro serão acondicionadas em caixas metálicas e coletadas

pela empresa Poiato Recicla para serem desintoxicadas e preparadas para servirem

como constituinte de papel reciclado e artesanato.

Os resíduos eletrônicos, pilhas e baterias deverão ser acondicionados em

caixas plásticas para serem encaminhadas ao centro municipal de recolhimento destes

materiais, sendo um local arejado, protegido e lacrado para que assim a cooperativa de

catadores possa coletá-lo para separação dos diversos componentes que seguirão para a

reciclagem.

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Os materiais recicláveis serão coletados pela Cooperativa dos Catadores de

Material Reciclável de Votorantim (Coopervot) a fim de representarem maiores

possibilidades de renda aos cooperados.

A equipe será composta por: 01 vigia em cada Ecoponto; 01 um motorista;

01 (um) ajudante e 1 (um) caminhão. O serviço de transporte dos resíduos funcionará de

segunda a sexta, no período das 08:00 às 17:00, e aos sábados no período das 08:00 às

12:00, sendo o mesmo horário de funcionamento do “Ecoponto”.

10.2.5. Limpeza de bocas de lobo

Considerou-se como serviço de limpeza manual das bocas de lobo, o serviço

que efetua a retirada de terra e areia e outros materiais que estejam obstruindo as bocas

de lobo, bem como o transporte dos resíduos retirados até o local de destinação final

determinado pela Prefeitura. O período de trabalho considerado é diário, no período

diurno, de segunda a sexta-feira;

A equipe para a execução dos serviços de limpeza de bocas de lobo

considerada é formada por 01 (um) motorista; 07 (sete) ajudantes; 01 (um) caminhão

dotado de carroceria basculante, bem como de ferramentas de trabalho necessárias ao

bom desempenho das funções.

10.2.6. Lavagem de vias, feiras livres, praças e logradouros

O serviço de lavagem de Vias e Feiras livres compreende o jateamento

d’água com pressão suficiente para a limpeza de todos os resíduos restantes e

impregnados no pavimento, após a coleta ou varrição. A lavagem deve gerar a

desinfecção das vias e locais das feiras com produtos higienizadores aplicados

manualmente nas áreas onde foram comercializados pescados, aves e outros tipos de

carnes. Considerou-se o aproveitamento da água de reuso para a lavagem utilizada no

serviço de limpeza.

A equipe para esse serviço foi estimada em 02 (dois) motoristas, 03 (três)

ajudantes, 03 (três) varredores e 01 (um) caminhão equipado com lavadora de alta

pressão e 01 (um) caminhão irrigadeira, e utensílios e ferramentas necessárias para a

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realização dos trabalhos. O dimensionamento será revisto conforme a criação de novas

feiras ou inclusão de novas vias no escopo do serviço.

10.2.7. Logradouros Especiais - Cemitérios, Praças, Parques e

Várzeas

O serviço de limpeza de logradouros especiais compreende a limpeza,

lavagem, de locais de alta dificuldade, onde se exige trabalhos especiais da equipe. Há a

necessidade de manter uma equipe especializada nesse tipo de serviço, que terá

ferramentas e equipamentos específicos e especiais para esse tipo de trabalho.

A equipe para esse serviço foi estimada em 01 (um) motorista, 06 (seis)

ajudantes, 02 (dois) operadores de roçadeiras, 01 (um) caminhão carroceria de madeira,

01 (um) veículo utilitário e ferramentas necessárias para a realização dos trabalhos. O

dimensionamento será revisto conforme a complexidades dos logradouros existentes na

cidade.

10.2.8. Operação da Unidade de Triagem do Aterro Sanitário

Considerou-se como serviço de operação e manutenção de usina de triagem,

o serviço de recepcionar os resíduos domiciliares e ou da coleta seletiva, para serem

selecionados e separados conforme a sua natureza. O objetivo da Usina de Triagem é

reduzir a quantidade de resíduos que serão lançados ao Aterro Sanitário.

O serviço compreende em operar os equipamentos da Usina de Triagem e

fornecer mão de obra para realizar a separação manual dos vários tipos de materiais

recicláveis. Também deverá ser realizada a manutenção dos equipamentos da Usina

bem como sua preservação.

Os rejeitos provenientes da usina de triagem serão encaminhados para

disposição no Aterro Sanitário. A Usina de Triagem poderá funcionar no período

necessário para o processamento dos resíduos gerados pelo Município.

A equipe estimada para a execução dos serviços de operação e manutenção

da usina de triagem será constituída por: 01 (um) encarregado de usina; 02 (dois) fiscais

de área; 01 (um) auxiliar administrativo; 50 (cinquenta) ajudantes; 03 (três) caminhões

com carroceria basculante, para o transporte do rejeito para o aterro sanitário.

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106

10.2.9. Aterro Sanitário Atual

10.2.9.1. Serviços de Operação

Engloba os serviços normais de operação e manutenção e monitoramento de

Aterros Sanitários, incluindo as atividades básicas tais como:

- Controle de entrada e aplicação de materiais;

- Controle qualitativo e quantitativo dos resíduos;

- Fluxo de veículos e visitantes;

- Controle gerencial de mão-de-obra/equipamentos.

- Os equipamentos considerados como necessários para a operação do

aterro, são: 01 trator de esteira D6; 03 caminhões basculantes; 01 retro

escavadeira; 01 caminhão-pipa.

Para a gestão e controle considerou-se a equipe dos seguintes profissionais:

01 (um) Engenheiro; 01 (um) Encarregado Geral; 04 (quatro) vigilantes; 02 (dois)

ajudantes; 02 (dois) operadores de máquinas; 01 (um) motorista; 01 (um) Apontador;

Seguem as atividades padrões de operação e manutenção de aterros

consideradas na simulação da composição de custos:

- Espalhamento e compactação

- Drenagem de Chorume

- Tratamento do Chorume

- Drenagem do biogás

- Gerenciamento das águas pluviais

- Manutenção do pátio de descarga de lixo e acessos

- Pátio de descarga

- Acompanhamento topográfico

- Cobertura final do Aterro

- Proteção Vegetal

- Analises físico-químicas nos poços de monitoramento

- Pesagem dos Veículos

- Plano de Contingência.

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107

10.2.9.2. Obras de Ampliação

O escopo a ser executado, no que tange á área destinada ao aterro sanitário,

é o seguinte:

- Elaboração de projeto executivo e construção das células de disposição de

acordo com as especificações do descritivo do Projeto em execução

contratado pela Prefeitura;

- Fornecimento de materiais e serviços e consequente construção de novas

células;

- Implantação, operação e manutenção dos sistemas de drenagem de águas

pluviais.

10.2.9.3. Projeto, Licenciamento e Implantação

A ampliação do aterro deverá possibilitar o adequado aterramento dos

resíduos sólidos urbanos domiciliares gerados na cidade pelo período de 20 anos. Os

serviços a serem realizados foram assim detalhados:

- Pagamento da área;

- Elaboração de projeto executivo e obtenção das licenças

ambientais necessárias para construção e operação do aterro, ou seja,

Licença previa de Instalação e de Operação;

- Fornecimento de materiais e serviços e consequente construção do aterro;

- Recebimento e controle dos resíduos a serem dispostos nas células;

- Disposição dos resíduos na célula, segundo as premissas

técnicas estabelecidas no projeto;

- Cobertura intermediária dos resíduos depositados nessa área;

- Implantação, operação e manutenção dos sistemas de

drenagem de percolado e gás;

- Implantação, operação e manutenção dos sistemas de

drenagem de águas pluviais;

- Fechamento final dessas fases;

- Manutenção em geral durante a operação;

- Monitoramento geotécnico e ambiental durante a operação;

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- Coleta, condução e adequado tratamento do percolado gerado

durante a operação;

- Atividades típicas de pós fechamento até o final do contrato

(manutenção, vigilância, monitoramento geotécnico e ambiental, coleta e

tratamento de líquido percolado).

11. ASPECTOS LEGAIS

11.1. ÂMBITO FEDERAL

A Política Municipal de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos

deve referenciar-se na Constituição Federal, Constituição Estadual, Lei Orgânica do

Município e especialmente no novo ordenamento jurídico denominado “Marco

Regulatório de Saneamento Básico” quais sejam: a Lei nº 11.445, de 05 de janeiro de

2007 que “Estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico: altera as Leis nº

6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21de junho

de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, revoga a Lei nº 6.528, de 11 de maio de

1978, e dá outras providências” e a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que “Institui

a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº9.605, de 12 de 12 de fevereiro

de 1998; e dá outras providências”.

As referidas leis estabelecem as diretrizes norteadoras dos serviços de

limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, tratando dos princípios, objetivos,

instrumentos, definições e conceitos. Igualmente regem sobre os planos de resíduos

sólidos municipais, especificamente acerca do conteúdo a ser abrangido por estes

planos, e abordam sobre as ações municipais a serem realizadas diante dos resíduos dos

grandes geradores, e dos planos que este devem elaborar, aprovar e executar.

A Lei Federal nº 11.445/2007 estabelece as definições relevantes aos

serviços de saneamento, dentre as quais se destaca a de limpeza urbana e manejo de

resíduos sólidos (art. 3º, I, c): “Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto

de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte,

transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da

varrição e limpeza de logradouros e vias públicas”.

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A Lei Federal nº 11.445/2007 destaca, ainda, que é condição de validade

dos contratos firmados para prestação de serviço público de saneamento a existência de

plano de saneamento básico (art. 11, II), bem como define que a prestação do serviço

propriamente dita “observará plano, que poderá ser específico para cada serviço...”

(art.19, caput), estabelecendo a sua abrangência e conteúdo a ser observado.

A Lei Federal nº 11.445/2007 define, também, como princípio fundamental

dos serviços públicos de saneamento básico o controle social, indicando em seu

Capítulo VIII a participação de órgãos colegiados no controle social.

Em seu art. 47, caput, estabelece que: “o controle social dos serviços

públicos de saneamento básico poderá incluir a participação de órgãos colegiados de

caráter consultivo, estaduais, do Distrito Federal e municipais, assegurada a

representação”.

Tratando-se da Lei 12.305/2010, como instituidora da Política Nacional de

Resíduos Sólidos, estão em seu conteúdo os princípios, objetivos e instrumentos desta

Política Nacional, com destaque para as seguintes definições (art. 3º, X e XI):

“Art. 3°. Para os efeitos desta Lei, entende-se por:

X – gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações exercidas, direta

ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação

final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente

adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos

sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma da lei;

XI – gestão integrada de resíduos sólidos: conjunto de ações voltadas para

a busca desoluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões

política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa

do desenvolvimento sustentável”.

Em similaridade a Lei nº 11.445/2007, a Lei nº 12.305/2010 estabelece

acerca do plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, estabelecendo em

seu art. 19 o seu conteúdo mínimo a ser observado.

Pode-se considerar que os principais marcos regulatórios instituídos pela

Política Nacional de Resíduos Sólidos são:

- A prevenção e a precaução (inciso I, art. 6o);

- O poluidor-pagador e o protetor-recebedor (inciso II, art. 6o);

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- A visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis

ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde publica (inciso III, art.

6o);

- O desenvolvimento sustentável (inciso IV, art. 6o);

- A ecoeficiência, mediante a compatibilização entre o fornecimento, a preços

competitivos, de bens e serviços qualificados que satisfaçam as necessidades humanas e

tragam qualidade de vida e a redução do impacto ambiental e do consumo de recursos

naturais a um nível, no mínimo, equivalente a capacidade de sustentação estimada do

planeta (inciso V, art. 6o);

- A cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor empresarial e

demais segmentos da sociedade (inciso VI, art. 6o);

- A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos (inciso VII, art. 6o);

- O reconhecimento do resíduo solido reutilizável e reciclável como um bem econômico

e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania (inciso VIII, art.

6o).

- O respeito as diversidades locais e regionais (inciso IX, art. 6o);

- O direito da sociedade a informação e ao controle social (inciso X, art. 6o);

- A razoabilidade e a proporcionalidade (inciso XI, art. 6o).

Complementarmente, e ainda no âmbito federal, valem serem elencadas

também as seguintes leis, decretos e resoluções hoje em vigência e os respectivos temas

abordados:

- Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981: Dispõe sobre a Política nacional do

Meio Ambiente seus fins e mecanismos de formulação e aplicação e dá outras

providências.

- Lei nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997: Institui a Política Nacional de

Recursos Hídricos.

- Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998: Dispõe sobre as sanções penais e

administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras

providências.

- Lei nº 11.442, de 5 de janeiro de 2007: Estabelece as diretrizes nacionais

para o saneamento básico: altera as Leis nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de

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11de maio de 1990, 8.666, de 21de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995,

revoga a Lei nº 6.528, de 11 de maio de 1978, e dá outras providências.

- Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010: Institui a Política Nacional de

Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras

providências.

