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Produção de soja dos EUA: Uma comparação de sistemas de produção sustentáveis para grãos de soja orgânicos, transgênicos e convencionais

Produção de soja dos EUA:

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Produção de soja dos EUA: Uma comparação de sistemas de produção sustentáveis para grãos de soja orgânicos, transgênicos e convencionais

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As Nações Unidas conclamam por um aumento de 50 por cento na produção de alimentos até 2030.

As plantações de soja de alta produção podem ajudar a atender a essa demanda para alimentar um mundo faminto e em crescimento e ao mesmo tempo se manter econômica e ambientalmente sustentáveis?

Para avaliar a sustentabilidade da produção de soja dos EUA, o United Soybean Board (Conselho Unido de Soja) solicitou ao Council for Agricultural Science and Technology (Conselho de Ciência e Tecnologia da Agricultura) a realização de uma revisão de literatura abrangente. Esse folheto resume as principais descobertas do estudo.

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Introdução – Produção de soja sustentável

Os agricultores vivem da terra e, portanto, levam muito a sério as questões relacionadas à preservação ambiental. O cultivo sustentável de soja permite que os agricultores norte-americanos atendam às necessidades atuais e melhorem a capacidade das futuras gerações atenderem às suas próprias necessidades, quando:

1. Adotam tecnologias e melhores práticas que aumentam a produtividade para atender às necessidades futuras respeitando o meio-ambiente,

2. Contribuem para melhorar a saúde humana fornecendo alimentos seguros e nutritivos e

3. Favorecem o bem-estar social e econômico da agricultura e de suas comunidades.

Alimentando o mundo

Há uma estimativa de que 800 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem com escassez crônica de alimentos, e que mais alguns milhões podem passar fome devido às crises de alimentos atuais e futuras. Para atender a essa necessidade, as Nações Unidas conclamam por um aumento de 50 por cento na produção mundial de alimentos até 2030.

Plantações de soja de alta produção podem ajudar a alimentar um mundo faminto e em crescimento com proteína de alta qualidade. Poderá a produção de soja alimentar a população em constante crescimento e ao mesmo tempo manter-se sustentável?

Uma análise abrangente

Para avaliar a sustentabilidade da produção de soja dos EUA, particularmente nos aspectos ambiental e econômico, o USB (Conselho Unido de Soja) solicitou que o CAST (Conselho de Ciência e Tecnologia da Agricultura) realizasse uma Revisão Bibliográfica abrangente. O CAST apresentou esse Relatório, realizado por uma equipe liderada pelo Dr. Larry G. Heatherly, na sua publicação chamada Special Publication em 30 de abril de 2009.

4 • Introdução

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Esse folheto resume as principais constatações do Relatório publicado na Special Publication 30 do CAST. O folheto também inclui informações sobre os benefícios ambientais e a adoção global da biotecnologia, fornecidas pelo CTIC (Centro de Informações sobre Tecnologia de Conservação) e pelo ISSSA (Serviço Internacional de Aplicações da Biotecnologia na Agricultura).

Principais descobertas sobre sustentabilidade

O relatório do CAST reporta que mais de 92 por cento da área plantada com soja nos EUA usa variedades de soja desenvolvidas por biotecnologia agrícola (transgênicos). A plantação de soja transgênica oferece benefícios ambientais, principalmente por permitir o uso de Plantio Direto em área maior do que antes do uso desta tecnologia.

Os benefícios do Plantio Direto incluem:

• Reduçãode93porcentonaerosãodosolo

•Conservaçãodeumbilhãodetoneladasde solo agricultável

•Reduçãode70porcentonalixiviaçãodeherbicidas

•Reduçãode148milhõesdequilosnasemissõesdeCO2

O relatório do CAST conclui que todos os três principais sistemas de produção de soja (convencional, transgênico e orgânico) são ambientalmente sustentáveis e podem ser gerenciados para gerar lucro, considerando-se a fatia de mercado apropriada para cada sistema.

A maior parte da produção atual de soja nos EUA baseia-se em variedades de soja transgênicas, resistentes a um ou mais herbicidas, o que permite um manejo sustentável de ervas daninhas. Este folheto possui foco na sustentabilidade dos grãos de soja transgênicos.

Introdução • 5

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Alimentando o mundo

A ONU conclama por um aumento na produção mundial de alimentos

O Secretário Geral das Nações Unidas (ONU) Ban Ki-moon estimulou as nações a aproveitarem uma “oportunidade histórica de revitalizar a agricultura” como uma forma de combater a crise de alimentos. Em junho de 2008, Ban Ki-moon declarou durante a Conferência patrocinada pela ONU em Roma que a produção de alimentos terá que aumentar 50 por cento até 2030 para atender à demanda mundial. A FAO – Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação alertou os países industrializados que, a menos que eles aumentem sua produção de alimentos, eliminem as barreiras comerciais e enviem alimentos aos locais mais necessitados, poderá haver uma catástrofe global.

Acredita-se que os altos preços dos alimentos ocorridos em 2008 tenham levado 100 milhões de pessoas no mundo todo a passar fome. Para piorar, a população mundial continua crescendo e restringindo ainda mais a oferta de alimentos. Atualmente com 6,7 bilhões de pessoas, a população mundial aumentou de 3 bilhões em 1959 para 6 bilhões em 1999, e a projeção de crescimento é chegar a 9 bilhões até 2040.

