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Instituto Militar de Engenharia Seo de Engenharia de Fortificao e Construo
Curso de Especializao em Transporte Ferrovirio de Carga
MRS Logstica / VALE
Rmulo Alves de Almeida Jnior
Procedimento para Gesto de Descarga de Vages Siderrgicos na MRS
Rio de Janeiro
2008
2
Instituto Militar de Engenharia Curso de Especializao em Transporte Ferrovirio de Carga
Eng. Rmulo Alves de Almeida Jnior
Procedimento para Gesto de Descarga de Vages Siderrgicos na MRS
Monografia apresentada ao Curso de Especializao em Transporte Ferrovirio de Carga do Instituto Militar de Engenharia, como requisito para diplomao.
Orientador: Prof. Paulo Afonso Lopes da Silva Ph.D. Tutor: Prof. Jos Geraldo Ferreira M.Sc
Rio de Janeiro
2008
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Instituto Militar de Engenharia
Rmulo Alves de Almeida Jnior
Procedimento para Gesto de Descarga de Vages Siderrgicos na MRS
Monografia apresentada ao Curso de especializao em Transporte Ferrovirio de Carga do Instituto Militar de Engenharia, como requisito para diplomao.
Orientador: Prof. Paulo Afonso Lopes da Silva Ph.D. Tutor: Prof. Jos Geraldo Ferreira M.Sc.
Aprovada em 02 de setembro de 2008 pela seguinte Banca Examinadora:
Prof. Maria Cristina Fogliatti Sinay Ph.D.
Prof. Vnia Barcellos Gouva Campos D.Sc.
Prof. Prof. Paulo Afonso Lopes da Silva Ph.D.
Prof. Jos Geraldo Ferreira - M.Sc.
Rio de Janeiro
2008
4
Aos meus pais, Rmulo e Camila, pelo empenho e apoio sempre
demonstrado durante toda minha trajetria na ps-graduao.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeo Academia MRS que criou a oportunidade de expanso de meus
horizontes.
Ao amigo e colega de empresa Mrcio Rodrigues, que na minha ausncia na MRS
durante as aulas se esforou para garantir a manuteno das rotinas do escritrio.
Ao meu Professor Orientador Dr. Paulo Afonso Lopes da Silva e pelo meu Tutor Jos
Geraldo Ferreira, pela ateno empregada no desenvolvimento deste trabalho.
6
Lista de Siglas
AMV Aparelho de Mudana de Via
CBTU Companhia Brasileira de Trens Urbanos
CCO Centro de Controle Operacional
FEPASA Companhia Paulista SA
PATE Ptios e Terminais
PCO Planejamento e Controle de Operaes
PND Plano Nacional de Desestatizao
RFFSA Rede Ferroviria Federal SA
ROF Regulamento de Operaes Ferrovirias
SISLOG Sistema de Controle de Operaes da MRS
SMV Solicitao de Movimentao de Vages
SR Superintendncia Regional
7
Procedimento para Gesto de Descarga de Vages Side rrgicos na MRS
Aluno: Rmulo Alves de Almeida Jnior [email protected]
Orientador: Paulo Afonso Lopes da Silva [email protected]
Tutor: Jos Geraldo Ferreira [email protected]
Resumo : O aumento na produo vislumbrado nos ltimos anos no ramo de transporte de
Carga Geral na MRS Logstica SA foi expressivo. Novas rotas foram introduzidas e novos
clientes passaram a fazer parte do atendimento prestado pela ferrovia. A maior fatia desse
mercado dentro da MRS representada pelo transporte de produtos siderrgicos. Para a
viabilizao desse negcio importante que todas as etapas presentes no ciclo desse
transporte sejam realizadas de maneira eficiente, visando o aumento de produtividade e,
conseqentemente, o aumento no volume realizado pelos vages plataformas.
O maior gargalo desse ciclo a etapa de descarga dos vages. Diante desse contexto
torna-se pertinente a elaborao de um procedimento capaz de envolver os diversos setores
da companhia inseridos nesse cenrio que indiquem diretrizes e estabelea padres
capazes de gerar uma melhoria no desenvolvimento dessa atividade.
Palavras-chaves : produto siderrgico, vages plataformas, descarga de vages,
procedimento, eficincia, produtividade.
8
Procedure about to Administration Discharge of Wago ns Pertaining to Steel Metallurgy on MRS
Student: Rmulo Alves de Almeida Jnior [email protected]
Geared: Paulo Afonso Lopes [email protected]
Preceptor: Jos Geraldo Ferreira [email protected]
Abstract: The increasing of production in the field of general load transportation at MRS
Logstica SA has been meaningful. New routes were introduced and new clients have
became part of the service rendered by the company, mainly iron and steel metallurgy
products. In order to make available these activities, each phase in the cycle of these
products must be efficiently performed. The most serious bottleneck in the cycle is the
unloading of wagons. This work presents a procedure able of involving various company
departments in this scenario, pointing out guidelines and estabilishing standard operational
procedures for the flow of metallurgical materials.
Key words: steel metallurgy , wagons platforms , discharge of wagons, SOP, efficiency ,
productivity.
9
Sumrio
Captulo I - INTRODUO ..................................................................................................11 1.1 Consideraes Iniciais .........................................................................................11
1.2 Objetivo ................................................................................................................12 1.3 Justificativas .........................................................................................................12 1.4 Escopo do Trabalho ou Condies de Contorno .................................................13 1.4.1 Contexto da Empresa ............................................................................13 1.4.2 O processo de desestatizao ..............................................................14 1.4.3 MRS Logstica SA ..................................................................................15 1.5 Estrutura da Monografia........................................................................................17 1.5.1 Desenvolvimento da Fundamentao Terica ......................................17 1.5.2 Descrio dos Processos na Empresa ............................ .....................17 1.5.3 Anlise do Processo ..............................................................................18 1.5.4 Elaborao do Procedimento.................................................................19 Captulo II - RVORE DE FALHAS E FUNDAMENTOS ......................................................20 2) rvore de Falhas ....................................................................................................20 2.1) Definio do Sistema ..........................................................................................21 2.2) Definio do Evento Topo ...................................................................................22 2.3) Construo da rvore .........................................................................................22 2.4) Validao da rvore ................ ...........................................................................22 Captulo III DESCRIO DOS PROCESSOS...................................................................24
3) Contexto Atual dos Setores na Atividade de Descarga dos Vages .....................24 3.1.1) Planejamento e Controle de Operaes ..........................................................24 3.1.2) Ptios e Terminais ...........................................................................................25 3.1.3) Gerncia de Logstica ......................................................................................27 3.4) Descrio do Ciclo de Transporte .......................................................................28
Captulo IV ANLISE DO PROBLEMA E PROPOSTA DE MEL HORIA...........................31 4.1) Processo Atual ....................................................................................................31 4.2) Pontos de Melhoria no Processo Atual ...............................................................36 4.3) Anlise da Falhas ................................................................................................38 4.3.1) Anlise dos Processos PCO..............................................................38 4.3.2) Melhorias Propostas PCO .................................................................40 4.3.1) Anlise dos Processos PATE............................................................42 4.3.2) Melhorias Propostas PATE ...............................................................45 4.3.1) Anlise dos Processos Gerncia de Logstica...................................47 4.3.2) Melhorias Propostas Gerncia de Logstica.......................................49
10
Captulo V - PROCEIMENTO DE ROTINA PADRO ..........................................................52 Captulo VI CONCLUSES E RECOMENDAES .........................................................56 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ......................................................................................57 ANEXOS.................................................................................................................................58 Anexo 1 ......................................................................................................................58 Anexo 2 ......................................................................................................................59 Anexo 3 ......................................................................................................................60 Anexo 4 ......................................................................................................................61
11
CAPTULO I
INTRODUO
O transporte de produto siderrgico realizado pela MRS Logstica SA no contexto da
Carga Geral sempre trouxe discusses internas na companhia referente produtividade
desses fluxos. um desafio constante buscar o atendimento das demandas dos clientes
com os recursos disponveis para a realizao dessas atividades. Torna-se pertinente uma
reflexo sobre os gargalos existentes dentro deste processo para que seja possvel a
conduo de aes futuras capazes de melhorar a utilizao dos vages destinados ao
transporte de produto siderrgico na empresa, visando ampliao da capacidade de
atendimento.
1.1 CONSIDERAES INICIAIS
A necessidade de novas solues para alcanar resultados operacionais mais
expressivos o maior motivador para o desenvolvimento deste trabalho. No raro
observar que opes aparentemente simples so capazes de trazer avanos
representativos nos ambientes empresariais.
Melhorar a interao de setores distintos dentro da MRS Logstica um fator que pode
agregar um melhor resultado operacional companhia.
A execuo das atividades de rotina baseada em processos um fator de vantagem
competitiva. A elaborao desses processos deve ser tratada como prioridade, substituindo
o empirismo na execuo das atividades.
A atividade de programao de produo (distribuio de vages), atendimento de
ptios e terminais (campo) e logstica (controle de estoque em terminais) sero os pontos
centrais de discusso e avaliao na elaborao deste estudo, visando propor uma melhoria
de desempenho no ciclo dos vages plataformas, com foco principal na atividade de
descarga desses vages.
12
1.2 OBJETIVO
O objetivo do trabalho desenvolver um novo procedimento para melhorar a gesto da
atividade de descarga de vages plataformas utilizados no transporte de produtos
siderrgicos, buscando maior integrao entre Planejamento e Controle de Operaes
(PCO), Ptios e Terminais (PATE) e Gerncia de Logstica.
