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Prof.ª Ediane Muller Viana
Bacharel em Direito
Especialista em Cooperativismo
Mestre em Ambiente e Desenvolvimento
Legislação CooperativaAULA 06
EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO COOPERATIVAQuinto Princípio – Rochdale, 1844
DIREITO E
LEGISLAÇÃO
COOPERATIVISTA
Evolução da Legislação Cooperativa no Brasil
» 1903 a 2014
AS TRÊS FASES DO COOPERATIVISMO
BRASILEIRO
• FASE DE CONSTITUIÇÃO 1903/1938
• FASE DE INTERVENCIONISMO 1938/1988
• FASE DE AUTOGESTÃO 1988
1. Fase de Constituição
* Decreto nº 979, de 06 de janeiro de 1903
Este foi o primeiro Decreto que dispôs a respeito das atividadescooperativas no Brasil, permitindo que os sindicatos fossemresponsáveis pela organização de caixas rurais de crédito, bemcomo cooperativas agropecuárias e de consumo.
* Decreto nº 1637, de 05 de janeiro de 1907 – neste momento oGoverno reconhece a utilidade e importância das cooperativas,mas deixa de reconhecer sua forma jurídica distinta de outrasentidades, deliberando que as cooperativas podiam serconstituídas sob a forma de sociedades anônimas, em nomecoletivo ou em comandita, sendo, portanto, regidas pelas leis queregulavam cada uma dessas sociedades.
2. Fase de Intervenção
* Decreto n. 581 de 1938 - A fiscalização dascooperativas passou a ser exercida pelo Ministérioda Agricultura, da Fazenda, do Trabalho, Indústriae Comércio.
* Lei 5.764, de 16 de dezembro de 1971 – em vigoraté a presente data, considerada o Estatuto Geraldo Cooperativismo, uma vez que contém todos osrequisitos para a viabilização do Sistema Brasileirode Cooperativismo, haja vista ter definido o regimejurídico das cooperativas, sua constituição efuncionamento, órgãos sociais, administrativos,fiscais, sistema operacional, de representação eórgãos de apoio.
………* Lei nº 4.948, de 21 de dezembro de 1925, e o Decreto nº
17.339, de 02 de junho de 1926 – dispuseramespecificamente sobre as Caixas Rurais Raiffeisen e osBancos Populares Luzzatti.
• Decreto nº 22.239, de 19 de dezembro de 1932 – apresentaas características e distinções das cooperativas, consagrandovalores e princípios do sistema cooperativista, sendoconsiderado um marco da formalização legal docooperativismo no Brasil. Contudo, foi revogado em 1934,sendo restabelecido em 1938 (Decreto 581) e revogadonovamente em 1943, para ressurgir em 1945, permanecendoem vigor até 1966.
Neste período, apesar de todos os transtornos, foi uma fasede muita liberdade para formação e funcionamento decooperativas, inclusive com incentivos fiscais.
Assim como, foi uma fase de evolução legislativa comdestaque às leis: 4.380/64 (Cooperativas Habitacionais),4.504/64 (Estatuto da Terra) e 4.595/64 (Cooperativas deCrédito), entre outras.
3. Fase da Autogestão
* Constituição Federal de 1988 – os textos constitucionaisanteriores a 1988 não faziam qualquer alusão às sociedadescooperativas, sendo que a primeira Constituição a tratar dotema foi a de 1988, contudo o fez de forma aleatória edispersa, sem definição de temas importantes e semresultados práticos esperados pelas cooperativas.
* Lei 8949/94 – Acrescenta o par. único ao art. 442 da CLT
* Lei 9867/99 – Cria as Cooperativas Sociais
* Lei 9876/99 – Legislação Previdenciária
• Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – o novo Código Civiltrouxe alterações significativas no que pertine àscaracterísticas das sociedades cooperativas, previstas noart. 4º da Lei 5.764/71, porém sem validade alguma, eis quecom ressalvas à legislação especial, aplicável à espécie.
• Lei n. 12.690, de 19 de julho de 2012 – dispõe sobre aorganização e funcionamento das cooperativas de trabalho.
DIMENSÕES das
Sociedades Cooperativas
Dois elementos fundamentais previstosna doutrina e em lei:
1. Dimensão SocialBusca de vida mais digna, através dasolidariedade, participação edemocracia.
2. Dimensão EconômicaRacional, disciplinada e metódica;Não é uma entidade beneficente oucaritativa.
AUSÊNCIA DE FINALIDADE LUCRATIVA
DA SOCIEDADE COOPERATIVA.
