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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGROECOSSISTEMAS PRODUÇÃO DE CLONES DE BATATA-DOCE EM FUNÇÃO DE CICLO DE CULTIVO ALISSON MARCEL SOUZA DE OLIVEIRA 2013

PRODUÇÃO DE CLONES DE BATATA-DOCE EM FUNÇÃO DE CICLO DE CULTIVO · 2017. 11. 25. · ministÉrio da educaÇÃo universidade federal de sergipe prÓ-reitoria de pÓs-graduaÇÃo

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGROECOSSISTEMAS

PRODUÇÃO DE CLONES DE BATATA-DOCE EM FUNÇÃO

DE CICLO DE CULTIVO

ALISSON MARCEL SOUZA DE OLIVEIRA

2013

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGROECOSSISTEMAS

ALISSON MARCEL SOUZA DE OLIVEIRA

PRODUÇÃO DE CLONES DE BATATA-DOCE EM FUNÇÃO DE CICLO DE

CULTIVO

Dissertação apresentada à Universidade

Federal de Sergipe, como parte das exigências

do Curso de Mestrado em Agroecossistemas,

área de concentração em Produção em

Agroecossistemas, para obtenção do título de

“Mestre em Ciências”.

Orientador

Prof. Dr. Arie Fitzgerald Blank

SÃO CRISTÓVÃO

SERGIPE – BRASIL

2013

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

Oliveira, Alisson Marcel Souza de

O48p Produção de clones de batata-doce em função de ciclo de cultivo / Alisson Marcel Souza de Oliveira ; orientador Arie Fitzgerald Blank. – São Cristóvão, 2013. 39 f. : il. Dissertação (mestrado em Agroecossistemas) – Universidade Federal de Sergipe, 2013.

O 1. Ipomoea batatas. 2. Batata-doce - Amido. 3. Batata-doce

- Amilose. 4. Etanol. I. Blank, Arie Fitzgerald, orient. II. Título

CDU: 635.22

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A Deus e a minha família.

Dedico

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus primeiramente, pois sem Ele sei que não teria conseguido, sei que

sua presença constante me apoiou e me orientou.

Aos meus pais (Maria Pereira e José Antônio) pelo apoio, confiança e pelo amor

incondicional que depositaram em mim. Muito obrigado por estarem ao meu lado em todos os

momentos, amo vocês. Aos meus irmãos Alan e Anderson, eu confio e torço muito por vocês

e sei que sentem o mesmo por mim, eu os amo muito.

A minha noiva Alessandra pela prazerosa companhia, eu te amo.

Ao meu orientador o Prof. Dr. Arie Fitzgerald Blank por todos os ensinamentos que

me foram dados, não só na formação profissional, mas principalmente me ajudaram a crescer

como pessoa.

Aos amigos do GPMACO, em especial a equipe da batata-doce, Rodrigo, Vanderson,

Aléa e Manoel pela enorme ajuda e companhia. Agradeço também a equioe de trabalhadores

do Campus Rural e as pessoas que me ajudaram no laboratório, em especial a Prof.ª Drª

Roberta Pereira Miranda Fernandes e a Prof.ª Drª Maria de Fátima Arrigoni-Blank.

A todos os meus amigos, não vou citar nomes porque posso ser injusto e esquecer o

nome de alguém, então quero somente agradecer o carinho e a companhia de todos.

Aos meus primos e meus tios e tias, fonte de carinho que de uma forma ou de outra

colaboraram com a realização deste sonho.

Agradeço todas as dificuldades que enfrentei; não fosse por elas, eu não teria saído do

lugar. As facilidades nos impedem de caminhar. Mesmo as críticas nos auxiliam muito.

Obrigado a vocês que compartilharam os prazeres e dificuldades desta jornada com os

quais convivemos durante tantas horas e carregamos a marca de experiências comuns que

tivemos. Portanto confiantes em busca de nossos ideais, no exercício de nossa profissão.

Enfim, a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a realização

deste trabalho.

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SUMÁRIO

Página

LISTA DE TABELAS ........................................................................................................ i

LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................... ii

RESUMO ............................................................................................................................ iii

ABSTRACT ........................................................................................................................ iv

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 1

2. REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................... 3

2.1 Importância da batata-doce......................................................................................... 3

2.2 Ciclo de cultivo de batata-doce................................................................................... 5

2.3 Desempenho de clones de batata-doce....................................................................... 7

2.4 Principais pragas......................................................................................................... 8

2.5 Indústria da batata-doce para etanol........................................................................... 9

3. MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................... 12

3.1 Local, solo e clima...................................................................................................... 12

3.2 Escolha do Material Vegetal....................................................................................... 12

3.3 Delineamento e condução do experimento................................................................. 13

3.4 Colheita, variáveis analisadas e estatística................................................................ 13

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................................... 18

4.1 Sobrevivência.............................................................................................................. 18

4.2 Danos causados por insetos de solos.......................................................................... 19

4.3 Massa fresca e seca da parte aérea da batata-doce...................................................... 20

4.4 Produtividade total de raízes....................................................................................... 22

4.5 Teor de matéria seca de raiz....................................................................................... 23

4.6 Teor e rendimento de Amido...................................................................................... 22

4.7 Teor de amilose........................................................................................................... 26

4.8 Rendimento de etanol L.ha-1

e L.t-1

.......................................................................... 27

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 30

6. CONCLUSÕES .............................................................................................................. 31

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 32

ANEXOS ............................................................................................................................ 39

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i

LISTA DE TABELAS

Página

TABELA 1. Resultado da análise química e física do solo da área experimental na

Fazenda Experimental “Campus Rural da UFS” localizada em São

Cristóvão, na profundidade de 0-20 cm ............................................... 12

TABELA 2. Relação dos clones de batata-doce e sua identificação no Banco Ativo

de Germoplasma (BAG) da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

São Cristóvão – SE, UFS, 2013 .......................................................... 13

TABELA 3. Escala de notas para classificação de raízes de batata-doce quanto aos

danos causados por insetos de solo ..................................................... 14

TABELA 4. Valores médios para sobrevivência (%) de clones de batata-doce em

função de diferentes ciclos de cultivo. Universidade Federal de

Sergipe (UFS). São Cristóvão – SE, 2013 ........................................... 18

TABELA 5. Valores médios para Danos causados por insetos de solo (nota 1 - 5)

de clones de batata-doce em função de diferentes ciclos de cultivo.

Universidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão – SE, 2013 .... 19

TABELA 6. Valores médios para massa fresca e seca da parte aérea (t.ha-1

) de

clones de batata-doce em função de diferentes ciclos de cultivo.

Universidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão – SE, 2013 .... 21

TABELA 7. Valores médios para produtividade total de raízes (t.ha-1

) de clones de

batata-doce em função de diferentes ciclos de cultivo. Universidade

Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão – SE, 2013 .......................... 22

TABELA 8. Valores médios para teor de matéria seca (%) de clones de batata-

doce em função de diferentes ciclos de cultivo. Universidade Federal

de Sergipe (UFS). São Cristóvão – SE, 2013 ...................................... 24

TABELA 9. Valores médios para teor e rendimento de amido de clones de batata-

doce em função de diferentes ciclos de cultivo. Universidade Federal

de Sergipe (UFS). São Cristóvão – SE, 2013 ...................................... 25

TABELA 10. Valores médios para teor de amilose de clones de batata-doce em

função de diferentes ciclos de cultivo. Universidade Federal de

Sergipe (UFS), São Cristóvão – SE, 2013 ........................................... 27

TABELA 11. Valores médios para Rendimento de etanol em L.ha-1

e L.t-1

de clones

de batata-doce em função de diferentes ciclos de cultivo.

Universidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão – SE, 2013 .... 28

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ii

LISTA DE FIGURAS

Página

FIGURA 1. Estrutura química da amilose (a) e amilopectina (b). Fonte:

CORRADINIet al. (2005) ................................................................... 10

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iii

RESUMO

OLIVEIRA, Alisson Marcel Souza de. Produção de clones de batata-doce em função de

ciclo de cultivo. São Cristóvão: UFS, 2013. 39p. (Dissertação – Mestrado em

Agroecossistemas).*

A batata-doce [Ipomoea batatas (L.) Lam.] é tecnicamente uma planta perene, plantada e

explorada como anual. Sendo assim, a identificação do ciclo de cultivo e de clones de batata-

doce é importante para um melhor aproveitamento dessa cultura, tanto na alimentação

humana e animal, como para produção de etanol. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o

desempenho de clones de batata-doce cultivados em diferentes ciclos de cultivo. O

delineamento experimental foi o de blocos casualizados, em esquema de parcelas

subdivididas, com três repetições. Foram testados nas parcelas três ciclos de cultivo (3, 5 e 7

meses), e nas subparcelas, seis clones de batata-doce (acessos IBP-007, IBP-038, IBP-075,

IBP-079 e IBP-149, e a cultivar Brazlândia Rosada). O experimento foi implantado na

Fazenda Experimental “Campus Rural da UFS”, localizada no Município de São Cristovão-

SE. As variáveis analisadas foram: sobrevivência, danos causados por insetos de solos, massa

fresca e seca de parte aérea, produtividade total de raízes, teor de matéria seca de raiz, amido

e amilose e rendimento de amido e etanol. Todas as variáveis foram submetidas à análise de

variância com teste F e, quando significativa, as médias foram comparadas pelo teste de

Skott-Knott ao nível de 5% de probabilidade. Os menores índices de sobrevivência ocorreram

no sétimo mês de cultivo (51,11%), juntamente com os maiores danos causados por insetos de

solo (4,29), onde os clones IPB-038 (2,84), IPB-075 (3,01) e IPB-149 (2,88) apresentaram

resistência no ciclo com sete meses. O clone IPB-007 apresentou elevados valores de massa

fresca (14,07 t.ha-1

) e seca (2,81 t.ha-1

) de parte aérea, em todos os ciclos de cultivo,

apresentando também, alta produtividade de raiz (33,16 t.ha-1

), amido (6,63 t.ha-1

) e etanol

(4.379 L.ha-1

). Já para teor de matéria seca de raiz (38,32%) e amido (26,70%) e rendimento

de etanol (176,26 em L.t-1

), o clone IPB-149 se destacou. Não houve diferença significativa

para o teor de amilose. O teor de amido (13,94%) e o rendimento de raiz (7,53 t.ha-1

), amido

(1,64 t.ha-1

), e etanol (1.034 L.ha-1

e 92,04 L.t-1

) foram menores para a maioria dos clones

avaliados no ciclo com três meses de cultivo. Recomenda-se usar o ciclo de cultivo de cinco

meses.

Palavras-chave: Ipomoea batatas, amido, amilose, etanol.

___________________

* Comitê Orientador: Arie Fitzgerald Blank – UFS (Orientador), Roberta Pereira Miranda Fernandes - UFS e

Wilson Roberto Maluf - UFLA.

