28

Principais inovações editoração - TRESC · Denise Goulart Schlickmann ... A sua aplicação, contudo, agora, passa a ser restrita: ... toral, acessando-se o Sistema de Recibos

  • Upload
    ngotu

  • View
    213

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

APRESENTAÇÃO

O presente estudo tem por objetivo destacar as principais inova-ções normativas sobre arrecadação de recursos, realização de gastos eleitorais e prestação de contas operadas pela Resolução TSE n. 23.406/2014.

Sempre que possível, os fundamentos de alteração foram ressalta-

dos, de molde a clarificar a intenção da norma, extraídos dos registros técnicos dos estudos coordenados pela ASEPA – Assessoria de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias e pelo Grupo de Contas Eleitorais, re-presentativo das áreas técnicas de contas eleitorais dos Tribunais Regio-nais Eleitorais, constituído no âmbito do Tribunal Superior Eleitoral pela Portaria n. 187/2014 para formular estudos para a elaboração das instru-ções normativas que tratem de contas eleitorais, auxiliar na preparação, desenvolvimento e adaptação dos sistemas eletrônicos de prestação de contas eleitorais e propor diretrizes com o intuito de orientar, aprimorar e uniformizar os procedimentos técnico-operacionais da prestação de con-tas eleitoral no âmbito da Justiça Eleitoral, inclusive para treinamento e capacitação.

Florianópolis, outubro de 2014.

Denise Goulart Schlickmann Coordenadora de Controle Interno

COORDENADORIA DE CONTROLE INTERNO / TRESC

3

TEMA DISPOSITIVO

RES. TSE N. 23.406/2014 FUNDAMENTOS

1. Facultatividade de constituição de comitê financeiro

Art. 2o Os candidatos, os partidos políticos e os comitês financeiros poderão arrecadar recursos para custear as despesas de campanhas destinadas às Eleições de 2014.

§ 1o Para os partidos políticos que optarem por realizar, direta e exclu-sivamente, a arrecadação e aplica-ção de recursos de campanha, não será necessária a constituição de comitê financeiro, exceto para elei-ção de Presidente da República.

Inovação proposta pelo GT – Com a obriga-ção de o partido político prestar contas, a constituição obrigatória e consequente presta-ção de contas pelo comitê financeiro acaba por cumular responsabilidades que são, de fato, do órgão partidário. O dispositivo harmo-niza-se com aquele que estabelece a obrigato-riedade de prestar contas pelo partido político, em conjunto com o comitê financeiro (único processo, único julgamento, possibilidade de aplicação de única sanção) – art. 33, II. A ma-nutenção do comitê financeiro para a eleição de presidente da república deriva diretamente da expressa disposição legal.

§ 2o Os órgãos partidários muni-cipais que doarem recursos nas campanhas eleitorais deverão ob-servar o disposto no capítulo VI desta resolução.

Inovação incluída por ocasião da votação do texto pelo Plenário – Os órgãos partidários não terão contas julgadas por ocasião das eleições, mas prestarão informações aos moldes da prestação de contas (SPCE em módulo específico para prestação de infor-mações), com a finalidade de subsidiar o exame (a movimentação de recursos aplica-dos nas eleições serão avaliadas por ocasi-ão da prestação de contas anual dos órgãos partidários municipais). O não julgamento da prestação de contas do órgão municipal teve por objetivo evitar eventual conflito na resolução de matéria específica detectada nas contas municipais que afete prestação de contas cuja competência seja de tribunal regional ou superior, conforme a prestação de contas se referir (ASESP e assessoria dos Ministros).

Art. 5o [...] Parágrafo único. Na hi-pótese de não ser constituído comi-tê financeiro, conforme o disposto no § 1° do art. 2o, as atribuições a que se refere este artigo serão as-sumidas pelo partido político.

Inovação proposta pelo GT – Não sendo obrigatória a constituição de comitê financei-ro nas hipóteses do art. 2o, § 1o, todas as responsabilidades que seriam do comitê financeiro passam a ser do partido político.

2. Limite de gastos Art. 4o [...] § 10. Não será admitida a alteração do limite após a reali-zação do pleito, salvo em decor-rência da realização de segundo turno.

Inovação incluída por ocasião da votação do texto pelo Plenário – A inovação não altera a interpretação que já havia sobre o tema, ou seja, a regra para alteração de limite é aque-la do § 6o. A sua aplicação, contudo, agora, passa a ser restrita: se ocorrer após o pri-meiro turno, apenas aqueles que concorre-rão ao segundo turno é que poderão pleitear alteração de limites, ainda assim, sempre satisfazendo as condições estabelecidas no § 6o. Se contrário fosse, a alteração de limi-tes serviria apenas à não incidência da sanção.

PRESTAÇÃO DE CONTAS - PRINCIPAIS INOVAÇÕES NORMATIVAS

4

TEMA DISPOSITIVO

RES. TSE N. 23.406/2014 FUNDAMENTOS

3. Recibos eleitorais Art. 10. Deverá ser emitido recibo eleitoral de toda e qualquer arreca-dação de recursos para a campa-nha eleitoral, financeiros ou estimá-veis em dinheiro, inclusive quando se tratar de recursos próprios.

Parágrafo único. Os recibos eleito-rais deverão ser emitidos concomi-tantemente ao recebimento da doação, ainda que estimável em dinheiro.

Inovação incluída por ocasião da votação do texto pelo Plenário – A norma passa a esta-belecer didaticamente que os recibos eleito-rais devem ser emitidos ao tempo da arre-cadação, não alterando a regra inicialmente vigente e harmonizando-se com a nova sis-temática de emissão de recibos eleitorais, disposta no art. 11.

Art. 11. Os candidatos, partidos políticos e comitês financeiros deve-rão imprimir recibos eleitorais dire-tamente do Sistema de Prestação de Contas Eleitorais (SPCE), medi-ante prévia autorização obtida no Sistema de Recibos Eleitorais (SRE), disponível na página da internet do Tribunal Superior Elei-toral, no link Eleições 2014.

Inovação proposta pelo GT – A partir da última eleição, os recibos eleitorais passa-ram a ser gerados pelo Sistema de Presta-ção de Contas Eleitorais. A alteração busca atribuir maior controle à expedição de reci-bos, instituindo procedimento de obtenção de prévia autorização automaticamente na página de internet do Tribunal Superior Elei-toral, acessando-se o Sistema de Recibos Eleitorais. O procedimento garantirá que os recibos eleitorais emitidos possuem autori-zação e controle, já que referido sistema armazenará tais informações para futuro confronto quando do procedimento de aná-lise da respectiva prestação de contas.

Parágrafo único: Depois de autori-zada a emissão de recibos eleito-rais, a concessão de nova permis-são ficará condicionada à prévia inclusão da informação no Siste-ma de Recibos Eleitorais relativa à utilização dos anteriormente auto-rizados, com a identificação do CPF/CNPJ do doador, valor e data das doações realizadas ou, ainda os dados relativos à sua inutili-zação.

4. Conta bancária Art. 12. É obrigatória para os parti-dos políticos, comitês financeiros e candidatos a abertura de conta bancária específica, na Caixa Eco-nômica Federal, no Banco do Brasil ou em outra instituição financeira com carteira comercial reconhecida pelo Banco Central do Brasil, para registrar todo o movimento financei-ro de campanha eleitoral, vedado o uso de conta bancária preexistente (Lei n. 9.504/1997, art. 22, caput).

Inovação incluída por ocasião da votação do texto pelo Plenário – Exclusão da obrigatori-edade de abertura de conta bancária pelo órgão partidário municipal (retirada da ex-pressão “em todos os níveis de direçãos”, constante da eleição anterior. A arrecadação de recursos pelo diretório municipal deve ser processada na conta ordinária do partido, identificando adequadamente os doadores na contabilidade do partido, gerando, por ocasião das eleições, a prestação de infor-mações à Justiça Eleitoral (Capitulo VI, via módulo específico do SPCE) e a subsequen-te avaliação de regularidade na prestação de contas anual do exercício subsequente.

Art. 13. Os candidatos e comitês financeiros deverão abrir conta ban-cária distinta e específica para que haja o recebimento e a utilização de recursos oriundos do Fundo Partidário, na hipótese de repasse dessa espécie de recursos.

Inovação proposta pelo GT – Inclusão de dis-positivo com vistas a segregar os recursos recebidos do Fundo Partidário daqueles ori-undos de outras fontes, permitindo o adequa-do controle dos recursos cuja matriz é pública, de acordo com a jurisprudência já consolidada do e. Tribunal Superior Eleitoral e do Tribunal

COORDENADORIA DE CONTROLE INTERNO / TRESC

5

TEMA DISPOSITIVO

RES. TSE N. 23.406/2014 FUNDAMENTOS

de Contas da União. A norma é consentânea, ainda, com as obrigações que o prestador de contas deve cumprir, relacionadas à identifica-ção dos gastos realizados com recursos do Fundo Partidário, distinguindo inclusive as sobras financeiras relativas a essa espécie de recursos daquela proveniente de outras fontes. A norma já dispõe, no que se refere ao partido político, acerca da impossibilidade de transfe-rência desses recursos para a conta destinada à movimentação de outras fontes.

