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Prof. GISELI VERGINIA SONEGO Orientador: Profª. Drª. ELENI BISOGNIN AS CONTRIBUIÇÕES DA ETNOMODELAGEM MATEMÁTICA NO ESTUDO DA GEOMETRIA ESPACIAL MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM ENSINO DE FÍSICA E DE MATEMÁTICA Link para a dissertação (PDF) : http://sites.unifra.br/Portals/13/Resumos_Dissertacoes/dissertacao_giseli_sonego.pdf

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Prof. GISELI VERGINIA SONEGOOrientador: Profª. Drª. ELENI BISOGNIN

AS CONTRIBUIÇÕES DA ETNOMODELAGEM MATEMÁTICA

NO ESTUDO DA GEOMETRIA ESPACIAL

MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM ENSINO DE

FÍSICA E DE MATEMÁTICA

Link para a dissertação (PDF): http://sites.unifra.br/Portals/13/Resumos_Dissertacoes/dissertacao_giseli_sonego.pdf

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Neste trabalho, o propósito é utilizar a metodologia da

Modelagem Matemática, desenvolvendo conceitos relacionados com

Geometria Espacial, enquanto é explorado o tema plantio do arroz. Sendo

assim, procurou-se fazer uma conexão entre a Modelagem Matemática e a

Etnomatemática, pelo fato de trabalhar essa disciplina utilizando

conhecimentos relacionados com as atividades econômicas e culturais

da comunidade.

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As atividades foram desenvolvidas com 27 alunos da 3ª série do

Ensino Médio, da Escola Estadual de Educação Básica João XXIII, na

cidade de São João do Polêsine, no Rio Grande do Sul.

Para o desenvolvimento das atividades, utilizaram-se como

referencial as etapas da Modelagem sugeridas por Bassanezi (2002),que

norteiam o trabalho proposto para os encaminhamentos em sala de aula.

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ATIVIDADES DE EXPLORAÇÃO DO TEMA

Foi solicitado aos 27 alunos que se dividissem em cinco grupos para

efetuar o levantamento de dados sobre o tema escolhido. Devido a amplitude do

tema, a professora dividiu-o em partes, e cada grupo ficou responsável por

pesquisar um desses assuntos, a saber: financiamento de implementos

agrícolas para o plantio ou colheita de arroz; plantação, colheita e processo de

beneficiamento; secagem e armazenamento; transporte e comercialização; e

planejamento de uma lavoura de arroz. Essa etapa da Modelagem, que é a

exploração do tema, teve o objetivo de capturar informações e envolver os

alunos, para que se familiarizassem com o assunto.

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A obtenção de dados foi realizada em jornais, revistas especializadas

ligadas à área, livros, internet, visitas à cooperativa de beneficiamento de

arroz e fábrica de implementos agrícolas, ambas localizadas no município,

conversas informais com profissionais da área, entrevista com o gerente do

Banco do Brasil e SICREDI (Sistema de Crédito Cooperativo) e entrevista

com profissionais da EMATER e Secretaria da Agricultura.

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Visita à fabrica de implementos agrícolas

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Visita à cooperativa Visita ao engenho de arroz

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Encontro para orientação

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LEVANTAMENTO E RESOLUÇÃO DAS SITUAÇÕES-PROBLEMA

RELACIONADAS AO TEMA

As atividades e as situações-problema descritas abordam

principalmente os conceitos de áreas e volumes dos principais sólidos

geométricos como prisma, cilindro, pirâmide e cone, estudados no 3º ano

do Ensino Médio.

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SITUAÇÃO-PROBLEMA 1:

Se um reboque tem 4,5 m de comprimento, 2,2 m de largura e 70 cm Se um reboque tem 4,5 m de comprimento, 2,2 m de largura e 70 cm

de altura, quanta madeira é necessária para construí-lo?de altura, quanta madeira é necessária para construí-lo?

Aluno: - Devemos saber quanta madeira é necessária para a base e

para as laterais.

A professora desenhou no quadro um reboque, desta forma:

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Representação de um reboque

A professora aproveitou para chamar atenção sobre a unidade de

medida, que deve sempre ser a mesma, portanto as medidas foram expressas

em metros.

Professora: - Para saber quanto de madeira necessitamos, devemos

calcular o quê?

Um aluno, disse: - A área da superfície total, menos a tampa.

Professora: - É isso mesmo. Então, vamos imaginar um reboque

aberto ( com as guardas laterais abertas), isto é, planificar o reboque:

Planificação do reboque

2,2 m 0,7m

4,5 m

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Professora: - Como é cada parte do reboque?

Aluno: - Um retângulo.

Professora: - Então, como podemos calcular a área total?

Aluno: - Devemos calcular a área de cada retângulo e somar.

Conhecendo as medidas das arestas, os alunos efetuaram o cálculo.

Cálculo realizado por um grupo de alunos.

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SITUAÇÃO-PROBLEMA 2:

Um dos alunos informou que o reboque de seu pai havia estragado e

para usá-lo na colheita do arroz ele teve a idéia de colocar uma ripa (travessa)

de madeira para ficar firme, por isso já desenhou o reboque com a travessa

mostrado no desenho. A professora indagou porque ele colocou a ripa

atravessada. Qual a medida (comprimento) dessa ripa?

Desenho feito por um grupo de alunos.

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A forma triangular dá melhor firmeza à estrutura, evitando que se

deforme com a ação do tempo, por isso nas porteiras e nas construções de

casas, por exemplo, usa-se o triângulo nas estruturas.

Professora: - Então onde é melhor o agricultor colocar a ripa para o

reboque ficar firme?

Eles responderam: - Atravessada.

Professora: - Então vamos tentar ilustrar a questão.

Ilustração da diagonal da face de um reboque.

Divididos em grupos, os alunos foram desafiados a resolver o

problema. A posição da ripa gerou discussão nos grupos e a professora

aproveitou o momento para comentar sobre a rigidez do triângulo, que é a

única figura rígida do plano.

