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    PROGRAMA EQ-ANP

    Processamento, Gesto e Meio Ambiente na Indstria do

    Petrleo e Gs Natural

    ESCOAMENTO BIFSICO LQUIDO-GS:PREVISO DE GRADIENTES DE PRESSOCOM A CORRELAO DE LOCKHART &

    MARTINELLI E FLUIDODINMICA

    COMPUTACIONALRaquel Greice Silva de Souza

    Projeto de Final de Curso

    Orientador

    Ricardo Pires Peanha, Ph. D.

    Fevereiro de 2009

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    Escoamento Bifsico Lquido-Gs: Previso de Gradientes de Pressocom a Correlao de Lockhart & Martinelli e Fluidodinmica

    Computacional

    Raquel Greice Silva de Souza

    Projeto de Final de Curso submetido ao Corpo Docente do Programa Escola de Qumica/Agncia

    Nacional de Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis Processamento, Gesto e Meio Ambiente na

    Indstria de Petrleo e Gs Natural, como parte dos requisitos necessrios para a obteno do grau

    de Engenheira Qumico com nfase na rea de Petrleo e Gs Natural Refino e Processamento de

    Petrleo.

    Aprovado por:

    ________________________________________

    Affonso Carlos S. da Silva Telles, Ph. D.

    ________________________________________

    Caetano Moraes, Ph. D.

    ________________________________________

    Eduardo Augusto Reif de Paula, Eng.

    Orientado por:

    ________________________________________

    Ricardo Pires Peanha, Ph. D.

    Rio de Janeiro, RJ - Brasil

    Fevereiro de 2009

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    Ficha Catalogrfica

    Souza, Raquel Greice Silva.

    Escoamento Bifsico Lquido-Gs: Previso de Gradientes de Presso com a Correlao deLockhart & Martinelli e Fluidodinmica Computacional/Raquel Greice Silva de Souza. Rio deJaneiro: UFRJ/EQ, 2009.

    vi, p.74; il. (Projeto Final) Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola de Qumica, 2009.

    Orientador:Ricardo Pires Peanha.1. Escoamento bifsico lquido-gs. 2. Lockhart & Martinelli. 3. Fluidodinmica computacional. 4.Projeto Final. (Graduao UFRJ/EQ). 5. Ricardo Pires Peanha, Ph. D.

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    Dedicatria

    Dedico a minha me, base fundamental para minha existncia.

    Ao meu irmo e amigos devido ao apoio nas rotinas e horas difceis.

    Por fim, a todos os doutores e mestres que contriburam minha graduao.

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    AGRADECIMENTOS

    Primeiro e em especial ao meu orientador que cumpriu de forma magistral o seu papel de professor.

    A Escola de Qumica pela estrutura fornecida nesses cinco anos e aos professores que fizeram a

    diferena na minha formao acadmica, inclusive pessoal.

    Ao apoio financeiro da Agncia Nacional do Petrleo ANP e da Financiadora de Estudos e

    Projetos FINEP por meio do Programa de Recursos Humanos da ANP para o Setor de Petrleo

    e Gs PRH-ANP/MCT, em particular ao PRH 13, da Escola de Qumica - Processamento, Gesto

    e Meio Ambiente na Indstria do Petrleo e Gs Natural.

    Amigos e familiares pelo apoio ao longo dessa jornada.

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    Resumo do Projeto Final apresentado Escola de Qumica/UFRJ como parte dos requisitosnecessrios para obteno do grau de Engenheira Qumica com nfase na rea de Petrleo e GsNatural Refino e Processamento de Petrleo.

    ESCOAMENTO BIFSICO LQUIDO-GS: PREVISO DE GRADIENTES DE PRESSOCOM A CORRELAO DE LOCKHART & MARTINELLI E FLUIDODINMICA

    COMPUTACIONAL

    Raquel Greice Silva de Souza

    Fevereiro, 2009

    Orientador: Ricardo Pires Peanha, Ph. D.

    A correlao de Lockhart & Martinelli (1949) permite prever a queda de presso por atrito viscosopor unidade de comprimento de tubo (ou gradiente de presso), no escoamento isotrmico demisturas bifsicas lquido-gs em regime permanente em tubulaes horizontais. Esses escoamentosso muito comuns em indstrias qumicas de um modo geral bem como nas reas de explorao degs natural e petrleo e tambm em plantas de condicionamento de gs natural e refinarias de

    petrleo. A partir do gradiente de presso dimensionam-se tubulaes, vlvulas, bombas ecompressores necessrios operao e ao controle automtico de tais sistemas de transporte.

    A hiptese bsica da correlao de Lockhart & Martinelli e outras semelhantes a de existncia deequilbrio termodinmico entre as fases em contato. Assim no ocorreria transferncia de massaentre elas durante o escoamento. Isto equivale a dizer que as fases escoariam permanentementesaturadas uma na outra. Entretanto, o fato de que num escoamento a presso varia ao longo datubulao, aliado ao fato de que solubilidades dependem de presso, implica no no-equilbrio detais sistemas. Alm disso, o escoamento de fluidos reais sempre acompanhado de aquecimento(dissipao viscosa), o que tambm afeta as solubilidades mtuas das fases produzindo tambmdesvios da pretendida condio de equilbrio. Todas essas limitaes e o prprio princpio estrutural

    da correlao, baseada nos gradientes de presso a que estariam sujeitas cada fase caso escoassemsozinhas com a mesma vazo no mesmo tubo, suas previses levam a erros de at 50 %. Em quepesem todas essas limitaes, a referida correlao continua sendo muito til para estimativasrpidas de gradientes de presso em tais escoamentos.

    A existncia de sofisticados cdigos computacionais para a simulao de escoamento de fluidos,aliada importncia dos escoamentos bifsicos lquido-gs para indstria de petrleo e gs natural,nos motivou a estudar tais sistemas confrontando previses de softwares comerciais defluidodinmica computacional e correlaes empricas de uso corrente nessa rea. Maisespecificamente o objetivo desse projeto final de curso foi o de comparar gradientes de presso noescoamento bifsico lquido-gs em tubos horizontais previstos pela correlao de Lockhart e

    Martinelli e pelo cdigo ANSYS CFX 11.0 disponvel na UFRJ. Foram analisados os regimesborbulhado e estratificado para misturas gua e ar a 25 C, escoando em tubo com dimetronominal de 1 polegada.

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    Abstract of a Final Project presented to Escola de Qumica/UFRJ as partial fulfillment of therequirements for the degree of Chemical Engineer with emphasis on Petroleum and Natural Gas Refining and Processing.

    TWO-PHASE LIQUID-GAS FLOW: PRESSURE GRADIENT PREDICTION WITHLOCKHART & MARTINELLI CORRELATION AND COMPUTATIONAL FLUID

    DYNAMICS

    Raquel Greice Silva de Souza

    February, 2009

    Supervisor: Prof. Ricardo Pires Peanha, Ph. D.

    The Lockhart & Martinelli correlation (1949) allows to predict the pressure drop due to friction perunit length of tube (or pressure gradient) for the steady state isothermal two-phase liquid-gas flowin horizontal pipes. This type of flow is frequent in chemical industries in general, as well as in

    natural gas and petroleum production and also in natural gas conditioning plants and petroleumrefineries. Knowledge of the pressure gradient allows the sizing of pipes, valves, pumps andcompressors necessary to the operation and automatic control of this type of transport system.

    The basic assumption of Lockhart & Martinelli correlation and others is the existence ofthermodynamic equilibrium between the contacting phases. Thus no mass transfer between phaseswould occur during flow. This is equivalent to say that phases would flow permanently saturatedone in the other. However, the fact that flow pressure changes along the tube, together with the factthat phases mutual solubility depends on pressure, implies the non-equilibrium of these systems.Besides that, the flow of real fluids is always associated with heating (viscous dissipation), whichalso affects the mutual solubility of phases, causing further deviations from the assumedequilibrium condition. All these limitations, together with the correlation structural principle, basedon the pressure gradient that would result for each phase flowing alone with the same flow rate inthe same tube, lead to predictions errors up to 50 %. In spite of all these limitations the referredcorrelation is still very useful for quick estimates of pressure gradients in such flows.

    The existence of sophisticated computational codes for simulation of fluid flow, together withimportance of two-phase liquid-gas flows particularly for the petroleum and natural gas industry,has motivated us to study such systems by confronting predictions of computational fluid dynamicscommercial software and empirical correlations in current use in this area. More specifically, theobjective of this final year project was to compare predictions of pressure gradients in two-phaseliquid-gas flow in horizontal tubes with the Lockhart & Martinelli correlation and the code ANSYSCFX 11.0 available at UFRJ. The bubbly and stratified regimes were analyzed for mixtures of waterand air at 25 C, flowing in a 1 inch nominal diameter tube.

