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Revista da Câmara Municipal de São Domingos • Nº 1 (I Série) • Setembro de 2017 • Distribuição gratuita • Editor: Alfa-Comunicações PRESIDENTE CLEMENTE GARCIA “Estamos focados no essencial” REALIZAÇÕES Aposta forte na melhoria das habitações CULTURA Centro Cultural para dinamizar Município AGRO-PECUÁRIA Gestão da água é o maior desafio EMPREENDEDORISMO Centro orienta jovens para o auto-emprego DESPORTO Várzea da Igreja vai ter gimno-desportivo coberto

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Revista da Câmara Municipal de São Domingos • Nº 1 (I Série) • Setembro de 2017 • Distribuição gratuita • Editor: Alfa-Comunicações

Presidente Clemente GarCia

“estamos focados no essencial”

realiZaÇÕes Aposta forte na melhoria das habitações

CUltUra Centro Cultural para dinamizar

Município

aGrO-PeCUÁriaGestão da água

é o maior desafio

emPreendedOrismO Centro orienta jovens para o auto-emprego

desPOrtOVárzea da Igreja vai ter

gimno-desportivo coberto

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Cidadela – CP 690 – Praia – Ilha de Santiago – Cabo VerdeTelefone: +238 262 86 77 • [email protected] • www.alfa.cv

A diferença na arte de comunicar

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3Revista são domingosN º 1 • I sérIe • setembro 2017

{ sumário }

06 ENTREVISTA Presidente Clemente Garcia “Estamos com foco no essencial”

18 REALIZAÇÕES Forte aposta nas habitações familiares

21 CULTURACentro Cultural para dinamizar Município

23 AGRO-PECUÁRIA O desafio é melhorar gestão da água

25 EMPREENDEDORISMO Centro orienta jovens para auto-emprego

26 FORMAÇÃO PROFISSIONAL São Domingos é o maior fornecedor de quadros do país

27 AMBIENTE Eco Centro aposta na protecção ambiental

28 DESPORTO Várzea da Igreja vai ter gimno-desportivo coberto

30 PROTEÇÃO CIVIL Profissionais capacitados para todas as situações

Ficha Técnica Propriedade: Câmara Municipal de São Domingos - Cidade da Várzea da Igreja– Ilha de Santiago - República de Cabo Verde - África Ocidental – Telefones: (+238) 333.68.64/333.68.59/333.68.60- Website: cmsd.cvProdução e Edição: Alfa-Comunicações, Ldª - Cidadela – Cidade da Praia – Caixa Postal nº 690 – Praia – República de Cabo Verde - África Ocidental - Telefone: (+238) 262.86.77- Fax: (+238) 262.85.05 E-mail: [email protected] colaboram nesta edição: Alexandre Semedo, António Neves, Jacqueline Neves e Silvino Monteiro. Fotografias: Alfa-Comunicações e Câmara Municipal de São Domingos. Design e Paginação: Alfa-Comunicações. impressão e acabamento: Alves&Albuquerque Tiragem: 1.500 exemplares. Distribuição gratuita

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{ EDITORIAL }

Esta Revista da Câmara Municipal pretende ser um espaço de comu-nicação regular com os munícipes,

que, de uma forma sintética, apresenta os principais feitos ligados ao universo desta Autarquia, num mundo onde existe muita de-sinformação.A edição desta nossa e vossa Revista surge num mo-mento simbólico, isto é, coincide com a comemoração das Festas de Nossa Senhora da Luz e de São Nicolau Tolentino (duas Fre-guesias que compõem o nosso Município). Por esta razão, começaremos por saudar todos os nossos concida-dãos – residente e/ou fora da nossa parcela municipal -, com votos de festas felizes, preenchidas de saúde, felicidade, confiança redobrada e justificada esperança no futuro.Queremos, ainda, aproveitar este ensejo, para fazermos um agradeci-mento muito especial a todos os colaboradores da Câmara Municipal, pelo esforço, dedicação, entrega e disponibilidade na concretização desta estratégia colectiva.Com a publicação desta nossa e vossa Revista – que tem em mãos -, pretendemos, também, reforçar e apoiar a divulgação das iniciativas organizadas, ou apoiadas pela Câmara Municipal de São Domingos – e não só! -, aumentar a adesão, o conhecimento, e o envolvimento dos nossos munícipes.Feito o intróito, somos a dizer que estamos prestes a concluir um ano de exercício à frente da Autarquia, um ano que consideramos mui-to positivo, desafiante, encorajador, mas, também, compensador, se atendermos às diversas vicissitudes encontradas. Mas, como o cami-nho faz-se caminhando, com a confiança que depositaram na Equipa que lideramos, materializaremos o Projecto por vós sufragado a 4 de Setembro de 2016. Neste nosso (menos de um) ano à frente dos destinos da Câmara de São Domingos - que mais não foi que um período de gestão! -, em termos gerais, pautamos a nossa acção por uma racionalização dos custos, tendo sido avaliados diversos custos de funcionamento e adoptadas as concomitantes soluções a pôr em prática, bem assim, avaliamos os resultados obtidos, atento ao princípio da economia das operações e banimento de todos os desperdícios.Entretanto, questionamo-nos, humildemente, a nós próprios: teremos cometido erros nesta etapa?

É impossível evitar todos os erros, e, inclusive, todos aqueles que, em si mesmos, são evitá-veis. Todos os cientistas cometem equívocos

continuamente. É preciso revisar a antiga ideia de que se podem evitar os erros e que, portanto,

existe a obrigação de evitá-los: a ideia, em si mesma, encerra um erro.

A Câmara Municipal liderada por nós, continuará focada em reinventar as suas acções diárias de carácter social, cultural, desportivo e lazer. Pretendemos, sobretudo, que os são-dominguenses e quem nos visita possam desfrutar deste território e encontrem outras formas de motivação, estímulo e inspiração enquanto mecanismos de enri-quecimento individual e colectivo.Continuaremos empenhados em melhorar as condições de vida dos nossos munícipes, em dinamizar e inovar a economia local, em ga-rantir o investimento sustentado a nível ambiental, do abastecimento de água e do saneamento básico, e em assegurar respostas sociais, de saúde e de habitabilidade, que reduzam as desigualdades sociais e aumentem o bem-estar e a qualidade de vida da nossa população.Acreditamos piamente nestas práticas, pois, são elas demonstrativas do quão é importante o papel desempenhado pelo Poder Local de-mocrático e de proximidade, que muito recentemente assinalou os 23 anos de existência.É nossa interpretação que o desenvolvimento do Concelho só pode ser construído com o recurso a um conjunto alargado de agentes interes-sados, desde colaboradores do Município, instituições públicas e priva-das, empresários, associações, pessoas ligadas ao sistema científico e tecnológico, as escolas, confissões religiosas, passando pela contribui-ção e pela colaboração dos nossos concidadãos, no exercício de uma cidadania responsável e solidária.Todavia, na abordagem da gestão municipal, temos estado a utilizar uma táctica que nos é familiar no nosso percurso de vida: falar pouco e trabalhar sempre mais e mais. E isso continuará a ser o nosso timbre, modelo de gestão e de trabalho. Aceitem um abraço amigo e fraterno, com votos de uma produtiva lei-tura.

Clemente Delgado GarciaPresidente da Câmara Municipal de São Domingos

Um Município prenhe de potencialidades

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{ entrevista }

Qual a sua visão para São Domingos? São Domingos é ainda um Município pobre. Basta ver que temos muitas famílias a viverem com imensas di-ficuldades. Temos a taxa mais baixa de ligação de água ao domicílio no País (13 por cento -%). A taxa de cober-tura de energia eléctrica ainda é baixa, ronda os 79%. O saneamento preocupa-nos bastante, pois que, poucas pessoas dispõem de casas de banho. A rede de esgoto ainda não é uma realidade e isto coloca-nos perante um grande desafio: centenas de casas por reabilitar.

Não obstante às imensas dificuldades, temos um Con-celho prenhe de potencialidades, que, se transformadas em oportunidades, poderá dar um salto de gigante rumo ao desenvolvimento que nós todos almejamos.

O que muda se der este “salto de gigante” de que fala?Este desenvolvimento é desejável, possível e exequível, porquanto existe uma atmosfera política que favorece o Poder Local. Teremos que aproveitar este comboio. Em termos prospectivos, importa referir que a visão é uma

EDiL CLEMENTE DELgADO gArCiA

“Estamos focados no essencial e a trabalhar 24 horas por dia”

A aposta do Presidente da Câmara Municipal é para que, no final do mandato, em 2020, os munícipes “consigam sentir felizes”, e concluírem que, afinal, “valeu a pena” a aposta na equipa

eleita a 4 de Setembro de 2016. Para que isso aconteça, Clemente Delgado garcia está focado “no essencial e a trabalhar 24 horas por dia”.

{ ENTrEviSTA }

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{ entrevista }

criação colectiva e um processo em constante constru-ção e, atendendo ao futuro desejado, o nosso grande propósito é fazer com que São Domingos seja o modelo de desenvolvimento sustentável, com uma vida urbana de qualidade, com infraestruturas modernas, tendo o tu-rismo como uma das principais actividades económicas, sem esquecer o agro-negócio e a pecuária, aliada à ex-ploração do mar como recurso económico.

Conquistas

O que já ganhou São Domingos neste seu (menos de um) ano de mandato?Já fizemos muita coisa neste perío-do, o que nos motiva e nos enco-raja bastante para o cumprimento do nosso Programa Eleitoral, que foi sufragado a 4 de Setembro de 2016...

