problemas de gestão hospitalar

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    INSTITUTO DE HIGIENE E MEDICINA TROPICAL

    I Mestrado de Sade e Desenvolvimento

    Neida Neto Vicente

    O papel da gesto

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    lceras de Presso no Servio de Medicina A

    O Papel da Gesto

    Lisboa, 2007INSTITUTO DE HIGIENE E MEDICINA TROPICAL

    I Mestrado de Sade e Desenvolvimento

    Neida Neto Vicente

    O papel da gesto

    A definio de regras e

    procedimentos so a base para

    um bom funcionamento das

    organizaes, pressupondo

    uma clara separao entre a

    administrao e a execuo.

    Max

    Weber

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    Trabalho realizado no I Mestrado de Sade eDesenvolvimento do IHMT, no mbito doMdulo de Gesto das Unidades de Sade,sob a orientao da Professora AnabelaCandeias.

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    O Papel da Gesto

    Lisboa, 2007

    SUMRIO

    INTRODUO...3

    IDENTIFICAO DA PROBLEMTICA.4

    1.1.BREVE ABORDAGEM SOBRE LCERAS DE PRESSO...4

    1.2. MAGNITUDE E CONSEQUNCIAS DA PREVALNCIA DE LCERASDE PRESSO.....5

    1.3. A IMPORTNCIA DAS LCERAS DEPRESSO.6

    2. DEFINIO DE UMA ESTRATGIA DE GESTO PARARESOLUO DA SITUAO PROBLEMA..7

    2.1. OBJECTIVOS7

    2.1.1. Objectivo geral....7

    2.1.2. Objectivos especficos7

    2.2. METODOLOGIA7

    2.2.1. Mobilizao dos recursos humanos emateriais.8

    2.2.2. Mobilizao dos recursos financeiros .10

    2.2.3. Caractersticas/estilo do gestor adoptado.12

    2.2.4. Nvel de gesto a intervir.....13

    NOTA FINAL...14

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS...15

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    INTRODUO

    No mbito da avaliao do Mdulo de Planeamento e Gesto de Sistemas, das unidadescurriculares de Gesto das Unidades de Sade e Gesto dos Recursos, foi-nos propostoa elaborao de um estudo de caso que emergisse de uma situao profissional.

    A problemtica neste estudo prende-se com a elevada taxa de incidncia e prevalnciadas lceras de presso no servio de Medicina A do Hospital X. A maneira como estasituao, potencialmente causadora de morbilidade e mortalidade deve ser prevenida e

    tratada, constitui o objectivo deste estudo de caso e o desafio de gesto da qualidadeque ser encarado pelo Enfermeiro chefe do respectivo servio e pela equipa deEnfermagem

    No desenvolvimento deste estudo de caso, deu-se particular ateno a identificao do problema e a definio de uma estratgia de gesto para a resoluo da situao.Abordados no primeiro e segundo captulo do trabalho. Seguidamente, realizou-se uma breve concluso sobre o estudo de caso, na qual se procura reflectir um pouco sobre a

    situao problema e a gesto em Enfermagem nos dias de hoje.

    1) IDENTIFICAO DA PROBLEMTICA

    No servio de Internamento de Medicina Interna A do Hospital X foram detectados num perodo de seis meses 10 casos de doentes com lceras de presso adquiridas em meiohospitalar. Este perodo coincidiu com a entrada de oito profissionais de Enfermagem

    recm licenciados. Antes da chegada destes oito elementos, a equipa de Enfermagemera constituda por 1 Enfermeiro chefe, 5 enfermeiros graduados e mais 3 enfermeirosno graduados, cada um deles com mais de trs anos de servio na respectiva unidade.Como suporte desta equipa destaca-se tambm a equipa de auxiliares de aco mdicaconstituda por 8 elementos com experincia profissional reconhecida. A enfermariatem a lotao de 24 camas, mais duas macas, que embora no contenham rampa deoxignio so com frequncia ocupadas com doentes que no necessitam deoxigenoterapia como parte do tratamento.

