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GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS AGÊNCIA GOIANA DE HABITAÇÃO PROGRAMA MORADIA DIGNA EIXO PLANEJAMENTO FUNDO NACIONAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL - FNHIS CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS Nº 076/2009 PLANO ESTADUAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL PEHIS/GO Instituto Brasileiro de Administração Municipal IBAM Área de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente DUMA Abril 2011 PRODUTO PARCIAL DIAGNÓSTICO HABITACIONAL RESUMO EXECUTIVO

PRODUTO PARCIAL DIAGNÓSTICO HABITACIONAL …€¦ · Com mais da metade da sua superfície formada por terras relativamente planas ... transferência da capital estadual para Goiânia

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GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS

AGÊNCIA GOIANA DE HABITAÇÃO

PROGRAMA MORADIA DIGNA EIXO PLANEJAMENTO

FUNDO NACIONAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL - FNHIS

CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS Nº 076/2009

PLANO ESTADUAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

PEHIS/GO

Instituto Brasileiro de Administração Municipal IBAM

Área de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente DUMA

Abril 2011

PRODUTO PARCIAL

DIAGNÓSTICO HABITACIONAL

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INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social – FNHIS

Rio de Janeiro, 05 de abril de 2011.

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EQUIPE IBAM Supervisão Geral Teresa Cristina Barwick Baratta – Diretora da Escola Nacional de Serviços Urbanos Ricardo Moraes – Supervisor Técnico de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente Equipe Executora Coordenação Técnica: Claudia Brandão da Serpa – Arquiteta e Urbanista Assistentes Técnicos: Luís Tôrres Barros – Cientista Social Will Robson Coelho – Arquiteto Urbanista Thêmis Amorim Aragão – Arquiteta Urbanista Equipe Técnica Assessora Heloísa de Morais Teixeira – Socióloga Sidnei Costa Jr. – Estatístico Gabriel Spínola – Apoio Técnico/SIG Herberth Duarte dos Santos – Consultor local Felipe Nin – Estagiário de Arquitetura Sheila Carvalho – Estagiária de Geografia Flávia Lopes – Apoio Administrativo

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EQUIPE AGEHAB Grupo de Coordenação Técnica – GTEC

Presidente Marcos Abrão Roriz Soares de Carvalho

Secretário Geral Sérgio Augusto Inácio de Oliveira

Diretor de Desenvolvimento Institucional e de Cooperação Técnica Luciano Alves Pereira

Diretor Técnico Hélio José da Silva Filho

Diretor Financeiro André Tavares Sanabio

Diretor Administrativo Fernando Jorge

Coordenação Técnica

Carla Machado Silva - Assessoria da DITEC Christiane Coletti - Gerente - GERATEC Débora Ferreira da Cunha - Assessoria Técnica/PRESI Diogo Antônio da Paixão – Arquiteto e Urbanista Elcilene de Melo Borges - GERATEC Guelber Caetano Chaves - Assessoria da DIRAF Luciano Alves Pereira - Diretor – DICOOPTEC Maria Conceição Sarmento Padial Machado - GERATEC Maria Raquel Machado de Aguiar Jardim de Amorim - Assessoria Técnica – DICOOPTEC Marta Ferreira Rosa - Gerência de Articulação Social – GEAS Oldair Marinho da Fonseca - Assessoria de Planejamento/PRESI

EQUIPE DE TUTORES TÉCNICOS - PMHIS Aline Guimarães Spirandeli Cristiane Eunisse Fonseca Carla Gioconda Laila Loddi Luciana Roncato Ludmila Alves Maria Conceição Sarmento Padial Machado Maria Raquel Machado de Aguiar Jardim de Amorim Renata Póvoa

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1. CARACTERIZAÇÃO – ASPECTOS ECONÔMICOS, SOCIAIS, DEMOGRÁFICOS E TERRITORIAIS. 7

1.1. Ocupação do Território e Formação Econômica 9

1.2 . A questão ambiental e o processo de desenvolvimento 10

1.3. Organização Espacial para o Planejamento Estadual 11

1.4. Dinâmica Demográfica 15 1.4.1. Demografia por Regiões de Planejamento 16 1.4.2 Movimentos Migratórios 17 1.4.3. Rede de Cidades 19

1.5. Dinâmica Econômica 21 1.5.1 - Produto Interno Bruto de Goiás por Região de Planejamento 30 1.5.2. Setor Sucroalcoleiro 32 1.5.3. Setor Minerador 34

1.6. Aspectos Sociais 35 1.6.1. Trabalho e Renda 38 1.6.2. Programas de Transferência de Renda 42

1.7. Infraestrutura 42 1.7.1. Saneamento – Água e Esgoto 43 1.7.2. Energia Elétrica 46 1.7.3. Telefonia 47 1.7.4. Transportes 47

2. ARRANJOS INSTITUCIONAIS, POLÍTICA E PROGRAMAS HABITACIONAIS. 50

2.1. Política Nacional da Habitação 50 2.1.1 Fontes de Recursos Federais e seus Programas Habitacionais 51 2.1.2 Plano de Aceleração do Crescimento – PAC 53 2.1.3. Programa Minha Casa, Minha Vida 53

2.2. Política Estadual de Habitação 55 2.2.1. Histórico da Produção Habitacional no Estado de Goiás 55 2.2.2. Integração ao Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano (SNDU) 66 2.2.3. Integração ao Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS) 67

2.3. Adequação dos municípios aos arranjos institucionais 69 2.3.1. Caracterização dos órgãos gestores de habitação 69 2.3.2. Planos Municipais de Habitação 71 2.3.3. Conselhos Municipais de Habitação 73 2.3.4. Caráter dos Conselhos 74 2.3.5. Fundos Municipais de Habitação 75 2.3.6. Cadastros de programas habitacionais 76 2.3.7. Regularização fundiária 79 2.3.8. Articulação interinstitucional 81

3. NECESSIDADES HABITACIONAIS 86

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3.1. Evolução do Estoque de Domicílios 87

3.2. Déficit Habitacional em Goiás (2008) 90 3.2.1. Componentes do Déficit com maior representatividade em Goiás 91 3.2.2. Déficit habitacional Urbano e Rural 92 3.2.3. Déficit habitacional por Faixa de Renda Familiar 94 3.2.4. A questão dos Domicílios Vagos em Goiás 95

3.3. Déficit Habitacional: Microrregiões e Municípios selecionados (2000) 97

3.4. Inadequação habitacional: Microrregiões e Municípios selecionados (2000)99

3.5. Assentamentos Precários em Goiás 105 3.5.1. Domicílios em aglomerados subnormais 105 3.5.2. Espacialização dos Assentamentos Precários 107

3.6. Demanda Espontânea por Moradia: Cadastro Eletrônico 114

4. OFERTA HABITACIONAL 118

4.1. Esfera Estadual 119 4.1.1. Ações de Regularização Fundiária 119 4.1.2. Cheque Moradia 123 4.1.3. AGEHAB, AGDR e Secretaria das Cidades 128

4.2. Esfera Federal 129 4.2.1. Sistema Financeiro da Habitação (SFH) 129 4.2.2. PAC/Habitação 132 4.2.3. PMCMV 136 4.2.4. Programa Crédito Solidário 140

7. CONCLUSÕES GERAIS. 143

7.1. Cenário Institucional 144

7.2. Investimentos Habitacionais 146

8. BIBLIOGRAFIA 150

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1. CARACTERIZAÇÃO: ASPECTOS ECONÔMICOS, SOCIAIS, DEMOGRÁFICOS E TERRITORIAIS

O Estado de Goiás, uma das 27 UF da República Federativa do Brasil, situa-se a leste da Região Centro-Oeste, no Planalto Central brasileiro, com quase a totalidade da sua superfície coberta pelos Cerrados.1 Seu território ocupa uma área de 340.086km² – o 7º do país, tanto em extensão territorial quanto em número de municípios (246 municípios). Delimitado pelos Estados de Tocantins, Bahia, Mato Grosso, Mato grosso do Sul, Minas Gerais e Distrito Federal, é considerado o "coração geográfico" do Brasil por ser o Estado mais central do país.

Mapa 01 - Biomas Brasileiros

Amazônia Cerrado Caatinga Mata Atlântica Pantanal Pampa

Salvo pequena área conhecida como Mato Grosso de Goiás onde dominam formações florestais, a vegetação é do tipo escassa do Cerrado – arbustos altos e árvores de galhos retorcidos e de folha e casca grossas e raízes profundas. A fauna é riquíssima, destacando-se animais de variadas espécies (capivaras, antas, onças, tamanduás, macacos, tucanos, araras, e animais típicos da região como a ema e a seriema). O clima é tropical semiúmido, com inverno quente e seco e verão quente e chuvoso – a temperatura máxima alcança 39°C, principalmente a oeste e norte do Estado, e as médias mínimas em torno de 12°C entre os meses de junho e julho, principalmente no sudoeste/sudeste e sul goiano. Com mais da metade da sua superfície formada por terras relativamente planas (os chapadões), Goiás é privilegiado quanto ao relevo – de terrenos cristalinos sedimentares antigos, vales, pequenas montanhas e as grandes áreas de Cerrado, bastante favoráveis à agricultura e à pecuária. A altitude variável entre 200 e 800 metros permite aproveitamento quase integral do seu solo. Conta com três importantes bacias hidrográficas – Araguaia/Tocantins, São Francisco e Paraná –, com densa rede de drenagem, constituída de rios de médio e grande porte, além de lagoas naturais e os lagos formados pelo barramento artificial dos rios para geração de energia elétrica.

1Segundo maior bioma do Brasil e da América do Sul, depois da Amazônia, concentra nada menos que 1/3 da biodiversidade nacional e 5% da flora e da fauna mundiais.

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A origem do nome Goiás (anteriormente, Goyaz) é o termo tupi Guaiá – forma composta de Gua e iá, a qual significa "indivíduo igual", "pessoas de mesma origem" – e era a denominação de uma comunidade indígena que veio a ser o arraial de Sant’ana, mais tarde Vila Boa, e durante 200 anos a capital ―Goiás Velho‖. O crescimento demográfico do Estado, assim como do Centro-Oeste como um todo, vinculou-se diretamente ao processo de ocupação das fronteiras internas, ocorrido após a década de 1930 – a chamada ―Marcha para o Oeste‖. A construção e a transferência da capital estadual para Goiânia em 1942 atraiu grandes levas de imigrantes, trabalhadores urbanos e imigrantes rurais em busca do rico potencial agrícola e das largas faixas de terras e matas até então inexploradas da área de abrangência de todo o centro-sul do Estado – processo esse intensificado com a construção de Brasília, na década de 50, e pelos vultosos investimentos em infraestrutura rodoviária. Em 1988, o Estado de Goiás foi dividido, e sua porção norte, desde sempre apartada dos influxos dinamizadores da porção centro-sul do Estado, passou a constituir o Estado do Tocantins. Atualmente com uma população de 6.004.045 milhões de habitantes, Goiás é o Estado mais populoso do Centro-Oeste e o 12º do Brasil. A capital Goiânia é o Município de maior população (1.301.892 de habitantes), seguida por 8 municípios com mais de 100 mil habitantes: Aparecida de Goiânia, Anápolis, Rio Verde, Luziânia, Águas Lindas, Valparaíso, Trindade e Formosa – sendo que 63% dos Municípios goianos possuem população inferior a 10 mil habitantes. Com um Produto Interno Bruto – PIB em torno de R$ 75 bilhões, em 2008, o Estado de Goiás detêm a posição de 9ª economia do país. Na agropecuária, Goiás tem a 8ª maior participação no total do VA (Valor Adicionado) nacional, com 5,6% – sendo destaque na produção agrícola de algodão (3ª colocação), cana de açúcar, milho, soja e produção de grãos (4ª colocação), e maior produtor nacional de sorgo (1ª colocação). Na pecuária, Goiás está bem-posicionado em diversas atividades: 4º lugar em rebanho e abate de bovino, 5º no rebanho e abate de suínos, 6º em rebanho avícola e 4º na produção de leite No setor industrial, Goiás é o 10º Estado com maior participação no total do VA nacional, com 2,4% na indústria em geral, segundo a PIA/IBGE. Na indústria extrativa mineral Goiás é o 11º do país, com 0,8% de participação no total do VA nacional e segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM detêm 5,0% da arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais – CFEM (sendo o 1º Estado na produção de níquel, amianto, vermiculita e fosfato, e o 2º produtor de ouro, cobre e nióbio do país). Na indústria de transformação Goiás se posiciona como o 9º no ranking nacional, com 2,1% de participação – destacando-se: na construção civil – o 8º do país, com participação de 3,2% e 8º no consumo de cimento segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento; além do destaque na indústria sucroalcooleira – conforme o SIFAEG (Sindicato da Fabricação de Álcool do Estado de Goiás) em 2010 Goiás alcançou a posição de 5º maior produtor de açúcar e o 2º maior produtor de álcool do país. No setor energético, Goiás tem a 8ª maior participação no VA nacional do setor de produção e distribuição de eletricidade, gás e água (4,2% de participação) – possui também a 5ª maior capacidade instalada de energia no país, ou seja, 9.702.269 kw, segundo dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) – atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Bahia.

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E no mercado de trabalho, sua População Economicamente Ativa (PEA), em 2009, era composta por 3,300 milhões de pessoas, sendo: 3,043 milhões de pessoas ocupadas e 257 mil desocupadas; 1,847 milhão de homens e 1,454 milhão de mulheres; 2,900 milhões na zona urbana e 401 mil na zona rural – segundo dados do Caged – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados/MTE. Com um estoque de emprego formal de 1.209.310 postos, Goiás é o 10º mercado do país, e também o 10º em termos de rendimento médio (em torno de R$ 1.012,00) – segundo a RAIS –Relação Anual de Informações Sociais/MTE e PNAD/IBGE, respectivamente. 1.1. Ocupação do Território e Formação Econômica O povoamento do Estado de Goiás tem como ponto de partida o final do século XVII, com a descoberta das suas primeiras minas de ouro, e já por volta de 1727, com a chegada dos bandeirantes vindos de São Paulo, foi iniciada a colonização de algumas regiões. Até o início da década de 1930, o Estado de Goiás, assim como o amplo território do centro-oeste, ostentou um ―ritmo de tempo próprio e particular‖ na dinâmica espacial do desenvolvimento econômico brasileiro. No final do século XIX e início do século XX, a expansão do complexo cafeeiro paulista, embrião do mercado nacional que se constituiria posteriormente, irradia ―germes de transformação‖ no espaço do centro-oeste. O ―tempo das transformações‖, então, começa a despontar em Goiás já na passagem do século XIX para o XX, mas é a partir, sobretudo, da década de 1930 que o entrelaçamento mercantil, assim iniciado, com os núcleos dinâmicos do Sudeste, particularmente com São Paulo, acelera e se consolida, sendo fortemente condicionado, vale ressaltar, pelas políticas governamentais a partir de então levadas a cabo. A Revolução de 30, inaugurava um novo padrão de acumulação, o urbano-industrial, que, com vistas à ampliação do mercado interno presidido pelo capital industrial, estimulava a demanda por alimentos e criava maiores vínculos com as áreas de produção agropecuária. Ao mesmo tempo, o Governo Federal adota uma série de medidas voltadas à ocupação das fronteiras internas do país, em outros termos, ao preenchimento dos grandes vazios nacionais – Centro-Oeste e Amazônia. Um marco significativo da fase inicial desse projeto federal de interiorização, conhecido como ―marcha para o oeste‖ é a mudança da capital do Estado de Goiás. Goiânia, inaugurada oficialmente em 1942, significou uma transferência do poder político estadual, das oligarquias tradicionais concentradas na cidade de Goiás, para as novas oligarquias sulistas, cujo poder econômico crescia com a expansão do complexo cafeeiro paulista. O projeto nacional de interiorização ganha sobrevida com o Plano de Metas, na segunda metade da década de 1950, que promove uma decisiva alocação de recursos para o Centro-Oeste, em geral, e para o Estado de Goiás, em particular. A mudança da capital federal para Brasília, na mesorregião do Leste Goiano, representa o ápice dessa diretriz interiorizante, justificando os investimentos em infraestrutura referidos e, assim, impactando decisivamente o território goiano e

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fazendo diminuir os impedimentos até então existentes para uma moderna incorporação produtiva da fronteira centro-oestina. O Estado brasileiro jogou papel decisivo e estruturador nesse processo de modernização e desenvolvimento da região. A partir do final da década de 1960 e início da década de 1970, inaugura-se uma nova fase no Centro-Oeste e em Goiás, dando prosseguimento às transformações estruturais já em curso Entre as décadas de 1930 e 1960, desenharam-se as linhas básicas de estruturação do sistema urbano do Centro-Oeste, conformado por poucas e concentradas centralidades regionais e, em especial, por um vigoroso complexo mercantil nas proximidades do eixo Goiânia-Anápolis, integrado ao centro-sul do Estado e em processo de integração com o norte por intermédio da BR-153 (Belém-Brasília). A inversão rural-urbana ocorre no Estado de Goiás já na década de 1970, quanto se inicia a modernização agropecuária. A taxa de urbanização passa de 45,8% em 1970 para 67,6% em 1980, atingindo 80,8 em 1991, 87,9 em 2000 e 90,3% em 2010. As áreas metropolitanas de Goiânia e de Brasília, além da cidade média de Anápolis, comprimida entre ambas, concentravam, em 1970, 28,9% da população do Centro-Oeste. No ano de 2010, tal proporção sobe para 43,5%. As transformações por que passou a estrutura produtiva e espacial do Estado de Goiás desde pelo menos a década de 1930 – resultantes, sobretudo, da construção de Goiânia, dos investimentos em infraestrutura realizados e da construção de Brasília e, por fim, da modernização agropecuária iniciada com a década de 1970 – geraram impactos decisivos no processo de urbanização e, assim, nas condições de moradia da população goiana. O processo de modernização agropecuária no Centro-Oeste e em Goiás fez-se acompanhar por acentuada concentração fundiária. Os efeitos desta somam-se aos efeitos do crescente uso de tecnologia poupadora de mão de obra rural, restringindo-se as possibilidades de acesso à terra aos imigrantes que se dirigiam à fronteira goiana e, ao mesmo tempo, expulsando-se os agricultores familiares assentados na região. Como resultado, já na década de 1970, a população rural de Goiás decresce, apresentando taxa anual média de -2,58%. Tais impactos fizeram-se sentir tanto na cidade como no campo. É em função do trancamento das possibilidades de acesso à terra rural provocado pela modernização agropecuária em curso que um expressivo contingente de migrantes dirige-se às médias e grandes cidades. Nestas, também é restrito o acesso à terra urbana, não havendo outra opção senão os assentamentos precários, periféricos, marcados pela autoconstrução e pela ausência de condições mínimas de infraestrutura. 1.2 . A questão ambiental e o processo de desenvolvimento Os cerrados ocupam 85% do grande platô do Brasil central, o que representa cerca de 20% da superfície do Brasil. O cerrado pode ser considerado a cumeeira da América do Sul, distribuindo água para grandes bacias hidrográficas do continente. Na área de abrangência do cerrado situam-se três grandes aquíferos, responsáveis pela formação e alimentação dos grandes rios do continente. Do subsolo do cerrado surgem as nascentes que abastecem as principais bacias hidrográficas brasileiras, como a Amazônica, a do São Francisco e a do Prata. A ocupação dos chapadões trouxe como consequência a retirada da cobertura vegetal, sua substituição por vegetações

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temporárias, de raízes superficiais, fazendo com que a água se precipite, sem infiltrar o solo suficientemente, não reabastecendo os aquíferos. Os cerrados do Centro-Oeste continuam ameaçados pela ocupação do seu solo com produtos exportáveis determinantes, a partir de 1970, para desenvolvimento da região. A produção de commodities substituiu a vegetação natural por soja, milho, sorgo, pastagens e estas culturas não alimentam os lençóis freáticos, afetando mais de 300 cursos d´água. A expansão da agropecuária tem causado graves prejuízos ao cerrado goiano. As matas ciliares estão sendo destruídas e as reservas permanentes sendo desmatadas, para ceder espaço para o gado bovino e as plantações. Na região de nascentes do rio Araguaia, a implantação de pastagens fez surgir inúmeros focos de erosão provocados pelo desmatamento, causando as voçorocas (valetas profundas causadas pela erosão), praticamente incontroláveis, que atingem o lençol freático. Algumas dessas valas chegam a medir 1,5km de extensão, por 100m de largura e 30m de profundidade. O assoreamento dos rios tem feito com que Goiás enfrente sérios problemas de abastecimento de água, uma situação que se torna grave nos períodos de estiagem prolongada. A vazão das nascentes de águas, em 1999, alcançou os mais baixos níveis desde 1989, de acordo com a Secretaria do Meio Ambiente, fazendo com que o governo já pense na possibilidade de adotar racionamento de águas para as cidades mais populosas, como é o caso de Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis. Atualmente, o Estado de Goiás enfrenta um grande desafio: tentar conciliar a expansão da agroindústria e da pecuária com a preservação do cerrado, considerada uma das regiões mais ricas do planeta em biodiversidade. 1.3. Organização Espacial para o Planejamento Estadual O território Goiano, segundo o IBGE está dividido em Microrregião e Mesorregião, enquanto o governo do Estado divide em Região de Planejamento. Há ainda um outro recorte regional, que identifica as áreas que possuem menor desenvolvimento socioeconômico, os Territórios da Cidadania. Assim, segundo classificação do IBGE, os 246 Municípios goianos se agrupam em 18 microrregiões, que por sua vez integram em cinco mesorregiões, conforme mapa abaixo.

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Mapa 02

Para efeito das suas ações de planejamento o Estado de Goiás, está organizado em 10 Regiões de Planejamento, definidas segundo os critérios abaixo, e são integrantes da Lei do PPA 2004/2007 conforme a seguir apresentamos.

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Mapa 03

Apresentamos a seguir a superfície e a distribuição da população pelas regiões de planejamento, chamando a atenção para importância da Região Metropolitana de Goiânia, como pólo de atração e concentrador de população.

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Tabela 01

REGIÕES DE PLANEJAMENTO – ÁREA, POPULAÇÃO E DENSIDADE DEMOGRÁFICA

Regiões de Planejamento

Área (km²) População – 2010 Densidade demográfica

(hab/km²) Absoluto Relativo Absoluto Relativo

Centro Goiano 18.493 5,44 622.891 10,37 33,68

Entorno do Distrito Federal 35.950 10,57 1.047.261 17,44 29,13

Metropolitana de Goiânia 7.397 2,18 2.173.006 36,19 293,76

Nordeste Goiano 38.726 11,39 169.961 2,83 4,39

Noroeste Goiano 15.544 4,57 140.866 2,35 9,06

Norte Goiano 59.553 17,51 308.117 5,13 5,17

Oeste Goiano 52.682 15,49 338.376 5,64 6,42

Sudeste Goiano 25.120 7,39 248.202 4,13 9,88

Sudoeste Goiano 61.498 18,08 554.094 9,23 9,01

Sul Goiano 25.122 7,39 401.271 6,68 15,97

Estado de Goiás 340.087 100,00 6.004.045 100,00 17,65 Fonte: IBGE/Censo Demográfico 2010. Fonte: SEPLAN/GO.

Ainda cabe identificar outro recorte regional – os Territórios da Cidadania – que considera conjuntos de Municípios com características econômicas e ambientais comuns e com identidade e coesão social, cultural e geográfica. Maiores que o Município e menores que o Estado, os territórios demonstram, de forma mais nítida, a realidade dos grupos sociais, das atividades econômicas e das instituições, o que facilita o planejamento de ações governamentais para o desenvolvimento dessas regiões. Em Goiás, são quatro Territórios da Cidadania: O Território da Cidadania Vale do Rio Vermelho – GO abrange uma área de 12.040,50km² e é composto por 16 Municípios: A população total do território é de 149.616 habitantes, dos quais 34.650 vivem na área rural, o que corresponde a 23,16% do total. Seu IDH médio é 0,74. O Território da Cidadania Chapada dos Veadeiros – GO abrange uma área de 21.475,60km² e é composto por 8 Municípios: A população total do território é de 60.267 habitantes, dos quais 21.398 vivem na área rural,. Seu IDH médio é 0,68. O Território da Cidadania Vale do Paranã – GO abrange uma área de 17.452,90km² e é composto por 12 Municípios. A população total do território é de 102.927 habitantes, dos quais 35.471 vivem na área rural. Seu IDH médio é 0,67. O Território da Cidadania das Águas Emendadas – DF/GO/MG abrange uma área de 37.721,70km² e é composto por 11 Municípios. A população total do território é de 2.769.373 habitantes, dos quais 52.966 vivem na área rural. Seu IDH médio é 0,83.

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Mapa 04

1.4. Dinâmica Demográfica O Estado de Goiás segundo o Censo Demográfico 2010, possui 6.004.045 habitantes, o que corresponde a 42,7% da população do Centro-Oeste. Sua população urbana corresponde a 90,3% de sua população total, proporção inferior à do Distrito Federal, porém superior às do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. Assim como no Centro-Oeste como um todo, a população urbana de Goiás supera a rural na década de 1970. A taxa de urbanização do Estado passa de 45,8 em 1970 para 67,6% em 1980. A população urbana, tendo crescido à taxa média anual de 7,9% na década de 1960, mantém taxa significativa na década de 1970 – 6,6% a.a., fazendo-se acompanhar ainda, como no Mato Grosso do Sul, mas diferentemente dos demais Estados, por decrescimento na população rural. Como resultado, a população de Goiás, em 20 anos, ou seja, entre os anos de 1960 e 1980, passa de predominantemente rural (taxa de urbanização de 30,1%) para majoritariamente urbana (taxa de urbanização de quase 70%).

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Tabela 02

CENTRO-OESTE – TAXA DE URBANIZAÇÃO – 1970-2010(1)

Unidade da Federação 1970 1980 1991 2000 2010

Distrito Federal 96,02 96,78 94,68 95,63 96,62

Goiás 45,82 67,58 80,81 87,88 90,29

Mato Grosso 38,75 57,52 73,26 79,37 81,90

Mato Grosso do Sul 45,29 67,11 79,45 84,08 85,64

Tocantins 24,70 39,73 57,69 74,32 78,81

Centro-Oeste e Tocantins 48,04 67,79 79,19 85,61 87,92

Brasil 55,94 67,59 75,59 81,25 84,35

Fonte: IBGE, Censo 1970 e 1980. Tabulações Especiais NEPO/UNICAMP. Fonte: IBGE, Censo 1991 , 2000 e 2010. Tabulações próprias. (1) - A população dos Estados foi reconstituída até o ano de 1970 segundo a atual divisão político-administrativa.

A inversão rural-urbana ocorrida no Estado de Goiás coincide, a partir do final da década de 1960, com o processo, já referido, de modernização agropecuária. Como conseqüência do emprego crescente de equipamento mecanizado na agricultura, verifica-se no centro-sul de Goiás, já na década de 1970, um crescimento muito modesto do pessoal ocupado em atividades rurais – de 3,6% a.a. no primeiro quinquênio e de 1,0% a.a. no segundo, contra uma taxa de crescimento anual médio da área cultivada de, respectivamente, 8,0 e 3,1% e do rebanho bovino de 6,6% ao longo de toda a década.

Figura 01

Fonte: Estatísticas Século XX/IBGE, Censos 1950 e 1960. Tabulações próprias. Fonte: IBGE, Censo 1970 e 1980. Tabulações Especiais NEPO/UNICAMP. Fonte: IBGE, Censo 1991, 2000 e 2001. Tabulações próprias. (1) - A população de Goiás foi reconstituída até o ano de 1970 segundo a atual divisão político-administrativa.

1.4.1. Demografia por Regiões de Planejamento A região Metropolitana de Goiânia e o Entorno do DF são as regiões que apresentaram as maiores taxas anuais de crescimento demográfico no período que se inicia com a década de 1970, o que não surpreende, dada a hegemonia migratória já verificada em ambas no Estado. Essas duas regiões ampliam, assim, sua participação na população total estadual, ao contrário do que se passa com as demais regiões, que vêem sua participação se reduzir, como se percebe a partir do gráfico a seguir.

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Figura 02

Fonte: IBGE-SEPLAN/GO. Tabulações próprias. (1) - A população do Estado e das microrregiões foi reconstituída até o ano de 1970 segundo a atual divisão político-administrativa.

De 21,1% da população estadual em 1970, a região Metropolitana de Goiânia passa a concentrar 36,2% em 2010. O Entorno do DF, que no ano de 1970 com 6,7%, detinha participação na população estadual maior apenas que as regiões do Nordeste e Noroeste Goiano, com participação quase igual à do Centro Goiano em 1991 – 11,76 e 11,92%. Nos anos de 2000 e 2010, tem a segunda maior população do Estado, respectivamente, 16,2 e 17,4% da população estadual. A dimensão da concentração espacial da população no Estado de Goiás fica ainda mais clara quando se observa a densidade demográfica. A região Metropolitana de Goiânia apresenta de longe a maior densidade – 293,8hab/km² em 2010, 16,6 vezes acima da média estadual.

Tabela 03

REGIÕES DE PLANEJAMENTO – DENSIDADE DEMOGRÁFICA

Região de Planejamento 1970 1980 1991 2000 2010

Metropolitana de Goiânia 68,89 121,31 177,46 235,67 293,76

Centro Goiano 20,46 22,59 25,89 29,28 33,68

Entorno do DF 4,52 7,23 13,15 22,55 29,13

Sul Goiano 9,24 9,91 11,9 13,94 15,97

Sudeste Goiano 6,51 6,67 7,44 8,45 9,88

Noroeste Goiano 8,49 8,4 8,62 8,67 9,06

Sudoeste Goiano 3,98 4,79 5,94 7,04 9,01

Oeste Goiano 6,23 6,37 6,1 6,24 6,42

Norte Goiano 3,16 4,37 5,25 5,05 5,17

Nordeste Goiano 2,00 2,81 3,5 3,82 4,39

Estado de Goiás 7,11 9,18 11,82 14,71 17,65 Fonte: IBGE-SEPLAN/GO. Tabulações próprias.

1.4.2 Movimentos Migratórios A singularidade do comportamento migratório recente de Goiás repousa na dinâmica das aglomerações metropolitanas de Goiânia e Brasília partes constitutivas, do eixo urbano mais expressivo do Centro-Oeste, qual seja, o eixo Goiânia-Anápolis-Brasília.

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Este eixo, cabe ressaltar, concentrava em 1970 28,9% da população regional, subindo tal proporção para 43,5% no ano de 2010. Os imigrantes interestaduais dirigem-se, em sua maioria, para as microrregiões do Entorno de Brasília e de Goiânia. Também as microrregiões de Goiânia e do Entorno de Brasília possuem também os maiores volumes de emigrantes interestaduais. Ademais, são praticamente as únicas a apresentar saldos migratórios interestaduais positivos, além de, vale destacar, numericamente significativos.

As migrações intraestaduais confirmam em parte essa hegemonia das microrregiões de Goiânia e do Entorno de Brasília com relação às demais no que toca à dinâmica migratória do Estado de Goiás. Das demais microrregiões goianas, assumem relevância as microrregiões de Anápolis, do Sudoeste de Goiás, de Meia Ponte e de Porangatu, que têm volumes significativos tanto de imigração quanto de emigração, o que resulta em saldo migratório próximo a zero, sugerindo serem estas áreas de circulação migratória.

Tabela 04

ESTADO DE GOIÁS – VOLUMES DE MIGRAÇÃO INTERESTADUAL POR MICRORREGIÃO 1970-2000 (1) (2)

Microrregião 1970/1980

Imigração % Emigração % Saldo

Entorno de Brasília 75.785 24,6 23.435 7,2 52.350

Goiânia 90.368 29,3 62.404 19,3 27.963

Total 308.196 100,0 323.859 100,0 -15.663

Microrregião 1981/1991

Imigração % Emigração % Saldo

Entorno de Brasília 191.578 37,0 32.315 9,4 159.263

Goiânia 138.196 26,7 92.542 26,8 45.654

Total 518.147 100,0 345.181 100,0 172.966

Microrregião 1990/2000 (3)

Imigração % Emigração % Saldo

Entorno de Brasília 293.820 42,3 - - -

Goiânia 207.185 29,8 - - -

Total 694.765 100,0 365.044 329.721 Fonte: IBGE, Censo 1970, 1980 e 1991. Tabulações Especiais NEPO/UNICAMP.

Fonte: IBGE, Censo 2000. Tabulações próprias. (1) - A população de Goiás foi reconstituída até o ano de 1970 segundo a atual divisão político-administrativa.

(2) - Os dados referem-se à informação sobre "última residência". (3) - Para esta década, em função das limitações das informações censitárias, não foi possível o cálculo da emigração e, como consequência, do saldo migratório.

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Tabela 05

ESTADO DE GOIÁS – VOLUMES DE MIGRAÇÃO INTRAESTADUAL POR MICRORREGIÃO 1970- 2000 (1)

Microrregião 1970/1980 (2)

Imigração % Emigração % Saldo

Entorno de Brasília 18.296 4,7 16.542 4,2 1.754

Goiânia 167.383 42,8 36.207 9,3 131.176

Total 391.027 100,0 391.027 100,0 -

Microrregião 1981/1991 (2)

Imigração % Emigração % Saldo

Entorno de Brasília 27.704 7,5 17.179 4,6 10.525

Goiânia 140.078 37,9 49.841 13,5 90.237

Total 369.611 100,0 369.611 100,0 -

Microrregião 1995/2000 (3)

Imigração % Emigração % Saldo

Entorno de Brasília 23.441 9,9 9.817 4,1 13.624

Goiânia 88.775 37,4 42.443 17,9 46.332

Total 237.385 100,0 237.385 100 - Fonte: IBGE, Censo 1970, 1980 e 1991. Tabulações Especiais NEPO/UNICAMP.

