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Princípios Penais e Processuais Penais · DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL MILITAR..... 321 PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA ..... 327 ... Nem sequer a prerrogativa de foro dos deputados

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  • SUMRIO PRINCPIOS PENAIS E PROCESSUAIS PENAIS ....................................................................... 5

    PRINCPIO DA AMPLA DEFESA .................................................................................................................. 9 PRINCPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA .................................................................................... 15 PRINCPIO DA IDENTIDADE FSICA DO JUIZ ............................................................................................. 18 PRINCPIO DA INDIVIDUALIZAO DA PENA ........................................................................................... 18 PRINCPIO DA INSIGNIFICNCIA .............................................................................................................. 21 PRINCPIO DA ISONOMIA ......................................................................................................................... 37 PRINCPIO DA LEGALIDADE .................................................................................................................... 39 PRINCPIO DA MOTIVAO ..................................................................................................................... 40 PRINCPIO DA NO AUTOINCRIMINAO ............................................................................................... 45 PRINCPIO DA NON REFORMATIO IN PEJUS ............................................................................................. 47 PRINCPIO DA PRESUNO DE INOCNCIA .............................................................................................. 51 PRINCPIO DA PUBLICIDADE ................................................................................................................... 57 PRINCPIO DA RAZOVEL DURAO DO PROCESSO ............................................................................... 58 PRINCPIO DO CONTRADITRIO .............................................................................................................. 63 PRINCPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL ............................................................................................... 66 PRINCPIO DO JUIZ NATURAL ................................................................................................................. 69 PRINCPIO DO NON BIS IN IDEM .............................................................................................................. 72

    APLICAO DA LEI PENAL .................................................................................................... 76

    DOLO / CULPA ........................................................................................................................... 84

    IMPUTABILIDADE .................................................................................................................... 89

    CONCURSO DE PESSOAS ......................................................................................................... 91

    PENA RESTRITIVA DE DIREITO ............................................................................................. 96

    MULTA ....................................................................................................................................... 98

    SUBSTITUIO DA PENA ...................................................................................................... 100

    CIRCUNSTNCIAS JUDICIAIS .............................................................................................. 103

    QUALIFICADORAS ................................................................................................................. 112

    PRIVILGIOS........................................................................................................................... 116

    AGRAVANTES ......................................................................................................................... 118

    ATENUANTES .......................................................................................................................... 121

    CAUSAS DE AUMENTO DE PENA .......................................................................................... 124

    CAUSAS DE DIMINUIO DE PENA ..................................................................................... 128

    CONCURSO DE CRIMES ......................................................................................................... 133 CONCURSO FORMAL ............................................................................................................................. 133 CONCURSO MATERIAL ......................................................................................................................... 134 CRIME CONTINUADO ............................................................................................................................ 135

    SUSPENSO CONDICIONAL DA PENA ................................................................................. 141

    EFEITOS DA CONDENAO .................................................................................................. 143

  • EXECUO DA PENA ............................................................................................................. 147 COMUTAO DA PENA ......................................................................................................................... 160 DETRAO DA PENA ............................................................................................................................ 161 EXECUO PROVISRIA DA PENA ........................................................................................................ 162 LIVRAMENTO CONDICIONAL DA PENA ................................................................................................. 165 REGIME DE CUMPRIMENTO DA PENA .................................................................................................... 168

    MEDIDA DE SEGURANA ...................................................................................................... 179

    EXTINO DA PUNIBILIDADE ............................................................................................. 181 ANISTIA / GRAA / INDULTO ................................................................................................................ 185 PRESCRIO ......................................................................................................................................... 188

    CRIMES EM ESPCIE ............................................................................................................. 198 CRIMES CONTRA A PESSOA .................................................................................................................. 202

    Crimes Contra a Vida ..................................................................................................................... 202 Crimes Contra a Honra .................................................................................................................. 204

    CRIMES CONTRA O PATRIMNIO ........................................................................................................... 209 CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL ............................................................................................... 218 CRIMES CONTRA A PAZ PBLICA .......................................................................................................... 222

    Apologia e Incitao ao Crime ....................................................................................................... 222 Associao Criminosa .................................................................................................................... 224

    CRIMES CONTRA A F PBLICA ............................................................................................................ 225 CRIMES CONTRA A ADMINISTRAO PBLICA ..................................................................................... 229

    Crimes Praticados por Funcionrio Pblico contra a Administrao em Geral ........................... 229 Crimes Praticados por Particular contra a Administrao em Geral ............................................ 237 Crimes Praticados Contra a Administrao da Justia .................................................................. 242

    ARMAS ................................................................................................................................................. 244 CRIANA E ADOLESCENTE ................................................................................................................... 251 CRIME HEDIONDO ................................................................................................................................ 256 CRIMES DE RESPONSABILIDADE ........................................................................................................... 258 DROGAS ............................................................................................................................................... 261 FALNCIA ............................................................................................................................................. 276 LAVAGEM DE CAPITAIS ........................................................................................................................ 278 LICITAO ........................................................................................................................................... 283 MEIO AMBIENTE .................................................................................................................................. 286 ORDEM TRIBUTRIA, ORDEM ECONMICA E RELAES DE CONSUMO ............................................... 289 ORGANIZAO CRIMINOSA .................................................................................................................. 295 PREVIDNCIA SOCIAL ........................................................................................................................... 296 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ......................................................................................................... 300 TRNSITO ............................................................................................................................................. 304 VIOLNCIA DOMSTICA ....................................................................................................................... 308

    CONTRAVENO PENAL ...................................................................................................... 311

    DIREITO PENAL DO TRABALHO .......................................................................................... 314

    DIREITO PENAL ELEITORAL ............................................................................................... 316

    DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL MILITAR ........................................................... 321 PRINCPIO DA INSIGNIFICNCIA ............................................................................................................ 327 CRIMES EM ESPCIE .............................................................................................................................. 330 COMPETNCIA / JURISDIO ................................................................................................................ 334 EXTINO DA PUNIBILIDADE ............................................................................................................... 341 NULIDADES .......................................................................................................................................... 343

    INQURITO POLICIAL ........................................................................................................... 348

    INQURITO JUDICIAL ........................................................................................................... 358

    AO PENAL ........................................................................................................................... 359

    DENNCIA ............................................................................................................................... 371

  • QUEIXA .................................................................................................................................... 388

    COMPETNCIA / JURISDIO .............................................................................................. 391 CONEXO / CONTINNCIA .................................................................................................................... 413 EXCEES / SUSPEIO / IMPEDIMENTO............................................................................................... 418 PRERROGATIVA DE FUNO ................................................................................................................. 422 PREVENO.......................................................................................................................................... 428

    DIREITO DE DEFESA .............................................................................................................. 431 AUTODEFESA ........................................................................................................................................ 436 DEFESA PRELIMINAR ............................................................................................................................ 438 DEFESA TCNICA ................................................................................................................................. 441 RESPOSTA ACUSAO ....................................................................................................................... 447 SUSTENTAO ORAL ............................................................................................................................ 448

    PROVAS .................................................................................................................................... 452 COLABORAO PREMIADA .................................................................................................................. 457 DILIGNCIA .......................................................................................................................................... 462 INTERCEPTAO TELEFNICA .............................................................................................................. 466 INTERROGATRIO ................................................................................................................................. 473 PERCIA ................................................................................................................................................ 478 PROVA DOCUMENTAL .......................................................................................................................... 480 PROVA ILCITA ..................................................................................................................................... 481 PROVA TESTEMUNHAL ......................................................................................................................... 489

    MINISTRIO PBLICO ........................................................................................................... 494

    PRISO ..................................................................................................................................... 500 PRISO DOMICILIAR ............................................................................................................................. 503 PRISO EM FLAGRANTE ........................................................................................................................ 506 PRISO PREVENTIVA ............................................................................................................................ 508 PRISO TEMPORRIA ........................................................................................................................... 528

    LIBERDADE PROVISRIA ..................................................................................................... 529

    MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISO ................................................................ 532

    ATOS DE COMUNICAO PROCESSUAL ............................................................................ 536 CARTA DE ORDEM ................................................................................................................................ 536 CARTA PRECATRIA............................................................................................................................. 536 CARTA ROGATRIA .............................................................................................................................. 537 CITAO .............................................................................................................................................. 537 INTIMAO ........................................................................................................................................... 540 NOTIFICAO ....................................................................................................................................... 548

    PRAZOS .................................................................................................................................... 549

    TRIBUNAL DO JRI ................................................................................................................ 556 COMPETNCIA ...................................................................................................................................... 561 NULIDADES .......................................................................................................................................... 564 PLENITUDE DE DEFESA ......................................................................................................................... 567 PRONNCIA .......................................................................................................................................... 568 QUESITAO ........................................................................................................................................ 573 RECURSOS ............................................................................................................................................ 575 SIGILO DAS VOTAES ......................................................................................................................... 577 SOBERANIA DOS VEREDICTOS .............................................................................................................. 577

    NULIDADES ............................................................................................................................. 580 AUSNCIA DE NULIDADES .................................................................................................................... 581 NULIDADE RECONHECIDA .................................................................................................................... 590 ABSOLUTA ........................................................................................................................................... 594 RELATIVA ............................................................................................................................................. 595

  • RECURSOS ............................................................................................................................... 598