1.3 JUSTIFICATIVAS
O transporte de produto siderrgico sempre apresentou uma participao importante no
negcio da MRS Logstica. Quando se fala em Carga Geral, o produto siderrgico o que
representa maior volume transportado. Outro ponto crtico no transporte de siderrgico
este fazer parte do atendimento de vrios clientes que tambm so acionistas da MRS,
exercendo tambm importncia poltica para a empresa.
perceptvel dentro da companhia que existe uma baixa produtividade dos vages
plataforma. Ao se realizar o monitoramento das etapas dos ciclos realizados por estes
vages nota-se que h uma grande diferena entre os ciclos planejados e os ciclos
realizados, sendo este ltimo sensivelmente maior do que o planejado. Dentre estas etapas
que compe o ciclo de transporte dos vages a queda de desempenho mais acentuada
concentram-se justamente naquelas envolvidas com as etapas de descarga.
O resultado desse problema se reflete no atendimento s demandas existentes. No
rara a perda da capacidade produtiva devido a ineficincias no ciclo de transporte realizado
pelos vages. Com isso volumes deixam de ser transportados, ocasionando perda potencial
de lucro para a companhia, problemas operacionais (como congestionamento da malha) e a
insatisfao dos clientes.
Outro ponto que merece destaque a concorrncia existente no transporte de produto
siderrgico. A ineficincia do processo poder gerar perda de mercado para outras ferrovias,
onde o cliente buscar uma nova opo de transporte seja por insatisfao ou at mesmo
pelo no atendimento de sua demanda. Muitos fluxos existentes no transporte de produtos
siderrgicos tambm sofrem concorrncia direta do modal rodovirio, onde a queda de
desempenho do modal ferrovirio poder representar a perda de market-share neste
segmento.
13
1.4 ESCOPO DO TRABALHO OU CONDIES DE CONTORNO
1.4.1 - Contexto da empresa
O projeto de desenvolvimento de um novo procedimento da atividade de descarga de
vages plataformas utilizados no transporte de produto siderrgico est sendo desenvolvido
na MRS Logstica S.A, empresa atuante no setor de transporte ferrovirio de cargas.
A MRS foi fundada em 1996 por meio da associao de empresas que, em sua
maioria, atuam no ramo da minerao e siderurgia, sendo estes hoje seus principais
clientes. A empresa surgiu no processo de privatizao da antiga Rede Ferroviria Federal
(RFFSA), obtendo concesso para utilizao da malha ferroviria correspondente aos
trechos da SR3 e SR4 da antiga RFFSA, contemplando parte dos estados de Minas Gerais,
Rio de Janeiro e So Paulo. A empresa hoje tem cerca de 3.600 funcionrios espalhados
por estes trs estados. A Figura1.1 esquematiza a posio geogrfica da empresa dentro do
territrio brasileiro (malha ferroviria representada pelo traado azul no mapa).
Figura 1.1 Localizao Geogrfica da MRS
14
1.4.2 - O Processo de Desestatizao
De 1980 a 1992, os sistemas ferrovirios pertencentes Rede Ferroviria Federal S.A.
RFFSA e FEPASA Ferrovia Paulista S.A., foram afetados quando os investimentos
reduziram-se substancialmente, atingindo, na RFFSA em 1989, apenas 19% do valor
aplicado na dcada de 1980. Em 1984, a RFFSA, encontrava-se impossibilitada de gerar
recursos suficientes cobertura dos servios da dvida contrada. A empresa suportava
srio desequilbrio tcnico-operacional, decorrente da degradao da infra e da super
estrutura dos seus principais segmentos de bitola mtrica e da postergao da manuteno
de material rodante, que ocasionaram expressiva perda de mercado para o modal
rodovirio.
Medida de ajustamento institucional foi tomada pelo Governo Federal, com o
afastamento da RFFSA dos transportes urbanos. O Decreto n. 89.396, de 22/02/84,
constituiu a Companhia Brasileira de Transporte Urbano CBTU que ficou responsvel pela
prestao daqueles servios. Note-se que estes, na maioria dos casos, so altamente
deficitrios.
Na impossibilidade de gerar os recursos necessrios para continuar financiando os
investimentos, o Governo Federal colocou em prtica aes voltadas concesso de
servios pblicos de transporte de carga iniciativa privada.
Foi editada a Lei n. 8.031/90 e suas alteraes posteriores, que instituram o Programa
Nacional de Desestatizao PND, sendo a RFFSA includa no referido Programa, em
10/03/92, por meio do Decreto n. 473. Neste processo atuou como gestor o Banco Nacional
de Desenvolvimento Econmico e Social - BNDES que, nos termos do Decreto n. 1.024/94,
elaborou as condies gerais para concesso das malhas da RFFSA.
O processo de desestatizao da RFFSA foi realizado com base na Lei n. 8.987/95,
(Lei das Concesses). Esta lei estabeleceu os direitos e obrigaes para as partes
envolvidas no processo de concesso, definindo ainda, o princpio da manuteno do
equilbrio econmico e financeiro e os direitos dos usurios. O processo obedeceu
cronologia indicada na Tabela 1.1:
15
Tabela 1.1 - A desestatizao das malhas da RFFSA
Malhas
Regionais
Data do
Leilo Concessionrias
Incio da
Operao
Extenso
(Km)
Oeste 05.03.1996 Ferrovia Novoeste S.A. 01.07.1996 1.621
Centro-Leste 14.06.1996 Ferrovia Centro-Atlntica S.A. 01.09.1996 7.080
Sudeste 20.09.1996 MRS Logstica S.A. 01.12.1996 1.674
Tereza Cristina 22.11.1996 Ferrovia Tereza Cristina S.A. 01.02.1997 164
Nordeste 18.07.1997 Cia. Ferroviria do Nordeste 01.01.1998 4.534
Sul 13.12.1998
Ferrovia Sul-Atlntico S.A.
atualmente ALL-Amrica
Latina Logstica S/A
01.03.1997 6.586
Paulista 10.11.1998 Ferrovias Bandeirantes S.A. 01.01.1999 4.236
Total 25.895
Fonte: RFFSA e BNDES (2002).
1.4.3 - MRS Logstica SA
Atualmente, a MRS Logstica S.A, apresenta como principal elemento de suas
operaes logsticas o transporte do tipo Heavy Haul, responsvel por cerca de 70% de
seu faturamento. Ganha destaque o transporte de minrio para exportao e mercado
interno, carvo, coque e bauxita. Observa-se atualmente uma concentrao de esforos por
parte da organizao em atender a este mercado, visando garantia de resultados positivos
e capazes de atender com eficincia e eficcia a demanda dos clientes. Neste sentido,
existe hoje uma maior disponibilizao de ativos e mo-de-obra, bem como uma priorizao
de atividades visando atender aos fluxos de transporte dos clientes do Heavy Haul.
Contudo, mantendo uma linha de planejamento que visa incorporao de novos mercados
16
e novos nichos para a explorao, vm crescendo em importncia dentro da companhia s
operaes que atendem aos mercados mais diversificados, denominados Carga Geral.
A Carga Geral contempla hoje uma gama de clientes variados bem como uma
infinidade de produtos sendo transportados. Como principais mercadorias dentro deste
contexto, podem-se destacar: produtos siderrgicos (bobinas, fios-mquina, tarugos, placas,
perfis metlicos, chapas, tubos); ferro gusa, sucata, containeres, gros (especialmente a
soja), sal, acar, enxofre, zinco, areia, cimento, fertilizantes, combustvel (este com foco
principalmente para o consumo interno).
Diferente do que se supe, as dificuldades operacionais para a consolidao do
transporte da Carga Geral so consideravelmente superiores quando comparadas ao do
Heavy Haul. Isto ocorre devido ao fato da grande variedade de produtos, clientes e pontos
de carga e descarga existente no transporte da Carga Geral. No Heavy Haul, apesar de se
trabalhar com volumes gigantescos de produo, observa-se freqentemente a existncia
de trens unitrios (ou trens tipo). Estes trens possuem uma origem e um destino bem
definidos para a carga e a descarga, reduzindo bastante a variabilidade do processo (o trem
carrega um nico produto em sua origem e circula at seu destino final onde ser realizada
a descarga). Estes trens so formados por vages semelhantes (mesmo tipo) o que auxilia
sua operao (viabiliza uma velocidade de cruzeiro superior aos trens de Carga Geral,
devido uniformidade da composio). J na Carga Geral esta situao bastante
diferente. Os trens possuem sua origem e destino definido atravs de itinerrios padres
previamente definidos. Durante sua circulao, um trem da Carga Geral realizar atividades
diversas de anexao e desacoplamento de vages, atendendo em uma s viagem aos
mais diferentes fluxos de produo. Isto possvel, pois, conforme dito, os produtos da
Carga Geral so muito diversificados, entretanto o nmero de vages atendendo a um
cliente especfico relativamente pequeno.
Assim, para um melhor aproveitamento dos recursos (no caso, a capacidade de trao
das locomotivas) so consolidados no mesmo trem vages de diferentes clientes com as
mais diversas mercadorias e as mais diversas origens e destinos, bem como diferentes
graus de prioridade quanto ao recebimento do material transportado. Isto exige um melhor
planejamento das atividades do trem, j que podero ser traadas uma infinidade de
possibilidades para a circulao dos vages. Todo este plano de transporte dos trens de
Carga Geral definido e redesenhado mensalmente por meio de uma Grade de Trens (ver
Anexo 1), onde so definidas todas as atividades padres dos trens que circularo
diariamente, a fim de manter um padro de servio para o atendimento da demanda de
todos os clientes. Nesta grade ficaro definidos horrios, ptios de manobras, atividades
padres, transit time e quantidade de locomotivas de cada trem de Carga Geral.
17
Atualmente a MRS Logstica, no contexto da Carga Geral, dispe de 89 estaes de
origem, 77 estaes de destino, 192 terminais, 3148 vages, 1674 Km de malha ferroviria,
137 clientes, 20 trens por dia com uma mdia de transporte de 70 vages cada
(www.mrs.com.br).
