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Aula 00 Curso: Direito Constitucional p/ ICMS PE Professor: Jonathas de Oliveira

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Curso: Direito Constitucional p/ ICMS PE

Professor: Jonathas de Oliveira

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Curso: Direito Constitucional p/ ICMS PE Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas

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Caros amigos,

Com imenso prazer iniciamos este curso aqui no Exponencial Concursos. Trata-se de um curso de teoria, jurisprudência e questões comentadas de Direito Constitucional para o cargo de Auditor Fiscal do Tesouro Estadual do Estado de Pernambuco.

Meu nome é Jonathas de Oliveira Cerqueira e minha rápida história como concurseiro se inicia aos 23 anos, quando em 2012, sem maior pretensão, fui aprovado para um concurso de nível municipal em Armação de Búzios (RJ). Alguns meses depois, dei início à minha preparação, focado desde o começo para a área fiscal. No início de 2013 fui aprovado para Oficial de Fazenda da Secretaria de Estado de Fazenda do Rio de Janeiro e, em outubro daquele ano, para Auditor Fiscal da Receita do Estado do Espírito Santo, em 3º lugar, cargo que ocupo atualmente.

Ao longo dos meus quase 11 meses de estudo, travei contato com diferentes materiais e metodologias e pude constatar a dificuldade que os candidatos (com as mais diversas formações – aqui, por exemplo, é um Turismólogo que vos fala!) ao almejado cargo na administração pública encontram para conciliar, resumir e esquematizar conteúdos vastos e muitas vezes demasiadamente prolixos.

É nesse sentido que a formatação deste curso visa a ser não apenas um instrumento eficaz de transmissão de informações, mas também uma ferramenta metodológica que contribua para que o estudo para concursos públicos seja feito com a maior praticidade possível, obtendo os melhores resultados, sem desperdício de tempo.

O curso apresenta mais de 200 mapas mentais (esquematizações, quadros e diagramas), a fim de estimular a compreensão e fixação da disciplina, bem como mais de 300 questões comentadas, optando-se por aquelas que melhor representam o estilo da banca, tanto em relação à forma, quanto ao conteúdo.

Temos aqui um daqueles “certames mito”. Há tempos, vira e mexe o mundo dos concursos discutia sobre quando teríamos um novo AFTE-PE (a última prova para este cargo foi há mais de 20 anos!).

APRESENTAÇÃO

Histórico e análise das provas Direito Constitucional

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Se por um lado isso não nos dá um referencial totalmente exato do que esperar do fisco pernambucano, por outro, temos a certeza de que todos os candidatos estão no mesmo barco.

Sabe aquela história do concurseiro que se preparava há anos apenas para o concurso x? Pois bem, isso não procede aqui. rs

Mas não estamos à deriva. De forma alguma!

O concurso será executado pela famosa Fundação Carlos Chagas (FCC) e, a partir disso, podemos traçar uma estratégia clara para conquistar a tão almejada vaga.

Interessante observar que o edital está estruturado de forma a englobar disciplinas familiares às provas aplicadas na área de gestão e de controle! Isso, não por acaso, coincide com muitas atribuições da função do AFTE em Pernambuco. Portanto, podemos intuir que a FCC não se limitará a repetir o modelo que aplica na área fiscal.

A disciplina Direito Constitucional faz parte da Prova 1 (P1), a qual é composta também pelas disciplinas Língua Portuguesa, Direito Administrativo e Tecnologia da Informação, além de outras disciplinas aglutinadas em grupos: Matemática Financeira, Estatística e Raciocínio Lógico (G1), Direito Empresarial, Penal e Civil (G2), Contabilidade Geral e de Custos (G3) e Economia e Finanças Públicas (G4).

A P1 tem um total de 80 questões com peso 1. Nesse conjunto, nossa disciplina terá 10 questões.

Para ser aprovado, o candidato precisará pontuar um mínimo de 50% por prova e não menos que 60% no total ponderado da P1 + P2.

Amigos, é de fundamental importância assegurar o maior número de pontos possíveis nas chamadas “disciplinas-núcleo” dos concursos! Sendo recorrente na maior parte dos programas da área fiscal, a disciplina Direito Constitucional é um verdadeiro “pilar” que não pode ser negligenciado. É dela e das demais disciplinas-chave que o candidato vai extrair a maior parte dos pontos que o manterão acima dos mínimos exigidos e o alavancarão para a zona de competitividade.

Vejamos quais os tópicos que a disciplina Direito Constitucional vai englobar:

1. Conceitos de teoria do Estado. 2. Princípios do Estado Democrático de Direito. 3. Conceito de Constituição. 4. Regras materialmente constitucionais e formalmente constitucionais. 5. Tipos de Constituição. 6. Hermenêutica constitucional. 7. O Direito Constitucional e os demais ramos do direito. 8. Poder constituinte originário e derivado. 9. Controle de constitucionalidade. 10. Controle judiciário difuso e concentrado. 11. Ação declaratória de constitucionalidade e Ação direta de inconstitucionalidade. 12. Constituição da República Federativa do Brasil: a) Princípios fundamentais e Direitos e

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Deveres individuais e coletivos. O habeas corpus. O mandado de segurança. O direito de petição. O mandado de injunção. A ação popular. A ação civil pública. O habeas data. b) Direitos sociais. Cidadania plena e participação político-social. c) Direitos Humanos: Direito à vida, à liberdade, à igualdade, dignidade humana e justiça. Nacionalidade. Direitos políticos. d) Organização político-administrativa. O federalismo no Brasil. Repartição de rendas. Repartição de competências. Competências constitucionais: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Intervenção nos estados e municípios. Administração pública, disposições gerais e servidores públicos civis. e) Separação de poderes. Sistemas de governo. Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário. Ministério Público. f) Processo legislativo. g) Defesa do Estado e as instituições democráticas. h) Princípios gerais da atividade econômica e financeira. i) Sistema Tributário Nacional e do Orçamento e Finanças Públicas. 13. Constituição do Estado de Pernambuco: a) Princípios fundamentais. b) Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário. c) Funções essenciais à justiça. d) Administração Pública. e) Servidores Públicos f) Tributação e orçamento.

Para facilitar o planejamento e a execução dos estudos, segue um Raio-X de todo o Direito Constitucional cobrado na história recente (2005-2014) da FCC, nas suas provas na área fiscal, de gestão e de controle.

O levantamento foi feito com base nos bancos de dados de diversos sites de questões.

Provas FCC 2005 – 2014 (Áreas: Fiscal, Gestão e Controle)

Tópico(s) Incidência*

1, 2 e 7 1%

3, 4, 5, 6 e 8 9%

9, 10 e 11 7%

12 – a, b, c 21%

12 – d 13%

12 – e 20%

12 – f 5%

12 – g 1%

12 – h 2%

12 – i 4%

13 N.A.

Outros (não exigidos no edital AFTE PE) 17%

* Excluídas as questões anuladas. Valores arredondados.

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Podemos deduzir várias coisas a partir desse raio-x. Todavia, três delas mais nos interessam.

Em primeiro lugar, temos que, no que diz respeito à doutrina constitucional, a postura da FCC é de pouco explorá-la.

Em segundo, a incidência do conteúdo dos 4 primeiros Títulos da Constituição Federal (o que corresponde a maior parte do tópico 12) é a mais expressiva. O Título IV se encerra no art. 135. Assim, é sobre o recorte que vai do preâmbulo até este artigo que o candidato deve concentrar boa parte de suas forças.

