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POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE Profa. Ana Maria Moreira Marchesan

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POLÍTICA NACIONAL DO

MEIO AMBIENTE

Profa. Ana Maria Moreira Marchesan

Conceito de Meio

Ambiente:

Segundo uma visão sistêmica, podemos conceituar o meio

ambiente como sendo “a interação do conjunto de elementos

naturais, artificiais e culturais que propiciem o desenvolvimento

equilibrado da vida em todas as suas formas. A integração busca

assumir uma concepção unitária do ambiente compreensiva dos

recursos naturais e culturais (José Afonso da Silva).

Visão Holística de Meio

Ambiente:A) meio ambiente cultural – é fruto da intervenção humana;

nele se incluem tanto os tangíveis (ex.: imóveis de valorhistórico, esculturas, obras de arte), quanto os intangíveis(ex.: ritos, tradições, festas populares, criações científicas,etc.) Vide Decreto Federal nº 3551/00, que cria o Registrode Bens Culturais de Natureza Imaterial;

B) meio ambiente natural - existe independente da açãohumana. Ar, solo, água;

C) meio ambiente artificial - provém da ação transformadorado Homem sobre a natureza - nele se incluem as culturasartificiais; as florestas homogêneas ou industriais,recursos em geral usados como matérias-primas,especialmente o meio ambiente urbano. Para algunsautores (Fiorillo e Marcelo Abelha), o meio ambienteartificial restringe-se ao espaço urbano construído.

• Bem jurídico autônomo

• Unitário

• Bem de uso comum do povo

• Titularidade difusa

• Indivisível

• Inalienável

• Intangível ou imaterial

Meio Ambiente enquanto

macrobem:

Política Nacional do Meio

Ambiente:

Objetivos gerais: preservação, melhoria e

recuperação da qualidade ambiental

propícia à vida, visando assegurar, no País,

condições ao desenvolvimento

sócioeconômico, aos interesses da

segurança nacional e à proteção da

dignidade da vida humana (art. 2º).

Objetivos Específicos (art. 4º):

A PNMA visará:

I – à compatibilização do desenvolvimento

econômico-social com a preservação da

qualidade do meio ambiente e do equilíbrio

ecológico;

II – à definição de áreas prioritárias de ação

governamental relativa à qualidade e ao

equilíbrio ecológico, atendendo aos

interesses da União, dos Estados, do Distrito

Federal, dos Territórios e dos Municípios;

III – ao estabelecimento de critérios e

padrões da qualidade ambiental e de normas

relativas ao uso e manejo de recursos

ambientais;

IV – ao desenvolvimento de pesquisas e de

tecnologias nacionais orientadas para o uso

racional de recursos ambientais;

V – à difusão de tecnologias de manejo do

meio ambiente, à divulgação de dados e

informações ambientais e à formação de

uma consciência pública sobre a

necessidade de preservação da qualidade

ambiental e do equilíbrio ecológico;

VI – à preservação e restauração dos

recursos ambientais com vistas à sua

utilização racional e disponibilidade

permanente, concorrendo para a

manutenção do equilíbrio ecológico propício

à vida;

VII – à imposição, ao poluidor e ao predador,

da obrigação de recuperar e/ou indenizar os

danos causados e, ao usuário, da

contribuição pela utilização de recursos

ambientais com fins econômicos;

Padrões de Qualidade Ambiental

(resoluções CONAMA):

005/89 – instituiu o PRONAR

003/90 – limites legais da presença de

poluentes atmosféricos

008/90 – limites de emissão de poluentes

316/02 alterada pela 386/06 – critérios para

sistemas de tratamento térmico de resíduos

(cremações, incinerações)

Padrões de qualidade das águas:

357/05 alterada pela 397/08 – águas

superficiais

396/08 – águas subterrâneas

430/11 – padrões de efluentes hídricos

Padrões de qualidade do solo:

420/09 alterada pela 430/11 – valores

orientadores de qualidade do solo quanto

à presença de substâncias químicas e

estabelece diretrizes para o

gerenciamento de áreas contaminadas

Padrões de qualidade para

ruídos:

001/90 – diretrizes gerais e critérios

272/00 – limites de ruídos para os

escapamentos de veículos

268/00 - Monitoramento de ruído de

motociclos

256/99 – Regras para inspeção de

veículos quanto às emissões de poluentes

e ruídos

Princípios da PNMA (art. 2º): I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um

patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;

II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;

III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;

IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;

V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;

VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos

recursos ambientais;

VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;

VIII - recuperação de áreas degradadas; (Regulamento)

IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;

X - educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando

capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente (v. Lei n. 9.795/99).