Os membros da sociedade contribuem combens ou serviços para o exercício de umaatividade econômica, para o proveito comum.(Art. 3)
As sobras são destinadas para distribuiçãoentre os sócios, neste sentido, inexistindo afigura do lucro.
..
LEI 5.764/71DEFINE A POLÍTICA NACIONAL
DE COOPERATIVISMO
Contrato de Sociedade COOPERATIVA
VÍNCULO SOCIETÁRIO
Art. 3° Celebram contrato desociedade cooperativa as pessoasque reciprocamente se obrigam acontribuir com bens ou serviços parao exercício de uma atividadeeconômica, de proveito comum, semobjetivo de lucro.
…
As Cooperativas são
Sociedades de pessoas, constituídas para
prestar serviço aosseus associados; (art. 4)
……………..
Art. 4. As cooperativas sãosociedades de pessoas, comforma e natureza jurídicapróprias, de natureza civil, nãosujeitas à falência, constituídaspara prestar serviço aos seusassociados, distinguindo-se dasdemais sociedades pelasseguintes características:
O QUE SIGNIFICA QUE AS SOCIEDADES COOPERATIVAS NÃO SÃO SUJEITAS À FALÊNCIA?
• Em caso de inadimplência, os credoresnão podem pedir a falência da sociedade,diferentemente das empresas do sistemacapitalista.
• A vantagem se estabelece no sentido deque o patrimônio dos sócios não é atingidopelo Estado para ressarcimento oupagamento das dívidas, exceto em casoscomprovadamente fraudulentos, onde oEstado se apóia na figura da“Desconsideração da Pessoa Jurídica”.
CARACTERÍSTICAS das Soc. Cooperativas
• I - adesão voluntária, com número ilimitado de associados,salvo impossibilidade técnica de prestação de serviços;
• II - variabilidade do capital social representado por quotas-partes;
• III - limitação do número de quotas-partes do capital paracada associado, facultado, porém, o estabelecimento decritérios de proporcionalidade, se assim for mais adequadopara o cumprimento dos objetivos sociais;
• IV - incessibilidade das quotas-partes do capital a terceiros,estranhos à sociedade;
• V - singularidade de voto, podendo as cooperativas centrais,federações e confederações de cooperativas, com exceçãodas que exerçam atividade de crédito, optar pelo critério daproporcionalidade;
...• VI - quorum para o funcionamento e deliberação da
Assembleia Geral baseado no número de associados e nãono capital;
• VII - retorno das sobras líquidas do exercício,proporcionalmente às operações realizadas pelo associado,salvo deliberação em contrário da Assembléia Geral;
• VIII - indivisibilidade dos fundos de Reserva e de AssistênciaTécnica Educacional e Social;
• IX - neutralidade política e indiscriminação religiosa, racial esocial;
• X - prestação de assistência aos associados, e, quandoprevisto nos estatutos, aos empregados da cooperativa;
• XI - área de admissão de associados limitada àspossibilidades de reunião, controle, operações e prestaçãode serviços.
CARACTERÍSTICAS DO SÓCIO
• Reciprocidade (ajuda mútua);
• Espírito Cooperativo e não
Competitivo;
• Prestatividade;
• Responsabilidade;
• Interesse no coletivo e não no
individual.
INGRESSO E ADESÃO DE
ASSOCIADOS
• Art. 4º, I
• Art. 29
• Art. 37 – Igualdade de Direitos
…
Art. 29. O ingresso nas
cooperativas é livre a todos que
desejarem utilizar os serviços
prestados pela sociedade, desde
que adiram aos propósitos sociais
e preencham as condições
estabelecidas no estatuto.
Associados - DIREITOS
• Votar e ser votado a cargos eletivos
• Receber retorno social (benefícios sociais)
• Examinar todas as atividades da cooperativa, inclusive livros,contas, etc.