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Professora: - Como vamos calcular o comprimento da ripa?

Eles responderam: - Pitágoras.

A professora continuou dizendo: - Vejam no sólido de acrílico, nessa

face, a linha (como se fosse a ripa) atravessa a face e une dois vértices não

consecutivos. Isso se chama diagonal da face. Ela divide a face, que é

retangular, em dois triângulos retângulos, então a linha (no nosso exemplo, a

ripa) é a hipotenusa.

Diagonal da face do paralelepípedo

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Com essa explicação, os alunos calcularam o comprimento da diagonal

utilizando o Teorema de Pitágoras.

Representando por d a diagonal da face, os alunos obtiveram:

d2 = (2,2)2 + (4,5)2 = 4,84 + 20,25 = 25,09

d 5 m

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Eles verificaram que a travessa deveria medir aproximadamente 5 m.

Além da travessa na base, a professora chamou a atenção para o fato de

que o pai do aluno havia colocado uma travessa unindo dois vértices não

consecutivos. O esboço do reboque mostra a travessa colocada.

Ilustração das diagonais do reboque.

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Professora: - Que tamanho tem essa ripa?

Professora: - Como já calculamos a diagonal da face, essa outra ripa se

chama diagonal do sólido ou do reboque no caso.

A professora também mostrou, nos paralelepípedos de acrílico, que a diagonal

da face, a altura e a diagonal do sólido formam um triângulo retângulo.

Sólidos de acrílico mostrando as diagonais.

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Não foi difícil aos alunos concluírem que poderiam usar o Teorema

de Pitágoras novamente. Indicaram a diagonal (ripa) por D e fizeram o cálculo

obtendo.

D2 = (5)2 + (0,7)2 = 25 + 0,49 = 25,49

Isto é, o comprimento da ripa é de aproximadamente 5 m.

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A professora indagou aos alunos como calcular a diagonal no caso de um

cubo.

Foi representado no quadro a diagonal do cubo, e a professora lembrou que,

nesse caso, as arestas do cubo têm o mesmo comprimento.

O comprimento da aresta foi indicado por “a”, e a diagonal da base foi calculada

usando o Teorema de Pitágoras.

d2 = (a)2 + (a)2 = 2(a)2 e, portanto,

d = a 2

Representação do cubo com as diagonais.

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Para determinar o modelo matemático que representa a medida da diagonal

do cubo, utilizou-se a diagonal da base.

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SITUAÇÃO-PROBLEMA 3:

Aluno: - Quanto de arroz cabe nesse reboque?

Para responder a questão foi necessário retomar o conceito de volume.

Inicialmente, a professora desenhou, no quadro, um cubo cuja aresta media

1 cm e salientou que a área da base desse cubo era de 1 cm2 e o volume

era de 1 cm3. Em seguida, desenhou um paralelepípedo formado por 24

cubinhos de 1 cm de aresta, portanto o volume do paralelepípedo composto

de 24 cubinhos mede 24 cm3.

Paralelepípedo com 24 cubos

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Retomada a idéia de volume com material concreto, a professora

concluiu, junto com os alunos, que, para se obter o volume do paralelepípedo,

basta multiplicar a medida da área da base pela medida da altura.

Assim:

V = Ab x h em que Ab é a área da base e h é a altura do

paralelepípedo.

Depois de os alunos terem compreendido a maneira de calcular

volume, voltou-se à questão inicial, que era saber qual o volume de arroz que

comporta um reboque com 4,5 m de comprimento, 2,2 m de largura e 70 cm

de altura.

Modelo real:

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Conhecidas as dimensões de um reboque, que se assemelha a um

paralelepípedo, os alunos obtiveram seu volume:

V = 4,5 x 2,2 x 0,7 = 6,93 m3

A professora indagou qual é a unidade mais utilizada para medir a

quantidade de arroz. Alguns alunos responderam que era o kg e que outra

unidade muito utilizada pelos agricultores era a saca de 50 kg.

Professora: - Que relação há entre o metro cúbico e o quilograma?

Os alunos começaram a discutir sobre a transformação de unidades até que

um deles salientou que um decímetro cúbico era equivalente a 1 kg, assim,

por meio dessa equivalência, poderiam saber quantos kg de arroz o reboque

comportava.

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Alguns alunos, em grupos, discutiram a situação e indicaram:

Alunos: - Em 1m3 cabem 600 kg de arroz com casca.

Professora: - Como vocês chegaram a essa conclusão?

Os alunos responderam que sabiam que 1m3 equivalia a 12 sacos de arroz com

casca e cada saco de arroz pesava 50 kg, então 1m3 equivalia a 600 kg.

Como o volume do reboque é de 6, 93 m3, os alunos concluíram que poderiam

colocar, 6,93 x 600 = 4158 kg nesse reboque.

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Para calcular o número de sacas, eles dividiram o total de

quilogramas por 50, obtendo 83 sacas. Portanto, nesse reboque cabem 83

sacas de arroz de 50 quilogramas.

As discussões com a participação dos alunos, que surgiram nessa

aula, foram muito interessantes. Eles chegaram à conclusão de que a relação

que eles conheciam para transformar unidades e volume, capacidade e

massa tinha uma aplicabilidade.

Como alguns alunos são agricultores, eles mesmos validaram essa

questão, afirmando que num reboque cabem aproximadamente 83 sacas de

arroz de 50 kg.

A partir dessa questão, pôde-se descobrir o peso específico do

arroz com casca, que é de 600 kg/m3, ou seja, 0,6 t/ m3. Esse valor foi

confirmado na fábrica de máquinas agrícolas visitada e na Internet.

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Tendo determinado o volume do paralelepípedo, foi trabalhado,

com auxílio do material concreto, o cálculo do volume dos demais prismas.