Do realizado, quais os destaques?Destacamos a modernização ad-ministrativa, ainda em curso, a saber: a implementação do Bal-cão Único (iniciámos os primei-ros passos há dias), aliando o útil ao agradável. Ou seja: estamos a aproveitar a reabilitação/requalifi-cação dos Paços do Concelho, que encontramos numa situação bas-tante degradada, para introduzir-mos esse serviço muito importan-te para os munícipes, por um lado. Por outro lado, facilitaria e de que maneira os nossos emigrantes, que poderão usufruir, igualmente, desse importante serviço. introduzimos o sistema de controlo biométrico, contribuindo sobrema-neira, para a moralização dos nossos serviços (fase expe-rimental). instalamos o do serviço video-vigilância, com ganhos palpáveis, quer em termos de segurança quer na prevenção de actos pouco lícitos que vinham ocorrendo na Câmara. Já reabilitamos dezenas de casas das famílias mais des-favorecidas do Concelho. reintroduzimos o Transporte Escolar no Município, para a felicidade de muitas famí-lias e, paulatinamente, estamos a melhorar e a aumentar a frota; é impossível fazer mais neste curto espaço de tempo. realizámos um excelente Fórum sobre o Turis-

mo em São Domingos e os ganhos já se fizeram sentir. institucionalizámos a Primeira Confraria gastronómica em Santiago...

Cooperação DesCentralizaDa

Como estão de Cooperação Descentralizada?Tem sido a nossa grande aposta. Conseguimos muitos materiais, nomeadamente para a Protecção Civil.

Quais em concreto?Destacaria um camião bem apetrechado para os bom-

beiros e outro a caminho, a pon-to de despertar, neste momento, muito interesse para a entrada de munícipes na Corporação. Não basta ter os fardamentos e outros materiais, se não apostarmos na formação. Neste quesito, trouxe-mos, recentemente, dois técnicos portugueses especialistas na ma-terial para ministrarem formação, que foi, a todos os títulos, um su-cesso. Falando ainda da Cooperação Des-centralizada: já assinámos, neste curto espaço de tempo, duas ge-minações com ganhos assinalá-veis. isto chama-se trabalho; obra! Nos finais de Agosto, assinámos um Acordo de geminação com a Câmara Municipal de Madalena, nos Açores (Portugal). A par disso tudo, assinámos Protocolos de

Cooperação com conceituadas Universidades portugue-sas que nos permitem enviar estudantes em condições favoráveis para prossegueriam os seus estudos, tanto a nível da licenciatura, como na de pós-graduação e dou-toramento.

“trabalho De formiga”

Está a ser materializada a sua Plataforma Eleitoral? Claramente. isto está visível, pois, cruzamo-nos, diria-mente, com as pessoas e dizem abertamente: “Força Sr. Presidente. o Senhor está no bom caminho!”. isso enco-raja-nos bastante, porque não é fácil, e o caminho é es-pinhoso. Mesmo assim, estamos focados e acreditamos

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{ entrevista }

que estamos em condições de fazer um bom mandato à frente da Autarquia.

Em concreto, que obras e/ou equipamentos impactan-tes fizeram já neste período do seu consuladoMuita coisa. Além dos mencionados anteriormente, des-tacamos o desencravamento das localidades, reabili-tação das moradias degradadas, reabilitação de jardins infantis. inaugurámos um “Fitness Park” em Água de gato. Colocámos três quebras-molas no Centro da Ci-dade; uma reivindicação muito antiga. Consta do nosso Programa de governação Municipal, trabalharmos, jun-to com o governo Central, no sentido de aumentarmos a taxa de electrificação no Concelho, que, alias, já está a acontecer. A título de exemplo: decorre o processo de electrificação na localidade de Pau de Saco, que há mais de 15 anos vem reivindicando a energia eléctrica; está prestes a ser concluído. Depois disso, seguiremos para outros povoados. São Domingos foi fustigado, durante muito tempo, com a falta de água. Diria mesmo, inexistência desse precioso líquido. A este respeito, convém informar que a água já está no nosso Município e, em breve, chegará ao cen-tro da Cidade (ainda na primeira quinzena de Setembro). Estamos a fazer um trabalho de formiga, no sentido de trazermos grandes investidores para o Concelho, e, com isso, dinamizar e diversificar a nossa economia e criar-mos postos de trabalho.

“enDiviDaDa até ao pesCoço”

Quais as maiores dificuldades encontradas?Muitas. Sinceramente, não imaginava encontrar este quadro. Mas, isso não servirá de desculpas pela certa. Se-não vejamos: encontramos uma Câmara endividada até ao pescoço. Na primeira semana de exercício de funções, nem sequer havia dinheiro para combustível, aquisição de materiais básicos de limpeza, para não falarmos no atraso no pagamento dos salários, excesso de pessoal, que dificulta - e de que maneira! - a materialização dos grandes projectos que enformam o desenvolvimento do nosso Município.

prioriDaDes

Por onde passa o desenvolvimento do seu Município?Como dizia alguém, a roda já foi inventada. A aposta terá que passar, necessariamente, pelo turismo, em virtude da

sua transversalidade. Por esta razão, estamos a dialogar com os potenciais investidores para se instalarem em São Domingos e, com isso, dinamizarmos a nossa economia e, fundamentalmente, criarmos mais postos de trabalho.

Quais são os critérios que nortearam a eleição das áreas prioritárias? Fizemos um levantamento exaustivo das dificuldades, mas, acima de tudo, das potencialidades existentes e es-tamos a dar o corpo ao manifesto. Tudo o que estamos a fazer é fruto de análises e estudos. De acordo com a nossa capacidade financeira, vamos materializando.

Por ora, de que mais precisa o seu Concelho para dar o almejado salto de qualidade?Precisamos de muita coisa, designadamente, de obras estruturantes que catapultem São Domingos para novos voos de desenvolvimento...

A começar por...Melhoria das vias de acesso e uma aposta forte na requalifica-ção da nossa Cidade, sem esquecermos das periferias. Temos de empenhar fortemente na melhoria do saneamento básico, condição “sine qua non” para que venhamos a ter um turismo de qualidade no Concelho. A asfaltagem da via de acesso que vai de variante (de Santa Cruz) a Praia Baixo. A requalificação da orla marítima de Praia Baixo, assim como da nossa zona histórica (onde foi a sede Norte da Capitania de Alcatrazes). Temos de melhorar as infraestruturas desportivas e trabalhar com empenho e denodo em ordem a aumentarmos a taxa de ligação da água ao domicílio das famílias.

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{ entrevista }

auDitório muniCipal

Caso materializarem estes projectos, como fica o Con-celho no final deste seu de mandato?Concretizando-os, estaríamos a dar um grande passo rumo ao desenvolvimento do nosso Município...Como assim?São projectos que contribuem para melhorar a qualidi-dade de vida dos nossos munícipes e, simultaneamente, contribuir para a aumentar a auto-estima e, por conse-guinte, proporcionar o desenvolvimento harmonioso e sustentável que almejamos.

Que obra impactante vai deixar à juventude? Estamos a apostar, fortemente, na educação. Aliás, ela é a chave que abre todas as portas. Neste sentido, já inaugura-mos um Centro de Empreendedorismo Jovem, cujo pro-pósito é formar, orientar os nossos jovens, dando-lhes fer-ramentas para triunfarem na vida com os seus próprios pés. Mas mais: temos na forja a elaboração de um projecto de edificação de um Auditório Municipal, voltado para a juventude que, pela certa, servirá para a dinamização de um conjunto de actividades que vem fazendo muita falta no nosso Município. De igual modo, estamos em-penhados na construção de infra-estruturas desportivas, que contribuam para que os nossos jovens ocupem não só o tempo livre, como, também, criar condições para que triufem, profissionalmente, nas mais diversas mo-dalidades.

nora sob investigação

As obras do Estádio de Nora são para continuar ou têm em mente a construção de um equipamento de raiz, noutro sítio?É do conhecimento público que está a decorrer um pro-cesso de investigação para se aquilatar, exactamente, o que se terá passado, tendo em conta que havia verba para o efeito e, posteriormente, mobilizar recursos para a sua conclusão. Tem sido a nossa prioridade, neste mo-mento, o Estádio de Nora. Ainda no decorrer deste man-dato, edificaremos um outro campo, em Nossa Senhora da Luz.

Quando é que a meta do abastecimento da água em qualidade e quantidade será realidade?Em breve melhoraremos o abstecimento de água, quer em quantidade quer em qualidade. Faz parte do nos-

so Programa de governação Municipal triplicar a taxa de ligação domiciliária, ainda no decorrer deste mandato. Como é do conhecimento público, o processo de adu-ção à Cidade de São Domingos está bastante avançado, graças ao apoio do governo norte-americano. Contamos, nos próximos dias, ter a obra concluída e fornecer o pre-cioso líquido à população, que há muito passa por pe-núria.

atraCtiviDaDe e tranquiliDaDe

Requalificação e Saneamento da Cidade-Capital: Várzea da Igreja. Há novas? A requalificação e o Saneamento tem sido a nossa gran-de prioridade, porquanto uma Cidade digna desse nome tem que oferecer algum conforto, beleza, atractividade e tranquilidade. A este respeito, importa informar que já iniciámos, aliás, começámos dentro de casa. Estou a fa-zer referência ao nosso Paços de Concelho, que apresen-ta alguma degradação, assim como o nosso Cemitério, a nossa Praça Central, entre outros. Brevemente teremos uma Cidade com cara completamente nova.

Já agora o que já fez ou tem em agenda para as diversas comunidades?Temos estado a apostar na reabilitação das casas das famílias mais vulneráveis com os parcos recursos que te-mos, desencravamento das diversas localidades, reabili-tação de jardins infantis, apoiamos as famílias com mais dificuldades nos diversos povoados, entre outros.