• Participar das assembléias gerais e de reuniões dacooperativa
• Convocar (com 1/5 dos associados) uma assembléia geral
• Pedir esclarecimentos
• Ser tratado igualitariamente em relação aos demaisassociados no acesso às decisões e aos benefícios
• Destituir os dirigentes quando por corrupção, incompetência,má administração
Associados - DEVERES
• Conhecer e discutir os estatutos da cooperativa
• Participar das assembléias
• Aceitar a decisão da maioria
• Respeitar a minoria
• Cumprir seus compromissos para com a cooperativa
• Operar com a cooperativa
• Ser fiel à cooperativa
• Subscrever e integralizar as cotas partes
• Zelar para que a cooperativa não se desvie de seus
objetivos e de suas funções
OBJETIVOS
• Os objetivos de uma sociedade
cooperativa serão definidos com base
na escolha do ramo no qual a
sociedade atuará.
• Exemplo: cooperativa habitacional, transporte, agropecuária,
educacional
RAMOS
• Classificação de Cooperativas / Art. 5
• a) Agropecuário
• b) Consumo
• c) Crédito
• d) Educacional #
• e) Especial
• f) Habitacional
• g) Infra-estrutura
• h) Mineral #
• i) Produção #
• j) Saúde
• k) Trabalho #
• l) Turismo e Lazer
• M) Tranporte
CLASSIFICAÇÃO
• Singulares – constituídas de, no mínimo, 20 associados.
• Centrais ou Federações –constituídas de, no mínimo, 3 cooperativas singulares.
• Confederações – constituídas de, no mínimo, 3 centrais ou federações.
RESPONSABILIDADE PERANTE
TERCEIROS
a) Limitada: art. 11 da Lei 5764/71
b) Ilimitada: art. 12 da Lei 5764/71
*Responsabilidade e rateio de prejuízos
*Responsabilidade social dos dirigentes
c) Art. 36
RESPONSABILIDADE SOCIAL E ADMINISTRATIVA
• Responsabilidade Limitada: estabelecida quando aresponsabilidade dos sócios fica restrita ao capitalsubscrito;
• Responsabilidade Ilimitada: estabelecida quando aresponsabilidade avança sobre o patrimônio dos sóciosda cooperativa;
• A responsabilidade do sócio para com terceiros somentepode ser invocada depois de judicialmente exigida dacooperativa (Art. 13 – Lei 5764/71)
• O administrador tem a mesma responsabilidade dosdemais associados. Não é responsável pessoalmentepelas obrigações que contrair em nome da cooperativa,mas responde solidariamente por atos que tenhamcausado prejuízo à sociedade, se procedeu com culpaou dolo.
CONSTITUIÇÃO DE SOCIEDADES COOPERATIVAS
• Artigo 14 e 15
• Assembleia Geral dos Sócios Fundadores
• Convite ou Convocação?
• Leitura do Estatuto
• Eleição dos dirigentes e conselheiros fiscais
• Ata em 3 vias
• Estatuto em 3 vias
• Rúbrica e assinatura de todos os sócios e de um advogado
• Registro
DOCUMENTOS E LIVROS OBRIGATÓRIOS
• Estatuto Social, de acordo com art.
21 da Lei 5.764/71
• Art. 22 – Livros obrigatórios
...
Art. 22. A sociedade cooperativa deverápossuir os seguintes livros:
I- de Matrícula;
II- de Atas das Assembleias Gerais:
III- de Atas dos Órgãos de Administração;
IV- de Atas do Conselho Fiscal;
V- de Presença dos associados nas AG;
VI- outros, fiscais e contábeis obrigatórios.
CAPITAL SOCIAL
• É variável e definido pelos sóciosfundadores;
• É representado em quotas-parte, sendoobrigatória a integralização por todos ossócios do valor mínimo, o qual é igual paratodos;
• O sócio que desejar pode integralizar umcapital maior do que o mínimo definido noEstatuto, mas não pode integralizar mais doque 1/3 do total do capital social;
• É instransferível a terceiros;
• Pode ser alterado a qualquer momento, emassembléia geral dos sócios.
.. Art. 24. O capital social será subdividido emquotas-partes, cujo valor unitário não poderáser superior ao maior salário mínimo vigenteno País.
Par. 1. Nenhum associado poderá subscrevermais de 1/3 do total das quotas-partes.
Par. 3. É vedado às cooperativas distribuíremqualquer espécie de benefício às quotas-partes do capital ou estabelecer outrasvantagens ou privilégios, financeiros ou não,em favor de quaisquer associados outerceiros, excetuando-se os juros de até omáximo de 12% ao ano que incidirão sobre aparte integralizada.
Art. 25. Para a formação do capital social poder-se-á estipular que o pagamento das quotas-partes seja realizado mediante prestaçõesperiódicas (…).
