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Aula 00

Curso: Direito Constitucional p/ Agente da PF

Professor: Jonathas de Oliveira

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Caro(a) amigo(a) concurseiro(a),

É com enorme prazer que inicio este curso aqui no Exponencial Concursos. Trata-se de um curso de Direito Constitucional de teoria e questões comentadas para o cargo de Agente da Polícia Federal.

Além disso, muito embora os certames para o cargo (historicamente organizados pelo Centro de Seleção e de Promoção de Eventos – CESPE) não tenham exigido aprofundamento jurisprudencial, buscaremos apresentar resumidamente o entendimento das nossas principais cortes (Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça) sempre que se fizer necessário à correta assimilação dos tópicos. Dito isto, passemos às apresentações.

Meu nome é Jonathas de Oliveira e minha rápida história nos concursos se inicia aos 23 anos, quando em 2012, sem maior pretensão, fui aprovado para um concurso de nível municipal em Armação de Búzios (RJ). Alguns meses depois, dei início à minha preparação, focado desde o começo para a área fiscal. No início de 2013 fui aprovado para Analista da Fazenda Estadual da Secretaria de Estado de Fazenda do Rio de Janeiro e, em outubro daquele ano, para Auditor Fiscal da Receita do Estado do Espírito Santo, em 3º lugar, cargo que exerço atualmente.

Ao longo dos meus 11 meses de estudo, pude travar contato com diferentes materiais e metodologias e constatar a dificuldade que os candidatos (com as mais diversas formações – aqui, por exemplo, é um Turismólogo que vos fala!) ao almejado cargo na administração pública encontram para conciliar, resumir e esquematizar conteúdos vastos e muitas vezes demasiadamente prolixos.

É nesse sentido que a formatação deste curso visa a ser não apenas um instrumento de transmissão de informações com eficiência, eficácia e efetividade, mas também uma ferramenta metodológica ao amigo e à amiga concurseiros, contribuindo para que o estudo para concursos públicos seja feito com a maior praticidade possível, obtendo os melhores resultados, sem desperdício de tempo.

O curso apresenta mais de 100 mapas mentais (esquematizações, quadros e diagramas), a fim de estimular a fixação, assim como mais de 200 questões comentadas, optando-se por aquelas que melhor representam o estilo da banca, tanto em relação à forma, quanto ao conteúdo.

APRESENTAÇÃO

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Como mencionado, tradicionalmente o concurso para Agente da PF é organizado pelo CESPE. Nos últimos anos, assim se seguiu com as provas em 1997, 2000, 2002, 2004 (nacional e regionalizado), 2009 e 2012.

Tomando como base o edital da 2012, a disciplina Direito Constitucional é uma das 12 matérias pelas quais foram distribuídos os 120 pontos disponíveis na fase objetiva. Além disso, o conteúdo visto neste ramo do Direito constou num dos tópicos da prova discursiva, que valia, ao todo, 13 pontos.

O CESPE não costuma seguir um padrão fixo de distribuição de questões por matéria, o que torna cada ponto do edital ainda mais digno de atenção.

No nosso caso em particular, torna-se de fundamental importância assegurar o maior número de pontos possíveis nas chamadas “disciplinas-núcleo” dos concursos.

Sendo recorrente na maior parte dos programas da área policial, fiscal, de gestão, jurídica, de controle, dentre outras, a disciplina Direito Constitucional é um verdadeiro “pilar” que não pode ser negligenciado. É dela e das demais disciplinas-chave que o candidato vai extrair a maior parte dos pontos que blindarão sua eliminação e o manterão na zona de competitividade.

O conteúdo exigido em Direito Constitucional vem sofrendo progressiva modificação ao longo dos concursos para Agente da Polícia Federal. Regra geral, se tornado mais enxuto. Para melhor ilustrar a incidência dos tópicos, vamos traçar um panorama com base nos últimos certames (1997, 2000, 2002, 2004 – nacional e regionalizado –, 2009 e 2012.

Vamos começar nossa análise do maior conjunto para o menor, ou seja, fazer nosso raio-x considerando tópicos que constavam no programa (bastante extenso) do edital de 1997. Como 2012 “está contido em 1997”, depois nos concentraremos em estudar detidamente este edital (nossa referência mais atual) em suas especificidades.

2.1. O Direito Constitucional: (1) natureza; conceito e objeto; perspectiva sociológica; perspectiva política; perspectiva jurídica; fontes formais; concepção positiva. (2) Constituição: sentido sociológico; sentido político; sentido jurídico; conceito, objetos e elementos; classificações das constituições: constituição material e constituição formal; constituição-garantia e constituição-dirigente; normas constitucionais. (3) Poder constituinte: fundamentos do poder constituinte; poder constituinte originário e derivado; reforma e revisão constitucionais; limitação do poder de revisão; emendas à Constituição. (4) Controle de constitucionalidade: conceito;

Histórico e análise das provas Direito Constitucional

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sistemas de controle de constitucionalidade; inconstitucionalidades: inconstitucionalidade por ação e inconstitucionalidade por omissão; sistema brasileiro de controle de constitucionalidade. (5) Fundamentos constitucionais dos direitos e deveres fundamentais: direitos e deveres individuais e coletivos; direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade; direitos sociais; nacionalidade; cidadania e direitos políticos; partidos políticos; garantias constitucionais individuais; garantias dos direitos coletivos, sociais e políticos; remédios do Direito Constitucional. (6) Poder Legislativo: fundamento, atribuições e garantias de independência; processo legislativo - fundamento e garantias de independência, conceito, objetos, atos e procedimentos. (7) Poder Executivo: forma e sistema de governo; chefia de Estado e chefia de Governo; atribuições e responsabilidades do Presidente da República. (8) Defesa do Estado e das instituições democráticas: segurança pública; organização da segurança pública; polícias federais; destinação da Polícia Federal. (9) Ordem Social: base e objetivos da ordem social; seguridade social; educação, cultura e desporto; ciência e tecnologia; comunicação social; meio ambiente; família, criança, adolescente e idoso; índios - fundamentos constitucionais dos direitos indígenas, direitos sobre as terras indígenas, defesa dos direitos e interesses indígenas.

Para facilitar o planejamento e a execução dos estudos, segue um Raio-X de todo o Direito Constitucional cobrado na história recente (1997-2012) do concurso de Agente da PF.

TÓPICO PROVAS AGENTE DA PF TOTAL

1997 2000 2002 2004 (incluso regionalizado)

2009 2012

(1)

(2) 5 2 7

(3) 9 9

(4) 10 1 11

(5) 15 2 5 1 2 2 27

(6) 5 2 2 9

(7) 5 1 2 1 9

(8) 10 2 1 2 15

(9) 5 2 2 6 1 16

*Excluídas as anulações (4 ao todo)

Pois bem, meus caros... Podemos deduzir várias coisas a partir do nosso raio-x, porém, o que mais merece nossa atenção são os conteúdos cobrados com maior recorrência.

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Em primeiro lugar, observa-se uma frequente e expressiva incidência do Título II da CF/88 (Dos Direitos e Garantias Fundamentais) nas provas para o nosso cargo alvo.

Em segundo lugar, constam os Títulos V (Da Defesa do Estado e Das Instituições Democráticas) e VIII (Da Ordem Social).

Por prudência, e para facilitar a organização e contextualização dos estudos, nenhum ponto do edital será negligenciado. De todo modo, não nos eximiremos de, vez ou outra, reforçar que alguns tópicos merecem, consideravelmente, mais empenho que outros.

Conforme previamente sublinhado, nossa principal referência é o edital de 2012. Por ser o mais recente, a tendência é que o CESPE siga a abordagem feita naquele concurso, tanto do ponto de vista formal (por exemplo, no que diz respeito à quantidade média de questões, estilo, grau de dificuldade, dentre outros) quanto material (ou seja, qual será o “recorte” da Constituição Federal de 1988 demandado nas questões). Em cima desta base é que planejaremos nosso curso.

Aula Tópico Data

00 Introdução ao Direito Constitucional. O Direito Constitucional e os demais ramos do direito. Estrutura da Constituição Federal de 1988. Tópicos de teoria do Estado

Disponível

01 Direitos e garantias fundamentais: direitos e deveres individuais e coletivos

29/09

02 Direitos e garantias fundamentais: direitos sociais; direitos de nacionalidade; direitos políticos; partidos políticos.