5. Limite para utilização de recursos próprios

Art. 19 [...] Parágrafo único A utiliza-ção de recursos próprios dos can-didatos é limitada a 50% do patri-mônio informado à Receita Fede-ral do Brasil na Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Física referente ao exercício ante-rior ao pleito (arts. 548 e 549 do Código Civil).

Inovação incluída por ocasião da votação do texto pelo Plenário – A limitação será objeto de aferição junto à Receita Federal quando do exame da prestação de contas, aos mol-des de fontes vedadas e regularidade de doadores e fornecedores.

6. Identificação de recur-sos partidários aplicados em campanha recebidos em exercícios anteriores na contabilidade parti-dária

Art. 20. As doações recebidas pelos partidos políticos, inclusive aquelas auferidas em anos anteriores ao da eleição, poderão ser aplicadas nas campanhas eleitorais de 2014, des-de que observados os seguintes requisitos:

§ 2o Os recursos auferidos nos anos anteriores deverão estar con-tabilizados e identificados nas pres-tações de contas anuais da agremi-ação, apresentadas à Justiça Eleito-ral, nos termos do art. 32 da Lei n. 9.096, de 19 de setembro de 1995.

Inovação incluída por ocasião da votação do texto pelo Plenário.

7. Responsabilidade soli-dária pela aplicação de recursos recebidos de fonte vedada recebidos em transferência

§ 3o O beneficiário de transferência cuja origem seja considerada fonte vedada pela Justiça Eleitoral res-ponde solidariamente em suas con-tas pela irregularidade, cujas con-sequências serão aferidas por oca-sião do julgamento de suas próprias contas.

Inovação proposta pelo GT – O expediente de identificar, simultaneamente, nas contas de partidos políticos, comitês financeiros e candi-datos a origem dos recursos que efetivamente financiam as campanhas eleitorais tem por objetivo primordial dar transparência a todo o processo, coibindo as doações ocultas. Con-tudo, não basta apenas conhecer a origem dos recursos se não houver a efetiva apuração de eventual irregularidade, identificando todos aqueles que eventualmente se beneficiaram de tais recursos e viabilizando a aplicação de sanções.

8. Obrigatoriedade de observância, por presta-dores de contas, das re-gras gerais de aplicação de recursos estimáveis em dinheiro, quando a aplicação ocorrer em suas próprias campanhas

Art. 23. Os bens e/ou serviços esti-máveis em dinheiro doados por pessoas físicas e jurídicas devem constituir produto de seu próprio serviço, de suas atividades econô-micas e, no caso dos bens perma-nentes, deverão integrar o patrimô-nio do doador.

§ 2o Partidos políticos, comitês fi-nanceiros e candidatos podem doar

PRESTAÇÃO DE CONTAS - PRINCIPAIS INOVAÇÕES NORMATIVAS

6

TEMA DISPOSITIVO

RES. TSE N. 23.406/2014 FUNDAMENTOS

entre si bens ou serviços estimáveis em dinheiro, ainda que não consti-tuam produto de seus próprios ser-viços ou de suas atividades.

§ 3o O disposto no parágrafo an-terior não se aplica quando a do-ação for realizada para suas pró-prias campanhas.

Inclusão proposta pelo GT – A definição dos recursos estimáveis em dinheiro legítimos em campanha teve por objetivo inicial evitar que o ingresso de tais recursos se desse de forma fraudulenta, para burlar o trânsito paralelo de recursos, ou seja, o Caixa 2. As normas disciplinam a questão para evitar que doação de natureza essencialmente financeira - que deve transitar obrigatoria-mente por conta bancária e assim sujeitar-se às regras de fiscalização do sistema finan-ceiro nacional - não se converta, inapropria-damente, em doação estimável em dinheiro pelo pagamento direto, pelo doador, na hipótese a pessoa física do candidato, de despesa de campanha eleitoral que deve ser contraída e declarada por ele regular-mente, sujeitando-se ao efetivo controle pela Justiça Eleitoral, com todos os instrumentos de que dispõe, notadamente aqueles dispo-nibilizados pelo sistema financeiro nacional. Assim, é preciso deixar claro que a exceção – corretamente prevista – apenas opera na hipótese de doação de tais recursos a ou-tros partidos, comitês e candidatos, caso contrário, novamente se observará a legiti-mação de procedimento que viabilizará o custeio de despesas sem o trânsito em con-ta bancária específica dos recursos que o custearam.

9. Restrição ao uso de cartão de crédito para captar doações

Art. 24. [...] § 1o As doações por meio de cartão de crédito ou cartão de débito so-mente serão admitidas quando rea-lizadas pelo titular do cartão.

Inovação incluída por ocasião da votação do texto pelo Plenário.

10. Exclusão da atividade voluntária, pessoal e dire-ta do eleitor como exce-ção à apuração dos limi-tes de doação de pessoas físicas; acréscimo da prestação de serviços próprios

Art. 25. As doações de que trata esta Seção ficam limitadas (Lei n. 9.504/97, art. 23, § 1o, I e II, § 7o, e art. 81, § 1o):

I – a 10% dos rendimentos brutos auferidos por pessoa física, no ano-calendário anterior à eleição, exce-tuando-se as doações estimáveis em dinheiro relativas à utilização de bens móveis ou imóveis de proprie-dade do doador ou da prestação de serviços próprios, desde que o valor da doação não ultrapasse R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), apurados conforme o valor de mer-cado;

Inovação incluída por ocasião da votação do texto pelo Plenário – acréscimo da expres-são “ou da prestação de serviços próprios”. Exclusão, pelo GT, da atividade voluntária, pessoal e direta do eleitor - Propõe-se a exclusão da inserção normativa ocorrida para as eleições de 2012, dentre as exce-ções ao limite legal estabelecido para doa-ções de pessoas físicas, da denominada atividade voluntária, pessoal e direta do eleitor. A inclusão operada pela norma trou-xe significativa dificuldade ao exercício efeti-vo do controle sobre o financiamento das campanhas eleitorais. À medida em que

COORDENADORIA DE CONTROLE INTERNO / TRESC

7

TEMA DISPOSITIVO

RES. TSE N. 23.406/2014 FUNDAMENTOS

exceções vão sendo agregadas à obrigação de que os prestadores de contas instruam suas contas com todas as informações rela-tivas ao financiamento de sua campanha eleitoral, a fiscalização de regularidade, ao encargo da Justiça Eleitoral, sofre prejuízos significativos. Os limites de doação são estabelecidos pela Lei Eleitoral, que não contempla a referida atividade voluntária. Exceção à regra do referido limite foi objeto da Lei 12.034/2009, a denominada mini re-forma eleitoral, que expressamente passou a excetuar, do côm-puto dos limites de doação a serem obser-vados por pessoas físicas, as doações esti-máveis em dinheiro relativas à utilização de bens móveis ou imóveis de propriedade do doador, desde que o valor da doação não ultrapasse R$ 50.000,00. Assim, vê-se que a ampliação do alcance de exceção da norma para contemplar hipótese não prevista em lei acaba por mitigar, no seio da própria Justiça Eleitoral, a possibili-dade de exercer com maior eficácia o con-trole sobre a regularidade do financiamento das campanhas eleitorais. A fragilidade do controle cresce em importância, notadamen-te a considerar-se que o financiamento pode ocorrer, majoritariamente, pela prestação de serviços de divulgação pessoal da candida-tura mediante o trabalho diretamente execu-tado por cabos eleitorais. Como de regra tais valores são de pequena monta, se con-siderados individualmente, e pulverizados em um grande número de pessoas, se per-manecesse a exceção normativa, seria mui-to difícil distinguir a atividade voluntária ex-cepcionada pela norma (em via transversa, opondo-se à via legal) da mera contratação de serviços não declarada na prestação de contas.