    REVISO CRIMINAL .............................................................................................................. 612

    HABEAS CORPUS ..................................................................................................................... 615 CABVEL ............................................................................................................................................... 615 INCABVEL ............................................................................................................................................ 623 PREJUDICADO ....................................................................................................................................... 639 RECURSO EM HABEAS CORPUS............................................................................................................. 641

    QUESTES DIVERSAS ............................................................................................................ 645

    TRATADOS INTERNACIONAIS ............................................................................................. 648

    JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL ........................................................................................... 651 SUSPENSO CONDICIONAL DO PROCESSO SURSIS PROCESSUAL ........................................................ 653 TRANSAO PENAL .............................................................................................................................. 657

    TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL .................................................................................. 659

  • PRINCPIOS PENAIS E PROCESSUAIS PENAIS

    A teratologia ou abuso de poder ou flagrante ilegalidade no se caracteriza pelo fato dos membros do Ministrio Pblico legitimados para atuar perante a 1 instncia da Justia do Distrito Federal e Territrios alterarem a estratgia acusatria que fora adotada pelos agentes ministeriais legitimados para atuar perante o STJ e o TJDFT, uma vez que, independentemente de eventual subordinao administrativa, no h, quanto atividade-fim, dado o princpio da independncia funcional que basilar atuao do Ministrio Pblico, qualquer espcie de vinculao tcnica entre os membros da instituio que atuam perante instncias diversas. O princpio da independncia funcional est diretamente atrelado atividade finalstica desenvolvida pelos membros do Ministrio Pblico, gravitando em torno das garantias (a) de uma atuao livre no plano tcnico-jurdico, isto , sem qualquer subordinao a eventuais recomendaes exaradas pelos rgos superiores da instituio; e (b) de no poder ser responsabilizado pelos atos praticados no estrito exerccio de suas funes. Consoante o postulado do promotor natural, a definio do membro do Ministrio Pblico competente para oficiar em um um caso deve observar as regras previamente estabelecidas pela instituio para distribuio de atribuies em um determinado foro de atuao, obstando-se a interferncia hierrquica indevida da chefia do rgo por meio de eventuais designaes especiais. A proteo efetiva e substancial ao princpio do promotor natural impede que o superior hierrquico designe o promotor competente bem como imponha a orientao tcnica a ser observada. Os subprincpios da imparcialidade e do livre convencimento so corolrios do princpio da independncia funcional assegurado aos membros do Ministrio Pblico, sem qualquer prejuzo ao postulado da obrigatoriedade que, como regra, pauta a ao penal pblica no sistema jurdico brasileiro. Consectariamente, ostenta o membro do Ministrio Pblico plena liberdade funcional no apenas na avaliao inicial que faz, ao final da fase de investigao, para aferir a existncia de justa causa para o oferecimento da pea acusatria; como tambm no exame que realiza, ao final da instruo processual, quanto comprovao dos indcios de autoria originariamente cogitados, sendo certo que a imparcialidade na formao da opinio delicti se efetiva na hiptese em que o membro do Ministrio Pblico efetivamente livre na formao de seu convencimento, o que implica dizer, por bvio, que sua atuao de modo algum poder ser vinculada a eventual valorao tcnico-jurdica pretrita dos fatos sob avaliao, mesmo que proveniente de outro membro da instituio que possua atribuio para atuar em instncia superior quele primeiro. In casu, irrelevante que outros membros do Ministrio Pblico com atribuio para atuar em instncia superior, em virtude da anlise dos mesmos fatos, tenham, anteriormente, oferecido denncia de diferente teor em face do ora paciente, uma vez que, conforme devidamente reconhecido pelos rgos jurisdicionais a que submetida a pretenso, no eram aqueles, porquanto incompetente o juzo, os promotores naturais para exercer a pretenso acusatria. Consectariamente, possuindo o promotor natural -- aquele com atribuio para atuar na 1 instncia -- entendimento jurdico diverso e no se encontrando tecnicamente subordinado queles primeiros, no h qualquer nulidade na alterao do teor da pea acusatria que fora por eles oferecida. [HC 137.637, rel. min. Luiz Fux, j. 6-3-2018, 1 T, DJE de 25-4-2018.]

    Ningum pode ser punido por fato que no lhe foi irrogado, eis que a denncia fixa os limites da atuao do magistrado, que no poder decidir alm ou fora da imputao, sob pena, como visto, de violao ao princpio da congruncia, ou correlao entre acusao e sentena penal. Trata-se de relevante princpio processual, assim como o contraditrio, a ampla defesa, a inrcia da jurisdio e o devido processo legal. [HC 129.284, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 17-10-2017, 2 T, DJE de 7-2-2018.]

    http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=14713679http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=14308896
  • PRINCPIOS PENAIS E PROCESSUAIS PENAIS

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    SUMRIO

    Denncia oferecida por membro do Ministrio Pblico atuante em vara criminal comum e recebida pelo juzo do Tribunal do Jri. Violao ao princpio do promotor natural. Inocorrncia. Princpios da unidade e indivisibilidade do Ministrio Pblico. [HC 114.093, rel. p/ o ac. min. Alexandre de Moraes, j. 3-10-2017, 1 T, DJE de 21-2-2018.]

    Alegao de transgresso aos arts. 129 e 144, 1, I, e 4, e 93, IX, da CF, por violao ao princpio do promotor natural. O recorrente era, na poca das investigaes, deputado estadual. Aduziu que, por ter prerrogativa de foro, o procurador-geral de Justia no poderia ter delegado a promotor o acompanhamento das investigaes. A Lei Orgnica do Ministrio Pblico do Estado do Paran permite ao procurador-geral de Justia delegar a membro do Ministrio Pblico suas atribuies. Nem sequer a prerrogativa de foro dos deputados estaduais decorre da CF art. 96, III. [ARE 1.037.746 AgR, rel. min. Gilmar Mendes, j. 1-8-2017, 2 T, DJE de 16-8-2017.]

    O princpio processual penal do favor rei no ilide a possibilidade de utilizao de presunes hominis ou facti, pelo juiz, para decidir sobre a procedncia do ius puniendi, mxime porque o CPP prev expressamente a prova indiciria, definindo-a no art. 239 como "a circunstncia conhecida e provada, que, tendo relao com o fato, autorize, por induo, concluir-se a existncia de outra ou outras circunstncias". [HC 103.118, rel. min. Luiz Fux, j. 20-3-2012, 1 T, DJE de 16-4-2012.]

    Reconhecimento da falta grave que implicou a perda integral dos dias remidos. Impossibilidade. (...) A nova redao conferida pela Lei 12.433/2011 ao art. 127 da LEP limita ao patamar mximo de 1/3 a revogao do tempo a ser remido. Por se tratar de uma novatio legis in mellius, nada impede que ela retroaja para beneficiar o paciente no caso concreto. Princpio da retroatividade da lei penal menos gravosa. [RHC 109.847, rel. min. Dias Toffoli, j. 22-11-2011, 1 T, DJE de 6-12-2011.] = HC 110.566, rel. min. Ayres Britto, j. 28-2-2012, 2 T, DJE de 8-6-2012.

    No h se subestimar a natureza subsidiria, fragmentria do direito penal, que s deve ser acionado quando os outros ramos do direito no sejam suficientes para a proteo dos bens jurdicos envolvidos. [HC 96.370, rel. min. Crmen Lcia, j. 18-10-2011, 1 T, DJE de 2-3-2012.]

    A Lei 12.403/2011, na parte em que alterou o quantum da pena mxima para concesso de fiana, nitidamente processual e por isso se aplica o princpio do tempus regit actum, no o da retroatividade da lei penal mais benfica. [ARE 644.850 ED, rel. min. Gilmar Mendes, j. 18-10-2011, 2 T, DJE de 4-11-2011.]

    Violao do Princpio do Promotor Natural. Inocorrncia. (...) No caso, a designao prvia e motivada de um promotor para atuar na sesso de julgamento do Tribunal do Jri da Comarca de Santa Izabel do Par se deu em virtude de justificada solicitao do promotor titular daquela localidade, tudo em estrita observncia aos arts. 10, IX, f, parte final, e 24, ambos da Lei 8.625/1993. Ademais, o promotor designado j havia atuado no feito quando do exerccio de suas atribuies na Promotoria de Justia da referida comarca. [HC 103.038, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 11-10-2011, 2 T, DJE de 27-10-2011.]

    Ante o crime perpetrado, h de adotar-se o princpio unitrio relativo incidncia de normas. Mostrando-se mais favorvel a lei posterior, cumpre observ-la, pouco importando que, com isso, a pena-base seja superior inicialmente prevista. O benefcio aquilatado a partir do resultado final decorrente da dosimetria da pena. [HC 104.193, rel. min. Marco Aurlio, j. 9-8-2011, 1 T, DJE de 29-8-2011.]