1.5 ESTUTURA DA MONOGRAFIA
O trabalho realizado seguiu a metodologia de desenvolvimento descrita abaixo:
1.5.1) Desenvolvimento da Fundamentao Terica
Para a elaborao do estudo foram utilizados artigos, livros, cases, sites, dentre outras
referncias que tratem de logsticas de terminais (com foco naqueles que operem produtos
siderrgicos em modal ferrovirio), especificamente nos assuntos teoria de filas e MRP II e,
principalmente, rvore de Falhas. Foram explorados tambm referncias de materiais
institucionais da MRS, que possibilitaram a apresentao de vrias informaes relativas
operao da companhia, facilitando a visualizao e favorecendo a ilustrao de algumas
argumentaes. Para isto foi consultado o ROF (Regulamento de Operaes Ferrovirias) e
outros procedimentos internos que tratam efetivamente do processo de descarga de vages.
Com a facilidade existente atualmente, representada de maneira mais direta pela
Internet, certamente o acesso informao tornou-se mais rpido e diversificado o que
possibilitou um grande enriquecimento do trabalho.
1.5.2) Descrio dos Processos na Empresa
A descrio dos processos foi constituda principalmente no conhecimento da estrutura
atual vigente, consultando documentos relacionados execuo das atividades de
Planejamento e Controle Operacional da MRS e Gesto de Frota / Distribuio de Vages.
O objetivo que fosse compreendido como a atividade de programao de produo
18
influencia na atividade de descarga de vages. Foi estudado tambm o atendimento
realizado pela equipe de Ptios e Terminais, focando a rotina de execuo das atividades de
manobras e posicionamento de vages nos terminais, bem como outras atividades
realizadas nas estaes capazes de gerar impacto na atividade de descarga. Foram
analisados tambm os procedimentos utilizados pela equipe da gerncia de logstica no
tratamento da atividade de gesto de estoque e tambm contratao de operao dos
terminais.
Os procedimentos gerenciais, procedimentos de rotinas e procedimentos operacionais,
constituintes do Sistema de Gesto de Qualidade da empresa serviram de base de consulta.
Foi dado foco nos dados relativo capacidade de descarga de cada terminal, buscando
compreender a estrutura de funcionamento dos mesmos (horrio de operao, capacidade
diria de descarga de vages, capacidade de estoque, limite mximo de vages por
manobras, dentre outras).
A busca de uma compreenso das rotinas atuais se justificou uma vez que, com base
nesta realidade, foi desenvolvido o trabalho e aonde ocorreu insero do novo
procedimento. Diante do entendimento de toda a estrutura, tornou-se possvel analisar de
maneira mais cautelosa os possveis impactos de cada ao tomada durante a elaborao
do procedimento.
1.5.3) Anlise dos Processos
Foi realizada uma anlise crtica dos processos existentes durante esta etapa. Diante
da compreenso das rotinas atuais, foram analisados quais so as etapas dentro destas
rotinas que necessitam ser redefinidas para que haja um melhor atendimento na etapa de
descarga de vages plataformas. Para isto foi necessria a participao de funcionrios das
diferentes reas com o objetivo de criar alternativas capazes de contemplar as mais
diversas eventualidades, peculiares a cada rotina. O objetivo que fosse possvel a
construo de um procedimento mais abrangente e que este consiga contemplar de uma
forma conjunta as diferentes reas envolvidas no processo em estudo, evitando que
ocorram os problemas atuais observados na execuo desta atividade.
19
1.5.4) Elaborao do Procedimento
O relatrio sintetizou os resultados obtidos ao longo dos estudos, trazendo a
proposta do novo procedimento para atender atividade de descarga de vages
plataformas utilizados no transporte de produtos siderrgicos. Para esta elaborao foi
traado ao longo dos captulos toda parte introdutria, trazendo o contexto atual onde se
insere o projeto. Em seguida foram expostos alguns conceitos tericos a respeitos das
cincias que influenciaram de maneira direta toda a construo do trabalho. Na seqncia,
foi enfatizado como os dados obtidos em conjunto com o material terico contriburam para
a construo do procedimento, finalizando com as concluses e recomendaes.
20
CAPTULO II
RVORE DE FALHAS E FUNDAMENTOS
No captulo II descrito de forma conceitual o mtodo terico utilizado para analisar o
sistema atual existente na MRS Logstica que trata da descarga de vages plataformas
utilizados no transporte de produtos siderrgicos.
O mtodo escolhido para a anlise deste sistema a rvore de Falhas. Atravs desta
ferramenta busca-se detalhar as causas razes responsveis pelo surgimento de uma falha
no sistema, de forma que essa possa ser analisada com o objetivo de ser evitada.
Antes desta anlise deve estar claro que a descarga de vages plataformas deve ser
compreendida como um sistema, uma vez que o conjunto de elementos que compe este
sistema so peas fundamentais para um bom funcionamento de todo o processo. Cabe
neste momento a definio de sistema elaborada por Chiavenato:
Sistema um conjunto de elementos interdependentes e interagentes
inseridos em um ambiente; um grupo de unidades combinadas que
formam um todo organizado e cujo resultado maior que o resultado
que as unidades poderiam ter se funcionassem independentemente.
Chiavenato (2004)
2) RVORE DE FALHAS
21
O Mtodo de Anlise da rvore de Falhas (Faiulure Tree Analysis FTA) foi
desenvolvido por volta de 1960, por W. A. Watson, da Bell Laboratories e aperfeioado pela
Boeing Corporation.
Este mtodo baseado em dedues lgicas, originadas de um evento indesejado e
pr-estabelecido (EVENTO TOPO), do qual se buscam causas possveis geradoras deste
evento.
Esta metodologia tem por finalidade aperfeioar a confiabilidade de produtos e
processos atravs da anlise sistemtica de possveis falhas e suas conseqncias,
orientando na adoo de medidas corretivas ou preventivas.
A elaborao da rvore de Falhas trs uma srie de outros benefcios, tais
como o aumento do domnio das caractersticas tcnicas dos
equipamentos que compe o sistema, a identificao da seqncia das
falhas crticas e a melhor interao entre os integrantes das equipes de
projeto, operao e manuteno. (Sucena, Marcelo abril 2008).
A metodologia da rvore de Falhas tem aplicabilidade em anlise de projetos bem
como para sistemas que j esto em operao. Ela pode ser utilizada para avaliao
qualitativa (determinao de falhas bsicas) e quantitativa (clculo da probabilidade da
ocorrncia de um evento). Pode ser desenvolvida em diversos nveis de complexidade.
Possui interpretao simples por pessoas distantes do assunto em anlise. uma
ferramenta de fcil aprendizado, pois utiliza smbolos para caracterizar os diversos eventos
e auxilia na determinao da causa de falhas e verifica a ligao entre as causas. uma
tcnica top-down, por que deve-se partir de eventos gerais para chegar eventos mais
especficos.
Para uma melhor compreenso do processo de elaborao de uma rvore de falhas
so descritos os passos a serem seguidos para a construo e utilizao desta ferramenta.
2.1) DEFINIO DO SISTEMA
O primeiro passo na elaborao de uma rvore de falhas consiste em caracterizar os
sistemas, definindo suas funes. Aps essa elaborao deve-se avaliar a operaes do
22
sistema, observando seus meios de controle e interfaces. Posteriormente faz-se necessrio
a identificao dos procedimentos operacionais que regem o funcionamento deste sistema.
Por fim dever ser realizada uma anlise das especificaes tcnicas dos elementos que
compe o sistema, como limites operacionais e necessidade de monitoramento.
2.2) DEFINIO DO EVENTO TOPO
O Evento Topo pode ser definido como a falha percebida pelos usurios do sistema.
o indicador que algo no sistema est em desacordo com os padres normais de
funcionamento. Deve-se ter cautela na definio do Evento Topo, pois este no pode ser
muito geral, trazendo o risco do desdobramento de uma anlise dispersa e nem muito
especfico, uma vez que anlise pode ser insuficiente para uma viso ampla do problema.
2.3) CONSTRUO DA RVORE
Aps a determinao do Evento Topo deve-se seguir as seguintes etapas para a
construo da rvore de Falhas:
Determinar os fatores contribuines;
Elaborar a diagramao lgica;
Determinar as falhas bsicas;
Realizar a simplificao booleana;
Aplicar os dados quantitativos;
Determinar a probabilidade de ocorrncia.
2.4) VALIDAO DA RVORE
A validao da rvore de falhas tem por objetivo avaliar a preciso e a veracidade de
suas informaes. Recomenda-se esta anlise por uma pessoa que no tenha participado
de sua elaborao.
23
Para a viabilizao de uma anlise quantitativa da rvore de falhas utiliza-se a
determinao de cortes mnimos.
O corte de uma rvore de falhas definido por um conjunto de falhas bsicas cuja
ocorrncia implica no surgimento do evento topo.
Denomina-se corte mnimo quando o corte no puder ser reduzido sem perder a sua
condio de corte. Os cortes mnimos so os pontos fracos do sistema sob anlise.
Para facilitar a compreenso da lgica utilizada para a construo de uma rvore de
Falhas segue fluxograma de elaborao da ferramenta:
24
Figura 2.1: Fluxograma do Processo de Elaborao da rvore de Falhas
CAPTULO III
DESCRIO
Conforme descrito, o desafio do estudo proposto foi a elaborao de um novo
procedimento capaz de estruturar os processos internos da MRS relacionados operao
de descarga de vages plataformas utilizados no transporte de produto siderrgico, visando
uma maior integrao entre Planejamento e Controle de Operaes (PCO), Ptios e
Terminais (PATE) e Logstica. Para melhor compreenso do estudo, ser descrito como o
funcionamento dessas trs estruturas na empresa.