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iv

ABSTRACT

OLIVEIRA, Alisson Marcel Souza de. Production of sweet potatoes clones according to

cultivation cycle. São Cristóvão: UFS, 2013. 39p. (Thesis - Master of Science in

Agroecosystems).*

Sweet potato [Ipomoea batatas (L.) Lam] is technically a perennial plant, cultivated and

explored as an annual crop. Thus, the identification of the cultivation cycle and sweet potato

clones is important for a better utilization of this crop, in both, human and animal nutrition, as

for ethanol production. The aim of this work was to evaluate the performance of sweet

potato clones grown in different cultivation cycles. The experimental design was a

randomized block design, in a split-plot scheme, with three replications. We tested in the plots

three cultivation cycles (3, 5 and 7 months), and in the split plots, six sweet potato clones

(accessions IBP-007, IBP-038, IBP-075, IBP-079 and IBP-149, and cultivar Brazlândia

Rosada). The experiment was carried out at the Research Farm "Campus Rural da UFS",

located in the municipality of São Cristovão-SE. The analyzed variables were: survival,

damages caused by soil insects, fresh and dry weight of the aerial part, total root yield, content

of root dry matter, starch and amylose, and yield of starch and ethanol. All variables were

subjected to analysis of variance with the F test, and when significant, the means were

compared by the Skott-Knott test at 5% probability. The lowest survival rates occurred in the

seventh month of cultivation (51.11%), together with the greatest damage caused by soil

insects (4.29), where the clones IPB-038 (2.84), IPB-075 (3.01) and IPB-149 (2.88) showed

resistance at the seven month cultivation cycle. Clone IPB-007 presented high values of fresh

(14.07 t.ha-1

) and dry weight (2.81 t.ha-1

) of the aerial part in all the cultivation cycles,

presenting also high yield of roots (33.16 t.ha-1

), starch (6.63 t.ha-1

) and ethanol (4,379 L.ha-

1). For content of root dry matter (38.32%) and starch (26.70%), and ethanol yield (176.26 L.t

-

1), the clone IPB-149 stood out. There was no significant difference in amylose content. The

starch content (13.94%) and the yield of roots (7.53 t.ha-1

), starch (1.64 t.ha-1

) and ethanol

(1,034 L.ha-1

and 92.04 L.t-1

) were lower for most of the clones evaluated with three months

of cultivation. We recommend the use of the cultivation cycle of five months.

Key-words: Ipomoea batatas, starch, amylose, ethanol.

___________________

* Supervising Committee: Arie Fitzgerald Blank – UFS (Supervisor), Roberta Pereira Miranda Fernandes - UFS

e Wilson Roberto Maluf - UFLA.

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1

1. INTRODUÇÃO

A batata-doce (Ipomoea batatas L.) é uma espécie pertencente à família

Convolvulaceae (SOUZA e LORENZI, 2008), A sua origem exata ainda não foi

definitivamente confirmada. Porém, existem evidências que suportam a hipótese de que a

batata-doce seja de origem americana. Baseado em análises de características morfológicas de

batata-doce cultivada e espécies silvestres de Ipomoea, o centro de origem mais provável está

entre a faixa da Península de Yucatan no México e a foz do rio Irinoco na Venezuela

(AUSTIN, 1988; SRISUWAN et al., 2006). Devido a sua rusticidade, facilidade de cultivo,

baixo custo de produção e ampla utilização, a batata-doce é cultivada em mais de 100 países.

Considerada uma espécie rústica, que apresenta grande resistência a pragas, é pouco

exigente em fertilidade do solo e é de fácil cultivo, ampla adaptação, alta tolerância à seca e

baixo custo de produção (MIRANDA et al., 1989). É uma das plantas de raizes tuberosas mais

cultivadas pelo homem, nas regiões tropicais e subtropicais, e seu cultivo se destina às mais

diversas formas de utilização (PEIXOTO et al., 1999). Suas ramas e raízes são largamente

utilizadas na alimentação humana, animal e como matéria-prima nas indústrias de alimento,

tecido, papel, cosméticos, preparação de adesivos e álcool carburante (CARDOSO et al.,

2005).

As cultivares recomendadas estão estreitamente relacionadas com o local e época de

plantio, adubação e finalidade de produção. São escassos os trabalhos de pesquisa visando

selecionar e indicar cultivares para as diferentes regiões do país e as melhores épocas de

colheita (VIANA et al., 2011).

Apesar de ser cultivada como cultura anual, a batata-doce é uma planta perene de

tuberização contínua, ocorrendo a morte natural da planta somente na ocorrência de condições

climáticas severas, como geada e seca muito prolongada. Em condições ideais de cultivo, a

colheita pode se iniciar aos 90 dias, mas em geral, a colheita ocorre entre 120 e 150 dias após

o plantio (SILVA et al., 2004).

A determinação da época de colheita tem grande influência no crescimento vegetativo

e na qualidade e produtividade de raízes tuberosas e pode variar com a cultivar, condições

ambientais e destinação do produto (QUEIROGA et al., 2007). Para mesa, a batata-doce deve

ser colhida quando atingir o tamanho ideal de comercialização que deve ser de

aproximadamente 300g, o que geralmente ocorre dos 100 aos 110 dias após o plantio para as

cultivares precoces e até aos 180 dias após o plantio para as tardias (RESENDE, 2000). Para a

indústria, pode ser colhida mais tarde, pois há interesse em maior teor de matéria seca e

carboidratos, o que resulta em um maior rendimento no processo industrial (QUEIROGA et

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2

al., 2007).

A colheita precoce da batata-doce pode penalizar a produtividade e até a qualidade

final das raízes, já a colheita tardia está sujeita ao ataque de fungos, pragas e na obtenção de

raízes grandes e com baixa qualidade comercial quando a finalidade é a comercialização para

consumo de mesa (SILVA et al., 2004). Dessa forma é importante conhecer o período

adequado de permanência da cultura no campo, com implicações na escolha da data de plantio

e de colheita, de forma que se obtenham maiores produtividades.

Varias cultivares de batata-doce foram selecionadas e identificadas quanto ao melhor

ciclo de cultivo, como a cultivar Brazlândia Rosada que apresenta ciclo médio, podendo ser

colhida a partir dos 120 até os 150 dias; quando colhida tardia, ou plantada em espaçamento

mais largo, produz batatas graúdas, de elevado peso médio. Na região de Brasília/DF, pode ser

plantada o ano todo, com uma produtividade média registrada de 33,0 t.ha-1 em ciclo de

cultivo de cinco meses. Esta cultivar apresenta, aproximadamente, 39,7% de matéria seca,

sendo que deste total, 81,8% representam amido mais açúcar, o que a torna também indicada

como matéria-prima para produção de álcool (CNPH, 2008). A cultivar Brazlândia Branca é

uma cultivar de ciclo médio, muito produtiva, podendo ser colhida até aos 150 dias (SOARES

et al., 2002). A cultivar Coquinho apresenta um ciclo precoce, podendo ser colhida a partir dos

120 dias (SOARES et al., 2002). A cultivar Princesa apresenta boa resistência ao mal-do-pé,

doença causada pelo fungo Plenodomus destruens Harter e resistência intermediária aos

nematóides Meloidogyne javanica e M. incognita. É uma cultivar tardia, devendo ser colhida

a partir dos 150 dias, com uma produtividade média de 27,4 t.ha-1

, em ciclo de cultivo de

cinco meses (CNPH, 2008).

Sendo assim, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito de diferentes ciclos de

cultivo no desempenho de clones de batata-doce.

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3

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Importância da batata-doce

A batata-doce (Ipomoea batatas L.) é cultivada em 111 países, com 84% da produção

na Ásia, 12,7% na África, 2,6% nas Américas, 0,6% na Oceania e 0,1% na Europa. A China

destaca-se como o maior produtor mundial com mais de 4,7 milhões de hectares cultivados,

com produtividade média de 21,3 t.ha-1

de raízes (FAO, 2010).

Por adaptar-se às mais adversas condições ambientais e crescer em áreas com solos

pobres, de fertilidade limitada e com baixa umidade (FILGUEIRA, 2008). Aliado a estes

fatores tem-se ainda a rusticidade, o fácil cultivo e o baixo custo de produção (OLIVEIRA et

al., 2008). Esta cultura está entre os principais alimentos de subsistência plantados em todo o

mundo e que normalmente é cultivada apenas para produzir o suficiente para alimentar as

famílias dos agricultores (MONTEIRO et al., 2007).

No continente sul americano, o Brasil é o principal produtor, obtendo em 2009,

produção de 477.472 t, em uma área de 42.245 ha, proporcionando produtividade de 11,3 t.ha-

1 de raízes. O Estado de Sergipe contribui com 40.032 toneladas, representando o segundo

maior produtor do nordeste em 2009 (IBGE, 2009). Entretanto, conforme Lasmar et al.

(2008), a situação brasileira em relação à batata-doce é de suboferta e sub-consumo.

Comparada com outras estruturas vegetais amiláceas, possui maior teor de matéria

seca, carboidratos, lipídios, cálcio e fibras que a batata (Solanum tuberosum), mais

carboidratos e lipídios que o inhame e mais proteína que a mandioca (CNPH, 2007), sendo

considerada uma boa fonte de energia, sais minerais e vitaminas (OLIVEIRA et al., 2008).

O consumo das raízes da batata-doce é feito de diversas formas, sendo a mais

tradicional na forma cozida, consumida com ou sem uso de temperos. É um alimento

energético, apresentando cerca de 30% de matéria seca que contém, em média, 85% de

carboidratos, cujo componente principal é o amido (CARDOSO et al., 2007).

A utilização de batata-doce na alimentação animal é expressiva, devido ao alto valor

energético e elevado potencial de proteína, tendo em media 11% na matéria seca de ramas e

elevado potencial energético em suas raízes. No entanto sua produção para esses fins ainda é

limitado no Brasil (GONÇALVES NETO et al., 2011). Seu alto teor de amido e grande

variabilidade genética possibilitam a utilização em programas de melhoramento visando o

mercado de produção de etanol, destacando-se como alternativa para usinas e agricultores nas

épocas posteriores ao plantio da cana de açúcar (PAVLAK et al., 2011).

As ramas da batata-doce apresentam grande potencial de utilização na alimentação

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4

animal (VIANA, 2009). Em países como a China e Vietnã, as ramas, empregadas

exclusivamente ou em associação às raízes, são largamente utilizadas na alimentação de

suínos, seja na forma fresca, seja na forma de silagem (MONTEIRO et al., 2007).

A batata-doce é uma planta de usos múltiplos, em que todas as partes são

aproveitáveis: alem de seu uso na alimentação humana e animal, pode-se constituir importante

alternativa para a produção de biocombustíveis (etanol) (MOMENTÉ et al., 2004a, 2004b).

Em média, uma tonelada de batata-doce rende até 180 litros de álcool e 300 quilos de resíduo,

que pode ser utilizado para produção de farinha e de ração animal (DCI, 2011). A cana-de-

açúcar, principal matéria-prima do álcool produzido no Brasil, tem um rendimento médio de

86 litros por tonelada. Além disso, Rodrigues et al (2009), relatou que a análise da cadeia

produtiva do etanol a partir da batata-doce apresenta maior vantagem do que o da cana-de-

açucar na produção primária.

Com as fortes evidências das mudanças climáticas e associadas à perspectiva do fim

do petróleo em 2050, a busca por novas fontes de matéria-prima para produção de etanol

passou a ser uma prioridade internacional, que certamente irá redefinir um novo

posicionamento geopolítico, em função da entrada dos países na rota de produção dos

biocombustíveis (SILVEIRA, 2008).