    O STF tem entendimento de que nulidade quanto dosimetria da pena "no vicia inteiramente a sentena e o acrdo das instncias inferiores, mas diz respeito apenas ao critrio adotado para a fixao da pena. Tudo o mais neles decidido vlido, em face do princpio utile per inutile non vitiatur". (HC 59.950/RJ, rel. min. Moreira Alves, DJ de 1-11-1982).

    http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=14349027http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=13369651http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1909800http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1607287http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=2156724http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1787077http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=629314http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=629176http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=626785http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=67116
  • PRINCPIOS PENAIS E PROCESSUAIS PENAIS

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    SUMRIO

    [HC 94.888, rel. min. Ellen Gracie, j. 24-11-2009, 2 T, DJE de 11-12-2009.] = HC 111.735, rel. min. Luiz Fux, j. 11-12-2012, 1 T, DJE de 18-2-2013

    Lei do Crime Organizado (art. 7). Vedao legal apriorstica de liberdade provisria. Conveno de Parlermo (art. 11). Inadmissibilidade de sua invocao. (...) Clusulas inscritas nos textos de tratados internacionais que imponham a compulsria adoo, por autoridades judicirias nacionais, de medidas de privao cautelar da liberdade individual, ou que vedem, em carter imperativo, a concesso de liberdade provisria, no podem prevalecer em nosso sistema de direito positivo, sob pena de ofensa presuno de inocncia, entre outros princpios constitucionais que informam e compem o estatuto jurdico daqueles que sofrem persecuo penal instaurada pelo Estado. A vedao apriorstica de concesso de liberdade provisria repelida pela jurisprudncia do STF, que a considera incompatvel com a presuno de inocncia e com a garantia do due process, entre outros princpios consagrados na Constituio da Repblica, independentemente da gravidade objetiva do delito. Precedente: ADI 3.112/DF. A interdio legal in abstracto, vedatria da concesso de liberdade provisria, incide na mesma censura que o Plenrio do STF estendeu ao art. 21 do Estatuto do Desarmamento (ADI 3.112/DF), considerados os postulados da presuno de inocncia, do due process of law, da dignidade da pessoa humana e da proporcionalidade, analisado este na perspectiva da proibio do excesso. O legislador no pode substituir-se ao juiz na aferio da existncia de situao de real necessidade capaz de viabilizar a utilizao, em cada situao ocorrente, do instrumento de tutela cautelar penal. Cabe, unicamente, ao Poder Judicirio aferir a existncia, ou no, em cada caso, da necessidade concreta de se decretar a priso cautelar. [HC 94.404, rel. min. Celso de Mello, j. 18-11-2008, 2 T, DJE de 18-6-2010.]

    Descaminho. Montante dos impostos no pagos. (...) De acordo com o art. 20 da Lei 10.522/2002, na redao dada pela Lei 11.033/2004, os autos das execues fiscais de dbitos inferiores a dez mil reais sero arquivados, sem baixa na distribuio, mediante requerimento do procurador da Fazenda Nacional, em ato administrativo vinculado, regido pelo princpio da legalidade. O montante de impostos supostamente devido pelo paciente inferior ao mnimo legalmente estabelecido para a execuo fiscal, no constando da denncia a referncia a outros dbitos em seu desfavor, em possvel continuidade delitiva. Ausncia, na hiptese, de justa causa para a ao penal, pois uma conduta administrativamente irrelevante no pode ter relevncia criminal. Princpios da subsidiariedade, da fragmentariedade, da necessidade e da interveno mnima que regem o direito penal. [HC 92.438, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 19-8-2008, 2 T, DJE de 19-12-2008.] = HC 97.096, rel. min. Dias Toffoli, j. 4-5-2010, 1 T, DJE de 4-6-2010 Vide HC 122.213, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 27-5-2014, 2 T, DJE de 12-6-2014 Vide HC 100.367, rel. min. Luiz Fux, j. 9-8-2011, 1 T, DJE de 8-9-2011 Vide HC 97.257, rel. min. Marco Aurlio, j. 5-10-2010, 1 T, DJE de 2-12-2010 Vide HC 101.068, rel. min. Eros Grau, j. 2-2-2010, 2 T, DJE de 7-5-2010

    Nenhuma afronta ao princpio do promotor natural h no pedido de arquivamento dos autos do inqurito policial por um promotor de justia e na oferta da denncia por outro, indicado pelo procurador-geral de Justia, aps o juzo local ter considerado improcedente o pedido de arquivamento. [HC 92.885, rel. min. Crmen Lcia, j. 29-4-2008, 1 T, DJE de 20-6-2008.]

    Inqurito. Arquivamento implcito. A ordem jurdica em vigor no contempla o arquivamento implcito do inqurito, presentes sucessivas manifestaes do Ministrio Pblico visando a diligncias. Promotor natural. Alcance. O princpio do promotor natural est ligado persecuo criminal, no alcanando inqurito, quando, ento, ocorre o simples pleito de diligncias para elucidar dados relativos prtica criminosa. A subscrio da denncia pelo promotor da comarca e por promotores auxiliares no a torna, ante a subscrio destes ltimos, margem do direito. [RHC 93.247, rel. min. Marco Aurlio, j. 18-3-2008, 1 T, DJE de 2-5-2008.] Vide RHC 95.141, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 6-10-2009, 1 T, DJE de 23-10-2009

    Vige em nosso sistema o princpio do livre convencimento motivado ou da persuaso racional, segundo o qual compete ao juiz da causa valorar com ampla liberdade os elementos de prova

    http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=606672http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=3409483http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=491806http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=491806http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=491806http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=612361http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=570165http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=612012http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=6135703http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=627120http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=617540http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=610593http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=535039&codigoClasse=349&numero=92885&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=524405&codigoClasse=419&numero=93247&siglaRecurso=&classe=RHChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=604590&idDocumento=&codigoClasse=419&numero=95141&siglaRecurso=&classe=RHC
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    SUMRIO

    constantes dos autos, desde que o faa motivadamente, com o que se permite a aferio dos parmetros de legalidade e razoabilidade adotados nessa operao intelectual. No vigora mais entre ns o sistema das provas tarifadas, segundo o qual o legislador estabelecia previamente o valor, a fora probante de cada meio de prova. Tem-se, assim, que a confisso do ru, quando desarmnica com as demais provas do processo, deve ser valorada com reservas. Inteligncia do art. 197 do CPP. A sentena absolutria de primeiro grau apontou motivos robustos para pr em dvida a autoria do delito. Malgrado a confisso havida, as demais provas dos autos sustentam, quando menos, a aplicao do princpio do favor rei. [RHC 91.691, rel. min. Menezes Direito, j. 19-2-2008, 1 T, DJE de 25-4-2008.]

    Para a teoria moderna -- que d realce primacial aos princpios da necessidade da incriminao e da lesividade do fato criminoso --, o cuidar-se de crime de mera conduta -- no sentido de no se exigir sua configurao um resultado material exterior ao -- no implica admitir sua existncia independentemente de leso efetiva ou potencial ao bem jurdico tutelado pela incriminao da hiptese de fato. raciocnio que se funda em axiomas da moderna teoria geral do direito penal; para o seu acolhimento, convm frisar, no necessrio, de logo, acatar a tese mais radical que erige a exigncia da ofensividade a limitao de raiz constitucional ao legislador, de forma a proscrever a legitimidade da criao por lei de crimes de perigo abstrato ou presumido: basta, por ora, aceit-los como princpios gerais contemporneos da interpretao da lei penal, que ho de prevalecer sempre que a regra incriminadora os comporte. [RHC 81.057, rel. min. Seplveda Pertence, j. 25-5-2004, 1 T, DJ de 29-4-2005.]

    Da explcita proscrio da prova ilcita, sem distines quanto ao crime objeto do processo (CF, art. 5, LVI), resulta a prevalncia da garantia nela estabelecida sobre o interesse na busca, a qualquer custo, da verdade real no processo: consequente impertinncia de apelar-se ao princpio da proporcionalidade -- luz de teorias estrangeiras inadequadas ordem constitucional brasileira -- para sobrepor, vedao constitucional da admisso da prova ilcita, consideraes sobre a gravidade da infrao penal objeto da investigao ou da imputao. [HC 80.949, rel. min. Seplveda Pertence, j. 30-10-2001, 1 T, DJ de 14-12-2001.]

    Objeo de princpio -- em relao qual houve reserva de ministros do tribunal -- tese aventada de que garantia constitucional da inadmissibilidade da prova ilcita se possa opor, com o fim de dar-lhe prevalncia em nome do princpio da proporcionalidade, o interesse pblico na eficcia da represso penal em geral ou, em particular, na de determinados crimes: que, a, foi a Constituio mesma que ponderou os valores contrapostos e optou -- em prejuzo, se necessrio, da eficcia da persecuo criminal -- pelos valores fundamentais, da dignidade humana, aos quais serve de salvaguarda a proscrio da prova ilcita: de qualquer sorte -- salvo em casos extremos de necessidade inadivel e incontornvel -- a ponderao de quaisquer interesses constitucionais oponveis inviolabilidade do domiclio no compete a posteriori ao juiz do processo em que se pretenda introduzir ou valorizar a prova obtida na invaso ilcita, mas, sim, quele a quem incumbe autorizar previamente a diligncia. [HC 79.512, rel. min. Seplveda Pertence, j. 16-12-1999, P, DJ de 16-5-2003.]

