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PRESTAÇÃO ANUAL DE CONTAS Processo TCM nº 10063-13 Exercício Financeiro de 2012 Prefeitura Municipal de NOVA ITARANA Gestor: José Andrade Brandão de Almeida Relator Cons. José Alfredo Rocha Dias RELATÓRIO / VOTO 1 – DA PRESTAÇÃO DE CONTAS A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Nova Itarana, referente ao exercício financeiro de 2012, da responsabilidade do Sr. José Andrade Brandão de Almeida, foi autuada tempestivamente nesta Corte, sob 10.063/13, observado o instituto da disponibilidade pública – artigos 31, § 3º da Lei Maior, 63 da Constituição Estadual e 53 e 54 da Lei Complementar Estadual nº 06/91, na forma do disciplinado na Resolução TCM nº 1.060/05 – comprovante de fl. 02. Considerada a indicação efetivada no sentido de que houve afixação no mural da Secretaria da Câmara, destaca-se que é indispensável que a divulgação ocorra de forma mais ampla, inclusive na internet, de sorte a cumprir adequadamente o princípio da transparência e o disposto no artigo 54 e respectivo parágrafo único da Lei de Responsabilidade Fiscal. O Relatório Anual/Cientificação, de fls. 452 a 644, traduz a consolidação dos trabalhos de acompanhamento realizados em 2012 pela 6ª Inspetoria Regional de Controle Externo, sediada no município de Jequié. A análise técnica, efetivada após a formalização dos autos com anexação das peças anuais, é refletida no Pronunciamento Técnico - fls. 647 a 668. Foram rigorosamente respeitadas as garantias consagradas no inciso LV do art. 5º da Carta Federal, ao longo de 2012 e mediante publicação do Edital nº 164 , edição de 22/08/2013 do Diário Oficial do Estado. Às fls. 672 há declaração probatória de que ao Gestor, ou a preposto pelo mesmo indicado, foi possibilitado acesso a todas as peças processuais, em decorrência do que houve a apresentação dos esclarecimentos, documentação e justificativas que considerou pertinentes – processo TCM nº 14.165/13, anexado às fls. 674 e seguintes e em 01 (um) pasta tipo ”AZ”. Apesar de intempestiva, foi examinada a defesa final, em homenagem às referidas garantias, o que impõe, entretanto, que seja o Responsável advertido. 2 – DOS EXERCÍCIOS PRECEDENTES As contas do exercício imediatamente antecedente - 2011 .- da responsabilidade do mesmo Gestor das sub examen, contidas no processo TCM nº 8.733/12, foram objeto do Parecer Prévio, datado de 27/10/12, pela rejeição. A Deliberação de Imputação de Débito decorrente aplicou multa no valor de R$2.000,00 (dois mil reais), com fundamento no § 1º do art. 5º da Lei Federal nº 10.028/00. Determinou-se ademais, o ressarcimento ao Tesouro Municipal, do montante de R$3.711,37 (três mil setecentos e onze reais e trinta 1

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PRESTAÇÃO ANUAL DE CONTASProcesso TCM nº 10063-13Exercício Financeiro de 2012Prefeitura Municipal de NOVA ITARANA Gestor: José Andrade Brandão de AlmeidaRelator Cons. José Alfredo Rocha Dias

RELATÓRIO / VOTO

1 – DA PRESTAÇÃO DE CONTAS

A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Nova Itarana, referente ao exercício financeiro de 2012, da responsabilidade do Sr. José Andrade Brandão de Almeida, foi autuada tempestivamente nesta Corte, sob nº 10.063/13, observado o instituto da disponibilidade pública – artigos 31, § 3º da Lei Maior, 63 da Constituição Estadual e 53 e 54 da Lei Complementar Estadual nº 06/91, na forma do disciplinado na Resolução TCM nº 1.060/05 – comprovante de fl. 02. Considerada a indicação efetivada no sentido de que houve afixação no mural da Secretaria da Câmara, destaca-se que é indispensável que a divulgação ocorra de forma mais ampla, inclusive na internet, de sorte a cumprir adequadamente o princípio da transparência e o disposto no artigo 54 e respectivo parágrafo único da Lei de Responsabilidade Fiscal.

O Relatório Anual/Cientificação, de fls. 452 a 644, traduz a consolidação dos trabalhos de acompanhamento realizados em 2012 pela 6ª Inspetoria Regional de Controle Externo, sediada no município de Jequié. A análise técnica, efetivada após a formalização dos autos com anexação das peças anuais, é refletida no Pronunciamento Técnico - fls. 647 a 668. Foram rigorosamente respeitadas as garantias consagradas no inciso LV do art. 5º da Carta Federal, ao longo de 2012 e mediante publicação do Edital nº 164 , edição de 22/08/2013 do Diário Oficial do Estado. Às fls. 672 há declaração probatória de que ao Gestor, ou a preposto pelo mesmo indicado, foi possibilitado acesso a todas as peças processuais, em decorrência do que houve a apresentação dos esclarecimentos, documentação e justificativas que considerou pertinentes – processo TCM nº 14.165/13, anexado às fls. 674 e seguintes e em 01 (um) pasta tipo ”AZ”. Apesar de intempestiva, foi examinada a defesa final, em homenagem às referidas garantias, o que impõe, entretanto, que seja o Responsável advertido.

2 – DOS EXERCÍCIOS PRECEDENTES As contas do exercício imediatamente antecedente - 2011 .- da responsabilidade do mesmo Gestor das sub examen, contidas no processo TCM nº 8.733/12, foram objeto do Parecer Prévio, datado de 27/10/12, pela rejeição. A Deliberação de Imputação de Débito decorrente aplicou multa no valor de R$2.000,00 (dois mil reais), com fundamento no § 1º do art. 5º da Lei Federal nº 10.028/00. Determinou-se ademais, o ressarcimento ao Tesouro Municipal, do montante de R$3.711,37 (três mil setecentos e onze reais e trinta

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e sete centavos), correspondente a soma dos seguintes valores: - R$2.638,07 (dois mil seiscentos e trinta e oito reais e sete centavos), dispêndios com encargos financeiros (multas e juros) por atraso no cumprimento de obrigações; - R$1.073,30 (mil e setenta e três reais e trinta centavos), emissão de cheques sem provisão de fundos. As cominações não foram recolhidas ao erário. Destarte, resta comprometido o mérito das contas, ficando de logo advertido o novo Prefeito, Sr. Eduardo Alves da Silva, que deve inscrever os débitos, devidamente corrigidos e atualizados na Dívida Ativa Municipal e efetivar a cobrança judicial correspondente. Caso necessário, solicite cópia autenticada das decisões na Secretaria Geral deste Tribunal.

3 – DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO

A elaboração e a execução dos orçamentos públicos envolvem, necessariamente, na forma do disposto nos artigos 165 a 169 da Constituição da República, três principais instrumentos de planejamento, quais sejam o Plano Plurianual de Aplicação – PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO e o Orçamento Anual – LOA, revigorados e aprimorados pela Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF – a Complementar Federal nº 101/00.

