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Procedimentos de Gestão e Controlo de Recursos na Execução
de um Empreendimento Turístico
Isamira De Jesus Brito Da Veiga
Relatório Final de Estágio Profissional apresentado à
Escola Superior de Tecnologia e de Gestão
Instituto Politécnico de Bragança
Para Obtenção do grau de Mestre em
Engenharia da Construção
Orientador:
Jorge Lopes
“Este relatório final de Estágio não inclui as críticas e sugestões feitas pelo Júri”
i
Sejam Fortes
O Senhor Jesus Cristo Prometeu,
que todas as coisas que desejarmos em retidão serão nossas
M. Russell Ballard
ii
AGRADECIMENTO
Em primeiro lugar agradeço a Deus por ter-me dado força e fé para alcançar os meus
objetivos, a minha mãe Cesaltina que batalhou incansavelmente para me ajudar a
concretizar este sonho.
Ao meu marido e meus filhos que foram ao mesmo tempo as dificuldades e as maiores
forças que me ajudaram a superar e levar a bom termo este trabalho.
Aos professores de licenciatura e mestrado que mostraram sempre disponível a ajudar no
que preciso e possível, aos funcionários do IPB ESTIG que estão sempre prontos a exercer
suas funções com muito amor.
Ao meu orientador, Professor Jorge Lopes, pela ideia do tema e por toda a sua
disponibilidade, apoio e compreensão face à minha situação pessoal.
Aos meus colegas onde realizou estagio que ajudaram no que possível, incluindo o diretor
de obra Pedro Mateus que me apoio na ideia de como organizar este trabalho e ao
Coordenador João Mateus da empresa construtora São José Cabo Verde que deu-me a
oportunidade de realizar estagio empresa
A todos que de uma maneira ou outra ajudaram na concretização deste Trabalho e sonho.
iii
RESUMO
Este Relatório diz respeito a um Estágio de natureza profissional realizado com o objetivo
de finalizar o trabalho final de Mestrado para obtenção do grau de Mestre em Engenharia
da Construção.
O Estágio subordinado ao tema “Procedimento de Gestão e Controlo de Recursos na
Execução de um Empreendimento Turístico”, decorreu em Cabo Verde- Ilha do Sal na
Construtora UDRA, Lda – Sucursal e Construtora SÃO JOSÉ CABO VERDE, S.A., que
são empresas filiais do Grupo SANJOSE, um grupo multinacional cujo leque de
atividades abrange as áreas da engenharia, infraestruturas, construção de edifícios,
construção industrial e instalações especiais.
A obra teve início no dia 14/09/2014 e o estágio decorreu no período compreendido entre
15/07/2016 e 16/12/2016. As atividades aí desenvolvidas consistiam, essencialmente, na
colaboração do controlo de custos, particularmente, no controlo de mão-de-obra, controlo
de materiais e de equipamentos.
Neste relatório pretende-se fazer uma breve descrição dos procedimentos de gestão de
obras desde a fase do contrato com base nas informações obtidas durante o estágio e de
bibliografia relevante até a entrega provisório de obra em questão. Adicionalmente,
descreve-se as conclusões de um estudo de caso, que consiste de uma análise comparativa
entre os resultados da pesquisa em Cabo Verde e informações de projeto obtidas da
literatura relacionada com a gestão de obras.
Palavras-chaves: Estágio; controlo de custos; gestão de obras, orçamento.
iv
ABSTRACT
This Report presents the main activities develop in a Professional Internship, which was
carried out within the provisions of a Master's Degree Programme in Construction
Engineering.
The internship under the theme "Management Procedures and Cost Control in the
Execution of a Tourist Resort" was developed in Sal Island- Cabo Verde Islands at the
Construtora UDRA, Lda - Branch and Construtora SÃO JOSÉ CABO VERDE, SA, in
the period from 15/07/2016 to 16/12/2016. These construction companies are subsidiaries
of the SANJOSE Group, a multinational group whose range of activities covers the areas
of engineering, buildings, infrastructures, industrial construction and special installations.
The main management activities developed during the internship consisted, essentially,
of cost control, particularly, control of labour, control of building materials and control
of equipment.
This report presents a brief description of the management procedures from the
construction contract phase up to the provisional liquidations of the construction work.
Additionally, it presents the results of case study involving a comparative analysis of the
results that stem from the management activities at the work site and those from project
information from the construction management literature.
Keywords: Internship; cost control; construction management; budgeting.
v
ÍNDICE
Agradecimento.................................................................................................................. ii
Resumo ............................................................................................................................ iii
Abstract ............................................................................................................................ iv
Índice de Figuras .............................................................................................................. x
Índice de Tabelas ............................................................................................................. xi
Lista de Abreviaturas ...................................................................................................... xii
1 Introdução.................................................................................................................. 1
1.1 Âmbito e Objetivo ............................................................................................. 1
1.2 Metodologia do Trabalho ................................................................................... 1
1.3 Estrutura do relatório ......................................................................................... 1
2 Apresentação ............................................................................................................. 3
2.1 Apresentação do País onde realizou estágio “Cabo Verde” .............................. 3
2.2 Apresentação do Empreendimento .................................................................... 4
2.2.1 Empreendimento Meliã Tortuga Beach Resort .......................................... 5
2.2.2 Empreendimento Meliã Dunas Beach Resort ............................................. 6
2.2.3 Empreendimento Llana Beach Resort ........................................................ 7
2.3 Apresentação da empresa ................................................................................... 8
2.4 Apresentação da Obra ...................................................................................... 10
3 Procedimento de Gestão de Obra ............................................................................ 12
vi
3.1 Introdução ........................................................................................................ 12
3.2 Conceitos ......................................................................................................... 12
3.3 Etapas de Gestão de Obra ................................................................................ 16
3.4 Controlo de Obra ............................................................................................. 25
3.5 Controlo orçamental da Obra ........................................................................... 29
3.5.1 Previsão de Despesas ................................................................................ 29
3.5.2 Custos Reais ............................................................................................. 31
3.5.3 Trabalhos Suplementares (TS) ................................................................. 33
3.5.4 Transferências de Verbas.......................................................................... 34
3.5.5 Risco e Imprevisto .................................................................................... 34
3.5.6 Proveitos ................................................................................................... 35
3.5.6.1 Atividade ........................................................................................... 35
3.5.6.2 Produção ............................................................................................ 36
3.5.7 Resultado da exploração ........................................................................... 37
3.5.8 Revisão de Preços ..................................................................................... 39
3.6 Controlo de Recursos ....................................................................................... 41
3.6.1 Controle dos Materiais ............................................................................. 41
3.6.2 Controlo de Equipamentos ....................................................................... 42
3.6.3 Controlo de Mão-de-Obra ........................................................................ 45
vii
3.6.4 Controle de Subempreitadas ..................................................................... 48
3.6.4.1 Tipos de subempreitadas ................................................................... 48
3.6.4.2 Adjudicações de Fornecimento e Subempreitadas ............................ 49
3.6.4.3 Seleção dos Subempreiteiros e Fornecedores ................................... 49
3.6.4.4 Contrato de subempreitadas e Fornecimentos ................................... 50
3.6.4.5 Metodologia do controle de Subempreitada...................................... 51
3.6.4.6 Subempreitada de mão-de-obra ......................................................... 53
3.6.4.7 Subempreitadas de Aluguer de Equipamentos .................................. 54
3.7 Atividades Reais relevantes desenvolvidas durantes o estágio ....................... 55
4 estudo de caso “Edifício Level” .............................................................................. 59
4.1 Apresentação do edifício em estudo ................................................................ 59
4.2 O processo de orçamentação ............................................................................ 60
4.2.1 Estudo das condicionantes ........................................................................ 60
4.2.2 Composição de Custos ............................................................................. 61
4.2.3 Fecho Orçamental ..................................................................................... 63
4.3 Estrutura de Custos .......................................................................................... 64
4.3.1 Custos Diretos .......................................................................................... 65
4.3.2 Custos Indiretos ........................................................................................ 68
4.3.3 Custo de Estaleiro ..................................................................................... 70
viii
4.3.4 Preço de Venda ......................................................................................... 71
4.4 Método Utilizado para determinação do Custo de Fabrico ............................. 74
4.4.1 Gerador de Preços cype ............................................................................ 74
4.4.2 Tabelas LNEC .......................................................................................... 75
4.5 Determinação do Orçamento do “Edifício Level” ........................................... 80
4.5.1 Preço de Venda (pesquisa de preços) ....................................................... 81
4.5.2 Custo de Fabrico (Tabelas LNEC e Gerador de Preços) .......................... 84
4.5.3 Comparação entre o Preço de Venda (bibliográfico) e o Preço de Venda
(pesquisa) ................................................................................................................ 86
5 Conclusão ................................................................................................................ 89
6 Bibliografia.............................................................................................................. 91
7 Anexos ..................................................................................................................... 89
7.1 Anexo 1: exemplo de mapa de comparação de proposta ................................. 90
7.2 Anexo 2: Mapa Carga Mão-de-obra ................................................................ 91
7.3 Anexo 3: Mapa equipamento da empresa ........................................................ 92
7.4 Anexo 4: Mapa Equipamento de Aluguer ....................................................... 93
7.5 Anexo 5: Ficheiro de controlo de betão armado .............................................. 94
7.6 Anexo 6: Ficheiro de ensaios de betão armado ............................................... 95
7.7 Anexo 8: exemplo de auto de medição do subempreiteiro .............................. 96
7.8 Anexo 9: Exemplo de cartão de entrada .......................................................... 97
ix
7.9 Anexo 10: Fichas de rendimento (Gerador de Preço) ...................................... 98
x
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1-Mapa Ilhas de Cabo Verde................................................................................. 3
Figura 2-Empreendimento Meliã Tortuga Beach Resort ................................................. 5
Figura 3-Empreendimento Meliã Dunas Beach Resort .................................................... 6
Figura 4-Empreedimento Llana Beach Resort ................................................................. 7
Figura 5-Organigrama da empresa ................................................................................... 9
Figura 6-Fluxograma das Atividades do Processo (Pinto D.M. 2011) ........................... 19
Figura 7-Organigrama de Valor de Venda ..................................................................... 27
Figura 8-Planta do edifício ............................................................................................. 59
xi
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1-Quadro resumo geral de atividades correntes de gestão de obra ..................... 20
Tabela 2-Ficha da operação de construção "Gerador do Preço" .................................... 75
Tabela 3-Ficha da operação de construção "LNEC " ..................................................... 76
Tabela 4-Coeficientes Tradutores da Eficiência de Trabalho ........................................ 78
Tabela 5-Exemplo de ficha de custos ............................................................................. 79
Tabela 6-Preço de venda de cada atividade .................................................................... 82
Tabela 7-Custo de Fabrico das atividades ...................................................................... 84
xii
LISTA DE ABREVIATURAS
RMO – Relatório Mensal de Obra
TM – Trabalhos a Mais
TS – Trabalhos Suplementares
RO – Revisão de Preços Objetivo
RP – Revisão de Preços
PFO – Previsão de Final de Obra
DO – Diretor de Obra
SAV – Serviço Após Venda
Kv – Coeficiente de Venda
VG – Valor Global
AECOPS – Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas
AICCOPN – Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas
BDI – Benefício e Despesas Indiretas
EPI – Equipamento de Proteção Individual
LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil
ESCV - Escudos Cabo Verde
1
1 INTRODUÇÃO
1.1 Âmbito e Objetivo
O presente relatório pretende estruturar e apresentar de uma forma compreensiva os
procedimentos relacionados com as atividades de gestão e controlo de obras em um
empreendimento turístico de grande dimensão. Pretende, ainda, fazer uma análise
comparativa entre os resultados das tarefas de apoio à gestão no local da obra e os das
informações de projeto desenvolvidas com base na literatura de um pequeno edifício
inserido no grande empreendimento, edifício este que é denominado “Level”.
1.2 Metodologia do Trabalho
O desenvolvimento deste relatório baseou-se primeiramente nas informações mais
relevantes obtidas através da empresa onde ocorreu o estágio e na consulta de bibliografia
na área de gestão de construção e pesquisa do tema em algumas páginas da Internet.
1.3 Estrutura do relatório
Capitulo 1 – Introdução: descreve-se o âmbito e o objetivo do relatório
Capitulo 2 - Apresentação: nesse capítulo faz-se uma breve apresentação do país,
do empreendimento e da obra onde decorreu o estágio.
Capitulo 3 – Procedimentos: faz-se uma breve descrição dos procedimentos desde
a fase do contrato até a entrega provisório de obra em questão e, apresenta uma
2
análise das principais ações a desenvolver com vista ao controlo dos recursos
investidos nas obras.
Capitulo 4 – Estudo de Caso: faz-se uma análise comparativa entre os resultados
das tarefas de apoio á gestão no local da obra e os das informações de projeto
desenvolvidas com base na literatura
Capitulo 5 – Conclusão: apresenta os aspetos mais salientes do trabalho
desenvolvido e analisa e interpreta resumidamente o desenvolvido em toda a
dissertação.
3
2 APRESENTAÇÃO
2.1 Apresentação do País onde realizou estágio “Cabo Verde”
Cabo Verde é um país insular localizado num arquipélago formado por dez ilhas
vulcânicas na região central do Oceano Atlântico. Situado a cerca de 570 quilómetros da
costa da África Ocidental, as ilhas cobrem uma área total de pouco mais de 4.000
quilómetros quadrados.
Figura 1-Mapa Ilhas de Cabo Verde
Com um clima árido, a temperatura média anual raramente é superior a 25 °C e
normalmente não desce abaixo dos 20 °C. A temperatura da água do mar varia entre 21
°C em Fevereiro e 25 °C em Setembro.
A estabilidade social, o bom clima e a proximidade e equidistância à Europa e Américas
propiciam o investimento em empreendimentos hoteleiros e em outras infraestruturas de
apoio ao desenvolvimento turístico. Gradualmente vão surgindo mais e maiores unidades,
nomeadamente nas ilhas do Sal e da Boavista dedicadas essencialmente a uma oferta
balnear (sol e praia) enquanto em Santiago, São Vicente e Fogo a oferta é mais
direcionada para amantes de circuitos de Natureza.
4
A ilha Sal foi escolhido para implantação dos três desenvolvimentos turísticos (Tortuga
Beach Resort, Dunas Beach Resort e Llana Beach Resort) promovidos por the Resort
Group PLC em Cabo Verde.
2.2 Apresentação do Empreendimento
O empreendimento é da responsabilidade de “ The Resort Group PLC (TRG)” que é uma
empresa multinacional especializada na conceção, desenvolvimento e operação de hotéis
de luxo e Resorts.
Com sede em Ocean Village, Gibraltar, e representação em toda a Europa, que é o líder
de desenvolvimento de Resorts de luxo do mercado em Cabo Verde.
Os projetos recebem financiamento de uma multiplicidade de fontes tradicionais e
institucionais realizados a partir de uma diversificada rede de rotas para os mercados e
setores financeiros.
Estabelecendo parcerias com algumas das marcas hoteleiras mais reconhecidas do mundo
como a cadeia hoteleira espanhola Sol Mélia, o grupo assumiu a gestão do projeto e
administram os hotéis de cinco estrelas na ilha do Sal que são:
5
2.2.1 Empreendimento Meliã Tortuga Beach Resort
O empreendimento situado na Ponta Preta, representa um investimento de 62 milhões de
euros, foi inaugurado em 2010, possui 372 propriedades, integrando 14 suites, 12
vivendas com quatro quartos e 40 com três compartimentos. E ainda 306 apartamentos
com dois quartos cada. Também no Meliá Tortuga existe um total de 286 apartamentos
que foram adjudicados ao Meliá Hotels Internacional para que este os explore como hotel-
resort. Neste conjunto, há um clube de praia, mini-clube de crianças, quatro piscinas e um
bar de apoio para quem as frequenta, dois bares, dois restaurantes, ciber-café, ginásio,
centro médico, de entre outros equipamentos.
Figura 2-Empreendimento Meliã Tortuga Beach Resort
6
2.2.2 Empreendimento Meliã Dunas Beach Resort
O Meliá Dunas Beach Resort tem à disposição dos seus clientes seis restaurantes e 14
bares, cinco piscinas para adultos e duas para crianças. Oferece ainda um spa, fitness club
e áreas desportivas. O empreendimento hoteleiro começou a ser construído em Setembro
de 2010 e custou 121 milhões de euros e entrou em funcionamento em Outubro de 2015.
Foram erguidas 1.247 unidades de alojamento hoteleiro, compreendendo 88 suites
normais e duas de cortesia, sete vivendas com cinco quartos, 47 vivendas com três quartos
e 1.063 apartamentos de um, dois e três quartos. Desse total, 1100 unidades de alojamento
hoteleiro foram adjudicadas para exploração turístico-hoteleira, o que produzirá um
benefício económico e social extraordinário para a ilha do Sal e para Cabo Verde.
Figura 3-Empreendimento Meliã Dunas Beach Resort
7
2.2.3 Empreendimento Llana Beach Resort
O empreendimento ocupa uma extensão de 74.858,24 metros quadrados um investimento
de 80 milhões de euros, Vai oferecer 601 suites, onze piscinas, discotecas, sportbar, mini
club de crianças, cinco restaurantes, ginásio, cibercafé, pavilhão de casamento, salas de
reuniões, desportos náuticos, sala para teatro, entre outros equipamentos. O
empreendimento começou a ser construído em Setembro de 2014 e vai juntar-se ao Meliã
Tortuga Beach Resort e ao Meliã Dunas Beach Resort & Spa.
Figura 4-Empreedimento Llana Beach Resort
Apresentação do pais e de todos os empreendimentos em vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=D2M4ju4dszM
8
2.3 Apresentação da empresa
A Construtora UDRA, Lda – Sucursal e a Construtora São José Cabo Verde, S.A. são
empresas filiais do Grupo SanJosé, um grupo multinacional cujo leque de atividades
abrange as áreas da engenharia, construção de edifícios e construção industrial.
Sediada em Madrid, o Grupo SanJosé, atualmente não só atua em Espanha e Cabo Verde
como também em Portugal, através da Construtora São José, S.A. Portugal e da
Construtora UDRA, Lda, e em países como Argentina, Chile, Peru, Uruguai, Abu Dhabi,
India, Nepal, Timor Oriental, Moçambique, República do Congo, etc.
A empresa é constituída por capitais espanhóis estando em Portugal desde 1990 e em
Cabo Verde desde 2003.
Em Cabo Verde, a Construtora São José Cabo Verde tem executado importantes projetos
na área turístico-residencial na Ilha do Sal mas tem como obra pioneira o Centro
Educativo de Miraflores na Cidade da Praia. A construtora UDRA, empresa Portuguesa
filial do grupo, na sua estratégia de expansão internacional, também começou a operar
em Cabo Verde, com os projetos do Programa Casa Para Todos e o Centro de Formação
Profissional em Energias Renováveis e Manutenção Industrial. Ambas as empresas
encontram-se sediadas na Cidade da Praia, na Ilha de Santiago.
Em Cabo Verde ambas as empresas partilham a Direção, que é constituída pelo Diretor
Geral, o Diretor de Produção e o Diretor Administrativo, que supervisionam as
delegações constituídas pelo Coordenador, Diretor Administrativo da Delegação, e o
corpo de técnicos, nomeadamente os Diretores de Obra, Adjuntos de Diretores de Obra e
Preparadores de Obra.
Todos os estagiários são diretamente acompanhados por todo o corpo técnico, em
particular pelo Diretor de Obra e pelo Coordenador.
9
Organigrama da Empresas
A organização das empresas de construção não difere muito da organização de empresas
de outros ramos de atividade, pelo menos no tocante à sua estruturação hierárquica. O
organigrama a seguir mostra como esta organizada a empresa Construtora São José:
Figura 5-Organigrama da empresa
10
2.4 Apresentação da Obra
Apresentação da empreitada no que toca às entidades envolvidas, datas, prazos e
condições da adjudicação:
Designação da Empreitada: Construção de 601 suites, onze piscinas, discotecas,
sportbar, mini club de crianças, cinco restaurantes, ginásio, cibercafé, pavilhão de
casamento, salas de reuniões, desportos náuticos, sala para teatro, Bikini Beach
entre outros equipamentos.
Dono da Obra: LLANA BEACH Hotel, sociedade unipessoal, S.A (The Resort
Group o promotor)
Gestor de Projeto: Andy Lawson
Empreiteiro: Construtora São José Cabo Verde e Construtora São José Portugal
Fiscalização: The Resort Group (Pedro Silva)
Projetista: The Resort Group (Alfonso Ramos);
Direção de Obra: Coordenador Engº João Mateus, Diretor de Obra Adelino Santos
e Pedro Mateus, Adjuntos do Diretor de Obra (Engº Gilmar Tavares, Ricardo Reis,
João Lopes);
Data de Entrega da Proposta para Concurso: (Adjudicação: 12/07/2012 e Inicio
da Obra:14/09/2014)
Data de Consignação: 12/07/2016;
Prazo de Execução: inicialmente 26 meses. Com alterações de projeto estendeu-
se por mais 4 meses;
Regime de Empreitada: Preço Global em regime de Conceção-Construção do tipo
“chave-na-mão”;
11
Valor da Adjudicação: 38 400 000 euro sem IVA;
Prazo de Garantia: 5 anos a contar da data de receção provisória.
12
3 PROCEDIMENTO DE GESTÃO DE OBRA
3.1 Introdução
O processo de gestão e controlo de obra é definido por um conjunto de atividades,
realizadas por diversos intervenientes visando disponibilizar informação que possibilite
a tomada de decisões em tempo útil, de forma a assegurar que sejam atingidos ou
superados os objetivos definidos para a obra, em termos de resultado, prazo, qualidade e
satisfação do Cliente.
Neste sentido, e centrados no estudo do controlo de custos, o modelo adotado na
apresentação deste relatório resulta não apenas da informação obtida na empresa onde
decorreu estágio mas também da análise bibliográfica relacionada com a gestão de
construção.
3.2 Conceitos
(PINTO, 2011)Apresentam-se alguns conceitos relevantes para o correto entendimento
das atividades e de funções de gestão em obra:
Intervenientes na Gestão de Projetos:
Gestor de Projeto: pessoa responsável pela gestão do projeto;
Cliente ou Dono de Obra: pessoa ou organização que utilizará os produtos
resultantes do projeto;
Empreiteiro Geral: entidade diretamente responsável pela execução dos
trabalhos do projeto.
Funções da Gestão de Projetos:
13
Controlo de produção: determina os desvios entre a execução e as previsões,
análise das causas desses desvios e procurar dar soluções de correção, quando
esses desvios são negativos. Pode ser dividida em controlo de qualidade,
controlo de custos e controlo de prazos;
Gestão / Controlo da qualidade: processos necessários para assegurar que as
necessidades que originaram o desenvolvimento do empreendimento serão
satisfeitas. Verificação da qualidade dos trabalhos e dos seus componentes
(essencialmente os materiais), comparando-a com a qualidade pretendida,
normalmente definidas nas condições técnicas dos cadernos de encargos.
Abrange o planeamento da qualidade, garantia de qualidade e controlo da
qualidade. Este controlo poderá ser feito por simples observação ou
recorrendo a testes e ensaios, conforme o objeto do controlo. No caso de
deteção de qualidade inferior à exigida, deverão ser procuradas as causas de
modo a que se sejam efetuadas as correções adequadas;
Gestão / Controlo de custos: processos necessários para assegurar que o
empreendimento seja completado dentro do orçamento previsto. Composto
pelo planeamento de recursos, estimativa de custos, orçamentação e controlo
de custos.