06/10

03 Poder Executivo: atribuições e responsabilidades do presidente da República.

13/10

04 Defesa do Estado e das instituições democráticas: segurança pública; organização da segurança pública.

20/10

05 Ordem social: base e objetivos da ordem social; seguridade social

27/10

06 Ordem social: meio ambiente; família, criança, adolescente, idoso e índio

03/11

07 Lista de exercícios completa 03/11

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Pois bem, guerreiros e guerreiras... Seguindo a estrutura acima, poderemos explorar, com o devido aprofundamento, todos os pontos da disciplina, ponderando cada qual de acordo com sua incidência nos certames passados e perspectiva para as próximas provas.

Hora de tomar fôlego e mãos à obra!

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Assunto Página

1- Introdução ao Direito Constitucional 08

2- O Direito Constitucional e os demais ramos do Direito 09

3- Estrutura da Constituição Federal de 1988 10

4- Tópicos de teoria do Estado 14

4.1- Conceito e elementos do Estado 14

4.2- Poderes e funções do Estado 15

4.3- Formação e formas do Estado 18

4.4- Formas e regimes de governo 22

4.5- Princípios do Estado Democrático de Direito 26

5- Questões comentadas 30

6- Lista de exercícios 35

7- Gabarito 38

8- Referencial Bibliográfico 39

Olá concurseiros e concurseiras!

Tendo sido feita a devida apresentação, daremos largada ao nosso curso de Direito Constitucional voltado para o concurso de Agente da Polícia Federal.

Conforme previamente demonstrado no raio-x, aspectos teórico-doutrinários de Direito Constitucional não costumam mais ser cobrados nas provas para Agente da PF.

Ainda assim, faz-se necessária uma breve abordagem de elementos iniciais do Direito Constitucional a fim de melhor contextualizarmos os próximos tópicos e tornarmos mais lógica a compreensão do tema.

Sob este aspecto, chamamos a atenção para que os candidatos e candidatas, aqui, priorizem a compreensão em lugar da memorização.

Comecemos então!

Aula 00 – Introdução ao Direito Constitucional. O Direito Constitucional e os demais ramos do direito. Estrutura da Constituição Federal de 1988. Tópicos de teoria do Estado.

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Conforme anota o grande jurista José Afonso da Silva, o Direito é um sistema normativo, ou seja, do qual extraímos regras e princípios imperativos de conduta. Este sistema é composto de unidades estruturais (ramos) organicamente dispostas.

A doutrina majoritária compreende que a subdivisão da ciência jurídica reveste-se de importância prática para seu ordenamento e estudo. Porém, em última análise, o Direito é uno.

Assim é que, o Direito Administrativo, o Direito Tributário, o Direito Financeiro, dentre outros ramos do denominado Direito Público, muito embora apresentem especificidades quando comparados aos ramos do dito Direito Privado – Civil e Empresarial, por exemplo –, abrigam-se sob um mesmo arranjo lógico-normativo: “O” Direito.

É importante que se compreenda tal unidade, por exemplo, para uma melhor articulação e entendimento de regras e princípios (a distinção será vista logo adiante) que dão sustentação aos “diferentes” ramos, dando-lhes a adequada interpretação e harmonização.

E o que é o Direito Constitucional?

Direito Constitucional é o ramo do Direito Público que tem por objeto primário a Constituição dos Estados nacionais.

A palavra “Constituição” pode assumir diferentes sentidos e tipologias. No entanto, em sentido jurídico – aquele a que devemos dar mais atenção – a Constituição é o fundamento de validade normativa dos Estados nacionais.

No plano jurídico-positivo (o Direito vigente, que rege nosso dia a dia), a nossa Constituição Federal de 1988, situa-se no topo da pirâmide normativa. Essa pirâmide é um recurso visual consagrado por Hans Kelsen e que traduz o princípio da supremacia da Constituição. Em última instância, é à Constituição que todo o agir público se reporta, numa relação de verticalidade hierárquica.

Por exemplo, imagine-se o seguinte caso. A Constituição Federal atribui à União a competência para organização e manutenção da Polícia Federal (art. 144, §1º) e delineia o núcleo de suas atribuições. Pois bem, todos os atos subsequentes em relação à PF não podem afrontar, ativa ou omissivamente, as diretrizes e limites dispostos pela Constituição, sob pena de incorrerem em inconstitucionalidade. A Constituição é suprema!

Assim, não poderia Constituição de Estado ou Lei Orgânica do Distrito Federal versar sobre a organização da instituição! Tampouco poderia o Decreto nº 73.332/1973 (que define a estrutura do Departamento de Polícia Federal e dá outras providências) abster a PF de exercer determinada

1- Introdução ao Direito Constitucional

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atribuição que a CF/88 expressamente delegou e, implicitamente, exige que a instituição exerça.

Perceba-se que todo o corpo legislativo (e o agir público é vinculado à existência de lei prévia que o autorize) extrai seu fundamento de validade da Lei Maior, a Constituição Federal.

Visualizando, no caso da PF, a conexão entre os instrumentos legais teríamos, portanto, a seguinte relação de HIERARQUIA:

A esquematização DIDÁTICA do Direito, assim como tudo o mais nesta ciência, não é unânime entre os autores. De todo modo, numa abordagem pragmática, podemos propor as seguintes especializações:

* Não é necessário memorizar o diagrama acima. Vamos focar em sua compreensão!

Norma Hipotética Fundamental

Constituição Federal 1988

Leis e Decretos

Portarias etc.

DIREITO

Direito Público

Direito PúblicoInterno

D. Constitucional

D. Administrativo

D. Tributário

D. Financeiro

D. Econômico

D. Processual

D. Penal

D. Urbanístico

Direito Público Externo

Direito Internacional

Público

Direito Difuso/Social

D. do Trabalho

D. Ambiental

D. Previdenciário

Direito Privado

D. Civil

D. Empresarial

D. InternacionalPrivado

2- O Direito Constitucional e os demais ramos do Direito

É a ideia lógica que sustenta o plano jurídico-

positivo

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O Direito Constitucional é, portanto, ramo do Direito Público. As diferenças fundamentais entre o Direito Público e o Direito Privado podem ser sintetizadas da seguinte forma:

OBSERVAÇÃO: Alguns autores, como Pedro Lenza (2012), chamam a atenção para a progressiva superação da supracitada dicotomia Direito Público vs Direito Privado.

Fato é que, no atual Estado Democrático de Direito em que vivemos, observa-se uma TENDÊNCIA de supremacia dos direitos fundamentais sobre os direitos particulares estruturados pelo Direito Privado, notadamente pelo Direito Civil.

Por exemplo, o Código Civil sofre um processo de descodificação tendo como contrapartida a criação de microssistemas (como o Estatuto da Criança e do Adolescente, o Código de Defesa do Consumidor, o Estatuto do Idoso, dentre outros). Estes, por sua vez, extraem seu fundamento de validade diretamente dos direitos fundamentais expressos na Constituição.

Assim, mesmo as relações entre particulares, tradicionalmente regidas pelo Direito Privado (como aquelas delineadas no Código Civil) e pela supremacia do interesse dos particulares, não estariam, por exemplo, isentas da força normativa dos direitos fundamentais assegurados pela Carta Magna.

A Constituição Federal atual, promulgada em 5 de outubro de 1988, compreende um preâmbulo, nove títulos (divididos em, respectivamente,

DIREITO PÚBLICO

• Supremacia do interessepúblico sobre o privado

• Eficácia vertical: a produção deefeitos se dá no sentido Estadox Particular

• Indisponibilidade dointeresse público (não hávontade livre do administrador,este deve sempre agir em proldo bem comum)

• Normatização (relaçõesjurídicas regidas por normasdotadas de generalidade eabstração)

DIREITO PRIVADO

• Equivalência dos interessesprivados

• Eficácia horizontal: a produçãode efeitos se dá no sentidoParticular x Particular

• Disponibilidade do interesseprivado (autonomia de vontade;os particulares, desde querespeitada a legalidade, sãolivres em seu agir)

• Contratualização (relaçõesjurídicas regidas,fundamentalmente, por contratosestabelecidos entre as partes)

3- Estrutura da Constituição Federal de 1988

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capítulos, seções e subseções), além do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT).