Ausente dos autos o PPA. Conforme dados colhidos no Parecer Prévio pertinente às contas do exercício anterior, o referido Plano, alusivo ao quadriênio 2010/2013 foi encaminhado no mês de janeiro de 2010 sem que fosse denotada, no exercício de 2011 - art. 165, § 1º da Constituição Federal, o art. 159, § 1º da Constituição do Estado da Bahia e o art. 4º, V, da Resolução TCM nº 1060/05.

A LDO, por imposição dos §§ 1º e 3º do art. 4º da LRF, deve conter anexos relativos a Metas e Riscos Fiscais, guardando conformidade com o PPA. Norteia a elaboração do orçamento e regula o ritmo da realização das metas. Foi aprovada sob o nº 79/11, respeitadas as referidas normas e comprovada a sua tempestiva divulgação no Diário Oficial do Município, edição nº250, do dia 20/06/2011.

A LOA traduz as expectativas técnicas de realização da receita fixada e da despesa autorizada, compreendendo os Orçamentos Fiscal e de Seguridade Social. Para o exercício financeiro de 2012 foi aprovada sob nº 084, datada de 09/12/2011 e apresenta o valor total de R$15.000.000,00 (quinze milhões de reais), com os seguintes dados fundamentais:

Descrição Valor (R$)Orçamento Fiscal 11.349.450,00Orçamento da Seguridade Social 3.650.550,00(-) Dedução FUNDEB 1.820.200,00Total 15.000.000,00

Publicado no Diário Oficial do Município, edição nº 290, do dia 16/12/11, o diploma legal em apreço contempla autorização para abertura de créditos 2

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adicionais suplementares, em conformidade com as prescrições constitucionais e regras da Lei Federal nº 4.320/64, mediante utilização dos recursos de suporte abaixo indicados e respectivos limites:

- Decorrentes de superávit financeiro, até o existente;- Oriundos de excesso de arrecadação, até o limite do comprovadamente

ocorrido, e- Mediante anulação parcial ou total de dotações, até 60% (sessenta por

por cento) das despesas.

O Decreto nº 01, datado de 05 de janeiro 2012, acostado à fl. 122, aprovou o Cronograma de Execução Mensal de Desembolso e o QDD - Quadro de Detalhamento de Despesa.

4 – DAS ALTERAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

As alterações orçamentárias procedidas objetivando o ajuste dos valores iniciais às necessidades reveladas no curso do exercício importaram no total de R$5.770.186,00 (cinco milhões, setecentos e setenta mil cento e oitenta e seis reais), em decorrência da abertura de Créditos Suplementares (R$4.568.059,00) e de alteração no Quadro de Detalhamento de Despesa - QDD (R$1.202.127,00). Foram utilizados recursos de cobertura decorrentes da anulação de dotações, no importe de R$5.030.876,00 (cinco milhões, trinta mil oitocentos e setenta e seis reais) e de excesso de arrecadação, na quantia de R$739.310,00 (setecentos e trinta e nove mil trezentos e dez reais). Em decorrência, a despesa autorizada atingiu o montante de R$15.739.310,00 (quinze milhões, setecentos e trinta e nove mil trezentos e dez reais), refletido corretamente no Balanço Orçamentário.

Embora o exame global procedido pela Relatoria possibilite concluir-se no sentido da regularidade da matéria, os questionamentos feitos no pronunciamento técnico, embora esclarecidos na defesa final, traduzem a desorganização contábil existente na Comuna, no particular, igualmente com reflexo nas conclusões deste pronunciamento. Forçoso é registrar-se a necessidade de maior controle e acompanhamento da matéria, no dia a dia da Administração, evitando-se o cometimento das mesmas falhas no exercício subsequente, na medida em que a reincidência pode comprometer o mérito das contas. Há que se controlar, caso a caso, a fonte de recursos de suporte, evitando-se o risco de rejeição de contas em face de equívocos plenamente solucionados com dito controle. Os créditos abertos respeitem os limites legalmente autorizados.

A tabela seguinte traduz a situação ao final existente nas contas.

Distribuição Valor (R$)(+) LOA 15.000.000,00(+) Créditos Suplementares 4.568.059,00(+)Alteração de QDD 1.202.127,00(-) Anulação de Dotações 5.030.876,00Excesso de Arrecadação 739.310,00

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Despesa Autorizada 15.739.310,00

5 – DO ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA REALIZADO PELA 6ª INSPETORIA REGIONAL DE CONTROLE EXTERNO

Foram infrutíferos os trabalhos empreendidos pelo TCM ao longo dos meses do exercício cujas contas são apreciadas, orientando e alertando a Administração Municipal, na medida em que faltas foram reiteradamente repetidas, como refletido no Cientificação/Relatório Anual, com os respectivos enquadramentos legais. Ainda que considerada a defesa final e não adotadas oportunas providências objetivando o cumprimento da legislação de regência, cumpre destacar as principais irregularidades e ilegalidades cometidas:

a. Falhas repetidas ao longo dos meses do exercício no que concerne ao sistema informatizado “SIGA”, a revelar inobservância das normas da Resolução TCM nº 1.282/09, dificultando o exercício do controle externo, constitucionalmente instituído;

b. Não apresentação de manifestação acerca das notificações dos meses de agosto, setembro, outubro e novembro , ao arrepio do disposto na Resolução TCM nº 1060/05. Tal fato, além de prejudicar o exercício do controle externo, penaliza o Gestor, na medida em que o mesmo não usa a oportunidade para corrigir falhas e evitar a continuidade no seu cometimento;

c. Não cumprimento de disposições referentes a execução da despesa, contidas na Lei Federal nº 4.320/64, Resoluções e Instruções editadas por este órgão;

d. Desrespeito aos princípios constitucionais e a normas atinentes a licitação pública - Lei Federal nº 8.666/93;

e. Injustificável pagamento de tarifas bancárias, no montante de R$10.458,69 (dez mil quatrocentos e cinquenta e oito reais e sessenta e nove centavos), relativas a multas e juros por atraso no cumprimento de obrigações e taxas e encargos por devolução de cheques por insuficiente provisão de fundos, fato que expõe e ridiculariza o ente público, compromete-lhe a credibilidade;

f. Ausência de comprovação de despesa, nos meses de Fevereiro (R$ 390,00), Março (R$ 23.1111,02), Julho (R$ 901,03) e Novembro (R$ 13.384,00), no valor total de R$ 37.786,05 (trinta e sete mil setecentos e oitenta e seis reais e cinco centavos);

g. Saída de numerário da conta bancária do FUNDEB, sem suporte em documento de despesa, no montante de R$ 143.129,06 (cento e quarenta e três mil cento e vinte e nove reais e seis centavos), nos meses de Setembro, Outubro e Novembro;

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h. Ausência de comprovação da efetiva ocorrência de pagamento das folhas de servidores, na medida em que desacompanhadas dos avisos de débitos bancário correspondente, no montante de R$ 1.750.585,29 (um milhão, setecentos e cinquenta mil quinhentos e oitenta e cinco reais e vinte e nove centavos), correspondendo a: janeiro (R$ 113.532,99); maio (R$ 422.309,89); junho (R$ 71.718,66;, setembro (R$223.487,81); outubro (R$ 484.443,12) e novembro (R$435.092,82);

i. Atraso no pagamento do pessoal do magistério em exercício no Ensino Fundamental, nos meses março, maio, junho, setembro, outubro, novembro e dezembro. Não há justificativa para a ocorrência, considerada a regularidade da realização da receita e a destinação específica dos recursos;

j. Não apresentação de Notas Fiscais emitidas por meio eletrônico, modalidade que traduz sensível evolução na sistemática da arrecadação tributária, da qual participam os municípios. A omissão revela inobservância a disposições da Resolução TCM nº 956/05;

k. Gastos excessivos com veículos (locação e manutenção), a demonstrar agressão aos princípios constitucionais da razoabilidade e economicidade;

l. Realização de despesas relativas a outra esfera de governo com recursos municipais, sem suporte em instrumento convenial;

m. Ausência de individualização do credor, mediante registro dos respectivos números de inscrição no CPF/MF e de identificação civil, tornando inválidos os recibos respectivos;

n. Reincidência no cometimento de irregularidades anteriormente apontadas pelo TCM.