População mundial entre 1950-2040 Fonte: U.S. Census Bureau, International Data Base (IDB), 2008

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O uso de variedades de soja transgênica melhora a eficiência do manejo e o controle de ervas daninhas. Plantas que resistem a pragas e doenças toleram condições adversas e reduzem o desperdício, evitando que os agricultores percam anualmente bilhões de quilos de alimentos.

Em relação a isso, o ISSSA calcula que os principais motivos pelos quais os agricultores adotaram as sementes transgênicas de forma tão abrangente foram: a redução de 56 por cento nos custos de produção e um aumento de 44 por cento na produtividade, além da simplicidade e da flexibilidade no gerenciamento da lavoura.

Mudanças na produção de soja nos EUAA produção de soja nos EUA mudou desde o início de sua introdução no Cinturão do Milho na metade do século XIX. Inicialmente, a safra era produzida principalmente para alimentação de subsistência e usavam-se poucos insumos. Esta agricultura se desenvolveu até se tornar uma safra de grão que é uma fonte importante de proteína na dieta animal e de óleo vegetal para consumo humano. A produção de soja ocupa cerca de 22 por cento da área de plantio ou mais de 29 milhões de hectares em 31 estados dos EUA.

A maioria das plantações de soja dos EUA estão em três regiões diferentes: no centro-oeste ou Cinturão do Milho, no centro-sul ou abaixo do delta do rio Mississipi e no sudeste ou costa atlântica. Os produtores destas três regiões utilizam práticas de produção sustentável em níveis diferentes devido às diferenças de solos e climas.

Mudanças na produção de soja • 7

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Avaliação da produção de soja atual

Um Relatório publicado recentemente pela Field Crops Researchresumiuasituaçãoatualdaproduçãode Soja nos EUA, usando dados dos estados de Iowa, Nebraska, Kentucky e Arkansas.

A área de cultivo de soja aumentou significativamente de 1972 a 2003.

Num período de 32 anos, a produção de soja aumentou em 79 por cento nas regiões analisadas.

O aumento da produtividade aconteceu junto com o crescimento da área de plantio.

A partir de 1972, os problemas climáticos tornaram-se os principais responsáveis pelo não aumento da produtividade.

O uso de irrigação nos estados de Nebraska e Arkansas trouxe aumentos maiores na produtividade.

Há forte relação entre produtividades sem crescimento e plantio de soja após soja (sem rotação).

Sistemas de alta produção tiveram os maiores aumentos na produtividade.

A irrigação poderia aumentar bastante em áreas mais secas.

O desafio para o futuro da produção de soja nos EUA não é apenas manter o crescimento da produtividade em ambientes com boa capacidade de produção, mas também desenvolver e aplicar tecnologia para aumentar a produtividade em ambientes com baixa capacidade de produção e stress alto. Ambientes com stress alto oferecem os maiores desafios à sustentabilidade da produção de soja nos EUA.

8 • Mudanças na produção de soja

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Definindo a agricultura sustentávelO conceito de sustentabilidade na agricultura não é novo e tem sido considerado nos sistemas agrícolas por muitas décadas. Os principais componentes da sustentabilidade foram resumidos pelo Congresso dos EUA na Lei Agrícola (Farm Bill) de 1990 como um sistema integrado de práticas de produção animal e vegetal com uma aplicação local específica que a longo prazo:

• Satisfaráasnecessidadeshumanasdefibraealimentos

•Melhoraráaqualidadedomeioambientee dos recursos naturais com base na dependência da economia agrícola

•Usarácommaiseficiênciaosrecursosnão-renováveiseos recursos de plantio e integrará, onde for apropriado, controles e ciclos biológicos naturais

•Manteráaviabilidadeeconômicadeoperações de manejo dos cultivos

•Melhoraráaqualidadedevidadosagricultorese da sociedade como um todo.

A agricultura sustentável implica o uso de métodos de produção que resultam na manutenção ou no aprimoramento da qualidade do meio ambiente e da lucratividade econômica. Em outras palavras, para um sistema de produção ser realmente sustentável, ele deve ser lucrativo para os produtores que adotarem esse sistema a longo prazo.

Agricultura sustentável • 9

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Sustentabilidade da soja resistente a herbicidas

A introdução da soja resistente a glifosato

As variedades de soja foram desenvolvidas por meio de técnicas de cruzamento convencionais desde 1930, permitindo melhoras progressivas na produção da soja através da produtividade, da qualidade e da resistência a pragas e doenças.

A soja transgênica foi introduzida pela primeira vez nos anos 90 quando as variedades resistentes ao glifosato (RR) tornaram-se disponíveis. Em 2008, as variedades transgênicas (exclusivamente tolerantes a herbicida) ocuparam 92 por centos da área de soja dos EUA.

Soja RR, manejo sustentável de ervas daninhas e qualidade da água

O desenvolvimento da soja RR tem sido considerado omaiorpassoemdireçãoaosistemademanejosustentável de pragas. A utilização de glifosato descartou a necessidade de operações de preparo de solo para plantio e o uso de outros herbicidas.

