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PRESTAÇÃO ANUAL DE CONTAS Processo TCM nº 10166-13 Exercício Financeiro de 2012 Prefeitura Municipal de ITIRUÇU Gestor: Carlos Roberto Martinelli Iervese Relator Cons. José Alfredo Rocha Dias RELATÓRIO / VOTO 1 – DA PRESTAÇÃO DE CONTAS A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Itiruçu, referente ao exercício financeiro de 2012, da responsabilidade do Sr. Carlos Roberto Martinelli Iervese, foi autuada tempestivamente nesta Corte, sob nº 10.166/13, observado o instituto da disponibilidade pública – artigos 31, § 3º da Lei Maior, 63 da Constituição Estadual e 53 e 54 da Lei Complementar Estadual nº 06/91, na forma do disciplinado na Resolução TCM nº 1.060/05 – comprovantes de fls. 07/11, nas contas do Legislativo local - Edital nº 002, publicado no Diário Oficial dos Municípios - DOM - do dia 25 de abril de 2013. O Relatório Anual/Cientificação, de fls. 482 a 695, traduz a consolidação dos trabalhos de acompanhamento realizados em 2012 pela 6ª Inspetoria Regional de Controle Externo, sediada no município de Jequié. A análise técnica, efetivada após a formalização dos autos com anexação das peças anuais, é refletida no Pronunciamento Técnico - fls. 698 a 724. Foram rigorosamente respeitadas as garantias consagradas no inciso LV do art. 5º da Carta Federal, ao longo de 2012 e mediante publicação do Edital nº 144 no Diário Oficial do Estado, edição de 08/08/2013. Às fls. 728 há declaração probatória de que ao Gestor, ou a preposto pelo mesmo indicado, foi possibilitado acesso a todas as peças processuais, em decorrência do que houve a apresentação dos esclarecimentos, documentação e justificativas que considerou pertinentes – processo TCM nº 13.221/13, anexado as fls. 730 a 740 e em 07 (sete) pastas tipo ”AZ” e 06 (seis) classificadores. 2 – DOS EXERCÍCIOS PRECEDENTES As contas do exercício anterior – 2011, da responsabilidade do mesmo Gestor das sub examen, contidas no processo TCM nº 8.882-12, foram objeto do Parecer Prévio datado de 26/03/2013, pela rejeição, com aplicação de multa no valor de R$10.000,00 (dez mil reais), devidamente recolhida ao erário municipal. 3 – DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO A elaboração e a execução dos orçamentos públicos envolvem, necessariamente, na forma do disposto nos artigos 165 a 169 da Constituição da República, três principais instrumentos de planejamento, quais sejam o Plano Plurianual de Aplicação – PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias – 1

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PRESTAÇÃO ANUAL DE CONTASProcesso TCM nº 10166-13Exercício Financeiro de 2012Prefeitura Municipal de ITIRUÇU Gestor: Carlos Roberto Martinelli IerveseRelator Cons. José Alfredo Rocha Dias

RELATÓRIO / VOTO

1 – DA PRESTAÇÃO DE CONTAS

A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Itiruçu, referente ao exercício financeiro de 2012, da responsabilidade do Sr. Carlos Roberto Martinelli Iervese, foi autuada tempestivamente nesta Corte, sob nº 10.166/13, observado o instituto da disponibilidade pública – artigos 31, § 3º da Lei Maior, 63 da Constituição Estadual e 53 e 54 da Lei Complementar Estadual nº 06/91, na forma do disciplinado na Resolução TCM nº 1.060/05 – comprovantes de fls. 07/11, nas contas do Legislativo local - Edital nº 002, publicado no Diário Oficial dos Municípios - DOM - do dia 25 de abril de 2013.

O Relatório Anual/Cientificação, de fls. 482 a 695, traduz a consolidação dos trabalhos de acompanhamento realizados em 2012 pela 6ª Inspetoria Regional de Controle Externo, sediada no município de Jequié. A análise técnica, efetivada após a formalização dos autos com anexação das peças anuais, é refletida no Pronunciamento Técnico - fls. 698 a 724. Foram rigorosamente respeitadas as garantias consagradas no inciso LV do art. 5º da Carta Federal, ao longo de 2012 e mediante publicação do Edital nº 144 no Diário Oficial do Estado, edição de 08/08/2013. Às fls. 728 há declaração probatória de que ao Gestor, ou a preposto pelo mesmo indicado, foi possibilitado acesso a todas as peças processuais, em decorrência do que houve a apresentação dos esclarecimentos, documentação e justificativas que considerou pertinentes – processo TCM nº 13.221/13, anexado as fls. 730 a 740 e em 07 (sete) pastas tipo ”AZ” e 06 (seis) classificadores.

2 – DOS EXERCÍCIOS PRECEDENTES As contas do exercício anterior – 2011, da responsabilidade do mesmo Gestor das sub examen, contidas no processo TCM nº 8.882-12, foram objeto do Parecer Prévio datado de 26/03/2013, pela rejeição, com aplicação de multa no valor de R$10.000,00 (dez mil reais), devidamente recolhida ao erário municipal.

3 – DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO

A elaboração e a execução dos orçamentos públicos envolvem, necessariamente, na forma do disposto nos artigos 165 a 169 da Constituição da República, três principais instrumentos de planejamento, quais sejam o Plano Plurianual de Aplicação – PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias –

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LDO e o Orçamento Anual – LOA, revigorados e aprimorados pela Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF – a Complementar Federal nº 101/00.

O PPA, vigente para o quadriênio 2010/2013, foi instituído pela Lei Municipal nº 123/09, com publicação ocorrida em 04/01/2010, em cumprimento ao disposto no art. 165, parágrafo 1º da Constituição Federal e no art. 159, § 1º da Carta Estadual.

A LDO, por imposição dos §§ 1º e 3º do art. 4º da LRF, deve conter anexos relativos a Metas e Riscos Fiscais, guardando conformidade com o PPA. Norteia a elaboração do orçamento e regula o ritmo da realização das metas. Foi aprovada sob o nº 151/11, respeitadas as referidas normas e comprovada a sua tempestiva divulgação no Diário Oficial dos Municípios do dia 14/07/2011. A LOA traduz as expectativas técnicas de realização da receita fixada e da despesa autorizada, compreendendo os Orçamentos Fiscal e de Seguridade Social. Para o exercício financeiro de 2012 foi aprovada sob nº 159/2011 e apresenta o valor total de R$23.242.000,00 (vinte e três milhões duzentos e quarenta e dois mil reais), com os seguintes dados fundamentais:

Descrição Valor (R$)Orçamento Fiscal 16.040.000,00Orçamento da Seguridade Social 7.202.000,00(-) Dedução FUNDEB 2.261.000,00Total 23.242.000,00

O diploma em apreço contempla autorização para abertura de créditos adicionais suplementares, em conformidade com as prescrições constitucionais e regras da Lei Federal nº 4.320/64, com a utilização dos recursos de superávit financeiro, excesso de arrecadação e anulação parcial ou total de dotações, todos no limite percentual de 30% (trinta por cento) do existente e comprovado ou dos fixados, respectivamente, e efetuar operações de crédito por antecipação da receita, nos limites estabelecidos pelo Senado Federal e na forma do disposto no artigo 38 da Lei Complementar nº 101/00.

Originalmente ausente dos autos, trouxe a defesa final o Decreto nº 02, datado de 02/01/2012, que aprovou o Quadro de Detalhamento das Despesas (QDD), para o exercício financeiro em exame, bem assim comprovante de sua publicação. Adverte-se que deveriam ter integrado as contas quando de sua disponibilidade pública.