Os valores citados nos itens e, f, g e h deverão ser ressarcidos ao erário , com recursos pessoais do Gestor das presentes contas, no prazo de até 60 (sessenta) dias a contar deste pronunciamento, comprovando- se o fato junto à Regional da Corte.

6 – DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A análise empreendida neste item considera a execução orçamentário-financeira e a gestão patrimonial. O primeiro aspecto reflete a realização de receitas e despesas e a respectiva movimentação. A gestão patrimonial traduz a posição dos ativos e passivos, bem assim o comportamento da dívida pública municipal.

Preliminarmente, refira-se que foi apresentado o selo da Declaração de Habilitação Profissional – DHP do contador que firma as peças contábeis,

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cumprindo o disposto na Resolução nº 1.402/12, do Conselho Federal de Contabilidade.

6.1 - CONFRONTO COM AS CONTAS DA CÂMARA

O total lançado no Demonstrativo de Despesas do mês de dezembro da Câmara Municipal foi incorporado ao da Prefeitura, por elementos de despesas, na respectiva unidade orçamentária, de sorte que os balanços do Município acham-se consolidados, como devido.

6.2 – BALANÇO ORÇAMENTÁRIO - Anexo XII

A peça contábil em tela demonstra as Receitas e Despesas previstas em confronto com as realizadas, indicando o Resultado Orçamentário, nos termos do artigo 102 da Lei Federal nº 4.320/64. A comparação da Despesa Realizada com a Receita Arrecadada revela a ocorrência de DÉFICIT ou SUPERÁVIT ORÇAMENTÁRIO, enquanto o cotejo entre a despesa autorizada com a realizada indica a existência, ou não, de ECONOMIA ORÇAMENTÁRIA. Os resultados refletidos nas contas são:

Descrição R$Receita Prevista 15.000.000,00(-) Receita Arrecadada (A) 12.923.290,90(=) Deficit de Arrecadação 2.076.709,10Despesa Inicial Fixada 15.000.000,00(+) Créditos Adicionais 739.310,00(=) Despesa Final Fixada 15.739,310,00(-) Despesa Executada (B) 13.847.032,93(=) Economia Orçamentária 1.892.277,07Déficit Orçamentário (A-B) 923.290,90

A Receita Arrecadada em 2012 alcançou o valor total de R$12.923.290,90 (doze milhões, novecentos e vinte e três mil duzentos e noventa reais e noventa centavos), situando-se abaixo da prevista no percentual de 13,84% (treze vírgula oitenta e quatro por cento), com a seguinte composição: Descrição R$Receitas Correntes 13.259.634,13Receitas de Capital 1.130.864,30Dedução de Receita para formação do FUNDEB 1.467.207,53Total 12.923.290,00

Os elementos postos indicam superestimada previsão orçamentária, evidenciando a não utilização de critérios ou parâmetros técnicos adequados para a elaboração da LOA, inobservadas as normas regedoras da matéria, contidas na Carta Federal, na LRF e na Lei Federal nº 4.320/64. Atente o atual Prefeito para a importância da matéria.

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A despesa alcançou montante de R$13.847.032,93 (treze milhões, oitocentos e quarenta e sete mil e trinta e dois reais e noventa e três centavos), superior à receita, conforme o Balanço Orçamentário, sintetizada no quadro abaixo:

Descrição R$Despesas Correntes 10.798.512,35Despesas de Capital 3.048.520,58Total 13.847.032,93

6.3 – BALANÇO FINANCEIRO - Anexo XIII

Apresentando os valores das receitas e despesas orçamentárias, os recebimentos e pagamentos extra orçamentários, os saldos em espécie oriundos do exercício anterior e os a transferir para o seguinte, nos termos do artigo 103 da Lei Federal nº 4.320/64, o Balanço em epígrafe traduz os dados financeiros refletidos nas contas, a seguir condensados:

Descrição R$Receita Orçamentária 12.923.290,90Interferências Financeiras 1.044.579,19Receita Extra Orçamentária 1.234.229,17Saldo do exercício anterior 512.184,49Total 15.714.283,75Despesa Orçamentária 13.847.032,93Interferências Financeiras 1.044.579,19Despesa Extra orçamentária 748.160,78Saldo para exercício seguinte 74.510,85Total 15.714.283,75

6.4 – BALANÇO PATRIMONIAL - Anexo XIV Evidencia os componentes patrimoniais, classificados nos grupos Contas de Compensação, Ativos (Financeiro e Permanente), Passivos (Financeiro e Permanente) e Saldo Patrimonial, na forma estabelecida na Lei Federal nº 4.320/64. Seus principais dados são dispostos no quadro abaixo:

ATIVO PASSIVODescrição R$ Descrição R$Ativo Financeiro

Disponível 74.510,85Realizável - Passivo Financeiro 1.812.175,99

Ativo Permanente 3.933.168,18Passivo Permanente 5.715.148,03

Soma Ativo Real 4.007.679,03Soma Passivo Real 7.527.324,02

Passivo Real Descoberto 3.519.644,99 Ativo Real Líquido -

TOTAL 7.527.324,02 TOTAL 7.527.324,02

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Decorrente da soma do resultado econômico negativo deste exercício, com o valor, também negativo, resultante do anterior, respectivamente de R$1.076.726,34 (um milhão, setenta e seis mil setecentos e vinte e seis reais e trinta e quatro centavos) e R$2.442.918,65 (doze milhões, quatrocentos e quarenta e dois mil novecentos e dezoito reais e sessenta e cinco centavos), o valor de R$3.519.644,99 (três milhões, quinhentos e dezenove mil seiscentos e quarenta e quatro reais e noventa e nove centavos) representa o Saldo Patrimonial do exercício – Passivo Real Descoberto – fato que demanda atenção especial da Administração.

6.4.1. Ativo

Inclui as contas representativas dos bens e direitos, demonstrando a aplicação dos recursos.

6.4.1.1 – Dívida Ativa

As importâncias referentes a tributos, multas e créditos em favor do Município, lançados e não cobrados ou recolhidos no exercício de origem, constituem, ex vi do disposto no artigo 39 da Lei Federal nº 4.320/64, a partir da data da respectiva inscrição, a Dívida Ativa Municipal.