Para a dedução do cálculo, a professora utilizou o Princípio de Cavalieri.

Essa experiência foi feita no laboratório.

A professora pegou um prisma de base quadrangular e encheu-o

de água, em seguida pegou outro prisma de base triangular, com mesma

área da base do anterior e transferiu a água contida para esse prisma. A

seguir, a professora repetiu esse processo com diversos prismas e

também com cilindros de mesma área da base e mesma altura. Verificou-

se que a água encheu totalmente todos os prismas e cilindros nessas

condições, com isso, concluiu-se que o volume dos prismas e do

cilindro de mesma base e mesma altura são iguais.

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Através dessa experiência, os alunos constataram que o volume

de qualquer prisma ou cilindro que possui a mesma área da base e mesma

altura são equivalentes. Como os alunos já haviam compreendido

anteriormente que o cálculo do volume do paralelepípedo se obtém pelo

produto da área da base pela altura, verificaram que, para os demais

prismas e cilindros, o cálculo é realizado da mesma maneira, ou seja,

V = Ab . h.

Um aluno fez um comentário sobre a forma como seu pai

armazena o arroz. Com isso, surgiu a seguinte situação originando o

problema 4.

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SITUAÇÃO- PROBLEMA 4:

Aluno: - Meu pai armazenou no galpão lá de casa, todo arroz que ele

colheu. São mais ou menos 2.700 sacas, que foram colocadas em pilhas.

Ele me perguntou se eu sabia calcular a largura da pilha para colocar todas

as sacas.

Professora: - Você conseguiu fazer esse cálculo?

Aluno: - Eu tentei, medi o comprimento do galpão e calculei mais ou menos

a altura. Ele tem 8 m de comprimento e 4 m de altura, mas não descobri a

solução.

A professora colocou o problema para toda a turma resolver, os

alunos, em grupos, tentaram solucionar o problema.

Consideraram inicialmente que 1m3 equivale a 12 sacas, portanto,

como o agricultor havia colhido 2.700 sacas, eles concluíram que o volume

era de 2.700/ 12, isto é, 225 m3. Conhecendo-se o volume e as dimensões

do galpão, um grupo fez o seguinte cálculo.

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Concluíram que a pilha pode medir 7 metros.

Um segundo grupo comparou o volume de 1 m3 com o número de sacos de

arroz e também concluiu que a largura da pilha pode ser de 7 m.

Cálculo realizado por um grupo de alunos.

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Resolvido esse problema, cada grupo analisou a pesquisa feita e

buscou as formas dos implementos agrícolas encontrados. Cada grupo

elaborou uma situação-problema:

Cálculo realizado por um grupo de alunos.

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Na pesquisa realizada pelo grupo de alunos que planejou uma

lavoura de 10 hectares, eles comentaram que o custo do cultivo de uma

lavoura de arroz é muito alto, e um dos itens que encarece a produção é o

combustível, pois é utilizado na plantação, aplicação de insumos, colheita e

também no transporte do arroz. Uma maneira de os agricultores baixarem os

custos de produção é estocar combustível em tonéis, então a maioria das

famílias possui seus reservatórios de óleo (que normalmente tem a forma

cilíndrica) como mostrado na figura a seguir.

Reservatório de óleo.

Um dos componentes do grupo colocou a seguinte questão:

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SITUAÇÃO- PROBLEMA 5:

Aluno: - Lá em casa, meu pai tem um reservatório de óleo, que tem a forma

de um cilindro. Ele possui 3 m de raio e 2 m de altura. É possível saber

quantos litros de óleo esse reservatório comporta?

Todos os alunos da classe buscaram uma solução para o problema.

Essa era uma questão que interessava à maioria dos alunos, pois seus pais

armazenavam óleo em reservatórios semelhantes.

Primeiramente, eles desenharam um tonel, que tem a forma de um

cilindro de 3 m de raio e 2 m de altura.

3 m 2 m

– Desenho de um tonel de forma cilíndrica.

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A professora indagou aos alunos:

Professora: - Como podemos calcular o volume do cilindro?

Um aluno lembrou a experiência feita no laboratório e comentou que o volume

do prisma é calculado multiplicando a área da base pela altura do prisma.

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Nesse momento, a professora aproveitou para explicar que o volume do cilindro

se calcula da mesma maneira que o volume do prisma, lembrando o Princípio

de Cavalieri.

Professora: - Como é a forma da base desse reservatório de óleo?

Aluno: - É um círculo.

Professora: - Como se calcula a área do círculo?

Aluno: - Eu lembro que é лr2 .

Professora: - Então como se calcula o volume do cilindro?

Aluno: - Se o volume é calculado do mesmo modo do prisma, então o volume é

a área da base multiplicada pela altura do tonel, V = лr2 h.

Professora: - No nosso caso, temos um tonel de 3 m de raio e 2 m de altura. Se

considerarmos л = 3,14 então o volume do tonel será:

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Professora: - Achamos o volume em metros cúbicos, mas o problema pede

para calcular em litros. Como vamos fazer essa transformação?

Um aluno respondeu:

Aluno: - Vamos usar a relação:

V = 56,52 m3 = 56520 dm3 = 56520 l

Assim, chegaram à conclusão de que esse reservatório comportava 56.520

litros de óleo diesel.

A questão seguinte, proposta por um dos alunos, foi apresentada ao restante

da turma, utilizando-se os dados pesquisados pelo grupo.

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SITUAÇÃO- PROBLEMA 6 :

O pai de Daniel quer construir em seu galpão um reservatório de óleo

diesel de forma cilíndrica com a capacidade de 5 mil litros e quer saber quanto

metal é necessário. Ele informou que possui um espaço disponível no galpão

de 5 m para colocar o reservatório deitado.

O primeiro passo para solucionar o problema foi fazer um desenho

representativo do reservatório. Os alunos representaram o reservatório na

forma de um cilindro.

