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Prof. Paulo Barreto Teoria da Contingência

Prof. Paulo Barreto Teoria da Contingência. Introdução Significado de Contingência s.f. Eventualidade, possibilidade de que algo aconteça ou não

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Prof. Paulo Barreto

Teoria da Contingência

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Introdução

Significado de Contingência

s.f. Eventualidade, possibilidade de que algo aconteça ou não.

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Introdução

Assim, trazendo para a administração, a abordagem contingencial salienta que não se atinge a eficácia organizacional seguindo um único e exclusivo modelo organizacional.

É necessário um modelo apropriado para cada situação. A abordagem contingencial considera o ambiente e a tecnologia as variáveis que produzem maior impacto sobre a organização.

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Introdução

A Teoria da Contingência enfatiza que não há nada absoluto nas organizações ou na teoria administrativa. Tudo é relativo. Tudo depende. Existe uma relação funcional entre as condições do ambiente e as técnicas administrativas apropriadas para o alcance eficaz dos objetivos da organização. As variáveis ambientais são variáveis independentes, enquanto as técnicas administrativas são variáveis dependentes.

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Introdução

A Teoria da Contingência enfatiza que não há nada de absoluto nas organizações ou na teoria administrativa. Tudo é relativo. Tudo depende.

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Tipos Básicos de Organizações

Para ter uma noção mais sistêmica da teoria da contingência, vamos primeiramente compreender como as organizações trabalham.

Conforme Tom Burns e G.M. Stalker, as organizações podem ser classificadas em “mecanicistas” e “orgânicas”.

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Tipos Básicos de Organizações

Organização mecanicista Organização orgânica

Estrutura burocrática baseada em uma minuciosa divisão do trabalho;

Estruturas flexíveis com pouca divisão de trabalho;

Cargos ocupados por especialistas com atribuições perfeitamente definidas;

Cargos modificados e redefinidos através de interação;

Centralização das decisões na cúpula da empresa;

Descentralização das decisões;

Hierarquia rígida e comando único; Tarefas executadas com o conhecimento do todo da organização;

Sistemas rígidos de controle; Hierarquia flexível;

Predomínio da interação vertical entre superior e subordinado;

Controle administrativo amplo;

Controle administrativo estreito; Informações mais confiáveis.

Regras e procedimentos formais;

Princípios universais da Teoria Clássica.

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O AmbienteO ambiente é o contexto que envolve externamente a organização, ou seja, o cenário no qual a empresa estará imersa. Porém, todo e qualquer ambiente externo a uma corporação é extremamente vasto e complexo, não permitindo que as organizações absorvam-na em sua totalidade.

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Tipos de ambientesPara estudarmos melhor o ambiente separamos em dois extratos:

Ambiente Geral: é constituído de um conjunto de condições comuns a todas as organizações; tecnológicas, legais, políticas, economicas, demográficas, ecológicas e culturais.

Ambiente Tarefa: é o ambiente mais próximo e imediato de cada organização, constituído por: fornecedores, clientes, concorrentes e entidades reguladora

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TecnologiaA tecnologia constitui uma variável independente que influencia as características da organização.

Sob o ponto de vista administrativo, a tecnologia é considerada como algo que se desenvolve nas organizações através do conhecimento acumulado e pelas suas manifestações físicas (maquinas, instalações, etc..)

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TecnologiaPartindo do prisma da tecnologia como variável organizacional, Joan Woodward classificou as empresas em três grupos de tecnologia:

Produção unitária ou oficina; produção em massa ou mecanizada;produção em processo ou automatizada.

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TecnologiaConclusões:

O desenho organizacional é afetado pela tecnologia usada pela organização;

Existe forte correlação entre estrutura organizacional e previsibilidade das técnicas de produção. A previsibilidade é alta para produção por processo continuo e baixa para produção unitária.

As empresas com operações mutáveis (e tecnologia não)

necessitam de estruturas diferentes das organizações com tecnologia mutável.

A importância de cada função na empresa depende da tecnologia utilizada.

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TecnologiaConforme o arranjo dentro da organização, Thompson propõe uma tipologia de tecnologias:

Tecnologia em elos de seqüência: é a linha de montagem - da produção em massa. Quanto mais o processo é repetido, mais aperfeiçoado ele se torna. Grande contribuição da abordagem clássica.