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    NDICE

    Captulo I - Introduo......... ...................................................................................1

    Captulo II - Fundamentos........................................................................................8

    II.1 - Escoamento Bifsico Lquido-Gs .........................................................8

    II.2 - Correlao de Lockhart & Martinelli............................................... ..... 11

    II.2.1 - Histrico da Correlao de Lockhart & Martinelli................................12

    II.2.2 - Princpios de Lockhart & Martinelli.....................................................13

    II.3 - Correlao de Friedel ...........................................................................16

    II.4 - Simulao de Escoamento de Fluidos................................................... 18

    II.4.1 - Fluidodinmica Computacional............................................................18II.4.2 - Evoluo da Fluidodinmica Computacional........................................19

    II.4.3 - ANSYS CFX........................................................................................20

    II.5 - Fundamentos Fsicos................................................ ............................ 21

    II.5.1 - Sistema de Equaes............................................................................21

    II.5.2 - Foras Envolvidas no Escoamento Bifsico Borbulhado ...................... 24

    Captulo III -Metodologias e Procedimentos de Clculos ......................................27

    III.1 - Dados Gerais..................................... ................................................... 27

    III.2 - Clculo das Velocidades Superficiais................................................... 28

    III.3 - Determinao do Regime de Escoamento............................................. 31

    III.4 - Clculo do Gradiente de Presso para Cada Fase.................................. 33

    III.5 - Clculo do Gradiente de Presso Bifsico ............................................ 34

    III.6 - Clculo do Desvio Percentual do Gradiente de Presso ................... ..... 36

    III.7 - Clculo da Espessura da Camada Limite .............................................. 36

    Captulo IV -Resultados para Regime Borbulhado Tubo Horizontal ................ 38

    IV.1 - Gerao da Malha para as Simulaes do Regime Borbulhado............. 38IV.2 - Escoamento Monofsico ......................................................................40

    IV.2.1 - Na Regio de Turbulncia Incompleta.......................................... 40

    IV.2.2 - Regio de Turbulncia Completa.................................................. 41

    IV.3 - Simulaes com CFD do Regime Borbulhado na Regio de TurbulnciaIncompleta.......... ................................................................................. 43

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    IV.4 - Simulaes com CFD do Regime Borbulhado na Regio de TurbulnciaCompleta.............................................................................................. 49

    IV.5 - Comparao das Simulaes por CFD do Regime Borbulhado comCorrelaes Empricas .........................................................................54

    Captulo V - Resultados para Regime Estratificado Tubo Horizontal...............57

    V.1 - Gerao da Malha para as Simulaes do Regime Estratificado ........... 57V.2 - Escoamento Monofsico ......................................................................57

    V.3 - Simulaes por CFD do Regime Estratificado.......... ............................ 59

    V.4 - Comparao das Simulaes por CFD do Regime Estratificado comCorrelaes Empricas .........................................................................60

    Captulo VI -Concluses e Recomendaes ............................................................61

    VI.1 - Escoamento Monofsico......................................................................61

    VI.2 - Escoamento Bifsico............................................................................ 62

    VI.3 - Recomendaes ...................................................................................63

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .....................................................................64

    APNDICES .................................................................................................................66

    A - Diagrama de Moody ............................................................................66

    B - Modelos e Consideraes Utilizados nas Simulaes com CFD ........... 67

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    NDICE DE FIGURAS

    Figura I-1 Escoamento borbulhado horizontal. ............................................................................... 3Figura I-2 Escoamento tamponado horizontal................................. ................................................ 3Figura I-3 Escoamento estratificado horizontal............................... ................................................ 4Figura I-4 Escoamento ondulado horizontal. .................................................................................. 4Figura I-5 Escoamento pistonado horizontal.......................................................... ......................... 5Figura I-6 Escoamento anular horizontal . ......................................................................................5Figura I-7 Escoamento disperso horizontal..................................................................................... 6Figura I-8 Padres de escoamento bifsico vertical ....................................................................... 6Figura II.1-1 Mapa de Baker . ...................................................................................................... 10Figura II.2.2-1 Correlao de L&M ............................................................................................15Figura II.5.2-1 Fora de sustentao............................................................................................. 25Figura II.5.2-2 Fora lubrificante de parede........................................................... ....................... 26Figura IV.1-1 Malha da tubulao viso lateral. ........................................................................... 38Figura IV.1-2: Malha da tubulao viso lateral. ........................................................................... 39Figura IV.1-3 Malha da tubulao viso frontal .................................................... ....................... 39Figura IV.2.1-1 Queda de presso escoamento monofsico . .............................. ....................... 40Figura IV.2.2-1 Queda de presso escoamento monofsico . .................................................... 42Figura IV.3-1 Queda de presso modelo homogneo . ........................................ ....................... 44

    Figura IV.3-2 Queda de presso escoamento caso 1................................................................... 46Figura IV.3-3 Queda de presso escoamento caso 2................................................................... 47Figura IV.3-4 Queda de presso escoamento caso 3 ..................... .............................................. 48Figura IV.4-1 Queda de presso modelo homogneo . ........................................ ....................... 50Figura IV.4-2 Queda de presso escoamento caso 4 .................... .............................................. 51Figura IV.4-3 Queda de presso escoamento caso 5 .................... .............................................. 52Figura IV.4-4 Queda de presso escoamento caso 6................................................................... 53Figura V.2-1 Queda de presso escoamento monofsico..................................... ....................... 58Figura V.3-1 Queda de presso escoamento estratificado.................................... ....................... 59

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    NDICE DE TABELAS

    Tabela III.1-1 Propriedades fsico-qumicas dos fluidos. .............................................................. 27Tabela III.1-2 Descrio da tubulao. ......................................................................................... 28Tabela III.2-1 Pontos do mapa de Baker................................................................ ....................... 29Tabela III.2-2 Fluxo mssico dos padres de escoamento............... .............................................. 29Tabela III.2-3 Parmetros das fases do escoamento. ..................................................................... 31Tabela III.3-1 Parmetros do regime do escoamento. ................................................................... 33Tabela III.4-1 Gradiente de presso das fases. .............................................................................. 34Tabela III.5-1 Parmetros de L&M.......................... ..................................................................... 34Tabela III.5-2 Gradiente de presso dos escoamentos bifsicos para cada fase.............................. 35Tabela III.5-3 Gradiente de presso dos escoamentos bifsicos. ................................................... 35Tabela III.7-1 Espessura da sub-camada laminar. .................................................. ....................... 37Tabela IV.2.1-1 Gradiente de presso: equao de Darcy versus CFX.................... ....................... 41Tabela IV.2.2-1 Gradiente de presso: equao de Darcy versus CFX.................... ....................... 42Tabela IV.5-1 Gradiente de presso escoamento borbulhado. .............................. ....................... 54Tabela IV.5-2 Gradiente de presso escoamento borbulhado. .............................. ....................... 54Tabela IV.5-3 Gradiente de presso escoamento borbulhado. .............................. ....................... 55Tabela IV.5-4 Gradiente de presso escoamento borbulhado. .................................................... 55Tabela V.2-1 Gradiente de presso: equao de Darcy versus CFX. ............................................. 58Tabela V.4-1 Gradiente de presso escoamento estratificado. .................................................... 60

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    NOMENCLATURA

    Letras Latinas

    Smbolo Descrio Unidade

    A rea de seo reta do tubo m

    B Soma das foras de campo por volume de fluido Pa/m

    Cf Fator de atrito para equao de Friedel -

    C Constante turbulenta -

    d Dimetro da bolha de ar -

    DE Dimetro externo do tubo m

    DI Dimetro interno do tubo m

    DN Dimetro nominal do tubo m

    f Fator de atrito de Darcy -

    g Acelerao da gravidade m/s2

    G Fluxo mssico kg/m2s

    NRE Nmerode Reynolds -

    Q Vazo volumtrica m3/s

    p Presso Pa

    p Presso modificada Pat Tempo s

    SM Fora de campo por volume de fluido Pa/m

    V Velocidade m/s

    V Velocidade de aproximao m/s

    x Frao volumtrica de gs (qualidade) -

    W Vazo mssica kg/s

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    Letras Gregas

    Smbolo Descrio Unidade

    Parmetro adimensional de L&M -

    P/L Gradiente de presso Pa.s

    L Espessura da camada limite m

    Rugosidade relativa m

    Multiplicador de fase de Friedel -

    Multiplicado de fase de L&M -

    Parmetro adimensional de L&M -

    Viscosidade dinmica Pa. seff Viscosidade efetiva Pa. s

    t Viscosidade turbulenta Pa. s

    Velocidade superficial m/s2

    Massa especfica kg/m3

    Tenso superficial Pa

    Tenso cisalhante Pa

    Parmetro adimensional de L&M -

    Subscritos

    Smbolo Descrio Unidade

    BF Escoamento Bifsico -

    F Escoamento Monofsico -

    h Mdia das fases -

    G Fase gasosa -

    L Fase lquida -

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    Captulo I - Introduo

    O uso de tubulaes como meio de transporte de fluidos, sobretudo de lquidos,

    uma prtica antiga e bem documentada ao longo da histria do mundo. Os chineses

    utilizavam bambus, os egpcios e astecas materiais cermicos e os gregos e romanos

    empregavam tubos de chumbo.