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    A taxa de ocupao do servio elevada, bem como a mdia de idades dos utentes e otempo de internamento. Empiricamente verificou-se que alguns doentes apresentam perodos de internamento bastante prolongados, o que os predispe a iatrogenias, que

    o caso das lceras de presso. Tendo em conta a elevada incidncia e prevalncia daslceras de presso e da notvel insatisfao dos familiares dos doentes, o Enfermeirochefe decidiu estudar o problema, e traar juntamente com a equipa de Enfermagemuma estratgia para o solucionar.

    Inicialmente reuniu os profissionais com mais tempo de servio, para reflectir sobre a problemtica, recolher opinies sobre o mtodo mais adequado de abordagem e perceber qual a verdadeira origem do problema. Os elementos com maior tempo de

    servio foram unnimes ao referir que o ingresso dos novos profissionais foi um factor determinante para o aumento da incidncia e da prevalncia das lceras de pressonaquela unidade. Contudo, estes elementos mais novos haviam sido submetidos a um perodo de integrao profissional com acompanhamento por um enfermeiro mais velhoque serviu de orientador durante 45 dias. Durante este perodo os elementos mais novosforam elucidados pelo orientador sobre o funcionamento do servio, atitudes e prticasaconselhadas e desaconselhadas, bem como motivados a investir na formao pessoal e

    em servio.O Enfermeiro-chefe prosseguiu, referindo aos seus colegas que o problema no estarnum nico factor mas numa multiplicidade de factores que em conjunto proporcionamas condies favorveis para o desenvolvimento das lceras de presso. Visto ser um problema que pe em causa a qualidade dos cuidados prestados, ficou decidido que aequipa de Enfermagem no geral teria de se mobilizar para combat-lo e que estaaco deveria tambm envolver outros profissionais, com actuao dentro daquela

    unidade.Muito embora as lceras de presso faam parte do plano curricular dos cursos delicenciatura em Enfermagem em todo o pas, o Enfermeiro chefe considerou pertinente para toda a equipa, a uniformizao de conceitos, conjuntamente com outras estratgias.Para isto, seria ento necessrio definir claramente o que so lceras de presso, amagnitude e as consequncias que estas acarretam para os utentes e pessoal implicado(famlia, profissionais de sade, hospital e sociedade) e fundamentar a importncia do

    problema.

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    Por se tratar de um problema de gesto claro, o Enfermeiro chefe adoptou umaestratgia de gesto, para solucionar o problema e devolver a qualidade dos cuidados deEnfermagem a aquele servio.

    Mais adiante, veremos a maneira sbia como este gestor definiu os seus objectivos e ametodologia que utilizou para solucionar este problema.

    1.1. BREVE ABORDAGEM SOBRE LCERAS DE PRESSO

    Comecemos por definir o que so lceras de presso. As lceras de presso evidenciamum claro comprometimento da integridade da pele, ou seja um comprometimento de

    uma necessidade humana bsica. De acordo com as 14 necessidades humanas bsicasdefinidas por Virgnia Henderson, a no satisfao das mesmas por parte do indivduo pressupe a interveno da Enfermagem para capacitar ou ajudar a pessoa na suaconcretizao. Deste modo, conclumos que nos estamos a referir as lceras de pressocomo uma competncia dos enfermeiros.

    Segundo a National Pressure Ulcer Panel (NPUAP) na sua 4 conferncia em 1995, alcera de presso ou de decbito o rompimento da estrutura anatmica normal e da

    funo da pele resultante de uma fora externa associada a uma proeminncia ssea, eque no cicatriza de uma maneira ordenada e em tempo. Nesta definio a NPUAPacrescenta que esses rompimentos ocorrem em pessoas que permanecem muito tempo presas a uma cama ou cadeira, geralmente incontinentes, malnutridas ou que tenhamdificuldade em se alimentar de forma autnoma e tenham um nvel de conscinciaalterado (citado por Perry, 1999).