Em geral, o destino de todos os herbicidas no meio ambiente está relacionado à sua retenção, degradação (persistência) e transporte pelo ar, pela água e pelo solo. A retenção dos herbicidas no solo depende de suas propriedades de adsorção. A adsorção está relacionada à ligação do herbicida com as partículas do solo. A quantidade do herbicida adsorvida ao solo geralmente não está disponível para lixiviação, degradação ou captação. O glifosato é adsorvido de forma rápida pelo solo e por isso não está disponível para perdas de escorrimento ou lixiviação.

Conseqüentemente, a lixiviação de herbicida em um sistema de produção de grãos de soja RR é muito menor do que num sistema de soja convencional não tolerante a herbicida. O herbicida usado com a soja RR transgênica não apresenta mais atividade no solo após 47 dias, enquanto outros herbicidas ativos no solo podem durar 90 dias ou mais. A adsorção de glifosato no solo reduz a possibilidade de contaminação da água.

10 • Soja Resistente a Herbicidas

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Entre 1995 e 2006, a quantidade de herbicida não-glifosato aplicada em soja diminuiu 17,6 milhões de quilos ou 83,5 por cento, enquanto a área de plantio de soja aumentou 46 por cento nos EUA no mesmo período.

Acredita-se que essa tendência se deve à ampla gama de controle de ervas oferecida pelo glifosato, que pode substituir o uso de misturas de dois ou mais herbicidas convencionais. A redução da aplicação de herbicida mostra como os sojicultores dos EUA estão usando menos ingredientes ativos, o que resulta num manejo mais fácil e na possibilidade de uma menor pressão ambiental.

Grãos de soja RR e menor uso de inseticida

OusodeinseticidaébaixonamaioriadasregiõesdecultivodesojadosEUA.Menosde16porcentodaáreaplantadacomsojaemtodoopaíssãotratadoscominseticidas. Há pesquisas em andamento para desenvolver grãos de soja resistentes a insetos através da biotecnologia, com uma ênfase particular na resistência a besouros.

Como algumas espécies do Bacillus thuringiensis (Bt) podem controlar besouros, e o uso da nova tecnologia de interferência no RNA também se mostrou eficiente contra coleópteros, uma variedade de soja transgênica não estará limitada ao controle das mariposas, simplesmente.

Novas variedades surgem de pesquisas

Em 2009, outras variedades de soja terão um novo “gene” resistente a Roundup conhecido como “Roundup Ready 2 Yield” (empresa Monsanto) ou terão um “gene” para resistência a glufosinato, o ingrediente ativo em produtos herbicidas conhecidos como Liberty ou Ignite. Estas variedades são conhecidas como “Liberty Link” (da empresa alemã Bayer).

Soja Resistente a Herbicidas • 11

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Esta nova soja recebeu a aprovação dos principais mercados internacionais e estará disponível para comercialização e plantio em 2009. Nos próximos anos, outras variedades com resistência a Dicamba e 2,4-D estão programadas para serem lançadas assim que as aprovações regulamentares forem obtidas e formarão a espinha dorsal das estratégias de manejo de pragas na produção de soja não-orgânica nos EUA, ajudando a prolongar a eficiência do sistema atual que depende na maior parte do uso de glifosato com as variedades RR.

Além da resistência a herbicidas, as futuras variedades transgênicas terão características que trarão benefícios à saúde humana. Exemplos incluem soja com maiores teores de óleos esteáricos e oléicos e óleos de soja com menos gordura saturada, o que oferecerá a empresas da indústria alimentícia óleos extremamente funcionais com zero gramas de gordura trans; menos fibra de ráfia e estaquiose, dois antinutrientes presentes na alimentação de gado; e baixo fitato, para melhor absorção humana de ferro e zinco e melhor alimentação animal que reduzirá a poluição por fósforo e melhorará a qualidade da água. Essas características são esperadas no mercado entre 2010 e 2015.

A maioria dos programas públicos de cultivo de soja provavelmente continuará enfatizando o cultivo convencional em vez do transgênico. Mas a disponibilização destas sementes dependerá da demanda dos mercados nacionais e internacionais. É improvável que as variedades convencionais voltem a se tornar uma parte significativa da área de plantação de soja nos EUA em um futuro próximo, devido às preocupações com o controle de pragas e à falta de variedades não-transgênicas disponíveis.

Quando usados adequadamente com herbicidas e mecanismos de resistência, glifosato e soja RR continuarão a contribuir muito para a sustentabilidade e a mitigação do impacto ambiental da produção de soja dos EUA.

12 • Soja Resistente a Herbicidas

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O surgimento do plantio conservacionistaOs agricultores de soja dos EUA praticamente eliminaram o arado em suas áreas de plantio. Embora o “plantio direto” fosse possível em um número limitado de tipos de solo e latitudes nos EUA antes da chegada dos cultivos transgênicos, o maior impacto ambiental dessas plantações biotecnológicas foi a adoção do plantio direto. Na verdade, a área de soja em que o plantio direto é utilizado nos Estados Unidos cresceu 35 por cento desde a introdução da soja tolerante a herbicida.