Gestão / Controlo dos prazos: processos necessários para assegurar que o
empreendimento termine dentro do prazo previsto. Determina os avanços ou
atrasos da obra relativamente ao previsto na programação, fazendo uma
análise das causas prováveis e promovendo a reformulação dos programas de
trabalhos, adaptando-os aos estados reais das obras mas mantendo, dentro das
possibilidades, os objetivos iniciais. Composto pela definição das atividades,
sequência das atividades, estimativa da duração das atividades,
desenvolvimento do cronograma e controlo do planeamento e calendarização;
Gestão de recursos humanos: processos necessários para proporcionar a
melhor utilização das pessoas envolvidas no projeto. Composta pelo
14
planeamento organizacional, montagem das equipas e desenvolvimento das
equipas;
Gestão da informação; processos necessários para assegurar que a formação,
apreensão, distribuição e apresentação das informações do projeto sejam feitas
de forma adequada e no tempo adequado. Composta pelo planeamento das
comunicações, circuito de distribuição das informações, relatórios de
desempenho e processos administrativos;
Gestão de risco: processos relativos à identificação, análise e resposta a riscos
do empreendimento. Composta pela identificação dos riscos, quantificação e
qualificação dos riscos, desenvolvimento das respostas aos riscos e controlo
das respostas aos riscos;
Gestão de contratos e compras: processos necessários para a aquisição de
mercadorias e serviços fora da organização que desenvolve o projeto.
Composta pelo planeamento e preparação de fornecimentos e contratos,
obtenção de propostas, seleção de fornecedores, execução, gestão e
encerramento de contratos.
Elementos do Orçamento:
Atividade: elemento de trabalho realizado durante o projeto. Normalmente
tem uma duração prevista, custo estimado, e previsão de recursos afetados.
Eventualmente poderão ainda ser divididas em tarefas.
Recursos: fatores de produção que compõe os custos. Dividimos em
recursos de materiais, equipamentos, mão-de-obra, subempreitada e
diversos.
Custos diretos: custos de recursos de materiais, equipamentos, mão-de-
obra ou subempreitadas, diretamente afetados ao custo unitário de uma ou
várias atividades.
15
Custos indiretos: custos de recursos não afetados diretamente a atividades.
São exemplos de custos indiretos os custos de estaleiro, que podem
englobar recursos de materiais, equipamentos, mão-de-obra ou até mesmo
outros custos diversos, necessários para a execução da obra, mas não
diretamente na execução de uma determinada atividade.
Transfer: orçamento final da fase comercial;
Transfer Conforme: orçamento final da fase comercial com acertos ao
nível do detalhe, mas mantendo o valor final;
Objetivo: versão final do orçamento na fase de produção, que serve de
base para o controlo de custos;
Pontos: reorçamentos ao longo da obra. Normalmente 25%, 50%, 80%,
mas depende muito da obra em particular.
WBS (Work Breakdown Structure): organização dos elementos dos
projeto por atividades, em que cada nível mais baixo vai definindo o
projeto de forma mais detalhada (BARRIE et al, 1992).
16
3.3 Etapas de Gestão de Obra
(PINTO, 2011) Segundo este autor as diferentes etapas da gestão de obra permitem, à
medida que se desenrolam os trabalhos, informar os responsáveis dos resultados obtidos,
facilitando o estabelecimento de novas previsões e a tomada das medidas corretivas que
se achem necessárias.
Antes de chegar à fase de Produção, uma obra passou por vários estados no seio da
empresa. Para explicar os procedimentos inerentes ao Controlo de Obra, é interessante
definir quais foram esses estados, bem como as responsabilidades que foram sendo
transferidas ao longo do processo.
1) Fase Comercial
Elaboração do orçamento comercial da proposta e determinação do Valor de Venda na
Reunião de Fecho.
Com a entrega da Proposta a Empresa fica comprometida perante um eventual futuro
Cliente a um Valor de Venda e a todos os pressupostos técnico-comerciais que suportam
o seu cálculo.
2) Fase de Preparação e Arranque
Após a adjudicação, através da “Reunião de Transfer”, a Direção Comercial transfere
para a Produção a responsabilidade de condução da obra.
Nesta reunião são apresentadas as opções técnicas e comerciais assumidas e o Resultado
de Exploração Previsional através da Folha de Fecho.
17
3) Fase de Produção
Objetivo
A Produção apresenta a estratégia por si elaborada, com o fim de obter a melhor margem
possível. Passa pela reorçamentação da Obra, pela definição do Estaleiro, do prazo, dos
aspetos técnicos a considerar, assim como pela definição e quantificação dos desafios
assumidos para alcançar o Resultado Proposto.
A Margem que resulta da aplicação dessa estratégia, Margem Objetivo, servirá como
referência durante toda a gestão da Obra.
Reuniões Mensais de Controlo de Obra:
o Análise da evolução da Obra.
o Apresentação do Controlo Orçamental;
o Análise da atividade, do resultado de exploração e da diferença entre
atividade e produção;
o Análise da Previsão de Fim de Obra.
Os Pontos 50% e 80%: Avaliação da Margem Objetivo.
A 50% e 80% de avanço dos trabalhos é feita uma reorçamentação com a finalidade de:
o Redefinir do valor final de atividade e despesa.
o Definir a Estratégia até ao final da Obra.
Ponto Fim de Obra
Apresentação da Margem Final e Relatório Fim de Obra.
18
Fim de Obra / Receção Provisória
Transferência da Responsabilidade da Produção para o Serviço Apos Venda, apenas onde
existir Serviço Após Venda.
A Produção mantém as responsabilidades sobre todos os pendentes existentes antes da
transferência para o Serviço Após Venda.
O fluxograma da figura 6 juntamente com a tabela do resumo 1 apresenta sucintamente a
etapa de gestão desde de aprovação de objetivo a entrega:
19
Figura 6-Fluxograma das Atividades do Processo (Pinto D.M. 2011)
20
Tabela 1-Quadro resumo geral de atividades correntes de gestão de obra
Atividade Desempenho Intervenientes
Elaboração do objetivo
e reunião objetivo
Definição por parte da Equipa de Obra da estratégia conducente ao resultado a propor
e discutir na Reunião Objetivo. A elaboração do Objetivo é efetuada na ferramenta de
(re)orçamentação, onde são definidas as atividades da obra e os respetivos recursos
necessários para a sua execução. Na elaboração do Objetivo devem ser seguidas
“Regras de (re)orçamentação”, uma vez que esta é uma das peças essenciais para todo
o Controlo de Obra.
É apresentada e discutida a estratégia definida pela Direção de Obra para a execução
da Obra, tendo em conta as seguintes vertentes: organização, estaleiro, prazo, aspetos
e alternativas técnicas, com vista à obtenção da melhor margem possível. É feita a
comparação com o “dossier de Transfer”.
Dir. Produção
Dir. Obra
Técnico de Gestão
Controlo de Gestão
21
Nesta reunião são definidos e aprovados os resultados e margens propostos, valores
estes que são uma referência para todo o Controlo de Obra.
Comercial
Administrador da
Produção
Registo do Consumo de
Recursos
Registo diário no sistema informático dos consumos de recursos em obra: folhas diárias
de mão-de-obra e equipamentos, requisições / notas de encomendas e receções de
materiais, autos de medição de subempreiteiros, registo de movimentos diversos, ect.
A informação registada pelo Administrativo, sob a supervisão do Responsável
Administrativo de Obra /Técnico de Gestão, fica disponível para a Direção de Obra em
tempo real, possibilitando a consulta diária do custeio da obra, numa visão por
naturezas de custo e por frentes de obra.
Administrativo de
Obra (supervisão do
Responsável
Administrativo Obra
/Técnico de Gestão)
Procedimentos de Fim
de Mês
Garantir que todos os procedimentos administrativos relativos ao “Fecho do Mês”
sejam efetuados corretamente (garante do registo no sistema informático de todos os
Dir. Obra ´
Técnico de Gestão
22
movimentos relativos ao mês, elaboração dos mapas e relatórios exigidos nos
procedimentos, envio / integração da informação com os outros serviços, etc...).
Responsável Administ.
Obra
Administrativo de Obra
Registo das Medições
do Trabalho realizado
Além das tarefas administrativas, é também medido o avanço dos trabalhos realizados
no mês em questão e registados os valores de produção efetiva dos trabalhos. As
diferenças entre os valores produzidos e os valores faturados (provenientes da aplicação
de Faturação a Cliente) geram de uma forma automática movimentos de Proveitos
Antecipados /Trabalhos em Curso.
Dir. Obra
Técnico de Gestão
Responsável
administrativo Obra
Produção dos Mapas
de Controlo Orçamental
Da comparação entre os valores previstos e os valores reais registados no sistema
informático resulta o Controlo Orçamental da obra. Esta atividade, realizada em
primeira mão pelo Técnico de Gestão / Adjunto de Gestão implica todo um trabalho
prévio no que diz respeito ao controlo de subempreitadas, controlo de faturação e
controlo do planeamento.
Dir. Obra
Técnico de Gestão
Responsável
Administrativo obra
23
Os Mapas de Controlo Orçamental são analisados e discutidos pelo Dir. Obra, com o
apoio do Técnico de Gestão / Adjunto de Gestão, onde são interpretados e explicados
os desvios e valores verificados.
Elaboração do
Relatório Mensal de
Obra e redação das
medidas corretivas
propostas
A partir dos mapas de Controlo Orçamental gerados e de outra informação relevante,
enviada pelos Sectores de Apoio (prazos de cobrança, posição de tesouraria, encargos
financeiros, etc...), é elaborado pelo Dir. Obra o relatório Mensal de Obra. É neste
relatório que são justificados os desvios verificados (positivos ou negativos) e redigidas
as medidas corretivas propostas para a obra. São referenciados os aspetos mais
relevantes relativos à Gestão do Contrato.
Dir. Obra
Técnico de Gestão
Responsável
Administrativo obra
Análise e Comentário
ao Relatório Mensal de
Obra
Análise do Relatório Mensal de Obra e dos documentos anexos por parte da Dir.
Produção e do Controlo de Gestão, onde são efetuados os comentários achados
relevantes.
Dir. Produção
Controlo de Gestão
Reunião de Controlo de
Obra
Reunião mensal alargada, com a participação da Dir. de Obra, Téc. de Gestão / Adj.
Gestão, Dir. Produção e Controlo de Gestão, onde é discutida a situação da obra e
equacionadas estratégias para o futuro desenvolvimento da mesma. As medidas
Dir. Obra
24
corretivas são discutidas e aprovadas, sendo definida a estratégia e prazos para a sua
implementação. São aprovadas alterações ao estudo e planeamento da obra (novos
planos de necessidades, adjudicações de subempreitadas, etc...). Se necessário são
envolvidos nesta reunião os Sectores de Apoio (Aprovisionamentos, Equipamentos,
Engenharia, etc...).
O Resumo do Relatório Mensal de Obra, assim como a ata da Reunião (caso existam
assuntos que mereçam a elaboração de uma ata), são enviados para a Administração.
Técnico. de Gestão
Dir. Produção
Controlo de Gestão
Sectores de Apoio, se
necessário
administração, se
conveniente
25
3.4 Controlo de Obra
Só existe Controlo efetivo se existir um padrão. Para o Controlo de Obra esse padrão é o
Objetivo.
A comparação entre o Real e o Previsto (Objetivo) pode ser efetuada segundo duas
vertentes:
1- A vertente “Onde” (Frente de Trabalho/Conta). Nesta ótica, analisa-se “onde” se
gastou e o que se deveria ter gasto, obtendo-se assim um desvio na Frente de
Trabalho/Conta. É possível, desta forma determinar quais as frentes de trabalho
onde o orçamento está a ser cumprido e as frentes de trabalho onde isto não
acontece. Podemos, também, ter associada a esta vertente de análise, a noção de
resultado por Frente de Trabalho/Conta. Para tal será necessário e suficiente
associar o preço unitário de venda a cada item do Orçamento Objetivo (O
resultado será determinado da seguinte forma: quantidade de trabalho executada
x preço unitário de venda – custos incorridos para a execução desses mesmos
trabalhos). Com base no resultado obtido num determinado momento (resultado
histórico) será possível projetar, através de algoritmos matemáticos, diferentes
estimativas de resultado final de obra. Estas projeções poderão, quando
devidamente analisadas, fornecer informações importantes no respeitante ao
andamento futuro da obra. Dado a diversidade e a especificidade das obras, é
impossível definir um plano de “Frentes de Trabalho/Contas” padrão. Assim, para
cada obra, deverá ser adotado o plano de “Frentes de Trabalho/Contas” que
melhor responda às necessidades de controlo de cada uma delas. O controlo
orçamental por esta vertente, implica a capacidade de alocar a cada conta, de uma
forma correta, as despesas reais incorridas. Ou seja, as despesas reais têm que ser
imputadas à “Frente/Conta” na qual foram incorporadas. Se tal for impossível, ou
26
efetuado de uma forma incorreta/arbitrária, o controlo não será efetivo e os
resultados obtidos desprovidos de significado.
2- A outra vertente, é a vertente “o quê” (Natureza de Despesa). Nesta ótica analisa-
se “o que” foi gasto vezes o que deveria ter sido gasto, independentemente do
local onde tal ocorreu. Neste sentido, cada recurso consumido na obra tem de
pertencer a uma e só uma Natureza. Não temos associada, neste caso, a noção de
resultado, mas sim a de desvio no consumo de recursos (o resultado que obtemos
é ao nível da obra como um todo). Constatamos a evolução da obra em termos de
desvio em relação ao padrão (Objetivo). Um desvio positivo significa que a obra
está a ter um melhor desempenho relativamente à sua previsão (está a gastar
menos do que o previsto, consequentemente a melhorar a Margem Objetivo
anunciada), um desvio negativo tem o significado contrário. Para esta vertente a
definição de um plano de Naturezas de Despesa aplicável a todas as obras não
apresenta as limitações supra mencionadas, em relação ao plano de “Frentes de
Trabalhos/Contas”. Por outro lado, a imputação das despesas incorridas pode ser
efetuada com um grau de fiabilidade elevado, uma vez que é o consumo dos
recursos, independentemente do local onde são consumidos, que gera despesa.
No Processo de Controlo de Obra a implementar, as duas vertentes de controlo são
complementares dando visões diferentes do andamento da obra em termos económicos.
Como tal deverão as duas ser operacionalizadas.
Como já foi referido, após análise do Dossier de Transfer, a Produção elabora o seu estudo
e apresenta um resultado previsional para a Obra.
A apresentação deste é formalizada através de uma reunião - Reunião Objetivo. Nesta
reunião é feita a comparação com o resultado apresentado no “dossiê de Transfer”.
Estarão presentes os responsáveis pelas áreas intervenientes no processo; Comercial,
Produção, etc…
27
Uma vez aceite, o Objetivo passa a constituir a referência da Obra. A finalidade do
Controlo de Obra é a de, mensalmente, quantificar os desvios existentes entre o previsto
e o real, e proporcionar informação para identificar as suas causas e soluções alternativas.
O valor deste desvio é o indicador da performance obtida pela Equipa da Produção.
Na elaboração do Objetivo, a margem surge de forma inversa à efetuada pelo Comercial.
Na fase comercial o custo da obra é estimado e a margem é determinada em função do
Valor de Venda pretendido. Na fase de Objetivo, o Valor de Venda é conhecido e
consequentemente a margem resulta da diferença entre este e o valor da estimativa de
custos efetuada.
Sendo assim temos:
Figura 7-Organigrama de Valor de Venda
Valor de Venda = Custo Industrial + Margem Líquida
28
Custo Industrial = Custo Direto + Custo Indireto
Custo Direto = Custo Produção + Subempreitadas
Custo Produção = custo fabrico + encargos estaleiro
Custo de Fabrico = MO + MT + EQ
Custo Produção = CF + EE
Margem Líquida = Margem de Lucro + Margem para risco
Com a elaboração do Objetivo, surge o Coeficiente de Venda (Kv):
𝑲𝒗 =𝑷𝒓𝒆ç𝒐 𝒅𝒆 𝑽𝒆𝒏𝒅𝒂
𝑪𝒖𝒔𝒕𝒐 𝒊𝒏𝒅𝒖𝒔𝒕𝒓𝒊𝒂𝒍
O Kv traduz o Coeficiente que permite passar do Custo Industrial, cuja responsabilidade
é da produção, para o Valor de Venda. O Coeficiente de Venda, além da margem,
incorpora despesas que não são diretamente imputadas à Obra (por decisão ou por
impossibilidade), nomeadamente provisões para fase de garantia e Encargos de Estrutura,
seguros, encargos financeiros diretos, etc.. Estes custos não são da responsabilidade da
Direção de Obra e normalmente são proporcionais ao Valor de Venda. Como tal devem
ser, preferencialmente, determinados através de uma percentagem sobre esse Valor.
Assim como a Margem Objetivo, o Coeficiente de Venda é inalterável ao longo da
execução da Obra (isto implica que a estrutura de custos que deu origem a este coeficiente
seja inalterável).
29
A noção de Coeficiente de Venda é uma noção importante a reter, pois é através dele que
se determina o valor da Atividade realizada pela Obra mês a mês, e os orçamentos
disponíveis para os Trabalhos Suplementares (em alguns casos).
Um Orçamento Objetivo só pode ser alterado com a inclusão de trabalhos para os quais
existe um Valor de Venda aprovado pelo cliente. Todo o custo em que a obra incorre, não
considerado no Objetivo e para o qual não existe valor de venda, é considerado desvio.
No caso das obras em Série de Preços o valor do coeficiente de venda determinado na
altura da elaboração do Objetivo tem por base as quantidades previstas executar (apenas
o preço unitário de venda é contratual). Com o desenrolar dos trabalhos e dada a natureza
do contrato, as quantidades realmente executadas serão diferentes, o que originará um
novo Valor de Venda e, consequentemente um novo custo industrial. Assim sendo, o
coeficiente de venda será alterado. O que não pode ser alterado é a estrutura de custos de
cada tarefa, ou seja a retificação de uma quantidade não origina a alteração do custo
unitário objetivo que lhe está subjacente.
3.5 Controlo orçamental da Obra
3.5.1 Previsão de Despesas
A alocação, durante a execução do Objetivo, de recursos a tarefas (todos os recursos estão
associados a uma Natureza de Despesas) e, a ligação destas a Frentes de Trabalho, permite
a definição dos orçamentos que vão ser controlados. Teremos uma ótica por Natureza de
Despesa (Balanço de Naturezas) e, uma ótica por Tipo de Trabalho. A forma de “avançar”
estes orçamentos depende do tipo de despesas que os compõem (avançar um orçamento
significa calcular os consumos previstos para a obra quando esta atinge um determinado
grau de acabamento).
1- Custos Diretos de Produção (Produção Própria e Subempreitadas):
30
No caso da Produção Própria, as despesas previstas são determinadas pelo avanço físico
dos trabalhos. O desvio observado num determinado mês é um desvio passado e não tem
em conta os eventuais desvios futuros. Se for previsível a existência de desvios no futuro,
a Previsão de Fim de Obra deve ser revista. O avanço das Subempreitadas é efetuado do
seguinte modo:
𝑨𝒗𝒂𝒏ç𝒐𝒔 𝒅𝒂𝒔 𝑺𝒖𝒃𝒆𝒎𝒑𝒆𝒓𝒊𝒕𝒂𝒅𝒂𝒔 =𝑻𝒓𝒂𝒃𝒂𝒍𝒉𝒐 𝒆𝒙𝒆𝒄𝒖𝒕𝒂𝒅𝒐 𝒑𝒆𝒍𝒐 𝑺𝒖𝒃𝒆𝒎𝒑𝒓𝒆𝒊𝒕𝒆𝒊𝒓𝒐
𝑽𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝒅𝒐 𝒔𝒆𝒖 𝑪𝒐𝒏𝒕𝒓𝒂𝒕𝒐
Esta percentagem aplicada ao Orçamento Objetivo determina a despesa prevista. O
trabalho realmente executado não tem que corresponder à faturação ao Cliente nem à
faturação do Subempreiteiro. Só vamos ter desvios nas Subempreitadas a partir do
momento em que o valor do contrato com o subempreiteiro (Valor Tratado da
Subempreitada) for diferente do Orçamento objetivo considerado para esse
subempreiteiro. O desvio que resulta dessa diferença é o desvio expectável de fim de Obra
nesta natureza.
2- Custos Indiretos de Produção (Estaleiro / Gastos Gerais):
A maior parte destas despesas, não está ligada ao avanço físico dos trabalhos, mas sim ao
fator tempo. Deste modo para os Custos Indiretos o avanço é feito em “Falta Gastar”.
Assim, o orçamento desbloqueado é calculado do seguinte modo:
𝑫𝒆𝒔𝒑𝒆𝒔𝒂𝒔 𝑷𝒓𝒆𝒗𝒊𝒔𝒕𝒂𝒔 = 𝑶𝒓ç𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝑶𝒃𝒋𝒆𝒕𝒊𝒗𝒐 − 𝑭𝒂𝒍𝒕𝒂 𝑮𝒂𝒔𝒕𝒂𝒓
31
Este método de avançar os Custos Indiretos, obriga a que os desvios (potenciais ou já
verificados) apareçam na altura em que são originados e não apenas quando o orçamento
objetivo é esgotado. O desvio mensal observado corresponde ao desvio expectável de fim
de Obra.
3.5.2 Custos Reais
São considerados como custos reais aqueles que foram declarados na execução das tarefas
já produzidas.
Custos com Mão-de-Obra:
Mão-de-Obra Alugada - Quantidade de horas trabalhadas pelo pessoal cedido,
valorizado pelos preços do respetivo contrato.
Mão-de-Obra Própria - Valor do custo efetivo à empresa de cada colaborador
(salário + encargos).
Custos com Materiais - quantidades entradas em Obra (Guias de remessa),
valorizadas pelos preços constantes das Notas de Encomenda deduzidas dos
Stocks.
Custos com Subempreitadas - o custo considerado, corresponde à valorização das
quantidades realmente efetuadas, pelo preço de contrato. À diferença entre este
valor e o auto do subempreiteiro dá-se o nome de Provisório de Subempreitada.
Se o Provisório for positivo, significa que o Subempreiteiro está subfacturado, se
for negativo o Subempreiteiro está sobre faturado.
Custos com Equipamentos - número de unidades de trabalho (dias, horas, Km’s,
etc…), valorizados aos preços/taxas fixadas com um Alugador ou com o Serviço
de Equipamento.
32
Custos Diversos - são considerados Custos Diversos, todos os custos que não se
encaixam em nenhuma das definições supra (Ex. Consumo de água/eletricidade,
telefones, Cartões p/ gasolina, rendas ALD, etc…)
Muitos destes custos não têm suporte na altura de fechar o mês. No entanto a obra já
incorreu neles, consequentemente têm de ser considerados no apuramento dos Custos
Reais. Neste caso são valorizados estes custos, procedendo-se à sua correção quando de
posse do seu valor real.
O custeio da obra é efetuado pelo registo diário das transações em obra no sistema
informático. Portanto, o custeio da obra é efetuado pelo consumo dos recursos à medida
que estes ocorrem, logo na sua origem. Por exemplo, o custo de materiais é assumido no
sistema informático pelo registo da receção de uma encomenda previamente efetuada.
Outros exemplos são o registo das Folhas Diárias de Mão-de-obra e Equipamentos, o
registo dos Autos de Medição de Subempreitadas, (encontra em anexo deste trabalho
folhas de controlo) etc. Este conceito é sempre válido, em qualquer das vertentes de
controlo assumidas (por Natureza de Despesa ou por Frente de Trabalho / Conta). A
diferença na utilização do sistema informático está em que no controlo por Frente de
Trabalho/Conta é necessário especificar “onde” o recurso foi consumido (para que Frente
de Trabalho são rececionados os materiais constantes da Nota de Encomenda), ao passo
que num controlo por Natureza de Despesa, esta especificação não é necessária. Como
foi referido a valorização das Despesas é efetuada pelo seu custo real. No caso em que a
complexidade da Obra origine que a mesma seja compartimentada em termos de
responsabilidade orçamental, a valorização de alguns recursos pode ser feita através da
definição de custos padrão.
Nesta situação enquadram-se os equipamentos pesados, as instalações de fabrico de betão
ou brita, as instalações oficinais, etc., geridos pela própria obra. Para estes “Centros
Produtores” é efetuado na obra um controlo detalhado da rentabilidade dos mesmos pela
definição/orçamentação dos custos previstos de funcionamento e controlo ou comparação
dos custos reais incorridos. São definidos Custos Padrão (orçamentados ou previstos) que
custeiam as Frentes de Trabalho pelo trabalho produzido por estes centros produtores, por
33
um lado, e são imputados os custos reais para permitir o funcionamento desses centros
produtores em obra por outro. A análise dos custos reais imputados ao Centro Produtor
versus o trabalho por ele produzido para a obra permite gerir estes centros. Esta forma de
funcionar, permite também um custeio mais correto das frentes de trabalho.