SISNAMA

FINALIDADE: estabelecer uma rede de

agências governamentais, nos diversos

níveis da Federação, visando a assegurar

mecanismos capazes de, eficientemente,

implementarem a Política Nacional do

Meio Ambiente (instituída pela L.

6.938/81).

ESTRUTURA DO SISNAMA

A) Órgão consultivo e deliberativo (art. 6º,

inc. II, da Lei 6.938/81) - CONAMA

B) Órgãos executivos:

- IBAMA e Instituto Chico Mendes

- Órgãos Seccionais - entes estaduais -

SEMA/MT; FEPAM/RS; FATMA/SC

- Órgãos Locais - ativids. de impacto local

LICENCIAMENTO AMBIENTAL:

1) Arts. 9º, inc. IV, e 10 da L. 6.938/81;

2) Res. 1/86 – CONAMA

3) Dec. 99274/90

4) Res. 237/97 CONAMA

5) Arts. 55 a 70, Lei Estadual 11.520/00

6) Resoluções CONSEMA 38/03 (prazos de

vigência das licenças); 288/2014 (requisitos

para órgão ambiental municipal e tipologias)

7) LC 140/11

Conceito:

É um procedimento administrativo

formado por uma sucessão de atos

tendentes à formação de um resultado

final e conclusivo acerca do deferimento

ou não das licenças ambientais.

É UM PROCEDIMENTO

CONCATENADO E PROGRESSIVO -

LP, LI e LO

No dir. administrativo, com vistas à preservaçãodo patrimônio ambiental, existem controles prévios,concomitantes e sucessivos.

•Prévios – licenças, autorizações e permissões;

•Concomitantes – fiscalização;

•Sucessivos – “habite-se”

Funções do Licenciamento

Ambiental: Controlar as atividades potencialmente

poluidoras – busca imprimir-lhes padrões de

sustentabilidade, identificando os riscos –>

concretiza os princípios do poluidor-pagador,

da prevenção e da precaução.

Estabelecer condicionantes e impor medidas

mitigadoras e compensatórias (ex. art. 36 da L.

n. 9.985/00)

Planejar o desenvolvimento nos níveis local,

regional e nacional -> concretiza o princípio do

desenvolvimento sustentável.

Características da Licença

Ambiental:Desdobra-se, via de regra, em três subespécies:

prévia, instalação e operação;

Exigência de estudo de impacto ambiental sempre

que a obra ou atividade a ser licenciada puder

causar significativa degradação ao meio ambiente-

art. 225, § 1º, inc. IV, CF;

A licença ambiental não assegura ao seu titular a

manutenção do “status quo” vigorante ao tempo de

sua expedição, sujeita que se encontra a prazos de

validade. Não há direito adquirido de poluir.

LICENÇA - Ato vinculado epresumivelmente definitivo. Só admiteinvalidação por ilegalidade na suaexpedição, descumprimento derequisito ou condicionante ou porinteresse público superveniente,gerando direito à indenização.

AUTORIZAÇÃO - Ato discricionário eprecário. Admite revogação, nãogerando direito à indenização.

NOVIDADES DA LC 140

Licenciamento em um único nível Art. 13. §1º. Os demais entes federativos interessados podem manifestar-se ao

órgão responsável pela licença ou autorização, de maneira não vinculante,

respeitados os prazos e procedimentos do licenciamento ambiental.

• Quem licencia autoriza a supressão de vegetação:

Art. 13. §2º A supressão de vegetação decorrente de licenciamentos ambientais

éautorizada pelo ente federativo licenciador.

Exceção: Supressão de vegetação abrangida pela Lei da Mata Atlântica.

Art. 11. A lei poderá estabelecer regras próprias para atribuições relativas à

autorização de manejo e supressão de vegetação, considerada a sua caracterização

como vegetação primária ou secundária em diferentes estágios de regeneração,

assim como a existência de espécies da flora ou da fauna ameaçadas

de extinção.