A Programação Financeira, instrumento ratificado e aprimorado pela LFR, tem como objetivo assegurar às unidades orçamentárias a soma de recursos suficientes à execução dos respectivos programas anuais de trabalho, mantendo-se o equilíbrio entre a receita arrecadada e a despesa realizada e evitando insuficiência de Caixa. Foi aprovada através do Decreto nº 01, datado de 02/01/2012, pasta anexa, em cumprimento ao art. 8º da LRF.

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4 – DAS ALTERAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

As modificações orçamentárias procedidas objetivando o ajuste dos valores iniciais às necessidades reveladas no curso do exercício importaram no valor total de R$9.250.401,52 (nove milhões, duzentos e cinquenta mil quatrocentos e um reais e cinquenta e dois centavos), em decorrência da abertura de Créditos Suplementares - (R$6.724.744,93) e alterações de QDD - (R$2.525.656,59). Foram utilizados recursos de cobertura decorrentes da anulação de dotações.

Houve adequado esclarecimento quanto aos questionamentos do Pronunciamento Técnico, com relação à contabilização dos créditos suplementares e alterações de QDD. É considerada regular a matéria.

5 – DO ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA REALIZADO PELA 6ª INSPETORIA REGIONAL DE CONTROLE EXTERNO

Foram infrutíferos os trabalhos empreendidos pelo TCM ao longo dos meses do exercício cujas contas são apreciadas, orientando e alertando a Administração Municipal, na medida em que faltas foram reiteradamente repetidas, como refletido no Cientificação/Relatório Anual, com os respectivos enquadramentos legais. Ainda que considerada a defesa final e não adotadas oportunas providências objetivando o cumprimento da legislação de regência, cumpre destacar as principais irregularidades e ilegalidades cometidas:

a. Falhas repetidas ao longo dos meses do exercício no que concerne ao sistema informatizado “SIGA”, a revelar inobservância das normas da Resolução TCM nº 1.282/09, dificultando o exercício do controle externo, constitucionalmente instituído;

b. Não apresentação de manifestação acerca das notificações dos meses de fevereiro a dezembro , ao arrepio do disposto na Resolução TCM nº 1060/05. Tal fato, além de prejudicar o exercício do controle externo, penaliza o Gestor, na medida em que o mesmo não usa a oportunidade para corrigir falhas e evitar a continuidade no seu cometimento;

c. Não cumprimento adequado das disposições referentes a execução da despesa, contidas na Lei Federal nº 4.320/64, Resoluções e Instruções editadas por este órgão;

d. Desrespeito aos princípios constitucionais e a normas atinentes a licitação pública - Lei Federal nº 8.666/93;

e. Injustificável pagamento de tarifas bancárias, no montante de R$20.182,86 (vinte mil cento e oitenta e dois reais e oitenta e seis centavos), relativas a multas e juros por atraso no cumprimento de obrigações;

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f. Ausência de comprovação de despesa, nos meses de Abril (R$ 8.500,00), Julho (R$ 57.200,00), Agosto (R$ 94.740,69), Novembro (R$ 106.361,42) e Dezembro (R$ 39.312,05), no valor total de R$ 306.114,16 (trezentos e seis mil cento e quatorze reais e dezesseis centavos);

g. Saída de numerário da conta bancária do FUNDEB, sem suporte em documento de despesa, no montante de R$ 53.014,71 (cinquenta e três mil e quatorze reais e setenta e um centavos, nos meses de Março e Abril;

h. Não comprovação da veiculação ou publicação de matérias publicitárias pagas, na importância de R$ 43.500,00 (quarenta e três mil e quinhentos reais);

i. Comprovação de despesa em cópia, no mês de dezembro, no valor de R$ 4.771,00 (quatro mil setecentos e setenta e um reais).

j. Atraso no pagamento do pessoal do magistério em exercício no Ensino Fundamental, no mês de novembro. Não há justificativa para a ocorrência, considerada a regularidade da realização da receita e a destinação específica dos recursos;

k. Não apresentação de Notas Fiscais emitidas por meio eletrônico, modalidade que traduz sensível evolução na sistemática da arrecadação tributária, da qual participam os municípios. A omissão revela inobservância a disposições da Resolução TCM nº 956/05;

l. Gastos excessivos com festividades e veículos (locação e manutenção), a demonstrar agressão aos princípios constitucionais da razoabilidade e economicidade;

m. Reincidência no cometimento de irregularidades anteriormente apontadas pelo TCM.

Os valores citados nos itens e, f, g, h e i deverão ser ressarcidos ao erário , com recursos pessoais do Gestor das presentes contas, no prazo de até 60 (sessenta) dias a contar deste pronunciamento, comprovando- se o fato junto à Regional da Corte .

6 – DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A análise empreendida neste item considera a execução orçamentário-financeira e a gestão patrimonial. O primeiro aspecto reflete a realização de receitas e despesas e a respectiva movimentação. A gestão patrimonial traduz a posição dos ativos e passivos, bem assim o comportamento da dívida pública municipal.

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Preliminarmente, refira-se que foi apresentado o selo da Declaração de Habilitação Profissional – DHP do contador que firma as peças contábeis, cumprindo o disposto na Resolução nº 1.402/12, do Conselho Federal de Contabilidade.

6.1 - CONFRONTO COM AS CONTAS DA CÂMARA

O total lançado no Demonstrativo de Despesas do mês de dezembro da Câmara Municipal foi incorporado ao da Prefeitura, por elementos de despesas, na respectiva unidade orçamentária, de sorte que os balanços do Município acham-se consolidados.

6.2 – BALANÇO ORÇAMENTÁRIO - Anexo XII

A peça contábil em tela demonstra as Receitas e Despesas previstas em confronto com as realizadas, indicando o Resultado Orçamentário, nos termos do artigo 102 da Lei Federal nº 4.320/64. A comparação da Despesa Realizada com a Receita Arrecadada revela a ocorrência de DÉFICIT ou SUPERÁVIT ORÇAMENTÁRIO, enquanto o cotejo entre a despesa autorizada com a realizada indica a existência, ou não, de ECONOMIA ORÇAMENTÁRIA. Os resultados refletidos nas contas são:

Descrição R$Despesa Realizada 18.723.139,52Receita Arrecadada 18.378.703,25Déficit Orçamentário 344.436,27

Despesa Autorizada 23.242.000,00Despesa Realizada 18.723.139,52 Economia Orçamentária 4.518.860,48

A Receita Arrecadada em 2012 alcançou o valor total de R$18.378.703,25 (dezoito milhões, trezentos e setenta e oito mil setecentos e três reais e vinte e cinco centavos), situando-se abaixo da prevista no percentual de 20,92% (vinte vírgula noventa e dois por cento), com a seguinte composição: Descrição R$Receitas Correntes 19.673.283,98Receitas de Capital 709.734,99Dedução de Receita para formação do FUNDEB 2.004.315,72Total 18.378.703,25

Os elementos postos indicam superestimada previsão orçamentária, evidenciando a não utilização de critérios ou parâmetros técnicos adequados para a elaboração da LOA. No que tange às receitas de Capital, frustrou-se a previsão – no valor de R$2.680.000,00 (dois milhões seiscentos e oitenta mil reais) – desde que registrada no importe de apenas R$709.734,99 (setecentos e nove mil setecentos e trinta e quatro reais e noventa e nove centavos), a revelar descumprimento das normas regedoras da matéria,

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contidas na Carta Federal, na LRF e na Lei Federal nº 4.320/64. A falta, consideradas as orientações anteriormente expedidas, repercute nas conclusões deste pronunciamento.