    O primeiro oleoduto para transporte de petrleo foi construdo em 1865 e ligava

    um campo de produo a uma estao de carregamento de vages a uma distncia de

    cerca de 8 km na Pensilvnia. Possua um dimetro nominal de 2 in e usava tubos de

    ferro fundido. Foi projetado para substituir a mo-de-obra de carroceiros, que faziam

    este transporte com base em trao animal.

    No Brasil, os primeiros oleodutos tambm estiveram ligados ao escoamento de

    petrleo a partir dos locais de produo. A primeira linha de que se tem registro foi

    construda na Bahia, com dimetro de 2 in e 1 km de extenso. Ligava a "Refinaria

    Experimental de Aratu" ao Porto de Santa Luzia que recebia o petrleo dos "Saveiros-

    Tanques" vindos dos campos de Itaparica e Joanes, com incio de operao em maio de

    1942.

    Escoamentos bifsicos lquido-gs em particular, objeto deste projeto final de

    curso, so muito comuns em processos industriais envolvendo ebulio de lquidos e

    condensao de vapores. Exemplos tpicos so os chamados refervedores e

    condensadores, equipamentos essenciais operao de unidades de destilao

    atmosfrica e a vcuo, comumente encontrados em refinarias de petrleo.

    Por outro lado, o fato de que petrleo e gs natural ocorrem quase sempre

    associados nos reservatrios, leva inevitavelmente ao aparecimento de escoamentos

    bifsicos lquido gs tanto na fase de avaliao do poo quanto na de produo.

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    Alm disso, sistemas de refrigerao - a includos aparelhos de ar condicionado,

    geladeiras e freezers - operam com os chamados fluidos trmicos. Esses fluidos

    escoam em circuitos fechados mediante o emprego de um compressor. Nas regies de

    altas e baixas presses o escoamento monofsico, respectivamente, de lquido e de

    vapor. Nas regies de mdia presso ocorre escoamento bifsico. Esses casos so

    particularmente complicados pois, tambm envolvem transferncia de calor entre o

    fluido em escoamento e o meio externo.

    Quando gs e lquido fluem simultaneamente em um tubo, vrios tipos de fluxo

    podem ocorrer, diferindo um do outro pela distribuio espacial da interface. Estas

    configuraes so designadas como regimes ou padres de escoamento.

    De acordo com Whalley (1996), o regime de escoamento depende:

    das vazes de lquido e de gs;

    das propriedades dos fluidos (massa especfica, viscosidade e tensosuperficial);

    das condies de operao (presso, temperatura, gravidade, etc);

    das caractersticas geomtricas do duto: forma, dimetro e inclinao.

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    H diversos padres ou regimes de escoamento em tubulaes. A classificao

    dos padres de escoamento horizontal, objeto deste trabalho, :

    Borbulhado(Bubble Flow)

    Nesse tipo de regime ocorre disperso de bolhas de gs no seio do lquido, que a fase contnua, sendo que as bolhas ficam concentradas na parte superior, conforme

    mostra a Figura I-1.

    Figura I-1 Escoamento borbulhado horizontal (de Nevers, 1991).

    Tamponado (Plug Flow)

    Nesse tipo de regime formam-se bolses alongados de gs que tendem a se

    mover na parte superior do tubo, podendo haver ou no a presena de pequenas bolhas

    na regio imediatamente abaixo dos bolses, conforme mostra a Figura I-2.

    Figura I-2 Escoamento tamponado horizontal (de Nevers, 1991).

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    Estratificado(Stratified Flow)

    Nesse tipo de regime as fases fluem separadas por uma interface horizontal

    relativamente lisa, o gs na parte de cima e o lquido na parte de baixo do tubo. Esse

    padro de escoamento est associado a baixas velocidades para os dois fluidos e no

    comum de ocorrer, conforme mostra a Figura I-3.

    Figura I-3 Escoamento estratificado horizontal (de Nevers, 1991).

    Ondulado(Wavy Flow)

    Nesse tipo de regime as fases fluem separadas porm com uma interface

    irregular, apresentando ondulaes. Essas ondas esto associadas a velocidades altas do

    gs, conforme mostra a Figura I-4.

    Figura I-4 Escoamento ondulado horizontal (de Nevers, 1991).

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    Disperso(Spray Flow)

    Nesse tipo de regime o lquido disperso na fase gasosa sob a forma de gotculas,

    arrastado pelo gs, conforme mostra a Figura I-7.

    Figura I-7 Escoamento disperso horizontal (de Nevers, 1991).

    A ttulo de comparao, os padres de escoamento bifsico lquido-gs em tubos

    verticais e suas respectivas denominaes so mostrados na Figura I-8:

    Figura I-8 Padres de escoamento bifsico vertical (de Nevers,1991)

    A existncia de sofisticados cdigos computacionais para a simulao de

    escoamento de fluidos, aliada importncia dos escoamentos bifsicos lquido-gs,

    particularmente para a indstria de petrleo e gs natural, nos motivou a estudar tais

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    escoamentos, comparando previses de pacotes de fluidodinmica computacional e

    correlaes empricas de uso corrente nessa rea.

    Todavia, apesar do grande avano da fluidodinmica computacional, hoje apenas

    alguns padres de escoamentos bifsicos lquido-gs podem ser simulados com bons

    resultados. No existe ainda uma representao matemtica suficientemente geral, quedescreva a interface lquido-gs para todos os padres de escoamento conhecidos. Essas

    interfaces so na verdade contornos fsicos dinmicos de topologia extremamente

    complexa, que se movem e deformam ao longo da tubulao.

    O objetivo deste projeto final de curso foi ento, comparar gradientes de presso

    no escoamento bifsico lquido-gs em tubos horizontais conforme previstos pela

    correlao de Lockhart & Martinelli (1949) e pelo cdigo ANSYS CFX 11.0.

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    Captulo II - Fundamentos

    II.1 - Escoamento Bifsico Lquido-Gs

    Quando duas ou mais fases escoam simultaneamente na mesma direo atravs

    de uma tubulao, o padro de escoamento e a relao entre a vazo e a queda de

    presso so complexos. Em geral a presena de uma segunda fase, aumenta a perda de

    carga se comparada com aquela que resultaria caso apenas uma fase estivesse escoando

    com a mesma vazo mssica (Coates e Pressburg, 1959).

    As misturas de lquido-gs no se movem como um conjunto, ao invs disso,

    uma fase escoa em relao a outra. A fase mais densa tende a escoar mais devagar e

    requer mais tempo para atravessar o mesmo comprimento de tubo.

    As razes para uma maior perda de carga no escoamento bifsico podem ser

    entendidas atravs da mecnica dos fluidos. A presena de uma segunda fase reduz a

    rea transversal de escoamento disponvel para o primeiro fluido. Ento, a velocidade e

    resistncia do escoamento do primeiro fluido aumentam como se estivesse passando por

    um tubo com dimetro interno menor. E o fato de ser uma rea circular acentua ainda

    mais esse efeito.

    Alm disso, as interaes entre as fases tambm devem ser consideradas. Por

    exemplo, a energia consumida para sobrepor a tenso superficial na criao de uma rea

    superficial adicional, ou quantidade de movimento, ou a turbulncia causada pelo

    contato entre as duas fases que se movem em taxas desiguais. Se o balano de energia

    for aplicado para cada fluido, esses efeitos teriam que ser considerados por um termo de

    transferncia de energia de uma fase para a outra, ou por uma resistncia adicional ao

    escoamento, ou por ambos.

    Numerosas pesquisas sobre o escoamento bifsico lquido-gs revelaram aexistncia de padres ou regimes de escoamento bem diferenciados, cuja ocorrncia

    depende, dentre outras variveis, das vazes relativas e absolutas das duas fases.

