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Revista Baiana de Saúde Pública v.38, n.2, p.417-431 abr./jun. 2014 417 Resumo O propósito do presente estudo foi descrever a prevalência de sintomas osteomusculares (SO) e fatores associados em mototaxistas de um município brasileiro. Trata-se de um estudo de corte transversal com caráter analítico. A população de estudo foi composta por 123 mototaxistas cadastrados na Associação dos Mototaxistas de Jequié (AMOJE), que exercem atividade profissional no centro da cidade (taxa de resposta 77,8%). Os dados foram tabulados no programa EPIDATA 3.1 e analisados através do PSPP GNU 0.7.10-gd4c62c. Utilizou-se análise descritiva e foram estimadas as razões de prevalência dos SO segundo variáveis de interesse. Como medida de significância estatística, utilizou-se o teste de χ 2 de Pearson, adotando-se p≤0,05. A prevalência global para SO nos mototaxistas nos últimos 12 meses foi de 61,8%. No que diz respeito à ocorrência de SO nos últimos 7 dias e 12 meses, a coluna foi a região corporal mais afetada para 38,2 e 22,7%, respectivamente. Encontrou-se associação estatisticamente significante entre presença de SO nos últimos 12 meses e presença de fadiga muscular nos membros superiores, inferiores e coluna no fim do dia de trabalho. As informações deste estudo podem ser úteis para o setor saúde, sendo insumo para as políticas públicas de intervenção em saúde do trabalhador, a fim de garantir condições dignas de trabalho para esta categoria profissional, que se encontra em contínuo crescimento, principalmente nas cidades de pequeno e médio porte. Palavras-chave: Epidemiologia. Saúde do trabalhador. Dor musculoesquelética. ARTIGO ORIGINAL DE TEMA LIVRE PREVALÊNCIA DE SINTOMAS OSTEOMUSCULARES E FATORES ASSOCIADOS ENTRE MOTOTAXISTAS DE UM MUNICÍPIO BRASILEIRO Loiamara Barreto Santos a Camila Rego Amorim a Alba Benemérita Alves Vilela a Saulo Vasconcelos Rocha a Jefferson Paixão Cardoso a a Núcleo de Estudos em Saúde da População, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB – Jequié (BA), Brasil. Endereço para correspondência: Loiamara Barreto Santos – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – Departamento de Saúde – Núcleo de Estudos em Saúde da População – Avenida José Moreira Sobrinho, s/n – Jequiezinho – CEP: 45200-000 – Jequié (BA), Brasil – E-mail: [email protected] DOI: 10.5327/Z0100-0233-2014380200014

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Revista Baianade Saúde Pública

v.38, n.2, p.417-431

abr./jun. 2014 417

Resumo

O propósito do presente estudo foi descrever a prevalência de sintomas

osteomusculares (SO) e fatores associados em mototaxistas de um município brasileiro. Trata-se

de um estudo de corte transversal com caráter analítico. A população de estudo foi composta por

123 mototaxistas cadastrados na Associação dos Mototaxistas de Jequié (AMOJE), que exercem

atividade profissional no centro da cidade (taxa de resposta 77,8%). Os dados foram tabulados

no programa EPIDATA 3.1 e analisados através do PSPP GNU 0.7.10-gd4c62c. Utilizou-se análise

descritiva e foram estimadas as razões de prevalência dos SO segundo variáveis de interesse.

Como medida de significância estatística, utilizou-se o teste de χ2 de Pearson, adotando-se

p≤0,05. A prevalência global para SO nos mototaxistas nos últimos 12 meses foi de 61,8%. No

que diz respeito à ocorrência de SO nos últimos 7 dias e 12 meses, a coluna foi a região corporal

mais afetada para 38,2 e 22,7%, respectivamente. Encontrou-se associação estatisticamente

significante entre presença de SO nos últimos 12 meses e presença de fadiga muscular nos

membros superiores, inferiores e coluna no fim do dia de trabalho. As informações deste estudo

podem ser úteis para o setor saúde, sendo insumo para as políticas públicas de intervenção

em saúde do trabalhador, a fim de garantir condições dignas de trabalho para esta categoria

profissional, que se encontra em contínuo crescimento, principalmente nas cidades de pequeno e

médio porte.

Palavras-chave: Epidemiologia. Saúde do trabalhador. Dor musculoesquelética.