Por fim, não se pode precisar com que peso a Constituição do Estado de Pernambuco será cobrada. Mas não se assustem! Além de a FCC tradicionalmente cobrar pouco as Constituições dos Estados nos seus concursos, muito do conteúdo é passível de dedução por simetria da aplicação das normas contidas na Constituição Federal de 1988. Além disso, os pontos mais peculiares da CE pernambucana serão vistos aqui nas nossas aulas.

Concluindo, por uma questão de prudência e para facilitar a organização e contextualização dos estudos, nenhum ponto será negligenciado. De todo modo, não nos eximiremos de, vez ou outra, reforçar que certos tópicos merecem bem mais empenho que outros.

Aula Tópico Data

00 Introdução ao Direito Constitucional. O Direito Constitucional e os demais ramos do direito. Estrutura da Constituição Federal de 1988. Conceitos de teoria do Estado. Princípios do Estado Democrático de Direito

Disponível

01 Conceito de Constituição. Regras materialmente constitucionais e formalmente constitucionais. Tipos de Constituição. Hermenêutica constitucional. Poder constituinte originário, derivado e difuso

10/07

02 Controle de constitucionalidade. Controle judiciário difuso e concentrado. Ação direta de inconstitucionalidade (genérica e por omissão) e Ação declaratória de constitucionalidade

15/07

03 Constituição da República Federativa do Brasil: Princípios fundamentais. Direitos e Deveres individuais e coletivos. O direito de petição. O habeas corpus. O mandado de segurança (individual e coletivo). O mandado de injunção. O habeas data. A ação popular. A ação civil

20/07

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pública

04 Constituição da República Federativa do Brasil: Direitos sociais. Nacionalidade. Direitos Políticos.

25/07

05 Constituição da República Federativa do Brasil: Organização político-administrativa. Repartição de competências. Competências constitucionais: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Outros aspectos: Estados federados, Municípios, Distrito Federal e Territórios

30/07

06 Constituição da República Federativa do Brasil: Intervenção nos estados e municípios. Administração pública, disposições gerais e servidores públicos civis

04/08

07 Constituição da República Federativa do Brasil: Separação de poderes: Poder Legislativo, Poder Executivo

09/08

08 Constituição da República Federativa do Brasil: Separação de Poderes: Poder Judiciário. O Ministério Público

14/08

09 Constituição da República Federativa do Brasil: Processo legislativo

19/08

10 Constituição da República Federativa do Brasil: Defesa do Estado e as instituições democráticas. Princípios gerais da atividade econômica e financeira

24/08

11 Constituição da República Federativa do Brasil: Sistema Tributário Nacional. Repartição de rendas

29/08

12 Constituição da República Federativa do Brasil: Orçamento e Finanças Públicas

03/09

13 Constituição do Estado de Pernambuco: a) Princípios fundamentais. b) Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário. c) Funções essenciais à Justiça

08/09

14 Constituição do Estado de Pernambuco: d) Administração Pública. e) Servidores Públicos. f) Tributação e orçamento.

13/09

15 Lista de exercícios completa 13/09

Hora de começar, guerreiros e guerreiras! Seguindo a estrutura acima, exploraremos todos os pontos do edital, ponderando cada qual de acordo com sua incidência nos certames da FCC e perspectiva para a tão esperada prova.

Mãos à obra!

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Assunto Página

1- Introdução ao Direito Constitucional 08

2- O Direito Constitucional e os demais ramos do Direito 09

3- Estrutura da Constituição Federal de 1988 10

4- Conceitos de teoria de Estado 14

4.1- Conceito e elementos de Estado 14

4.2- Poderes e funções do Estado 15

4.3- Formação e formas de Estado 18

4.4- Formas e regimes de governo 21

5- Princípios do Estado Democrático de Direito 25

5.1- Princípios e regras 25

5.2- Princípios do Estado democrático de direito na doutrina 26

6- Questões comentadas 29

7- Lista de exercícios 33

8- Gabarito 35

9- Referencial Bibliográfico 35

Olá concurseiros e concurseiras!

Tendo sido feita a devida contextualização, daremos largada ao nosso curso de Direito Constitucional voltado para o concurso de Auditor Fiscal da Tesouro do Estado de Pernambuco (vulgo ICMS-PE).

Conforme previamente mencionado, os aspectos teórico-doutrinários de Direito Constitucional não costumam ser cobrados com rigor elevado nas provas da Fundação Carlos Chagas.

Ainda assim, faz-se necessária a abordagem prática do tema, tanto para evitarmos surpresas desagradáveis no momento da prova (em último caso, a banca tem discricionariedade para “inovar”) quanto para contextualizarmos os próximos tópicos.

Comecemos!

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Conforme anota o grande jurista José Afonso da Silva, o Direito é um sistema normativo, ou seja, do qual extraímos regras e princípios imperativos de conduta. Este sistema é composto de unidades estruturais (ramos) organicamente dispostas.

A doutrina majoritária compreende que a subdivisão da ciência jurídica reveste-se de importância prática para seu ordenamento e estudo. Porém, em última análise, o Direito é uno.

Assim é que, o Direito Administrativo, o Direito Tributário, o Direito Financeiro, dentre outros ramos do denominado Direito Público, muito embora apresentem especificidades quando comparados aos ramos do dito Direito Privado – Civil e Empresarial, por exemplo –, abrigam-se sob um mesmo arranjo lógico-normativo: “O” Direito.

É importante que se visualize tal unidade, por exemplo, para uma melhor articulação e compreensão de regras e princípios (a distinção será vista logo adiante) que dão sustentação aos “diferentes” ramos, dando-lhes a adequada interpretação e harmonização.

E o que é o Direito Constitucional?

Direito Constitucional é o ramo do Direito Público que tem por objeto último a Constituição dos Estados nacionais.

No momento oportuno, apresentaremos os diferentes sentidos e tipologias que a palavra “Constituição” pode assumir. No entanto, em sentido jurídico – aquele a que devemos dar mais atenção – a Constituição é o fundamento de validade normativa dos Estados nacionais.

No plano jurídico-positivo (o Direito vigente, que rege nosso dia a dia), a nossa Constituição Federal de 1988, situa-se no topo da hierarquia/pirâmide normativa. Falamos em “pirâmide”, lembrando um recurso visual consagrado por Hans Kelsen que traduz o princípio da supremacia da Constituição. Em última instância, é à Constituição que todo o agir público se reporta, numa relação de verticalidade hierárquica.

Por exemplo, imagine-se o seguinte caso. A Constituição Federal atribui competência exclusiva aos Estados e ao Distrito Federal para a instituição do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD). Pois bem, todos os atos subsequentes em relação ao ITCMD não podem afrontar, ativa ou omissivamente, as diretrizes e limites dispostos pela Constituição Federal, sob pena de incorrerem em inconstitucionalidade. A Constituição é suprema!

Assim, não poderia lei municipal instituir o tributo. Tampouco poderia uma resolução que trate da regulamentação do imposto, estabelecer a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias aos seus dispositivos (o que exige lei em sentido estrito, conforme dispõe o Código

1- Introdução ao Direito Constitucional

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Tributário Nacional, recepcionado em sua quase totalidade pela CF/88, com status de lei complementar).

Perceba-se que todo o corpo legislativo (e o agir público é vinculado à existência de lei prévia que o autorize) extrai seu fundamento de validade da Lei Maior, a Constituição Federal. Visualizando a conexão entre os dois extremos, teríamos, portanto, a seguinte relação de HIERARQUIA:

A esquematização DIDÁTICA do Direito, assim como tudo o mais nesta ciência, não é unânime entre os autores. De todo modo, numa abordagem pragmática, podemos propor as seguintes especializações:

*Não é necessário memorizar o diagrama acima. Vamos focar na compreensão!