    Para Dealey (1999) as lceras de presso constituem um dano localizado na pele

    causado por ruptura no aporte sanguneo local.

    Os factores conducentes a formao das lceras de presso no so propriamenteconhecidos, devido a limitao da investigao sobre esta temtica. Contudo, sabe-seque existem pelo menos trs processos fisiopatolgicos evidentes: ocluso do fluxosanguneo e subsequente dano por reperfuso sbita do leito vascular isqumico; danoendotelial das arterolas e da micro-circulao devido a aplicao de foras dedeslizamento e frico; e directa ocluso dos vasos sanguneos devido a aplicao de presso externa por longos perodos, resultando em morte celular. Os diferentes tipos de

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    mecanismos de rotura tecidular do origem a lceras com apresentaes distintas(Nixon, 2001 citado por Furtado 2004).

    Existem quatro estdios de lceras de presso (nvel I, II, III e IV).

    1.2. MAGNITUDE E CONSEQUNCIAS DA PREVALNCIA DE LCERAS DEPRESSO

    As lceras de presso constituem um problema potencial nos locais de prestao decuidados a pessoas com patologias agudas e crnicas, so responsveis pelo aumento dotempo de internamento nos hospitais e pelo prolongamento dos cuidados de sade em

    locais destinados a recuperao, em toda parte do mundo.Os profissionais de sade, os gestores com responsabilidade dos cuidados prestados e osclientes dos servios de sade esto cada vez mais interessados em classificar oscuidados prestados tendo em conta os resultados obtidos (Berlowitz et al, citado por Morison). comum encontrar as lceras de presso como um dos indicadores daqualidade dos cuidados prestados de qualquer instituio de sade.

    As lceras de presso so tambm identificadas como um problema de sade pblicaque acarreta custos elevados embora mal estimados em Portugal. Uma vez que todossabemos que a probabilidade de infeco da ferida e posterior complicao do quadroclnico considervel. Um estudo realizado nos EUA inferiu que o custo estimado notratamento das lceras de presso excede os 1335 bilies de dlares (Miller e Deloizer citados pela Agency Health Care Policy and Research, 1994). Estes autores referemtambm que a implementao de recomendaes do Guideline Treatment of PressureUlcersconduz a uma poupana de 3% ou seja 40 milhes de dlares. Estudos recentes

    mostram que numa populao hospitalar em Glasgow foram registados valores de 41%de prevalncia (Thomsom e Brooks 2001, citados por Gouveia, 2004). Noutra populao de doentes hospitalizados se verificaram taxas de incidncia entre 3,4% e43% e taxas de prevalncia entre 4% a 18% (Bale et al 2000, citados por Gouveia2004). O risco de aquisio de lceras de presso maior nos tetraplgicos (60% de prevalncia), pessoas idosas admitidas por fractura do fmur (66% de incidncia) edoentes em estado crtico (33% de prevalncia e 41% de incidncia) (AHCPR 1994

    citado por Gouveia, 2004).

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    1.3. A IMPORTNCIA DAS LCERAS DE PRESSO

    Actualmente, as lceras de presso so um tema muito explorado porquanto estcomprovado que a preveno do problema diminui substancialmente as despesas com otratamento. Khun em 1992 estimou que 1,7 milhes de doentes desenvolveram lcerasde presso, sendo que isso representou um custo de 8,5 bilies de dlares em cuidadosde sade.

    Num estudo, Argyll & Clyde (citados por Gouveia) verificaram que os custosrelacionados com medidas preventivas implicavam um gasto entre 17606 e 28669libras. Contudo, os benefcios decorrentes deste investimento atingiriam entre 305506 e342510 libras.