A batata-doce é a quarta hortaliça mais consumida no Brasil, porém seu potencial

industrial ainda é pouco explorado. Por ser uma raiz tuberosa que apresenta elevado teor de

amido, tem potencialidade de ser explorada industrialmente, podendo passar de cultivo de

subsistência para uma atividade rentável (CEREDA, 2001). Como fonte alternativa de

bioenergia, a batata-doce apresenta uma ótima produção de biomassa para obtenção de álcool

combustível, associada à rusticidade do plantio. Resultados preliminares têm demonstrado

que um hectare de raiz de batata-doce rende de 30 a 40 toneladas de biomassa, enquanto uma

tonelada de cana-de-açúcar gera em torno de 80 litros de álcool, a mesma quantidade de

batata-doce pode gerar mais de 130 litros do combustível (CASTRO & EMYGDIO, 2009).

Os resultados encontrados por SILVEIRA et al (2002) indicam uma melhora no

processo de seleção de clones de batata-doce como Palmas e Canuanã com produtividade

entre 30 a 65 t.ha-1

nas condições edafoclimáticas do município de Palmas-TO. Este fato

indica uma superioridade desses novos clones de batata-doce entre 154 a 400% em relação à

produtividade obtida na década de 70.

Oliveira Neto (2012) avaliando o desempenho de 31 clones de batata-doce em três

regiões do Estado de Sergipe obteve produtividades máximas de raiz de 40,59 t.ha-1

(clone

IPB-079) no município de São Cristóvão, 36,02 t.ha-1

(clone IPB-087) no município de

Malhador e 65,89 t.ha-1

(clone IPB-077) no município de Canindé do São Francisco

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respectivamente, com ciclo de seis meses.

Atualmente, o Brasil dispõe de cultivares de batata-doce com produtividade de 30 t.ha-

1, como são os casos de cultivares para mesa, lançadas por um dos Centros de Produtos da

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa Hortaliças (CASTRO et al., 2009).

Mesmo com esforços de pesquisadores, verifica-se uma imensa lacuna tecnológica com

estudos voltados para indústria, em especial, aqueles que têm como objetivo a obtenção de

genótipos com elevado potencial para produção de etanol. A diversificação da matriz da

bioenergia no Brasil depende muito das alternativas de fontes de matérias-primas estudadas e

disponíveis para tal. Neste caso deve-se levar em consideração a realidade ou as

diversificadas condições de solo, água, altitude, umidade relativa do ar e de outros que podem

determinar o sucesso ou não de adaptação de uma determinada fonte de matéria-prima

(TAVARES, 2006).

Para os programas de melhoramento da batata-doce os principais objetivos são

aumentar a produtividade da cultura, aumentar o teor de amido e a resistência a insetos de

solo (SILVEIRA et al., 2009). A Universidade Federal do Tocantins (UFT) tem em atividade

um programa de melhoramento de batata-doce, iniciado em 1997, voltado especialmente para

produção de energia a partir da batata-doce (SILVEIRA, 2008).

2.2. Ciclo de cultivo de batata-doce

A produtividade de uma cultura está ligada intimamente há uma série de fatores e

relações complexas entre a planta como indivíduo, a comunidade de plantas e fatores

abióticos, interferindo na manifestação de seu potencial genético através de processos

fisiológicos.

As cultivares de batata-doce recomendadas estão estreitamente relacionadas com o

local e época de plantio, adubação, finalidade de produção, composição química, preferência

do mercado e aceitação pelo consumidor (VIANA, 2009). Sabe-se que durante o crescimento

anual da planta de batata-doce são identificadas três fases fisiológicas: a primeira em que

predomina o desenvolvimento da parte aérea, embora aí sejam formadas as raízes absorventes

e as aptas à tuberização, a segunda em que ocorre o crescimento radial (tuberização) e

vegetativo e a terceira em que prevalece a tuberização (QUEIROGA et al., 2007). A

determinação da época de colheita tem grande influência na produção vegetativa, na

qualidade e produtividade de raízes e na produção de fitomassa, sendo que seu manejo

permite adequar a oferta à demanda, os caracteres fisiológicos como massa seca das plantas

(raízes, caules, folhas) e área foliar são os determintes nas alterações no crescimento das

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plantas (QUEIROGA et al., 2007).

O acúmulo de materia seca (MS) e sua distribuição na planta são processos

importantes na definição da produtividade de uma cultura (TEKALIGN & HAMMES, 2005a;

SILVA et al., 2009). O entendimento do padrão de partição de MS entre as partes da planta, a

variação desse padrão entre cultivares e os efeitos das condições ambientais sobre o processo,

podem ajudar na escolha da melhor cultivar para cada propósito e maximizar a produtividade

de tubérculos com características desejáveis (TEKALIGN & HAMMES, 2005a).

O início de acumulação de amido nas raízes tuberosas é um estádio de

desenvolvimento importante durante o ciclo da planta, pois marca o início da translocação dos

fotoassimilados para o principal órgão de reserva da planta, modificando a partir de então a

relação fonte/dreno (MATTHEWS & HUNT, 1994). Este estádio esta relacionado com o

número de folhas acumuladas na haste principal, portanto é oportuno avaliar o crescimento e

o desenvolvimento de genótipos em diferentes épocas de colheita.

Roesler et al. (2008), avaliando cultivares de batata-doce com maior aptidão ao

processamento de fécula, em duas épocas de colheita, na Região Oeste do Paraná, Município

de Marechal Cândido Rondon, concluiram que as cultivares obtveram maior rendimento de

raizes na segunda época de colheita, aos 183 dias no campo, com média de 9,14 t.ha-1

contra

4,25 t.ha-1

obtidos na primeira época, aos 115 dias, e que a cultivar Brazlândia Roxa, sem

diferir dos clones CNPH 003 e Brazlândia Rosada, foi a mais produtiva e que o clone CNPH

003 mostrou mais indicada para extração de fécula.

Analisando o crescimento de dois clones de batata-doce (Abóbora e Da Costa),

verificou-se que o clone ‘Da Costa’ foi superior à ‘Abóbora’ na maioria das características de

crescimento, apresentando uma maior produtividade, aos 150 dias apos o plantio

(CONCEIÇÃO et al., 2005).

Viana (2009), avaliando a produtividade de raízes de clones de batata-doce em três

épocas de colheita e em dois ambientes de cultivo, encontrou produtividade total de raízes de

51,04 t.ha-1

, para colheita aos 150 dias após o plantio. O autor verificou que a produtividade

total de raízes dos genótipos em um dos ambientes de cultivo foi, em média, quase o dobro da

produtividade obtida no outro ambiente, 10,99 e 21,72 t.ha-1

, respectivamente, o que pode ser

explicado, em parte, pela melhor qualidade do solo desse ambiente.

Queiroga et al. (2007), avaliando a fisiologia e a produção de cultivares de batata-doce

em função da época de colheita, não observaram interação significativa para os fatores

estudados (cultivar x época de colheita) para as características fisiológicas da planta, enquanto

que para produtividade, observou-se efeito da interação dos fatores (cultivar x época de

colheita) apenas para a característica de comprimento de raízes comerciais.

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2.3. Desempenho de clones de batata-doce

Em estudo de Resende (2006) sobre o potencial produtivo de batata-doce em duas

épocas de cultivo, observou-se que a produtividade total de batata-doce varia entre 14,3 e 54,5

t.ha-1

. Por apresentar grande variabilidade genética, a batata-doce permite seleção para

inúmeros propósitos, como: obtenção de materiais resistentes a pragas e doenças (AZEVEDO

et al., 2002), com melhor qualidade nutricional (maior teor de vitamina A); maior densidade

de raízes (CARDOSO et al., 2007); maior teor de matéria seca e produção de biomassa, que

podem proporcionar maior rendimento para produção de álcool; e maior produção de ramas,

para alimentação animal.

Em 2007 foram lançados 10 cultivares de batata-doce com produtividade variando

entre 28 t.ha-1

a 65 t.ha-1

para as condições do Estado do Tocantins. Esses resultados

evidenciam uma superioridade em termos de produtividade entre 154% a 400% em relação à

produtividade obtida na década de 1970, quando a batata-doce foi considerada para produção

de etanol e depois excluída em função de seu baixo rendimento agrícola (SILVEIRA, 2008).

Com o objetivo de selecionar clones de batata-doce para a região do alto Vale do

Jequitinhonha, foram avaliados nove clones de batata-doce, colhidos sete meses após o

plantio. Verificou-se que os genótipos com polpa laranja “Coração Magoado” e o clone BD-

08, geralmente ricos em β-caroteno (precursor de vitamina A), embora não estejam entre os

mais produtivos, podem ser relevantes na dieta das famílias da região, apresentando também

raízes com forma adequada e bom nível de resistência a insetos do solo (ANDRADE JUNIOR

et al., 2009).

As cultivares Palmas e Canuanã, desenvolvidas em parceria entre a Universidade

Federal do Tocantins e a Universidade Federal de Lavras, possuem resistência a M. javanica e

às quatro raças de M. Incognita, além de serem altamente produtivas (até 40 t.ha-1

em ciclo de

cinco meses) (BRITO et al., 2004; SILVEIRA et al., 1997). Segundo Charchar & Ritschel

(2004), as cultivares Brazlândia Branca e Brazlândia Rosada são suscetíveis ao nematóide M.

incognita raça 1, enquanto a cultivar Brazlândia Roxa é altamente resistente.

Blank et al. (2001) buscando resultados referentes a resistência a insetos de solo em

clones e cultivares de batata-doce no Estado de Sergipe, concluiu que o clone 006 é promissor

como fonte de material resistente ao ataque de insetos e que a cultivar Princesa obteve o

maior rendimento total de raízes (32 t.ha-1

).

Santana et al. (2013) avaliando a produção agrícola e rendimento de etanol carburante

por massa e área plantada indicaram os genótipos BDI2007.PA37, BDI2007.PA26 e

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BDI2007.0217 juntamente com a cultivar Duda, com potencial para serem utilizados na

indústria de processamento de batata-doce para a produção de etanol carburante, devido à

produtividade média de etanol produzida por hectare, que variou de 6.136,8 L.ha-1

a 10.007,1

L.ha-1

.

A maioria das cultivares atualmente utilizada foi selecionada para o consumo humano

principalmente. Contudo, o enorme potencial da cultura para produção de etanol, bem como

para alimentação animal, torna cada vez mais necessária a identificação das aptidões

agronômicas desses materiais para outras finalidades (GONÇALVES NETO et al., 2011).

2.4. Principais pragas

Embora a batata-doce seja uma hortaliça rústica, de fácil cultivo e baixo custo de

produção, vários fatores podem limitar sua produtividade, dentre eles, as pragas. No mundo,

270 espécies de insetos e 17 espécies de ácaros foram registradas como pragas de batata-doce

em condições de campo ou armazenamento, destas Euscepes postfasciatus (Fairmaire), a

broca-da-raiz da batata-doce ou simplesmente broca da batata doce, é a principal praga dessa

cultura em alguns países da região do Caribe, oeste da Índia, sul do Pacífico, América Central

e América do Sul, incluindo o Brasil (MENEZES, 2002).