O montante da Dívida Ativa Tributária, ao final de 2011, alcançou R$260.493,75 (duzentos e sessenta mil quatrocentos e noventa e três reais e setenta e cinco centavos). Em face da cobrança, no exercício analisado, de valor equivalente a R$2.118,21 (dois mil cento e dezoito reais e vinte e um centavos), representando 0,81% (zero vírgula oitenta e um por cento) do saldo anterior e sem registros de inscrição e atualização, resta a cobrar a importância de R$258.375,54 (duzentos e cinquenta e oito mil trezentos e setenta e cinco reais e cinquenta e quatro centavos).

Cumpre salientar que não consta do Balanço Patrimonial qualquer lançamento atinente à Dívida Ativa não Tributária apesar de existir valores de multas imputadas por este Tribunal no exercício sob exame e em anteriores . A omissão incide nas conclusões deste pronunciamento, pela gravidade.

Aduz a defesa que a Administração estaria adotando política de combate a sonegação e a evasão de receitas, inclusive medidas judiciais, afim de que os valores pendentes sejam ressarcidos, sem comprovação.

Fica a nova Administração advertida para a expressividade das penalidades previstas para a hipótese de omissão na inscrição e cobrança dos créditos municipais, que pode caracterizar ato de improbidade administrativa, com pena estabelecida no inciso II do artigo 12 da Lei nº 8.429/92. A permanência do quadro existente pode vir a comprometer o mérito de contas futuras.

6.4.2 – Passivo

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Compreende as contas relativas às obrigações, evidenciando a origem dos recursos.

Estão inscritos no Passivo Financeiro da Comuna como obrigações a cumprir valores retidos a título de ISS e IRRF em pagamentos efetivados, quando, à vista do disposto nos artigos 156, inciso III (ISS) e 158, inciso I (IRRF), todos da Carta Federal, pertencem ao município. Os esclarecimentos trazidos não equacionam a matéria. Atente a Administração Municipal para a adoção de providências. Esta Corte tem reiteradamente alertado as Comunas sobre a matéria. Atente a nova Gestão para evitar reincidências.

6.4.2.1 - Dívida Flutuante - Anexo XVII

A dívida em epígrafe é integrada pelos Restos e Serviços da Dívida a Pagar, Depósitos e Débitos de Tesouraria, incluídos os decorrentes de empréstimos por antecipação de receita orçamentária. Ao final de 2012 alcançou o montante de R$1.812.175,99 (um milhão, oitocentos e doze mil cento e setenta e cinco reais e noventa e nove centavos), correspondendo aos valores de R$394.704,35 (trezentos e noventa e quatro mil setecentos e quatro reais e trinta e cinco centavos) - “Restos a Pagar” e R$1.417.471,64 (um milhão, quatrocentos e dezessete mil quatrocentos e setenta e um reais e sessenta e quatro centavos) - “Depósitos/Retenções”, estes últimos integrados pelas “Retenções/INSS”- ( R$1.396.242,71) e “Outras Retenções” - (R$21.228,93). Considerado o valor correspondente de 2011 – R$1.324.441,41 (um milhão, trezentos e vinte e quatro mil quatrocentos e quarenta e um reais e quarenta e um centavos) – constata-se a ocorrência de acréscimo percentual de 36,83% (trinta e seis vírgula oitenta e três por cento), a exigir a atenção do novo Prefeito. O débito referente à Previdência Social, correspondente à quantia de R$1.396.242,71 (um milhão, trezentos e noventa e seis mil duzentos e quarenta e dois reais e setenta e um centavos), deve, necessariamente, ser equacionado pela Comuna, evitando-se o seu crescimento, como ocorrido. As contas subsequentes voltarão a examinar a matéria.

Atente-se para as prescrições e penas introduzidas no Código Penal Brasileiro pela Lei Federal nº 9.983, de 14 de julho de 2000, a denominada Lei dos Crimes Contra a Previdência Social. Cópia do Parecer Prévio deve ser encaminhada ao Ministério da Previdência Social, com vistas ao Departamento de Acompanhamento respectivo.

6.4.2.2 – Dívida Fundada Interna – Anexo XVI

Composta dos compromissos de exigibilidade superior a doze meses, nos termos do art. 98 da Lei Federal nº 4.320/64, está representada pelas contas “INSS”, “EMBASA”, “COELBA” e “PASEP”, assumidas pelo Executivo, no expressivo montante de R$5.715.148,03 (cinco milhões, setecentos e quinze mil cento e quarenta e oito reais e três centavos). Constatado crescimento percentual de 28,37% (vinte e oito vírgula trinta e sete por cento o) em relação à existente em 31/12/2011, impõe-se a atuação do novo Prefeito, de 9

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sorte a preservar o equilíbrio financeiro da Comuna. Saliente-se o encaminhamento, como devido, de certidões probatórias dos saldos demonstrados no Balanço Patrimonial/12, em atendimento ao disposto na Resolução TCM nº 1060/05, art. 9º, item 39.

6.4.2.3 – Dívida Consolidada Líquida

Os limites de endividamento dos entes da Federação são fixados por Resoluções do Senado Federal, na forma do disposto na Constituição Federal e na LRF. Para o exercício em apreciação vigoram as de números 40/01, relativa ao montante da dívida pública consolidada e 43/01, concernente a operações de crédito e concessão de garantias.

Os valores demonstrados no Balanço Patrimonial do exercício revelam que a Dívida Consolidada Líquida respeita o limite correspondente, cumprido o art. 3º, inciso II da Resolução nº 40, de 20.12.2001, do Senado Federal.

6.4.2.4. - Restos a Pagar e Despesas contraídas nos dois últimos quadrimestres do exercício – Art. 42 da LRF

Tais débitos englobam despesas empenhadas e não pagas até o dia 31 de dezembro do exercício financeiro de origem, na forma do disposto no caput do artigo 36 da Lei Federal nº 4.320/64. Constituindo-se em dívidas de curto prazo, impõe a legislação a existência de disponibilidade financeira suficiente à cobertura, ao final do exercício. A verificação é efetivada nos registros das contas Caixa e Bancos – Ativo Financeiro Disponível.

Reportando-se as contas ao último exercício da gestão iniciada em 2009, cabe a apuração do cumprimento do disposto no art. 42 da LRF, que veda ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20 da mesma Lei, nos últimos dois quadrimestre do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte, sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito. A ocorrência é enquadrada como crime fiscal, na forma da Lei nº 10.028/00, art. 359-C.

O saldo financeiro da Municipalidade, no final do exercício de 2012, alcançou o montante de R$74.510,85 (setenta e quatro mil quinhentos e dez reais e oitenta e cinco centavos), incluindo-se os haveres financeiros. Deduzindo-se as Consignações/Retenções e os Restos a Pagar de exercícios anteriores, constata-se indisponibilidade de R$1.405.971,51 (um milhão, quatrocentos e cinco mil novecentos e setenta e um reais e cinquenta e um centavos) . Ademais, consta do Balanço Patrimonial inscrição de “Restos a Pagar” do exercício no montante de (R$331.693,63), Despesas de Exercícios Anteriores (DEA) de (R$25.038,52). Verifica-se, portanto, que houve inobservância ao disposto no artigo 42 da LRF, o que compromete, irremediavelmente, o mérito das contas e enseja a formulação de representação ao douto Ministério Público, à vista do disposto na Lei Federal nº 10.028/00.