    Como factores determinantes dos custos do tratamento foram encontrados o grau dalcera, o facto da lcera cicatrizar normalmente ou no e a natureza das complicaes(Postnett et al, 2002 citado por Furtado 2004).

    necessrio ter bem presente que apesar dos custos econmicos serem altos eimportantes para mensurar a importncia do problema, tambm pertinente analisar a

    componente humana da situao. A associao de fenmenos mrbidos, como oaumento do tempo de cuidados por parte dos cuidadores informais que convivam com odoente no domiclio, a desacreditao dos profissionais de sade responsveis pelodoente, a depresso ou tristeza do doente, entre outros sentimentos negativos,constituem motivos adicionais para combater o problema.

    2) DEFINIO DE UMA ESTRATGIA DE GESTO PARA RESOLUODA SITUAO PROBLEMA

    Neste captulo, o enfermeiro Chefe juntamente com a equipa de Enfermagem e oenvolvimento dos restantes profissionais de sade implicados, vo apresentar umconjunto de estratgias de gesto destinadas a melhorar a qualidade dos cuidados prestados e a solucionar o problema em estudo.

    2.1. OBJECTIVOS

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    Neste ponto ser formulado o objectivo geral e o objectivo especfico que a equipa desade pretende alcanar face ao problema em questo.

    2.1.1. Objectivo Geral

    - Adoptar uma estratgia de gesto que induza a diminuio da incidncia e da prevalncia das lceras de presso no servio de Medicina A do Hospital X.

    2.1.2. Objectivos especficos

    - Sensibilizar os profissionais de sade para a magnitude, consequncia e importnciada situao problema;

    - Capacitar os profissionais de Enfermagem para reflexo crtica dos cuidados

    prestados;

    - Elevar a qualidade dos cuidados prestados relativamente ao indicador lceras de presso.

    2.2. METODOLOGIA

    A metodologia utilizada foi a de Estudo de Caso, definido como investigaes, em profundidade, de uma pessoa, grupo, instituio ou outra unidade social. Neste estudo

    de caso o objecto de estudo ser a maneira como um gestor de nvel intermdio (oEnfermeiro chefe) solucionar a incidncia e prevalncia de lceras de presso numservio de Medicina Interna, sob o ponto de vista da gesto hospitalar.

    MOBILIZAODOS R ECURSOSHUMANOS, MATERIAIS E CONHECIMENTO

    Um elemento essencial da gesto da qualidade o esforo e participao de todos oscolaboradores e departamentos na obteno da satisfao do cliente (Moura, 2004).

    De acordo com o mesmo autor, cada vez mais as organizaes sentem que a gesto dosseus recursos humanos representa primordial importncia para o sucesso das mesmas.Tal como mostra a Fig.1, o bom funcionamento de um Hospital passa por assegurar aarticulao entre a necessidade (de pessoal), a disponibilidade (dos profissionaisqualificados) e a utilizao (correcta e proveitosa dos recursos humanos econhecimento). As organizaes precisam de colaboradores motivados e satisfeitos. A

    prtica de uma gesto pela qualidade acarreta uma srie de mutaes para oscolaboradores: mais responsabilidade, trabalho orientado para a equipa, tarefas mais

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    Instruo de base Avaliao dosresultados

    Avaliao daPrestao decuidados de

    sade Prestao de servio

    Contratao

    Formao contnua

    Fig 1 Formaoterico-prtica dosrecursos humanos(adaptado de Ohospital e a visoadministrativa;Machline et al,1983)

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    abrangentes. A implementao de um Sistema de Gesto da Qualidade obriga realizao de aces de formao/sensibilizao, comunicao das alteraesintroduzidas, deteco das necessidades de formao e por conseguinte a um maior

    envolvimento e participao de todos. Com o consequente acrscimo da motivao esatisfao pelo trabalho efectuado (Moura, 2004).

    O primeiro passo do Enfermeiro chefe como podemos verificar anteriormente, foimobilizar os recursos humanos existentes ou seja, convocar os enfermeiros graduados einform-los sobre a situao problema. Estes porm, como chefes de equipa,informaram os elementos integrantes das suas equipas e prepararam estratgias paradiscutir na reunio de servio seguinte que teve lugar uma semana depois. No mbito

    desta reunio, foram destacadas duas enfermeiras com ps-graduao em tratamentode feridas, para reformularem o protocolo de preveno e tratamento das lceras de presso j existente no servio, e coordenarem as aces de formao subordinadas aeste tema.