Norma Hipotética Fundamental

Constituição Federal 1988

Constituição do Estado de Pernambuco

Lei do Estado de PE

Resolução do Secretário de Estado de Fazenda

DIREITO

Direito Público

Direito PúblicoInterno

D. Constitucional

D. Administrativo

D. Tributário

D. Financeiro

D. Econômico

D. Processual

D. Penal

D. Urbanístico

Direito Público Externo

Direito Internacional

Público

Direito Difuso/Social

D. do Trabalho

D. Ambiental

D. Previdenciário

Direito Privado

D. Civil

D. Empresarial

D. InternacionalPrivado

2- O Direito Constitucional e os demais ramos do Direito

É a ideia lógica que sustenta o plano jurídico-

positivo

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O Direito Constitucional é, portanto, ramo do Direito Público. As diferenças fundamentais entre o Direito Público e o Direito Privado podem ser sintetizadas da seguinte forma:

OBSERVAÇÃO: Alguns autores, como Lenza (2012), chamam a atenção para a progressiva superação da supracitada dicotomia Direito Público versus Direito Privado.

Fato é que, no atual Estado Democrático de Direito em que vivemos, observa-se uma tendência de supremacia dos direitos fundamentais sobre os direitos particulares estruturados pelo Direito Privado, notadamente pelo Direito Civil.

Por exemplo, o Código Civil sofre um processo de descodificação tendo como contrapartida a criação de microssistemas (como o Estatuto da Criança e do Adolescente, o Código de Defesa do Consumidor, o Estatuto do Idoso, dentre outros). Estes, por sua vez, extraem seu fundamento de validade diretamente dos direitos fundamentais expressos na Constituição.

Assim, mesmo as relações entre particulares, tradicionalmente regidas pelo Direito Privado (como aquelas delineadas no Código Civil) e pela supremacia do interesse dos particulares, não estariam isentas da força normativa dos direitos fundamentais assegurados pela Carta Magna.

A Constituição Federal, promulgada em 5 de outubro de 1988, compreende 1 preâmbulo, 9 títulos (divididos em, respectivamente, capítulos, seções e subseções), além do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), reproduzido abaixo.

DIREITO PÚBLICO

• Supremacia do interesse públicosobre o privado

• Eficácia vertical: a produção deefeitos se dá no sentido Estado xParticular

• Indisponibilidade do interessepúblico (não há vontade livre doadministrador, este deve sempreagir em prol do bem comum)

• Normatização (relações regidaspor normas dotadas de generalidadee abstração)

DIREITO PRIVADO

• Equivalência dos interessesprivados

• Eficácia horizontal: a produção deefeitos se dá no sentido Particularx Particular

• Disponibilidade do interesseprivado (autonomia de vontade; osparticulares, desde que respeitada alegalidade, são livres em seu agir)

• Contratualização (relação regidasfundamentalmente por contratosestabelecidos entre as partes)

3- Estrutura da Constituição Federal de 1988

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PREÂMBULO

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

Importante notar que a doutrina majoritária entende que o preâmbulo reflete um posicionamento político-ideológico do poder constituinte, porém não jurídico.

E o que isso significa?

Por exemplo, sendo instado a examinar se a invocação da “proteção de Deus” seria ou não norma de reprodução obrigatória pelas Constituições Estaduais (CE) e Leis Orgânicas (LO) do Distrito Federal e dos Municípios, o Supremo Tribunal Federal já se manifestou contrário a um discutível caráter normativo do preâmbulo da CF/88 (ADI 2.076/AC). Nesse caso, as CE e LO não precisam invocar a “proteção de Deus”. O preâmbulo não é portador de regras e princípios.

(FCC / Promotor do Ministério Público – CE / 2011) A invocação à proteção de Deus, constante do Preâmbulo da Constituição da República vigente:

a) é inconstitucional.

b) é ilícita.

c) não tem força normativa.

d) não foi recepcionada pelo texto constitucional.

e) é expressão de reprodução obrigatória nas Constituições estaduais.

Resolução: Alternativa C. Questão simples de uma temática já pacificada pelo STF, conforme exposto acima.

Esquematicamente, e desconsiderando as subdivisões dos Títulos, temos a seguinte anatomia constitucional:

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PREÂMBULO

TÍTULO I – Dos Princípios Fundamentais (art. 1º a 4º)

TÍTULO II– Dos Direitos e Garantias Fundamentais (art. 5º a 17)

TÍTULO III – Da Organização do Estado (art. 18 a 43)

TÍTULO IV – Da Organização dos Poderes (art. 44 a 135)

TÍTULO V – Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas (art. 136 a 144)

TÍTULO VI – Da Tributação e Orçamento (art. 145 a 169)

TÍTULO VII – Da Ordem Econômica e Financeira (art. 170 a 192)

TÍTULO VIII – Da Ordem Social (art. 193 a 232)

TÍTULO IX – Das Disposições Constitucionais Gerais (art. 233 a 250)

ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS (art. 1º a 97)

Em provas da área fiscal, particularmente para o concurso de Auditor Fiscal do Tesouro do Estado de Pernambuco, reveste-se de fundamental importância o conteúdo que se estende do art. 1º ao art. 192. É sobre esse trecho do corpo constitucional que o candidato deve focar sua carga de leitura e de resolução de exercícios.

Vale ainda notar que o texto constitucional sofreu diversas alterações desde sua promulgação. Modificações estas, fruto dos poderes constituintes derivados de revisão (esgotado) e de reforma, conceitos a serem abordados mais adiante. Além disso, embora não promova mudança físico-formal da Carta Magna, destaque-se o fenômeno da mutação constitucional, conferindo-lhe novos sentidos interpretativos.

Por fim, podemos analisar a Constituição Federal sob mais um aspecto.

Na lição de José Afonso da Silva (2005), de acordo com sua finalidade, as normas constitucionais podem ser agrupadas em cinco categorias de elementos:

Natureza político- ideológica

Natureza jurídica

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(FGV / Auditor Fiscal da Receita Estadual – RJ / 2008) São elementos orgânicos da Constituição:

a) a estruturação do Estado e os direitos fundamentais.

b) a divisão dos poderes e o sistema de governo.

c) a tributação e o orçamento e os direitos sociais.

d) as forças armadas e a nacionalidade.

e) a segurança pública e a intervenção.

Resolução: Alternativa B. Fácil, não é pessoal? A leitura é bastante intuitiva. Orgânico remete a organismo. Os elementos orgânicos são aqueles que compõem a regulação da organização e funcionamento mais básicos do Estado.