    O postulado do promotor natural, que se revela imanente ao sistema constitucional brasileiro, repele, a partir da vedao de designaes casusticas efetuadas pela chefia da instituio, a figura do acusador de exceo. Esse princpio consagra uma garantia de ordem jurdica, destinada tanto a proteger o membro do Ministrio Pblico, na medida em que lhe assegura o exerccio pleno e independente do seu ofcio, quanto a tutelar a prpria coletividade, a quem se reconhece o direito de ver atuando, em quaisquer causas, apenas o promotor cuja interveno se justifique a partir de critrios abstratos e predeterminados, estabelecidos em lei. A matriz constitucional desse princpio assenta-se nas clusulas da independncia funcional e da inamovibilidade dos membros da instituio. O postulado do promotor natural limita, por isso mesmo, o poder do procurador-geral, que, embora expresso visvel da unidade institucional, no deve exercer a chefia do Ministrio Pblico de modo hegemnico e incontrastvel. Posio dos ministros Celso de Mello (relator), Seplveda Pertence, Marco Aurlio e Carlos Velloso. Divergncia, apenas, quanto aplicabilidade imediata do princpio do promotor natural: necessidade da interpositio legislatoris para efeito de atuao do princpio (min. Celso de Mello); incidncia do postulado, independentemente de intermediao legislativa (min. Seplveda Pertence, Marco Aurlio e Carlos Velloso).

    http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=523349&codigoClasse=419&numero=91691&siglaRecurso=&classe=RHChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=102762&idDocumento=&codigoClasse=419&numero=81057&siglaRecurso=&classe=RHChttp://www.stf.jus.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?PROCESSO=80949&CLASSE=HC&cod_classe=349&ORIGEM=IT&RECURSO=0&TIP_JULGAMENTO=Mhttp://www.stf.jus.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?PROCESSO=79512&CLASSE=HC&cod_classe=349&ORIGEM=IT&RECURSO=0&TIP_JULGAMENTO=M
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    SUMRIO

    [HC 67.759, rel. min. Celso de Mello, j. 6-8-1992, P, DJ de 1-7-1993.] = HC 102.147 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 1-3-2011, 2 T, DJE de 30-10-2014 = RE 387.974, rel. min. Ellen Gracie, j. 14-10-2003, 2 T, DJ de 26-3-2004

    Princpio da Ampla Defesa

    direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, j documentados em procedimento investigatrio realizado por rgo com competncia de polcia judiciria, digam respeito ao exerccio do direito de defesa. [Smula Vinculante 14.]

    Execuo penal. Falta grave. Impossibilidade de reconhecimento apenas em audincia de justificao -- Imprescindibilidade de instaurao do Procedimento Administrativo Disciplinar (LEP, art. 59), em que se assegure o direito a ampla defesa. [RE 971.935 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 16-12-2016, 2 T, DJE de 24-2-2017.]

    No cabe a aplicao subsidiria do art. 229, caput, do CPC/2015 em inquritos e aes penais originrias em que os atos processuais das partes so praticados por via eletrnica e todos os interessados --advogados e membros do Ministrio Pblico -- tm acesso amplo e simultneo ao inteiro teor dos autos. [Inq 3.980 QO, rel. min. Teori Zavascki, j. 7-6-2016, 2 T, DJE de 30-6-2016.]

    O Regimento Interno do STJ afirma que a juntada das notas taquigrficas obrigatria (art. 100), sendo que essas prevalecem ao prprio acrdo (art. 103, 1). Tendo em vista as disposies regimentais, as partes tm a justa expectativa de que as notas sejam juntadas. A omisso da juntada, a despeito de oposio de embargos de declarao, constitui cerceamento de defesa. [HC 123.144, rel. min. Gilmar Mendes, j. 10-5-2016, 2 T, DJE de 4-8-2016.]

    O indeferimento da produo de prova pericial por meio da qual se visava demonstrar realidade diversa da apontada nas percias existentes e no conjunto probatrio constante no processo-crime mostrou-se em harmonia com o art. 400, 1, do CPP, no consubstanciando violao aos princpios do contraditrio e da ampla defesa. O magistrado tem a discricionariedade para indeferir a produo de provas que entender irrelevante para o julgamento da matria. [RHC 119.432, voto do rel. min. Marco Aurlio, j. 9-12-2015, 1 T, DJE de 31-3-2016.]

    Poderes de investigao do Ministrio Pblico. Os arts. 5, LIV e LV; 129, III e VIII; e 144, IV, 4, da CF no tornam a investigao criminal exclusividade da polcia nem afastam os poderes de investigao do Ministrio Pblico. Fixada, em repercusso geral, tese assim sumulada: "O Ministrio Pblico dispe de competncia para promover, por autoridade prpria, e por prazo razovel, investigaes de natureza penal, desde que respeitados os direitos e garantias que assistem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa sob investigao do Estado, observadas, sempre, por seus agentes, as hipteses de reserva constitucional de jurisdio e, tambm, as prerrogativas profissionais de que se acham investidos, em nosso pas, os advogados (Lei 8.906/1994, art. 7, notadamente os incisos I, II, III, XI, XIII, XIV e XIX), sem prejuzo da possibilidade -- sempre presente no Estado Democrtico de Direito -- do permanente controle jurisdicional dos atos, necessariamente documentados (Smula Vinculante 14), praticados pelos membros dessa instituio". [RE 593.727, rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, j. 14-5-2015, P, DJE de 8-9-2015, RG, Tema 184.]

    (...) o indeferimento de acesso aos autos de procedimento resultante de interceptao telefnica daqueles que no figuram como investigados no afronta o enunciado da Smula Vinculante 14, a qual determina o acesso aos processos sigilosos apenas dos investigados. [Rcl 13.852 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 16-12-2014, 1 T, DJE de 13-2-2015.]

    http://www.stf.jus.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?PROCESSO=67759&CLASSE=HC&cod_classe=349&ORIGEM=IT&RECURSO=0&TIP_JULGAMENTO=Mhttp://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7046281http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=261675&idDocumento=&codigoClasse=437&numero=387974&siglaRecurso=&classe=REhttp://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=14.NUME.%20E%20S.FLSV.&base=baseSumulasVinculanteshttp://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=12485205http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11271961http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11457946http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=10608447http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=9336233http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7757834
  • PRINCPIOS PENAIS E PROCESSUAIS PENAIS PRINCPIO DA AMPLA DEFESA

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    SUMRIO

    A nulidade por cerceio ampla defesa no ocorre com o indeferimento do segundo pedido de adiamento da sesso em que seria julgado habeas corpus, notadamente em se tratando de petio apresentada minutos antes da realizao do ato judicial; portanto, em prazo exguo para a anlise dos motivos da pretendida postergao. [RHC 122.600, rel. min. Luiz Fux, j. 30-9-2014, 1 T, DJE de 24-11-2014.]

    O paciente aceitou as condies impostas na audincia admonitria para a concesso do sursis (art. 614, 1, a, do CPPM). Iniciado o perodo probatrio, deixou de cumprir a que exigia seu comparecimento trimestral em juzo. A propositada inrcia do condenado, que, devidamente intimado, no apresentou justificativa, descaracteriza eventual cerceamento de defesa a justificar a nulidade da deciso que revogou a benesse. [HC 116.554, rel. min. Teori Zavascki, j. 23-9-2014, 2 T, DJE de 16-10-2014.] Vide AP 512 AgR, rel. min. Ayres Britto, j. 15-3-2012, P, DJE de 20-4-2012

    No se pode dizer da irregularidade no que, presente lmina alusiva a material, vem ao processo manifestao pericial, abrindo-se oportunidade defesa para os questionamentos pertinentes. [RHC 119.861, rel. min. Marco Aurlio, j. 5-8-2014, 1 T, DJE de 5-9-2014.]

    Condenao. Apelo defensivo. Juntada do voto divergente quinze dias aps a publicao do acrdo no Dirio da Justia. Certificao do trnsito em julgado e expedio do mandado de priso para o incio do cumprimento da pena. Constrangimento ilegal verificado. Violao ampla defesa. Ausente o voto vencido, ficou a parte impedida de verificar os fundamentos e a extenso da divergncia para apresentar corretamente o recurso cabvel. Ordem concedida parcialmente para reconhecer a nulidade da certido de trnsito em julgado da condenao e, assim, determinar corte estadual que, superada a intempestividade do recurso especial, proceda a novo juzo de admissibilidade do recurso. Determinao tambm do recolhimento do mandado de priso. [HC 118.344, rel. min. Gilmar Mendes, j. 18-3-2014, 2 T, DJE de 16-6-2014.]

    A formulao de pedido de priso, pelo MPF, na vspera da sesso de julgamento cuja data havia sido veiculada com a devida antecedncia, no conduz necessidade de adiamento do julgamento j anteriormente designado, para oitiva prvia da defesa sobre o pleito ministerial que, ademais, no foi objeto do julgamento. Ausente qualquer violao ampla defesa ou ao contraditrio. [AP 470 QO-dcima primeira, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 13-11-2013, P, DJE de 19-2-2014.]

    O direito de recorrer no pode dar ensejo ao abuso do direito, mxime em via impugnativa substitutiva de habeas corpus. cedio na Corte que a recalcitrncia em aceitar o trnsito em julgado, impedindo a entrega definitiva da prestao jurisdicional mediante a sucessiva interposio de recursos contrrios jurisprudncia, consubstancia adoo de expediente meramente protelatrio e desvirtuamento do postulado constitucional da ampla defesa, caracterizando a prtica abusiva do exerccio do direito de defesa. [HC 111.226, rel. min. Luiz Fux, j. 18-9-2012, 1 T, DJE de 3-10-2012.]