- Decreto nº 875, de 19 de julho de 1993: Promulga a Convenção da

Basiléia sobre o Controle de Movimentos Trans-fronteiriços de Resíduos Perigosos e

seu depósito.

- Decreto nº 7.217, de 21 de junho de 2010: Regulamenta a Lei nº 11.445,

de 5 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, e

dá outras providências.

- Resolução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986: Estabelece

critérios básicos e diretrizes para o Relatório de Impacto Ambiental RIMA, para o

licenciamento de atividades com significativo impacto ambiental.

- Resolução CONAMA nº 005, de 05 de agosto de 1993: Define os

procedimentos mínimos para o gerenciamento dos resíduos, com vistas a preservar a

saúde pública e a qualidade do meio ambiente.

- Resolução CONAMA nº 006, de 15 de junho de 1988: Determina o

controle específico de resíduos gerados (ou existentes) pelas atividades industriais.

- Resolução CONAMA nº 023, de 12 de dezembro de 1996: Define

critérios de classificação de resíduos perigosos.

- Resolução CONAMA nº 237, de 07 de janeiro de 1998: Trata da

alteração do Anexo 10 da Resolução CONAMA nº 23, Listagem dos resíduos perigosos

com importação proibida e resíduos não inertes classe II controlados pelo IBAMA.

- Resolução CONAMA nº 257, de 30 de junho de 1999: Procedimentos

especiais ou diferenciados para destinação adequada quando do descarte de pilhas e

baterias usadas, para evitar impactos negativos ao meio ambiente.

- Resolução CONAMA nº 275, de 25 de abril de 2001: Estabelece código

de cores para diferentes tipos de resíduos na coleta seletiva.

- Resolução CONAMA nº 283, de 12 de julho de 2001: Dispõe sobre o

tratamento e a destinação final dos resíduos dos serviços de saúde.

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- Resolução CONAMA nº 301, de 21 de março de 2002: Altera

dispositivos da Resolução nº 258, de 26 de Agosto de 1999, que dispõe sobre

pneumáticos.

- Resolução CONAMA nº 306, de 05 de julho de 2002: Estabelece os

requisitos mínimo se o termo de referência para realização de auditorias ambientais

- Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002: Estabelece

diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.

- Resolução CONAMA nº 308, de 21 de março de 2002: Licenciamento

Ambiental de sistemas de disposição final dos resíduos sólidos urbanos gerados em

municípios de pequeno porte.

- Resolução CONAMA nº 313, de 29 de outubro de 2002: Dispõe sobre o

Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais.

- Resolução CONAMA nº 358, de 29 de abril de 2005: Dispõe sobre o

tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras

providências.

- Resolução RDC nº 306, de 07 de dezembro de 2004: Dispõe sobre o

regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.

11.2. ÂMBITO ESTADUAL

- Decreto Estadual nº 54.645/2009, que regulamenta dispositivos da Lei n°

12.300 de 16 de março de 2006, que institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos, e

altera o inciso I do artigo 74 do Regulamento da Lei n° 997, de 31 de maio de 1976,

aprovado pelo Decreto n° 8.468, de 8 de setembro de 1976.

- Resolução SMA nº 38/2011 (em conformidade com o Decreto Estadual nº

54.645, de 5/8/2009, que regulamenta a Lei Estadual nº 12.300, de 16 de março de

2006, que dispõe sobre a Política Estadual de Resíduos Sólidos), estabelecendo a

relação de produtos que, após o consumo, resultam em resíduos considerados de

significativo impacto ambiental, cabendo implantar programa de responsabilidade pós-

consumo para fins de recolhimento, tratamento e destinação final desses resíduos.

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113

11.3. ÂMBITO MUNICIPAL

- Lei Municipal Nº 1365/98. Dispõe sobre a outorga dos serviços de

limpeza pública do município ao Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Votorantim –

SAAE e dá outras providências;

- Lei Municipal Nº 1806/05. Dispõe sobre a reorganização administrativa

do Serviço Autônomo de Água e Esgoto – SAAE de Votorantim, e dá outras

providencias;

- Lei Municipal Nº 1847/05. Dispõe sobre denominação de próprio

municipal (Centro de Reciclagem “Theodoro Miqueloti” - Dóro);

- Lei Municipal Nº 1863/06. Dispõe sobre o recolhimento e destino final de

resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências;

- Lei Municipal Nº lei 2062/09. Dispõe sobre o Plano de Gerenciamento da

Coleta Seletiva do Município de Votorantim e dá outras providências;

- Lei Municipal Nº lei 2065/09. Dispõe sobre o Gerenciamento de Resíduos

da Construção Civil e de Resíduos Volumosos do Município de Votorantim;

- Decreto Municipal Nº 4124/11. Aprova o Plano de Saneamento Básico

do Município de Votorantim e dá outras providências.

12. SISTEMA MUNICIPAL DE REGULAÇÃO DA PRESTAÇÃO DOS

SERVIÇOS PÚBLICOS DE MANEJO E DESTINAÇÃO FINAL DE RESÍDUOS

SÓLIDOS

12.1. A Atividade Regulatória e de Fiscalização: Conceito e Características do

Sistema Municipal de Regulação dos Serviços Públicos de Manejo de Resíduos Sólidos

Urbanos e de Limpeza Urbana

Os serviços públicos de manejo de resíduos sólidos urbanos e de limpeza urbana

possuem quatro elementos: planejamento, regulação, fiscalização e prestação. No presente

tópico discorreremos acerca da regulação e da fiscalização desses serviços públicos, com

ênfase no sistema proposto para o Município de Votorantim, o qual já conta com a Agência

Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Município de Votorantim (AGERV),

principalmente no que concerne ao saneamento básico e à distribuição da água.

Um conceito amplo da atividade regulatória pode ser sintetizado nos seguintes termos:

“a atividade estatal mediante a qual o Estado, por meio de intervenção direta ou indireta,

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condiciona, restringe, normatiza ou incentiva a atividade econômica de modo a preservar a

sua existência, assegurar seu equilíbrio interno ou atingir determinados objetivos públicos

como a proteção da hipossuficiência ou a consagração de políticas públicas”1.

O Decreto Federal nº 7.217/2010 apresenta os seguintes conceitos para as atividades de

regulação e fiscalização:

“Art. 2º Para os fins deste Decreto, consideram-se:

(...)

II - regulação: todo e qualquer ato que discipline ou organize determinado serviço

público, incluindo suas características, padrões de qualidade, impacto socioambiental,

direitos e obrigações dos usuários e dos responsáveis por sua oferta ou prestação e

fixação e revisão do valor de tarifas e outros preços públicos, para atingir os objetivos do

art. 27;

III - fiscalização: atividades de acompanhamento, monitoramento, controle ou

avaliação, no sentido de garantir o cumprimento de normas e regulamentos editados pelo

poder público e a utilização, efetiva ou potencial, do serviço público;”

Os conceitos apresentados ressaltam as características jurídico-institucionais da

regulação e da fiscalização. Insere-as expressamente no rol de competências do Poder Público

e condiciona seus objetivos a temas de interesse coletivo vigentes em dado momento

histórico.

No presente caso, tratar-se-á da regulação e da fiscalização de serviços públicos de

manejo de resíduos sólidos urbanos e limpeza pública, bem como de serviços equiparados a

serviços públicos e de demais serviços que estão atrelados aos Resíduos de Construção e

Demolição e aos Resíduos dos Serviços de Saúde.

Presta-nos analisar a necessidade de ser estruturada entidade de regulação e fiscalização

dos serviços públicos de manejo de resíduos sólidos urbanos e limpeza urbana do Município

de Votorantim, condição de validade dos contratos que tenham por objeto a prestação desses

serviços (artigo 11, inciso III, da Lei federal nº 11.445/2007).

Acrescenta-se, ainda, que, além do Plano de Saneamento Básico Municipal, as normas

de regulação que prevejam os meios para o cumprimento das diretrizes da Lei nº 11.445/2007,

normas estas que deverão ser editadas pela entidade de regulação a ser estrutura, também

compõem as condições de validade do contrato (artigo 11, inciso III, da Lei nº 11.445/2007),

sendo que o § 2º deste dispositivo prevê que nos casos de serviços prestados mediante

contratos de concessão estas normas de regulação deverão prever (i) a autorização para a

contratação dos serviços, indicando os respectivos prazos e a área a ser atendida; (ii) a

inclusão, no contrato, das metas progressivas e graduais de expansão dos serviços, de

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115

qualidade, de eficiência e de uso racional da água, da energia e de outros recursos naturais, em

conformidade com os serviços a serem prestados; (iii) as prioridades de ação, compatíveis

com as metas estabelecidas; (iv) as condições de sustentabilidade e equilíbrio econômico-

financeiro da prestação dos serviços, em regime de eficiência, incluindo o sistema de

cobrança e a composição de taxas e tarifas; a sistemática de reajustes e de revisões de taxas e

tarifas; e a política de subsídios; (v) mecanismos de controle social nas atividades de

planejamento, regulação e fiscalização dos serviços; (vi) as hipóteses de intervenção e de

retomada dos serviços.

Além das normas de regulação que prevejam os meios para o cumprimento das

diretrizes da Lei nº 11.445/2007, a regulação externa ao contrato e o próprio contrato, de

concessão, constituem os meios regulatórios colocados à disposição do Poder Público para o

direcionamento da ação privada (no caso os concessionários) em torno de temas de interesse

público.

Os contratos celebrados entre os titulares dos serviços públicos de saneamento básico

(Municípios) e os prestadores são classificados pela doutrina econômica como contratos

incompletos. É impossível que tais instrumentos consigam prever todas as obrigações e

ocorrências futuras vinculadas à prestação dos serviços. Daí a importância da regulação

externa ao contrato, que proporciona maior completude à atuação do Poder Concedente.

Em qualquer hipótese, a certeza inaugural que preside a instauração de sistema

regulatório que será adotado pela entidade de regulação a ser estruturada é a de que se trata de

uma função abrangente quanto aos meios e fins. Engloba a edição de normas, estabelecimento

de tarifas, o desempenho de ações fiscalizatórias e a solução de conflitos entre usuários e

concessionários e entres estes e o Poder Concedente. Nesses temos, os incisos do § 1º do art.

11 da Lei nº 11.445/2007 impõem que a entidade de regulação definirá, pelos menos, (i) as

normas técnicas relativas à qualidade, quantidade e regularidade dos serviços prestados aos

usuários e entre os diferentes prestadores envolvidos; (ii) as normas econômicas e financeiras

relativas às tarifas, aos subsídios e aos pagamentos por serviços prestados aos usuários e entre

os diferentes prestadores envolvidos; (iii) a garantia de pagamento de serviços prestados entre

os diferentes prestadores dos serviços; (iv) os mecanismos de pagamento de diferenças

relativas a inadimplemento dos usuários, perdas comerciais e físicas e outros créditos devidos,

quando for o caso; e (v)o sistema contábil específico para os prestadores que atuem em mais

de um Município.

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116

Há, portanto uma diversidade de áreas a serem consideradas como arena de atuação da

atividade regulatória. A tarefa inicial deste item do estudo será a de delimitar e discernir os

setores objeto do sistema regulatório da entidade de regulação.

Inicialmente, para uma melhor colocação do problema, afigura-se possível dividir a

atividade regulatória em dois grandes vetores: a regulação interna à estrutura administrativa

da entidade de regulação e a regulação externa das atividades de regulação e fiscalização dos

serviços públicos de saneamento básico.

Vejamos como essa divisão pode oferecer uma melhor visualização dos objetivos da

consultoria a ser contratada.

12.1.1. A Delimitação da Abrangência e Intensidade da Regulação

A delimitação da abrangência da regulação é o primeiro passo para a instituição de um

modelo regulatório eficiente. A separação entre regulação interna e externa atende a uma

exigência clara constante da solicitação de proposta que busca ao mesmo tempo pautar a

prestação das atividades de regulação e fiscalização pela entidade reguladora e estabelecer

uma atuação com qualidade também da própria administração no exercício de suas

competências.

A regulação interna corresponde, em essência, à já conhecida atividade de organização

interna da atividade administrativa por meio da regulamentação de leis por decretos e edição

de outros atos normativos infralegais. De forma complementar, caberá desenvolver padrões de

eficiência e padronização de comportamentos da própria administração gestora, in casu, a

entidade reguladora, e não apenas dos prestadores regulados.

Assim, a regulação interna destina-se a disciplinar as práticas intrínsecas à entidade de

regulação no exercício de suas competências associadas às atividades de regulação e

fiscalização dos serviços públicos de saneamento básico: criação de guias para práticas ideais

(bestpractices) pelos órgãos encarregados da formulação de projetos; formatação de um

controle interno da atividade administrativa, criação de padrões de qualidade para a atuação

dos servidores públicos, dentre outros temas.

Por meio da organização interna da ação administrativa deverão ser definidos os papéis

da entidade reguladora na condução das atividades internas de regulação e fiscalização dos

serviços de saneamento básico.