Desenho do reservatório na forma de um cilindro.

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Para saber quanto material seria necessário para construir o

reservatório, os alunos reportaram-se à situação já trabalhada referente à

construção do reboque para o transporte do arroz.

A professora orientou-os a planificar o cilindro. Cada grupo realizou a

planificação.

Um aluno integrante do grupo, que pesquisou sobre este tema colocou

que, se o volume do reservatório era de 5000 l, então, utilizando a equivalência,

Para calcular o material necessário para a construção, a professora

orientou os alunos para calcular a área de cada uma das partes da planificação.

Planificação do cilindro feito por um grupo de alunos.

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Base (círculo)

Superfície lateral (retângulo)

Base (círculo)

A professora explicou que, quando um cilindro é planificado, a

lateral é um retângulo e, portanto, a sua área pode ser calculada

multiplicando-se a medida da base pela medida da altura. Como a base do

retângulo coincide com o comprimento da circunferência da base do cilindro,

a área da base do cilindro é é o

comprimento da circunferência, e h é a altura do cilindro.

Planificação de um cilindro.

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A superfície total é a soma da superfície lateral com as superfícies das bases. Assim:

St = Sl + 2Sb

Este é o modelo matemático que permite calcular a área da

superfície de um cilindro.

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Com essas explicações, os alunos iniciaram a resolução do problema.

Eles colocaram que a área do círculo era лr2, mas desconheciam o valor do

raio.

A professora lembrou que eles conheciam o volume do reservatório, e que o

pai de Daniel dispunha somente de 5 m para colocar o tonel deitado, portanto,

com essas informações, era possível calcular o raio.

Foram muitas as tentativas, até que um aluno perguntou:

- Professora, sabemos o volume, que é 5 m3. A altura é 5 m. Será que não dá

para descobrir o valor do raio com esses dados?

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Professora: - Como você faria?

Aluno: - Sei que o volume é a área da base multiplicado pela altura.

Complementou ainda: - A área da base é л r2, e a altura é o espaço que o pai

de Daniel dispõe porque ele vai colocar o tonel, que mede 5 m, deitado.

Então, posso calcular o raio, assim:

e, extraindo a raiz quadrada, o raio mede 0,56 m.

O aluno fez o cálculo usando a calculadora.

A descoberta do valor do raio fez com que os alunos calculassem a área da

superfície.

Professoras: agora podem calcular a área do círculo, é л . 0,318. Como temos

dois círculos, a área é л . 0,318 . 2 = 1,96 m2. O problema é como calcular a

área do retângulo.

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Nesse momento, a professora mostrou um cilindro formado por uma folha de

papel e perguntou: - Quanto mede o lado do retângulo?

Aluno: - Deve ser igual ao comprimento da circunferência.

Professora: - E quanto mede o comprimento da circunferência?

A professora recordou que o comprimento da circunferência é 2 л r, portanto

a área do retângulo é

A = 2 л. 0,56.5 = 17,5 m2

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Assim, o pai do Daniel precisava de 1,96 + 17,5 = 19,46 m2 de material para

construir o reservatório de óleo.

Os cálculos a seguir mostram como os alunos resolveram o problema:

- Solução do problema obtida por um dos grupos.

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Um outro grupo apresentou solução semelhante.

Solução do problema obtida por um dos grupos.

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A professora voltou a indagar: - Que outros implementos agrícolas,

apresentados na exploração do tema, chamaram a atenção de vocês?

Uma aluna respondeu que o graneleiro lhe havia chamado a atenção e

uma outra menina disse que havia sido a moega.

A moega, que é um reservatório para armazenar grãos, é muito utilizada

pelos agricultores da região. Ela tem a forma de uma pirâmide invertida,

construída embaixo da terra.

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Os alunos responderam que eram semelhantes e que lembravam uma

pirâmide.

Professora: - O graneleiro e a moega têm a mesma forma?

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SITUAÇÃO- PROBLEMA 7 :

As duas questões seguintes foram trazidas para a aula por um aluno

e surgiram no momento em que seu pai precisava construir, em sua

propriedade, um reservatório para armazenar arroz. Ele pediu a seu filho que

o ajudasse a calcular, pois queria ter uma estimativa de quantos tijolos

necessitava comprar e queria saber também quanto caberia de arroz nessa

referida moega.

Com as medidas fornecidas pelo pai do menino, a professora

esboçou no quadro o desenho da moega. O paralelepípedo da parte de cima

mede 3 m de comprimento, 3 m de largura e 0,4 m de altura. A altura total da

moega é de 1,9 m.

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Desenho representativo da moega.

1,9 m0,4 m

A seguir são relatados qual o raciocínio utilizado pelos alunos para a

resolução do problema e os questionamentos feitos pela professora aos

alunos.

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Professora: - Para saber quantos tijolos são necessários, que cálculo

devemos fazer?

Um aluno respondeu: - Precisamos saber a superfície total.

A professora indagou: - Que figura é essa? (Indicando a moega).

Aluno: - Em cima é um prisma e em baixo é uma pirâmide.

Professora: - E então como iremos calcular?

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Aluno: - Calculamos a superfície lateral do prisma e a superfície lateral da

pirâmide e somamos.

Professora: - Muito bem, então vamos lá.

A superfície da parte de cima, que é um prisma, foi calculada pelos alunos

da seguinte forma:

Área da superfície lateral do paralelepípedo: 4 x 3 x 0,4 = 4,8 m2

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Como a parte de baixo é uma pirâmide de base quadrangular e as faces

laterais são triangulares, os alunos calcularam a área de uma das faces e

multiplicaram por 4.

Assim, obtiveram a área lateral da pirâmide Al = (3 x 1,5)/2 x 4 = 9 m2

Para calcular a superfície total da moega, os alunos somaram a superfície

lateral do prisma com a superfície lateral da pirâmide, já calculadas

anteriormente, obtendo 13,8 m2.

