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Pró-Reitoria de Graduação
Curso de Direito
Trabalho de Conclusão de Curso
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ANÁLISE PROCESSUAL DA JUSTIÇA MILITAR AO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
A INADEQUAÇÃO DA JUSTIÇA MILITAR AO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
A INADEQUAÇÃO DA JUSTIÇA MILITAR AO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
A INADEQUAÇÃO DA JUSTIÇA MILITAR AO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
A INADEQUAÇÃO DA JUSTIÇA MILITAR AO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
A INADEQUAÇÃO DA JUSTIÇA MILITAR AO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
Autores: Annie Hortência Medeiros Bezerra Dantas Christopher Nunes Carezolli Jéssica Pereira de Carvalho
Ludmilla da Silva Santos
Orientador: Prof. MSc. Joel Arruda de Souza Coorientador: Prof. MSc. Marcio José de M. Almeida
Autores: Annie Hortência Medeiros Bezerra Dantas
Christopher Nunes Carezolli
Jéssica Pereira de Carvalho
Ludmilla da Silva Santos
Orientador: Prof. MSc. Joel Arruda de Souza
Brasília/DF 2015
Brasília - DF
2011
ANNIE HORTÊNCIA MEDEIROS BEZERRA DANTAS CHRISTOPHER NUNES CAREZOLLI JÉSSICA PEREIRA DE CARVALHO
LUDMILLA DA SILVA SANTOS
ANÁLISE PROCESSUAL DA JUSTIÇA MILITAR AO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
Documentário Jurídico em vídeo apresentado ao curso de Graduação em Direito da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Direito. Orientador: MSc. Joel Arruda de Souza Coorientador: MSc. Marcio José de Magalhães Almeida
Brasília/DF 2015
Roteiro e documentário de autoria dos alunos Annie Hortência Medeiros Bezerra
Dantas, Christopher Nunes Carezolli, Jéssica Pereira de Carvalho e Ludmilla da
Silva Santos, intitulado “Análise Processual da Justiça Militar Ao Estado Democrático
de Direito”, apresentado como requisito parcial para obtenção do Grau de Bacharel
em Direito da Universidade Católica de Brasília, em novembro de 2015, defendida e
aprovada pela banca examinadora abaixo assinada:
_______________________________________________________
Professor Orientador MSc. Joel Arruda de Souza
Curso de Direito da Universidade Católica de Brasília
_______________________________________________________
Professor Coorientador MSc. Marcio José de Magalhães Almeida
Curso de Direito da Universidade Católica de Brasília
_______________________________________________________
Professor MSc. José Maria de Abreu
Membro da Banca - Curso de Direito da Universidade Católica de Brasília
Brasília/DF
2015
Dedicamos este trabalho de conclusão de
curso em graduação de Direito, em
primeiro lugar a Deus, aos nossos
familiares, estimados amigos, professores
e a todos aqueles que direta ou
indiretamente nos apoiaram e nos
incentivaram durante toda essa trajetória.
AGRADECIMENTO
Em primeiro lugar, agradecemos a Deus que nos deu força, fé e sabedoria a
todo instante desta jornada, nos guiando e nos iluminando para que a angústia e o
cansaço não nos vencessem.
Aos nossos familiares por todo amor e por toda a educação que nos foi dada,
acreditando sempre no nosso potencial e nos incentivando a caminharmos em busca
dos nossos sonhos.
As nossas queridas amigas, amigos e noivo, por terem nos dado apoio nos
momentos de fraqueza, nos feito sorrir e assim ajudado a renovar nossas energias
para prosseguirmos com o trabalho.
Ao nosso orientador Joel Arruda de Souza por acreditar que tínhamos todas
as condições de elaborar e desenvolver essa temática polêmica.
Ao nosso coorientador Marcio José de Magalhães Almeida pela paciência,
disponibilidade e auxilio que foi fundamental para concretizarmos este projeto.
A todos os entrevistados que nos receberam sempre de braços abertos e
responderam a todos os nossos questionamentos nos auxiliando assim a fazer um
trabalho de ótima qualidade.
Aos colegas que compartilharam conosco essa importante etapa de nossas
vidas.
Por fim, a todos aqueles que nos ajudaram no desenvolvimento e conclusão
deste trabalho. Nossos mais sinceros agradecimentos.
RESUMO
Referências: DANTAS, Annie Hortência Medeiros Bezerra; CAREZOLLI, Christopher
Nunes; CARVALHO, Jessica Pereira de; SANTOS, Ludmilla da Silva. Análise
Processual da Justiça Militar ao Estado Democrático de Direito. 2015. 41 Páginas.
Documentário (Curso de Direito) – Universidade Católica de Brasília, Brasília/DF,
2015.
O presente trabalho resultou da realização de um documentário em vídeo, ao
qual objetiva discutir e explicitar uma análise processual da Justiça Militar ao Estado
Democrático de Direito. Primeiramente, busca-se entender a origem e a evolução
histórica da Justiça Militar, o Processo Penal Militar e como é organizado a Justiça
Castrense. E como, com o advento da Constituição Federal de 1.988, o Código
Penal Militar constituído em 1.969 se tornou defasado e com necessidades de
reformas. Este trabalho conta com os depoimentos de um Ministro, uma Juíza, um
Advogado, um Militar da Aeronáutica e um Professor que com suas experiências
potencializaram a pesquisa realizada que discute, em grande parte, se os princípios
constitucionais são aplicados de forma correta no âmbito militar. Salientamos
também, a necessidade de se realizar um documentário sobre este tema, visto que,
a linguagem audiovisual nos ajuda a refletir sobre tais conflitos e sobre a Justiça
Militar.
Palavras-chave: Documentário. Justiça Militar. Reforma. Código Penal Militar.
Princípios.
ABSTRACT
DANTAS, Annie Hortência Medeiros Bezerra; CAREZOLLI, Christopher Nunes; CARVALHO, Jessica Pereira de; SANTOS, Ludmilla da Silva. Procedural Analysis Of Military Justice On The Democratic State . 2015. 41 Pages. Documentary (Law School) – Universidade Católica de Brasília, Brasília/DF, 2015.
The present paper results of the realization of a documentary in video that has
the objective to discuss and explain the procedural analysis of the Military Justice on
the Democratic State. First of all, we have to understand the origin and the historical
evolution of the Military Justice, the Penal Military Procedure and how it’s organized
the Castrense Justice. And how, with the creation of the Federal Constitution of
1.998, the Military Penal Code created in 1.969 has become lagged and has to be
reformed. This paper count with the interviews of a Minister, a Judge, a Lawyer, an
Aeronautic Military and a Teacher that with their experience potentiated the research
that discuss, most of all, if the constitutional principles are apply correctly in the
military ambit. We also accentuate the necessity of the realization about this theme,
since, the audiovisual language help us to reflect about this conflicts in the Military
Justice.
Keywords: Documentary. Military Justice. Reform. Penal Military Code. Principles.
SUMARIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 9
2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 10
2.1. OBJETIVO GERAL ........................................................................................... 10
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................... 10
3. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 11
3.1. ANNIE HORTÊNCIA MEDEIROS BEZERRA DANTAS ............................... 11
3.2. CHRISTOPHER NUNES CAREZOLLI ........................................................... 14
3.3. JÉSSICA PEREIRA DE CARVALHO ............................................................. 19
3.4. LUDMILLA DA SILVA SANTOS ...................................................................... 24
4. SUMÁRIO EXECUTIVO ........................................................................................ 28
4.1. JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 28
4.2. VIABILIDADE ECONÔMICA ........................................................................... 29
4.3. ESTRATÉGIA DE MARKETING .................................................................... 29
5. ESCALETTA ......................................................................................................... 29
5.1. ESCALETTA – PRÉ-ROTEIRO ...................................................................... 29
6. METODOLOGIA ................................................................................................... 31
6.1. DO TIPO DE PESQUISA E DO PONTO DE VISTA DOS SEUS
OBJETIVOS ................................................................................................................... 31
7. CRONOGRAMA.................................................................................................... 32
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 32
9. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 34
10. ANEXOS ............................................................................................................. 36
9
1. INTRODUÇÃO
No estado democrático cada cidadão possui o mesmo direito de voto, e todos
são, em tese, iguais perante a Lei. Mas, infelizmente, o capital determina os
resultados das eleições. Nós nos tornamos seres influenciados pelas estruturas
capitalistas, e, deste modo, nos “satisfazemos” nos pequenos desejos. A dignidade
humana, que deveria ser hoje principal objeto de luta, é tratada de forma mínima.
As necessidades políticas da sociedade se tornam obrigações e ambições
individuais, a satisfação pessoal é promover os negócios e a comunidade, e o
conjunto parece criar sua própria personificação do que vem a ser racional. Se
pararmos para pensar, essa sociedade é irracional como um todo, sendo necessário,
desta feita, as leis, normas e princípios para controlar os impulsos naturais de cada
um.
É interessante pensar que nossa atual democracia tem de tornar-se militante
para poder sobreviver. Claro que há uma diferença fundamental entre o que foi
aplicado e utilizado pelo sistema implantado pelo golpe militar de 1.964, que visavam
impor um sistema total de valores e uma organização obrigacional a seus cidadãos e
a democracia empregada nos dias de hoje, que é uma democracia militante, que só
se torna militante acerca da defesa das metodologias corretas e aprovadas de
mudança social, assim como dos valores e virtudes básicas, tais como: O amor
fraterno, o auxílio mútuo, decência, justiça social, livre-arbítrio, respeito pela pessoa
humana, que constituem a base do funcionamento pacífico de uma ordem social.
Da necessidade de normas e sanções para reger o que se torna aceitável em
sociedade, criou-se o Direito Penal que trata de crimes como: roubo, sequestro,
homicídio, latrocínio, dentre outros. E viu-se assim, a necessidade do Direito Penal
Militar, que especifica os crimes propriamente dito “militares” e é constituído por
infrações que venham prejudicar os fundamentos básicos e específicos da ordem e
disciplina militar, que apresentam, com o seu implemento, um conjunto de obrigações
e deveres característicos do militar, que só como tal o pode transgredir, mas, será
que a justiça aplicada no âmbito militar se adequa ao Estado Democrático de Direito?
É este o questionamento principal que abordamos no decorrer deste trabalho.
10
2. OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL
O presente documentário pretende fazer uma análise da Justiça Militar Ao
Estado Democrático de Direito. E a partir disso demonstrar que algumas alterações
no meio castrense são necessárias, pois há bastante severidade em suas leis, se
tornando, desta forma, objeto de estudo da sua relação com os direitos fundamentais
garantidos pela Constituição Federal e as normas da Teoria Geral do Processo.
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Compreender a origem e a evolução histórica da Justiça Militar;
Entender que a Justiça Militar é uma Justiça Especializada e a sua divisão em
Justiça Estadual e Federal;
Demonstrar o surgimento do Código Penal Militar e explicar as normas e os
princípios que o norteiam;
Elencar as opiniões de profissionais com conhecimento na área militar e
constitucional;
Apontar a necessidade da Justiça Militar no Estado Democrático de Direito,
bem como a necessidade de reforma no Código Penal Militar.
11
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1. ANNIE HORTÊNCIA MEDEIROS BEZERRA DANTAS
No dia 1º de abril de 2015, a Justiça Castrense completou 207 anos. A mais
antiga das Justiças, foi criada por D. João VI em 1.808 após a vinda da família real
portuguesa ao Brasil, denominada inicialmente de Conselho Supremo Militar e de
Justiça. Trata-se de uma justiça especializada, com competência para julgar os
crimes cometidos pelos membros das Forças Armadas, os militares (crimes
propriamente militares) e os civis que pratiquem os crimes militares tipificados nas
circunstâncias definidas no Código Penal Militar de 1.969 (crimes impropriamente
militares).
O Excelentíssimo Senhor Ex-Ministro do Supremo Tribunal Militar Renaldo
Quintas Magioli (2008), discorre de maneira exuberante sobre a Justiça Militar da
União e sua função no Direito Brasileiro:
Desconhece-se que o Direito Penal Militar não existe para proteger a pessoa do militar, constituindo-se em “um privilégio de classe”, mas para proteger bens jurídicos que sustentam a integralidade das Forças Armadas, levando em conta os sujeitos do delito e sua condição de militar. Os que desconhecem a Justiça Militar da União, e consequentemente o seu funcionamento, associam essa justiça especializada a privilégios, corporativismo e autoritarismo; trata-se de uma associação totalmente equivocada, uma vez que ela não é foro para os delitos dos militares e sim para os delitos militares; confundem, simplesmente, lei especial (ius singular) com lei excepcional (privilegium), daí as reações à Justiça Militar
da União.1
A Justiça militar se divide em Estadual e Federal, e é composta pelo Superior
Tribunal Militar e pelas Auditorias Militares, onde estão localizados os Conselhos de
Justiça, integrados por Juízes-Auditores. Os Artigos 122 a 124 da Constituição
Federal estabelece a composição dos Tribunais e Juízes Militares:
Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:
I - o Superior Tribunal Militar;
II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.
1 ROCHA, Maria Elizabeth Guimarães Teixeira; PETERSEN, Zilah Maria Callado Fadul: Coordenadoras. MEYER-PFLUG, Samantha Ribeiro: Colaboradora. Coletânea de Estudos Jurídicos – Brasília: Superior
Tribunal Militar, 2008.
12
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo:
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional;
II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da Justiça Militar.
Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça Militar. (BRASIL. 1988)
2
Somente na Justiça Castrense em seus julgamentos ocorre a figura do
escabinato, que consiste em um juízo colegiado composto por pessoas de áreas
profissionais diversas, com o objetivo de possibilitar a decretação de sentenças mais
justas baseadas no saber jurídico de cada um, amparados pela lei. Nas palavras de
Santos (2013):
No Brasil, a melhor forma que se encontrou para oferecer um julgamento justo e equilibrado aos crimes militares foi a adoção do escabinado na justiça militar. Este instituto permitiu àquele ramo da justiça, aliar a experiência de militares, de longa trajetória nas forças armadas ou forças auxiliares, à técnica e vivência jurídica dos juízes civis que compõe os conselhos de justiças (1ª instância), o Superior Tribunal Militar (2ª instância), ou os TJM (2ª instancia estadual no RS, SP e MG). Com isso, tem-se decisões mais justas e conectadas com a peculiar realidade da caserna.