ARTIGO ORIGINAL DE TEMA LIVRE

PREVALÊNCIA DE SINTOMAS OSTEOMUSCULARES E FATORES ASSOCIADOS ENTRE

MOTOTAXISTAS DE UM MUNICÍPIO BRASILEIRO

Loiamara Barreto Santosa

Camila Rego Amorima

Alba Benemérita Alves Vilelaa

Saulo Vasconcelos Rochaa

Jefferson Paixão Cardosoa

aNúcleo de Estudos em Saúde da População, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB – Jequié (BA), Brasil.Endereço para correspondência: Loiamara Barreto Santos – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – Departamento de Saúde – Núcleo de Estudos em Saúde da População – Avenida José Moreira Sobrinho, s/n – Jequiezinho – CEP: 45200-000 – Jequié (BA), Brasil – E-mail: [email protected]

DOI: 10.5327/Z0100-0233-2014380200014

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MUSCULOSKELETAL PREVALENCE AND ASSOCIATED FACTORS AMONG

MOTORCYCLE TAXI DRIVERS IN A BRAZILIAN MUNICIPALITY

Abstract

The purpose of this study was to describe the prevalence of musculoskeletal symptoms

(MS) and associated factors in a Brazilian city motorcycle taxi drivers. It is a cross-sectional study with

an analytical approach. The study population comprised 123 mototaxis performing professional

activity in the city center and registered with the Jequie Association of Motorcycle Taxi Drivers

(AMOJE) (response rate 77.8%). Data were tabulated in the program Epidata 3.1 and analyzed

by PSPP GNU 0.7.10-gd4c62c. It was used descriptive analysis and were estimated prevalence

rates of musculoskeletal symptoms according to the variables of interest. As a measure of statistical

significance, we used the χ2 of Pearson, adopting p≤0.05. The overall prevalence of MS in

motorcycle taxi drivers was 61.8%. With regard to the occurrence of MS in the last 7 days and in the

last 12 months, the spine was the body region most affected with 38.2 and 22.7% respectively. It was

found a statistically significant association between the presence of MS in the last 12 months and the

presence of muscle fatigue in the upper and lower limbs and spine at the end of the workday. The

information from this study can be useful for the health sector, with input for policy interventions

in occupational health, to ensure decent working conditions for this occupation category, which is

continuously growing mainly in small and medium cities.

Keywords: Epidemiology. Occupational health. Musculoskeletal pain.

PREVALENCIA DE SÍNTOMAS MUSCULOESQUELETICOS Y FACTORES ASOCIADOS

ENTRE MOTOTAXISTAS DE UN MUNICIPIO BRASILEÑO

Resumen

El propósito de este estudio fue describir la prevalencia de síntomas

musculoesqueléticos (SM) y factores asociados en mototaxistas de un município brasileño.

Este es un estudio transversal con carácter analítico. La población de estudio se compuso

de 123 mototaxistas registrados en la Asociación de los Mototaxistas de Jequié (AMOJE)

que ejercen actividad profesional en el centro de la ciudad (tasa de respuesta 77,8%). Los

datos se tabularon en el programa EPIDATA 3.1 y se analizaron mediante el PSPP GNU

0.7.10-gd4c62c. Se utilizó el análisis descriptivo y se estimaron las razones de la prevalencia

de los SM según variables de interés. Como medida de significación estadística, se utilizó la

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prueba de de Pearson, y se adoptó p≤0.05. La prevalencia global para SM en los mototaxistas

em los últimos 12 meses fue 61.8%. Con respecto a la ocurrencia de SM en los últimos

7 días y 12 meses, la columna fue la región corporal más afectada para 38,2 y 22,7%

respectivamente. Se encontró asociación estadísticamente significativa entre la presencia de

SM en los últimos 12 meses y presencia de fatiga muscular en las extremidades inferiores,

superiores y columna al final del día de trabajo. Las informaciones de este estudio pueden ser

útiles para el sector de la salud, y son insumos para las políticas públicas de intervención en la

salud del trabajador, con el fin de garantizarles condiciones dignas de trabajo a esta categoría

profesional, que está en continuo crecimiento, principalmente en las ciudades de pequeño y

médio porte.

Palabras clave: Epidemiología. Salud laboral. Dolor musculoesquelético.

INTRODUÇÃO

O processo de reestruturação produtiva do mercado de trabalho é marcado pela

flexibilização, precarização e desregulamentação trabalhista, e reordenamento da produção.