OBSERVAÇÃO:

PREÂMBULO

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

Importante notar que a doutrina majoritária entende que o preâmbulo reflete um posicionamento político-ideológico do poder constituinte, porém não jurídico.

E o que isso significa?

Por exemplo, sendo instado a examinar se a invocação da “proteção de Deus” seria ou não norma de reprodução obrigatória pelas Constituições Estaduais (CE) e Leis Orgânicas (LO) do Distrito Federal e dos Municípios, o STF se manifestou contrário a um discutível caráter normativo do preâmbulo da CF/88 (ADI 2.076/AC). Ou seja, as CE e LO não precisam invocar a “proteção de Deus”. O preâmbulo não carrega regras e princípios.

(FCC / Promotor do Ministério Público – CE / 2011) A invocação à proteção de Deus, constante do Preâmbulo da Constituição da República vigente:

a) é inconstitucional.

b) é ilícita.

c) não tem força normativa.

d) não foi recepcionada pelo texto constitucional.

e) é expressão de reprodução obrigatória nas Constituições estaduais.

Resolução: Alternativa C. Questão simples de uma temática já pacificada pelo STF, conforme exposto acima.

Esquematicamente, e desconsiderando as subdivisões dos Títulos, temos a seguinte anatomia constitucional:

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PREÂMBULO

TÍTULO I – Dos Princípios Fundamentais (art. 1º a 4º)

TÍTULO II– Dos Direitos e Garantias Fundamentais (art. 5º a 17)

TÍTULO III – Da Organização do Estado (art. 18 a 43)

TÍTULO IV – Da Organização dos Poderes (art. 44 a 135)

TÍTULO V– Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas (art. 136 a 144)

TÍTULO VI – Da Tributação e Orçamento (art. 145 a 169)

TÍTULO VII – Da Ordem Econômica e Financeira (art. 170 a 192)

TÍTULO VIII – Da Ordem Social (art. 193 a 232)

TÍTULO IX – Das Disposições Constitucionais Gerais (art. 233 a 250)

ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS (art. 1º a 97)

Em provas da área policial, particularmente para o concurso de Agente da Polícia Federal, reveste-se de fundamental importância o conteúdo dos trechos destacados acima. É sobre esses pedaços do corpo constitucional que o candidato deve focar a maior parte da sua carga de leitura e de resolução de exercícios.

Vale ainda notar que o texto constitucional sofreu diversas alterações desde sua promulgação. Modificações estas, fruto dos poderes constituintes derivados de revisão (esgotado) e de reforma. Além disso, embora não promova mudança físico-formal da Carta Magna, destaque-se o fenômeno da mutação constitucional, conferindo-lhe novos sentidos interpretativos.

Por fim, podemos analisar a Constituição sob mais um aspecto.

Na lição de José Afonso da Silva, de acordo com sua finalidade, as normas constitucionais podem ser agrupadas em cinco categorias de elementos:

Natureza político- ideológica

Natureza jurídica

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(CESPE / Delegado de Polícia Federal / 1997 / Adaptada) As normas constitucionais que consagram os direitos e garantias fundamentais consubstanciam elementos limitativos das constituições porquanto restringem a ação dos poderes estatais.

Resolução: Correta. Como veremos na próxima aula, garantias são instrumentos que visam a assegurar que direitos seja efetivamente prestados ao indivíduo e à coletividade, restringindo inclusive a arbitrariedade no agir estatal.

(FGV / Auditor Fiscal da Receita Estadual – RJ / 2008) São elementos orgânicos da Constituição:

a) a estruturação do Estado e os direitos fundamentais.

b) a divisão dos poderes e o sistema de governo.

c) a tributação e o orçamento e os direitos sociais.

ELEM

EN

TO

S

CO

NS

TIT

UC

ION

AIS

Elementos orgânicos

Contidos nas normas que regulam a estrutura do Estado e dos Poderes e o sistema de governo. Na Constituição de 1988, concentram-se nos Títulos III (Da Organização do Estado), IV (Da Organização

dos Poderes e do Sistema de Governo), Capítulos II e III do Título V (Das Forças Armadas e da Segurança

Pública) e VI (Da Tributação e do Orçamento)

Elementos limitativos

Contidos nas normas relativas aos direitos e garantias fundamentais: direitos e garantias individuais, direitos de nacionalidade, direitos

políticos e democráticos. Concentram-se no Título II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais),

excetuando-se o Capítulo II (Direitos Sociais)

Elementos sócio-ideológicos

Contidos nas normas que traduzem o compromisso de cunho intervencionista do

Estado Social Democrático . Concentram-se no Capítulo II do Título II e nos Títulos VII (Da Ordem Econômica e Financeira) e VIII (Da Ordem Social)

Elementos de estabilização constitucional

Contidos nas normas destinadas a garantir a solução de conflitos constitucionais, a defesa da

Constituição, do Estado e das instituições democráticas. Representam instrumentos de defesa do Estado e da paz social. Concentram-se no art. 102,

I, “a” (ação de inconstitucionalidade); arts. 34 a 36 (Da Intervenção); arts. 59, I, e 60 (Processos de

emendas à Constituição); arts. 102 e 103 (Jurisdição constitucional); Título V (Da Defesa do Estado e das

Instituições Democráticas, especialmente o Capítulo I, que trata do estado de defesa e do estado de sítio,

uma vez que os Capítulos II e III do Título V tipificam-se como elementos orgânicos)

Elementos formais de aplicabilidade

Contidos nas normas que traduzem regras de aplicação da Constituição. Concentram-se no

preâmbulo (embora este não tenha força normativa por si só), no ADCT e no art. 5º, § 1º, que estabelece

que as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

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d) as forças armadas e a nacionalidade.

e) a segurança pública e a intervenção.

Resolução: Alternativa B. Fácil, não é pessoal? Bastaria recordar que os elementos orgânicos são aqueles que compõem a regulação da organização e funcionamento do Estado.

De todo modo, mantenhamos em mente que este conteúdo é apenas uma forma de aclimatação à matéria. Assim, é desnecessário se ocupar em memorizá-lo.

Vamos brevemente elucidar alguns conceitos que, vez ou outra as bancas colocam no nosso caminho e nos serão úteis, direta ou indiretamente, ao partirmos para o estudo do nosso edital.

Seguindo a lição de Cicco e Gonzaga (2008), podemos conceituar Estado como instituição organizada, política, social e juridicamente, que ocupa um território definido e é regida por uma lei maior, usualmente na forma de Constituição. Ademais, é dirigida por um governo soberano, reconhecido interna e externamente ao seu território e é responsável pela organização e controle social, uma vez que detém a competência legítima do uso da força e da coerção.

Destacam-se nessa definição tradicional três elementos: povo, território e governo.

(NCE-UFRJ / Agente Executivo da CVM / 2008) O Estado constitui-se de três elementos originários e indissociáveis - Povo, Território e Governo soberano - que se referem respectivamente:

a) ao componente humano do Estado; o elemento condutor do Estado; a base física do Estado;

Elementos do Estado

Povo Governo Território

4.1- Conceito e elementos do Estado

4- Tópicos de teoria do Estado

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b) ao componente humano do Estado; a base física do Estado; o elemento condutor do Estado;

c) à base física do Estado; o componente humano do Estado; o elemento condutor do Estado;

d) ao elemento condutor do Estado; o componente humano do Estado; a base física do Estado;

e) ao elemento condutor do Estado; a base física do Estado; o componente humano do Estado.

Resolução: Alternativa B. Advirta-se que povo não é sinônimo de população. Povo é a parcela da população vinculada política e juridicamente ao Estado.

A finalidade maior do Estado é a promoção do bem comum.

Mas quem detém originariamente o poder no Estado? Segundo a Constituição Federal, “todo o poder emana do povo” (CF/88, art. 1º, parágrafo único). Tal poder é “dividido” (temos então, não mais um único poder, mas Poderes1) e manifestado por meio de diferentes funções, ou seja, “especializações” do agir do Estado.

Na maior parte das democracias contemporâneas prepondera a teoria (abrandada) de Montesquieu, a denominada teoria da tripartição de Poderes, tipicamente identificados como Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário.

1 Para fins didáticos, entenda-se tal afirmação como integralmente correta. No entanto, em última análise, advirta-se que o poder político é uno. A dita separação de poderes nada mais é que uma abordagem de cunho funcional.