3
A existência da Justiça Militar no Estado Democrático de Direito é de extrema
importância visto que sua autonomia alcança fatos não considerados pela lei
comum, contando com celeridade com efetivo funcionamento, além de preservar as
garantias e os direitos fundamentais dos cidadãos expressos na Carta Magna, tais
como a dignidade da pessoa humana, e os princípios da ampla defesa e do
2 BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal:
Centro Gráfico, 1988.
3 SANTOS, Celso Rodrigo Lima dos. Tribunal do júri e escabinato da Justiça Militar. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 18, n. 3490, 20 jan. 2013. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/23491>. Acesso em: 5 nov.
2015.
13
contraditório, e o da publicidade dos atos processuais. Segundo Rodrigues Rosa, os
princípios constitucionais estão presentes na Justiça Militar, o que assegura a
efetivação do Estado Democrático de Direito, assim:
Os princípios constitucionais estão se incorporando as normas administrativas militares, o que tem permitido o exercício da ampla defesa. O militar deve ser punido e até mesmo afastado de suas funções quando fique comprovado que este praticou um ilícito, mas deverá ser julgado em conformidade com a lei fundamental de seu país.
[...]
No âmbito da Justiça Militar, Estadual ou Federal, os princípios enumerados no art. 5º, da CF, são observados de forma efetiva, sendo assegurado ao acusado a mais ampla defesa, que somente deve ser exercida por um profissional devidamente inscrito nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil e que tenha pleno conhecimento da matéria militar. Na dúvida, ou seja, na ausência de provas seguras que demonstrem a autoria e materialidade dos fatos descritos na ação penal militar, o princípio da inocência é aplicado de forma efetiva. O cerceamento da liberdade não admite juízos de valor, mas apenas a existência de provas concretas. Na dúvida,como ensina Eliezer Rosa, é melhor absolver o culpado do que condenar o inocente
[...]
Portanto, o respeito aos princípios constitucionais é assegurado a todos os militares em qualquer lugar do território nacional. A construção de um país livre e soberano tem como fundamento o cumprimento da lei, sem a qual o Estado não tem condições de exercer as suas funções. Todos devem respeitar a lei, que foi o sistema adotado pelo Brasil que segue a tradição da família romano-germânica.
4
Segundo José da Silva Loureiro Neto (1995) o assunto acerca da autonomia
do Direito Penal Militar é um tanto controverso, porém é preciso ressaltar que este é
uma especialização do Direito Penal comum com princípios normativos e
acontecimentos diferenciados, no qual entende que:
De extremo alcance é a opinião daqueles que pretendem sejam extintos os Tribunais Militares, a exemplo de Felipe II, de Espanha, 1580, que só desistiu desse propósito por influência do Duque de Alba. Igual medida foi adotada pelo governo socialista de Mitterand que extinguiu, em França, a Justiça Castrense, com expresso arrependimento pelos desastrosos resultados, assim como a pretensão de alguns Constituintes brasileiros que chegaram a propor a extinção da nossa Justiça Militar, sem lograr êxito, felizmente.
4 ROSA, Paulo Tadeu Rodrigues. Aplicação Dos Princípios Constitucionais No Direito Militar. Disponível em: < http://www.policiaeseguranca.com.br/principios.htm>. Data de acesso: 5 nov. 2015.
14
Menos radical foi a intenção do Deputado Francisco Mujica, na Constituinte Mexicana de 197, sustentando que a jurisdição castrense devia manter-se em tempo de guerra e suprimir-se na paz. Idêntica proposta inseriu-se na Constituição de Weimar, em 1919, na Alemanha, confirmada por Lei em 1920, e, em 1927, foi a mesma orientação apresentada na Argentina. Como sistemas conciliadores citam-se dois. A reforma da Justiça Militar, em 1928, na França, que restringiu a jurisdição castrense em tempo de paz e a ampliou sensivelmente durante a guerra, e a doutrina que confere competência à Justiça Ordinária para conhecer dos crimes militares, no período de paz e na guerra, ao chefe militar. (PESSOA apud, LOUREIRO NETO, 1995, p24).
5
Observa-se, então, que não há necessidade da exclusão da Justiça Militar do
ordenamento jurídico brasileiro. O que deve ser realizado são alterações nas normas
militares que se coadunem com a sociedade moderna, no que se refere a sua
evolução e desenvolvimento, assim é o entendimento esboçado por Jorge Luis de
Oliveira da Silva (2009), in verbis:
[...]a justiça militar no Brasil vem prestando, ao longo do tempo, relevantes serviços a sociedade. Por óbvio, assim como toda e qualquer Instituição Pública, deve acompanhar a evolução da sociedade, adequando-se aos novos tempos. Neste sentido, não se descarta a modificação na composição do STM e dos Tribunais de Justiça Militares, o fomento de um novo modelo de investigação policial militar e a necessidade imperiosa da modificação da abordagem do direito nos cursos de formação de oficiais, em especial nos relacionados às forças armadas. Que a justiça militar no Brasil seja continuamente aperfeiçoada mas sempre preservada, pois cumpre efetivamente seu papel no cenário jurídico e democrático brasileiro.
6
3.2. CHRISTOPHER NUNES CAREZOLLI
A justiça militar da União atua em todo território nacional, dividida em 12
circunscrições, por onde se distribuem 18 auditorias militares, responsáveis pela
aplicação das leis militares em todo os estados e no Distrito Federal, nessas
auditorias atuam 18 juízes auditores bem como 18 juízes auditores substitutos, estes
são a primeira instância da Justiça Militar da União. Tendo ainda uma instância
superior, representada pelo Superior Tribunal Militar, que está no mesmo nível dos
5 LOUREIRO NETO, José da Silva. Direito Penal Militar. 2ª Ed. São Paulo: Atlas, 1995. 6 SILVA, Jorge Luis de Oliveira da. Revista Direito Militar – ano XII n. 76 – março/abril 2009 – AMAJME,
2009.
15
outros tribunais superiores, essa é a forma atual organizacional da Justiça
castrense.
Originariamente a Justiça Militar surgiu no Brasil na época de 1808 com a
necessidade do príncipe regente de Portugal, Don João de governar e manter o
controle e administração da colônia, quando já estava instalado na cidade do Rio de
Janeiro, a primeira medida que tomou foi baixar um alvará com força de lei que
criava o Conselho Supremo Militar e de Justiça, é pois a justiça mais antiga do
Brasil.