Características, estas, que nascem na tentativa de reagir à crise social, com o intuito de

majorar a produtividade, abonando o acúmulo de capital. Com isto, os trabalhadores perdem

sua representatividade no mercado de trabalho e, consequentemente, são direcionados para

o setor informal.1

No Brasil, houve um crescimento significativo das relações informais de

trabalho.2-5 As atividades profissionais informais representam uma opção importante

de sobrevivência, tanto pela autonomia na realização do trabalho, como pela possibilidade

razoável de produção de renda. Todavia, o fato de estes trabalhadores não se beneficiarem

da assistência prestada pela legislação quan do afetados por problemas de saúde é um fator de

grande repercussão social.6,7

Dentre os trabalhadores informais, destacam-se os mototaxistas, que são

motociclistas profissionais expostos aos mais diversos riscos. Dentre as precariedades,

se destacam as más condições laborais a que estão submetidos, como ritmo intenso,

longas jornadas de trabalho, posturas inadequadas. Estes fatores podem desencadear

sobrecarga física e mental, elevando, assim, o risco para acidentes de trânsito, bem

como a presença de distúrbios do sono, fadiga, irritabilidade, sedentarismo, entre

outros problemas de saúde.7

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Nos dias atuais, uma das queixas mais frequentes dos trabalhadores são os

sintomas osteomusculares (SO), que habitualmente podem causar incapacidade para o

exercício profissional. O surgimento de SO (como dor, parestesia, sensa ção de peso e fadiga)

sem que haja tempo hábil para recuperação, pode caracterizar lesões por esforço repetitivo

(LER) e/ou doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT), que são agravos

resultantes da utilização excessiva do sistema musculoesquelético.8 Assim, as características

profissionais peculiares à atividade de mototáxi associadas às más condições de trabalho

podem favorecer a ocorrência de SO.

Com base no exposto, o objetivo deste estudo foi descrever a prevalência

de SO e fatores associados entre os mototaxistas de um município brasileiro.

MATERIAIS E MÉTODOS

Foi realizado um estudo de corte transversal, de natureza analítica, sobre a

prevalência de SO e fatores associados em mototaxistas de um município brasileiro.

O município de Jequié está localizado na região sudoeste do estado da Bahia e

possui uma área de unidade territorial de 3.035 km2 com população estimada em 151.895

habitantes.9 Em relação à frota de veículos motorizados, o município teve o crescimento

de 3.496 motocicletas existentes no ano de 2001 para 19.355 motocicletas em fevereiro de

2013, representando um aumento de 553% na frota deste tipo de veículo,10 apresentando

uma relação de 1 moto para cada 7 habitantes, aproximadamente.

A população deste estudo foi composta por todos os mototaxistas cadastrados

na Associação de Mototaxistas de Jequié, Bahia (AMOJE) e que estavam exercendo atividade

profissional no período da pesquisa no centro do município.

Na execução da pesquisa, inicialmente, obteve-se informações dos locais

dos pontos de mototáxi no centro do município e o levantamento dos trabalhadores

cadastrados na AMOJE. Durante a coleta de dados, foram percorridos todos os pontos

de mototáxi existentes, nos quais foram aplicados os questionários em forma de

entrevista aos trabalhadores.

Para a realização da pesquisa, foi elaborado um questionário composto por quatro

blocos de informações, incluindo as seguintes variáveis: características sociodemográficas (sexo,

idade, estado civil, se possui filhos, grau de escolaridade e raça/cor); características profissionais

(tempo de trabalho nesta profissão, quantidade de dias de trabalho na semana, quantidade de

horas de trabalho por dia, tempo que possui habilitação para moto, presença de outro vínculo

de trabalho, renda mensal e contribuição ao INSS); condições de trabalho (realização de

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trabalho muito duro, com pressão de tempo e exigência de produtividade, trabalho em postura

forçada, fadiga muscular em membros superiores, inferiores e coluna no fim do dia, local para

descanso e pausas); e presença de SO.

A variável raça/cor foi autorreferida, sendo que os profissionais que se

autoclassificaram pretos e pardos compuseram o grupo de profissionais negros, e os brancos,

amarelos e indígenas foram agrupados como não negros.11,12

A situação conjugal foi categorizada em indivíduos com companheiro que foi

composto pelos profissionais casados e com união estável e sem companheiro pelos solteiros,

divorciados/separados/desquitados e viúvos.