APP – ÓRGÃO QUE LICENCIA – revogado o art. 4º do Código Florestal

Art. 2o Para os fins desta Lei Complementar, consideram-se:

(,,,)

II - atuação supletiva: ação do ente da Federação que se

substitui ao ente federativo originariamente detentor das

atribuições, nas hipóteses definidas nesta Lei Complementar;

III - atuação subsidiária: ação do ente da Federação que visa a

auxiliar no desempenho das atribuições decorrentes das

competências comuns, quando solicitado pelo ente federativo

originariamente detentor das atribuições definidas nesta Lei

Complementar

ATUAÇÃO SUPLETIVA:

Art. 15. Os entes federativos devem atuar em caráter

supletivo nas ações administrativas de licenciamento e na

autorização ambiental, nas seguintes hipóteses:

I - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de

meio ambiente no Estado ou no Distrito Federal, a União

deve desempenhar as ações administrativas estaduais ou

distritais até a sua criação;

II - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de

meio ambiente no Município, o Estado deve desempenhar

as ações administrativas municipais até a sua criação; e

III - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de

meio ambiente no Estado e no Município, a União deve

desempenhar as ações administrativas até a sua criação

em um daqueles entes federativos.

Atuação subsidiária:

Art. 16. A ação administrativa subsidiária dos entes federativos

dar-se-á por meio de apoio técnico, científico, administrativo ou

financeiro, sem prejuízo de outras formas de cooperação.

Parágrafo único. A ação subsidiária deve ser solicitada pelo

ente originariamente detentor da atribuição nos termos desta Lei

Complementar.

Outras novidades:

Art. 14. Os órgãos licenciadores devem observar os prazos estabelecidos

para tramitação dos processos de licenciamento.

§ 1o As exigências de complementação oriundas da análise do

empreendimento ou atividade devem ser comunicadas pela autoridade

licenciadora de uma única vez ao empreendedor, ressalvadas aquelas

decorrentes de fatos novos.

§ 2o As exigências de complementação de informações, documentos ou

estudos feitas pela autoridade licenciadora suspendem o prazo de

aprovação, que continua a fluir após o seu atendimento integral pelo

empreendedor.

§ 3o O decurso dos prazos de licenciamento, sem a emissão da licença

ambiental, não implica emissão tácita nem autoriza a prática de ato que

dela dependa ou decorra, mas instaura a competência supletiva referida no

art. 15.

LC n.º 140/2011Art. 5º O ente federativo poderá delegar, mediante convênio, a

execução de ações administrativas a ele atribuídas nesta Lei

Complementar, desde que o ente destinatário da delegação

disponha de órgão ambiental capacitado a executar as ações

administrativas a serem delegadas e de conselho de meio

ambiente.

Parágrafo único. Considera-se órgão ambiental capacitado,

para os efeitos do disposto no caput, aquele que possui

técnicos próprios ou em consórcio, devidamente habilitados e

em número compatível com a demanda das ações

administrativas a serem delegadas.

Autorização e financiamento por

instituições oficiais:

Art. 19, parág. 3º, Dec. 99274/90 - Se

iniciadas as atividades antes da obtenção

da licença ambiental, os agentes do

IBAMA deverão comunicar às instituições

oficiais de crédito para corte do

financiamento (norma bastante útil).

CASOS DE MODIFICAÇÃO, SUSPENSÃO

OU CANCELAMENTO DE LICENÇA - art.

19 da RES. 237

I - Violação ou inadequação de quaisquer

condicionantes ou normas legais.

II - Omissão ou falsa descrição de

informações relevantes que subsidiaram a

expedição da licença.

III - superveniência de graves riscos

ambientais e de saúde.

Prazos para análise das

licenças:

Art. 14 da Res. 237 CONAMA.

6 meses sem EIA/RIMA;

12 meses com EIA/RIMA e/ou audiência

pública

Licenciamento simplificado - Res.