3.1) CONTEXTO ATUAL DOS SETORES NA ATIVIDADE DE DESCARGA DE VAGES
3.1.1) Planejamento e Controle de Operaes
O PCO o setor da companhia responsvel pela execuo do dimensionamento e
programao de recursos para a realizao dos planos de transporte, representados pelas
locomotivas, vages e equipagem (maquinistas). Este planejamento realizado com base
nas previses realizadas pela rea de Gerao de Demanda, que realiza a captao das
necessidades de transportes dos clientes. Este dimensionamento efetuado com premissas
de volumes anuais, mensais e semanais. Diante destas informaes possvel a empresa
visualizar a necessidade de investimentos com base nos parmetros gerados pelo PCO
25
sobre a capacidade de produo da companhia versus recursos disponveis para a
realizao dos volumes orados.
Dentro do PCO realizada tambm a atividade de programao diria de produo.
Esta programao feia com base principal no plano semanal de produo repassado pelos
clientes. Neste plano so informados quais sero os embarques esperados pelos clientes
em cada dia da semana e em quais pontos de carga / descarga devero ser disponibilizados
os vages. A atividade de programao diria realizada pelo Gestor de Frota, que o
colaborador da MRS responsvel pela distribuio dos vages ao longo da malha,
baseando-se justamente nas informaes contidas no plano semanal. A MRS conta
atualmente (maio 2008) com sete gestores de frota, distribudos da seguinte forma:
a) trs colaboradores no segmento de Heavy Haul: programao do atendimento das
composies de minrio de ferro / carvo / bauxita;
b) quatro no segmento de Carga Geral: distribuio dos vages graneleiros (cimento,
sucata, ferro gusa, leo diesel e zinco) / programao de agrcolas (soja, fertilizante,
enxofre, sal, acar, e madeira) / distribuio de plataformas utilizadas no transporte de
container / programao de vages plataformas para transporte de produto siderrgico.
responsabilidade desses colaboradores zelar pelo bom desempenho da frota
(produtividade dos vages). Um ponto crucial na atividade de programao justamente
analisar o desempenho dos terminais de descarga para que se evite a formao de filas, o
que acarretar reteno de vages e por conseqncia perda de produtividade da frota.
3.1.2) Ptios e Terminais
Na operao ferroviria existe parte do trecho de via permanente gerenciado pelo
Centro de Controle de Operaes (CCO) onde os trens circulam de suas estaes de
origem para suas estaes de destino para a realizao das operaes de carga e
descarga, respectivamente. J nas estaes, ou ptios ferrovirios, a estrutura para a
movimentao dos trens realizada de modo diferenciado.
A estrutura de Ptios e Terminais da MRS composta pelas unidades de campo,
responsveis pelas execues operacionais do cumprimento das demandas e programas de
transporte. Os ptios ou estaes ferrovirias so unidades formadas por linhas paralelas
(que podem variar em quantidade e tamanho conforme demanda das atividades)
26
interligadas por Aparelhos de Mudana de Via (AMVs), ou simplesmente chaves,
destinadas realizao de manobras de trens que possibilitam o desvio do trem em linhas
paralelas. Diferentemente dos trechos gerenciados pelo CCO, uma estao ferroviria ir
desempenhar papel importante no na circulao, mas principalmente nas manobras de
formao e desmembramento de trens. Um ptio ferrovirio pode ser responsvel pelo
atendimento (manobras de posicionamento e retirada de vages) de vrios terminais
diferentes.
Dentro das atividades realizadas em uma estao ferroviria pode-se destacar:
a) recebimento de trens (disponibilizao de linhas dentro do ptio que permitam a entrada
de um trem dentro dos seus limites, sem que haja interferncia na movimentao de outros
trens posicionamento dentro de marco);
b) formao de trens (conjunto de manobras realizadas para anexao de vages e
formao de uma composio para viabilizar a viagem de todo o comboio tracionado por
uma locomotiva),
c) desmembramento de trens (manobras para fracionamento de trens com o objetivo de
viabilizar o posicionamento de vages em terminais distintos atendidos pelo ptio),
d) realizao de revista de vages (tambm chamado de conserva de vages, que a
inspeo de um bloco de vages com o objetivo de verificar se os mesmos oferecem
condies mecnicas capazes de garantir transporte de carga de forma segura).
Para que todas estas atividades possam ser executadas necessrio que haja
recursos disponveis para a sua realizao, como linhas disponveis (desvios), locomotivas,
maquinistas, e manobradores (colaboradores responsveis por orientar os maquinistas nas
execues das manobras, realizar o engate/desengate de vages nas composies e
operar mudanas de chaves nas linhas do ptio).
O colaborador responsvel pela orientao das atividades executadas no ptio o
Agente de Estao. Este funcionrio ser responsvel por coordenar a seqncia de
recebimento de trens dentro da estao, orientar os manobradores nas prioridades das
movimentaes a serem executadas. Questes referentes conferncia de notas fiscais de
mercadorias embarcadas em vages bem como a elaborao de despachos (documento
interno utilizado para transporte de vages carregados) tambm so responsabilidades dos
agentes de estao.
No Anexo 2 est includa a representao esquemtica do ptio do Ipiranga, localizado
no bairro da Mooca na cidade de So Paulo, para que seja possvel uma melhor
visualizao da estrutura descrita acima.
27
Conforme mencionado uma das atividades nos ptios ferrovirios o atendimento de
manobras nos terminais, estruturas construdas com o objetivo de realizar o carregamento e
a descarga dos vages. No contexto de transporte de produtos siderrgicos na maioria das
vezes os terminais de carga so as prprias usinas siderrgicas, onde a rea de expedio
destas equipada com desvios ferrovirios e equipamentos de carga apropriados para a
operao ferroviria. H tambm unidades que so galpes especializados no manuseio de
mercadorias onde a carga a ser embarcada nos vages trazida at estes por carretas, ou
seja, trata-se de material de transbordo.
Os terminais de descarga em sua maioria so compostos por grandes galpes
utilizados pelos clientes como estoque avanado. Estes iro realizar a descarga dos
vages para estocagem e posterior retirada dos produtos para os clientes finais por meio de
carretas. Em alguns casos existe a possibilidade de transferncia de carga entre usinas,
onde a descarga dos vages tambm ir ocorrer em uma prpria siderrgica. Deve-se
destacar que alguns terminais operam simultaneamente a operao de carga e descarga de
vages.
As atividades de ptios e terminais devem ocorrer harmoniosamente para que haja um
bom desempenho das atividades tanto de transporte da MRS como das operaes de carga
/ descarga dos terminais. Para regularizar a interao entre estas duas frentes existem os
Acordos Operacionais, documentos que regem os compromissos entre as partes para o
cumprimento das atividades de transporte. Neles registram-se os horrios estabelecidos
para realizao de manobras dos ptios para atendimento dos terminais, quantidade de
vages disponibilizados por faixa de horrio, mecanismos de comunicao entre as duas
partes, dentre outras caractersticas operacionais.
3.1.3) Gerncia de Logstica
A Gerncia de Logstica da MRS Logstica SA tem como foco de suas atividades a
atuao junto aos terminais de carga / descarga para a viabilizao do negcio ferrovirio,
trabalhando em frentes diversas como gesto de estoques, coordenao das atividades de
ponta rodoviria, adequao de equipamentos para execuo das atividades de transbordo
de carga, atuao em aspectos legais (como questes ambientais) e elaborao de escalas
de operao.
A gesto de estoque nos terminais uma atividade crucial para o bom desempenho de
toda cadeia logstica e impacta diretamente na produtividade da frota de vages. um
28
desafio constante garantir que os terminais possam receber mercadorias de clientes
diversos de forma a garantir que estes produtos possam ser enviados para os clientes finais
em condies de armazenamento satisfatrias e dentro dos prazos acordados. A maior
preocupao existente manter os estoques dentro de nveis capazes de viabilizar o bom
funcionamento do terminal. Caso haja excesso de volume de uma determinada mercadoria
ir ocorrer queda na produtividade do terminal, que deixar de operar em suas taxas de
carga / descarga dentro de padres normais. Isto poder acarretar atrasos em embarques,
perda de volumes transportados, filas de vages, fila de carretas nos terminais,
congestionamento dos ptios ferrovirios e insatisfao dos clientes. Ou seja, a
produtividade da frota diretamente afetada. Para evitar este tipo de problema
fundamental que as atividades de programao ferroviria, operao dos terminais e ponta
rodoviria estejam bem harmonizadas.
A atividade de ponta rodoviria, conforme mencionado, crucial para o bom
funcionamento deste elo uma vez que este responsvel pela entrega de material a ser
embarcado e o escoamento de material trazido pela ferrovia. Assim como h toda uma
programao por parte da equipe de PCO para o atendimento das demandas de transporte
dos clientes, cabe a equipe da gerncia de logstica elaborar o plano de atendimento de
ponta rodoviria para viabilizar o atendimento em toda a cadeia logstica.
Para garantir que haja dinamismo nas operaes ferrovirias, visando o atendimento
das demandas diversas dos clientes fundamental a existncia de terminais capazes de
operar com diferentes tipos de mercadoria. H uma infinidade de equipamentos destinados
para a operao de carga / descarga de mercadorias diversas. Para que seja possvel a
captao de novas demandas, cabe ao setor de logstica prospectar empresas capacitadas
e com disponibilidade para prestar este tipo de atendimento e viabilizar a operao.
Um aspecto de vital importncia em todo este elo de atendimento ao cliente reside nas
escalas de operao dos terminais. responsabilidade da gerncia de logstica elaborar o
plano de funcionamento dos terminais para a realizao do atendimento das atividades de
embarque e desembarque de mercadoria nos vages. Nesse aspecto alguns pontos devem
ser estudados: horrio de funcionamento de cada terminal, postos de trabalho (nmero de
operadores por escala), calendrio de funcionamento (principalmente o funcionamento em
finais de semana e feriados), programao de paralisao para manuteno, dentre outros
aspectos. Tudo isto ir influenciar na tomada de deciso para a programao ferroviria,
com o objetivo de se evitar fila de vages em terminais com operao paralisada.