A despesa alcançou montante de R$18.723.139,52 (dezoito milhões, setecentos e vinte e três mil cento e trinta e nove reais e cinquenta e dois centavos), conforme o Balanço Orçamentário, sintetizada no quadro abaixo:

Descrição R$Despesas Correntes 16.461.759,18Despesas de Capital 2.261.380,34Total 18.723.139,52

6.3 – BALANÇO FINANCEIRO - Anexo XIII

Apresentando os valores das receitas e despesas orçamentárias, os recebimentos e pagamentos extra orçamentários, os saldos em espécie oriundos do exercício anterior e os a transferir para o seguinte, nos termos do artigo 103 da Lei Federal nº 4.320/64, o Balanço em epígrafe traduz os dados financeiros refletidos nas contas, a seguir condensados:

Descrição R$Receita Orçamentária 18.378.703,25Receita Extra orçamentária 3.038.590,07Saldo do exercício anterior 1.702.980,64Total 23.120.273,96Despesa Orçamentária 18.723.139,52Despesa Extra orçamentária 3.267.139,59Outras Operações 44.172,21Saldo para exercício seguinte 1.085.822,64 Total 23.120.273,96

Acusando o Relatório Técnico – fls. 703 – a existência de divergências entre os totais da Receita Orçamentária e Extra Orçamentária e Despesa Extra Orçamentária, demonstrados no Balancete do mês de dezembro/12 e Balanços, são acolhidas as justificativas apresentadas na defesa final, porque lastreadas em documentação que comprova a exatidão dos registros constantes dos Balanços.

6.4 – BALANÇO PATRIMONIAL - Anexo XIV Evidencia os componentes patrimoniais, classificados nos grupos Contas de Compensação, Ativos (Financeiro e Permanente), Passivos (Financeiro e Permanente) e Saldo Patrimonial, na forma estabelecida na Lei Federal nº 4.320/64. Seus principais dados são dispostos no quadro abaixo:

ATIVO PASSIVODescrição R$ Descrição R$

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Ativo Financeiro

Disponível 1.085.822,64Realizável 58.834,51 Passivo Financeiro 1.361.060,13

Ativo Permanente 10.110.721,22 Passivo Permanente

18.368.474,22

Soma Ativo Real 11.255.378,37 Soma Passivo Real

19.729.534,35

Passivo Real Descoberto 8.474.155,98 Ativo Real Líquido -TOTAL 19.729.534,35 TOTAL 19.729.534,35

Decorrente da soma do resultado superavitário da execução orçamentária deste exercício, com o valor negativo resultante do anterior, respectivamente de R$699.432,68 (seiscentos e noventa e nove mil quatrocentos e trinta e dois reais e sessenta e oito centavos) e R$9.173.588,66 (nove milhões, cento e setenta e três mil quinhentos e oitenta e oito reais e sessenta e seis centavos), o valor de R$8.474.155,98 (oito milhões, quatrocentos e setenta e quatro mil cento e cinquenta e cinco reais e noventa e oito centavos), representa o Saldo Patrimonial do exercício – Passivo Real Descoberto – fato que, pela gravidade, demanda atenção especial da Administração Municipal.

6.4.1. Ativo

Inclui as contas representativas dos bens e direitos, demonstrando a aplicação dos recursos.

Figurando no Ativo Realizável pendência no valor de R$58.834,51 (cinquenta e oito mil oitocentos e trinta e quatro reais e cinquenta e um centavos), foi o Gestor questionado sobre as providências adotadas. Conquanto a defesa final informe que teriam sido interpostas ações judiciais de cobrança, deixou de comprovar a assertiva. Apõe-se ressalva, advertindo a Comuna quanto à obrigatoriedade da adoção de providências imediatas de equacionamento, para verificação em contas seguintes.

6.4.1.1 – Dívida Ativa

As importâncias referentes a tributos, multas e créditos em favor do Município, lançados e não cobrados ou recolhidos no exercício de origem, constituem, ex vi do disposto no artigo 39 da Lei Federal nº 4.320/64, a partir da data da respectiva inscrição, a Dívida Ativa Municipal.

A Dívida Ativa Tributária, ao final de 2011, alcançava o montante de R$535.071,56 (quinhentos e trinta e cinco mil e setenta e um reais e cinquenta e seis centavos). Em face da inscrição, atualização, arrecadação e baixa por prescrição em 2012, dos valores de R$77.075,30 (setenta e sete mil e setenta e cinco reais e trinta centavos), R$11.314,03 (onze mil trezentos e quatorze reais e três centavos), R$15.771,39 (quinze mil setecentos e setenta e um reais e trinta e nove centavos) e R$41.917,96 (quarenta e um mil novecentos e dezessete reais e noventa e seis centavos), resta saldo a cobrar de R$565.771,54 (quinhentos e sessenta e cinco mil setecentos e setenta e um

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reais e cinquenta e quatro centavos), ao final de 2012, maior do que o anteriormente citado. De outra parte, o saldo da Dívida Ativa não Tributária correspondia a R$340.689,73 (trezentos e quarenta mil seiscentos e oitenta e nove reais e setenta e três centavos). Em face da atualização e arrecadação, no exercício analisado, de valores equivalentes a R$130.032,55 (cento e trinta mil e trinta e dois reais e cinquenta e cinco centavos) e R$58.717,41 (cinquenta e oito mil setecentos e dezessete reais e quarenta e um centavos) e da não ocorrência de inscrição, remanesce a cobrar a importância total de R$412.004,87 (quatrocentos e doze mil e quatro reais e oitenta e sete centavos).

Os dados postos são preocupantes, na medida em que há crescimento dos valores a cobrar, sem que tenha sido demonstrada a efetiva concretização de cobranças. Como sabido, não basta para o cumprimento do disposto no artigo 11 da Lei de Responsabilidade Fiscal a simples instituição dos tributos de sua competência, nem tampouco a mera previsão de arrecadação. Imprescindível é que ela se efetive. O descaso e a negligência, no particular, são tidos como ato de improbidade administrativa, com pena prevista no inciso II do artigo 12 da Lei nº 8.429/92, repercutindo o quadro nas conclusões deste pronunciamento. Atente o atual Gestor para a matéria, que será apreciada quando da análise de suas contas anuais.

6.4.2 – Passivo

Compreende as contas relativas às obrigações, evidenciando a origem dos recursos.

6.4.2.1 - Dívida Flutuante - Anexo XVII

A dívida em epígrafe é integrada pelos Restos e Serviços da Dívida a Pagar, Depósitos e Débitos de Tesouraria, incluídos os decorrentes de empréstimos por antecipação de receita orçamentária. Ao final de 2012 alcançou o montante de R$1.361.060,13 (um milhão, trezentos e sessenta e um mil e sessenta reais e treze centavos), correspondendo aos valores de R$977.178,68 (novecentos e setenta e sete mil cento e setenta e oito reais e sessenta e oito centavos) - “Restos a Pagar” e R$383.881,45 (trezentos e oitenta e três mil oitocentos e oitenta e um reais e quarenta e cinco centavos) - “Depósitos e Retenções”. Considerado o valor correspondente de 2011 – R$1.594.609,65 (um milhão, quinhentos e noventa e quatro mil seiscentos e nove reais e sessenta e cinco centavos) – constata-se a ocorrência de redução percentual de 14,64% (quatorze vírgula sessenta e quatro por cento) (por cento).O débito referente à Previdência Social, correspondente à quantia de R$154.663,46 (cento e cinquenta e quatro mil seiscentos e sessenta e três reais e quarenta e seis centavos), deve, necessariamente, ser equacionado pela Prefeitura.