Fonte: IBGE, Censo 2000. Tabulações próprias. (1) - A população de Goiás foi reconstituída até o ano de 1970 segundo a atual divisão político-administrativa.

(2) - Os dados referem-se à informação sobre "última residência".

(3) - Os dados referem-se à informação sobre "data fixa".

1.4.3. Rede de Cidades Reconstituindo os limites territoriais até 1970 com base na divisão político-administrativa consagrada pela Constituição de 19882, percebe-se que o Estado de Goiás contava, no ano de 1970, com 169 Municípios. O adensamento de sua malha municipal ocorre entre os anos de 1980 e 2000, quando de 171, o Estado passa a 242 Municípios. Atualmente, após a criação dos Municípios de Campo Limpo de Goiás, Gameleira de Goiás, Ipiranga de Goiás e Lagoa Santa, são 246 Municípios. Conforme se pode observar no gráfico a seguir, em1970, 39% da população estadual estava concentrada em Municípios com menos de 20.000 habitantes. Em 2010, essa porcentagem cai para 20,8%. Se nessa classe de Municípios ocorre um decréscimo contínuo no período considerado no que diz respeito à participação relativa na população estadual, observa-se o inverso na classe de Municípios com população acima de 100.000 habitantes. Aí, a participação na população estadual sobe de 20 para 49%.

2 Como está sendo feito neste diagnóstico para efeitos da análise da dinâmica demográfica.

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Figura 03

Fonte: IBGE-SEPLAN/GO. Tabulações próprias. Fonte: IGBE. Estimativas populacionais para os Municípios brasileiros em 01.07.2009. Tabulações próprias. (1) - A população do Estado e das Regiões de Planejamento foi reconstituída até o ano de 1970 segundo a atual divisão político-administrativa.

Já os Municípios que têm entre 0 e 20.000 habitantes, por sua vez, são em número de 194, 78,9% do total de Municípios goianos, respondendo, como referido, por apenas 20,8% da população do Estado.

Figura 04

Figura 05

Fonte: Censo Demográfico 2010. Tabulações próprias. (1) - A população do Estado e das Regiões de Planejamento foi reconstituída até o ano de 1970 segundo a atual divisão político-administrativa.

O sistema urbano do Estado de Goiás, conforme demonstrado marca-se por acentuada concentração espacial da população. Apenas nove Municípios, num

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universo de 246, ultrapassam 100.000 habitantes, concentrando-se nos mesmos praticamente 50% da população estadual.

O fenômeno da ―metropolização‖ é um dos traços desse quadro, tornando-o ainda mais agudo, já que representa o transbordamento do tecido urbano, e de seus problemas e carências, para Municípios outros que não apenas o Municípios polo, exigindo uma atuação supramunicipal para solucioná-los. No território goiano, há duas aglomerações metropolitanas – ou, de maneira mais precisa, uma aglomeração metropolitana e a periferia de outra. Trata-se da Região Metropolitana de Goiânia e do Entorno do Distrito Federal, cujo polo está em outra Unidade Federativa. Entre as 10 Regiões de Planejamento do Estado de Goiás, estas duas regiões são aquelas que, em boa medida, como decorrência da hegemonia migratória referida, apresentam as mais altas taxas de crescimento. Em função disso, conforme também já demonstrado, ampliaram sobremaneira sua participação relativa na população estadual entre 1970 e 2010. 1.5. Dinâmica Econômica A posição estratégica do cerrado vem atraindo investimentos a partir dos anos 70 porque está no centro do país, portanto próximo dos centros consumidores; pela malha rodoviária que facilita o escoamento da produção; pelo desenvolvimento de cultivados adaptados ao solo e ao clima; pela sua geografia com grandes extensões de planícies, o que propicia o desenvolvimento da agricultura mecanizada e da pecuária. Assim buscando potencializar resultados econômicos a região centro oeste vem recebendo, nas últimas quatro décadas, investimentos estruturantes do desenvolvimento que tem influenciado seu perfil socioeconômico. Esse fenômeno intensificou-se com a modernização da agricultura o que possibilitou condições competitivas para a produção de commodities. Esse processo por um lado modificou as condições de trabalho no campo, substituindo um modelo que contemplava fundamentalmente a produção voltada para a subsistência por modelo de produção voltado para mercadorias destinadas ao mercado exportador, por outro lado desmantelou a insipiente produção agrícola, calcada na agricultura familiar, liberando para as cidades uma leva significativa de migrantes. No período entre 2002 e 2008 a economia goiana deu um salto de 34,19%, superior, à média brasileira de 27,93%. Em 2008 o PIB Goiano alcançou R$ 75,3 bilhões, ano em que foi adicionado à economia local R$ 10.065 bilhões (ver evolução do PIB Goiano no Gráfico seguinte). O expressivo desempenho da economia goiana nos anos recentes é atribuído à evolução do agronegócio como um todo, da indústria alimentícia, beneficiamento de commodities minerais, fármacos, fabricação de automóveis, etanol, e ao comércio.

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Figura 06 - Evolução do Produto Interno Bruto Goiano 2002/2008 (R$ bilhões)

Fonte: SEPLAN/SEPIN - Produto Interno Bruto – Goiás, 2008.

Desde 2002, Goiás se posicionava no ranking da produção do país como a 9ª economia brasileira – posição mantida em 2008, ano em que a produção goiana representou 2,48% do PIB nacional (conforme Tabela abaixo).

Tabela 06 Participação das unidades da federação no Produto Interno Bruto: 2002 – 2008

Unidade da federação 2002 2008

Part (%) Ranking Part (%) Ranking

Brasil 100,00 100,00

São Paulo 34,63 1º 33,08 1º

Rio de Janeiro 11,60 2º 11,32 2º

Minas Gerais 8,65 3º 9,32 3º

Rio Grande do Sul 7,14 4º 6,58 4º

Paraná 5,98 5º 5,91 5º

Santa Catarina 3,77 8º 4,07 6º

Bahia 4,11 6º 4,01 7º

Distrito Federal 3,80 7º 3,88 8º

Goiás 2,53 9º 2,48 9º

Pernambuco 2,39 10º 2,32 10º

Espírito Santo 1,81 12º 2,30 11º

Ceará 1,96 11º 1,98 12º

Pará 1,74 13º 1,93 13º

Mato Grosso 1,42 15º 1,75 14º

Amazonas 1,47 14º 1,54 15º

Maranhão 1,05 16º 1,27 16º

Mato Grosso do Sul 1,03 17º 1,09 17º

Paraíba 0,84 18º 0,85 18º

Rio Grande do Norte 0,83 19º 0,84 19º

Sergipe 0,64 21º 0,64 20º

Alagoas 0,66 20º 0,64 21º

Rondônia 0,53 22º 0,59 22º

Piauí 0,50 23º 0,55 23º

Tocantins 0,38 24º 0,43 24º

Amapá 0,22 25º 0,22 25º

Acre 0,19 26º 0,22 26º

Roraima 0,16 27º 0,16 27º Fonte: IBGE-SEPLAN-GO/SEPIN.

O PIB per capita de Goiás em 2008, obtido dividindo-se o PIB do ano pela população residente no mesmo período, e que se constitui importante referência como medida

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síntese de padrão de vida e de desenvolvimento econômico de determinada localidade, alcançou o valor de R$ 12.879, representando 80,54% do valor do PIB per capita nacional (R$15.990) – significando a agregação de valor de R$ 5.800,12, entre 2002 e 2008, e passando a ocupar a 12ª posição entre as Unidades da Federação.

Tabela 07

Ranking das Unidades da Federação no Produto Interno Bruto per capita: 2002-2008

Brasil e Unidades da Federação

2002 2008 R$ Ranking R$ Ranking

BRASIL 8 378 - 15 990 - Distrito Federal 25 747 1º 45 978 1º São Paulo 13 259 2º 24 457 2º Rio de Janeiro 11 543 3º 21 621 3º Santa Catarina 9 969 5º 20 369 4º Espírito Santo 8 258 7º 20 231 5º Rio Grande do Sul 10 057 4º 18 378 6º Mato Grosso 7 928 8º 17 927 7º Paraná 8 945 6º 16 928 8º Minas Gerais 6 904 12º 14 233 9º Mato Grosso do Sul 7 004 11º 14 188 10º Amazonas 7 253 9º 14 014 11º Goiás 7 078 10º 12 879 12º Rondônia 5 363 15º 11 977 13º Roraima 6 513 13º 11 845 14º Amapá 6 200 14º 11 033 15º Tocantins 4 576 18º 10 223 16º Acre 4 707 17º 9 896 17º Sergipe 5 060 16º 9 779 18º Bahia 4 525 19º 8 378 19º Rio Grande do Norte 4 234 21º 8 203 20º Pernambuco 4 328 20º 8 065 21º Pará 3 918 22º 7 993 22º Ceará 3 735 23º 7 112 23º Paraíba 3 539 24º 6 866 24º Alagoas 3 371 25º 6 227 25º Maranhão 2 637 26º 6 104 26º Piauí 2 544 27º 5 373 27º

Fonte: IBGE-SEPLAN-GO/SEPIN.

Dentre os grandes setores de atividades econômicas, o de Serviços é o que predomina em Goiás, representando 60,95% da produção de riquezas. Neste setor pode-se ressaltar o comércio tanto o varejista como o atacadista, bastante dinâmicos, principalmente na capital Goiânia, assim como as atividades imobiliárias. O setor industrial participa no PIB goiano em 26,21% e o agropecuário com 12,84% (conforme Gráfico a seguir).

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Figura 07

Fonte: IBAM

Embora tenha participação inferior, o setor agropecuário é de grande importância para a economia goiana, pois dele deriva a agroindústria, uma das atividades mais pujantes do Estado, quer seja na produção de carnes, derivados de leite e de soja, molhos de tomates e condimentos e outros itens da indústria alimentícia, como também na indústria sucroalcooleira. O peso do setor agropecuário no cenário estadual pode ser visto pela estrutura fundiária de Goiás que é composta por 61,16% de terras destinadas a pastagens e 14,04% para produção agrícola. Segundo o Censo Agropecuário/IBGE de 2006, naquele ano existiam 147.556 estabelecimentos destinados a pastagens, correspondendo a uma área de 15,709 milhões de hectares: a área destinada a pastagens de Goiás representava à época 9,90% do total nacional; já a área coberta por matas e florestas que representa 21,96% dos estabelecimentos agropecuários de Goiás, tem percentual abaixo do nacional de 29% (conforme Tabela a seguir).

Tabela 08

ESTADO DE GOIÁS, Centro-Oeste e Brasil:

Número de estabelecimentos e Área dos estabelecimentos agropecuários por utilização das terras – 1996 e 2006.

Especificação Utilização das terras N. de estabelecimentos

agropecuários Área dos estabelecimentos

agropecuários (ha) 1996 2006 1996 2006

Goiás

Total 111.791 135.683 27.472.648 25.683.548

Lavouras permanentes 13.335 16 043 55.787 247.691

Lavouras temporárias 71.343 100 865 2.922.256 3.359.049

Pastagens 105.160 147 556 19.404.696 15.709.871

Matas e florestas 68.761 105 112 3.847.306 5.640.548

Centro-Oeste

Total 242.436 317.478 108.510.012 103.797.329

Lavouras permanentes 43.520 43 056 246.837 711.809

Lavouras temporárias 149.818 222.202 9.612.043 11.499.747

Pastagens 216.098 327 636 62.763.912 58.518.216

Matas e florestas 149.717 229 580 31.316.326 30.473.195

Brasil

Total 4.859.864 5.175.489 353.611.242 329.941.393

Lavouras permanentes 1.532.854 1 480 243 7.541.631 11.612.227

Lavouras temporárias 4.092.805 6 451 652 58.922.940 48.234.391

Pastagens 2.908.994 3 496 203 177.700.469 158.753.866

Matas e florestas 2.100.468 2 567 658 94.293.587 98.479.628

Fonte: IBGE – SEPLAN.GO/SEPIN.

Apesar da crescente industrialização do Estado, a agropecuária continua sendo o carro chefe do desenvolvimento de Goiás – no ano de 2008, foi o setor com maior crescimento na geração de riquezas: 19,12%, enquanto a indústria e o setor de

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serviços cresceram 5,71% e 6,47%, respectivamente – a mesma tendência observada na média nacional.

Figura 08

Fonte: SEPLAN/SEPIN-IBGE. Elaboração: AGEHAB.

No crescimento acumulado entre 2002 e 2008, a agropecuária cresceu um pouco menos que a indústria, que teve o maior crescimento: 35,87% e 34,07%, respectivamente – enquanto o setor de serviços teve o menor desempenho: 31,56% – diferentemente da tendência observada na média do país.

Figura 09

Fonte: SEPLAN/SEPIN-IBGE. Elaboração: AGEHAB.

O desempenho do setor agropecuário de Goiás coloca o Estado na posição de 4º produtor nacional de grãos: produção em torno de 13,3 milhões de toneladas, representando 9% da produção nacional – e 8º no valor adicionado nacional. Em 2008, o valor adicionado do setor alcançou R$ 8,453 bilhões – sendo que a produção vegetal registrou variação em volume de 32,04% devido à influência, sobretudo, nas culturas temporárias: cereais (36,45%); cana de açúcar (40,78%); soja (42,35%), e outros produtos da lavoura temporária (22,64%). No setor industrial, Goiás é destaque nacional nas atividades de mineração, fabricação de produtos alimentícios e de produtos farmaquímicos – sendo o 10º no valor adicionado nacional. Em 2008, as atividades da indústria extrativa mineral, indústria de transformação, produção/distribuição de eletricidade, gás e água e construção civil representaram 26,21% do valor adicionado, o equivalente a R$ 17,262 bilhões, e tiveram variação positiva de 5,71% – com destaque para o crescimento da indústria extrativa mineral (16,18%), construção civil (8,24%) e indústria de transformação (6,16%).

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Segundo dados da pesquisa Produção Agrícola Municipal – PAM/IBGE, no ano de 2009, alguns recordes foram registrados: caso do sorgo, em que o Estado ocupa o 1º lugar no ranking da produção brasileira, com 758.667 toneladas colhidas; do algodão herbáceo – 3º lugar no ranking da produção brasileira, com 227.307 toneladas colhidas; do Girassol – 3º lugar no ranking da produção brasileira, com 6.718 toneladas colhidas; e da cultura de cana de açúcar que vem aumentando significativamente: passou de uma produção de 10,163 milhões de toneladas em 2000, para 44,064 milhões de toneladas em 2009 (expansão de 333,58%), e aumento de 272,71 hectares na área colhida, colocando o Estado na posição de 4º produtor nacional em 2009 – só ficando atrás de São Paulo, Minas Gerais e Paraná (espacialização da produção no Mapa a seguir).

Mapa 05 - Mapa da Produção Setor Sucroenergético

E também na cultura de soja, principal produto agrícola produzido em Goiás, que representa: 51,4% do total de grãos produzidos no Estado; 22,71% da produção do Centro-Oeste e 11,02% da produção nacional. Em 2000 a produção de soja em Goiás era de 4.092.934 t e já em 2009 alcançou 6.808.587 t (crescimento de 66,35%), enquanto que a área colhida passou de 1,491 milhões de hectares em 2000 para 2,315 milhões de hectares em 2009, rendendo ao Estado a posição de 4º lugar no ranking da produção do país – ficando atrás apenas dos Estados de Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul (espacialização da produção no Mapa a seguir).

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Mapa 06 - Brasil: Produção de Soja/2008

A pecuária goiana, altamente expressiva, posiciona o Estado entre os maiores produtores do País: o rebanho bovino é formado por 20,5 milhões de cabeças – o 4º no ranking brasileiro, com participação de 10,12% no efetivo nacional.

Mapa 07 - Efetivo de bovinos no Brasil 2004 a 2006

Fonte: SEPLAG/RS – Atlas Sócio-Econômico.

A avicultura está em franco desenvolvimento, com a instalação de grandes aviários no Estado: o efetivo avícola cresceu nos últimos 5 anos 32,87%, resultando em 47,7 milhões de cabeças, correspondendo a 3,94% do rebanho nacional. Seu rebanho de vacas leiteiras de 2,2 milhões de cabeças representa o 2º no ranking nacional e participação de 10,94%. A produção de leite é de 2,873 bilhões de litros,

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representando o 3º produtor nacional, com participação de 10,42%. Também merece destaque o efetivo de suínos, a produção de ovos e o abate de bovinos, suínos e aves, conforme apurou pesquisa do IBGE para 2008. A indústria de transformação goiana vem ganhando participação: em 2002 o setor representava 11,86% do valor adicionado estadual, passando para 13,80% em 2008. Segundo a Pesquisa Industrial Anual (PIA)/IBGE, em 2008, Goiás tinha 5.411 unidades industriais, com 182.129 pessoas ocupadas, atingindo montante de R$ 13,497 milhões no Valor de Transformação Industrial (VTI) e produtividade média (razão entre o valor da transformação industrial e pessoal ocupado) de R$ 74 mil. A estrutura industrial goiana é bastante concentrada, mas vem se diversificando e despontando em novos setores: em 2008, quatro setores representavam 64,05% do valor da transformação industrial do Estado: fabricação de produtos alimentícios (41,21%), indústria extrativa mineral (9,80%), fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (6,85%) e fabricação de produtos químicos (6,19%).

Tabela 09 - Estrutura da Indústria Goiana Participação das principais atividades industriais 2002/2008 (%)

Atividades 2002 2007 2008

Indústria Extrativa 7,9 11,3 9,8

Indústria de Transformação 92,1 88,7 90,2

· Indústria alimentícia e de bebidas 51,2 33,5 44,0

· Indústria química (adubos e fertilizantes) 2,0 4,3 6,2

· Indústria farmacêutica 3,8 4,0 3,7

· Indústria automotiva e de máquinas agrícolas 1,8 16,4 6,8

· Indústria alcooleira 3,4 4,4 4,7

· Indústria da mineração (beneficiamento de minérios) 17,0 23,2 18,0

· Outras 20,9 14,2 6,8

Fonte: SEPLAN/SEPIN-IBGE

Desde 2000 quando teve início os primeiros projetos de apoio à formação de APLs em Goiás – objetivando além de conhecer a distribuição das atividades econômicas desenvolvidas no âmbito do Estado e que apresentam correlações ou vínculos expressivos de articulação, interação e cooperação, dar suporte ao fortalecimento e ampliação das cadeias produtivas locais e regionais, promovendo a competitividade sustentável do território onde se insere e a geração de emprego e renda – o número de arranjos foi se ampliando paulatinamente. Atualmente, conta-se pelo menos 56 APLs em Goiás, vinculados a diversos segmentos produtivos entre os quais se destacam: Aquicultura, Confecções, Calçados, Alimento/Lácteo, Madeireiro/Moveleiro, Tecnologia da Informação, Artesanato/Joias, Farmacêutico, Cerâmica/Mineral, Turismo, espalhados nas diversas regiões do Estado (conforme ilustrado no Mapa a seguir).

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Mapa 08

Fonte: SECTEC 2010

Importante destaque é observado na diversificação da indústria da mineração em Goiás, que apresenta segmentos modernos e gestão similar às das grandes corporações internacionais, ajustando-se ao cenário da economia global. Ao todo são sete pólos minerais distribuídos pelo Estado, com depósitos de grande importância econômica, fato que coloca Goiás em posição privilegiada na pauta de negócios.

Mapa 09 - Espacialização dos projetos de mineração

Fonte: DNPM - O Mineralnegócio no Brasil, 2009.

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A produção de níquel (Grupo Votorantin e Anglo American, nos municípios de Niquelândia e Barro Alto) representa 90,36% da produção nacional, colocando o Estado em 1º lugar no ranking brasileiro; o amianto produzido em Minaçu (SAMA) representa 100% da produção nacional; o fosfato e a vermiculita (mineração Catalão e COPERBRÁS) também ocupa o 1º lugar na produção nacional, com participação de 56,43% e 70,66%, respectivamente. O ouro, (mineração Serra Grande em Crixás e Bacilândia/Grupo Yamana em Fazenda Nova) e Nióbio (mineração Catalão), ocupa o 2º lugar na posição nacional, participando com 27,36% e 5,41%, respectivamente; e na produção de cobre que era o 2º produtor nacional, passou a ocupar o 1º lugar no ranking devido à instalação recente da Mineração Maracá em Alto Horizonte (participação de 67,56% na produção brasileira) – o Mapa a seguir mostra a espacialização do mineralnegócio no Brasil evidenciando a presença e principais substâncias minerais produzidas no Estado de Goiás. 1.5.1 - Produto Interno Bruto de Goiás por Região de Planejamento Analisando os dados do PIB por regiões de planejamento no período de entre 2002 e 2007, é possível observar o movimento na participação do PIB entre as regiões e a predominância da Região Metropolitana de Goiânia (gráficos 14 e 15, a seguir). Durante o período, das dez regiões de planejamento, seis ganharam participação e as outras quatro perderam. Dentre as regiões que ganharam participação estão a Centro Goiano e a Metropolitana de Goiânia. Por outro lado, a região Sudoeste Goiano foi a que mais perdeu participação ao longo da série, fato explicado pela crise agrícola que afetou fortemente o setor agropecuário, provocando redução nas atividades a ela relacionada, nos Municípios com tradição no setor. O Centro Goiano foi a região que mais obteve ganho de participação no período. Em 2002 participava com 9,00% do PIB estadual, passando para 10,66% em 2007, destaque para os Municípios de Anápolis, influenciado pelo comércio e indústria de transformação, Goianésia, indústria de molhos de tomate e usina de álcool e açúcar, Jaraguá, indústria de confecções, Ceres, saúde e educação mercantis e Rubiataba, influenciado pela usina de álcool e fabricação de móveis.

Figura 10

Fonte: IBAM

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Figura 11

Fonte: IBAM

A região Metropolitana de Goiânia foi a segunda em ganho de participação. Em 2002 participava em 37,51% do PIB estadual, subindo para 38,61% em 2007. Os Municípios que mais contribuíram para o ganho de participação foram: Goiânia, Aparecida de Goiânia, Trindade e Senador Canedo, impulsionados pelo setor de serviços, com destaque para a atividade de comércio, intermediação financeira, serviços prestados principalmente às empresas e serviços de informação. De 2002 para 2003 houve perda de participação, recuperada nos anos de 2004 a 2006, voltando a perder no ano de 2007, este movimento é justificado pela redução da atividade agropecuária em outras regiões no período de 2004 a 2006. A região do Norte Goiano participava com 4,88% em 2002, passando para 5,72% em 2007, com destaque para os Municípios de Niquelândia (influenciado pela extração e beneficiamento de minério), Porangatu e Uruaçu, comércio e administração pública, e Minaçu, com destaque para geração de energia e extração e beneficiamento mineral. As demais regiões que ganharam participação entre os anos de 2002 e 2007 foram: Sudeste Goiano, 6,97% para 7,46%, Nordeste Goiano, 1,23% para 1,63% e Entrono do Distrito Federal, 8,08% para 8,44%. Entre as regiões que mais perderam participação no PIB estadual, o destaque foi para região Sudoeste Goiano com 16,87% em 2002, reduzindo para 13,23% sua participação na economia do Estado em 2007. Devido esta região ter elevada participação no setor agropecuário, foi bastante afetada pela queda nos preços de diversos produtos do setor nos anos de 2004 a 2006, principalmente grãos e soja. As demais regiões que perderam participação entre os anos de 2002 e 2007 foram: Sul Goiano, de 8,88% para 7,98%, Oeste Goiano, de 4,83% para 4,66% e Noroeste Goiano, de 1,74% para 1,61% do PIB estadual. O gráfico 16 resume de maneira clara as variações na participação de cada região de planejamento no PIB do estado de Goiás. A maior variação negativa foi do Sudeste Goiano, o qual teve redução de 3,64%. Já a maior variação positiva foi do Centro Goiano, região que obteve incremento de 1,66% na participação total.

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Figura 12

1.5.2. Setor Sucroalcoleiro O setor sucroenergético de Goiás planeja incremento da produção de açúcar e de etanol apostando principalmente no mercado interno devido a crescente demanda pela ampliação da frota flex de automóveis. Apura-se que o desempenho do setor em 2010 foi superior em 2009, apesar de ainda não haver divulgação de estatísticas oficiais. O setor enfrenta um período de falta de capital de giro devido aos preços praticados no ano passado, os quais não cobriam integralmente os custos. A falta de capital para investimentos certamente ocasionará na fusão dos grupos produtores e por consequência numa concentração do setor. Outros problemas enfrentados pelo setor são a falta de mão de obra qualificada e a dificuldade de fornecedores de máquinas e equipamentos. Há a perspectiva de que governo federal implemente a conexão das usinas à rede de geração de energia, com isso, viabilizar os investimentos em cogeração de energia a partir da queima da palha e do bagaço de cana. Deste modo Goiás poderá ofertar até 2013 mais de 1.700 megawatts de energia (equivalente ao consumo de energia do estado), suficientes para desconsiderar a perspectiva de racionamento e, com isso, viabilizar os projetos das usinas. Goiás é hoje o segundo estado produtor de energia através da biomassa e a expectativa é de que, até 2020, produza cerca de 3.000 megawatts (2.000 megawatts para venda). Hoje, Goiás tem 36 unidades em produção, sendo o quarto maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil (podendo tornar-se o terceiro em 2010), o quinto de açúcar e o segundo de etanol. A produção de etanol em 2009, cerca de 2,2 bilhões de litros, foi maior que toda a produção do nordeste brasileiro. Com médias de crescimento do PIB acima do país, Goiás vem gerando empregos também acima da média nacional, sendo o setor sucroenergético um dos principais agentes desse desenvolvimento. Segundo o IBGE e indicadores do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), os Municípios nos quais há usinas instaladas figuram como campeões em geração de emprego. Além disso, os investimentos do setor fizeram com que as terras goianas se valorizassem e com que

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novas oportunidades econômicas aparecessem em todo o interior do estado. O setor tem procurado investir em eficiência, melhorando sua produtividade no campo (mais toneladas por hectare e mais litros de álcool ou quilos de açúcar por hectare), graças aos investimentos em pesquisa em parcerias com as universidades (destacando-se a UFG/Rede Ridesa), Embrapa e empresas particulares (CTC e Canaviallis). Para 2010 há a perspectiva da safra recorde: 48 milhões de toneladas de cana (aumento de 20%), 1,8 milhões de toneladas de açúcar (32% de crescimento) e 2,8 bilhões de litros de etanol (aumento de 33%). Tudo isso com um aumento de consumo de 30%. As Usinas estão principalmente concentradas nas Regiões Sudoeste e Sul. É importante destacar que a despeito do bom desempenho econômico da indústria sucroalcooleira há uma serie de problemas ambientais, urbanísticos e sociais acarretados por esta atividade. Há uma forte atratividade de mão de obra não qualificada, esta se desloca de sua origem, para assentar-se no entorno das Usinas, para se ocupar da atividade do corte de cana, que é uma atividade sazonal. Estes trabalhadores demandam moradias, assistência médica e social, serviços em geral. Ocorre então uma forte demanda por uma atuação mais estruturada do poder público municipal em atender às necessidades dessa população.

Mapa 10

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1.5.3. Setor Minerador

Atualmente vivencia-se uma fase espetacular na mineração. Commodities minerais alcançam preços altos no mercado. A produção mineral em Goiás nos dois últimos anos ultrapassou a cifra de 2,5 bilhões de reais por ano, em termos de valor de produção de matéria prima bruta e beneficiada, se agregados os efeitos da transformação desses recursos minerais, o valor, segundo os analistas projetistas, poderá ser multiplicado onze vezes.

A grande a potencialidade mineral goiana, principalmente ao considerarmos que os ambientes geológicos ainda não são totalmente conhecidos e estudados. Em face disso é imprescindível que seja retomado os investimentos em prospecção e pesquisa mineral proporcionando com isto o descobrimento de novos depósitos que se trabalhados com técnica e ciência serão traduzidos em jazidas minerais que após sua exploração transformar-se-ão em riqueza, gerando por consequência benefícios sociais oriundo da repartição dos tributos e, ainda mais relevante, por ser a mineração um dos maiores pólos de desenvolvimento.

As mineradoras localizam-se principalmente nas regiões Norte, Noroeste e Oeste Goiano. Os investimentos dos últimos anos em Goiás têm assumido somas consideráveis, sendo dignos de nota os seguintes: projeto de verticalização da industrialização de fosfato em Catalão/Ouvidor onde já consumiu 250 milhões de dólares; a sua duplicação prevista se implementada custará mais 200 milhões de dólares; a instalação da mina de níquel em Barro Alto consumiu 70 milhões de dólares; o projeto de implantação da usina de liga de ferro-níquel no mesmo Município já aprovado e com previsão do início das obras para 2007 demandará mais 800 milhões de dólares, este é o projeto que exigirá maior aporte financeiro do Estado.

Em Alto Horizonte, o famoso Projeto Chapada decolou com recursos de 180 milhões de dólares para sua implantação visando produzir concentrados de ouro e cobre. Em Fazenda Nova e Faina os projetos estão em fase de produção de ouro há mais de dois anos, com vida útil a ser expandida através da ampliação das reservas.

É grande a gama da indústria mineral, tem-se os agregados para construção civil (areia, argila, granito, calcário etc) de grande importância no dia a dia da população,os insumos para o fabrico de cimento e cerâmica branca e vermelha. Na área de alimentos conta-se com a produção de água mineral de alta qualidade e na de beleza as esmeraldas.

Fundamental para a viabilização da produção agropecuária nos cerrados brasileiros e, em particular, nos de Goiás, encontra-se o calcário agrícola que permitiu a correção da acidez do solo, transformando estas terras, antes improdutivas, em celeiros.

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Mapa 11

1.6. Aspectos Sociais O Estado de Goiás apesar de ter o 9º maior PIB brasileiro, tem os seus indicadores sociais em níveis mais baixos que os indicadores de alguns Estados mais pobres do país – indicando que embora Goiás possua resultados muito positivos em diversos aspectos econômicos, ainda precisa evoluir bastante nos seus aspectos sociais, necessitando de um maior espectro de ações das políticas públicas a fim de melhorar os indicadores da área e a qualidade de vida de sua população, principalmente daqueles que dependem mais da política estatal. No índice de analfabetismo, Goiás ocupa a 11ª posição com referência ao analfabetismo de pessoas com mais de 10 anos e a 12ª posição com referência às pessoas com mais de 15 anos, atrás de Estados como o Amapá, Roraima, Espírito Santo e Amazonas – em relação à média de anos de estudo das pessoas de 15 anos ou mais de idade, o Estado também se mantém na 11ª posição. Com relação à taxa de mortalidade infantil, Goiás caiu uma posição de 2000 para 2009 e está na 9ª colocação. A taxa bruta de mortalidade (nº de óbitos por 1.000 habitantes) e de mortalidade infantil (nº de óbitos infantis por 1.000 nascidos vivos) também

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apresentou resultados positivos, sendo que a primeira reduziu de 5,73 óbitos/1.000 hab. em 2003 para 5,56 óbitos/1.000 hab em 2009, e a segunda, de 21,30 óbitos infantis/1.000 hab. em 2004 para 18,30 óbitos infantis/1.000 hab. em 2009. O Índice de Gini – que mede o grau de desigualdade existente na distribuição de indivíduos segundo a renda domiciliar per capita – demonstra que embora tenha subido duas posições de 2000 para o ano de 2009, o Estado de Goiás detêm a 13ª colocação no ranking nacional, atrás, por exemplo, do Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Rondônia, Pará, Mato Grosso do Sul e Roraima – conforme Tabela a seguir.

Tabela 10

Índice de Gini da distribuição do rendimento mensal de todos os trabalhos das pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas com rendimento de trabalho, segundo as unidades da federação – 2000/2009

Unidade da federação

2000 (1) 2009

Índice de Gini Ranking Índice de Gini Ranking

Brasil 0,602 0,518

Centro-Oeste 0,618 0,540

Amazonas 0,585 8º 0,463 1º

Santa Catarina 0,555 1º 0,463 2º

Amapá 0,565 4º 0,469 3º

Mato Grosso 0,598 13º 0,476 4º

Rondônia 0,585 9º 0,477 5º

São Paulo 0,564 3º 0,477 6º

Pará 0,602 16º 0,482 7º

Rio Grande do Sul 0,569 5º 0,486 8º

Paraná 0,590 11º 0,488 9º

Distrito Federal 0,609 20º 0,491 10º

Roraima 0,556 2º 0,495 11º

Minas Gerais 0,591 12º 0,502 12º

Goiás 0,601 15º 0,503 13º

Rio de Janeiro 0,573 6º 0,516 14º

Mato Grosso do Sul 0,608 18º 0,518 15º

Tocantins 0,610 21º 0,519 16º

Alagoas 0,611 22º 0,522 17º

Pernambuco 0,616 24º 0,524 18º

Maranhão 0,619 25º 0,525 19º

Rio Grande do Norte 0,598 14º 0,540 20º

Bahia 0,614 23º 0,543 21º

Paraíba 0,603 17º 0,544 22º

Ceará 0,627 26º 0,545 23º

Sergipe 0,608 19º 0,545 24º

Acre 0,581 7º 0,573 25º

Espírito Santo 0,589 10º 0,582 26º

Piauí 0,629 27º 0,596 27º

Fonte: IBGE / Síntese de Indicadores – SEPLAN.GO/SEPIN. (1) Censo

Nota: Índice de Gini mede o grau de concentração de uma distribuição, cujo valor varia de zero (a perfeita igualdade) até um (a desigualdade máxima).

O Índice de Desenvolvimento Humano – IDH de Goiás em 2007 colocou o Estado na 9º posição nacional: 0,824, acima do índice nacional de 0,816. Como todos os demais Estados brasileiros, Goiás apresentou uma melhora no IDH-M de 2007, que foi suficiente para assegurar uma posição a mais entre as unidades da federação, mas

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manteve-se como o terceiro Estado de mais alto IDHM da região Centro-Oeste, atrás do Distrito Federal (1º IDH do país) e Mato Grosso do Sul3.