A professora perguntou: - E agora, como vamos saber quantos tijolos serão

necessários?

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Aluno: - Precisamos saber de que tamanho é o tijolo.

Professora: - Muito bem, é isso mesmo, então precisamos calcular a superfície

de um tijolo.

O aluno Marcos trouxe um tijolo à sala para obter as medidas.

Medindo o tijolo na sala de aula.

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Professora: - O tijolo vai ser colocado com a face maior ou menor?

Aluno: - Vai ser assentado no lado maior.

Para calcular a superfície lateral maior do tijolo, que tem faces

retangulares, é só multiplicar o comprimento pela largura. Assim:

Superfície = 23cm x 11cm = 253 cm2 = 0,0253 m2

Professora: - Para saber quantos tijolos são necessários, o que se deve fazer?

Aluna: - Basta dividir a superfície total da moega pela área da superfície maior do tijolo.

TIJOLO:

23 cm

5 cm

11 cm

Desenhos representativos de um tijolo.

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Em seguida, os alunos determinaram o número de tijolos que seriam

utilizados para a construção da moega, obtendo 545,45 tijolos ou 546.

Na aula seguinte, as situações-problema foram desenvolvidas com o

objetivo de estudar o volume da pirâmide.

Para dar inicio à aula, a professora relembrou, junto com os alunos, o

cálculo do volume do prisma.

Disse a professora: - Agora, vamos ao laboratório para observarmos

experimentalmente como se calcula o volume da pirâmide.

No laboratório, a professora foi explicando aos alunos e questionando-os.

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A professora tomou um prisma (sólidos de acrílico) de base quadrangular

(paralelepípedo retângulo) e uma pirâmide de base retangular de mesma

altura do prisma e mesma área da base e perguntou aos alunos:

Se eu encher de água esta pirâmide e colocá-la dentro do prisma, quantas

vezes a quantidade de água contida nessa pirâmide cabe dentro do

prisma, ou seja, quantas vezes o volume dessa pirâmide é maior que o

volume do prisma?

Alguns alunos responderam: - 2 vezes; e outros: - 3 vezes.

Bom, disse a professora, então vamos ver, vamos encher de água e ver

quantas vezes cabe realmente.

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Dando seqüência, a professora indagou aos alunos: - Que relação há

entre o volume do prisma e o volume da pirâmide?

Relembrando a experiência com a água, eles responderam:

- O prisma é 3 vezes a pirâmide.

Professora: - Que conclusão vocês chegaram?

Aluno: - Acho que o volume da pirâmide é igual ao volume do prisma

dividido por 3.

Professora: - Muito bem. Como podemos representar isso que o colega

falou?

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Dando seqüência, a professora indagou aos alunos: - Que relação há

entre o volume do prisma e o volume da pirâmide?

Relembrando a experiência com a água, eles responderam:

- O prisma é 3 vezes a pirâmide.

Professora: - Que conclusão vocês chegaram?

Aluno: - Acho que o volume da pirâmide é igual ao volume do prisma

dividido por 3.

Professora: - Muito bem. Como podemos representar isso que o colega

falou?

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Os alunos escreveram:

Vpirâmide = 1/3 Vprisma

Essa conclusão foi retomada pela professora para que todos tivessem

clareza do cálculo efetuado.

Voltando para o problema do aluno, a professora falou: - Agora já

podemos ajudá-lo mais um pouco. Seu pai também quer saber quantos

sacos de arroz cabem nesse reservatório?

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Para responder a essa questão, foi necessário retomar o conceito de volume do

prisma e da pirâmide.

Analisando o desenho da moega, verificou-se que a parte de cima tem a forma

de um prisma de base quadrada e, em baixo, é uma pirâmide.

O modo como os alunos resolveram foi o seguinte:

Resolução do problema por um dos grupos.

Logo na moega que o pai do aluno deseja construir, caberão aproximadamente

97 sacos de arroz.

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SITUAÇÃO- PROBLEMA 8:

Um outro equipamento, muito utilizado pelos agricultores no transporte

do arroz e lembrado por uma aluna, foi o graneleiro. Esse equipamento tem a

forma poliédrica, semelhante a um tronco de pirâmide invertida na parte de

baixo e, em cima, é um prisma.

Modelo real:

Graneleiro.

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A professora pediu aos alunos que medissem um graneleiro, e trouxessem

essas medidas para a aula, a fim de que pudessem elaborar algumas

questões sobre esse implemento agrícola utilizado na lavoura de arroz.

Em seguida, com as medidas do graneleiro em mãos, foi possível levantar a

seguinte questão pelos alunos:

Qual a capacidade desse graneleiro?

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A professora indagou: - Que figura é essa?

Alunos: - A parte de cima é um prisma e em baixo é parecida com a

pirâmide.

Professora: - Como iremos calcular a capacidade do graneleiro?

Alunos: - Da mesma forma como calculamos o volume da moega.

Alunos: - Calculamos o volume do prisma, o volume da pirâmide e somamos.

Como os alunos já possuíam as medidas do graneleiro, fizeram o

desenho com as medidas.

1 m

2,4 m2 m

Desenho do graneleiro com suas medidas.

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Como os alunos sabiam calcular o volume do prisma e da pirâmide,

realizaram o cálculo do volume da seguinte forma:

Vtotal = Vprisma + Vpirâmide

Vprisma = Sb x h = 2 x 2,40 x 1 = 4,8 m3

Vpirâmide =1/3. Sb.h = (2 x 2,4 x 1)/3 = 1,6 m3

Portanto, o volume V = 6,4 m3

é o volume total do graneleiro em metros cúbicos.

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Professora: - Se quisermos saber quantos quilogramas de arroz cabem

no graneleiro, como devemos proceder?

Alunos – É só multiplicar 6,4 por 600.