As variáveis de pressão de tempo, exigência de produtividade e fadiga muscular

em membros superiores e inferiores no fim do dia foram categorizadas em respostas “sim” ou

“não”, sendo que aqueles que responderam de três a cinco numa escala de intensidade de

zero a cinco foram agrupados como “sim” e os que responderam de zero a dois como “não”.

Para identificar a presença de SO, utilizou-se o Questionário Nórdico de

Sintomas Osteomusculares (QNSO), traduzido e validado no Brasil.13 Este instrumento possui

como objetivo a identificação de SO nas diversas regiões anatômicas do corpo, que foram

agrupadas em três grandes grupos: coluna (pescoço, parte superior das costas e parte inferior

das costas), membros superiores (ombros, cotovelos, punho/mãos) e membros inferiores

(quadril/coxas, joelhos, tornozelos/pés), considerando a ocorrência dos sintomas nos 12 meses

e nos 7 dias precedentes à entrevista; a realização de atendimento médico e ocorrência de

afastamento das atividades rotineiras no último ano dentre outros fatores.

Para confecção do banco de dados, utilizou-se o software Epidata, versão

3.1 com sistema de dupla tabulação, que foram posteriormente analisados com auxílio do

software estatístico GNU PSPP versão 0.7.10-gd4c62c, software for statistical analysis.

Realizou-se análise descritiva para caracterizar o perfil dos trabalhadores estudados

segundo características sociodemográficas e profissionais, condições de trabalho e presença de SO.

Considerou-se presença de SO a queixa de dor ou desconforto (“dormência,

formigamento, enrijecimento ou inchação”) em membros superiores, membros inferiores e

coluna durante os últimos 12 meses.

As prevalências de SO nos últimos 12 meses foram estimadas segundo

variáveis sociodemográficas, características profissionais e condições de trabalho. As razões

de prevalências foram calculadas e para avaliação da medida de significância estatística

utilizou-se o teste de χ2 de Pearson, adotando p≤0,05.

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O presente estudo seguiu as recomendações em vigor referentes à pesquisa

envolvendo seres humanos, conforme a Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de

Saúde. Os protocolos de pesquisa foram avaliados e aprovados pelo Comitê de Ética em

Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia protocolo

nº 107/2010.

RESULTADOS

Dos 158 mototaxistas cadastrados na AMOJE que trabalhavam no centro do

município, foram estudados 123 profissionais (taxa de resposta de 77,8%).

Na população estudada, todos os indivíduos eram do sexo masculino (100%)

e possuíam média de idade de 37,1±8,8 anos. A maioria dos profissionais relatou ter

companheira (62,6%) e filhos (69,9%), raça/cor negra (71,5%) e grau de escolaridade de

ensino fundamental (74,8%).

No tocante às características profissionais, a maioria dos profissionais

trabalhava como mototaxista a menos de cinco anos (66,7%), trabalhava 6 ou 7 dias por

semana (84,6%), com jornada de 8 ou mais horas por dia de trabalho (87,8%), tempo

de habilitação para motocicleta há 5 anos ou mais (91,0%) e não contribuía para o INSS

(84,6%). Um percentual inferior relatou exercer outra atividade remunerada (31,7%).

Quanto à renda mensal, dos 27 profissionais respondentes, 37,3% dos profissionais

referiram uma renda de até dois salários mínimos e 62,7% uma renda de dois ou mais

salários mínimos. A renda média foi de R$ 915,43±306,51.

Em relação às condições de trabalho, a maioria dos mototaxistas relatou sofrer

algum tipo de pressão do tempo (69,1%) e exigência de produtividade (73,2%). A maioria

dos profissionais também relatou a realização de trabalho muito duro (49,6%), em posturas

forçadas (74,6), sem local para pausas e descanso (58,5%) e presença de fadiga muscular

em membros superiores (61,8%), membros inferiores (41,5%) e coluna (56,1%) no fim do

dia de trabalho.

A prevalência global para SO nos últimos 12 meses relacionados a qualquer um

dos 3 segmentos corporais foi de 61,8%. No que diz respeito à ocorrência de SO nos últimos

12 meses e nos últimos 7 dias, a coluna foi a região corporal mais afetada com 38,2 e 22,7%

respectivamente (Tabela 1).

Observou-se a realização de atendimento médico e necessidade de afastamento

das atividades laborais entre os profissionais com SO, principalmente para aqueles com

queixas na coluna (9,7%) e membros superiores (4,9%) respectivamente (Tabela 2).