Como vamos de transporte escolar? As coisas estão a funcionar dentro das nossas possibi-lidades. Encontramos este serviço completamente pa-

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{ entrevista }

ralisado e, num curto espaço de tempo, conseguimos recuperar os autocarros. Fruto de uma parceria com a CvTelecom, conseguimos um novo autocarro e, com base numa outra parceria, estaremos em condições de assegurar este importante serviço, pois, para nós, a edu-cação é tudo. Sendo nós, professor, a sensibilidade é ou-tra.

Cooperação Com açores

Qual o estado da agro-pecuária? É uma área muito cara para nós, e tem tido um papel decisivo na vida das nossas populações, não obstante algumas dificuldades que se prendem com a falta de água. Tratando-se de uma área estratégica para o nosso desenvolvimento, justamente porque temos um gran-de potencial a nível do turismo, é fundamental que haja maior investimento nessa área. Eis a razão porque, há dias, convidamos o Sr. Ministro da Agricultura e Ambien-te a visitar o nosso Município, tendo como pano de fundo a auscultação dos anseios dos nossos agricultores para que, juntos, possamos encontrar respostas aos princi-pais problemas. Tendo a consciência da importância da agricultura para a vida das nossas populações, pudemos, recentemente, levar como prioridade na nossa mais re-cente deslocação a Portugal, mais concretamente à ilha de São Miguel (nos Açores)...

O que há de concreto?Na altura, discutimos com um grande parceiro, a possibi-lidade de virmos assinar um protocolo neste ramo. Hou-ve uma grande abertura por parte da Associação Agrícola

de São Miguel em nos apoiar com formação, envio de materiais ligados às novas técnicas de irrigação, a par de manifestação de abertura em receber os nossos agricul-tores para estágios. relativamente à pecuária, há boas notícias...

Quais?Fruto desse encontro, teremos oportunidade de receber, proximamente, alguns animais de raças melhoradas, o que contribuirá para melhorar a genética.

turismo: prioriDaDes

O que dizer das pescas? É um sector importante para a economia das nossas fa-mílias. A nossa missão é promover e incentivar os inves-tidores a apostar nesta área, por forma a que venhamos a ter um sector mais pujante, e que, efectivamente, te-nha capacidade para abastecer os hotéis no Concelho e nas áreas circundantes. Afora isso, estamos a mobilizar recursos para ajudar os nossos pescadores a conserta-rem as suas embarcações e, com isso, terem maior ren-dimento.

Turismo: quais as prioridades e novas? A prioridade vai para o segmento sol e praia. Eis a razão por que estamos na fase da elaboração do Projecto de requalificação da Orla Marítima de Praia Baixo, pensando na melhoria da oferta neste seg-mento. Já temos luz verde do governo para o finan-ciamento de grande parte deste projecto. Do mesmo passo, o eco-turismo tem também o seu lugar de destaque, com relevo para rui vaz. Estamos a de-sencravar a localidade de Achada Mitra, permitindo com que uma pessoa possa descolar-se até rui vaz, usufruindo da beleza paisagística que a região ofere-ce. Podia fazer referência também à nossa gastrono-mia, à música, etc.

Casamento Do sagraDo e Do profano

Como pensam tirar melhor e maior proveito das vossas Sete Maravilhas?O que falta são as infraestruturas, designadamente, me-lhorar as vias de acesso e edificar alguns miradouros, possibilitando o lazer e contemplação das paisagens existentes. Temos um plano que vai ser implementado ao longo do mandato.

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{ entrevista }

Como estão de estradas de penetração e os caminhos vicinais?Estão todas identificadas e temos, igualmente, um plano de intervenção, e já iniciámos algumas intervenções, de-signadamente, no percurso Portal- Tinca, Lagoa, Pinha--Lém-Pereira.

Como anda o processo de montagem do vosso Centro Interpretativo?Estamos na fase de elaboração do Projecto e à procura do financiamento. Há sinais claros, por parte do governo, no que se refere à valorização da nossa História, e será, seguramente, um ponto de atração turística, valorizaran-do e preservando a nossa memória histórica.

Que novas tem da anunciada Confraria de Gastronomia? Já foi institucionalizada. O que falta é a realização de uma Assembleia geral. Na comemoração do próximo Dia do nosso Município, em Março de 2018, realizaremos o i Capítulo, com a entronização dos confrades.

São Domingos tem um grande número de romarias. Que valor atribuem a estas festas populares? Têm um grande valor. São momentos de grande ma-nifestação cultural, juntando o sagrado e o profano. É uma oportunidade em que cada localidade aproveita para manifestar o que de bom e de melhor se faz. Nós apoiamos sempre, de acordo com as nossas possibili-dades.

50 mil para alCatrazes

O Concelho que dirige é rico em Património Histórico--Cultural. O que têm em forja para que essa “herança” seja um chamariz turístico? Tem estado no centro das nossas preocupações. infeliz-mente, até hoje não foi valorizado. Já estamos a elaborar um Projecto de requalificação dessa zona histórica e con-tamos arrancar, a breve trecho e, pela certa, que as pes-soas de Covão Santana/Baía passarão a ter melhor qua-lidade de vida. O governo vai entrar com 50 mil contos para toda a requalificação e temos na forja a edificação de um Centro interpretativo. A localidade sofrerá uma trans-formação nunca vista e estamos convictos que entrará no mapa turístico de Santiago e de Cabo verde no geral.

Que novas tem da recuperação da antiga Alcatrazes, com relevo para a emblemática Igreja de Nossa Senhora da Luz?Temos estado a articular, quer com o iPC (instituto do Pa-trimónio Cultural), quer com o Pároco da Freguesia, relativa-mente à sua recuperação. É uma das igrejas mais antigas de Cabo verde e de toda a Costa Ocidental Africana. A nossa proposta é recuperar toda a zona circundante, por forma a in-crementarmos, quer o turismo histórico, quer o religioso. Es-tamos fortemente empenhados nisso, e, se tudo correr como o planeado, no próximo ano, teremos um 8 de Setembro diferente, e um sítio para peregrinação durante todo o ano.

São Domingos candidatou-se à “Rede das Cidades Cria-tivas da Unesco”, com o tema “Artesanato e Artes Popu-lares”. Quais as motivações? Hoje em dia, nenhum povo está isolado e, nesta aldeia global em que vivemos, queremos ter uma palavra a dizer. Ou seja: queremos ser uma Cidade cosmopolita e dar a conhecer ao mundo o que de melhor se faz no Município. Muito embora seja difícil, o importante é que conseguimos formular a nossa candidatura. É a primeira vez que tal acontece e já recebemos a confirmação da nossa candidatura; e que foi um bom projecto! Caso venhamos a ser escolhidos, é ouro sobre azul: os ganhos seriam incomensuráveis!

“inexperientes”?

Faz uma radiografia de São Domingos, diametralmen-te diferente da retratada pela Oposição (PAICV), na As-sembleia. Porque diferem na avaliação? A política é o terreno fértil para a contestação, sobretudo por parte da oposição, o que é compreensível em demo-

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{ entrevista }

cracia. Por esta razão, não é expectável que a Oposição venha a fazer uma apreciação positiva do nosso desem-penho, porque aqui vigora a máxima: “quanto pior me-lhor”. Por conseguinte, relativizo as críticas da Oposição, para não perder o foco.

Como rebate a acusação de que está rodeado de “verea-dores inexperientes” e sem “know-how”?(risos). isto é uma autêntica brincadeira! Tenho uma equipa completamente renovada. Quem fez esta ava-liação? Com base em que instru-mento? Orgulhamo-nos de ter uma equipa jovem, competente, dedicada e com muita vontade de trabalhar. Alguns vereadores foram inclusive meus alunos e conheço-os muito bem! São todos formados e todos já esta-vam a trabalhar nas mais diver-sas instituições nacionais e fora do país. Portanto, não faz senti-do levantar tal suspeição. Salvo o devido respeito, é uma crítica descabida do nosso ponto de vista.

faltam infra-estruturas

É mesmo verdade que “cultura e desporto sta na txon”?Olha muitos críticos em São Domingos têm uma visão re-ducionista do que seja a cultura, resumindo-a muitas vezes à música, o que é um erro. Enquadrado na festa do Município, realizámos um excelente festival, tendo sido homenageado uma grande figura ainda em vida. As coisas estão a avançar e não se consegue tudo de um dia para o outro. É preciso visão e planificação. Estamos a elaborar um Projecto de Edificação de um Anfiteatro/Auditório, que não existe no nosso Municí-pio e submeter a um financiador (há luz verde neste sentido!). A mesma coisa em relação à edificação de uma estátua que perpetue a memória do nosso malo-grado Ano Nobo e vários outros projectos estruturan-tes para o nosso Concelho. No que se refere ao desporto, nunca esteve em alta em São Domingos. Somos amantes deste sector, e, des-

de criança, acompanhamos, com algum interesse, esta área. O que falta em São Domingos, são as infraes-truturas desportivas para acompanhar a dinâmica do mundo actual. Faz parte da nossa agenda e estamos em condições de cumprir esta promessa, neste man-dato. Apoiamos sempre o desporto. Está a decorrer um Torneio inter-Zonas, promovido pela Câmara Municipal, que há muito não vinha sendo realizado, justamente para dar resposta aos anseios dos nossos jovens e, ao mesmo tempo, estimular a prática do Futebol, desper-

tando o surgimento de novos valores e permitindo a caça de novos talentos, sendo certo que o desporto é um factor de inclu-são social. Estamos, também, a estimular o surgimento de esco-las de formação.Convém frisar que o Despor-to não se resume ao futebol e, neste sentido, importa informar que já realizámos uma prova de ciclismo, outra de regata que foi muito concorrida em Praia Baixo, a par de uma prova de natação. Tudo isto em menos de um ano de exercício do mandato!

relaCionamento

Como estão as relações com o Governo Central?Existe uma boa atmosfera po-lítica. isto é fundamental para

o nosso desempenho, porquanto, quem ganha com isso, são os munícipes. Do nosso ponto de vista, não é preciso nenhuma concorrência, apenas a comple-mentaridade. Se estamos a governar bem, os mu-nícipes ganham com isso, e o governo fica bem na fotografia.