3.5.3 Trabalhos Suplementares (TS)
Consideram-se Trabalhos Suplementares, todas as alterações ao Contrato Base para as
quais exista uma Venda confirmada por escrito pelo Cliente. Como já foi referido, esta é
a única altura em que o Orçamento Objetivo, pode ser alterado. No entanto a introdução
de Trabalhos Suplementares, não poderá originar alterações ao Coeficiente de Venda da
Obra. Para tal os orçamentos relativos a Trabalhos Suplementares são calculados do
seguinte modo:
𝑶𝒓ç𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝑻𝑺 =𝟏
𝑲𝒗 × 𝑽𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒅𝒆 𝑽𝒆𝒏𝒅𝒂 𝒅𝒐𝒔 𝑻𝑺
Em que:
𝑇𝑆Trabalhos Suplementares
𝐾𝑣Coeficiente de venda =𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑖𝑛𝑑𝑢𝑠𝑡𝑟𝑖𝑎𝑙
Esta é a despesa em que se pode incorrer, sem alterar o Coeficiente de Venda (Kv).
Apenas por mera coincidência, este orçamento corresponde à verdadeira estimativa de
custos para os trabalhos em questão. À diferença entre a Despesa Possível e a Despesa
Real, dá-se o nome de Desvio de Trabalhos Suplementares, e é uma medida do benefício
obtido pela Obra com a venda dos Trabalhos Suplementares.
34
𝑶𝒓ç𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝑻𝑺 = 𝑬𝒔𝒕𝒊𝒎𝒂𝒕𝒊𝒗𝒂 𝒅𝒆 𝒄𝒖𝒔𝒕𝒐 𝑹𝒆𝒂𝒍 + 𝑫𝒆𝒔𝒗𝒊𝒐 𝒅𝒆 𝑻𝒔
Se o Desvio de TS for positivo, a venda de Trabalhos Suplementares está a melhorar a
Obra em relação à Margem Objetivo, se o Desvio de TS for negativo, temos a situação
inversa. A Gestão da verba do orçamento correspondente ao Desvio de TS, é da
responsabilidade da Direção de Obra. Nas obras em Série de Preços, o orçamento para os
Trabalhos Suplementares é a estimativa de custos real.
3.5.4 Transferências de Verbas
Durante a execução de uma Obra, as opções assumidas ou os princípios operacionais
podem ser alterados. O interesse de comparar os orçamentos calculados para um princípio
operacional, com as despesas incorridas segundo outro princípio operacional, é reduzido.
Neste caso é possível efetuar transferências de verbas entre orçamentos, de forma a
adaptar o previsto à nova realidade. Se não houver alteração do orçamento global, todas
estas transferências são de soma nula. A transferência de verbas nunca pode ser utilizada
para anular desvios, pois é através da análise desses desvios que podem ser tomadas as
medidas corretivas eficazes.
3.5.5 Risco e Imprevisto
Dada a aleatoriedade da atividade de Construção Civil e Obras Públicas, a assunção de
uma Margem Objetivo comporta um risco elevado. Para fiabilizar esta margem é possível
introduzir um orçamento para Riscos e Imprevistos. Este orçamento é gerido pela Direção
de Obra pelo método “Falta Gastar”.
35
3.5.6 Proveitos
O reconhecimento dos Proveitos é uma das peças fundamentais para se poder determinar
o Resultado de Exploração da obra. Este reconhecimento pode ser efetuado de duas
maneiras como se apresenta de seguida:
3.5.6.1 Atividade
Considera-se como Atividade, a transformação em valor de venda do avanço do
Orçamento Objetivo da Obra no momento T. O cálculo da Atividade é efetuado da
seguinte forma:
𝑨𝒄𝒕𝒊𝒗𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 = 𝑶𝒓ç𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝑶𝒃𝒋𝒆𝒄𝒕𝒊𝒗𝒐 𝑨𝒗𝒂𝒏ç𝒂𝒅𝒐 × 𝑲𝒗
Onde:
Kv é o Coeficiente de Venda da obra. Este método simples permite determinar a cada
momento
Por outras palavras, qualquer despesa em que a obra incorra que esteja prevista em
orçamento origina Atividade, independentemente de essa despesa ter uma
correspondência física no avanço do objeto do contrato, a obra. Isto é, as despesas
associadas à montagem de estaleiro, custos de projeto, entre outras, não produzem
nenhum avanço físico na obra, no entanto originam atividade, uma vez que estão previstas
em orçamento e é efetuado um avanço destas despesas quando nelas se incorre.
No caso das obras em Série de Preços a atividade é determinada do mesmo modo, apenas
com a diferença de que o coeficiente de venda utilizado depende do Valor de Venda e do
Custo Industrial calculados para esse momento T.
36
Pela definição de Coeficiente de Venda (Kv), no fim da Obra a atividade deve ser igual à
faturação. No entanto durante o desenrolar da Obra iremos observar desvios entre estes
dois valores.
A origem desses desvios pode ser uma das seguintes:
Distorção: A faturação é calculada através dos preços de venda contratuais. A
diferença entre o preço de venda a cliente e o preço de venda teórico considerado
no cálculo da atividade constitui essa distorção (preço de venda teórico de um
artigo = orçamento do artigo x Kv).
Sobre e Subfacturação: que resulta de diferenças nos critérios de medição
utilizados na avaliação da atividade produzida e no Auto para Cliente, ou de tipos
de faturação particulares (ex.: faturação segundo Cronograma Financeiro).
Desvios Técnicos: Revisão de Preços não apresentada a Cliente.
A obra a cada momento T deve analisar e justificar os desvios verificados entre atividade
e faturação. Os adiantamentos de Clientes e a Subempreiteiros, não são considerados nem
atividade nem faturação, assim como as retenções para garantia. Tratam-se apenas de
movimentos de tesouraria e não representam efetivamente proveitos ou custos. Para o
cálculo do Resultado de Exploração, a valorização dos Proveitos das obras através da
atividade é o método mais correto.
3.5.6.2 Produção
Outra forma de determinar os Proveitos a que a obra tem direito num momento T é
determinar a sua produção. A Produção é calculada multiplicando as quantidades de
trabalho realmente executadas (as mesmas quantidades que dão origem ao avanço do
37
orçamento objetivo), pelo preço de venda unitário de cada artigo da Lista de Venda ao
Cliente.
𝑷𝒓𝒐𝒅𝒖çã𝒐 = 𝑸𝒖𝒂𝒏𝒕𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒆 𝒕𝒓𝒂𝒃𝒂𝒍𝒉𝒐 𝒆𝒙𝒆𝒄𝒖𝒕𝒂𝒅𝒂𝒔
× 𝑷𝒓𝒆ç𝒐 𝑼𝒏𝒊𝒕á𝒓𝒊𝒐 𝒅𝒆 𝑽𝒆𝒏𝒅𝒂 𝑪𝒐𝒏𝒕𝒓𝒂𝒕𝒖𝒂𝒍
Neste caso o desvio verificado, durante o desenrolar da obra, entre Produção e Faturação
terá origem exclusivamente na Sobre e Subfacturação verificada. Os Proveitos
determinados por este método trazem para o Resultado de Exploração o enviesamento
provocado pela distorção. A diferença entre atividade e Produção, se negativa, representa
de algum modo o risco financeiro em que a obra incorre, uma vez que representa os
proveitos que, em termos contabilísticos, já foram considerados na formação do resultado
mas que ainda não estão formalizados perante o cliente.
3.5.7 Resultado da exploração
O Resultado de Exploração mensal é o reflexo da situação económica da obra num
instante T. O método utilizado para determinação deste resultado, utilizando a atividade
como forma de valorizar os Proveitos da obra, é muito simples e está muito próximo do
método do grau de acabamento utilizado na contabilidade.
Neste caso, o Resultado de Exploração é a Margem Objetivo à qual se adiciona a
performance obtida pela Equipe da Produção expressa pelo Desvio ao orçamento.
Pode ser calculado de três maneiras:
𝑹𝒆𝒔𝒖𝒍𝒕𝒂𝒅𝒐 𝒅𝒆 𝒆𝒙𝒑𝒍𝒐𝒓𝒂çã𝒐 = 𝑨𝒄𝒕𝒊𝒗𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 − 𝑫𝒆𝒔𝒑𝒆𝒔𝒂𝒔 𝑻𝒐𝒕𝒂𝒊𝒔 (𝑪/𝒐𝒖𝑺/𝑬𝒏𝒄. 𝑬𝒔𝒕𝒓𝒖𝒕𝒖𝒓𝒂
38
Ou
𝑹𝒆𝒔𝒖𝒍𝒕𝒂𝒅𝒐 𝒅𝒆 𝒆𝒙𝒑𝒍𝒐𝒓𝒂çã𝒐
= 𝑨𝒄𝒕𝒊𝒗𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 − 𝑶𝒓ç𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝑨𝒗𝒂𝒏ç𝒂𝒅𝒐 (𝑪/𝒐𝒖𝑺/𝑬𝒏𝒄. 𝑬𝒔𝒕𝒓𝒖𝒕𝒖𝒓𝒂
± 𝑫𝒆𝒔𝒗𝒊𝒐 𝒂𝒐 𝑶𝒓ç𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐
Ou
𝑹𝒆𝒔𝒖𝒍𝒕𝒂𝒅𝒐 𝒅𝒆 𝒆𝒙𝒑𝒍𝒐𝒓𝒂çã𝒐
= 𝑹𝒆𝒔𝒖𝒍𝒕𝒂𝒅𝒐 𝑶𝒃𝒋𝒆𝒕𝒊𝒗𝒐 × 𝑨𝒗𝒂𝒏ç𝒐 𝑮𝒍𝒐𝒃𝒂𝒍 (𝑪/𝒐𝒖𝑺/𝑬𝒏𝒄. 𝑬𝒔𝒕𝒓𝒖𝒕𝒖𝒓𝒂
± 𝑫𝒆𝒔𝒗𝒊𝒐 𝒂𝒐 𝑶𝒓ç𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐
A consideração ou não dos encargos de estrutura depende se estamos a calcular o
Resultado de Exploração Líquido ou Bruto. Como verificamos, o Resultado obtido num
momento T só difere do resultado previsto para o mesmo momento, no valor do desvio
ao Orçamento. Isto permite que a Obra se concentre apenas na avaliação do Controlo
Orçamental, e na análise do desvio verificado.
Assim, para que o Resultado Objetivo se concretize, a Obra só tem que garantir duas
premissas assumidas quando da realização do Objetivo:
• Transformar em faturação toda a Atividade prevista no seu objetivo;
• Não desviar ao Orçamento objetivo apresentado.
O Resultado de Exploração também pode ser determinado, utilizando a Produção como
forma de valorizar os Proveitos. Neste caso:
𝑹𝒆𝒔𝒖𝒍𝒕𝒂𝒅𝒐 𝒅𝒆 𝒆𝒙𝒑𝒍𝒐𝒓𝒂çã𝒐 = 𝑷𝒓𝒐𝒅𝒖çã𝒐 − 𝑫𝒆𝒔𝒑𝒆𝒔𝒂𝒔 𝑻𝒐𝒕𝒂𝒊𝒔 (𝑪/𝒐𝒖𝑺/𝑬𝒏𝒄. 𝑬𝒔𝒕𝒓𝒖𝒕𝒖𝒓𝒂)
39
Neste caso o Resultado de Exploração, além de comportar o desvio ao orçamento,
também comporta todo o efeito provocado pela distorção da Venda conforme referido no
ponto anterior. Assim a análise deste resultado, implica que a obra seja capaz de separar
estes dois efeitos, para poder aferir corretamente qual a sua posição face ao Resultado
objetivo.
3.5.8 Revisão de Preços
Existem duas maneiras de tratar a Revisão de Preços:
1. Assumir a Revisão de Preços à medida que esta vai sendo faturada;
Nesta situação quando se fatura Revisão de Preços, a previsão de faturação é alterada e
consequentemente o Orçamento objetivo tem que ser corrigido para manter o coeficiente
de Venda (Kv) inalterado. Esta correção é efetuada utilizando o método preconizado para
os Trabalhos Suplementares (despesa possível é igual ao valor da Revisão de Preços
faturado a dividir pelo coeficiente de Venda [Kv] da Obra). Como a empresa não tem
custos diretamente associados a este aumento de faturação, o desvio verificado é levado
imediatamente à margem gerando uma nova Previsão de Fim de Obra.
2. Assumir um valor estimado para a Revisão de Preços, quando da elaboração do
objetivo.
Neste caso não é efetuada nenhuma correção ao Orçamento objetivo de uma forma direta.
O processo considerado consiste na comparação entre o coeficiente de Revisão de Preços
objetivo (Ro) e o coeficiente de Revisão de Preços real, observado no mês M (Rp).
Este coeficiente é calculado do seguinte modo:
𝑨𝒄𝒕𝒊𝒗𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝑹𝒆𝒗𝒊𝒔𝒕𝒂 (𝑨𝒓) = 𝑶𝒓ç𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝑹𝒆𝒗𝒊𝒔𝒕𝒐 𝑨𝒗𝒂𝒏ç𝒂𝒅𝒐 (𝒐𝒓) × 𝑲𝒗
40
Na determinação do Resultado de Exploração para o mês M é feita uma correção ao valor
da atividade que resulta de uma correção efetuada ao Orçamento objetivo Avançado (Oo).
Assim o valor de atividade a considerar é:
𝑹𝑷 =𝑹𝒆𝒗𝒊𝒔ã𝒐 𝒅𝒆 𝑷𝒓𝒆ç𝒐𝒔 𝑬𝒎𝒊𝒕𝒊𝒅𝒂
𝑭𝒂𝒕𝒖𝒓𝒂çã𝒐 𝑪𝒐𝒏𝒕𝒓𝒂𝒕𝒖𝒂𝒍 + 𝑭𝒂𝒕𝒖𝒓𝒂çã𝒐 𝒅𝒆 𝑻𝑺 𝑬𝒎𝒊𝒕𝒊𝒅𝒂𝒔
Se Rp > Ro a Obra melhora o seu Resultado face ao objetivo apresentado;
Se Rp < Ro a Obra piora o seu Resultado face ao objetivo apresentado.
Onde:
𝒐𝒓 =𝒐𝒐
𝟏 + 𝑹𝒐 × (𝟏 + 𝑹𝒑)
Em que:
Oo - Orçamento objetivo Avançado (conforme ponto Controlo Orçamental)
Or - Orçamento Revisto Avançado
Ro - Coeficiente de Revisão de Preços Objetivo
Rp - Coeficiente de Revisão de Preços real no mês M
Ao valor Dr, onde:
41
𝑫𝒓 = 𝑶𝒓 − 𝑶𝒐
Dá-se o nome de Desvio de Revisão e é a medida do impacto da Revisão de Preços no
Resultado de exploração da Obra.
3.6 Controlo de Recursos
3.6.1 Controle dos Materiais
A gestão de materiais em obra consiste essencialmente numa mera questão de logística.
Os materiais devem estar disponíveis em obra, no lugar e momento corretos, com a
quantidade e qualidade exigidas, com o menor custo possível. Este objetivo deve ser tido
em conta, desde o momento da encomenda até à entrega, através de procedimentos
eficazes de verificação e controlo de qualidade, de custos e de prazos.
No momento da compra dos materiais, pelo empreiteiro geral, deve ser sempre
mencionada a quantidade, qualidade, preços e prazos de pagamento, prazos de entrega e
modo de transporte. A qualidade e quantidade dos materiais devem ser confirmadas no
momento da entrega em obra, através de inspeção, contagem e eventualmente alguns
testes, e ficar registada em guias e outros documentos de verificação.
Tendo em vista o fornecimento de materiais, comprados pelo empreiteiro, os elementos
disponíveis devem ser contemplados na elaboração do planeamento da obra. Devem ter-
se em conta as limitações relativas aos prazos de fornecimento dos materiais, que podem
envolver a necessidade de produzir elevadas quantidades ou materiais específicos.
Quando uma atividade necessita de um determinado material ou conjunto de materiais,
deve ser considerado no seu prazo aquele que for mais tardio entre todos. Esse prazo deve
levar em consideração a elaboração e envio da encomenda, desenhos de preparação para
aprovação pelo Dono de Obra, fabricação dos materiais, prazos de entrega e eventuais
períodos para inspeções alfandegárias.
42
Em alguns tipos de materiais, por vezes a Direção de Obra opta por encomendar as
quantidades totais necessárias para todo o período da obra, mesmo que esta seja de grande
duração. Esta opção tem como objetivo precaver-se contra eventuais aumentos dos
preços, que se prevejam vir a ocorrer. Ao mesmo tempo fica garantida a disponibilidade
total desses materiais até finais da obra. No entanto é necessário ter alguns cuidados,
coordenando estas entregas com o progresso dos trabalhos e planeando de forma bastante
exata as reais necessidades da obra. Muitas vezes é indesejável a quantidade excessiva de
certos materiais em obra. Esses materiais ocupam, não raras vezes, espaço precioso no
estaleiro da obra, que pode ser limitado, ou interferir com a movimentação de pessoal e
equipamentos. Para além disso, alguns materiais poderão deteriorar-se com o tempo, ser
estragados ou mesmo roubados. A acrescer a isso, ainda temos o fator económico. A
entrega antecipada de materiais exige da empresa uma disponibilidade de dinheiro,
quando ainda não tem produção nem o consequente retorno monetário. No caso de
empresas com estaleiro central e boas condições financeiras, esta poderá ser realmente
uma boa opção, pois os materiais poderão ficar guardados em ótimas condições, sem
interferir com a obra em curso, reduzindo custos que poderiam advir dum eventual
aumento futuro dos seus preços unitários.
Um dos mais relevantes exemplos desta situação é o aço, que é normalmente uma parcela
bastante significativa dos custos das obras de betão armado. Este material é por isso
encomendado em grandes quantidades, numa fase inicial, de modo a evitar o esperado
aumento de custos futuros. O aço fica então armazenado para futura utilização nas
atividades da obra. Ao nível do controlo de custos, os encargos com a compra destes
materiais devem ser considerados tendo em conta estas condicionantes, e de acordo com
a política da empresa / obra.
3.6.2 Controlo de Equipamentos
No que diz respeito aos equipamentos da Empresa a maior parte das escolhas e decisões,
no que diz respeito à determinação das necessidades de recursos, são tomadas no
43
momento de orçamentação em fase de concurso da obra. Estas decisões são
posteriormente transferidas para o âmbito da obra que deverá ajustá-las e elaborar um
novo re(orçamento), em que também estes valores relativos a equipamentos são tidos em
conta. Sendo os equipamentos próprios, e nos casos em que os prazos da obra sejam
relativamente curtos, os preços unitários não deverão estar muito longe daqueles
orçamentados em fase comercial. Mas também estes valores merecem atenção, pois não
raras vezes são feitos descontos, que depois se conclui serem impossíveis de manter
durante o decurso da obra. Ao nível das quantidades é que as diferenças são normalmente
maiores. É da responsabilidade da Direção de Obra analisar as atividades e verificar a
adequada afetação dos recursos de equipamentos próprios a cada uma delas, de acordo
com as disponibilidades atuais da empresa. É recomendável elaborar uma análise cuidada,
no limite ao detalhe diário, de modo a evitar conflitos e sobreposições de equipamentos,
em atividades diferentes. Na ocorrência destas situações, será necessário proceder à
recalendarização das atividades fora do caminho crítico da empreitada. Se tal não for
possível, podemos ainda recorrer a trabalho noturno, durante os fins-de-semana ou em
múltiplos turnos, de forma a ultrapassar estas dificuldades. Outra solução óbvia poderá
ser ainda recorrer ao aluguer externo de outros equipamentos. Qualquer uma destas
decisões deverá ser muito bem ponderada, pois acarretará eventuais aumentos à duração
e custo global da empreitada.
Devemos garantir ao máximo que o equipamento solicitado para executar determinados
trabalhos é o mais adequado para esses trabalhos e nas condições em que os mesmos serão
executados. Para isso devem ser consultados previamente, os intervenientes mais
conhecedores sobre os equipamentos e trabalhos a executar, como são o Encarregado de
Obra, o responsável pelos equipamentos ou até o mecânico em obra. É também
recomendável que se tente implementar ao máximo a estandardização das marcas, para
facilitar a manutenção e as reparações.
As atividades devem ser planeadas e calendarizadas de modo a maximizar a utilização
dos equipamentos em obra. Equipamentos parados continuam a ter custo, sem gerar
qualquer proveito. É recomendável que sejam feitas antecipadamente as diligências
44
necessárias para suprir qualquer falta de um determinado equipamento que tenha
reparações ou manutenções planeadas previamente. Algumas destas manutenções, mais
ligeiras, podem mesmo ser realizadas em obra, por pessoal qualificado do enquadramento
de obra, da empresa ou de entidades exteriores. Nos casos em que as manutenções ou
reparações tenham que ser efetuadas no exterior, deve garantir-se que estas são feitas o
mais rapidamente possível e por profissionais qualificados, se possível e de preferência
em períodos em que o impacto na produção seja menor, como sejam os períodos noturnos
e fins-de-semana.
A produtividade de um equipamento depende também em grande medida do seu operador
ou manobrador. É normal que os Encarregados de Obra tenham as suas equipas e
conheçam os manobradores mais indicados para um determinado tipo de equipamento.
Um manobrador inexperiente, para além de conduzir a níveis de produtividade menores,
pode provocar avarias ou acidentes com o equipamento que manobra, levando a enormes
e inesperados custos de reparação, ou até mesmo acidentes de trabalho, que
eventualmente poderão por em causa as margens de lucro de toda a empreitada.
Objetivamente, poderemos afirmar que todo o cuidado com os equipamentos nunca é
demais e que não se deve exagerar na sua utilização, apenas tendo em vista algum
acréscimo de produção.
Quanto aos custos decorrentes da manutenção ou reparação de equipamentos próprios do
empreiteiro geral, devem ser feitas algumas considerações. Estes custos devem ser
previstos em fase de orçamento, com base em experiência em obras anteriores com
equipamentos e obras semelhantes. Deve ficar também definido nesta fase o
procedimento a implementar em caso de necessidade destas manutenções ou reparações.
Terá que ficar definida a extensão de responsabilidade na assunção dos custos daí
decorrentes, da parte dos serviços centrais da empresa ou da obra que efetivamente
utilizou os equipamentos envolvidos.
Ao contrário do que acontece com as subempreitadas e com os materiais, onde o custo é
quase sempre diretamente associado a uma atividade, nos equipamentos e na mão-de-
obra não é exatamente assim. Normalmente os equipamentos e a mão-de-obra são
45
recursos utilizados para a execução de diferentes atividades. Neste caso chamamos a estes
recursos e a essas atividades onde estes recursos são associados, indiretos. Estes recursos
de equipamentos e mão-de-obra serão então orçamentados separadamente das atividades
diretas, consoante as necessidades globais da obra. Estes custos indiretos poderão ser
orçamentados, por exemplo, ao mês. Esta situação vária de empresa para empresa.
3.6.3 Controlo de Mão-de-Obra
O controlo da mão-de-obra própria de uma empreitada começa com a determinação das
necessidades de pessoal para a execução das atividades. Neste caso da mão-de-obra
própria iremos ter em conta as disponibilidades da empresa, recorrendo ao sector de
recursos humanos.
Também neste ponto, já deverá haver bastante informação resultante da fase de concurso,
que terá que ser confirmada, tanto ao nível dos custos mensais como nas quantidades
previstas. No que diz respeito aos custos mensais de cada um dos trabalhadores, deve-se
estar atento a casos particulares de outros custos adicionais, como sejam subsídios ou
ajudas de custo. Estes custos adicionais podem ocorrer em determinados conjuntos ou
equipas de trabalhadores ou em casos individuais, em que o trabalhador poderá beneficiar
de condições de remuneração específicas, que conduzam a um custo mensal mais elevado.