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Não houve associação estatisticamente significante entre SO e as características

sociodemográficas (Tabela 3). Todavia, observaram-se prevalências mais elevadas nos

homens de 30 a 39 anos idade (65,2%), sem companheira (67,4%), até 2 filhos (64,6%),

não negros (69,7%) e nível fundamental de escolaridade (64,4%).

Quanto às características profissionais (Tabela 4), aqueles que não contribuíam

para o INSS apresentaram uma prevalência maior de SO (58,3%), assim como os que

possuíam tempo de trabalho inferior a 5 anos (65,9%), trabalhavam menos que 6 dias

por semana (68,4%), com jornada de trabalho de 8 ou mais horas (63,9%). A diferença

mais expressiva entre as prevalências nos estratos considerados foi observada para a

variável relativa a tempo na ocupação. Contudo, as diferenças observadas não foram

estatisticamente significantes.

Com relação às condições de trabalho (Tabela 5), elevadas prevalências

de SO foram detectadas em mototaxistas que relataram realizar trabalho muito duro

(38,0%), sofrer pressão de tempo (50,0%), exigência de produtividade (53,0%),

exercer trabalho em postura forçada (58%), com presença de fadiga muscular nos

membros superiores (41,0%), membros inferiores (23,0%) e coluna (32,0%) no fim do

dia. Encontrou-se associação estatisticamente significante entre a presença de SO e

presença de fadiga muscular nos membros superiores, inferiores e coluna no fim do

dia de trabalho.

Sintomas osteomuscularesSintomas nos últimos 12 meses Queixa nos últimos 7 dias

n % n %Membros superiores 24 19,5 16 13Membros inferiores 28 22,7 11 8,9Coluna 47 38,2 28 22,7

Tabela 1 – Prevalência de sintomas osteomusculares em membros superiores, inferiores e

coluna segundo frequência em mototaxistas cadastrados. Jequié, Bahia, 2013

Sintomas osteomuscularesRealização de atendimento médico

Afastamento das atividades laborais

n % n %Membros superiores 6 4,9 6 4,9Membros inferiores 7 5,7 4 3,2Coluna 12 9,7 4 3,2

Tabela 2 – Realização de atendimento médico e afastamento das atividades laborais

entre mototaxistas cadastrados. Jequié, Bahia, 2013

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VariávelSintomas osteomusculares

% RP (IC95%) Valor p

Idade

20–29 anos 62,5 – –

30–39 anos 65,2 1,04 (0,74–1,47) 0,81

40 ou + anos 56,8 0,91 (0,63–1,32) 0,62

Situação conjugal

Com companheiro 58,4 0,87 (0,66–1,14) 0,32

Sem companheiro 67,4 – –

Tem filhos

Sim 61,6 0,99 (0,73–1,34) 0,95

Não 62,2 – –

Número de filhos

Até 2 filhos 64,6 – –

3 ou + filhos 52,4 0,81 (0,81–1,27) 0,32

Cor da pele

Não negros 69,7 0,83 (0,62–1,11) 0,24

Negros 58,0 – –

Escolaridade

Ensino fundamental 64,4 – –

Ensino médio/superior 59,4 0,92 (0,70–1,22) 0,57

Tabela 3 – Prevalência de sintomas osteomusculares segundo variáveis

sociodemográficas em mototaxistas cadastrados. Jequié, Bahia, 2013

VariávelSintomas osteomusculares

% RP (IC95%) Valor p

Tempo nesta ocupação

<5 anos 65,9 – –

≥5 anos 51,9 1,27 (0,85–1,88) 0,19

Quantidade de dias de trabalho/semana

<6 dias 68,4 – –

≥6 dias 60,6 0,88 (0,62–1,24) 0,51

Quantidade de horas de trabalho/dia

<8 horas 50,0 – –

≥8 horas 63,9 1,27 (0,74–2,19) 0,31

Possui outra atividade remunerada

Sim 52,6 0,80 (0,56–1,12) 0,16

Não 65,9 – –

Previdência Social (INSS)

Contribui para o INSS 52,6 0,90 (0,47–1,71) 0,75

Não contribui para o INSS 58,3 – –

Tabela 4 – Prevalência de sintomas osteomusculares segundo características

profissionais em mototaxistas cadastrados. Jequié, Bahia, 2013

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Revista Baianade Saúde Pública

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abr./jun. 2014 425

DISCUSSÃO

Os motociclistas profissionais (motoboys, motofretistas, mototaxistas, por

exemplo) representam uma das classes de trabalhadores que mais cresce no setor informal.