Tecnologia mediadora: é o caso das organizações que - tem por base a ligação de clientes que são ou desejam ser interdependentes (seguradoras, bancos, etc). Ênfase nas técnicas burocráticas.

Tecnologia intensiva: convergência de várias habilidades e - especificações sobre um único cliente.

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TecnologiaTipos de Tecnologia:

Tecnologia Flexiviel Tecnologia Fixa

Produto Concreto

organização com relativa facilidade de mudanças tecnológicas (ramo de plásticos, equipamentos eletrônicos...).

Organização com pequenas possibilidades de mudanças tecnológicas (ramo automobilístico).

ProdutoAbstrato

organização com grande adaptabilidade ao meio ambiente (empresas de propaganda, organizações secretas, etc).

organização com capacidade de mudança, mas restrita pela tecnologia fixa (instituições Educacionais).

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Introdução à Teoria da Contingência

Após a compreensão do ambiente que rodeia uma empresa e a tecnologia como uma variável organizacional, vamos partir para a teoria da contingência. A partir da verificação de que não existe um único e melhor jeito (the best way) de organizar, surge a teoria da contingência, onde o ambiente externo é visto como um fomentador de oportunidades ou ameaças que influenciam na estrutura e nos processos internos da organização.

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Introdução à Teoria da Contingência

A concepção das estruturas é condicionada por fatores externos à organização, os quais moldam a configuração das estruturas. Mintzberg denomina estas condições externas por fatores contingenciais, que são:

a idade e dimensão; o sistema técnico; o ambiente; e a relação de poder.

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Introdução à Teoria da Contingência

A idade e a dimensão:

A dimensão da organização está relacionada com o grau de elaboração da sua estrutura, com a especialização das suas tarefas.

A idade tende a refletir o período histórico em que foi criada a estrutura, levando a a preservar os princípios de concepção estrutural mais adaptados à data da sua constituição.

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Introdução à Teoria da Contingência

O sistema Técnico:

O sistema técnico é relativo ao centro operacional e afeta a estrutura da base para o topo. As alterações tecnológicas afetam os conteúdos de trabalho, o controle exercido pelos níveis operacionais, os níveis de qualificação.

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Introdução à Teoria da Contingência

O ambiente:

As empresas que se movem em ambientes muito complexos e dinâmicos normalmente apresentam nível elevado de diferenciação, enquanto que em contextos ambientais mais simples e estáveis as organizações são induzidas à criação de estruturas mais burocráticas, com uma menor diferenciação.

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Introdução à Teoria da Contingência

A relação de poder:

A relação do poder estabelece se entre a capacidade de autonomia da organização e a pressão do controle externo, bem como da cultura em voga. Quanto maior for a coação (pressão) externa exercida sobre a organização mais esta desenvolverá mecanismos de centralização e de formalização. A cultura em voga pode desempenhar um papel importante na concepção da estrutura; a adesão à “moda”, que não significa a melhor adequação às necessidades da organização.

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Estratégia e estrutura

Chandler realizou uma investigação histórica sobre as mudanças estruturais das grandes organizações, relacionado-as com a estratégia de negócios e concluiu que a estrutura organizacional das grandes empresas americanas foi gradativamente determinada pela sua estratégia mercadológica.

O pesquisar mapeou sua investigação histórica em quatro fases distintas:

Acumulação de recursos: Racionalização do uso dos recursos: Crescimento:Racionalização do uso dos recursos:

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Estratégia e estrutura

Acumulação de recursos:

iniciada após a Guerra da Secessão Americana (1865), com a expansão da rede ferroviária, que provocou o fortalecimento do mercado para ferro e aço e o moderno mercado de capitais.

Rápido crescimento urbano, facilitado pela estrada de ferro. As empresas preferiam ampliar suas instalações de produção a organizar uma rede de distribuição. A preocupação com as matérias primas favoreceu a aquisição de empresas fornecedoras. O controle por integração vertical gerou a economia em escala.

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Estratégia e estrutura

Racionalização do uso de Recursos:

As novas empresas verticalmente integradas precisavam ser organizadas. Os custos precisavam ser contidos através da clara definição de linhas de autoridade e de comunicação. Os lucros dependeriam da racionalização da empresa e sua estrutura deveria ser adequada às oscilações do mercado.