Além da unicidade, são tidas como características do poder político a imprescritibilidade (a possibilidade de se exercê-lo não é extinta com o tempo) e a indelegabilidade (o exercício do poder é delegável a representantes, mas sua titularidade – o poder emana do povo – não).

Poderes do Estado

Executivo Legislativo Judiciário

4.2- Poderes e funções do Estado

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É o caso brasileiro, como podemos extrair da Constituição (e aplicar por simetria aos demais entes subnacionais2):

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

No Brasil, o supracitado abrandamento é perfeitamente estabelecido, dentre outros fatores, uma vez que cada Poder incorpora, além de uma ou mais função típica, outras funções atípicas. Vejamos.

Poder Funções típicas Funções atípicas

Executivo

1- Provimento direto de bens e

serviços públicos, atos de

administração, chefia de Estado e

de governo

- Legislar: por exemplo, na edição de medidas provisórias (art. 62) e leis delegadas (art. 68)

- Julgar: por exemplo, instaurando, inquirindo e julgando processos administrativos disciplinares (em âmbito federal, lei 8.112/90, art. 151)

Legislativo

1- Elaboração de leis

2 - Fiscalização contábil,

financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do

Poder Executivo

- Executar: por exemplo, ao dispor sobre sua organização, funcionamento, funções de serviços e criação de cargos (art. 51, IV e art. 52, XIII)

- Julgar: por exemplo, a Câmara dos Deputados autoriza (art. 51, I) e o Senado Federal julga o Presidente e outros agentes políticos nos crimes de responsabilidade (art. 52, I)

Judiciário

1- Instituir a coisa julgada com base na aplicação da

legislação

- Executar: por exemplo, os tribunais organizam suas secretarias e serviços auxiliares, proveem cargos necessários à administração da Justiça, concedem férias, licenças e outros afastamentos a seus membros (art. 96, I)

- Legislar: por exemplo, os tribunais elaboram seus regimentos internos (art. 96, I, “a”)

2A exceção parcial é o Judiciário. Inexiste organização de tal Poder em âmbito estritamente municipal.

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Atente-se que o Poder Legislativo é o único que possui duas funções típicas, quais sejam, legislar e fiscalizar diretamente (sem necessidade de provocação) o Poder Executivo.

Além disso, outro fator nos permite visualizar que a tripartição de Poderes não é algo estanque.

A nossa Constituição (assim como outras) estabelece mecanismos de freios e contrapesos, de controle recíproco entre os Poderes, de modo que há evidente interpenetração no agir do Estado, evitando a arbitrariedade e proporcionando maior equilíbrio a este.

Deste modo, muito embora o art. 2º da Carta Maior assegure a independência dos Poderes, mais correto é compreender nosso Estado como um sistema caracterizado pela interdependência dos Poderes. Um exemplo prático é a possibilidade de veto conferida ao Presidente da República nos processos legislativos que lhe são submetidos à deliberação (art. 66).

(CESPE / Polícia Rodoviária Federal / 2013) No que se refere aos princípios fundamentais da Constituição Federal de 1988 (CF) e à aplicabilidade das normas constitucionais, julgue o item a seguir.

Decorre do princípio constitucional fundamental da independência e harmonia entre os poderes a impossibilidade de que um poder exerça função típica de outro, não podendo, por exemplo, o Poder Judiciário exercer a função administrativa.

Resolução: Errado. A independência dos Poderes não se confunde com a completa segregação destes. Muito pelo contrário. No Brasil, a separação entre Executivo, Legislativo e Judiciário se dá de forma abrandada. Disso deriva a possibilidade de que, além de suas funções típicas, cada qual exerça funções atípicas correlatas aos demais.

(FCC / Técnico Judiciário do TRE – SP / Área Administrativa / 2012) O mecanismo pelo qual os Ministros do Supremo Tribunal Federal são nomeados pelo Presidente da República, após aprovação da escolha pelo Senado Federal, decorre do princípio constitucional da:

a) separação de poderes.

b) soberania.

c) cidadania.

d) inafastabilidade do Poder Judiciário.

e) solução pacífica dos conflitos.

Resolução: Alternativa A. Perceba-se que o mecanismo de freios e contrapesos advém do princípio da separação de poderes expresso no art. 2º da CF/88. Os demais itens caracterizam princípios fundamentais, coordenando

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fundamentos (soberania e cidadania), princípios do Estado referentes a regras processuais (inafastabilidade do Poder Judiciário) e princípios nas relações em âmbito internacional (solução pacífica dos conflitos) e serão tratados detidamente na aula 03.

(FCC / Auditor Fiscal Tributário Municipal - SP / 2007) A separação de poderes é um critério funcional de limitação de poder:

a) incompatível com o Estado Democrático de Direito.

b) compatível com os Estados organizados como federações.

c) incompatível com os Estados regidos por constituições rígidas.

d) compatível com as monarquias absolutistas.

e) incompatível com os Estados unitários descentralizados.

Resolução: Alternativa B. Basta ter em mente que o Brasil é um Estado Democrático de Direito que se qualifica como federação (CF/88, art. 1º) e aqui predomina a separação de poderes (CF/88, art. 2º).

IMPORTANTE!! Não se pode confundir a existência de funções atípicas com o mecanismo de freios e contrapesos. A existência de funções atípicas implica num maior dinamismo da atuação de cada um dos três poderes, os quais exercem atribuições complementares às suas principais. Já o mecanismo de freios e contrapesos cuida diretamente da articulação dos poderes entre si em prol das finalidades do Estado.

(CESPE / Analista de Infraestrutura do MPOG / Área I / 2012) Com relação aos princípios do direito constitucional, julgue o item a seguir.

O princípio da separação dos Poderes adotado no Brasil pode ser caracterizado como rígido, uma vez que todos os Poderes da República exercem apenas funções típicas.

Resolução: Errado. No Brasil predomina um modelo de separação de Poderes abrandado. Isso se manifesta, dentre outros pontos, no exercício de funções atípicas por parte de cada Poder.

Os Estados são centros de poder soberano. Sumariamente, podem ser classificados, sob esse aspecto, em Estados simples – nos quais há apenas um centro, como o Brasil – e Estados compostos – nos quais há coexistência de centros, como a commonwealth. Aqui, a análise é focada nos Estados simples.

4.3- Formação e formas do Estado

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A formação de Estados se dá por basicamente três modos:

Em concursos públicos (das mais diversas áreas), as questões quase sempre têm como ponto de partida o modelo secundário.

No que diz respeito à forma de Estado, encontramos dois modelos fundamentais, quais sejam: o Estado unitário e a Federação.

O Estado unitário é caracterizado pela existência de uma única organização política nacional. Muito embora existam variedades mais flexíveis desse tipo, regra geral, não há aqui a existência de diferentes níveis de governo (federal, estadual, distrital, metropolitano, municipal, etc.). Ou seja, a organização político-administrativa não compreende esferas autônomas.

Por sua vez, a federação resulta do vínculo indissolúvel3 (vide art. 1º da CF/88) entre unidades autônomas (porém, não soberanas). Essa organização político-administrativa compreende esferas de governo distintas e descentralizadas, dotadas de competências muitas vezes exclusivas ou privativas, no entanto, normatizadas por uma mesma Constituição Federal. Trata-se do caso brasileiro.

3 CF/88, art. 60 [...] § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; [...]

Formação de Estados (modos)

ORIGINÁRIO

Ocorre por meio da conjunção inédita dos elementos território, população e

governo. Não se verifica na idade contemporânea.

Ex: Atenas

SECUNDÁRIO

Ocorre por meio da desagregação ouagregação de Estados previamente

constituídos.

Ex: Estados Unidos da América

DERIVADO

Se processa quando o novo Estadosurge mediante concessão de outro Estado. O estado concedente continha

territorialmente o Estado derivado.

Ex: Israel

Formas de Estado

Estado unitário Federação

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“Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. [...]”

(CESPE / Auditor do Tribunal de Contas da União / 1996) O Estado Federal consiste em uma descentralização política, caracterizada pela autonomia - decorrente de lei federal - dos Estados-membros.

Resolução: Errada. A autonomia “OLGA” dos Estados-membros (auto-organização/legislação/governo/administração) está expressa na própria CF/88.

(FCC / Técnico Judiciário do TRT da 3ª Região / Área Judiciária / 2005) O Brasil, segundo dispõe a Constituição, adota a forma de Estado:

a) federal, descentralizada por regiões e estados.

b) unitária centralizada.

c) unitária descentralizada.

d) confederada.

e) federal.