CONAMA 279/01

- Prevê o licenciamento simplificado, a ser

concluído no prazo de 60 dias, para

empreendimentos elétricos com pequeno

potencial de impacto ambiental, dentre os quais

a Resolução destaca:

1. Sistemas de transmissão de energia elétrica

(linhas de transmissão e subestações)

2. Usinas eólicas e outras fontes alternativas de

energia

Licença Prévia: localização e projeto Validade: máximo 5 anos (art. 18, I, R. 237/97)

Licença de Instalação Validade: máximo 6 anos (art. 18, II)

Licença de Operação Validade: de 4 a 10 anos (art. 18, III)

Etapas e Prazos de Validade das Licenças

V. Res. Consema 30/2003

COMPETÊNCIA PARAO LICENCIAMENTO AMBIENTAL

IBAMA

Compete ao IBAMA licenciar: art. 7º, XIV a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe;

b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona

econômica exclusiva;

c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas;

d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela União, exceto em APAs;

e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados;

f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de ato do Poder

Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das Forças Armadas, conforme

disposto na Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999;

g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, em qualquer

estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão

Nacional de Energia Nuclear (Cnen); ou

h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite

Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), e

considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento .

Parágrafo único. O licenciamento dos empreendimentos cuja localização compreenda concomitantemente áreas das

faixas terrestre e marítima da zona costeira será de atribuição da União exclusivamente nos casos previstos em

tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada

a participação de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e considerados os critérios de

porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento.

Órgãos Estaduais – atribuição

residual – art. 8º, incs. XIV e XIV

XIV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou

empreendimentos utilizadores de recursos ambientais,

efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob

qualquer forma, de causar degradação ambiental,

ressalvado o disposto nos arts. 7º (União) e 9º (Municípios);

XV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou

empreendimentos localizados ou desenvolvidos em

unidades de conservação instituídas pelo Estado, exceto

em Áreas de Proteção Ambiental (APAs);

Órgão Ambiental Municipal –

art. 9°, inc. XIV

a) que causem ou possam causar impacto ambiental

de âmbito local, conforme tipologia definida pelos

respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente,

considerados os critérios de porte, potencial poluidor

e natureza da atividade; Observar tipologias Res.

CONSEMA 288/14

b) localizados em unidades de conservação

instituídas pelo Município, exceto em Áreas de

Proteção Ambiental (APAs);.

LEI COMPLEMENTAR 140/12 Critérios de definição do ente competente:

• localização e desenvolvimento do empreendimento;

• tipo de atividade (militar, material radioativo, energia nuclear);

• conforme tipologia fundada nos critérios de porte, potencial poluidor e

natureza da atividade ou empreendimento:

i) no caso da União estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de

proposição da Comissão Tripartite Nacional;

ii) no caso dos Municípios definida pelos Conselhos Estaduais de Meio

Ambiente;

ESTUDO DE IMPACTO

AMBIENTAL - conceito:

Estudo das prováveis modificações nas

diversas características socioeconômicas

e biofísicas do meio ambiente que podem

resultar de um projeto proposto.

EIA - OBJETIVO:

Evitar que um projeto, justificável sob o

prisma econômico, ou em relação aos

interesses imediatos de seu proponente,

se revele posteriormente nefasto ou

catastrófico para o meio ambiente.

***Valoriza a vocação preventiva do direito

ambiental.

O Estudo de Impacto

Ambiental (EIA) sujeita-se a

três condicionantes: Transparência administrativa;

Consulta aos interessados;

Motivação da decisão ambiental;

Hipóteses de incidência:

-Obrigatório para obras e atividades de

“ significativa degradação” ambiental

-Conceito jurídico indeterminado

- Art. 2º, Res. 1/86 - rol exemplificativo

TRF 5a R. AC n° 50495 CONSTITUCIONAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. MEIO

AMBIENTE. 1. A ELABORAÇÃO DE ESTUDO COM

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL CONSTITUEM

EXIGÊNCIA CONSTITUCIONAL PARA

LICENCIAMENTO DE ATIVIDADES POTENCIALMENTE

CAUSADORAS DE SIGNIFICATIVA DEGRADAÇÃO DO

MEIO-AMBIENTE. 2. A RESOLUÇÃO 001/86 DO CONAMA

APENAS PRESCINDE DO EIA/RIMA COM RELAÇÃO A

PROJETOS URBANÍSTICOS DE ÁREA INFERIOR A 100

HA. 3. O RELATÓRIO DE VIABILIDADE AMBIENTAL NÃO

É IDÔNEO E SUFICIENTE PARA SUBSTITUIR O ESTUDO

DE IMPACTO AMBIENTAL E RESPECTIVO RELATÓRIO.