    Necessidade Disponibilidade Utilizao

    Uma vez que a resoluo desta situao problema passa pela mobilizao de diversosrecursos, humanos, conhecimento, materiais e financeiros, ficou assente na reunio de

    servio que para minorar este problema seria fundamental trabalhar diversos factores, propostos pela equipa de Enfermagem no geral, tais como:

    Formao dos profissionais de sade e AAM (auxiliares de aco mdica);

    Disponibilizao de recursos materiais;

    Alterao das rotinas de servio de acordo com o protocolo de preveno das lceras de presso j existente no servio;

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    Sensibilizao de todos os profissionais para a problemtica,focando o comprometimento da qualidade dos cuidados globais, prestados ao doente;

    Preenchimento obrigatrio da escala de avaliao de risco de lcerasde presso (escala de Braden) e folha de registo de tratamento de feridas;

    Uso correcto e uniformizado dos materiais destinados a preveno etratamento das lceras de presso;

    Avaliao trimestral da incidncia e prevalncia das lceras de presso no servio pelas 2 enfermeiras com formao especializada em

    feridas; Fomentar a formao pessoal dos profissionais, assegurar que estes participem em formaes sobre preveno e tratamento de feridasrealizadas pelo Centro de Formao do Hospital;

    Assegurar o aporte nutricional necessrio para os doentes em risco;

    Avaliao tegumentar e despiste de doentes em risco no Servio;

    Empoderamento dos familiares ou cuidadores informais;

    Assegurar a alternncia de decbitos nos doentes em risco e nos portadores de lceras de presso;

    Promover cuidados de higiene, conforto e hidratao corporaleficazes com produtos de qualidade;

    Proteco do leito com colches de presso alterna, peles de carneira

    ou almofadas de gel; Assegurar que a roupa de cama no apresente rugas ou pregas quemacerem a pele do doente;

    Adopo de medidas de vigilncia cuidadosa, em doentes comincontinncia urinria, que faam uso de fraldas de proteco;

    Manuteno da pele do doente ntegra e seca;

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    Aplicao de Cremes vitaminados e/ou produtos indicados para a preveno e tratamento do eritema no branquevel (lcera de grau I);

    Elaborar uma proposta ao Director do servio, para a implementar osistema de classificao de doentes, criado pelo Instituto de GestoInformtica e Financeira da Sade.

    2.2.2. MOBILIZAO DOS RECURSOS FINANCEIROS

    A correcta combinao de recursos financeiros e humanos, suficientes em nmero eutilizados de modo adequado, o ingrediente fundamental para o bom funcionamento

    de qualquer servio (Dussault 2006 in Mdulo de Planeamento e Gesto de Sistemas deSade do IHMT). A disponibilizao dos recursos financeiros adequados para aaplicao das estratgias de combate as lceras de presso no servio de Medicina Ano passa directamente pela iniciativa do Enfermeiro chefe, este dever elaborar umdocumento no qual explicite a problemtica e que fundamente a importncia dadisponibilizao do material mdico e medicamentoso, submet-lo ao director deservio e aguardar o deferimento do assunto.

    da competncia do administrador hospitalar controlar todas as entradas e sadas docaixa e efectuar um escalonamento de contas a pagar, por prioridades (ver Fig. 2). Essas prioridades variam de acordo com a orientao da directoria; ela quem vai determinar o que mais importante e o que deve ser amortizado mais prontamente, entre asdespesas de impostos, de salrios, de fornecedores e de honorrios dos profissionais(Machline et al, 1983).