Resolução: Alternativa E. Questão tranquila. Como regra, as bancas tendem a cobrar tais conceitos de forma bastante direta, sem muito rebuscamento.

Por fim, cumpre destacar a existência de diferentes tipologias de federalismo, de acordo com a perspectiva assumida.

FEDERALISMO

Simétrico vs Assimétrico

Grau de compatibilidade

econômica, política, social e cultural entre os entes federados.

Quanto mais homogêneos tais fatores

se apresentam no território e entre a

população, mais simétrico o federalismo.

Cooperativo vs Dual

Configuração da repartição de

competências entre os entes federados e sua

articulação.

Quanto mais rígida tal repartição, mais dual o federalismo. Por outro lado, havendo maior interpenetração de

atribuições, por meio de competências

concorrentes ou comuns, mais cooperativo será o

federalismo.

Por agregação vs Por desagregação

Formação do Estado federado.

No federalismo por agregação, Estados antes

soberanos vinculam-se para formar um novo Estado indissolúvel. Os entes

passam a ter autonomia. Já no federalismo por

desagregação, um Estado antes unitário reconfigura

sua estrutura político-administrativa, tornando-a

descentralizada

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Embora existam outras classificações, os três grupos acima são de maior relevância para concursos.

(CESPE / Administrador da SUFRAMA / 2014) Julgue o item a seguir, acerca da organização político-administrativa do Estado, da administração pública e dos servidores públicos.

De acordo com a CF, as atribuições dos entes federativos são de tal modo separadas que caracterizam um federalismo dual, ou seja, cada ente da Federação brasileira tem competências distintas, não se podendo falar em cooperação entre eles.

Resolução: Errada. Questão bastante simples. O Brasil é caracterizado por um modelo de repartição de competências entre os entes no qual, ao mesmo tempo em que se visualizam competências exclusivas e privativas, existe um leque de atribuições concorrentes e comuns que demandam expressamente um esforço conjunto entre estes, pendente, pois, para um modelo cooperativo.

(FCC / Notário e Registrador – TJ PE / Remoção / 2013) Em relação à possibilidade de aplicação do conceito de federação assimétrica ao Brasil, é correto afirmar:

a) A concepção inclui a ideia de simetria de fato entre os componentes da federação, como a criação de regiões de desenvolvimento.

b) O conceito compreende a noção da simetria de direito para corrigir e compensar a estrutura da federação, v.g., a fixação de benefícios legais na área tributária.

c) A diferença entre os entes federados no Brasil pode ocorrer tanto na área social, como na econômica.

d) Os elementos da federação assimétrica não são aplicáveis à realidade nacional diante da determinação constitucional que a federação é indissolúvel, não há permissão a secessão.

e) A assimetria somente pode ser transitória e pressupõe um tratamento desigual para corrigir desigualdades.

Resolução: Alternativa C. É o conceito de federalismo assimétrico. A própria Constituição Federal reconhece a existência de discrepâncias entre as regiões. Não por acaso, estatui, por exemplo:

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: [...]

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; [...]

e

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Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais.

Segundo Canotilho (1993), ao tratarmos das formas de governo, estamos analisando a lógica da estruturação jurídico-constitucional dos poderes, órgãos e agentes constitucionais de soberania. Abordamos uma questão de cunho institucional, em que se deseja saber como o Estado se organiza para a coordenação de Poderes e exercício de suas funções com vistas à consecução do bem comum.

O Estado contém o governo, porém o contrário não é verdadeiro. O governo é um dos elementos constitutivos do Estado e, enquanto governos são arranjos temporários, Estados são, em tese, estruturas permanentes.

A classificação mais comum é a que compreende como formas fundamentais a monarquia e a república.

De acordo com Farias Neto (2011), podemos apontar como características distintivas de cada qual:

Formas de Governo

Monarquia República

MONARQUIA

• Vitaliciedade dos governantes• Hereditariedade dos

governantes• Irresponsabilidade política do

Chefe de Estado (não há prestação de contas das

decisões ou crime de responsabilidade)

REPÚBLICA

• Temporariedade dos governantes

• Eletividade dos governantes• Responsabilidade política do Chefe de Estado (há prestação de contas das decisões e crime

de responsabilidade)

4.4- Formas e regimes de governo

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O Brasil é uma República Federativa, de acordo com disposição constitucional expressa.

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: [...]

(FCC / Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas - SP / 2010) Considere:

I. O Brasil é uma República, adotada desde 15 de novembro de 1889, consagrada na Constituição de 1891, e em todas as constituições subsequentes. II. O Brasil é uma federação composta pela União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios.

Essas afirmações dizem respeito, técnica e respectivamente, às formas de:

a) regime político e governo.

b) estado e de governo.

c) governo e de estado.

d) separação de poderes e de governo.

e) estado e de regime político.

Resolução: Alternativa C. Viram, pessoal? Esse é o estilo da maior parte das bancas para este conteúdo introdutório.

Por sua vez, na análise relativa aos regimes de governo (ou sistemas de governo), busca-se primordialmente identificar a forma de relacionamento entre os Poderes Legislativo e Executivo. Desse exame, encontramos dois regimes principais: o parlamentarismo e o presidencialismo.

Temos como características centrais de ambos:

Regimes/Sistemas de Governo

Parlamentarismo Presidencialismo

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(CESPE / Analista Técnico Administrativo da SUFRAMA / 2014) Em relação à aplicabilidade das normas constitucionais e às atribuições e responsabilidades do presidente da República, julgue o item a seguir.

Uma vez que o Brasil adotou o sistema presidencialista, as funções de chefe de Estado e de chefe de governo acumulam-se na figura do presidente da República, competindo-lhe, privativamente, expedir decretos e regulamentos para fiel execução da lei.

Resolução: Correta. Por ora, é mais suficiente que saibamos que nosso sistema de governo é presidencialista e que nele as figuras de chefe de Estado e chefe de governo se acumulam no Presidente da República. Mais adiante, estudaremos detidamente as atribuições e responsabilidades deste.

(ESAF / Agente Executivo da CVM / 2010) Correlacione as colunas abaixo e, ao final, selecione a opção que expresse a correlação correta.

( ) República (1) Forma de Governo

( ) Estado Unitário (2) Sistema de Governo

( ) Parlamentarismo (3) Forma de Estado

PARLAMENTARISMO

• Poder Executivo dual:distinção entre Chefe de Estadoe Chefe de Governo

• Elevada interdependênciados Poderes Executivo eLegislativo

• Existência de um órgãoexecutivo (gabinete deMinistros) dirigido pelo PrimeiroMinistro (chefe de governo),cujos atos são referendadospelo Parlamento

• Possibilidade permanente dedissolução do gabinete e doParlamento

• É compatível com a formamonárquica e com arepublicana

PRESIDENCIALISMO

• Poder Executivo uno: não hádistinção entre Chefe de Estadoe Chefe de Governo

• Relativa autonomia doExecutivo e do Legislativo nacondução de suas funções típicas

• As funções executivascentrais cabem à figura doPresidente da República, nãohavendo interferêcia direta doParlamento. Os Ministros deEstado podem ser nomeados eexonerados discricionariamente(ad nutum)

• Não há possibilidade dedissolução do Parlamento semeleições gerais

• Na prática, compatível apenascom a forma republicana

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( ) Federação

( ) Monarquia

( ) Presidencialismo

a) 1, 2, 3, 1, 2, 3

b) 1, 3, 2, 3, 1, 2

c) 3, 1, 2, 1, 2, 3

d) 2, 3, 1, 2, 3, 1

e) 3, 2, 1, 2, 1, 3

Resolução: Alternativa B. Questão ilustrativa que resume o que foi visto até agora. Formas de Governo: República e Monarquia. Sistemas de Governo: Parlamentarismo e Presidencialismo. Formas de Estado: Estado Unitário e Federação.