A motocicleta antes utilizada para o lazer começou a ser instrumento de trabalho devido ao

seu baixo custo de aquisição e manutenção, além do fato de constituir uma alternativa de

deslocamento rápido no conturbado trânsito das cidades.6

A profissão de mototáxi é predominantemente exercida por homens com idade entre

20 e 39 anos, com companheira e filhos, negros e nível fundamental de escolaridade. Estes achados

são semelhantes aos de outros estudos realizados com a categoria de motociclistas profissionais.6,14,15

Outra característica predominante da profissão é a ocorrência de longas jornadas

de trabalho em quase todos os dias da semana, atributos esses observados em diversos

estudos.6,14,17 Este fato pode contribuir para que apenas uma minoria destes profissionais

possua disponibilidade de tempo para cumprirem outra atividade remunerada, sendo uma

característica predominante nas relações informais de trabalho.

VariávelSintomas osteomusculares

% RP (IC95%) Valor pRealiza trabalho muito duro

Sim 38,0 1,00 (0,76–1,31) 0,57Não 38,0 – –

Pressão do TempoSim 50,0 0,86 (0,65–1,13) 0,31Não 26,0 – –

Exigência de produtividadeSim 53,0 0,84 (0,63–1,12) 0,27Não 23,0 – –

Trabalha em postura forçadaSim 58,0 0,78 (0,59–1,03) 0,10Não 18,0 – –

Fadiga muscular nos membros superioresSim 41,0 0,72 (0,55–0,94) 0,02Não 35,0 – –

Fadiga muscular nos membros inferioresSim 23,0 0,61 (0,43–0,85) 0,001Não 53,0 – –

Fadiga muscular na colunaSim 32,0 0,56 (0,42–0,75) <0,001Não 44,0 – –

Tabela 5 – Prevalência de sintomas osteomusculares segundo condições de trabalho

em mototaxistas cadastrados. Jequié, Bahia, 2013

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426

A maioria dos mototaxistas estudados não contribuía para o INSS, pois exerciam

sua profissão de forma informal e autônoma, não possuindo assim carteira assinada. Evidência

semelhante a outras na literatura.6,7,15

Em relação à renda mensal, a maioria não relatou quanto ganhava. Dentre

aqueles que a expuseram, a maioria possuía ganho de três salários mínimos ou mais.

Os mototaxistas afirmam obter melhor remuneração no serviço de mototaxi do que no

mercado formal em diversos estudos, fato este que pode contribuir para a permanência destes

profissionais nesta atividade.6,7,14,18,19

A prevalência de SO nos mototaxistas foi elevada principalmente na coluna.

Estudos com outras classes de trabalhadores também apontam elevadas prevalências de SO,

tendo a coluna como a região corporal mais afetada com elevadas prevalências nos últimos

7 dias e 12 meses.19-23

Fatores biomecânicos decorrentes de extensas jornadas de trabalho e com

longos períodos na postura sentada, vibração, condições precárias de pavimentação urbana,

além dos fatores psicossociais, desencadeiam sobrecarga na coluna e, consequentemente,

geram queixas dolorosas neste segmento corporal.18,21

Um número pouco expressivo dos trabalhadores que referiram SO procurou

assistência médica e afastou-se da atividade laboral. Tal fato pode estar associado à

informalidade desta profissão, já que os trabalhadores informais que não contribuem para

a previdência social como a maioria dos profissionais estudados (84,6%) não possuem

os benefícios de proteção social assegurados pela previdência, fato este que diverge do

observado em estudos realizados com trabalhadores formais.3

A presença de SO pode interferir tanto na execução da profissão como na

execução das atividades de vida diárias (AVDs), o que pode tornar necessário o afastamento

das atividades laborais em decorrência destas queixas.21,24,25 No caso dos trabalhadores

informais, tal situação pode acarretar grande prejuízo financeiro e, consequentemente,

psicossocial, já que a maioria destes profissionais são os gestores dos seus lares e responsáveis

pela maior parte (senão, na totalidade) da renda familiar.26 O rendimento dos mototaxistas

está diretamente relacionado à quantidade de trabalho exercida, que os obriga a trabalhar

mais para melhorar a renda.7,17

No tocante às condições de trabalho, elevadas prevalências de SO foram

encontradas nos profissionais mototaxistas que relataram exercer trabalho muito duro, em

posturas forçadas, sob pressão de tempo e exigência de produtividade. Características estas

inerentes à profissão de mototaxista.7,16 Tais fatores associam-se ainda às condições precárias