Professora – É isso mesmo, pois já sabemos que 1 m3 = 600 kg. Então,

6,4 m3= 6,4 x 600 = 3840 kg.

Portanto, neste graneleiro, cabem 6,4 m3 de arroz a granel, ou seja, 3840

kg, aproximadamente, 4 toneladas.

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SITUAÇÃO- PROBLEMA 9 :

Um aluno lembrou outro instrumento utilizado pelos agricultores, o

pluviômetro, que é um instrumento em forma de pirâmide quadrangular regular,

utilizado para verificar o índice pluviométrico da região. O desenvolvimento da

planta e a produção de grãos dependem da temperatura e da quantidade de

chuva, por isso, é comum os agricultores possuírem, em suas propriedades, um

pluviômetro.

O aluno informou que, em sua casa, havia um pluviômetro, porém, num

dia de chuva, ele recolheu a água num recipiente na forma de um cubo e

gostaria de saber quanta água esse cubo armazenou.

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A professora pediu para trazer o cubo e o pluviômetro para a sala de

aula e foram medidos os dois instrumentos. Ao colocar a água no pluviômetro,

na forma de uma pirâmide, a altura atingiu 8 cm. Os alunos mediram o

apótema da pirâmide determinada pelo nível da água e verificaram que a

medida era de 10 cm.

h = 8 cm

a = 10 cm

Desenho de um pluviômetro.

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Para resolver o problema a professora iniciou dizendo:

- O que precisamos calcular?

Um aluno respondeu: - O volume da pirâmide formada pela água.

Professora: - Como vamos fazer isso?

Como todos ficaram calados, a professora prosseguiu: - Necessitamos

calcular a medida do apótema da base dessa pirâmide, pois precisamos

saber a medida da área da base.

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10

6

8

Ao analisar o desenho, os alunos conseguiram calcular o valor do apótema da

base, usando o Teorema de Pitágoras.

r2 + 82 =102 e portanto r = 6 cm

A seguir, a professora questionou: - Analisando o desenho, podemos descobrir

qual é a medida da aresta da base dessa pirâmide?

: - Professora, é 12 cm.

Triângulo retângulo.

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Professora: - Como você descobriu?

Aluno: - A base do pluviômetro é quadrada, e o apótema da base mede 6 cm.

Professora: - Podemos calcular o volume de água da pirâmide com esses

dados? Como vamos calcular a área da base?

Aluno: - Professora, como a base é um quadrado de aresta 12, é só multiplicar

um lado vezes o outro, ou seja, é 12x12.

Com esses dados, os alunos calcularam o volume da pirâmide formada pelo

nível da água no pluviômetro

Vp = 1/3 x Sb x h = 1/3. 122. 8 cm3 = 384 cm3

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Continuando a questão, a professora colocou o seguinte problema:

- Colocando a água armazenada no recipiente onde foi recolhida, é possível

determinar a altura da água nesse recipiente na forma de um cubo?

Professora: - Vamos chamar de x a altura, atingida pela água quando colocada

no cubo de aresta medindo 10 cm.

A professora seguiu, dizendo: - Como o volume da água independe do

recipiente onde está armazenado, de que forma iremos calcular a altura(x)

atingida pela água no cubo?

Aluno: - Como no cubo todas as arestas têm a mesma medida, para calcular o

volume, é só multiplicar a medida do comprimento pela largura e pela altura.

Fazendo o cálculo: 10.10.x = 384

x = 3,84 cm

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Ao efetuar o cálculo, podemos concluir que a altura da água, quando colocada

num cubo de 10 cm de aresta, é de 3,84 cm.

Essas questões postas pelos alunos e a busca de solução foram etapas

desenvolvidas com muita motivação e interesse pelos alunos. Nesse

momento, foi possível perceber a eficácia da metodologia da Modelagem para

ensinar Matemática a partir de situações vivenciadas pelos alunos.

Durante a visita à fábrica de implementos agrícolas, os alunos tiveram a

oportunidade de visualizar como são realizados os cálculos para a fabricação

de um silo e de outros maquinários utilizados na agricultura. Dessa visita

surgiu outra questão:

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SITUAÇÃO- PROBLEMA 10 :

Quanto de metal é necessário para construir um silo?

Silo.

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Professora: - Para calcular a área da superfície lateral do silo, facilita o

entendimento se o visualizarmos planificado.

Como sua forma é a de um cilindro, vamos planificar um cilindro.

Para iniciar a resolução desse problema, a professora perguntou aos alunos: -

O que, matematicamente, estamos necessitando resolver?

Analisando a foto do silo, os alunos perceberam que a forma do silo é um

cilindro, e a parte de cima é um cone.

Então um aluno respondeu: - A área lateral do cilindro e do cone.

Professora: - Como podemos calcular a área lateral do cilindro? E do cone?

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h

2 лr

Professora: - Que figura vê-se na lateral do cilindro planificado?

Aluno: - Forma um retângulo.

Professora: - Então, como se calcula a área de um retângulo?

Aluno: - É só multiplicar a base pela altura.

Professora: - Mas, quanto mede a base desse retângulo?

Aluno: - É 2 л r, porque é o comprimento da circunferência do cilindro.

A professora lembrou aos alunos que, na visita à cooperativa, o funcionário

havia informado as dimensões do silo. Os alunos confirmaram que o raio do

silo era de aproximadamente 2,36 m e a altura 4,73 m.

Planificação do cilindro.

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Assim,

Acilindro = 2 л r.h = 2. 3,14. 2,36. 4,73

Acilindro = 70,10 m2

Professora: - Até agora foi calculada a área lateral do silo (cilindro). O que falta

ainda calcular?

Aluno: - O coberto.

Professora: - Como é o coberto de um silo?

Aluno: - É um cone.

Professora: - Como é o coberto de um silo?

Aluno: - É um cone.

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Altura(H)

Vértice(V)

Raio(r)

Geratriz(g)

A planificação do cone é formada por um setor circular cujo raio é igual à

geratriz e por um círculo de raio r igual ao raio da base do cone.