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    9

    Se para uma vazo constante de lquido, em uma dada tubulao, uma pequena

    vazo de gs adicionada, o gs forma pequenas bolhas que no coalescem, enquanto

    escoam atravs do lquido (escoamento borbulhado). Conforme a proporo de gs

    aumentada, o nmero e o tamanho das bolhas aumentam e elas tendem a se unir,

    formando bolses alternados de lquido e de gs (escoamento tamponado). Em outras

    propores, o gs pode escoar no centro do tubo enquanto o lquido escoa junto a parede

    como se fosse um anel (escoamento anular). Aumentando a vazo de gs chegar ao

    ponto em que o gs se tornar a fase contnua e o lquido estar disperso como uma

    nvoa (escoamento disperso). Isso ocorre tanto no escoamento vertical quanto no

    horizontal. Contudo, no escoamento horizontal pode ocorrer tambm um escoamento

    estratificado, onde a fase mais leve ocupa a parte superior do tubo e a mais densa o

    fundo.

    A transio de uma modalidade (padro de escoamento) para outra decorre demudanas nas vazes das fases. No h, entretanto uma generalizao universal para

    prever com certeza como seria o comportamento de um novo sistema.

    Considerando que muitas informaes so desconhecidas, tais como, o nmero e

    tamanho das bolhas e gotas, e o formato e tamanho da rea de escoamento para cada

    fluido, pode-se entender a razo de no existir uma soluo terica para o escoamento

    bifsico como existe a lei a equao de Darcy e a de Fanning para escoamento

    monofsico.

    A identificao dos padres de escoamento e de suas transies a partir de

    parmetros do escoamento realizada atravs de mapas de padres. Para escoamento

    bifsico lquido-gs em tubulaes horizontais, a previso do padro de escoamento

    pode ser feita atravs do chamado mapa de Baker, ilustrado na Figura II.1-1.

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    Figura II.1-1 Mapa de Baker (Perry, 1997).

    O mapa proposto por Baker (1954) foi construdo baseado nos fluxos mssicosdas fases (GGe GL) e nos fatores e calculados conforme as correlaes a seguir:

    (II.1-1)

    (II.1-2)

    5,0

    3,62075,0

    = LG

    3123,6273

    =

    L

    L

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    onde,

    G massa especifica do gs (lbm/ft3);

    L massa especifica do lquido (lbm/ft3);

    L viscosidade dinmica do lquido (cP);

    tenso superficial (dina/cm);

    GG fluxo mssico da fase gasosa (lb/ft2s);

    GL fluxo mssico da fase lquida (lb/ft2s).

    Assim, conhecendo as propriedades fsicas das fases, a velocidade superficial do

    lquido (L), a velocidade superficial do gs (G) e a rea de seo reta do tubo,

    possvel prever em que regio do mapa de Baker o escoamento bifsico lquido-gs se

    encontra e conseqentemente, determinar o padro de escoamento.

    II.2 - Correlao de Lockhart & Martinelli

    A correlao de Lockhart e Martinelli (1949) permite prever a queda de presso

    por atrito viscoso por unidade de comprimento de tubo (gradiente de presso), no

    escoamento isotrmico de misturas bifsicas lquido-gs, em regime permanente, em

    tubulaes horizontais. A referida correlao usada independentemente, do regime de

    escoamento que prevalea na tubulao. A partir do gradiente de presso dimensionam-

    se tubulaes, vlvulas, bombas e compressores, necessrios operao e ao controle

    automtico de tais sistemas de transporte.

    Um pressuposto da correlao de Lockhart & Martinelli (L&M) a existncia de

    equilbrio termodinmico entre as fases em contato. Assim, no ocorreria transferncia

    de massa entre elas durante o escoamento. Isto equivale a dizer que as fases escoariam

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    permanentemente saturadas uma na outra. Entretanto, o fato de que num escoamento a

    presso varia ao longo da tubulao, aliado ao fato de que solubilidades dependem de

    presso, implica no no-equilbrio de tais sistemas. Alm disso, o escoamento de fluidos

    reais sempre acompanhado de aquecimento (dissipao viscosa), o que tambm afeta

    as solubilidades mtuas das fases produzindo tambm desvios da pretendida condio

    de equilbrio. Em funo dessas limitaes e do prprio princpio estrutural da

    correlao, baseada nos gradientes de presso a que estariam sujeitas cada fase caso

    escoassem sozinhas na tubulao, suas previses levam a erros na faixa de 50 %. Em

    que pesem todas essas limitaes, a referida correlao continua sendo muito til para

    estimativas rpidas de gradientes de presso em escoamentos bifsicos lquido-gs em

    tubos horizontais.

    II.2.1 - Histrico da Correlao de Lockhart & Martinelli

    Com o objetivo de propor uma correlao que previsse o gradiente de presso

    em escoamentos bifsicos lquido-gs, em tubos horizontais, L&M realizaram

    experimentos com ar e lquidos como benzeno, querosene, gua e vrios leos em tubos

    variando o dimetro entre 0,0586 in at 1,017 in. Os sistemas eram isotrmicos e a

    velocidade mxima testada pelos autores foi 100 ft/s, de acordo com Lockhart e

    Martinelli (1949).

    Lockhart & Martinelli correlacionaram os dados de escoamento bifsico com os

    de monofsico como se cada fase escoasse sem a presena da outra fase. Assim, foi

    considerada a influncia do regime laminar ou turbulento de cada fase. Existem quatro

    tipos de mecanismo de escoamento bifsico lquido-gs:

    Escoamentos de ambos, lquido e gs, so turbulentos (Turbulent - Turbulent

    Flow);

    Escoamento da fase lquida laminar, enquanto o escoamento da fase gasosa

    turbulento (Viscous Turbulet Flow);

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    (P/L)BF gradiente de presso do escoamento bifsico (Pa/m);

    (P/L)L gradiente de presso do escoamento monofsico lquido (Pa/m);

    (P/L)G gradiente de presso do escoamento monofsico gasoso (Pa/m);

    L fator emprico adimensional de L&M para o lquido;

    G fator emprico adimensional de L&M para o gs.

    Esses fatores empricos so referidos na literatura como multiplicadores

    (Awad e Muzychka, 2004). Muitas correlaes semelhantes L&M foram

    desenvolvidas posteriormente, definindo-se multiplicadores mais abrangentes que

    representam melhor os dados experimentais. o caso, por exemplo, da correlao de

    Friedel (1979).

    Lockhart e Martinelli correlacionaram dados experimentais para o escoamento

    de misturas de gua & ar e leos & ar, em tubos, atravs dos grupos adimensionais X e

    :

    (II.2.2-3)

    (II.2.2-4)

    onde,

    (P/L)F gradiente de presso do escoamento monofsico gs ou lquido (Pa/m) ;

    5,0

    =

    G

    L

    L

    P

    L

    P

    5,0

    =

    F

    BF

    L

    P

    L

    P

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    (P/L)L gradiente de presso do escoamento monofsico lquido (Pa/m);

    (P/L)G gradiente de presso do escoamento monofsico gasoso (Pa/m).

    A Figura II.2.2-1 mostra a correlao entre os grupos adimensionais X e obtida

    por L&M.

    Figura II.2.2-1 Correlao de L&M (Perry, 1997).

    Assim, para se preverBF

    L

    P

    , primeiro calcula-se

    L

    P

    para cada fase,

    como se o escoamento na tubulao ocorresse sem a presena de outra fase, atravs de

    correlaes empricas para escoamento monofsico, como a Equao de Darcy ou a de

    Fanning. Em seguida, determina-se o parmetro X (equao II.2.2-3) e atravs do

    grfico da correlao de L&M (figura II.2.2-1) determina-se os multiplicadores de fase

    de L&M, Ge L. Por fim, com as equaes II.2.2-1 e II.2.2-2 calcula-seBF

    L

    P

    .