Que mensagem deixa aos domicanos? Mensagem de esperança e eivada de positividade, para que confiem nesta equipa liderada por nós. Tudo fare-mos para mudar os principais indicadores de qualidade de vida. Estamos focados no essencial e a trabalhar 24 horas por dia, para que, no final do mandato, consigam sentir feliz, e dizer que, afinal, valeu a pena a aposta nes-ta equipa.

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{ poder local }

Quem é quem na Câmara Municipal?

Clemente DelgaDo garCiaPresidente da Câmara Municipal e Vereador pelos Pelouros de Cooperação

Regional, Geminações, Sector Empresarial e Desenvolvimento Empresarial

amériCo Joaquim De limaVereador dos Assuntos Administrativos, Finanças, Oficina, Saneamento e Desporto

DJanira Ferreira BentoVereadora da Educação, Formação Profissional e Comunicação

maria De Fátima FerreiraVereadora do Planeamento Urbanístico, Habitação, Ordenamento do Território e Protecção Civil

antonino Carlos PereiraVereador da Agricultura, Pecuária, Pesca, Serviços Rodoviários, Ambiente e Energia

manuel Dos santos FerreiraVereador da Cultura, Património e Turismo

Hermínia tavares CarvalHoVereadora da Inovação Social, Género, Juventude e Empreendedorismo

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14 Revista são domingosN º 1 • I sérIe • setembro 2017

{ poder local }

Mandim assegura que a AM, enquanto represen-tante dos cidadãos, mantém-se conectado com os interesses colectivos, buscando a redução das

desigualdades sociais, trabalhando pela melhoria dos serviços de saúde e qualidade de vida dos munícipes.“No âmbito da saúde, a AM realizou uma conferência sobre o cancro e a alimentação, presidida por um dos melhores especialistas mundiais, da Universidade Com-plutense de Madrid (Espanha)”, nota.

SeSSõeS deScentralizadaS Sabendo das dificuldades que os munícipes que resi-dem em localidades distantes enfrentam para se des-locarem até Várzea da Igreja, (a sede do Concelho), as sessões da AM têm sido descentralizadas para facilitar a participação desses munícipes. “Graças a estas iniciativas, o nível de interesse e desem-penhos dos deputados, bem como dos munícipes nas sessões, é bastante elevado”, garante.

No que diz respeito ao desempenho dos eleitos, Landim considera que as duas bancadas têm tido um comporta-mento amistoso e exemplar. “Pautam as suas discussões em ideias, apresentan-do projectos e soluções. Apesar de alguma juventude à mistura, denota-se um grau de maturidade invejável, demonstrando ao mundo, que o interesse legítimo das suas populações, é quem mais ordena”, frisa.

deSempenho camarárioLandim dá nota positiva ao desempenho da Câmara de Clemente Garcia, neste primeiro ano do mandato. “São Domingos é dos únicos concelhos do país, senão o único onde não houve a famosa construção de ‘Casa para Todos’. Consequentemente, uma das primeiras in-tervenções da actual equipa, foi a reabilitação das casas dos que mais necessitavam, através de grandes sacrifí-cios”, vinca, para destacar a aquisição de uma viatura nova para transporte dos alunos. Contudo, Landim salienta que “alguns desafios ainda persistem”, nomeadamente, melhorias das condições do saneamento básico, construção de um pavilhão mul-ti-usos voltado, essencialmente, para o entretenimento, cultura e serviços, criação de mais parques e espaços verdes para actividades lúdicas, entre outras. “Se conseguirmos isso, responderemos aos legítimos anseios dos jovens, e trazer alegrias aos mais velhos”, conclui Landim.

Presidente da Assembleia Municipal, Martinho Martins Landim

Assembleia focada na melhoria da qualidade de vida dos munícipes

O presidente da Assembleia Municipal (AM), Martinho Martins Landim, garante que o

órgão que dirige tem pautado pela defesa dos direitos da população, “com base na

ética, honestidade, respeitando os princípios democráticos”.

Aspecto de uma das sessões da Assembleia Municipal

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{ poder local }

Deputados da Assembleia Municipal eleitos

a 4 de Setembro de 2016

Martinho LandiM (Presidente da Assembleia Municipal)

adMiLson Moniz(Vice-Presidente da Assembleia Municipal)

diaMantino Martins(Líder da Bancada)

aiLton rocha

idaLina GonçaLves

eManueL Brito

antónio Brito

José carLos Moniz(Líder da Bancada)

FeLisMina Moreno

cLáudio Mendonça

carLa Moreira

antónio GonçaLves

évania sanches

adiLson Pinto

cLáudio correia

JorGe Fernandes(Secretário Municipal)

Bancada do Mpd

Bancada do paIcV

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{ poder local }

José Carlos Moniz faz uma avaliação negativa do pri-meiro ano do mandato da equipa camarária lidera-da por Clemente Garcia, uma vez que a autarquia

ainda não conseguiu resolver os problemas candentes que os munícipes reclamam há vários anos, nomeada-mente a falta de água para o consumo, e problemas liga-dos ao transporte escolar e habitações precárias. “Temos um município ainda por desenvolver e altamen-te endividado. Os problemas básicos dos munícipes ain-da não foram resolvidos. Diariamente, assistimos as fa-mílias a deslocarem-se com baiões à localidade de Água de Gato à procura de água para o consumo. Isto apesar de existir furos em diversas localidades com água dis-ponível, designadamente, em Mitra, Rui Vaz, Ribeirão de Cal e Ribeirão Chiqueiro. A actual equipa camarária não teve a capacidade de levar água auto-transportada até às casas das pessoas”.

Educação

A nível da Educação, o líder da Bancada do PAICV afirma que a situação do transporte escolar no Concelho tam-bém continua por resolver.

“Chegar à Escola Secundária de São Domingos sem-pre foi um desafio para muitos adolescentes e jovens do concelho, sobretudo os que residem nas localidades dispersas. Apesar do município ter recebido, anos após anos, autocarros e outros apoios de instituições e câma-ras geminadas, o problema ainda persiste porque não foi adoptada uma política de transportes escolar clara, que seja sustentável a médio e longo prazo”.

cultura E dEsporto

Também no que diz respeito ao sector da cultura, Moniz não é menos crítico. “São Domingos é conhecido como um Município de grandes músicos, tocadores e gente com sensibilidade e habilidade para o teatro. Mas, não possui ainda uma casa da música ou um anfiteatro para acolher eventos e ensinar a cultura. E não conhecemos nenhum plano estratégico para o sector da cultura”. A nível do desporto, aquele deputado considera que o Município carece de um pavilhão coberto e melhorias urgentes das infraestruturas desportivas existentes no sentido de dignificar os atletas e equipas federadas do Concelho.

José Carlos Moniz, líder da bancada do PAICV

BAnCADA PAICV

Os problemas básicos continuam

por resolver O líder da Bancada do PAICV (Oposição na Assembleia Municipal), José Carlos Moniz, considera que São Domingos continua a ser um município estático,

altamente endividado e gerido de forma ineficiente e pouco transparente.

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{ poder local }

Martins considera que o desempenho da actual equipa camarária, liderada por Clemente Gar-cia, é “extremamente positivo”. Conforme diz,

durante estes onze meses de mandato, o Presidente da Câmara e a sua equipa já fez muita coisa, apesar das li-mitações financeiras do Município. “Já é possível ver melhoria de vida dos munícipes no acesso à água. Isso graças às diligências do Presidente, juntamente com outros parceiros, o Projecto de Adução de Água entre a Cidade da Praia e São Domingos já está praticamente concluído. Isso vai resolver o candente problema de falta de água no Concelho”, realça.Conforme Martins, nas áreas da habitação social e do ur-banismo também já é notável uma melhoria em vários pontos do Município. “A Câmara já reabilitou dezenas de casas de famílias ca-renciadas em diversas localidades do Concelho. Está em curso um projecto de arruamentos bem como trabalhos de reabilitação de espaços sociais, designadamente, os centros comunitários de Godim e Baía. Em parceria com o Instituto de Estradas, a autarquia está a fazer melho-rias e manutenção de estradas nas localidades de Lagoa, Dobi e Tinca”, lista Martins. Por tudo isso, Diamantino considera que não faz sentido a Oposição dizer que o Concelho está endividado e sem obras.

TransporTe escolar

No que diz respeito ao transporte escolar, Martins afirma que a Câmara tem feito “um grande esforço” para ga-rantir um serviço mais eficiente, abrangendo um maior número possível de alunos. “Notamos que, nesse pouco tempo de mandato, a Au-tarquia conseguiu um autocarro novo, graças à parceria com a Cabo Verde Telecom. Uma família que possui três filhos na escola, um deles fica isento de pagar a taxa. E as que são carenciadas não pagam nada. Isso demons-tra o empenho da equipa camarária em melhorar esse serviço”, destaca.

culTura

No domínio da Cultura, aquele responsável afirma que o Município tem sabido aproveitar as potencialidades exis-tentes e honrar os fazedores da cultura locais. “O grande desafio é ter um centro multi-uso capaz de acolher grandes eventos e albergar todos os servi-ços culturais. Mas mais: a Banda Municipal pode vir a aproveitar este espaço para dar formação aos jovens que se interessam pela música ou outras artes”, con-clui Martins.