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117

Já as relações entre Poder Concedente, concessionários e usuários dos serviços e

atividades vinculados aos serviços de saneamento básico configuram outro aspecto digno de

menção na estruturação do sistema regulatório e que concernem à sua dimensão externa, ou

seja, a regulação a disciplinar a interação entre entidade reguladora e a sociedade,

representada seja pelos prestadores, seja pelos cidadãos que usufruem das utilidades

colocadas à sua disposição.

A abrangência da regulação externa impõe desafios específicos. Inicialmente, ao se

desenvolver o modelo de regulação a ser adotado pela entidade reguladora, deverá adaptá-lo

às especificidades do serviço público in concreto (serviços públicos de manejo de resíduos

sólidos urbanos e limpeza pública), sempre se balizando pelas características próprias que este

serviço apresenta no Município de Votorantim. Para tanto, deverão ser desenvolvidos

parâmetros de qualidade próprios, avaliações econômicas específicas, indicadores de

desempenho característicos, índices de aferição de equilíbrio econômico-financeiro

adaptados, etc.

Em síntese, as atividades de regulação interna e externa devem considerar uma ampla

gama de situações. No segundo caso, a enumeração das atividades objeto de regulação

dependerá de uma cuidadosa avaliação das situações concretas que envolvam os serviços

públicos de saneamento básico.

Para uma melhor visualização do quadro regulatório que pautará a prestação dos

serviços, segue uma descrição esquemática do afirmado até o momento.

12.1.1.1. Regulação Interna, a abranger:

a.) estabelecimento de práticas ideais da entidade reguladora na elaboração de projetos,

contratação e gestão dos contratos (por meio de guias e manuais – bestpractices);

b.) divisão clara de competências dos gestores dos contratos, dos órgãos encarregados

da normatização, dos órgãos encarregados da fiscalização interna da administração (auditoria

interna e revisão jurídica de atos – Procuradoria Jurídica do Município);

c.) definição de parâmetros de eficiência baseado em incentivos aos servidores públicos

para o desempenho com qualidade das atividades de normatização, fiscalização e gestão de

contratos de concessão (preocupação com recursos humanos);

d.) definição de fluxos procedimentais que prevejam a participação dos distintos órgãos

e entidades da administração nos procedimentos de modelagem, licitação e gestão de

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118

contratos e tarifas. Definição do relacionamento entre órgãos do executivo e de outros

poderes, tal como aqueles encarregados do controle externo (Tribunal de Contas e Ministério

Público) – antecipação e padronização de comportamentos – (foco na organização da

administração pública).

12.1.1.2. Regulação Externa, a abranger:

a.) a regulação de aspectos econômicos, técnicos e operacionais de contratos (foco na

relação com o concessionário - revisões tarifárias, equilíbrio econômico-financeiro das

avenças, dentre outros):

b.) a regulação da participação dos usuários na gestão dos serviços (sugestões,

reclamações, audiências públicas, consultas públicas, ouvidoria pública, exercício de direitos

etc.);

Cada uma das hipóteses registradas exigirá maior ou menor participação dos usuários.

Certamente existirão zonas de interseção que deverão ser exploradas para otimizar e

tornar o sistema regulatório mais ágil e produtivo. Avaliemos a regulação quanto aos seus

fundamentos a fim de que tais zonas sejam, no futuro, identificadas com clareza.

12.1.2. A questão da Alocação Institucional de Competências Regulatórias

Qualquer que seja a escolha do tipo organizacional, um conjunto de características

institucionais se apresenta como imprescindível para sustentáculo da atividade regulatória. A

exposição a seguir será realizada como o apoio da doutrina de Floriano de Azevedo Marques2.

(MARQUES NETO, Floriano de Azevedo. Agências Reguladoras – Instrumento de

fortalecimento do Estado. São Paulo: Associação Brasileira de Agências de Regulação (19-

21).

Segundo o autor em referência, para dar cabo das tarefas da regulação “mostra-se

necessária a constituição de um tipo específico de órgãos públicos (públicos tanto por serem

dotados de autoridade como por serem abertos ao controle e participação da sociedade), que

enfeixem ampla gama de competências associadas a uma alta especialização técnica, de modo

a intervir num determinado setor da economia (cuja relevância ou essencialidade da atividade

econômica justifiquem essa intervenção).”

Deve, assim, a entidade reguladora apresentar as seguintes características essenciais,

dentre outras possíveis:

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119

1) apresentar ampla transparência e permeabilidade de modo a receber e processar

demandas e interesses dos regulados, dos consumidores e do próprio poder político;

2) ser detentor de um caráter público que lhes confira autoridade e prerrogativas

inerentes a todos órgãos públicos que manejam poder extroverso;

3) ser transparente na sua forma de atuação e permeável à participação dos

administrados (regulados ou cidadãos) no exercício da autoridade;

4) ser capaz de abarcar uma multiplicidade de funções e competências;

5) possuir a capacidade de, eficientemente, combinar o equilíbrio do sistema regulado

com o alcance de objetivos de interesse geral predicados para o setor, possuindo, para tanto,

competências e instrumentos amplos e efetivos;

6) ser detentor de profundo conhecimento sobre o setor regulado. Sua atuação deve ser

focada na sua área de especialidade – saneamento básico - em busca de legitimidade técnica

(embora não seja impossível a existência de órgãos de regulação multi-setoriais ou gerais);

7) promover o equilíbrio no sistema pela mediação, sopesamento e interlocução entre os

vários interesses existentes no setor regulado. Trata-se da necessidade de a entidade de

regulação interagir com os atores privados como forma de legitimar sua intervenção na ordem

econômica. O equilíbrio coloca-se ainda como essencial em função da necessidade de

previsibilidade de expectativas no ambiente regulatório;

8) apresentar-se como neutro. Trata-se da equidistância que o ente regulador deve

manter em face dos interesses regulados, incluídos aí também os interesses do Poder Público.

Corroborando as características essenciais mencionada, o Decreto nº 7.217/2010, que

regulamentou a Lei nº 11.445/2007, no inciso II do seu art. 30, especifica os aspectos

mínimos que deverão abranger as normas da entidade de regulação:

I - as metas progressivas de expansão e de qualidade dos serviços, de eficiência e de uso

racional do aterro sanitário, em conformidade com os serviços a serem prestados e os

respectivos prazos e prioridades;

II - padrões e indicadores de qualidade da prestação dos serviços, inclusive quanto ao

atendimento ao público;

III - requisitos operacionais e de manutenção dos sistemas;

IV - as condições de sustentabilidade e equilíbrio econômico-financeiro da prestação

dos serviços, em regime de eficiência, incluindo:

a) a composição de taxas e tarifas e o sistema de cobrança;

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b) os procedimentos e prazos de fixação e sistemática de reajustes e de revisões de taxas

e tarifas;

c) a política de subsídios tarifários e não tarifários;

V - medição, faturamento e cobrança de serviços tarifados;

VI - planos de contas da prestadora e mecanismos de informação, de auditoria e

certificação e de monitoramento dos custos;

VII – sistemática de avaliação da eficiência e eficácia dos serviços prestados;

VIII - mecanismos de participação e controle social das atividades de interesses dos

serviços públicos de saneamento básico;

IX - medidas a serem adotadas em situações de contingências e de emergências,

inclusive racionamento;

X - hipóteses de intervenção e de retomada de serviços delegados;

XI - penalidades a que estão sujeitos os prestadores de serviços por descumprimento dos

regulamentos;

XII – direitos e deveres dos usuários;

XIII – condições relativas à autorização, por titular ou titulares, para a contratação dos

serviços prestados mediante contratos de concessão ou de programa;

XIV – condições relativas à autorização de serviços prestados por usuários organizados

em cooperativas ou associações;

XV - relações entre prestadores de diferentes atividades de um mesmo serviço;

XVI - os resíduos sólidos originários de atividades comerciais, industriais e de serviços

que possam ser considerados assemelhados aos resíduos sólidos domiciliares;

XVII - os resíduos líquidos ou sólidos cuja responsabilidade pelo manejo seja atribuída

ao gerador em razão de norma legal e os encargos do gerador;

XVIII - as hipóteses de interrupção da prestação dos serviços públicos, limitadas a

situação de emergência ou de calamidade pública, especialmente a que coloque em risco a

saúde do trabalhador de serviço de saneamento básico ou a segurança de pessoas e bens; ou à

necessidade de efetuar reparos, modificações ou melhorias nos sistemas por meio de

interrupções programadas; e

XIX - a exigência de comunicação prévia aos usuários e ao Consórcio das interrupções

programadas da prestação de serviço.

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121

Os itens acima enumerados representam, de certa forma, uma base comum de

características das agências reguladoras federais hoje existentes (aqui trazidas à tona a título

exemplificativo).

Isoladamente, contudo, as agências apresentam diferenças relevantes atribuíveis às

características de cada setor regulado.3 Independentemente da estrutura utilizada, será

preocupação constante a criação de mecanismos de accountability e controle da entidade de

regulação. Deveras, a maior independência e autonomia geram necessidade de maior

transparência e clareza nas suas ações:

“Uma burocracia completamente autônoma, como todo poder auto-referenciado,

traz riscos à sociedade e à democracia. A discussão ganha novos contornos com os

processos de reforma do Estado, nos quais uma das principais marcas foi o repasse da

execução de atividades antes estatais a entes privados e, nesse contexto, instrumentos de

accountability precisaram ser repensados. Além disso, cada vez mais o controle e a

accountability do Estado são inseridos num contexto de ampliação dos espaços

democráticos, que precisa chegar aos cidadãos (Clad, 2000).

Apesar de existirem áreas superpostas entre controle e accountability, podemos

estabelecer uma diferenciação operacional básica entre os termos. Para o controle

assumimos a definição de Dahl e Lindblom (1971) que o consideram como a capacidade

de um ator em fazer que outro atenda às demandas daquele, pela imposição de

restrições, penalidades e incentivos. A accountability é um conceito mais amplo, que

inclui a existência de condições para os cidadãos participarem da definição e avaliação

das políticas públicas, premiando ou punindo os responsáveis (Clad, 2000). Nessas

condições deve constar a disponibilidade de informações sobre a atuação dos governos e

seus resultados, bem como a existência de instituições que permitam contestar as ações

do poder público. Assim, controle e accountability não são sinônimos, sendo o primeiro

um dos componentes do segundo, embora sejam, num regime democrático,

indissociavelmente ligados, porque não há efetivação da accountability sem a utilização

de instrumentos institucionais de controle.”

3 Segundo nos informam Marcos Vinicius Pó e Fernando Luiz Abrucio: “Apesar de haver um modelo

básico que permeia as agências reguladoras, é um equívoco partir do pressuposto que, a despeito dos

contextos políticos e históricos das burocracias e dos setores, o formato institucional e de regras

tenha levado as agências a se comportarem da mesma forma. A implantação de um modelo

institucional não leva necessariamente a resultados semelhantes, como pode ser inferido dos

resultados deste estudo.”

ABRUCIO, Fernando Luiz; PÓ, Marcos Vinicius. Desenho e funcionamento dos mecanismos de

controle e accountability das agências reguladoras brasileiras: semelhanças e diferenças. Rev. Adm.

Pública vol.40 no.4 Rio de Janeiro July/Aug. 2006.

Imprescindível, portanto, o estabelecimento de mecanismos de participação na atividade

regulatória da Agência. No tocante à participação dos usuários, vários são os mecanismos que

deverão ser analisados, tais como a instituição de comitês de usuários dos serviços; a

integração de entidades de representação de classes de usuários; a instituição da figura do

Ombudsman tanto na concessionária como no órgão regulador; a obrigatoriedade de que a

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concessionária tenha um SAC permanente e eficazmente acessível aos usuários; a instituição

de regras claras de publicidade ampla para os procedimentos da entidade de regulação; a

obrigatoriedade de Consultas e Audiências Públicas para a prática dos atos relevantes do

órgão regulador. Todos estes mecanismos, já encontradiços na legislação brasileira (vide

CDC, Lei 9.472/97, Lei 8.987/95, entre outras), deverão ser analisados e adaptados às

peculiaridades do serviço, de modo a concretizar o pressuposto de ampla participação do

usuário na atividade regulatória.

Igualmente indeclinável será a participação na entidade de regulação do Poder Público

Municipal. Esta participação deverá envolver: i) o processo de escolha dos dirigentes; ii) a

instituição de conselhos consultivos com a participação de representantes do Município; e iii)

a criação de comitês técnicos para os quais deverão ser indicados membros pelo Município,

entre outros mecanismos.

12.1.3. Modelo Institucional da Entidade de Regulação a ser Constituída

Tendo em vista o acima expendido, e do previsto na legislação de regência dos serviços

(Lei federal nº 11.445/2007 regulada pelo Decreto federal nº 7.217/2010 e Lei federal nº

12.305/2010 regulada pelo Decreto federal nº 7.404/2010), a regulação e a fiscalização dos

serviços públicos de manejo de resíduos sólidos e limpeza público do Município de

Votorantim poderão ser executadas pelo próprio Município ou podem ser delegadas a

qualquer entidade reguladora que possua competência em território do qual o Município faça

parte4.