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    II.3 - Correlao de Friedel

    Para prever a queda de presso por comprimento de tubulao em escoamento

    bifsico lquido-gs, outra correlao que pode ser utilizada a de Friedel (1979). Essa

    tambm est baseada no uso de multiplicadores (parmetros empricos) para transformar

    o gradiente de presso calculado para escoamento monofsico em previses para o

    escoamento bifsico (Wipplinger, Harms e Taylor, 2006). A seguir ser ilustrada a

    correlao de Friedel:

    (II.3-1)

    (II.3-2)

    sendo,

    (II.3-3)

    (II.3-4)

    (II.3-5)

    F

    BF

    F

    Z

    P

    Z

    P

    =2

    035,0045,02 24,3

    WeFr

    HFEF +=

    ( )fGG

    fLL

    C

    CxxE

    221 +=

    ( ) 224,078,0 1 xxF =

    7,019,091,0

    1

    =

    L

    G

    L

    G

    G

    LH

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    (II.3-6)

    (II.3-7)

    (II.3-8)

    onde,

    F- multiplicador da fase de Friedel (adim.);

    (P/L)F gradiente de presso monofsico (Pa/m);

    (P/L)BF gradiente de presso bifsico (Pa/m);L- massa especfica da fase lquida (kg/m

    3);

    G massa especfica da gasosa (kg/m3);

    h massa especfica mdia (kg/m3);

    Cf L Fator de atrito da fase lquida;

    Cf G Fator de atrito da fase gasosa;

    L Viscosidade dinmica da fase lquida (Ns/m2);

    2

    2

    hDIg

    GFr

    =

    h

    DIGWe

    2

    =

    11

    +=

    LG

    h

    xx

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    G Viscosidade dinmica da fase gasosa (Ns/m2);

    G fluxo total (kg/m2s);

    tenso superficial (Pa);

    DI dimetro interno do tubo (m);

    g acelerao da gravidade (m/s2);

    x frao volumtrica de gs qualidade (adim.).

    Inclusive, a literatura recomenda esta correlao para escoamentos onde a razo

    entre a viscosidade dinmica do lquido e a do gs menor que 1000 e quando o fluxo

    mssico total do escoamento bifsico for maior que 2000 kg/m2s (Bharamara e outros,

    2008). Desta forma, sero feitas comparaes das simulaes com fluidodinmica

    computacional no s com a correlao de L&M, mas tambm com a correlao de

    Friedel (Chafin e Haraburda, 2005).

    II.4 - Simulao de Escoamento de Fluidos

    II.4.1 - Fluidodinmica Computacional

    Fluidodinmica computacional (Computational Fluid Dynamics- CFD) pode ser

    definida como um conjunto de tcnicas matemticas, numricas e computacionais

    usadas para o estudo preditivo (qualitativo e quantitativo) de fenmenos que envolvem

    o escoamento de fluidos. Para que esse escoamento possa ser representado

    numericamente atravs de uma simulao computacional, o usurio deve fornecerinformaes do tipo:

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    somente nas universidades. Os softwares de CFD eram o que se chamava de

    dedicados, ou seja, para propsitos especficos (por exemplo: conduo transiente

    unidimensional, expanso abrupta, etc.). Os cientistas da poca que se destacam so

    Spalding e Patankar. O slogan da poca era We think, we can.

    J na Segunda Fase, com o melhoramento constante da capacidade deprocessamento e memria dos computadores pessoais, a indstria enxerga o potencial

    nessa tcnica e comea a investir. Nessa poca surgiram os primeiros softwares

    comerciais de propsitos gerais (utilizados para diversas aplicaes). O pioneiro deles

    o PHOENICS (1980). O slogan da poca era We can.

    Na Terceira Fase, o objetivo principal o aprimoramento de modelos

    (turbulncia, radiao, escoamentos multifsicos...). Surge uma crescente demanda por

    projetos com soluesjust-in-time. H uma tendncia em fazer com que esses softwares

    se comuniquem com softwares de simulao de processos de forma a otimizar um

    processo j existente. O slogan dessa poca You Can Too.

    II.4.3 - ANSYS CFX

    CFX um programa de Fluidodinmica Computacional (CFD), usado para

    simular o escoamento de fluidos em uma variedade de aplicaes e situaes. O

    softwareCFX foi desenvolvido pela ANSYS e o mesmo permite aos usurios testarem

    sistemas por meio de simulaes.

    O ANSYS CFX tem a vantagem de aproveitar dados e informaes comuns a

    muitas simulaes.

    Para realizar a simulao no CFX necessria antes a construo da geometria

    do sistema a ser analisado, bem como a gerao da malha. A construo da geometria

    e da malha deve ser feita em um software que permita uma interface com CFX. Nesseprojeto final, a Gerao da geometria e da malha foi feita no ANSYS Workbench e no

    CFX-Mesh.

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    O CFX dividido em trs faces, o CFX-pre, CFX-solver e o CFX-post.

    No CFX-pre os usurios podem inserir as informaes necessrias, tais como,

    condies de contorno, condies iniciais, seleo de materiais, definies de modelos,

    bem como de parmetros e propriedades dos fluidos.

    Aps os inputsinseridos no CFX-pre, o CFX-solver responsvel por realizar as

    solues numricas, por mtodos computacionais, das equaes de conservao do

    momento e da massa, eventualmente acopladas a qualquer outra equao de

    conservao, como a equao da energia.

    No CFX-post realiza-se a anlise dos resultados. Assim, o usurio pode extrair

    qualquer dado quantitativo desejado da soluo, assim como, possvel obter um

    detalhado esquema de opes de visualizao do fluxo e de suas propriedades. Podem

    ser construdas animaes e imagens em trs dimenses apresentando as informaes dasoluo do sistema.

    II.5 - Fundamentos Fsicos

    II.5.1 - Sistema de Equaes

    As equaes que o CFX utiliza para chegar a um resultado numrico so as

    equaes da conservao da massa (equao da continuidade) e do momento linear

    (equao do movimento).

    Equao da continuidade (Conservao de massa)

    (II.5.1-1)

    Equao do movimento (conservao de momento linear)

    ( ) 0=+

    V

    t

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    (II.5.1-4)

    sendo,

    (II.5.1-5)

    (II.5.1-6)

    onde,

    massa especfica (kg/m3

    );

    t tempo (s);

    V velocidade (m/s);

    p presso modificada (Pa);

    eff viscosidade efetiva (Pa.s);

    viscosidade dinmica (Pa.s);

    t viscosidade turbulenta (Pa.s);

    C constante turbulenta (adim.);

    B soma das foras de campo por volume de fluido (Pa/m).

    ( ) ( ) ( ) BVpVVVt

    V Teffeff ++=+

    '

    teff +=

    2

    Ct=

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    II.5.2 - Foras Envolvidas no Escoamento Bifsico Borbulhado

    No fenmeno de escoamento bifsico lquido-gs borbulhado esto envolvidas

    as foras de arrasto, de sustentao, a lubrificante de parede e a fora de dispersoturbulenta.

    Fora de disperso turbulenta

    A turbulncia afeta o escoamento borbulhado como um todo. A formao de

    bolhas de ar no lquido pode amortecer a energia turbulenta do escoamento. O formato

    da bolha, a velocidade relativa entre as fases gasosa e lquida, a intensidade da

    turbulncia da fase contnua so algumas das caractersticas do escoamento bifsico,

    que podem afetar significativamente a fora resultante na interface lquido-gs.

    O movimento das bolhas de ar em relao ao lquido resulta em um trabalho de

    arraste na fase lquida, aumentando o cisalhamento (Maliska e outros, 2008).

    O modelo Lopez Bertodano para fora de disperso turbulenta (Turbulent

    dispersion force) recomendado no ANSYS CFX Tutorial (2006) para simular o

    escoamento borbulhado lquido-gs.

    Fora de arraste

    A fora de arraste (Drag force), resultante do efeito da viscosidade e da

    diferena de presso causada pela forma das bolhas, pode ser dividida em duas

    componentes: o arraste de atrito e de forma.

    Arraste de atrito

    Arraste de atrito o que acontece junto parede da bolha. O atrito resulta do

    deslizamento de uma camada de fluido sobre a outra. Assim, o arraste de atrito est

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    relacionado com as caractersticas da superfcie. Se a superfcie for lisa o escoamento

    ser laminar, porm se a mesma for rugosa, ocorrer um fluxo de ar turbilhonado

    aumentando o arraste na camada limite.

    Arraste de formaO arraste em questo est relacionado com a rea, na qual o lquido colide com

    as bolhas de ar, e ocorre a chamada deflexo, ou seja, desvio da gua pelos obstculos.

    Este tipo de arraste produz turbilhes que subtraem energia do fluido e retardam o seu

    movimento. O arraste de forma depende de alguns fatores como a densidade do ar,

    velocidade e rea frontal do corpo.

    Fora de sustentao

    A fora de sustentao (Lift force) uma fora perpendicular ao escoamento.

    Resulta da diferena de presso formada na superfcie inferior e superior do aeroflio,

    que ocorre devido diferena das velocidades nas superfcies dos mesmos. Isto ocorre

    porque o aeroflio tem um comprimento diferente na parte superior (extradorso) e na

    parte inferior (intradorso) devido ao seu formato, conforme ilustrado na figura II.5.2-

    1, o que acarreta em velocidades diferentes de escoamento do lquido na superfcie

    inferior e superior. No caso do escoamento bifsico lquido-gs borbulhado, as bolhasde ar podem apresentar o formato semelhante a aeroflios (bolha-aeroflio) dependendo

    do tamanho das mesmas.

