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Universidade Federal de Santa Catarina Hospital Polydoro Ernani de São Thiago
Tipo do Documento PROCEDIMENTO POP.XXX.001 - Página X/X
Título do Documento
Avaliação multidisciplinar de crianças e adolescentes com dificuldades de
aprendizagem escolar - Núcleo Desenvolver HU – UFSC/EBSERH
Emissão: Próxima revisão: Agosto 2021 Versão: 01/2020
1. OBJETIVO
Apresentar os fluxos de trabalho e procedimentos no atendimento e avaliação de crianças e
adolescentes com queixas de dificuldades de aprendizagem escolar no Núcleo Interdisciplinar de
Apoio ao Desenvolvimento Humano do Hospital Universitário Prof. Polydoro Ernani de São Thiago
(HU-UFSC/EBSERH).
2. INFORMAÇÕES GERAIS
O Núcleo Interdisciplinar de Apoio ao Desenvolvimento Humano - Núcleo Desenvolver foi criado
oficialmente em 04 de setembro de 1998, por meio da Portaria Nº 009/DG-HU/98. Realiza avaliação
multidisciplinar de crianças e adolescentes com dificuldades na aprendizagem escolar. No HU –
UFSC/EBSERH, o acesso ao Núcleo Desenvolver se dá via SISREG (encaminhamentos dos Centros
de Saúde), sendo encaminhados crianças/adolescentes de 7 a 12 anos dos municípios da Grande
Florianópolis¹. A equipe multidisciplinar é composta por 02 (dois) médicos pediatras, 01 (um)
psicólogo, 01 (uma) pedagoga e 01 (uma) fonoaudióloga. A rotina de atendimento é composta da
seguinte forma: Avaliação multidisciplinar breve (Triagem), Processo de avaliação multidisciplinar
ampliada, Reunião para estudo de casos, Elaboração de relatório multiprofissional, Entrevista
devolutiva para a família. Tais procedimentos serão descritos com maior detalhamento na descrição
dos procedimentos.
____________________
¹ A região da Grande Florianópolis é composta pelos seguintes municípios: São José, Palhoça, Biguaçu, Santo Amaro da Imperatriz,
Governador Celso Ramos, Antônio Carlos, Águas Mornas, São Pedro de Alcântara, Alfredo Wagner, Angelina, Anitápolis, Canelinha,
Garopaba, Leoberto Leal, Major Gercino, Nova Trento, Paulo Lopes, Rancho Queimado, São Bonifácio, São João Batista, Tijucas.
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3. DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS
3.1. Avaliação multidisciplinar breve (Triagem)
Objetivos Específicos:
Investigar a complexidade da dificuldade de aprendizagem escolar para tomada de decisão, em
equipe, sobre elegibilidade ou não do caso.
Procedimentos: A criança/adolescente é recebida pela equipe multiprofissional, juntamente com
familiares/responsáveis. Estes são entrevistados por médico e psicólogo que avaliam as condições
socioculturais, dinâmica familiar, problemas relacionados à saúde e ao desenvolvimento infantil (uso
de Protocolo de Consulta Breve²). A criança/adolescente é submetida a uma avaliação pela pedagoga
e fonoaudióloga, onde são contemplados aspectos acadêmicos como a leitura, escrita, cálculo, fala e
linguagem (uso de Protocolo de Triagem Fonoaudiológica e Pedagógica³). Nesta etapa, os
atendimentos são individuais simultâneos em salas contíguas, realizados em uma sessão para família
e uma sessão para a criança/adolescente, ambas com duração aproximada de 60 minutos. Após os
atendimentos, a equipe se reúne e realiza a elaboração das hipóteses diagnósticas iniciais. Os casos
de maior complexidade (transtornos do neurodesenvolvimento, transtornos específicos de
aprendizagem, problemas emocionais/risco social) que necessitem investigação complementar, são
selecionados como elegíveis e seguem para a etapa posterior. Casos não selecionados para a próxima
etapa (dificuldades de aprendizagem transitórios ou já diagnosticados) recebem orientação e
encaminhamento apropriado.
____________________
² O Protocolo de Consulta Breve trata-se de um roteiro de entrevista semiestruturado utilizado na anamnese com os pais ou
responsáveis. ³ O Protocolo de Triagem Fonoaudiológica e Pedagógica trata-se de um roteiro para anamnese das condições acadêmicas e
fonoaudiológicas da criança e/ou adolescente (leitura, escrita, aritmética, raciocínio lógico matemático, compreensão de texto).