Diamantino Martins, líder da bancada do MpD

BANCADA MpD

Município registou melhorias em diversas áreas

O líder da Bancada do MpD (maioria na Assembleia Municipal), Diamantino Martins, faz um balanço positivo deste primeiro ano de mandato da Câmara,

uma vez que já são notáveis as melhorias nas condições de vida dos munícipes e no desenvolvimento do Município em

diversas áreas.

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{ realizações }

A vereadora do Planeamento Urbanístico, Ha-bitação, Ordenamento do Território, Maria de Fátima Ferreira, afirma que neste primeiro ano

do mandato (2016/17), a Câmara Municipal de São

Domingos apostou fortemente na reabilitação de moradias, equipamentos sociais e estradas de pene-trações no sentido de melhorar a qualidade de vida das famílias.

Maria de Fátima Ferreira

Aposta forte na reabilitação das casas, espaços públicos e estradas de penetrações

Reabilitação do Centro Comunitário de Gudim Inauguração do Fitness Park na localidade de Água de Gato

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{ realizações }

“Já fizemos a reabilitação de 32 habitações de famílias carenciadas, bem como a construção de 20 casas de ba-nhos e 10 cisternas em diferentes localidades do conce-lho, e a instalação de um Fitness Park, em Água de Gato. Também estamos a fazer a reabilitação do centro comu-nitário de Gudim e do jardim infantil de Baia. Ainda este ano, pretendemos contemplar os jardins de João Garrido e Praia Formosa”. Por outro lado, a edilidade tem dado uma especial aten-ção à manutenção e conservação das estradas de pene-

Reabilitacao de casa em Cambudjane

Casa reabilitada em Varzea de Igreja

Remodelação do Jardim Infantil de Cambudjane

Obras de remodelação de uma moradia em Praia Baixo

Escola de Cambudjane reabilitada

Moradia reabilitada em João Garrido

Melhoria da linha de água na estrada que liga cidade de Várzea de Igreja à zona de Boa Vista

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{ realizações }

trações, sobretudo nas localidades que ficam encravadas no período das chuvas. As obras nesse domínio abran-gem ainda a construção de muros de proteções em lo-cais identificados como zonas de riscos com o objectivo de evitar desabamentos.

Projectos futuros

No horizonte 2017/20, avança Maria de Fátima Ferreira, estão previstas reabilitações das placas desportivas de Rui Vaz, Água de Gato, Milho Branco e a construção da placa de Achada Loura. “Vamos fazer a requalificação das importantes zonas urbanas do município, nomeadamente Cobom de San-tana, Boa Vista, Tenda, Colégio, Cobom de Engenho, Achada Baleia, Praia Baixo e Ribeirão Chiqueiro. Tam-bém estamos a elaborar projectos para melhorar o siste-ma de drenagem de águas pluviais no centro da cidade”, adianta.

Reabilitação de casa em Castelo Grande-Praia Baixo

Casa reabelitada em Cobom di Bento (Rui Vaz)

Reabilitação de troco de estrada que liga Dobi e Tinca

Obras de reabilitação do Jardim Infantil de Baia

Calcetamente da Estrada de Pedra Galina

Requalificação da rua pedonal na cidade de Várzea de Igreja

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{ cultura }

Músico e artesão multifacetado de São Domingos e discípulo de Ano Nobo, com quem fazia parte do grupo “Bom Jardim”, Pascoal vê, também, no

artesanato, uma forma de passar os tempos livres e ga-nhar algum dinheiro. Agora, na reforma, dispõe de mais tempo para se dedicar ao artesanato e à confecção de cimboa, instrumento musi-cal que terá a sua origem no continente africano e que, em Cabo Verde, tem vindo, cada vez mais, a entrar em desuso. “Apareceu o ‘Projecto de Preservação da Cimboa’, um instrumento que está em vias de extinção, e tenho fa-bricado muitos. Passamos de 2005 a 2009 a vasculhar toda ilha de Santiago e Cabo Verde inteiro, juntamente com o Instituto do Património Cultural (IPC), e descobri-mos que apenas três pessoas sabiam fazer e tocar cim-boa”, lamenta.

Aprendeu a fazer e a tocar esse instrumento com o fale-cido Manu Mendi, também ele de São Domingos e co-nhecido no meio cultural como um dos sobreviventes da arte de produção e execução da cimboa. Pascoal garante que a maior parte das peças artesanais que faz é por gosto. “Faço quadros de pessoas que eu admiro como Amílcar Cabral, Pedro Pires, Ano Nobo, Gil Semedo, familiares, entre outros”, revela. Também faz cimboa por divertimento, mas há vários es-trangeiros que procuram esse instrumento musical. “Por isso, sempre tenho um ou dois prontos para vender, por-que fica-me mal alguém ir procurar e não encontrar”, nota.E conclui: “São Domingos, em termos culturais, nunca esteve mal. É verdade que tem faltado algum apoio, mas, felizmente, a maior parte das pessoas que fazem cultura, fazem-na por gosto”.

PASCoAl

Músico e artesão multifacetado

Domingos Fernandes Pascoal, músico e artesão, é uma das mais destacadas figuras da cultura em São Domingos.

Na música, é discípulo de Ano Nobo, e, no artesanato, é ainda dos poucos que produz e toca cimboa, instrumento que está praticamente em desuso. Aprendeu

com o mestre Manu Mendi.

Zé di TuTa: um exímio Tocador de gaiTa Zé di Tuta começou a tocar gaita desde os 14 anos. Agora tem 44. “Sempre encontrei alguém da minha família que toca este instrumento”, lembra este artista natural de Cur-ralinho, zona vizinha de Rui Vaz, a viver na Cidade da Praia desde os 17 anos. Já lançou no mercado dois CD’s de funaná, sendo o primeiro intitulado “Matxicadu Manxi na Rua Mesti Compu Cabeça”, e o segundo, “Zé di Tuta”, todos com coros dos reconhecidos Zé Espanhol e Xibioti. Aliás, Zé Espanhol tem gravado cinco composições de Zé di Tuta. Vem actuado em vários eventos, inclusive nas ilhas do Fogo e na Boa Vista.

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{ cultura }

A equipa camarária completa, em breve, um ano de mandato e, para o vereador da Cultura, Manuel Pereira (Manel de Candinho), foi um período de

muita batalha. “Nós pensávamos que íamos encontrar condições criadas para trabalharmos, mas não acha-mos nada. Na área da cultura, partimos do zero. Não encontramos nada que pudéssemos dar continuidade”, lamenta.Manel de Candinho não concorda, todavia, que a Cultura tenha decaído. Admite sim, que nos últimos anos, nunca foram desenvolvidas as mínimas condições para fazer a Cultura no Município. Por isso, um dos projectos mais importantes para a Cul-tura é a criação de um Centro Cultural, que abrange tudo, onde se pode organizar eventos a nível de teatro, con-certos musicais, ensino de música e ser um lugar onde

os músicos possam ensaiar para desenvolverem a arte musical.

InternacIonalIzar a arte

A internacionalização da arte faz parte da Plataforma, estando o pelouro da Cultura a trabalhar, para participar na Feira de Arte do Brasil, em Belém do Pará. Para Manel de Candinho, “é uma forma de começar a dar saída, de internacionalizar a arte”. Para já, a Escola Municipal de Música abriu em Setembro, com 70 alunos. “Por enquanto, funciona no edifício da Câmara, porque temos um espaço para dar aulas. Temos, também, uma Banda Municipal e vamos elevá-la à cate-goria de Orquestra Municipal. Para tal, vamos precisar de violinos, violoncelos, flautas, pianos, entre outros”, avisa.

Manuel Pereira

Centro Cultural para dinamizar

o municípioUm dos projectos mais importantes a nível da cultura é a construção de um Centro Cultural, capaz de dinamizar o

Município nos mais variados domínios. O espaço vai ter capacidade de albergar

400 pessoas e, “se tudo correr bem”, será uma realidade até o final do mandato

em 2020. Para já, a Escola Municipal de Música arrancou no mês de Setembro no edifício da Câmara. Um dos objectivos é internacionalizar a arte de São Domingos.

ano nobo vaI ter estátuaAno Nobo, ilustre compositor (já falecido), vai ter uma estátua de homenagem, enqua-drada no Projecto do Centro Cultural que vai ter o nome desta figura. Para Manel de Candinho, a melhor forma de homenagear “este grande homem de São Domingos” é através de um monumento, no caso, uma estátua. “Já temos o terreno e o projecto já está concluído. Agora estamos à procura do financia-mento e já temos sinais bastante encorajadores. A estátua de Ano Nobo, a par do Centro Cultural, vai ser um espaço muito turístico”, garante Manel de Candinho.