Planificação do cone.

Desenho de um cone com seus elementos.

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Aluno: - Professora, então o telhado do silo não é um cone completo, porque

ele só tem a parte do setor circular.

Professora: - É realmente como vimos nas visitas à cooperativa e na fábrica de

implementos, o telhado de um silo é um cone, mas sem a base.

Professora: - Para calcular a área da superfície lateral do cone (telhado do silo),

vamos também visualizá-lo planificado.

Setor circular.

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A base do setor circular é o comprimento da circunferência que forma a base

do cone. Então a área lateral do cone é determinada pela área do setor

circular.

Para determinar a área do setor circular, a professora chamou a atenção para

o fato de que, se o círculo de raio g fosse completo, o comprimento da

circunferência seria 2 л g, e a área correspondente seria л g2.

Como temos só um setor circular, podemos determinar sua área fazendo uma

regra de três, isto é, observando que

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Portanto, a área lateral do cone é a área do setor circular conforme a figura.

Com as dimensões do silo fornecidas pela fábrica, temos:

r = 2,36 m e h = 2m, então pelo teorema de Pitágoras, resulta:

g2 = h2 +r2 = 22 +(2,36)2 = 9,5696

ou

g = 3,06 m

Área lateral do cone com seus elementos.

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Portanto, a área lateral do cone que compõe a parte de cima do silo é

e a área lateral do silo é calculada somando-se a área lateral do cilindro

com a área lateral do cone:

Ou seja, necessitamos de aproximadamente 92,99 m2 de metal para construir

o silo em questão.

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Nessa questão vários alunos tiveram dificuldade em solucionar, somente foi

possível resolvê-la com a intervenção da professora.

Em seguida, a professora solicitou que cada grupo recortasse um retângulo de

papel, de qualquer tamanho, unisse as bordas nos dois sentidos e perguntou

aos alunos: - Em qualquer um dos sentidos que enrolarmos a folha (retângulo)

de papel, que figura forma?

Alunos: - Um cilindro.

Professora: - Imaginemos que cada um desses cilindros formados pela união

das bordas ilustre as laterais de um silo, qual dos cilindros tem maior volume,

ou seja, em qual deles cabe mais arroz?

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Os grupos calcularam o volume de cada cilindro que construíram.

Primeiramente, mediram o retângulo que recortaram, e cada retângulo

originou duas possibilidades de cilindros. Veja o cálculo realizado por três

grupos:

GRUPO A GRUPO B GRUPO C

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Cada grupo calculou a razão entre os volumes e a razão entre as alturas e

concluíram, nessa tarefa, que a razão entre os volumes é igual à razão inversa

entre as alturas, ou seja, o cilindro (silo) de menor altura tem o maior volume,

comportando, portanto, mais arroz que o silo de maior altura.

A professora sugeriu aos alunos que comparassem as medidas da altura e do

diâmetro da base dos cilindros que haviam construído.

Após, a professora indagou aos alunos: - Qual dos cilindros tem maior volume?

Depois de muita discussão e comparações, concluíram que o cilindro tem maior

volume quando a altura é próxima do diâmetro da base.

Essa conclusão foi feita após analisar vários cilindros, aumentando a base e

diminuindo a altura.

A professora indagou: - As dimensões do silo que visitamos têm essa relação?

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Os alunos lembraram que o funcionário havia lhes informado que o raio da

base do silo media 2,36 m, e a altura era 4,73 m. Logo, com essas

dimensões, o volume do silo era máximo.

Também se pôde concluir, por meio dessa atividade, que a forma ideal de

um silo é estabelecida pela economia de material para a fabricação,

capacidade de armazenamento e a durabilidade do grão.

Teve-se aqui um momento precioso que possibilitou desenvolver no

aluno a capacidade de observação e análise para a tomada de decisão

sobre a questão levantada.

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A situação-problema seguinte foi proposta pelos alunos e também surgiu a

partir da visita à fábrica de máquinas agrícolas. Nessa visita, o funcionário

mostrou aos alunos como funcionava uma semeadura.

Semeadeira.

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SITUAÇÃO- PROBLEMA 11 :

Observando a semeadeira, um aluno indagou: - Qual é a quantidade de

material (chapa de ferro) necessária para construir esta semeadeira?

O funcionário respondeu que a capacidade da semeadeira era de 1.000 kg,

mas, para saber a quantidade de material, precisava fazer as contas.

Em sala de aula, a professora perguntou: - O que precisamos calcular para

saber quanto de material é necessário para construir uma semeadeira?

Um aluno respondeu: - A área da semeadeira, ou seja, a área lateral do cone.

Como a capacidade da semeadeira é de 1.000 kg, primeiramente os alunos

passaram para metros cúbicos, através da regra de três, utilizando novamente

a relação:

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Para determinar o volume do cone, a professora utilizou a mesma estratégia

para determinar o volume da pirâmide.

Foram comparados um cilindro e um cone de mesma base e mesma altura.

Os alunos colocaram água no cone e depois transferiram para o cilindro.

Desse modo, concluíram que, no cilindro, cabia três vezes mais água.

A professora fez uma síntese do resultado da experiência. Se o volume do

cilindro de raio r e altura h é

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Desenho representativo de uma semeadeira.

Conhecendo o raio da base do cone, foi possível calcular a superfície lateral

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Como os alunos já haviam trabalhado com um problema semelhante

a professora recordou que a superfície lateral de um cone circular reto com

raio da base medindo r e geratriz g é equivalente a um setor circular de raio

g, cujo arco mede 2 л r. Portanto, Alateral cone = л .r. g

Para visualizar essa equivalência, “cortamos” sua superfície lateral

sobre uma geratriz e, por fim, “ planificamos” a região obtida.

Desenho da superfície lateral da semeadeira.