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3.2. Avaliação multidisciplinar ampliada
Objetivos Específicos:
Investigar hipóteses diagnósticas, seus impactos e a gravidade das dificuldades que afetam a
aprendizagem da criança e do adolescente;
Elaborar orientações e encaminhamentos que contribuam de forma mais eficaz para o desempenho
escolar e para a intervenção que deverá ser realizada por especialistas, quando necessário.
Procedimentos: A avaliação multidisciplinar ampliada não tem o objetivo de “rotular” a
criança/adolescente e sim, compreender melhor as suas dificuldades, visando recomendar práticas
que desenvolvam suas potencialidades além de facilitar o acesso a direitos. Nesta direção, as
avaliações são realizadas em todas as especialidades que o Núcleo dispõe, sendo que os objetivos,
metodologia e número de atendimentos varia de acordo com cada especialidade, conforme descrito a
seguir:
3.2.1. Avaliação Médica Pediátrica
l Objetivos:
- Avaliar a saúde geral (biopsicossocial), estado nutricional, integridade neurosensorial,
integração social e funcional nos ambientes familiar, escolar e social, segundo a Teoria
Ecológica de Bronfenbrenner;
- Avaliar os antecedentes de risco pré, peri e pós natais, seus potenciais e repercussões na
saúde, no desenvolvimento, no desempenho acadêmico, intelectual, cognitivo e emocional;
- Identificar a presença de doenças agudas e crônicas;
- Encaminhar para o tratamento adequado, estejam ou não relacionadas à queixa escolar;
- Construir, junto com equipe multidisciplinar, as impressões diagnósticas interdisciplinares
e os encaminhamentos recomendados para cada criança/adolescente, na forma de um projeto
terapêutico singular.
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l Metodologia:
- Realização de triagem multidisciplinar com pais e/ou responsáveis, com uso de
instrumento/protocolo de consulta breve, em conjunto com profissional da Psicologia;
- Primeira discussão de caso com equipe multidisciplinar para definição da continuidade do
atendimento;
- Se criança/adolescente apresentar critérios para avaliação ampliada, são marcadas consultas
pediátricas para realização de:
❏ anamnese ampliada;
❏ exame físico completo;
❏ exame neurológico evolutivo (ENE);
❏ avaliação do desenvolvimento puberal, segundo Tanner;
❏ avaliação e classificação nutricional conforme critérios da OMS (grow chart);
❏ análise breve do grafismo, leitura, escrita e desenho livre;
❏ solicitação de exames complementares necessários à avaliação diagnóstica etiológica;
❏ solicitação de avaliações e pareceres complementares de outras especialidades
médicas e áreas afins.
l Nº de atendimentos: No mínimo 2 atendimentos. Algumas crianças seguem em
acompanhamento médico até 15 anos de idade.
3.2.2. Avaliação Psicológica
l Objetivos:
- Coletar informações através de entrevistas, observação dos comportamentos, investigação
documental e uso de instrumentos psicométricos e projetivos (testes psicológicos), cuja aplicação e
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levantamento obedecem a dados normativos;
- Detectar as capacidades e dificuldades cognitivas e afetivas do indivíduo, bem como identificar o
impacto que esse quadro gera na vida da criança/adolescente e sua família.
l Metodologia:
O atendimento psicológico tem início com a entrevista de anamnese (uso de Protocolo de Consulta
Breve), realizada com pais e/ou responsáveis, e em conjunto com o médico. Investiga-se o motivo da
busca de atendimento, queixas principais, história evolutiva do indivíduo, sendo que tal investigação
fornece o levantamento de hipóteses diagnósticas, que serão confirmadas ou não por meio das outras
etapas do processo de avaliação.
Caso a criança/adolescente for elegível para avaliação ampliada, se iniciam os atendimentos,
permeados pelo acolhimento psicológico para estabelecimento de vínculos, observação dos
comportamentos, aplicação de escalas e de técnicas complementares (hora lúdica e desenho da
família), aplicação de testes padronizados (Teste Casa – Árvore - Pessoa HTP, Figuras Complexas
de Rey - Modelo A, Bateria Psicológica de Atenção - BPA, Escala Wechsler de Inteligência para
Crianças – 4ª edição – WISC-IV, entre outros). O parecer favorável no Sistema de Avaliação de
Testes Psicológicos - SATEPSI do Conselho Federal de Psicologia - CFP indica que o teste possui,
pelo menos, um conjunto mínimo de estudos que atesta sua qualidade.