Para reduzir os riscos das flutuações do mercado,as empresas se preocuparam com o planejamento, organização e coordenação.

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Estratégia e estrutura

Crescimento:

A reorganização geral das empresas na segunda fase possibilitou ganhos de eficiência, fazendo com que as diferenças de custo entre as várias empresas diminuíssem. Os lucros baixaram, o mercado foi se tornando saturado, levando à decisão para diversificação e a procura de novos mercados. A nova estratégia de diversificar provocou o surgimento de departamentos de pesquisas e desenvolvimento, engenharia de produto e desenho industrial.

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Estratégia e estrutura

Racionalização do uso de Recursos::

Ênfase na estratégia mercadológica para abranger novas linhas de produtos e novos mercados. Os canais de autoridade e de comunicação tornam se inadequados para responder à complexidade crescente de produtos e mercados. Daí a preocupação crescente com o planejamento, a administração voltada para objetivos e as avaliações de desempenho. De um lado a descentralização das operações e, de outro, a centralização de controles administrativos.

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Novas abordagens ao desenho organizacional|

As organizações são sistemas abertos, quando olhadas em nível institucional, e sistemas fechados quando olhado em nível operacional. As coações e contingências externas chegam no nível institucional com facilidade, já o nível intermediário serve de filtro para que o nível operacional não seja atingido por estas contingências.

O desenho organizacional pode ser encarado em sua estrutura básica, como um mecanismo de operação e de decisão. As principais áreas de decisão da organização são: estratégia organizacional; escolha quanto ao modo de organizar; escolha de políticas para integrar as pessoas.

Na Teoria da Contingência, o desenho da estrutura organizacional deve ser determinado em função do ambiente complexo e mutável ao qual ela esta inserida e requer a identificação das seguintes variáveis:

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Novas abordagens ao desenho organizacional|

Entrada (fornecedores), tecnologias (máquinas, know-how), tarefas ou funções, estruturas, e saídas ou resultados (competitividade, satisfação do cliente); podendo assumir as seguintes formas:

AdhocraciaMatricialOrganização por equipesAbordagem em rede:

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Estratégia e estrutura

Adhocracia: A Adhocracia significa uma estrutura flexível capaz de amoldar se contínua e rapidamente às condições ambientais em mutação.

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Estratégia e estrutura

MatricialA essência da organização matricial é combinar as duas formas de departamentalização – funcional e de produtos – na mesma estrutura. O desenho matricial permite satisfazer duas necessidades da organização: especialização e coordenação. Pode introduzir duplicidade de supervisão.

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Estratégia e estrutura

Organização por equipesEsta abordagem torna as organizações mais flexíveis e ágeis ao ambiente global e competitivo. A estruturação das atividades através de equipes traz as seguintes vantagens: aproveita as vantagens da estrutura funcional; redução de barreiras entre departamentos; menor tempo de reação; participação das pessoas; menor custo administrativo. E algumas desvantagens como: conflitos de dupla lealdade, tempo e recursos despendidos em reuniões, descentralização exagerada.

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Estratégia e estrutura

Abordagem em Rede

A organização desagrega as suas funções principais e as transfere para empresas ou unidades separadas, que são interligadas por uma pequena organização coordenadora, levando a maior competitividade, flexibilidade da forca de trabalho e custos administrativos reduzidos.

Mas traz uma falta de controle global e maior incerteza.

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Apreciação crítica da teoria da contingência

Segundo a Teoria da contingência, não existe uma “maneira melhor” de organizar; ao contrário, as organizações precisam ser sistematicamente ajustadas às condições ambientais. Apresentam os seguintes aspectos básicos:

Natureza sistêmica: uma organização é um sistema aberto;

Interação: organizações interagem entre si e com o ambiente; e

Características organizacionais são variáveis dependentes das características ambientais.

A Abordagem Contingencialista enfatiza o relativismo em administração e a importância do ambiente e da tecnologia. Busca a compatibilização entre abordagens de sistema fechado e de sistema aberto. A relação funcional entre as variáveis dependentes e independentes não implica relações de causa e efeito. A administração contingencial poderia ser intitulada de abordagem do “se-então”.