Don João assim como seus sucessores, Pedro I e Pedro II, presidiram o
conselho até a proclamação da república em 1889, neste ano, já sobre a presidência
de Marechal Deodoro da Fonseca a corte passou a se chamar Supremo Tribunal
Militar, sem no entanto estar vinculado ao poder judiciário, sendo que os juízes e
tribunais militares só foram incluídos em 1934, e nas constituições de 1946 e 1967 a
estrutura da Justiça militar sofreu pequenas mudanças, até que a Carta Magna de
1988 estabeleceu a atual organização, composição e competência da Justiça Militar
da União.
De acordo com a Constituição federal em seu artigo 123 que o Superior
Tribunal Militar é composto hoje por 15 ministros, sendo 10 militares e 5 civis,
formando o que tecnicamente é conhecido por escabinato, isto é, os julgamentos
acontecem a partir das experiências que os juízes militares têm dos quarteis e do
juízes civis em torno da ciência jurídica. Nesse sentido segue o artigo 123 da
Constituição Federal de 1998:
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.
7
Para se alcançar o que se pretende no presente trabalho, deve-se salientar a
importância Código Penal Militar, assim como o Código Penal comum, o Militar
7 OLIVEIRA, Rodrigo Montenegro de. Justiça Militar no Brasil. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 17, n. 3185, 21 mar. 2012. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/21339>. Acesso em: 4 nov. 2015.
16
também é dividido em Parte Geral e Parte Especial.
Na Parte Geral, encontramos os dogmas principais para a interpretação e
aplicação do Direito Penal Militar, a exemplo de dispositivos de interpretação
autêntica, de concepções acerca do dolo e da culpa, do concurso de pessoas, do
concurso de crimes etc.
Há que se falar ainda que o Processo Penal Militar, bem como o Código de
Processo Penal, tem sua valoração em sua área de atuação, uma vez que é ele
quem dita as regras e formas de processamento nos crimes praticados em âmbito
militar, por esse viés enxerga-se então que dês do código de processo já há uma
separação de justiças pois o militar ou o civil que praticar crime militar será julgado e
processado pelas regras da Justiça castrense.
Basicamente a Justiça Militar é dividida em Justiça Federal e Justiça
Estadual, sendo que a primeira irá, em regra, é especializada na aplicação da lei aos
dos militares federais como do Exército, da Marinha, e da Aeronáutica, julgando os
crimes e infrações militares definidos em lei e a segunda é especializada na
aplicação da lei aos policiais militares e bombeiros militares nos crimes e infrações
previstos em lei, integrantes das Forças Auxiliares.
Salienta-se que o único crime militar a ser julgado pela Justiça Comum são os
crimes dolosos contra a vida, isto é, quando um policial mata alguém
intencionalmente ele será julgado por um júri composto por civis e não por outros
militares, por tanto fica claro que os demais crimes, como por exemplo roubo, sendo
ele praticado por militar, quem é competente pra julgar é a justiça militar.
O conceito de crime militar segundo a doutrina majoritária, é toda violação
acentuada ao dever militar bem como aos valores das instituições militares, isto é,
de certa forma, para ser um crime militar, será algo que vai gerar um dano as
instituições militares ou de certa forma uma violação ou ato contra os militares com
relação aos seu deveres.
A doutrina majoritária elenca ainda critérios para que sejam considerados
crime militares, o primeiro critério é chamado em latim de ratione materiae, ou seja
em razão da matéria, sendo que esse critério denota que em razão da matéria o
17
agente deve ser militar bem como o ato deve ser militar, outro critério é chamado de
ratione personae, ou seja em razão da pessoa, que é classificado puro e
simplesmente pelo agente ser militar, não levando em consideração a matéria do
crime.
Tendo ainda o critério ratione loci, que se da em razão do local praticado, ou
seja, nesse aspecto é levando em conta apenas se o local ou prédio é militar ou está
sob a administração de militar, não importando se o agente é civil ou não e por fim a
doutrina mostra o critério ratione temporis, em razão do tempo, ou seja em
determinadas épocas, como por exemplo guerra ou nos tempos de manobra ou
exercício se ocorrer algum crime seria considerado crime militar, a exemplo disso é a
pena de morte em tempos de guerra, e por fim, porém não menos importante, a o
critério ratione legis, que leva em conta a lei, ou seja, onde a lei diz especificamente
que a conduta praticada pelo agente é um crime militar.
Ao fazermos uma análise do Art. 9º do Código Penal Militar, podemos
perceber perfeitamente que cada inciso trata de um critério acima exposto, in verbis:
“Art. 9º - Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:
I - os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo diverso na lei penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição especial; II - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição na lei penal comum, quando praticados: a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma situação ou assemelhado; [...]
[...]Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos contra civil, serão da competência da justiça comum.
8
Segundo Moraes (2003, p. 40), “por estabelecer critérios para a
caracterização dos crimes militares em tempo de paz, o artigo 9º merece uma
detalhada análise, face à sua irrestrita importância prática”. Indica o jurista, ainda,
que a confusa redação de seus incisos exige “um esforço de interpretação para que
haja coerência e harmonização de critérios entre os três incisos de tal artigo,
8 CORREA, E. S. Um estudo acerca da natureza jurídica do Direito Penal Militar. Jus Militaris. 17 set. 2008.
Disponível em: <http://www.jusmilitaris.com.br/popup.php?cod=260>. Acesso em: 04 nov. 2015.
18
particularmente no que se refere à definição dos sujeitos ativos de tais delitos” (p.
42).
No mesmo sentido a maior parte da doutrina entende que um civil não pode
praticar um crime propriamente militar, por como o critério mesmo diz, deve ser
militar para cometer tal crime, no entanto o STM e o STF entende que se esse civil
estiver junto a um militar, e for coautor responderá por crime propriamente militar.
Há que se falar ainda nos crimes denominados pela doutrina de tipificação
indireta, quais sejam os previstos no Código Penal Militar porém que estão previstos
também no Código penal comum, no entanto praticados no âmbito militar, para que
estes crimes com definição comum ao CPP e ao CPM para que seja considerado
militar deve ser praticado por militar em situação ou atividade contra militar na
mesma situação, não necessitando que um conheça a situação do outro, uma vez
que militar é considerado militar 24 horas por dia.
A Justiça Militar por diversas vezes teve manifestações referentes a uma
necessidade de ser extinta, todavia no âmbito argumentativo também são
recorrentes os equívocos cometidos nas quatro argumentações mais comuns e que
pretendem justificar tais opiniões.
O primeiro argumento sustenta que não existe espaço para a justiça militar no
âmbito de estado democrático de direito, esta, por si só, revela desinformação
sociológica e historiográfica. O segundo argumento alega o volume reduzido de
processos em comparação com a realidade da Justiça comum, no que incorre em
inversão de lógica e valores. O terceiro acusa altos custos, esta incorre, no mínimo,
em mais uma imprecisão, além de descontextualizar o fato. O quarto e último aponta
para a prática de corporativismo, esta que revela desinformação estatística e
desinteresse pela lógica da proporcionalidade, ou seja, criticam alegando que há um
protecionismo.