Tabela 11 - Índice de Desenvolvimento Humano – IDH, segundo as Unidades da Federação: 2005/07

Unidade da federação IDH

2005 (1) Ranking 2006 (2) Ranking 2007 (2) Ranking

Brasil 0,794 0,803 0,816

Distrito Federal 0,874 1º 0,882 1º 0,900 1º

Santa Catarina 0,840 2º 0,848 2º 0,860 2º

São Paulo 0,833 3º 0,842 4º 0,857 3º

Rio de Janeiro 0,832 4º 0,846 3º 0,852 4º

Rio Grande do Sul 0,832 4º 0,840 5º 0,847 5º

Paraná 0,820 6º 0,827 6º 0,846 6º

Mato Grosso do Sul 0,802 7º 0,815 7º 0,830 7º

Minas Gerais 0,800 9º 0,813 8º 0,825 8º

Goiás 0,800 9º 0,807 10º 0,824 9º

Espírito Santo 0,802 7º 0,808 9º 0,821 10º

Mato Grosso 0,796 11º 0,804 11º 0,808 11º

Amapá 0,780 12º 0,789 12º 0,800 12º

Amazonas 0,780 12º 0,784 13º 0,796 13º

Tocantins 0,756 15º 0,769 16º 0,784 14º

Rondônia 0,776 14º 0,779 15º 0,784 14º

Roraima 0,750 18º 0,784 13º 0,782 16º

Pará 0,755 16º 0,764 17º 0,782 16º

Acre 0,751 17º 0,763 18º 0,780 18º

Sergipe 0,742 19º 0,756 19º 0,770 19º

Bahia 0,742 19º 0,754 20º 0,767 20º

Rio Grande do Norte 0,738 21º 0,742 21º 0,753 21º

Paraíba 0,718 23º 0,729 24º 0,752 22º

Ceará 0,723 22º 0,731 23º 0,749 23º

Pernambuco 0,718 23º 0,733 22º 0,742 24º

Piauí 0,703 25º 0,721 25º 0,740 25º

Maranhão 0,683 26º 0,707 26º 0,724 26º

Alagoas 0,677 27º 0,700 27º 0,722 27º

Fonte: PNUD / Banco Central – SEPLAN-GO / SEPIN. Classificação:

(1) PNUD Elevado (0,800 e superior)

(2) Banco Central Médio (0,500 - 0,799)

Baixo (abaixo de 0,500)

3 O IDH, inicialmente desenvolvido pelo PNUD para comparação internacional, foi adaptado, no Brasil,

para o nível municipal e, para reforçar este aspecto, é denominado IDH-M. É um índice síntese que procura captar o nível de Desenvolvimento Humano alcançado em uma localidade, levando em consideração três dimensões básicas: a saúde, a educação e a renda – no ano de 2000, o IDH-M longevidade e o IDH-M educação de Goiás foram de 0,745 e 0,866 respectivamente, ficando acima da média nacional.

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1.6.1. Trabalho e Renda Estoque de Emprego de Goiás Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED, do ministério do Trabalho, a População Economicamente Ativa (PEA) de Goiás, em 2009, era composta por 3,300 milhões de pessoas, sendo: 3,043 milhões de pessoas ocupadas e 257 mil desocupadas; 1,847 milhão de homens e 1,454 milhão de mulheres; 2,900 milhões na zona urbana e 401 mil na zona rural. O estoque estadual em empregos formais somava 1.209.310 postos fazendo, de Goiás, o 10º mercado do país segundo a Relação Anual de Informações Sociais – RAIS/MTE.

Tabela 12 - Estoque de emprego formal, segundo as Unidades da Federação – 2000/2009

Unidade da federação

2000 2009 Variação (%) 2000 / 2009 Estoque de

emprego Part (%) Ranking

Estoque de emprego

Part (%) Ranking

Brasil 26.228.629 100,00 41.207.546 100,00 57,11

Centro-Oeste 2.091.439 7,97 3.417.517 8,29 63,41

São Paulo 8.049.532 30,69 1º 12.079.131 29,31 1º 50,06

Minas Gerais 2.803.454 10,69 2º 4.350.839 10,56 2º 55,2

Rio de Janeiro 2.718.138 10,36 3º 3.851.259 9,35 3º 41,69

Paraná 1.653.435 6,30 5º 2.637.789 6,40 4º 59,53

Rio Grande do Sul 1.893.789 7,22 4º 2.602.320 6,32 5º 37,41

Bahia 1.177.343 4,49 6º 1.999.632 4,85 6º 69,84

Santa Catarina 1.077.929 4,11 7º 1.838.334 4,46 7º 70,54

Pernambuco 883.032 3,37 8º 1.399.997 3,40 8º 58,54

Ceará 691.093 2,63 10º 1.236.261 3,00 9º 78,88

Goiás 663.902 2,53 11º 1.209.310 2,93 10º 82,15

Distrito Federal 812.361 3,10 9º 1.062.241 2,58 11º 30,76

Pará 458.636 1,75 13º 870.869 2,11 12º 89,88

Espírito Santo 471.698 1,80 12º 816.906 1,98 13º 73,18

Mato Grosso 315.547 1,20 15º 622.459 1,51 14º 97,26

Maranhão 284.793 1,09 18º 562.275 1,36 15º 97,43

Paraíba 339.135 1,29 14º 543.375 1,32 16º 60,22

Rio Grande do Norte 315.488 1,20 16º 538.757 1,31 17º 70,77

Mato Grosso do Sul 299.629 1,14 17º 523.507 1,27 18º 74,72

Amazonas 249.373 0,95 20º 509.645 1,24 19º 104,37

Alagoas 272.183 1,04 19º 446.136 1,08 20º 63,91

Piauí 205.729 0,78 22º 351.701 0,85 21º 70,95

Sergipe 206.054 0,79 21º 344.052 0,83 22º 66,97

Rondônia 147.904 0,56 23º 296.937 0,72 23º 100,76

Tocantins 106.043 0,40 24º 228.259 0,55 24º 115,25

Acre 61.448 0,23 25º 106.013 0,26 25º 72,52

Amapá 47.515 0,18 26º 105.771 0,26 26º 122,61

Roraima 23.446 0,09 27º 73.771 0,18 27º 214,64

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego / RAIS. Elaboração: SEPLAN/SEPIN, 2010.

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Renda média de Goiás O rendimento médio mensal de todos os trabalhos das pessoas de 10 anos ou mais de idade,ocupadas na semana de referência, com rendimento de trabalho, em 2009, segundo a Pesquisa Nacional de Domicílios – PNAD/IBGE, era de R$ 1.012,00, rendendo ao Estado a 10º posição no ranking nacional conforme tabela a seguir.

Tabela 13 - Rendimento médio mensal de todos os trabalhos das pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas, com rendimento de trabalho, segundo as Unidades da Federação – 2000/2009

Unidade da federação

2000 (1) 2009

Rendimento médio R$

Ranking Rendimento médio R$

Ranking

Brasil 649,00 1.006,00

Centro-Oeste 711,00 1.222,00

Distrito Federal 1.143,00 1º 2.205,00 1º

Rio de Janeiro 770,00 3º 1.340,00 2º

São Paulo 891,00 2º 1.306,00 3º

Santa Catarina 684,00 4º 1.229,00 4º

Paraná 659,00 6º 1.126,00 5º

Acre 503,00 16º 1.085,00 6º

Mato Grosso do Sul 621,00 9º 1.069,00 7º

Rio Grande do Sul 669,00 5º 1.066,00 8º

Amapá 605,00 10º 1.026,00 9º

Goiás 592,00 11º 1.012,00 10º

Mato Grosso 656,00 7º 1.006,00 11º

Roraima 629,00 8º 983,00 12º

Espírito Santo 581,00 13º 951,00 13º

Rondônia 589,00 12º 912,00 14º

Minas Gerais 558,00 14º 911,00 15º

Amazonas 545,00 15º 868,00 16º

Tocantins 465,00 18º 774,00 17º

Sergipe 393,00 22º 743,00 18º

Pará 474,00 17º 724,00 19º

Rio Grande do Norte 439,00 20º 703,00 20º

Paraíba 374,00 25º 680,00 21º

Pernambuco 462,00 19º 656,00 22º

Bahia 400,00 21º 624,00 23º

Alagoas 391,00 23º 601,00 24º

Maranhão 322,00 27º 594,00 25º

Ceará 390,00 24º 570,00 26º

Piauí 328,00 26º 508,00 27º

Fonte: IBGE / PNAD. (1) Censo

Elaboração:SEPLAN-GO / SEPIN / Gerência de Estatística Socioeconômica – 2010.

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Saldo do nível de Emprego O Saldo do nível de Emprego, que é a soma das admissões menos os desligamentos, no ano de 2010 somou 80.758 mil vagas de trabalho, colocando Goiás, igualmente ao estoque de emprego do país, na 10ª posição no ranking nacional (dados na Tabela a seguir).

Tabela 14 – Saldo do nível de emprego, segundo as Unidades da Federação – 2000, 2009/2010

Unidade da federação 2000 2009 2010 (1)

Saldo de emprego Ranking Saldo de emprego Ranking Saldo de emprego

Brasil 657.596 995.110 2.406.210

Centro-Oeste 47.839 70.138 168.282

São Paulo 240.882 1º 277.573 1º 807.822

Minas Gerais 39.586 4º 90.608 2º 298.143

Rio de Janeiro 61.220 2º 88.875 3º 168.818

Bahia 29.631 6º 71.170 4º 98.024

Paraná 28.143 7º 69.084 5º 164.100

Ceará 17.779 11º 64.436 6º 66.293

Rio Grande do Sul 53.492 3º 64.226 7º 159.729

Santa Catarina 30.079 5º 51.014 8º 113.521

Pernambuco 19.866 9º 46.717 9º 97.103

Goiás 21.990 8º 34.404 10º 80.758

Rondônia 2.875 22º 24.875 11º 23.971

Espírito Santo 18.257 10º 18.975 12º 38.184

Distrito Federal 15.301 12º 17.422 13º 29.604

Paraíba 5.005 18º 13.291 14º 21.530

Mato Grosso do Sul 6.465 17º 12.900 15º 27.122

Piauí 2.312 23º 12.727 16º 20.238

Sergipe 3.244 21º 11.198 17º 18.285

Alagoas 11.904 15º 7.821 18º 2.193

Pará 15.174 13º 7.380 19º 37.595

Mato Grosso 4.083 19º 5.412 20º 30.798

Rio Grande do Norte 8.962 16º 4.800 21º 26.496

Tocantins 1.606 24º 3.045 22º 9.189

Acre 1.331 26º 1.969 23º 2.770

Roraima 145 27º 1.189 24º 2.384

Amapá 1.374 25º 191 25º 2.493

Amazonas 13.044 14º -1.408 26º 26.590

Maranhão 3.846 20º -4.784 27º 32.457

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego / CAGED.

Elaboração: SEPLAN-GO / SEPIN / Gerência de Estatística Socioeconômica – 2010.

Obs: Saldo => indica e diferença entre admissões e desligamentos. (1) Janeiro e outubro

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Renda da população A distribuição de renda no Estado de Goiás, considerando o Censo de 2000, era bastante perversa, pois, 38% não tinham rendimentos e 47% estavam na faixa de até 2 SM. Na Região Nordeste, no Entorno do DF e na Região Norte quase a metade da população não tem renda 49%, 45% e 44%, respectivamente.

Tabela 15

Nenhum % Até 1 % 1 a 2 % 2 a 3 % 3 a 5 % 5 a 10 % > 10 % Total

Centro GO 167.209 38 102.799 23 78.325 18 30.065 7 28.247 6 21.460 5 13.581 3 441.686

Entorno DF 274.781 45 99.889 16 103.465 17 44.846 7 43.967 7 31.569 5 13.809 2 612.326

RM de Goiânia 495.831 35 217.889 15 266.717 19 124.650 9 125.894 9 111.367 8 83.750 6 1.426.098

Nordeste GO 56.253 49 31.135 27 15.457 13 4.287 4 3.870 3 2.428 2 1.328 1 114.758

Noroeste GO 41.886 38 32.630 29 19.394 17 5.793 5 5.357 5 3.917 4 2.282 2 111.259

Norte GO 105.511 44 61.091 25 37.305 15 12.544 5 11.782 5 8.580 4 5.277 2 242.090

Oeste GO 105.340 39 74.994 28 46.390 17 15.631 6 13.280 5 9.639 4 5.432 2 270.706

Sudeste GO 129.807 37 75.430 21 65.593 19 27.453 8 24.246 7 17.369 5 12.229 3 352.127

Sudoeste GO 64.106 36 39.922 23 32.345 18 12.827 7 12.023 7 8.773 5 5.727 3 175.723

Sul GO 102.636 36 64.559 22 55.710 19 20.983 7 18.859 7 14.688 5 10.039 3 287.474

Total 1.543.360 38 800.338 20 720.701 18 299.079 7 287.525 7 229.790 6 153.454 4 4.034.247

Rendimentos em SMRegiões de

Planejamento

Fonte: IBGE –Censo de 2000

População empregada por setor da economia Em Goiás houve um significativo aumento na oferta de empregos. No período 2007/2009, 147.856 novas pessoas ingressaram no mercado formal de trabalho Este número corresponde a um crescimento de 13% da população com Carteira assinada no Estado. O emprego com carteira de trabalho assinada, além de, em geral, representar uma maior estabilidade ao trabalhador, oferece melhor remuneração.

Figura 13

Em números absolutos o maior aumento da oferta de empregos formais se deu na RM de Goiânia (79.280 novas vagas), porém, proporcionalmente, foi no Centro Goiano que o emprego formal mais cresceu (18%), seguido do Entorno do DF e o Nordeste Goiano, ambos com 14% de crescimento.

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1.6.2. Programas de Transferência de Renda O Estado de Goiás tem 2 Programas importantes de transferência direta de renda, um com recursos Federais o Bolsa Família e o outro com recursos Estaduais o Renda Cidadã. Os dois Programas juntos atendem a 386.698 famílias em situação de extrema pobreza e vulnerabilidade social

Figura 14

―O Bolsa Família é um programa de transferência direta de renda com condicionalidades, que beneficia famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza. O Programa integra o Fome Zero que tem como objetivo assegurar o direito humano à alimentação adequada, promovendo a segurança alimentar e nutricional e contribuindo para a conquista da cidadania pela população mais vulnerável à fome‖. (Definição do Ministério de Desenvolvimento Social). No Estado de GO o Programa até outubro de 2010, já investiu recursos no valor de 276.888.995 reais. As regiões do Entorno do DF (24%) e Região Metropolitana de Goiânia (22%). O Governo Estadual tem um Programa semelhante que atendem ás famílias que se encontram em situação de vulnerabilidade social e não tem meios de sobrevivência. É importante ressaltar que os dois Programas não se sobrepõem, visto que àquelas famílias atendidas pelo Bolsa Família não podem ter acesso ao Renda Cidadã. Até julho de 2010 o Programa Renda Cidadã investiu recursos no valor de 5.574.150 reais, beneficiando a 63.653 famílias. Na elaboração do Plano de Habitação de Interesse Social é importante se conhecer esses Programa, visto que um de seus objetivos é dar acesso à moradia digna às famílias por eles beneficiadas. 1.7. Infraestrutura Os investimentos feitos em infraestrutura econômica foram especialmente em logística e energia elétrica. No campo da energia elétrica, foram realizados investimentos globais de R$ 846,59 milhões em redes de transmissão e distribuição. O Estado também tem recebido investimentos em grandes obras estruturantes no Estado. No campo da logística, o destaque é a Ferrovia Norte-Sul, trecho Divisa do Tocantins até Anápolis, que deverá ser inaugurado no fim deste ano. Os investimentos somam mais

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de R$ 1,5 bilhão. Outras obras do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC são implantadas no Estado, nos setores rodoviário e elétrico. 1.7.1. Saneamento: Água e Esgoto A Companhia de Saneamento de Goiás S/A (SANEAGO) é, desde 1967, a responsável pelos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário no estado de Goiás. A SANEAGO está presente com serviços de abastecimento de água e serviços institucionais em 223 Municípios e em mais 43 localidades, totalizando 298 comunidades. Em 2009 a população beneficiada com distribuição de água era de 5.094.245,33, com 1.510.459 ligações beneficiadas e 1.728.670,7 economias beneficiadas. A seguir, apresentamos a evolução dos serviços de abastecimento d´água e esgotamento sanitário oferecidos pela SANEAGO no período de 1993 a 2009.

Tabela 16 Evolução do Abastecimento d´água no Estado de Goiás

ANO

ÁGUA COMUNIDADES

OPERADAS POPULAÇÃO BENEFICIADA

% LIGAÇÃO

BENEFICIADA ECONOMIA

BENEFICIADA EXTENSÃO DE REDE

1993 2.748.954 86 592.515 653.285 9.113.181 221

1994 2.891.829 86 628.268 692.704 9.660.091 230

1995 3.090.870 88 683.819 753.952 10.766.407 237

1996 3.252.489 88 737.016 812.606 11.638.447 241

1997 3.445.271 90 794.321 875.787 12.424.514 239

1998 3.761.021 92 875.512 965.306 13.623.075 244

1999 4.048.321 94 952.120 1.049.771 14.346.737 247

2000 4.275.328 93 1.013.509 1.117.456 15.401.673 247

2001 4.197.497 94 1.064.652 1.173.845 16.422.021 249

2002 4.315.432 92 1.095.931 1.208.331 16.501.039 250

2003 4.531.426 92 1.154.861 1.415.254 17.415.097 257

2004 4.672.268 92 1.205.204 1.450.745 17.807.171 266

2005 4.557.553 88 1.153.199 1.365.676 18.162.109 266

2006 4.861.661 88,61 1.266.676 1.475.847 18.816.363,31 284

2007 4.473.563 92,18 1.343.369 1.548.526 19.845.275,11 290

2008 4.952.725,02 88,88 1.522.392 1.648.052,4 21.497.086,28 294

2009 5.094.245,33 99,83 1.510.459 1.728.670,7 20.704.798,17 298

Fonte: SANEAGO

Tabela 17 Evolução do Atendimento de Esgoto no Estado de Goiás

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ANO

ESGOTO COMUNIDADES

OPERADAS POPULAÇÃO BENEFICIADA

% LIGAÇÃO

BENEFICIADA ECONOMIA

BENEFICIADA EXTENSÃO DE REDE

1993 1.314.472 41 209.097 231.367 3.204.128 24

1994 1.392.579 41 219.055 242.385 3.351.262 23

1995 1.439.366 41 231.772 256.457 3.525.990 24

1996 1.500.490 41 254.851 281.994 3.694.256 24

1997 1.554.490 41 273.661 302.807 3.919.151 24

1998 1.620.178 40 289.054 319.839 4.029.619 22

1999 1.764.917 41 325.416 360.074 4.193.837 24

2000 1.833.814 40 344.469 381.156 4.444.493 26

2001 1.885.769 42 361.848 400.386 4.586.236 29

2002 1.950.182 42 382.922 423.704 4.591.811 32

2003 2.051.207 42 408.712 588.227 4.805.955 34

2004 2.078.767 42 425.013 596.182 4.867.586 35

2005 1.883.424 37 446.131 612.817 4.888.127 37

2006 2.187.639 39,87 529.105 684.016 5.537.168,89 47

2007 2.225.955 45,86 560.040 723.978 5.915.649,39 53

2008 2.610.763,94 46,85 637.691 771.679,86 6.427.380,77 56

2009 2.514.761,3 49,28 597.986 745.983,1 6.574.786,95 59

Fonte: SANEAGO

Podemos observar no quadro anterior que, em 2009, quando a população urbana era de 5.156.141 habitantes, 4.540.289 pessoas eram atendidas com rede de água potável, ou seja 88,06% desta população. Por outro lado quando observado o serviço de esgotamento sanitário a situação é bastante diferente, onde somente 2.026.966 pessoas, ou 44,64% da população é atendida. Observando-se a situação por região percebe-se que as regiões Metropolitanas de Goiânia e Entorno do Distrito Federal, as mais populosas do Estado, são as que apresentam menores percentuais de população urbana abastecida com água potável, ou seja, 86,56% e 78,24% respectivamente. A situação se mostra ainda mais precária quanto ao serviço de esgotamento sanitário, pois apenas 66,69% da população da Metropolitana de Goiânia e 23,86% do Entorno de Brasília contam com estes serviços. Dentre o conjunto de regiões de planejamento, quanto a abastecimento d´água, podemos verificar que a Região Nordeste Goiano é praticamente 100 % atendida, com um percentual de 99,45%, seguida da região de Sudeste Goiano com um percentual de 99,10%. As regiões com menor percentual são o Entorno de Brasília com 78,24% e RM de Goiânia com 86,56%. Quanto ao serviço de esgoto, observando o conjunto das regiões verificamos que as regiões melhor servidas são a RM de Goiânia com 66,69% de atendimento e o Sul Goiano com 44, 29%. As regiões com menor percentual são o Norte Goiano com 9,61% e o Sudeste Goiano com 13,04%. A região do Entorno de Brasília tem apenas 23,86% da população servida de esgotamento sanitário. Observando-se o quadro a seguir verifica-se o crescimento do número de domicílios atendidos por região no período de 2000 a 2008, onde se constata que foram o Entorno do DF (112%), RM de Goiânia (64%) e Sudoeste (50%) as que apresentam maior crescimento.

Tabela 18 Domicílios com abastecimento de água

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Regiões de Planejamento 2000 2008 %

Centro GO 119.240 163.591 37

Entorno DF 92.936 197.409 112

RM Goiânia 315.735 519.034 64

Nordeste 24.498 35.032 43

Noroesta 27.838 36.421 31

Norte 58.250 76.851 32

Oeste 77.128 100.087 30

Sudeste 54.125 66.158 22

Sudoeste 83.131 124.619 50

Sul 66.350 90.509 36

Total 921.231 1.409.711 53,243

Em sua grande maioria as obras de saneamento até a década de 90 priorizavam o abastecimento de água e não o esgotamento sanitário. Tanto assim que o País inicia o século XXI com, somente, pouco mais da metade das moradias com rede de abastecimento de água (56%) possuindo também rede de esgoto. Em Goiás, no ano de 2000, havia alguma rede de esgoto em apenas 26 de seus 246 Municípios. Em 2008 ainda se observa a insuficiência nos serviços de saneamento, visto que em apenas 60 (60%) de seus Municípios há alguma rede de esgoto, segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento. As ligações de esgoto em 2008, segundo informação da SANEAGO, atendiam a 566.014 moradias. As regiões de planejamento onde há maior deficiência do saneamento são a Norte, Nordeste e Noroeste.

Tabela 19 Domicílios com esgoto sanitário

2000 2008

Centro GO 37.927 54.561

Entorno DF 11.580 44.840

RM Goiânia 195.507 310.490

Nordeste 65 7.115

Noroesta 163 11.912

Norte 27 7.544

Oeste 7.506 23.395

Sudeste 9.420 13.182

Sudoeste 32.877 54.774

Sul 15.730 36.193

Total 312.802 564.006

Regiões de Planejamento

Anos

Observa-se a seguir a proporção de atendimento com os serviços de abastecimento d´água e esgotamento sanitário, nas diferentes regiões de planejamento

Figura 15

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População por Região de Planejamento, comparativamente ao número de atendidos com serviços de distribuição de água e esgotamento sanitário

0

500.000

1.000.000

1.500.000

2.000.000

2.500.000

Centro

Goian

o (Eixo

BR-1

53)

Ento

rno do

Dist

rito Fe

deral

Metro

politana d

e Goiân

ia

Nordes

te G

oiano

Noroes

te G

oiano

Norte G

oiano

Oeste

Goian

o

Sudes

te G

oiano (E

stra

da de Fe

rro)

Sudoes

te G

oiano

Sul G

oiano

População Urbana - 2009

Água

Esgoto (coleta)

Figura 16 Comparativo entre a oferta dos serviços de distribuição de água e esgotamento

sanitário, por região de planejamento.

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

Centro

Goian

o (Eixo

BR-1

53)

Ento

rno do

Dist

rito Fe

deral

Metro

politana d

e Goiân

ia

Nordes

te G

oiano

Noroes

te G

oiano

Norte G

oiano

Oeste

Goian

o

Sudes

te G

oiano (E

stra

da de Fe

rro)

Sudoes

te G

oiano

Sul G

oiano

Água

Esgoto (coleta)

1.7.2. Energia Elétrica A CELG é responsável pela distribuição e comercialização de energia elétrica em 237 Municípios goianos. Os consumidores residenciais são em maior número no total, mas o setor industrial é responsável pelo maior consumo de energia (3.150.610Mwh). Goiás em 2009 participou em 8,43% da capacidade nacional instalada de energia, sendo o 5º no ranking nacional. O Estado de Goiás possui atualmente 59 empreendimentos geradores de energia elétrica, que, somados geram 8.659 MW de potência. Desse total, 95% são gerados por usinas hidrelétricas, 4% por usina termelétrica e 1% pelas PCHs. Estão em construção outros 41 novos empreendimentos de geração de energia com potência total de 2.925MW. As condições topo-hidrológicas do Estado de Goiás são

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extremamente favoráveis à implantação de usinas hidrelétricas. O potencial hidrelétrico a explorar no Estado é superior a 4.500 MW. 1.7.3. Telefonia No setor de telefonia pode-se observar um grande crescimento desde o ano 2000 até o ano atual. Em 2000, a quantidade de telefones fixos era maior que a de telefones móveis. Em 2010, enquanto a telefonia fixa apresentou um crescimento de 20,32% com relação a 2000, o serviço móvel celular cresceu quase 13 vezes o total de 2000.

Figura 17

1.7.4. Transportes

1.7.4.1. Rodoviário Duas rodovias foram fundamentais no processo de desenvolvimento produtivo de Goiás. A primeira delas, a BR-153, ligou Goiânia a São José do Rio Preto, no sentido sul, integrando estrategicamente a capital de Goiás diretamente com a economia paulista, sem a intermediação do Triângulo Mineiro. No sentido norte, essa rodovia aproveitou parte do traçado implantado em função da Colônia Agrícola Nacional de Ceres, entre Goiânia–Anápolis–margens do rio Araguaia, prolongando-o no sentido de Araguaína (TO), com entroncamentos para São Luiz (MA) e Belém (PA). (Guimarães e Leme, 2002). A outra rodovia, igualmente importante, foi a BR 060, que, partindo de Brasília, ligou Anápolis-Goiânia-Sudoeste de Goiás, integrando-se à BR-364 e, de forma descontínua, à BR-163. Na verdade, a abertura da BR-060 objetivava atrair para a área de influência de Goiânia o potencial produtivo do sudoeste goiano, historicamente articulado ao Triângulo Mineiro. Apesar da falta de êxito, ela ao menos serviu para delimitar a área de penetração da influência triangulina, passando Goiânia a ser o núcleo de referência de toda a extensão goiana e centro-leste mato-grossense, entre a BR-153 e BR-060. (Guimarães e Leme, 2002). A malha rodoviária é, no estado de Goiás, responsável pela maior parte do deslocamento de cargas e passageiros. Existem 24.897,0 km de rodovias no Estado, sendo 51,64% delas pavimentadas, 36,44% não pavimentadas e 11,92% em planejamento ou em obras de pavimentação.

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1.7.4.2. Ferroviário Atualmente, o território goiano é servido por 685 quilômetros de trilhos, pertencentes à Ferrovia Centro-Atlântica, subsidiária da Companhia Vale do Rio Doce e sucessora da antiga Estrada de Ferro Goiás e da Rede Ferroviária Federal. Essa empresa ferroviária percorre com seus trilhos a região sudeste do Estado, passando por Catalão, Ipameri, Leopoldo de Bulhões, chegando até Anápolis, Senador Canedo e indo até a capital federal. A Centro-Atlântica promove o escoamento de boa parte da produção econômica goiana, embora tenha sua capacidade de transporte limitada à sua pouca extensão. Hoje o transporte ferroviário é pouco utilizado em Goiás, mas este quadro pode mudar. O Estado possui um trecho de linha férrea que interliga parte de Minas Gerais ao Sudeste de Goiás e um outro trecho que interliga o Sudeste Goiano à capital Goiânia passando por Senador Canedo, cidade que possui grandes distribuidoras petrolíferas e abatedouros de grande porte junto a margem dessa ferrovia. Com 2.066 quilômetros de trilhos, a Norte-Sul irá atravessar uma boa parte do cerrado brasileiro, com os seus 1,8 milhão de km2 , interligando as regiões Norte e Nordeste à Sul e Sudeste do Brasil, através das Estradas de Ferro Carajás, Centro-Atlântica, Ferroban e Sul-Atlântica, promovendo a integração econômica dessas importantes regiões.

1.7.4.3. Hidroviário A Hidrovia Tietê – Paraná, que tem um trecho em Goiás, é uma via de navegação situada entre as regiões sul, sudeste e centro-oeste do Brasil, que permite a navegação e consequentemente o transporte de cargas e de passageiros ao longo dos rios Paraná e Tietê. Um sistema de eclusas viabiliza a passagem pelos desníveis das muitas represas existentes nos dois rios. Em Goiás a tem seu curso através do Rio Paranaíba e o principal porto dela é o de São Simão. É uma via muito importante para o escoamento da produção agrícola dos Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e parte de Rondônia, Tocantins,e Minas Gerais. A hidrovia, que possui 12 terminais portuários, distribuídos em uma área de 76 milhões de hectares, movimentou 2 milhões de toneladas de carga no ano de 2001. A entrada em operação desta hidrovia impulsionou a implantação de 23 polos industriais, 17 polos turísticos e 12 polos de distribuição. Gerou aproximadamente 4 mil empregos diretos.

1.7.4.4. Aeroviário O trafego aéreo de Goiás conta com vários aeroportos sendo o mais movimentado o Santa Genoveva, em Goiânia. Em Anápolis foi construída a Base Aérea para aviões supersônicos. As companhias aéreas que servem Goiás são: "TRIP + TOTAL", "TAM", "GOL", "Azul", "Passaredo", "Oceanair" e "SETE" além de algumas companhias que fazem o serviço de táxi aéreo.

1.7.4.5 Outros Equipamentos para Logística de Transportes Porto Seco de Anápolis

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O Porto Seco Centro Oeste S/A, terminal alfandegado de uso público, é destinado a armazenagem e a movimentação de mercadorias importadas ou para exportação, sendo utilizado como facilitador das operações de comércio exterior. Atende aos setores de agricultura, siderurgia, construção e farmaquímicos; produtos florestais e minerais; bens de consumo (alimentos, bebidas e têxtil) e bens duráveis (automobilístico e eletroeletrônico), entre outros. Pelo porto seco passam cerca de 22.000 toneladas de carga/mês. A localização do porto seco é a melhor de todo o interior brasileiro, em se tratando de logística. Ele está situado na cidade de Anápolis/GO, considerada o "Trevo do Brasil" pela facilidade natural de integração aos demais centros consumidores do País. Distante 55 km de Goiânia e 154 km de Brasília, além do fácil acesso rodoviário o Porto Seco Centro-Oeste dispõe de ramal ferroviário (Ferrovia Centro-Atlântica/FCA). Por associar os modais rodoviário e ferroviário, pelo Porto Seco de Anápolis podem ser transportados os mais diversos tipos de cargas, interligando todo o mercado do Centro-Oeste a outros pontos do País. Plataforma Logística Multimodal de Goiás

A Plataforma Logística Multimodal de Goiás, em fase de implantação em Anápolis, irá consolidar a cidade em um dos principais centros distribuidores do País. Orçada em R$ 250 milhões e contando com a participação da iniciativa privada, a implantação do projeto será realizada em quatro etapas abrangendo uma área de 618 hectares. O projeto global prevê terminais de frete aéreo, aeroporto internacional de cargas, pólo de serviços e administração, centro de carga rodoviária e terminal de carga ferroviária. A área da primeira etapa do projeto já foi dotada de infraestrutura (pavimentação, drenagem, instalação de serviços de água, energia elétrica e telefonia) para começar a receber as empresas de logística e distribuição. A Plataforma está localizada em entroncamento rodoviário, em área contígua ao Distrito Agroindustrial de Anápolis – DAIA, o maior do Estado, e ao Porto Seco Centro-Oeste. O empreendimento terá ligações com duas ferrovias, a Centro-Atlântica e o quilômetro zero da Ferrovia Norte-Sul. Quando em funcionamento, a Plataforma Logística combinará multimodalidade, telemática e otimização de fretes, promovendo assim o conceito de central de inteligência logística. Alcoolduto

Com o objetivo de reduzir os custos de logística e o impacto ambiental do transporte de álcool da região até o Porto, o Projeto original da Petrobrás (2 versões: da Uniduto e da PMCC) para construção de um alcoolduto em Goiás, de 2006 – ligando Senador Canedo à São Paulo (passando por Uberaba, em Minas, e depois Ribeirão Preto, Paulínia), teve benefícios assegurados na fase dois do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). Outra iniciativa do setor privado de 2009 – da usina BRENCO adquirido pela ETH – apresentou um novo traçado para o alcoolduto ampliando o atendimento para toda a área do Centro-Oeste, podendo ser complementar ao projeto da Petrobrás (sai de Alto Taquari, na divisa de Mato Grosso e Goiás, vai até a divisa de Goiás com Mato Grosso do Sul, desce e se encontra com o da Petrobrás na região de Ribeirão Preto até São Sebastião). O alcoolduto tem como principal objetivo e diferencial maior capilaridade

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na região Centro-Oeste, onde pretende atuar como escoadouro não apenas da produção própria da ETH como também de outras usinas.