11. Alteração do procedi-mento de aferição do descumprimento dos limi-tes de doação

§ 4o A verificação dos limites de doação observará as seguintes disposições:

Inclusão proposta pelo GT, com fixação de prazos pelo Plenário – Não raras vezes, defronta-se a Justiça Eleitoral com questões referentes ao procedimento a ser observado para a aferição de limites de doação. Também não raras vezes, em razão da ausência de delimitação normativa do procedimento a ser observada, vê frustrados referidos procedi-mentos de aferição, por vícios de natureza procedimental. Assim, sugeriu-se o discipli-namento de rito específico, que tem por prin-cipais nortes: - estabelecer o caminho a ser percorrido pelas informações a serem aferidas pela Receita Federal; - fixar que a comunicação do órgão fazendário dê-se diretamente ao Ministério Público Eleito-

I – O Tribunal Superior Eleitoral, após a consolidação das informa-ções sobre os valores doados e apurados até 31.12.2014, as enca-minhará à Receita Federal do Brasil até 10.1.2015; II – a Receita Federal do Brasil fará o cruzamento dos valores doados com os rendimentos de pessoa física e faturamento da pessoa jurí-dica e, apurando indício de excesso, fará, até 31.3.2015, a devida co-municação ao Ministério Público Eleitoral, a quem incumbirá pro-

PRESTAÇÃO DE CONTAS - PRINCIPAIS INOVAÇÕES NORMATIVAS

8

TEMA DISPOSITIVO

RES. TSE N. 23.406/2014 FUNDAMENTOS

por representação, solicitando a quebra do sigilo fiscal ao juiz elei-toral competente.

ral, titular do direito de representação nas hipó-teses de infração aos limites legais de doação; - delimitação do conteúdo da informação a ser prestada pelo órgão fazendário, prevenindo-se eventuais alegações de quebra indevida de sigilo fiscal, procedimento que a norma passa a prever expressamente que incumba ao juiz eleitoral a quem é dirigida a representação.

§ 5o A comunicação a que se refere o inciso II do § 4o restringe-se à identificação nomi-nal, seguida do respectivo número de inscrição no CPF ou CNPJ, Município e UF fiscal do domicílio do doador, resguardado o respec-tivo sigilo dos rendimentos da pessoa física, do faturamento da pessoa jurídica e do possível ex-cesso apurado.

§ 6o para os municípios nos quais houver mais de uma Zona Eleitoral, a comunicação a que se refere o inciso II do § 4o deverá incluir tam-bém a Zona Eleitoral corresponden-te ao domicílio do doador.

Inovação incluída por ocasião da votação do texto pelo Plenário.

12. Limite de aplicação de empréstimos como recur-sos próprios; obrigatorie-dade de identificação do doador originário nas doações entre prestado-res de contas

Art. 26. As doações entre partidos políticos, comitês financeiros e can-didatos deverão ser realizadas me-diante recibo eleitoral e não estarão sujeitas aos limites impostos nos incisos I e II do art. 25.

§ 2o Os empréstimos contraídos pela pessoa física do candidato serão considerados doação de re-cursos próprios se aplicados na campanha eleitoral, devendo estar respaldados por documentação idônea e observar o limite estabe-lecido no parágrafo único do art. 19.

Inovação da observância do limite de recur-sos próprios incluída por ocasião da votação do texto pelo Plenário.

§ 3o As doações referidas no ca-put devem identificar o CPF ou CNPJ do doador originário, de-vendo ser emitido o respectivo recibo eleitoral para cada doação.

Inclusão proposta pelo GT – O objetivo da inclusão é aferir, efetivamente, o doador originário, combatendo a doação oculta. Para tanto, é necessária a emissão de reci-bo eleitoral para cada doador originário, de forma a permitir, quando da doação ao be-neficiário final, a identificação de todos os doadores que compuseram a origem do valor doado.

13. Reinserção dos cartó-rios de serviços notariais e de registros como fon-tes vedadas

Art. 28. É vedado a candidato, par-tido político e comitê financeiro re-ceber, direta ou indiretamente, doa-ção em dinheiro ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de pu-blicidade de qualquer espécie, pro-cedente de (Lei n. 9.504/97, art. 24, I a XI):

XIII – cartórios de serviços notariais e de registros.

Inclusão proposta pelo GT – Reinserção de vedação inserta pelo Tribunal Superior Elei-toral nas eleições de 2008 (Resolução TSE n. 22.715/08), derivada diretamente da juris-prudência do Supremo Tribunal Federal, que

COORDENADORIA DE CONTROLE INTERNO / TRESC

9

TEMA DISPOSITIVO

RES. TSE N. 23.406/2014 FUNDAMENTOS

lhes atribui o caráter de função revestida de estatalidade, sujeita ao regime estrito de direito público, como se atividade jurídica própria do Estado. É o que se extrai dos excertos da jurisprudência abaixo colacionada: A atividade notaria e registral, ainda que execu-tada no âmbito de serventias extrajudiciais não oficializadas, constitui, em decorrência de sua própria natureza, função revestida de estatali-dade, sujeitando-se, por isso mesmo, a um regime estrito de direito público. A possibilida-de constitucional de a execução dos serviços notariais e de registro ser efetivada “em caráter privado, por delegação do poder público” (CF, art. 236), não descaracteriza a natureza essen-cialmente estatal dessas atividades de índole administrativa1. ... trata-se de atividades jurídicas próprias do Estado, e não simplesmente de atividades materiais, cuja prestação é traspassada para os particulares mediante delegação..2

14. Alteração do procedi-mento de recolhimento de recursos de fonte vedada

§ 1o Os recursos recebidos por candidato, partido ou comitê finan-ceiro que sejam oriundos de fontes vedadas deverão ser transferidos ao Tesouro Nacional, por meio de Guia de Recolhimento da União (GRU), por quem os receber, tão logo se-jam identificados, observando-se o limite de até 5 dias após o trânsito em julgado da decisão que julgar as contas de campanha.

Alteração normativa realizada por ocasião da votação do texto em Plenário, para incluir a expressão “tão logo sejam identificados”- O recolhimento deve ocorrer tão logo seja identificada a fonte vedada, mas o prazo final para assim proceder é o de 5 dias após o trânsito em julgado.

§ 2o O respectivo comprovante de recolhimento poderá ser apresenta-do juntamente em qualquer fase da prestação de contas ou até o dia útil seguinte ao limite do prazo previsto no § 1o, sob pena de encaminha-mento das informações à Procu-radoria-Geral da Fazenda Nacio-nal para fins de cobrança.

Inclusão proposta pelo GT de encaminha-mento das informações à Procuradoria (pa-dronizando o procedimento para as hipóte-ses de devolução de recursos ou transfe-rência ao Tesouro Nacional) e pelo Plenário de possibilidade de juntada do comprovante em qualquer fase da prestação de contas.

§ 4o A devolução ou o recolhimento ao Erário de recursos recebidos de fonte vedada não impede eventual declaração da insanabilidade das contas, considerados os elementos do caso concreto.

Inovação incluída por ocasião da votação do texto pelo Plenário.

15. Alteração do procedi-mento de recolhimento de recursos de origem não identificada

Art. 29. Os recursos de origem não identificada não poderão ser utiliza-dos pelos candidatos, partidos polí-ticos e comitês financeiros e deve-rão ser transferidos ao Tesouro Na-cional, por meio de Guia de Reco-lhimento da União (GRU), tão logo seja constatada a impossibilidade

Alteração normativa realizada por ocasião da votação do texto em Plenário, para incluir a expressão “tão logo sejam identificados”- O recolhimento deve ocorrer tão logo seja constatada a impossibilidade de identifica-ção, mas o prazo final para assim proceder é o de 5 dias após o trânsito em julgado.

1 ADI 1.378-MC, Rel. Min. Cel de Mello, DJ 30.05.1997. 2 ADI 3.151, Rel. Ministro Carlos Britto, DJ 28.04.2006.

PRESTAÇÃO DE CONTAS - PRINCIPAIS INOVAÇÕES NORMATIVAS

10

TEMA DISPOSITIVO

RES. TSE N. 23.406/2014 FUNDAMENTOS

de identificação, observando-se o prazo de até 5 dias após o trânsito em julgado da decisão que julgar as contas de campanha. § 2o O respectivo comprovante de recolhimento poderá ser apresenta-do em qualquer fase da prestação de contas ou até o dia útil seguinte ao término do prazo previsto no caput deste artigo, sob pena de encaminhamento das informações à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para fins de cobrança.

Inclusão proposta pelo GT de encaminha-mento das informações à Procuradoria e pelo Plenário de possibilidade de juntada do comprovante em qualquer fase da prestação de contas.

16. Disciplinamento da assunção de dívidas

Art. 30. Os candidatos, partidos políticos e comitês financeiros pode-rão arrecadar recursos e contrair obrigações até o dia da eleição.