4 - Nos termos do § 1º do artigo 23 da Lei federal nº 11.445/2007: “A regulação de serviços públicos

de saneamento básico poderá ser delegada pelos titulares a qualquer entidade reguladora constituída

dentro dos limites do respectivo Estado, explicitando, no ato de delegação da regulação, a forma de

atuação e a abrangência das atividades a serem desempenhadas pelas partes envolvidas.”

Das hipóteses mencionadas, e diante da estrutura administrativa do Poder Público do

Município de Votorantim, sugerimos a criação, por meio de lei, de uma coordenadoria, órgão

que integrará a administração municipal direta, integrada à estrutura do Gabinete do Prefeito

Municipal, que passará a ter a competência para regular e fiscalizar o sistema Municipal de

Limpeza Pública e de Manejo de Resíduos Sólidos Integrados do Município de Votorantim.

O Projeto de Lei que criará a Coordenadoria de Manejo de Resíduos Sólidos e Limpeza

Pública deverá prever que sua atuação estará balizada pela independência, observando os

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princípios da legalidade, da imparcialidade, da impessoalidade, da proporcionalidade,

competindo-lhe regular, controlar e fiscalizar os serviços de limpeza pública e de manejo de

resíduos sólidos integrados, assumindo todas as competências de: (i) zelar pela

implementação dos deveres do Poder Público Municipal, dos princípios fundamentais e das

diretrizes do Sistema de Limpeza Pública e de Manejo de Resíduos Sólidos Integrados do

Município de Votorantim; (ii) proteger os direitos dos usuários; (iii) elaborar e propor ao

Poder Executivo as políticas públicas que considerar cabíveis; (iv) elaborar periodicamente os

planos que fixem as metas de universalidade e qualidade dos serviços públicos de limpeza

pública e de manejo de resíduos sólidos urbanos; (v) expedir normas, na forma de resoluções,

quanto à outorga, prestação e fruição destes serviços, bem como para fixar as penalidades

aplicáveis aos usuários e operadores do Sistema Municipal de Limpeza Pública e de Manejo

de Resíduos Sólidos; (vi) autorizar a prestação dos serviços em regime privado e regular as

condições de interesse público que deverão ao prestador deste ser impostas; (vii) manter

cadastro público dos grandes geradores de resíduos sólidos, mediante procedimento que

regulará; (viii) deliberar e aprovar resolução estabelecendo seu regimento interno.

Reiteramos que o exercício das funções de regulação e de fiscalização por órgão

integrante da administração direta do Município de Votorantim somente será possível se este

órgão tiver independência decisória com relação ao próprio Município. Deverá, também, se

salvaguardar a transparência, a tecnicidade, a celeridade e a objetividade das decisões da

Coordenadoria de Manejo de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública, haja vista que “só é

justificável se lhe forem atribuídas competências irrenunciáveis de atuar em face do setor a

ser regulado, aplicando em concreto as medias postas à sua disposição com vistas ao

cumprimento dos objetos da regulação setorial”5.

Ou, dito de outra maneira, as decisões proferidas pela Coordenadoria de Manejo de

Resíduos Sólidos e Limpeza Pública não poderão ter sua eficácia ou validade dependentes de

órgão ou entidade externa a ela.

No Projeto de Lei que criará Coordenadoria de Manejo de Resíduos Sólidos e Limpeza

Pública do Município de Votorantim deverão estar detalhadas a composição institucional,

técnica e diretiva. Com relação à estrutura técnica da Comissão, dever-se-á prever, no

mínimo, que seu corpo seja composto por profissionais com notório conhecimento sobre os

serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

5 - AZEVEDO MARQUES, Floriano de.Discricionariedade e Regulação Setorial – O caso concreto dos atos de

concentração por regulador setorial, in O Poder Normativo das Agências Reguladoras, Alexandre Santos de

Aragão (coordenador), Rio de Janeiro, Forense, 2006, páginas 669 a 704.

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124

13. ASPECTOS FINANCEIROS

13.1. INVESTIMENTOS PREVISTOS NO PLANO

Nos últimos anos, a Prefeitura Municipal de Votorantim, através do Departamento de

Saneamento Básico e de outros órgãos da Administração Direta e de entidades da sociedade

civil, vem desempenhando essa função da melhor maneira possível, garantindo a realização

desses serviços vitais para a limpeza, embelezamento e saúde pública da cidade. A Prefeitura

tem tomado diversas iniciativas no sentido de incrementar o oferecimento dos serviços e a

consecução das finalidades públicas nele envolvidas. No entanto, todos os estudos elaborados

até então apontam numerosas deficiências na gestão urbana e, apesar da modernização de

determinados bens utilizados na prestação dos serviços, são exatamente aqueles de

investimento de longo prazo, sobretudo o aterro sanitário, que apresentam vida útil de curto

prazo. Dada a alteração do contexto da atividade no território nacional e a alteração do

contexto político, o atual modelo carece de modernização, não só para melhor atender às

necessidades dos cidadãos, como também para fomentar o aproveitamento do potencial

econômico da atividade na cidade e região.

Para que o Município possa atingir um novo patamar na gestão da Limpeza Urbana, é

necessário um montante expressivo de investimentos no setor, o qual não se realiza num curto

lapso de tempo. Pelo contrário, é cada vez mais assente a ideia de que, na área de saneamento

ambiental, os operadores dos serviços precisam de um longo prazo para amortização dos

investimentos que deles são exigidos. As dimensões do equacionamento da Limpeza Urbana

exigem recursos, os quais, quase sempre, são ressarcidos ao longo dos anos dos contratos,

com as empresas prestadoras dos serviços. O prazo de cinco anos determinado pela lei de

licitações não é suficiente para resolver a questão dos investimentos, que a Limpeza Urbana

tanto exige, tampouco permite amortizar os investimentos.

Para se ter uma ideia dos investimentos e recursos necessários a serem investidos na

Limpeza Urbana nos próximos anos, apenas como ilustração, projetou-se um contrato de

concessão administrativa – modelo PPP - dos serviços necessários para a cidade nos próximos

20 anos.

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125

13.1.1. Premissas consideradas para as simulações dos valores

Para realizar a simulação dos valores nos 20 anos utilizou-se uma metodologia de

composição de cálculo formada pelas seguintes premissas:

1) O Valor Total Mensal é a soma dos valores mensais de cada serviço;

2) O Valor Mensal de Cada Serviço é a Quantidade Mensal X Preço Unitário;

3) Preço Unitário dos Serviços: Foram calculados utilizando-se a planilha de composição

de custo padrão compatível com o conceito desenvolvido da FGV/SELUR. Os valores dos

insumos e locação de equipamentos foram atualizados com pesquisa de mercado realizada

com fornecedores e produtores. Os salários e os encargos foram atualizados de acordo com a

convenção do setor. Foram considerados investimentos estimados de forma que a

responsabilidade pela obtenção dos mesmos seja da concessionária;

4) Quantidades dos Novos Serviços: As quantidades foram calculadas para os serviços

realizados atualmente e para os outros as quantidades foram estimadas pela necessidade atual

da cidade. Podem se alterar no tempo devido às demandas dos serviços, principalmente as

equipes, produção de inertes, as quantidades de coleta, etc;

5) Investimentos: os valores dos investimentos necessários foram calculados com base

em estimativas de investimentos básicos tais como construção de células de Aterro, aquisição

de unidade de tratamento, etc. calculados através de valores obtidos em pesquisa de mercado

realizada em consulta com outras Prefeituras, fornecedores, processos de licitações em

andamento ou realizados, etc;

Abaixo são apresentadas de forma simplificada as planilhas de composição de custos dos

serviços projetados para 20 anos, contendo os investimentos necessários.

Os valores unitários refletem a aplicação do conceito de linearização dos preços unitários

para o período de 360 meses, ou seja, as despesas foram divididas sempre linearmente pelos

360 meses. Os insumos, equipamentos e mão-de-obra estão com preço atualizado até

Dez/2013.

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126

Tabela 27: Investimentos Necessários

13.2. Fluxo de Caixa dos Resíduos

Mesmo tendo a necessidade de investimentos em larga escala conforme os

estudos elaborados no capitulo 6, o atual regime de operação de resíduos sólidos e

deficitário operacionalmente. Ou seja, a receita corrente – taxa de limpeza – e

insuficiente para o custeio dos serviços.

Desta forma a possibilidade de realização dos investimentos preconizados passa

inexoravelmente pela busca de fontes alternativas de recursos financeiros.

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127

Neste sentido o estudo do fluxo de caixa apresentado a seguir demonstra a

necessidade de uma revisão das taxas cobradas em 12% para equilibrar os atuais níveis

de custeio e receita.

Resíduos - Cenário 1.

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128

Resíduos - Cenário 2.

13.3. ASPECTOS REGULATÓRIOS E MODELOS

De acordo com a Lei 11.445 de janeiro de 2007, que estabeleceu as diretrizes nacionais

do setor de saneamento básico, este é composto pelos seguintes serviços (artigo 3):

(i) Abastecimento de água potável – composto de toda a infra-estrutura necessária para o

abastecimento de água potável incluindo a captação, ligações prediais e instrumentos de

medição;

(ii) Esgotamento sanitário – atividades e estruturas para a coleta, transporte, tratamento e

disposição final de esgotos sanitários;

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129

(iii) Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos – atividades e estruturas para a coleta,

transbordo, transporte, tratamento e destino final do lixo doméstico e o decorrente da varrição

e limpeza de logradouros e vias públicas;

(iv) Drenagem e manejo de águas pluviais urbanas.

Este conjunto de serviços caracteriza-se pela essencialidade e cuja ausência tende a gerar

uma série de efeitos negativos sobre a saúde pública e o meio ambiente. Vários estudos

demonstram o elevado custo decorrente de doenças associadas a falta de saneamento básico, a

contaminação ambiental em função da disposição inadequada dos resíduos, com impactos

negativos sobre a atividade econômica e a geração de emprego e renda, entre outros aspectos.

Estas são as chamadas externalidades negativas decorrentes da provisão inadequada desses

serviços.

Além da importância dos serviços uma série de especificidades está associada à provisão

desses serviços. Os ativos associados a estes serviços possuem alta especificidade com difícil

redirecionamento para outra atividade, o que implica a necessidade de um correto

dimensionamento dos investimentos necessários, problemas técnicos e de informação exigem

uma ampla regulação técnica sobre a qualidade do serviço prestado; entre outros fatores que

limitam a possibilidade de concorrência e resultam em economias de escala para os serviços.

Isto faz com que esses serviços sejam caracterizados como Serviços de Utilidade Pública

em que a universalidade dos serviços (garantir o acesso a toda população) e a qualidade

técnica são fundamentais. Como tal, as receitas devem ser suficientes para cobrir os custos

dos serviços e possibilitar os investimentos necessários na expansão dos serviços e na

manutenção dos mesmos e a cobertura de toda a população.

A Constituição define que a responsabilidade pela provisão dos diversos serviços de

saneamento – água, esgoto e limpeza urbana - é dos municípios. Esses serviços podem ser

providos diretamente pelo setor público, seja pela administração direta ou por meio de

autarquias e empresas públicas; ou serem transferidas ao setor privado, seja por meio de

concessões ou de contratação de serviços de terceiros (terceirização).

O setor se ressentiu ao longo de vários anos da ausência de leis específicas que

definissem as regras para a provisão dos diferentes serviços. A Lei do Saneamento só foi

aprovada em 2007 e prevê alguns aspectos essenciais, dentre os quais cabe destacar a

titularidade dos municípios nos serviços de saneamento, a responsabilidade pela busca da

universalização dos serviços e o equilíbrio econômico e financeiro dos contratos.

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No caso dos resíduos sólidos a lei específica só foi aprovada em agosto de 2010, Lei nº

12.305 (Lei dos Resíduos Sólidos). Esta lei estabelece uma série de princípios e objetivos,

dentre os quais se podem destacar: (i) a visão sistêmica na gestão dos resíduos (econômica,

social, ambiental, tecnológica e saúde pública); (ii) a precaução com a saúde pública; não

geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como

disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos; (iii) gestão integrada de resíduos

sólidos; (iv) regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da prestação dos

serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, com adoção de

mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a recuperação dos custos dos serviços

prestados, como forma de garantir sua sustentabilidade operacional e financeira; entre

outros aspectos relacionados ao estímulo a reciclagem, ao acompanhamento do ciclo de vida

do produto; à redução da geração de resíduos, estímulo a formação e desenvolvimento das

cooperativas de catadores e sua inclusão nos programas de coleta seletiva e reciclagem;

estímulo a formação de consórcios para viabilizar a escala econômica de determinados

investimentos, entre outros objetivos.