Atente o Gestor para as prescrições e penas introduzidas no Código Penal Brasileiro pela Lei Federal nº 9.983, de 14 de julho de 2000, a denominada Lei dos Crimes Contra a Previdência Social.

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6.4.2.2 – Dívida Fundada Interna – Anexo XVI

Composta dos compromissos de exigibilidade superior a doze meses, nos termos do art. 98 da Lei Federal nº 4.320/64, está representada pelas contas “INSS”, “FGTS”, e “Precatórios”, assumidas pelo Executivo, no montante de R$18.368.474,22 (dezoito milhões, trezentos e sessenta e oito mil quatrocentos e setenta e quatro reais e vinte e dois centavos). Constatada crescimento percentual de 3,56% (três vírgula cinquenta e seis por cento) em relação à existente em 31/12/2011, impõe-se atuação que preserve o equilíbrio financeiro da Comuna.

6.4.2.3 – Dívida Consolidada Líquida

Os limites de endividamento dos entes da Federação são fixados por Resoluções do Senado Federal, na forma do disposto na Constituição Federal e na LRF. Para o exercício em apreciação vigoram as de números 40/01, relativa ao montante da dívida pública consolidada e 43/01, concernente a operações de crédito e concessão de garantias.

Os valores demonstrados no Balanço Patrimonial do exercício revelam que a Dívida Consolidada Líquida respeita o limite correspondente, cumprido o art. 3º, inciso II da Resolução nº 40, de 20.12.2001, do Senado Federal.

6.4.2.4. - Restos a Pagar e Despesas contraídas nos dois últimos quadrimestres do exercício – Art. 42 da LRF

Tais débitos englobam despesas empenhadas e não pagas até o dia 31 de dezembro do exercício financeiro de origem, na forma do disposto no caput do artigo 36 da Lei Federal nº 4.320/64. Constituindo-se em dívidas de curto prazo, impõe a legislação a existência de disponibilidade financeira suficiente à cobertura, ao final do exercício. A verificação é efetivada nos registros das contas Caixa e Bancos – Ativo Financeiro Disponível.

Reportando-se as contas ao último exercício da gestão iniciada em 2009, cabe a apuração do cumprimento do disposto no art. 42 da LRF, que veda ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20 da mesma Lei , nos últimos dois quadrimestre do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte, sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito. A ocorrência é enquadrada como crime fiscal, na forma da Lei nº 10.028/00, art. 359-C.

O saldo financeiro da Municipalidade, no final do exercício de 2012, alcançou o montante de R$1.085.822,64 (um milhão, oitenta e cinco mil oitocentos e vinte e dois reais e sessenta e quatro centavos), incluindo-se os haveres financeiros. Deduzindo-se as Consignações/Retenções e os Restos a Pagar de exercícios anteriores, alcança-se disponibilidade de R$687.166,69 (seiscentos e oitenta e sete mil cento e sessenta e seis reais e sessenta e nove centavos). Consta do Balanço Patrimonial, entretanto, inscrição de “Restos a Pagar” do exercício sob análise, na quantia de R$962.404,18 (novecentos e sessenta e dois mil 9

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quatrocentos e quatro reais e dezoito centavos). Desta sorte, a disponibilidade é insuficiente à sua cobertura, caracterizada inobservância ao disposto no artigo 42 da LRF , o que compromete, irremediavelmente, o mérito das contas e enseja a formulação de representação ao douto Ministério Público, à vista do disposto na Lei Federal nº 10.028/00.

O quadro seguinte apresenta resumo da situação refletida nas presentes contas:

Caixa e Bancos 1.085.822,64Haveres Financeiros 0,00 = Disponibilidade Financeira 1.085.822,64(-) Consignações e Retenções 234.700,99(-) Restos a Pagar de Exercícios Anteriores 163.954,96= Disponibilidade de Caixa 687.166,69(-) Restos a Pagar do Exercício 962.404,18(-) Despesas de exercícios anteriores 11.339,17= Saldo (286.576,66)

A defesa é silente quanto a matéria.

6.5 – DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS – Anexo XV

Nos termos do art. 104 da Lei Federal nº 4.320/64, o anexo citado reflete as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e registra o resultado patrimonial do exercício (Superávit / Déficit). A peça trazida apresenta os seguintes dados:

Variações Ativas Variações PassivasDescrição R$ Descrição R$Resultante da Execução Orçamentária 18.378.703,25

Resultante da Execução Orçamentária 18.723.139,52

Mutações Patrimoniais 1.715.338,00

Mutações Patrimoniais 74.488,80

Independente da Execução orçamentária 223.421,88

Independente da Execução Orçamentária 820.402,13

Total das Variações Ativas 20.317.463,13

Total das Variações Passivas 19.618.030,45

Déficit Patrimonial do Exercício -

Superávit Patrimonial do Exercício 699.432,68

Total 20.317.463,13 Total 20.317.463,13

7 – DO INVENTÁRIO 10

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Constituindo-se em levantamento ordenado do patrimônio municipal, deve respeitar as regras do Decreto nº 8.365, de 06/11/02. Objetiva o eficaz controle dos bens municipais, quantitativa e qualitativamente, inclusive os consignados sob responsabilidade de órgãos e entidades administrativas (Câmara de Vereadores, descentralizadas, etc.) confirmada a sua existência física, em confronto com a escrituração e respectivos valores.

A peça existente em pasta anexa, não atende as exigências do item 18 do artigo 9º da Resolução TCM nº 1.060/05, que disciplina o Decreto citado. Aponta o Pronunciamento Técnico que a mesma não indica a alocação dos bens e está desacompanhada de certidão firmada pelo Prefeito, Secretário de Finanças e pelo encarregado do controle do patrimônio, atestando que todos os bens do município encontram-se registrados no Livro Tombo e submetidos a controle apropriado, estando, ainda, identificados por plaquetas. Silente a defesa final, adverte-se o Gestor da Comuna para adoção de providências, na medida em que as correções serão objeto de análise nas contas do exercício subsequente. O fato incide nas conclusões deste pronunciamento.

8 – DAS OBRIGAÇÕES CONSTITUCIONAIS

8.1 – EDUCAÇÃO

8.1.1 – Artigo 212 da Constituição Federal Foi cumprida a exigência do mandamento constitucional destacado, em 2012, uma vez aplicado na manutenção e desenvolvimento do ensino o montante de R$4.924.539,56 (quatro milhões, novecentos e vinte e quatro mil quinhentos e trinta e nove reais e cinquenta e seis centavos), correspondente ao percentual de 25,22% (vinte e cinco vírgula vinte e dois por cento), superior ao percentual mínimo de 25%, incluídas as despesas pagas e as liquidadas até 31 de dezembro do exercício, inscritas em Restos a Pagar, com os correspondentes saldos financeiros.

8.1.2 – FUNDEB – Lei Federal nº 11.494/07

A Emenda Constitucional nº 53, de 19/12/06, instituiu o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB, a ser aplicado na forma do disposto na Lei Federal nº 11.494/07.

Dos recursos totais, o percentual mínimo de 60% (sessenta por cento) é de aplicação obrigatória na remuneração dos profissionais do magistério em efetivo exercício na área pública da educação básica – parágrafo único do artigo 22 de lei mencionada. A Prefeitura de Itiruçu, havendo recebido recursos no montante de R$4.167.324,14 (quatro milhões, cento e sessenta e sete mil trezentos e vinte e quatro reais e quatorze centavos), despendeu na remuneração mencionada, o percentual de 65,66% (sessenta e cinco vírgula sessenta e seis por cento), cumprida a exigência legal. 11

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Ausente dos autos o Parecer do Conselho do FUNDEB, em desatendimento ao disposto no artigo 31 da Resolução TCM nº 1.276/08. Evite-se a reincidência.