2. ARRANJOS INSTITUCIONAIS, POLÍTICA E PROGRAMAS HABITACIONAIS.

O Direito à Moradia está instituído legalmente desde 1948 quando o Brasil, como membro signatário da Organização das Nações Unidas, assinou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que em seu artigo 25, §1º, estabelece que (...)“todo homem tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, moradia, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis...”. A Constituição de 1988, em seu texto original, ratificou esse conceito consubstanciando no rol dos direitos sociais básicos aqueles enunciados nos tratados internacionais, incluindo aqueles relativos aos direitos humanos (§2º art. 5º). O direito à moradia foi explicitamente incorporado à Constituição Federal por meio da Emenda Constitucional nº 26, de 10 de fevereiro de 2000, que estabelece no artigo 6º que, ...“são direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”. Enfrentar a questão do acesso à moradia digna para todos exige ações continuadas e permanentes de médio e longo prazo, articulando diferentes níveis da administração pública e da sociedade. Às administrações públicas cabe um papel básico de articuladores nas respectivas esferas de governo, atribuindo prioridade à questão da moradia e instituindo um sistema de gestão e controle social, responsável pelas ações necessárias. A participação de diferentes tipos de agentes descentralizados, privados ou públicos não estatais, caberia o papel de implementadores junto ao usuário final, o que é decisivo para o sucesso da iniciativa.

2.1. Política Nacional da Habitação As bases para uma nova Política Nacional de Habitação no Brasil começam a ser lançadas no início dos anos 2000, quando, por intermédio da Emenda Constitucional de número 26, a habitação é incluída na Constituição Federal como direito social. Em 2001, o Estatuto da Cidade é aprovado, afirmando-se uma nova base jurídica para o trato da questão urbana e, por conseqüência, da questão habitacional. Em 2003 foi criado o Ministério das Cidades, com incumbência de atuar como órgão coordenador, gestor e formulador da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano – PNDU, definida em 2003 na primeira Conferência Nacional das Cidades. Ao Ministério das Cidades, agregaram-se, assim, os diversos setores de política urbana, quais sejam, habitação, saneamento ambiental e transporte, instituindo-se para cada um dos mesmos uma secretaria. Criou-se, ademais, uma quarta secretaria, dedicada especialmente ao planejamento territorial e à regularização fundiária, temática que corta transversalmente todos os setores aludidos.

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Em 2004, o Conselho Nacional das Cidades, eleito na Conferência Nacional referida, aprova a proposta da nova Política Nacional de Habitação – PNH, além das propostas das políticas referidas às demais políticas setoriais urbanas e da Campanha Nacional pelos Planos Diretores Participativos e do Programa Nacional de Regularização Fundiária. Em 2005, é sancionada a Lei 11.124, criando-se o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social – SNHIS, que, juntamente com o Sistema Nacional de Habitação de Mercado – SNHM, compõe o Sistema Nacional de Habitação – SNH, um dos instrumentos da nova PNH. Pela mesma lei, instituiu-se o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social – FNHIS, que remonta ao primeiro projeto de lei de iniciativa popular, de 1991, e seu Conselho Gestor – CGFNHIS. O SNHIS prevê, mediante a atuação articulada das três esferas de Governo, da participação da sociedade civil e da adoção de políticas de subsídios implementadas com recursos do FNHIS, o atendimento habitacional da população de mais baixa renda, especialmente a que se encontra limitada a rendimentos de até 3 salários mínimos, que compõe a quase totalidade do déficit habitacional do país. Para o acesso aos recursos, a Lei 11.124 coloca como requisitos básicos para os Estados e Municípios a constituição de seus respectivos fundos e conselhos gestores, além da elaboração de seus planos de habitação de interesse social. Em janeiro de 2009, finalizou-se o processo de elaboração do Plano Nacional de Habitação – PlanHab, que havia sido iniciado em junho de 2007. O PlanHab é, além do SNH, que inclui o SNHIS, outro instrumento da nova PNH e tem como principal objetivo planejar as ações públicas e privadas, no médio e longo prazo, com vistas ao equacionamento das necessidades habitacionais do país num horizonte de quinze anos, considerando o perfil do déficit habitacional, a demanda futura por moradia e a diversidade do território nacional. Coerentemente com a nova PNH, exige ações simultâneas em quatro eixos: financiamento e subsídios, arranjos institucionais, cadeia produtiva da construção civil e estratégias urbano-fundiárias. Paralelamente a todo esse processo, em 2007 é lançado o Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, que tem a infraestrutura social e urbana como objeto dos investimentos de um de seus eixos estratégicos. O PAC-Habitação insere-se aí, contemplando ações voltadas para a produção habitacional, o desenvolvimento institucional e, sobretudo, a urbanização de assentamentos precários. Em 2009, em meio à crise econômica financeira internacional, foi lançado o Programa Minha Casa, Minha Vida com a meta de construção de 1 milhão de unidades habitacionais. Segundo determina a normatização do programa, têm como base para distribuição de recursos entre as Unidades da Federação, estimativas do déficit habitacional do Governo federal. Recursos orçamentários expressivos foram aportados, portanto, ao setor habitacional nos últimos anos. Cabe observar, contudo, que, se assim tem-se um avanço inequívoco no eixo financeiro da PNH e do PLANHAB, faz-se importante articulá-lo a avanços também nos outros eixos e viabilizar a institucionalização do SNHIS. Só assim os volumosos recursos para habitação serão bem-aproveitados. 2.1.1 Fontes de Recursos Federais e seus Programas Habitacionais Desde 2003, com a criação do Ministério das Cidades, vêm se estruturando um plano

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e uma política nacional de habitação que ofereçam diferentes alternativas de atuação através de uma gama diversificada de atores. De acordo com as fontes de recursos, as ações e programas desenvolvidos pela Secretaria Nacional de Habitação (SNH/Ministério das Cidades) são os seguintes: 2.1.1.1. Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS) - Ação Apoio à Provisão Habitacional de Interesse Social – Modalidades / Produção

ou Aquisição de Unidades Habitacionais / Produção ou Aquisição de Lotes Urbanizados / Requalificação de Imóveis

- Ação de Apoio à Produção Social da Moradia - Ação Apoio à Melhoria das Condições de Habitabilidade de Assentamentos

Precários - Ação Apoio à Provisão Habitacional de Interesse Social – Modalidade Prestação

de Serviços de Assistência Técnica - Ação de Apoio à Elaboração de Planos Habitacionais de Interesse Social 2.1.1.2 Orçamento Geral da União (OGU) - Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social – PSH - Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat – PBQP Habitat

2.1.1.3. Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) - Carta de Crédito Individual - Carta de Crédito Associativo - Programa de Apoio à Produção de Habitações - Programa de Atendimento Habitacional através do Setor Público – Pró-Moradia - Descontos nos financiamentos a pessoais físicas

2.1.1.4. Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) - Programa de Arrendamento Residencial

2.1.1.5. Fundo de Desenvolvimento Social (FDS) - Programa Crédito Solidário 2.1.1.6. Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) - Projetos Multissetoriais Integrados Urbanos (PMI)

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Figura 18 - Fluxograma: Programas habitacionais federais

OGU

FNHIS

UAP

HIS

DIPLHIS

Requalif.

Prod.

Lote Urb.

PSM

Assist.Técnica Aquisição

SNHIS

FGTS

FAR

Apoio à Produção

Pró-Moradia

Carta deCrédito

UAP

HIS

DI

Associativo

Individual

PAR

Crédito Solidário

PMIFAT

Materiais

Aquisição

Prod.

Reforma

Lote Urb.

Materiais

Reforma

Prod.

Requalif.

Aquisição

Prod.

Requalif.

PSH

PBQP-Habitat

Prod.

Aquisição

FDS

Subsídios

2.1.2 Plano de Aceleração do Crescimento – PAC - Programas/ ações de intervenções de urbanização de assentamentos - Programas/ ações de intervenções de habitação de interesse social - Programas/ ações de desenvolvimento institucional 2.1.3. Programa Minha Casa, Minha Vida - Programa Habitacional Popular – Entidades (PHP-E) - PMCMV para municípios de até 50 mil habitantes - Programa Nacional de Habitação Rural – PNHR - Programa Nacional de Habitação Urbana – PNHU

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Figura 19 - Fluxograma: Programas habitacionais federais incluindo PAC e PMCMV

OGU

FNHIS

UAP

HIS

DIPLHIS

Requalif.

Prod.

Lote Urb.

PSM

Assist.Técnica

FGTS

FAR

FDS

Apoio à Produção

Pró-Moradia

Carta deCrédito

UAP

HIS

DI

Associativo

Individual

PAR

Crédito Solidário

PMIFAT

Materiais

Aquisição

Prod.

Reforma

Lote Urb.

Aquisição

Materiais

Reforma

Prod.

Requalif.

Aquisição

Prod.

Requalif.

PSH

PBQP-Habitat

Prod.

Aquisição

SNHIS

PAC

PPI-Favelas

Subsídios

MCMV

PNHR

Abaixo 50 mil habitantes

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2.2. Política Estadual de Habitação 2.2.1. Histórico da Produção Habitacional no Estado de Goiás A situação da moradia no Estado de Goiás, conforme Machado (2000)4 pode ser separada metodologicamente em 4 momentos históricos: A situação da moradia antes do século XX A região central do país não tem acesso ao mar e nem fronteira com outros países, entretanto apresenta uma rede fluvial que possibilitou a ocupação extrativista e posteriormente o escoamento de produção agrícola e pecuária. Assim, começou a ser explorada ainda em 1592 pelas expedições dos bandeirantes informais ou oficiais invadiram esta região para escravizar a população indígena e explorar as riquezas minerais, sobretudo ouro. Também nesse período ocorreram expedições jesuítas que capturavam índios para catequizar e escravizar. Nos primeiros séculos de colonização não ocorreu a sistematização da necessidade de moradia, pois, a população era composta por colonizadores que eram responsáveis pelas suas próprias moradias, indígenas e escravos. Essa região era habitada por povos indígenas, que contribuíram com a denominação Goiaz ao Estado que se constituía. Esses habitantes foram combatidos intensamente, sobretudo entre 1739 e 1749 como decorrência do fluxo migratório que se intensificou em 1726; e, praticamente dizimados em 1781 (Moysés, 2004)5. A exploração foi intensa e rápida, pois a partir de 1782, com o esgotamento das minas auríferas o Estado inicia o processo de produção econômica pautada na agricultura e pecuária, que até então era apenas de subsistência. O escoamento da produção era possível por via fluvial. As relações de trabalho eram escravagistas e a moradia coletiva, insalubre, sem segurança. O principal objetivo era aprisionar os escravos para que esses não fugissem. Trata-se de um período em que o Estado apenas se responsabilizava pelo desenvolvimento econômico decorrente da produção agrícola responsável pela exploração de trabalhadores escravos expropriados de direitos políticos, civis, sociais e humanos. Nesse contexto, o debate sobre a moradia aparece apenas em disciplinas de antropologia e em alguns relatos diluídos em produções científicas da história e da sociologia. Assim, a moradia só passa a ser considerada como uma expressão das desigualdades sociais, a partir do século XX (conceito de questão social e de questão habitacional vide Castells). A moradia como questão social na primeira metade do século XX Nos últimos anos do século XIX, até os anos 1960, a necessidade de moradia passa a ser identificada e aparecem os primeiros indícios de sua sistematização. A primeira manifestação do Estado referente à questão da moradia do trabalhador foi em 1886 com Código de Posturas do Município de São Paulo que proibia a construção de cortiços, e isentava de impostos as moradias operárias construídas fora do perímetro urbano. Essa foi uma ação preliminar do Estado para controlar o adensamento de habitações insalubres, penalizando e responsabilizando o trabalhador em uma época

4 MACHADO, M.C.S. P. A construção do espaço de morar e a prática política. Goiânia: PPGFE da

UFG, 2000 (dissertação de mestrado). 5 MOYSÉS, A. Goiânia Metrópole não planejada, Ed da PUC, 2004.

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em que os serviços de saneamentos eram precários e os transportes ineficientes, ou inexistentes. Goiás, até a década de 1930, mantém características de uma ocupação rural, que foram modificadas a partir da iniciativa governamental de ocupação da Região Centro Oeste do Brasil. A situação política de Goiás segue uma tradição oligárquica decorrente do período colonial e do império. Essa política é personalizada e pautada em privilégios de cunho assistencialista, como ocorre nas demais regiões do país. Neste Estado houve a manifestação do “coronelismo” como transição do poder privado – imperial – para a constituição do poder político representativo. O legado dessa transição lenta ocorre ainda nos dias de hoje. A trajetória histórica do Brasil e de Goiás aparece como desafio a ser enfrentado no processo de implantação de políticas destinadas à garantia de direitos ou mesmo de ações pontuais por meio de programas e projetos que possam contribuir com a melhoria da qualidade de vida da população. Em 1920, foi criada, a Liga dos Inquilinos e Consumidores do Rio de Janeiro, esse movimento provocou uma reação por parte do Estado que culminou com a primeira Lei do Inquilinato para controlar os aluguéis, posteriormente esta lei foi revista e re-elaborada em 1942 (MACHADO, 2000)6. A história política de Goiás é marcada pelo poder de algumas oligarquias que controlam o aparelho Estatal, a terra e os trabalhadores para atender interesses próprios, familiares e de seus compadrios e correligionários. Diante da situação política e econômica, a Revolução de 1930 foi um marco na ruptura do pacto oligárquico nacional e, em Goiás, a legitimação do poder político de Pedro Ludovico em 1935 dá início ao fortalecimento político do Estado e, ao mesmo tempo, a legitimação do poder da burguesia. Isto é, o Estado passa a ter o ―controle político acima de uma pura relação de classe‖, entretanto ―beneficia as classes economicamente dominantes‖ (CAMPOS, 1987)7. Esse período foi marcado pela ocupação do Centro-Oeste do País, a construção da nova capital de Goiás, Goiânia, inaugurada em 1933 e a construção de Brasília com a transferência da capital do país. Entretanto, a responsabilização do atendimento à moradia ainda não foi dirigida ao Estado, mas aparece diluída entre o compromisso dos empresários para garantir a mão de obra para a produção e do governo que presencia um panorama novo, até então inexistente. Assim, as ações governamentais para a garantia de direitos, no Brasil, têm em sua gênese a luta da classe trabalhadora, quando o movimento operário apresenta, dentre outras, reivindicações sobre a melhoria das condições de moradia. Entre 1937 a 1964, foram criados os Institutos de Aposentadorias e Pensões por categorias de trabalho, dentre suas atribuições, estava incluído o financiamento para construção de casas para os associados (MACHADO, 1999). O processo de urbanização do país ocorreu, sobretudo, a partir dos anos 1960 e em Goiás a população urbana ultrapassou a população rural em 1970, como parte da política desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek que tem como uma das principais propostas a ocupação e desenvolvimento da Região Centro Oeste do país.

6 MACHADO, M.C.S. P. 2000 (Op. Cit.).

7 CAMPOS, F. I. Oligarquia, sociedade e política. Goiânia: UFG, 1987 (dissertação de mestrado).

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O crescimento industrial e econômico das cidades, que desde então se tornaram centros urbanos, não foi acompanhado do devido planejamento urbano, mesmo porque os acontecimentos históricos só podem ser sistematizados e avaliados posteriormente. Atualmente é possível identificar a expressão do desenvolvimento acelerado mediante uma crescente discrepância entre as classes sociais e sobre tudo uma visível precarização das condições de moradia da população pobre. Essas condições envolvem habitabilidade, saneamento e acesso aos demais bens socialmente produzidos. Em Goiás, nesse período se consolida a produção da agricultura e pecuária com crescimento econômico e demográfico, mas as habitações eram precárias devido à falta de acesso tanto à matéria-prima quanto à tecnologia construtiva utilizadas principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro. E ainda, a ocupação tardia e gradual deste Estado foi sem planejamento o que resultou em ocupação desordenada, irregular e muitas vezes, ilegal. Esse quadro começa a mudar na década de 1940. No Estado, algumas casas foram construídas pelo Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Empregados em Transporte e Carga (IAPETEC). Ainda nesse período, algumas empresas construíam moradias para seus trabalhadores, como ocorreu com a Matingo Indústria Comércio E Agropecuária Ltda. A garantia de moradia para a classe trabalhadora era resultado de ações isoladas e imediatistas. As moradias eram disponibilizadas para a família do trabalhador enquanto esse tinha vínculo trabalhista com determinadas empresas. As famílias, cujas pessoas responsáveis encontravam-se desempregadas não tinham acesso à moradia. Para atendimento efetivo de moradia, em 1949 foi instituída a Fundação da Casa Popular que contou com poucos recursos e sua atuação ficou restrita a alguns Estados. Enquanto os IAPs construíram 124.025 unidades, a FCP construiu apenas 16.960 em todo o Brasil. Essas ações ocorriam de forma isolada sem uma pesquisa consistente sobre a demanda habitacional. Como apenas as famílias dos trabalhadores assalariados eram atendidas, as moradias objetivam a garantia da produção e do desenvolvimento econômico, sem uma preocupação, por parte do Estado, de garantir segurança à população por meio de uma política de habitação. Ditadura militar e a questão da moradia Os anos 1960 e 1970 marcam um terceiro período no que diz respeito à situação da moradia, pois, com golpe militar de 1964, todas as ações e políticas estatais eram dirigidas para a sustentação do sistema ditatorial. Até então, o Estado não tinha responsabilidade direta sobre a construção de moradias populares. Em 1964, com o Golpe Militar, instituiu-se uma série de medidas repressivas e algumas assistencialistas para promover a adesão da sociedade ao golpe e a ditadura militar. Dentre essas medidas, foi implementada a Política de Habitação por meio da lei n. 4.380 de 21 de agosto de 1964. Segundo palavras da Deputada Sandra Cavalcanti, a primeira presidenta do BNH, a casa própria funciona como bálsamo nas feridas cívicas (SILVA). As ações do BNH foram repassadas para a Caixa Econômica Federal por meio do Decreto-Lei nº 2.291, de 21.11.1986 (MACHADO, 2000). A predominância da população urbana em Goiás que se concluiu em 1970, teve início na segunda metade da década anterior, sobretudo com o acelerado processo de incrementarão do maquinário agrícola que reduz os espaços de trabalho remunerado

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para os lavradores. Aspecto importante a se considerar foi a discrepância da oferta de serviços públicos e privados disponíveis para a população da cidade e do campo, principalmente com relação à saúde, educação e moradia. O trabalhador urbano, embora de forma precária, teve acesso a determinadas políticas de proteção social. E, ainda, pode-se considerar a concentração fundiária que ocorreu na Região Centro-Oeste e em Goiás, seguida de forte onda de violência no campo para legitimação da propriedade privada. Sem direito à terra e marcados pela violência, grande contingente da população rural migra para as cidades onde a violência é recorrente, demandando políticas de enfrentamento dessa questão. A falta de uma estabilidade política e de ações públicas efetivas ocasionou a implementação de inúmeros loteamentos na Capital do Estado no processo de abertura política, muitas vezes por iniciativa da sociedade civil organizada para atender famílias de trabalhadores podres, sem teto, em sua maioria de origem rural resultado do acelerado processo migratório provenientes do interior deste e de outros Estados. Um registro desta fragilidade pode ser comprovado pelos inúmeros loteamentos regularizados por meio de Decretos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária:

Tabela 20 - Loteamentos aprovados pelo INCRA na capital do Estado

Loteamentos Situação fundiária

Chácara Recreio São Joaquim Aprov. Edital INCRA de 16/05/1969

Chácara Mansões Rosa de Ouro Aprov. Edital INCRA de 16/05/1969

Chácara Recreio Morada do Sol Aprov. Edital INCRA de 28/11/1972

Chácara Parque Tremendão Aprov. Edital INCRA de 19/09/1972

Sítio de Recreio Panorama Aprov. Edital INCRA de 05/07/1972

Chácara Maria Dilce Aprov. Edital INCRA de 1973

Sítio Recreio Estrela D’ Alva Aprov. Edital INCRA de 10/07/1979

Dados sistematizados por MOYSÉS, Aristides. Goiânia Metrópole não planejada, Ed da PUC, 2004.

A precarização da situação habitacional e urbana que continua nos anos 1980 é consoante com a fragilidade político-administrativa deste período, isto é, em uma década o Estado teve 4 governadores e sua Capital passou por nove prefeitos. Consolidação da Política de Habitação no Brasil e no Estado de Goiás Com o processo de abertura política e o processo constituinte consubstancia-se o fim da ditadura, o início da democratização do país e a quarta etapa em relação à situação da moradia que em que a política de habitação foi legitimada. A necessidade de intervenção do Estado na garantia do acesso à moradia é coerente com a conjuntura social marcada pelo contínuo deslocamento no sentido campo cidade que provoca adensamento populacional nas cidades e urbanização de áreas rurais próximo ao anel periférico das cidades. Houve um desenvolvimento acelerado no processo produtivo na Região Central do país. Dados do Ministério da Agricultura registram 1.070,5 milhões de hectares cultivados com cereais e uma produção de 5 milhões de toneladas de grãos. Em 1990, 10 milhões de hectares cultivados totalizando uma produção de 20 milhões de

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toneladas. As áreas metropolitanas de Goiânia e de Brasília, em 1970, comportam 28,9% da população do Centro-Oeste. Em 2010, o índice cresce para 43,5%. Ao fazer uma análise sobre a condição da ocupação espacial da população e sobre a legitimação das demais políticas de interesse social como saúde, educação e assistência social, a consolidação da Política de Habitação foi tardia, só ocorreram no último ano do século XX mediante a Emenda Constitucional n. 26 de 14 de fevereiro de 2000. A partir dessa Emenda, passa a constituir direito do cidadão e responsabilidade do Estado a garantia de moradia. Essa conquista tem uma longa trajetória de luta dos movimentos sociais que se consolidam rapidamente a partir do Estatuto da Cidade (2001), da criação do Ministério das Cidades (2003) e da aprovação das Leis de criação do SNHIS, CNHIS e FNHIS (Lei 11.124/2005). Programas e ações na área da habitação promovida pelos municípios de Goiás em parceria com Estado e União O Estado de Goiás, ainda que de forma precária e imediatista, promoveu algumas ações com o objetivo de atender a necessidade de moradia da população pobre, sem salário comprovado para poder fazer financiamento. Na década de 1980 com intuito de enfrentar o déficit habitacional de forma imediata foram implementados alguns loteamentos na Capital do Estado (conforme Tabela a seguir).

Tabela 21 - Loteamentos Aprovados em Goiânia

Loteamento Unidades Aprovado Implantado Governador Prefeito Observação

Vila Fim Social

3648 Dec. 629/1985

1981 Ari Valadão Índio Artiaga

Aprovado 4 anos após implantação

Mario Roriz

Goianésio Lucas

Vila Mutirão I 1003 Dec. 621/1985

1983 Iris Rezende Machado

Nion Albernaz

Aprovado 2 anos após implantação

Vila Mutirão II 1251 Dec. 1079/1987

1983 Onofre Quinan Daniel Antonio

Aprovado 4 anos após implantação

Vila Mutirão III 631 Dec. 1079/1987

1983 Onofre Quinan Daniel Antonio

Jardim Curitiba I

1347 1987 Henrique Santillo

Joaquim Roriz

Em processo de aprovação

Jardim Curitiba II

791 1987 Henrique Santillo

Joaquim Roriz

Em processo de aprovação

Jardim Curitiba III

732 1988 Henrique Santillo

Daniel Antonio

Em processo de aprovação

Jardim Curitiba IV

1255 1989 a 1992

Henrique Santillo

Nion Albernaz

Em processo de aprovação

Dados sistematizado por MOYSÉS, Aristides. Goiânia Metrópole não planejada, Ed da PUC, 2004.

Como ação desenvolvida pelo Estado, em 1983, sem uma avaliação social qualitativa, foi implementado o Programa Munirão da Moradia, inspirado na tradição goianense de participação coletiva em trabalhos desenvolvidos na zona rural, sobretudo para o plantio e a colheita, sem ônus para o agricultor.

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Assim, esse programa foi responsável pela construção de mais de 5.041 unidades habitacionais e mais de 1.327 lotes regularizados com uma abrangência em 181 municípios. Os mais atendidos foram: Goiânia com 1.561 moradias, Anápolis com 249 e Rio Verde com 150, Bom Jesus de Goiás e Montes Belos com 10 casas cada município. Nos demais foram construídas menos de 90 unidades habitacionais. Foram, também, construídas 250 moradias nas escolas públicas para abrigar os trabalhadores com o cargo de zelador e seus familiares.

Tabela 22 - Distribuição de Unidades Habitacionais por Município

Município Casas Município Casas Município Casas

Caçu 32 Leopoldo de Bulhões 30 Pirinópolis 64

Hidrolândia 30 Itaberaí 50 Pires do Rio 50

Santa Bárbara de Goiás

30 Itauçu 30 Santa Cruz de Goiás 24

Goianápolis 20 Heitoraí 26 Silvânia 30

Nerópolis 30 Aruçu 20 Vianópolis 20

Aparecida de Goiânia 48 Jussara 50 Jataí 80

Cristianópolis 36 Taquaral 20 Água Limpa 24

Caturaí 20 Itaguaru 25 Goiatuba 96

Goianira 26 Inhumas 51 Joviânia 32

Nova Veneza 30 Braz Abrantes 20 Bom Jesus de Goiás 100

Petrolina 30 Anhanguera 20 Itumbiara 150

Jaraguá 50 Anicuns 56 Santa Helena de Goiás 100

Carmo do Rio Verde 24 Aurilândia 31 Rio Verde 150

Ceres 50 Cumari 30 Morrinhos 50

Ipaci 40 Edéia 36 Piracanjuba 50

Itapuranga 50 Goiandira 30 Caldas Novas 50

Rubiataba 28 Jandaia 33 Buriti Alegre 38

Uruana 50 Moiporá 20 Pontalina 20

Rialma 27 Orizona 40 Mairipotaba 20

Trindade 100 Palminópolis 30 Catalão 99

Sanclerlândia 30 Paraúna 50 Cromínia 20

Bela Vista 50 São Luis de Montes Belos

100 Casas de zelador em escolas

250

Campo Alegre de Goiás 30 Abadiânia 20 Outras cidades 35

Goiânia 1.561 Anápolis 249 Total 5041

Fonte: ENCIDEC

Além das casas de interesse social que foram repassadas sem ônus para as famílias contempladas, houve o financiamento de 17.926 unidades habitacionais em 232 municípios e 49 povoados. Esse financiamento da Caixa Econômica Federal teve de ser pago pelas famílias em 25 anos em prestações cujo valor não devesse ultrapassar 10% do salário mínimo vigente no país (GOIÁS, 1993). As ações, desenvolvidas neste período, eram pontuais e muitas vezes a responsabilidade era privativa do empregador.

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Com a falta de uma política efetiva de habitação que atendesse as especificidades regionais e, sobretudo dos municípios, nas duas últimas décadas do século XX foram desenvolvidos programas pelo Estado de Goiás e pelo município de Goiânia. A Prefeitura Municipal de Goiânia desenvolveu uma série de programas em parceria com o Estado, Governo Federal e Organizações Não Governamentais, no período de 1993 a 1996. Como nesse momento a política de habitação ainda não tinha sido implementada, as ações desenvolvidas foram pontuais com o envolvimento de financiamentos provenientes de várias fontes e repassados diretamente para o gestor sem uma unidade orçamentária específica, ou seja, um fundo especial para habitação. Residencial Goiânia Viva – Trata-se de um programa de moradia na parte oeste do município de Goiânia em parceria entre o Parque Industrial João Braz e o Solange Parque, em uma área de 826.372,00 m2, dotado de infraestrutura (água, luz, ônibus, escolas, postos policiais, postos de saúde, e inclusive comércio local); Escola de 1. Grau; Creche; Cepal; Centro Comunitário; Creche; Escola de 1. Grau; Escola de 2. Grau; Complexo Profissionalizante; Posto de saúde; Posto Policial; Creche; Creche; além de quadras destinadas a equipamentos sociais e equipamentos de interesse público como: Casa do Índio, igreja, Centro Comunitário e Liga Feminina. Esse Programa foi responsável pela construção de 1.464 moradias e 54 lotes comerciais para atender famílias moradoras de áreas de posse. A construção dessas moradias foi realizada por meio dos seguintes projetos: Projeto Renascer – em parceria com uma entidade alemã denominada ―MISERIOR‖ (faz parte da Comunidade Econômica Européia com o objetivo de financiar projetos sociais em países em desenvolvimento), a U.C.G. (Universidade Católica de Goiás) e movimentos civis organizados como a FEGIPE (Federação Goiana de Inquilinos e Posseiros). Foram construídas 100 moradias em regime de autoconstrução coletiva sob a orientação de técnicos da COMOB e da PUC-GOIÁS. Projeto Habitat – desenvolvido entre a COMOB e a ONG Habitat para Humanidade, que é uma organização Cristã, ecumênica, não governamental, que trabalha junto às pessoas de baixa, as quais não conseguem adquirir moradias dignas para si e seus familiares, através de recursos próprios. Trata-se de um projeto de onde foram construídas 130 casas em regime de autoconstrução coletiva com tijolos especiais com encaixe que facilitaram a construção e reduziu o custo com cimento. Projeto Morada Nova – conhecido pela população envolvida como ―Ciclovia‖, pois, foi responsável pela construção de 56 unidades habitacionais para as famílias que ocuparam a área pública destinada à Ciclovia. A construção das casas foi com recurso da Prefeitura Municipal de Goiânia em regime de autoconstrução coletiva com o uso de placas em tijolo cerâmico com assistência técnica do Programa GREAT. – Projeto para atender as 54 famílias que ocupavam a Ciclovia às margens do Córrego Botafogo. O financiamento foi realizado pelo Governo do Estado de Goiás que forneceu o material básico de construção, enquanto o município forneceu o lote e os técnicos da área social e de construção civil. A construção foi em regime de autoconstrução coletiva. – Em parceria com o poder público, a Cooperativa Mista Habitacional de Goiânia (COHPOG) construiu 659 moradias em regime de autoconstrução e autogestão com

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recursos dos próprios cooperados na aquisição de matérias de construção, lotes e assistência técnica da Companhia de Habitação do Município de Goiânia. Morro do Aranha – era uma área de posse localizada na Avenida Oeste, na região Central de Goiânia, onde hoje foi construída a Avenida Leste Oeste. Essas famílias se transferiram para 462 casas construídas com recurso da Prefeitura Municipal de Goiânia no Residencial Goiânia Viva. – Construção de 305 casas avulsas para famílias em diversas áreas de risco. – Regularização fundiária e reurbanização de área de posse com atendimento de 1.275 famílias e construção de 81 moradias por meio de contrato da prefeitura Municipal de Goiânia e CEF com recurso proveniente do FGTS. Abrangência: Jardim Conquista, Santo Hilário, São Judas, Pompéia e Setor Perim I. – Construção de 432 habitações no Parque Atheneu e 300 unidades habitacionais no Residencial Brisas da Mata pela Prefeitura Municipal de Goiânia e com financiamento oriundo do OGU para atender famílias provenientes de áreas de posse com risco: às margens do Córrego Botafogo, Ciclovia, Jardim Botânico II e III, Jardim Goiás III e IV, Vila Redenção, Vila Maria José, Emílio Póvoa, Setor Norte Ferroviário, Jardim das Aroeiras e Parque dos Eucalipto. Programa Habitar Brasil BID – Com gestão da Prefeitura Municipal de Goiânia e financiamento do Governo Federal Banco Interamericano de Desenvolvimento – Construção de 236 unidades habitacionais no Residencial Itamaracá para atender famílias de áreas de posse com risco às margens do Córrego Cascavel e Ribeirão Anicuns, abaixo de rede elétrica com linhas de alta tensão e leitos de ferrovia nos bairros Dom Fernando e dos Aeroviários; e nas vilas Irany, São Paulo, Ana Maria, São José e no Residencial Itamaracá. Esse programa incluiu urbanização que envolveu 934 famílias. A partir de 2000 com a efetivação da Política de Habitação houve um aumento de investimentos nos municípios, conforme Tabela a seguir. Tabela 23 - Participação da ―função habitação e urbanismo‖ no total das despesas dos

municípios no período de 2006 a 2009

Participação nas despesas (%) Número de municípios por ano

2006 2007 2008 2009

Até 5% 19 16 19 29

5% a 7.5% 37 41 29 38

7.5% a 10 % 59 59 52 72

10% a 12,5% 54 53 55 59

12,5% a 15% 46 33 35 27

Mais de 15% 31 44 56 21

Total 249 249 249 249

Sistematização realizada pela AGEHAB com dados da SEPLAN-Goiás

Programa Pró-Moradia Cidade Legal – com recurso do FGTS por meio de convênio entre a Prefeitura Municipal de Goiânia e a CEF foi destinado ao atendimento de 2.449 famílias provenientes das áreas de posse do Jardim Planalto, Jardim Goiás III e IV,

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Jardim Vitória, Bairro Capuava, Jardim Botânico I, II e III, Ciclovia, Vila Redenção, Vila Maria José, Vila São Paulo, Areião III, Dom Fernando I, Alameda Botafogo e Jardim Esmeralda. Para que as famílias recebessem moradia perto de seu local de origem foi construído condomínio vertical com 272 apartamentos de 49,05 m2 em 17 blocos. Programa Pró-Moradia 1997 Jardim Goiás I – com financiamento da CEF foi desenvolvido pela Prefeitura Municipal de Goiânia para atender 560 famílias provenientes das áreas de posse do Setor Pedro Ludovico, Jardim Botânico e adjacências e Jardim Goiás I (Vila Lobo). Para que as famílias recebessem moradia perto de seu local de origem foi construído um condomínio vertical com 160 apartamentos em 10 blocos. Morar Melhor – realizou a doação de 33 lotes para as famílias que ocuparam área pública no Residencial Goiânia Viva. – Construção de 98 unidades com recurso do Ministério das Cidades e gestão da COMOB. – Construção de 12 casas com recurso da FUNASA.