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{ agro-pecuária }

Não é de hoje que uma das principais queixas da população de São Domingos prende-se com a água, que muito lhes tem limitado a vida. Mas, o

problema, segundo o vereador para a área da Agricultura e Pecuária, Antonino Pereira, parece ter os dias contados. É que a criação de mecanismos para a gestão da água está entre as prioridades estabelecidas pela Câmara lo-cal, para o sector. Uma medida que deve ser implemen-tada através da construção de infraestrutura de água e melhoria de sistema de adução, feita em parceria com a Delegação do Ministério de Agricultura e Ambiente local. O que se pretende com isso, explica Antonino Varela, é “promover o aumento da produção em quantidade, qualidade e diversidade”, tanto no sector da agricultura, como no da pecuária. Mais, ainda entre as apostas da autarquia para impulsio-nar o sector, destaca-se a promoção da agricultura or-gânica sustentável e de espécies e sementes adaptados para tipos específicos de solos e clima, a recuperação das zonas de pastagens, o aumento da produtividade atra-vés do confinamento dos animais e a incrementação da

produção de queijo de cabra tradicional, entre outros. “Pretendemos especializar o município no domínio da produção de hortaliças folhosas e aromáticas com uma produção de qualidade e respondendo às actuais exi-gências do mercado”, revela. Na pecuária, considerando o facto do sector avícola ter vindo a ganhar espaço, temos, entre outras medidas, promovido pequenas unidades familiares, explica o ve-reador que garante, ainda, que tais inovações “têm sido abraçadas pelos agricultores e criadores do nosso mu-nicípio”.

Constrangimentos

Apesar de todo esse engajamento, São Domingos não possui nenhum espaço de transformação de produtos. Até agora, esse serviço tem sido suportado pelo Centro de Transformação localizado no Município fronteiro de São Lourenço dos Órgãos, mas, conforme o vereador, a equipa está a trabalhar para promover e incentivar a transformação dos produtos em unidades familiares.

Antonino Pereira

O desafio é a melhoria da gestão

da água para aumentar

a produçãoA agro-pecuária em São Domingos vive

um constante processo de inovação, o que configura um grande avanço nesta que é uma área de suma importância neste

Concelho de Santiago. A ideia é, segundo o vereador Antonino Pereira, apostar

nas suas principais valências: produção de hortaliças folhosas e aromáticas e desenvolvimento do sector avícola.

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{ agro-pecuária }

Uma empresa que nasceu para satisfazer a neces-sidade pessoal e que hoje é uma referência no mercado nacional. Fundada em 1995, a Uprani-

mal conta 22 anos no mercado de produção de ração animal, dois desses, na produção de pintos do dia, sua mais nova aposta. A motivação para este tipo de produção, explica o sub--gerente, Denilson Silveira, surgiu do desejo de incentivar a criação, que para muitos avicultores era limitada pela falta de matéria-prima, ou seja animais.“O objectivo com esse negócio é aumentar a produção e venda de ração, uma vez que, até o momento, só esta-mos a utilizar um terço da média anual da capacidade da fábrica, que é de três mil toneladas e que foi construída para esse fim em 2008”, informa aquele responsável. “Muitos criadores não conseguem aumentar o seu efecti-vo para poderem fazer uma produção de animal de qua-lidade como queriam porque não têm animal disponível no mercado, principalmente a nível da avicultura”, explica.

Percalços

Apesar de todo o engajamento da Upranimal na conso-lidação desse negócio, a produção de pintos do dia tem encontrado um entrave na importação de ovos férteis.

“O transporte de ovos férteis para Cabo Verde, que im-portamos de Portugal, tem de ser feito por avião e nas épocas altas é praticamente impossível. Para cada incu-bação precisamos de, pelo menos, cerca de 17 mil ovos, o que em termos de volume é muito, pelo que temos tido essa dificuldade em trazê-los”, lamenta Denilson Silveira, indicando que a empresa tem, no momento, muitas en-comendas de pintos que não consegue satisfazer porque as transportadoras aéreas têm recusado trazer ovos.Às dificuldades com os transportes – acrescenta -, vão mui-to além da importação de ovos. A empresa também tem encontrado entraves na exportação de ração para as ilhas do Maio e Fogo, pois, o transporte inter-ilhas tem sido uma das maiores dificuldades enfrentadas pela Upranimal.

Denilson Silveira (à esquera), sub-gerente e o pai Antonio Inacio Silveira (à direita), socio gerente da Upranimal

Upranimal é um sucesso no sector do agro-negócio

No mercado há mais de 20 anos, a Upranimal consagrou-se já como uma empresa de sucesso no sector do agro-negócio. Situada logo à entrada de São Domingos, essa unidade fabril atribui o mérito do seu sucesso, sobretudo, ao carácter inovador da empresa que “não tem medo de apostar em novos

produtos”.

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25Revista são domingosN º 1 • I sérIe • setembro 2017

{ empreendedorismo }

Situado na Várzea da Igreja – a sede do Município -, no antigo Centro da Juventude, o espaço “está a ter grande procura”, malgrado o seu pouco tempo de

vida.“Estamos a orientar os jovens para serem pró-activos, criando alternativas, serem ousados e não ficarem à espe-ra da Câmara ou do Governo”, explica o Director do Cen-tro do Empreendorismo Jovem (CEJ) de São Domingos, Emanuel Tavares Andrade, para quem, o ensino cabo--verdiano não está orientado para formar os jovens para o mercado de trabalho que, a cada dia que passa, “está mais hostil”.Para Andrade – ele que já foi professor liceal -, muitos jo-vens findam o 12º ano “sem saberem, ainda, o que que-rem da vida”.O grande desafio “é reorientar o percurso dos jovens”. No caso do seu Município, entende que “a juventude não é muito empreendedora” e que as meninas “têm batido” os rapazes neste capítulo.

Fontes de Financiamento

A agravar a “hostilidade” do mercado, a maioria dos jo-vens desconhece as oportunidades e fontes de financia-mento existentes, já que, as tradicionais (bancos), “com as suas mil e uma exigências”, coarctam qualquer tenta-tiva juvenil.

Para colmatar este “desconhecimento”, Andrade e seus pares têm em pauta a promoção e a realização de “workshops” e sessões de esclarecimentos, com vista a divulgação “do papel e da missão” do Instituto de Apoio e Promoção Empresarial – também chamada Pró-Empresa -, que “ainda é pouco conhecida” no Concelho.A Pró-Empresa, cujos órgãos sociais foram empossados em Junho passado, é um dos instrumentos do Governo para a dinamização do sector privado, mais concretamen-te, as micro, pequenas e médias empresas.

Ponto de situação

Presentemente, são “muito poucos” os jovens dominica-nos que “ousaram e criaram” o seu próprio emprego.“Infelizmente, ficam sempre à sombra e à espera da pro-tecção dos pais”, lamenta Andrade, notando que o Mu-nicípio já conta com “um bom número de licenciados no desemprego”.Andrade estranha que mesmo os formados no Centro da Variante estejam desempregados, à espera de “vagas para trabalharem com outrém”, em vez de ousarem e criarem “o seu próprio negócio ou unidade empresarial”.Por isso mesmo, tem em agenda sessões de trabalho com aquele estabelecimento de ensino técnico-profissional. O CEJ foi inaugurado no Dia Mundial da Juventude, cujo acto central teve o Concelho como palco.

Emanuel Tavares Andrade, Director do Centro do Empreendedorismo Jovem (CEJ)

Centro orienta jovens para

auto-empregoInaugurado a 12 de Agosto,

pelo Primeiro-Ministro, Ulisses Correia e Silva, o Centro de Empreendedorismo

está focado na orientação dos jovens para a criação do seu próprio emprego.

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{ FORMAÇÃO PROFISSIONAL }

Os números não mentem e estão aí para pro-var. Só para o ano lectivo 2017/2018, que ora se inicia, a Câmara Municipal de São Domingos

(CMSD) conseguiu um total de 101 vagas para licenciatura em Portugal, o que, automaticamente, a coloca no topo dos concelhos que mais “exporta” estudantes para For-mação Superior fora de Cabo Verde. Mas não apenas aos que estudam no exterior deve-se a dádiva de elevar o nome de São Domingos quando o as-sunto é Educação/Formação Profissional. Entre aqueles que contribuem para o sucesso do sector no Concelho figuram nomes que iniciaram o seu percurso com uma formação profissional oferecida pela Autarquia e que hoje são tidos como grandes profissionais.“Uma das prioridades estabelecidas por esta Câmara foi, desde sempre, a aposta na formação e inserção de jovens no mercado de trabalho”, revela a vereadora, in-dicando as áreas tecnológicas como as mais procuradas. “Apostamos nas áreas que o mercado mais precisa para formar os nossos jovens e essa estratégia tem surtido efeito, pois, a maioria dos nossos formados encontra

emprego”, garante aquela vereadora, acrescentando: “Por não ter condições de absorver todos esses jovens, São Domingos, além de empregá-los, também ‘oferece’ quadros para vários outros concelhos do país”.

TransporTe escolar: o calcanhar de aquiles

Mas como nem tudo são rosas, São Domingos também possui as suas fraquezas. No sector da educação, as carên-cias resumem-se, quase que na totalidade, aos transportes escolares que têm sido insuficientes. Neste momento, o Concelho possui dois autocarros e está para receber um ter-ceiro. Mesmo assim, segundo a vereadora, não têm sido su-ficientes para transportar os cerca de 800 alunos beneficiá-rios, espalhados pelas diferentes localidades do Concelho. Um outro constrangimento, admite Djanira Bento, tem a ver com os jardins infantis que, por necessitarem quase todos de reabilitação, têm funcionado nas escolas e em casas particulares. “Estamos trabalhando para ver se conseguimos reabilitar alguns jardins ainda para este novo ano lectivo”, assegura.

Djanira Bento

Maior fornecedor de quadros do país São Domingos está entre os concelhos

que mais fornecem quadros a Cabo Verde. Esta proeza, segundo a vereadora

da Educação e Formação Profissional, Djanira Bento, é fruto das políticas adoptadas pela Autarquia, que se têm mostrado acertadas, caso de

geminações e cooperações estabelecidas com câmaras amigas em países como

Portugal, e a capacitação do Centro Profissional de Variante situado no

Concelho.