    Figura II.5.2-1 Fora de sustentao.

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    Captulo III - Metodologias e Procedimentos de Clculos

    A correlao de L&M ser aplicada a fim de estimar a queda de presso por

    unidade de comprimento de tubo em escoamento bifsico lquido-gs, analisando asfases separadamente.

    III.1 - Dados Gerais

    Para aplicao da metodologia de L&M devem ser definidos alguns dados. Os

    fluidos avaliados sero gua e ar, a 25C. As propriedades fsico-qumicas consideradas

    para os dois fluidos so apresentadas na Tabela III.1-1.

    Tabela III.1-1 Propriedades fsico-qumicas dos fluidos.

    PROPRIEDADE Ar gua

    Massa Especfica (kg/m3) 1,185 997Viscosidade Dinmica (kg/ms) 1,83E-05 8,90E-04

    Tenso superficial (N/m) - 0,072

    As seguintes consideraes so relevantes:

    Escoamento isotrmico, cuja temperatura 25C;

    Escoamento no estado estacionrio;

    No h transferncia de calor;

    Equilbrio termodinmico entre as fases;

    Escoamento em tubo cilndrico horizontal, cujas caractersticas esto

    explicitadas na Tabela III.1-2 (Crane, 1988).

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    Tabela III.1-2 Descrio da tubulao.

    PROPRIEDADE VALOR UNIDADE

    Material Ao-carbono (API 5L Gr B) -

    Dimetro Nominal (DN) 1 inDimetro Externo (DE) 0,0334 mDimetro Interno (DI) 0,0207 m

    SCH 160 -

    Rugosidade Absoluta 4,56E-05 mComprimento 1 m

    Uma vez definido o DI, a rea da seo reta do tubo pode ser determinada

    atravs da frmula da rea do crculo.

    4

    (DI)A

    2

    = (III.1-1)

    Logo, a rea de seo reta do tudo (A) 0,00034 m2.

    III.2 - Clculo das Velocidades Superficiais

    Para determinar as velocidades superficiais das fases preciso calcular antes os

    parmetros adimensionais e . O clculo desses parmetros foi feito atravs das

    equaes II.1-1 e II.1-2, respectivamente, descritas no item II.1 e utilizando as

    informaes das propriedades fsico qumicas do item III.1, descritas na tabela III.1-1.

    Os valores de e obtidos foram:

    9761,0

    9924,0

    =

    =

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    A fim de garantir que recairia-se nos padres de escoamento borbulhado e

    estratificado, foram escolhidos pontos aleatrios do mapa de Baker (ver figura II.1-1),

    correspondentes aos padres de escoamento bifsico lquido-gs, em tubo horizontal,

    respectivamente. No caso do escoamento borbulhado foram escolhidos dois pontos de

    tal forma que o nmero de Reynolds estivesse esquerda e direita da linha de

    turbulncia completa (ver diagrama de Moody, apndice A). Esses pontos possuem as

    coordenadas definidas pelos grupos adimensionais descritos na Tabela II.2-1.

    Tabela III.2-1 Pontos do mapa de Baker.

    2000 0,52000 51000 0,035

    PADRO DE ESCOAMENTO

    Borbulhado na turbulncia incompletaBorbulhado na turbulncia completa

    Estratificado

    GG

    G

    L

    G

    G

    Uma vez definido os grupos adimensionaisG

    L

    G

    G eG

    G bem como os

    parmetros e , os fluxos mssicos de ambas as fases podem ser calculados. Os

    mesmos so representados na Tabela III.2-2.

    Tabela III.2-2 Fluxo mssico dos padres de escoamento.

    2,423 5002

    24,228 500200,17 175

    PADRO DE ESCOAMENTO GG

    (kg/m2s)

    Borbulhado na turbulncia incompleta

    Borbulhado na turbulncia completaEstratificado

    GL(kg/m2s)

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    (III.2-1)

    (III.2-2)

    (III.2-3)

    onde,

    WF vazo mssica da fase (kg/s);

    GF fluxo mssico da fase (kg/m2s);

    QF vazo volumtrica da fase (m3/s);

    A rea da seo reta do tubo (m2);

    F massa especfica da fase (kg/m3);

    F velocidade superficial da fase (m/s).

    A Tabela III.2-3 apresenta um resumo dos resultados dos parmetros acima, para

    cada padro de escoamento.

    AGWFF

    =

    F

    F

    F

    WQ

    =

    A

    QF

    F=

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    33

    A Tabela III.3-1 resume os resultados obtidos para cada padro de escoamento.

    Tabela III.3-1 Parmetros do regime do escoamento.

    2740 0,0472 116405 0,025627403 0,0291 1164047 0,0242192 0,3336 4070 0,0424

    TurbulentoTurbulento

    FASE GASOSA

    REGIMENRE

    TurbulentoTurbulento

    fREGIME

    TurbulentoLaminar

    Borbulhado depois da turbulncia completa

    NRE

    Estratificado

    FASE LQUIDA

    fPADRO DE ESCOAMENTO

    Borbulhado antes da turbulncia completa

    III.4 - Clculo do Gradiente de Presso para Cada Fase

    Para o clculo do gradiente de presso para cada fase ser utilizada a equao de

    Darcy, apresentada a abaixo, bem como os valores dos parmetros calculados

    anteriormente.

    (III.4-1)

    onde,

    P/L gradiente de presso monofsico (Pa/m);

    - massa especfica da fase (kg/m3);

    - velocidade (m/s);

    f fator de atrito de Darcy (adim.);

    DI dimetro interno do tubo (m).

    A Tabela III.4-1 que demonstra a perda de carga por comprimento de tubulao

    de ambas as fases para cada padro de escoamento.

    DI

    f

    L

    P

    2

    2=

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    Tabela III.5-2 Gradiente de presso dos escoamentos bifsicos para cada fase.

    Pa/m Pa/m22600 23309

    2090969 205780874 76Borbulhado na turbulncia completaEstratificado

    PADRO DE ESCOAMENTO

    Borbulhado na turbulncia incompleta

    G

    G

    BF L

    P

    L

    P

    =

    L

    L

    BF L

    P

    L

    P

    =

    A pequena discrepncia encontrada entre o gradiente de presso bifsico obtido

    atravs da anlise de cada fase pode ser atribuda a leitura de parmetros do grfico de

    L&M (ver figura II.2.2-1), uma vez que, a escala no permite uma leitura exata. Assim,

    o gradiente de presso do escoamento bifsico pode ser representado pela mdia

    aritmtica dos valores obtidos na tabela III.5-2. A Tabela III.5-3 apresenta a mdia do

    gradiente de presso bifsico previsto pela correlao de L&M.

    Tabela III.5-3 Gradiente de presso dos escoamentos bifsicos.

    Pa/m22955

    207438975Estratificado

    PADRO DE ESCOAMENTO

    Borbulhado antes da turbulncia completa

    Borbulhado depois da turbulncia completa

    BFL

    P

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    III.6 - Clculo do Desvio Percentual do Gradiente de Presso

    A fim de comparar os gradientes de presso obtidos teoricamente, atravs da

    correlao de L&M, com os resultados das simulaes dos escoamentos estudados, ser

    calculado um desvio percentual em relao ao valor previsto pela correlao emprica:

    (III.6-1)

    III.7 - Clculo da Espessura da Camada Limite

    De acordo com Massey e Ward-Smith (1998), a espessura da sub-camada

    laminar nos escoamentos turbulentos monofsicos (camada limite) pode ser avaliada

    pela equao:

    (III.7-1)

    onde,

    L espessura da camada limite do escoamento turbulento (m);

    DI dimetro interno do tubo (m);

    NRE nmero de Reynolds (adim.);

    100%

    &

    &

    =

    ML

    CFXML

    L

    P

    L

    P

    L

    P

    Desvio

    fN

    DI

    RE

    L

    216=

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    Captulo IV - Resultados para Regime Borbulhado TuboHorizontal

    IV.1 - Gerao da Malha para as Simulaes do Regime Borbulhado

    Utilizando o ANSYS Workbench 9.0 foi construda a geometria para

    simulao noDesing Modeler, consistindo em um tubo com dimetro de 20,7 mm e 1 m

    de comprimento.

    A gerao da malha a partir da geometria do tubo construda foi feita no CFX-

    Mesh, conforme indicado no ANSYS CFX Mesh Tutorial (2004). Foram definidas as

    seguintes regies: entrada (inlet), sada (outlet) e paredes do tubo (wall). No total a

    malha apresentou 401.685 elementos.