As escalas/inventários mais utilizados são: Inventário de depressão infantil (CDI), Escalas de
avaliação de sintomas de ansiedade (SCARED), Escala de Swanson, Nolan e Pelham para déficit de
atenção (SNAP - IV), Escalas de avaliação de transtornos invasivos do desenvolvimento. Tanto os
responsáveis/pais quanto crianças/adolescentes poderão ser solicitados a preencher tais instrumentos.
Havendo necessidade, membros da equipe poderão colaborar no preenchimento. Ainda, os pais serão
solicitados a enviar as escalas para preenchimento pelos professores dos participantes.
A escolha dos testes e escalas a serem aplicados dependerá das hipóteses diagnósticas e necessidades
de cada caso, sendo que os dados fornecidos necessitam ser compreendidos à luz da história do
examinando.
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Após, é realizado o levantamento dos resultados quantitativos (correção de testes e escalas), análise
qualitativa e integração dos resultados com os dados da história da criança/adolescente obtidos na
entrevista de anamnese. As demais etapas do processo (discussão do caso, elaboração de relatório
escrito e entrevista devolutiva) são realizadas em conjunto com os demais profissionais da equipe.
l Nº de atendimentos: 6 a 8 atendimentos individuais com a criança/adolescente e, no mínimo,
1 atendimento com a família e/ou responsáveis.
3.2.3. Avaliação Pedagógica
l Objetivos:
- Avaliar o desempenho acadêmico, em especial em Língua Portuguesa e Matemática: habilidades de
leitura, compreensão de textos, escrita, oralidade, números, operações, espaço e forma, grandezas e
tratamento da informação; bem como, na observação das demais habilidades relacionadas à
aprendizagem: processamento da informação, linguagem, memória operacional e cognição social;
- Avaliar o perfil/modalidade de aprendizagem, potencialidades e áreas de habilidades e estratégias
de estudos (cognitivas e metacognitivas), vínculos com a aprendizagem e de motivação para os
estudos.
l Metodologia:
Após a realização da aplicação do Protocolo de Triagem Fonoaudiológica e Pedagógica, a avaliação
pedagógica/psicopedagógica efetiva-se inicialmente pela criação de vínculos com a
criança/adolescente a partir da realização de atividades lúdicas, em especial de técnica projetiva de
desenhos em episódios e de jogos: memória, lince, xadrez, dominó, quebra-cabeça; as quais também
já são utilizadas como parâmetros para a avaliação das competências exigidas para a sua
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operacionalização.
A avaliação das habilidades de leitura e compreensão de textos (leitura de palavras isoladas e
pseudopalavras, textos, rotas de leitura), escrita (coordenação motora fina e grossa, orientação
espacial, pontuação) e raciocínio lógico matemático (algoritmo, cálculos, resolução de problemas,
noções espaciais e temporais) se efetiva por meio da aplicação do TDE II – Teste de Desempenho
Escolar (STEIN, 2019), Prova de escrita sob ditado, Prova de Aritmética, Teste de Competência de
Leitura de Palavras e Pseudopalavras - TCLPP, além dos testes piagetianos, de tarefas lúdicas que
envolvam frases enigmáticas, compreensão, cópia, leitura, escrita espontânea e ditado, modelagem e
da aplicação de pranchas de materiais didático-pedagógicos adaptados para a avaliação de crianças
com dificuldades de aprendizagem.
Também é imprescindível a análise do material escolar da criança, a solicitação do Parecer de
Desempenho Escolar elaborado pela equipe do Núcleo Desenvolver (2019), de registros do cotidiano
da criança, tais como fotos, vídeos, produções artísticas, entre outros. E, por fim, do texto produzido
pela família a partir do título: “O (A) filho(a) que eu tenho...”
É importante destacar que a avaliação pedagógica se pauta no respeito à individualidade de cada
sujeito, logo, a seleção dos testes, atividades, técnicas e materiais será planejada e aplicada
considerando a idade, série e habilidades/competências individuais demonstradas nas intervenções
breves de apoio pedagógico que pautam os atendimentos.
l Número de Atendimentos: 6 a 8 atendimentos individuais com a criança/adolescente e, no
mínimo, uma sessão com a família.