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{ ambiente }

Um “encanto” para as mulheres, um “fascínio” para as crianças e um “paraí-so” para os turistas. Eis a definição do

Eco Centro, na óptica dos visitantes, segundo o proprietário, Filomeno Rodrigues, ou sim-plesmente Zeca, como é conhecido. Com cerca de 15 anos de história, o Centro que se encontra aberto oficialmente ao pú-blico desde o mês de Março, é já uma das mais emblemáticas referências do Municí-pio, situado no “Colégio”, uma região histó-rica por onde passaram figuras importantes como Charles Darwin, e que, séculos antes, fora espaço de ensino dos Jesuítas (padres da Ordem de Jesus). Quem passar por lá, certamente conhecerá um pouco das aventuras desse naturalista britâni-co por Cabo Verde e por São Domingos em particular, no século XIX. São várias as razões que prendem um visi-tante a Eco Centro, mas, sem dúvida, que a diversidade de espécies vegetais e animais é a maior delas. A flora ali presente é de tal modo grande que o proprietário garante que o espaço possui “muito mais espécies” do que o próprio Jardim Botânico Nacio-nal (em São Jorge dos Órgãos). De plantas

decorativas a medicinais, encontra-se um pouco de tudo.A diversidade de espécies animais é, igual-mente, encantadora. Desde os porcos e vacas de raças melhoradas vindas da Jugoslávia e dos Açores, a macacos, tartarugas e uma in-finidade de aves nacionais, a fauna ali presen-te é, contudo, apenas objecto de admiração. “Não estão para venda e nem para o consu-mo”, informa Zeca.

SuStentabilidade

Criado como um projecto familiar, o Eco Cen-tro, que é de financiamento “totalmente priva-do”, vem criando, desde a sua concepção, os seus próprios meios de sustentabilidade.“Os visitantes que vêm cá pagam um valor simbólico para conhecer o espaço, vendemos plantas, fazemos decoração e jardinagem de casas e espaços para eventos, além de uma área de restauração e hospedagem que cria-mos para quem visita o Centro”, revela Zeca. A receptividade por parte do público - explica o proprietário -, é “fantástica”, uma vez que o Centro recebe várias visitas diárias, na maioria de gente de fora.

Filomeno Rodrigues (Zeca)

Eco Centro aposta na educação e

protecção ambientalA educação e protecção ambiental em

São Domingos são garantidas pelo Centro de Promoção Ecológica do Concelho, Eco Centro, o único do género no país. Aberto oficialmente há cinco meses, o

Eco Centro tem por missão a conservação e a preservação das espécies. Com uma vasta flora e uma larga diversidade de

espécie de animais, o Eco Centro é ponto de paragem obrigatório para quem visita

São Domingos.

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{ desporto }

O Polivalente de São Domingos na Várzea de Igreja (a sede do Município), vai ser transformado, até o final do mandato da equipa camarária lidera-

da por Clemente Garcia, num gimno-desportivo coberto com várias valências. A garantia é do vereador do Desporto, Américo Lima, justificando esta aposta pelo facto de, no Município, haver “vários bons atletas”, tanto em futebol, ande-bol e voleibol.

“Temos atletas que são convocados para representar a selecção de Cabo Verde em várias modalidades. A nos-sa equipa federada, ‘Os Garridos’, compete tanto a nível de andebol masculino como feminino. No futebol, infe-lizmente, este ano desceu de divisão no Campeonato Regional Santiago-Sul que é muito competitivo. É a Câ-mara que assegura o transporte desta equipa para Praia, tanto para jogos como para treinos”, garante. Por outro lado, o Estádio de Nora, que numa primeira

Várzea de Igreja vai ter gimno-desportivo coberto

A transformação do Polivalente da Várzea de Igreja num gimno-desportivo coberto é um dos propósitos da Câmara Municipal de São Domingos ainda neste mandato.

Outros projectos prendem-se com a construção de balneários e bancadas no Estádio de Nora, bem como a reabilitação dos campos de terra batida

e placas desportivas em todas as zonas do Concelho.

Polivalente da Cidade de Várzea de Igreja, sede do Município

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29Revista são domingosN º 1 • I sérIe • setembro 2017

{ desporto }

Américo Lima

fase recebeu obras de arrelvamento orçadas em 29 mil contos, a edilidade ainda não tem o capital necessário para a segunda fase do projecto que passa pela constru-ção de bancadas e balneários. “É um dos nossos objectivos, falta-nos apenas o finan-ciamento. Outro projecto que temos para o futuro é ten-tar fazer um estádio relvado na freguesia de Nossa Se-nhora da Luz”, revela Américo Lima.

Dinamizar toDas as zonas

O vereador faz um balanço positivo das acções desporti-vas realizadas neste primeiro ano de mandato, apesar do Plano de Actividades ter sido adaptado a algumas obras que não foram realizadas pela Câmara anterior. “Já concretizámos mais de 70 por cento das actividades que planeamos. As outras estão em andamento”, afirma Américo Lima.Como forma de dinamizar o desporto no Município, fo-ram realizadas várias actividades desportivas em todas as localidades. Uma dessas actividades é o Torneio Inter--Zonas de Futebol de Onze, enquadrado nas festas de Nossa Senhora da Luz que se celebra a 8 de Setembro. “A cada fim-de-semana, os jogos realizaram-se num campo de terra batida diferente, como forma de dinami-zar todas as zonas”, reitera Américo Lima.Por altura das festas do município em Março, promove-mos um torneio entre instituições, tendo sido vencedora a Igreja de Nossa Senhora da Luz. Foram igualmente or-ganizadas duas provas de ciclismo, corridas de bote en-tre pescadores em Praia Baixo, onde também teve lugar uma prova de natação.

marilson é o “Homem Prata” De são DomingosO atleta para-olímpico Marilson Semedo, natural de São Domingos, conquistou a Meda-lha de Prata, Categoria F42 (amputação acima do joelho), na Prova de Lançamento de Dardos nos Jogos da Francofonia que decorreram em Abidjan (na Costa do Marfim) em Julho deste ano. Foi a primeira Medalha a nível internacional para o atleta de 28 anos e para São Domin-gos. “Não tenho palavras para descrever esta conquista”, revela Marilson Semedo. Marilson sempre foi desportista, antes mesmo de sofrer o acidente em 2006, que fez com que lhe fosse amputado uma perna. Antes já jogava basquetebol, futebol e ande-bol. “Na altura, eu já estava até pré-convocado para a Selecção Nacional de Basquete que ia disputar os jogos da CPLP (Comunidade dos Países de Língua portuguesa). Um mês depois do acidente, recebi o convite do Presidente do Comitê Para-Olímpico Cabo-Verdiano, que me incentivou, sabendo das minhas potencialidades como atleta. Depois veio a fase de adaptação ao para-olímpico, mas foi fácil”, lembra. O sonho de Marilson Semedo, licenciado em Informática e Multimédia, é participar nos Jogos Olímpicos.

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{ protecção civil }

A vereadora Maria de Fátima Ferreira garante que os agentes da Proteção Civil dispõem de um camião-bombeiro de combate a incêndios com

múltiplas valências, devidamente equipado com mate-riais para o desencarceramento das vítimas. Mas mais: dispõem, também, de um conjunto de equipamentos de protecção individual e colectivo, bem como extintores para vários tipos de incêndios. “Estes meios, conseguidos através de geminações com câmaras amigas e outros parceiros do nosso Município, vieram colmatar um dos grandes problemas que enfren-távamos no Concelho, quando havia ca-sos de acidentes graves ou de incêndios”, afirma. No que toca à capacitação dos meios humanos, Fátima Ferreira avança que os 13 agentes que compõem a Corporação de Bombeiros municipais beneficiaram, recentemente, de uma semana de for-mação ministrada por dois especialistas portugueses. Por isso, acredita que a Corporação local está em condições para prestar os primei-ros socorros e responder, “com eficiência e eficácia”, aos eventuais casos de incêndio que possam vir a surgir no Concelho. “Es-

tamos, também, em condições e capacitados para apoiar os colegas dos outros municípios”, manifesta Ferreira.

Plano de emergência

A nível do Plano de Emergência para a época das chu-vas do ano em curso, Ferreira afirma que a edilidade adoptou “um conjunto de medidas estruturantes”, de-signadamente a construção de muros de protecção na localidade de Água de Gato e reparação de estradas para permitir a circulação de veículos na zona de Boa Vista.

“Fizemos trabalhos de desobstruções de linhas de água e de estradas em várias localidades do Concelho, priorizando os pontos mais críticos para, depois, avan-çarmos para outras localidades”, destaca a vereadora. A partir disso, “efectuámos, também, algumas acções de sensibilização junto dos munícipes, alertando-os para não obstruírem canais de passagens de águas pluviais com entulhos e outros resíduos. A par dessas intervenções, vamos, ainda, melhorar os sistemas de drenagem nas proximidades do centro da Cidade”, con-clui Ferreira.

Maria de Fátima Ferreira

Profissionais prontos a prestar

serviços eficientes A Vereadora responsável pela Proteção

Civil em São Domingos, Maria de Fátima Ferreira, assegura que o Município está devidamente equipado para responder

aos eventuais casos de incêndios e sinistralidades que possam surgir no

Concelho.