    A essncia do processo penal consiste em permitir ao acusado o direito de defesa. O julgamento in absentia fere esse direito bsico e constitui uma fonte potencial de erros judicirios, uma vez que o acusado julgado sem que se conhea a sua verso. Julgamento in absentia propriamente dito ocorre somente quando o acusado no , em nenhum momento processual, encontrado para citao, sendo esta ento realizada por edital, fictamente, e no quando o acusado, citado pessoalmente, escolhe tornar-se revel. O art. 420 do CPP, com a redao determinada pela Lei 11.689/2008, no viola a ampla defesa; pois, ainda que procedida a intimao ficta por no ser o acusado encontrado para cincia pessoal da pronncia, o ato foi precedido por anterior citao pessoal aps o recebimento da denncia, ainda na fase inicial do processo. A norma processual penal aplica-se de imediato, incidindo sobre os processos futuros e em curso, mesmo que tenham por objeto crimes pretritos. O art. 420 do CPP, com a redao determinada pela Lei 11.689/2008, como norma processual, aplica-se de imediato, inclusive aos processos em curso, e no viola a ampla defesa. [RHC 108.070, rel. min. Rosa Weber, j. 4-9-2012, 1 T, DJE de 5-10-2012.]

    http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7310428http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=6962952http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1973836http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=6658659http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=6174125http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=5296988http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=2864623http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=2885688
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    SUMRIO

    A intimao pessoal do defensor dativo expresso do direito ampla defesa. (...) A imprescindibilidade da intimao pessoal do defensor dativo ( 4 do art. 370 do CPP) no tem outra consequncia lgica seno a de atrair a regra que se l na alnea a do 5 do art. 798 do CPP. [HC 110.656, rel. min. Ayres Britto, j. 13-3-2012, 2 T, DJE de 21-6-2012.] = HC 113.852, rel. min. Marco Aurlio, j. 23-4-2013, 1 T, DJE de 14-5-2013 Vide RHC 102.813, rel. min. Dias Toffoli, j. 17-4-2012, 1 T, DJE de 4-5-2012

    Crime eleitoral. Procedimento penal definido pelo prprio Cdigo Eleitoral (lex specialis). Pretendida observncia do novo iter procedimental estabelecido pela reforma processual penal de 2008, que introduziu alteraes no CPP (lex generalis). (...) Nova ordem ritual que, por revelar-se mais favorvel ao acusado (CPP, arts. 396 e 396-A, na redao dada pela Lei 11.719/2008), deveria reger o procedimento penal, no obstante disciplinado em legislao especial, nos casos de crime eleitoral. Plausibilidade jurdica dessa postulao. (...) a previso do contraditrio prvio a que se referem os arts. 396 e 396-A do CPP, mais do que simples exigncia legal, traduz indisponvel garantia de ndole jurdico-constitucional assegurada aos denunciados, de tal modo que a observncia desse rito procedimental configura instrumento de clara limitao ao poder persecutrio do Estado, ainda mais se se considerar que, nessa resposta prvia -- que compe fase processual insuprimvel (CPP, art. 396-A, 2) --, torna-se lcita a formulao, nela, de todas as razes, de fato ou de direito, inclusive aquelas pertinentes ao mrito da causa, reputadas essenciais ao pleno exerccio da defesa pelo acusado (...). [HC 107.795 MC, rel. min. Celso de Mello, dec. monocrtica, j. 28-10-2011, DJE de 7-11-2011.]

    Procedimento administrativo disciplinar. Falta grave. Execuo penal. Ato obsceno. Desrespeito autoridade penitenciria. Portaria. Alegao de vcio insanvel. Improcedncia. Descrio precisa do fato. Enquadramento na Lei 7.210/1984. Participao da Defensoria Pblica. Princpio da ampla defesa e do contraditrio. Princpio da legalidade. Observncia. (...) Os princpios da ampla defesa e do contraditrio restaram observados na instaurao do procedimento administrativo disciplinar para aplicao de sano relativa a falta grave no curso de execuo penal, sobretudo quando h a participao da Defensoria Pblica ab initio, afastando-se a alegao de vcio insanvel na portaria que instaurou o feito. (...) As providncias adotadas pela autoridade penitenciria foram pautadas pelo princpio da legalidade e pelo escopo de manter a estrita disciplina, imprescindvel ao ambiente de um estabelecimento prisional de segurana mxima. [RHC 107.586, rel. min. Luiz Fux, j. 27-9-2011, 1 T, DJE de 13-10-2011.]

    A determinao de elaborao de laudo pericial na fase do inqurito, sem prvio oferecimento de quesitos pela defesa, no ofende o princpio da ampla defesa. Posterior juntada e oportunidade de manifestao da defesa e oferecimento de quesitos. [AI 658.050 AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 12-4-2011, 2 T, DJE de 29-4-2011.]

    No h nos autos qualquer manifestao da defesa do recorrente insurgindo-se contra o cancelamento da audincia em que seria inquirida a testemunha, tampouco h referncia acerca do tema nas alegaes finais. Portanto, no h que se falar, no caso concreto, em violao ao princpio da ampla defesa, em razo da precluso do direito de oitiva da testemunha. [RHC 103.550, rel. min. Ellen Gracie, j. 29-3-2011, 2 T, DJE de 18-4-2011.]

    Nem se diga (...) que a conduta de oferecer dinheiro ao policial configura ato de autodefesa do paciente. A despeito de no negar a densidade jurdica do princpio da ampla defesa, sobretudo na seara do processo penal, certo que essa garantia constitucional no pode servir de manto protetor de prticas escusas, mormente condutas criminosas, devidamente tipificadas no CP. Se assim fosse, o agente poderia, no intuito de livrar-se dos vestgios do crime, matar o policial que o abordou na flagrncia ou ocultar o cadver, no caso de crime de homicdio ou latrocnio, tudo isso a ttulo de autodefesa. [HC 105.478 , voto do rel. min. Gilmar Mendes, j. 1-3-2011, 2 T, DJE de 23-3-2011.]

    O acervo probatrio que efetivamente serviu para condenao do paciente foi aquele obtido no inqurito policial. Segundo entendimento pacfico desta Corte, no podem subsistir condenaes

    http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=2201948http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=3786988http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1962628http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28%28107795%2ENUME%2E+OU+107795%2EDMS%2E%29%28%28CELSO+DE+MELLO%29%2ENORL%2E+OU+%28CELSO+DE+MELLO%29%2ENPRO%2E%29%29+NAO+S%2EPRES%2E&base=baseMonocraticashttp://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=628535http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=622357http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=622075http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1040041
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    SUMRIO

    penais fundadas unicamente em prova produzida na fase do inqurito policial, sob pena de grave afronta s garantias constitucionais do contraditrio e da plenitude de defesa. [HC 103.660, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 30-11-2010, 1 T, DJE de 7-4-2011.]

    Crime contra a ordem tributria. Imputao penal deduzida contra scios da empresa. Acusao que deve narrar, de modo individualizado, a conduta especfica que vincula cada scio ao evento supostamente delituoso. A questo dos delitos societrios e a inadmissvel formulao de acusaes genricas. Ofensa aos postulados constitucionais da plenitude de defesa e da presuno de inocncia. Medida cautelar deferida. A invocao da condio de scio e/ou de administrador de organizao empresarial, sem a correspondente e individualizada descrio de determinada conduta tpica que os vincule, de modo concreto, ao evento alegadamente delituoso, no se revela fator suficiente apto a justificar, nos delitos societrios, a formulao de acusao estatal genrica ou a prolao de sentena penal condenatria. [HC 105.953 MC, rel. min. Celso de Mello, dec. monocrtica, j. 5-11-2010, DJE de 11-11-2010.]

    A defesa tcnica aquela exercida por profissional legalmente habilitado, com capacidade postulatria, constituindo direito indisponvel e irrenuncivel. A pretenso do paciente de realizar sua prpria defesa mostra-se inadmissvel, pois se trata de faculdade excepcional, exercida nas hipteses estritamente previstas na Constituio e nas leis processuais. Ao ru assegurado o exerccio da autodefesa consistente em ser interrogado pelo juzo ou em invocar direito ao silncio, bem como de poder acompanhar os atos da instruo criminal, alm de apresentar ao respectivo advogado a sua verso dos fatos para que este elabore as teses defensivas. Ao acusado, contudo, no dado apresentar sua prpria defesa, quando no possuir capacidade postulatria. [HC 102.019, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 17-8-2010, 1 T, DJE de 22-10-2010.] Vide HC 99.330, rel. p/ o ac. min. Eros Grau, j. 16-3-2010, 2 T, DJE de 23-4-2010 Vide RE 459.131, rel. min. Marco Aurlio, j. 12-8-2008, 2 T, DJE de 12-9-2008

    No h violao dos princpios do contraditrio e da ampla defesa, quando, em julgamento de recurso de apelao do Ministrio Pblico, o tribunal aplica agravante no reconhecida pelo juiz de primeiro grau, mas cuja existncia consta dos autos. [RHC 99.306, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 16-6-2010, 1 T, DJE de 20-8-2010.]