3.2) DESCRIO DO CICLO DE TRANSPORTE
29
A atividade de transporte ferrovirio tem em sua cadeia elos que devem trabalhar de
forma harmnica para que o objetivo final de todo o processo possa ser concludo com
sucesso, objetivo este que o atendimento da demanda de transporte dos clientes cumprida
nos prazos estipulados. Estas etapas, que so referentes ao processo pelo quais os vages
passaro para o cumprimento de um determinado ciclo de transporte, so:
transit time vazio dos vages;
tempo parado antes da carga;
tempo de carga;
tempo parado aps a carga;
transit time carregado;
tempo parado antes da descarga;
tempo de descarga;
tempo parado aps a descarga
Aps o cumprimento destas etapas o ciclo de transporte de uma determinada
mercadoria encerrado. Este ciclo retomado para que uma nova demanda possa ser
atendida, sendo o vago deslocado para um novo carregamento. Para um melhor
compreenso do assunto ser descrito de forma sucinta cada uma destas etapas que
compe o ciclo de transporte dos vages.
O transit time vazio a etapa do ciclo de transporte referente ao tempo de circulao
de um vago desde a ltima estao pela qual ele passou pela etapa de descarga at a
prxima estao onde o vago ser entregue para carregamento. Deve ficar claro que a
etapa de transit time vazio definida pelo tempo no qual o vago esteve anexado em trem
para circulao. Nesta etapa o vago, que agora passa a fazer parte de um trem, passa a
ser gerido dentro da companhia pelo CCO (Centro de Controle de Operaes) que o setor
responsvel pelo gerenciamento de trfego de trens na empresa.
Destaca-se que em alguns casos possvel que o vago passe pela descarga e
posteriormente seja submetido a um novo carregamento sem que necessariamente ele
passe pela etapa de transit time vazio. o caso que ocorre quando um vago est em um
terminal de destino com material para descarga, e que, aps a operao de descarga, ele
reaproveitado, ou seja, o vago recebe uma nova mercadoria para outro terminal de
destino.
30
O tempo parado antes da carga , ou simplesmente tempo antes da carga a etapa
do ciclo do vago referente ao momento em que o vago chega na estao de destino,
desanexado do trem e fica aguardando a entrega no terminal para que possa ser carregado.
Isso ocorre devido necessidade de manobras para posicionamento do vago dentro do
terminal para embarque. Em uma estao ou ptio ferrovirio, conforme descrito em 3.1.2),
existem diversas atividades a serem cumpridas e, em muitos casos, no sendo possvel que
estas sejam realizadas em paralelo.
Assim, na maioria das vezes, os vages aps chegarem a sua estao de destino
devero aguardar a disponibilidade de recurso para serem posicionados nos terminais de
destino, caracterizando a etapa de tempo parado antes da carga.
A etapa tempo de carga caracterizada pelo tempo em que o vago fica disposio
do terminal de origem para a realizao do embarque de material. Para a apurao desta
etapa deve haver um marco definido como o ponto onde o vago deixa de permanecer sob
a responsabilidade da estao, ou seja, MRS, e passa aos cuidados do terminal, ou seja,
cliente. Ento a etapa de carga no deve ser compreendida como o tempo necessrio
somente para a realizao do posicionamento das cargas sob o vago, mas tambm o
tempo necessrio para a realizao de manobras internas dentro do terminal (sob
responsabilidade do cliente), o tempo para a liberao da carga (caso esta no esteja
disponvel nos entrepostos de carregamento), o tempo necessrio para a confeco da
documentao necessria para a circulao da mercadoria e faturamento do transporte at
a disponibilizao novamente dos vages carregados no marco estabelecido para que os
recursos de manobras do ptio possam trazer os vages para a posterior anexao em
trem.
O tempo parado aps a carga , ou simplesmente tempo aps a carga tem um conceito
semelhante ao descrito na etapa tempo antes da carga. A diferena que o tempo de
permanncia dos vages no ptio aps disponibilizao do veculo carregado pelo terminal
ser o necessrio para a formao e posterior liberao para trfego do trem. Est
computado tambm nesta etapa do ciclo o tempo necessrio para realizao da inspeo de
carga, onde uma equipe ir verificar se as cargas alocadas nos vages possuem condies
de trfego, ou seja, se a acomodao da mesma est adequada. Outra atividade realizada
nesta etapa a verificao da documentao da mercadoria e realizao do despacho pelos
agentes de estao.
Na seqncia do ciclo de transporte est a etapa de transit time carregado dos
vages. A exemplo do transit time vazio, nesta etapa ser computado somente o tempo em
que os vages permanecerem anexados em trem aps liberao do mesmo para o
movimento pelo CCO. Esta etapa ser finalizada no momento em que os vages forem
31
desanexados do trem em sua estao de destino, aonde ele ser entregue ao cliente para a
realizao da descarga.
O tempo parado antes da descarga seguir o mesmo conceito da etapa tempo antes
da carga. A diferena que ir existir entre estes dois processos est justamente na
seqncia da atividade. No tempo antes da descarga est computado todo o tempo
transcorrido desde o momento da desanexao do vago do trem at o momento da
entrega do mesmo no terminal de destino para a realizao da descarga.
A etapa tempo de descarga tem sua definio semelhante ao processo de carga. O
que ocorre na etapa da descarga que o terminal dever relatar estao o momento em
que foi realizado o trmino da operao de descarga para que os colaborares da MRS
possam executar a baixa nos vages (alterao virtual na condio de lotao do veculo,
para que a informao sobre a disponibilidade do recurso seja visualizada por todos que
acessarem o banco de dados da companhia). Deve ficar claro que no necessariamente o
vago dever sair da condio de descarga aps a realizao da baixa no sistema. O
veculo s sair desta condio aps devoluo MRS dentro de condies pr-
estabelecidas (vages limpos, manobrados em local de acesso da MRS, dentre outras
peculiaridades).
Aps a liberao do vago pelo terminal de descarga o ciclo dos vages finalizado
pela etapa de tempo parado aps a descarga . Est etapa ir abranger o tempo de
permanncia do vago vazio no ptio at ele ser anexado em trem para seguir at outro
ponto de carregamento, retomando a etapa de transit time vazio e reiniciando o ciclo.
32
CAPTULO IV
ANLISE DO PROBLEMA E PROPOSTA DE MELHORIA
A ateno neste projeto at o momento foi direcionada aos agentes que participam
diretamente do problema em questo, que a descarga de vages plataformas utilizados no
transporte de produto siderrgico. Para o sequenciamento da elaborao do novo
procedimento foram descritos os passos que configuram o processo atual de atendimento
para que sejam mapeados os pontos que precisam ser redesenhados para um melhor
funcionamento de todo o elo existente para a realizao do processo. O objetivo foi a
construo de um esquema capaz de revelar todas as etapas passveis de melhorias para
que estas possam ser contempladas com maior nfase na elaborao do novo
procedimento.
4.1) PROCESSO ATUAL
O processo inicia quando o cliente envia para o setor de Gerao de Demanda seu
programa semanal de embarque. Nesta solicitao informada a quantidade de vages
necessria para a realizao do atendimento, em que dia dever ser realizado o embarque,
qual ser o terminal de origem e para qual terminal de destino dever ser direcionado o
material para descarga.
A solicitao do cliente inserida no sistema de informao da MRS pela equipe de
Gerao de Demanda para posterior avaliao do Planejamento e Controle de Operaes.
O PCO ir analisar a demanda de transporte solicitada por todos os clientes e verificar se
os recursos disponveis na empresa (vages, locomotivas e equipagem) so suficientes
para o atendimento das solicitaes em sua totalidade. Em caso negativo ser solicitado
33
que o setor de Gerao de Demandas realize cortes para que possa ser otimizada a
operao global da MRS, respeitando a capacidade de recursos da empresa. H outros
fatores que contribuem para a execuo de cortes na programao enviadas pelos clientes,
sendo estas limitaes relacionadas ao funcionamento de terminais e capacidade de
atendimento dos ptios ferrovirios.
A Gerncia de Logstica responsvel por divulgar o calendrio de funcionamento dos
terminais para posterior repasse ao PCO. Esta ao realizada com o objetivo de evitar a
programao de transporte para terminais que no possuem previso de funcionamento, o
que acarretaria a movimentao desnecessria de vages e o risco de gerao de filas nos
ptios e perda de produtividade dos recursos. A capacidade diria de carga e descarga,
bem como a quantidade de vages suportada dentro de cada terminal tambm repassada
pela rea de Logstica ao PCO para que estas informaes possam ser utilizadas para a
elaborao da programao.
A rea de Ptios e Terminais realiza a crtica sobre o programa de atendimento com
foco na compreenso dos impactos que esta programao poder acarretar nas atividades
do ptio. O objetivo que a rea de PATE esteja de acordo com o programa de transporte
previsto, observando se ele est condizente com a estrutura disponvel em cada uma das
estaes ferrovirias (recursos disponveis para manobra, linhas para acomodao de
vages, realizao de outras atividades) entre outros.
Posteriormente a esta reavaliao o PCO formalizar para toda MRS o programa de
transporte aceito e colocar estas informaes no banco de dados da empresa. Na figura
4.1 est apresentado o fluxograma deste processo:
34
Figura 4.1: fluxograma do processo de elaborao do programa semanal de
transporte
35
Durante a execuo da programao alguns eventos podem ocorrer que influenciam
diretamente no processo da descarga dos vages.
O primeiro ponto a ser considerado o cumprimento da programao pelos clientes.
No raro que ocorram distores entre volume programado e volume solicitado, onde os
vages posicionados para carregamento nos terminais recebem mercadorias e so
despachados para um destino diferente do previamente do programado. Isto ocorre por
falha no cumprimento da programao pelo cliente ou por alterao na necessidade do
escoamento de mercadorias. Esse descumprimento da programao poder prejudicar a
operao nos terminais de descarga, que podero receber um volume acima do esperado,
gerando filas e dificuldade operacionais em escoar todo o material para ele destinado.