    As Figuras IV.1-1, IV.1-2 e IV.1-3 ilustram a malha construda.

    Figura IV.1-1 Malha da tubulao viso lateral (ANSYS Workbench).

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    IV.2 - Escoamento Monofsico

    IV.2.1 - Na Regio de Turbulncia Incompleta

    Utilizando a malha descrita, no item IV-1, e as mesmas condies de

    temperatura (T=25C) e valores das propriedades do lquido para o escoamento

    borbulhado antes da regio de turbulncia completa, descritos nas Tabelas III.1-1 e

    III.2-3, foi simulado o escoamento monofsico da gua na regio de turbulncia

    incompleta, em um tubo horizontal. Para visualizar os modelos, consideraes e

    condies de contorno utilizados no CFX-pre ver os apndices B.1-1 e B.1-2. Foi

    utilizado o modelo -para a turbulncia.

    A tolerncia para convergncia utilizada foi 10-4para o resduo mximo.

    A Figura IV.2.1-1 apresenta a presso ao longo do tubo durante o escoamento

    monofsico resultante da simulao.

    Figura IV.2.1-1 Queda de presso escoamento monofsico (ANSYS CFX-solve).

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    O desvio do gradiente de presso obtido por CFD comparado com a previso da

    equao de Darcy 3,03 %. Isso quer dizer que o escoamento monofsico simulado no

    CFX empregando o modelo de turbulncia - d erros pequenos comparado com a

    equao de Darcy.

    IV.3 - Simulaes com CFD do Regime Borbulhado na Regio deTurbulncia Incompleta

    Para as simulaes no CFX-Pre do escoamento borbulhado na zona de

    turbulncia plena, em um tubo horizontal, foi utilizada a malha descrita no item IV.1.

    Na modelagem para escoamento bifsico pode ser usado o Modelo de EquilbrioHomogneo, onde assumido que a velocidade, temperatura e presso, e at mesmo o

    potencial qumico, caso haja reao qumica, entre as fases ou componentes so iguais.

    Esse modelo indicado para casos onde uma das fases est bem dispersa na outra fase,

    gerando uma grande rea interfacial, como escoamento borbulhado de ar em gua.

    Um resumo dos modelos e consideraes utilizados pode ser visto nos apndices

    B.2-1 e B.2-2.

    As fraes volumtricas de gua e de ar foram calculadas a partir das vazes

    volumtricas indicadas na tabela III.2-3 do item III.2. E o dimetro das bolhas de ar (d)

    utilizado na simulao foi 2 mm.

    A tolerncia para convergncia utilizada foi 10-4para o resduo mximo.

    A Figura IV.3-1 demonstra a presso ao longo do tubo durante o escoamento

    bifsico resultante da simulao considerando modelo homogneo.

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    Figura IV.3-1 Queda de presso modelo homogneo (ANSYS CFX-solve).

    O gradiente de presso resultante da simulao do escoamento bifsico, regime

    borbulhado na zona de turbulncia incompleta, considerando modelo homogneo

    21.540 Pa/m.

    De acordo com Corradini (1997), sempre que o Modelo de Equilbrio

    Homogneo (MEH) utilizado recomendado checar a validao do equilbrio

    assumido comparando com modelos no baseados em simplificaes, a fim de

    proporcionar uma maior confiabilidade nos resultados obtidos. Por isso, foi simulado no

    CFX o escoamento borbulhado na regio de turbulncia incompleta sem considerar o

    modelo de equilbrio homogneo.

    Para que a simulao do escoamento bifsico lquido-gs borbulhado apresente

    uma maior acurcia faz-se necessrio considerar as foras de arraste, sustentao,

    lubrificante de parede e de disperso turbulenta, descritas no item II.5.2, envolvidas que

    agem sobre as bolhas.

    A fora lubrificante de parede, que perpendicular a direo do escoamento,

    tende a empurrar, para a direo do centro do tubo, bolhas de ar que estejam dentro da

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    Caso 1) Simulao do escoamento borbulhado na zona de turbulncia

    incompleta com contribuio da fora lubrificante de parede. A figura IV.3-2 mostra a

    presso ao longo do tubo para o caso 1.

    Figura IV.3-2 Queda de presso escoamento caso 1 (ANSYS CFX-solve).

    O gradiente de presso resultante para o escoamento bifsico simulado caso 1

    25.205 Pa/m.

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    Caso 2) Simulao do escoamento borbulhado na zona de turbulncia

    incompleta com contribuio da fora de sustentao. A figura IV.3-3 mostra a presso

    ao longo do tubo para o caso 2.

    Figura IV.3-3 Queda de presso escoamento caso 2 (ANSYS CFX-solve).

    O gradiente de presso resultante para o escoamento bifsico simulado caso 2

    18.155 Pa/m.

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    Caso 3) Simulao do escoamento borbulhado na de turbulncia incompleta sem

    a contribuio das foras de sustentao e lubrificante de parede. A figura IV.3-4 mostra

    a presso ao longo do tubo para o caso 3.

    Figura IV.3-4 Queda de presso escoamento caso 3 (ANSYS CFX-solve).

    O gradiente de presso resultante para o escoamento bifsico simulado caso 3

    21.108 Pa/m.

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    IV.4 - Simulaes com CFD do Regime Borbulhado na Regio deTurbulncia Completa

    Para as simulaes no CFX-Pre do escoamento borbulhado na regio de

    turbulncia completa, em um tubo horizontal, foi utilizada a malha descrita no item

    IV.1.

    Assim como foi feito para o escoamento borbulhado na regio de turbulncia

    incompleta, foi utilizado o modelo de equilbrio homogneo para a simulao do

    escoamento aps a linha de transio de turbulncia plena. Um resumo dos modelos e

    consideraes utilizados pode ser visto nos apndices B.3-1 e B.3-2.

    As fraes volumtricas de gua e de ar foram calculadas a partir das vazes

    volumtricas indicadas na tabela III.2-3 do item III.2. E o dimetro (d) das bolhas de ar

    utilizado na simulao foi 2 mm.

    A tolerncia para convergncia utilizada foi 10-4para o resduo mximo.

    A Figura IV.4-1 apresenta a presso ao longo do tubo durante o escoamento

    bifsico resultante da simulao considerando modelo homogneo.

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    Caso 4) Simulao do escoamento borbulhado na zona de turbulncia completa

    com contribuio da fora lubrificante de parede. A figura IV.4-2 mostra a presso ao

    longo do tubo para o caso 4.

    Figura IV.4-2 Queda de presso escoamento caso 4 (ANSYS CFX-solve).

    O gradiente de presso resultante para o escoamento bifsico simulado caso 4

    2.377.681 Pa/m.

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    Friedel respectivamente, pode - se afirmar que o modelo homogneo representa bem o

    escoamento bifsico lquido-gs borbulhado na regio de turbulncia incompleta.

    Conforme a tabela IV.5-2, a simulao onde a fora de sustentao e a fora

    lubrificante de parede so desconsideradas (caso 3) a que apresenta um resultado mais

    prximo das correlaes empricas, dentre os trs casos. Logo, a fora de sustentao,assim como, a fora lubrificante de parede tem atuao desprezvel no escoamento

    lquido-gs borbulhado para tamanhos pequenos de bolhas e dimetro de tubo.

    A fim de ratificar que a fora lubrificante de parede no significativa para o

    escoamento borbulhado simulado foi calculado a espessura da camada limite no

    escoamento turbulento (sub-camada laminar) atravs da equao III.7-1, onde o L

    encontrado foi 0,025 mm. A espessura da camada limite menor que 2 mm (dimetro

    da bolha), portanto a fora lubrificante de parede no importante nesse caso.

    A Tabela IV.5-3 apresenta os valores de gradientes de presso para o

    escoamento borbulhado na regio de turbulncia completa obtidos pelos diferentes

    mtodos citados anteriormente.

    Tabela IV.5-3 Gradiente de presso escoamento borbulhado.

    ESCOAMENTO BORBULHADO NA REGIO DE TURBULNCIA COMPLETA

    SIMULAO*Caso 4 Caso 5 Caso 6 MEH

    L&M FRIEDEL

    Gradiente de presso -Pa/m

    2.377.681 1.898.821 2.078.512 2.038.555 2.090.969 2.105.056

    * WG=0,0082 kg/s; WL= 16,8347 kg/s; DI = 0,0207 m; d = 0,002 m; = 4,56*10-5m.