Conhecido como “fusquinha”, o Paraselenis flava (L.), causa danos diretos às raízes

tuberosas, ataca as folhas da planta tendo um aspecto rendilhado, trazendo baixos prejuízos

econômicos (MONTES et al., 2010). Uma prgaca mais severa é a broca do coleto, Megastes

spp. (Lepidoptera: Crambidae), que é também vulgarmente conhecida como a broca da haste

da batata-doce, que causa a morte repentina das hastes da batata-doce. Quando não morrem,

elas tendem a murchar nas horas mais quente do dia, culminando por secarem completamente.

Mortalidade considerável de ramas ocorre freqüentemente quando da época do plantio, ou de

plantas novas no início do desenvolvimento da cultura, principalmente quando as ramas

utilizadas na formação da nova lavoura são provenientes de áreas comerciais infestadas e

velhas, necessitando fazer o replantio (MENEZES, 2003).

Dentre as pragas que causam danos e, consequentemente, prejuízos na cultura da

batata-doce, podem se destacar os insetos de solo que perfuram as raízes tuberosas formando

galerias, além daqueles cujo dano ocorre superficialmente, deixando as raízes com um mau

aspecto para o comércio. A ocorrência de insetos de solo em áreas agrícolas traz imensos

danos agronômicos à produção da batata-doce em todo o país, reduzindo não só sua

produtividade, como também o aspecto comercial do produto como físico, odor e sabor,

reduzindo seu valor no mercado. Destacam-se coleópteros da família Chrysomelidae

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(Diabrotica speciosa, D. bivitula e Sternocolaspis quatuordecimcostata) como os principais

causadores de damos às raízes de batata-doce (BLANK et al., 2001).

O controle químico das pragas da batata-doce em anos recentes no Brasil tem se

mostrado inviável, pelo alto custo dos agrotóxicos e inexistência de produtos registrados para

a cultura França & Ritschel (2002). Sendo assim, são de grande relevância os trabalhos de

seleção de clones resistentes a insetos do solo, uma vez que o uso de inseticidas é de pouca

eficácia, o que torna a prática onerosa.

França & Ritschel (2002), avaliando acessos de batata-doce para resistência à broca-

da-raiz, crisomelídeos e elaterídeos, encontraram resultados sugerindo que os danos causados

por esses insetos do solo aumentam de forma tal que, em 90 dias, reduziram em 50% o

número de acessos resistentes e aumentaram de oito a dez vezes em termos percentuais a

frequência de acessos suscetíveis. Esses mesmos autores citam que os danos nas raízes

aumentam à medida que elas permanecem mais tempo no solo. No caso dos crisomelídeos e

elaterídeos, seleções tardias dos clones aos 270 dias após o plantio (DAP) são mais

proveitosas e consistentes que aquelas realizadas até 180 DAP.

Viana (2009), avaliando a resistência de clones de batata-doce quanto ao ataque de

insetos de solo, verificou que todos os clones apresentaram de alta a moderada resistência,

com notas variando de 1,0 a 2,53. Azevedo et. al; (2002), em sua avaliação de 30 clones de

batata doce, mostra pelos seus resultados, considerados resultado a resistência de insetos de

solo com notas de 2,10 a 1,57 ao nematóides do gênero Meloidogyne.

2.5. Indústria da batata-doce para etanol

A batata-doce por possuir alto teor de amido e grande variabilidade genética,

possibilita a implantação de programas de melhoramento visando o mercado de produção de

etanol, destacando-se como alternativa para usinas e agricultores nas épocas posteriores ao

plantio da cana de açúcar (PAVLAK et al., 2011).

Os combustíveis renováveis, produzidos a partir da biomassa, entre eles o etanol,

podem ganhar um papel muito importante, já que são reconhecidamente combustíveis limpos

e podem ser produzidos a partir de diversas fontes renováveis. O etanol é o mais comum dos

álcoois e caracteriza-se por ser um composto orgânico obtido através da fermentação de

substâncias amiláceas ou açucaradas. A produção de etanol como combustível ganhou força

no Brasil na década de 1970 por meio do Programa Nacional do Álcool – PRÓ-ÁLCOOL

(SANTANA et al., 2013).

Diversas são as matérias-primas utilizadas na produção de etanol, dentre elas estão as

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fontes amiláceas. Entretanto, a produção de etanol a partir de amiláceos não é muito difundida

e conhecida no Brasil (LIMA et al., 2001), contudo, tem sido uma técnica muito adotada na

Europa, Estados Unidos e paises Asiáticos. Segundo Souza (2005), esta tecnologia tem sido

objeto de estudos em países detentores de alta tecnologia, como: Alemanha, Bélgica,

Dinamarca, Estados Unidos, Canadá, e China, utilizando como matéria-prima grãos de

cereais.

Estruturalmente, o amido é um homopolissacarídeo composto por cadeias de amilose e

amilopectina. A amilose é formada por unidades de glicose unidas por ligações glicosídicas α-

1,4, originando uma cadeia linear. Já a amilopectina é formada por unidades de glicose unidas

em α-1,4 e α- 1,6, formando uma estrutura ramificada. As proporções em que essas estruturas

aparecem diferem em relação às fontes botânicas, variedades de uma mesma espécie e,

mesmo numa mesma variedade, de acordo com o grau de maturação da planta (ELIASSON,

2004; TESTER et al., 2004)

Níveis entre 15% e 25% de amilose são típicos na maioria dos grãos, contudo, alguns

cereais denominados cerosos (waxy), como milho, arroz e cevada, são virtualmente livres de

amilose, enquanto mutantes com altos níveis de amilose também são conhecidos. Os mutantes

amilose extender (ae) do milho apresentam conteúdos de amilose que variam de 50% a 85%.

Já mutantes ae do arroz apresentam conteúdos de amilose que variam de 35% a 40%

(VANDEPUTTE & DELCOUR, 2004).

Figura 1. Estrutura química da amilose (a) e amilopectina (b). Fonte: CORRADINIet al.

(2005).

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O polímero linear é fácil de ser rompido, mas a estrutura altamente ramificada de

amilopectina é mais difícil de ser hidrolisada por serem mais compactas (CEREDA, 2005). A

amilose é um polímero solúvel em água, e a amilopectina é insolúvel em água, constituído por

cadeias de amilose ligados a pontos de ramificação (AEHLE, 2007).

Por mais que o requerimento de um pré-tratamento utilizando-se calor, alta pressão e

ação de enzimas seja uma desvantagem para utilização de fontes amiláceas, se comparado

com o processo da cana-de-açúcar, esses carboidratos apresentam-se em maiores

concentrações por unidade de matéria-prima, o que significa uma vantagem, por diminuir, o

manuseio dos significativos volumes mássicos, custeio do sistema; custos de logística,

energia, mão de obra, remoção de resíduos, etc. (CABELLO, 2005).

No final do processo de produção do etanol da batata-doce como no da cana-de-açucar

são gerados o etanol e o resíduo liquido. O resíduo gerado durante a produção de etanol da

batata-doce deverá ser desidratado com o vapor da destilação e transformado em ração,

evitando o custo com tratamento, proporcionando receita com a venda do produto (ÚNICA,

2006), gerando, por tonelada de batata-doce processada, cerca de 150 kg de ração (TAVARES,

2006), com teor de proteina bruta de 17,66% (RODRIGUES & RODRIGUES, 2012) e teor de

fibra bruta de 39,04% (Silveira, 2008).

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Local e Solo

O experimento foi implantado na Fazenda Experimental “Campus Rural da UFS”

Universidade Federal de Sergipe, localizada no Município de São Cristovão-SE (latitude 10°

55’ 27” S, longitude 37° 12’ 01” W e altitude de 46 m). O resultado da análise do solo da área

experimental está na Tabela 1.

Tabela 1. Resultado da análise química e física do solo da área experimental na Fazenda

Experimental “Campus Rural da UFS” localizada em São Cristóvão, na profundidade de 0-20

cm.

Características físico-químicas Resultados Interpretação

pH em água 5,40 Médio

Matéria Orgânica (dag.dm-3

) 0,86 Baixo

Cálcio + Magnésio (cmolc.dm-3

) 0,82 Baixo

Cálcio (cmolc.dm-3

) 0,39 Baixo

Magnésio (cmolc.dm-3

) 0,43 Médio

Alumínio (cmolc.dm-3

) 0,65 Médio

Hidrogênio + Alumínio (cmolc.dm-3

) 2,03 -

Sódio (mg.dm-3

) 3,50 -

Potássio (mg.dm-3

) 21,10 Baixo

Fósforo (mg.dm-3

) 7,00 Baixo

SB – Soma de bases trocáveis (cmolc.dm-3

) 0,89 -

CTC (cmolc.dm-3

) 2,92 Baixo

PST (%) 0,51 -

V – Índice saturação bases (%) 30,50 Baixo

Ferro (mg.L-1

) 329,61 Adequado

Cobre (mg.L-1

) 10,44 Adequado

Manganês (mg.L-1

) 0,76 Baixo

Zinco (mg.L-1

) 7,07 Adequado

Granulometria - Areia (Hidrômetro de Boyoucos) - % 73,82 -

Granulometria - Argila (Hidrômetro de Boyoucos) - % 5,46 -

Granulometria - Silte (Hidrômetro de Boyoucos) - % 20,72 -

Classificação textural (triângulo americano) Franco arenoso -

3.2. Escolha do Material Vegetal

Para a escolha dos genótipos utilizados na condução dos ensaios, foi feita uma seleção

de acordo com os resultados obtidos no trabalho de Oliveira Neto (2012) quanto à

produtividade, teor e rendimento de amido dos clones de batata-doce cultivados no município

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de São Cristóvão. Os clones selecionados foram a cultivar Brazlândia Rosada, IBP-007, IPB-

038, IPB-075, IBP-079 e IBP-149 (Tabela 2), oriundos do Banco Ativo de Germoplasma da

UFS.

Tabela 2. Relação dos clones de batata-doce e sua identificação no Banco Ativo de

Germoplasma (BAG) da Universidade Federal de Sergipe (UFS). São Cristóvão – SE, UFS,

2013.

Clone Procedência Código de origem Local de origem

Brazlândia Rosada UFLA - Lavras-MG

IPB-007 UFLA UFLA-07-12 Lavras-MG

IPB-038 UFLA 2007HSF002-19 Lavras-MG

IPB-075 UFLA 2007HSF010-31 Lavras-MG

IPB-079 UFLA 2007HSF010-33 Lavras-MG

IPB-149 Pov. Saquinho - Moita Bonita-SE

3.3. Delineamento e condução do experimento

O delineamento experimental foi o de blocos casualizados, em esquema de parcelas

subdivididas, com três repetições. Foram testados nas parcelas três ciclos de cultivo (3, 5 e 7

meses), e nas subparcelas, seis clones de batata-doce oriundos do Banco Ativo de

Germoplasma da UFS. Como testemunha foi utilizada a cultivar Brazlândia Rosada.

O plantio foi realizado em 29/05/2012 usando espaçamento de 0,8 x 0,3 m. Foram

utilizadas ramas com folhas contendo entre oito e 12 entrenós e com cerca de 25 cm de

comprimento, sendo enterrada a parte basal da rama contendo de três a quatro nós em uma

profundidade de 10-15 cm sobre as leiras com altura de 0,40 m.