    A CB/1988 determina que "o advogado indispensvel administrao da justia" (art. 133). por intermdio dele que se exerce "o contraditrio e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes" (art. 5, LV). O falecimento do patrono do ru cinco dias antes da publicao do acrdo do STJ, que no admitiu o agravo de instrumento, consubstancia situao relevante. Isso porque, havendo apenas um advogado constitudo nos autos, a intimao do acrdo tornou-se impossvel aps a sua morte. Em consequncia, o paciente ficou sem defesa tcnica. H, no caso, ntida violao do contraditrio e da ampla defesa, a ensejar a desconstituio do trnsito em julgado do acrdo e a devoluo do prazo recursal, bem assim a restituio da liberdade do paciente, que respondeu ao penal solto. [HC 99.330, rel. p/ o ac. min. Eros Grau, j. 16-3-2010, 2 T, DJE de 23-4-2010.] = HC 108.795, rel. min. Crmen Lcia, j. 3-4-2012, 1 T, DJE de 1-8-2012 Vide HC 102.019, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 17-8-2010, 1 T, DJE de 22-10-2010

    Habeas corpus. Julgamento. Manifestaes. Defesa. Ministrio Pblico. Na dico da sempre ilustrada maioria, em relao a qual guardo reservas, ainda que o ato atacado com a impetrao repouse em requerimento do PGR, cabe vice que o substitua falar aps a sustentao da tribuna pela defesa. (...) Habeas corpus. Aditamento. Abandono da ortodoxia. O habeas corpus est imune s regras instrumentais comuns, devendo reinar flexibilidade maior quando direcionada plena defesa. [HC 102.732, rel. min. Marco Aurlio, j. 4-3-2010, P, DJE de 7-5-2010.]

    Tanto a deciso singular que negou seguimento ao recurso especial quanto as decises do STJ que no admitiram o recurso especial, ante a ausncia do devido preparo, ferem os princpios constitucionais da presuno de inocncia e da ampla defesa. Esta Suprema Corte j consolidou o entendimento de que, em se tratando de crime sujeito ao penal pblica, como no presente

    http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=621569http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28%28105953%2ENUME%2E+OU+105953%2EDMS%2E%29%28%28CELSO+DE+MELLO%29%2ENORL%2E+OU+%28CELSO+DE+MELLO%29%2ENPRO%2E%29%29+NAO+S%2EPRES%2E&base=baseMonocraticashttp://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=615684http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=610190http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=547295http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=613568http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=610190http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=2282248http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=615684http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=610602
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    SUMRIO

    caso, as custas s se tornam exigveis depois do trnsito em julgado da condenao, motivo pelo qual no pode o recurso do ru deixar de ser admitido pela ausncia de preparo. Mutatis mutandis, esse entendimento deve ser aplicado ao presente caso, sob pena de violao do princpio da ampla defesa, especialmente porque, ainda que depois de transcorrido o prazo fixado para a complementao, o paciente acabou complementando o preparo, no podendo ser ignorado esse fato. [HC 95.128, rel. min. Dias Toffoli, j. 9-2-2010, 1 T, DJE de 5-3-2010.] = HC 116.840, rel. min. Luiz Fux, j. 15-10-2013, 1 T, DJE de 4-11-2013

    Na ausncia de comprovao de que o advogado manifestou oportunamente o seu interesse em realizar sustentao oral, torna-se impossvel aferir eventual violao ao princpio da ampla defesa. [HC 99.271, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 15-12-2009, 1 T, DJE de 26-2-2010.]

    O ru tem o direito de escolher o seu prprio defensor. Essa liberdade de escolha traduz, no plano da persecutio criminis, especfica projeo do postulado da amplitude de defesa proclamado pela Constituio. Cumpre ao magistrado processante, em no sendo possvel ao defensor constitudo assumir ou prosseguir no patrocnio da causa penal, ordenar a intimao do ru para que este, querendo, escolha outro advogado. Antes de realizada essa intimao -- ou enquanto no exaurido o prazo nela assinalado --, no lcito ao juiz nomear defensor dativo (ou defensor pblico) sem expressa aquiescncia do ru. [HC 96.905, rel. min. Celso de Mello, j. 25-8-2009, 2 T, DJE de 22-8-2011.] Vide HC 111.114, rel. min. Crmen Lcia, j. 24-9-2013, 2 T, DJE de 9-10-2013

    A ausncia da notificao prvia de que trata o art. 514 do CPP constitui vcio que gera nulidade relativa e deve ser arguida oportunamente, sob pena de precluso. Precedentes. O princpio do pas de nullit sans grief exige a demonstrao de prejuzo concreto parte que suscita o vcio, independentemente da sano prevista para o ato, pois no se declara nulidade processual por mera presuno. Precedentes. A jurisprudncia deste STF assentou o entendimento de que o art. 514 do CPP tem por objetivo "dar ao ru-funcionrio a possibilidade de evitar a instaurao de processo temerrio, com base em acusao que j a defesa prvia ao recebimento da denncia poderia, de logo, demonstrar de todo infundada. Obviamente, aps a sentena condenatria, no se h de cogitar de consequncia de perda dessa oportunidade de todo superada com a afirmao, no mrito, da procedncia da denncia" (HC 72.198, DJ de 26-5-1995). [HC 97.033, rel. min. Crmen Lcia, j. 12-5-2009, 1 T, DJE de 12-6-2009.] = HC 89.517, rel. min. Cezar Peluso, j. 15-12-2009, 2 T, DJE de 12-2-2010 Vide HC 95.712, rel. min. Ayres Britto, j. 20-4-2010, 1 T, DJE de 21-5-2010 Vide HC 89.686, rel. min. Seplveda Pertence, j. 12-6-2007, 1 T, DJ de 17-8-2007

    A ausncia de intimao para oitiva de testemunha no juzo deprecado no consubstancia constrangimento ilegal. Havendo cincia da expedio da carta precatria, como no caso se deu, cabe ao paciente ou a seu defensor acompanhar o andamento do feito no juzo deprecado. Peculiaridade do caso. Efetiva violao do princpio da ampla defesa resultante da impossibilidade de atuao da defesa tcnica. O advogado do paciente teve, a partir da cincia da expedio da carta precatria, sete dias teis para deslocar-se do Rio de Janeiro a Belm do Par, o que, na prtica, inviabilizou seu comparecimento. Nomeao de defensor dativo para atuar em momento importante do processo, cuja inicial contm quatrocentas pginas. Satisfao apenas formal da exigncia de defesa tcnica ante a impossibilidade de atuao eficiente. [HC 91.501, rel. min. Eros Grau, j. 10-2-2009, 2 T, DJE de 8-5-2009.] = HC 95.106, rel. Min. Gilmar Mendes, j. 16-11-2010, 2 T, DJE de 11-2-2011

    Aplicao da Smula 704. No viola as garantias do juiz natural e da ampla defesa, elementares do devido processo legal, a atrao, por conexo ou continncia, do processo do corru ao foro por prerrogativa de funo de um dos denunciados, a qual irrenuncivel. [Inq 2.424, rel. min. Cezar Peluso, j. 26-11-2008, P, DJE de 26-3-2010.] = Inq 2.704, rel. p/ o ac. min. Dias Toffoli, j. 17-10-2012, P, DJE de 27-2-2013

    Acesso dos acusados a procedimento investigativo sigiloso. Possibilidade sob pena de ofensa aos princpios do contraditrio, da ampla defesa. Prerrogativa profissional dos advogados. Art. 7,

    http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=609001http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=4794742http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=608536http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=626325http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=4639601http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=73615&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=72198&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=596089&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=97033&siglaRecurso=&classe=HChttp://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=607656http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=611528http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=479168&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=89686&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=591295&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=91501&siglaRecurso=&classe=HChttp://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=618892http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=609608http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=3442556
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    SUMRIO

    XIV, da Lei 8.906/1994. (...) O acesso aos autos de aes penais ou inquritos policiais, ainda que classificados como sigilosos, por meio de seus defensores, configura direito dos investigados. A oponibilidade do sigilo ao defensor constitudo tornaria sem efeito a garantia do indiciado, abrigada no art. 5, LXIII, da CF, que lhe assegura a assistncia tcnica do advogado. Ademais, o art. 7, XIV, do Estatuto da OAB estabelece que o advogado tem, entre outros, o direito de "examinar em qualquer repartio policial, mesmo sem procurao, autos de flagrante e de inqurito, findos ou em andamento, ainda que conclusos autoridade, podendo copiar peas e tomar apontamentos". Caracterizada, no caso, a flagrante ilegalidade, que autoriza a superao da Smula 691/STF. [HC 94.387, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 18-11-2008, 1 T, DJE de 6-2-2009.]