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de trabalho, afinal (e é importante salientar) a estrutura física dos pontos de mototaxi é

inadequada, não dispondo de sanitário e local para descanso. Fato este que agrava o desgaste

físico destes trabalhadores e eleva a ocorrência de problemas de saúde tais como os SO.7

Assim, observou-se uma associação estatisticamente significante entre SO

e fadiga muscular nos membros inferiores (MMII) e membros superiores (MMSS) no fim

do dia de trabalho nos mototaxistas estudados. A ocorrência de sintomas apresentada

em MMII em motociclistas está diretamente relacionada à estase venosa decorrente da

imobilidade, além de fatores estruturais da motocicleta como a compressão de estruturas

corporais; principalmente, a face interna da coxa contra o assento.27,28 Já a queixa de

fadiga nos MMSS pode ser decorrente da permanência longos períodos na mesma

posição, sobrecarga imposta e esforços repetitivos29 realizados por estes membros para a

condução da motocicleta.

O presente estudo possui limitações relacionadas ao desenho de estudo

(neste caso, a transversalidade), que impede a avaliação de relações diretas de causalidade

entre as variáveis estudadas, fato este que não diminui ou elimina a relevância do estudo.

Há também como limitação o efeito do trabalhador sadio, pois não foram estudados

os mototaxistas afastados da atividade laboral por motivos de doenças (incluindo os

sintomas musculoesqueléticos, acidentes de trânsito, dentre outras). A escassez de estudos

quantitativos com a classe de mototaxistas também dificultou a comparação dos resultados

obtidos na pesquisa.

Os achados do presente estudo e os encontrados na literatura científica apontam

que uma elevada prevalência de SO nos mototaxistas, podendo representar prejuízos a estes

profissionais tanto à sua saúde como aqueles de ordem financeira e, consequentemente,

afetam de forma negativa a qualidade de vida destes trabalhadores.

CONCLUSÃO

Os achados desta pesquisa mostraram uma realidade preocupante, pois

foi observada uma prevalência elevada de SO na população estudada e que pode estar

relacionada às condições precárias de trabalho dos mototaxistas.

As informações deste estudo podem ser de grande utilidade para o setor

saúde, sendo insumo para as políticas públicas de intervenção em saúde do trabalhador

a fim de garantir condições dignas de trabalho para esta categoria profissional, que se

encontra em contínuo crescimento; principalmente, nas cidades de pequeno e médio

porte como o município estudado.

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Assim, ações preventivas para SO podem ser promovidas como orientações

posturais de maneira a minimizar os impactos causados por esta sintomatologia

e realização de ginástica laboral durante as pausas do trabalho. É necessária, também,

a realização de orientações sobre boas práticas no trânsito e o uso de equipamentos de

proteção individual, além de uma melhor adequação dos pontos de mototaxi.

Ações educativas no sentido de orientar estes trabalhadores acerca do

reconhecimento dos direitos sociais do trabalhador informal no que diz respeito à

contribuição do INSS também são válidas, para que os mesmos possam ser resguardados pelos

benefícios concedidos pela Previdência Social.

Novas pesquisas sobre a temática devem ser desenvolvidas com populações

maiores e trabalhadores fora do exercício profissional por lesões e acidentes de trabalho a fim

de fomentar e aprofundar discussões sobre os SO, possíveis fatores associados e medidas de

proteção à saúde dos mototaxistas.

AGRADECIMENTOS

À Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB), entidade

financiadora da Bolsa de Pesquisa que proporcionou a realização deste estudo.

CONTRIBUIÇÃO DOS AUTORES

Loiamara Barreto Santos participou da redação e revisão do manuscrito, bem

como da análise de dados e da construção de tabelas. Camila Rêgo Amorim participou

da redação e revisão do manuscrito e da análise de dados. Alba Benemérita Alves Vilela

participou da redação e revisão do manuscrito. Saulo Vasconcelos Rocha participou

da redação e revisão do manuscrito. Jefferson Paixão Cardoso participou da redação e

revisão do manuscrito.

REFERÊNCIAS

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Recebido em 06.08.2013 e aprovado em 26.08.2014.