8.1.2.1 – Despesas do FUNDEB - §2º, do artigo 21 da Lei Federal nº 11.494/07

O art. 13, parágrafo único da Resolução TCM nº 1.276/08, emitido em consonância ao artigo 21, § 2º da Lei Federal nº 11.494/07, estabelece que até 5,00% (cinco por cento) dos recursos do FUNDEB poderão ser aplicados no primeiro trimestre do exercício subsequente ao recebimento dos valores, mediante abertura de crédito adicional. Desta forma, verifica-se que na municipalidade de Itiruçu foi obedecido o limite determinado no dispositivo legal.

8.1.2.2 – Despesas glosadas no exercício em face da aplicação de recursos do FUNDEB com desvio de finalidade

Investidos recursos do Fundo em epígrafe em ações não compatíveis com a legislação de regência, caracteriza-se desvio de finalidade, mesmo considerados os documentos e argumentos produzidos na defesa final. Em decorrência, são excluídas despesas no importe de R$12.169,11 (doze mil cento e sessenta e nove reais e onze centavos). A defesa final limita-se a informar que tal valor teria sido dispendido com tarifas e taxas bancárias, sem apresentar comprovação. Desta sorte, confessado o indevido suporte pela Comuna a esse título, a importância citada deve retornar à conta do referido Fundo, em até 90 (noventa) dias a contar do trânsito em julgado do Parecer Prévio, com recursos da municipalidade, comprovado o cumprimento da obrigação à Regional do TCM. A omissão pode repercutir negativamente no mérito de contas seguintes.

8.1.2.3 - Despesas glosadas em exercício anteriores, face da aplicação de recursos do FUNDEF – Lei Federal nº 9.424/95 e do FUNDEB – Lei Federal nº 11.494/07 – com desvio de finalidade

A análise técnica informa que há pendências de restituições relativas a exercícios anteriores em face de desvio de finalidade na aplicação de recursos do FUNDEF/FUNDEB, a configurar descumprimento de determinação anterior do TCM, conforme indicado:

Processo Responsável (eis) Natureza Valor R$08185-00 Wagner Pereira Novaes FUNDEF 6.816,0007238-05 Wagner Pereira Novaes FUNDEF 2.788,0043092-09 Aílton Cezarino Novaes FUNDEB 220.759,15

A defesa final não logra descaracterizar a irregularidade. Em se tratando de obrigação institucional , e não pessoal, renova-se a determinação de 12

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ressarcimento, que deve ocorrer à conta dos referidos Fundos, com recursos municipais, em até 12 (doze) parcelas mensais, iguais e sucessivas, a partir da emissão deste pronunciamento, encaminhando-se à Regional, também mensalmente, as comprovações devidas , Adverte-se o Gestor empossado em 01/01/2013 quanto a sua responsabilidade em dar prosseguimento aos ressarcimentos.

As verificações deverão ocorrer quando da análise das contas dos exercícios seguintes. O não cumprimento da obrigação, além de ensejar o comprometimento dos méritos respectivos, pode ensejar a formulação de representação ao Ministério Público.

Ressalta-se que as restituições devidas ao FUNDEF continuarão sendo creditadas à conta deste mesmo Fundo, com aplicação relacionada, exclusivamente, ao ensino fundamental, não sendo computada para fins do art.º 212 da Constituição Federal ou para o FUNDEB.

8.2 - APLICAÇÃO EM AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE

A Lei Complementar nº 141, de 13/01/12, estatui em seu art. 7º a obrigatoriedade da aplicação, pelos municípios, do percentual mínimo de 15% (quinze por cento) dos recursos enumerados nos artigos 156, 158 e 159, I, “b” e § 3º da CRFB em ações e serviços públicos de saúde, com a exclusão do percentual de 1% (um por cento) do FPM, na forma da Emenda Constitucional nº 55/07.

A Prefeitura, considerados os elementos contidos nos autos , aplicou em 2012 o montante de apenas R$1.340.296,82 (um milhão, trezentos e quarenta mil duzentos e noventa e seis reais e oitenta e dois centavos), correspondente ao percentual de 12,74% (doze vírgula setenta e quatro por cento) dos recursos previstos constitucionalmente em ações e serviços em referência. Destaque-se que o Gestor não se manifestou a respeito. Restando caracterizada a não aplicação do percentual mínimo exigido, a falta que compromete o mérito das presentes contas.

Não consta dos autos o Parecer do Conselho Municipal de Saúde, inobservada a norma regulamentar do art. 13 da Resolução TCM nº 1.277/08, apesar da informação prestada pelo Gestor no sentido de que estaria remetendo tal peça. Permanece a irregularidade.

8.3 – TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS PARA O PODER LEGISLATIVO

O artigo 29-A da Constituição da República estabelece limites e prazo para o repasse de recursos ao Poder Legislativo Municipal, observada a execução orçamentária, de sorte a manter a proporção originalmente fixada. A redução ou superação do montante caracteriza crime de responsabilidade.

A dotação orçamentaria prevista – R$970.000,00 (novecentos e setenta mil reais) – é superior ao referido limite máximo fixado – R$735.123,76 (setecentos e trinta e cinco mil cento e vinte e três reais e setenta e seis 13

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centavos). Verificada a ocorrência de repasses no montante legalmente estabelecido, considera-se cumprida a norma constitucional.

8.4 – REMUNERAÇÃO DOS AGENTES POLÍTICOS

A Lei Municipal nº 112, de 13/10/08, fixou os subsídios mensais dos Srs. Prefeito, Vice - Prefeito e Secretários nos valores de R$8.000,00 (oito mil), R$4.000,00 (quatro mil reais) e R$2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), respectivamente. Regulares foram os pagamentos efetivados no período janeiro a dezembro ao Alcaide, na medida em que observados os princípios constitucionais e o quanto fixado na Lei Ordinária, o mesmo ocorrendo quanto ao Vice- Prefeito e aos Secretários Municipais.

8.5 – DO SISTEMA DE CONTROLE INTERNO

Ex vi do disposto no artigo 74 da Constituição da República, os Poderes municipais são obrigados a institucionalizar o sistema em epígrafe. A Lei de Responsabilidade Fiscal reforça a sua importância, quando lhe atribui competência para fiscalizar o cumprimento de suas regras. Possuindo o mesmo, ademais, cunho preventivo, constitui-se em instrumento de atualização técnica, capaz de evitar a prática de irregularidades e permitir a sua correção tempestiva, dando azo ao respeito, pelos atos administrativos, da legislação de regência. É, assim, valioso auxiliar do Gestor municipal, indispensável ao adequado funcionamento da máquina pública, em conformidade com o regramento legal vigente. Apesar de instituído no município de Itiruçu e das advertências e orientações anteriormente expedidas pelo TCM, o largo quantitativo das ocorrências consignadas nos documentos elaborados por técnicos da Corte indicam o seu precário ou mesmo ineficaz funcionamento. Consideradas as advertências anteriores deste TCM, a situação revelada influi nas nas conclusões deste pronunciamento.

9 – DAS EXIGÊNCIAS DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

9.1 – DESPESA COM PESSOAL

A LRF, em seus artigos 18 a 20, 21 a 23 e 66, define e estabelece limites específicos para as despesas com pessoal e disciplina a forma de efetivação dos controles pertinentes. O § 1º do artigo 5º da Lei Federal nº 10.028/00, além de penalidades institucionais, prevê a aplicação de multa equivalente a 30% (trinta por cento) dos subsídios anuais do Gestor, na hipótese de omissão na execução de medidas para a redução de eventuais excessos. A reincidência omissiva repercute negativamente no mérito das contas.