§ 2o Eventuais débitos de campanha não quitados até a data fixada para a apresentação da prestação de contas poderão ser assumidos pelo partido político (Lei n. 9.504/97, art. 29, § 3o e Código Civil, art. 299):

a) por decisão do seu órgão nacio-nal de direção partidária, com apre-sentação de cronograma de pa-gamento e quitação que não ul-trapasse o prazo fixado para a prestação de contas da eleição subsequente para o mesmo car-go; e

Inclusão proposta pelo GT – A assunção de dívidas, ainda que de natureza eleitoral, submete-se às regras do direito civil. Assim, além da decisão do órgão partidário anuin-do com a assunção em si, é necessária a anuência expressa dos credores, a teor do que prescreve o art. 299 do Código Civil, litteris: Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava. Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa. Importante alteração, ainda, é a delimitação do tempo para quitação das dívidas assu-midas, pois sobre elas paira a necessidade de que a Justiça Eleitoral exerça efetivo con-trole, quer sobre a legalidade das fontes que as custeiam, quer sobre a obediência aos limites legais da Lei Eleitoral. O exercício desse controle – sob pena de enfraqueci-mento – não pode prolongar-se indefinida-mente no tempo. Assim, ocorreu o retorno da regra que vigorou na eleição de 2010 (Resolução TSE n. 23.217/10), obrigando-se a apresentação de cronograma de paga-mento e quitação. Acrescentou-se a essa disposição um marco temporal final – o do prazo fixado para a prestação de contas da

b) com anuência expressa dos credores.

COORDENADORIA DE CONTROLE INTERNO / TRESC

11

TEMA DISPOSITIVO

RES. TSE N. 23.406/2014 FUNDAMENTOS

eleição subseqüente para o mesmo cargo, viabilizando o encerramento do controle sobre as fontes de financiamento daquela eleição, em prazo que se considera razoável (4 anos) para assim proceder.

Art. 31. São gastos eleitorais, sujei-tos a registro e aos limites fixados (Lei n. 9.504/97, art. 26):

17. Impossibilidade de quitação de multas eleito-rais com Fundo Partidário

§ 1o As multas a que se refere o inciso XIII deste artigo não podem ser quitadas com recursos do Fun-do Partidário.

Inclusão proposta pelo GT – Normatização do que a jurisprudência vinha, aos poucos, consolidando. A utilização de recursos do Fundo Partidário está limitada às hipóteses do art. 44 da Lei n. 9.096/95.

18. Impossibilidade de cômputo de multas por propaganda antecipada como gastos eleitorais

§ 2o As multas aplicadas por pro-paganda antecipada deverão ser arcadas pelos responsáveis e não serão computadas como despe-sas de campanha, ainda que apli-cadas a quem venha a se tornar candidato.

Inovação incluída por ocasião da votação do texto pelo Plenário.

19. Fundo de Caixa – va-lor, limite e impossibilida-de de constituição por vice ou suplente

§ 4o Consideram-se de pequeno valor as despesas individuais que não ultrapassem o limite de R$ 400,00 (quatrocentos reais).

Valor fixado por ocasião da votação do texto pelo Plenário.

§ 5o Para o pagamento de despe-sas de pequeno valor, candidatos, partidos políticos e comitês financei-ros poderão constituir reserva indivi-dual em dinheiro (Fundo de Caixa), em montante a ser aplicado por todo o período da campanha elei-toral, observado o trânsito prévio desses recursos na conta bancária específica, devendo ser mantida a documentação correspondente para fins de fiscalização.

Inclusão proposta pelo GT – Aperfeiçoamen-to da redação para conferir-lhe o sentido efetivamente empregado pela Justiça Eleito-ral, que autoriza a constituição de fundo financeiro para todo o período da campanha para quitar despesas de pequeno valor.

§ 6o O valor da reserva a que se refere o parágrafo anterior não deve ser superior a 2% do total das despesas realizadas ou a R$ 100.000,00 (cem mil reais), o que for menor.

Inclusão proposta pelo GT – Tendo em con-ta a diversidade dos cargos em disputa e, em conseqüência, a disparidade dos mon-tantes de gastos eleitorais, o parâmetro para constituição do Fundo de Caixa foi fixado à razão percentual de 2% do total das despe-sas realizadas ou R$ 100.000,00, o que for menor. Recorde-se que o Fundo de Caixa destina-se apenas à quitação de despesas de pequeno valor, assim consideradas a-quelas que individualmente não ultrapassam R$ 400,00 e que, por essa razão, possuam eventual dificuldade de processamento nos moldes normais.

§ 8o Candidatos a vice e/ou su-plente não poderão constituir o Fundo de Caixa.

Inclusão proposta pelo GT – A proibição da constituição de Fundo de Caixa específico para candidatos a vice e/ou suplente está fundamentada no fato de que a constituição do referido fundo destina-se à eleição em disputa, devendo concentrar-se junto ao Titular. Repise-se, ademais, que a regra é a

PRESTAÇÃO DE CONTAS - PRINCIPAIS INOVAÇÕES NORMATIVAS

12

TEMA DISPOSITIVO

RES. TSE N. 23.406/2014 FUNDAMENTOS

da prestação de contas em conjunto entre titular e seu vice e/ou suplente.

20. Gastos destinados à preparação da campanha e instalação física de co-mitês a partir da data efe-tiva da respectiva conven-ção partidária

§ 13. Os gastos destinados à prepa-ração da campanha e instalação física de comitês de campanha de candida-tos e de partidos políticos poderão ser contratados a partir de 10 de junho de 2014, considerada a data efetiva da realização da respectiva convenção partidária, desde que devidamente formalizados e que o desembolso financeiro ocorra apenas após a ob-tenção do número de registro no CNPJ, a abertura de conta bancária específica para a movimentação fi-nanceira de campanha e a emissão de recibos eleitorais.

Inovação incluída por ocasião da votação do texto pelo Plenário – Delimitação de que a data a partir da qual tais gastos podem ser contratados deve observar a data efetiva da realização da respectiva convenção partidá-ria e não o marco inicial do dia 10 de junho.

21. Prestação de contas conjunta (diretório parti-dário e comitês financei-ros, caso constituídos)

Art. 33. Deverão prestar contas à Justiça Eleitoral:

I – o candidato; II – os diretórios partidários, nacional e estaduais, em conjunto com seus respectivos comitês financeiros, se constituídos.

Inclusão proposta pelo GT, no que se refere à prestação de contas conjunta – O discipli-namento específico da prestação de contas conjunta do partido político e seus respecti-vos comitês financeiros viabiliza que a grei partidária possa ter sua prestação de contas examinada de forma una, já que o comitê financeiro nada mais é do que órgão do próprio partido político. A prestação de contas em separado, aliada ao procedimento verificado nas últimas elei-ções, culmina por potencialmente gerar a penalização da mesma grei partidária mais de uma vez no mesmo período e em razão dos mesmos atos – arrecadação e aplica-ção de recursos para a eleição –, se presta-das as contas e julgadas separadamente pela direção partidária e por seus respecti-vos comitês financeiros. Apenas para exem-plificar, determinado partido político em nível estadual que constitua comitês financeiros para as eleições de deputado estadual, deputado federal, senador e governador do Estado, potencialmente pode vir a ser pena-lizado por infrações praticadas com sanções que podem chegar a 5 anos de suspensão de cotas do Fundo Partidário, todas relativas ao mesmo pleito (prestação de contas da direção partidária mais a de seus quatro comitês, consoante o exemplo citado). A norma compatibiliza-se, ainda, com a efetiva e formal participação do partido polí-tico, diretamente, no processo eleitoral. Inovação incluída por ocasião da votação do texto pelo Plenário, no que se refere à pres-tação de contas apenas pelos diretórios nacional e estadual – O diretório municipal

COORDENADORIA DE CONTROLE INTERNO / TRESC

13

TEMA DISPOSITIVO

RES. TSE N. 23.406/2014 FUNDAMENTOS

prestará informações para subsidiar o jul-gamento das contas, conforme o Capítulo VI da norma.

22. Abrangência de vices e suplentes na prestação de contas apresentada pelo titular

§ 3o O candidato elaborará a pres-tação de contas, que será encami-nhada ao respectivo Tribunal Eleito-ral, diretamente por ele ou por in-termédio do partido político ou do comitê financeiro, no prazo estabe-lecido no art. 38 desta resolução, abrangendo, se for o caso, o vice e os suplentes, em conformidade com os respectivos períodos de composição da chapa.

Inclusão proposta pelo GT – Adequação dos termos à circunscrição da eleição e previsão de que a prestação de contas do titular a-brange a de seu vice ou suplentes, conside-rando-se os períodos de efetiva participação desses agentes, já que a regra é a da pres-tação de contas em conjunto, admitindo-se a prestação de contas em separado apenas na hipótese de omissão do titular.

23. Obrigatoriedade de assinatura de profissional de contabilidade e de constituição de advogado

§ 4o O candidato e o profissional de contabilidade responsável de-verão assinar a prestação de con-tas, sendo obrigatória a constitui-ção de advogado.

Inclusão de advogado proposta pelo GT e pelo Colégio de Corregedores – A obrigato-riedade de constituição de advogado deriva da natureza judicial dos processos de pres-tação de contas, consagrada pela minirre-forma eleitoral operada pela Lei n. 12.034/09. Inovação incluída por ocasião da votação do texto pelo Plenário, no que se refere à assi-natura de profissional de contabilidade.