Problemas podem ocorrer tambm no atendimento da programao semanal pelo PCO
da MRS. Atrasos em circulao de trens, avaria de vages e locomotivas, erro na
distribuio dos vages podem tambm influenciar no processo, uma vez que se corre o
risco que diante destes problemas formem-se ondas de vages, desbalanceado o ritmo de
chegada deles nos terminais de carga e descarga, comprometendo a produtividade da frota.
A falha na informao pela rea de logstica tambm influencia o atendimento. Um
ponto importante neste processo a gesto de estoque dos terminais que pode alterar a
taxa de operao de vages / dia nos terminais em funo da dificuldade na movimentao
de materiais na presena de estoques altos. Calendrios de atividades desatualizados
tambm prejudicam o atendimento, podendo causar a reteno de ativos.
De vital importncia para o cumprimento das atividades a execuo da programao
pela equipe de Ptios e Terminais. O maior impacto que pode ser gerado pela atividade de
descarga dos vages est vinculada necessidade das manobras de posicionamento e
retirada de vages nos terminais. Os terminais operam em horrios especficos e
calendrios para o seu funcionamento. O atraso na disponibilizao dos vages para a
operao dos terminais poder acarretar perda potencial de gerao de vazios, uma vez
que os terminais tero menos tempo hbil para realizar a descarga efetiva nos vages.
Outro ponto que merece ateno a intermodalidade dos terminais, j que vrios deles
tambm operam em servio rodovirio, possuindo horrio especfico para o atendimento do
servio ferrovirio.
36
4.2) PONTOS DE MELHORIA NO PROCESSO ATUAL
Diante do que foi exposto anteriormente cabe neste momento listar os aspectos
existentes dentro do processo atual que podem ser revistos para que seja possvel a
elaborao de um novo procedimento capaz de contemplar de uma forma mais abrangente
o processo de descarga de vages dentro da MRS, visando uma melhor produtividade dos
ativos da companhia e uma gesto mais eficaz. Para este estudo ser utilizada a
estruturao da rvore de Falhas para que possam ser rastreados, com maior facilidade, os
pontos que geram rudos no processo.
Cabe ressaltar que a anlise do problema atravs da utilizao da rvore de Falhas foi
realizada com base em anlise qualitativa. Assim, a utilizao deste modelo baseou-se em
trazer a estrutura existente para a construo da rvore de Falhas e utilizar tal estrutura
para ordenar a configurao do sistema em estudo (a descarga de vages plataforma)
facilitando o rastreamento das falhas existentes em cada sub-processo.
Para a elaborao da rvore foi trazido o problema central em discusso, do qual foi
desdobrado uma seqncia de sub-atividades para o mapeamento das falhas.
A figura 4.2 representa a construo da rvore de falhas para o processo de descarga
de vages plataformas utilizado no transporte de produtos siderrgico.
37
Figura 4.2 rvore de Falhas do processo de descar ga de plataformas
38
4.3) ANLISE DAS FALHAS
Diante da construo da rvore de Falha pode-se perceber que o Planejamento e
Controle de Operaes, Ptios e Terminais e Gerncia de Logstica possuem aspectos que
precisam ser otimizados para a melhoria do processo.
Foram listados cada um dos aspectos apontados como negativos no processo dentro
das estruturas, buscando-se estabelecer uma conexao com as causas razes de cada um
destes problemas. Foram descritas aes para contornar estas inconsistncias. O objetivo
que o conjunto de aes descritas para solucionar os problemas atuais sirva de base para a
elaborao do novo procedimento, objetivo deste trabalho.
Vale ressaltar que aps a identificao das falhas foram estabelecidas discusses com
as equipes envolvidas em cada uma das trs estruturas, para que fossem propostas
solues para cada uma dos pontos crticos de acordo com a viso das pessoas envolvidas
diretamente na execuo das rotinas de trabalho.
4.3.1) Anlise dos Processos - PCO
Conforme exposto na rvore de falhas, destacam-se as seguintes no-conformidades
passveis de melhorias dentro do PCO:
a.1) falha no lanamento da programao no banco de dados da companhia;
b.1) erro na distribuio dos vages (programao realizada pelo gestor da frota);
c.1) vago no seguiu no trem (trem excedeu capacidade de trao);
d.1) carregamento realizado acima da capacidade de descarga de um determinado
terminal;
e.1) carregamento realizado em data inadequada (vago com programao de entrega
no terminal de destino em data onde o terminal no realizar operao de descarga);
f.1) grade de circulao dos trens no foi cumprida.
Para cada uma dessas no-conformidades mencionadas foi realizada uma anlise
das possveis causas que geraram esta falha.
39
a.1) A falha no lanamento da programao no banco de dados da companhia consiste
na insero de uma demanda para atendimento divergente daquela solicitada pelos
clientes. Esta informao expressa pela quantidade de vages a serem
carregados em uma determinada data, estabelecendo um terminal de origem e
destino para este embarque. Pela anlise da rotina existente pode-se perceber que
esta falha ocasionada principalmente por falta de comunicao entre o setor de
Gerao de Demanda e o Planejamento de Produo.
b.1) O erro na distribuio dos vages caracterizado por uma falha na programao
realizada pelo Gestor de Frota. Este problema pode ser referente ao envio de vages
para um terminal para o qual no havia solicitao inserida no programa semanal e
tambm no envio de vages em uma quantidade diferente do nmero solicitado pelo
cliente para a realizao do embarque. Esta falha est vinculada passagem da
informao de maneira ineficaz dos Gestores de Frota ao Centro de Formao de
Trens (setor responsvel por executar a programao dos Gestores - programar a
anexao dos vages nos trens). Outro ponto causador desta inconsistncia o erro
na leitura da solicitao inserida no sistema pelos Gestores de Frota. Esta leitura
bastante dificultada pela infinidade de fluxos de transporte cadastrados no banco de
dados da companhia.
c.1) O fato de um determinado vago com destino pr-estabelecido no seguir em um
trem uma falha que pode ser gerada pelos seguintes fatores (causas PCO):
excesso de lotao nos trens (excesso de vages para a composio ou capacidade
de trao reduzida por avaria de locomotiva por exemplo) e erro na programao de
formao dos trens (colaborador do Centro de Formao de Trens no programou a
anexao do vago).
d.1) Quando um carregamento realizado acima da capacidade de descarga de um
determinado (nmero de vages embarcados superior taxa de descarga diria de
um determinado terminal) caracteriza-se a existncia das seguintes falhas: entrega
de um total de vages para carregamento em um terminal de origem acima da
capacidade de descarga do terminal de destino e somatrio de vages embarcados
em terminais de origem diferentes com quantidade superior a capacidade de
descarga do terminal de destino.
40
e.1) O carregamento em uma data inadequada realizado quando realiza-se o
embarque de vages em uma data que, em funo do transit time carregado,
acarretar a entrega destes no terminal de destino num perodo fora do seu
calendrio de funcionamento, acarretando a reteno de vages carregados. Esta
falha ocorre principalmente pela falha na informao entre a Logstica e o PCO, onde
a informao sobre o calendrio de funcionamento dos terminais foi ignorada por
uma das partes.
f.1) O descumprimento da grade de circulao dos trens caracteriza-se pela perda na
prioridade de circulao de uma determinada composio ao longo da malha
ferroviria, acarretando atrasos de circulao e tambm o descumprimento de
atividades previamente programadas para o trem ao longo do trecho. Causas
diversas esto relacionadas a este evento, destacando: preferncia na circulao de
outros trens ao longo da malha; busca pela otimizao das manobras a serem
realizadas pelo trem; congestionamento de ramais; falta de recursos (como
manobrador, por exemplo) impedindo o cumprimento da programao.
4.3.2) Melhorias Propostas - PCO
Aps o levantamento dos aspectos negativos do processo e das causas que os
originaram foram listadas aes para cada tpico visando um melhor atendimento e uma
melhoria no processo existente.
a.1) Como ao a ser realizada para evitar a falha no lanamento da programao no
banco de dados da companhia dever ser realizado uma padronizao no canal de
comunicao dos clientes com a MRS para que seja reduzida a falha na insero
dos dados no banco de dados da companhia. Atualmente os clientes enviam
mensagem eletrnica ao setor de Gerao de Demanda informando sua
necessidade de vages para a realizao de embarque. Cada cliente utiliza seu
padro para enviar esta informao para MRS. O objetivo que seja elaborada
uma planilha eletrnica desenvolvida pela MRS com campos disponveis para
preenchimento dos clientes. Esta planilha dever conter as informaes da
quantidade de vages a ser embarcado, em qual data, em que terminal de origem e
41
para qual terminal de destino. Este padro um mecanismo a ser elaborado para
reduzir o rudo atual existente na troca destas informaes.
b.1) Para que se evite o erro na distribuio dos vages deve-se padronizar a Ordem de
Servio dos Gestores de Frota. A Ordem de Servio o documento interno utilizado
na MRS para a troca de informao entre os Gestores de Frota e o Centro de
Formao de Trens, onde os Gestores informam a distribuio dos vages para que
os colaboradores do CFT possam executar os programas de anexao destes
vages nos trens. Atualmente estas Ordens de Servio no so padronizadas, o que
pode dvidas de interpretao na elaborao dos programas dos trens (ver Anexos 3
e 4).
Para contornar este problema dever ser substitudo o conceito atual de Ordem de
Servio, ou seja, substituir a planilha eletrnica preenchida pelos gestores de frota e
executar a programao de distribuio de vazios atravs do lanamento direto
desta informao no banco de dados padro da companhia, o Sislog. Os Gestores
de Frota passariam a executar a distribuio de vages atravs de Solicitao de
Movimentao de Vago (SMV), que um mecanismo operacional utilizado para que
o sistema permita que um determinado recurso seja movimentado. Atualmente os
Gestores de Frota geram as Ordens de Servio e a equipe da Formao de Trens
geram as SMVs com base nas informaes dessas ordens, ocasionando retrabalho
e risco de erro na execuo do servio.