Algumas determinações da lei devem ser destacadas, aquela que prevê o fim dos lixões

para 2014 e a implantação dos sistemas de logística reversa em determinados setores:

lâmpadas, eletrônicos, embalagens, pilhas, etc. Deve-se destacar a preocupação da lei com a

redução da geração, a reciclagem, o reuso dos resíduos; a correta disposição dos mesmos e a

implantação do princípio do poluidor-pagador, em que o responsável pela geração do resíduo

deve pagar pelo mesmo. Deverá haver cooperação entre os diferentes entes da federação seja

na elaboração dos seus respectivos seus Planos de Resíduos Sólidos, seja na implantação dos

instrumentos, na realização do investimento e no financiamento dos serviços.

Percebe-se que tanto a Lei de Concessões dos Serviços Públicos de 1995 como as leis de

Saneamento e Resíduos Sólidos e a de PPPs destacam a importância do equilíbrio

econômico-financeiro dos contratos. Isto faz com que os contratos devam ser revistos sempre

que ocorrerem mudanças decorrentes de custos mais elevados, perda de receitas,

redimensionamento de investimentos, entre outros fatores que possa sacrificar o equilíbrio dos

contratos e a prestação dos serviços. Assim, reavaliações periódicas de contratos visando à

adequação das receitas aos custos de provisão dos serviços são necessárias para garantir a

continuidade dos mesmos dentro dos critérios de qualidade técnica requerida e de

universalização.

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Estudo do Banco Mundial mostra que a revisão de contratos de concessões e de PPPs é

bastante comum em todas as regiões do mundo, seja em países desenvolvidos ou em

desenvolvimento. Estas decorrem tanto das incertezas relacionados a contratos de longo prazo

e dificuldades em prever todos os riscos de mercado e operacionais, como em função de

alterações regulatórias que afeta o desempenho dos mesmos. Estes aspectos mostram a

incompletude dos contratos de concessão e PPPs frente à ampla variedade de situações e

incentivos aos quais estão sujeitos e que não se consegue incorporar aos contratos (Guasch,

2007). De qualquer modo revisões periódicas devem ser previstas e não devem ser

consideradas como meros erros. A sua importância é reduzir os riscos de investimentos tão

necessários para a qualidade de vida e que com maiores riscos tenderiam a ser mais caros,

com a exigência de maiores retornos, e/ou seriam realizados em menor magnitude limitando o

acesso aos serviços.

Como o principal objetivo nas concessões e PPPs é alcançar o objetivo público de

qualidade e quantidade de serviços com o menor custo seja em termos de tarifa ou de

pagamentos do setor público, os contratos devem gerar incentivos para que os provedores

busquem as melhores tecnologias e o menor custo. Neste sentido a definição do escopo de

serviços, das formas de remuneração e dos mecanismos de reajuste e revisão tarifária, entre

outros aspectos são de extrema importância. Vale destacar, que a realização de uma concessão

ou de uma PPP não exime o setor público da responsabilidade de prover os respectivos

serviços.

O setor público está delegando ao parceiro, mas ainda deve regular e fiscalizar o

cumprimento dos contratos.

Um risco muito comum em contratos com o setor público é o risco político e o de atrasos

nos pagamentos. Assim, os contratos também podem prever mecanismos para mitigar esses

riscos; como por exemplo, a constituição de fundos de garantia de pagamentos, contas

vinculadas (tarifas ou taxas vinculadas ao pagamento de determinados serviços), entre outros

mecanismos. Note-se que tanto a construção de garantias como a possibilidade de revisão de

contratos frente a ocorrência de desequilíbrios tendem a gerar amplos benefícios ao Estado e

aos cidadãos pela redução do risco e com isso do retorno exigido, reduzindo os custos dos

serviços prestados e ampliando a eficiência.

Os serviços de utilidade pública podem ser providos diretamente pelo Estado ou por meio

do setor privado seja com concessões, PPPs ou contratações do setor público. O essencial

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132

nesses serviços é buscar a qualidade do atendimento e o maior acesso possível nas melhores

condições possíveis. Diversas características desses segmentos justificam a presença do setor

público, direta ou indiretamente: especificidade de ativos, restrições à concorrência;

economias de escala e escopo no oferecimento dos serviços; externalidades associadas aos

serviços, em especial sobre o meio ambiente e a saúde pública; características de bem público

em alguns serviços, entre outros. Dessa forma estes serviços requerem investimentos

constantes e, em geral, elevados; continuidade e eficiência nos serviços; modicidade de

custos. A responsabilidade pública requer então que se garanta a realização de investimentos

necessários, independente da capacidade fiscal do estado e que os serviços sejam providos de

forma eficiente ao menor custo possível. O alcance desses objetivos pode se dar com

diferentes formas de provisão, em cada contexto haverá uma mais adequada de acordo com a

capacidade financeira do setor público, a presença de empresas privadas capacitadas a prover

os serviços, entre outras variáveis que poderão determinar a forma mais eficiente.

13.4. CONTEXTO SETORIAL

Dentre os serviços de utilidade pública no país, o saneamento básico, em seus diferentes

serviços, é um dos que apresentam maiores deficiências. Este quadro resulta de profunda

retração dos investimentos nas últimas décadas em função do esgotamento da capacidade de

investimento do setor público em suas diferentes esferas e pela demora na aprovação das leis

específicas do setor. Com isso, a participação privada no setor é relativamente menor do que

em outros serviços como energia, telecomunicações e transporte. Deve-se destacar também

que este setor acaba sendo o mais social dentre os serviços públicos o que resulta em

resistências políticas e restrições a uma gestão mais profissional (Foster, 2002).

Os desafios impostos tanto pela Lei de Saneamento como pela Lei de Resíduos Sólidos

são bastante amplos para o país, o que exigirá tanto um montante de investimentos elevados

como a disponibilização de quadros técnicos qualificados para a sua implantação. Além disso,

a imposição de novos serviços e objetivos, por exemplo, a logística reversa combinada com o

princípio do poluidor pagador, implicará na elevação de custos para diversos atores

econômicos.

Alguns indicadores podem mostrar os desafios colocados para o setor de saneamento

básico no Brasil. Em relação à água e esgoto, por exemplo, a Pesquisa Nacional de

Saneamento Básico de 2008 mostra que:

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133

(i) 2495 municípios brasileiros não possuem rede de esgoto, 33 não possuem rede de

água;

(ii) Apenas 78 % dos domicílios brasileiros estão conectados à rede de água e 44% à rede

de esgoto (apenas os estados de SP, MG e DF possuem mais de 50% dos domicílios

conectados), com isso, 34,8 milhões de pessoas não possuem acesso a rede de esgoto;

(iii) Apenas 28,5% dos municípios possuem tratamento de esgoto e somente 68% do

esgoto coletado é tratado (o tratamento se coloca nos municípios maiores);

(iv) Os déficits de acesso à água e rede de esgoto se concentram, principalmente nos

municípios do Norte e Nordeste, municípios com população reduzida, baixa taxa de

urbanização e baixa renda per capita.

(v) A provisão dos serviços de água e esgoto é feito principalmente por meio das

Companhias estaduais de saneamento básico, que provêm serviços e vários municípios de um

mesmo estado por meio de concessões, seguido por alguns provedores locais públicos

(departamentos, autarquias, empresas municipais) e ainda poucos provedores privados;

(vi) O investimento no setor é muito restrito tanto pela baixa capacidade financeira dos

provedores (vários indicadores de eficiência que resultam em baixa geração de excedente);

restrições ao endividamento para provedores públicos e baixa participação privada;

(vii) Nos municípios que optaram por provisão privada tem-se verificado maiores taxas

de investimento, ampliação da cobertura dos serviços e ganhos de eficiência;

Vale destacar que a deficiência dos serviços de água e esgoto geram uma série de custos

econômicos. Verifica-se uma maior incidência de doenças infecciosas nos municípios com

deficiências nos serviços ampliando os custos da saúde; a frequência escolar é menor nesses

municípios assim como os indicadores de evasão escolar; problemas de saúde são uma das

principais causas de falta ao trabalho com redução da produtividade e da remuneração, entre

outros aspectos, que mostram os elevados benefícios econômicos dos investimentos no setor6.

6 - A esse respeito ver estudo do Instituto Trata Brasil, www.tratabrasil.org.br, sobre os

benefícios dos investimentos em saneamento básico.

No que tange aos resíduos sólidos alguns outros aspectos devem ser mencionados. Como

destacado a provisão é de responsabilidade municipal que pode fazê-lo por diferentes arranjos

institucionais. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento, 61% dos municípios

realizam a provisão por meio da Administração Direta, 4% por meio de autarquias e empresas

públicas e 35% por meio de concessões ou terceirizações para empresas privadas. Deve-se

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destacar que a maior participação privada tende a se dar nos municípios maiores e

principalmente nas regiões Sul e Sudeste.

Na maior parte dos municípios brasileiros existe a coleta regular dos resíduos no caso dos

domicílios, em apenas 2 não se verifica a presença dos serviços. Verificam-se algumas

deficiências no caso de resíduos da saúde, tanto na regularidade da coleta, como,

principalmente na qualidade dos serviços e na existência de uma provisão específica para os

mesmos. Mas, a principal dificuldade do setor refere-se à disposição dos resíduos e a coleta

seletiva e reciclagem. No caso brasileiro, 50,8% dos municípios brasileiros destinam seus

resíduos para lixões ou vazadouros a céu aberto; 22,5% para aterros controlados, que em

muitos casos são totalmente inadequados, e apenas 27,7% direcionam para aterros sanitários.

Mesmo no estado de São Paulo, o mais rico do país, 7,6% dos municípios destina para

lixões.

Percebe-se que no país 72% dos municípios (mais de 4000) encontra-se em situação

inadequada. O mapa a seguir mostra como está a questão da destinação de resíduos sólidos no

país.

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Vale destacar que a situação é muito melhor que a verificada no começo do século, nos

anos 2000, mas nos permite dimensionar os enormes desafios e os elevados investimentos que

deverão ser feitos para adequar esta situação no prazo estipulado pela Lei dos Resíduos. A

dificuldade é ainda maior se considerarmos os seguintes aspectos:

(i) a maior parte da provisão é feita pelas Administrações Diretas Municipais que

possuem baixa capacidade de investimentos em função do elevado comprometimento das

receitas e das restrições ao endividamento colocadas pela Lei de Responsabilidade Fiscal

(LRF) e pelas resoluções de contingenciamento de crédito ao setor público;

(ii) em torno de 50% dos municípios cobra pelos serviços de manejo de resíduos sólidos,

a maior parte no próprio IPTU, mas as receitas geradas para a cobertura dos serviços na maior

parte dos casos são insuficientes;

(iii) o montante de investimentos necessários para adequar a destinação é muito elevado e

os aterros tendem a apresentar economias de escala, isto é, de acordo com a questão

tecnológica, o custo unitário tende a decrescer com o aumento do volume e, portanto, da

população;

(iv) quando se observa as carências no país estas tendem a se concentrar nas regiões de

menor densidade demográfica, municípios de menor porte, menor renda, para os quais

soluções consorciadas devem ser buscadas, isto é, realizar um investimento de maior

dimensão que atenda um número maior de municípios;

(v) os investimentos ainda tendem a ser maiores se considerarmos a necessidade de

recuperação das áreas contaminadas pela destinação inadequada do passado;

(vi) a correta destinação, a eliminação dos impactos negativos existentes e a implantação

de novos serviços (coleta seletiva, unidades de tratamento, reciclagem e reaproveitamento)

deverão ampliar de forma significativa os custos dos serviços, o impacto orçamentário e,

eventualmente, as taxas sobre a população; vale destacar, que muitos estudos mostram que a

provisão por meio de empresas privadas resulta em ganhos de eficiência superiores a 50%

podendo compensar parte do impacto.

Uma das dificuldades associadas a este quadro é que os resíduos sólidos tendem a

assumir uma elevada importância nos orçamentos municipais, em alguns casos representa

mais de 20% do total das despesas.

Os orçamentos municipais encontram-se bastante pressionados também por outras

despesas gerais como a necessidade de ampliar a qualidade da educação, tendências

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demográficas de envelhecimento populacional e maiores gastos de saúde, entre outros. Mas

deve-se destacar que os investimentos no melhor manejo de resíduos sólidos,

semelhantemente aos em água e esgoto, tendem a gerar uma série de benefícios econômicos

relacionados a menor incidência de doenças, atração de novas atividades econômicas,

fortalecimento do turismo, redução de custos ambientais, entre outros.

Assim, são investimentos cuja taxa de retorno social é extremamente elevada,

justificando a busca de recursos para a implantação dessas políticas.

A lei de resíduos sólidos no Brasil demanda vários serviços e amplas melhorias na

provisão de serviços além de permitir instrumentos bastante modernos para a gestão: foco na

redução, reciclagem e reuso dos resíduos por meio de incentivos a melhor gestão, princípio do

poluidor pagador, educação ambiental, políticas sociais, entre outros.