Programa de urbanização e desafetação de lotes – nas áreas: Jardim das Hortências (24 lotes), Jardim Fonte Nova (28 lotes), Residencial Itaipu (60 lotes), Residencial Vereda dos Buritis (28 lotes), Residencial Valle de France I (223 lotes), Vila Martins Extensão (64 lotes e casas). No Residencial Senador Albino Boaventura foram entregues 240 lotes e 202 unidades habitacionais com recurso do Conselho Municipal de Política Urbana (COMPUR).

Ação Estadual – Programa Morada Nova Em 2001, por meio da Lei nº 13.841 e da Instrução Normativa nº 498 da Secretaria da Fazenda, o Governo do Estado de Goiás institui o Programa Habitacional Morada Nova e, como seu instrumento de operacionalização, o Cheque Moradia. Em 2003, é revogada a Lei nº 13.841, substituindo-se a mesma pela Lei nº 14.542. Esta nova lei, juntamente com o decreto que a regulamenta – Decreto nº 5.834, também de 2003 – e com a Instrução Normativa nº 498, constitui a base normativa do Cheque-Moradia, ainda hoje principal fonte de recurso para habitação do Estado de Goiás. A Lei nº 13.841/2003 autoriza a concessão de crédito outorgado do ICMS ao contribuinte do imposto estabelecido no estado de Goiás nas operações internas com materiais de construção cuja destinação é o emprego direto na edificação de obras amparadas pelo Programa Habitacional Morada Nova da AGEHAB. O valor do crédito outorgado deve corresponder ao valor do subsídio, expresso no Cheque-Moradia, concedido pelo Governo a cada família beneficiária do Programa para a aquisição dos materiais de construção. O Cheque Moradia funciona através de uma parceria entre Estado, prefeituras e beneficiário, na qual o Estado e as prefeituras assumem a contrapartida financeira e o beneficiário participa com a mão de obra. Ao receber o cheque da AGEHAB, coordenadora do programa, o beneficiário tem que, obrigatoriamente, trocá-lo por mercadorias numa loja de material de construção, já que

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só assim o mesmo tem valor monetário. Feita essa troca, a casa de material de construção poderá usá-lo para liquidação de créditos tributários devidos ao Tesouro do Estado de Goiás. A prefeitura conveniada doa o terreno com o alicerce pronto e o beneficiário, por sua vez, arca com a mão de obra necessária para a construção de sua casa a partir daquele ponto. Caso o beneficiário já disponha do lote, a prefeitura faz apenas o alicerce. A prefeitura ainda orienta a mão de obra e executa alguns serviços complementares. Nos municípios onde não houver adesão das prefeituras ao programa, os custos financeiros podem ser assumidos por entidades ou empresas locais. As famílias são hoje selecionadas com base no Cadastro Eletrônico, cujo preenchimento deu-se entre agosto de 2009 e março de 2010, e com base no déficit habitacional básico do município calculado pela Fundação João Pinheiro. As obras amparadas pelo Programa Habitacional Morada e, assim, por seu instrumento, o Cheque-Moradia, são: Artigo 1º, §1º: I – construção, reforma ou ampliação de unidades habitacionais, incluindo-se a construção de redes de energia elétrica e de distribuição de água potável e reservatório; II – construção, reforma ou ampliação de centros comunitários de atividades múltiplas, creches, escolas, áreas de recreação e praças de esportes; III – reforma ou recuperação de imóveis tombados pelo Patrimônio Histórico e Cultural; IV – construção, reforma ou ampliação de: a) centros de convivência da 3ª idade; b) moradias coletivas para pessoas idosas; c) casas funcionais para integrantes da Polícia Militar; d) casas funcionais para servidores públicos estaduais. Para a concessão do subsídio às pessoas físicas ou jurídicas beneficiárias do Programa Habitacional Morada Nova, devem ser observadas as seguintes regras e valores: Artigo 2º, §1º: I - para as famílias com renda mensal de até 3 (três) salários-mínimos e aos servidores públicos civis e militares, da ativa, exceto comissionados e temporários, cuja renda mensal seja de até 6 (seis) salários-mínimos, tratando-se das obras indicadas no inciso I do § 1º do art. 1º: a) na construção de unidade habitacional o subsídio será de até R$ 5.000,00 (cinco mil reais); b) na reforma ou ampliação de unidade habitacional o subsídio será de até R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais) por serviço, permitindo-se a soma de serviços até o limite máximo de R$ 3.000,00 (três mil reais); c) na construção ou implantação de redes de energia elétrica ou de distribuição de água potável e reservatório desta, para atendimento de unidade habitacional, o subsídio será de até R$ 600,00 (seiscentos reais);

II - relativamente às obras mencionadas nos incisos II a IV do § 1º do art. 1º executadas por pessoas jurídicas de direito público e pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos e de interesse social, observar-se-ão as normas e

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definições expedidas pela Agência Goiana de Habitação – AGEHAB e mais o seguinte: a) na construção ou reforma de obra do tipo 1, o subsídio será de até R$ 20.000,00 (vinte mil reais) e R$ 8.000,00 (oito mil reais), respectivamente; b) na construção ou reforma de obra do tipo 2, o subsídio será de até R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) e R$ 12.000,00 (doze mil reais), respectivamente; c) na construção ou reforma de obra do tipo 3, o subsídio será de até R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) e R$ 16.000,00 (dezesseis mil reais), respectivamente. III - para famílias com renda mensal de 03 a 06 salários mínimos e servidores púbicos civis e militares, da ativa, exceto comissionados e temporários, cuja renda mensal seja de 03 a 08 salários mínimos, para execução de programas habitacionais realizados em parceria com a Caixa Econômica Federal – CEF, sendo a AGEHAB a entidade organizadora, o subsídio será de R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais). O subsídio mencionado neste artigo é extensivo aos beneficiários de programas habitacionais realizados em parceria com a Caixa Econômica Federal, desde que: Artigo 2º, §2º: I - a Agência Goiana de Habitação – AGEHAB seja a entidade organizadora responsável pela operação e construção do empreendimento; II - o somatório dos recursos aplicados, subsidiados ou não, dos programas.

Quanto a este ponto, cabe destacar que, em 2009, por meio da Lei nº 16.559, foi autorizada a concessão de subsídio complementar no valor de até R$ 15.000,00 (quinze mil reais), expresso em "Cheque Moradia", aos beneficiários de programas habitacionais realizados em parceria com a Caixa Econômica Federal, nos termos da lei que instituiu o Cheque-Moradia (Lei nº 14.54/2003), cujos convênios de parceria ou contratos para realização de obra estejam celebrados até 31 de dezembro de 2009, desde que: I - o Estado de Goiás ou a Agência Goiana de Habitação – AGEHAB – tenha assumido a responsabilidade pela complementação do aporte financeiro para custear a realização de todo o empreendimento; II - a Agência Goiana de Habitação – AGEHAB – seja a entidade organizadora ou parceira da entidade organizadora, responsável pela operação e construção de empreendimento, devendo o "Cheque Moradia" correspondente ao subsídio complementar ser emitido em nome da AGEHAB, à vista de prévia justificativa desta sobre a necessidade do subsídio complementar; III - o somatório dos recursos aplicados, subsidiados ou não, dos programas operados pela Caixa Econômica Federal e pelo "Cheque Moradia" não ultrapasse o custo total de unidade, de acordo com cada modalidade e enquadramento, nos termos previstos na lei de que trata o caput.

Programas desenvolvidos em pareceria com a sociedade civil – A União Estadual por Moradia Popular do Estado de Goiás foi responsável pela construção de 1.211 moradias em diversos municípios do Estado em parceria com o Governo do Estado e Governo Federal com financiamento do Programam Minha Casa Minha Vida, Credito Solidário por meio da CEF. – O Movimento das Donas de Casa e dos Consumidores do Estado de Goiás foi responsável pela construção de 400 moradias em Goiânia com financiamento do Programam Minha Casa Minha Vida, Credito Solidário por meio da CEF.

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2.2.2. Integração ao Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano (SNDU) Por meio do Programa Cidade pra Gente, iniciado em 2005, a Secretaria Estadual das Cidades/Superintendência de Programas Urbanos celebrou convênio para apoio institucional, técnico e financeiro a 98 municípios goianos (Santos Júnior e Moysés, 2009) na realização de seus Planos Diretores Democráticos. Tratou-se de iniciativa inovadora, porém ainda insuficiente. De acordo com dados dessa Secretaria, 56 municípios têm hoje Planos Diretores aprovados e 13 estão com seus planos em fase de elaboração ou aprovação. Trata-se de 69 municípios, número inferior ao de municípios que participaram do Programa Cidade pra Gente, e reduzido diante do universo de 246 municípios goianos.

Mapa 12

Pelo Estatuto da Cidade, o Plano Diretor é obrigatório, para municípios com mais de vinte mil habitantes, integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, áreas de especial interesse turístico e áreas com empreendimentos com significativo impacto ambiental. A importância crescente do agronegócio, do setor sucroalcooleiro e da mineração no estado, os impactos da Ferrovia Norte-Sul em sua área de abrangência, bem como o desafio metropolitano colocado tanto pela Região Metropolitana de Goiânia quanto pela periferia goiana da RIDE-DF demonstram a urgência de se aumentar o número de municípios com Plano Diretor e, ademais, de dotar de mais efetividade e qualidade (em termos dos instrumentos urbanísticos previstos no Estatuto das Cidades) os planos já existentes.

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A importância, tanto quantitativa quanto qualitativa, dos Planos Diretores, bem como dos Planos de HIS, torna-se ainda maior em função dos substantivos incrementos ocorridos no volume de recursos federais nos últimos anos para habitação, cabendo destacar os programas PAC e MCMV. Houve, inegavelmente, avanço no eixo ―financiamentos e subsídios‖ do PLANHAB. Tal avanço, todavia, deve ser acompanhado de ações no eixo das estratégias ―urbano-fundiárias‖, para o que constituem elementos imprescindíveis os instrumentos urbanísticos do Estatuto da Cidade8. Outro elemento importante para se averiguar o grau de integração do Estado de Goiás ao Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano, para além dos Planos Diretores (aspecto concernente exclusivamente aos municípios), diz respeito ao Conselho Estadual das Cidades ou de Desenvolvimento Urbano. De acordo com balanço do Ministério das Cidades9, a Secretaria das Cidades, por intermédio da Portaria nº 04, de 22 de janeiro de 2008, criou a Comissão Estadual das Cidades, que, com a finalidade de propor e estudar as diretrizes para a formulação e implementação da política estadual, bem como estimular a ampliação e aperfeiçoamento dos mecanismos de participação, funcionaria até a instalação definitiva do Conselho Estadual das Cidades. O Conselho Estadual das Cidades, contudo, apenas foi instituído no ano de 2010. Ademais, foi instituído não por meio de lei, mas através de decreto – Decreto nº 7.086, de 31 de março de 2010, o que resulta em uma institucionalização mais frágil, vulnerável às disputas partidárias. Este conselho, vale registrar, foi empossado em outubro. A institucionalização plena do Conselho Estadual das Cidades faz-se necessária para que se tenha avanço no eixo ―Arranjos e desenvolvimento institucional‖, garantindo-se o controle social na implementação da política habitacional e a articulação entre os setores de política urbana. Conselhos das Cidades devem ser instituídos também nos municípios, aproveitando-se do processo já em curso de institucionalização dos Conselhos Gestores dos Fundos Municipais de Habitação de Interesse Social. 2.2.3. Integração ao Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS) Por meio da Lei Federal nº 11.124/05, criou-se o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS) e, como partes dele, o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS) e o Conselho Gestor (CGFNHIS) desse mesmo fundo. Como este é um sistema descentralizado e participativo, o acesso aos recursos do FNHIS pelos níveis de governo estadual e municipal depende da instituição por parte dos mesmos de Fundos Locais (Estaduais e Municipais) de Habitação de Interesse Social,

8 A Lei Federal nº 11.977/2009, que dispõe sobre MCMV, incorpora elementos que caminham nesse

sentido ao exigir que o critério de prioridade para atendimento nas áreas urbanas deve ser a doação pelos Estados e pelos Municípios de terrenos localizados em área urbana consolidada e a implementação pelos últimos dos instrumentos do Estatuto da Cidade. 9 Este balanço encontra-se no seguinte endereço, acessado em 10/12/2010:

http://www.cidades.gov.br/conselho-das-cidades/conselhosestaduais/balanco%20dos%20conselhos%20estaduais%20SITE.xls/view. Cabe observar que o mesmo se encontra desatualizado, não incorporando para o caso de Goiás o decreto que, em 2010, institui o Conselho Estadual das Cidades.

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de Conselhos Gestores de Fundos Locais de Habitação de Interesse Social, além da elaboração dos Planos Locais de HIS. Segundo dados do Ministério das Cidades para 31 de agosto de 2010, 111 dos 246 municípios goianos não apresentavam pendência na aprovação de lei nem de Conselho nem de Fundo de HIS. Este número, segundo dados também do Ministério das Cidades para 22 de outubro aumenta apenas para 112. Num universo de 246 municípios, então, 45,5% não teriam pendência quanto a Conselho e Fundo de HIS.

Mapa 13

Além do cumprimento de tais quesitos, há um terceiro – trata-se da elaboração de Plano de Habitação de Interesse Social. O Estado de Goiás, por meio da AGEHAB, com vistas ao estímulo ao planejamento habitacional e ao ingresso qualificado no SNHIS, encontra-se elaborando seu Plano de HIS e, ao mesmo tempo, de forma singular, apoiando tecnicamente os municípios na elaboração seus planos. O Conselho Gestor do FEHIS, embora tenha sido criado por lei em 2008 (Lei nº 16.188), ficou sem operar até 2010, uma vez que estava em desacordo com as determinações da Lei Federal nº 11.124/05 de reservar 25% da representação para os movimentos sociais por moradia. Assim, é só em setembro de 2010 que a referida lei é revogada, sendo aprovada a Lei nº 17.155, recriando o FEHIS e o CGFEHIS e, assim, re-equilibrando a composição do CGFEHIS de modo assegurar a representação de

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25% para os movimentos sociais por moradia. Em outubro, tomam posse os membros do CGFEHIS. A institucionalização tardia do CGFEHIS inviabilizou sua participação durante o processo de elaboração do presente Diagnóstico, o que compromete seu controle social, promove o subaproveitamento de um espaço de participação de enorme centralidade na nova Política de Habitação e no SNHIS, implicando em risco de perdas no eixo ―Arranjo e Desenvolvimento Institucional‖. 2.3. Adequação dos municípios aos arranjos institucionais Par a par com a crescente importância dada à gestão municipal e, em boa medida, por influência dela, desde 1999, o IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, que só fornecia informações desagregadas a nível municipal, de 10 em 10 anos, por ocasião dos Censos Demográficos, passou a produzir a Pesquisa de Informações Básicas Municipais – MUNIC. Como define o próprio IBGE, a ―MUNIC é um levantamento pormenorizado de informações sobre a estrutura, a dinâmica e o funcionamento das instituições públicas municipais, em especial a prefeitura, compreendendo, também, diferentes políticas e setores que envolvem o governo municipal e a municipalidade.‖ Este tópico tem como objetivo a mensuração da capacidade institucional dos municípios goianos, sobretudo para a gestão das políticas municipais de habitação no Brasil, através dos dados da MUNIC. Neste sentido, vale esclarecer, que a intenção não é exaurir o tema, nem dar conta de todos os fatores que influenciam na implementação de políticas habitacionais, mas retratar e descrever, a partir de fundamentos que norteiam as ―boas práticas na área de política habitacional‖ e que se supõe analisados na MUNIC, quais são as condições materiais existentes, necessárias e suficientes a sua efetiva implementação. Como se pode depreender, este estudo apoia-se na premissa de que a capacidade institucional (administrativa) e gerencial dos municípios brasileiros para implementar políticas habitacionais e programas urbanos a ele relacionados está diretamente relacionada à existência de órgãos, recursos e burocracias capazes de planejar, formular e implementar programas públicos de intervenção urbana. Em outras palavras, a idéia é criar uma síntese que organize o olhar: é criar, a partir de análises estatísticas, um modelo que consiga acentuar as regularidades e que revele: quais os principais dilemas para implementação de políticas habitacionais; quais são as características dos municípios que conseguem melhor implementá-las (mesmo que parcialmente) e quais os principais desafios a serem transpostos. Para esta primeira análise, a intenção é fazer uma descrição dos dados, através de uma análise dos dados da MUNIC 2009 (a última disponível). Como os dados referentes à população contidos na MUNIC são projeções, optou-se por usar os dados do Censo 2010 (já disponíveis). Foi feita também uma nova classificação por grupo de população, considerada mais condizente com a realidade do Estado. 2.3.1. Caracterização dos órgãos gestores de habitação Como pode ser verificado na tabela 1, dos 246 municípios goianos, apenas 11 (4,5%) dispõem de secretaria exclusiva para a área de habitação, 73 (29,7%) outros municípios apresentam a área de habitação subordinada à outra secretaria e 92 (37,4%) municípios sequer dispõe de alguma estrutura administrativa para esta área.

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Tabela 24

Itens Frequency Percent

Não possui estrutura 92 37,4%

Órgão da administração indireta 1 0,4%

Secretaria em conjunto com outra pol ítica 40 16,3%

Secretaria exclus iva 11 4,5%

Setor subordinado a outra secretaria 73 29,7%

Setor subordinado diretamente à chefia do executivo 29 11,8%

Total 246 100%

Tabela 1 - Caracterização do Órgão gestor de Habitação no Município

A tabela 25 apresenta os mesmos dados da tabela 24, agora divididos por grupos de população.

Tabela 25

1 - Menos de 5.000 48 48% 13 13% 3 3% 24 24% 11 11% 1 1% 100

2 - 5.000 a 10.000 16 29% 10 18% 0% 19 35% 10 18% 0% 55

3 - 10.000 a 15.000 14 54% 2 8% 1 4% 7 27% 2 8% 0% 26

4 - 15.000 a 20.000 7 54% 2 15% 0% 3 23% 1 8% 0% 13

5 - 20.000 a 50.000 6 19% 8 25% 4 13% 10 31% 4 13% 0% 32

6 - 50.000 a 100.000 0% 3 27% 2 18% 6 55% 0% 0% 11

7 - 100.000 a 200.000 0% 1 17% 0% 4 67% 1 17% 0% 6

8 - Mais que 200.000 1 33% 1 33% 1 33% 0% 0% 0% 3

Total 92 37,4% 40 16% 11 4% 73 30% 29 12% 1 0% 246

TotalMunicípios por Grupos

de população 2010

Tabela 2 - Caracterização do Órgão gestor de Habitação no Município, por grupos de população

Não

possui

estrutura

Secretaria em

conjunto com

outra política

Secretaria

exclusiva

Setor

subordinado

a outra

secretaria

Setor

subordinado

diretamente à

chefia do

executivo

Órgão da

administraçã

o indireta

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O mapa 14 mostra a distribuição desta informação no território:

Mapa 14

2.3.2. Planos Municipais de Habitação Como demonstra a tabela 26, apenas 53 (21,54%) municípios goianos possuem plano municipal de habitação.

Tabela 26

Grupos de população Total

1 - Até 5.000 87 87,00% 13 13,00% 100

2 - 5.000 até 10.000 41 74,55% 14 25,45% 55

3 - 10.000 até 15.000 22 84,62% 4 15,38% 26

4 - 15.000 até 20.000 11 84,62% 2 15,38% 13

5 - 20.000 até 50.000 21 65,63% 11 34,38% 32

6 - 50.000 até 100.000 4 36,36% 7 63,64% 11

7 - 100.000 até 200.000 4 66,67% 2 33,33% 6

8 - Maior que 200.000 3 100,00% 0 0,00% 3

Total 193 78,46% 53 21,54% 246

Tabela 3 - Se possui ou não plano municipal de habitação, por grupos de população

Não Sim

O mapa 15 mostra a distribuição desta informação no território e o mapa 3 mostra os municípios que ainda não tem o plano (se estão ou não elaborando):

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Mapa 15

Mapa 16

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2.3.3. Conselhos Municipais de Habitação A tabela 4 mostra se o município tem ou não conselho de habitação, por grupos de população. No total, dos 246 municípios do Estado, 150 não possuem o referido conselho e, como mostra o gráfico, proporcionalmente, as cidades com menos de 5000 habitantes são as que apresentam a menor freqüência de existência do referido conselho, enquanto as cidades que têm população entre 20.000 e 50.000 apresentam o maior índice proporcional de existência dos mesmos.

Tabela 27

Grupos de população Total

1 - Até 5.000 78 78,00% 22 22,00% 100

2 - 5.000 até 10.000 36 65,45% 19 34,55% 55

3 - 10.000 até 15.000 14 53,85% 12 46,15% 26

4 - 15.000 até 20.000 7 53,85% 6 46,15% 13

5 - 20.000 até 50.000 9 28,13% 23 71,88% 32

6 - 50.000 até 100.000 3 27,27% 8 72,73% 11

7 - 100.000 até 200.000 3 50,00% 3 50,00% 6

8 - Maior que 200.000 0 0,00% 3 100,00% 3

Total 150 60,98% 96 39,02% 246

Tabela 4 - Se possui ou não, conselho municipal de habitação, por grupos de população

Não Sim

Mapa 17

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2.3.4. Caráter dos Conselhos Dos 96 municípios que afirmaram ter conselhos, apenas 10 afirmaram que estes não são paritários. O mapa abaixo mostra quais os municípios apresentaram estas características.

Mapa 18

Para cada pergunta, de forma isolada, os 96 municípios que tem conselhos deram as seguintes respostas sobre o caráter de seus conselhos municipais de habitação.

Figura 20

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Ainda sobre os conselhos, foi perguntado aos 96 municípios que tem conselhos, se houve alguma reunião desde conselho nos últimos 12 meses. A resposta mostrou que 43 deles não se reuniram no último ano e 53 deles fizeram pelo menos uma reunião nos últimos 12 meses. 2.3.5. Fundos Municipais de Habitação

Como mostra a tabela 28, maior parte dos municípios não possui fundo municipal de habitação. Dos 246, apenas 43% apresentam o referido fundo.

Tabela 28

Grupos de população Total

1 - Até 5.000 70 70,00% 30 30,00% 100

2 - 5.000 até 10.000 35 63,64% 20 36,36% 55

3 - 10.000 até 15.000 15 57,69% 11 42,31% 26

4 - 15.000 até 20.000 6 46,15% 7 53,85% 13

5 - 20.000 até 50.000 8 25,00% 24 75,00% 32

6 - 50.000 até 100.000 2 18,18% 9 81,82% 11

7 - 100.000 até 200.000 3 50,00% 3 50,00% 6

8 - Maior que 200.000 0 0,00% 3 100,00% 3

Total 139 56,50% 107 43,50% 246

Tabela 5 - Se possui ou não, fundo municipal de habitação, por grupos de população

Não Sim

Figura 21

70

35

15

6

8

2

3

0

30

20

11

7

24

9

3

3

1 - Até 5.000

2 - 5.000 até 10.000

3 - 10.000 até 15.000

4 - 15.000 até 20.000

5 - 20.000 até 50.000

6 - 50.000 até 100.000

7 - 100.000 até 200.000

8 - Maior que 200.000

Gráfico 2 -Existência do Fundo municipal de habitação

Não

Sim

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Mapa 19

Em razão da existência dos fundos municipais de habitação, a pesquisa quis saber se os referidos fundos reuniam todos os recursos orçamentários e de outras fontes destinadas a programas habitacionais. Dos 107 municípios que apresentam o fundo, 69 (64,4%) declararam que o fundo reúne todos os recursos para a área de habitação. 2.3.6. Cadastros de programas habitacionais Sobre cadastros de famílias interessadas em programas habitacionais, a primeira pergunta feita foi se as prefeituras possuíam ou não este cadastro. Os dados podem ser vistos na tabela e mapa a seguir:

Tabela 29

Grupos de população Total

1 - Até 5.000 14 14,00% 86 86,00% 100

2 - 5.000 até 10.000 5 9,09% 50 90,91% 55

3 - 10.000 até 15.000 2 7,69% 24 92,31% 26

4 - 15.000 até 20.000 1 7,69% 12 92,31% 13

5 - 20.000 até 50.000 1 3,13% 31 96,88% 32

6 - 50.000 até 100.000 0 0,00% 11 100,00% 11

7 - 100.000 até 200.000 1 16,67% 5 83,33% 6

8 - Maior que 200.000 0 0,00% 3 100,00% 3

Total 24 9,76% 222 90,24% 246

Tabela 6 - Se possui ou não cadastro de interessados, por grupos de população

Não Sim

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Mapa 20

A segunda pergunta, cujas repostas estão na tabela abaixo, foi sobre a existência ou não de cadastros informatizados.

Tabela 30

Grupos de população Total

1 - Até 5.000 58 58,00% 14 14,00% 28 28,00% 100

2 - 5.000 até 10.000 28 50,91% 5 9,09% 22 40,00% 55

3 - 10.000 até 15.000 12 46,15% 2 7,69% 12 46,15% 26

4 - 15.000 até 20.000 6 46,15% 1 7,69% 6 46,15% 13

5 - 20.000 até 50.000 15 46,88% 1 3,13% 16 50,00% 32

6 - 50.000 até 100.000 3 27,27% 0 0,00% 8 72,73% 11

7 - 100.000 até 200.000 3 50,00% 1 16,67% 2 33,33% 6

8 - Maior que 200.000 0 0,00% 0 0,00% 3 100,00% 3

Total 125 50,81% 24 9,76% 97 39,43% 246

Não Não aplicável Sim

Tabela 7 - Se o cadastro o cadastro é ou não informatizado, por grupos de população

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Mapa 21

Foi também perguntado se os cadastros faziam ou não diferenciação entre o tipo de benefício pretendido pelas famílias. Seguem os resultados:

Tabela 31

Grupos de população Total

1 - Até 5.000 19 19,00% 14 14,00% 67 67,00% 100

2 - 5.000 até 10.000 11 20,00% 5 9,09% 39 70,91% 55

3 - 10.000 até 15.000 5 19,23% 2 7,69% 19 73,08% 26

4 - 15.000 até 20.000 0 0,00% 1 7,69% 12 92,31% 13

5 - 20.000 até 50.000 3 9,38% 1 3,13% 28 87,50% 32

6 - 50.000 até 100.000 0 0,00% 0 0,00% 11 100,00% 11

7 - 100.000 até 200.000 1 16,67% 1 16,67% 4 66,67% 6

8 - Maior que 200.000 0 0,00% 0 0,00% 3 100,00% 3

Total 39 15,85% 24 9,76% 183 74,39% 246

Não Não aplicável Sim

Tabela 8 - Se o Cadastro inclui, ou não, a natureza do benefício pretendido pela família, por grupos de população

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Mapa 22

Uma interessante pergunta a respeito do cadastro é sobre a identificação que ele faz dos candidatos a beneficiários. Como mostra a tabela 10, com excessão das categorias raça/etnia e deficiência, todas as outras são discriminadas nos cadastros da maioria dos municípios. Uma pergunta subjacente a esta, diz respeito ao uso ou não destas e de outras informações para a seleção dos beneficiários. Segundo os dados da pesquisa, dos 222 municípios que aplicam o cadastro, 174 (78,3%) afirmaram usar algum critério de preferência ou prioridade para o atendimento das pessoas identificadas. 2.3.7. Regularização fundiária Foram feitas duas perguntas sobre regularização fundiária. A primeira delas foi se o município tem ou não legislação específica que dispõe sobre o tema. Dos 246 municípios, apenas 56 dipõem de tal legislação. Seguem os resultados:

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Tabela 32

Grupos de população Total

1 - Até 5.000 89 89,00% 11 11,00% 100

2 - 5.000 até 10.000 46 83,64% 9 16,36% 55

3 - 10.000 até 15.000 23 88,46% 3 11,54% 26

4 - 15.000 até 20.000 10 76,92% 3 23,08% 13

5 - 20.000 até 50.000 14 43,75% 18 56,25% 32

6 - 50.000 até 100.000 4 36,36% 7 63,64% 11

7 - 100.000 até 200.000 3 50,00% 3 50,00% 6

8 - Maior que 200.000 1 33,33% 2 66,67% 3

Total 190 77,24% 56 22,76% 246

Tabela 11 - Se há ou não no município, legislação específica sobre regularização fundiária, por grupos de população

Não Sim

Mapa 23

A segunda pergunta foi é se o município dispõe ou não de um plano ou programa de regularização fundiária. Como é possível ver nos dados da Tabela 33, não há, na imensa maioria dos municípios goianos, um plano ou programa de regularização fundiária.

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Tabela 33

Grupos de população Total

1 - Até 5.000 91 91,00% 9 9,00% 100

2 - 5.000 até 10.000 45 81,82% 10 18,18% 55

3 - 10.000 até 15.000 23 88,46% 3 11,54% 26

4 - 15.000 até 20.000 12 92,31% 1 7,69% 13

5 - 20.000 até 50.000 18 56,25% 14 43,75% 32

6 - 50.000 até 100.000 5 45,45% 6 54,55% 11

7 - 100.000 até 200.000 3 50,00% 3 50,00% 6

8 - Maior que 200.000 0 0,00% 3 100,00% 3

Total 197 80,08% 49 19,92% 246

Tabela 12 - Se há ou não no município, um plano ou programa de regularização fundiária, por grupos de população

Não Sim

Mapa 24

2.3.8. Articulação interinstitucional As últimas questões na área de habitação dizem respeito à Articulação interinstitucional. Seguem os mapas temáticos.

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Mapa 25

Mapa 26

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Mapa 27

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Mapa 29

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3. NECESSIDADES HABITACIONAIS Milhares de famílias brasileiras não têm o direito constitucional de acesso à moradia digna garantido. Muitas precisam de uma casa para morar porque residem em habitações improvisadas, vivem em situações de constrangimento com outras famílias, têm comprometida a pouca renda familiar com aluguel ou ocupam unidades muito precárias que devem ser substituídas. Outras demandam investimento para melhoria habitacional e ampliação de suas moradias, instalação de infraestrutura inexistente, construção de uma unidade sanitária domiciliar e superação das questões relacionadas a propriedade ou posse do domicílio. São diversos os problemas que configuram necessidades habitacionais. Quase todos implicando em exclusão social, violência urbana, insalubridade, preconceito e risco de vida. Para contrapor esta realidade socialmente injusta e inadequada do ponto de vista urbanístico e ambiental, uma das formas mais eficientes é o planejamento. Conhecer, quantificar e qualificar estas necessidades é condição indispensável para planejar. Para quantificar e qualificar as necessidades habitacionais no Brasil, a principal referência é a metodologia desenvolvida e aperfeiçoada pela Fundação João Pinheiro (FJP) desde a década de 1990. No entanto, as pesquisas da FJP, tendo como base os dados do Censo Demográfico do IBGE de 2000, apresentam números individualizados do déficit e inadequação habitacional apenas para municípios com população urbana maior que 20 mil habitantes e da inadequação habitacional somente em domicílios urbanos. Dados mais recentes de 2005, 2006, 2007 e 2008 calculados pela mesma Fundação foram realizados com base nas Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios – PNAD e disponibilizam informações apenas para as Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas. Desta forma, tendo em vista a predominância de municípios de médio e pequeno porte e a relevância da população rural na realidade regional do Estado de Goiás, os indicadores disponibilizados pela instituição oficial apresentam limitações que dificultam a identificação de parte das necessidades por moradia nas diversas regiões goianas. Para tentar superar tais limitações, e para efeito deste Plano Estadual de Habitação de Interesse Social – PEHIS, serão considerados também os estudos recentes elaborados por solicitação do Ministério das Cidades para elaboração do Plano Nacional de Habitação – PLANHAB, envolvendo diversas instituições (CEM-Cebrap, Observatório das Metrópoles, CEDEPLAR etc), em especial a proposta apresentada na publicação do curso à distância Planos Locais de Habitação de Interesse Social (EAD-PLHIS)10. Serão consideradas também informações adicionais, provenientes de cadastros estaduais, projeção de demanda demográfica futura e outras pesquisas relativas à habitação e às questões que com ela mantêm interface. Em algumas situações específicas – caso dos Assentamentos Precários – além dos dados censitários e da pesquisa CEM-Cebrap, será feito um mapeamento com base nos levantamentos locais apresentados nos relatórios dos municípios participantes da ação apoio à elaboração dos Planos Municipais de Habitação de Interesse Social – PMHIS de

10

Ministério das Cidades. Curso à distância para elaboração de Planos Locais de Habitação de Interesse Social (EAD-PLHIS), MCidades/Secretaria Nacional de Habitação. Brasília, 2009.

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Goiás desenvolvida pela AGEHAB – que utilizou como Matriz de sistematização dos componentes das necessidades habitacionais o modelo a seguir.

Tabela 34 - Matriz das Necessidades Habitacionais e Assentamentos Precários D

ÉF

ICIT

HA

BIT

AC

ION

AL

Necessidade Componente

Incremento de Estoque

Domicílios Improvisados

Domicílios com coabitação familiar (Famílias conviventes + Cômodos)

Ônus excessivo com aluguel

Reposição de Estoque Domicílios rústicos

Depreciação

INA

DE

QU

ÃO

Demanda por Melhoria

Domicílios com adensamento excessivo

Domicílios carentes de infraestrutura

Inexistência de unidade sanitária domiciliar exclusiva

Domicílios com inadequação fundiária

Assentamentos Precários

Consolidados

Consolidáveis

Não Consolidáveis Fonte: AGEHAB/Roteiro: 2ª Oficina de Capacitação do PMHIS – DIAGNÓSTICO HABITACIONAL – Primeiro Conteúdo, agosto de 2010.