Com relao a dificuldade na leitura da solicitao a ser atendida presente no banco
de dados da companhia a ao a ser elaborada a excluso automtica de fluxos
no vigentes do cadastro presente no sistema para que a leitura torne-se mais
objetiva para aqueles que consultam esta informao.
c.1) Para o problema referente no anexao de um vago com destino pr-
estabelecido em um determinado trem destaca-se a falha vinculada ao excesso de
lotao nas composies e a falha na programao de formao dos trens. Para
contornar este problema podero ser criados dois novos padres a serem vinculados
ao Procedimento de Rotina da equipe de formao de trens. Uma trata do excesso
de lotao nas composies onde dever ser includo na rotina do CFT informar esta
anomalia ao Gestor da Frota para que possam ser estabelecidos trade-off na
circulao dos vages. A outra nova rotina deve contemplar uma verificao diria
da programao efetuada de anexao dos trens para verificar se esta est em
acordo com as SMVs enviadas pelos Gestores de Frota.
42
d.1) Para evitar a falha referente a um nmero excessivo de vages embarcados para
um terminal de descarga deve-se elaborar uma lgica capaz de auxiliar a tomada de
deciso do Gestor de Frota, indicando que a combinao dos carregamentos
programados poder acarretar fila no terminal de descarga (programao realizada
acima da capacidade de descarga do destino). Deve-se garantir tambm a
atualizao constante do cadastro de funcionamento dos terminais, indicando
calendrio de operao e capacidade diria de operao.
e.1) Com relao programao de embarque em data inadequada, a ao a ser
elaborada semelhante a descrita no item d.1). O sistema dever informar ao
programador a possibilidade de fila ao ser realizado a programao estabelecida
devido a entrega de vages para descarga nos terminais em datas onde no havia
operao de descarga previamente agendada. A atualizao do cadastro dos
terminais tambm se faz importante.
f.1) Para evitar que haja atraso no envio de vages aos terminais de destino
importante que se estabelea a prioridade de circulao nos trens que possuem
vages com previso de chegada prximo a data limite de funcionamento dos
terminais. O CCO dever conhecer esta solicitao para dar maior foco circulao
destes trens.
4.3.3) Anlise dos Processos - PATE
Conforme exposto na rvore de falhas, destacam-se os seguintes aspectos passveis
de melhorias dentro do PATE:
a.2) vago no posicionado para descarga no terminal;
b.2) estao no recebeu trem com vages para descarga no terminal;
c.2) estao no realizou manobras de reposicionamento de vages dentro dos
terminais de descarga;
d.2) o agente da estao no realizou atualizao no banco de dados, ocasionando erro
de informao sobre a lotao real do vago (condio que informa se o veculo
est vazio ou carregado);
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e.2) estao atrasou a formao dos trens com vages a serem tracionados para os
terminais de destino;
f.2) falha no dimensionamento da capacidade de movimentao do ptio.
Para cada uma dessas no-conformidades mencionadas foi realizada uma anlise
das possveis causas que geraram esta falha.
a.2) Um dos fatores com maior ndice de reclamao dos clientes no processo de
atendimento do transporte ferrovirio de Carga Geral o atraso no posicionamento
de vages para descarga aps estes terem sido entregues em sua estao de
destino. Esta falha causa grandes transtornos e prejuzos para companhia, uma vez
que ir causar atrasos no ciclo dos vages (perda de produtividade) e poder
acarretar a reteno por perodos elevados nos terminais de descarga. Isto
principalmente quando o atraso no posicionamento ocorrer prximo s datas em que
os terminais paralisam suas operaes.
O atraso no posicionamento dos vages tem origens diversas, podendo-se destacar:
excesso de atividades a serem realizadas pelo ptio, onde a disponibilidade dos
recursos (locomotivas, maquinistas e manobradores) para a execuo destas
atividades exigir a realizao de trade-off; desconhecimento da prioridade de
atendimento pelas estaes, onde atividades secundrias podem ser priorizadas
pela falta de direcionamento por parte da superviso; erro de informao, onde a
desatualizao no banco de dados poder confundir os agentes de estao e
acarrear atrasos no atendimento.
b.2) O atraso no recebimento do trem por uma estao de destino gera o atraso na
descarga dos vages. O fato do trem no ter sido entregue para a realizao de
manobras e desmembramento para posterior posicionamento do vago em seu
terminal de destino obviamente acarretar perda de ciclo e reteno de veculo
carregado. Este problema ocasionado pelo congestionamento do ptio, onde h a
indisponibilidade de via para recebimento e manobra do trem e por questes
referentes grade de circulao do trem, onde a estao poder impedir a entrega
de um trem dentro dos seus limites diante da alegao que o mesmo no est dentro
de seu horrio estabelecido pela grade de trens (este fato ocorre somente quando
um trem est adiantado em relao ao seu horrio programado de movimentao em
uma determinada estao).
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c.2) Em muitos terminais ferrovirios, devido ao arranjo de suas linhas de movimentao
interna, faz-se necessrio que mesmo aps a entrega dos vages para descarga
realizem-se manobras para realocao dos vages para continuidade da operao.
Isto por que muitos dos terminais no possuem veculos prprios para movimentao
dos vages, sendo necessrio que a estao possa executar manobras adicionais
de reposicionamento dos vages para que os mesmos possam ser trabalhados pelos
equipamentos de descarga (fiquem dentro de marco). Semelhante ao problema
destacado no atraso no posicionamento dos vages, este atendimento pode ser
prejudicado por excesso de demanda nas estaes; falha na realizao da lista de
prioridade de atendimento e erro de informao.
d.2) Importante para as decises de programao existe a diferenciao sobre a
condio de lotao de um veculo ferrovirio, que a informao que traduz se o
mesmo est vazio (deve ser encaminhado para um novo carregamento) ou
carregado (dever ser tracionado para o seu terminal de descarga). A atualizao
desta informao realizada pelos agentes de estao, que devero manter contato
com os terminais para que aps a efetuao da carga / descarga fsica do veculo os
mesmos possam ter sua lotao alterado no banco de dados da MRS para facilitar o
gerenciamento da frota. O principal gerador de rudos hoje para uma atualizao
mais eficaz do banco de dados est na troca de informao entre terminais e
estao, que muitas vezes no traduz a realidade da condio do veculo, o que
poder causar falhas no atendimento, uma vez que vages podero estar
aguardando a entrega nos terminais por estes j possurem vages para descarga,
onde na verdade estes ltimos j esto vazios aguardando retirada.
e.2) Outro fator para o descumprimento da programao de descarga o atraso na
formao dos trens com vages a serem tracionados para os terminais de destino.
Mais uma vez o excesso de atividades a serem cumpridas (ocasionado pelo mau
dimensionamento da demanda) pela estao apontado como causa raiz desta
falha. Este atraso gera impacto na entrega do trem em sua estao de destino,
comprometendo a produtividade do terminal que ter menor tempo hbil para a
execuo da descarga dos vages;
f.2) Um erro grave e que compromete o atendimento da operao de descarga de
vages a falha do dimensionamento da capacidade de um ptio ferrovirio. Boa
parte dos problemas destacados neste tpico trouxe como uma de suas causas o
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excesso de atividades a serem executadas pelos ptios, causando atrasos no
atendimento. Mas por que isto ocorre? Um dos motivos o sub-dimensionamento da
capacidade real de movimentao dos ptios, acarretando congestionamentos
freqentes, influenciando de forma negativa em todos os atendimentos oferecidos
por esta unidade.
4.3.4) Melhorias Propostas - PATE
Aps o levantamento dos aspectos negativos do processo e das causas que os
originaram foram listadas aes para cada tpico visando um melhor atendimento e uma
melhoria no processo existente.
a.2) Para evitar a falha relacionada ao atraso no posicionamento de vages nos
terminais de descarga aps estes terem sido entregues em sua estao de destino o
principal quesito a ser analisado a criticidade dos vages a serem posicionados.
Retenes elevadas podem ocorrer devido ao fato dos agentes de estao
desconhecerem o calendrio de funcionamento dos terminais, priorizando o
atendimento outras demandas existentes dentro do ptio ferrovirio. Isto poder
fazer com que atrasos de algumas horas no posicionamento dos vages gerem a
reteno por vrios dias, uma vez que foi desrespeitado o prazo limite para a
disponibilizao do veculo, ficando o terminal sem tempo hbil para a execuo da
descarga dos mesmos. Portanto extremamente importante que haja um bom
alinhamento de informaes entre PCO, PATE e Logstica para que a prioridade nos
atendimentos seja estabelecida de forma a evitar a reteno de vages carregados,
garantindo uma boa programao de descarga de vages.
Outra medida fundamental para eliminao desta falha a elaborao de acordos
operacionais responsveis por estabelecer diretrizes para o atendimento das
manobras nos terminais pelo ptio da MRS, quando devero estar registrados os
horrios padres de atendimento da manobra da estao aos terminais, a blocagem
de vages a ser disponibilizada em cada posicionamento bem como os canais de
comunicao entre as partes envolvidas neste processo.
b.2) O atraso no recebimento dos trens pode ser evitado pelo cumprimento adequado da
grade de trens. Esta caracterstica deve ser acompanhada principalmente pelo CCO,
que o responsvel pelo monitoramento da circulao dos trens pela malha. A
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gesto adequado do trfego permitir que os trens cheguem a suas estaes de
destino dentro das janelas de horrio pr-estabelecidas (on time), evitando o
congestionamento das estaes. As estaes tambm desempenham papel
importante no cumprimento da grade de circulao dos trens, disponibilizando os
recursos necessrios para as execues das manobras com agilidade e dentro dos
limites previstos na grade.
c.2) Semelhantemente ao problema do atraso de posicionamento ocorre tambm s
manobras internas solicitadas pelos terminais para o reposicionamento dos vages.