A verificação da observância, ou não, do regramento citado impõe a análise dos gastos do exercício anterior – 2011 – além do atual, 2012.

9.1.1 – DESPESA TOTAL COM PESSOAL - PERCENTUAL EXCEDENTE (ART. 23 DA LRF) REFERENTE AO EXERCÍCIO DE 2011

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A Prefeitura, no exercício de 2011, ultrapassou o limite definido no art. 20, inciso III, alínea “b”, da LRF, aplicando 55,58% (cinquenta e cinco vírgula cinquenta e oito por cento) da Receita Corrente Líquida em gastos com pessoal. De conformidade com o artigo 23 da LRF, sem prejuízo das medidas previstas no art. 22, o percentual excedente deveria de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos 1/3 no primeiro (abril/12) e o restante no segundo (agosto/12). .

De acordo com o Relatório de Prestação de Contas Mensal, a despesa em tela, no mês de abril de 2012, alcançou o montante de R$9.409.139,79 (nove milhões, quatrocentos e nove mil cento e trinta e nove reais e setenta e nove centavos), correspondendo ao percentual de 54,82% (cinquenta e quatro vírgula oitenta e dois por cento) da Receita Corrente Líquida de R$17.163.963,31 (dezessete milhões, cento e sessenta e três mil novecentos e sessenta e três reais e trinta e um centavos), constatando-se, assim, o cumprimento da legislação supracitada, tendo em vista o limite máximo de 55,05%. (cinquenta e cinco vírgula zero cinco por cento).

No segundo quadrimestre de 2012, a despesa sob comento atingiu o montante de R$9.246.657,42 (nove milhões, duzentos e quarenta e seis mil seiscentos e cinquenta e sete reais e quarenta e dois centavos), conforme o Relatório de Prestação de Contas Mensal de agosto/2012, correspondendo ao percentual de 52,50% (cinquenta e dois vírgula cinquenta por cento) da Receita Corrente Líquida de R$17.612.262,34 (dezessete milhões, seiscentos e doze mil duzentos e sessenta e dois reais e trinta e quatro centavos), constatando-se o cumprimento da legislação supracitada, tendo em vista o limite máximo de 54%.

9.1.2 - EXERCÍCIO DE 2012 - Percentual Excedente (art. 23 e 66 da LRF)

9.1.2.1 - DESPESA COM PESSOAL - PERCENTUAL EXCEDENTE (ART. 23 DA LRF) REFERENTE AO 1º QUADRIMESTRE DE 2012

A despesa realizada com pessoal, no 1º quadrimestre de 2012, ultrapassou o limite definido no art. 20, inciso III, alínea 'b', da Lei Complementar nº 101/00 – LRF, despendendo o percentual de 54,82% da Receita Corrente Líquida em despesas com pessoal. À luz do disposto no artigo 23 da LRF, sem prejuízo das medidas previstas no art. 22, o percentual excedente teria que ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos 1/3 no primeiro (agosto/12) e o restante no segundo (dezembro/12).

O Relatório de Prestação de Contas Mensal registra que a despesa sob comento, no mês de agosto de 2012, alcançou o montante de R$9.246.657,42 (nove milhões, duzentos e quarenta e seis mil seiscentos e cinquenta e sete reais e quarenta e dois centavos), correspondendo ao percentual de 52,50% (cinquenta e dois vírgula cinquenta por cento) da Receita Corrente Líquida de R$17.612.262,34 (dezessete milhões, seiscentos e doze mil duzentos e sessenta e dois reais e trinta e quatro centavos), constatando-se o cumprimento da legislação supracitada, tendo em vista o limite máximo de 54,55%. 15

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O Relatório de Prestação de Contas Mensal registra que a citada despesa, no mês de dezembro de 2012, alcançou o montante de R$9.782.679,97 (nove milhões, setecentos e oitenta e dois mil seiscentos e setenta e nove reais e noventa e sete centavos), correspondendo a 55,37% (cinquenta e cinco vírgula trinta e sete por cento) da Receita Corrente Líquida de R$17.668.968,26 (dezessete milhões, seiscentos e sessenta e oito mil novecentos e sessenta e oito reais e vinte e seis centavos), revelando o descumprimento da legislação supracitada, tendo em vista o limite máximo percentual de 54%. A defesa nada acrescenta ao quanto posto nos autos.

9.1.2.2 - DESPESA COM PESSOAL - PERCENTUAL EXCEDENTE (ART. 23 DA LRF) REFERENTE AO 2º QUADRIMESTRE DE 2012

A despesa em tela, no 2º quadrimestre de 2012, alcançou o montante de R$ 9.246.657,42 (nove milhões, duzentos e quarenta e seis mil seiscentos e cinquenta e sete reais e quarenta e dois centavos), correspondendo a 52,50% (cinquenta e dois vírgula cinquenta por cento), não ultrapassou o limite definido no art. 20, inciso III, alínea 'b', da Lei Complementar nº 101/00 – LRF, constatando-se, assim, o cumprimento da legislação supracitada.

9.1.2.3 DESPESA TOTAL COM PESSOAL - 3º QUADRIMESTRE DE 2012

Os autos registram os valores abaixo, para o final do exercício de 2012, considerando-se a Receita Corrente Líquida de R$17.668.968,26 (dezessete milhões, seiscentos e sessenta e oito mil novecentos e sessenta e oito reais e vinte e seis centavos):

DESPESA COM PESSOAL R$ Limite legal – 54% (art. 20 LRF) 9.541.242,87 Limite Prudencial – (art. 22) 9.064.180,73 Limite para alerta – 90% do limite máximo (art. 59) 8.587.118,59 Participação em 2012 9.782.679,97 Percentual da despesa na Receita Corrente Líquida 55,37%

A Prefeitura cujas contas são apreciadas ultrapassou, no exercício de 2012, o limite definido no art. 20, inciso III, alínea 'b', da Lei Complementar nº 101/00 – LRF, aplicando o percentual de 55,37% (cinquenta e cinco vírgula trinta e sete por cento) da Receita Corrente Líquida em gastos com pessoal. A defesa final é silente em relação a matéria. Em face do disposto no artigo 23 da LRF, sem prejuízo das medidas previstas no art. 22, o reenquadramento parcial, qual seja a redução de 1/3 (um terço) do excesso, deveria ter ocorrido até 30/04/2013 e a sua eliminação até 31/08/13.

Dados divulgados pelo IBGE em março de 2013 acerca do PIB nacional, entretanto, revelam taxa de variação real acumulada dos últimos quatro trimestres, em relação aos imediatamente anteriores, no valor negativo de 1% (um por cento). É fato assim, que os dados do exercício de 2012 foram afetados em face do resultado do PIB do 4º trimestre. Na forma do disposto no artigo 66 da LRF, há a duplicação dos prazos de recondução de tais 16

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despesas aos limites legais. Destarte, o município passa a dispor de 04 (quatro) quadrimestres para eliminação do excedente, passando as datas limites a 31/08/13, para eliminação de pelo menos 1/3 (um terço) do excesso e 30/04/14, para a recondução do gasto total ao limite de 54%. O não cumprimento desta obrigação ensejará a aplicação de penalidades, inclusive a prevista no § 1º do art. 5º da Lei nº 10.028/00.