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{ religião }

A nova Igreja da Paróquia de São Nicolau Tolenti-no está a ser construída para oferecer aos paro-quianos e fiéis um espaço condigno que venha a

dar melhores condições para a participação espiritual. Segundo o padre desta Freguesia Isaías Gonçalves, isso reflecte a prioridade da Igreja: facilitar o acolhimento de todos. “A antiga Igreja era pequena. Esta vai acolher todos os nossos serviços, desde missa, formação da catequese, grupos de jovens, intercâmbio, entre outros. Tem capaci-dade para acolher mil e 500 pessoas sentadas. Isso re-flecte a dimensão da fé em São Domingos”, realça.Gonçalves já leva cinco anos na Paróquia e, por isso, garante que é um Concelho “muito religioso”, onde ainda as pessoas conservam a sua prática de estar na Igreja, sendo também o Concelho de Cabo Verde com mais padres. São nove e isso demonstra a vocação religiosa, a crença e a fé que aquele povo tem. “Estamos na linha da frente porque a Igreja sempre acompanhou o crescimento religioso do Município. A prioridade da Paróquia é a requalificação das obras da Igreja e oferecer boas condições. Outra preocupação é o acompanhamento da família, das crianças e dos nossos jovens”, remata o religioso.

Padre Isaías Gonçalves

São Nicolau Tolentino vai ter nova Igreja

A nova Igreja Matriz terá capacidade de albergar mil e 500 fiéis sentados e condições para acolher todos os serviços da Paróquia. São

Domingos é o Concelho que tem mais padres: são nove.

RomaRias de são domingos 02 de Fevereiro, na Igreja Paroquial de São Nicolau Tolentino (Várzea da Igreja) - Nossa Senhora da Purificação; 19 de março, em Vale da Custa – São José;Primeiro domingo depois da Páscoa, em Lagoa – São João Paulo II;13 de maio, em Milho Branco – Nossas Senhora de Fátima;13 de Junho, em Fontes Almeida – Santo António;Finais de Junho, em Água de Gato – Imaculado Coração de Maria;Finais de Junho, em Godim – Sagrado Coração de Jesus;26 de Julho, em Covão de Santana – Santa Ana (Avó de Jesus); Praia Baixo – Nossa Senhora Estrela do Mar;08 de agosto, em Várzea da Igreja e arredores – São Domingos de Gusmão;23 de agosto, em Mato Afonso – Santa Rosa Lima;08 de setembro, em toda a Freguesia de Nossa Senhora da Luz – Nossa Senhora da Luz;10 de setembro, em toda a Freguesia de São Nicolau Tolentino – São Nicolau Tolentino;Último domingo de outubro, em Ribeirão de Cal – Nossa Se-nhora do Porto Salvo;08 de dezembro, em Banana – Imaculada Conceição;Terceira semana de dezembro, em Pau de Saco – Nossa Se-nhora Boa Esperança; ePrimeiro domingo depois do natal, em Ponta de Rui Vaz – Sagrada Família.

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32 Revista são domingosN º 1 • I sérIe • setembro 2017

{ radiografia }

Celina BorgesAgricultora (Praia Baixo)

É preciso ter em conta que a nova equipa camarária ainda nem tem um ano, pelo que não se pode cobrar muito dela. Mesmo assim, nes-se pouco tempo, é possível constatar que o Concelho tem desenvol-vido bem e a população está toda feliz. O presidente já deu provas que é trabalhador, portanto, acreditamos que com mais e melhores condições fará mais para São Domingos.

José dos santosFuncionário público (Baía)

Em termos gerais, o Concelho está bem. É claro que tudo não pode estar cem por cento bem para todos, pois há sempre quem se queixe de alguma coisa, mas, grosso modo, está bem, sendo que o que mais causa preocupação na população é a falta de água e reabilitação de algumas casas. Por outro lado, é preciso ter em conta que a actual equipa camarária tem só um ano de mandato e, ainda, vai a tempo de trabalhar mais e melhor. É preciso dar esse tempo para, só depois, avaliar.

JéssiCa gonçalvesComerciante (Nossa Senhora da Luz)

Ainda há algumas coisas que precisam ser melhoradas, principalmen-te em Nossa Senhora da Luz. É o caso dos jovens desempregados, cujos pais, na maioria, não têm condições para pagar uma formação profissional e com isso acabam por se perder. É preciso olhar e apoiar mais a juventude. Temos também muitos problemas de água e de casas que precisam ser reabilitadas.

O que está faltando

a São Domingos?

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33Revista são domingosN º 1 • I sérIe • setembro 2017

{ radiografia }

ZuleiCa silveiraTécnica administrativa (Fontes de Almeida)

Precisa melhorar em termos de acesso à água e desenvolvimento económico que beneficie as famílias mais carenciadas, tendo em conta que se trata de um dos concelhos mais pobres do país. Melho-rando esses dois aspectos fundamentais já teremos um bom come-ço. De resto, não há muito que queixar, até porque ainda é cedo para uma avaliação mais aprofundada.

João Baptista Pedreiro (Godim)

Está num bom caminho. Qualquer pessoa que chegue por cá, verá que estamos bem. Entretanto, temos dois problemas que nos têm causado algum constrangimento: o desemprego jovem e a falta de água que há muito nos persegue. Estamos certos que essa nossa equipa está a trabalhar para solucionar esses males, agora é só con-fiar. De resto, não há o que reclamar.

Filomena de BarrosProfessora aposentada (Água de Gato)

Por aquilo que tenho acompanhado, é visível que o Concelho precisa de um desenvolvimento mais rápido, pois, até agora, tem sido mui-to lento. A meu ver, poderia ter avançado mais e, claro, São Domin-gos poderia estar melhor. Mas acredito, e espero, que com esta nova equipa, possa melhorar e que resolvam os principais problemas que sempre tivemos e que persistem, nomeadamente a falta de água e o desemprego, esse, que gera muitos outros males sociais como o alcoolismo.

Joana silvaDoméstica (Cobom de Bento - Rui Vaz)

Está bem e estou bastante contente com o trabalho que esta nova equipa está a fazer, porque vejo que São Domingos está a caminhar para melhor. Problemas sempre existem, isso é inegável, mas tam-bém, uma vez que elegemos os representantes do povo, só nos resta confiar que, tal como prometeram, continuem a trabalhar com empe-nho e levar o nome do Concelho para mais longe.

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24 Revista são domingosN º 1 • I sérIe • setembro 2017

{ património }

A Igreja de Nossa Senhora da Luz é uma das mais antigas de Cabo Verde. Data de 1526. Anualmente, a festa em honra da

Santa é celebrada a 8 de Setembro. A Baía de Alcatrazes conheceu um intenso mo-vimento nos anos do povoamento, e, por isso, a Igreja de Nossa Senhora da Luz é testemunho disso, como também algumas ruínas das anti-gas capelas que existem na Freguesia.“São edifícios que atestam o papel importan-te que todos os alcatrazes tiveram na história de Cabo Verde, no início do povoamento, e é muito pouco conhecida. A Igreja é antiga, tem arco gótico, muito linda, e atrai muitas pes-soas, sobretudo pelo seu valor histórico”, diz o padre da Freguesia, Alexandre Lopes. O pároco lamenta o facto do processo de rea-bilitação “estar meio parado” e avisa que o Estado tem de interessar-se por aquela zona histórica, “que foi es-quecida durante muitos anos”. “Não é só a Igreja de Nossa Senhora da Luz. Abrange, também pessoas, escavações, lugares, monumentos que poderão estar escondidos”, sugere.Com o anterior Governo, houve uma tentativa de reabili-tação, mas o processo falhou. “Estou aqui já há três anos e temos estado a insistir sempre na reabilitação daquela

igreja, que é uma das mais antigas de Cabo Verde. Temos esperanças, porque a Igreja já não está em ruínas, já levantamos as paredes e fizemos a cobertura. Pode ser, de facto, um lugar muito atractivo”, sublinha.

Futuro promissorPara o padre, o futuro do entrono da Igreja “é muito promissor”, porquanto a Diocese tem um grande projecto para o sítio: a construção do Santuário de Nossa Senhora da Luz.“Com o restauro, muitas portas podem-se abrir-se. A nível cultural, vai ser uma revolução, porque, em Cabo Verde, não temos santuários. Esse é o grande desafio e vamos juntamente com o IPC (Instituto do Património Cultural), respeitando as regras de restauro, construir o

Santuário, com hotéis para acolher os peregrinos”, adianta.Contudo, o recomeço das obras depende do IPC, sobre-tudo o restauro da Igreja. “As outras partes do projecto é da Diocese que tem todo o interesse. É uma questão de aparecer financiadores, quem sabe uma parceria com os outros santuários marianos, que existem no mundo”, perspectiva.Tentamos obter a posição do IPC sobre este assunto, mas os vários contactos não tiveram retorno.

Padre Alexandre Lopes, Freguesia de Nossa Senhora da Luz

Igreja de Nossa Senhora da

Luz aguarda reabilitação

A Igreja da Freguesia de Nossa Senhora da Luz aguarda por obras de requalificação, um processo que tem

falhado ano após ano. A antiga sede da Capitania de Alcatrazes, criada há mais de cinco séculos, guarda uma estrutura repleta de relações com o passado, que

precisa ser conservada.

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Há mais de 20 anos no mercado, Setelima presta serviços de lim-peza e de segurança privada. Actualmente, conta com mais de 300 funcionários nas ilhas de Santiago, São Vicente, Sal, Santo Antão, Brava e Fogo. Na Boa Vista, presta serviços no aeroporto interna-cional Aristides Pereira e serviços de segurança em resorts.

For more than 20 years in the market, Setelima provides cleaning and private security services. Currently, it has more than 300 em-ployees on the islands of Santiago, São Vicente, Sal, Santo Antão, Brava and Fogo. In Boa Vista, it provides services at the interna-tional airport Aristides Pereira and security services in resorts.

For 20 years in the market, Setelima provides cleaning and private security services. Currently, it has more than 300 employees on the islands of Santi-ago, São Vicente and Fogo. In Boa Vista, it provides services at the interna-tional airport Aristides Pereira and security services in resorts.

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