Disponibilidade Financeira 74.510,85 10

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(-) Consignações e Retenções 1.417.471,64(-) Restos a Pagar de Exercícios Anteriores 63.010,72= Disponibilidade de Caixa (1.405.971,51)(-) Restos a Pagar do Exercício 331.693,63(-)Despesas de Exercícios Anteriores 25.038,52= Saldo (1.762.703,66)

Silente a defesa final, permanece a irregularidade.

6.5 – DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS – Anexo XV

Nos termos do art. 104 da Lei Federal nº 4.320/64, o anexo citado reflete as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e registra o resultado patrimonial do exercício (Superávit / Déficit). A peça trazida apresenta os seguintes dados:

Variações Ativas Variações PassivasDescrição R$ Descrição R$Resultante da Execução Orçamentária 12.923.290,90

Resultante da Execução Orçamentária 13.847.032,93

Mutações Patrimoniais 1.307.122,88

Mutações Patrimoniais 2.118,21

Independente da Execução orçamentária 1.061.406,73

Independente da Execução Orçamentária 2.519.395,71

Total das Variações Ativas 15.291.820,51

Total das Variações Passivas 16.368.546,85

Déficit Patrimonial do Exercício 1.076.726,34

Superávit Patrimonial do Exercício -

Total 16.368.546,85 Total 16.368.546,85

7 – DO INVENTÁRIO

Constituindo-se em levantamento ordenado do patrimônio municipal, deve respeitar as regras do Decreto nº 8.365, de 06/11/02. Objetiva o eficaz controle dos bens municipais, quantitativa e qualitativamente, inclusive os consignados sob responsabilidade de órgãos e entidades administrativas (Câmara de Vereadores, descentralizadas, etc.) confirmada a sua existência física, em confronto com a escrituração e respectivos valores.

A peça existente,nos autos, em caderno anexo, não atende as exigências do item 18 do artigo 9º da Resolução TCM nº 1.060/05, que disciplina o Decreto citado. Registra o Pronunciamento Técnico que o Inventário apresentado, não indica a alocação dos bens, números dos respectivos tombamentos, não se

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identifica no referido, distinção entre os bens móveis e imóveis e não demonstra claramente os bens da Câmara. Silente a defesa final, adverte-se o novo Gestor para adoção de providências, na medida em que as correções serão objeto de análise nas contas do exercício subsequente. A reincidência gera a aplicação de penalidades.

8 – DAS OBRIGAÇÕES CONSTITUCIONAIS

8.1 – EDUCAÇÃO

8.1.1 – Artigo 212 da Constituição Federal

Foi cumprida a exigência do mandamento constitucional destacado, em 2012, uma vez aplicado na manutenção e desenvolvimento do ensino o montante de R$3.982.885,51 (três milhões, novecentos e oitenta e dois mil oitocentos e oitenta e cinco reais e cinquenta e um centavos), correspondente ao percentual de 26,15% (vinte e seis vírgula quinze por cento), superior ao percentual mínimo de 25%, incluídas as despesas pagas e as liquidadas até 31 de dezembro do exercício, inscritas em Restos a Pagar, com os correspondentes saldos financeiros. No montante indicado estão incluídos os recursos divergentes da fonte 01, porém originários de transferências constitucionais, correspondente ao valor de R$39.770,19 (trinta e nove mil setecentos e setenta reais e dezenove centavos).

8.1.2 – FUNDEB – Lei Federal nº 11.494/07

A Emenda Constitucional nº 53, de 19/12/06, instituiu o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB, a ser aplicado na forma do disposto na Lei Federal nº 11.494/07.

Dos recursos totais, o percentual mínimo de 60% (sessenta por cento) é de aplicação obrigatória na remuneração dos profissionais do magistério em efetivo exercício na área pública da educação básica – parágrafo único do artigo 22 de lei mencionada. A Prefeitura de Nova Itarana, havendo recebido recursos no montante de R$R$3.203.237,45 (três milhões, duzentos e três mil duzentos e trinta e sete reais e quarenta e cinco centavos), despendeu na remuneração mencionada, o montante de R$1.946.228,97 (um milhão, novecentos e quarenta e seis mil duzentos e vinte e oito reais e noventa e sete centavos), equivalente ao percentual de 60,72% (sessenta vírgula setenta e dois por cento), cumprida a exigência legal.

8.1.2.1 – Despesas do FUNDEB - §2º, do artigo 21 da Lei Federal nº 11.494/07

O art. 13, parágrafo único da Resolução TCM nº 1.276/08, emitido em consonância ao artigo 21, § 2º da Lei Federal nº 11.494/07, estabelece que até 5,00% (cinco por cento) dos recursos do FUNDEB poderão ser aplicados no primeiro trimestre do exercício subsequente ao recebimento dos valores, mediante abertura de crédito adicional. Verifica-se que na municipalidade de 12

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Nova Itarana houve aplicação do montante de 3.205.190,65 (três milhões, duzentos e cinco mil cento e noventa reais e sessenta e cinco centavos), obedecido o limite determinado no dispositivo legal.

O Parecer do Conselho do FUNDEB, somente foi apresentado com a defesa final, quando deveria integrar as contas postas em disponibilidade pública. Evite-se a aplicação de penalidades decorrentes de reincidência.

8.1.2.2 – Despesas glosadas no exercício em face da aplicação de recursos do FUNDEB com desvio de finalidade

Não foram identificados recursos do Fundo em epígrafe em ações não compatíveis com a legislação de regência.

8.1.2.3 - Despesas glosadas em exercício anteriores, face da aplicação de recursos do FUNDEF – Lei Federal nº 9.424/95 e do FUNDEB – Lei Federal nº 11.494/07 – com desvio de finalidade

Há informação nos autos de pendências de restituições determinadas, à conta do FUNDEF ou FUNDEB, com recursos municipais, das importâncias adiante relacionadas, na medida em que inobservadas as disposições da Lei Federal nº 11.494/07.

R$1,00Processo Responsável Natureza Valor

43042-10 José Andrade Brandão de Almeida (Gestor destas contas) FUNDEB 84.243,78

44044-11José Andrade Brandão de Almeida (Gestor destas contas) FUNDEB 176.514,88

08733-12José Andrade Brandão de Almeida (Gestor destas contas) FUNDEB 90.279,58

Comprova a defesa final, mediante cópias de extratos bancários que foi efetivada transferências entre contas no montante de apenas R$157.514,88 (cento e cinquenta e sete mil quinhentos e quatorze reais e oitenta e oito centavos)., remetidos à CCE para verificações e registros. O saldo remanescente, no total de R$193.423,36 (cento e noventa e três mil quatrocentos e vinte e três reais e trinta e seis centavos), deve ser restituído em até 12 (doze) parcelas mensais, iguais e sucessivas a contar da publicação deste pronunciamento, pela atual Administração, já que se trata de obrigação institucional, e não pessoal.

8.2 - APLICAÇÃO EM AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE

A Lei Complementar nº 141, de 13/01/12, estatui em seu art. 7º a obrigatoriedade da aplicação, pelos municípios, do percentual mínimo de 15% (quinze por cento) dos recursos enumerados nos artigos 156, 158 e 159, I, “b” e § 3º da CRFB em ações e serviços públicos de saúde, com a exclusão do

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percentual de 1% (um por cento) do FPM, na forma da Emenda Constitucional nº 55/07.