24. Ausência de prestação de contas do diretório municipal

Art. 35. Sem prejuízo da prestação de contas anual prevista na Lei n. 9.096, de 1995, os diretórios nacio-nal e estadual do partido político deverão prestar contas dos recursos arrecadados e aplicados exclusiva-mente em campanha da seguinte forma:

Exclusão da prestação de contas do diretó-rio municipal na votação do texto pelo Ple-nário.

I – o diretório partidário estadual deverá encaminhar a prestação de contas ao respectivo Tribunal Regi-onal Eleitoral;

II – o diretório partidário nacional deverá encaminhar a prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral.

25. Alteração no discipli-namento das prestações de contas parciais

Art. 36. Os candidatos e os diretó-rios nacional e estaduais dos par-tidos políticos são obrigados a entregar à Justiça Eleitoral, no período de 28 de julho a 2 de a-gosto e de 28 de agosto a 2 de setembro, as prestações de con-tas parciais, com a discriminação dos recursos em dinheiro ou esti-máveis em dinheiro para financia-mento da campanha eleitoral e dos gastos que realizaram, deta-lhando doadores e fornecedores, as quais serão divulgadas pela Justiça Eleitoral na internet nos dias 6 de agosto e 6 de setembro, respectivamente (Lei n. 9.504/97, art. 28, § 4o, e Lei n. 12.527/2011).

Inclusão proposta pelo GT, no que se refere à qualificação das parciais como verdadei-ras prestações de contas, sujeitas à análise, já que contendo todas as informações de arrecadação e aplicação de recursos. O disciplinamento da matéria, nos dispositivos seguintes, dá relevo às contas parciais, i-naugurando com a apresentação da primei-ra, o processo de prestação de contas.

PRESTAÇÃO DE CONTAS - PRINCIPAIS INOVAÇÕES NORMATIVAS

14

TEMA DISPOSITIVO

RES. TSE N. 23.406/2014 FUNDAMENTOS

§ 1o A ausência de prestação de contas parcial caracteriza grave omissão de informação, que po-derá repercutir na regularidade das contas finais.

Inclusão proposta pelo GT – Disciplinamento da apresentação de contas parciais, atual-mente divulgadas integralmente ao público externo, de molde a conferir-lhes a impor-tância que de fato possuem – divulgar, no curso da campanha, a movimentação havi-da até então – gerando as repercussões devidas nas hipóteses de não apresentação ou de apresentação de contas que não refli-tam a movimentação financeira havida.

§ 2o A prestação de contas parcial que não corresponda à efetiva movimentação de recursos ocor-rida até a data da sua entrega, caracteriza infração grave, a ser apurada no momento do julga-mento da prestação de contas final. § 3o Após o prazo previsto no caput, será admitida apenas a retificação das contas na forma do disposto no § 2° do art. 50 desta resolução.

Inclusão proposta pelo GT – Disciplinamento das hipóteses de retificação das contas, coibindo o uso desse expediente como meio para mero ajuste aos apontamentos de fa-lhas detectadas no exame técnico, despido de legitimidade para assim proceder. Busca-se, dessa forma, conferir à prestação de contas a efetividade e seriedade necessá-rios ao instrumento, como declaração apre-sentada à Justiça Eleitoral a respeito da arrecadação e da aplicação de recursos que não pode ser objeto de alteração sem ra-zões fundamentadas que possam ser objeto de devida comprovação. No que se refere às prestações de contas parciais, até o últi-mo pleito, era comum a apresentação de informações absolutamente distintas daque-las constantes da prestação de contas final, apenas para cumprir a obrigação de apre-sentá-las.

§ 4o Caso os candidatos e partidos políticos não encaminhem as pres-tações de contas parciais constan-tes do caput, a Justiça Eleitoral di-vulgará os saldos financeiros, a débito e a crédito, dos extratos ban-cários encaminhados pelas institui-ções financeiras, nos termos do art. 17.

§ 5o A divulgação dos dados pre-vistos no parágrafo anterior não supre a obrigação da apresenta-ção das contas parciais.

Inovação incluída por ocasião da votação do texto pelo Plenário.

Art. 37. Após a divulgação da pri-meira prestação de contas parcial de que trata o artigo anterior, a unidade técnica responsável pelo exame das contas encaminhará os dados ao Presidente do Tribu-nal, para que seja determinada sua autuação e distribuição.

Inclusão proposta pelo GT – O disciplina-mento dos aspectos processuais atinentes à proposição anteriormente apresentada buscou dar efetividade às prestações de contas parciais, iniciando-se o processo de prestação de contas com a prestação das informações parciais à Justiça Eleito-ral. A formação de autos viabiliza a composi-ção do processo na ordem em que as informações são efetivamente apresenta-

COORDENADORIA DE CONTROLE INTERNO / TRESC

15

TEMA DISPOSITIVO

RES. TSE N. 23.406/2014 FUNDAMENTOS

das, criando espaço para o processamen-to das informações de análise das contas. Na hipótese de não apresentação da pri-meira prestação de contas parcial, enten-de-se que a informação de omissão deva seguir à Presidência também para autua-ção, juntando-se a essa informação, aque-la do art. 36, § 4o e, posteriormente, as contas parciais eventualmente apresenta-das e a prestação de contas final. Assim, inicia-se o processo de prestação de con-tas para todos, independentemente da apresentação ou não das contas.

§ 1o O Relator poderá determi-nar o imediato início da análise das contas apresentadas a ser realizada pela unidade técnica responsável, nos termos do § 3o do art. 33 desta resolução.

Inovação incluída por ocasião da votação do texto pelo Plenário – A proposta do GT era de que a unidade técnica pudesse iniciar a análise, sem a necessidade de determina-ção expressa.

§ 2o A segunda prestação de contas parcial e a prestação de contas final serão juntadas ao processo iniciado com a primei-ra prestação de contas parcial.

Inclusão proposta pelo GT, conforme o ex-posto no caput do dispositivo.

26. Disciplinamento dos partidos que devem pres-tar contas no segundo turno

Art. 38. As prestações de contas finais de candidatos e de partidos políticos, incluídas as de seus res-pectivos comitês financeiros, deve-rão ser prestadas à Justiça Eleitoral até 4 de novembro de 2014 (Lei n. 9.504/97, art. 29, III).

§ 2o O partido político que tenha candidato participando do segun-do turno, ainda que coligado, de-verá encaminhar também, no prazo fixado no § 1o, a prestação de con-tas, incluídas as contas de seus respectivos comitês financeiros, com a arrecadação e a aplicação dos recursos da campanha eleitoral.

Inclusão proposta pelo GT – A obrigação de prestar contas no segundo turno alcança os partidos coligados àquele do candidato que a ele concorre, visto que, nessa condição, a possibilidade de arrecadação e aplicação de recursos é bastante provável também por esses partidos políticos.

27. Notificação de vice e suplentes quando omis-sos na obrigação de pres-tar contas

§ 3o Findos os prazos fixados neste artigo sem que as contas tenham sido prestadas, a Justiça Eleitoral notificará, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, os partidos políticos e os candidatos, inclusive vice e suplentes, da obrigação de prestá-las, no prazo de 72 horas, após o que, permanecendo a omissão, serão elas julgadas como não pres-tadas (Lei n. 9.504/1997, art. 30, IV).

Inovação incluída por ocasião da votação do texto pelo Plenário, no que se refere à inclu-são de vices e suplentes.

28. Nova composição dos autos de prestação de contas (informações, materializadas no Extrato de Prestação de Contas, e documentos)

Art. 40. A prestação de contas, ainda que não haja movimentação de recur-sos financeiros ou estimáveis em di-nheiro, será composta:

Inovação proposta pelo GT – Em decorrência da nova sistemática, a prestação de contas passa a ser composta por um conjunto de informações a serem prestadas diretamente no Sistema de Prestação de Contas Eleitorais (que não constituem demonstrativos específicos)

PRESTAÇÃO DE CONTAS - PRINCIPAIS INOVAÇÕES NORMATIVAS

16

TEMA DISPOSITIVO

RES. TSE N. 23.406/2014 FUNDAMENTOS

e documentos, os quais devem ser especifica-mente gerados e apresentados pelo prestador de contas.

I – pelas seguintes informações: Inclusão proposta pelo GT – O inciso I refe-re-se especificamente às informações, a-gregando a descrição de conteúdo anteri-ormente mencionada em parágrafos e vincu-lada aos demonstrativos específicos, à sua descrição, dotando o prestador de contas de esclarecimentos quanto à qualidade e conteúdo da informação a ser prestada.

a) qualificação do candidato, dos responsáveis pela administração de recursos do candidato, do partido político ou comitê financeiro;

b) recibos eleitorais emitidos; c) recursos arrecadados, com a identificação das doações recebi-das, financeiras ou estimáveis em dinheiro, e daqueles oriundos da comercialização de bens e/ou servi-ços e da promoção de eventos;

d) receitas estimáveis em dinheiro, descrevendo:

1. o bem recebido, informando a quantidade, o valor unitário e a ava-liação pelos preços praticados no mercado, com a identificação da fonte de avaliação;

2. o serviço prestado, informando a avaliação realizada em conformida-de com os preços habitualmente praticados pelo prestador, sem pre-juízo da apuração dos preços prati-cados pelo mercado, caso o valor informado seja inferior a estes.