Em obra, deve ser elaborado o planeamento das atividades contendo ao detalhe as
necessidades diárias de mão-de-obra para a execução de cada uma das atividades (ou
conjunto de atividades de âmbito semelhante). Este planeamento permite identificar
eventuais picos de necessidades de pessoal, onde várias atividades serão executadas em
simultâneo. Estes picos devem ser nivelados através da manipulação das atividades não
críticas. Estas atividades poderão ser alteradas ao nível dos prazos, e momentos de início
e fim, sem alterar os prazos globais da empreitada. Esta manipulação tem como objetivo
último reduzir as necessidades de aumento pontual de mão-de-obra e consequentemente
aumento dos custos da obra. Este aumento de necessidades de trabalhadores em
determinados momentos da obra, também não é desejável pois teríamos que recorrer com
46
maior regularidade a despedimentos e novas contratações, o que é algo de totalmente
ineficiente, dispendioso e totalmente inadequado, até mesmo a nível social. Um novo
trabalhador não é tão eficiente, quando inicia a execução de um determinado tipo de
trabalho, o que só ocorre em geral quando se familiariza com a execução dessa atividade.
Ocorre um fenómeno de “curva de aprendizagem”, onde os custos vão tendencialmente
sendo menores quando a atividade vai sendo continuamente executada pelos mesmos
colaboradores. Também devemos tender para um nivelamento dos trabalhadores, pois a
sua dispensa por alguns dias pode levar a uma indisponibilidade futura dos mesmos e
bastante dificuldade em encontrar novos trabalhadores para o trabalho exigido.
Existem inúmeros métodos, mais ou menos complexos, para o nivelamento da mão-de-
obra. Alguns destes métodos envolvem o recurso a ferramentas informáticas
desenvolvidas especificamente com este propósito, mas que em grande parte das
situações se revelam de aplicação bastante complexa e pouco expedita. Na maioria das
obras, os responsáveis por este procedimento, recorrem a métodos baseados basicamente
em tentativas e aproximações sucessivas. Tendo em conta que grande parte da informação
relativa aos recursos da obra é estimada, e sujeita a imensos fatores externos e
imprevisíveis, também os modelos de nivelamento de mão-de-obra recorrendo a
tentativas e aproximações parecem ser os mais adequados e suficientes para este âmbito.
Estes métodos de nivelamento envolvem a alteração, numa primeira fase, das datas de
início das atividades não críticas, que envolvam o recurso a trabalhadores incluídos nesses
picos de mão-de-obra. Podemos também aumentar o prazo dessas mesmas atividades,
diluindo assim a necessidade de número de trabalhadores. Na prática, este tipo de decisões
acaba por ser tomado em obra, pela Direção de Obra ou até mesmo pelos Encarregados
com mais experiência. Em projetos relativamente simples, em que as exigências de mão-
de-obra sejam relativamente constantes, é suficiente e usualmente uma competência dos
responsáveis pelas frentes de obra, as decisões no que diz respeito à afetação dos
trabalhadores a determinadas atividades. Em obras mais complexas, que envolvam
diferentes fases e grandes variações ao nível das exigências de mão-de-obra, é
47
recomendável o recurso a ferramentas informáticas, que permitem uma análise e
otimização global da empreitada.
Atualmente as ferramentas disponíveis para o planeamento de obras complexas, fornecem
uma boa aproximação das quantidades necessárias e a sua calendarização. Permitem uma
ilustração gráfica da sua distribuição que é um suporte ideal para uma análise eficiente.
Quando ocorrem problemas pontuais ligados com necessidades de mão-de-obra, que não
podem ser resolvidos com estas ferramentas nem com horas extra nem subempreitadas,
compete aos responsáveis pelas frentes de obra levar a cabo uma análise diária das
atividades e progresso dos seus trabalhos. A nível global, é da competência do gestor da
empreitada, identificar os problemas relacionados com a mão-de-obra, com alguma
antecedência, e tomar as decisões necessárias para minimizar esses problemas,
informando periodicamente os responsáveis pelas respetivas frentes de obra.
Ao nível do controlo de custos do pessoal em obra, há que implementar um sistema que
permita registar com o maior detalhe possível, toda a informação relativa aos
trabalhadores. Cada contratação de um colaborador, deve ser registada e mantida com os
dados atualizados, incluindo toda a documentação exigível legalmente, e outra que seja
solicitada pela própria empresa empreiteira ou pelo Dono de Obra. O sistema de registo
de ponto do pessoal deve fornecer ao sector Administrativo e consequentemente à Gestão
de Obra, os elementos de entrada e saída de cada um dos trabalhadores.
Estes sistemas podem ir desde o simples cartão de ponto, preenchido pelo responsável de
frente de obra, até a sistemas informáticos que registam as horas de entrada e saída,
integrando esta informação automaticamente no sistema de gestão de obra.
Tal como referimos anteriormente para os equipamentos, também os recursos de mão-de-
obra estão muitas vezes associados, não apenas a uma determinada atividade, mas a várias
atividades a desenvolver no decurso da obra.
48
3.6.4 Controle de Subempreitadas
3.6.4.1 Tipos de subempreitadas
O recurso a subempreiteiros para a execução de parte dos trabalhos de uma empreitada é
bastante comum e tanto mais intenso quanto maior é a dimensão da obra e a variedade de
trabalhos a executar. O empreiteiro geral recorre a outras empresas por diferentes motivos
que se poderão prender com razões de poupança financeira, especialização técnica para a
execução de determinados trabalhos, prazos de conclusão das várias fases da obra, ou até
mesmo fatores relacionados com a reduzida disponibilidade de recursos próprios da
empresa empreiteira.
Na maior parte das situações, o subempreiteiro é contratado para executar um
determinado número de atividades, incluindo todo o fornecimento de materiais,
equipamentos e mão-de-obra necessários para o efeito. Nestes casos toda a
responsabilidade ao nível da gestão dos recursos fica do lado do subempreiteiro, cabendo
apenas ao empreiteiro geral a tarefa de garantir o cumprimento de prazos e da qualidade
de execução dos trabalhos.
Há, porém, situações em que os contratos de subempreitada poderão não incluir o
fornecimento de um ou mais tipos de recursos, nomeadamente materiais, equipamentos
ou alguma da mão-de-obra ou até mesmo se limitarem ao fornecimento de determinados
serviços de aluguer de equipamentos e de mão-de-obra. Poderemos apresentar os
seguintes casos, que ocorrem mais usualmente, de tipos de subempreitada:
Subempreitada de execução de todos os trabalhos contratados, incluindo o
fornecimento de todos os materiais, equipamentos e mão-de-obra;
Subempreitada em que apenas o fornecimento do material, ou de um determinado
material em particular é da responsabilidade do empreiteiro geral;
Subempreitada com utilização de todos ou de alguns equipamentos e/ou mão-de-
obra da responsabilidade do empreiteiro geral;
49
Subempreitada apenas de aluguer de equipamentos;
Subempreitada apenas de aluguer de mão-de-obra.
As decisões inerentes à escolha de um determinado tipo de subempreitada prendem-se
com inúmeros fatores, tanto da parte do empreiteiro geral como do subempreiteiro
contratado.
3.6.4.2 Adjudicações de Fornecimento e Subempreitadas
Previamente à consulta de qualquer fornecedor ou subempreiteiro, o Diretor de Obra
deverá consultar as Avaliações Iniciais, ou seja a Lista Interna de Avaliação de
Subempreiteiros e Fornecedores que embora não seja de modo algum limitativa da
contratação de novas empresas, poderá impedir adjudicações a algumas empresas com as
quais as experiências passadas não foram positivas, tendo levado a um bloqueamento de
futuras contratações.
A escolha inicial deverá passar não só pela análise de preços propostos, como
principalmente a reunião de todas as condições para execução da empreitada no prazo
estabelecido e com a qualidade final pretendida.
Todo processo de consultas para os fornecimentos e subempreitadas necessárias para a
Obra é tarefa da Direção de Obra, sendo depois sua incumbência propor a adjudicação ao
Coordenador e ao Diretor de Produção.
3.6.4.3 Seleção dos Subempreiteiros e Fornecedores
Após receção das propostas de possíveis fornecedores/subempreiteiros, cabe à Direção
de Obra analisar as propostas recebidas e verificar se estas estão de acordo com o
solicitado na consulta. As consultas enviadas são compostas por todos os elementos
50
necessários para a realização das propostas tais como peças escritas e desenhadas, mapas
de quantidades e prazos de execução.
Para efetuar a comparação de propostas, a empresa dispõe de um formato específico para
tal efeito, denominado de mapa comparativo.
Ao analisar esse mapa comparativo, a direção de obra tem uma noção se está a perder ou
ganhar dinheiro, quais os artigos que necessitará de procurar alternativas
economicamente mais viáveis, mas que mantenham o mesmo nível de qualidade e
respeitem o caderno de encargos, e se o fornecedor/subempreiteiro estará a analisar bem
o pretendido, pois em caso de diferenças consideráveis entre propostas, poderá indicar
que o mesmo não terá percebido qual o objetivo pretendido. Também no Mapa
Comparativo irá constar as condições de pagamento negociadas, as retenções a aplicar,
da data entrada em obra e dos prazos.
Após aprovação do Coordenador e do Diretor de Produção a adjudicação é efetuada por
escrito e posteriormente passa a ser formalizado por um contrato.
3.6.4.4 Contrato de subempreitadas e Fornecimentos
Os contratos são elaborados no Departamento Administrativo com base numa minuta e
em resumo apresentam os seguintes pontos:
Identificação das entidades e da obra;
Descrição dos trabalhos a realizar na subempreitada;
Descrição dos documentos contratuais que constituem parte integrante do contrato
(proposta do subempreiteiro, elementos do projeto e mapa de medições, apólice
de seguro de acidente de trabalho;
Obrigações do subempreiteiro;
51
Regime da subempreitada (Série de preços ou preço global);
Listagem de preços;
Condições de pagamento;
Prazo de execução;
Responsabilidades por prejuízos causados ou por atrasos;
Retenções efetuadas sobre cada fatura e as condições da libertação das mesmas;
Condições específicas à atividade para salvaguardar os interesses da empresa.
3.6.4.5 Metodologia do controle de Subempreitada
Basicamente, o controlo das subempreitadas consiste em assegurar que o subempreiteiro
executa o trabalho para o qual foi contratado, quando solicitado, de acordo com o que foi
definido e dentro dos prazos e custos estipulados. Existem alguns pontos importantes que
deverão ser tidos em conta de modo a alcançarmos estes objetivos.
Em certas obras, em que tal seja possível, é importante que o subempreiteiro participe na
fase de preparação do plano de trabalhos, nomeadamente no que diz respeito à
calendarização e ligação das atividades em que está envolvido ao restante enquadramento
geral do projeto.
Essenciais, e a ser levado em conta em todas as obras, são os cuidados a ter na elaboração
dos contratos de subempreitada. Embora este assunto seja essencialmente de carácter
jurídico, o envolvimento com o sector de produção é extremamente importante, pois
poderá permitir a deteção de particularidades decorrentes de situações específicas da obra,
relevantes na elaboração do contrato. Deve elaborar-se uma redação do contrato que
inclua, entre outros, termos relativos à previsão de prazos parciais e globais de execução
52
dos trabalhos, critérios de medição, prazos de pagamento e exigências de segurança e
qualidade.
Outro dos pontos a ter em conta ocorre nas situações em que o subempreiteiro se limita à
execução de determinados trabalhos, mas não inclui todo ou parte dos materiais e/ou
equipamentos necessários para a sua execução. Nestes casos é essencial assegurar que o
subempreiteiro identifica e solicita atempadamente esses recursos que irá necessitar. Na
fase de elaboração do contrato de subempreitada, estes recursos também deverão ser
exaustivamente tidos em consideração evitando assim, de futuro, surpresas no que se
refere aos custos que realmente terão de ser assumidos na execução dos trabalhos, da
responsabilidade do subempreiteiro. Também em casos em que as subempreitadas
incluam todo o fornecimento e execução dos trabalhos, é importante alertar os
subempreiteiros para a gestão dos seus stocks de materiais, em conformidade com as
exigências impostas pela calendarização da execução dos trabalhos.
No decurso da obra, a metodologia mais vulgarmente utilizada para controlo das
subempreitadas, tem como base a utilização da listagem de atividades a executar pelo
subempreiteiro. Sobre esta, são feitos os autos de medição mensais, onde vão sendo
assinaladas as quantidades executadas, donde resultam os valores faturados em cada mês.
Por vezes poderá ser necessário proceder à execução de determinados trabalhos não
previstos no contrato de subempreitada. Nestes casos, o empreiteiro geral poderá
determinar que estes trabalhos são de natureza semelhante aos executados por
determinado subempreiteiro. Assim, pode eventualmente propor-lhe a execução dos
mesmos, como trabalhos a mais. O subempreiteiro apresentará nova proposta de preços
para estes trabalhos, ao que se seguirá, se estes preços forem aprovados, a elaboração de
um aditamento ao contrato de subempreitada.
Em alguns casos pode ainda surgir a situação em que, embora as atividades não sejam
novas, as quantidades executadas ultrapassem ou fiquem aquém dos valores contratados.
Nesta situação, tudo vai depender do que foi previamente definido nos termos do contrato
de subempreitada. Poderá ter ficado definido como valor global, em que são da
53
responsabilidade do subempreiteiro as alterações de quantidades, ou à medição, em que
as quantidades executadas são aquelas que serão faturadas, independentemente das
quantidades contratadas. Na maioria das situações acabamos por cair neste último caso.
Porém, isto exige da parte do empreiteiro geral um elevado grau de acompanhamento e
fiabilidade da medição dos trabalhos executados mensalmente pelo subempreiteiro.
3.6.4.6 Subempreitada de mão-de-obra
Quando nos referimos a subempreitadas de mão-de-obra, pretendemos assinalar as
especificidades relativas a contratos de subempreitada em que o subempreiteiro apenas
fornece pessoal para a execução de determinados trabalhos. Como já foi referido
anteriormente, um dos fatores a ter em conta é a atempada identificação e encomenda dos
materiais e equipamentos, que eventualmente serão necessários para a execução desses
trabalhos.
Essencialmente tem que ser extremamente bem pensado, logo à partida, o recurso ou não
a subempreiteiros, para fornecimento de mão-de-obra. Deve ser consultado previamente
o sector de recursos humanos da empresa empreiteira geral, para confirmar da real
necessidade dessa contratação externa, dependendo muito da política da empresa. Só
depois deveremos avançar para esta solução, que poderá determinar ou não, um aumento
dos custos diretos e/ou indiretos não só da obra, mas também a nível global da empresa.
Mas em alguns casos muito concretos não poderemos evitar a contratação de mão-de-
obra externa. Por exemplo, no que se refere à mão-de-obra especializada para execução
de trabalhos em armadura ou cofragens, em que seja benéfico a nível financeiro o
fornecimento separado do material e da mão-de-obra.
Ultrapassada esta fase, tem que ser muito bem pensado e definido em contrato o método
de medição dos trabalhos em causa. É assim essencial definir, por exemplo logo à partida,
se os trabalhos serão faturados à medição (de quantidades executadas) ou à hora. Cada
uma destas opções terá as suas exigências específicas e aplicações mais ou menos
54
adequadas. Não se analisam neste relatório exaustivamente todas as opções possíveis e as
respetivas vantagens e inconvenientes. Apenas se alerta para a necessidade de efetuar uma
análise cuidada desta situação, de modo a evitar incorrer em enormes acréscimos de
custos, decorrentes de critérios de medição e de fiscalização de trabalhos menos corretos.
Salienta-se também a importância, por exemplo, da definição da responsabilidade do
subempreiteiro no que diz respeito aos desperdícios de determinados materiais,
consumidos na execução das suas atividades, como é o caso do aço ou da madeira. No
caso, mais comum, das subempreitadas de mão-de-obra à medição, será o valor medido,
aquele que resulta do produto final, ou a quantidade de material consumido para a sua
execução? São questões como esta que terão que ficar muito bem esclarecidas logo à
partida, de modo a minimizar conflitos e maximizar a eficiência e a rentabilidade da obra.
Nos casos em que a subempreitada de mão-de-obra seja faturada à hora, teremos que
recorrer a métodos que permitam aferir o ponto do pessoal contratado e monitorizar
atentamente o decurso dos seus trabalhos, com vista a garantir uma adequada
produtividade.
3.6.4.7 Subempreitadas de Aluguer de Equipamentos
Poderemos ter ainda situações em que é apenas da responsabilidade de um subempreiteiro
o aluguer de equipamentos para a execução de trabalhos específicos, ou de serviços
prestados a nível global da obra e/ou do estaleiro. Também nestas situações deveremos
consultar previamente os serviços centrais da empresa empreiteira geral, para confirmar
a disponibilidade e os custos inerentes à disponibilização dos equipamentos necessários.
Recorrendo ao serviço de subempreiteiros para o aluguer dos equipamentos, os cuidados
a ter serão muito semelhantes àqueles que foram referidos no subcapítulo anterior relativo
à mão-de-obra alugada. No caso dos equipamentos é mais usual o contrato ser feito à
hora, com base num custo mensal de aluguer. Teremos portanto que basear o nosso
controlo de custos na monitorização dos períodos de funcionamento dos equipamentos, e
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numa correta definição das datas de início e fim relativas à necessidade de utilização de
determinados equipamentos.
3.7 Atividades Reais relevantes desenvolvidas durantes o estágio
Este estágio foi realizado na empresa CONSTRUTORA SÃO JOSÉ CABO VERDE,
S.A, na categoria de Adjunto de Diretor de Obra e sob orientação do Coordenador Sr.
Eng.º João Mateus, Diretor de Obra Pedro Mateus, Adjuntos Gilmar Tavares e João
Lopes.
O estágio abrange o acompanhamento permanente de um empreendimento turístico na
sua fase de execução e preparação. A obra teve início no dia 14/09/2014 e o estágio
decorreu no período compreendido entre 15/07/2016 e 16/12/2016. As atividades aí
desenvolvidas consistiam, essencialmente, na colaboração no controlo de custos,
particularmente, no controlo de mão-de-obra, controlo de materiais e de equipamentos,
entre outras actividades.
O acompanhamento permanente da obra não só permitiu adquirir algum domínio nas
diversas áreas da gestão de um empreendimento, como criou a oportunidade de contactar
e trabalhar com técnicos que apresentam uma vasta experiência na execução, direção,
preparação e orçamentação de obras.
Deste modo, ao longo do estágio procurou-se não só aplicar e desenvolver as
competências obtidas no decorrer da formação académica mas também adquirir novos
conhecimentos no desempenhar do vasto leque de tarefas que envolvem a atividade de
Construção, tendo sempre em conta as suas condicionantes económicas, ambientais,
éticas, legais, técnicas e de segurança.
A disponibilidade dos colegas da empresa, e em particular do orientador do estágio, esteve
sempre presente no esclarecimento de quaisquer dúvidas ou questões que foram surgindo
56
no decorrer do estágio, o que resultou numa melhor integração e rentabilização dos
conhecimentos adquiridos.
Organização de Pessoal e equipamentos
Diariamente, aquando do ínicio de trabalho, todos os trabalhadores passavam por uma
entrada, onde apresentavam obrigatoriamente um cartão de identificação individual
(anexo 9) . Este cartão além de identificar o trabalhador, identifica também a empresa que
presta o serviço afecto à obra. O porteiro contabiliza os cartões de cada subempreiteiro e
procede à marcação numa folha de obra, cujos dados eram posteriormente remetidos pela
estagiária num ficheiro designado mapa mão-de-Obra (anexo 2). Este ficheiro era
atualizado diariamente e enviado para os diretores e coordenador de Obra para análises
possíveis. Do mesmo modo eram controlados os equipamentos utilizados pela empresa
adjudicatária e pelos subempreiteiros que estão a trabalhar na obra e posteriormente
atualizados num ficheiro designado mapa de equipamentos (anexo 3).
No que respeita à produção, o Encarregado e o Diretor de Obra estavam em permanente
contacto na gestão de implementação das técnicas de construção a adotar, os pormenores
construtivos existentes, os prazos de início e para conclusão de atividades, a mão-de-obra
em geral necessária, as falhas a serem corrigidas, os problemas de segurança, e muitas
outras situações debatidas em reuniões de obra. Muitos destes assuntos eram também
tratados em reuniões com a presença da fiscalização de obra.
Elaboração de Autos Mensais
A estagiária garantiu também o seu contributo na elaboração de alguns autos de medição
realizados com periodicidade mensal, sendo posteriormente remetidos para um ficheiro
em formato Excel. Este ficheiro tem por base o orçamento inicial, em relação ao qual vão
sendo inseridas mensalmente as medições dos trabalhos executados ao longo desse
57
período. Essas medições e respetiva coordenação com medições anteriores eram da
responsabilidade do Adjunto do Diretor de Obra em coordenação com o Diretor de Obra
e o Encarregado (anexo 7).
Esta folha contém ainda descrição das diversas atividade, as quantidades e valores
previstas, as quantidades e valores acumuladas já executas, as quantidades e valores
executados nesse período e as quantidades e valores em falta para completar a atividade.
Todas as medições descriminadas são igualmente impressas e devidamente comparadas.
Após a validação, os autos e respetivas medições eram compilados e arquivados por
subempreiteiro permitindo assim uma consulta fácil e posterior faturação e pagamento de
acordo com o acordado entre as partes. Situação similar acontecia com os autos de
medição mensais a remeter para o Dono de Obra.
Controle dos materiais e de produtos de construção fornecidos à obra
Os materiais e produtos de construção adquiridos diretamente em Cabo Verde, aquando
dar entrada em obra, eram rececionados pelo Encarregado que verificava as quantidades
e características, bem como procedia à assinatura das guias em caso de conformidade
entre o descrito e o recepcionado, bem como com a encomenda realizada. Posteriormente,
a estagiária compilava essas guias de transporte (anexo 5) num ficheiro designado de
ficheiro de controlo, dando entrada num dossier próprio para o efeito integrado nos
dossiers da qualidade da obra e encaminhadas para a delegação para serem anexadas às
faturas, de forma a comprovar quantidades, descrição e preço acordado na adjudicação.
Os materiais e produtos de construção provenientes de locais externos a Cabo Verde
(internacionais), apenas eram encaminhados para a obra depois de despacho com a
agência de logística contratada, acompanhado de um guarda alfandegário para devida
inspeção. Assim, procedíamos à verificação de todos os materiais e produtos de
construção com as faturas anexadas (designadas de pack list). É de referir que antes dos
materiais chegarem a obra, o local de descarga estava previamente preparado de modo a
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facilitar a gestão e andamento dos trabalhos e dos respetivos encarregados.
Posteriormente, a estagiária fazia uma compilação de dados referentes aos materiais e
produtos de construção com entrada em obra, num ficheiro de controlo denominado
“Mapa de Stock”. É neste ficheiro que os diretores e coordenador de obra verificavam
constantemente as disponibilidades e faziam a designada gestão de stocks.
No que refere ao armazenamento de materiais produtos de construção, estes dependiam
muito das suas características e tipologia, sendo de uma forma geral distribuídos por
zonas no estaleiro. No entanto materiais como o cimento foram sempre colocados em
zonas secas e abrigados de intempéries. De um modo geral recorria-se a zonas cobertas
do próprio edifício onde não estivessem previstas frentes de trabalhos durante certos
períodos de tempo, isto no armazenamento de materiais e de produtos de construção que
assim o exigiam, não só pelas condições climatéricas, mas também por razões de
segurança e de proteção contra danos.
59
4 ESTUDO DE CASO “EDIFÍCIO LEVEL”
4.1 Apresentação do edifício em estudo
O edifício em estudo denominado “Edifício Level” com uma área de 165,46 m2 conforme
a planta apresentada na Figura 8 destina-se aos serviços VIP daquele estabelecimento
hoteleiro. O estudo de caso consiste em fazer uma análise comparativa dos resultados das
tarefas de apoio à gestão no local da obra (preparação do orçamento com base nos preços
unitários de venda) com os de informações de projeto desenvolvidos com base na
literatura (composição de custos).
Figura 8-Planta do edifício
A empreitada engloba todos os trabalhos de construção civil necessários (Movimento de
Terras, Estruturase Arranjos Exteriores). É sobre estes trabalhos que se irá centrar o
estudo de caso.
60
Para fazer análise comparativa dos resultados das tarefas de apoio à gestão no local da
obra em questão, inicia-se com a descrição do processo de orçamento que é uma das
primeiras etapas depois de medição.