Prevê-se uma maior diversidade de instrumentos ao poder público, incentivo a gestão

integral dos serviços, incentivos ao reaproveitamento e geração de receitas acessórias, ganhos

de produtividade, entre outros. Os municípios podem se valer de diferentes mecanismos de

cobrança, beneficiar-se de consórcios para alcançar escala e eficiência, diferentes mecanismos

de interação com o setor privado.

É dentro deste escopo que se insere esta proposta; desenvolver um modelo de provisão de

serviços de limpeza urbana para o município de Votorantim, que amplie a qualidade e a

abrangência dos serviços prestados, com maior eficiência e menor custo para a

municipalidade. Busca-se incentivar o uso de tecnologias modernas e as melhores práticas do

ponto de vista ambiental e social.

13.5. MODELO PARA A GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM

VOTORANTIM

Conforme destacado no Diagnóstico, o município de Votorantim destaca-se pela sua

renda per capita, pelo nível educacional da população, qualidade e quantidade dos serviços de

saúde, infraestrutura municipal, entre outros aspectos. O forte dinamismo econômico do

município decorre tanto da produtividade do agronegócio regional centrado no setor

sucroalcooleiro como do fato de ser o polo comercial e de prestação de serviços de uma

região dinâmica. A economia municipal e regional gira em torno do comércio e da prestação

de serviços qualificados na área de educação, saúde, entre outros, além de alguns ramos

industriais com destaque para a área de saúde humana e animal.

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As perspectivas para o município e região nos próximos anos são bastante favoráveis.

Vários fatores sinalizam que as principais atividades econômicas continuarão crescendo em

ritmo acelerado. A crescente preocupação com as questões ambientais e com a emissão de

gases efeito estufa faz com que a demanda por etanol e bioenergia continuem a crescer no

futuro mantendo preços elevados e aumento da produção. Os investimentos em novas plantas

produtivas e a expansão das áreas agrícolas gerarão forte demanda por máquinas e

equipamentos agrícolas além de equipamentos industriais contribuindo para o fortalecimento

da indústria regional fornecedora do setor.

O processo de envelhecimento populacional e de ampliação da expectativa de vida

tende a ampliar a demanda por serviços de saúde e estimular o desenvolvimento de novas

tecnologias de tratamento. Tanto por ser um pólo de serviços como por possuir uma forte

indústria voltada para produtos de saúde a economia municipal tende a se beneficiar com esse

processo. O setor educacional, em especial, o ensino médio e superior, também deve

apresentar desempenho favorável em função de mudanças demográficas, melhorias na

educação básica e novas características do mercado de trabalho. O rápido avanço nos

indicadores de matrícula no ensino fundamental e as políticas voltadas para ampliar o número

de alunos no ensino superior tende a favorecer o município que se constitui um importante

pólo educacional com forte atração de estudantes de todas as regiões do país.

Com este quadro, Votorantim apresenta uma ampla base tributária que tende a crescer

ainda mais, com significativo potencial de geração de receita para a prefeitura credenciando-a

a oferecer serviços públicos de qualidade. No caso da limpeza urbana, como destacado, o

município consta com diversos contratos voltados para a provisão dos serviços fragmentados

em diversos prestadores. A mencionada fragmentação resulta em custos administrativos

excessivos e baixa eficiência por não possibilitar aos provedores se beneficiar das economias

de escala e escopo presentes nos serviços. A falta de coordenação dos serviços, as

dificuldades associadas à fiscalização e acompanhamento dos diferentes contratos, os prazos

diferenciados entre os contratos, as formas de pagamento e os riscos envolvidos desestimulam

a adoção de melhores tecnologias e maior eficiência pelos provedores.

O conjunto de contratos existentes tem gerado uma despesa de aproximadamente R$ 10

milhões no ano. O gasto efetivo em Votorantim é um pouco superior ao valor mencionado dos

contratos, pois estes contemplam apenas as despesas contratadas do Departamento de

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Limpeza Urbana, existem alguns outros contratos em outras secretarias assim como alguns

serviços que não são terceirizados.

Além da coleta, o transporte e destinação final dos resíduos também apresentam um

custo relativamente menor no município. O custo por tonelada tem se situado na faixa de

R$76,00 enquanto a média de municípios semelhantes tem sido da ordem de R$ 109,00. Ou

seja, se tomarmos o serviço completo de coleta, transporte e destinação, o preço de

Votorantim é da ordem de R$ 128,00 por tonelada enquanto o de municípios semelhantes

encontra-se na faixa de R$200,00; isto é, quase 38% superior ao do município. Na gestão dos

resíduos da saúde também se observa uma situação mais favorável para o município.

Vale destacar, que parcela dessa situação favorável pode refletir defasagens de preço e

não apenas maior eficiência. A renovação dos contratos atuais por si só, deverá gerar uma

elevação dos custos em torno de 20% no total das despesas, ou seja, mantido os mesmos

serviços atuais deverá ocorrer um aumento do valor dos contratos em função das defasagens

existentes. Essas diferenças decorrem, essencialmente, de uma forte elevação dos salários nos

últimos anos que tem crescido muito acima dos índices de preços, em função do momento

favorável da economia brasileira, que tende a gerar forte impacto nos custos, em especial de

setores intensivos em mão de obra como a limpeza urbana.

A seguir, apresentamos um comparativo de preços praticados no município em relação a

outros. Os dados apresentados referem-se ao valor atualizado pelo IPCA dos preços que

constavam nos editais dos referidos serviços; os preços praticados hoje pelo prestador e o

preço médio em cidades semelhantes (40 a 800 mil habitantes das regiões Sul e Sudeste) de

acordo com o levantamento do Ministério das Cidades.

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Se tomarmos como referência os preços do SNIR apenas para os serviços nos quais se

dispõe de informações nesta base, observa-se que o custo seria da ordem de 75% maior que os

praticados, ou seja, as despesas em Votorantim são significativamente menores que no resto

do país. Destaca-se o menor custo da coleta, transporte, destinação de resíduos domiciliares e

varrição que correspondem, em geral, aos principais componentes de custos dos serviços de

limpeza urbana.

A tabela acima apresenta apenas uma parcela dos serviços prestados para os quais

existem informações disponíveis no SNIR. Mas, a melhor situação do município também

pode ser verificada pelos gastos totais por habitante que é significativamente mais baixo em

Votorantim.

Conforme destacado, o município tem gasto em torno de R$ 9 milhões por ano com

Resíduos Sólidos Urbanos, além da Saúde e Construção Civil, o que gera uma despesa per

capita da ordem de R$73,00 considerando uma população na faixa dos 131 mil habitantes. De

acordo com o último panorama do setor realizado pela ABRELPE (Associação Brasileira de

Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) em 2010, a média de gastos nos

municípios brasileiros era de R$119,00 e nos do Sudeste era de R$ 138,00.

O custo por habitante no município é inferior ao de regiões caracterizadas por coleta

irregular dos serviços e destinação totalmente inadequada de serviços na forma de lixões.

Além disso, se considerarmos que a renda per capita do município está muito acima da média

nacional, verifica-se que o peso das despesas com resíduos no orçamento domiciliar está

muito aquém de outras localidades do país.

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Mas, conforme destacado no diagnóstico, o município ainda apresenta uma série de

deficiências que deverão ser atacadas. Entre os problemas verificados no município destaca-se

a baixa presença da coleta seletiva, tanto no que diz respeito aos bairros atendidos na coleta

porta a porta como na disponibilidade de pontos para entrega voluntária. Assim, dever-se-á

ampliar este serviço. Outra dificuldade refere-se aos resíduos da construção civil, em especial

de pequenos geradores, tornando-se necessária a expansão de ecopontos para a disposição

desses resíduos. Outro aspecto a ser destacado é a necessidade de uma correta destinação do

conjunto de resíduos da construção civil que, em muitos casos, são despejados de forma

inadequada.

A ampliação desses serviços e a melhora dos indicadores de reciclagem e reutilização

de resíduos dependem de um amplo programa de educação ambiental que estimule um maior

envolvimento da sociedade. Outros programas que deverão ser incorporados referem-se à

recuperação dos passivos ambientais gerados por problemas acumulados ao longo dos anos

em função da disposição inadequada dos resíduos; o aproveitamento energético do biogás e de

resíduos, os centros de triagem de materiais, entre outros.

Mesmo em alguns serviços já oferecidos o grau de cobertura mostra-se insuficiente.

Destaca-se nesse sentido a varrição, o corte de grama, poda de árvores, manutenção de

parques e jardins; limpeza de terrenos, entre outros. No caso destes serviços é importante

preservar as metas de prestação de serviço sem oscilações nas ordens de serviço em função da

disponibilidade de recursos.

O município tem apresentado um elevado crescimento econômico nos últimos anos e

uma elevada taxa de crescimento demográfico. Assim, tanto pelo aumento populacional como

pelo aumento da renda deverá ocorrer uma grande ampliação nos serviços a serem prestados:

maior geração de resíduos, ampliação das ruas e avenidas a serem varridas, criação de novas

áreas de lazer, parques e jardins; aumento das áreas verdes do município e das árvores nas

principais vias, entre outros. Os serviços de saúde e seus resíduos deverão continuar com um

forte crescimento. A expansão imobiliária deverá manter a trajetória ascendente de resíduos

da construção civil, enfim, os serviços de limpeza urbana deverão ter uma forte expansão nos

próximos anos.

Percebe-se, portanto, que os investimentos necessários e os custos decorrentes da

provisão de uma gestão integral de resíduos sólidos no município resultarão em ampliação das

despesas municipais. Mas, deve-se destacar que os benefícios econômicos e sociais gerados

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tendem a superar esses custos em termos de melhora da qualidade de vida, benefícios

ambientais, impactos na saúde, entre outros fatores. Uma questão relevante para determinar as

condições em que os serviços serão prestados é a situação das finanças públicas municipais.

14. PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES

14.1. PLANO DE AÇÕES PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Com o propósito de prover as informações e procedimentos necessários para o

desenvolvimento das ações voltadas ao Licenciamento Ambiental, da estrutura a ser

implantada no município de Votorantim, assim como para dar atendimento à disposição e

tratamento adequado dos resíduos sólidos gerados no território municipal, o presente plano

identifica e determina estas ações, de forma a atender a legislação ambiental em vigor. As

ações apresentadas na sequência estão agrupadas por tipologia/grupo de resíduos, conforme

tabela abaixo, que exibe, para melhores visualização e entendimento, as ações para o

licenciamento ambiental.

Para dar atendimento ao processo de licenciamento ambiental das estruturas a serem

implantadas, conforme apresentadas acima, são detalhados a seguir os procedimentos

necessários á obtenção das licenças ambientais em suas diversas etapas, quais sejam: Licença

Prévia L.P, Licença de Instalação L.I e Licença de Operação L.O.

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14.2. ESTRUTURAS A SEREM IMPLANTADAS

14.2.1. Central para o Recebimento dos Resíduos Sólidos Provenientes da Coleta

Domiciliar/Sistema de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos.

Para uma nova central de recebimento de resíduos em Votorantim, o empreendimento

estará sujeito ao licenciamento ambiental com Avaliação de Impacto Ambiental. Os estudos

necessários á obtenção das licenças ambientais deverão ser iniciados, através de consulta

prévia a CETESB, via Diretoria De Avaliação De Impacto Ambiental, Departamento de

Avaliação Ambiental de Empreendimentos, em atendimento à Resolução SMA -54, de

30/11/2004 e decreto estadual 47.397/2002. Decorrente da Central a ser implantada para

atender a população do município de Votorantim, o instrumento para a obtenção da Licença

Prévia, que constitui a licença que atesta a viabilidade ambiental do empreendimento, deverá

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ser o EIA - Estudo de Impacto Ambiental e respectivo RIMA - Relatório de Impacto

Ambiental. As atividades pertinentes ao desenvolvimento deste estudo são:

• Elaboração de Termo de Referência para a elaboração do EIA;

• Protocolo do Termo de Referência na CETESB;

• Realização de Audiência Pública para a discussão do Termo de Referência;

• Obtenção do Plano de Trabalho junto á CETESB;

• Contratação do Estudo de Impacto Ambiental;

• Elaboração do Estudo de Impacto Ambiental;

• Apresentação dos resultados do Estudo de Impacto Ambiental em Audiência Pública;

• Apresentação do Estudo de Impacto Ambiental para o Conselho Estadual do Meio

Ambiente;

• Obtenção da L.P licença Prévia;

• Atendimento aos requisitos estabelecidos na Licença Prévia para a obtenção da L.I -

Licença de Instalação;

• Elaboração do Projeto Básico Ambiental;

• Requerimento e Obtenção da Licença de Instalação.