A bordadura constou do plantio do clone IPB-149 em torno do experimento. Trinta

dias antes do plantio foi realizado a calagem de acordo com analise do solo. A adubação de

fundação constou de 60 kg.ha-1

de N, 100 kg.ha-1

de P2O5, 100 kg.ha-1

de K2O. Aos 45 dias do

plantio foi realizada uma adubação de cobertura, aplicando-se 30 kg.ha-1

de N, 40 kg.ha-1

de

P2O5 e 60 kg.ha-1

de K2O. Capinas manuais foram realizadas aos 30, 80 e 130 dias ápos o

plantio, seguidos do processo de amontoa. Quando necessária foi realizada a irrigação,

disponibilizando uma lâmina diária de água de 10 mm por aspersão.

3.4. Colheita, variáveis analisadas e estatística

As colheitas foram realizadas aos 90, 150 e 210 dias após o plantio e as seguintes

variáveis foram avaliadas:

- Sobrevivência; A sobrevivência foi calculada através da porcentagem remanescente de

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plantas na época de colheita em relação ao número inicial de ramas plantadas.

- Danos causados por insetos de solos; A classificação de batata-doce quanto aos danos

causados por insetos de solo foi feita utilizando-se escala de notas estabelecidas por França et

al. (1983) (Tabela 3).

Tabela 3. Escala de notas para classificação de raízes de batata-doce quanto aos danos

causados por insetos de solo. NOTAS CLASSIFICAÇÃO

1 Raízes livres de danos, com aspecto comercial desejável;

2 Raízes com poucos danos, perdendo um pouco com relação ao aspecto comercial

(presença de algumas galerias e furos nas raízes);

3 Raízes com danos verificados sem muito esforço visual (presença de galerias e

furos nas raízes em maior intensidade), com aspecto comercial prejudicado;

4 Raízes com muitos danos, praticamente imprestáveis para comercialização

(presença de muitas galerias, furos e início de apodrecimento);

5 Raízes totalmente imprestáveis para fins comerciais (repletas de galerias, furos e

apodrecimento mais avançado).

- Massa fresca e seca de parte aérea; ramas foram cortadas rentes ao solo, identificadas e

pesadas em seguida, sendo os resultados expressos em toneladas por hectare. Após a pesagem

as ramas foram acondicionadas em saco de papel e colocadas em estufa com circulação de ar

forçado a uma temperatura de 65°C ate massa constante, onde se determinou a fitomassa seca,

sendo os resultados expressos em toneladas por hectare.

- Produtividade total de raízes; obtida pela pesagem de todas as raízes da parcela, e estimado

sua produtividade por t.ha-1

.

- Teor de matéria seca de raiz; foram amostrados, cerca de 200g de raízes de cada clone,

sendo deles utilizados cerca de 10g para determinação do teor de matéria seca das raízes que

foram secas em estufa com ventilação forçada a 100 ºC até atingirem peso constante. O teor

de matéria seca foi calculado dividindo-se os valores da massa seca pelos valores de massa

fresca e multiplicados por 100. Os resultados foram expressos em porcentagem.

- Teor e rendimento de amido; para as analises químicas, tanto para de teor de amido como o

de teor de amilose/amilopectina, utilizaram-se cerca de 200 gramas de cada amostra que

foram identificadas, raladas e secas em estufa com circulação de ar forçado a uma temperatura

de 60 ºC durante 72 horas. Já secas essas amostras foram maceradas para obtenção da farinha

e a partir de então procedeu-se a realização das análises. A condução dos experimentos se deu

nos laboratórios de enzimologia e de fitotecnia da UFS.

O teor de amido foi determinado pelo método de Lane-Eynon. O método baseia-se na

redução de um volume conhecido de um reagente de cobre alcalino (Fehling) a óxido cuproso.

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O ponto final é indicado pelo azul de metileno, que é reduzido a sua forma leuco por um

pequeno excesso de açúcar redutor (Instituto Adolfo Lutz, 2005).

Para a analise de amido os seguintes reagentes e soluções foram utilizados: Ácido

clorídrico concentrado (HCL) P.A., Solução de hidróxido de sódio (NaOH) P.A., Sulfato de

Cobre (CuSO4 5H2O) P.A., Tártarato duplo de sódio e potássio (KNaC4H4O6 4H2O) P.A.,

Solução de acetato de zinco (CH3COO)2Zn.2H2O) a 30% ou sulfato de zinco (ZnSO4.7H2O) a

30%; Solução de azul metileno a 1%; Solução de Fehling tituladas.

Para a preparação do Fehling tipo “A” foi feita a pesagem de 34,639 g de sulfato de

cobre pentahidratado, acrescentando 0,5 ml de Ácido Sulfúrico concentrado que foi

Dissolvido em água e vertido para um balão volumétrico de 500 ml, Completando o volume

do balão com água destilada.

Para a preparação do Fehling tipo “B” foi feita a pesagem de 172 g de tartarato de

sódio e potássio, Pesou-se também 50 g NaOH, logo misturando-se os dois e dissolvendo em

água destilada, a solução foi vertida para um balão volumétrico de 500 ml, esperou-se que a

temperatura da solução diminuísse, completando-se o volume do balão com água destilada.

Para a padronização dos Fehlings “A” e “B” foi lavada uma bureta de 2 a 3 vezes

com solução de glicose a 1%, em seguida completando-se o seu volume com a mesma

solução de glicose ajustando o seu volume. Em um erlenmeyer de 250 ml, foi pipetado 5 ml

da solução de Fehling “A” e 5 ml da solução de Fehling “B” adicionando 40 ml de água

destilada, em seguida a solução foi aquecida até a fervura, acrescentado-se então o agitador

magnético e colocado de 1 ml da glicose da bureta junto com uma gota da solução azul de

metileno, em seguida iniciou-se a titulação, mantendo a solução fervendo, o ponto final da

titulação foi dado pela viragem da solução de azul para vermelho tijolo, a titulação deve

ocorrer num tempo máximo de 3 minutos, deve-se repetir a titulação mais duas vezes.

Para toda solução de Fehling elaborada, deve-se verificar o fator (FC), para isto

existe uma formula: FC = V x 0,01, onde V = volume que foi gasto na padronização para

encontrar o vermelho tijolo. Este fator você irá usar para encontrar os teores de amido. O ideal

é contabilizar a quantidade de Fehling A e Fehling B, que irá precisar para as amostras e fazer

somente uma solução só, para somente ter um fator.

Porcedimentos utilizados na obtenção do teor de amido:

a) Pesou-se a massa de 1,00 g da amostra de farinha, transferindo a amostra para um

erlenmeyer de 250 ml e adicionado 100 ml de água destilada juntamente com 0,5 ml de NaOH

a 10 %, colocando-se em seguida o erlenmeyer em autoclave a 121 °C por uma hora.Ao se

retiram o erlenmeyer deixou-se esfriar, após a diminuição da temperatura foi adicionado 5,00

ml de HCl concentrado, levando-se novamente para a autoclave (1 atm) por mais 30 minutos.

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Passado os 30 minutos, retira-se o erlenmeyer e espera o seu esfriamento mais uma vez. Com

a solução do erlenmeyer já em temperatura ambiente é necessário neutralizar o pH da solução

com NaOH 40 %. Em seguida foram adicionados 2,5 ml de Acetato de Zinco (antiinteferente)

a solução e filtrada com papel de filtro qualitativo seco em um balão volumétrico de 250 ml e

completando-se o volume com água destilada. A solução do balão volumétrico foi transferia

para uma bureta de 50 ml.

Em outro erlenmeyer de 250 ml, foi pipetado 5 ml de Fehling “A”, 5 ml de Fehling

“B” e adicionado 40 ml de água destilada, aquecendo-se até levantar fervura, com o uso do

agitador magnético para homogenizar a solução, foi adicionado 1 ml da amostra da solução da

bureta (apenas 1 ml) e uma gota do indicador de azul de metileno (apenas uma gota), em

seguida procedeu-se a titulação gota a gota (de forma gradativa) até que se perceba mudança

de cor do titulado, para vermelho tijolo. Titular no menor tempo possível após a adição do

azul de metileno e sempre que for repetir o processo a bureta deverá ser lavada duas vezes

com água destilada e uma vez com a solução da sua amostra do balão volumétrico.

b) Foram Realizados os seguintes cálculos:

Amido (%) = FC x 250 x 100 x 0,9

V x P,

Onde: FC= título da solução de fehling, adquirido na padronização das soluções;

V= número ou valor de ml gasto na solução da amostra para a titulação;

P = peso da amostra em g.

A proporção do volume gasto da amostra para corrigir meu fator é o hidrato de

carbono que multiplicado por 0,90 (valor constante), é o teor de amido.

O teor de amido foi calculado em relação da base de matéria fresca da batata-doce, ou

seja, o teor de amido foi exposto levando-se em consideração a composição global da batata-

doce. O rendimento de amido é o produto do teor de amido em base fresca, pela produtividade

total de raízes e foi expressa em t.ha-1

.

- Teor de amilose; o teor de amilose foi determinado de acordo com a metodologia proposta

pela Megazyme (Amylose/Amylopectin, 2006), utilizando-se o Kit amilose/amilopectina.

Onde as amostras de amido foram completamente dispersas por aquecimento em dimetil-

sulfóxido (DMSO). Com o uso de etanol os lípidos foram removidos por precipitação do

amido e recuperando o precipitado de amido. Depois da dissolução da amostra do precipitado

foi adicionado em uma solução de acetato de sodio, a partir de então a amilopectina foi

especificamente precipitada pela adição de Con A e removida por centrifugação. A amilose,

numa alíquota do sobrenadante, foi enzimaticamente hidrolisada e analisada utilizando-se um

reagente de glicose oxidase. Em uma alíquota separada da solução com acetato de sodio, foi

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extimado o amido total, onde as amostras foram hidrolisadas de forma semelhante a anterior,

medindo-se atravéz de espectofotrometro, onde a concentração de amilose no amido da

amostra foi estimado como a razão entre a absorvância a 510 nm

Os resultados obtidos foram expressos em porcentagem em relação a matéria seca.

-Rendimento de etanol; O rendimento de etanol foi obtido multiplicando-se o rendimento de

amido com o fator de conversão 0,662, de acordo com Pavlak et al. (2011), expresso em L.ha-

1. O rendimento de etanol por tonelada de raiz foi obtido dividindo-se o rendimento de etanol

pelo rendimento total de raízes e foi expresso em L.t-1

.

Os resultados obtidos foram avaliados estatisticamente por meio de análise de

variância (Teste F) e a diferença entre as médias pelo Teste de Skott-Knott ao nível de 5% de

probabilidade e realizados no software SISVAR.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os valores e significâncias dos quadrados médios detectados na análise de variância

(Teste F) envolvendo a interação clone x ciclo de cultivo, para os caracteres estudados são

apresentados na (Tabela 1A e Tabela 2A). Os dados revelaram diferenças significativas ao

nível de 5% de probabilidade para quase todos os caracteres, exceto para sobrevivência e para

o teor de amilose.

4.1. Sobrevivência

Para a variável sobrevivência o Teste F foi significativo ao nível de 5% apenas para os

ciclos de cultivo (Tabela 1A). Ao avaliar o ciclo de cultivo notou-se que as maiores

porcentagens de sobrevivência foram obtidas aos três e cinco meses após plantio com medias

de 76,11 e 72,77% respectivamente.

Tabela 4. Valores médios para sobrevivência (%) de clones de batata-doce em função de

diferentes ciclos de cultivo. Universidade Federal de Sergipe (UFS). São Cristóvão – SE,

2013.