4.2 O processo de orçamentação
O processo de orçamentação esta esquematizado em três importantes etapas: o estudo das
condicionantes, a composição de custos e a determinação do preço aquando do fecho do
orçamento.
De uma forma resumida pode-se referir que, durante a primeira fase estudam-se os
documentos disponíveis, realizam-se visitas de campo e efetuam-se consultas ao cliente.
Em seguida, determina-se o custo, que resulta das avaliações dos processos construtivos,
das definições técnicas, dos custos unitários e compostos associados a cada tarefa, etc.
Finalmente, e para a obtenção do preço de venda da obra, adicionam-se os custos indiretos
e os encargos não industriais, assim como o valor associado aos impostos em vigor e a
margem de lucro adotada pela empresa (Mattos 2006).
4.2.1 Estudo das condicionantes
Todos os orçamentos baseiam-se num projeto, quer este seja básico, ou possua um
elevado grau de pormenorização. É o projeto que define as linhas de orientação do
orçamentista e, a partir dele, são identificadas as tarefas contantes na obra, as respetivas
quantidades, o grau de interferência entre elas, a dificuldade de realização, etc.
A fase de estudo das condicionantes, onde se tornam conhecidas as condições de contorno
da obra, engloba os seguintes passos:
Leitura e interpretação do projeto e especificações técnicas.
61
Leitura e interpretação do caderno de encargos
Visita Técnica
4.2.2 Composição de Custos
A composição de custos é essencialmente a designação dada ao processo de
estabelecimento dos custos necessários para a execução de uma dada atividade. Através
do somatório de preços unitários ou compostos, em que os recursos são multiplicados
pelas respetivas quantidades necessárias à execução de uma unidade de medição de um
determinado trabalho de construção (Manso et al, 2010).
Desta forma, a publicação do LNEC, denominada Informação sobre custos - Fichas de
rendimento, editada desde 1968, contempla a maioria das situações de trabalhos que
ocorrem na construção, com atualizações sucessivas à medida que surge uma nova
publicação, no que se refere à composição de custos. A última edição é de 2010.
Neste relatório ouve uma intercalação entre o LNEC e o GERADOR DE PREÇOS que é
uma base de dados paramétrica e interativa que permite ao utilizador obter o preço para
o artigo escolhido em diferentes países atendendo aos materiais, equipamentos e
processos construtivos selecionados.
Mattos (2006) define a composição de custos como o processo de estabelecimento dos
custos incorridos para a execução de uma atividade, individualizados por recurso (mão-
de-obra, material e equipamento) e de acordo com certos requisitos pré-estabelecidos. Na
composição entram todos os recursos necessários à realização de uma determinada tarefa,
com as suas respetivas unidades, índices (incidência de cada recurso na execução de uma
unidade de medição), custos unitários e totais. Entende-se por custo unitário, o custo de
aquisição de uma unidade do recurso e por custo total, o custo global do recurso na
composição de preços unitários, que pode ser obtido multiplicando o custo unitário pela
incidência de cada recurso numa unidade de trabalho.
62
Segundo o mesmo autor para se obter uma composição de custos apropriada é essencial
efetuar as seguintes etapas:
Identificação das atividades: o custo total é o resultado do custo orçamentado para
cada uma das tarefas integrantes da obra, logo, a origem da quantificação
encontra-se no reconhecimento das atividades e na composição dos preços
simples;
Levantamento de quantidades: todas as atividades identificadas necessitam de
quantificação, pelo que a elaboração do mapa de quantidades é uma das principais
tarefas do orçamentista, no caso do mesmo não fazer parte integrante do projeto,
ou não for suficientemente detalhado. Quando a entidade adjudicante fornece o
mapa de quantidades, torna-se fundamental que o orçamentista obtenha as suas
próprias medições, de modo a poder identificar discrepâncias nas quantidades. O
levantamento das medições deve incluir cálculos baseados em dimensões precisas
fornecidas no projeto (volume de betão armado, área de pavimento, etc.), ou
estimativas (volume de escavação em solo ou rocha, quando são obtidos através
de perfis de sondagens, por exemplo);
Discriminação dos custos diretos: os custos diretos estão associados aos trabalhos
de campo. A composição dos mesmos é considerada como unidade básica, que
pode ser unitária (quando é mensurável, ex. m³ de betão, m² de pintura) ou dada
como verba (quando a atividade não pode ser traduzida numa unidade fisicamente
mensurável, ex. sinalização, reciclagem). Cada composição de custos unitários
contém os recursos da tarefa com os respetivos índices (quantidade de cada
recurso necessária para a realização da atividade) e valor (proveniente da cotação
de preços e da aplicação dos encargos por hora da mão-de-obra). A empresa
poderá usar composições de custos próprias, adquiridas ao longo da sua atividade
no mercado ou, obtê-las em publicações especializadas no custo da construção;
Discriminação dos custos indiretos: os custos indiretos são os que não se
encontram diretamente associados à execução das tarefas da obra, mas que são
63
indispensáveis para que as mesmas possam ser realizadas. Nesta etapa são
dimensionadas as equipas técnicas (engenheiros, encarregados), de apoio
(apontadores) e de suporte (secretárias, seguranças), identificadas as despesas
gerais da obra (materiais de escritório, limpeza), mobilização e desmobilização do
estaleiro, taxas, entre outras despesas;
Cotação de preços: consiste na recolha de preços de mercado para os diversos
recursos da obra, quer estejam integrados nos custos diretos, como nos custos
indiretos. É essencial que seja efetuada uma seleção das composições de custos,
para que o orçamentista possa ter uma listagem completa de todos os recursos do
orçamento;
Definição de encargos sociais: ao orçamentar uma atividade, o empreiteiro deve
atribuir o custo horário a cada recurso de mão-de-obra, no que diz respeito ao
custo que este realmente representa para a empresa. Desta forma, o custo do
operário, não deve ser confundido com o seu salário base, porque na realidade,
este corresponde a um valor bastante superior. O custo deve incluir direito a
verbas extra, relacionadas com os diversos encargos sociais e indemnizatórios
impostos pela legislação e pelas convenções do trabalho, aos quais o empregador
se encontra obrigado, e que serão somadas ao salário base do funcionário. Podem
ainda ser consideradas outras despesas tais como, alimentação, transporte, seguro,
EPI e até horas extra, que refletem um conceito de encargo mais alargado e é
utilizado por vários orçamentistas.
4.2.3 Fecho Orçamental
O fecho do orçamento e a resultante determinação do valor da proposta deve seguir as
etapas abaixo (Mattos 2006),
Definição do lucro: cabe ao empreiteiro definir o lucro que pretende obter com
determinada obra, fundamentado pelas condições internas e externas da mesma,
64
tais como, o tipo de cliente, a concorrência, o risco do empreendimento, entre
outros.
Cálculo da taxa BDI: sobre o custo direto é necessário aplicar um fator que
represente os custos indiretos e o lucro. Este fator de majoração é o BDI –
Benefício e despesas indiretas, geralmente expresso em percentagem.
Revisão do orçamento: na teoria, o BDI deve ser aplicado uniformemente sobre
todas as atividades. No entanto, a empresa construtora pode realizar uma
distribuição não uniforme da taxa em questão, de forma a obter vantagens,
mediante a situação económica do contrato, como por exemplo, aumentar ou
diminuir o preço das tarefas que ocorrem no início e no fim da obra,
respetivamente, aumentando assim a liquidez da empresa durante a fase inicial da
obra. De notar que esta “jogada de preços”, sem alteração do preço de venda, é de
extrema importância quando o orçamentista prevê que as quantidades de certas
tarefas não correspondem ao que irá ser realizado em obra. Se a quantidade de
uma atividade tende a aumentar, aquando da realização da obra, é vantajoso para
o empreiteiro subir, na proposta orçamental, o preço em questão, possibilitando o
aumento do lucro.
4.3 Estrutura de Custos
Entende-se por estrutura de custos, a forma de organizar os custos das empresas, de modo
a que os orçamentos reflitam esses custos com o maior rigor possível. A estrutura habitual
comporta os custos diretos, custos indiretos e custos de estaleiro (Faria, 2010).
Contudo, dependendo do autor, poderão ocorrer ligeiras diferenças no que diz respeito ao
que cada um dos custos engloba. Por essa razão, deverá haver uma especial atenção a este
facto, de modo a não surgirem interpretações baseadas em conceitos errados. É irrelevante
qual o tipo de organização de custos adotado, desde que sejam considerados todos os
custos envolvidos.
65
4.3.1 Custos Diretos
Faria (2010), define custos diretos como sendo os custos dos recursos diretamente
imputáveis às obras, e em particular, às respetivas tarefas (tijolos, pedreiro, betoneira,…).
Deste modo, os custos diretos das atividades podem ser retratados pela expressão abaixo,
em que CMO, CMAT e CEQ, representam os custos de mão-de-obra, material e
equipamento, respetivamente.
𝐶𝐷 = 𝐶𝑀𝑂 + 𝐶𝑀𝐴𝑇 + 𝐶𝐸𝑄
Em que:
𝐶𝑀𝑂 =∑𝐶𝑚𝑜𝑖
𝑖
× 𝑟𝑚𝑜𝑖
𝐶𝑀𝐴𝑇 =∑𝐶𝑚𝑎𝑡𝑘
𝑘
× 𝑟𝑚𝑎𝑡𝑘
𝐶𝐸𝑄 =∑𝐶𝑒𝑞𝑗𝑗
× 𝑟𝑒𝑞𝑗
Onde:
𝐶𝑚𝑜𝑖 Custo unitário da mão-de-obra “i”,
𝐶𝑚𝑎𝑡𝑘 Custo unitário do material “k”
𝐶𝑒𝑞𝑗 Custo unitário do equipamento “j”
𝑟𝑚𝑜𝑖Rendimento da mão-de-obra “i”,
𝑟𝑚𝑎𝑡𝑘 Rendimento do material “k”
𝑟𝑒𝑞𝑗 Rendimento do equipamento “j”
Para o cálculo do custo unitário da mão-de-obra
66
𝐶𝑚𝑜𝑖 =𝑉𝑚𝑖 × 12
𝑁𝐻𝑇𝑆 × 52(1 + 𝐸)
Sendo:
𝑉𝑚𝑖Vencimento mensal líquido do tipo de mão-de-obra “i” x 12 meses
𝐸Percentagem de encargos a considerar (em número decimal) para o qual se deverão
ter em consideração os estudos realizados pelas associações de empreiteiros (AICCOPN,
AECOPS).
𝑁𝐻𝑇𝑆 Números de horas trabalhada semanalmente x 52 semanas
Custos de materiais (cmat)
Custo de cada unidade de compra de um material simples (entendido como
recurso)
Também chamado por vezes “custo simples”
Deverá atender-se ao seguinte:
Transporte está incluído?
Descontos (entram no orçamento?)
Quem paga o transporte dentro do estaleiro
Quebras (as quebras e os desperdícios devem ser incluídas no
rendimento);
Para determinar os custos de equipamento (Ceq), considera-se que se podem obter esses
custos para o conjunto da empresa num determinado período, ou para uma determinada
67
obra. No primeiro caso, o custo do equipamento é igual ao custo médio por unidade de
tempo, que depende de um período de análise (normalmente de um ano), e das horas
previstas de funcionamento para esse período. Quando se pretende que o custo seja
determinado para uma obra, o custo é obtido por:
𝐶𝑒𝑞𝑗 =𝐶𝑇𝐻
Em que:
𝐶𝑇 Custo total do equipamento para a obra
𝐻 Horas de trabalho real previsto para o equipamento na referida obra
O valor de 𝐶𝑇 é calculado pela seguinte expressão:
𝐶𝑇 = 𝐶𝑝 × (1 + 𝐾) × 𝑇 + 𝐶𝑚 × 𝑡 + 𝐶𝐶𝑅𝐶 × 𝑇 + 𝐶𝑇𝑀𝐷
Em que:
𝐶𝑝 Custo unitário de posse do equipamento.
𝐶𝑚 Custo unitário de manobra do equipamento = somatório dos 𝐶𝑚𝑜𝑖 dos diversos
homens que trabalham com o equipamento.
𝐶𝐶𝑅𝐶Custo unitário de conservação, reparação e consumo
𝐶𝑇𝑀𝐷Custo de transporte, montagem e desmontagem
𝑇Tempo de permanência do equipamento em obra
68
𝑡Tempo que os manobradores estão afetos ao equipamento; 𝑡 = 𝛹𝐻 𝑠𝑒𝑛𝑑𝑜 𝛹 ≥ 1,0
Naturalmente que se verifica a relação 𝐻 ≤ 𝑡 ≤ 𝑇.
𝐾 Parâmetro de imobilização do equipamento em estaleiro central (normalmente
avaliado para 1 ano)
𝑘 =ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜𝑠 − ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑝𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑎𝑠
ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑝𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑎𝑠
H é normalmente avaliado por
𝐻 =𝑃
𝑅𝑚
Sendo:
𝑃 Quantidade de tarefa a executar na obra
𝑅𝑚Rendimento médio do equipamento na execução da tarefa
4.3.2 Custos Indiretos
Os custos indiretos são, segundo Faria (2010), os custos associados à vida da empresa e
que não são diretamente imputáveis às obras, tais como, salários de pessoal do escritório,
administração, custos vários referentes ao funcionamento da sede, etc.
Tisaka, M (2009) refere que a obtenção da taxa relativa às despesas da administração
central, pode ser feita através de demonstrações contabilísticas e financeiras, constantes
no balanço anual da empresa. Contudo não se trata de uma tarefa simples, pois depende
dos gastos de cada empresa, que são extremamente variáveis em função do seu porte e
dos contratos que administram. As despesas da administração central são aquelas que
69
incorrem num determinado período, na sede da empresa, e que se encontram relacionadas
com os gastos dos salários de todo o pessoal administrativo e técnico (denominada mão-
de-obra indireta), dos imóveis, do mobiliário, da oficina de manutenção geral, veículos,
aluguéis, consumos de energia, água e telecomunicações, das refeições, do transporte, do
combustível, materiais de escritório e de limpeza, dos equipamentos (computadores,
impressoras, aparelhos climatizadores,…), etc. Deste modo, considera-se que, a taxa de
administração central “i”, é dada pela seguinte fórmula:
𝑖 = 𝑅𝑎𝑐 × 𝐷𝑒𝑎𝑐
Onde:
𝑅𝑎𝑐Rateio da administração central
𝐷𝑒𝑎𝑐Despesas específicas da administração
Após serem estabelecidos os critérios específicos para uma determinada empresa, torna-
se mais fácil calcular o rateio da administração central (Rac) para uma certa obra. Rateio
é então a parcela de despesa da administração central, debitada a determinada obra,
segundo os critérios estabelecidos pela direção da empresa. A determinação deste valor
baseia-se na média mensal dos gastos da estrutura administrativa e operacional da
empresa, incluindo todas as despesas de consumo do escritório central. Uma vez obtido
o total das despesas mensais da administração central, é necessário saber qual é a cota de
despesas que caberia a uma determinada obra, tendo em conta, o valor da faturação
mensal da empresa, o valor contratual da obra e o método de faturação, as despesas diretas
mensais e o prazo de execução da obra em causa. Em suma, a taxa do rateio da
administração central é dada por:
𝑅𝑎𝑐 =𝐷𝑀𝐴𝐶 × 𝐹𝑀𝑂 ×𝑁
𝐹𝑀𝐴𝐶 × 𝐶𝐷𝑇𝑂× 100
Em que:
70
𝐷𝑀𝐴𝐶Despesa mensal da administração central
𝐹𝑀𝑂Faturação mensal da obra
𝑁Prazo da obra em meses
𝐹𝑀𝐴𝐶Faturação mensal da administração central
𝐶𝐷𝑇𝑂Custo direto total da obra.
O custo indireto situa-se geralmente entre os 5% e 30% do custo total da empreitada e
oscila em função dos seguintes aspetos: localização geográfica, política da empresa, prazo
e complexidade da obra (um elevado grau de dificuldade tende a uma maior supervisão
de campo e suporte) (Mattos, 2006).
4.3.3 Custo de Estaleiro
Faria (2010), define custos de estaleiro como sendo os custos imputáveis a uma dada obra,
mas que não podem ser imputados às atividades do orçamento, tais como salários de
pessoal de chefia, aluguer de contentores, vedações, vias de acesso provisórias e
equipamentos não imputados aos custos diretos. O cálculo é efetuado através da
realização de um orçamento para a montagem, desmontagem e operação do estaleiro.
De acordo com o mesmo autor, a montagem do estaleiro deve, entre outros, contemplar
as plataformas e acessos, vedação, infraestruturas (redes de água, esgotos e eletricidade),
montagem de instalações (alvenaria, pré-fabricados, etc.), montagem de equipamento
(grua, central de betão, caminho de rolamento, etc.), aluguer de equipamento (grua,
central de betão, betoneira, etc.), mão-de-obra de estaleiro (encarregado, apontador,
ferramenteiro, manobrador de grua, central, betoneira, guarda, etc.), aluguer de
instalações (pré-fabricadas, equipamento de instalações) e despesas gerais (água, energia,
telecomunicações, material de escritório, etc.). No que respeita à montagem do estaleiro,
há que ter em consideração a desmontagem de instalações (alvenarias, pré-fabricadas),
71
desmontagem do equipamento (grua, central de betão, caminho de rolamento, etc.) e
tarefas diversas.
4.3.4 Preço de Venda
O Preço de Venda é, segundo Faria (2010), calculado pela expressão que se segue:
𝑃𝑉 = 𝐶𝐷 + 𝐶𝐼 + 𝐶𝐸 + 𝐿
Em que:
𝐶𝐷 Custos diretos
𝐶𝐼Custos indiretos
𝐶𝐸Custo de estaleiro
𝐿Lucro correspondente
Estes parâmetros estão relativamente explicados nos pontos anteriores
Segundo Tisaka (2009) o Preço de Venda é o valor monetário do custo, acrescido do BDI.
O custo não é mais que o resultado de todos os custos unitários, associados às atividades
necessárias para a construção, complementado pelos custos referentes às infraestruturas
necessárias à realização da obra.
Para a obtenção do preço de venda (Pv), o autor indica a seguinte fórmula:
72
𝑃𝑉 = 𝐶𝐷 × [1 +𝐵𝐷𝐼
100]
Onde:
𝐶𝐷Custo direto
𝐵𝐷𝐼Benefício e despesas indiretas
O BDI é o resultado da margem de lucro pretendida pela empresa, somada a todas as
despesas indiretas calculadas para determinada obra. O resultado desta operação depende
de uma série de variáveis entre as quais se destacam, o tipo de obra, o valor do contrato,
o prazo de execução, o volume de faturação da empresa e o local de execução da obra.
Contudo, para a execução de obras com projetos especiais, complexos ou de maior
dimensão, recomenda-se que o BDI seja calculado para cada situação, tendo em
consideração as particularidades físicas e técnicas de cada uma delas. Cada empresa, ao
compor o BDI, para efeitos de proposta orçamental, deve avaliar tecnicamente qual a
estrutura mínima que deve ser exigida, tendo em conta que, um valor demasiado baixo
pode comprometer uma boa gestão do contrato. Avaliar os gastos necessários para que a
mesma possa desempenhar dentro da normalidade, a execução da obra, torna-se
fundamental.
O mesmo autor salienta ainda que, no cálculo do BDI é importante considerar uma taxa
de risco do empreendimento, que é aplicável aos contratos por preços unitários ou preço
global, de forma a cobrir eventuais incertezas decorrentes da omissão de serviços,
quantidades irrealistas ou insuficientes, projetos indefinidos, especificações deficientes,
etc. Esta taxa é determinada em percentagem sobre o custo direto da obra. No caso de
contratos com pagamentos a prazo, deve ser considerada também uma compensação
monetária decorrente do desfasamento entre a data do financiamento pela entidade
executante e a data do pagamento efetivo pelo dono de obra. Note-se que, em qualquer
73
tipo de faturação, há que ter em conta os impostos associados, que devem fazer parte dos
cálculos para obtenção do BDI.
No que diz respeito ao lucro (ou benefício), Tisaka (2009) define como sendo a parcela
destinada a remunerar o custo do capital aplicado, capacidade administrativa, de gestão e
tecnológica adquirida com a experiência no ramo da construção, responsabilidade pela
administração do contrato e condução da obra através da estrutura organizacional da
empresa e investimento na formação profissional dos técnicos. Após várias análises
efetuadas, considera-se que a taxa de lucro a ser atribuída no BDI deva rondar os 10%,
qualquer que seja o tipo e montante da obra em questão, podendo ter variações de 5%,
para mais ou para menos.
Segundo Sardinha (1995) o método de determinação de preço denominado “Mark-up” é
a adição da margem de lucro desejada sobre os custos do produto, sendo que esta deve
cobrir todas as outras despesas não incluídas nos custos do produto, além de permitir um
retorno razoável aos investidores. Ou seja, o cálculo da taxa “mark-up”, a aplicar ao custo
industrial, é um fator representativo dos encargos não industriais e do lucro líquido.
Na realidade, o conceito “mark-up” é similar ao conceito BDI (benefício e despesas
indiretas) abordado acima. Assim, este fator multiplicativo deve incluir todos os gastos
que não possam estar incluídos no mapa de quantidades da obra, por não estarem
relacionados de forma direta com esta. Deste modo, além do lucro desejado, e necessário
para o empreiteiro, a taxa de “mark-up” deverá compreender gastos de diversas naturezas
tais como: despesas com administração central; despesas financeiras; despesas devido a
riscos e imprevistos.
A análise comparativa consiste em fazer a confrontação entre o preço de venda baseado
nas informações de orçamentos de obras de edifícios em Cabo Verde elaborados por
empreiteiros e o custo de fabrico obtido através das Tabelas do LNEC em conjunto com
o gerador dos preços.
74
4.4 Método Utilizado para determinação do Custo de Fabrico
4.4.1 Gerador de Preços cype
O Gerador de Preços é uma base de dados paramétrica e interativa que permite ao
utilizador obter o preço para o artigo escolhido em diferentes países atendendo aos
materiais, equipamentos e processos construtivos selecionados. O Gerador de preços é o
caminho mais direto para chegar ao custo real do seu projeto, uma vez que permite a
obtenção de custos de construção ajustados ao mercado. Além disso, facilita a elaboração
de documentação de qualidade (completa, consistente e com informação técnica
vinculada a cada unidade de obra), útil para as distintas fases do ciclo de vida do edifício
(estudos prévios, projeto de licenciamento e de execução, direção e execução da obra,
utilização e manutenção, desconstrução e reciclagem final). Inclui produtos de fabricantes
e produtos genéricos.
À diferença relativamente a outras bases de dados de preços é que o gerador de preços
para construção civil da CYPE Ingenieros tem em conta as características concretas de
cada obra para gerar preços específicos para o orçamento do projeto.
A seguir apresenta um exemplar de ficha da operação de construção através de Gerador
de preço Tabela 2
75
Tabela 2-Ficha da operação de construção "Gerador do Preço"
4.4.2 Tabelas LNEC
O Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) é a fonte de informação nacional
mais estabilizada relativamente ao assunto em estudo, apresentando uma filosofia
baseada em preços compostos. Por esse motivo optou-se por evidenciar, neste capítulo, a
importância desta fonte de informação nacional, como base na formulação dos preços na
construção civil e, consequentemente, no modelo proposto neste relatório.
As denominações das operações de construção são baseadas nas designações
correntemente utilizadas aquando da realização das medições dos trabalhos inerentes a
cada tarefa ou elemento de construção.
Na Tabela 3, encontra-se representada uma ficha tipo de operação de construção, que se
refere à execução de cofragem melhorada para betão aparente, com solho escolhido e uma
EHS0 10 m³
Ud Descrição Rend.
Preço
unitário Importância
Ud Separador homologado para pilares. 12,000 7,29 87,48
kg Aço em varões nervurados, A400 NR, fornecido em obra
em varões sem elaborar, de vários diâmetros.
126,000 79,08 9964,08
kg Arame galvanizado para atar, de 1,30 mm de diâmetro. 0,840 130,59 109,70
m² Chapa metálica de 50x50 cm, para cofragem de pilares de
betão armado de secção rectangular ou quadrada, de até
3 m de altura, inclusive p/p de acessórios de montagem.