ELEM

EN

TO

S

CO

NS

TIT

UC

ION

AIS

Elementos orgânicos

Contidos nas normas que regulam a estrutura do Estado e dos Poderes e o sistema de governo. Na Constituição de 1988, concentram-se nos Títulos III (Da Organização do Estado), IV (Da Organização

dos Poderes e do Sistema de Governo), Capítulos II e III do Título V (Das Forças Armadas e da Segurança

Pública) e VI (Da Tributação e do Orçamento)

Elementos limitativos

Contidos nas normas relativas aos direitos e garantias fundamentais: direitos e garantias individuais, direitos de nacionalidade, direitos

políticos e democráticos. Concentram-se no Título II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais),

excetuando-se o Capítulo II (Direitos Sociais)

Elementos sócio-ideológicos

Contidos nas normas que traduzem o compromisso de cunho intervencionista do

Estado Social Democrático . Concentram-se no Capítulo II do Título II e nos Títulos VII (Da Ordem Econômica e Financeira) e VIII (Da Ordem Social)

Elementos de estabilização constitucional

Contidos nas normas destinadas a garantir a solução de conflitos constitucionais, a defesa da

Constituição, do Estado e das instituições democráticas. Representam instrumentos de defesa do Estado e da paz social. Concentram-se no art. 102,

I, “a” (ação de inconstitucionalidade); arts. 34 a 36 (Da Intervenção); arts. 59, I, e 60 (Processos de

emendas à Constituição); arts. 102 e 103 (Jurisdição constitucional); Título V (Da Defesa do Estado e das

Instituições Democráticas, especialmente o Capítulo I, que trata do estado de defesa e do estado de sítio,

uma vez que os Capítulos II e III do Título V tipificam-se como elementos orgânicos)

Elementos formais de aplicabilidade

Contidos nas normas que traduzem regras de aplicação da Constituição. Concentram-se no

preâmbulo (embora este não tenha força normativa por si só), no ADCT e no art. 5º, § 1º, que estabelece

que as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

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Vamos brevemente elucidar alguns conceitos que, vez ou outra as bancas colocam no nosso caminho até nos tornarmos Auditores Fiscais.

Seguindo a lição de Cicco e Gonzaga (2008), podemos conceituar Estado como instituição organizada, política, social e juridicamente, a qual ocupa um território definido e é regida por uma lei maior, usualmente na forma de Constituição. Ademais, é dirigida por um governo soberano, reconhecido interna e externamente ao território e responsável pela organização e controle social, uma vez que detém a competência legítima do uso da força e da coerção.

Destacam-se nessa definição três elementos: povo, território e governo.

(NCE-UFRJ / Agente Executivo da CVM / 2008) O Estado constitui-se de três elementos originários e indissociáveis - Povo, Território e Governo soberano - que se referem respectivamente:

a) ao componente humano do Estado; o elemento condutor do Estado; a base física do Estado;

b) ao componente humano do Estado; a base física do Estado; o elemento condutor do Estado;

c) à base física do Estado; o componente humano do Estado; o elemento condutor do Estado;

d) ao elemento condutor do Estado; o componente humano do Estado; a base física do Estado;

e) ao elemento condutor do Estado; a base física do Estado; o componente humano do Estado.

Elementos do Estado

Povo Governo Território

4.1- Conceito e elementos de Estado

4- Conceitos de teoria de Estado

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Resolução: Alternativa B. A demanda da questão é que estejam ordenadas as definições dos três elementos constitutivos do Estado segundo a doutrinária majoritária. Advirta-se que povo não é sinônimo de população. Povo é a parcela da população vinculada política e juridicamente ao Estado.

A finalidade maior do Estado é a promoção do bem comum.

Mas quem detém originariamente o poder no Estado? Segundo a Constituição Federal, “todo o poder emana do povo” (CF/88, art. 1º, parágrafo único). Tal poder é “dividido” (temos então, não mais um único poder, mas Poderes1) e manifestado por meio de diferentes funções, ou seja, “especializações” do agir do Estado.

Na maior parte das democracias contemporâneas prepondera a teoria (abrandada) de Montesquieu, a denominada teoria da tripartição de Poderes, tipicamente identificados como Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário.

É o caso brasileiro, como podemos extrair da Constituição (e aplicar por simetria aos demais entes subnacionais2):

“Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.

No Brasil, o supracitado abrandamento é perfeitamente estabelecido, dentre outros fatores, uma vez que cada Poder incorpora, além de uma ou mais função típica, outras funções atípicas. Vejamos.

1 Para fins didáticos, entenda-se tal afirmação como integralmente correta. No entanto, em última análise, advirta-se que o poder político é uno. A dita separação de poderes nada mais é que uma abordagem de cunho funcional.

Além da unicidade, são tidas como características do poder político a imprescritibilidade (a possibilidade de se exercê-lo não é extinta com o tempo) e a indelegabilidade (o exercício do poder é delegável a representantes, mas sua titularidade – o poder emana do povo – não). 2 A exceção parcial é o Judiciário. Inexiste um Poder Judiciário mantido e organizado em âmbito estritamente municipal. A função jurisdicional será prestada pelo Judiciário estabelecido pela União e/ou pelos Estados.

Poderes do Estado

Executivo Legislativo Judiciário

4.2- Poderes e funções do Estado

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Poder Funções típicas Funções atípicas

Executivo

1- Provimento direto de bens e

serviços públicos, atos de

administração, chefia de Estado e

de governo

- Legislar: por exemplo, na edição de medidas provisórias (art. 62) e leis delegadas (art. 68)

- Julgar: por exemplo, instaurando, inquirindo e julgando processos administrativos disciplinares (em âmbito federal, lei 8.112/90, art. 151)

Legislativo

1- Elaboração de leis

2 - Fiscalização contábil,

financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da Administração

Pública

- Executar: por exemplo, ao dispor sobre sua organização, funcionamento, funções de serviços e criação de cargos (art. 51, IV e art. 52, XIII)

- Julgar: por exemplo, a Câmara dos Deputados autoriza (art. 51, I) e o Senado Federal julga o Presidente e outros agentes políticos nos crimes de responsabilidade (art. 52, I)

Judiciário

1- Instituir a coisa julgada com base na aplicação da

legislação

- Executar: por exemplo, os tribunais organizam suas secretarias e serviços auxiliares, proveem cargos necessários à administração da Justiça, concedem férias, licenças e outros afastamentos a seus membros (art. 96, I)

- Legislar: por exemplo, os tribunais elaboram seus regimentos internos (art. 96, I, “a”).

Atente-se que o Poder Legislativo é o único que possui duas funções típicas, quais sejam, legislar e fiscalizar a Administração Pública (em especial, o Poder Executivo).

Além disso, outro fator nos permite visualizar que a tripartição de Poderes não é algo estanque.

A nossa Constituição (assim como outras) estabelece mecanismos de freios e contrapesos, de controle recíproco entre os Poderes, de modo que há evidente interpenetração no agir do Estado, evitando a arbitrariedade e proporcionando maior equilíbrio a este.

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Deste modo, muito embora o art. 2º da Carta Maior assegure a independência dos Poderes, mais correto é compreender nosso Estado como um sistema caracterizado pela interdependência dos Poderes. Um exemplo prático é a possibilidade de veto conferida ao Presidente da República nos processos legislativos que lhe são submetidos à deliberação (art. 66).

(FCC / Técnico Judiciário do TRE – SP / Área Administrativa / 2012) O mecanismo pelo qual os Ministros do Supremo Tribunal Federal são nomeados pelo Presidente da República, após aprovação da escolha pelo Senado Federal, decorre do princípio constitucional da:

a) separação de poderes.

b) soberania.

c) cidadania.

d) inafastabilidade do Poder Judiciário.

e) solução pacífica dos conflitos.

Resolução: Alternativa A. Perceba-se que o mecanismo de freios e contrapesos advém do princípio da separação de poderes expresso no art. 2º da CF/88. Os demais itens caracterizam princípios fundamentais, coordenando fundamentos (soberania e cidadania), princípios do Estado referentes a regras processuais (inafastabilidade do Poder Judiciário) e princípios nas relações em âmbito internacional (solução pacífica dos conflitos) e serão tratados detidamente na aula 03.