Somente após a obtenção da Licença de Instalação é que a Central para o Recebimento

dos Resíduos Sólidos Provenientes da Coleta Domiciliar/Sistema de Tratamento de Resíduos

Sólidos Urbanos poderá ser implantada.

Após a implantação desta Central deverá ser requerida junto á CETESB, a L.O Licença

de Operação.

Os mesmos procedimentos deverão ser adotados para o licenciamento ambiental dos

Sistemas de Tratamento de Resíduos Sólidos Industriais, associados ou não a Instalações

Industriais e do Aterro Industrial e Co-Disposição.

14.2.2. Transbordo de Resíduos Sólidos Domiciliares

A implantação desta estrutura constitui empreendimento sujeito ao licenciamento

ambiental em obediência a Resolução SMA 56 de 10 de junho de 2010. O processo deverá ser

iniciado junto a Agência Ambiental da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo –

CETESB, com a apresentação do Memorial de Caracterização do Empreendimento (MCE) ou

de estudos ambientais simplificados.

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O processo deve ser acompanhado da Certidão de Uso e Ocupação do Solo, expedida

pela Prefeitura de Votorantim, emitida, no máximo, até 180 dias antes da data do pedido da

licença e em conformidade com o parágrafo 1o do artigo 10 da Resolução CONAMA

237/1997. Da mesma forma a Prefeitura de Votorantim, deverá emitir a manifestação do

órgão ambiental municipal, nos termos da Resolução SMA 22/2009 em conformidade com o

artigo 5º e Resolução CONAMA 237/1997.

14.2.3. Sistemas de Transbordo, Tratamento e Disposição Final de Resíduos de

Serviços de Saúde

A implantação desta estrutura constitui empreendimento sujeito ao licenciamento

ambiental em obediência a Resolução SMA 56 de 10 de junho de 2010. O processo deverá ser

iniciado junto a Agência Ambiental da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo –

CETESB, com a apresentação do Memorial de Caracterização do Empreendimento (MCE) ou

de estudos ambientais simplificados.

O processo deve ser acompanhado da Certidão de Uso e Ocupação do Solo, expedida

pela Prefeitura de Votorantim, emitida, no máximo, até 180 dias antes da data do pedido da

licença e em conformidade com o parágrafo 1o do artigo 10 da Resolução CONAMA

237/1997. Da mesma forma a Prefeitura de Votorantim, deverá emitir a manifestação do

órgão ambiental municipal, nos termos da Resolução SMA 22/2009 em conformidade com o

artigo 5º e Resolução CONAMA 237/1997.

(i) 2.4. Aterros de Resíduos Sólidos da Construção Civil Classificados como Classe A

pela Resolução CONAMA 307/2002 e de Resíduos Sólidos Classe IIB, conforme NBR

10.004 da ABNT.

A implantação desta estrutura constitui empreendimento sujeito ao licenciamento

ambiental em obediência a Resolução SMA 56 de 10 de junho de 2010. O processo deverá ser

iniciado junto a Agência Ambiental da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo –

CETESB, com a apresentação do Memorial de Caracterização do Empreendimento (MCE) ou

de estudos ambientais simplificados.

O processo deve ser acompanhado da Certidão de Uso e Ocupação do Solo, expedida

pela Prefeitura de Votorantim, emitida, no máximo, até 180 dias antes da data do pedido da

licença e em conformidade com o parágrafo 1o do artigo 10 da Resolução CONAMA

237/1997. Da mesma forma a Prefeitura de Votorantim, deverá emitir a manifestação do

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145

órgão ambiental municipal, nos termos da Resolução SMA 22/2009 em conformidade com o

artigo 5º e Resolução CONAMA 237/1997.

14.2.4. Usina de Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição

A implantação desta estrutura constitui empreendimento sujeito ao licenciamento

ambiental em obediência a Resolução SMA 56 de 10 de junho de 2010. O processo foi

iniciado junto a Agência Ambiental da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo –

CETESB, com a apresentação do Memorial de Caracterização do Empreendimento (MCE) e

estudos ambientais simplificados.

Atualmente, no ano de 2014, a Prefeitura de Votorantim estabeleceu uma parceria com

a Empresa Votorantim Cimentos Ltda, para implantar o aterro de resíduos inertes localizado

na Rodovia Raimundo Antunes Soares, Km 105, Bairro Jurupará. A Prefeitura já tornou

público o requerimento de Licença Prévia (LP) e recebeu a Licença Prévia Nº 6002741 da

Companhia Estadual De Tecnologia de Saneamento Básico e Controle de Poluição das Águas

(CETESB). Há previsão de início das instalações para o final do ano de 2014, estando apenas

aguardando a Licença de Instalação (LI) e outras manifestações da CETESB.

O processo foi acompanhado da Certidão de Uso e Ocupação do Solo, expedida pela

Prefeitura de Votorantim, emitida, no máximo, até 180 dias antes da data do pedido da licença

e em conformidade com o parágrafo 1o do artigo 10 da Resolução CONAMA 237/1997. Da

mesma forma a Prefeitura de Votorantim, deverá emitir a manifestação do órgão ambiental

municipal, nos termos da Resolução SMA 22/2009 em conformidade com o artigo 5º e

Resolução CONAMA 237/1997.

14.3. PRAZOS PARA O PROCESSO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL

O processo de licenciamento ambiental que precede o início de qualquer atividade

relacionada à gestão dos resíduos sólidos gerados no município de Votorantim deve ser

conduzido com a antecedência devida, uma vez que podem impactar muito os prazos

previstos para a implantação das estruturas necessárias ao atendimento à disposição e

tratamento adequado dos resíduos sólidos gerados.

Os prazos estimados para a obtenção das licenças ambientais são abaixo apresentados

no considerando a obtenção das licenças Prévia e de Instalação. Para todos os

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empreendimentos previstos, para a obtenção da L.O - Licença de Operação, que somente será

solicitada após a conclusão dos mesmos, deve se prever o prazo de 02 meses para a obtenção

da mesma.

14.4. UTILIZAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS NO TRATAMENTO DE

RESÍDUOS SÓLIDOS

Os rejeitos domiciliares, ou seja, o mínimo acumulado após serem procedidos os

devidos encaminhamentos dos materiais recicláveis e certa parcela de matéria orgânica para

composteiras, poderiam ter como possíveis alternativas de destinação adotadas pelo município

a utilização de novas tecnologias de gerenciamento de resíduos sólidos.

As novas tecnologias para a gestão de resíduos sólidos mais aceitas e viáveis para o

Município de Votorantim, podem ainda gerar energia elétrica e material inerte destinados à

reutilização por indústrias, na construção civil ou na pavimentação de vias rurais.

Considerando que entre as metas estabelecidas para os “serviços de coleta” de resíduos

domiciliares será buscado o atendimento de 100% da população, entende-se que esta condição

irá se refletir na obrigatoriedade de, também, se promover uma destinação adequada, em

equipamento público, privado ou em parceria público-privada (PPP), em consórcio

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intermunicipal ou não, devidamente licenciado, para os 100% dos resíduos domiciliares

coletados.

É importante informar que a Lei Municipal Nº 825/90 autoriza o executivo a participar

de consórcios intermunicipais. E desde o mês de julho de 2014, a Prefeitura Municipal de

Votorantim, por meio do Programa Municipal de Parcerias Público-Privadas (PPPs) pode atrair

investimentos da iniciativa privada para a concretização de obras ou projetos de interesse

municipal.

15. INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO, CONTROLE E MONITORAMENTO

COMO MODELO E PROPOSTA DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE

PARA A GESTÃO DE RSU.

De uma maneira geral, dentre os indicadores relacionados aos resíduos sólidos urbanos,

o mais utilizado no Brasil e no mundo é o da quantidade gerada de resíduos/habitante/unidade

de tempo. Outro indicador largamente medido se refere à recuperação de resíduos municipais,

percebido como o conjunto de operações (reciclagem, reutilização ou compostagem) que

permitem o aproveitamento total ou parcial dos resíduos.

No presente estudo será utilizado, de forma “referencial”, o conjunto de 12 indicadores

de sustentabilidade específicos para a gestão de RSU, propostos por MILANEZ (2002). De

acordo com POLAZ & TEIXEIRA, (2008), aquele autor obteve uma lista abrangente de

indicadores após uma ampla pesquisa à bibliografia nacional e internacional sobre os

indicadores associados à gestão de RSU, comumente utilizados para monitorar e avaliar o

desempenho de políticas institucionais.

Ainda segundo POLAZ & TEIXEIRA, (2008), numa segunda etapa, Milanez definiu 11

princípios de sustentabilidade específicos para resíduos, sendo que, para um deles (respeito ao

contexto local), não foi definido um indicador. Em seguida, ordenou e comparou os indicadores

obtidos na literatura que, então, sofreram um processo de seleção e ajustes.

Os critérios levados em consideração pelo autor para a escolha dos indicadores foram:

coerência com a realidade local, relevância, clareza na comunicação, construção e

monitoramento participativo, facilidade para definir metas, consistência científica,

acessibilidade dos dados, confiabilidade da fonte, sensibilidade a mudanças no tempo,

preditividade e capacidade de síntese do indicador.

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Os 12 temas para os quais houve a proposição de indicadores foram:

(1) assiduidade dos trabalhadores do serviço de limpeza pública;

(2) existência de situações de risco à saúde em atividades vinculadas à gestão de RSU;

(3) postos de trabalho associados à cadeia de resíduos apoiados pelo poder público;

(4) canais de participação popular no processo decisório da gestão dos RSU;

(5) realização de parcerias com outras administrações públicas ou com agentes da

sociedade civil;

(6) acesso da população às informações relativas à gestão dos RSU;

(7) população atendida pela coleta domiciliar de resíduos sólidos;

(8) gastos econômicos com a gestão dos RSU;

(9) autofinanciamento da gestão dos RSU;

(10) recuperação de áreas degradadas;

(11) medidas mitigadoras previstas nos estudos de impacto ambiental/licenciamento

ambiental;

(12) recuperação de material oriundo do fluxo de resíduos realizada pela administração

municipal.

Para cada indicador, Milanez definiu três parâmetros de avaliação relativos a tendência

à sustentabilidade:

(i) MD - Muito Desfavorável;

(ii) D– Desfavorável; e

(iii) F - Favorável.

Assim, tomando por base todo o anteriormente exposto, assume-se no presente estudo

que o modelo proposto por Milanezs e alinha aos princípios de sustentabilidade, conforme

preconizados na PNRS.

Dessa forma, aplicando-se as necessárias adequações às questões “locais” (Votorantim),

conforme sugerem POLAZ & TEIXEIRA, (2007), os seguintes critérios foram utilizados para o

processo de seleção dos indicadores para o município de Votorantim:

(i) quando os indicadores do modelo de Milanezs e mostraram adequados ao

atendimento dos problemas diagnosticados no município de Votorantim, os mesmos foram

adotados no presente estudo;

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(ii) nos casos contrários, foram buscados os indicadores que se relacionam diretamente

com o problema diagnosticado; porém, oriundos de outras literaturas que também servem de

base conceitual para o tema em questão;

(iii) Se nenhum dos critérios anteriores deu atendimento ao problema diagnosticado,

fez-se um exercício específico na busca da formulação de novos indicadores.

A tabela a seguir, elenca os “indicadores locais” assumidos para a gestão municipal dos

RSU de Votorantim, organizados segundo as diferentes “dimensões de sustentabilidade”

adotadas para este estudo.

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(*) Baseado e adaptado de POLAZ & TEIXEIRA (2007).

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Do anteriormente exposto, vale ser enfatizados que o conjunto aqui proposto de

indicadores foi direcionado para a gestão pública de RSU no município de Votorantim, de

forma que a geração e a divulgação sistemática de resultados – a partir de sua aplicação

periódica – podem tornar as características desta gestão mais transparentes à sociedade em

geral.

Entende-se, ainda, que a sensibilização e a participação dos diversos agentes e parceiros

envolvidos com a gestão de RSU em Votorantim poderão legitimar a implementação efetiva e

permanente de um sistema de indicadores locais, possibilitando a criação de mecanismos de

controle social e o estabelecimento de metas que apontem para uma gestão “mais sustentável”

dos RSU.

Ou seja, assume-se que um indicador jamais será bom o suficiente se a comunidade não

o julgar importante para a sua realidade; daí o fato fundamental de envolvê-la neste processo

de desenvolvimento.

16. AÇÕES DE EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIAS

A contingência é uma situação de risco, inerente às atividades, processos, produtos,

serviços, equipamentos ou instalações industriais e que, quando ocorre, se caracteriza em uma

emergência. Essa por sua vez é toda a ocorrência anormal, que foge ao controle de um

processo, sistema ou atividade, da qual possam resultar danos a pessoas, ao meio ambiente, a

equipamentos ou ao patrimônio próprio ou de terceiros, envolvendo atividades ou instalações

industriais.

Em caso de emergências e contingências relacionadas a resíduos sólidos deve ser

acionado imediatamente o setor responsável pelo serviço de limpeza pública ou os órgãos de

segurança e fiscalização.