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    Fig 2 Estruturafinanceira de umHospital(adaptado de Ohospital e a visoadministrativa;Machline et al,1983)

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    No entanto, cabe ainda ao Enfermeiro chefe desenvolver trs conjuntos principais deactividades relacionados ao objectivo a atingir: planeamento, controlo e avaliao. O planeamento consiste em definir como as actividades iro acontecer, identificar o

    volume de recursos necessrios (humanos, conhecimento, matrias mdicos emedicamentos) sua realizao e definir como esses recursos devero ser obtidos ecombinados (Berman e Weeks, 1979). O controlo (s vezes chamado de"monitorizao") consiste em acompanhar as actividades em curso, assegurar-se de queelas seguem um determinado plano, identificar e corrigir possveis problemas durante asua execuo. A avaliao o exame das actividades j finalizadas (ou, pelo menos, bem adiantadas) para verificar se elas atingiram as metas fixadas ou se esto a

    desenvolver-se em condies adequadas.Essas trs funes no so exclusivamente financeiras, pois fazem parte dasresponsabilidades de qualquer gestor ou administrador.

    A disponibilizao dos recursos financeiros, necessrios para solucionar a problemticaem estudo, embora no seja uma competncia do Enfermeiro chefe, importante saber que a deciso passar por duas tcnicas de avaliao e planeamento apropriadas reada sade, denominadas anlise custo-benefcio (ACB) e a sua variante, a anlise custo-

    efectividade (ACE). Ambas consistem em "tcnicas analticas formais para comparar asconsequncias negativas e positivas de usos alternativos de recursos" (Warner e Luce,1982). Trata-se, portanto, de identificar e medir sistematicamente os custos e benefciosdas diversas alternativas, para compar-las entre si e escolher a mais vantajosa do pontode vista da relao entre benefcio e custo.Ambas so tcnicas de avaliao econmica de alternativas, comparando programas ouactividades de sade quanto aos seus custos, resultados e/ou impacto.

    2.2.3. CARACTERSTICAS/ESTILO DO GESTOR ADOPTADO

    A maior responsabilidade de um bom gestor ajudar a sua equipa a atingir os seusobjectivos, simultaneamente que se alcancem, quer os seus prprios quer os doselementos individuais da equipa (Ernst e Young, 1994). Segundo estes autores, acapacidade de chefia essencial para o sucesso de um gestor. A capacidade de chefiaimplica indicar o caminho a seguir.

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    Enquanto muitos lderes so solitrios, visionrios que impem o seu ponto de vista aosdemais, o gestor tem de levar a sua equipa com ele, trabalhar com ela empregando quer a sua fora colectiva, quer o dinamismo da sua viso pessoal (Ernst e Young, 1994).

    Os princpios da gesto da qualidade so, na verdade a aplicao do senso comum. Noentanto, a sua aplicao conjunta e de uma forma estruturada permite a implementaode uma gesto orientada para objectivos e focalizada na eficcia dos processos e namelhoria dos resultados (Moura, 2004).

    O estilo de liderana adoptado pelo Enfermeiro chefe claramente o estilo de lideranademocrtico, muito embora este possua influncias de outros estilos, tambm geradoresde ressonncia, como por exemplo o estilo relacional e o visionrio. Paracompreendermos melhor estes estilos vejamos as caractersticas de cada um.

    Estilo democrtico investe tempo na sondagem das ideias dos seus colaboradores,construindo uma relao de confiana, respeito e empenhamento. Ao deixar que ossubordinados se pronunciem sobre as decises que afectam os seus objectivos, este tipode lder desenvolve a flexibilidade e a responsabilidade. As desvantagens centram-se noimpacto diminuto que este tipo de gestor tem no clima organizacional.

    O estilo numa frase: O que que pensa disso?Estilo relacional Tem um efeito notoriamente positivo na comunicao. As pessoasso elevadas a partilharem as ideias e a inspirao. A flexibilidade tambm incrementada com este estilo, pois o lder no impe regras rgidas para a forma comoos subordinados devem fazer o seu trabalho. Do liberdade s pessoas para cumprirem asua misso da maneira que elas julgam ser mais eficaz.

    O estilo numa frase As pessoas esto primeiro.