Benefícios do Plantio Conservacionista à sustentabilidade

Atualmente,oplantiodiretoéusadoemmaisde65porcentodas áreas de soja dos EUA e oferece os seguintes benefícios:

Redução de 93 por cento da erosão do solo

Redução de 31 por cento na erosão eólica

Redução de 70 por cento na lixiviação de herbicidas

Redução de 80 por cento da contaminação por fósforo em águas superficiais

Uma redução anual de 147,5 mm na evaporação da umidade do solo

Reduções de mais de 50 por cento no uso de combustíveis fósseis

Por isso, o plantio direto é econômico e ambientalmente sustentável para a produção de soja nos EUA.

Os sojicultores dos EUA praticamente eliminaram o preparo de solo em seus campos de plantio.

Plantio de Conservação • 13

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Redução na erosão do solo

Uma publicação recente sobre erosão do solo no mundo embasa a conclusão de que os sistemas de plantio direto usados para produzir soja nos EUA podem oferecer uma base para a produção sustentável de soja, especificamente pela redução das taxas de erosão do solo de 3,94 milímetros/ano no plantio convencional para aproximadamente 0,12 milímetros/ano usando o plantio direto. Além disso, os restos de cultura deixados nos solos cultivados com plantio direto permitem um melhor desenvolvimento do sistema radicular da soja.

Redução das emissões de CO2 e do aquecimento global

Os agricultores que participaram da pesquisa percorreram 1,8 menos vezes a área de plantio quando usaram a técnica do plantio direto. Uma redução no número de operações com máquinas no plantio direto e o número de vezes que a plantação é percorrida resulta na redução do uso de combustível e das emissões de dióxido de carbono (CO2) do maquinário utilizado. Mais precisamente, as emissões de CO2 sofrem uma redução de 127 milhões de quilos nas operações agrícolas com o uso de soja RR cultivados em sistema de plantio direto em comparação ao plantio convencional. Consequentemente, o aquecimento global pode ser mitigado com a adoção de grãos de soja RR em conjunto com as práticas de plantio direto. A redução das emissões de CO2 proporcionada pelo plantio direto em 2008 são equivalentes à retirada de 125.750 carros das estradas a cada ano.

Uma análise sobre o potencial do aquecimento global causado por gases de estufas em agriculturas intensivas mostrou que esse potencial nas práticas de plantio convencional é 8,14 vezes maior do que no plantio direto. Essa redução significativa do potencial do aquecimento global em sistemas de plantio direto foi atribuída ao aumento da retenção de carbono em solos em que o plantio direto foi utilizado e às reduções no consumo de combustível desse sistema. Os sistemas de plantio direto acumulam 627 quilos a mais de carbono líquido por hectare por ano do que os sistemas de plantio convencional. Ao contrário, foi registrada a perda de 5 vezes mais CO2 do solo com uma passada de arado do que em terrenos com plantio direto.

No futuro, aproximadamente 21,6 milhões de toneladas de solo arável serão preservados com o plantio de grãos de soja transgênicos tolerantes a herbicida em sistemas de plantio direto. O plantio direto economiza aproximadamente 36,7 litros de combustível por hectare, o que resultará em uma redução de 3,3 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera em 2020.

14 • Plantio de Conservação

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Melhorando a biodiversidade com plantio direto de soja

A biodiversidade também é mantida nas áreas de soja com plantio direto. Os micro-organismos presentes no solo, os insetos benéficos e as minhocas apresentam-se em maior número nas áreas de plantio direto do que em áreas de plantio convencional.

O número de minhocas foi de 3,5 a 6,3 vezes maior 17 anos depois nas lavouras de plantio direto do que nas lavouras de plantio convencional. As codornas americanas (bobwhite quail) precisam de apenas 4,2 horas para capturar os insetos necessários à sua dieta diária em campos de plantio direto de soja em comparação às 22 horas necessárias em campos de plantio convencional de soja.

Avanços no manejo da água e do solo As análises de solo são a melhor forma de se medir com precisão as deficiências de nutrientes e evitar o excesso de fertilização que pode resultar na contaminação do meio ambiente. A Tecnologia de Taxa Variável (Variable Rate Technology) pode ser usada para aplicar fósforo em locais específicos, conforme necessário, para aumentar os lucros e reduzir a perda de nutrientes.

Em pequena escala, culturas de cobertura trazem benefícios ambientais incluindo a redução da perda de nutrientes por lixiviação, a redução do escorrimento de água e herbicidas e um controle melhor da erosão no inverno, quando usada em um sistema de produção de soja ou de soja e milho. Embora o uso de culturas de cobertura em poucos casos seja economicamente viável, os agricultores continuam aplicando essa prática em cerca de 10 por cento da área de plantio de soja no Cinturão do Milho dos EUA.

A redução das emissões de CO2 proporcionadas pelo plantio direto em 2008 foram equivalentes à retirada de 125.750 carros das estradas.

Outras práticas de produção • 15

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Vantagens da rotação de culturas

A Rotação de Culturas oferece benefícios à produção e ao meio ambiente tanto para o plantio de soja como para outras culturas na maioria dos sistemas. As plantações de grãos em rotação resultam em mais matéria seca e resíduos vegetais no solo do que de soja sem rotação. Por isso, a rotação de uma cultura produtora de grãos com o plantio de soja realizado por meio do plantio direto reduz a possibilidade de erosão.