Na totalidade dos casos, porém, há um pano de fundo cuja gravidade atinge a
Instituição e a cada um dos policiais militares do país, principalmente àqueles
verdadeiramente vocacionados, sejam oficiais ou praças.
19
Cabe ainda ressaltar a importância da Justiça castrense em meio ao âmbito
judicial, uma vez que deve sim haver um controle por parte da justiça sobre atos
praticados por militares, pois tal controle se deve ao fato de que os militares existem
para defesa do Estado em si, seja em tempos de paz ou guerra, e para que não haja
abusos por parte dos militares, devido ao poder em função dos cargos a Justiça
Militar é de extrema importância no Estado Democrático de Direito, pois assim
viabiliza também uma forma de contraditório e ampla defesa aos que cometem
crimes, assim como é garantido a um civil, evita abusos por parte de superiores.
Diante do exposto resta claro que há uma importância na Justiça Castrense,
tanto pela necessidade de haver uma celeridade no âmbito militar quanto na
contenção de abusos e arbitrariedades por parte de superiores hierárquicos ou evitar
ainda o cometimento de erros em relação a um civil que será parte mais fraca nesse
embate, e conforme restou configurado na presente pesquisa há sim uma celeridade
nos processos por não haver um inchaço como ocorre no âmbito civil, porém deve
realmente haver uma reforma em alguns pontos, pois ainda há alguns tramites que
deixam a desejar no meio militar.
3.3. JÉSSICA PEREIRA DE CARVALHO
Após minucioso estudo, analisando a relação entre a Justiça Militar e o
Estado Democrático de Direito, abordamos alguns pontos de suma importância, os
quais devem ser levados em consideração para que haja uma melhor compreensão
do tema, e com isso incluímos os mesmos em nosso referencial teórico.
Para que haja um melhor conhecimento do assunto em questão, deve-se
antes de tudo, entender a diferença desta Justiça Especializada em relação à
Justiça Comum, conhecendo seus alicerces constitucionais e princípios.
Vários são os doutrinadores que defendem a teoria de que o Direito Penal
Militar difere do Direito Penal Comum, alegando que se trata de ramo da Justiça
Especial, de acordo com esse pensamento, Magalhães Noronha explica:
20
“A nosso ver, o melhor critério que extrema o Direito Penal comum dos outros é o da consideração do órgão que os deve aplicar jurisdicionalmente”.
9
Com isso fica claro que existe um fator especial envolta do Direito Penal
Militar, pois o mesmo executa e julga seus procedimentos em seu tribunal, o Egrégio
Superior Tribunal Militar, ainda descrevendo sobre esta diferença entre as esferas
comum e militar, Romeu Campos Barros explica:
”o processo penal especial se contrapõe ao processo penal comum, apresentando modificações na estrutura do procedimento ou em razão do órgão judiciário encarregado do julgamento, ou, ainda, em função da tutela jurídica de direito material; e finalmente, tendo em consideração a própria situação subjetiva dos sujeitos processuais”.
10
Assim sendo, este ramo jurídico especial opera com diretrizes e
características próprias, resultado da sua legislação adequada.
Sabendo que existem duas vias do Direito Penal, devemos entender a origem
do Direito Penal Militar no Brasil, com um breve histórico deste Direito, o mais antigo
instituído em nosso país. De acordo com historiadores, o Direito Penal Militar
Brasileiro, iniciou-se em Portugal, já que no tempo da Colonização do Brasil, foi
determinada a utilização do rigoroso Artigos de Guerra do Conde de Lippe,
elaborado em 1763, em Portugal, esta foi a primeira legislação penal militar utilizada
em nosso país, isto ocorreu com a vinda de D. João IV para o Brasil, e sobre isso
Loureiro Neto, discorre em sua obra doutrinaria:
“com a chegada de” D. João IV ao Brasil, pelo alvará de 21 de abril de 1808, criou-se o Conselho Supremo Militar e de Justiça e, em 1834, a provisão de 20 de outubro, previa crimes militares, que foram separados em duas categorias: os praticados em tempos de paz e os praticados em tempo de guerra”.
11
Após a proclamação da independência do Brasil, os Artigos deixaram de
vigorar, dando lugar para o então instituído Código Penal da Armada. O
ordenamento jurídico militar foi instituído no ano de 1969, pelo Decreto-Lei 1001/69,
e é conhecido como Código Penal Militar.
9 Magalhães Noronha, Direito Penal, v.1, p.12. 10 Romeu de Campos Barros, Sistema Processual Penal Brasileiro, v.2, p.206, nº 1.183. 11
José da Silva Loureiro Neto, Direito Penal Militar, 4ª Ed., 2001, p.21.
21
Falando um pouco sobre a competência da Justiça Militar, ela se divide em
Federal e Estadual, pois são responsáveis pelas matérias não abrangidas na Justiça
Comum. Assim conhecida como Justiça Especial, Dr. Paulo Tadeu Rodrigues Rosa,
em artigo intitulado “Competência da Justiça Militar”, explica a diferença entre essas
duas esferas da Justiça Militar, vejamos:
”A Justiça Militar Federal tem competência para processar e julgar os militares integrantes das Forças Armadas, Marinha de Guerra, Exército, Força Aérea Brasileira, civis e assemelhados. No Estado democrático de Direito”.
12
O autor discorre ainda sobre a Justiça Militar Estadual em seu artigo:
“A Justiça Militar Estadual tem competência para processar e julgar os policiais militares e bombeiros militares nos crimes militares definidos em lei. Os crimes militares estão definidos no Código Penal Militar, CPM, e nas Leis Militares Especiais. Deve-se observar, que por força de disposição constitucional a Justiça Militar Estadual tem competência apenas e tão somente para julgar os militares estaduais, que são os integrantes das Forças Auxiliares (Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares).”
13
O Código Penal Militar, do qual já falamos sobre sua origem, regulamenta a
respeito dos crimes praticados tanto pelos militares, quanto por terceiros dentro da
área militar. A definição para crime militar por Crysólito de Gusmão:
”O grupo específico dos crimes propriamente militares é constituído por infrações que prejudicam os alicerces básicos e específicos da ordem e disciplina militar, que esquecem e apagam, com o seu implemento, um conjunto de obrigações e deveres específicos do militar, que só como tal o pode infringir”.
Quando falamos em crime, logo pensamos no conjunto de legislações que
determinam as sanções cabíveis para cada situação, e com isso logo nos
lembramos dos princípios jurídicos que servem como alicerces a esta base,
procurando atingir de forma justa a proteção ao bem jurídico. Dentre esses
princípios, destacamos dois de grande importância no ramo de Direito Penal Militar,
são eles: principio do duplo grau de jurisdição e principio da publicidade dos atos
processuais.