Sobrevivência (%)

Clones Ciclo de cultivo (meses)

3 5 7 Médias

Brazlândia Rosada 70,00 70,00 46,66 62,22 a

IPB-007 70,00 53,33 53,33 58,88 a

IPB-038 83,33 66,66 50,00 66,66 a

IPB-075 76,66 80,00 53,33 70,00 a

IPB-079 80,00 83,33 53,33 72,22 a

IPB-149 76,66 83,33 50,00 70,00 a Médias 76,11 A 72,77A 51,11 B

CV-a (%)*

9,35

CV-b (%)**

23,08 Médias seguidas pelas mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas, não diferem

significativamente entre si, pelo teste de Scott-Knott (p≤0,05).

*CV-a é o coeficiente de variação em relação aos ciclos

**CV-b é o coeficiente de variação em relação aos clones

Os baixos índices das amostras colhidas no sétimo mês podem ser atribuídos aos

ataques de pragas, Menezes (2002) relata que as estimativas de perdas na produção de raízes

tuberosas por ataque de pragas, observadas em condições de campo, têm variado de 10 a 50%,

em função da diminuição da capacidade fisiológica da planta. Segundo Menezes (2003), a

infestação da Megastes grandalis atingiu cerca de 94,5% das plantas de batata-doce no final

do ciclo da cultura em Trinidad, resultando em acentuada perda de rendimento (87,7%).

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Em culturas bem conduzidas, o ataque de insetos é reduzido, mas em culturas que não

são bem manejadas, os danos causados pelos insetos podem chegar a perdas de 60 a 100% da

produção (VANDERLEY et al., 2004).

4.2. Danos causados por insetos de solos

Para essa variável, clones com notas menores são desejáveis, nesse sentido aos 90 dias

após o plantio os clones não diferiram entre si, aos cinco meses após o plantio a cultivar

Brazlândia Rosada e o IBP-007 começaram a apresentar aumento no valor dado aos danos

causados por insetos de solo. O ciclo de cultivo com sete meses apresentou os maioes valores

para todos os clones avaliados, onde o IBP-007 apresentou os piores resultados para essa

variável (4,29), seguidos pelos clones IPB-079 (3,43) e Brazlândia Rosada (3,53).

Os clones IPB-038, IPB-075 e IPB-149 apresentaram maior resistentência em relação

aos demais clones avaliados no ciclo de cultivo com sete meses (2,84; 3,01 e 2,88

respectivamente). Esses três acessos podem contribuir efetivamente como doadores de alelos

que conferem reação de resistência a insetos de solo. Nesse caso, deve ser ressaltado que os

genótipos com resistência a pragas de solo ganham maior importância por permitir diminuir o

uso de inseticidas reduzindo a agressão ao meio ambiente.

Tabela 5. Valores médios para Danos causados por insetos de solo (nota 1 - 5) de clones de

batata-doce em função de diferentes ciclos de cultivo. Universidade Federal de Sergipe

(UFS), São Cristóvão – SE, 2013.

Danos causados por insetos de solo (nota 1 - 5)

Clones Ciclo de cultivo (meses)

3 5 7

Brazlândia Rosada 1,18 a A 1,99 b B 3,53 b C

IPB-007 1,30 a A 2,03 b B 4,29 c C

IPB-038 1,07 a A 1,29 a A 2,84 a B

IPB-075 1,08 a A 1,21 a A 3,01 a B

IPB-079 1,10 a A 1,41 a A 3,43 b B

IPB-149 1,07 a A 1,34 a A 2,88 a B

CV-a (%)*

10,39

CV-b (%)**

9,58 Médias seguidas pelas mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas, não diferem

significativamente entre si, pelo teste de Scott-Knott (p≤0,05).

*CV-a é o coeficiente de variação em relação aos ciclos

**CV-b é o coeficiente de variação em relação aos clones

Segundo França & Ritschel et al. (2002) os danos provocados por Euscepes

postfasciatus (Fairmaire), conhecida como broca-da-raiz, ocasiona danos na superfície foliar,

raiz e na polpa, tornando inviável para comercialização. Resultados superiores foram

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encontrados por Azevedo et al. (2000) avaliando o desempenho de onze clones de batata-doce

aos 150 dias após o cultivo, destacando-se os clones 92676, 92010, 92001, 92826 e Surpresa

com notas menores ou iguais a 2,00.

Massaroto (2008) avaliando 20 acessos e cinco cultivares aos seis meses de cultivo,

encontrou valores de notas de resistência a insetos de solo, considerados altos ou moderados,

destacando-se os acessos UFT-112, UFT-35-AL e UFT-09-AL apresentando notas inferiores a

2,00, juntamente com as cultivares Palmas, Brazlândia Roxa e canuanã, já a cultivar

Brazlândia Rosada apresentou média de notas de 2,83. Os resultados da cultivar Brazlândia

Rosada, que possui resistência moderada a insetos de solo, foram em média, semelhantes aos

encontrados por Barreto et al. (2001) de 2,13.

4.3. Massa fresca e seca da parte aérea da batata-doce

O clone IPB-007 apresentou maior massa fresca de parte aérea no ciclo com três

meses de cultivo, alcançando uma produtividade de 14,07 t.ha-1

, destacando-se também no

setimo mês de cultivo juntamente com a cultivar Brazlândia Rosada (6,67 e 6,63 t.ha-1

). Os

clones IPB-038 e IPB-079 obteveram o pior desempenho, para essa variável, no ciclo de cinco

meses (5,41 e 4,00 t.ha-1

).

Os clones IPB-007 e IPB-149 apresentaram menores produtividades de matéria verde

quando colhidos tardiamente, apresentando produtividades mínimas com cinco (7,55 t.ha-1

) e

sete (6,67 t.ha-1

) meses de cultivo para o clone IPB-007 e para o clone IPB-149 no ciclo de

cultivo com sete meses (1,71 t.ha-1

). Para os demais clones o tempo de cultivou não

influenciou significativamente na massa fresca de parte aérea.

As maiores médias de massa seca de parte aérea foram obtidas pelo clone IPB-007 no

ciclo de três meses de cultivo (2,71 t.ha-1

). Nos ciclos com cinco e sete meses de cultivo o

clone IPB-007 juntamente com a cultivar Brazlândia Rosada, apresentaram uma maior

produtividade diferindo estatisticamente dos demais clones testados, com 2,81 e 2,03 t.ha-1

para o clone IPB-007 e para a cultivar Brazlândia Rosada com 2,54 e 2,03 t.ha-1

.

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Tabela 6. Valores médios para massa fresca e seca da parte aérea (t.ha-1

) de clones de batata-

doce em função de diferentes ciclos de cultivo. Universidade Federal de Sergipe (UFS), São

Cristóvão – SE, 2013.

Massa fresca da parte aérea (t.ha-1

)

Clones Ciclo de cultivo (meses)

3 5 7

Brazlândia Rosada 6,43 b A 8,40 a A 6,63 a A

IPB-007 14,07 a A 7,55 a B 6,67 a B

IPB-038 6,19 b A 5,41 b A 4,33 b A

IPB-075 5,64 b A 6,94 a A 3,93 b A

IPB-079 5,20 b A 4,00 b A 2,21 b A

IPB-149 5,87 b A 6,47 a A 1,71 b B

CV-a (%)

19,15

CV-b (%)

25,88

Massa seca da parte aérea (t.ha-1

)

Brazlândia Rosada 1,35 b B 2,54 a A 2,41 a A

IPB-007 2,71 a A 2,81 a A 2,03 a B

IPB-038 1,36 b A 1,57 b A 1,20 b A

IPB-075 1,21 b B 1,94 b A 1,24 b B

IPB-079 1,04 b A 1,29 b A 0,70 c A

IPB-149 1,32 b B 1,95 b A 0,58 c C

CV-a (%)*

16,03

CV-b (%)**

23,25 Médias seguidas pelas mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas, não diferem

significativamente entre si, pelo teste de Scott-Knott (p≤0,05).

*CV-a é o coeficiente de variação em relação aos ciclos

**CV-b é o coeficiente de variação em relação aos clones

Os valores obtidos de massa fresca de parte aérea foram semelhantes aos encontrados

por Queiroga et al. (2007) de 10,58 a 14,57 t.ha-1

e resultados semelhantes também aos

obtidos por Cardoso et al. (2005), em Vitoria da Conquista, com produtividade de ramas

variando entre 1,4 a 14,1 t.ha-1

. Entretanto, Massaroto (2008) obteve produtividade de matéria

verde superior, variando de 7,6 a 50,0 t.ha-1

.

Viana et al. (2011) avaliaram a produtividade de matéria verde de duas cultivares

comerciais (Brazlândia Rosada e Princesa) e de seis clones de batata-doce, colhidos aos 120,

150 e 180 dias após o plantio e concluíram que para obtenção de maiores produtividade de

matéria verde, as ramas devem ser colhidas até os 150 dias após o plantio, o que corrobora

com os resultados obtidos no presente estudo. Viana (2009) também cloncuiu que os clones

quando colhidos mais tardiamente, apresentaram menores produtividade de matéria verde nos

dois locais de cultivo na região de Diamantina MG.

Os dados de massa seca de parte aérea são bastante inferiores aos determinados por

Gonçalves Neto et al. (2011), para 39 acessos de batata-doce, com média de 12,23 t.ha-1

de

massa seca na parte aérea.

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4.4. Produtividade total de raízes

O acesso IPB-007 apresentou-se estatisticamente superior aos demais em

produtividade total de raízes nos três ciclos de cultivo (19,70; 27,66 e 33,16 t.ha-1

), não

diferindo no clone IPB-075 no ciclo de cinco meses (28,13 t.ha-1

).

Os clones IPB-007, IPB-038, IPB-075 e a cultivar Brazlândia Rosada apresentaram

menor produtividade no ciclo de três meses (19,70; 12,47; 11,17 e 7,53 t.ha-1

). Para os clones

IPB-075, IPB-079 e IPB-149 o melhor ciclo de cultivo, para essa variável, se deu com cinco

meses de cultivo com produtividade de 28,13; 21,82 e 22,09 t.ha-1

respectivamente. Já para o

clone IPB-007 a maior produtividade ocorreu no ciclo com sete meses de cultivo atingindo

33,16 t.ha-1

.

Tabela 7. Valores médios para produtividade total de raízes (t.ha-1

) de clones de batata-doce

em função de diferentes ciclos de cultivo. Universidade Federal de Sergipe (UFS), São

Cristóvão – SE, 2013.

Produtividade total de raízes (t.ha-1

)

Clones Ciclo de cultivo (meses)

3 5 7

Brazlândia Rosada 7,53 b B 19,28 b A 21,88 b A

IPB-007 19,70 a C 27,66 a B 33,16 a A

IPB-038 12,47 b B 23,09 b A 22,84 b A

IPB-075 11,17 b C 28,13 a A 18,44 b B

IPB-079 11,69 b B 21,82 b A 13,67 c B

IPB-149 8,02 b B 22,09 b A 13,21 c B

CV-a (%)*

16,34

CV-b (%)**

16,52 Médias seguidas pelas mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas, não diferem

significativamente entre si, pelo teste de Scott-Knott (p≤0,05). *CV-a é o coeficiente de variação em relação aos ciclos

**CV-b é o coeficiente de variação em relação aos clones

A produtividade dos clones estudadas foi superior aos valores encontrados por

Queiroga et al. (2007), avaliando três clones de batata-doce, com produtividade variando de

15,92 a 16,67 t.ha-1

. O desempenho da cultivar Brazlândia Rosada foi inferior ao encontrado

por Peixoto et al. (1989) que obteve uma produtividade de 25,8 t.ha-1

colhidos aos 152 DAP.