A necessidade da aplicação de fertilizante com nitrogênio em uma plantação de grãos seguida por soja pode ser reduzida em entre 45 a 90 quilos por hectare em comparação ao plantio contínuo do mesmo grão. As proporções entre consumo e produção de energia estão a favor das culturas em rotação de soja e milho a cada dois anos no Cinturão do Milho dos EUA. Comparando os sistemas de plantação em Nebraska, a proporção entre consumo e produção de energia variou de 4,1 para um sistema de plantação de milho ou sorgo até 11,6 para plantio alternado de soja e milho ou sorgo no plantio convencional.

Alternar o plantio de soja com uma cultura que não seja hospedeira de pragas como o nematóide de cisto da soja (NCS) e usar a rotação de variedades de soja resistentes é eficaz na diminuição dos danos causados por essa praga às plantações de soja, além de atrasar ou impedir a adaptação do NCS. Contudo, a rotação de soja e milho a cada dois anos não é uma medida garantida de controle de pragas a longo prazo.

Monocultura e culturas em rotação

Comprovou-se que a rotação anual de soja com cereais (cultura alternada) é uma prática ambientalmente sustentável, mas nem sempre viável. Contudo, na maioria dos casos, a rotação de culturas a cada dois anos com outra cultura de verão melhorará economica e ambientalmente a sustentabilidade da produção.

A maior parte da soja no sul dos EUA é produzida em sistema de monocultura, e há uma pesquisa de longo prazo para avaliar os efeitos da rotação de culturas nessa região. A estimativa do retorno econômico total de um sistema de rotação de culturas de soja e trigo é semelhante à do sistema de monocultura de soja. O uso da irrigação para reduzir as perdas na produção de soja devido ao estresse causado pela falta de chuva é o fator mais importante para a sustentabilidade da rotação de culturas na região centro-sul dos EUA.

A rotação de culturas oferece benefícios à produção e ao meio ambiente tanto para a soja quanto para as outras culturas utilizadas na maioria dos sistemas.

16 • Outras práticas de produção

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Lidando com a seca

A falta de chuva é o estresse abiótico (que não é causado por seres vivos) mais sério para as plantações de soja. Um dos principais desafios para as futuras produções de soja é desenvolver uma tecnologia que reduza o risco de perdas na produção devido ao estresse causado pela falta de chuva em regiões mais secas e inclinadas, que dificultam a irrigação. As empresas de tecnologia de sementes estão avaliando o germoplasma da soja com características de tolerância à seca que poderão estar disponíveis comercialmente nos próximos três a cinco anos.

Três avanços recentes no manejo da produção e no cultivo de soja oferecem uma oportunidade de reduzir alguns dos efeitos da estiagem:

1.OSistemadeProduçãodeSojaPrecoceparaaregiãocentro-sul, que antecipa o plantio para evitar o período de maior estiagem durante o crescimento da planta

2. O lançamento de duas linhagens que apresentam umataxamaisaltadefixaçãodenitrogêniodurante os períodos de estiagem

3.Aidentificaçãodeduasvariedadesdesoja que murcham mais devagar

Esses avanços oferecem opções de manejo e uso do potencial genético que podem ser usadas para reduzir perdas na produção de soja, resultantes dos efeitos do estresse pequeno ou moderado causado pela estiagem.

Os sistemas de plantio de soja irrigados são os mais produtivos nos EUA, com uma média de produtividade de mais de 48 por cento em relação aos sistemas sem irrigação. Superar a estiagem é um fator importante para manter o máximo das produções de soja, mas apenas cerca de 8 por cento da área plantada com soja nos EUA são irrigados. A capacidade de continuar usando a irrigação dependerá da manutenção da quantidade e da qualidade das fontes de água subterrâneas e superficiais. O aprimoramento da produção de soja em áreas com umidade limitada através do melhoramento de plantas e da biotecnologia representa uma forma mais sustentável para lidar com a estiagem.

Os sistemas de plantio de soja irrigados são os mais produtivos dos EUA, com uma produtividade média de mais de 48 por cento em relação aos sistemas sem irrigação.

Outras práticas de produção • 17

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Soluções sustentáveis de combate a pragas e plantas daninhasOs problemas economicamente importantes em plantações de soja incluem ervas daninhas, insetos, fungos, nematóides e vírus. As daninhas são consideradas o problema principal na maioria dos países produtores de soja. As pragas (agentes patogênicos causadores de doenças, nematóides e insetos) criam desafios de manejo em todos os sistemas de produção de soja dos EUA. Na região norte dos EUA, as perdas na produção anual de soja foram atribuídas a doenças e nematóides atingiram aproximadamente 8 milhões de toneladas de 1999 a 2005. Na região centro-oeste, a maioria dos insetos-praga são atacados por inimigos naturais ou agentes de controle biológicos. Na região sul dos EUA, os insetos causaram uma perda estimada de 1,4 milhão de toneladas do total das perdas da produção anual de 1999 a 2005.

Técnicas Sustentáveis de manejo de Pragas

A estratégia de manejo amplamente implantada e mais eficaz para os agentes patogênicos da soja é a resistência da própria planta. Para doenças causadas por fungos, em que a resistência não foi identificada ou é difícil de ser incorporada, existem vários fungicidas específicos para utilização em plantações de soja. Para o manejo da ferrugem da soja, aplicou-se fungicidas em menos de 1 por cento das áreas com plantio de soja em 1995. Em 2006, aplicou-se fungicidas em apenas 4 por cento da área.