Inovação incluída por ocasião da votação do texto pelo Plenário

e) doações efetuadas a partidos políticos, a comitês financeiros e a candidatos;

f) receitas e despesas, especifican-do-as, e as eventuais sobras ou dívidas de campanha;

g) despesas efetuadas; h) comercialização de bens e/ou serviços e/ou da promoção de even-tos, discriminando o período de realização, o valor total auferido, o custo total, as especificações ne-cessárias à identificação da opera-ção e a identificação dos adquiren-tes dos bens ou serviços;

i) despesas pagas após a eleição, discriminando as obrigações assu-midas até a data do pleito e pagas após essa data;

j) conciliação bancária, com os débi-tos e os créditos ainda não lançados

COORDENADORIA DE CONTROLE INTERNO / TRESC

17

TEMA DISPOSITIVO

RES. TSE N. 23.406/2014 FUNDAMENTOS

pela instituição bancária, a qual deverá ser apresentada quando houver dife-rença entre o saldo financeiro do de-monstrativo de receitas e despesas e o saldo bancário registrado em extrato, de forma a justificá-la; II – e pelos seguintes documentos: Inclusão proposta pelo GT – O inciso II, por

seu turno, dispõe a respeito dos documen-tos a serem apresentados por ocasião da prestação de contas, em adendo às infor-mações constantes do inciso I, objeto de mero lançamento de dados no Sistema de Prestação de Contas Eleitorais (SPCE).

a) extratos da conta bancária aberta em nome do candidato, partido político ou comitê financeiro, inclusi-ve da conta aberta para movimenta-ção de recursos do Fundo Partidá-rio, quando for o caso, nos termos exigidos pelo inciso III do art. 3o desta resolução, demonstrando a movimentação financeira ou a sua ausência, em sua forma definitiva, contemplando todo o período de campanha, vedada a apresentação de extratos sem validade legal, adul-terados, parciais, ou que omitam qualquer movimentação financeira;

b) comprovantes de recolhimento (depósitos/transferências) à respec-tiva direção partidária das sobras financeiras de campanha;

c) cópia do contrato firmado com instituição financeira ou administra-dora de cartão de crédito, com o respectivo extrato das operações realizadas, se for o caso;

d) documentos fiscais que compro-vem a regularidade dos gastos elei-torais realizados com recursos do Fundo Partidário, na forma do art. 31 desta resolução;

Inclusão proposta pelo GT – Em razão da natureza pública dos recursos do Fundo Partidário, propôs-se que a sua apresenta-ção se dê obrigatoriamente já por ocasião da apresentação das contas, antecipando-se à solicitação que seria realizada em dili-gência e viabilizando o início do exame téc-nico, de plano, de tais documentos. Anteri-ormente, tais documentos constavam de dispositivo que previa a possibilidade de sua solicitação para exame, o que invaria-velmente era objeto de diligência.

e) declaração firmada pela direção partidária comprovando o recebi-mento das sobras de campanha constituídas por bens e/ou materiais permanentes, quando houver;

f) termo de assunção de dívida, nos termos do art. 30, § 2°, desta reso-lução;

Inclusão proposta pelo GT.

PRESTAÇÃO DE CONTAS - PRINCIPAIS INOVAÇÕES NORMATIVAS

18

TEMA DISPOSITIVO

RES. TSE N. 23.406/2014 FUNDAMENTOS

g) instrumento de mandato para constituição de advogado para a prestação de contas.

Inclusão proposta pelo GT e pelo Colégio de Corregedores.

29. Comprovação de des-pesas com transporte aéreo e hospedagem

§ 2o A comprovação de despesas relativa ao transporte aéreo e hospedagem do candidato e das pessoas que trabalham em prol da sua campanha poderão ser comprovadas mediante a apre-sentação das respectivas faturas emitidas pelas agências de via-gem, desde que, concomitante-mente, seja apresentada:

Inovação incluída por ocasião da votação do texto pelo Plenário.

I – prova de que o beneficiário participa da campanha eleitoral e a viagem foi realizada para aten-der propósitos da campanha; II – bilhete da passagem, acom-panhado dos comprovantes de embarque ou declaração de em-barque emitida pela companhia responsável pelo transporte; III – nota fiscal emitida pelo esta-belecimento hoteleiro com identi-ficação do hóspede.

30. Nova sistemática de encaminhamento das contas

Art. 42. A prestação de contas será encaminhada à Justiça Eleitoral em meio eletrônico pela internet, na forma deste artigo.

Inclusão proposta pelo GT – Propôs-se o aperfeiçoamento dos meios de entrega da prestação de contas, viailizando que a pres-tação de contas gerada no SPCE possa ser diretamente encaminhada à Justiça Eleitoral pela internet, prevenindo-se os habituais problemas de recepção das contas em mí-dia eletrônica nos protocolos da Justiça Eleitoral. Via de regra, a maciça maioria das contas a serem recebidas pela Justiça Eleitoral são entregues no último dia do prazo fixado para tal, ocorrendo inúmeros problemas de recepção eletrônica das con-tas, em grande parte originados da gera-ção incorreta de mídias e, por vezes, por problemas de rede da própria Justiça Elei-toral. Assim, viabilizando-se a entrega das contas pela internet, proporciona-se ao prestador de contas que esta etapa seja por ele dire-tamente realizada, em período inclusive anterior. Com a finalidade de certificar a recepção eletrônica das contas, a Justiça Eleitoral emitirá Extrato da Prestação de Contas (que conterá a qualificação do prestador das contas, o resumo da movimentação havida em campanha, além de espaço para assinatura), que impresso e assinado deverá ser protocolizado na Justiça Eleito-ral acompanhado dos documentos não gerados eletronicamente.

§ 1o Recebidas na base de dados da Justiça Eleitoral as informações de que trata o inciso I do art. 40, o sistema emitirá o Extrato da Presta-ção de Contas, certificando a entre-ga eletrônica, que deverá ser im-presso, assinado e, juntamente com os documentos a que se refere o inciso II do mesmo artigo, protocoli-zado no órgão competente para julgar as contas até o prazo fixado no art. 38. § 2o Apenas após a certificação de que o número de controle do Extrato da Prestação de Contas é idêntico àquele constante na base de dados da Justiça Eleitoral, será gerado o recibo de entrega.

COORDENADORIA DE CONTROLE INTERNO / TRESC

19

TEMA DISPOSITIVO

RES. TSE N. 23.406/2014 FUNDAMENTOS

Essa providência – de impressão e juntada de documentos – volta-se à composição do processo físico, já que não há previsão de implementação do processo judicial eletrô-nico de prestação de contas para as elei-ções vindouras. Registre-se, ainda, a ine-xistência, no procedimento, de certificação digital que pudesse assegurar a autentici-dade do envio e, ainda, a impossibilidade técnica atual de armazenar na rede da Jus-tiça Eleitoral um grande volume de dados que seria gerado a partir da digitalização dos documentos que compõem a presta-ção de contas. Todos esses fatores impe-dem, por enquanto, a apresentação das contas exclusivamente pela internet.

31. Impugnação da pres-tação de contas

Art. 43 Apresentadas as contas finais, a Justiça Eleitoral disponibi-lizará os respectivos dados em página da internet e determinará a imediata publicação de edital para que qualquer partido político, candidato ou coligação, bem co-mo o Ministério Público as impug-ne no prazo de 3 (três) dias.

Inovação incluída por ocasião da votação do texto pelo Plenário.

§ 1o A impugnação à prestação de contas deverá ser formulada em petição fundamentada dirigida ao Relator, que, ao recebê-la, abrirá vista ao prestador das con-tas para manifestação no prazo de 3 dias.

Inovação incluída por ocasião da votação do texto pelo Plenário.

§ 2o A ausência de impugnação não obsta a análise das contas pelos órgãos técnicos nem impe-de a atuação do Ministério Público Eleitoral como custos legis.

Inovação incluída por ocasião da votação do texto pelo Plenário – O conteúdo de eventual impugnação deve ser objeto de exame nas contas.

32. Responsabilidade pela comprovação da regulari-dade da origem dos re-cursos

Art. 44. A comprovação dos recursos financeiros arrecadados será feita mediante a apresentação dos canho-tos de recibos eleitorais emitidos e dos extratos bancários das contas de que tratam os arts. 12 e 13.