3.1. Evolução do Estoque de Domicílios Em 2009, o número de domicílios particulares permanentes em Goiás foi estimado em 1.858 milhão de unidades, significando 42,7% do estoque de domicílios do Centro-Oeste – quase a metade do estoque da Região – e 3,06% do estoque de domicílios do país, que alcançou o quantitativo de 60.587 milhões de unidades naquele ano (dados da PNAD/IBGE, conforme Tabela abaixo). E segundo os números preliminares do Censo 2010, o estoque de domicílios de Goiás subiu para 2.213 unidades e o do Brasil chegou a 67,6 milhões de unidades.

Tabela 35 - Domicílios particulares permanentes (evolução 2000-2009) Brasil, Centro-

Oeste (UFs)2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Brasil 44.795 48.929 50.049 51.676 53.620 54.874 56.220 57.778 59.565 60.587

Centro-Oeste 3.154 3.401 3.508 3.659 3.761 3.866 3.971 4.164 4.251 4.345

Distrito Federal 546 587 616 651 651 689 708 745 747 787

Goiás 1.398 1.485 1.537 1.602 1.666 1.691 1.731 1.795 1.856 1.858

Mato Grosso do

Sul538 606 620 661 647 685 684 727 725 747

Mato Grosso 578 727 736 747 799 805 847 897 923 953Fonte: PNAD/IBGE – 2009.

O Gráfico a seguir ilustra a distribuição proporcional do estoque de domicílios entre as Unidades da Federação do Centro-Oeste, mostrando a magnitude do estoque de domicílios de Goiás no contexto regional.

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Gráfico 22

Fonte: PNAD/IBGE – 2009.

A maior parte desses domicílios está na zona urbana, sendo que em Goiás, no ano de 2009, era 1.645 milhão contra 214 mil domicílios na zona rural – significando 88,5% de domicílios urbanos contra 11,5% de domicílios rurais. No ano de 2000 essa proporção já era parecida: 87,7% dos domicílios localizados na zona urbana, contra 12,3% de domicílios na zona rural (dados ilustrados no Gráfico a seguir).

Gráfico 23

Fonte: SEPLAN/SEPIN: Goiás em Dados, 2009 (PNAD/IBGE).

Quanto a Condição de Ocupação do Domicílio registrada em 2009, em Goiás, a maioria dos domicílios eram próprios (64,1%), além de 400 mil alugados (21,50 %), 246 mil cedidos (13,22%) e 20 mil sob outras condições de ocupação (1,07 %). Embora o quantitativo de domicílios próprios tenha aumentado 21% de 2000 para 2009, sua participação no total de domicílios sofreu pequena redução: de 66,2% para 64,1%. A proporção de domicílios alugados chegou a 21,5%, contra 18,4% em 2000. Enquanto que domicílios cedidos eram 14,3% em 2000, apresentando pequena redução para 13,2%, conforme Gráfico a seguir.

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Gráfico 24

Fonte: SEPLAN/SEPIN: Goiás em Dados, 2009 (PNAD/IBGE).

Em 2009, o número médio de pessoas por família residente em domicílio particular de Goiás foi de 3,19 pessoas – parecido com a média nacional que foi de 3,1 pessoas, e o basicamente o mesmo registrado em 2008 (3,14 pessoas). Regionalmente, o menor valor deste indicador foi observado na Região Sul (2,9 pessoas, a mesma de 2008), e as maiores médias na Região Norte: 3,4 pessoas, em 2009, e 3,5 pessoas, em 2008. Em Goiás a evolução desse indicador desde 1995, mostra redução ao longo do tempo do número médio de moradores por domicílio, conforme o Gráfico abaixo.

Gráfico 25

Fonte: SEPLAN/SEPIN: Goiás em Dados, 2009 (PNAD/IBGE).

Com o avanço do rendimento médio do Estado e do País e a estabilidade econômica, os domicílios goianos, assim como na média nacional, estão cada vez mais equipados e conectados com o mundo. Em busca de praticidade e conforto, foram crescentes os investimentos em eletrodomésticos, eletroeletrônicos, acesso à internet e telefonia móvel – através dos dados da PNAD, pode-se observar que no período de 2005/2009, o aumento no número de telefone celular foi de 81,61%, em computadores foi 166,18% e acesso a internet foram 207%.

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Gráfico 26

Fonte: SEPLAN/SEPIN: Goiás em Dados, 2009 (PNAD/IBGE).

Analisando a tabela com a evolução do número de domicílios na última década, com base no Censo de 2000, e os primeiros resultados de Censo de 2010, verifica-se que as regiões com maior número de domicílios são a Região Metropolitana de Goiânia, a Região do Entorno de Brasília e a Região Centro Goiano. Entretanto, se analisarmos o crescimento do número de domicílios nessa década constata-se que as regiões com maior crescimento foram a Região Sudeste, seguida da Região do Entorno de Brasília e da Região Sul Goiana.

Tabela 36

EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE DOMICÍLIOS NA ÚLTIMA DÉCADA

Região de Planejamento Domicílios 2000 Domicílios 2010 Incremento (%)

Centro Goiano (Eixo BR-153) 155028 225436 45

Entorno do Distrito Federal 210018 349095 66

Metropolitana de Goiânia 497310 785731 57

Nordeste Goiano 37148 63206 70

Noroeste Goiano 40053 58026 44

Norte Goiano 84107 118035 40

Oeste Goiano 100404 140135 39

Sudeste Goiano (Estrada de Ferro) 63513 99863 57

Sudoeste Goiano 126432 199729 57

Sul Goiano 106809 172690 61 Fonte: Censo Demográfico 2000 e 2010.

3.2. Déficit Habitacional em Goiás (2008) O estudo do Déficit Habitacional no Brasil 2008 elaborado pela Fundação João Pinheiro – FJP e divulgado pelo Ministério das Cidades, tendo como base os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, mostra que o déficit habitacional no Brasil continua seguindo tendência de diminuição nos últimos anos (em termos relativos e absolutos): no total do país houve redução de cerca de 450 mil unidades no déficit habitacional, passando de 6.272.645 (em 2007) para 5.572.313 milhões de domicílios (ou 9,7%), sendo 250 mil nas regiões metropolitanas. No total da região Centro-Oeste o déficit habitacional diminuiu de 436.995 mil unidades

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habitacionais no ano de 2007, para 419.491 mil unidades em 2008 (redução de 17.504 mil domicílios). Comparando as Grandes Regiões geográficas do país, observa-se que a diminuição no déficit habitacional ocorre em magnitude semelhante em todas elas, e que a região Centro-Oeste, considerando o número de domicílios permanentes totais, mantém-se em posição intermediária no computo do somatório do déficit do país (déficit percentual de 9,9%) – os maiores déficits são registrados nas Regiões Norte (13,9%) e Nordeste (13,0), e os menores déficits são registrados nas Regiões Sul (6,5%) e Sudeste (8,1%).

Figura 27

No Estado de Goiás, o déficit habitacional era de 167.042 mil domicílios no ano de 2007, e oscilou negativamente para 163.115 mil domicílios em 2008 (redução de 3.927 unidades habitacionais). Em termos percentuais, a redução déficit habitacional no total do Estado foi de 9,2% dos domicílios permanentes para 8,8%. Sendo que no total do déficit habitacional da região Centro-Oeste chama a atenção na o alto déficit relativo do Distrito Federal – o maior déficit local e acima da média nacional – déficit percentual de mais de 14% dos domicílios (dados ilustrados nos Gráficos a seguir).

Figura 28

3.2.1. Componentes do Déficit com maior representatividade em Goiás Os componentes com maior expressão no déficit habitacional do Estado de Goiás são o ônus excessivo com aluguel: 77. 675 mil domicílios (em 2007 eram 66.625 domicílios) e a coabitação familiar: 66.727 domicílios (em 2007 eram 68.737 domicílios). Nos demais componentes de déficit em Goiás, a habitação precária em 2008 correspondia a 8.473 domicílios (em 2007 eram 23.574 domicílios) e o

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adensamento excessivo correspondia a 10.240 domicílios (em 2007 eram 8.106 domicílios).

Figura 29

Observa-se, portanto, que entre os componentes do déficit habitacional de Goiás houve significativa redução no déficit habitacional referente à coabitação familiar (diminuição de 2.010 domicílios) e na habitação precária (diminuição de 15.101 domicílios – reflexo, certamente, do maior acesso das famílias à casa própria, e da maior intervenção pública nas ações de melhoria habitacional (podendo somar nessas ações os programas federais como o PAC Habitação, urbanização de assentamentos precários com recursos do FNHIS, as linhas de crédito para financiamentos de material de construção via CEF/BB, e o programa Estadual com crédito outorgado de ICMS – Cheque Reforma/Complemento/Moradia Digna). Por outro lado, houve crescimento do componente ônus excessivo com aluguel (aumento de 11.050 domicílios) e no adensamento domiciliar excessivo (2.134 domicílios), mostrando as maiores necessidades de políticas públicas de habitação. 3.2.2. Déficit habitacional Urbano e Rural Pelos dados da FJP, o que mais chama a atenção no comportamento do déficit habitacional de Goiás é a acentuada redução do Déficit Habitacional Rural ao longo do tempo: na série a partir de 2000, observa-se redução muito acima da média do Centro-Oeste e da média Nacional. Enquanto que o déficit urbano, ao contrário, voltou a se elevar de 2007 para 2008 (conforme os números do déficit absoluto ilustrados nos Gráficos abaixo).

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Figura 30

Em termos percentuais, com relação aos domicílios particulares permanentes, a diminuição do déficit habitacional rural de Goiás merece destaque: enquanto no ano de 2000 correspondia a 12,8% dos domicílios, em 2006 reduziu para 9,0%, em 2007 para 5,8%, e em 2008 apenas 2,2% dos domicílios. Tal proporção chama a atenção de qualquer observador, uma vez que a média nacional do déficit habitacional rural é 11,3% – e proporções similares à de Goiás são observadas apenas na RM de Belo Horizonte (2,4%) e RM de Curitiba (3,6%), além de Rondônia única unidade da federação com proporção do déficit rural menor que o de Goiás (1,5%). Entre os Estados do Centro-Oeste, nos dados referentes a 2008, observa-se que o Estado de Goiás é o único da região com déficit rural percentual abaixo de 5% – fato que merece investigação mais detalhada dos fatores que favoreceram esse resultado, tais como o programa nacional de habitação rural, programa estadual Cheque Moradia/Rural, a imigração campo-cidade, e outros (dados ilustrados nos Gráficos abaixo).

Figura 31

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3.2.3. Déficit habitacional por Faixa de Renda Familiar Quanto à distribuição do Déficit Habitacional por faixa de renda das famílias, assim como na média nacional, em Goiás observa-se continuidade de concentração no estrato de menores rendas. Houve manutenção do padrão da renda das famílias urbanas que demandam uma nova moradia: no total nacional, 89,6% do déficit habitacional concentra-se na faixa até três salários mínimos e entre três a cinco salários mínimos mais 7,0%: ou seja, juntos somam 96,6% do déficit; em Goiás, a concentração do déficit habitacional na faixa até três salários mínimos alcançou 91,7% e entre três a cinco salários mínimos mais 4,5%, no somatório respondem por 96,2% do déficit. O retrato das carências habitacionais de Goiás, na comparação dos dados da situação encontrada em 2008 com relação ao ano de 2000, mostra que a falta de moradias assume sua dimensão mais drástica entre as famílias mais carentes – o padrão de distribuição do déficit habitacional segundo faixas de renda familiar evidencia a concentração cada vez maior entre as famílias na faixa mais baixa de renda: enquanto na faixa até 3 salários mínimos houve aumento do déficit (de 86% para 91,7%), nas faixas posteriores registrou-se diminuição do déficit (―entre 3 e 5 salários mínimos‖ queda de 7,9% para 4,5%; e na faixa ―mais de 5 salários mínimos‖ queda de 6,1% para 3,8%).

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Figura 32

3.2.4. A questão dos Domicílios Vagos em Goiás Um fator que se destaca a cada nova atualização do estudo sobre o déficit habitacional no Brasil é o grande estoque de domicílios vagos11, identificados pelo IBGE, e em Goiás, assim como no total da região Centro-Oeste, essa situação não é diferente. A aparente contradição entre a existência de déficit de moradias ao lado de um enorme número de imóveis sem serem habitados se constitui sempre numa fonte de questionamento. Sabe-se que não há informações mais detalhadas sobre esses domicílios, que possam contribuir para a mensuração de parcela que poderia vir a minorar a situação de carência de habitações, tais como a proposta da ―moradia social‖. Pelas pesquisas do IBGE, apenas é possível a identificação de características das unidades domiciliares vagas através da variável ―tipo de entrevista‖, onde o pesquisador de campo assinala as que estavam em condições de serem habitadas, as de uso ocasional, as em ruínas e as em construção. Mas uma percepção consensual, é que esses domicílios, teoricamente, teriam condições de contribuir para sanar, ao menos em parte, o problema do déficit habitacional brasileiro.

11

As pesquisas do IBGE consideram nessa situação os Domicílios Vagos, em condições de serem ocupados e em construção – não são considerados os domicílios em ruínas.

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No ano de 2008, enquanto o déficit habitacional brasileiro correspondia a 5.572.313 moradias, havia 7.202.038 domicílios vagos; e em 2000, o número de domicílios vagos já era maior que o déficit habitacional do país. No total da Região Centro-Oeste, a situação observada segue a mesma tendência (conforme os dados no Gráfico abaixo).

Figura 33

Entre as Unidades da Federação da região Centro-Oeste, essa situação só é diferente no Distrito Federal, onde o número de domicílios vagos é bem inferior ao déficit habitacional – o que deve ser visto como uma especificidade local, lembrando ainda que o DF apresenta o maior déficit de moradias da Região, estando proporcionalmente acima da média do país. No Estado de Goiás, enquanto o déficit habitacional, em 2008, somou 163.115 moradias (ou 8,8% do estoque de domicílios), havia 278.557 domicílios vagos (ou 15% do estoque de domicílios); e no ano de 2000 a situação já era semelhante, com o número de domicílios vagos superando o déficit habitacional (dados ilustrados no Gráfico a seguir).

Figura 34

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3.3. Déficit Habitacional: Microrregiões e Municípios selecionados (2000) A apresentação dos dados do déficit habitacional das Microrregiões de Goiás toma como base o estudo Déficit habitacional no Brasil: municípios selecionados e microrregiões geográficas (FJP, 2005) – referenciado no Censo Demográfico 2000, pois, conforme mostrado nas notas metodológicas, embora tenha estudos mais recentes sobre o déficit habitacional, este é o único que possibilita análises desagregadas para o âmbito intraestadual. Segundo este estudo, os piores percentuais do déficit habitacional básico estimado das microrregiões de Goiás, no ano de 2000, concentrava-se na região Nordeste do Estado – nas microrregiões de Chapada dos Veadeiros e Vão do Paraná (19,02% e 17,74%, respectivamente), seguidos pelas microrregiões: Aragarças (13,79%); São Miguel do Araguaia (13,30%); Entorno de Brasília (12,72%); Porangatu (12,06%); Rio Vermelho (10,54%) e Goiânia (10,21%) – dados ilustrados no Mapa e Tabela a seguir.

Mapa 32

Nos municípios de Goiás com população urbana acima de 20 mil habitantes, no ano de 2000, o déficit habitacional básico oscilou entre 4,18% em Pires do Rio e 18,69% em Planaltina (Entorno do DF) – o maior déficit proporcional no Estado. De modo geral, é possível observar que, entre os maiores municípios de Goiás, a microrregião do Entorno de Brasília, região com maior crescimento populacional do Estado, abriga também os maiores déficits habitacionais proporcionais: 2 municípios com déficit acima de 15% (cerca de 6,5 mil domicílios); 5 municípios com déficit acima de 12% (10 mil domicílios); e 2 municípios com déficit acima de 10% (7 mil domicílios). Números semelhantes somente foram registrados em 1 único município da microrregião Porangatu no Norte do Estado: Niquelândia – com déficit de 15,77% dos domicílios totais. Com relação à região Norte do Estado de Goiás, no ano de 2000, 4 municípios foram contemplados no estudo da FJP e 3 destes apresentavam déficit habitacional acima de 11% (cerca de 4,5 mil domicílios). Se considerarmos o impacto dos grandes empreendimentos econômicos e novos setores produtivos na região, tais como a Ferrovia Norte-Sul e grandes empresas do complexo de mineração e do setor sucroalcooleiro/biocombustível, essa situação habitacional observada no Norte do Estado deve ser vista com especial atenção pelos gestores públicos, uma vez que deve-se esperar crescimento populacional expressivo nas imediações – os 4

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municípios citados serão interceptados pelos trilhos da FNS, sendo que Uruaçu e Porangatu terão Pátio de Transbordo).

Mapa 33

Além destas evidências, observa-se que os demais municípios de Goiás com déficit habitacional gravitando em torno/e acima de 10% estão localizados na RM de Goiânia e na RIDE do DF, sendo: Nerópolis com maior déficit da RMG (13,04%), Senador Canedo e Aparecida de Goiânia com déficit acima de 11% dos domicílios totais, Goiânia 10,05% e Trindade 9,58%; e na RIDE do DF todos os municípios com déficit acima de 10%, sendo os maiores (além de Planaltina): Novo Gama com déficit de 15,19% e Cidade Ocidental 14,25%.

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Mapa 34

Mapa 35

3.4. Inadequação habitacional: Microrregiões e Municípios selecionados (2000) A análise da inadequação habitacional12 das Microrregiões de Goiás, conforme o estudo da FJP, dados de 2000, mostra que a carência de infraestrutura urbana

12

Aquelas que necessitam de melhoramentos para que alcance um padrão mínimo de habitabilidade, podendo ter problemas relacionados: ao adensamento excessivo, ao acesso à infra-estrutura, à inadequação fundiária urbana e/ou inexistência de unidade sanitária domiciliar exclusiva.

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(iluminação, abastecimento de água, instalação sanitária ou destino do lixo) é o componente com maior peso na inadequação habitacional regional, assim como no restante do país. Entre as 18 Microrregiões goianas observa-se que: 11 delas apresentaram percentuais de carência de infraestrutura urbana acima de 73,03% (sendo os mais altos nas microrregiões: Vão do Paraná 97,0%; Aragarças 95,65% e Iporá 95,50%); 6 microrregiões apresentam percentuais entre 39,84% e 73,02% (sendo apenas a microrregião de Goiânia abaixo de 50%, com 43,01%); e somente 1 microrregião apresenta percentual abaixo de 30% (Quirinópolis 28,69).

Nos municípios de Goiás com população urbana acima de 20 mil habitantes, no ano de 2000, a inadequação carência de infraestrutura oscilou entre: os menores percentuais – 21,94% em Mineiros e Goiânia 24,45%; e os maiores percentuais – 96,57% em Iporá, 96,69% em Águas Lindas de Goiás (Entorno do DF) e 96,90% em Porangatu (Norte do Estado).

Mapa 36

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Tabela 37

INADEQUAÇÃO DOS DOMICÍLIOS

Município

INADEQUAÇÃO FUNDIÁRIA (1)

ADENSAMENTO EXCESSIVO (1)

DOMICÍLIOS SEM BANHEIRO (1)

CARÊNCIA DE INFRAESTRUTURA

(2)

absoluto % dos domic.

urbanos

absoluto % dos domic.

urbanos

absoluto

% dos domic. urbano

s

absoluto % dos domic.

urbanos

Águas Lindas de Goiás 506 1,92 4.360 16,57 1.555 5,91 25.452 96,72

Anápolis 2.466 3,15 3.392 4,34 3.194 4,08 39.439 50,43

Aparecida de Goiânia 2.719 3,00 7.332 8,09 7.328 8,08 73.375 80,92

Caldas Novas 205 1,49 640 4,64 275 2,00 8.466 61,44

Catalão 619 3,67 466 2,76 294 1,74 7.946 47,14

Cidade Ocidental 73 0,83 690 7,82 61 0,69 2.621 29,71

Cristalina 269 3,82 464 6,59 525 7,45 6.247 88,70

Formosa 480 2,76 1.101 6,33 1.029 5,92 16.375 94,15

Goianésia 484 3,88 744 5,96 1.712 13,71 8.265 66,20

Goiânia 8.919 2,86 14.031 4,50 8.524 2,73 76.227 24,45

Goiatuba 279 3,35 335 4,02 381 4,57 6.819 81,83

Inhumas 371 3,23 504 4,39 436 3,80 7.377 64,27

Iporá 142 1,65 371 4,30 772 8,95 8.325 96,57

Itaberaí 930 15,01 346 5,59 825 13,32 5.494 88,70

Itumbiara 518 2,27 1.036 4,54 1.073 4,71 9.478 41,58

Jaraguá 167 2,46 330 4,85 509 7,49 6.122 90,04

Jataí 532 2,74 1.099 5,67 658 3,39 8.420 43,44

Luziânia 952 2,90 3.051 9,30 1.687 5,14 27.005 82,28

Minaçu 144 1,86 498 6,43 1.337 17,26 6.881 88,83

Mineiros 141 1,50 509 5,43 320 3,41 2.056 21,94

Morrinhos 83 0,85 357 3,65 148 1,51 6.031 61,62

Niquelândia 160 2,28 373 5,31 877 12,48 4.941 70,28

Novo Gama 531 2,91 2.192 12,01 1.086 5,95 11.763 64,43

Pires do Rio 142 2,00 334 4,70 329 4,63 5.991 84,32

Planaltina 331 1,92 1.959 11,35 1.683 9,75 15.837 91,76

Porangatu 201 2,19 532 5,79 1.386 15,08 8.903 96,90

Quirinópolis 316 3,36 310 3,29 586 6,22 2.690 28,57

Rio Verde 600 2,02 1.538 5,17 1.294 4,35 11.820 39,73

Santa Helena de Goiás 487 5,29 441 4,79 996 10,81 7.270 78,92

Santo Antônio do Descoberto 162 1,35 1.760 14,66 1.571 13,09 11.328 94,35

São Luís de Montes Belos 93 1,38 122 1,81 280 4,16 3.811 56,56

Senador Canedo 798 5,91 1.309 9,69 763 5,65 12.387 91,69

Trindade 303 1,43 1.536 7,26 1.370 6,47 12.876 60,84

Uruaçu 199 2,38 458 5,49 1.736 20,80 7.314 87,65

Valparaíso de Goiás 570 2,32 1.949 7,94 911 3,71 17.772 72,42

DEMAIS MUNICÍPIOS 8.591 2,81 15.745 5,14 33.664 10,99 261.868 85,51

TOTAL 34.483 2,81 72.214 5,89 81.175 6,62 754.992 61,56

Fonte: Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatística e Informações (CEI)

Déficit Habitacional no Brasil – Municípios Selecionados e Microrregiões Geográficas Notas: Municípios de população na cidade, inferior a 20.000 habitantes foram agrupados em "DEMAIS MUNICÍPIOS" (1) Apenas casas e apartamentos urbanos; (2) Casas e apartamentos urbanos que não possuem um ou mais dos serviços de infraestrutura: iluminação elétrica, rede geral de abastecimento de água, de esgotamento sanitário ou fossa séptica, e coleta de lixo.

Em termos de densidade habitacional ou adensamento urbano excessivo registrado nas microrregiões de Goiás – que é dada pela razão entre o total de moradores do domicílio e o número total de cômodos do mesmo, excluídos o(s) banheiro(s) e mais um cômodo, destinado à cozinha (evidencia a densidade excessiva o dormitório com

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densidade acima de 3 pessoas) observa-se os piores percentuais na região do Entorno de Brasília (7 municípios com densidade excessiva acima de 20% dos domicílios); no Nordeste de Goiás (microrregião Chapada dos Veadeiros e Vão do Paraná), e indicadores semelhantes na RM de Goiânia (caso de Senador Canedo e Aparecida de Goiânia).

Mapa 37

Nos municípios de Goiás com população urbana acima de 20 mil habitantes, observa-se a seguinte situação: - o pior índice de densidade excessiva no município de Águas Lindas de Goiás,

com 33,64% dos domicílios nessa situação, além dos maiores percentuais exibidos na totalidade dos municípios do Entorno do DF;

- a microrregião Goiânia, que tem o 2º menor percentual, abriga município com

índices semelhantes ao Entorno de Brasília – caso de Senador Canedo com 26,81%;

- os índices apresentados pelos municípios da Região Norte oscilaram entre 10%

e 15%; e os menores percentuais nas microrregiões de São Miguel do Araguaia (5,86%), Sudoeste de Goiás (5,70% – caso do município de Jataí alcançou 13,86% de densidade excessiva); Porangatu (caso dos municípios de mesmo nome com 13,20% e Niquelândia com 12,36%); Aragarças (5,10%) e Vale do Rio dos Bois (4,69% – com destaque dos município de Acreúna que apresentou densidade excessiva de 17,06%, seguido pelo município de Paraúna, na mesma microrregião, com densidade de 11,80%) – dados apresentados no Gráfico a seguir.

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Figura 35

Em termos de inadequação fundiária urbana o pior percentual foi observado na microrregião de Anápolis – em torno de 3,87% da inadequação registrada na microrregião. Na seqüência aparecem outras 15 microrregiões com percentuais entre 1,88% e 3,43% de inadequação fundiária, e somente 2 microrregiões com percentual abaixo de 1,87%: a Vale do Rio dos Bois e Aragarças.

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Mapa 38

Quanto aos Domicílios sem banheiro, observa-se uma predominância das maiores carências nas regiões Norte e Nordeste do Estado, sendo os piores índices nas microrregiões Vão do Paraná (20,25%), São Miguel do Araguaia (19,94%), Chapada dos Veadeiros (18,36%) e Porangatu (17,89%).

Mapa 39

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3.5. Assentamentos Precários em Goiás 3.5.1. Domicílios em aglomerados subnormais Pelo conceito de aglomerado subnormal, o IBGE define ―os setores marcados por precariedade habitacional e de infraestrutura, alta densidade e ocupação de terrenos alheios‖ – erroneamente esse conceito é mais usado para definição de favelas. O setor censitário é a desagregação mínima de informações dos levantamentos censitários e, embora o seu tamanho varie segundo as condições urbanas, as regiões do país e os recenseamentos, os setores censitários apresentam, em geral, tamanho reduzido, representando uma unidade de análise com homogeneidade bastante razoável.13 Conforme informações da Fundação João Pinheiro, a partir dos dados do IBGE, no ano de 2000 havia em Goiás 6.268 domicílios em aglomerados subnormais urbanos (todos os aglomerados subnormais rurais se localizam em áreas de extensão urbana). A maior concentração dos aglomerados subnormais é na capital do Estado – Goiânia tinha 4.786 domicílios nessa condição, seguida pelos municípios: Valparaíso de Goiás, no Entorno do DF, com 828 domicílios; Anápolis com 591 domicílios; e 29 domicílios na microrregião São Miguel do Araguaia (apenas localizado em Demais Municípios com menos de 20 mil habitantes – pelos microdados do IBGE observa a ocorrência de aglomerados subnormais nos municípios de Crixás e Bonópolis).

Mapa 40

Ainda segundo a Fundação João Pinheiro, o déficit habitacional entre os assentamentos subnormais, teoricamente, tende a atingir proporções maiores que nos demais domicílios: em Goiás, no ano 2000, o déficit habitacional correspondia a 9,8% dos domicílios, enquanto nos aglomerados subnormais alcançou 15,1% dos domicílios (ou 952 domicílios). Nas respectivas microrregiões o déficit

13

O IBGE considera como setores subnormais as aglomerações com no mínimo 59 unidades habitacionais.

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habitacional entre os domicílios subnormais atingiu as seguintes proporções: Goiânia 15,59% (ou 746 domicílios); Entorno do DF 13,06% (ou 109 domicílios); Anápolis 11,51% (ou 68 domicílios) e São Miguel do Araguaia 46,03% (ou 29 domicílios).

Mapa 41

Dados recentes, da pesquisa Déficit Habitacional 2008, mostram que, no total do Estado de Goiás, o déficit habitacional proporcional entre os domicílios de aglomerados subnormais vem aumentando significativamente, seguindo tendência diversa do déficit geral que vem mostrando redução: no ano 2000 o déficit habitacional percentual em relação aos domicílios em aglomerados subnormais era 15,19%, e no ano de 2008, esse percentual aumentou para 19,40% – dados no Gráfico abaixo.

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Figura 36

3.5.2. Espacialização dos Assentamentos Precários Estudo desenvolvido pelo Centro de Estudos da Metrópole (CEM/Cebrap), baseado em cálculo de estimativas e cartografias de assentamentos precários em nível intraurbano para um conjunto de cidades escolhidas, propôs quantificar, caracterizar e localizar o problema da precariedade habitacional, objetivando fornecer um conjunto de informações gerais desagregadas, e organizadas em nível nacional, para subsidiar o processo de decisão relativo às políticas de habitação para assentamentos precários, e o desenvolvimento de políticas locais pelos municípios, induzindo o planejamento, a implementação das ações, além da construção de sistemas de informação locais.14 No que diz respeito aos problemas de definição, o estudo do CEM/Cebrap considera que ―a questão da habitação precária envolve diversas situações distintas, como favelas, loteamentos clandestinos e/ou irregulares e cortiços, marcadas também por intensa heterogeneidade interna – e que mesmo os conjuntos habitacionais construídos pelo poder público em décadas recentes, por vezes, apresentam avançado estado de degradação e solicitam atenção por parte de políticas públicas que intervenham na precariedade habitacional e urbana, e que a especificação das diferenças entre essas modalidades de moradia precária, na maioria das vezes, depende de vistorias de campo e, ao menos no caso da questão fundiária, de acesso a documentos cadastrais.15

Para o conjunto do país, o IBGE havia calculado 6.365.573 indivíduos em setores subnormais e o estudo do CEM/Cebrap acrescentou outros 6.050.258, totalizando 12.415.831 de pessoas nesses setores– ou 14,1% da população residente nos municípios estudados. No total de domicílios particulares permanentes, 3.165.086 foram classificados como subnormais ou como setores precários – ou 13% dos

14

CEM/Cebrap. Assentamentos Precários no Brasil Urbano. Secretaria Nacional de Habitação/

Mcidades, Brasília- DF. 2008 (elaborado no âmbito do Projeto PNUD BRA/00/19 — Apoio à implementação do Programa Habitar Brasil-BID). 15

Além da base fundiária de nossas cidades nos Cartórios de Registros de Imóveis ser sobremaneira desordenada, em geral nas administrações públicas praticamente inexistem bases cartográficas digitais de boa qualidade.

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domicílios nos municípios estudados, indicando que esses setores tendem a concentrar domicílios com maiores números de moradores do que quando consideradas apenas as informações dos levantamentos censitários16. No tocante à metodologia do estudo do CEM/Cebrap, foram incluídos na delimitação do universo da pesquisa os municípios brasileiros pertencentes a regiões metropolitanas, independentemente do tamanho, assim como os demais municípios com população superior a 150 mil habitantes em 200017. A fonte de dados utilizada para a análise quantitativa foi o arquivo agregado por setores censitários do Censo Demográfico 2000, e as cartografias extraídas da base Cartografias e Estruturas Territoriais do IBGE. Entretanto, o estudo CEM/Cebrap promoveu fusão dos setores rurais e setores urbanos de forma a representar, num único arquivo, a área integral dos municípios. Entre as divisões regionais do estudo, duas contemplam municípios do Estado de Goiás: Demais Municípios do Estado de Minas Gerais e Centro-Oeste e Distrito Federal e RM de Goiânia.

Mapa 42

Demais Municípios do Estado de Minas Gerais e Centro-Oeste18 incluídos na amostra: Abadiânia, Água Fria de Goiás, Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Anápolis, Bela Vista de Goiás, Bonfinópolis, Brazabrantes, Cabeceiras, Caldazinha, Cidade

16

O setor censitário tende a abranger sempre um número de domicílios superior a 50 U.H.(embora haja exceções), o que significa que núcleos de moradia precária de pequeno porte tendem a ser incluídos em áreas urbanas mais amplas e ter os seus indicadores ―diluídos‖ em médias socialmente heterogêneas. 17

A estes foram somados, a pedido do Ministério das Cidades, outros 6 municípios de menor porte que receberão investimentos públicos expressivos do PAC. Em seu conjunto, foram selecionados 561 municípios, englobando 98% dos setores censitários classificados como subnormais pelo IBGE em 2000. 18

O conjunto denominado Demais Municípios do Estado de Minas Gerais e Centro-Oeste é composto por uma seleção de 70 municípios para o estudo, pertencentes aos estados de Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.

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Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Corumbá de Goiás, Cristalina, Divinópolis, Formosa, Guapó, Inhumas, Luziânia, Mimoso de Goiás, Nova Veneza, Novo Gama, Padre Bernardo, Pirenópolis, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto, São João do Oriente, Terezópolis de Goiás, Valparaíso de Goiás e Vila Boa. As estimativas de assentamentos precários para a região Demais Municípios do Estado de Minas Gerais e Centro-Oeste mostram variações significativas quanto à dimensão do problema, assim como diferenças quanto às características de precariedade (infraestrutura urbana, tipo de ocupação e padrão construtivo). A identificação dos setores precários para esta região aponta para uma estimativa de 5,21% do total de domicílios, e 5,66% da população total dos municípios estudados – uma estimativa relativamente baixa quando comparada à média nacional. Entre os municípios goianos inclusos na regionalização, com maior número de domicílios em setores subnormais e precários, destaca-se Vila Boa, com todos os domicílios situados em setores precários. Os demais figuram nas seguintes proporções: Corumbá de Goiás com 34,03% dos domicílios; Padre Bernardo, Cabeceiras e Bela Vista de Goiás com percentuais de 19,37%, 14,07% e 14,04%, respectivamente; cerca de 8 municípios entre 5% e 10% (Abadiânia 9,63%, Caturaí 8,06%, Novo Gama 9,07%, Pirenópolis 8,36%, Cocalzinho de Goiás 7,38%, Valparaíso de Goiás 6,67%, Cristalina 5,28% e Planaltina 4,84%); e os outros 17 municípios abaixo de 5% – todos municípios de pequeno porte, com menos de 20 mil habitantes em área urbana, com exceção da Cidade Ocidental (38 mil habitantes).