0,384 5698,29 2188,14
Ud Escora metálica telescópica, até 3 m de altura. 0,119 2046,33 243,51
l Agente desmoldante, à base de óleos especiais, 0,480 234,91 112,76
m³ Betão C25/30 (XC1(P) D12; S3; Cl 0,4), fabricado em
central, segundo NP EN 206-1.
1,050 12754,07 13391,77
h Camião bomba estacionado na obra, para bombagem de 0,158 14261,08 2253,25
h Oficial de 1ª cofrador. 6,405 435,08 2786,69
h Ajudante de cofrador. 7,320 274,86 2011,98
h Oficial de 1ª armador de ferro. 0,988 435,08 429,86
h Ajudante de armador de ferro. 1,098 274,86 301,80
h Oficial de 1ª estruturista, em trabalhos de betonagem. 0,114 435,08 49,60
h Ajudante de estruturista, em trabalhos de betonagem. 0,458 274,86 125,89
% Custos directos complementares 2,000 34056,51 681,13
Total: 34737,64
mo092
mq06bhe010
mo044
mo091
mo043
mo090
mo045
mt07aco040e
mt08var050
mt08eup010a
mt50spa081a
mt08dba010b
mt10haf020jgngc
Pila r re c ta ngula r ou qua dra do de be tã o a rma do.
Pilar de secção rectangular ou quadrada de betão armado, de 25x25 cm de secção média, realizado com betão C25/30 (XC1(P); D12; S3; Cl
Unitário
mt07aco020b
76
face aparelhada em vigas de médias dimensões incluindo descofragem, limpeza e
arrumação (uma utilização)
Tabela 3-Ficha da operação de construção "LNEC "
Em que:
[1] Número de ordem da operação;
[2] Código da operação constituído por um máximo de 5 dígitos em que os três últimos
algarismos indicam o artigo, e os dois primeiros o capítulo;
[3] Unidade de medição;
[4] Data dos preços simples (Dez/ 03);
Unitários Totais
1,000 m Prumo de pinho (diâmetro 8-12 cm) 0,99 0,99
0,010 Barrote de pinho meia-quadra com 10cm x 10cm 234,73 2,35
0,060 l Óleo de descofragem 1,39 0,08
12,000 m Ripa de telhado com 9,Ocm x 2,5cm 0,35 4,20
0,260 kg Prego meia galeota 1,31 0,34
0,140 kg Prego galiola 1,31 0,18
0,025 Sarrafo de pinho em tosco cI 5,5cm x 5,5cm 301,58 7,54
1,210 Solha de pinho com uma face aparelhada 9,23 11,17
26,85
1,341 h Servente 6,21 8,33
3,024 h Carpinteiro de toscos 7,16 21,65
29,98
56,83
62,52
67,52
CUSTO DA OPERAÇÃO (Sflucro. % Custos Indirectos de 10.0%)
CUSTO TOTAL DA OPERAÇÃO (% de Lucros de 8.0%)
Data: Dez/03 DESCRIÇÃO DA OPERAÇÃO (Unidade= )IC-285
Codigo:3108
CUSTO DIRECTO (coef. Eficiencia =1,00)
Incid. no Custo Directo: MATERIAIS = 47.2% EQUIPAMENTOS =0.0% MÃO-DE-OBRA=52,8%
Quantidade Unidade Descrição dos RecursosCustos
Execução de cofragem melhorada para betão aparente, com solha escolhido e uma face aparelhada em
vigas de médias dimensões incluindo descofragem, limpeza e arrumação (uma utilização)
𝑚
𝑚
𝑚
(€)
𝑚 1
2
5
12
11
10
77
[5] Descrição da operação de construção;
[6] Quantidade, unidade, descrição e custos (unitário e total), dos diferentes materiais
necessários para a realização da unidade de medição da operação de construção;
[7] Quantidade, unidade, descrição dos diferentes equipamentos necessários para a
realização da unidade de medição da operação de construção, com os respetivos custos
unitários e totais;
[8] Quantidade, unidade, descrição da mão-de-obra necessária para a realização da
unidade de medição da operação de construção, com o respetivo custo unitário e total;
[9] Custo direto da operação de construção, calculado como o somatório dos custos totais
dos recursos envolvidos na execução da operação, bem como das operações auxiliares,
não sendo assim considerados encargos de estaleiro e outros, nomeadamente os devidos
ao pessoal técnico e os encargos gerais diretamente envolvidos com a execução da
operação. O coeficiente de eficiência indicado (1.00) é função das condições particulares
de organização da obra e eficiência das equipas de trabalho;
[10] Incidência (em percentagem) dos vários recursos utilizados (materiais, equipamentos
e mão-de-obra) no custo direto da operação de construção;
[11] Custo da operação, incluindo a indicação da percentagem de custos indiretos;
[12] Custo total da operação, com a indicação da percentagem atribuída aos lucros e
imprevistos.
A publicação do LNEC refere ainda que os preços dos recursos simples (materiais,
equipamentos e mão-de-obra), assim como os preços compostos e rendimentos
apresentados em cada operação de construção, deverão ser considerados como valores de
referência, tornando indispensáveis possíveis correções, de acordo com os objetivos de
cada empresa. De notar que é de extrema importância avaliar as variações dos
rendimentos de mão-de-obra, que se encontram dependentes das condições da obra e da
eficiência com que o trabalho se desenvolve em cada empresa. No caso das empresas que
78
não dispõem de dados estatísticos próprios que lhes permitam conhecer os seus
rendimentos de mão-de-obra, a publicação fornece os coeficientes tradutores da eficiência
de trabalho que poderão ser aplicados caso a caso (ver Tabela 4), ou de forma
autonomizada, caso a empresa possua uma base informática de suporte de dados.
Relativamente às quantidades de materiais e equipamentos empregados nas operações de
construção, deve-se considerar que são contantes.
Tabela 4-Coeficientes Tradutores da Eficiência de Trabalho
A forma como são aplicados os coeficientes propostos depende sobretudo da
sensibilidade do orçamentista, no entanto, existem bastantes empresas que, em
alternativa, aplicam coeficientes observados nas obras realizadas pela própria empresa.
Verifica-se de novo, a importância da experiência, como o fator essencial para a
realização de um orçamento com possibilidades de sucesso.
Normalmente os recursos são divididos em materiais, mão-de-obra, equipamentos e
subempreitadas exemplo Tabela 5 de 8m2 de cofragem melhorada:
79
Tabela 5-Exemplo de ficha de custos (euros)
Item Descrição Un Quantidade
06.01.03
Execução de cofragem melhorada para betão
aparente, com solha escolhido e uma face aparelhada
em vigas de médias dimensões incluindo
descofragem, limpeza e arrumação (uma utilização)
m2 8,00
Tipo Descrição Un Qte Preço de
tabela Desc %
Preço
final Valor
Servente hr 1,34 6,21 6,21 8,33
Carpinteiro de toscos hr 3,02 7,16 7,16 21,65
- -
- -
- -
- -
- -
29,98
Prumo de pinho (diâmetro 8-12 cm) m 1,00 0,99 - 0,99 0,99
Barrote de pinho meia-quadra com 10cm x 10cm m3 0,01 234,73 - 234,73 2,35
Óleo de descofragem l 0,06 1,39 - 1,39 0,08
Ripa de telhado com 9,Ocm x 2,5cm m 12,00 0,35 0,35 4,20
Prego meia galeota kg 0,26 1,31 1,31 0,34
Prego galiola kg 0,14 1,31 1,31 0,18
Sarrafo de pinho em tosco cI 5,5cm x 5,5cm m3 0,03 301,58 301,58 7,54
Solha de pinho com uma face aparelhada m2 1,21 9,23 9,23 11,17
- -
- -
- -
- -
- -
26,85
- -
- -
- -
- -
- -
- -
- -
-
- -
- -
- -
- -
- -
-
56,83
56,83
454,64
TotalPreço unitário
56,83
Total
Subtotal de Mão-de-obra
Mão-de-obra
Materiais
Equipamentos
Subtotal de Equipamentos
Subtotal de Materiais
Subempreiteiro
Subtotal de Subempreiteiro
Custo de fabrico (Mo+Mat+Eq)
80
4.5 Determinação do Orçamento do “Edifício Level”
A determinação do custo de um empreendimento é iniciada na fase de projeto, estando
dependente, sobretudo, da natureza, exigência e complexidade do mesmo. A primeira
estimativa de custo é calculada pelo autor de projeto, fazendo parte integrante das peças
escritas. Esta estimativa é orientada por um conjunto de fatores, nomeadamente os de
natureza financeira, que têm interesse capital para o dono de obra, impondo limitações ao
custo final da empreitada. Para além dos aspetos económicos, o custo da obra é limitado
pelos objetivos operacionais do empreendimento, que condiciona as escolhas dos
materiais, dos equipamentos, das instalações e dos métodos de construção, condições
estas, orientadas pelo dono de obra e reproduzidas no projeto pelo autor do mesmo.
Sob a perspetiva do empreiteiro, a elaboração do orçamento para uma obra, tem como
finalidade obter o preço pelo qual se propõem realizar a empreitada que, de uma forma
primária, deve refletir o somatório das despesas associadas à execução da empreitada e
respetivo lucro.
Assim, a formulação de preços na construção civil é um processo que visa apropriar
unitariamente os custos de cada serviço, por discriminação dos recursos a fim de se
determinar um preço de venda.
Em alguns projetos, as medições não separam os artigos em operações de construção de
betão, de cofragem e de armaduras. Nesses casos, o preço do betão armado corresponde
à agregação dos 3 preços. Em estimativas orçamentais, é normal usar-se este preço por
ser mais fácil de compor. Neste relatório optou-se pela determinação do preço composto:
Segue-se, assim, uma breve apresentação de como determinar esse tipo de preço:
𝑷𝑽(𝟏𝒎𝟑𝑩𝑨) = 𝑷𝑽(𝟏𝒎
𝟑𝑩) + 𝒅𝒄𝒐𝒇 × 𝑷𝑽(𝟏𝒎𝟐𝑪𝒐𝒇) + 𝒅𝒂𝒓𝒎 × 𝑷𝑽(𝟏 𝒌𝒈 𝒂𝒓𝒎)
81
Em que:
𝑃𝑉(1𝑚 𝐵𝐴)Preço de venda de 1𝑚 de betão Armado
𝑃𝑉(1𝑚 𝐵) Preço de venda de 1𝑚 de betão da classe x…
𝑃𝑉(1𝑚 𝐶𝑜𝑓) Preço de venda de 1𝑚 de cofragem.
𝑃𝑉(1 𝑘𝑔 𝑎𝑟𝑚) Preço de venda de 1𝑘𝑔 de armadura.
𝑑𝑐𝑜𝑓Densidade de cofragem=Á𝑟𝑒𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑐𝑜𝑓𝑟𝑎𝑔𝑒𝑚
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑏𝑒𝑡ã𝑜
𝑑𝑎𝑟𝑚Densidade de armadura=𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑎𝑟𝑚𝑎𝑑𝑢𝑟𝑎
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑏𝑒𝑡ã𝑜
4.5.1 Preço de Venda (pesquisa de preços)
A partir dos preços unitários de venda, conjugados com as quantidades de cada atividade
obtidas através do Mapa de Quantidades, procedeu-se então a elaboração de cálculos em
Excel para a obtenção do Preço de Venda da obra, através da informação de obras
semelhantes (orçamentos de empreiteiros de Cabo Verde). O valor total é de 88.915,01
Euros, conforme a Tabela 6. Convém referir que nem todas as operações de construção
do Edifício Level estão contempladas no cálculo do orçamento (em anexo 10 ficha de
rendimentos).
82
Tabela 6-Preço de venda de cada atividade(escudos Cabo Verde)
Codig. Designação Un Quant. Preço Unit. Preço Total(ESCV) Preço
Total(euros)
1 Movimento de terra
1.1Escavação mecânica de terreno para abertura da
vala de fundaçãom3 53,48 950,00 50 806,00 460,76
2 Betonagens
2.1
Betão de limpeza em base de sapatas, incluindo
todos os trabalhos necessários para sua boa
execução.
m3 1,25 14 000,00 17 472,00 158,45
2.2Fornecimento e execução betão armado da classe
C20/25, Aço A400, incluindo cofragens.
2.2.1 Sapata m3 4,15 28 000,00 116 200,00 1 053,82
2.2.2 Vigas de Fundação m3 3,73 28 000,00 104 440,00 947,17
2.2.3 pilares m3 1,94 50 120,00 97 232,80 881,81
2.2.4 Vigas m3 6,93 50 063,00 346 936,59 3 146,39
4 Pavimentação
4.1 Enrocamento de pedra para pavimentação. m2 163,73 1 200,00 196 476,00 1 781,85
4.2 Massame de betão sobre pavimentação. m2 163,73 2 200,00 360 206,00 3 266,73
4.3Betonilha de regularização para assentamento de
mosaico.m2 162,74 2 100,00 341 754,00 3 099,39
4.4Fornecimento e assentamento de mosaico
ceramico.m2 162,74 8 200,00 1 334 468,00 12 102,37
5 Alvenaria
5.1Fornecimento e assentamento de alvenaria simples
em blocos com 40x20x10cm.m2 8,50 1 800,00 15 300,00 138,76
5.2Fornecimento e assentamento de alvenaria simples
em blocos com 40x20x15cm.m2 62,80 1 900,00 119 320,00 1 082,12
5.3Fornecimento e assentamento de alvenaria simples
em blocos com 40x20x20cm.m2 145,50 2 000,00 291 000,00 2 639,10
6 Cobertura de Madeira
6.1
Fornecimento e colocação de cobertura em madeira
, incluíndo ripas e todos os trabalhos necessários
e complimentares mais isolamento
m2 283,60 24 000,00 6 806 400,00 61 727,66
Preço Venda (Pesquisa)
83
Tabela 6-Preço de venda de cada atividade (continuação)
7 Revestimento de Paredes
7.1
Reboco liso com acabamento lavado realizado com
argamassa de cal sobre um paramento exterior,
prévia colocação de malha anti-álcalis nas
mudanças de material e nas testas de laje.
m2 515,85 820,00 422 997,00 3 836,19
7.2
Ladrilhamento com azulejo acabamento liso, 20x40
cm, 8 €/m², capacidade de absorção de água
E>10%, grupo BIII, resistência ao deslizamento até
15, colocado sobre uma superfície suporte de
alvenaria em paramentos interiores, através de
argamassa de cimento M-5, com junta aberta
(separação entre 3 e 15 mm); com cantoneiras de
PVC e peças de ângulo de PVC.
m2 46,49 3 200,00 148 768,00 1 349,19
7.3
Tinta de cal Classical "REVETÓN", cor a Branca,
aplicada com trincha, rolo ou pistola, através de
demão de primário (rendimento 0,1 l/m²) e demão
de acabamento (rendimento 0,1 l/m²), sobre
paramento vertical de argamassa de cal ou
argamassa bastarda de cal .
m2 515,85 700,00 361 095,00 3 274,79
8 Equipamento Sanitario
8.1
Fornecimento e colocação de sanita de porcelana
sanitária, com tanque baixo e saída para ligação
vertical, série Giralda "ROCA", cor branco, de
390x680 mm.
un 6,00 56 000,00 336 000,00 3 047,20
8.2
Urinol de porcelana sanitária, com alimentação
superior à vista, modelo Mural "ROCA", cor
Blanco, de 330x460x720 mm, equipado com torneira
de passagem angular para urinol, com tempo de
fluxo ajustável, acabamento cromado, modelo
Instant.
Un 2,00 69 667,00 139 334,00 1 263,63
8.3
Lavatório de porcelana sanitária, sob tampo,
modelo Berna "ROCA", cor Blanco, de 560x420
mm, equipado com torneira monocomando de
prateleira para lavatório, com cartucho cerâmico e
limitador de caudal a 6 l/min, acabamento cromado,
modelo Thesis, e escoamento, acabamento
cromado com sifão curvo.
un 10,00 55 000,00 550 000,00 4 987,98
8.4
Fornecimento e colocação de conjunto de
saboneteira simples, incluindo toalheiro e porta
rolo.
un 6,00 24 000,00 144 000,00 1 305,94
9 Eletricidade
9.1
Execução de trabalhos de electricidade, incluindo
aparelhagens e todos os trabalhos necessários
para o seu bom funcionamento S/Contador Geral.
Vg 1,00 470 000,00 470 000,00 4 262,46
9 804 214,00 88 915,01 Total
84
4.5.2 Custo de Fabrico (Tabelas LNEC e Gerador de Preços)
A obtenção do custo de fabrico foi feita através de consultas de Fichas de Rendimentos
do LNEC e do Gerador de Preços Cypecad, conjugadas com o resumo de todas as
quantidades. Procedeu-se, então, à elaboração de cálculos no Excel para determinar o
custo de fabrico total de 65.633,81Euros, conforme apresentado na Tabela 7.
Tabela 7-Custo de Fabrico das atividades
Codig. Designação Un Quant. Custo Unit. Custo
Total(ESCV)
Custo
Total(euros)
1 Movimento de terra
1.1Escavação mecânica de terreno para abertura da
vala de fundaçãom3 53,48 725,27 38 787,44 351,77
2 Betonagens
2.1
Betão de limpeza em base de sapatas, incluindo
todos os trabalhos necessários para sua boa
execução.
m3 1,25 11 851,92 14 791,20 134,14
2.2Fornecimento e execução betão armado da
classe C20/25, Aço A400, incluindo cofragens.
2.2.1 Sapata m3 4,15 22 363,21 92 807,32 841,68
2.2.2 Vigas de Fundação m3 3,73 25 012,00 93 294,76 846,10
2.2.3 pilares m3 1,94 34 056,51 66 069,63 599,19
2.2.4 Vigas m3 6,93 32 385,13 224 428,95 2035,36
4 Pavimentação
4.1 Enrocamento de pedra para pavimentação. m2 163,73 676,12 110 701,13 1003,96
4.2 Massame de betão sobre pavimentação. m2 163,73 1 426,14 233 501,90 2117,64
4.3Betonilha de regularização para assentamento
de mosaico.m2 162,74 1 271,69 206 954,83 1876,89
4.4Fornecimento e assentamento de mosaico
ceramico.m2 162,74 6 144,31 999 925,01 9068,38
5 Alvenaria
5.1Fornecimento e assentamento de alvenaria
simples em blocos com 40x20x10cm.m2 8,50 851,77 7 240,05 65,66
5.2Fornecimento e assentamento de alvenaria
simples em blocos com 40x20x15cm.m2 62,80 1 155,21 72 547,19 657,93
5.3Fornecimento e assentamento de alvenaria
simples em blocos com 40x20x20cm.m2 145,50 1 381,11 200 951,51 1822,44
6 Cobertura de Madeira
6.1
Fornecimento e colocação de cobertura em
madeira , incluíndo ripas e todos os trabalhos
necessários e complimentares mais isolamento
m2 283,60 16 700,00 4 736 120,00 42952,16
Custo de Fabrico (Bibliográfico)
85
Tabela 7-Custos de Fabrico das Atividades (continuação)
7 Revestimento de Paredes
7.1
Reboco liso com acabamento lavado realizado
com argamassa de cal sobre um paramento
exterior, prévia colocação de malha anti-álcalis
nas mudanças de material e nas testas de laje.
m2 515,85 654,85 337 804,37 3063,57
7.2
Ladrilhamento com azulejo acabamento liso,
20x40 cm, 8 €/m², capacidade de absorção de
água E>10%, grupo BIII, resistência ao
deslizamento até 15, colocado sobre uma
superfície suporte de alvenaria em paramentos
interiores, através de argamassa de cimento M-
5, com junta aberta (separação entre 3 e 15 mm);
com cantoneiras de PVC e peças de ângulo de
PVC.
m2 46,49 2 315,60 107 652,24 976,30
7.3
Tinta de cal Classical "REVETÓN", cor a
Branca, aplicada com trincha, rolo ou pistola,
através de demão de primário (rendimento 0,1
l/m²) e demão de acabamento (rendimento 0,1
l/m²), sobre paramento vertical de argamassa de
cal ou argamassa bastarda de cal .
m2 515,85 555,07 286 332,86 2596,77
8 Equipamento Sanitario
8.1
Fornecimento e colocação de sanita de
porcelana sanitária, com tanque baixo e saída
para ligação vertical, série Giralda "ROCA", cor
branco, de 390x680 mm.
un 6,00 53 784,53 322 707,18 2926,65
8.2
Urinol de porcelana sanitária, com alimentação
superior à vista, modelo Mural "ROCA", cor
Blanco, de 330x460x720 mm, equipado com
torneira de passagem angular para urinol, com
tempo de fluxo ajustável, acabamento cromado,
modelo Instant.
un 2,00 56 351,11 112 702,22 1022,10
8.3
Lavatório de porcelana sanitária, sob tampo,
modelo Berna "ROCA", cor Blanco, de 560x420
mm, equipado com torneira monocomando de
prateleira para lavatório, com cartucho cerâmico
e limitador de caudal a 6 l/min, acabamento
cromado, modelo Thesis, e escoamento,
acabamento cromado com sifão curvo.
un 10,00 48 674,85 486 748,50 4414,351789
8.4
Fornecimento e colocação de conjunto de
saboneteira simples, incluindo toalheiro e porta
rolo.
un 6,00 18 014,92 108 089,52 980,27
9 Eletricidade
9.1
Execução de trabalhos de electricidade,
incluindo aparelhagens e todos os trabalhos
necessários para o seu bom funcionamento
S/Contador Geral.
vg 1,00 458 216,13 458 216,13 4155,59
7 237 111,77 65 633,81 Total
86
4.5.3 Comparação entre o Preço de Venda (bibliográfico) e o Preço de Venda
(pesquisa)
Nesta secção, pretende-se comparar o orçamento do Edifício obtido através dos preços de
venda unitários de pesquisa e o obtido através dos custos de fabrico com base nas Tabelas
LNEC e Gerados de Preços.
Como foi referido atrás, o método da composição de custos consiste em contabilizar todos
os custos/encargos ocorridos durante a execução de uma obra, na perspetiva do
empreiteiro, para além da atribuição de uma determinada margem para
lucros/imprevistos. Para o caso deste trabalho, foram adotados os seguintes pressupostos:
Custos de estaleiro
Custos de estaleiro = 6% × Custo de Fabrico
Custos indiretos
Custos indiretos = 7 % × Custos Directos
Lucros /imprevistos
Lucros /imprevistos = 6 % × Custos Directos
Cálculo do Preço de venda unitário
Cest= 6% CF; Cind= 7% CD; L/imp = 6 % CD
CF = CMO + CMT + CEQ
CD = CF + Cest
PV = CD + Cind + L/imp
CD = 1,06 CF
Cind = (1,06) CF × 0,07 = 0,0742 CF
87
Limp = 1,06 CF × 0,06 = 0,0636CF
PVU = 1,06 Cf + 0.0742 Cf +0,0636Cf =1.1978CF
Em que:
Cest Custos de estaleiro;
Cf Custos de Fabrico.
Cd Custos diretos;
Cind Custos indiretos
L/imp Lucros/ imprevistos
PVUpreço de venda unitário
CMO Custos de Mão-de-obra
CMT Custos de Materiais
CEQ Custos de Equipamento
Então, o Preço de Venda calculado a partir do Custo de Fabrico é igual a 65.663,81 x
1,1978 = 78.616,17 Euros
Nesta formulação de preços, a determinação do BDI conduziria ao seguinte:
𝑃𝑉 = 𝐶𝐷 × [1 +𝐵𝐷𝐼
100]
𝐵𝐷𝐼 ≅ 1 %
88
Tabela 8-Preço de Venda (pesquisa) versus Preço de Venda (bibliográfico)
A Tabela 8 mostra que a diferença entre o orçamento calculado a partir dos preços de
venda unitários de pesquisa e o calculado através dos custos unitários de fabrico é de
10.298, 84 Euros, ou seja um diferencial de pouco mais de 13%. Este valor é pouco
significativo tendo em conta as especificidades da atividade de elaboração de orçamentos.