§ 2o Havendo indício de recurso recebido de fonte vedada apurado durante o exame, incumbe ao pres-tador de contas comprovar a regu-laridade da origem dos recursos.

Inovação incluída por ocasião da votação do texto pelo Plenário

33. Notificação de vice ou suplente e dos dirigentes partidários e de comitê

Art. 49. Havendo indício de irregula-ridade na prestação de contas, a Justiça Eleitoral poderá requisitar diretamente, ou por delegação, informações adicionais, bem como determinar diligências para a com-plementação dos dados ou para o saneamento das falhas (Lei no 9.504/97, art. 30, § 4o).

PRESTAÇÃO DE CONTAS - PRINCIPAIS INOVAÇÕES NORMATIVAS

20

TEMA DISPOSITIVO

RES. TSE N. 23.406/2014 FUNDAMENTOS

§ 1o As diligências mencionadas no caput devem ser cumpridas no pra-zo de 72 horas, a contar da intima-ção, que deverá ser especifica-mente dirigida:

Inclusão proposta pelo GT – Disciplinamento da necessidade de notificação também dos candidatos a vice ou suplente, consideran-do-se que a regra é a da prestação em con-junto do titular e seu vice ou suplente, para viabilizar a estes últimos o exercício do direi-to de manifestar-se nos autos, já que a deci-são que julga as contas afeta-os tal como ao titular. De igual sorte, considerando-se a apresen-tação de contas conjunta entre o partido político e seus respectivos comitês financei-ros e a previsão de única decisão, prevê-se a notificação de todos os dirigentes (do partido político e do comitê financeiro), sob pena de cerceamento do direito de defesa.

I – na hipótese de prestação de contas de candidato à eleição majoritária, ao titular, ao vice e ao suplente, ainda que substituídos; e II – nas demais hipóteses, ao can-didato, ou quando se tratar de prestação de contas de partido político, ao presidente e tesourei-ro da agremiação partidária e dos respectivos comitês.

34. Quebra dos sigilos fiscal e bancário

§ 4o O Relator poderá, em deci-são fundamentada, de ofício ou por provocação do órgão técnico, do Ministério Público ou do im-pugnante, determinar a quebra dos sigilos fiscal e bancário do candidato, dos partidos políticos, dos doadores ou dos fornecedo-res da campanha.

Inovação incluída por ocasião da votação do texto pelo Plenário

35. Disciplinamento das hipóteses de retificação de contas

Art. 50. A retificação das contas, parciais ou final, somente será per-mitida, sob pena de ser conside-rada inválida:

Inclusão proposta pelo GT – Ao longo do tempo, verifica-se que a retificação das con-tas tem sido utilizada como expediente para ajustar, a qualquer tempo e sem critério, informações prestadas sem consistência e confiabilidade à Justiça Eleitoral. Assim, propôs-se disciplinar as hipóteses em que a retificação de contas pode ocorrer de forma legítima e não casuística, quais sejam: em decorrência de diligências que impliquem na alteração das peças ou na ocorrência de erros materiais verificados espontaneamente e com antecedência ao apontamento da própria Justiça Eleitoral.

I – na hipótese de cumprimento de diligências que implicar a altera-ção das peças inicialmente apre-sentadas; II – voluntariamente, na ocorrência de erro material, detectado antes do pronunciamento técnico que aponte a falha.

§ 1o Em qualquer hipótese, a reti-ficação das contas obriga à apre-sentação de justificativas e, quan-do cabível, de documentos que comprovem a alteração realizada.

Inclusão proposta pelo GT – Manteve-se, de igual sorte, a obrigatoriedade de apresenta-ção de justificativas e de apresentação de documentos, uma vez que o procedimento de retificação de contas altera informações originariamente prestadas à Justiça Eleitoral, as quais se pressupõe serem verdadeiras e corretas.

§ 2o Não será admitida a retifica-ção da primeira prestação de con-tas parcial após o prazo inicial fixado para a apresentação da segunda parcial e, desta última, após o prazo inicial fixado para a prestação de contas final.

Inclusão proposta pelo GT – Fixou-se um marco para as retificações de contas parci-ais, já que estas representam um corte, no tempo, da arrecadação e gastos realizados. Assim, apresentada a próxima prestação de contas, não há fundamento para alteração da prestação de contas anterior, uma vez que nova prestação de contas já foi apre-sentada.

COORDENADORIA DE CONTROLE INTERNO / TRESC

21

TEMA DISPOSITIVO

RES. TSE N. 23.406/2014 FUNDAMENTOS

§ 3o Considerada inválida a retifi-cação, a unidade técnica registra-rá no parecer técnico conclusivo de que trata o § 3o do artigo ante-rior, a fim de que, por ocasião do julgamento, seja determinada a exclusão das informações retifi-cadas na base de dados da Justi-ça Eleitoral.

Inclusão proposta pelo GT – Previu-se, ain-da, que na hipótese de descumprimento das regras de retificação das contas, tais altera-ções não permaneçam na base de dados da Justiça Eleitoral, posto que ausentes os elementos necessários às modificações. Assim, por ocasião do julgamento das con-tas propôs-se fosse determinada a sua ex-clusão. Registra-se que a base de dados da Justiça Eleitoral é fonte de consulta pela sociedade e deve refletir as informações efetivamente aceitas nos autos em que as contas foram processadas.

36. Obrigatoriedade de vista ao prestador de contas

Art. 51. Emitido parecer técnico conclusivo pela existência de irregu-laridades e/ou impropriedades so-bre as quais não se tenha dado oportunidade de manifestação ao prestador de contas, a Justiça Elei-toral o notificará para, querendo, manifestar-se no prazo de 72 horas, a contar da notificação.

Parágrafo único. O disposto neste artigo também será aplicável quando o Ministério Público Elei-toral apresentar parecer pela re-jeição das contas por motivo que não tenha sido anteriormente i-dentificado ou considerado pelo órgão técnico.

Inovação incluída por ocasião da votação do texto pelo Plenário

37. Exame técnico de contas julgadas não prestadas

Art. 54. A Justiça Eleitoral verificará a regularidade das contas, decidin-do (Lei n. 9.504/97, art. 30, caput): [...]

IV – pela não prestação, quando: a) não apresentadas, as informa-ções e os documentos de que trata o art. 40 desta resolução;

b) não reapresentada a prestação de contas, nos termos previstos no § 3o do art. 42 e no § 3o do art. 49 desta resolução;

c) apresentadas as contas desa-companhadas de documentos que possibilitem a análise dos recursos arrecadados e dos gastos realiza-dos na campanha, cuja falta não seja suprida no prazo de 72 horas, contado da notificação do respon-sável.

§ 2o Na hipótese do parágrafo anterior, as contas apresentadas serão submetidas a exame técni-co tão somente para verificação de eventual existência de recursos de fontes vedadas, de origem não identificada e da ausência de

Inclusão proposta pelo GT – Considerando-se a natureza judicial das prestações de contas, uma vez transitada em julgado a decisão que as considera não prestadas, resta impossibilitado o seu julgamento, con-soante dispõe o parágrafo anterior. Contudo, o prestador de contas que enca-

PRESTAÇÃO DE CONTAS - PRINCIPAIS INOVAÇÕES NORMATIVAS

22

TEMA DISPOSITIVO

RES. TSE N. 23.406/2014 FUNDAMENTOS

comprovação ou irregularidade na aplicação de recursos oriundos do Fundo Partidário, com posteri-or encaminhamento ao Ministério Público.

minha tardiamente as suas contas, após ter sobre suas contas esse julgamento, não raras vezes traz à Justiça Eleitoral informa-ções que podem revelar a ocorrência de uma série de ilícitos, razão pela qual se tais informações devem ser submetidas a exame técnico para posterior encaminhamento ao Ministério Público. A não examinar-se tais documentos, corre-se o risco real, por exemplo, de recebimento de recursos do Fundo Partidário por presta-dores que jamais sejam instados a devolver tais recursos, de cuja aplicação não houve prestação de contas, podendo tornar vanta-josa a omissão no dever de prestar contas, já que a Justiça Eleitoral jamais se manifes-taria sobre a sua regularidade e, portanto, não determinaria a sua devolução.

38. Abrangência do jul-gamento de contas de candidato

Art. 55. A decisão que julgar as contas do candidato às eleições majoritárias abrangerá as de vice e as de suplentes, ainda que substi-tuídos.

Inclusão proposta pelo GT – O disciplina-mento buscou suprir a lacuna atualmente existente, propondo-se como regra a pres-tação de contas em conjunto entre o titular e seu vice ou suplentes.