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Tabela 38

Goiás: Estimativa de Domicílios em assentamentos precários em áreas urbanas, 2000

Nome do município Domicílios em Setores Subnormais

Domicílios em

Setores Precários

Domicílios em Setores Subnormais

+ Setores Precários

Total de Domicílios em todos os Tipos

de Setores

% de Domicílios em

Assentamentos Precários

Abadiânia 0 186 186 1.932 9,63%

Água Fria de Goiás 0 0 0 401 0,00%

Águas Lindas de Goiás 0 147 147 26.343 0,56%

Alexânia 0 0 0 4.311 0,00%

Anápolis 588 1.487 2.075 78.073 2,66%

Bela Vista de Goiás 0 507 507 3.612 14,04%

Bonfinópolis 0 0 0 1.362 0,00%

Brazabrantes 0 0 0 507 0,00%

Cabeceiras 0 178 178 1.265 14,07%

Caldazinha 0 0 0 341 0,00%

Caturaí 0 72 72 893 8,06%

Cidade Ocidental 0 0 0 9.743 0,00%

Cocalzinho de Goiás 0 117 117 1.585 7,38%

Corumbá de Goiás 0 507 507 1.490 34,03%

Cristalina 0 360 360 6.824 5,28%

Divinópolis 0 596 596 48.654 1,22%

Formosa 0 288 288 17.385 1,66%

Guapo 0 0 0 2.731 0,00%

Inhumas 0 303 303 11.371 2,66%

Luziânia 0 1.235 1.235 32.853 3,76%

Mimoso de Goiás 0 0 0 305 0,00%

Nova Veneza 0 0 0 1.503 0,00%

Novo Gama 0 1.656 1.656 18.257 9,07%

Padre Bernardo 0 655 655 3.381 19,37%

Pirenópolis 0 275 275 3.289 8,36%

Planaltina 0 836 836 17.260 4,84%

Santo Antônio do Descoberto 0 265 265 12.007 2,21%

Terezópolis de Goiás 0 0 0 955 0,00%

Valparaíso de Goiás 874 763 1.637 24.551 6,67%

Vila Boa 0 634 634 634 100,00% Fonte: CEM/Cebrap a partir do Censo Demográfico IBGE (2000). Elaboração: Agehab. * Inclui setores em área rural de extensão urbana.

A população residente nos assentamentos precários, no entanto, se avoluma na medida em que se considera o tamanho dos municípios e os números exatos de pessoas nessas habitações. Com exceção do município de Vila Boa que tem 100% da sua população residindo nessas habitações (2.683 pessoas), destaca-se os municípios: Anápolis (7.756 hab.); Novo Gama (6.763 hab.); Valparaíso de Goiás (6.691 hab.); Luziânia (5.136 hab.); Planaltina (3.673 hab.); Padre Bernardo (2.547 hab.); Divinópolis (2.159 hab.); Bela Vista de Goiás (1.782 hab.); Cristalina (1.556 hab.); Inhumas (1.150 hab.) e Santo Antônio do Descoberto (2.683 hab.). No município de Anápolis os três setores identificados como subnormais e os setores precários correspondem predominantemente a áreas isoladas da zona urbana, com características predominantemente rurais e pouco adensadas, além de uma grande área ao sul do município, com ocupação predominantemente industrial. Em Bela Vista

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de Goiás, as áreas identificadas como precárias correspondem a ocupações nos limites da zona urbana da cidade – a sudeste e a noroeste –, rodeada pela zona rural, pouco adensada, com lotes grandes e ocupação similar ao tipo chácaras.

Mapa 43 - Distribuição espacial dos setores censitários segundo tipo de assentamento. Municípios de Anápolis e Bela Vista de Goiás

Mapa 44

Nessa região, verifica-se que os baixos níveis de esgotamento sanitário caracterizam praticamente todos os tipos de setores, indicando um padrão mais precário do que os padrões nacionais. No total dos setores urbanos ou rurais de extensão urbana dos municípios dessa região a média de domicílios sem ligação à rede de esgoto ou fossa séptica (35,51%) encontrava-se acima da média nacional (20,06%), sendo que, no caso dos setores precários, essa proporção era ainda maior (46,07%). Apesar de nos setores comuns da região praticamente todos os domicílios possuírem banheiro ou sanitário, nos setores subnormais e precários o número de domicílios sem banheiro ou sanitário correspondia em média a 6,5%. Distrito Federal e RM de Goiânia: foram incluídos 11 municípios da Região Metropolitana de Goiânia e o Distrito Federal, excluídos os municípios do entorno de

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Brasília e o município de Bela Vista de Goiás, que não pertencia à RM de Goiânia no momento da realização do Censo Demográfico de 2000 – ambos analisados na classificação Demais Municípios do Estado de Minas Gerais e Centro-Oeste. A região Distrito Federal e RM de Goiânia apresentou uma das menores estimativas de assentamentos precários em comparação às demais regiões do país, ainda que a aplicação do modelo tenha mais do que dobrado o número de domicílios em situação similar aos setores subnormais — destacando-se o Distrito Federal, com a maior presença de assentamentos precários da região, tanto em termos absolutos como relativos. No entanto, o modelo de setores precários não parece contemplar especificidades da capital federal, como a presença de grandes áreas institucionais, marcadas por heterogeneidades internas ou mesmo condições de irregularidade fundiária. Na média, 2,7% dos domicílios (ou cerca de 26 mil domicílios) e 2,8% da população urbana (pouco mais de 100 mil pessoas – o que não é exatamente pouco) vivem em setores com condições sociais e habitacionais precárias no conjunto desta região. Como pode ser observado nas Tabelas seguintes, foram identificados setores precários nos municípios de: Aparecida de Goiânia, Goiânia, Senador Canedo (RM de Goiânia) e no Distrito Federal. Entre os três municípios da RM de Goiânia, a capital é que apresentou o maior número absoluto de domicílios e pessoas vivendo em setores precários. Para o município de Goiânia, as estimativas apontam para a existência de 6.898 domicílios nos setores identificados como subnormais e precários ou o equivalente a 2,21% do total de domicílios urbanos. Com relação ao contingente populacional, são estimadas 25.097 pessoas vivendo em setores precários, ou 2,32% da população urbana de Goiânia. Apesar de Aparecida de Goiânia e Senador Canedo não terem nenhum setor do tipo subnormal, as estimativas apontaram para a presença de alguns setores precários nestes dois municípios. No caso de Senador Canedo, apenas 1 setor censitário foi estimado como precário, com um total de 357 domicílios e uma população de 1.362 habitantes. Em Aparecida de Goiânia 3 setores censitários foram identificados como precários, totalizando 927 domicílios e cerca de 3.718 pessoas. O Mapa seguinte mostra a distribuição espacial dos setores censitários classificados como assentamentos precários nos municípios que compõem a RM de Goiânia. O total de assentamentos precários é formado pela soma dos setores subnormais do IBGE (em vermelho nos mapas) e dos setores classificados como precários pela estimativa (em laranja nos mapas).

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Mapa 45 - Distribuição espacial dos setores censitários segundo o tipo de assentamento: RM de Goiânia

No caso do município de Goiânia, a parte da cidade com a maior concentração espacial de setores classificados como precários está localizada ao sul do setor leste, relativamente próximo à BR-153, que atravessa o município, nas redondezas do Setor Pedro Ludovico e Jardim Goiás. Um setor mais ao sul, em Jardim das Laranjeiras, foi classificado como precário e localiza-se na franja urbana da cidade, vizinho à zona rural. Há também alguns poucos setores identificados como precários no setor central do município, além de aglomerados de tipo subnormal ao norte da malha urbana de Goiânia, identificados como Jardim Guanabara. A oeste, verifica-se três setores subnormais e dois setores censitários precários (em laranja) também na franja urbana do município, em Vera Cruz. Um setor isolado, à noroeste da malha urbana também foi identificado como precário, em São Domingos. Em Senador Canedo há apenas um setor censitário identificado como precário (em laranja no mapa). Em Aparecida de Goiânia os 3 setores precários localizam-se na porção sudoeste da malha urbana da cidade. Na comparação dos dados nacionalmente, o estudo evidenciou que na região Distrito Federal e RM de Goiânia se localiza uma das situações mais precárias em termos de infraestrutura, só comparada aos índices da Região Norte do Brasil – entre 45% e 65% dos domicílios no aglomerados subnormais não contam com rede de água e de esgoto; entre 10% e 26% não conta com coleta de lixo e 62,31% não tem acesso á rede de esgoto ou fossa séptica. A proporção de domicílios que não tinham esgotamento sanitário adequado nos setores estimados como precários (47,41% dos domicílios) não são tão altos quanto à proporção de domicílios sem cobertura deste serviço nos setores subnormais (62,31%). Por outro lado, a cobertura nos setores comuns é mais ampla que nos dois tipos de assentamentos anteriores: cerca de 21,24% destes domicílios não tinham ligação com a rede de esgoto ou fossa séptica (conforme a Tabela abaixo).

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Tabela 39 - Condições habitacionais e sociais médias por tipo de assentamento

Tipo de Setor

Censitário

Ou

tra

co

nd

içã

o d

e

po

ss

e d

a M

ora

dia

(%)

Ou

tra

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(%)

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0 a

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s

Do

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s

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rov

isa

do

s

(Mé

dia

)

*Áreas Urbanas da região Distrito Federal e RM de Goiânia

Setores Subnormais 44,05 31,82 5,00 64,85 4,94 26,04 62,31 28,75 0,68

Setores Precários 30,06 48,59 6,37 44,87 5,04 10,02 47,41 29,04 4,72

Setores Comuns 0,65 0,89 4,17 14,56 0,60 1,80 21,24 19,60 1,42

Total 1,62 1,91 4,21 15,61 0,72 2,22 22,11 19,84 1,45

Total Brasil **

Setores Subnormais 7,51 21,31 3,28 12,47 4,47 9,30 38,67 23,38 1,42

Setores Precários 4,95 18,88 2,87 17,10 6,14 13,71 40,60 22,30 1,72

Setores Comuns 0,81 1,69 1,15 8,12 1,04 3,74 17,15 14,68 0,91

Total 1,54 4,07 1,40 8,98 1,60 4,74 20,06 15,75 1,00

Fonte: Censo Demográfico IBGE (2000) a partir de CEM/Cebrap. Elaboração: Agehab. 3.6. Demanda Espontânea por Moradia: Cadastro Eletrônico A demanda espontânea considerada no presente diagnóstico diz respeito aos cadastros da demanda por habitação, registrado pelo Programa Moradia Digna, sob a coordenação da AGEHAB. Em todo o Estado de Goiás foram registrados cadastros para 221.624 unidades habitacionais. Realizando a distribuição da demanda por Região de Planejamento podemos obter o seguinte quadro:

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Figura 37

A Região Metropolitana de Goiânia se destaca como a área de maior necessidade de moradia, 29,18% do total estadual. Dos 64.672 cadastros realizados nesta região, 56.696 famílias demandaram unidades habitacionais novas, o que requer por parte do Estado nos próximos anos maior recurso para desapropriações e aumento da aplicação de instrumentos que permitam o acesso à terra urbana para habitação de interesse social. Em um nível intermediário de demanda, podemos verificar que as áreas do entorno do Distrito Federal, o Norte, Oeste, Centro e Sudoeste Goiano englobam, cada uma delas, de 8% a 12% da demanda estadual. Contudo, percebemos que as regiões do Nordeste, Noroeste e Sudoeste Goiano (Estrada de Ferro) abrangem menos de 5% da demanda do Estado, cada. No Estado de Goiás, a demanda por reforma totaliza 23,54%, enquanto a demanda por construção em lote próprio encerra em 5,7%. Considerando todo o Estado de Goiás 70,39% dos cadastros representa demanda por novas unidades, 23,54% por reforma e apenas 5,70% demandaram materiais para construção em lote próprio. Ao qualificar o perfil da demanda, é observado que 50,36% dos cadastros são de famílias com renda até um salário mínimo. Considerando o recorte de famílias que ganham até três salários mínimos, este percentual aumenta para 85,38% dos demandantes. Este grupo também se concentra na Região Metropolitana de Goiânia.

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Figura 38

Apesar de verificarmos que a demanda absoluta se concentra na Região Metropolitana de Goiânia, quando consideramos a demanda espontânea em relação ao número de domicílios de cada Região de Planejamento, as regiões do Centro Goiano, Sudeste Goiano e Entorno de Brasília se destacam por possuírem maiores índices. Contudo, a demanda espontânea não se concentra necessariamente nos espaços com maior déficit habitacional. (vide mapas a seguir) Isto se deve principalmente porque a demanda espontânea reflete a dinâmica econômica da região, assim como pode sofrer influencia do nível de desenvolvimento institucional dos municípios e de organização das comunidades. Desta forma, se constata que a procura por novas unidades habitacionais pode ultrapassar o déficit.

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Mapa 46

Mapa 47

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4. Oferta Habitacional A seguir, apresentam-se os dados das ações habitacionais, tanto de iniciativa federal quanto estadual, contratadas na década de 2000 no estado de Goiás. Será contemplada na análise parte dos programas apresentados na parte do documento intitulada ―Estrutura Institucional e Programas Habitacionais‖. Anteriormente à apresentação dos números dos programas de per se, cabe observar a série história que os programas habitacionais estaduais e federais perfazem no período que se estende de 2001 a 2010.

Figura 39

9.852

2.681 3.264

2.202

5.942

13.185

7.209 7.937

4.780

592

25547

9095

18164

9795

13939

7872

3576

2725 2714

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Série Histórica - Famílias Atentidas por programas de Habitação 2001-2010

Governo Federal Governo do Estado

Fonte: AGEHAB, Cheque-Moradia, 2001-2010. Fonte: MCidades, posição 09/2010. Tabulação e elaboração: Herberth Duarte dos Santos.

Conforme deixa claro o gráfico, o fluxo dos programas estaduais19 apresenta picos nos anos eleitorais, com a exceção dos anos de 2008 e 2010, o que denota uso clientelístico do cheque-moradia, e segue trajetória descendente a partir de 2006, entre outras coisas, em função da crise financeira do Estado. Concomitante e inversamente, o fluxo dos programas federais seguem trajetória ascendente, fortemente impulsionado pela expansão, em curso pelo menos desde 2005, do volume de recursos federais para a habitação. A trajetória ascendente dos programas federais acompanha, deve-se registrar, o aumento no uso do Cheque-Moradia enquanto contrapartida. É importante observar que os programas federais contemplados pelo gráfico, além de possuírem natureza distinta relativamente ao Cheque-Moradia, são distintos entre si,

19

Ainda que a Agência Goiana de Desenvolvimento Regional (AGDR) e a Secretaria das Cidades (SCidades) também desenvolvam ações habitacionais, a maior parte dos recursos e dos benefícios dos programas habitacionais é resultado da atuação da AGEHAB, coordenadora do Cheque-Moradia.

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contemplando seja urbanização de assentamentos precários seja produção de unidades habitacionais. Como conseqüência, as ―famílias atendidas‖ receberam benefícios os mais diversos, desde a cesta de material de construção para a reforma de suas moradias, passando pela urbanização dos assentamentos onde moram até a aquisição de novas unidades habitacionais. O gráfico, portanto, é apenas uma primeira aproximação. Nas linhas que se seguem, apresenta-se de maneira detida os números do atendimento de cada um dos programas. 4.1. Esfera Estadual

4.1.1. Ações de Regularização Fundiária Atualmente o governo do estado de Goiás encontra-se discutindo legislação específica para procedimento de regularização fundiária em assentamentos precários e em áreas de implantação de habitação de Interesse Social. Esse viés da política habitacional visa garantir a segurança de posse às famílias com intuito de possibilitar um planejamento familiar baseado nesta estabilidade, fazendo com que as melhorias realizadas em sua moradia não sejam em vão devido eventual remoção ou despejo, possibilitando ainda uma melhor qualidade no investimento realizado. No Estado de Goiás, a demanda por regularização fundiária, medida através do número de processos administrativos abertos para este fim, é de 74 loteamentos. De todos os loteamentos com processo de regularização fundiária solicitada, 67,57% tem como proprietário o Governo do Estado. Além disto, 12,16% possuem como proprietário a Prefeitura e 16,22% dos loteamentos não possuem proprietário identificado.

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Figura 40 - Perfil da demanda por regularização fundiária atendida pela AGEHAB

Dentre as regiões de planejamento com mais processos de regularização fundiária protocolados na AGEHAB observamos o Centro Goiano (Eixo BR-153), o Oeste Goiano com 32,43% e 22,97% dos processos, respectivamente, representando a metade da demanda por regularização no estado. Contudo, a AGEHAB possui dados sobre a quantidade de lotes irregulares informados pelos diversos municípios a título de mapear uma demanda não identificada pelo número de processos na instituição. Ao analisarmos os municípios que comunicaram a existência de lotes irregulares e a atuação da AGEHAB, podemos obter o seguinte mapa:

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Mapa 48

Percebemos que alguns municípios não estão sendo atendidos pela AGEHAB, provavelmente por que a demanda de lote irregular pode estar localizada em terrenos privados e atualmente a AGEHAB atua principalmente na legalização de terrenos públicos. Outra possibilidade para justificar o descompasso entre demanda por regularização fundiária e a falta de atendimento desta estaria associada a um baixo desenvolvimento institucional das prefeituras que não conseguiriam manter registros atualizados de assentamentos irregulares em seus municípios, nem informação suficiente para iniciar algum processo.

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Figura 41 - Relação entre demanda por regularização protocolada e lotes irregulares identificados

A análise da demanda por regularização nos mostra que apesar da Região metropolitana apresentar apenas 12 loteamentos irregulares, estes somam 29.900 unidades habitacionais irregulares, 61,47% da demanda de todo o estado de Goiás, enquanto o Centro e o Oeste goianos somados atingem apenas 6,4% dos lotes irregulares identificados.20

Tabela 40

Regiões de Planejamento Quantidade de Lotes

Irregulares

Centro Goiano (Eixo BR-153) 983

Entorno do Distrito Federal 542

Metropolitana de Goiânia 29.900

Nordeste Goiano 184

Noroeste Goiano 1.234

Norte Goiano 778

Oeste Goiano 2.128

Sudeste Goiano (Estrada de Ferro) 1.064

Sudoeste Goiano 9.208

Sul Goiano 2.620

Total 48.641

Ao compararmos o número de lotes irregulares com o número de domicílios de cada município, podemos verificar que municípios do Centro Goiano apresentam maior

20

A comparação com o número de lotes em processo de regularização não é válida, visto que 47,3% dos processos não quantificam a demanda de lotes a serem regularizados em cada loteamento.

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índice de irregularidade fundiária. A demanda por regularização nesta área pode estar se dando também sob efeito da dinâmica econômica gerada na área a partir da construção do Eixo norte-Sul.

Mapa 49

4.1.2. Cheque Moradia Segundo dados da divisão de informática da AGEHAB, de 2001 a 2010, foi emitida nas modalidades construção e reforma do Cheque-Moradia, respectivamente, 53.575 e 36.180 cheques, somando 89.755. Na modalidade comunitária, por sua vez, foram emitidos 1.117 cheques. Os benefícios do Cheque-Moradia, em suas modalidades construção e reforma, foram distribuídos para 234 municípios, o que representa 95,1 % dos municípios do Estado. Na modalidade comunitária, foram atendidos 144 municípios, o equivalente a 58,54% do total. Se computarmos todos os municípios que receberam pelo menos um benefício da AGEHAB, chegamos ao total de 242 cidades atendidas, o equivalente a 98,37% do total do Estado. Número que mostra a capilaridade alcançada pela empresa neste período. Com os cheques comunitários, foram gastos R$53.316.000, destes, R$40.900.000 (76,71%) nos anos de 2005 e 2006. No gráfico, visualiza-se a série histórica de oferta deste benefício e, nas tabelas, são apresentados, respectivamente, as quantidades e os valores gastos para cada ano da série.

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Como é fácil observar, a oferta desta modalidade de benefício sofreu uma forte redução em 2007 e vem reduzindo de forma gradativa até 2010.

Figura 42

408 412

12696

43 32

2005 2006 2007 2008 2009 2010

Série Histórica - Cheques Comunitários

Cheques Comunitários

Fonte: AGEHAB, Cheque-Moradia, 2001-2010. Tabulação e elaboração: Herberth Duarte dos Santos.

Tabela 41

Ano Freq. %

2005 408 36,53%

2006 412 36,88%

2007 126 11,28%

2008 96 8,59%

2009 43 3,85%

2010 32 2,86%

Total 1117 100,00%

Tabela 1 - Cheques Comunitários - Quantidade

Ano Valor R($) %

2005 21.864.000,00R$ 41,01%

2006 19.036.000,00R$ 35,70%

2007 5.490.000,00R$ 10,30%

2008 3.932.000,00R$ 7,37%

2009 1.966.000,00R$ 3,69%

2010 1.028.000,00R$ 1,93%

Total 53.316.000,00R$ 100,00%

Tabela 2 - Cheques Comunitários - Valores

Fonte: AGEHAB, Cheque-Moradia, 2001-2010. Tabulação e elaboração: Herberth Duarte dos Santos.

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Considerando-se os cheques construção e reforma, percebe-se, em uma análise vertical, com a porcentagem ano a ano do total ofertado em todo o período, que, os anos de 2002, 2004 e 2006 foram aqueles em que a Agehab mais ofertou seus cheques, o que provavelmente se explica, por serem estes, anos eleitorais.

Tabela 42

Construção Reforma

2001 0,21% 1,33%

2002 33,36% 21,21%

2003 4,83% 17,15%

2004 21,66% 17,16%

2005 9,72% 12,68%

2006 16,60% 13,73%

2007 8,53% 9,13%

2008 2,32% 1,00%

2009 1,10% 1,77%

2010 1,66% 4,84%

Total 100,00% 100,00%

Análise VerticalAno

Fonte: AGEHAB, Cheque-Moradia, 2001-2010. Tabulação e elaboração: Herberth Duarte dos Santos.

A análise horizontal nos mostra o peso dos cheques Construção e Reforma, diante do total para cada ano. Assim, é possível notar, por exemplo, que nos anos de 2001, 2003, 2009 e 2010 foram concedidos mais cheques reforma do que cheque construção e, nos demais anos, mais cheques construção do que cheques reforma.

Tabela 43

Construção Reforma

2001 18,92% 81,08%

2002 69,96% 30,04%

2003 29,45% 70,55%

2004 65,15% 34,85%

2005 53,16% 46,84%

2006 64,17% 35,83%

2007 58,04% 41,96%

2008 77,40% 22,60%

2009 48,01% 51,99%

2010 33,74% 66,26%

Total 59,69% 40,31%

Análise HorizontalAno

Fonte: AGEHAB, Cheque-Moradia, 2001-2010. Tabulação e elaboração: Herberth Duarte dos Santos.

A síntese destes resultados está expressa no gráfico abaixo, sendo possível notar os picos nos anos eleitorais e a forte tendência de queda após 2006.

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Figura 43

592

25.547

8.795

17.814

9.795

13.861

7.872

1.606 1.2292.644

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Títu

lo d

o E

ixo

Série Histórica - Cheques Contrução e Reforma

Construção

Reforma

Total

Fonte: AGEHAB, Cheque-Moradia, 2001-2010. Tabulação e elaboração: Herberth Duarte dos Santos.

Tabela 44

Ano Construção Reforma Total

2001 112 480 592

2002 17.872 7.675 25.547

2003 2.590 6.205 8.795

2004 11.605 6.209 17.814

2005 5.207 4.588 9.795

2006 8.895 4.966 13.861

2007 4.569 3.303 7.872

2008 1.243 363 1.606

2009 590 639 1.229

2010 892 1.752 2.644

Total 53.575 36.180 89.755

Tabela 4 - Totais, ano a ano

Fonte: AGEHAB, Cheque-Moradia, 2001-2010. Tabulação e elaboração: Herberth Duarte dos Santos.

Comparando-se a distribuição dos cheques construção e reforma por microrregião com o déficit habitacional básico estimado para 2000, observam-se alguns descompassos. O peso da distribuição dos benefícios tem uma variação considerável, com piso de 0,61% na microrregião da Chapada dos Veadeiros e o teto na microrregião de Goiânia, que recebeu 26,58% dos benefícios. É natural que se tenham grandes variações, já que cada microrregião tem um peso no déficit habitacional básico estadual. Ocorre que esta variação não segue as proporções do déficit, gerando distorções absurdas.

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A microrregião do Entorno de Brasília tem sido severamente prejudicada pela lógica que presidiu à distribuição dos benefícios pela AGEHAB. Entre 2001 e 2010, enquanto 8 das 18 microrregiões receberam, em números absolutos, mais benefícios do que foi computado como déficit habitacional básico, a microrregião do Entorno que tem um déficit equivalente à 19,19% do total do Estado recebeu apenas 4,97% dos benefícios, menos que a microrregião do Vale do Rio dos Bois, que recebeu 5,70% dos benefícios quando seu déficit corresponde a apenas 1,67% do total do Estado.

Tabela 45

Microrregiões

Nº de

Muni.Déficit Peso Benefícios Peso

001 - São Miguel do Araguaia 7 2.693 1,96% 1.852 2,06% 841 -0,10%

002 - Rio Vermelho 9 2.755 2,00% 1.970 2,19% 785 -0,19%

003 - Aragarças 7 2.202 1,60% 703 0,78% 1.499 0,82%

004 - Porangatu 19 7.500 5,45% 2.618 2,92% 4.882 2,53%

005 - Chapada dos Veadeiros 8 2.631 1,91% 547 0,61% 2.084 1,30%

006 - Ceres 22 4.184 3,04% 7.275 8,11% -3.091 -5,07%

007 - Anápolis 20 9.458 6,88% 6.625 7,38% 2.833 -0,50%

008 - Iporá 10 1.297 0,94% 1220 1,36% 77 -0,42%

009 - Anicuns 13 1.819 1,32% 3.515 3,92% -1.696 -2,60%

010 - Goiânia 17 48.700 35,40% 23.854 26,58% 24.846 8,82%

011 - Vão do Paranã 12 3.863 2,81% 2.338 2,60% 1.525 0,21%

012 - Entorno de Brasília 20 26.398 19,19% 4.462 4,97% 21.936 14,22%

013 - Sudoeste de Goiás 18 9.766 7,10% 9.988 11,13% -222 -4,03%

014 - Vale do Rio dos Bois 13 2.292 1,67% 5.120 5,70% -2.828 -4,03%

015 - Meia Ponte 21 5.909 4,30% 8520 9,49% -2.611 -5,19%

016 - Pires do Rio 10 1.537 1,12% 1907 2,12% -370 -1,00%

017 - Catalão 11 2.241 1,63% 3.830 4,27% -1.589 -2,64%

018 - Quirinópolis 9 2.315 1,68% 3411 3,80% -1.096 -2,12%

Diferença

Tabela 5 - Déficit e Benefícios, por microrregião

Fonte: AGEHAB, Cheque-Moradia, 2001-2010. Tabulação e elaboração: Herberth Duarte dos Santos.

O déficit habitacional não é um indicador inerte, o que significa dizer que ainda pode existir déficit habitacional mesmo nestas regiões onde houve mais oferta que a demanda computada. Contudo, se isso é verdade para estes municípios, é uma verdade ainda maior para aqueles da Microrregião do Entorno, cuja população cresceu, de 2000 a 2010, no agregado, 29,10%.

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4.1.3. AGEHAB, AGDR e Secretaria das Cidades Além da AGEHAB, a Agência Goiana de Desenvolvimento Regional (AGDR) e a Secretaria das Cidades (SCidades) também atuam no setor habitacional. Segundo dados da SEPLAM, a AGDR ofertou 1.970 benefícios (todos em 2008). Como mostra a tabela abaixo, todos os benefícios ofertados pela AGDR foram destinados a apenas quatro municípios. Destes, dois não receberam benefícios da AGEHAB, são eles, Cidade Ocidental e Planaltina. Como mais estas duas cidades, a cobertura das políticas habitacionais do Estado passa de 234 cidades (95,12% do total) para 236 cidades, 95,93% do total.

Tabela 46

Municípios Pop.2010 Benefícios

Cidade Ocidental 55.883 500

Formosa 100.084 500

Planaltina 81.612 470

Santo Antônio do Descoberto 63.166 500

Total 300.745 1970

Fonte: AGEHAB, Cheque-Moradia, 2001-2010. Tabulação e elaboração: Herberth Duarte dos Santos.

A Secretaria das Cidades, por sua vez, ofertou, de 2003 a 2010, 2.294 benefícios, distribuídos em 40 municípios do Estado. Destes, apenas Cidade Ocidental (recebeu 50 benefícios) não constava na lista de municípios contemplados pela política de habitação da Agehab, embora já estivessem contemplados na lista da AGDR.

Figura 44

Fonte: AGEHAB, Cheque-Moradia, 2001-2010. Tabulação e elaboração: Herberth Duarte dos Santos.

A totalização dos dados nos mostra que, de 2001 a 2010, foram ofertados pelo governo do Estado, 94.019 benefícios, sendo a maior parte, 89.755 cheques, da AGEHAB, 1.970 da AGDR e 2.294 da Secretaria das Cidades.

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Tabela 47

Instituições Quant. %

AGEHAB 89.755 95,46%

AGDR 1.970 2,10%

Sec.Cid 2.294 2,44%

Total 94.019 100,00%

Política Habitacional - Distribuição de Benefícios

Fonte: AGEHAB, Cheque-Moradia, 2001-2010. Tabulação e elaboração: Herberth Duarte dos Santos.

No agregado, a série histórica tem o formato apresentado no gráfico a seguir:

Figura 45

592

25547

9095

18164

9795

13939

78723576 2725

2714

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Série Histórica - Total Estadual

Total Estadual

Fonte: AGEHAB, Cheque-Moradia, 2001-2010. Tabulação e elaboração: Herberth Duarte dos Santos.

4.2. Esfera Federal 4.2.1. Sistema Financeiro da Habitação (SFH) Tanto no Brasil como um todo quanto no estado de Goiás há uma clara evolução a partir de meados da década de 2000 na quantidade de unidades habitacionais financiadas com recursos do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) – em outros termos, com recursos do FGTS e do SBPE. No que concerne ao SBPE, duas variáveis são de particular importância, explicando a evolução do número de unidades e dos valores financiados a partir de 2005. Trata-se da Lei 10.931/2004, que conferiu segurança jurídica e econômica ao mercado privado (a promotores, financiadores e compradores), bastante frágil pela alta inadimplência; e da Resolução 3.259 do Conselho Monetário Nacional, que passou a exigir que os bancos utilizassem efetivamente os recursos da poupança para financiar a habitação,

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na proporção de 65%, sob pena de que os mesmos fossem recolhidos ao Banco Central.

Figura 46

Fonte: Cardoso e Leal, 2009.

Figura 47

Fonte: CAIXA/GO

No que concerne ao FGTS, a trajetória ascendente inicia-se antes. Isso se deve à dinâmica pró-cíclica do FGTS, que faz com que a partir de 2000 volte a haver um equilíbrio entre depósitos e retiradas e, ademais, que os rendimentos das aplicações financeiras do Fundo compensem os déficits passados. Deve-se observar que em Goiás essa trajetória ascendente no que toca às unidades habitacionais produzidas é menos oscilante, ou seja, mais contínua. Em Goiás, também a proporção FGTS/SBPE é ainda mais favorável ao FGTS que no Brasil como um todo. A partir de 2005, tem-se uma mudança qualitativa na trajetória ascendente do FGTS, uma mudança na composição por faixa de renda. A Resolução 460 do CCFGTS, de dezembro de 2004, começa a gerar efeitos a partir de maio de 2005, estabelecendo que, recursos auferidos pelas aplicações financeiras que excederem as necessidades de remuneração básica do fundo deverão ser computadas como subsídios, a serem incluídos nas operações de crédito, viabilizando as aplicações em Habitação de Interesse Social para 0 a 3 salários mínimos. Como resultado, há uma ampliação significativa dos subsídios habitacionais com recursos do FGTS. A Resolução 460 do CCFGTS tem efeito não apenas no Brasil como um todo mas também no estado de Goiás. A alteração nas regras de aplicação dos recursos do Fundo viabiliza o atendimento da população de baixa renda. Deve-se observar, contudo, que em Goiás a participação relativa da faixa de 0 a 3 S.M. no total de unidades do FGTS, embora aumente, não chega assumir proporções tão altas como as verificadas no Brasil como um todo.

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Figura 48

Fonte: Cardoso e Leal, 2009.

Figura 49

Fonte: CAIXA/GO.

Deve-se registrar que, se considerarmos o seguinte montante de recursos federais destinados à habitação em Goiás – FGTS, FGTS-Material de Construção, FAT, SBPE, Arrendamento FAR e PAR Alienação e FDS –, o FGTS corresponde a 48,3% das unidades produzidas e a praticamente 60% do valor total. O SBPE, por sua vez, corresponde a, respectivamente, 12% e 33,4%.

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Tabela 48

Fonte de Recurso Total %

FGTS 82.905 48,33

FGTS - Material Construção 60.027 34,99

SBPE 20.727 12,08

ARRENDAMENTO PAR e FAR ALIENAÇÃO 2.805 1,64

FAT 1.013 0,59

FDS 4.063 2,37

Total 171.541 100,00

Fonte de Recurso Total (milhões) %

FGTS 2.876,65R$ 56,96

FGTS - Material Construção 317,19R$ 6,28

SBPE 1.686,11R$ 33,38

ARRENDAMENTO PAR e FAR ALIENAÇÃO 78,29R$ 1,55

FAT 21,32R$ 0,42

FDS 71,05R$ 1,41

Total 5.050,61R$ 100,00

OFERTA HABITACIONAL FEDERAL POR FONTE DE RECURSO - UNIDADES HABITACIONAIS -

2000-2010 - UNIDADES

OFERTA HABITACIONAL FEDERAL POR FONTE DE RECURSO - UNIDADES HABITACIONAIS -

2000-2010 - VALORES

Fonte: CAIXA/GO.