(FCC / Auditor Fiscal Tributário Municipal - SP / 2007) A separação de poderes é um critério funcional de limitação de poder:

a) incompatível com o Estado Democrático de Direito.

b) compatível com os Estados organizados como federações.

c) incompatível com os Estados regidos por constituições rígidas.

d) compatível com as monarquias absolutistas.

e) incompatível com os Estados unitários descentralizados.

Resolução: Alternativa B. Basta ter em mente que o Brasil é um Estado Democrático de Direito que se qualifica como federação (CF/88, art. 1º) e aqui predomina a separação de poderes (CF/88, art. 2º).

IMPORTANTE!! Não se pode confundir a existência de funções atípicas com o mecanismo de freios e contrapesos. A existência de funções atípicas implica num maior dinamismo da atuação de cada um dos três poderes, os quais exercem atribuições complementares às suas principais. Já o mecanismo

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de freios e contrapesos cuida diretamente da articulação dos poderes entre si em prol das finalidades do Estado.

(FCC / Auditor Fiscal Tributário Estadual – PB / 2006) Considera-se exemplo do mecanismo de freios e contrapesos, que caracteriza a divisão de funções entre os órgãos do poder na Constituição brasileira de 1988, a:

a) nomeação pelo Presidente da República, após aprovação pelo Senado Federal, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.

[...]

Resolução: Correta. Os freios e contrapesos são um modo de trazer maior equilíbrio e justeza à atuação dos Poderes, que atuam de maneira interdependente com vistas à consecução do bem comum.

Os Estados são centros de poder soberano. Sumariamente, podem ser classificados, sob esse aspecto, em Estados simples – nos quais há apenas um centro, como o Brasil – e Estados compostos – nos quais há coexistência de centros, como a commonwealth. Aqui a análise é focada nos Estados simples.

A formação de Estados se dá por basicamente três modos:

Em concursos públicos (das mais diversas áreas), as questões quase sempre têm como ponto de partida o modelo secundário.

No que diz respeito à forma de Estado, encontramos dois modelos fundamentais, quais sejam: o Estado unitário e a Federação.

Formação de Estados (modos)

ORIGINÁRIO

Ocorre por meio da conjunção inédita dos elementos território, população e

governo. Não se verifica na idade contemporânea.

Ex: Atenas

SECUNDÁRIO

Ocorre por meio da desagregação ouagregação de Estados previamente

constituídos.

Ex: Estados Unidos da América

DERIVADO

Se processa quando o novo Estadosurge mediante concessão de outro Estado. O estado concedente continha

territorialmente o Estado derivado.

Ex: Israel

4.3- Formação e formas do Estado

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O Estado unitário é caracterizado pela existência de uma única organização política nacional. Muito embora existam variedades mais flexíveis desse tipo, regra geral, não há aqui a existência de diferentes níveis de governo (federal, estadual, distrital, metropolitano, municipal, etc.). Ou seja, a organização político-administrativa não compreende esferas autônomas.

Por sua vez, a federação resulta do vínculo indissolúvel3 (vide art. 1º da CF/88) entre unidades autônomas (porém, não soberanas). Essa organização político-administrativa compreende esferas de governo distintas e descentralizadas, dotadas de competências muitas vezes exclusivas ou privativas, no entanto, normatizadas por uma mesma Constituição Federal. Trata-se do caso brasileiro.

“Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. [...]”

(FCC / Técnico Judiciário do TRT da 3ª Região / Área Judiciária / 2005) O Brasil, segundo dispõe a Constituição, adota a forma de Estado:

a) federal, descentralizada por regiões e estados.

b) unitária centralizada.

c) unitária descentralizada.

d) confederada.

e) federal.

Resolução: Alternativa E. Questão tranquila. Como regra, as bancas tendem a cobrar tais conceitos de forma bastante direta, sem muito rebuscamento.

3 CF/88, art. 60 [...] § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; [...]

Formas de Estado

Estado unitário Federação

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Por fim, cumpre destacar a existência de diferentes tipologias de federalismo, de acordo com a perspectiva assumida. Três grupos são de maior relevância:

(FCC / Notário e Registrador – TJ PE / Remoção / 2013) Em relação à possibilidade de aplicação do conceito de federação assimétrica ao Brasil, é correto afirmar:

a) A concepção inclui a ideia de simetria de fato entre os componentes da federação, como a criação de regiões de desenvolvimento.

b) O conceito compreende a noção da simetria de direito para corrigir e compensar a estrutura da federação, v.g., a fixação de benefícios legais na área tributária.

c) A diferença entre os entes federados no Brasil pode ocorrer tanto na área social, como na econômica.

d) Os elementos da federação assimétrica não são aplicáveis à realidade nacional diante da determinação constitucional que a federação é indissolúvel, não há permissão a secessão.

e) A assimetria somente pode ser transitória e pressupõe um tratamento desigual para corrigir desigualdades.

Resolução: Alternativa C. É o conceito de federalismo assimétrico. A própria Constituição Federal reconhece a existência de discrepâncias entre as regiões. Não por acaso, estatui, por exemplo:

Federalismo

Simétrico vsAssimétrico

Grau de compatibilidade

econômica, política, social e cultural entre os entes federados.

Quanto mais homogêneos tais fatores

se apresentam no território e entre a população, mais

simétrico o federalismo.

Cooperativo vs Dual

Configuração da repartição de

competências entre os entes federados e sua

articulação.

Quanto mais rígida tal repartição, mais dual o federalismo. Por outro lado, havendo maior interpenetração de

atribuições, por meio de competências

concorrentes ou comuns, mais cooperativo será o

federalismo.

Por agregação vs Por desagregação

Formação do Estado federado.

No federalismo por agregação, Estados antes soberanos vinculam-se para formar um novo

Estado indissolúvel. Os entes passam a ter

autonomia (a soberania é da União). Já no federalismo por

desagregação, um Estado antes unitário reconfigura

sua estrutura político-administrativa, tornando-a

descentralizada

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Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: [...]

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; [...]

e

Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais.

Segundo Canotilho (1993), ao tratarmos das formas de governo, estamos analisando a lógica da estruturação jurídico-constitucional dos poderes, órgãos e agentes constitucionais de soberania. Abordamos uma questão de cunho institucional, em que se deseja saber como o Estado se organiza para a coordenação de Poderes e exercício de suas funções com vistas à consecução do bem comum.

O Estado contém o governo, porém o contrário não é verdadeiro. O governo é um dos elementos constitutivos do Estado e, enquanto governos são arranjos temporários, Estados são, em tese, estruturas permanentes.

A classificação mais comum é a que compreende como formas fundamentais a monarquia e a república.

De acordo com Farias Neto (2011), podemos apontar como características distintivas de cada qual:

Formas de Governo

Monarquia República

4.4- Formas e regimes de governo

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O Brasil é uma República Federativa, de acordo com disposição constitucional expressa.

“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: [...]”

(FCC / Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas - SP / 2010) Considere:

I. O Brasil é uma República, adotada desde 15 de novembro de 1889, consagrada na Constituição de 1891, e em todas as constituições subsequentes. II. O Brasil é uma federação composta pela União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios.

Essas afirmações dizem respeito, técnica e respectivamente, às formas de:

a) regime político e governo.

b) estado e de governo.

c) governo e de estado.

d) separação de poderes e de governo.

e) estado e de regime político.

Resolução: Alternativa C. O estilo FCC para esse conteúdo é simplesmente tentar confundir o candidato, embora as questões não sejam essencialmente difíceis. Por exemplo, sabendo que federação é uma forma de Estado (item II), o candidato já fecha a questão.