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A professora desenhou no quadro um cone, representando a semeadeira.

O raio da base da semeadeira foi calculado, e sua medida é 1,26 m. Para

determinar a geratriz, os alunos usaram o Teorema de Pitágoras.

Triângulo retângulo.

r

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g = 1,5876 m ou aproximadamente 1,59 m.

Tendo calculado a medida da geratriz, os alunos calcularam a área lateral

do cone.

Al =3,14 .1,26.1,59 = 6,29 m2

Então, para fabricar uma semeadeira com capacidade para 1.000 kg, a

fábrica precisará de aproximadamente 6,29 m2 de metal.

Por meio dessas situações-problema foi possível realizar o estudo do

prisma, cilindro, cone e pirâmide. Para a compreensão desse conteúdo, a

Modelagem Matemática foi uma metodologia que se mostrou eficiente,

além disso, o tema escolhido foi adequado para a turma em questão.

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CONSTRUÇÃO DE MAQUETES PELOS ALUNOS

Nessa atividade, a professora solicitou que cada grupo de alunos construísse

uma maquete de um implemento agrícola utilizado na lavoura de arroz e

utilizasse uma escala para fazer a equivalência das medidas, com escala

horizontal e escala vertical.

O objetivo de propor essa atividade aos alunos foi proporcionar o

desenvolvimento da percepção tridimensional dos objetos construídos,

oferecendo aos estudantes um recurso didático poderoso e relativamente

simples de se construir.

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Outro objetivo foi utilizar o material concreto como forma de auxiliar no

processo de ensino e aprendizagem, mostrando que a Geometria pode ser

trabalhada de maneira construtiva, atrativa e motivadora.

Todos os grupos entregaram, além da maquete, um trabalho por escrito,

orientado pela professora, que deveria conter: capa, introdução,

desenvolvimento e conclusão. No desenvolvimento, os alunos teriam que

elaborar pelo menos uma situação-problema referente ao implemento

escolhido para a confecção da maquete.

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Maquete uma semeadeira

É um equipamento utilizado para semear o arroz. a semeadeira utilizada

como

modelo real nesse trabalho possui a forma de um tronco de cone e é feita de

metal.A maquete também foi construída em metal, na escala 1: 8 cm

Maquete do grupo 5: semeadeira.

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Maquete do silo

A maquete do silo foi muito bem construída pelo grupo, muito criativa, foi

quase toda feita em metal. Além de fazer a maquete do silo, eles fizeram a

maquete de toda a estrutura que compõe o silo, como o elevador e os

condutores, conforme é mostrado na figura.

Segundo o relato dos próprios

alunos, foi muito difícil fazer a

cobertura do silo, pois é um cone,

e a planificação do cone dá um

setor circular. Eles tiveram que

fazer o molde planificado do cone

em papel, mas, segundo eles,não

dava certo e foi difícil de encaixar

a base do cone na base cilindro.

Depois de fazer o molde em papel,

eles recortaram o molde em uma

chapa metálica e soldaram.

Maquete do grupo 4: silo metálico.

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Após serem concluídos os trabalhos com os alunos, utilizando-se a

Modelagem Matemática, pôde-se constatar que a construção do

conhecimento ocorreu de forma efetiva. Isso se evidenciou no momento em

que os alunos utilizaram as informações que recolheram na exploração do

tema e nas visitas a campo e as transformaram em conhecimento para a

resolução das situações-problema. Percebe-se que esses alunos

conseguiram vincular o conhecimento adquirido no dia-a-dia com a

Matemática estudada em sala de aula. Um dos indícios foi o comentário de

um dos alunos:

- Este trabalho possibilitou uma aproximação entre a matemática teórica e a

prática, mostrando que ela está mais presente no nosso dia-a-dia do que

podemos imaginar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Algumas contribuições foram observadas com o uso da Modelagem

Matemática em relação às aulas tradicionais, no que diz respeito ao

entendimento dos conceitos de Geometria Espacial, tais como:

Proporcionou ao aluno o contato com a representação dos sólidos

geométricos manipuláveis que se encontram no meio em que eles vivem.

Facilitou a visualização da utilidade dos conteúdos estudados em sala

de aula, possibilitando aos alunos fazer a conexão da Matemática com a

realidade vivida por eles no seu dia-a-dia.

Propiciou aos alunos a compreensão e resolução de situações-problema

reais, de seu interesse.

Facilitou a troca de informações entre os alunos, que se ajudaram

mutuamente, com a intervenção da professora, quando necessário,

proporcionando um trabalho pedagógico cooperativo.

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O professor deixou de ser o detentor do

conhecimento e passou a ser o orientador, motivador do

melhor caminho a seguir para a construção do conhecimento

pelos próprios alunos, podendo, através dessa prática

cooperativa, aprender junto com eles.

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No século XVII o matemático Italiano Bonaventura Cavalieri

estabelece um princípio básico para o cálculo de volumes, que diz que

dois sólidos que tiverem a área da base igual e, sempre que

seccionados por um mesmo plano vão gerar áreas iguais, terão o

mesmo volume.

Princípio de Cavalieri

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4 cm

8 cm

A = 32 cm2

C = 2 r V = r2h

8 = 2 r V = 64/

r = 4/

C = 2 r V = r2h

4 = 2 r V = 32/

r = 2/

Desenhos da atividade realizada por um grupo de alunos.

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A = 24 cm2 4 cm

6 cm

C = 2 r V = r2h

6 = 2 r V = 36/

r = 3/

C = 2 r V = r2h

4 = 2 r V = 24/

r = 2/

Desenhos da atividade realizada por um grupo de alunos.

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C = 2 r V = r2h

30 = 2 r V = 4500/

r = 15/

C = 2 r V = r2h

20= 2 r V = 3000/

r = 10/

A = 6000 cm2 20 cm

30 cm

Desenhos da atividade realizada por um grupo de alunos