9.2. – CONTROLE DE DESPESA TOTAL DE PESSOAL – ART. 21

O parágrafo único do art. 21, da Lei Complementar nº 101/00 (LRF) reza “in verbis”:

“Parágrafo único – também é nulo de pleno direito o ato que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular de respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.” (grifamos)

As informações da Inspetoria Regional e os registros contidos no Pronunciamento Técnico indicam que houve aumento de Despesa com Pessoal e contratação de Mão de Obra Terceirizada nos 180 (cento e oitenta) dias anteriores ao final do mandato do Gestor. No período janeiro a dezembro de 2012, o total da despesa com pessoal – R$9.782.679,97 (nove milhões, setecentos e oitenta e dois mil seiscentos e setenta e nove reais e noventa e sete centavos) – representa o percentual de 55,37% (cinquenta e cinco vírgula trinta e sete por cento) da Receita Corrente Líquida do exercício, constatando-se acréscimo percentual de 1,36% (um vírgula trinta e seis por cento) em relação ao ano anterior, sem que a defesa aborde a irregularidade, que repercute nas conclusões deste pronunciamento.

9.3 – RELATÓRIO RESUMIDO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E DE GESTÃO FISCAL

9.3.1 - Publicidade

Foram encaminhados os demonstrativos e comprovada divulgação oportuna dos Relatórios Resumidos da Execução Orçamentária e de Gestão Fiscal, respeitado o disposto nos artigos 6º e 7º da Resolução TCM nº 1.065/05 e § 2º do art. 55 da LRF 9.4 – AUDIÊNCIAS PÚBLICAS

A LRF impõe ao Poder Executivo demonstrar e avaliar o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em reuniões realizadas na sede do Legislativo local, até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro. Registra o Pronunciamento Técnico a não remessa das comprovações devidas, irregularidade não descaracterizada na defesa final, o que repercute nas conclusões deste pronunciamento. A reincidência enseja punições de maior gravidade.

10 – DAS RESOLUÇÕES DO TRIBUNAL 17

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10.1 – ROYALTIES / FUNDO ESPECIAL / COMPENSAÇÕES FINANCEIRAS DE RECURSOS MINERAIS E HÍDRICOS – Resolução TCM nº 931/04

A Prefeitura de Itiruçu, no exercício de 2012, recebeu e contabilizou recursos provenientes dessa origem no montante de R$147.045,37 (cento e quarenta e sete mil e quarenta e cinco reais e trinta e sete centavos), respeitada a legislação de regência. É regular a matéria.

Salienta-se que a área técnica informa que permanece pendente o ressarcimento ao FEP, relativos a exercícios anteriores, a configurar descumprimento de determinação anterior do TCM, conforme indicado:

Processo Responsável (eis) Natureza Valor R$43092-00 Aílton Cezarino Novaes FEP 2.118,0003419-12 Aílton Cezarino Novaes FEP 16.106,00

Pelo que se determina ao novo Prefeito, respeitado o prazo de 30 (trinta) dias do trânsito em julgado da decisão, o recolhimento à conta específica de FEP,com recursos municipais, em até 03 (três) parcelas mensais, iguais e sucessivas, a partir da emissão deste pronunciamento, encaminhando-se à Regional, também mensalmente, as comprovações devidas, Adverte-se o Gestor empossado em 01/01/2013 quanto a sua responsabilidade em dar prosseguimento aos ressarcimentos.

Renova-se a advertência de que a movimentação de recursos vinculados a FUNDOS (Royalties, Cide, Salário Educação e Fies) deve ocorrer em contas específicas, com a identificação da origem dos recursos nos processos de pagamento.

10.2 – CIDE – Resolução TCM nº 1.122/05

Revelam os autos que o município recebeu a importância de R$20.149,20 (vinte mil cento e quarenta e nove reais e vinte centavos), relativa a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, observada a legislação de regência. É regular a matéria. .

10.3 – DO REPASSE DE RECURSOS PARA ENTIDADES CIVIS – Resolução TCM nº 1.121/05

Não houve repasse de recursos públicos municipais pela administração direta ou indireta, mediante convênio, a entidades civis sem fins lucrativos, reconhecidas por lei municipal como de utilidade pública, a título de subvenção ou auxílio

10.4 – DEMONSTRATIVO DOS RESULTADOS ALCANÇADOS – item 30, artigo 9º da Resolução TCM nº 1.060/05

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Ausente dos autos o documento em referência, resta desatendido o disposto artigo 13, da LRF, na forma disciplinada no item 30 do art. 9º da Resolução TCM nº 1060/05. A omissão repercute nas conclusões deste pronunciamento.

10.5 – RELATÓRIO DE PROJETOS E ATIVIDADES – item 32, art.º 9º da Resolução TCM nº 1.060/05

O Relatório de Projetos e Atividades – fls. 113/117 – apresentado de forma regular, contempla dados atinentes aos concluídos e em conclusão, cumprida a Resolução em tela.

10.6 – DECLARAÇÃO DE BENS DO GESTOR

Foi apresentada, somente na defesa final, a Declaração de Bens do Gestor, quando deveria compor os autos postos em disponibilidade.

10.7. – TRANSMISSÃO DE GOVERNO – Resolução TCM nº 1.270/08

Acha-se às fls. 341/345, o processo TCM nº 44.337/13, encaminhando o Relatório Conclusivo de Transmissão de Governo, datado de 15/02/2013, elaborado por membros representantes do Prefeito eleito, face ao “descumprimento, por parte do Presidente da dita Comissão de Transmissão, como também dos demais representantes do ex-Gestor, do que prescreve a a Resolução TCM nº 1311/2012”. Quando da defesa final foram apresentados, o Decreto nº 26 de 14 de dezembro de 2012, que dispõe sobre a nomeação da Comissão de Transmissão de Governo, bem como a Ata da Reunião da Comissão de Transmissão de Governo, que deveriam compor as contas disponibilizadas aos contribuintes.

10.8 – DOCUMENTOS AUSENTES – Resolução nº 1.060/05

Ausente dos autos a cópia do relatório de atividades do Poder Executivo, encaminhado à Câmara em descumprimento à Resolução TCM nº 1.060/05, art. 9º, item 23.

11 - DAS MULTAS E RESSARCIMENTOS PENDENTES

Os autos registram pendências concernentes ao não recolhimento de cominações impostas a Agentes Políticos do município em decisões transitadas em julgado nesta Corte - multas ou ressarcimentos. A defesa final nada colaciona sobre a matéria. Desta forma permanecem pendentes os processos a seguir listados, advertindo-se ao atual Prefeito quanto a sua responsabilidade de executar judicialmente os débitos, após inscrição na Dívida Ativa. A omissão pode caracterizar ato de improbidade administrativa, justificar a determinação de eventuais prejuízos sofridos pela Comuna em face de prescrição e formulação de representação ao douto Ministério Público Estadual. Assim, cuide o novo Prefeito de cumprir o seu dever, atento que o assunto voltará a ser examinado quando das contas anuais seguintes:

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MULTAS

Processo Multado Cargo Venc. Valor R$ 10598-06 WAGNER PEREIRA

NOVAESEx-Prefeito

16/07/2008 500,00

07251-07 WAGNER PEREIRA NOVAES

Ex-Prefeito

09/08/2008 500,00

16753-07 VILBERTO LEAL SCALDEFERRI

Presidente da Camara

05/06/2008 6.480,00

08629-09 VILBERTO LEAL SCALDAFERRI

Presidente da Camara

20/06/2010 500,00

15544-07 AILTON CEZARINO DE NOVAES

Ex-Prefeito

10/07/2011 800,00

43092-09 AILTON CEZARINO NOVAES

Prefeito 24/10/2011 5.000,00

08174-11 CARLOS ROBERTO MARTINELLI LERVESE

Prefeito 29/04/2012 20.000,00Multa paga sem

correção monetária -

Pendente08174-11 CARLOS ROBERTO

MARTINELLI LERVESEPrefeito 29/04/2012 28.800,00

Multa paga sem correção

monetária - Pendente

05466-11 AILTON CEZARINO DE NOVAIS

Ex-Prefeito

09/11/2012 1.500,00

RESSARCIMENTOS

Processo Responsável(eis) Cargo Venc Valor R$06909-99 EDVALDO SOUZA DA

CRUZPresidente da Camara

14/11/1999 8.448,47

06909-99 MANOEL MATOS DE SOUZA

Vereador 14/11/1999 5.332,69

06909-99 MANOEL MOTA CARDOSO

Vereador 14/11/1999 5.332,69

06909-99 NILMAN BROCCHINI UMBURANAS

Vereador 14/11/1999 5.332,69

06909-99 VILBERTO LEAL SCALDAFERRI

Vereador 14/11/1999 5.332,69

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06909-99 IDAILTON OLIVEIRA DA PUREZA

Vereador 14/11/1999 5.635,55

06909-99 JOVENIL SANTOS ANDRADE

Vereador 14/11/1999 5.635,55

08113-00 FERNANDO HENRIQUE ANDRADE SOUZA

Vereador 27/11/2000 6.100,78

08113-00 IVAN OLIVEIRA CERQUEIRA

Vereador 27/11/2000 6.100,78

08113-00 ERISVALDO TEIXEIRA DE NOVAES

Vereador 27/11/2000 5.908,91

08113-00 EDINA MARIA RIBAS PASSOS

Vereadora 27/11/2000 5.837,15

10598-06 WAGNER PEREIRA NOVAES

Ex-Prefeito 18/09/2007 7.031,53

07784-08 VILBERTO LEAL SCALDAFERRI

Presidente da Camara

04/04/2009 2.600,00

07784-08 IVAN OLIVEIRA CERQUEIRA

Vereador 04/04/2009 1.560,00

07784-08 NILMAN BROCCHINI UMBURANAS

Vereador 04/04/2009 1.820,00

07784-08 ERISVALDO TEIXEIRA DE NOVAES

Vereador 04/04/2009 2.080,00

07784-08 PAULO RAIMUNDO MARTINS FORTUNA

Vereador 04/04/2009 2.080,00

07784-08 EDINA MARIA RIBAS PASSOS

Vereador 04/04/2009 520,00

07798-08 MARCELO OLIVEIRA ANDRADE

Secretário Municipal

12/01/2009 11.791,50

07798-08 MÁRCIO RIBEIRO DOS SANTOS

Secretário Municipal

12/01/2009 9.031,50

07798-08 MANOEL MESSIAS ALVES FERREIRA

Secretário Municipal

12/01/2009 5.355,86

07798-08 JOSEFA NEUZA M. L. FONTOURA

Secretário Municipal

12/01/2009 4.478,80

07798-08 JOSÉ ACÁCIO DA SILVA CALDAS

Secretário Municipal

12/01/2009 4.681,50

07798-08 ZAIRA SERRA TENISE Secretário Municipal

12/01/2009 4.632,20

07798-08 DIOGÉNES PIRES SERRA

Secretário Municipal

12/01/2009 463,28

07798-08 JOVINO GOMES DE Secretário 12/01/2009 2.871,48 21

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ALMEIDA Municipal07798-08 VICENZO TENESI Secretário

Municipal12/01/2009 2.157,53

07798-08 EDLENE DOS SANTOS LIMA

Secretário Municipal

12/01/2009 410,53

08580-09 AILTON CEZARINO NOVAES

Prefeito 04/09/2010 2.058,32

08174-11 CARLOS ROBERTO MARTINELLILERVESE

Prefeito 15/04/2012 1.982,06

05466-11 AILTON CEZARINO DE NOVAES

Prefeito 30/09/2012 17.619,59

03419-12 AILTON CEZARINO NOVAES

Ex- Prefeito 13/04/2013 24.705,03

12 – CONCLUSÃO

Vistos, detidamente analisados e relatados, respeitados que foram os direitos consagrados no inciso LV do artigo 5º da Constituição da República em todas as fases processuais, consideradas as irregularidades e ilegalidades aqui apontadas e detalhadas nos pronunciamentos técnicos, reveladoras de agressão a normas constitucionais e contidas nas Leis de Responsabilidade Fiscal, Federais nºs 8.666/93 e 4.320/64, Resoluções e Instruções desta Corte, com fulcro no art. 40, inciso III, alíneas “a” e “b”, e respectivo parágrafo único, todos da Lei Complementar Estadual nº 06/91, combinados com as disposições da Resolução TCM nº 222/92*, votamos pela rejeição, porque irregulares, das contas do exercício financeiro de 2012 da Prefeitura de Itiruçu, constantes do processo TCM nº 10.166/13, da responsabilidade do Sr. Carlos Roberto Martinelli Iervese, a quem é aplicada multa no valor de R$8.000,00 (oito mil reais), com respaldo nos incisos I, II, IV, VII e VIII do artigo 71 da mesma Lei Complementar citada, a ser recolhida ao erário municipal com recursos pessoais do Gestor, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da edição do Parecer Prévio, na forma da Resolução TCM nº 1.124/05, devendo ser emitida a competente Deliberação de Imputação de Débito, da qual deverão constar, também, os ressarcimentos a seguir listados, referidos no item 5 deste pronunciamento: - R$20.182,86 (vinte mil cento e oitenta e dois reais e oitenta e seis centavos), relativas a multas e juros por atraso no cumprimento de obrigações; - R$ 306.114,16 (trezentos e seis mil cento e quatorze reais e dezesseis centavos), referente a ausência de comprovação de despesa, nos meses de Abril (R$ 8.500,00), Julho (R$ 57.200,00), Agosto (R$ 94.740,69), Novembro (R$ 106.361,42) e Dezembro (R$ 39.312,05); - R$ 53.014,71 (cinquenta e três mil e quatorze reais e setenta e um centavos), por conta de saída de numerário da conta bancária do FUNDEB sem suporte em documento de despesa nos meses de Março e Abri; - R$ 43.500,00 (quarenta e três mil e quinhentos reais), pela não comprovação da veiculação ou publicação de matérias publicitárias pagas e - R$ 4.771,00 (quatro mil setecentos e setenta e um reais), devido a comprovação de despesa em cópia, no mês de dezembro,

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perfazendo o total de R$ 427.582,73 (quatrocentos e vinte e sete mil quinhentos e oitenta e dois reais e setenta e três centavos).

A liberação da responsabilidade do Gestor fica condicionada ao cumprimento do quanto aqui determinado.

Ciência aos interessados e à CCE.

Cópia ao atual Prefeito Municipal, Sr. Wagner Pereira Novaes, para adoção das providências aqui determinadas, advertindo que o não recolhimento de cominações que lhe foram impostas ou a não cobrança das aplicadas a terceiros comprometerá o mérito de suas contas anuais – 2013.

À vista do disposto no artigo 76, inciso I, alínea “d” da Lei Complementar Estadual nº 005/91, formule-se representação ao douto Ministério Público Estadual, através da competente Assessoria Jurídica deste Tribunal.

SALA DAS SESSÕES DO TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, em 24 de setembro de 2013.

Cons. José Alfredo Rocha Dias Relator

Este documento foi assinado digitalmente conforme orienta a resolução TCM nº01300-11. Para verificar a autenticidade deste parecer, consulte o Sistema de Acompanhamento de Contas ou o site do TCM na Internet em www.tcm.ba.gov.br e acesse o formato digital assinado eletronicamente.

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