A Prefeitura não cumpriu a norma constitucional, na medida em que aplicou, em 2012, o valor de R$1.068.320,00 (um milhão, sessenta e oito mil trezentos e vinte reais) , correspondente ao percentual de 13,29% (treze vírgula vinte e nove por cento) dos recursos pertinentes, nas ações e serviços referenciados. A defesa final manteve-se silente. Somente quando da defesa final foi apresentado o Parecer do Conselho Municipal de Saúde, que deixou de integrar, como devido, as contas quando postas em disponibilidade pública. Cumpra-se o disposto no artigo 13 da Resolução TCM nº 1.277/08, evite-se a reincidência.

8.3 – TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS PARA O PODER LEGISLATIVO

O artigo 29-A da Constituição da República estabelece limites e prazo para o repasse de recursos ao Poder Legislativo Municipal, observada a execução orçamentária, de sorte a manter a proporção originalmente fixada. A redução ou superação do montante caracteriza crime de responsabilidade.

Em 2012, a dotação orçamentária destinada à Câmara – R$580.000,00 (quinhentos e oitenta mil reais) – é superior ao referido limite máximo definido na Carta Federal – R$R$551.535,04 (quinhentos e cinquenta e um mil quinhentos e trinta e cinco reais e quatro centavos). Efetivado repasse do montante de R$564.305,48 (quinhentos e sessenta e quatro mil trezentos e cinco reais e quarenta e oito centavos), configura-se o não cumprimento da limitação imposta, na medida em que houve repasse a maior do que o legalmente fixado. Silente a defesa final, o fato repercute nas conclusões deste pronunciamento.

8.4 – REMUNERAÇÃO DOS AGENTES POLÍTICOS

Regulares foram os pagamentos efetivados, já que observados os princípios estabelecidos na Carta Federal e o quanto fixado na Lei Municipal nº 58/08. Perceberam, respectivamente, os Senhores Prefeito e Vice Prefeito as quantias anuais de R$96.000,00 (noventa e seis mil reais) e R$48.000,00 (quarenta e oito mil reais), registrando-se a regularidade, igualmente, dos pagamentos realizados aos Senhores Secretários Municipais.

8.5 – DO SISTEMA DE CONTROLE INTERNO

Ex vi do disposto no artigo 74 da Constituição da República, os Poderes municipais são obrigados a institucionalizar o sistema em epígrafe. A Lei de Responsabilidade Fiscal reforça a sua importância, quando lhe atribui competência para fiscalizar o cumprimento de suas regras. Possuindo o mesmo, ademais, cunho preventivo, constitui-se em instrumento de atualização técnica, capaz de evitar a prática de irregularidades e permitir a sua correção tempestiva, dando azo ao respeito, pelos atos administrativos, da legislação de regência. É, assim, valioso auxiliar do Gestor municipal, 14

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indispensável ao adequado funcionamento da máquina pública, em conformidade com o regramento legal vigente. Apesar de instituído no município de Nova Itarana e das advertências e orientações anteriormente expedidas pelo TCM, o largo quantitativo das ocorrências consignadas nos documentos elaborados por técnicos da Corte indicam o seu precário ou mesmo ineficaz funcionamento. Consideradas as advertências anteriores deste TCM, a situação revelada influi nas nas conclusões deste pronunciamento.

9 – DAS EXIGÊNCIAS DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

9.1 – DESPESA TOTAL COM PESSOAL

A LRF, em seus artigos 18 a 20, 21 a 23 e 66, define e estabelece limites específicos para as despesas com pessoal e disciplina a forma de efetivação dos controles pertinentes. O § 1º do artigo 5º da Lei Federal nº 10.028/00, além de penalidades institucionais, prevê a aplicação de multa equivalente a 30% (trinta por cento) dos subsídios anuais do Gestor, na hipótese de omissão na execução de medidas para a redução de eventuais excessos. A reincidência omissiva repercute negativamente no mérito das contas.

A verificação da observância, ou não, do regramento citado impõe a análise dos gastos do exercício anterior – 2011 – além do atual, 2012.

9.1.1 – DESPESA TOTAL COM PESSOAL - PERCENTUAL EXCEDENTE (ART. 23 DA LRF) REFERENTE AO EXERCÍCIO DE 2011

A Prefeitura, no exercício de 2011, não ultrapassou o limite definido no art. 20, inciso III, alínea “b”, da LRF.

9.1.2 - EXERCÍCIO DE 2012 - Percentual Excedente (art. 23 e 66 da LRF)

Inicialmente deve ser ressaltado que os dados divulgados pelo IBGE em março de 2013 acerca do PIB nacional, entretanto, revelam taxa de variação real acumulada dos últimos quatro trimestres, em relação aos imediatamente anteriores, no valor negativo de 1% (um por cento). É fato assim, que os dados do exercício de 2012 foram afetados em face do resultado do PIB do 4º trimestre. Na forma do disposto no artigo 66 da LRF, há a duplicação dos prazos de recondução de tais despesas aos limites legais. Destarte, atente o novo Gestor que o município passa a dispor das seguintes datas para recondução dos limites legais, em cada quadrimestre ultrapassado, promovendo a eliminação do excedente : 31/12/2012, 30/04/2013 e 31/08/13, para eliminação de pelo menos 1/3 (um terço) do excesso e 30/08/13, 31/12/2013 e 30/04/2014 para a recondução do gasto total ao limite de 54%. O não cumprimento desta obrigação pode ensejar a aplicação de penalidades, inclusive a prevista no § 1º do art. 5º da Lei nº 10.028/00.

9.1.2.1 - DESPESA COM PESSOAL - PERCENTUAL EXCEDENTE (ART. 23 DA LRF) REFERENTE AO 1º QUADRIMESTRE DE 2012 15

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A despesa realizada com pessoal, no 1º quadrimestre de 2012, não ultrapassou o limite definido no art. 20, inciso III, alínea 'b', da Lei Complementar nº 101/00 – LRF.

9.1.2.2 - DESPESA COM PESSOAL - PERCENTUAL EXCEDENTE (ART. 23 DA LRF) REFERENTE AO 2º QUADRIMESTRE DE 2012

O Relatório de Prestação de Contas Mensal registra que a despesa sob comento, no mês de agosto de 2012, alcançou o montante de R$6.228.169,57 (seis milhões, duzentos e vinte e oito mil cento e sessenta e nove reais e cinquenta e sete centavos), correspondendo ao percentual de 53,96% (cinquenta e três vírgula noventa e seis por cento) da Receita Corrente Líquida de R$11.542.112,17 (onze milhões, quinhentos e quarenta e dois mil cento e doze reais e dezessete centavos), constatando-se o descumprimento da legislação supracitada.