4. APELAÇÕES IMPROVIDAS

STJ - REsp 769753 / SC PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AMBIENTAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. RESPONSABILIDADE POR DANO

CAUSADO AO MEIO AMBIENTE. ZONA COSTEIRA. LEI 7.661/1988. CONSTRUÇÃO DE HOTEL EM ÁREA DE

PROMONTÓRIO. NULIDADE DE AUTORIZAÇÃO OU LICENÇA URBANÍSTICO-AMBIENTAL. OBRA POTENCIALMENTE

CAUSADORA DE SIGNIFICATIVA DEGRADAÇÃO DO MEIO AMBIENTE. ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL -

EPIA E RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA. COMPETÊNCIA PARA O LICENCIAMENTO URBANÍSTICO-

AMBIENTAL. PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR (ART. 4°, VII, PRIMEIRA PARTE, DA LEI 6.938/1981).

RESPONSABILIDADE OBJETIVA (ART. 14, § 1°, DA LEI 6.938/1981). PRINCÍPIO DA MELHORIA DA QUALIDADE

AMBIENTAL (ART. 2°, CAPUT, DA LEI 6.938/1981). 6. É inválida, ex tunc, por nulidade absoluta decorrente de vício

congênito, a autorização ou licença urbanístico-ambiental que ignore ou descumpra as exigências estabelecidas por lei e

atos normativos federais, estaduais e municipais, não produzindo os efeitos que lhe são ordinariamente próprios (quod

nullum est, nullum producit effectum), nem admitindo confirmação ou convalidação. 7. A Lei 7.661/1988, que instituiu o

Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro, previu, entre as medidas de conservação e proteção dos bens de que cuida, a

elaboração de Estudo Prévio de Impacto Ambiental - Epia acompanhado de seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental -

Rima. 8. Mister não confundir prescrições técnicas e condicionantes que integram a licença urbanístico-ambiental (= o

posterius) com o próprio Epia/Rima (= o prius), porquanto este deve, necessariamente, anteceder aquela, sendo proibido,

diante da imprescindibilidade de motivação jurídico-científica de sua dispensa, afastá-lo de forma implícita, tácita ou

simplista, vedação que se justifica tanto para assegurar a plena informação dos interessados, inclusive da comunidade,

como para facilitar o controle administrativo e judicial da decisão em si mesma. 9. Indubitável que seria, no plano

administrativo, um despropósito prescrever que a União licencie todo e qualquer empreendimento ou atividade na Zona

Costeira nacional. Incontestável também que ao órgão ambiental estadual e municipal falta competência para, de maneira

solitária e egoísta, exercer uma prerrogativa - universal e absoluta - de licenciamento ambiental no litoral, negando

relevância, na fixação do seu poder de polícia licenciador, à dominialidade e peculiaridades do sítio (como áreas

representativas e ameaçadas dos ecossistemas da Zona Costeira, existência de espécies migratórias em risco de extinção,

terrenos de marinha, manguezais), da obra e da extensão dos impactos em questão, transformando em um nada fático-

jurídico eventual interesse concreto manifestado pelo Ibama e outros órgãos federais envolvidos (Secretaria do Patrimônio

da União, p. ex.).

Legislação disciplinadora do

EIA

Lei 6938/81 (art. 9º, inc III)

Res. CONAMA 1/86

Dec. Federal 99.274/90 (art. 17, § 2º)

art. 225, § 1º, inc. IV, da CF

Res. CONAMA 237/97

QUEM ELABORA O EIA/RIMA ?

Equipe técnica habilitada multidisciplinar,

"cadastrada no órgão ambiental

competente, não dependente direta ou

indiretamente do proponente do projeto e

que será responsável tecnicamente pelos

resultados apresentados, não podendo

assumir o compromisso de obter o

licenciamento do empreendimento” ( art.

7º da Res.1/86 do CONAMA -exigência

não aparece na Res. 237/97).

CUSTOS DO EIA/RIMA:

* Arcados pelo proponente do projeto (art.

11 da Res. 237/97).

* O art. 18, § 3º, da L. 11.284/06, prevê

que o poder concedente da floresta pague

o EIA/RIMA, mas o valor será ressarcido

pelo concessionário vencedor da licitação

EIA "a posteriori"

A Resolução 06/87 do CONAMA prevê o

Estudo de Impacto Ambiental para obras

de grande porte, sobretudo para fins

hidrelétricos, que tenham sido instaladas

ou estejam em operação antes da Res.