12 Dr. Paulo Tadeu Rodrigues Rosa, Competência da Justiça Militar,
http://www.advogado.adv.br/direitomilitar/ano2003/pthadeu/competenciajusticamilitar.htm 13 Dr. Paulo Tadeu Rodrigues Rosa, Competência da Justiça Militar, http://www.advogado.adv.br/direitomilitar/ano2003/pthadeu/competenciajusticamilitar.htm
22
O primeiro diz respeito à ampla defesa e o contraditório, para uma melhor
compressão o Doutrinador António Carlos de Araújo Cintra, conceitua em sua obra
literária a respeito do principio citado:
“a bilateralidade da ação gera a bilateralidade do processo. Em todo processo contencioso há pelo menos duas partes: autor e réu. O autor (demandante) instaura a relação processual, invocando a tutela jurisdicional, mas a relação processual só se completa e põe-se em condições de preparar o provimento judicial com o chamamento do réu a juízo”.
14
Sendo o réu chamado a Juízo, e ciente da situação, o mesmo terá o direito
garantido de defesa e de contradizer os fatos a ele relacionados. Enquanto que o
princípio da publicidade dos atos processuais, o autor citado anteriormente define:
“o principio da publicidade do processo constitui uma preciosa garantia do indivíduo no tocante do exercício da jurisdição”.
15
Ainda sobre publicidade, o autor discorre:
“Em ultima análise, o povo é o juiz dos juízes. E a responsabilidade das decisões judiciais assume outra dimensão, quando tais decisões hão de ser tomadas em audiência pública, na presença do povo”.
16
Levando em consideração os princípios colocados em questão neste
referencial teórico, com certeza fica fácil entender sobre os crimes militares, e
quando eles são ou não julgados em âmbito jurídico especial. Tais crimes são
divididos em propriamente e impropriamente militares, que nada mais é que a
distinção dos crimes praticados pelo Militar, e os crimes praticados por terceiros em
área militar. Sobre isso discorre Celio Lobão em sua obra com base em suas fontes
doutrinarias:
Crime Propriamente Militar: “crimes propriamente militares são os que consistem nas infrações especificas e funcionais da profissão de soldado”.
17
Crime Impropriamente Militar: “crime impropriamente militar pode definir-se – aquele que pela condição de militar culpado, ou pela espécie militar do fato, ou pela natureza militar do local ou, finalmente, pela anormalidade do tempo em que é
14 Antônio Carlos de Araújo Cintra, Teoria Geral do Processo, 27ª Ed., p. 61. 15 Antônio Carlos de Araújo Cintra, Teoria Geral do Processo, 27ª Ed., p. 75. 16 Antônio Carlos de Araújo Cintra, Teoria Geral do Processo, 27ª Ed., p. 75. 17
Celio Lobão, Direito Penal Militar, 1999, p. 79.
23
praticado, acarreta dano á econômica, ao serviço ou a disciplina das forças armadas”.
18
Percebe-se que a Justiça Militar é necessária ao Estado Democrático de
Direito, necessitando de alterações no que diz respeito à matéria e ao sistema
processual militar, e sobre isso versa a Juíza Auditora-Corregedora no Superior
Tribunal Militar, Telma Angélica Figueiredo, confira um trecho retirado de sua
entrevista:
“saliento que se torna no momento indispensável algumas alterações, mas com a elaboração do novo CPM e CPPM, que já esta em tramitação, a minha opinião é que deveriam ser feitas alterações pontuais, tanto na questão de matéria, quanto na parte processual”.
19
Com isso, tendo por base à opinião de nossa estimada Excelência, fica claro
que é de suma importância a reforma do Direito Penal Militar, sendo importante
salientar que já existe em tramitação o Projeto-Lei nº 7683/2014, solicitando a
reforma da Justiça Militar e todos os seus alicerces. Sobre a manutenção da
estrutura da Justiça Militar, o autor Marcelo Adriano Menacho dos Anjos, cita
Pinheiro, que já levantava essa hipótese em suas obras doutrinarias a respeito da
Justiça Militar:
“Nos países latino-americanos os pobres vêem a lei como um instrumento de opressão a serviço dos ricos e poderosos. O sistema judicial tem sido amplamente desacreditado por sua desonestidade, ineficiência e falta de autonomia. Ele é deficiente em todos os aspectos: os recursos materiais são escassos; os procedimentos judiciais são excessivamente formais; os juízes são insuficientemente treinados; é um número pequeno de juízes supervisiona muitas causas”.
20
Finalizamos o estudo considerando todas as opiniões levantadas, porém
observamos a necessidade da manutenção deste ramo do Direito em prol de um
melhor funcionamento da Justiça Militar, entretanto com os ajustes necessários ao
Estado Democrático de Direito.
18 In Frederico Marques, Da Competência, p. 140. 19 Documentário: ANÁLISE PROCESSUAL DA JUSTIÇA MILITAR AO ESTADO DEMOCRÁTICO DE
DIREITO, entrevista com Juíza Auditora-Corregedora no Superior Tribunal Militar, Telma Angélica
Figueiredo, 2015
20 Marcelo Adriano Menacho dos Anjos, A justiça Militar e a Democracia – Controle Judicial da Atividade
Policial, 2015, p. 156.
24
3.4. LUDMILLA DA SILVA SANTOS
A Justiça Militar teve início no Brasil, por obra da Família Real e em virtude do
ato normativo de abril de 1808, que instituiu o Conselho Supremo Militar e de
Justiça. Este foi o primeiro Tribunal Superior de Justiça do país e o primeiro órgão
com jurisdição em todo território nacional. A Justiça Militar foi a única justiça
especializada com previsão na primeira Constituição Republicana, promulgada em
24 de fevereiro de 1891. Previsto também, na Constituição Federal de 1934 que foi
vinculada a Corte ao Poder Judiciário, como persiste até hoje, visto que,
inicialmente, a Justiça Castrense incorporava o Poder Executivo.
A instituição militar deu-se da mesma forma, acompanhou a vinda da família
Real, e era representada pela organização de um corpo militar uniformizado que
visava a proteção e defesa da família real, e mais a frente, das instituições fundadas
na ex-colônia.
Logo após a organização dos Ministérios, e estabelecida toda estrutura de
Estado foi instituído, na cidade do Rio de Janeiro, que era, na época, sede da Corte
no Brasil, o Conselho Supremo Militar e de Justiça, e, por extensão, a Justiça Militar
Brasileira. Assim como o Tribunal Superior da Justiça Militar, o Conselho Supremo
julgava em última instância os processos criminais dos acusados que estavam
sujeitos ao foro militar. Com o Conselho Supremo Militar e de Justiça, instaurou-se o
primeiro Tribunal Superior de Justiça instituído no Brasil, e sua denominação
originária foi mantida até o surgimento da República, quando, na Constituição de
1891, foi denominado Supremo Tribunal Militar, com organização e atribuições
determinadas pela Lei nº 149, de 1893, passando a integrar o Poder Judiciário pela
Constituição de 1934 e, vindo a ser intitulado Superior Tribunal Militar, com a
Constituição de 1946.