    Estilo visionrio Dizem ao grupo para onde que ele deve ir, mas deixam s pessoasliberdade para inovar, experimentar e assumir riscos calculados. Se tiverem uma visoglobal e souberem a forma como nela se inserem, as pessoas ficam com ideias claras. Eo sentimento de que esto a trabalhar para objectivos que todos partilham aumenta oempenhamento do grupo.

    O estilo numa frase: siga-me.

    (Adaptado de Pais, 2006 in Dirigir: Revista para chefias e quadros)

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    Os melhores lderes agem de acordo com um ou mais estilos de liderana, de acordocom a circunstncia (Goleman et al. citados por Pais, 2006).

    De acordo com a Nursing Leadership Institute , nos Estados Unidos da Amrica,

    existem competncias bsicas para um enfermeiro gestor: poder pessoal e efectividadeinterpessoal, gesto financeira, gesto de recursos humanos, cuidados com o staff, comos utentes e consigo mesmo, pensamento sistematizado e como atributos suplementareso optimismo e a resilincia (Cunha e Neto, 2006).

    NVELDE GESTOA I NTERVIR

    A gesto compreende trs nveis de interveno: institucional, intermdio e ooperacional. Como j foi referido anteriormente o nvel de interveno do Enfermeirochefe do servio de Medicina A o nvel intermdio.

    O nvel de gesto intermdio, caracteriza-se pela predominncia de uma componentetctica que se exprime pela movimentao de recursos a curto prazo e elaborao de planos e programas especficos, relacionados com a rea e funo do gestor. exercido pelos directores de servios, reas, funcionais, departamentos, etc. (Teixeira, 1998).

    NOTA FINAL

    Da anlise deste estudo de caso emergem dois aspectos essenciais, sobre os quais importante reflectir: as lceras de presso como um indicador da qualidade doscuidados de Enfermagem e as competncias do enfermeiro na gesto ou administraohospitalar.

    Actualmente os enfermeiros com cargo de chefia, fruto da investigao e da formaocontnua, procuram encontrar novas estratgias de gesto, que deixem para trs oautoritarismo e o distanciamento com os subordinados. Estes investem nos estilos deliderana democrtica ou facilitadora da comunicao e na descentralizao daliderana, criando sub-equipas, como pudemos constatar no servio de Medicina A doHospital X. Cada equipa de acordo com o protocolo previamente estabelecido ereformulado, vai procurar pr em prtica o plano de preveno e tratamento das lceras

    de presso, e tornar visvel segundo determinados indicadores, a qualidade dos cuidadosque prestam aos seus utentes.

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    O objectivo de um bom Enfermeiro gestor essencialmente promover o crescimento profissional, adaptando-se as normas e metas da instituio, e garantir um tnusmotivacional positivo dentro da equipa de Enfermagem, o que por sua vez conduzir

    melhoria integral da qualidade dos cuidados de Enfermagem.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    - ERNST & YOUNG Manual do Gestor: para uma gesto de sucesso, 1994

    - FURTADO, Ktia lceras de presso: Actualidades e paradoxos; Lisboa; 2003- pgina do GAIF Grupo Associativo de Investigao em Feridas -

    http://www.gaif.net/artigos/custoseconomicos.pdf - consultada a 05/02/2007- GOUVEIA, Joo Os custos econmicos das lceras de presso; Pampilhosa daSerra, 2004 - pgina do GAIF Grupo Associativo de Investigao em Feridas -http://www.gaif.net/artigos/custoseconomicos.pdf - consultada a 05/02/2007

    - GOUVEIA, Joo. 2006;Tpicos avanados de Gesto-http://www2.egi.ua.pt/cursos/files/TAG/BGTAG02.pdf .

    - KHUN, Ba; Coulter, SJ Balancing the pressure ulcer cost and qualityequation; Nursing economics, n 10; September-October 1992

    - MACHLINE, Claude et al ;O hospital e a viso administrativa contempornea;So Paulo; Pioneira 1983

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  • 8/9/2019 problemas de gesto hospitalar

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