(ESAF / Auditor Fiscal do Tesouro Estadual – RN/ 2005) Sobre Poderes do Estado e respectivas funções, formas de Estado e formas e sistemas de governo, marque a única opção correta.

a) A adoção do princípio de separação de poderes, inspirado nas lições de Montesquieu e materializado na atribuição das diferentes funções do poder estatal a órgãos diferentes, afastou a concepção clássica de que a unidade seria uma das características fundamentais do poder político.

b) O Estado unitário distingue-se do Estado federal em razão da inexistência de repartição regional de poderes autônomos, o que não impede a existência, no Estado unitário, de uma descentralização administrativa do tipo autárquico.

c) Em um Estado federal temos sempre presente uma entidade denominada União, que possui personalidade jurídica de direito público internacional, cabendo a ela a representação do Estado federal no plano internacional.

d) O presidencialismo é a forma de governo que tem por característica reunir, em uma única autoridade, o Presidente da República, a Chefia do Estado e a Chefia do Governo.

e) Sistema de governo pode ser definido como a maneira pela qual se dá a instituição do poder na sociedade e como se dá a relação entre governantes e governados.

Resolução: Alternativa B.

O item “A” peca ao afirmar que a separação de poderes (divisão funcional) afasta a unicidade do poder político. Conforme observado previamente, o poder político é uno.

A respeito do item “C”, destaque-se que não é a União, pessoa jurídica de direito público interno (Código Civil, art. 41, I), mas sim a República

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Federativa do Brasil que representa a federação em âmbito internacional, como se pode extrair da CF/88, art. 4º.

O item “D” contém uma pegadinha comum: o presidencialismo é regime/sistema de governo, não forma!!! O mesmo ocorre com o item “E”, ao apresentar a definição de forma de governo como sendo a de sistema. ATENÇÃO!

Previamente destacamos que, em seu sentido jurídico, a Constituição é o fundamento de validade normativa dos Estados nacionais.

A doutrina contemporânea convencionou classificar o “gênero” normas em “espécies”, quais sejam: princípios e regras.

Conforme expõem Mendes e Branco (2010), analisando especialmente as contribuições teóricas de Ronald Dworkin e Robert Alexy, algumas características distintivas entre tais espécies são:

NORMAS

PRINCÍPIOS REGRAS

- Ponderação;

- Dimensão de peso e valor;

- Instrumentos de otimização;

- Havendo conflito aparente entre princípios, a solução deverá se dará pelo prevalecimento de um sobre o outro no caso concreto.

- Tudo ou nada;

- Dimensão de especificidade;

- Instrumentos de definição;

- Havendo conflito entre regras, a solução deverá ser buscada, sucessivamente, pelos critérios:

(i) Hierárquico;

(ii) de Especialidade; HEC

(iii) Cronológico.

ou pelo afastamento de uma delas ou pela derrota (superação) de uma delas ou pela declaração de invalidade (total ou parcial) de uma delas.

(FGV / Auditor Fiscal da Receita Estadual – RJ / 2008) Havendo conflito aparente entre princípios, a situação será resolvida pela dimensão:

4.5.1- Princípios e regras

4.5- Princípios do Estado Democrático de Direito

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a) de validade.

b) de eficácia.

c) de vigência.

d) de valor.

e) política.

Resolução: Alternativa D. Observe-se que o conflito é meramente aparente, conforme expõe o enunciado. Isso decorre de um princípio maior: o da unidade da Constituição. Mas como o edital para Agente da PF não nos demanda esse tópico, vamos evitar um aprofundamento desnecessário.

Para concluir, podemos apontar a primorosa conceituação elaborada por Celso Antônio Bandeira de Mello (2000, 450-451), para o qual o princípio é [...] “mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas compondo-lhes o espírito e servindo de critério para sua exata compreensão e inteligência exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico”.

Por outro lado, pedimos vênia para conceituar regra como uma disposição específica que estabelece parâmetros objetivos de operacionalização num determinado sistema jurídico, visando a dotá-lo de certos padrões práticos gerais.

Não há um conceito a ser memorizado. No entanto, ter tal distinção em mente é importante na compreensão de diversos pontos da matéria.

Fecharemos a aula com um tópico do edital que dificilmente é cobrado pelas bancas. Assim, mais uma vez salientamos: busquemos compreender o tema e não memorizar!

Os referidos princípios encontram-se esparsos pelo texto constitucional. Ressalte-se, ainda, a existência de outros princípios complementares (como aqueles que regem mais especificamente a administração pública), presentes não apenas na Carta Maior como na legislação infraconstitucional.

Adotando a lição de José Afonso da Silva (2005, p. 122), temos:

4.5.2- Princípios do Estado Democrático de Direito na doutrina

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(ESAF / Analista Tributário da Receita Federal do Brasil / Área Tributária e Aduaneira / 2006 / Adaptada) Sobre princípios fundamentais na Constituição de 1988, marque a única opção correta.

a) Em função da forma de governo adotada na Constituição de 1988, existe a obrigação de prestação de contas por parte da administração pública.

b) Por ser o Brasil uma federação, é reconhecida, na Constituição brasileira, a autonomia de Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios.

c) Em razão da independência funcional, um dos elementos essenciais do princípio de separação dos poderes, o exercício das funções que integram o poder político da União é exclusivo.

d) Segundo a doutrina, não se constitui em um princípio do Estado Democrático de Direito o princípio da constitucionalidade, o qual estaria ligado apenas à noção de rigidez constitucional.

PR

INC

ÍPIO

S

(est

ado d

emocr

átic

o d

e dirie

to)

constitucionalidade

exprime, em primeiro lugar, que o Estado Democrático de Direito se funda na legitimidade

de uma Constituição rígida, emanada da vontade popular, que, dotada de supremacia,

vincule todos os poderes e os atos deles provenientes, com as garantias de atuação livre

de regras da jurisdição constitucional

democráticonos termos da Constituição, há de constituir

uma democracia representativa e participativa, pluralista, e que seja a garantia

geral da vigência e eficácia dos direitos fundamentais (art. 10)

sistema de direitos fundamentais

compreende os direitos individuais, coletivos, sociais e culturais (títulos II, VII e VIII)

justiça social

referido no art. 170, caput, e no art. 193, como principio da ordem econômica e da ordem social

igualdade

divisão de poderes (art. 2º) e independência do

juiz (art. 95)

legalidade (art. 5º, II)

segurança jurídica (art. 5º, XXXVI a LXXIII)

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Resolução: Alternativa A. A Constituição Federal de 1988 adota a forma republicana de governo. Uma das características fundamentais deste arranjo é a prestação de contas por parte da administração pública.

A alternativa “B” incorre em erro por afirmar que os Territórios possuem autonomia. Estes são costumeiramente tratados, sob o ponto de vista doutrinário, como espécies de autarquias (pessoas jurídicas de direito público) da União, o que será detalhado no momento oportuno.

O item “C” peca ao desconsiderar a existência de funções atípicas em cada um dos Poderes, conferindo certa flexibilidade à atuação destes em todas as esferas de governo. Já o item “D” erra ao ignorar um dos princípios centrais da República Federativa do Brasil, conforme já destacado.

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Vamos treinar mais um pouco. Para diversificar nosso repertório de questões, continuaremos aproveitando algumas de outras bancas com estilo semelhante.

01. (CESPE / Auditor Federal de Controle Externo / Auditoria Governamental / 2008) Com referência ao regime e à forma de governo do Brasil, julgue o item abaixo.

A república e a forma federativa de Estado foram arroladas expressamente como cláusulas pétreas pelo constituinte originário.

Resolução: Errada. Antecipando um pouco a matéria, veremos que apenas a forma federativa é blindada como cláusula pétrea (art. 60, §4º, I). Não há previsão EXPRESSA de que a república também o seja.

02. (ESAF / Auditor Fiscal de Receita Federal do Brasil / Auditoria / 2000) De uma Constituição que adota uma chefia dual do Executivo, com um Chefe de Estado e um Chefe de Governo, em que a permanência deste no cargo depende da confiança do Poder Legislativo, pode-se dizer que adota característica típica do:

a) Bicameralismo

b) Estado unitário

c) Federalismo de equilíbrio

d) Presidencialismo

e) Parlamentarismo

Resolução: Letra E. Na alternativa “A”, bicameralismo diz respeito à estruturação do Poder Legislativo, não do Executivo. A alternativa “B” trata de uma das formas de Estado, mas não do sistema/regime de governo, conforme solicita o enunciado. Idem para o item “C”. Por sua vez, o item “D” incorre num erro simples: no presidencialismo, a chefia do Executivo é una e a permanência do chefe de governo e de Estado (a mesma pessoa) no cargo – ressalvadas situações extremas, como as de impeachment –, se dá pela via da eleição.