O NCS é manejado com eficiência através de uma combinação de plantio de variedades resistentes, rotação de cultura de variedades com fontes alternativas de resistência e rotação com culturas que não são hospedeiras.

O manejo Integrado de Pragas foi incentivado e usado para o controle de insetos nas plantações de soja dos EUA e resultou em economias de custo significativas com um impacto ambiental reduzido. A inspeção das áreas de plantio para determinar a pressão causada pelos insetos é usada de forma ampla e eficaz para evitar aplicações desnecessárias de inseticidas. O plantio precoce na região centro-sul é usado para evitar danos dos insetos desfoliadores.

18 • Manejo de ervas daninhas e pragas

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Quando insetos prejudiciais à lavoura se instalam, é possível usar inseticidas químicos para obter um controle consistente e eficaz. Contudo, apenas 16 por cento da área de soja usou inseticida em 2006 nos EUA.

Manejo Sustentável de Ervas Daninhas

Geralmente as daninhas são responsáveis pelas maiores perdas na produção de soja do que os insetos ou as doenças. Também há uma estimativa de que elas podem causar perdas globais de mais de 37 por cento na produtividade se não forem controladas. A sustentabilidade do manejo das ervas daninhas em um sistema de produção de soja convencional (sem biotecnologia) é limitado por diversos fatores.

1. Poucas fórmulas novas de herbicidas que controlarãoaservasdaninhasouevitarãoresistênciaestãosendoproduzidos.

2. As fórmulas disponíveis podem desaparecer devido a preocupações ambientais e à falta de mercado.

3.Poucasvariedadesnão-transgênicasestãosendo desenvolvidas e lançadas por empresas de sementes porque a crescente demanda temseconcentradonogrãodesojaRR.

4.Éimprovávelquehajaumamudançaparacontroledeervas em pós-emergência para facilitar o manejo de ervas daninhasemsojaconvencional(não-transgênica)devido àspreocupaçõescomaerosão,asrestriçõesdemão-de-obraeotamanhodalavoura.

As ervas daninhas são consideradas o problema número um na maioria dos países produtores de soja.

Manejo de ervas daninhas e pragas • 19

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O sistema de produção orgânicoEm 2005, havia 50.500 hectares de soja certificados nos EUA, que compreendiam 0,17 por cento do total da área de soja. Quase metade da área de soja orgânica foi plantada em Iowa, Michigan e Minnesota.

Para vender soja orgânica, os produtores devem ser certificados pelo Programa Nacional de Serviço de Marketing Agrícola do Departamento de Agricultura (Department of Agriculture-Agricultural Marketing Service’s National Organic Program) dos EUA. Os requisitos para obter a Certificação de produtor de soja orgânica incluem:

1.Nãoutilizarfertilizantessintéticosoupesticidasporpelomenos3anosantesdaCertificação

2. Ter uma sequência de culturas planejada e aprovadaemcadacampodeplantioidentificado

3.Usarsementeproduzidaorganicamente

4.Registrarousodeinsumoseasoperaçõesdalavoura

Os produtores orgânicos de soja não podem utilizar transgênicos. O manejo de pragas e doenças depende da resistência da variedade e da rotação de culturas. O preparo de solo é usado para o manejo da rotação de culturas e do controle de ervas daninhas, e isso aumenta a possibilidade de erosão. Onde o controle mecânico de ervas daninhas não é eficaz, é necessário o controle manual. A rotação de culturas e a sequência desta rotação são fundamentais para o manejo de ervas daninhas, insetos, doenças e da fertilidade do solo, como com a utilização de adubo de origem animal e cultivo de leguminosas em cobertura como fontes de fertilizante.

20 • O Sistema de Produção Orgânico

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Uma pesquisa com agricultores comerciais de soja da região centro-oeste dos EUA comparou as práticas econômicas da produção de soja orgânica e convencional. Os principais pontos a seguir se referem à produção de soja orgânica nos EUA:

1.Asojaorgânicaéproduzidaemfazendasmenores(comumamédiade197hectares)doqueasojatransgênica(médiade309hectares).

2.Anecessidadedeusomaiordemão-de-obranaproduçãodesojaorgânicatornaestesistemamaiscomplicadoemlavourasmaiores(custodemão-de-obradeUS$40,70/hectareparasojatransgênicacontraUS$131,50porhectareparaasojaorgânica).

3. O número maior de operações de campo necessárias paraaproduçãodesojaorgânicatêmcustosmaisaltoscomcombustível,reparodemáquinasemão-de-obra.

4.Osprodutoresdesojaorgânicaobtêmumamédiadeprodutividadede1.680quilosporhectareemcomparaçãoa2.540quilosporhectarepara os produtores de soja convencional.

5.OprêmiodemercadodasojaorgânicaédeUS$340portoneladaemcomparaçãoaoutrossistemasdeprodução.

O Sistema de Produção Orgânico • 21

Os produtores orgânicos de soja não podem utilizar transgênicos. O manejo de pragas e doenças depende da resistência da variedade e da rotação de culturas. O preparo do solo é usado para o controle de ervas daninhas e para o manejo de rotação de culturas.