Com o passar dos anos, a Justiça Militar se dividiu em duas espécies: a
Justiça Militar da União e a Justiça Militar Estadual. A primeira possui previsão
constitucional desde a Constituição Federal de 1934, e a segunda, desde a
Constituição Federal de 1946. No que diz respeito à formação, e previsão da Justiça
25
Militar da União PEDRA, Moglia Ricardo explica em seu artigo “Justiça Militar da
União em evolução: a mais tradicional justiça brasileira e os desafios da atualidade”
que:
“A Justiça Militar da União está prevista na Constituição Federal em seus artigos 122 a 124. Segundo previsto na Carta Magna, são órgãos da Justiça Militar o Superior Tribunal Militar e os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei, sendo que o Superior Tribunal Militar é composto de quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis. Os Ministros civis são escolhidos pelo Presidente da República dentre brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e dois por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público Militar. O art. 124 da Constituição Federal prevê que à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei, sendo que o seu parágrafo único dispõe que a lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça Militar”
21
Loureiro Neto ensina em sua obra doutrina, que:
“ A Justiça Militar Federal é composta dos seguintes órgãos:
I- Superior Tribunal Militar II- Tribunais e juízes Militares instituídos por lei (art. 122 da CF).”
(...)
“O Superior tribunal Militar, cuja sede é em Brasília, constitui o órgão da segunda instância de toda Justiça Militar federal.
Em primeira instância, atuam os conselhos de justiça e auditores.
21 MOGLIA RICARDO PEDRA, Artigo: Justiça Militar da União em evolução, a mais tradicional justiça brasileira e os desafios da atualidade. (http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,justica-militar-da-uniao-em-
evolucao-a-mais-tradicional-justica-brasileira-e-os-desafios-da-atualidade,48268.html)
26
Eles exercem suas atividades jurisdicionais nas auditorias, que n justiça comum correspondem às varas”.
22
Acerca da Justiça Militar Estadual Loureiro Neto nos mostra ainda, que:
“Assim como sucede na Justiça Militar Federal, são órgãos de
primeira instância da Justiça Militar estadual os Conselhos de Justiça (Especial e Permanente) e os auditores, com as mesmas funções daquela, quais sejam, julgar oficiais, da competência do Conselho especial, e julgar praças da competência do Conselho Permanente”.
23
Destarte, a Constituição Federal de 1988 em seu artigo 125, § 4º, dispõe que:
“§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças”.
No que tange aos crimes militares este possui as elementares do crime, quais
sejam: a tipicidade, antijuridicidade e culpabilidade, são condições que configuram o
delito. A tipicidade do crime militar está prevista no Código Penal Militar que é
legislação especial. A definição do crime militar se dá pela ratione legis (em razão da
lei), consiste naquele que a lei determinar como tal.
É importante salientar que nem todo crime cometido por agente militar
caracteriza-se como militar, visto que, este também atua como cidadão.
Os crimes se subdividem em própria e impropriamente militares, de acordo
com BANDEIRA, Esmeraldino, em seu livro “Direito, Justiça e processo militar”, de
1919, na página 31: “crimes propriamente militares são os que consistem nas
infrações especificas e funcionais da profissão do soldado”, enquanto o crime
impropriamente militar é “aquele que pela condição militar do culpado, ou pela
espécie militar do fato, ou pela natureza militar do local ou, finalmente, pela
anormalidade do tempo em que é praticado, acarreta dano à economia, ao serviço
ou à disciplina das forças armadas.”
22 NETO, José da Silva Loureiro, Processo Penal Militar, de 1999, página 105 23
NETO, José da Silva Loureiro , Processo Penal Militar, de 1999, página 107
27
Claro que a Justiça Militar, além destas, possui várias outras especificidades,
desde o início viu-se a necessidade da delimitação do poder dos militares para que
fossem resguardados os direitos dos civis, mas há na Justiça Militar e no Processo
Penal Militar a necessidade de reforma, primeiro porque o Código Militar é de 1969,
deve-se aceitar que há nele sanções, prazos, dentre outras coisas defasadas, que
acabam por transgredir direitos e garantias dos militares que são resguardadas pela
Constituição Federal de 1988.
Nesta linha vale citar o PL 7683/2014, oferecido pelo próprio Superior Tribunal
Militar em 05/06/2014, que vem para alterar dispositivos da Lei nº 8.457, de 4 de
setembro de 1992, que Organiza a Justiça Militar da União e regula o funcionamento
de seus Serviços Auxiliares e tem como principal função a reforma da Justiça Militar.
Há ainda, a proposta de EC nº 96-A de 1992, melhor explicado pelo artigo
“Justiça militar: extinguir ou reformar?” de autores CÉSAR, Marcelo Augusto,
MORENO, Fabrício Gonçalves Dias, NETO, Ângelo Bacigalupo, NETO, Adnael
Alves da Costa e NETO, Rubens Caruso:
“O substitutivo da Relatora Deputada Federal Zulaiê Cobra Ribeiro à Proposta de Emenda à Constituição nº 96-A de 1.992, que tramita no Congresso Nacional, propõe a extinção da Justiça Militar Estadual.
O artigo 21 do substitutivo da Relatora, que altera o artigo 109 da Carta Magna vigente acrescentando-lhe o inciso XII, determina que a Justiça Militar Federal, passa a ter competência apenas para processar e julgar os crimes propriamente militares definidos em lei. Os crimes impropriamente militares passariam a ser de competência dos juízes federais (Justiça Federal), conforme artigo 34 do substitutivo, que altera o caput do artigo 124. Portanto, quanto aos crimes militares, os referidos se impropriamente militares, serão julgados pela Justiça Federal, e se propriamente militares serão julgados pela Justiça Militar Federal.
A Justiça Militar Estadual será suprimida e, se necessário, a Justiça estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, Varas Especializadas, competentes para processar e julgar os policiais militares e bombeiros militares, de modo que, em primeira instância os julgamentos se darão pelas Varas Especializadas em substituição aos
28
Conselhos de Justiça, e em segunda instância pelo Tribunal de Justiça, sempre que se tratar de crimes puramente militares.”
24
A Justiça Militar é sim uma Justiça competente e eficiente e tem como
principal função a efetiva aplicação da Lei, com a finalidade de evitar que o militar,
federal ou estadual, cometa novos ilícitos, ou fira os preceitos de hierarquia e
disciplina, que são elementos essenciais das Corporações Militares, extingui-la seria
um erro, mas deve-se sim reforma-la para que além dos civis, militares possam
usufruir de um Estado considerado Democrático e igualitário a todos.
4. SUMÁRIO EXECUTIVO
4.1. JUSTIFICATIVA
O presente trabalho tem como finalidade análise Processual a da Justiça
Militar Ao Estado Democrático de Direito. Após um período autoritário, e ditatorial
que se viu no Brasil, a Constituição de 1988, mais conhecida como “cidadã”, trouxe
novas luzes, e elevou o país a um status de Estado Democrático de Direito.
A democracia é, em tese, um que regime político que se baseia na vontade
do povo, gerando desta forma, melhores condições de vida para a população.
Entretanto, não se trata de um sistema político totalmente isento de defeitos, o fato
do povo ter o poder de escolha seria maravilhoso, se tais escolhas gerassem um
Estado mais igualitário, no âmbito militar, ainda que a democracia impere, há
diversas discrepâncias acerca deste assunto.