    O Ministrio Pblico possui legitimidade processual para defender em juzo violao liberdade de ir e vir por meio de habeas corpus. , no entanto, vedado ao Parquet utilizar-se do remdio constitucional para veicular pretenso que favorea a acusao. O reconhecimento da incompetncia do juzo ou a declarao de inconstitucionalidade de resoluo h de ser provocada na via processual apropriada. Atuao ministerial que fere o devido processo legal e o direito ampla defesa. [HC 91.510, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 11-11-2008, 1 T, DJE de 19-12-2008.] = HC 99.948, rel. min. Crmen Lcia, j. 14-5-2013, 2 T, DJE de 21-6-2013

    Princpio da ampla defesa. (...) STJ. Pedido da defesa para realizar sustentao oral. Comunicao da data de julgamento. Ausncia de previso normativa. Informao disponibilizada apenas nos meios informatizados daquela Corte. Necessidade de cientificao com antecedncia mnima de 48 horas. Exigncia que decorre do princpio da ampla defesa. (...) Sustentao oral no constitui, de per si, ato essencial defesa, razo pela qual, em princpio, no h necessidade de comunicao da data de julgamento. Na ausncia de disposio normativa interna, no nus das Cortes de Justia a comunicao nos termos e prazos requeridos pelas partes. No caso, todavia, de indicao da defesa de que pretende sustentar oralmente, a cientificao desta, em tempo hbil, melhor atende ao disposto no art. 5, LIV e LV, da Constituio. Afigura-se, porm, razovel e suficiente que a informao seja disponibilizada por meio dos sistemas institucionais de acompanhamento processual, observada a antecedncia necessria a permitir o deslocamento do patrono para o ato. Ordem parcialmente concedida. [HC 92.290, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 30-10-2007, 1 T, DJ de 30-11-2007.] = HC 93.101, rel. min. Eros Grau, j. 4-12-2007, 2 T, DJE de 22-2-2008

    Descabida a alegao de que o no reconhecimento da prtica de tortura contra o ora paciente significa ofensa ao direito constitucional de defesa, mormente quando permitida a produo de provas. A insatisfao com a concluso do julgador no de ser confundida com violao ao direito ampla defesa. No h que se reconhecer ofensa ao princpio da ampla defesa pelo indeferimento de pedido de diligncia polcia para localizar testemunha. Cabe defesa obter e fornecer ao juzo o endereo correto de suas testemunhas. Afastada tambm a alegada violao ampla defesa, se a diligncia requerida reporta-se testemunha que nem sequer presenciou o fato-crime. [HC 90.144, rel. min. Ayres Britto, j. 20-3-2007, 1 T, DJ de 3-8-2007.]

    Ampla defesa: no ofende o art. 5, LV, da Constituio acrdo que mantm o indeferimento de diligncia probatria tida por desnecessria, sobretudo quando, como no caso, no pode mais ser realizada. [AI 560.790 AgR, rel. min. Seplveda Pertence, j. 11-10-2005, 1 T, DJ de 4-11-2005.] = AI 747.611, rel. min. Crmen Lcia, dec. monocrtica, j. 10-6-2009, DJE de 26-6-2009 = RE 531.906 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 16-10-2007, 2 T, DJE de 14-11-2007

    A garantia constitucional da ampla defesa tem, por fora direta da Constituio, um contedo mnimo, que independe da interpretao da lei ordinria que a discipline (RE 255.397, Primeira Turma, Pertence, DJ de 7-5-2004). (...) No h afronta garantia da ampla defesa no indeferimento de prova desnecessria ou irrelevante. [RE 345.580, rel. min. Seplveda Pertence, j. 17-8-2004, 1 T, DJ de 10-9-2004.] = HC 88.177, rel. min. Cezar Peluso, j. 15-12-2009, 2 T, DJE de 12-2-2010

    http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=573755&codigoClasse=349&numero=94387&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=570147&idDocumento=&codigoClasse=349&numero=91510&siglaRecurso=&classe=HChttp://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=4045334http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=497508&codigoClasse=349&numero=92290&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=510719&codigoClasse=349&numero=93101&siglaRecurso=&classe=HChttp://www.stf.jus.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?SEQ=473084&PROCESSO=90144&CLASSE=HC&cod_classe=349&ORIGEM=IT&RECURSO=0&TIP_JULGAMENTO=&EMENTA=2283http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=378840&idDocumento=&codigoClasse=510&numero=560790&siglaRecurso=AgR&classe=AIhttp://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=((747611.NUME.%20OU%20747611.DMS.))%20NAO%20S.PRES.&base=baseMonocraticashttp://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=494726&idDocumento=&codigoClasse=539&numero=531906&siglaRecurso=AgR&classe=REhttp://www.stf.jus.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?classe=RE&processo=345580&origem=IT&cod_classe=437http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=607654
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    SUMRIO

    A inverso processual, falando antes a defesa e depois a acusao nas alegaes finais (...), implica nulidade tanto quanto no caso da sustentao oral (...), por ofensa ao princpio da ampla defesa e do contraditrio. Entretanto, quando a defesa argui questo preliminar nas alegaes finais, legtima a abertura de vista e a manifestao do Ministrio Pblico, ambos com respaldo legal na aplicao analgica do art. 327, primeira parte, do CPC, como previsto no art. 3 do CPP, pois em tal caso de rigor que outra parte se manifeste, em homenagem ao princpio do contraditrio, cujo exerccio no monoplio da defesa. [HC 76.420, rel. min. Maurcio Corra, j. 16-6-1998, 2 T, DJE de 14-8-1998.] = RHC 104.261, rel. min. Dias Toffoli, j. 15-3-2012, P, DJE de 7-8-2012

    Princpio da Dignidade da Pessoa Humana

    A falta de estabelecimento penal adequado no autoriza a manuteno do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa hiptese, os parmetros fixados no RE 641.320/RS. [Smula Vinculante 56.]

    S lcito o uso de algemas em casos de resistncia e de fundado receio de fuga ou de perigo integridade fsica prpria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da priso ou do ato processual a que se refere, sem prejuzo da responsabilidade civil do Estado. [Smula Vinculante 11.]

    Considerando que dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus presdios os padres mnimos de humanidade previstos no ordenamento jurdico, de sua responsabilidade, nos termos do art. 37, 6, da Constituio, a obrigao de ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrncia da falta ou insuficincia das condies legais de encarceramento. [RE 580.252, rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, j. 16-2-2017, P, DJE de 11-9-2017, com repercusso geral.]

    A legislao sobre execuo penal atende aos direitos fundamentais dos sentenciados. No entanto, o plano legislativo est to distante da realidade que sua concretizao absolutamente invivel. Apelo ao legislador para que avalie a possibilidade de reformular a execuo penal e a legislao correlata, para: (i) reformular a legislao de execuo penal, adequando-a realidade, sem abrir mo de parmetros rgidos de respeito aos direitos fundamentais; (ii) compatibilizar os estabelecimentos penais atual realidade; (iii) impedir o contingenciamento do FUNPEN [Fundo Penitencirio Nacional]; (iv) facilitar a construo de unidades funcionalmente adequadas -- pequenas, capilarizadas; (v) permitir o aproveitamento da mo de obra dos presos nas obras de civis em estabelecimentos penais; (vi) limitar o nmero mximo de presos por habitante, em cada unidade da federao, e revisar a escala penal, especialmente para o trfico de pequenas quantidades de droga, para permitir o planejamento da gesto da massa carcerria e a destinao dos recursos necessrios e suficientes para tanto, sob pena de responsabilidade dos administradores pblicos; (vii) fomentar o trabalho e estudo do preso, mediante envolvimento de entidades que recebem recursos pblicos, notadamente os servios sociais autnomos; (viii) destinar as verbas decorrentes da prestao pecuniria para criao de postos de trabalho e estudo no sistema prisional. Deciso de carter aditivo. Determinao que o Conselho Nacional de Justia apresente: (i) projeto de estruturao do Cadastro Nacional de Presos, com etapas e prazos de implementao, devendo o banco de dados conter informaes suficientes para identificar os mais prximos da progresso ou extino da pena; (ii) relatrio sobre a implantao das centrais de monitorao e penas alternativas, acompanhado, se for o caso, de projeto de medidas ulteriores para desenvolvimento dessas estruturas; (iii) projeto para reduzir ou eliminar o tempo de anlise de progresses de regime ou outros benefcios que possam levar liberdade; (iv) relatrio dever avaliar (a) a adoo de estabelecimentos penais alternativos; (b) o fomento oferta de trabalho e o estudo para os

    http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=76650http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=2495695http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=56.NUME.%20E%20S.FLSV.&base=baseSumulasVinculanteshttp://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=11.NUME.%20E%20S.FLSV.&base=baseSumulasVinculanteshttp://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?incidente=2600961
  • PRINCPIOS PENAIS E PROCESSUAIS PENAIS PRINCPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

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    SUMRIO

    sentenciados; (c) a facilitao da tarefa das unidades da Federao na obteno e acompanhamento dos financiamentos com recursos do Funpen; (d) a adoo de melhorias da administrao judiciria ligada execuo penal. [RE 641.320, rel. min. Gilmar Mendes, j. 11-5-2016, P, DJE de 1-8-2016, RG, Tema 423.]