FUNDOS OBRIGATÓRIOS
• Fundo de Reserva – constituído de10% das sobras líquidas doexercício.
• Fundo de Assistência Técnica,Educacional e Social – FATES,constituído de 5% das sobraslíquidas do exercício.
.. Art. 28. As cooperativas são obrigadas aconstituir:
I- Fundo de Reserva destinado a reparar perdase atender ao desenvolvimento de suasatividades, constituído com 10%, pelo menos,das sobras líquidas do exercício;
II- Fundo de Assistência Técnica, Educacional eSocial, destinado a prestação de assistênciaaos associados, seus familiares e, quandoprevisto nos estatutos, aos empregados dacooperativa, constituído de 5%, pelo menos,das sobras líquidas apuradas no exercício.
Par. 1. Além dos previstos neste artigo, aAssembléia Geral poderá criar outros fundos,inclusive rotativos, com recursos destinados afins específicos, fixando o modo de formação,aplicação e liquidação.
DESLIGAMENTO DE SÓCIOS
Pode ocorrer por meio de:
• Demissão – art. 32
• Eliminação – art. 33
• Exclusão – art. 35
...
• DEMISSÃO: Unicamente a pedido doassociado interessado pela própriademissão.
• ELIMINAÇÃO: Aplicada pela sociedade nosócio que cometeu infração legal ouestatutária, mediante procedimento formalque garanta o amplo direito de defesa;
• EXCLUSÃO: Quando houver dissolução dapessoa jurídica; por morte da pessoa física;por incapacidade civil não suprida ou pornão atender os pré-requisitos estatutários;
ÓRGÃOS SOCIAIS
Art. 38. A Assembleia Geral dos associadosé o órgão supremo da sociedade, dentro doslimites legais e estatutários, tendo poderespara decidir os negócios relativos ao objetoda sociedade e tomas as resoluçõesconvenientes ao desenvolvimento e defesadesta, e suas deliberações vinculam atodos, ainda que ausentes ou discordantes.
Par. 1. As Assembleias Gerais serãoconvocadas com antecedência mínima de10 dias, em primeira convocação, medianteeditais (…).
...
• Regulamentação das
Assembleias Gerais Ordinárias –
AGO: Art. 44 (Art. 44, V)
• Regulamentação das
Assembleias Gerais
Extraordinárias – AGE: Art. 46
.. Art. 44. A Assembleia Geral Ordinária, quese realizará anualmente nos 3 primeirosmeses após o término do exercício social,deliberará sobre os seguintes assuntosque deverão constar na ordem do dia:
I- prestação de contas dos órgãos deadministração acompanhada de parecerdo Conselho Fiscal, compreendendorelatório da gestão, balanço edemonstrativo de sobras ou perdas (…).
II- destinação das sobras apuradas ou rateiodas perdas (… ).
III- eleição dos componentes dos órgãos deadministração, do Conselho Fiscal eoutros, quando for o caso.
…
Art. 45. A Assembleia Geral
Extraordinária realizar-se-á
sempre que necessário e poderá
deliberar sobre qualquer assunto
de interesse da sociedade, desde
que mencionado no edital de
convocação.
ADMINISTRAÇÃO
Art. 47. A sociedade seráadministrada por uma Diretoria ouConselho de Administração,composto exclusivamente deassociados eleitos pela AssembléiaGeral, com mandato nunca superior a4 anos, sendo obrigatória a renovaçãode, no mínimo, 1/3 do Conselho deAdministração.
FISCALIZAÇÃO
Art. 56. A administração da sociedade seráfiscalizada assídua e minuciosamente, por umConselho Fiscal, constituído de 3 membrosefetivos e 3 suplentes, todos associadoseleitos anualmente pela Assembléia Geral,sendo permitida apenas a reeleição de 1/3dos seus componentes.
Par. 1. Não podem fazer parte do ConselhoFiscal, os parentes dos diretores até o 2 grau,em linha reta ou colateral, bem como osparentes entre si até esse grau.
DESPESAS E PREJUÍZOS
• Art. 80
Rateio em partes iguais entre os
associados;
Rateio proporcional às operações do
associado com a cooperativa.
• Art. 89
VÍNCULO EMPREGATÍCIO
Art. 90. Qualquer que seja o tipo decooperativa, não existe vínculoempregatício entre ela e seusassociados.
Art. 91. As cooperativas igualam-se àsdemais empresas em relação aos seusempregados para os fins da legislaçãotrabalhista e previdenciária.