Fonte: CAIXA/GO.

4.2.2. PAC/Habitação

Os contratos dos investimentos habitacionais do PAC/Habitação no estado de Goiás, considerando-se o período que se estende de 2007 (ano de lançamento do programa) até outubro de 2010 (posição dos dados fornecidos pelo Ministério das Cidades), somam 263,5 milhões, sendo 85,9% desse valor correspondente a repasse da União. Nesse total, a Região Metropolitana de Goiânia tem a maior participação – 59%. Em segundo e terceiro lugar, vêm o Entorno do Distrito Federal e o Centro Goiano, com respectivamente 24,3 e 9,8%. Em situação diametralmente oposta, estão as demais regiões de planejamento, cuja participação no montante chega a, no máximo, 2,1%, no caso do Sudoeste Goiano. Examinando o total contratado por modalidade, percebe-se que 61%, ou 161 milhões, correspondem às ações de urbanização, seja sob o programa PPI-Favelas seja sob a Ação de Apoio à Melhoria das Condições de Habitabilidade Assentamentos Precários; 37%, ou 97,3 milhões, estão referidos à produção de unidades habitacionais ou lotes urbanizados; e o restante, 2%, ou 5 milhões, contemplam ações de desenvolvimento institucional – elaboração de planos de HIS e assistência técnica no âmbito do SNHIS e desenvolvimento institucional via Pró-Moradia.

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Figura 50

Fonte: MCidades, posição: 29/10/2010. (1)-Desenvolvimento Institucional = Assistência Técnica, Desenvolvimento Institucional (Pró-Moradia) e PLHIS; Provisão Habitacional = Provisão Habitacional e Lotes Urbanizados.

Tabela 49

Ações de urbanização foram contratadas apenas pelas regiões Metropolitana de Goiânia, Entorno do Distrito Federal e Centro Goiano, nesta última, apenas no município de Anápolis, como será demonstrado. As ações de produção habitacional, por sua vez, não foram contratadas pelas regiões Entorno do Distrito Federal e Sudeste Goiano. Recursos para assistência técnica e elaboração de planos de HIS só não foram contratados pelo Nordeste Goiano. 4.2.2.1. Provisão habitacional No âmbito do PAC, o investimento em produção habitacional contratado soma 96,4 milhões, o que resultará no atendimento a 5.800 famílias. O programa Pró-Moradia tem apenas um empreendimento no estado, na capital Goiânia, mas responde por 68% (65,5 milhões) do valor contratado e por 54,8% (3.203) das famílias. O restante, ou seja, 30,9 milhões de reais (32%) e 2.636 famílias (45%), ficam por conta da Ação de Apoio à Provisão Habitacional de Interesse Social, integrante do SNHIS. Do valor contratado nessa ação, 47,8% destina-se à Região Metropolitana de Goiânia, 16,5% ao Sudoeste Goiano e 13,5% ao Oeste Goiano. No que toca às famílias a serem atendidas, a participação da Metropolitana de Goiânia sobe para 65,7%, ou seja, 1.732 famílias, enquanto a do Sudoeste e do Oeste Goiano caem, respectivamente, para 11 (291 famílias) e 8,7% (230).

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Mapa 50

As regiões Nordeste, Sul e Norte têm participação entre 4,5 e 6,0% no valor contratado. A região Noroeste responde por 1% e o Entorno do Distrito Federal e o Sudeste não contrataram nenhum empreendimento. Das 1.732 unidades contratadas para a Região Metropolitana de Goiânia, 1.300 têm como localização o município de Senador Canedo; 96, Aparecida de Goiânia; e 208, o município de Goiânia, ao que se somam as 3.203 unidades, já referidas, contratadas pelo Pró-Moradia. No Sudoeste Goiano, das 291 unidades, 117 têm como localização o município de Jataí. 4.2.2.2. Urbanização O PAC/Habitação contempla a urbanização de assentamentos precários tanto através da Ação de Apoio à Melhoria das Condições de Habitabilidade Assentamentos Precários do SNHIS quanto por meio do PPI-Favelas. Do montante de recursos contratados (161 milhões), 46% estão destinados à Região Metropolitana de Goiânia; 39,3% ao Entorno do Distrito Federal; e 14,8% ao Centro Goiano. Considerando-se as famílias a serem beneficiadas (9.912), diferentemente, 56,4% estão no Entorno do DF e 33,6% na Região Metropolitana de Goiânia. No Centro Goiano, são 10%.

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Mapa 51

Na Região Metropolitana de Goiânia, os municípios com contratos com o PAC para urbanização de assentamentos precários são Goiânia e aqueles mais integrados na dinâmica metropolitana, a saber, Aparecida de Goiânia, Trindade e Senador Canedo. Goiânia responde por 38% do total de recursos contratados para o estado, participação próxima à do Entorno do DF como um todo. Os demais municípios têm participação pequena no estado – respectivamente, 3,7; 2,9; e 1,3%. No Entorno do Distrito Federal, os municípios com contrato são parte do Entorno Imediato, em outros termos, são os municípios que mais sofrem a influência de Brasília. Todos os municípios têm participação menor que a participação de Goiânia no montante de recursos contratados no estado. Todos eles, contudo, têm participação maior que os municípios de Aparecida de Goiânia, Trindade e Senador Canedo. Águas Lindas de Goiás, Luziânia e Formosa respondem, respectivamente, por 12,4, 8,4 e 6,8%. Cidade Ocidental, Novo Gama e Valparaíso de Goiás ficam entre 3 e 5%. No Centro-Goiano, apenas Anápolis tem contrato com o PAC para urbanização de assentamentos precários, respondendo por 14,8% dos recursos contratos para o estado de Goiás. 4.2.2.3. Desenvolvimento Institucional Dos 246 municípios goianos, 70 contrataram a Ação de Apoio à Elaboração de Planos Locais de Habitação de Interesse Social, 33 contrataram Assistência Técnica e 1 município contratou o programa Pró-Moradia na modalidade Desenvolvimento Institucional.

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4.2.3. PMCMV 4.2.3.1. Comparação Interestadual Os contratos dos investimentos do Programa Minha Casa, Minha Vida em Goiás, considerando-se o período que se estende de 2009 (ano de lançamento do programa) até outubro de 2010, ultrapassaram em 22,11% a meta estipulada para o estado, segundo balanço apresentado pelo Ministério das Cidades quando da realização das atividades participativas do Diagnóstico Habitacional. A meta estipulada para o estado de Goiás corresponde a 27.613 unidades habitacionais21. Foram contratadas, até 11/10, nas diversas modalidades do programa 33.718 unidades. Deve-se qualificar um pouco tal colocação. O estado de Goiás, como fica claro pela tabela, encontra-se na primeira colocação no ranking nacional em termos relativos, ou seja: relativamente às metas estipuladas por estado, é o estado com maior percentual de contratações.

Mapa 52

21

No Programa Minha Casa, Minha Vida, os recursos são distribuídos pelas Unidades da Federação de acordo com a estimativa do déficit habitacional. Assim, coube ao estado de Goiás a meta de 27.613 unidades habitacionais, o que representa 2,76% das 1.000.000 unidades do programa.

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Tabela 50

Em termos absolutos, os estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Maranhão e Rio de Janeiro, nessa ordem, contrataram muito mais que o estado de Goiás. O Rio de Janeiro, numa ponta, contratou 37.642, enquanto São Paulo, na outra, contratou 136.446. Mas em termos relativos tais estados não obtiveram resultados como o de Goiás. Apenas Paraná e Rio Grande do Sul ultrapassaram, como Goiás, suas metas, porém ficaram com, respectivamente, 101 e 109%. Os demais ficaram abaixo de 70%. A tabela permite-nos um comentário adicional com respeito ao estado de Goiás. O Distrito Federal está entre as Unidades da Federação que menos contratou, tanto absoluta quanto relativamente. Pode-se interpretar a baixa contratação relativamente à meta (3.988 de 16.538 ou 24,1%) como um indício de localização das unidades habitacionais contratadas nos municípios goianos vizinhos, ou seja, no Entorno do DF. 4.2.3.2. Comparação intraestadual Para a análise intraestadual da produção habitacional ocorrida por meio do PMCMV será utilizada outra base de dados, com posição de 29/10/2010 – diferente da utilizada para a análise interestadual, que tem como posição 11/10/2010. As modalidades MCMV/Recursos FAR e MCMV/PNHU perfazem, juntas, 44.261 unidades habitacionais contratadas, número superior àquele de 33.718, que tem como posição 11/10/2010. Segundo tais dados, sem contabilizar as demais modalidades do MCMV – PNHR, abaixo de 50 mil habitantes e Programa Habitacional Popular Entidades –, o Estado de Goiás teria ultrapassado a meta em 60,3% em 29/10/2010.

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Tal conclusão deve ser vista com cautela, uma vez que na checagem dos dados com o Departamento de Produção Habitacional da Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades, obteve-se a informação de que o MCMV, em todas suas modalidades, teria atingido, em 26/11/2010, em torno de 37 mil unidades contratadas no Estado de Goiás, significando que a meta teria sido ultrapassada em 34%. Nesse diagnóstico, contudo, será utilizada a base de dados com posição 29/10/2010, já que não foi possível sanar suas imprecisões em tempo hábil. Dessa maneira, percebe-se que, no estado de Goiás, desde 2009 (ano de lançamento do programa) até o final de outubro de 2010 foram contratadas 33.786 unidades habitacionais por meio da modalidade MCMV/PNHU e 10.475 por meio do MCMV/Recursos FAR, totalizando, como já referido, 44.261 unidades. As 10.475 unidades habitacionais contratadas no âmbito do MCMV/FAR somam 412,6 milhões de reais. A Região Metropolitana de Goiânia participa com 62% desse valor; o município de Anápolis, no Centro Goiano, com 14%; o município de Rio Verde, no Sudoeste Goiano, com 9,6%.

Mapa 53

Se no Centro e no Sudoeste Goiano apenas, respectivamente, Anápolis e Rio Verde contrataram MCMV/Recursos FAR, na Região Metropolitana de Goiânia, a despeito da maior participação de Goiânia, os municípios de Aparecida de Goiânia, Goianira, Hidrolândia, Nerópolis, Senador Canedo e Trindade, também contrataram. O Entorno do Distrito Federal (Águas Lindas e Formosa), o Sudeste Goiano (Catalão) e o Sul Goiano (Caldas Novas e Itumbiara) apresentaram participação entre 4 e 5,5%. As regiões Nordeste, Norte, Noroeste e Oeste Goiano não contrataram o MCMV/Recursos FAR.

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Das 10.475 unidades habitacionais, 6.392 foram contratadas pela Região Metropolitana de Goiânia, 1.503 por Anápolis e 1.026 por Rio Verde. Internamente à Região Metropolitana de Goiânia, Goiânia e Trindade foram os municípios que mais contrataram – respectivamente, 2.752 e 1.432 unidades. As 33.786 unidades habitacionais contratadas no âmbito do MCMV/PNHU somam 1,6 bilhão. Desse valor, 40,3% concentra-se na Região Metropolitana de Goiânia e 35,8% no Entorno do DF. O Centro Goiano responde por 9,8% do valor total contratado, o Sudoeste por 5%, o Sul por 4,6%, o Sudeste por 2,3% e as demais regiões apresentam proporções abaixo de 1%.

Tabela 51

Do total de unidades, 13.921 (41,2%) foram contratadas pela Região Metropolitana de Goiânia; 11.186 (33%) pelo Entorno do DF; e 3.600 (10,7%) pelo Centro Goiano.

Mapa 54

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As regiões, cujos municípios mais contrataram MCMV/PNHU são: Metropolitana de Goiânia, Entorno do DF, Centro, Sudoeste, Sul e Sudeste. Nestas, estão os 21 municípios que contrataram entre 339 (Formosa) e 5.391 (Metropolitana de Goiânia) unidades habitacionais. Tais municípios respondem por 90,8% do total de unidades contratadas, são eles:

Na Região Metropolitana de Goiânia: Goiânia (5.391), Aparecida de Goiânia (2.890), Trindade (1.787), Goianira (1.282), Senador Canedo (734), Nerópolis (666) e Hidrolândia (471).

No Entorno do DF: Valparaíso de Goiás (4.279), Águas Lindas de Goiás (2.840), Planaltina (1.080), Santo Antônio do Descoberto (702), Luziânia (652), Cidade Ocidental (540), Cocalzinho de Goiás (464) e Formosa (339).

No Centro Goiano: Anápolis (2.958) e Goianésia (334). No Sudoeste Goiano: Rio Verde (1.471). No Sul Goiano: Caldas Novas (782) e Itumbiara (406). No Sudeste Goiano: Catalão (618).

A comparação entre os números do MCMV/Recursos FAR e MCMV/PNHU deixa claro o melhor desempenho deste em relação àquele. Sabendo-se que aquele (subsídio quase integral) destina-se à faixa de renda compreendida entre 0 e 3 salários mínimos e este, operado por meio da Carta de Crédito Individual e Associativo e dos Subsídios do FGTS (financiamento subsidiado), está voltado às famílias com renda superior a 3 salários, pode-se concluir que não se a habitação de interesse social não foi adequadamente atendida. Em torno de 10 mil unidades habitacionais foram dirigidas à faixa de 0 a 3, enquanto que o triplo foi direcionado para as faixas superiores22. 4.2.4. Programa Crédito Solidário Levando-se em conta as contratações até abril de 2010 (período ―2005 – abril de 2010‖), observa-se que Goiás é o estado com maior número de unidades no âmbito do Programa Crédito Solidário. Com 3240, está à frente do Rio Grande do Sul (2876) e de São Paulo (2042), segundo e terceiro colocados.

22

Esta conclusão, conforme ressalva feita anteriormente, deve ser revista, uma vez que imprecisões foram apontadas (verbalmente) pelo próprio Ministério das Cidades com relação aos dados por eles repassados.

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Mapa 55

No estado de Goiás, são 41 contratações, em 13 municípios, distribuídos da seguinte maneira entre as Regiões de Planejamento: 6 municípios e 26 contratações no Entorno do Distrito Federal; 4 e 12 contratações na Região Metropolitana de Goiânia; 2 e 2 no Centro Goiano; e 1 e 1 no Norte Goiano.

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Mapa 56

O maior desempenho do programa está nas duas áreas metropolitanas do estado. Das 3240 unidades habitacionais contratadas, 49,9% têm como localização o Entorno do Distrito Federal e 43% a Região Metropolitana de Goiânia. Cabe chamar atenção para o desempenho individualizado dos municípios de Novo Gama e Goiânia: aquele ficou, por meio de 13 contratos, com 20,8% das unidades habitacionais; este, por meio de 9 contratos, com 33,8%.

Tabela 52

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7. Conclusões gerais. O projeto nacional de interiorização na segunda metade da década de 1950 promoveu uma decisiva alocação de recursos para o Centro-Oeste, em geral, e para o estado de Goiás, em particular. Foram realizados vultosos investimentos em infraestrutura, em especial de transportes, e a mudança da capital federal para Brasília impactando decisivamente o território goiano e sua dinâmica socioeconômica. Com população de seis milhões quatro mil e quarenta e cinco habitantes, segundo o Censo Demográfico de 2010, é o estado mais populoso do Centro-Oeste e o nono mais rico do país. Sua população corresponde a 42,7% da população do Centro-Oeste. O sistema urbano do estado de Goiás caracteriza-se por acentuada concentração espacial da população e uma rede de cidades bastante heterogênea. Apenas 9 municípios, num universo de 246, ultrapassam 100.000 habitantes, concentrando-se nos mesmos praticamente 50% da população estadual. Por outro lado, 194 municípios, ou 78,9% do total de municípios goianos. têm população até 20.000, respondendo por apenas 20,8% da população do estado, o que demonstra uma grande pulverização político-administrativa e uma heterogênea distribuição populacional. As regiões de planejamento do Entorno do Distrito Federal e Metropolitana de Goiânia são aquelas com maior dinamismo demográfico e migratório, por conseguinte, demandam maiores investimentos para habitação e infraestrutura urbana. A posição estratégica do cerrado vem atraindo investimentos a partir dos anos 70. A oferta de infra-estrutura social e urbana, a proximidade da matéria-prima, a posição estratégica, a disponibilidade de mão de obra, aliados aos programas de incentivo criados pelo governo estadual, vêm alavancando significativo desenvolvimento econômico. Goiás é responsável por um terço da produção de grãos no Brasil, é o segundo maior produtor de algodão em pluma, possui a quarta maior área cultivada com soja no país, além de ocupar o quinto lugar no cultivo de milho. A safra de girassol cresceu, em 1999, 476% em relação ao ano anterior, fazendo com que Goiás passasse a responder por 70% da produção nacional. Detém o 3º maior rebanho de gado bovino do país. Seu subsolo é rico em minérios, destacando-se nas atividades mineradoras. A atividade industrial vem ganhando importante participação no crescimento da economia de Goiás. A indústria sucroalcooleira vem se implantando no Estado e hoje já traz repercussões econômicas de destaque no cenário nacional. Com suas médias de crescimento do PIB acima do País, o Estado de Goiás vem gerando empregos acima da média nacional e o setor sucroenergético é um dos principais agentes desse desenvolvimento. Por outro lado, as usinas, além de comprometerem as condições ambientais, acarretam atração de mão de obra para o corte da cana, atividade sazonal, o que gera um contingente de trabalhadores que alteram a dinâmica socioeconômica local. As boas condições para o desenvolvimento econômico do Estado de Goiás vêm acarretando prejuízo ao patrimônio ambiental. Os cerrados do Centro-Oeste continuam ameaçados pela ocupação do seu solo com produtos exportáveis. A produção de commodities substituiu a vegetação natural por soja, milho, sorgo,

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pastagens e estas culturas não alimentam os lençóis freáticos, afetando mais de 300 cursos d´água. Há que se investir em infraestrutura urbana, especialmente em saneamento básico. Analisando os dados, constata-se que, em 2009, 88% da população era atendida com rede de água potável, enquanto o serviço de coleta esgoto sanitário atendia a 44,6% da população, o que significa uma situação é bastante desequilibrada. A importância crescente do agronegócio, do setor sucroalcooleiro e da mineração no estado, os impactos da Ferrovia Norte-Sul em sua área de abrangência, bem como o desafio metropolitano colocado tanto pela Região Metropolitana de Goiânia quanto pela periferia goiana da RIDE-RF demonstram a urgência de se investir em planejamento, aumentar o número de municípios com Plano Diretor e dotar de mais efetividade e qualidade (em termos dos instrumentos urbanísticos previstos no Estatuto das Cidades) os planos já existentes. Há que se planejar uma ação estatal integrada com foco na região Nordeste Goiano, pois é a região mais deprimida economicamente, o que se confirma com o fato de que ela toda conforma dois Territórios da Cidadania. A inauguração e entrada em funcionamento da Ferrovia Norte-Sul trará grande impacto na dinâmica socioeconômica dos municípios de sua área de influência imediata. O Estado deverá se adiantar promovendo um plano de desenvolvimento regional integrado, dotando de infraestrutura, oferecendo serviços urbanos e moradia. Goiás desponta para um futuro de grande dinamismo econômico num cenário de grandes fragilidades ambientais. Há que conciliar o compromisso com a preservação do meio ambiente, que é um patrimônio estadual, com a estruturação de políticas econômicas que apóiem e potencializem resultados econômicos.. 7.1. Cenário Institucional A Agência Goiana de Habitação – AGEHAB, responsável pela execução da política habitacional no âmbito do Estado de Goiás, nasce de uma reestruturação da antiga COHAB-GO. Em 1999, com a Lei nº 13.532, a COHA-GO é retirada do rol das entidades paraestatais submetidas a processo de liquidação e, assim, reativada, transformando-se em AGH – Agência Goiana de Habitação. Em 2001, por intermédio da Lei nº 13.831, a AGH passa a se denominar Agência Goiana de Habitação S.A. – AGEHAB. Em 2001, é instituído o Cheque Moradia, principal fonte de recurso e instrumento para ações habitacionais no âmbito da política estadual de habitação. Regido pela Lei nº 14.542 e pelo Decreto nº 5.834, ambos de 2003, é, em resumo, um crédito outorgado de ICMS doado a famílias com renda de até 3 salários mínimos exclusivamente para a compra de materiais de construção. Em 2005, com a Lei nº 15.123, introduziram-se modificações na estrutura organizacional do Poder Executivo Estadual, sendo a Secretaria de Habitação e Saneamento transformada em Secretaria das Cidades. Dessa maneira, tinha-se no Estado de Goiás o primeiro dos vários rebatimentos do modelo institucional que, desde 2003, vinha sendo estruturado a nível federal por meio do Ministério das

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Cidades. A Agência Goiana de Habitação, vale registrar, foi incorporada à jurisdição da Secretaria recém instituída. Nesse mesmo ano, é lançado pela Superintendência de Programas Urbanos da Secretaria Estadual das Cidades o Programa Cidade pra Gente. Voltado a apoiar institucional, técnica e financeiramente os municípios na realização de Planos Diretores Democráticos, representava um esforço por parte do Estado de Goiás no sentido de sua integração ao Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano (SNDU), instrumento da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano (PNDU) do Ministério das Cidades. Em 2008, por meio da Lei nº 16.188, é instituído o Fundo Estadual de Habitação de Interesse Social (FEHIS) e seu Conselho Gestor (CGHEHIS). Na composição deste, contudo, não se assegurou aos movimentos sociais 25% na representação, tal como determina a Lei Federal nº 11.124, de 2005. O CGFEHIS permaneceu inativo, como conseqüência, mas já representou um ensaio para a integração do Estado de Goiás a um outro sistema, constitutivo do sistema anteriormente mencionado – trata-se do Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS), um dos instrumentos da nova Política Nacional de Habitação (PNH). Em 2008, inicia-se, por parte da AGEHAB, uma reformulação e aprimoramento do Cheque Moradia bem como uma reestruturação organizacional interna. É lançado o Programa Moradia Digna, com sete eixos básicos de atuação: Promoção Habitacional, Regularização Fundiária, Regularização Financeira, Desenvolvimento Social, Planejamento PEHIS e PMHIS, Registro da Memória e Organização Institucional. O eixo Promoção Habitacional, em particular, agrega o Cheque-Moradia e, ainda, assistência técnica e contrapartida financeira, via Cheque-Moradia e subsídio complementar do Cheque-Moradia, aos programas habitacionais federais, como PAC e MCMV. Contempla, ainda, o uso de parâmetros como o Cadastro Eletrônico e os dados do Déficit Habitacional Básico (FJP) para a seleção dos beneficiários. Em meados de 2010, com vistas à viabilização dos requisitos para uma integração efetiva ao Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS), a AGEHAB, por meio do eixo Planejamento do Programa Moradia Digna, inicia a elaboração do Plano Estadual de Habitação de Interesse Social (PEHIS-GO) e, de maneira pioneira no quadro nacional, a capacitação de 163 municípios goianos, incluindo 31 dos Territórios da Cidadania, na elaboração de seus Planos Municipais de Habitação de Interesse Social (PMHIS). Em março do mesmo ano, é instituído o Conselho Estadual das Cidades, outro elemento, além dos Planos Diretores, para a efetivação da integração ao SNDU. Este é empossado, contudo, apenas em outubro, e por meio de Decreto, não por lei – Decreto nº 7.086, o que resulta em uma institucionalização frágil, vulnerável às disputas político-partidárias. Em setembro, a Lei nº 16.188/08, que criou o FEHIS e o CGFEHIS, é revogada, sendo substituída pela Lei nº 17.155. Dessa maneira, reequilibra-se a composição do CGFEHIS, assegurando representação de 25% para os movimentos sociais por moradia, tal como determina a lei federal que institui o SNHIS. Ademais, inclui-se a AGEHAB na vice-presidência do Conselho, ao lado da Secretaria das Cidades, já desde a lei anterior na presidência. Em outro, o CGFEHIS, juntamente com o Conselho Estadual das Cidades, é empossado.

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Desde 2003, paralelamente ao esforço de estruturação da política de habitação a nível federal, aparecem novos programas e vultosos recursos. Neste contexto, o planejamento impõe-se como uma necessidade urgente, destacando da AGEHAB nesse sentido. Há que se registrar o bom relacionamento da AGEHAB com o Ministério das Cidades, na medida em que vem estruturando suas ações com base nas orientações e premissas da Política Nacional de Habitação e conquistando recursos significativos para a política habitacional no estado. Ao mesmo tempo a AGEHAB conquistou junto aos municípios um papel de liderança, confiabilidade e respeitabilidade, conforme se constata com a presença maciça de seus representantes nos eventos por ela promovidos. Durante o processo de trabalho de elaboração do diagnóstico verificou-se significativa autonomia da AGEHAB em relação à Secretaria Estadual das Cidades, a quem ela está subordinada. Há que se realçar a importância das ações de regularização fundaria em atender à demanda apresentada pela realidade estadual, mas registra-se por outro lado a ausência de uma política fundiária que normatize procedimentos e estruture esta ação. Outro ponto que pudemos constatar é a necessidade de dinamizar o controle social do processo de planejamento e gestão da produção das cidades, criando fóruns permanentes de discussão da política de desenvolvimento urbano e da produção habitacional e dando oportunidade aos movimentos sociais e representantes da sociedade civil opinarem sobre linhas de ação e prioridades. 7.2. Investimentos Habitacionais No novo contexto que se afirma a partir de 2003, sobretudo na segunda metade da década de 2000, marcado por maior volume de recursos e maior oferta de programas habitacionais federais, o estado de Goiás tem se destacado no que concerne às contratações. Os programas Minha Casa, Minha Vida e Crédito Solidário trazem números ilustrativos a esse respeito. No Programa Minha Casa, Minha Vida, segundo informações do Ministério das Cidades para 11/10/2010, é este o estado que, relativamente a sua meta, mais contratou. O estado de Goiás ultrapassou sua meta em 22,1%, tendo contratado 33.718 unidades habitacionais. No Programa Crédito Solidário, segundo informação do Ministério das Cidades, para abril de 2010, da mesma forma, é o estado de Goiás com mais unidades habitacionais contratadas, e, desta vez, em termos absolutos. Com 3.240 unidades, está à frente do Rio Grande do Sul (2.876) e de São Paulo (2.042), segundo e terceiro colocados. Se cabe indagar, pelas razões desse desempenho de Goiás no que concerne aos programas federais, cabe também perguntar pelo modo como se dá a distribuição das unidades habitacionais contratadas pelo território, dadas as disparidades sociais, econômicas e em termos de capacidades administrativas existentes entre seus 246 municípios, e segundo os diversos programas, já que cada um possui uma engenharia operacional própria. Cabe indagar, por fim, pela qualidade do atendimento, se este atendeu prioritariamente a faixa de renda entre 0 e 3 salários mínimos, e se as

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habitações contratadas e produzidas se enquadram ou não no que se convencionou chamar ―moradia digna‖. Tais questões ainda não chegaram a ser respondidas no processo de elaboração do Diagnóstico Habitacional. A despeito disso, avançam-se algumas conclusões. Os incrementos ocorridos nos recursos e a ampliação da oferta de programas habitacionais federais ocorridos nos últimos anos devem ser pensados em relação aos avanços que vinham ocorrendo internamente ao estado de Goiás. O Cheque-Moradia, criado em 2001, além de seu uso isolado enquanto o principal programa habitacional estadual, passou, cada vez mais, paralelamente ao processo acima referido quanto aos recursos e programas federais, a servir também como contrapartida para os mesmos. É digno de nota, quanto a este aspecto, que em sua legislação há previsão para seu uso enquanto contrapartida e, ademais, que, em maio de 2009, por meio da Lei nº 16.559, estabelece-se a possibilidade para a elevação desta contrapartida até R$ 15.000,00 (quinze mil reais), para os casos de contratos celebrados até 31 de dezembro de 2009. É importante destacar também todo o processo de reestruturação organizativa em curso na AGEHAB, as ações de regularização fundiária, o uso do cadastro eletrônico e dos números do déficit da Fundação João Pinheiro como parâmetros para a concessão do Cheque-Moradia, além das ações de assistência técnica e dos projetos de trabalho técnico-social realizados. No âmbito do PAC/Habitação, segundo dados para 29/10/2010, os investimentos de provisão habitacional contratados, se considerarmos tanto o Pró-Moradia como o HIS/FNHIS, somam 96,4 milhões, o que resultará no atendimento a 5.800 famílias. Apenas na Região Metropolitana de Goiânia, precisamente em Goiânia, estão 84,5% dessas famílias. Se considerarmos apenas o HIS/FNHIS, o investimento contratado soma 40 milhões, tendo sido contratadas 2.636 unidades. 65,7% de tais unidades têm como localização a Região Metropolitana de Goiânia e 11% o Sudoeste Goiano. O Sudeste Goiano e o Entorno do Distrito Federal não contrataram nenhuma unidades habitacional. No âmbito do MCMV, segundo dados também para 29/10/2010, 10.475 unidades habitacionais foram contratadas na modalidade MCMV/Recursos FAR, restrita à faixa de 0 a 3 salários mínimos, e 33.786 na modalidade MCMV/PNHU, voltada para famílias entre 3 a 10 salários mínimos. O atendimento para a faixa de 0 a 3 salários mínimos, como se vê, é baixo, relativamente ao atendimento feito para as faixas superiores de renda e dado que no estado de Goiás, como de resto no Brasil, a maior parcela do déficit habitacional está na faixa entre 0 e 3 salários mínimos. Tais dados merecem atenção por parte dos gestores, a fim de que a produção de HIS não termine por beneficiar aqueles que têm capacidade de solucionar seus problemas de moraria pela via do mercado. Devem, contudo, ser checados, pois, conforme já explicitado no Diagnóstico, a sua soma (43 mil) está muito maior que o número de unidades habitacionais (33 mil) contratadas através do MCMV até 11/10. Do total de unidades do MCMV/PNHU, 13.921 (41,2%) foram contratadas pela Região Metropolitana de Goiânia; 11.186 (33%) pelo Entorno do DF; e 3.600 (10,7%) pelo Centro Goiano. Das 10.475 unidades habitacionais do MCMV/Recursos FAR, 6.392 (61%) foram contratadas pela Região Metropolitana de Goiânia, 1.503 (14,3%) por

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Anápolis e 1.026 (9,8%) por Rio Verde. O Entorno do Distrito Federal contratou apenas 530 (5%). No que diz respeito à urbanização de assentamentos precários, realizada por meio do PAC, do montante de recursos contratados (161 milhões), 46% foram destinados à Região Metropolitana de Goiânia; 39,3% ao Entorno do Distrito Federal; e 14,8% ao Centro Goiano. Considerando-se as famílias a serem beneficiadas (9.912), diferentemente, 56,4% estão no Entorno do DF e 33,6% na Região Metropolitana de Goiânia. No Centro Goiano, são 10%. No âmbito do Crédito Solidário, foram contratadas, como já afirmado, 3240 unidades habitacionais, tendo sido o desempenho maior nas duas áreas metropolitanas do estado – 49,9% têm como localização o Entorno do Distrito Federal e 43% a Região Metropolitana de Goiânia.

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Tabela 51 - Quadro Síntese das Necessidades Habitacionais de Goiás

Estoque de Domicílios

Domicílios particulares permanentes (PNAD/IBGE – 2009)

Total: 1,858 milhão

Próprios 1,192 milhão

Cedidos 246 mil

Alugados 400 mil

Outra condição 20 mil

FIC

IT H

AB

ITA

CIO

NA

L

Incremento de Estoque

Déficit Total (FJP 2008)

Absoluto % 163.115 8,8%

Déficit Habitacional Urbano

158.526 9,6%

Déficit Habitacional Rural 4.589 2,2%

Componentes do Déficit

Domicílios com adensamento excessivo 10.240

Domicílios com coabitação familiar 66.737

Ônus excessivo com aluguel 77.675

Habitação Precária 8.749

Déficit Habitacional Urbano, segundo as Faixas de Renda Familiar

Até 3 salários mínimos 91,70%

Mais de 3 a 5 salários mínimos

4,50%

Mais de 5 salários mínimos 3,80%

INA

DE

QU

ÃO

Reposição de Estoque e

Demanda por Melhoria *

Domicílios carentes de infraestrutura 754.992

Inexistência de unidade sanitária domiciliar exclusiva

81.175

Adensamento Excessivo 72.214

Domicílios com inadequação fundiária

34.483

Demanda apurada em cadastro da Agehab

Demanda Total 221.624 UH

Demanda por Novas Unidades 70,39%

Demanda por Melhorias 23,54%

Demanda por materiais de construção/ lote próprio

5,70%

Demanda por Regularização Fundiária – cadastro Agehab

Demanda Total 48.641 Lotes

Assentamentos Precários Domicílios em Assentamentos Precários

(CEM/Cebrap- 2000) 14.452 UH

Demanda Futura por Moradias até 2020

Incremento no Estoque de Domicílios (U. H.)

Especificação 2010-2015 2015-2020 Total

Total Domicílios com Renda até 3 S. M.

138.696 156.832 295.528

Domicílios com Renda entre 2,01 e 3 S. M.

53.780 60.812 114.592

Domicílios com Renda entre 1,01 e 2 S. M.

62.272 70.415 132.687

Domicílios com Renda entre 0 e 1 S. M.

22.644 25.605 48.249

Síntese

Demanda para incremento de moradias até 2020 473.095 UH

Demanda por Melhoria do Estoque Habitacional e Regularização Fundiária 322.761 intervenções

Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD/IBGE-2009; Fundação João Pinheiro – 2008; Centro de Estudo da Metrópole – CEM/Cebrap-2000; CEDEPLAR/Sec. Nacional de Habitação- 2007. * Nota: os componentes da Inadequação dos Domicílios não podem ser somados entre si, visto que muitos domicílios podem apresentar mais de uma carência.

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