Desta forma, torna-se necessária tal abordagem no intuito de melhor
esclarecimento.
24 MARCELO AUGUSTO MORENO, Justiça Militar: Extinguir ou Reformar?
(http://jus.com.br/artigos/1572/justica-militar-extinguir-ou-reformar#ixzz3qd8L0g00)
29
4.2. VIABILIDADE ECONÔMICA
O documentário será voltado para banca examinadora do Trabalho de
Conclusão de Curso, estudantes universitários e sociedade em geral, uma vez que
almejamos demonstrar diversas facetas do tema: aqueles que querem ter um maior
conhecimento sobre a justiça militar, o seu surgimento e seus conceitos, aqueles
que também acreditam que o tema é pouco debatido e aqueles que buscam saber
mais sobre os direitos dos militares que buscam uma democracia maior no meio
castrense.
O documentário também será de interesse dos órgãos federais e locais,
particularmente interessados no tema.
A câmera e equipamentos de áudio utilizados foram disponibilizados por uma
equipe de cinegrafistas contratados pelos componentes do grupo.
4.3. ESTRATÉGIA DE MARKETING
O presente trabalho tem como objetivo divulgar o documentário na
Universidade Católica de Brasília – UCB, para que diversos estudantes e
professores que tenham interesse possam assisti-lo. Servindo assim como um
instrumento didático, que venha informar os acadêmicos das polêmicas e
curiosidades que cercam o meio militar.
5. ESCALETTA
5.1. ESCALETTA – PRÉ-ROTEIRO
1. Tema - Título: Abertura
2. Imagem – Imagens sobre Justiça Militar
3. Trilha sonora: Fade to Black Instrumental – Metallica
30
4. Narração: OFF - “Em 1.808 surge no Brasil a Justiça Militar com a vinda de Dom João VI,
que instituiu no dia 1º de abril deste mesmo ano Alvará com força de lei, denominado
Conselho Supremo Militar e de Justiça”. Sua integração ao Poder Judiciário advém da
Constituição Federal de 1.934, sofrendo algumas alterações até a instauração da Carta
Magna de 1.988, a atual Constituição. A Justiça Militar é uma Justiça Especializada, composta
pelo Superior Tribunal Militar, pelos Tribunais Militares e pelos Juízes Militares, e se divide em
dois âmbitos, quais sejam: Estadual e Federal. Sua função essencial no Estado Democrático
de Direito, é exercer de forma efetiva o controle das atividades prestadas pelas Forças
Policiais, que são responsáveis pela preservação dos direitos e garantais fundamentais dos
cidadãos, previstos no art. 5º, da Constituição Federal, e nos tratados internacionais que
foram subscritos pela República Federativa do Brasil.”
5. Imagem Entrevistado: Fala Professor Joel – Evolução histórica.
6. Imagem Entrevistado: Entrevista Ministro Barros - Evolução Histórica; crime militar;
competência.
7. Narração: OFF - “O Código Penal Militar foi instituído em 21 de outubro de 1.969, pelo
Decreto-Lei nº 1.001. Suas normas são relativamente severas, porém condizentes com a
finalidade da manutenção dos princípios norteadores das Instituições Militares, que devem
preservar os direitos fundamentais assegurados a todos os brasileiros e estrangeiros que
vivem no território nacional, dentre eles o princípio do duplo grau de jurisdição, que abarca a
ampla defesa e o contraditório, e o princípio da publicidade dos atos processuais.”
8. Trilha sonora: Fade to Black Instrumental – Metallica
9. Imagem retirada da internet: Sobre Justiça Militar no decorrer da narração
10. Imagem Entrevistado: Professor Joel:– Adequação; princípios (fundamentos).
11. Imagem Entrevistado: Entrevista Juíza – Crimes próprios e impróprios.
12. Imagem retirada da internet: Imagens sobre Justiça Militar no decorrer da narração
13. Trilha sonora: Fade to Black Instrumental – Metallica
14. Narração: OFF - “A Justiça Militar é necessária ao Estado Democrático de Direito.Porém,
algumas alterações devem ser realizadas com base no desenvolvimento da sociedade atual,
em que a severidade de certas leis se torna inadequada para se resguardar os direitos
fundamentais presentes na Carta Magna.”
15. Imagem Entrevistado: Entrevista Militar – Opinião pessoal.
16. Imagem Entrevistado: Entrevista Advogado – Abuso de autoridade; hierarquia.
17. Imagem Entrevistado: Entrevista Juíza – Crimes militares; CF; opinião pessoal.
18. Imagem Entrevistado: Entrevista Advogado: 00:16 – 01:04 – Problemas nos processos
administrativos; opinião pessoal.
31
19. Imagem Entrevistado: Entrevista Professor Joel – Posição pessoal.
20. Imagem Entrevistado: Entrevista Advogado – Questão do homossexualismo.
21. Imagem: Retiradas da Internet
22. Trilha Sonora: Pra não dizer que não falei das flores – Geraldo Vandré
23. CREDITOS
6. METODOLOGIA
6.1. DO TIPO DE PESQUISA E DO PONTO DE VISTA DOS SEUS
OBJETIVOS
A Justiça Militar, o Código Penal Militar e a Constituição Federal foram as
fontes básicas para a realização deste documentário, bem como a utilização
bibliográfica de diversos autores para o entendimento e elaboração deste projeto.
Títulos estes que estão arrolados no final deste trabalho.
A pesquisa do ponto de vista dos seus objetivos foi explicativa. Pois foi analisada
a origem e o conceito de Justiça Militar e do Código de Processo Militar, bem como
se tais assuntos estão de acordo com o Estado Democrático de Direito. Buscando
com isso a conclusão se há necessidade de reforma do código supra citado.
32
7. CRONOGRAMA
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Justiça Militar busca analisar de forma imparcial e dentro dos preceitos
constitucionais as condutas que são praticadas pelos militares, e desta forma
sancionar aqueles que se afastam dos princípios de servir e proteger o cidadão.
Esta contribui de forma direta para que as Corporações Militares Estaduais sejam
transparentes, pelo menos em tese, e possam contribuir cada vez mais com uma
segurança pública de qualidade para as pessoas.
Os Juízes da Justiça Militar procuram atuar em conformidade com os
princípios constitucionais, entretanto, as sanções do código militar são muito
austeras e, apesar de previstas em lei, transgredem direitos de muitos militares,
contudo estas se destacam pela busca da manutenção dos princípios atinentes as
Instituições Militares, que devem preservar os direitos fundamentais assegurados a
33
todos os brasileiros e estrangeiros que vivem no território nacional, dentre eles, a
vida, a liberdade, a propriedade, entre outros.
Assim, já que o direito da maioria se faz resguardado, o direito da minoria,
que são os militares, se resta esquecido de certa forma, a Justiça Militar é sim
necessária, porém se baseia em leis severas que se tornam inadequadas no estado
democrático de direito.
34
9. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Código Penal Militar – Código de Processo Penal Militar. 4ª Ed. São Paulo: RT,
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