3.2.4. Avaliação Fonoaudiológica
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l Objetivos:
- Compreender a criança e/ou adolescente em todos os aspectos do desenvolvimento, abrangendo o
funcionamento do sujeito nas áreas de linguagem oral e escrita, audição, voz e motricidade orofacial;
- Compreender e caracterizar as dificuldades de aprendizagem da criança e/ou adolescente, bem como
diagnosticar as alterações fonoaudiológicaS que podem potencializar as dificuldades de
aprendizagem.
l Metodologia:
As crianças que são consideradas elegíveis, após passarem pela aplicação do Protocolo de Triagem
Fonoaudiológica e Pedagógica, são encaminhadas para avaliação completa com a Fonoaudiologia.
Na área da linguagem oral a avaliação contempla todos os aspectos da linguagem expressiva e
compreensiva, sendo realizada de maneira informal ou formal, por meio de protocolos específicos. A
avaliação informal consiste em interação com a criança, por meio de brincadeiras lúdicas e
observação comportamental da criança e/ou adolescente. Já na avaliação formal são utilizados
protocolos específicos como o Teste de Linguagem Infantil-ABFW; Avaliação Fonológica da
Criança (AFC) e Teste Infantil de Nomeação (TIN). A avaliação da linguagem escrita contempla a
produção de escrita espontânea, ditado de palavras e pseudopalavras, caracterização da leitura e
consciência fonológica. São utilizados protocolos como Provas de Avaliação dos Processos de
Leitura (PROLEC), Teste de Competência de Leitura de Palavras e Pseudopalavras (TCLPP),
Protocolo de Avaliação da Compreensão de Leitura (PROCOMLE) e Consciência Fonológica:
Instrumento de Avaliação Sequencial (CONFIAS).
Na área da audição são aplicados os protocolos de Triagem do Processamento Auditivo e Avaliação
Comportamental do Processamento Auditivo, bem como são realizados encaminhamentos para
avaliação audiológica básica e avaliação completa do processamento auditivo, quando necessário.
Na área da Voz é realizada a avaliação perceptivo-auditiva da voz, por meio de coleta de amostras
de emissão sustentada de vogais, contagem de números de 1 a 10 e as frases propostas no protocolo
Consenso da Avaliação Perceptivo Auditiva da Voz (CAPE-V). Na Motricidade Orofacial é
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utilizado o instrumento Avaliação miofuncional orofacial - protocolo MBGR. Outras avaliações
complementares podem ser realizadas a critério do Fonoaudiólogo, durante o processo avaliativo da
criança e/ou adolescente.
l Nº de atendimentos: Os atendimentos variam de 2 a 8 encontros com a criança/adolescente,
uma vez por semana, e pelo menos, uma sessão com a família.
O processo ocorre ao longo de aproximadamente 3 meses.
3.3 Reunião de equipe para Estudo de Casos:
Objetivos específicos:
- Construir hipóteses diagnósticas por meio da perspectiva interdisciplinar, a partir da discussão de
caso com toda equipe multidisciplinar, onde cada profissional apresenta o resultado de suas
observações clínicas, resultados de testes e outros instrumentos de avaliação;
- Elaborar orientações e encaminhamentos para cada caso a partir da reflexão conjunta da equipe
multidisciplinar.
Procedimentos: Primeiramente, é feita a leitura dos dados do Protocolo de Consulta Breve (anamnese)
da criança/adolescente para que todos possam relembrar das informações coletadas. Após, cada
profissional apresenta as suas considerações, observações e resultados de instrumentos de avaliação.
Através de todos esses dados, a equipe chega em um consenso para o fechamento do(s) diagnóstico(s)
e elaboração de orientações para responsáveis/pais e escola, bem como sugestões de
encaminhamentos para diferentes áreas.
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3.4 Elaboração de relatório multiprofissional
Objetivos específicos: Produzir relatório que contemple o processo de avaliação das diferentes
especialidades, preservando a autonomia e a ética profissional bem como primando pela clareza e
objetividade.
Procedimentos: Elaboração do relatório multidisciplinar, com os principais aspectos avaliados e
observados por cada especialidade, impressão diagnóstica atual, orientações e encaminhamentos, a
serem entregues para as famílias, com orientação para que estas o socializem autonomamente com as
escolas e demais instituições.
Importante salientar que o Relatório multiprofissional segue as orientações da Resolução nº 4
(11/02/2019) do Conselho Federal de Psicologia, que institui as regras para a elaboração de
documentos escritos produzidos pela(o) psicóloga(o) no exercício profissional. O documento também
solicita aos responsáveis pela criança/adolescente uma autorização para a divulgação do Código
Internacional de Doenças - CID e Classificação Internacional de Funcionalidade - CIF.