Por sua vez, na análise relativa aos regimes de governo (ou sistemas de governo), busca-se primordialmente identificar a forma de relacionamento entre os Poderes Legislativo e Executivo. Desse exame, encontramos dois regimes principais: o parlamentarismo e o presidencialismo.

MONARQUIA

• Vitaliciedade• Hereditariedade

• Irresponsabilidade política do Chefe de Estado (não há

prestação de contas das decisões, inexiste o tipo "crime

de responsabilidade")

REPÚBLICA

• Temporariedade• Eletividade

• Responsabilidade políticado Chefe de Estado (háprestação de contas das

decisões, existe o tipo "crime de responsabilidade")

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Temos como características centrais de ambos:

(ESAF / Agente Executivo da CVM / 2010) Correlacione as colunas abaixo e, ao final, selecione a opção que expresse a correlação correta.

( ) República (1) Forma de Governo

( ) Estado Unitário (2) Sistema de Governo

( ) Parlamentarismo (3) Forma de Estado

( ) Federação

( ) Monarquia

( ) Presidencialismo

a) 1, 2, 3, 1, 2, 3

b) 1, 3, 2, 3, 1, 2

Regimes/Sistemas de Governo

Parlamentarismo Presidencialismo

PARLAMENTARISMO

• Poder Executivo dual: distinçãoentre Chefe de Estado e Chefe deGoverno

• Elevada interdependência dosPoderes Executivo e Legislativo

• Existência de um órgão executivo(gabinete de Ministros) dirigido peloPrimeiro Ministro (chefe degoverno), cujos atos sãoreferendados pelo Parlamento

• Possibilidade permanente dedissolução do gabinete e doParlamento

• É compatível com a formamonárquica e com a republicana

PRESIDENCIALISMO

• Poder Executivo uno: não hádistinção entre Chefe de Estado eChefe de Governo

• Relativa autonomia do Executivoe do Legislativo na condução de suasfunções típicas

• As funções executivas centraiscabem à figura do Presidente daRepública, não havendointerferêcia direta do Parlamento.Os Ministros de Estado podem sernomeados e exoneradosdiscricionariamente (ad nutum)

• Não há possibilidade dedissolução do Parlamento semeleições gerais

• Compatível apenas com a formarepublicana

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c) 3, 1, 2, 1, 2, 3

d) 2, 3, 1, 2, 3, 1

e) 3, 2, 1, 2, 1, 3

Resolução: Alternativa B. Questão ilustrativa que resume o que foi visto até agora. Formas de Governo: República e Monarquia. Sistemas de Governo: Parlamentarismo e Presidencialismo. Formas de Estado: Estado Unitário e Federação.

(ESAF / Auditor Fiscal do Tesouro Estadual – RN / 2005) Sobre Poderes do Estado e respectivas funções, formas de Estado e formas e sistemas de governo, marque a única opção correta.

a) A adoção do princípio de separação de poderes, inspirado nas lições de Montesquieu e materializado na atribuição das diferentes funções do poder estatal a órgãos diferentes, afastou a concepção clássica de que a unidade seria uma das características fundamentais do poder político.

b) O Estado unitário distingue-se do Estado federal em razão da inexistência de repartição regional de poderes autônomos, o que não impede a existência, no Estado unitário, de uma descentralização administrativa do tipo autárquico.

c) Em um Estado federal temos sempre presente uma entidade denominada União, que possui personalidade jurídica de direito público internacional, cabendo a ela a representação do Estado federal no plano internacional.

d) O presidencialismo é a forma de governo que tem por característica reunir, em uma única autoridade, o Presidente da República, a Chefia do Estado e a Chefia do Governo.

e) Sistema de governo pode ser definido como a maneira pela qual se dá a instituição do poder na sociedade e como se dá a relação entre governantes e governados.

Resolução: Alternativa B.

O item “A” peca ao afirmar que a separação de poderes (divisão funcional) afasta a unicidade do poder político. Conforme observado previamente, o poder político é uno.

A respeito do item “C”, destaque-se que não é a União, pessoa jurídica de direito público interno (Código Civil, art. 41, I), mas sim a República Federativa do Brasil que representa a federação em âmbito internacional, como se pode extrair da CF/88, art. 4º.

O item “D” contém uma pegadinha comum: o presidencialismo é regime/sistema de governo, não forma!!! O mesmo ocorre com o item “E”, ao apresentar a definição de forma de governo como sendo a de sistema. ATENÇÃO!

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Previamente destacamos que, em seu sentido jurídico, a Constituição é o fundamento de validade normativa dos Estados nacionais.

A doutrina contemporânea convencionou classificar o “gênero” normas em “espécies”, quais sejam: princípios e regras.

Conforme expõem Mendes e Branco (2010), analisando especialmente as contribuições teóricas de Ronald Dworkin e Robert Alexy, algumas características distintivas entre tais espécies são:

NORMAS

PRINCÍPIOS REGRAS

- Ponderação;

- Dimensão de peso e valor;

- Instrumentos de otimização;

- Havendo conflito aparente entre princípios, a solução deverá se dará pelo prevalecimento de um sobre o outro no caso concreto.

- Tudo ou nada;

- Dimensão de especificidade;

- Instrumentos de definição;

- Havendo conflito entre regras, a solução deverá ser buscada, sucessivamente, pelos critérios:

(i) Hierárquico;

(ii) de Especialidade; HEC

(iii) Cronológico.

ou pelo afastamento de uma delas ou pela derrota (superação) de uma delas ou pela declaração de invalidade (total ou parcial) de uma delas.

(FGV / Auditor Fiscal da Receita Estadual – RJ / 2008) Havendo conflito aparente entre princípios, a situação será resolvida pela dimensão:

a) de validade.

b) de eficácia.

c) de vigência.

d) de valor.

e) política.

5.1- Princípios e regras

5- Princípios do Estado Democrático de Direito

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Resolução: Alternativa D. Observe-se que o conflito é meramente aparente, conforme expõe o enunciado. Mais adiante veremos que isso decorre de um princípio maior: o da unidade da Constituição.

Podemos apontar a primorosa conceituação elaborada por Celso Antônio Bandeira de Mello (2000, 450-451), para o qual o princípio é [...] “mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas compondo-lhes o espírito e servindo de critério para sua exata compreensão e inteligência exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico”.

Por outro lado, pedimos vênia para conceituar regra como uma disposição específica que estabelece parâmetros objetivos de operacionalização num determinado sistema jurídico, visando a dotá-lo de certos padrões práticos gerais.

Não há um conceito a ser memorizado. No entanto, ter tal distinção em mente é importante na compreensão de diversos pontos da matéria. Por exemplo, ao estudarmos a tarefa de hermenêutica (interpretação) das normas constitucionais.

Fecharemos a aula com um tópico do edital que dificilmente é cobrado por alguma banca.

Os referidos princípios encontram-se esparsos pelo texto constitucional. Ressalte-se, ainda, a existência de outros princípios complementares (como aqueles que regem mais especificamente a administração pública), presentes não apenas na Carta Maior como na legislação infraconstitucional.

Adotando a lição de José Afonso da Silva (2005, p. 122), temos:

5.2- Princípios do Estado Democrático de Direito na doutrina

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(ESAF / Analista Tributário da Receita Federal do Brasil / Área Tributária e Aduaneira / 2006 / Adaptada) Sobre princípios fundamentais na Constituição de 1988, marque a única opção correta.

a) Em função da forma de governo adotada na Constituição de 1988, existe a obrigação de prestação de contas por parte da administração pública.

b) Por ser o Brasil uma federação, é reconhecida, na Constituição brasileira, a autonomia de Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios.

c) Em razão da independência funcional, um dos elementos essenciais do princípio de separação dos poderes, o exercício das funções que integram o poder político da União é exclusivo.

d) Segundo a doutrina, não se constitui em um princípio do Estado Democrático de Direito o princípio da constitucionalidade, o qual estaria ligado apenas à noção de rigidez constitucional.