    Utilizando a previso de L&M e de Friedel como referenciais, pode-se fazer uma

    comparao com os resultados das simulaes no CFX do escoamento borbulhado na

    zona de turbulncia plena, conforme mostrado na Tabela IV.5-4. O clculo do desvio

    foi feito conforme equao III.6-1.

    Tabela IV.5-4 Gradiente de presso escoamento borbulhado.

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    Figura V.2-1 Queda de presso escoamento monofsico (ANSYS CFX-solve).

    O gradiente de presso resultante para o escoamento monofsico simulado 26

    Pa/m.

    Utilizando a equao de Darcy (equao III.4-1) possvel estimar o gradiente

    de presso para comparar com o obtido por CFD. O clculo do desvio foi feito

    conforme equao III.6-1.

    Na Tabela V.2-1 apresentado o resultado do gradiente de presso obtido pela

    equao de Darcy, para as mesmas condies de escoamento monofsico simulado com

    CFD.

    Tabela V.2-1 Gradiente de presso: equao de Darcy versus CFX.

    MTODO P/L (Pa/m)

    DARCY 32

    CFX 26

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    O desvio do gradiente de presso obtido por CFD comparado com a previso da

    equao de Darcy 18,75 %. O desvio elevado pode ser devido ao fator de atrito, do

    escoamento estratificado analisado, estar na regio de transio (NRE= 4070).

    V.3 - Simulaes por CFD do Regime Estratificado

    No CFX-Pre foi simulado o escoamento estratificado em um tubo horizontal.

    Um resumo dos modelos e consideraes utilizados nas simulaes est

    apresentado nos apndices B.4-1 e B.4-2.

    As fraes volumtricas de gua e de ar foram calculadas a partir das vazes

    volumtricas indicadas na Tabela III.2-3 do item III.2.

    A tolerncia para convergncia utilizada foi 10-3para o resduo mdio.

    A Figura V.3-1 apresenta a presso ao longo do tubo durante o escoamento

    bifsico estratificado resultante da simulao.

    Figura V.3-1 Queda de presso escoamento estratificado (ANSYS CFX-solve).

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    O gradiente de presso resultante para o escoamento bifsico estratificado

    simulado 48 Pa/m.

    V.4 - Comparao das Simulaes por CFD do Regime Estratificadocom Correlaes Empricas

    Assim como foi feito para o escoamento borbulhado, o resultado obtido atravs

    da simulao com CFD para o escoamento estratificado ser comparado com

    correlaes empricas. A Tabela V.4-1 mostra a comparao das simulaes com

    fluidodinmica computacional com a correlao de L&M e de Friedel.

    Tabela V.4-1 Gradiente de presso escoamento estratificado.

    ESCOAMENTO ESTRATIFICADO

    SIMULAO L&M FRIEDEL

    Gradiente de presso (Pa/m) 48 75 115

    Utilizando as previses de L&M e Friedel como referencial, pode-se fazer uma

    comparao com o resultado da simulao do escoamento estratificado no CFX. Os

    clculos dos desvios foram feitos conforme a equao III.6-1, onde os valores

    determinados foram 36 % e 58,3 %, respectivamente.

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    Captulo VI - Concluses e Recomendaes

    As concluses que se seguem baseiam-se inteiramente em clculos e simulaes

    efetuadas neste projeto final de curso.

    Nos clculos foram usados as correlaes de Lockhart & Martinelli e Friedel

    para o gradiente de presso, e Soave para determinao do fator de atrito.

    As simulaes de CFD foram feitas com o cdigo ANSYS CFX 11.0

    empregando o modelo -para a representao das tenses turbulentas.

    VI.1 - Escoamento Monofsico

    As simulaes por CFD do escoamento monofsico lquido, com nmero de

    Reynolds na regio de turbulncia incompleta e na zona de turbulncia plena,

    apresentaram resultados semelhantes as previses baseadas na equao de Darcy com

    fator de atrito calculado atravs da correlao de Soave, desvios de 3,2 % e 3,03 % ,

    respectivamente. Nessas simulaes do escoamento monofsico foi utilizado o modelo

    de turbulncia -, o que indica que esse modelo adequado para representar a

    turbulncia no escoamento monofsico, uma vez que, os gradientes de presso obtidos

    foram similares aos previsto via equao de Darcy.

    J a simulao do escoamento monofsico com as condies de escoamento que

    resultam em regime estratificado quando uma vazo especfica de ar adicionada,

    apresentou um desvio do gradiente de presso previsto pela correlao de L&M igual a

    18,75 %. Essa diferena pode ser atribuda ao fato desse escoamento se encontrar na

    regio de transio, onde o NREest entre 2000 e 4000. No regime de transio o fatorde atrito sofre variaes abruptas com NRE, por isso as previses no so precisas.

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    VI.2 - Escoamento Bifsico

    Conforme esperado e indicado na literatura, a perda de carga por comprimento

    de tubulao para o escoamento bifsico maior que aquela que resultaria se apenas

    uma fase escoasse com a mesma vazo mssica.

    O modelo de equilbrio homogneo utilizado em algumas das simulaes, apesar

    de suas simplificaes em considerar velocidades, temperatura e presso das fases

    iguais, representa bem o escoamento borbulhado tanto na regio de turbulncia

    incompleta quanto na completa, visto que, os desvios calculados atravs da comparao

    dos gradientes de presso, obtidos atravs de CFD, com as previses da correlao de

    L&M, foram 6,16 % e 2,51 % e com a correlao de Friedel foram -0,37 % e 3,16 %,

    respectivamente.

    As bolhas de ar formadas durante o escoamento bifsico lquido-gs podem

    apresentar formato semelhante ao de aeroflios. Estes so responsveis por determinar a

    direo da fora transversal de sustentao. Quando as bolhas geradas so

    suficientemente pequenas, provvel que as mesmas no apresentem a forma de

    aeroflio. Assim, a fora de sustentao no atua nesse escoamento. Por isso, as

    simulaes dos escoamentos borbulhados, tanto para turbulncia completa quanto

    incompleta, considerando a fora de sustentao como atuante, apresentaram desvios

    positivos do gradiente de presso iguais a 20,90 % e 9,18 % respectivamente,

    comparadas com as previses da correlao de L&M. J a comparao com a

    correlao de Friedel apresentou desvios iguais a 15,40 % e9,80 %, respectivamente.

    Enquanto a fora de sustentao depende do formato da bolha de ar, a fora

    lubrificante de parede, que tambm transversal ao escoamento, depende do tamanho

    da bolha. O fato de que as simulaes com o CFX do escoamento borbulhado na regio

    de turbulncia incompleta e completa incluindo a fora de lubrificao de parede sobre

    as bolhas levaram a desvios maiores em relao as previses de L&M, provavelmente

    deve-se ao dimetro de bolha usado (2 mm) ser muito maior que a prpria espessura dacamada limite (0,025 mm e 0,0026 mm respectivamente) que o local onde a fora de

    lubrificao relevante. As simulaes dos escoamentos borbulhado, nas regies de

    turbulncia incompleta e completa, considerando a fora lubrificante de parede como

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    APNDICES

    A - Diagrama de Moody

    (Gouva, 2004).

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    B - Modelos e Consideraes Utilizados nas Simulaes com CFD

    B.1 - Escoamento Monofsico

    B.1-1 - Resumo do Domnio Fsico

    Fonte: ANSYS CFX-pre.

    B.1-2 - Condies de Contorno

    Fonte: ANSYS CFX-pre.

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    B.1-6 - Condies de Contorno

    Fonte: CFX-solve.

    B.2 - Escoamento Bifsico Lquido-Gs Regime Borbulhado na Regio

    de Turbulncia Incompleta

    B.2-1 - Resumo do Domnio Fsico Considerando Modelo Homogneo

    Fonte: ANSYS CFX-pre.

  • 7/22/2019 Prh13 Projeto Final [1]

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  • 7/22/2019 Prh13 Projeto Final [1]

    84/87

  • 7/22/2019 Prh13 Projeto Final [1]

    85/87

    72

    B.3-2 - Condies de contorno Modelo homogneo

    Fonte: ANSYS CFX-pre.

    B.3-3 - Resumo do Domnio Fsico - sem Considerar o Modelo Homogneo

    Fonte: ANSYS CFX-pre.

  • 7/22/2019 Prh13 Projeto Final [1]

    86/87

    73

    B.3-4 - Condies de Contorno - sem Considerar o Modelo Homogneo

    Fonte: ANSYS CFX-pre.

    B.4 - Escoamento Bifsico Lquido-Gs Regime Estratificado

    B.4.1 - Resumo do Domnio Fsico

    Fonte: ANSYS CFX-pre.

  • 7/22/2019 Prh13 Projeto Final [1]

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