9.1.2.3 DESPESA TOTAL COM PESSOAL - 3º QUADRIMESTRE DE 2012

Os autos registram os valores abaixo, para o final do exercício de 2012, considerando-se a Receita Corrente Líquida de R$12.923.290,90 (doze milhões, novecentos e vinte e três mil duzentos e noventa reais e noventa centavos):

DESPESA COM PESSOAL R$ Limite legal – 54% (art. 20 LRF) 6.978.577,09 Limite Prudencial – (art. 22) 6.629.648,24 Limite para alerta – 90% do limite máximo (art. 59) 6.280.719,39 Participação em 2012 6.746.315,47 Percentual da despesa na Receita Corrente Líquida 52,20%

Conquanto o Poder Executivo tenha cumprido o limite estabelecido no artigo 20, inciso III, alínea “b”, foram ultrapassados os chamados de “prudencial” e “alerta” – artigos 22 e 59, respectivamente, todos da LRF. Fica a Administração advertida quanto a obrigatoriedade de adoção das providências de controle estabelecidas nos dispositivos legais anteriormente citados, para verificação nas contas dos exercícios subsequentes , atentando para as penalidades referidas, na hipótese de omissão

9.2. – CONTROLE DE DESPESA TOTAL DE PESSOAL – ART. 21

O parágrafo único do art. 21, da Lei Complementar nº 101/00 da Lei de Responsabilidade reza “in verbis”:

“Parágrafo único – também é nulo de pleno direito o ato que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular de respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.” (grifamos)

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As informações da Inspetoria Regional e os registros contidos no Pronunciamento Técnico indicam que não houve aumento de Despesa com Pessoal e contratação de Mão de Obra Terceirizada nos 180 (cento e oitenta) dias anteriores no último ano do mandato do Gestor, verificando-se decréscimo percentual de 0,41% (zero vírgula quarenta e um por cento). É regular a matéria.

9.3 – RELATÓRIO RESUMIDO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E DE GESTÃO FISCAL

9.3.1 - Publicidade

Não houve oportuno encaminhamento dos demonstrativos e comprovação da tempestiva divulgação dos Relatórios Resumidos da Execução Orçamentária, correspondentes aos 1º, 2º 3º, 4º, 5º e 6º bimestres, e da Gestão Fiscal, dos 1º, 2º e 3º quadrimestres. Comprova a defesa final, todavia, que foi efetivada no devido tempo a divulgação dos Relatórios faltantes. A falta inicialmente abordada não deve voltar a ocorrer, sob pena da aplicação de penalidades e repercussão na conclusão de futuros Pareceres Prévios. Atente o Gestor para o disposto no § 2º do art. 55 da LRF.

9.4 – AUDIÊNCIAS PÚBLICAS

A LRF impõe ao Poder Executivo demonstrar e avaliar o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em reuniões realizadas na sede do Legislativo local, até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro. Registra o Pronunciamento Técnico a não remessa das comprovações devidas, irregularidade não descaracterizada na defesa final, o que repercute nas conclusões deste pronunciamento. A reincidência enseja punições de maior gravidade.

10 – DAS RESOLUÇÕES DO TRIBUNAL

10.1 – ROYALTIES / FUNDO ESPECIAL / COMPENSAÇÕES FINANCEIRAS DE RECURSOS MINERAIS E HÍDRICOS – Resolução TCM nº 931/04

A Prefeitura de Nova Itarana, no exercício de 2012, recebeu e contabilizou recursos provenientes dessa origem no montante de R$104.962,03 (cento e quatro mil novecentos e sessenta e dois reais e três centavos), respeitada a legislação de regência. É regular a matéria.

10.2 – CIDE – Resolução TCM nº 1.122/05

Revelam os autos que o município recebeu a importância de R$13.819,10 (treze mil oitocentos e dezenove reais e dez centavos), relativa a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, observada a legislação de regência. É regular a matéria.

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10.3 – DO REPASSE DE RECURSOS PARA ENTIDADES CIVIS – Resolução TCM nº 1.121/05

Não houve repasse de recursos públicos municipais pela administração direta ou indireta, mediante convênio, a entidades civis sem fins lucrativos, reconhecidas por lei municipal como de utilidade pública, a título de subvenção ou auxílio.

10.4 – DEMONSTRATIVO DOS RESULTADOS ALCANÇADOS – item 30, artigo 9º da Resolução TCM nº 1.060/05

Acostado às fls. 304 a 306, o Relatório sobre as Ações do Executivo no âmbito da Fiscalização da Receita e Combate à Sonegação atende, ainda de forma sintética, ao disposto no artigo 13, da LRF e item 30, do art. 9º, da Resolução TCM nº 1060/05. Deve, portanto, ser aperfeiçoado.

10.5 – RELATÓRIO DE PROJETOS E ATIVIDADES – item 32, art.º 9º da Resolução TCM nº 1.060/05

O Relatório de Projetos e Atividades – fls. 307/319 – apresentado de forma regular, contempla dados atinentes aos concluídos e em conclusão, cumprida a Resolução em tela.

10.6 – DECLARAÇÃO DE BENS DO GESTOR

Foi apresentada a Declaração de Bens do Gestor, cumprindo-se o artigo 11 da Resolução TCM nº 1060/05.

10.7. – TRANSMISSÃO DE GOVERNO – Resolução TCM nº 1.270/08

Não consta dos autos, qualquer indício de terem sido adotadas as providências para Transmissão de Governo, descumpridas as determinações da Resolução em destaque.

11 - DAS MULTAS E RESSARCIMENTOS PENDENTES

Os autos registram pendências concernentes ao não recolhimento de cominações impostas a Agentes Políticos do município em decisões transitadas em julgado nesta Corte - multas ou ressarcimentos. A defesa final colaciona comprovantes de quitação de multas, anteriormente já apresentadas a esta Corte. Desta forma permanecem pendentes os processos a seguir listados, incluídos os da responsabilidade do Gestor destas contas:

MULTAS

Processo Multado Cargo Venc. Valor R$ 07250-07 THEONAS SILVA

REBOUÇASEX-PREFEITO 12/04/2008 500,00

11783-06 JOSÉ BORGES DE EX- 23/05/2009 300,00 18

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SOUZA PRESIDENTE04795-09 JOSÉ BORGES DE

SOUZAPRESIDENTE 16/08/2009 700,00

09867-10 THEONAS SILVA REBOUÇAS

ex-Prefeito 07/07/2011 300,00

44044-11 JOSÉ ANDRADE BRANDÃO DE ALMEIDA

PREFEITO 16/11/2012 600,00

08733-12 JOSÉ ANDRADE BRANDÃO DE ALMEIDA

Prefeito 09/12/2012 2.000,00

RESSARCIMENTOS

Processo Responsável(eis) Cargo Venc Valor R$03975-02 ANDRE COSTA DE

LIMAPRESIDENTE 18/07/2002 202,10

06521-04 ALMIR COSTA QUEIROZ

VEREADOR 07/12/2004 235,91

06521-04 ELISIO SOUZA SANTOS

VEREADOR 07/12/2004 235,91

06521-04 JOSÉ BORGES SOUZA

VEREADOR 07/12/2004 235,91

06521-04 ROSA M. GONÇALVES SILVA

VEREADORA 07/12/2004 237,76

06521-04 ZEZITO SANTOS ALMEIDA

VEREADOR 07/12/2004 237,76

06521-04 ANDRÉ COSTA DE LIMA

PRESIDENTE 07/12/2004 989,60

06490-04 THEONAS S. REBOUÇAS

PREFEITO MUNICIPAL

07/12/2004 4.135,01

06490-04 ANTENOR C.R.CABRAL

SECRETÁRIO 07/12/2004 7.443,02

06490-04 VALDENEI A.RIBEIRO SECRETÁRIO MUNICIPAL

07/12/2004 7.443,02

06490-04 JANICE S. BRANDÃO SECRETÁRIA MUNICIPAL

07/12/2004 7.443,02

40589-03 ZEZITO GOMES SECRETÁRIO 19/12/2003 800,0040589-03 JOSÉ BORGES DE

SOUZA19/12/2003 500,00

11520-04 THEONAS SILVA REBOUÇAS

PREFEITO MUNICIPAL

24/04/2005 7.656,62

19

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07855-05 THEONAS SILVA REBOUÇAS