03. (FAURGS / Agente Fiscal do Tesouro do Estado – RS /2006) Sobre os Poderes de Estado, assinale a alternativa correta.

a) São Poderes da União: Legislativo, Executivo, Judiciário e Ministério Público Federal.

5- Questões Comentadas

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b) No âmbito estadual, o Ministério Público, apesar da autonomia orçamentária, está vinculado ao Poder Executivo.

c) No Brasil, a Constituição Federal não pode prever regras de composição de Poderes Estaduais.

d) O Ministério Público não é um dos Poderes da República Federativa do Brasil.

e) O Poder Executivo em nível de governo estadual é exercido pelos governadores, prefeitos e seus secretários.

Resolução: Alternativa D. O Ministério Público é instituição (não Poder) permanente e essencial à função jurisdicional do Estado (art. 127), sendo autônomo e não vinculado a qualquer dos Poderes, o que já nos possibilita descartar as alternativas “A” e “B”.

A alternativa “C” é incorreta uma vez que a Constituição Federal estabelece diretrizes a serem sim aplicadas nos entes subnacionais (Estados, DF e Municípios), seja por comando direto, seja por simetria de forma jurídica.

Por fim, a letra “E” peca ao inserir os prefeitos (chefes do Executivo no âmbito municipal) no nível de governo estadual.

04. (CESPE / Analista de Infraestrutura – MPOG / Área I / 2012 / Adaptada) Com relação aos princípios do direito constitucional, julgue o item a seguir.

A Federação brasileira formada pela união indissolúvel da União, dos estados-membros, do Distrito Federal e dos municípios é um federalismo do tipo assimétrico, em razão da falta de homogeneidade entre os entes federativos.

Resolução: Correta. O critério da simetria diz com a homogeneidade dos fatores econômicos, políticos e socioculturais nos diferentes entes do Estado brasileiro. A nossa federação se caracteriza por elevadas disparidades de Produto Interno Bruto, renda per capita, oferta e prestação de serviços públicos, dentre outros fatores.

05. (FEMPERJ / Analista de Controle Externo do TCE – RJ / Controle Externo / 2012) A Constituição da República de 1988 consagrou no seu art. 2º a teoria da "tripartição dos Poderes" exposta por Montesquieu. Contudo, o fez de forma abrandada, na medida em que essa separação não é pura e absoluta. Assim sendo, cada poder exerce funções típicas e atípicas.

Sobre o tema, é correto afirmar que são funções:

a) típicas do Poder Judiciário julgar e administrar;

b) atípicas do Poder Legislativo administrar e fiscalizar;

c) típicas do Poder Executivo administrar e legislar;

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d) típicas do Poder Executivo administrar e julgar;

e) típicas do Poder Legislativo fiscalizar e legislar.

Resolução: Item E. Questão direta e sem pegadinhas. O único dos três Poderes que detém duas funções típicas é o Poder Legislativo.

06. (FCC / Juiz do Trabalho do TRT da 1ª Região / 2012) Em 1993, o eleitorado brasileiro participou de plebiscito para definição da forma e do sistema de governo que deveriam vigorar no País. Se o resultado do plebiscito houvesse modificado o sistema de governo brasileiro de presidencialista para parlamentarista, mas mantido a forma republicana de governo, o texto da Constituição Federal, necessariamente, deveria ser reformado para:

a) incluir a previsão de eleições indiretas, realizadas pelo Parlamento, para a escolha do Chefe de Estado.

b) acrescentar a possibilidade de o Chefe de Estado ter mandato por tempo indeterminado e escolher seu sucessor, a fim fiscalizar a atuação do Chefe de Governo com imparcialidade.

c) modificar competências, no âmbito da União, tanto do Poder Executivo, quanto do Poder Legislativo, para que fossem especificadas as atribuições a serem exercidas pelo Chefe de Governo em conjunto com o Parlamento.

d) implantar uma monarquia constitucional, para que a chefia do Poder Executivo fosse dividida entre o Primeiro Ministro, responsável pelas funções do governo, e o Chefe de Estado, responsável pelas funções de representação do Estado brasileiro.

e) alterar regras de competência do Congresso Nacional para que este pudesse processar e julgar o Primeiro Ministro por crime de responsabilidade, sendo proibido, em regimes democráticos, exonerá-lo do cargo apenas pela perda do apoio parlamentar.

Resolução: Alternativa C. De antemão, observe-se que o enunciado usa o termo “necessariamente”. O candidato deve estar atento à morfologia do texto das questões, em especial aos advérbios e conjunções.

No parlamentarismo, o Chefe de Estado é o Monarca (poder obtido por hereditariedade) ou o Presidente (poder obtido por eleições). Regra geral, é o Chefe de Estado quem escolhe o Chefe de Governo, cuja permanência no cargo dependerá do referendo dos seus atos pelo Parlamento. Assim, descartamos a alternativa “A”.

Para a implantação do parlamentarismo não é necessário que o mandato do chefe de Estado seja por tempo indeterminado. Podemos lembrar que tal regime é compatível tanto com a forma republicana, caracterizada pela eletividade, quanto com a forma monárquica. Erradas as letras “B” e “D”.

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Finalmente, em relação ao item “E”, no parlamentarismo, não há qualquer óbice à exoneração do Primeiro Ministro pela falta de apoio parlamentar. Pelo contrário, a permanência deste depende, em regra, da confiança do Parlamento.

07. (CESPE / Analista do Ministério Público da União / Área de Apoio Jurídico / 2013) No que se refere à CF, às emendas constitucionais e aos princípios fundamentais, julgue o item a seguir.

A CF instituiu mecanismos de freios e contrapesos, de modo a concretizar-se a harmonia entre os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, como, por exemplo, a possibilidade de que o Poder Judiciário declare a inconstitucionalidade das leis.

Resolução: Correta. A CF/88 estabelece tal mecanismo, de modo que há interpenetração no agir dos Poderes do Estado, evitando eventuais arbitrariedades e proporcionando maior equilíbrio e harmonia entre Executivo, Legislativo e Judiciário.

08. (CESPE / Analista Técnico Administração do Ministério da Integração Nacional / 2013) Com relação a Estado, governo e administração pública, julgue o item seguinte.

Consoante o modelo de Estado federativo adotado pelo Brasil, os estados-membros são dotados de autonomia e soberania, razão por que elaboram suas próprias constituições.

Resolução: Errada. A soberania é atributo exclusivo da República Federativa do Brasil. No entanto, os entes que a compõem (União, Estados-membros, DF e Municípios) são dotados de autonomia (sob este aspecto, cada ente apresenta determinadas especificidades que não cabe aqui narrar).

09. (ESAF / Analista Técnico Administrativo do Ministério do Turismo / 2014) O Estado é pessoa jurídica territorial soberana formada por três elementos indissociáveis e indispensáveis para a noção de um Estado independente.

Assinale a opção que contenha os três elementos essenciais para a existência do Estado.

a) Povo, Carta Constitucional e Território.

b) Autonomia, Governo e Povo.

c) Território, Povo e Governo.

d) Carta Constitucional, Povo e Governo.

e) Autonomia, Povo e Território.

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Resolução: Alternativa C. Questão fácil, embasada na teoria tradicional do Direito Constitucional. Alguns autores inserem um quarto elemento, qual seja, a finalidade. No entanto, trata-se de ponto não sedimentado no mundo dos concursos destacá-lo como elemento originário explícito.

10. (CETRO / Auxiliar do Departamento de Controle de Desempenho e Finanças / 2012) Em relação aos princípios e conceitos básicos de Direito Administrativo, marque V para verdadeiro ou F para falso e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

( ) No Brasil, adota-se a forma republicana de governo caracterizada pela eletividade e temporalidade do mandato do Chefe do Poder Executivo. Este é responsável pelos seus atos governamentais e deles deve prestar contas.

( ) Presidencialismo é uma forma de governo segundo a qual há divisão de poderes que devem ser independentes e harmônicos entre si. Nessa forma de governo, o Presidente da República exerce Chefia de Estado, Chefia de Governo e cumpre mandato fixo.

( ) Estado é pessoa jurídica territorial soberana formada pelos elementos: povo, território e governo soberano.