Em caso de situações especiais não corriqueiras, emergências, desastres ou calamidade

pública, com aumento temporário de demanda ou diminuição da capacidade de coleta,

transporte, tratamento ou disposição, o poder público deverá garantir a continuidade dos

serviços de coleta e limpeza pública, em acordo com a capacidade de prestação e as

necessidades apresentadas, considerando as peculiaridades da situação, podendo reduzir os

serviços em áreas não atingidas visando concentrar esforços no atendimento das áreas com

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maior demanda e requisitar equipamentos e próprios municipais ou particulares, atendidos os

requisitos legais, para reforço de suas atividades.

De uma maneira geral, os serviços de Coleta e Limpeza Pública se integram aos

esforços da Defesa Civil do Município, desde a fase do planejamento até a intervenção nas

situações que demandem a intervenção da Defesa Civil. Reciprocamente os esforços da

Defesa Civil podem ser acionados em caso de emergência ou contingência nos serviços de

limpeza e coleta de resíduos.

Os serviços de Coleta e Limpeza pública poderão, em situações críticas, ter suas regras

de atendimento e funcionamento operacional modificadas pelo poder público visando melhor

atender o interesse público, em especial as questões de saúde pública.

A tabela a seguir, consolida os principais Procedimentos para Ações de Emergência e

Contingência.

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17. CONCLUSÕES

A edição do Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos

(PMGIRS) coloca o Município de Votorantim em conformidade com a Legislação Federal.

Obviamente, esta é uma primeira etapa, a do Planejamento, agora é fundamental a

participação da Sociedade, e o empenho dos agentes públicos em estabelecer os mecanismos

concretos para a contratação, a operação, a fiscalização e a regulação, para atingir patamares

de prestação de serviço adequado.

Implementado de forma correta, com transparência e controle social, vislumbra-se os

seguintes aspectos relevantes:

• Visão sistêmica: Implementação de uma política de gestão integrada e gerenciamento

dos resíduos planejada e com controle público e social (Variáveis: Ambiental, social,

econômica, tecnológica, cultural e saúde pública);

• Introdução de conceitos e estabelecimento de ações e metas que visam: não geração,

redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos, com disposição final adequada

ambientalmente dos rejeitos;

• Adoção e aperfeiçoamento de tecnologias limpas para minimização de impactos

ambientais, com recuperação e aproveitamento energético;

• Estruturação e qualificação dos programas de coleta seletiva e reciclagem,

possibilitando a integração e cooperação das cooperativas e associações de trabalhadores,

poder público, segmento empresarial e comunidade. (Ecopontos, PEV, Central de triagem,

Campanhas, etc);

• Incentivo e reconhecimento ao conceito de que o resíduo sólido reutilizável e

reciclável é um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho digno e renda e de

promoção à cidadania;

• Sustentabilidade econômico-financeira, além dos recursos orçamentários já

utilizados, pode se adotar modalidade de prestação de serviços delegada, com investimentos

amortizáveis no longo prazo, e modelagem (PPP) que possibilita a participação do capital

privado, a priorização na destinação dos recursos públicos, a prestação dos serviços públicos

adequados e a modicidade tarifária;

• Ganhos de escala e de produtividade;

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• Racionalização da estrutura administrativa da Prefeitura, com integração das ações e

contratos;

• Educação ambiental e participação social como ações estruturantes da política

municipal de resíduos sólidos;

• Ações para eliminação de passivos ambientais;

• Definição dos mecanismos de regulação e fiscalização;

• Definição de indicadores para avaliação sistemática da qualidade da prestação dos

serviços;

• Planejamento e avaliação periódica (máximo a cada 04 anos) com participação e

controle social;

• A universalização da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo

de resíduos sólidos.

18. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CETESB - COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL. 1997 Uso das águas subterrâneas para abastecimento público no Estado de São Paulo. CETESB, São Paulo. 48 p. CETESB (2001): Relatórios de Qualidade Ambiental 2000. Secretaria do Meio Ambiente, SP, (CD-ROM). COUTINHO, L.M. O conceito de cerrado. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 1, p. 17- 23, 1978. INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINSITRAÇÃO MUNICIPAL – IBAM. Manual de Gerenciamento Integrado de resíduos sólidos/José Henrique Penido Monteiro ...[et al.]; coordenação técnica Victor Zular Zveibil. Rio de Janeiro: IBAM, 2001. 200 p.; 21,0 x 29,7cm INSTITUTO FLORESTAL. Inventário Florestal do Estado de São Paulo. São Paulo. Instituto Florestal. 199p. 1993. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA -IBGE. Mapa de Vegetação do Brasil. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Escala 1: 5.000.000. 1993. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Indicadores de Desenvolvimento Sustentável: Brasil 2004. Brasília, DF, 2004. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades@. População Estimada 2013.Disponívelem:<http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=355700&search=sao-paulo|votorantim> Acesso em: 10 maio 2014.

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INSTITUTO GEOLÓGICO/COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL/ DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA (IG/CETESB/DAEE). 1997. Mapeamento da vulnerabilidade e risco depoluição das águas subterrâneas no Estado de São Paulo. IG, CETESB, DAEE. São Paulo, 2 volumes. INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS – IPT 1981. Mapa geológico do Estado de São Paulo (1:500.000). São Paul. PT, 2 V. INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS IPT 2000. Lixo Municipal: manual de Gerenciamento Integrado/Coordenação: Maria Luiza Otero D’Almeida, André Vilhena – 2.ed. São Paulo: IPT/CEMPRE, 2000. – (Publicação IPT 2622). KAYANO, J. & CALDAS, E. L. (2002) Indicadores para o diálogo. In: CACCIA-BAVA, S.; PAULICA, V.; SPINK, P. (orgs). Novos contornos da gestão local: conceitos em construção. Polis:Programa Gestão Pública e Cidadania/FGV – EAESP, São Paulo. MILANEZ, B. Resíduos sólidos e sustentabilidade: princípios, indicadores e instrumentos de ação.2002. 206p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Urbana) – Universidade Federal de São Carlos– Ufscar, São Carlos, SP. OLIVEIRA-FILHO, A.T.; RATTER, J.A. A study of the origin of central Brazilian forests by the analysis of plant species distribution patterns. Edinburgh JournalofBotany52(2):141-194. 1995. POLAZ, C.N.M. & TEIXEIRA, B.A.N. Indicadores de sustentabilidade como ferramenta para a gestão municipal de resíduos sólidos. IV Encontro Nacional da Anppas – Brasília - DF. 2008. POLAZ, C.N.M. & TEIXEIRA, B.A.N. Utilização de indicadores de sustentabilidade para a gestão de Resíduos Sólidos Urbanos no município de São Carlos/SP. In: Anais do 24º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, Belo Horizonte, MG. 2007. RIBEIRO, J.F. & WALTER, B.M.T. Fitofisionomias do bioma cerrado. In Cerrado: ambiente e flora (S.M. Sano & S.P. Almeida, eds). EMBRAPA-CPAC, Planaltina, p.89-166.1998. RIZZINI, C.T. Tratado de fitogeografia do Brasil - aspectos sociológicos e florísticos. v.2. São Paulo, SP. HUCITEC, Ed. Universidade de São Paulo. 1979. SÃO PAULO. Secretaria do Meio Ambiente. Instituto Florestal. Inventário Florestal da Vegetação Natural do Estado de São Paulo. Atlas. 2005. SÃO PAULO. Áreas Naturais sob Proteção no Estado de São Paulo. São Paulo. SMA. Série Cartográfica. 1998. Secretaria do Meio Ambiente. Atlas das Unidades de Conservação do Estado de São Paulo. São Paulo, Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. 30p. SOARES, P.C., SINELLI, O. PENALVA, F., WERNICK, E., SOUZA, A. & CASTRO, P.R.M. 1973. Geologia do Nordeste do Estado de São Paulo. Anais XXVII Cong. Bras. Geol., 1:209 – 236. VELOSO, H.P. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. Rio de Janeiro. Fundação Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Série Manuais Técnicos em Geociências. N° 1.

92 p. 1991.

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19. ANEXOS

ANEXO I

MODELOS PROPOSTOS PARA TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO DE RESÍDUOS

Atualmente, são empregados vários processos para tratamento e valorização de resíduos

sólidos urbanos (RSU), tais como:

1) Reciclagem de materiais como plásticos, vidros, metais, papel e papelão;

2) Destinação em aterros sanitários e utilização de biogás para geração de energia;

3) Compostagem de material orgânico para produção de adubo;

4) Geração de energia elétrica através de: (a) incineração, (b) queima de materiais secos

de alto poder calorífico (CDR – Combustível Derivado de Resíduos) e (c) “pirólise”, que

constitui na destruição térmica dos resíduos em câmara fechada, sem injeção de ar (oxigênio);

5) Geração de energia elétrica a partir da queima do gás metano produzido no processo

de decomposição (“biometanização”) da matéria orgânica contida no RSU por processos

anaeróbios.

Existem diferentes tecnologias disponíveis tanto para execução dos processos de

valorização de resíduos mencionados acima. A seleção do modelo e da tecnologia a serem

empregados de vários fatores, destacando-se:

- geográficos: disponibilidade de área;

- econômicos: quantidade de recursos disponíveis para implantação e operação da

tecnologia, bem como do valor obtido pela venda da energia produzida;

- ambientais: obtenção de licenças para implantação do modelo, pois cada tecnologia

tem sua particularidade na emissão de gases e na geração de subprodutos.

A Figura 1 mostra que não há uma uniformidade na utilização das técnicas para

tratamento e valorização dos resíduos sólidos urbanos. Nota-se a presença da reciclagem, da

compostagem, da valorização energética e da destinação em aterros sanitários. Países mais

ricos e com menor território são os que mais utilizam os processos de conversão dos resíduos

em energia através 12 de processos de destruição térmica. Dados da Columbia University de

2010 mostram que nos Estados Unidos, 69% dos resíduos são destinados a aterros sanitários,

24% são reciclados e 7% são convertidos em energia. Nota-se que os Estados Unidos, mesmo

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sendo altamente desenvolvido, ainda destina a maior dos resíduos para os aterros sanitários,

porém apresenta um alto percentual de reciclagem de materiais.

FIGURA 1 – Comparação da utilização de reciclagem, compostagem, transformação de resíduos

em energia e de aterros em diferentes países

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A Tabela 1 mostra a situação do tratamento e valorização de RSU coletados no Brasil,

na região Sudeste, no Estado de São Paulo (ABRELPE, 2010) e em Votorantim e resíduos da

construção civil (RCC), destacando:

Nota-se que:

a) No Estado de São Paulo, o mais desenvolvido da União, ainda são utilizados lixões e

aterros controlados.

b) Não há dados gerais disponíveis para se determinar o volume de reciclagem de

materiais. Sabe-se que 79,5% dos municípios do Sudeste têm algum programa de coleta

seletiva e de triagem de material para reciclagem.

c) Não há plantas de conversão dos resíduos em energia. Existem vários aterros

sanitários que produzem energia a partir do biogás.

d) Há poucas iniciativas de compostagem de material orgânico para produção de adubo.

OCEAGESP tem um programa de produção de adubo a partir dos restos de matéria orgânica.

No caso dos resíduos da construção civil (RCC ou RCD – Resíduos da Construção e

Demolição) o tratamento, o reaproveitamento e a destinação correta dos rejeitos são quase

inexistentes, sendo a maioria destes resíduos lançadas em logradouros públicos.

Assim, concluímos sucintamente que:

• Há muito espaço para implantação de programas destinados à educação ambiental,

visando a redução na fonte dos resíduos, a separação e a coleta seletiva dos materiais

recicláveis, bem como para implantação de técnicas de tratamento e reaproveitamento dos

diversos tipos de resíduos sólidos;

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• Há diferentes tecnologias disponíveis para o tratamento, reaproveitamento e

destinação final correta dos rejeitos;

• A responsabilidade, de acordo com a legislação vigente, de implantar, coordenar e

fiscalização os programas de gestão dos resíduos sólidos é do Município, a quem compete

legislar sobre o tema.

• Cada Município deve implantar o programa que mais atende às suas características

socioeconômicas;

• Há uma crescente preocupação com a geração e a destinação dos resíduos (“lixo”)

gerados e seu impacto na sustentabilidade de nosso planeta;

• O desenvolvimento tecnológico na área de tratamento e reaproveitamento de resíduos

tem sido muito rápido, proporcionando o surgimento de diversas alternativas técnicas.

• Finalmente, são propostos a seguir alguns modelos para tratamento, processamento e

aproveitamento dos resíduos sólidos urbanos e da construção civil.

Figura 2 - Modelos para tratamento, processamento e aproveitamento dos resíduos sólidos

urbanos e da construção civil

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Figura 3 – Alternativas de valorização de RSU

Figura 4 – Triagem e processamento de entulho