Acresce-se que se adotou uma política conservadora no estabelecimento dos
custos/encargos sobre os custos de fabrico. Esta estipulação tem a ver com o facto de o
Edifício Level ter sido considerado um “trabalho a mais” e, consequentemente, os outros
custos/encargos, para além dos relacionados com a execução direta das operações de
construção, refletirem os condicionalismo desse tipo de trabalhos.
Os resultados deste estudo de caso sugerem que as Tabelas LNEC e o Gerador de Preços
constituem um veículo privilegiado para apoio da atividade de orçamentação em Cabo
Verde, pelo menos no que concerne a elaboração de orçamentos de edifícios. Há que
saber interpretar os rendimentos expressos nas Tabelas e confrontá-los com os
condicionalismos de cada projeto/obra e respetiva metodologia de construção. Num país
como Verde, onde grande parte dos materiais são importados, há que prestar uma
redobrada atenção aos custos de materiais, que têm um peso muito significativo na
estrutura de custos de uma obra.
Descrição Escudos (ESCV) EurosDiferença
(Euros)
Preço de Venda (pesquisa) 9.804.214,00 88.915,01
Preço de Venda (bibliográfico) 7.237.111,77 78.616.1710.298, 84
89
5 CONCLUSÃO
Os resultados deste trabalho centraram-se na importância que um eficiente controlo de
recursos na execução de obras tem nos resultados económico-financeiros das empresas
de construção. A atividade de empresas e de profissionais ligados à Construção Civil,
como qualquer outra, tem como um dos objetivos principais a obtenção de remunerações
e lucros adequados, realizando “obras”, construções imprescindíveis ao desenvolvimento
da atividade humana de abrigo, lazer, produção ou outras.
Para esse efeito, em qualquer construção é fundamental controlar de forma eficiente os
principais recursos (também chamados fatores de produção) básicos: mão-de-obra,
materiais, equipamentos e subcontratos, a que acresce um outro recurso essencial a
qualquer investimento que é o dinheiro.
O principal objetivo a atingir em qualquer construção consiste assim em construir com
um adequado nível de qualidade e segurança, no prazo previsto, minimizando o custo e
garantindo um total respeito pelos condicionalismos ambientais e de gestão do território
definidos em legislação apropriada.
A otimização desses fatores (qualidade, segurança, prazo, custo, ambiente) é
extremamente complexa dada a interligação que naturalmente existe entre elas podendo
no entanto um ou outro ter um carácter predominante consoante o tipo de obras
envolvidas, sem no entanto deixar de entender que todos devem simultaneamente ser
respeitados para que a obra executada atinja patamares mínimos de eficiência à luz dos
modernos critérios usados na avaliação das atividades, nomeadamente o de
sustentabilidade das intervenções humanas sobre o habitat.
Também ao longo do desenvolvimento deste trabalho, que relata as atividades mais
relevantes desenvolvidas durante o estágio, foi possível constatar que o processo de
orçamentação é bastante mais complexo e exaustivo do que à partida possa parecer, e que,
mesmo seguindo uma metodologia fiável e estruturada, que possa corresponder à
crescente exigência do mercado, esta dificilmente abrangerá todos os detalhes de uma
90
obra. Cada proposta deve ser encarada como única, aplicando o conhecimento retirado de
experiências anteriores, e tendo a noção que a aparente similaridade entre obras pode
também tornar-se uma armadilha. Cabe ao orçamentista apurar o sentido crítico e extrair
da sua experiência, e da experiência dos restantes técnicos da empresa, nomeadamente do
departamento de produção, o que representa melhor a realidade, tendo sempre em
consideração que a orçamentação não é, e não pode ser, uma “ciência exata”.
No decurso deste trabalho não foi possível, no entanto, publicar os valores concretos
envolvidos no controlo de custos, por motivos de confidencialidade, como é óbvio.
Também em termos de procedimentos de controlo da obra, não foi possível fugir às
normas da empresa nem à confidencialidade dos seus documentos e programas
informáticos específicos. Foi apenas possível, como atrás referido, aplicar alguns dos
conhecimentos adquiridos através da pesquisa bibliográfica para enriquecer a
metodologia correntemente seguida na empresa.
91
6 BIBLIOGRAFIA
BARRIE, DONALD S., PAULSON, JR. BOYD C. (1992) Professional Construction
Management. McGraw Hill, New York.
MANSO, A. COSTA, FONSECA, M. SANTOS, ESPADA, J. CARVALHO (2010).
Informação Sobre Custos – Fichas de Rendimentos (2 volumes), LNEC
MANSO, A. COSTA, FONSECA, M. SANTOS, ESPADA, J. CARVALHO (2010).
Informação Sobre Custos – Fichas de Rendimentos (2 volumes), LNEC
MATTOS, A.D. (2006). Como preparar orçamentos de obras, Editora PINI
PINTO, D. M. (2011). Controlo de Custos em Obra de Edifícios, Na pespretiva do
empreteiro Geral. Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto, Porto, Portugal, 2011.
REIS, A. CORREIA DOS. (2007) Organização e Gestão de Obras. Edições Técnicas
ETL, Lda., Lisboa.
TISAKA, MAÇAHICO (2009). Metodologia de Cálculo da Taxa BDI e Custos Diretos
para a Elaboração do Orçamento na Construção Civil
TERESINHO, C. S. (2014). Formulação de Preços na Construção. Coibra: O
Departamento de Engenharia Civil da FCTUC.
Sites consultados
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https://web.fe.up.pt/~construc/go/docs_GO/sebenta/SebentaGOSE20132014pdfuni
co.pdf 20/02/2017
92
http://www.ordemengenheiros.pt/fotos/editor2/cdn/especializacoes/29_000149490.p
df 09/05/2017
http://orcamentos.eu 28/02/2017
89
7 ANEXOS
90
7.1 Anexo 1: exemplo de mapa de comparação de proposta
Valor % P Valor % Valor % P Valor % P
1 Empresa 1 80 424 € 94,71% 2 -2 549,00 € -3,07% 60 607 € 71,37% 1 60 607 € 71,37% 1
2 Empresa 2 84 915 € 100,00% 3 1 942,00 € 2,34% 64 231 € 75,64% 2 64 231 € 75,64% 2
3 Empresa 3 86 418 € 101,77% 4 3 445,00 € 4,15% 69 838 € 82,24% 3 69 838 € 82,24% 3 5,00%
4 Empresa 4 80 137 € 94,37% 1 -2 836,00 € -3,42% 78 311 € 92,22% 4 78 311 € 92,22% 4
5
6
7
8
9
10
Valor seco (PU seco x (Qte. de orçamento+Qte erros e omissões): 102,3%
Total com preços mínimos (PU mínimo x (Qte. de orçamento+Qte erros e omissões): 68,2%
Total com preços médios 100,0%
NºTotal da proposta Comparativo
Logotipo
Nome da Obra
Subempreiteiro
Diferença para o preço
médio
Mapa de comparação de propostas
Nome da especialidade
84 915 €
56 560 €
Proposta
excluídaDesconto
82 973 €
Mínimos
91
7.2 Anexo 2: Mapa Carga Mão-de-obra
CATEGORIA/ CATEGORY
EMPRESA
COMPANY 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
MANAGMENT 9 9 9 8 9 1 9 9 9 9 9 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Project Coordenator CSJ 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 2
Site Manager CSJ 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Assistante Site Manager CSJ 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Admin and Finance Director CSJ 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Assistante Admin and Finance Director CSJ 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
PRODUCTION 8 8 8 8 8 4 8 8 8 8 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Forman CSJ 6 6 6 6 6 4 6 6 6 6 6
Topographer NRT Topografia 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Assistant Topographer NRT Topografia 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
OTHER PERSONAL 80 81 79 77 78 48 80 76 79 79 77 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Operative CSJ 56 57 57 54 55 37 57 53 56 56 55
Cleaner CSJ 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8
Crane operative CSJ 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Stock Controler CSJ 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Machine Operator CSJ 10 10 9 10 10 7 10 10 10 10 9
Crane operative Vendap 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Machine Operator Armando Cunha 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Machine Operator SET 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0
Machine Operator SOCOL 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Machine Operator Afonso & Galvão 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Machine Operator Cantadera 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Guards CV Alerta 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Gate -security CV Alerta 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
SUB-CONTRACTORS 229 234 245 224 222 39 233 248 239 245 252 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Earth Movements/ Sewage Network Armando Cunha 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Earth Movements/ Sewage Network Fortes Construções 11 13 13 10 10 8 16 4 8 8
Iron Work Marques Construções 16 14 14 14 15 18 17 16 17 18
Form work Multicofra 24 28 29 26 24 24 24 24 22 26
Plumbing / Electricians MTCV 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
General Building Works Julien Construções 4 4 3 2 4 6 8 7 5 6
General Building Works Ferrovita Lda 71 75 70 71 74 36 73 73 78 85 87
Electricians Matinstal 25 22 20 22 19 22 22 23 23 22
IT Tecnoland 2 2 4 4 3 2 2 3 2 3
Stucco/ Plaster Board / Painting DUO Construções 23 26 28 20 22 3 22 26 26 27 26
Air Conditioning/ Plumbing Sisil 34 31 34 36 35 36 40 37 38 38
General Building Works Constur 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Rustic stone work Lucas Construções 2 3 13 3 3 3 2 3 3 3
General Building Works Betamina 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Aluminium Asanfer/Tecnangol 2 2 2 2 0 2 2 2 2 2
Exterior Painting and waterproofing Montrond 2 2 2 2 0 1 1 1 1 0
Diving Service, Underwater Filming Submar 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Carpentry Carpintaria Cunha 5 4 5 5 5 8 8 8 5 6
Carpentry Luis Junqueira 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Landscaping CV Landscapers 5 5 5 4 5 5 4 4 4 4
Form work Obrierg 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
326 332 341 317 317 92 330 341 335 341 346 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Mapa de Carga de Mão-de-Obra e Equipamentos
Obra: Llana Beach Hotel
julho 16
92
7.3 Anexo 3: Mapa equipamento da empresa
CATEGORIA/ CATEGORY
EMPRESA
COMPANY 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
SITE EQUIPMENT 73 73 73 73 73 0 73 73 73 73 73 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Offices CSJ 13 13 13 13 13 13 13 13 13 13
Cantine CSJ 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Dormitories CSJ 29 29 29 29 29 29 29 29 29 29
Tool Stores CSJ 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
Sanitaries CSJ 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3
Warehouse Various 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
Warehouse 250m2 CSJ 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
PicK Up 4x4 CSJ 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
Mixers CSJ 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
Compactor CSJ 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Compressor CSJ 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Craines CSJ 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Gyrator Telehandler CSJ 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Gyrator Telehandler Tecnicil
Tractor CSJ 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Joper CSJ 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Dump Truck CSJ 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Wheel Loader CSJ 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Hydraulic Excavator CSJ 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
Backhoe Loader CSJ 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Telehandler CSJ 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
Tractor unit IVECO 480Hp CSJ 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Semi-Trailer Heavy Equip. Transp. CSJ 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Mapa de Carga de Mão-de-Obra e Equipamentos
Obra: Llana Beach Hotel
julho 16
93
7.4 Anexo 4: Mapa Equipamento de Aluguer
CATEGORIA/ CATEGORY
EMPRESA
COMPANY 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
EQUIP. SUBCONTRACTORS 25 25 25 25 25 0 25 25 25 25 25 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Iron fabrication bending machine Marques Construções 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
Iron fabrication cutting machine Marques Construções 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5
Backhoe Loaders (JCB) Armando Cunha 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Earth transport Trucks Armando Cunha 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Compaction Cylinder Armando Cunha 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
Hydraulic Excavator 330Hp (JCB) Armando Cunha 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Hydraulic Excavator EC290B (Volvo) Armando Cunha 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Hydraulic Excavator 130Hp (JCB) Armando Cunha 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Hydraulic Excavator (Ex.255) Armando Cunha 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Plate compactor Armando Cunha 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Skid Steer Loader (BOBCAT) Armando Cunha 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Plate compactor Multicofra 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Backhoe Loader CAT 428D SET 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Gyrator Telehandler (MRT1850) SOCOL 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Telehandler CAT TH580B Ferrovita Lda 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Mixers Ferrovita Lda 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3
Screed pumping machine (BUNKER) Ferrovita Lda 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Compressor Ferrovita Lda 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Backhoe Loaders (CASE 580K) Ferrovita Lda 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Earth transport Trucks Ferrovita Lda 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Backhoe Loaders (TEREX 860SX) Afonso & Galvão 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Hydraulic Excavator (CAT320BL) Afonso & Galvão 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Stucco projecting machine Duo Contruções 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Mixers Constur 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Mixers Betamina 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Crawler Craine Vendap 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Hydraulic Excavator (Hyundai) CLS 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Hydraulic Excavator (Hackerman EC 300) Tanry 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Hydraulic Excavator (Hyundai) Cantadera 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
TOTAL 98 98 98 98 98 0 98 98 98 98 98 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Mapa de Carga de Mão-de-Obra e Equipamentos
Obra: Llana Beach Hotel
julho 16
94
7.5 Anexo 5: Ficheiro de controlo de betão armado
A B MEDIA D E MEDIA
C20/25.S3.D25 Hotel Sapata portico MELIÃ 4,00 2676 10 065,90 -10 065,90 19/05/2016
C20/25.S3.D25 Piscinas Sapatas e laje, 275m2 Sul 7,50 2683 18 589,00 -18 589,00 20/05/2016
C20/25.S3.D25 Piscinas Sapatas e laje, 275m2 Sul 7,50 2684 18 659,00 -18 659,00 20/05/2016 227 120 22 21,5 21,75 34 34 34
C20/25.S3.D25 Piscinas Sapatas e laje, 275m2 Sul 10,00 2685 24 920,00 -24 920,00 20/05/2016
C20/25.S3.D25 Piscinas Sapatas e laje, 275m2 Sul 7,50 2687 18 572,00 -18 572,00 20/05/2016
C20/25.S3.D25 Piscinas Sapatas e laje, 275m2 Sul 7,50 2688 18 652,00 -18 652,00 20/05/2016
C20/25.S3.D25 Piscinas Sapatas e laje, 275m2 Sul 7,50 2689 18 684,00 -18 684,00 20/05/2016 228 120 22 21 21,50 34 33 33,5
C20/25.S3.D25 Piscinas Sapatas e laje, 275m2 Sul 10,00 2690 25 031,00 -25 031,00 20/05/2016
C20/25.S3.D25 Piscinas Sapatas e laje, 275m2 Sul 7,50 2691 18 639,00 -18 639,00 20/05/2016
C20/25.S3.D25 Piscinas Sapatas e laje, 275m2 Sul 7,50 2692 18 674,00 -18 674,00 20/05/2016
C20/25.S3.D25 Piscinas Sapatas e laje, 275m2 Sul 7,50 2693 18 655,10 -18 655,10 20/05/2016
C20/25.S3.D25 Piscinas Sapatas e laje, 275m2 Sul 7,50 2694 18 706,00 -18 706,00 20/05/2016
C20/25.S3.D25 Piscinas Sapatas e laje, 275m2 Sul 10,00 2695 24 951,10 -24 951,10 20/05/2016
C20/25.S3.D25 Hotel Pilares Piso 1, Recepção SENSIMAR 7,50 2696 18 615,10 -18 615,10 20/05/2016
C20/25.S3.D25 Hotel Massame terreo, MA3 7,50 2698 18 581,00 -18 581,00 20/05/2016
C20/25.S3.D25 Hotel Massame terreo, MA3 7,50 2699 18 642,00 -18 642,00 20/05/2016
C20/25.S3.D25 Hotel Massame terreo, MA3 10,00 2700 24 935,10 -24 935,10 20/05/2016
DataLocalização Elemento Betonado m3 Kg TotaisGuia Kg CSJ Kg DIFBetão Amostra Abaix.(mm)Ensaios aos 28 dias (Mpa)Ensaios aos 7 dias (MPa)
95
7.6 Anexo 6: Ficheiro de ensaios de betão armado
Obra: Llana Beach Hotel Betão: C20/25 S3 D25
Nº de Obra: 009005
Data Massa Força Tensão Média Data Massa Força Tensão Média Data Massa Força Tensão Média
8398 520 23 8571 780 34,5
8370 540 24 8480 790 35
8415 630 28 8524 880 39
8420 630 28 8530 890 39,5
8475 650 29 8543 920 41
8490 655 29 8550 900 40
8135 520 23 8310 780 34,5
8257 540 24 8285 760 34
8377 560 25 8491 750 33,5
8293 550 24,5 8480 760 34
8548 580 26 8458 820 36,5
8530 570 25,5 8553 825 36,5
8289 480 20,5 8386 690 30,5
8270 490 22 8299 700 31
8349 580 26 8439 810 36
8360 580 26 8362 790 35
Abaixamento
(mm)
28
29
23,5
24,75
25,75
05/11/2014
09/10/2014 30/10/2014
Sapatas do Bloco 4.1 e
Plintos dos Bloco 4.1 e 78 23678 03/10/2014 10/10/2014 31/10/2014
04/11/2014
13/11/2014
10/11/2014
23/10/2014
27/10/2014
Nº
CuboGuia
Data de
BetonagemElemento Betonado
Sapatas do Bloco 5.1 29/09/20142366676 06/10/2014
7 dias (Limites 20 a 27)4 dias 28 dias (Optimo 31) (Limites 27 a 33)
23,5 34,75
23675 02/10/201477
79 23693 07/10/2014 14/10/2014Plintos do Bloco 4.1 e
Sapatas do Bloco 3.1
Sapatas do Bloco 3.180 23696 08/10/2014 15/10/2014
81 23704 13/10/2014 20/10/2014Muro de Suporte do
Bloco 3.1
Pilares do Piso 0 do
Bloco 5.1
Sapatas do Bloco 5.2 e
Plintos do Bloco 5.1
82 23712 16/10/2014 21,25
83 23716 17/10/2014 24/10/2014 14/11/2014Vigas de Fundação do
Bloco 5.226
Registos de Ensaios de Compressão do Betão
39,25
40,5
34,25
33,75
36,5
30,75
35,5
96
7.7 Anexo 8: exemplo de auto de medição do subempreiteiro
Obra n.º: XXXXX
A UT O N .º XXX 1 MÊS:
Subempreiteiro: XXXX
Do Auto Anterior Actuais Saldo Do Auto Anterior Actuais
Valores em € 0,00
Valores em CVE 0,00 0 ,0 0 0,00 0,00 0,00
Subempreiteiro: Director de Obra:
Data ___ / ___ / ________
Contro le de Importâncias
Quant. TotalPreços
UnitáriosValores Totais
Totais Acumulados Valores Totais Acumulados
Saldo
Setembro de 2016
Llana Beach Resort C ON T R A T O N .º XXX
Art. Designação Un
Valores da proposta Contro le de Quantidades
97
7.8 Anexo 9: Exemplo de cartão de entrada
5435
x
OBRA:
T rabalhado r:
Empresa: Ferrovita
D ata de N ascimento : 10/05/1981 C arta de co ndução nº: B-33922
N acio nalidade: Cabo Verde
D ata de emissão : 02/04/2015______________________________________
Foto
cartão nº:
Dormitório nº:
D irecção de Obra
98
7.9 Anexo 10: Fichas de rendimento (Gerador de Preço)
ADE010 m³
Ud Descrição Rend. Preço unitário Importância
h Retroescavadora sobre pneus, de 70 kW. 0,201 3061,21 615,30
L Gasoleo 0,680 98,50 66,98
h Operário não qualif icado construção. 0,171 251,42 42,99
% Custos directos complementares 2,000 725,27 14,51
Total: 739,78
Escavação de va las e caboucos.
Escavação de va las pa ra fundações em solo de a re ia densa , com me ios mecânicos , remoção dos mate ria is escavados e ca rregamento
Unitário
mq01ret020b
mo113
CHH005
Unitário Ud Rend.
mt10hmf0
20yb
m³ 1,050
mo045 h 0,086
mo092 h 0,171
% 2,000
Custo de manutenção decenal: 241,78$ nos Total: 12088,96
Ajudante de estruturista,
Preço unitário Importância
Betão simples C12/15
(X0(P); D12; S3; Cl 1,0),
11207,14 11767,50
Oficial de 1ª estruturista, 435,08 37,42
m³ Betão de limpeza.
Betão C12/15 (X0(P); D12; S3; Cl 1,0), fabricado em central e betonagem desde camião, para formação de camada de betão de limpeza e nivelamento da base da
Descrição
274,86 47,00
Custos directos 11851,92 237,04
99
CSZ0 10 m³
Ud Descrição Rend. Preço unitário Importância
Ud Separador homologado para fundações. 8,000 17,49 139,92
kg Aço em varões nervurados, A400 NR, fornecido em obra em
varões sem elaborar, de vários diâmetros.
51,000 79,08 4033,08
kg Arame galvanizado para atar, de 1,30 mm de diâmetro. 0,200 130,59 26,12
m³ Betão C25/30 (XC1(P) D12; S3; Cl 0,4), fabricado em central,
segundo NP EN 206-1.
1,100 12754,07 14029,48
h Oficial de 1ª armador de ferro. 0,183 435,08 79,62
h Ajudante de armador de ferro. 0,274 274,86 75,31
h Oficial de 1ª estruturista, em trabalhos de betonagem. 0,057 435,08 24,80
h Ajudante de estruturista, em trabalhos de betonagem. 0,343 274,86 94,28
% Custos directos complementares 2,000 18502,61 370,05
Total: 18872,66
Sa pa ta de be tã o a rma do.
Sapata de betão armado, realizada com be tã o C2 5 /3 0 (XC1(P); D12 ; S3 ; Cl 0 ,4 ) fa bric a do e m c e ntra l, e be tona ge m de sde c a miã o , e aço A4 0 0
Unitário
mt07aco020a
mt07aco040e
mt08var050
mt10haf020jgngc
mo043
mo090
mo045
mo092
Custo de manutenção decenal: 566,18$ nos primeiros 10 anos.
100
3860,6 ESCV por m2 cofragem
CSZ0 2 0
Descrição Rend. Preço unitário Importância
Madeira para cofragem, de 26 mm de espessura. 0,009 45705,02 411,35
Arame galvanizado para atar, de 1,30 mm de diâmetro. 0,100 130,59 13,06
Pregos de aço de 20x100 mm. 0,050 831,00 41,55
Agente desmoldante, à base de óleos especiais, emulsionante
em água para cofragens metálicas, fenólicas ou de madeira.
0,030 234,91 7,05
Oficial de 1ª cofrador. 0,400 435,08 174,03
Ajudante de cofrador. 0,400 274,86 109,94
Custos directos complementares 2,000 756,98 15,14
Total: 772,12
mt08ema050b m³
mt08var050 kg
mt08var060 kg
m² Siste ma de c ofra ge m pa ra sa pa ta .
Monta ge m e de smonta ge m de siste ma de c ofra ge m re c upe rá ve l, re a liza do c om pra nc hõe s de ma de ira , a mortizá ve is e m 6 utiliza ç õe s ,
Unitário Ud
%
mt08dba010b l
mo044 h
mo091 h
101
CAV010
Ud Rend.
Ud 10,000
kg 63,000
kg 0,720
m³ 1,050
h 0,507
h 0,571
h 0,092
h 0,370
% 2,000
mt07aco020a Separador homologado para fundações. 17,49 174,90
mt07aco040e Aço em varões nervurados, A400 NR, fornecido em obra em varões sem 79,08 4982,04
m³ Viga entre sapatas.
Lintel de betão armado, realizada com betão C25/30 (XC1(P); D12; S3; Cl 0,4) fabricado em central, e betonagem desde camião , e aço A400 NR, quantidade 60 kg/m³, sem incluir
Unitário Descrição Preço unitário Importância
mo043 Oficial de 1ª armador de ferro. 435,08 220,59
mo090 Ajudante de armador de ferro. 274,86 156,95
mt08var050 Arame galvanizado para atar, de 1,30 mm de diâmetro. 130,59 94,02
mt10haf020jgngc Betão C25/30 (XC1(P) D12; S3; Cl 0,4), fabricado em central, segundo NP 12754,07 13391,77
383,24
Custo de manutenção decenal: 781,81$ nos primeiros 10 anos. Total: 19545,24
mo045 Oficial de 1ª estruturista, em trabalhos de betonagem. 435,08 40,03
mo092 Ajudante de estruturista, em trabalhos de betonagem. 274,86 101,70
Custos directos complementares 19162,00
CAV0 2 0
Descrição Rend. Preço unitário Importância
Madeira para cofragem, de 26 mm de espessura. 0,020 45705,02 914,10
Arame galvanizado para atar, de 1,30 mm de diâmetro. 0,100 130,59 13,06
Pregos de aço de 20x100 mm. 0,050 831,00 41,55
Agente desmoldante, à base de óleos especiais, emulsionante
em água para cofragens metálicas, fenólicas ou de madeira.