PR

INC

ÍPIO

S

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átic

o d

e dirie

to)

constitucionalidade

exprime, em primeiro lugar, que o Estado Democrático de Direito se funda na legitimidade

de uma Constituição rígida, emanada da vontade popular, que, dotada de supremacia,

vincule todos os poderes e os atos deles provenientes, com as garantias de atuação livre

de regras da jurisdição constitucional

democráticonos termos da Constituição, há de constituir

uma democracia representativa e participativa, pluralista, e que seja a garantia

geral da vigência e eficácia dos direitos fundamentais (art. 10)

sistema de direitos fundamentais

compreende os direitos individuais, coletivos, sociais e culturais (títulos II, VII e VIII)

justiça social

referido no art. 170, caput, e no art. 193, como principio da ordem econômica e da ordem social

igualdade

divisão de poderes (art. 2º) e independência do

juiz (art. 95)

legalidade (art. 5º, II)

segurança jurídica (art. 5º, XXXVI a LXXIII)

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Resolução: Alternativa A. A Constituição Federal de 1988 adota a forma republicana de governo. Uma das características fundamentais deste arranjo é a prestação de contas por parte da administração pública.

A alternativa “B” incorre em erro por afirmar que os Territórios possuem autonomia. Estes são costumeiramente tratados, sob o ponto de vista doutrinário, como espécies de autarquias (pessoas jurídicas de direito público) da União, o que será detalhado no momento oportuno.

O item “C” peca ao desconsiderar a existência de funções atípicas em cada um dos Poderes, conferindo certa flexibilidade à atuação destes em todas as esferas de governo. Já o item “D” erra ao ignorar um dos princípios centrais da República Federativa do Brasil, conforme destacado acima.

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Vamos treinar mais um pouco. O repertório de questões da FCC é bem limitado para o conteúdo desta aula, portanto, continuaremos aproveitando questões de outras bancas com estilo semelhante.

01. (CESPE / Analista Técnico-Administrativo do Ministério da Integração Nacional / 2013) Com relação a Estado, governo e administração pública, julgue o item seguinte.

Consoante as regras do direito brasileiro, as funções administrativas, legislativas e judiciais distribuem-se entre os poderes estatais — Executivo, Legislativo e Judiciário, respectivamente —, que as exercem de forma exclusiva, segundo o princípio da separação dos poderes.

Resolução: Errada. Muito embora haja certa especialização de funções no âmbito de cada Poder, é incorreto delimitá-las como exclusivas, já que além de suas atribuições típicas, os Poderes detêm prerrogativas atípicas.

02. (ESAF / Auditor Fiscal de Receita Federal do Brasil / Auditoria / 2000) De uma Constituição que adota uma chefia dual do Executivo, com um Chefe de Estado e um Chefe de Governo, em que a permanência deste no cargo depende da confiança do Poder Legislativo, pode-se dizer que adota característica típica do:

a) Bicameralismo

b) Estado unitário

c) Federalismo de equilíbrio

d) Presidencialismo

e) Parlamentarismo

Resolução: Letra E. Na alternativa “A”, bicameralismo diz respeito à estruturação do Poder Legislativo, não do Executivo. Nosso Poder Legislativo, em nível federal, e apenas ali, é composto por duas Casas (Senado Federal e Câmara dos Deputados).

A alternativa “B” trata de uma das formas de Estado, mas não do sistema/regime de governo, conforme solicita o enunciado. Idem para o item “C”.

Por sua vez, o item “D” incorre num erro simples: no presidencialismo, a chefia do Executivo é una e a permanência do chefe de governo e de Estado

6- Questões Comentadas

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(a mesma pessoa) no cargo – ressalvadas situações extremas, como as de impeachment –, se dá pela via da eleição.

03. (FAURGS / Agente Fiscal do Tesouro do Estado – RS /2006) Sobre os Poderes de Estado, assinale a alternativa correta.

a) São Poderes da União: Legislativo, Executivo, Judiciário e Ministério Público Federal.

b) No âmbito estadual, o Ministério Público, apesar da autonomia orçamentária, está vinculado ao Poder Executivo.

c) No Brasil, a Constituição Federal não pode prever regras de composição de Poderes Estaduais.

d) O Ministério Público não é um dos Poderes da República Federativa do Brasil.

e) O Poder Executivo em nível de governo estadual é exercido pelos governadores, prefeitos e seus secretários.

Resolução: Alternativa D. O Ministério Público é instituição (não Poder) permanente e essencial à função jurisdicional do Estado (art. 127), sendo autônomo e não vinculado a qualquer dos Poderes, o que já nos possibilita descartar as alternativas “A” e “B”.

A alternativa “C” é incorreta uma vez que a Constituição Federal estabelece diretrizes a serem sim aplicadas nos entes subnacionais (Estados, DF e Municípios), seja por comando direto, seja por simetria de forma jurídica.

Por fim, a letra “E” peca ao inserir os prefeitos (chefes do Executivo no âmbito municipal) no nível de governo estadual.

04. (CESPE / Analista de Infraestrutura do MPOG / Área I / 2012) Com relação aos princípios do direito constitucional, julgue o item a seguir.

A Federação brasileira − formada, de acordo com o disposto na CF, pela união indissolúvel da União, dos estados-membros, do Distrito Federal e dos municípios − é um federalismo do tipo assimétrico, em razão da falta de homogeneidade entre os entes federativos.

Resolução: Correta. O critério da simetria diz com a homogeneidade dos fatores econômicos, políticos e socioculturais nos diferentes entes do Estado brasileiro. A nossa federação se caracteriza por elevadas disparidades de Produto Interno Bruto, renda per capita, oferta e prestação de serviços públicos, dentre outros fatores.

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05. (CESPE / Analista Técnico-Administrativo do Ministério da Integração Nacional / 2013) Com relação a Estado, governo e administração pública, julgue o item seguinte.

Consoante o modelo de Estado federativo adotado pelo Brasil, os estados-membros são dotados de autonomia e soberania, razão por que elaboram suas próprias constituições.

Resolução: Errada. Se trata de uma pegadinha comum nos concursos. A União, Estados-membros, DF e Municípios são dotados de autonomia. Em capítulo futuro veremos que se trata de autonomia em termos de (auto) organização, legislação, governo e administração (OLGA).

A capacidade de auto organização, aliás, é justamente o que permite que os Estados-membros rejam-se pelas Constituições Estaduais que adotarem.

Contudo, a soberania é atributo exclusivo da República Federativa do Brasil.

06. (FEMPERJ / Analista de Controle Externo do TCE – RJ / Controle Externo / 2012) A Constituição da República de 1988 consagrou no seu art. 2º a teoria da "tripartição dos Poderes" exposta por Montesquieu. Contudo, o fez de forma abrandada, na medida em que essa separação não é pura e absoluta. Assim sendo, cada poder exerce funções típicas e atípicas.

Sobre o tema, é correto afirmar que são funções:

a) típicas do Poder Judiciário julgar e administrar;

b) atípicas do Poder Legislativo administrar e fiscalizar;

c) típicas do Poder Executivo administrar e legislar;

d) típicas do Poder Executivo administrar e julgar;

e) típicas do Poder Legislativo fiscalizar e legislar.