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A função da economia na sustentabilidadeAscomunidadesagrícolasdevemterrendasuficienteparamanter a produtividade e passar as propriedades para a próxima geração. Consequentemente, um dos critérios para determinar a sustentabilidade de um sistema de produção é a sua lucratividade.

A maioria dos estados calcula os Custos de Produção apenas para as variedades RR. Os poucos estados que calculam Custos separados para os sistemas convencional (variedades não-RR) e transgênico (variedades RR) mostram praticamente os mesmos custos por hectare para cada sistema. O custo mais baixo da semente das variedades convencionais comparado às variedades RR, principalmente associado à Taxa de Tecnologia, é determinado pelo custo mais alto dos herbicidas no sistema convencional em comparação ao sistema transgênico.

Uma Comparação no Cinturão do Milho dos EUA

No Cinturão do Milho, o preço médio da soja não-orgânica para compensar o Custo de Produção (Preço de Equilíbrio) é estimado entre US$ 12,90 e US$ 13,60 por saca de 60 kg (com baixo insumo de fertilizante) e US$ 18,00 por saca (com uso normal de fertilizantes). Na região centro-sul, O Preço de Equilíbrio dada soja não-irrigada e não-orgânica está estimado entre $15,60 por saca (Sistema de Produção de Soja Precoce, para uma produtividade de 36 sacas por hectare) e US$ 23,30 por saca (produtividade de 23 sacas por hectare).

Em Iowa, o Preço de Equilíbrio é de US$ 18,00 por saca para soja não-orgânica e é consideravelmente mais baixo do que o Preço de Equilíbrio médio estimado de US$ 25,20 por saca (produtividade de 36 sacas por hectare) a US$ 32,50 por saca (produtividade de 28 sacas por hectare) para soja orgânica. Os Custos Adicionais Estimados para a produção de soja orgânica comparados à soja não-orgânica são de US$14,40 por saca de 60 kg. A lucratividade da soja em rotação com outras culturas orgânicas depende de um preço de venda alto, que superou os US$ 19,80 por saca em 2006 para a soja orgânica.

22 • Economia

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Conclusões sobre a sustentabilidade dos sistemas de produção de soja dos EUAA análise abrangente do relatório do CAST sobre os resultados de pesquisas indicam que os sistemas de plantio de soja orgânico, transgênico e convencional são ambientalmente sustentáveis e podem ser manejados de forma lucrativa com os incentivos de mercado adequados quando as práticas e tecnologias apropriadas são usadas.

As práticas de produção estão se desenvolvendo no sentido de garantir a sustentabilidade contínua da produção de soja nos EUA. Essas inovações incluem: práticas de manejo e produção aprimoradas, avanços no desenvolvimento de variedades de grãos, métodos e materiais novos ou aprimorados para o manejo de ervas daninhas, insetos, nematóides e doenças.

Contudo, os sistemas orgânico, transgênico e convencional não são igualmente viáveis para atender às necessidades atuais e futuras.

As Mudanças na Definição da Agricultura Convencional

O “sistema de produção de soja convencional” original (definido aqui como o sistema que usa variedades de grãos de soja não-transgênicos) ocupa menos de 8 por cento da área cultivada com soja hoje em dia nos EUA e provavelmente permanecerá no mesmo nível ou abaixo dele no futuro.

Esse sistema convencional “antigo” será usado apenas para agricultores produzirem soja não-transgênica para um nicho de mercado que paga um prêmio, por agricultores orgânicos e por agricultores que se recusam a plantar variedades transgênicas porque são mais caras ou por serem contrários às restrições do setor em relação ao uso de sementes transgênicas.

Os sistemas de plantio de soja orgânica, transgênica e convencional são ambientalmente sustentáveis e podem ser manejados de forma lucrativa com os incentivos de mercado apropriados quando as práticas e as tecnologias adequadas são usadas.

Conclusões • 23

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Conclusões sobre a Produção de Soja Orgânica

A produção de soja orgânica ocupa atualmente menos de 0,2 por cento da área plantada com soja nos EUA (aproximadamente 50.400 hectares) e provavelmente continuará a ocupar um parte bem pequena da área de soja.

Os motivos são: (1) os produtores poderão manter o manejo orgânico apenas em pequenas áreas por causa das despesas necessárias com mão-de-obra e fertilizantes de origem animal; (2) os requisitos iniciais de restrição para o estabelecimento de um sistema de plantio orgânico e as regulamentações de manutenção podem exigir mais tempo para o manejo da cultura do que muitos produtores desejam ou podem ter; (3) o custo da produção é maior e as safras são menores do que no sistema de plantio de soja não-orgânica, exigindo assim um preço de mercado muito mais alto para manter a lucratividade; e (4) uma oferta maior de soja orgânica eliminaria rapidamente o prêmio pago por esta soja, necessário para a lucratividade do sistema.

A quantidade de área hoje e no futuro das pequenas plantações de soja orgânica nos EUA não contribuirá para a sustentabilidade a longo prazo da produção de soja nos EUA, mas será lucrativa para os pequenos produtores contanto que os consumidores concordem em pagar um prêmio entre US$ 15,40 a US$ 22,00 por saca. O sistema orgânico será importante no fornecimento de nichos de mercados que não permitem sementes com características transgênicas.