0,030 234,91 7,05
Oficial de 1ª cofrador. 0,604 435,08 262,79
Ajudante de cofrador. 0,672 274,86 184,71
Custos directos complementares 2,000 1423,26 28,47
Total: 1451,73
m² Siste ma de c ofra ge m pa ra viga e ntre sa pa ta s.
Monta ge m e de smonta ge m de siste ma de c ofra ge m re c upe rá ve l, re a liza do c om pra nc hõe s de ma de ira , a mortizá ve is e m 4 utiliza ç õe s
Unitário Ud
mt08ema050b m³
mo044 h
mo091 h
%
mt08var050 kg
mt08var060 kg
mt08dba010b l
102
19162+5850=25012
EHS0 10 m³
Ud Descrição Rend. Preço unitário Importância
Ud Separador homologado para pilares. 12,000 7,29 87,48
kg Aço em varões nervurados, A400 NR, fornecido em obra em
varões sem elaborar, de vários diâmetros.
126,000 79,08 9964,08
kg Arame galvanizado para atar, de 1,30 mm de diâmetro. 0,840 130,59 109,70
m² Chapa metálica de 50x50 cm, para cofragem de pilares de
betão armado de secção rectangular ou quadrada, de até 3 m
de altura, inclusive p/p de acessórios de montagem.
0,384 5698,29 2188,14
Ud Escora metálica telescópica, até 3 m de altura. 0,119 2046,33 243,51
l Agente desmoldante, à base de óleos especiais, emulsionante 0,480 234,91 112,76
m³ Betão C25/30 (XC1(P) D12; S3; Cl 0,4), fabricado em central,
segundo NP EN 206-1.
1,050 12754,07 13391,77
h Camião bomba estacionado na obra, para bombagem de 0,158 14261,08 2253,25
h Oficial de 1ª cofrador. 6,405 435,08 2786,69
h Ajudante de cofrador. 7,320 274,86 2011,98
h Oficial de 1ª armador de ferro. 0,988 435,08 429,86
h Ajudante de armador de ferro. 1,098 274,86 301,80
h Oficial de 1ª estruturista, em trabalhos de betonagem. 0,114 435,08 49,60
h Ajudante de estruturista, em trabalhos de betonagem. 0,458 274,86 125,89
% Custos directos complementares 2,000 34056,51 681,13
Total: 34737,64
mt07aco040e
mt08var050
mt08eup010a
mt50spa081a
mt08dba010b
mt10haf020jgngc
Pila r re c ta ngula r ou qua dra do de be tã o a rma do.
Pilar de se c ç ã o re c ta ngula r ou qua dra da de betão armado, de 2 5 x2 5 c m de se c ç ã o mé dia , realizado com be tã o C2 5 /3 0 (XC1(P); D12 ; S3 ; Cl
Unitário
mt07aco020b
mo092
mq06bhe010
mo044
mo091
mo043
mo090
mo045
103
m³ Viga de
betão
Unitário Ud Importância
mt08eft03
0a
m² 854,74
mt08eva0
30
m² 322,90
mt50spa0
81a
Ud 227,14
mt08cim03
0b
m³ 367,55
mt08var06
0
kg 138,78
mt08dba0
10b
l 29,36
mt07aco0
20c
Ud 40,80
mt07aco0
40e
kg 12455,10
mt08var05
0
kg 391,77
mt10haf02
0jgngc
m³ 13391,77
mo044 h 1036,80
mo091 h 654,99
mo043 h 1194,29
mo090 h 679,18
mo045 h 169,25
mo092 h 430,71
% 647,70
33032,83
Painel de madeira tratada, de 22 mm de espessura, reforçado com varões e perfis. 0,192 4451,78
Estrutura suporte para cofragem recuperável, composta de: travessas metálicas e acessórios de
montagem.
0,032 10090,72
EHV010
Viga alta, recta, de betão armado, de 40x60 cm , realizada com betão C25/30 (XC1(P); D12; S3; Cl 0,4) fabricado em central, e betonagem com grua, e aço A400 NR, quantidade 150
Descrição Rend. Preço unitário
Pregos de aço de 20x100 mm. 0,167 831,00
Agente desmoldante, à base de óleos especiais, emulsionante em água para cofragens metálicas,
fenólicas ou de madeira.
0,125 234,91
Escora metálica telescópica, até 3 m de altura. 0,111 2046,33
Madeira de pinho. 0,013 28273,00
Arame galvanizado para atar, de 1,30 mm de diâmetro. 3,000 130,59
Betão C25/30 (XC1(P) D12; S3; Cl 0,4), fabricado em central, segundo NP EN 206-1. 1,050 12754,07
Separador homologado para vigas. 4,000 10,20
Aço em varões nervurados, A400 NR, fornecido em obra em varões sem elaborar, diâmetros vários. 157,500 79,08
Oficial de 1ª armador de ferro. 2,745 435,08
Ajudante de armador de ferro. 2,471 274,86
Oficial de 1ª cofrador. 2,383 435,08
Ajudante de cofrador. 2,383 274,86
Custos directos complementares 2,000 32385,13
Custo de manutenção decenal: 2.312,30$ nos primeiros 10 anos. Total:
Oficial de 1ª estruturista, em trabalhos de betonagem. 0,389 435,08
Ajudante de estruturista, em trabalhos de betonagem. 1,567 274,86
104
ANE0 10
Descrição Rend. Preço unitário Importância
Brita de pedreira, de pedra calcária, de 20 a 40 mm de
diâmetro.
0,275 1912,75 526,01
Pá carregadora sobre pneus de 120 kW/1,9 m³. 0,012 3372,20 40,47
Placa vibratória de condução manual, de 300 kg, largura de
trabalho 70 cm, reversível.
0,012 536,05 6,43
Camião cisterna de 8 m³ de capacidade. 0,012 3362,29 40,35
Operário não qualif icado construção. 0,250 251,42 62,86
Custos directos complementares 2,000 676,12 13,52
Total: 689,64
m² Enroc a me nto pa ra ba se de ma ssa me .
Enrocamento de 2 5 cm para base de massame, com fornecimento de gra vilha de pe dre ira de pe dra c a lc á ria , Ø2 0 /4 0 mm , e compactação através de
Unitário Ud
mt01are020a
mq02rod010d h
mq02cia020j h
m³
mq01pan010a h
mo113 h
%
105
ANS0 10
Preço
unitário
11207,14
307,64
391,76
796,94
14261,08
256,63
414,41
251,42
261,72
1426,14
Total:
m² Ma ssa me de be tã o.
Massame de be tã o simple s de 10 cm de espessura, realizado com be tã o C12 /15 (X0 (P); D12 ; S3 ; Cl 1,0 ) fa bric a do e m c e ntra l e be tona ge m c om bomba , e spa lha me nto e
Unitário Ud Descrição Rend. Importância
mt10hmf020yb m³ Betão simples C12/15 (X0(P); D12; S3; Cl 1,0), fabricado em central, 0,105 1176,75
mt16pea020c m² Painel rígido de poliestireno expandido, segundo NP EN 13163, bordo lateral 0,050 15,38
mq06vib020 h Régua vibradora de 3 m. 0,084 32,91
mq06cor020 h Equipamento para corte de juntas em massames de betão. 0,082 65,35
mq06bhe010 h Camião bomba estacionado na obra, para bombagem de betão. Inclusive 0,004 57,04
mo112 h Operário especializado construção. 0,093 23,87
mo020 h Oficial de 1ª construção. 0,069 28,59
mo113 h Operário não qualif icado construção. 0,069 17,35
Custo de manutenção decenal: 101,83$ nos primeiros 10 anos. 1454,66
mo077 h Ajudante de construção. 0,034 8,90
% Custos directos complementares 2,000 28,52
CRL0 10
Descrição Rend. Preço unitário Importância
Betão simples C12/15 (X0(P); D12; S3; Cl 1,0), fabricado em
central, segundo NP EN 206-1.
0,105 11207,14 1176,75
Camião bomba estacionado na obra, para bombagem de
betão. Inclusive p/p de deslocamento.
0,006 14261,08 85,57
Oficial de 1ª estruturista, em trabalhos de betonagem. 0,007 435,08 3,05
Ajudante de estruturista, em trabalhos de betonagem. 0,023 274,86 6,32
Custos directos complementares 2,000 1271,69 25,43
Total: 1297,12
m² Ca ma da de be tã o de limpe za .
Camada de betão de limpeza C12 /15 (X0 (P); D12 ; S3 ; Cl 1,0 ) , fa bric a do e m c e ntra l e be tona ge m c om bomba , de 10 cm de espessura.
Custo de manutenção decenal: 25,94$ nos primeiros 10 anos.
mo045 h
mo092 h
%
Unitário Ud
mt10hmf020yb m³
mq06bhe010 h
106
RSG14 0 m²
Ud
Preço
unitário
kg 106,84
m² 5217,61
kg 191,13
h 414,41
h 261,72
% 6144,31
Total:
Pa vime nto c om re ve stime nto de mosa ic os c e râ mic os "BUTECH", c oloc a dos c om c ola .
Pavimento com revestimento de pla c a s de gré s porc e lâ nic o de gra nde forma to STON- KER de "BUTECH", "PORCELANOSA GRUPO", sé rie Ca rpa tia , a c a ba me nto Be ge , de
Unitário Descrição Rend. Importância
mt09mcb020am Argamassa de juntas cimentosa Colorstuk 0-4 "BUTECH", tipo CG2, 0,500 95,57
mo023 Oficial de 1ª ladrilhador. 0,458 189,80
mt09mcb010k Cimento cola melhorado, C2 E, com tempo de colocação ampliado, segundo 3,000 320,52
mt12pcb020kgD1 Placa de grés porcelânico de grande formato STON-KER de "BUTECH", 1,050 5478,49
Custo de manutenção decenal: 1.065,42$ nos primeiros 10 anos. 6267,20
mo061 Ajudante de ladrilhador. 0,229 59,93
Custos directos complementares 2,000 122,89
107
PTZ020 m² Pano de parede divisória interior de alvenaria de bloco
de betão para revestir.
Unitário Ud Descrição Rend. Preço unitário Importância
mt02bhg010a Ud Bloco furado de betão, para revestir, cor cinzento, 40x20x10
cm, resistência normalizada R10 (10 N/mm²), inclusive p/p de
peças especiais: blocos lintel e meios blocos. Segundo EN
771-3.
12,600 45,54 573,80
mt09mor010d m³ Argamassa de cimento CEM II/B-L 32,5 N tipo M-7,5,
confeccionada em obra com 270 kg/m³ de cimento e uma
proporção em volume 1/5.
0,007 13827,39 96,79
mo020 h Oficial de 1ª construção em trabalhos auxiliares de pedreiro. 0,381 361,18 137,61
mo112 h Operário não qualif icado construção em trabalhos auxiliares
de pedreiro.
0,191 228,13 43,57
% Meios auxiliares 2,000 851,77 17,04
% Custos indirectos 3,000 868,81 26,06
Total: 894,87
Pano de parede divisória interior de 10 cm de espessura de alvenaria, de bloco furado de betão, para revestir, cor
Custo de manutenção decenal: 17,90$ nos primeiros 10 anos.
108
PTZ020 m² Pano de parede divisória interior de alvenaria de bloco
de betão para revestir.
Unitário Ud Descrição Rend. Preço unitário Importância
mt02bhg010c Ud Bloco furado de betão, para revestir, cor cinzento, 40x20x15
cm, resistência normalizada R10 (10 N/mm²), inclusive p/p de
peças especiais: blocos lintel e meios blocos. Segundo EN
771-3.
12,600 62,61 788,89
mt09mor010d m³ Argamassa de cimento CEM II/B-L 32,5 N tipo M-7,5,
confeccionada em obra com 270 kg/m³ de cimento e uma
proporção em volume 1/5.
0,011 13827,39 152,10
mo020 h Oficial de 1ª construção em trabalhos auxiliares de pedreiro. 0,451 361,18 162,89
mo112 h Operário não qualif icado construção em trabalhos auxiliares
de pedreiro.
0,225 228,13 51,33
% Meios auxiliares 2,000 1155,21 23,10
% Custos indirectos 3,000 1178,31 35,35
Total: 1213,66
Pano de parede divisória interior de 15 cm de espessura de alvenaria, de bloco furado de betão, para revestir, cor
Custo de manutenção decenal: 24,27$ nos primeiros 10 anos.
109
PTZ020 m² Pano de parede divisória interior de alvenaria de bloco
de betão para revestir.
Unitário Ud Descrição Rend. Preço unitário Importância
mt02bhg010d Ud Bloco furado de betão, para revestir, cor cinzento, 40x20x20
cm, resistência normalizada R10 (10 N/mm²), inclusive p/p de
peças especiais: blocos lintel e meios blocos. Segundo EN
771-3.
12,600 73,99 932,27
mt09mor010d m³ Argamassa de cimento CEM II/B-L 32,5 N tipo M-7,5,
confeccionada em obra com 270 kg/m³ de cimento e uma
proporção em volume 1/5.
0,015 13827,39 207,41
mo020 h Oficial de 1ª construção em trabalhos auxiliares de pedreiro. 0,508 361,18 183,48
mo112 h Operário não qualif icado construção em trabalhos auxiliares
de pedreiro.
0,254 228,13 57,95
% Meios auxiliares 2,000 1381,11 27,62
% Custos indirectos 3,000 1408,73 42,26
Total: 1450,99
Pano de parede divisória interior de 20 cm de espessura de alvenaria, de bloco furado de betão, para revestir, cor
Custo de manutenção decenal: 29,02$ nos primeiros 10 anos.
110
Unitário Rend.
mt09mor0
50d
0,010
mt09mor0
50c
0,007
mt09var03
0a
0,210
mo039 0,389
mo079 0,389
mo111 0,389
2,000
RPR010 m² Reboco liso sobre paramento
Reboco liso com acabamento lavado realizado com argamassa de cal sobre um paramento exterior, prévia colocação de malha anti-álcalis nas mudanças de material e nas
Ud Descrição Preço unitário Importância
Custo de manutenção decenal: 313,94$ nos primeiros 10 anos. Total: 667,95
h Operário especializado rebocador.
h Oficial de 1ª rebocador.
m³ Argamassa de cal aérea ou apagada (1:3), confeccionada em obra.
m³ Argamassa de cal aérea ou apagada (1:4), confeccionada em obra. 14637,48 146,37
414,41 161,21
h Ajudante de rebocador. 261,72 101,81
14993,62 104,96
m² Malha de f ibra de vidro tecida, com impregnação de PVC, de 10x10 mm de
vão de malha, anti-álcalis, de 115 a 125 g/m² e 500 µ de espessura, para
184,01 38,64
261,84 101,86
% Custos directos complementares 654,85 13,10
111
RAG0 11 m²
Ud
Preço
unitário
m³ 13687,76
m 202,03
m 864,05
m² 882,12
Ud 3,82
kg 83,10
h 414,41
h 261,72
% 2315,60
Total:
La drilha me nto sobre supe rfíc ie suporte inte rior de a lve na ria .
Ladrilhamento com a zule jo a c a ba me nto liso , 2 0 x4 0 cm, 8 €/m² , c a pa c ida de de a bsorç ã o de á gua E>10 %, grupo BIII, re sistê nc ia a o de sliza me nto a té 15 , colocado sobre uma
Unitário Descrição Rend. Importância
mt09mor010c Argamassa de cimento CEM II/B-L 32,5 N tipo M-5, confeccionada em obra 0,030 410,63
Custo de manutenção decenal: 496,00$ nos primeiros 10 anos. 2361,91
mo062 Ajudante de ladrilhador (azulejador).
mt09mcr060a Argamassa de juntas cimentosa, CG1, para junta aberta entre 3 e 15 mm,
mt19aba010c800 Ladrilho cerâmico de azulejo liso, 20x31 cm, 8,00$/m², capacidade de
mt19aw a010 Cantoneira de PVC em esquinas de ladrilho.
1,050 926,23
mt18acc050b Cruzetas de PVC para separação entre 3 e 15 mm. 22,000 84,04
0,500 101,02
mt19alb130a Perfil tipo ângulo de PVC, acabamento branco e 7x7 mm² de secção. 0,500 432,03
0,498 130,34
Custos directos complementares 2,000 46,31
0,300 24,93
mo024 Oficial de 1ª ladrilhador (azulejador). 0,498 206,38
m² Pintura
com tinta
Unitário Ud Rend.
Importânci
a
mt27pir20
0b
l 0,200 507,83
mo038 h 0,114 47,24
% 2,000 11,10
566,17
RIA020
Tinta de cal Classical "REVETÓN", cor a escolher, aplicada com trincha, rolo ou pistola, através de demão de primário (rendimento 0,1 l/m²) e demão de acabamento
Descrição Preço unitário
Tinta de cal, Classical "REVETÓN", à base de cal apagada e repousada, terras coloridas, carbonato
cálcico micronizado e aditivos especiais, muito permeável ao vapor de água, resistente à
2539,17
Oficial de 1ª pintor. 414,41
Custos directos complementares 555,07
Custo de manutenção decenal: 1.200,28$ nos primeiros 10 anos. Total:
112
SAI010 Ud Sanita com tanque baixo, de porcelana sanitária,
"ROCA".
Unitário Ud Descrição Rend. Preço unitário Importância
mt30smr019a Ud Taça de sanita de tanque baixo, de porcelana sanitária, 1,000 20509,23 20509,23
mt30smr021a Ud Cisterna de sanita, de dupla descarga, de porcelana sanitária, 1,000 20509,23 20509,23
mt30smr022c Ud Assento e tampa de sanita, com dobradiças de aço 1,000 7698,61 7698,61
mt30smr500 Ud Joelho para drenagem vertical da sanita, "ROCA", segundo NP 1,000 1668,29 1668,29
mt30lla020 Ud Válvula de seccionamento de 1/2", para sanita, acabamento 1,000 2219,28 2219,28
mt38tew 010a Ud Tubo de ligação flexível de 20 cm e 1/2" de diâmetro. 1,000 436,21 436,21
mt30w w w 010 Ud Material auxiliar para instalação de aparelho sanitário. 1,000 160,70 160,70
mo008 h Oficial de 1ª canalizador. 1,361 428,35 582,98
% Custos directos complementares 2,000 53784,53 1075,69
Total: 54860,22
Taça de sanita de tanque baixo, de porcelana sanitária, modelo Meridian "ROCA", cor Blanco, de 370x645x790 mm,
Custo de manutenção decenal: 25.784,30$ nos primeiros 10 anos.
Ud Urinol de porcelana sanitária "ROCA".
Unitário Ud Importância
mt30uar02
0a
Ud 47905,89
mt31gmo0
61a
Ud 7652,70
mt30w w
w 010
Ud 160,70
mo008 h 631,82
% 1127,02
57478,13
SAU010
Urinol de porcelana sanitária, com alimentação superior à vista, modelo Mural "ROCA", cor Blanco, de 330x460x720 mm, equipado com torneira de passagem angular para
Torneira de passagem angular para urinol, com tempo de fluxo ajustável, acabamento cromado, modelo
Instant "ROCA", com ligação cromada e ligações de 1/2" de diâmetro.
1,000 7652,70
Material auxiliar para instalação de aparelho sanitário. 1,000 160,70
Descrição Rend. Preço unitário
Urinol de porcelana sanitária, com alimentação superior à vista, modelo Mural "ROCA", cor Blanco, de
330x460x720 mm, com manguito, tampa de limpeza e jogo de f ixação.
1,000 47905,89
Custo de manutenção decenal: 27.014,72$ nos primeiros 10 anos. Total:
Oficial de 1ª canalizador. 1,475 428,35
Custos directos complementares 2,000 56351,11
113
SAL0 2 0
Descrição Rend. Preço unitário Importância
Lavatório de porcelana sanitária, sob tampo, modelo Berna
"ROCA", cor Blanco, de 560x420 mm, com jogo de f ixação.
1,000 12642,26 12642,26
Torneira monocomando de prateleira para lavatório, com
cartucho cerâmico e limitador de caudal a 6 l/min, acabamento
cromado, modelo Thesis "ROCA", com fixador de corrente e
ligações de alimentação flexíveis, segundo EN 200.
1,000 28314,98 28314,98
Acoplamento à parede incorporado com plafon, ABS, série B,
acabamento cromado, para escoamento de águas residuais
(a baixa e alta temperatura) no interior dos edifícios, ligação
mista de 1 1/4"x40 mm de diâmetro, segundo NP EN 1329-1.
1,000 3037,53 3037,53
Válvula de seccionamento de 1/2", para lavatório ou bidé,
acabamento cromado.
2,000 1943,78 3887,56
Material auxiliar para instalação de aparelho sanitário. 1,000 160,70 160,70
Oficial de 1ª canalizador. 1,475 428,35 631,82
Custos directos complementares 2,000 48674,85 973,50
Total: 49648,35
Ud La va tório sob ta mpo, de porc e la na sa nitá ria , "ROCA".
La va tório de porc e la na sa nitá ria , sob ta mpo, mode lo Be rna "ROCA", c or Bla nc o, de 5 6 0 x4 2 0 mm, e quipa do c om torne ira monoc oma ndo
de pra te le ira pa ra la va tório, c om c a rtuc ho c e râ mic o e limita dor de c a uda l a 6 l/min, a c a ba me nto c roma do, mode lo The sis, e
mt36w w w 005b Ud
mt30lla010 Ud
mt30w w w 010 Ud
Unitário Ud
mt30lpr020a Ud
mt31gmo101a Ud
mo008 h
%
Custo de manutenção decenal: 23.334,72$ nos primeiros 10 anos.
114
SME010
Descrição Rend. Preço unitário Importância
Porta-rolos de papel higiénico, industrial, com disposição
mural, carcaça de ABS de cor branca, para um rolo de papel
de 240 m de comprimento, com fecho mediante fechadura e
chave.
1,000 5032,87 5032,87
Ajudante de canalizador. 0,171 261,23 44,67
Custos directos complementares 2,000 5077,54 101,55
Total: 5179,09
Ud
mt31abp040g Ud
mo107 h
Ud Dispensador de papel higiénico.
Porta-rolos de papel higiénico, industrial, com disposição mural, carcaça de ABS de cor branca.
%
Custo de manutenção decenal: 10.876,09$ nos primeiros 10 anos.
Unitário
SMD010
Descrição Rend. Preço unitário Importância
Doseador de sabão líquido manual com disposição mural, de
0,5 l de capacidade, carcaça de aço inoxidável AISI 304,
acabamento brilho, de 100x150x55 mm.
1,000 6413,57 6413,57
Ajudante de canalizador. 0,251 261,23 65,57
Custos directos complementares 2,000 6479,14 129,58
Total: 6608,72
Doseador de sabão líquido manual com disposição mural, de 0,5 l de capacidade, carcaça de aço inoxidável AISI 304, acabamento brilho .
Unitário Ud
mt31abp020bic Ud
mo107 h
Ud Doseador mural de sabão líquido.
%
Custo de manutenção decenal: 12.424,39$ nos primeiros 10 anos.
115
SME020
Descrição Rend. Preço unitário Importância
Toalheiro de papel contínuo, com carcaça de ABS de cor
branca, de 251x300x195 mm, para um rolo de papel de 240 m
e 155 mm de diâmetro.
1,000 6413,57 6413,57
Ajudante de canalizador. 0,171 261,23 44,67
Custos directos complementares 2,000 6458,24 129,16
Total: 6587,40
%
Custo de manutenção decenal: 13.833,54$ nos primeiros 10 anos.
Unitário Ud
mt31abn050a Ud
mo107 h
Ud Dispensador de papel toalha.
Toalheiro de papel contínuo, com carcaça de ABS de cor branca.