    A responsabilidade civil estatal, segundo a CF de 1988, em seu art. 37, 6, subsume-se teoria do risco administrativo, tanto para as condutas estatais comissivas quanto para as omissivas, posto rejeitada a teoria do risco integral. A omisso do Estado reclama nexo de causalidade em relao ao dano sofrido pela vtima nos casos em que o poder pblico ostenta o dever legal e a efetiva possibilidade de agir para impedir o resultado danoso. dever do Estado e direito subjetivo do preso que a execuo da pena se d de forma humanizada, garantindo-se os direitos fundamentais do detento, e o de ter preservada a sua incolumidade fsica e moral (art. 5, XLIX, da CF). O dever constitucional de proteo ao detento somente se considera violado quando possvel a atuao estatal no sentido de garantir os seus direitos fundamentais, pressuposto inafastvel para a configurao da responsabilidade civil objetiva estatal, na forma do art. 37, 6, da CF. Ad impossibilia nemo tenetur, por isso que nos casos em que no possvel ao Estado agir para evitar a morte do detento (que ocorreria mesmo que o preso estivesse em liberdade), rompe-se o nexo de causalidade, afastando-se a responsabilidade do poder pblico, sob pena de adotar-se contra legem e a opinio doctorum a teoria do risco integral, ao arrepio do texto constitucional. A morte do detento pode ocorrer por vrias causas, como, v. g., homicdio, suicdio, acidente ou morte natural, sendo que nem sempre ser possvel ao Estado evit-la, por mais que adote as precaues exigveis. A responsabilidade civil estatal resta conjurada nas hipteses em que o poder pblico comprova causa impeditiva da sua atuao protetiva do detento, rompendo o nexo de causalidade da sua omisso com o resultado danoso. Repercusso geral constitucional que assenta a tese de que: em caso de inobservncia do seu dever especfico de proteo previsto no art. 5, XLIX, da CF, o Estado responsvel pela morte do detento. In casu, o tribunal a quo assentou que inocorreu a comprovao do suicdio do detento, nem outra causa capaz de romper o nexo de causalidade da sua omisso com o bito ocorrido, restando escorreita a deciso impositiva de responsabilidade civil estatal. [RE 841.526, rel. min. Luiz Fux, j. 30-3-2016, P, DJE de 1-8-2016, RG, Tema 592.]

    Transferncia de localidade para cumprimento da pena. (...) Jurisprudncia assentada no STF a permitir transferncia de condenado quando diante de sistemas de cumprimento de pena equivalentes, seja no Estado ou entre membros da Federao. Princpio da dignidade da pessoa humana. Pena indireta de banimento. (...) A distncia entre a famlia e o local do efetivo cumprimento da pena, no obstante reflita a imperfeio do sistema, no pode ser tida por banimento. [RHC 122.494, rel. min. Gilmar Mendes, j. 14-10-2014, 2 T, DJE de 10-2-2015.]

    A questo jurdica central trazida para exame da Corte no presente recurso extraordinrio cinge-se a examinar se o art. 25 do DL 3.688/1941 (LCP) foi recepcionado pela CF de 1988. No caso em questo, o acusado foi condenado pela posse injustificada de instrumento de emprego usual na prtica de furto (art. 25 da LCP), depois de condenado anteriormente pelo delito de furto, previsto no art. 155, 4, do CP. (...) O tipo contravencional em debate prev um comportamento com potencialidade de leso futura ao bem jurdico penal denominado patrimnio. Contudo, verifico que a questo que se mostra inadequada, a princpio, no o fato de o legislador ter formulado uma presuno a respeito da periculosidade da conduta de possuir os instrumentos descritos em relao ao bem jurdico que pretende proteger (patrimnio e incolumidade pblica), mas o fato de ter estabelecido condies especficas discriminatrias ao agente da infrao penal. (...) ressalto que, segundo o art. 5, caput e I, da CF, todos so iguais perante a lei, em direitos e obrigaes. Assim, ainda que subjetivamente desiguais, os cidados merecem igual tratamento. Essa clusula geral de isonomia perante a lei traduz-se em que no permitido ao legislador infraconstitucional instituir condies genricas e discriminatrias, como ocorreu na situao em apreo, ao exigir como elementar do tipo contravencional que o agente seja "mendigo" ou "vadio". Ou seja, a lei trata de forma desigual as pessoas por sua condio econmica e social. (...) Desse modo, observo que a condio exigida pela norma de o sujeito ativo ser "conhecido como vadio ou mendigo" como necessria para configurao do tipo penal afronta os princpios constitucionais da dignidade da pessoa humana e da isonomia (...). (...) Outra elementar da infrao contravencional em apreo a exigncia de condenao anterior do

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  • PRINCPIOS PENAIS E PROCESSUAIS PENAIS PRINCPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

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    sujeito ativo por crime de roubo ou furto, ou enquanto sujeito liberdade vigiada. Em outras palavras, deve o possuidor dos instrumentos especficos ou comuns para prtica de crime de furto, obrigatoriamente, ter sido condenado anteriormente, por sentena transitada em julgado, pela prtica de crime de furto ou roubo. (...) No posso aceitar esse posicionamento, em razo de observar que o legislador, ao considerar a vida anteacta do agente como elementar constitutiva do tipo, considerou de maneira discriminatria que determinadas espcies de sujeitos, portadores de direitos iguais garantidos pela CF, possuem maior potencialidade de cometer novos crimes. No entendo correto que, com base nessas condies subjetivas (condio social/econmica ou reincidncia em crimes contra o patrimnio), se possa presumir que determinados agentes tm maior potencialidade de cometer a infrao penal. (...) Dessa forma, a previso de contraveno penal de posse injustificada de instrumentos de emprego usual na prtica de furto por agente "depois de condenado, por crime de furto ou roubo, ou enquanto sujeito liberdade vigiada" se mostra atentatria aos princpios constitucionais da dignidade da pessoa humana e da isonomia (...). (...) Ante o exposto, dou provimento ao recurso extraordinrio por reconhecer, no acrdo recorrido, a violao dos princpios constitucionais da dignidade da pessoa humana e da isonomia, previstos nos arts. 1, III; e 5, caput e I, da CF, ante a no recepo do art. 25 do DL 3.688/1941 (LCP) pela CF de 1988. [RE 583.523, voto do rel. min. Gilmar Mendes, j. 3-10-2013, P, DJE de 22-10-2014, RG, Tema 113.]

    O uso de algemas durante audincia de instruo e julgamento pode ser determinado pelo magistrado quando presentes, de maneira concreta, riscos segurana do acusado ou das pessoas ao ato presentes. [Rcl 9.468 AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 24-3-2011, P, DJE de 11-4-2011.] = HC 103.003, rel. min. Ellen Gracie, j. 29-3-2011, 2 T, DJE de 24-8-2011 Vide ARE 653.964 AgR, rel. min. Luiz Fux, j. 28-2-2012, 1 T, DJE de 13-3-2012 Vide Rcl 7.814, rel. min. Crmen Lcia, j. 27-5-2010, P, DJE de 20-8-2010 Vide HC 89.429, rel. min. Crmen Lcia, j. 22-8-2006, 1 T, DJ de 2-2-2007

    A questo est em saber se , ou no, admissvel progresso de regime para rus residentes no Pas. A indagao se remete logo ao disposto no art. 5, caput, da CF (...). Em princpio, parece que tal norma excluiria de sua tutela os estrangeiros no residentes no Pas. No essa, porm, a leitura mais curial, sobretudo porque a garantia de inviolabilidade dos direitos fundamentais da pessoa humana no comporta exceo baseada em qualificao subjetiva puramente circunstancial. Tampouco se compreende que, sem razo perceptvel, o Estado deixe de resguardar direitos inerentes dignidade humana das pessoas que, suposto estrangeiras sem domiclio no Pas, se encontrem sob imprio de sua soberania. [HC 97.147, voto do rel. p/ o ac. min. Cezar Peluso, j. 4-8-2009, 2 T, DJE de 12-2-2010.] = HC 117.878, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 19-11-2013, 2 T, DJE de 3-12-2013 Vide HC 94.477, rel. min. Gilmar Mendes, j. 6-9-2011, 2 T, DJE de 8-2-2012

    O uso legtimo de algemas no arbitrrio, sendo de natureza excepcional, a ser adotado nos casos e com as finalidades de impedir, prevenir ou dificultar a fuga ou reao indevida do preso, desde que haja fundada suspeita ou justificado receio de que tanto venha a ocorrer, e para evitar agresso do preso contra os prprios policiais, contra terceiros ou contra si mesmo. O emprego dessa medida tem como balizamento jurdico necessrio os princpios da proporcionalidade e da razoabilidade. [HC 89.429, rel. min. Crmen Lcia, j. 22-8-2006, 1 T, DJ de 2-2-2007.] Vide Rcl 9.468 AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 24-3-2011, P, DJE de 11-4-2011 Vide Rcl 7.814, rel. min. Crmen Lcia, j. 27-5-2010, P, DJE de 20-8-2010

    O direito de defesa constitui pedra angular do sistema de proteo dos direitos individuais e materializa uma das expresses do princpio da dignidade da pessoa humana. [HC 89.176, rel. min. Gilmar Mendes, j. 22-8-2006, 2 T, DJ de 22-9-2006.]

    A durao prolongada, abusiva e irrazovel da priso cautelar de algum ofende, de modo frontal, o postulado da dignidade da pessoa humana, que representa -- considerada a centralidade desse princpio essencial (CF, art. 1, III) -- significativo vetor interpretativo, verdadeiro valor-fonte que conforma e inspira todo o ordenamento constitucional vigente em nosso pas e que

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    traduz, de modo expressivo, um dos fundamentos em que se assenta, entre ns, a ordem republicana e democrtica consagrada pelo sistema de direito constitucional positivo. [HC 85.237, rel. min. Celso de Mello, j. 17-3-2005, P, DJ de 29-4-2005.]

    Princpio da Identidade Fsica do Juiz

    O princpio da identidade fsica