A ORDEM CONSTITUCIONAL
• artigo 5º, inciso XVIII (liberdade de criação e nãointerferência estatal);
• artigos 21, inciso XXV
• artigo 146, inciso III, letra c (previsão delegislação tributária específica);
• artigo 174, § 2º (determinação de apoio eestímulo ao cooperativismo);
• artigo 187, inciso VI (política agrícola);
• artigo 192, inciso VIII (cooperativismo de crédito)
LEI 12.690/2012• Art. 2o Considera-se Cooperativa de
Trabalho a sociedade constituída portrabalhadores para o exercício de suasatividades laborativas ou profissionaiscom proveito comum, autonomia eautogestão para obterem melhorqualificação, renda, situaçãosocioeconômica e condições gerais detrabalho.
AUTONOMIA e AUTOGESTÃO
§ 1o A autonomia de que trata o caput desteartigo deve ser exercida de forma coletiva ecoordenada, mediante a fixação, em AssembleiaGeral, das regras de funcionamento dacooperativa e da forma de execução dostrabalhos, nos termos desta Lei.
§ 2o Considera-se autogestão o processodemocrático no qual a Assembleia Geral define asdiretrizes para o funcionamento e as operaçõesda cooperativa, e os sócios decidem sobre aforma de execução dos trabalhos, nos termos dalei.
PRINCÍPIOS DO COOPERATIVISMO
• Art. 3o A Cooperativa de Trabalho rege-
se pelos seguintes princípios e valores:
• I - adesão voluntária e livre;
• II - gestão democrática;
• III - participação econômica dos
membros;
• IV - autonomia e independência;
• V - educação, formação e informação;
...
• VI - intercooperação;
• VII - interesse pela comunidade;
• VIII - preservação dos direitos sociais, do valor social do trabalho e da livre iniciativa;
• IX - não precarização do trabalho;
• X - respeito às decisões de asssembleia, observado o disposto nesta Lei;
• XI - participação na gestão em todos os níveis de decisão de acordo com o previsto em lei e no Estatuto Social.
ESPÉCIES DE COOP. DE TRABALHO• Art. 4o A Cooperativa de Trabalho pode
ser:
• I - de produção, quando constituída porsócios que contribuem com trabalhopara a produção em comum de bens e acooperativa detém, a qualquer título, osmeios de produção; e
• II - de serviço, quando constituída porsócios para a prestação de serviçosespecializados a terceiros, sem apresença dos pressupostos da relaçãode emprego.
DIREITOS DO TRABALHADOR COOPERADO
• Art. 7o A Cooperativa de Trabalho devegarantir aos sócios os seguintes direitos,além de outros que a Assembleia Geralvenha a instituir:
• I - retiradas não inferiores ao piso dacategoria profissional e, na ausência deste,não inferiores ao salário mínimo,calculadas de forma proporcional às horastrabalhadas ou às atividadesdesenvolvidas;
...• II - duração do trabalho normal não superior
a 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta equatro) horas semanais, exceto quando aatividade, por sua natureza, demandar aprestação de trabalho por meio de plantõesou escalas, facultada a compensação dehorários;
• III - repouso semanal remunerado,preferencialmente aos domingos;
• IV - repouso anual remunerado;
• V - retirada para o trabalho noturno superior à do diurno;
• VI - adicional sobre a retirada para as atividades insalubres ou perigosas;
• VII - seguro de acidente de trabalho.
ASSEMBLEIA ESPECIAL
• Art. 11. Além da realização da AssembleiaGeral Ordinária e Extraordinária para deliberarnos termos dos e sobre os assuntos previstos naLei no 5.764, de 16 de dezembro de 1971, e noEstatuto Social, a Cooperativa de Trabalhodeverá realizar anualmente, no mínimo, maisuma Assembleia Geral Especial para deliberar,entre outros assuntos especificados no edital deconvocação, sobre gestão da cooperativa,disciplina, direitos e deveres dos sócios,planejamento e resultado econômico dosprojetos e contratos firmados e organização dotrabalho.
PARTICIPAÇÃO DO ASSOCIADO NAS ASSEMBLEIAS
§ 2o As Cooperativas de Trabalho
deverão estabelecer, em Estatuto
Social ou Regimento Interno, incentivos
à participação efetiva dos sócios na
Assembleia Geral e eventuais sanções
em caso de ausências injustificadas