24 • Conclusões

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O Papel da Biotecnologia como Sistema Predominante

Os resultados do relatório do CAST indicam que a produção de soja nos EUA agora tem um “novo” sistema convencional que é baseado no uso de biotecnologia. Mais de 92 por cento dos 31,3 milhões da área plantada com soja nos EUA usam variedades de soja desenvolvidas por biotecnologia agrícola (transgênicos).

Conforme já foi dito, o relatório do CAST observou que esse sistema transgênico permitiu as seguintes conquistas com o plantio direto:

•Reduçãode93porcentonaerosãodosolo

•Conservaçãodeumbilhãodetoneladas de solo agricultável

•Reduçãode70porcentonalixiviaçãodeherbicidas

•Reduçãode148milhõesdequilosnasemissõesdeCO2

Além da agricultura de plantio direto, a soja transgênica reduziu a necessidade das aplicações de agroquímicos, graças aos métodos de controle de pragas direcionados. Novas características melhorarão a qualidade da água com a redução de fósforo na alimentação do gado.

O Secretário Geral da ONU alerta que a oferta mundial de alimentos precisa aumentar 50 por cento até 2030 para atender à demanda. A biotecnologia agrícola é uma ferramenta importante para atender as necessidades de uma população mundial em crescimento nas próximas duas décadas. A soja transgênica, plantada em mais de 66,5 milhões de hectares em todo o mundo, aumentou a produção mundial em 32 milhões de toneladas em 2007. O desenvolvimento contínuo e a adoção de características favoráveis à sustentabilidade através da transgenia serão essenciais para atingir o objetivo de fornecer alimentos para todo o mundo com sustentabilidade ambiental através de uma melhor conservação do solo e da água e com o aprimoramento da qualidade da água e do ar.

Mais de 92 por cento dos 31,3 milhões da área plantada com soja nos EUA usam variedades de soja desenvolvidas por biotecnologia agrícola (transgênicos).

Conclusões • 25

Page 26: Produção de soja dos EUA:

Bibliografia citada

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26 • Referências

Page 27: Produção de soja dos EUA:

Larry G. Heatherly, PhD, é o autor-

chefe do Special Report 30 do CAST

(Conselho de Ciência e Tecnologia da

Agricultura), sobre a sustentabilidade

da produção de soja nos EUA. O Dr.

Heatherly dedicou quase 30 anos de

trabalhos ao Serviço de Pesquisas

Agrícolas do Departamento de Agricultura

(Agriculture’s Agricultural Research Service - USDA-ARS)

dos EUA, como pesquisador em Stoneville, no Mississippi.

Ele é reconhecido como uma autoridade nas áreas de

manejo de irrigação, tecnologia de sementeiras, sistemas

de plantio e no Sistema de Produção de Soja Precoce. O Dr.

Heatherly escreveu artigos e proferiu inúmeras palestras

enquanto trabalhou no USDA-ARS. Ele também é professor

adjunto de ciências vegetais na Universidade do Tennessee.

O Dr. Heatherly concluiu seu doutorado em agronomia

pela Universidade do Missouri em Columbia em 1975.

Page 28: Produção de soja dos EUA:

As informações deste relatório foram obtidas principalmente da Special Publication 30, Sustainability of U.S. Soybean Production: Organic, Traditional, and Transgenic Production Systems (Sustentabilidade da produção de soja dos EUA: Sistemas de produção orgânico, tradicional e transgênico), preparada pelo CAST. O CAST é uma organização sem fins lucrativos composta por 36 sociedades científicas e vários membros individuais com a missão de reunir, compreender e comunicar com credibilidade as informações com embasamento científico nos níveis regional, nacional e internacional para legisladores, reguladores, criadores de políticas, para a mídia, o setor privado e o público em geral.

Os principais pontos adicionais citados neste relatório foram obtidos de um relatório publicado pelo CTIC, com o título Conservation Tillage and Plant Biotechnology: How New Technologies Can Improve the Environment by Reducing the Need to Plow (Plantio de conservação e biotecnologia vegetal: Como novas tecnologias podem melhorar o meio ambiente reduzindo a necessidade de Preparo de Solo). O CTIC é uma organização sem fins lucrativos com a missão de fornecer soluções confiáveis e lucrativas para melhorar a relação entre a agricultura e o meio ambiente. O CTIC é formado por membros do setor agrícola, por editores de publicações voltadas à agricultura, associações agrícolas, organizações de conservação e produtores e é apoiada pela Agência Nacional de Proteção Ambiental, pelo Serviço de Conservação de Recursos Naturais e por outras entidades públicas dos EUA.

O USB (Conselho Unido de Soja) é uma organização administrada por agricultores e formada por 68 agricultores-diretores que supervisionam os investimentos das contribuições do checkoff coletado de todos os produtores de soja dos EUA. Os sojicultores estão unidos pelo compromisso de produzir alimentos saudáveis e nutritivos que ajudem a sustentar e nutrir uma população em constante crescimento. Além disso, esses agricultores têm orgulho do papel que desempenham na produção de uma das plantações mais saudáveis do mundo. O USB investe milhões de dólares em pesquisas para melhorar e ampliar os benefícios que a soja traz para a saúde e a nutrição.

Para obter mais informações, visite www.soyconnection.com.

A tradução para o português foi supervisionada pela Aprosoja, a Associação de Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso, no Brasil.

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Cert no. SCS-COC-001285