39. Possibilidade de pres-tação de contas em sepa-rado por vice e suplentes

Parágrafo único. Se, no prazo legal, o titular não prestar contas, vice e suplentes, ainda que substituídos, poderão fazê-lo separadamente, no prazo de 72 horas contado da notifi-cação de que trata o art. 38, hipótese em que terão suas contas julgadas independentemente das contas do titular, salvo se o titular, em igual prazo, apresentar as suas contas, hipótese na qual os respectivos processos serão apen-sados e examinados em conjunto.

Inclusão proposta pelo GT – Por outro lado, previu-se que, na hipótese de omissão do titular, o vice ou suplente possa prestar suas contas separadamente, para não arcar com o ônus da omissão do titular. Final do dispositivo incluído por ocasião da votação do texto em Plenário.

40. Abrangência do jul-gamento das contas do partido político e possibi-lidade de responsabiliza-ção pessoal de dirigentes

Art. 56. A Justiça Eleitoral decidirá pela regularidade das contas do par-tido político, que abrangerá a movi-mentação realizada pelos seus respectivos comitês financeiros.

Inclusão proposta pelo GT – Considerando-se a prestação de contas conjunta de diretó-rio partidário e respectivos comitês financei-ros, previu-se a possibilidade de responsabi-lização de dirigentes separadamente, na hipótese de ocorrência de infração às nor-mas, uma vez que a gestão dos recursos dos comitês financeiros do partido político ocorre sob responsabilidade de seus res-pectivos dirigentes, ainda que estes sejam órgãos do próprio partido. Viabiliza-se, outrossim, que a grei partidária não sofra múltiplas sanções em razão de mesma eleição, o que poderia ocorrer caso as contas fossem apresentadas separada-mente. O Plenário disciplinou, adicionalmente, que a referida responsabilização dos dirigentes ocorre em processos específicos e em foros competentes.

Parágrafo único. Na hipótese de infração às normas legais, os diri-gentes partidários e/ou do comitê financeiro poderão ser responsa-bilizados pessoalmente, em pro-cessos específicos a serem ins-taurados nos foros competentes.

COORDENADORIA DE CONTROLE INTERNO / TRESC

23

41. Alteração do procedi-mento de devolução de recursos do Fundo Parti-dário

Art. 57. A decisão que julgar as contas dos candidatos eleitos será publicada em até 8 dias antes da diplomação (Lei n. 9.504/97, art. 30, § 1o).

Parágrafo único. Na hipótese de gastos irregulares de recursos do Fundo Partidário ou da ausência de sua comprovação, a decisão que julgar as contas determinará a devo-lução do valor correspondente ao Tesouro Nacional, no prazo de 5 dias após o seu trânsito em julgado, sob pena de remessa dos autos à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para fins de cobrança.

Inclusão proposta pelo GT em relação ao encaminhamento da questão à Procuradori-a, uniformizando os procedimentos quando houver sanção pecuniária ou obrigação de devolução de recursos.

42. Prestação de informa-ções por diretórios muni-cipais

Art. 64. No prazo fixado para as prestações de contas parciais e final, os órgãos partidários muni-cipais prestarão informações à Justiça Eleitoral sobre a aplicação de recursos que eventualmente realizarem para as campanhas eleitorais.

Após deliberação da ASESP e da assessoria dos Ministros pelo não julgamento de contas dos órgãos municipais, instituiu-se o proce-dimento de prestação de informações, aos moldes do SPCE, para viabilizar o coteja-mento das informações financeiras de cam-panha realizadas por aquelas greis partidá-rias. Todo o procedimento de encaminha-mento das informações segue o rito de uma prestação de contas, diferenciando-se desta pela ausência de julgamento.

§ 1o Para os fins do caput deste artigo, os órgãos partidários mu-nicipais devem utilizar o SPCE. § 2o Os órgãos partidários muni-cipais estarão sujeitos, no que couber, às regras de aplicação de recursos previstas nesta resolu-ção, devendo: I – manter a documentação com-probatória das operações realiza-das; II – fornecer documentos e infor-mações aos órgãos partidários hierarquicamente superiores, para atendimento de eventuais diligên-cias realizadas pela Justiça Eleito-ral. § 3o As informações referidas no parágrafo anterior: I – não serão objeto de julgamento específico pelo Juiz Eleitoral; II – poderão ser utilizadas para subsidiar o exame das contas de campanha; III – serão examinadas por ocasi-ão do julgamento da prestação de contas anual subsequente. Art. 65. As informações a serem prestadas pelos órgãos partidários municipais, de que trata o art. 64, serão encaminhadas à Justiça Eleito-ral em meio eletrônico pela internet. § 1o Recebidas as informações na base de dados da Justiça Eleitoral, o sistema emitirá o Resumo das

PRESTAÇÃO DE CONTAS - PRINCIPAIS INOVAÇÕES NORMATIVAS

24

Informações de Diretórios Munici-pais Relativas à Campanha Eleitoral de 2014, certificando a entrega eletrônica, que deverá ser impres-so, assinado e protocolizado no Juízo Eleitoral respectivo. § 2o Apenas após a certificação de que o número de controle do Re-sumo das Informações de Diretó-rios Municipais Relativas à Campa-nha Eleitoral de 2014 é idêntico àquele constante da base de dados da Justiça Eleitoral, será gerado o recibo de entrega. § 3o Ausente o número de controle no Resumo das Informações de Diretórios Municipais Relativas à Campanha Eleitoral de 2014, ou sendo divergente daquele constante da base de dados da Justiça Eleito-ral, o SPCE emitirá aviso com a in-formação de impossibilidade técnica de sua recepção, fazendo-se neces-sária a sua reapresentação.

43. Fiscalização concomi-tante

Art. 66. Durante todo o processo eleitoral, a Justiça Eleitoral poderá fiscalizar a arrecadação e aplica-ção de recursos, visando subsidi-ar a análise das prestações de contas.

Inclusão proposta pelo GT – Disciplinamento do procedimento do exercício da fiscaliza-ção pela Justiça Eleitoral durante todo o processo eleitoral, compreendendo-se que a fiscalização nesses moldes traz eficácia significativa ao processo. Previu-se, assim, que seja precedido de autorização formal e de credenciamento dos servidores que a exercerão, viabilizando-se posteriormente o registro informatizado dos dados para confronto por ocasião do exame da prestação de contas. Na hipótese de ser necessária a fiscalização em município distinto da Sede, propôs-se a atuação integrada da Justiça Eleitoral, va-lendo-se do juízo de primeiro grau para a coleta de informações a respeito da fiscali-zação da arrecadação e aplicação de recur-sos. Tais informações, de qualquer sorte, permanecem sendo objeto de exame pelos Tribunais a quem compete examinar a regu-laridade das contas.

§ 1o A fiscalização a que alude o caput será: I – precedida de autorização do Relator do processo ou, se não houver, do Presidente do Tribunal, que designará, entre os servidores da Justiça Eleitoral, fiscais ad hoc, devidamente credenciados para sua atuação; II – registrada no SPCE para con-fronto com as informações lança-das na prestação de contas. § 2o Na hipótese de a fiscalização ocorrer em Município diferente da sede do Tribunal, o Relator do pro-cesso ou, se não houver, o Presi-dente do Tribunal poderá solicitar ao juiz da respectiva circunscrição eleitoral que designe servidor da zona eleitoral para exercer a referi-da fiscalização.

44. Dissidência partidária Art. 72. Na hipótese de dissidên-cia partidária, qualquer que seja o julgamento a respeito da legitimi-dade da representação, o candi-dato, o partido político e o comitê financeiro dissidentes estão sujei-tos às normas de arrecadação e aplicação de recursos desta reso-lução, devendo apresentar a sua

Inclusão proposta pelo GT – Houve o discipli-namento da dissidência partidária, evitando as ocorrências verificadas no pleito de 2012, para o qual não havia regramento quanto a tais situ-ações. Propôs-se que, ainda que verificada a dissidên-cia, o dissidente preste suas contas à Justiça Eleitoral, para que essa possa exercer o exame

COORDENADORIA DE CONTROLE INTERNO / TRESC

25

respectiva prestação de contas à Justiça Eleitoral para exame de regularidade.

de regularidade da arrecadação e aplicação de recursos realizada em campanha, responsabili-zando-se, nessa hipótese, diretamente seus dirigentes. Parágrafo único. Nessa hipótese,

a responsabilidade pela regulari-dade das contas recai pessoal-mente sobre os respectivos diri-gentes e candidato dissidentes, em relação às suas próprias con-tas.

45. Representação para apuração de condutas em desacordo com a legis-lação

Art. 73. A partir do registro da candidatura até 15 dias contados da diplomação, qualquer partido político ou coligação poderá re-presentar à Justiça Eleitoral rela-tando fatos e indicando provas, e pedir a abertura de investigação judicial para apurar condutas em desacordo com a legislação rela-tivas à arrecadação e gastos de recursos.

Inovação incluída por ocasião da votação do texto pelo Plenário

Editoração: Seção de Publicações Técnico-Eleitorais / CGI