Resolução: Item E. Questão direta e sem pegadinhas. O único dos três Poderes que detém duas funções típicas é o Poder Legislativo.

07. (FCC / Juiz do Trabalho do TRT da 1ª Região / 2012) Em 1993, o eleitorado brasileiro participou de plebiscito para definição da forma e do sistema de governo que deveriam vigorar no País. Se o resultado do plebiscito houvesse modificado o sistema de governo brasileiro de presidencialista para parlamentarista, mas mantido a forma republicana de governo, o texto da Constituição Federal, necessariamente, deveria ser reformado para:

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a) incluir a previsão de eleições indiretas, realizadas pelo Parlamento, para a escolha do Chefe de Estado.

b) acrescentar a possibilidade de o Chefe de Estado ter mandato por tempo indeterminado e escolher seu sucessor, a fim fiscalizar a atuação do Chefe de Governo com imparcialidade.

c) modificar competências, no âmbito da União, tanto do Poder Executivo, quanto do Poder Legislativo, para que fossem especificadas as atribuições a serem exercidas pelo Chefe de Governo em conjunto com o Parlamento.

d) implantar uma monarquia constitucional, para que a chefia do Poder Executivo fosse dividida entre o Primeiro Ministro, responsável pelas funções do governo, e o Chefe de Estado, responsável pelas funções de representação do Estado brasileiro.

e) alterar regras de competência do Congresso Nacional para que este pudesse processar e julgar o Primeiro Ministro por crime de responsabilidade, sendo proibido, em regimes democráticos, exonerá-lo do cargo apenas pela perda do apoio parlamentar.

Resolução: Alternativa C. De antemão, observe-se que o enunciado usa o termo “necessariamente”. O candidato deve estar atento à morfologia do texto das questões, em especial aos advérbios e conjunções.

No parlamentarismo, o Chefe de Estado é o Monarca (poder obtido por hereditariedade) ou o Presidente (poder obtido por eleições). Regra geral, é o Chefe de Estado quem escolhe o Chefe de Governo, cuja permanência no cargo dependerá do referendo dos seus atos pelo Parlamento. Assim, descartamos a alternativa “A”.

Para a implantação do parlamentarismo não é necessário que o mandato do chefe de Estado seja por tempo indeterminado. Podemos lembrar que tal regime é compatível tanto com a forma republicana, caracterizada pela eletividade, quanto com a forma monárquica. Erradas as letras “B” e “D”.

Finalmente, em relação ao item “E”, no parlamentarismo, não há qualquer óbice à exoneração do Primeiro Ministro pela falta de apoio parlamentar. Pelo contrário, a permanência deste depende, em regra, da confiança do Parlamento.

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01. (CESPE / Auditor Federal de Controle Externo / Auditoria Governamental / 2008) Com referência ao regime e à forma de governo do Brasil, julgue o item abaixo.

A república e a forma federativa de Estado foram arroladas expressamente como cláusulas pétreas pelo constituinte originário.

02. (ESAF / Auditor Fiscal de Receita Federal do Brasil / Auditoria / 2000) De uma Constituição que adota uma chefia dual do Executivo, com um Chefe de Estado e um Chefe de Governo, em que a permanência deste no cargo depende da confiança do Poder Legislativo, pode-se dizer que adota característica típica do:

a) Bicameralismo

b) Estado unitário

c) Federalismo de equilíbrio

d) Presidencialismo

e) Parlamentarismo

03. (FAURGS / Agente Fiscal do Tesouro do Estado – RS /2006) Sobre os Poderes de Estado, assinale a alternativa correta.

a) São Poderes da União: Legislativo, Executivo, Judiciário e Ministério Público Federal.

b) No âmbito estadual, o Ministério Público, apesar da autonomia orçamentária, está vinculado ao Poder Executivo.

c) No Brasil, a Constituição Federal não pode prever regras de composição de Poderes Estaduais.

d) O Ministério Público não é um dos Poderes da República Federativa do Brasil.

e) O Poder Executivo em nível de governo estadual é exercido pelos governadores, prefeitos e seus secretários.

04. (CESPE / Analista de Infraestrutura do MPOG / Área I / 2012) Com relação aos princípios do direito constitucional, julgue o item a seguir.

A Federação brasileira − formada, de acordo com o disposto na CF, pela união indissolúvel da União, dos estados-membros, do Distrito Federal e dos municípios − é um federalismo do tipo assimétrico, em razão da falta de homogeneidade entre os entes federativos.

7- Lista de Exercícios

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05. (CESPE / Analista Técnico-Administrativo do Ministério da Integração Nacional / 2013) Com relação a Estado, governo e administração pública, julgue o item seguinte.

Consoante o modelo de Estado federativo adotado pelo Brasil, os estados-membros são dotados de autonomia e soberania, razão por que elaboram suas próprias constituições.

06. (FEMPERJ / Analista de Controle Externo do TCE – RJ / Controle Externo / 2012) A Constituição da República de 1988 consagrou no seu art. 2º a teoria da "tripartição dos Poderes" exposta por Montesquieu. Contudo, o fez de forma abrandada, na medida em que essa separação não é pura e absoluta. Assim sendo, cada poder exerce funções típicas e atípicas.

Sobre o tema, é correto afirmar que são funções:

a) típicas do Poder Judiciário julgar e administrar;

b) atípicas do Poder Legislativo administrar e fiscalizar;

c) típicas do Poder Executivo administrar e legislar;

d) típicas do Poder Executivo administrar e julgar;

e) típicas do Poder Legislativo fiscalizar e legislar.

07. (FCC / Juiz do Trabalho do TRT da 1ª Região / 2012) Em 1993, o eleitorado brasileiro participou de plebiscito para definição da forma e do sistema de governo que deveriam vigorar no País. Se o resultado do plebiscito houvesse modificado o sistema de governo brasileiro de presidencialista para parlamentarista, mas mantido a forma republicana de governo, o texto da Constituição Federal, necessariamente, deveria ser reformado para:

a) incluir a previsão de eleições indiretas, realizadas pelo Parlamento, para a escolha do Chefe de Estado.

b) acrescentar a possibilidade de o Chefe de Estado ter mandato por tempo indeterminado e escolher seu sucessor, a fim fiscalizar a atuação do Chefe de Governo com imparcialidade.

c) modificar competências, no âmbito da União, tanto do Poder Executivo, quanto do Poder Legislativo, para que fossem especificadas as atribuições a serem exercidas pelo Chefe de Governo em conjunto com o Parlamento.

d) implantar uma monarquia constitucional, para que a chefia do Poder Executivo fosse dividida entre o Primeiro Ministro, responsável pelas funções do governo, e o Chefe de Estado, responsável pelas funções de representação do Estado brasileiro.

e) alterar regras de competência do Congresso Nacional para que este pudesse processar e julgar o Primeiro Ministro por crime de responsabilidade, sendo proibido, em regimes democráticos, exonerá-lo do cargo apenas pela perda do apoio parlamentar.

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1 Errada

2 E

3 D

4 Correta

5 Errada

6 E

7 C

CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria da Constituição. 6. ed. Coimbra: Almedina, 1993.

DE CICCO, Cláudio; GONZAGA, Álvaro de Azevedo. Teoria geral do estado e ciência política. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.

FARIAS NETO, Pedro Sabino de. Ciência política: Enfoque integral avançado. São Paulo: Atlas, 2011.

KELSEN, Hans. Teoria pura do Direito. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 2000.

MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2005.

9- Referencial Bibliográfico

8- Gabarito