PREFEITO (À ÉPOCA)

10/09/2005 24.000,00

05789-06 JOSÉ ANDRADE BRANDÃO DE ALMEIDA

PREFEITO MUNICIPAL

16/01/2007 1.909,87

08361-06 WALDINEI ALMEIDA RIBEIRO

SECRETÁRIO 26/06/2007 5.525,18

08361-06 JANICE DE SOUZA BRANDÃO

SECRETÁRIA 26/06/2007 5.525,18

10512-07 THEONAS SILVA REBOUÇAS

EX-PREFEITO 03/05/2008 4.107,38

08993-09 JOSÉ ANDRADE BRANDÃO DE ALMEIDA

PREFEITO MUNICIPAL

12/04/2010 6.663,05

43042-10 JOSE ANDRADE BRANDÃO DE ALMEIDA

PREFEITO 03/07/2011 725,34

09867-10 JOSÉ ANDRADE BRANDÃO DE ALMEIDA

PREFEITO 06/06/2011 1.618,63

08692-11 JOSÉ ANDRADE BRANDÃO DE ALMEIDA

PREFEITO 14/05/2012 4.052,90

08733-12 JOSÉ ANDRADE BRANDÃO DE ALMEIDA

PREFEITO 09/12/2012 3.711,37

Tomando em consideração que:

a) tem o município obrigação de promover a cobrança, inclusive judicial, dos débitos impostos pelo TCM aos Agentes Políticos, caso não recolhidos voluntariamente, circunstância em que geram créditos públicos executáveis judicialmente, denominados Dívida Ativa Não Tributária;b) as decisões das Cortes de Contas impositivas de apenação de multas, ou de ressarcimentos, a agentes públicos, têm eficácia de título executivo extrajudicial, na forma do disposto nos artigos 71, § 3º e 91, § 1º das Cartas Federal e Estadual, respectivamente;c) é, portanto, dever do Prefeito a cobrança dos débitos, sob pena de responsabilidade; d) a omissão aqui constatada, caracterizando o cometimento de ato de improbidade administrativa, impõe a formulação de representação junto à Procuradoria Geral da Justiça, com vistas à aplicação da Lei nº 8.429/1992, com o objetivo, também, de recuperar os recursos do erário, devidamente corrigidos.

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INDISPENSÁVEL É ALERTAR AO ATUAL PREFEITO PARA QUE COBRE JUDICIALMENTE TODOS OS DÉBITOS, APÓS INSCRIÇÃO NA DÍVIDA ATIVA, EVITANDO REPERCUSSÕES NEGATIVAS NO MERITO DE SUAS CONTAS.

12 – DAS DENÚNCIAS E TERMOS DE OCORRÊNCIA

12.1 – EM TRAMITAÇÃO

Registre-se a tramitação, em separado, do processo de denúncia TCM nº 5.581/13, cujo mérito não foi aqui considerado, pelo que ficam ressalvadas eventuais providências decorrentes da apuração dos fatos nele contido.

13 – CONCLUSÃO

Vistos, detidamente analisados e relatados, respeitados que foram os direitos consagrados no inciso LV do artigo 5º da Constituição da República em todas as fases processuais, consideradas as irregularidades e ilegalidades aqui apontadas e detalhadas nos pronunciamentos técnicos, reveladoras de agressão a normas constitucionais e contidas nas Leis de Responsabilidade Fiscal, Federais nºs 8.666/93 e 4.320/64, Resoluções e Instruções desta Corte, com fulcro no art. 40, inciso III, alíneas “a” e respectivo parágrafo único, todos da Lei Complementar Estadual nº 06/91, combinados com as disposições da Resolução TCM nº 222/92*, votamos pela rejeição, porque irregulares, das contas do exercício financeiro de 2012 da Prefeitura de Nova Itarana, constantes do processo TCM nº 10.063/13, da responsabilidade do Sr. José Andrade Brandão de Almeida, a quem é aplicada multa no valor de R$4.000,00 (quatro mil reais) , com respaldo nos incisos I, II, IV, VII e VIII do artigo 71 da mesma Lei Complementar citada, a ser recolhida ao erário municipal com recursos pessoais do Gestor, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da edição do Parecer Prévio, na forma da Resolução TCM nº 1.124/05, devendo ser emitida a competente Deliberação de Imputação de Débito, da qual deverá constar, ademais, o ressarcimento ao erário municipal das seguintes quantias: - R$10.458,69 (dez mil quatrocentos e cinquenta e oito reais e sessenta e nove centavos), relativas a multas e juros por atraso no cumprimento de obrigações e taxas e encargos por devolução de cheques por insuficiente provisão de fundos; - R$ 37.786,05 (trinta e sete mil setecentos e oitenta e seis reais e cinco centavos), referente a ausência de comprovação de despesa, nos meses de Fevereiro, Março, Julho e Novembro; - R$ 143.129,06 (cento e quarenta e três mil cento e vinte e nove reais e seis centavos), de saída de numerário da conta bancária do FUNDEB, sem suporte em documento de despesa, nos meses de Setembro, Outubro e Novembro; e - R$ 1.750.585,29 (um milhão, setecentos e cinquenta mil quinhentos e oitenta e cinco reais e vinte e nove centavos), em face da ausência de comprovação da efetivação de pagamento das folhas de servidores, porque desacompanhadas do aviso de débito bancário correspondente nos meses de janeiro, maio, junho, setembro, outubro e novembro.

A liberação da responsabilidade do Gestor fica condicionada ao cumprimento do quanto aqui determinado. 21

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Ciência aos interessados e à CCE.

Cópia ao atual Prefeito Municipal, Sr. Eduardo Alves da Silva, com enfática recomendação de adotar as providências aqui determinadas, bem assim ao Ministério da Previdência Social.

À vista do disposto no artigo 76, inciso I, alínea “d” da Lei Complementar Estadual nº 005/91, formule-se representação ao douto Ministério Público Estadual, através da competente Assessoria Jurídica deste Tribunal.

SALA DAS SESSÕES DO TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, em 03 de outubro de 2013.

Cons. José Alfredo Rocha Dias Relator

Este documento foi assinado digitalmente conforme orienta a resolução TCM nº01300-11. Para verificar a autenticidade deste parecer, consulte o Sistema de Acompanhamento de Contas ou o site do TCM na Internet em www.tcm.ba.gov.br e acesse o formato digital assinado eletronicamente.

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