A maior produtividade de raízes de batata-doce aos cinco meses e a baixa

produtividade aos três corroboram com a tendência encontrada por Queiroga et al. (2007), ao

avaliar, também três épocas de colheita, com 105 (13,95 t.ha-1

), 130 (14,02 t.ha-1

), 155 (20,70

t.ha-1

) dias após o plantio. Já Cardoso et al. (2005), encontraram produtividade máxima de

raízes de 28,5 t.ha-1

, semelhante aos clones IPB-007 e IPB-075, avaliado com cinco meses de

cultivo. Brito et al. (2006), colhendo aos 120 dias após o plantio, obteve produtividade de

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raízes máxima de 14,96 t.ha-1

, inferior à média dos clones colhidos aos 150 dias de plantio.

Pesquisas realizadas por vários autores encontram grande variação na produtividade de

clones de batata-doce, Amorim et al. (2011) em estudo sobre adaptabilidade fenotípica de

genótipos de batata-doce oriundos de sementes botânicas na região Sul do Estado do

Tocantins utilizando 22 genótipos, onde foram obtidas produtividades medias de 29,72 a

48,88 t.ha-1

de raízes. De acordo com Silveira (2008), em experimentos realizados no

Tocantins nos últimos dez anos com a cultura da batata-doce, a produtividade média da

cultivar Duda foi de 65,50 t.ha-1

. Já Gonçalves et al. (2010) em estudo do Potencial produtivo

de clones de batata-doce oriundos de famílias de meios-irmãos obteve produtividade de 82,92

t.ha-1

. Vale notar que a média de produtividade encontrada é bem superior à média nacional de

2009 que segundo Neiva (2011), foi 11,21 t.ha-1

.

4.5. Teor de matéria seca de raiz

Os resultados obtidos mostram que o ciclo de cultivo de três meses rendeu menores

teores de matéria seca de raiz para os clones IPB-038 (25,01), IPB-149 (30,56) e IPB-007

(21,18), sendo que o clone IPB-007 apresentou o menor rendimento entre os demais clones

avaliados nesse ciclo de cultivo.

No ciclo de cultivo com cinco meses o clone IPB-149 apresentou maior percentagem

de materia seca em relação aos demais acessos testados, chegando a 38,32%. O maior teor de

matéria seca do clone IPB-007 ocorreu neste ciclo de cultivo com valor percentual de 34,44.

O clone IPB-149 e a cultivar Brazlândia Rosada diferiram estatisticamente dos demais

clones, com maiores teores de matéria seca de raiz, no ciclo de cultivo com sete meses com

36,68 e 35,48% respectivamente.

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Tabela 8. Valores médios para teor de matéria seca (%) de clones de batata-doce em função de

diferentes ciclos de cultivo. Universidade Federal de Sergipe (UFS). São Cristóvão – SE,

2013.

Teor de matéria seca de raiz (%)

Clones Ciclo de cultivo (meses)

3 5 7

Brazlândia Rosada 31,40 a A 34,77 b A 35,48 a A

IPB-007 21,18 c C 34,44 b A 28,02 b B

IPB-038 25,01 b B 28,47 c A 30,56 b A

IPB-075 25,27 b A 27,60 c A 29,47 b A

IPB-079 28,44 a A 27,66 c A 31,18 b A

IPB-149 30,56 a B 38,32 a A 36,68 a A

CV-a (%)*

7,98

CV-b (%)**

7,27 Médias seguidas pelas mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas, não diferem

significativamente entre si, pelo teste de Scott-Knott (p≤0,05).

*CV-a é o coeficiente de variação em relação aos ciclos **CV-b é o coeficiente de variação em relação aos clones

Valores semelhantes foram encontrados por Gonçalves Neto et al. (2011), em trabalho

com 36 acessos e três cultivares de batata doce no Estado do Tocantins, de 31,50%. Martins

(2010), estudando a variabilidade fenotípica e divergência genética de batata-doce também

no Estado do Tocantins, obteve médias de matéria seca entre 50 genótipos analisados,

variando entre 24,53 a 39,13%.

Santana et al. (2013) visualizou a formação de dois grupos com baixa variação entre

os genótipos, havendo destaque para o genótipo BDI2007.PA37 com 37,92%, maior

percentual de matéria seca. Oliveira Neto (2012), encontrou uma variação nos teores de

matéria seca de raiz de 29,72 (IPB-072) a 44,05% (IPB-159), na região de São Cristovão - SE,

entre 31 clones avaliados com ciclo de seis meses.

4.6. Teor e Rendimento de Amido

Quanto aos teores de amido, o clone IPB-007 apresentou menor desempenho em ciclo

de três meses de cultivo (13,94%) e melhor no ciclo de cinco meses (24,08 %). O ciclo de três

meses afetou também os clones IPB-038 (16,60%), IPB-149 (20,43%) e para a cultivar

Brazlândia Rosada (21,02%), resultando em menor rendimento de amido.

Diferiram estatisticamnte dos demais clones no ciclo de cinco meses, os clones IPB-

007, IPB-149 e a cultivar Brazlândia Rosada, com valores superiores aos demais, de 24,08;

26,70 e 24,64% repectivamente. O clone IPB-149 e a cultivar Brazlândia Rosada também se

destacaram quando colhidos no setimo mês de cultivo, alcaçando teores de amido de 26,46 e

25,91%.

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25

Para o rendimento de amido, não ouve diferença significativa entre os clones para o

primeiro ciclo de cultivo, com produtividade entre 1,56 a 2,73 t.ha-1

. Já para o ciclo de cultivo

de cinco meses, os clones IPB-007 e IPB-149 apresentaram os melhores resultados (6,63 e

5,90 t.ha-1

), o clone IPB-007 também apresentou os maiores valores para o ciclo de cultivo

com sete meses alcançando 6,18 t.ha-1

.

Os clones avaliados apresentaram menor teor de amido no ciclo de cultivo com três

meseso, exceto para o clone IPB-079 que também obteve baixo rendimento de amido no ciclo

de sete meses de cultivo, com rendimentos de 2,30 e 2,93 t.ha-1

.

Tabela 9. Valores médios para teor e rendimento de amido de clones de batata-doce em função

de diferentes ciclos de cultivo. Universidade Federal de Sergipe (UFS). São Cristóvão – SE,

2013.

Teor de amido (%)

Clones Ciclo de cultivo (meses)

3 5 7

Brazlândia Rosada 21,02 a B 24,64 a A 25,91 a A

IPB-007 13,94 b C 24,08 a A 18,95 b B

IPB-038 16,60 b B 19,30 b A 20,95 b A

IPB-075 16,27 b B 18,37 b B 20,53 b A

IPB-079 18,57 a A 19,63 b A 21,66 b A

IPB-149 20,43 a B 26,70 a A 26,46 a A

CV-a (%)*

7,22

CV-b (%)**

8,12

Rendimento de amido (t.ha-1

)

Brazlândia Rosada 1,56 a B 4,75 b A 5,48 b A

IPB-007 2,73 a B 6,63 a A 6,18 a A

IPB-038 2,07 a B 4,44 b A 4,81 b A

IPB-075 1,81 a C 5,14 b A 3,78 c B

IPB-079 2,30 a B 4,04 b A 2,93 c B

IPB-149 1,64 a C 5,90 a A 3,46 c B

CV-a (%)*

18,26

CV-b (%)**

14,99 Médias seguidas pelas mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas, não diferem significativamente entre si, pelo teste de Scott-Knott (p≤0,05).

*CV-a é o coeficiente de variação em relação aos ciclos

**CV-b é o coeficiente de variação em relação aos clones

A aplitude dos resultados para teor de amido foi semelhante ao encontrado por Silveira

et al. (2011), que ao avaliar 10 acessos de batata-doce de polpa alaranjada nas condições de

Palmas, Tocantins, observou que o teor de amido variou de 25,62 a 47,62%. Percentuais

inferiores foram encontrados por Leonel e Cereda (2002) que observou que o rendimento de

amido de batata-doce úmido de 14,72% utilizando-se o método enzimático de hidrólise.

Camargo (2013) avaliando os teores de amido de acessos de batata-doce colhidos aos

157 dias dividiu-os em quatro grandes grupos, sendo que os acessos que mais se destacaram

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para a característica foram UGA 19 (39,73%), UGA 73 (40,32%), UGA 43 (41,83%), UGA 39

(41,91%), UGA 8 (42,08%). Já Suita de Castro et al. (2009) avaliaram cinco acessos de

batata-doce do Banco Ativo de Germoplasma da Embrapa Clima Temperado e determinaram

valores entre 20,62 e 72,19 g/100g.

Ao avaliar dois cultivares de batata-doce em épocas de plantio e colheita diferentes,

Noda et al. (1997), não observaram diferenças significativas quanto ao acúmulo de amido e

teor de amilose concluindo, assim que, para se efetuar a colheita, há a necessidade de se

avaliarem a demanda do mercado e a época de melhor desenvolvimento das cultivares.

O rendimento de amido por hectare, característica relevante para a indústria

alimentícia e de biocombustíveis, foi considerado alto para a maioria dos acessos no presente

estudo, se considerado o valor encontrado por Leonel & Cereda (2002) para a batata-doce,

que foi de 2,9 t.ha-1

. Carmargo (2013) avaliando o rendimento de amido por hectare, aos 157

dias, encontrou grande variação entre seus 40 acessos de batata-doce, com produção de 1,01 a

21,97 t.ha-1

de amido, em Guarapuava no Paraná, encontrando 10 acessos com rendimento de

amido maior que 13,93 t.ha-1

.

Os clones avaliados no presente trabalho obtiveram rendimentos de amido

semelhantes a outras tuberosas amiláceas como a mandioca, o inhame e o biri, que

apresentaram em trabalhos realizados por Vilpoux & Cereda (1995) e Leonel & Cereda

(2002), 7,5 t.ha-1

, 6,1 t.ha-1

e 5,5 t.ha-1

, respectivamente, sendo que o inhame foi colhido com

12 meses e o biri com nove mesese a mandioca tem o ciclo de 10 a 14 meses.

4.7. Teores de amilose

O amido é considerado uma das fontes mais abundantes de carboidratos na natureza.

No entanto, a levedura Sacchaomyces cerevisiae, de uso consagrado na produção de etanol,

não é capaz de converter o amido diretamente a etanol, sendo necessarias usualmente duas

etapas prévias para a conversão do amido em açucares fermentescíveis: liquefação ou

destrinização com a enzima α-amilase e sacarificação com amiloglicosidade (SILVA et al.,

2006; SILVA et al., 2008). O teor de amilose afeta a capacidade de ligação com iodo e a

susceptibilidade a ação de enzimas (TAPARELLI, 2005)

Tanto o ciclo de cultivo, os clones como a interação entre os dois fatores não foram

significativo ao nível de 5% para o Teste F (Tabela 2A). Observa-se que as médias para o teor

de amilose entre os clones testados foram de 17% (IPB-038) a 28% (IPB-075 e IPB-079). As

médias da relação entre os ciclos de cultivo foram de 22% (ciclo de três meses), 25% (ciclo de

cinco meses) e 27 (ciclo de sete meses). Noda et al. (1995), também observou que não houve

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influência dos diferentes estágios de desenvolvimento da planta no teor de amilose, com

teores variáveis entre 19,7 e 23,7%.