( ) Tradicionalmente, são conhecidas duas formas de Estado, quais sejam: Estado Unitário e Estado Federado. O Brasil adotou a forma de Estado Federado segundo a qual existe em todo território nacional apenas um poder soberano.

a) V/ F/ F/ F

b) V/ F/ V/ V

c) V/ V/ V/ V

d) F/ F/ V/ V

e) V/ F/ F/ V

Resolução: Alternativa B. Boa questão revisional! Já acharam o erro? Pois bem.

Presidencialismo não é forma de governo, mas sim SISTEMA de governo. Este é o único erro.

Questões assim são bastante comuns no trato deste conteúdo. Portanto, atenção redobrada!

11. (CESPE / Assistente Técnico Administrativo do Ministério da Integração Nacional / 2013 / Adaptada) No que concerne à administração pública, julgue o item a seguir.

Os poderes do Estado são independentes e harmônicos entre si e a titularidade de suas funções típicas é, reciprocamente, indelegável.

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Resolução: Correta. Cada Poder exerce pelo menos uma função típica (o Legislativo exerce duas...) que lhe foi conferida pelo poder constituinte. Muito embora os demais Poderes possam exercê-la atipicamente, a titularidade permanece com o Poder.

Um caso são as leis delegadas, espécie legislativa que pode ser editada pelo Poder Executivo caso autorizado pelo Legislativo, dentro determinados parâmetros. Muito embora exista tal possibilidade de exercício atípico de função legiferante, a titularidade de comando do processo legislativo e de suas etapas nucleares será sempre do Poder Legislativo!

01. (CESPE / Auditor Federal de Controle Externo / Auditoria Governamental / 2008) Com referência ao regime e à forma de governo do Brasil, julgue o item abaixo.

A república e a forma federativa de Estado foram arroladas expressamente como cláusulas pétreas pelo constituinte originário.

02. (ESAF / Auditor Fiscal de Receita Federal do Brasil / Auditoria / 2000) De uma Constituição que adota uma chefia dual do Executivo, com um Chefe de Estado e um Chefe de Governo, em que a permanência deste no cargo depende da confiança do Poder Legislativo, pode-se dizer que adota característica típica do:

a) Bicameralismo

b) Estado unitário

c) Federalismo de equilíbrio

d) Presidencialismo

e) Parlamentarismo

03. (FAURGS / Agente Fiscal do Tesouro do Estado – RS /2006) Sobre os Poderes de Estado, assinale a alternativa correta.

a) São Poderes da União: Legislativo, Executivo, Judiciário e Ministério Público Federal.

b) No âmbito estadual, o Ministério Público, apesar da autonomia orçamentária, está vinculado ao Poder Executivo.

c) No Brasil, a Constituição Federal não pode prever regras de composição de Poderes Estaduais.

6- Lista de Exercícios

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d) O Ministério Público não é um dos Poderes da República Federativa do Brasil.

e) O Poder Executivo em nível de governo estadual é exercido pelos governadores, prefeitos e seus secretários.

04. (CESPE / Analista de Infraestrutura – MPOG / Área I / 2012 / Adaptada) Com relação aos princípios do direito constitucional, julgue o item a seguir.

A Federação brasileira formada pela união indissolúvel da União, dos estados-membros, do Distrito Federal e dos municípios é um federalismo do tipo assimétrico, em razão da falta de homogeneidade entre os entes federativos.

05. (FEMPERJ / Analista de Controle Externo do TCE – RJ / Controle Externo / 2012) A Constituição da República de 1988 consagrou no seu art. 2º a teoria da "tripartição dos Poderes" exposta por Montesquieu. Contudo, o fez de forma abrandada, na medida em que essa separação não é pura e absoluta. Assim sendo, cada poder exerce funções típicas e atípicas.

Sobre o tema, é correto afirmar que são funções:

a) típicas do Poder Judiciário julgar e administrar;

b) atípicas do Poder Legislativo administrar e fiscalizar;

c) típicas do Poder Executivo administrar e legislar;

d) típicas do Poder Executivo administrar e julgar;

e) típicas do Poder Legislativo fiscalizar e legislar.

06. (FCC / Juiz do Trabalho do TRT da 1ª Região / 2012) Em 1993, o eleitorado brasileiro participou de plebiscito para definição da forma e do sistema de governo que deveriam vigorar no País. Se o resultado do plebiscito houvesse modificado o sistema de governo brasileiro de presidencialista para parlamentarista, mas mantido a forma republicana de governo, o texto da Constituição Federal, necessariamente, deveria ser reformado para:

a) incluir a previsão de eleições indiretas, realizadas pelo Parlamento, para a escolha do Chefe de Estado.

b) acrescentar a possibilidade de o Chefe de Estado ter mandato por tempo indeterminado e escolher seu sucessor, a fim fiscalizar a atuação do Chefe de Governo com imparcialidade.

c) modificar competências, no âmbito da União, tanto do Poder Executivo, quanto do Poder Legislativo, para que fossem especificadas as atribuições a serem exercidas pelo Chefe de Governo em conjunto com o Parlamento.

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d) implantar uma monarquia constitucional, para que a chefia do Poder Executivo fosse dividida entre o Primeiro Ministro, responsável pelas funções do governo, e o Chefe de Estado, responsável pelas funções de representação do Estado brasileiro.

e) alterar regras de competência do Congresso Nacional para que este pudesse processar e julgar o Primeiro Ministro por crime de responsabilidade, sendo proibido, em regimes democráticos, exonerá-lo do cargo apenas pela perda do apoio parlamentar.

07. (CESPE / Analista do Ministério Público da União / Área de Apoio Jurídico / 2013) No que se refere à CF, às emendas constitucionais e aos princípios fundamentais, julgue o item a seguir.

A CF instituiu mecanismos de freios e contrapesos, de modo a concretizar-se a harmonia entre os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, como, por exemplo, a possibilidade de que o Poder Judiciário declare a inconstitucionalidade das leis.

08. (CESPE / Analista Técnico Administração do Ministério da Integração Nacional / 2013) Com relação a Estado, governo e administração pública, julgue o item seguinte.

Consoante o modelo de Estado federativo adotado pelo Brasil, os estados-membros são dotados de autonomia e soberania, razão por que elaboram suas próprias constituições.

09. (ESAF / Analista Técnico Administrativo do Ministério do Turismo / 2014) O Estado é pessoa jurídica territorial soberana formada por três elementos indissociáveis e indispensáveis para a noção de um Estado independente.

Assinale a opção que contenha os três elementos essenciais para a existência do Estado.

a) Povo, Carta Constitucional e Território.

b) Autonomia, Governo e Povo.

c) Território, Povo e Governo.

d) Carta Constitucional, Povo e Governo.

e) Autonomia, Povo e Território.

10. (CETRO / Auxiliar do Departamento de Controle de Desempenho e Finanças / 2012) Em relação aos princípios e conceitos básicos de Direito

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Administrativo, marque V para verdadeiro ou F para falso e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

( ) No Brasil, adota-se a forma republicana de governo caracterizada pela eletividade e temporalidade do mandato do Chefe do Poder Executivo. Este é responsável pelos seus atos governamentais e deles deve prestar contas.

( ) Presidencialismo é uma forma de governo segundo a qual há divisão de poderes que devem ser independentes e harmônicos entre si. Nessa forma de governo, o Presidente da República exerce Chefia de Estado, Chefia de Governo e cumpre mandato fixo.

( ) Estado é pessoa jurídica territorial soberana formada pelos elementos: povo, território e governo soberano.

( ) Tradicionalmente, são conhecidas duas formas de Estado, quais sejam: Estado Unitário e Estado Federado. O Brasil adotou a forma de Estado Federado segundo a qual existe em todo território nacional apenas um poder soberano.

11. (CESPE / Assistente Técnico Administrativo do Ministério da Integração Nacional / 2013 / Adaptada) No que concerne à administração pública, julgue o item a seguir.

Os poderes do Estado são independentes e harmônicos entre si e a titularidade de suas funções típicas é, reciprocamente, indelegável.

1 Errada

2 E

3 D

4 Correta

5 E

6 C

7 Correta

8 Errada

9 C

10 B

11 Correta

7- Gabarito

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CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria da Constituição. 6. ed. Coimbra: Almedina, 1993.

DE CICCO, Cláudio; GONZAGA, Álvaro de Azevedo. Teoria geral do estado e ciência política. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.

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KELSEN, Hans. Teoria pura do Direito. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

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8- Referencial Bibliográfico