01/86. Além disso, o art. 8º, II, da L.

6.938/81 refere que o CONAMA poderá

determinar a realização de EIA/RIMA

sempre que julgar necessário, inclusive

depois do início de obra ou atividade.

Audiência Pública:

Previsões legais:

Art. 11, § 2º, Res. 1/86 CONAMA;

Res. 9/87 – AUDIÊNCIA PÚBLICA

Art. 225, § 1º, inc. IV, da CF – Estudo de Impacto Ambiental, ao qual se dará publicidade.

Art. 10, V, da Res. 237/97 CONAMA

Res. 9/87 - CONAMA

Art. 1º . A Audiência Pública referida na

RESOLUÇÃO CONAMA nº 1/86, tem por

finalidade expor aos interessados o Conteúdo

do produto em análise e do seu referido RIMA,

dirimindo dúvidas e recolhendo dos presentes

as críticas e sugestões a respeito.

Art. 2º . Sempre que julgar necessário, ou

quando for solicitado por entidade civil, pelo

Ministério Público, ou por 50 (cinquenta) ou

mais cidadãos, o Órgão do Meio Ambiente

promoverá a realização de Audiência Pública.

ZONEAMENTO

Conceito: Consiste em dividir o território em

parcelas nas quais se autorizam determinadas

atividades ou interdita-se, de modo absoluto ou

relativo, o exercício de outras. Deve contemplar

zonas industriais, residenciais, comerciais, de

proteção ambiental, rurais, etc. Suas bases

constitucionais estão nos arts. 21, IX (União);

25, § 3º (estados), e 30, inc. VIII, e 182, § 1º, CF

(município).

Legislação sobre Zoneamento:

* Art. 9º, inc. II, L. 6938/81

* Decreto 4297/2002, que instituiu o

Zoneamento Ecológico-Econômico

Auditoria ambiental - art. 9º, inc.

XIII (outros...) Conceito “Processo sistemático e documentado de verificação,

executado para obter e avaliar, de forma objetiva, evidências que

determinem se as atividades, eventos, sistemas de gestão e

condições ambientais especificados ou as informações

relacionadas a estes estão em conformidade com os critérios de

auditoria estabelecidos nesta Resolução, e para comunicar os

resultados desse processo” (Res. CONAMA 306/02)

“Instrumentos de gerenciamento que compreendem uma avaliação

objetiva, sistemática, documentada e periódica da performance de

atividades e processos destinados à proteção ambiental, visando a

otimizar as práticas de controle e verificar a adequação da política

ambiental executada pela atividade auditada” (art. 14, XIII, Lei

Estadual 11.520/00)

ESPÉCIES DE AUDITORIA

A) Voluntária/Privada - planejamento

empresarial, certificações, aferição de

passivos ambientais na hipótese de

fusões, cisões, vendas empresariais

B) Compulsória/Pública - arts. 88 a 98 da

LE 11.520/00

Ocasional

Periódica

Conceito de Poluição - art. 3°, III, L.

6938/81:

É a degradação da qualidade ambiental

resultante de atividades que, direta ou

indiretamente: prejudiquem a saúde, a

segurança e o bem-estar da população; criem

condições adversas às atividades sociais e

econômicas; afetem desfavoravelmente a biota;

afetem as condições estéticas ou sanitárias do

MA; lancem matérias ou energia em desacordo

com os padrões ambientais estabelecidos.

Conceito de Poluidor - art. 3º,

IV, L. 6.938/81:

* Pessoa física ou jurídica, de direito

público ou privado, responsável,

direta ou indiretamente, por atividade

causadora de degradação ambiental

Dano Ambiental

“Dano ambiental deve ser compreendido

como toda lesão intolerável causada por

qualquer ação humana (culposa ou não)

ao meio ambiente, diretamente, como

macrobem de interesse da coletividade,

em uma acepção totalizante, e

indiretamente, a terceiros, tendo em vista

interesses próprios e individualizáveis e

que refletem no macrobem” (MORATO

LEITE, José Rubens).

Características do Dano

Ambiental Reparável:

A) Anormalidade

B) Gravidade

C) Periodicidade

* Anormalidade em estado puro