Para contornar esta falha devero ser bem conhecidos pelo PCO e PATE o
calendrio de funcionamento dos terminais, serem estabelecidos os trade off de
atendimento quando necessrio e elaborar os acordos operacionais entre MRS e
clientes.
d.2) Conforme visto a atualizao do banco de dados da companhia corretamente
importante por influenciar a tomada de deciso no processo de programao. Com
relao a atualizao do estado referente a condio do vago, deve-se estabelecer
um padro que sirva como elo de ligao no processo de troca de informao entre
terminal e estao. Para isto dever ser desenvolvido um formulrio nico a ser
preenchido pelos terminais informando numerao dos vages, srie e em que data
e horrio os mesmos ficaram vazios e disponveis para trao para MRS. Esta
informao dever ser disponibilizada entre as partes atravs de correio eletrnico.
e.2) A formao dos trens pela estao dever obedecer grade de trens. Para evitar o
atraso na execuo desta atividade necessrio principalmente que os terminais
cumpram os prazos estabelecidos de disponibilizao dos vages para que as
estaes possam executar as manobras de formao da composio antes que esta
seja disponibilizada para trfego. Novamente percebe-se a importncia dos acordos
operacionais, que devero possuir clusulas que informem o prazo limite para
entrega de vages s estaes para que os mesmos entrem no compromisso de
circulao dos trens da grade.
f.2) O erro no dimensionamento da capacidade de um ptio pode ser evitado com o
auxlio de softwares de simulao (como por exemplo o Arena), que possibilitaro
avaliar, diante dos recursos disponveis, quais demandas podero ser atendidas.
Outro fator que deve ser estudado so os planos de contingncia, traando solues
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alternativas diante do surgimento de algum imprevisto que gere nova limitaes para
a realizao dos atendimentos.
4.3.6) Anlise dos Processos - Gerncia de Logstic a
Conforme exposto na rvore de falhas, destacam-se os seguintes aspectos passveis
de melhorias dentro da Gerncia de Logstica:
a.3) no realizou programao de funcionamento do terminal na data necessria;
b.3) no programou a retirada da carga estocada no terminal (ponta rodoviria);
c.3) no informou corretamente o calendrio de funcionamento dos terminais s outras
reas da MRS envolvidas na operao de transporte;
d.3) no informou corretamente a capacidade de descarga dos terminais s outras reas
da MRS envolvidas na operao de transporte;
e.3) no elaborou plano de contingncia (avaria do equipamento de descarga);
f.3) programou de forma incorreta o envio de carretas para abastecimento do terminal
(envio de carga a ser escoada pela ferrovia);
g.3) contratou terminal com capacidade de operao insuficiente para atendimento da
demanda (taxa de descarga ruim e equipamentos inadequados).
Para cada um dos aspectos mencionados foi realizada uma anlise das possveis
causas que geraram esta falha.
a.3) Normalmente o regime de operao de um terminal segue um calendrio pr-
estabelecido de funcionamento. Entretanto no rara a existncia de eventualidades
que exijam do terminal uma operao alm do perodo pr-estabelecido. Este fato
normalmente ocorre pelo surgimento de uma demanda com prioridade alta de
escoamento por um dos clientes atendido pela MRS. Assim faz-se necessrio que os
terminais operem em carter extraordinrio visando o atendimento desta solicitao
de prioridade elevada. Esta solicitao de responsabilidade da rea de logstica. A
falha nesta programao ocorre principalmente por falha na informao, onde esta
solicitao de emergncia no chega ao conhecimento da gerncia de logstica.
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b.3) Um fator capaz de influenciar negativamente o desempenho de um terminal o
estoque elevado de produtos em suas reas de armazenagem. Este normalmente
ocasionado pelo atraso no atendimento de ponta rodoviria que muitas vezes
programado em um ritmo abaixo do necessrio para atendimento da demanda. Este
problema ocasionado pelo atraso no servio prestado pelas empresas terceirizadas
responsveis pela prestao deste servio (empresas de transporte rodovirio) e
tambm por falha de informao (setor de logstica desconhece o volume a ser
embarcado pelos clientes para o terminal de destino).
c.3) A falha na divulgao do calendrio de funcionamento dos terminais para os
setores da MRS envolvidos no processo de atendimento ao cliente (principalmente
PCO) poder causar reteno de vages nos destinos, uma vez que estes sero
entregues para os terminais fora dos perodos de funcionamento. Esta falha ocorre
principalmente quando h alguma alterao no calendrio vigente por algum termina
e esta informao deixa de ser atualizada no cadastro da MRS.
d.3) Outra caracterstica crucial para uma boa produtividade no transporte ferrovirio o
correto conhecimento da capacidade de descarga de cada terminal. Isto permitir a
reduo de filas, embarcado para cada terminal um nmero de vages que seja
coerente com sua capacidade de descarga. A falha na divulgao desta informao
pode ser ocasionada pelo desconhecimento da capacidade de operao de um
terminal pelo setor de logstica e tambm por restries que possam surgir (avaria de
um equipamento, por exemplo) e que interfiram na capacidade do terminal.
e.3) Cabe gerncia de logstica a elaborao de planos de contingncia para
eventualidades que possam surgir e que impeam a descarga de vages em um
determinado terminal.
f.3) Mais uma falha que interfere na taxa de descarga de um terminal o alto volume de
carretas enviadas com material para embarque ferrovirio. Muitos terminais
funcionam simultaneamente como ponto de descarga e carga de vages. Neste
ltimo caso, os terminais trabalham como um ponto concentrador de carga, oriundo
dos clientes por canal rodovirio, para a posterior formao de lotes capazes de
viabilizar o embarque ferrovirio.
Desta forma o envio de carretas com material aos terminais ir ocasionar uma
competio com a descarga dos vages, ocasionando perda de produtividade. A
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logstica dever monitorar a chegada de carretas nos terminais visando a
manuteno de um bom atendimento demanda ferroviria.
g.3) Outra falha capaz de gerar reteno de vages nos terminais a falta de recursos
apropriados para a execuo das operaes de descarga. possvel que devido a
problemas de informao sejam enviadas mercadorias para terminais que no
possuam capacidade tcnica de operar a descarga destes produtos (equipamentos
especficos).
4.3.7) Melhorias Propostas Gerncia de Logstica
Aps o levantamento dos aspectos negativos do processo e das causas que os
originaram foram listadas aes para cada tpico visando um melhor atendimento e uma
melhoria no processo existente.
a.3) Para evitar o risco de envio de vages para terminais de destino em datas em que
estes no realizaram operaes de descarga dever ser repassado para os clientes
o calendrio de funcionamento dos terminais. Desta forma trabalha-se de maneira
preventiva, mantendo o cliente informado sobre o risco de reteno de vages nos
destinos, o que poder gerar cobranas de estadia dos vages. Caso haja o
interesse em realizar o embarque em carter extraordinrio,os clientes devero
antecipar a informao desta necessidade MRS para que seja possvel realizar a
programao diferenciada dos terminais para atendimento desta demanda extra,
como, por exemplo, em finais de semana e feriados.
b.3) Para uma boa administrao dos estoques nos terminais de descarga
fundamental conhecer a capacidade de armazenagem de cada um deles. Cabe ao
setor de logstica estudar estas capacidades e divulgar esta informao para o setor
de planejamento de produo da MRS. Esta informao ser importante na
elaborao dos planos de atendimento mensais e semanais, onde estas demandas
sero dimensionadas de forma a no extrapolar este limite de armazenagem (no
dever ser programado embarque de vages numa quantidade superior ao limite de
recebimento dos terminais). Outra medida importante a contratao de prestadores
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de servio eficientes para a garantia de uma logstica de ponta rodoviria capaz de
garantir o escoamento de material de forma a manter o estoque nos terminais dentro
de limites operacionais satisfatrios.
c.3) Para se evitar falhas relativas divulgao do calendrio de funcionamento
necessrio a criao de um cadastro padro para preenchimento dos responsveis
pelos terminais, onde devero constar no s o calendrio a ser seguido de
funcionamento e suas alterao mas tambm a capacidade diria de descarga e
turnos de funcionamento. Esta informao poder ser divulgada na intranet da MRS,
facilitando sua consulta pelas diversas reas de interesse.
d.3) Semelhante ao descrito no item 3, a criao de um cadastro contendo a informao
da capacidade de descarga do terminal um mecanismo eficaz para a padronizao
e divulgao desta informao. Uma forma eficaz de divulgar esta informao
atravs da realizao desse cadastro na intranet da MRS, facilitando o acesso
consulta a todas as reas de interesse nessa operao.
Deve-se lembrar que alteraes no desempenho de descarga ocasionado pela
avaria em um dos equipamentos, por exemplo, dever ser prontamente informada
MRS. Esta informao influencia diretamente a tomada de deciso nas atividades de
programao da empresa.
e.3) O setor de logstica dever elaborar planos de contingncias visando a reduo de
impactos negativos s operaes da MRS quando ocorrer a paralisao de descarga
em um terminal (gerado por avaria de equipamentos, problemas ambientais, greves,
etc.). Devero ser elaborados cenrios indicando alternativas de redirecionamento
de vages em qualquer situao de paralisao de descarga. Todos os terminais
devero ser contemplados nesta anlise.
f.3) A gerncia de logstica dever monitorar a programao de movimentao
rodoviria nos terminais para evitar a possvel formao de congestionamentos
nestes pontos. Esta medida garante que no haja concorrncia pela utilizao dos
equipamentos de movimentao de carga nos terminais.
g.3) responsabilidade da logstica garantir que os terminais contratados ofeream
equipamentos adequados para a operao ferroviria, garantindo a continuidade e a
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qualidade do atendimento at