3.5. Entrevista devolutiva aos responsáveis
Objetivos específicos: Comunicar de forma compreensiva as conclusões da avaliação, as orientações
de manejo e as indicações terapêuticas.
Procedimentos: No primeiro momento, é realizado feedback das impressões dos
responsáveis/famílias/cuidadores sobre o processo de avaliação aos profissionais. Após, é feita a
entrega e comunicação compreensiva do relatório com a impressão diagnóstica, bem como
esclarecimentos, orientações e encaminhamentos necessários. Ao final da avaliação, a grande maioria
das crianças/adolescentes necessitam de algum tipo de atendimento especializado, como psicoterapia,
apoio pedagógico e fonoterapia, sendo encaminhadas com um relatório detalhado de suas
características, potencialidades e dificuldades para as intervenções necessárias.
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3.6. Reuniões de equipe
As reuniões são realizadas nas quintas-feiras no período vespertino.
Objetivos Específicos: discussão de assuntos administrativos, estudos de casos e capacitação em
equipe.
Procedimentos: no primeiro momento, são tratados assuntos administrativos, referentes à organização
e funcionamento do fluxo/procedimentos relacionados com o ND. Após é realizada a discussão de
casos clínicos que necessitam de maior articulação entre as especialidades. As reuniões também
servem de espaço para estudo de temas, aperfeiçoamento da equipe, apresentação de casos pelos
residentes de Pediatria e residentes multiprofissionais, apresentação de pesquisas por mestrandos,
doutorandos e docentes.
4. REFERÊNCIAS
ANDRADE, C.R.F. ABFW - Teste de linguagem infantil: nas áreas de fonologia, vocabulário, fluência e pragmática. São Paulo: Pró-Fono, 2000. BOSSA, N.A. Bateria de Testes para Diagnóstico Pedagógico. São Paulo, 2017. BUCK, J. N. H-T-P: Técnica Projetiva de Desenho - Manual e Guia de Interpretação. São Paulo: Vetor, 2003.
FRANKENBURG, W. K. et al. Denver II Screening Manual. Denve: Denver Developmental Materials, Inc., 1992.
LEFÈVRE, A. Exame neurológico evolutivo. São Paulo: Sarvier, 1976
MOOJEN, S. CONFIAS - Consciência fonológica: instrumento de avaliação sequencial. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003
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OLIVEIRA, M.A.C. Guia prático para aplicação Diagnóstico Operatório de Jean Piaget. Londrina PR: JP Soluções Pedagógicas, 2017. OLIVEIRA, M. S. Figuras Complexas de Rey: Teste de Cópia e de Reprodução de Memória de Figuras Geométricas Complexas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2010. PEREIRA, L.D; SCHOCHAT, E. Testes auditivos comportamentais para avaliação do processamento auditivo central. Barueri (SP): Pró-fono, 2011. ROTTA, N. T; OHLWEILER, L; RIESGO, R. Transtornos da aprendizagem: abordagem neurobiológica e multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2016. RUEDA, F. J. M. Bateria Psicológica para Avaliação da Atenção (BPA). 1ª ed. São Paulo: Vetor, 2013. SNAP IV (https://tdah.org.br › wp-content › uploads › site › pdf › snap-iv). STEIN, L.M. TDE II – Teste de Desempenho Escolar. São Paulo: Vetor, 2019.
Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria, 4ª edição, Barueri, SP: Manole,2017. WECHSLER, D. Escala Wechsler de inteligência para crianças: WISC - IV. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2013. WEINSTEIN, M. C. A., Coruja Especialista, São Paulo, SP: Pearson Clinical Brasil, 2017. WHO Child Growth Standards, 2006 (www.who.int/childgrowth/en).
5. HISTÓRICO DE REVISÃO
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VERSÃO DATA DESCRIÇÃO DA ALTERAÇÃO
01 30/07/2020 Elaboração do documento
(Poderão ser incluídas no quadro abaixo as identificações dos responsáveis pela elaboração/revisão e avaliação)
Validação
Cláudia Maria de Lorenzo (médica)
Gicélia Barreto Nascimento (fonoaudióloga)
Luciany Andrade Nascimento (pedagoga)
Rodogério Cattelan Bonorino (psicólogo)
Data: 30/07/2020
Aprovação:
Deidvid de Abreu
Chefe da Unidade de Atenção Psicossocial
João Carlos Xikota
Chefe da Unidade de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente
Luiza Martins Faria
Chefe da Unidade de Reabilitação
Data: 07/08/2020
Permitida a reprodução parcial ou total, desde que indicada a fonte