Tabela 10. Valores médios para teor de amilose de clones de batata-doce em função de

diferentes ciclos de cultivo. Universidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão – SE,

2013.

Teor de amilose(%)

Clones Ciclo de cultivo (meses)

3 5 7 Médias

Brazlândia Rosada 29 27 24 27 a

IPB-007 18 28 25 24 a

IPB-038 20 19 13 17 a

IPB-075 19 25 41 28 a

IPB-079 20 27 37 28 a

IPB-149 25 23 22 23 a

Médias 22 A 25 A 27 A

CV-a (%)*

18,08

CV-b (%)**

36,91 Médias seguidas pelas mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas, não diferem

significativamente entre si, pelo teste de Scott-Knott (p≤0,05).

*CV-a é o coeficiente de variação em relação aos ciclos

**CV-b é o coeficiente de variação em relação aos clones

Leonel et al (2004) avaliando nove clones de batata-doce encontrou teores de amilose

com pouca variação, de 19,15% (CNPH314) a 22,54% (CNPH003), colhidas com oito meses

após o plantio. Em outro trabalho Leonel et al (2004), encontrou medias para teor de amilose

de outras culturas, com 26,12% para o Biri, 16,47% para a taioba, 16,33% para a mandioca e

de 19,34% para a batata-doce.

Segundo Corradini et al (2005) o milho comum apresenta aproximadamente 28% de

amilose e 72% de amilopectina, contudo algumas variedades de milho conhecidas como

“waxy maize”, apresentam aproximadamente 100% de amilopectina, denominados amidos

cerosos. também são conhecidos mutantes com altos níveis de amilose, os amilose extender

(ae) do milho apresentam conteúdos de amilose que variam de 50% a 85%. Já mutantes ae do

arroz apresentam conteúdos de amilose que variam de 35% a 40% (VANDEPUTTE &

DELCOUR, 2004).

4.8. Rendimento de etanol L.ha-1

e L.t-1

Para o rendimento de etanol em litros por hectare, os clones não diferiram quando

colhidos com ciclo de três meses, com rendimentos de 1.034 a 1.803 L.ha-1

, entretando o ciclo

de cultivo com três meses apresentou os menores rendimentos entre os clones avaliados

exceto para o clone IPB-079 não diferindo do ciclo com sete meses de cultivo (Tabela 13).

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Os maiores rendimentos, no ciclo de cinco meses, foram obtidos pelos clones IPB-007

(4.379 L.ha-1

) e IPB-149 (3.898 L.ha-1

). No ciclo de cultivo com sete meses o clone IPB-007

também apresentou o maior rendimento em relação aos demais clones avaliados, com

produtividade de 4.079 L.ha-1

.

As médias de rendimento de etanol em litros por tonelada de raiz foram menores no

ciclo de três meses para os clones IPB-007, IPB-038, IPB-075, IPB-149 e para a cultivar

Brazlândia Rosada com valores de 92,04; 109,58; 107,43; 134,89 e 138,74 L.t-1

respectivamente, mantendo-se constante para o clone IPB-079 em todos os ciclos de cultivo

(129,57; 122,61 e 142,98 L.t-1

).

Os clones IPB-007, IPB-149 e a cultivar Brazlândia Rosada diferiram estatisticamente

dos demais clones testados no ciclo de cultivo de cinco meses, com maior rendimento de

amido chegando a 158,99; 176,26 e 162,64 L.t-1

respectivamente. No ciclo de cultivo de sete

meses o clone IPB-149 (174,65 L.t-1

) e a cultivar Brazlândia Rosada (171,01 L.t-1

) foram

estatisticamente superiores aos demais clones avaliados no mesmo ciclo de cultivo.

Tabela 11. Valores médios para Rendimento de etanol em L.ha-1

e L.t-1

de clones de batata-

doce em função de diferentes ciclos de cultivo. Universidade Federal de Sergipe (UFS), São

Cristóvão – SE, 2013.

Rendimento de etanol (L.ha-1

)

Clones Ciclo de cultivo (meses)

3 5 7

Brazlândia Rosada 1.034 a B 3.135 b A 3.621 b A

IPB-007 1.803 a B 4.379 a A 4.079 a A

IPB-038 1.368 a B 2.931 b A 3.176 b A

IPB-075 1.200 a C 3.395 b A 2.496 c B

IPB-079 1.519 a B 2.667 b A 1.934 c B

IPB-149 1.087 a C 3.898 a A 2.283 c B

CV-a (%)

18,26

CV-b (%)

14,99

Rendimento de etanol (L.t-1

)

Brazlândia Rosada 138,74 a B 162,64 a A 171,01 a A

IPB-007 92,04 b C 158,99 a A 125,12 b B

IPB-038 109,58 b B 127,40 b A 138,32 b A

IPB-075 107,43 b B 121,25 b B 135,52 b A

IPB-079 129,57 a A 122,61 b A 142,98 b A

IPB-149 134,89 a B 176,26 a A 174,65 a A

CV-a (%)*

7,22

CV-b (%)**

8,12 Médias seguidas pelas mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas, não diferem

significativamente entre si, pelo teste de Scott-Knott (p≤0,05).

*CV-a é o coeficiente de variação em relação aos ciclos

**CV-b é o coeficiente de variação em relação aos clones

A amplitude dos valores obtidos no presente estudo foram semelhantes aos

encontrados por Santana (2007) (1.860 e 1.769 L.ha-1

), na produção de etanol a partir de

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29

mandioca utilizando S. cerevisiae e S. diastaticus, respectivamente, mas inferiores aos

resultados encontrados por Pavlak et al. (2011) obtendo valores em torno de 19 mil L.ha-1

com batata-doce.

De acordo com os resultados obtidos por Santana et al. (2013), os rendimentos de

etanol obtido dos genótipos BDI2007.PA37, BDI2007.PA26 e BDI2007.0217 variaram de

8.440,78 L.ha-1

a 6.136,8 L.ha-1

, já a cultivar Duda obteve rendimento de 10.007,1 L.ha-1

, alto

rendimento se comparado com os resultados obitidos neste trabalho e com a cana- de-açúcar,

que segundo Kohlhepp (2010) foi de 6.800 L.ha-1

, em estudo de Análise da situação da

produção de etanol e biodiesel no Brasil. Os trabalhos apresentados acima evidenciam grande

variabilidade genética dos genótipos estudados e o potencial da batata-doce como matéria-

prima para uso industrial na produção de etanol.

Em estudos realizados por Ziska et al. (2009), sobre as fontes potenciais de

carboidratos para produção de etanol nos Estados do Alabama e Maryland nos EUA, mostram

a cultura da batata-doce como uma fonte promissora para produção de etanol, alcançando no

experimento 8.839 L.ha-1

, contra 6.195 L.ha-1

da cana-de-açúcar, daquele país.

A variação no rendimento de etanol em litros por tonelada se assemelha a encontrada

por Santana et al. (2013) de 89,26 L.t-1

de raiz para o genótipo BDI2007.10652 a 181,65 L.t-1

para a Cultivar Duda. Porém abaixo dos resultados obtidos por Lázari (2011) em avaliação

das características agronômicas e físico-químicas de 100 genótipos de batata-doce industrial,

onde obteve rendimentos médios de etanol de 151,67 e 234,33 L.t-1

de raiz.

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30

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados aqui obtidos demonstraram que os clones apresentaram menor

percentual de sobrevivência no ciclo de cultivo de sete meses e que uma maior produtividade

total de raízes e massa fresca e seca de parte aérea aos 150 dias após o plantio. O clone IPB-

007 apresentou, de maneira geral, bons resultados para produtividade de raiz e para massa

fresca e seca de parte aérea, mesmo sendo um dos clones que apresentaram maiores danos

causado por insetos de solo.

Pelos dados encontrados verificou-se também a possibilidade de seleção de matériais

genotipicamente superiores para os caracteres bioquímicos referentes à produção de etanol,

entre eles destacan-se os clones IPB-007 e IPB-149, juntamente com a cultivar Brazlândia

Rosada.

Entre as variáveis analisadas, o ciclo de cultivo com cinco meses mostrou-se o mais

vatajoso para a maioria dos clones avaliados.

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31

6. CONCLUSÕES

Houve influência do tempo de cultivo nas características agronômicas e bioquimicas

analisadas, exceto para o teor de amilose.

A batata-doce pode ser colhida com cinco meses de cultivo.

Não houve diferença significativa entre os clones avaliados para as variáveis

sobrevivência e teor de amilose.

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ANEXOS

TABELA 1A. Resumo da análise de variância para sobrevivência (SB), danos causados por

insetos do solo (DCIS), produtividade total de raiz (MFR), massa fresca de parte aérea

(MFPA), massa seca de parte aérea (MSPA) e teor de matéria seca de raiz (MSR), em batata-

doce (Ipomoea batatas). QM

FV GL SB DCIS MFR MFPA MSPA MSR

Bloco 2 238,88 0,03 22,12 1,46 0.04 36,48

Ciclos 2 3316,66** 24,56** 684,70** 43,39** 2.15** 144,65** Erro 1 4 38,88 0,04 9,29 1,31 0.06 5,83 Acessos 5 240,00 NS 0,95** 180,04** 36,64** 2.88** 103,24** Ciclos*Acessos 10 143,33 NS 0,19** 38,46** 9,13** 0.39** 19,74** Erro 2 30 236,66 0,03 9,50 2,39 0.14 4,83

CV 1 (%) 9,35 10,39 16,34 19,15 16.03 7,98 CV 2 (%) 23,08 9,58 16,52 25,88 23.25 7,27

Média geral 66,66 2,00 18,66 5,98 1.63 30,25

*Significativo a 5%

**significativo a 1% ns Não significativo

TABELA 2A. Resumo da análise de variância para teor de amido (Amido), rendimento de

amido (Amido t.ha-1

), teor de amilose (Amilose), rendimento de etanol (Etanol L.ha-1

) e

rendimento de etanol (Etanol L.t-1

) em de batata-doce (Ipomoea batatas). QM

FV GL Amido % Amido

t.ha-1

Amilose

% Etanol L.ha-1 Etanol L.t-1

Bloco 2 14,44 0,08 0,01 34895,76 629,23

Ciclos 2 106,55** 48,46** 0,01NS 21111463,93** 4641,84**

Erro 1 4 2,25 0,50 0,00 217937,88 98,09

Acessos 5 65,61** 4,43** 0,01NS 1933492,46** 2858,31**

Ciclos*Acessos 10 12,63** 1,85** 0,01NS 808049,60** 550,51**

Erro 2 30 2,84 0,33 0,00 146800,72 124,00

CV 1 (%) 7,22 18,26 18,08 18,26 7,22

CV 2 (%) 8,12 14,99 36,91 14,99 8,12

Média geral 20,78 3,87 0,25 2556,28 137,16

*Significativo a 5%

**significativo a 1% ns Não significativo